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MÉTODOS E FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO GRUPAL Wladinéia Danielski 2013/2

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MÉTODOS E FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO GRUPAL

Wladinéia Danielski2013/2

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ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS GRUPAIS

ANNA MARIA KNOBEL

PREMISSA: As pessoas reunidas em grupos devem ser sujeitos e co autores de seu processo grupal, beneficiando-se das relações entre os elementos do grupo, e transformando-se.Isso confere aos membros do grupo o satus de investigadores de suas próprias circunstâncias no grupo, atores in situ.

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CONCEITO DE GRUPO:

Nery ( apud Knobel, 2012, p. 38) define grupo como: “o conjunrto de pessoas articuladas por papéis e por objetivos sociais comuns, nos quais os estados (coconscientes e coinconscientes) dos indivíduos formarão padrões e dinâmicas relacionais próprias”.

OBJETIVOS COMUNSDETERMINADOS PAPÉIS SOCIAIS

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Os OBJETIVOS COMUNS configuram o critério sociométrico, o “para quê”o grupo trabalha naquele momento, aquilo que agrupa espontaneamente os participantes.

Além disso existe o “como”, o modus operandi que cada um confere ao papel social em questão, os atributos individuais.

GRUPAL E INDIVIDUAL

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Isso quer dizer que em um grupo existem posições sociométricas, ou seja, lugares sociais hierarquizados dentro do grupo, conforme a escala de aceitação/rejeição entre os participantes, e conforme o papel em questão.Portanto o funcionamento do grupo depende:

Do projeto comum Das dinâmicas dos papéis Das motivações

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.PAPEL DO COORDENADOR DOS GRUPOS:

Agente facilitador da comunicação e da demanda de todos, desempenhando o papel apoiado por seus conhecimentos, com continência ao que surgir.

Deve ler o que ocorre no grupo, estimulando o aparecimento de temas, cenas, situações e relacionamentos conflitivos, que, ao ser enfrentados, levam ao crescimento, à potencialização de cada um e ao cumprimento das tarefas comuns.

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MOMENTOS VINCULARES DE UM GRUPO:

1 – ISOLAMENTO: ESTOU SÓ COMIGO

Momento atemorizante, onde cada um tende a se recolher, adotando uma atitude de observação e de espera. Provoca no coordenador a sensação de incompetência. Cabe a ele sustentar as tensões e procurar transformar cada pessoa em participante ativo no grupo.

TAREFAS MAIS INTROSPECTIVAS

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2 – DIFERENCIAÇÃO HORIZONTAL : ESTOU COM OS OUTROS

Cada um se mostra e opina, os contatos geralmente são rápidos e pontuais, o clima é animado, muitos querem falar, há menos medo ou tensão.Coordenador:

Acolher Provocar Valorizar as diferenças, permitindo a formação

ou o reconhecimento das redes relacionais que existem simultaneamente.

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3 – DIFERENCIAÇÃO VERTICAL: ESTAMOS JUNTOS

O grupo tem autonomia e pode se autogerenciar, surgem lideranças, a cooperação em torno da tarefa ocorre espontaneamente, com prazer pelo pertencimento e com sensação de potência coletiva. Podem surgir rivalidades e tentativas de dominação.Coordenador:

Mapeamento de diferentes objetivos individuais

Uso das reciprocidades temáticas e vinculares Trabalho com as divergências e rejeições entre

as pessoas

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ISOLAMENTO: ESTOU SÓ COMIGO

DIFERENCIAÇÃOHORIZONTAL: ESTOU COM OSOUTROS

DIFERENCIAÇÃO VERTICAL: ESTAMOS JUNTOS

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TEORIA DOS GRUPOS E SOCIATRIAMARIA CÉLIA MALAQUIAS

SOCIONOMIA:SociodinâmicaSocimetriaSociatria – é a ciência do tratamento das

relações sociais, se propõe a tratar os grupos por meio dos métodos de ação:Psicoterapia de grupo, psicodrama, sociodrama, teatro espontâneo, role-playing, jogos dramáticos.

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A SESSÃO SOCIÁTRICA

3 contextos – Social Grupal Dramático5 elementos – Diretor Ego-Auxiliar Protagonista Palco Plateia

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FASES DA SESSÃO1 – Aquecimento – Inespecífico Específico2 – Dramatização3 – Compartilhar

TÉCNICAS BÁSICAS1 – Duplo2 – Espelho3 - Solilóquio4 – Inversão de papéis

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SOCIODRAMAMARIA DA PENHA NERY

O Sociodrama é um método sociátrico que trabalha com conflitos nos quais estão envolvidos fatores coletivos ou supraindividuais, e onde estão contidos a cultura e os problemas relativos às identidades sociais.

