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Mia Sheridan - Série Signos Do Amor - #3 - O Leão Ferido (Oficial)

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O Arqueiro

ERALDO JORDÃO PEREIRA (1938-2008) começou sua carreira aos 17 anos, quando foi trabalhar com seu pai, o célebre sé Olympio, publicando obras marcantes como O menino do dedo verde, de Maurice Druon, e Minha vida, de Charles Chap

m 1976, fundou a Editora Salamandra com o propósito de formar uma nova geração de leitores e acabou criando um dos catáfantis mais premiados do Brasil. Em 1992, fugindo de sua linha editorial, lançou Muitas vidas, muitos mestres, de Brian Weisse deu origem à Editora Sextante.

de histórias de suspense, Geraldo descobriu O Código Da Vinci antes mesmo de ele ser lançado nos Estados Unidos. A am ficção, que não era o foco da Sextante, foi certeira: o título se transformou em um dos maiores fenômenos editoriais de todmpos.

as não foi só aos livros que se dedicou. Com seu desejo de ajudar o próximo, Geraldo desenvolveu diversos projetos sociais rnaram sua grande paixão.

om a missão de publicar histórias empolgantes, tornar os livros cada vez mais acessíveis e despertar o amor pela leitura, a Equeiro é uma homenagem a esta figura extraordinária, capaz de enxergar mais além, mirar nas coisas verdadeiramente impor

não perder o idealismo e a esperança diante dos desafios e contratempos da vida.

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Título original: Leo’s Chance

Copyright © 2013 por Mia SheridanCopyright da tradução © 2016 por Editora Arqueiro Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes semautorização por escrito dos editores.

Esta obra foi negociada pela Bookcase Literary Agency, representando a Rebecca Fiedman Literary Agency.

tradução: Ana Rodrigues

 preparo d e originais: Sheila Tilrevisão: Ana Grillo, Luíza Côrtes e Nina Lua

diagramação: Abreu’s System

capa: Mia Sheridan

adaptação de capa: Miriam Lerner 

adaptação para ebook: Marcelo Morais

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃOSINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

54lSheridan, Mia

O leão ferido [recurso eletrônico] / Mia Sheridan [tradução de Ana Rodrigues]; São Paulo: Arqueiro, 2016.recurso digital (Signos do amor; 3)Tradução de: Leo's chanceSequência de: O coração do leãoFormato: ePubRequisitos do sistema: Adobe Digital EditionsModo de acesso: World Wide WebISBN 978-85-8041-490-5 (recurso eletrônico)1. Ficção americana . 2. Livros eletrônicos. I. Rodrigues, Ana. II. Série.

-29560CDD: 813CDU: 821.111

Todos os direitos reservados, no Brasil, por Editora Arqueiro Ltda.

Rua Funchal, 538 – conjuntos 52 e 54 – Vila Olímpia04551-060 – São Paulo – SP

Tel.: (11) 3868-4492 – Fax: (11) 3862-5818E-mail: [email protected] 

www.editoraarqueiro.com.br 

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Este livro é dedicado a Darcy Rose – entre

muitas razões, por me mostrar que sou

mais corajosa do que poderia imaginar.

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O leão

Um amante ardente e um guerreiro corajoso por instinto.

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capítulo 1

 stou deitado na minha cama no hospital, encarando o teto, imerso em meu sofrimento.

eguei a isto? Como a vida me trouxe a isto – não apenas a este quarto, neste prédio, mado deplorável em que se encontram minha cabeça e meu coração? Quero fugir de mim mestejar para fora da minha mente e me tornar apenas uma sombra encolhida no canto. Dedas as pessoas que algum dia tentaram me amar. Perceber isso provoca uma dorvastadora, tão avassaladora, que não consigo lidar com ela. Escuto uma leve batida na porta do quarto e, antes que possa dizer qualquer coisa, ela setamente e o Dr. Fox enfia a cabeça pela fresta, os cabelos brancos desalinhados. – Bom dia, Jake – diz, sorrindo.

 Ele entra e deixa a porta se fechar.O Dr. Fox é o psicólogo do hospital e vem me visitando faz duas semanas, mas não tenho

lavra sequer para dizer a ele. Não estou interessado no que ele tem a oferecer. Ponto final.Como não falo nada, ele me encara por um minuto, depois diz com gentileza:

 – Ainda não quer conversar comigo sobre o mês traumático que teve? Ficaria surpreso amo falar ajuda. Bufo, mas permaneço mudo. A última coisa de que preciso é um médico de maluco tentand

nvencer de que tudo ficará bem se eu desabafar no ombro dele. Ele se parece com Einste

e deve ser bom se considerarmos que eu precisaria de um gênio para ao menos tentar resdos os meus problemas. Estou um bagaço e sei disso. Mesmo assim, dispenso. Não, obrigado – E então? – digo por fim. – Vamos brincar de Gênio indomável ou coisa parecida? Vai e não é minha culpa, certo? Rio sem a menor vontade e desvio os olhos. Que piada... O Dr. Fox fica em silêncio ptante, então diz: – Não sei, não, Jake... Li sobre o seu acidente e me pareceu que a culpa foi sua. E gostar

nversar com você sobre isso, se estiver disposto. Já o falecimento do seu pai... obviamenteculpa sua. Mas, de qualquer modo, não estou aqui para oferecer colo. Se quiser alguém

ssar a mão na sua cabeça e lhe dizer que você não é responsável por suas péssimas decie não sou eu. Mas se quiser conversar com quem já ajudou pessoas com problemas m

ores do que os de um jovenzinho rico que não conseguiu o que queria e arrebentou o Porvo de pirraça, talvez eu possa ser um bom ouvinte.

O psicólogo se vira para ir embora. Estou furioso com o que ele acabou de dizer. Mal comexer: meus dois braços estão engessados, minha perna está suspensa no ar, tam

obilizada, e meu rosto está enfaixado e inchado. Mesmo assim, consigo me mover o basra que o Dr. Fox, que está prestes a sair, se volte novamente na minha direção.

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 – Seu desgraçado arrogante – disparo. – Acha que me conhece só porque anotou alglavras sobre mim na porcaria de um papel? Acha que as pessoas podem ser resumidas emduas linhas? Não sou um “jovenzinho rico”! Eu mal tive um teto durante a vida toda. T

abado de descobrir que meu irmão mais novo morreu... um garoto que eu praticamente cê não sabe nada sobre mim!O Dr. Fox fica em silêncio por um instante.

 – Agora eu sei – diz em voz baixa. – Obrigado por me contar. Qual era o nome do seu irmã

 Hesito por um instante, o cenho franzido, então viro a cabeça na direção da janela e dul da Califórnia. Merda, esse desgraçado me pegou. Rá! Mesmo contra a minha vontade,us lábios se curvarem num sorriso e uma semente de respeito começar a germinar. Depois da pergunta, fico olhando em silêncio pela janela por um ou dois minutos. O Dr

pera. – Seth – respondo. – Adoraria ouvir sobre Seth, se você quiser falar. Respiro fundo. Não converso sobre Seth há tanto tempo... Ah, droga! O único modo de a

rotinho maravilhoso continuar existindo de alguma forma é através de mim. Falhei com evo tanto a Seth... Mesmo assim, hesito, até que finalmente encontro as palavras: – Não via Seth fazia dez anos. Sou adotado. Ele era meu irmão de sangue. Ou meio-irmãou irmão de verdade no que importa. É uma longa história. – Sou especialista em histórias longas.O psicólogo sorri e eu dou uma risadinha mesmo sem querer.

 – Aposto que sim. – O que acha de eu voltar amanhã cedo para conversarmos melhor?

 Fico algum tempo em silêncio, considerando a proposta. – Não sei, ando meio ocupado. Tenho uma festinha de autopiedade marcada para as 8h, da sessão de imersão em melancolia às 9h.O Dr. Fox ri baixinho.

 – Então às 10h. Até amanhã, Jake. Ele começa a se virar na direção da porta e, quando estende a mão para a maçaneta,

amo: – Ei, Doutor.

 – Sim – diz ele, voltando a me encarar. – Meu nome é Leo. Meu nome de verdade, quero dizer. Não sou Jake. Sou Leo. Ele não me pede para explicar e não fala nada por um instante. Mas continua: – Está certo. Que tal conversarmos sobre isso amanhã, e você me diz como gostaria d

amado? Vejo você às 10h. E, com isso, ele abre a porta e sai do quarto.

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capítulo 2

Observo Evie, que está sentada no banco do parque, comendo uma maçã, com um livro na

o. Está tão linda que observá-la e não poder chegar perto dói. Provavelmente está distraída ctura, então me aproximo um pouco e me sento em outro banco, fingindo falar ao telefone. sesperado para vê-la melhor, para inundar meus olhos de Evie. Mas preciso manter distânciquanto, ao menos até decidir o que vou fazer, o que vou dizer. Meu coração começa a baterpido. Não posso estragar tudo. Cheguei tão longe e agora a única garota que amei na vida estminha frente. E pode ser que ela me odeie.Venho seguindo Evie há uns dois dias e já percebi que não é casada – graças a Deus. Não

m pensar em como teria lidado com isso. Mas ainda não sei se ela tem um namorado nem sendo com alguém. Não sei se isso me deteria, mas, de qualquer modo, seria bom saber o qua frente.Ela trabalha no Hilton do centro da cidade e não tem carro. Não gosto de imaginá-la andan

ibus por todos os lugares. Fico mais tranquilo quando a sigo com meu carro, porque sei queará segura enquanto eu ficar de olho. Uma vozinha em minha cabeça diz que ela tem se saído mm nos últimos oito anos sem meus cuidados, e sinto uma pontada de culpa me atingir.

Evie parece muito bem, apesar de obviamente não ganhar uma fortuna. Ela vive em uma

cente de Clifton, um bairro próximo à Universidade de Cincinnati, veste-se bem e é visíveá fazendo um belo trabalho em tomar conta de si mesma. Não fico surpreso. Ela ainda é a Eve me lembro. Tenho um orgulho enorme disso. Vi garotas com muito menos problemas do querderem a cabeça só porque a manicure foi cancelada. Já saí com mais garotas assim dveria, até. Mas quem sou eu para julgá-las? Também fui fraco.

A primeira vez que vi Evie depois que voltei a Cincinnati, eu estava esperando no acionado no outro lado da rua do prédio dela. Evie apareceu usando calça jeans e um suétebelos longos e escuros descendo pelas costas. Minha boca ficou seca e o ar saiu num arquejo

bia que era possível prender o fôlego por oito anos, mas parece que é. Fiquei paralisado venscer a rua. Evie foi uma menina linda, mas se transformou em uma mulher estonteante. Aindquena e magra, mas agora tinha curvas femininas que não estavam ali na última vez que a voções me atingiram e foi como se ainda na véspera eu tivesse beijado Evie no nosso telhado la que esperasse por mim, porque eu esperaria por ela, voltaria para ela, a amaria para sem

as eu tinha falhado.Enquanto a seguia, pude me lembrar da força da minha Evie e vi que ela continuava a

sma garota generosa e carinhosa que eu conhecera. Sorria para todo mundo, parava e aju

em precisasse, embora pudesse simplesmente seguir seu caminho. As pessoas que entravam

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ntato com ela pareciam precisar se controlar para não chamá-la de volta quando se afastavadia culpá-los. Minha Evie... essa não é uma forma inteligente de pensar, cara.   Eu já erigosamente fascinado antes mesmo de pousar os olhos nela. Agora então... Ficaria arrasaie me rejeitasse logo de cara.Depois de apenas dois dias seguindo-a, eu já tinha certeza absoluta de estar ainda

aixonado por ela do que quando eu tinha 15 anos. Agora só precisava descobrir o que fazer. Pensei, mas não consegui encontrar uma resposta. Minha vontade de falar com Evie, de tocá-l

grande que eu mal conseguia me manter quieto. Ia ao escritório todo dia e tinha que me esfra me concentrar no trabalho à minha espera. A pergunta-chave – o que devo fazer?  – fando na minha cabeça a ponto de eu achar que iria enlouquecer. Depois de anos e anos ansr Evie, agora ela estava ali, tão perto... contudo permanecia a milhares de quilômetrotância.

uando eu era criança, odiava o dia de tirar fotos no colégio. Não porque desse a menor imporsse tipo de coisa, mas percebia que Evie se importava e isso me matava. Em qualquer outro do, nós conseguíamos nos misturar aos outros de algum modo, com nossas roupas usadas e nbelos malcortados. Mas no dia de tirar fotos todos os outros alunos apareciam de roupa novrotas com laços no cabelo e dinheiro em envelopes para serem entregues à professora. No entanto, ninguém dava a mínima para ter na parede uma foto da criança que abringuém jamais se importou em registrar como eu era no quinto ou no sexto anos – ou em qua

de. Bem, se houvesse alguém para se importar com isso, provavelmente haveria alguém paportar por eu morar na casa de estranhos.Eu observava Evie olhar para as outras garotas e via como ela levava as mãos ao ca

nstrangida, e tentava ajeitá-lo um pouco. Evie não conseguia alcançar a parte de trás do cuito bem e ninguém o arrumava por ela.

Então eu via aqueles olhos escuros infinitos assumirem uma expressão sonhadora e sabinha Evie estava criando uma história para si mesma. Por um lado, aquela expressão acmigo, mas por outro fazia meu coração se encher de orgulho. Eu sabia que era por isso

pírito dela não se partia, por isso ela não endurecia, como já acontecera comigo. Eu não ace os sonhos de Evie fossem uma forma de negar as circunstâncias em que vivia. Ela era a pis inteligente e observadora que eu já conhecera. Para mim, era graças àqueles sonhos que

nseguia cuidar de si mesma e passar por tantos problemas mantendo a alma gentil, e isso meá-la muito. De algum modo, apesar da situação triste em que vivia, Evie tinha a coragem

arrar à crença de que havia bondade no mundo.Imagino que essa lembrança voltou à minha mente hoje, enquanto sigo Evie até o trabalho

rque, apesar de ela estar usando um uniforme de arrumadeira, caminha com seguran

spreocupação, como se estivesse absolutamente satisfeita com a vida que leva. E deve estar

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iz por ela ter chegado a esse ponto. Mas quero saber mais. Preciso saber mais sobre quem nou. Preciso saber tudo.É por isso que tenho que estar preparado e saber exatamente o que dizer, antes de confrontá-

do da rejeição faz meu estômago revirar. Eu me recuso a perdê-la antes mesmo de ter a chanonquistá-la.Merda, preciso de uma bebida. Não, não vou fazer isso. Vou para a academia, malhar at

rar de um pouco dessa tensão. E vou me deitar cedo esta noite. Li no jornal que o velór

llow é amanhã e estou planejando ir. Tenho certeza de que Evie estará lá e, por isso, terenter distância, mas não deixarei de ir. Devo uma última homenagem a Willow, que, apesantasmas que tinha para vencer, nunca foi cruel com ninguém por causa disso. Bem, exceto cosma. Até o fim. Penso em como eu mesmo cheguei perto de acabar com a minha vida e sei ica coisa que me faz diferente dela é que tive uma segunda chance.

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capítulo 3

staciono nos fundos do cemitério e caminho por um bom tempo até alcançar o pequeno g

unido para o funeral de Willow. Li no jornal que estavam aceitando doações para custear o ena, descrita como alguém sem família nem amigos que pudessem arcar com as despesas. L

ra a funerária e paguei por tudo, incluindo uma lápide de granito. Willow merecia mais do qumulo sem identificação. Não estive presente para dar apoio a ela ao longo dos anos, então o é o mínimo que posso fazer.Fico um pouco afastado do grupo, encostado em uma árvore a vários metros de distância

quanto espero que a cerimônia comece.Penso no tempo em que Willow era uma garotinha. Os olhos dela espelhavam uma c

ofunda demais para a sua pouca idade. Eu desejara protegê-la, do mesmo modo que quoteger Evie, mas Willow sempre estava um passo à frente de todo mundo no que dizia respodestruição. Eu não tinha as palavras certas para dizer a ela na época, nem sei se ela as ou

as gostaria de poder explicar a ela que agora entendo. Sei que ninguém deseja tirar a própriarque a morte é atraente, mas, sim, porque a vida é uma tortura. E nos perguntamos para queuilo – tanto esforço e sofrimento –, para quê? Sai dia, entra dia, de que adianta  sofrer tllow não queria morrer. Ela só não queria mais sofrer. Eu sei. Sei porque também passei por

Lembro-me de uma das vezes em que Willow apareceu no meu lar adotivo, bêbada e drom sabe Deus o quê. Acho que tinha 12 anos na época, talvez 13. Foi pouco antes de eu ir emra San Diego. Me esgueirei de casa e a levei de volta para seu lar adotivo, que ficava a apenarteirões. Lembro-me de ter me sentido muito frustrado com ela naquela noite. Era como seportava quantas vezes eu tentasse mantê-la em segurança, tentasse protegê-la de quem não lignima para ela, Willow sempre terminasse voltando ao mesmo ponto. Era exaustivo.Enquanto eu a acompanhava até sua casa, naquele dia, ela levantou os olhos vidrados para m

se em uma voz engrolada:

 – Leo, por que você é bom comigo?E a expressão no rosto de Willow mostrava que aquele era mesmo um mistério que elnseguia explicar. Fiquei encarando-a por um longo instante, até finalmente responder: – Porque me importo com você, Willow. – Mas por quê? – insistiu ela. – Porque somos amigos, ora!Mas, na verdade, acho que o que me fazia ter vontade de proteger Willow era diferente dmotivava a ser protetor em relação a Evie. Acho que via um pouco de mim em Willow. E er

o que eu sabia que não importava quanto eu, Evie ou qualquer outra pessoa a elogiássem

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éssemos coisas legais para ela, Willow continuaria a acreditar nas coisas ruins que ouvira aeu pai me espancava e dizia que eu era um desperdício de espaço, que não valia nada, mas

amava. Por que era mais fácil acreditar que eu merecia as palavras do meu pai que o amie? Isso eu não sabia, mas compreendia que Willow e eu tínhamos mais em comum do qaginava. Eu a entendia, embora desejasse desesperadamente não entender. Mesmo assim, nsado que era mais forte do que ela... até não ser mais.

Saio do meu devaneio ao ver Evie caminhando para se juntar ao grupo, vindo da direção o

onde eu vim. Ela está usando um vestido sem mangas preto e sapatos de salto alto também pm os cabelos presos para trás. O vestido justo marca a silhueta dela e imagino como seria pmãos por aquele quadril levemente arredondado até chegar à cintura estreita. Quero tanto o que é quase uma dor física.O pastor começa a falar e escuto o que ele diz, mas não consigo desviar os olhos de Evi

ucos em poucos minutos, ela leva um lenço aos olhos para secar as lágrimas e tenho quntrolar para não correr até ela e tentar consolá-la de alguma forma. Pressiono o corpo convore para permanecer onde estou.

Quinze minutos depois, ela vai até a frente do grupo para fazer o elogio fúnebre. Ao ocupagar, olha direto para mim, com o cenho levemente franzido. Merda, o que deve estar pensao há possibilidade de me reconhecer a essa distância, há? O mais provável é que eu pslocado entre essas pessoas de aparência tão desleixada. O gosto de Willow para amigoudou muito, pelo que posso ver. Evie me encara por alguns segundos, então volta os olhos passoas à sua frente. É a primeira vez, em oito anos, que nossos olhares se encontram e sipacto no fundo da alma: esse instante parece ficar parado no tempo, com tudo ofuscado aodor.

Mas o que acaba mesmo comigo acontece alguns minutos mais tarde, quando Evie comntar uma das histórias que criava para Willow. Cara... – Era uma vez uma garotinha muito linda e muito especial, que foi mandada por anjos parara distante, para ter uma vida encantada, cheia de amor e felicidade. Eles a chamavam de PriVidro, porque sua risada lembrava o tilintar dos sinos de vidro pendurados no portão do pare badalavam cada vez que uma nova alma era recepcionada. Mas o nome era muito aprop

mbém porque a garotinha era muito sensível, amava profundamente e tinha um coração que popartido facilmente.

Ela faz uma pausa rápida e continua: – Durante os preparativos para a viagem dela a essa terra distante, um dos anjos mais n

meteu um erro, houve uma confusão e a Princesa de Vidro acabou sendo mandada a um lugar o deveria ir, um lugar feio, escuro, dominado por gárgulas e criaturas do mal. Mas quandoma é colocada dentro de um corpo humano, a situação é permanente e não pode ser modifi

esar de os anjos terem chorado de angústia pelo destino que a Princesa de Vidro teriaportar, não havia nada que pudessem fazer a não ser observá-la e tentar encaminhá-la na dita, longe da terra das gárgulas e das criaturas do mal. Infelizmente, logo depois que a Princedro chegou a essa terra, a crueldade das bestas ao redor provocou uma enorme rachadura em

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ração sensível. E embora muitas outras criaturas menos malvadas tenham tentado amar e cuidncesa, porque ela era linda e muito amável, o coração dela continuou a rachar até finalmenebrar, ficando partido para sempre. Nova pausa. – A princesa fechou os olhos pela última vez, pensando em todos os monstros que haviamcruéis com ela e feito seu coração se despedaçar. Mas criaturas do mal, não importa

nstornadas sejam, nunca têm a última palavra. Os anjos, sempre por perto, desceram do par

regaram a Princesa de Vidro de volta para lá, onde curaram seu coração partido de uma vedas. A princesa abriu os olhos, deu seu lindo sorriso e sua linda risada, que soava como semmo o tilintar dos sinos de vidro. A Princesa de Vidro enfim estava em casa.

Ouvir as palavras de Evie fez com que as lembranças me atingissem tão rápido e com tamça que foi quase como um golpe. De repente, me vi de novo sobre um telhado, chorand

aços da garota mais corajosa que eu já conhecera e sentindo o único amor que sentiria, o nforto que um dia poderia ter. Minha vontade é cair de joelhos, porque, além das lembrançz de Evie traz de volta a sensação que tive naqueles momentos e faz minha vontade de tê

ultiplicar por dez. Preciso sair logo daqui. Como vou conseguir lidar com tudo isso? Sinoxicado pelas lembranças, bêbado de emoções.

Evie passa pelo grupo para voltar a seu lugar e, quando ela se detém para conversar comulher mais velha de cabelos louros e estranhas sandálias cor-de-rosa, contorno a árvore e sigeção do meu carro. Enquanto caminho, tomo plena consciência de que jamais vou cons

quecer Evie... uma ideia perturbadora se levar em conta que talvez ela nunca mais seja minha.Entro no carro e fico olhando pelo para-brisa por vários minutos, até conseguir recobr

uco do equilíbrio emocional. Então pego o celular, ligo para a funerária e peço para fazerem

odificação na lápide que encomendei para Willow. Vão acrescentar “A Princesa de Vidro” anome dela. Acho que Willow teria gostado disso. Significa que alguém a amou.

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capítulo 4

 Dr. Fox entra no meu quarto de hospital e me cumprimenta com um sorriso. Levan

brancelhas para ele. Ainda é terça-feira. Ele só deveria aparecer na quinta. – Está ficando mais feio a cada dia – comenta ele. – A feiura é apenas um estado de espírito, meu caro – rebato, dando-lhe o melhor sorriso

nsigo com a cara inchada e o nariz quebrado. – Se estou ficando mais feio, talvez você qocurar outra linha de trabalho. Ele ri e puxa uma cadeira para perto da minha cama. Ainda estou com um curativo no nariz e um hematoma feio sob os olhos, e a parte intern

nha boca ainda dói pra caramba no lugar em que operaram para consertar meu malar e

xilar. Tenho outra cirurgia agendada para o mês que vem, mas, graças a Deus, já estousso nos braços. Posso ao menos escovar os dentes sozinho! Minha perna continuará engessada por mais um mês e minhas costelas ainda vão precis

gum tempo para se curar, mas depois disso poderei começar a fazer fisioterapia. Mal conperar! Sinto que melhoro a cada dia, mas também percebo que minha musculatura atrofia. Eu já teria sido mandado para a reabilitação a essa altura, se o pino que colocaram em m

rna não houvesse provocado uma infecção. Isso vem prolongando meu tempo aqui, mas nãporto. Pela primeira vez em oito anos, sinto que estou recuperando uma parte de quem eu

ficar fora de combate por um tempo me ajudar nisso, então talvez não seja ruim. – Surgiu um compromisso para quinta-feira, por isso pensei em passar por aqui hoje, pote minutos, se você estiver livre – diz o médico. – Estou basicamente livre... o tempo todo, Doutor – retruco com uma das sobranc

guidas. – Está certo. – Ele ri de novo. – Então acho que a pergunta é: está disposto a conversar? – Sim, claro. Na verdade, tenho pensado sobre o que conversamos da última vez. Sob

locar Evie em um pedestal. Fiquei pensando se é mesmo esse o caso ou não e acho que chconclusão de que sim, de certo modo sempre fiz isso. E continuo a fazer. Mas acho que tivos são válidos, portanto não sei se é bem um pedestal ou se ela simplesmente merecepeito todo. Sempre mereceu. – Muito bem, mas você fala sobre quem Evie é no presente do mesmo modo como fassado, só que não a vê há oito anos. Respiro fundo. – Sim, eu sei. Talvez seja apenas um desejo... talvez seja uma intuição. Não sei.

 – Bem, me conte sobre o que vem pensando.Organizo os pensamentos por um instante antes de falar.

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 – Isso não passa de um monte de bobagens sentimentais, Doutor. Achei que tinha lhe dito estava disposto a isso – replico, brincando, mas só em parte. Ele ri baixinho. – Está certo, então vamos à dose de honestidade brutal do nosso tratamento. Você preci banho... há umas três semanas. Rio alto. – Sim, tente ficar com a bunda sentada em uma cama de hospital por três meses. Também

a ter o perfume de uma flor. Ele sorri e rugas aparecem no canto de seus olhos. – Onde estão as belas enfermeiras para lhe dar um banho de esponja? Rio. Mas não digo a ele que, em minha mente, estou determinado a voltar para Evie. Só

zar para que ela me aceite em sua vida. Mas, independentemente disso, deixar que olheres me tocassem era algo que eu costumava fazer para aliviar minha própria dor. Não qis ser esse homem. – Então, o senhor tem um encontro promissor na quinta-feira?

 – Não, na verdade estou ajudando um antigo sócio com um projeto em que ele balhando. Talvez fique surpreso em saber que eu trabalhava com computadores quandois novo. Era bom nisso. Ainda presto umas consultorias aqui e ali. – Nossa! Como passou dos computadores para a psicologia? – Entendi que os computadores são muito previsíveis. Gosto mais de gente.

rpreendentes. Ele pisca para mim. Dou uma gargalhada. – Cara, não concordo mesmo. É exatamente por isso que eu NÃO gosto de gente.

 – Ah, não, filho. A complexidade do coração humano é algo impressionante. Se as pempre agissem de modo previsível, determinadas apenas por um conjunto de dados, você eriam pessoas muito diferentes. Respeite o mistério. – Ei, Doutor, alguém já lhe disse que o senhor tem certa tendência a soar como um biscoi

rte chinês? Ele dá uma gargalhada e se levanta para ir embora. – Até a próxima semana, filho. – Até, Confúcio.

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capítulo 5

enho que me dar os parabéns. Eu poderia ser um detetive particular e tanto. Já venho seg

ie há uma semana e meia e ela nem desconfia. Cheguei a me aproximar umas duas vezes. Fm próximo, mas não a ponto de ela me notar.

Hoje estou seguindo-a de volta para a casa dela. Evie passou uma hora na biblioteca. Aiuca por livros. Não consigo evitar um sorriso: ela sempre estava com a cara enfiada emmance quando éramos crianças. Praticamente corria para a escola nos dias de biblioteca. Entava sobre as histórias que lia, falava sobre os personagens como se fossem pessoas reais, e nseguia rir do entusiasmo dela. Mas as histórias que Evie criava eram sempre as meferidas, porque cada uma delas tinha o amor como pano de fundo. E como não eram escritasaiadas, eram criadas na hora, dava para ter certeza de que retratavam o que ela sentia a respessoa. E sempre havia beleza no modo como Evie via nosso mundo tão imperfeito. Ela mefé, também. Deus, como senti saudade disso. Era... esperança. Era isso o que ela me fazia seFinjo falar ao celular enquanto caminho do outro lado da rua, vários passos atrás dela. Vejo

apressar e passar direto pelo prédio onde mora. Que diabos...? Ela vira a esquina no fiarteirão e não consigo mais vê-la, já que o prédio dela ocupa o restante da quadra e bloquão da rua em que ela entrou.

Espero alguns carros passarem, atravesso a rua e acelero levemente o passo. Paro na esquho ao redor do prédio. Como não a vejo, dobro a esquina e ando até a metade do quarteirão.sapareceu completamente. Onde diabos... – É falta de educação perseguir as pessoas!Prendo o ar e me viro ao ouvir a voz feminina. Lá está Evie, parada bem à minha frente.

 – Meu Deus! Você quase me matou de susto! – confesso, deixando o ar escapar. Puta merda – Eu assustei você? – diz ela, me encarando irritada. Nossa, Evie está absurdamente linda. Quase caio de joelhos diante dela. Controle-se, ba

a já acha que você é algum maluco perseguidor, o que, se pensarmos bem, você é meerda. – É você quem está me seguindo – continua Evie, inclinando a cabeça para o lado. – A propejador , quando estiver seguindo alguém, talvez devesse considerar a possibilidade de seuco mais discreto – diz ela, fazendo um gesto que aponta da minha cabeça aos meus pés. – carando a vítima no meio da rua tende a denunciá-lo.

Evie estreita os olhos.Escuto o que ela está dizendo, mas registro só algumas partes. Observo o movimento dos l

Evie e sei que preciso dizer alguma coisa, mas meu coração está disparado e a cabeça, a m

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ra. Tudo além dela parece muito distante. Meus pensamentos estão embaralhados e minhamicha. Com certeza não estou preparado para isso.

Fico encarando-a por longos segundos, tentando desesperadamente reorganizar minhas ideia Ela não me reconheceu. Graças a Deus. Merda! Não, isso é bom. Não, ruim, muito, muito ruEvie apoia as mãos no quadril e meus olhos acompanham seus movimentos.

 – Mas não se desespere. Estou certa de que, com um pouco de esforço, você pode melve haver algum tutorial ou alguma outra coisa que possa ajudá-lo. Quem sabe um livro so

unto? Como perseguir alguém: volume para iniciantes, talvez?Ela levanta uma sobrancelha bem delineada.Por fim, consigo assimilar suas palavras e percebo que Evie está zombando de mim. Eu me

bvio. Também me dou conta de que ela provavelmente já havia percebido há algum tempo qeguia. E acreditei de verdade que estava sendo discreto... Acho tudo muito engraçado e cargalhada. – Ora, ora, você é mesmo uma figura, não é?Mas adoro o jeito dela. Adoro o fato de ela ser cheia de energia e engraçada. E é bom pod

mim mesmo.Percebo que ela abre um pouco mais os olhos e entreabre os lábios enquanto me encara sem

ma palavra. Estou desesperado para saber o que Evie está pensando. Ela me analisa de cxo, mas nenhuma expressão de reconhecimento aparece em seus olhos. Definitivamente  nãonheceu. Eu sabia que havia uma chance de isso acontecer. Estou diferente de quando tinos. Muito diferente. Ainda assim, algo dentro de mim morre silenciosamente e precisntrolar para não ceder a essa dor.

Depois de algum tempo, Evie diz em um tom calmo:

 – Muito bem, a brincadeira acabou. Por que está me seguindo?Sinto o sangue gelar nas veias. Preciso de tempo. Passo a mão pelo cabelo para ganhar

uns instantes e a encaro. – Estou sendo assim tão óbvio, é?Dou um passo na direção dela, que recua a mesma distância.

 – Não vou machucar você – digo.Ela não responde. Mas aquele pequeno movimento define tudo. É isso. Aquele recuo me a

mo um balde de água fria e sinto o medo apertar meu estômago. Farei qualquer coisa para e

e ela se afaste de mim. – Sim, você tem sido assim tão  óbvio. Chega de joguinhos. Quero saber por que est

guindo.Fico em silêncio por um breve momento, o pânico correndo pelas veias, mas antes que

lmente pensar a respeito, as palavras escapam de meus lábios. – Conheci Leo. Ele me pediu para ver como você estava – disparo.É mentira, mas agora não há como voltar atrás.

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servo os olhos de Evie se inflamarem. Ela recua ligeiramente e fica imóvel. – O quê? – diz, e a voz falha.Mas vejo que se controla na mesma hora. Parece aborrecida com a própria reação. Não se

que pensar a respeito. – Como assim, conheceu Leo? – pergunta, e as palavras agora saem firmes, a voz controlada

Evie se recompôs depois da reação inicial. Não sei se isso significa que a primeira sena foi apenas de surpresa e ela conseguiu contorná-la rapidamente... ou se foi algo mais fortnão quer que eu saiba.Estou abalado, as emoções me atingem rápido demais para que eu consiga examiná-las e aque acabo de cometer um erro épico  domina a minha mente. Merda, merda, merda . P

ngelar o tempo e pensar por um minuto?Evie se vira, caminha até os degraus de uma varanda logo atrás dela e se senta. Então re

ndo e repete a pergunta: – Como assim, conheceu Leo?Chego mais perto dela e aponto na direção do degrau próximo ao que está sentada. Evie as

m um gesto de cabeça. Eu me sento e me viro na direção dela, apoiando os cotovelos nas coxpressão no rosto de Evie é indecifrável e ela está com o olhar perdido, encarando um pontomim. Deus, essa história já está cheirando mal. Agora vou ter que aumentar a mentira e me

ssimo por isso, mas a opção seria contar a verdade, inclusive sobre Lauren. E não, não onto para isso. No fundo do meu coração, sei que se não estou pronto para contar a verdade a oisa certa a fazer teria sido ir embora assim que me certifiquei de que ela estava bem. Mas adeixá-la de novo é insuportável, mesmo agora que me meti nessa enrascada. Falo lentamolhendo as palavras com cuidado, tentando manter minha mentira o mais simples possível. –  Leo morreu em um acidente de carro no ano passado. Éramos amigos, fazíamos parte do m

me da escola. Por alguns dias chegamos a pensar que ele sobreviveria, mas isso não aconteceumos visitá-lo e nesse dia ele me falou um pouco sobre você. E me fez prometer que a procur

certificaria de que você estava bem e feliz. Leo sabia que eu iria me mudar pra cá para trabempresa do meu pai e que seria fácil ver pessoalmente como você estava.

Ela fica em silêncio por algum tempo, antes de retrucar em uma voz controlada: – Sei. O que exatamente Leo lhe contou a meu respeito?Além de me odiar por estar aqui mentindo para ela, também sinto meu coração se part

rceber que Evie não parece nem um pouco abalada por eu ter acabado de dizer a ela que mas como estou tentando me concentrar apenas em Evie, e não em meu arrependimento pela msonestidade, posso estar interpretando errado a reação dela. –  Só que conheceu você em um lar adotivo e que você era especial para ele. Disse que

rderam contato, mas que ele sempre se perguntou que rumo a sua vida tinha tomado. Só isso.

Vejo o rosto dela se franzir muito ligeiramente e percebo que foi uma coisa horrível de d

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mo eu me sentiria se alguém me dissesse que Evie se perguntava casualmente que rumo minhavia tomado, mas que não se preocupara o bastante para se dar ao trabalho de entrar em comigo? Estou me arrastando pela lama que criei. Mas a outra opção é contar a verdade a Evieme dar as costas, enojada. De qualquer modo, estou ferrado. Pelo menos, assim, estou sentao dela em um degrau, decorando suas lindas feições bem de perto e respirando seu perfume fgeiramente floral. Deus, sou um idiota egoísta. – Me mudei pra cá em junho, mas levei alguns meses para me instalar. Então finalment

mpo para ser o perseguidor sorrateiro que prometi ser.Tento sorrir, torcendo para que ela retribua. Evie parece perdida.Ela me dá um sorrisinho e fica de pé. Também me levanto de um pulo. Evie seca as mãos s

calça jeans justa e diz: – Lamento saber disso. Parece que você não sabe muito sobre a nossa história, mas Leo fo

ssoa que quebrou uma promessa que havia me feito. Isso aconteceu há muito tempo e não is nele. Não havia razão para ele pedir que você checasse como eu estava. Se Leo quisesse e rumo a minha vida havia tomado, ele mesmo deveria ter entrado em contato comigo antes

m, antes.Ela faz uma pausa breve e prossegue:

 – Ainda assim, foi gentil da sua parte manter a palavra que deu ao seu amigo. E agorbalho está feito. Aqui estou eu, muito bem. Missão cumprida. Último desejo realizado.Evie volta a dar um leve sorriso, mas sai forçado. As palavras dela são como um soc

ômago e quase me pego recuando, como se tivesse mesmo sido atingido. Fingida ou ndiferença de Evie machuca. – A propósito, posso saber o nome do meu perseguidor particular?

Eu me pego sorrindo, embora ainda esteja magoado com o que ela disse. – Jake Madsen.Observo com atenção a expressão no rosto de Evie, em busca de algum sinal de reconhecim

ho que nunca cheguei a mencionar a ela o sobrenome dos meus pais adotivos, mas não teza. Não há nenhum sinal de que ela faça a ligação. –  Bem, Jake Madsen, ou perseguidor sorrateiro, obviamente você já sabe que meu nome é E

uise. E também já sabe que todos me chamam de Evie.

Ela estende a mão para apertar a minha e, quando nos tocamos, é como se um choque elrcorresse minha pele. A química que tínhamos quando éramos adolescentes continua viva. Tntade de sorrir de felicidade diante dessa prova inegável do nosso vínculo, mas me contenho enas encarando nossas mãos juntas, até Evie retirar a dela. – Tchau, Jake – diz ela, dando-me as costas. – Evie – chamo, e ela se vira –, vai sentir falta de mim, não vai?Estou sorrindo porque não há como ela sentir minha falta, porque eu não vou embora. Eeee

úsica de fundo para perseguidor assustador –... que se dane o mundo: não ligo pro quontecer depois disso.

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 – Sabe, Jake... Acho que vou.Evie também dá um sorrisinho, volta a se virar e vai embora.

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capítulo 6

Volto para o escritório e, enquanto estaciono o carro na minha vaga na garagem do sub

rcebo que não me lembro de nada do caminho até ali. Minha mente não parou de repassargundo do encontro com Evie. Parte de mim sente uma culpa imensa por mentir, mas outra partpolgada com o tempo que passei perto dela, por mais breve que tenha sido. Esperei o qu

receu uma vida inteira pelo momento em que poderia sentir a presença dela novamente. Terentar a verdade a Evie, é óbvio, e... Deus, como tenho medo do que pode acontecer. Só de peu sangue gela nas veias. Mas se vou ter que explicar por que nunca entrei em contato comão preciso que Evie goste o bastante de mim primeiro, para não me dar as costas assim q

meçar a despejar a minha história. E depois disso, vou rezar para que ela me perdoe. Debeça cair no encosto do banco. Depois de alguns minutos, desço do carro.

Volto a vestir o paletó e sigo para as portas de vidro que levam ao meu escritório. Paro na recepção do meu andar e sorrio para Christine, minha recepcionista.Christine está na casa dos 40 anos, é casada e tem um filho e uma filha adolescentes. Não

nhum tipo de contato com ela fora do escritório, mas, pelo modo como fala sobre o maridohos, sei que eles são tudo para ela e que Christine faria qualquer coisa por eles. Ela é pmília o que eu queria que Lauren fosse para mim quando me mudei para San Diego.

 – Olá – cumprimenta-me sorrindo e prendendo atrás da orelha uma mecha do cabelo rtado na altura do queixo. – Olá. Como vai? O que eu perdi? – Estou ótima! Não aconteceu nada muito empolgante por aqui. Vai me contar o que tem

nda sumido. E desde a última semana tenho percebido um brilho especial em seus olhos. Temontecendo... Posso sentir.

Ela esfrega as mãos bem-feitas e sorri. Eu me debruço sobre a bancada e olho ao redor, comcertificasse de que não há mais ninguém por perto. Ela também se inclina na minha direçã

hos arregalados. – Christine – falo em voz baixa, depois olho de novo ao redor para que o efeito sejaamático. – Pode me passar meus recados?

Christine me encara por um instante, então abaixa as sobrancelhas e empurra alguns papénha direção. Rio e recuo para fugir de um tapa. – Muito bem, faça como quiser. Não tenho tempo mesmo para ouvir sua história ented

eciso terminar isto aqui e chegar às 17h30 a um jogo do Michael.Rio da reação dela.

 – Por que não vai logo agora? Você veio sábado de manhã para a reunião de Preston. Es

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e a deixei sair mais cedo? Agora estou preso, como um rato em uma armadilha. E Gwen é ominto.

Ela entra e tranca a porta, depois vem na minha direção, muito empertigada, com o corpo eum vestido azul-marinho colado. – Jake – diz em um sussurro quase cantado.Levanto para cumprimentá-la e Gwen contorna minha mesa, os braços abertos. Eu me i

ra beijá-la no rosto e o perfume dela chega primeiro. Seria um aroma gostoso se ela não hou

agerado nele. Gwen vira a cabeça no último momento, e não consigo evitar beijá-la nos lábioerta meus ombros. Recuo com um sorriso tenso. Gwen mantém um biquinho enquanto, ncentrada na tarefa, passa o polegar pela minha boca para limpar o batom dos meus lábios.

Todos os músculos do meu corpo estão tensos, preparados para escapar dela, então volto ntar. Preciso ficar a sós com meu trabalho e meus pensamentos. Não estou com disposição paguinhos de Gwen, e a experiência me diz que jogar é exatamente a intenção dela. – Oi, Gwen. Como vai? – Melhor agora que estou aqui com você, lindo.

Ela sorri, mostrando os dentes perfeitos e muito brancos, e senta na beira da minha mxando os seios grandes e redondos bem na altura dos meus olhos. Respiro fundo, afasto um padeira e foco no rosto dela. – Gwen, tem duas cadeiras bem ali – digo, indicando com a cabeça as cadeiras que fica

tro lado da mesa.Ela me ignora, segura a minha gravata e me puxa em sua direção.

 – Nossa, olhe pra você: tão profissional. É sexy...Ela tira um dos sapatos, apoia o pé em meu colo e fica mexendo com os dedos no mei

nhas pernas.Basta. Seguro o pé dela, tiro-o do meu colo e afasto ainda mais a cadeira. Minha gravata e

s mãos dela. – Chega, Gwen – digo, com o maxilar cerrado.Sinto o sangue ferver. Não consigo dar limite às mulheres. De um modo geral, o problema é

r razões óbvias, mas isso me irrita. – A menos que esteja aqui para falar de algo relacionado a trabalho, precisa ir embora. – Mal-humorado – retruca ela.

Então se levanta, calça novamente o sapato, contorna a mesa, senta em uma cadeira e crurnas. – Éramos amigos, Jake. O que aconteceu?Ela cruza os braços e literalmente faz bico, como uma criança pirracenta de 2 anos. Quase

gargalhada. – Já lhe disse que podemos ser amigos, Gwen. Se mantiver seu pé e outras partes do seu

nge do meio das minhas pernas, nos daremos bem. – Você gostava da atenção que eu dava à sua virilha – diz Gwen, erguendo uma sobrancel

be que sou boa nisso. Por que se negar esse prazer?

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Fico encarando-a por um longo tempo. Fui eu mesmo que me enfiei nessa enrascada, saindowen anos atrás. Eu a usei para dar o troco a Lauren e Phil. Sempre que havia alguma viagpresa e as famílias iam junto ou quando o pai dela a levava a San Diego para seus compromtrabalho, eu fazia questão de que fôssemos “pegos” em situações comprometedoras. Gwen é

s pessoas mais vazias que eu já tive o desprazer de conhecer, mas ainda assim é uma pessm no fundo, talvez tenha sentimentos. Nunca os vi, mas há uma chance de que existam. – Escute, Gwen, qualquer coisa que tenha existido entre nós já acabou faz tempo. Muito

smo, na verdade. Estou tentando colocar a minha vida de volta nos trilhos e preciso me conceso, tudo bem?Ela estreita os olhos.

 – Ótimo. Fico feliz em saber que você está limpo, não me entenda mal. Só quero que saibo vou desistir de nós dois.

Respiro fundo para encontrar um pouco de paciência. – É por isso que é realmente um desafio ser seu amigo. Não entende? Que droga!Passo a mão pelo cabelo. Quantas vezes é preciso repetir uma coisa para uma pessoa?

 – Acalme-se, Jake. Está certo. Você precisa de espaço para seguir por seus catorze passose quer que seja. Eu entendo. Na verdade, vim aqui por uma razão específica. Estou cogressos para o evento beneficente para o autismo – diz ela, pegando um envelope na boocando-o sobre a minha mesa. Depois se levanta, ajeita o cabelo e, bem devagar, ajusta o vequadril. – Você me pega às 19h30? Merda. Quase esqueci que havia combinado de ir com Gwen ao evento beneficente.

estes a dizer a ela que surgiu um compromisso e que não irei, mas não posso fazer isso. nefício do autismo, por Seth, e não posso deixar de ir, mesmo que tenha que aguentar Gwe

umas horas. Será um evento público e muitas outras pessoas da empresa estarão lá. Devedo bem.

 – Sim, às 19h30. E, Gwen, são doze passos.Ela me olha sem entender, fazendo beicinho.

 – O que são doze passos? – Você disse catorze passos. Presumo que estivesse se referindo ao AA, que, por falar nissoquento. Mas são doze passos. – Está beeeem. Se você não frequenta, quem se importa com a quantidade de passos?

 Muitos alcoólatras e suas famílias, imagino. Pessoas que cresceram em casas como aquee eu cresci. – Deixe pra lá, Gwen. Nos vemos na sexta. E lembre-se: amigos. – Como quiser. Nos vemos na sexta, então! – diz ela, afastando-se, mas quando chega à

ra por um momento e se vira novamente para mim: – Ah, eu vou de vermelho. Sabe, para o caerer combinar sua gravata com meu vestido ou coisa parecida. – Não estou levando você a um baile de formatura, Gwen.Ela abre um sorriso largo, sai e fecha a porta. Sem noção. Cerro os dentes. Por que te

nsação de que esse evento não vai ser fácil?

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capítulo 7

a manhã seguinte, levanto cedo, tomo um banho e visto calça jeans e uma camisa de ma

mpridas. Vou precisar voltar para casa e me trocar antes de ir para o trabalho, mas depois dma olhada em Evie, vou visitar Seth. Não posso ir de terno a um cemitério. Respiro fundo. Nã

fácil.Quando eu estava no hospital, entrei em contato com o advogado que havia localizado Seth

uren. Respirei fundo antes de ligar para ele, torcendo, mesmo contra todas as possibilidadetivesse mentido para mim. Eu podia imaginá-la fazendo isso só para me magoar. Mas não, Lsera a verdade. Quando ouvi as palavras dele, foi como se perdesse Seth de novo. Só consegntrolar pelo tempo necessário para pedir ao advogado que descobrisse onde meu irmão eerrado. Então desliguei e deixei as lágrimas rolarem de novo por meu irmão.Sigo para o prédio de Evie imaginando se estará bem. Fiquei me revirando na cama a madr

eira, pensando nela. Preciso ver o rosto de Evie e ter certeza de que está tudo bem.Estaciono na rua e, quando me aproximo do prédio dela, vejo através das portas de vidr

ie está saindo de casa. Na hora certa. Eu me encosto em um carro bem na frente do prédio e ee ela saia. Não consigo evitar que um sorriso tome conta do meu rosto. Estou muito, muito fella de volta em minha vida. Tenho consciência de que isso ainda não é um reencontro, mas já

meço. A felicidade é tamanha que chega a ser fácil colocar de lado o fato de eu ter mentidoe chegasse até aqui. A lembrança de que preciso lidar com isso é um incômodo bem no fundnha mente, mas a questão mais importante é que Evie está bem diante de mim. Depois de es anos, ela está bem diante de mim.Evie sai do prédio, me vê e fica estática. Uma expressão de surpresa passa brevemente po

to. Ela cruza os braços, inclina a cabeça para o lado, e seus olhos me avaliam de cima a baixalmente se concentrarem no meu rosto. – Está precisando de ajuda para encontrar seu cachorrinho perdido, imagino.

Rio. – Na verdade, pensei em lhe oferecer uma bala. Meu furgão está bem ali...Meu sorriso fica mais largo. Devo estar parecendo um bobo.Ela também abre um sorriso – lindo – e posso jurar que escuto anjos cantando. Contro

sesperado.Evie balança a cabeça, começa a caminhar e acerto o passo com o dela. Pela visão perif

rcebo que ela abre a boca, respira fundo e sutilmente inspira o meu perfume. Minha nossa!aba de deixar meu cheiro descer pela garganta? Sinto meu pênis empurrar o tecido da calça.

memória para me lembrar de relatórios de venda e tentar me distrair.  Não ande com Evie pel

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bindo um volume na calça!Por um minuto, é como se eu voltasse a ter 14 anos, implorando para que meu corpo nã

ísse na frente de Evie, que tinha ideia de que me excitava tanto que eu mal conseguia penho vontade de sorrir de novo porque, pela primeira vez em oito anos, minha reação física pta e normal. A sensação de desejá-la agora traz de volta lembranças de me sentir assim por e

ssado, quando sexo não estava ligado a culpa e vergonha. Isso me surpreende. Não imagquer ser capaz de me lembrar dessa sensação, e Evie a trouxe de volta em um dia. Tenho vo

beijá-la. Pare! Não pense em beijá-la! Relatórios de vendas, planilhas, gráficos.Evie rompe o silêncio: – Sabe, tenho certeza de que há um monte de garotas por aí que adorariam ter a oportunidaem perseguidas por você. Não me parece justo que você concentre toda a sua obsessão em miSorrio.

 – Mas decidi que gosto de me concentrar em você, Evie.Ela está louca? No que me diz respeito, não há outras garotas na cidade.Evie para de caminhar e cruza os braços. Paro também e olho rapidamente para os seios

quenos e perfeitos, que ela está realçando sem se dar conta. Equações, apresentações em stes de produtos.Respiro fundo.

 – Escute, Jake – diz Evie com a expressão séria –, você me pegou de surpresa ontem, fabre uma pessoa em quem eu não pensava há muito tempo, mas estou bem. Não precisa maisecando como estou. Minha vida está bem. Não é empolgante. Não é glamorosa. Mas tenho tue preciso. Sou, hã, feliz.

Passo a mão pelo cabelo e me pergunto por que a última frase dela acabou soando como

rgunta. Afasto da mente o comentário sobre ela não pensar em mim há muito tempo. Dói. – Só achei que talvez você tivesse ficado um pouco chateada depois que a deixei ontem. E

e a aborreci. Então quis me certificar de que você estava bem hoje. Não bem no geral, bem hoEla me olha e endireita o corpo.

 – Eu estava bem ontem. Não gosto de saber que qualquer pessoa teve um fim trágico, muém que não conheço mais.Ela franze ligeiramente o cenho, faz uma pausa, mas logo continua.

 –  Mas não é nada que um bom sorvete não cure. É disso que estou indo cuidar agora. Qu

guir até o mercado? Uma última perseguidinha, em nome dos velhos tempos?Evie pisca para mim. Apesar de as palavras dela me magoarem e de eu estar cada vez

nvencido de que ela me esqueceu muito tempo atrás, me contenho e rio da brincadeira dela. Eui agora. Estou aqui agora. – Não acho que seja perseguição se estou sendo convidado, mas, sim, adoraria acompanhá-rcado.Evie levanta os olhos para mim, leva a mão ao peito e me encara batendo os cílios.

 –  Não sei se estou preparada para essa enorme mudança no seu status – brinca. – De persegcompanhante em um dia? Você vai achar que sou fácil.

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 Meu Deus, ela é uma graça! – Mostre o caminho, engraçadinha – digo.Então, antes que possa pensar muito a respeito, pego a mão dela. Toda essa situação parece

e familiar, e Evie está reacendendo em mim emoções de que eu acreditava me lemrfeitamente, mas agora percebo que eram apenas imagens em preto e branco. A realidade pactante que mal consigo lidar com a enormidade do que estou sentindo. É como se tudo to por ela agora estivesse em cores vivas, correndo pelo meu corpo à velocidade da luz. Esto

sa.Evie se sobressalta ligeiramente, puxa a mão e a enfia na bolsa para pegar os óculos escuro

oca os óculos, mas mantém a mão na alça da bolsa, para que eu não possa pegá-la de oga. Eu a assustei. Vá com calma. – Então – diz ela–, a empresa do seu pai é de que segmento?Conto a ela um pouco sobre a empresa, sobre como comecei a trabalhar com meu pai e qu

nsferi para o escritório de Ohio porque ele começou a apresentar problemas. E porque vocêui, Evie.

 – Seu pai deve confiar muito em você para lhe dar uma missão importante assim em tão pmpo – comenta ela.

Sinto o corpo enrijecer ao ouvir isso. É um assunto tão difícil para mim... – Nunca dei muitos motivos para o meu pai confiar em mim. Mas ele faleceu há quase ums meses antes de eu me mudar pra cá.Ela fica em silêncio por algum tempo, então sua mão pequena pega na minha. Meu co

elera ao vê-la sorrir para mim. – Fico feliz por você ter alguma coisa com que se sustentar depois de sua curta carrei

rseguidor sorrateiro.Ela bate os cílios. Não consigo evitar e caio na risada. Evie sempre foi tão boa em me faz

mim mesmo, ainda que eu estivesse de péssimo humor... ainda é! Senti uma saudade desgra e estou morrendo de vontade de lhe dizer isso. Mas sei que não posso. Ainda não.Entramos na loja, pego um carrinho e a observo sem pudor enquanto ela escolhe o que pr

go atrás dela como um cachorrinho apaixonado. E me sinto ótimo. Vários homens se viramhar quando Evie passa, mas ela nem se dá conta. Tenho uma rápida visão de mim mpurrando-os contra a prateleira de cereais – depois corações cor-de-rosa, luas amarelas, es

anja e trevos verdes caindo sobre os rostos deles quando eu jogá-los no piso de cerâmica. nificina mágica e deliciosa... Saio do meu devaneio assassino quando viramos no corredvetes. – De que sabor você gosta? – pergunto, abrindo a porta de um freezer. – Creme com nozes – responde Evie, abrindo a porta de outro.Dou uma olhada rápida nos sabores e pego um pote do sorvete de creme com nozes ao m

mpo que ela escolhe o mesmo sabor de outra marca. – Por que esse? – pergunto. – Este aqui é o dobro do preço. Só pode ser melhor – argumbindo o que escolhi.

