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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
POLO: ITAOCARA/RJ
DISCIPLINA: METODOLOGIA DE ESTUDO E PESQUI-SA EM ADMINISTRAÇÃO
ALUNO: (14113110391) EVANDRO LUIZ XAVIER COSTA
Elabore um texto explicando a relação entre senso comum e ciência, tal como proposta por
Rubem Alves. O texto deverá ter no mínimo uma página e no máximo duas (fonte times new
roman, tamanho12, espacejamento entre linhas: 1,5). Vocês poderão usar outras referências
bibliográficas como fonte, mas deverão informar as fontes consultadas após o texto (normas da
ABNT).
Rubem Alves mostra o que significam senso comum e ciência. Essa discussão é
necessária, pois haverá um debate muito acirrado entre os epistemologistas para saber qual dessas
formas de conhecimento e mais complexa. Primeiro, o autor desmitifica a ciência mostrando que ela
nada mais é que a hipertrofia do nosso senso comum:
A ciência não é um órgão novo de conhecimento. Ela é a hipertrofia de
capacidades que todos têm. Isso pode ser bom, mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão
em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez
mais de cada vez menos
A aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso
comum. Que é senso comum? A expressão senso comum não foi criada pelas pessoas de senso
comum, mas por aqueles que se julgam acima do senso comum. Portanto senso comum é o
conhecimento que não é científico e as pessoas de senso comum são intelectualmente inferiores, ou,
como muitos chamam, “leigos”. O que os cientistas talvez não saibam — ou melhor, eles sabem,
mas fingem que não sabem —, é que a ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem o senso
comum, a ciência não pode existir.
O que tem por senso comum, hoje, já foi ciência em épocas passadas, ou, como Rubem
Alves diz: “Aquilo que outros homens, em outras épocas, consideraram ciência sempre parece
ridículo séculos depois. Isso acontecerá, também, com nossa ciência.”
O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade
de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. Para aqueles que teriam a tendência
de achar que o senso comum é inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar que, por dezenas de
milhares de anos, os seres humanos sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa
ciência. Depois de cerca de quatro séculos, desde que surgiu com seus fundadores, curiosamente a
ciência está apresentando sérias ameaças à nossa sobrevivência. O senso comum e a ciência
possuem mais em comum do que imaginam. Ambos não investigam toda a realidade, mas apenas
aquilo que se apresenta como um problema.
Todo conhecimento começa com um problema. Quando não há problemas, não
pensamos, só usufruímos.
O senso comum e ciência podem simbolizar encontros e despedidas sem deixar, no
entanto, de representarem duas faces de uma mesma moeda. Isso exige a abertura de novos
horizontes para produção e disseminação do conhecimento e, sobretudo, para que o saber seja
reorientado para práticas de inclusão, mostre-se prazeroso e possível de ser experimentada por
todos.
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense,
1981.
Ciberteologia. Revista de Teologia & Cultura. Ano II, n. 7