Métodos Específios das Ciências Sociais

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Métodos espcíficos: Método Histórico,Comparativo,Método e os Métodos,Método Monográfico,Método Estatístico,Método Tipológico,Metodo Funcionalista,Método Estruturalista,Método Etnográfico,Método Clínico,Características,Métodos e Quadro de Referência.

Citation preview

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    1/10

    E n s in o S u p e r io r B u r e a u J u r i d ic o3.3 Classificacao e divisao ci a ciencla, 81LITERATURA RECOMENDADA, 81

    4 METODOS CIENTiFICOS, 834.1 Conceito de metoda, 834.2 Desenvolvimento hist6rico do metodo. 834.3 Metodo indutivo, 86

    4.3.1 -Carac t er izacao, 864.3.2 Leis, regras e fases do metoda indutivo, 874.3.3 Formas de inducac, 89

    4.4 Metodo dedutivo, 914.4.1 Argurnentosdedutivos e indutivos, 914.4.2 Argumeraos condicionais, 93

    4.5 Metoda hipotetico-dedutivo, 954.5.1 Etapas do metodo hipotetico-dedutivo segundo Popper, 95

    4.5 .1.1 Problema. 974.5.1.2 Conjecturas, 984.5.1.3 Tentativas de falseamento, 98

    4.5.2 0 metoda hipotetico-dedutivo segundo Bunge, 994.6 Metoda dialetico, 100

    4.6.1 As leis da dialetica, 1004.6.1.1 Acao reciproca, 1014.6.1.2 Mudanca dialetica, 1024.6.1.3 Passagem da q ua n ti d a d e a q ua li da d e,t 1 034.6.1.4 lnterpenetracao dos contraries, 104

    4.7 Metodos especfficos das Ciencias Sociais, 1064.7.1 0 metoda e os metodos , 1064.7.2 Metodo historico, 1064.7.3 Metodo comparative, 1074.7.4 Metoda monograf i co , 1084.7.5 Metoda estatistico, 1084.7.6 Metodo tipol6gico, 1094.7.7 Metoda funcionalista, no4.7.8 Metodo estruturalista, 1114.7.9 Metoda etnografico, 1124.7.10 Metoda clinico, 112

    4.7.10.1 Caracteristicas, 1134.7.11 M etodos e qua dro de refe renc ia , 113

    L ITERA TURA RECOMENDADA, 114PATOS, LEIS E TEORIA, 1165.1 Teoria e fatos, 116

    9

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    2/10

    --- -.-_.-.. . . . .-~.~ ~,-~~--~.-.,,~-.~. - . .-.- -.~------.-contrar ies e c ond ie io na da , tem po ra ri a , pa ssa gei ra , re la nva , A luta d os c ontra rie s, que,r ec ip rocamente , se e xc lu em , e a bso luta , c om o absolutos s a o 0desenvolv imento e 0mo-vimento" ( Po li tz er e t a I. s.d.:77-9).4.7 METODoS ESPEciFJCOS DAS crENOAS SOCIAlS4.7.1 0 Metodo e os Metodos

    M etodo e m etodos si tua m-se em nfveis c la ra rne nte d isti nto s, no que se refere a su ainspi ra c ;a o filo s6fic a , a o se u gra u d e a bstra c ao , a sua fina lid ad e m a is o u m eno s ex plic a -t iva, a su a a4$aona s e ta pa s m ais ou m enos c onc re ta s d a investiga ca o e a o momento emque se si tua m .C om um a c ontnb uic eo a s tentat ivas de f a ze r d i st in c ;a o entre os term os, d irfa mos que

    o m etodo se c ara c te riza po r QIDa aboIdagem m ais a mpla , em nfvel de a b~ao ma i seleva do , d os fenom ea os d a na tureza e da so c ie da d e. A ssi ro t erfam o s, Sm p ri m ei ro In ga r,o 1 7 1 1 0 0 0 de abordagem, a s sim de sc r im in ado :

    a ) m e todo indutivo - c uja aproximac;ao d os fe nom en os c aminha getalmentepa ra pla nes c ad a vez m a is a bra ogentes, ind o das consta tacoes ma i s p a rt ic u -la res a s leis e te ori a s ( co ne xa o a sc e nd e nt e) ;

    b) m etodo dedutivo - que , pa rtindo das teo ri a s e le is, na m aio ri a d a s vezesp re di z a o c orre nc ia d os fe nom en os p arti cu la re s (c o ne xa o d esc end ente );c ) m etodo h ipo tetic o-dedutivo - que se inic i a pela percepcao de um a la cunano s c onh ec im ento s, a c erc a da qua l fonnula h ip6teses e , pelo pro ce sso d einferenc ia d ed utiva , te sta a predigao d a o co rrenc ia de fenem eno s a bra ngi-d o s p ela b ip 6t es e;d ) m etodo d ia le tic o - quepenetra 0 m undo dos fenom enos a tra ves de sua

    a c ; a o rec fpro ca , d a c ontra dic ;a o ine re nte a o feno m eno e d a m ud anc a d ia le ti -c a q ue o c o rre oa na tureza e na soc iedade ,

