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FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE ITAPERUNA INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ALEXANDER SENTINELLI RIBEIRO CORRELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E ÍNDICES ELEVADOS DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM MILITARES

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FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE ITAPERUNAINSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ALEXANDER SENTINELLI RIBEIRO

CORRELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E ÍNDICES ELEVADOS DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM MILITARES

ITAPERUNA

2012

ALEXANDER SENTINELLI RIBEIRO

CORRELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E ÍNDICES ELEVADOS DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM MILITARES

Monografia apresentada à coordenação do curso de Educação Física do ISEMI-FUNITA como Requisito parcial para obtenção da Licenciatura em Educação Física orientado pelo Professor Rude de Souza Maciel.

ITAPERUNA2012

ALEXANDER SENTINELLI RIBEIRO

CORRELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E ÍNDICES ELEVADOS DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM MILITARES

Monografia apresentada à coordenação do curso de Educação Física do ISEMI-FUNITA como Requisito parcial para obtenção da Licenciatura em Educação Física.

COMISSÃO EXAMINADORA

Professor /Ms/ Rude de Souza MacielISEMI-FUNITA

Professor /Ms/ Marco Antônio Machado dos SantosISEMI-FUNITA

Professor /Ms/ Letícia Ecard RochaISEMI-FUNITA

Itaperuna, 29 de novembro de 2012

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE ITAPERUNAINSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE AUTORIZAÇÃO

Eu, professor Rude de Souza Maciel autorizo a entrega do trabalho de conclusão de

curso intitulado correlação entre hipertensão arterial e índices elevados de massa

corporal e circunferencia abdominal em militares, de autoria do acadêmico

Alexander Sentinelli Ribeiro, de acordo com as normas determinadas pela

coordenação de curso. Declaro estar ciente do conteúdo do presente trabalho.

_____________________________

ITAPERUNA, 30 de outubro de 2012

EPÍGRAFE

“Somos sempre aprendizes da profissão e estagiários da vida.”

(Alves Franco)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais José Paulo e Margarida, responsáveis por tudo que sou hoje, meu irmão Fábio pelo apoio, minha querida esposa Daniela, pelo companheirismo e paciência e aos meus amigos que sempre me ajudaram e aconselharam.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ser responsável por mais uma etapa vencida, pelas pessoas maravilhosas que ele colocou em meu caminho, pelas vitórias, pelas derrotas que me fizeram levantar... Por tudo. Obrigado Senhor!

Aos meus pais José Paulo e Margarida, as palavras nunca serão suficientes para expressar a minha gratidão. Obrigado pelo apoio, pelas orações, pelas renúncias, pelos sacrifícios, pelo incentivo.

Ao meu irmão Fábio, agradeço pela imensa amizade, pelo carinho, pela compreensão e por se manter tão presente mesmo estando tão distante.

Um agradecimento especial à minha esposa Daniela, pelas orações, pelo companheirismo e paciência e por suportar às vezes com muito amor, a ausência.

Ao professor e orientador Ms. Rude de Souza Maciel, por prestar toda a orientação, apoio e esclarecimentos necessários desde o início deste projeto.

Ao professor e co-orientador Ms. Guilherme Tucher, pela contribuição e incentivo durante o projeto.

Ao professor Ms. Marco Machado, pela atenção, nos momentos de dúvidas.

Aos colegas de farda do 29º BPM (Itaperuna/RJ), que sem o apoio dos quais não seria possível à realização deste projeto, em especial ao 2º TEN. Jean Silveira (Chefe da Seção de Educação Física do 29º BPM) e a CB Lândia (Enfermeira do 29º BPM).

Ao colega e estagiário do Curso de Educação Física da FUNITA, Agostinho Fernandes, pela disponibilidade e por não poupar esforços para ajudar durante a “coleta dos dados”.

Agradeço a todo corpo docente e funcionários da FUNITA, pela paciência, carinho e dedicação pelo trabalho.

Agradeço aos amigos formandos das turmas de 2009 e 2011 da FUNITA, pela oportunidade concedida de desfrutar do carinho e amizade de vocês. Jamais esquecerei...

Resumo

Por decorrência da modernização, ocorreram alterações no comportamento humano ocasionando mudanças nos hábitos de vida das pessoas, como a ingestão de alimentos com altos teores de açúcares e densidades energéticas e ainda a redução da atividade física como meio de locomoção. Tais fatores colaboram para o aumento dos índices de obesidade e consequentemente de patologias como a hipertensão arterial. Com base nessas informações, o objetivo do presente estudo foi verificar se a hipertensão arterial apresenta correlação com índices elevados de massa corporal e circunferência abdominal em militares. A amostra de militares foi composta de (N=52) escalados no serviço de expediente do 29ºBPM-Itaperuna/RJ, sendo 50 homens e 02 mulheres, com idade entre 26 e 58 anos. A coleta de dados envolveu questionário estruturado, aferição da pressão arterial em dois momentos, massa, estatura e circunferência abdominal. A hipertensão foi diagnosticada com pressão arterial ≥ 140/90 mmHg ou uso de medicação anti-hipertensiva. O IMC ≥ 25,0 foi classificado como sobrepeso ou obesidade. A circunferência abdominal ≥ 94cm (homens) e ≥ 80 (mulheres) foram classificadas como aumentadas (de acordo com níveis de ação 1 e 2). As variáveis intervenientes incluíram sexo, idade, raça, hereditariedade, tabagismo, alcoolismo, ingestão de sal, nível de atividade física, estresse, sedentarismo e obesidade. A correlação entre hipertensão arterial e índices elevados de massa corporal e circunferência abdominal foi calculada através do teste de correlação de Pearson. Posteriormente, para comparação das médias de cada grupo foi utilizado o Teste T de Student. Os programas SPSS 17.0 e BioEstat 5.0 foram utilizados para realizar os testes estatísticos. O nível de significância adotado é de p<0,05. Pode-se concluir com a realização deste estudo que tanto o IMC elevado quanto a CA elevada, aumentam a probabilidade de o indivíduo tornar-se hipertenso. Verifica-se então que o controle destas variáveis é de grande importância no controle da pressão arterial adequada, contribuindo para a manutenção da saúde e qualidade de vida dos militares, podendo auxiliar também no melhor desempenho de suas funções institucionais.

Palavras chave: Hipertensão arterial, índice de massa corporal, circunferência abdominal, militares

Abstract

By a result of modernization, changes in human behavior causing changes in the habits of life, such as eating foods with high sugar content and energy density and also the reduction of physical activity as a means of locomotion. These factors contributed to increasing rates of obesity and consequently of diseases such as hypertension. Based on this information, the aim of this study was to verify whether hypertension is correlated with high body mass index and waist circumference in the military. The sample comprises of 52 soldiers, 50 men and 02 women, aged between 26 and 58 years. Data collection involved a structured questionnaire, blood pressure measurement at two, weight, height and waist circumference. Hypertension was defined as blood pressure ≥ 140/90 mmHg or use of antihypertensive medication. BMI ≥ 25,0 is classified as overweight or obese. The WC ≥ 94cm (men) and ≥ 80 (women) were classified as increased (according to action levels 1 and 2). The intervening variables included gender, age, race, heredity, smoking, alcohol consumption, salt intake, physical activity level, stress, sedentary lifestyle and obesity. The correlation between hypertension and elevated body mass index and waist circumference was calculated using the Pearson correlation test. Subsequently to compare the means of each group was used Student's t test. The SPSS 17.0 and 5.0 BioEstat were used to perform statistical tests. The level of significance is p <0.05. It can be concluded with this study that both BMI high as the WC high, increasing the probability of the individual become hypertensive. It appears then that the control of these variables is of great importance in the control of blood pressure adequately, contributing to the maintenance of health and quality of life of the military, can also assist in the performance of its institutional functions.

Keywords: hypertension, body mass index, waist circumference, military

SUMÁRIO

EPÍGRAFE................................................................................................................... iDEDICATÓRIA........................................................................................................... iiAGRADECIMENTOS................................................................................................. iiiResumo...................................................................................................................... ivAbstract....................................................................................................................... v1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1.Problema de Pesquisa................................................................................... 11.2.Justificativa ................................................................................................... 11.3.Relevância...................................................................................................... 21.4.Hipóteses........................................................................................................ 31.5.Objetivos......................................................................................................... 3

1.5.1. Objetivo Geral.......................................................................................... 31.5.2. Objetivos Específicos............................................................................. 3

2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................... 42.1.Fundamentação Teórica................................................................................ 4

2.1.1. Pressão Arterial....................................................................................... 4 2.1.1.1. Hipertensão Arterial.......................................................................... 5 2.1.1.2. Epidemiologia da Hipertensão......................................................... 5 2.1.2. Grupos Susceptíveis............................................................................... 6 2.1.2.1. Idade................................................................................................... 6 2.1.2.2. Sexo.................................................................................................... 7 2.1.2.3. Etnia.................................................................................................... 7 2.1.2.4. Fatores Sócio-econômicos............................................................... 8 2.1.2.5. Hereditariedade................................................................................. 9 2.1.2.6. Tabagismo.......................................................................................... 9 2.1.2.7. Alcoolismo....................................................................................... 10 2.1.2.8. Ingestão de Sal................................................................................ 11 2.1.2.9. Estresse............................................................................................ 11 2.1.2.10. Sedentarismo.................................................................................. 12 2.1.2.11. Obesidade....................................................................................... 13 2.1.3. Medidas Antropométricas..................................................................... 14 2.1.3.1. Índice de Massa Corporal (IMC)...................................................... 15 2.1.3.2. Circunferência Abdominal (CA)...................................................... 16 2.1.4. Histórico da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).. 17 2.1.4.1. O Vigésimo Nono Batalhão de Polícia Militar (29º BPM).............. 19 2.1.5. Prevalência dos Fatores de Risco na Corporação.............................. 20 2.1.6. Importância da Avaliação Física na Corporação................................. 20 2.1.7. Formas de Intervenção.......................................................................... 22 2.1.7.1. Medidas Não-medicamentosas....................................................... 22 2.1.7.2. Medidas Medicamentosas.............................................................. 23 2.2. Material e Métodos....................................................................................... 24 2.2.1. Amostra................................................................................................... 24 2.2.2. Procedimentos....................................................................................... 24 2.2.3. Material.................................................................................................... 25 2.2.4. Análise Estatística.................................................................................. 25 2.3. Resultados.................................................................................................... 26 2.4. Discussão..................................................................................................... 303. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 34

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 355. ANEXOS............................................................................................................. 42

LISTAS DE SIGLAS

AVC Acidente Vascular Cerebral

BRA II Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina

BPM Batalhão de Polícia Militar

CA Circunferência Abdominal

DAC Doença Arterial Coronariana

DC Dobras Cutâneas

DEXA Absorciometria por Raios X de Dupla Energia

D-5 Diretrizes de Condicionamento Físico da Polícia Militar do Estado do

Rio de Janeiro

ECA Enzima Conversora da Angiotensina

HA Hipertensão Arterial

IECA Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina

IMC Índice de Massa Corporal

mmHg Milímetro de Mercúrio

OMS Organização Mundial da Saúde

PA Pressão Arterial

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

PMERJ Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

RCQ Relação Cintura Quadril

SUS Sistema Único de Saúde

TAF Teste de Aptidão Física

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UOp Unidade Operacional

1. INTRODUÇÃO

1.1. Problema de pesquisa

A hipertensão arterial apresenta correlação com índices elevados de massa

corporal e circunferência abdominal em militares?

