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M ERCADO B R A S I L E I R O JORGE RIBEIRO DE TOLEDO FILHO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO UMA INTRODUÇÃO

Mercado de Capitais Brasileiro - uma introdução

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Autor: Jorge Ribeiro de Toledo Filho

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MERCADO BRASILEIRO

JORGE RIBEIRO DE TOLEDO FILHO

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MERCADODE CAPITAISBRASILEIROUMA INTRODUÇÃO

Este livro oferece uma base para a compreensão do mercado de capitais e do sistema financeiro brasileiro. Sua característica didática e introdutória proporciona ao estudante um aprendizado consistente, sem que seja necessário nenhum conhecimento prévio do assunto.

Os principais temas abordados são Conselho Mone-tário Nacional e Banco Central do Brasil, bancos comer-ciais e de investimento, bolsas de valores e bolsas de mercadorias e futuros, mercado de opções e outros derivativos, fundos de investimento e instituições oficiais de crédito como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

Candidatos a concursos públicos terão maior com-preensão sobre as instituições financeiras. Além disso, o conhecimento sobre as melhores alternativas de investi-mento é essencial aos investidores e a qualquer pessoa interessada em aumentar seu capital.

AplicaçõesLivro-texto para as disciplinas economia do mercado de capitais e introdução ao mercado de capitais, nos cursos de Economia, Administração, Contabilidade e Direito. É de grande valor também para executivos, gerentes e outros profissionais da área bancária, além de investidores do mercado financeiro.

Sobre o Autor

Jorge Ribeiro de Toledo Filho obteve os títulos de bacharel em Ciências Contábeis, mestre e doutor em Con-troladoria e Contabilidade no Depar-tamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Adminis-tração e Contabilidade da USP. É também bacharel em Economia pela Universidade de Taubaté – Unitau. Atualmente é professor de graduação da disciplina introdução ao mercado de capitais no Departamento de Con-tabilidade e Atuária da FEA-USP, on-de já ministrou, nas últimas décadas, outras disciplinas ligadas ao mercado de capitais. Desde 2003 faz parte do pro-grama de pós-graduação (mestrado) em Ciências Contábeis da Universi-dade Regional de Blumenau, tendo a seu cargo a disciplina finanças corpo-rativas. Ministrou vários cursos de MBA e proferiu palestras em várias instituições de ensino. Nos últimos anos teve vários trabalhos apresenta-dos em congressos nacionais e inter-nacionais, além de ter publicado artigos em revistas. Tem experiência como executivo em vários bancos comer-ciais e de investimento.

Outras Obras

• ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA – TEORIA E PRÁTICA Eugene F. Brigham e Michael C. Ehrhardt

• A INFORMAÇÃO CONTÁBIL E O MERCADO DE CAPITAIS Alexsandro Broedel Lopes

• INTRODUÇÃO À ECONOMIA – Tradução da 3ª Edição Norte-Americana N. Gregory Mankiw

• MERCADO FINANCEIRO – 2ª Edição Revista e Ampliada Andrea Fernandes Andrezo e Iran Siqueira Lima

• PRINCÍPIOS DE ECONOMIA – 5ª Edição Revista Carlos Roberto Martins Passos e Otto Nogami

ISBN 13 978-85-221-0819-0ISBN 10 85-221-0819-6

9 7 8 8 5 2 2 1 0 8 1 9 0

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Mercado de Capitais

Brasileiro

Uma Introdução

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Toledo Filho, Jorge Ribeiro deMercado de capitais brasileiro : uma introdução /Jorge Ribeiro de Toledo Filho. -- São Paulo : Cengage Learning, 2006.

