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Mensagem mensal Mensagem mensal Mensagem mensal Mensagem mensal n. 2 - 2009 Associazione di Maria Ausiliatrice Primaria - Torino - Valdocco Maria é o terreno bom que recebeu, protegeu, e fez germinar a semente do Verbo. Confiarmo-nos a ela é estarmos protegidos do espírito do mal, que faz de tudo para roubar-nos a semente da Palavra; é sermos educados e irmos a fundo, vencendo a superficialidade espiritual que se torna insensível a todo dom e a toda graça que vem do alto, e sermos resistentes contra o espinho agudíssimo que penetra no coração humano com as paixões enganadoras e os desejos desordenados que sufocam toda semente do bem; é sermos cada vez mais, terreno bom e fértil que produz fruto. Maria faz de nós, verdadeiros enamorados por aquilo que importa, por aquilo que vale a pena, por aquilo que dura para sempre. Faz- nos desde esta terra, construtores da eternidade, geradores de vida imortal. Maria convida-nos e apela para que deixemos os caminhos errados e percorramos a estrada da vida, que é Cristo Jesus, o Senhor crucificado e ressuscitado que nos leva das trevas à luz, da morte à vida, da escravidão à liberdade. Com Maria, façamos também nós, a experiência de Saulo de Tarso, que foi iluminado no caminho de Damasco. Muitas vezes caminhamos nos caminhos de morte, caminhos sem saída, caminhos plenos de ciladas, caminhos sem meta: somos aqueles cegos que não sabem por onde andam. “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio e nem quente, vou vomitar-te. Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro. Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo, e arrepende-te” (Ap. 3, 15-19). Maria nos guia e nos ajuda a viver a Palavra de Deus a fim de que possamos nos incumbir do caminho da nossa santificação. Certamente a Palavra de Deus é exigente: “Porque a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medula, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Heb. 4,12). É uma palavra radical e não mutável, que nos pede para colocar Deus em primeiro lugar e como único Senhor de nossa vida. A Palavra de Deus arrebata-nos continuamente de nossa lógica humana, para nos conduzir no caminho de Deus. “Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não são os meus, diz o Senhor” (Is. 55,8). Para dar fruto é necessário “cortar”, “podar”: “vós sois limpos pela palavra que tendes escutado”. assim nos tornamos pessoas vivas, nascidas de novo; só assim somos realmente aquilo que devemos ser, de outra forma, somos dos “mortos”. Maria nos ajuda a levar a sério a Palavra de Deus: a testemunhar a fé cristã com a vida e quando necessário, com a palavra, mesmo se formos ridicularizados ou caluniados; a obedecer a vontade de Deus antes que a vontade dos homens; a separar-se de todo vínculo e convivência com o mal; a não esmorecer diante de todo laço de pessoas ou de coisas que querem tomar o lugar de Deus; a aceitar toda a renúncia que procede do seguir o Senhor; pode-se até perder a vida para ser fiel à própria fé! Pe Pier Luigi Cameroni Animador espiritual ADMA Maria, mulher do futuro, abri-nos o caminho! 24 de fevereiro de 2009 24 de fevereiro de 2009 24 de fevereiro de 2009 24 de fevereiro de 2009

Mensagem mensal Maria, mulher do futuro, abri-nos o caminho! · ADMA onlineonline 3 como receptores do dom de Deus”. A reentrega da Carta de Comunhão da Família Salesiana aos

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Mensagem mensalMensagem mensalMensagem mensalMensagem mensal

n. 2 - 2009

Associazione di Maria Ausiliatrice

Primaria - Torino - Valdocco

Maria é o terreno bom que recebeu, protegeu, e fez germinar a semente do Verbo. Confiarmo-nos a ela é estarmos protegidos do espírito do mal, que faz de tudo para roubar-nos a semente da Palavra; é sermos educados e irmos a fundo, vencendo a superficialidade espiritual que se torna insensível a todo dom e a toda graça que vem do alto, e sermos resistentes contra o espinho agudíssimo que penetra no coração humano com as paixões enganadoras e os desejos desordenados que sufocam toda semente do bem; é sermos cada vez mais, terreno bom e fértil que produz fruto. Maria faz de nós, verdadeiros enamorados por aquilo que importa, por aquilo que vale a pena, por aquilo que dura para sempre. Faz-nos desde esta terra, construtores da eternidade, geradores de vida imortal.