1.2.Justificativa

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, através dos dados coletados pelo

sistema VIGITEL em parceria com o Núcleo de Pesquisas em Nutrição e Saúde da

Universidade de São Paulo (NUPENS/USP), nos últimos cinco anos a proporção de

brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial (HA) aumentou de 21,6% em

2006 para 23,3% em 2010 (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Por decorrência da modernização dos meios de transporte, ocorrem

alterações no comportamento humano ocasionando mudanças nos hábitos de vida,

principalmente no que diz respeito à redução da atividade física como meio de

locomoção. Apesar dos conhecimentos difundidos a respeito dos benefícios de se

adotar um estilo de vida mais saudável, os indivíduos não têm procurado com

freqüência atividades de lazer mais ativas adotando um estilo de vida mais

sedentário, acarretando prevalência de sobrepeso (OLIVEIRA, 2005).

Neste cenário de doenças epidemiológicas, a obesidade se destaca como

fator de risco para o aparecimento de doenças crônicas como a hipertensão e o

diabetes. Alguns outros fatores também se tornam relevantes na determinação da

(HA) como o fumo, o consumo excessivo de álcool, a ingestão exagerada de sal, o

estresse e ausência de atividade física (OMS, 2003).

Os indivíduos obesos, conforme já relatado na literatura científica, são os que

possuem maior prevalência de (HA). Vários estudos mostram sua associação com

indicadores antropométricos elevados, destacando-se a circunferência abdominal

(CA) e o Índice de Massa Corporal (IMC) (SARNO; MONTEIRO, 2007).

Na atividade da Segurança Pública a instituição Policial Militar é composta de

elementos oriundos da sociedade e que, ao exercerem a função constitucional da

polícia que é “prevenir e proteger” o cidadão, sofrem inúmeras cobranças da

Secretaria de Segurança, da mídia, além do estresse pós-traumático, oriundo dos

riscos vivenciados. Esses fatores, juntamente com a má alimentação e a inatividade

física, acarretam elevados níveis de obesidade e hipertensão na tropa

(ALBUQUERQUE, 2010).

1.3.Relevância

A HA cada vez mais atinge adultos jovens. Cerca de 25% da população

mundial adulta é considerada hipertensa e estima-se que até 2025 poderá chegar a

29% (KEARNEY et al., 2005).

Dentre os grupos que estão susceptíveis ao aparecimento de doenças como

obesidade, diabetes e hipertensão, encontra-se o de policiais militares. A atividade

Policial Militar, que é de cunho ostensivo e atua na preservação da ordem pública,

está sujeita a inúmeros fatores estressantes, como escalas de serviço, noites de

trabalho, baixos salários, além de fatores sociais inerentes à responsabilidade

institucional (LEITE; SILVA, 2006).

Por outro lado, a prática regular de atividade física e a conseqüente perda de

massa (redução dos níveis antropométricos) em indivíduos tende a reduzir

consideravelmente a prevalência destas doenças, principalmente na diminuição dos

valores da pressão arterial (PA) (OMS, 2003).

Porém, apesar da relevância do tema, poucos foram os estudos realizados

com o grupo de policiais militares a fim de correlacionar a HA com níveis

antropométricos elevados. Diante do quadro apresentado anteriormente, verifica-se

a necessidade da realização de um estudo que venha abordar essa relação como

ferramenta de controle e prevenção dessas doenças possibilitando uma

conseqüente melhora na qualidade de vida desses militares.

1.4.Hipóteses

H1 - Índices elevados de massa corporal não se correlacionam com a hipertensão arterial em militares.

H2 - Índices elevados de massa corporal apresentam correlação positiva com a hipertensão arterial em militares.

H3 - Índices elevados de massa corporal apresentam correlação negativa com a hipertensão arterial em militares.

H4 - Índices elevados de circunferência abdominal não se correlacionam com a hipertensão arterial em militares.

H5 - Índices elevados de circunferência abdominal apresentam correlação positiva com a hipertensão arterial em militares.

H6 - Índices elevados de circunferência abdominal apresentam correlação negativa com a hipertensão arterial em militares.

1.5.Objetivos

1.5.1. Objetivo Geral

O presente estudo teve como objetivo verificar se a hipertensão arterial

apresenta correlação com índices elevados de massa corporal e circunferência

abdominal em militares.

1.5.2. Objetivos Específicos

Avaliar o índice de massa corporal em militares.

Avaliar a circunferência abdominal em militares.

Aferir a pressão arterial em militares.

Correlacionar a hipertensão arterial, o índice de massa corporal e a circunferência abdominal em militares.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Fundamentação Teórica

2.1.1. Pressão Arterial

A PA é determinada através da força exercida pelo sangue nas paredes das

principais artérias, podendo dividir-se em pressão arterial sistólica (PAS), que ocorre

no momento da contração dos ventrículos e depende do débito cardíaco; e pressão

arterial diastólica (PAD), que ocorre no momento do relaxamento dos ventrículos e

depende da resistência vascular periférica. A equação que expressa essa relação é:

PA = Débito cardíaco X Resistência vascular periférica

A PAS normal em um adulto pode variar entre 110 mm Hg e 139 mm Hg e a

PAD pode variar entre 60 mm Hg e 89 mm Hg, conforme é mostrado no quadro 1.

Quadro 1 - Classificação da pressão arterial (Adaptado do National Institutes of

Health, 1997).

Categoria Pressão sistólica (mm hg) Pressão diastólica (mm hg)

Ótima < 120 < 80

Normal 120 – 129 80 – 84

Normal alta 130 – 139 85 – 89

Hipertensão

Estágio 1 ( leve) 140 – 159 90 – 99

Estágio 2 (moderada) 160 – 179 100 – 109

Estágio 3 (grave) ≥ 180 ≥ 110

A medida da PA foi tornada prática em 1902 pelo jovem médico russo N. S.

Korotkoff, 1874-1920, através do método de ausculta, ou seja, ouvindo-se os sons,

onde era utilizado um estetoscópio e um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio

(MACARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

2.1.1.1. Hipertensão Arterial

A elevação da PA além dos níveis normais, ou seja, (PAS > 140 mm Hg e

PAD > 90 mm Hg) é determinada como “hipertensão” e confere uma sobrecarga

recorrente ao sistema cardiovascular. Em geral, a hipertensão é assintomática, ou

seja, sem sintomas; porém essa hipertensão recorrente, caso não seja tratada,

incorrerá em lesões nos vasos arteriais (podendo gerar arteriosclerose, que é o

enrigecimento da parede das artérias), doenças cardíacas, acidente vascular

cerebral (AVC) e ainda insuficiência renal (LLOYD-JONES et al., 1999).

A partir de 1999, a HA foi reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma

doença vinculada à atividade ocupacional, com sua inclusão na lista de doenças do

sistema circulatório relacionadas com o trabalho, elaborada pelo Ministério da

Saúde, criada a partir da determinação da Lei Orgânica da Saúde Nº 8.080/1990 e

publicada na Portaria/MS Nº 1.339/1999. Esta lista é baseada na CID-10 e visa a

“subsidiar as ações de diagnóstico, tratamento e vigilância em saúde e o

estabelecimento da relação da doença com o trabalho e das condutas decorrentes”

(VIEIRA, 2009).

2.1.1.2. Epidemiologia da Hipertensão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que existem pelo menos

600 milhões de hipertensos em todo mundo. No ano de 2001 a doença foi

responsável por cerca de 7,6 milhões de mortes, sendo a maioria em países com

baixo índice de desenvolvimento econômico, tendo como principal alvo a população

com idade entre 45 e 69 anos.

A elevação da PA aumenta progressivamente a mortalidade por doença

cardiovascular (DCV), sendo ela a principal causa de morte no Brasil, onde em 2007

foram registrados cerca de 308.466 óbitos, com um total de 1.157.509 internações

pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com um custo de R$ 165.461.644,33

(DATASUS), (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Uma em cada quatro pessoas experimentou PA alta em algum momento da

vida. O indivíduo sob medicação hipertensiva, mesmo quando sua PA se encontra

dentro dos limites normais, é classificado como hipertenso. A cada ano, cerca de 2

milhões de pessoas se tornam hipertensas (CARDILLO et al., 1998).

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, através do sistema

VIGITEL, cerca de 23% da população brasileira tem hipertensão. Se for comparado

com os índices de 2006, a doença encontra-se estável no País, porém o Estado

onde mais se observou aumento no percentual de hipertensos, foi o Rio de Janeiro,

onde 29,9% se declararam com a doença. O Estado possui ainda a maior

concentração de pessoas com idade avançada (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2010).