Bibliografi a. ISBN 978-85-221-0819-0

1. Brasil - Política econômica 2. Mercado decapitais - Brasil I. Título.

Índice para catálogo sistemático:

1. Brasil : Mercado de capitais : Economia 322.60981

06-3586 CDD-332.60981

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Mercado de Capitais

Brasileiro

Uma Introdução

Jorge Ribeiro de Toledo Filho

Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos

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Mercado de Capitais Brasileiro: Uma introdução

Jorge Ribeiro de Toledo Filho

Gerente Editorial: Patricia La Rosa

Editora de Desenvolvimento: Ligia Cosmo Cantarelli

Supervisor de Produção Editorial: Fábio Gonçalves

Produtora Editorial: Gabriela Trevisan

Supervisora de Produção Gráfica: Fabiana Alencar

Albuquerque

Copidesque: Andréa da Silva Medeiros

Revisão: Adriane Peçanha

Mônica Cavalcante Di Giacomo

Composição: Lummi Editoração e Design

Capa: Megaart

© 2006 Cengage Learning Edições Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro po-derá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem a permissão, por escrito, da Editora.Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107 da Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

© 2006 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

ISBN-13: 978-85-221-0819-0

Cengage LearningCondomínio E-Business Park Rua Werner Siemens, 111 – Prédio 20 – Espaço 04 Lapa de Baixo – CEP 05069-900 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3665-9900 – Fax: (11) 3665-9901SAC: 0800 11 19 39

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Impresso no Brasil.Printed in Brazil.1 2 3 4 5 10 09 08 07 06

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A Deus, o Arquiteto Universal, que nos permitiu ter uma parte Dele.

Aos meus pais (in memoriam).

A minha esposa e filhas, que considero um presente do Altíssimo.

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SumárioJorge Ribeiro de Toledo Filho VII

Sumário

Prefácio XIII

Capítulo 1 O Sistema Financeiro Nacional 1O Conselho Monetário Nacional 1O Banco Central do Brasil 4Perguntas para revisão 6

Capítulo 2 Bancos comerciais 7Origem dos bancos 7Função dos bancos comerciais 8Principais operações dos bancos 8 Operações passivas – origem dos recursos 8 Operações ativas – aplicações dos recursos 10 Operações acessórias 11Bancos múltiplos 13Atendimento personalizado 14O avanço da informática 14O Banco do Brasil 15O futuro dos bancos comerciais no Brasil 16Perguntas para revisão 16

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Mercado de capitais brasileiro: uma introduçãoVIII

Capítulo 3 Bancos de investimento 19Origem dos bancos de investimento 19Funções dos bancos de investimento 20Operações dos bancos de investimento 20Futuro dos bancos de investimento 22Perguntas para revisão 23

Capítulo 4 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES 25Origens do BNDES 25O sistema BNDES 26Agência Especial de Financiamento Industrial – Finame 28Encargos das operações do BNDES 28BNDES Participações S.A. – BNDESPAR 29O Plano Nacional de Desestatização – PND 29Fontes de recursos do BNDES 30Tendências atuais 30Perguntas para revisão 31

Capítulo 5 A Caixa Econômica Federal 33Origens das caixas econômicas 33O Sistema Financeiro da Habitação – SFH 34A função social da Caixa e seus objetivos 34Os financiamentos habitacionais 35O problema do FCVS 37As operações de penhor 37As loterias federais 37Outros produtos da Caixa 38Outras instituições do SFH 39Tendências atuais 39Perguntas para revisão 39

Capítulo 6 Bolsas de valores 41Origem das bolsas de valores 41O aparecimento das bolsas de valores no Brasil 41

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SumárioJorge Ribeiro de Toledo Filho IX

Conceitos e objetivos 42Administração das bolsas 43Ações, tipos e formas 43Sistemas de negociação 44O pregão nas bolsas 45Tipos de mercado 45Mercado de balcão 46Ordens de negociação 46Serviço de custódia 47Caixas de liquidação 47Índices de ações 47Novo Mercado da Bovespa 48BovespaFix 49Como aplicar nas bolsas 49Perguntas para revisão 49

Capítulo 7 Mercado de opções 51Opção de compra 51Funcionamento do mercado de opções 52Vantagens para o titular 52Vantagens para o lançador 53Fechamento de posição 53Opção de venda 54Exercício com opções 54Financiamento de opções 56Combinações de investimento 57Perguntas para revisão 57

