116
SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIA CURSO DE TECNOLOGIA EM MECÂNICA METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS Izabel Cristina Zattar Orientador Carlos Mauricio Sacchelli, M.Eng. Joinville, agosto de 2003

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA

INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIA

CURSO DE TECNOLOGIA EM MECÂNICA

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

COM CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Izabel Cristina Zattar Orientador Carlos Mauricio Sacchelli, M.Eng.

Joinville, agosto de 2003

Page 2: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

ii

IZABEL CRISTINA ZATTAR

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM

CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Trabalho de conclusão de curso submetida ao Instituto Superior de Tecnologia como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Tecnóloga em Mecânica (ênfase em manufatura), sob a orientação do professor Carlos Maurício Sacchelli, M. Eng.

Joinville agosto de 2003

Page 3: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

iii

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA EM

EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Izabel Cristina Zattar

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do título de

Tecnólogo em Mecânica, e aprovada em sua forma final pelo Departamento de Mecânica do

Instituto Superior de Tecnologia.

Joinville, 27 de junho de 2002.

Carlos Maurício Sacchelli, M.Eng. Prof. Orientador

Carlos Maurício Sacchelli, M.Eng. Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

Carlos Maurício Sacchelli, M.Eng Presidente da Banca

João Carlos Espíndola Ferreira, PhD Membro da Banca

Juliano César Sá Membro da Banca

Page 4: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

iv

DEDICATÓRIA

À meu pai com uma imensa saudade, minha mãe

com carinho e ao meu marido por todos estes

anos de felicidade, amor e dedicação.

Page 5: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

v

AGRADECIMENTOS

Ao professor Marcelo Teixeira por ter acreditado

no meu potencial, a todos os funcionários do

departamento de Tratamento Térmico da

SOCIESC que me trataram com muito carinho e

ao meu orientador por ter aberto novos

horizontes.

Page 6: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

vi

Resumo do trabalho apresentado ao IST como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Tecnólogo em Mecânica.

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM

SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS

PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Izabel Cristina Zattar agosto de 2003

Orientador: Carlos Maurício Sacchelli, M.Eng.

Área de Concentração: planejamento da produção

Palavras-chave: capacidade finita, planejamento fino da produção, serviços

Número de Páginas: 116

Nas duas últimas décadas, uma revolução silenciosa vem ocorrendo na indústria de bens e

serviços em todo o mundo, uma mudança no perfil da produção, que passa a substituir o

modelo Ford de produção em massa por um sistema mais flexível para atender às

necessidades específicas. O novo mercado consumidor exige que, cada vez mais, as áreas de

manufatura de bens e ou serviços sejam flexíveis e confiáveis, atuem dentro dos prazos pré-

estabelecidos e possuam qualidade em seus produtos.Esta nova realidade faz com que a busca

por novas ferramentas para o planejamento e controle da produção seja vital para que

empresas produtoras de bens ou prestadoras de serviços mantenham suas posições no

mercado e conquistem novos clientes. Este trabalho aborda a metodologia de implantação de

um sistema com capacidade finita para auxiliar na programação da produção em uma empresa

de serviço. Também é apresentado um estudo de caso utilizando a metodologia de

implantação sugerida em uma pequena empresa prestadora de serviços de tratamento térmico.

Page 7: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

vii

Abstract of Work presented to IST as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Technology in Mechanics.

METHODOLOGY OF IMPLANTATION OF A SYSTEM WITH FINITE CAPACITY SCHEDULE TO ASSIST IN THE PROGRAMMING OF THE PRODUCTION IN A

JOB COMPANY

Izabel Cristina Zattar agosto de 2003

Advisor: Carlos Maurício Sacchelli, M.Eng.

Área of concentracion: production planning

Keywords: Finite capacity schedule, production planning, heat treatment.

Number of pages: 116

In the two last decades, a quiet revolution is going on in the industry of goods and

services in the whole world, a change in the profile of the production, starts to substitute Ford

production model for a more flexible system to take care of the specific necessities. The new

consuming market demands that areas of manufacture of good and jobs are flexible and

trustworthy; it works according to a pre-established schedule and has quality in its new

products. The reality makes the search for new tools for the production planning and control

vital for producing companies of good or lenders of jobs keep the position in the market and

conquer new customers. This work approaches the methodology of implantation of a system

with finite capacity schedule to assist in the programming of the production in a job company.

Also the methodology of implantation suggested in a small company of heat treatment is

presented like a case study.

Page 8: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

viii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1 1 A PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA ....4

1.2 FATORES DE COMPETITIVIDADE NA ÁREA DE MANUFATURA DE BENS OU SERVIÇOS ......................................................................................................................5

2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO ..............................................................................................8 2.1 FUNÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO..................................................................8

2.1.1 Função de Produção ..................................................................................................9 2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO .................................................10

2.2.1 Níveis hierárquicos do Planejamento e Controle da Produção................................11 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ..............................................13 2.4 FATORES DE DECISÃO NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 16

2.4.1 Carregamento ..........................................................................................................17 2.4.2 Seqüenciamento.......................................................................................................17 2.4.3 Regras de seqüenciamento.......................................................................................18 2.4.4 Programação ............................................................................................................20

2.4.4.1 Programação para frente e para trás. ................................................................20 2.4.4.2 Programação empurrada e puxada....................................................................21

3 O AMBIENTE DE SERVIÇOS .........................................................................................22 3.1 CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS .......................................22 3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS EM OPERAÇÕES DE SERVIÇOS ..............25 3.3 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS ...............................................................25

4 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO .......................................................29 4.1 SISTEMAS MRP - MATERIAL REQUERIMENTS PLANNING ..................................30 4.2 SISTEMAS MRP II - MATERIAL REQUIREMENTS PLANNING...............................32

4.2.1 Módulos do MRP II.................................................................................................33 4.3 SISTEMAS COM CAPACIDADE FINITA – FCS.................................................34 4.4 PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO AVANÇADOS - APS ..........................35

4.4.1 Classificação dos Sistemas APS..............................................................................35 5 METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS ........................................................................................36

5.1 PROGRAMAÇÃO EM CAPACIDADE FINITA .........................................................36 5.2 METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO ......................................................................37 5.3 PRIMEIRA FASE DA IMPLANTAÇÃO .....................................................................37 5.4 SEGUNDA FASE DA IMPLANTAÇÃO .....................................................................39 5.5 ETAPA 01 – FORMAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO ........................................41 5.6 ETAPA 02 – COMPROMETIMENTO DOS ENVOLVIDOS......................................42 5.7 ETAPA 03 - NIVELAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO...................................42 5.8 ETAPA 04 - LEVANTAMENTO DAS CARACTERISTICAS ATUAIS DO PCP.....42 5.9 ETAPA 05 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS ATUAIS DO PCP .................43 5.10 ETAPA 06 - BRAINSTORMING................................................................................44 5.11 ETAPA 7 - ESCOLHA DO SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA ............................................................................................44

5.11.1 Classificação dos Sistemas segundo o Método de Solução do Problema .............45 5.11.2 Classificação dos Sistemas segundo o Grau de Interação com o Usuário.............46

Page 9: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

ix

5.11.3 Classificação dos Sistemas segundo o Suporte às Funções do Planejamento da Produção ...........................................................................................................................46

5.12 ETAPA 08 – FORMA DE INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA AO SISTEMA DE GESTÃO EXISTENTE.........................................................................................................................47 5.13 ETAPAS 09 E 10 - INSERÇÃO DAS VARIAVEIS DO PROCESSO E REGRAS DE SEQÜÊNCIAMENTO .........................................................................................................48 5.14 ETAPA 11 - FASE DE TESTES..................................................................................48 5.15 ETAPA 12 - IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA...........................................................48

6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................50 6.1 SOCIESC SERVIÇOS INDUSTRIAIS - SSI ................................................................50 6.2 ETAPA 01 – FORMAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO ........................................52 6.3 ETAPA 02 – COMPROMETIMENTO DOS ENVOLVIDOS......................................53 6.4 ETAPA 03 – NIVELAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO ..................................53 6.5 ETAPA 04 – LEVANTAMENTO DAS CARACTERISTICAS ATUAIS DO PCP ....53

6.4.1 Funcionários ............................................................................................................56 6.6 ETAPA 05 – LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS ATUAIS DO PCP.................57 6.7 ETAPA 06 – BRAINSTORMING.................................................................................66 6.8 ETAPA 07 – ESCOLHA DO SISTEMA.......................................................................67

6.8.1 Regras Padrões ........................................................................................................70 6.9 ETAPA 08 - FORMA DE INTEGRAÇÃO DO SOFTWARE ......................................72 6.10 ETAPA 09 - INSERINDO DADOS NO SISTEMA....................................................72

6.10.2 Estados de Calendário ...........................................................................................76 6.10.3 Cadastro de Produtos .............................................................................................77

6.11 ETAPA 10 – REGRAS DE SEQÜENCIAMENTO E VARIAVEIS DO PROCESSO 80

6.11.1 Atributos ................................................................................................................80 6.12 ETAPA 11 – FASE DE TESTES.................................................................................82

6.12.1 Ordens de Serviço..................................................................................................82 6.12.2 Gerando a Programação ........................................................................................84

6.13 ETAPA 12 – IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ..........................................................85 CONCLUSÃO.........................................................................................................................86 ANEXO 1 – FLUXOGRAMAS DE PROCESSOS..............................................................88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................103

Page 10: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

x

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO (TUBINO, 2000)........................................................................................................................8 FIGURA 2.2 – FUNÇÃO DE PRODUÇÃO (AZEVEDO, 2000) .........................................9 FIGURA 2.3 – FLUXO DE INFORMAÇÕES DO PCP (TUBINO, 2000) .......................11 FIGURA 2.4 – VISÃO GERAL DOS NÍVEIS HIERÁRQUICOS DO PCP (TUBINO, 2000).........................................................................................................................................12 FIGURA 2.5 – EQUILÍBRIO ENTRE ATIVIDADES DE PCP X PRAZOS DE PLANEJAMENTO (SLACK,1997) ......................................................................................13 FIGURA 2.6 – VOLUME DE PRODUÇÃO X PROCESSO (AZEVEDO, 2000)............14 FIGURA 2.7 – DIFERENÇAS ENTRE PRODUTO BEM E PRODUTO SERVIÇO (FITZSIMMONS, 2001).........................................................................................................16 FIGURA 2.8 – DECISÕES NO SEQÜENCIAMENTO DE PROCESSOS REPETITIVOS EM LOTE ...................................................................................................18 FIGURA 2.9 PRODUÇÃO EMPURRADA X PRODUÇÃO PUXADA (AZEVEDO, 2001).........................................................................................................................................21 FIGURA 3.1 CLASSIFICAÇÕES DE TIPOS DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS (DAVIS, AQUILANO E CHASE, 2001)...............................................................................23 FIGURA 3.2 GRAU DE CONTATO CLIENTE/FORNECEDOR DE SERVIÇOS (DAVIS, AQUILANO E CHASE ,2001)...............................................................................24 FIGURA 3.3 MATRIZ DE PRODUTO X PROCESSOS (SLACK, 1997) .......................25 FIGURA 4.1 – A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ACOMPANHA A EVOLUÇÃO DO MERCADO (SANTOS, 1997) ................................................................29 FIGURA 4.2 – ABRANGÊNCIA DO MRP E MRP II (GIANESE, CORREA E CAON, 2001).........................................................................................................................................32 FIGURA 4.3 – ESTRUTURA HIERÁRQUICA DOS SISTEMAS MRP II (GIANESE, CORREA E CAON, 2001) .....................................................................................................33 FIGURA 5.1 - 1˚ FASE DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA COM CAPACIDADE FINITA PARA PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO .......................................................38 FIGURA 5.2 - 2˚ FASE DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA COM CAPACIDADE FINITA PARA PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO .......................................................40 FIGURA 6.1 – FUNCIONÁRIOS X TURNOS DE TRABALHO .....................................57 FIGURA 6.2 – FLUXOGRAMA DE ALIVIO DE TENSÕES...........................................64 FIGURA 6.3 – TELA DE APRESENTAÇÃO DO SOFTWARE PREACTOR ..............67 FIGURA 6.4 – TELA DE DADOS DE RECURSOS...........................................................73 FIGURA 6.5 – TELA DE RESTRIÇÕES SECUNDÁRIAS ..............................................74 FIGURA 6.6 – VALOR MÁXIMO DE RESTRIÇÃO SECUNDARIA X POSTO OPERATIVO..........................................................................................................................75 FIGURA 6.7 – TELA DE GRUPOS DE RECURSOS........................................................75 FIGURA 6.8 – TELA DE SELEÇÃO DE POSTOS OPERATIVOS X GRUPOS DE RECURSOS ............................................................................................................................76 FIGURA 6.9 – TELA DE ESTADOS DE CALENDÁRIO ................................................76 FIGURA 6.10 – TURNOS DE TRABALHO POR POSTO OPERATIVO ......................77 FIGURA 6.11 – TELA DE CADASTRO DE PRODUTOS (PROCESSOS) ....................78 FIGURA 6.12 – TELA DE OPERAÇÕES POR PROCESSO ...........................................79 FIGURA 6.13 – TELA DE RECURSOS REQUERIDOS POR PROCESSO ..................79 FIGURA 6.14 – TELA DO EDITOR DE ATRIBUTOS.....................................................80 FIGURA 6.15– TELA DE CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA .........................................81

Page 11: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

xi

FIGURA 6.16 – TELA DE CRITÉRIO DA SEQÜÊNCIA PREFERIDA.......................81 FIGURA 6.17 – TELA DE EDIÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO..................................82 FIGURA 6.18 – TELA DE EDIÇÃO DE ORDENS (OPERAÇÃO DE PREPARAÇÃO)..................................................................................................................................................83 FIGURA 6.19 – TELA DE EDIÇÃO DE ORDENS (OPERAÇÃO DE PRÉ-AQUECIMENTO)..................................................................................................................83 FIGURA 6.20 SEQÜENCIAMENTO A PARTIR DE UMA REGRA GLOBAL............84 FIGURA 6.21 SEQÜENCIAMENTO EM PARALELO....................................................85

Page 12: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

xii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1.1 – DIFERENÇAS ENTRE BENS E SERVIÇOS (DAVIS, AQUILANO E CHAISE, 2001) .........................................................................................................................6 TABELA 1.2 – RELAÇÃO ENTRE FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E ASPECTOS COMPETITIVOS (CORRÊA, GIANESI E CAON, 2001) .......................................................................................................6 TABELA 2.1 - TIPOS DE PRODUÇÃO X PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS, (CORREA E GIANESI, 1996)...............................................................................................15 TABELA 2.2 – REGRAS DE SEQÜENCIAMENTO (TUBINO, 2000) ...........................19 TABELA 2.3 VANTAGENS PROGRAMAÇÃO PARA FRENTE X PROGRAMAÇÃO PARA TRÁS (SLACK,1997) .................................................................................................20 TABELA 4.1 DIVERSAS APLICAÇÕES NA INDUSTRIA DE UM SISTEMA MRP X BENEFÍCIOS ESPERADOS ................................................................................................31 (DAVIS, AQUILANO E CHASE 2001)................................................................................31 TABELA 5.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA CÔRREA, GIANESE E CAON (2001) ...45 TABELA 5.2 FORMA DE IMPLANTAÇÃO X VANTAGENS E DESVANTAGENS..49 TABELA 6.1 – FORNOS X TRATAMENTOS...................................................................54 TABELA 6.2 – FORNOS X CAPACIDADE PRODUTIVA ..............................................55 TABELA 6.3 – PRODUÇÃO PERCENTUAL (MARÇO/2002)........................................56 TABELA 6.4 - TURNOS DO DEPARTAMENTO DE TRATAMENTO TÉRMICO ....56 TABELA 6.6 - TRATAMENTOS REGISTRADOS NO SISTEMA MRP II...................58 TABELA 6.7 – NOVA TABELA DE TRATAMENTOS....................................................59 TABELA 6.8 – TRATAMENTOS X OPERAÇÕES...........................................................60 TABELA 6.9 - HORÁRIO DE TRABALHO POR RECURSO X TRATAMENTOS X TEMPERATURA...................................................................................................................65 TABELA 6.10 – CARACTERÍSTICAS X VERSÕES .......................................................68

Page 13: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

1

INTRODUÇÃO

Com a mudança do perfil dos mercados consumidores, que nas últimas décadas vem

cada vez mais exigindo produtos novos e com isto tornando os lançamentos cada vez mais

freqüentes, as empresas buscam, cada vez mais, trabalhar de forma flexível, com foco no

cliente.

A necessidade de flexibilidade, menores prazos e qualidade, atingem todas as áreas

envolvidas direta ou indiretamente com a produção, seja esta produção de bens ou de

serviços.

Como conseqüência, a área de administração da produção – AP - também se

modernizou. Segundo Davis, Aquilano e Chaise (2001, p.36), “... esta modernização começou

a ser notada no início dos anos 60, quando estudiosos começaram a escrever textos

específicos para a administração da produção. Atualmente, a AP é reconhecida como uma

área crítica e não mais subordinada às áreas de finanças e marketing”. Entre os principais

desafios enfrentados hoje em dia pelos executivos de AP, estão, entre outros:

• Reduzir o tempo de desenvolvimento de manufatura de bens e serviços;

• Obter e sustentar alta qualidade;

• Controlar custos;

• Integrar novas tecnologias e sistemas de controle de processos;

• Trabalhar efetivamente com fornecedores e estar aberto para tratar com clientes.

Para auxiliar a AP nestas questões, várias ferramentas, denominadas sistemas de

informação, vem sendo desenvolvidas, especialmente nos últimos 15 anos. Segundo Corrêa,

Gianesi e Caon (2001, p.21), “...chamamos genericamente sistemas de administração da

produção, os sistemas de informação para apoio à tomada de decisões, táticas e operacionais,

referentes as seguintes questões logísticas básicas”:

• O que produzir e comprar?

• Quanto produzir e comprar?

• Quando produzir e comprar?

• Com que recurso produzir?”

As três principais alternativas de sistemas de apoio à tomada de decisões, são os

sistemas de manufacturing resources planning systems - MRP II – e enterprise resources

planning systems – ERP - que se baseiam na lógica do cálculo de necessidades de recursos a

partir das necessidades futuras de produtos; os sistemas Just in Time – JIT – de inspiração

Page 14: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

2

japonesa e os sistemas de capacidade finita – FCS - que se utilizam fundamentalmente das

técnicas de simulação em computador.

Porém em um ambiente de serviços, encontramos sérias restrições quanto ao uso de

algumas das filosofias citadas. Conforme Santos (1997, p.37), “... o JIT está embasado em

preceitos que são a produção com o mínimo de estoques, a eliminação de desperdícios (não

agregam valor ao produto), a manutenção de um fluxo contínuo de produção e a busca do

aperfeiçoamento contínuo. A aplicação de sistemas JIT, mais especificamente da técnica

kanban, é voltada para um ambiente de manufatura repetitiva, não se adequando ao ambiente

de produtos sob encomenda ou serviços”..., uma vez que a rapidez da colocação de um pedido

ou de determinadas etapas do processo, inviabiliza a troca de cartões de controle, que são a

base do sistema. Já Pires (1995, p.197), “... mostra que a atuação dos sistemas MRP II na

programação da produção tende a ser problemática devido ao uso de capacidades infinitas

para os recursos produtivos, desconhecendo as restrições do processo ou do posto de trabalho,

o que não permite um real aproveitamento da capacidade produtiva, além de mascarar os

resultados obtidos”.