Segundo a OMS a HA afeta principalmente as populações dos países

desenvolvidos e em desenvolvimento, uma vez que grandes transformações vêm

ocorrendo no estilo de vida dessas pessoas, ocasionando mudanças nos hábitos

alimentares, nos níveis de atividade física, na ingestão de álcool e tabagismo. Com

isso, as pessoas são levadas a adotarem uma rotina sedentária que é justamente

fruto dos processos de industrialização, urbanização, desenvolvimento econômico e

crescente globalização do mercado de alimentos. Essas mudanças sociais

impulsionaram grande parte da população mundial a uma epidemia de sobrepeso e

obesidade (OMS, 2003).

2.1.2. Grupos Suscetíveis

2.1.2.1. Idade

Por causa da idade avançada, as funções fisiológicas e biológicas tornam-se

reduzidas, acarretando limitações funcionais (BRILL et al., 2000). Em consequência

desses aspectos, existe uma relação direta entre a (PA) e a idade uma vez que por

consequência do processo de envelhecimento, ocorrem alterações na musculatura

lisa e no tecido conjuntivo dos vasos (PESSUTO; CARVALHO, 1998). Pode ser

observado que nos homens a partir dos 35 anos e nas mulheres a partir dos 45 anos

de idade (por consequência da menopausa), pode ocorrer um aumento gradativo e

preocupante nas possibilidades de morte, ocasionadas por tal doença (MACARDLE;

KATCH; KATCH, 2003). Sendo que em indivíduos a partir de 65 anos, a HA

acomete cerca de 60% deles (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2010).

A hipertensão mais comumente identificada em indivíduos acima de 60 anos

é a hipertensão sistólica isolada, causada pela rigidez da artéria aorta e de outras

grandes artérias onde os vasos perdem elasticidade, deixando de se dilatarem no

momento da ejeção, ocasionando uma elevação da (PAS) acima de 140 mm Hg

(LUNA, 2002).

2.1.2.2. Sexo

Os homens de meia idade possuem maior predisposição à síndrome

hipertensiva que as mulheres, comportando seis vezes mais chances de ataques

cardíacos que o sexo feminino. Tal fato deve-se às diferenças hormonais favoráveis

ao sexo feminino, com maior fluxo e refluxo dos níveis de estrogênio nas mulheres,

proporcionando a elas uma maior proteção contra esta doença (MACARDLE;

KATCH; KATCH, 2003).

Embora as mulheres jovens possuam probabilidade menor a HA, a partir dos

60 anos de idade, os níveis pressóricos se elevam em um rítmo considerável,

tornando-se pelo menos tão elevada quanto os valores correspondentes no sexo

masculino (OLMOS; LOTUFO, 2002).

A Sociedade Brasileira de Hipertensão relata que tal acontecimento se deve

pelo fato das mulheres no decorrer da vida se expuseram a situações especiais e

que ao longo dos anos contribuíram para o acometimento de HA, como o uso de

contraceptivos, a gestação e a própria menopausa (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2010).

2.1.2.3. Etnia

A incidência de HA em indivíduos negros é em geral duas vezes maior que

em indivíduos brancos. No Brasil, estudos realizados com abordagens de gênero e

cor comprovaram a predominância da doença em mulheres negras de até 130% a

mais em relação às caucasianas (VASAN et al., 2002). Os negros possuem os

maiores índices de pressão, sendo 1,77 a mais que os brancos e os índios possuem

os menores índices. Ainda não se sabe o impacto da miscigenação sobre a HA no

Brasil, porém acredita-se que a explicação mais provável para o fato seja que os

afro-descendentes, durante anos de escravidão e exploração, foram sujeitados a

uma má alimentação no tempo da senzala, o que contribuiu de forma gradativa para

um aumento da PA, acarretando na raça uma mutação genética (LUNA, 2002).

Porém, em estudos científicos realizados por médicos ingleses, foi

comprovado, por meio de eletrocardiograma que o polimorfismo do gene da enzima

conversora da angiotensina (ECA) se correlacionava com indivíduos com hipertrofia

ventricular esquerda e indivíduos com pressão arterial normal. Em outro estudo de

corte realizado, como o HyperGEN, ficou comprovado que a variabilidade genética

da massa ventricular esquerda é determinada geneticamente, sendo que em irmãos

negros ela se correlacionou melhor que em irmãos brancos, demonstrando que o

controle genético pode distinguir dependendo do grupo ético (BARRETO-FILHO;

KRIEGER, 2003).

2.1.2.4. Fatores Sócio-econômicos

Com o avanço da industrialização ao final do século XX, os padrões

socioeconômicos e culturais da população começaram a se modificar de forma a

alterarem o cotidiano da humanidade. Os avanços tecnológicos contribuíram para

melhorar a qualidade de vida, porém, muitas mudanças também influenciaram no

processo saúde-doença, causando alterações nos hábitos alimentares (SALAROLI

et al., 2007).

A ingestão inadequada de alimentos cresceu mais nos países em

desenvolvimento do que nos desenvolvidos, gerando uma epidemia de doenças

crônicas comum aos países mais pobres (OMS, 2003).

A “VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010” explica que é muito difícil

afirmar sobre a influência dos fatores socioeconômicos no episódio da hipertensão,

porém, descreve que no Brasil, a (HA) foi comumente mais relatada em indivíduos

com menores índices de escolaridade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2010). A baixa renda, inacessibilidade aos meios de informação e

educação, falta de saúde, estresse ocupacional, inatividade física, dentre outros

fatores, são responsáveis por uma maior frequência da HA em classes econômicas

menos favorecidas. Cerca de 27,8% das pessoas com baixa escolaridade

apresentaram HA se comparados aos indivívuos com maior nível de escolaridade,

que apresentaram 6,6% (DÓREA; LOTUFO, 2004).

2.1.2.5. Hereditariedade

Apesar dos procedimentos médicos invasivos para diagnóstico e tratamento

de cardiopatias serem o principal fator para se determinar a suscetibilidade genética

de lesões nos tecidos e órgãos, é de conhecimento que a hereditariedade genética

também confere sensibilidade para o desenvolvimento de lesão de órgãos. Em

estudos realizados com filhos de indivíduos hipertensos, através de ecocardiograma,

em gêmeos homozigóticos (com herança genética idêntica) e indivíduos de raças

diferentes; a herança genética teve um papel decisivo na massa ventricular. Em

experimentos realizados com ratos de laboratórios geneticamente hipertensos, a

herança genética da massa ventricular esquerda foi percebida e comprovada em

76% deles (BARRETO-FILHO; KRIEGER, 2003).

O conjunto de fatores genéticos que colaboram para a origem da HA na

população com histórico familiar dessa doença está bem instituído na população.

Entretanto, as diferenças genéticas, até o momento, não podem ser empregadas

para predizer o risco individual de desenvolvimento de HA (DE OLIVEIRA et al.,

2008).

2.1.2.6. Tabagismo

Segundo a OMS, o aumento das síndromes hipertensivas, refere-se a

diversas modificações que vêm ocorrendo nos hábitos alimentares da sociedade,

nos níveis de atividade física reduzida e no aumento do consumo de cigarros no

mundo; que são fruto do processo de industrialização, urbanização e

desenvolvimento econômico (OMS, 2003).

O indivíduo com exposição ambiental aos cigarros (tanto na forma ativa

quanto passiva) acomoda um elevado indicador de risco para doenças cardíacas; e

a proporção do risco está diretamente relacionada ao número de cigarros

diariamente fumados. Os fumantes estão duas vezes mais sujeitos ao risco de

cardiopatias que os não fumantes, sendo este risco aumentado ainda mais para os

fumantes diabéticos e hipertensos. Segundo Os Centers for Disease Control and

Prevention, cada cigarro fumado rouba 7 minutos da vida de um indivíduo. Segundo

o Instituto, quanto mais rico for o cigarro em termos de alcatrão e de co-produtos

nocivos em sua composição, maior será o risco de doenças cardíacas.

Pesquisadores britânicos constataram que indivíduos que fumam há mais de 40

anos têm 5 vezes mais de chances de sofrerem ataques do coração que os

indivíduos não fumantes da mesma faixa etária.

Em geral, a debilidade causada ao organismo pelo consumo do cigarro,

independente de outros fatores de risco, continua sendo um agravante para doenças

crônicas, uma vez que se existem fatores de risco suplementares, o fumo neste

caso, acentua sua influência; uma vez que através do seu efeito potencializador

sobre as lipoproteínas séricas, os indivíduos fumantes possuem níveis mais baixos

de HDL-C que os não fumantes.

Pesquisas mostram que se os índices de fumantes continuarem a aumentar,

dentro de 25 anos o tabagismo se tornará a principal causa mundial isolada de

morte e de incapacidade (MACARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

2.1.2.7. Alcoolismo

Nos últimos anos, a ingestão elevada de etanol vem sendo responsável por

um número crescente de doenças cardiovasculares, sendo a hipertensão uma delas.

Grande parte dos estudos mostra uma existência de similaridade direta entre o

consumo demasiado de álcool e a elevação da PA, contudo, alguns autores

apontam que o consumo moderado acarrete num efeito protetor ao sistema

cardiovascular (LIMA et al., 1999).

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), a ingestão alcoólica

por tempo prolongado, ocasiona elevação da PA e está diretamente associada à

ascendente mortalidade e morbidade cardiovascular. Diante de inúmeras

contestações relativas aos benefícios ou malefícios do consumo etílico moderado

entre os trabalhadores, bem como o prejuízo social causado por ele; pesquisas

apontam para que o consumo de bebidas alcoólicas não ultrapasse 30 g de etanol

ao dia, para homens, sendo que apenas 15 g seria a quantidade tolerada para as

mulheres (SESSO et al., 2008).

2.1.2.8. Ingestão de Sal

O brasileiro possui hábitos alimentares ricos em açúcares, gordura e sal.