Capítulo 8 Sociedades corretoras 59Origem das corretoras 59Áreas de atividade – operações 59As corretoras e as bolsas 60O departamento técnico – análises 61A conta-margem 63Tendências atuais 63Perguntas para revisão 64

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Capítulo 9 Sociedades de crédito, financiamento e investimento 65Evolução histórica no Brasil 65Conceituação e objetivos 66Tipos de financeiras 66Fontes de recursos 67Principais operações 68Tendências atuais 69Perguntas para revisão 70

Capítulo 10 Outras instituições do sistema financeiro 71Sociedades distribuidoras 71Bancos regionais de desenvolvimento 72Empresas de factoring 72Agentes autônomos de investimento 73Perguntas para revisão 73

Capítulo 11 Operações de leasing 75Conceituação de leasing 75Histórico das operações de leasing 75Funding das empresas de leasing 76 Tipos de leasing 76Vantagens do leasing 78Desvantagens do leasing 79Tendências atuais 79Perguntas para revisão 80

Capítulo 12 Fundos de investimento 81Origem dos fundos de investimento 81Conceito de fundos de investimento 81Tipos de fundos 82Fundos em funcionamento no Brasil 83 Fundos de renda fixa 83 Fundos referenciados 84 Fundos cambiais 84 Fundos multimercados 84

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SumárioJorge Ribeiro de Toledo Filho XI

Fundos de curto prazo 84 Fundo de aplicação em cotas (FAC) 85 Fundos de ações 85 Fundos de capital garantido 85 Fundos imobiliários 85 Fundo fiscal DL 157 86 Fundos hedge 86 Fundos de franchising 86 Fundos de investimento em direitos creditórios 86 Fundos de capital estrangeiro 87 Fundos de investimento no exterior 87 Fundos de pensão 87 Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) 87 Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) 87 Fundos private equity e venture capital 88Tendências atuais 88Perguntas para revisão 89

Capítulo 13 Bolsas de mercadorias e futuros 91Origens das bolsas de mercadorias 91Conceito de commodities 92A evolução para o mercado de futuros 92Pequeno histórico das bolsas brasileiras 93A BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) 93Os contratos futuros 95Sistema de garantias 96Outras modalidades de operação 96As operações de hedge 97Os especuladores 98Outros serviços da BM&F 99Como operar nas bolsas de futuros 99Tendências atuais 100Perguntas para revisão 100

Capítulo 14 A Comissão de Valores Mobiliários 103Origens da CVM 103Objetivos da CVM 103Atribuições da CVM 104Administração da CVM 105Fontes de recursos 106

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Mercado de capitais brasileiro: uma introduçãoXII

Autonomia e limitações 106Perguntas para revisão 107

Capítulo 15 Investimentos estrangeiros no Brasil 109Introdução 109O Anexo IV à Resolução no 1.289 109Fundos de renda fixa – capital estrangeiro 110Fundo de privatização – capital estrangeiro 111Os ADRs – American Depositary Receipts 111A fuga dos negócios de nossas bolsas 112Outras formas de captação 113Abertura total aos estrangeiros 114Tendências atuais 114Perguntas para revisão 114

Capítulo 16 Mercado de derivativos 117Conceito de derivativos 117 Operações de swap 117 Operação cap 118 Operação floor 119 Operação collar 119Principais estratégias com opções 119Outros derivativos 125Perguntas para revisão 125

Referências 127

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PrefácioJorge R. de Toledo Filho XIII

É fato conhecido que o mercado financeiro e de capitais tem importância cada vez maior no ambiente econômico brasileiro e mundial. Os indivíduos estão preocupados em aplicar melhor seus recursos e as empresas modernas precisam conhecer o mercado para tomar decisões estratégicas de financia-mento ou investimento.

Este livro procura atender à demanda de conhecimentos do mercado por parte de alunos e professores dos cursos de Economia, Administração e Con-tabilidade. Seu objetivo é dar uma visão geral do nosso mercado de capitais e do Sistema Financeiro Nacional àqueles que não tiveram oportunidade de estudá-los. Com nossa experiência ministrando cursos de graduação, pós-graduação (mestrado) e MBA, podemos afirmar que os mercados de ações, futuros e derivativos em geral são desconhecidos pelos alunos, simplesmente porque essas disciplinas não são oferecidas em grande parte das escolas.