Para contornar este problema de macrovisão dos sistemas MRP II, surge a

programação da produção com capacidade finita – FCS - e posteriormente os softwares

advanced planning systems – APS - baseados na lógica de simulação. Estes softwares

seqüenciadores têm por finalidade integrar o conceito de planejamento fino e o controle da

produção à filosofia de trabalho de um sistema MRP II.

Este trabalho aborda, o estudo de um software com capacidade finita em um setor de

serviços. O principal enfoque estará nas diferenças e características próprias de programação e

seqüenciamento da produção em um setor de serviços e nas dificuldades encontradas para

mensurar o processo, uma vez que o mesmo é bastante diferenciado devido às suas

características produtivas, em relação ao setor mecânico ou têxtil nos quais normalmente

encontramos mais estudos abordando o planejamento fino da produção.

O objetivo geral consiste em propor uma metodologia de implantação de um sistema

de programação da produção em um ambiente de serviços, especificamente em um tratamento

térmico de pequeno/médio porte. Para atingir este objetivo geral, vários objetivos específicos

precisam ser atendidos, entre eles: caracterizar o atual estado da programação de produção no

departamento, caracterizar o sistema produtivo, estudar a viabilidade de utilização de um

sistema com capacidade finita em tratamentos térmicos. A estrutura deste trabalho está

organizada em 7 capítulos. O capítulo I aborda a importância das empresas prestadoras de

serviços na economia brasileira, traçando rapidamente o seu perfil, mostra ainda os fatores de

Page 15: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

3

competitividade em um ambiente de manufatura de bens ou serviços. O capítulo II trata dos

sistemas de produção, seus tipos, funções, características, enfatizando as diferenças da

programação e seqüenciamento da produção entre um ambiente de serviços e o de produção

de bens. O capítulo III discorre sobre o ambiente de serviços, suas classificações de

fornecedores e processos, citando brevemente a evolução do setor de serviços e suas

principais razões. O capítulo IV aborda a evolução dos softwares de gerenciamento da

produção. No capítulo V, é apresentada a metodologia sugerida para a implantação para um

sistema de programação da produção com capacidade finita em empresas prestadoras de

serviços. A seguir no capítulo VI é apresentado o ambiente de estudo de caso. São relatadas as

dificuldades atuais do chão de fábrica, quais são os fatores de restrição ao uso dos postos

operativos, as principais variáveis a serem utilizadas, os resultados obtidos e as dificuldades

encontradas. Finalmente no capítulo VII encontram-se as conclusões do trabalho e sugestões.

O trabalho será elaborado mediante a consulta em manuais de softwares de

programação de produção e bibliografias nas áreas de administração de produção, sistemas de

auxílio à tomada de decisões, seqüenciamento e programação da produção e outros

pertinentes ao assunto. Como fonte de consultas serão utilizados livros e dissertações de

mestrado. A forma de coleta de dados será através de reuniões com funcionários do setor de

tratamento térmico. Sempre que necessário serão utilizados softwares de simulação de

seqüenciamento e programação da produção.Os principais recursos utilizados serão os

disponíveis na Sociesc Serviços Industriais – SSI, Departamento de Tratamento Térmico.

Page 16: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

4

1 A PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA

Este trabalho discorre especificamente sobre um estudo de caso na área de serviços,

o que exige algumas definições e caracterizações da mesma.

Ao se caracterizar o setor de prestação de serviços no Brasil, notamos que, em sua

maior parte é formado por pequenas e micro empresas - MPES, que possuem além de

características próprias, uma grande participação no mercado de trabalho. Devido a isto,

torna-se relevante a apresentação de alguns dados estatísticos sobre a participação das MPES

na nossa economia, o que por si mostrará a importância de um trabalho voltado a atender esta

fatia do mercado produtivo. Os dados abaixo foram retirados do site do Ministério do

Desenvolvimento - MDIC, e contém informações atualizadas sobre a situação da pequena e

micro empresa no país.

• As empresas com até 99 empregados representam cerca de 52,8% da força de

trabalho;

• No período de 1990 a 1999 foram constituídas no Brasil 4,9 milhões de

empresas, das quais 55% eram microempresas;

• A taxa de mortalidade das microempresas e empresas de pequeno porte chega até

61% do total de empresas no 1º ano de atividade;

• Em 1998, 64% das empresas tributadas optaram pelo SIMPLES - Sistema

Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das

Empresas de Pequeno Porte. Do total de empresas que integram o SIMPLES, 92%

eram microempresas, enquanto 8% eram empresas de pequeno porte, respondendo

cada uma por 48% e 52% da receita bruta total, respectivamente;

• Em 2001, das 147.165 empresas cadastradas no SIASG - Sistema Integrado de

Administração de Serviços Gerais, que registra a movimentação do cadastro de

fornecedores, de preços e do catálogo de materiais e serviços, 26,21% são

microempresas, e 26,84% são pequenas empresas;

• Nos contratos de prestação de serviço em vigor até o ano 2000, 30% são firmados

em micro e pequenas empresas, sendo 9% com micro e 21% com pequenas

empresas;

• Em 2000, 16.016 empresas exportaram, das quais 50% eram micro e pequenas

empresas. E tiveram participação, de 10% no valor total exportado.

Page 17: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

5

Este crescimento fez com que, como em outras as áreas da economia, o setor de serviços não

ficasse imune às novas exigências do mercado consumidor, e com isto, vem ao longo dos

últimos anos implantando tecnologias e efetuando mudanças de modo a tornar-se mais

produtivo e competitivo.

1.2 FATORES DE COMPETITIVIDADE NA ÁREA DE MANUFATURA DE

BENS OU SERVIÇOS

Em todas as áreas da manufatura, seja de bens ou de serviços, “...a chave para o

desenvolvimento de uma estratégia de produção efetiva está em compreender como criar

valor agregado através da prioridade ou das prioridades competitivas...”, Davis, Aquilano e

Chase (2001, p.43).

Já em uma empresa de serviços, o papel da produção é fundamental para conquistar

ou garantir a competitividade, devido à inseparabilidade entre produto e processo, o que torna

sua capacidade produtiva o grande diferencial entre seus concorrentes. Também é preciso

levar em conta que empresas diferentes possuem diferentes níveis de padronização para

produtos e serviços. Estas diferenças fazem com que haja uma grande diversificação de

processos, desde os processos intermitentes até os contínuos e, com isto, uma capacidade de

flexibilização maior ou menor.

“A prestação de serviços apresenta várias peculiaridades em relação à produção

industrial, os insumos são de difícil padronização, a exigência de mão de obra de obra é

grande e sua produção intangível, não podendo ser estocada ou transformada...”, Russomano

(1995, p.130). Outro aspecto que merece destaque é que o prestador de serviços precisa

construir capacidade antes da demanda.

É esta capacidade de flexibilização que torna uma empresa ágil, mas ao mesmo

tempo aumenta a complexibilidade da programação de produção. Isto é especialmente sentido

em uma área prestadora de serviços, que por sua própria natureza faz com que seja difícil

mensurar capacidades e resultados, como apresentado na Tabela 1.1 que demonstra as

principais diferenças entre bens e serviços relativas as características do produto fornecido,

(Davis, Aquilano e Chaise, 2001).

Page 18: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

6

Tabela 1.1 – Diferenças entre bens e serviços (Davis, Aquilano e Chaise, 2001)

Bens Serviços

Tangíveis

Podem ser estocados

Nenhuma interação entre o cliente e processo

Intangíveis

Não podem ser estocados

Interação direta entre cliente e processo

Segundo Tubino e de Paula (2000), outro aspecto característico da área de prestação

de serviços, “...é o fato de que a contratação de mais recursos é normalmente inviável. A

substituição de um recurso por outro na execução de uma determinada tarefa, pode não ser

aconselhável. Assim o que normalmente se busca é uma programação ou seqüenciamento de

ordens que permita eliminar a sobrecarga de trabalho dos recursos utilizados e atender os

prazos contratuais acordados. A questão dos prazos contratuais é importantíssima neste

segmento de indústria, pois o prazo de entrega é condição determinante no fechamento do

negócio”. Isto faz com que entre todos os aspectos, o de maior influência seja o fluxo de

informações, uma vez que os prazos contratuais dependem delas. Corrêa, Gianesi e Caon

(2001, p.35), “...dizem que as estas informações devem abordar o atual estado de determinado

pedido e também orientações logísticas”. A Tabela 1.2 traz um resumo dos relacionamentos

entre as sete principais funções a cargo dos sistemas de administração da produção e seis

aspectos de desempenho competitivo que estão dentro do escopo dos sistemas de operações

produtivas nas organizações, e em seguida são apresentadas as funções principais na forma de

legenda, (Corrêa, Gianesi e Caon, 2001).

Tabela 1.2 – Relação entre funções dos sistemas de administração da produção e aspectos

competitivos (Corrêa, Gianesi e Caon, 2001)

Custo Velocidade Confiabilidade Flexibilidade Qualidade Serviços

1

2

3

4

5

6

7

Page 19: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

7

Legenda:

1. Planejar as necessidades futuras da capacidade produtiva da organização.

2. Planejar os materiais comprados.

3. Planejar os níveis adequados de estoques de matérias-primas, semi-acabados e

produtos finais, nos pontos certos.

4. Programar atividades de produção para garantir que os recursos produtivos envolvidos

estejam sendo utilizados, em cada momento, nas atividades certas e prioritárias.

5. Ser capaz de saber e de informar corretamente a respeito da situação corrente dos

recursos.

6. Ser capaz de prometer os menores prazos possíveis aos clientes e depois fazer cumpri-

los.

7. Ser capaz de reagir eficazmente.

Ao observamos estas funções notamos que várias delas estão intimamente ligadas ao

seqüenciamento e programação da produção. Ao aliarmos a prestação de serviços à

programação da produção, geramos resultados mensuráveis, tais como: o controle do

processo, a garantia de qualidade, o uso racional da capacidade produtiva, a rastreabilidade da

produção e o atendimento aos prazos. Temos então, como conseqüência, a competitividade,

tão necessária hoje para a sobrevivência em todas as áreas. O seqüenciamento e programação

da produção podem vir a tornar-se aliados poderosos em um tratamento térmico de pequeno

ou médio porte, bem como de grandes empresas com complexos problemas de programação

de produção, que apesar das diferenças de porte, de mercado consumidor e de volume de

produção, buscam manter e ampliar seu espaço em um mercado cada vez mais concorrido.

Page 20: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

8

2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

2.1 FUNÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO

Em uma organização, para atingir os objetivos pré-determinados, é preciso que “... os

sistemas produtivos exerçam uma série de funções operacionais, que vão desde o projeto de

produtos, até o controle dos estoques recrutamento e treinamento de funcionários, aplicação

dos recursos financeiros, distribuição dos produtos, etc...”, Tubino (2000, p.17).

Ainda é importante se fazer notar que: “...todas as atividades desenvolvidas por uma

empresa visando atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo, se inter-relacionam...”,

Martins e Laugeni (2001, p.5).

Tendo como base estas duas afirmações, é fato dizer que, quando reunimos todos os

recursos que são destinados à produção de bens e/ou serviços, a fim de alcançar objetivos

determinados, temos o que é denominado de funções do sistema de produção.

De uma forma geral, estas funções podem ser agrupadas em três funções básicas:

finanças, produção e marketing, conforme mostra a Figura 2.1, (Tubino, 2000).

SISTEMA DE PRODUÇÃO

FINANÇAS MARKETING PRODUÇÃO

Figura 2.1 – As três funções básicas de um sistema de produção (Tubino, 2000)

É importante notar que vários termos são freqüentemente utilizados para designar o

que aqui classificamos com sistema de produção, são eles: administração da produção,

gerenciamento da produção, gestão da produção, entre outros.

Page 21: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

9

2.1.1 Função de Produção

Conforme Tubino (2000, p.18), “...a função produção consiste em todas as atividades

que diretamente estão relacionadas com a produção de bens ou serviços.” A função de

produção não compreende apenas as operações de fabricação e montagem de bens, mas

também as atividades de armazenamento, movimentação, e outras desde que voltadas para a

área de serviços. Consiste também, em adicionar valor aos bens ou serviços durante o

processo de transformação.

A Figura 2.2 representa a função de produção e alguns de seus objetivos básicos,

(Azevedo, 2000) .

Figura 2.2 – Função de produção (Azevedo, 2000)

Os inputs são as entradas necessárias para que o processo de transformação seja

executado, podem ser:

• Materiais;

• Mão de obra;

• Máquinas;

• Instalações;

• Energia;

• Tecnologia, entre outros.

Page 22: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

10

Os processos de transformação são formados por todas as operações nas quais os

inputs serão transformados em bens ou serviços. Já no manual do SENAI – CTAI, Centro de

tecnologia e informática, (1998, p. 05), encontramos outra definição de função produção, que

ratifica a anterior, “...são os processos de produzir bens econômicos, incluindo bens tangíveis

ou intangíveis, partindo-se dos fatores de produção, criando desta forma utilidades pelo

incremento do valor agregado”. Conclui-se com isto, que a função de produção consiste em

agregar valor aos bens ou serviços.

2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Antes de começarmos a discorrer sobre o planejamento e controle da produção, é

conveniente fazermos uma diferenciação entre a atividade planejamento e a atividade de

controle, embora na prática, nem sempre esta divisão esteja clara. Segundo Slack (1997,

p.320), “...plano é o conjunto de intenções, controle é o conjunto de ações que visam o

direcionamento do plano”. Vamos neste trabalho enfatizar a função de planejamento, embora

muitas vezes a função de controle da produção seja abordada de forma indireta, devido ao fato

de trabalharem de forma complementar. Já para Tubino (2000, p.23), “...em um sistema

produtivo, após serem definidas suas metas e estratégias, faz-se necessário formular planos

para atendê-las. Como um departamento de apoio o – PCP – Planejamento e Controle da

Produção, é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a

atender da melhor forma possível aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e

operacional”.

Para que o setor de PCP possa ser eficaz em suas tarefas, é necessário que ele

administre informações vindas de várias áreas da fábrica, o que nem sempre é uma tarefa

fácil, conciliar os interesses de todos os setores, além disto, a interpretação dos dados

advindos de fontes diversas, pode gerar dúvidas se não houver uma padronização dos

mesmos.

A Figura 2.3 demonstra como todos os setores interagem com o PCP, enviando

informações relevantes para o planejamento da produção, baseado na demanda e capacidade

produtiva instalada (Tubino 2000).

Page 23: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

11

Recursos Humanos •programa de treinamento Acompanhamento

da Produção

Programação da Produção

•ordens de compra •ordens de fabricação •ordens de montagem

Planejamento Mestre da produção

Manutenção •plano de manutenção

Compras •entradas e saídas de materiais

Engenharia de Produto •lista de materiais •desenhos

Engenharia de Processo •roteiros de fabricação •leadtimes

Marketing •plano de vendas •pedidos firmes Finanças •plano de investimentos •Fluxo de caixa

Planejamento Estratégico da Produção

Figura 2.3 – Fluxo de informações do PCP (Tubino, 2000)

Algumas das funções básicas do PCP segundo Russomano (1995, p.52), são:

• gestão de estoques;

• emissão de ordens de produção;

• programação das ordens de fabricação;

• acompanhamento da produção.

2.2.1 Níveis hierárquicos do Planejamento e Controle da Produção

As tarefas do PCP são divididas em três níveis hierárquicos, que trabalham tendo em

mente o horizonte de programação. Estes níveis podem ser classificados como:

• plano de produção ou estratégicos (longo prazo);

• plano mestre de produção (médio prazo);

• programação da produção (curto prazo).

A Figura 2.4 representa uma visão geral dos níveis hierárquicos do PCP,

relacionando cada atribuição do planejamento ao tempo de prazo, (Tubino, 2000).

Page 24: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

12

• Programação da Produção • Administração de Estoques • Seqüênciamento e Emissão de Ordens

Plano Mestre de Produção

Plano de Produção

Curto Prazo

Médio Prazo

Longo Prazo

Ordens de

Fabricação

Ordens de

Compra

Ordens de

Montagem

Figura 2.4 – Visão geral dos níveis hierárquicos do PCP (Tubino, 2000)

Existe ainda um quarto nível hierárquico que pode ser chamado de programação de

curtíssimo prazo, que visa atender aos diversos problemas de programação de ultima hora,

como quebra de máquinas, alteração de mix de produção, pedidos prioritários, atrasos de

materiais e outros. A programação de curtíssimo prazo é muito utilizada na manufatura de

serviços, onde a velocidade de entrada de novos pedidos no mix de produção, normalmente

não é medida em dias ou semanas, mas sim em horas.

A Figura 2.5 relaciona as atividades do planejamento e controle da produção com os

prazos, mostrando os itens a serem relacionados conforme o prazo de planejamento, nota-se

que os objetivos financeiros da empresa são levados em consideração no planejamento de

longo prazo, já o planejamento de médio prazo, tem como fator de importância a demanda x

capacidade produtiva instalada. Já o planejamento a curto prazo utiliza como fonte de

programação a demanda real e a capacidade produtiva real, (Slack,1997).

Page 25: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

13

Planejamento e controle de longo prazo • Usa previsão de demanda agregada • Determina recurso de forma agregada• Objetivos estabelecidos em grande parte em termos financeiros Planejamento e controle de médio prazo • Usa previsão de demanda desagregada

parcialmente • Determina recursos e contingências • Objetivos estabelecidos em termos

financeiros como operacionais

Planejamento e controle de curto prazo • Usa previsão de demanda totalmente

desagregada ou demanda real • Faz intervenções nos recursos para corrigir desvios • Consideração de objetivos operacionais ad hoc (caso a caso)

H

oriz

onte

de

Tem

po

Hor

as/d

ias

Dia

s/se

man

as/m

eses

M

eses

/ano

s Planejamento

Controle

Figura 2.5 – Equilíbrio entre atividades de PCP x prazos de planejamento (Slack,1997)

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Segundo Tubino (2000, p.27), “...existem inúmeras formas de classificar os sistemas

de produção. A classificação dos sistemas de produção tem por finalidade facilitar o

entendimento das características inerentes a cada sistema e sua relação com a complexidade

das atividades de planejamento e controle desses sistemas”.

A seguir apresentamos algumas das formas de classificações usuais:

Atividade às quais pertencem

• primária;

• secundária;

• terciária.

Grau de padronização dos produtos

• produtos padronizados;

• produtos sob medida.

Page 26: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

14

Por tamanho de lote

• pequenos lotes (até 500 unidades);

• médios lotes (501 a 5000 unidades);

• grandes lotes (acima de 5000 unidades).

Por tipos de operações

• processos contínuos;

• processos discretos.