Segundo a OMS a quantidade considerada máxima saudável para ingestão

alimentar diária seria de 5 g de cloreto de sódio ou sal de cozinha (correspondente a

2 g de sódio), porém, o consumo médio do brasileiro corresponde a pelo menos o

dobro do recomendado. Essa ingestão exagerada de sódio está diretamente

relacionada com a elevação da PA. Entretanto, essa relação não é linear, pois

segundo pesquisas existe um fenômeno conhecido como “sensibilidade ao sal”, no

qual indivíduos ditos normotensos com grande sensibilidade a ingestão de sódio

apresentaram incidências cinco vezes maior de adquirir HA, ao longo dos anos, do

que os ditos normotensos com baixa sensibilidade a ingestão de sódio. Embora

existam diferenças individuais relacionadas à sensibilidade ao sal, pequenas

reduções na quantidade de sódio ingerida diariamente, se mostraram eficazes na

redução da PA, reforçando a necessidade de orientação aos hipertensos quanto aos

benefícios de uma dieta saudável com redução no consumo de sódio (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

2.1.2.9. Estresse

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o estresse é definido como

“a soma das reações biológicas a qualquer estímulo físico, mental ou emocional,

interno ou externo, que tende a perturbar a homeostase; as reações compensatórias

podem ser inadequadas ou inapropriadas levando a doenças.”

O estresse e a ansiedade induzem os indivíduos a um estilo de vida menos

saudável e estão associados a fatores como obesidade, alcoolismo e HA. O

estresse ocupacional contribui demasiadamente para o aumento da PA e

consequentemente para o risco de hipertensão (SPARRENBERG; MOREIRA;

CANEPPELE, 2004).

Em decorrência da profissão, o policial militar é um grande candidato a

apresentar os sintomas de exaustão física, psíquica e emocional em decorrência da

falta de adaptação dos profissionais a esse trabalho que demanda enorme carga de

tensão (COSTA et al., 2007).

2.1.2.10. Sedentarismo

Existe uma clara evidência de que o hábito alimentar de grande parte da

população mundial está sofrendo alteração, com as pessoas consumindo cada vez

mais alimentos com altos teores de açúcares e densidade energética elevada, e este

consumo aliado ao sedentarismo crescente por parte dessas pessoas acarreta em

índices elevados de peso corporal em grande parte dessas populações e

consequentemente uma maior probabilidade de aquisição de doenças crônicas,

dentre elas a hipertensão (OMS, 2003).

Evidencias indicam que indivíduos sedentários possuem aproximadamente

30% a mais de chance de desenvolverem hipertensão se comparados a indivíduos

ativos. Estudos comprovam que a prática regular de atividades físicas possibilita a

redução dos níveis de PA em indivíduos hipertensos e normotensos (VIEIRA, 2009).

Segundo a OMS em seu “relatório sobre saúde no mundo 2002”, o

sedentarismo é responsável por cerca de 1,9 milhão de mortes no mundo, sendo

que aproximadamente 17% dos adultos são sedentários. O relatório da OMS

confirma que a atividade física se abranda à medida que a idade do indivíduo

aumenta e diz ainda que a atividade e educação física nas escolas estão em

decadência principalmente entre as meninas. Em outra avaliação, foi comprovado

que entre 31% e 51% das pessoas praticam exercícios de forma precária (OMS,

2003).

Indivíduos sedentários não costumam manter um balanço energético

satisfatório (que é a relação entre o valor energético consumido e a energia gasta),

porém, em indivíduos sedentários com peso excessivo, um pequeno aumento na

atividade física praticada por eles não necessariamente alteraria as necessidades

fisiológicas do organismo em produzir ingestão equilibrada de alimentos para

balancear o dispêndio suplementar de energia (SCHOELLER, 1998).

2.1.2.11. Obesidade

A OMS define a obesidade como o acúmulo excessivo de gordura corporal

capaz de possibilitar distúrbios na saúde. No mundo, em 2003, existiam mais de um

bilhão de pessoas com excesso de peso, sendo que mais de 300 milhões seriam

portadoras de obesidade. Esses números fizeram com que a OMS e a Força Tarefa

Intenacional sobre Obesidade declarassem essa doença como uma epidemia global,

uma vez que ela é responsável por aproximadamente 7% de todo o custo voltado

para a saúde em países em desenvolvimento. Apesar de a genética desempenhar

um papel importante quanto à probabilidade do indivíduo para ganhar peso, esse

aumento é ocasionado na maioria das vezes, pelo balanço energético, que é o

desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto calórico, podendo ser este

balanço positivo ou negativo. Ainda segundo a OMS, a obesidade está entre os dez

principais problemas de saúde pública do mundo (OMS, 2003).

Pesquisas mostram que a prevalência de hipertensão entre os pacientes

obesos ou com excesso de peso vem crescendo. A obesidade é apontada como um

dos principais fatores de risco para a HA, tanto em jovens quanto em adultos.

Estudos epidemiológicos constataram que a frequência de hipertensão entre os

obesos aumentaram de 3 a 8 vezes (LUNA, 2002).

O quadro da obesidade no Brasil revela que a epidemia é maior em adultos, e

à medida que o indívíduo envelhece a prevalência também aumenta. A prevalência

de obesidade é semelhante em ambos os sexos até os 40 anos, porém, com o

passar dos anos, as mulheres podem apresentar prevalências duas vezes maiores

que os homens. Em média, 12,7% das mulheres e 8,8% dos homens adultos

brasileiros são considerados obesos, sendo que as regiões Sul e Sudeste do país

possuem os maiores índices de pessoas com obesidade. A obesidade é mais

recorrente entre os indivíduos com faixa etária dos 25 aos 55 anos, idade esta que

também se relaciona com o aparecimento de hipertensão (NEVES, 2008).

Nos jovens, o acúmulo de gordura nos tecidos ao longo dos anos até a fase

adulta, representa um risco mais agravado para sua saúde do que propriamente a

aquisição de obesidade que teve início já na vida adulta. Pesquisas comprovam que

crianças e jovens obesos possuem maiores probabilidades de adquirirem

enfermidades quando adultas que os adolescentes com peso normal (VANHORN;

GREENLAND, 1997).

Existem dois tipos de distribuição de gordura corporal: a do tipo “andróide =

obesidade central” e a do tipo “ginóide = obesidade periférica”. A gordura do tipo

andróide possui negativamente maior resposta biológica que a gordura do tipo

ginóide, ou seja, aumentos na gordura do tipo andróide podem acometer os

indivíduos a desenvolverem doenças cardíacas (SLYPER, 1994).

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), o excesso de peso em

indivíduos está relacionado com a prevalência de HA, em contra partida, indivíduos

com sobrepeso e obesidade que conseguiram reduzir suas medidas perceberam

reduções nos índices de PA.

2.1.3. Medidas Antropométricas

Dentre os diversos métodos indiretos capazes de avaliar com exatidão a

quantidade de obesidade ou gordura corporal de um indivíduo, bem como sua

distribuição, estão a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, a

pesagem hidrostática, a absorciometria por raios X de dupla energia (DEXA), dentre

outros. Porém, para a realização de estudos epidemiológicos, levando-se em conta

os baixos custos para sua aplicabilidade, tem sido recomendada a utilização de

índices antropométricos como: o índice de massa corporal (IMC), a relação cintura-

quadril (RCQ) ou apenas a circunferência abdominal (CA) e as dobras cutâneas

(DC) (PEIXOTO et al., 2006).

A OMS preconiza a antropometria como sendo o método mais favorável para

identificação de pessoas com sobrepeso e obesidade, por ser o de maior aceitação

por parte da população, ser o que menor requer gastos na sua aplicação e por ser

um método não-invasivo universalmente aplicável. Esses índices antropométricos

são alcançados através de combinações de informações antropométricas

fundamentais como massa, estatura, etc (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO,

2003).

2.1.3.1. Índice de Massa Corporal (IMC)

O índice antropomético mais comumente utilizado para estudos de grupos

populacionais para classificação do estado nutricional e identificação de sobrepeso e

obesidade, é o índice de massa corporal (IMC), definido como o peso em

quilogramas dividido pelo quadrado da altura, em metros (kg/m²), calculado pela

fórmula IMC = peso/altura², desenvolvido no século passado, por Lambert Adolphe

Jacques Quetelet, um matemático belga (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO,

2003).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2% dos 3,6% de

aumento da prevalência de HA podem ser atribuídos às elevações mais frequentes

do IMC (DÓREA; LOTUFO, 2004). Em indivíduos adultos fisicamente ativos, um

acréscimo de 2,4 kg/m² no IMC acarreta maior predisposição desses indivíduos

desenvolverem hipertensão, pois o excesso de peso está diretamente associado à

maior prevalência desta patologia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2010).

O National Heart Lung and Blood Institute (Instituto nacional do coração,

pulmão e sangue dos Estados Unidos), em junho de 1998, através da convocação

de 24 membros qualificados, estabeleceu novas classificações para se determinar o

IMC, definindo como sobrepeso um IMC de 25 a 29,9 e a obesidade como um IMC ≥

30. Por consequência do estabelecimento desses novos padrões, as prevalências

de sobrepeso e obesidade aumentaram nos adultos (LOWRY et al., 2000).

QUADRO 2 – Classificação do Índice de Massa Corporal (adaptado da OMS, 2003).

2.1.3.2. Circunferência Abdominal (CA)

O aumento da adiposidade na região abdominal, chamada de obesidade

central ou andróide, torna o ser humano mais suscetível a diversas doenças,

representando um maior risco para sua saúde, se comparada a outras formas de

distribuição de gordura corporal (NASCENTE et al., 2009). Segundo ainda a

Sociedade Brasileira de Cardiologia, a obesidade central ou andróide se relaciona

com índices elevados de PA (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Pesquisas mostram que a CA é a medida antropométrica que melhor

relaciona-se com a quantidade de tecido adiposo visceral, sendo esta medida, em

decorrência de sua praticidade, utilizada em rotinas de avaliações clínicas de

pacientes (NASCENTE et al., 2009).

O tecido adiposo visceral em excesso, representa uma ameaça à expectativa

de vida do indivíduo, uma vez que ele produz uma série de substâncias que

aumentam a inflamação no corpo e diminuem a resposta da célula à insulina,

alteram a pressão dos vasos, dentre outras. Estudos epidemiológicos comprovam

que a deposição visceral de tecido adiposo proporciona maior risco de

desenvolvimento de HA, resistência à insulina, hiperinsulinemia e diabetes mellitus

tipo 2 (BARROSO; ABREU; FRANCISCHETTI, 2002).