Maria convida-nos e apela para que deixemos os caminhos errados e percorramos a estrada da vida, que é Cristo Jesus, o Senhor crucificado e ressuscitado que nos leva das trevas à luz, da morte à vida, da escravidão à liberdade. Com Maria, façamos também nós, a experiência de Saulo de Tarso, que foi iluminado no caminho de Damasco. Muitas vezes caminhamos nos caminhos de morte, caminhos sem saída, caminhos plenos de ciladas, caminhos sem meta: somos aqueles cegos que não sabem por onde andam. “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio e nem quente, vou vomitar-te. Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito – e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro. Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo, e arrepende-te” (Ap. 3, 15-19). Maria nos guia e nos ajuda a viver a Palavra de Deus a fim de que

possamos nos incumbir do caminho da nossa santificação.

Certamente a Palavra de Deus é exigente: “Porque a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medula, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Heb. 4,12). É uma palavra radical e não mutável, que nos pede para colocar Deus em primeiro lugar e como único Senhor de nossa vida. A Palavra de Deus arrebata-nos continuamente de nossa lógica humana, para nos conduzir no caminho de Deus. “Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não são os meus, diz o Senhor” (Is. 55,8).

Para dar fruto é necessário “cortar”, “podar”: “vós sois limpos pela palavra que tendes escutado”. Só assim nos tornamos pessoas vivas, nascidas de novo; só assim somos realmente aquilo que devemos ser, de outra forma, somos dos “mortos”. Maria nos ajuda a levar a sério a Palavra de Deus:

a testemunhar a fé cristã com a vida e quando necessário, com a palavra, mesmo se formos ridicularizados ou caluniados;

a obedecer a vontade de Deus antes que a vontade dos homens;

a separar-se de todo vínculo e convivência com o mal;

a não esmorecer diante de todo laço de pessoas ou de coisas que querem tomar o lugar de Deus;

a aceitar toda a renúncia que procede do seguir o Senhor;

• pode-se até perder a vida para ser fiel à própria fé!

Pe Pier Luigi Cameroni Animador espiritual ADMA

Maria, mulher do futuro, abri-nos o caminho!

24 de fevereiro de 200924 de fevereiro de 200924 de fevereiro de 200924 de fevereiro de 2009

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Também este ano a nossa Associação (com mais de 30 associados) participou das XXVII Jornadas de Espiritualidade da Família Salesiana, encontro anual dos diversos grupos da família iniciada por Dom Bosco, que aconteceu em Roma de 22 a 25 de janeiro. Além dos 4 primeiros grupos do início, Salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora, Cooperadores Salesianos e ADMA, fundados pelo próprio Dom Bosco, estiveram presentes membros de outros 22 grupos deste “vasto movimento de pessoas a serviço da salvação dos jovens”, como enfatiza o próprio don Pascual Chávez, Reitor-Mor dos Salesianos e, como sucessor de Dom Bosco, pai e centro de unidade da Família Salesiana. Três grupos foram reconhecidos de uma só vez neste evento: Canção Nova, um movimento internacional de leigos comprometidos com a evangelização, de forma particular nos meios de comunicação, nascido em 1978 por 12 jovens dirigidos por um sacerdote salesiano, Pe. Jonas Abib; “Os Discípulos”, o Instituto secular Dom Bosco, uma associação pública eclesial masculina e feminina, nascida na Índia em 1973 de uma inspiração do salesiano Pe. Joseph D'Souza. Os Discípulos, tendo sua inspiração no trecho do evangelho sobre a missão que Jesus confia aos 72 discípulos, são dedicados à proclamação do Evangelho, ao ensino do catecismo, ao cuidado dos doentes e ao serviço dos pobres. A Congregação das Irmãs de São Miguel Arcanjo, chamadas também “ irmãs miguelitas” foi fundada, no final do século XIX pelo beato Pe. Bronislao Markiewicz e pela Serva de Deus Madre Anna Kaworek. O