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Ela balança a cabeça, negando. – Não tem a ver com preço, Jake. Este aqui é omelhor sorvete do mundo. Veja, é o querito na embalagem – diz ela, muito séria.Olho de uma embalagem para a outra.

 – Evie, você sabe que eles podem escrever o que quiserem na embalagem, certo? Não sige seja verdade.

Ela nem pisca.

 – Bem, sabe de uma coisa? Você está certo. Mas também está errado. Acho que quase cemnto da certeza de ser o melhor se refere à autoconfiança. Você pode até desconfiar  que é o mde ter esperança de ser o melhor, mas se não tiver coragem para se declarar  o melhor, em rrafais em uma embalagem, e deixar que os críticos se atrevam a testá-lo, então ovavelmente não é o melhor. Quem consegue resistir a um cara que acredita em si mesmo anto?

Ela coloca o pote de sorvete no carrinho, se vira e começa a seguir em direção à fila do cquanto continuo a observá-la. E é isso. Se já não estivesse de quatro por ela, teria acabad

ar. Irremediavelmente apaixonado. Essa garota é tudo para mim. Sim, estou de quatro. E felo, enquanto permaneço parado como um idiota no meio do corredor de sorvetes.Tento pagar as compras de Evie, mas ela me olha feio e recusa o meu dinheiro. Fico incomominha cabeça, Evie é minha e tudo o que mais quero é tomar conta dela. Mas ela é independque preciso respeitar isso. Sei também que seria igualzinho se ela soubesse quem sou de verComeçamos a fazer o caminho de volta ao prédio dela e rezo para que me convide a e

ero passar mais tempo com Evie. – Então, posso saber o que você quis dizer quando comentou que nunca tinha dado m

otivos para o seu pai confiar em você? – pergunta Evie, a testa levemente franzida.Deve estar se perguntando se sou uma pessoa confiável. Quase deixo escapar um gemid

ntir uma onda de culpa se abater sobre mim. Suspiro. Ao menos em relação a isso posso lhe cerdade. Olho para a frente e digo: – Fui um garoto terrível. Egoísta, rebelde. Fiz tudo o que meu pai não gostaria que eu fizes

via uma oportunidade de autodestruição, eu era o primeiro da fila. Não fui exatamente o sonalquer pai ou mãe.

Evie me encara com uma expressão triste, mas não diz nada. Quando chegamos ao prédi

purra a porta com o pé e entra. Sinto meu maxilar ficar tenso. – A sua portaria não tem tranca? – Ah, não. Já liguei várias vezes para o síndico, mas obviamente isso não é prioridade par

te bairro é bem seguro. Ninguém teria coragem de dizer que é o melhor do mundo, mas é decenca.Estou furioso. Isso é inaceitável. Faço uma anotação mental para descobrir quem é o síndi

édio dela no instante em que chegar ao meu escritório e então ligar para ele.Paramos do lado de fora da porta do apartamento de Evie e apoio as sacolas no chão enq

pero que ela pegue a chave. Mas ela não pega.

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 – Hã, bem, obrigada, Jake – diz Evie, obviamente sem a menor intenção de me convidar a en Droga. Mas não posso culpá-la. Sou praticamente um estranho para ela. – Foi uma ida ao mercado muito mais agradável do que imaginei que seria – diz, dando-m

rriso educado.Ambos viramos a cabeça quando um homem negro, grande e musculoso, provavelmente na

s 40 anos, abre a porta do apartamento e fica parado ali, os braços cruzados, me encarandosconfiança.

 – Oi, Maurice – cumprimenta-o Evie. – Este é o Jake. Estou bem. Está tudo bem. Hã... em – diz, constrangida.

Maurice continua me olhando como se estivesse considerando se o melhor seria arrancar mbeça com os dentes ou com as mãos. Para deixar o clima mais leve, ponho meu sorriso cente no rosto e vou na direção dele com a mão estendida. – Maurice – digo.O homem finalmente cede e aperta a minha mão.

 – Jake.

Isso é ótimo. O cara parece ser capaz de quebrar um homem ao meio e obviamente quer proie. Até que eu possa assumir de vez a função, é bom ter Maurice por perto. – Ah, obrigada, Maurice. Nos vemos mais tarde, então? – diz Evie, sorrindo mais uma vez.Maurice fica onde está por mais um instante, então responde:

 – Está certo. Estou aqui pertinho da porta, Evie. Se precisar de mim é só chamar, está bem? – Tudo bem, Maurice – responde ela, baixinho.Maurice entra em casa e fecha a porta. Relanceio o olhar entre Evie e a entrada do apartam

a. Nada acontece. Muito bem, hora do plano B. Passo a mão pelo cabelo enquanto faço uma

enciosa para que ela diga sim à minha próxima pergunta. – Está certo, entendi. Não estou convidado a entrar. Pode ao menos me dar seu telefone, EviEla fica em silêncio e eu prendo a respiração. Na última vez que fiquei nervoso para chama

rota para sair, eu era adolescente... e a garota era a mesma de agora. – Me dê seu celular – diz ela, por fim.Deixo o ar escapar e estendo o telefone para ela. Evie insere o número e me devolve o apareSorrio para ela e me afasto:

 – Cansei de persegui-la, Evie. Nosso relacionamento acaba de subir um nível.

Ela nem imagina o tamanho do progresso. Evie ri e, quando já estou mais distante, fala: – Você tira a graça de tudo, sabia, Jake Madsen?Saio do prédio sorrindo feito um bobo.

vo quase uma hora para encontrar a pequena placa de metal do túmulo de Seth, parcialm

berta de grama e folhas. Agacho-me, afasto o que está por cima e leio o texto: “Seth M

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cKenna, 7 de abril de 1986 a 27 de julho de 2003.” Nenhum “amado” ou “nosso garotinho”,e dê qualquer indicação de que Seth foi importante para alguém. Mas ele foi para mim. Sinto ugarganta quando afasto outra folha que acaba de cair de uma árvore próxima. Apoio os coto

s coxas e digo em voz alta: – Ei, companheiro.Deixo o silêncio se estender por longos minutos, quase esperando que a voz doce e rison

th diga “Oooi”.

 – Lamento ter demorado tanto para vir. Converso muito com você e tenho a sensação de quve. Mas eu precisava vir. Ver onde você está faz tudo parecer tão... real.Fico olhando por algum tempo para a placa antes de continuar.

 – Você deve ter se perguntado onde eu estive durante todos aqueles anos. Deve ter se perguque você havia feito de errado. Deve ter se perguntado isso a vida inteira. E eu não estavrto para lhe dizer que fez tudo certo. Companheiro, com o que a vida lhe deu, você fez tudo eu nunca voltei para você. Tenho que viver com isso. Mas você também teve que viver com ive ter se sentido confuso, magoado.

As lágrimas agora escorrem pelo meu rosto, mas deixo que caiam porque Seth merece cadaas. Dane-se o meu orgulho. Suspiro tentando me controlar um pouco, enquanto arranco a ge cobre a placa. – Você se lembra daquela vez em que papai voltou para casa bêbado, gritando, furioso, e mu ficamos andando tensos pela casa, como se estivéssemos pisando em ovos? E que quand

u as costas você começou a imitá-lo, cambaleando, com os olhos semicerrados?Rio da lembrança.

 – Mamãe achou que era apenas você sendo você. Ela estava envolvida demais no próprio m

ra perceber quem você era. Mas eu percebi o que você estava fazendo e achei tão engraçadmecei a rir alto. Papai me bateu porque achou que eu estava zombando dele, e eu na veava mesmo. Mas, poxa, Seth, valeu a pena porque rimos juntos e foi incrível. Nós tínhamoação e esses momentos com você eram muito preciosos pra mim. Passei duas semanas com o

xo, mas cheio de orgulho. Espero que você também tenha carregado alguns desses momepero que saiba que eu o enxergava. E espero que saiba que eu também precisava de você.

Eu me sento, ainda arrancando a grama, e deixo as lembranças me invadirem, deixo o passadvadir, apesar de doer muito. E dói demais...

 – Qual era aquela musiquinha boba que você costumava me pedir para cantar toda noite?é, tem lã aí, ovelha pretinha? Você se lembra disso? Juro que cantei isso umas 50 mil vezes.

Rio, mas sinto meu rosto franzir pela mágoa que a lembrança traz. – E cantaria mais 50 mil se pudesse ter você de volta. Espero que saiba disso.Fico em silêncio por um longo tempo, lembrando o rosto do meu irmão, o sorriso dele, ouvi

a voz. Então canto bem baixinho: – Béé, béé, tem lã aí, ovelha pretinha? Sim, senhor, sim, senhor, três sacas bem cheinhas.

a patroa e uma pro patrão, mais outra pro menino que mora no ladeirão... Béé, béé, tem elha pretinha? Sim, senhor, sim, senhor, três sacas bem cheinhas. Uma pra patroa e uma pro p

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is outra pro menino que mora no ladeirão.Eu me ajoelho na grama e coloco as mãos sobre o metal frio, traçando cada letra do nome d

datas que demonstram como a sua vida foi curta. – Você foi importante, Seth. Foi importante neste mundo. Foi importante para mim. E seá. Amo você, meu irmão. Quero que saiba disso. Você foi importante.Então me levanto e volto lentamente para o carro.

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capítulo 8

Chego ao escritório um pouco antes do meio-dia e fico sentado dentro do carro, na garagem

z minutos, recuperando-me. A manhã foi uma longa montanha-russa emocional. Apoio a cabeços e massageio as têmporas, mesmo não estando com dor de cabeça. Ainda. Eu estava tãoando deixei Evie... agora só me sinto confuso. Foi duro visitar Seth e tenho vontade de ligarie e conversar com ela sobre isso. Mas, é claro, não posso. Oito anos se passaram, mas, dedo, é como se não houvesse passado tempo nenhum. Eu me pergunto se ela também sente

pécie de conforto quando está perto de mim, essa sensação impossível de explicar.Saio do elevador e vejo Preston vindo na minha direção. Preston era sócio de Phil, me

otivo. Estava com ele praticamente desde o início, quando a empresa era apenas uma startm homem inteligente e um cara legal em todos os aspectos. Sei que meu pai confiava nele e tam

espeito muito.Embora Phil fosse da área de Engenharia, exatamente como Preston, ele também tinha tino

negócios. Por isso, quando se mudou para San Diego, para abrir um escritório, a filial defreu. Como sou o novo presidente da empresa, venho trabalhando duro para solucionaroblema. Acho que já consegui alguns resultados importantes. Agora estamos operando em teido.

 – Jake! – cumprimenta-me Preston.Ele parece de fato um engenheiro, bem magro e todo geek , com seus óculos grossos e a aparmpre desarrumada, como se dormisse na mesa de trabalho. Na verdade, até onde eu seiontece mesmo, às vezes. Talvez seja por isso que ele consegue dar conta de uma quantidade smana de trabalho. – Estava mesmo indo procurá-lo. Você teria um minuto para dar uma olhada nestes projeto

abei de buscar?Ele me entrega um pasta.

 – Oi, Preston. Sim, é claro. Vamos para a minha sala.Caminhamos na direção da minha sala e ele espera enquanto eu paro para cumprimentar Chregar meus recados com ela. – Você vai adorar. Os caras mandaram bem na nova apresentação – comenta Preston. Nós nos sentamos à mesa para quatro pessoas na minha sala e avaliamos os projetos, discu

eferências e detalhes dos desenhos. Eu me concentro facilmente no trabalho, contagiadomação e pela paixão na voz de Preston. Não concordamos em tudo, mas debatemosnquilidade nossas diferenças e, no fim, eu o convenço a apostar na minha opção preferida

ha razão: os projetistas mandaram bem.

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Quando se levanta, Preston segura meu ombro, sorrindo: – Você lembra muito o seu pai quando ele era jovem, Jake. Phil sempre teve o dom d

nvencer a ficar do lado dele. E quase sempre estava certo – diz e ri.Preston se vira para sair, mas, quando chega à porta, para e olha para mim.

 – Espero que não se ofenda quando nós o chamamos de “The Kid” – fala, sorrindo mais umSei que brincamos em relação a isso, mas, com toda a honestidade, você tem se saído muitosde que assumiu aqui, e estamos todos muito impressionados. Convivi com o seu pai por ma

nta anos e trabalhei mais próximo dele do que qualquer pessoa. Jake, sei que Phil também fgulhoso de você.

Preston não me dá tempo para responder, pois logo se vira e sai em silêncio. Fico senóvel, por um longo tempo. Por fim, levanto-me e recolho os papéis à minha frente. Vejo a magem refletida no espelho sobre um aparador. Só então me dou conta de que estou sorrindo.

ais tarde, naquela noite, debaixo de uma ducha quente, deixo o vapor relaxar meus músnsados. Fui à academia depois do trabalho e malhei até cansar o corpo e acalmar a mente,nos por algum tempo.Enquanto a água escorre, meus pensamentos voam até Evie e me pergunto o que ela irá faze

ite. Gostaria de ter o direito de saber. Gostaria de ter o direito de ligar para ela e dizer ero comigo. Coloco uma das mãos no azulejo à minha frente, enquanto passo o xampu no cm a outra. Depois apoio as duas mãos na parede e deixo a água cair na cabeça, fantasiando

ia se Evie aparecesse na minha porta... como seria cumprimentá-la com um beijo e levá-la dra a cama. Sinto o pênis latejar. Levo a mão até ele e o seguro. De repente, estou dolorosaido. Reprimo um gemido enquanto começo a me acariciar lentamente. O prazer, intenso e qupara pelo meu corpo. Visualizo-me despindo Evie, uma peça de cada vez, e aproveitando

ntímetro daquele corpo pequeno e perfeito. Imagino como ela deve ser nua, de que cor deveus mamilos, que sabor devem ter. São doces, tenho certeza. Tão doces quanto sua boca, que ando estávamos no nosso telhado, há tantos anos. Eu pensava com frequência em Evie nua qu

adolescente, mas não me permiti mais fazer isso desde então. Era doloroso demais, porque

e nunca a teria. Mas agora... só a possibilidade disso já faz meu sangue correr com força as.Finjo que a água correndo pelas minhas costas são as mãos de Evie me tocando, me acalm

jo que minha própria mão é a dela, por trás de mim segurando meu pênis para me acariciarma e para baixo, a mão pequena acelerando o movimento e espalhando água sobre nós dois. Dcapar um gemido alto. Os seios de Evie estão pressionados contra as minhas costas, seu orregadio por causa da água. Ela roça os peitos em mim e geme quando os mamilos se esfrminha pele. O som da água correndo se mistura aos nossos gemidos.

 – Hum, gata, que delícia...

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Evie desliza ao meu redor, fica de joelhos e toma o meu pênis em sua boca pequena. Obquanto ela move a cabeça, chupando e lambendo, a água lubrificando tanto meu pau quensegue deslizá-lo pela boca sem esforço. – Ah, gata, não pare – peço por entre os dentes cerrados.Evie concorda deixando escapar um gemido e acelera o movimento da boca enquanto pas

os pelo seu cabelo molhado. Nossa, a sensação é gostosa demais... Sinto o orgasmroximando.

 – Vou gozar – digo com a voz sufocada.Ela se afasta e passa a manusear meu pênis em vaivém enquanto eu gozo como nunca na

ie continua a me masturbar lentamente. Caraaaaalho!Limpo o sêmen da parede à minha frente e me ensaboo de novo, ficando embaixo do chuveir

is algum tempo. Rio baixinho. Porra, se fiquei excitado assim só fantasiando, como vai sum dia chegar a transar com ela?Eu me enxugo e caio na cama. Estou encantado com o que aconteceu. Sexo, mesmo sozinho,

ssou de um alívio para mim. Não posso dizer que já tenha gostado tanto, porque as emoções

cavam sempre foram negativas para mim. Nunca me permiti aproveitar de verdade o ato sempre foi um meio para um fim – e esse fim podia ser entorpecimento, provar a Lauren que elpossuía ou alívio físico, mas nunca, jamais, uma experiência plena. Nem sei se havia reconh

o até esse momento. Pela primeira vez, desde que me mudei para San Diego, tive umperiência sexual... E foi me masturbando no chuveiro enquanto imaginava Evie... Caralho!

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capítulo 9

ico zapeando mecanicamente pelos canais da televisão, sem achar nada que me inter

sligo a TV e coloco o controle remoto na mesinha ao lado da cama, e nesse momento a porarto se abre. Viro a cabeça e franzo a testa no mesmo instante. É a maldita Lauren. Que donteceu? As enfermeiras sabem que ela está em uma lista de visitas “não permitidas”. Lave ter dado um jeito de passar por elas sem ser vista. Estendo a mão em direção ao botãarme, mas Lauren se adianta e o deixa fora do meu alcance. Ela se senta, segura as mos e diz: – Jake, pare. Só quero um minuto. Por favor. Tem ideia do que estou passando sem pode

? Sem poder confortá-lo? Eu te amo, querido.

 – Você não me ama – cuspo. – O que sente por mim não é amor. Nunca foi. Era sexo.rado, sujo, manipulador, que arruinou a minha vida. E que depois acabou com a vida dombém. Você se lembra dele, Lauren? Seu MARIDO? Saia daqui. Ela fica em silêncio por algum tempo, então se inclina sobre mim e afasta uma mech

belo da minha testa. Desvio-me da mão dela. – Pare. – Ah, Jake, é claro que penso em Phil. Mas o que aconteceu não foi culpa nossa. Phil nundou muito... sempre trabalhando. Lauren faz uma pausa e examina as unhas. – Teria sido melhor se ele soubesse sobre nós – continua ela. – Devíamos ter contado os atrás... O que TEMOS, o que sempre tivemos, não é errado nem sujo. Quando se der so, vai conseguir superar a culpa. Você não tem motivos para se sentir culpado. Nósaixonamos. Não há por que se envergonhar disso. Fico encarando-a com os olhos semicerrados. Meu Deus, Lauren vive em um mundo só de – Lauren, você está delirando. Eu nunca fui apaixonado por você. Você deveria ter sido m

ÃE. Quanto mais cedo enfiar na cabeça que eu NUNCA a amei, mais fácil será para nóo não está ajudando. Você precisa ir embora. Se não me devolver o botão de alarmemeçar a gritar. Vê se para de olhar para o próprio umbigo e me escuta pelo menos uma vda.

 Ela balança a cabeça depois de alguns segundos sem dizer nada. – Você não sabe o que está dizendo. Deve ser a medicação. Você não está raciocineito. Quando ficarmos juntos de novo, você vai se lembrar de por que pertencemos um ao olembra, Jake? Daquelas noites no seu quarto?

O desânimo me domina.

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 – Depois que tudo terminava, eu ia até o seu armário de bebidas e tomava quatro dosnhaque para conseguir dormir de novo, Lauren. O que isso lhe diz? Eu bebia de tanta vontade de chorar, de tão confuso e horrorizado que ficava por meu ctrair daquele jeito. Ela ri. – Eu também ficava pensando em você. Também não conseguia dormir, querido. Não era aquilo que eu queria dizer, mas Lauren pensava tanto em si mesma que

nseguiria perceber isso. Fico em silêncio por apenas um instante. – MISSY! SUSAN! – grito com toda a força dos meus pulmões, chamando as enfermeirão de plantão. Lauren se sobressalta com o berro repentino. Odeio me sentir impotente na presença dlher, sendo obrigado a chamar as enfermeiras como se fosse uma criança. Mas me recussar mais um segundo sequer com ela, principalmente por estar assim, incapaz de me mmo uma mosca presa em uma teia de aranha. – Ah, pare, Jake. Está certo, estou indo.

 Lauren se levanta, mas, em vez de se afastar, inclina-se para a frente e cola sua bocnha. Ela lambe meus lábios, tentando abri-los. Antes que eu possa fazer qualquer movimerta é aberta e vejo Missy e o Dr. Fox nos encarando. Lauren recua, passa a mão pela brri animada para mim. – Não se esqueça de recolocar meu nome na lista de visitas autorizadas, Jake. Voltarei log Ela vai embora, e ficamos os três observando-a sair. Missy vem até mim, pergunta se

m e desvia os olhos quando a encaro. Ela obviamente viu minha “mãe” tentando me agarrma do hospital. Jesus. Cerro os dentes, sentindo-me humilhado e envergonhado.

 – Não sei como ela conseguiu passar por nós, Jake. Estávamos todos sentados na mecepção. Sinto muito – diz ela, em voz baixa. – Não é culpa sua, Missy – respondo.Quando aquela mulher quer alguma coisa, ela faz o que for preciso para conseguir. M

de meus sinais vitais e diz que voltará em algumas horas para conferir como estou. Entãoha a porta.O Dr. Fox permaneceu onde estava, perto da porta. Ele caminha na minha direção c

nho franzido e se senta na cadeira perto da cama.

 – Ah, Doutor, podemos adiar nossa sessão? Não estou muito disposto a falar agora. – Me parece que agora talvez seja um ótimo momento para conversarmos – diz ele, em um

ntil. Balanço a cabeça, negando. – Na verdade, não. Não estou com vontade. Além do mais, não estou me sentindo muito

eciso dormir. Tenho outra cirurgia marcada para amanhã de manhã....O Dr. Fox fica um tempo em silêncio, os lábios franzidos.

 – Está certo, filho. Ele pousa a mão no meu ombro e me encolho ligeiramente. Então retira a mão e me encar

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is um instante, antes de se afastar. – Darei uma olhada em você amanhã à tarde, depois da sua cirurgia. Podemos remarcar nsão para o início da próxima semana, tudo bem? Mas me chame se quiser conversar so. Assinto com a cabeça, sem muito interesse. Estou tão cansado... Quero ficar sozinho. Q

rmir. O Dr. Fox caminha até a porta e se vira uma última vez para me ver. Parece indanto ao que fazer.

 Depois que ele sai e fecha a porta, escuto uma voz conhecida no corredor. Preston. Ele ae estaria na cidade para algumas reuniões no escritório de San Diego esta semana e quia uma visita. Venho tentando voltar ao trabalho lentamente, participando de alg

deoconferências e analisando relatórios no notebook. Tenho muito a fazer para me colocr de tudo antes de assumir os negócios em Cincinnati. Mas não consigo sequer pensar a respeito agora. Estou arrasado, fraco, de estô

virado. As vozes se afastam pelo corredor e tudo fica em silêncio. O Dr. Fox deve ter dito a Pr

e eu não estava me sentindo bem para receber visitas. Graças a Deus. Não estou mesmo. Folhos e deixo todas as lembranças ruins trazidas pela presença de Lauren tomarem conm. Caio em um sono inquieto.

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capítulo 10

Assim que tenho um intervalo no trabalho, no dia seguinte, ligo para Evie. Preciso vê-la. Sinto

cessidade urgente de ouvir a voz dela, só para me lembrar de que não é tudo um sonholmente está de volta à minha vida. Evie não atende à ligação, então mando uma mensageto. No momento em que me encaminho para uma reunião do conselho diretor da empresaular toca e vejo que é ela. Paro e me afasto para a lateral do corredor, do lado de fora da sa

uniões. – Evie. – Oi, Jake.Ela parece um tanto insegura. Deixo o ar escapar. Deus, só ouvir a voz dela já é tão bom...

 –  Escute, estou correndo para uma reunião e só posso falar por um minuto, mas gostaria de para jantar hoje à noite. – Ah – diz Evie, parecendo surpresa. – Ahn, eu... – Evie, é um pedido simples. Basta responder com sim ou com sim – falo, brincando.Percebo o sorriso na voz dela quando responde:

 – Eu... sim. Pode ser.

Graças a Deus. Abro um sorriso. – Ótimo. Pego você às sete. – H-hã... – Vejo você hoje à noite, Evie – digo e desligo rapidamente, para não dar a ela um seg

quer para mudar de ideia.Todos me olham com curiosidade quando entro na sala de reuniões. Percebo que devo esta

m sorriso bobo no rosto e me recomponho. Foco! Mas isso está mesmo acontecendo? Eu realmabo de dizer “Vejo você hoje à noite, Evie”? Preciso me esforçar para não passar a reunião

rindo.

io do trabalho às 17h e vou direto para a academia malhar um pouco. Às 18h30, já estou de bmado e pronto. Sei que ainda é cedo para sair, mas, apesar do exercício vigoroso, estoquieto que fico andando de um lado para o outro no apartamento. Dane-se. Vou chegar cedo

importo. Estou ansioso demais para ver Evie e não tenho mesmo a intenção de esconder que a. A essa altura, eu provavelmente seria incapaz de manter as aparências. Não quero assus

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s quero que saiba que estou a fim dela. Tenho certeza de que ela se sente pelo menos atraídm e, por enquanto, isso é o bastante para me dar confiança de seguir em frente. Sou um homeanos que parece estar saindo para seu primeiro encontro. Não consigo evitar achar graça desmo. Só que o encontro é com Evie, o que me conforta ao mesmo tempo que me apavora.Já tentei namorar algumas mulheres. Nunca me pareceu certo ter relacionamentos apenas fí

es nunca me trouxeram nenhum tipo de satisfação. Mas, apesar de eu ter tentado me envolvrdade uma ou duas vezes, sempre acabei me sentindo ainda pior. Ter um relacionamento fís

ma coisa, mas criar um laço sentimental sempre me deixou terrivelmente culpado, como se ma grande traição a Evie. Depois de cada “encontro”, além de me desinteressar pela pembém ficava me sentido vazio e o pior cara da face da Terra. Ninguém jamais chegou nem perspertar em mim algo parecido com o que eu sentia por Evie. Eu estava condenado pelo resda a comparar todas as mulheres que eu conhecesse com a garota que ainda era dona doração. Não era justo com ninguém. Depois de umas duas tentativas de namoro, joguei a toaei nunca mais tentar. Eu tinha traído Evie e merecia uma vida de solidão. Queria  uma viidão.

Estaciono em frente ao prédio de Evie e permaneço no carro por longos minutos. Meu corptrico porque sei que ela está a menos de 100 metros de mim, esperando em casa. Sinto meuaquecer e sei que preciso beijá-la, sentir seu gosto, antes de entrarmos no meu carro. Nun

uito de beijar. Acho íntimo demais. Mas minha ânsia de beijá-la é tanta que é como ecisasse dos lábios dela nos meus para viver. Não sei como Evie reagirá, mas, dominadontade de encontrá-la, saio do carro com determinação, abro a porta do prédio dela – ainda chadura quebrada – e entro a passos largos. Liguei para o síndico do prédio de Evie ontemlhor aquele idiota preguiçoso consertar essa fechadura amanhã ou vou pegar no pé dele.

Bato à porta de Evie e a escuto se mover dentro do apartamento antes de atender. De repie está parada à minha frente, os cabelos longos e escuros soltos ao redor do rosto lindo, os os em mim. Então ela me olha de cima a baixo e, quando percebo a aprovação em seu rostcido. Estou fisicamente incapaz de resistir a tocá-la. Seguro o queixo dela e puxo-a na meção. Sinto um rugido subindo pelo meu peito, como se eu fosse um homem das cavernasra ânsia, e uma possessividade que não sinto há quase uma década me domina. Ondtosterona inundam meu corpo.Inclino a cabeça e colo minha boca na de Evie. Minha língua encontra a dela e quase

apar um gemido ao sentir seu sabor. Paraíso. Meu paraíso.Evie geme baixinho, passa os braços ao redor do meu pescoço e pressiona o corpo contra o Sinto-me como um homem faminto que finalmente pode saborear um banquete com os pratos

iciosos do mundo. Uma descarga de prazer atravessa meu corpo conforme a língua de ompanha cada movimento da minha.

Percebo vagamente que ela passa as mãos pelo meu cabelo e, quando deixo a minha mão da bunda dela, Evie geme dentro da minha boca. Também não consigo evitar um gemido. Ess

gundo beijo mais incrível da minha vida. O primeiro foi com a mesma garota.Minha ereção força a calça e sei que preciso interromper esse beijo antes que acabe goz

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mo um adolescente ansioso. Ou antes que Maurice venha voando de casa me esmagar como se um inseto, aqui mesmo, no corredor.Afasto-me com relutância, ofegante. Evie deixa escapar um último gemido e não consigo

m sorriso quando digo: – Caramba, você sabe beijar. Mas eu já sabia disso.Evie levanta os olhos para mim com uma expressão atordoada. Ela foi tão arrebatada pelo

anto eu. – Uau... – diz, com um sorriso doce no rosto. – Sim – concordo.Talvez eu nunca mais pare de sorrir. Mas me concentro e pergunto:

 – Está com fome?Ela parece confusa por um instante, mas logo responde:

 – Estou.Quando caminhamos em direção ao meu carro, Evie pergunta:

 – A regra não seria você me beijar depois do encontro?Ela está sorrindo.

 – Não consegui esperar – respondo sorrindo também e pisco para ela. – Ou beijava voouquecia. – E estou dizendo a mais pura verdade.Depois de tirar o carro da vaga, pego a mão de Evie e fico segurando-a. Está muito difícil m

mãos longe dela. Tenho medo de que Evie desapareça de repente, feito um sonho nebuloso, o a mantiver presa a mim por algum laço físico. Além disso, o efeito tranquilizador da pele qmacia dela na minha é como uma droga. Estou fisgado. Minha confiança na nossa ligação cre

da minuto. A química que temos é inegável.Evie me tira das minhas divagações com uma pergunta:

 – Então, Jake, você já teve muitas namoradas?Ela está mordendo o lábio, como se estivesse preocupada com a minha resposta.E aqui estamos. Não posso mentir. Nem sei por que sinto obrigação de ser completam

nesto sobre o meu passado nesse assunto, mas algo em mim sabe que é crucial que eu sejao, respondo com sinceridade. – Não. Houve muitas mulheres na minha vida, Evie, mas não, eu não namorei muitas delas.

Olho de relance para ela, para avaliar sua reação, mas Evie está voltada para a frente e nãnenhuma pista. Quero que ela saiba que é diferente com ela e também que não sou mais a

mem, por isso continuo: – Não tenho orgulho disso, mas é a verdade. Isso a incomoda?Evie fica em silêncio por tanto tempo que começo a sentir um aperto no peito. Por fim, d

z baixa: – Jake, não posso ser só mais uma garota pra quem você liga quando quer fazer sexo.Mantenho os olhos à frente para não cair na gargalhada. É isso que ela acha? É melhor d

do cem por cento claro.

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 – Não é isso que quero com você, Evie. – Ah. Eu só achei... quero dizer... eu... porque...Merda, me expressei mal. Vou deixar tudo cento e dez por cento claro.

 – Evie, o que eu quero dizer é que quando fizer sexo com você, você será minha. Está ora?

Ela continua a olhar para a frente, mas espio com o canto do olho e vejo que ela está aperma coxa contra a outra. Quase deixo escapar um gemido alto.

 – Evie, olhe para mim. Você sente a mesma coisa, não sente?Ela hesita por apenas um segundo antes de se virar para mim, assentir e sussurrar:

 – Sinto.Sorrio para ela e paro o carro em frente a um restaurante chamado Chart House.Também preciso perguntar a Evie sobre o passado dela. Tenho certeza de que ela já teve a

morados sérios. Como seria possível que uma garota linda como Evie não houvesse atraído nção masculina ao longo dos anos? Só de pensar nisso, meu estômago revira, e me sinto mapor isso, mas também porque me desprezo por pensar  assim. Não tenho esse direito. Eu de

estado por perto para garantir que nenhum outro homem sequer olhasse na direção dela. Devveria... pare. Esse modo de pensar não é nada produtivo. Preciso trabalhar com a realidadem “e se”.

Desligo o carro e me viro para Evie. – Posso lhe perguntar se você teve muitos namorados, Evie?Tento não prender a respiração. O que quer que ela diga, a responsabilidade é minha

porta com quantos homens Evie já esteve, é minha culpa. Preciso aceitar isso.Ela parece surpresa com a minha pergunta e percebo que está levemente ruborizada qu

ponde: – Um monte, Jake, mas não acho que se possa dizer que realmente namorei muitos deles.Fico paralisado. Que diabos?  Mas então percebo que ela está zombando de mim. Re

viado. – Você está me sacaneando – digo, finalmente, em voz baixa.Evie inclina a cabeça para o lado.

 –   Tudo bem você ter ficado com um monte de mulheres, mas eu ter estado com um monmens é um problema?

 Não, nenhum de nós dois deveria ter feito isso, mas ela não cometeria os erros que eu coie teria encontrado uma forma de ser melhor do que eu fui. Ela sempre fez isso. – Sim, porque você é uma pessoa melhor do que eu – digo. – Jake... – começa ela. – Só quero uma resposta honesta. Só quero saber quantos homens já fizeram parte da sua vidEvie respira fundo. Devo estar passando a impressão de ser um cara nada centrado. Insegu

m momento, homem das cavernas no instante seguinte. Mas é exatamente assim que me sinto aelando comigo mesmo. Estou apavorado e, ao mesmo tempo, me sinto possessivo. É exauas preciso saber. Talvez eu queira me torturar, não sei. Mas preciso que ela me responda. D

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um tempo, Evie diz: – Saí com alguns caras, quase todos apresentados pela minha amiga Nicole. Nada sério, nad

rasse mais que três encontros. O último foi há um ano. Saímos para jantar uma vez. Erguntou se poderíamos nos ver de novo, mas eu não quis. Esse nível de detalhamento é o bara você?

Ela desvia o olhar. Pego a mão dela. – E no ensino médio? – pergunto.

Com certeza ela deve ter tido alguém especial depois que me mudei para San Diego. – No ensino médio? – Evie balança ligeiramente a cabeça e dá uma risadinha. – Não, eu nãm ninguém naquela época.

Minha alma lentamente se dá conta de que nenhum de nós dois se apaixonou de novo. Algo dmim parece levantar voo. Inclino-me, levo o dedo ao queixo dela, para puxá-la para mim, e

us lábios doces. Aquela possessividade me domina novamente.Ficamos sorrindo um para o outro por alguns segundos até que tiro as chaves da ignição e di

 – Está na hora de comermos. E de conversarmos sobre coisas mais amenas. Quero vê-la so

vi-la gargalhar. Quero saber qual é o seu filme favorito, por que você gosta de correr tão ais são as músicas no seu iPod e quem é Nicole. Espere aí.

Ajudo-a a descer do carro e a levo para dentro do restaurante.

uando estamos à mesa, sorrio para Evie e seguro as mãos dela. Evie sorri também e olha ao

mirada. – Este lugar é lindo – comenta. – Nunca estive aqui.Fico imaginando o que teríamos pensado quando éramos crianças sobre comer em um lugar

e. Não é o restaurante mais chique da cidade, mas para nós teria sido como aterrissar em neta.Minha mente volta ao dia em que minha mãe ficou apagada no sofá, em uma espécie de

oólico. Meu pai a espancara por algum motivo – como olhar para ele ou algum outro “avíssimo – e, depois que ele saiu, ela tomou uma garrafa inteira de vodca. Ficou desacordad

is dias. Não havia muito o que comer em casa e, no dia seguinte, Seth e eu acabamos com ha. Eu rodei por algumas lanchonetes, peguei o máximo de saquinhos de ketchup que pude e frsão horrorosa de “sopa de tomate”. Precisávamos comer alguma coisa até que minhanseguisse cuidar disso. Foi terrível, mas havia alguém que dependia de mim, então fiz o queciso. Eu tinha 9 anos.

Quero dividir meus sentimentos com Evie, comentar como é incrível nós dois estarmos senui, neste lugar, depois de tudo pelo que passamos. É algo que temos em comum e mpreenderia melhor do que ninguém. Não poder fazer isso me deixa com uma sensação de vaz

Enquanto bebemos nosso vinho, peço:

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 – Me conte sobre a sua amiga Nicole.A expressão nos olhos dela se aquece quando responde:

 – Conheci Nicole no trabalho. Ela é minha melhor amiga e acho que posso dizer que elrido, Mike, de certa forma me adotaram. – Evie ri.Isso me faz sorrir e ela se anima a contar mais:

 – Costumo passar as festas de fim de ano com eles, fazer coisas de família. É legal. Nuncda assim antes de conhecer Nicole.

Ela parece um pouco envergonhada. Toma um gole de vinho. – Onde você passava as festas de fim de ano antes disso? – pergunto. Por que pergunto, sótorturar?Ela volta o olhar para mim e responde em voz baixa.

 – Depois que deixei o último lar adotivo, antes de conhecer Nicole e a família dela, eu fzinha nessa época.

Evie dá de ombros. Fico em silêncio por um instante, torcendo para que ela não percebus olhos a tristeza que sinto no coração.

 – Lamento, Evie.Ela sorri.

 – Por quê? Não foi culpa sua. Era... solitário. Mas não foi a pior coisa por que já passei nake.

Ao notar meu cenho franzido, ela inclina a cabeça: – Espere aí! – diz. – Achei que iríamos conversar sobre assuntos mais leves.Então sorri de novo. Consigo sorrir para ela, embora o comentário sobre não ser minha

da ecoe na minha cabeça. A culpa é toda minha.

 – Você está certa. Nicole e Mike têm filhos? – Sim. Uma menina. O nome dela é Kaylee e ela é a coisinha mais doce e esperta do mundoca qualquer um no devido lugar.Evie sorri e seus olhos se acendem. Com certeza a garotinha é especial para ela. O sorri

to dela se alarga. Evie se cercou de boas pessoas, que ela ama e que também a amam. Ficosaber.Quando já estamos comendo, pergunto sobre o emprego dela. Evie fala com facilidade a re

i quando me conta algumas histórias engraçadas sobre as piores coisas que as pessoas já deix

ra trás nos quartos que ela limpa. – Encontrei mais dentaduras do que consigo contar! Nós dois rimos. – Pelo amor de Deus, como alguém esquece os dentes? Como não percebe?Os olhos de Evie se aquecem quando encontram os meus. Adoro isso. Adoro estar sentado

do com ela, voltando a conhecê-la. Não quero que termine. Uma voz bem lá no fundo me dido provavelmente terminará quando eu contar a Evie quem sou. Sinto a comida voltar pela mrganta e tenho que me forçar a engoli-la. – Você se saiu muito bem mesmo, Evie – digo em voz baixa.

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E é verdade. Basta olhar para ela. Tem bons amigos, toma conta de si mesma, é trabalhagraçada, calorosa e doce.

Evie franze a testa ligeiramente. – Sou camareira em um hotel, Jake – diz, como se eu já não soubesse disso.Penso em todas as pessoas que tiveram uma infância como a nossa e no que a vida del

nsformou. Penso em Willow. Penso em mim mesmo. – Jamais se envergonhe do trabalho honesto que você faz para pagar suas contas. É muito

uém com o seu passado não repetir o ciclo... drogas, gravidez precoce, violência doménha orgulho de si mesma. Você merece todo o respeito do mundo. Acho você incrível! – digoceridade.Evie me encara, os olhos marejados. Então ela desvia o olhar e sussurra:

 – Obrigada.Fico encarando-a, vendo-a piscar para afastar as lágrimas. Ninguém nunca disse que p

ntástica ela é? Sinto um aperto no peito. Se eu tiver a chance, juro dizer isso a Evie ao menoz por dia, todos os dias.

Ficamos os dois em silêncio por um instante, até que ela volta a falar: – Posso lhe perguntar sobre Leo?Volto logo à realidade. Merda. Detesto isso.

 – É claro – respondo, hesitante. – Ele foi feliz? Teve uma vida bacana? Responda do modo mais simples possível . Já estou me sentindo um babaca por mentir

eciso aumentar o problema. Penso em quem eu era antes do acidente e misturo um pourdade à minha mentira.

 – Não sei como responder. Não o conheci muito bem. Quero dizer, a não ser no que peito a esportes e festas, esse tipo de coisa.Evie balança a cabeça, concordando. Ela está mordendo o lado interno da boca, como costu

er quando era criança. Sei que é sinal de que está nervosa ou assustada. – Quando Leo foi embora, ele prometeu que manteria contato comigo e nunca mais me procm ideia do porquê?Tenho a impressão de ver um lampejo de dor nos olhos dela.Sim, eu sei. A vida “dele” foi pro buraco quase no mesmo instante em que ele a deixou. “

ssou oito anos com vontade de morrer. Mas nunca deixou de amar você. Nem por um segun – Lamento. Nem imagino. Não sei como era a vida dele em casa. A primeira vez que Leo

bre você comigo foi quando ele estava no hospital, e já lhe contei tudo o que ele me disse.É o que escolho dizer. Merda. Eu me odeio por não ter coragem de contar a verdade a Evie.Ela assente e fica em silêncio por um tempo, mas então levanta os olhos para mim e me d

riso tímido. – Bem, pode parecer meio estranho dizer isso, mas, se Leo tinha que mandar alguém, fico

e tenha sido você. Estou me divertindo muito.Por que dói tanto ouvir isso? Estou realmente com ciúmes de mim mesmo? Afasto m

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oções complicadas, sorrio e digo: – Também fico feliz por ele ter me mandado. Achei que estivesse fazendo um favor a Leo

rece que foi ele que me fez.Depois que nossos pratos são recolhidos, estendo minha mão sobre a mesa e pego a dela.

 – Podemos nos ver de novo? – pergunto.Ela concorda com um aceno de cabeça e sinto uma onda de alegria.Voltamos para o prédio de Evie conversando sobre a cidade.

 – Onde você mora? – pergunta ela. – No centro da cidade, bem perto do novo cassino. – Ah! Você já esteve lá? – Não. Não tenho tido muito tempo livre. O trabalho tem me ocupado bastante desde qu

udei para cá. – Sorrio. – Gostaria de ir lá algum dia desses? – Gostaria de conhecer. Mas acho que não seria nada boa nas apostas – comenta Evie, sorrin – Não? Por quê? – Não consigo manter a famosa expressão indecifrável dos jogadores – responde ela, sor

ra mim.Dou uma gargalhada.

 – É mesmo?Ela confirma com a cabeça, ainda sorrindo.

 – Então, você sente saudades da Califórnia? – Sinto falta de morar perto do mar.Ficar sentado, olhando para aquela imensidão de água, me fazia sentir que talvez meus prob

o fossem tão grandes assim. Fazia com que eu me sentisse menos... o centro de tudo. E isso

ajudado a passar por alguns dias bem ruins. – Mas, não, gosto do Meio-Oeste, das estações bem definidas – arremato com um sorriso.Ela apoia a cabeça no assento e comenta:

 – Eu adoraria ver o mar algum dia...Lembro-me da primeira vez que sobrevoei o oceano e como desejei que Evie estivesse com

 – Eu adoraria ser a pessoa a mostrá-lo a você algum dia – digo baixinho, olhando de relance.Evie apenas sorri, não diz nada. Imagino que seja um pouco cedo para começar a fazer plan

gem. Já estou conseguindo interpretar melhor as expressões dela. Eu me recordo delas comsem uma música que não escuto há anos, mas que tem uma letra que conheço de cor. Evieta: ela não é boa em manter uma expressão indecifrável no rosto. Na primeira vez que reparei em Evie, uma garotinha cruel estava falando um monte de bob

bre a mãe dela. Olhei para Evie e vi a mágoa e a vergonha que ela sentia estampadas em seu quei sentado onde estava, paralisado, incapaz de parar de encarar aquela garota linda oções tão transparentes. Já fazia muito tempo desde a última vez que eu vira aquele tiplnerabilidade no rosto de alguém. Fiquei hipnotizado. A expressividade do rosto delpreendeu mais do que se surgissem porcos voadores sobre a nossa mesa de jantar. Evie

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rendera a esconder o que sentia? Não sabia o que significava indiferente? Não se dá esse tiunição ao inimigo... é suicídio emocional! E por que eu estava tão impressionado? Por que

m aperto no peito? Não consegui compreender na época. Mas percebi a beleza daquilo. Era r o sol aparecer de repente entre as nuvens. Senti vontade de levantar o rosto e receber o calo

emanava. Evie desviou os olhos e me pegou observando-a. Àquela altura, acho que já eio apaixonado, alguma coisa nova começava a desabrochar no meu coração. “Por que est

carando?”, perguntou Evie, em um sussurro, tentando sem sucesso parecer durona. Até iss

radou. Fiquei olhando para ela por mais alguns segundos antes de retrucar: “Porque gosto dto.” Não consegui conter o sorrisinho que se seguiu – o primeiro que aparecia no meu rosito, muito tempo. Minha doce domadora de leões.E numa tranquilidade acolhedora, com ambos em silêncio perdidos nos próprios pensamento

dio tocando baixinho ao fundo, seguimos até o prédio dela.Estaciono a meia quadra dele. Desligo o carro, mas não faço menção de sair. Evie me olh

pectativa e um sorrisinho no rosto. Quando a encaro, meu coração parece estar preso na garga – Você fica tão linda quando sorri – digo. Senti tanto a sua falta.

Eu me inclino para a frente, beijo-a com carinho e apoio a testa na dela. Percebo vagamentdeste modo que olhamos nos olhos um do outro na noite em que nos despedimos.Ficamos nos encarando por um longo tempo. Evie arregala ligeiramente os olhos e si

lsação dela disparar sob a ponta dos meus dedos. De repente, o olhar de Evie está cherguntas. Fico paralisado de medo. Então vejo os mesmos olhos ficarem sonhadores. Elastando as dúvidas. Já a vi fazer isso. Aquele olhar ficará gravado para sempre na minha

quela é a expressão da minha Evie sobrevivente. Ela não quer saber . Um misto de emoçõemina – confusão, medo, amor . Evie se afasta de mim.

 – Qual é o problema? – pergunto, cauteloso.Ela deixa o ar escapar.

 – Nenhum, é só que tudo isso é absolutamente novo para mim. – Ela sorri e também merrindo para ela.

Acompanho-a até o prédio. Aquela expressão no rosto dela não sai da minha cabeça. Não despedir. Preciso fazer isso rápido, enquanto ainda tenho força suficiente para deixá-la entr

sa.Ao chegar à porta do apartamento de Evie, beijo seus lábios macios, sorrindo para ela. Sus

m boa-noite e volto para o carro.Por mais maravilhosa que tenha sido a nossa noite, esta parte é difícil para mim. Gostaria

ter alguém para conversar sobre o que aconteceu. Mas a pessoa com quem realmente gostarar a respeito do que sinto é Evie, e ela não é uma opção. Tomar consciência do meu estadsoluta solidão é como levar um soco no estômago. Quando me afasto com o carro, sinto quepartiu em meu peito.

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capítulo 11

Dirijo pela cidade por algum tempo, segurando o volante com força. Estou fazendo de tudo

guir para longe de Evie, em vez de voltar  para ela. Estou confuso e carente, uma combinaçãoo menos no meu caso, nunca foi boa. A carência me enfraquece: me deixa com raiva. Essa éalha que tenho travado ao longo de toda a vida e já estou exausto de voltar ao mesmo prece que minha solidão está sempre ali, disfarçada porém presente.

Beijar Evie esta noite foi um dos melhores momentos da minha vida, de verdade. Mas agorme faz desejá-la ainda mais e não sei o que fazer a respeito: ou continuo no caminho em que

mantenho Evie em minha vida ou me arrisco à possibilidade bastante real de que ela me rejelhe contar quem realmente sou.Estaciono em uma vaga na minha rua, na frente do meu prédio, mas em vez de subir para o

artamento como sei que deveria fazer, caminho até um bar de esquina, a algumas quadrasou com vontade de ficar só. Quero ir a algum lugar onde haja gente, de preferência uma mulero afogar meus sentimentos e sei que algumas doses darão conta disso... temporariamente.Eu me sento diante do balcão do bar e peço uma dose dupla de Wild Turkey. Puro, sem

uren e Phil sempre tinham desse bourbon em casa. Vai ser o nome da minha banda – depois qnseguir formar uma, aprender a tocar guitarra e resolver cair na estrada. Quase dou gargalha

m mesmo, mas me controlo antes que alguém pense que sou doido. Viro as duas doses, façoeta e sinalizo ao barman para que traga mais duas. Quatro é o número mágico. Não me bado de cair, mas zonzo o bastante para que não me importe com mais nada. Consegui crência do entorpecimento”. Essa será minha primeira música divulgada. A trilha sonoradências autodestrutivas. Rio de novo de mim.Peço uma cerveja só para ficar sentado, segurando o copo por mais um tempo. Quando o ba

oca a bebida à minha frente, uma mulher senta ao meu lado. Assim que me viro para encará-lri. Cabelos louros na altura do queixo. Bonita. Sem dúvida uma predadora.

 – Olá – diz ela, sorrindo, virando-se totalmente na minha direção e tomando seu drinquea em um copo de martíni. – Oi – respondo, sem olhar para ela.Percebo que minha voz já está mais arrastada por causa do álcool.

 – Sou Alana.A mulher estende a mão. Fico olhando por algum tempo para aquela mão estendida, até qu

o um pouco para cumprimentá-la. – Jake – digo.

 – O que o traz aqui, sozinho, Jake? – pergunta ela, inclinando a cabeça para o lado e suga

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nudinho.Fico em silêncio por um minuto, pensando.

 – Alana. Estou aqui porque acabo de voltar de um encontro com o amor da minha vida e está do outro lado da cidade, no apartamento dela, e se eu não beber até entrar em coma

igir até lá, bater na porta dela e fazer papel de idiota.Alana pisca, aparentemente muda de espanto. Então abre um sorriso largo.

 – Ora, por que você não vai até lá e faz papel de idiota?

Penso por um instante. – Porque ela vai me dar um pé na bunda e eu não quero isso. Quero a minha mão na bunda dAlana parece espantada de novo.

 – Nossa, você é bem objetivo, não é mesmo, Jake? – diz, sorridente.Dou de ombros e tomo mais um gole da cerveja.

 – Escute, Jake. Acho que o risco de parecer idiota é muito melhor do que viver cependimento de não ter tentado.Aceno com a cabeça, concordando. Se fosse assim tão simples... Ficamos sentados em sil

r algum tempo, até que eu pergunto: – Então, qual é a sua história, Alana?Ela suspira e toma um pouco do drinque.

 – Ora, imagino que minha história, de um modo geral, seja bem entediante. Mas estamos afogssas mágoas em um bar, então digamos que é mais apropriado apresentar o recorte: fui casadz anos até descobrir que meu marido estava me traindo com uma vizinha casada... a alma ge, foi o que me disse. Estamos divorciados há um ano.Dou um pequeno sorriso de solidariedade.

 – Lamento. Você desconfiava de alguma coisa?Alana fica pensativa por um instante.

 – Sim, acho que sim. Quero dizer, não havia nada específico, por incrível que pareça. Mamo se ele estivesse sempre ausente quando estava em casa... Não era agressivo nem nada do enas instável o tempo todo. Nunca senti que ele estivesse muito concentrado em mim, achoa é a melhor maneira de colocar – conclui ela com um dar de ombros. – Ora, Alana. Então talvez você esteja muito melhor agora do que quando estava com ele. T

u ex-marido tenha lhe feito um favor. Veja a situação como uma segunda chance.

Termino a cerveja e faço um sinal para o barman me trazer outra. – Quer mais um? – ofereço, fazendo um movimento com a cabeça em direção do drinque delAlana recusa. Quando o barman coloca a segunda cerveja na minha frente, ela diz:

 – Todos merecemos uma segunda chance, não é mesmo? Às segundas chances! – Ela encopo na minha garrafa de cerveja, em um brinde. – Às segundas chances – repito, pensando em Evie.Todos merecemos uma segunda chance? Até mesmo eu?Depois de um instante em silêncio, Alana volta a falar:

 – Nós nos casamos porque eu estava grávida e sempre achamos que provavelmente

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aríamos juntos se não fosse pela nossa filha. Eu não a trocaria por nada neste mundo, mas achovavelmente é verdade.

Faço que sim com a cabeça. – A vida nem sempre acontece do modo como planejamos – digo em voz baixa. – Não. Isso é verdade. Meu ex-marido se casa com suaalma gêmea  este fim de semana

ite me pareceu uma boa oportunidade para tomar um drinque... ou vinte – emenda, comadinha desanimada. – É que isso parece tão injusto...

Com um ar triste, Alana abaixa os olhos. Ficamos os dois em silêncio por um longo minute eu falo: – Do meu ponto de vista, talvez não seja exatamente injusto, e sim inacabado. Se parar noum monte de histórias, elas vão parecer injustas. Você ainda está no meio da sua.Alana me observa por algum tempo, então assente com a cabeça e sorri.

 – Gosto disso. A questão é que eu namorava outra pessoa quando conheci Colin, meu ex-ms rompemos por algum motivo bobo, depois logo me envolvi com Colin, fiquei grávida e... o

história. Mas nunca deixei de pensar nesse outro homem. Cheguei a procurá-lo no Fac

entemente. Descobri que ele também está divorciado e tem dois filhos.Levanto os olhos para ela.

 – Você mandou uma mensagem para ele?Ela nega com a cabeça.

 – Não. Eu não sei... E se ele ainda guardar mágoa de mim depois de todos esses anos?mplesmente não estiver interessado?

 – Espere, não foi você que acabou de me dizer que é melhor parecer idiota do que viver cependimento de não ter tentado? Seu conselho não vale para você mesma? – provoco-a, sorri

Alana ri. – O problema não é sempre esse? É muito fácil aconselhar os outros. Colocar o próprio conprática nem sempre é tão simples...Rio também. Imagino que seja verdade. Saber o que é certo é uma coisa. Fazê-lo é

rceber o que é certo é o primeiro passo, mas há uma infinidade de coisas que podem atrapalhssos seguintes. Suspiro, me viro para Alana e dou o último gole na cerveja. Nesse movimrcebo que estou muito mais bêbado do que imaginava. Preciso ir para casa. – Alana, mande uma mensagem pro cara.