    Por sua vez, os metodos de procedimento seria m e ta pa s m a is c nc re ta s da investi-ga ~o, c om fina lid a de m ais restri ta em tennos de expl icacao gera l d os feno menes e m e-no s ab s tr a ta s . D i r- se -i a a te serem tec nic as que, pe lo uso m ais a bra ngente , se e rigi ra mem m e to do s, P re ssu p6 em um a atitude c o nc re te e m rela

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    3/10

    pa ra c om preender sua natureza e fun~ao . Assim, 0m eto do h ist6ric o c onsiste e m 'inve s-t ig a r a c o n te c iment os , processos e m stituic oes d o pa ssa do pa ra verific ar a sua influenc iana soc i edade d : > d hoje , pa i s a s insti tu ic oes a lc a nc a ra m sua fo rma a tu a l a tra v es de a lte-ra gO eS -d e su as p arte s c om p on en te s, a o lo ng o d o tem po , in flu en cia d as p elo c on te xto 'c nl-tural part icular de c a d a epoca , S eu e stu do , para um a m e lh or c orn pre ense o d o p ape l queatualmente d ese m pe nb am na so cie da de , d eve re m onta r a os perio d o s de su a fo nn ag ao ede suas modi f i c a coes .

    Exemplos: p a ra c omp re e nd er a noga o a tua l de fami l i a e p a re nte sc o , p esq ui sa -se nopass ado os d i fe re n te s e lemen to s c o n st it ut iv o s dos va ries tipos d e fam ilia e a s fa ses desu a e vo lu ca o so ci al; p a ra d e sc o b ri r a s causas d a d e ca d en c ia da a l is to c ra c i a c a f ee i ra , in-v esti gam -se o s fa tores soc i o- economicos do pa ssa do " (L ak ato s, 19 81:32 ).

    Po rt a nt o, c o lo c a ndo -s e o s fe nomeno s, c om o, por exem plo , a s insti tuig6es, no a m-biente soc ia l em que na sc era m , entre a s sua s c ond ieoes "c onc om ita ntes", to rna -se m a isf a c i l a sua anal i se e c omp re e nsa o , no q ue d iz re sp ei to a g en ese e ao d ese nv olv im e nto ,ass im c omo A s s uc e ss iv a s a l te r a c o es, permi t indo a comp~ao de s o c ied a d es d i fe r en te s :o m e to da histor i co pre enc he o s va zio s d os fa to s e a contec im entos, a po ia ndo-se em umtempo. m esm o que ar t i f i c i a1mente re co nstm fd o, qu e a sse gura a pe rc e~ o c i a cont inui-d a d e e do entrelacamento dos fenomenos.

    4 .7.3 M eto do C om pa ra tivo"Empregado por Ty lo r. C o n si de ra nd o que 0 es tudo das semelhancas e d ife re nc a sentre d iversos tipo s de grupos, soc ieda des o u povo s c ontribui pa ra um a m elho r c om pre-ensao d o c omp ortam e nto humano, este m etod o rea liza c om pa ra g6es, c om a fina lid a de

    de veri fic ar sim ili tudes e ex plic ar d iverge nc ia s. 0 m etod o compar a t i vo e usado tantopa ra c om pa ra coes de grupo s no presente , no pa ssa do , ou entre o s ex istentes e os dopassado, qua nto entre soc ieda des de igua is ou de d iferentes estigio s de desenvo lvi-mento.

    Exemplos: modo de vida rura l e urba ne no E sta do d e Sao P a u lo ; c a r a c te rf st ic a ssoc ia is d a c oloniza ca o portuguesa e espa nho la na A meric a L a tina ; c la sses soc ia is noBrasil, na epoca co lon i a l e a tua lmente ; organ iza~ao de e mpre sa s no rte -a m eric a na s e ja -po ne sa s; a e duc a ca o e ntre o s po vo s a gra fo s e o s te cno lo gic am e nte d ese nvo lvid os" (La-katos, 1981:32).