coração da reflexão destas jornadas foi a Estréia, mensagem que todo ano os Reitores-Mor, continuando a tradição começada por Dom Bosco, entregam aos membros da Família. A Estréia deste ano é dedicada exatamente à Família Salesiana: “Empenhemo-nos a fazer da Família Salesiana

um vasto movimento de pessoas

para a salvação dos jovens”. O clima das Jornadas foi especialmente carismático, graças também à forte presença do Reitor-Mor que já na Boa Noite do primeiro dia, comentando o vídeo da estréia, com intensa paixão, afirmava: “Tenho orgulho de ser salesiano e de modo particular, de ser da Família Salesiana”. O Reitor-Mor assim introduziu a sua mensagem aos representantes dos diversos grupos da Família Salesiana, mensagem na qual também se referiu à

“necessidade de partir da Espiritualidade para construir a comunhão em vista à missão”. Com o Reitor-Mor devemos também lembrar do empenho e da animação de Pe. Adriano Bregolin, Vigário do Reitor-Mor e animador da Família Salesiana. Pe. Juan José Bartolomé, enriqueceu a reflexão

conduzindo os participantes na leitura bíblica, à luz da sensibilidade salesiana, da parábola do grão de mostarda, imagem bíblica indicada pelo Reitor-Mor no comentário da Estréia. “Nascida pela graça de Deus, a Família Salesiana será graça de Deus para os jovens; vive reconhecendo – e por isto mesmo reconhecente – que em sua existência, Deus está presente, atuando a sua salvação, como o grão de mostarda. Viver como Família, a comum vocação salesiana, é a prova de se ter compreendido os mistérios do reino e de poder nos compreender

Este número de ADMA on line é uma edição especial que quer partilhar a experiência dos Dias de Espiritualidade, apresentando seja uma crônica do evento, sejam alguns testemunhos, como aquele

do texto da boa noite da Madre Geral das FMA, dedicado a Maria.

XXVII Jornadas de Espiritualidade da Família Salesiana (ROMA 22-25 DE JANEIRO DE 2009)

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como receptores do dom de Deus”. A reentrega da Carta de Comunhão da Família

Salesiana aos diversos grupos, documento não novo, mas necessitado de constante atenção, foi feita de maneira partilhada pelo Senhor Roberto Lorenzini, da Associação dos Cooperadores

Salesianos, Pe. Pier Luigi Cameroni, Salesiano e

Animador espiritual da ADMA, e Irmã Carmela Santoro, Filha de Maria Auxiliadora. Juntos esclareceram como Dom Bosco, dócil à ação de Deus, deu origem à Família Salesiana, tornando-se o promotor daquele carisma que, unindo-se a diversos estilos, exigências, culturas e épocas, inspirou várias realidades eclesiais. Os vários grupos da Família Salesiana são chamados a construir uma comunhão de recíproco conhecimento e respeito, partindo da contemplação da imagem da Trindade, modelo de toda comunhão. Dois testemunhos foram dados em seguida, como exemplos concretos de experiências de comunhão. Em San Severo, cidade na Província de Foggia, e no nordeste da Itália, os

Salesianos, as Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores operam de maneira concordante em colaboração com a realidade social diocesana no primeiro caso, e com projetos voltados para os jovens, no segundo caso. Nas tardes, aconteceram as Reuniões em grupo e Laboratório. Divididos em grupos, os 330 participantes, levando-se em conta os temas propostos na parte da manhã, foram convidados a tomar consciência da dimensão eclesial e carismática da Família Salesiana, encontrando meios para crescerem em comunhão. A Jornada do dia 23 terminou com uma reunião festiva à noite junto ao IX Sucessor de Dom Bosco,

don Pascual Chávez. Madre Yvonne Reungoat, Superiora das Filhas de Maria Auxiliadora, apresentou aos participantes o pensamento da Boa Noite, com um enfoque todo mariano (o qual transcrevemos mais adiante).

