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Willian Marinho Dourado Coelho MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA CONTROLE QUIMICO DE INVERTEBRADOS DE INTERESSE PARA SAÚDE PÚBLICA Manual técnico 1 edição janeiro de 2015

MÉTODOS ALTERNATIVOS P ARA CONTROLE QUIMICO DE ... Veterinaria/Willian/Manual_controle... · complementar os métodos de controle já existentes, ... doenças e as formas de aplicação

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Willian Marinho Dourado Coelho

MÉTODOS ALTERNATIVOS

PARA CONTROLE QUIMICO DE

INVERTEBRADOS DE INTERESSE PARA SAÚDE

PÚBLICA

Manual técnico – 1 edição janeiro de 2015

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EDITORIAL

Prezados

Este manual foi elaborado com o objetivo

de informar a população e os profissionais envolvidos com

o controle de pragas urbanas sobre a ação de produtos

químicos que são utilizados no dia a dia nas atividades

domésticas e comerciais como uma alternativa eficaz na

eliminação de moluscos, aracnídeos e insetos.

Estas substâncias são, em sua maioria,

encontradas em lojas especializadas em vendas de

produtos de limpeza, mercados e casas agropecuárias. Os

animais aqui relacionados foram capturados na área

urbana e rural do município de Andradina-SP e, a

constatação da eficácia dos produtos, nas condições deste

estudo, foi realizada com base no cálculo da DL50 em

diluições seriadas, experimentando-se os animais em

ambiente controlado e, na fase final, a campo.

O tema tratado neste manual é de

relevância pois, nesta região e em outras áreas do país, a

presença desses animais tem ocasionado vítimas

humanas e animais corriqueiramente, inclusive, ceifando

vidas.

Assim, após um árduo ano de pesquisas,

fica o desejo de que essas informações sirvam para

complementar os métodos de controle já existentes,

beneficiando a comunidade com alguma melhoria na

eliminação de pragas urbanas.

Dados do autor: Willian Marinho Dourado Coelho

Pós – Doutor pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Campus de Araçatuba-SP.

Doutor pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Campus de Jaboticabal-SP.

Mestre pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Campus de Araçatuba-SP.

Graduado pela Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina-SP – FCAA Andradina-SP.

Professor do ensino superior pela Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina nos cursos de Medicina

Veterinária, Agronomia e Biotecnologia. Membro do corpo clínico da clínica médico veterinária –

CLINICÃO – Andradina-SP.

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PREFÁCIO

Grande quantidade de animais podem migrar para as

áreas urbanas em busca de alimento e abrigo, terminando por coabitar com

seres humanos e animais domésticos.

O ambiente criado nos conglomerados urbanos

favorecem a manutenção e a proliferação de diferentes animais que são,

em sua maioria peçonhentos ou vetores de doenças, como algumas

importantes zoonoses.

Esses seres, considerados como pragas urbanas, se

valem dos lixões, entulhos, terrenos baldios e sobras de alimentos para

completarem seu ciclo biológico, encontrando ainda, diversificado e farto

número de hospedeiros nas cidades e em suas cercanias.

Fica claro que esses animais são favorecidos pelo

desmazelo humano, que degrada e polui o meio ambiente, transformando

suas próprias residências, quintais e arredores, em verdadeiros depósitos de

lixo.

Deve-se citar ainda que o meio rural, as áreas de matas e

reservas florestais, cuja devastação ocorre escancaradamente dia após dia

para exploração dos recursos naturais e a implantação de monoculturas

favorece a urbanização do ciclo de grande número de animais

sinantrópicos, que causam e disseminam uma série de doenças.

Assim, será oferecido neste manual algumas informações

básicas sobre a biologia de alguns insetos, aracnídeos e molusco, de modo

que o leitor compreenda o quão necessária é a adoção de medidas

preventivas e de controle para que se possa combater e erradicar estas

pragas de seu lar e de sua comunidade, beneficiando a todos.