    O cupa ndo-se da explic ac ao dos fenomenos, 0metodo compara t ivo permi te ana l i s a ro da do c onc re to , d eduzindo do m esm o o s e le m en to s c onsta ntes, a bstra to s e gera is.Co nsti tu i um a v erd a de ira " ex pe ri m e nte c a o indireta". E empregado em e stu do s d e la rg oa lc anc e (d ese nvo lvim e nto d a so cie da de c api ta lista ) e de se to c es c o nc re to s (c om pa ra c ;;a od e tipo s espec ffic os d e ele i90es), a ssim c om o para es tudos qual i ta t ivos (d i ferentes for-m a s de govem o) e qua nti ta tivo s (ta xa de esc ola nza ca o de p a fs es de senvo lv idos e sub-d ese nv olv id os). P od e sec uti liza do em toda s a s fa ses e n:lveis de i nv es ti g8 l) :o o : n um e s-tud o d esc ri tivo po de a verigua r a ana log i a e ntre o u a na lisa r o s e le m ento s de uma e st ru tu -

    107

    . . . . . ' 1

    I '

    ,I..

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    4/10

    '-.,-

    ra (regim e presidenc ia lista a m eric ano e fra nc es); na s c la ssifi c a co es, perm ite a CODS-truga o de tipo lo gia s (c ultura de folk e c iv iliza ca o); fina lm ente, a m ye l d e ex pli c ac ao ,pode, a r e c erto p onto , a po nta r vineulos c ausa is, entre a s fa tores presentes e ausentes.

    4.7.4 MetodoMonograt'ico"Cria do po r Le P la y, qu e 0empregou a o estud ar fa m ili as o pera ria s na Buropa, Par-

    l indo do prindpio de que qua l qu er c aso que Be e st ud e em p ro fu nd i da d e po de se r c onsi-d era do re pre se nta tivo d e m uito s o utro s o u a te d e to do s o s c a so s sem elh antes, 0metodom o no gnifie o c o nsiste no e stu do d e d ete rm ina d os ind iv fd uo s, pro fisso es, c o nd ic ;6e s. in s-t i tuig6es, grupo s o u c om unid ad es, c om a fina lid ad e de o bte r g en era li za c oe s, A i nv esti-g~o deve examina r 0 t ema esco lh ido , observando t odos os fa to re s q ue 0 inf luenciarame an a li sa n do-o em todo s os seus aspec tos .

    Exemplos: estudo de de li nquent es j uv eni s; da m a o-d e-o bra v ola nte ; d o p ap el so c ia ld a m ulher ou dos idosos na so c ied a de ; de c oopera tiva s; d e urn grupo d e ind io s; d e b ai r-ro rura is" (La ka tos, 1981:33). "-

    Em seu im c io , 0 metodo cons is t i a DO exa m e de a spec to s pa rti c ula res, c om o, po rexemplo , 0 or camento famil iar , a s c a ra c te rfstic a s d e pro fi sso es o u d e i nd iistri as d om ic i-liares, 0 custo de v id a e tc . E ntre ta n to , 0 estud o m onogra fic o pod e, ta mb ern, em vez d ese c onc entra r em um a spec to , a bra nger 0 c onjunto da s a tiv id a des de um grupo soc ia lp a rti c ula r, c om o no exem plo da s c oo pera tiva s e do grupo ind igena . A va nta gem d o m e-tod o c onsiste em respei ta r a "to ta lida de so lida ria " do s gropes, a o estud ar, em prim eiroluga r, a vida do g rope na sua unida de concre ta , e vita nd o, p orta nto , a p re m atu ra d isso -c i a~o de s eu s e lemen to s . S ao e xem pJo s desse t ipo de estudo a s monogra f ia s r eg io n a is ,a s rura is, a s d e a Jd eia e , a te , a s urba na s. '

    .,4.7.5 Metodo Estatistico

    "Pla neja do po r Q uetele t. O s pro cesso s estatfsticos perm item ob ter, de conjuntosc om ple xo s, representa c oe s sim ples e c onsta ta r se e ssa s verifi c ac ee s sim plifi c ad as te nrelagfx:s e ntre si . A ssim , 0me todo e s ta t fs ti c o signifiea: redu~a.o de fe n6meno s s oc i o lo g i.c os, po li tic os, e co n6m ic os etc . a . t ermos quant i ta t ivos e a manipu la< ; ao estanstica, quepermite c om pro va r a s re la ~6es d os fen6menos e ntre s i, e o b te r g en era li za !tO e s sabre SOln a tu re za , o c orre nc ia o u si gn ifi c a do .