A jornada do dia 24 de janeiro começou com a lembrança de São Francisco de Sales, santo no qual Dom Bosco se inspirou e do qual deriva o nome e o estilo dos Salesianos e de toda a Família Salesiana. Foi feita a apresentação da “Carta da Missão” por parte da Senhora Pina Bellochi VDB, de Pe. Angelo Santorsola, salesiano, e de

Maritza Valentiner, da Associação das Senhoras Salesianas. Os três relatores trabalharam neste segundo documento de referência para os grupos da Família Salesiana, colocando em evidência os riscos que devem ser evitados e os desafios para se vencer. A segunda parte foi feita

por don Pascual Chávez, Reitor-Mor dos Salesianos, que apresentou a sua mensagem da Estréia de 2009. Pe. Chávez, comentando o texto da ata histórica de 18 de dezembro de 1859, no qual se decretou o nascimento da Congregação salesiana, mostrou exatamente que nisto está presente não apenas a semente da ordem religiosa, mas

também a semente de toda a Família Salesiana. O sucessor de Dom Bosco, em sua preleção, convidou a Família Salesiana “a adquirir uma nova mentalidade, a mudar de paradigma, a pensar e agir sempre como Movimento”, uma mudança que quer dizer três coisas: “intenso espírito de comunhão”, de “união de corações, além de um espírito de união com uma forte vontade de sinergia” e “unidade de intenções e com matura capacidade de trabalhar em rede”. Na tarde do dia 24, os participantes das jornadas foram levados a Genzano de Roma. Aí assistiram ao musical sobre Dom Bosco “Vamos, meninos!” promovido pela Família Salesiana de Piemonte e Vale d'Aosta e realizado pela Companhia Teatral “Alfa e Ômega de João Bosco”

Foram dois os encontros, do último dia de Espiritualidade da Família Salesiana, domingo, 25 de janeiro: A Eucaristia dominical, presidida pelo Reitor-Mor e o encerramento que aconteceu na aula magna do Salesianum. Pe. Chávez, comentando as leituras do 3º domingo do tempo

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comum, mostrou aos presentes, a necessidade de se converter e crer, assim como pedido por Jesus na passagem do Evangelho. Os 18 jovens que acompanharam Dom Bosco na fundação da Congregação salesiana , são como os quatro apóstolos que responderam ao chamado de Jesus: “Eis o que Dom Bosco espera da sua família espiritual e apostólica: um gesto semelhante ao do grupo de jovens que, reunidos no seu quarto, no dia 18 de dezembro de 1859, há 150 anos, decidiram deixar os seus próprios sonhos e projetos para

aderirem ao seu sonho e ao seu projeto: a

salvação dos jovens. Também eles, tendo deixado tudo, seguiram-no.” Depois, em assembléia, os representantes da Família Salesiana partilharam as conclusões e contribuições que surgiram dos trabalhos em grupo. São três as atitudes esperadas dos indivíduos e dos grupos da Família Salesiana: amplitude de coração, acolhida da diversidade e

um caminhar juntos em direção a uma meta comum. Foi pedida uma formação em comum que contemple a espiritualidade salesiana, os temas éticos, a questão social e política. Diversas são as iniciativas e os campos de ação indicados para que isto se realize.

Pe. Chávez ao colocar novamente, aos grupos da Família Salesiana, as conclusões e as sugestões apresentadas na reunião, manifestou seu sonho de: abrir junto à obra de Cremisan, em Israel, um

centro internacional de formação da Família Salesiana, administrado em colaboração com os diversos grupos. Um segundo desejo expresso pelo

