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BRASIL Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP Maio de 2014 Parceiro estratégico:

MERCOSUL. O Brasil

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BRASIL

Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

Maio de 2014

Parceiro estratégico:

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Índice

1.1. Caracterização da comunidade ................................................................................................................................... 20

1.1.1. Principais objetivos e aspirações do MERCOSUL............................................................................... 20

1.1.2. Os Estados Membros do MERCOSUL ................................................................................................ 21

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento do MERCOSUL ................................. 21

1.2. O MERCOSUL enquanto comunidade económica ................................................................................... 24

1.3. Estrutura produtiva do MERCOSUL .......................................................................................................... 29

1.3.1. Brasil. A maior economia da América Latina ....................................................................................... 29

1.3.2. Uruguai. Uma pequena economia dependente do comércio ............................................................... 30

1.3.3. Paraguai. Uma economia agropecuária e florestal .............................................................................. 30

1.3.4. Venezuela. Forte potencial petrolífero. ................................................................................................ 31

1.3.5. Argentina. País rico em recursos naturais ........................................................................................... 31

1.4. Trocas comerciais no MERCOSUL ........................................................................................................... 32

1.4.1. Complementaridade das economias ................................................................................................... 32

1.4.2. Comércio intrarregional ....................................................................................................................... 33

1.4.3. Brasil. O país com maior intensidade comercial na região .................................................................. 36

1.5. Comércio extrarregional ............................................................................................................................ 37

1.5.1. Principais parceiros comerciais do MERCOSUL ................................................................................. 37

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e o MERCOSUL .............................................................................. 44

1.6. Investimento Direto Estrangeiro no MERCOSUL ..................................................................................... 49

1.7. Setores de oportunidade nos países do MERCOSUL, principais portos e aeroportos ............................ 50

1.8. Principais produtos importados pelos países do MERCOSUL e oportunidades para as empresas

Portuguesas .................................................................................................................................................... 52

2. Brasil – A principal economia do MERCOSUL ............................................................................................................ 56

2.1. Macroeconomia ......................................................................................................................................... 57

2.1.1. PIB da economia brasileira .................................................................................................................. 59

2.1.2. Orçamento Geral do Estado ................................................................................................................ 61

2.1.3. Dívida Pública ...................................................................................................................................... 62

2.2. Estrutura produtiva .................................................................................................................................... 63

2.3. Política económica .................................................................................................................................... 66

2.3.1. Perspetivas futuras .............................................................................................................................. 66

2.3.2. Prioridades estratégicas do Brasil ....................................................................................................... 67

2.4. Principais regiões e Estados do Brasil ...................................................................................................... 68

2.4.1. Principais regiões importadoras .......................................................................................................... 68

2.4.1.1. 50 Principais produtos importados por Região do Brasil ..................................................................... 69

2.4.2. Região Sudeste os Estados mais importadores, os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São

Paulo e Rio de Janeiro ............................................................................................................................................... 71

2.4.2.1. Lista do 10 municípios mais importadores do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (2013) ........ 72

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2.4.2.2. Estado de São Paulo ........................................................................................................................... 73

2.4.2.2.1. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras - 2013 ...................................... 75

2.4.2.2.2. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras a Portugal - 2013 .................... 76

2.4.2.3. Estado do Rio de Janeiro .................................................................................................................... 77

2.4.2.3.1. Lista das 50 empresas do Estado do Rio de Janeiro mais importadoras - 2013 ................................. 78

2.4.2.3.2. Lista das 100 empresas do Estado de Rio de Janeiro mais importadoras a Portugal - 2013 .............. 79

2.5. Infraestruturas e energia ........................................................................................................................... 80

2.6. Fonte: Agência Nacional de Energia ElétricaGrandes projetos de investimento previstos em

infraestruturas ................................................................................................................................................. 93

2.7. Abertura da economia e relações comerciais ........................................................................................... 96

2.8. Principais setores de oportunidade ......................................................................................................... 107

2.9. Investimento Direto Estrangeiro no Brasil ............................................................................................... 109

2.10. Financiamento à economia ................................................................................................................ 110

2.10.1. Principais bancos presentes .............................................................................................................. 110

2.10.2. Bancarização da população .............................................................................................................. 110

2.10.3. Taxa de juros de empréstimos .......................................................................................................... 111

2.10.4. Bolsa de valores ................................................................................................................................ 112

3. Investir no Brasil .......................................................................................................................................................... 114

3.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social ......................................... 114

3.1.1. População Ativa ................................................................................................................................. 114

3.1.2. Desemprego ...................................................................................................................................... 114

3.1.3. Desigualdade ..................................................................................................................................... 114

3.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social .............................................................................. 115

3.2. Como investir no Brasil? ......................................................................................................................... 115

3.2.1. Restrições ao Investimento Estrangeiro ............................................................................................ 116

3.2.2. Formas de investimento .................................................................................................................... 116

3.2.3. Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento no Brasil ............................................... 116

3.2.3.1. Outros aspetos relevantes ................................................................................................................. 117

3.3. Incentivos e benefícios ao investimento.................................................................................................. 118

3.3.1. Incentivos estaduais .......................................................................................................................... 119

3.3.2. Incentivos regionais ........................................................................................................................... 121

Não obstante, elencam-se, a título exemplificativo, alguns regimes especiais: ............................................... 121

3.3.2.1. Zona Franca de Manaus (ZFM): ........................................................................................................ 121

3.3.2.2. Minas Gerais e Espírito Santo ........................................................................................................... 121

3.3.2.3. Pará ................................................................................................................................................... 122

3.3.1. MERCOSUL - A Tarifa Externa Comum – TEC ................................................................................. 122

3.4. Principais mecanismos de financiamento ............................................................................................... 123

3.5. Competitividade do Brasil ........................................................................................................................ 125

3.5.1. Atratividade do Brasil no contexto regional ........................................................................................ 125

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3.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação ................................................................................. 126

3.6.1. Exportações/Importações – Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros

impedimentos ........................................................................................................................................................... 126

3.6.2. Entrada e saída de capitais ............................................................................................................... 127

3.6.3. Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares .............................................. 127

3.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra ........................................................................ 128

3.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade ........................................... 129

3.6.6. Sistema jurídico e judiciário ............................................................................................................... 130

3.6.7. Resolução extrajudicial de litígios ...................................................................................................... 132

3.7. Principais características dos Acordos do Brasil no domínio do comércio e investimento .................... 133

3.7.1. Protocolos existentes na MERCOSUL e posicionamento de Brasil face aos mesmos...................... 133

3.7.2. Acordos essenciais do Brasil na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) ............................................ 134

3.7.3. Acordos entre Estados Unidos e o Brasil .......................................................................................... 135

3.7.4. Acordos entre a União Europeia e o Brasil ........................................................................................ 136

4. Atratividade do Brasil no contexto da CPLP ............................................................................................................. 138

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Acrónimos

ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação

ASEAN – Association of Southeast Asian Nations

BM – Banco Mundial

BNA – Banco Nacional Angolano

BNT – Barreiras Não Tarifárias

BTA – Bilateral Trade Agreements

BT – Barreiras Tarifárias

BWA – Botsuana

CAF – República Centro-Africana

CAGR - Compound Annual Growth Rate - Taxa de crescimento anual composta

CCI – Câmara de Comércio Internacional

CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CEEAC – Comunidade Económica dos Estados de África Central

CMR – Camarões

COD – República Democrática do Congo

COG – Congo

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

DB – Ranking Doing Business

EM – Estados Membros

EUA – Estados Unidos da América

FMI – Fundo Monetário Internacional

GAB – Gabão

GATT – General Agreement on Tariffs and Trade

GNL – Gás Natural Liquefeito

GNQ – Guiné Equatorial

IDE – Investimento Direto Estrangeiro

II – Imposto de importação

IPI – Imposto sobre produtos industrializados

IRPJ - Imposto de Renda – Pessoa Jurídica

IOF - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

INE – Instituto Nacional de Estatística

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IPA – Investment Promotion Agency

LSO – Lesoto

LUPP – Luanda Urban Poverty Programme

MDG – Madagáscar

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MMTZ – Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia

MOZ – Moçambique

MUS – Maurícias

MWI – Maláui

NAM – Namíbia

OEM – Original Equipment Manufacturer

OMC – Organização Mundial do Comércio

OPEC – Organização dos Países Exportadores de Petróleo

PE – Projetos Estruturantes

PIB – Produto Interno Bruto

PIS/COFINS – Programas de Integração Social/ Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

PPPs – Parcerias Público-Privadas

PTAs – Preferential Trade Arrangements

SACU – Southern African Customs Union

SADC – Southern African Development Countries

SIDS – Small Islands Developing States

STP – São Tomé e Príncipe

SWZ – Suazilândia

SYC – Seicheles

TBI – Tratado Bilateral de Investimento

TCD – Chade

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

TZA – Tanzânia

UE – União Europeia

UNCTAD – United Nations Conference for Trade and Development

USAID – United States Agency for International Development

WTTC – World Travel & Tourism Council

ZAF – África do Sul

ZCL – Zona de Comércio Livre

ZMB – Zâmbia

ZWE – Zimbabué

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Nota prévia

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Nota prévia

O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP – Associação Industrial Portuguesa (“AIP”) e a PricewaterhouseCoopers&Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( “PwC”).

Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo.

Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto.

As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário.

Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita.

Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham

acesso ao presente documento.

Projeto Co-Financiado:

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Sumário

Executivo

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Sumário Executivo

A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes.

Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais.

Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes.

Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes.

Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro.

CPLP

Características

% Comércio CPLP

(% Quota Mundial)

% - Valor

População CPLP 2012, % da população mundial 3,68%

CPLP - Total do comércio mundial

3,9% - US$ 706 mil milhões

PIB 2012, % do PIB mundial

3,67% Exportações totais CPLP 2,1% - US$ 379 mil milhões

Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP 1,8% - US$ 327 mil milhões

Terra arável disponível na CPLP, % mundo

5,86%

Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat

Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências.

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O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento.

Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais.

Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores

que primeiro acedam ao mercado.

As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN.

Comunidades económicas regionais*

ASEAN

Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darussalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja.

Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste.

SADC

Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

CEEAC

Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão

e São Tomé e Príncipe.

MERCOSUL

Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

CEDEAO

Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal,

Serra Leoa e Togo. * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong.

*RP China e RAE Macau

2.35% 2.60%

3.24% 3.40% 3.38% 3.54%

3.31%

4.04% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49%

2%

3%

4%

5%

2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de crescimento estimada

CPLP Mundo

Fonte: FMI e análise PwC

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

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O presente guia procura, portanto, enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu.

Para o efeito procurou-se caracterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foram analisados um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que resultam no presente guia de investimento não só para os mercados alvo, neste caso o Brasil, como também para as respetivas comunidades económicas regionais, neste caso o MERCOSUL.

Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica.

Brasil

No presente estudo procurou-se analisar a atratividade do Brasil, considerando a sua integração no MERCOSUL, na perspetiva dos países da CPLP. Assim como antecipar as tendências económicas resultantes do potencial aumento das relações económicas entre os países desta comunidade económica regional.

A possibilidade da CPLP explorar as potencialidades do MERCOSUL deverá assentar no Brasil, maior economia da América do Sul e que apresenta características comuns aos demais países da CPLP, partilha de uma base legal comum, possui significativos laços culturais e uma estratégia de internacionalização da economia e de atração de IDE que poderá beneficiar com a ligação aos países lusófonos.

O Brasil apresenta significativas disparidades regionais, em parte reflexo da dimensão do território brasileiro.

As regiões mais ricas são o sudeste e o sul do país, respondendo por mais de 54% e 21% do PIB do país,

respetivamente, e podendo ser caracterizadas por economias industrializadas e modernas. São ainda as

regiões sudeste e sul que têm a maior percentagem (cerca de 56% do total) da população do país. Por outro

lado, o nordeste responde por cerca de 28% da população e apenas 11% do PIB.

Note-se que, como forma de diminuir as divergências geográficas, o Brasil criou a zona de livre comércio em

Manaus, Zona Franca de Manaus, no Estado do Amazonas na Região Norte do País.

Após taxas de crescimento muito promissoras durante a primeira década do século (registou taxas de

crescimento de 7,5% em 2010), no período entre 2010 e 2013, verificou-se uma contração no crescimento da

economia brasileira com as taxas a retrocederem para valores inferiores a 2%. É esperado que o Brasil

mantenha um razoável ritmo de crescimento no futuro, no entanto, abaixo do nível dos demais países que

compõe os BRIC (a Rússia, a Índia e a China). De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as

previsões do crescimento do PIB do Brasil têm vindo a diminuir prevendo-se que só no final de 2014 possa

recuperar para voltar a atingir uma taxa de 4% ao ano até 2018.

Um dos maiores desafios que se coloca ao Brasil é a execução de uma reforma do Estado e do seu sistema

fiscal. Na totalidade, os impostos representam mais de 35% do PIB do país, o que impõe elevados custos às

empresas Acresce que o sistema tributário do país é um dos mais complexos do mundo e os impostos sobre

os salários podem ascender a 58% do salário nominal.

Os setores mais relevantes no país são a agricultura e a agroindústria, a extração mineira, indústria e o setor

dos serviços.

Agricultura e recursos naturais

A agricultura responde por pouco mais de 5% do PIB, a indústria por cerca de 26% e os serviços por perto de

69%. Os principais produtos agrícolas do país são: café, soja, trigo, arroz, milho, açúcar, cacau, citrinos e

carne de vaca. A nível industrial o país produz: roupa, sapatos, químicos, cimento, madeira, ferro, estanho,

aço, aviões, veículos a motor, entre outras máquinas e equipamentos.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

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O Brasil é rico em recursos naturais e tem alguns dos maiores depósitos minerais do mundo, sendo o maior

produtor de estanho, quartzo (vidro) e um dos maiores produtos de ferro, magnésio e tântalo. A indústria

metalúrgica brasileira é uma das 9 maiores do mundo e muitos outros metais, minerais e pedras preciosas são

extraídos em larga escala do solo brasileiro.

Adicionalmente, os recursos minerais do país incluem petróleo e energia hidroelétrica (principal fonte de

energia do país). As recentes descobertas de petróleo no pré-sal brasileiro poderão fazer do Brasil um dos

maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo (segundo um estudo da universidade de Harvard, o

Brasil terá a 6ª maior capacidade de produção de petróleo do mundo). Nota-se que apesar de já ser altamente

explorada, os maiores potenciais para produção de energia hidroelétrica estão na bacia do rio Amazonas,

ainda por explorar.

O Brasil tem vindo a desenvolver iniciativas de sucesso no ramo das energias renováveis, nomeadamente, na

agroenergia. Consequentemente, o setor do etanol expandiu-se e focou-se na eficiência e produtividade,

sendo que o país é hoje líder mundial na produção de biocombustíveis.

As vastas áreas de terra arável e o clima perfeito para a agricultura desenvolveram muito o setor agropecuário

no Brasil, bem como toda a indústria relacionada. Acredita-se que o Brasil irá ser o maior exportador de aves

do mundo e um dos principais em termos de carne em geral, nomeadamente quando se verifica uma

expansão da procura mundial destes bens.

Acresce que o potencial piscatório brasileiro é gigantesco, com cerca de 7.367 km de costa, no entanto, este

potencial não está ainda a ser explorado em larga escala.

Indústria

As principais indústrias do país incluem a

indústria petroquímica, metalúrgica,

automóvel, mineradora, cimento, papel e

produtos relacionados, a agroindústria,

incluindo a transformação de alimentos.

É de referir a existência de restrições ao

investimento externo, em alguns destes

setores.

A base industrial do país é muito

diversificada, em parte resultante do nível

de protecionismo da economia, pelo que

as oportunidades para os agentes

económicos são variadas por setor e

localização.

Serviços

Os serviços compõem a maior parte da

economia brasileira e estão em franco

crescimento. As áreas de maior potencial

estão ligadas ao turismo e serviços de

informação. Os serviços comerciais são

relativamente sofisticados e o país conta

com uma forte presença de

multinacionais em áreas como o

marketing, serviços informáticos e

consultoria. Os grandes grupos industriais possuem, em regra, as suas próprias redes de distribuição e

transporte (fruto da dimensão do país e das ineficientes infraestruturas).

Do total dos produtos importados pelo Brasil aos parceiros

económicos, no total de US$ 223 mil milhões, identificamos

de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais

produtos que representam 56% das importações, no total de

cerca de US$ 125.7 mil milhões, e a negrito os produtos que

poderão representar oportunidades de exportação para as

empresas portuguesas:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;

Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Veículos automóveis

para transporte de pessoas; Fertilizantes; Equipamento de

telecomunicação; Peças e acessórios dos veículos; Válvulas e

tubos catódicos; Gás natural; Compostos organo-inorgânicos;

Produtos medicinais e farmacêuticos; Medicamentos

(incluindo medicamentos veterinários); Veículos a motor

para transporte de mercadorias; Peças, acessórios para

máquinas; Máquinas e aparelhos elétricos; Aparelhos de

medição, análise e controle de aparelhos; Motores de pistão

de combustão interna, peças; Carvão; Aparelho para

circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aeronaves e outros

equipamentos; Outras máquinas e aparelhos para as

indústrias particulares; Cobre; Máquinas de processamento

de dados; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a

retalho; Máquinas para a construção civil; Motores e

componentes; Bombas, compressores a gás e ventiladores.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

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Apesar de existirem algumas restrições protecionistas, os investidores estrangeiros estão autorizados a atuar

nos serviços de telecomunicações, financeiros e na banca.

Importações do Brasil e oportunidades para as empresas Portuguesas

Do total dos produtos importados pelo Brasil aos seus parceiros comerciais destacam-se matérias-primas, no

montante de US$ 40 mil milhões, os veículos automóveis, camiões, máquinas para a construção civil, aviões,

no montante de US$ 18 mil milhões, peças e componentes para a indústria no montante de US$ 36.5 mil

milhões, medicamentos, no montante de US$ 7.6 mil milhões e fertilizantes, no montante de US$ 10.8 mil

milhões, computadores, no montante de US$ 2.2 mil milhões.

Na União Europeia o principal parceiro económico do Brasil é a Alemanha que, além de maquinaria e

equipamentos de transporte, fornece produtos químicos.

Entre 2009 e 2012, as importações do Brasil a Portugal aumentaram cerca de 57%.

As importações do Brasil a Portugal refletem a influência portuguesa na cultura e no consumo interno. Assim,

os dois maiores produtos importados a Portugal são o Azeite, com cerca de US$ 193 milhões (na qual

Portugal tem uma quota de mercado de

cerca de 50%) e o Bacalhau com cerca

de 50 milhões.

Em termos de crescimento dos produtos

exportados para o Brasil, de salientar o

crescimento das exportações de frutos

secos, que em 2009 eram de cerca US$

22 milhões e em 2012 atingiram os US$

47 milhões.

Quanto à competitividade do setor

agroindustrial português no Brasil é

destacar, não só as exportações do

azeite mas também da fruta,

nomeadamente de pera.

Além do setor agroindustrial, há uma

procura crescente relacionada com a

indústria farmacêutica e química e no

turismo. Relembramos igualmente o

elevado esforço do Estado em

investimentos em infraestruturas, que

constam do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC 2 e PAC 3), poderão

trazer novas oportunidades para o setor

dos serviços e para um aumento da

procura de materiais relacionais com a construção civil e o imobiliário.

O Brasil tem mantido a sua atratividade na captação de IDE bastante elevada e continuamente crescente.

Apesar da sua incrível capacidade para atração de IDE, o Brasil não se posiciona ainda como um dos grandes

investidores externos. Condicionado também pelos fracos desenvolvimentos da economia internacional, o país

tem vindo a diminuir o seu investimento em outros países consecutivamente ao longo dos últimos anos.

Desta forma, o saldo do IDE é bastante positivo para o país, não obstante a necessidade do Brasil passar a

posicionar-se como um player internacional estar diretamente ligada com a sua capacidade de investimento

em outros países.

Do total dos produtos importados pelo Brasil a Portugal, no

total de US$ 998 milhões, identificamos de seguida, por

ordem decrescente, os 25 principais produtos que

representam 78% das importações, no total de cerca de US$

783 milhões:

Gorduras vegetais e óleos, óleo bruto, refinado, do fracionamento (azeite); Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado (bacalhau); Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Equipamentos de aquecimento e refrigeração de equipamentos; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Materiais para construção (cimento); Minérios e concentrados de cobre; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Válvulas e tubos catódicos; Equipamento de telecomunicação e peças; Geradores; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Peças e acessórios dos veículos; Fios de ferro ou aço; Minerais; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Fertilizantes; Aparelhos recetores de radiodifusão.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

Page 15: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

15

Brasil e o MERCOSUL

Os países-membros do MERCOSUL apresentam relevantes assimetrias estruturais e consequente

disparidade na dimensão e dinâmica das economias. De acordo com dados do Banco Mundial, Paraguai e

Uruguai, juntos, representavam em 2012 apenas de 3% da população e do Produto Interno Bruto (PIB) do

Mercosul.

No que se refere ao índice de liberdade económica, é de notar que a pontuação geral para a região

MERCOSUL em 2013 foi de 57,7%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%.

Economicamente, a região é dominada pelo Brasil – que representa cerca de 71% do PIB da região, seguido

da Argentina e da Venezuela, que representam cerca de 15% e 12%, respetivamente.

O nível de complementaridade entre os EM do MERCOSUL é reduzido, a intensificação das trocas comerciais

é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessário o incremento da especialização em cada EM e

consequentemente o desenvolvimento de cadeias de valor regionais. Atendendo que o Brasil já apresenta um

nível industrialização e de especialização relevante, este país deverá assumir uma relevância crescente na

comunidade económica regional.

De facto apenas 15,0% das exportações dos países são intra-MERCOSUL. O Brasil tem um peso substancial nas trocas intra-MERCOSUL (37,4%), exportando uma grande diversidade de produtos na região: maquinaria e equipamentos (43,9%), bens manufaturados (17,3%), químicos (13,0%) e alimentos e animais vivos (9,9%).

No entanto dada a sua localização

geográfica, e assumindo-se a diminuição

dos custos de contexto e as suas próprias

necessidades internas, poderá a médio

prazo desempenhar um papel de “porta de

entrada” para a região, por parte dos

países da CPLP e não só.

No entanto, este papel depende em muito

da intensidade política do esforço de

integração dos diferentes países do

MERCOSUL.

No comércio extrarregional, os principais

mercados de exportações são países com

elevada produção industrial, como os EUA,

a China, Alemanha, Japão, França, Reino

Unido e RAE de Hong Kong, com cerca de

42,6% do total das exportações.

O mercado do MERCOSUL tem 280

milhões de consumidores, embora com

características distintas, nomeadamente

em termos de preferências de consumo.

Os principais produtos que a região

importa têm origem em países

industrializados, sendo de destacar o peso

relativo dos EUA, China, Alemanha e

México.

Do total dos produtos importados pela MERCOSUL no montante

de US$ 383.5 mil milhões identificamos de seguida, por ordem

decrescente, os 50 principais produtos que representam 67% das

importações, no montante de cerca US$ 257.6 mil milhões, e a

negrito os produtos que poderão representar oportunidades de

exportação para as empresas portuguesas:

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;

Veículos automóveis para transporte de pessoas; Óleos brutos de

petróleo e óleos de xisto; Equipamento de telecomunicação; Peças e

acessórios dos veículos; Fertilizantes; Gás natural; Medicamentos

(incluindo medicamentos veterinários); Produtos medicinais e

farmacêuticos; Veículos a motor para transporte de mercadorias;

Compostos organo-inorgânicos, nucl. Ácidos; Válvulas e tubos

catódicos; Máquinas e aparelhos elétricos; Motores de pistão de

combustão interna; Aparelhos de medição, análise e controle de

aparelhos; Máquinas de processamento de dados; Aparelho para

circuitos elétricos; tabuleiro, painéis; Outras máquinas e

aparelhos para as indústrias particulares; Peças, acessórios para

máquinas; Aeronaves e outros equipamentos; Equipamentos de

aquecimento e refrigeração; Máquinas para a construção civil;

Bombas, compressores a gás e ventiladores; Geradores; Inseticidas

e produtos semelhantes, para venda a retalho; Motores e motores,

não elétricos; partes; Carvão, mesmo em pó; Ferramentas

mecânicas, outras; Cobre; Papel e cartão; Outras matérias

plásticas em formas primárias; Pneus de borracha e câmaras-de-

ar; Produtos diversos das indústrias químicas; Metais comuns;

Tubos e perfis oco de ferro, aço; Ácidos carboxílicos, anidridos,

halogenetos; Artigos de plástico; Trigo e centeio em grão; Máquinas,

Ferramentas e aparelhos; Instrumentos e dispositivos médicos;

Transmissão, eixos; Máquinas agrícolas e peças; Compostos de

função amina; Perfumaria e cosméticos; Fios têxteis; Chapas, filmes,

papel alumínio e lâminas de plástico; Aparelhos para canalizações,

caldeiras, reservatórios, cubas; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos e

artigos de desporto; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais

de halogéneo; Polímeros de etileno, em formas primárias.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

Page 16: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

16

No Top dos produtos mais importados pelo MERCOSUL são de destacar a maquinaria e equipamentos de

transporte e químicos e produtos relacionados, em termos de produtos correspondem a petróleo, veículos,

peças para veículos, telemóveis e equipamentos de telecomunicação, fertilizantes e materiais de produtos

farmacêuticos.

As importações do MERCOSUL a Portugal

representam cerca de US$ 1.3 mil milhões,

encontrando-se concentradas no Brasil

(cerca de US$ 1 mil milhões).

Dos produtos importados pelo MERCOSUL

a Portugal destacam-se o azeite, com cerca

de US$ 200 milhões, e o bacalhau, no

montante de US$ 50 milhões.

Nesta medida, dado o grau de comércio e de

alguma dependência regional pelo Brasil dos

demais países, enquanto motor económico

da região, o Brasil poderá ser utilizado como

plataforma de entrada para estes países.

A título exemplificativo, apesar da reduzida

exportação de óleos vegetais de Portugal

para a Venezuela este país tem um elevado

volume de importações deste produto que

poderá constituir uma oportunidade para as

empresas portuguesas.

A Espanha, a Itália e a Noruega, surgem

como concorrentes de muitos produtos que

formam a base das exportações

portuguesas. Com economias desenvolvidas como concorrentes a manutenção e aumento das quotas de

exportações serão suportadas pela capacidade de diferenciação dos produtos em termos de qualidade e pelo

apoio que possam obter para a sua divulgação.

Desde 2009 o MERCOSUL tem vindo a registar uma tendência de crescimento na captação de IDE.

Os fluxos de IDE têm-se apresentado heterogéneos entre os países da comunidade. O Brasil é o país mais atrativo ao investidor estrangeiro, responsável por 76,7% do total do investimento captado na região, seguindo-se a Argentina, representando 14,7%, em 2012.

O MERCOSUL encontra-se num estado ainda preliminar de integração, verificando-se divergências políticas

que necessitam de ser solucionadas. As oportunidades geradas pelo desenvolvimento do MERCOSUL

deverão ser exploradas pela CPLP. Nas trocas comerciais entre o MERCOSUL e a CPLP, apenas Portugal e o

Brasil apresentam montantes exportados relevantes.

Conclusão

O Brasil apresenta um conjunto alargado de fatores para poder ser uma porta de entrada para a comunidade

económica regional (que tem vindo a procurar facilitar as trocas comerciais entre os países e aspira a uma

maior integração embora com divergências políticas).

Dada a dimensão do Brasil é necessário identificar as oportunidades por regiões e depois por estados

(atendendo à sua dinâmica, nível de infraestruturas, estrutura das indústrias, aspetos legais e fiscais,

preferência dos consumidores e localização face a outras economias). A concentração do PIB e do consumo

interno na região do Sudeste é reveladora da importância dos seus setores como o do petróleo, indústria e

turismo.

Do total dos produtos importados pelo MERCOSUL a

Portugal, no total de US$ 1.358 milhões, identificamos de

seguida, por ordem decrescente, os 25 principais

produtos que representam 71% das importações, no total

de cerca de US$ 971 milhões:

Gorduras vegetais e óleo refinado; Peixe seco, salgados ou em salmoura, peixe fumado; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Materiais de construção (cimento);Máquinas de processamento de dados; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Partes não elétricas e acessórios de máquinas; Máquinas de energia elétrica; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Cortiça; Minérios e concentrados de cobre; Hidrocarbonetos e halogenados; Equipamento de telecomunicação; Válvulas e tubos catódicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Geradores; Peças e acessórios dos veículos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

Page 17: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

17

A confirmação de reservas de petróleo significativas e a sua efetiva extração gerará um acréscimo de

rendimento na economia e consequentemente da procura. Simultaneamente, com o fim do PAC 2 e anúncio

do PAC 3, é expectável um reforço na construção de infraestruturas que facilitarão o comércio no Brasil e na

região.

A abordagem a este mercado pode-se sintetizar no seguinte quadro:

Page 18: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

18

Forças Fraquezas

Forte em alguns setores económicos entre Portugal e o Brasil (cimento e telecomunicações)

Forte ligação cultural

O Brasil é o principal território de oportunidades de investimento na América Latina e de atração de IDE

Abundantes matérias-primas e recursos naturais

Forte setor petrolífero com reservas ainda por explorar e perspetivas de concessão de exploração de novos blocos

Crescimento exponencial do setor agrícola e da agroindústria

Grande mercado consumidor em potencial com uma classe média crescente e próspera

Concentração das importações em duas regiões, Região do Sudeste e do Sul

Investimento em empresas locais com base de exportação são geralmente favorecidas

Os investidores estrangeiros são elegíveis para a maioria dos incentivos disponíveis

Forte apoio ao investimento interno financiável através do BNDES

Desempenho robusto de IPOs e os mercados de fusões e aquisições (M&A) nos últimos anos

Desaceleração económica

Política protecionista

Elevados níveis de tributação fiscal

Elevadas taxas aplicáveis à importação de produtos

Complexidade administrativa no investimento

Infraestruturas rodoviárias e ferroviárias do país

Elevados custos de contexto e investimento nos centros urbanos mais relevantes. São Paulo é considerada uma das cidades mais caras do mundo.

A integração regional dos países do MERCOSUL ainda se encontra numa fase preliminar

O Acordo de Promoção e Proteção Reciproca de Investimentos entre Portugal e o Brasil ainda não se encontrar em vigor

Oportunidades Ameaças

Considerável mão-de-obra e crescente capacidade técnica mas ainda abaixo das necessidades do país em setores relacionados com a construção civil

As exportações portuguesas estão concentradas em alguns produtos específicos associados a fatores culturais com forte potencial de crescimento

As exportações de Portugal para o MERCOSUL, excluindo o Brasil, são residuais e apresentam capacidade de crescimento

O Governo aposta em setores estratégicos (turismo, setor hidroelétrico) para potenciar transformações socioeconómicas relevantes

Desenvolvimento de infraestruturas (habitação, educação, saúde, saneamento, transportes - porto e aeroporto) em que as empresas portuguesas têm know how e experiência

Necessidade das empresas brasileiras de ganharem dimensão internacional podendo Portugal servir de hub para a Europa

Aposta do Governo na substituição dos produtos importados por produção interna

Utilização do Brasil como base de produção para as exportações, na região beneficiando dos acordos do Mercosul e oportunidades associadas

Crescimento económico lento, abaixo da média mundial, e contração do consumo interno

Abrandamento do investimento nos BRICs

Retorno financeiro nos investimentos realizados nas infraestruturas

Risco cambial

Necessidade de obtenção de receita do Estado por via dos impostos

Reconhecimento das habilitações

Política de vistos e de residência

Forte concorrência local e internacional

S W

O T

Page 19: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

19

1. MERCOSUL

Enquadramento regional, político e

económico

Page 20: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

20

1.MERCOSUL. Enquadramento regional, político e

económico

1.1. Caracterização da comunidade

1.1.1. Principais objetivos e aspirações do MERCOSUL

A 26 de março de 1991 foi assinado o Tratado de Assunção, com o objetivo de criar o Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL). O objetivo primordial deste tratado é a integração dos EM por meio da livre circulação de bens,

serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma

política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconómicas e setoriais, e da harmonização de

legislações nas áreas pertinentes. O bloco caracteriza-se pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo

não só o aumento do comércio interregional, mas também o estímulo às trocas com países terceiros.

Em 2000, as partes encetaram negociações com vista a concluírem um Acordo de Associação assente em

três pilares: diálogo político, cooperação e comércio. As negociações foram suspensas em 2004 devido a

divergências fundamentais relativas ao comércio. No entanto, as relações políticas progrediram,

nomeadamente com a assinatura em 2008, durante a Cimeira UE-MERCOSUL de Lima, de um acordo para

alargar as relações a três novas áreas: ciência e tecnologia, infraestruturas e energias renováveis.

Figura 1 - Principais etapas históricas na criação do MERCOSUL

Page 21: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

21

O aperfeiçoamento da união aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Depois de terem estado

suspensas durante seis anos, as negociações para a conformação do Código Aduaneiro do MERCOSUL e o

Programa de Consolidação da União Aduaneira foram relançadas em maio de 2010, por ocasião da Cimeira

UE-ALC de Madrid.

1.1.2. Os Estados Membros do MERCOSUL

O MERCOSUL é constituído pela República

Argentina, a República Federativa do Brasil, a

República do Paraguai, a República Oriental do

Uruguai e a República Bolivariana da Venezuela.

O Estado Plurinacional da Bolívia encontra-se em

processo de adesão.

A região tem como Estados Associados o Chile, a

Colômbia, o Perú, o Equador, a Guiana e o

Suriname (em processo de ratificação).

O MERCOSUL é o quarto maior agrupamento

económico do mundo, com um PIB de

aproximadamente 3.184.515 milhares de dólares

e uma população de aproximadamente 280

milhões de habitantes em 2012.

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento do MERCOSUL

No final de 2004, os países-membros do bloco decidiram criar o Fundo para a Convergência Estrutural do

MERCOSUL (FOCEM), destinado a financiar programas que pudessem contribuir para a redução das

assimetrias, o fortalecimento do processo de integração, o desenvolvimento da competitividade e a promoção

da coesão social, em benefício, principalmente, "das economias menores e das regiões menos

desenvolvidas".

De acordo com o Art.31º do Regulamento do FOCEM (Decisão CMC/DEC 24/05), o FOCEM desenvolverá os

seguintes programas:

- Programa I (Convergência Estrutural);

- Programa II (Desenvolvimento da Competitividade);

- Programa III (Coesão Social);

- Programa IV (Fortalecimento da Estrutura Institucional e do Processo de Integração).

O primeiro regulamento do FOCEM foi aprovado em 2005, mas em 2010 foi aprovado um novo regulamento

que incorporou modificações em função da experiência adquirida no período anterior, assim como outras

disposições destinadas a reformular a sua estrutura organizacional. Assim, por exemplo, explicitou-se a

possibilidade do Fundo receber contribuições voluntárias dos Estados Partes, criou-se um Conselho de

Figura 2 - Países que integram o MERCOSUL

Page 22: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

22

Administração - responsável pela avaliação do funcionamento e orientação de suas prioridades - e foi criada

ainda a figura do Coordenador Executivo do FOCEM, responsável pela administração dos recursos.

Desde a sua entrada em funcionamento, em 2007, o FOCEM aprovou um total de 40 projetos em áreas tão

diversas como habitação, transportes, energia, incentivos à microempresa, integração produtiva,

biossegurança, capacitação tecnológica, saneamento, educação e fortalecimento institucional do MERCOSUL.

Este Fundo tem a tarefa de corrigir assimetrias económicas regionais e apresenta características distintas uma

vez que: i) o seu financiamento é obtido através dos Estados Parte que contribuem de forma proporcional ao

PIB de cada país, ii) os investimentos são realizados nos Estados Parte em preferência inversamente

proporcional ao PIB de cada país, beneficiando os países menos desenvolvidos.

Os investimentos têm em consideração a necessidade da integração das economias da região explorando a

sua complementaridade através de programas como, o programa de convergência estrutural, mas, mais do

que isso, aparece pela primeira vez na formulação de políticas para o bloco a preocupação de se financiar

projetos de coesão social, principalmente nas populações em regiões fronteiriças.