    Exemplos: veri fic ar a c one la c;i io entre nfve l de esc ola rid a de e n6m ero de filho sp es qu is ar a s classes so c ia is d os e stu da nte s u ni ve rsi ta rio s e 0 t ipo d e l a ze r p re fe ri d o pel o s e s tud an te s de 1 !1e 2 !?g rau s " (Lak a to s . . 1981 :32 -3 ).o pa pel d o metodo e st a tfs ti c o 6 , antes d e tud o, fo me cer um a despric;ao quant i ta t iv ida so cied ad e, c onsid era da c om o urn to do orga niza do . Por exem plo , d efinem -se e d elim ita m -se a s c la sse s so cia ls, e spec ifi c and o a s c a ra c te rfstic a s d os m em b ro s d essa s c la s

    108

    ., . .-._--

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    5/10

    ses, e a p6s, mede - se a sua im po rta nc ia a u a va ria ca o, a u qua lquer o utro a tributo qua nti-fic avel que c ontribua pa ra 0 seu m elho r entend im ento . M as a esta tistic a pod eser c onsi-dem da m ais do que a pena s urn m eio de desc ri~a o ra c iona l; e , t ambem , um m 6to do deex peri menta ea o e p ro va , p oi s e metoda de a n a l i s e .4.7.6 Metodo Tipol6gico

    "H abilm ente em prega do por M ax W eber. A presenta certas se me lh aa c as c om 0 J 1 l 6 -to do c ompa ra ti vo . A o c o II'J.'a ra r fe nom en os so c ia is c om ple xo s, 0 pesquisador cria t iposo u m odelo s id ea is, c onstruido s a pa rtir da a na li se d e a spe cto s esse nc ia is d o fen6m eno .A c ara cterfstic a princ ipa l do tipo idea l e na o existir na rea lid ad e, m as servir de modelepara a a na lise e c om preensio de c a sa s c onc re te s, rea lm ente e xi ste ntes. W e be r, a travesda c la ssi fi ca ga o e c om pa ra ~ a o de d iv erso s ti po s d e c id ad es, d eterm ino u a s c a mc te rfsti -c a s e ss en c ia i s da c id ade ; da m esm a m a neira , pesquiso u a s d iferentes foa na s d e c api ta -lism o pa ra esta belec er a c a ra cteriza c ao idea l do c a pi ta lism o m odem o; e, pa rtindo doex am e d os ti po s d e o rga niza c ao , a pre se nto u 0tipo i de a l de org~ burocr8I ica .

    Exemplo:Estudo de todos os tipos de govem o dem oc nitic o, do presentee d o pas-sado, pard estabelecer a s c ara cteristic as tip ic as ideais da democracia" (Lakatos ,1981 :33-4) .

    Pa ra W eber, a vo ca ~i io prio nta ria do c ie nti sta ISse pa ra r o s ju iz os d e rea li da de - 0qu e e - e os juizos de va lor - 0quedeve ser - da a na lise c ientffic a, c om a fina lida de deperseguir 0 c onh ec im ento pelo c onh ec im ento . A ssim ,o tipo i de a l 0.80 e uma h ip dte se ,pa is se c onfigura c om o um a proposic ao que corresponde a um a re ali da d e c o nc re ta ; po r -tanto, e a bstra to ; na o e um a descri~ao da rea lid ad e, po is 5 6 retem , a tra vC s de om pro -cesso de compara~ao e ~l~o de similitudes, c e rt os a sp ec to s dela; t ambCm o a o podeser considerado como om "termo medio", pois seu significado nio emerge da ~oquantitat iva da rea lid a de. 0 tipo ideal na o ex pre ssa a to ta li da de da re ali da de, m a s se usa sp ec to s si gn ifi ca ti vo s, o s c a ra c te re s ma i s gera is, os que se enc ontra m regula rm ente nof enomeno e st ud ado .o tipo idea l, segundo W eber, d iferenc ia -se do c onee ito , porque 000 se c ontentac om selec iona r a realidade, m as ta mbem a enriquec e , 0 papel do c ientista c onsiste emampl i a r certas qua Jid ad es e fa zer ressa lta r c erto s a spec to s do fenom eno que se pretende~. .