Em um estudo, Lean e Cols definiram os pontos de corte atualmente

utilizados para se classificar a (CA), através da associação com o IMC e/ou relação

cintura quadril (RCQ). Esses pontos de corte foram descritos como níveis de ação 1

e 2, para facilitar sua utilização em programas de promoção de saúde, bem como no

uso clínico. No nível de ação 1 (CA ≥ 80 cm em mulheres e CA ≥ 94 cm em homens

= a risco aumentado para morbidades associadas à obesidade); No nível de ação 2

(CA ≥ 88 cm em mulheres e CA ≥ 102 cm em homens = a risco muito aumentado

para morbidades associadas à obesidade) (PEIXOTO et al., 2006).

QUADRO 3 – Classificação da circunferência abdominal (adaptado da OMS, 2003)

Circunferência abdominal e risco de complicações metabólicas associadas

com obesidade em homens e mulheres

Circunferência abdominal (cm)

Risco de complicações metabólicas homem mulher nível de açãoª

Aumentado ≥94 ≥80 1

Aumentado substancialmente ≥102 ≥88 2

ª “Nível de ação” significa a importância de se recomendar a redução da medida da

circunferência abdominal quando 1 é menos importante do que o 2.

2.1.4. Histórico da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ)

Em meados do século XIX, em decorrência da conquista do continente

europeu pelo Rei Napoleão e da iminente invasão de seu exército a Portugal, o qual

decretou o fechamento dos portos e a ruptura do comércio com os ingleses, a

Família Real Portuguesa, juntamente com toda Corte, se viram obrigados a

mudarem para o Brasil, chegando primeiramente em Salvador/BA em janeiro de

1808, determinando a abertura dos portos às nações amigas e posteriormente em

08 de março do mesmo ano, dirigindo-se para o Rio de Janeiro, onde se instalaram

e iniciaram a reorganização do Estado, com a nomeação de Ministros.

Na época, os chamados “quadrilheiros”, grupos formados por bons homens

do Reino, eram os únicos soldados responsáveis pela segurança pública na cidade,

aos quais era destinado o patrulhamento das vilas e cidades, sendo responsáveis

pelo policiamento de 75 ruas e alamedas do Rio.

Com o passar dos anos, a cidade já com cerca de 60.000 pessoas, sendo

que mais da metade era de escravos, os “quadrilheiros” já não eram mais suficientes

para fazer a segurança da Corte. Então em 13 de maio de 1809, dia do aniversário

do Príncipe Regente, D. João VI cria a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da

Corte (DMGRP), sendo constituída inicialmente de 218 guardas com armas e trajes

parecidos com os da Guarda Real Portuguesa.

A Guarda Real de Polícia teve importante participação em momentos

decisivos da história brasileira como na Independência do país em 1822, na Guerra

do Paraguai em 1865 e durante a Proclamação da República em 15 de novembro de

1889, sendo a PMERJ a única Corporação policial a se fazer presente naquele

momento, com suas tropas estacionadas no Campo de Santana, onde ficava a

residência do Marechal Deodoro da Fonseca e o Quartel General do Exército, sede

do movimento amotinado.

Com a transferência da Capital Federal para a cidade de Brasília em 1960, a

cidade do Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal, passou a ter o nome de estado da

Guanabara. Até então a instituição, que naquela cidade era denominada Polícia

Militar do Distrito Federal, passou a ser chamada Polícia Militar do Estado da

Guanabara (PMEG).

No restante do Estado, já no ano de 1920, a corporação ganhou o nome de

Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ). Em 1974, o Governo Federal decide reunir

os dois estados através da Lei Complementar nº 20, que determinava a junção do

Rio de Janeiro e da Guanabara, o que ocorreu em 15 de março de 1975. A partir

desta data, a nova unidade da federação receberia o nome de Estado do rio de

Janeiro e as duas corporações policiais militares também se uniam, tornando-se a

atual (PMERJ) Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO,

PORTAL CORPORATIVO DA PMERJ).

Através da promulgação da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 144,

que estabelece a segurança pública como sendo dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos e será exercida para a incolumidade e ordem pública

através dos órgãos policiais (federal, rodoviário, ferroviário, civil e militar); cabem à

polícia militar o patrulhamento ostensivo e a preservação da ordem pública, sendo

forças auxiliares e reserva do Exército e subordinadas, juntamente com a polícia civil

e o corpo de bombeiros, aos Governadores dos Estados (SANTOS, 2001).

2.1.4.1. O Vigésimo Nono Batalhão de Polícia Militar (29º BPM)

O Vigésimo Nono Batalhão da PMERJ foi criado no dia 17 de setembro de

1990 pelo Decreto Lei nº 15.458 e publicado no Boletim da PM nº 180 de 19/09/90,

que transformou a 5ª Companhia Independente de Polícia Militar em 29º Batalhão de

Polícia Militar (29º BPM), sendo o MAJ. PM Adilson Peçanha Neves o seu primeiro

comandante.

Através da Resolução SSP nº 473 de 10/12/2001, o batalhão recebeu a

denominação de BATALHÃO TEN. CEL. PM. CEZAR ROMERO ROSA PINTO, em

homenagem ao oficial natural da região, que passou boa parte de sua vida

profissional na Unidade, chegando inclusive a comandá-la.

A Unidade Policial dispõem de cerca de 870 policiais para o serviço e está

dividida em 04 Companhias, sendo a 1ª Cia sediada em Itaperuna, 2ª Cia em Bom

Jesus do Itabapoana, 3ª Cia em Porciúncula e 4ª Cia em Italva, possuindo ainda

uma Banda de Músicos, formada para atender a demanda da Unidade e eventos

cívicos e militares da região.

O 29º BPM situado numa posição estratégica (região Noroeste do Estado do

Rio) uma vez que faz divisa com os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo,

abrange uma área de aproximadamente 3.600 Km² e a uma população de 215.000

habitantes, atuando nos municípios de Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana,

Porciúncula, Italva, Cardoso Moreira, Laje do Muriaé, Natividade, São José de Ubá e

Varre-Sai (RIO DE JANEIRO, PORTAL CORPORATIVO DA PMERJ).

2.1.5. Prevalência dos Fatores de Risco na Corporação

Pesquisas apontam que a modernização e consequentemente o estilo de vida

mais sedentário, são responsáveis por grande parte das doenças que acometem a

sociedade moderna. Com a Instituição policial não é diferente, uma vez que ela

insere nesse contexto de forma especial em função do elevado nível de estresse ao

qual é submetido seu efetivo, diuturnamente, no exercício da função (RIO DE

JANEIRO, SECRETARIA DE SEGURANÇA, 2009).

O descrédito e a falta de reconhecimento por parte dos governantes e da

sociedade, aliados aos baixos salários dos profissionais da classe, levam os policiais

a praticarem os “bicos” nos momentos de seu lazer, ocasionando cansaço,

irritabilidade, contribuindo para o acometimento de obesidade, estresse e

hipertensão (ALBUQUERQUE, 2010).

Algumas pesquisas mostram uma maior prevalência de ocorrências negativas

decorrentes do estilo de vida, principalmente com relação ao consumo de álcool, a

baixa atividade física e/ou aptidão física para o desempenho das atividades

ocupacionais essenciais. Foram identificadas também quatro pesquisas relatando

dados da relação da atividade policial com estresse, fumo, consumo de álcool e

atividade física. Estas questões, entretanto, tiveram pouca visibilidade e apelo social,

o que se constata pela pouca produção científica no que diz respeito a efeitos da

atividade policial com o estilo de vida e saúde (FERREIRA; BONFIM; AUGUSTO,

2011).

2.1.6. Importância da Avaliação Física na Corporação

A OMS entende que saúde compreende o completo bem-estar físico, mental

e social e não apenas a ausência de enfermidades. Somente o perfeito equilíbrio

físico e mental pode garantir uma atuação adequada do policial militar diante das

complexas situações com que se depara em seu dia-a-dia. Para manter um bom

nível de condicionamento físico, o militar necessita de prática contínua, e é de suma

importância vincular na mentalidade da tropa, o treinamento, inclusive após o

período de formação. Estar bem condicionado fisicamente é pré-requisito para o

bom desempenho das funções institucionais da polícia militar, uma vez que a

dinâmica do serviço policial faz com que por muitas vezes o treinamento físico da

tropa fique em segundo plano, deixando de ser praticado por longos períodos.

Com base nas Diretrizes do Condicionamento Físico da PMERJ (D-5), a

Corporação institui o Teste de Aptidão Física (TAF) como objetivo parâmetro para o

estabelecimento de normas e procedimentos que busquem sistematizar o

treinamento e a avaliação física em toda a instituição, visando à promoção e a

prevenção de doenças ou condições prejudiciais à saúde, aumentando a expectativa

de vida saudável e a manutenção das condições físicas mínimas visando um

desempenho satisfatório da atividade profissional.

Existem 04 (quatro) tipos de aplicações diferentes de TAF, sendo (TAF-1,

TAF-2, TAF-3 e TAF-4). O TAF utilizado comumente para avaliação do nível de

condicionamento físico de policiais é o TAF-3. O TAF-4 é destinado a avaliar o nível

de condicionamento físico de policiais aptos para o serviço, entretanto, sujeitos a

restrições médicas, sendo estes policiais classificados de acordo com suas

limitações.

Para a aplicação do TAF, é necessário primeiramente que a tropa realize

exames médicos através de médicos da PMERJ ou Junta de Inspeção de Saúde.

Posteriormente para se iniciar o programa é necessário antes um aquecimento

corporal para que se evitem lesões durante a aplicação do teste, encerrando-o com

um alongamento. A aplicação do teste deverá ser realizado em caráter obrigatório

em todas as Unidades Operacionais (UOp’s) pelo menos duas vezes por semana,

tendo duração média de 60 (sessenta) minutos, sendo divididos em 10 (dez) minutos

de aquecimento, 40 (quarenta) minutos de treinamento físico e 10 (dez) minutos de

alongamento. As policiais femininas, antes de iniciarem o treinamento deverão

comprovar através de exames médicos, o atestado de gravidez, para que não se

coloque em risco a vida do feto e da mãe, devendo ser preservados os princípios

legais do Estado Democrático de Direito.