A Figura 2.6 representa uma classificação dos processos, relacionando o tipo de

processo ao volume de produção. Quanto mais a produção tender a ter um fluxo contínuo,

maior é o volume fabricado, de forma análoga, quando a produção tende a trabalhar sob

encomenda, menor é o volume de produção atendido para um mesmo período a ser analisado,

(Azevedo, 2000).

Produção contínua

Produção em série

Produção por lotes

Produção por encomenda

Volu

me

de p

rodu

ção

Redu

zido

E

leva

do

ProduçãoDiscreta Contínua (intermitente) (fluxo)

Figura 2.6 – Volume de Produção x Processo (Azevedo, 2000)

Outra classificação interessante é:

• Jobbing – produzem produtos especiais, em uma quantidade única ou em lotes

únicos. Eles podem ser produzidos novamente, mas não existe como prever

quando um novo pedido poderá ser feito.

• Batch – produzem produtos repetitivos de forma intermitente e em lotes.

Diferentes produtos e peças são produzidos ao mesmo tempo, dividindo as

mesmas máquinas e instalações.

Page 27: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

15

• Contínua - As máquinas e instalações são arranjadas em linhas, na mesma

seqüência em que são usadas e existe um fluxo continuo de materiais entre elas.

A Tabela 2.1 relaciona os tipos de produção e algumas de suas principais

características. É importante observar na tabela, que uma produção caracterizada como Job

Shop vende competência como um valor agregado ao produto final, seja ele bem ou serviço,

já a produção contínua vende produtos.

Tabela 2.1 - Tipos de produção x Principais características, (Correa e Gianesi, 1996).

Job Shop Batch Contínua

Variedade de

Produtos

Alta Muito Baixa

Tamanho do

Pedido

Pequeno Muito Grande

Mudança do

Produto

Alta Nenhuma

Taxa de introdução

de novos produtos

Alta Muito Baixa

O que a empresa

vende

Competência Produto

Flexibilidade do

processo

Alta Inflexível

Volume de produção Baixo Muito Alto

Recurso principal Mão de Obra Equipamento

Alteração da

capacidade

Incremental Degraus

Proximidade do

cliente

Alta Baixa

Pela natureza do produto podem ser classificados em :

• manufatura de bens;

• prestador de serviços

Page 28: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

16

A natureza do produto produz algumas diferenças básicas quando o produto a ser

manufaturado é um bem ou um serviço. As principais diferenças ocorrem ao se quantificar a

produção, uma vez que bens são tangíveis e serviços intangíveis e também na forma de

relacionamento entre cliente e fornecedor, pois notamos que na área de serviços entre contato

é bem mais próximo. Estas diferenças podem ser notadas na Figura 2.7, (Fitzsimmons, 2001).

Figura 2.7 – Diferenças entre produto bem e produto serviço (Fitzsimmons, 2001)

O produto é um bem • tem caráter material, tangível • há impessoalidade nas relações

cliente fornecedor • cada unidade produzida está

bastante próxima do padrão • pode ser estocado • resulta na propriedade de algo

O produto é um serviço • é intangível, imaterial • por depender fortemente de

pessoas há forte relação entre oprestador do serviço e cliente

• há uma variação entre um produto

e outro • não pode ser estocado • não resulta em propriedade

O QUE SÃO BENS E O QUE SÃO SERVIÇOS

2.4 FATORES DE DECISÃO NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA

PRODUÇÃO

Para que o PCP possa tomar as decisões que lhe são atribuídas, é necessário conciliar

“...o fornecimento e a demanda em termos de volume, em termos de tempo e em termos de

quantidade...”, Slack (1997, p.328). Para que isto ocorra, três fatores de decisão são

essenciais:

• carregamento;

• seqüência;

• programação.

Apesar de serem consideradas três atividades distintas, trabalham de modo a serem

Page 29: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

17

complementares para viabilizar o PCP de uma empresa.

2.4.1 Carregamento

“É a determinação do volume com o qual uma operação produtiva pode lidar...”,

Slack (1997, p.328). Também pode ser considerado como a quantidade de trabalho que um

posto operativo pode alocar. Existem duas classificações principais para considerar um

carregamento:

Carregamento finito – o posto operativo pode alocar até um limite pré-estabelecido,

este limite é chamado de capacidade de trabalho e pode ser horas de trabalho, capacidade de

produção de uma máquina, número de operadores ou quaisquer outras variáveis que sejam

relevantes na operação em questão. A problemática envolvendo a programação com

capacidade finita será abordada em um item à parte neste trabalho.

Carregamento infinito – não existe um limite pré-estabelecido para a alocação de

trabalhos. O posto operativo é acionado enquanto houver operações alocadas.

2.4.2 Seqüenciamento

“É a determinação da ordem em que as tarefas serão executadas. O seqüenciamento

está vinculado ao tipo de produção, podendo ser classificado em:

• seqüenciamento nos processos contínuos;

• seqüenciamento nos processos repetitivos em massa;

seqüenciamento nos processos repetitivos em lote..., ”Slack (1997,p.330).

Seqüenciamento nos processos contínuos – “Como os processos contínuos se

propõem a produção de poucos itens, normalmente um por instalação, não existem problemas

de seqüenciamento quanto à ordem de execução das atividades. A maior preocupação

concentra-se no fluxo de chegada de matérias-primas e na manutenção das instalações

produtivas...”, Tubino (2000, p.149).

Page 30: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

18

Seqüenciamento nos processos repetitivos em massa – são empregados na

produção em grande escala de produtos altamente padronizados. “Geralmente exige produtos

com demandas grandes e estáveis, poucas alterações de curto prazo, instalações especializadas

e pouco flexíveis. É importante que o templo de ciclo entre postos operativos, balanceamento

de linha, sejam aproximadamente iguais...”, (Tubino, p.149).

Seqüenciamento nos processos repetitivos em lote – “caracterizam-se por um

volume médio de itens padronizados em lotes. A questão do seqüenciamento em processos

repetitivos em lotes pode ser analisada sob dois aspectos: a escolha da ordem a ser processada

dentre uma lista de ordens (decisão 1) e a escolha do recurso a ser usado dentre uma lista de

recursos disponíveis (decisão 2)...”, (Tubino, p.149).

A Figura 2.8 representa as decisões no seqüenciamento de processos produtivos em

lotes, onde as escolhas podem ser feitas a partir da prioridade da ordem ou através da

disponibilidade de determinado recurso operativo, (Tubino, 2000).

Figura 2.8 – Decisões no seqüenciamento de processos repetitivos em lote

Ordem 1

Ordem 2

Ordem n

Fila de Espera

Regras paraescolha daordem

OrdemEscolhida

Regras paraescolha dorecurso

Recurso 1

Recurso 2

Recurso m

Grupo de Recursos

RecursoEscolhido

Decisão 1 Decisão 2

2.4.3 Regras de seqüenciamento

As regras de seqüenciamento podem ser classificadas segundo várias óticas, Tubino

(2000, p.156) as classifica da seguinte maneira:

• Regras estáticas e regras dinâmicas;

• Regras locais versus regras globais;

• Regras de prioridades simples, combinação de regras de prioridades simples,

regras com índices ponderados e regras heurísticas sofisticadas.

Page 31: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

19

Regras estáticas – não alteram as prioridades quando ocorrem mudanças nos

sistema produtivo;

Regras dinâmicas – acompanham as mudanças no sistema produtivo, alterando as

prioridades;

Regras locais – consideram apenas a situação na fila de trabalho de um recurso;

Regras globais – consideram as informações dos outros recursos, principalmente o

antecessor e o sucessor para a definição de prioridades;

Regras de prioridades simples – baseiam-se em uma característica especifica do

trabalho a ser executado;

Regras com índices ponderados – adotam pesos para diferentes regras simples,

formando um índice composto que define as prioridades;

Regras heurísticas sofisticadas – incorporam informações não associadas ao

trabalho específico, como a possibilidade de carregar antecipadamente o recurso, rotas

alternativas, gargalos e outros. A tabela 2.2 apresenta as regras de seqüenciamento mais

empregadas na prática.

Tabela 2.2 – Regras de seqüenciamento (TUBINO, 2000)

Sigla Especificação Definição

PEPS Primeira que entra primeira que sai

Os lotes serão processados de acordo com sua chegada no recurso

MTP Menor tempo de processamento

Os lotes serão processados de acordo com as menores tempos de processamento no recurso

MDE Menor data de entrega

Os lotes serão processados de acordo com as menores datas de entrega

IPI Índice de prioridade Os lotes serão processados de acordo com o valor da prioridade atribuída ao cliente ou ao produto

ICR Índice crítico Os lotes serão processados de acordo com o menor valor de:(data de entrega – data atual)/ tempo de processamento

IFO Índice de folga Os lotes serão processados de acordo com o menor valor de: data de entrega – Σ tempo de processamento restante números de operações restantes

IFA Índice de falha Os lotes serão processados de acordo com o menor valor

de: quantidade em estoque / taxa de demanda

Page 32: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

20

2.4.4 Programação

Após determinar a seqüência em que os trabalhos serão efetuados, algumas

operações necessitam de um cronograma de atividades mais detalhado, a esta necessidade dá-

se o nome de programação.

Programações “...são declarações de volume e horários (ou datas) familiares em

muitos ambientes. Ao contrário do que se possa pensar, a atividade de programação é uma das

atividades mais complexas no gerenciamento da produção...”, Slack (1997, p.331). Os

programadores precisam lidar com diferentes recursos ao mesmo tempo: postos operativos,

operadores, tempo, processos diversos e outros variáveis.

Existem várias formas de gerar uma programação, a seguir serão citadas algumas das

principais.

2.4.4.1 Programação para frente e para trás.

• A programação para frente inicia o trabalho tão logo ele chegue (ou seja, emitida

a ordem de fabricação);

• A programação para trás inicia o trabalho no último momento possível sem que

incorra em atraso;

A Tabela 2.3 mostra as vantagens das programações para frente e para trás, nota-se

que a programação para frente é mais flexível, porem a mão de obra fica menos ociosa na

programação para frente.

Tabela 2.3 Vantagens programação para frente x programação para trás (SLACK,1997)

Vantagens da programação para

frente

Vantagens da programação para trás

Alta utilização do pessoal – os

trabalhadores Sempre começam a

trabalhar para manter-se Ocupados

Custos mais baixos com materiais – os Materiais não

são usados até que eles tenham que ser, retardando

assim o agregar valor até o último momento

Flexível – as folgas de tempo no

sistema permitem que trabalhos

inesperados sejam programados

Menos exposto a risco no caso de mudança de

programação pelo consumidor

Tende a focar a operação nas datas prometidas ao

consumidor

Page 33: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

21

2.4.4.2 Programação empurrada e puxada

• Programação empurrada – cada centro de trabalho empurra a ordem de produção

sem levar em consideração a situação do centro de trabalho seguinte; quando não

é bem coordenada gera tempo ocioso, estoque e filas de espera.

• Programação puxada – o primeiro centro de trabalho é o “consumidor”, que

“puxa” o trabalho a partir do fornecedor. Somente após uma requisição de serviço

é que o trabalho irá ser programado para entrar na produção.

A Figura 2.9 mostra de forma esquemática a diferença entre as produções empurrada e

puxada. Na produção puxada, a interação entre fornecedor e cliente é muito maior, uma vez

que o cliente é quem vai ajudar a determinar o início de uma ordem de fabricação ao fechar o

pedido, Azevedo,2001.

Figura 2.9 Produção empurrada x Produção puxada (Azevedo, 2001)

Page 34: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

22

3 O AMBIENTE DE SERVIÇOS

Recentemente, os gerentes têm reconhecido a importância da manufatura e dos

serviços e da necessidade de integrá-los. Visto isto, é importante que este trabalho caracterize

da melhor forma possível o ambiente de serviços, os tipos de fornecedores, os tipos de

processos mais empregados e outras características que forem relevantes para a compreensão

deste setor da manufatura tão pouco estudado sob a ótica do pcp.

Várias são as definições de serviços encontradas na literatura, algumas são apresentadas a

seguir, Ftizsimmons (2001).

• Qualquer atividade ou benefício que uma parte possa oferecer a outra, que seja

essencialmente intangível e não resulte na propriedade de qualquer coisa. Sua

produção pode ou não estar vinculada a um produto físico;

• Uma ação, um desempenho, um evento social, ou uma atividade ou produção que

é consumida onde é produzida;

• Trabalhos executados por uma pessoa em benefício de outra;

• Os serviços se caracterizam pela interface, ou seja, o local onde o cliente e o

prestador de serviços interagem.

Nenhuma destas definições será completa, sem se caracterizar a que tipo de fornecedor de

serviços à mesma se refere.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS

Existem várias classificações de tipos de fornecedores de serviços, segundo Davis,

Aquilano e Chase (2001, p.70), os quatro principais tipos são:

• Fábrica de serviços: caracterizada por um baixo grau de intensidade de mão de

obra e baixo grau de interação com o cliente e de adaptação a ele;

• Loja de serviços: tem o mesmo baixo grau de intensidade de mão de obra, mas

um nível mais alto de interação com o cliente e adaptação a ele;

• Serviços de massa: possuem um alto grau de intensidade de mão de obra, mas

com um grau relativamente baixo de interação com o cliente;

• Serviços profissionais: exigem tanto um alto grau de intensidade de mão de obra,

quanto um alto grau de interação com o cliente e adaptação a ele.

Page 35: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

23

A Figura 3.1. mostra os tipos de serviços e suas principais ênfases. Fica evidente que quanto

maior a ênfase nas pessoas e processos, maior será o grau de personalização e interação da

produção, Davis, Aquilano e Chase (2001).

Serviços profissionais •alto grau de interação e de personalização

Ênfase • Equipamentos

Fábrica de Serviços • Baixo grau de interação e personalização

Loja de Serviços •Baixo grau de interação •Médio grau de personalização

Serviços de massa •alto grau de intensidade de mão-de-obra •baixa interação ou personalização

Fig

facilit

Aquila

O gra

conta

entre

quais

confor

Ênfase

• Pessoas • Processos

Número de clientes processados por dia em uma unidade típica

ura 3.1 Classificações de tipos de fornecedores de serviços (Davis, Aquilano e Chase, 2001)

“Este tipo de classificação permite aos gerentes de serviços, algumas idéias que

aram o desenvolvimento de estratégias para suas respectivas organizações...”, Davis e

no e Chase (2001, p.71).

u de interação entre o cliente e o fornecedor de serviços também deve ser levado em

ao se traçar o tipo de serviços que será disponibilizado, ...“a matriz grau de contato

cliente x fornecedor, relaciona as oportunidades de venda com as formas, através da

um serviço pode interagir com o cliente...”, Davis, Aquilano e Chase (2001 p.72),

me Figura 3.2, (Davis, Aquilano e Chase ,2001).

Page 36: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

24

Baixa

Efic

iênc

ia d

a pr

oduç

ão

Face a face com explicações

frouxas

Adaptação total ao cliente pelo

contato face a face

Face a face com explicações

exatas

Contato telefônico

Tecnologia no ato

Contato por correio

Alta

Centro reativo (muito)

Centro permeável (algum)

Centro protegido (nenhum)

Baixa

Alta

Opo

rtun

idad

es d

e ve

ndas

Figura 3.2 Grau de contato cliente/fornecedor de serviços (Davis, Aquilano e Chase ,2001)

O uso desta matriz pode ser tanto estratégico como operacional. Operacionalmente podemos

citar:

• necessidade de operadores;

• foco na operação;

• inovações tecnológicas;

Na área estratégica, Davis e Aquilano e Chase (2001, p.72) citam como usos:

• permitir integração sistemática de operações e estratégia de mercado;

• esclarecer exatamente que combinação de entrega de serviços a empresa esta

realmente oferecendo;

• permitir a comparação com outras empresas na forma como os serviços

específicos serão entregues;

• indicar mudanças evolucionárias ou de ciclo de vida que poderiam ser adequadas

à medida que a empresa cresce;

• fornecer flexibilidade.

Page 37: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

25

3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS EM OPERAÇÕES DE SERVIÇOS

Assim como as operações de manufatura, cada tipo de fornecedor de serviços implica

em diferentes processos, que visam a melhor organização da produção.

Levando em conta os tipos de fornecedores de serviços, temos a matriz de produto x

processos, segundo Slack (1997, p.138), “... tanto nas operações de manufatura como nas de

serviços, devido à sobreposição dos diferentes tipos de processos, as organizações

freqüentemente podem escolher qual tipo de processo empregar”. Isto é melhor representado

na Figura 3.3, que apresenta a matriz de produtos x processos, esta tem no seu desvio de sua

diagonal, conseqüências para o custo e a flexibilidade, como apresentado, (Slack, 1997).

Nenhum

Volume

Variedade

Tipos de processos

de operações de

serviços

Tipos de processos

de operações de

manufatura

Nenhum

Maior flexibilidadede processo do queé preciso, alto custo

Menor flexibilidadede processo do queé preciso, alto custo

Serviço De massa

Loja de Serviços

Serviço Profissional

Contínuo

Massa

Lotes ou balanceadas

Jobbing

Projeto

Figura 3.3 Matriz de produto x processos (Slack, 1997)

3.3 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS

“Ao longo de todo o desenvolvimento dos processos de fabricação de bens tangíveis,

estiveram presentes, sempre de forma crescente, os serviços. Hoje conforme estatísticas, o

setor de serviços emprega mais pessoas e gera maior parcela do produto interno bruto na

maioria das nações...”, Martins e Laugeni (2001, p.4). Isto fez com que se passasse a dar a

mesma atenção ao fornecimento de serviços que já era disponibilizada ao setor de bens.

Page 38: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

26

Foram incorporadas praticamente todas as técnicas usadas pela engenharia industrial ao setor

de serviços. Segundo um estudo elaborado por Erdmann, baseado em Ftizsimmons (1997),

vários são os fatores responsáveis pelo crescimento do setor de serviços.