“ A ignorância de um povo é, das doenças, a mais perniciosa” Willian Marinho Dourado Coelho

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INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Os produtos químicos mencionados neste manual foram

selecionados para compor este estudo porque:

a) Podem ser encontrados facilmente;

b) São utilizados corriqueiramente nas atividades diárias domésticas,

empresariais e em ensino e pesquisa;

c) São substâncias de baixo custo, possibilitando o acesso à maior parte da

população;

d) A apresentação comercial de alguns produtos é feita em recipientes com

grandes volumes e que, após preparados, fornecem grandes

quantidades de inseticidas e moluscicidas;

e) Não requerem utilização de equipamentos especiais para seu preparo e

aplicação, que não o uso de equipamento de proteção individual (EPI)

mencionado pelo fabricante;

f) Que não foram testados anteriormente ou cuja rotulagem não o indique

para tal finalidade;

A constatação da eficácia foi estipulada com a aplicação

dos produtos à campo sobre os invertebrados por meio do cálculo da DL50

em diluições seriadas e, portanto, não seguem necessariamente as

especificações do fabricante quanto ao seu modo de preparo. A diluição

mencionada no texto refere-se a parte (volume) de produto por parte

(volume) de água. Cabe ressaltar que durante a aplicação desses produtos

foi possível observar a morte de diversos animais incluindo insetos, aranhas,

moluscos, pequenos répteis, anfíbios e até mesmo de plantas. Esses

compostos devem ser mantidos armazenados em locais seguros, conforme

informações na rotulagem, devendo ficar sempre longe do alcance de

crianças, incapazes e de animais.

É importante ressaltar que a pulverização desses produtos

age diretamente sobre a maioria dos animais sinantrópicos, ou ocasionando

sua morte, ou promovendo a criação um ambiente inóspito para estes

animais.

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SUMÁRIO

Controle químico do caramujo africano .......................................................................................................................... Breve revisão sobre a biologia do caramujo africano (Achatina fulica) e descrição dos produtos químicos alternativos que apresentaram , nas condições deste estudo, atividade moluscicida.

6

Controle químico do escorpião ........................................................................................................................................ Habitats e condições ideais para o estabelecimento dos escorpiões amarelo (Tityus serrulatus) e marrom (Tityus

bahiensis), sua importância enquanto causador de escorpionismo, mencionando quais produtos químicos são potencialmente tóxicos para estes aracnídeos.

7

Controle químico do bicho barbeiro................................................................................................................................ Descrição sucinta das características desses insetos e de sua importância como vetores da doença de Chagas, demonstrando, ainda ,como eliminar e repelir quimicamente esses parasitos.

8

Controle químico de pernilongos..................................................................................................................................... Principais locais de proliferação e abrigos dos pernilongos. Atuação destes insetos hematófagos como vetores doenças e as formas de aplicação de diferentes compostos químicos com atividade inseticida e repelente.

9

Controle químico de flebótomos...................................................................................................................................... Abordagem sobre os aspectos morfológicos e reprodutivos básicos do Lutzomyia longipalpis. Locais de procriação, importância desses insetos como parasitos e vetores da leishmaniose, e quais foram os produtos químicos que, quando aplicados nos locais onde habitam os flebotomíneos, apresentaram atividade inseticida, promovendo ainda o controle ambiental desse inseto.

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Controle químico de baratas ............................................................................................................................................ Principais locais que se constituem em abrigos desses artrópodes, seus inimigos naturais, importância como veiculadores de doenças e como eliminá-las a partir da aplicação de diferentes produtos químicos.

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Controle químico de aranhas ........................................................................................................................................... Função ecológica das aranhas, coabitação com seres humanos e animais. Descrição das principais espécies de interesse médico no Brasil e quais produtos químicos foram eficazes em matar e repelir esses animais .

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Barreira físico-química contra insetos............................................................................................................................. Método utilizado para impedir e repelir a entrada de insetos por frestas, fendas e buracos.

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Fontes consultadas........................................................................................................................................................... 14

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Pulverize sobre os caramujos solução

contendo:

1. Desinfetante de uso geral numa

concentração mínima de 30% ou sabão

líquido em concentração de 40% ou mais.

Obs: a eficácia dos produtos varia de acordo com a marca e

o princípio ativo utilizado.