Deixo dinheiro suficiente no balcão para pagar as minhas bebidas, mais a gorjeta, e me levanAlana ergue os olhos para mim, sorrindo.

 – Acho que vou fazer isso, Jake. E você... faça o que for preciso para não ter que beber soum bar depois de seu próximo encontro com aquela garota.Ela pisca para mim e dou uma risadinha.

 – Foi um prazer conhecê-la. Você tem como voltar para casa? – Sim, vou pegar um táxi. Não moro longe – diz e, inclinando a cabeça, completa: – Foi m

m prazer conhecer você também. Estou sendo sincera.Sorrio e saio do bar.

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Caminho até meu apartamento e desabo no sofá já chutando os sapatos para longe. Fico depor alguns minutos, deixando o álcool me embalar. Imagens de Evie sorrindo para mim do o da mesa do restaurante voltam à minha mente, deixando-me inquieto. Acabo me sentan

gando o celular no bolso. Não devia ter bebido tanto. Tenho certeza de que não sou alcoóunca achei difícil tomar um ou dois copos de vinho e parar por aí. Não acho que tenha tendênio de um modo geral, o que é surpreendente se considerarmos minhas origens. Mas sou inteli

bastante para ter consciência de que passei muitos anos usando o álcool para me automedica

. Fox estava certo quando disse que tentar entorpecer a dor nunca dá certo. Pela manhoblemas ainda estarão todos lá, só que acompanhados de arrependimento e uma ressaca horro

Ligo para o consultório do Dr. Fox, embora já passe das 22h e não acredite que ele ainda eA secretária eletrônica atende e ouço a voz dele dizendo: “Você ligou para o consultório doward Fox. Não posso atender sua ligação agora, mas, por favor, deixe seu nome e um númeefone, mesmo se achar que tenho seu contato. Ligarei de volta assim que puder. Se estivese, por favor, desligue e ligue novamente para 619-555-4573. Obrigado.”Desligo sem deixar mensagem. Sim, estou em crise.  A porcaria da minha vida é uma g

se.Fico sentado no sofá, segurando o celular e olhando para a parede. Às vezes tenho a sensaçfeito de um milhão de pedaços que tento colar a cada dia. No fim das contas, encontro o caminho para o quarto, pego um frasco de aspirina no armár

médios e engulo os comprimidos com a água da torneira. Depois tiro a roupa e me deito eca. Em instantes, minha mente cai em um abençoado esquecimento.

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capítulo 12

or incrível que possa parecer, acordo me sentindo bem, física e mentalmente. Não dever

bido tanto na noite passada. Poderia ter lidado melhor com a situação. Mesmo assim, ogresso em relação à forma como eu costumava agir. Será que estou indo na direção certa? Dho uma grande motivação: Evie. A caminho do trabalho, pego o celular e digito uma mensra ela, enquanto espero no semáforo.

Eu: Me diverti muito ontem. O que vai fazer hoje?

 No momento em que estou estacionando na minha vaga na garagem do escritório, escuto o ctar duas vezes com o toque de mensagem.

Evie: Também me diverti muito :) Vou trabalhar nos dois empregos hoje. Só voltarei param tarde.

A propósito, sabe alguma coisa sobre o conserto da tranca da portaria do meu prédio?

Pego o paletó e a pasta, depois digito enquanto ando até o elevador.

Eu: Talvez eu tenha ligado para o seu síndico e ameaçado processá-lo caso ele não consertarta. Fico feliz por ele ter resolvido o problema. Você deve se sentir segura, sempre.

 Não recebo mais nenhuma mensagem até sair do elevador no meu andar. Será que Evistou de eu ter entrado em contato com o síndico do prédio dela? Sinto muito. Mas não há a mssibilidade, agora que voltei, de eu não fazer nada, de não me certificar de que Evie estejgurança.

Evie: Bem, obrigada. Gostei do que fez.

 – Billy! – cumprimenta-me Christine.Esse é o apelido que ela me deu. Quando o resto do conselho começou a me chamar de

d”, “o garoto”, acho que ela ficou um tanto incomodada, porque logo me disse que iria muela história e pelo menos acrescentar “Billy” ao apelido.

“Billy, the Kid, era um fora da lei inteligente e temido”, sussurrara ela para mim, na épocendo rir. “Vamos ouvir o tremor na voz deles quando o chamarem de “The Kid”, e saberem

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otivo.” Na ocasião, Christine começara a assoviar um antigo tema de filmes de faroeste e piscara

m.Mas, para ser sincero, eu não me importava com o apelido. Ser chamado de garoto era m

lhor do que de “idiota incompetente”. Além disso, eu achava que o apelido tinha mais a ver cnha pouca idade do que com a minha capacidade de liderança. Assim, lidava bem com ele. Tmpre me deram ouvidos na sala do conselho e sei que venho conquistando cada vez mais res

mesmo de Richard, pai de Gwen. Não quero nada que eu não mereça. – Bom dia, Christine. Como vai? – pergunto, sorrindo. – Ótima. O pessoal está indo para a sala de reuniões neste momento. O café e os pãezinham servidos. Sua apresentação está aberta no notebook e a tela para projeção está pronta parrelatórios estão distribuídos nos lugares de todos. – Obrigado, Christine. Não seríamos nada sem você. – Me diga algo que eu já não saiba.Ela faz um barulhinho presunçoso e eu sorrio. Deixo minhas coisas na minha sala e mando

nsagem de texto para Evie em resposta ao agradecimento dela.

Eu: Faço qualquer coisa por você. Estou entrando em reunião. Tenha um bom dia/uma boatrabalho. Posso ligar pra você amanhã?

Evie: E se eu disser que não?

Sorrio.

Eu: Eu ligarei mesmo assim. ;) Tenha um bom dia, Evie.

Fico feliz em saber que Evie estará trabalhando esta noite. Já será ruim o bastante ir ao eneficente com Gwen. Se eu soubesse que, em vez disso, poderia estar com Evie, seria ainda p

dia no escritório transcorre sem maiores problemas e, às 17h, começo a me preparar paraando já estou indo embora, Christine diz: – Vejo você mais tarde na sua fantasia de pinguim!Ela se refere à roupa de gala. Christine também irá ao evento. Será bom ter alguém de que

lmente goste para conversar. – Sim, vou levar Gwen – comento, fazendo uma careta. – Por quê? – pergunta Christine com uma expressão horrorizada.Ela não é exatamente a fã número um de Gwen, que a trata muito mal, como faz com todo

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ga “abaixo” dela.Pela décima vez no dia, considero a possibilidade de fingir uma súbita dor de estômago. Su

as minha lealdade a Seth vence e me conformo, não sem antes jurar que será uma saída rápei um cheque polpudo e estarei de volta em casa antes das 23h. – Porque eu estava tentando ser gentil e acabei dando um tiro no pé – respondo, passando ao rosto e balançando a cabeça. – Jake, você não precisa tentar ser gentil com aquela mulher. Tentei por anos, sempre qu

arecia para visitar o pai e durante o tempo em que estagiou aqui. Mas ela é absolutamestável. Quando ser gentil começa a fazer a gente se sentir um capacho, é hora de parar cntileza. Eu com certeza não faço mais esforço nenhum para ser amiga de Gwen. E você tambémveria fazer. Além do mais, ela não quer ser sua amiga. Assim você acaba dando a ela maisortunidade para cravar as garras em você.

Deixo escapar uma risada sem graça. – Você está certa. Em todos os sentidos. Seus filhos têm sorte de ter uma mãe como você, sosto que lhes dá ótimos conselhos.

 – Dou ótimos conselhos a qualquer um que esteja disposto a ouvi-los. – Ela pisca. – Isso cê.Sorrio de novo.

 – Obrigado, Christine. Fico feliz por saber que estará lá esta noite. – Eu também. E se precisar de um tempo longe daquelazinha, coce a nuca e eu a afastarei deferece ela, sorrindo também.Dou uma gargalhada, recolho minhas coisas e sigo em direção ao elevador.

 – Por que será que algo me diz que vou acabar precisando desse favor?

taciono em frente à casa do pai de Gwen, em Indian Hill, e me forço a sair do carro. Prmer sozinho um cachorro-quente em uma lanchonete qualquer a ir a um jantar de gala, como, acompanhado de Gwen. Sem dúvida. Mas aqui estou eu. Vamos acabar logo com isso.Subo de dois em dois os degraus que levam à casa e bato na porta com a aldraba dourad

ma de cabeça de leão. Isso me faz pensar em Evie e eu sorrio. Mal posso esperar para telera ela amanhã e...A porta se abre e Gwen me pega sorrindo. Droga! Não quero dar a impressão de que sairé agradável para mim. Fico sério e digo: – Oi, Gwen. Bonita roupa.Ela parece a Barbie de Natal, apertada em um vestido de veludo vermelho, enfeitada com

ouro, os cabelos louros presos em um coque alto rebuscado. – Oi – responde Gwen em um tom sedutor, apoiando o corpo no batente da porta. – Quer

m pouco? Meu pai já saiu para o evento. Podemos estimular um pouco a nossa... amizade  –

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guendo as sobrancelhas.Cerro o maxilar.

 – Não, Gwen. Quero ir logo para o evento. A essa altura é capaz de nem chegarmos a temgar o fim do coquetel.

Ela nem tenta esconder o aborrecimento. – Está certo – diz, com um longo suspiro. – Vou só pegar meu casaco.Fico esperando Gwen do lado de fora. Ela volta e tranca a casa. Abro a porta do carro e ela

m se preocupar em abaixar a fenda do vestido, que sobe de um jeito indecente pelas coxas e ro que ela não está usando nada por baixo. Eu me viro rapidamente e fecho a porta. O quo? Aquela dor de estômago parece uma ideia cada vez mais adequada... – Então, Jake – ronrona Gwen assim que saio com o carro –, onde esticaremos depois da

nda não conheci seu novo apartamento...Eu me viro para encará-la e vejo que está batendo as pestanas, com um falso sorriso tímid

lmente passei por tudo o que passei, por todas as sessões com o Dr. Fox, todas as cirurgiasesforço, para estar agora sentado no meu carro, sendo asfixiado pelo perfume nauseante

neca de plástico chata e grudenta? Gwen não é o tipo de pessoa que quero como amiga, aindmitir isso faça eu me sentir um pouco culpado. Preciso dar um basta nisso.

Ignoro completamente o comentário dela e o fato de ela obviamente ter descartado o quse no escritório ainda esta semana. Decido que a melhor tática é mudar de assunto. – Como está seu novo emprego, Gwen? – Humpf... – ela meio sibila, meio suspira. – Inútil. – Gwen examina as unhas por um ins

m o cenho franzido. – Papai quer que eu dê valor ao trabalho duro... Tão entediante... – Ela suvamente, como se eu devesse morrer de pena.

Graças aos contatos do pai, Gwen conseguiu de bandeja um emprego em um escritórvocacia muito respeitado. Dá mesmo vontade de chorar quando penso nas dificuldades quecisa enfrentar na vida... Também não posso falar muito sobre receber um bom emprego de jadas, mas pelo menos tenho o bom senso de reconhecer a minha sorte nisso.Penso em Evie trabalhando duro como camareira e fazendo isso com toda a dignidade

deria dar algumas aulas a Gwen sobre o valor do trabalho. Quase deixo escapar uma gargalha – O que mais você faria, Gwen? Passaria o dia no shopping?É uma grosseria da minha parte, eu sei, mas, droga, pessoas como Gwen me irritam e m

ciência com ela já está no limite. Gwen é tão egocêntrica que não percebe que o mundo vaipróprio umbigo. Ela é fútil demais para olhar ao redor e se maravilhar com todas as coisas

e a cercam sem que tenha tido que fazer o menor esforço para conquistá-las. E nem estou fariqueza material, estou me referindo a uma família, a um porto seguro. Eu daria meu braço dr isso, Gwen só reclama. Muito sem noção.

Ela me encara com os olhos semicerrados. – Não é pecado contribuir para o desenvolvimento da economia, Jake. Minhas compras ajudnter empregos. E, a propósito, você acha que é fácil manter uma aparência como a minha? onteante assim dá trabalho. É uma tarefa de tempo integral. Luzes no cabelo, depi

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foliação, manicure, bronzeamento e...Depois disso, deixo de ouvi-la. Será que ela existe mesmo? Agora lembro por que, no pas

precisava estar sempre muito fora de mim para sair com ela.Aumento a música e seguimos em silêncio pelos próximos cinco minutos, graças a Deus.

to exausto, mas estou com Gwen há apenas vinte minutos. Paro em frente ao hotel do evexo o carro com o manobrista.Enquanto caminhamos para o elevador, Gwen passa o braço pelo meu. Logo que entram

vador, eu a afasto com um olhar expressivo. Quando eu disse para sermos amigos, não  eerendo dizer amigos que se permitem intimidades físicas. Ela ainda não entendeu isso.Saímos do elevador e ela volta a enfiar o braço no meu. Deus do céu! Respiro fundo. 

ras.Levo-a até o bar, onde vejo algumas pessoas da empresa, incluindo Christine. Cumprimenta

dos. Christine nos apresenta ao marido, Tom, que eu ainda não conhecia. Conversamos por anutos, até que um cara com uma bandeja cheia de taças de champanhe se aproxima. Pegoas e entrego uma a Gwen.

 – Gwen – diz Christine, quando todos já estamos com a bebida nas mãos –, que vestido m certeza ele não nos deixa ter dúvidas do belo corpo que você tem, não é? – comenta, ab

m sorriso animado.Gwen passa a mão pelo quadril e exibe seu sorriso mais falso.

 – Obrigada, Christine. O que é bonito é para se mostrar, certo? E o que não é bonito... bem..Ela não termina a frase, apenas examina Christine de cima a baixo. O marido de Christine

gasga com a bebida e eu cerro o maxilar, morrendo de vergonha. Mas Christine parece esntrolando para não dar uma gargalhada. Por isso, respiro fundo e digo:

 – Vou procurar algo para comer. Estou faminto.Eu me viro e cerro os dentes para Gwen, que se vira também, ainda agarrada ao meu braço.Escuto um arquejo abafado e, quando levanto os olhos, Evie está parada bem na minha f

m um uniforme de garçonete e uma bandeja de canapés nas mãos. Ela parece paralisada. mo se meu coração fosse puxado na direção dela e não consigo conter o sorriso que seomaticamente no meu rosto. Minha vontade é ir até ela, levantá-la nos braços e beijar aquele do. Vê-la assim, de surpresa, é ainda melhor depois de ter passado meia hora com Gwenrda, Gwen. Pendurada no meu braço. Merda!

 – Evie – digo, soltando a mão de Gwen do meu braço. – Não sabia que você estaria aqui.Percebo que Gwen fica rígida ao meu lado, mas meus olhos estão colados em Evie, que p

nfusa e me dá um sorriso formal. Merda. – Jakey, você conhece essa garota?Escuto a irritação na voz de Gwen, que agora está atrás de mim, mas sou incapaz de desv

har de Evie. Jakey? Gwen nunca me chamou assim... Vejo Evie olhar de relance para Gwen e uma exprdor passar rapidamente por seu rosto. Essa é uma das situações mais constrangedoras por q

ssei. E olha que não foram poucas...

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Percebo que os olhos escuros de Evie são como lagos de mágoa e confusão quando ela me eussurra: – Olá.Eu me sinto um imbecil, embora não tenha feito nada de errado. Mas Evie não sabe

eciso segurá-la e levá-la para algum lugar onde eu possa explicar tudo. Merda! Eviebalhando... Não quero prejudicar o emprego dela. Jamais faria isso. Sei que o trabalho de Eito, muito importante para ela.

Sinto o maxilar tenso ao responder a Gwen: – Sim, eu a conheço. Essa é Evie Cruise. – O amor da minha vida.Evie relanceia o olhar para Gwen com uma expressão inquisitiva.

 – E essa é Gwen Parker – prossigo.Evie assente com a cabeça na direção de Gwen e diz bem baixinho:

 – Olá. – Não preciso ser apresentada, Jakey. Só estou surpresa por você conhecê-la – diz Gwen,

stante rude, então volta a se agarrar ao meu braço e o aperta com mais força ainda quando ten

svencilhar.O sangue começa a latejar na minha cabeça. Os olhos de Evie se desviam para o braço de

arrado ao meu e ela diz bem baixinho, com o cenho franzido: – Está bem, então. Tenham uma ótima noite.Enquanto Evie se vira para se afastar, tenho que me controlar para não estender a mão, segu

evá-la para o meu carro. Vejo que as mãos dela estão tremendo. Quando ela dá um pasndeja se inclina e um canapé cheio de caviar cai bem em cima do pé de Gwen. Um tiro cersta! Preciso me controlar muito, muito mesmo, para conter a risada que ameaça escapar, mas

rco a vontade de rir ao ouvir Gwen chiando: – Ah, meu Deus! Você sabe quanto custam essas sandálias? Não, é claro que não sabe

ndálias de 1.400 dólares!E, Cristo, essa tolice de Gwen também é engraçada. Quase rio de novo até que noto o ro

ie muito vermelho, olhos arregalados. Ela está se sentindo humilhada... Merda!Meus instintos rugem dentro de mim e parecem gritar: “proteja-a!” Por muitos anos essa

nha função e sempre a levei muito a sério. Evie não tem ideia de quanto já apanhei por causade quanto já bati. Sempre preferi não apanhar, é claro, mas as consequências disso nã

portavam, desde que o idiota que a insultasse, fosse na frente dela ou pelas costas, aprendessuilo não era aceitável. Crianças e adolescentes cruéis escolhem os mais frágeis como alvo. E

mais frágil do que uma criança que vive em um lar adotivo, que tem a autoestima baixa e usa ropéssimo estado? Merda, éramos como alvos gigantes caminhando pela escola. Mas isso nã

ontecer com Evie, não se eu pudesse evitar.Antes que eu possa fazer qualquer coisa, o rapaz louro que trouxe a bandeja de bebidas

do se apressa até Evie, sussurra algo perto do ouvido dela, pega a bandeja de suas manceia um olhar assassino na minha direção. E quem diabos é  ele? Também o fito dearrada, meu maxilar ainda mais tenso. MERDA!

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Evie se inclina junto com Gwen, que está limpando o pé e resmungando algo sobre empreratos, e diz: – Desculpe. Por favor, deixe-me ajudá-la a limpar sua sandália. Se me acompanhar

nheiro feminino, posso usar um pano para limpá-la. Aposto que vai ficar perfeita. – Está certo! – sibila Gwen.Acho bom que Evie a leve para longe de mim, porque estou morrendo de vontade de m

wen para o inferno e, sinceramente, não sei se conseguiria me controlar.

O rapaz louro volta a se aproximar de mim, segurando uma bandeja com champanhe. Pegoas e bebo as duas, uma depois da outra. Encaro-o sério e ele me lança um último olhar de rasprezo. Mais um que protege Evie. Não é de surpreender.

Fico olhando na direção do banheiro, esperando que elas voltem. Preciso me certificar die esteja bem.Christine, que deve ter visto toda a cena, se aproxima e toca o meu braço com gentileza.

 – Você está bem? – pergunta, carinhosa. – Não muito.

Ela me encara com preocupação. – Posso manter Gwen ocupada se você quiser conversar com aquela garota.Suspiro e passo a mão pelo rosto.

 – Não posso, Christine. Ela está trabalhando. Eu só pioraria as coisas.Ela franze os lábios e deixa escapar um longo suspiro.

 – Está certo.Depois de uma pausa, Christine pergunta:

 – Qual é o nome dela?

Olho rapidamente na direção de Christine. – Evie. – Evie sabe que você a ama?Fico em silêncio por um longo tempo.

 – Ela já soube. Mas, não, agora não sabe mais.Christine também fica em silêncio, provavelmente se perguntando o que isso quer dizer.

 – Ora, então encontre um modo de lembrar a ela.Agora encaro Christine com atenção.

 – Estou tentando.Evie é a primeira a sair do banheiro e seu rosto deixa clara a sua mágoa. Ela sai às pressa

rta do salão de banquete. Merda! Gwen sabe ser cruel... – Jake... – Ouço Christine dizer, preocupada.Mas não escuto o restante. Saio correndo e entro no banheiro feminino, o que deveria ter feit

nutos antes. No que eu estava pensando, ao deixar Evie sozinha com uma bruxa calculista wen?

Ela está parada diante do espelho do banheiro, se arrumando, com uma expressão de satisrosto.

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 – Ora, olá – diz, virando-se e apoiando-se na pia. – O que você disse a ela? – exijo saber, a adrenalina disparando pelo meu corpo.Gwen deixa escapar um murmúrio zombeteiro e torna a se virar para o espelho.

 – Quem se importa? Ela é só uma garçonetezinha, Jake. Sério?Fico encarando-a sem acreditar.

 – Chega, Gwen. Cansei de ser legal com você por me sentir culpado. Você não passa dericinha mimada e insensível, tão entediante que mal consigo ficar acordado quando está fal

lo amor de Deus, você deveria engarrafar seu jeito de ser e vender como remédio para insôniGwen se vira lentamente, a boca aberta e os olhos semicerrados. Ela cruza os braços e sol

ssurro irritado: – Achei que você tivesse mais classe, Jake, mas agora vejo que podemos tirar o garoto do gs não dá para tirar o gueto do... Não consigo me controlar e caio na gargalhada. Toda a raiva, toda a tensão desses últimos nutos acabaram provocando um ataque de riso. Gwen é tão completa e absolutamente sem ne não há mais nada a fazer além de rir.

 – Você disse “gueto”, Gwen? Caramba, onde ouviu isso? Em algum rap do 50 Cent no rádu Lexus?

De repente acho tudo aquilo tão engraçado que quase me contorço de tanto rir. Mas apenaoio na parede e me forço a controlar o riso. Na verdade, eu havia esquecido que Gwen sabiera adotado. Ela nunca mencionou o assunto. Provavelmente a confortava não pensar que saíuém que não tinha nascido em berço de ouro.Gwen ainda está me encarando, os olhos ainda semicerrados e parecendo fervilhar de

nforme minhas risadas diminuem. Dou um passo na direção dela e digo:

 – Você não tem ideia de por que isso é engraçado, Gwen. E nunca terá. Mas deixe eu lhemas coisinhas. Você não sabe nada a meu respeito. Nada. Merda nenhuma. E não sabe nada

também. E nunca saberá. Mas vou lhe contar o que precisa saber. Você nunca mais vai crto de mim, entendeu? Se me encontrar em um evento, dê as costas e vá por outro caminhor acaso esbarrar comigo em alguma esquina, finja que não me conhece. Agora, infelizmamos sentados na mesma mesa esta noite, mas não há necessidade de trocarmos uma pa

quer. Se você precisar do saleiro, peça a outra pessoa para lhe passar. Quando o jantar termcê vai pegar uma carona com o seu pai, porque, sinceramente, não vou aguentar passar mais

nutos com você dentro de um carro. Estamos entendidos?Gwen me encara por um longo tempo, os olhos estreitados, até finalmente voltar a sussurrar

va: – Você vai se arrepender disso, Jake. Considere nossa amizade terminada. – Graças a Deus.Saio do banheiro no momento em que uma senhora mais velha está entrando.

 – Oh! – exclama ela. – Desculpe, porta errada – resmungo.Entro no banheiro dos homens e apoio as mãos sobre a bancada da pia por um minuto

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ompondo. Esta noite poderia ter sido pior? Jogo um pouco de água fria no rosto e, quando gando a toalha de papel para secá-lo, vejo as balas de menta que ficam no banheiro, rtesia. Está escrito A melhor bala de menta do mundo na embalagem. Um sorriso toma conu rosto. Pego uma e coloco no bolso.

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capítulo 13

Ao acordar de manhã, lembro-me do que aconteceu na véspera e faço uma careta. Ficar sent

sa de jantar foi uma tortura. Toda vez que abriam a porta da cozinha, meu coração quase saíaca. Mas não voltei a ver Evie. Entreguei a bala de menta ao amigo louro dela, que, depoestar atenção, tive quase certeza de que era gay. Ele me olhou desconfiado quando eu lhe dei amenta para Evie, mas a colocou no bolso mesmo assim e voltou para a cozinha.Depois do jantar, fiz um cheque, dei lances por alguns itens do leilão, depois peguei o ca

m para casa. Fiquei morrendo de vontade de ligar para Evie, mas sabia que ela só sairia tarbalho e que provavelmente a última coisa que iria querer era falar comigo.  Merda. Mal conrmir, mas tinha que colocá-la em primeiro lugar. Então, por mais que todos os meus instplorassem para que eu fosse até o apartamento dela e me explicasse, decidi que o melhoperar até de manhã. Cheguei a começar uma mensagem de texto para ela, mas depois dentado por uns bons cinco minutos sem saber como escrever o que queria dizer, larguei o cebre a mesa de cabeceira e me joguei na cama.

Já de manhã, tomo um banho, me visto e sigo para o apartamento de Evie. Estou ansioso patificar sobre a noite passada. Preciso acertar essa história para conseguir me manter são. Tar com ela pelo interfone, mas ninguém atende. Então pego o celular, procuro o número do H

elefono para lá, enquanto ando de um lado para o outro em frente ao prédio de Evie. A ligansferida para o gerente responsável pela área de limpeza do hotel, então digo a ele que compassar para buscar Evie Cruise hoje, mas acabei esquecendo a hora que ela me avisou que sm fazer mais perguntas, o homem me diz que horas Evie sai do trabalho. Essa falha de segudeixa ligeiramente irritado, embora eu tenha conseguido a informação que queria.Mesmo sendo sábado, tenho algumas reuniões agendadas com Preston e os engenheiros-c

tamos no limite de alguns prazos de testes e, por isso, a equipe concordou em sacrificar um pfins de semana. Por mais que eu gostasse de passar o dia pensando apenas em Evie, tenh

umir meu papel de empresário e me concentrar no trabalho. Devo isso a todos que aceitaramdido para que fizessem hora extra. Termino a primeira rodada de reuniões bem a tempo de ie saindo do trabalho.Dirijo depressa até o centro da cidade e paro o carro – ilegalmente – perto do ponto de ô

ra onde sei que Evie vai. Fico esperando que ela dobre a esquina. Não estou nervoso, acidido. Vou explicar tudo o que aconteceu na noite passada. Não há opção. Não vou permitiwen entre no caminho do que acabo de começar a reconstruir. É im-pen-sá-vel.

Depois de cerca de dez minutos, vejo Evie surgir na esquina do hotel. Por sorte, não há nin

ás de mim, por isso sigo com o carro em paralelo a Evie, conforme ela desce o quarteirão. Qu

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olha na direção do carro, eu me inclino para ficar perto da janela do carona e sorrio. – Quer uma carona, gatinha? – brinco, tentando arrancar um sorriso dela. Não funciona. Evie me encara como se eu fosse uma mosca que houvesse acabado de pous

u jantar. Ótimo. Não tem problema, estou disposto a fazer o que for preciso. – Muito engraçado. Não, Jake. Prefiro ir de ônibus.Ela continua a caminhar.

 – Evie, precisamos conversar – digo, agora sério.

Mas ela nem sequer me olha, só continua caminhando. – Não, Jake, não precisamos.Merda. Há carros estacionados ao longo do meio-fio desse ponto em diante... Estaciono e sa

ro. Estaria disposto a deixá-lo até no meio da rua se fosse necessário.Quando alcanço Evie, ela está sentada no banco do ponto de ônibus, esticando a cabeça par

o dela está vindo. Ah, não... Se preciso, vou entrar no ônibus com ela.Como há pessoas aglomeradas à frente dela, fico parado atrás dela, um pouco para a esquer

go:

 – Evie, escute, o que você viu ontem à noite não foi o que você pensou que era. – Jake – ela me interrompe. – Tive um dia difícil. Estou pedindo pra você deixar isso pra lá

m? Você deveria ter me dito que tinha namorada. Não disse. Acabou. Vá embora.Ela me dá as costas. Sinto o sangue começar a ferver, não porque culpe Evie por sua raiva

rque Gwen está novamente entre nós. É tão absurdo que nem tenho palavras... Cerro o maxilar – Gwen não é minha namorada, Evie. Esperava que tivesse uma ideia melhor a meu re

pois do tempo que passamos juntos. – Vou pedir de novo, Jake: vá embora.

 – Não, Evie – digo. – De jeito nenhum.Vejo que ela deixa escapar um suspiro de impaciência e torce os belos lábios. Evie está fu

a se levanta e me encara com os olhos semicerrados. –   Só para você saber, Jake: você não me conhece. Acha que conhece, mas está redondam

ganado. Portanto, não continue com isso, não continue a aparecer do nada achando que serei r você estar me agraciando com a sua presença. Depois de ontem, acho que está bem claro qurazão para você estar aqui. Então estou lhe pedindo de novo para termos esta conversa em mento, tipo nunca.

Evie tenta me dar as costas, mas agarro sua mão e a puxo na minha direção. Nossos rostos nte a frente. Que droga! Ela vai me ouvir, mesmo que eu tenha que imprensá-la contra a paredlmente faria isso para que ela me ouvisse? Sim, droga, eu faria. Mas estou contando cssibilidade de isso não ser necessário, porque aí eu realmente a deixaria ainda mais furiosrdade, preferiria conversar no meu carro, mas acho que isso não vai acontecer. – Não era minha intenção fazer isso na rua, mas essa garota teimosa vai me obrigar – digo

ra mim mesmo.Tudo bem, então. Vou ser maleável. Respiro fundo e Evie volta a me encarar com os

micerrados. Mas ela não está mais tentando se afastar. Já é um começo.

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 Não preciso revelar a Evie quem sou para que ela entenda o que ficou evidente para mim, aservando-a por menos de uma semana. Eu poderia muito bem ser um estranho e ainda assimrcebido quanto ela é incrível. – Você acha que não conheço você, Evie? Vou lhe dizer o que sei a seu respeito. Naquela se

e passei seguindo você, descobri que você pega um maldito ÔNIBUS para ir à casa de um sxar cookies.Ela franze as sobrancelhas e me encara por um instante.

 – O Sr. Cooper? – diz, por fim, balançando a cabeça com uma expressão perplexa, os nos furiosos. – Ele morava perto da casa em que vivi por quatro anos. Sempre foi gentil com

úvo. Solitário. E gosta muito de cookies com gotas de chocolate. – Você leva duas horas de ônibus para ir e voltar, Evie.Ela me olha como se eu fosse meio doido, respira fundo e volta a falar:

 – Jake, tenho certeza de que você deve ter algum motivo para levantar esse assunto, mas... –   O cara do outro lado do corredor, no seu prédio, iria me matar antes de me deixar se

nsar em deixar você desconfortável de algum modo.

 – Maurice? – pergunta Evie, o rosto franzido deixando claro que está confusa. – Ele é mesmo protetor.É impressionante como ela não faz a menor ideia do efeito que tem sobre as pessoas. Con

tando deixar claro o meu ponto de vista: – Como o cara de ontem à noite, que me fuzilou com o olhar quando achou que eu

srespeitado você em público? – pergunto e afrouxo um pouco as mãos no braço dela, porquee ela não vai mais fugir de mim. – Landon? Ele é um dos meus melhores amigos. Ele...

Deus, não estou conseguindo ser claro o bastante? Nunca conheci ninguém que demorassera entender um elogio. Eu a compreendo, pode acreditar. Mesmo assim, isso é frustrante dra quem está tentando elogiar. Me ocorre que Evie provavelmente não tenha recebido mgios sinceros ao longo da vida, desde que eu parti... Não admira que não reconheça um quandirigido. Essa ideia faz com que uma intensa onda de possessividade encha o meu peito, e juru repetir quanto ela é incrível até o último dia da minha vida. Se por um infortúnio qualquerrejeitar depois que souber toda a minha desprezível verdade, terei que escrever isso no céu

manhãs, diante da janela dela. Parece a maior injustiça do planeta que essa garota não conh

ofundidade da própria beleza. Que a minha Evie não perceba a profundidade da própria belez – Evie, acho que você não está entendendo o que estou querendo dizer, então vou ser mais cu bem.Ela me encara com os olhos arregalados. Eu a encaro de volta e digo:

 – Você diz “por favor” e “obrigada” para todo mundo, Evie. Quase esbarrou em um cachora e, quando desviou dele, disse “com licença”. Para um cão. E aposto que nem pensou duas vepeito. Isso acontece porque sua boa educação está tão arraigada em você que faz parte dureza. E, pelo que sei do seu passado, posso imaginar que ninguém tenha lhe ensinado sas. Tudo isso vem de você.

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Evie me olha sem dizer nada, o que considero um bom sinal. Por isso, continuo: – O que eu sei  a seu respeito é que as pessoas que têm sorte o bastante de contar com

nfiança e com a sua amizade a protegem ferozmente, com a própria vida se preciso. Eontece porque você se dá a elas, e elas sabem que, se têm você, isso não é pouca coisa.

Faço uma pausa rápida e continuo: – E, Evie, quando você se afasta das pessoas, mesmo de estranhos, precisa saber que os as a acompanham. E vou lhe dizer o porquê, já que eu mesmo também me sinto assim. É p

s não querem ver sua luz se afastando delas. Querem ver você indo na direção delas, e que m elas. – Eu... – Ela começa a dizer algo, mas estou embalado e, sinceramente, esse é meu as

eferido. Não quero parar. – Então, talvez eu não saiba qual é o seu prato favorito nem o dia do seu aniversário. Mas a seu respeito é lindo e, Evie, o que sei faz com que eu tenha certeza de que quero saber maiA verdade é que sei  o dia do aniversário dela. Tão bem quanto sei a data do meu pr

scimento, mas não importaria se eu não soubesse. Aliás, não importaria se eu não soubesse

que descobri em uma semana e meia. E tenho certeza disso porque, quando eu tinha apenos, não demorei mais do que quinze minutos para descobrir que Evie seria a pessoa por que

apaixonaria. No dia em que reparei nela pela primeira vez, sentada àquela mesa de jantar, cração nas mãos, Evie me trouxe de volta à vida, me fez ter esperança. Foi isso que ela fezqueles primeiros minutos. E é por isso que o fato de tê-la traído faz com que eu me odeie tanto

Todas essas ideias percorrem minha mente à velocidade da luz enquanto nos encaramos, s olhos, parados em um ponto de ônibus de uma rua da cidade. Estou perdido na profundqueles olhos castanho-escuros que são como janelas para a alma de Evie.

 – Hã, Jake – diz ela, por fim, baixinho. – O que é, Evie? – Perdi o ônibus. Vou precisar de uma carona.As palavras dela invadem minha mente e não consigo evitar o sorriso gigante que toma meu rLevo-a até o carro e ajudo-a a entrar. Dou a volta e me acomodo diante do volante.Saio com o carro, mas preciso me certificar de que Evie tenha entendido perfeitamente a

bre Gwen também. – Quero que ouça o que tenho a dizer sobre a noite passada.

Ela relanceia o olhar para mim e morde o lado interno da boca. Sempre fez isso... – O pai de Gwen é diretor financeiro da empresa do meu pai. E quando digo “empresa d”, na verdade estou querendo dizer “minha empresa”, porque essa é a realidade agora. Maebro ainda está se adaptando a essa transição. Não havia percebido que isso era verdade até acabar de falar. –  De qualquer modo – continuo –, conheço Gwen e o pai dela há muito tempo e, ao long

os, Gwen e eu saímos algumas vezes, embora eu sempre tenha deixado claro para ela quava interessado em nada mais do que tínhamos... e tínhamos muito pouco. Gwen, por suaxou claro que estava interessada em mais, e ela foi criada para acreditar que podia ter o

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isesse e que, se esperneasse o bastante, acabaria conseguindo.Evie está em silêncio, apenas me ouvindo.

 – Quando me mudei pra cá, tentei ser amigo dela porque, apesar de Gwen ser mimperficial, eu a tratei de forma bastante desrespeitosa ao longo dos anos. Fiz isso em parte pntia que sacaneando Gwen eu estava, por tabela, atingindo meu pai, que ficava constrangido codo como eu tratava a filha de um colega de trabalho dele.

Tenho vergonha de todas as besteiras que fiz, mas sei muito bem por que as fiz. Depois de a

gundos, volto a falar: – Eu havia combinado de ir com Gwen ao evento da noite passada meses atrás e não tinha smarcar. É uma causa importante para mim, e achei que não haveria nenhum problema em lemigo, como planejado. Só levei três segundos para perceber que havia cometido um erro, eantes mesmo de ver que você estava lá.Evie fica em silêncio por um instante, o cenho franzido.

 – Gwen fez parecer que as coisas com você estavam muito  íntimas – comenta, olhando pnte.

Ah, disso eu tenho certeza. Não cheguei a descobrir o que Gwen disse a Evie no banheiroo duvido de que foi algo do tipo: ele é meu e você é menos que pó. – Isso é porque ela viu o modo como olhei para você, viu como você é bonita. Ela fez

hou que funcionaria para manter você afastada de mim. Sei que Gwen a fez se sentir infrque ela é mestre nisso. Mas, Evie, você poderia estar usando um saco de batatas e ainda ia mais classe do que Gwen com todos aqueles acessórios e aquele vestido de grife. E elaso. E odeia saber. Foi por isso que quis diminuir você.Fico em silêncio por um tempo, antes de concluir:

 – Quase morri por não poder invadir aquela cozinha e explicar a situação para você, masava trabalhando e eu não queria piorar ainda mais as coisas.Evie fica em silêncio por um longo instante e a vejo olhar ao redor, para o interior do meu c

pois abaixar os olhos para o próprio uniforme. Sei exatamente o que está pensando. O venewen está fazendo efeito e Evie está achando que talvez seja mesmo  inferior. Apesar de eabado de dizer quanto ela é incrível, Evie está sendo afetada pelas palavras de Gwen. Isxa furioso. – Jake – ela começa a dizer baixinho –, talvez eu não seja...

Paro o carro e me viro para ela. – Não, Evie. Antes de começar, pense se o que está prestes a dizer não vai contra tudo o q

abei de lhe falar. Se for o caso, simplesmente esqueça, está certo?Ela me encara novamente, então fecha a boca e diz baixinho:

 – Está certo.Sorrio para ela. Essa é a minha Evie.

 – Boa resposta.Desço do carro e, enquanto contorno para abrir a porta para Evie, tomo uma decisão.

nha. Preciso começar a deixar isso muito, muito claro. Esse tipo de mal-entendido idiota nã

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is acontecer. – Passo para pegá-la hoje às seis e meia e vou preparar o jantar para você. Gosta de bife? – Gosto – sussurra ela.Os olhos de Evie se aquecem e ela se inclina na minha direção, provocando em mim uma

da de possessividade. – Você trabalha amanhã? – Não, é meu dia de folga.

Levo Evie até a porta e ela fica parada, olhando para mim. Pego as chaves da mão dela, arta do prédio e empurro devagar para que ela entre. – Vejo você mais tarde. E, Evie, arrume uma bolsa para passar a noite fora.Agora fui muito claro.

 – O que... – balbucia ela.Mas deixo a porta se fechar para não lhe dar chance de qualquer argumento.

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capítulo 14

 Dr. Fox está sentado ao lado da minha cama, no lugar de sempre, recostado e com um do

uzado sobre o joelho, o bloco de notas na mão. Ele repete a pergunta que me fez minutos ate ainda não respondi. Estou olhando pela janela, a raiva fazendo meu cérebro ferver. – Podemos conversar sobre Lauren? A voz dele me desperta e percebo que estou cerrando o maxilar. – Não há nada a falar. – Acho que ambos sabemos que isso não é verdade. – Está certo, então: esse assunto não vai ser abordado. – Você precisa falar sobre isso, filho.

 – Não falo sobre ela. Nunca. Ela não existe para mim. – Dizer isso não torna a frase verdadeira. Acho que você já sabe.Uma névoa de raiva domina minha mente agora, e estou lutando contra as imagens qu

saltam, uma por uma... desgraçadas. Me sinto prestes a explodir, minhas mãos estão cerrcolo, meu corpo todo tenso. – Por que não quer falar sobre ela? É então que acontece. Perco o controle. Acho que dá até para ouvir o som de cada pensamminha cabeça quebrando as barreiras que os continham, enquanto tudo em minha mente

voa. De repente, não sou nada além de pura raiva. Meu cérebro está ocupado, controlado, como um tumor crescente de fúria. E a cada minuto esse tumor entra em metástase, as cémultiplicando, se espalhando, dominando tudo. – Porque eu a odeio! – grito, pegando a bandeja de comida que está na mesa perto da m

ma e jogando-a contra a parede com violência. A comida se espalha pelo chão e a bandeja cai com estardalhaço. – Quem você odeia, filho? – Lauren! Eu odeio aquela desgraçada! Odeio! Pareço uma criança tendo um ataque de pirraça. Estou vagamente consciente disso,

nha fúria é tão absoluta que não me importo. A raiva está no comando e estou disposto a dtomar conta de mim. Jogo as pernas para o lado, saio da cama e começo a bater em tudo o que está nas banquarto, arremessando no chão. – Eu a odeio. Odeio. Odeio – repito sem parar, a cada coisa que cai. Minha respiração está acelerada, sinto as palavras começarem a arranhar a minha garg

tou louco de ódio enquanto sigo capengando de um lado para outro do quarto, gritanstruindo o que está no meu caminho, como um furacão de raiva e amargura. O furacão

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tegoria 5. – Quem você odeia, Jake? – A voz do Dr. Fox atravessa o som raivoso que lateja em

rebro. – Eu já disse! Já disse, merda! Lauren! Eu a odeio! Eu odeio! Odeio! – continuo meio gritio ofegando. Minha voz parece vir de muito longe. Não consigo mais sentir meu corpo. É como se eu turbilhão de emoções, girando sem parar, completamente fora de controle.

 Pela minha visão periférica, noto vagamente que uma enfermeira entreabre a porta compressão preocupada para ver o que está causando o que deve soar como uma briga de bau quarto de hospital.O Dr. Fox levanta a mão para ela, indicando que pare onde está, e lhe acena com a cabe

fermeira sai rapidamente do quarto, os olhos arregalados. – Eu odeio! Odeio! Odeio! – continuo a repetir, arquejante, e viro a mesa que fica ao lad

nha cama. – Quem você odeia, filho? – pergunta novamente o Dr. Fox, mantendo a calma.

 Eu me viro para ele e a voz do meu pai, daquele homem desgraçado que se dizia meu pai,minha mente. Tomado pela fúria, vejo o rosto dele cheio de desprezo diante de mim. Sinva crescer no meu peito, então pego uma cadeira e a arremesso do outro lado do quartoica sobre a lixeira de plástico que está no canto e cai no chão com uma das pernas quebrad – Meu pai! – berro. – Eu o odeio! Odeio aquele rato desgraçado! Odeio cada osso da

mônio! Quero que ele morra! Quero arrebentar a cabeça dele!Continuo entoando meu mantra de ódio, me viro na direção da cama e começo a soc

remidade erguida do meu colchão. Solto um grunhido a cada soco, um rugido inumano que

fundo do meu peito. – Quem você odeia? – A voz do Dr. Fox está bem atrás de mim, ainda gentil e controlada. – Pare de me perguntar isso! Eu já disse! Que diabos, não está me ouvindo? Meu pai! Me! Lauren! Odeio todos eles! Quero que se fodam! Que se fodam todos eles! Fodam-se! O

dos eles! Minha voz falha e estou respirando tão rápido que acho que vou passar mal. Pelas mas corre um fogo que parece me consumir de dentro para fora, uma vida inteira acumulanva provocada pelo egoísmo de quem rouba a dignidade dos outros e pela crueldade de que

roveita dos fracos. – Quem você odeia, filho? Meus socos ficam mais fracos, meu colchão indefeso tem um descanso da surra que esto

ndo. Minha respiração volta a arranhar a garganta e agora posso sentir as lágreimando meus olhos, querendo cair. Isso revigora meu ódio e os socos se tornam mais fotou quase engasgando agora. A fúria começa a diminuir e logo além dela está a dofrimento profundo, que me atinge como uma onda. Não posso lutar contra ela. Tudo onsigo fazer é esperar que se abata sobre mim, encharcando a raiva, apagando o fogo, marastando para o fundo, me jogando de um lado para o outro, fraco e indefeso diante de

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der avassalador. Essa dor é maior do que a raiva, maior do que a amargura, maior do qlpa, e não posso fazer nada além de me entregar a ela. – A mim! É a mim que odeio! Eu me odeio! Eu me odeio! Merda, eu me odeio! – digo em

z engasgada. E agora as lágrimas escorrem. Continuo engasgando com as palavras, cuspindo, socatando. – Eu me odeio, merda! Eu me odeio! Merda! Merda! – soluço e balbucio e, de algum lu

tância, penso ouvir as seguintes palavras: – Por quê? Por quê? Por que não fui o bastanto valho nada. Por que fiz isso? Por que a deixei fazer isso? Por que fiz isso? Por quê? Porme odeio. Eu me odeio. Eu me odeio. Não valho nada. Eu me odeio. – Quem você odeia, Jake? – pergunta o Dr. Fox uma última vez. – A mim. Eu me odeio – digo entre arquejos. – Eu me odeio. Ah, meu Deus. Ah, meu Deuodeio. Então sinto a mão dele segurar meu ombro e ficar ali, enquanto afundo o rosto em uma ptravesseiros que, por algum milagre, não saíram do lugar enquanto eu socava a c

nalmente me entrego ao choro pela primeira vez desde que Evie me abraçou sobre um telhuma noite de verão, e me disse que eu tinha um coração de leão. Choro desconsolado por

por toda a esperança a que me agarrei, dia após dia, ano após ano, de que meuscontrariam em mim algo que valesse a pena amar. Eu me entrego e deixo o sofrimentoudade que sinto de Evie me consumirem. Choro pela minha perda e pela situação de abane fez com que eu me odiasse. Choro pelo que fiz com Lauren, pelo meu desprezo por mim mpor todo o ódio que encheu meu coração por tantos, tantos anos. Choro até minha voz uca e eu sentir que qualquer emoção se esvaiu de mim. Quando minha mente clareia e

uços cedem um pouco, percebo que a mão do Dr. Fox ainda está em meu ombro, me ancora Fico quieto por vários minutos, até me sentir calmo o bastante para levantar a cadireito o corpo, me viro lentamente e olho para o Dr. Fox. Ele está com uma expressão m

ria no rosto, mas não há pena em seus olhos. Fico grato por isso. Deixo escapar um sutrecortado e me sento na cama, em silêncio, enquanto minha respiração volta ao nopois de alguns minutos, olho ao redor do quarto. Parece que um animal enlouqu

rebentou tudo. Acho que foi exatamente isso que aconteceu. Dou uma risada sem humor e pmão pelo meu cabelo curto.

 – Isso deve ter parecido muito patético. Acabo de fazer papel de idiota, não é? – perguntoa careta. – Sim. Finalmente. Talvez possamos começar agora – responde ele de forma carinhosa. Levanto os olhos para encará-lo e não consigo evitar: começo a rir. Então rio com

ntade ao perceber nossa situação no momento. Eu: manco, inchado, todo enfaixado, sentadio dos destroços do meu quarto de hospital. O Dr. Fox: o Einstein de cabelos brasalinhados, sentado tranquilamente em sua cadeira, como se aquilo acontecesse todo santo De repente nós dois estamos rindo por algum motivo do qual não tenho a menor ideia.

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capítulo 15

Depois de mais duas horas de reuniões no trabalho, vou até o mercado para compra

gredientes para o jantar. Venho cozinhando bastante desde que me mudei da casa de Phil e Lausto disso. Depois de reunir todos os itens da minha lista, sigo até o corredor de produtgiene e beleza e jogo uma caixa de preservativos no carrinho também. Não quero ser presun

relação a Evie e com certeza jamais a pressionaria, mas é bom estar preparado. E não tenhco preservativo em lugar nenhum. Faz mais de um ano que não fico com ninguém. Quem meesse a vida toda...É quase assustador pensar em quanto desejo Evie em minha cama. Eu me pergunto se

rmiu com alguém e essa possibilidade acende dentro de mim um ciúme que me faz cerxilar. Afasto imediatamente esse pensamento. Ao longo dos anos, cheguei a imaginar Evieuém, só para me torturar. Achava que merecia a agonia que isso provocava. E funcionavava com ainda mais ódio de mim mesmo. Mas isso é parte da pessoa que estou tentando dra trás. Por que Evie não deveria ter conhecido alguém que considerasse especial? Mesmo ao arrasado só de pensar nisso...E, mesmo que Evie não seja inexperiente em relação a isso, talvez não esteja pronta para te

periência comigo – alguém que, até onde ela sabe, acabou de conhecer. Mas a atração entre

pável e sei que ela sente o mesmo. Isso me conforta de um jeito para o qual nem mesmo eu eeparado. De qualquer modo, só quero que Evie passe a noite comigo. Eu a quero sob o meue é o lugar dela.

Termino as compras, levo tudo para o meu apartamento e arrumo rapidamente antes de cra pegar a minha Evie na casa dela. Minha Evie. Isso me faz sorrir.

Dirijo até a casa de Evie imaginando se ela realmente vai levar uma bolsa para passar amigo. Não cheguei a esperar uma resposta dela e não poderia culpá-la se não estivesse preito o corpo no assento, porque a ideia de tê-la só para mim, no meu apartamento, de beijá-

á-la, faz o meu sangue disparar nas veias.Bato à porta do apartamento de Evie e, quando ela abre, noto duas coisas imediatamenmeira é que ela está linda e a segunda é que traz uma pequena bolsa de viagem na mão.ração se infla no peito e não posso evitar o sorriso que se abre no meu rosto. Evie vai pasite comigo. Minha pulsação dispara. Uma parte minha se sente como um adolescente nervtra tem vontade de jogar Evie no chão ali mesmo, no corredor do prédio, e possuí-la. Uma pelsa de viagem faz com que eu me sinta ao mesmo tempo apavorado e invencível.

Evie bate à porta do vizinho e diz:

 – Boa noite, Maurice.

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Caminhamos em direção à frente do prédio e logo ele responde: – Boa noite, Evie.Isso me lembra de que qualquer ideia de possuir Evie no corredor não seria bem recebid

aurice.Seguimos na direção do meu apartamento e, no caminho, conto a Evie sobre as reuniões qu

a manhã e falo um pouco dos prazos que a empresa precisa cumprir. Ela escuta com atençãoumas perguntas. É bom demais conversar com Evie sobre trivialidades do dia a dia atual, em

sobre todas as coisas horríveis que aconteciam diariamente conosco quando éramos crianho a sensação de que busquei por isso a vida inteira. Costumava sonhar em como seria vra casa, para a minha Evie, no fim de um dia de trabalho. Na época, eu não tinha ideia daria à frente de uma empresa, mas sabia que trabalharia duro todos os dias da minha vida paréssemos mais do que os nossos pais haviam nos dado. Eu manteria Evie segura e a faria feliznstruir um lar  com ela.

E agora... vou mostrar a Evie a profundidade do que sinto por ela e fazê-la acreditar do funma que quero cuidar dela. Porque é verdade. E quando contar a Evie quem eu sou, ela vai

em poderemos ser juntos.Estaciono na garagem, pego a bolsa de Evie, e seguimos pela escada dos fundos até o elev

o solto a mão dela nem por um minuto.Entramos no meu apartamento e relanceio o olhar para Evie enquanto jogo as chaves na

rto da porta. Ela está examinando o ambiente, com o cenho levemente franzido. Quase rio. Tamo gosto daqui. É elegante, moderno e frio. – É um condomínio corporativo. Você não gosta – comento.Evie parece horrorizada.

 – Não, não – diz. – É muito elegante. Só estava pensando que precisa de um pouco de lvez algumas almofadas coloridas jogadas por aí ou algo parecido.Ela abaixa os olhos e começa a morder a parte interna da boca. Sorrio.

 – Concordo. Mas não sei quanto tempo ficarei aqui. Mais para a frente, gostaria de comprara mim.

Tento não deixar minha mente divagar sobre a possibilidade de escolhermos uma casa juntom calma...

Pego seu casaco e o penduro no gancho do hall de entrada. Quando me viro, Evie está dian

nela, olhando para a cidade, as luzes do cassino cintilando a distância.Sinto um calor se espalhar pelo meu peito enquanto a observo no meu apartamento. Ela e

gar a que pertence. Comigo. O sofrimento por conta de todos esses anos que perdemos paindo, mas afasto essa lembrança. Não há espaço para ela esta noite. Esta noite é sobre nósta noite é só nossa.

Caminho até Evie e passo os braços ao redor dela, puxando-a na minha direção. Aproveomento, me deixo mergulhar nele enquanto inalo o perfume dos cabelos de Evie, enquanto sirpo delicado envolto por meus braços, o calor dela em mim. Eu me lembro tão bem disso. Seassim. Ela sempre conseguiu me acalmar apenas com seu toque. Como pude duvidar de que

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im para sempre? Naquela época, agora, milhões de vidas depois desta. Minha Evie, meu cornha salvadora. Minha domadora de leões.Abaixo a cabeça, afasto os cabelos dela para o lado e colo meus lábios à sua nuca, roça

e acetinada. Evie estremece e meu pênis reage. – Meu Deus, Evie, sua pele é uma delícia. E seu perfume é tão gostoso... Você acaba com

s ainda nem fizemos amor. Que efeito isso terá em mim?Sinto o corpo dela enrijecer.