• as pessoas, no intuito de preservarem sua individualidade, criam necessidades

específicas, buscando soluções personalizadas;

• o aumento da renda em sociedades mais ricas disponibiliza as condições

financeiras para a transferência de atividades, antes realizadas pelos próprios

indivíduos, para terceiros;

• prevalência do entendimento de que as organizações especializadas realizam a

tarefa com maior habilidade (onda da terceirização);

• proliferação de bens sofisticados que demandam os correspondentes serviços

para serem entendidos e usufruídos;

• geração de novas necessidades a partir dos serviços colocados à disposição,

criando uma cultura do mandar fazer, do não fazer sozinho, da acomodação;

• existência uma superprodução de bens no mundo, em face de capacitação

tecnológica adquirida pelo homem para tal;

• abertura das fronteiras comerciais tem permitido o acesso a tudo que está

disponível, especialmente bens, cuja transferência é mais fácil que a dos serviços,

que (em muitos casos) são mais facilmente criados no local em que serão

comercializados; formaram-se muitos mercados intra-regionais, facilitando o

intercâmbio entre países;

• a geração de novidades tem estimulado novas necessidades nos potenciais

consumidores;

• o desenvolvimento tecnológico acelerado tem oferecido constantemente novos

paradigmas;

• as sociedades ricas têm se mostrado ávidas por querer “aproveitar” intensamente

tudo o que o mundo oferece;

• os bens, em alguns casos, se apresentam “muito iguais” pois as tecnologias de

produto se transferem com muita rapidez de uma parte a outra;

• a industrialização de países emergentes barateou e disponibilizou grandes

quantidades de produtos;

• a individualidade das pessoas foi de certa forma afetada pela generalização do

acesso a produtos semelhantes;

Page 39: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

27

• as sociedades do bem-estar e as camadas consumidoras dos países em

desenvolvimento têm acesso a uma variedade bastante grande de produtos para

consumo, satisfazendo-se materialmente;

• o ser humano tem entre suas necessidades fundamentais o reconhecimento e a

estima, depois de garantida a sua sobrevivência em níveis de estabilidade;

• é da natureza do ser humano viver socialmente, porém mantendo o

reconhecimento da sua individualidade;

• há um evidente aumento da complexidade da vida moderna decorrente da

ampliação dos horizontes/fronteiras de conhecimento, da multiplicidade de

relações impostas ao cidadão, das comunicações, das obrigações sociais;

• verifica-se uma perda de importância das religiões, notadamente em algumas

sociedades julgadas modernas, quebrando alguns referenciais de comportamento

(o significado do trabalho pode ter perdido significado, fazendo emergir o valor

do prazer e da futilidade);

• instituíram-se e difundiram-se, graças a eficiência do marketing, alguns costumes

padronizados, rompendo a cultura e a individualidade dos povos e países,

implicando na quebra de tradições (alguns serviços feitos pelas pessoas e pelas

famílias foram “repassados”, obedecendo a um costume transmitido de outras

culturas)

Todas estas novas necessidades do cliente, mercado consumidor, fazem com que a indústria

fornecedora de serviços tenha novos desafios:

• ser competitiva;

• lucrativa;

• confiável nos prazos;

• flexível;

• tenha qualidade.

Para alcançar novos patamares de qualidade, flexibilidade, modernização, as empresas

necessitam investir em novas tecnologias. Conforme Quins e Bailey in Davis e Aquilano e

Chase (2001, p.83) as diferentes razões pelas quais uma empresa poderia querer investir em

tecnologia são:

• manter a participação no mercado;

Page 40: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

28

• evitar perdas catastróficas;

• criar maior flexibilidade e adaptabilidade;

• melhorar a resposta a novos produtos;

• melhorar a qualidade dos serviços;

• elevar a qualidade de vida;

• elevar a previsibilidade das operações.

É preciso atenção ao se investir em novas tecnologias, uma vez que isto não vai assegurar um

aumento de produtividade ou uma diminuição de custos. Atualmente muitas empresas

investem em tecnologia apenas para manter seu status atual, assim evitando quedas

significativas nas vendas e lucros.

Page 41: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

29

4 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Para se adequar ao novo perfil do mercado consumidor os sistemas de administração

da produção vêm evoluindo nas últimas décadas, a Figura 4.1, (Santos, 1997) mostra que a

evolução destes sistemas esta intimamente ligada à diminuição do ciclo de vida do produto.

Figura 4.1 – A evolução dos sistemas de produção acompanha a evolução do mercado

(Santos, 1997)

O antecessor do MRP – Material Requeriments Planning - foi uma técnica chamada

de sistema de solicitação trimestral, que foi detalhada por George Plossl e Oliver Wight em

1967. Durante o período do final da segunda guerra mundial e meados de 1950, muitas

indústrias estavam capacitadas de desenvolver planos de produção baseados somente na

carteira de pedidos firmes de clientes. Nesta época a economia americana explodia devido à

escassez deixada pela guerra. O estouro da demanda produzia uma grande quantidade de

pedidos pendentes, e às vezes era comum 12 a 18 meses de pedidos colocados. Esta situação

cômoda fez com as indústrias trabalhassem tendo por base trimestres, por isto o sistema foi

assim denominado. Os pedidos pendentes serviam como previsão da demanda, que por serem

muitos, não precisavam ser previstos, apenas estudados trimestralmente e serem colocados na

produção.

No final da década de 1950 e início de 1960 esta situação cômoda chega ao seu fim,

e a previsão da demanda se torna cada vez mais importante, já que os pedidos começavam a

escassear e as empresas precisavam antecipar a demanda futura, ou seja, a empresas iniciam a

Page 42: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

30

produção para estoques. Três elementos básicos são então necessários para um sistema de

controle da produção efetivo:

• A previsão da demanda, expressa em unidades de capacidade de produção;

• Um plano de produção ou orçamento preliminar;

• Procedimentos de controle para decidir com que velocidade repor os estoques nos

níveis orçados, quando erros de demanda ocorrerem, ocasionando excessos ou

falta dos mesmos.

No início de 1960 o campo do planejamento da produção e controle dos estoques

está pronto para o MRP. As técnicas e a documentação eram conhecidas e os computadores

avançavam permitindo o acesso randômico aos discos. A primeira empresa que desenvolveu

um sistema de MRP em lotes (batch) foi a American Bosch Company em 1959. Em 1961 –

1962 o primeiro sistema de replanejamento seletivo foi desenhado na empresa J. I. Case sob a

direção do então diretor de produção, Dr. Joseph A. Orlicky.

Em 1965 G. R. Gedye declarou que os objetivos da empresa na procura do lucro

deveriam ser:

• Usar da melhor forma possível para minimizar o tempo perdido;

• Obter uma ótima liberação de pedidos aos clientes e honrar as promessas, e

• Manter o trabalho em processo e os estoques acabados no mínimo consistentes

com os objetivos dos dois itens anteriores.

Nas décadas posteriores, surgem evoluções até a chegada do MRP. O sistema foi discutido em

reuniões locais, regionais e até nacionais nos Estados Unidos, e os artigos se tornam

freqüentes a partir de 1970. Até que surge o MRP II – Manufacturing Resource Planning - e

atualmente o ERP – Enterprise Resources Planning - , porém todos têm dentro de si, os

módulos MRP e CRP (módulo de planejamento da capacidade).

4.1 SISTEMAS MRP - MATERIAL REQUERIMENTS PLANNING

Conforme Davis, Aquilano e Chase (p.505, 2001), “... as propostas iniciais de um

sistema MRP são: controlar níveis de estoque, planejar as prioridades de operação para os

itens e planejar a capacidade de modo a carregar o sistema de produção”. A finalidade básica

deve ser a de adiantar materiais cujas ordens de serviços estejam atrasadas e de atrasar o

pedido de materiais para as ordens que estejam adiantadas, evitando assim a geração de

estoques. Infelizmente na prática não é bem o que ocorre, as ordens adiantadas normalmente

Page 43: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

31

já tem seus pedidos de material executados. Vários são os benefícios de um sistema MRP em

uma empresa:

• Permite que o gerente da produção tenha uma boa idéia de sua carteira de

pedidos;

• Ajuda a planejar a capacidade de produção;

• Permite alteração nas datas de pedidos;

• Permite alteração nas quantidades.

De um modo geral, vem-se observando que os sistemas MRP são mais utilizados em

indústrias que trabalham por lote e são particularmente úteis em manufaturas com operações

de montagem. Quando mais níveis de montagem a produção exigir, tanto mais útil será o

sistema. A Tabela 4.1 relaciona as diversas aplicações na industria e quais os benefícios

esperados, Davis, Aquilano e Chase (2001).

Tabela 4.1 Diversas aplicações na industria de um sistema MRP x benefícios esperados

(Davis, Aquilano e Chase 2001)

Tipo Exemplos Benefícios

Montagem para estoque Combina múltiplas peças e componentes em um

produto acabado, que é estocado para satisfazer a

demanda, ex: ferramentas, relógios, etc...

Altos

Fabricação para estoque Itens são fabricados ao invés de apenas montados

a partir de peças e componentes. São itens padrão

de estoque, produzidos em antecipação à demanda,

ex: anéis de pistão, etc...

Baixos

Montagem por pedido Uma montagem final é feita a partir de opções padrão

que o cliente escolhe, ex: caminhões, geradores, etc...

Altos

Fabricação por pedido Itens fabricados a pedido do cliente. São em geral

encomendas de industrias, ex: mancais, etc...

Baixos

Manufatura por pedido Itens fabricados ou montados segundo especificação

completa do cliente, ex: turbinas, máquinas-ferramenta

pesadas, etc...

Altos

Processo Industrias como fundições, borracha, plásticos, papéis,

químicas, tintas, medicamentos, etc...

Médios

Page 44: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

32

Apesar das vantagens apresentadas “... os sistemas MRP não fizeram incursões

significativas nas operações de serviços. Entretanto versões modificadas de MRP são usadas

em operações de serviços onde um produto real é fabricado como parte do processo,” Davis,

Aquilano e Chase (p.517, 2001).

Apesar do MRP comumente funcionar bem em vários setores produtivos, existem

problemas conceituais no sistema que o impede de atender manufaturas mais complexas ou

com maior necessidade de flexibilização. Entre estes problemas podemos citar:

• Lead time estático, o lead time é considerado fixo em todas as operações;

• Planejamento com capacidade infinita, não há reconhecimento de sobrecargas

nos postos operativos;

• Exigência de precisão.

4.2 SISTEMAS MRP II - MATERIAL REQUIREMENTS PLANNING

Desenvolvido na década de 70 o sistema MRP II – Material Requirements Planning

– foi uma evolução dos já então conhecidos sistemas MRP. Os sistemas MRP II tem como

principal objetivo agregar ao modelo básico do MRP novas funções que permitam maior

integração com outras áreas funcionais da empresa. Conforme Côrrea, Gianesi e Caon (2001,

p.138), “... o sistema MRP II diferencia-se do MRP pelo tipo de decisão de planejamento que

orienta; enquanto o MRP orienta as decisões de o que, quanto e quando produzir e comprar, o

MRP II engloba também as decisões referentes a como produzir, ou seja, com quais recursos”,

a Figura 4.2 (Gianese, Correa e Caon, 2001), ilustra a abrangência de apoio à decisão de cada

um dos sistemas.

Produzir e Comprar

MRP

MRP IICOMO

(recursos produtivos)

O QUE

QUANTO

QUANDO

Sistema de

apoio às decisões

de:

Figura 4.2 – Abrangência do MRP e MRP II (Gianese, Correa e Caon, 2001)

Page 45: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

33

4.2.1 Módulos do MRP II

Os MRP II são sistemas hierárquicos de administração da produção, onde os planos a

longo prazo são sucessivamente detalhados até chegar ao nível de planejamento de

componentes e máquinas. A Figura 4.3, (Gianese, Correa e Caon, 2001), demonstra como os

níveis mais altos lidam com horizontes de planejamento maiores, enquanto os níveis mais

baixos consideram os períodos de planejamento e replanejamento mais curtos, além de

conseguirem lidar com informações desagregadas.

Longo prazo

CCoommpprraass SSFFCC

MMRRPPCCRRPP

MMPPSSRRCCCCPP

SSOOPP

Controle

MateriaisCapacidade

Planejamento / Programação

Médio prazo

Curto prazo

Curtíssimo prazo

Figura 4.3 – Estrutura hierárquica dos sistemas MRP II (Gianese, Correa e Caon, 2001)

Partindo das informações de demanda e previsão de vendas, o módulo do plano

mestre de produção – MPS – permite o planejamento das quantidades de itens de demanda

independente a serem produzidos e níveis de estoque a serem mantidos. Nesta primeira etapa

o plano é checado quanto a sua validade em termos de capacidade de produção pelo RCCP –

Rought-Cut Capacity Planning, que é um planejamento grosseiro da capacidade.

Posteriormente o modelo de cálculo das necessidades de materiais (MRP), a partir do

resultado do plano mestre MPS, calcula as necessidades de compra ou produção de itens, isto

é chamado de demanda dependente. O módulo de planejamento da capacidade (CRP), a

Page 46: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

34

partir do resultado do MRP e dos dados sobre os centros produtivos e suas capacidades

produtivas, roteiros de produção dos itens e sobre o consumo de recursos por operação,

calcula as necessidades da capacidade produtiva período a período, de forma detalhada,

permitindo verificar a ociosidade ou excesso de demanda nos postos operativos. Já o módulo

de controle do chão de fabrica (SFC) encarrega-se a partir de um plano viável de produção, de

descrever o seqüenciamento dos itens nas máquinas, seguindo prioridades pré-definidas.

4.3 SISTEMAS COM CAPACIDADE FINITA – FCS

De um modo geral os sistemas MRP II encontram dificuldades para lidar com

ambientes produtivos que apresentem alto grau de complexidade e trabalhem com muitas

variáveis ao mesmo tempo. Em busca de maior agilidade e liberdade os programadores de

PCP vem utilizando cada vez mais os sistemas com capacidade finita, conhecidos como FCS,

estes sistemas trabalham baseados em lógica de simulação o que permite que:

• Seja criado um modelo do sistema produtivo;

• Sejam obtidas as condições reais do sistema produtivo;

• Sejam modelados parâmetros para tomada de decisões.

Segundo Gianese, Correa e Caon, (2001, p.326) “ alguns dos principais motivos para o

aumento considerável deste tipo de software são:”

• As limitações dos MRP II em gerar programações de produção viáveis para

sistemas muito complexos;

• Os sistemas de MRP II não consideram características tecnológicas ou

capacidade de produção como limitações para a programação;

• O recente desenvolvimento das técnicas de simulação e de novos algoritmos

disponíveis;

A partir desta nova realidade começam a surgir sistemas híbridos que associam MRP II +

FCS, onde o software de capacidade finita substitui principalmente o SFC – Shop Floor

Control.

Page 47: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

35

4.4 PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO AVANÇADOS - APS

Dentro dos softwares de capacidade finita existe uma nova tendência que são os

Softwares APS – Planejamento e Programação Avançados. Estes softwares são uma categoria

mais avançada dos softwares FCS, com mais soluções de programação. Suas programações

podem ser baseadas em algoritmos genéticos, programações lineares, regras heurísticas e

outras.

4.4.1 Classificação dos Sistemas APS

“Os sistemas de planejamento e programação avançados podem ser classificados em

duas categorias: sistemas centrados no planejamento ou sistemas centrados na programação,”

Hess, www.straight.com.br, 2002.

• Os sistemas centrados no planejamento focam os objetivos à longo prazo;

• Os sistemas centrados na programação focam objetivos táticos. A

programação é gerada para o chão de fabrica.

Page 48: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

36

5 METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA EM EMPRESAS

PRESTADORAS DE SERVIÇOS

5.1 PROGRAMAÇÃO EM CAPACIDADE FINITA

Programação com Capacidade Finita é o processo de criar uma seqüência de

operações, relativas a um conjunto de ordens de produção, com um número limitado de

recursos. Cada ordem é constituída de uma ou mais operações que devem ser executadas em

uma seqüência específica, usando um conjunto de recursos (postos operacionais).

Uma seqüência ou programação de operações determina a hora de início e de término para

cada operação e as distribui em seus respectivos recursos, de tal forma que sempre sejam

evitados conflitos ou superposições. Além disso, as operações devem obedecer às restrições

de seqüenciamento.

Conforme citado por Côrrea, Gianese e Caon (2001, p.388) “...os sistemas de

programação da produção com capacidade finita tem vocação para tratar de problemas

complexos de alocação e programação detalhada da produção, principalmente em sistemas

produtivos com as seguintes características”:

• Cujo principal recurso limitante seja a capacidade produtiva;

• Que tenham roteiros complexos e não repetitivos;

• Que tenham as chamadas matrizes de setup (matrizes que relacionam o tempo de

setup de uma operação com algum outro fator predominante, como peso, volume,

etc...);

• Que necessitem de overlapping (sobreposição de ordens) e split (divisão de

ordens);

• Que tenham os tempos como critério competitivo;

• Que tenham problemas complexos de alocação de recursos como diferentes

combinações de recursos para a produção de um mesmo serviço.

Tendo sido detectado este perfil em uma empresa fornecedora de bens ou serviços e

verificando-se que estrategicamente um sistema com capacidade finita atenderá as premissas

básicas de: reduzir prazos de entrega, baixar custos (através do melhor controle da mão de

Page 49: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

37

obra ociosa e utilização de postos operativos) e melhorar o controle dos tempos envolvidos na

operação. Deve-se partir para o estágio seguinte que é o estudo de implantação do sistema.

5.2 METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO

Partindo da premissa que a empresa já possua um PCP estruturado e em

funcionamento, a necessidade de um planejamento fino, próximo ao chão de fabrica, é mais

facilmente detectada.

Segundo Côrrea, Gianese e Caon (2001, p.322), “...a programação da produção aborda o

planejamento à curto prazo. Consiste em decidir quais atividades devem ser realizadas...”, este

conjunto de decisões, conforme o tipo de sistema produtivo, pode ser dos mais complexos

dentro da área de administração da produção”.

No intuito de atender a pequenas e médias empresas prestadoras de serviços, que já

começaram a trabalhar com um sistema ordenado e não empírico de PCP, foi criada esta

metodologia de implantação de um sistema de programação da produção com capacidade

finita que tem como objetivo apresentar na forma de passos, quais os itens relevantes que

devem ser observados antes e durante a implantação de um sistema desta natureza.

Como normalmente investimentos devem ser justificados e tendo em vista que nem sempre as

empresas sabem exatamente com o que estão lidando ou nem sempre possuem expectativas

realistas em relação ao que um sistema com capacidade finita pode ou não auxiliá-las, a

implantação foi dividida em duas etapas que serão detalhadas brevemente a seguir.

5.3 PRIMEIRA FASE DA IMPLANTAÇÃO

Na primeira fase as etapas 1, 2 e 3 são padrão para a implantação de qualquer novo

sistema, seja de programação da produção ou não, envolvem a formação da equipe de

implantação. Segundo Ballestero – Alvarez (2000, p. 31) “... um dos conceitos mais

importantes dentro do desenvolvimento e implantação de sistemas é o da formação da equipe.

Cada integrante deve conhecer sua tarefa e sua participação na responsabilidade comum”. Já

as etapas 4 e 5 visam determinar o estágio atual do PCP, e quais as razões que levaram a

busca de um planejamento fino da produção, partindo-se da premissa que o sistema produtivo

já esta caracterizado. Nesta altura da implantação todas as perguntas relativas ao processo,

Page 50: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

38

capacidade produtiva, integração atual de sistemas, restrições, entre outras, devem ser

elaboradas e documentadas para uso posterior. Finalmente a etapa 6 é a mais importante na

primeira fase de implantação, uma discussão franca sobre as reais expectativas da empresa em

relação ao novo sistema. Este procedimento é o fator determinante para se continuar ou não

na solução proposta de implantação. É preciso que a equipe de trabalho e a direção elaborem

um sistema conceitual, tendo em vista suas necessidades mais urgentes. Este sistema será

utilizado na segunda fase da implantação, e será o fator de comparação para a escolha de um

sistema real ofertado pelo mercado. A Figura 5.1 a seguir apresenta o fluxograma

esquemático com as etapas a serem seguidos durante a primeira fase de implantação do

sistema de programação da produção com capacidade finita em pequenas e médias empresas

prestadoras de serviços.