    Entretanto, s O pod em ser obje to de estudo do m e t o d o ti po 16 gi co o s fe nom en os q uese presta m a um a divisa o, a m na dic otom ia de "tipo" e Hoao-t ipO". Os p r6 pr io s e st ud osefe tuados po r Web er d emons tr am e ss a c a ra c te ri st ic a :

    "c id a de" - "outros tipos de povoamento";"capitalismo" - " ou tr os t ip os d e e st ru tu ra so c io -e eo a em i c a ";"org~ buroeratica' - "organizacao nao-burocratica" .'"

    . , .,~

    . -~

    "------------------------------1IiIIMiiIf109

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    6/10

    = - = . " . . . - r . , . " . . . . ~ '" -="_=-;2~

    4.7.7 Metodo Funciooalista"Ut ili za d o p or M a l in ow sk i. E , a rigo r, m a is um m etodo de interpretacao do que de

    invest ig~o. Levando-se e m c o nsid era c ;a o q ue a so c i e d ade e fo rm a da por pa rtes c om -p on en te s, d ife re nc i a da s, i nt er-re la c i on a da s e i nt erd e pe nd e nt es , sa t is fa z en do , c ada um a,fungO es essenc ia is d a v id a so c ia l, e que a s pa rtes sa o m a is hem entend id a s c om preen-dendo-se a s f un~Oes que desempenham no to do , a m eto da func io na li sta estuda a so cie -d a d e do po nto d e vista d a func ;a o d e sua s unid ad es, i sto e , c om o u rn si ste m a o rg an iza d od e a t iv id a d e s.

    Exemplos: a na lise d a s p ri nc ip ais d ife re nc ia c o es d e fu nc ;6 es q ue d ev em e xi sti r n umpequeno grupo i so la do , pa ra que 0me sm o s ob re vi va ; a v eri gu a sa o da func ;a o d os uso s ec o stum es no sentido de assegurar a identid a de c ultura l d e um gropo" (Lakatos,1981:34).o metodo func iona li sta c onsid e ra , d e urn la do , a so c ied a de c om o um a estruturac om ple xa d e grupo s ou ind ivfduos, reunidos num a tra m a d e ~ Oe s,;;e r ea e s so cia is; d eo utro , c om o u m siste m a d e insti tu i~ s o orre la c io na da s e ntre si , a gind o e re a gi nd o um a se m re la c ;a o a s o utra s. Q ua lq ue r q ue se ja 0 e nfo que , fic a c la ro que 0 conce i to d e so cie -d ad e ISvisto c om o urn to do em func io na m ento , urn s is tema em opera o . E 0pape l daspa rtes nesse todo e compreend ido c omo funfOes DO comp l exo d e e st ru tu ra e o rga ni-za~o. .-

    Surgind o c om Spenc er, na sua a na lo gia d aso cied ade c om run o rga nism o b io l6gic o,a fuo \1a o d e um a instib Ji!;a o so cia l to ma c om D urkh eim a c am c te rlsti c a d e um a c orres-pondenc ia entre e la e a s nec essid a des do o rga nism o soc ia l. 0 a uto r c hega a fa zer dis-t in9 io entre 0 fu oc io nam e nfo "n orm a l" e ''p ato 16 gi co '' d a s institui90eS. Ma s e c om M a-linowsk i que a a n~ func iona li sta envo lve a a flnna !;a o dogm ati c a da i n teg t" ll o f un -c io na l d e tO O 8a so cie da de , o nd e c a da pa rte tern um a func ;i i .oespe cffic a a d ese mpe nh arno to do .

    Po r sua vez, M erto n c ri tic a a c onc epc ;a o d o pa pel ind ispensa ve l d e t odas a s a ti vi da -d es, no rm a s, pra ti c as, c renc as e tc . pa ra 0 func ionamento d a so cied ad e. C ria e nta o 0c onc ei to d e funf6es manifestas e funf6es latentes.

    Exemplos: a func; i io da familia e ordenar as relaes sexua is , a tender a repro-du~ a o, s a ti sf a ze r a s n ec e ss id a d es e c ooOm i ca s de seus m em bros e a s ed uc ac io na is, so b afo rm a d e so cia liza c ;a o e tra nsm issa o d e sta tus; a fun~ ao d a e sc ola e e du c a r a PQpu li l9 a o,i nc lu siv e n o a sp ec to p ro fissi on al. E sta s fi na lid a de s, p re te nd id a s e e sp era d a s d a s o rg an i-za 90e s, sa o d eno m ina da s .funft5es manifestos. E evidente que a a na li se da real a t u a~oda s org~s soc i a i s demons t r a que. a o re ali za r sua s f uo ! ):Oe sma n i fe s ta s , mu i t a s v e -zes a s m esm as obtem c o nse qu ere ia s n a o p re te nd id a s, n a o e spe ra da s e, inc lusive , na ore c on he c id a s, d e nom i na d a s funf6es latentes. Po de-se ei ta r que a id eo lo gia d om ina nteem um a dem oc ra c ia 6 a de que to do s d eve m te r a s m e sm a s o po rt un id a d es, 0que leva oscomponen tes da so c i e d ade a crenca d e que to do s sio igua is; o ra , a f u n C ; a o la tente mani-fe sta -se n um aumento de inve ja , ja que a te m esm o 0 siste ma ed nc a cio na l a m plia a s de-110