Reitor-Mor e sobre o qual manifestou seu empenho para que se realize, é o de alcançar um reconhecimento oficial da Família Salesiana junto à Santa Sé. Para que isto se realize don Chávez disse ser necessário se redigir uma “Carta da Família Salesiana” que apresente, com clareza, a sua identidade. Para tudo isto, o Reitor-Mor recordou como é necessário que o “bosque salesiano seja irrigado com o sangue dos

mártires, o suor do trabalho e as lágrimas do sofrimento”. “Dom Bosco é um 'pai' que gerou filhos que continuam até hoje a sua experiência

carismática e espiritual”, disse o Reitor-Mor, não hesitando em comparar Dom Bosco aos patriarcas do Velho Testamento, visto que é transmissor de uma fé e de bênçãos. O santo turinense é um fundador não apenas no âmbito histórico e jurídico, - a ele se devem os 4 grupos que deram origem à Família Salesiana: os Salesianos, as Filhas de Maria Auxiliadora (com Santa Maria Mazzarello), os Cooperadores Salesianos e a Associação de Maria Auxiliadora (o Reitor-Mor, considerando as pesquisas históricas de Pe. Pietro Braido,

acentuou com ênfase o fato de que Dom Bosco

fundou a ADMA) – mas também no sentido

teológico: promotor de um carisma que se

diversifica nos vários grupos da Família Salesiana. Dom Bosco é, também, o precursor de um caminho de santidade que tem sido percorrido por homens e mulheres, religiosos e leigos, adultos e jovens, bispos. A assembléia se esbaldou nas notas alegres da canção “Somos Salesianos”, tirada do musical “Vamos, meninos!” apreciado na noite anterior pelos participantes das Jornadas da Família Salesiana.

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“Os Dias de Espiritualidade foram, para nós, uma forte experiência de comunhão e de partilha, durante os quais vivemos em um verdadeiro clima de família, que nos transmitiu a alegre sensação de se estar “em casa”, entre amigos e irmãos. Pudemos “tocar com a mão” o que significa fazer parte da Família Salesiana, uma única família, composta (até agora) de 26 grupos, onde cada um deles manifesta, de maneira diferente, o carisma salesiano. A nossa Família é como um único tronco do qual nascem muitos ramos, uma árvore nascida de uma semente plantada há 150 anos, no coração do nosso amado pai São João Bosco, que depois cresceu “regada com o sangue dos mártires e irrigada com as lágrimas e com o suor da fronte”. Neste momento, a nossa missão é a de fazer frutificar a comunhão entre os nossos grupos a fim de que a árvore se torne um bosque, ou seja, a Família Salesiana torne-se “um vasto movimento de pessoas para a salvação da juventude”. Ficamos, então, particularmente enriquecidos pelo encontro com os membros dos vários grupos da Família Salesiana e pelos momentos de diálogo e de partilha de experiências recíprocas. Conhecer tantas pessoas que testemunham com suas vidas, um intenso amor pelos jovens, deu-nos alegria e transmitiu-nos serenidade, fez-nos compreender que não estamos sozinhos e nem esquecidos. Durante os “Dias” , toda a Família Salesiana uniu-se ao redor de nosso querido Reitor-Mor, don Pascual Chávez Villanueva, que tinha para todos, um sorriso, um gesto de atenção e de acolhida. Falou-nos como um pai a seus filhos, como Dom Bosco teria falado a seus meninos; as suas palavras foram iluminadoras, de singular simplicidade e espontaneidade, e souberam infundir-nos entusiasmo para a missão lançada pela Estréia 2009. Soube transmitir-nos o orgulho de pertencermos à Família Salesiana e ao mesmo tempo nos convidou a abrir o coração e a acolher a diversidade. Como membros da ADMA não pudemos deixar de nos alegrar com o fato do Reitor-Mor ter querido, de forma especial, enfatizar para todos, em sua fala final, que a nossa associação foi fundada pessoalmente por São João Bosco. Da experiência de Roma, levamos para casa muito entusiasmo e a vontade de passar a “boa nova” que nos foi transmitida: somos uma Família! E quando se é uma família, se tem um grande desejo de ir para o Céu todos juntos. (Alessandro e Laura, ADMA Nave – Brescia) É uma experiência que nos renova a cada vez. Volta-se para casa com uma porção de idéias entusiásticas