O sistema irá atender

às expectativas?

Sim

Segue para a Segunda Fase

Não Busca nova solução

03.Nivelamento da equipe de trabalho

06. Brainstorming

05. Levantamento dos Problemas atuais do PCP

04. Levantamento das Características atuais do PCP

02. Comprometimento dos Envolvidos

01.Formação da Equipe de trabalho

Início

Figura 5.1 - 1˚ Fase de implantação de um sistema com capacidade finita para programação da produção

Page 51: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

39

5.4 SEGUNDA FASE DA IMPLANTAÇÃO

O início da segunda fase nos leva a realizar uma pesquisa de mercado em busca do

sistema que melhor se adequa a necessidade da empresa, o que deve ser feito somente após a

conclusão da primeira fase, pois nesta altura da implantação já serão conhecidas as

dificuldades do PCP e suas expectativas de melhoria. Antes de iniciar a etapa seguinte é

importante definir se o sistema com capacidade finita irá trabalhar em modo stand alone, ou

seja, sem interface com um banco de dados, fazendo a programação de modo manual ou se

esta interface será feita a fim de executar a programação de modo automático. O maior fator

de decisão neste caso, é o número de ordens que a produção recebe por dia, o que varia

bastante de uma manufatura de bens para uma manufatura de serviços.

A partir desta definição segue para a etapa 8 que deverá ser a integração do sistema de PCP e

do sistema escolhido ou a inserção dos dados de fabricação e processo, dependendo da forma

de trabalho escolhida. Na seqüência a etapa 9 diz respeito às regras de seqüênciamento

disponíveis no sistema e qual a regra ou regras que melhor irão se adequar ao tipo de

produção, tendo em vista quais as prioridades que devem ser atendidas. A fase de testes, etapa

10, pode ou não ser executada em paralelo com a produção. Esta etapa definirá se o software

já esta pronto ou não para ser implantado (etapa11) ou se serão necessários novos ajustes no

mesmo.Na seqüência serão vistas cada uma das etapas da metodologia de implantação

sugerida em detalhes.A Figura 5.2 a seguir apresenta o fluxograma esquemático com as etapas

a serem seguidas durante a segunda fase de implantação do sistema de programação da

produção com capacidade finita em pequenas e médias empresas prestadoras de serviços.

Page 52: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

40

Não

Sim

10.Regras de Seqüênciamento e inserção das variáveis do processo

Fim

Necessita Ajustes?

12.Implantação do sistema

11.Fase de Testes

09. Inserção de Dados de Fabricação do Processo

08. Forma de integração do

Software

07.Escolha do sistema

Início da 2° Fase

Figura 5.2 - 2˚ Fase de implantação de um sistema com capacidade finita para programação da produção

Page 53: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

41

5.5 ETAPA 01 – FORMAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO

Ao iniciar um trabalho de implantação de qualquer tipo de sistema é preciso levar em

consideração que a equipe escolhida, além de ser comprovadamente a mais competente,

também deverá possuir tempo disponível para a execução do projeto e para isto as outras

tarefas deverão ser redirecionadas. Parece algo irrelevante de se citar em um fluxograma, mas

equipes sobrecarregadas, mal definidas e sem um cronograma a seguir, tendem a deixar

escapar detalhes relevantes ao processo.

Para a implantação da metodologia proposta sugere-se um profissional da área de PCP, um ou

dois profissionais da área de processos da empresa onde será feita à implantação e um

profissional da área de informática, preferencialmente sistemas.

Conforme Ballestero – Alvarez (2000, p. 38), alguns itens devem chamar a atenção na hora da

formação da equipe:

• O pessoal mais capacidade deve estar sempre disponível para participar da

implantação do sistema;

• Uma vez escolhidos, eles devem ser relevados de todas as outras atividades a eles

atribuídas;

• Deve ser dado treinamento adequado frente às necessidades detectadas;

• É importante que no inicio os profissionais se familiarizem com cronogramas,

objetivos, orçamentos, etc...

• Devem saber em detalhes quais suas atribuições dentro da equipe;

• Detalhar a forma que se espera que as tarefas se desenvolvam, os padrões e

normas que devem ser obedecidos, o tipo de documentação que será aplicada e o

tipo de controle que será exercido;

• Deve ser apresentada toda a documentação que até o momento exista, nada é

confidencial para um participante da equipe;

• A montagem da equipe depende do tipo de atribuições que ela terá e não de

preferências pessoais.

Faz-se notar que todas estas recomendações devem se adequar ao perfil da empresa e que tem

como finalidade proporcionar mais rapidez e eficácia ao processo de implantação.

Page 54: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

42

5.6 ETAPA 02 – COMPROMETIMENTO DOS ENVOLVIDOS

Além da disponibilidade de tempo, outro aspecto dos mais intangíveis e mais

comprometedores para o sucesso ou fracasso de qualquer projeto em qualquer área de atuação

é o comprometimento da equipe com o trabalho a ser executado, e este não deve partir

somente da equipe envolvida, mas também da gerência e direção. É importante que se faça

uma reunião onde a direção explane suas necessidades, expectativas e limitações de

investimento em relação ao novo sistema. Também é muito importante que a equipe de

implantação esteja ciente dos objetivos à serem alcançados, dos prazos a serem cumpridos e

do real envolvimento da direção com o projeto, desta forma os membros da equipe se

sentiram motivados e confiantes da importância do papel que assumem perante a implantação.

5.7 ETAPA 03 - NIVELAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO

Para dar inicio aos trabalhos, há necessidade de um nivelamento do conhecimento,

que da mesma forma que o comprometimento, não se faz necessário somente na equipe de

trabalho, mas também na gerência e direção. É preciso que as pessoas envolvidas no processo

falem a mesma linguagem a fim de evitar mal entendidos ou gerar falsas expectativas.

Com a equipe nivelada, embora mantendo a função especifica de cada integrante, o trabalho

tende a evoluir mais rapidamente, uma vez que a distribuição de tarefas será mais fácil e seus

resultados mais eficazes.

Entre os conhecimentos necessários para o nivelamento da equipe podem ser citados:

• Tipos produtivos;

• Diferenças entre sistemas de capacidade finita e infinita;

• Conhecimento do ciclo produtivo;

• Metas a serem alcançadas;

• Atual estágio do PCP da empresa.

5.8 ETAPA 04 - LEVANTAMENTO DAS CARACTERISTICAS ATUAIS DO PCP

Várias perguntas devem ser feitas neste passo de implantação, entre elas:

• Todos os processos estão cadastrados no atual sistema de PCP?

Page 55: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

43

• Existem processos especiais?

• Todas as máquinas estão cadastradas?

• Os turnos de produção já estão definidos e cadastrados para cada posto

operativo?

• Existem matrizes de setup?

• Qual é o tipo de manufatura a ser atendido, bens ou serviços?

• Quais são as atuais prioridades para a entrada de uma ordem na produção?

Estas variáveis e todas mais que se julgarem necessárias para o delineamento do atual PCP

devem ser feitas e devidamente registradas para uso posterior.

É importante se fazer notar que não existe uma estrutura ideal ou padrão para a implantação

de softwares com capacidade finita, porém produções complexas e produções com vários

níveis de montagem têm apresentado melhor relação custo x beneficio em relação a

programação da produção com softwares desta natureza.

5.9 ETAPA 05 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS ATUAIS DO PCP

O nível de complexidade da programação de produção depende de vários fatores.

Segundo Côrrea, Gianese e Caon (2001, p. 324), em termos de ordens os principais problemas

são:

• As ordens de produção apresentam datas de entrega diferentes;

• Cada ordem está em um estado diferente de realização;

• As ordens podem apresentar tempos de set-up diferenciados;

• Cada ordem pode ter roteiros alternativos;

• Prioridades por cliente variam;

• Reprogramações freqüentes que podem ser devidas à prazos de entrega, gargalos

em recursos produtivos e outros fatores inesperados.

Já em termos de recursos produtivos, os autores apresentam como principais fatores de

aumento da complexidade de programação:

• Máquinas quebram;

• Manutenção;

• Ferramentas indisponíveis no momento programado;

Page 56: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

44

• Falta de funcionários. E por último os fatores relacionados a operações:

• Problemas de qualidade;

• Tempo de perecibillidade;

• Restrições a tamanho de lotes;

• Tempo de pós-produção (cura, secagem, resfriamento, etc...);

• Operações em paralelo.

5.10 ETAPA 06 - BRAINSTORMING

Tendo em mãos todos os dados que traçam o atual perfil do PCP da empresa e seus

problemas, chega à hora da equipe, gerência e direção discutirem quais são os problemas que

devem ser combatidos primeiramente. Poderão ser aqueles que resultam em maior prejuízo

para a empresa ou os quais resultaram em lucros maiores ou mais imediatos ao serem

contornados. Todos estes dados devem ser obtidos através do levantamento histórico da

empresa através de uma base de dados. Este passo é vital para a continuidade do processo de

implantação do sistema de programação da produção com capacidade finita, em razão disto, a

importância da participação de todos os níveis hierárquicos envolvidos.

Nesta hora deve ser deixado bem claro que o bem comum deve sobrepor ao bem de um único

segmento, a análise deve ter uma resposta simples e clara se o novo sistema com capacidade

finita irá atender as necessidades atuais de melhoria do PCP. Se a resposta for positiva, a

direção sinalizará com o prosseguimento do projeto. Em caso contrário, outras soluções

deveram ser buscadas pela equipe de implantação.

5.11 ETAPA 7 - ESCOLHA DO SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA

Vários fatores além do econômico devem ser considerados na escolha do sistema a

ser empregado, conforme Côrrea, Gianese e Caon (2001, p.348), “... o alinhamento deste

sistema ao sistema definido conceitualmente pela empresa, a verificação da forma como o

mesmo aborda particularidades relevantes da empresa, a avaliação da capacitação e

confiabilidade do fornecedor, bem como eventuais restrições internas”.

Em geral os sistemas com capacidade finita obedecem aos seguintes critérios de classificação:

Page 57: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

45

• Método de solução do problema;

• Grau de interação com o usuário;

• Suporte às ações do planejamento.

A tabela 5.1 traz um resumo da classificação dos sistemas de programação da produção com

capacidade finita, Côrrea, Gianese e Caon (2001).

Tabela 5.1 - Classificação dos sistemas de programação da produção com capacidade finita

Côrrea, Gianese e Caon (2001)

• Segundo o método de

solução do problema

• Baseados em regras de liberação;

• Matemáticos otimizantes;

• Matemáticos heurísticos;

• Sistemas especialistas puros;

• Apoiados em redes neurais.

• Segundo o grau de

interação com o usuário

• Sistemas abertos;

• Sistemas semi-abertos;

• Sistemas fechados;

• Sistemas semi-fechados.

Classificação dos

Sistemas de

Programação da

Produção com

Capacidade Finita

• Segundo o suporte às

funções do planejamento

da produção

• Plano mestre de produção;

• Programação da produção;

• Gestão dos materiais integrada

a capacidade;

• Controle de produção.

5.11.1 Classificação dos Sistemas segundo o Método de Solução do Problema

Regras de liberação: utilizam regras para decidir qual ordem de serviço irá ser feita primeiro.

Tem como ferramenta aproximadamente uma centena de regras.

Matemáticos otimizantes: utiliza algoritmos matemáticos otimizantes, o resultado é o melhor

possível, dentro da meta que se quer atingir. Normalmente são utilizados na solução de

problemas restritos.

Page 58: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

46

Matemáticos heurísticos: usam as chamadas regras do bom senso, que buscam soluções

viáveis e não ótimas. São baseados em mecanismos de busca e apresentam um elevado grau

de complexidade.

Especialistas puros: baseia-se em inteligência artificial, usando a coleta de informações de

especialistas em determinada área e transformando-os em regras de seqüênciamento.

Apresentam poucas opções comerciais.

Apoiados em redes neurais: simulam o processo de aprendizado da mente, são baseados em

inteligência artificial. São aplicáveis a problemas que denotam uma solução adaptativa e

reativa, ainda tem pouca aplicação na programação da produção.

5.11.2 Classificação dos Sistemas segundo o Grau de Interação com o Usuário

Sistemas abertos: é necessária a interação com o usuário. Este pode definir regras e alterar

decisões geradas pelo sistema.

Sistemas fechados: a responsabilidade de decisão recai sobre o sistema. O usuário apenas

define alguns critérios, por exemplo, gargalos de produção.

5.11.3 Classificação dos Sistemas segundo o Suporte às Funções do Planejamento da Produção

Sistemas de apoio ao plano mestre de produção: definem quantidades e itens de produtos

finais a serem produzidos.

Sistemas de apoio à programação da produção: definem seqüência de execução das ordens

de serviços e os postos produtivos, dentro de um horizonte de tempo.

Sistemas de gestão de materiais integrada a capacidade produtiva: gerenciam estoques de

forma sincronizada à capacidade produtiva.

Sistemas de controle da produção: permitem monitorar a realização do plano ou das ordens

planejadas.

Page 59: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

47

5.12 ETAPA 08 – FORMA DE INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM CAPACIDADE FINITA AO SISTEMA DE

GESTÃO EXISTENTE

Um sistema de programação da produção com capacidade finita é, muitas vezes, um

substituto ao que originalmente seria o módulo de SFC, Shop Floor Control, - Controle de

chão de fábrica – de um sistema MRP II. Analisando neste contexto a não integração do

sistema com capacidade finita ao sistema de gestão da produção pode gerar sérios problemas,

entre outros podemos citar:

• Duplicação de informações;

• Aumento da mão de obra especializada;

• Esquecimento de ordens de serviço;

• Entradas de ordens de serviço em tempo não real;

• Necessidade de hardware dedicado.

“Um sistema de programação da produção com capacidade finita não deve ser

gerenciado de maneira isolada, ou seja, não integrado às demais dimensões temporais do

planejamento, bem como às demais funções da empresa. Neste contexto, estes sistemas

podem assumir uma função de complementação em relação aos sistemas do tipo MRP

II,...”Côrrea, Gianese e Caon (2001, p.359).

Porém é importante notar que grande parte das empresas que atuam principalmente na

manufatura de serviços, não possuem um sistema de MRP II, e sim, softwares como banco de

dados e sistemas muitas vezes não integrados para gerenciamento de suas ordens de serviço e

emissão de notas fiscais. Um estudo de interfaceamento entre o sistema existente e o sistema

de capacidade finita pode economizar muito tempo e ajudar a evitar erros futuros.

De um modo geral a escolha entre fazer ou não a interface entre o sistema existente

deve levar em consideração principalmente à caracterização do ambiente produtivo. Na área

de serviços muitas vezes o número de ordens de fabricação diárias é muito elevado e a

inserção manual destas ordens demandaria em um adicional de custo com operador do sistema

e hardware dedicados. Em qualquer das opções escolhidas pela empresa, algumas entradas

são necessárias para que o sistema com capacidade finita possa escolher as regras de

seqüênciamento e gerar programações de produção, são elas, independentemente da

integração ou não dos sistemas de programação da produção:

Page 60: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

48

• Ordens de produção (data de início, data de entrega prometida);

• Recursos produtivos e suas disponibilidades (turnos de trabalho e feriados);

• Especificações do processo (roteiros normais e alternativos, passos dos

processos, recursos que podem ser disponibilizados, tempos de setup, etc...).

• Restrições do processo, temperatura, necessidade de tempo de espera zero entre

operações, etc...

5.13 ETAPAS 09 E 10 - INSERÇÃO DAS VARIAVEIS DO PROCESSO E REGRAS DE SEQÜÊNCIAMENTO

Nesta fase já devem ser conhecidas todas as etapas do processo suas variáveis e

restrições de qualquer natureza. Agora será feita a introdução destas restrições e variáveis

para que o sistema possa de maneira autônoma ou não, escolher entre as regras de

seqüênciamento disponíveis que melhor se adaptem ao PCP da empresa. Caso esta regra não

esteja disponível é possível criá-la especificamente para cada sistema produtivo através de um

sistema de arquitetura aberta ou semi-aberta.

5.14 ETAPA 11 - FASE DE TESTES

“Normalmente o teste global de um sistema esta dividido em três fases importantes, a

simulação, a execução e os resultados”, Ballestero-Alvarez (2000, p.110).

A fase de simulação entra com dados especialmente criados para o sistema, são dados que

podem ou não refletir a realidade operacional da empresa. Já a fase de execução é feita com

base em dados reais, iniciando-se com menor freqüência diária e aumentado-se

gradativamente até refletir a totalidade de operações. Por último, porém não menos

importante, a fase de resultados onde é feita a comparação entre os dados gerados na fase de

execução e os reais fornecidos pela empresa, de modo que com esta verificação possam ser

quantificados os problemas e os ajustes necessários.

5.15 ETAPA 12 - IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

Existem três formas padrão para a implantação de um novo sistema em uma

produção, independentemente de qual será sua utilização , Ballestero-Alvarez (2000, p.116).

Page 61: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

49

• Mudança imediata abandona-se o processo anterior e o novo sistema inicia suas

operações;

• Processamento em paralelo, os dois sistemas funcionam simultaneamente;

• Modular, o sistema é dividido em módulos e cada um deles é executado primeiro

em paralelo, testando todas as divergências e só então o antigo é abandonado.

A Tabela 5.2 apresenta as vantagens e desvantagens decorrentes de cada forma de

implantação.

Tabela 5.2 Forma de implantação x vantagens e desvantagens

Método Mudança Imediata Processamento em Paralelo Modular

Vantagens • Ausência de duplicidade

no processamento

• Ausência de duplicidade

de mão de obra

• Redução do custo de

processamento

• Recuperação das

informações em caso de erro

• Correção fácil em caso

de erro

• Fácil comparação entre

resultados

• Permanência dos dados

históricos

• Segurança na

implantação,

os resultados podem ser

compreendidos

• Correção imediata

de erros

• Evita perdas de

informação ou arquivos

Desvantagens • Novo sistema pode não

atender necessidades

• Novo sistema não opera

com dados reais

• Ausência das saídas

necessárias

• Duplicidade de operações

• Duplicidade de controles

• Repetições de operações

• Aumento do risco de erros

• Aumento da mão de obra

• Não verifica a

lógica global

• Aumento de

tempo de processamento

• Aumento do

consumo de mão de obra

• Grande

proliferação de

documentos

Como podemos observar na tabela 5.2, qualquer dos métodos apresentados para a

implantação de um novo sistema possui vantagens e desvantagens, para a seleção do método

mais adequado Ballestero-Alvarez (2000, p.117) sugere itens que irão ajudar nesta escolha:

• Mudanças imediatas são necessárias quando ocorre uma demanda de urgência na

introdução a curto prazo no usuário;

• Mudança modular é aconselhável quando existe complexidade e vulnerabilidade

do sistema, grande diferença com relação ao sistema existente, ou grandes

divergências de credibilidade;

Page 62: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

50

• Grandes volumes de transações podem gerar tempo excessivamente alto quando

a execução é em paralelo;

• Disponibilidade de alternativas de segurança podem facilitar a mudança imediata.