2. Ativado ou solupan para limpeza de

veículos numa diluição de 1:5 e 1:20,

respectivamente;

3. Água oxigenada em concentração mínima

de 20%;

4. Formalina em concentração de 10%.

Obs: caso o molusco esteja recolhido em sua concha ou

embaixo de objetos é preciso revolvê-los, expondo-os ao

produto, sendo necessário, às vezes, uma segunda

pulverização.

Para morte imediata:

5. Utilize qualquer um desses produtos

isoladamente, pouco diluídos ou puros.

Informações básicas

Nome comum: caracol gigante africano.

Molusco terrestre, originário da África, que foi introduzido no Brasil visando o cultivo e a comercialização.

É um animal extremamente prolífero, resistente às intemperes, capaz de realizar quatro posturas anuais, gerando até 400 ovos.

Os ovos são de coloração branco a amarelados e são encontrados nas vegetações ou enterrados a poucos centímetros de profundidade.

Apresenta grande voracidade, alimentando-se de plantas ornamentais, nativas e de hortaliças.

A cultura deste molusco é considerada como atividade ilegal pois, sua presença em locais não nativos pode desencadear a extinção de espécies pertencentes à flora local.

Além de ser considerado como uma importante praga agrícola, este invertebrado participa no ciclo da angiostrongilíase abdominal e meningoencefálica humana, considerada como uma importante zoonose, além de causar a aelurostrongilose em gatos.

CARAMUJO AFRICANO Achatina fulica

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE QUÍMICO

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Pulverize sobre os escorpiões solução

contendo:

1. Piretróides e piretrinas;

2. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal);

Obs: nestes casos, a eficácia dos produtos tem grande

variação de acordo com a marca utilizada e a sua forma de

apresentação.

3. Formalina em concentração de 10%.

Dependendo do produto utilizado diretamente

sobre o animal e da concentração, a morte

dos escorpiões ocorre em até 2 minutos.

A pulverização contínua também impede que

os escorpiões retornem aos seus abrigos.

Obs: a asperção deve ser realizada no interior das

residências e em suas adjacências pois, os escorpiões que

não foram atingidos pelo produto podem se deslocar das

áreas onde foi executada a pulverização e adentrar os

domicílios.

Informações básicas

Nome comum: escorpião.

Artrópode terrestre capaz de habitar diferentes ambientes, principalmente as regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o gênero Tityus é o de maior interesse toxicológico.

São animais com elevada prolificidade, especialmente porque, uma única fêmea pode gerar populações sozinha.

Os escorpiões, assim como outras pragas urbanas, encontram condições ideais de sobrevivência nas áreas urbanas, valendo-se do acúmulo de lixo, terrenos baldios, construções inabitadas, entulhos, alimentação farta (insetos), e a ausência de predadores naturais.

De hábito predominantemente noturno, os escorpiões causam inúmeros acidentes com animais e seres humanos, podendo ocasionar até mesmo o óbito em se tratando de indivíduos jovens e idosos.

ESCORPIÃO Tityus spp.

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE QUÍMICO

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Pulverize diretamente sobre os bichos

barbeiros solução contendo:

1. Piretróides e piretrinas;

2. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal);

3. Ativado para limpeza de carro (ácido

sulfônico e associações) ou limpa pedras

(ácido clorídrico com ácido acético glacial),

numa diluição de 1:5 ou puro.

Obs: nestes casos, a eficácia dos produtos tem grande

variação de acordo com a marca utilizada e a sua forma de

apresentação.

4. Formalina em concentração de 10%;

5. Querosene ou óleo diesel.

No ambiente, a aplicação regular destes

produtos tornam os abrigos inóspitos aos

barbeiros e a outros animais.

Obs: quando possível, a pulverização deve ser realizada

também no interior das residências e em suas adjacências

pois, os bichos barbeiros que não foram atingidos pelo

produtos podem se deslocar das áreas onde foi executada a

asperção e adentrar os domicílios.

Informações básicas

Nome comum: bicho barbeiro ou chupança.