Esta preocupação em financiar projetos relacionados com a coesão social estimula a confiança das

populações nas suas instituições políticas nacionais e o seu reconhecimento qualitativo das vantagens desta

associação.1

Programa de Convergência Estrutural

Os projetos apresentados no âmbito desse programa deverão contribuir para o desenvolvimento e ajuste

estrutural das economias menores e regiões menos desenvolvidas, incluindo a melhoria dos sistemas de

integração fronteiriça e dos sistemas de comunicação em geral.

Componentes do programa:

1. Construção, adequação, modernização e recuperação de vias de transporte; de sistemas logísticos e

de controlo fronteiriço que otimizem o escoamento da produção e promovam a integração física entre

os Estados Parte e entre as suas sub-regiões;

2. Exploração, transporte e distribuição de combustíveis fósseis e biocombustíveis;

3. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica;

4. Implantação de obras de infraestrutura hídrica para contenção e adução de água bruta, de

saneamento ambiental e de macrodrenagem.

Programa de Desenvolvimento da Competitividade

Os projetos apresentados no âmbito deste programa deverão contribuir para a competitividade das atividades

produtivas do MERCOSUL, incluindo:

a) Processos de reorganização produtiva e trabalhista que facilitem a criação de comércio intra-

MERCOSUL;

b) Projetos de integração de cadeias produtivas e de fortalecimento institucional público e privado nos

aspetos vinculados à qualidade da produção (padrões técnicos, certificação, avaliação da

conformidade, sanidade animal e vegetal, etc.);

c) Pesquisa científica e tecnológica e desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos.

Componentes do programa:

1. Geração e difusão de conhecimentos tecnológicos voltados para setores produtivos dinâmicos;

2. Metrologia e certificação da qualidade de produtos e processos;

3. Rastreamento e controle de sanidade de animais e vegetais. Garantia da segurança e da qualidade

dos seus produtos e subprodutos de valor económico;

4. Desenvolvimento de cadeias produtivas em setores económicos dinâmicos e diferenciados;

1 http://www.aucip.org.uy/docs/cuarto_congreso/12142413%20-%20Pinto,%20Rafael.pdf

Page 23: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

23

5. Promoção de dinamismo em setores empresariais, formação de consórcios e grupos produtores e

exportadores;

6. Desenvolvimento de competências associadas à execução, à gestão e à melhoria de processos de

manufatura, de serviços e de negócios;

7. Reconversão, crescimento e associatividade das pequenas e médias empresas, dos seus vínculos

com os mercados regionais e promoção da criação e do desenvolvimento de novos empreendimentos;

8. Capacitação profissional e em autogestão, organização produtiva para o cooperativismo e o

associativismo e incubação de empresas;

9. Promoção e diversificação dos sistemas nacionais de inovação científica e tecnológica.

Programa de Coesão Social

Os projetos apresentados no âmbito desse programa deverão contribuir para o desenvolvimento social, em

particular nas zonas de fronteira, e poderão incluir projetos de interesse comunitário em áreas de saúde

humana, educação, redução da pobreza e do desemprego.

Componentes do programa:

1. Implantação de unidades de serviço e atendimento básico em saúde, com vistas a aumentar a expectativa

de vida e, em particular, diminuir as taxas de mortalidade infantil; melhorar a capacidade hospitalar em

zonas isoladas e erradicar enfermidades epidemiológicas e endémicas provocadas pela precariedade das

condições de vida;

2. Ensino fundamental, educação de jovens e adultos e ensino profissionalizante, com vista a diminuir as

taxas de analfabetismo e de evasão escolar, aumentar a cobertura do sistema educativo formal na

população, promover a educação destinada a proteger as necessidades específicas de especialização e

diminuir as disparidades no acesso à educação;

3. Capacitação e certificação profissional de trabalhadores, concessão de microcrédito, fomento do primeiro

emprego e de rendimento em atividades de economia solidária, orientação profissional e intermediação de

mão-de-obra, com vista à diminuição das taxas de desemprego e subemprego; diminuição da disparidade

regional incentivando a criação de emprego nas regiões de menor desenvolvimento relativo e melhoria da

situação dos jovens no mercado de trabalho;

4. Combate à pobreza: identificação e localização das zonas mais afetadas pela pobreza e pela exclusão

social; ajuda comunitária; promoção do acesso a moradia, saúde, alimentação e educação de setores

vulneráveis das regiões mais pobres e das regiões fronteiriças.

Programa de Fortalecimento de Estrutura Institucional e do Processo de Integração

Os projetos apresentados no âmbito deste programa deverão atender ao aprimoramento da estrutura

institucional do MERCOSUL e ao seu eventual desenvolvimento, bem como ao aprofundamento do processo

de integração. Uma vez cumpridos os objetivos dos projetos, as estruturas e atividades que possam resultar

serão financiadas em partes iguais pelos Estados Parte.

Page 24: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

24

1.2. O MERCOSUL enquanto comunidade económica

Tabela 1 - Caracterização dos países membros do MERCOSUL

País

Extensão

Territorial

(milhares de

km2)

População3

População

(% s/ total

região)

PIB2

(milhões

de USD)

PIB

per

capita3

Nível de

IDH3

Índice de

Liberdade

Económica4

(ranking 2013)

Argentina 3.761.274 41.086.927 15% 474.865 11.558 Muito

Elevado 160

Brasil 8.514.880 198.656.019 71% 2.252.664 11.340 Elevado 100

Paraguai 406.750 6.687.361 2% 25.502 3.813 Médio 80

Uruguai 176.220 3.395.253 1% 49.060 14.449 Elevado 36

Venezuela 912.050 29.954.782 11% 382.424 12.767 Elevado 174

Região 13.771.174 279.780.342 100% 3.184.515 11.558

Os países-membros do MERCOSUL apresentam profundas e crescentes assimetrias estruturais, que apontam

para uma disparidade entre tamanho e riqueza. De acordo com dados do Banco Mundial, Paraguai e Uruguai,

juntos, representavam em 2012 apenas de 3% da população e do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco.

No que se refere ao índice de liberdade económica, é de notar que a pontuação geral para a região

MERCOSUL em 2013 foi de 57,7%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%.

No entanto, verificam-se evidentes diferenças entre os 5 países da comunidade. Uruguai, país com maior

pontuação neste índice (69,7%) é, coincidentemente, também o país da região com maior PIB per capita (USD

14.449). Por outro lado, Argentina e Venezuela encontram-se no fim da tabela situando-se em 160º e 174º

lugar do ranking, respetivamente, mais de 100 posições abaixo do Uruguai.

2 World Bank 2012

3 PNUD 2012

4 www.heritage.org

ENAEX – Uma Logística Integrada e Competitiva

O 32º Encontro Nacional dos Exportadores (ENAEX), realizado no Rio de Janeiro, centrou-se nas questões

estruturais dos elevados custos do Brasil.

Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIESP, procurou mostrar neste encontro

os desafios de ordem interna e externa que o comércio exterior brasileiro tem de enfrentar. Propõe que:

- “Seja definida uma nova estratégia de negociação comercial externa que inclua o aprofundamento dos

acordos regionais no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e acordos com os

países desenvolvidos, que possam trazer inovações tecnológicas e integrar as empresas brasileiras nas

cadeias produtivas, como o acordo com a UE (se necessário, desvinculado dos parceiros do MERCOSUL);

- Haja uma modificação na estrutura decisória do comércio exterior para elevar o nível burocrático do seu

tratamento com a criação da função de presidente da Camara de Comércio Exterior (CAMEX), subordinado

diretamente ao presidente da República”.

13 setembro de 2013, Estado de São Paulo

Page 25: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

25

Em 2012, o PIB da região ascendia no seu conjunto a USD

3.184.515 milhões, com uma contribuição de mais de 65% dada

pelo setor dos serviços.

Uruguai e Paraguai são economias fortemente dependentes do

comércio externo, com os produtos agrícolas a dominar as suas

exportações.

Já a Venezuela e a Argentina são ambos países ricos em recursos

naturais, tendo o primeiro uma das maiores reservas de petróleo da

América Latina e do Caribe.

O Brasil tem uma economia livre e exportadora, onde se destaca a

agroindústria (toda a relação comercial e industrial que envolve

a cadeia produtiva agrícola ou pecuária), considerada a principal

fonte de recursos para o desenvolvimento da economia brasileira. É

um país com extensas reservas de recursos naturais, com

destaque para o ferro e o manganês.

Nos últimos 5 anos (2008-2012) as economias do MERCOSUL cresceram, em média, 4%, tendo superado as

previsões mais otimistas. O país que mais cresceu foi o Uruguai, com uma taxa de crescimento média próxima

dos 6%. No entanto, é um país economicamente pobre e que muito pouco contribuiu para o crescimento da

região.

Fonte: Banco Mundial

Economicamente, a região é dominada pelo Brasil – que representa cerca de 71% do PIB da região, seguido

da Argentina e da Venezuela, que representam cerca de 15% e 12%, respetivamente. O Uruguai e o Paraguai,

juntos, representam pouco mais de 2% do PIB do MERCOSUL.

Gráfico 2 – Crescimento médio anual dos países do MERCOSUL 2008-2012

5.45%

3.16% 3.55%

5.74%

2.01%

0.0%

1.0%

2.0%

3.0%

4.0%

5.0%

6.0%

7.0%

-

500,000

1,000,000

1,500,000

2,000,000

2,500,000

Argentina Brasil Paraguai Uruguai Venezuela

Cre

sc

ime

nto

do

PIB

(%

)

PIB

(m

ilh

õe

s U

SD

)

PIB (2008) PIB (2012) Crescimento médio do PIB (08-12)

Gráfico 1 – PIB por setor - MERCOSUL

8.4

26.2

65.4

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Fonte: UNCSTAD

Page 26: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

26

Brasil

2,252,664

Nos últimos 5 anos, podemos verificar que a contribuição de cada país para o PIB da região se tem mantido

relativamente constante, tendo apenas a Venezuela vindo a perder peso na região (-1,5%), fundamentalmente

para a Argentina e Brasil.

No entanto, a Venezuela vem dando sinais de inversão desta tendência. Em 2012, foi o único país da região

em que se denotou um retomar do crescimento económico, crescendo acima da média que vinha

apresentando nos últimos anos. O verdadeiro motor da região, o Brasil, viu o seu crescimento abrandar em

2012, face à média dos últimos 5 anos, mantendo-se entre os 3% e 4%. A Argentina e o Uruguai, apesar de

terem abrandado o crescimento no ano de 2012, mantiveram taxas de crescimento elevadas, muito próximas

dos 6%.

Gráfico 4 - Evolução das economias da região 2008-20125

5 Fonte: World Bank

Argentina 470,533

Paraguai 25,502

Uruguai 49,060

Venezuela 381,286

(2%)

(1%)

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

(2%) (1%) 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7%

Cre

scim

en

to d

o P

IB e

m 2

01

2

Crescimento médio do PIB em 2008-2012

Gráfico 3 – Contribuição de cada EM para o PIB do MERCOSUL 2008-2012

70.7%

14.0%

13.5% 1.0% 0.8%

2008

Brasil

Argentina

Venezuela

Uruguai

Paraguai

70.9%

14.8%

12.0% 1.5% 0.8%

2012

Page 27: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

27

No que respeita ao índice de competitividade, a região apresenta índices reduzidos, com perspetiva de

crescimento.

O país da região que mais evoluiu em termos de competitividade global foi a Venezuela, cujo ranking do

Global Competitiveness Index do World Economic Forum aumentou em mais de 30 posições nos últimos 5

anos. No entanto, foi também o país da região que apresentou menor taxa de crescimento do PIB, o que

poderá sugerir que, apesar das reformas, existe ainda alguma desconfiança na estabilidade política do país.

O Uruguai e a Argentina também evoluíram significativamente neste ranking, aumentando cerca de 10 e 15

lugares, respetivamente. Esta evolução foi acompanhada por taxas de crescimento do PIB próximas dos 6%,

em ambos os casos. Já o Brasil e o Paraguai viram as suas posições neste ranking cair entre 5 a 10 posições.

Gráfico 5 - Relacionamento do crescimento do PIB e variação no ICG - Global Competitiveness Index 2008-

2013

Figura 1 - Índice de competitividade global 2013 (Global Competitiveness Report 2013/2014)

Brasil 3.16%

Argentina 5.45%

Paraguai 3.55%

Venezuela 2.01%

Uruguai 5.74%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

(10) (5) - 5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de

cre

scim

en

to m

éd

io a

nu

al d

o P

IB 2

00

8-2

01

2

Alteração ao ranking ICG 2008/2013-2014

Page 28: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

28

Para 2013, a grande maioria dos EM da região apresenta perspetivas de crescimento entre 2 a 4%, com

exceção da Venezuela – que deverá registar um abrandamento e um crescimento inferior a 1%, e o Paraguai,

que deverá crescer mais de 6% em 2013.

Figura 2 - Estimativas de crescimento do PIB em 2013 na América Latina

˂ 0

0 – 1

1 – 2

2 – 4

4 – 6

˂ 6

Inform indis.

Fonte: UNCTADSTAT; FMI Cálculos PwC

2,057 2,165

2,285 2,407

2,536

263 278 294 311 324 456

488 521 555 592

2,833 2,903

2,990 3,084

3,184

264 280 298 317 332 -

500,000

1,000,000

1,500,000

2,000,000

2,500,000

3,000,000

3,500,000

2013 2014 2015 2016 2017

PIB

em

milh

õe

s U

S$

ASEAN CEEAC CEDEAO Mercosul SADC

Gráfico 6 - Estimativa de crescimento do PIB dos mercados económicos regionais 2014-2017

Está previsto um

aumento de USD 351 mil

milhões no PIB anual do

MERCOSUL entre 2013 e

2017

Page 29: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

29

1.3. Estrutura produtiva do MERCOSUL

1.3.1. Brasil6. A maior economia da América Latina

O Brasil é a maior economia da América Latina e a sétima maior economia do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

A agroindústria7 foi, em anos recentes, e deverá

continuar a ser nos próximos, a principal fonte de

recursos para o desenvolvimento da economia

brasileira. Graças a investimentos tecnológicos que

asseguraram o aumento da produtividade dos

terrenos sem necessidade da sua expansão, o setor

tornou-se extremamente competitivo em termos

globais e o país assumiu importante posição no

mercado agrícola mundial.

A área ocupada pela agricultura representa apenas

8% do território. Mais de 1/3 dessas terras agrícolas é

destinado à cultura de soja. Milho, cana e florestas

plantadas são os três outros principais cultivos da

agricultura brasileira.

A construção é um dos setores que apresenta um ritmo intenso de atividade na economia brasileira, reflexo da adoção e ampliação de um conjunto de medidas por parte do Governo, de um ambiente favorável para a procura, bem como dos investimentos necessários para a realização dos dois grandes eventos desportivos que o país acolhe em 2014 (Mundial de Futebol de 2014) e 2016 (Jogos Olímpicos de 2016). Nas últimas décadas, o Brasil expandiu e diversificou o seu setor industrial, com relevância para a indústria automóvel, a indústria aeronáutica e a indústria aeroespacial. O país é também considerado um dos maiores produtores e exportadores de minerais e possui enormes depósitos que incluem minério de ferro, bauxite, manganês, cobre, estanho e ouro, disfrutando também das maiores reservas mundiais de urânio e nióbio. Entre 2002 e 2011, a produção brasileira de petróleo cresceu 45%, tendo atingido em 2011 o valor mais elevado de sempre.

O setor do turismo encontra-se em fase de grande desenvolvimento estrutural, com crescimento da hotelaria e melhoria das infraestruturas, serviços básicos e gestão ambiental, perspetivando-se elevado ritmo de crescimento. O Plano Nacional de Turismo, cujo principal objetivo é a inclusão social, pretende colocar o Brasil entre os primeiros vinte destinos turísticos mundiais até 2020.

6 BES Research 2013

7 Também chamado agribusiness, é toda relação comercial e industrial que envolve a cadeia

produtiva agrícola ou pecuária.

5.2

26.3

68.5

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Gráfico 7 - PIB por setor - Brasil

Fonte: Worldbank, 2013

Page 30: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

30

1.3.2. Uruguai. Uma pequena economia dependente do comércio

O Uruguai tem uma economia fortemente dependente do

comércio, com o setor dos serviços a representar mais de 2/3

do PIB do país.

O setor agrícola, que em tempos representou uma grande

importância na história do país, representava em 2012 8,2%

do PIB, sendo o principal gerador de divisas estrangeiras. Os

principais produtos agrícolas são a soja, arroz, trigo, peixe,

madeira e celulose.

No que respeita à exportação, destacam-se, em 2012, as

carnes (18,1%), sementes e grãos (16,3%) e cereais (12,4%).

No que respeita às importações, destacaram-se os

combustíveis (16,5%), os automóveis (11,1%), as máquinas

mecânicas (10,3%) e os plásticos (7,7%).

1.3.3. Paraguai8. Uma economia agropecuária e florestal

A economia paraguaia, pequena e aberta, é altamente dependente do comércio exterior, especialmente da

exportação de soja e carne bovina, que representa cerca de 50% do total dos produtos exportados.

Os setores agropecuário e florestal representam cerca de 75%

das exportações, com destaque para produtos como a cana-

de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. A pecuária é também

bastante desenvolvida, contando com a criação de bovinos,

suínos e ovinos.

Existem também indústrias de erva-mate, cerveja, alimentar,

de tabaco, de rum e álcool e de preparação de carnes. Os

seus complexos hidroelétricos fornecem um índice de

cobertura energética de 175,2% — bem acima do consumo

interno.

Os principais produtos exportados9 pelo país no ano de 2012

foram combustíveis e óleos minerais (31,2%), sementes, grãos

e frutos diversos (22,9%), cereais (14,3 %) e carnes (10,9%).

No que respeita às importações, destacam-se também os

combustíveis e óleos minerais (16,0%), as máquinas e

aparelhos elétricos (15,2%) e mecânicos (12,9%) e os veículos

automóveis e partes (9,3%).

8 World Bank, 2013

9 ITC - International Trade Centre

8.2

21.6

70.3

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Gráfico 8 – PIB por setor 2012 - Uruguai

Fonte: Worldbank, 2013

15.9

17.3

66.8

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Gráfico 9 - PIB por setor 2012 - Paraguai

Fonte: Worldbank, 2013

Page 31: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

31

1.3.4. Venezuela. Forte potencial petrolífero.

País rico em recursos naturais, com as maiores reservas de

petróleo da América Latina e do Caribe, a Venezuela tem

imenso potencial para um crescimento próspero. Em 2012, o

petróleo representou 93,7% do total das exportações e 25%

do PIB e, em 2013, foi o maior produtor de petróleo de entre

os membros da OPEP.

Com uma economia centrada na extração, produção e

exportação de petróleo, a Venezuela é também rica em

minerais como o ferro, o carvão, o ouro e os diamantes.

Quanto aos principais produtos importados, destacam-se as

máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (16,9%) e

elétricos (9%), as pérolas, pedras, metais preciosos e

bijuterias (8,7%), os combustíveis e óleos minerais (7,5%) e

os veículos automóveis (7,3%).

O turismo é um importante setor da economia do país, o qual

possui diversas potencialidades na área turística (geografia

bastante variada, com praias, planícies e montanhas),

algumas com necessidades de investimentos em

infraestruturas (como o turismo de negócios). Em 2012, o

setor do turismo representou diretamente, 3.1% do PIB

venezuelano, e indiretamente, 8.6% do PIB.

1.3.5. Argentina10. País rico em recursos naturais

A economia da Argentina é a terceira maior da América Latina,

com uma alta qualidade de vida e um PIB per capita elevado,

além de ser considerada uma economia de rendimento médio-

alto.

O país possui ricos recursos naturais, uma população altamente

alfabetizada, um setor agrícola orientado para a exportação e

uma base industrial diversificada.

O setor do comércio e serviços é o maior da economia do país.

Também a indústria representa uma percentagem significativa do

PIB, de 30,5%, sendo metade das exportações industriais do

país de natureza agrícola. Os principais setores em termos de

valor de produção são: transformação de alimentos e bebidas,

veículos e peças produtos de refinaria, biodiesel, produtos

químicos e farmacêuticos, aço e alumínio, máquinas agrícolas e

industriais, e aparelhos eletrónicos. Estes últimos incluem mais

de três milhões de itens, bem como uma variedade de produtos

eletrónicos, eletrodomésticos e de telemóveis, entre outros.

Quanto ao Turismo, a Argentina é o segundo país mais “visitado”

da América do Sul e o quarto mais visitado da América. Segundo

dados oficiais da OMT, o país recebeu mais de 5,3 milhões de

turistas estrangeiros em 2010. Em 2012, o setor respondeu por

7,41% do PIB do país.

10

http://www.buenos-aires.diplo.de/contentblob/2333934/Daten/

3.7

35.5

60.8

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Gráfico 10 - PIB por setor 2012 - Venezuela

Fonte: Worldbank, 2013

9.1

30.5

60.4

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Serviços

Indústria

Agricultura

Gráfico 11 - PIB por setor 2012 - Argentina

Fonte: Worldbank, 2013

Page 32: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

32

1.4. Trocas comerciais no MERCOSUL

1.4.1. Complementaridade das economias

A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial

das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre

parceiros. O baixo nível de industrialização das economias da região reduz

essa possibilidade, que, no entanto, poderá ser estimulada pelo

desenvolvimento económico e pelo esforço de diversificação das

economias - uma aspiração de muito dos países da região.

Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-MERCOSUL (%)11

Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O nível de complementaridade intrarregional do MERCOSUL é reduzido. De facto 15,0% das exportações dos países da região ficam na região. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns países do MERCOSUL. O Brasil, enquanto país importador, apresenta um índice de complementaridade elevado apenas com a Argentina. O índice de complementaridade entre Brasil e Argentina (79 pts) revela uma boa correspondência entre a estrutura de importações do Brasil e a estrutura de exportações da Argentina. Por outro lado, a Argentina enquanto país importador, apresenta um índice de complementaridade elevado com o Brasil (76pts), destacando a relação biunívoca entre estes dois países.

De realçar que a alavancagem comercial intra-MERCOSUL poderá ser potenciada pelo Brasil com os

restantes países (Paraguai, Uruguai e Venezuela) e pela Argentina.

11

O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade.

As exportações intra-MERCOSUL representam 15,0% do total das exportações da região (2012)

País exportador

Argentina Brasil Paraguai Uruguai Venezuela Bolívia

Argentina 0 76 46 49 40 44

Brasil 79 0 53 52 50 50

Paraguai 32 40 0 41 0 29

Uruguai 31 41 36 0 39 39

Venezuela 30 43 35 44 0 42

Bolívia 23 37 0 24 61 0Pa

ís im

po

rta

do

r

País exportador

País

im

po

rtad

or

Page 33: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

33

1.4.2. Comércio intrarregional

O MERCOSUL regista o 5º maior rácio de trocas intrarregião, medido pelo peso das exportações sobre o PIB

dos espaços de integração económica analisados, cujo nível de integração é liderado pela União Europeia

(“UE”) e seguido pela ASEAN e SADC.

Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012)

Indicador SADC União

Europeia CPLP CEEAC

MERCOSUL

CEDEAO ASEAN

Exportações intrarregião

(milhões US$, 2012) 27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184

Exportações intrarregião

(% no PIB da região, 2012)

4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90%

Exportações intrarregião

(% das exportações mundiais, 2012)

0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77%

Crescimento anual médio das exportações

intrarregião (2008-2012)

6,66% -2,17% 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Apesar de apresentar o 3º maior valor de exportações intrarregião, 67.343 milhões de US$, as exportações do

MERCOSUL representam apenas 2,10% do PIB da região, cerca de metade do contributo registado na SADC.

Além disso, regista-se um crescimento das exportações intrarregião de 4,5% ao ano, superior ao registado

pela União Europeia, pela CEEAC e pela CEDEAO.

Gráfico 12 - Evolução do comércio intra-MERCOSUL vs. Evolução do PIB da região

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, World Bank

Este crescimento de relacionamento comercial vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB,

que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável,

56,477

44,051

56,997

70,045 67,343

2,344,593

2,302,924

2,964,453

3,311,621 3,179,045

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

-

500,000

1,000,000

1,500,000

2,000,000

2,500,000

3,000,000

3,500,000

2008 2009 2010 2011 2012

Exp

ort

açõ

es (

Mil

es U

S$)

PIB

a p

reço

s c

orr

en

tes (

Mil

es U

S$)

Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$)

Page 34: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

34

apresentando, no entanto, uma elasticidade menor, ou seja, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB, que

desde 2008 cresceu 7,9% ao ano.12

A dimensão, estrutura, localização das economias e acordos prévios determinam o fluxo atual de trocas

comerciais. Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos países membros do

MERCOSUL, surgindo 2 clusters.

Gráfico 13 - Peso das exportações/importações intra-MERCOSUL no total da região, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Venezuela, Paraguai e Uruguai apresentam uma contribuição residual para as trocas comerciais intra-

MERCOSUL, derivado, em grande parte, à dimensão pequena das suas economias face aos restantes

membros da região, Argentina e Brasil. O Paraguai, Uruguai e Venezuela são os únicos países que

apresentam balanças comerciais positivas.

Por outro lado, os dois motores de crescimento da região, a Argentina e Brasil, apresentam uma balança

comercial deficitária intrarregional, sendo responsáveis por 68,4% das exportações intra-MERCOSUL e

77,5%das importações da região.

Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-MERCOSUL são a Argentina

e o Brasil que, simultaneamente, melhor se podem constituir como motores de desenvolvimento regional, à luz

das conclusões inferidas ao nível da complementaridade comercial das suas economias.

12

World Bank 2012

Argentina

Brasil

Paraguai

Uruguai Venezuela

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

30.0%

35.0%

40.0%

45.0%

50.0%

0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0%

Imp

ort

açõ

es in

tra-M

ER

CO

SU

L (%

no

to

tal

da

s im

po

rtaçõ

es in

tra-M

ER

CO

SU

L)

Exportações intra-MERCOSUL (%no total das exportações da MERCOSUL

Page 35: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

35

Gráfico 14 - Produtos transacionados intra-MERCOSUL (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

As principais trocas

assentam em maquinaria e

equipamentos (35,5%),

combustíveis minerais,

lubrificantes (19,8%) e

bens manufaturados

(12,3%). A maioria destes

produtos é utilizada na

produção agrícola.

As bebidas e tabaco

(0,8%) e os óleos vegetais

e animais (1,0%) são

pouco representativos nas

trocas comerciais

intrarregião (2012).

35.5%

19.8%

12.3%

11.7%

11.7%

3.8% 3.3% 1.0%

0.8%

Maquinaria e equipamentos de transporte

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Bens manufaturados

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtos relacionados

Outros artigos manufaturados

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Óleos vegetais e animais, gorduras eceras

Bebidas e tabaco

Page 36: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

36

1.4.3. Brasil. O país com maior intensidade comercial na região

Brasil tem um peso substancial nas trocas intra-MERCOSUL (37,4%), exportando uma grande diversidade de

produtos na região: maquinaria e equipamentos (43,9%), bens manufaturados (17,3%), químicos (13,0%) e

alimentos e animais vivos (9,9%).

O Brasil, a economia mais desenvolvida do MERCOSUL, mantém vínculos comerciais com todos os países membros da região, destacando-se como principal parceiro comercial a Argentina, para onde o Brasil exportou 61,4% do total das exportações intrarregião em 2012. Cerca de 54,4% do total de exportações do Brasil para Argentina dizem respeito a maquinaria e equipamentos.

Figura 3 - Principais exportações do Brasil intra-MERCOSUL, por produto (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

O Brasil exporta também para a Venezuela (17,2%), Paraguai (8,9%),e Uruguai (7,5%).

Brasil 37,4% das exportações intra-MERCOSUL

Page 37: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

37

1.5. Comércio extrarregional

1.5.1. Principais parceiros comerciais do MERCOSUL

O MERCOSUL tem historicamente apresentado uma balança comercial positiva em média de USD 65 970 milhões (média de 2,3% do PIB da região). Contudo, esta tem evidenciado um decréscimo anual de 4,9%, resultante do declínio acentuado das balanças comerciais do Brasil (5,9%), Venezuela (7,1%) e Argentina (0,3%).

Importações

O MERCOSUL importa maioritariamente de países industrializados (EUA, China, países membros da UE), México, Brasil, República da Coreia e Argentina. Nota-se que os EUA e a China, para além de serem os principais países de destino das importações, são os únicos países a conseguirem aumentar a sua importância relativa nas importações do bloco, em parte pela sua crescente necessidade de maquinaria e equipamentos de transporte.

Entre 2008 e 2012, assistiu-se a um crescimento do nível das importações para a região, ao ritmo anual de 6,2%.

Gráfico 15 - Evolução das importações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

O aumento das importações verificado demonstra um crescimento contínuo e consistente das economias emergentes, como é o caso da China, com forte presença na região. Por outro lado, nos principais produtos importados pelo bloco, verifica-se que a maquinaria e equipamentos dominam os fluxos de importações.

15.7% 16.8% 15.7% 15.4% 15.9%

11.5% 12.3% 14.1% 14.7% 14.8%

9.5% 8.9%

9.4% 9.2% 7.9%

6.3% 7.1%

6.6% 6.3% 6.1%

5.5%

6.1% 5.6% 5.5% 5.2%

2.4%

2.6% 2.6% 2.7% 3.0% 2.3%

2.7% 3.4% 3.3% 3.0%

301,217

223,366

301,010

379,145 382,941

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

2008 2009 2010 2011 2012

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

350,000

400,000

450,000

Peso

das i

mp

ort

açõ

es t

ota

is n

o M

ER

OC

SU

L

Imp

ort

açõ

es (

milh

ões U

S$)

EUA China Brasil ArgentinaAlemanha México República da Coreia Importações (milhões US$)

Page 38: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

38

Seguidamente às importações de maquinaria e equipamentos de transporte, que representam 38,8% das importações da região, surgem as importações de químicos e produtos relacionados (18,2%) e combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados com um peso de 15,1%.

Nas importações de maquinaria e equipamento de transporte vindas dos EUA, são de destacar as importações de aeronaves e equipamento associado, equipamentos de telecomunicações e motores e carros. Além disso, os produtos químicos representam 25% das importações do MERCOSUL.

38.8%

18.2%

15.1%

11.6%

7.5%

5.6% 2.2%

0.6%

0.4%

Maquinaria e equipamentos detransporte

Químicos e produtosrelacionados

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosBens manufaturados

Outros artigos manufaturados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Bebidas e tabaco

Gráfico 16 – Importações do MERCOSUL - Top produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Gráfico 17 - Importações MERCOSUL dos EUA

39%

6% 8%

25%

3%

2%

16% 1%

Maquinaria eequipamentos detransporte

Bens manufaturados

Outros artigosmanufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Page 39: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

39

Da China os grandes fluxos de importação referem-se a máquinas automáticas para processamento de dados, partes e acessórios para máquinas, equipamentos de telecomunicações e aparelhos para circuitos elétricos.

O Brasil apresenta um peso significativo nas importações do MERCOSUL de maquinaria e equipamentos de transporte, nomeadamente, motores de pistão de ignição por compressão, máquinas agrícolas, veículos automóveis para transporte de pessoas e bens e partes e acessórios de automóveis.

Gráfico 18 - Importações MERCOSUL da China

57%

16%

15%

10% 1% 1%

Maquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Outros artigosmanufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Gráfico 19 - Importações MERCOSUL do Brasil (intrarregionais)

44%

18%

5%

14%

9%

5% 4% 1%

Maquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Outros artigosmanufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Bebidas e tabaco

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Page 40: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

40

Da Argentina são importados principalmente veículos de transporte de pessoas e de bens e partes e acessórios de veículos.

Relativamente à Alemanha, são de destacar as importações de veículos de transporte de pessoas, partes e acessórios de veículos e ainda outras máquinas.

40%

8% 2%

12%

22%

2%

11% 1% 2%

Maquinaria e equipamentos detransporte

Bens manufaturados

Outros artigos manufaturados

Químicos e produtos relacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Gráfico 20 - Importações MERCOSUL da Argentina (intrarregionais)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Gráfico 21 - Importações MERCOSUL da Alemanha

49%

10%

7%

31%

1% 1%

1%

Maquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Outros artigos manufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Page 41: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

41

Exportações

Os principais destinos das exportações dos países do MERCOSUL são os

EUA, China, Alemanha, Japão, França, Reino Unido e China/RAE Hong

Kong, representando cerca de 42,6% do total das exportações extra-

MERCOSUL em 2012.

Gráfico 22 – Evolução das exportações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 23 – Exportações do MERCOSUL - Top produtos, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

12.7% 12.1% 12.3% 11.9% 12.1%

6.2% 7.4% 8.4% 8.7% 8.9%

7.1% 7.1%

6.7% 6.5% 6.2%

4.4% 4.1% 4.2% 4.4% 4.5%

4.5% 4.6% 4.1% 4.1% 3.7%

4.2% 4.2% 3.9% 3.7% 3.7%

2.7% 3.1% 3.3% 3.3% 3.6%

380,287 280,993 352,677

456,087 447,485

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

30.0%

35.0%

40.0%

45.0%

2008 2009 2010 2011 2012

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

350,000

400,000

450,000

500,000

Peso

nas e

xp

ort

açõ

es t

ota

is d

o M

ER

CO

SU

L

Exp

ort

açõ

es (

milh

ões U

S$)

EUA China Alemanha Japão França Reino Unido China, RAE Hong Kong Exportações (milhões US$)

27%

21%

18%

13%

9%

6% 2%

2% 1% 1% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Maquinaria e equipamentos de transporte

Bens manufaturados

Químicos e produtos relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras

Outros artigos manufaturados

Commodities e transações n.e.

Bebidas e tabaco

As exportações do MERCOSUL cresceram, em média, 4,2% por ano, desde 2008

Page 42: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

42

Cerca de 62% das exportações aos EUA são combustíveis, num valor superior a US$ 43 mil milhões.

De destacar a exportação de ferro, álcoois, ouro, aeronaves e outros equipamentos, café, celulose e geradores.

Com cerca de 85% das exportações do MERCOSUL para a China encontram-se as matérias-primas e os combustíveis.

Nos produtos exportados encontram-se as sementes e frutos oleaginosos (excluindo farinha), a celulose, o açúcar, o ferro, o algodão, couro, carnes e miudezas comestíveis, tabaco, minérios e concentrados de cobre e de metais básicos, os polímeros de etileno, em formas primárias.

As exportações do MERCOSUL para a República Popular da China são superiores a US$ 61 mil milhões.

Gráfico 24 - Exportações MERCOSUL para os EUA

62%

8%

11%

6%

6% 1% 3% 2% 1%

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Maquinaria eequipamentos detransporte

Bens manufaturados

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtosrelacionados

Outros artigosmanufaturados

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Commodities e transaçõesn.e.

Bebidas e tabaco

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Gráfico 25 - Exportações MERCOSUL para a China

30%

2%

4%

4% 1% 0%

55%

1% 3%

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Maquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtosrelacionados

Outros artigos manufaturados

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

As principais exportações dos EM do MERCOSUL são combustíveis, com especial relevo para o petróleo e seus derivados, alimentos e animais vivos, destacando-se o açúca, mel e rações para animais, matérias-primas e maquinaria e equipamentos. Neste último, destacam-se os veículos a motor de transporte de pessoas e bens, partes e acessórios de veículos e embarcações e estruturas flutuantes

Page 43: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

43

O valor total das exportações do MERCOSUL à Alemanha é superior a US$ 10 mil milhões.

Da análise à pauta das exportações verifica-se que uma das principais exportações do MERCOSUL à Alemanha é o café que atinge um montante superior a US$ mil milhões.

Além do café destacam-se os minérios, os alimentos para animais, as sementes e frutos oleaginosos e carne animal, que juntos totalizam cerca de US$ 3.7 mil milhões.

O valor total das exportações ao Japão é de cerca de US$ 10 mil milhões.

As principais exportações ao Japão são ferro, o milho, carnes, café, alumínio, sementes e frutos oleaginosos.