 – Jake – começa a dizer, virando-se e passando os braços ao redor do meu pescoço, até eurando-a nos olhos –, quanto a isso... – Você está nervosa – concluo. Droga. Mas não tem problema. Ela pode ditar o ritmo que quiser. Esse show é dela. – Sim. Não. Quero dizer...Evie balança a cabeça e dá uma risadinha.É mesmo cedo demais, imagino. Quero dizer, não é. Na verdade, nós estamos quatro

asados. Gostaria que a vida houvesse decorrido de outra forma, para que eu tivesse tomado

s braços quando ela fez 18 anos e houvesse me casado com ela naquele mesmo dia. Conndo a realidade como é, acabamos de começar. Mas acredito que Evie sinta o mesmo que eualquer modo, quero que a escolha seja inteiramente dela. – Que tal eu preparar o jantar, aí nós conversamos, ficamos juntos e então, se você quiser dquarto de hóspedes esta noite, sem problemas para mim, está certo? Eu preferiria que passa

ite na minha cama, mas quero que seja uma decisão sua e, se não estiver pronta, é só dormtro quarto. Só quero que passe a noite aqui, está bem?

Os olhos dela buscam os meus por vários segundos.

 – Está bem – sussurra. – Ótimo – digo, abaixando os olhos para a linda boca de Evie, tão deliciosa de beijar.Colo a boca na dela, sorrindo ao capturar seu lábio inferior entre os dentes, provocando-a

icadeza. Evie se derrete em meus braços e continuo a lamber e sugar seus lábios, mas nãoante. Quero que ela tome a frente, que saiba que quem manda é ela. Evie não tem ideia dnifica para mim ser capaz de fazer isso: deixar que uma mulher assuma o controle sexualmé reencontrá-la, meu objetivo costumava ser estar  no controle, tomar posse dessa parte da mda. Mas com Evie é diferente: além de eu me sentir seguro, estou disposto a qualquer coisa

e ela também se sinta segura.Finalmente, depois do que parecem ser milhares de anos, Evie deixa escapar um murmú

sliza a língua para dentro da minha boca. Ah, Deus, isso é tão sexy... Não consigo reprimmido profundo e meu pênis salta contra a calça.

Evie desliza uma das mãos pelas minhas costas e a passa por baixo da bainha da camisarre as unhas de leve pela minha pele e é como se labaredas me devorassem. Nunca senti nadstoso.

Evie inclina a cabeça e nosso beijo fica ainda mais profundo, fazendo o sangue correr comça no meu pênis duro. O sabor de Evie é como uma droga e estou completamente perdi

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nsação do corpo dela contra o meu, no gosto de Evie, na simples presença dela aqui comigominado por essas novas sensações. É assim que a intimidade física deve ser. Tudo o qperimentei até este momento subitamente assume cores ainda mais doentias, e a beleza, a senque este momento é o certo se destacam contra os lampejos nebulosos das lembranças tristesEvie passa a outra mão pela minha nuca e corre os dedos pelos meus cabelos, acariciand

eando. Registro a sensação deliciosa antes de me dar conta de que os dedos dela estão traçannha cicatriz. Merda! Afasto os lábios dos dela e me recomponho.

 – O que aconteceu com você, Jake? – pergunta Evie, o cenho franzido. Diga a verdade, mas seja vago. Esta noite é para ser assim. Faço uma pausa antes de dizz baixa: – Lembra daquela merda que eu lhe falei que fiz para desafiar meu pai?Ela acena com a cabeça, o cenho ainda franzido.

 – Uma das consequências foi eu ter aberto a parte de trás da cabeça. Algum dia lhe contareespeito, Evie, prometo. Mas que tal agora eu começar a preparar o jantar?

O cenho de Evie permanece franzido enquanto ela estende a mão e volta a traçar a cicatr

nura desse toque é algo que só experimentei com ela. Fecho os olhos, tiro a mão dela da cicaevo aos lábios. – Você é tão doce – digo, porque é a mais pura verdade.Guio-a até a cozinha e puxo uma banqueta para que se sente.

 – Que tal eu lhe servir uma taça de vinho e deixá-la aqui por alguns minutos, enquanto trocono por outra roupa? – pergunto.Depois de deixar as compras em casa, só tive tempo de tirar a gravata e puxar a camisa de d

calça, porque estava um pouco atrasado e não queria deixar Evie esperando. Além disso, d

quele beijo, preciso de um banho gelado para conseguir me concentrar em preparar um jcente. – Que tal você ir se trocar enquanto eu abro o vinho e sirvo nós dois? – sugere Evie, sorrind – Perfeito.Digo a ela onde está tudo e vou para o quarto. Dez minutos depois, já troquei de roupa e

ra a cozinha. Encontro Evie sentada diante da bancada, com dois copos de vinho à sua frententrega um e diz: – Tinto. Espero que esteja bom para você. Combina com carne vermelha e tal...

Ela parece um tanto insegura e muito doce. Sorrio e estendo meu copo na direção dela. – Aos começos – proponho. Aos recomeços.Abro a geladeira para pegar os ingredientes e digo:

 – Posso lhe fazer uma pergunta? Você me disse na outra noite que não namorou ninguém durasino médio. Por que não?

Estou torcendo para que Evie me dê uma ideia melhor de como foi sua vida depois que pare posso estar arrumando mais uma forma de me torturar, mas preciso saber pelo que ela passo

Evie fica em silêncio por algum tempo, parecendo avaliar se deve ou não me responder. Epousa o vinho e começa:

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 – Quando eu tinha 15 anos, a responsável pelo meu lar adotivo, Jodi, teve câncer. Ela e o molveram que não poderiam mais cuidar das crianças que moravam com eles. Eu não era prónenhum dos dois, já que eles nunca se interessaram muito pelas meninas que abrigavam. Nãous, só indiferentes, ausentes. Só queriam saber de assistir à TV e não se preocupavam mui

ber com quem andávamos. Na maior parte das vezes, eles nos supriam com o que precisávammos materiais. Mas, emocionalmente, nunca fizeram o papel de nossos pais adotivos, ao mo da maneira que se espera. Mas eu me sentia bem lá, gostava da casa e das outras meni

hava que, considerando a situação, a vida não seria melhor que aquilo.Ela faz uma pausa antes de continuar.

 – De qualquer modo, quando fui mandada para outro lar adotivo, acabei indo morar com maal, e eles não faziam a menor questão de esconder que eu e as outras garotas éramos um bora até onde eu saiba os cheques que os dois recebiam por nos acolher fossem a principal

ra estarmos lá. Eu, Genevieve e Abby éramos basicamente escravas deles. Cozinhávmpávamos a casa e tomávamos conta dos filhos deles, gêmeos de 6 anos, que, preciso dizer, fm ótimo método de controle de natalidade para nós – se era essa a intenção deles. O casal pa

dia inteiro de papo para o ar e, quando queriam alguma coisa gritavam para pegarmos para elulher, Carol, vivia fazendo comentários desagradáveis a meu respeito, sobre meu corpo, belos, minha falta de personalidade. Ela era especialmente cruel comigo, mas, no que peito aos cuidados conosco, seguia uma política de oportunidades iguais. Não gastava comm as meninas nem um centavo a mais do que o estritamente necessário, o que significavassas roupas estavam sempre velhas e pequenas. Na escola, as garotas se divertiam às mstas porque achavam que eu usava as roupas apertadas daquele jeito para chamar a atençãrotos. Me xingavam de vagabunda e de coisas piores, e os garotos me tratavam como se eu

smo uma vagabunda, por isso eu ficava o mais longe possível de todo mundo.Evie volta a ficar em silêncio por mais alguns instantes antes de continuar a contar.

 – Minha autoestima não era nenhum primor, mas Carol se encarregou de minar o pouco qha. Por isso eu não tinha nenhum anseio especial em fazer amigos ou arrumar um namorado. Cu lanche na biblioteca todos os dias, ia para casa direto depois da aula e passava a tarde limpasa de Carol e Billy. No dia em que completei 18 anos, consegui um emprego no Hilton e O plano era passar três meses dormindo no sofá de Genevieve. Ela tinha deixado o lar ads meses antes, para morar com o namorado, e disse que eu poderia ficar com eles até j

nheiro suficiente para pagar o aluguel de um apartamento. Estava morando na casa dela faziases quando o namorado dela deu em cima de mim. Gen me botou na rua e eu não tinha paraentão trabalhava durante o dia, ia para a biblioteca depois do expediente e dormia em uma canto por três horas, até eles fecharem. Então ficava indo de uma lanchonete a outra, tomand

fé atrás do outro, até a hora de ir trabalhar de novo. No hotel felizmente há um banheiro na sascanso dos empregados e eles não se importam que o usemos. Nova pausa. – Dormi em um abrigo no centro da cidade uma noite, mas um velho tentou se enfiar na m

ma no meio da madrugada. Além disso, alguém roubou o par de sapatos que eu tinha de

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baixo da cama antes de dormir. Não poderia correr o risco de alguém levar o dinheiro qava juntando para alugar um apartamento. Se isso acontecesse, eu voltaria à estaca zero, o qupensável.Cada palavra de Evie penetra em minha alma, se dissolve em mim. Imagino-a sozi

ustada, dormindo em uma biblioteca, vagando pela cidade sem ter para onde ir. Tenho vontameçar a arremessar coisas, de socar a cara de alguém. Não sei ao certo em quem desconva. Provavelmente em mim mesmo. Mas preciso ficar calmo, por Evie. Preciso afastar o des

e sinto por mim por não ter feito nada por ela.Minha mente volta à época em que tínhamos 12 ou 13 anos e vi uma lista de desejos quevia preenchido, no estilo “faça o Natal de uma criança pobre feliz”, que uma organizaçãidade qualquer depois recolheria no lar adotivo dela. Eu também recebera uma, mas assado e jogado fora. Não queria nada que uma família bem de vida qualquer tivesse escolh

mo para mim, para depois voltarem todos para casa em seus carros e comer rosbife ao redsa de jantar, sentindo-se pessoas muito especiais porque haviam feito a sua parte. Ficava irrde pensar nisso.

Mas dera uma olhada na lista de Evie, que caíra da mochila dela. Evie ficara ruborizada e enidamente o papel de volta na mochila. Fingi que não tinha visto, mas tinha. Ela escrever

eria ter o próprio travesseiro e a própria fronha. Não sei por que isso era tão importante paranunca perguntei. Talvez fosse porque ela se mudava tanto que achava que se tivesse uma sa que pudesse levar sempre junto, que lhe pertencesse e fosse permanente em sua vida, algdesse conforto, seus dias não seriam tão difíceis. Não sei. Mas algo dentro de mim se par

m modo que não consegui explicar na época. Eu fui para casa, puxei briga com um garoto grm brutamontes que morava no meu lar adotivo, e não fiz questão de evitar que ele me espanc

costumava conseguir acertar uns bons golpes mesmo nos garotos muito maiores do que euquela vez nem tentei.

Quando contei isso ao Dr. Fox, ele me disse que, por achar que merecia ser maltratado, eu entinuando de onde meu pai parara. Talvez. Mas provavelmente o Dr. Fox jamais vira alguémava sofrer sem poder fazer nada para ajudar. O que a garota que eu amava queria de Natal rcaria de uma fronha. Isso acabava comigo, e eu odiava minha impotência. Acho que a única e parecia estar sob meu controle era transformar em física a dor emocional. Porque essa úmpre parecia insuportável.

Sentado ali, na minha cozinha, ouvindo Evie me contar o que meu abandono a fez passar, tenvo aquela sensação. Cerro o maxilar e me preparo para a dor que me atinge. Evie viveu tudomínimo que posso fazer é ouvir e deixar que isso me afete, então é o que faço. Mesmo queo saiba o que está fazendo, merda, como dói...

Evie fica em silêncio por um instante, me observando, antes de continuar: – No fim daquele mês, já havia conseguido juntar o bastante para pagar o aluguel de um

artamentos que eu tinha visto. Comecei a ligar para saber informações sobre eles e descobrderia me mudar para um naquele mesmo dia. Dormi no chão, usando minha mochila vesseiro, e me cobri com uma manta rosa muito velha que eu tinha desde que era criança

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nseguir comprar alguns móveis de segunda mão. Consegui meu certificado de conclusão do edio no ano seguinte, já que havia me mudado e começado a trabalhar antes de me formar.Ela me observa cuidadosamente, pega a taça e dá mais um gole no vinho. Estou me concentmanter as mãos ocupadas com o preparo do jantar, para evitar pegar o objeto mais pesado

iver por perto e arremessar pela janela. Evie acena com a cabeça na direção das batatas que ando. – Quer que eu faça isso? – pergunta.

 – Não, quero que fique sentada onde está, relaxe, tome seu vinho e converse comigo.E tenho que sorrir agora, porque, apesar da história que me contou, Evie está sentadaxada e sorrindo. Ela me impressiona e me acalma. – Você passou por tanta coisa, Evie... – digo, por fim. – Sim, mas a questão é que, de certa forma, tive sorte por ter me acontecido tudo isso. – Como assim? – pergunto, confuso. – Bem, quantas pessoas você acha que chegam ao próprio apartamento no fim do dia, por

mples e pequeno que ele seja, e olham ao redor sabendo a sorte que têm? Quantas pe

lmente reconhecem o que possuem porque sabem o que é não ter absolutamente nada? Passeuita coisa para chegar onde estou e valorizo muito o que consegui. Essa é minha recompensa.

E aí está, esse é o melhor exemplo de por que essa garota é a pessoa mais excepcional qnheci. O que ela acaba de fazer, transformar algo triste em alegre... esse é o dom de Evie. Ée eu nunca, jamais, conseguiria fazer, por mais que tentasse. Eu deixaria a tristeza tomar conm, me invadir, até transformar quem eu sou, me tornar amargo e rancoroso. E talvez tenhaatamente por isso que Evie foi capaz de me amar... Ela enxergou o fundo da minha alma e foitudo o que era feio para encontrar algo bom. Não sei como. Só sei que ela é a coisa mais

e já vi, por dentro e por fora.Por fim, digo em voz baixa:

 – Eu nunca teria pensado na situação dessa maneira.E não teria mesmo. É por isso que Evie faz de mim uma pessoa melhor. É por isso que e

pira.Enquanto finalizo o jantar, Evie beberica o vinho, e ambos ficamos em silêncio por algum te

rdidos em pensamentos. É tão absurdamente bom apenas ficar sentado aqui com ela, preparantar e conversando...

Estou pensando nas histórias que Evie costumava contar quando éramos garotos e, para maando, para ouvir mais sobre a vida dela, peço: – Evie, me conte sobre o elogio fúnebre que você fez para a sua amiga, Willow. Quero is. – Mais uma vez, não paro de falar sobre mim. Por que isso acontece toda vez que estou

cê? – pergunta ela, sorrindo. – Me faça essa gentileza. Acho você fascinante.Evie revira os olhos e sorri para mim.

 – Eu costumava contar histórias para Willow quando éramos crianças e morávamos no mesm

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otivo. Ela adorava. Mesmo depois que ficamos adultas e volta e meia eu precisava livrá-uma confusão em que houvesse se metido... abuso de drogas, surra de algum namorado, ose... – diz, acenando com a mão. – Pois bem, mesmo depois de adultas, Willow me pedia

ntar uma das histórias dela. Me pedia cada uma pelo nome, mesmo que muitas vezes estimpletamente chapada. – Parece que ela se sentia especial por ser dona das histórias. Não devia ser dona de msas. O que você fazia era lindo, Evie – comento.

E sei que isso é verdade porque é exatamente como me sinto em relação às histórias que Evntava. Só pensar nelas já fazia com que eu me sentisse melhor, e eu precisava desesperadamso. As histórias dela eram como um bálsamo para o meu coração ferido. Eram naquela épntinuam sendo agora, quando me lembro delas – o que ainda faço algumas vezes.

Evie me encara em silêncio por um tempo, com uma expressão serena no rosto. – No começo, as histórias eram só bobagem de criança. Eu tinha uma imaginação fértil, qu

m útil. – Ela dá um risinho. – Eu era uma criança tentando compreender o incompreenende?

Aceno com a cabeça. É claro que entendo. Então não consigo me conter. Faço a pergunta smo de me dar permissão para isso: – Você vai me contar sobre Leo?Evie baixa os olhos e dá um gole no vinho. Merda, eu não deveria ter ido para esse lado...

 – Jake, já dividi tanta coisa com você esta noite... Foi bom e isso me surpreende, porqustumo trazer meu passado à tona com frequência, mas podemos deixar Leo para ortunidade? Pode ser?

Alguma coisa se inflama dentro de mim quando vejo a expressão nos olhos dela à menção do

me. Estou certo de ver tristeza ali. Evie tenta esconder, mas a verdade é que nunca foi boa nto meu peito se aquecer, não apenas por perceber que estou compreendendo novamente a mie, exatamente como costumava fazer, mas por desconfiar de que ela talvez não tenh

quecido depois de todos esses anos, como disse ter feito. Eu a encaro, pensando mais uma vmo é doce, boa e carinhosa. Evie me olha através dos cílios cheios e me pergunta o que nsando.

Contorno a bancada e me sento ao lado do dela. Evie se vira para mim quando pego sua mão – Estava só pensando em como sou grato por você estar aqui comigo. Também estava pen

e, até onde posso ver, você fez um trabalho incrível em não deixar seu passado torná-lassoa dura. Não há nenhuma amargura ou rispidez em você, nada, nem em sua atitude, nem no mo se comporta, ou em seus olhos, seu sorriso, no jeito como trata as pessoas. Você está semando conta das pessoas de sorte que têm o seu amor. Você é assim. A vida obviamente lhe uito, e sei que você sofreu bastante, mas o fato de ter confiado em si mesma para superar issoo ter se permitido perder a fé ou virar uma pessoa fria... isso é mérito seu. Orgulhe-se disso. e eu estava pensando.

Evie me encara por algum tempo e vejo seus olhos ficarem marejados. Ela dá um sorrmido. Deus, como é linda...

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Gesticulo para que ela se sente à mesa, que arrumo rapidamente. Trago a comida e começamntar.

 – Muito bem, estou realmente impressionada – diz Evie. – Está incrível.Fico feliz por ela pensar assim. Se depender de mim, cozinharei para Evie todos os dias

to da vida dela.Depois de comermos em silêncio por alguns minutos, ela pede:

 – Poderia me falar um pouco sobre os seus pais? Como seu pai morreu?

Ela relanceia um olhar preocupado na minha direção. – Ataque cardíaco. Foi repentino. Ele ainda resistiu por uma semana, mas acabou tend

águlo sanguíneo. Na verdade foi isso que o matou. – Lamento, Jake – diz Evie, olhando para mim com cautela antes de prosseguir. – Você

ntir falta dele. – Sim, eu sinto. Desperdicei muitos anos brigando com o meu pai e jamais terei isso de vpondo muito sinceramente. – Sinto muito.

Penso em meu pai por um instante. Ainda sinto alguma tristeza ao fazer isso, mas o Dr. Fodou a me livrar de grande parte da culpa... não que ela tenha ido completamente embora

ora que Evie levantou o assunto, reconheço que já progredi bastante. – Está tudo bem. De verdade. Não fiquei bem por um longo tempo, mas cheguei a um pon

e as coisas melhoraram. Hoje em dia percebo que há muitos caminhos na vida. Alguns delecolhemos. Outros são escolhidos para nós. Tive minha parcela de culpa, como acontece comundo, e também fiz algumas péssimas escolhas. Tenho que assumir a responsabilidade poras a única coisa que conseguimos ao ficar cogitando o que seria da nossa vida se tivéss

olhido outro caminho é chegar a perguntas sem resposta e a uma tristeza que não pode ser cuo importa como chegamos aonde estamos, tudo o que podemos fazer é seguir desse ponnte.Assim como quando eu falava com o Dr. Fox, conversar com Evie é muito bom. Gostaria

ngar mais com ela sobre o assunto um dia, porque agora sei que conversar com alguém qumpreende tem um poder curativo. Mas um dia. Não esta noite. Não quero me fechar de pois de Evie ter me falado tanto de si mesma, mas é que, além de não poder   falar sobre vsas, ainda há questões difíceis para mim. Desabafar é bom, no entanto quero que esta noite se

s dois, não quero ficar lembrando coisas ruins. Evie está melhor do que eu no que se refperar os sofrimentos do passado, isso ficou bem claro. No meu caso, ainda é um trabalhdamento. Só de pensar em Lauren, já fico tenso. –  Vou lhe contar tudo sobre a minha vida, Evie. Você já falou tanto de você que também qdar o que puder sobre mim, mas não hoje. Agora quero aproveitar o jantar, aproveita

mpanhia. Não vou trazer à tona um monte de merda que só vai me deixar de mau humor. Está b – Está bem – sussurra Evie, me olhando com carinho nos olhos, como se real

mpreendesse.Fico grato. Seguro a mão dela sobre a mesa e aperto com cuidado. Terminamos o jantar e

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ajuda a tirar a mesa e lavar a louça.Ela pede licença para ir ao banheiro enquanto termino de colocar as panelas e travessas na

o as mãos. De repente sinto uma alegria imensa ao perceber que Evie está em minha casa abamos de jantar juntos como qualquer casal comum.

Quando Evie volta, pego a mão dela e a levo até o sofá. Meu corpo está vibrando de felica presença dela e preciso lhe mostrar isso. Sento-a no meu colo e... nossa, como isso é sexy.

pantado mais uma vez por ser capaz de permitir que Evie assuma uma posição de controle.

hos estão cheios de calor quando ela cola a boca à minha e lambe os meus lábios. Afasediatamente para recebê-la. Evie geme e... ah, já estou dolorosamente rígido e aquele gexo e doce parece ir direto ao meu pênis.Seguro a nuca de Evie e inclino a cabeça dela para conseguir beijá-la mais profundamen

sejo de possuí-la é tão intenso que já me sinto fora de controle. Trocamos um beijo profunmido, as línguas brincando, saboreando. Gememos dentro da boca um do outro e não tenho vo

me afastar nem para recuperar o fôlego. Evie é o meu oxigênio, a razão da minha existênica coisa que importa para mim nesta vida ou em qualquer outra.

Estou bêbado do sabor dela, o desejo dispara pelas minhas veias e todo o meu corpo vibntade de estar dentro de Evie, de possuí-la, de torná-la minha. Minha! Um rugido sobe pela mrganta e Evie geme de volta, movimentando-se sobre meu colo de um jeito que faz meu corntrair de desejo. – Cacete! – Tenho que afastar a boca da dela. Respiro fundo. – Meu Deus, Evie, viciosa. –  Jake – diz ela, também arfante –, não vou dormir no quarto de hóspedes. – Graças a Deus! – Graças a Deus. Graças a Deus.

Levanto com ela ainda no colo e Evie passa as pernas ao redor da minha cintura. Carrego-rredor até o quarto, minha boca colada à dela durante todo o caminho, a palavra “Miverberando na mente, a necessidade de mostrar a Evie quanto a amo pulsando em minhas veias

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capítulo 16

Carrego Evie para o meu quarto, coloco-a na cama, tiro a camisa e me deito com ela. P

idamente na minha tatuagem. Sei que ainda não posso mostrá-la a Evie, mas só de pensanha domadora de leões está tanto nas minhas costas quanto nos meus braços me dá vontadrrir. Nunca me senti tão excitado na vida. Meu corpo todo vibra. Penso brevemente que ter

ntido assim se Evie houvesse sido a primeira mulher que levei para a cama – é assim que desido. Uma mágoa profunda me atinge ao pensar nisso, mas a afasto. Estamos juntos, aqui, ag

eciso vê-la por inteiro neste exato momento.Levo as mãos ao suéter que ela está usando, puxo-o para cima e jogo-o no chão. Eu me sen

ma e olho para Evie. Ela está usando um sutiã de renda vermelho e sua pele é macia e imacueciso senti-la contra o meu corpo... agora. – Me ajude, Evie, quero sentir sua pele contra a minha. – Venho esperando por isso há umaeira.Evie parece um tanto insegura quando levanta um pouco o corpo, abre o fecho do sutiã, co

as pelos braços e deixa a peça cair no chão. Me deleito com a perfeição de seus seios, pequemes, os mamilos de um rosa escuro já rígidos só com o meu olhar.

 – Meu Deus, você é ainda mais linda do que imaginei – sussurro.Capturo novamente os lábios dela, minha língua deslizando para dentro da doçura da boie, e me encanto com a maciez de seu corpo contra o meu peito, as mãos acariciando as mstas. Começo a mexer o quadril instintivamente e Evie geme dentro da minha boca, fazendoe mais faíscas disparem direto para o meu pênis. Também me pego gemendo e concluo que prminuir o ritmo se quiser aguentar mais de três segundos. Está tão gostoso que não queromine nunca. Além disso, quero que seja bom para Evie – o que significa não gozar antes mesmmeçarmos.

Eu me afasto um pouco e passo a beijar o pescoço de Evie, enquanto levo uma das mãos aoa e roço o mamilo com o polegar. O peso do seio é pura perfeição na minha mão, a pele pim. Essa mulher foi feita para mim, de todas as maneiras possíveis.Evie levanta o quadril, pressionando meu pênis rígido. Deixo escapar um rugido ao sentir o

a encontrando o meu. Ah, penetrá-la vai ser como entrar no paraíso.Estou desesperado para saboreá-la. Meus lábios descem até o mamilo. Capturo-o e com

gá-lo e lambê-lo, enquanto ela estremece e ofega sob o meu corpo. Me revezo entre osmilos e os arquejos de Evie se tornam gemidos, com o quadril dela se agitando a cada movim

u, as mãos agarradas aos meus cabelos. Minha Evie é tão excitante, tão perfeita. Minha.

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Quando Evie deixa uma das mãos descer pelo meu abdômen, arquejo, me afasto de seu secaro. Ela não imagina a força que estou fazendo para conseguir ir devagar, não sabe que sar onde pretende posso perder de vez o controle.Sei que a expressão em meu rosto deve ser intensa quando Evie me encara também, os

egalados, os lábios entreabertos, linda demais para ser descrita em palavras. – Sou virgem – diz ela de repente, avaliando a minha reação.Fico paralisado enquanto assimilo o que ela acaba de dizer. Meu coração se aperta no pei

ngue lateja em meus ouvidos. Evie continua a observar minha reação e sussurra: – Está tudo bem para você?Se está tudo bem? Se está tudo bem?

 – Nunca esteve melhor – respondo, sentindo a emoção subir pela minha garganta, deixando mz rouca.

Evie se guardou para mim? Com certeza, não. Apenas dei muita sorte por a vida ter seguidominho, por ninguém jamais ter tocado essa garota linda a não ser eu. E como isso é possível?

importo. Só agradeço a Deus e volto a colar a boca à dela, beijando-a com total aban

mbendo e chupando seus lábios. Sinto-me voraz e possessivo, mais impaciente do que antesnetrá-la e fazê-la minha. Mas agora sei que preciso ir devagar. Preciso me certificar de queja o mais úmida possível para que a penetração não seja dolorosa demais. Preciso fazê-la goAbro o botão e o zíper da calça jeans dela, então me ajoelho na cama e descalço suas botas

cada vez. Depois, dispo rapidamente o jeans e a calcinha minúscula, de renda vermelha, quá usando, e jogo tudo no chão. Não demora e já estou de volta sobre o corpo dela, passando a mão por entre as coxas sedimulando-a a abri-las. Evie estremece. Eu levanto a cabeça, olho-a nos olhos e sussurro:

 – Abra as pernas para mim.Evie obedece na mesma hora e deixa as pernas caírem para os lados.

 – Vou deixar mais fácil para você me receber – digo, e vejo os olhos dela se acenderem ao as palavras.Ela dá um breve aceno com a cabeça.Introduzo um dedo delicadamente nela e sinto seu corpo estremecer mais uma vez. Nossa,apertada, tão quente, tão úmida. Meu pênis pressiona a frente do jeans, ansioso para ocu

gar do dedo.

Meu polegar encontra o ponto sensível bem acima da fenda e espalho nela a umidade quer ali. Então começo a mover o polegar em círculos lentos e sigo penetrando-a com o indicie joga a cabeça para trás, gemendo. Presenciar o prazer dela é quase mais do que posso suptou desesperado, sufocando de desejo. Nunca me senti assim antes, jamais. A beleza omento me inunda enquanto observo Evie à beira do orgasmo, o desejo e o amor disparando jo meu corpo. – Nossa, você é tão linda! Está gostoso? – consigo dizer em uma voz engasgada. – Muito – responde ela em um arquejo, enquanto a penetro com mais um dedo, alargan

ntindo a umidade de Evie banhar meus dedos, que entram e saem do corpo dela.

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Quando Evie começa a erguer o quadril para encontrar a minha mão, sei que ela está quase l Isso, meu bem, goze para mim. – Ah, meu Deus! – arqueja ela e não consigo evitar o rugido que escapa pelos meus lábios.Vê-la à beira do orgasmo é tão lindo e tão intenso. O rosto de Evie está ruborizado, a c

gada para trás no travesseiro e o quadril ondulando na minha mão. Então o corpo dela fica rr um breve instante e ouço-a gritar meu nome quando o orgasmo a domina. Isso mesmo, gda! Nossa! Preciso estar dentro dela. Agora.

Eu me sento, dispo o jeans e a cueca e os jogo no chão. Então volto a me posicionar sobre e abre os olhos e me encara com uma expressão de encantamento.

Estou praticamente tremendo quando me inclino sobre ela, pego um preservativo na gavesinha de cabeceira e volto a me ajoelhar para colocá-lo. Estou rígido demais, agon

sesperado para penetrá-la. Mas lembro a mim mesmo que preciso ir devagar. Não quero mac

 – Posso tocar você, Jake? Me mostra como se faz? – sussurra Evie. – Da próxima vez, meu bem. Estou por um fio aqui. Se você me tocar, nós dois vamos lame

pondo, sentindo o pouco controle que tenho se esvair a cada minuto.Sustento o corpo sobre o dela e guio a ponta do meu pênis até a entrada úmida. Volto a captu

ca de Evie e enfio a língua através de seus lábios, mostrando com a boca o que estou preer com o pênis. Deixo escapar um gemido de expectativa. – Passe as pernas ao redor do meu corpo – digo a ela. – Vamos ser rápidos agora para a

go com a parte dolorosa, está bem? – Está bem – sussurra Evie.Eu a penetro em uma arremetida. Ah, meu Deus, isso é bom demais! Mas faço uma care

vi-la gritar de dor.Quero me mover lenta e cuidadosamente, mas meu pênis está latejando, gritando para que e

xa, enquanto a fricção contra o corpo quente e macio de Evie me envolve. – Vou mais rápido agora. Você está bem? – pergunto, e a minha voz sai estrangulada. – Estou – sussurra Evie mais uma vez.E com a permissão dela, começo a arremeter. A sensação é tão maravilhosa que acho que

ar me afogando em Evie. Afogando em um mar de bênçãos.Evie enlaça meu quadril com as pernas, as mãos acariciando as minhas costas e o meu tra

a geme sob o meu corpo, seguindo meu ritmo a cada arremetida. Evie é perfeita e estou perdinsação é tão gostosa que não quero que termine, mas sinto o calor e o prazer agitando meu ve

que não vou conseguir me conter por muito mais tempo.Volto a capturar os lábios de Evie e começo a explorar sua boca com a língua no mesmo

s arremetidas. Isso parece incendiá-la, pois ela arqueia o corpo e sinto as contrações do orge a domina subirem por toda a extensão do meu pênis. Isso traz meu próprio orgasmo à

mbém.Arremeto uma, duas vezes, então explodo com a força de um vulcão em erupção. Estre

mo e vejo estrelas, tamanha a intensidade do clímax que alcanço.

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Quando volto a dar por mim, estou girando o quadril lentamente, aproveitando os úlquícios de prazer, enquanto Evie acaricia meus braços com as unhas. Não consigo conter o soe se espalha pelo meu rosto quando começo a percorrer o pescoço dela com o nariz, sentindeiro doce. Nossa! Isso foi... foi... Deus, não consigo nem encontrar palavras.

Levanto a cabeça e encontro os olhos dela. – Você está bem? – pergunto em um sussurro. – Estou – sussurra Evie, com um sorriso satisfeito na voz.

Gostaria de ficar ligado daquele jeito a ela para sempre, mas preciso ter certeza de que Evim. Quando me afasto, ela deixa escapar um resmungo que mais parece um miado e volto a sor – Você gosta de mim dentro de você.O que é ótimo, porque planejo passar muito tempo ali.

 – Deixe eu me livrar desta camisinha e pegar alguma coisa para limpá-la. Fique aqui.Droga, há muito sangue. Algum instinto primitivo em mim sente uma intensa satisfaçã

nstatar aquela perda de virgindade. Nunca admitiria isso em voz alta – pareceria um troglagino –, mas é verdade.

Tomo o cuidado de estar de frente para Evie enquanto visto a camisa e a cueca, de forma quo veja as minhas costas. Ainda não.

Vou até o banheiro e jogo fora o preservativo ensanguentado. Então molho uma toalhinha emente e volto com ela para o quarto. Sorrio, porque Evie não mexeu um músculo sequer, aindtada, nua, parecendo uma deusa sobre o lençol. Uma visão de pura beleza.Eu me sento na beira da cama e digo:

 – Abra as pernas e dobre os joelhos.Evie parece ligeiramente envergonhada, mas faz o que digo. Eu limpo o sangue e vol

nheiro para levar a toalhinha.Quando retorno ao quarto com um copo de água, Evie já vestiu a calcinha. Ver aquela peq

ça de renda vermelha contra a pele sedosa faz com que eu volte a sentir uma onda de desejo, mntrolo. Evie deve estar dolorida. Sinto uma breve pontada de culpa por não ter sido mais delis me controlei o máximo possível diante das circunstâncias. Esperei tanto tempo por issnca senti tanto desejo. Foi fora de qualquer parâmetro.

Evie toma um longo gole de água e sorri docemente para mim quando me devolve o copo.oco sobre a mesinha de cabeceira, volto a me deitar ao lado dela e puxo-a de costas contra o

to. Enfio o nariz no perfume gostoso de seus cabelos e seguro um dos seus seios, possessivamApesar de nunca na vida ter ficado aconchegado a ninguém na cama, agora isso me p

rmal, natural e muito, muito bom.Depois de alguns instantes, Evie se vira em meus braços para poder me encarar e

ariciando a lateral do meu rosto, enquanto me olha profundamente nos olhos. Quase consigo o, não pode ser. É cedo demais. Mas ela gosta de mim, isso eu posso afirmar. Sinto um aperto. – Você é minha, agora, Evie. Diga que é minha – sussurro.A mão que me acaricia fica imóvel e ela continua a buscar algo em meus olhos, nã

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atamente o quê. Prendo a respiração. – Sou sua, Jake – sussurra em resposta.Deixo o ar escapar, mas na minha fantasia ela sempre me chamou de Leo ao dizer que perten

m. Quero que ela saiba exatamente a quem pertence e anseio por ouvi-la dizer meu nome.Sorrio para ela e beijo seus belos lábios com carinho. Preciso que ela saiba quanto o

onteceu significa para mim. – Nunca passei por nada tão maravilhoso quanto isso – digo.

E estou falando a verdade. Evie também sorri. Eu a puxo mais para perto de mim e, depouns minutos, sinto sua respiração mais lenta. Ela adormeceu.Enquanto a abraço, uma onda de emoção me domina e não reconheço imediatamente o que

um lugar da minha mente parece haver uma lembrança, um contorno indistinto de uma sene experimentei apenas uma vez, só que há muito tempo. Deixo essa sensação me envolvemo com ela, me empolgo com a euforia que ela traz. Sinto-a por completo antes de cons

nominá-la, antes que a palavra finalmente me ocorra: alegria. Alegria. Puxo Evie ainda maisrto de mim no escuro e ouço sua respiração tranquila. Mergulho em seu aroma e sinto o movim

peito dela subindo e descendo. Alegria. Saboreio esse momento, plenamente consciente da micidade aqui e agora. – Você é o meu sonho – sussurro para Evie na escuridão. – É o meu sonho que se t

alidade.Relaxo e deixo a sensação de ter Evie em meus braços se aprofundar em minha alma. Em p

tantes, também adormeço. Em paz.

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capítulo 17

Acordo de repente quando sinto o calor do corpo de Evie se afastando do meu. Abro os o

nolento, e a vejo desaparecer no banheiro. Volto a fechar os olhos, satisfeito, lembrando-mite de ontem e constatando que não foi apenas um sonho. Foi real. A melhor noite da minhaie volta para a cama e se aconchega de novo em mim. Quando sinto seu olhar, entreabro um

hos. Ela está me observando, um sorrisinho doce no rosto.Sorrio também.

 – Está me observando dormir? – pergunto, ainda grogue, implicando com ela. – Quemrseguidora sorrateira agora?

Evie ri e aconchega a cabeça sob o meu queixo. Hummm. Que gostoso... O corpo macio da mie, doce, quente e sexy, está pressionado contra o meu. Lembranças do que compartilhamite anterior enchem a minha mente. Passo os braços ao redor de Evie e puxo-a mais para perm. Minha ereção matinal pulsa em minha cueca.Aproveito o prazer de ficar tão junto dela por alguns minutos, até que sinto a mão de

scendo pelo meu corpo. Prendo a respiração. Tomara que ela esteja fazendo o que acho queendo.  E... ah, Deus, sim, a mão dela está se movendo delicadamente pela minha er

mentando-a ainda mais.

Deito-a de costas e me coloco em cima dela, ansioso para participar da brincadeira. – Quer brincar, linda? – Quero – sussurra Evie, os olhos inflamados.Sinto-a apertar as coxas uma contra a outra. Então ela também está excitada.

 – Está sentindo alguma dor ou está bem?Ela rebola um pouco e faz uma careta.

 – Só um pouquinho.Quase rio, porque ela parece desapontada.

 – Bem, há outras coisas... – Sim – sussurra ela mais uma vez, e é tudo de que preciso.Abaixo a cabeça e deixo os lábios percorrerem a barriga lisa de Evie, parando no um

mbendo a pele macia ao redor dele, enfiando a língua ali. Cada parte do corpo dela tem um rível. Ainda estou de camisa, assim não há risco de Evie ver a minha tatuagem. Posso aproe momento plenamente, como espero que ela esteja aproveitando.Tiro a calcinha de Evie e jogo-a para o lado, enquanto o olhar dela me segue, os l

eiramente entreabertos, a respiração já acelerada. Nossa, Evie é a mulher mais sexy do m

ero devorar cada parte dela. Quero fazê-la gritar e gozar na minha boca.

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Abaixo mais a cabeça e beijo a pele acetinada da parte de dentro das coxas dela. Evie estreafasta as pernas. Essa é a minha Evie. Inspiro o perfume dela e sinto um rugido primitivo o meu peito quando sinto nossos aromas combinados do sexo da noite passada, além de umço do meu sabonete nela. – Adoro meu cheiro em você – digo, a voz rouca, e então mergulho o rosto na carne mac

xo de Evie.Deixo a minha língua desenhar círculos ao redor do clitóris pequeno e rosado. Perfeito. Ela

ando o mordisco e o chupo delicadamente, antes de começar a mover a língua devagar. Terentes movimentos, pressiono um pouco mais, enquanto presto atenção aos gemidos de Evihar que sei exatamente do que ela gosta.

Começo então a lamber o clitóris inchado em um ritmo constante, a princípio devagar, dis rápido, com mais pressão, enquanto ela se contorce e geme. Os sons que Evie deixa esc

mbinados ao sabor dela e ao perfume inebriante de flor exótica de sua pele, deixam o meu ro como uma pedra. Posso senti-lo forçar a frente da cueca.

Percebo Evie socando os lençóis, a respiração saindo em arquejos, e ela começa a g

adril contra o meu rosto, buscando mais pressão. Ai, caramba. Caraaamba! Como isso é intie grita quando o orgasmo chega e, quando percebo isso, enfio a língua nela, ansioso para sabtoda, para senti-la gozar.

Evie grita mais uma vez, entoando meu nome sem parar, enquanto seus músculos internntraem. Isso foi de longe a experiência mais erótica que já tive. De muito longe.

Deixo uma trilha de beijos pela coxa dela e levanto a cabeça. Evie ainda está de olhos fechabeça virada para o lado, os cabelos cobrindo grande parte do rosto. Sorrio, dou um beij

scoço dela, despenco ao seu lado e puxo-a para mim. Sorrio novamente e fecho os olhos

lto a abri-los alguns minutos depois, quando sinto sua mão passar por baixo da minha cammeçar a acariciar meu abdômen, traçando com o dedo o desenho dos meus músculos. Meta dentro da cueca.Evie se inclina sobre mim e levanta a minha camisa. Eu a observo, noto a expressão em

to: concentração e nervosismo. Se ela soubesse quanto me afeta, não teria um grama de ansieie não tem como errar, na verdade. Tê-la nua na minha cama é tudo de que preciso. O que queonteça depois será bom de qualquer modo.

Levanto os braços e ergo o corpo ligeiramente enquanto ela morde o lábio inferior e termi

ar minha camisa. Evie está sexy como nunca. Joga a camisa no chão, o mamilo rosado chegrto do meu rosto quando ela se inclina sobre mim. Passo a língua pelos lábios... quero atão pequeno e perfeito dentro da minha boca. Mas este é o momento dela, então permaneço im

doro observá-la assumindo o controle. Uma satisfação e uma paz me invadem, apesar da encitação, ao me dar conta de como já fui longe com Evie em apenas uma noite. Ela agora esumindo o controle na cama! A cura dos meus males. A minha domadora.Evie joga o corpo para trás e corre os olhos de cima a baixo pelo meu peito, pouco antes

bruçar e começar a beijá-lo e lambê-lo, parando em um mamilo para chupá-lo e dar lambixo escapar um gemido ao sentir aqueles lábios doces em meu corpo e sinto o sorriso de

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nha pele. Todas essas sensações são tão novas para mim, são tantas coisas que nunca experimes...E então, ah, Deus, ah, sim, a mão de Evie desce pelo meu abdômen e imploro mentalmentcontinue. Sinto tanta vontade de ser tocado que chega a doer. Quero que Evie segure meu p

e o leve à boca. Mas não sei se ela já está pronta para a última opção. – Me ensine. Quero saber o que você gosta – sussurra ela, os olhos em chamas. – Só quero que me toque – digo, sem me importar que o desespero transpareça na minha voz

Levanto ligeiramente o corpo e tiro a cueca para facilitar o acesso dela.Evie passa a mão quente ao redor do meu pênis rígido e ele salta na mão dela. Ah, a nsação do toque dela é tão boa que gotas de prazer escorrem da ponta do meu pau. Evie palegar por elas e esfrega o líquido em círculos lentos, com precisão, fazendo-me imaginar se ou outro homem assim ou se é apenas instinto. O ciúme ferve em meu peito e ameaça me domi que estou sendo hipócrita, mas não consigo evitar essa reação, embora saiba que é injustifisse momento Evie me encara, sem saber o que fazer a seguir, e relaxo. – Mova a mão para cima e para baixo, meu bem – peço em uma voz engasgada. – Assim.

Pouso a mão sobre a dela, mostrando como fazer. Percebo que Evie cerra as coxas e seus arregalam quando ela vê as duas mãos ao redor do meu pênis. Gosto disso também. Háremamente erótico em ensinar a ela sobre o meu corpo, em vê-la tão ansiosa para saber dsto. Ninguém jamais se importou com isso. Talvez nós dois estejamos aprendendo juntos.

Evie começa a mover a mão e é tão delicioso que fecho os olhos com força e me entrnsação daquela mão me acariciando, lentamente a princípio, depois mais rápido. Sei qovimentos dela acompanham o ritmo da minha respiração e isso me deixa ainda mais excitado

Quero aproveitar esse momento, fazê-lo durar, me conter de propósito, mas o êxtase é tant

xo meu corpo seguir seus instintos. Sinto meu pênis inchar na mão dela, o jorro quente sgo o nome de Evie em uma voz engasgada quando gozo quase com tanta intensidade quanite anterior. – Ah, meu Deeeeus! – grito em um gemido, à medida que a mão dela passa a se movertamente.Será sempre assim com Evie? Cara... estarei morto antes de completar 32 anos. Mas que

stoso de morrer... por excesso de orgasmo: gozou com tanta intensidade que teve um aneuri ser sortudo assim!

Quando abro os olhos, Evie está sorrindo orgulhosa para mim, como se houvesse acabacontrar a cura para o câncer. Não consigo evitar e caio na gargalhada. Ela é uma graça! Aléstosa. E toda minha. Nós dois sorrimos quando levanto o corpo ligeiramente, pego-a pelos braços e puxo-a paramim. Evie me encara. – Você tem um talento natural – brinco, mas estou falando a verdade.Evie descansa a cabeça em meu ombro e enfia o nariz no meu pescoço. Ficamos deitados

to por um longo tempo, eu me deleitando com a sensação daquele momento, com o modo pemo o corpo dela se encaixa no meu.

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 – Vou preparar um banho para você e depois vou fazer o café da manhã. Então você vai pascomigo.De jeito nenhum vou querer que ela saia da minha vista hoje. Não depois da noite passada e

nhã. Sem possibilidade. Além disso, quero passar mais tempo apenas me divertindo com o consigo me fartar disso. – Hum... autoritário – murmura ela, sorrindo.Evie se levanta e começa a caminhar para o banheiro. Cruzo as mãos atrás da ca

servando a bela visão dela nua, de costas. Estou sorrindo quando me sento e visto a camiseca.

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capítulo 18

reparo o café da manhã enquanto Evie fica mergulhada na banheira. Escuto-a cantarolar

nsigo evitar que um sorriso se instale em meu rosto enquanto pego os pratos no armário e a cogeladeira. Tudo nessa relação parece tão certo! É como se a minha vida finalmente hou

ornado ao caminho que sempre deveria ter seguido. Além disso, estou eufórico depois da noxo mais incrível que já tive. Algo dentro de mim que não havia tido um dia de descanso desdxei Cincinnati, oito anos atrás, agora finalmente está em paz, e o alívio que essa sensação m

maravilhoso. Jamais me saciarei de Evie. E o fato de essa garota, a única que amei com tudo u desde criança, também ser um sonho realizado na cama parece um milagre, como se fosse

ma prova de que nascemos para ficar juntos.Evie sai do meu quarto vestida e tomamos o café da manhã juntos, rindo e brincando um c

tro. Parece tão normal e é tão incrivelmente delicioso. Quero começar todos os dias do resnha vida assim. De vez em quando, volto a me lembrar da farsa que criei e uma onda de culate sobre mim, mas a afasto. Logo... só precisamos de um pouco mais de tempo. Logo. Nossas brincadeiras terminam com Evie montada em mim, que estou sentado em uma banqu

zinha, e eu fazendo cócegas nela, mordiscando seu pescoço e rosnando em seu ouvido. LembrEvie também montada em mim no sofá, na noite passada, e tudo o que veio depois, voltam à m

nte e, do nada, estou pronto para possuí-la ali mesmo.Rosno mais uma vez para mostrar que estou perdendo o controle e rio com ela.Quando Evie lambe a depressão na base do meu pescoço e beija meu queixo, deixo escap

mido. A ideia de penetrá-la novamente está no topo da minha lista de prioridades e não há e me daria mais prazer do que carregá-la de volta para a minha cama e passar o resto do das ela comentou que estava dolorida... Deixo escapar mais um gemido quando percebo qumbém está excitada.

 – Evie, achei que você tivesse dito que estava dolorida.

Ela suspira e levanta o corpo. – Estou. Talvez um analgésico dê conta do problema, não?Fico encarando-a por um instante, então caio na gargalhada.

 – Meu Deus! Criei um monstro do sexo! – digo, adorando essa ideia.Evie ri e desce do meu colo. Meu cenho se franze sem eu me dar conta quando o corpo de

cima do meu. – Muito bem, então. Aonde você vai me levar? – pergunta Evie. – Já foi ao zoológico?

Lembro-me da primeira vez que fui ao zoológico de San Diego. Eu tinha 17 anos e minha vi

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sa estava uma porcaria. Mas adorei o passeio. Por algumas horas, voltei a ser apenas um gaendo uma coisa simples, que eu nunca havia feito quando era realmente  criança. Por um

paço de tempo, me perdi fazendo algo que não tinha nenhum outro objetivo além de divertimeria proporcionar isso a Evie também.Ela parece surpresa por um momento.

 – Na verdade, não. Vai me levar ao zoológico?Um sorriso lindo se abre em seu rosto. Em resposta, sorrio e balanço a cabeça, assentindo.

 – Ótimo. Trouxe algum sapato confortável? – Sim, um par de tênis. – Perfeito. Vou tomar um banho rápido e saímos depois.Terminamos o café da manhã, dou um beijo em Evie e vou para o chuveiro. Abro a água

po. Quando estou me virando para entrar no chuveiro, vejo de relance a minha cicatriz no espEvie entrasse e eu não a ouvisse... sinto uma nova pontada de culpa quando faço o que tenher: tranco a porta do banheiro.Quando retorno à cozinha, Evie vem até mim, passa os braços ao redor da minha cint

scansa a cabeça em meu peito. Ela volta a levantar a cabeça e sorri para mim. Beijo-a na tssurro: – Minha Evie. Tão doce... – Minha Evie. Minha.

servar Evie no zoológico é provavelmente uma das experiências mais agradáveis da minha

ho mais para ela do que para os bichos, e uma paz profunda toma conta da minha alma por eoporcionado essa experiência a Evie. O que eu mais gostaria na vida era poder voltar no temagar a tristeza do passado dela, dar a ela a infância divertida e despreocupada que mereciasso. Mas posso dar isso a ela agora.

Enquanto a observo, percebo que talvez o mesmo valha para mim. Todos esses anos me senimpotente, tão incapaz de tornar a vida dela melhor... talvez esse momento também estej

rando. Talvez seja importante para mim, mais do que qualquer outra coisa. Porque Evie secontrou um modo de buscar a própria paz. O mesmo orgulho que sempre sinto quando pen

ça de Evie volta a me atingir.Quando estamos observando os elefantes, Evie mantém os olhos fixos neles e comenta emxa: – Os elefantes sofrem com a morte, como nós. Derramam lágrimas e velam seus mortos.Olho para ela.

 – É mesmo? Como você sabe? – Li um livro sobre eles no ano passado. – Você leu um livro sobre elefantes? – retruco, erguendo uma sobrancelha.

Evie se vira para mim.

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 – Não zombe de mim. Tento aprender coisas diferentes. Nunca se sabe quando o asaquidermes” irá surgir. Quero poder me manifestar se uma conversa acontecer em uma situcial – argumenta, sorrindo de forma brincalhona para mim, e se volta novamente para os elefa – Paquidermes? – provoco-a, sorrindo. – Vários animais não ruminantes... como o elefante, ou o rinoceronte, ou ainda o hipopótamo – Não ruminante? – Animais que têm um único compartimento no estômago.

Ela se vira para mim, ainda sorrindo. – Por que não me contou que era uma enciclopédia animal ambulante? Eu teria pedido quesse uma visita guiada.Evie ri.

 – Não uma enciclopédia “animal”, apenas de “elefantes”. Não li mais nenhum livro da seçeres vivos” da biblioteca.Ela volta a sorrir e a beleza daquele sorriso largo chega ao meu coração.Evie dá de ombros e se vira novamente para observar o grande, majestoso e aparentem

nsível paquiderme, enquanto fico olhando para ela, descobrindo mais uma razão para qssar a vida com essa mulher. Não conheço mais ninguém que pegaria um livro sobre elefant

ma biblioteca apenas para aprender algo novo.Eu me coloco atrás dela, puxo-a contra o meu corpo e a envolvo com os braços, enq

amos observando os elefantes por mais alguns minutos. – Está com fome para almoçar? – pergunto, por fim.Ela assente, vira a cabeça para me olhar e pergunta, sorrindo:

 – Você me paga um cachorro-quente?

Rio. – Sim, Evie, pago um cachorro-quente para você.O zoológico de Cincinnati não é tão grande quanto o de San Diego, mas é lindo mesmo

m belas trilhas e pavões soltos. Damos as mãos enquanto caminhamos. Mal posso conter o se parece querer se instalar de vez em meu rosto.

Enquanto almoçamos, um dos pavões coloridos e exibidos passa pela nossa mesa. Evie arqa de pé em um pulo e segue o bicho com o celular, tentando tirar uma foto. Ela está dançan

dor da ave com uma expressão frenética no rosto e não consigo conter uma gargalhada ao

vão contornando mesas e cadeiras para fugir, enquanto ela o segue sem descanso. Mas, de repsso jurar que o maldito bicho olha direto para mim, então anda na direção de Evie, para bente dela e exibe as penas. O pavão fica andando para a frente e para trás, muito orgulhpertigado. Vejo Evie prender a respiração e uma expressão de puro prazer domina seu

quanto ela tira fotos sem parar. Completamente alheia à minha existência. É como se eu housaparecido. Maldita ave. Eu me pergunto se churrasco de pavão pode ser gostoso.

Evie recua mais para perto de mim e dá um gritinho: – Veja!Ela empurra o celular na frente do meu rosto para que eu possa ver as dezenas de fotos que

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smungo, já cansado daquele pavão idiota, e, quando levanto os olhos, Evie está me encarandma expressão de incredulidade.

 – Você está com ciúme de um pássaro? – pergunta. – O quê? Não – respondo, ainda de mau humor. – Você está com ciúme de um pássaro – repete Evie, com um brilho divertido nos olhos

lta a olhar de relance para o celular. – Ele é TÃO lindo. Nooossaaa, tãoooo lindo – diz, estisílabas com exagero e jogando a cabeça para trás.

 – Muito engraçado – resmungo, tentando não rir do absurdo da minha reação. – Aquele ava tentando invadir meu território. Reconheço um macho descarado quando vejo um.Evie ri com vontade e tento fazer o melhor possível para não cair na gargalhada também. M

m, sorrio para ela e ambos damos risada. – Você é ridículo – diz ela, ainda sorrindo. Sim. E totalmente louco. Totalmente louco por ie.Ela se senta no meu colo, segura o meu rosto entre as mãos, e ficamos nos encarando. Então

aixa os olhos para a minha boca e meu corpo reage, meu pênis começa a ficar rígido.