São insetos hematófagos obrigatórios, extremamente adaptados aos ambientes urbanos e periurbanos. Também ocorrem nas áreas rurais, especialmente onde existem criações de animais, com precárias condições de higiene e de instalações.

Possuem hábito noturno, alimentando-se de animais de sangue quente. Gostam de locais de temperaturas mais amena e ar seco, abrigando-se em frestas, ocos de madeiras, entulhos, casas de pau a pique e as áreas de matas.

São insetos que apresentam longevidade e prolificidade podendo, uma única fêmea, gerar centenas de ovos.

Estes parasitos são vetores de uma importante zoonose conhecida como doença de Chagas.

BICHO BARBEIRO Triatoma spp., Panstrongylus spp. e Rhodinius spp.

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Pulverize diretamente sobre os pernilongos

ou sobre suas larvas solução contendo:

1. Ativado para limpeza de carro (ácido

sulfônico e associações) ou limpa pedras

(ácido clorídrico com ácido acético glacial),

numa diluição de 1:10 ou 1:7;

2. Piretróides e piretrinas;

3. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal);

4. Formalina em concentração de 10%;

5. Querosene ou óleo diesel.

No ambiente, a aplicação contínua destes

produtos elimina as formas evolutivas do

parasito e desalojam os pernilongos de seus

abrigos.

Aplique os produtos nos locais onde existe

risco de haver acúmulo de água ou onde já

existem larvas dos mosquitos. O efeito

larvicida é imediato, com alguma ação

residual repelente.

Obs: se o ambiente permitir, a pulverização deve ser

realizada também no interior das residências e em suas

adjacências pois, os pernilongos que não foram atingidos

pelo produto podem se deslocar das áreas onde foi

executada a pulverização e adentrar os domicílios.

Informações básicas

Nome comum: mosquito da dengue, pernilongo.

Os pernilongos são insetos alados, hematófagos, presentes em todas as regiões do Brasil. São animais que proliferam nas áreas residenciais ou em suas proximidades. Na zona urbana, esses parasitos encontram uma ampla variedade de locais para habitarem como em terrenos baldios, lixões, casas abandonadas ou mal cuidadas, proliferando abundantemente em locais onde se acumula água.

O mosquito comum tem como hábito se alimentar de sangue durante a noite. Já os do gênero Aedes, principal transmissor da dengue, realiza o repasto sanguíneo durante o dia, especialmente nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde. Gostam de locais sombreados dentro e fora dos domicílios.

O mosquito Aedes aegypti pode transmitir também a febre amarela.

PERNILONGOS Culex spp., Aedes spp.

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Pulverize no ambiente solução contendo

1. Ativado para limpeza de carro (ácido

sulfônico e associações) ou limpa pedras

(ácido clorídrico com ácido acético glacial),

numa diluição de 1:10 ou 1:7;

2. Piretróides e piretrinas;

3. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal);

4. Formalina em concentração de 10%;

5. Querosene ou óleo diesel.

A aplicação contínua destes produtos elimina

as formas evolutivas do parasito e desalojam

os flebótomos de seus abrigos.

No ambiente:

Prepare os produtos deixando-os mais

concentrados e realize a asperção nos locais

onde existe matéria orgânica acumulada. O

efeito inseticida é imediato com ação

residual repelente.

Obs: se o ambiente permitir, a pulverização deve ser

realizada também no interior das residências e em suas

adjacências pois, os flebotomíneos que não foram atingidos

pelo produto podem se deslocar das áreas onde foi

executada a pulverização e adentrar os domicílios.

Informações básicas

Nome comum: birigui, tatuquira, cangalha.

São pequenos insetos alados com 1 a 3 mm de comprimento, corcundas e com asas estreitas que permanecem levantadas quando estão pousados.

As fêmeas são hematófagas e põe cerca de 40 a 50 ovos em lugares escuros e úmidos, principalmente em matéria orgânica em decomposição. A população destes insetos é abundante onde existem terrenos baldios, galinheiros, chiqueiros, canis e lixões.