De destacar a exportação de ferro que atinge valores superiores a US$ 3 mil milhões, cerca de 30% das exportações ao Japão.

6%

18%

11%

29%

4%

3%

27%

2%

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosMaquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtosrelacionados

Outros artigosmanufaturados

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Gráfico 26 - Exportações MERCOSUL para a Alemanha

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

1% 12%

34%

4% 1%

46%

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Maquinaria eequipamentos detransporte

Bens manufaturados

Alimentos e animaisvivos

Químicos e produtosrelacionados

Outros artigosmanufaturados

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais eanimais, gorduras eceras

Gráfico 27 - Exportações MERCOSUL para o Japão

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Pela natureza das exportações (combustíveis), os principais destinos analisados individualmente continuam a ser os países de elevada produção industrial. Assim, grande parte do petróleo exportado dos países do MERCOSUL tem como destino os EUA, China e Alemanha

Page 44: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

44

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e o MERCOSUL

Importações do MERCOSUL à CPLP

Analisando a relação comercial na vertente das importações do MERCOSUL com os países pertencentes à CPLP, apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no contexto global. Portugal merece especial destaque pelo aumento do volume de exportações para o MERCOSUL (crescimento médio anual de 21%, entre 2008 e 2012), embora se apresente residual quando comparado com o Brasil.

Gráfico 28 - Importações do MERCOSUL dos países da CPLP

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Quando observados os principais grupos de produtos exportados por Portugal para o MERCOSUL, os que apresentam maior peso são a maquinaria e equipamentos de transporte e os bens manufaturados.

788 628 844 1,135 1,358

28,210

19,768

27,997

34,387 30,232

7.6%

7.3%

8.2%

7.8%

7.1%

6.4%

6.6%

6.8%

7.0%

7.2%

7.4%

7.6%

7.8%

8.0%

8.2%

8.4%

-

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

40,000

2008 2009 2010 2011 2012

Qu

toa d

as i

mp

ort

açõ

es

Imp

ort

açõ

es (

mil

es U

S$)

Portugal Brasil

As importações do MERCOSUL para estes 2 países cresceram, em média 2,2% por ano

28%

20%

4% 7%

13%

3%

6%

3%

15% 0%

Maquinaria e equipamentosde transporte

Bens manufaturados

Outros artigosmanufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosBebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Gráfico 29 - Importações MERCOSUL de Portugal (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Brasil é o principal parceiro comercial de Portugal no MERCOSUL, absorvendo 88% das exportações portuguesas para este mercado.

Page 45: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

45

Figura 1 - Principais destinos das exportações brasileiras para o MERCOSUL (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

O Brasil apresenta uma forte exportação de maquinaria e equipamentos para o MERCOSUL.

Destacam-se os veículos de transporte de pessoas e bens e partes e acessórios de veículos.

Argentina é o país que

mais importa do Brasil no

grupo de países do

MERCOSUL.

43%

18%

5%

14%

12%

4% 4% 1%

Maquinaria eequipamentos detransporte

Bens manufaturados

Outros artigosmanufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Gráfico 30 - Importações do MERCOSUL ao Brasil (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012

Page 46: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

46

Numa análise mais detalhada às importações do MERCOSUL à CPLP verifica-se que há um conjunto de países com uma expressão muito reduzida, como sucede com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Angola e Moçambique, apesar do forte potencial exportador em termos de matérias-primas, apresentam valores baixos nas importações do MERCOSUL, de cerca de US$ 46 milhões e 28 milhões.

A RAE de Macau exporta cerca de 12 US$ milhões respeitantes a maquinaria e equipamentos de transporte.

Gráfico 31 – Importações do MERCOSUL à CPLP*

To

tal

(milh

ões U

S$

)

Alim

en

tos e

an

ima

is

viv

os

Be

bid

as e

ta

ba

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tro

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os

ma

nufa

tura

dos

Co

mm

od

itie

s e

tra

nsa

çõe

s n

.e.

Angola 46,04 0% 0% 0% 99% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Brasil 30.232,29 12% 1% 4% 4% 0% 14% 18% 43% 5% 0%

Cabo Verde 0,02 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 99% 0% 0%

Guiné-Bissau 4,87 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Macau 12,19 0% 0% 0% 0% 0% 4% 2% 87% 7% 0%

Moçambique 27,76 0% 20% 1% 77% 0% 1% 0% 1% 0% 0%

Portugal 1.357,88 13% 3% 3% 6% 15% 7% 20% 28% 4% 0%

São Tomé e

Príncipe 0,00 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 0% 0%

Timor-Leste 0,01 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 27% 15% 59%

*Valores corrigidos, sem casas decimais

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados de 2012

Page 47: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

47

Exportações do MERCOSUL para a CPLP

A CPLP é o destino de cerca de 6,1% das exportações do MERCOSUL, sendo o Brasil a principal economia de destino. Portugal e Angola apresentam valores dignos de registo.

Em 2012 o Brasil importou cerca de US$ 25 mil milhões dos demais países do MERCOSUL, Portugal e Angola, cerca de 2 mil milhões e 1,4 mil milhões, respetivamente.

Gráfico 32 - Exportações do MERCOSUL para a CPLP

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Portugal tem vindo a diminuir a sua importância nas exportações do MERCOSUL, entre 2008 e 2012, contrariamente ao Brasil que vem registando um crescimento médio anual de 7,0%.

Angola registou um período de diminuição nas exportações do MERCOSUL, entre 2008 e 2010, tendo registado valores semelhantes entre 2010 e 2012.

Dos demais países destaca-se Moçambique com cerca de US$ 198 milhões de importações ao MERCOSUL, em que 35% estão relacionadas com alimentos e animais vivos, 25% com óleos vegetais e animais e 24% em maquinarias e equipamentos de transporte.

Cabo Verde, Guiné Bissau e Timor-Leste, apesar de valores residuais em termos de importações, compram essencialmente produtos alimentares e animais vivos. A RAE de Macau e Timor-Leste apresentam valores anuais de importações inferiores a US$ 1 milhão.

9,230

15,884

20,609

25,174 25,217

2,258 1,603 1,859 2,403 2,010 2,246 1,526 1,124 1,331 1,378

5.7

6.2

6.4

6.0 6.1

5.2

5.4

5.6

5.8

6

6.2

6.4

6.6

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

2008 2009 2010 2011 2012

Qu

ota

das

exp

ort

açõ

es

do

Me

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sul

Exp

ort

açõ

es

US$

milh

õe

s

Brasil Portugal Angola % das exportações para a CPLP

As exportações do MERCOSUL para estes 3 países cresceram, em média, 6,1% por ano, entre 2008 e 2012.

Page 48: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

48

Gráfico 33 – Exportações do MERCOSUL para a CPLP*

To

tal

(milh

ões U

SD

)

Alim

ento

s e

anim

ais

viv

os

Bebid

as e

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Ma

téria

s-p

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(exceto

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ento

de

transport

e

Outr

os a

rtig

os

ma

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tura

dos

Com

moditie

s e

transações n

.e.

Angola 1.387,38 59% 0% 2% 0% 3% 4% 7% 15% 9% 0%

Brasil 25.216,70 19% 0% 2% 29% 0% 9% 6% 32% 2% 0%

Cabo Verde 33,90 78% 1% 0% 0% 0% 3% 13% 0% 4% 0%

Guiné-

Bissau 5,93 93% 0% 0% 0% 0% 0% 1% 5% 0% 1%

Macau 0,65 40% 5% 0% 0% 0% 3% 48% 0% 4% 0%

Moçambique 197,95 35% 0% 0% 1% 25% 2% 5% 24% 6% 2%

Portugal 2.010,48 14% 2% 19% 49% 1% 5% 3% 3% 1% 3%

São Tomé e

Príncipe 0,55 60% 0% 0% 0% 0% 2% 20% 9% 10% 0%

Timor-Leste 2,58 86% 0% 0% 0% 0% 1% 1% 7% 5% 0%

*Valores corrigidos, sem casas decimais

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Page 49: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

49

1.6. Investimento Direto Estrangeiro no MERCOSUL

Desde 2009 o MERCOSUL tem vindo a registar uma tendência de crescimento na captação de IDE.

Gráfico 34 - IDE no MERCOSUL - inward e outward, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Os fluxos de IDE têm-se apresentado heterogéneos entre os países da comunidade. O Brasil é o país mais atrativo ao investidor estrangeiro, responsável por 76,7% do total do investimento captado na região, seguindo-se a Argentina, representando 14,7%, em 2012.

Relativamente ao investimento no exterior verificou-se uma evolução heterógenea, de valores reduzidos tendo,

em alguns anos, verificado desinvestimento da comunidade no exterior, nomeadamente em 2009 e 2011.

Nos últimos 5 anos, verificou-se um crescimento médio acentuado de IDE na Venezuela (16,6%) e Paraguai

(11,3%). No entanto, estes países ainda não se apresentam suficientemente atrativos na ótica do investidor

estrangeiro, em grande parte devido à dimensão e instabilidade das suas economias.

Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros do MERCOSUL – inward flow, 2008-2012

Países membros 2008 2009 2010 2011 2012

Argentina 9 726 4 017 7 848 9 882 12 551

Brasil 45 058 25 949 48 506 66 660 65 272

Paraguai 209 95 228 215 320

Uruguai 2 106 1 529 2 289 2 505 2 710

Venezuela 1 741 (2 169) 1 849 3 778 3 216

MERCOSUL 58 840 29 421 60 720 83 040 84 069

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

59 351

29 843

61 364

83 898 85 129

23 448

(7 115)

14 236

( 689) 730

(20,000)

-

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

2008 2009 2010 2011 2012

Mil

es U

S$

Inward Outward

Page 50: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

50

1.7. Setores de oportunidade nos países do MERCOSUL, principais portos e aeroportos

Região País Principais produtos agrícolas

Principais indústrias

Oportunidades para o bloco (produtos e

serviços associados aos

setores)

Principais aeroportos Principais

portos

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

51

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Page 52: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

52

1.8. Principais produtos importados pelos países do MERCOSUL e oportunidades para as empresas Portuguesas

O MERCOSUL apresenta algumas oportunidades para as empresas portuguesas em termos de exportações e

que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via do Brasil.

Do total dos produtos importados pela MERCOSUL no montante de US$ 383.5 mil milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 67% das importações, no montante de cerca US$ 257.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pelo MERCOSUL a Portugal, no total de US$ 1.358 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 71% das importações, no total de cerca de US$ 971 milhões:

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de

70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas;

Óleos brutos de petróleo e óleos de xisto; Equipamento de

telecomunicação; Peças e acessórios dos veículos;

Fertilizantes; Gás natural; Medicamentos (incluindo

medicamentos veterinários); Produtos medicinais e

farmacêuticos; Veículos a motor para transporte de

mercadorias; Compostos organo-inorgânicos, nucl.

Ácidos; Válvulas e tubos catódicos; Máquinas e

aparelhos elétricos; Motores de pistão de combustão

interna; Aparelhos de medição, análise e controle de

aparelhos; Máquinas de processamento de dados;

Aparelho para circuitos elétricos; tabuleiro, painéis;

Outras máquinas e aparelhos para as indústrias

particulares; Peças, acessórios para máquinas;

Aeronaves e outros equipamentos; Equipamentos de

aquecimento e refrigeração; Máquinas para a construção

civil; Bombas, compressores a gás e ventiladores;

Geradores; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda

a retalho; Motores e motores, não elétricos; partes;

Carvão, mesmo em pó; Ferramentas mecânicas, outras;

Cobre; Papel e cartão; Outras matérias plásticas em

formas primárias; Pneus de borracha e câmaras-de-ar;

Produtos diversos das indústrias químicas; Metais

comuns; Tubos e perfis oco de ferro, aço; Ácidos

carboxílicos, anidridos, halogenetos; Artigos de

plástico; Trigo e centeio em grão; Máquinas, Ferramentas

e aparelhos; Instrumentos e dispositivos médicos;

Transmissão, eixos; Máquinas agrícolas e peças;

Compostos de função amina; Perfumaria e cosméticos;

Fios têxteis; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas de

plástico; Aparelhos para canalizações, caldeiras,

reservatórios, cubas; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos

e artigos de desporto; Elementos químicos inorgânicos,

óxidos e sais de halogéneo; Polímeros de etileno, em

formas primárias.

Gorduras vegetais e óleo refinado; Peixe seco, salgado ou em salmoura, peixe fumado; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Materiais de construção (cimento);Máquinas de processamento de dados; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Partes não elétricas e acessórios de máquinas; Máquinas de energia elétrica; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Cortiça; Minérios e concentrados de cobre; Hidrocarbonetos e halogenados; Equipamento de telecomunicação; Válvulas e tubos catódicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Geradores; Peças e acessórios dos veículos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo.

Page 53: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

53

Do total dos produtos importados pela Argentina aos

parceiros económicos, no total de US$ 68 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 57% das importações, no total de cerca de US$ 39.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pelo Paraguai aos

parceiros económicos, no total de US$ 11.5 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 62.4% das importações, no total de cerca de cerca de US$ 7.2 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Veículos automóveis para transporte de pessoas;

Peças e acessórios dos veículos; Os óleos de petróleo

ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; O gás natural,

com ou sem liquefeito; Equipamento de telecomunicações

e peças; Motores de pistão de combustão interna; Veículos

a motor para transporte de mercadorias; Medicamentos

(incluindo medicamentos veterinários); Máquinas e

aparelhos elétricos; Produtos medicinais e

farmacêuticos ; Organo-inorgânicos, heterocycl .

compostos, nucl. Ácidos; Fertilizantes; Aeronaves;

Bombas e compressores a gás e ventiladores; Papel e

cartão; Máquinas de processamento de dados;

Aparelhos de medição, análise e controle; Minério de

ferro e seus concentrados; Equipamentos de aquecimento

e refrigeração; Aparelhos para circuitos elétricos,

tabuleiro, painéis; Inseticidas e produtos semelhantes,

para venda a retalho; Outras matérias plásticas em

formas primárias; Produtos diversos das indústrias

químicas; Outras máquinas e aparelhos para as

indústrias particulares; Metais comuns; Polímeros de

etileno, em formas primárias.

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de

70%; Equipamento de telecomunicação; Fertilizantes;

Veículos automóveis para transporte de pessoas;

Máquinas de processamento de dados; Carrinhos de

bebé, brinquedos, jogos e artigos de desporto; Veículos a

motor para transporte de mercadorias; Inseticidas e

produtos semelhantes, para venda a retalho; Gravadores

de som; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Perfumaria,

cosméticos ou de toucador; Recetores de televisão;

Bebidas alcoólicas; Papel e cartão; Equipamento tipo

doméstico, elétrico ou não; Tabaco não manufaturado;

Tabaco; Máquinas agrícolas e peças; Os instrumentos

musicais, discos, fitas e semelhantes; Equipamentos de

aquecimento e refrigeração; Aparelhos recetores de

radiodifusão; Máquinas e aparelhos elétricos;

Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);

Calçado; Produtos comestíveis e preparações;

Motocicletas e velocípedes.

Do total dos produtos importados pelo Uruguai aos

parceiros económicos, no total de US$ 11.6 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 57% das importações, no total de cerca de US$ 6.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pela Venezuela aos

parceiros económicos, no total de US$ 60 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 43% das importações, no total de cerca de US$ 25 mil milhões e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Fertilizantes; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Equipamento de

telecomunicação; Energia; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Máquinas de processamento de dados; Poliésteres, de resinas de epóxido; Policarbonato; Máquinas agrícolas e peças; Peças e acessórios dos veículos; Organo-inorgânicos, Heterocycl. compostos, nucl. Ácidos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Alimentos para

animais; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Artigos de plástico; Produtos diversos das indústrias químicas; Mobiliário e peças; Calçado; Máquinas e aparelhos elétricos; Equipamento tipo doméstico elétrico ou não; Produtos medicinais e produtos farmacêuticos; Automóveis; Recetores de televisão.

Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);

Equipamento de telecomunicação; Geradores; Peças e

acessórios dos veículos; Equipamentos de aquecimento

e refrigeração; Carne de animais da espécie bovina,

frescas, refrigeradas ou congeladas; Leite e produtos

lácteos; Outros animais, animais vivos; Motores e motores,

não elétricos; Produtos medicinais e farmacêuticos;

Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Os óleos

de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;

Máquinas de construção civil; Produtos químicos

orgânicos; Máquinas Agrícolas e peças; Instrumentos e

aparelhos médicos; Produtos residuais de petróleo; Trigo

e centeio em grão; Veículos a motor para transporte de

mercadorias; Alimentos para animais (sem cereais não

moídos); Gorduras vegetais, óleos e produtos do seu

fracionamento (azeite); Milho; Bombas de compressores a

gás e ventiladores; Máquinas de processamento de

dados; Embarcações.

Page 54: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

54

Analisados autonomamente

Do total dos produtos importados pelo Brasil aos parceiros

económicos, no total de US$ 223 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 56% das importações, no total de cerca de US$ 125.7 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pelo Brasil a Portugal, no

total de US$ 998 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 78% das importações, no total de cerca de US$ 783 milhões:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de

70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Veículos

automóveis para transporte de pessoas; Fertilizantes;

Equipamento de telecomunicação; Peças e acessórios

dos veículos; Válvulas e tubos catódicos; Gás natural;

Compostos organo-inorgânicos; Produtos medicinais e

farmacêuticos; Medicamentos (incluindo

medicamentos veterinários); Veículos a motor para

transporte de mercadorias; Peças, acessórios para

máquinas; Máquinas e aparelhos elétricos; Aparelhos

de medição, análise e controle de aparelhos; Motores

de pistão de combustão interna, peças; Carvão;

Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis;

Aeronaves e outros equipamentos; Outras máquinas e

aparelhos para as indústrias particulares; Cobre;

Máquinas de processamento de dados; Inseticidas e

produtos semelhantes, para venda a retalho; Máquinas

para a construção civil; Motores e componentes; Bombas,

compressores a gás e ventiladores.

Gorduras vegetais fixos e óleos, óleo bruto, refinado, do fracionamento (azeite); Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado (bacalhau); Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Equipamentos de aquecimento e refrigeração de equipamentos; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Materiais para construção (cimento); Minérios e concentrados de cobre; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Válvulas e tubos catódicos; Equipamento de telecomunicação e peças; Geradores; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Peças e acessórios dos veículos; Fios de ferro ou aço; Minerais; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Fertilizantes; Aparelhos recetores de radiodifusão.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

Page 55: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

55

2. Brasil

A principal economia do MERCOSUL

Page 56: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

56

2.Brasil – A principal economia do MERCOSUL13

Independente desde 1821, a República

Federativa do Brasil é o maior país do

MERCOSUL em área geográfica, população e

PIB.

O Brasil é o 5º maior país do mundo em termos

de população (atrás da China, Índia, EUA e

Indonésia), bem como em termos de área

(atrás da Rússia, Canadá, China e EUA) e tem

ainda o 6º maior PIB mundial.

Com uma população crescentemente urbana e

onde se encontra uma das maiores cidades do

Mundo, São Paulo (com mais de 19 milhões de

habitantes), o Brasil apresenta uma população

eminentemente cristã, com cerca de 61,5% da

população a definir-se como católica (123

milhões de pessoas).

O país conta com 8.515.767 km2 (cerca de 92

vezes o tamanho de Portugal), divididos por 5

regiões, que se dividem em 27 Estados e 1

distrito federal, onde se encontra Brasília, a

capital do país. O Brasil faz fronteira com o

Uruguai, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o

Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o

Suriname e a Guiana Francesa (território

francês), beneficiando ainda de uma linha

costeira com 7.367 km.

Tabela 5 – As 10 maiores regiões metropolitanas brasileiras (2010)

Região Metropolitana Estado População

São Paulo São Paulo 19.672.582

Rio de Janeiro Rio de Janeiro 11.711.233

Belo Horizonte Minas Gerais 5.413.627

Porto Alegre Rio Grande do Sul 3.960.068

Recife Pernambuco 3.688.428

Fortaleza Ceará 3.610.379

Salvador Bahia 3.574.804

Curitiba Paraná 3.168.980

Campinas São Paulo 2.798.477

Manaus Amazonas 2.210.825

Fonte: IBGE

13

IBGE, CIA Factbook, FMI

Brasil

Page 57: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

57

Para além do MERCOSUL, o Brasil é membro de várias outras organizações como a CPLP, a Organização

dos Estados Americanos, a Organização dos Estados Ibero-Americanos, a União de Nações Sul-Americanas e

ainda do G20 e dos BRIC.

Seguido de fortes anos de crescimento económico, prosperidade social e estabilidade política, o Brasil

candidatou-se, e conquistou, a organização do Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 (Rio

de Janeiro), o que se configuram como oportunidades para o Brasil reforçar a sua imagem a nível mundial,

estabelecer-se como um dos maiores destinos turísticos do mundo e assumir-se finalmente como um dos

principais players no quadro geoeconómico e geopolítico mundial.

2.1. Macroeconomia14

Desde a implementação do Plano Real em 1994, que estabeleceu o Real como a moeda nacional, o país

conseguiu controlar a hiperinflação e, assim a economia brasileira tem vindo a beneficiar de anos de

crescimento estável.

A população brasileira tem sido beneficiada destes anos de crescimento económico, o que é refletido em

diversos indicadores. A esperança média de vida cresceu substancialmente passando de 66,3 anos, em 1990,

para 73,8 anos, em 2012. O número médio de anos de estudo quase dobrou, passando de 3,8 anos para 7,2

anos, no mesmo período e o rendimento per capita passou de USD 6.978 para USD 10.152 em paridade de

compra.

Tabela 6 – Indicadores sociais (2012)

Brasil IDH Esperança média

de vida

Número médio de

anos de estudo

Analfabetismo % de pessoas em situação de

pobreza multidimensional

153.º 73,8 anos 7,2 anos 9,7% 2,7%

Fonte: Human Development Reports – United Nations

No entanto, grandes disparidades persistem ao longo de todo o território brasileiro. As regiões mais ricas são o

sudeste e o sul do país, respondendo por mais de 54% e 21% do PIB do país, respetivamente e sendo

caracterizadas como economias industrializadas e modernas. São ainda as regiões sudeste e sul que têm a

maior percentagem (cerca de 56% do total) da população do país.

Por outro lado, o nordeste responde por cerca de 28% da população

e apenas pouco mais de 11% do PIB.

Sendo a região Norte do país maioritariamente assente na bacia do

rio Amazonas, esta região é caracterizada por uma baixa densidade

populacional e condições de vida relativamente melhores do que a

região nordeste, devido à riqueza dos seus recursos naturais.

14

Human Development Reports – Nações Unidas e IBGE

O Brasil apresenta uma sociedade mais educada, com melhores condições sociais e uma crescente classe média

mais consumidora e exigente

O G-20 é um fórum informal que promove um debate aberto e construtivo entre países industrializados e

emergentes sobre assuntos-chave relacionados à estabilidade económica.

O BRICS abre para os seus cinco países espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e

concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores

específicos.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores do Brasil

Page 58: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

58

O desenvolvimento económico e o surgimento de uma classe média mais forte, estável e com maior

representatividade na sociedade trouxe ainda novidades para a economia brasileira. A sociedade torna-se

agora reivindicativa, exigindo do Governo melhores gastos e uma governação mais transparente.

Tabela 7 – Distribuição geográfica da população brasileira em 2012

Região Estado População

Sudeste

São Paulo 43.663.672

Minas Gerais 20.593.366

Rio de Janeiro 16.369.178

Espírito Santo 3.839.363

Subtotal 84.465.579

Nordeste

Bahia 15.044.127

Pernambuco 9.208.551

Ceará 8.778.575

Maranhão 6.794.298

Paraíba 3.914.418

Rio Grande do Norte 3.373.960

Alagoas 3.300.938

Piauí 3.184.165

Sergipe 2.195.662

Subtotal 55.794.694

Sul

Rio Grande do Sul 11.164.050

Paraná 10.997.462

Santa Catarina 6.634.250

Subtotal 28.795.762

Norte

Pará 7.969.655

Amazonas 3.807.923

Rondônia 1.728.214

Tocantins 1.478.163

Acre 776.463

Amapá 734.995

Roraima 488.072

Subtotal 16.983.485

Centro-Oeste

Goiás 6.434.052

Mato Grosso 3.182.114

Distrito Federal 2.789.761

Mato Grosso do Sul 2.587.267

Subtotal 14.993.194

Fonte: IBGE

Page 59: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

59

2.1.1. PIB da economia brasileira15

O Brasil é o país com maior peso na região, representando cerca de 71% do PIB do MERCOSUL.

Gráfico 35 - Representação da percentagem do PIB dos EM no MERCOSUL16

Nos últimos 20 anos, o Brasil apenas

viu o seu PIB decrescer ligeiramente

(-0,33%) em 2009, tendo enfrentado

ainda dois anos de crescimento

praticamente nulo (0,04% e 0,3%) em

1998 e 1999, fruto da crise asiática em

1997 e da crise russa em 1998, que

tiveram um efeito negativo nas

matérias-primas exportadas pelo Brasil.

Assim sendo, em 20 anos a economia

brasileira teve apenas 3 anos de

crescimento negativo ou nulo.

Este largo período de prosperidade

económica foi baseado essencialmente

no controlo da hiperinflação em 1994

(com a implementação do Real), no

crescente preço das matérias-primas exportadas pelo país, na descoberta de grandes reservas de petróleo na

sua zona marítima, em programas de transferência de rendimento do Governo e impulsionado por melhorias

das condições de financiamento da economia.

Apesar de ter crescido 7,5% em 2010, demonstrando uma forte resiliência perante a crise financeira

internacional, o crescimento do PIB do Brasil tem vindo a apresentar alguma contração entre 2010 e 2013.

O maior desafio identificado ao Brasil é a redução da pesada máquina do Estado, com profunda reforma ao

seu sistema fiscal. Na totalidade, os impostos representam mais de 35% do PIB do país, o que impõe

elevados custos às empresas.

Outro enorme desafio que o Brasil atravessa prende-se com a necessidade de investimento nas

infraestruturas, cujos escassos investimentos do passado levaram a que se tornassem muito debilitadas.

O investimento público em projetos de infraestrutura continua a figurar abaixo de 2% do PIB.

15

Doing Business and Investing in Brazil – PwC 16

World Bank

Bolsa Família

O mais famoso e bem-sucedido programa de transferência de rendimento contribuiu para retirar 28% da

população brasileira da pobreza extrema. Segundo um estudo do Ministério do Desenvolvimento Social

brasileiro, o multiplicador económico associado a este programa é de 1,78, o que implica que para cada

1% do PIB gasto neste programa a atividade económica da economia brasileira cresce 1,78%.

Argentina. 14.80%

Brasil. 70.86%

Uruguai. 1.54%

Paraguai 0.80%

Venezuela. 11.99%

Argentina

Brasil

Uruguai

Paraguai

Venezuela

Fonte: Banco Mundial

Page 60: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

60

Gráfico 36 – Evolução anual do PIB, em milhares de milhões de USD

Gráfico 37 – Taxa de crescimento real anual do PIB

Fonte: World Bank

Fonte: World Bank

O Brasil procura que a sua política fiscal seja conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso

equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida líquida em percentagem do PIB, de forma a

contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento económico do país. Mais especificamente, a

política fiscal visa ainda a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da rede

de segurança social, com ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.

O Banco Central do Brasil conduz a política monetária do país. O objetivo central do BCB é de “assegurar a

estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. O BCB tem trabalhado

com metas de inflação estabelecidas em bandas máximas e mínimas.

Através da fixação de metas para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos

federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), o banco tenta controlar a inflação,

consoante a análise da conjuntura económica doméstica e internacional.

Desde 25 de junho de 2003 que a meta de inflação está estabelecida em 4,5%, funcionando num sistema de

bandas (permite a flutuação da inflação para um limite superior e inferior da meta estabelecida).

Assim, desde 30 de junho que a banda estabelecida é de 2 pontos percentuais, o que permite ao BCB

estabelecer a taxa de juro básica, conforme a conjuntura económica, de forma a obter uma inflação anual

entre 2,5% e 6,5%.

Gráfico 38 – Taxa média anual de desemprego, em percentagem da população ativa

Gráfico 39 – Evolução do PIB per capita, em USD

Fonte: FMI Fonte: Banco Mundial

1,654 1,620

2,143

2,477 2,253

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

2008 2009 2010 2011 2012

5.17%

-0.33%

7.53%

2.73%

0.87%

(1%)

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

2008 2009 2010 2011 2012

7,900 8,083

6,742 5,970 5,500

0

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

2008 2009 2010 2011 2012

8,623 8,373

10,978

12,576 11,340

-

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

14,000

2008 2009 2010 2011 2012

Page 61: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

61

Os anos de prosperidade económica trouxeram ainda emprego para milhões de brasileiros. A taxa de

desemprego registou uma queda significativa, passando de 12,3%, em 2003, para 5,5%, em 2012. Ao mesmo

tempo, o PIB per capita cresceu de USD 3.039 para USD 11.339 entre 2003 e 2012. A conciliação entre

menos desemprego e maior PIB per capita forneceu as condições ideais para o crescimento do mercado

interno, incentivando assim o consumo, o comércio e a própria indústria nacional.

A agricultura responde por pouco mais de 5% do PIB, a indústria por cerca de 26% e os serviços por perto de

69%. Os principais produtos agrícolas do país são: café, soja, trigo, arroz, milho, açúcar, cacau, citrinos e

carne de vaca. A nível industrial o país produz: roupa, sapatos, químicos, cimento, madeira, ferro, estanho,

aço, aviões, veículos a motor, entre outras máquinas e equipamentos.

Adicionalmente, o país caracteriza-se por ter uma economia relativamente fechada, pouco dependente do

exterior, sendo que tanto as exportações como as importações têm um peso relativamente reduzido. Os 3

grandes parceiros comerciais do Brasil são a China, os EUA e a Argentina, tanto na importação como na

exportação.

2.1.2. Orçamento Geral do Estado17

No Brasil, as estatísticas sobre as contas públicas compreendem três dimensões: o Governo Central incluindo Previdência; as Empresas Estatais, controladas pelo setor público nos três níveis de governo; e os Governos Estaduais e Municipais (27 Estados, Distrito Federal e mais de 5.500 municípios).

O Brasil enfrenta diversos problemas relativamente às suas contas públicas. Em primeiro lugar os juros nominais suportados pelo Estado (aqui incluídas as esferas do Governo federal, estadual, municipal e as empresas estatais) é consideravelmente elevado, situando-se consistentemente acima de 5% do PIB, bem acima de valores pagos por países desenvolvidos ou mesmo por países comparáveis como a Rússia, a China, o México ou a África do Sul.

Em segundo lugar o Brasil enfrenta graves problemas relacionados com o seu sistema de segurança social (designado por previdência social).

Num país com uma população idosa muito mais reduzida do que os países europeus, o Brasil paga elevadas quantias em pensões. Mesmo com um sistema de subsídio de desemprego relativamente fraco (pelo menos quando comparado com os sistemas europeus), o país apresenta elevados gastos na rúbrica da previdência social.

Ainda assim, o país tem seguido objetivos de consolidação das contas públicas, bem como tem tentado diminuir os custos com juros, no entanto, a receita e assim a intervenção do Estado na economia, continua muito elevada, de forma a sustentar um Estado demasiado grande.

17

Banco Central do Brasil, Orçamento e dados de 2013

Page 62: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

62

Tabela 8 – Resultado do Governo Central, em milhões de US$ (2012)

2010 2011 2012

Receita total 417.755 449.836 482.448

Tesouro Nacional 320.342 336.693 355.833

Previdência Social 96.275 111.683 125.251

Banco Central 1.139 1.461 1.363

Transferência a estados e municípios 63.895 78.341 82.380

Receita líquida total 353.860 371.496 400.067

Despesa total 317.994 329.017 365.490

Tesouro Nacional 200.864 199.478 220.037

Previdência Social 115.755 127.827 143.793

Banco Central 1.375 1.712 1.705

Fundo Central do Brasil 5.632

Resultado do Governo 35.866 42.478 45.841

Tesouro Nacional 55.582 58.874 59.093

Previdência Social -19.481 -16.145 -18.542

Banco Central -235.727 -250.715 -342.008

Resultado primário em % do PIB 2,4% 2,5% 2,4%

Fonte: Ministério da Fazenda/Secretaria do Tesouro Nacional

2.1.3. Dívida Pública18

A dívida pública bruta brasileira tem vindo a aumentar ao longo dos anos, no entanto, o país tem conseguido

diminuir a sua dívida líquida em percentagem do PIB, o que implica que apesar do aumento absoluto da

dívida, esta tem crescido a um ritmo inferior ao ritmo de crescimento da economia.

Com a diminuição do rácio de dívida/PIB, bem como com a evolução positiva da economia brasileira, o país

tem igualmente alcançado melhores notações perante as agências de notação financeira internacionais, o que

geralmente implica uma diminuição do risco associado à emissão de dívida pública e, assim, uma diminuição

dos juros pagos pelo Estado.

O Brasil alcançou uma importante vitória em 2005, fruto dos anos de prosperidade económica, com o

pagamento antecipado ao FMI da sua dívida no valor de US$ 7 mil milhões. Assim, o país deixou de depender

dos empréstimos do FMI, com quem tinha uma relação de devedor desde 1982.

18

FMI e Banco Central do Brasil

Page 63: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

63

Gráfico 40 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de BRL

Fonte: FMI

Gráfico 41 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB

Fonte: FMI

Gráfico 42 – Dívida pública líquida, em percentagem do PIB

Boa parte da dívida pública brasileira está

indexada à taxa de juros de referência, a

SELIC e à própria inflação.

Mediante o controlo da inflação, da

diminuição da SELIC, do incremento do

PIB e da contínua consolidação das

contas públicas, espera-se que o Brasil

continue numa espiral positiva,

aumentando sucessivamente a sua

notação de crédito obtida de agências

internacionais.

Fonte: FMI

Tabela 9 - Notação de crédito da dívida pública brasileira

Indicadores S&P Moody’s Fitch

Notação BBB BAA2 BBB

Perspetivas Negativo Estável Estável

Considerações Investimento Investimento Investimento

Fonte: S&P, Moody’s e Fitch

2.2. Estrutura produtiva19

O Brasil é rico em recursos naturais e tem alguns dos maiores depósitos minerais do mundo. O Brasil é o

maior produtor de estanho, quartzo (vidro) e um dos maiores produtos de ferro, magnésio e tântalo. A indústria

metalúrgica brasileira é uma das 9 maiores do mundo e muitos outros metais, minerais e pedras preciosas são

extraídos em larga escala do solo brasileiro.

19

Banco Central do Brasil e Doing Business and Investing in Brazil – PwC

1,927 2,168

2,456 2,691

3,014

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

2008 2009 2010 2011 2012

64%

67%

65% 65%

68%

61%

62%

63%

64%

65%

66%

67%

68%

69%

2008 2009 2010 2011 2012

38.0%

41.5%

39.1%

36.4% 35.2%

32%

34%

36%

38%

40%

42%

44%

2008 2009 2010 2011 2012

Page 64: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

64

Adicionalmente, os recursos minerais do país incluem petróleo e energia hidroelétrica (principal fonte de

energia do país). Nota-se que apesar de já ser altamente explorada, os maiores potenciais para produção de

energia hidroelétrica estão na bacia do rio Amazonas, ainda por explorar.

A barragem de Itaipu é a segunda maior do mundo em termos de produção de energia, perdendo apenas para

a barragem das Três Gargantas (Three Gorges) na China. As recentes descobertas de petróleo no pré-sal

brasileiro irão fazer do Brasil um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo (segundo um

estudo da universidade de Harvard, o Brasil terá a 6ª maior capacidade de produção de petróleo do mundo).

Gráfico 43 – Contribuição para o PIB dos setores de atividade no Brasil (2012)

Fonte: Banco Central do Brasil

O declínio dos combustíveis fósseis como principal fonte de energia irá fomentar a procura por “agroenergia”.

O Brasil tem vindo a desenvolver iniciativas de sucesso no ramo das energias renováveis, nomeadamente, na

agroenergia. Consequentemente, o setor do etanol expandiu-se e focou-se na eficiência e produtividade,

sendo que o país é hoje líder mundial na produção de biocombustíveis.