“O verdadeiro sujeito do sociodrama é o grupo”. (Moreno apud Nery, 2012, p. 95)

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“Pode-se, na forma de sociodrama, tanto explorar, como tratar, simultaneamente, os conflitos que surgem entre duas ordens culturais distintas e, ao mesmo tempo, pela mesma ação, empreender a mudança de atitude dos membros de uma cultura a respeito dos membros da outra”. (Moreno apud Nery, 2012, p. 95)

Dramatização das situações-problema, focando os papéis sociais e os sofrimentos coletivos.

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O Sociodrama objetiva promover o bem-estar em diversos aspectos sociais:

JustiçaDignidadeRespeito às diferençasConsciência social críticaPoliticidadeDesenvolvimento de equipesHarmonia familiarDesenvolvimento de redes sociais de

apoioConstrução conjunta do saber

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TIPOS DE SOCIODRAMA1 – Temáticos – organizados previamente, com temas que refletem os dramas demandados pelo grupo.

Axiodrama - focaliza valores socioculturaisJornal Vivo - dramatiza notícias de jornaisMitodrama – mitos, símbolos e arquétipos

que falam de nossas dores e alegrias cotidianas2 – Relacionados aos conflitos – surgem no momento do encontro.3 – Mistos

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Kellerman (apud Nery, 2012, p. 97):

Sociodrama da Crise – no qual se trabalham os conflitos grupais.Sociodrama Político – no qual o mote são questões de cidadania, poder, corrupção.Sociodrama da Diversidade – cujo foco são os sofrimentos de minorias, as violências, as intolerâncias às diferenças.

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QUANDO O SOCIODRAMA ACONTECE

Aquecimento do coordenador e sua equipe – Pensar na clientela, em si próprio em relação a ela e seus temas, planejar a intervenção com base nos objetivos e possíveis conteúdos a ser trabalhados. Este planejamento não pode ser rígido.

Aquecimento dos participantes – preparar para o encontro, incentivar a fala das pessoas, a reflexão, a imaginação e a ação sobre um problema.

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Revivência dos papéis sociais num espaço especial – delimitada a situação-problema o coordenador faz o convite para sua revivência no cenário sociodramático, onde o conflito se aprofunda e a angústia cresce, e quando a cocriação começa a se manifestar.Cenas reparatórias – resolução conjunta em relação ao conflito, tentando fazer diferente, redimensionando condutas conservadas, assumindo responsabilidades sociais e pessoais.

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As cenas reparatórias devem promover o aprendizado de convívio em relação às diferenças, compreensão do sofrimento grupal, melhoria comunicacional, implicação dos membros em relação às questões institucionais/sociais, despertar da politicidade, construção de estratégias em relação às violências…

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As cenas reparatórias:Responsabilidades pessoais – como

cada um está implicado em relação ao problema, como auxilia em seu surgimento ou manutenção e o que é possível fazer para diminuí-lo.

Responsabilidades sociais – como o grupo contribui para o problema, o que pode fazer para gerenciá-lo e onde procurar ajuda para se fortalecer. Em muitos casos é preciso ampliar o trabalho do grupo em conflito para as outras instâncias sociais que o envolvem. (instituição, comunidade e sociedade)

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ESTRATÉGIASHorizontalização – compreender o conflito

presente no aqui e agora, o que é o conflito e como é vivido, compreender as funções de todos os envolvidos no drama.

Verticalização – compreender o histórico passado do conflito e as projeções futuras em relação a ele, buscando o porquê do conflito ou o seu para quê na vida das pessoas. Passada - Busca as origens do conflito grupal, institucional ou social. Futuro - Busca cenas ou projetos futuros.

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NÍVEIS DE ATUAÇÃO DRAMÁTICAReal – os papéis sociais se transformam

em papéis sociodramáticos na dramatização e os personagens são baseados em situações reais.

Simbólico – os papéis sociodramáticos concretizam símbolos, personagens e/ou metáforas.

Imaginário – personagens possibilitam a experiência de fantasias, de idealizações (chefe ideal), cenas temidas (doença em massa), cenas desejadas (aprovação de uma lei)

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Os sociodramas podem acontecer sob a forma de ATOS ou PROCESSOS.

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ReferênciasKNOBEL, Anna Maria. Estratégias Terapêuticas Grupais. In: NERY, Maria da Penha; CONCEIÇÃO, Maria Inês G. Intervenções grupais- O psicodrama e seus métodos. São Paulo: Ágora, 2012. p. 37-53.MALAQUIAS, Maria Célia. Teoria dos Grupos e Sociatria. In: NERY, Maria da Penha; CONCEIÇÃO, Maria Inês G. Intervenções grupais- O psicodrama e seus métodos. São Paulo: Ágora, 2012. p. 17-36.NERY, Maria da Penha. Sociodrama. In: NERY, Maria da Penha; CONCEIÇÃO, Maria Inês G. Intervenções grupais- O psicodrama e seus métodos. São Paulo: Ágora, 2012. p. 95 -123.