As larvas se alimentam de restos orgânicos evoluindo para ninfas que são praticamente imóveis. Ao atingirem a fase adulta, os insetos se tornam bastante ativos, principalmente nos períodos crepusculares e noturnos.

Durante o repasto sanguíneo, as fêmeas podem transmitir as leishmanioses para animais e humanos.

FLEBÓTOMOS Lutzomyia spp.

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Pulverize diretamente sobre as baratas

solução contendo:

1. Ativado para limpeza de carro (ácido

sulfônico e associações) ou limpa pedras

(ácido clorídrico com ácido acético glacial),

numa diluição de 1:7 ou 1:5;

2. Piretróides e piretrinas

3. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal).

4. Formalina em concentração de 10%;

5. Querosene ou óleo diesel.

Com exceção do querosene e óleo diesel, os

demais produtos foram utilizados também em

ralos, caixas de gordura e esgoto, sendo

eficazes na morte deste e outros insetos,

atuando ainda como repelentes ambientais.

Obs: se o ambiente permitir, a pulverização deve ser

realizada também no interior das residências e em suas

adjacências pois, as baratas que não foram atingidas pelo

produto podem se deslocar das áreas onde foi executada a

pulverização e adentrar os domicílios.

Informações básicas

Nome comum: barata vermelha, barata de esgoto, barata de cozinha.

São insetos com tamanho variado dependendo da espécie. O corpo é ovalado, achatado dorso-ventralmente e, em geral, possuem coloração escura.

Gostam de habitar lugares ecuros e úmidos, principalmente onde haja pedras, árvores, ninhos e edificações humanas. Também estão presentes nos esgotos e onde existem matéria orgânica em decomposição.

Baratas urbanas são capazes de viver por alguns dias sem água e até meses sem comida.

Estes animais prosperam especialmente nos locais onde há escassez dos seus predadores naturais como lagartixas, formigas, aranhas, escorpiões, dentre outros.

As baratas são animais sinantrópicos e atuam como vetores mecânicos e biológicos de grande número de agentes causadores de doenças.

BARATA Periplaneta americana

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Pulverize diretamente sobre aranhas solução

contendo:

1. Piretróides e piretrinas;

2. Imiprotrim, permetrina, cipermetrina,

clorpirifós (associados ou não ao citronelal);

Obs: nestes casos, a eficácia dos produtos tem grande

variação de acordo com a marca utilizada e a sua forma de

apresentação.

3. Ativado para limpeza de carro (ácido

sulfônico e associações) ou limpa pedras

(ácido clorídrico com ácido acético glacial),

numa diluição de 1:5 ou 1:4;

4. Formalina em concentração de 10%;

5. Querosene.

No ambiente, a aplicação contínua destes

produtos elimina e desaloja as aranhas de

seus abrigos.

Obs: se o ambiente permitir, a pulverização deve ser

realizada também no interior das residências e em suas

adjacências pois, as aranhas que não foram atingidas pelo

produto podem se deslocar das áreas onde foi executada a

pulverização e adentrar os domicílios.

Informações básicas

Nome comum: aranha de jardim (A); aranha marrom (B); aranha armadeira (C); caranguejeira ou tarântula (D).

As aranhas possuem diferentes tamanhos, formas, hábitos e, em sua maioria, são peçonhentas. Esses animais são parte fundamental no controle de insetos e outras pragas. Entretanto, acidentes podem ocorrer entre aranhas, seres humanos e outros animais.

As principais aranhas de intersse médico no Brasil pertencem aos gêneros Phoneutria e Loxoceles. Esses animais apresentam hábito noturno, encontrando-se alocadas dentro dos domicílios e em seus arredores. Os terrenos baldios, entulhos, porões e sótãos favorecem a profileração das aranhas com abrigos e fontes de alimento.

ARANHA Lycosa spp., Loxoceles spp., Phoneutria spp., Lasiodora spp.

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE QUÍMICO

A B

C D

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Materiais requeridos:

1) Corda, barbante ou cadarço;

2) Fita adesiva;

3) Produtos inseticidas, carrapaticidas, acaricidas ou repelentes

Métodos

1) Medir o espaço entre os batentes e a altura do vão da porta;

2) Cortar um pedaço da corda, barbante ou cadarço que fique justo e perfeitamente acoplado ao vão da porta;

3) Pregar sob o vão da porta pedaço da fita adesiva que se estenda de um batente ao outro;

4) Embeber a corda, barbante ou cadarço com o inseticida, carrapaticida, acaricida, ou repelente, deixando escorrer o excesso do produto;

5) Colocar sobre a fita adesiva o pedaço de corda, barbante ou cadarço impregnado com o veneno;

6) Fechar a porta com o material para o lado de fora.

Obs: é importante lembrar que o efeito dos produtos químicos não é permanente. Deste modo, faz-se necessário que se realize nova impregnação com tais produtos pelo menos uma vez por dia.

MÉTODO DE CONTROLE BARREIRA FÍSICO-QUÍMICA DE INSETOS

Materiais: Pedaço de corda (A). Fita adesiva (B). Inseticidas, carrapaticidas, acaricidas ou repelentes (C).

A B

C

Métodos: Corda impregnada com inseticida, carrapaticida, acaricida ou repelente (seta vermelha), colocada sobre fita adesiva no vão inferior da porta (seta amarela), bloqueando e repelindo a entrada de insetos em toda a sua extensão (seta roxa).

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FONTES CONSULTADAS

Controle químico do caramujo africano ................................................................................................................... COELHO, Leila Morais. Informe técnico para o controle do caramujo africano (Achatina fulica, Bowdch 1822 em Goiás. Goiânia: AGENCIA RURAL, 2005.12p. Documento, 4 ). Instrução Normativa IBAMA nº 73 de 18 de agosto de 2005 (Brasil, 2005). Instrução Normativa IBAMA nº 109 de 03 de agosto de 2006 (Brasil, 2006). Ministério da Saúde. Vigilância e Controle de Moluscos de Importância Epidemiológica. 2 ed. 106-108p. 1995.

5

Controle químico do escorpião ................................................................................................................................. Ministério da Saúde. Manual de Controle de Escorpiões. 1 ed. 2009. Ministério da Saúde. Animais Peçonhentos e Venenosos. Série Prevenindo Intoxicações. FIOCRUZ. Disponível em http://www.fiocruz.br/sinitox/media/escorpioes.pdf

6

Controle químico do bicho barbeiro......................................................................................................................... Ministério da Saúde. Superintendência de Campanhas de Saúde Pública. Doença de Chagas. Textos de Apoio. Brasília: Ministério da saúde, SUCAM, 1989. ARGOLO, Ana Maria., et al. Doença de Chagas e seus principais vetores no Brasil. FIOCRUZ, 2008.

7

Controle químico de pernilongos..................................................................................................................................... Ministério da Saúde. Dengue Aspectos Epidemiológicos, Diagnóstico e Tratamento. Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº 176, 2002. Ministério da Saúde. Dengue Diagnóstico e Manejo Clínico. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. Ministério da Saúde. Manual de Vigilância Epidemiológica de Febre Amarela. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1999.

8

Controle químico de flebótomos...................................................................................................................................... Ministério da Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2ed. 22p. 2007. Superintendência de Controle de Endemias. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo. 18p. 2006.

9

Controle químico de baratas ............................................................................................................................................ ZUBEN, Andréa Paulo Bruno von. Manual de Controle Integrado de Pragas. Secretaria Municipal de Saúde. Campinas-SP. 31p. 2006. RAFAEL, José Albertino., et al. Baratas (Insecta, Blattaria) sinantrópicas na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil. v.38, 173-178p. 2008.

10

Controle químico de aranhas ..................................................................................................................................... Prefeitura de São Paulo. Animais Sinantrópicos. Manual do Educador. 12p. Disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Sinantropicos_1253737170.pdf Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Zoonoses. 129-135p. 2009.

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[email protected]

Todo o esforço envidado, tempo desprendido e suor derramado

para a elaboração deste manual é dedicado à vida de minha amada

filha Mariana e também, às inúmeras pessoas que são

vitimadas com doenças transmitidas por vetores invertebrados e animais

peçonhentos.