    .,ob,p"

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    7/10

    s igualdades existentes entre o s ind ivfdno s, de a co rdo c om 0 grau de esc ola rid ad e (e a soportunidades re ai s d e o bte r e duc a ~a o su pe ri or sa o "d ete rm i na da s" pe Ia c la s se s oc i a l) .

    4.7.8 Metodo EstmturaJista

    Dese nv olv id o p or L ev i-S tra uss. 0 m eto do pa rte c ia investiga~o de um fenomenoconc re to , eleva -se a seguir a o D ivel do a bstra to , p ot i nte rm e di n da cons t i tu icao de ummodele qu e represente 0 obje to de e st ud o r et or na n do po r fun a o c onc re to , dessa ve zc om o um a rea lid a de estru tura da e re la c iona da c om a experienc ia do suje i to so cia l. C on-si de ra q ue uln a li ng ua g em o os tra ta d ev e se r i nd isp ensa ve l p ara a sse gu ra r a p ossi bi li da d ed e c o m pa ra r e xp eri en ci as a prim eira v ista irred utfve is que , se a ssim pe nna nec esse m,n a da p od eri a m ensinar; em o utra s pa la vra s, na o p od eria m ser estud ad as. D essa fo rm a , 0m eto do estru tura li sta c am inh a d o c onc re to pa ra 0 a bstra to e v ic e-v ersa , d isp on do , naseguoda e ta pa , d e um m ode lo pa ra a na li sa r a re a lid a de c onc re ta dO Bdiverso s feno me-nos .Exemplos:

    Estudo das re la coes so c ia is e a po si~ a o que esta s d e term ina m pa ra os ind ivfduos eo s grupos, c om a fina lid a de de construir urn m od ele que pa ssa a re tra ta r a estrutura so -cial o nd e o co rrem ta is re la ~6 es; verific a~ ao d as leis q ue r eg er n 0c a s amen to e 0 s is temad e pa rentesc o da s so cieda des prim itiva s, ou m odem as, a tra ves d a c onstru~ o do modeloqu e re pre se nte o s d ife re nte s i nd iv fd uo s e sua s re la ~ 6e s. no f un b it o d o matr imonio e pa -rentesco (no prim eiro c aso , ba sta um m odelo m ec an ic o, po is os ind ividuos s a o pouconumerosos; no segundo. sera n ec e ssa ri o u rn mo d elo e st atfs ti c o),

    Pa ra penetra r na 'rea lid a d '- c onc re te , a m ente c onstro i m od elos que na o s a o dire ta-m ente o bse rva ve is na pr6 pria rea 1id ad e, m a s a re tra ta m fid ed igna m ente , em virtud e dara za o sim plific an te d o m od elo c orresp ond er a ra za o explic a nte da m ente , isto 6 , porba ixo de to do s o s fe no me no s ex iste um a estrutura inva ria nte e is por este m otivo que elae o bje ti va ; a ssi rn, to da a na J.i se d ev e le va r a um m o de le , c uja c a ra c te rfsti ca e a po ss i bi li -d ade d e expli c ar a to ta lid a de do fendm eno , a ssim c omo a sua va ria bih da de a pa rente . Is-to p orq ue , p or i nte rm e di o da s impl if ic~i io (representaeao s impl i f i c ada ) , 0mo d elo a ti n-ge 0myel i nc onsc ie nte e i nv ari ante : re sum e 0 fe ndm en o e p ro pi c ia s ua i nte li gi bi li da d e.Ut i l izando-se 0metodo estruturalista, na o se analisa ma i s os elementos em si , m a s a s re -la c ;6es que entre e le s o co rrem , po is so mente estas s a o c onsta ntes, a o pa sso que os e le-mentos p od em v ari ar; d essa forma, n a o e xi ste m fa to s i so la do s p assi ve is d e c onh ec im e n-to , p oi s a v erd ad ei ra si gn ifi ca c a o re sulta da re la c a o e ntre e le s.