6 ESTUDO DE CASO

6.1 SOCIESC SERVIÇOS INDUSTRIAIS - SSI

O Departamento de Tratamento Térmico da SSI oferece atualmente 16 tipos de

tratamentos regulares, entre térmicos e termoquímicos, além destes oferece ainda dezenas de

tratamentos especialmente desenvolvidos para atender as necessidades de seus clientes. Neste

estudo de caso iremos nos ater aos tratamentos regulares.

Tratamento térmico - Operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido que

compreendem aquecimento, permanência em determinadas temperaturas e resfriamento,

realizados com a finalidade de conferir ao material determinadas características.

Tratamento termoquímico - Conjunto de operações realizadas no estado sólido que

compreendem modificações na composição química da superfície da peça, em condições de

temperatura e meio adequadas.

São eles:

• Alívio de tensões

• Recozimento isotérmico

• Recozimento pleno

• Normalização

• Cementação

• Têmpera

• Nitretação

• Austempêra

• Têmpera + Revenido

• Cementação + Têmpera + Revenido

• Solubilização

• Precipitação

• Revenido

Page 63: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

51

• Subzero

• Calcinação

• Nitretplus

Para uma melhor compreensão dos processos, serão vistas as definições dos principais

tratamentos térmicos e termoquímicos oferecidos, (www.brasimet.com.br, 2002).

Alívio de tensões - Tratamento térmico realizado para reduzir as tensões provindas de fatores

como usinagem, soldas, eletroerosões entre outros. É composto por um aquecimento até a

temperatura de austenitização, permanência nesta temperatura até completa equalização,

resfriamento rápido até a faixa de formação da bainita, permanência nesta temperatura até

completa transformação. Utiliza-se para peças que necessitam de alta tenacidade (efeito-

mola).

Recozimento isotérmico – usado para uniformizar e refinar a granulação, é obtida uma

melhor homogeneização do que no recozimento, pois a temperatura de tratamento é mais alta.

É um termo genérico que indica um tratamento composto de aquecimento controlado até uma

determinada temperatura, permanência nessa temperatura durante um certo intervalo de tempo

e resfriamento regulado para a finalidade em vista.Utiliza-se para peças de ferro fundido que

necessitem de menor dureza do que a obtida após a fundição.

Recozimento pleno – usado para regularizar a estrutura bruta de fusão, possibilitando maior

homogeneidade aos materiais fundidos, regularizar as estruturas de materiais deformados a

frio, regularizando ou eliminando tensões existentes, regularizar a estrutura proveniente de

tratamentos térmicos anteriores, remover tensões devidas a irregularidades no resfriamento de

diferentes partes de peças, eliminação de impurezas gasosas.

Normalização - tratamento térmico, caracterizado por aquecimento acima da zona crítica e

por equalização nesta temperatura seguida de resfriamento uniforme ao ar, sem restringi-lo ou

acelerá-lo, até a temperatura ambiente.Utiliza-se para peças que necessitem ser usinadas, com

remoção de cavacos, para evitar-se o "empastamento" das ferramentas de usinagem.

Cementação - tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial com

carbono.Utiliza-se para peças que necessitem de alta dureza superficial, alta resistência á

fadiga de contato e submetidas a cargas superficiais elevadas.

Têmpera - tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocidade superior á

velocidade crítica de têmpera, a partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços

hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica, para os aços hipereutetóides, resultando

em transformação da austenita em martensita.Utiliza-se para peças que necessitem de alta

Page 64: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

52

rigidez. Sem o necessário complemento de um revenimento, as peças temperadas apresentar-

se-ão, quase sempre frágeis.

Nitretação - tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial com

nitrogênio.Utiliza-se para peças que necessitam de alta resistência a fadiga de contato, alta

resistência ao atrito adesivo e submetidas a cargas superficiais baixas.

Austêmpera - tratamento isotérmico composto de aquecimento até a temperatura de

austenitização, permanência nesta temperatura até completa equalização, resfriamento rápido

até a faixa de formação da bainita, permanência nesta temperatura até completa

transformação. Utiliza-se para peças que necessitam de alta tenacidade (efeito-mola).

Revenido - tratamento térmico de uma peça temperada ou normalizada, caracterizado por

reaquecimento abaixo da zona crítica e resfriamento adequado, visando a ajustar as

propriedades mecânicas.Utiliza-se para peças recém-temperadas, com a finalidade de

reduzirem-se as tensões produzidas durante a têmpera.

Subzero - tratamento realizado abaixo de 0ºC. Particularmente, resfriamento de um aço a uma

temperatura abaixo de 0ºC para transformação da austenita retida em martensita.Efetua-se este

tratamento em peças cuja variação dimensional, em serviço, deva restringir-se,

exclusivamente, àquela determinada pelo coeficiente de dilatação térmica do aço, ou seja, sem

a sobreposição de distorções dimensionais causadas por transformações cristalográficas da

austenita em martensita.

Nitretplus - Nitretação gasosa em aço AISI H13 totalmente isento de camada branca, tendo

como resultado o aumento significativo em vida útil de ferramentas de injeção de alumínio.

6.2 ETAPA 01 – FORMAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO

A equipe de implantação foi formada por uma acadêmica do Curso de Tecnologia em

Mecânica Ênfase em Manufatura do IST – Instituto Superior de Tecnologia, encarregada de

fazer o levantamento de dados e após inseri-los sistema, por um técnico de processos e pelo

supervisor de produção que auxiliaram na coleta dos dados relevantes. O desempenho da

equipe foi prejudicado devido ao fato da não dedicação integral dos funcionários do

departamento de Tratamento Térmico, o que gerou atrasos por desinformações, informações

incompletas, dados repetidos, dificuldade na compreensão da complexidade e restrições do

processo. Isto foi superado, em parte, graças ao interesse e dedicação dos funcionários

envolvidos.

Page 65: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

53

6.3 ETAPA 02 – COMPROMETIMENTO DOS ENVOLVIDOS

É a etapa mais difícil de ser mensurada pois trata de valores intangíveis como

estímulo, credibilidade e ética. Foram feitas várias reuniões onde foram explanadas as

necessidades de implantação de um software de PCP que possibilitasse efetuar um

planejamento mais fino da produção. Ficou claro para toda equipe que a implantação de uma

nova tecnologia traz além dos benefícios diretos esperados, a melhoria da imagem da empresa

aos olhos do cliente, que espera que algo novo resulte em uma melhora nos serviços

prestados, seja técnica ou de atendimento.

6.4 ETAPA 03 – NIVELAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO

O nivelamento da equipe de trabalho e gerência foi realizado em diversas reuniões e

cursos específicos, porém nem todos os envolvidos tiveram a oportunidade de realizar o curso

que era dedicado aos primeiros contatos com o software que viria a ser escolhido, o que gerou

atrasos, pois alguns integrantes da equipe realizaram o curso separadamente com o auxilio de

uma apostila.

6.5 ETAPA 04 – LEVANTAMENTO DAS CARACTERISTICAS ATUAIS DO PCP

O Departamento de Tratamento Térmico é composto por 18 fornos, 3 câmaras de pré-

aquecimento e 01 tanque de resfriamento, a Tabela 6.1 apresenta a distribuição atual de

processos por postos operativos.

Page 66: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

54

Tabela 6.1 – Fornos x Tratamentos

Forno Tratamento(s)

1 Alívio de tensões, recozimento pleno, normalização, revenido, precipitação

2 Nitretplus, normalização, revenido, precipitação, solubilização

3 Alívio de tensões, recozimento pleno, revenido, normalização

5 Cementação, recozimento isotérmico, têmpera, austêmpera, solubilização

6 Cementação, austêmpera, recozimento isotérmico, solubilização, tempera

7 Nitretplus, normalização, revenido, alívio de tensões, precipitação, solubilização

9 Austêmpera, normalização, recozimento isotérmico, solubilização, tempera, pré-aquecimento

10 Austêmpera, normalização, solubilização, tempera, pré-aquecimento

11 Tempera (aço rápido)

12 Alívio de tensões, recozimento isotérmico, revenido, resfriamento

13 Revenido, resfriamento, austêmpera 15 Revenido, resfriamento, austêmpera

16 Alívio de tensões, recozimento isotérmico, revenido, resfriamento

17 Normalização, alívio de tensões, recozimento pleno, revenido, precipitação

18 Normalização, alívio de tensões, recozimento pleno, revenido, precipitação

20 Alívio de tensões, recozimento isotérmico, revenido, resfriamento

21 Nitretação, Nitretplus

22 Normalização, alívio de tensões, recozimento pleno, revenido, tempera

Câmara de pré-aquecimento

04 Pré-aquecimento 09 A Pré-aquecimento 10 A Pré-aquecimento Câmara de resfriamento

14 Resfriamento (salmoura)

Page 67: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

55

Conforme observamos na Tabela 6.1, cada forno pode ser utilizado em mais de um

processo, além disto, cada forno possui um percentual de aproveitamento, o que restringe sua

carga produtiva, isto é apresentado na Tabela 6.2.

Tabela 6.2 – Fornos x capacidade produtiva

Recurso Compr. (mm)

Largura (mm)

Profund. (mm)

Volume Máx

(dm3)

Peso (kg)

Utilização%

Peso Máx (kg)

Área Máx. (mm2)

F01 400 500 900 180,0 1404,0 50 702 120000 F02 400 700 88,0 686,1 30 206 75398 F03 290 400 600 69,6 542,9 50 271 69600 C04 700 1200 950 798,0 6224,4 50 3112 504000 F05 450 850 800 306,0 2386,8 50 1193 229500 F06 450 850 800 306,0 2386,8 50 1193 229500 F07 500 800 157,1 1225,2 40 490 117810 F09 500 800 157,1 1225,2 40 490 117810 C09 500 800 157,1 1225,2 40 490 117810 F10 500 1100 216,0 1684,7 35 590 117810 C10 500 1100 216,0 1684,7 30 505 117810 F11 200 400 12,6 98,0 10 10 18850 F12 500 800 157,1 1225,2 40 490 117810 F13 800 1000 900 720,0 5616,0 50 2808 480000 R14 800 1500 900 1080,0 8424,0 18 1516 720000 F15 650 850 650 359,1 2801,2 50 1401 331500 F16 500 800 157,1 1225,2 40 490 117810 F17 140 380 180 9,6 74,7 50 37 31920 F18 200 500 200 20,0 156,0 50 78 60000 F20 600 900 254,5 1984,9 30 595 169646 F21 560 800 197,0 1536,9 50 768 147781 F22 650 1000 650 422,5 3295,5 50 1648 390000

Com esta capacidade produtiva instalada, o departamento de Tratamento Térmico recebe

cerca de 120 ordens de serviços diárias e trata aproximadamente de 60 toneladas/mês, com

um índice de retrabalho abaixo de 1%. A tabela 6.3 apresenta a produção do mês de

março/2002 em percentuais relativos aos tipos de processos.

Page 68: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

56

Tabela 6.3 – Produção percentual (março/2002)

Tratamento Peso (Kg) % Aço Rápido 1914,56 3,4% Alívio de Tensões 10471,95 18,7% Austêmpera 4568,75 8,2% Cementação+Têmpera 8184,31 14,6% Nitretação 2823,23 5,0% Normalização 950,56 1,7% Nitretplus 1589,92 2,8% Recozimento 2102,04 3,8% Solubilização 3100,48 5,5% Subzero 349,61 0,6% Têmpera+Revenido 11374,57 20,3% Tratamentos Diversos 140,46 0,3% Têmpera+Revenido 8479,91 15,1% Total 56050,35 100,0%

6.4.1 Funcionários

Trabalham atualmente no departamento 20 funcionários, sendo que 13 estão no chão

de fábrica em contato direto com o processo, 03 são apontadores encarregados de dar entrada

e baixa nas ordens de serviços, além do contato direto com o público e 04 estão em algum

nível de chefia. A Tabela 6.4 relaciona os turnos de serviços.

Tabela 6.4 - Turnos do Departamento de Tratamento Térmico

Turno Segunda à Sexta Sábado

1º Turno 05:00h / 13:42h 05:00h / 10:45h

2º Turno 13:18h / 22:00h 10:45h / 16:30h

3º Turno 22:00h / 05:30h

1º Turno Apontadoria 05:00h / 15:00h

2º Turno Apontadoria 13:00h / 22:42h

Horário Normal 07:27h / 17:25h

Page 69: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

57

A Figura 6.1 apresenta um fluxograma dos funcionários do Departamento de Tratamento

Térmico.

Apontador

Controle de Qualidade

Apontador

Apontador

Técnico de Processos

Auxiliar/Embalagem

Controlador

Auxiliar

Forneiro I

Forneiro II

Auxiliar

Auxiliar

Forneiro I

Auxiliar

Auxiliar

Forneiro I

Forneiro II

Supervisor de Processos Supervisor de Produção

Encarregado

Fluxograma dos Funcionários do Tratamento Térmico

Figura 6.1 – Funcionários x turnos de trabalho

6.6 ETAPA 05 – LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS ATUAIS DO PCP

O levantamento atual da estrutura de PCP gerou um pouco mais de trabalho do que o

normalmente esperado na implantação de um sistema deste porte. A empresa não possui um

PCP formal e também não havia fluxogramas de processo. Estavam disponíveis apenas alguns

cadastros existentes no sistema de MRP II (Magnus - DATASUL), que encontravam-se

porém, incompletos. De uma forma geral as ordens de serviço são emitidas incompletas e

preenchidas pelo supervisor de produção ou pelo técnico de processos. Dados como tempo de

Page 70: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

58

cada operação são assim preenchidos baseados somente na experiência dos funcionários não

havendo registros no sistema de produção existente. Este quadro levou a equipe a decidir por

um novo levantamento de processos, criação de fluxogramas e definições de equipamentos e

horários específicos para cada processo cadastrado, além da abertura de novos processos.

A Tabela 6.6 apresenta os tratamentos cadastrados no sistema MRP II já existente no

departamento de Tratamento Térmico. Como veremos a seguir, este registro também esta de

forma incompleta o que pode vir a gerar erros na etapa de cadastramento em um software com

capacidade finita. Também a descrição de cada tratamento esta de forma incompleta no

sistema, uma vez que as ordens de serviços – OS – são emitidas pelo programa, sem o número

do posto produtivo e sem o tempo de cada operação.

Tabela 6.6 - Tratamentos registrados no sistema MRP II

Código Tratamento

10 alivio de tensões

20 recozimento isotérmico

30 recozimento pleno

40 normalização

50 cementação

60 têmpera

70 nitretação

80 austêmpera

110 têmpera+revenido

120 cementação+tempera+revenido

130 solubilização

140 Precipitação

150 Revenido

160 sub-zero

170 Calcinação

180 Nitretplus

Tomando como exemplo o código 10 da tabela acima, vemos que alivio de tensões

não especifica se o tratamento será feito em banho de sal ou forno mufla, de forma análoga, o

Page 71: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

59

código 110, têmpera + revenido, pode tratar de aço rápido ou aços variados, o que não é

especificado pela forma de registro atual. Partindo-se destas dificuldades encontradas, foi

criada uma nova tabela para código de processos, especificando-se o máximo possível cada

tratamento, Tabela 6.7.

Tabela 6.7 – Nova tabela de tratamentos

Código Tratamento 10 alívio de tensões banho de sal (atmosfera controlada)

11 alívio de tensões (mufla)

20 recozimento pleno

30 recozimento isotérmico

40 Normalização

41 normalização à ar

70 Nitretação

71 nitretação + alivio

80 Austêmpera

110 têmpera+revenido

111 têmpera+revenido (aço rápido)

120 cementação+tempera+revenido

130 Solubilização

140 Precipitação

150 Revenido

170 Calcinação

180 Nitretplus

Após terem sido separados os processos com mesma finalidade e mesmo nome, mas com

diferentes formas de execução, foi iniciada a elaboração dos fluxogramas de processos. Em

uma primeira etapa, foi criada uma tabela com todas as operações relativas a cada um dos

processos citados na Tabela 6.7 acima. Estes processos podem ser vistos em detalhe na Tabela

6.8.

Page 72: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

60

Tabela 6.8 – Tratamentos x operações

Código Tratamento Operações 10 alívio de tensões banho de sal

(atmosfera controlada) a) Apontadoria b) Preparação c) Fornos d) Resfriamento ao ar e) Limpeza f) Controle g) Expedição

11 alívio de tensões (mufla) a) Apontadoria

b) Preparação c) Fornos 01,02,03,07,17,18,22 d) Resfriamento no próprio forno e) Controle f) Expedição

20 recozimento pleno a) Apontadoria

b) Preparação c) Têmpera Fornos 01,03, 17, 18,19,22 d) Resfriamento Fornos e) Limpeza f) Controle g) Expedição

30 recozimento isotérmico

a) Apontadoria b) Preparação c) Pré-aquecimento Fornos 04,09a,10 a d) Têmpera Fornos 05,06,09 e) Resfriamento Isotérmico Fornos

12,16,20 f) Limpeza g) Controle h) Expedição

40 normalização

a) Apontadoria b) Preparação c) Pré-aquecimento Fornos 04,09a,10 a d) Tempera Fornos 05,06,09,10 e) Resfriamento ao ar calmo f) Limpeza g) controle h) expedição

Page 73: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

61

Código Tratamento Operações 41 normalização à ar

a) Apontadoria b) Preparação c) Tempera Fornos 22 à ar d) Resfriamento ao ar calmo e) Limpeza f) controle g) expedição

70 nitretação

a) Apontadoria b) Preparação c) Nitretação Fornos 21,23 d) Resfriamento ao ar calmo e) Limpeza f) Controle g) Expedição

71 nitretação + alívio

h) Apontadoria i) Preparação j) Nitretação Fornos 21,23 k) Resfriamento ao ar calmo l) Limpeza m) Controle n) Expedição

80 austêmpera

a) Apontadoria b) Preparação c) 1° Pré-Aquecimento 04,09a,10a d) Austempêra Fornos 05,06,09,10 e) Resfriamento Fornos 13,15 f) Limpeza g) Controle h) Expedição

110 têmpera+revenido

a) Apontadoria b) Preparação c) 1° Pré – Aquecimento Fornos 04,09a,10ad) 2° Pré – Aquecimento Fornos 05,06,09 e) Têmpera Fornos 05,06,09,10 f) Resfriamento no forno g) 1° Revenido Fornos

01,02,03,07,12,13,15,16,20,22 i) 2° Revenido ii) 3° Revenido iii) 4° Revenido

h) Limpeza i) Controle j) Expedição

Page 74: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

62

Código Tratamento Operações 111 têmpera+revenido (aço rápido)

a) Apontadoria b) Preparação c) 1° Pré – Aquecimento Fornos 04,09a,10a

i) 2° Pré – Aquecimento Fornos 09 ii) 3° Pré – Aquecimento Fornos10

d) Têmpera Fornos 11 e) Resfriamento no forno 12,16,20 f) 1° Espera (Resfriamento ao ar) g) 1° Revenido Fornos 12,16,20

i) 2° Espera (Resfriamento ao ar) ii) 2° Revenido Fornos 12,16,20 iii) 3° Espera (Resfriamento ao ar) iv) Teste de dureza (Define a

temperatura do próximo revenido) v) 3° Revenido Fornos 12,16,20 vi) 4° Espera (Resfriamento ao ar) vii) Limpeza viii) Controle ix) 4° Revenido Fornos 12,16,20

h) Limpeza i) Controle j) Expedição

120 cementação+tempera+revenido

a) Apontadoria b) Preparação c) 1 Pré-aquecimento Fornos 04,09a e 10a d) Cementação Fornos 05 e 06 e) Tempera Fornos 05,06,09 e 10 f) Resfriamento no forno g) 1 Revenido Fornos 01,02,03,07,12,13,15 16,20 e 22

120 cementação+tempera+revenido

h) 1° Revenido Fornos 01,02,03,07,12,13,15,16,20,22 i) 2° Revenido ii) 3° Revenido iii) 4° Revenido

i) Limpeza j) Controle k) Expedição

130 Solubilização

a) Apontadoria b) Preparação c) Solubilização Fornos 05,06,09,10,22 d) Resfriamento em água ou ar soprado

Forno 14 e) Limpeza f) Controle

g) Expedição

Page 75: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

63

Código Tratamento Operações 140 Precipitação

a) Apontadoria b) Preparação c) Precipitação Fornos

01,02,03,07,17,18,19 d) Resfriamento em água ou ar soprado

Forno 14 e) Limpeza f) Controle g) Expedição

150 Revenido

a) Apontadoria b) Preparação c) 1° Revenido d) Fornos 01,02,03,07,12,13, e) 15,16,20,22

i) 2° Revenido ii) 3° Revenido iii) 4° Revenido

f) Limpeza g) Controle

h) Expedição 180 Nitretplus

a) Apontadoria b) Preparação o) Nitretação 21,23 c) Difusão 01,02,03,07,21,23 d) Resfriamento ao ar calmo e) Limpeza f) Controle

g) Expedição

Após ter sido feito o detalhamento de cada processo, especificando-se as operações e postos

operativos a serem utilizados, foi iniciada a fase de fluxogramas de processos. O fluxograma

de alívio de tensões, Figura 6.4, apresenta os dois tipos de tratamentos com o mesmo nome

que podem ser realizados pelo Departamento de Tratamento Térmico da SSI, porém, um dos

tratamentos é feito em banho de sal e outro em câmara de ar. Neste caso, o critério de escolha

para qual tratamento que deverá ser executado é o material a ser tratado. A Figura 6.2

apresenta o fluxograma do tratamento de Alívio de tensões.

Page 76: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

64

Expedição Controle

Resfriamento ao ar

Resfriamento ao ar

Alívio de Tensão (Mufla)

Fornos 01,03,07,17,18 e 22

Limpeza

Resfriamento no Forno 01, 03, 17,18 e 22

Alívio de Tensão Banhode Sal Fornos 12,16 e

20

Preparação Apontadoria

Figura 6.2 – Fluxograma de alivio de tensões

Os demais fluxogramas de processos são apresentados no Anexo 1, ao final deste

trabalho. Em seguida ao desenvolvimento dos fluxogramas de processo foi criada uma tabela

de horários para os fornos, relacionando-se faixas de horário a tratamentos específicos. A

Tabela 6.9 mostra o horário de disponibilidade de cada recurso e sua faixa de temperatura de

trabalho. Atualmente não existe uma faixa de horário específica para os tratamentos, as OS

são alocadas assim que entram em produção, sempre que possível são respeitadas as datas de

entrega para seqüenciamento da produção. Este tipo de seqüenciamento não permite um bom

controle do aproveitamento dos recursos produtivos e também dificulta a análise de carga x

posto operativo.

Page 77: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

65

Tabela 6.9 - Horário de trabalho por recurso x tratamentos x temperatura

Forno Horário (hs) Material Tratamento Temperatura (° C)1 18:00 / 06:00 Alívio/Recozimento/Normalização 480 / 580

1B 06:00 / 18:00 Sem Seqüenciamento 2 24 horas Sem Seqüenciamento 3 18:00 / 06:00 Alívio/Recozimento/Normalização 480 / 580

3B 06:00 / 18:00 Sem Seqüenciamento 4 24 horas Aquecimento 450 5 24 horas Cementação/Recozimento Isot. 930 6 06:00 / 18:00 Têmpera (Cementação) 780/810 18:00 / 21:00 Têmpera (Outros) 840/1000 22:00 / 03:00 Têmpera (Cementação) 780/810

7 03:00/06:00 Têmpera (Outros) 840/1000 9 09:00 / 12:00 Aço Rápido 800 12:00 / 15:00 VND 800 / 820 15:00 / 18:00 1045 830 / 860 18:00 / 21:00 VM40 860 / 880 21:00 / 24:00 F.F. 880 / 910 24:00 / 03:00 VND 800 / 820 03:00 / 05:00 1045 830 / 860 05:00 / 08:00 VM40 860 / 880 08:00 / 09:00 Limpeza

9 A 24hs Aquecimento 450 / 500 10 09:00 / 12:00 Aço Rápido 900

12:00 / 14:00 VW3 / FF 900 / 930 14:00 / 17:00 D6 950 / 970 17:00 / 23:00 420 / H13 / D2 980 / 1030 23:00 / 02:00 D6 950 / 970 02:00 / 05:00 VW3 / FF 900 / 930 05:00 / 08:00 420 / H13 / D2 900 / 930 08:00 / 09:00 Limpeza

10 A 24hs Aquecimento 450 / 500 11 09:00 / 12:00 Aço Rápido Exclusivo Aço Rápido não desliga 12 08:00 / 09:00 Limpeza

09:00 / 12:30 Resfriamento Aço Rápido 520 12:30 / 08:00 1/2/3 Revenido/Resfriamento

13 02:00 / 03:00 Limpeza 03:00 / 02:00 1 Revenido/Resfriamento 180

14 02:00 /03:00 Limpeza 03:00 / 02:00 Resfriamento água

15 02:00 /03:00 Limpeza 03:00 / 02:00 1 Revenido/Resfriamento 280

16 08:00 / 09:00 Limpeza 09:00 / 08:00 Resfriamento/Revenido 520 /650

17 24hs Sem Seqüenciamento 1000

Page 78: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

66

Tabela 6.9 - Horário de trabalho por recurso x tratamentos x temperatura

Forno Horário (Hs) Material Tratamento Temperatura (˚C) 18 24hs Sem Seqüenciamento 1000 20 08:00 / 09:00 Limpeza

09:00 / 08:00 Resfriamento/Revenido 520 /650 21 24hs Nitretação 490 22 24hs Sem Seqüenciamento 1050

Nesta etapa foi observado que além das restrições de horários e faixas de temperatura de

trabalho alguns fornos possuem uma restrição quanto ao tipo de material a ser tratado. Por

questões técnicas, o aço rápido não deve ser tratado em conjunto com outros aços e, devido a

isto, fornos que executam o tratamento deste tipo de material devem ter seus horários

escalonados por material. Se tomarmos os fornos 09 e 10 como exemplo, notamos que o

horário de tratamento de aço rápido é exclusivo, enquanto nos outros horários o

seqüenciamento é feito por faixa de temperatura de trabalho podendo misturar diversos tipos

de aços. Para finalizar esta parte, podemos citar como importantes características produtivas:

• A produção é feita em lotes, que variam de peso, tamanho e forma;

• O seqüenciamento deve ser feito levando-se em conta a temperatura de trabalho

de cada operação, que deve ser sempre crescente;

• Entre inúmeras operações o tempo de setup é igual a zero, embora em um mesmo

processo possa haver tempos de setup diferentes;

• A maior restrição secundária encontrada é o tamanho do lote em relação à

capacidade de cada forno;

• Não há necessidade de listas de materiais;

• Alguns materiais devem ser tratados de forma isolada, como exemplo podemos

citar o aço rápido;

• Cada posto operativo pode executar um ou mais tipos de tratamentos;

• É necessário fazer divisão de lotes em algumas ordens de serviço;

6.7 ETAPA 06 – BRAINSTORMING

Nesta etapa a equipe de implantação e a direção reuniram-se para descrever as

dificuldades encontradas, apresentar o mapeamento do PCP realizado na etapa anterior e

definir se o projeto de implantação deveria continuar ou não. Ficou decidido que a princípio

Page 79: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

67

independente do software que viria a ser escolhido, não seria integrado ao banco de dados já

existente, mas que a equipe deveria estudar possibilidades para futuras integrações. Também

ficou definido que tanto a equipe quanto a direção confiavam na implantação do software com

capacidade finita, entendiam os problemas e o grau de complexidade envolvido e iriam

trabalhar para que o resultado fosse alcançado. Nesta reunião, assim como em outras, foi

comentada a possibilidade de controle das OS no chão de fabrica e ficou decidido que o

software a ser utilizado deveria permitir futuras integrações tanto com o banco de dados

(sistema MRP II), quando com o chão de fabrica.

6.8 ETAPA 07 – ESCOLHA DO SISTEMA

O software escolhido para o desenvolvimento da implantação foi o PREACTOR em

sua versão 400, a escolha se deu por vários motivos: interface amigável, arquitetura aberta e

vasta opção de regras de seqüenciamento. Além destes fatores, a versão 400 do software foi

escolhida por permitir o seqüenciamento em paralelo das ordens de serviço, o que se mostrou

muito útil no estudo de caso. A Figura 6.3 apresenta a tela inicial do software.

Figura 6.3 – Tela de apresentação do software PREACTOR

Page 80: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

68

O software PREACTOR é apresentado em diferentes versões que visam se adequar as

diferentes necessidades do usuário.

PREACTOR lite;

PREACTOR 200;

PREACTOR 300;

PREACTOR 400 (versão APS);

PREACTOR 100 (visualizador);

A Tabela 6.10 apresenta as principais características do software em todas as suas versões,

(www.tecmaran.com.br).

Tabela 6.10 – Características x versões

Característica do Produto Versão 200 300 400 Banco de dados, menus e relatórios totalmente configuráveis

pelo usuário

Seqüenciamento automático total ou parcial

Seqüenciamento interativo de ordens ou operações

Seqüenciamento para frente Seqüenciamento para trás a partir da data final Seqüenciamento bi-direcional a partir de operações específicas Critérios usuais de seqüenciamento (prioridade, data de entrega,

ordem de chegada)

Tempo de processamento e de setup dependente do recurso

utilizado

Tempo de setup dependente da seqüência de operações no

recurso

Dimensionamento do uso de recursos secundários por operação Rota de produção por produto Diferentes tipos de taxa de produção (tempo por item, por lote, taxa por hora ou específica) Divisão ou transferência automática ou manual dos lotes de

fabricação

Programação e travamento interativo de operações específicas Restrições ao uso dos recursos de capacidade finita de produção

Page 81: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

69

Tabela 6.10 – Características x versões

Característica do Produto Versão 200 300 400 Características

Uso de recursos de capacidade infinita (terceiros, espera) Seleção automática do melhor recurso dentro do grupo de

recurso

Escolha manual de operações alternativas e/ou adicionais Ajuste manual das condições de produção das operações Montagens simples e operações em paralelo Mudança nos padrões gráficos para a disponibilidade dos

recursos

Função de repetição ou fracionamento de ordens Padrões de turnos semanais por recurso Paradas programadas e feriados Eficiências e estados de calendário definidos pelo usuário Gráficos de Gantt por Recursos ou Ordens de Produção Gráficos de tempos de espera por recurso Gráficos da utilização de recursos secundários Relatórios de utilização de recursos em intervalos específicos Relatórios WYSWYG configuráveis pelo usuário

(Ex: listas de trabalho por recurso, ordens atrasadas, cartões de

rota)

Relatórios gerenciais de desempenho Uso de Data de Início Mais Cedo para cada operação Importação de dados de planilhas eletrônicas Integração via transferência de arquivos texto padrão ASCII Integração com outros softwares (ERP, SFDC, MRP) através de

ActiveX (OLE)

Indicação de operações finalizadas, atrasadas e antecipadas

Localização instantânea de ordens e operações Múltiplas restrições por recurso / operação Restrição para uso simultâneo para recursos específicos Escolha interativa de rotas alternativas de produção Particularidades de processos industriais complexos

Page 82: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

70

Tabela 6.10 – Características x versões

Característica do Produto Versão 200 300 400 Restrição entre operações (tempo máximo ou mínimo)

Escolha de recurso preferencial em função do tempo

de espera

Limite de tempo para operação específica Atualização via lotes intermediários Controle de montagens complexas Turnos de produção não semanais por recurso primário Padrões de turnos para recurso secundários Controle de materiais intermediários Consolidação de ordens Tecnologia Open Planning Board ® Regras padrão de otimização baseadas em simulação Regras e lógicas de programação personalizadas (Visual Basic) Critérios específicos de seleção de recursos Lista de explosão de materiais (BOM) SMC – Controle Estático de Materiais e Estoques Automação de tarefas no quadro de programação (Visual Basic)

6.8.1 Regras Padrões

O software PREACTOR dispõe de 11 regras estáticas e 16 regras dinâmicas já

formatadas para seleção da ordem de carregamento, dispõem ainda de mais 5 regras para a

escolha de seleção de recurso a ser utilizado. Entre as principais regras que podemos citar na

versão APS temos:

• Carregamento Paralelo

• Seqüência Preferida

• Seqüenciamento Para Frente

• Seqüenciamento Para Trás

• Minimizar WIP Para Frente

• Minimizar WIP Para Trás

Page 83: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

71

• Gargalo Dinâmico

As regras podem ser rodadas de forma global, onde uma regra é usada para todas as

ordens a serem programadas ou “Específica por Produto”, onde as regras de seqüenciamento

são diferentes para cada ordem. Além das regras disponíveis com o PREACTOR APS, o

usuário pode criar suas próprias regras de seqüenciamento. A tecnologia OPB permite criar

regras personalizadas em Visual Basic, auxiliado por um assistente de métodos que é

fornecido junto ao Software.

As regras de Carregamento Paralelo e Seqüência Preferida podem ser utilizadas somente no

modo “Global”, ou seja, todas as operações das ordens a serem programadas serão

seqüenciadas usando a mesma regra de programação. As demais regras podem ser usadas

tanto no modo “Global” quanto no modo “Específica por Produto”.

Carregamento Paralelo - O carregamento paralelo é usado no PREACTOR APS, que utiliza

o conceito de seqüenciamento baseado em fila (QBS). É mais uma “Regra Global”, onde

todas as operações de todas as ordens serão seqüenciadas usando a mesma lógica.

Seqüência Preferida - A regra de Seqüência Preferida usa a programação QBS no

PREACTOR e é uma “regra global” na qual todas as operações serão tratadas do mesmo

modo seja para produto ou lote específico. Usa-se uma regra de programação que ordena uma

fila de espera de um ou mais recursos de acordo com o(s) atributo(s) da Ordem. Estes incluem

tempo de setup, tempo de processo e razão crítica. O usuário pode selecionar atributos

adicionais nos campos especificados no arquivo de programação.

Minimizar WIP para Frente - As opções de “Minimizar WIP para Frente” e “Minimizar

WIP para Trás” são similares. Ambas são projetadas para minimizar o intervalo de espera

entre todas as operações da ordem, ou seja,o tempo entre o início da primeira operação e o

término da última operação. Isto significa que a quantidade de trabalho em processo (WIP)

será minimizada.

Minimizar WIP Para Trás - A regra de Minimizar WIP Para Trás trabalha com o mesmo

conceito que a regra anterior. Desta vez a primeira Ordem é seqüenciada pra trás utilizando a

data de entrega como parâmetro. Como o sistema está vazio, o intervalo entre operações já se

encontra minimizado.

Gargalo Dinâmico - A regra de Gargalo Dinâmico é usada para superar problemas de espera

causada por recursos gargalos onde o recurso que restringe a produção muda a cada dia, até

mesmo a cada hora. A razão do termo “dinâmico” é porque cada ordem decide onde é seu

gargalo individual.

Page 84: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

72

6.9 ETAPA 08 - FORMA DE INTEGRAÇÃO DO SOFTWARE

Quando se pensa na integração de um sistema com capacidade finita com outros

sistemas de planejamento e controle, deve-se decidir qual o nível de integração é o mais

adequado para o caso. Em geral, dois aspectos devem ser observados:

• O primeiro é saber quais os dados referentes à ordem e ao roteiro do processo que

devem ser transferidas;

• O segundo é definir como serão tratadas as atualizações dos arquivos de ambas as

partes no andamento do processo.

Normalmente, esses pontos podem ser tratados separadamente, mas em alguns casos, devem

ser considerados em conjunto. Tendo em vista os dois fatores acima apresentados e levando

em consideração que:

• O atual sistema de MRP II (Magnus – DATASUL), não possui cadastros

completos de processos e postos operativos, necessitando de uma atualização de

bancos de dados;

• O software Magnus foi descontinuado, o que levou a direção do departamento a

fazer um estudo visando encontrar a melhor solução em MRP II.

Foi tomada a decisão de trabalhar inicialmente com o PREACTOR de modo stand alone e

mais tarde fazer a integração do sistema não somente ao MRP II mas também com o chão de

fábrica.

6.10 ETAPA 09 - INSERINDO DADOS NO SISTEMA

Para uma boa programação da produção é preciso conhecer a demanda e capacidade

produtiva da empresa, setor ou célula que se deseja programar. Entre alguns itens importantes

podemos destacar:

• Tamanho do lote;

• Datas de entrega;

• Prioridades;

• Matéria-prima;

• Tempo de setup;

• Recursos preferenciais;

Page 85: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

73

• Regime de trabalho;

• Eficiência dos recursos;

• Paradas planejadas;

• Rotas alternativas de produção;

• Níveis de montagem;

• Vínculos entre operações , entre outros.

6.10.1 Recursos Produtivos

O primeiro passo para a configuração do banco de dados do software foi o cadastro

dos recursos produtivos disponíveis no setor de Tratamento Térmico. A Figura 6.4 apresenta a

tela de dados de recursos do PREACTOR.

Figura 6.4 – Tela de dados de recursos

Page 86: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

74

Ao inserir os recursos produtivos no software, deve-se sempre que possível, inserir de modo

simultâneo as restrições de cada posto operativo. No caso estudado, a maior restrição

secundária encontrada foi o peso do lote que poderia ser tratado de uma única vez. A Figura

6.5 apresenta a tela de restrições secundárias. Nesta tela também é informado se o posto

operativo deve ser considerado de capacidade finita ou infinita.

Figura 6.5 – Tela de restrições secundárias

A Figura 6.6 apresenta a edição de cada uma das restrições secundárias por posto operativos,

podemos ver que, por exemplo, o forno 1 possui uma restrição de peso equivalente a 700 kg.

Esta restrição será utilizada integralmente sempre que a eficiência do forno estiver acima de

0% e é acrescentada gradativamente até que o seu limite seja alcançado.

Page 87: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

75

Figura 6.6 – Valor máximo de restrição secundaria x posto operativo

Após todos os recursos produtivos terem sido inseridos no banco de dados do PREACTOR

foi feita a divisão em grupos de recursos. Cada grupo esta relacionado a um processo

produtivo ou mais. A Figura 6.7 apresenta os grupos de recursos criados para este estudo de

caso e a Figura 6.8 mostra a seleção de postos operativos em cada um dos grupos de recursos

criados. Ao total 48 diferentes grupos de recursos foram cadastrados.

Figura 6.7 – Tela de grupos de recursos

Page 88: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

76

Figura 6.8 – Tela de seleção de postos operativos x grupos de recursos

6.10.2 Estados de Calendário

A próxima etapa da inserção de dados é a inclusão dos turnos de trabalho e de sua

eficiência habitual, por exemplo, um forno em horário de manutenção possui uma eficiência

zero. A Figura 6.9 apresenta a tela de estados de calendário e a Figura 6.10 os turnos de

trabalho por posto operativo.

Figura 6.9 – Tela de estados de calendário

Page 89: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

77

Figura 6.10 – Turnos de trabalho por posto operativo

6.10.3 Cadastro de Produtos

Cada um dos processos oferecidos pelo setor de Tratamento Térmico foi cadastrado

como um produto. Todas as suas operações foram detalhadas em seqüência, cada operação

ainda possui o cadastro dos postos operativos preferenciais e disponíveis. A Figura 6.11

apresenta a tela de cadastro dos processos no PREACTOR. Ao total foram cadastrados 127

diferentes tipos de operações, distribuídas entre os 16 diferentes processos ofertados.

Page 90: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

78

Figura 6.11 – Tela de cadastro de produtos (processos)

A Figura 6.12 detalha uma das operações do processo de recozimento pleno, é importante

notar que o campo código do processo normalmente é preenchido com o código de registro do

sistema de MRP utilizado pelo setor, porém, como comentado anteriormente não foi possível

esta integração entre os sistemas. A Figura 6.13 mostra o quadro de seleção de recursos para o

processo, o campo grupo de recursos apresenta o grupo escolhido para a operação, estes

recursos podem ainda sofrer uma nova seleção no campo dados do recurso. Como a operação

mostrada é a operação inicial do processo, observa-se a necessidade de neste primeiro passo

preencher o campo recurso requerido, o que nas outras operações do processo será feito

automaticamente pelo sistema.

Page 91: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

79

Figura 6.12 – Tela de operações por processo

Figura 6.13 – Tela de recursos requeridos por processo

Page 92: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

80

6.11 ETAPA 10 – REGRAS DE SEQÜENCIAMENTO E VARIAVEIS DO

PROCESSO

6.11.1 Atributos

Os Atributos do Produto possibilitam ao usuário definir características que serão

atribuídas aos produtos, como por exemplo a cor do produto. Dentro de uma característica

específica, é dado um ranking de prioridade para cada registro, ex. produtos brancos devem

ter uma prioridade maior do que produtos amarelos. Estes atributos são programados através

de regras de seqüência preferida, consolidando ordens similares dentro do horizonte de

programação.

Os atributos do produto podem ser muitos úteis quando interferem nos tempos de

setup. Neste caso, é possível usar propriedade de setup e setup para mesma propriedade no

lugar da matriz de setup dependente da seqüência, o qual requer dados mais complexos. No

PREACTOR APS outros dois atributos estão disponíveis: a regra de seqüenciamento e o

horizonte de otimização. A Figura 6.14 apresenta a tela de edição de atributos do

PREACTOR, onde é apresentado um dos atributos de seqüenciamento escolhidos, a

temperatura do processo.

Figura 6.14 – Tela do editor de atributos

Deve-se notar, que o atributo não trabalha dentro de uma faixa de temperatura, apenas permite

que o seqüenciamento seja feito pelas diversas temperaturas de cada uma das operações dos

processos nas OS. Para que o atributo do produto seja observado no seqüenciamento das OS é

necessário informar ao PREACTOR qual a regra de seqüenciamento a ser utilizada. A Figura

6.15 apresenta a tela de configuração do sistema, nela pode-se ver que a regra de

seqüenciamento escolhida foi a da seqüência preferida, que é uma das regras do PREACTOR

Page 93: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

81

APS, esta regra somente pode ser utilizada na forma global, ou seja, todas as operações

deverão ser cadastradas dentro da mesma forma de seqüenciamento.

Figura 6.15– Tela de configuração do sistema

A Figura 6.16 apresenta a escolha da seqüência preferida por posto operativo. Os critérios

disponíveis aparecem à esquerda e podem ser selecionados para que o seqüenciamento siga a

ordem crescente ou decrescente do mesmo. No estudo de caso do tratamento térmico, optou-

se por um seqüenciamento baseado no atributo e em ordem crescente, ou seja, o PREACTOR

somente permitirá o seqüenciamento de OS em que a temperatura de operação seja maior que

a da OS anterior.

Figura 6.16 – Tela de critério da seqüência preferida

Page 94: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

82

6.12 ETAPA 11 – FASE DE TESTES

6.12.1 Ordens de Serviço

Após ter sido feita a configuração do banco de dados foi iniciada a inserção das ordens

de serviço. A Figura 6.17 apresenta a tela de edição de ordens de serviço.

Figura 6.17 – Tela de edição de ordens de serviço

Para que o seqüenciamento obedecesse ao atributo temperatura, foi criado um campo

especifico na tela de edição de ordens de serviço. Este campo varia de operação para

operação, uma vez que algumas operações têm uma temperatura de trabalho diferenciada em

relação às outras.

As Figuras 6.18 e 6.19 apresentam comparações entre as telas de edição de ordens com o do

campo criado em destaque. Na primeira operação mostrada, preparação, vemos que a

temperatura de trabalho é igual a zero. Já na operação seguinte notamos que o campo de

temperatura, possui um valor igual a 500˚C.

Page 95: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

83

Figura 6.18 – Tela de edição de ordens (operação de preparação)

Figura 6.19 – Tela de edição de ordens (operação de pré-aquecimento)

Page 96: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

84

6.12.2 Gerando a Programação

Para alocar as operações automaticamente, deve-se selecionar um dos critérios de

seqüenciamento disponíveis, por exemplo prioridade ou data final, na barra de ferramentas na

parte inferior da tela. em seguida, escolher um dos modos de programação: para frente ou para

trás, ou ainda, o ícone de regras APS, para seqüenciamento disponíveis somente nesta versão,

quando uma operação é programada, o PREACTOR calcula automaticamente o tempo

necessário para a operação ser executada naquele determinado recurso, este cálculo leva em

conta o tempo de setup, o tempo de processo por item, o tamanho do lote, a disponibilidade

do recurso e outros parâmetros de programação previamente definidos. A duração da

operação é graficamente representada pelo comprimento da barra. O tempo de setup total é

representado por uma barra negra posicionada à esquerda da barra de operação. Uma vez

terminado o trabalho de programação, deve-se fechar o módulo selecionando sair na barra de

ferramentas; desta forma a programação será salva automaticamente, selecionando abandonar,

as alterações não serão salvas. A Figura 6.20 apresenta o seqüenciamento feito a partir de uma

regra APS, na forma global atendendo a seqüência preferida, neste estudo de caso o atributo

da temperatura.

Figura 6.20 Seqüenciamento a partir de uma regra global

Page 97: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

85

A figura 6.21 mostra as ordens já alocadas, é interessante observar que o PREACTOR 400

permite o seqüenciamento em paralelo, como apresentado no forno 21, e ao mesmo tempo em

que as OS respeitam a restrição secundária da capacidade do forno, também respeitam o

seqüenciamento por temperatura, só permitindo as entradas de novas OS, que atentam a estes

dois requisitos.

Figura 6.21 Seqüenciamento em paralelo

6.13 ETAPA 12 – IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

A implantação do sistema ainda não foi realizada de maneira integral devido ao fato

que não se concluiu de forma integral até o momento a fase de testes. Além deste fator

também optou-se por aguardar mais um pouco para que a implantação seja feita de forma

mais completa, com a integração do PREACTOR ao sistema de MRP II e a um sistema de

controle no chão de fábrica.

Page 98: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

86

CONCLUSÃO

As maiores dificuldades encontradas foram devidas à falta de documentação do PCP

da empresa e ao fato de que a equipe de implantação não tinha um horário exclusivo para se

dedicar ao projeto, o que normalmente gerava atrasos e desencontros de informações. Apesar

destes contratempos, a metodologia se mostrou eficaz como um guia para a implantação de

um software com capacidade finita, guiando a seqüência a ser seguir e evitando que etapas

importantes sejam esquecidas.

O atual sistema de PCP da empresa se apresenta um pouco desestruturado e requer

alguns cuidados especiais que facilitem priorizar as ordens de serviço, que hoje são colocadas

de forma um pouco empírica na produção, dependendo única e exclusivamente do

conhecimento técnico do pessoal encarregado. Isto se mostra negativo em médio prazo, pois a

empresa tem planos de crescimento já para este segundo semestre, fica claro que ao aumentar

a capacidade produtiva, o controle das ordens de produção ficará cada vez mais complexo.

A metodologia sugerida para a implantação de um software com capacidade finita se

mostrou eficaz, ajudando em todas as fases, fazendo com que nenhuma etapa seja esquecida e

evitando pular etapas importantes no processo.

O estudo do seqüenciamento da produção, em uma primeira fase foi completo e

várias simulações executadas em paralelo com a mesma, sua implantação depende agora de

mais testes, análise dos resultados obtidos nas simulações e ajustes no software, além de

fatores de decisão exclusiva da direção do departamento. As simulações delinearam um perfil

de capacidade produtiva ociosa, porém isto só poderá ser comprovado através de mais

estudos.

O software de programação da produção com capacidade finita se mostrou apto a

resolver os problemas de uma produção com um mix muito variado, programação em

paralelo, divisão de lotes, lotes de tamanho variado e com alterações diárias de programação,

porém é necessário que se tenha em mente que o tempo de implantação será relativamente

longo, devido ao grau de complexidade do sistema produtivo e ao fato de que a implantação

não esta sendo auxiliada por representantes de nenhuma empresa de software diretamente.

Como sugestão para trabalhos futuros e tendo como intenção o melhoramento da

implantação iniciada, pode-se sugerir:

• Estudo de novos atributos a serem utilizados, por exemplo, tipo de material;

• Integração do sistema com capacidade finita a um MRP II, o que evitaria

entradas múltiplas de ordens de serviços;

Page 99: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

87

• Integração do sistema com capacidade finita ao chão de fábrica, para que através

de apontamentos seja possível iniciar um controle efetivo da produção.

Page 100: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

88

ANEXO 1 – FLUXOGRAMAS DE PROCESSOS

Alívio de Tensões

Apontadoria

Alívio de Tensão

Banho de Sal

Alívio de Tensão (Mufla)

Fornos 01,03,07,17,

Resfriamento ao ar

Preparação

Controle Expedição

Limpeza

Page 101: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

89

Austêmpera para aço

R

F A

Preparação Apontadoria

Pré-aquecimento ornos 04, 09A e 10

Controle

esfriamento Isotérmico

Fornos 13,15

Limpeza

Resfriamento ao

ar

Austenitização

Fornos 09, 06 e 05

Expedição

Page 102: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

90

Austêmpera para Ferro Fundido

2º Re

1º Re

Fo

F A

Re

Preparação Apontadoria

Pré-aquecimento ornos 04, 09A e 10

Controle Expedição

sfriamento Isotérmico

Forno 15

sfriamento Isotérmico

Fornos 15,13

Austenitização

rnos: F09,F05,F06,

sfriamento ao ar

Limpeza

Page 103: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

91

Cementação + Tempera + Revenido

2º Espera

3º Espera

l

Espera*

Espera Final

1º Espera

Apontadoria

Austenitização

Forno 05,06,09 e 10

Preparação 1º Pré- Aquecimento

Forrnos 04, 09A e10 A

Resfriamento

Forno 13,14 e 15

1º Revenido

Fornos 13,15 2ºRevenido

Fornos 01,02,03,07, 12,13,15,16,17,18,20,22

3º Revenido Fornos 12,16,20

Limpeza Controle

Cementação

Forno 05 e 06

Expedição

* Se necessário

Espera Fina

4º Revenido*
Page 104: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

92

Nitretação

Controle

Preparação

Limpeza

Resfriamento ao

ar

Nitretação

Forno 21

Expedição

Apontadoria

Page 105: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

93

Nitretplus

Apontadoria Preparação

Nitretação

Forno 21

o pr 1

Difusão no óprio Forno 2

Controle

Resfriamento ao ar

Limpeza

Expedição

Difusão em

utros Fornos

Page 106: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

94

Nitretplus + Alívio

Apontadoria Preparação

Nitretação

Forno 21

o

Alívio de Tensões Fornos 07, 02 e 21

pr 1

Difusão no

óprio Forno 2

Controle

Resfriamento ao ar

Expedição

Difusão em

utros Fornos

Page 107: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

95

Normalização

Apontadoria

Controle

Austenitização

Banho de Sal

Expedição

Limpeza

Austenitização

(Mufla)

Fornos 01, 03, 22,

17,18,02,07

Resfriamento ao

ar

Pré-Aquecimento

Fornos 04, 09A e 10A

Resfriamento ao

ar

Preparação

Page 108: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

96

Precipitação

PreparaçãoApontadoria

Precipitação

Forno 01, 02,

03,07,17,18,19

Controle

Resfriamento ar

soprado

Expedição

Limpeza

Resfriamento em

água Forno 14

Page 109: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

97

Recozimento Isotérmico

Apontadoria

Expedição

Controle

Austenitização

Fornos 09,06 e 05

Resfriamento

no Ar

Resfriamento no forno

Fornos 12,16 e 20

Limpeza

Pré Aquecimento

Fornos 04,09A,10A

Preparação

Page 110: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

98

Recozimento Pleno

Expedição

Resfriamento no

forno

Recozimento

Fornos 01, 03,17, 18 e 22

Preparação

Controle

Apontadoria

Page 111: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

99

Revenido

Apontadoria

Preparação

1º Revenido Fornos 01,02,03,07,12,

16,17,18,20,22

Limpeza

Controle

Expedição

Page 112: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

100

Solubilização

PreparaçãoApontadoria

Controle

Expedição

Resfriamento em

água Forno 14

06, 09,10

Resfriamento ar

soprado

Solubilização

Forno 22, 05,

Limpeza

Page 113: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

101

Tempera + Revenido Aço Rápido

Preparação 1º Pré- Aquecimento

Forrnos 04, 09A e10 A

Apontadoria

3º Espera

EF

1º Espera

AustenitizaçãoForno 11

2º Pré- Aquecimento

Forno 09

3º Pré- Aquecimento

Forno 10

1º Revenido Fornos 12,16,20

2º Revenido Fornos 12,16,20

Limpeza Controle

2º Espera

Resfriamento Fornos 12,16,20

Expedição

* Se necessário

Espera Final

spera inal

Espera*

3º Revenido Fornos 12,16,20

4º Revenido*

Page 114: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

102

Tempera + Revenido

Austenitização Forno 05,06,09,10 e 11

2º Pré- Aquecimento

Forno05,06 e 09

1º Pré- Aquecimento

Forrnos 04, 09A e10 A

Preparação Apontadoria

3º Espera

Espera Final

Espera*

Espera Final

1º Espera

1º Revenido Fornos 13,15,16,20

2º Revenido Fornos

01,02,03,07,12, 13,15,16,17,18,20,22

2º Espera

Limpeza 3º Revenido

Fornos 01,02,03,07,12,13,15,16,17,18,20,22

Controle

Expedição

4º Revenido*

Resfriamento Forno 12,13,15,16,20

* Se necessário

Page 115: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

103

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[01] AMERICO, Azevedo. Novas Formas de Organização da Produção. Faculdade de

Engenharia da Universidade do Porto. Disponível em: www.egi.ua.pt/cursos/files. Acesso em

22 maio 2002.

[02] BARROS FILHO, José Roberto de; TUBINO, Dalvio Ferrari. Implantação do

planejamento e controle da produção em pequenas e médias empresas. In: ENEGEP 1999,

Rio de Janeiro.

[03] BALLESTERO – ALVAREZ, María Esmeralda. Manual de organização sistemas e

métodos: abordagem teórica e prática da engenharia da informação. São Paulo: Atlas, 2000.

[04] BRASIMET, Comércio e Industria S.A. Disponível em: www.brasimet.com.br. Oferece

serviços e informações ao público sobre tratamento térmico. Acesso em 15 de março 2002.

[05] CÔRREA, Henrique L.; GIANESE, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento,

programação e controle da produção. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

[06] CORRÊA, H.L.; GIANESI, Irineu G.N. Administração Estratégica de Serviços. São

Paulo: Atlas, 1996.

[07] DAVIS, Mark M.; AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B. Fundamentos da

administração da produção. 3. ed. Porto Alegre:Bookman, 2001.

[08] FITZSIMMONS, J.; FITZSIMMONS, M. Service Management. 3 ed. McGraw-Hill,

2001.

[09] HESS, Ursula. Retroalimentação em Ttempo Real de Sistemas Avançados de

Planejamento e Programação. Disponível em www.straight.com.br. Acesso em 5 de maio

2002. [10] LORINI, Flavio José. Tecnologia de grupo e organização da manufatura. Florianópolis:

UFSC, 1993.

[11] MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção. São

Paulo. Saraiva, 2001.

[12] MDIC, Ministério do Desenvolvimento. Disponível em: www.mdic.gov.br. Oferece

serviços e informações ao público, contêm publicações, legislação e indicadores econômicos.

Acesso em 25 de abril 2002.

[13] PIRES, Silvio. Gestão estratégica da produção. Piracicaba: Unimep, 1995.

[14] Planejamento e controle da produção. Florianópolis: Senai – Ctai, [s.d.]

[15] RUSSOMANO, Victor Henrique. Planejamento e controle da produção. 5. ed. São

Paulo: Pioneira, 1995.

Page 116: METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE …grima.ufsc.br/Izabel/Artigos/Monografia.pdf · ii izabel cristina zattar metodologia para implantaÇÃo de um sistema de programaÇÃo

104

[16] SANTOS, Sandro Murilo. O conceito planejamento fino e controle da produção

aplicado em ambientes de ferramentarias. Florianópolis, 1997. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Produção) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina.

[17] SLACK, Nigel, et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.

[18] SLACK, Nigel.Vantagem competitiva em manufatura: atingindo competitividade nas

operações industriais. São Paulo: Atlas, 1993.

[19] TECMARAN, Master Reseller Preactor Brasil. Disponível em: www.tecmaran.com.br.

Oferece serviços e informações ao público, contêm publicações sobre o software Preactor.

Acesso em 05 de março 2002.

[20] TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de planejamento e controle da produção. São Paulo:

Atlas, 2000.

[21] TUBINO, Dalvio Ferrari; DE PAULA, Oscar França. Estruturando o PCP de Micro e

Pequenas Empresas Industriais. In: Anais do 20º Encontro Nacional de Engenharia de

Produção, 2000.