O órgão responsável pela supervisão das atividades ligadas à avaliação física

e treinamento da PMERJ é a Diretoria de Ensino e Instrução. Ela deve zelar pelo

cumprimento do programa de toda a tropa; deve propor ao Comando Geral da

Corporação normas de treinamento físico baseadas em estudos científicos que

comprovem a interdependência entre a saúde, condicionamento físico e excelência

no desempenho das funções policiais; emitir relatórios sobre o treinamento e ainda

realizar visitas de inspeção técnica com objetivo de verificar o desenvolvimento do

programa.

Cabe ao Chefe da Seção de Educação Física de cada (UOp), a

responsabilidade pela condução das atividades de treinamento físico em sua

unidade, auxiliado por qualquer policial militar possuidor de Curso de Educação

Física. O oficial responsável pela Seção de Educação Física deve assessorar o

Comandante da (UOp) na condução do treinamento físico da tropa, despertando os

policiais para a importância da prática de atividades físicas como manutenção de

uma boa saúde, podendo ser utilizado para isso palestras, filmes ou outros meios;

deve estimular a participação dos policiais em campeonatos desportivos internos

promovendo a melhoria da qualidade de vida e providenciar local apropriado para a

prática das atividades dentro das unidades ou fora delas (clubes, associações

desportivas, etc) (RIO DE JANEIRO, SECRETARIA DE SEGURANÇA, 2009).

2.1.7. Formas de Intervenção

2.1.7.1. Medidas não-medicamentosas

No Brasil, a rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por

aproximadamente 75% dos atendimentos à população. Diante do exposto, para se

obter uma melhor qualidade de vida, mudanças no estilo de vida se fazem

necessárias. Para a redução e controle da PA, a Sociedade Brasileira de

Cardiologia, através de medidas primárias de prevenção, recomenda que haja uma

diminuição no consumo de sal, álcool, combate ao sedentarismo e tabagismo, e

ainda uma alimentação mais saudável por parte dos indivíduos (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Segundo a OMS, a alimentação rica em frutas e verduras aliada a prática de

atividade física, diminui o risco de cardiopatias, pois o exercício auxilia no

metabolismo da glicose, reduzindo os níveis de gordura e diminuindo a PA. A prática

de atividade física pode ainda melhorar o rendimento muscular, controlar o peso

corporal através da redução das medidas antropométricas, reduzir os sintomas que

levam o indivíduo a depressão, combater a obesidade, ansiedade e estresse. Todas

estas prerrogativas são válidas e resultam em um benefício econômico, porque

reduzem os custos com a saúde, aumentando a produtividade individual e

melhorando os aspectos sociais através de espaços físicos mais saudáveis (OMS,

2003).

Em um estudo realizado por estudantes de Harvard, comprovou-se que a

atividade física realizada no início da vida pouco contribui para o aumento da

expectativa de vida no decorrer dos anos. Porém, um estilo fisicamente mais ativo

durante toda a vida atribui inúmeros benefícios na área da saúde, para os indivíduos

(MACARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Em outra pesquisa realizada em Harvard, constatou-se que o exercício

aeróbico moderado (caminhada equivalente a 4,8 km por dia), é capaz de prolongar

e promover uma boa qualidade de vida em indivíduos hipertensos, reduzindo pela

metade a taxa de mortalidade. Indivíduos cujos seus genitores faleceram antes dos

65 anos de idade (por incidência da doença), conseguiram reduzir em 25% o risco

de morte, através da adoção de um estilo de vida com adesão regular aos exercícios

(MACARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

2.1.7.2. Medidas Medicamentosas

As medidas mais eficazes de combate e prevenção ao tratamento da HA

estão na esfera da mudança do estilo de vida das pessoas. O tratamento

medicamentoso é recomendado apenas em condições de risco cardiovascular alto

ou muito alto.

A HA está diretamente associada à doença arterial coronariana (DAC), sendo

que se a hipertensão for prevenida através de medicamentos anti-hipertensivos, os

eventos relacionados à DAC tendem a diminuírem. Diante dos fatos, os

betabloqueadores (utilizado na proteção cardíaca após infarto do miocárdio) devem

apenas ser utilizados em pacientes com infarto do miocárdio prévio ou angina (dor

no peito ocasionada pela limitação da irrigação sanguínea no coração). Já os

inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos

receptores da angiotensina (BRA II), são indicados para pacientes de alto risco

cardiovascular, como prevenção primária, assim como os diuréticos tiazídicos e os

bloqueadores dos canais lentos do cálcio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2010).

2.2. Material e Métodos

2.2.1. Amostra

A população desta pesquisa foi caracterizada por militares lotados no 29º

BPM- Itaperuna/RJ, com idade entre 26 e 58 anos, voluntários, constituída por 52

militares, sendo 02 do sexo feminino e 50 do sexo masculino, escalados no serviço

de expediente da unidade. Foi comunicado a todos os indivíduos quanto aos

objetivos da pesquisa, onde preencheram e assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido (TCLE), conforme procedimento ético para pesquisas realizadas

com seres vivos, de acordo com a Resolução 196/96, Conselho Nacional de Saúde,

conforme (Anexo A).

Antes de iniciar a coleta dos dados descriminados no (Anexo C), os indivíduos

responderam às perguntas do questionário elaborado (Anexo B).

2.2.2. Procedimentos

A coleta de todos os dados foi realizada no mês de agosto de 2011, na parte

da manhã, dentro da unidade do 29º BPM.

No primeiro momento foi solicitado aos voluntários que lessem e assinassem

o termo de consentimento livre e esclarecido. Posteriormente, foi solicitado para que

os voluntários respondessem às perguntas do questionário, conforme (Anexo B).

A aferição da pressão arterial foi realizada por um profissional de saúde,

sendo obtidas duas medidas, no braço direito, estando os militares sentados e após

cinco minutos de repouso. A PAS correspondeu aos primeiros ruídos arteriais (fase I

dos sons de Korotkoff) com a desinsuflação do manguito, e a PAD correspondeu ao

seu desaparecimento (fase V dos sons de Korotkoff). Foram considerados

hipertensos os militares que apresentaram valores de pressão arterial (PA) iguais ou

acima de 140/90mmHg, em duas aferições, prevalecendo a média entre as duas

medidas e também os que estavam fazendo uso de medicações anti-hipertensivas.

As informações antropométricas dos militares foram coletadas por dois

profissionais de educação física, sendo as medidas classificadas segundo o IMC e

CA.

Para a determinação do IMC foi realizada a pesagem estando os militares

descalços trajando short e camiseta e para a coleta da estatura, uma fita métrica foi

prefixada numa superfície plana e vertical, onde os militares apresentaram-se em

posição ereta, braços pendentes com as mãos espalmadas sobre as coxas, os

calcanhares unidos, cabeça ajustada ao plano de Frankfurt e em inspiração

profunda. Utilizaram-se os pontos de corte recomendados pelo National Heart Lung

and Blood Institute, onde IMC de 25 a 29,9 é considerado sobrepeso e o IMC ≥ 30

são considerados obesidade.

A medida da CA foi obtida no ponto médio entre as últimas costelas e a crista

ilíaca. Utilizou-se os pontos de corte de Lean e Cols, sendo definidos níveis de ação

1 e 2. No nível de ação 1 (CA ≥ 80 cm em mulheres e CA ≥ 94 cm em homens =

risco aumentado); No nível de ação 2 (CA ≥ 88 cm em mulheres e CA ≥ 102 cm em

homens = risco muito aumentado).

2.2.3. Material

O material utilizado foi uma balança eletrônica digital da marca Tanita®,

previamente aferida, com precisão de 100g; duas fitas métricas da marca sanny com

precisão de 1 mm e um aparelho de aferição da pressão arterial tipo

esfigmomanômetro de coluna de mercúrio mecânico, marca Premium com resolução

de 1 mm/Hg.

2.2.4. Análise Estatística

Considerando que neste caso o tamanho da população é (N = 59) e o erro

amostral tolerável é (Eₒ = 0,05), chegaram-se à necessidade de 52 indivíduos para

compor a amostra.

As variáveis da parte descritiva de frequências foram correlacionadas pelo

teste de correlação de Pearson para se determinar a frequência de ocorrência dos

resultados.

Posteriormente para comparação das médias de cada grupo foi utilizado o

Teste T de Student.

Os programas SPSS 17.0 e BioEstat 5.0 foram utilizados para realizar os

testes estatísticos. O nível de significância adotado é de p<0,05.

2.3. Resultados

Pode-se observar na Tabela 1 os dados referentes à descrição da amostra

coletada. As principais variáveis analisadas foram: sexo, idade, grau de

escolaridade, anos de serviço na corporação, grau de exigência administrativa,

ingestão alcoólica, consumos de cigarros diários, histórico familiar de hipertensão,

uso de medicação anti-hipertensiva, nível de atividade física, IMC e CA.

A amostra foi composta por 52 militares, sendo que a maioria dos indivíduos

em estudo era do sexo masculino (96,1%) com idade entre 26 e 58 anos (média de

37,1 anos). Já a média de idade do sexo feminino compreendia 36 anos. Pôde-se

observar que, segundo o IMC, 69,2% dos indivíduos apresentam algum nível de

excesso de peso. Porém, o percentual diminui quando o indicador utilizado é a CA

(42,3%). Cerca de 48,1% da amostra foi diagnosticada com PA acima dos limites

normais.

Cerca de 52% da amostra pratica atividade física duas ou mais vezes na

semana. Contudo, a prevalência de HA nesses militares é proporcionalmente igual

às observadas nos militares que praticam uma ou nenhuma atividade física semanal.

Os indivíduos com tempo de serviço na corporação ≥ 21 anos, compreendiam

16 pessoas (30,8%) do total da amostra, sendo constatado que destes, 10

indivíduos, ou seja, 20% da amostra possuía prevalência de HA. Esses índices são

proporcionalmente maiores se comparados aos indivíduos com tempo de serviço ≤

10 anos, onde em 26 indivíduos (50%) da amostra, foi constatado apenas 08 (16%

do total da amostra) com PA acima dos níveis normais.

Segundo dados coletados, 90,3% da amostra não consumiam cigarros e 73%

não fazia ingestão de bebidas alcoólicas.