para se colocar em prática. Chamou-me a atenção este ponto: a semente lançada não pode ser esquecida! São necessárias a paciência, a constância, o cuidado e o amor do camponês, para poder tornar uma planta vigorosa e cheia de frutos. A Família Salesiana foi expandida para 26 grupos reconhecidos e outros aguardam para serem inseridos: isto é fruto do trabalho de tantos salesianos que souberam cultivar o terreno a eles confiado. Falar com as pessoas que fazem parte destes grupos é verdadeiramente um enriquecimento espiritual. O Reitor-Mor é um exemplo de responsabilidade diante do que lhe foi confiado: a atenção, a

sensibilidade que manifesta a todos e a cada um de nós, a sua vitalidade, representam a força do carisma salesiano e nos estimula a enfrentar o papel que nos espera: os frutos dependem também de nós! Então,

força: somos Salesianos! (Giusy – Presidente da ADMA Primária)

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Sinto-me honrada por estar diante desta qualificada assembléia, para apresentar um pensamento de Boa Noite, ao término de um dia dedicado à reapresentação da carta de comunhão da Família Salesiana e em preparação ao dia centrado na carta da missão. Amanhã é a festa de nosso grande Patrono em comum, São Francisco de Sales, de quem Dom Bosco tirou a espiritualidade que nos deixou como herança. É, também, a celebração mensal de Maria Auxiliadora, a mãe e mestra, que, pelo personagem do sonho, foi confiada a Dom Bosco como guia na missão de educar as jovens gerações.

Recordando a missão que Pe. Egidio Viganó confiou às FMA, de manter viva a dimensão mariana na Família Salesiana, permito-me dirigir-lhes algumas palavras, tentando não fazê-lo apenas sob a perspectiva de Maria, mas assumindo os seus mesmos olhos de mãe e auxiliadora. Ela é a Inspiradora da missão de Dom Bosco e de todas

as instituições às quais deu vida, da Família Salesiana como um todo. É ela a Mãe que cria e alimenta a comunhão, que chama seus filhos e filhas à missão de acolher e fazer crescer a vida no estilo do amorevoleza salesiano. De Maria aprendemos a ter a visão geral da realidade, importante para não nos dispersarmos nas análises das situações, mesmo necessárias, que são o ponto de partida para uma missão incisiva e fecunda. No Capítulo Geral XXII de nosso Instituto, que terminamos há 2 meses, quisemos salientar a importância de nos sentirmos acompanhadas

por Maria, para nos abrir para reconhecer e

acolher os sinais que vêm de Deus em nosso tempo, para sermos, nós mesmas, sinais deste amor, para acrescentarmos novos sinais, também nas fronteiras da educação, onde a fome e sede de amor dos jovens, nos chama a oferecer respostas

evangélicas corajosas e coerentes. Com a Estréia de 2009, o Reitor-Mor, don Pascual Chávez apresentou-nos elementos importantíssimos, não apenas sobre aquilo que podemos fazer juntos enquanto Família Salesiana, mas sobre aquilo que podemos ser, quando nos empenhamos a criar uma cultura da Família Salesiana. Queremos assumir as indicações do Nono Sucessor de Dom Bosco, as quais reconhecemos vitais num tempo em que se faz necessário, não apenas unir as forças frente aos desafios inéditos que vivenciamos, mas unirmo-nos no convicto crescimento espiritual que nos caracteriza na Igreja. Como FMA declaramos nossa disponibilidade neste sentido.

Em relação ao ponto de vista mariano, gostaria de enfocar algumas dimensões que Maria nos ajuda a construir e alimentar. Ela é mestra na pedagogia do amor preventivo que se torna serviço à vida e à alegria das jovens gerações.

A obra prima do amor proveniente de Deus, Maria traz consigo como nenhuma outra criatura, aquela beleza de graça que resplandesce no rosto de Cristo. São Francisco de Sales inicia o Tratado do Amor de Deus (TAD) com uma oração dedicada a Maria, que define como a criatura mais amável e a

Boa Noite de Madre Yvonne, Superiora das FMA no encontro das Jornadas da Família Salesiana

(23 de janeiro de 2009)

Caro Reitor-Mor, don Pascual Chávez, Pai e centro de unidade da Família Salesiana Caro Pe. Adriano Bregolin, Vigário do Reitor-Mor, Caros irmãos e irmãs da Família Salesiana,