 – Jake... – sussurra ela. – Evie... – respondo também num sussurro.Inclino o rosto, colo os lábios nos dela e deixo a minha língua invadir aquela boca doce

sto de sorvete. Nós nos afastamos e Evie encosta a testa na minha, enquanto recuperamos o fôlego. – Tive um dia muito, muito bom mesmo, Jake – diz ela.Fico olhando para o rosto dela e tanta coisa passa pela minha cabeça... Há tanto que quero

la. Quero dizer que farei qualquer coisa para deixá-la feliz, que tudo o que tenho é dela. Ma

da. Por isso, apenas sorrio e digo: – Ainda não acabou, meu bem. Vamos ver os tigres.

ímos do zoológico quando já está perto da hora do jantar. Tenho a esperança de poder levá-lamer algo e depois voltarmos ao meu apartamento. A ideia de deixar Evie na casa dela nã

rada. Mas vou levantar o assunto durante o jantar. Preciso lembrar a mim mesmo que ela temda, um emprego, e que não posso tentar dominar a situação completamente, como me sinto tenter. Não acredito que ela receberia isso bem. Ainda assim, terei que deixar claro que ela ago

rte da minha vida e que o fato de ter me dito que é minha significa que estará em minha camais frequência do que longe dela. Não conseguirei levar essa relação em um ritmo lento. Ee ela concorde...

Levo-a ao Ferrari’s, um pequeno restaurante italiano onde já estive algumas vezes.Quando nos acomodamos em nossa mesa, peço uma garrafa de vinho tinto e dou alg

gestões do que já conheço e gosto. Evie fecha o cardápio e levanta a taça em um brinde.

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 – Aos pavões charmosos! – diz, abrindo um sorriso.Bufo, mas aceito o brinde e tocamos nossas taças, sorrindo.Depois que fazemos os pedidos, pergunto:

 – Qual é seu horário de trabalho amanhã?Tento parecer casual, mas na verdade quero saber como será a semana de Evie para que

mbinar quando ficaremos juntos. Gostaria de pegar a agenda dela na bolsa e simplesmcrever JAKE em todas as páginas.

 – Das dez às sete, a semana toda.O que quero mesmo dizer a ela é para largar o emprego amanhã e ir morar comigo. Evi

ecisa mais trabalhar de camareira. Eu imagino em que ela trabalharia, se pudesse escolher. – Já pensou em fazer outra coisa? – pergunto.Os olhos dela encontram os meus.

 – Quer saber se tenho ambição de ser mais do que uma camareira? – É. Quero dizer, você sabe que não vejo nada de errado no que você faz. Só que você eligente que poderia fazer qualquer coisa. E estava me perguntando se pensa sobre isso.

 Nunca conversamos sobre esse assunto na infância. As batalhas do dia a dia pareciam tão diépoca que a principal prioridade era simplesmente sair do sistema de lares adotivos. Mais

nsaríamos no que fazer. Ou ao menos era assim que a minha mente funcionava. Ninguém jamarguntou o que eu queria ser quando crescesse, mas eu pensava em ser policial. Achavpresentar a justiça talvez combinasse com a minha personalidade. Ou talvez todos os gaando crianças, quisessem ser policiais e bombeiros. Não sei. Então fui adotado e, depois dise eu queria da vida ficou em segundo plano. Respiro fundo. As coisas aconteceram daquele jonto. Não posso mudá-las agora. Só posso seguir em frente. E é o que estou fazendo.

Evie suspira. – Sim, na verdade penso. Adoraria entrar para a faculdade, mas é preciso dinheiro para isso

nheiro que, no momento, eu não tenho. Mas o que realmente amo é escrever. Tenho uma ideiam livro... – ela se interrompe, o rosto ruborizado.

Evie seria uma escritora incrível... Deus, é como se houvesse nascido para contar histórias.mbém sabe disso.

 – Então faça isso. Por que ainda não fez? – Bem, preciso de um computador para escrever. Fiquei usando o da biblioteca durante

mpo e salvava o arquivo num pen-drive, mas não era nada prático. E, às vezes, justo quandoma inspiração, a biblioteca estava fechada, sabe? Simplesmente não deu certo.

O garçom nos interrompe para servir o jantar. Evie prova o prato que pediu, os olhos fechaxa escapar um gemido já na primeira mordida. – Está bom? – pergunto, minha mente em outro lugar. – Ahã – responde ela, assentindo. – Vai passar a noite comigo de novo? – Não posso, Jake. Preciso me organizar para a semana. Tenho que ir para casa e arrumar tu – E amanhã à noite? – Todas as noites, pelo resto de sua vida?

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 – Também não posso. Vou trabalhar no bufê e termina tarde. Não costumo trabalhar para eleites de segunda, mas vai haver uma exposição de arte qualquer em uma galeria no centro. anta os olhos para mim, desconfiada. – Você não vai estar lá, vai?Rio.

 – Não estava planejando ir, mas talvez agora eu veja o que posso arranjar. – Não se atreva.Fico em silêncio por um instante. Estou desapontado.

 – Preciso ir a San Diego na terça, para o meu escritório lá, mas estarei de volta na quarta à i poder passar a noite comigo?Estou um tanto irritado por não vê-la pelas próximas três noites. Mas Evie sorri.

 – Vou.Sorrio também.Então nos concentramos no jantar por alguns minutos, até que ela comenta:

 – Você fez faculdade, imagino... – Sim, estudei na Universidade da Califórnia, em San Diego. Eu fazia faculdade e ta

balhava com o meu pai, aprendia tudo sobre a empresa, já que o plano era que eu começabalhar lá quando me formasse. Só não imaginávamos que eu acabaria tendo que tocar o ne

cedo. Foi nessa época que meu pai e eu conseguimos desenvolver algo mais próximo dacionamento de verdade, como nunca tinha acontecido antes. Eu havia me mudado da nossa cexatamente isso que nos permitiu recomeçar. Foi a primeira vez em muito tempo que realm

nti algo parecido com felicidade: estar longe dos meus pais, “me descobrindo”, para usarpressão bem clichê.

Lembro por um momento aquela época e me controlo para não fazer uma careta. Depois qu

quela casa, comecei a melhorar um pouco, vi com mais clareza que meu pai, Phil, não tinha que acontecera entre mim e Lauren ao longo de todos aqueles anos. O problema em abandova que eu tinha dele foi que me vi obrigado a aceitar a responsabilidade pelo que acontecepa enorme que senti me fez entrar em outra espiral de depressão, na qual eu ainda estava qurrissei no hospital.Evie assente com a cabeça e me observa com atenção.

 – Você não é próximo da sua mãe?A escolha de palavras dela quase me faz engasgar.

 – Próximo? – Se ao menos ela soubesse quanto nós éramos próximos... Respondoiculdade: – Não.Forço a minha mente a voltar à conversa que estávamos tendo antes de começarmos a fal

il e Lauren. – Quero pagar os seus estudos, Evie.Ela me encara surpresa... e tensa.

 – O quê? Por que você faria isso? – Oh, oh, território hostil.Eu me policio para ir com mais cuidado. Obviamente Evie não gostou da ideia. E não a cu

também teria ficado irritado com a ideia de aceitar a caridade de alguém, em qualquer mom

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minha vida. Mas quero que ela saiba que o que quer que eu lhe ofereça jamais será cariuero que Evie tenha consciência de que me preocupo com ela e de que farei o que for precisolizar seus sonhos. Não porque sinta pena dela, mas porque a considero uma pessoa incrível. – Porque acredito em você. Porque acho que é inteligente e que só precisa de um empurrão

ra realizar seus sonhos.Uma lembrança me assalta de repente. De um Natal, quando eu tinha 11 anos, pouco antes d

ndado para o primeiro lar adotivo. O Natal era como qualquer outro dia infeliz na nossa c

m árvore, sem presentes, nada – mas eu sabia que dia era, e isso me deixava furioso. Por isscasa e fiquei andando por algum tempo pela rua, só para não continuar lá dentro. Faziampre que podia, desde que soubesse que Seth ficaria seguro nesse período. Quando voltei,

m saco de lixo preto, fechado com um laço vermelho, na escada da minha casa. Eu o abriender direito, e dentro encontrei uma bola de futebol e um cachorro de pelúcia com s

rmelho. Não tinha ideia de quem havia deixado aquilo ali, mas, para a minha cabeça de meninmo mágica. Eu sabia que a bola de futebol provavelmente era para mim e o cachorro, para s algo em mim quis aquele cachorro, por isso dei a bola para Seth, embora imaginasse q

chorro seria muito mais adequado a uma criança menor. Por outro lado, Seth ficaria igualmiz com um ou com outro, então escolhi o cachorro para mim. Jamais admitiria isso para ningubretudo para o meu pai –, mas a verdade era que eu amava aquele cachorro.

Quando fui para o lar adotivo, levei o cachorro de pelúcia comigo e o mantive esconbaixo da cama. Só o tirava de lá para dormir comigo. Uns dois meses mais tarde, estavrcado com a mulher que era responsável pelo lar e vi um cartaz na frente da loja pedluntários para entregar presentes de Natal para crianças pobres. Quando olhei mais de peros de voluntários do ano anterior, deixando sacos de lixo pretos, fechados com laços verme

s degraus de entrada das casas. Algo em mim se partiu, queimou e então murchou. A vergonhofundo desapontamento que me invadiram foram tão intensos que quase comecei a chorar combê. Não era mágica. Era caridade. A questão era que, no fundo, eu sempre soubera que nãgica, mas até aquele momento podia fingir que não sabia. A partir de então, eu tinha a prova bnha frente, naquele cartaz. Eu me odiei por me sentir tão magoado.Quando cheguei em casa, peguei o cachorro de pelúcia, levei-o até o terreno vizinho à casa

ie morava e comecei a jogar pedras nele. Quando Evie saiu e me viu, segurou meu braçorguntou o que eu estava fazendo, com uma expressão confusa e preocupada no

ovavelmente por causa do que via no meu. Contei a história com a voz embargada, balbucbre caridade, mágica e mentiras, ainda atirando pedras. Evie ficou parada me encarandêncio por vários minutos, então pegou uma pedra também. Ela a atirou naquele cachorúcia, atingindo-o bem na cabeça. Nós nos entreolhamos, batemos palmas e continuamos a

dras até não sobrar nada além de uma pilha de enchimento daquele brinquedo idiota. Evie pbraços pelo meu pescoço e me segurou com força. Ela fez com que eu me sentisse melhor na. Evie sempre fazia com que eu me sentisse melhor.Volto a mim bem na hora em que ela está balançando ligeiramente a cabeça, rejeitando a m

erta de pagar a faculdade dela.

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 – Jake, escute, essa é uma oferta muito gentil, mas trabalhei muito para chegar aonde estoe, para você, minha vida não parece uma história muito bem-sucedida, mas estou indo bem r um jeito de voltar a estudar em algum momento... Veja bem, acabamos de começar a dntos e não sei exatamente como essas coisas funcionam, mas talvez devêssemos esperar para mo que essa história toma antes de você começar a me oferecer grandes somas de dinheiro.

Entendo que é difícil aceitar coisas das outras pessoas quando crescemos da forma comis crescemos, mas o comentário dela sobre termos acabado de começar a dormir junto

omoda. – Antes de mais nada, acredito que já tenha deixado claro que, sim, eu acho que você temtória de grande sucesso. E, em segundo lugar, preciso mesmo lembrar o que me disse na cnos de 24 horas atrás, Evie?Ela parece confusa.

 – Hã... – Você me disse que era minha, Evie. O que temos não é só sexo por diversão. Não é casuam. Achei que havia deixado isso bem claro.

 – E daí? Você é o que agora? Meu namorado ou algo do tipo?Sim, exatamente.

 – Namorado, homem, amante, dê o nome que quiser, mas isso significa que vamos cuidar utro dentro e fora do quarto. E, para mim, parte desse cuidado envolve lhe dar o dinheiro necesra que realize seus sonhos.

Espero que isso tenha deixado as coisas bem claras para ela. Percebo que tenho uma tendêntudes dominadoras em relação a Evie. Não sei bem como funcionará essa dinâmica entre nósmpre foi assim e, de algum modo, isso sempre pareceu acalmar tanto a mim quanto a ela. T

cessidade de estar no controle e talvez ela tenha necessidade de ceder o controle a alguémmo for, deu certo para nós antes e me pego voltando àquele modo de ser agora, principalmrque preciso que ela me escute. – Ao menos pense a respeito, está certo?Evie me encara por um longo momento.

 – Está bem. – Ótimo.Comemos em silêncio por algum tempo até que outro pensamento me ocorre. E já que

umindo o controle... – Você também precisa começar a tomar algum tipo de contraceptivo. Não quero usar cami

m você.Ela parece ter sido pega de surpresa, mas logo diz em voz baixa:

 – Já tomo pílula anticoncepcional. Minha menstruação é irregular e a pílula me ajuda a contmo há anos. Na verdade, eu me lembro disso. Lembro de Evie indo à enfermaria da escola todo mês, p

mo um fantasma. – Muito bem, ótimo. Agora termine seu jantar.

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Ela fica em silêncio por um instante e volta a falar: – Hã, Jake, se não vamos usar camisinha, acho que deveria perguntar... – Estou limpo. Sempre usei camisinha e faço exames regulares. Posso mostrá-los a vo

iser.Graças a Deus sempre me preocupei com isso. Fui criado em um lar onde não era querid

nguém; jamais correria o risco de provocar uma gravidez indesejada. Jamais. Mesmo assim,ma onda de vergonha me dominar quando penso que já dormi com outras mulheres.

Ela está em silêncio, me avaliando, e me pergunto o que estará pensando. Por fim, Evie esteo por sobre a mesa e pega a minha. – Não, eu confio em você.Solto o ar, profundamente aliviado. Sorrio para os olhos castanhos confiantes.Levo Evie para casa depois do jantar e nos beijamos por alguns minutos no carro, antes

acionar para levá-la até a porta, murmurando: – Isso está me matando...Tenho vontade de rugir de frustração. Evie me beija uma última vez na porta do prédio,

ra e me dá um sorriso por sobre o ombro. Não consigo evitar um sorriso também, emboraeja nada feliz por voltar para casa sozinho.

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capítulo 19

olto morto de cansaço  para o meu quarto depois da fisioterapia, mas é uma sensação

dos os músculos do meu corpo foram trabalhados e hoje posso sentir a diferença. Me sinto te e confiante, embora ainda longe do normal. No entanto, pela primeira vez, acreditoho de volta um pouco do que já fui fisicamente. Fui transferido para a ala de reabilitação do hospital alguns dias atrás e sei que isso sign

e já não ficarei muito tempo aqui. Essa ideia tanto me deixa ansioso para ir embora quantavora. Este lugar se tornou uma espécie de zona de segurança para mim. Encaro meu reflexo no espelho quando entro no banheiro do quarto. Agora já

ostumado às pequenas mudanças que as cirurgias fizeram no meu rosto. São bem sutis, ver

a dita, mas me pergunto se essas mudanças, junto com todas as outras coisas que ferentes em mim, tornarão difícil que Evie me reconheça de pronto. Me pergunto quantdou ao longo desses anos.Tomo um banho de chuveiro longo e quente e, quando estou saindo do banheiro, o Dr.

tra no quarto. – Olá, Doutor – cumprimento-o, sorrindo. Ele também sorri e se senta na cadeira habitual. – Como vai, garoto? Como foi a fisioterapia? – Foi ótima. Se melhorar demais, vão me expulsar daqui – brinco.O Dr. Fox sorri de novo, mas parece pensativo.

 – E como estão indo os planos de mudança? – Bem. Já providenciei um apartamento no centro de Cincinnati e Preston está arruma sala para mim no escritório. – Muito bem, garoto. E Evie? – Vou procurar por ela assim que chegar lá. Eu só... não estou pronto ainda. Não sei o qu

er, como vou contar a ela o que aconteceu... Passo a mão pelo cabelo molhado, o cenho franzido. – Falando sobre tudo isso, filho, hoje quero conversar com você sobre algo que talvez sejuco fora do meu âmbito normal de terapia. Ele franze a testa e fica em silêncio por um instante. Espero até que fale. Estou certo do que ele está prestes a dizer. Contei tudo sobre Lauren ao Dr. Fox na sessão logo depo

u ataque. Foi difícil, mas eu sabia que ele já havia imaginado grande parte do que acontseado no que vira no dia em que entrou no meu quarto e Lauren estava lá e também no qu

sera enquanto destruía o quarto. – Acho que você precisa dar queixa de Lauren à polícia.

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 – Não. – Por que não? – Bem, em primeiro lugar, porque o crime já prescreveu. Não iria dar certo. Pesquispeito uma vez, como uma forma de tentar que Lauren... ficasse longe de mim. Em seg

gar, eu não faria isso à empresa de Phil... do meu pai. O senhor sabe o tipo de repercussãoo traria? Principalmente agora, que estou à frente da empresa... Qualquer coisa associadu nome também será associada ao nome da companhia. A mídia transformaria toda aq

dridão em uma novela. Phil trabalhou a vida toda para tornar a empresa o que ela é. Fnho dele. Depois de tudo o que lhe fiz, não conseguiria me perdoar se também fizesse isso, nome dele. Porque seria exatamente isso que a mídia faria, embora Phil não tenha tido nar com o que aconteceu. Não foi apenas Lauren que me adotou. Se o caráter delestionado, o dele também será, com justiça ou não. Não vou fazer isso.O Dr. Fox fica em silêncio, pensando no que eu disse. Então volta a falar em um tom calm

 – Não sei se você entende que o que aconteceu com você não foi um caso de sedução de mo sei se percebe que aquela... mulher o adotou, um garoto traumatizado pelo que havia pas

sistema do serviço social, na intenção de molestá-lo. Compreende isso? Entende a doenrversão disso? Essa mulher lhe prometeu esperança e, então, através de seus atos doeenas reforçou a mensagem de que você não merecia ser amado e cuidado. Compreende qme dela vai além de sedução de menor? Desvio o olhar para a janela. Ele está certo. A essa altura, não tenho dúvidas de que Llevou para casa quando eu tinha 15 anos apenas para começar um relacionamento s

migo. Sei porque ela me contou. Mas o que está feito está feito. Pedir uma investigminal contra ela não desfará o que aconteceu.

 – Mesmo assim, não. Não farei isso com o meu pai. É uma decisão definitiva. Não possoo com o meu pai. – Jake, em relação a que exatamente você carrega tanta culpa no que se refere ao seu pai Dou uma risada sem humor. – Ora, trepar com a esposa dele não foi muito legal. – Não é muito inteligente ficar desviando do assunto. E não foi isso que aconteceu.lher mais velha que acolheu você na casa dela o manipulou. Você foi... – Está certo, Doutor. Eu entendi. Estou elaborando isso, está bem? Conversamos a respeima sessão. Estou tentando abandonar um pouco da culpa que sinto. Não toda. Não fareio importa o que o senhor diga. Mas parte dela, sim. O bastante para que eu seja capaz drdoar, certo? No que diz respeito ao meu pai, ele sempre foi bom para mim e eu não appei com a mulher dele pelas costas por três anos, como o tratei muito mal. Eu me sentiioso com os dois... achava que meu pai talvez soubesse de tudo e houvesse deixado Laer o joguinho dela comigo. Ou talvez eu tenha apenas me convencido disso para poder tra pessoa, culpar outra pessoa. Mas, no fim, nosso segredo o matou. Meu pai morreu

nha causa. Minha e de Lauren. – Garoto, seu pai mudou o testamento para deixar a empresa para você, a mesma empres

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cê acaba de me dizer que era o sonho dele, o fruto de toda uma vida de trabalho. Seu pai da herança apenas para você. Não acha que isso diz muito? Passo a mão novamente pelo cabelo. – Sim, imagino que sim. Mas também reforça a minha decisão de concentrar as m

ergias em deixar meu pai orgulhoso do modo como estou cuidando do presente que ele me d – Isso quer dizer que você vai simplesmente deixar Lauren se safar depois do que fez? Ae ela continue a assediá-lo?

 – Vou me mudar para outra cidade, Doutor. – Pessoas obcecadas por alguém não costumam deixar que isso as detenha. Fico em silêncio por algum tempo, olhando pela janela, pensando no que o Dr. Fox esendo. – Posso lhe falar um pouco sobre o lado psicológico de uma mulher que faz o que ela fez?Suspiro.

 – Se acha necessário. Não vai mudar nada, mas eu o ouvirei.O Dr. Fox volta a ficar em silêncio por algum tempo.

 – A maior parte das mulheres mais velhas que se envolvem em sexo com rapazes adolescm um retardo no desenvolvimento. Psicologicamente, elas se veem como adolescentes, poro sentem culpa pelo relacionamento. E costumam justificá-lo dizendo que é amor. Elasentes, Jake. Muito doentes. Isso me soa bastante familiar. Ele continua: – Vítimas masculinas de abuso podem mostrar o mesmo sintoma que as vítimas feminpressão, ansiedade, atitudes impulsivas, problemas de relacionamento... O desequilíbrder e o fato de que o corpo costuma cooperar é muito confuso e extremamente traumático.

Ótimo, então sou um estudo de caso. Isso ainda não muda nada. Respiro fundo. – Isso é muito interessante, mas posso lidar com Lauren agora, Doutor. Não tenho maos. Ele suspira, parecendo aflito. Volta a ficar em silêncio e praticamente posso ouv

grenagens de seu cérebro funcionando, mas não consigo imaginar o que ele pensa. porta. Não vou mudar de ideia.

O Dr. Fox se levanta, pousa a mão no meu ombro e o aperta carinhosamente. Depois se vminha na direção da porta.

 – Nenhuma palavra final de sabedoria, Confúcio? – brinco. Ele se vira para mim sorrindo, mas ainda parecendo distraído. – Sim: você está indo bem, garoto.O Dr. Fox sai pela porta e eu grito para ele ouvir:

 – Só isso? Parece frase de biscoito da sorte. Mas não o escuto rir enquanto ele se afasta da minha porta e segue pelo corredor.

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capítulo 20

Os dois dias seguintes se arrastam para mim, apesar de eu estar atolado em trabalho. Telefono

ie sempre que tenho uma chance entre as minhas reuniões e os dois trabalhos dela. Odeio e ela continua a se deslocar de ônibus pela cidade, mas quando ofereci o motorista e o carpresa, Evie recusou. Acho que se forçasse um pouco a barra ela cederia, mas sei com

dependência é importante para Evie e não quero tirar isso dela apenas para conseguir as coisu jeito. Essa não é uma montanha que estou disposto a morrer para escalar. Minha Evie

dando de transporte público pela cidade. Não fico feliz com isso. Mas me conformo. Por enquSegunda-feira é um dia enlouquecedor. Terei um encontro com investidores em San Dieg

ça, depois um jantar beneficente que a empresa está patrocinando, então preciso me preparariagem.O nome de Evie aparece na tela do meu celular no meio de uma reunião. Peço licença e saio

nder no corredor. – Oi, meu bem – digo. – Oi. – Posso ouvir o sorriso na voz dela. – O que está fazendo? – Estou em uma reunião...Preston enfia a cabeça para fora da sala de reuniões e acena com uma planilha na mão. Ele fa

al com o polegar para cima e pergunta, apenas mexendo os lábios: “Tudo bem?” Aceno cbeça, concordando, pois sei que ele está perguntando se pode ir passando aqueles dados pupo. – Desculpe, Evie, só posso falar por um instante. Estou com saudades. Você está bem? – Sim, estou bem. Também sinto saudades de você. – Minha cama tem estado tão fria... e não há nada pra me aconchegar, nenhum cheiro bom

ntir.Ela ri.

 – Talvez você deva levar uma fornada de biscoitos quentes para a cama. – Hummm... pervertida. Teremos que experimentar isso.Evie ri de novo.

 – Muito bem, Jake, sei que você precisa voltar para o trabalho. Ligarei para você na teite, quando voltar para casa, está certo? – Vou ficar esperando. Tchau, meu bem. – Tchau.Volto para a reunião sorrindo e me perguntando como vivi sem ela por todos esses anos. C

nsegui? Então percebo que, na verdade, eu não estava vivendo. Estava existindo. Colocando u

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frente do outro e apenas seguindo em frente. Nos melhores dias, entorpecido. Nos piores, infe

go para o escritório de San Diego na terça. Sobrevoar o mar sempre me lembra de Eviemeira vez que fui de avião pra a Califórnia. Eu estava com a garganta apertada, um choro tre passou as cinco horas de viagem ameaçando se derramar. Já sentia uma saudade desesp

a. Mas também estava cheio de uma esperança que nunca tivera... a esperança de fazer parma família, de ter pessoas que ajudariam a mim e a Evie a começarmos uma vida juntos quegasse a hora. Com elas, seria muito mais fácil. Afasto essas lembranças. A escuridão que bre elas não é um lugar para onde eu queira ir agora.

Passo o dia em reunião com investidores em uma sala de conferências de um hotel na bata é de tirar o fôlego: não há nem uma nuvem no céu, o mar está reluzente e os barcos àrecem pontinhos no horizonte. Mas não é o meu lar. Meu lar é onde ela está, por isso mal perar para voltar para a minha cidade do Meio-Oeste, fria e de céu cinzento – como a veão. Sorrio para mim mesmo. Lar. Sempre pensei que lar fosse um lugar, mas, no fim das cé uma pessoa. Lar é Evie.Gostaria de voltar esta noite, mas tenho um jantar beneficente que a empresa está patrocinan

ra uma organização que ajuda crianças menos privilegiadas em San Diego, uma causa impora Phil, pela qual ele trabalhou muito ao longo dos anos, e que talvez tenha sido a inspiraçãoe ele quisesse me adotar. De qualquer modo, sinto que preciso representá-lo. Por isso, mesmvontade, visto meu smoking e parto para o evento.

Passo o tempo do coquetel conversando com alguns executivos de San Diego e, quando estocaminhando para a minha mesa de jantar, vejo Gwen vindo em minha direção. Ela já tentoumigo várias vezes esta noite, mas eu vinha conseguindo driblá-la. Ao que parece, o que ese sobre não chegar perto de mim entrou por um ouvido e saiu pelo outro. O que há comas mulheres que não me escutam? Cerro o maxilar e torço para que ela mude de caminho. G

o faz isso. – Jake! – chama.Me viro lentamente.

 – Gwen. O que está fazendo aqui? – Ah, mamãe não pôde vir. E papai me convenceu a acompanhá-lo.Ela abre um sorriso enorme e cintilante. Bem nesse momento, um fotógrafo vem até nós e

ma foto. Considero brevemente a possibilidade de mandá-lo para o inferno, mas não quero ma cena. Assim, me inclino na direção de Gwen e digo, com um sorriso falso no rosto:

 – Se estivéssemos em qualquer outro lugar que não em frente a uma câmera, em um evenpresa, neste exato momento você estaria me vendo caminhar na direção oposta à sua.Gwen ri como se eu estivesse brincando. Não estou.

Assim que o flash da câmera dispara, me viro e saio caminhando na direção oposta. Depoi

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dou alguns passos, ouço-a falar atrás de mim: – É por causa dela, não é?Paro e me viro lentamente.

 – Dela?Gwen está com o quadril projetado para o lado, uma das mãos pousada nele.

 – A garota nas suas costas. Você não consegue esquecê-la, não é mesmo?Olho ao redor, mas não há ninguém próximo o bastante para conseguir ouvir o que ela

endo. Balanço a cabeça lentamente. – Não. Não poderia esquecê-la. Jamais a esquecerei.Gwen faz uma careta e cruza os braços diante do corpo.

 – Ora, é bom saber que o problema não sou apenas eu.Fico encarando-a por um instante antes de responder.

 – Se isso ajudá-la a dormir de noite, que seja.Dou as costas e me afasto.

co no evento só o tempo necessário para que minha saída não seja considerada grosseriado, mas anseio por voltar ao meu quarto de hotel e esperar a ligação de Evie. Entro no quartonhas coisas sobre a cômoda e começo a tirar o paletó quando escuto uma batida à porta. Qbos poderia ser? Abro, achando que talvez seja a camareira com alguma pergunta, mas de

m Lauren.

 – Jake, antes que você feche a porta na minha cara, podemos conversar por um instante?Eu a encaro. – Lauren, não há nada sobre o que conversar... – Por favor. Eu só queria vê-lo por um minuto. Estou esperando no saguão do hotel há umar favor. – Lauren, diga logo o que tem para dizer, de onde está. Você tem trinta segundos. E estou s

neroso.Ela torce os lábios antes de começar a falar.

 – Você não entende! Este é o NOSSO momento, Jake. Agora. Phil se foi e podemos ficar jdemos ter tudo agora, Jake. Nós...Faço uma careta e recuo um passo.

 – Ah, meu Deus. Há alguma coisa muito errada com você.Ela se adianta um passo.

 – Não, a única coisa errada é eu não ter você. Jake, eu preciso... – Você precisa de ajuda profissional. Quero que vá embora agora, Lauren. Por que acha qu

a funcionar?

Tento fechar a porta, mas ela a mantém aberta e se recusa a ir embora.

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 – Muito bem – digo por entre os dentes. – Faça como quiser. Não vou sair no braço com vorta do meu quarto. Vou entrar no chuveiro e TRANCAR a porta. Quando eu sair, se você não embora, chamarei a segurança para expulsá-la. Entendeu? – Jake, por favor...Mas eu caminho até o banheiro, bato a porta com força e a tranco. Fico encostado na pi

uns minutos, com os olhos fechados. Deus, só de ver essa mulher já me vem a lembrança dm garoto fraco, de 15 anos, que perdeu completamente o controle. Passo as mãos pelo rosto e

uveiro, deixando a água ficar o mais quente possível. Dispo o smoking e o deixo no chão. ro sob a água escaldante e fico ali pelo máximo de tempo que consigo aguentar antes de

car minha pele vermelha e ardida.Quando saio do banheiro, o quarto está vazio. Deito na cama e considero breveme

ssibilidade de ligar para Evie, mas ela falou que iria visitar a amiga esta noite e não omodá-la. Evie disse que telefonaria quando chegasse em casa. Fecho os olhos, pois sint

eciso descansar por um minuto. As emoções que Lauren traz à tona sempre fazem com que eta exausto. Quero só apagar o mundo por um instante.

ordo assustado. Levanto de um pulo e passo a mão pelo rosto. Acho que nem sequer mudsição depois que caí na cama. O relógio marca 2h58. São quase 6h em Ohio. Evie não me erda! Será que aconteceu alguma coisa com ela? Aquele maldito ônibus. Eu sabia que deveristido para que ela usasse os serviços do meu motorista. Já estou apertando o número de lig

ida antes mesmo de me dar conta de que peguei o celular na mesa de cabeceira.Meu coração está aos pulos enquanto o celular dela toca uma, duas, três vezes. Então, finalmaças a Deus, escuto: – Alô.Eu obviamente a acordei. Meu coração volta ao ritmo normal, mas agora estou bravo. Por q

o me ligou? – Evie.Ela hesita.

 – Oi.Há algo errado.

 – É que você não telefonou ontem à noite – digo. – Eu teria ligado para você, mas peguei noquanto esperava sua ligação. Acabei de acordar. Fiquei preocupado.

Silêncio do outro lado por um instante, até que ela diz: – Jake, eu liguei para você. E uma mulher atendeu seu celular. Ela disse que você esta

nho.Percebo claramente a mágoa na voz dela. Pisco, confuso por um segundo, antes de me dar

que aconteceu. Maldita Lauren!

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Ela deve ter atendido o meu celular antes de sair. Maldita hora. A mentira que invento, sobebido colegas de trabalho no quarto para alguns drinques e que uma colega deve ter atendular, faz eu me sentir um lixo pela facilidade com que sai. Mentir imediatamente é comlexo no que se refere a Lauren. Passei tantos anos mantendo segredos em relação a ela... eio isso. Mas não estou pronto para colocar esse fardo nas costas de Evie. Eu mesmo mal couentar ver Lauren por cinco minutos, e sei a verdade há anos. O que isso vai fazer com Evie?

Pergunto se ela está chateada comigo e Evie fica em silêncio por algum tempo.

 – Se isso é verdade, Jake, então não, não estou chateada. Só não entendo por que essa mnderia o seu celular e não lhe daria o recado.Fecho os olhos por um instante e faço uma careta. Me odeio nesse momento.

 – Também não sei, mas eles estavam bebendo, e só pode ter sido por isso. É a única justificque consigo pensar. Desculpe, meu bem. Você deve ter ficado magoada... – digo baixinho. Não quero nem pensar no que eu teria feito se um homem atendesse o celular de Evie enqestivesse no chuveiro. Só de pensar nisso, instintos assassinos já despertam em mim.Ela suspira, mas diz por fim:

 – Fiquei confusa, Jake. Mas está tudo certo. Se foi isso que aconteceu, então não foi culpa suEu me sinto aliviado, mas uma flecha ardente de culpa está cravada nas minhas costas. Q

to lhe contar a verdade a esse respeito, mas sei que foi exatamente o que nos arruinou no paue também pode nos arruinar agora. – Estou com saudades de você. Mal posso esperar para vê-la. Ainda posso pegá-la hoje à

pois do trabalho? – digo, depois de pigarrear para limpar a tensão da garganta. – Pode. Nos veremos mais tarde então, certo? – Certo. Evie, eu... realmente senti saudades de você. Sei que foram só alguns dias, mas

sioso para vê-la.Só quero estar perto dela. Essa necessidade corre pelas minhas veias.

 – Eu também, Jake. Nos vemos à noite – diz ela, a voz mais calorosa agora.Desligo e rolo na cama. Fico olhando para o teto, imaginando se Evie será capaz de me pe

ando souber a verdade.

assuntos da minha reunião matinal são resolvidos rapidamente e consigo embarcar num vooncinnati uma hora mais cedo do que eu esperava. Depois de pegar o carro que deixacionamento do aeroporto, tenho tempo bastante para ir ao shopping. Vou comprar um notera Evie. Ela vai reclamar, mas darei o presente de qualquer modo. A necessidade de tornar aEvie melhor de todas as maneiras que eu puder está me queimando por dentro. Talvez seja

emonição de que minha participação na vida dela é temporária. Espero em Deus que não, ppensar nisso meu estômago reage, em pânico. Eu lutaria contra isso com unhas e dentes, m

e cenário inimaginável na verdade acontecer, vou saber que fiz o possível para dei

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eparada para tornar os próprios sonhos realidade.Deixo o computador no meu apartamento e vou buscar Evie no trabalho. Espero do lado dcarro e, quando ela sai e me vê, para de repente e um lindo sorriso se abre em seu rosto.

rpo inteiro relaxa. Na verdade, até vê-la eu não havia me dado conta de quanto estava tenso. Anha pulsação está forte e estável na presença dela. – Oi – diz Evie. – Oi – respondo, ainda com um sorriso pateta no rosto.

 Nós dois caímos na risada e não resisto mais nem um minuto a ficar sem tocá-la. Giro cos braços e inspiro seu perfume. – Nossa, como eu estava com saudades! Do seu sorriso... – enfio o nariz na curva do

scoço dela –, do seu cheiro, do seu corpo junto ao meu... – Também estava com saudades – sussurra Evie. – Está com fome? – Sim, faminta. – Gosta de comida japonesa? – pergunto.

 – Gosto de comida japonesa, sim, mas não posso sair para jantar usando o uniforme... – Que tal pedirmos pra viagem e comermos em casa? – Acho ótimo.Dirijo até um pequeno restaurante japonês e entro para comprar o jantar enquanto Evie e

r mim no carro.Quando chegamos ao meu apartamento, Evie para de repente, pois logo vê o MacBook que

erto sobre a mesa de jantar, com um laço vermelho no topo.Meu coração acelera no peito quando a vejo aproximar-se do computador e, por fim, levan

hos para mim com uma expressão cautelosa no rosto. – Jake, você não... – Evie – digo, levantando a mão em um gesto de “fique quieta” –, não fale nada até escutar tenho a dizer. Sei que seu primeiro pensamento é não aceitar o presente, mas, por favorute.Ela ergue uma das sobrancelhas, mas não diz nada.

 – Quero fazer isso, mas não só por sua causa. É que acho você tão incrível que acredito qunar os seus sonhos realidade, isso fará com que o seu jeito de ser se amplie, mudando não só

da, mas também a minha e a de muitas, muitas outras pessoas. Por favor, deixe-me fazer isscê, Evie, e por todas as pessoas que terão suas vidas transformadas quando lerem as lavras que você guarda na alma.Ela respira fundo, os olhos marejados, e diz com uma risadinha:

 – Sem pressão, certo?Quando Evie se volta para o computador e começa a examiná-lo, sei que ela vai ace

esente. Não consigo conter o sorriso que se abre em meu rosto. – Você torna muito, muito difícil eu lhe dizer não. Sabe disso, Jake Madsen?Evie respira fundo e compreendo o que está sentindo. Já passei pela mesma situação. Re

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esentes de quem tem mais do que nós pode ser um golpe na autoestima. Torço muito para que ela aceitar esse meu presente signifique que entende quanto me dá em retorno.

anceiramente, é óbvio, mas de todas as outras maneiras que realmente importam. Ela me faz rivelmente feliz. E isso vale todos os MacBooks da Apple. – Obrigada – diz Evie por fim, olhando nos meus olhos.E é tudo de que preciso para sorrir.

uma noite fria, por isso acendo a lareira a gás, sirvo vinho para nós e deixo as taças sobre a centro. Estendo uma manta no chão e disponho nela os nossos pratos. – Piquenique de sushi? – pergunta Evie, sorrindo e se acomodando no chão. – Sim. Quando comer sushi, faça como os japoneses.Sorrio e me ajoelho sobre a manta, diante dela. Junto as palmas das mãos em frente ao rosto

lino levemente para a frente. Evie ri e se inclina também. Pego nossas taças e entrego uma a e – Vamos brindar a quê? – pergunta Evie.Penso por um instante.

 – Aos sonhos – respondo, tocando o copo no dela.Evie toma um gole e diz:

 – Obrigada mais uma vez pelo notebook, Jake.Apenas sorrio para ela. Não era a esse sonho que eu estava me referindo, mas deixo que

im.

Abro todas as embalagens de comida – comprei um pouco de cada coisa, já que ela pediu preendesse com os pratos. Evie pega os hashis e eu abro uma embalagem que guarda um garstico. – Como assim, Jake? – provoca ela, inclinando a cabeça na direção do meu garfo. – Q

mer sushi, coma como os japoneses. – Não como com hashis. Quero conseguir colocar a comida na boca.Evie franze o cenho.

 – Ah, o que é isso... O que é mais fácil do que pegar uma peça grande de sushi com eles?

o está tentando pegar pequenos grãos de arroz, um de cada vez. Olhe.Ela estende os hashis, pega uma peça com maestria e leva à boca.Olho para a comida à nossa frente, então pouso o garfo e suspiro. Pego meus hashis, separo

ajeito nos dedos. Estendo a mão, posiciono uma peça de sushi entre os malditos palitinhosgo na direção do rosto. A poucos centímetros da minha boca, o sushi cai entre as minhas pernaEncaro a cena de cenho franzido e escuto Evie rir e resfolegar de um modo nada sutil.

 – Ah, achou engraçado, é?Ela está de olhos baixos, obviamente contendo uma risada, enquanto pega outra peça de

m os próprios hashis e os coloca na boca. Evie mastiga e engole o sushi antes de dizer:

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 – Nãããão, não foi nada engraçado. Só precisa de um pouco de prática. Tente de novo.Encaro-a com um falso olhar zangado, mas pego novamente os hashis e, dessa vez, tento

ma peça de tempura de camarão. Estou a meio caminho entre a embalagem da comida e a mca aberta quando o camarão também cai no meu colo.

Evie deixa escapar uma gargalhada. – Muito bem, chega. Vou usar o garfo.Recolho a comida que caiu no meu colo, notando as manchas que deixaram na calça do te

go tudo em um guardanapo que está perto das embalagens. – Ora, vamos, deve dar azar comer comida japonesa com garfo. Muito bem, se você nã

mer com os hashis, eu mesma vou alimentá-lo. Abra a boca.Ela pega outra peça de um rolinho com alga e levanta na minha direção. Abro a boca e e

menta, os olhos colados nos meus lábios. Meu coração acelera.Evie ergue os olhos para encontrar os meus e vejo o desejo estampado ali. Em poucos insta

mosfera na sala muda, fica densa, elétrica. Evie baixa os olhos rapidamente, pega um pedamarão e também leva à minha boca. Dessa vez, ela se demora com os hashis sobre os meus lá

slizando-os lentamente por eles depois que eu já peguei a comida. Sinto uma onda de exciscer pelo meu ventre. Quem poderia imaginar que comer sushi poderia ser tão sexy?

Evie me dá mais várias peças de comida, então come algumas também, enquanto a obstigando. É extremamente erótico manter meus olhos concentrados naquela boca bonita e

nsigo evitar me inclinar para a frente e saborear os lábios dela. – Você está com um gosto salgado. De molho de soja – digo, sorrindo encostado na boca de

Doce e salgado. – Humm... – murmura ela, sorrindo também e se inclinando para a frente, pedindo mais.

Lambemos e saboreamos a boca um do outro por algum tempo, até que me afasto, fico de joontorno os pratos para chegar até onde ela está ajoelhada. Pego-a pela mão e levo-a até a laerta distância do piquenique de sushi. Podemos terminar de comer daqui a pouco. No momou com fome de outra coisa.Eu me inclino na direção de Evie e a beijo com delicadeza, antes de me afastar e abrir o zíp

stido do uniforme dela. Nenhum de nós se deu o trabalho de trocar de roupa. Meus olhos esos aos de Evie enquanto corro o vestido pelos ombros dela. Seus olhos escuros estão ertos, buscando os meus. Ela sorri com carinho, como se estivesse feliz com o que vê refletid

us.Desço as alças do sutiã de Evie pelos braços e estendo a mão até as costas dela para ab

ijo seu pescoço no caminho e volto a me afastar. Evie suspira de prazer. – Você é tão linda...Ela baixa os olhos, tímida.

 – Você acha? – Sim. Eu acho.Seguro o rosto de Evie entre as mãos e volto a beijá-la, deslizando a língua para dentro d

ca, aprofundando o beijo até ofegarmos para nos afastar.

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Quando Evie pousa a mão sobre a minha ereção, deixo o ar escapar em um arquejo. Olhhos dela e o desejo neles me enlouquece.

Evie se levanta e deixa o vestido cair no chão. Ela não está usando nada agora além da calalgodão branco com bordas de renda. A calcinha é tão pura e ao mesmo tempo tão sexy querível que pareça, me pego ainda mais rígido. Ela se vira e começa a se afastar. – Aonde você vai?Evie me olha por sobre o ombro com um risinho no rosto.

 – Acabo de lembrar que preciso ir a um lugar. Vejo você por aí?Dou uma risadinha quando a vejo apagar a luz e voltar na minha direção. Evie se ajoelha à m

nte e pousa a mão no meu rosto. Eu me inclino na direção dela. – Queria que fôssemos só você, eu e a luz do fogo – sussurra ela.Balanço a cabeça, assentindo, e volto a me inclinar para beijá-la. Não consigo me saciar da

Evie. Não consigo me saciar de Evie.Desabotoo a camisa, tiro-a e a jogo de lado. A luz tremeluzente do fogo da lareira faz as som

nçarem ao nosso redor, criando a sensação de estarmos sozinhos em outro mundo.

Deito de lado no tapete e Evie faz o mesmo, encarando-me. Nossas testas estão colantinuamos a nos beijar, o fogo atrás dela.

Levo a mão a um dos seios dela e acaricio, provoco o mamilo rígido até Evie gemer e começar a parte de baixo do corpo contra a minha.

Me afasto quando sinto que ela está desabotoando a minha calça e fico de costas para consá-la e jogá-la para o lado, enquanto Evie também tira a calcinha. Voltamos a nos deitar de f

m para o outro, agora completamente nus.Ficamos nos encarando em silêncio por um longo tempo e percebo a expressão terna e lind

ge no rosto dela. Evie volta a pousar a mão no meu rosto e traça o desenho dos meus lábios clegar. – Posso lhe perguntar uma coisa? – sussurra ela.Aceno com a cabeça, concordando.

 – Você disse que nunca teve um relacionamento sério com ninguém. – Ela faz uma pausa. –e eu?

Encaro-a querendo muito lhe contar todas as razões pelas quais nunca amarei mais ninguéma. Mas sei que não posso... ainda. – Porque você é tudo o que eu sempre quis – sussurro. – Porque, para mim, você é perfeita.Evie fica me olhando em silêncio por mais algum tempo, antes de sorrir e perguntar em

urmúrio: – Mesmo com essa verruga que tenho no ombro?Baixo os olhos e mal consigo ver a minúscula verruga, bonitinha, para a qual ela aponta sob

ca. – Principalmente com essa verruguinha. Estava na dúvida a seu respeito antes de vê-la.

rruguinha foi definitiva para que eu me decidisse por você.Evie ri baixinho.

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 – Está certo, que bom. Obrigada, verruguinha.Sorrio e volto a colar os lábios nos dela. Levo a mão até onde os nossos corpos se un

slizo o dedo entre as pernas de Evie. Ah, ela está tão úmida... Deixo um gemido escapar dentjo e Evie pressiona o corpo contra o meu, querendo mais da minha mão. Introduzo o dedo

ndo no calor úmido e uso o polegar para roçar suavemente o clitóris inchado. Ela se sobressaluco e agora é sua vez de gemer dentro do beijo.

Evie leva a mão ao meu pênis, que está duro como pedra, e a desliza delicadamente para c

ra baixo. Tento afastar a mão dela com um gemido: – Evie...Mas ela continua a me acariciar. Nós nos encaramos, os olhos dela cheios de desejo, os l

reabertos, enquanto nossas mãos dão prazer um ao outro por um longo tempo. Observamos npressões se transformarem conforme ficamos ainda mais excitados. É um momento íntimo e iná posso sentir o orgasmo crescendo em mim. Fecho os olhos e enrijeço os músculos até pere vou conseguir controlá-lo por mais algum tempo. Não muito. – Jake – diz Evie em um arquejo –, estou quase gozando... e quero fazer isso com você den

m.Ela então aperta levemente o meu pênis e, com o polegar, esfrega o líquido que escorre da p

 – Ahhhhhh. – Isso significa “Está certo, Evie?” – pergunta ela, rindo baixinho. – Sim – respondo.Afasto a mão do meio das coxas dela e passo uma de suas pernas por cima do meu qu

xando-a ainda mais perto de mim.Levanto um pouco o corpo sobre o dela para me posicionar em sua fenda e a penetro. A

ente de Evie me envolve e a sensação de possuí-la é indescritível. Tenho medo de me moveru corpo aparentemente não tem, pois meu quadril começa a arremeter quase que por vo

ópria. – Ah, Deus, meu bem, é tão bom estar dentro de você... – digo em um gemido.Ela também geme e me agarra com mais força. Nós nos movemos juntos, gemendo, arqueja

servando o rosto um do outro sob a luz do fogo. Há algo primitivo e lindo em fazer amor ao bs chamas, como se pudéssemos estar em outra era, onde só existíssemos ela e eu, colados nça de paixão atemporal.

Conforme a respiração de Evie se acelera, levo a mão ao meio de suas pernas de novo e rdo por seu clitóris. Estou por um fio e preciso que ela goze.

Depois de apenas alguns segundos, Evie arqueia o corpo e o pressiona mais contra quejante, enquanto o orgasmo a domina. Eu a observo e seus espasmos ao redor do meu pênam ao meu limite. Me derramo dentro dela enquanto uma onda de prazer se segue a outra. Estzando juntos.

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pois de nos limparmos e trocarmos de roupa, terminamos de jantar. A comida parece aindaborosa agora, depois de nosso rápido exercício físico. Evie até permite que eu use o garfo.

Recolhemos nosso piquenique e eu me sento no sofá, onde fico mudando os canais da TV. sentindo saciado e feliz e um pouco de bobagem na televisão me parece uma boa ideia.Evie liga o notebook e se senta à mesa de jantar.

 – Brincando um pouco? Já usou um Mac? – pergunto, olhando por sobre o ombro. – Não, mas sempre fui boa com computadores. Devo pegar o jeito logo.

Eu me envolvo com o programa de TV, um noticiário falando sobre uma mulher desaparecidO som do notebook de Evie sendo fechado com força me arranca do programa e me viro par

e está muito pálida. Eu me levanto no mesmo instante. – Qual é o problema, meu bem? – pergunto. Merda, o que aconteceu?Ela me ignora, caminha até a porta e começa a calçar os sapatos.Que diabos está acontecendo?

 – Evie! O que aconteceu? Por que está indo embora?Meu coração está disparado.

 – Aquela mulher no seu quarto ontem à noite era Gwen, não era, Jake? – O quê? – Não estou entendendo nada. De onde ela tirou isso? Minha mente volta à mentircontei depois que Lauren atendeu meu celular. – Não. É claro que não. Você acha qu

nvidaria Gwen para o meu quarto no hotel para tomar um drinque depois do modo como ela tcê? – Bem, não estou achando que você a levou ao seu quarto para tomar um drinque, Jake

cê parecia muito satisfeito sussurrando no ouvido dela nas fotos do evento beneficente de onite.

Levo alguns segundos para ligar os pontos. Ah, Deus, ela jogou meu nome no Google e viu aldita foto de mim e Gwen no jantar em San Diego. Maldito Google. Como Gwen consegue focando entre mim e Evie? É tão absurdo que eu riria se Evie não estivesse com uma expressgoada no rosto. – Evie, foi um evento beneficente patrocinado pela minha empresa. Gwen estava lá com

a tentou conversar comigo várias vezes e eu não lhe dei atenção. Quando ela me encurralnte de um fotógrafo, me inclinei no ouvido dela e disse que ela tinha sorte por eu não ser doe gosta de deixar seu desprezo registrado em fotos. Gwen riu, como se eu estivesse brincando

não estava. Foi isso. Não falei mais com ela durante o resto da noite.Evie já está no corredor do prédio e apenas continua a me encarar, examinando meu rosto

m, respira fundo e diz: – Quero acreditar em você, Jake, só não quero que... – Evie, escute... Meu Deus, se você soubesse...Deixo escapar uma risada sem humor.

 – Se eu soubesse o quê? – Se você soubesse quanto é absurdo você achar que eu trairia você com qualquer pessoa, is com Gwen! Sinceramente, se você pudesse entrar na minha cabeça, também estaria rindo.

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 – Jake... – Por favor, apenas confie em mim. Por favor, não vá embora.Ela continua a examinar meu rosto, até que finalmente dá um breve aceno com a cabeça. S

e a levo de volta para dentro de casa. No caminho, jogo seu casaco no banco do hall de entrad

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capítulo 21

vie vai trabalhar para o bufê na próxima noite e me avisa que pegará uma carona de volta

a quando terminar. Eu a quero na minha casa, comigo, mas estou tentando me controlarxar que ela se sinta confortável em nosso relacionamento tão “recente”. Isso é difícil para rque acho que estou muito mais envolvido emocionalmente do que ela. No entanto, às vezes

ma expressão no rosto de Evie que me diz que seus sentimentos por mim são bem mais intense seria de esperar em uma relação de tão pouco tempo. Me pergunto se ela estranha isso. Se estiona a respeito. No entanto, Evie não tem muita experiência com relacionamentos, povez não estranhe.

Ao fim de uma reunião naquele dia, Preston me puxa de lado, uma expressão preocupadto. – O que houve? Está tudo bem? – pergunto. – Bem, sim, mas acho que você deveria saber que Lauren tem telefonado para o conselho

m pedindo uma reunião, mas não diz o motivo. Ah, merda.Fico em silêncio por um instante, imaginando o que ela poderia querer com o conselho diret

presa e me perguntando se está fazendo isso apenas porque a chutei para fora do meu quar

tel algumas noites atrás. Será que essa é a nova tática para me assediar? Tenho a maior partões, portanto não há muito que Lauren possa fazer de fato. Mas como sou o presidente do cono farei parte da reunião e só saberei o que ela quer depois de terminado o encontro. – Está certo. Bem, obrigado por me avisar, Preston. Lamento que o meu drama familiar apresa. – Isso não está acontecendo. A empresa vai muito bem. É com você que estou preocupado.Ele fica em silêncio por um instante, olhando para mim como se avaliasse se deve ou

ntinuar.

 – Você sabe que trabalhei muito próximo do seu pai. Quando o visitei no hospital depois que o ataque cardíaco, Phil obviamente não sabia que você teria que assumir a empresa tão rás ele deixou muito, muito claro que, quando esse momento chegasse, não queria que Lauren ti

da a ver com este lugar. Phil me pediu, caso chegasse um momento em que eu estivesse aqui o, que eu tomasse conta de você. Espero que isso não esteja soando condescendente. Não foi m que ele falou. Acho apenas que Phil tinha a sensação de ter falhado com você de algum mis se certificar de que você tivesse alguém ao seu lado sob qualquer circunstância no futuro.

Droga. Sinto a emoção me dominar. Mas a afasto. Lidarei com ela mais tarde.

 – Obrigado, Preston. Fico muito grato mesmo...

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 – Não precisa me agradecer. Só quero que você saiba que estou cuidando dessa situação cnselho, está certo?

E, com isso, ele me dá um tapinha nas costas e se afasta.

ço a Evie para passar a noite de sexta-feira comigo. Tenho uma ideia que espero que a deixeunca tivemos a oportunidade de fazer coisas que as crianças comuns nem os jovens casais fado o que deveríamos ter feito só para nos divertirmos, se tivéssemos podido namorar qumos jovens e despreocupados. Se houvéssemos sido jovens e despreocupados. Tambémisfazer um anseio de muito, muito tempo atrás. Vou comprar um vestido para Evie e levá-lançar. Não irá superar aquele momento em que dancei com ela sob as estrelas em um parque apesar de na ocasião eu estar tremendo de nervosismo e de ter pisado no pé dela, foi a mnça da minha vida. Duas crianças de lares adotivos dançando juntas em um parque porquham roupas para ir a um baile. Tão triste... mas absolutamente mágico!Minha mente volta àquela dança, tantos anos atrás, e não consigo conter um sorriso. F

sajeitado, mas ainda assim tão intenso... É uma dessas lembranças que parecem gravadas emra do meu ser. O engraçado é que não me lembro das músicas que estavam tocando... mbeça zumbia por causa da proximidade do corpo de Evie, de como era gostoso o cheiro delodo como se movia contra o meu corpo... Imagino se Evie se lembraria das músicas rguntasse. Esse é o tipo de coisa que anseio por perguntar a ela, quero que recordemos jssas lembranças. Algumas das poucas boas lembranças que eu tenho.