    A d iferenc a p rim o rd ia l entre o s m eto do s tipo 16gic o e estrutura lista e que 0 "tipoideal" d o prim eiro inex iste o a rea lid ad e, serv ind o a pena s pa ra estud a-la , eo "mode lo"I o s eg un d o e a Unic a re pre se nta c a o c o nc e bfv el d a re a li da d e.

    , .- -,.: .:(j..'J S'J;1-, ~(: !

    ' b : . ]

    11 1

    ,. . . .. .

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    8/10

    Si

    4.7.9 Metodo E tnograt 'i coRefere-se a analise descritiva das sociedades humanas, primitives au agrafas, rurais

    e urbanas, grupos etnicos etc., de pequena escala. Mesmo 0 estudo descritivo requeralgurna generalizacao e comparacao, impllcita ou explicita. Diz respeito a aspectosculturais.

    Consiste no levantamento de todos os dados p ossi ve is so b re a sociedade em gerale na descricao, com a finalidade de conhecer melbor 0 estilo de vida ou a cultura es-pecifica de determinados grupos.

    Segundo Eisman et a t. (1997:258-261), 0 metodo etnografico " 'e urn modo de in-vestigar naturalista, baseado na observacao, descritivo, contextual, aberto e profundo.o objetivo da etnografia e combinar 0 ponto de vista do observador interne c om 0 ex-temo e descrever e interpretar a cultura" .

    De acordo com Wilcox (1993:95-127), 0 processo de invesrigacao implica:a) aceder, manter e desenvolver uma relaeao com as pessoas geradoras de

    dados. Essa atividade exige certas habilidades e recursos;b) e mpre ga r um a variedade de te cn ic a s pa ra coletar 0 maior numero de da -

    dos e/ou infcrmacoes, aspecto que redundara na validez e confiabilidadedo estudo;

    c ) permanecer no campo 0 t empo suf ic i e nt e para assegurar um a i nt erp re ta c a ocorreta dos fates observados e discriminar 0 que e regular e/ou irregular;

    d) utilizar teorias e conhecimentos para guiar e informar as pr6prias observa-yoes do que viu ou ouviu, redefinir 0 tema e dep.irar 0 processo do estudo.

    A investigacao se inicia com uma ideia global ou tematica do trabalho. Nao exigeespecificidade, ma s precisa compreender 0 s is tema de significados pr6prio do pesqui-sador. Na pratica frequente nao se devem estipular antecipadamente hip6teses e cate-gorias. A formulacao demasiado especifica do problema pode resultar contraproducen-te, podendo prejudicar a descoberta dos significados. 0 que se deve fazer e coletar 0que e importante.

    A observacao e a tecnica chave dessa metodologia. Alem da pesquisa de campofaz-se necessario recorrer a diferentes fontes bibliograficas e outras,

    Exemplos: grupos etnicos, agrafos, escolares etc.

    4.7.10 Metoda ClinicoEsse metodo, aplicado em estudo de caso, e u t i ! no contexto da intervencao psico-

    pedagogic a , ,11 2

    , ... . ~..,..---- ..--~ _ - ,-, _- , " .. . . .J . . - . ~ . ' " '~ . - - . - - ~ , . . - - ' . -

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    9/10

    Pode ser utilizado tanto sob 0 aspecto qualitativo quanta 0 quantitative, uma vezque pede incluir intencao, significados, valores etc.

    A metodologia qualitativa ajuda a compreender 0 processo de exper imenracao eli-nica e explica por que uma intervencao, a s vezes, nao e positiva (Eisman et al.,1997:258).4.7.10.1 CARACTERiSTICAS

    a) relacao intima, pessoal entre 0 elinico e 0 sujeito (paciente ou cliente):b) emprego de uma aer ie de dados au sinais.

    Uma relacao de amizac'e entre clfnico e paciente, entre professor e aluno e outros,. \e unportante,o pesquisador pode valer-se das t ecnicas de entrevista, hist6ria de vida, observa-~o, psico-analise e outras de relacao pessoal, dentro desse metodo,

    o importante no metoda clinico e deixar 0 pesquisado falar livremente e descobriras tendencias espontaneas do mesmo.

    Segundo Trivinos (1987: 168), a "flexibilidade do metodo clinico depende precisa-mente d a capacidade do pesquisador nessas duas condicoes fundamentals: apoio teoricoe dominic do contexto".o pesquisador deve saber 0 que procura, fazendo perguntas adequadas, certas,evitando arnbiguidade e na o deixando nada sem esclarecimentos.