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mais amada das criaturas. Maria é, antes de tudo, a mais amada por Deus, que colocou nela, a sua complascência, destinando-a a ser a Mãe de seu Filho e de todos nós. O fruto mais sublime do amor proveniente de Deus, tornar-se ele próprio amor proveniente. Por isto Maria é ponto de refererência essencial para a Família Salesiana. Na qualidade de Mãe de Cristo e ícone da Igreja, “mãe da unidade”, Maria contribui para fazer crescer a comunhão na grande família humana e para desenvolver a fraternidade entre os povos e religiões, necessitados todos de u'a mãe e de uma guia para amadurecer no amor. Não a encontramos mais sozinha no Evangelho. Maria é figura que agrega, convoca em torno de si, é semente de comunidade e matriz de comunhão. Maria é mãe da Família Salesiana, que nela reconhece a sua fisionomia. Creio que a cultura da Família salesiana possa amadurecer plenamente sobretudo em torno de Maria. Bento XVI afirma que se Deus é grande, também o homem é grande. Quando deixamos Deus entrar em nosso coração, como o fez Maria, a nossa humanidade se exprime no melhor de si: os nossos pés se põem a caminho, as nossas mãos se colocam a serviço e de nossos lábios brotam palavras de acolhida e de comunhão. Não há lugar para palavras vãs que revelam o vazio interior, as nossas melhores qualidades não nos dão orgulho, mas são usadas para a missão. Descobrir os milhares de sinais de amor com que Deus acompanha a nossa vida deixa-nos muito alegres e capazes de sermos também, dom para os outros. Criados à imagem e semelhança de Deus, somos chamados a exprimir, nas relações do dia-a-dia, estas identidades, em autenticidade e liberdade. O espírito de liberdade, do qual São Francisco fala, ele próprio, em seus escritos e que considera o maior dos dons, é exatamente a liberdade do amor, alcançada continuamente na própria vida com Deus.

Modelo para toda vocação salesiana. Em Maria encontramos uma presença viva e o auxílio para orientar a nossa vida para Cristo de maneira decisiva. Se o aprofundamento vital da identidade carismática de todo grupo da Família Salesiana é fundamental para que a Família possa criar cultura e movimento, cada um deles reencontrará em Maria, um elemento de beleza e de graça, de comunhão e de unidade, que facilita o crescimento da própria Família, e a convergência em direção a

escolhas partilhadas. O testemunho das diversas vocações na Família salesiana torna-se um serviço à vida e à alegria das jovens gerações, ajuda na descoberta do sentido da própria existência como vocação e como serviço. A sociedade global apresenta o cenário de tantas vidas perdidas, inúteis, jogadas fora. Para Dom Bosco, para Madre Mazzarello, não existiam pessoas inúteis, não existiam jovens perdidos. Todos tinham algo a oferecer. Para todos havia a alegria do vinho novo, do qual nos fala o Evangelho nas Bodas de Caná. Também o gesto mais comum tornava-se sinal e expressão do amor, com o qual Deus ama cada criatura sua e se inclina sobre ela. Sob as perspectivas de nossos fundadores, as vidas desperdiçadas – as ânforas vazias deixadas de lado – devem ser chamadas novamente para suas funções de serem portadoras de água, para uma vocação de servir. Saber e sentir-se útil para alguma coisa, sentir-se pessoalmente tocado por esta palavra: Deus te ama , é a maior mensagem que a nossa vida pode transmitir. A cultura da Família Salesiana é cultura em defesa da vida, a começar pelos menores e pelos mais fracos. Mas é preciso, que nós, em primeiro lugar, vivamos com um objetivo e para Alguém. A Espiritualidade salesiana é a linfa que alimenta a nossa existência pessoal e as nossas diversas vocações no seio da Família. É a condição para que este seja aquele movimento sobre o qual fala o Reitor-Mor. O compromisso de voltarmos às origens carismáticas, enquanto reforça a identidade específica de cada grupo, revigora a Família toda.