Os indivíduos com idades mais elevadas, histórico familiar de HA e maiores

níveis de exigência administrativa (patente), apresentaram valores mais altos de PA

conforme pode ser observado.

Tabela 1. Dados descritivos da amostra coletada.Variáveis Quantidad

e depessoas

(nº)

Percentual da

amostra(%)

Quantidade de

Hipertensos (nº)

Prevalência de HA na

amostra (%)

Sexo Feminino Masculino

Idade 26 a 35 anos 36 a 45 anos 46 a 58 anos

Grau de Escolaridade Ensino Médio Ensino Superior

Anos de Serviço ≤ 10 anos 11 a 20 anos ≥ 21 anos

Grau de Exigência Administrativa

Menor (Sd e Cb) Média (2º e 3º Sgt) Maior (1ºSgt a Cel.)

Ingestão Alcoólica (semana) Nenhuma Uma Vez Duas ou mais vezes

Consumo de cigarros (diários) Nenhum ≤ 10 cigarros ≥ 10 cigarros

Histórico Familiar de HA Não Sim

Usa Medicação anti-hipertensiva

0250

251908

3121

261016

142315

381004

470302

2527

4309

3,9 96,1

48,1 36,5 15,4

59,6 40,4

50 19,2 30,8

26,9 44,2 28,9

73 19,2 7,8

90,3 5,8 3,9

48,1 51,9

82,7 17,3

25

101104

1708

080710

080710

180502

210202

0619

1609

48,1 ª

202208

3416

161420

161420

361004

420404

1238

3218

Não SimContinuação da tabela 1.

Variáveis Quantidade de

pessoas (nº)

Percentual da

amostra (%)

Quantidade de

Hipertensos (nº)

Prevalência de HA na

amostra(%)

Nível de Atividade Física (semanal) Nenhuma Uma vez Duas ou três vezes Quatro ou mais

IMC ≤ 24,9 (ideal) 25 a 29,9 (sobrepeso) ≥ 30 (obesidade)

CA Mulheres < 80 cm (ideal) 80 a 87,9 cm (aumentado) ≥ 88 cm (muito aumentado)

Homens < 94 cm (ideal) 94 a 101,9 cm(aumentado) ≥ 102 cm(muito aumentado)

19 06 24 03

16 25 11

- -

02

30 09 11

36,5 11,5 46,2 5,8

30,8 48,1 21,1

--

3,9

57,717,321,1

10 01 13 01

06 10

09

- - -

11 07 07

20 02 26 02

12 20

18

---

221414

ª Prevalência de HA na amostra (soma dos sexos masculino e feminino)Total de pessoas = 52

Quando avaliado os valores de IMC e os de PAS em militares, observou-se

uma correlação significativa entre os dados (R= 0,41; P=0,003). Quando avaliado os

valores de CA e os de PAS em militares, observou-se também uma correlação

significativa entre os dados (R= 0,28; P= 0,041).

Quando se comparou as médias dos valores de IMC, foi observado que

indivíduos considerados hipertensos, apresentaram valores médios de IMC de 29,38

e os indivíduos considerados normais apresentaram valores médios de IMC de

26,09. Essa diferença se mostrou significativa p < 0,05, conforme pode ser

observado abaixo no gráfico 1.

GRÁFICO 1 – Comparação dos valores médios de IMC entre indivíduos normais e hipertensos. A

diferença se mostrou significativa (p<0,05).

No gráfico 2 foi observado que indivíduos considerados hipertensos

apresentaram valores médios de CA de 99,05 e os indivíduos considerados normais

apresentaram valores médios de CA de 92,55. Essa diferença também foi

considerada significativa p < 0,05.

*

*

GRÁFICO 2 - Comparação dos valores médios de CA entre indivíduos normais e hipertensos. A

diferença se mostrou significativa (p<0,05).

2.4. Discussão

No ambiente militar a condição física e a saúde é de extrema importância

para o desenvolvimento da organização militar, uma vez que ela destina-se ao

cumprimento da sua missão constitucional (ROCHA; FREITAS; COMERLATO,

2008). Os policiais militares se caracterizam como uma parcela representativa da

população local, dada às formas democráticas de ingresso na instituição, através de

provas escritas, exames médicos, psicológicos e físicos (RIO DE JANEIRO,

PORTAL CORPORATIVO DA PMERJ). Entretanto, atualmente, inúmeros são os

problemas de saúde que tem acometido o homem moderno, segundo Bezerra Filha

(2004) o avanço tecnológico das últimas décadas contribuiu para a redução dos

níveis de aptidão física, que influenciaram diretamente no desenvolvimento de

diversas doenças, como a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e HA. Em

decorrência dessas mudanças, a síndrome hipertensiva na população brasileira

aumentou nos últimos anos tendo reflexo também dentro do ambiente militar.

No presente estudo, os índices elevados de PA observados na amostra foram

de 48,1% o que é muito superior se comparado com a média de outros estudos

semelhantes envolvendo militares de outras forças. Neves (2008), em estudo

realizado no Exército, observou em 426 militares uma prevalência de HA de 5,3%.

Leite; Silva (2006), em Valparaíso de Goiás, ao estudar 101 militares do 19º BPM de

Goiás observou prevalência de HA de 19%. Wenzel; Souza; Souza (2009), São

Paulo, observou em 380 militares da Força Aérea Brasileira uma prevalência de HA

de 22%.

O presente estudo mostra que pouco mais da metade dos militares

entrevistados responderam possuir histórico familiar de HA, sendo que 70% destes

foram diagnosticados com PA acima dos níveis normais. Segundo Carretero; Oparil

(2000) a HA pode ser entendida como uma síndrome multifatorial em que influências

complexas entre fatores genéticos e ambientais causam elevação sustentada da PA,

sendo que na maioria dos casos não existe cura, onde o controle da PA somente é

conseguido por meio de mudança no estilo de vida e/ou tratamento farmacológico.

Segundo Crisan (2000) o sistema renina-angiotensina-aldosterona está diretamente

associado na fisiopatogênese da HA, desta forma as variantes funcionais podem se

associar com a gênese da hipertensão. Em um estudo mais aprofundado sobre o

caso, Barreto-Filho; Krieger (2003) demonstraram haver uma ligação da variação da

PAS com marcadores genéticos na região cromossômica da lipoproteína lipase,

sendo assim a variação individual da PAS poderia ser explicada em 52% a 73% dos

casos.

Pode-se verificar que em relação ao IMC 69,2% dos avaliados apresentaram

sobrepeso e obesidade. Percebe-se que houve um percentual significativamente

maior se comparado a outros estudos realizados por Bezerra Filha (2004), João

Pessoa, ao estudar policiais militares do Quartel do Comando Geral da Paraíba,

diagnosticou 45% deles com sobrepeso e obesidade. Em outro estudo realizado por

Oliveira (2002), com militares do Pelotão de Choque de João Pessoa, foi verificado

que 61% dos militares estudados se encontravam com sobrepeso e obesidade.

Sarno; Monteiro (2007), São Paulo, ao estudarem 1.584 pessoas, comprovaram que

43,9% delas possuíam excesso de peso.

Conforme Nahas (2001), pessoas com sobrepeso e obesidade possuem

maior predisposição para desenvolverem doenças como hipertensão arterial,

diabetes, AVC e infarto do miocárdio. Tal fato pode ser observado, uma vez que a

escolha do IMC para se classificar sobrepeso e obesidade seja um índice de

relevante poder explicativo sobre a ocorrência de hipertensão, sendo assim, com o

aumento do IMC observa-se uma tendência do aumento da prevalência de

hipertensão (WENZEL; SOUZA; SOUZA, 2009).

Em relação a CA, 42,3% dos avaliados apresentaram índices acima dos

normais. Esses achados se assemelham com os estudos feitos por Sarno; Monteiro

(2007), que ao estudarem 1.584 pessoas comprovaram que 46,5% delas possuíam

circunferência abdominal excessiva. Porém, Neves (2008), ao estudar 426 militares

do Exército brasileiro, observou que somente 17,8% deles apresentavam

circunferência abdominal elevada. Ribeiro; Moraes (2005) comenta que a prática

regular de exercícios aliada ao condicionamento aeróbico é capaz de influenciar o

sistema autônomo, simpático e parassimpático, contribuindo para uma redução da

frequência cardíaca, ocasionando um fator protetor ao desenvolvimento da

hipertensão.

Segundo Hall (2000), o excesso de tecido adiposo abdominal é considerado

um dos maiores fatores de risco para a origem da hipertensão arterial. Neves (2008),

explica que índices elevados de gordura abdominal se associam positivamente com

níveis de pressão arterial. Segundo Carneiro et al.,(2003), a incidência de

hipertensão arterial em obesos decorre da resistência à insulina, principalmente em

indivíduos com excesso de gordura abdominal, pois a insulina em demasia provoca

ativação do Sistema Nervoso Simpático, ocasionando maior absorção do sódio,

resultando no aumento da Resistência Vascular Periférica e da PA.

Quando avaliado os dados obtidos neste estudo observou-se uma correlação

baixa (R=0,41; P=0,003) entre os valores de IMC e PAS. Quando a variável foi a CA

observou-se uma correlação muito baixa (R=0,28; P=0,041), porém significativa com

a PAS.

Esses resultados mostram que, tanto o ganho de peso como o acúmulo de

gordura abdominal, aumenta a probabilidade de o indivíduo tornar-se hipertenso.

Da mesma forma, ao comparar as médias dos valores, observou-se que

indivíduos considerados hipertensos, apresentaram valores médios de IMC maiores

que os indivíduos considerados normais. O mesmo resultado foi observado quando

se comparou as médias da CA, onde nos indivíduos classificados como hipertensos

os valores médios da CA foram maiores que em indivíduos normotensos,

corroborando assim com os achados de Sarno; Monteiro (2007), que ao analisarem

a importância relativa do IMC e da CA na predição da hipertensão arterial,

comprovaram que tanto o IMC quanto a CA se relacionam de forma importante com

a HA, mesmo após a influência de importantes variáveis intervenientes.