A produção brasileira de álcool derivado da cana-de-açúcar é um dos maiores exemplos de sucesso da

indústria do biocombustível no país. Desta forma (e devido a tentativas de expansão da produção de

biocombustíveis a partir de outras biomassas), todo o setor ligado à produção de álcool está a ser alvo de forte

desenvolvimento, tanto por grupos brasileiros como por grupos internacionais.

As vastas áreas de terra arável e o clima perfeito para a agricultura desenvolveram muito o setor agropecuário

no Brasil, bem como toda a indústria relacionada.

O país tem inúmeros investimentos em pesquisa científica ligada à agricultura, tendo atualmente uma das

mais avançadas agriculturas tropicais do mundo, a nível tecnológico, impulsionando assim a produtividade e,

consequentemente as exportações de produtos agrícolas.

O Brasil é atualmente o maior produtor mundial de café, açúcar e sumo de laranja, tendo sido também

responsável pela produção de cerca de 31% da produção de soja do mundo em 2012, com um total de 82,5

milhões de toneladas.

Adicionalmente, o país é o maior exportador de soja, café, açúcar e sumo de laranja, sendo ainda um

importante exportador de milho, cacau, tabaco e carne. O desempenho da agroindústria tem vindo a melhorar

ao longo dos últimos 5 anos, maioritariamente impulsionado pelas exportações de soja e produtos derivados,

carne de vaca e aves.

Acredita-se que o Brasil irá ser o maior exportador de aves do mundo e um dos principais em termos de carne

em geral. Desta forma, o Brasil é assim capaz de satisfazer tanto a sua procura interna como contribuir de

5%

26%

68%

Agropecuária

Indústria

Serviços

Page 65: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

65

forma significativa para a procura mundial de alimentos, maioritariamente graças aos sucessivos ganhos de

produtividade.

Como forma de impulsionar o comércio e indústria, o Brasil criou ainda as zonas de livre comércio, nomeadamente a Zona Franca de Manaus, que foi criada em 1967, com o objetivo de atrair investimento para a região amazónica. Existem ainda outras zonas francas, no entanto, para mais informações sobre os benefícios destas, consultar o capítulo 3.

Tabela 10 – Principais produtos agrícolas brasileiros

O Brasil tem a liderança mundial em alguns dos principais produtos agrícolas

Produção Quota Mundial (%) Exportação Quota Mundial (%)

Soja (milhares de toneladas) 82.500 31% 38.400 39%

Milho (milhares de toneladas) 71.000 8% 17.500 19%

Carne de vaca (milhares de toneladas) 9.375 16% 1.450 16%

Aves (milhares de toneladas) 13.005 16% 3.582 36%

Carne de porco (milhares de toneladas) 3.330 3% 645 9%

Açúcar (milhares de toneladas) 37.500 28% 25.000 45%

Etanol (milhões de litros) 20.300 24% 1.100 16%

Café (milhares de sacos de 60kg) 55.900 38% 32.950 28%

Sumo de laranja (milhares de toneladas) 1.260 57% 1.230 82%

Fonte: PwC Agribusiness Research & Knowledge Center

O potencial piscatório brasileiro é gigantesco, com cerca de 7.367 km de costa, no entanto, este potencial não

está ainda a ser explorado em larga escala.

As principais indústrias do país incluem a indústria petroquímica, metalúrgica, automóvel, mineradora, cimento,

papel e produtos relacionados, a agroindústria, incluindo a transformação de alimentos. No entanto, ainda

existe um enorme potencial de expansão em todos os setores listados, apesar das restrições ao investimento

externo.

A indústria de alta-tecnologia é maioritariamente constituída por fábricas que se limitam a importar os

componentes e as partes dos equipamentos eletrónicos e a montá-los no país. As multinacionais dominam o

setor da alta-tecnologia, apesar da existência de alguns grupos nacionais de relevo. Como em muitos países

emergentes, o Brasil viveu nos últimos anos um forte incremento de negócios online, bem como de negócios

financiados através de capital de risco, o que trás novos desafios e oportunidades ao mercado.

Os serviços compõem a maior parte da economia brasileira e estão em franco crescimento. As áreas de maior

potencial estão ligadas ao turismo e serviços de informação. Os serviços comerciais são relativamente

sofisticados e o país conta com uma forte presença de multinacionais em áreas como o marketing, serviços

informáticos e consultoria. Os grandes grupos industriais possuem as suas próprias redes de distribuição e

transporte (fruto do tamanho do país e das ineficientes infraestruturas).

Finalmente, apesar de existirem algumas restrições protecionistas, os investidores estrangeiros estão

autorizados a atuar nos serviços de telecomunicações, financeiros e na banca.

Page 66: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

66

2.3. Política económica20

2.3.1. Perspetivas futuras

Apesar de, em 2001, a Goldman Sachs ter previsto que os BRIC seriam o motor de crescimento da economia

mundial, a configuração da economia e da política internacional alterou-se. O Brasil viveu anos de forte

crescimento económico nos últimos 20 anos e perspetiva-se que mantenha um razoável ritmo de crescimento

no futuro, no entanto, não ao nível dos demais países que compõe os BRIC.

Considera-se hoje em dia que o país fez muito pouco no que toca a reformas profundas e estruturais durante

os anos de forte crescimento económico. O setor público brasileiro é demasiado grande e impõe um peso

desmedido sobre o setor privado. O sistema tributário do país é um dos mais complexos do mundo, os

impostos sobre os salários ascendem a 58% do salário nominal e o Governo tem-se atrasado em

investimentos prioritários.

O sistema de pensões brasileiro é demasiado generoso, o que faz com o que o país gaste tanto em pensões

como um país europeu com 3 vezes a sua população idosa. No entanto, os gastos públicos em infraestruturas

são ainda muito reduzidos quando comparados com a média mundial.

Gráfico 44 - Crescimento anual do PIB real

O FMI tem apresentado sucessivas revisões em baixa para o crescimento do PIB do Brasil para os próximos anos, revelando uma tendência de crescimento da economia inferior aos valores inicialmente previstos de 4%.

No primeiro trimestre de 2014, o FMI estimou um crescimento do PIB de apenas 1.8% para o mesmo ano, perspetivando-se que o alinhamento para os valores previstos de 4% só se inicie no segundo semestre de 2014.

O crescimento económico brasileiro

deverá ser influenciado pelos vários

eventos mundiais que irão ocorrer

nos próximos anos e pela

perspetiva de aumento do número

de turistas associados aos eventos

e a um maior reconhecimento

mundial.

Será igualmente influenciado pela perspetiva do crescimento das suas exportações dos setores agrícolas e da

agro-indústria, bem como pela recuperação do setor industrial que poderá beneficiar de uma desvalorização

da moeda nacional face ao dólar, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros. No entanto, essa

mesma desvalorização irá ter efeitos sobre a inflação, resultando assim em menor poder de compra interno, o

que poderá ter algum impacto, ainda que reduzido, no consumo interno.

20

Banco Central do Brasil e The Economist, PwC, 2013

5.3%

4.4%

2.2%

3.4%

0.04% 0.3%

4.3%

1.3%

2.7%

1.1%

5.7%

3.2%

4.0%

6.1%

5.2%

-0.3%

7.5%

2.7%

0.0%

3.0%

4.0% 4.2%

(1%)

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

1994 1998 2000 2004 2008 2010 2012 2014 2018

Fonte: FMI

Page 67: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

67

2.3.2. Prioridades estratégicas do Brasil21

Em 2007, o Governo brasileiro lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promovendo assim o

planeamento (e execução) de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética no país,

com vista a aumentar (acelerar) o crescimento económico brasileiro e mantê-lo numa rota sustentável.

De acordo com o Governo, “o PAC ajudou a dobrar os investimentos públicos brasileiros (de 1,62% do PIB em

2006 para 3,27% em 2010) e ajudou o Brasil a gerar um volume recorde de empregos – 8,2 milhões de postos

de trabalho criados no período”.

Considera-se que o PAC “teve importância fundamental para o país durante a grave crise financeira mundial

entre 2008 e 2009, garantindo emprego e rendimento aos brasileiros, o que por sua vez garantiu a

continuidade do consumo de bens e serviços, mantendo ativa a economia e aliviando os efeitos da crise sobre

as empresas”.

Desta forma, o Governo decidiu lançar um segundo PAC que entrou em vigor em 2011, com base na mesma

estratégia e com os mesmos objetivos.

Oportunidade de desenvolvimento sem precedente

─ O atual nível de desenvolvimento das infraestruturas não tem nenhum precedente na história

brasileira;

─ O BNDES estima que os investimentos em infraestrutura possam atingir 2,5% a 3% do PIB até ao final

de 2014;

─ Entre 2003 e 2011, aproximadamente 40 milhões de indivíduos passaram a pertencer à classe média,

que passou de 65,9 milhões para 105,5 milhões de pessoas;

─ O Brasil tem hoje mais de 1.200 projetos de infraestrutura que envolverão investimentos de USD

348,5mil milhões (aproximadamente 50% estão na fase inicial).

Fatores atraentes do mercado em crescimento

─ Crescimento da população e urbanização;

─ Crescimento económico que aumenta a riqueza pessoal e a procura por infraestruturas de melhor

qualidade;

─ Baixa correlação com mercados desenvolvidos;

─ Investimento historicamente baixo em infraestrutura;

─ Melhoria no ambiente de investimento;

─ Privatizações e iniciativas público-privadas.

Motores da infraestrutura

─ A melhoria da infraestrutura brasileira e crucial para manter o crescimento estável do país;

─ O Brasil irá concretizar uma grande renovação da sua infraestrutura, incluindo portos e logística,

aeroportos e transporte, ferroviais, estradas, energia e arenas desportivas;

─ O Brasil vai sediar o Mundial 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016;

─ O PAC2 prevê investimentos nas 12 cidades-sedes das competições:

o USD 3,3 mil milhões para estádios desportivos;

o USD 6,8 mil milhões para mobilidade urbana;

o USD 400 milhões para terminais e portos;

o USD 1,2 mil milhões para a construção e renovação do setor hoteleiro.

21

Ministério da Fazenda

Page 68: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

68

2.4. Principais regiões e Estados do Brasil

2.4.1. Principais regiões importadoras

O Brasil está dividido em 5 grandes regiões, a Região Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul. Esta

divisão realizada em pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística procurou reunir os Estados com perfis

sociais e económicos comuns.

A Região Norte é caracterizada por grandes extensões de território cobertos pela floresta da Amazónia, com

umas das biodiversidades mais ricos do mundo, com rios navegáveis e rica em minério.

A Região do Nordeste é caracterizada

pelas grandes extensões de território,

com uma profunda desigualdade em

termos de ocupação humana e

disponibilidade de água.

A Região Centro Oeste é caracterizada

pelo setor da Agro Industria e da

pecuária.

A Região Sudeste é a região

economicamente mais desenvolvida do

Brasil, com o principal polo industrial do

Brasil

A Região Sul é a segunda região mais

industrializada do País e detém os

melhores indicadores sociais.

Principais setores para investimentos em infraestruturas no Brasil

Portos O Governo abriu os portos públicos brasileiros à concessão do setor privado

Ferrovias Investimentos maciços em infraestruturas de ferrovias (incluindo transporte de alta

velocidade)

Rodovias Programa de concessão do Governo abrange 12.000 km de estradas

Aeroportos Investimentos maciços nos aeroportos do país, incluindo a construção de novos

terminais, tal como uma 2ª ronda de concessão de aeroportos

Energia Mais instalações estão previstas, apesar dos atrasos devido a conflitos na

obtenção de licenças ambientais

Pré-sal Investimentos na área do pré-sal devem transformar o Brasil em um grande

exportador de petróleo cru.

Page 69: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

69

Em termos de importações, em

2013, a Região Norte importou cerca

de US$ 16 mil milhões, a Região do

Nordeste importou US$ 28 mil

milhões, a Região do Centro Oeste

US$ 16 mil milhões, a Região do

Sudeste cerca de US$ 131 mil

milhões e a Região Sul, cerca de

US$ 51 mil milhões.

Há uma forte concentração das

importações no Estados de Minas

Gerais, Espírito Santo, São Paulo e

Rio de Janeiro que serão objeto de

análise mais detalhada.

2.4.1.1. 50 Principais produtos importados por Região do Brasil

Os produtos importados pelo Brasil apresentam características diferentes consoante a região que se analise,

porém, é possível detetar características comuns, nomeadamente quanto à importação de produtos de alta

tecnologia, componentes e peças para a indústria, veículos automóveis de passageiros e produtos químicos. A

importação de matéria-prima é residual.

Região Norte

Total de Importações em 2013, US$ 16 mil milhões

Variação 2012/2013: + 2.81%

Região do Nordeste

Total de Importações em 2013, US$ 27 mil milhões

Variação 2012/2013: + 6.72%

Outras partes p/aparelhos recept. radiodif. telev;

Microprocessadores mont.p/superf.(smd); Partes

p/aparelhos de /telefonia/telegrafia; "gasóleo" (óleo diesel);

Outros circuitos integrados monolíticos; Partes e acessórios

de motocicletas; Outras unidades de ar condicionado;

Memória ram =25ns,eprom, eeprom, prom, Rom, flash;

Estireno; Conjuntos cabeça-disco de unid.de disco rígido;

Embarcações p/transporte de mercadorias ou pessoas;

Hidróxido de sódio em sol. Aquosa (lixivia); Paládio em

formas brutas ou em pó; Moto compressora hermética, frig;

Ci multicamada c/ isolante res.epoxida/tec; Cond. elétrico

peças de conexão; Partes p/aparelhos radio

telecomando/camaras; Outras memórias digitais montadas;

Trigo e misturas de trigo c/centeio; Unidades de discos

magnéticos/discos rígido; Circuitos impr.c/comp. elétr./eletr.

montados; Acumuladores elétricos de íon de lítio; Prata;

Tela p/microcomputadores portáteis, policromáticos; Outras

partes e acess.p/máquinas automat. proc; Circuito integ.

monolítico "chipset"; Conectores p/circuito impresso,

p/tensão <=1kv; Consolas e maq.de jogos de vídeo; Outras

partes para motores de explosão; Outros polietilenos

s/carga, d>=0.94,em formas; Polietileno linear, densidade

<0.94; Tereftalato de polietileno em forma primária; Outros

próprios p/aparelhos telefónicos; Coque de petróleo

"Gasóleo" (óleo diesel); Outras gasolinas, exceto para

aviação; Naftas para petroquímica; Sulfetos de minérios de

cobre; Out. trigos e misturas de trigo c/centeio; Automóveis

c/motor explosão,1500<cm3<=3000,at; Outros propanos

liquefeitos; Querosenes de aviação; Gás natural, liquefeito;

Outros veículos automóveis c/motor diesel, p/c; Ácido

tereftalico e seus sais; Cátodos de cobre refinado/seus

elementos; Outros cloretos de potássio; Diidrogeno-

ortofosfato de amónio, incl. mist; Outros grupos eletrog.;

Outras turbinas a vapor, de potencia>40mw; Partes de

outros motores/geradores/grupos; Óleos brutos de petróleo;

Outros veículos automóveis c/motor explosão; Malte não

torrado, inteiro ou partido; Outros grupos eletrog.de energia

eólica; Outs. construções e suas partes, de ferro fund/;

Lamin. ferro/aço,l>=6dm,galvan.outro proc. e<4;

Automóveis c/motor explosao,1000<cm3<=1500; Outs.

Inseticidas; Hidróxido de sódio em sol. aquosa (lixivia

soda); Butanos liquefeitos; Hulha betuminosa, não

aglomerada; Calçados p/desporto; Arroz semibranqueado;

Etilenoglicol (etanodiol); Outros querosenes; Coque de

petróleo não calcinado; Gás liquefeito de petróleo (glp);

Outs. máquinas e aparelhos p/fabr. pasta de mater;

Desperdícios e resíduos, de cobre; P-xileno; Lamin.de

outras ligas aços, quente, l>=600mm; Policloreto de vinila,

Gráfico 45 – Importações por região do Brasil

7%

11%

7%

54%

21%

Importações por região % (2013)

Região Norte

Região do Nordeste

Região Centro Oeste

Região Sudeste

Região Sul

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

Page 70: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

70

calcinado; Blocos de cilindros, peças p/motores;

Polipropileno sem carga, em forma primária; Outras

turbinas a gás de potência>5000kw; Outros circuitos

montados; Chapas de liga de alumínio; Retificadores de

cristal (semicondutores); Outras bobinas de reactância e de

autoindução; Cartões inteligentes smart cards; Parafusos,

pinos/pernos, de ferro fundido; Condensadores fixos

c/dieletr; Caixas p/relógio de pulso/bolso; Pneus radiais,

novos; "Dumpers"; Outras máquinas e aparelhos

mecânicos; “Dumpers” p/transp. De mercadorias; Chapas,

folhas, tiras, etc., autoadesiva; Moto compressores

herméticos p/equipamentos.

obt. proc. suspensão; Navios-tanque; Máquinas

ferramentas p/estampar metais, c/comando; Outras formas

brutas de chumbo refinado; Automóveis c/motor explosão,

cil<=1000cm3; Outras máquinas e aparelhos mecânicos;

Outros grupos eletrog. p/motor diesel>375kva; Outros óleos

de "palmiste"; Superfosfato, teor de pentóxido de fosforo;

Borracha natural; Barras de ferro/aço, laminado, quente,

dentadas, etc.; Automóveis c/motor

explosão,cm3>3000,até 6 pa.

Região Centro Oeste

Total de Importações em 2013, US$ 16 mil milhões

Variação 2012/2013: + 2.81%

Região Sudeste

Total de Importações em 2013, US$ 131 mil milhões

Variação 2012/2013: + 10.14%

Gás natural no estado gasoso; Outros cloretos de potássio;

Outs. frações do sangue, prod. 9munol. modif.; Automóveis

c/motor explosão,1500<cm3<=3000; Anticorpo humano

c/afin. especif. antígeno; Cátodos de cobre refinado/seus

elementos; Diidrogeno-ortofosfato de amónio; Ureia com

teor de nitrogénio>45% em peso; Outs.

adubos/fertiliz.miner.quim.c/nitrogénio; Outras partes e

acess. de carroçarias p/veículos; Superfosfato, teor de

pentóxido de fosforo; Outros medicam. cont. prods. p/fins

terapêuticos; Medicamento c/ciclosporina, fluspirileno;

Sulfato de amónio; Outros medicamentos c/compostos

heterocli.; Outros medicamentos c/comp. heterocicl.

heteroat. Nitro; Medicamento contendo outras enzimas, em

doses; Outras caixas de marchas; Eixos d/transm.

c/diferencial p/veículos automóveis; Carnes desossadas de

bovino, frescas; Outras vacinas para medicina humana, em

doses; Fios têxteis de poliésteres crus; Motores

diesel/semidiesel,p/veic.cap.87, 2500; Carnes desossadas

de bovino, congeladas; Outros motores de explosão,

p/veic.; Caldeiras "de agua superaquecida"; Outras partes e

acess.p/tratores e veículos; Outs. aparelhos e dispositiv. p/

trat. matéria modificada; Outros instrumentos e aparelhos

p/telecomunicações; Outros óleos de palma;

Imunoglobulina liofilizada ou em solução; Outros aparelhos

mecânicos, para projetar; Nitrato de amónio, mesmo em

solução aquosa; Coque de petróleo não calcinado ;

Motores diesel/semidiesel,p/veic.cap.87, 1500; Tecido de

filam. poliester textur>=85%,tintos; Automóveis c/motor

diesel,cm3>2500,sup.6 pass; Adubos ou fertilizantes

c/nitrogénio, fosforo; Energia elétrica; Automóveis c/motor

explosão,cm3>3000,sup.6; Veículos automóveis de

combate a incêndios; Lamin. ferro/aço, l>=6dm,revest.ligas;

Outras construções e suas partes, de ferro fund; Secadores

p/madeiras, pastas de papel, papeis; Outras máquinas e

aparelhos p/fabr. Pasta; Tecido de filam. poliéster

textura>=85%,estampa; Metanol (álcool metílico); Batatas

preparadas ou conservadas, congeladas; Out. trigos e

misturas de trigo c/centeio; Preservativos.

Óleos brutos de petróleo; "gasóleo" (óleo diesel);

Automóveis c/motor explosão,1500<cm3<=3000; Gás

natural, liquefeito; Hulha betuminosa, não aglomerada;

Outs. parts. p/aparelhos de rádio; Partes de turborreatores

ou de turbopropulsor; Naftas para petroquímica; Outras

partes p/aviões ou helicópteros; Outras caixas de marchas;

Outras inseticidas, apresentados de outro modo; Outras

partes e acessórias de carroçarias p/veículos; Querosenes

de aviação; Out. trigos e misturas de trigo c/centeio; Outras

partes e acess.p/tratores e veículos; Automóveis c/motor

explosãoexplosão,1000<cm3<=1500; Outros, cloretos de

potássio; Microprocessadores montagem p/superf.;

Automóveis c/motor explosão, cil<=1000cm3; Outros

medicamentos c/comp. heterocicl. heteroat. nitro;

Turborreatores de empuxo>25kn; Circuitos impr. c/comp.

elétr./eletr. Montados; Óleos lubrificantes sem aditivos;

Outras máquinas e aparelhos mecânicos c/função; Outros

circuitos integrados; Outras partes de máquinas e

aparelhos de terraplana; Outros fungicidas apresentados

de outro modo; Outros circuitos integrados monolíticos;

Terminais portáteis de telemóveis; Outras compostos

heterocicl.c/1 ciclo pirazol; Coques de hulha, de linhita ou

de turfa; Partes de caixas de marchas; Glifosato e seu sal

de monoisopropilamina; Outros eixos e partes, p/veículos

automóveis; Tela p/microcomputadores portáteis,

policromáticos; Ureia com teor de nitrogénio>45% em peso;

Outras obras de plásticos; Outras obras de ferro ou aço;

Outros helicópteros de peso>3500kg,vazios; Caixas de

transmissão, redutores, etc.; Outros motores de explosão,

p/veic.cap.87,sup.; Outras partes e acess.p/máquinas

automáticas; Outros medicam. cont. prods. p/fins

terapêuticos; Outros herbicidas apresentados d/outro

modo; Outros veículos p/movim. carga, autopropulsores;

Outras hulhas, mesmo em pó, mas não aglomeradas;

Outros medicamentos c/compostos heterocicl.; Outras

vacinas para medicina humana; Outros motores

diesel/semidiesel,p/veic.;Outros controladores eletron.

automáticos p/veículos.

Page 71: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

71

Região Sul

Total de Importações em 2013, US$ 50 mil milhões

Variação 2012/2013: + 3.2%

Óleos brutos de petróleo; Outros veículos automóveis c/motor diesel, p/c; Naftas para petroquímica; Automóveis c/motor

explosão, 1500 <CM3 <=3000; Outros cloretos de potássio; Cátodos de cobre refinado/seus elementos; Ureia com teor de

nitrogénio; Didrogeno-ortofosfato de amónio; Automóveis c/motor explosão, cil<=1000cm3; Out. trigos e misturas de trigo

c/centeio; Automóveis c/motor explosão; Outras partes e acess.de carroçarias p/ veículos; Hidrogeno-ortofosfato de

amónio; Pneus novos para automóveis de passageiros; Outras caixas; Outras partes e acess.p/tratores e veículos;

Automóveis c/motor diesel, cm3>2500,sup.6 pass; Outros pneus novos para autocarros ou camiões; Superfosfato, teor

de pentóxido de fosforo; Outs. adubos/fertiliz.miner.quim.c/nitrogénio; Fio de fibras artificiais>=85%,simples; Outros

polietilenos s/carga,d>=0.94,em formas; Outros feijões comuns, pretos, secos, em grãos; Policloreto de

vinila,obt.proc.suspensao; Outros polímeros de etileno, em formas primárias; Outs. Fungicidas; Garrafões, garrafas,

frascos, artigos semelhantes; Outros motores diesel/semidiesel, p/veic.; Outras luvas de borracha vulcanizada; Outros

circuitos integrados; Sulfato de amónio; Metanol (álcool metílico); Outros veículos automóveis c/motor explosão; Fios

têxteis de poliésteres crus; Outros ladrilhos, etc. de cerâmica/vidrados; Lâmpadas/tubos descarga, fluorescente, de

cátodos; Polipropileno sem carga, em forma primária; Batatas preparadas ou conservadas, congeladas; Partes de outs.

máquinas e apars.p/colheita; Travões e partes, p/tratores/veículos automóveis; Caixas de transmissão, edutores,etc.;

Pasta quim. madeira de conifera, soda/sulfat.; Outras produtos de plástico; Polietileno sem carga, densidade<0.94,em

forma; Outs. apars. recep. radiodif. c/apars.som,p/veic.; Azeite virgem; Milho em grão; Outs.máqs.apar.elétr.c/função

própria; Outras frações do sangue, prod.imunol.modif.exc.; Outras máquinas e aparelhos mecânicos c/funções.

Dados: Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, 2014

2.4.2. Região Sudeste os Estados mais importadores, os Estados de Minas

Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro

Os Estados da Região do Sudeste são responsáveis por cerca de 50% das importações totais do Brasil, num

montante global de US$ 131 mil milhões e um crescimento de 10.14% em 2013, invertendo a tendência de

queda do crescimento das importações que se vinha a verificar desde 2010, tendo, inclusivamente sido

registado em 2012, uma diminuição do valor das importações face ao ano anterior.

O Estado de São Paulo e do Rio de

Janeiro representam cerca de 85% das

importações da Região, tendo atingido

em 2013 um total de cerca de US$ 111

mil milhões.

O Estados de Minas Gerais e do

Espírito Santo representam, em

conjunto, apenas 15% das importações

da região.

89,756 USD 69%

21,574 USD 16%

12,343 USD 9%

7,435 USD 6%

Importações dos Estados da Região do Sudeste 2013 - US$ milhões

São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Espírito Santo

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

Gráfico 46 – Variação anual do CAGR das importações da Região do Sudeste

Page 72: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

72

O ano de 2013 representa um ano

de viragem na queda das

importações em consequência da

necessidade de matéria-prima para

um vasto conjunto de

investimentos em infraestruturas

que têm vindo a ser realizadas.

Conforme se poderá verificar pelo

gráfico as importações do Estado

de São Paulo influenciam de forma

significativa os resultados da

região.

O Estado do Rio de Janeiro

apresenta uma maior resistência à

quebra nas importações.

(*) CAGR (Compound Annual

Growth Rate (Taxa de crescimento

anual composta).

2.4.2.1. Lista do 10 municípios mais importadores do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (2013)

Entre os inúmeros municípios que compõem os Estados há municípios que se destacam dos demais pelo seu

volume de importações, nomeadamente, no Estado do Rio de Janeiro, os Municípios do Rio de Janeiro, Niterói

e Angra dos Reis, com cerca de 76% das importações, e no Estado de São Paulo, São Sebastião, São Paulo,

Campinas e São Bernardo do Campo, com cerca de 65% das importações.

Gráfico 47 – Variação anual do CAGR* das importações

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

36.05%

22.43%

-4.74%

10.16%

34.26%

21.24%

-5.30%

15.33%

43.12%

13.94%

7.73% 5.46%

-10.00%

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

2010 2011 2012 2013

CAGR Importações 2010-2013

CARG Importações da Região do Sudeste (2010-2013)

São Paulo

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

38%

Niterói 26%

Angra dos Reis 12%

Petrópolis 5%

Resende 5%

Porto Real 4%

Macaé 4%

Belford Roxo 3%

Duque de Caxias

3%

Itaguaí 0%

10 Municípios mais importadores do Estado do Rio de Janeiro - 2013

São Sebastião

26%

São Paulo 25%

Campinas 8%

São Bernardo do Campo

8%

São José dos Campos

7%

Guarulhos 6%

Sorocaba 5%

Taubaté 5%

Jundiaí 5%

Barueri 5%

10 Municípios mais importadores do Estado de São Paulo - 2013

Gráfico 48 – Importações por município

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

Page 73: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

73

2.4.2.2. Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo é um dos maiores centros económicos

e industriais da América do Sul. Com cerca de 42 milhões de

habitantes, São Paulo é o Estado com maior população do

Brasil, concentrando o 3° maior mercado consumidor da

América Latina.

Composto por 645 municípios, a sua dinâmica regional

constituiu uma rede de cidades que compreende, nos estratos

superiores de sua hierarquia, um conjunto de metrópoles,

aglomerados e centros urbanos.

Além de São Paulo, os municípios com maior população do Estado são: Guarulhos, Campinas, São Bernardo

do Campo, Santo André, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba e Santos.

São Paulo dispõe de um conjunto alargado de infraestruturas, entre as quais, os principais aeroportos do

Brasil, além do Porto de Santos, maior terminal de contentores da América Latina, responsável por 25% da

corrente de comércio brasileira.

Entre as várias universidades existentes em São Paulo, as três universidades públicas paulistas figuram entre

as melhores do País, dispondo igualmente de uma ampla rede de ensino técnico e profissionalizante do Brasil,

com destaque para o Centro Paula Souza, responsável pelas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de

Tecnologia (Fatecs).

O Estado de São Paulo dispõe de incentivos fiscais adicionais que beneficiam diversos setores produtivos,

entre os quais se encontram, a redução de alíquota no Imposto de Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS) de 18% para 12%.

O Estado de São Paulo é o principal destino de turismo de negócios do Brasil. Com 75% das feiras e eventos

realizados, a capital é a sede dos principais encontros brasileiros e internacionais, enquanto o interior e o

litoral destacam-se por suas atividades económicas e de lazer. O Estado de São Paulo apresenta uma balança

comercial deficitária atendendo às suas características económicas enquanto centro financeiro e centro de

importações para o mercado de consumo interno.

Com o objetivo de manter São Paulo na

sua trajetória de crescimento, o Governo

do Estado concebeu o plano plurianual

2012-2015, com 180 programas e

investimentos de US$ 336 mil milhões,

dos quais US$ 331 resultam do

Orçamento público e US$ 35 mil milhões

de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e

empresas estatais

Investe São Paulo, 2013

- USD

10,000 USD

20,000 USD

30,000 USD

40,000 USD

50,000 USD

60,000 USD

70,000 USD

80,000 USD

90,000 USD

100,000 USD

2009 2010 2011 2012 2013

Valo

res m

ilh

õe

s U

S$

Balança comercial do Estado de São Paulo

Importações Exportações

-23%

34%

21%

-5%

15%

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

2009 2010 2011 2012 2013

Variação das importações do Estado de São Paulo 2009-2013

CARG Importações

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

Gráfico 49 – Balança comercial e variação das importações do Estado de São Paulo

Page 74: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

74

Dada a contração na economia brasileira, as importações registam um crescimento reduzido entre 2010 e

2012, tendo, inclusive, nesse ano, registando uma diminuição das importações face ao ano anterior. O ano de

2013 retoma o crescimento das importações para valores superiores a 10%.

Em termos de setores estratégicos, São Paulo apresenta os seguintes setores:

Aeroespacial e Defesa

Maior centro aeroespacial da América Latina, São Paulo

responde por 73% das unidades locais, 95% da mão-de-

obra e 96% do valor da transformação industrial do setor

aeronáutico brasileiro.

Agroindústria

É o maior produtor mundial de Laranja e Cana-de-

Açúcar, destacando-se ainda na produção de Carne

Bovina e outros produtos agrícolas.

Alimentos

O Estado está entre os principais produtores de

alimentos industriais do mundo, responsável por cerca

de 35,5% da produção industrial de alimentos no Brasil e

referência no comércio e na prestação de serviços no

setor.

Automóvel

O Estado é o 15º maior produtor de veículos do mundo e

tem instalado no seu território mais de 41% das fábricas

do setor automóvel brasileiro.

Economia Verde

O Estado detém o maior mercado de economia verde do

País, com cerca de 142 mil empresas que dão emprego

a cerca de 1.6 milhões de pessoas, com destaque para

os setores dos Biocombustíveis e das Energias

Renováveis.

Máquinas e Equipamentos

Com cerca de 57% do valor da transformação industrial

e 49% da mão-de-obra do Brasil no setor (cerca de 288

mil empregados).

Mercado Imobiliário

Com mais de 90% de sua população concentrada em

áreas urbanas, São Paulo dispõe de 20% do total de

habitantes do Brasil e representa 28% do PIB nacional

da construção civil.

Pesquisa e Desenvolvimento

São Paulo dispõe de uma rede intensiva de

universidades, centros de pesquisa, incubadoras e

parques tecnológicos, respondendo por 86% dos

investimentos recebidos no setor.

Petróleo e Gás Natural

Além de abrigar 34% dos fornecedores nacionais de

equipamentos e serviços voltados para o setor, São

Paulo conta com cinco refinarias que representam 42,7%

da capacidade do País e um enorme potencial extrativo

com as descobertas no pré-sal.

Saúde e Ciências da Vida

Líder no setor e com excelente estrutura de pesquisa e

mão-de-obra qualificada, São Paulo abriga 38% das

empresas de biociências e 71% da

indústria Farmacêutica do Brasil, bem como 53% do total

de pessoas que trabalham no setor.

Serviços Financeiros

São Paulo concentra mais de 31% das agências

bancárias e 32% das operações de crédito no Brasil. A

capital do Estado abriga a BM&FBovespa, uma das

cinco maiores bolsas de valores do mundo.

Tecnologia da Informação e Comunicação

Maior polo de tecnologia da informação e comunicação

(TIC) do Brasil, São Paulo concentra 41% da indústria

nacional de equipamentos de informática, além de uma

ampla oferta de serviços voltados para computadores,

tablets e smartphones.

Fonte: Investe São Paulo

A BM&FBOVESPA S.A. — Bolsa de Valores, Mercadorias

e Futuros encontra-se entre as maiores bolsas do mundo

em valor de mercado e é líder na América Latina.

Única bolsa de valores, mercadorias e futuros em

operação no Brasil, a BM&FBOVESPA exerce igualmente

o papel de dinamizar o mercado de capitais do Brasil.

Fonte: BM&FBOVESPA S.A, 2013

Page 75: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

75

2.4.2.2.1. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras - 2013

PETRÓLEO BRASILEIROS - PETROBRAS

SYNGENTA PROTECAO DE CULTIVOS LTDA

SAMSUNG ELETRONICA DA AMAZONIA LTDA

EMBRAER S.A.

LG - ELECTRONICS DO BRASIL LTDA

BASF SA

SCANIA LATIN AMERICA LTDA

HONDA AUTOMOVEIS DO BRASIL LTDA

EMBRAER S.A.

CATERPILLAR BRASIL LTDA

MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA.

GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA

DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA

TOYOTA DO BRASIL LTDA

FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA

CISA TRADING S/A

GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA

ROBERT BOSCH LIMITADA

FOXCONN BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

HYUNDAI MOTOR BRASIL MONTADORA DE AUTOMOVEIS LTDA

NOVARTIS BIOCIENCIAS SA

FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

GOODYEAR DO BRASIL PRODUTOS DE BORRACHA LTDA

SANOFI-AVENTIS FARMACEUTICA LTDA

HONDA AUTOMOVEIS DO BRASIL LTDA

ROLLS-ROYCE BRASIL LTDA.

BMW DO BRASIL LTDA

USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S/A. USIMINAS

TAM LINHAS AEREAS S/A.

DOW AGROSCIENCES INDUSTRIAL LTDA

ERICSSON TELECOMUNICACOES S A.

CATERPILLAR BRASIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS E PECAS LTDA.

WYETH INDÚSTRIA FARMACEUTICA LTDA

LABORATORIOS PFIZER LTDA

VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEICULOS

HEWLETT-PACKARD BRASIL LTDA

C&A MODAS LTDA.

TOYOTA DO BRASIL LTDA

LENOVO TECNOLOGIA (BRASIL) LIMITADA

JANSSEN-CILAG FARMACEUTICA LTDA

NIKE DO BRASIL COMÉRCIO E PARTICIPACOES LTDA

VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA.

CNH LATIN AMERICA LTDA

DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.