Quando abro a porta para Evie na sexta-feira, ela está linda, mas parece cansada. Ah, não. no colo e digo que vou lhe preparar um banho, para que ela se recupere, porque vou levá-lançar.

Evie reluta um pouco diante da ideia de sair para dançar, mas se rende quando conto que comma roupa para ela. Então segue na direção do quarto para ver o que escolhi, o que considerm sinal.

Eu a sigo até lá e observo seus dedos percorrerem o tecido sedoso do vestido e examinpatos Jimmy Choo. A vendedora da loja de departamentos separou vários pares que combin

m o vestido. Quando percebi que um deles custava mais do que os 1.400 dólares dos sapatwen em que Evie deixara cair caviar, eu o escolhi na hora. Sabia que era uma atitude mesquiperficial, mas me fez sorrir saber que Evie estaria usando sapatos melhores do que aquela miogante.Depois de algum tempo, Evie se vira para mim com um sorriso.

 – Adorei. Obrigada. Foi você mesmo que escolheu? – Bem, a vendedora me ajudou um pouco. Mas disse a ela a cor que queria e dei uma olhad

upas que você deixou aqui, para saber o tamanho.

 – Azul-pavão, hein? – comenta ela, erguendo uma sobrancelha.

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Dou de ombros, sorrindo. – Gosto da cor. Só não me peça para levá-la nem perto do zoológico.Evie ri e entra no banheiro para tomar banho.Preparo uma massa enquanto ela se arruma. Quando Evie sai do quarto, quase começo a b

ssa, ela está linda! Já vi o corpo dela e sei que é perfeito, mas esse vestido realça seus ptes – os seios atrevidos, o abdômen liso e o traseiro pequeno e firme – sem mostrar nadcesso.

 – Você está estonteante.Sinto um breve arrependimento de não ter escolhido aquele suéter preto bem grande que

a quando estava a caminho do setor de roupas de festa. Não sei se quero que o mundo intea assim. – Obrigada. Tenho um comprador particular que está bem familiarizado com o meu cornca ela, erguendo uma sobrancelha.Quando Evie já está sentada, comendo, decido mostrar a camiseta que mandei fazer em

iosque do shopping. Tiro o pulôver de manga comprida que estou usando e me

spreocupadamente para Evie, de forma que ela possa ver a estampa bem na frente da camde está escrito Melhor do Mundo em letras pretas garrafais.

Ela quase engasga com a comida e tem que levar rapidamente o guardanapo à boca enquantontrolar o riso. – O que foi? – pergunto em um tom inocente.Ela aponta para a camiseta.

 – Melhor o quê do mundo? – Ah, isso? – Aponto para a camiseta. – Tudo incluído. Melhor Cara do Mundo, Melhor Am

Mundo, Melhor Cozinheiro do Mundo. Pode escolher o que quiser, sou o melhor. – Ah. Bem, admiro sua autoconfiança. Mas, sabe, você agora abriu brecha para que seus crtem seus talentos. – Só me importo com um crítico. E estou esperando ansiosamente para ser testado poanto mais provas, melhor – respondo, piscando para ela. – Você é ridículo, sabia? – diz Evie, balançando a cabeça mas sorrindo.Dou uma gargalhada.

 – Termine. Vou me trocar enquanto você come.

 – Então você não vai usar sua camiseta de Melhor do Mundo  na boate? – grita ela, quanou no corredor. – Você não quer me anunciar por toda a cidade, quer? – grito de volta.Escuto-a rindo enquanto abro a porta do meu armário. Visto roupas mais elegantes e, dez mi

pois, saímos rumo ao centro.

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vo Evie a uma boate relativamente nova que dizem ser incrível, decorada para lembrar umva-iorquino.

Depois de pedirmos nossos drinques, Evie menciona o amigo Landon, o cara que me lançohar mortífero durante o incidente com Gwen no evento beneficente. Sei que ele é uma pportante para Evie, por isso quero ter a oportunidade de causar uma impressão melhor no ão sugiro que Evie o convide para nos encontrar ali. Ela hesita um pouco, mas logo concrca de uma hora depois, chegam Landon e um amigo, Jeff.

Pago uma rodada de bebidas para todos e nos apertamos em uma mesa pequena. Isso nãomoda nem um pouco, já que Evie está praticamente sentada no meu colo. É bom ter uma des

ra ficar o mais colado possível nela, principalmente em público. Já peguei vários hocarando-a por um segundo a mais do que o recomendado e quero deixar bem claro que elamigo.

Landon se inclina na minha direção e puxa conversa: – Então, Jake, você é de Cincinnati?De início fico desconcertado, mas logo me dou conta de que Evie não deve ter lhe contado m

meu respeito ainda e que Landon está fazendo uma pergunta simples. Por isso, em vez de respom, cresci em Northside, como Evie, digo: – Não, na verdade sou de San Diego. – Califórnia? É mesmo? Adoro San Diego. Estive lá duas vezes. Fiquei em Pacific Beac

m amigo. Onde você morava? – Em La Jolla.Tomo um gole da minha água e mastigo um pedaço de gelo. De um lar adotivo em péssimo estado em Northside, Cincinnati, para uma mansã

nhascos diante do oceano Pacífico. E cada um dos dois foi uma espécie diferente de infernoLandon fica me encarando por um instante e, por fim, assovia. Ele obviamente conhece a áre

 – Aquela parte da cidade é linda. O que o traz aqui? – A empresa do meu pai tem um escritório aqui. Assumi os negócios há cerca de seis meses.Landon assente, ergue as sobrancelhas e relanceia o olhar para Evie.

 – Você deve sentir falta do sol de San Diego – comenta Jeff.Olho para Evie e respondo sorrindo:

 – Tem muito sol aqui também.

 – Piegas! – diz ela, rindo, mas puxa meu rosto em sua direção e me dá um estalinho.Ficamos nos encarando sorrindo por um instante e, quando olho de novo para Landon e

rcebo que eles nos observam com sorrisos largos no rosto.Puxo Evie mais para perto e me volto para os dois.

 – Então, Landon, Evie me disse que você estuda na Universidade de Cincinnati. Qual rso? – Administração – responde ele.Balanço a cabeça, assentindo.

 – Que legal. E quando se forma?

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 – Ainda faltam uns dois anos. Estou indo em um ritmo lento – diz Landon, sorrindo e dandle no drinque.

Balanço a cabeça novamente, sorrindo para Landon, então me viro para seu amigo: – E você, Jeff, em que trabalha? – Eu sou engenheiro – diz ele. – É mesmo? De qual área?Ele me diz que é engenheiro mecânico e conversamos mais alguns minutos sobre trabalho d

bre o que a minha empresa faz.Depois de algum tempo, escuto uma boa música começar a tocar, me levanto e puxo Evie com

 – Quero você na pista de dança – sussurro para ela.Evie hesita, mas acena para os rapazes e me segue. Preciso senti-la contra o meu corpo.Quando chegamos ao centro da pista, Evie passa os braços ao redor do meu pesco

meçamos a nos mover no ritmo da música. A combinação de nossos corpos roçando um no ouatida intensa da música é sexy demais. Encaro Evie e vejo em seus olhos que ela sente o mesm – Eu deveria ter imaginado que você seria um bom dançarino – sussurra Evie para mim.

O hálito dela em meu ouvido provoca uma descarga de desejo pelo meu corpo. Puxo-a maisrto.

Landon aparece atrás de Evie quando começa outra música e aproveito para ir ao banheiro. – Tome conta dela – peço, e os dois começam a dançar.Quando volto, alguns minutos depois, avisto um grandalhão musculoso puxando Evie pa

quanto Landon tenta puxá-la na direção oposta. É como se uma nuvem vermelha turvasse a mão. De repente, tenho 14 anos e alguém está incomodando Evie na escola. Só que ag

otivação do valentão é sexual. Jogo o desgraçado no chão e tenho que me controlar par

murrar a cara dele na pista. Em vez disso, levanto-o pelo colarinho e viro-o de frente para ego meu rosto bem perto do dele e digo: – Ei, babaca, já era pra saber o que significa “não”.O cara me examina de cima a baixo por uma fração de segundo. Ele pode até ser mais muscque eu, mas sou mais alto e a expressão do meu rosto não deve deixar dúvidas de que posto a levar essa história a cabo, porque ele diz: – Está certo, cara.Ele levanta a mão em uma rendição zombeteira, depois se solta e me afasta para passar. IdioBusco Evie e, por um segundo, nossos olhares ficam fixos um no do outro e o resto do

saparece. Ela inclina a cabeça e fica me olhando com uma expressão sonhadora. Ela sabeie só balança a cabeça de leve e abre um sorriso largo, enquanto me chama com um movimendo.

Vou até ela. Quando a alcanço, ela me encara e sussurra: – Meu herói.Balanço a cabeça e sorrio para aquele rostinho levemente embriagado. É incrível com

mpre consegue me desarmar. Linda e doce domadora de leões.Dançamos com os rapazes por quase uma hora. Landon é muito engraçado e logo entendo po

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ie gosta tanto dele. Quando tocam “Troublemaker”, de Olly Murs, Landon começa a fazssos de dança que juro nunca ter visto na vida. Rimos à beça e as pessoas começam a se ara assisti-lo, aplaudindo. Olho para Evie e não consigo parar de sorrir ao vê-la se diverroveitando o momento. O tempo parece diminuir seu ritmo e a música desaparece. Em mbeça só restam Evie e um único pensamento: é isso, é isso que completa a minha alma.

De repente volto a perceber a música com seu ritmo intenso, e o tempo também reencontrrso. Landon puxa Jeff para perto e as pessoas aplaudem os dois. Jeff não é nem de longe tão

nçarino quanto Landon, mas consegue se sair bem. É divertido, mas já estou pronto para levarra casa, para a minha cama. A adrenalina de enfrentar o cara que a assediava mais todo o sunça me deixaram aceso. Só consigo pensar em tê-la sob o meu corpo, na cama, e em penetrane apertada, quente e úmida.A multidão volta a ocupar a pista e Landon vem dançando até nós. Eu me inclino na direção

igo que vou levar Evie para casa. Ele assente e completa: – Foi um grande prazer conhecer você.Sorrio e aceno com a cabeça despedindo-me de Jeff. Evie acena para ele e joga um beijo

ndon.Ela vai ao banheiro e eu fico esperando. É quando vejo uma mulher caminhar na minha dir

tá de sacanagem?  Uma enorme onda de adrenalina toma conta do meu corpo. Lauren.  Eguiu até aqui? Relanceio o olhar para os banheiros e caminho direto até ela. Eu a agarroaço e forço-a a caminhar comigo até a frente do bar. Lauren se inclina para mim e me abquanto eu praticamente a arrasto para a frente. Eu a sacudo. – Para mim, basta! Juro por Deus, Lauren! – Jake... pare! Espere. Vim aqui para ter uma reunião com o conselho diretor da empresa am

cê não quis conversar comigo em San Diego! Fui procurá-lo no seu prédio e o porteiro disscê tinha vindo para cá. Achei que não se incomodaria... – Sim, eu me incomodo, merda! – cuspo cada palavra como um louco. – De tudo o que disseporcaria dos últimos cinco anos, o que pode ter lhe dado a ideia de que eu não me incomod

que diabos de reunião com o conselho é essa?Meus dentes estão tão cerrados que mal consigo mover o maxilar. Lauren tem que estar vivum mundo fantasioso. É a única explicação.Olho mais uma vez na direção do banheiro, o coração disparado. Evie aparecerá a qua

gundo. De jeito nenhum Lauren pode saber que estou aqui com uma mulher. Ela vai tentar fazena... Lembro-me muito bem do modo como ela tratava as garotas que eu levava em casa quda morava com ela. Era horrível. Se ela fizesse algo parecido com Evie, era bem capaz tar matá-la. E, como acabei de trazer Evie de volta para minha vida, a prisão não me parear muito atraente. – Vou lhe contar, Jake. Por favor, eu... – Ótimo, me ligue no fim de semana. Se você for embora agora, atenderei sua liga

nversaremos, está certo? Estou com amigos aqui e esta não é nem a hora nem o lugar.Ela franze o cenho e me encara desconfiada por um instante, mas logo olha ao redor e, quan

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lta para mim de novo, diz: – Está bem. Mas quero encontrá-lo pessoalmente... Telefono para você depois da minha re

m o conselho. É bom me atender, Jake.E com isso ela dá meia-volta e sai pela porta da boate. Respiro aliviado e me viro mais um

direção do banheiro, mas ainda não há sinal de Evie.Vou até o segurança e pergunto a ele se há fila do lado de fora. Ele confirma e isso me deixa

nquilo: se Lauren quiser voltar à boate antes de partirmos, terá que esperar.

Quando me viro, Evie já está quase chegando aonde estou. Droga, eu não a vi se aproxrrio torcendo para que não pareça forçado e pego a mão dela. – Pronta? – pergunto. – Com quem você estava falando? – indaga Evie, o cenho franzido. Droga, ela me viu com Lauren. Mais mentiras. Odeio isso. Sinto a depressão me abater. – Era só uma bêbada fazendo cena. O segurança chamou um táxi para ela e eu a acompanhei

rta. Vou buscar um copo d’água para você no bar antes de irmos embora – digo, tentando di

 – Não precisa – retruca ela. – Você parece irritado. – Não, não. Ela estava sendo meio agressiva. Tentou dar em cima de mim e eu disse não. Fo. Não sei o que ela viu, então estou tentando cobrir todas as possibilidades com a minha hisgo a Evie para confiar em mim em relação a beber água e levo-a até o bar. Enquanto ela to me acalmar. A noite acaba de ser estragada.Evie pousa o copo, sorri sedutoramente para mim e diz:

 – Me leve para casa. Antes que eu tenha que arrancar mais mulheres de cima de você.

Rio e torço para que a risada pareça natural. Não estou nada animado.Quinze minutos mais tarde, estaciono na minha garagem um pouco mais relaxado. Evie cons

er isso enquanto conversávamos lembrando os eventos da noite. Ela está tão entusiasmadiz. Não sei bem o que sinto no momento. Estou tenso e agitado de uma forma que eu não sassificar como boa, ruim ou as duas opções. Estou animado por ter deixado Evie feliz esta a sensação intensa de ter o corpo dela colado ao meu por horas e pela vibração da música

mbém estou explodindo de raiva por Lauren não me deixar em paz e pela culpa que sinto por m

ra Evie. As mentiras estão aumentando e a situação fica cada vez pior. Tudo isso se mistura dmim e não sei o que fazer. No passado, todas as minhas emoções eram negativas e eu procorpecê-las com a primeira substância ilícita que encontrasse, mas agora há um rio de al

rrendo junto com todo o resto, o que me deixa muito confuso. Estou sensível, agresssnorteado... droga!

Desligo o carro e puxo Evie para mim. Seguro o rosto dela entre as mãos e derramo todnhas emoções no beijo que lhe dou. Nós nos beijamos com intensidade no carro por alguns mi

que ela sobe no meu colo e... nossa! Esse show precisa se transferir rapidamente para oartamento para eu poder dar tudo o que essa mulher quer.

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Estou prestes a sugerir isso quando o som de tecido rasgando enche o carro. Que diabos...?anta o corpo e vemos que a costura da minha calça está rasgada até o meio. Bem, isso eu nunc – Ai, meu Deus – diz ela em um arquejo. – O rapaz aí embaixo parece o Incrível Hulk. Rapaz? – O rapaz?Ela assente devagar, os olhos arregalados.

 – Ele está zangado?

Faço um esforço enorme para não rir. – Ainda não. Mas se você continuar a se referir a ele como “rapaz”, talvez fique. Ele

mem com H maiúsculo. Você não vai querer vê-lo zangado. – Ah, eu com certeza quero vê-lo zangado. Não consigo mais me conter e caio na gargalhada. – Venha, vamos subir.Evie caminha à minha frente para esconder o rasgo em minha calça quando passamos

rteiro. Mais tarde terei uma conversa séria com ele sobre Lauren. Pensar no que acontece

ite faz com que eu me preocupe ainda mais em proteger Evie. Isso é minha prioridade. Laureinterferir. Nem. Por. Um. Decreto.Entramos no meu apartamento cambaleando e nos apoiando nas paredes, ainda rindo do rasg

nha calça. Seguro-a contra a parede e a testosterona dispara em minhas veias. Meu desejie sobe vários níveis e o sangue parece se concentrar em uma única parte do meu corpo. Evieda. Olho para ela, que fica séria ao me encarar. – Jake, nunca fui inconsequente em toda a minha vida, e quero agradecer por você me peo. Sei que pode parecer bobeira ou até loucura, mas, de verdade, isso significa muito para

tão, muito obrigada por hoje.Essa é a melhor coisa que ela poderia ter me dito, porque foi exatamente o meu objetivo.

 – Tudo o que eu quero é ter muitos outros momentos inconsequentes com você, minha linpondo, sorrindo.Pressiono o corpo dela com força contra a parede. Nós nos beijamos por um longo te

mbendo e chupando os lábios um do outro, as línguas duelando. Sinto gosto de Evie ampanhe. Deixo escapar um gemido ao perceber seu sabor combinado, tão delicioso, ebriado. Sei que é Evie que me embriaga. O desejo intenso faz com que os sentimentos qu

vidiam ainda há pouco voltem à tona, e meu corpo reage, minha língua ataca, meus quadrvem.Evie geme e meu autocontrole vai para o espaço. Estou zonzo de desejo, mais agressivo d

nca, com uma necessidade louca de me perder nela e, ao mesmo tempo, de possuí-la por inteirTiro os pés dela do chão e ela passa as pernas ao meu redor. Pressiono-a com mais fir

ntra a parede. Evie enfia a mão na minha calça e me acaricia, o que me leva ao limite da sanido em que consigo pensar é em penetrá-la. Perdi o controle e não me importo. Gosto disso.Ouço mais uma vez o som de algo se rasgando e percebo vagamente que acabo de arreben

cinha dela. A porcaria que estava no meu caminho. Evie respira em arquejos, então geme

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ando passo os dedos ao redor de sua fenda, sem penetrá-la, apenas espalhando a umidadculos lentos. Sinto um rugido subir pelo meu peito ao me dar conta da facilidade com que dos deslizam. – Sempre molhada para mim – digo em uma voz engasgada.Evie firma os braços ao meu redor e apoia a cabeça na parede, me permitindo saborear a

ce de seu pescoço. Continuo a usar os dedos para excitá-la, espalhando a umidade pelo clhado. Evie se contorce e geme, o que só faz o desejo me consumir ainda mais. Espero qu

eja pronta para uma cavalgada potente, porque isso é tudo de que sou capaz no momento.Afasto meu quadril quando sinto gotas úmidas surgirem na ponta do meu pênis. Evie gemotesto. – Coloque o meu pau pra fora, Evie... – peço, e a voz sai rouca e distante.Evie enfia a mão pelo rasgo na minha calça e segue para dentro da cueca. Então me toma na

sensação que isso provoca é quase mais forte do que posso aguentar. Mas Evie me solta guro seu traseiro com uma das mãos e, com a outra, posiciono meu pênis em sua entrada útão a penetro, não exatamente com gentileza. Evie grita e isso me traz de volta a mim. Fico im

m instante enquanto encaro os olhos cheios de desejo dela, para me certificar de que está uando confirmo que sim, afasto o quadril bem devagar e volto a arremeter. A fricção coúsculos da coxa de Evie é tão gostosa que acabo sibilando sem querer. Evie fecha os olhos e ofundamente, os lábios abertos. Eu perco o rumo: meu corpo assume a direção e minha mentra trás nessa corrida guiada pelo desejo.

Capturo a boca de Evie mais uma vez e começo a arremeter como um louco, mais fundontade, fazendo as costas dela baterem na parede. Quero dominá-la, possuí-la, confirmar qnha. Preciso me convencer de que algo tão lindo é meu, só meu.

Sinto o clímax chegando quando uma descarga de prazer quase insuportável dispara pelontre. Levo a mão ao ponto onde nossos corpos se unem e roço o dedo contra o clitóris dela.meça a ofegar e a gemer com o orgasmo que toma seu corpo.

Afasto a boca para observar o prazer dominar seu rosto. É uma cena tão linda que as palo do meu cérebro direto para os meus lábios, enquanto continuo a arremeter sem parar: – Minha. Só minha. Só. Minha. Para sempre.Meu próprio clímax me atinge e um prazer intenso me domina. Vejo estrelas explodindo em

hos enquanto me derramo dentro de Evie.

Conforme as estrelas começam a se apagar lentamente, recupero o controle e me pergunto aba de acontecer. Por mais que tenha sido fantástico para mim, espero não tê-la machuredes não são exatamente macias. Mas quando fito os olhos de Evie, ainda entrando e svagar do corpo dela, a expressão que vejo me acalma. Ela parece maravilhada e satisfeita, uém que acaba de ser pega de muito bom jeito. Sinto uma onda de orgulho me invadir, além dte sentimento de posse. – Você é tão lindo – diz ela em uma voz preguiçosa.Sorrio e coloco os pés dela de volta no chão bem devagar.

 – Você é que é linda – sussurro.

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Ela levanta a cabeça e me dá um beijo cheio de doçura e eu a levo para o quarto.Depois de nos limparmos um pouco e cairmos na cama, Evie se aconchega em mim, a respi

sada. Sei que está adormecida. – Eu te amo – sussurro.Preciso dizer isso, mesmo sabendo que ela não está ouvindo.

 – Humm, Leo... – murmura ela de volta.Fico paralisado. Meu coração parece parar de bater por um instante. Só volta a pulsar qu

imilo o que ela acaba de dizer.  Ah, meu Deus. Que merda. O coração agora dispara furiosamus olhos estão arregalados na escuridão; minha mente, embotada. Não sei o que sentir,

moro horas até conseguir pregar os olhos e, quando finalmente durmo, é um sono agitado.

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capítulo 22

vie sai para o trabalho na manhã seguinte e fico de preguiça na cama por algum tempo antes

ra a academia. Continuo a ouvir a voz dela na minha mente, sussurrando Leo no sono. Aindo que pensar a respeito. Evie ainda sonha comigo? O que isso significa? Uma parte dela ain

ega ao garoto que eu fui? Isso tornará mais fácil ou mais difícil ouvir a verdade a meu respeitMalho por umas duas horas e volto para casa. Também estou tenso por saber que Laur

unirá com o conselho da empresa hoje – para discutir um assunto que desconheço. Seja o qusso garantir que a única intenção dela é ter algo com que possa me controlar, o que me encva. Durante quanto tempo ainda terei que lidar com toda essa podridão, com toda essa loumo posso envolver Evie nisso? Lauren não vai parar nunca. E tenho certeza de que se Lrceber que Evie está de volta à minha vida, a situação só irá piorar. Muito.

Ter que falar com Lauren hoje, ou em qualquer dia, é a última coisa que desejo fazer. Mas e saber o que ela pretende. Preciso deixar meus sentimentos de lado; é meu dever em relapresa saber o que ela está planejando. O melhor a fazer é encontrar Lauren em um lugar púes que chegue a hora de eu sair para pegar Evie no trabalho. Se eu não precisasse saber o qu

ha que tem a tratar com o conselho diretor, poderia simplesmente ignorar a ligação dela, cnho fazendo. Mas então Lauren pode aparecer quando Evie estiver aqui e, ai, meu Deus... aca

ar com dor de cabeça. Sento diante da bancada da cozinha com a cabeça entre as mãos por anutos, avaliando essa confusão. Então me levanto decidido a tomar um banho, me barbbalhar pelo resto da tarde em casa, usando calça de ginástica e camiseta.Programei o número de Lauren para cair direto na secretária eletrônica, por isso confiro o ce

vez em quando até ver que recebi uma mensagem. É de Lauren, então ligo de volta. – Jake, estou subindo – avisa, sem esperar sequer que eu diga oi. – Que merda é essa, Lauren? Eu não lhe disse para vir ao meu apartamento. Quem a deixouás?

 – O porteiro. Eu disse a ele quem sou. É claro que ele deixou.Ah... diabos, esqueci de falar com Joe. Vou ter uma conversa séria com ele quando descer.Chego ao hall exatamente quando o elevador está parando. Lauren sai com um largo sorri

to. Não sorrio para ela. – Continua o adolescente mal-humorado, pelo que vejo – diz ela, passando por mim e entran

artamento.Lauren olha ao redor.

 – Adorei este lugar, Jake – diz e vai até a janela para olhar a vista. – Posso me mudar para

cê quiser. Mas preferiria que você voltasse comigo para San Diego...

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 – Lauren, por que marcou uma reunião com o conselho diretor? Que motivos teve para fabalhar num sábado?Ela suspira e chega mais perto.

 – Jake, eu me encontrei com o conselho diretor hoje para avisar que estou contestantamento. Phil não estava em seu juízo perfeito quando deixou a maior parte das ações para eu advogado me disse que tenho ótimas chances. Pedi que o conselho suspenda todas as decanceiras até que eu retome o controle acionário da companhia, o que obviamente vai acontece

Fico encarando-a por alguns segundos. Eu já havia me perguntado se ela tiraria essa carnga. – Isso não vai acontecer. O testamento de Phil é incontestável e ele estava em pleno domín

as faculdades mentais. Você tem todo o dinheiro de que poderá precisar na vida. E sabe muitoe a única razão para estar fazendo isso é tentar me controlar. A vida era muito boa para ando me controlava, não é verdade? – disparo, cerrando o maxilar. – Ah, Jake – suspira Lauren. – Estou fazendo isso para ter o que é meu por direito. Passei

os casada com aquele homem que só pensava em trabalho. Sabe quanto me sacrifiquei? Até

arecer, eu passava o tempo todo sozinha. Você precisa se livrar dessa culpa desnecessáriorte de Phil só tornou mais fácil para nós ficarmos juntos. Essa é a verdade. Simplesmonteceu. Você não precisa se sentir mal com isso. Não é possível que duas pessoas se sintamaídas como nós e isso não seja certo. – Lauren, sei que estou gastando saliva à toa, porque você só ouve o que quer, mas nunc

nti atraído por você. Ao menos não mais do que durante vinte minutos muito confusos e horroro anos atrás, no episódio que foi o começo do fim para mim. E o mais terrível do que acontee uma parte de mim só cedia a você porque eu não queria desapontá-la. Eu tinha sido

cepção para todos a vida inteira e achei... achei que finalmente teria uma família que se impormigo. Uma parte muito maltratada e confusa da minha cabeça só queria que você gostasse de b qualquer circunstância. E, de algum modo, você sabia disso e se aproveitou. Quando vocbre o que é “seu por direito”, Lauren, tenho a sensação de que está se referindo mais a mim dmpresa.Estou praticamente cuspindo as palavras, o maxilar ainda cerrado. Ela não vai me escutar

vez eu precise falar assim mesmo, não para ela, mas para mim.Lauren parece abalada por um segundo e me pergunto se talvez as minhas palavras tenham su

um efeito, mas logo ela se aproxima mais e tenta colocar a mão no meu rosto. Eu a impeçosto. – Não precisa agir assim. Deixe-me consertar as coisas, querido.Ela se coloca na ponta dos pés e tenta colar os lábios aos meus. Dou um passo para trás e le

mão para cobrir a boca. Basta. Sempre termina assim. – Não comece com essa merda! Expliquei a você em San Diego qual é a nossa relação agorumo é: ela não existe, entendeu? – Você está mentindo para si mesmo, Jake. Não pode simplesmente abandonar isso. Não po

andonar.

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 – O cacete que eu não posso! Vá embora!Ela volta a se aproximar de mim e tenta me abraçar.

 – SAIA DAQUI! – grito, a raiva borbulhando dentro de mim.Por que gasto meu fôlego com ela? Juro por Deus que essa mulher é psicótica.

 – Nunca vou tê-lo de volta, não é mesmo? – suspira, encarando o chão. Nem me dou o trabalho de responder. De que adianta? As palavras dela não significam nada

e ela vai tentar me abordar de outra maneira depois que se recuperar.

Vou até a porta e abro-a de um rompante. Que  merda!  Evie está parada do lado de foartamento, me encarando com uma expressão confusa. A adrenalina dispara nas minhas veias pior cenário que eu poderia imaginar. Quanto ela ouviu? Não consigo nem lembrar direito se, de tanta raiva que estou sentindo... e medo agora. – Droga, Evie. Que diabos você está fazendo aqui?Ela fica muito pálida, abre a boca para dizer algo, mas logo volta a fechá-la e os olhos gran

pressivos me encaram cheios de mágoa. Merda, merda, MERDA! Sinto vontade de rugiebrar alguma coisa.

Meu maxilar ainda está cerrado e luto para manter o controle quando Lauren sai pela porta erepente ao ver Evie. Ela olha para nós dois e provoca: – Jura, Jake? Já?É um pesadelo. Evie não pode  descobrir sobre Lauren desse modo. Fecho os olhos po

tante, lutando para ter força, e digo o mais calmamente que consigo: – Vá embora.Lauren me ignora, como sempre, e caminha na direção de Evie.

 – Sou Lauren – diz, naquela voz maldosa e condescendente que é sinal de que algo ruim

minho.Evie parece confusa novamente e começa a estender a mão:

 – Prazer em conhecê-la, meu nom... – sussurra. – Mãe! – grito.Evie não pode dizer seu nome. Lauren não chegou a conhecê-la, mas com certeza sabe o nom

ie, já que falei sobre ela várias vezes quando estávamos a caminho de San Diego. Lauren sabie é o nome da garota que está na tatuagem às minhas costas. Duvido que ela vá reconhecer

ulher à frente dela é aquela garota, principalmente porque só viu a tatuagem umas duas vezes

o posso deixar que escute o nome de Evie. Sei que chamar Lauren de “mãe” vai chamanção. Ela sempre odiou isso. – Se não for embora agora, juro por Deus que vou chamar a segurança para arrastá-la e

aixo.Meus punhos estão cerrados ao lado do corpo. Lauren parece magoada por um momento

go se recompõe e diz: – Muito bem, Jake, vai ser do seu jeito. As coisas nunca foram do meu jeito. Não com você, sua maluca.Então ela entra no elevador, se vira, encara Evie e, antes que a porta se feche, ainda dispara

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 – Você é só mais uma. É bom que saiba disso.Evie deixa escapar um arquejo que, por mais baixo que seja, atinge meu peito com uma bo

ro de 10 toneladas. O pavor desce pela minha espinha.Fico parado onde estou, tentando recuperar o controle, tentando domar a raiva que me do

m vontade de gritar de horror por ver Lauren e Evie juntas.Evie é a primeira a se mover. Ela se vira para o elevador e aperta o botão. Isso me tira do

nse e sou invadido por uma onda de pânico. Ela vai me deixar.

 – Evie! Aonde você vai? – Estou indo embora, Jake. É óbvio que você não me quer aqui. Desculpe ter vindo, mas sa

do do trabalho e pensei que não teria problema vir. Liguei para você... – ela se interromphos cheios de lágrimas, e acaba comigo. – Evie, meu bem, por favor. Me deixe explicar. Desculpe. Desculpe de verdade. Coragando tudo.Passo a mão pelo cabelo, tentando encontrar um modo de fazer Evie entender. Pego-a pela

uito, muito delicadamente, torcendo para que ela me siga para o apartamento. Evie perm

óvel por um instante, examinando meu rosto, mas por fim deixa que eu a conduza. Contudo pee ela deixa suas coisas perto da porta por precaução. Ela vai me deixar explicar, mas está pra ir embora em um segundo, se necessário.

s nos sentamos na sala e começo logo a falar:

 – Antes de mais nada, me desculpe por ter feito você se sentir mal por vir. Você pode apaui a qualquer hora que queira. Eu jamais poderia imaginar que a minha mãe... – começo e e respirar fundo para prosseguir: – Nós... não nos damos bem. A situação não está boa entremo acho que você pôde perceber.

Deixo escapar uma risada sem ânimo. Não há nada nem de longe engraçado nessa situação.Conto a Evie que Lauren está na cidade para uma reunião com o conselho da empresa e

esar de já ter dito que não quero nenhum tipo de contato com ela, preciso lidar com essa situaExplico sobre a minha relação complicada com a minha mãe, mas não entro em detalhes so

otivo. Até mencionar o nome de Lauren é difícil para mim. Passei tantos anos tentando finge problema não existia, tentando colocar de lado o que sinto e entorpecer a dor pelo que acon

quela casa... Obviamente não funcionou, mas foi a forma que encontrei para tentar seguir em fmuito difícil contar a Evie sobre Lauren e que ela foi o motivo de eu ter sido tão rebelde na éensino médio e de eu ter me distanciado do meu pai.Apesar de eu não entrar em muitos detalhes, falar sobre isso com ela é centenas de vezes

ícil do que contar os meus segredos mais sombrios ao Dr. Fox. Em primeiro lugar, porque x era meu psicólogo, enquanto Evie é... Evie é tudo para mim. Fico aterrorizado c

ssibilidade de que ela me dê as costas quando souber uma porção mínima que seja da verdade

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Quero que ela entenda por que a tratei daquela forma ríspida. Não foi certo. Sei disso. Motivação não teve nada a ver com Evie, não mesmo. – Quando vi você parada ali, não consegui acreditar que vocês estavam prestes a respismo ar. Ela é uma desgraçada cruel e não mede esforços nem palavras para conseguir o que o fiquei zangado por você estar aqui, mas por você estar próxima  daquela vviamente você não tinha culpa, mas perdi a cabeça e estou muito arrependido.Imploro com o olhar que ela me entenda.

 – Jake – diz ela –, quando você fala comigo sobre sua vida, tenho a sensação de que está facódigo. Consigo compreender a essência, mas na verdade você não me conta nada.Ela está certa, é claro, e me sinto um merda por isso, mas é tudo o que posso lhe oferecer a

ntar do meu ódio por Lauren significa contar quem eu sou, e simplesmente não tenho coragemo no momento. Sou um covarde. No que se refere a Evie, sou um covarde. Mas ao menos e ela saiba quanto lamento.

Ficamos os dois em silêncio, até que aperto a mão dela e digo: – Pode me perdoar por falar com você daquele jeito, por fazê-la se sentir daquele jeito

vor, me perdoe por toda essa situação horrorosa...Evie respira fundo e me encara por um tempo, o cenho levemente franzido.

 – Sim, eu o perdoo – diz por fim. – E não precisa se desculpar pela sua mãe, Jake. Sei melhe ninguém que não escolhemos os nossos pais. – Obrigado – digo baixinho.Levo as mãos dela aos lábios e beijo os nós de seus dedos.

 – Não quero magoá-la, Evie. Nunca. Tudo o que eu faço é porque o que sinto por vocête... Meu Deus, estou me sentindo tão deslocado, e há toda essa confusão... Será que você po

ciência comigo?Então minha doce Evie faz a única coisa que ninguém fez por mim em oito anos, a única cois

jamais poderia ter pedido, porque não sabia quanto precisava. Ela passa os braços ao meu reabraça com força.

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capítulo 23

eço o jantar enquanto Evie toma banho. Fiz besteira e tenho consciência disso. Saber que

m ela daquele jeito está pesando em mim. Estava com raiva de Lauren e acabei descontandie. E depois ainda pedi que fosse paciente comigo. Por quanto tempo mais Evie estará dispuentar? Ela sabe que não estou me abrindo por completo e, mesmo assim, confia em mim. e percebe que o que sinto por ela é verdadeiro, mas deve intuir que o que estou escondendode mudar o que pensa a meu respeito. Vou magoá-la de qualquer modo. E perdê-la. Meus gam pela vista da cidade sem enxergar realmente e sinto o estômago revirar de aflição.

Evie me abraça por trás. Suspiro e me entrego ao seu calor. Ela apoia a cabeça nas minhas cubro suas mãos com as minhas à frente do meu corpo. Quero o conforto que Evie pode mseio por isso. Ficamos parados desse jeito por um tempo, e encontro paz no calor e na da. Ter os braços de Evie ao meu redor é como um bálsamo para o meu coração.Respiro fundo e deixo a mágica de Evie me envolver – nada neste mundo louco parece tão

ando ela me abraça. Nada parece insuportável quando sinto o amor de Evie à minha volta. Tntade de me virar, cair de joelhos aos pés dela e declarar meu amor eterno. Quero lhe dizearia qualquer batalha para ela, que faria absolutamente qualquer coisa para ficar com elantar a verdade a Evie? Vai se arriscar a perdê-la? , ressoa um alerta no fundo da minha m

ego mais perto dela.Evie me aperta e desliza as mãos quentes por baixo da minha blusa. Percebo que ela eaixando e logo seus lábios estão percorrendo e beijando a base das minhas costas. Sinto-a minha pele. Conforme ela vai subindo, fico tenso. Por enquanto, minhas costas são te

oibido. Daqui a algum tempo, meu bem, vou lhe contar sobre a saudade enorme que sencê, da necessidade de gravá-la para sempre na minha pele, pois parecia que só assim eu paz de continuar a respirar.

Eu me viro, de modo que meu abdômen fica diante do rosto dela. Evie levanta os olhos para

ressiona os lábios agora contra o meu ventre. – Evie – digo em um sussurro.Ainda me sinto culpado pelo modo como falei com ela mais cedo e acho que deveria fazê

antar e impedir que executasse os planos que vejo em seus olhos. Mas por mais que eu tentensigo. Quando nossos olhos se encontram, é como se uma corrente elétrica passasse entre nngue dispara nas veias e meu pênis fica duro na hora. Mas preciso ter certeza de quelmente quer fazer isso. No entanto, quando ela sorri para mim, fica de joelhos e desabotoa a minha calça, tod

oblemas desaparecem e resta só alívio em minha mente. Evie abre o zíper da calça, puxa-a

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xo junto com a cueca e deixa meu pênis livre. Sinto o ar frio em minha ereção e quero tanto aEvie em mim que chega a doer. – Me coloque na boca, Evie, por favor – imploro.Qualquer pensamento racional se foi. Ela me encara com seus olhos grandes e escuros, se in

assa a língua pela lateral do pênis rígido. Ah, ah...Ela põe meu pau na boca e passa a língua pela parte de baixo dele. Então começa a chu

icadamente e não consigo evitar uma arremetida involuntária. Evie me possui por compl

oro me dar assim a ela. O alívio de poder lhe entregar o controle é impressionante.Os cabelos de Evie caem sobre o rosto, mas eu os afasto e fico segurando-os. Quero ver á acontecendo. A sensação física é indescritível, mas ver os lábios de Evie esticados ao redu pau é tão excitante que já sinto as faíscas de prazer descendo pelo meu ventre e me faz

mer.Quando Evie me toma por inteiro, ela levanta os olhos para mim e sinto gotas se formare

nta do meu pênis. Ela me segura pela base com uma das mãos e começa a me chupar ritmadamtou completamente à mercê dela.

 – Ahh! Evie... sua boca... isso, assim...Meus dentes rangem, minha voz está pesada de desejo. Enfio as mãos nos cabelos dela, pu

a raiz e os afasto de seu rosto, para poder vê-la melhor. Evie geme e continua a chupar e a laolhos fechados agora.Sinto meu pau saltando em sua boca e mais uma vez não consigo evitar arremeter na direç

to dela. Estou fora de controle de tanto prazer por ver Evie me abocanhar inteiro. Não quero que isso termine, mas já estou fora de mim, não consigo mais me controlar. – Ah, meu Deus, vou gozar, meu bem – aviso, mas ela não afasta a boca, o que faz com

gasmo que vinha se aproximando me atinja rápido, com força, o prazer explodindo em jatoor da boca de Evie. Não paro de gemer enquanto a vejo engolir meu sêmen e me ordenhar com a boca até meu acalmar. – Nossa!Evie guarda meu pênis de volta na calça e sorri para mim. Estou com a visão turva, desorien

que acabou de acontecer? Então o interfone toca. Balanço a cabeça, confuso, e Evie levanhos para mim. Ah, claro, nossa comida. Ambos olhamos para a porta ao mesmo tempo,

ltamos a nos entreolhar e caímos na gargalhada.

pois de jantarmos, eu tomo um banho e levo Evie de volta para o quarto, para retribuir o bemme fez antes da refeição. Somos só eu e ela... E, só por essa noite, nenhuma bobagem im

mos apenas Evie e Jake, um casal que está se apaixonando ou, no meu caso, já completa

aixonado, aproveitando o conforto e o prazer que nossos corpos podem nos dar. Mais tard

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uco, estou deitado na cama, saciado e feliz, depois de mais um orgasmo de tirar o fôlego.Sorrio, olhando para o teto, enquanto penso nas tantas camadas do meu amor por essa garota

 – Por que esse sorriso? – pergunta Evie, sorrindo para mim. – Eu sabia que seria assim com a gente – respondo, o sorriso ainda no rosto. – Sabia, é? – Sim. Desde a primeira vez que a beijei. – No nosso telhado, oito anos atrás.Aquele beijo me deixou fora de mim. Eu imaginara por muito tempo como seria beijar Evie

smo assim o modo como o ar pareceu cintilar ao nosso redor quando nossos lábios se encontrpegou de surpresa. Percebi, então, que minha ligação com Evie ia muito além do meu amo. Sim, eu a amava profundamente, mas também havia algo puramente físico e elétrico entre nó

endia quando nossos corpos se tocavam. Na época, eu não tinha ideia de quanto isso era raroora sei.

Evie também sorri para mim, se levanta e me dá um beijo carinhoso nos lábios. – Vou me limpar, já volto.Enquanto ela está no banheiro, visto a cueca e a camiseta e me enfio debaixo das cobertas.

Quando Evie volta, veste a calcinha e a camiseta e assume seu lugar sob as cobertaonchego a ela por trás, passo o braço ao redor do seu corpo e seguro seu seio possessivamente já se tornou a nossa posição de dormir. Evie me olha por sobre o ombro e sorri. Eu me inra a frente e a beijo. Então volto à posição em que estava e passo a perna por cima do qua.Evie empurra o corpo contra o meu.

 – Sua perna é muito pesada. Está fazendo eu me sentir presa. – Você está presa. Vou mantê-la aqui, na minha cama, indefinidamente, presa sob o meu c

quanto faço o que quero com você.Ela dá uma risadinha.

 – Indefinidamente? Vamos precisar comer em algum momento. – Tenho meia embalagem de chiclete na minha mesa de cabeceira. Vamos cortar cada chicle

daços bem pequenos e racioná-los. – Você viveria de chiclete racionado em troca de sexo ilimitado comigo? – Não apenas sexo. Gosto de tudo o que fazemos na cama... o aconchego, a convers

eirinhos. – Enfio o nariz no pescoço dela, inalo e Evie ri. – Só quero você comigo 24 hora

. Bem aqui. – Ohhh, que fofo.Faço uma pausa.

 – Mas na maior parte do tempo faríamos sexo. Sim, sexo na maior parte do tempo.Ela ri, afasta a minha perna e se vira para mim sorrindo. Então se aconchega novamente e

us braços ao seu redor, enquanto beijo o topo dos cabelos cheirosos. Não sei quanto tempoadormecer, mas sei que durmo sorrindo.

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capítulo 24

 stou terminando minha fisioterapia quando o Dr. Fox entra na sala. Meu fisioterapeuta, M

está trabalhando com outra pessoa, e estou sozinho, fazendo alguns exercícios extras lhorar a flexibilidade. – Parece que você está quase curado. Eu me levanto, pego a toalhinha que está ao redor do meu pescoço e tomo um gole da m

rrafa de água. – É verdade. Eu me sinto bem. Remendado por dentro e por fora.Sorrio. Ele também sorri.

 – Já arrumou tudo?

 – Sim – digo, passando a mão pelo cabelo e sentindo a cicatriz na parte de trás da cabei ser estranho ir embora deste lugar. É quase como se eu houvesse começado uma novaui. E agora preciso sair e começar de novo. – Não começar de novo. Apenas continuar. Não estou preocupado com você. Ele sorri mais uma vez, pousa a mão no meu ombro e aperta com carinho antes de se afas Bufo baixinho. – EU estou preocupado comigo. E se eu estragar tudo, Doutor? – E por “tudo” quero

do mesmo, a empresa, Evie, o resto da minha vida.

 Ele balança a cabeça, negando. – Você não vai estragar. E sabe por quê? – Por quê?Começamos a caminhar juntos. Saímos da sala de fisioterapia e viramos no corredo

eção do meu quarto. – Porque quando uma pessoa está no caminho certo, ela sabe disso. E, Jake, você

brevivente, um lutador. Vai lutar para ficar no caminho em que está agora. O caminho quebe que é onde DEVE estar. Alguma coisa em relação aos últimos oito anos parece certacê? Respiro fundo. – Não. Nem uma única coisa. – Caso se sinta assim novamente, mude de caminho, está certo? – Sim. Está certo, Doutor.Seguimos caminhando e eu me lembro dos últimos oito anos... a chegada em San Diego

eio de esperança... aquela primeira semana horrível, eu me odiando a cada maldito dia d

tão.Uma visão de mim mesmo me desviando do caminho colocado à minha frente passa de re

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minha mente. Lembro dos tempos do ensino médio. Penso em como fui recebido naquela escollifórnia, de forma tão diferente do que já fora recebido em qualquer escola antes, meiro eu era um menino que almoçava de graça e, mais tarde, um garoto que morava em otivos. Penso em como gostava daquela sensação e de como me odiava por gostar. Pensoportes que experimentei e em como era bom neles, como me tornei popular, as garotas me dnção. Eu tinha dezenas de pretensos “amigos”, mas nenhum deles realmente me conh

mpre havia um fio de desespero correndo pelo meu coração. Sempre uma solidão que eunseguia calar completamente, sempre um anseio que eu não dava conta de preencher. Pensanto bebia nas festas, nas drogas que usava sempre que estavam disponíveis. Penso em cque dizia respeito a sexo, qualquer uma poderia ficar comigo, o que, de um jeito tortnificava que ninguém me tinha. Todos aqueles garotos ricos pareciam viver desse jeito tamssando de um dia para o outro, vivendo para a próxima festa. Mas eu estava sempre pior ds, porque tinha consciência, porque sabia que tinha me vendido. Percebo agora que, emboo tivesse muito em Ohio, ainda assim eu tinha esperança, e quando ela se foi, apesar d

almente ter todos os bens materiais imagináveis, fiquei sem nada. Nada mesmo. Penso em quando me mudei da casa de Lauren e Phil, de quando fui para a universi

nda carregando comigo aquele ódio por mim mesmo que jamais me deixava mover um quer para tentar sair do poço de desespero no qual eu estava constantemente afundadsim, cometi todos os mesmos erros que cometera no ensino médio. Tive relações sem nenhportância, que só fizeram com que eu me sentisse ainda mais infeliz, sempre tentando recupguma coisa, mas sem saber exatamente o quê. Bebia quando as coisas iam tão mal que ebia mais o que fazer e, finalmente, a gota d’água... Seth. Penso em mim, saindo por a

rada tendo a morte como missão. Posso admitir isso agora. E Evie, Deus, Evie. Senti sala cada segundo de cada dia, e isso doía demais, porque sabia que ela nunca me perdoaria. Mas talvez, apenas talvez, eu estivesse errado. É hora de descobrir. Finalmente estou fo

stante para isso. Por favor, por favor, Deus, não deixe ser tarde demais. Paramos em frente à porta do meu quarto. – Você sabe que estou a apenas um telefonema de distância, não sabe? Se precisar de algsa... qualquer coisa, pegue o telefone e me ligue.Sinto a emoção me apertar o peito. Despedidas são um horror. E esse homem mudou a m

da de um modo muito profundo. – Pode deixar. Ele sorri. – Então está bem. Fico em silêncio por um instante e digo: – Doutor, eu só... Merda, isso é difícil. Paro e passo a mão pelo cabelo enquanto sinto a onda de emoção me dominar. Ele esp

mpre foi bom nisso. – Queria dizer... o senhor sabe... nunca tive um pai. Ao menos não um pai que me ensina

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r um homem de verdade. E sei que é meu terapeuta, mas na verdade o senhor foi mais doo para mim. Os outros médicos me remendaram, mas o senhor... o senhor salvou a minha v Ele pigarreia e volta a apertar o meu ombro. – Você fez todo o trabalho difícil, garoto. Aceno com a cabeça e também pigarreio. – Vá terminar de arrumar suas coisas. E, Jake? – Sim?

 – Vá atrás daquela sua garota. Ele sorri para mim e se afasta.

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capítulo 25

lanejo uma viagem a San Diego para me encontrar com advogados da empresa e falar sob

imas atitudes de Lauren. Fico furioso quando penso no que ela está tentando fazer. Lauren nãmenor interesse em dirigir a companhia. Ela nunca teve interesse nenhum nos nossos negócingo de todos esses anos em que a conheço – não até isso passar a ser algo que ela poderiara me intimidar. Os motivos de Lauren são claros. Mas infelizmente o fato de ela estar nipuladora não importa no tribunal. Preciso conversar com meus advogados e descobrir de surgir com alguma coisa que realmente me prejudique. Duvido, mas devo a todos os ncionários e aos membros do conselho estar totalmente a par dessa situação. Não vejo Evie há dois dias e estou morto de saudades dela, por isso essa viagem me irrita is. Evie mencionou que estará responsável por limpar a cobertura do hotel durante toda a semo quarto estiver ocupado. Assim, na terça-feira bem cedo, tenho uma ideia e, a caminhoporto, passo no Hilton para reservar a cobertura até quarta-feira à tarde. É inaceitável te

perar até a noite de quarta para ver Evie. Terei que voar de volta de madrugada, mas nãooblema.

Eu me encontro com meus advogados na terça-feira e examinamos juntos o testamento deluindo o momento da alteração. Os advogados estão confiantes de que Lauren não tem base

nhuma ação, mas ainda é verdade que gastaremos um dinheiro considerável na defesa e qocesso pode se arrastar por um bom tempo. Fico irritado só de pensar em todo o tsnecessário que terei que passar em San Diego, longe de Evie, me dedicando a essa bobagembém em todo o tempo que terei que passar com Lauren no tribunal, diante dela e devogados em uma mesa. É exatamente isso que ela quer e tenho vontade de dar um soco na ppensar em tanta manipulação. Será que não posso simplesmente seguir com a minha vida agorDessa vez, não digo o nome do hotel em que estou ao pessoal do escritório. Assim, ao m

sso ter certeza de que Lauren não me fará uma visita surpresa. Na verdade, só reservo um q

rque não estou com vontade de ficar vagando no aeroporto até meia-noite, que é o horárrtida do avião. Preciso jantar alguma coisa e dormir por umas duas horas, se quiser estar acoastante para fazer uma surpresa a Evie. Sorrio ao pensar nisso.Evie está no trabalho, mas mando uma mensagem de texto para ela e aviso que já terminei m

uniões e estou no hotel. Peço o jantar pelo serviço de quarto e tomo um banho de chuveiro qumorado. Ouço uma batida à porta no momento em que estou me vestindo. Congelo, a camiio caminho da cabeça. Será que... Vou até a porta e confiro o olho mágico. É o serviço de qvamente. Quando abro a porta, o garçom muito jovem entra no quarto com um carrinho com

ico prato coberto no meio.

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 – Ahn, eu não pedi nada. Deve ser o quarto errado.O rapaz consulta sua comanda.

 – Jake Madsen, quarto 842? – Sim. Mas realmente não pedi nada. – Outra pessoa fez o pedido, senhor.Eu o encaro com a testa franzida.

 – Está certo. Bem, obrigado.

Tiro uma nota de 20 dólares da carteira e a entrego ao jovem. – Obrigado! – diz ele, olhando para a nota e já se encaminhando para a porta.Levanto a tampa do prato e vejo uma pilha de cookies com gotas de chocolate, quentinhos. 

m sorriso se abre em meu rosto. Mal cobri novamente os cookies quando meu telefone toca. Vme de Evie na tela. – Oi, meu bem – respondo. – Oi – diz ela, e posso ouvir o sorriso em sua voz. – O que está fazendo? – Sentindo saudades de você.

 – Recebeu minha encomenda?Sorrio.

 – Sim. Os lençóis estão todos manchados de chocolate e cheios de migalhas. E ainda nãoisfeito.Ela ri.

 – Sinto muito. Achei que poderiam me substituir à altura. – Não chegaram nem perto. Alguma chance de o carrinho do hotel trazer você da próxima veEvie ri de novo.

 – Quem me dera! A que horas você volta amanhã? – Só bem tarde. – Ah... Está bem. – Ela parece desapontada. Sorrio para mim mesmo. – Como foram

uniões? – Muito bem. – Suspiro. – Não mencionei nada a respeito porque é só outro exemplo da ação disfuncional com a minha mãe, mas... para resumir, ela discorda do testamento do meui para isso que se reuniu com o conselho diretor da empresa aí em Cincinnati. Vim consulvogados da companhia hoje, para descobrir se Lauren tem alguma chance de ganhar o caso e

mos precisar para lutar contra ela no tribunal. – Ah. Jake. Isso é... lamento tanto. O que ela quer com isso? – Lauren quer basicamente o controle da companhia, quer me controlar. Mas meus advoão confiantes de que ela não vai conseguir nada. Mesmo assim, terei que vir aqui mais veze gostaria. Não consigo esconder a amargura na voz.Evie fica em silêncio por um instante.

 – Talvez eu pudesse ir com você uma ou duas vezes, se eu não estiver trabalhando. Para lhm apoio, sabe? Se achar que a minha presença pode ajudar... – Ela se interrompe, parec

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egura.A emoção deixa o meu peito apertado e fico quieto por algum tempo.

 – Jake? – chama ela baixinho. – Você faria isso? – Se eu faria isso? Sim, é claro que eu iria com você... – Me apoiar.É a vez dela de ficar em silêncio.