Segundo Hall (2000), em indivíduos considerados obesos, sem qualquer

intervenção de outra natureza, a redução de pelo menos 10% do peso corporal pode

reduzir ou até normalizar a PA. Conforme Monteiro; Sobral Filho (2004), o efeito do

exercício físico sobre a pressão arterial é de extrema relevância, uma vez que o

indivíduo hipertenso consegue diminuir a dosagem dos medicamentos anti-

hipertensivos ou até mesmo ter a sua PA normalizada, sem adotar métodos

farmacológicos.

Apesar de existirem inúmeros estudos comprovando que a prática de

atividade física beneficia e auxiliam na homeostasia corporal através do incremento

de demandas metabólicas (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004), algumas limitações

devem ser levadas em consideração na interpretação dos resultados encontrados.

Uma delas é o fato de o estudo ter sido realizado somente em uma unidade

militar, com uma amostra de (N=52), limitando a abrangência dos resultados, porém,

a amostra foi composta por militares de distintos níveis hierárquicos e com diferentes

atividades inerentes à carreira militar. Outra limitação refere-se ao fato de como a

atividade física é conduzida dentro da unidade militar.

Segundo OMS (2003) apesar de existir um consenso de que com

aproximadamente 30 minutos médios diários de atividade física realizada com

intensidade moderada, é possível se prevenir doenças crônicas, isso porque o

exercício melhora o metabolismo da glicose, reduz a PA e os sintomas da

depressão, ansiedade e estresse, além de controlar o peso corporal; comprovando

assim os benefícios que a prática da atividade física traz para o equilíbrio do corpo;

no presente estudo, porém, 69,2% dos indivíduos da amostra foram diagnosticados

com sobrepeso e/ou obesidade. A prevalência de HA nos militares que praticavam

atividade duas ou mais vezes na semana era proporcionalmente igual aos que

praticavam uma ou nenhuma vez.

Esse resultado também é de relevância para nosso estudo, pois com base

nas observações feitas na pesquisa de campo realizada junto ao 29º Batalhão de

Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e ainda baseado na experiência como

profissional da área de segurança pública deste pesquisador, foi observado que

conforme Rio de Janeiro, Secretaria de Segurança (2009), o TAF que deveria ser

realizado dentro da UOP, baseada na D-5 (Diretrizes Internas do condicionamento

Físico da PMERJ), que prega a duração média da atividade física em 60 minutos,

pelo menos duas vezes na semana e com o auxílio de um militar profissional da área

de educação física e sob supervisão e responsabilidade pela condução das

atividades de treinamento de um oficial chefe da seção de educação física para a

manutenção de uma boa saúde; não é realizada da forma como deveria, sendo

observado que alguns militares se quer praticam atividade e os que praticam na

maioria das vezes as realizam sem qualquer orientação e ou supervisão,

comprometendo o princípio do treinamento que visa zelar pelo cumprimento do

programa de toda a tropa baseado em estudos científicos que comprovam a

interdependência entre o decoro das funções policiais, o condicionamento físico e a

saúde.

Esses dados encontrados divergem dos resultados encontrados por Wenzel;

Souza; Souza (2009), que em estudo realizado também com militares, comprovou

que a prevalência de HA naqueles que praticavam atividade física no quartel era

metade daquela observada em militares que não praticavam; possivelmente

ocasionado pela regularidade e intensidade com que a atividade física é praticada

dentro da unidade militar, além de ser uma atividade dirigida e supervisionada,

particularidades importantes para se alcançar efeito satisfatório na PA (WENZEL;

SOUZA; SOUZA, 2009).

Segundo Overton et al.,(1988), através de um estudo sobre a influência da

duração do exercício na queda pressórica de ratos espontaneamente hipertensos,

foi verificado que o exercício com duração de 40 minutos provoca uma maior

diminuição na pressão arterial que o exercício com duração de 20 minutos. Em outro

estudo semelhante realizado, conforme Forjaz et al., (1998), em homens

normotensos, foi comprovado que uma sessão de exercício aeróbico de baixa

intensidade e realizado de forma condicionada com duração de 45 minutos,

ocasionava queda pressórica maior e mais prolongada que em uma sessão de 25

minutos de exercício.

Por outro lado, podem ser ressaltados alguns pontos importantes do estudo

como a obtenção das medidas antropométricas e da pressão arterial por

mensuração direta e não por auto-referência; o controle das variáveis intervenientes

relevantes entre indicadores antropométricos e hipertensão e ainda os

procedimentos empregados para certificar a avaliação do poder explicativo dos

índices antropométricos na determinação da hipertensão arterial.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir com a realização deste estudo que tanto o IMC elevado

quanto a CA elevada aumentam a probabilidade de o indivíduo tornar-se hipertenso.

Verifica-se então que a administração destas variáveis é de grande importância no

controle da pressão arterial adequada, contribuindo para a manutenção da saúde e

qualidade de vida dos militares, podendo auxiliar também no melhor desempenho de

suas funções institucionais.

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5. ANEXOS

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

AVALIADO: ________________________________________ MAT.:____________

1. O acadêmico (formando) em educação física Alexander Sentinelli Ribeiro requisitou minha participação em um estudo de pesquisa nesta instituição. O título da pesquisa é “Fatores de risco associados à hipertensão arterial em militares.”

2. Fui informado que o propósito da pesquisa é verificar se a hipertensão arterial apresenta correlação com índices elevados de massa corporal e circunferência abdominal em militares. 3. Minha participação vai envolver avaliação antropométrica e aferição da pressão arterial, com duração de 1sessão.

4. Caso concorde em participar deste estudo, estou ciente de que não há desconfortos previstos.

5. Estou ciente de que os benefícios da minha participação na pesquisa são a determinação dos níveis antropométricos (peso/altura) bem como os níveis pressóricos, que pode indicar a manutenção ou alteração do meu estilo de vida atual. Além disso, a determinação da minha composição corporal e pressão arterial serão parâmetros utilizados para prescrição e controle de treinamento físico.

6. Eu estou ciente de que os resultados deste estudo de pesquisa podem ser publicados, mas que o meu nome ou identidade não serão revelados.

7. Fui informado de que não serei recompensado pela minha participação.

8. Fui informado de que todas as perguntas relativas ao estudo de pesquisa ou à minha participação nele, antes ou depois do meu consentimento, serão respondidas pelo prof. Ms. Rude de Souza Maciel, cujo telefone de contato é (22) 9975-9610, ou pelo acadêmico (formando) Alexander Sentinelli Ribeiro, telefone (22) 8827-5237.

9. Li as informações acima. Recebi as explicações sobre natureza, as demandas, os riscos e os benefícios do projeto. Assumo conscientemente os riscos envolvidos e estou ciente de que posso retirar meu consentimento e interromper minha

participação a qualquer momento, sem penalidades nem perda do meu benefício. Ao assinar este formulário de consentimento, não abro mão de qualquer reivindicação, direito ou reparação. Uma cópia deste formulário me será dada.

Assinatura do participante_____________________________________________ Data ___/___/_____

10. Certifico que expliquei ao participante a natureza e o propósito e os potenciais benefícios e possíveis riscos associados à participação neste estudo de pesquisa e que respondi a todas as perguntas feitas e testemunhei a assinatura acima.

11. Os elementos deste consentimento informado estão de acordo com a Garantia dada pela Fundação Universitária de Itaperuna – FUNITA para proteção dos direitos de participantes humanos.

12. Forneci ao participante uma cópia deste documento de consentimento assinado.

Assinatura do pesquisador____________________________________________ Data ___/___/_____

ANEXO B – Questionário para inclusão dos voluntários

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE ITAPERUNAINSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA

Questionário de Avaliação Física dos Membros do 29º Batalhão de Polícia Militar

Nome: ______________________________________________________________

Data de Nascimento: ___/___/______

Graduação/Posto ___________________

Bom dia. Sou aluno do curso de graduação em Educação Física da Fundação Universitária de Itaperuna e estou com o projeto para conclusão de curso. Estou fazendo um convite para que participe da pesquisa. Caso aceite, por favor, responda ao questionário a seguir de maneira verdadeira.

1- Está há quanto tempo na corporação ___________________________________

2- Pratica exercícios regularmente? Sim( ) Não( ) Em caso positivo, quantas vezes por semana? _______________________________________________________

3- Em caso Negativo, por qual (is) motivo (s)________________________________

4- Tem alguma doença diagnosticada por médico? Sim( ) Não( ) Qual: ___________

5- Tem algum parente (pais, irmãos ou avós) Hipertenso? Sim( ) Não( ) Quais parentes: __________________________________________________________

6- Faz uso de medicamentos regularmente? Sim( ) Não( ) Qual: ________________

7- Fuma? Sim( ) Não( ) Quantos cigarros por dia? ____Há quanto tempo? _______

8- Já fumou? Sim( ) Não( ) Há quanto tempo parou? ________________________

9- Bebe? Sim( ) Não( ) Quantas vezes por semana? ___Há quanto tempo? ______

10- Estado Civil: Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Separado/Divorciado(a) ( )

11- Grau de escolaridade: ______________________________________________

ANEXO C – Ficha de Coleta de Dados

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE ITAPERUNAINSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA

FICHA DE COLETA

Nome: ______________________________________________________________

Data de Nascimento: ___/___/______

Graduação/Posto ___________________

Pressão Arterial

1ª medição: Pressão arterial:__________mm/Hg

Média:__________mm/H

g

2ª medição: Pressão arterial:__________mm/Hg

Dados Antropométricos

Peso:__________kg

IMC:__________

Altura:_________cm

Circunferência abdominal:__________cm

ANEXO D – Cálculo do Tamanho da Amostra

CÁLCULO AMOSTRAL

Para equação do cálculo de tamanho amostral, utilizou-se como referência:

Estatística Aplicada às Ciências Sociais, Cap. 3. Pedro Alberto Barbetta. Ed. UFSC,

5ª Edição, 2002. Confome descrita abaixo:

• N = Tamanho da população

• Eₒ = Erro amostral tolerável

• nₒ = Primeira aproximação do tamanho da amostra

• n = Tamanho da amostra

1 N . nₒ

nₒ = ___ n = ______

Eₒ² N + nₒ

Considerando que neste caso o tamanho da população é (N = 59) e o erro

amostral tolerável é (Eₒ = 0,05), chegaram-se à necessidade de 52 indivíduos para

compor a amostra.