JOHNSON & JOHNSON DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO

BRIDGESTONE DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

HUAWEI DO BRASIL TELECOMUNICACOES LTDA

COMPALEAD ELETRONICA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO

BAYER S.A.

FIH DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ELETRONICOS LTDA

PROCTER & GAMBLE DO BRASIL S.A.

GENERAL ELECTRIC ENERGY DO BRASIL – EQUIPAMENTOS SER

CARGILL AGRICOLA S A

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

BOEHRINGER INGELHEIM DO BRASIL QUIMICA E FARMACEUTICA

INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT

ABBOTT LABORATORIOS DO BRASIL LTDA

GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA

CUMMINS BRASIL LIMITADA

IBM BRASIL-INDÚSTRIA MÁQUINAS E SERVICOS LIMITADA

ARYSTA LIFESCIENCE DO BRASIL INDÚSTRIA QUIMICA E AGROPE

FUNDAÇÃO BUTANTAN

MONSANTO DO BRASIL LTDA

3M DO BRASIL LTDA

MOSAIC FERTILIZANTES DO BRASIL LTDA.

PIRELLI PNEUS LTDA.

JOHN DEERE BRASIL LTDA

NOVELIS DO BRASIL LTDA.

TECSIS TECNOLOGIA E SISTEMAS AVANCADOS S.A.

FOXCONN BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

DU PONT DO BRASIL S A

LOJAS RIACHUELO SA

THINKTECH INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE INFORMATICA SA

VALTRA DO BRASIL LTDA.

CLARIANT S.A

MOTOROLA MOBILITY COMÉRCIO DE PRODUTOS ELETRONICOS

LTDA

AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.

SMART MODULAR TECHNOLOGIES INDÚSTRIA DE COMPONENTES

SCHERING DO BRASIL QUIMICA E FARMACEUTICA LTDA.

VALE FERTILIZANTES S.A.

UPL DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE INSUMOS

AGROPECUA

MERITOR DO BRASIL SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA.

TETRA PAK LTDA

ELI LILLY DO BRASIL LTDA

ZARA BRASIL LTDA

DRESSER-RAND DO BRASIL LTDA.

SHELL BRASIL PETROLEO LTDA

RHODIA POLIAMIDA E ESPECIALIDADES LTDA

LUXOTTICA BRASIL PRODUTOS OTICOS E ESPORTIVOS LTDA

PIRELLI PNEUS LTDA.

SKF DO BRASIL LTDA

CONFAB INDUSTRIAL SOCIEDADE ANONIMA

SUMITOMO CHEMICAL DO BRASIL REPRESENTACOES LIMITADA

NOVARTIS BIOCIENCIAS SA

Page 76: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

76

2.4.2.2.2. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras a Portugal - 2013

CARGILL AGRICOLA S A

BUNGE ALIMENTOS S/A

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

PARANAPANEMA S/A

CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA

EMBRAER S.A.

ZARA BRASIL LTDA

LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT

PROADEC BRASIL LTDA

TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA

CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

REPRETEC TRADING LTDA

NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA

FERTIBERIA BRASIL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP

DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.

AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.

MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA

SIDEL DO BRASIL LTDA.

FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA

BELGO BEKAERT ARAMES LTDA

SENDAS DISTRIBUIDORA S/A

M&G POLIMEROS BRASIL S.A.

ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO

INTERCEMENT BRASIL S.A.

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

ELECTROLUX DO BRASIL S/A

COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA

MERCOFRICON S/A

ARCELORMITTAL BRASIL S.A.

CISA TRADING S/A

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

HUF DO BRASIL LTDA

PRONEFRO BRASIL LTDA

INTERCEMENT BRASIL S.A.

QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA

ROBERT BOSCH LIMITADA

M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME

CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.

MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA

WAL MART BRASIL LTDA

FAURECIA AUTOMOTIVE DO BRASIL LTDA

CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.

PADTEC S/A

HUSQVARNA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS

PA

CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA

JBS S/A

SAINT-GOBAIN VIDROS S.A.

SEA FOODS DO BRASIL IMPORTACAO E EXPORTACAO S.A.

INDASA BRASIL LTDA

DURIT BRASIL LTDA

INTERCONTINENTAL COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA

RIO BRANCO ALIMENTOS S/A

BOMPRECO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA

SAINTE MARIE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

NS IMPORTACAO E COMÉRCIO LTDA

VIA VENETO ROUPAS LTDA

MINERACAO GUIDONI LTDA

IBER-OLEFF BRASIL LTDA

BARRINHAS COMÉRCIO IMPORTACAO DE BEBIDAS E CEREAIS

OPERGEL COMERCIAL E INDUSTRIAL DE PDTS ALIMENTICIOS

CORTICEIRA PAULISTA LTDA

NIPPONFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COLCHOES LTDA.

CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA

VAA BRASIL - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO S/A

DIAGEO BRASIL LTDA.

VISTEON AMAZONAS LTDA

CAPITAL TRADE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

MOTOFIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA

VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA

GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA

HEMPEL TINTAS DO BRASIL LTDA

AB SISTEMA DE FREIOS LTDA

CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA

BARCELONA COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA S/A

ASPOCK DO BRASIL LTDA

GRUBRAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRUAS LTDA - ME

'BRUMAR COMERCIAL E IMPORTADORA DE ALIMENTOS LTDA.''

STK SISTEMAS DO BRASIL LTDA

ALFAGLASS - IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE VIDROS LTDA

PARAMOUNT TEXTEIS INDÚSTRIA E COMÉRCIO SA

VIA VENETO ROUPAS LTDA

GESTAMP BRASIL INDÚSTRIA DE AUTOPECAS S/A

TETRA PAK LTDA

ACSICOMEX - IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA - EPP

INTERFOOD IMPORTACAO LTDA

CERAMICA KASPARY LTDA

UTILITY COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA.

Page 77: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

77

2.4.2.3. Estado do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro é considerado um importante hub logístico, com 5 portos e 3 aeroportos (2° maior

do país e um dos únicos com capacidade de expansão) sendo igualmente sede das principais empresas do

Brasil e de importantes setores como Óleo e Gás, Tecnologia da Informação e Comunicação e Turismo.

Composto por 93 munícipios o Estado do Rio de Janeiro é marcado pela sua beleza natural e por uma zona

costeira com 635 km2 de extensão atraindo muitos turistas e dinamizando o setor.

A cidade do Rio de Janeiro, com 11 milhões e 700 mil habitantes, é a segunda maior cidade do Brasil e a

terceira da América Latina, representa cerca de 50% do PIB do Estado e absorve cerca de ¼ do investimento

externo direto no país.

Além do Rio de Janeiro, outros municípios com muita população são: São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova

Iguaçu, Niterói, Belford Roxo, São José de Meriti, Campos dos Goytacazes, Petrópolis e Volta Redonda.

A balança comercial do Estado do Rio de Janeiro revela uma tendência crescente das suas importações. Em

2013, apesar de ter registado uma taxa de crescimento das importações inferior ao ano anterior, pela primeira

vez apresentou uma balança comercial deficitária em cerca de US$ 200 milhões.

Os principais setores de investimento no Estado do Rio de Janeiro estão intrinsecamente relacionados com 4

setores estratégicos, óleo e gás, mineração, siderurgia e petroquímica.

11,644 USD

16,666 USD

18,989 USD 20,456 USD

21,574 USD

13,519 USD

20,022 USD

29,445 USD 28,611 USD

21,273 USD

- USD

5,000 USD

10,000 USD

15,000 USD

20,000 USD

25,000 USD

30,000 USD

35,000 USD

2009 2010 2011 2012 2013

Milh

õe

s U

S$

Balança comercial do Estado do Rio de Janeiro

Importações Exportações

-19%

43%

14%

7% 5%

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

2009 2010 2011 2012 2013

Variação das importações do Estado do Rio de Janeiro

2009-2013

CARG Importações

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014

Gráfico 50 – Balança comercial e variação das importações do Estado do Rio de Janeiro

Page 78: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

78

Além destes setores o Estado do Rio de Janeiro, e nomeadamente, o município do Rio de Janeiro apresenta

oportunidades específicas:

Energia

O Estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do Brasil

Sede da Petrobras, Agências Reguladoras e instituições de pesquisa

Maiores e mais importantes centros de Pesquisa e Desenvolvimento de energia e pré-sal

Industria Criativa

Sede da maior empresa de entertainment & media do país, Rede Globo.

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

Maior centro de Pesquisa e Desenvolvimento, incubadoras e centros tecnológicos

Mais moderno centro de operações para monitoramento urbano do mundo

Hotelaria e Turismo

Principal destino turístico do Brasil

Cidade referência em estilo de vida

Industria

Sede do maior centro industrial siderúrgico do Brasil

2.4.2.3.1. Lista das 50 empresas do Estado do Rio de Janeiro mais

importadoras - 2013

CARGILL AGRICOLA S A

BUNGE ALIMENTOS S/A

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

PARANAPANEMA S/A

CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA

EMBRAER S.A.

ZARA BRASIL LTDA

LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL

LT

PROADEC BRASIL LTDA

TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA

CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

REPRETEC TRADING LTDA

NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA

FERTIBERIA BRASIL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP

DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.

AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.

MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA

SIDEL DO BRASIL LTDA.

FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA

BELGO BEKAERT ARAMES LTDA

SENDAS DISTRIBUIDORA S/A

M&G POLIMEROS BRASIL S.A.

ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO

LTDA

INTERCEMENT BRASIL S.A.

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

ELECTROLUX DO BRASIL S/A

COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA

MERCOFRICON S/A

ARCELORMITTAL BRASIL S.A.

CISA TRADING S/A

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

HUF DO BRASIL LTDA

PRONEFRO BRASIL LTDA

INTERCEMENT BRASIL S.A.

QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA

ROBERT BOSCH LIMITADA

M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME

CLARIANT S.A

CAPROCK COMUNICACOES DO BRASIL LTDA

A ! BODYTECH PARTICIPACOES S.A

SECRET INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES LTDA

M CASSAB COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA

SCHOELLER BLECKMANN DO BRASIL LTDA

TOTAL E&P DO BRASIL LTDA

INDUSTRIAS GRANFINO S/A

Page 79: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

79

2.4.2.3.2. Lista das 100 empresas do Estado de Rio de Janeiro mais importadoras a Portugal - 2013

CARGILL AGRICOLA S A

BUNGE ALIMENTOS S/A

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

PARANAPANEMA S/A

CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA

EMBRAER S.A.

ZARA BRASIL LTDA

LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA

FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA

INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT

PROADEC BRASIL LTDA

TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA

CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

REPRETEC TRADING LTDA

NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA

FERTIBERIA BRASIL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP

DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.

AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.

MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA

SIDEL DO BRASIL LTDA.

FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO

FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA

BELGO BEKAERT ARAMES LTDA

SENDAS DISTRIBUIDORA S/A

M&G POLIMEROS BRASIL S.A.

ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTAÇÃO

INTERCEMENT BRASIL S.A.

BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

ELECTROLUX DO BRASIL S/A

COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA

MERCOFRICON S/A

ARCELORMITTAL BRASIL S.A.

CISA TRADING S/A

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

HUF DO BRASIL LTDA

PRONEFRO BRASIL LTDA

INTERCEMENT BRASIL S.A.

QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA

ROBERT BOSCH LIMITADA

M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME

CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.

MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA

WAL MART BRASIL LTDA

FAURECIA AUTOMOTIVE DO BRASIL LTDA

CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.

PADTEC S/A

HUSQVARNA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS

CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA

JBS S/A

SAINT-GOBAIN VIDROS S.A.

SEA FOODS DO BRASIL IMPORTACAO E EXPORTACAO S.A.

INDASA BRASIL LTDA

DURIT BRASIL LTDA

INTERCONTINENTAL COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA

RIO BRANCO ALIMENTOS S/A

BOMPRECO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA

SAINTE MARIE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

NS IMPORTACAO E COMÉRCIO LTDA

VIA VENETO ROUPAS LTDA

MINERACAO GUIDONI LTDA

IBER-OLEFF BRASIL LTDA

BARRINHAS COMÉRCIO IMPORTACAO DE BEBIDAS E CEREAIS

OPERGEL COMERCIAL E INDUSTRIAL DE PRODUTOS

ALIMENTICIOS

CORTICEIRA PAULISTA LTDA

NIPPONFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COLCHOES LTDA.

CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA

VAA BRASIL - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO S/A

DIAGEO BRASIL LTDA.

VISTEON AMAZONAS LTDA

CAPITAL TRADE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA

MOTOFIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA

VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA

GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA

HEMPEL TINTAS DO BRASIL LTDA

AB SISTEMA DE FREIOS LTDA

CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA

BARCELONA COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA S/A

ASPOCK DO BRASIL LTDA

GRUBRAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRUAS LTDA - ME

'BRUMAR COMERCIAL E IMPORTADORA DE ALIMENTOS LTDA.''

STK SISTEMAS DO BRASIL LTDA

ALFAGLASS - IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE VIDROS LTDA

PARAMOUNT TEXTEIS INDÚSTRIA E COMÉRCIO SA

VIA VENETO ROUPAS LTDA

GESTAMP BRASIL INDÚSTRIA DE AUTOPECAS S/A

TETRA PAK LTDA

ACSICOMEX - IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA - EPP

INTERFOOD IMPORTACAO LTDA

CERAMICA KASPARY LTDA

UTILITY COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA.

Page 80: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

80

2.5. Infraestruturas e energia22

O estado das infraestruturas no Brasil

O Brasil tem vindo a realizar nos últimos anos importantes investimentos no desenvolvimento das suas

infraestruturas. Só ano de 2012 o Governo realizou concessões para o desenvolvimento e operação de três

dos aeroportos principais do país (Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, Viracopos em Campinas

e o aeroporto de Brasília). A terceira fase de concessões ocorreu em Novembro de 2013, para Ampliação,

Manutenção e Exploração dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro

(RJ), e Tancredo Neves (Confins), em Minas Gerais (MG).

O processo de entrega da infraestrutura aeroportuária brasileira à iniciativa privada teve início em agosto de

2011, quando foi leiloada a concessão para construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do

Amarante, no Rio Grande do Norte, sendo expectável a realização de novas fases de concessões.

Desde que as estradas controladas pelo estado brasileiro foram

privatizadas como parte do Programa Nacional Brasileiro de

Privatização, houve investimentos significativos no desenvolvimento e

modernização da rede rodoviária nacional. Esta rede está

maioritariamente localizada nas regiões sul e sudeste (apesar de

alguns planos de extensão para o Norte e Centro-Oeste).

Investimentos urgentes têm vindo a ser identificados na região

Nordeste do país.

Apesar de melhorias na rede ferroviária, o transporte rodoviário ainda domina o tráfego intercidades de longa

distância. No entanto, a maioria das autoestradas federais e estaduais estão em fracas condições. A maioria

das empresas de transporte rodoviário são privadas, bem como a maioria das estradas principais, sendo que o

Governo pretende privatizar as vias que permanecem sob controlo estatal.

As infraestruturas de transporte aéreo estão bem desenvolvidas no país. A maioria das companhias aéreas

são privadas e o Governo tem vindo a privatizar os maiores aeroportos do país, sendo expectável grandes

investimentos nestas infraestruturas com vista ao Mundial 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.

O transporte urbano continua a apresentar problemas significativos

nos grandes centros urbanos. Sistemas de transporte metropolitanos

funcionam no Rio de Janeiro e em São Paulo (as maiores cidades do

país). No entanto, até o desenvolvimento de uma rede metropolitana

significativa, o metro de ambas cidades não irá produzir efeitos

positivos significativos no transporte urbano.

O potencial de transporte fluvial e marítimo brasileiro está longe de

ser eficazmente explorado.

Os serviços de correios, controlados pelo Estado, sofreram

desenvolvimentos significativos nos últimos anos e está ao nível dos

correios europeus ou norte-americanos. Adicionalmente, serviços de

correio privado estão amplamente disponíveis por todo o país,

oferecendo serviços de entrega a nível nacional e internacional.

Os sistemas de telecomunicações brasileiros estão agora nas mãos

do setor privado e são apenas regulados pela Agência Nacional de

Telecomunicações (ANATEL).

22

Ministério das Minas e Energia e Ministério dos Transportes

Um produtor de soja do Mato Grosso gasta 25% do valor do seu produto para o transportar até ao porto. A proporção para um produtor do mesmo produto no estado do Iowa

(EUA) é de 9%

Maiores leilões de concessão

2011 -2013

- Aeroportos de Guarulhos, Campinas,

Brasília - US$ 11 mil milhões

- Aeroportos do Galeão e Confins –

US$ 9.5 mil milhões

- Aeroporto de São Gonçalo do

Amarante –US$ 77 milhões

- 11ª Fase de licitações de petróleo e

gás – US$ 2 mil milhões

- Direito de uso da banda de 2,5 GHz,

para prestação de serviço de telefonia

e banda larga móvel 4G – US$ 1.3 mil

milhões

Page 81: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

81

Transportes23

O Brasil conta com uma rede rodoviária com cerca de 1,6 milhões de km de extensão,

sendo que apenas 13,5% desta rede se encontra pavimentada.

Transportes Rodoviários

Tabela 11 – Rede rodoviária brasileira em 2010

Indicadores

Densidade rodoviária (km de estrada por 100 km2 de

área) 18,6

Consumo de combustível do setor rodoviário (% do consumo total de energia)

24,04%

Rede rodoviária (km) 1.580.964

Rede rodoviária pavimentada (% do total) 13,5%

Fonte: Banco Mundial

O Brasil é atualmente o 7º maior produtor de automóveis do mundo (atrás da China, EUA, Japão, Alemanha,

Coreia do Sul e Índia), com fábricas de diversas marcas como a Fiat, Renault, Peugeot, Citroen, Chrysler,

Mercedes-Benz, Hyundai, Toyota, Ford, Volkswagen, entre outros. No entanto, o Brasil é 4º maior mercado de

vendas de automóveis no mundo, sendo até 2012 um importador líquido de veículos automóveis.

Figura 4 - Condição da rede rodoviária do Estado de São Paulo

23

Agência Nacional de Transportes Terrestres, Secretaria de Portos e Infraero

Fonte: Ministério dos Transportes

Page 82: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

82

Figura 5 – Condição da rede rodoviária do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Ministério dos Transportes

Transportes Ferroviários

A rede ferroviária no Brasil não é muito extensa, dado que durante o século XX os

sucessivos governos brasileiros tentaram atrair as fábricas de montagem automóvel para o

país, tendo de incentivar a construção de estradas, nomeadamente em desfavorecimento

do desenvolvimento da rede ferroviária.

A extensão da rede ferroviária no país é de 28.314 km, o que compara relativamente com países com uma

dimensão relativamente semelhante à do Brasil, como os EUA ou a China, cuja rede ferroviária estende-se por

228.513 km e de 66.239 km.

Principais Ferrovias de Carga do Brasil 24

Controladora Ferrovia Km Produtos

Vale

EFVM – Estrada de Ferro Vitória à Minas

905 Minério de ferro, carvão mineral, soja,

produtos siderúrgicos e celulose

EFC – Estrada de Ferro Carajás

892 Minério de ferro, ferro gusa, manganês,

cobre e combustíveis derivados do petróleo e da soja

FCA – Ferrovia Centro-

Atlântica S/A 8.066

Soja e farelo, calcário siderúrgico, minério de ferro, fosfato, açúcar, milho e fertilizantes

24

Ministério dos transportes - 2008

Page 83: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

83

Principais Ferrovias de Carga do Brasil 24

Controladora Ferrovia Km Produtos

FNS – Ferrovia Norte-Sul 420 Soja e farelo, areia, fosfato e cloreto de

potássio

Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas e Gerdau

MRS – MRS Logística S/A 1.674 Minério de ferro, carvão mineral, produtos

siderúrgicos, ferro gusa, cimento e soja

ALL

ALL – América Latina Logística Malha Sul S/A

7.304 Soja e farelo, açúcar, derivados de petróleo

e álcool, milho e cimento

ALL – América Latina Logística Malha Paulista S/A

1.989 Açúcar, cloreto de potássio, adubo, calcário

e derivados de petróleo e álcool

ALL – América Latina Logística Malha Oeste S/A

1.945 Minério de ferro, soja e farelo, açúcar,

manganês, derivados de petróleo e álcool

ALL – América Latina Logística Malha Norte S/A

500 Soja e farelo, milho, óleo vegetal, adubo e

combustível

CSN Transnordestina Logística

S/A 4.207

Cimento, derivados de petróleo, alumínio, calcário e coque

Gov. PR Ferroeste 248 Soja e farelo, milho, contentor e trigo

FTC FTC – Ferrovia Tereza

Cristina S/A 164 Carvão mineral

Total ---------- 28.314 ----------

Figura 6 – Rede ferroviária do Brasil – Programa de aceleração de crescimento (PAC) para o setor ferroviário

Fonte: Ministério

dos Transportes

- Atual

-- Projeto

O Segundo Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC2) foi um programa promovido pelo Governo

Federal Brasileiro com o objetivo de melhorar as

infraestruturas e a competitividade do país. Para o

efeito previu-se um investimento inicial de cerca de

US$ 433 mil milhões no período entre 2011 e 2014.

A execução global do PAC 2, até 31 de dezembro de

2013, foi de cerca de US$ 351 mil milhões o que

representa uma taxa de execução de cerca de 76,1%

face ao valor inicialmente previsto.

O Governo anunciou em Março de 2014 a intenção

de, durante o ano de 2014, avançar com um novo

PAC, que será designado de PAC3 para o período de

2015-2018.

Page 84: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

84

Figura 7 – Rede ferroviária da Região Sudeste

Fonte: Ministério dos Transportes

Figura 8 – Mapa do transporte hidroviário na região Sudeste

Fonte: Ministério dos Transportes

Page 85: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

85

Setor Portuário

Existem hoje 34 portos públicos marítimos sob a gestão da Secretaria Especial de Portos.

Destes, 18 são administrados diretamente pelas Companhias Docas, que são sociedades de economia mista, que têm como acionista maioritário o Governo Federal.

O porto de Santos é o maior do país. Apesar do porto de Santos possuir bons acessos terrestres, muito ainda precisa ser concretizado de modo a que o porto viva o seu inteiro potencial de desenvolvimento.

Figura 9 – Mapa dos portos marítimos brasileiros

Os principais problemas identificados nos portos brasileiros prendem-se com: (1) exigências burocráticas; (2) portos saturados; (3) insuficientes acessos rodoviários e ferroviários; (4) elevadas tarifas portuária; (5) reduzida capacidade de armazenagem; e, (6) demora na liberalização dos produtos.

Fonte: Secretaria de Portos

Page 86: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

86

Tabela 12 – Indicadores de infraestruturas de transporte brasileira

Indicador

Transporte aéreo de carga (milhões ton-km) 1.364,342

Transporte aéreo de passageiros 94.617.718

Tráfego de contentores nos portos, em 2011 (TEU: unidade equivalente a um contentor de 20 pés)

8.649.821

Índice de conectividade de embarque em navios (valor máximo 100) 38,5324

Qualidade da infraestrutura portuária (1 a 7) 2,6

Fonte: World Bank

Os maiores portos do Brasil por valor movimentado são:

Local Valores em US$ mil milhões

Porto de Santos – São Paulo 63,8

Porto de Vitória – Espírito Santo 23,9

Porto de Itaguaí – Rio de Janeiro 23,4

Porto de Paranaguá – Paraná 18,5

Porto de Itaqui - São Luís – Maranhão 13,9

Porto de Rio Grande – Rio de Janeiro 12,8

Porto do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro 8,8

Porto de Itajaí – Santa Catarina 7,9

Porto de São Francisco do Sul – Santa Catarina 5,2

Fonte: MDIC, valores de exportações de 2012

Os maiores portos do Brasil apresentam um conjunto de características e de múltiplas capacidades que

deverãos ser atentamente analisadas aquando da exportação.

Porto de Santos – São Paulo

O maior porto do Brasil é gerido pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP). Localizado no

centro do litoral do estado de São Paulo, estende-se ao longo de um estuário limitado pelas ilhas de São

Vicente e de Santo Amaro a 2 km do oceano Atlântico.

Comprimento do cais: 11.042 m de extensão com profundidade que vaira entre 6,6 m e 13,5 m; 521 m de cais

para fins especiais, com profundidade mínima de 5 m, e 1.883 m para uso privativo, com profundidades de 5 m

a 11 m.

O Porto dispõe de 45 armazéns internos e 39 armazéns externos, num total de 516.761 m2, com uma

capacidade estática de 416.395 t.

Dispõe igualmente de terminais especializados de

contentores, de fertilizantes e enxofre, granéis sólidos,

açúcar, soja e milho, granéis líquidos e terminal de

passageiros.

O terminal de passageiros ocupa uma área de 37.500 m2 e é

um dos maiores e mais modernos terminais de passageiros

da América do Sul.

Constrangimentos do Porto de Santos:

Em 2012, segundo dados do Ministério

do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (MDIC), os navios

ficaram, em média, mais de 18 dias no

porto até serem carregados com milho,

sendo 87,4% do tempo gasto na espera

para atracar

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

87

Porto de Vitória – Espírito Santo

O porto é gerido pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). As instalações para cargas estão

distribuídas em ambas as margens da Baía de Vitória, ocupando parte da cidade de Vitória e do município de

Vila Velha.

O Porto de Vitória dispõe vários pórticos de cais, entre outros:

Cais comercial, onde são movimentados principalmente cilindros de papel, celulose, açúcar, grãos

agrícolas, produtos siderúrgicos, mármore e granito;

Cais de Ilha do Príncipe possui extensão para

receber navios de até 145,00 m;

Cais de Capuaba é composto pelos: Terminal

Portuário de Vila Velha (TVV), com 2 pórticos de

cais que operam contentores, “navios roll-on roll-

off”, mármore e granito e carga geral; e o terminal

CODESA, com 2 berços que operam produtos

agrícolas e carga em geral;

Cais de Paul é formado por 2 pórticos de cais, um para movimentação de granel sólido, e outro

para movimentação exclusiva de ferro-gusa;

Terminal de Granéis Líquidos de São Torquato;

Terminal Companhia Portuária de Vila Velha − destinado a operar cargas da indústria de extração e

refinação de petróleo, carga geral e contentores.

Porto de Itaguaí – Rio de Janeiro

O porto é administrado pela Companhia Docas do Rio de

Janeiro (CDRJ). Localizado na costa norte da baía de

Sepetiba, no município de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro,

ao sul e a leste da Ilha da Madeira.

O porto dispõe vários pórticos de cais: cais de carga geral; cais

de carvão, cais de minérios, cais de alumínio, cais de carvão e

cais de minério.

Porto de Paranaguá – Paraná

O porto é gerido pela autarquia estadual Administração dos

Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) e está localizado na

cidade de Paranaguá, no Estado do Paraná, na margem sul da

baía de Paranaguá.

O porto é composto por um cais de 2.616 m de comprimento e

um cais de inflamáveis com dois pórticos de cais e dispõe de

um cais comercial, cais de graneis sólidos, cais de carga geral

e contentores e cais de granéis líquidos.

Porto de Itaqui - São Luís – Maranhão

O porto é gerido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP. Situa-se na baía de São

Marcos, no município de São Luís (MA), próximo ao limite da Região Nordeste.

Constrangimento do Porto de Vitória:

Com estrutura de acessos marítimo,

ferroviário e rodoviário que não

responde ao aumento da procura, o

Porto de Vitória tem perdido linhas de

navegações internacionais de carga

para terminais de outros estados

O Porto de Itaguaí, na costa norte da

baía de Sepetiba, um dos grandes

centros de exportação de minério de

ferro do Brasil, conta com boa

integração ao transporte rodoviário e

ferroviário. Ainda assim tem alguns

problemas de acesso terrestre

As prioridades do terminal são os

granéis agrícolas – exportação de soja,

milho e farelo e a importação de

fertilizante. Também há movimentação

da exportação de veículos, fabricados

na região de Curitiba, e de líquidos,

devido à produção de álcool na região

noroeste do Paraná e no sul de São

Paulo

Page 88: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

88

O porto dispõe de 1.936 m de cais acostável com uma

profundidade que varia entre 9,50 m a 19,00 m. As instalações

de armazenagem existentes no porto incluem um armazém de

7.500 m² para carga geral, 4 parques de armazenagem com

área de 42.000 m², 4 silos verticais com capacidade de 12.000 t

de grãos, 1 silo horizontal com capacidade de 8.000 t de grãos,

50 tanques para depósito de granéis líquidos com capacidade

de 210.000 m³; 8 silos verticais com capacidade de 7.200 t e 2

esferas p ara armazenar 8.680 m³ de GLP.

Porto de Rio Grande – Rio de Janeiro

É gerido pela Superintendência do Porto do Rio Grande

(SUPRG). Está localizado ao sul do Estado do Rio Grande do

Sul, nas margens do canal que liga a Laguna dos Patos ao

oceano Atlântico.

Entre as várias valências que dispõe, destacam-se, o terminal de passageiros, cais de graneis sólidos, carga e

descarga geral e contentores, armazéns com capacidade de armazenamento de veículos, parque para

veículos de 101.000 m2, cais de fertilizantes e contentores e armazéns para sacos, cais para carregamento e

descarregamento de petróleo, cais especializado em movimentação de matérias primas para fertilizantes e

produtos químicos, área de movimentação de produtos agrícolas,( entre outros, a soja, o trigo e o arroz), cais

de movimentação de graneis agrícolas e de grãos, farelo e óleos vegetais para exportação, madeira. Dispõe

igualmente, áreas destinadas a carga e descarga de produtos florestais.

Porto do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

O porto é gerido pela Companhia Docas do Rio de Janeiro

(CDRJ). O Porto do Rio de Janeiro localiza-se na Costa Oeste

da Baía da Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro.

O porto dispõe de 6.740 metros de extensão de cais com um

conjunto multidisciplinar de valências, entre os quais,

armazéns, terminal de granéis líquidos, terminal de contentores, terminal de produtos da siderurgia, terminal

de carga geral e offshore, terminal de trigo e um terminal de passageiros.

Porto de Itajaí – Santa Catarina

O porto é gerido pela autarquia municipal da Prefeitura de

Itajaí. Está localizado no município de Itajaí, na margem

direita do rio Itajaí-Açu, a cerca de 3,2 quilômetros de sua foz,

no Litoral Norte do estado de Santa Catarina.

O porto dispõe de 1.035 metros de cais com 4 pórticos. O porto possui um armazém de 4.800m2, um terminal

de contentores e capacidade de armazenagem e movimentação de carga congelada.

Porto de São Francisco do Sul – Santa Catarina

O porto é gerido pelo governo do Estado de Santa Catarina, através da Administração do Porto de São

Francisco do Sul, entidade autárquica criada para este fim. Situa-se na parte leste da baía da Babitonga, em

São Francisco do Sul.

O porto dispõe de sete pórticos cais, com capacidade, entre outros, de movimentação de contentores, carga

geral e óleos vegetais.

O Porto de Rio Grande é a porta de

saída para o Rio Grande do Sul e de

escoamento das exportações brasileiras

de grão

O Porto do Rio estima aumentar o

movimento de contentores em mais de 3

milhões por ano até 2016, cerca de seis

vezes o valor registado em 2012, para o

efeito possui previsões de investimentos

de R$ 3 biliões

Para aumentar a competitividade, o

porto de Itajai aposta na "ferrovia do

frango", que fará a ligação oeste-leste

de Santa Catarina

O porto de Itaqui, apesar de ser

responsável pela exportação de 60%

dos bens produzidos nos estados do

Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia,

sofre com a morosidade na execução de

projetos de investimentos

Page 89: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

89

Transportes aéreos

O Brasil tem hoje 2.498 aeroportos e aeródromos, dividindo-se em 739 públicos e 1.759 privados. Vinculada à Secretaria de Aviação Civil, a Empresa Brasileira para Infraestrutura Aeroportuário, Infraero, administra desde grandes aeroportos até alguns tão pequenos que ainda não recebem voos comerciais regulares e são aeroportos que têm como função representar a soberania nacional brasileira em áreas longínquas.

O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos é atualmente o maior aeroporto do país e conta com uma capacidade para atender 35 milhões de passageiros por ano, estando prevista a construção de um novo terminal de passageiros com a capacidade para atender mais 12 milhões de passageiros por ano.

Figura 10 – Mapa dos principais aeroportos brasileiros

Fonte: Infraero

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

90

TIC

A Industria Brasileira de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (IBSS) tem vindo a adquirir uma importância cada vez maior na economia brasileira, com um crescimento médio anual do setor a rondar os 8%.

Ao mesmo tempo a importância da IBSS tende a ser ampliada em virtude do processo de informatização e

automatização dos sistemas de produção, controle e decisão das empresas e, também, da tendência de

terceirização de atividades de software e serviços de tecnologia de informação (TI) realizadas em cada

empresa.

Desta forma, o desenvolvimento do setor no Brasil acompanha o desenvolvimento vivido a nível internacional,

com crescimento a taxas elevadas. Consequentemente, o Brasil tem observado cada vez mais o setor das TIC

como um setor estratégico, em virtude da sua capacidade de intervir nas diversas cadeias produtivas,

permitindo ganhos de produtividade e competitividade.

O Brasil tem inúmeras indústrias de alta-tecnologia, bem como operadoras de serviços TIC nacionais e

estrangeiras, com cobertura em todo o território brasileiro. No entanto, o desenvolvimento no setor continuará

dependente dos preços praticados (muito elevado no caso dos bens de alta-tecnologia) e na capacidade de

penetração das TIC.

A penetração das TIC no Brasil tem obtido relativamente bons resultados considerando o tamanho do país e o

nível de literacia da população. Espera-se assim que a taxa de penetração das TIC continue a evoluir

positivamente ao longo dos próximos anos, dando ânimo ao setor, influenciada pelo aumento do PIB per

capita, pelo aumento do nível de literacia médio do país e pela modernização da economia.

Tabela 13 – Indicadores sobre infraestruturas TIC no Brasil

Indicador

Assinantes de banda-larga fixa (por 100 pessoas) 9,17%

Exportações de alta-tecnologia (% exportação de produtos manufaturados) 9,72%

Exportações de bens TIC (% exportação total de bens) 0,72%

Importação de bens TIC (% importação total de bens) 8,83%

Exportação de serviços TIC (% das exportações de serviços) 55,75%

Utilizadores de internet (por 100 pessoas) 49,85%

Assinantes de telefonia móvel (por 100 pessoas) 125,19%

Linhas telefónicas (por 100 pessoas) 22,34%

Fonte: Banco Mundial

Page 91: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

91

Energia

Maior consumidor de energia da América do Sul e 10º maior do mundo, o Brasil é também um dos maiores produtores de petróleo e gás na região e o segundo maior produtor mundial de combustível etanol.

As agências governamentais responsáveis pela política de energia são o Ministério de Minas e Energia,

o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Comissão Nacional de Energia

Nuclear (CNEN). O Estado atua ainda através de empresas como a Petrobras e Eletrobrás são os principais

intervenientes no setor de energia do Brasil, bem como na América Latina.

Nos próximos dez anos, a procura total de energia do país deverá crescer em média 5,3% ao ano, chegando a

372 milhões de tep em 2020. A indústria e o setor de transportes continuarão a ser os principais responsáveis

por esse consumo, com cerca de 67% do total.

Em 2020, estima-se que o consumo de eletricidade será 61% superior ao ano de 2010, atingindo 730 TWh. A indústria brasileira tem um importante papel nessa expansão, sendo responsável por 138 TWh dos 277 TWh adicionais de consumo de eletricidade nesse período. Contudo, a autoprodução do setor industrial cresce a taxas superiores às da procura de eletricidade desse setor, o que reduz a pressão da procura sobre a expansão da oferta na rede do Sistema Elétrico.

Outro destaque refere-se ao setor residencial. Estima-se que em 2017 o Brasil recuperará o nível máximo do consumo médio residencial alcançado anteriormente ao período do racionamento (179 kWh/mês, em 1998). No entanto, nota-se que este valor ainda se considera muito reduzido quando comparado com países desenvolvidos como os países europeus ou os EUA.