 – É claro que eu o apoiaria – ressalta Evie.Deixo escapar um suspiro rouco e algo bem no fundo do meu peito se aquece e se suaviza, rmo um músculo que houvesse estado em perpétua cãibra. – Não mereço você, Evelyn Cruise. – Provavelmente, não. Esses cookies também devem servir como um aviso para o que seruro se não me tratar bem. Uma vida de frustração e lençóis manchados de chocolate.Rio e continuamos a conversar sobre o que Evie andou fazendo nos últimos dias, incluin

nos para jantarmos com os amigos dela, Nicole e Mike. Depois de mais algum tempo, pe

o som de sua voz que ela está cansada e nos despedimos. Na quarta-feira de manhã, quando chego a Cincinnati, mal tenho tempo de parar em casa e

m banho antes de mudar de roupa e ir direto para o Hilton. Uso o cartão que haviam me daspera para abrir a porta da cobertura.

Quando ouço três batidinhas à porta, em vez de responder, vou para o corredor que levnheiro. Meu coração dispara na expectativa de que Eve apareça. Faço alguns barulhinhopósito, para que ela saiba que há alguém ali. – Olá... – chama ela, mas permaneço calado.

Os minutos se arrastam enquanto a ouço trabalhar no outro cômodo. Apuro os ouvidos, pepassos suaves de Evie no carpete macio, enfio as mãos nos bolsos e espero, me sen

bitamente um pouco nervoso. Como ela reagirá a essa surpresa?Vejo quando Evie espia do batente da porta, um walkie-talkie em uma das mãos e um

alquer de limpeza na outra.Continuo sorrindo quando ela me vê. Primeiro, uma expressão de espanto toma conta do

a, mas logo é substituída por outra de pura felicidade.Ela deixa cair o que tem nas mãos e se joga em cima de mim, deixando escapar um gritin

gria quando a pego no colo. Rio, surpreso, e giro com ela, nós dois sorrindo e nos beijando. ie, minha Evie, meu coração. Imagino que teria sido assim se eu a houvesse procurado quand

18 anos. Por apenas um minuto, finjo que somos só dois adolescentes que passaram porância difícil, mas que tiveram sorte o bastante para encontrarem um ao outro, e agora somos la contra o mundo, recomeçando. Temos toda a vida pela frente, sem segredos, sem culpa

rgonhas.Evie segura o meu rosto entre as mãos, rindo contra a minha boca. Ela me beija de novo

vo. Eu faço o mesmo, com a mesma paixão, e giro-a no ar mais uma vez. Tudo em relação afaz sentir em casa. Ela é o único lar que tive de verdade.

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Finalmente a coloco no chão e Evie levanta os olhos para mim. – O que está fazendo aqui, Jake? – Queria fazer uma surpresa. Quando nos falamos no domingo, você comentou que iria lim

bertura durante toda a semana, se ela estivesse ocupada. As engrenagens da minha cameçaram a funcionar... Fiz a reserva na terça de manhã, antes de viajar. Quanto tempo stuma demorar para limpá-la? – Você reservou a cobertura só para poder passar comigo o tempo que eu demoraria para li

– pergunta Evie, o cenho franzido. – Reservei.Ela fica me encarando em silêncio por um instante.

 – Hum... quanto tempo demoro para limpá-la? Quando os hóspedes são muito bagunceiros, uma hora e meia? – Estamos falando aqui de verdadeiros porcos. – Ah, certo, talvez então eu possa esticar para duas horas. Não há tempo a perder. Começo a abrir o zíper do vestido dela.

 – O que está fazendo, Jake? – Aproveitando o nosso tempo. – Hã, Jake... – ela começa a dizer, mas não termina, porque já estou beijando seu pescoço.Assim está ótimo. Teremos muito tempo para conversar depois.Ela me olha com uma expressão ardente e um sorrisinho nos lábios. Então pega a minha mão

a para a poltrona grande, do outro lado do quarto. Evie me empurra para cima da poltronservo, imaginando o que terá em mente. Estava torcendo  para que as coisas se encaminhassa direção específica. Eu, Evie, uma cama... vários dias morrendo de saudades dela. Ma

bia se Evie se sentiria confortável com essa situação, já que supostamente deveria balhando. Mas, ao que parece, ela se sente bastante confortável. Graças a Deus.Evie monta em mim, segura meu rosto entre as mãos e olha dentro dos meus olhos por a

gundos, antes de capturar meus lábios, mordiscando-os e deslizando a língua para dentro da mca. Sorrio contra os seus lábios. Minha Evie está descobrindo seu lado deusa do sexo. Alm se agita... um orgulho possessivo pelo fato de ela só conhecer o meu jeito de fazer amor, aprendido o que sabe comigo. Assumo o controle do nosso beijo e inclino a cabeça de Evie

der explorar mais fundo a sua doçura. O sabor dela explode em minha língua e meu pêni

ro. Meu corpo é dominado por um ataque violento de desejo, minha ereção é plena sob a is íntima de Evie. Anseio por estar dentro dela, quero penetrá-la tão fundo que não saibamosde ela começa e eu termino.

Puxo para baixo o zíper do vestido dela e desço-o até expor a pele sedosa de seus ombros.vamente a boca à de Evie enquanto corro o vestido por seus braços. Quando a curva do qua impede que a roupa passe, Evie interrompe o beijo e se levanta, mantendo o contato v

migo enquanto o tecido escorrega para o chão.Meus olhos estão pesados do desejo que percorre meu corpo. Eu me recosto na poltrona,

m dos braços pelo encosto dela e observo o show que ameaça destruir o pouco controle que

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resta.Evie abre lentamente o sutiã e o deixa deslizar pelos braços até também cair. A calcinh

óxima. Ela enfia os polegares no elástico da cintura e desce a peça bem lentamente pelas po chão. Evie chuta os sapatos e dá um passo para o lado, abandonando a calcinha. Meus

ompanham cada peça de tecido que sai do corpo dela e então a encaram, parada diante de mimda a perfeição de sua nudez. Meu olhar encontra o dela e vejo ali a hesitação misturada ao dr algum motivo, o fato de Evie estar um pouco nervosa torna o show que ela acabou de dar

is sexy.Sem perder o contato visual com ela desabotoo minha calça e abro o zíper. Quero tranquilostrando a ela o que provoca em mim. Só quando liberto meu pênis os olhos de Evie se des meus e ela passa a acompanhar o movimento da minha mão. Os olhos dela ficam vidquanto me acaricio. Ah, Deus, isso não é uma boa ideia. Mal estou conseguindo me contmido baixo que Evie deixa escapar me inflama. – Quero que se toque, Evie – peço, a voz engasgada.A hesitação que vi nos olhos dela parece ter desaparecido. Evie faz o que eu digo no m

tante. Ela toca os mamilos de leve, então leva uma das mãos ao meio das pernas, por entos escuros, e se acaricia com os dedos, gemendo, os lábios entreabertos. Aquilo acaba d

m o controle que venho mantendo por um fio. – Meu Deus, preciso estar dentro de você agora, meu bem – aviso.Eu a agarro pelo quadril e a coloco em cima de mim novamente, apoiando seus joelhos na l

poltrona. Puxo o corpo dela para baixo, arremeto com toda a força e mergulho nela por inteirúsculos internos dela ficam tensos por um instante, então ela levanta o corpo e volta a descê-lontade. Vejo estrelas. Ah, isso é tão bom... Não consigo evitar o gemido rouco que escapa de

ios conforme o prazer se espalha por meu corpo.Observo Evie experimentar essa nova posição, me cavalgando, buscando prazer no meu co

ão excitante que não sei se vou aguentar por muito tempo.Evie sobe e desce, levando nós dois em direção ao orgasmo. Capturo um seio com a b

upo o mamilo, que logo fica mais rígido. Eu brinco com ele entre o indicador e o polegar, o o mesmo com o outro seio. Quando volto a me recostar, sinto um gemido rouco subindo

rganta ao ver que os mamilos de Evie estão escuros e molhados do contato com a minha boca lábios estão vermelhos e inchados dos meus beijos. Por alguma razão, um prazer primitiv

vade ao ver no corpo dela a evidência do amor que estamos fazendo.Quando sinto o clímax chegando, seguro Evie pelo quadril, fazendo-a se mover mais ráp

m mais intensidade, como eu preciso. – Aaaah – digo em um grunhido quando o prazer explode pelo meu corpo.Capturo a boca de Evie quando ela também chega ao orgasmo, beijo-a apaixonadamente e a

memos e nos agarramos um ao outro.Ainda permanecemos abraçados por vários minutos antes que nossa respiração volte ao norm

 – O que você está fazendo comigo? – pergunta Evie, por fim.Sorrio para ela e logo rio baixinho.

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 – O que você está fazendo comigo? Nós nos limpamos, então caímos na cama, Evie aconchegada a mim, que a abraço com força – Você pegou o avião da madrugada na noite passada? – quer saber Evie. – Deve estar exau – Sim. Achei que poderia tirar um cochilo no avião, mas me sentei ao lado de um cara qu

rou de falar a noite toda. Ele tinha medo de voar e acho que falar evitava que entrasse em pân – Ah, que chato... para vocês dois! – Pois é. Toda vez que havia a mais leve turbulência, o homem agarrava a minha perna. M

ado de pânico em que se encontrava, sua mira não era muito boa e, mais de uma vez, ele agarpaz” lá embaixo.Evie ri.

 – Provavelmente você já possa até eliminar “sexo no avião” de sua lista de coisas a fazermorrer.Rio também.

 – Provavelmente. – Agora, falando sério... isso realmente está na sua lista de desejos? – quer saber Evie.

Ela levanta a cabeça e ergue uma das sobrancelhas. – Não... Mas se estiver na sua, posso fazer o sacrifício – respondo, sorrindo maliciosamente. – Não sei. Nunca nem sequer viajei de avião... Mas eu o avisarei. – Está certo.Eu a puxo mais para perto e beijo o topo de sua cabeça.

 – O que está na sua lista de desejos, meu bem?Evie fica em silêncio por um instante, então fala baixinho:

 – Ter uma família.A mão com que eu acariciava lentamente o braço dela fica imóvel conforme suas palavra

volvem. É a única coisa que eu quero, também. Com ela. Só com ela.Evie deve ter tomado meu silêncio como um sinal de desconforto da minha parte, porq

ressa em acrescentar: – Quero dizer, algum dia. No futuro. Se acontecer. Não é como se... – Evie, pare. Você não precisa explicar a sua resposta. Querer uma família, principalm

ando nunca se teve uma, é absolutamente compreensível.

Ela levanta a cabeça, me encara e, por fim, assente. – Eu só não queria que você pensasse que eu o estava pedindo em casamento ou algo parecnca ela, sorrindo, e pousa a cabeça novamente no meu peito.Rio.

 – Eu teria aceitado. Só para registrar. – Bom saber – diz Evie, com um sorriso na voz. – Mas não por menos de um anel de 3 quilates.Ela ri.

 – Eu sabia que você era só um caça-dotes.

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 – Ei, um cara precisa respeitar os próprios padrões.Evie levanta a cabeça e olha nos meus olhos.

 – Às vezes imagino se eu seria uma boa mãe. Afinal, nunca ninguém me mostrou como o...Fico encarando-a em silêncio por algum tempo.

 – Acho que algumas pessoas simplesmente sabem certas coisas, Evie. Você será uma ótimadigo, certo de que é verdade.

Ficamos em silêncio um instante e volto a acariciar o braço dela, sentindo a paz de teração batendo tão perto de mim. Minha mente se enche de imagens dela carregando um bebaços, um filho meu. Abraço-a com mais força. – Ah, tenho uma coisa pra você! – digo. – O quê? – pergunta Evie, levantando um pouco o corpo.Eu me inclino sobre ela e pego o paletó que havia deixado ao pé da cama quando entrei. En

o no bolso, pego um embrulhinho de papel fino e o entrego a Evie.Ela o pega e relanceia o olhar para mim com um sorrisinho nos lábios. Então abre o embru

ga a concha pequena e delicada que ele continha. Um enorme sorriso se abre em seu rosto. – Uma concha! Nunca tive uma concha! Obrigada! Você encontrou ou comprou? – Encontrei. À primeira vista não é uma concha das mais lindas, mas está vendo essa espiralado? Veja. Em 99 por cento dos casos, a espiral segue o sentido horário. Neste a espiral

ntido anti-horário.Faço uma pausa enquanto ela examina a concha.

 – Dei uma caminhada na praia entre as reuniões que eu tive ontem e, quando vi a concha, peara você. Então percebi o desenho. Nunca havia encontrado uma assim antes.

Ela baixa os olhos para a concha e traça a espiral delicadamente com o dedo. Então levanhos e sorri para mim. – Você leu algum livro sobre conchas? Como sabe tanto sobre elas? – pergunta, erguendo

brancelha para me provocar.Rio.

 – Não. Eu não sei. Só peguei essa informação em algum lugar. Nem sei onde.Observo-a com um sorrisinho no rosto. Evie volta a olhar para a concha, analisando-a. Conti

 – A questão sobre os caracóis marinhos com desenhos no sentido anti-horário é que el

dem cruzar com outros cujas espirais se curvem na mesma direção.Os olhos de Evie encontram os meus e ela franze o cenho.

 – Como é possível eles encontrarem algum dia uma parceira do tipo deles se são apenas unto da população de conchas? Parece impossível.

Balanço a cabeça, assentindo. – Bem, para sorte dos caracóis que têm o desenho no sentido anti-horário, os predadores

am uma técnica que só funciona com os que têm espirais que se curvam no sentido horário. edadores tentam comê-los, simplesmente não conseguem, então terminam soltando-os. Esse caui, o desenho dele, o modo como foi feito, permite que sobreviva mais um dia. Ele tem então

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m dia para encontrar uma parceira. Ele é raro, mas é um sobrevivente, assim como será a ncha pela qual está procurando.

Evie está me olhando com uma expressão sonhadora, um sorrisinho nos lábios. Me pnotizado por seus olhos lindos e escuros. Ela avalia de novo a concha em suas mãos xinho: – Humm... Será que este aqui morreu antes de encontrar sua parceira? Pobrezinho.Sorrio.

 – Prefiro acreditar que ela também foi levada pelo mar para aquela praia e que eles levaramda de conchas longa e feliz juntos.Evie sorri também e volta a olhar para a concha, traçando mais uma vez a espiral com os d

ando ela me encara novamente, diz: – Foi uma linda surpresa, Jake. Obrigada.Fico abraçado a ela na cama por mais algum tempo antes de chegar a hora de nos levanta

itar o quarto e deixar Evie voltar ao trabalho. Hoje vai ser um longo dia. Estou exausto. Mas ena. Valeu muito a pena.

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capítulo 26

Depois da nossa conversa na suíte do Hilton, não consigo tirar da cabeça a imagem de como

uma família com Evie. Não costumava pensar muito nisso quando tinha 14, 15 anos, emesse certeza de que aconteceria  – e depois nunca mais me permiti pensar. Teria snecessário e torturante. Eu acreditava que jamais poderia ter Evie de novo. De que adiaar imaginando crianças de olhos castanhos correndo por toda parte, meus filhos com ela, senca existiriam? Mas agora... Conversar com Evie sobre o sonho dela de ter uma família aca ideia na minha cabeça. Não é um sonho nebuloso e distante, mas uma imagem bem especo consigo tirá-la da cabeça. Evie nem sequer falou que queria realizar esse sonho comigoero que ela saiba que eu quero realizá-lo com ela. E não posso fazer isso sem contar quem sou

Quero tanto seguir em frente com a nossa vida que mal consigo pensar direito. Mas, para sfrente, primeiro tenho que contar a verdade a Evie. Agora ela sabe tudo o que podemos ser ju

sa situação não pode continuar .Se Evie decidir que não quer mais ficar comigo depois que eu lhe contar a verdade, tenh

xar que ela encontre outra pessoa para realizar seu sonho. Não posso continuar a impedi-lizá-lo por mais nem um dia. Amo Evie. Quero que ela tenha tudo o que desejar, mesmo se nã

migo. O medo corre pela minha espinha diante desse pensamento, mas fico firme. Faça o que

be que é certo.Sei que Evie gosta de mim, por isso é menos provável que ela queira me deixar. Meu Deura eu ser mais egocêntrico? Sou um exemplo para os babacas mentirosos de toda parte. Ser a me odiar ainda mais, não a culparei. Não apenas vou perdê-la, como também vou perno. O medo e a culpa queimam meu estômago.Quero tão desesperadamente dizer a Evie que a amo... Mas como posso fazer isso quando

ndo tão egoísta? O amor não é egoísta. Amo Evie desde o princípio, mas me recuso a lhe deco sem que ela saiba o meu nome.

Uma semana depois de surpreendê-la na cobertura do hotel, ligo para o Dr. Fox enquanto eltrabalho. – Jake! – cumprimenta ele. – Como você está? – Estou bem, Doutor. O trabalho vai bem. – E Evie? Como vão as coisas com ela? Não falo com o Dr. Fox desde aquele dia em que Evie me surpreendeu seguindo-a. Mandeiil breve para ele, contando que voltara a ter contato com ela, mas nada além disso. – Estão ótimas. Mas, Doutor... – Faço uma pausa antes de continuar. – Evie não me reconhec

menti para ela, disse que Leo havia morrido e que eu era um conhecido dele.

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Há um instante do mais profundo silêncio. Juro que é possível ouvir um alfinete caindo do o da linha. – Jake... – diz apenas, num tom de profundo desapontamento. Merda. – Eu sei, Doutor. Eu sei. Acredite em mim, eu sei. – E ainda não contou a verdade a ela? Por quê? – Porque sou um covarde que não vale nada e só pensa em si mesmo. Eu queria Evie e acha era a única forma de impedir que ela me deixasse. Entrei em pânico e menti. E agora... se

ho que contar a verdade a ela, mas estou apavorado. Como pode ver, sou um covarde que nãoda.

Ele suspira. – Filho, você não é coisa alguma que não vale nada. Mas sabe que precisa contar a verdie, para que ela possa fazer sua escolha. Dê a ela a oportunidade de escolher ou não o verdacê. – E se ela não me escolher? – Minha voz quase falha, mas me recomponho. – Então você vai saber que fez o que era certo e vai mostrar seu amor por ela deixando-a i

peitá-la, deixando-a escolher a vida que quer e deixando que Evie  decida o que pode ourdoar.

Ficamos ambos em silêncio por alguns segundos, então o Dr. Fox pergunta: – Você está no caminho certo, garoto? Está se sentindo em paz?Permaneço em silêncio por mais um instante até que respondo:

 – Não.Suspiro e passo a mão pelo cabelo. Mas estou tão perto...

 – Recue, então. Conte a verdade a Evie.

Deixo escapar outro suspiro. – Está certo. Sei que é o certo a fazer, só que fazer o que é certo... – A coisa certa nem sempre é a mais fácil de se fazer. Mas acredito em você. Acredito is forte do que pensa. Mas você já sabe disso – garante ele, e percebo um sorriso em sua voz – Está certo, Doutor. Bem, tenho que correr... obrigado, viu?Preciso desligar antes que o nó na minha garganta fique insuportável.

 – Está certo, Jake. Você consegue. – Está bem. Tchau, Doutor.

 – Tchau, filho. Naquela sexta à noite, faço amor com Evie no escuro e derramo todas as minhas emoçõ

oração que dedico ao seu corpo. Tenho consciência de que estou tentando memorizar cada a, no caso de vir a ter apenas essas lembranças pelo resto da vida. Vou contar a ela amanhã.planos de jantarmos com amigos dela amanhã à noite, e não posso permitir que essa histó

enda por mais tempo.Seguro-a em meus braços até ela adormecer, então fico deitado no escuro, deixando q

rfume de Evie e a sensação de seu corpo inundem a minha alma. Essa será a última vez queo? Será que conseguirei fazê-la compreender? Evie será capaz de me perdoar?

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Por fim, me afasto do corpo adormecido dela, vou até a cozinha e me sirvo de um drinquemo diante da bancada. O ar fresco clareia minhas ideias e o álcool começa a me deixar sonopois de algum tempo. Estou prestes a voltar para a cama quando sinto os braços de Evie aodor. – Não consegue dormir? – pergunta ela em uma voz sonolenta. – Não. Achei que um drinque ajudaria. Volte para a cama, meu bem. Vou me juntar a você enuto.

 – Está certo – concorda ela, então aperta um pouco mais o meu corpo e volta para a cama. Na semana passada, agendei um dia de spa para Evie. Achei que seria bom para ela relaxarsairmos para jantar. O atendimento é amanhã cedo, mas não o cancelo. Quero que ela aprov

a, porém me dou conta de que estou ganhando mais algum tempo. Umas poucas horas emnda posso dizer que ela é minha.

Levantamos e tomamos um café da manhã leve. Então Evie sai para o spa. Tomo um banho ens e camiseta antes de voltar à sala para esperar por ela. Trabalho no meu notebook por algras, mas tenho dificuldade de me concentrar. Por isso, acabo deixando o trabalho de lado e

enas sentado. Não tento ensaiar o que vou dizer quando Evie voltar – a ordem exata das palo importa. Não sei nem mesmo se ela vai me deixar explicar mais alguma coisa depois qser quem sou e que menti esse tempo todo. Será que vai chorar? Ou vai ficar furiosa? Será quesbofetear? Espero que faça isso. Eu mereço. Estou me sentindo nauseado e assustado, mas

e tenho que fazer e vou fazer. Estou assustado, mas decidido.O interfone toca. Eu me sobressalto e saio do transe em que estive perdido pela última

endo e outro porteiro, Carl, diz: – Sr. Madsen, a Srta. Cruise está aqui. Ela... não parece bem. Devo deixá-la subir?

 – Sim, é claro – respondo.Então coloco todas as minhas próprias preocupações de lado; a preocupação com Evie é

que tudo. Combinamos que ela me avisaria por mensagem de texto quando houvesse acabadondaria um carro pegá-la. Será que houve algum problema no spa?Quando a porta do elevador se abre, Evie sai, parecendo muito pálida e transtornada.Meu coração para.

 – Evie, meu bem, o que houve? – pergunto.Passo os braços ao redor dela e a levo para dentro do apartamento. Fecho a porta, viro

nha direção e seguro seu rosto entre as mãos. – Evie, fale comigo, meu amor. O que houve?Examino o corpo dela de cima a baixo, procurando por algum machucado, algo que expli

pressão no rosto dela. – Tire a camisa, Jake – ordena Evie, em uma voz sem expressão.Por um instante, fico apenas encarando-a, sem compreender. O que a minha camisa tem a ve

o? – O quê? Meu bem, não estou entendendo. – Me deixe ver suas costas, Jake – diz ela, me fitando nos olhos agora, o medo, pleno e v

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minando sua expressão.Eu a encaro por um longo instante, gelando de pânico ao compreender o que aconteceu. Al

ntou a Evie sobre a minha tatuagem. Quem? O que mais disseram a ela? Preciso ser eu plicar tudo. Preciso ser eu a fazê-la entender. Não é assim que eu gostaria de começar. Fechos desejando que o tempo pare. Quando os abro novamente, olho dentro dos olhos de Evieão tomados pela mágoa e pela confusão. Aquela expressão me acerta como um soco no estôm – Evie, com quem você falou? Meu bem, me deixe explicar primeiro.

 – Não! – grita ela, a voz trêmula. – Me mostre suas costas, Jake!Por favor, não deixe que isso esteja mesmo acontecendo. Fecho os olhos novamente, conformcabeça baixa, depois volto a encarar Evie. Não importa quem contou a ela. Eu queria resa situação de uma forma carinhosa, mas o destino se adiantou e é dessa forma que vai aconvanto a bainha da camiseta e tiro-a pela cabeça. Fico parado diante de Evie, de peito nu, cotantas vezes. Volto a olhá-la nos olhos, implorando que ela compreenda. Os olhos grand

ustados de Evie me fitam, esperando que eu explique de algum modo.Eu me viro lentamente e mostro minhas costas. Volto a abaixar a cabeça, sentindo o olhar de

eimar. O sangue lateja em minha cabeça, o som das batidas do meu próprio coração ecoa nos vidos.

Escuto um arquejo, mas não me mexo. Vários segundos se passam, e não me movo nem qucuto o grito estrangulado que Evie deixa escapar, ou seus passos cambaleando para trás.

Minha mente parece desligar e de repente estou de volta a San Diego, meses antes do anive18 anos de Evie. A data acena dolorosamente para mim na agenda. Pensar no que ela reprefaz sofrer de um modo como nunca sofri, nem mesmo naquela primeira semana, quando

nsciência de que o que aconteceu com Lauren me fez perder Evie para sempre. Eu tinha a sen

que já havia morrido por dentro, como se fosse apenas a casca andando por aí, vazia,ranhas. Não admiti isso para mim mesmo na época, mas olhando para trás sei que, mais dnca, senti necessidade de acabar com aquele sofrimento. Não aguentava mais, era excruciantenseguia suportar. A vida me parecia um prédio em chamas e a única coisa em que consnsar era saltar. Eu estava sufocando, as chamas pareciam me lamber por todos os lados. A m

garantiria o ar limpo e doce ao qual eu não conseguia ter acesso no inferno em que estava po me parecia uma opção, e sim sobrevivência.Eu queria morrer, mas queria estar com Evie quando me fosse. Precisava me agarrar a ela,

ma parte dela comigo. Algo dentro de mim ansiava havia muito tempo por contar a minha histótória de nós dois, a história de como eu havia destruído tudo de mais lindo que já tivera,

pois destruir a mim mesmo.Assim, depois de meses pensando numa cena que narrasse minha vida, procurei um tatuadoajudou a desenhar a imagem que descrevi e permaneceu em silêncio enquanto rascunh

meiro conceito básico. Quando terminou, o homem olhou para mim e perguntou em umnquila: “Essa é a sua história, cara?”Examinei o desenho por um longo tempo, então finalmente levantei os olhos para ele e resp

enas que sim.

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Willow estava lá, andando em uma corda bamba, com a possibilidade da queda sempre preem rede de segurança, apenas a amargura do chão vazio sob ela. Era Willow, mas represetos outros... sempre vivendo com medo e solitários, sem um lugar suave para aterrissar.E então os palhaços. Todas aquelas pessoas sem coração que supostamente deveriam

oteger, nos fazer rir... ser uma válvula de escape para a dificuldade da vida. Mas que, emso, acabaram se mostrando o pior do pior, apenas piadas cruéis.E lá estava eu também, meio leão, meio menino, exatamente como Evie acreditava que eu

achava que ela devia estar certa, porque metade do tempo eu me sentia selvagem, fudomável e, na outra metade, suave e sensível demais para este mundo desgraçado. Eu não mo fundir as duas metades em uma pessoa – não sabia como ser ambos em vez de apenas utro.

Evie tentou me ensinar, minha Evie, minha domadora de leões, mas eu não fui bom o basm mesmo por ela, a pessoa que mais amava no mundo, eu consegui ser bom o bastante. N

ria. No fundo da cena da tatuagem estava o mestre de cerimônias. Observando tudo, orquestra

petáculo. Ele pusera os palhaços em ação, tantos deles. Pusera Willow na corda bamba semsegurança embaixo. Me fizera meio estranho, meio selvagem. Mas... mas me dera uma

madora de leões, com olhos profundos como a eternidade, e dera amigos para Willow dispopará-la se ela caísse e me fizera corajoso o bastante para amar as duas muito tempo atrás. C

r sentido àquilo? Como poderia compreender o mestre de cerimônias se não conseguia entda do espetáculo para o qual me escalara? Ele era bom ou cruel? Eu não sabia. Me parecirgunta impossível de responder.

Paguei mais ao tatuador para fazer minha tatuagem toda em um único dia e, quando o ho

sou que doeria demais fazer uma tatuagem tão grande de uma só vez, disse a ele que nãportava. E, conforme a agulha entrava e saía da minha pele, eu saboreava a dor. Eu merecia ador física afastou a agonia emocional e naquele dia eu finalmente senti uma paz que não svia muito tempo.

Mais tarde naquela noite, sozinho e bebendo até deixar meu corpo e minha mente entorpeuei encarando o desenho da tatuagem no pedaço de papel que o tatuador usara como referra a história que gravara na minha pele. Encarei a representação dos olhos de Evie e, mesmo ópia de uma cópia dos espelhos de sua alma, aquele olhar fez com que meu coração volta

da e recomeçasse a bater no peito. Ao observar o lindo rosto de Evie, algo em mim decidieria viver. Não sei o que foi, mas algo sussurrou em meu ouvido: aguente firme. E foi o qur um curto espaço de tempo.Volto a mim quando Evie deixa escapar um grito baixo e estrangulado. Me sobressalto ao

mas, a não ser por isso, permaneço quieto.Evie dá a volta e segura meu queixo entre as mãos trêmulas, erguendo meu rosto, forçando

har dentro dos seus olhos cheios de mágoa. – Por que está me encarando? – pergunta ela, a voz sem expressão, mas os olhos arregalad

nico.

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Meus olhos buscam os dela por longos segundos, procurando algo que se pareça com ammpreensão. Mas não encontram nada.

Mas sei o que Evie quer de mim e dou a ela a resposta que deseja. – Porque gosto do seu rosto.Ela volta a cambalear para trás, dando mais um grito estrangulado, e seus olhos finalm

ostram que compreendeu. Então, como eu sabia que faria, Evie me dá as costas e sai correndo.Acho que estou paralisado, mas, quando percebo, estou seguindo-a, chamando seu nome c

z engasgada, enquanto ela entra aos tropeções no elevador e a porta se fecha entre nós.E, exatamente como eu sabia que Evie faria se soubesse a verdade, ela se foi. Já eu, faço a

sa que posso – caio de joelhos em frente à porta fechada do elevador, a cabeça entre as mãração em pedaços.

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capítulo 27

ão sei quanto tempo permaneci naquela posição até encontrar forças para me levantar e v

ra o apartamento. Estou totalmente entorpecido agora. Visto novamente a camiseta e fico pnte das janelas, olhando para a cidade, encarando a verdade do que fiz. Penso em como Eviear se sentindo. Será que está chorando? Magoada? Será que me odeia? Provavelmente, spressão no rosto dela quando as portas do elevador se fecharam entre nós me disse que sim. Ea confiança, de novo. Abandonei-a e a decepcionei. Evie me odeia. Mas não tanto quanto odm mesmo.

Onde está ela? Sozinha no apartamento onde mora? Sendo confortada pelos amigos com veríamos ir jantar esta noite? Queria tanto poder ser eu a confortá-la. Mas Evie não me queovoquei isso.

E se ela estiver ferida? Evie saiu correndo e não sei nem para onde. Preciso ter certeza dá bem. Pego o celular e mando uma mensagem de texto para ela, pedindo que por favor me dá bem. Uma nova onda de pânico me atinge quando penso no estado em que Evie estava quu correndo de mim e na quantidade de áreas perigosas onde ela pode ter ido parar se correção errada. Não consigo ficar sentado quieto. Assim, pego minhas chaves e saio do apartamento. Dirij

um tempo tentando convencer a mim mesmo que não sei exatamente aonde vou e ligo parais algumas vezes. Mas, no fim, acabo onde sabia que acabaria o tempo todo. Estaciono em fprédio de Evie e volto a ligar para ela. Sem resposta, mais uma vez. Saio do carro e t

erfone dela. Sem resposta, talvez Evie esteja lá dentro, mas decidida a ignorar o interfonero saber se ela está bem...

Volto para o carro e dirijo sem rumo por mais algum tempo. Ligo mais algumas vezes para Endo algumas mensagens de texto. Por fim, deixo uma mensagem de voz para ela. “Evie, peloDeus, eu... por favor, ligue para mim. Estou ficando louco aqui. Você saiu correndo e nem

mo você está. Meu bem, por favor, me diga ao menos se está bem. Pelo menos isso. Mesmo siser conversar comigo... ou, mesmo se não quiser ter mais nada a ver comigo... por favor, me está bem, em segurança. Fui até o seu apartamento e você não estava lá. Está tarde e eu.

vor, esteja bem.”Estou trêmulo e arfante quando desligo o celular. Ela provavelmente está bem... ou es

artamento e não quis atender ao interfone ou está com amigos.  Ela tem que estar bem.  Voigir a esmo por mais algum tempo, o céu já escuro agora, mais uma vez sem um destino em mco quase chocado ao me ver descendo a quadra onde cresci e parando o carro em frente à

de passei os primeiros onze anos da minha vida. Por que, entre tantos lugares, vim parar aqu

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dar conta? O que me trouxe a este bairro que nunca mais quis voltar a ver?Quando paro o carro, me ocorre que este lugar fica a poucos quilômetros do apartamen

ie. Nossos lares adotivos também ficavam a cerca de dois quilômetros daqui. Tão icamente, e ainda assim Evie foi tão longe. De certo modo, nós dois fomos, eu imagino, manseguiu tudo sozinha.

Fico sentado no carro, olhando para a casa da minha infância sob a luz do poste da rmbranças ruins passam pela minha mente. Apoio a cabeça nas mãos e me rendo ao ataque vio

quelas visões – muitas coisas ruins aconteceram sob aquele teto, entre aquelas paredes, rcaram para sempre. Mas de algum modo, sentado ali, as lembranças ruins não parecem ter mder que eu esperava que tivessem. Em vez disso, a lembrança mais forte que me ocorre éntado no minúsculo banheiro do segundo andar com Seth. Por alguma razão ele parecia gquele pequeno espaço, e eu o levava para lá quando chegava em casa do colégio. Às ávamos ali por horas. Eu acabava fazendo meu dever de casa no chão do banheiro e tesinar a Seth as coisas que eu fizera no colégio naquele dia. Na maior parte das vezes, elnseguia assimilar, mas de vez em quando, e sempre ali, os olhos dele pareciam clarear e, po

dois minutos, Seth compreendia. Era de tirar o fôlego.O som de uma porta batendo me arranca do passado. Levanto os olhos e vejo um senhor

scer os degraus da varanda e acender um cigarro.Eu sabia que meus pais já não moravam ali. Não tenho ideia de onde moram, ou mesmo se

ão vivos. E não tenho a menor vontade de saber. Ainda assim, ver outra pessoa saindo pela puito estranho. Ligo o carro e me afasto.

Eu teria imaginado que ver a casa hoje, entre todos os dias, teria me arrasado. Mas não é ontece. Ao contrário: na verdade, me sinto melhor por ter ido até lá, por ter revisto o luga

to mais forte. Como se o que aquela casa guarda não tivesse sobre mim o poder que eu aginava que tivesse. Não sei bem como encarar isso, mas estou grato.De repente, me descubro parado em frente ao lar adotivo onde Evie morava quando me de

a. Parece abandonado, o gramado alto demais, com ervas daninhas, a casa em mau etaciono e olho para o telhado onde subi tantas vezes para me encontrar com Evie. O lugars apaixonamos... onde abrimos nossos corações um para o outro e sonhamos tantas ntos. Sinto um nó na garganta. Por favor, Deus, que não seja tarde demais.

Depois de alguns minutos, saio com o carro e vou até o cemitério onde Seth está enterrado.

z, caminho direto até o túmulo dele. A lápide que encomendei já foi colocada. Eu me senama úmida, mas não digo nada. Só preciso ficar com meu irmão. Depois de algum tempoefone avisa da entrada de uma mensagem e o pego no bolso. É um texto de duas palavras de stou bem.”Deixo o ar escapar e fico sentado onde estou por mais algum tempo. Lute. Levanto rapidam

beça. Não sei se eu disse essa palavra ou se a imaginei, mas de repente é a única coisa qete sem parar na minha mente, me dando força. Lute. Depois de algum tempo, eu me levanto,

ra o carro e vou para casa.

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ordo cedo. Dormi muito mal, mas sinto uma energia renovada. Vou lutar por Evie. Fiz mia. Fui egoísta e a enganei. Devo desculpas e uma explicação. Estou disposto a rastejar pelovida se Evie assim desejar. Estou disposto a qualquer coisa para fazê-la compreender. Entãie conseguir me perdoar, passarei o resto da vida garantindo que ela não sinta ter cometido.

Tomo banho me visto e vou até o prédio dela. Sei que estou com uma péssima aparênciaho que não ligo muito para isso. Toco o interfone e, enquanto estou parado aguardando, Mapela porta da frente. – Eu a vi sair há quase uma hora.Ele passa por mim e se vai. Mais uma vez, um homem de poucas palavras.Eu me apoio na parede do prédio e decido esperar um pouco, na esperança de que Evi

more. Alguns minutos mais tarde, vejo-a dobrando a esquina com um copo de café em umos e um pequeno saco de papel na outra.Percebo quando ela nota o meu carro e começa a caminhar mais devagar. Vou encontrá-

os enfiadas nos bolsos. Quando me vê, Evie para de andar.Um sem-número de emoções passa pelo rosto dela, na velocidade de um raio – surpresa, m

or . Ao ver isso, sinto esperança. Ela franze o cenho, os olhos ainda ligeiramente em pâquanto nos encaramos na rua. Então Evie tenta me contornar e se esquiva quando me viro. Mais rápido e a alcanço com facilidade, levantando-a por trás. Ela não tem que me perdoar, maouvir. Esse momento está oito anos atrasado, e a culpa é totalmente minha, de mais ninguém

o não pode continuar por mais nem um minuto. Evie se debate, mas eu a seguro com mais ando chegamos à porta, murmuro no ouvido dela: – Me dê a chave, Evie.Ela me entrega, me encarando com irritação. Não tem problema, ainda assim, ela vai me ouv Na porta do apartamento dela, eu a carrego para dentro, embora ela já não esteja resisloco-a no chão e fecho a porta. Ficamos nos encarando, eu com os olhos semicerrados, ela tada, por um longo minuto. Sou eu quem rompe o contato visual primeiro. Passo a mão

belo.

 – Evie, precisamos conversar. E tem que ser agora. – Por que você acha que pode decidir quando precisamos conversar? Não sou eu quecidir isso, Jake? Ou devo chamá-lo de Leo? Por favor, me diga como devo chamá-lo.

Fecho os olhos por um instante, para recuperar a paciência. Sei que a deixei furiosa, maecisa entender que temos que conversar. Depois disso, pode me odiar. Deus, espero que ela

odeie. – Evie, por favor. Podemos conversar? Você vai me escutar? Tenho vivido um inferno

vor. Só quero que me diga que vai me ouvir ... realmente me ouvir.

 – Um inferno, você? Ah, por favor, Jake. Não quero tornar as coisas mais difíceis para você

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vor, sente-se. Posso lhe servir uma bebida? Algo para beliscar?Ela me encara com raiva por mais algum tempo.Respiro fundo.

 – Sente-se, Evie. Agora.Evie continua me encarando por mais algum tempo antes de se deixar afundar no sofá, parec

nformada, enquanto pairo acima dela.Eu também me sento no sofá, mas me certifico de deixar bastante espaço para ela. Es

aticamente um em cada ponta. – Se precisar de alguma coisa, vá pegar agora. Esta conversa deve demorar um pouco. Pee for necessário para deixá-la confortável e depois fique quieta neste sofá.

Ela massageia as sobrancelhas, mas finalmente exala com força e diz: – Não preciso de nada, Jake... Leo. Por favor, vamos terminar logo com isso.Ela massageia a parte de cima do nariz, como se estivesse sentindo uma dor de cabe

roximando.Hesito por um segundo. Sei que precisamos conversar, que tenho que contar a ela o porquê

u coração está latejando nos meus ouvidos com medo do que virá depois.Eu me aproximo de Evie e, por apenas um breve segundo, ela fica olhando teimosamente p

nte. Mas logo seu rosto se franze, ela apoia a cabeça nas mãos e começa a chorar.  Ah, mie, meu bem.... Sinto tanto, sinto tanto, tanto... Seguro-a nos braços e a aconchego enquanora. Não tenho como consolá-la. Eu provoquei isso. Enfio o rosto nos cabelos dela e sorver todo o sofrimento dela no meu próprio coração. Ficaria feliz em fazer isso, se pudesse não funciona dessa maneira. Sabia disso oito anos atrás e sei agora.

Evie afasta as mãos do rosto e diz entre soluços:

 – Eu esperei por você! Esperei, esperei e você simplesmente desapareceu. Não sabia se evo ou morto. Não sabia se você havia apenas decidido começar uma vida nova e me apagiga ou qualquer outra coisa! E mesmo assim eu esperei. Aliás, para ser bem sincera, mesm

mitindo isso nem para mim mesma, ainda estava esperando até o dia em que você voltou à mda, se apresentando com outro nome. Nunca deixei de esperar por um menino que me descmo se eu fosse nada!

Evie soluça mais alto e fico arrasado. Puxo-a com mais força contra o corpo e a embalo. Emivesse preparado para que ela me afastasse, Evie se agarra a mim e permite que eu a console.

Os soluços dela diminuem de intensidade depois de algum tempo e ela inclina a cabeça e leolhos para mim, linda demais, mesmo tão triste... Evie me examina por alguns instantes,

ssa o polegar pelo meu rosto, secando a umidade que encontra ali. Eu também estava choro havia me dado conta.As mãos dela ficam quietas, mas seus olhos continuam a examinar meu rosto, analisando

rte dele. Então ela volta a usar as mãos para explorar cada traço, passa os dedos pela minhaa lateral do meu rosto, pelo meu nariz e pelo meu queixo. Seus olhos seguem os movimentoos. Não digo nada. Só me pergunto o que ela estará pensando. Será que está me vendo co

roto que um dia conheceu? Os olhos de Evie encontram os meus e é como se uma corrente el

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ssasse entre nós. Não sei bem o que fazer. Não tenho certeza do que Evie precisa nesse momr isso, permaneço imóvel.Mas quando os olhos dela pousam em minha boca e seu rosto se aproxima do meu, encontro

io do caminho. Evie parece desesperada, cheia de desejo, e em minutos estamos ambos gemm dentro da boca do outro. Quando tiro o suéter dela pela cabeça e puxo o sutiã para baixo,e possa lamber e chupar seus mamilos, ela deixa escapar um grito sufocado: – Leo!

 Não consigo conter o rugido satisfeito que sobe pelo meu peito. Ninguém me chamou de Lo anos e o fato de ouvir meu nome parece colocar mais combustível no desejo que sinto. É eu estivesse recomeçando, como se finalmente pudesse ser eu mesmo, mas sem a pressã

gagem emocional que acumulei em San Diego. Com aquela única palavra, o garoto inseguro pra o banco de trás. Sou apenas a fera e a sensação é boa pra cacete. – Diga meu nome de novo.Evie sabe exatamente o que quero dizer e repete como um mantra:

 – Leo, Leo, Leo.

Deito-a no sofá e ela passa as pernas ao meu redor. – Faça amor comigo, Leo – pede Evie, os olhos encarando profundamente os meus.Paro por um instante quando vejo a expressão no rosto dela. Evie quer isso, mas não porque

e pode me perdoar. Ela quer isso apesar de saber que talvez não seja capaz de me perdoar.Levo a cabeça aos seios dela, beijando-os e chupando-os até ela estar se contorcendo

fregando em mim. Conheço o corpo dela quase tão bem quanto conheço meu próprio corpo agu a ela o que sei que adora receber. Evie geme, arqueia o corpo e se oferece enquanto contiolatrar os bicos rosados de seus seios, me concentrando primeiro em um, então passando p

tro. – Por favor – implora ela. – Preciso de você. – Minha Evie – sussurro.Me afasto um pouco e abro o jeans dela, para que possa me ajudar enquanto o tiro, e lo

cinha se vai também. Então pouso a mão entre as pernas dela e roço o dedo lentamentetóris inchado, enquanto minha boca volta a se ocupar do seu seio.

Movo o dedo sobre o sexo dela em um ritmo semelhante ao que emprego chupando seus seidamente Evie está arfando e murmurando novamente o meu nome:

 – Leo!Uma onda de desejo selvagem atinge diretamente o meu pênis, e recuo com a força do que

tou correndo o sério risco de gozar apenas tocando-a, ouvindo os sons que ela deixa esctamos falando a mais simples das linguagens, sem precisar de palavras.

Introduzo o dedo nela, que está escorregadia de desejo, quase pingando. Agora é o meu poe acaricia o clitóris inchado, e Evie deixa as pernas caírem para o lado, garantindo que eu stante espaço para lhe dar prazer.

Ela abre os olhos para me encarar, as pálpebras pesadas, e deixa escapar outro gemido, enqntinuo a penetrá-la com meus dedos e a acariciá-la com o polegar em movimentos circu

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enas observar a expressão dela quase me faz perder o controle, e meu pênis fica ainda ido.Continuo com o movimento dos dedos enquanto observo o rosto dela, e ajusto o ritmo qu

rcebo que Evie está no limite. Prolongo seu prazer ao máximo para que, quando ela finalzar, tenha o maior clímax que já experimentou. – Leo! – implora Evie, quando diminuo o ritmo mais uma vez.Ela ergue os quadris na tentativa de se satisfazer.

Coloco mais um dedo em Evie e acelero o ritmo, como sei que ela gosta, acariciannetrando ritmadamente. Evie geme e, ao ouvi-la, também deixo escapar um gemido. Posso vepressão em seu rosto que ela está prestes a gozar. – Goze para mim, Evie – digo em um grunhido.O corpo de Evie fica tenso enquanto ela o arqueia no sofá, gritando meu nome sem parar.Tiro o jeans e, quando Evie abre os olhos, viro seu corpo. Sinto uma necessidade prim

ase animal, de possuí-la. Não penso, apenas sinto, agindo por puro instinto.Levanto Evie, me posiciono atrás dela e a penetro. Gememos juntos. Começo a arrem

tamente a princípio, então mais rápido. Digo o nome dela e Evie responde: – Leo... Leo... Leo...Seguro o quadril dela e me observo entrando e saindo dela, meu corpo brilhando com a um

Evie.Deixo escapar um rugido a cada investida. Evie é o meu mundo nesse exato momento – o c

a, nossos sons combinados, a sensação do calor apertado do corpo dela ao redor de mim.Escuto a respiração dela se tornar mais acelerada e ofegante, passo o dedo por baixo d

rpo e começo a massagear seu clitóris. Evie se contorce sob mim, joga a cabeça para t

essiona a bunda contra o meu ventre para que eu a penetre o mais fundo possível. Meu prmax parece uma explosão, de tão intenso. É como se uma queima de fogos acontecesse em mnte.Arremeto mais várias vezes, extraindo o máximo de prazer possível. Então paro e apoio a c

s costas de Evie, enquanto nós dois tentamos recuperar o fôlego.Depois de um instante, Evie começa a afundar no sofá. Eu a seguro, viro seu corpo

raçamos.Eu me sento, trazendo-a comigo e acomodando-a sobre o meu colo, nossas peles nuas e s

adas uma à outra, nossas respirações lentas e compassadas.Eu me encosto no sofá e seguro o rosto dela entre as mãos. Agora finalmente posso dizer a

sa que venho ansiando dizer há longos oito anos. – Eu te amo, Evie.Ela me encara e continuo:

 – Não importa o que você vá achar do que estou prestes a lhe contar, precisa saber disso. Seamei. Nunca deixei de amar. Nem por um segundo, nesses oito anos.

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capítulo 28

ós nos limpamos rapidamente e ela volta a se sentar no sofá, perto de mim. Ambos parec

ar um pouco zonzos com o que acaba de acontecer. Foi como se nossos corpos assumissntrole, exigindo do outro algo que era necessário, mas que ambos sabíamos que não mudauação diante nós. O problema ainda está aqui. A primeira pergunta que Evie me faz é podei meu nome. Faço uma pausa antes de começar. Aqui vamos nós. – Lauren me perguntou se eu não achava que me ajudaria a ter um recomeço se eu passasse au nome do meio e, é claro, meu novo sobrenome. A princípio, me recusei, mas depois dameira semana, concordei. Queria me tornar outra pessoa... sinceramente, queria escapar desmo. É claro que uma mudança de nome não consegue isso, mas na época me pareceu ao men

meço. Me apresentei na escola como Jake Madsen e, desde então, ninguém nunca mais me chLeo.E parece certo que Evie seja a primeira pessoa a usar meu nome verdadeiro, como

ivesse me escondendo atrás de Jake Madsen por oito anos. Talvez de algum modo, de fonsciente, eu estivesse tentando manter o meu eu verdadeiro em segurança, protegido. Mas

rcebo que Evie é a única pessoa a quem preciso  estar completamente exposto, embora tama a pessoa que mais me provoca pânico de fazer isso. O que não justifica a minha mentira, m

motivo por trás da minha desonestidade. Medo. O julgamento de Evie é o único com olmente me importo, o único que pode me arrasar completamente. Estou começando a achavez haja uma chance de eu ficar bem no que se refere ao meu passado e a todos os demônioreguei comigo por tanto tempo quanto consigo me lembrar. Mas será que sobreviverei se Evgar imperdoável? Deus, não sei.Com medo nos olhos, Evie me pergunta o que aconteceu naquela primeira semana. E é assim

meço a lhe contar a minha história, cheia de segredos e vergonha, de erros e, talvez, apenas taalguma redenção. Daquele primeiro voo a San Diego até o voo de volta para Cincinnati.

Evie ouve cada palavra que digo, sua expressão indo do horror à magoa, à raiva, à pena... mie, as emoções sempre transparentes para mim. Ela não sabe como escondê-las, ou talvezquer tente. Mas de qualquer modo, a beleza e a força que há nisso ficam ainda mais aparentesm no meio da minha própria história. Eu havia me escondido de todas as maneiras possíveis.fim, os demônios tinham me encontrado de qualquer modo, mesmo com todos os meus esfor

am determinados a esse ponto.Conto a ela sobre aquele dia terrível no porão da minha nova casa em San Diego. O horro

o no rosto de Evie é devastador e quase decido não continuar. Mas me recomponho e sig

nte assim mesmo. Devo isso a Evie. Mas minha vergonha parece estar me escaldando por d

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queimando vivo. Estou revivendo tudo enquanto conto a Evie sobre o momento que afetou is, o momento que mudou o curso das nossas vidas, talvez para sempre. Aquele momento não peito só a mim. Teve a ver com ela também. Assumo a responsabilidade por isso. Evie churen de pedófila e talvez esteja certa. Mas eu cooperei. Mesmo que Lauren tenha me manipudireitinho em sua rede. Reconheço isso. Tenho que reconhecer.Aprendi muito e passei a ver as ações de Lauren sob uma nova luz depois das conversas c

. Fox. Ele me ajudou a compreender por que assumi aquele papel. Mas ainda não consegui m

re da vergonha que essas lembranças me trazem. Talvez seja a última peça do meu quebra-cafiz as pazes com meu passado, de certo modo, e isso me livrou de parte do sofrimento. Drdade a Evie agora. Talvez Lauren seja a última coisa que eu precise resolver para que possrar por fim e ser o homem completo de que o Dr. Fox falou. Por que isso ainda parece uma fa

impossível? – Você não achou que poderia confiar em mim o bastante para me contar? – pergunta Evie, thoro deixando sua voz aguda e fazendo meu coração se apertar no peito. – Pensei um milhão de vezes em como poderia lhe explicar o que aconteceu. Prec

sesperadamente de você. Achei que morreria de saudades. Mas o que eu diria? Nem eu mnseguia ver sentido naquilo tudo, então como conseguiria explicar a você? Estava sentindo rgonha...

Faço uma pausa. – Depois, acabei encarando a saudade que sentia de você como uma penitência por ser qu, alguém que destruía as pessoas que amava. A única coisa que eu não conseguia superaanto o meu silêncio deveria estar fazendo você sofrer.

Paro novamente, pesando as palavras, ouvindo meu próprio coração.

 – Mas acabei me convencendo de que, ficando afastada de mim, você tinha uma chance de rcebi que estava destruído e que algumas pessoas não têm jeito, não podem ser mudadasando podem, é apenas por um amor tão grande que destrói quem o oferece. Eu não tinha o dprejudicar você mais do que achava que já havia feito, Evie. Me convenci de que saber a ve

meu respeito teria magoado você ainda mais do que ser abandonada por mim.Quando Evie me olha com empatia e claramente se controla para não me tocar, sei que is

ve mais à bondade inata dela do que a alguma possibilidade de eu merecer seu perdão.Contar toda a verdade a Evie é a coisa mais difícil que já fiz na vida. É a coisa mais difíc

mais irei fazer. Sentar, olhar Evie nos olhos e explicar a ela a pessoa desprezível que eu fuitransformara em tudo o que sempre havia prometido a mim mesmo que jamais seria – um cov

m drogado, um mentiroso. Havia me transformado exatamente no que havia me causado frimento quando era menino, passara a me entorpecer com substâncias diversas em vez de enu próprio sofrimento. E, enquanto me revelo a Evie, me pergunto como ela será capaz de mevamente, se algum dia Evie será capaz de me amar novamente.

Quando conto a ela sobre o meu acidente, Evie agarra a minha mão e a aperta. É quase dera mim. Puxo a mão e volto a pousá-la em meu colo. Sei que não mereço esse conforto.

Conto a Evie sobre o ataque cardíaco do meu pai, sobre o Dr. Fox, sobre todos aqueles m

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tado na cama do hospital refletindo sobre a minha própria vida, querendo-a de volta com sespero que era como uma dor física.

Conto também sobre como a segui, sobre como a mentira escapou de meus lábios e eu pee se estendesse. Me encolho de vergonha. Tenho nojo da mentira que contei, mas, ao m

mpo, uma parte de mim não lamenta que essa mentira tenha nos dado a chance de descobrir mos juntos, antes de termos que lidar com todas as questões que a minha identidade teria trazna imediatamente. Não sei como conciliar esses sentimentos conflitantes, por isso não

enas confesso tudo a ela. Confesso tudo sem me deter. – Em vários momentos, quase lhe contei tudo. Desconfiei que você havia descoberto quem noite em que a levei para casa, depois do nosso primeiro encontro, quando ficamos sentadro, com as testas encostadas, do mesmo jeito que ficamos na noite do nosso primeiro beijsso telhado.