O livro, pela sua característica didática, pode ser usado como texto nas disciplinas introdutórias ao mercado de capitais, já que não exige conheci-mento prévio do assunto. Por outro lado, como inclui operações de hedge, swap, opções e outros derivativos, pode da mesma forma ser útil em cursos de pós-graduação. Investidores, de um modo geral, também podem auferir bene-fícios com sua leitura, pois muitas vezes aplicam seus recursos sem observar

Prefácio

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detalhes dos diversos produtos, o que pode acarretar prejuízos. Tem também utilidade para concursos públicos, que exigem um conhecimento geral das instituições que compõem o sistema financeiro brasileiro.

Esperamos que nosso esforço seja recompensado, introduzindo o leitor nesses mercados ou acrescentando algo ao seu conhecimento.

O autor

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1 O Sistema Financeiro NacionalJorge Ribeiro de Toledo Filho 1

A estrutura e o funcionamento do nosso atual sistema financeiro são regidos e originados de duas leis, que são:

Lei no 4.595, de 31.12.1964, chamada Lei da Reforma Bancária; e

Lei no 4.728, de 14.7.1965, chamada Lei do Mercado de Capitais.

E o que havia antes? Apesar de já existirem há cem anos os bancos, as bolsas de valores, as caixas econômicas e outras instituições financeiras, como veremos em outros capítulos, somente em fevereiro de 1945 foi criada a Superintendência da Moeda e do Crédito – Sumoc, que fazia o papel, ao mesmo tempo, do atual Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil. Em outras palavras, além de formular a política da moeda e do crédito, a Sumoc cuidava também da coordenação e da fiscalização dos bancos.

Na Figura 1.1 pode-se ter uma visualização do Sistema Financeiro Nacional.

O COnselhO MOnetáriO naCiOnalCriado pela Lei no 4.595, o Conselho Monetário Nacional tem por finalidade formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do país. Os principais objetivos do CMN são:

adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da eco-nomia nacional;

O Sistema Financeiro Nacional

Capítulo 1

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1 O Sistema Financeiro NacionalJorge Ribeiro de Toledo Filho 3

regular o valor interno da moeda, corrigindo os surtos inflacionários e deflacionários;

regular o valor externo da moeda e o equilíbrio da balança de pagamen-tos. Deve-se notar que esses três primeiros itens estão relacionados entre si e, conseqüentemente, o controle dos meios de pagamento torna-se fun-damental para regular o valor interno da moeda. De outro lado, um surto inflacionário provoca uma queda no seu valor externo. Essa queda no valor da moeda nacional ajuda as exportações do país e encarece as im-portações, melhorando a balança comercial e, em conseqüência, a balança de pagamentos;

orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras públicas e privadas;

zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras. Liquidez e sol-vência são diferentes. A liquidez é a capacidade de pagar as contas em dia, e a solvência é a relação entre o patrimônio das empresas, seu endivi-damento e sua capacidade de gerar recursos. Evidentemente uma empresa insolvente, ainda que em dia com suas contas em certo momento, acabará por não ter condições de honrar o seu passivo;

coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e a dívida pública, interna e externa;

Em consonância com seus objetivos, compete ao Conselho Monetário Nacional:

disciplinar o crédito em todas as suas modalidades. Um exemplo de disci-plina é a atual obrigatoriedade dos bancos em destinar parcela de emprés-timos ao setor rural;

regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação de penalidades;

limitar, quando necessário, as taxas de juros, descontos e comissões, as-segurando, quando for o caso, taxas favorecidas. Embora atualmente as taxas estejam liberadas, houve época em que os juros foram tabelados tanto na obtenção dos recursos pelos bancos como na sua aplicação;

estabelecer o capital mínimo das instituições financeiras; disciplinar o funcionamento das bolsas de valores e corretoras; aplicar restrições aos bancos estrangeiros que operam no país. O Conse-

lho Monetário pode impor aos bancos estrangeiros um número limitado de agências e mesmo um “pedágio” na compra de bancos nacionais.

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Mercado de capitais brasileiro: uma introdução4

A composição do CMN tem variado desde sua criação, porém a presi-dência tem sido do ministro da Fazenda ou Planejamento. Outros ministros e representantes de estatais já participaram do CMN, como o da Agricultura, Indústria e Comércio, Trabalho, Previdência Social, além dos presidentes do Banco Central do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco da Amazônia e do Banco do Nordeste do Brasil. Além desses membros, o CMN tinha dois representantes das classes trabalhadoras e dois membros indicados pelo presidente da República, es-colhidos entre brasileiros de “ilibada reputação” e capacidade em assuntos econômico-financeiros.

O que se observava na prática é que, como a maioria dos membros era composta por ministros e presidentes de estatais, que eram e são demissíveis ad nutum, a vontade do presidente da República sempre prevaleceu.

Desde 1994 o Conselho Monetário Nacional passou a ter apenas três membros: o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento e o presidente do Banco Central do Brasil. Atualmente as entidades ligadas à indústria, ao comércio e aos trabalhadores também desejam fazer parte do CMN.

O BanCO Central dO Brasil O Banco Central tem por finalidade cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional. Compete ao BC pela Lei no 4.595:

executar os serviços do meio circulante. Esse serviço é executado pelo Banco Central por meio da colocação de títulos públicos, quando o mer-cado está com excesso de liquidez, ou do resgate desses títulos, quando é necessário “irrigar” o mercado;

receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos das instituições fi-nanceiras. Os empréstimos compulsórios sobre os bancos, que chegaram a 100% dos depósitos à vista, foram reduzidos nos últimos anos. Além disso, estes foram também extintos sobre os fundos de investimento;

exercer o controle do crédito, sob todas as suas formas;

efetuar o controle do capital estrangeiro. A entrada e a saída de capitais estrangeiros estão cada vez mais facilitadas pelo Banco Central, que visa atraí-los, já que são indispensáveis ao nosso desenvolvimento;

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1 O Sistema Financeiro NacionalJorge Ribeiro de Toledo Filho 5

ser depositário das reservas oficiais de ouro e moedas estrangeiras. O que o Banco Central faz com nossas reservas? A parte em ouro é guardada em seus cofres, porém as reservas em moedas estrangeiras são aplica-das principalmente no BIS – Bank for International Settlements, ou seja, Banco de Compensações Internacionais, com sede na Suíça. Esse banco é considerado o banco central dos bancos centrais;

exercer a fiscalização das instituições financeiras, aplicando as penali-dades previstas. A fiscalização das instituições tem sofrido crítica dos membros do Congresso Nacional por não ter evitado a liquidação de vários bancos, gerando prejuízo ao governo e à sociedade. Entretanto, nosso mercado atualmente está bem mais confiável, pois o número de intervenções reduziu-se consideravelmente;

autorizar as instituições financeiras a funcionar, instalar ou transferir sede etc;

compra e venda de títulos públicos federais. A compra e a venda de títulos do governo como Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Finan-ceiras do Tesouro (LFT), Notas do Banco Central (NBC) e Notas do Tesouro Nacional (NTN) são feitas mediante leilões semanais pelo BC. Esses títulos podem ser pré ou pós-fixados. As NBCs tipo E ou especiais são oferecidas ao mercado com prazo mais longo e variação cambial, servindo como hedge das instituições financeiras. No gover-no Lula os títulos indexados ao dólar estão sendo substituídos por LFTs indexadas à taxa Selic;

entender-se, em nome do governo brasileiro, com instituições financeiras internacionais;

regular o serviço de compensação de cheques e outros papéis (serviço concedido pelo Banco Central ao Banco do Brasil).

O Banco Central teve várias atribuições a partir da Lei no 4.728 (Lei do Mercado de Capitais), que foram transferidas para a Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Como vimos, o CMN formula a política monetária, mas o executor é o BC. O presidente do BC e os demais diretores são nomeados pelo presidente da República.

O Banco Central opera no mercado mediante dealers, instituições finan-ceiras que atuam em seu nome. A partir de junho de 2000, o Banco Cen-tral passou a operar com novos bancos, e a rela-ção deles passou a ser conhecida do mercado. A relação dos dealers muda a cada seis meses e estes são escolhidos com base em avaliação pelo Banco Central segundo critérios antecipada-mente estabelecidos.

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Perguntas Para revisãO1. Quais leis são responsáveis pela atual estrutura do Sistema Financeiro

Nacional?

2. Explique o que foi a Sumoc.

3. Qual a finalidade e principais funções do Conselho Monetário Nacional?

4. Quais os membros atuais que compõem o CMN?

5. Qual é o papel do Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 4.595?

6. Cite quatro exemplos de atividades que competem ao Banco Central.

7. Como é administrado o Banco Central do Brasil?

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MERCADO BRASILEIRO

JORGE RIBEIRO DE TOLEDO FILHO

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MERCADODE CAPITAISBRASILEIROUMA INTRODUÇÃO

Este livro oferece uma base para a compreensão do mercado de capitais e do sistema financeiro brasileiro. Sua característica didática e introdutória proporciona ao estudante um aprendizado consistente, sem que seja necessário nenhum conhecimento prévio do assunto.

Os principais temas abordados são Conselho Mone-tário Nacional e Banco Central do Brasil, bancos comer-ciais e de investimento, bolsas de valores e bolsas de mercadorias e futuros, mercado de opções e outros derivativos, fundos de investimento e instituições oficiais de crédito como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

Candidatos a concursos públicos terão maior com-preensão sobre as instituições financeiras. Além disso, o conhecimento sobre as melhores alternativas de investi-mento é essencial aos investidores e a qualquer pessoa interessada em aumentar seu capital.

AplicaçõesLivro-texto para as disciplinas economia do mercado de capitais e introdução ao mercado de capitais, nos cursos de Economia, Administração, Contabilidade e Direito. É de grande valor também para executivos, gerentes e outros profissionais da área bancária, além de investidores do mercado financeiro.

Sobre o Autor

Jorge Ribeiro de Toledo Filho obteve os títulos de bacharel em Ciências Contábeis, mestre e doutor em Con-troladoria e Contabilidade no Depar-tamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Adminis-tração e Contabilidade da USP. É também bacharel em Economia pela Universidade de Taubaté – Unitau. Atualmente é professor de graduação da disciplina introdução ao mercado de capitais no Departamento de Con-tabilidade e Atuária da FEA-USP, on-de já ministrou, nas últimas décadas, outras disciplinas ligadas ao mercado de capitais. Desde 2003 faz parte do pro-grama de pós-graduação (mestrado) em Ciências Contábeis da Universi-dade Regional de Blumenau, tendo a seu cargo a disciplina finanças corpo-rativas. Ministrou vários cursos de MBA e proferiu palestras em várias instituições de ensino. Nos últimos anos teve vários trabalhos apresenta-dos em congressos nacionais e inter-nacionais, além de ter publicado artigos em revistas. Tem experiência como executivo em vários bancos comer-ciais e de investimento.

Outras Obras

• ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA – TEORIA E PRÁTICA Eugene F. Brigham e Michael C. Ehrhardt

• A INFORMAÇÃO CONTÁBIL E O MERCADO DE CAPITAIS Alexsandro Broedel Lopes

• INTRODUÇÃO À ECONOMIA – Tradução da 3ª Edição Norte-Americana N. Gregory Mankiw

• MERCADO FINANCEIRO – 2ª Edição Revista e Ampliada Andrea Fernandes Andrezo e Iran Siqueira Lima

• PRINCÍPIOS DE ECONOMIA – 5ª Edição Revista Carlos Roberto Martins Passos e Otto Nogami

ISBN 13 978-85-221-0819-0ISBN 10 85-221-0819-6

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