A hidroeletricidade é um elemento diferencial da Matriz Energética Brasileira. Ela é a principal fonte de geração de eletricidade no país e, em 2010, respondeu por 81% do total produzido.

Adicionalmente, o Brasil detém 10% do potencial hidráulico mundial e o aproveitamento desse potencial é estratégico para o país. De entre todas as formas de geração de eletricidade, a hidráulica é a única que reúne simultaneamente quatro atributos absolutamente relevantes: é renovável; praticamente não emite gases de efeito estufa; é extremamente competitiva; e, no caso do Brasil, a construção das usinas pode ser feita praticamente com 100% de fornecimento e serviços nacionais, o que significa geração de emprego e rendimento no país.

A produção de energia eólica também teve desenvolvimentos interessantes ao longo dos últimos anos, tendo o seu preço (a partir do qual é rentável a sua produção) diminuído para menos de um terço do valor verificado no início dos anos 2000. Desta forma, o setor tem-se vindo a desenvolver de forma surpreendente, pelo que se espera que em 2016 a capacidade instalada de produção de energia eólica seja de 8.000 MW. Esta evolução vai conceder algum destaque à participação da energia eólica no todo da produção brasileira de energia.

A extensão do sistema de transmissão interligado, da ordem de 100.000 km em 2010, irá evoluir para cerca de 142.000 km em 2020. Ou seja, o equivalente a quase a metade do sistema hoje existente será construído nos próximos dez anos. Grande parte dessa expansão virá com os grandes troncos de transmissão associados às interligações das usinas da Região Norte com o resto do país.

Na bioenergia, a cana-de-açúcar destaca-se pelos avanços tecnológicos, tanto na fase agrícola quanto na industrial, fazendo que o etanol e a bioeletricidade sejam produtos competitivos no país. O avanço tecnológico, todavia, não se deu apenas do lado da oferta de energia. O veículo flex-fuel, cujos motores funcionam com qualquer proporção de etanol e gasolina, trouxe um novo dinamismo ao setor.

A aceitação pelo consumidor brasileiro foi tal que, apenas oito anos após o lançamento em 2003, a frota de veículos flex já corresponde a 49% da frota nacional de veículos leves, ou seja, cerca de 15 milhões de unidades. Para 2020, estima-se que essa participação atinja 78%.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

92

O setor petrolífero tem vindo a assumir especial destaque na economia brasileira, concentrando boa parte dos investimentos públicos, nomeadamente dos investimentos previstos no PAC2. A maior empresa estatal, a Petrobras tem sofrido sucessivos investimentos por parte do Governo, com vista à sua modernização e capacitação.

Tabela 14 – Matriz de energia elétrica brasileira

Empreendimentos em operação

Tipo

Capacidade instalada

%

Total

% N.º de usinas (kW)

N.º de usinas

(kW)

Hidro 1.085 85.559.680 64,24% 1.080 85.559.680 64,24%

Gás Natural 111 11.945.109 8,97% 150

10,23%

Processo 39 1.683.663 1,26%

Petróleo Óleo Diesel 1.087 3.502.707 2,63% 120

5,60%

Óleo Residual 33 3.948.823 2,96%

Biomassa Bagaço de Cana 375 9.156.436 6,87%

472

8,43%

Licor Negro 16 1.530.182 1,15%

Madeira 50 422.837 0,32%

Biogás 22 79.594 0,06%

Casca de arroz 9 36.443 0,03%

Nuclear 2 1.990.000 1,49% 2 1,49%

Carvão mineral 12 3.024.465 2,27% 12 2,27%

Eólica 103 2.137.372 1,60% 103 1,60%

O Brasil é o oitavo maior consumidor de energia e o 10 º maior produtor do mundo.

Mais de 90% da produção de petróleo do Brasil provém de águas profundas.

As maiores descobertas mundiais de petróleo nos últimos anos provêm das bacias do

pré-sal do Brasil. Desde 2007, houve cerca de dez grandes descobertas na bacia do

pré-sal.

O Brasil tem 23 projetos no top 50 de novos projetos de exploração de petróleo que se

irão iniciar até 2017.

Ao contrário da anterior estrutura de concessão da exploração de petróleo o Governo

pretende que a Petrobas participe em todos os contratos de exploração dos projetos

do pré-sal com uma participação mínima de 30%.

A produção brasileira é maioritariamente proveniente da região sudeste nos estados do

Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O gás natural constitui apenas uma pequena parte do consumo total de energia do

Brasil.

Além do aumento potencial daa produção de petróleo no país, as áreas do pré-sal

poderão dispor de consideráveis reservas de gás natural.

Fonte: World Oil Outlook 2013, Organization of the Petroleum Exporting Countries – OPEC & US Energy

Information Administration

Page 93: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

93

2.6. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas

25

Em dezembro de 2012, o Governo anunciou USD 3,5 mil milhões para programas de investimentos em

infraestruturas aeroportuárias que incluem, entre outras coisas, USD 1.000 milhões destinados a 64

aeroportos regionais no Nordeste e pouco menos de USD 1.000 milhões para 67 aeroportos no Norte do país,

com o objetivo de ter cerca perto de 96% da população brasileira a viver num raio de 100 km de um aeroporto.

Em agosto de 2012, o Governo anunciou uma nova ronda de

concessões nos transportes, incluindo US$ 41 mil milhões para

10.000 km de novos caminho-de-ferro, previsto para 2013.

Todos estes investimentos são uma tentativa de compensar pelos

anos perdidos em décadas de subinvestimento em infraestruturas, o

que se verificou com um impressionado surgimento da classe média

brasileira, o que criou maiores necessidades por infraestruturas

(eletricidade, transportes aéreos e rodoviários de passageiros e de

carga, entre outros).

Muitos dos investimentos previstos têm como pano de fundo o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016

que se realizarão no país. Estima-se que o país no Mundial de 2014 irá gerar cerca de 250 mil postos de

trabalho, com mais de USD 116 mil milhões em benefício direto e indireto. No entanto, a realidade, as

promessas e os grandes desafios do país transcendem em grande medida as que são identificadas para fazer

face aos desafios levantados por esta

Com as novas concessões anunciadas durante o ano de 2012 e 2013, o Brasil reúne as condições para

manter-se como um dos grandes recetores de investimento estrangeiro, em diversos setores da infraestrutura,

num total de US$ 213 mil milhões previstos.

Tabela 15 - Investimento estrangeiro na indústria Brasileira

Investimento em concessões planeadas

Logística US$ 110 mil milhões

Energia Elétrica US$ 67 mil milhões

Petróleo e Gás US$ 80 mil milhões

Total US$ 257 mil milhões

Tabela 16 – Investimentos no âmbito do PAC2

Grandes projetos de investimento em infraestrutura de logística

Objetivo Orçamento

Aeroportos ─ 2 aeroportos internacionais

─ 270 aeroportos regionais

─ US$ 5.2 mil milhões

─ US$ 3.3 mil milhões

Rodovias ─ 7.500 km ─ US$ 19 mil milhões

Ferrovias ─ 10.000 km ─ US$ 41.3 mil milhões

Portos ─ 191 portos ─ US$ 24.5 mil milhões

Trem de Alta Velocidade ─ 511 km ─ US$ 16.2 mil milhões

25

Ministério da Fazenda – Economia Brasileira em Perspetiva

Dada a extensão do programa, todas as semanas são anunciados novos investimentos que visam a expansão das infraestruturas

brasileiras

Page 94: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

94

Transporte

Além do leilão de concessão dos aeroportos internacionais de Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Belo

Horizonte), o Programa de Investimento em Logística dos Aeroportos Brasileiros contempla o fomento da

aviação regional, cuja primeira etapa consiste em investimentos de US$ 3.31 mil milhões em 270 aeroportos

regionais, permitindo assim o aperfeiçoamento da qualidade do serviço prestado ao passageiro, a agregação

de novos aeroportos à rede de transporte aéreo regular e o aumento do número de rotas operadas pelas

empresa aéreas.

Região Número de Aeroportos Investimento previso

Norte 67 US$ 772 milhões

Nordeste 64 US$ 954 milhões

Centro-Oeste 31 US$ 409 milhões

Sudeste 65 US$ 727 milhões

Sul 43 US$ 454 milhões

Total 270 US$ 3.31 mil milhões

As novas regras para as futuras concessões de rodovias trazem vantagens aos investidores, através de taxas

de retorno compatível com o montante do investimento. Adicionalmente, as empresas vão gastar menos com

as garantias, o que as habilita mais facilmente para os concursos públicos. O prazo de concessão é alargado

para 30 anos, a carência sobe de 3 para 5 anos e o prazo total do financiamento aumento de 20 para 30 anos.

Tabela 17 – Modelo económico-financeiro das concessões rodoviárias

Condições

Prazo de concessão 30 anos

Estimativa da expansão média anual da procura 4,0%

Estrutura de garantias Project finance (maior facilidade de garantias)

Prazo de carência 5 anos

Prazo total do financiamento 25 anos

Taxa de juros Taxa de Juro de Longo-Prazo + 1,5% (dependendo da notação financeira da empresa)

Empréstimos-ponte Condições iguais a empréstimos de longo-prazo

Outras condições de financiamento Património líquido superior ou igual ao total financiado;

Ativos totais superior ou igual a duas vezes o valor total financiado.

O projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) terá investimentos de US$ 16.17 mil milhões (entre planeamento

executivo e obras de infraestrutura, sistemas e comboios). O objetivo é ligar o Rio de Janeiro (aeroporto de

Galeão) a Campinas (aeroporto de Viracopos), passando por São Paulo (aeroporto de Guarulhos).

Page 95: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

95

Energia

Os leilões de energia elétrica contribuirão para investimentos em geração de energia hidroelétrica de

aproximadamente US$ 36.2mil milhões entre 2013 e 2017.

Previsão do leilão Potência Total (MW) Investimento Total

2014 7.241 US$ 11.1 mil milhões

2015 3.249 US$ 5.6 mil milhões

2016 1.117 US$ 2.4 mil milhões

2017 8.407 US$ 14.3 mil milhões

Total 21.421 US$ 33.4 mil milhões

Adicionalmente aos leilões para geração de energia hidroelétrica, também haverá leilões para energias

renováveis (US$ 17.2 mil milhões) e para termoelétricas (US$ 1.3 mil milhões), totalizando assim

investimentos de US$ 54.7 mil milhões.

Com o total de investimentos em transmissão de energia em US$ 12.5 mil milhões até 2017, os investimentos

no setor brasileiro de energia totalizarão US$ 67.2 mil milhões.

Geração de Energia Elétrica a Contratar nos Leilões

2013 – 2017

Fontes Total previsto (MW) Investimento

Hidroelétrica 21.421 US$ 36.2 mil milhões

Outras fontes renováveis (eólica, biomassa e PCH)

10.050 US$ 17.2 mil milhões

Termoelétrica (gás natural) 1.500 US$ 1.3 mil milhões

Total 32.971 US$ 54.7 mil milhões

Estimativa de Investimentos em Transmissão de Energia Elétrica

Leilão Extensão (km) Investimento

2013 Investimentos 9.130 US$ 4.7 mil milhões

2014 – 2017 Empreendimento definidos 9.497 US$ 5 mil milhões

Outros empreendimentos 4.573 US$ 2.7 mil milhões

Total 23.200 US$ 12.4 mil milhões

Finalmente, um dos grandes projetos de investimento previsto para o Brasil nos próximos anos é a produção

de petróleo no pré-sal. Na 1ª rodada de leilões, a Petrobras será a operadora com o mínimo de 30% de

participação em todos os poços leiloados.

Em 2011 foram provadas reservas de 17,9 mil milhões de boe26

, estando estimado volumes compreendidos

entre 27,5 e 35,1 mil milhões de boe.

Outros investimentos estão previstos com objetivos bem definidos, como a redução da tarifa de energia e a

desoneração da folha de pagamento de 42 setores-chave da economia, de modo a incentivar os setores da

economia que se encontram direta ou indiretamente ligados aos projetos de infraestrutura anunciados.

26

beo: milhares de milhões de barris de óleo equivalente

Page 96: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

96

2.7. Abertura da economia e relações comerciais27

O Brasil permanece uma economia muito fechada e centrada no seu mercado interno, o que se pode

comprovar pelo baixo grau de abertura da economia. Dado que tanto as exportações como as importações

são relativamente reduzidas e a diferença entre ambas não é muito significativa.

No entanto, a balança comercial tem vindo a apresentar saldo negativo. Adicionalmente, a balança corrente

também tem vindo a apresentar saldo negativo, apesar de tal como a balança comercial, o saldo não ser muito

expressivo.

A taxa de inflação tem-se mantido dentro das metas ambicionadas pelo BCB, o que se traduz num teto de

6,5% (exceção para o ano de 2011). Como reflexo, a taxa de câmbio tem-se mantido relativamente estável,

com um Real valorizado, reflexo do forte crescimento brasileiro, anémico crescimento das economias

desenvolvidas (EUA e Europa) e inflação controlada.

No entanto, o BCB está a tentar conduzir uma política de desvalorização do Real com vista ao incentivo da

produção interna.

Tabela 18 - Abertura da economia de Brasil

Brasil 2008 2009 2010 2011 2012

Taxa de câmbio (USD / BRL) 1,83 2,00 1,76 1,67 1,95

Inflação 5,66% 4,89% 5,04% 6,64% 5,40%

Balança Comercial (em % do PIB) 0,19% -0,16% -1,03% -0,73% -1,43%

Balança Corrente (em % do PIB) -1,70% -1,50% -2,21% -2,12% -2,41%

Abertura da Economia (em % do PIB) 27,14% 22,12% 22,77% 24,51% 26,54%

Fonte: Banco Mundial

Importações

Os principais países fornecedores do Brasil são a China, os EUA, a Argentina e a Alemanha, representando

respetivamente, em 2012, 15,35%, 14,61%, 7,37% e 6,37% das importações totais do país.

A China passou a ser o principal fornecedor do mercado brasileiro em 2012, ultrapassando assim os EUA que

detinham anteriormente essa posição.

Com um crescimento nominal médio de 6,54% as importações não têm, regra geral, acompanhado o

crescimento nominal da economia brasileira, o que se traduz num menor peso das importações na economia

brasileira.

27

Banco Mundial, UNCTAD e International Trade Centre

Page 97: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

97

Gráfico 51 - Evolução das importações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

As importações brasileiras evidenciam o grau de desenvolvimento do país, sendo 38,41% dos produtos importados maquinaria e equipamentos de transporte (com destaque para veículos automóveis e equipamento eletrónico), 18,89% químicos e produtos relacionados (especialmente químicos orgânicos e produtos farmacêuticos e medicinais) e 18,01% combustíveis minerais (com grande destaque para o petróleo).

Gráfico 52 - Importações do Brasil - Top produtos, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

11.57% 12.46% 14.15% 14.49% 15.35%

14.93% 15.84% 15.07% 15.13% 14.61%

7.65% 8.84% 7.99% 7.47% 7.37%

6.94% 7.73% 6.51% 6.72% 6.37%

3.13% 3.77% 4.66% 4.46% 4.08% 3.87% 3.73% 3.28% 3.71% 3.59% 3.93% 4.20% 3.86% 3.48% 3.47% 2.66%

2.87% 2.67% 2.75% 2.78%

173,197

127,647

180,459

226,243 223,149

-

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Pe

so n

as im

po

rtaç

õe

s to

tais

bra

sile

iras

Índia

França

México

Itália

Japão

Nigéria

Coréia

Alemanha

Argentina

EUA

China

3.93%

2.14%

18.01%

18.89%

11.26%

38.41%

6.60%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais, gorduras e ceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

Commodities e transações n.e.

Page 98: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

98

O principal fornecedor de maquinaria e equipamentos de transporte do Brasil é a China, com forte ênfase no fornecimento de veículos automóveis e equipamento de telecomunicação.

Os EUA, além de maquinaria e equipamento de transporte, fornecem ainda químicos e produtos relacionados e combustíveis minerais (petróleo).

Com o desenvolvimento das plataformas petrolíferas no pré-sal brasileiro, espera-se que a importação de

combustíveis minerais venha a diminuir. Desta forma, as necessidades de fornecimento externo brasileiras

irão se focar em produtos industrializados ou que requeiram know-how especializado não disponível

localmente para a sua produção.

2% 10%

18%

55%

14%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentode transporte

Outros artigosmanufaturados

Commodities e transaçõesn.e.

Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes da China, em 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

1%

19%

0%

27%

6%

36%

7%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentode transporte

Outros artigosmanufaturados

Commodities e transaçõesn.e.

Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes dos EUA, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADst

Page 99: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

99

A Argentina e a Alemanha

fornecem maioritariamente

produtos relacionados com

maquinaria e equipamentos de

transporte.

No entanto, a Argentina

diferencia-se dos demais

países fornecedores do

mercado brasileiro por fornecer

também produtos do setor

alimentar (principalmente

cereais).

Além da importação de

maquinaria e equipamentos de

transporte a Alemanha fornece

produtos químicos ao Brasil.

Em conjunto estes dois

produtos representam cerca de

80% das importações do

Brasil.

1%

33%

11%

47%

7%

Alimentos e animaisvivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria eequipamento detransporte

Outros artigosmanufaturados

Gráfico 56 - Importações do Brasil provenientes da Alemanha, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADst

Gráfico 56 - Importações brasileiras provenientes da Argentina, 2012

21%

1%

8%

11%

6%

50%

1%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Outros artigos manufaturadosFonte: UNCTAD, UNCTADst

Page 100: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

100

Importações à CPLP

De entre os países membros da CPLP apenas Portugal e Angola registam valores com significância

estatística, sendo que Angola, praticamente desaparece enquanto fornecedor do Brasil, em 2012, ano em que

apenas forneceu combustíveis minerais.

Gráfico 57 – Importações do Brasil da CPLP

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 58 - Importações do Brasil provenientes de Angola, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Praticamente 100% das exportações angolanas para o Brasil são compostas por produtos combustíveis

minerais, sendo a esmagadora maioria desses produtos relacionados com gás, propano e butano. Nos últimos

anos tem-se assistido à diminuição das exportações angolanas para o Brasil, fruto da cada vez menor

necessidade de importação de combustíveis minerais por parte do Brasil.

616 433

579 836

999

2,240

138

501

438 46

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es

em

milh

õe

s U

S$

Portugal Angola

0% 0%

100%

Combustíveis minerais, lubrificantese materiais relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Page 101: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

101

Estima-se que esta situação venha a acentuar-se no futuro, pelo que, considerando o tipo de produtos

produzidos e exportados por Angola, espera-se que as exportações angolanas para o Brasil não voltem a

tomar valores muito avultados nos próximos anos.

Figura 11 - Principais importações do Brasil provenientes de Angola (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 59 - Importações do Brasil provenientes de Portugal, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

16%

4%

4%

9%

19% 5%

17%

22%

4%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

Page 102: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

102

A pauta de exportações portuguesas para o Brasil é bastante diversificada. Uma vez mais, maquinaria e

equipamento de transporte estão em destaque, no entanto, com um peso igualmente significativo encontram-

se produtos do setor alimentar (peixe e crustáceos), bem como óleos vegetais.

Figura 12 - Principais importações do Brasil provenientes de Portugal (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 60 – Importações brasileiras de serviços comerciais

Fonte: International Trade Centre

13,557 15,348 20,874

25,367 28,346

10,962 10,898

16,422

21,264 22,233

10,405 7,966

11,339

14,153 14,191

2,787 2,795

3,505

4,036 4,447

2,697 2,512

2,850

3,301 3,666

3,988 4,555

4,757

4,854

4,869

-

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

90,000

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es

em

milh

õe

s d

e U

S$

Outros serviços comerciais Viagens Transporte TIC Royalties e patentes Outros serviços (financeiros, seguros, outros)

Page 103: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

103

Numa análise de maior detalhe às importações do Brasil à CPLP, verfica-se que Portugal tem vindo a aumentar gradualmente as suas exportações, sendo expectável que os valores de 2013 e 2014 já ultrapassem mais de US$ mil milhões de exportações. Por outro lado, as importações do Brasil a Angola têm vindo a diminuir a um ritmo acelerado. Em 2008 o Brasil importou cerca de US$ 2,2 mil milhões de Angola e em 2012 o montante das importações atingiu apenas os cerca de US$ 46 milhões. Esta variação resulta do aumento de produção de petróleo do Brasil como na aquisição a outros mercados desta matéria-prima. Gráfico 61 – Importações do Brasil à CPLP

2008 2009 2010 2011 2012

Angola 2,240,264 USD 137,760 USD 500,753 USD 438,079 USD 45,922 USD

Cabo Verde 44 USD 29 USD 49 USD 8 USD 15 USD

Guiné Bissau N/D 34 USD N/D 12 398 4,874 USD

Macau 11,162 USD 5,548 USD 6,839 USD 10,887 USD 11 721

Moçambique 2 USD 2,122 USD 2,003 USD 4,094 USD 24 150

Portugal 615,938 USD 433,189 USD 578,624 USD 835,603 USD 998,986 USD

São Tomé e Príncipe

8 USD N/D N/D 2 USD 1 USD

Timor-Leste 19 USD 1 USD 21 USD 18 USD 1 USD

Total 2,867,437 USD 578,683 USD 1,088,289 USD 1,288,691 USD 1,049,799 USD

2,240,264 USD

137,760 USD 500,753 USD 438,079 USD 45,922 USD

615,938 USD

433,189 USD 578,624 USD

835,603 USD 998,986 USD

0 USD

500,000 USD

1,000,000 USD

1,500,000 USD

2,000,000 USD

2,500,000 USD

3,000,000 USD

3,500,000 USD

2008 2009 2010 2011 2012

Angola Cabo Verde Guiné Bissau Macau

Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste

Fonte: UNCTADstat

Page 104: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

104

Exportações

Os principais mercados destino dos produtos brasileiros são a China, os EUA, a Argentina e a Holanda,

representando respetivamente 17%, 11,07%, 7,42% e 6,2% das exportações totais do país, em 2012, e

totalizando 41,68%.

Também no Brasil é possível verificar que os EUA estão a perder importância relativa, tendo deixado de ser o

principal mercado das exportações do país em 2009, enquanto a China vai ganhando importância.

Nota-se ainda que a Argentina tem vindo a perder a sua importância relativa. No entanto, com a adesão da

Venezuela ao MERCOSUL, a importância relativa dos países do bloco sul-americano mantém-se forte.

Gráfico 62 - Evolução das exportações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat

Dos países da CPLP apenas Portugal e Angola são dignos de registo estatístico. No entanto, em qualquer dos casos representam menos de 1% das exportações totais do Brasil, 0,67% e 0,47%, respetivamente. Adicionalmente, ambos países têm vindo a perder peso absoluto e relativo no total das exportações brasileiras.

Gráfico 63 - Exportações da Brasil – CPLP

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat

1,707 1,277 1,474

2,055 1,625

1,975

1,333 944

1,074 1,145

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

4,000

2008 2009 2010 2011 2012

Exp

ort

açõ

es

em

milh

õe

s d

e U

S$

Portugal Angola

A CPLP representou, em 2012, 1,21% das exportações do Brasil

8.29% 13.20% 15.58% 17.31% 17.00%

14.01% 10.29% 9.75% 10.13% 11.07%

8.89% 8.36% 9.34% 8.87% 7.42% 5.30% 5.33% 5.18% 5.33% 6.20% 3.09% 2.79% 3.61% 3.70% 3.28% 4.47% 4.04% 4.09% 3.53% 3.00%

197,942

152,995

197,356

256,039 242,580

-

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Pe

so n

as e

xpo

rtaç

õe

sto

tais

do

Bra

sil

Venezuela

Índia

Alemanha

Japão

Holanda

Argentina

EUA

China

Page 105: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

105

Angola 0,47% das exportações brasileiras

Portugal 0,67% das exportações brasileiras

Nota-se que o tipo de produtos que o Brasil exporta para Portugal é consideravelmente diferente do tipo de

produtos exportados para Angola.

Mais de 50% das exportações brasileiras para Portugal são combustíveis minerais, sendo ainda 18,45%

referentes a outras matérias-primas (exceto petróleo) e 12,73% a produtos agrícolas e pecuários.

Por outro lado, 57,24% das importações angolanas do Brasil são relativas a produtos agrícolas e pecuários,

17,17% são maquinaria e equipamentos de transporte e 10,82% são outros artigos manufaturados.

Este facto evidência as diferenças nos estados de desenvolvimento de Portugal e Angola, o que reflete-se de

forma acentuada nas relações comerciais com o Brasil e, assim, com as empresas brasileiras que têm

presença em cada um dos países.

Figura 13 - Principais exportações brasileiras para Portugal (2012)

Figura 14 - Principais exportações brasileiras para Angola (2012)

Fonte: UNCTDAD, UNCTADstat

Fonte: UNCTDAD, UNCTADstat

Page 106: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

106

Numa análise mais detalhada das exportações do Brasil para a CPLP, verfica-se um domínio das economias portuguesas e angolanas e um aumento gradual das importações de Moçambique ao Brasil. Angola depois de 3 anos de contração das importações ao Brasil, entre 2008 e 2010, desde 2011 que vem aumentando as suas importações. A CPLP representou em 2012 cerca de US$ 3 mil milhões de exportações do Brasil. Gráfico 64 – Exportação do Brasil para a CPLP

Tabela 19 – Exportações do Brasil para a CPLP (milhões US$)

2008 2009 2010 2011 2012

Angola 1,974,576 USD 1,333,009 USD 943,906 USD 1,073,537 USD 1,144,542 USD

Cabo Verde 39,623 USD 29,629 USD 27,077 USD 32,269 USD 26,217 USD

Guiné Bissau 8,428 USD 11,661 USD 14,735 USD 8,809 USD 2,845 USD

Macau 443 USD 134 USD 369 USD 46,274 USD 474 USD

Moçambique 32,387 USD 108,118 USD 39,338 USD 81,184 USD 122,309 USD

Portugal 1,706,800 USD 1,276,919 USD 1,473,726 USD 2,054,991 USD 1,624,668 USD

São Tomé e Príncipe 1,205 USD 5,720 USD 929 USD 960 USD 522 USD

Timor-Leste 225 USD 1,412 USD 142 USD 924 USD 2,576 USD

Total 3,763,687 USD 2,766,602 USD 2,500,222 USD 3,298,948 USD 2,924,153 USD

1,974,576 USD

1,333,009 USD 943,906 USD 1,073,537 USD

1,144,542 USD

1,706,800 USD

1,276,919 USD

1,473,726 USD

2,054,991 USD 1,624,668 USD

0 USD

500,000 USD

1,000,000 USD

1,500,000 USD

2,000,000 USD

2,500,000 USD

3,000,000 USD

3,500,000 USD

4,000,000 USD

2008 2009 2010 2011 2012

Angola Cabo Verde Guiné Bissau Macau

Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste

Fonte: UNCTADstat

Page 107: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

107

2.8. Principais setores de oportunidade

A lei das parcerias público-privadas aumentou a transparência e reduziu incertezas regulatórias, mas

infelizmente ainda não produziu resultados tangíveis. A infraestrutura oferece melhores retornos do que a taxa

de juros de curto prazo, já que o risco de inflação está coberto.

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil foi o 44.º país em número de turistas. Apesar do número de

turistas ter aumentado significativamente ao longo da década de 90, este estagnou desde os anos 2000, com

oscilações à volta de 5 milhões de turistas, com um máximo de 5,433 milhões de turistas recebidos em 2011.

A título comparativo, o México e a África do Sul receberam mais de 23 e 8 milhões de turistas, respetivamente,

em 2011.

As razões apontadas para um mau desempenho no turismo são relacionadas com as fracas infraestruturas, a

insegurança e os elevados preços do turismo no Brasil.

No entanto, espera-se que o Brasil aumente substancialmente o número de turistas que recebe anualmente.

Dependendo do desempenho do país no Mundial 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, a sua imagem poderá

ficar positivamente mudada para os próximos anos.

Fazer uma boa figura nos dois maiores eventos desportivos mundiais que o país irá receber implica conceder

boas condições de estadia, bons e rápidos meios de transporte (seja ele aéreo, marítimo ou rodoviário) e

garantir a segurança dos seus cidadãos e dos turistas. Mediante estas condições o setor do turismo tem tudo

para conseguir dar o salto desejado.

Nos próximos anos, as grandes apostas do governo brasileiro, que se irão refletir nas infraestruturas

concentram-se no quadro seguinte.

Tabela 20 – Setores de forte crescimento potencial

Grandes projetos de investimento em infraestruturas

Oportunidade Orçamento

Aeroportos ─ Concessões de aeroportos

internacionais;

─ Construção de novos terminais de

passageiros em diversos aeroportos;

─ Alargamento dos serviços comerciais

oferecidos em aeroportos

internacionais e regionais;

─ Renovação de 270 aeroportos

regionais.

─ US$ 5.2 mil milhões

─ US$ 3.3 mil milhões

Rodovias ─ Concessão e construção de 7.500 km de estradas.

─ US$ 19 mil milhões

Ferrovias ─ Construção de 10.000 km de ferrovias.

─ US$ 41.3 mil milhões

Portos ─ Renovação e capacitação de 191 portos.

─ US$ 24.5 mil milhões

Trem de Alta Velocidade ─ Concessão e construção de um trajeto de 511 km.

─ US$ 16.2 mil milhões

Energia ─ Leilões para a produção de 21.421

MW de energia hidroelétrica;

─ Leilões para a produção de energia

não-renovável;

─ US$ 91 mil milhões

Page 108: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

108

Perante o bom desenvolvimento das infraestruturas, espera-se que o setor primário e secundário brasileiro

fiquem mais competitivos, com menor pressão inflacionista. Neste cenário o país poderá continuar a reduzir a

sua taxa de juros de referência, influenciando assim positivamente tanto o consumo como a produção.

Mediante um bom desempenho dos projetos de infraestruturas acima mencionado, identificamos ainda os

seguintes setores como de elevado potencial de crescimento.

Tabela 21 – Setores de forte crescimento potencial

Setor Potencial

Obras públicas ─ Projetos de infraestrutura planeados;

─ Habitações derivadas do crescimento populacional e do aumento da rendimento

per capita.

Turismo ─ Serviços de hospedagem, entretenimento e de informação.

Telecomunicações ─ Com o crescimento populacional, o aumento do rendimento per capita e o

desenvolvimento de infraestruturas chave, identifica-se uma clara oportunidade

na comercialização de produtos e serviços de apoio às telecomunicações.

Industria A indústria brasileira tem um elevado potencial de desenvolvimento considerando o

mercado interno brasileiro e as matérias-primas disponíveis no país. No entanto,

restrições regulatórias, fiscais, aduaneiras e de transporte impedem o crescimento

sustentável da indústria. Se o país conseguir desenvolver a sua rede de transportes, o

potencial poderá ser muito elevado.

Agropecuária ─ Produção de carnes, aves e porcos;

─ Produção de cereais;

─ Produção de álcool e outros produtos para biocombustíveis;

─ Enorme potencial piscatório.

Agroindústria ─ Produção de biocombustíveis;

─ Transformação de alimentos;

─ Fornecimento de tecnologia e know-how para a obtenção de ganhos de

produtividade.

China cancela a compra de 2 milhões de toneladas de soja

Importadores de soja chineses cancelaram mais de 2 milhões de toneladas de soja brasileira nos

primeiros meses de 2013 devido a sucessivos atrasos no recebimento do produto.

A maior parte da soja brasileira é escoada através do porto de Santos, no entanto, graças à falta de

acessibilidade para muitos navios de grande porte, a carga (cada ano maior) de soja acumula-se.

Uma vez que não existem armazéns para guardar a produção, a soja permanece nos camiões até

ser carregada para o navio. Este fato originou filas de trânsito de 30 km e aumento o preço do

transporte por tonelada de produto em até 64%.

Page 109: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

109

2.9. Investimento Direto Estrangeiro no Brasil28

O Brasil tem mantido a sua atratividade na captação de IDE bastante elevada e

continuamente crescente. O acentuado decréscimo em 2009 foi resultado da

crise financeira internacional que levou a uma contração do investimento a

nível generalizado no mundo inteiro. Apesar do ligeiro decréscimo vivido entre

2011 e 2012, o Brasil manteve-se como o maior recetor de IDE na América

Latina e alcançou o lugar de 4º maior no mundo.

Para o ano de 2013 não é esperado um desempenho muito superior ao

verificado em 2012, apesar dos esforços governamentais para tornar o IDE no

Brasil mais atrativo, como a desoneração de alguns investimentos. Espera-se

que com o crescimento do IDE no Brasil acompanhe de certo modo o

crescimento da economia mundial, pelo que se espera que volte a crescer com

maior ênfase em 2014, ano que coincide com o Mundial 2014, a realizar no

Brasil.

Custos altos e falta de mão-de-obra qualificada estão igualmente a afetar o retorno dos investimentos, o que

conciliados com dificuldades na obtenção de licenças ambientais e um sistema de tributação insistentemente

ineficiente podem criar complicações adicionais inesperadas.

A atratividade brasileira centra-se nos seus vastos recursos naturais, com destaque para o petróleo e gás

natural, e no crescimento da sua classe média, o que incentiva o desenvolvimento do mercado interno.

Gráfico 65 - Fluxos de IDE no Brasil, 2008-2012

Apesar da sua incrível capacidade para atração de IDE, o Brasil não se posiciona ainda como um dos grandes

investidores externos. Condicionado também pelos fracos desenvolvimentos da economia internacional, o país

tem vindo a diminuir o seu investimento em outros países consecutivamente ao longo dos últimos anos.

Desta forma, o saldo do IDE é bastante positivo para o país, não obstante a necessidade do Brasil passar a

posicionar-se como um player internacional estar diretamente ligada com a sua capacidade de investimento

em outros países.

28

UNCTAD e International Trade Centre

45,058

25,949

48,506

66,660 65,272

20,457

(10,084)

11,588

(1,029) (2,821)

(20,000)

(10,000)

-

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

2008 2009 2010 2011 2012

Flu

xos

de

IDE

em

milh

õe

s d

e U

S$

Inward Outward

Brasil Maior destino de IDE na América Latina e 4º país mais atraente ao IDE no mundo, em 2012, atrás apenas dos EUA, China e Hong Kong

Page 110: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

110

2.10. Financiamento à economia29

2.10.1. Principais bancos presentes

Em Setembro de 2013, o BCB tinha registado um total de 1.330 instituições consideradas bancárias e ainda

270 instituições consideradas não-bancárias. Os principais bancos do país são (de acordo com o total de

ativos) o Banco do Brasil, o Itaú, a Caixa Económica Federal, o Bradesco, o Santander e o HSBC, que

controlam perto de 70% do total de ativos do setor bancário e não bancário no Brasil, que ascende a 6.350 mil

milhões de Reais.

Tanto o Banco do Brasil como a Caixa Económica Federal são controlados pelo Estado brasileiro, o Itaú e o

Bradesco são bancos privados mas controlados por capitais brasileiros e o Santander e o HSBC são bancos

privados controlados por capitais estrangeiros.

O sistema bancário brasileiro é bastante rentável, com elevados rácios de capital e pouco expostos a

problemas cambiais ou de financiamento externo. Comparativamente com outros países emergentes e até

mesmo com economias desenvolvidas, o sistema bancário brasileiro pode ser considerado como de alto nível

de capitalização, rentabilidade e liquidez. O rácio de empréstimos não rentáveis (NPL) caiu para cerca de

3,5% do total de empréstimos. Com rácios de adequação global dos fundos (CAR) em 17%, 12,8% de capitais

em tier 1, o sistema bancário brasileira demonstra a sua força e resiliência.

2.10.2. Bancarização da população

Figura 15 – Agências por 1.000 km2, em 2010

Fonte: Relatório de Inclusão Financeira – Banco Central do Brasil

29

Banco Mundial, Banco Central do Brasil e FMI

Page 111: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

111

Com o desenvolvimento do Brasil e o incremento substancial no número de pessoas pertencentes à classe

média o sistema financeiro pode desenvolver-se.

O desenvolvimento dos indicadores de bancarização da população brasileira evoluiu ao mesmo tempo que

evoluiu o PIB per capita e que a taxa de desemprego diminuiu. No entanto, tal como pode ser observado no

mapa acima, a bancarização da população não está alheia a constrangimentos geográficos e sociais, pelo que

existe uma menor penetração do sistema bancário na região Norte e no interior da região Nordeste.