Presença que acompanha. Maria Auxiliadora foi a inspiradora da Família Salesiana, aquela que acompanhou o desenvolvimento e a missão e continua ainda hoje, a ser a Mãe e a mestra. Dom Bosco e Maria Domingas, muitos irmãos e irmãs da Família Salesiana têm alimentado a sua fidelidade e coragem de educar com a confiança na presença e na ajuda de Maria. As incompreensões, os obstáculos, os cansaços do caminho, a dificuldade na missão, não são para Dom Bosco, um impedimento para seguir em frente. Maria é para ele, guia, sustentáculo, espelho, em que se contemplar a sua especial missão entre os jovens. Foi Ela quem tudo fez. Nela encontra a força para seguir em frente, abandonando-se com confiança à vontade de Deus. Também Maria Domingas enfoca

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a presença constante de Maria, modelo em quem se espelhar, fisionomia para imitar, para sermos verdadeiras imagens de Maria (cf Crônica Histórica III 216). Acreditar na sua presença em nossa vida, ajuda a nos construirmos como família que se renova em torno da Eucaristia e exprime a comunhão em gestos de perdão e de amor doados e recebidos. O amor a Maria, o compromisso de nos assemelharmos a ela, torna-nos menos temerosos, mais audaciosos no propormos às jovens e aos jovens, a vida nova em Jesus, no despertarmo-lhes a atenção para o projeto que Deus tem para eles. Como grupo da Família Salesiana, somos

chamados a extender a missão materna de

Maria e, sermos auxiliadoras entre as jovens

gerações, numa época de forte urgência

educacional, como tem declarado várias vezes Bento XVI. Poderemos fazê-lo se, juntos, ousarmos propor aos jovens, o ideal da comunhão, que, ajuda a superar os preconceitos, a desconfiança e as diferenças; liberta e fortalece os recursos, deixando-os disponíveis para um serviço à vida e à alegria: se elaborarmos projetos que gerem sustentação às pessoas e às famílias nas diversas etapas de seu caminho, a partir de uma educação saudável da afetividade nos anos da infância e da adolescência, chegando até a atenção aos casais e às famílias. O compromisso por uma cultura de vida

torna-se também uma necessidade para se desenvolver a dimensão vocacional intrínseca no processo educativo e supõe formadores competentes e respeitáveis. O amor à vida é uma característica típica da pedagogia salesiana e cria o clima no qual podem amadurecer vidas abertas e disponíveis, capazes de olhar para o futuro com sereno otimismo.

Maria guia toda a Família Salesiana a ser aquele vasto movimento de pessoas de que fala o Reito-Mor. Uma Família articulada em grupos variados, os quais exprimem as diferentes vocações na Igreja, e que converge para algumas opções inspiradas pela comum espiritualidade, e que elabora propostas culturais alternativas às dominantes, em rede com outros movimentos de inspiração cristã. Ela vive e expressa o sistema preventivo, que é o sistema do amor, do respeito, da defesa dos direitos humanos de todos, privilegiando os mais fracos e indefesos. O movimento é feito de dinamismo, de entrelaçamento de relações. Maria nos ajuda a alimentar a confiança recíproca no interior de cada um dos grupos e entre os vários grupos da Família salesiana. Acompanha-nos no empenho de tecer relações de reciprocidade, e de convergir na missão de doar aos jovens, motivos de esperança e alegria.

Irmã Yvonne Reungoat

Intenções do Apostolado da Oração – Março de 2009 General: para que o papel desempenhado pelas mulheres seja mais apreciado e valorizado em todas as nações do mundo. Missionaria: para que os bispos, padres, pessoas consagradas e os fiéis leigos e leigas da Igreja católica na República Popular da China, à luz da carta que o Santo Padre Bento XVI lhes escreveu, trabalhem para ser sinal e instrumento de unidade, comunhão e paz. Dos bispos: o caminho quaresmal nos ensine a não querer mais do que nos é necessário e nos torne atentos àqueles a quem falta o essencial. Mariana: para que o “sim” de Maria seja para os crentes, lição e exemplo para fazer da obediência à vontade do Pai, o caminho e o meio da própria santificação.

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