    Exemplos: analise de pacientes, estudantes etc. ,\ . . 1 I i 1

    4.7.11 Metodos e Quadro de ReferendaDiferenciando-se do metddo de abordagem, as metodos de procedimento muitas

    vezes slio utilizados em conjunto, com a finalidade de obter v a n os enfoques do objetode estudo.

    Exemplos do usa concomitante dos diversos metodos: para analisar 0 papel que ossindicatos desempenham na sociedade, pode-se pesquisar a origem eo desenvolvimen-to do sindicato, e a forma especifica em que aparece nas diferentes sociedades: metodohistorico e comparative. A anal ise de G arim pos e garim peiros de P atrodnio P aulista -tese de doutoramento da professora Marina de Andrade Marconi - foi resultado doemprego dos metodos historico, estatistico e monografico .. 0 t ema exigiu a pesquisa,no passado, das atividades dos garimpeiros, suas migracoes e metodos d e trabalbo; nainvestigacao da caracteristica do garimpeiro de hoje, foi empregado 0 metodo estatfsti-co; e, finalrnente, ao limitar a pesquisa a determinada eategoria, utilizou-se 0metodomonografico.

    113

    ___ J.

  • 5/9/2018 M todos Espec fios das Ci ncias Sociais

    10/10

    Quadro de Referenda: a questao da metodologia e importante quando se analisa aquadro de referencia utilizado; este pode se r compreendido como urna totalidade qu eabrange dada teo ria e a m eto do logia espec ffic a dessa teo ria . Teoria , a qui , e cons idera -da toda generalizacao relativa a fen6menos fisicos ou socials, estabelecida com rigorc ien tific o nec essa rio pa ra que possa servir d e ba se segura a inte rpre ta c ao d a re alid ad e;m etodo logia , po r sua vez, engloba metodos de abordagem e de proc ed im ento e tecni-c a s .. Assim, a teoria do materialismo historico, a Metodo de abordagem dialetico, asrnetodos de procedimento hist6rico e comparative, juntamente com tecnicas especificasde cole ta de dados , formam 0 quadro de referencia marxista. Outro exeiaplo diz res-pei to a teo ria da evo luc a o (D a rw in), juntam ente c om M etodo de abordagcm i ndut ivo,m eto do d e pro ced im ento comparativo e respec tiva s tec nic a s (qua dro de referenc ia evo -Ic io ni sta ) .

    L lT ERATURA RECOMENDADABOAVENTURA, Jorge. 0 acidente traida. Sao Paulo: Impres/Lithographica Ypiranga,

    1979. Capitulo 7.BUNGE, Mario. Epistemologia: curso de atualizacao, Sao Paulo: T. A. Queiroz/

    EDUSP, 1980. Capitulo 2.CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcina. Metodo log ia c ie nuf ic a : para usa dos

    estudantes universitarios. 2. ed. Sa o Pa ulo : M cGraw-H ill do Brasil, 1978. Parte I,Capitulo 2, itens 2.4 e 2.5.

    COHEN, Morris, NAGEL, Ernest. Introduccion a la logica y al metoda cientifico.". ed. Buenos Aires: Amorrortu, 1971. v. 2, Capitulo 14.COPI, Irving M. Introdu9aoa logica. Sa o Paulo: Mestre Jou, 1974. Parte III, Capitulo

    13, I tem V.DEMO, Pedro. Metodologia cienttfica em ciencias sociais. Sao Paulo: Atlas , 1981.Parte II, Capitulo 8.EISMAN, L eo no r B ue nd ia ; BRAVO, Pilar Colas; PINA, F ue nsa nta H e rn an de z. Meto-

    dos de investigacion em psicopedagogia. Ma d ri : M cG ra w -H ill, 1997.HEGENBERG, Leonidas . Expticacoes cientificas: introducao a filosofia da c i enc i a ,

    2. ed. Sa o Pa ulo : E.P.U.lBDUSP, 1973. Par te n, Capitulo 5.-- .. Etapas da investiga~lio cientjica. Sao Paulo: E.P.U.lEDUSP, 1976. v. 2, Ca-

    pitulo 4.JOUVET, Regis . Curso de f il osofi a. 13. ed. R io de Janeiro: Agir, 1979. Parte Y. Ca-

    pitulo 2.KAPLAN, Abraham. A condiaa till pesquisa: metodologia para a s c i en c ja s do compor-ta mento . Sa o Pa ulo : H erd er/E DU SP, 1969. Capitulo 9.114

    t