O número de depositantes aumentou substancialmente ao longo dos últimos anos, mesmo com a crise

financeira internacional, tendo o mesmo acontecido com o número de mutuários. Por outro lado, o número de

sucursais de bancos comerciais e o número de caixas multibancos aumentou a um ritmo mais contido,

também reflexo dos tempos de maior contenção financeira internacional.

Tabela 22 – Acesso ao setor bancário

Indicadores 2008 2009 2010 2011

Depositantes em bancos comerciais (por 1,000 adultos) 473,71 483,09 541,23 635,43

Sucursais de bancos comerciais (por 100,000 adultos) 43,11 43,91 44,03 46,15

Mutuários de bancos comerciais (por 1,000 adultos) n/a 151,851 207,14 241,33

Caixas multibancos (ATM) (por 100,000 adultos) 112,25 115,61 119,09 119,63

Fonte: Banco Mundial

Tabela 23 – Obtenção de crédito

Indicador Brasil América Latina e Caraíbas OCDE

Índice de eficiência dos direitos legais (0-10) 3 6 7

Índice de profundidade das informações de crédito (0-6) 5 3 5

Cobertura de órgãos de registo públicos (% de adultos) 46,8 11,1 10.2

Cobertura de órgãos de registo privados (% de adultos) 62,2 33,8 67.4

Fonte: Relatório Doing Business – Banco Mundial

2.10.3. Taxa de juros de empréstimos

Tabela 24 – Taxas de juro de referência

Indicador 2008 2009 2010 2011 2012

Taxa de juros nos depósitos (%) 11,66 9,28 8,87 10,99 7,91

Taxa de juros dos empréstimos (%) 47,25 44,65 39,99 43,88 36,64

Taxa de juros real (%) 35,92 34,95 29,35 34,51 29,70

Fonte: Banco Mundial

As taxas de juro no Brasil são consideradas historicamente elevadas. Considerando ainda os desequilíbrios

existentes na economia brasileira, o BCB mantém a taxa básica de referência (SELIC) elevada, de forma a

controlar a inflação. No entanto, nota-se que a tendência da SELIC tem sido maioritariamente decrescente.

Page 112: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

112

Gráfico 66 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem

As pressões inflacionistas vividas no Brasil

impedem que o BCB reduza a taxa de juro

de referência, o que se reflete diretamente

nas taxas de juro que consumidores finais

e empresas suportam. Desta forma, com a

evolução das condições económicas

(nomeadamente, das infraestruturas) que

possam reduzir as pressões inflacionistas,

o Brasil poderá incentivar ainda mais o seu

mercado interno, tanto por via do consumo

como por via da produção.

Fonte: Banco Mundial

2.10.4. Bolsa de valores30

Atualmente, o Brasil apenas possui uma bolsa de valores a BM&FBOVESPA, S.A. – Bolsa de Valores,

Mercadorias e Futuros, sendo esta a maior da América Latina. A BM&FBOVESPA encontra-se sediada na

cidade de São Paulo e possui ainda escritório de representação nos EUA (Nova York), no Reino Unido

(Londres) e na China (Xangai), de modo a conceder “suporte aos participantes daqueles mercados nas

atividades com os clientes estrangeiros e no relacionamento com os órgãos reguladores, além de divulgar

seus produtos de governança e a potenciais investidores.

Em março de 2013 BM&FBOVESPA tinha listado 364 empresas, com uma capitalização bolsista de US$ 1.086

mil milhões, com um volume médio de transações de US$ 3.2 mil milhões em dezembro de 2012.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) é o principal índice brasileiro, tendo crescido 7,4% em

2012 e atingido 60.952 pontos.

30

BMF&FBOVESPA, S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

5.7%

4.9% 5.0%

6.6%

5.4%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

2008 2009 2010 2011 2012

America Trading System Brasil (ATS Brasil) Uma joint-venture entre a America Trading Group (ATG) e a NYSE Euronext pretende lançar uma nova bolsa de valores no Brasil, estando previsto o seu lançamento em 2014 enquanto a empresa aguarda a autorização da Comissão de Valores Mobiliários. A empresa pretende operar a partir do Rio de Janeiro, com uma bolsa de valores “inicialmente focada na negociação de ações, com o potencial para expandir futuramente para outros produtos”.

Page 113: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

113

3. Investir no

Brasil

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

114

3. Investir no Brasil

3.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social

3.1.1. População Ativa

O Brasil, com cerca de 193 milhões de habitantes, sofre uma progressiva transição demográfica derivada da

crescente quebra na taxa de fecundidade. Nas últimas décadas, esta quebra tem produzido efeitos

substanciais na estrutura etária da população, como sendo a redução da população jovem e da população em

idade ativa.

Os efeitos desta transição demográfica têm-se repercutido no mercado de trabalho quer em termos de

dimensão e composição da população em idade ativa brasileira, como também no que respeita à

disponibilidade de mão-de-obra no país.

Contudo, prevê-se que, até meados da década de 2020, continue a verificar-se um aumento da oferta de

trabalho pelo crescimento da população ativa. A tendência demográfica contribuirá para a modificação da

evolução da força de trabalho, uma vez que a mortalidade dos cidadãos de idades mais avançadas diminuirá.

Assim sendo, esta redução conduzirá a um aumento da permanência da população no mercado de trabalho e,

consequentemente, à existência de mão-de-obra, por um lado, mais envelhecida, mas, por outro, mais

experiente.

As transformações na estrutura etária que têm surgido nas últimas décadas têm também modificado a

dinâmica da oferta de trabalho, surgindo novas oportunidades para a economia nacional. Nos próximos anos

perspetiva-se a maximização da população em idade ativa, não só pelo aumento do tempo de trabalho, mas

também pela crescente participação da mulher e exponencial escolarização da população brasileira.

Não obstante as melhorias no nível de escolaridade, cerca de 30% dos jovens entre os 15 e 19 anos não

estão ainda incluídos no sistema de educação.

3.1.2. Desemprego

A taxa de desemprego no Brasil tem vindo a decrescer significativamente situando-se, atualmente, nos 5%. A

população com maior nível de formação e com idade compreendida entre os 15 e 29 anos foi aquela em que o

decréscimo que tem vindo a ocorrer na taxa de desemprego se revelou mais significativo.

3.1.3. Desigualdade

Até à data, o nível de atividade no mercado de trabalho tem vindo a ser dominado pelo sexo masculino, independentemente da respetiva idade. Mas, atualmente há uma redução dessa desigualdade, já que se tem verificado um aumento da taxa de participação feminina no mercado de trabalho, nomeadamente das mulheres mais jovens (com menos de 36 anos de idade). A crescente incorporação das mulheres no mercado formal de trabalho nas últimas décadas tem sido evidente, sendo que, nos últimos 30 anos, o crescimento da participação feminina enfatizou-se nos diferentes grupos etários. Este fenómeno reflete uma consistente alteração do papel da mulher no mercado de trabalho brasileiro. Não obstante não ser a mulher quem mais tem vindo a contribuir para a crescente escolarização da população em idade ativa, estima-se que no curto/médio prazo esta situação venha a mudar na sequência do crescimento exponencial e coerente do papel da mulher no mercado de trabalho.

Page 115: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

115

3.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social

No Brasil, o regime de segurança social é denominado por Previdência social e é um regime geral de caráter

contributivo e filiação obrigatória que visa a proteção do cidadão por via da diminuição da pobreza e da

contribuição para a garantia da manutenção do nível de vida dos cidadãos em situações de doença, invalidez,

reforma, morte ou desemprego involuntário, ou mesmo de maternidade e reclusão.

Para o efeito, os contribuintes transferem para a Previdência social montantes (contribuições) que apenas

serão utilizados caso o respetivo beneficiário deixe de ter capacidade de trabalhar.

A previdência social compreende o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes de Previdência

Públicos e dos Militares (RPPS), sendo que a adesão ao RGPS pode revestir um carácter obrigatório ou

facultativo.

(i) Sistema de previdência social obrigatório: abrange as pessoas, e respetivos dependentes,

classificadas como empregados, empregados domésticos, contribuintes individuais, trabalhadores

avulsos ou segurados especiais.

(ii) Sistema de previdência social facultativo: abrange cidadãos maiores de dezasseis anos, mediante

contribuição, desde que não estejam a exercer atividade remunerada que os enquadre como

segurados obrigatórios do RGPS ou de RPPS.

As taxas de contribuição para a Previdência Social variam em função do tipo de contribuinte (conforme se

trate, por exemplo, de empregados, empregados domésticos ou trabalhadores avulsos) e do respetivo nível de

rendimento. Assim, as taxas de contribuição para o regime obrigatório variam entre 8% e 11% enquanto as

taxas de contribuição para o regime facultativo variam entre 5% e 20%.

3.2. Como investir no Brasil?

A legislação brasileira que regula o investimento no país encontra-se muito dispersa, fator que representa uma

dificuldade acrescida nesta matéria.

O Decreto-Lei n.º 55.762, de 17 de fevereiro de 1965, define que qualifica como capital estrangeiro aquele

que, pertencente a pessoas físicas ou jurídicas (empresas ou indivíduos) residentes, domiciliadas ou com sede

no estrangeiro, corresponda a:

bens, máquinas e equipamentos introduzidos no Brasil, sem dispêndio inicial de divisas, destinados à

produção de bens ou serviços; e

recursos financeiros ou monetários introduzidos no país para aplicação em atividades económicas.

Por sua vez, IDE, no Brasil denominado de investimento externo direto (IED), é definido como aquele

correspondente a:

participações permanentes em empresas no Brasil, detidas por investidor não residente, pessoa física

ou jurídica, residente, domiciliada ou com sede no exterior, mediante a propriedade de ações ou

quotas representativas do capital social de empresas brasileiras; e

capital destacado das filiais ou sucursais de empresas estrangeiras autorizadas a operar no País.

O IED no Brasil deve ser registado junto do Banco Central, com recurso à plataforma SISBACEN – Módulo

RDE-IED (“Sistema de Informações do Banco Central – Registro Declaratório Eletrônico – Investimento

Externo Direto”) por forma a assegurar a remessa de lucros e o repatriamento de capital para o exterior. Uma

vez que o IDE no Brasil não carece de análise e/ou verificação pelo Banco Central do Brasil, cabe à empresa

recetora do investimento estrangeiro e/ou ao representante do investidor a responsabilidade de efetuar o

registo do mesmo.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

116

3.2.1. Restrições ao Investimento Estrangeiro

É vedado o IDE nas seguintes atividades:

Desenvolvimento de atividades envolvendo energia nuclear;

Serviços de saúde;

Serviços de correios e telégrafos;

Industria aeroespacial.

Por sua vez, apesar de autorizado, verificam-se condicionalismos ao IDE nas seguintes situações:

a) Aquisições de terras rurais por sociedades brasileiras sob o controle estrangeiro, por estrangeiro

residente no Brasil ou por pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil; Aquisições de

propriedades localizadas em áreas de fronteira;

b) Participações em instituições financeiras;

c) Exploração de serviços aéreos públicos, para operação de transporte regular;

d) Investimento estrangeiro na propriedade e na administração de jornais, revistas e outras publicações,

bem como de redes de rádio e televisão;

e) Operação no setor de mineração por empresas brasileiras, sob controlo estrangeiro.

3.2.2. Formas de investimento

O IDE no Brasil pode realizar-se através de qualquer uma das seguintes formas, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária:

- Investimento em Moeda;

- Investimento via Conversão de Créditos Externos;

- Investimentos via Importação de bens sem Cobertura Cambial;

- Investimentos no Mercado de Capitais.

3.2.3. Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento no Brasil

As etapas a observar aquando da realização de IDE no Brasil variam consoante a forma de investimento em

causa, como seja:

a) Investimento em moeda

O IDE realizado por via de investimento em moeda não depende de qualquer autorização preliminar por parte

das autoridades governamentais.

Sendo o objetivo subscrever capital ou adquirir uma participação numa empresa brasileira já existente, os

recursos deverão ser enviados para o Brasil por meio de instituição bancária autorizada a efetuar operações

cambiais. No prazo de 30 dias a partir do fecho do contrato de câmbio, deve proceder-se ao registo do

investimento no Sistema RDE-IED.

Caso os fundos estejam já numa conta de um não residente devidamente registado no Brasil, o registo do

referido investimento será realizado em moeda nacional. Qualquer movimentação relacionada com o

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

117

investimento deve ser efetuada por meio da respetiva conta de não residente, sendo o registo do investimento

atualizado através do Módulo RDE-IED.

b) Investimento via Conversão de Créditos Externos

A conversão de créditos externos já registados no RDE-IE não depende de autorização prévia do Banco

Central.

Inclui-se neste ponto a utilização de créditos que são passíveis de gerar transferências para o exterior, com

base nas normas vigentes, pelo credor não residente com vista à aquisição ou integração de participações no

capital social de empresa localizada no Brasil.

Para efeitos de registo no Sistema RDE-IED, é necessário que a empresa nacional recetora do investimento

obtenha do credor e promitente investidor os seguintes documentos:

(i) Declaração que define os vencimentos das parcelas e os respetivos valores a serem convertidos;

(ii) Declaração irrevogável do credor concordando com a conversão.

c) Investimentos via Importação de Bens sem Cobertura Cambial

A importação de bens, tangíveis ou intangíveis, apenas é possível para a constituição de capital social,

devendo o registo de capitais estrangeiros, conforme definidos supra, ser efetuado na moeda do país do

investidor ou, por solicitação expressa deste, em outra moeda, mantida a paridade cambial.

Este investimento, sendo efetuado sob a forma de bem tangível para a integração de capital social não

necessita de aprovação prévia do Banco Central, mas deve ser efetuado o respetivo registo no prazo de 90

dias após a libertação dos bens. No entanto, o IDE, quando decorrente de importação sem cobertura cambial

de bens intangíveis, depende da prévia autorização do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e

Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais (DECIC).

d) Investimentos no Mercado de Capitais

O investimento nos mercados brasileiros (financeiro e de capitais) está acessível a qualquer investidor, pessoa

física ou jurídica, não residente, individual ou coletivo.

O investidor não residente pode operar nos mercados de rendimento fixo ou variável, podendo migrar

livremente de uma aplicação para outra. No entanto, por forma a ter acesso a esses mercados, deve nomear

um representante no Brasil, que registará as operações, e obter um registo na Comissão de Valores

Mobiliários (CVM).

Os títulos e os valores mobiliários do investidor estrangeiro deverão estar sob custódia de entidade autorizada

pela CVM ou pelo Banco Central, ou, ainda, registados, dependendo do caso, no Sistema Especial de

Liquidação e Custódia (SELIC) ou em sistema de registo e de liquidação financeira administrado pela Central

de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP).

3.2.3.1. Outros aspetos relevantes

─ Repatriamento de capital

O capital estrangeiro registado no Brasil poderá ser repatriado para o seu país de origem a qualquer momento

sem necessidade de autorização prévia.

Desde que devidamente registados no Módulo RDE-IED, não existem restrições à distribuição de lucros e à sua remessa para o exterior.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

118

─ Reinvestimento de Lucros Os rendimentos auferidos por investidores estrangeiros reinvestidos em empresas brasileiras, ainda que distintas das que originaram o rendimento, com o objetivo de subscrição de capital ou aquisição de ações ou quotas, são considerados como capital estrangeiro da mesma forma que o investimento inicial. Para este efeito, são considerados reinvestimentos os lucros auferidos por empresas sediadas no Brasil passíveis de remessa a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, mas que foram reinvestidos na empresa que os gerou ou noutro setor da economia brasileira.

3.3. Incentivos e benefícios ao investimento

O Brasil tem vindo a desenvolver uma estratégia de captação de investimento, nomeadamente com a

implementação do Sistema de Promoção de Investimentos e Transferência de Tecnologia para Empresas

(SIPRI), concretizada pelo Ministério das Relações Exteriores, e pela Comissão de Incentivo aos

Investimentos Produtivos Privados (“Investors Room”), no âmbito da Casa Civil da Presidência da República.

Através destes organismos, o Governo Brasileiro tem concentrado forças na divulgação das potencialidades

do país em setores estratégicos para o desenvolvimento económico sustentável, tendo em vista a captação de

IDE em torno de três grandes eixos:

Divulgação de projetos e oportunidade de investimento no Brasil;

Desenvolvimento de estudos e ferramentas que subsidiem estratégias e ações de promoção de

investimento; e,

Capacitação dos operadores da Rede SIPRI, que funciona como rede de informações e núcleo para a

articulação de políticas e estratégias para captação de investimentos. O SIPRI, além de identificar e

divulgar oportunidades de investimento no Brasil e no exterior, também visa ativamente criar parcerias

entre empresas brasileiras e estrangeiras, com a finalidade de promover transferências de tecnologia

para o Brasil.

Paralelamente, o Brasil realiza eventos de captação de investimentos com o fim específico de atrair, facilitar e

difundir informação sobre oportunidades de investimento.

A Constituição Brasileira atribui competência em matéria tributária quer à União Federal, quer aos Estados e

aos Municípios, pelo que, os Estados utilizam a possibilidade criarem sistemas de incentivos e benefícios

como um instrumento de atração de investimento, para acelerar o desenvolvimento da região ou de certas

indústrias.

Assim, aquando do investimento no Brasil, os investidores deverão assegurar uma análise casuística dos

benefícios fiscais disponíveis no Estado onde pretendem efetuar o investimento ou, não sendo a região um

fator determinante para o investimento, comprara os benefícios e incentivos atribuídos por cada Estado.

Há, contudo, alguns benefícios de índole estadual, muitos dos quais relacionados com a organização pelo

Brasil de eventos desportivos internacionais.

Adicionalmente, é possível celebrar com as autoridades brasileiras contratos de investimento, ao abrigo dos quais podem ser atribuídas algumas vantagens, nomeadamente:

isenções de taxas e alguns impostos na importação de bens;

taxas de depreciação aceleradas para equipamento produzido no Brasil;

acesso a financiamento com juros reduzidos;

isenção de imposto na venda de bens de investimento;

isenção de imposto sobre lucros;

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

119

incentivos fiscais para projetos focados em inovação tecnológica.

3.3.1. Incentivos estaduais

Plano Brasil Maior

O Plano tem por objetivo a inovação e o fortalecimento produtivo do parque industrial brasileiro, visando a

obtenção de ganhos sustentados da produtividade do trabalho, visando assim beneficiar produtores locais e

exportadores de bens e serviços.

Concede um conjunto de incentivos fiscais e financeiros que irão vigorar até 2015, caso o prazo não seja

prorrogado, relativamente a investimentos nas áreas da inovação tecnológica, investigação para melhoria da

produção e facilita vantagens aos exportadores, nomeadamente em termos de seguros de crédito.

I. Incentivos fiscais do Plano Brasil Maior

• PRONON e PRONAS/PCD

O Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica - PRONON tem a finalidade de captar e canalizar

recursos para a prevenção e o combate ao cancro, e está a ser implementado mediante incentivos fiscais a

ações e serviços oncológicos, desenvolvidos por instituições de prevenção e combate ao cancro.

O Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD tem a

finalidade de captar e canalizar recursos destinados a estimular e desenvolver a prevenção e a reabilitação de

pessoas com deficiência, incluindo-se a promoção, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e

indicação e adaptação de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, em todo o ciclo de vida.

• PROUCA (Programa Um Computador por Aluno) e REICOMP (Regime Especial de Incentivo

a Computadores para Uso Educacional)

O Programa Um Computador por Aluno - PROUCA tem o objetivo de promover a inclusão digital nas escolas

das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de

atendimento a pessoas com deficiência, mediante a aquisição e a utilização de soluções de informática,

constituídas por equipamentos de informática, por programas de computador - software - neles instalados e

de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento.

O Programa dispõe de um Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional - REICOMP,

que atribui um conjunto de isenções e benefícios fiscais.

• Regime especial de tributação aplicável à construção ou reforma de estabelecimentos de

educação infantil

O regime especial em questão aplicar-se-á até 31 de dezembro de 2018 aos projetos de construção ou

reforma de creches e pré-escolas cujas obras tenham sido iniciadas ou contratadas a partir de um

de janeiro de 2013.

Tal regime consiste na unificação de impostos e contribuições, sendo que para cada obra submetida ao

regime especial de tributação, a empresa de construção ficará sujeita ao pagamento equivalente a 1% da sua

receita mensal.

• Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de

Redes de Telecomunicações - REPNBL-Redes

Estabeleceu-se um Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação

de Redes de Telecomunicações – REPNBL - Redes que se destinem a projetos de implantação, ampliação ou

modernização de redes de telecomunicações que suportem acesso à Internet em banda larga, incluindo

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

120

estações terrenas de satélites que contribuam com os objetivos de implantação do Programa Nacional de

Banda Larga – PNBL.

• REPORTO

Estabeleceu-se um Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária –

REPORTO que concede um conjunto alargado de isenções fiscais nas aquisições de máquinas, equipamentos

e peças que se destinem ao ativo imobilizado dos beneficiários do regime.

São beneficiários do REPORTO o operador portuário, o concessionário de porto, o arrendatário de instalação

portuária de uso público e a empresa autorizada a explorar instalação portuária de uso privativo misto ou

exclusivo, inclusive aquelas que operam com embarcações de offshore.

• Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de

Veículos Automotores - INOVAR-AUTO

O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos

Automotores - INOVAR-AUTO tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a

segurança, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos automóveis, camiões e

autocarros.

Poderão habilitar-se ao INOVAR-AUTO as empresas que produzam e comercializem, no Brasil: tratores,

veículos automóveis para transporte de dez pessoas ou mais, automóveis de passageiros e outros veículos

automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (incluindo os veículos de uso misto - station

wagons e os automóveis de corrida), veículos automóveis para transporte de mercadorias, entre outros.

Também poderão habilitar-se ao programa as empresas que tenham projeto aprovado para instalação, no

País, de fábrica ou, no caso das empresas já instaladas, de novas instalações ou projetos industriais para

produção de novos modelos dos produtos acima.

Para a habilitação a empresa fica condicionada à realização, no País, direta ou indiretamente: (a) de

atividades fabris e de infraestrutura de engenharia; (b) de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e

inovação; (c) investimento em engenharia, tecnologia industrial básica e de desenvolvimento de fornecedores.

As empresas habilitadas ao INOVAR-AUTO poderão usufruir de crédito presumido de IPI – Imposto sobre

produtos industrializados.

Incentivos Fiscais Especiais

O Brasil vive hoje um momento próspero, de elevado crescimento económico, que lhe permitiu abrigar

importantes eventos mundiais no âmbito do desporto.

Assim, entre 2013 e 2016, o Brasil será anfitrião de quatro grandes acontecimentos: Copa FIFA 2013, Copa do

Mundo de Futebol 2014, Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

No âmbito destes eventos, o Governo concedeu alguns incentivos fiscais especiais, dos quais se salientam:

Copa da FIFA

2013 e Copa do

Mundo de Futebol

2014

Aplicável a entidades envolvidas na organização dos eventos, previamente licenciadas pelo Governo.

Benefícios incluem:

Isenções na importação de inúmeros bens ou mercadorias perecíveis utilizados no âmbito da organização e promoção destes eventos;

Isenção de IRPJ, IOF, CSLL, PIS/COFINS e CIDE, para a FIFA e entidades

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

121

relacionadas domiciliadas no estrangeiro, à subsidiária da FIFA Brasil, aos fornecedores de serviços para a FIFA, estabelecidos no Brasil, e aos indivíduos não residentes contratados especificamente para o evento;

Isenção de ISS aplicável às mesmas entidades (decididas a nível municipal).

Regime aplicável no período compreendido entre 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015.

Recopa

Regime fiscal especial atribuído para a construção, expansão, reforma ou modernização dos

estádios de futebol para a Copa das Confederações de 2013 e Copa do Mundo de Futebol de

2014.

As entidades responsáveis pela obras podem beneficiar de:

Suspensão de II, IPI, e PIS/COFINS na importação de máquinas e equipamento;

Suspensão de PIS/COFINS e IPI na aquisição local de máquinas e equipamento;

Suspensão de PIS/COFINS na aquisição ao exterior de serviços;

Suspensão de PIS e COFINS na aquisição local de serviços.

Jogos Olímpicos

e Paraolímpicos

de 2016

Concede isenções às entidades envolvidas na organização e realização dos jogos de 2016,

incluindo:

Isenção de II (Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/COFINS quanto às importações de bens ou serviços;

Isenção de IPI e PIS/COFINS na aquisição local de bens ou serviços;

Isenção do IRPF, relativamente aos rendimentos pagos a não residentes contratados e/ou empregados no Brasil, temporariamente.

3.3.2. Incentivos regionais

Não obstante, elencam-se, a título exemplificativo, alguns regimes especiais:

3.3.2.1. Zona Franca de Manaus (ZFM):

A zona Franca de Manaus é uma área de comércio livre de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de promover o desenvolvimento regional, através da criação de um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições económicas que permitam o seu desenvolvimento. Concedem-se os seguintes benefícios:

Redução de até 88% do Imposto de Importação (I.I.) sobre os insumos destinados à industrialização;

Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I.);

Redução de 75% do IPRJ;

Isenção da contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins nas operações internas na Zona Franca de Manaus;

Restituição parcial ou total, variando de 55% a 100% – dependendo do projeto – do ICMS.

3.3.2.2. Minas Gerais e Espírito Santo

Como promotora do desenvolvimento sustentável do Nordeste, incluindo municípios dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, pode conceder Incentivos e Benefícios Fiscais, assim como disponibilizar financiamento ao abrigo de alguns Fundos Regionais. Entre os benefícios fiscais, salientam-se:

Isenção de IRPJ – Para projetos de implantação, modernização, ampliação ou diversificação de empreendimentos, para as atividades de fabricação de máquinas, equipamentos,

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

122

instrumentos e dispositivos baseados em tecnologia digital, voltados para o programa de inclusão digital;

Redução de IRPJ (de 12,5% a 75%) para determinadas indústrias que vão desde o turismo, à agricultura, celulose e papel.

3.3.2.3. Pará

O Governo do Pará atribui incentivos fiscais a empresas que desenvolvam atividade produtiva na agroindústria, indústria pecuária e indústria pesqueira e que realizem investimentos destinados à modernização ou diversificação de empreendimentos no Estado do Pará, criação de novos empreendimentos ou aquisição de maquinaria e equipamentos para a implantação ou inovação do parque industrial dos empreendimentos. Os incentivos são atribuídos em função da natureza de cada projeto durante um período de tempo definido, que não poderá exceder 15 anos, e poderão revestir a natureza de crédito de imposto, redução da base tributável, isenção ou diferimento.

3.3.1. MERCOSUL - A Tarifa Externa Comum – TEC

Nos termos do acordo GATT, art.º 24, para a formação de uma união aduaneira é imprescindível a observância de duas condutas, i) a livre circulação dos bens produzidos pelos EM da união através da isenção alfandegária intra-bloco e outras restrições, bem como, ii) no que respeita ao relacionamento comercial com países terceiros, a adoção de uma pauta alfandegária comum, nomeadamente, Tarifa Externa Comum – TEC.

Nas trocas comerciais entre os países do MERCOSUL, desde que comprovado por Certificado de Origem que uma determinada percentagem do produto foi produzido no MERCOSUL (pode variar consoante o produto), este não estará sujeito a imposto de importação mas a uma Tarifa Externa Comum acordada entre os EM.

A TEC tem por base a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e é definida mediante a aplicação de uma alíquota a cada item. Atualmente, a NCM compreende cerca de nove mil itens tarifários, e inclui alíquotas ad valorem que variam, em geral, entre 0% a 20% (podendo em alguns itens chegar a 35%), segundo a categoria de produtos e a existência ou não de produção regional.

Há assim uma tentativa de harmonização fiscal que visa facilitar as trocas comerciais intra-região. Porém, esta harmonização encontra-se limitada a uma lista de produtos que poderão ser excecionados.

Há assim uma lista de exceções à TEC para os quatro Estados Partes, a qual pode ser alterada a cada seis meses, em até 20% dos códigos. Dessa forma, o Brasil poderá aplicar taxas de importação distintas da TEC para 100 códigos tarifários até 31/12/2015.

As regras de exceção permitem uma ampla margem de discricionariedade na definição dos produtos excecionados, daí referir-se a uma união aduaneira imperfeita no MERCOSUL, dado que enquanto o Brasil e a Argentina poderão escolher 100 itens para as suas listas de exceções, o Paraguai cerca de 649 produtos até 31 de dezembro de 2019 e o Uruguai 225 até 31 de dezembro de 2017. Estas listas poderão ser atualizadas semestralmente.

A entidade responsável pela gestão e divulgação da TEC no Brasil é a Câmara de Comércio Exterior, do Conselho do Governo (CAMEX).

A TEC poderá ser obtida aqui:

http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3361.

Para se obter informações sobre os requisitos do Regime de Origem do Mercosul:

http://www.mercosur.int/t_ligaenmarco.jsp?contentid=453&site=1&channel=secretaria&back=yes

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

123

3.4. Principais mecanismos de financiamento

No Brasil existem vários mecanismos alternativos de investimento, sendo que alguns dos bancos comerciais

que operam neste território recorrem a financiamento junto de instituições multilaterais financeiras, como por

exemplo, o Banco Europeu de Investimento e o Banco Mundial, que lhes concedem financiamento que permite

cedência de crédito à economia e às empresas.

Algumas destas instituições multilaterais financeiras,constituem instrumentos financeiros que permitem o apoio

ao investimento direto às empresas sempre que estejam em causa grandes projetos de investimento com

impacto económico em países em desenvolvimento e cujo plano de investimento permita desenvolver a

economia.

A SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento – é uma sociedade financeira, de capitais

maioritariamente públicos, que tem como missão ajudar a promover o crescimento económico e social de

países emergentes e em vias de desenvolvimento, nomeadamente alguns dos países da CPLP, como sendo o

Brasil.

Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que

geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos

cumpram os seguintes requisitos:

Investimentos de raiz, ampliações, reabilitações, modernizações ou aquisições de ativos;

Programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único mutuário, Parcerias Público

Privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários portugueses e de outros países);

Não podem ser projetos com impactos sociais ou ambientais negativos, nem projetos de caráter

especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros;

São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino

e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, mas privilegiando os

setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia, do turismo,

comércio e serviços e ainda o setor financeiro.

O financiamento mínimo é de 250 mil Euros e o máximo é de 2,5 milhões de Euros.

Mutuários que não sejam sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de

regimes fiscais privilegiados não cooperantes.

A SOFID é a instituição portuguesa membro da EDFI (Association of European Development Finance

Institutions). Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas Instituições Financeiras ao

Desenvolvimento local podem ser dos seguintes tipos:

Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado ou bonificados;

Participações de capital;

Financiamento “mezzanine”;

Garantias;

Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento;

Produtos de gestão de risco;

Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto.

Outro instrumento disponível para o financiamento de investimentos de grande dimensão e com reconhecido impacto económico é o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

124

Este fundo, criado em 2010 com intuito de fortalecer a cooperação e as relações de investimento entre a China e os países de língua Portuguesa, disponibiliza um total de mil milhões de USD para projetos de investimento que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações e o desenvolvimento social e económico dos países destinatários do financiamento, que apostem na utilização de tecnologia industrial avançada.

O acesso a este fundo faz-se através do preenchimento da candidatura por parte da empresa ou investidor interessado e depende da decisão da comissão de investimento, composta por membros da equipa de gestão do fundo. Os montantes máximos de investimento em cada projeto são determinados pela equipa de gestão do fundo e podem variar entre 5 e 20 milhões de USD.

O tipo de financiamento pode variar em função das características das empresas e da natureza dos projetos.

Nesse sentido, para além dos instrumentos de capital diretos, tais como aquisição de ações ordinárias de

empresas, admite-se ainda investimentos de quase capital (ações preferenciais, instrumentos híbridos de

capital e obrigações convertíveis).

Por sua vez, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), é também uma das

principais fontes de financiamento no Brasil, concedendo financiamentos de longo prazo para a realização de

investimentos em todos os segmentos da economia.

Os financiamentos podem ser concedidos a:

Empresas de Direito Privado, sediadas no Brasil, controladas por residentes no Brasil ou, em caso

especificamente autorizados pelo Estado, controladas por não residentes no Brasil;

Empresas, sediadas fora do Brasil, cujo acionista maioritário e que exerça influência dominante sobre

as atividades desempenhadas, seja:

o empresa controlada, direta ou indiretamente, por empresa ou grupo societário, domiciliadas e

residentes no Brasil; ou

o empresa controlada por empresa de direito público brasileira;

O BNDES concede financiamentos para projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação

de bens e serviços. Adicionalmente, podem ser efetuadas entradas no capital das empresas e também

concedidos financiamentos não reembolsáveis para projetos que contribuam para o desenvolvimento social,

cultural e tecnológico.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

125

3.5. Competitividade do Brasil

3.5.1. Atratividade do Brasil no contexto regional

Com base nos dados do relatório Doing Business o Brasil ocupa uma posição intermédia no que respeita ao

indicador sobre a facilidade de fazer negócios no contexto do MERCOSUL e dos Estados associados.

Tabela 25 - Doing Business 2013 – Posição por região

Países

Facilidade de

se fazer

negócios

Abertura de

empresas

Obtenção de

alvarás de

construção

Obtenção de

eletricidade

Registo de

propriedade

Obtenção

de crédito

Chile 37 32 84 40 55 53

Perú 43 60 86 77 19 23

Colômbia 45 61 27 134 52 70

Uruguai 89 39 158 20 164 70

Paraguai

103

111 71 26 67 83

Argentina 124 154 171 74 135 70

Brasil 130 121 131 60 109 104

Equador 139 169 104 146 101 83

Venezuela 180 152 109 160 90 159

De acordo com o World Investment Report do UNCTAD, publicado em 2013, o Brasil registou um IDE de

65.272 milhões de dólares, o que representa cerca de 45% do total do IDE no MERCOSUL (144.102

milhões de dólares).

Esta elevada percentagem explica-se pelo facto do Brasil:

Ser o oitavo mercado mais consumidor do mundo;

Possuir cerca de 170 milhões de habitantes;

Possuir uma localização geográfica bastante atrativa, fazendo fronteira com 10 países, e possuindo

um extenso litoral com inúmeros portos marítimos;

Ocupar o quinto lugar na economia mundial desde Dezembro de 2009 (de acordo com relatórios do

Banco Mundial;

Possuir a maior e mais diversificada base industrial da América Latina e do Caraíbas;

Ser um dos principais destinos turísticos, recebendo mais de 5 milhões de turistas estrangeiros por

ano.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

126

3.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação

3.6.1. Exportações/Importações – Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos

Os produtos importados para o Brasil estão sujeitos a Imposto de Importação (II), o qual incide sobre o custo

dos produtos importados (custo, seguros e fretes).

As taxas de Imposto de Importação são variáveis em função da codificação dos produtos na tabela aduaneira

harmonizada do MERCOSUL. Regra geral, as taxas variam entre 10% e 20%, não obstante a existência de

muitas exceções (bens sujeitos a taxas inferiores ou superiores ao intervalo referido).

O Imposto de Importação representa um custo para o sujeito passivo – o importador que introduz os bens no

mercado brasileiro – na medida em que não é recuperável.

Adicionalmente, os bens introduzidos no Brasil são sujeitos a tributação sobre o valor acrescentado, na forma

de:

− Imposto sobre produtos industrializados – IPI - (a taxas variáveis, regra geral, entre 10% e 15%, mas

que, em certos casos, pode atingir 300%); e

− Imposto sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços

interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS – (a taxas variáveis entre 7% e 25%)

Bens em regime de Trânsito

Os bens em regime de trânsito, isto é, bens que permanecem no país temporariamente para futura integração

na produção de serviços ou de outros bens, são sujeitos ao pagamento de imposto na proporção do tempo

que permanecem no Brasil.

Bens destinados à exportação

Os bens importados para o Brasil com destino à incorporação na produção ou embalamento de produtos para

exportação estão isentos de Imposto de Importação. Este incentivo à exportação opera de várias formas:

− Suspensão de pagamento;

− Isenção de pagamento;

− Devolução, total ou parcial, do imposto.