Evie me encara em silêncio, com uma expressão triste e pensativa, por alguns minutos, anter: – Sempre fui boa em tirar da cabeça coisas sobre as quais não queria pensar, boa em me p

minha própria mente. É por isso que sou boa em criar histórias, eu acho. Ser capaz de esra uma terra de sonhos era um instinto de sobrevivência para mim. Talvez eu também tenhao com você. No fundo eu sabia que havia algo em que não estava me permitindo pensar. De você mentisse para mim, porque a mentira parecia tão boa... Admito isso agora.

Deus, é bem típico de Evie, tentar assumir a culpa por não me reconhecer... mas rejeitossibilidade. Talvez tenha sido assim, talvez não, mas não é responsabilidade dela. Fui enti. – Não vou deixar que assuma a responsabilidade por nada disso. Talvez você tenha feito alg

colhas inconscientes, mas não pode se culpar por isso. Eu tomei todas as decnscientemente. Sou o único culpado nessa situação. Compreendo que você precise de espaçogerir tudo. Mas por favor, por favor, Evie, não posso perdê-la de novo. Não sobrevivereizes a isso. Pode ao menos tentar me perdoar? Entender meus motivos? – digo com abargada.Ela fica um tempo em silêncio, então diz baixinho:

 – Não sei. Só preciso de algum tempo, Leo. Você acaba de me fazer voltar oito anos da mda... uma vida muito ruim... para nós dois.

Ela dá uma risadinha sem humor e faz uma pausa. – Podemos... posso ter um pouco de espaço para pensar? Por favor? – pede.Evie acaba de ficar sentada diante de mim, ouvindo toda a minha história desgraçada, tend

ar com todas as emoções que ela traz de volta junto comigo. Darei a ela qualquer coisa decisar.

Eu me sinto emocionalmente exausto, entorpecido, apavorado com a possibilidade de Evirdoar. Mas voltei ao caminho certo – sei que voltei. Sinto isso. Agora, só tenho que rezar parie se junte a mim, para que o meu caminho também seja o dela.Quando estou prestes a abrir a porta para ir embora, talvez pela última vez, digo baixinho:

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 – Sabe seu dom de contar histórias, Evie? Não tem a ver com você se perder em sua mente ver em uma terra de sonhos. Tem a ver com a beleza do seu coração. Tem a ver com vocpaz de se elevar acima até mesmo da pior das situações. Essa é uma das razões para eu ter acê a cada dia, desde que eu tinha 11 anos.

Quero que minhas últimas palavras para ela sejam de amor. Dito isso, destranco a fechao e fecho a porta silenciosamente atrás de mim.

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capítulo 29

asso os dois dias seguintes em um estado de desespero silencioso. Mas consigo seguir em

m tentar entorpecer minha dor. Em vez disso, lido com e ela e tento processá-la da melhor massível.

Vou à academia, me enfio de cabeça no trabalho e volto para casa no fim do dia exaustodas as emoções com que estou lidando, mas sentindo uma leve satisfação por estar aguenme. Vejo isso como um sinal de que estou mais saudável do que antes e me permito sentir gulho. Não sei exatamente qual é a diferença dessa vez. Talvez tenha a ver com o tempo que pm o Dr. Fox, talvez seja por ter ficado em paz depois de finalmente contar a verdade. Talvezrque Evie, queira ela continuar comigo ou não, não tenha me olhado com desprezo ou ódio. M

m. Desprezo, não. O alívio que isso me traz já é enorme.Meu plano não mudou. Vou lutar pela minha Evie. Mas sei instintivamente que lutar por

nifica dar espaço a ela para processar tudo o que lhe contei.

guns dias depois da minha conversa com Evie, vou cedo para o aeroporto para cuidar de a

gócios em San Diego. Preston e eu contratamos um novo vice-presidente de operações pcritório da Califórnia e quero estar lá para recebê-lo. Não é uma viagem obrigatória, mas saade vai me ajudar a me distrair por um dia e vou parar de ficar andando de um lado para o ofrente da porta do meu apartamento, louco de vontade de correr atrás de Evie.Enquanto espero para embarcar no meu voo, escuto minhas mensagens de voz. Há um númer

o reconheço e, quando escuto a mensagem, vejo que é de Lauren. “Jake, preciso de vocêesa. Por engano, é claro. Essas pessoas incompetentes me trouxeram para a cadeia, Jacreditável! Preciso que você me tire daqui...”

Chocado, escuto enquanto ela tapa o bocal do telefone e fala com alguém. Então Lauren voefone:

“Jake. Por favor, me tire daqui. Serei levada ao juiz na segunda-feira de manhã. Marque umo consigo nem imaginar a possibilidade de passar a noite aqui. Traga dinheiro, querido. Est

ntral de polícia de San Diego.”Guardo o celular no bolso do paletó, totalmente confuso. Presa? Por que motivo? Não co

editar que Lauren tenha ligado para mim, entre tantas pessoas. Ou melhor, acho que convanto os olhos e percebo que o embarque para a primeira classe já começou. Pego a minha bo para o avião.

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Quando aterrisso em San Diego, vou direto ao balcão de aluguel de carros e logo estou sainacionamento. Procuro no Google pela localização da central de polícia enquanto esperoro, então ligo para lá. Depois de ser transferido várias vezes, finalmente me passam petive Peterson. – Sr. Peterson, quem fala é Jake Madsen. Lauren Madsen é minha mãe. Recebi uma mena dizendo que foi presa... – Sim, Sr. Madsen – confirma o homem em um tom solene. – Sou o responsável pela ope

e levou à prisão de sua mãe. – Operação? – repito, incrédulo, deixando escapar uma risada sem humor. – Isso parece hei que ela havia apenas tomado uns copos de vinho a mais e entrado no carro. – Não, Sr. Madsen. Na verdade, não posso lhe dar mais nenhuma explicação pelo telefoneo senhor estiver próximo da central de polícia terei prazer em encontrá-lo agora e lhe explicalhes do caso da sua mãe.Faço uma pausa antes de voltar a falar.

 – Na verdade, estou próximo. Não moro mais na cidade, mas por acaso estou aqui hoje. Po

eto para aí, agora, se for bom para o senhor. Do que se trata tudo isso? Eu realmente me importo? Não, não no que se refere a Lauren. M

riosidade leva a melhor nesse momento. E mais: haverá alguma possibilidade de o que aconafetar o processo dela contra mim? – Agora está ótimo.O detetive diz que está na central de polícia naquele momento, me orienta sobre como chega

sligamos.Telefono para o meu escritório, aviso que vou chegar um pouco mais tarde do que imaginei e

ra o encontro com o detetive Peterson. Que diabos aconteceu? Uma operação para prendê-laicas operações de que já ouvi falar estavam relacionadas a drogas ou eram as que via em anal de notícias, quando o repórter surpreendia o cara que marcou um encontro com uma mnor de idade via internet.... Solto o volante sem querer e o carro invade um pouco a pista do

ma buzina furiosa me traz de volta à realidade. Sinto uma onda gelada de pânico percorrerrpo. Ah, merda. Não. De jeito nenhum. Não mesmo. Não pode ser, pode?  Afasto a idntinuo a dirigir até a central de polícia.

Quando chego, pergunto pelo detetive Peterson no balcão de recepção e, depois de

nutos, um homem de meia-idade, alto, com cabelos louros já rareando e uma expressão cans olhos, aparece e aperta a minha mão. – Sr. Madsen. Lamento conhecê-lo nessas circunstâncias. Por favor, siga-me. Há uma sala is adiante.Aceno com a cabeça e o sigo através da central de polícia, pensando que tive sorte por con

ar longe deste lugar em tantas ocasiões durante minha adolescência, mas não por falta de tentdas as bebedeiras quando era menor de idade ou as vezes em que dirigi depois de mnques, burro, idiota que eu era... sinto vergonha ao lembrar de alguns desses momentos.O detetive me leva até uma pequena sala sem graça, na parte mais afastada da central de po

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céu muito azul da Califórnia, do lado de fora, contrasta fortemente com a caixa sombria emamos sentados.Peterson senta atrás da escrivaninha e eu me acomodo na cadeira marrom de vinil em frente parede há um pôster com um gatinho pendurado em uma corda e a frase “Aguente firme” emb

go na cena me parece muito engraçado e quase deixo escapar uma gargalhada, mas me control – Sr. Madsen, sua mãe foi presa ontem em uma operação montada para surpreendê-la emação sexual com um menino menor de idade. As acusações contra ela são de pedofilia e sed

menor.Tudo ao me redor parece se fechar, até que a única coisa que consigo ver é um ponto dlhante. Fecho os olhos por um breve momento, me recomponho e tento acalmar meu coraçãoá disparado.Respiro fundo e abro os olhos, enquanto o detetive Peterson continua:

 – Sr. Madsen, sinto muito por ter que lhe dar essa notícia. Sei que é de sua mãe que esando.Ele faz uma breve pausa antes de voltar a falar.

 – Deve ser um choque para o senhor e imagino como está abalado. Mas precisa entender quo de criminoso tem um grande talento para manter segredos. E, na maioria das vezes, as mulo mostram interesse apenas  por adolescentes. É comum que sejam casadas, tenham filhosssoas que conhecem esse tipo de mulher, até mesmo as mais próximas dela, costumam ocadas quando descobrem seus crimes.

Passo a mão pelo cabelo e o detetive continua a falar: – Trabalhamos com um psicólogo que nos ajuda na maior parte dos crimes envolvendo que

xuais. Se o senhor estiver interessado em conversar a respeito com ele, posso colocar vocês

contato. Esse psicólogo é especialista no assunto. Poderia lhe dar mais esclarecimentos. Às da.Aceno, concordando, mas só para constar. Já tenho farta informação sobre o ass

felizmente. Permaneço quieto e o detetive Peterson me observa enquanto organizo minhas idei – Então ela simplesmente entrou num site onde vocês haviam plantado um policial disfarçadEle volta a me observar por um instante.

 – Não. Na verdade um informante anônimo nos avisou que havia conversas sendo travadasma mulher mais velha e meninos menores de idade. Imaginamos que seja alguém que conhece

adsen, já que foi capaz de identificá-la pelo nome e sabia detalhes sobre a atividade dela ona mãe estava tendo conversas sexualmente inapropriadas com mais de cinco meninos, com ire 13 e 16 anos. Tivemos sorte por essa pessoa conhecer as informações de que precisáv

ra investigar as conversas que estavam acontecendo. Depois que verificamos a informramos em contato com os meninos envolvidos e com os pais deles, então um de nossos ho

ou o login de um dos adolescentes e marcamos o encontro. Depois que sua mãe foi polhemos o celular e o computador dela e encontramos todas as evidências de que precisáv

ra acusá-la, não apenas pelos crimes pelos quais foi presa, mas também pela pornografia ine havia no computador.

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 – Ah, meu Deus!Sinto o café da manhã ameaçando escapar de volta pela minha garganta.

 – Sr. Madsen, sinto muito, mas preciso lhe dizer que sua mãe vai cumprir pena. E terá qugistrada como molestadora sexual depois que sair da cadeia. Por sorte, nós a pegamos antealquer coisa física acontecesse com os meninos, mas mesmo assim ela será acusada tativas que fez.O detetive me encara com a expressão de alguém que tem prática em dar más notícias... um

empatia e resignação. – Vocês estão procurando o informante anônimo? – pergunto.Ele balança a cabeça, negando.

 – Não. Não há nada a investigar em relação a isso. A pista nos foi mandada por correio, emta com todas as informações de que precisávamos. Muitas pessoas não nos passariam pist

o pudessem se manter anônimas. Não temos motivo para investigar isso.Concordo com um aceno de cabeça e me levanto. O detetive faz o mesmo.

 – Sr. Peterson, agradeço por ter me recebido. Não tenho a intenção de sair correndo, mas t

e me disse é demais para lidar.Estendo a mão por sobre a mesa, ele a segura com um aperto firme e solta.

 – Sei que é um choque. Se tiver qualquer outra pergunta que queira me fazer mais tardesite em entrar em contato. Se quiser pagar a fiança dela, pode ligar para o tribunal que elerão instruções de como fazer isso. Ela será levada à corte na segunda-feira de manhã. Maadsen, posso lhe adiantar que as evidências que temos contra ela são inquestionáveis.

Aceno novamente com a cabeça, mas não tenho a menor intenção de pagar a fiança de Laureno não peço mais nenhum detalhe.

 – Obrigado mais uma vez, detetive.Ele me entrega seu cartão de visita, acena novamente com a cabeça e eu vou embora.Saio da sala em que estávamos e sigo ziguezagueando pela central de polícia, as emoçõe

erra dentro de mim. Sinto nojo e desprezo pelo que Lauren estava tentando fazer. Começacionamento com outro garoto de 15 anos? Ou com um de 13? Jesus. O vômito ameaça subinha garganta, e engulo com dificuldade. Mas algo bem no meu íntimo também se sente inocenquase como se eu não pudesse acreditar sinceramente em como ela era doente até esse

omento. Subitamente me dou conta de que sempre acreditei que a minha participação

rmitido  a Lauren ser doente, e não que ela era assim apesar   da minha participação. Enqminho pela central de polícia de San Diego, sinto como se um peso que passou oito anos sou peito houvesse ficado um pouco mais leve.Entro no carro e fico sentado ali dentro, olhando sem ver pelo para-brisa. Desço o vid

nela e respiro fundo o ar fresco e cálido da manhã.Relembro tudo o que o detetive me contou, repasso todas as informações na mente. Deus, einformante anônimo não houvesse conseguido a informação que conseguiu? Passo a mãoto. Imagino algum outro adolescente se encontrando com Lauren... Ah, Cristo. Se eu pudesse

m esse informante, agradeceria a ele ou a ela. Mas um informante anônimo? Sério? Me per

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mo alguém poderia ter identificado Lauren pelo nome e ter sabido dessas conversas. Nãonor possibilidade de ela ter contado a alguém. Lauren não é do tipo que fica bêbada e s

ngloriando para alguém em um bar qualquer sobre o último menor de idade que seduziu.ntado ali, pensando a respeito por alguns minutos, as ideias disparando pela minha mente, inddas as direções.

Talvez fique surpreso em saber que eu trabalhava com computadores quando era mais nera bom nisso. Ainda presto umas consultorias aqui e ali.

Fico paralisado. Não, não, é uma ideia louca demais. Não pode ser. Balanço a cabeça emtativa de clareá-la, quase rindo da minha própria ideia absurda. Mas se alguém bommputadores não acessou o computador de Lauren, como a polícia conseguiu a informação? E a querer monitorar a atividade de Lauren na internet?

O detetive Peterson disse que eles haviam tido sorte por o informante saber exatamente dormação precisavam para conseguirem entrar nas conversas on-line que estavam acontecendoPortanto, o informante é alguém que não apenas é bom com computadores, como também

uito sobre crimes sexuais. E sabe de que informações específicas os policiais precisam par

ntinuidade a uma investigação. Será que trabalha para a polícia?Pego o celular e o cartão que o detetive Peterson me deu quando eu estava indo embora. L

ando ele atende, me identifico e pergunto: – Sr. Peterson, o senhor mencionou um psicólogo com quem a polícia trabalha e que poçar uma luz sobre a natureza do crime da minha mãe. Poderia me passar o número dele, só pssibilidade de eu decidir entrar em contato? – Ah, claro. Espere, estou com o cartão dele aqui. – Eu o escuto revirando o que soa comha de papéis. – Pronto, achei. O nome dele é Dr. Fox. Anote o número.

Ele diz o número, mas não me dou o trabalho de anotar. Já tenho aquele telefone.Agradeço e desligo, sem saber o que sentir. Nada disso é coincidência.Permaneço sentado dentro do carro, imóvel, a mente em disparada. Vejo então, duas pe

ndo de um veículo. Preston e Christine. Eles fecham as portas e começam a atravessar a reção da central de polícia. Saio do carro e chamo por eles. – Jake! – chama Christine, que se apressa na minha direção e pega minhas mãos, os

rrendo pelo meu rosto, como se eu estivesse passando por alguma dor física. – Você está uren ligou para Preston esta manhã pedindo que ele pagasse a fiança dela, então ligamos p

ntral de polícia para falar com o responsável pelo caso. Um dos policiais nos disse que ava conversando com o detetive encarregado. Viemos direto do aeroporto.Preston tinha vindo para San Diego esta manhã pelo mesmo motivo que eu e trouxera Chr

ra ajudá-lo com algumas das apresentações que tínhamos hoje. – Sim. Acabei de falar com ele. Podemos ir a algum lugar para conversar sobre isso? Tom

fé ou coisa parecida?Preston, que havia nos alcançado, diz:

 – Sim, claro, Jake. Mas não temos que falar a respeito se você não quiser. Só estamos aqus certificarmos de que você está bem. É com você que estamos preocupados.

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Deixo o ar escapar com força e pigarreio, percebendo de repente que eles haviam me dadoe eu nem mesmo sabia que precisava até me ser oferecido. Apoio. – Obrigado. Fico feliz com isso. Você vai pagar a fiança de Lauren? – Por favor, diga que n – Não, não vou. Não precisamos falar sobre o motivo. Mas, Jake, quero que você saiba qu. Não. Vou.Ele me olha com intensidade, afasta o olhar e continua:

 – Talvez ela saia sob fiança em algum momento, mas não tenho ideia de quem a ajudaria.

Algo na expressão dele me diz que está satisfeito. Ficamos todos em silêncio por um insão gesticulo para o meu carro. – Podemos ir no meu carro até algum lugar perto, depois eu os trago até o carro de vocês.Entramos os três no meu carro alugado e paro no primeiro café que vemos. Pedimos nossos

entamos.Depois de darmos vários goles nas bebidas, conto a eles tudo o que o detetive me contou. Pr

a sentado, balançando a cabeça, com uma expressão triste no rosto. Christine parece arrorizada. Eu me pergunto se ela está pensando no próprio filho.

 – Isso não vai refletir mal na empresa, vai? Ou em Phil? – dirijo a pergunta para Preston. – Não vejo por que isso aconteceria, Jake. Phil faleceu há mais de um ano. Obviamente,elava envolvido em nenhum aspecto do que Lauren estava fazendo. Na verdade, me parece qucidiu fazer esse tipo de coisa depois que ele morreu. Não há motivo para se pensar diferente. mais, é você que está à frente da empresa agora. E é óbvio que você também não tem nada

m isso. No entanto, caso vá fazer você se sentir melhor, posso colocar nossos advogados a puação. Se alguém publicar uma palavra que não gostemos, processaremos por difamaçnharemos.

Balanço a cabeça, assentindo. – Não acho que isso possa afetar a empresa de forma nenhuma. Mas, Jake, se por

ontecer, enfrentaremos a situação juntos, está certo?Fico em silêncio por um instante, os pensamentos disparando mais uma vez pela minha mente

 – Pelo menos agora não temos mais que nos preocupar com o fato de ela contestar o testaPhil – comenta Preston. – Lauren terá que desistir do processo. Ela tem outras questões

gentes.Ele deixa escapar uma risada abafada.

Preston, Christine e eu conversamos sobre a situação por mais algum tempo, até terminassos cafés, então Preston me diz para pegar um voo mais cedo e voltar para casa. É óbvio quou com cabeça para ir ao escritório hoje. Aceito a sugestão. Agradeço aos dois e torço parrcebam quanto o apoio deles significou para mim. Saímos e eu os deixo próximo ao carrgaram.Quando os dois já estão se afastando, Christine para e a escuto dizer a Preston que o enco

carro em um instante. Então ela volta para onde estou parado e diz: – Jake, não lhe perguntei como seguiram as coisas com Evie. Já lembrou a ela? – perrindo.

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Christine está se referindo à conversa que tivemos naquele evento desgraçado em que Gstrou as garras para Evie. Respiro fundo e fito-a nos olhos. – Ferrei com tudo, Christine. Não sei. Ainda estou trabalhando nisso.Ela inclina a cabeça e me observa.

 – Ora, então você tem mais de uma razão para correr de volta para Cincinnati, não é mesmChristine, pondo as mãos no quadril. – E, só uma dica... se ela não o escutar, escreva o qu

ntindo. Garotas adoram cartas.

Ela pisca para mim e não consigo evitar um sorriso. Christine me dá um abraço rápidoressa na direção de Preston.

Volto para o aeroporto e, para minha sorte, quando chego ao balcão há um assento disponívem voo que sai em uma hora. Eu me sento para esperar e pego o celular. Ligo para o número d

x. Ele não atende, mas deixo uma breve mensagem avisando que acabo de me encontrar cetive Peterson, com quem ele aparentemente trabalha, e peço que me retorne a ligação.Uma hora mais tarde, já estou sentado no avião quando o celular avisa que chegou um no

il. Pego o aparelho, pois isso me lembrou que preciso desligar o celular antes da decolagem.

Quando abro o e-mail, vejo que é do Dr. Fox.

 Leo, Recebi seu recado e entendi o motivo da ligação. Gostaria que você ouvisse o qu

tenho a dizer, sem precisar responder. Às vezes as pessoas são imprevisíveis. Mas com frequência não são. Ao longo dos ano

me tornei bom em saber quem tem probabilidade de me surpreender e quem não tem. A pessoas que têm certas propensões não costumam abandoná-las, principalmente quand

 fica claro que um relacionamento com o objeto de sua obsessão se torna cada vez maimprovável. Essas pessoas costumam, então, substituir o objeto de obsessão. Você nãtinha como saber disso, e eu jamais colocaria esse peso nos seus ombros. Mas espero qucompreenda por que eu não poderia permitir que isso acontecesse. Espero que entenda poque monitorei a situação e usei meu conhecimento para intervir.

Você lutou por outras pessoas durante toda a sua vida, Leo. Apesar de ninguém jamater lhe ensinado como fazer isso ou ter lhe dito que era uma atitude corajosa e nobre Então, quando você mais precisou, não havia ninguém para lutar por você. Espero qucompreenda as minhas razões para fazer isso agora, apesar de reconhecer que ultrapassemeus limites.

 E também tenho esperança de que você veja que lutei por você porque você vale  pena.

 Doutor 

Dez minutos mais tarde, quando o avião levanta voo, olho pela janela, para o mar azul cint

saparecendo entre as nuvens. Sinto a garganta apertada com tantas emoções, e a vontade de lu

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is forte do que nunca. Me encosto no assento, respiro fundo e fecho os olhos. Então me dou que, pela primeira vez, o Doutor me chamou de Leo. De algum modo, ele soube que eu e

onto.

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capítulo 30

Quando chego em casa, tarde da noite, visto uma calça que uso para malhar e vou até a var

nto em uma das duas cadeiras que há ali, coloco os pés sobre o parapeito e fico olhando paes da cidade. Passo um bom tempo sentado, deixando a mente divagar. Penso no lugar de

m, em todas as desgraças por que passei até terminar no sistema de lares adotivos. Penso na me por um longo tempo, algo que nunca me permiti fazer.Ela tentou ficar limpa algumas vezes. Nunca conseguiu, mas quando estava tentando, eu pod

mpejos de quem minha mãe seria se a vida dela houvesse sido diferente ou talvez se ela houvo forte o bastante para se manter firme acima das circunstâncias, mesmo que fosse apenauco. Mamãe fez biscoitos comigo e com Seth uma vez, quando meu pai estava fora de casoca, tive a sensação de que ela estava tentando fazer alguma coisa “estilo mãe”, que etando ser alguém que ela sabia que havia fracassado em ser até ali. Mamãe estava se esforç

quele momento, cantarolando e tagarelando sem parar. Mas não me importei. Pelo menoalmente estava tentando. Enquanto os biscoitos assavam, mamãe pegou o baralho e me pergeu queria aprender a jogar pôquer. Assim, ela me ensinou as regras básicas e sentamos na mecozinha – jogamos valendo palitos de dentes, enquanto Seth nos observava. Essa foi um

icas vezes em que nossa mãe prestou atenção de verdade em nós, e fiquei tão feliz... não cons

rar de sorrir. Mas então ela sentiu um cheiro estranho e uma fumaça preta começou a sair de dforno. Os biscoitos haviam queimado. Mamãe os tirou do forno com um gritinho e os jogou fogão. Aí foi como se alguma coisa morresse em seus olhos... Ela se recolheu novamente ao de costumava viver, inacessível, vazia.

“Sempre estrago tudo”, disse ela, com a voz sem emoção. “Nunca consigo fazer nada ctão ela se jogou no sofá e passou o resto da tarde ali, assistindo à TV e bebendo muito.Mas mamãe não havia entendido. Ela não compreendeu o principal. Não nos importávamo

biscoitos. Queríamos apenas ela. E tão desesperadamente que era como uma dor por dentr

nca, jamais se curava. Tê-la por aquele breve período só fez com que doesse mais quando elu as costas novamente. E eu me odiei, porque achei que não era bom o bastante para ela qar. Nossa mãe estava sempre tão distante, tão ausente, aparentemente tão despreocupada c

rror que os filhos viviam bem embaixo do nariz dela... Sempre disse a mim mesmo que nava, porque ela nunca mostrou nenhum amor por mim. Mas a verdade era que eu a amavaora consigo admitir isso. E ansiava desesperadamente que ela retribuísse esse amor, ma

nca aconteceu. Eu me pergunto, pela primeira vez, o que terá acontecido com a nossa mãe par

entregasse daquele jeito, para que desistisse da própria alma. Me permito, então, sentir a m

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e me atinge quando relembro o olhar inexpressivo no rosto dela, quando meu padastro me ataa após dia.

Mas agora, sentado aqui sozinho, na minha varanda, de repente me parece claro como o dia tude dela não tinha a ver conosco. Nada do que pudéssemos fazer jamais seria o bastantemãe, porque ela já havia desistido. E desistira tão completamente que ficara vazia por d

atamente como Evie me contara naquela história, tantos anos atrás. Hoje entendo que aquele ha a ver apenas com a minha mãe, não tinha nada a ver comigo.

Sentado aqui, no meio da noite, olhando para o céu, sinto uma paz me invadir e consigo resm mais facilidade.Penso no meu pai, meu padastro, na verdade – embora ele sempre se autodenominasse de

. Por um lado me reivindicando, mas sem nunca perder a oportunidade de me lembrar que stia porque minha mãe era uma vadia. Eu absorvi essas palavras e fiz delas a minha versssei a repetir o que o meu padastro dizia vezes sem conta, sempre que me sentia fraco e em algum motivo que confirmasse para mim mesmo que eu não valia nada. Penso a esse respeit

m longo tempo e percebo que já não tenho mais o desejo ardente de provar que meu padrasto e

ado. Não preciso mais disso. A única pessoa a quem quero provar alguma coisa é Evie. ica que merece isso, desde sempre.

Penso muito em Evie. Penso em como sempre me espantou o fato de ela ser tão mais do gar de onde veio. Mas talvez eu também seja. Talvez ambos  tenhamos acabado nos tornssoas melhores do que as que nos criaram, ou não nos criaram, como foi o caso.

E isso deve ser raro. Quase tão raro quanto a espiral em sentido anti-horário daquela concha ela. A lembrança me faz sorrir.Eu disse a Evie que algumas pessoas simplesmente sabem como fazer certas coisas. Talv

mbém saiba. Não tantas quanto ela, de jeito nenhum. Mas quem sabe eu também não tenha aerecer, se realmente me dedicar? Quero tanto ter essa chance... Muito tempo atrás, Evie me sacreditar em mim, ao me amar. Será capaz de fazer isso de novo? Depois de tudo? Esperus que a resposta seja sim.Penso na inacreditável virada dos acontecimentos em relação a Lauren, e o nojo volta a

o meu peito quando percebo como ela chegou perto de colocar outra pessoa na mesma posiçãe me colocou. E o Doutor... o que ele fez por mim. Ainda não consegui organizar minhas ideiação a isso.

...tenho esperança de que você veja que lutei por você porque você vale a pena.Quando o sol começa a nascer, eu me levanto, pego caneta, papel e um livro sobre o qual a

para escrever. Volto então à varanda e escrevo uma carta para Evie. Deixo todos os nsamentos se derramarem no papel: tudo o que ela foi para mim, tudo o que é para mim e te quero tão desesperadamente ser para ela. Peço a Evie que por favor, por favor, me esvamente.

Depois que já dobrei a carta e a coloquei em um envelope, uma ideia me ocorre. Vou arto, estendo a mão até o fundo de uma gaveta e pego ali outra carta, a que havia começarever para Evie muitos anos antes, a que sempre usei para lembrar a mim mesmo, toda ve

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meçava a esquecer, o ser humano desprezível que eu era. Um instrumento perfeito de autotoma lembrança de como eu traíra Evie. Acho que não me torturarei mais assim. Mas espero que

ta antiga, nunca enviada, faça Evie compreender a situação um pouco melhor.Chego tarde no trabalho na manhã seguinte, pois acabei caindo no sono pouco tempo ant

anhecer. No caminho, paro no prédio de Evie e toco o interfone do apartamento de Mauricarece, o andar pesado, me encarando com desconfiança. Abro o meu sorriso mais encantargunto se ele se incomodaria de enfiar por baixo da porta de Evie o envelope com minhas c

uero que ela as leia, mas não quero que tenha que me encarar até estar pronta. Até que sejcolha dela. Maurice assente e fecha a porta.Ao chegar ao trabalho, me fecho na minha sala. Várias vezes ao longo do dia, as palavr

utor voltam à minha mente... tenho esperança de que você veja que lutei por você porquele a pena.

Evie pensará a mesma coisa, agora que sabe a verdade?Mais tarde, naquela noite, desço a rua para tomar um café. Estou precisando de um pouco

sco e a cafeína é necessária para me impedir de cochilar sobre os últimos e-mails que pl

viar.Quando saio do elevador para o saguão de entrada do prédio, vejo Gwen vindo em m

eção. Me encolho por dentro, mas mantenho a expressão neutra enquanto ela se aproximpressão em seu rosto é a mesma que eu imaginaria em um tubarão pouco antes de ele cravntes em uma presa. Pronta para o ataque. – Oi, Jake – diz Gwen, um falso sorriso no rosto. – Gwen – retruco, e me desvio dela. – Esbarrei com Evie no spa – informa ela, falando rápido.

Paro e me viro para encará-la. Foi Gwen, então, que contou a Evie sobre a minha tatuageme isso importe. Na verdade, talvez tenha sido melhor assim. A não ser pelo fato de queovavelmente ficou acuada diante de Gwen, o tubarão terrestre que sai devorando os que orar em seu caminho.Encaro-a pensativo.

 – Eu provavelmente deveria agradecer a você, Gwen. Evie precisava ver a minha tatuagemhavia esperado demais para mostrá-la. Ela precisava ver, porque a garota na tatuagem é euagem conta a nossa história.

Gwen recua, as sobrancelhas erguidas. – O quê? Evie é a garota que você tem tatuada nas costas? – Ela continua a me encarar c

nho franzido e fica em silêncio por alguns segundos. – Achei que aquela garota havia morrido.Balanço a cabeça, negando.

 – Não, ela não está morta. Está muito viva. E é muito amada. E, rezo a Deus, muito minha. ma boa vida, Gwen.

Eu me viro e me afasto.Volto ao escritório quinze minutos mais tarde, cheio de cafeína e me sentindo mais vivo

rgunto se Evie já terá lido a minha carta. E me pergunto também, pela centésima vez desde qu

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óprio medo, a sensação que eu guardava de não valer a pena. – Acho que sim. Mas foi você que segurou o aro para mim. – Você foi a única que se

reditou em mim. A única que sempre achou que eu era bom o bastante. – Essa é a parte fácil, meu menino lindo. Acreditar em você não exige esforço nenhum. Ngiu.Deus, amo essa garota linda, linda. Sorrio.

 – Vou levá-la de volta para o meu covil e atacar você agora.

Ela também sorri. – Sim, por favor.Pego a mão dela. Nosso futuro está à nossa frente, e a promessa de dar a Evie uma vida lind

avada em meu coração.

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Epílogo

is meses depois

eo pega a minha mão, leva-a aos lábios e a beija. Então sorri para mim. Recosto a cabe

ento e sorrio também. Quando ele volta a se concentrar na estrada, me perco na beleza drfil.

Dois meses se passaram desde aquele dia no saguão do escritório, os dois meses mais lindnha vida. Nós os passamos lembrando tanto os bons quanto os maus momentos, nos apaixonda mais, sendo apenas nós, juntos, sem segredos, sem medo, sem culpa ou vergonha. Brincke  é meu leão e Leo  é meu menino. Amo os dois, preciso  dos dois – apenas um ou outro

duzem a pessoa completa que ele se tornou. Meu homem forte e leal e meu menino protetor, dno. Ambos cheios de cicatrizes, mas também finalmente capazes de encontrar força para ae até as piores experiências da vida podem ser presentes valiosos.

Ah, e os dois gostam de me atacar, com frequência, e isso é muito bom. Muito, muito bom. Sra ele. – O que foi? – pergunta Leo. – Só estava me lembrando desta manhã – digo, sorrindo ainda mais.Ele também dá uma risadinha.

 – Sim. Realmente é uma pena não termos tomado banho juntos desde o começo, não é meco feliz por estarmos recuperando o tempo perdido.

Leo pisca para mim, ainda sorrindo.Dou uma gargalhada.

 – Com certeza. E então, aonde está me levando?Inclino a cabeça e olho para ele desconfiada. Quando entramos no carro, Leo disse que quer

ostrar uma coisa, mas não me disse o quê. – Você verá em um instante.

Ambos olhamos para a frente quando ele faz uma curva e só então percebo que estamos na rue eu morava quando menina, na rua do meu antigo lar adotivo. Sinto meu cenho se freiramente. O que estamos fazendo aqui?Leo para o carro em frente à casa. Eu o encaro e percebo a expressão nervosa em seu

quanto me observa. – Confia em mim? – pergunta. Não preciso pensar nem por um segundo antes de sussurrar: – Sim. Totalmente.Leo sorri, desliga o motor, se debruça na minha direção e me dá um beijo carinhoso.

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 – Então venha.Ele sai, dá a volta no carro e abre a porta para mim. Então pega a minha mão quando desço

xa contra o seu corpo antes de fechar a porta.É um dia frio de dezembro e a respiração de Leo sai em nuvens de vapor quando ele diz:

 – Eu te amo, Evie.Levanto os olhos para encontrar os dele, castanhos e cálidos, e sussurro de volta:

 – Eu também te amo.

Leo beija a minha testa e diz baixinho: – Nunca, jamais vou me cansar de ouvir isso.Então ele me puxa pela mão com delicadeza e caminhamos em direção à casa. O lugar es

ssimas condições, com lixo espalhado pelo pátio da frente, a tinta descascando por toda dros de janela quebrados. Obviamente a casa está abandonada há algum tempo.

Quando Leo abre a porta da frente e espio lá dentro, as lembranças me assaltam. Por apentante, me sinto novamente uma menina assustada, o vazio me consumindo. Mas então Leo apnha mão, eu encaro aqueles olhos cheios de amor e fico bem. Mas por que ele me trouxe aqu

Leo volta a me puxar carinhosamente pela mão e eu o sigo enquanto subimos as escadas pgundo andar. Agora sei para onde ele está me levando e meu coração subitamente se alegrariso se insinua nos cantos da minha boca. O nosso telhado.Passamos com cuidado pela janela quebrada e esfrego as mãos uma na outra quando já est

lado de fora. Leo passa os braços ao meu redor e ficamos ali por vários minutos, parados, as abraçando no telhado, que agora está bastante torto.

Quando ele me solta, faço menção de me sentar, mas Leo me detém e pede com gentileza: – Não. Fique como está. Por favor.

Eu o encaro sem entender, mas ele se apoia em um dos joelhos e então compreendo. Dcapar um arquejo.

Meu Leo leva a mão ao bolso, pega um estojo de joias, abre e me mostra o anel de noivadodo que já vi. É de platina, em um estilo antigo. Fico olhando para o anel, estupefata, por agundos, antes de meus olhos voltarem a encontrar os dele. Minha visão fica nublada qurcebo a emoção em seu rosto. – Evelyn Cruise – diz Leo, a respiração trêmula –, quis trazer você aqui para pedir que pato da vida comigo, porque foi aqui, neste lugar, que soube que a amaria para sempre. Est

gar em que descobri qual era a sensação de ser amado. E este é o lugar onde meus lábios tocseus pela primeira vez.Ele sorri para mim e deixo escapar um som que é meio risada, meio soluço, enquanto po

o em seu rosto. Leo apoia o rosto na minha mão e sorri novamente antes de levantar os olhosm e dizer: – Você me daria a enorme honra de ser minha esposa? Quer se casar comigo?As lágrimas escorrem pelo meu rosto e minha garganta está tão apertada de emoção qu

nsigo falar. Por isso apenas balanço a cabeça várias vezes, assentindo, e me ajoelho diante dera poder beijá-lo através das minhas lágrimas, ainda assentindo com a cabeça. Nós nos beijam

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ri. Por fim, me recomponho o bastante para rir também. Leo se afasta ligeiramente, sorrindogo fica sério e diz: – Preciso ouvir sua resposta, meu bem. Deixe-me ouvir sua resposta. – Sim, sim, sim, sim – sussurro entre mais beijos. – Um milhão de sins. Sins infinitos.Sorrio entre as lágrimas, enquanto ele desliza o anel pelo meu dedo.Seguro o belo rosto entre as mãos e volto a colar minha boca à dele. Esse beijo é mais prof

ssas línguas se encontram, se acariciam. Sinto o ar tremular ao nosso redor e inclino a cabeça

e Leo possa aprofundar o beijo. Ele geme e me puxa mais para perto. Eu me deleito com o oxicante dele, com a sensação de seu corpo pressionado ao meu.De repente, percebo algo frio e úmido atingindo meu rosto. Me afasto de Leo, ambos respi

sadamente. Levantamos os olhos ao mesmo tempo e prendo a respiração ao perceber quvando! Olhamos um para o outro e ambos caímos em uma gargalhada maravilhada. Está realmvando! Exatamente como na primeira vez que nos beijamos! Só que, dessa vez, não estamospedindo. Dessa vez, estamos começando uma vida juntos. A magia do momento me atinmeço a chorar de novo. Leo me puxa contra o corpo e seca minhas lágrimas. Nós nos abraç

r mais alguns minutos antes que me ocorra que estamos parados no teto da propriedade de algLevanto os olhos para ele.

 – Ahn, Leo, talvez fosse melhor irmos embora. Não estamos invadindo a casa dos outros?Ele sorri, pega a minha mão e me leva na direção da casa.

 – Na verdade, não. Venha comigo, tenho algo a lhe mostrar.Eu o sigo pelas escadas, confusa. Leo me leva até onde era a sala de estar e vejo que há

costado à parede, coberto com um lençol. Ele puxa o lençol e fico olhando por um longo tes de levar a mão à boca para me impedir de cair em lágrimas, de novo.

É uma placa que diz “Lar de Willow” e tem um lindo salgueiro cercado por crianças corrncando e lendo sob ele. – Comprei esta propriedade, Evie, e o terreno vazio ao lado também – diz Leo bai

servando atentamente a minha reação e passando os braços ao meu redor. – Pensei que poderírir uma casa comunitária aqui, para crianças que estão no sistema de lares adotivos, que po

um lugar para onde elas viessem depois do colégio e nos fins de semana. Um lugar artencessem, que fosse estável, não mudasse. Tinha a esperança de que você pudesse cuidar de

Olho dentro dos olhos castanhos e cálidos e, nesse momento, me apaixono ainda

ofundamente por ele, algo que pensei ser impossível.

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ve anos depois

anto o último crisântemo na jardineira da janela e junto a terra ao redor com as mãos, preenchespaço. Então arrumo a hera entre as flores de um amarelo forte e cor-de-vinho, deixandonda só um pouco para fora. Me afasto e sorrio, admirando a beleza das plantas de outono. Lmãos e recolho meu material de jardinagem. As crianças e eu passamos o dia plantan

mpando o pátio, e aquela jardineira tinha sido a única coisa de que não cuidamos. Eu ometido a elas que terminaria o trabalho esta noite.

Entro em casa e, quando estou secando as mãos, escuto a voz de Leo me chamando. Cmada até a porta da frente. – Oi, meu bem.Ele sorri quando me vê e traz uma abóbora enorme sob cada braço.

 – Oi.Sorrio, vou até ele e me estico para beijá-lo nos lábios. Ele se abaixa para encontrar meu ro

 – Conseguiu o bastante? – Sim. Tivemos que ir a cinco mercados diferentes, mas acho que conseguimos ao meno

ra cada um. Há mais cinquenta na traseira da caminhonete. – Obrigada.Sorrio, pouso a mão no rosto dele e olho em seus olhos. É sempre tão fácil me perder

har... – De nada. Mas, meu bem... essas abóboras não são exatamente leves, onde devo colocá-l

rgunta, sorrindo.

Volto a mim. – Ah! Desculpe. Aqui. Coloque-as aqui.Indico a mesa grande que já decorei com a toalha plástica laranja, com temas de outono, pe

ra a bagunça que é escavar abóboras.Leo pousa as duas abóboras sobre a mesa.

 – Os meninos estão com o Sr. Cooper? – pergunto. – Sim. Eu os deixei na casa dele depois que pegamos o último carregamento de abóboras. Sr. Cooper que os pegaríamos no caminho de volta para casa. Os dois foram de grande ajudabóboras, até mesmo Cole.

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Balanço a cabeça, assentindo, feliz que nossos filhos estejam passando algum tempo cmem que é como um avô para eles.

Termino de limpar tudo enquanto Leo traz as abóboras para dentro. Quando saímos do côncipal, a mesa está cheia de abóboras de todos os tamanhos. Teremos um dia divertido am

cavando-as. Nicole, Kaylee e seu irmãozinho, Mikey, virão ajudar. Nicole está grávida do terceiro filhke, uma feliz surpresa. Sei que vê-la andando de um lado para o outro por aqui, em seus

os malucos e com a enorme barriga de grávida, vai me provocar um ataque cardíaco. E sei qudirá para deixar de ser tola, que só porque está grávida não precisa usar os calçados ortopé

da elegantes que eu a faria calçar se pudesse.Leo segura a minha mão e me puxa na direção das escadas. Eu o sigo, sabendo muito bem

de ele está me levando. Entramos no quartinho pequeno nos fundos, ele abre a janela e me ajr para o telhado. Chego um pouco para o lado e me sento. Leo se senta colado a mim, pobeça em seu ombro e ele me puxa para perto, para me aquecer. – Este é o meu lugar favorito no mundo – sussurro em seu ouvido.

Ele sorri, levanta os meus braços e passa ao redor do próprio pescoço. – Este é o meu lugar favorito no mundo – retruca, sorrindo.Enfio o nariz no pescoço dele e sorrio contra a sua pele. Eu o beijo e volto a pousar a cabeç

u ombro, enquanto ficamos os dois olhando para a noite.Há nove anos meu Leo me pediu em casamento neste telhado. Nós nos casamos dois m

pois, em uma pequena cerimônia que reuniu nossos amigos mais próximos, a famíliacolhemos.

Logo depois do casamento, Leo contratou uma empresa de construção para reformar tod

opriedade. Era importante para nós dois que eles a reformassem em vez de a colocarem abameçarem do zero. O telhado da casa recebeu novas telhas, mas, a não ser por isso, permanual. Nosso.

Vários meses depois disso, quando o projeto do Lar de Willow estava em pleno andamguei a mão do meu marido e o levei ao nosso telhado, sob um céu quente de verão, e lhe conteava esperando um filho dele. Leo olhou bem dentro dos meus olhos, paralisado por lo

gundos, antes que o lindo sorriso que eu tanto amo se abrisse em seu rosto. Ele levantou a musa, então, e beijou a minha barriga sem parar, rindo o tempo todo. Depois, pressionou o

ntra a minha barriga e seus olhos encontraram os meus. Naqueles olhos, vi a expressão begura do menino. Eu passei os dedos pelo cabelo dele e sussurrei: – Sim, Leo, você vai ser um pai incrível. Algumas pessoas simplesmente sabem como

rtas coisas.Ele sorriu para mim e, subitamente, pareceu em pânico, enquanto me arrastava de volta

nela. – O que está fazendo? – perguntei, rindo. – De jeito nenhum minha esposa grávida vai ficar de pé em um telhado – disse ele. – Nãporta quanto seja seguro.

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Tempos depois, nosso filho Seth, ainda bebê, dormia em um bercinho e brincava em um nquilo do andar de cima, no que havia sido meu antigo quarto.Quando Landon se formou, um ano depois de abrirmos o Lar, oferecemos a ele o empre

etor e ele aceitou. Eu passava o maior tempo possível no Lar, mas era uma mãe de prigem ocupada e sabia que precisava de ajuda. Landon trouxe vida, entusiasmo e diversão ao

odos o amam. Como poderiam não amar? Ele é um amor.Vários anos depois disso, quando eu estava com nove meses da gravidez de Cole, minha

água rompeu na sala da frente, quando eu estava pendurando alguns trabalhos de arte que m as crianças. Mais tarde, Cole deu seus primeiros passos no Lar de Willow enquanto as criplaudiam.Temos um grande quintal nos fundos onde as crianças ajudam a plantar legumes e verd

pois os colhemos quando estão maduros. O que antes foi o terreno vazio ao lado agora abrigaadra de basquete na frente e um grande espaço gramado nos fundos, para as crianças correrncarem. Plantamos um salgueiro, willow  em inglês, no meio do gramado e espalhamos vsas de piquenique ao redor. Ainda é uma árvore pequena, mas um dia será grande e fort

hos se inclinando e balançando ao vento. Às vezes o vento será um pouco frio; outras, será cho que essa árvore resistente aguentará bem qualquer das possibilidades.Dentro, criamos salas de arte, uma de música e uma biblioteca. É ali que conto histórias qu

crianças pedem. Quando meu próprio livro foi publicado, Leo comprou uns vinte exempenas para essa biblioteca. Simplesmente balancei a cabeça e ri. Mas quando vi o modo comanças olhavam para aquele livro e me perguntavam se eu realmente havia crescido no sistemes adotivos, exatamente como eles, decidi manter os livros ali. Quero que as crianças saibamituação delas não precisa limitá-las, que se eu pude encontrar coragem para ir atrás dos

nhos, elas também podem.Também temos computadores e pessoas para ajudar com o dever de casa. E uma grande co

de voluntários ensinam as crianças a cozinhar e a preparar refeições.Preston monta uma feira de ciências todo ano para o Lar de Willow e o vencedor ganha

lsa de estudos para uma faculdade nas áreas de ciências ou engenharia. Christine se aposdo para ser mãe em tempo integral quando os filhos começaram o ensino médio. Ela e a famíliluntários habituais no Lar e somos muito próximos. Christine é como uma mãe para mim. Para

Planejamos, sonhamos e amamos naquele nosso telhado. Não sabíamos que a jornada

almente levaria ao nosso final feliz seria tão cheia de desvios, quedas e sofrimento. Não sabanto amor, perdão e compreensão nos seriam exigidos para voltarmos ao caminho onde severíamos ter estado, juntos. Mas o que sabíamos era que estávamos ali porque ambos estávpostos a lutar. Lutar um pelo outro, lutar por nós, lutar pelas crianças que precisam de um lue pertencer, lutar por amor. E isso significa que, apesar de todo o sofrimento pelo qual tive passar para estarmos onde estamos, no fim, o amor vence.

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Agradecimentos

m agradecimento muito, muito especial, do fundo do meu coração, a minhas revisoras Angela Larissa Kahle. Obrigada por terem lido o meu livro tantas vezes, sempre me encorajando, em sinceras ao avisar quando Leo estava sendo um “narrador bobo”. Sei que ele também é gcês.

Obrigada à minha família também, principalmente ao meu marido, que sempre me deu inito.

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Sobre a autora

© Jenny Gaskins/ Jenny G Photography

a Sheridan começou a escrever na tentativa de superar a dor da perda da filha. Publicomeiro livro on-line e, em cerca de uma semana, ele chegou à lista de mais vendidos. Desde enão parou de escrever e se tornou uma autora apaixonada por tecer histórias de amor

ssoas destinadas a ficarem juntas.

u jeito vívido de escrever conquistou o público e a levou ao topo das listas dos prestigiososday, The Wall Street Journal  e The New York Times.

a mora em Cincinnati, Ohio, com o marido e os quatro filhos.

www.miasheridan.comwww.facebook.com/miasheridanauthor 

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CONHEÇA OUTROS TÍTULOS DA AUTORA

 A voz do arqueiro

Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugaromeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e dar.Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profun

úsculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisíveldos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncioscobrir quem ele é e que mistérios esconde.

Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incen

nsforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrívetro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encon

ópria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muitoque as palavras poderiam expressar.Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zod

seado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador.

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O coração do leão

Evie e Leo se conheceram ainda crianças, em um lar adotivo, e logo se tornaram grandes amm o tempo, a amizade se transformou em uma paixão avassaladora, e eles juraram ficar juntos

mpre.Quando Leo foi inesperadamente adotado na adolescência e teve que se mudar para outra ci

ometeu a Evie que entraria em contato com ela assim que chegasse lá e que voltaria para buando ela fizesse 18 anos. Mas ele nunca mais deu notícias.

Oito anos depois, apesar das circunstâncias, Evie conseguiu dar a volta por cima. Temprego, amigos e está feliz. Então, de repente, um homem chamado Jake Madsen surge em suagando ter sido enviado por Leo para saber como ela está.Evie não consegue evitar a atração que sente por esse homem sensual e misterioso. Mas ser

pode confiar em um estranho? Ou será que ele está guardando um segredo sobre sua real ligm Leo e os motivos que o levaram a sumir de sua vida anos atrás?Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zod

ta história se baseia na mitologia de Leão e fala sobre as surpresas que a vida nos reserva.

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CONHEÇA OUTROS TÍTULOS DA EDITORA ARQUEIRO

 Desejo proibido, de Sophie Jackson

Seu amor é proibido, mas não pode ser ignorado.

Katherine Lane nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela ruiva de olhos vcurvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas emnitenciária.

Mas quando Carter, um detento inteligente e perigosamente sexy, desperta ao mesmo temva e o desejo de Kat, ela é forçada a admitir para si mesma que a decisão de lhe dar rticulares pode ter sido motivada não pela generosidade, mas sim pela crescente atração en

is.Embora a família e os amigos de Kat temam que a paixão destrua sua carreira e sua vida, te ela quer é ficar com esse homem que a faz sentir-se completa. Porém Carter guarda um see tanto pode unir seus destinos para sempre quanto afastá-los de uma vez por todas.

Primeiro livro de uma trilogia, Desejo proibido é uma história de amor e redenção, de univtantes que se aproximam e se fundem numa paixão avassaladora. 

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O inferno de Gabriel , de Sylvain Reynard

 A salvação de um homem. O despertar da sexualidade de uma mulher.

Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante ume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinda de prazeres sem limites.

O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidadrdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos e cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimicados.

Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma inf

ícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Torsabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nnseguiu esquecer.

Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaribora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles de

ofessor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentntasmas dos quais sempre tentou fugir.

Primeiro livro de uma trilogia, O inferno de Gabriel  explora com brilhantismo a sensualida

ma paixão proibida. É a história envolvente de dois amantes lutando para superar seus inf

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ssoais e enfim viver a redenção que só o verdadeiro amor torna possível.

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O julgamento de Gabriel , de Sylvain Reynard

 Eles estão vivendo uma paixão arrebatadora. Mas muitas pessoas são contra esse amor.

Gabriel Emerson e Julia Mitchell se conheceram há muito tempo, quando ela aindolescente, numa noite mágica e confusa. Mas, apesar de todo o sentimento que nasceu entre ele

seguinte seus caminhos se separaram.Anos depois eles se reencontraram quando Julia começou o mestrado na Universida

ronto. Gabriel era um professor enigmático, sedutor e muito arrogante que a atormentarseguia. No entanto, o que mais fazia Julia sofrer era ele não se lembrar dela.

Mas nem mesmo o insensível Gabriel é capaz de resistir à profunda conexão que existe entr

ogo os dois embarcam numa tórrida paixão proibida. Com o fim do semestre e do curso minisr Gabriel, eles deixam de ser professor e aluna e enfim estão livres para viver seu amor. Ounos era o que pensavam.Após uma viagem romântica para a Itália, durante a qual Gabriel ensina a Julia todos os mis

prazer e, em troca, aprende com ela o significado do amor verdadeiro, os dois veem seus soeaçados.Duas denúncias junto ao Comitê Disciplinar da Universidade põem em risco o empre

briel e a carreira brilhante e promissora de Julia. Será que o professor vai ceder às ameaç

lutar até o fim por sua amada? Será que essa paixão conseguirá resistir a um julgam

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placável?

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 A redenção de Gabriel , de Sylvain Reynard

 Parecia que eles seriam felizes para sempre. Mas toda relação tem seus conflitos.

Depois do escândalo em que se viram envolvidos em Toronto, Gabriel e Julia se casaramudaram para Massachusetts, onde ele dá aula na Universidade de Boston e Julia faz doutorarvard. Agora ela precisa provar que não vive à sombra do marido famoso.Mas parece que Gabriel não está pronto para ver a esposa caminhar com as próprias p

uando ela é convidada a dar uma palestra em Oxford, surge seu primeiro conflito: a linsquisa dela diverge da teoria dele.

Durante a conferência, os dois são obrigados a confrontar antigos rivais, entre eles a incan

rista, que, ainda determinada a humilhar Julia, ameaça revelar um dos segredos mais obscurbriel.Além disso, as coisas entre eles não vão muito bem. Isso porque Gabriel está ansioso para t

ho, mas Julia quer concluir o doutorado primeiro.Para ver realizado seu sonho de formar uma família, Gabriel terá que enfrentar fantasm

ssado. Será ele capaz de fazer isso? E será que a generosidade de Julia resistirá à ameaça duinada a carreira que ela tanto se esforçou para construir? A redenção de Gabriel   é o desfecho brilhante dessa trilogia que arrebatou leitores no m

eiro.

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Sumário

éditospítulo 1pítulo 2pítulo 3

pítulo 4pítulo 5pítulo 6pítulo 7pítulo 8pítulo 9pítulo 10pítulo 11pítulo 12

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