Licença de importação

A importação de produtos pode estar sujeita a licenciamento, o qual pode ser obtido, na maioria dos casos, de

forma automática, através da plataforma Siscomex da Direção Alfandegária.

Adicionalmente, a importação de alguns produtos (produtos da área da saúde, produtos agrícolas ou armas)

carece de autorização de entidades específicas), a qual pode igualmente ser solicitada através da plataforma

Siscomex.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

127

3.6.2. Entrada e saída de capitais

A legislação brasileira exige, para todos os investimentos estrangeiros no País, independentemente da sua

modalidade, a realização do seu registo no Banco Central do Brasil para efeitos meramente declarativos,

devendo o mesmo ser feito por via eletrónica, diretamente no Sisbacen - Sistema de Informações do Banco

Central, no sistema de Registo Declaratório Eletrónico (RDE).

Os capitais estrangeiros são registados em módulos específicos do sistema, de acordo com a sua

classificação, ou seja, investimento direto, créditos externos (empréstimos, financiamentos de importação com

prazo superior a 360 dias), contratos de assistência técnica, royalties e semelhantes ou aplicações no

mercado financeiro e de capitais. São também passíveis de registo os contratos de garantia prestada por

organismos internacionais em operações de crédito interno.

A cada registo é atribuído um número de RDE, que é de utilização obrigatória nas operações de câmbio

relativas às remessas para o exterior (retorno de capital, juros, lucros e dividendos, efetuados diretamente da

rede bancária autorizada a operar no mercado de câmbio).

Atualmente, não há necessidade de qualquer exame ou de autorização prévia do Banco Central do Brasil para

efeitos de realização das remessas.

Adicionalmente, as pessoas singulares ou coletivas não residentes no Brasil podem ser titulares de contas de

depósito em moeda brasileira, exclusivamente em agências que operem em câmbio de instituições bancárias

autorizadas a operar no mercado de câmbio. A conversão de moeda brasileira para moeda estrangeira, para

remessa ao exterior, de saldos dessas contas é livre.

3.6.3. Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares

No sistema fiscal brasileiro, o poder de tributário está dividido em três níveis diferentes: federal, estadual e

municipal.

A nível federal, os impostos incidem, regra geral, sobre o rendimento, quer de pessoas singulares, quer de

pessoas coletivas, bem como sobre o consumo e património.

A nível estadual, os impostos incidem, essencialmente, sobre o património. São sujeitas a imposto,

nomeadamente, as sucessões e doações em sede de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações

(ITCMD). A propriedade imobiliária é também tributada a nível estadual em sede de dois impostos distintos: o

Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) - que é pago anualmente e incide sobre a detenção - e o Imposto

de Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI), que é pago aquando da transferência de propriedade.

A taxa agrupada do impostos sobre o lucro é de 34%, que inclui (regra geral) o IRPJ, a CSLL e a sobretaxa de

10%.

Os impostos em vigor no Brasil são os seguintes:

Tabela 26 - Quadro resumo com os principais impostos do Brasil

Imposto Taxa Base tributável/ Sujeito Passivo

Imposto de Renda sobre as

Pessoas Jurídicas (IRPJ)

15%

25% (15%+10%)

Empresas com residência no Brasil: 15% sobre o lucro

tributável anual; sobretaxa de 10% no montante que

exceda 240.000 Reais.

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

128

Imposto Taxa Base tributável/ Sujeito Passivo

Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL)

9% Lucro tributável líquido das sociedades.

15% Lucro tributável líquido das instituições seguradoras e

financeiras

Imposto de Renda de Pessoa

Física (IRPF)

Progressiva, entre

0% e 27,5 %

Incide sobre a totalidade dos rendimentos obtidos pelos

residentes no Brasil

Imposto de Mais-valias 15% Venda de imóveis, veículos e obras de arte, quer no

Brasil, quer no estrangeiro

Imposto sobre os Produtos

Industrializados (IPI)

Entre 10% a 15%,

geralmente

Tributa o consumo nas importações, transmissões de

bens. As prestações de serviços, regra geral, estão

sujeitas ao Imposto sobre Serviços de qualquer

natureza (ISS), cuja taxa varia entre 2% e 5%.

Imposto sobre as Importações (II) Entre 10% e 20%,

dependendo do

produto

Incide sobre o valor do produto importado

Imposto sobre Operações

Financeiras (IOF)

Depende da

operação em

causa

Incide sobre algumas operações financeiras

Contribuição para o Financiamento

da Seguridade Social (COFINS)

7.6% Incide sobre o rendimento das pessoas coletivas

Programa de Integração Social

(PIS)

1.65% Incide sobre o rendimento das pessoas coletivas

Informação sobre a pauta

aduaneira

Simulador: http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/

3.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra

O Brasil concede os seguintes tipos de vistos:

− Administrador/ Gerente/ Diretor executivo;

− Administrar entidades sem fins lucrativos;

− Artistas e desportistas;

− Correspondentes de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência noticiosa;

− Estagiários;

− Estudantes;

− Filmagem no Brasil;

− Prestação de serviço /contrato de trabalho/investimento no Brasil;

− Religiosos ;

− Rendimentos de aposentadoria;

− Reunião familiar;

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

129

− Viagem de negócios;

− Turismo.

O visto adequado para investidores no Brasil é o de Prestação de serviço/ Contrato de trabalho / Investimento

no Brasil, o qual se aplica ao estrangeiro que viaje para o Brasil como cientista, diretor ou executivo, professor,

tripulante de embarcação estrangeira, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato de

trabalho, estágio, formação, ou para prestação de serviço para o Governo brasileiro.

Este visto pode assim ser um visto temporário de trabalho ou um visto permanente por Investimento, neste

caso destinando-se aos cidadãos estrangeiros que abram empresas no Brasil.

Os vistos de Prestação de serviço/ Contrato de trabalho / Investimento no Brasil devem ser solicitados ao

Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil e estão sujeitos a aprovação da Coordenação-Geral de Imigração

do Ministério das Relações Exteriores.

Aquando da requisição de visto, o investidor deverá preencher um formulário de pedido de visto, o qual deve

ser acompanhado pelos seguintes documentos:

− Passaporte com validade mínima de 6 meses;

− Foto;

− Atestado de residência;

− Atestado de registo penal; e

− Atestado de vacinação contra febre-amarela.

3.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade

Apesar de não ser obrigatório, é recomendável estabelecer um contrato de seguro sobre as mercadorias e

bens com destino ao Brasil.

A cobertura de risco das exportações de Portugal para a Guiné-Bissau poderá ser realizada por empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias de seguro de caução.

O seguro de crédito à exportação, sem garantia do Estado português, é uma modalidade que tem por objetivo

cobrir os riscos de não pagamento nas vendas a crédito de bens ou na prestação de serviços efetuadas no

estrangeiro e que consiste na emissão de uma apólice de seguro de créditos, através da qual o exportador

português poderá cobrir os riscos associados à empresa importadora ou ao país de importação, quer estes se

verifiquem aquando da preparação da encomenda, quer após a sua expedição.

Poderão ser beneficiários deste produto as empresas que vendem a crédito nos mercados externos, podendo

os créditos abrangidos ser de curto, médio ou longo prazos.

A COSEC, S.A., disponibiliza ainda seguros de créditos à exportação com a garantia do Estado português,

sendo este tipo de produtos destinado a proporcionar soluções para a cobertura de riscos políticos e

extraordinários, designadamente:

Atos ou decisão do Governo ou entidade pública do país importador

Expropriação, nacionalização, confisco e medidas de efeito equivalente;

Dificuldades de transferência ou e conversão e moratória geral;

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

130

Guerras (ainda que não declaradas), revoluções, motins, anexações ou factos de efeitos análogos;

Efeitos catastróficos (terramotos, maremotos, erupções vulcânicas, tufões, ciclones ou inundações).

O seguro pode, no entanto, incluir igualmente o risco comercial. Através da subscrição do produto em causa, o

Estado Português garante o pagamento de indemnização, no prazo de 60 dias a contar da verificação do

incumprimento:

Seja por interrupção ou suspensão do fabrico (risco de fabrico);

Seja pelo não pagamento do crédito concedido ao importador (risco de crédito).

O âmbito dos seguros é determinado casuisticamente, abrangendo capital e juros remuneratórios. Existem

diferentes percentagens de cobertura, designadamente:

Mercados prioritários (definidos pelo Governo – África do Sul, Brasil, China, Marrocos, México,

Polónia, Tunísia e Rússia): operações a curto prazo: 98 % e operações a médio e longo prazo: 99%

Outros mercados, em operações de curto, médio e longo prazo: 95%

3.6.6. Sistema jurídico e judiciário

O sistema de organização judiciária do Brasil é complexo, na medida em que compatibiliza o nível estadual e

federal.

Os tribunais estão organizados segundo dois critérios: a justiça comum e a especializada. A distinção entre

ambas é feita em termos de competência.

A justiça especializada versa sobre as seguintes matérias: Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Militar.

Para efeitos de recurso, a organização judiciária do Brasil divide-se em três níveis: 1ª instância, 2ª instância e

tribunais superiores. O Supremo Tribunal Federal apenas lida com assuntos de constitucionalidade.

Tabela 27- Sistema Judiciário do Brasil

Tipos de Tribunais

Judiciários Competência Organização

Supremo Tribunal

Federal

Exerce jurisdição em todo o

território nacional

Trata de assuntos

relacionados com a

Constituição

O Supremo Tribunal Federal é composto por 11

ministros indicados pelo Presidente da República e

por ele nomeados após aprovação pelo Senado

Federal

Tribunais Superiores

Exercem jurisdição em todo

ou em parte do território,

consoante sejam tribunais

Estaduais ou Federais

− Justiça Comum (Estadual e Federal) - Superior Tribunal de Justiça;

− Justiça Especializada:

o Tribunal Superior do Trabalho;

o Tribunal Superior Eleitoral;

o Tribunal Superior Militar

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

131

Tipos de Tribunais

Judiciários Competência Organização

Tribunais de 2ª Instância

Exercem jurisdição em todo

ou em parte do território,

consoante sejam tribunais

Estaduais ou Federais

− Justiça Comum Estadual - Tribunais de Justiça de 2ª instância

− Justiça Comum Federal - Tribunais Regionais Federais

− Justiça especializada:

o Tribunal Regional do Trabalho;

o Tribunal Regional Eleitoral; e,

o Tribunal de Justiça Militar

Tribunais de 1ª Instância

Exercem jurisdição em todo

ou em parte do território,

consoante sejam tribunais

Estaduais ou Federais

− Justiça Comum Estadual - Tribunais de Justiça de 1ª instância

− Justiça Comum Federal - Tribunais Federais de 1ª Instância

− Justiça especializada:

o Tribunal do Trabalho de 1ª Instância;

o Tribunal Eleitoral de 1ª Instância

o Tribunal Militar de 1ª Instância

Tipos societários

No Brasil as sociedades são constituídas por contrato escrito, particular ou público.

A legislação nacional prevê seis possíveis tipos de sociedade:

− empresa individual de responsabilidade limitada;

− sociedade em nome coletivo;

− sociedade em comandita simples;

− sociedade limitada;

− sociedade anónima;

− sociedade em comandita por ações.

Destas destacam-se as seguintes:

Tabela 28 - Tipos societários

Tipo societário N.º de sócios Capital social

Sociedade Limitada (Ltda.)

2 ou mais

(pelo menos um nacional)

Sem mínimo legal

Sociedade anónima (S.A.)

Sociedade fechada: mínimo de 2;

Sociedade aberta: mínimos de 3

Sem mínimo legal

Empresa individual de

responsabilidade limitada

(Eireli)

1 sócio Mínimo de 100 vezes o valor do maior

salário mínimo vigente no país

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

132

3.6.7. Resolução extrajudicial de litígios

No Brasil, há três formas de resolução extrajudicial de litígios:

− Arbitragem: é uma forma de resolução de conflitos, apenas possível em caso de direitos patrimoniais

disponíveis (direitos subjetivos dos quais o seu titular pode livremente abdicar), na qual um terceiro,

especialista na matéria em causa e escolhido pelas partes, decide a questão em litígio. A decisão

arbitral tem a mesma força de uma sentença judicial e não admite recurso.

− Mediação: é um meio voluntário de resolução de conflitos no qual o terceiro imparcial orienta as

partes, de uma forma imparcial, para a solução da questão. No entanto, a solução é decidida pelas

partes.

− Conciliação: é um mecanismo de resolução de conflitos no qual um terceiro imparcial interveniente

procura, em conjunto com as partes, chegar voluntariamente a um acordo.

Page 133: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

133

3.7. Principais características dos Acordos do Brasil no domínio do comércio e investimento

3.7.1. Protocolos existentes na MERCOSUL e posicionamento de Brasil face aos mesmos

O MERCOSUL negociou e assinou acordos com países terceiros, grupos de países e organismos

internacionais, tendo celebrado mais de 130 instrumentos de cooperação entre os EM, dos quais mais de

metade se encontra atualmente em vigor.

Por sua vez, o Brasil assinou, de forma independente, outros protocolos e acordos que ainda não foram

aplicados.

A tabela abaixo apresenta alguns dos Acordos e Protocolos existentes na região e a posição do Brasil face

aos mesmos.

Tabela 29 - Situação do Brasil face aos Acordos e Protocolos existentes na Zona do MERCOSUL

Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo

Protocolos em vigor

assinados pelo Brasil

1- Tratado para a constituição de um mercado comum;

2- Protocolo de cooperação e assistência judicial em matéria civil, comercial, laboral e

administrativa;

3- Protocolo relativo a jurisdição internacional em matéria contratual;

4- Protocolo de integração educativa e reconhecimento de habilitações académicas;

5- Protocolo sobre a estrutura institucional do MERCOSUL;

6- Protocolo de assistência mútua jurídica em assuntos penais;

7- Protocolo relativo à responsabilidade civil emergente de acidentes de viação entre

partes de Estados-Membros;

8- Protocolo de integração educativa para a formação de recursos humanos entre os

países membros;

9- Protocolo de integração cultural do MERCOSUL;

10- Acordo multilateral da segurança social do MERCOSUL;

11- Protocolo sobre comércio de serviços;

12- Acordo de extradição entre os Estados-Membros;

13- Acordo sobre admissão de títulos e graus universitários para o exercício de atividades

académicas nos Estados-Membros;

14- Acordo sobre litigação sem custos e a assistência jurídica gratuita entre os Estados-

Membros;

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Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

134

Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo

15- Acordo sobre isenção de tradução de documentos administrativos para efeitos de

imigração;

16- Acordo sobre proteção do meio-ambiente no MERCOSUL;

17- Acordo sobre a facilitação de atividades empresariais entre membros;

18- Protocolo sobre o compromisso com a promoção e a proteção dos direitos humanos;

19- Protocolo constitutivo do Parlamento do MERCOSUL.

Protocolos com

aprovação pendente

no Brasil

1- Protocolo para a promoção e proteção recíproca de investimentos na MERCOSUL;

2- Protocolo sobre a promoção e proteção recíproca de investimentos provenientes de

Estados não pertencentes ao MERCOSUL;

3- Protocolo relativo ao Código Aduaneiro do MERCOSUL;

4- Protocolo de harmonização de normas sobre propriedade intelectual no MERCOSUL;

5- Acordo sobre a restituição de veículos terrestres e embarcações de transporte que

transpõem ilegalmente as fronteiras entre os EM.

3.7.2. Acordos essenciais do Brasil na área do comércio (ACI, APPRI, ADT)

Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão

facilitar o acesso dos investidores portugueses aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os

acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação.

Tabela 30 - Acordos Bilaterais do Brasil

Tipo de Acordos Acordos assinados, mas ainda não

em vigor Acordos em vigor

Acordos de Promoção e Proteção

Reciproca de Investimentos

Alemanha, Bélgica, Chile, Cuba,

Coreia do Sul, Dinamarca, Finlândia,

França, Grã-Bretanha, Holanda,

Itália, Luxemburgo, Portugal, Suíça e

Venezuela

Não

Acordos para Evitar a Dupla

Tributação Bermuda

África do Sul, Argentina, Áustria,

Bélgica, Canadá, Chile, China, Coreia

do Sul, Dinamarca, Equador,

Espanha, Filipinas, Finlândia, França,

Holanda, Hungria, Índia, Israel, Itália,

Japão, Luxemburgo, México,

Noruega, Peru, Portugal, Eslováquia,

República Checa, Suécia, Ucrânia e

Venezuela

Page 135: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

135

O Brasil faz parte da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 1 de janeiro de 1995;

O Brasil é membro do FMI, fundador e acionista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),

e Estado observador na União Europeia;

Para além do MERCOSUL, o Brasil é membro da Associação Latino-Americana de Integração

(ALADI), da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e do

Sistema Global de Preferências de Comerciais (SGPC);

O Brasil tem acordos comerciais de:

o Livre Comércio - Bolívia, Chile, Equador, Colômbia e Israel;

o Preferências tarifárias - Cuba, Guiana, México e Índia;

o Serviços - MERCOSUL e Chile;

o Análise nos Congressos - SACU e Egipto;

O Brasil está a negociar acordos com a UE, Conselho de Cooperação do Golfo, Jordânia, Turquia e

Marrocos, bem como em diálogo exploratório com o Canadá e EFTA;

O Brasil assinou a Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial, a Convenção de

Berna sobre a Proteção de Trabalhos Artísticos e Literários e a Convenção de Nova Iorque sobre o

Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras;

O Brasil ratificou o Acordo dos Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com

Comércio (TRIPS), o Acordo de Estrasburgo Relativo à Classificação Internacional das Patentes e o

Tratado sobre Cooperação em Matéria de Patentes (PCT);

Este país é membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e da Organização

Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI);

O Brasil celebrou acordos de cooperação aduaneira com a COMUCAM (Argentina, Bolívia, Chile,

Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,

Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela), com a CPLP, com a África do

Sul, com os EUA, com a França, com a Grã-Bretanha, com a Índia, com Israel, com o Chile, com a

Holanda e com a Rússia.

3.7.3. Acordos entre Estados Unidos e o Brasil

O Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América assinaram, em

2011, um acordo de comércio e cooperação económica, que tinha os seguintes objetivos:

o Fortalecer os laços de amizade e o espírito de cooperação, expandir o comércio e fomentar as

relações económicas entre as duas partes;

o Promover um ambiente aberto para o comércio e investimentos internacionais;

o Promover a transparência e a não discriminação no comércio internacional e nas políticas e

práticas de investimento;

o Reduzir as barreiras e os subsídios que distorcem o comércio para facilitar o crescimento do

mesmo;

o Reconhecer a importância da proteção adequada e efetiva dos direitos de propriedade

intelectual a fim de evitar a criação de barreiras ao comércio legítimo, e conduzir ao bem-estar

económico e social;

Page 136: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

136

o Reconhecer a importância de promover políticas consistentes com a Declaração da OIT sobre

os princípios fundamentais e direitos no trabalho (1998) e com o pacto mundial para o

emprego (2009);

o Garantir as boas práticas de utilização da internet;

o Assegurar o desenvolvimento sustentável das políticas comerciais e ambientais;

o Aprofundar o envolvimento do setor privado no comércio bilateral e no investimento entre as

partes;

o Procurar solucionar os problemas no comércio e investimento entre as partes de forma tão

expedita quanto possível;

o Reforçar o sistema multilateral de comércio, sem prejuízo dos direitos e obrigações das partes

relacionados com a OMC ou com acordos concluídos por estes.

Adicionalmente foi celebrado entre estes dois países, um acordo de cooperação e troca de informação em

matéria fiscal. Este acordo prevê a troca de informações e amplia o espaço para a cooperação entre as

administrações tributárias no que diz respeito às práticas de fiscalização nestes países, não desconsiderando

os limites das respetivas legislações nacionais. É estabelecido um conjunto de regras estritas quanto à

proteção da informação trocada no âmbito do acordo.

3.7.4. Acordos entre a União Europeia e o Brasil

As relações diplomáticas entre o Brasil e a União Europeia têm vindo a desenvolver-se desde 1960. A

cooperação entre o Brasil e a União Europeia vai para além das relações diplomáticas já que, em 2007, foi

formalmente criada uma Parceira Estratégica UE-Brasil, que promove a cooperação e debate em matérias

económico-financeiras, na temática das alterações climáticas e a análise de questões regionais.

Atualmente, a cooperação entre a UE e o Brasil é marcada pelos acordos de cooperação entre a comunidade

europeia e o Brasil, como o Acordo Quadro de Cooperação em vigor desde 1995. Esta cooperação inclui

também o acordo entre a UE e o MERCOSUL, em vigor desde 1999, assim como os acordos ao nível da

cooperação científica e tecnológica. Para além destes acordos, existem protocolos de cooperação em diversas

áreas técnicas, obtidos através da assinatura de acordos bilaterais específicos, o estabelecimento de novos

diálogos setoriais e a intensificação do intercâmbio bilateral.

A criação de uma agenda comum, a par do trabalho com base na reciprocidade total, serão elementos

importantes para a evolução desta parceria estratégica.

Adicionalmente, a UE e o Brasil estabelecem importantes relações comerciais dada a posição do Brasil

enquanto mercado chave para a UE na América Latina e enquanto ponto de ligação entre o MERCOSUL e a

UE. Por outro lado, a UE é o principal parceiro comercial e de investimento do Brasil.

Tanto a ciência e tecnologia como a sociedade de informação e os media são outras áreas relevantes onde

existe colaboração entre a UE e o Brasil.

Page 137: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

137

4. CPLP

Atratividade do Brasil no

contexto da CPLP

Page 138: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

138

4.Atratividade do Brasil no contexto da CPLP

O valor global dos fluxos de IDE nos países da CPLP ascende a 79,5 mil milhões de dólares, sendo que o

Brasil representa cerca de 82% desse valor.

Gráfico 67 - Valores (milhões USD) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD

No contexto da CPLP, e relativamente à facilidade de se fazer negócios, o Brasil encontra-se bem posicionado

face aos restantes países. Contudo, este indicador poderá ser potenciado se fossem minimizados alguns

constrangimentos, quanto, por exemplo, às formalidades para abertura de empresas, registar propriedade ou

obter alvarás.

Tabela 31 - Doing Business – Posição por país da CPLP

Países

Facilidade de

se fazer

negócios

Abertura de

empresas

Obtenção de

alvarás de

construção

Obtenção de

eletricidade

Registo de

propriedade

Obtenção

de crédito

Portugal 30 31 78 35 30 104

CaboVerde 122 129 122 106 69 104

Brasil 130 121 131 60 109 104

Moçambique 146 96 135 174 155 129

São Tomé e

Príncipe 160 100 91 72 161 180

Timor-Leste 169 147 116 40 185 159

Angola 172 171 124 113 131 129

Guiné-Bissau 179 148 117 182 180 129

Fonte: http://www.doingbusiness.org/custom-query#Economies, 2013

Brasil 82%

Portugal 11%

Moçambique 7%

Cabo Verde 0.09%

São Tomé e Príncipe 0.06%

Timor-Leste 0.05% Guiné-

Bissau 0.02%

Outros

IDE na CPLP

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Page 139: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

139

A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis

de especialização diferenciada entre parceiros.

Tabela 32 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%)31

Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no

relacionamento entre Portugal e Angola.

De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP destinam-se a outros países da CPLP, peso

relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um

decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião

de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010.

Verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns

países da CPLP.

O índice de complementaridade entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial

biunívoca.

A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts),

Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts). Por seu

lado a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com as

estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, O índice de complementaridade

entre Portugal e Cabo Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de

complementaridade de 72 pts.

De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-CPLP poderá ser potenciada fundamentalmente por 2

motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal – país CPLP que

mais destaca nas importações intrarregião.

Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental

de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a União Europeia.

31

O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade.

Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e

Príncipe Timor Leste Portugal Macau

Angola 5 1 2 4 2 1 80 0Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13

Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0

Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9

São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8

Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4

Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35

Macau 11 8 9 5 12 6 5 1

País

impo

rtad

or

País exportador

Page 140: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

140

Brasil – Valor total das importações, US$ 223 mil milhões, 2012

Principais produtos importados Potenciais fornecedores

CPLP

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%

Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos

Angola

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

Gás natural

Carvão

Moçambique

Angola (gás natural futuramente)

Maquinaria e equipamento de transporte

Veículos automóveis para transporte de pessoas

Peças e acessórios dos veículos

Veículos a motor para transporte de mercadorias

Peças, acessórios para máquinas

Máquinas e aparelhos elétricos

Motores de pistão de combustão interna, peças

Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis

Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares

Máquinas de processamento de dados

Portugal

Produtos manufaturados Válvulas e tubos catódicos Portugal

Outros artigos manufaturados

Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos Portugal

Produtos químicos

Fertilizantes

Produtos medicinais e farmacêuticos Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários) Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho

Portugal

Bebidas Bebidas alcoólicas Portugal

Angola

Óleos animais e vegetais Gorduras vegetais e óleos, óleo bruto, refinado, do

fracionamento (azeite) Portugal

Alimentos Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado

(bacalhau)

Peixe fresco ou congelado

Portugal

Alimentos Frutas e frutos secos

Portugal

Guiné-Bissau

Timor-Leste

São Tomé e Príncipe

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Alguns dos produtos com potencial de produção local*

Maquinaria e equipamento de transporte

Veículos automóveis

Máquinas e peças industriais

Equipamentos e máquinas para a produção de energia

Outras

Produtos químicos Fertilizantes

Combustíveis minerais Petróleo

Gás natural

Combustíveis minerais Petróleo

Gás natural

Alimentos e animais

Atividade agrícola e da agroindústria

Pecuária

Gado

Outras *Para mais dados ver principais setores.

Page 141: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

141

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Caracterização dos países membros do MERCOSUL ......................................................................................... 24

Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-MERCOSUL (%) ................................................................................... 32

Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012) ................................................................................. 33

Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros do MERCOSUL – inward flow, 2008-2012 ...................... 49

Tabela 5 – As 10 maiores regiões metropolitanas brasileiras (2010) .................................................................................... 56

Tabela 6 – Indicadores sociais (2012) ................................................................................................................................... 57

Tabela 7 – Distribuição geográfica da população brasileira em 2012 ................................................................................... 58

Tabela 8 – Resultado do Governo Central, em milhões de US$ (2012) ................................................................................ 62

Tabela 9 - Notação de crédito da dívida pública brasileira .................................................................................................... 63

Tabela 10 – Principais produtos agrícolas brasileiros ........................................................................................................... 65

Tabela 11 – Rede rodoviária brasileira em 2010 ................................................................................................................... 81

Tabela 12 – Indicadores de infraestruturas de transporte brasileira ...................................................................................... 86

Tabela 13 – Indicadores sobre infraestruturas TIC no Brasil ................................................................................................. 90

Tabela 14 – Matriz de energia elétrica brasileira ................................................................................................................... 92

Tabela 15 - Investimento estrangeiro na indústria Brasileira ................................................................................................. 93

Tabela 16 – Investimentos no âmbito do PAC2 .................................................................................................................... 93

Tabela 17 – Modelo económico-financeiro das concessões rodoviárias ............................................................................... 94

Tabela 18 - Abertura da economia de Brasil ......................................................................................................................... 96

Tabela 19 – Exportações do Brasil para a CPLP (milhões US$) ......................................................................................... 106

Tabela 20 – Setores de forte crescimento potencial ........................................................................................................... 107

Tabela 21 – Setores de forte crescimento potencial ........................................................................................................... 108

Tabela 22 – Acesso ao setor bancário ................................................................................................................................ 111

Tabela 23 – Obtenção de crédito ........................................................................................................................................ 111

Tabela 24 – Taxas de juro de referência ............................................................................................................................. 111

Tabela 25 - Doing Business 2013 – Posição por região ...................................................................................................... 125

Tabela 26 - Quadro resumo com os principais impostos do Brasil ...................................................................................... 127

Tabela 27- Sistema Judiciário do Brasil .............................................................................................................................. 130

Tabela 28 - Tipos societários .............................................................................................................................................. 131

Tabela 29 - Situação do Brasil face aos Acordos e Protocolos existentes na Zona do MERCOSUL .................................. 133

Tabela 30 - Acordos Bilaterais do Brasil.............................................................................................................................. 134

Tabela 31 - Doing Business – Posição por país da CPLP................................................................................................... 138

Tabela 32 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%) .............................................................................. 139

Page 142: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

142

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – PIB por setor - MERCOSUL................................................................................................................................ 25

Gráfico 2 – Crescimento médio anual dos países do MERCOSUL 2008-2012 ..................................................................... 25

Gráfico 3 – Contribuição de cada EM para o PIB do MERCOSUL 2008-2012 ...................................................................... 26

Gráfico 4 - Evolução das economias da região 2008-2012 ................................................................................................... 26

Gráfico 5 - Relacionamento do crescimento do PIB e variação no ICG - Global Competitiveness Index 2008-2013 ........... 27

Gráfico 6 - Estimativa de crescimento do PIB dos mercados económicos regionais 2014-2017 .......................................... 28

Gráfico 7 - PIB por setor - Brasil ............................................................................................................................................ 29

Gráfico 8 – PIB por setor 2012 - Uruguai .............................................................................................................................. 30

Gráfico 9 - PIB por setor 2012 - Paraguai ............................................................................................................................. 30

Gráfico 10 - PIB por setor 2012 - Venezuela ......................................................................................................................... 31

Gráfico 11 - PIB por setor 2012 - Argentina .......................................................................................................................... 31

Gráfico 12 - Evolução do comércio intra-MERCOSUL vs. Evolução do PIB da região ......................................................... 33

Gráfico 13 - Peso das exportações/importações intra-MERCOSUL no total da região, 2012 ............................................... 34

Gráfico 14 - Produtos transacionados intra-MERCOSUL (2012) .......................................................................................... 35

Gráfico 15 - Evolução das importações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012 ................................... 37

Gráfico 16 – Importações do MERCOSUL - Top produtos .................................................................................................... 38

Gráfico 17 - Importações MERCOSUL dos EUA ................................................................................................................... 38

Gráfico 18 - Importações MERCOSUL da China .................................................................................................................. 39

Gráfico 19 - Importações MERCOSUL do Brasil (intrarregionais) ......................................................................................... 39

Gráfico 20 - Importações MERCOSUL da Argentina (intrarregionais) .................................................................................. 40

Gráfico 21 - Importações MERCOSUL da Alemanha ............................................................................................................ 40

Gráfico 22 – Evolução das exportações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012 ................................... 41

Gráfico 23 – Exportações do MERCOSUL - Top produtos, 2012 .......................................................................................... 41

Gráfico 24 - Exportações MERCOSUL para os EUA ............................................................................................................ 42

Gráfico 25 - Exportações MERCOSUL para a China ............................................................................................................ 42

Gráfico 26 - Exportações MERCOSUL para a Alemanha ..................................................................................................... 43

Gráfico 27 - Exportações MERCOSUL para o Japão ............................................................................................................ 43

Gráfico 28 - Importações do MERCOSUL dos países da CPLP ........................................................................................... 44

Gráfico 29 - Importações MERCOSUL de Portugal (2012) ................................................................................................... 44

Gráfico 30 - Importações do MERCOSUL ao Brasil (2012) ................................................................................................... 45

Gráfico 31 – Importações do MERCOSUL à CPLP* ............................................................................................................. 46

Gráfico 32 - Exportações do MERCOSUL para a CPLP ....................................................................................................... 47

Gráfico 33 – Exportações do MERCOSUL para a CPLP* ..................................................................................................... 48

Gráfico 34 - IDE no MERCOSUL - inward e outward, 2008-2012 ......................................................................................... 49

Gráfico 35 - Representação da percentagem do PIB dos EM no MERCOSUL ..................................................................... 59

Gráfico 36 – Evolução anual do PIB, em milhares de milhões de USD................................................................................. 60

Gráfico 37 – Taxa de crescimento real anual do PIB ............................................................................................................ 60

Gráfico 38 – Taxa média anual de desemprego, em percentagem da população ativa ........................................................ 60

Gráfico 39 – Evolução do PIB per capita, em USD ............................................................................................................... 60

Gráfico 40 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de BRL ...................................................................................... 63

Gráfico 41 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB ................................................................................................... 63

Gráfico 42 – Dívida pública líquida, em percentagem do PIB ............................................................................................... 63

Gráfico 43 – Contribuição para o PIB dos setores de atividade no Brasil (2012) .................................................................. 64

Gráfico 44 - Crescimento anual do PIB real .......................................................................................................................... 66

Gráfico 45 – Importações por região do Brasil ...................................................................................................................... 69

Gráfico 46 – Variação anual do CAGR das importações da Região do Sudeste .................................................................. 71

Gráfico 47 – Variação anual do CAGR* das importações ..................................................................................................... 72

Gráfico 48 – Importações por município ................................................................................................................................ 72

Gráfico 49 – Balança comercial e variação das importações do Estado de São Paulo ........................................................ 73

Gráfico 50 – Balança comercial e variação das importações do Estado do Rio de Janeiro .................................................. 77

Gráfico 51 - Evolução das importações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012 ............................................... 97

Gráfico 52 - Importações do Brasil - Top produtos, 2012 ...................................................................................................... 97

Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes da China, em 2012 ................................................................................. 98

Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes dos EUA, 2012 ....................................................................................... 98

Page 143: MERCOSUL. O Brasil

Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP

143

Gráfico 56 - Importações do Brasil provenientes da Alemanha, 2012 ................................................................................... 99

Gráfico 56 - Importações brasileiras provenientes da Argentina, 2012 ................................................................................. 99

Gráfico 57 – Importações do Brasil da CPLP ...................................................................................................................... 100

Gráfico 58 - Importações do Brasil provenientes de Angola, 2012 ...................................................................................... 100

Gráfico 59 - Importações do Brasil provenientes de Portugal, 2012 ................................................................................... 101

Gráfico 60 – Importações brasileiras de serviços comerciais .............................................................................................. 102

Gráfico 61 – Importações do Brasil à CPLP ........................................................................................................................ 103

Gráfico 62 - Evolução das exportações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012 ............................................. 104

Gráfico 63 - Exportações da Brasil – CPLP ......................................................................................................................... 104

Gráfico 64 – Exportação do Brasil para a CPLP ................................................................................................................. 106

Gráfico 65 - Fluxos de IDE no Brasil, 2008-2012 ................................................................................................................ 109

Gráfico 66 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem ......................................................................................... 112

Gráfico 67 - Valores (milhões USD) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD ..................................... 138

Índice de Figuras

Figura 1 - Índice de competitividade global 2013 (Global Competitiveness Report 2013/2014) ............................................ 27

Figura 2 - Estimativas de crescimento do PIB em 2013 na América Latina .......................................................................... 28

Figura 3 - Principais exportações do Brasil intra-MERCOSUL, por produto (2012) .............................................................. 36

Figura 4 - Condição da rede rodoviária do Estado de São Paulo .......................................................................................... 81

Figura 5 – Condição da rede rodoviária do Estado do Rio de Janeiro .................................................................................. 82

Figura 6 – Rede ferroviária do Brasil – Programa de aceleração de crescimento (PAC) para o setor ferroviário ................. 83

Figura 7 – Rede ferroviária da Região Sudeste .................................................................................................................... 84

Figura 8 – Mapa do transporte hidroviário na região Sudeste ............................................................................................... 84

Figura 9 – Mapa dos portos marítimos brasileiros ................................................................................................................. 85

Figura 10 – Mapa dos principais aeroportos brasileiros ........................................................................................................ 89

Figura 11 - Principais importações do Brasil provenientes de Angola (2012) ..................................................................... 101

Figura 12 - Principais importações do Brasil provenientes de Portugal (2012) ................................................................... 102

Figura 13 - Principais exportações brasileiras para Portugal (2012) ................................................................................... 105

Figura 14 - Principais exportações brasileiras para Angola (2012) ..................................................................................... 105

Figura 15 – Agências por 1.000 km2, em 2010 ................................................................................................................... 110

Page 144: MERCOSUL. O Brasil
Page 145: MERCOSUL. O Brasil

Apoio: Projeto Co-Financiado:

Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: