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Micro Região dos CAMPOS DAS VERTENTES Volume 1 Estudo Preliminar e Diretrizes de Desenvolvimento

Micro Região dos CAMPOS DAS VERTENTES

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Micro Região dos

CA M PO S DAS VERTENTES

Volume 1 Estudo Preliminar e

Diretrizes de Desenvolvimento

F U N D A Ç Ã O JOÃO P I N H E I R OSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

Mo tf. FJP - I9^5â

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Osecretaria do planejamento e cookdenacao oeral

ÍNDICE

Pag.

APRESENTAÇÃO 5

INTRODUÇÃO 9

A FORMAÇÃO REGIONAL E OS NÚCLEOS URBANOS 17

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS 37

O QUADRO NATURAL 57

ASPECTOS ECONÔMICOS 87

TURISMO E LAZER 177

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E INFRA-ESTRUTURA FÍSICA 209

SAÜDE 245

EDUCAÇÃO 277

f u n d a ç A o j o A o p i n h e i r oSECRC1AKIA DO fLANEJAMENTO E CCCRDENACAO CEKAl

APRESENTAÇÃO

Este trabalho é o resultado final de um convênio de coope ração técnica firmado entre a Fundação João Pinheiro,a Su perintendência de Articulação com os Municípios - SUPAM - e os 18 municípios membros da Associação dos Municípios dos Campos das Vertentes - AMVER. As análises contidas nes tes documentos foram elaboradas, entre janeiro e julho de 1977, pela equipe técnica do Centro de Desenvolvimento Ur bano da Fundação João Pinheiro, sendo:

. Governador do Estado: Antônio Aureliano Chaves de Men donça

. Secretário de Planejamento e Coordenação Geral: HélioBraz de Oliveira Marques

. Presidente da Fundação João Pinheiro: Antônio Octãvio Cintra

. Superintendente da SUPAM: Baldonedo Arthur Napoleão

. Superintendente do CDU: Rodrigo Ferreira Andrade

. Presidente da AMVER: Lourival Gonçalves de Andrade e posteriormente, Afonso de Melo Mayrink

. Secretário Executivo da AMVER: Emanuel de Sá Boriz

Os prefeitos municipais Edson de Rezende Meireles e José Maria Meireles de Carvalho de Andrelãndla, Genésio Graça no e José Bernardo Meneghin de Barroso, Honostõrio Teixei^ ra e Hely Andrade Alves de Carrancas, Ataulpa de Oliveira e Vespasiano de Araújo de Casslterlta, João Batista Assun ção e João Batista de Resende de Coronel Xavier Chaves, Hélio Moncorvo e Afonso de Melo Mayrink de Dores de Cam pos, Alisson Ferreira e Noel Custodio Fereira de Itutinga, Antônio Pinto e José Augusto Pereira de Lagoa Dourada,

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Sebastião Fabiano Ribeiro e José da Páscoa Nascimento de Ma dre de Deus de Minas, Wilson Gualberto Milagres e Dorgival Modesto Jorge de Nazareno, Geraldo Ferreira e José Bernar dino de Nascimento de Prados, Enir Geraldo Teixeira e Gil Possa de Piedade do Rio Grande, Aristides Coelho dos Santos e Ocacir Alves Andrade de Resende Costa, José Jader dos San tos e Cicero de Moura Vieira de Ritápolis, Lourival Gonça^ ves de Andrade e Octãvio de Almeida Neves de São João dei Rei, José Resende e Moacir Mãngia de são Vicente de Minas, Guido Dirceu dos Reis e Raul Wilson da Mata de São Tiago, Josafã Pereira Filho de Tiradentes.

Os membros do CDU que participaram do trabalho foram;

. Affonso Celso Ãvila - Historiador Consultor

. Josadac Figueira de Matos - Sociólogo e Técnico em Admi nistração

. Jussara M. Frizzera da Cunha - Historiadora

. Luiz Fernando Costa - Arquiteto

. Marcos Nogueira da Gama - Engenheiro

. Marcos Tadeu Napoleão de Souza - Técnico em Administração

. Maria Auxiliadora Gomes Cardoso - Economista

. Maria Jucelina Faria Barroso - Historiadora

. Roberto D fAffonseca Herbster Gusmão - Historiador

. Rogério Geraldo Ribeiro de Andrade - Economista

. Stephen David Scheibe - Sociólogo - Coordenador

. Tarcísio Bruzzi de Andrade - Geógrafo

Equipe Auxiliar:

. Dolores Maria Silveira Aguiar - Secretária

. Leda Maria Knop Henriques - Secretária

. Ronaldo Negromonte Lima - Capa e Desenho

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHEI ROSECRETARIA DC FLANEJAMEMO E COORDENACAo CERAL

Estagiários

. Daisy Maria Xavier de Abreu

. Luzia Lamounier Alves

. Maria das Graças Nunes Coelho

. Maria Tereza de Paula Castro

. Tânia Castro D 1Avila

. Paulo Eduardo Miranda da Cunha

. Telma Ferreira e Silva

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OS t ç r a la r l« d * E c t a d o do P lonejan ton lo « C o o fd o n a ç f lo G ofa l

INTRODUÇÃO

A apresentação dos volumes deste trabalho é uma sequência do planejamento microrregional no Estado, iniciado a par tir de esforços da Secretaria de Planejamento e Coordena çSo Geral - SEPLAN, através da Superintendência de Arti^ culação com os Municípios - SUPAM, e do Centro de Desen volvimento Urbano da Fundação João Pinheiro.

As análises e levantamentos contidos nestes estudos foram expostos e amplamente debatidos em seminário realizado em São João dei Rei no dia 3 de junho de 1977. A partir dos resultados desta reunião voltou-se para o aperfeiçoamento dos documentos ora apresentados. Neste primeiro volume, intitulado Estudo Preliminar e Diretrizes de Desenvolvi­mento, destacam-se os levantamentos dos aspectos sócio- e conômicos e das condições naturais e físicas encontradas na Microrregião. Com base nos estudos definiram-se dire trizes gerais e indicações preliminares indutoras do de senvolvimento microrregional. Estas indicações programa ticas são encontradas ao final das análises setoriais e no seu conjunto definem as Diretrizes de Desenvolvimento. No segundo volume, Aspectos Instituclonais/Admlnistratl vos, tem-se uma visão ampla da situação atual e das ne cessidades de cada Prefeitura, bem como um programa de a ção para a atuação da AMVER na busca de eficiência e ra cionalidade nas administrações municipais. Ressalta-se ainda, a ligação entre os volumes em vista da importância da modernização institucional/administrativa como suporte para a execução das indicações e diretrizes do volume 1.

Além dos volumes citados, fazem parte do projeto microrr£ gional quatro documentos apresentados como separatas, e que tratam especificamente do acervo histórico e artlsti^ co de São João dei Rei, Tiradentes, Prados e dos outros

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F U N D A Ç A O j o A o p i n h e i r oS e c ra la H a de E *1 *d o do P la ne ja m e n to « C o o rdo n aç& g C o re l

municípios. Estas separatas contém indicações especlfi cas para a preservação deste patrimônio e para seu melhor aproveitamento em termos urbanísticos e turísticos. A 0£ ção de se apresentar à parte estes trabalhos deveu-se ao seu carãter estreitamente municipal.

O conteúdo dos documentos baseia-se em grande número de informações estatísticas, bibliográficas e cartográficas colhidas nos órgãos oficiais e na Microrregião. Apesar da inexistência ou desatualização de alguns dados, este fa tor não chega a afetar as conclusões fundamentais que são sintetizadas a seguir.

Síntese e Definição das Diretrizes Gerais

0 mapa "Situação da Microrregião" apresenta a sua locali^ zação no espaço estadual e mostra suas principais liga ções viárias com os centros nacionais. Como se vê,os Cam pos das Vertentes são estrategicamente situados no meio do grande triângulo formado por Belo Horizonte, Rio de Ja neiro e são Paulo. Este posicionamento gera,ao mesmo tem po, efeitos positivos e negativos sobre a Microrregião, sendo que os primeiros se relacionam com sua proximidade aos principais centros consumidores do país. Contudo,esta mesma proximidade pode ser considerada negativa na medida que através da concorrência, estes centros nacionais dre nam recursos financeiros e humanos tornando inviáveis em preendimentos locais e regionais.

Os dados demográficos demonstram a influencia de outras regiões do Estado e do Pais sobre a Microrregião. O cres cimento populacional observado nos últimos anos é de 1,7% ao ano, o que mostra a evasão de pessoas dos Campos das Vertentes. Em todos os municípios notou-se o declínio das populações rurais sem a contrapartida de acelerado cresci mento urbano que se faz presente em apenas alguns municl

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pios.

A evasão de pessoas dos Campos das Vertentes espelha a rea lidade econômica encontrada na Microrregião. Na maioria cbs municípios a agropecuária, como atividade econômica básica apresenta baixo dinamismo. 0 único produto de exportação é o leite, enquanto hã insuficiência de produção de gêneros voltados para a subsistência da população. Estes problemas são explicados, em parte, pelas características da distri­buição fundiária, a utilização de técnicas inadequadas e a predominância de solos esgotados e pobres. A cobertura flç) restai, por sua vez, é extremamente deficiente * havendo a necessidade de estimular o reflorestamento como um meio de preservação dos solos e como atividade produtiva.

0 porte do setor secundário da Microrregião é relativamente pequeno, baseado nas indústrias têxteis e de moveis,bem co mo nas atividades artesanais, sendo exceções neste quadro a indústria de cimento de Barroso e a indústria metalúrgi­ca de São João del-Rei. Excluindo-se estas últimas, predo mina a baixa produtividade do trabalho e baixos níveis sa lariais.

A não ser em são João del-Rei, centro comercial e de servi ços da Microrregião, o desempenho do setor terciário e bas tante fraco. As sedes municipais atendem apenas ãs neces sidades mínimas e imediatas das populações, servindo prin cipalmente como pequenos entrepostos comerciais que viabi­lizam a realização econômica na agropecuária.

Para abordar estes problemas, indicações para programas e conômicos são sugeridas no item referente aos aspectos eco nômicos. Tendo como primeiro objetivo a auto-suficiência <fe gêneros de primeira necessidade, estas indicações englobam a expansão das atividades primarias através de programas nacionais e estaduais que podem ser aproveitados na Micror

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região. Tais programas visam o aproveitamento de linhas de crédito jã existentes e a estreita cooperação com órgãos de assistência técnica atuantes na ãrea. Quanto às ativi^ dades do setor secundário, propõe-se estudos para a criei ção de um distrito industrial objetivando a atração de no vas atividades secundárias, o que por sua vez, favoreceria à consolidação da indústria extrativa e de processamento de minerais não-metálicos e buscaria ao mesmo tempo a compati^ bilizaçSo do desenvolvimento industrial com a preservação do rico patrimônio histórico, artístico e natural, o qual seria ameaçado por uma industrialização espontânea e não planejada.

Se, por um lado, o desenvolvimento urbano-industrial na Mi crorregião tem sido apenas relativo, por outro, este fator i uma das razões de se ter conservado ate hoje a rica hjí rança histórico-artística da época do ouro. Nos documentos deste trabalho ressalta-se, de forma enfática a necessida­de da proteção e preservação deste rico patrimônio buscari do-se ao mesmo tempo formas para seu melhor aproveitamento em termos turísticos e urbanísticos. A existência de mui tos dos principais exemplos do barroco mineiro na Micror região, aliada aos seus aspectos paisagísticos e naturais, representa também um bem econômico que, adequadamente ex piorado, poderá trazer amplos benefícios econômicos. Neste sentido, no item referente ao Turismo e Lazer, encontram se diversas proposições que tratam da promoção turística, melhoria da infra-estrutura receptiva, preservação dos bens históricos e naturais, e valorização das manifestei çÕes artísticas e festivas.

Os estudos de infra-estrutura física revelam uma situação mais ou menos homogênea em toda a Microrregião quanto às deficiências de comunicações, energia, água e esgoto. Para melhorar a situação neste setor as Prefeituras e a AMVER devem contatar, de acordo com as indicações programáticas, com os órgãos competentes. Quanto ao sistema viário, a M_i

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crorregião apresenta ligações comparativamente boas com os principais centros nacionais. No entanto, as rodovias in termunicipais são bastante precárias, dificultando a inte gração, especialmente entre o Norte e o Sul da Microrregi- ão. Para a melhoria das estradas municipais sugere-se a formação de uma "Patrulha Rodoviária" sob a orientação da AMVER e da SUPAM, no sentido de coordenar os esforços dos municípios.

Os problemas constantes nos estudos de educação e saúde são característicos daqueles encontrados no Estado. Embora dis; ponha de uma razoável distribuição e hierarquização dos hospitais, unidades para-hospitalares e ambulatórios, nos Campos das Vertentes o atendimento médico ê ainda precário devido â escassez de recursos humanos, faltando também a institucionalização de um programa de medicina preventiva. Sugere-se que as deficiências na área de saúde sejam trata das por um grupo de trabalho a ser criado dentro da AMVER e de acordo com as diretrizes da Secretaria de Saúde e do II PMDES.

Os principais problemas educacionais são: a melhoria do en sino rural, a universalização do ensino de 19 grau; a ex pansão da rede de 29 grau e a necessidade de estudos espe clficos sobre o ensino superior para que este esteja volta do ás necessidades básicas da região. Através de . indica ções programáticas, sugere-se que a AMVER, em colaboração com a Delegacia de Ensino, aborde as deficiências do 19 grau através dos programas do Ministério de Educação e da Secretaria de Educação. Quanto ao ensino superior, recomen da-se que a AMVER colabore com as Faculdades sugerindo es; tudos necessários e meios de aproveitamento dos estudantes e dos egressos das universidades.

Em seu conjunto, os estudos e recomendações que acabam de ser sintetizados tendem a viabilizar as seguintes diretri zes gerais para o desenvolvimento da Microrregião dos Cam pos das Vertentes:14

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1) promover o desenvolvimento microrregional através da racionalização e modernização do setor primário buscando, através de programas indutores, a auto-suficiência de gê neros e o fortalecimento da agroindústria.

2) estimular o desenvolvimento do setor secundário através da criação de um distrito industrial que compatibilizará o surgimento de novas atividades com as exigências de pre servação do patrimônio histórico-artlstico-natural da Mi crorregião.

3) explorar, de forma ampla e integrada, o grande poten ciai turístico através de órgão microrregional que promove rá a divulgação, a organização de roteiros, a valorização da herança histõrico-artIctica,bem como estimular e apoiar atividades destinadas a melhorar a infra-estrutura de ser viços.

Colocadas estas diretrizes gerais, deve-se ressaltar que elas se baseiam nos resultados de estudos preliminares, não sendo portanto - como os estudos deste documento - con sideradas definitivas. Ao contrário, ambos representam um primeiro passo no planejamento da Microrregiao e devem ser aprofundados e aperfeiçoados conforme mudanças econômicas sociais observadas. Esta tarefa - bem como a implementação das indicações programáticas - cabe à AMVER e às lideran ças locais, sendo necessário que as pessoas responsáveis estudem, critiquem, e divulguem o conteúdo destes documen tos.

Finalmente, é preciso salientar que a colaboração das au toridades estaduais, das lideranças locais e da Associa ção dos Municípios contribuiram, como elemento fundamen tal, para o bom andamento dos trabalhos. Os contatos man tidos permitiram uma melhor compreensão dos problemas e valeram como um teste da aceitação e da viabilidade das indicações propostas para o desenvolvimento da Microrre gião dos Campos das Vertentes.

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1.0. A FORMAÇÃO REGIONAL E OS NÚCLEOS URBANOS

1.1. A Grande Comarca do Rio das Mortes

1.2. A Mineração do Ouro e a Formação dos Núcleos Urbanos

1.3. Decadência da Mineração e Novas Alternativas Econômicas

1.4. Desenvolvimento dos Núcleos Urbanos

1.5. Evolução do Sistema Viário

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1.0 - A FORMAÇÃO REGIONAL E OS NÜCLEOS URBANOS

1.1. A grande comarca do Rio das Mortes

Os municípios que hoje compõem a Microrregião dos Campos das Vertentes faziam parte de uma das tres extensas comarcas em que foi dividido o território das Minas nos primórdios do século XVIII. Coube a Dom Braz Baltazar da Silveira, governa dor e capitão-general da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, proceder à fixação dos limites das primitivas jurisdi­ções das comarcas de Vila Rica, Rio das Velhas e Rio das Mor tes, conforme ajuste firmado a 6 de abril de 1714 na atual oi dade de Mariana. A sede da comarca do Rio das Mortes era a jã então Vila de Sao João del-Rei e as terras a ela subordi­nadas se estendiam, como determinava o ajuste, desde os seus limites com a comarca de Vila Rica, nas alturas do rio Congo nhas, até as divisas da Vila de Guaratinguetã. Tratava-se, portanto, de uma vasta extensão territorial que abrangendo faixas das regiões Leste e Centro-Oeste e todo o Sul e Sudo este de Minas Gerais, chegava a confinar com terras pauli£ tas. Ã época da instituição da comarca seu território jã e£ taria parcialmente devassado e conhecido,tanto por consti^ tuir, desde o tempo das Bandeiras, passagem obrigatória dos exploradores que através do chamado Caminho Velho demandavam o centro da capitania, quanto pela intensificação da ativi dade mineradora nos arredores das atuais cidades de Tiraden tes e São João dei Rei. Dal a iniciativa do governo portu guês em fazer resguardar, mediante a implantação regular de órgãos de administração da justiça e de ação fiscal e arreca dadora, os interesses da Coroa numa zona bastante tumultuada onde os choques de grupos pela posse das terras auríferas ti veram, poucos anos antes, desfecho sangrento com a Guerra dos Emboabas, que ali se desenvolveu entre 1707 e 1709. Se a localização de sede da comarca no próspero aglomerado minera dor de são João dei Rei obedeceu a estratégicas razões de

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Estado, essa escolha, ao lado do funcionamento ali da Inten dência e Casa de Fundição do Ouro, viria a favorecer o de senvolvimento e a consolidação do antigo Arraial Novo do Rio das Mortes como núcleo urbano e centro econômico e adimi nistrativo de forte hegemonia regional,

Até o ano de 1833, quando se deu a criação das comarcas do Rio Paraibuna e do Rio Sapucal, com territórios desmembra dos da jurisdição do Rio das Mortes, Sao JoSo dei Rei, como sede da comarca centralizou o movimento administrativo-facen se da vasta área da capitania e depois província de Minas Gerais que lhe foi subordinada pelo Ajuste de 1714. As quess tões de menor monta podiam ter julgamento ou despacho em nl vel de competência dos termos das varias vilas que se foram sucessivamente instalando entre 1718 e 1831 no âmbito terri torial da comarca - São José dei Rei(atual Tiradentes-1718), Tamanduá (atual Itapecerica-1789), Barbacena (1791), Queluz (atual Conselheiro Lafaiete-1791), Campanha(1798), Jacul (1814), Baependl (1814), Lavras (1831) e Pouso Alegre (1831). Entretanto, os atos e decisões principais emanavam do foro- sede da comarca, notadamente quanto aos assuntos fiscais e de arrecadação, de maior e natural implicação econômica. ' Assim, por mais de um século os interesses da crescente po pulação de aproximadamente uma quinta parte do território mineiro dependeram direta ou lndiretamente, no tocante à justiça cível, contenciosa ou mesmo eclesiástica, do meca nlsmo institucional existente na Vila de são João dei Rei.O processo de descentralização judiciária naquela parte da província viria, porém, a acentuar-se ao longo do século XIX, em decorrência das imposições do crescimento econômico e populacional de antigas vilas, freguesias ou distritos per longo tempo vinculados à comarca do Rio das Mortes, princi palmente no Sul e Sudeste, onde o desenvolvimento agrícola, de modo especial da lavoura cafeeira, propiciou a ocupação extensiva das terras, a criação de grande número de novos imniclpios e a permanente expansão demográfica dos núcleos urbanos. Em 1833, a velha comarca se encontraria reduzida

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aos termos de são João dei Rei, São José dei Rei (atual Ti radentes), Lavras e Tamanduá (atual Itapecerica), para ter afinal, em 1891, a sua jurisdição limitada apenas ao pró prio município Sao-joanense. Os benefícios advindos de uma secular liderança como centro de decisões institucionais para um vasto território se achavam, todavia, desde a mui to revertidos na própria composição física e econômico-socL al de são João del-Rei, que não conheceria modernamente a mesma perda de substância urbana que afetou, de modo âs ve zes dramático, outras cidades mineiras de origem colonial.

Da mesma forma que a comarca do Rio das Mortes representou a célula inicial de amplo organismo judiciário hoje rami­ficado en dezenas de comarcas nascidas de sua primitiva jju risdiçao, também a Vila de São João dei Rei foi a matriz geradora da qual se originaram historicamente mais de du zentos dos atuais municípios mineiros. Dentre os situados na Microrregião dos Campos das Vertentes e incluídos no presente Projeto, quatro se desmembraram diretamente do território municipal são-joanense, enquanto os demais, em bora tiveseem suas terras mais remotamente compreendidas nos domínios da velha vila criada a 8 de julho de 1713, de la se desdobraram indiretamente, sofrendo diferentes subor dinações administrativas até conquistarem a respectiva au tonomia. 0 atual município de Tiradentes foi o primeiro a adquirir seus foros de unidade autônoma, ainda no inicio do século XVIII, com a criação da Vila de são José dei Rei, a 19 de janeiro de 1718, em território desmembrado da recém- institulda Vila de São João del-Rei. De Tiradentes se gera riam diretamente, bem mais tarde, os municípios de Prados (1894) e Resende Costa (1911) e, indiretamente, os de La goa Dourada (1911), Dores de Campos (1938) e Coronel Xa vier Chaves (1962), todos três via Prados, o de são Tiago (1948), via Oliveira e Bom Sucesso e o de Barroso (1953), via Dores de Campos. Por sua vez, Andrelândia, antiga Vila Bela do Turvo, município autônomo desde 1864 de desmembra do de Aiuruoca, mais ao Sul de Minas, viria a gerar direta mente os de são Vicente de Minas (1938), Piedade do Rio

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Grande (1953) e Madre de Deus de Minas (1953) e, indireta- mente, o de Carrancas (1948), via São Vicente de Minas.Nas ultimas revisões da divisão administrativa do Estado foram desmembrados diretamente de Sao João del-Rei as novas uni_ dades de Nazareno (1953), Cassiterita (1962) e Ritãpolis (1962) e, indiretamente, Xtutinga (1953), via Lavras e Itu mirim, todas elas distritos, por menor ou maior tempo do município São-joanense. Este resumo da trajetória de surgi_ mento e autonomia dos municípios abrangidos pelo Projeto põe em evidência não apenas o importante papel desempenha­do por São João dei Rei e pelas duas outras vilas imediata mente mais antigas - Tiradentes e Andrelândia - na forma ção da Microrregião, como também a coerência histórica e político-administrativa com que esse processo se desenvol­veu.

1.2 A mineração do ouro e a formação dos núcleos urbanos

A região do Rio das Mortes foi pioneiramente explorada pe los bandeirantes ainda em fins do século XVII. Com a desco berta do ouro em pontos centrais da capitania, o território hoje denominado Campos das Vertentes tornou-se passagem for çada para aqueles que, transpondo a Serra da Mantiqueira,se dirigiam de Taubatê, em São Paulo, ou do porto de Parati,na costa fluminense, para as lavras de Ouro Preto ou do Rio das Velhas. Esse roteiro, depois conhecido como Caminho Ve lho das minas, foi o fator inicial do estabelecimento dos primeiros povoadores na Microrregião, em locais de pousada au de travessia de rios, anos antes que se revelasse a ocor rência também ali de ricos depósitos auríferos. No lugar de nominado Porto Real,onde Tomé Poetes dei Rei exercia o d^ reito de cobrança da passagem do rio das Mortes, é que sur giria o núcleo inicial de povoamento da área compreendida entre as atuais cidades de Tiradentes e São João dei Rei.íteb demoraria, porem, a identificação de promissores veios de ouro nas proximidades, determinando a formação de aglomera

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dos humanos que constituiriam os embriões naturais dos dois futuros núcleos urbanos. Entre o surgimento do Arraial V£ lho do Rio das Mortes, depois Vila de são José dei Rei, e o Arraial Novo, depois Vila de são João dei Rei,transcorreram apenas dois ou três anos. 0 afluxo de mineradores foi imedi^ ato e numeroso, provocando o rápido crescimento dos dois mais antigos arraiais, e a disseminação de gente por outros pontos das circunvizinhanças, principalmente a margem de grandes ou pequenos cursos de água, em que ocorriam sucessi^ vas descobertas de ouro. Foi assim que se originou,por exem pio, o povoado de Prados, contemporâneo dos dois núcleos maiores, mas que não teria o mesmo surto de desenvolvi^ mento, limitado certamente pelo menor potencial de suas la was. Como ficou assinalado, o processo de ocupação do rico território do Rio das Mortes não se efetivou de maneira tranqüila e ordenada, com o impacto povoador gerando,ao con trãrio, crises que chegaram a assumir proporções bem sérias. Deste modo, sõ depois das providências adotadas pelas suto ridades da capitania, com a institucionalização administra tiva e judiciaria na região, e que os arraiais pioneiros lo graram estabilizar-se, possibilitando a organização da vida social e da sua incipiente implementação urbana.

A mineração do ouro, se não chegou a ser o fator exclusivo da formação dos núcleos urbanos da Microrregiio, foi sem dú vida o indutor maior desse processo e o que atuou de modo mais decisivo no florescimento dos principais povoados e vi las. Pelo menos sete das atuais cidades abrangidas neste projeto nasceram ou tiveram sua primeira expansão a partir do movimento de exploração de faiscagens, grupiaras ou la vras subterrâneas, no próprio local ou em suas proximida des, ainda nas duas décadas iniciais do século XVIII: Tira dentes (1700/4), Sao João João dei Rei (1700/4), Prados(1704), são Tiago (1708), Lagoa Dourada, Nazareno e Chrran cas. A pesquisa embora infrutífera de novas ocorrências de ouro levaria, por sua vez, ã posterior fundação de outros

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núcleos de povoamento, como Piedade do Rio Grande, Itutinga e Cassiterita, que, sob suas denominações primitivas, remon tam igualmente ao século XVIII. Também surgiram em conse qflência indireta da mineração os povoados hoje convertidos nas cidades de Andrelândia, Barroso, Resende Costa e Dores de Campos, originariamente pontos de pousada e comércio ao longo de roteiros que cruzavam a Microrregião em demanda dos centros mineradores. De formação condicionada pela ativida­de agrícola e pecuária são as atuais cidades de Madre de Deus de Minas, povoado já existente na metade do século XVIII, São Vicente de Minas, Ritãpolis e Coronel Xavier Cha ves, estes de surgimento posterior. A importância e a evo lução de cada um desses aglomerados urbanos podem ser aval_i adas,ao longo do tempo, pela mais rápida ou mais demorada as_ censão na escala de posicionamento político— administrativo ou eclesiástico-administrativo, desde a condição de capela curada, freguesia e distrito até a de vila ou cidade sede de município. Em 1823, quando a mineração já se encontrava em fase de franca decadência, mas a recente independência do Pais impunha novas motivações políticas para a reorganiza ção administrativa da Província de Minas Gerais, o quadro respectivo na Microrregião mostrava a existência de apenas dois núcleos com a categoria de vila - as já então centena rias São João dei Rei e São Jose dei Rei - e dois outros oom a de freguesia - Prados e Carrancas, enquanto as demais a tuais cidades ou não passavam da simples jurisdições corre£ pondentes a capelas filiais, ou nem sequer haviam atingido esta categoria inicial. O quadro não se alteraria muito até 1890, um ano apôs a proclamação da República, com a presen­ça então de somente três cidades - São João del-Rei,Tiraden tes e Andrelândia - e uma vila - Prados, possuindo então os outros núcleos, em sua maioria, a qualidade de distrito. Pa ra esses núcleos menores, de emancipação mais recente,a evo lução urbana vem tendo, portanto, um processo lento e,em a_l guns casos, ainda retardado.

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A exemplo do ocorrido com outras cidades coloniais mineiras, oriundas da atividade de exploração do ouro, a formação urba na do principal núcleo dos Campos das Vertentes - São Joao dei Rei se deu com a aglutinação de pequenos aglomerados hu manos surgidos junto a locais de mineração. O arraial teve seu inicio, simultaneamente, nos morros assinalados hoje pe las igrejas do Senhor dos Montes e de Nossa Senhora das Mer ces, porém jã entre 1707 e 1709, período marcado pela Guerra dos Emboabas, o aglomerado maior se estendia do chamado Mor ro da Forca, onde se situava a primitiva capela de Nossa Se nhora do Pilar, até o antigo Quartel do Exército, atualmente Grupo Escolar Maria Teresa. A construção subseqüente de vã rias igrejas, tanto na margem direita quanto na esquerda do Córrego do Lenheiro, viria consolidar ao longo do século XVIII, como fator polarizador de novas edificações em torno dos templos, a evolução e a integração definitiva das duas partes em que naturalmente se divide a cidade tal como a ve mos hoje. Segundo um censo eclesiástico realizado em 1788, a freguesia de São João dei-Rei, incluindo a população de al guns dos atuais municípios da Microrregião, somava naquele a no 18.724 habitantes, dos quais 5.853 constituíam a popula ção urbana da vila ou a que se subordinava diretamente ã ma triz. Nas suas anotações sobre São João dei Rei, feitas nas alturas de 1820, Saint-Hilaire destacava o agradável aspecto urbano e paisagístico da vila, então com uma população esti mada em 6.000 habitantes, na maioria brancos, fato que lhe conferia singularidade entre as danais vilas mineiras. As ruas jã eram em geral calçadas e largas, predominando na ar quitetura as casas baixas, mas com ocorrência de muitos so brados, entre os quais se sobressaiam as Casas do Ouvidor e da Independência. Todos os prédios pareciam vistosos e bem cuidados, geralmente caiados, com as portas, janelas e esqua drias pintadas de verde, cinza ou em imitaçao de mármore.Não havia casas em ruínas, como em outras partes da província, e tudo apresentava aspecto vivo e animado na vila, que, aliem dos serviços institucionais de sede de grande comarca e de

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recursos de equipamento urbano-social, jã possuía considera vel movimento de comércio de importação e exportação, prin­cipalmente com a cidade do Rio de Janeiro.

Núcleo menor desde a formação, a atual cidade de Tiradentes teve formação urbana mais uniforme e compacta, concentran­do-se seu casario ao longo da via-tronco que, partindo da parte baixa da localidade, atinge ao alto a igreja matriz. O povoado e depois Vila de São José dei Rei deveu seu desen volvimento no século XVIII exclusivamente à atividade mine radora, porquanto a proximidade de São João dei Rei, como centro comercial, sede da comarca e da Intendência e Fundi^ ção do Ouro, obstou por certo a diversificação dos intere^ ses econômicos da população. Qnbora o ano de 1750 seja apon tado como o instante histórico em que começa a queda da nvi neração em toda a capitania, os seus reflexos não teriam a tuado de imediato sobre o crescimento da atual Tiradentes, onde muitas das construções ou reconstruções de maior impor tância, quer religiosas quer civis, datam da segunda meta­de do século XVIII. Não foram localizados elementos demogrã ficos referentes ã vila no período colonial,mas a população subordinada diretamente a respectiva matriz não passava de 1.943 habitantes em 1824, segundo documento eclesiástico da época. Quanto às demais cidades da Microrregião, pouco se conhece da história da respectiva formação urbana em seus primórdios, podendo-se, todavia, supor que os primeiros a£ ruamentos e casas terão surgido simultaneamente à constru ção de suas primitivas capelas, em torno das quais geralmen te ocorria o crescimento espontâneo dos velhos povoados. Da dos relativos ao ano de 1823, jã em pleno estágio de substi tuição da economia mineradora, de tendência à maior dissem£ nação rural da população, ofereciam os seguintes números so bre arraiais correspondentes a algumas das atuais cidades dos Campos das Vertentes, sem que as fontes documentais e£ clareçam se os totais abrangiam áreas rurais ou apenas os povoados: Andrelândia - 230 casas e 1.432 habitantes; Cassi

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terita - 221 casas e 1.174 habitantes; Ritápolis - 127 ca sas e 1.133 habitantes; Prados - 120 casas e 723 habitan tes; São Tiago - 115 casas e 767 habitantes; Lagoa Doura da - 109 casas e 765 habitantes; São Vicente de Minas-105 casas e 623 habitantes; Carrancas - 97 casas e 1.033 habi^ tantes; Piedade do Rio Grande - 95 casas e 716 habitantes; Resende Costa - 87 casas e 710 habitantes; Nazareno - 63 casas e 715 habitantes; Madre de Deus de Minas - 17 casas e 150 habitantes.

1.3 Decadência da mineração do ouro e novas alternativas econômicas.

Ife segunda metade do século XVIII, o esgotamento das mi nas foi processo que se acelerou e se generalizou por to da a capitania. O sistema de extração do ouro,anteriormen te bastante facilitado pela maior ocorrência de depósitos de aluvião ou afloramento em encostas de morros,tornou-se mais complexo e de custo mais elevado com a prospecção e exploração de jazidas subterrâneas. Essa nova realidade, acentuada e agravada com o correr des anos, acabou por desestimular os pequenos mineradores, destituídos de capi^ tal para custear o trabalho mecanizado, forçando-se a optar por outras atividades de economia rentável ou de subsistência. Nas alturas de 1820, segundo Saint-Hilaire, poucas jazidas restavam em exploração nos arredores de São João dei Rei e o ouro que então se encaminhava ainda para a Casa de Fundição local provinha do atual município de Tiradentes ou das minas mais longínquas da Campanha, no sul da província. A próspera vila São-joanense, jã sé tornara, porem, polo social e comercial de importância, parecendo ter absorvido, sem maior impacto, as mudanças econômicas decorrentes da decadência da mineração. A pro dução agrícola e pecuária de vários dos atuais municípios da Microrregião, que não haviam conhecido a atividade mi neradora ou a experimentaram apenas episodicamente, tinha

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desde o século XVIII Sao João dei Rei como seu mercado natu ral de consumo ou comercialização. Com a reversão para a atividade rural de parte das populações envolvidas antes na tarefa mineradora, a produção agrária e pastoril se expandi^ ria evidentemente em todo o território dos Campos das Ver tentes, abrindo inclusive perspectivas de exportação de ex cedentes para centros consumidores fora de Minas Gerais. A maior proximidade do Rio de Janeiro constituiu fator prepon derante da expansão desse comércio e já em 1818 quatro tro pas de cinquenta animais cada, faziam a rota regular e in cessante entre Sao João del-Rei e aquela capital, enquanto cerca de trinta carros de bois e trinta lotes de burros a tingiam a vila diariamente, pela mesma época, provenientes de varias partes da Microrregião. São João del-Rei solidif^ caria sua posição de forte praça comercial ao longo do sécu lo XIX, sendo de assinalar que um levantamento feito em 1864 indicava a existência ali de 24 comerciantes de fazen­das secas, 18 de molhadas e 67 de gêneros do pais, além de quatro farmácias e outros estabelecimentos de negócios e_s pecializados.

Cortado por inúmeros cursos de água, de maior ou menor volu me, o território hoje compreendido pelos dezoito municípios abrangidos no presente Projeto não deixaria de oferecer bo as condições para o cultivo da lavoura e para a criação de gado, bastante favorecida pela existência de grandes exten sões de glebas de campos. Assim, ao lado, das primeiras plan_ taçÕes agrícolas introduzidas ainda nos tempos da mineração do ouro apareceram também os primeiros rebanhos, que encon trariam logo nas pastagens naturais um espaço propicio para a sua reprodução e expansão . As mais antigas referências a uma exploração económica regular da agricultura na Micror região, datadas de princípios do século XIX, apontavam como principais culturas a cana-de-açúcar, o milho e o algodão, mas entre os produtos mais cotados nas exportações predomi^ navam os de origem animal - a carne, o toucinho, os couros

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e os laticínios, notadamente o queijo. No correr do mesmo século, o açúcar assumiria posição de destaque no quadro da produção de vários dos atuais municípios, sendo já con siderãvel em 1864 o número de fazendas dedicadas ao cul tivo da cana ou dotadas de engenhos. Ja neste século, a cana-de-açúcar começaria a perder terreno, passando os C£ reais (milho e arroz) e o feijão a figurar em primeiro lu gar na produção agrícola de toda a Microrregião, em que aparecem também a fruticultura, a mandioca e, em menor e£ cala, o cafe. A pecuária leiteira continua, entretanto, a representar, como no passado, a base talvez mais solidada produção rural nos Campos das Vertentes. A propriedade rural, que em 1864 se concentrava em poder de reduzido nú mero de fazendeiros, experimentou em um século razoável processo de redistribuição e repartição de terras. No ca so de São João dei Rei, concorreu certamente para a dij; seminação de minifúndios e a melhoria de técnicas agrári­as a instalação, em 1886, de várias colônias agrícolas com a fixação de 61 famílias de imigrantes italianos nos núcleos do Marçal, Recondengo, Felizardo e José Teodoro.

A considerável concentração demográfica que, desde o pe rlodo colonial, se formou em São João dei Rei e outras lo calidades menores da Microrregião viria favorecer o desen volvimento também de atividades econômicas de Índole ur bana e manufatureira, a principio em nível de artesanato ou indústria caseira e, mais tarde, jã em nível de produ ção fabril regular. A fiação e a tecelagem estão entre as mais tradicionais dessas atividades, porquanto apesar das proibições do governo português, a confecção doméstica de tecidos grossos de algodão e lã, em teares de madeira,era comum na época ainda da mineração. A própria natureza do trabalho minerador, absorvendo preferencialmente a mão- de-obra masculina, deixava para a mulher livre ou escrava uma larga faixa de atuação produtiva, rentável ou de mero atendimento ãs necessidades familiares, que incluiria na

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turalmente o fabrico artesanal primário de panos e vestimen tas. Ao percorrer a Microrregião por volta de 1820/ Saint- Hilaire já se referia aos tecidos de algodão exportados r£ gularmente de São João dei Rei para o Rio de Janeiro,enquan to um censo de 1831 indicaria logo depois a existência de cerca de 200 fiandeiras e tecedeiras e 44 costureiras de profissão declarada na atual cidade de Tiradentes, que che garia a possuir em 1864 setenta teares com produção de 30.000 varas de panos. A tradição da atividade de fiação e tecelagem estaria definitivamente consolidada nas duas ci dades - são João dei Rei e Tiradentes - em 1878, pois em pu blicação desse ano são citados, entre os produtos industri ais de ambas, os tecidos de algodão e lã, especialmente os panos riscados, fazendo-se referência também, na mesma fori te, aos artefatos de couro produzidos em Prados e aos de ou ro e de prata en São João dei Rei, tradição artesanal con tinuada hoje em Tiradentes. Em fins do século XIX, a ativi­dade têxtil ganharia moldes modernos de organização indus trial em são João dei Rei, com a instalação da fábrica da Cia. Industrial Sanjoanense, em 1891, ã qual se seguiriam a Fabrica de Tecidos Brasil, a Fiação e Tecelagem Matozinhos e várias outras unidades posteriormente instaladas. A ativi^ dade fabril manufatureira e urbana, inclusive de artigos de couro, se estende hoje a diversas cidades, mas ainda sem o mesmo significado econômico da indústria alimentícia, de ra dicação rural, consubstanciada en fábricas de laticínios e usinas de beneficiamento de produtos agrícolas localizadas en toda a Microrregião, com maior número de estabelecimen tos instalados em Andrelandia, Itutinga, Lagoa Dourada,Naza reno, Madre de Deus de Minas, Resende Costa, São João del- Rei, São Tiago e são Vicente de Minas.

A Microrregião, por sua peculiar formação geológica, ê rica en minerais ferrosos e não-ferrosos e a exploração de vã rias jazidas vem sendo intensificada nas últimas décadas,re presentando atualmente a indústria extrativa mineral uma das

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mais ativas fontes econômicas para alguns municípios. A cajs siterita - minério do estanho**, descoberta em 1942 em Ritã polis# constitui um dos mais importantes desses produtos. O calcário ê, por sua vez, tradicionalmente extraído na MjL crorregião e anpregado na obtenção de cal# sabendo-se * que em 1864 existia já uma fábrica do produto em Andrelândia e que# na mesma época, se achavam em atividade em Tiradentes oito caieiras de pedra calcária# com produção anual de 3.000 alqueires de cal para exportação. Rn Barroso#a grande concorrência desse mineral e também de argila propiciou a instalação de uma fábrica de cimento, concluída depois de 19 56# ampliada em 1972 e que ê hoje o maior estabelecimento industrial da Microrregião# bem como o desenvolvimento lo cal da produção cerâmica de telhas e tijolos.

Território de topografia bastante acidentada e aquinhoado# como se acentuou, pela existência de vários cursos de água# integrantes da bacia do rio Grande, possui várias quedas de água de maior ou menor potencial hidrelétrico, tendo tido sua primeira usina geradora construída em 1900#na cachoeira do Carandaí# para abastecimento da cidade de Sao João dei - Rei. Na década de 50 a CEMIG iniciou a instalação das usi nas de Camargos e Itutinga# que representam unidades pionejl ras do hoje amplo e poderoso sistema mantido por essa soci^ dade de economia mista.

1.4 Desenvolvimento dos núcleos urbanos

As cidades da Microrregião,’ a exceção de São João Del Rei, que prosseguiu em seu processo regular de desenvolvimento ao longo de todo o século XIX, só viriam a experimentar ma ior ritmo de expansão urbana ja no presente século, quando a modernização do sistema viário - primeiro a ferrovia,mais tarde as estradas de rodagem - passou a oferecer melhores condições de comunicação entre as mesmas e também com ou tras regiões do Estado, possibilitando o escoamento mais

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regular da produção econômica e a maior assimilação dos ele mentos de progresso material e social. Mesmo no caso de Ti radentes, núcleo urbano tão antigo quanto São João dei Rei/ mas que sofreu por prolongado tempo uma quase total estagna ção/ chegando a ser momentaneamente destituída (1848) da ca tegoria de vila, a implantação desses novos recursos acaba riam por favorecer a sua paulatina reativação, notadamente nas últimas décadas, em que se converteu em atraente centro de artesanato e turismo cultural. Para as cidades de emanei pação mais recente, ocorrida na maior parte entre 1938 e 1962, os benefícios advindos do surto desenvolvimentista ve rificado na Microrregião foram, porém, bem mais substanc^ ais e significativos.

A implantação dos implementos básicos de infra-estrutura ur bana, compreendendo o abastecimento de água, rede de esgo tos, energia elétrica, pavimentação e outros serviços, tem constituído, desde fins do século XIX, preocupação permanen te e generalizada das administrações municipais da Microrre gião, embora os dados numéricos revelem que apenas os núcle os principais vêm logrando no setor um Índice global de o bras públicas compatível com as exigências do respectivo crescimento demográfico. Ainda assim, os melhoramentos in troduzidos, com maior ênfase nos últimos vinte anos, confe rem de maneira geral às cidades de maior ou menor expressão condições já agora bastante razoáveis quanto a alguns dos requisitos fundamentais de conforto urbano.

Cfe serviços de equipamento urbano, consubstanciados princJL palmente em recursos nas áreas de educação, cultura e saú de, estiveram desde cedo presentes na atual Microrregião dos Campos das Vertentes, embora em épocas mais recuadas eles se localizassem quase que exclusivamente na vila e depois ci dade de Sao João dei Rei. Com o natural crescimento de ou tros núcleos urbanos, esses recursos começaram, porém,a dis serdnar-se e, nas últimas décadas, os vários municípios vie

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ram a equipar-se# ainda que parcialmente# de serviços soei ais indispensáveis ás necessidades das populações. Anote-se ainda que a Microrregião, que teve ja em 1860 na Casa Banca ria e depois Banco Almeida Magalhães de São João dei Rei um dos primeiros estabelecimentos de crédito fundados em Minas Gerais# possui hoje expressivo número de agências bancárias, que nas várias cidades prestam assistência creditlcia e ou tros serviços às atividades econômicas e ás populações.

1.5 Evolução do sistema viário

Conhecidos pelos bandeirantes desde suas incursões de desbra vamento no território mineiro, os primeiros caminhos da Mi crorregião dos Campos das Vertentes nao passavam de simpleB picadas# quase sempre margeando os seus inúmeros cursos de água. O único roteiro utilizado durante muitos anos pelos ex ploradores que demandavam o interior de capitania# antes da cobertura do chamado Caminho Novo inicia em 1701 por Garcia Rodrigues Paes# cruzava a região do Rio das Mortes# passando pelas alturas das atuais cidades de Tiradentes e São João dei Rei. Esse primitivo roteiro veio então a ser conhecido como Caminho Velho# mas seria através dele e de seu entronca mento com o Caminho Novo # perto da atual cidade de Barroso, que continuaria a desenvolver-se# por todo o século XVIII e mesmo no XIX# o principal movimento de comunicações na Mi crorregião. No primeiro plano rodoviário da província# apro vado pelas leis n9S 18 a 25 datadas de abril de 1835# esta vam previstas a consolidação da já antiga ligação de São Jo ão dei Rei à estrada tronco Rio de Janeiro-Ouro Preto e a construção da ligação entre AndrelSndia e a divisa da provln cia do Rio de janeiro# visando mais fácil acesso ao porto de Angra dos Reis. A verdade# porém, é que o sistema viário da Microrregião só viria a ganhar expansão compatível com o seu desenvolvimento econômico e o crescimento de seus núcleos ur banos a partir da implantação, no último quartel do século XIX# dos primeiros trechos de ferrovia. A 2 de fevereiro de

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1878, num notável exemplo de esforço comunitário e pionei^ rismo, fundava-se em Sao João dei Rei, com capitais parti­culares, a Estrada de Ferro Oeste de Minas. Iniciou-se ime diatamente a construção da ligação entre essa cidade e a então Estrada de Ferro Pedro II, depois Central do Brasil, na antiga estação de Sitio, hoje Antônio Carlos, vindo o importante trecho a ser inaugurado a 28 de agosto de 1881. Pela mesma época, a implantação de um serviço regular de navegação fluvial no rio das Mortes, projeto gue não teria, porém, maior duração, interrompendo-se três anos depois a atividade de seus pequenos vapores. Com o advento da Repú­blica e a encampação da ferrovia pelo Governo Federal em 1903, as linhas da Oeste de Minas (atual Divisão Centro- Oeste da Rede Ferroviária Federal) se estenderiam em vári as direções,com ramais atingindo o Sul e o centro do Esta­do, o Triângulo Mineiro e também o Estado do Rio de JaneJL ro.

A partir da década de 50, o sistema ferroviário passou a sentir, como em outras partes do Estado, os reflexos da maior expansão das rodovias, que vieram absorver a quase totalidade do tráfego de passageiros e do transporte de cargas leves e médias, ficando a estrada de ferro pratica mente limitada ao transporte pesado, notadamente o de mine rio. A não ser a construção da chamada Ferrovia do Aço, em fase de abertura do leito e que atravessará a Microrregião no rumo de são Paulo, nenhum outro projeto de melhoria ou expansão ferroviária nela se implantou nos últimos anos ou esta previsto. Em contrapartida, o sistema rodoviário foi bastante ampliado e melhorado, com a abertura e pavimenta­ção de novas estradas federais e estaduais e a modernizaçlb das mais antigas, embora muitas ligações de importância e conômica para vários municípios ainda se encontram em con­dições bastante precárias sob a modalidade de estradas vicinais, ou ã espera da concretização de projetos especí­ficos.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CG PLANFJAMENTO E COORUENACAO GERAI

1.6. São João del-Rei como polo microrregional

A posição de são João dei Rei como polo de extenso territõ rio compreendido entre os vales dos rios das Mortes e Gran de, alcançando partes das zonas oeste e sudoeste do Estado, surgiu historicamente, como vimos, de uma decorrência natu ral de sua situação geográfica como ponto intermediário no velho roteiro de acesso às minas do interior da capitania e foi reforçada politicamente, ainda no século XVIII, pela sua função de sede de comarca e de ofícios de justiça e Ca sa de Fundição do Ouro. No século XIX, esse papel polariza dor adquiriu nova consistência com o seu desenvolvimento de cidade dotada de diversificado equipamento em serviços urbanos e a sua consolidação como importante centro cultu ral e comercial. Em fins daquele século, a fundação da Es trada de Ferro Oeste de Minas, que logo estenderia suas linhas a vários municípios dentro e fora de sua área imedi ata de polarização, veio reforçar ainda mais a tradicional hegemonia de São João dei Rei, favorecendo o seu crescimen to econômico e demográfico, com a localização, na cidade, de várias indústrias e também das sedes de organismos ins titucionais de relevante expressão. Essa presença político -institucional do poder público e entidades estatais refor ça, portanto, em nossos dias, um já histórico papel polari zador exercido por são João dei Rei. Com referência ao re­lacionamento de ordem econômica e social com os denais mu niclpios da Microrregião compreendidos neste Projeto,a sua função de polo natural ê ainda mais fortalecida pela cond^ ção de eixo rodoviário do sistema que serve os vários muni clpios e os coloca em conexão com outras regiões de Minas Gerais e outros Estados. Num exame do panorama atual da Mi crorregião, levando em conta a distribuição das » comunica çoes viárias existentes e as tendências de intercâmbio dis so decorrentes, pode-se afirmar que sofrem polarização d i reta e quase exclusiva de são João dei Rei, além das loca lidades do seu próprio município, as populações de Cassite

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRC1AR1A 1'JÜ PIANEJAMENTC £ c o c r c e n a c A o g e r a l

rita, Coronel Xavier Chaves, Prados, Resende Costa, Ri tápolis, Tiradentes, Dores de Campos e Nazareno. Jã Barroso se situa na orbita polarizadora tanto de Sao João dei Rei, quan to de Barfcacena, da mesma forma que Itutinga e Carrancas se acham sob atração simultânea de São João dei Rei e Lavras.No mesmo caso estão Sao Tiago, com relação a Oliveira, e Lagoa Dourada, com relação a Conselheiro Lafaiete. Quanto aos Mu niclpios localizados mais ao Sul - Andrelândia, Madre de De us de Minas, Piedade do Rio Grande,e São Vicente de Minas-, suas vinculaçÕes são mais imediatas com a própria cidade de Andrelândia, dotada de razoável equipamento de serviços ur banos, fato que certamente atenua a ação polarizadora que São João del-Rei possa, a distância, exercer sobre os mesmos.

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2.0 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

2.1. Introdução

2.2. Evolução da População e Tendências Futuras

2.3. População Urbana e Rural

2.4. Estrutura Etária e População Economicamente Ativa

2.5. Fecundidade e Mortalidade

2.6. Migrações

2.7. Conclusões

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Os e c r e t a r ia d o p l a n e j a m e n t o e c o c r c e n a c A o g e r a l

2.0 ASPECTOS DEMOGRÃFICOS

2.1. Introdução

Neste capitulo encontra-se uma analise sucinta dos princi­pais aspectos demográficos da Microrregião dos Campos das Vertentes. Os tópicos tratados são: a evolução recente,ten ■ tências futuras, distribuição espacial, estrutura etária e econômica bem como fecundidade, mortalidade e migração. Os dados utilizados são do Censo Demográfico de 1970 e de ou tras publicações da Fundação IBGE. Embora estes dados po£ sam estar um pouco desatualizados,não existem outros mais recentes ou mais confiáveis.

Nos últimos trinta anos o crescimento demográfico da Mi crorregião tem sido lento porém constante. Atualmente esti ma-se uma população aproximadamente de 180 mil habitantes, sendo que mais de um terço deste total está concentrado no município de São João del-Rei. Mantidas as tendências obaer vadas a Microrregião deve contar com cerca de 220 mil habitantes até 1990.

2.2. Evolução da População e Tendências Futuras

0 quadro 1 apresenta por município a população microrregio nal em 1950, 1960, e 1970, bem como a estimativa oficial para 1975. Este quadro também apresenta as respectivas ta xas de crescimento anual. Nos últimos 25 anos a • população aumentou em mais de 60.000 habitantes passando de 118 mil para 179 mil em 1975, apresentando desta forma uma taxa me dia de crescimento de 1,7% ao ano. Contudo, observa-se pe lo quadro que a Microrregião experimentou maior crescimen­to populacional ria década de 50 do que nos anos 60, quando a taxa caiu para apenas 0,7% ao ano. Entre 1960 e 1970, 7

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*. MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTESoEVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL 1950/1970

üuadro 1

MUNICÍPIOSPOPULAÇÃO TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO (%)

1950 1960 1970 1975* 50/60 60/70 50/70 70/75

ANDRELÃNDIA 18.350 12.025 13.231 14.649 -4,1 1,0 -1,6 2,1BARROSO - 7.116 10.940 12.003 - 4,4 - 1,9CARRANCAS 4.990 4.918 4.881 5.308 -0,1 -0,1 -o,i 1,7CASSITERITA - - 3.937 3.890 - - - t o ro

CORONEL XAVIER CHAVES - - 2.879 3.198 - - - 2,1DORES DE CAMPO 7.259 5.014 5.594 6.127 -3,6 1,1 -1,3 1,8ITUTINGA - 4.318 4.539 4.925 - 0,5 - 1,6LAGOA DOURADA 8.461 9.118 7.541 8.344 0,8 -1,9 -0, 6 2,0MADRE DE DEUS DE MINAS - 3.762 3.946 4.314 - 0,5 - 1,8NAZARENO - 4.671 4.591 5.106 - -0,2 - 2,1PRADOS 8.829 9.232 6.514 7.187 0,4 -3,4 -1,5 2,0PIEDADE DO RIO GRANDE - 7.063 5.540 5.597 - -2,4 - -0,5REZENDE COSTA 7.871 8.733 8.686 9.653 1,0 -o,i 0,5 2,1RITÃPOLIS - - 5.656 5.580 - - - -0,3SÃO JOÃO DEL REI 50.621 58.290 55.230 61.001 1,4 -0,5 0,4 2,0SÃO VICENTE DE MINAS - 5.401 5.545 6.151 - 0,3 - 2,1SÃO TIAGO 7.936 9.025 9.400 10.399 1,3 0,4 o, 9=; 2,0TIRADENTES 3.727 4.663 5.518 6.036 2,3 1,7 2,0 1,8

T O T A L 118.044 153.349 164.168 179.268 ____lã_____ 0,7____ 1,7____ 1,43_____ ;

FONTE: Censo Demográfico de Minas Gerais, 1950 e 1970 FIBGE SINÕPSE PRELIMINAR DO CENSO DEMOGRÁFICO DE 1960 FIBGE * Estimativa - Brasil, Estimativas da População, FIBGE, 1975.

Gráfico 1- Evolução Recente e Projeções ----------- PROJEÇÃO

POPULAÇAO200.000

150 .000

100.000

" l M M O164J68

179.268

189.000

*H8.044

MicroRegião dosCamposdasVertentes

8 0 .0 0 0

7 0 .0 0 0

6 0 .0 0 0

5 0 .0 0 0

*82 .0 0 0

Sao João Del Rei

1950 I960 1970 1975 1980 1990 ANOS

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OÍjFC.KlTARrA LX) P L A k :F J A M tM O t COCRCFNACAO C tR A L

dos 18 municípios perderam, em termos absolutos, a popula­ção e o crescimento da maioria dos outros municípios foi comprometido pela migração de pessoas para outras regiões.

No entanto, a dinamização da economia mineira desde 1970 tem contido substancialmente a migração para fora do Esta do, e as tendências demográficas observadas na Microrregi- ão confirmam a retomada de crescimento populacional, pelo menos em numeros absolutos. Atualmente, com base em Pesqui sas Nacionais de Amostragem de Domicílios, a Fundação IBGE está prevendo um crescimento positivo em 15 dos 18 municl^ pios. Contudo, percebe-se ainda a presença de migrações, sem as quais o crescimento populacional dos Campos das Ver tentes seria bem mais elevado.

Mantidas as tendências previstas pela Fundação IBGE haverá na Microrregião 189 mil habitantes em 1980 e 217 mil em 1990. Ressalta-se ainda a posição de São Joao dei Rei, cu ja população representa 1/3 do total microrregional. Para este município, estima-se uma população de 67 mil habitan­tes em 1980 e 82 mil em 1990. O gráfico 1 apresenta uma vi sualização da evolução e tendência futura da população mi crorregional. A não ser para São João dei Rei, projeções individuais não foram formuladas devido ao fato dos outros municípios serem bastante pequenos e qualquer alteraçao so cio-econômica mais ampla surtiria efeitos que não podem ser previstos. Deve-se observar que nas projeções, estima- se a população futura com base em suas tendências passadas e desta forma ê impossível ter segurança absoluta devido ã impossibilidade de conhecer variáveis que são, por natu­reza, imprevisíveis.

2.3 População Urbana e Rural

O quadro 2 mostra a distribuição das populações municipais entre as zonas urbanas e as zonas rurais, assim como as

42

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL - 1950/1970Quadro 2

POPULAÇÃO URBANA POPUL AÇÃO RU RAL TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL (%)

MUNICÍPIOSF-------

50/60 60/70 50/701950 1960 1970 1950 1960 1970

U R U R U R

ANDRELÃNDIA 4.540 4.617 5.937 13.810 7.408 7.294 0,16 -6,0 2,5 -0,2 1,4 -3,1BARROSO - 5.973 9.942 - 1.143 998 - - 5,2 -1,3 - -

CARRANCAS 537 907 1.072 4.453 4.011 3.809 5,4 -i,o 1,7 -0,5 3,5 -0,8CASSITERITA - - 1.433 - - 2.504 - - - - - -

CORONEL X.CHAVES - - 883 - - 1.996 - - - - - -DORES DE CAMPOS 4.634 3.470 4.049 2.625 1.544 1.545 -2,9 -5,2 1,6 0 -0,7 -2,6ITUTINGA - 1.042 1.900 - 3.276 2.639 - - 6,2 -2,1 ■ - -

LAGOA DOURADA 1.876 2.472 2.458 6.585 6.646 5.083 2,8 0,1

voo01 -2,6 1,4 -1,3MADRE DE DEUS DE MINAS — 1.224 1.698 - 2.538 2.248 - - 3,3 -1,2 - -

NAZARENO - 1.827 2.434 - 2.844 2.157 - - 2,9 -2,7 - -

PRADOS 2.558 2.985 3.037 6.271 6.247 5.473 1,6 1 o * o 0,2 -1,3 0,9 -0,7PIEDADE DO R.GRANDE - 1.201 1.581 - 5.862 3.959 - - 2,8 -3,8 - -

REZENDE COSTA 2.053 2.549 3.086 5.818 6.184 5.600 2,2 0,6 1,9 -1,0 2,1 -0,2RITÃPOLIS - - 2.682 - - 2.974 - - - - - -

S.J.DEL-REI 29.606 39.229 47.138 21.015 19.061 13.584 2,9 -i,o 1,9 -3,4 2,4 -2,2S.VIC.DE MINAS - 2.441 3.159 - 2.960 2.386 - - 2,6 -2,1 - -

SÃO TIAGO 2.150 2.505 3.773 5.786 6.520 5.627 1,5 1,2 4,2 -1,5 2,9 -0,1TIRADENTES 1.142 1.467 4.081 2.585 3.196 1.437 2,5 2,1 10,8 -7,7 6,6 -2,9

T O T A L 49.096 73.909 100.343 68.948 79.440 63.825 4,2 1,4 3,1 -2,2 3,6 -0,4

FONTE: Censo Demográfico de Minas Gerais - 1950 -1970 - FIBGE Sinopse preliminar do Censo Demográfico de 1960 - FIBGE

CO

II

PVNQAÇJO <JOA0 PtNHCKOC E N T U O O E D E S E N V O L V I M E N T O U H M N O

Evolução e Distribuição da PopulaçãoMICRO REGlAO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

« e M i I «O* « H 4 I • 4

•I950-1960-I970

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHE I ROSECRETARIA DO FtANEJ AMF.N IC E COCRDENACAO GERAL

respectivas taxas de crescimento. Atualmente mais de 60% da população microrregional ocupa as zonas urbanas. No entan to, um exame mais detalhado do quadro 2 revela que 12 dos 18 municípios dos Campos das Vertentes são predominantemen­te rurais. Os municípios que tem mais de 50% de suas popula ções na área urbana são Nazareno, São Vicente de Minas, Do res de Campos, Tiradentes, São João dei-Rei e Barroso.Estes últimos dois municípios são, respectivamente, o primeiro e terceiro em população total sendo que, 91% dos habitantes de Barroso e 85% dos habitantes de São João dei Rei moram na cidade. Conclui-se portanto que a população microrregio nal ainda é rural na maioria dos municípios mas que a con centração em algumas cidades leva ã predominância da popula ção urbana sobre a rural na soma total. Vale observar que a tendência é o crescimento das cidades face a evasão do cam po como mostram as taxas do quadro 2. Nota-se que na década de 50, cinco dos nove municípios então existentes revelaram perdas absolutas em suas populações rurais. Na década de 60 todos os municípios revelaram taxas negativas na zona rural. Na Microrregião havia 15.615 pessoas a mais na zona rural em 1960 do que em 1970 e o número de pessoas que atualmente vivem no campo é bem inferior â população rural de 1950, apesar das elevadas taxas de crescimento natural.

O mapa da Microrregião apresenta a distribuição da popula ção. Quanto mais alto a barra, maior a população do municí­pio. A área sombreada da barra representa a população rural, enquanto o restante corresponde à população urbana.Entre pa rênteses encontra-se a densidade populacional para cada mu nicípio. A densidade média na Microrregião é de 22,6 habi tantes por km^ ou seja, um pouco superior a média estadual de 19,7 habitantes por km^. Barroso com 141,2 habitantes por krn ê o município mais densamente povoado, enquanto Car ranças, com apenas 7,6 habitantes por km^ e o menos denso.

2.4. Estrutura Etária e População Economicamente Ativa

Países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento arcam quase

45

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORESNACAO GERAL

que obrigatoriamente com o peso de populações extremamente jovens. Isto se deve aos avanços da medicina sanitária e da higiene que diminuem as taxas de mortalidade (especial­mente infantil) sem, no entanto, reduzir de maneira signi ficativa as taxas de fecundidade *■. 0 Brasil não foge des ta norma e a estrutura etária da Microrregião (gráfico 2 e quadro 3) ê representativa do Pais.

Observa-se no gráfico a forma de uma pirâmide de base lar ga indicando a existência de população muito jovem. Encon- tra-se no caso dos Campos das Vertentes 54% da população com menos de 20 anos. Devido às altas taxas de fecundidade e a lentidão de mudanças demográficas naturais, ê pouco provável que essa distribuição etária possa mudar de forma significativa ate o final deste século.Para o planejamento social tal fato implica na necessidade de vultosos investi_ mentos nas áreas de educação, saúde, infra-estrutura e se tores da economia capazes de absorver uma grande quantida"* de de mão-de-obra que está continuamente sendo lançado no mercado de trabalho.

Obviamente a composição etaria da população afeta de manei^ ra fundamental suas potencialidades produtivas e a existên cia de uma população muito jovem, como a do Brasil, impli^ ca em pesados encargos para a populaçao economicamente ati

Ova (PEA) . O quadro 4 mostra a parcela da populaçao total

1. Carvalho,J.A.Magno de, em Tendências Regionais de Fecun­didade e Mortalidade no Brasll,CEDEPLAR,B.Kte,19^4 mostra para as' décadas 30/40,40/50,60/70 o crescimento de taxas de fecundidade nas regiões mais sub-desenvolvidas do Bra­sil, enquanto há um declínio nas regiões mais desenvolvidas. * 2Para o Brasil como um todo há um ligeiro declínio.2. Para identificar a população economicamente ativa, utili^ zou-se a definição do Censo que considerou as pessoas que trabalhavam nos doze meses anteriores â data do Censo e também as pessoas de 10 anos e mais, que na data do Censo estivessem procurando trabalho pela primeira vez.Censo Demográfico Minas Gerais, Fundação IBGE, Rio, 1970, pag.XXVII.

46

GRÁFICO 2ESTRUTURA ETÁRIA DA MICRO REGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

MULHERES HOMENS

1,19+de70 e id. ign. 1,00

20

12,29

14,35

6 0 -6 9 IJB6

50-59

4 0 -4 9

3 0 -3 9

2 0 -2 9

5,28

6,89

M M Ê É Ê Ê m

10-19

0 - 9

%

1970

20

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA L'C) PLANEJAMENTO E COCRCENACAO GERAL

ESTRUTURA ETÁRIA DA MICRORREGIÃO

CAMPO DAS VERTENTES - 1970

Quadro 3

IDADE HOMENS MULHERES homens%

mulheres«

0-4 11967 11579 7,29 7,055-9 12251 11987 7,46 7,30

10-14 11602 11013 7,07 6,71SUB-TOTAL 35820 34579 21,82 21,0615-19 9425 9158 5,74 5,58

SUB-TOTAL 45245 43737 27,56 26,6420-24 6540 6956 3,98 4,2425-29 4768 5432 2,90 3,3130-34 4414 4607 2,69 2,8135-39 4252 4333 2,59 2,64

SUB-TOTAL 65229 65065 39,72 39,6440-49 6752 7206 4,11 4,3950-59 5035 5168 3,07 3,15

SUB-TOTAL 77016 77439 46,90 47,1860-69 3055 3065 1,86 1,87+ de 70 1543 1836 0,94 1,12

IDADE IGNO RADA 98 116 0,06 0,07

T O T A L 81712 82456 49,76 50,24

FONTE: CENSO DEMOGRÁFICO DE MINAS GERAIS 1970 - IBGE

48

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECREIARIA DO PLANFJAMKNIO E C.CORCCNACAO GERAL

da Microrregião que é economicamente ativa comparando-a com a mesma relação para Minas Gerais.

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MINAS GERAIS

Quadro 4

POPULAÇÃO TOTAL POP. ECON. ATIVAREGIÃO

N9 ABSOLUTO % N<? ABSOLUTO %

CAMPOSDAS VERTENTES 164.168 100 45.353 27,6

MINASGERAIS

11.487.415 100 3.460,615 30,1

FONTE: Censo Demográfico Minas Gerais, Fundação IBGE - 1970.

Como pode ser verificado, o percentual de pessoas economica mente ativas na Microrregião e inferior à media do Estado. Este percentual menor de PEA na Microrregião e um reflexo da estrutura etária da população bem como das oportunidades efetivamente oferecidas pelo mercado de trabalho. Deste qua dro, deriva-se também a relação de dependência: cada pessoa economicamente ativa na Microrregião deve sustentar 2,6 pessoas inativas, o que ê uma relação altíssima. O quadro 5 apresenta a distribuição da PEA, por sexo, de cada municl pio, pelos diversos setores produtivos.

49

LT1O

KICftORJtZClJto DOS CAWOS DAS VHWeSTSS SETOR DE ATIVIDADE DAÍ PESSOAS DE 10 AHOS I «Al3 ROR BTIO I WMICÍRIO* .

RAATICIRAÇXo ríRCEÍTUAL E ABSOLWTA C*, 1S70 OUADAO 1JFfOO — r SETOR SETOR t e r c í X r í o

« n i c l n o sp r i h A r i o SCClAIDfjUO COl£*ClO DE

»«RCAOORIASPRESTAÇÃO

D£ SERVIÇOSTAAHSPQirTES, COP.VUCA.Vfi^S E RPHAZFÍaAGEWS

ÂTIVlDAOEi SOCIAIS u n a sfiSTAAçXo OUTRAS M I V l Ò A f i U TOTAL

TERCltafO TOTAL

K H H H H W JJ H K ‘1 H •t H K II n 11 * w n

JVidr«lLn31* 2 . 0 5 7 44 314 7 134 3 114 28J 113 3 24 194 70 13 128 32 411 54) 3.004 400M r r o i o 27S 4 1.567 10 , u i 9 129 00 147 - 23 14« 172 10 u o 10 492 215 2.534 3*1Carranca* *33 77 102 - 20 - 10 n o >o 9 19 42 4 - » - 97 201 1.122 220C ò i i l t t r U t 7*1 - J 09 - 22 1 4 20 20 - 14 34 10 - * - 73 50 934 «3Coronal 7**1vr Cm u « i . 3 97 - 7 - 7 . 40 21 4 3 20 14 - 33 - 7« 04 4*4 07Dorc* 4» C u p o * 4*1 2 410 54 110 - 30 9« 94 0 12 n 40 5 10 - 292 102 1.443 241XCutl.tÇ* 4í2 n 47« 4 n - «4 104 10 - 4 * 93 12 0 13 - 144 143 1.272 204L*qA* £>our*d* 1.748 44 107 - 44 4 41 04 33 - 9 37 30 7 4 11 105 143 3*040 20»■âdrí 4* 4« H l n u 71* 19 0 3 - 17 - 12 37 4 - 4 50 10 - - - 35 107 04 7 134V i t 4 n A o (12 - 203 - 30 4 43 177 . u - IS 59 32 - 34 - 1*9 240 1*024 240Prado* 1*041 14 307 - 114 4 20 41 51 - 7 1 41 3* - 14 1 245 129 1*511 * i «P 1*4*0* «o RI9 Cra&d* 1*1»» 27 13 - 1« 3 19 33 25 4 3 «1 9 3 9 - 77 109 I. ISA 129R**an4* Costa 1*494 74 290 07 40 - 32 110 59 - 17 71 28 - 27 0 231 189 3.015 310U t à ^ o U l «11 1 4SS - 44 - 20 n u - * . ** 33 - 43 - m 41 1.220 44São Joio dal*R»i 2*491 14 ).177 133 933 34« *97 2*027 «42 40 332 »9* 1.100 «0 974 194 1.004 3.504 10.177 4 .432s3o Vicanta 4« !Ur m M í 7 142 ' - 44 - 93 141 94 3 . 10 77 20 • 74 7 22* 220 1.223 333São Tlègo 1*912 40 374 14 40 71 94 2S0 n 4 u 93 33 - 20 - 241 424 2*449 900Tiradarita» SOO 11 414 37 01 14 70 93 38 - 17 27 43 4 49 3 322 143 1.244 213

,---- A U ^ U I T O 19.211 )71 4 Mí, 1 047 1,»44 344 1.781 3,053 i.*j* 95 334 7.191 1.705 114 1.3 J B 200 0.121 4.093 37.0ÍÍ 0. 3 J14 42*4 A J ____ i»*í_______ _ L J ___ 4 . 1 A i * - 3.9 *,5 3.2 . í.i 4.0 ).* 9,) 3*4 0,6 19,7 15.2 *1 . & n . 4

TffTM. È-OR SCTOR 19.902 9.953 2 106 5.4 34 1 524 2 .717 1 019 1.914 13 .010 45 35)

« 41*2 22,0 i.l 12,4 3,4 4 .0 4,1 4,0 34,9 109

FONTE: FIBGE - 1970

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHEI ROSECRETARIA DO PLANEJAMENTO E CCORDENACAO GERAL

Entre os três setores produtivos, o primário ainda i, com 43,2%, a principal atividade. No entanto, como pode ser constatado pelo quadro 6, a Microrregião dos Campos das Vertentes apresenta como um todo, maior diversificação eco nômica do que o Estado. Deve-se destacar o setor industri

COMPARAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA PEA NA MICRORREGIÃO E NO ESTADO

1970Quadro 6

SETOR CAMPOS DAS VERTENTES M. GERAIS

PRIMÁRIO 19.582 1.717.33343,2% 49,63

SECUNDÁRIO 9.95322,0%

512.06014,80

TERCIÁRIO 115.818 1.231.22234,9% 35, 58

T O T A L 45.353100%

3.460.615100%

FONTE: Censo Demográfico Minas Gerais, FIBGE - 1960

al, presente principalmente em São João dei Rei e Barroso, representando 22% da PEA.

A situação especifica de cada município, referente ã PEA, pode ser visto no gráfico triangular. Este gráfico e um triângulo eqüilãtero com cada um de seus lados representan do um setor econômico. A base do triângulo é o setor prima rio, seu lado direito o setor secundário e esquerdo, o se tor terciário. 0 triângulo maior está subdividido em 4triângulos numerados de 1 a IV. Esta divisão representa um

61

GRAFICO 3

MICRO REGIÃO DOS CAMPO DAS VERTENTES

GRÁFICO TRIANGULAR! POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE A T M£

(em percentuais por setor de atividade e m unicípio-1970)

«s> &SETOR PRIMÁRIO

MUNICÍPIOS

1. ANDRELÂNDIA

2. BARROSO

3. CARRANCAS

4. CASSITERITA

5. CEL.XAVIER CHAVES

6. DORES DE CAMPOS

7 ITUTINGA

8 .LAGOA DOURADA

13. RESENDE COSTA

14. RITÁPOLIS

9 MADRE DEUS DE MINAS 15. SAO ÜOAO D' EL REI

IO.NAZARENO 16. SÃO TIAGO

II. PIEDADE DOR. GRANDE 17. SÁO VICENTE DE MINAS

12. PRADOS 18. TIRADENTES

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMFN1C E C.OCRCENACAO GERAI

meio de classificação. 0 triângulo I agrega os municípios que tem mais de 501 de sua PEA no setor primário, o triân guio II aqueles que tem mais de 50% no secundário, e o triângulo III mais de 50% no terciário. O triângulo IV representa os municípios onde não hã a predominância absoluta de um sõ setor, ou seja são municípios mais di versificados, pelo menos na distribuição da PEA. No sub- triângulo I encontram-se 12 dos 18 municípios mostrando a predominância das atividades agropastoris. Ha apenas um município, Barroso, no sub-triângulo II, revelando o pe so da indústria de cimento ali instalado. São João del- Rei apresenta-se como o centro de serviços e comercio,sen do a única cidade encontrada no sub-triângulo III.

Quatro cidades, Dores de Campos, Itutinga, Ritãpolis e Ti radentes ocupam posições intermediárias no sub-triângulo IV. Pelo menos em termos de distribuição da população eco nomicamente ativa, estas cidades se revelam mais diversi­ficadas. Os totais da distribuição da PEA da Microrregião a colocam também no sub-triângulo IV, ou seja, percebe-se o peso de São João dei Rei e Barroso que representam a di versificação industrial e de serviços nos Campos das Vejr tentes.

2.5. Fecundidade e Mortalidade

Os dados brasileiros que podem ser colhidos junto aos re gistros oficiais são reconhecidamente deficientes, especi^ almente nas zonas rurais e nos pequenos municípios onde o sub-registro e ainda um fenômeno generalizado. A partir dos dados disponíveis, pode-se calcular a taxa bruta de natalidade de 2,7%. No entanto, sabe-se que esta taxa é muito baixa devido as lacunas dos dados. No Estado a taxa de natalidade é cerca de 4,2%, e na região vizinha do Va le do Paraibuna foi encontrada a taxa de 4,03%. Não hã ra

53

m

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHEI ROSECRETARIA DO FLANEJAMF.NTO E COORDENAÇÃO GERAL

zão para crer que a taxa de natalidade na Microrregião de£ ceria de forma substancial da média estadual, portanto po de-se aceitar a taxa de 4,0% como uma estimativa razoável. Da mesma forma, pode-se concluir que a taxa bruta de morta lidade é em torno de 1,0% e portanto a taxa de crescimento natural da Microrregião seria de aproximadamente 3,0% ao ano. No entanto, a taxa real de crescimento na Microrre gião ê de apenas 1,7% evidenciando a influência das migra­ções .

2.6 Migrações

Observou-se na descrição da população urbana e rural que, na última década, todos os municípios experimentaram declj[ nios absolutos em suas populações rurais. Por outro lado, apenas os municípios de Barroso, Itutinga, Madre de Deus de Minas, são Tiago e Tiradentes revelaram taxas superio res a 3% ao ano em termos de população urbana. Conclui-se portanto, que os migrantes partem principalmente da zona rural e em menor escala das zonas urbanas da Microrregião,■ dirigindo-se para centros e outras regiões e, ãs vezes, Es_ tados. Estima-se que entre 1960 e 1970, os Campos das Ver tentes perderam por volta de 45 mil habitantes.

2.7 Conclusões

Atualmente estima-se uma população de 180 mil habitantes na Microrregião dos Campos das Vertentes. A densidade po pulacional ê de 22 hab./km^ o que não é elevado, sendo no entanto maior do que a média do Estado. Apesar de uma cer ta retomada de crescimento populacional desde 1970, perce­be-se que a Microrregião ainda é uma fonte de migrações pa ra outras ãreas e Estados. Assim, espera-se uma população de 217 mil em 1990. Atualmente mais da metade da população se encontra nas zonas urbanas e a tendência ê para esta percentagem aumentar. A população é bastante jovem, deman

54

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSFCRE1ARIA DO FLANEJAMLN IO E CCCfiDENACAO GERAL

dando portanto investimentos na área social e em setores da economia capazes de expandir o mercado de trabalho.

55

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSFCRfTARlA ix> p l a n e j a m l n io e c c o r c e n a c Ao g eral

3.0 O QUADRO NATURAL

3.1. Introdução

3.2. Localização

3.3. Extensão

3.4. Aspectos Físicos Naturais

3.5. Solo

3 . 6 Recursos M in e ra is

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHEI ROSECRETARIA CO f LANCJAMEN IC E COCRDCNACAO CERAl

3.0 o QUADRO NATURAL

3.1 Introdução

O estudo do espaço microrregional visa conhecer as suas con dições naturais, na tentativa de indicar falhas no seu apro veitamento pelo homem. Os aspectos abordados são: localiza ção, definições dos elementos físicos naturais, e levan tamento das condições de solo, vegetação e recursos mine rais. O estado atual da vegetação e solo, é o reflexo do u so predatório a que vem sendo submetidos ao longo dos anos. A ausência de terras férteis, orienta as tentativas de se resolver problemas econômicos locais através da mineração, o que, além de não ter conseguido resultados satisfatórios propicia a degradação sistemática do seu quadro natural.Tor na-se, pois, de grande importância que se disciplinem as a tividades de mineração na região dos Campos das Vertentes.

3.2. Localização

As formas de localizar uma região são inúmeras. Utilizam-se aqui: 1) coordenadas geográficas; 2) posição em relação à Minas Gerais; 3) os municípios que a limitam e 4)posição em relação aos grandes e médios centros.

1) As Coordenadas são: 20°40,32w e 21°50'40" de latitude Sul

43°46,12" e 44°41'44" de Longitude Oeste de Greenwich conforme se vê no mapa 1.

O grau de latitude coloca a região numa posição intertro picai.

59

Mapa 1Mapa Geográfico da Micro-Região dos Campos das VertentesEscala: 1; 1000 0 0 0

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1. Andrelândia2. Larroso3. Carrancas4. Cassitcrita5. Cel. Xavier Chaves6. Dores dc Campos 1 . Itutinga8. Lagoa Dourada9. Madre de Deus de Minas10. Nazareno11. Piedade do Rio Grande12. Prados13. Resende Costa14. Ritãpolis15. São João dcl-Rei16. fão Tiago17 . São Vicente de Minas 18. Tiradentes

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FONTE: MAPA GEOGRÁFICO-DOMO - 1965

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHEI ROSECRETARIA DO H ANDAM ENTO E COORDENACAO GERAL

2) Posição em relação a Minas Gerais: situa-se na regiãoCentro Sul de Minas Gerais, quase divisa com o Estadodo Rio de Janeiro.

3) Municípios com que se limita:

Ao Norte: Oliveira, Passa Tempo, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas.

Ao Sul: Cruzília, Minduri, Serranos, Seritinga, Liberdade, Arantina, Bom Jardim de Minas.

Ao Leste: Casa Grande, Ressaquinha, Carandaí, Barbacena, Santa Rita do Ibitipoca, Santana do Carambeu.

Ao Oeste: Bom Sucesso, Ibituruma, Itumirim, Ingaí, Lumi^ nãrias.

4) Posição em relação a grandes e médios centros:0 croquis 1 mostra as distâncias de São João del-Rei aos centros mais ligados â região. Percebe-se que a influên­cia externa nos municípios da Microrregiao é grande, jã que algumas cidades estão mais próximas de outros cen tros com capacidade de polarização maior ou igual que São João del-Rei, dificultando a integração mais efetiva dos municípios em torno deste Centro. Este é o caso das cidades que ficam mais ao Sul da região,como Andrelândia, Carrancas, Piedade do Rio Grande e São Vicente de Minas, bem mais próximos de Caxambu, Juiz de Fora e Lavras. Ci te-se ainda o caso de Barroso a pouca distância de Bar bacena, com nítida influência da mesma. Outros fatores que podem ser responsabilizados por esta dificuldade de integração são os acidentes geográficos, como o Vale do Rio Grande e Serras de grande porte aí encontradas.

A posição da Microrregião em relação aos grandes centros do Sudeste - Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte- se de um lado pode ser desfavorável pela atração que e xercem sobre suas populações, de outro pode constituir u ma vantagem por colocar a região próxima dos maiores mer

61

■. Croquis de Localizaçâo da

6 2 Croquis 1

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHE I ROs e c r e t a r ia d o p l a n e j a m e n t o e c c c r p e n a c a o g e r a l

caâos consumidores brasileiros.

3.3. Extensão

Os 18 municípios que compõem a Microrregião ocupam uma área total de 7.915 km2/

ÃREA DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

Quadro 1

MunicípiosÃrea

% (km^)

1. Andrelândia 12,12 9602. Barroso 1,07 853. Carrancas 8,86 7024. Cassiterita 3,53 2805. Coronel Xavier Chaves 2,00 1596. Dores de Campos 1,56 1247. Itutinga 4,54 3608. Lagoa Dourada 6,21 4929. Madre de Deus de Minas 5,13 406

10. Nazareno 4,11 32611. Piedade do Rio Grande 4,32 34 212. Prados 3,20 25913. Resende Costa 7,60 60214. Ritãpolis 5,00 39115, São João del-Rei 18,20 1.44116. são Tiago 7,21 57117. São Vicente de Minas 4,19 33218. Tiradentes 1,04 83

T O T A L 100,00 7.915

FONTE: FIBGE.

63

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DC PLANEJAMENTO E CCORCENACAO CERAL

Classificação dos municípios quanto tamanho

Pequenos Tiradentes BarrosoDores de Campos Coronel Xavier Chaves

Médios PradosCassiteritaNazarenoSão Vicente de Minas Piedade do Rio Grande Itutinga RitãpolisMadre de Deus de Minas Lagoa Dourada

Grandes são TiagoResende Costa Carrancas Andrelândia São João del-Rei

Considerando as areas separadamente vê-se que a Microrregiao possui extremos: São João del-Rei tem urna area 17 vezes mai or que a de Tiradentes. Esta divisão deve-se a fatores histõ ricos, econômicos e principalmente políticos.

64

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COCRDENACAC GERAL

Através do quadro 1 pode-se fazer uma classificação dos muni clpios quanto a sua extensão que ê vista no gráfico 1.

Intervalos N9 municípios

1 - 250 km 04251 - 50 0 km 09501 - 750 km 03751 - 1.000 km 01Acima de l.OOOkm 01

G rafico 1

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O intervalo que contém o maior número de municípios é o de 251 - 500 km. Ou seja, ele contém o padrão dos municípios de tamanho médio. Partindo desta afirmação, chegou-se â se guinte classificação:

65

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHEI ROSECKfTARIA IX ) PLANEJAMENTO E C C O R C EN A CÀ O CERAL

3.4. Aspectos Físicos Naturais

3.4.1. Clima

0 trabalho que se desenvolveu do ponto de vista climático levou em consideração os dados existentes, o que condicio nou o estudo, na maioria dos casos, a estações situadas fora da Microrregião. Os gráficos que se seguem (quadro 2) foram feitos a partir dos dados relacionados nos quadros2.1, 2.2, 2.3, e 2.4, e procuram colocar a área dentro de um padrão climático. É patente que, além da latitude,a al titude tem influência importante nas variações climáticas; por isto foram relacionadas as altitudes das estações jun to aos gráficos do quadro 2. Os dados de ventos procuram caracterizar as direções dominantes, assim como seus va lores médios extremos, e estão representados no mapa hipso métrico da Microrregião (Mapa 2) e a ele se seguem os da dos com as tendências mensais, que são agrupadas no qua dro 3.

Uma análise do clima teria que ser feita levando-se em consideração as normas de "Koppen", já que ê padrão de pu blicações e análises sistemáticas usadas pelo conselho Na cional de Geografia para todo o Brasil. Isto, por sua vez, não impediu a utilização dos gráficos climáticos de "Gaus^ sen" para melhor visualização dos dados (Quadro 2).

Por se tratar de região de planalto com altitudes super^ ores a 800 metros, o clima ê chamado, dentro da nomencl^ tura base, tropical de altitude, ou Cwb. Uma descrição su cinta do mesmo seria, mesotêrmico com verões brandos e es tação chuvosa no verão, temperatura média mensal inferior a 189C no mês mais frio e inferior a 229C no mês mais quente. São João Del Rei, e a única estação da área que apresenta regime climático Cwa, ou seja verões quente, ís to por ter o mês de fevereiro com temperaturas média su perior a 229C. A existência de um verão chuvoso e inverno seco indica para o clima da região um regime tropical.

6 6

Quadro 2

Gráficos Ombrotérmicos (Gaussen)

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______P R E C I P I T A Ç Õ E S C M M M T E M P E R A T U R A E d C

F O * T f V W W LÍ C.fMATOUXJhCAS - líTH tílíftlO O* AQÂtCULTUAA- t * 3l / I»*0

f u n d a ç A o j o Ao p i n h e i r oSt.CMTAUlA DO HANCJAHENTO C t« * C E H A C * 0 DECAI

Esta caracterização não significa que incxistam variações climáticas significativas na. área, já que não se encontra ima única estação cliir.Stica'ao sul da NicrorrcgiSo.

Normais clinatolÕgicus de são João dei-Rei (MG)

Üuadro 2.1.

MesesTEMPERATURA °C Precipitação

em mmMax CM) Min (M) (Ab) Max Min (Ab) Media

janeiro 28,0 17,0 34 ,0 Ooc-í 21,9 236, 4Fevereiro 28,3 17,1 33,4 10,7 22,2 204,3Março 27,6 16,5 32,2 10,0 21,2 190,2Abril 26,0 14,4 31,4 5,0 19,5 67,1Naiò 2-4,4 11,7 30,8 3,0 17,1 31,1Junho 23,5 9/6 29,0 1,0 15,7 21,6Julho 23,4 9,1 28,4 1,1 15,5 11,9Agosto 25,6 10,0 33,5 1,4 17,2 10,4Setembro 26,1 12,4 35,4 1,4 18,7 50,3Outubro 26,6 14,7 35,6 5,6 20,1 125,3Novembro 26,5 15,6 33,6 6,9 20,5 191,4Dezembro 26,8 16,5 22,0 7,8 21,0 296,7

ValoresAnuais 24,4 13,7 35,6 1,0 17,5 1.436,7

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Ketoorologia-1931/1960(M) Valores Médios

(Ab) Valores Aibsolutos

68

F U N D A Ç Ã O JO Ao P I NHEI ROS F C E H A R I A C O r L A K C l A V C N r C t C C C Í C C N a C A O C . [ « a L

Normais Climatologicas de

Oliveira (KG)

Quadro 2.2.

TEMPERATURA °C PrecipitaçãoMeses

Max CM) Min (M) (Ab) Max (Ab)Min Media em minjaneiro 27,7 10,7 33,5 10, B 21,7 270,0Fevereiro 27, 8 16,8 33,4 11,0 21,6 217,3Ka r ço 27,2 16,1 32,3 10,9 21,0 188,8Abril 25,7 14,1 31,4 4,7 19,7 72,3Maio 24,8 11,9 30,5 4,4 18,0 23,3Junho 23,2 10,4 28,0 1,6 16,1 18,5Julho 23,0 9,7 28,4 2,0 15,8 12,9Agosto 25,4 10,7 31,2 1,9 17,5 15,3Setembro 26,2 12,9 34,6 1,0 19,2 60,0Outubro 26,7 14,7 33,2 5,4 20,3 134,8Novembro 26,5 15,4 34,0 9,2 20,4 211,9Dezembro 26,4 16,2 32,8 10,1 20,7 327,6

ValoresAnuais 25,9 13,8 34,6 1,0 17,5 1.552,7

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia. 1931/1960.

(M) Valores Médios(Ab) Valores Absolutos

69

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSE C & E IA ÍIA l-Ç f lA N t J A M l M O C C C C V D EN A C A O CE® Al»

Normais Climatológicas de

Lavras (KG)

Üuadro 2.3

MesesTEMPERATURA FM. 9C precipitação em

mmMax (M) Min (M) (Ab)Max (Ab)Min Media

janeiro 28,4 17,4 34,4 12 ,0 21,9 260,3Fevereiro 28,7 17,3 33,8 10,0 21,9 193,7Março 28,1 16,7 36,1 9,6 21,3 176,4Abril 27,0 14,5 31,6 4,6 19,3 58,4Maio 25,4 11,7 31,0 3,2 16,9 35,5junho 24,3 5,8 29,1 0,0 15,6 19,9julho 24,4 9,4 31,4 0,8 15,4 8,8Agosto 26,6 10,3 34,6 0,7 17,4 18 ,4Setembro 27,4 12,9 35,3 0,6 19,1 58,4Outubro 27,8 14,9 36,8 5,2 20,5 129,5Novembro 27,7 15,9 36,2 8,4 20,9 164,0Dezembro 27,3 17,0 34,5 10,8 21,2 288,2

ValoresAnuais 26,9 13,6 36,8 0,0 17,6 1.411,5

Fonte: Ministério úa Agricultura - Serv. Meteorologia 1931/1960.

(M) Valores l.cdios(Ab) Valores /bsolutos

70

f u n d a ç A o j o á o p i n h e i r oircccAíiA ro rvANíiAMi.Mc t c o g s o c n a c a o ciexi.

Normais Clinatolõgicas de

Barbaccna (MG)

Quadro 2.4.

O.TEM PER/tTERA__r Precipitação em mmMeses

Kax (MJ Min (M) (Ab) Kax (Ab) Min Mediajaneiro 25,9 16,0 31,0 10,5 19,9 236,6Fevereiro 26,1 16,0 32,1 9,5 19,9 212,4Março 25,1 15,6 31,8 9,8 19,1 186,0Abril 23,4 13,8 29,5 3,8 17,5 64,2Maio 22,0 11,3 29,0 0,1 15,9 31,0Junho 21,4 9,6 27,2 0,6 14,8 21,1Julho 21,1 9,3 28,1 0,0 14,4 13,2Agosto 22,8 9,9 31,1 0,2 15,6 18,7Setenl.ro 23,6 11,8 33, 0 2,0 16,9 58,3Outubro 24,0 13,6 34,0 5,3 17,9 134,4Novcnbro 24,2 14,4 33,9 6,0 18,4 184,8Dezembro 24,4 15,3 34,2 8,6 19,0 289,5

ValoresAnuais 24,1 13,0 34,2 0,6 17,4 1.450,2,

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia 1931/1960

(M) Valores Médios(Ab) Valores Absolutos

71

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Ouodro 2Gróficos Ombrotérmicos (Gaussen)

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fcTOLDBiCJÂ - I -UI_TtJU - fftiU/IMO

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECREIAKlA DO PIANEJAMCNIG E CCCRDENACÀO GERAL

Esta caracterização não significa que climáticas significativas na área, jã urna única estação climática'ao sul da

inexistam variações que não se encontra Microrregião.

Normais Climatologicas de São João del-Rei (MG)

Üuadro 2.1.TEMPERATURA °C Precipitação

Meses Max (M) Min (M) (Ab) Max Min (Ab) Media em mm

janeiro 28,0 17,0 34 ,0 10,0 21,9 236,4Fevereiro 28,3 17,1 33,4 10,7 22,2 204,3Março 27,6 16,5 32,2 10,0 21,2 190,2Abril 26,0 14,4 31,4 5,0 19,5 67,1Maio 24,4 11,7 30,8 3,0 17,1 31,1Junho 23, 5 9,6 29,0 1,0 15,7 21,6Julho 23,4 9,1 28, 4 1,1 15,5 11,9Agosto 25,6 10,0 33,5 1,4 17,2 10,4Setembro 26,1 12,4 35,4 1,4 18,7 50,3Outubro 26,6 14,7 35,6 5,6 20,1 125,3Novembro 26,5 15,6 33,6 6,9 20,5 191,4Dezembro 26,8 16,5 22,0 7,8 21,0 296,7

ValoresAnuais

24,4 13,7 35,6 1,0 17,5 1.436,7

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia-1931/1960

(M) Valores Médios (Ab) Valores Absolutos

68

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHEI ROSECHFTARIA DO F L A \E JA 'IE M O E COORDENAÇÃO CERAL

Normais ClimatolÕgicas de

Oliveira (MG)

Quadro 2.2.

TEMPERATURA °C PrecipitaçãcMeses

Max(M) Min (M) (Ab) Max (Ab)Min Media em mm

janeiro 27,7 16,7 33,5 10,8 21,7 270,0Fevereiro 27,8 16,8 33,4 11,0 21,6 217,3Março 27,2 16,1 32,3 10,9 21,0 188,8Abril 25,7 14,1 31,4 4,7 19,7 72,3Maio 24,8 11,9 30,5 4,4 18,0 23,3Junho 23,2 10,4 28,0 1,6 16,1 18,5ju lho 23,0 9,7 28,4 2,0 15,8 12,9A q O S t O 25,4 10,7 31, 2 1,9 17,5 15,3Setembro 26,2 12,9 34,6 1,0 19,2 60,0Outubro 26,7 14,7 33,2 5,4 20,3 134,8Novembro 26,5 15,4 34,0 9,2 20,4 211,9Dezembro 26,4 16,2 32,8 10,1 20,7 327,6

ValoresAnuais 25,9 13,8 34,6 1,0 17,5 1.552,7

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia. 1931/1960.

(M) Valores Médios(Ab) Valores Absolutos

69

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I NHE I RO^ = - SFCKEIARIA CO P LA N riA V E M O E c o o r c e n a c a o g e r a l

Normais Climatologicas de

Lavras (HG)

Quadro 2.3

TEMPERATURA EM 9C Precipitação em

Max <M) Min (m ) (Ab)Max (Ab)Min Media mm

janeiro 2 8,4 17,4 34,4 12,0 21,9 260,3Fevereiro 28,7 17,3 33,8 10,0 21,9 193,7Março 28,1 16,7 36,1 9,6 21,3 176,4Abril 27,0 14,5 31,6 4,6 19,3 58,4Maio 25,4 11,7 31,0 3,2 16,9 35,5junho 24,3 5,8 29,1 0,0 15,6 19,9julho 24,4 9,4 31,4 0,8 15,4 8,8Acrosto 26,6 10,3 34,6 0,7 17,4 18 ,4Setembro 27,4 12,9 35,3 0,6 19,1 58,4Outubro 27,8 14,9 36,8 5,2 20,5 129,5Novembro 27,7 15,9 36,2 8,4 20,9 164,0Dezembro 27,3 17,0 34,5

-----1GOO1—1 21,2 288,2

ValoresAnuais 26,9 13,6 36,8 0,0 17,6 1.411,5

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia 1931/1960.

(M) Valores Médios(Ab) Valores Absolutos

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMEMTO E COCRCENACAO GERAL

Norn-.ais Climatologicas de

Earbacena (MG)

Quadro 2.4.

oTEMPERATURA__c Precipitação em mmMeses

Max (M) Min (M) {Ab) Max (Ab) Min Media

janeiro 2 5/9 16,0 31,0 10,5 19,9 236,6Fevereiro 26,1 16,0 32,1 9,5 19,9 212,4Março 25,1 15,6 31,8 9,8 19,1 186,0Abril 23,4 13,8 29,5 3,8 17,5 64,2Maio 22,0 11,3 29,0 0,1 15,9 31,0junho 21,4 9,6 27,2 0,6 14,8 21,1Julho 21,1 9,3 28, 1 0,0 14, 4 13,2Agosto 22,8 9,9 31,1 0,2 15,6 18,7Setembro 23,6 11,8 33,0 2,0 16,9 58,3Outubro 24,0 13,6 34,0 5,3 17,9 134,4Novembro 24,2 14,4 33,9 6,0 18,4 184,8Dezembro 24,4 15,3 34,2 8,6 19,0 2 89,5

ValoresAnuais 24,1 13,0 34,2 0,6 17,4 1.450,2,

Fonte: Ministério da Agricultura - Serv. Meteorologia 1931/1960

(M) Valores Médios(Ab) Valores Absolutos

71

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COOKUCNACAO GERAL

Os gráficos do quadro 2 mostram as seguintes relações:

3.4.1.1 Pluviosidade

a. o mês mais chuvoso é dezembro e mais seco, julho.b. os meses com valores de precipitação superiores a 100

mm são: outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevere_i ro.

c. o período seco corresponde aos meses de maio, junho,ju lho e agosto.

3.4.1.2 Temperatura

a. os valores extremos de temperatura são encontrados em Barbacena (mínimo) e Lavras (máximo).

b. os meses mais quentes sao: dezembro, janeiro e feverei^ ro.

c. os meses mais frios são: maio, junho, julho e agosto.

O uso destes gráficos e de grande importância para o agr^ cultor, entre outros interessados, já que suas aplicações são múltiplas. Por exemplo, o estudo do grafico climático da área de ocorrência de uma espécie, pode indicar, com suficiente aproximação, as regiões em que a introdução da mesma pode ter êxito. Ou seja, facilita o estudo das ana logias climáticas, possibilitando satisfazer às necessi dades térmicas e hídricas de cada espécie. Permite ainda estabelecer a época do ano mais racional para o plantio.

3.4.1.3 Ventos

O estudo dos ventos revela a tendência geral de sua veloci dade durante o ano, permitindo concluir que:1. os ventos são mais fracos no primeiro semestre(janeiro/

agosto).

72

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSCCKE f ARIA 0 0 PLANE! AMEN IO C C.GCEOESACAO CtRAL

2. Lavras possui ventos mais fortes dentre as estações.3. en São João dei Rei os ventos são mais fracos.4. os valores variam entre 1,0 e 2,4 m.p.s.

A velocidade do vento regional varia de fraca a moderada, na escala de Beaufort.A direção dominante dos ventos microrregionais é SE/NW,con forme mapa 2, Apenas Lavras possui ventos de Leste dominan tes.

QUADRO 3

VELOCIDADE DO VENTO LM METROS POR SEGUNDO

Meses Lavras S.João del-Rei Oliveira Barbacena

janeiro 1,7 1,2 1,6 1,2fevereiro c S D 1,1 <5Ii> 1,2março < u j D 1,1 1,6 1,3avri 1 1,7 < 5 3 > 1,6 1,2maio 1,5 1,2j unho 1,7 1,1j ulho 1,8 1,1 ' 1,5 1,3agosto 2,1 1,2 1,7 Cijiysetembro 1,3 <3jS> &outubro < 3 3 >novembro <3Tí> Q 3 > O r ' O O » Odezembro 2,1 1,7 1,4

Fonte: 59 Distrito Meteorológico

Legenda: ___Valores mínimos

Valores máximos Ç • "Q

73

Mapa zMapa Hipsométrico da Micro-Região dos Campos das Vertentes

NO

22°ESCALA

FONTE: MAPA HIPSOMÉTRICO DO ESTADO DE M.G. - CED /IG A - 197422 Km

• CIDADE

---------- DIVISOR DE BACIAS

---------- RIOS

REPRESA

ALTITUDEDECRESCENTE

DIREÇÃO DOMINANTE DOS VENTOS

r-

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHEI ROSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORCEN ACAC CERAL

3.4.2. A Vegetação

0 clima e o solo são os fatores determinantes das caract£ rísticas da vegetação, mas este quadro pode, sem dúvida, ser alterado pela intervenção do homem. A vegetação da Mi crorregião tem mudado de forma nítida no decorrer dos anos. No século passado, pelas descrições de Saint Hilai- re, existiam manchas de Pinheiro do Paraná e macaúbas.Atu almente é difícil encontrar estas espécies na área. Mesmo da mata de maior porte, da qual se encontram ainda vestí­gios nos municípios mais ao norte, pouco resta. Na maio ria das vezes culpa-se o solo e o clima como responsáveis diretos pela sua ausência, mas corte ininterrupto,sem que se desse um prazo para a sua regeneração natural, fez com que a mesma regredisse e tomasse a forma atual.

Como se trata de uma região intertropical, o Índice de pluviosidade ê muito elevado e a quantidade de insolação alta durante quase todo o ano. Diante disto, o solo sem a proteção da vegetação está sujeito aos processos de lixi_ viação e laterização que apressam sua degradação.

3.4.2.1 Tipos de Vegetação

Na observação local a vegetação encontrada foi a mata e o

campo. (Figura 1)

A mata e encontrada em manchas residuais pelas encostas e ciliar em torno dos cursos de água. As espécies existen tes são numerosas e configuram uma mata latifoliada tro picai sendo, no entanto, a percentagem de área ocupada pe la mesma inferior a 10% do total.

O tipo de vegetação predominante ê o campo, que possui va riadas formas de acordo com a posição que ocupa.

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Figura 1

CAMPO LIMPO

CAMPO SUJO

MATA

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a. Campos altimontanos ou rupestres, se encontram no topo das serras e são constituídos de espécies xeromórficas. O melhor exemplo é a "Canela de Ema". Estas caracterís^ ticas sao determinadas pelo processo de adaptação em areas de difícil retenção de agua com solos ;rochosos.

b. Campos limpos, caracterizam-se pela ausência de arbus tos e árvores, A espécie mais comum ê do capim "Barba de Bode", gramínea invasora de áreas do cerrado, com fracos rendimentos na alimentação do gado. Sua colora^ ção verde claro domina a paisagem campestre regional. Ele ocorre nas áreas de topografia colinar e planas,no centro e sul da região com uma nítida continuidade para o oeste. (Fig. 2)

c. 0 campo sujo, considerado como transição entre o cerra do e o campo limpo, constitui-se de um campo em que apa recem esparços arbustos tortuosos, na maioria de esp£ cies de cerrado. (Fig. 2)

Trata-se de região com afinidade multo grande com áreas de Cerrado, chegando a configurar, em certos trechos, este tipo de paisagem.

Além desta vegetação nativa encontram-se na Microrregião plantações de eucaliptos que configuram o início da ativi^ dade reflorestadora. O reflorestamento na área tem ainda pouca expressão, necessitando urgentemente de uma tomada de posição regional neste sentido, pois além do valor' econômico, o reflorestamento tem uma função muito impor tante na conservação do solo. Ja existem algumas plan taçÕes de eucaliptos nas áreas dos municípios de São João Del Rei, Andrelândia e Nazareno. É neces sãrio que se ampliem estes plantios e que se ini cem novos com outras espécies, como o pinheiro do

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAM EN TC £ CCOKDINACAO GFRAL

Paraná, que em outras épocas era encontrado na região.^

3.4.3 Relevo

Do ponto de vista físico, a região se coloca entre im portantes conjuntos montanhosos do Sudeste, tais como a Serra da Mantiqueira ao sul e leste, a Serra do Espinha ço e Vertentes a Nordeste, e a Serra da Galga a Norte. Ho centro e oeste tem-se o Vale do Rio Grande atrave^ sando toda a área.

O trabalho de desmonte feito pelos afluentes do Rio Grari de, principalmente o Rio das Mortes, tem grande impo£ tância na configuração do relevo atual. (Mapa 2}.

A hipsometria caracteriza uma bacia cujas bordas estão constituídas por serras. As ãreas mais baixas correspon dem aos cursos dos rios locais, onde vão aparecer ao la do dos meandros, terraços fluviais muito extensos alcan çando, as vezes, vários quilômetros, como a colônia do Marçal, em São João dei Rei. Em meio a ãreas que variam de 800 a 1.000 metros de altitude, surgem superfícies com mais de 1.300 metros, tais como a Serra de São José, Lenheiro, Carrancas, Treituba e Bicas. Estas se desta caiu do conjunto como morros resultantes de falhamentos ou erosão diferencial.

No conjunto, o relevo microrregional se apresenta for temente ondulado ao norte e ao sul, ocorrendo nesta úl tima grande número de afloramentos rochosos. No centro 1

1. No estudo Zoneamento Ecológico do Estado de Minas Ge rais para Reflorestamento - do IBDF - BRA-45, de ^au toria de Lamberto Golfari - são estudadas as espéci^ es que melhor se adaptam ãs regiões do Estado.

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSFCRfTARiA CO PLANCVAMESTO £ C O O EC EN A C A C GERAL

e para oeste o relevo tem ondulações mais suaves, chegando a ser monÕtona a sucessão das colinas.

Grandes areas se encontram comprometidas pelas ações preda tôrias das atividades mineradoras, passadas e presentes, e pelo manejo primitivo da agricultura de subsistência, predo minante desde os tempos de sua ocupação. As "voçorocas",pro fundas valas que ocorrem no solo, são resultado de movimen­to de terra sem mairoes cuidados e, principalmente, de des matamento do topo de colinas. O processo de recuperação de£ tas ãreas ê demorado e, em certos casos, impossível.(Figura n<? 2) .

Com referência ao relevo microrregional deve-se notar ain da a serra de Sao Josê que merece um tratamento especial re comendando-se um estudo para viabilizar seu aproveitamento turístico, sem dúvida mais uma opção econômica para a tU crorregião. Para tanto é essencial a racionalização das mi nerações, e a preservação da mata que a cerca, pois sem i£ to a paisagem local estaria seriamente comprometida. Outra serra que merece atenção especial ê a de Carrancas que,além da beleza, apresenta grande extensão e originalidade.

3.5. Solo

Da ausência de matas na Microrregião resultam dois fenôme nos que podem ser considerados catastróficos. Um ê a lateri. zação, que consiste na remoção da sílica do solo e conse qttente concentração de ferro e alumina, transformando-o nu ma rocha ou laterito completamente impermeável e estéril. O outro ê a lixiviação, lavagem do solo pela água de chuva, tornando-o estéril em poucos anos.

Os tipos de solo encontrados na região sao pobres, sendo predominante o latossolo vermelho, vermelho amarelo, verme lho escuro e o litossolo.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO 1'IA.NEIAMENTO E c o c r d e n a c A o g e r a l

Os melhores solos da área são sem dúvida os de várzea ou terraços fluviais que ainda estão subaproveitados. Neles seguramente poder-se-ã desenvolver a horticultura, visan do a exportação, o que já ê feito no município de Caran daí.

Outra opção seria a fruticultura, com tradição em algumas cidades da região em outros tempos.

3.5.1 Aptidão Agrícola do solo

Do ponto de vista da topografia, a região apresenta boas possibilidades para o emprego de praticas agrícolas meca nizadas. O principal obstáculo, no entanto, reside na pou ca fertilidade do solo, praticamente inviabilizando o em prego de sistemas de manejo primitivo^ que se caracterizam pelo baixo nível de conhecimento técnico, não havendo em prego de capital para manutenção e melhoramento das cond^L ções de solo e das lavouras. O trabalho braçal é intensa mente utilizado empregando-se a tração animal com imple mentos agrícolas rudimentares. Conforme estudos realizados pela equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo do Ministé rio da Agricultura em áreas similares a esta, foi consta­tado que as possibilidades de aproveitamento agrícola das mesmas melhoram bastante com o emprego de sistemas de ma nejo semidesenvolvido e desenvolvido, entendendo-se o prjL meiro como o que se caracteriza por práticas agrícolas que refletem nível razoável de conhecimento técnico. Resulta­dos de pesquisa e capital são aplicadas visando a manuten ção e melhoramento das condições do solo e da lavoura. A força utilizada na realização das práticas agrícolas é condicionada pelo trabalho braçal e tração animal. A moto mecanização, quando utilizada, ê dirigida para o transpor te e beneficiair.ento da produção.

Quando se aumenta o nível tecnológico, chega-se ao sistt;

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f u n d a ç A o j o A o p i n h e i r o5ECRE7ARIA DO EIANEMMEN7C E CCCRDCMA.CAO GERAI

na de nanejo desenvolvido, caracterizado pelo emprego de práticas de alto nível tecnológico. Ilã aplicação intensi^ va de capital para manutenção e melhoramento das condi^ ções de solo e das lavouras. Os resultados de pesquisas são largamente empregados assim como a motomecanização em todas as fases de operações agrícolas.

Entre a extensa faixa de terras de Cerrado, três delas destacam-se como sendo as mais favoráveis ã agricultura. Em ordem crescente de utilização encontram-se os Latosso los roxos, vermelho escuro e vermelho amarelo. Esta i também a ordem da fertilidade. Na Microrregião, como já foi dito, predomina o latossolo vermelho amarelo.

3.6 Recursos Minerais

A economia regional tem na mineração uma atividade, que, se de um lado não apresenta um valor maior no quadro eco nÔmico regional, de outro é uma base para a industriali­zação. A diversidade de minerais al encontrados configu ra uma província metalogenetica bastante promissora e que merece um detalhamento maior de suas potencialidades. As ocorrências minerais por município estão registradas no quadro 4.

Dos minerais relacionados podem-se destacar cinco pelo que representam apra a Microrregião em termos econômicos:

3.6.1 Calcário

0 calcário é encontrado na área superpondo-se a terrenos do prê-cambriano. Sua ocorrência coincide com a do Grupo São João dei Rei (Mapa 3) que abrange os municípios de Barbacena, Barroso, São João dei Rei e Ijaci.

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As reservas medidas nestes municípios no ano de 1976 segun do o DNPM - Departamento Nacional de Pesquisas Minerais - são da ordem de 120 milhões de toneladas. Esta reserva ê bastante significativa e jã motivou a implantação de fãbri ca de cimento no município de Barroso. Considera-se que a situação do aproveitamento calcário é satisfatória.

3.6.2' Columbita/Tantalita

As principais fontes dos minérios tantalíferos são as for­mações granito-pegmatíticas constituídas de instruções em forma de diques que afloram à superfície após atravessar terrenos do pré-cambriano (Grupo Minas e Itacolomi) (Mapa 3) .Estes pegmatitos conservam os minerais na sua mineraliza ção primária. Outras formas de ocorrência são os aluviões e eluviões.A mineração se faz com o desmonte dos pegmatitos com moto "scrapers" no Município de Nazareno. Os eluviões são des> montados com jato de agua e os aluviões são tirados com caçambas de arraste, tanto em Nazareno quanto em outros mu niclpios.O único jazimento cuja lavra ê totalmente mecanizada no Brasil e o de Volta Grande, no município de Nazareno,junto ao Rio das Mortes, sendo sua região a de maior produção. 0 beneficiamento do minério após a extração consiste na sua concentração, sendo totalnente exportado para os Estados U nidos, Japão e Reino Unido.Ê importante ressaltar que a região tem as maiores reservas mundiais de tantalita emagnetica-djalmaíta, contendo de 60 a 75% de Ta£0^ e de 2% a 5% de Nb20^.

3.6.3 Cassiterita

Em relação a produção de cassiterita, a participação da Mi

8 2

Recursos Minerais gQUADRO 4 i

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1 2 3 4 5 6 7 8 ,9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 241 Andrellndia ■ ■ ■ ■2 Barroso □ ■3 Carrancas ■4 Cassiterita O ■ ■ ■ ■ ■5 Cel. Xavier Chaves ■ ■6 Dores de Campos

7 Itutimra Q ■ ■ ■ ■ ■'

8 Laaoa Dourada9 Madre de Deus de Minas

10 Nazareno ■ ■ ■ □ ■ ■ □ ■li Piedade do Rio Grande12 Prados ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■13 Resende Costa ■14 Ritãpolis ■ ■ ■ □ ■15 São João del-Rei' ■ ■ D ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ n ■ ■16 São Tiaqo ■ ■ ■ □ ■ ■ ■17 S. V. Minas18 Tiradentes ■ □ ■ ■ ■ ■ ■ ■oo

L J

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E Í R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO e c o o r d e n a c a o GERAL

crorregiao na produção nacional é pequena, porém o seu ja zimento simultâneo com os minerais tantalíferos possibili ta um barateamento na extração de ambos. 0 seu jazimento também se da cm filões pegmatíticos, eluviões e aluviões. Sua metalurgia é simples e o seu sucesso depende mais co tratamento do minério do que de sua fundição. Ela é feita na região pela companhia Industrial Fluminense e pela Com panhia de Estanho de Sao João dei Rei com produção em 1975 de 491.766 t e 272.774 t respectivamente.

3.6.4 Areia quartizitica

As grandes ocorrências de quartizito na região propiciaram uma exploração que tende a se tornar expressiva na econo mia regional, aproveitando o grande número de aplicações da areia.Outras minerações que se desenvolvem na região não possuem um caráter regional, ou ainda não representam atividades de porte maior.

84

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VOÇOROCAEROSÃO DO SOLO NA REGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

Figura 2

85

Mapa 3Mapa Geolo'gico da Micro Regido dos Campos das Vertentes

Escala: MOOOOOO

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GRUPO S.J. DEL- REt

GRUPO ITACOLOMI

SUPER GRUPO MINAS

GRUPO ANDRELÂNDIA

FORMAÇAO LAFAIETE

EMBASAMENTO GRANÍTICO-GNÂÏSICO INDIVISO

GRUPO BARBACENA

COMPLEXOS ALCALINOS

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHEI ROSECRETARIA LO PLANEJAMENTO E CCCKDENACAO GERAL

4.0 ASPECTOS ECONÔMICOS

4.1. Introdução

4.2. Comparação Intersetorial

4.3. Estudo do Setor Secundário de Sao João del-Rei e Barroso

4.4. Atividades Terciárias de São João del-Rei

4.5. Atividades Artesanais de Tiradentes, Prados e Do res de Campos

4.6. A Indústria de Laticínios

4.7. Setor Primário

4.8. Conclusões Gerais

4.9. Programas Econômicos

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO t CCCKCENACAO ÇLRAL

4.0. ASPECTOS ECONÔMICOS

4.1. Introdução

A Microrregião dos Campos das Vertentes é composta por 18 municípios que podem ser englobados em quatro grandes cate gorias econômicas, de acordo com as características ineren tes a cada grupo de cidades ou a municípios isoladamente;

- a primeira categoria constituída por São João del-Rei,ca racteriza-se pela ocorrência de indústrias tradicionais e um setor terciário de grande peso para o conjunto da e conomia municipal;

- a segunda constituída por Barroso é definida pelo predomí nio de um setor secundário voltado para a exploração de ramos denominados "dinâmicos” , especialmente o da trans^ formação de minerais não-metálicos;

- a terceira engloba o município de Tiradentes que tem comocaracterística fundamental a indústria artesanal (prata) ligada â existência de bens culturais e naturais e propi^ ciadora de um fluxo especial de turismo. Ainda a indús tria artesanal (madeira e couro) entra como componente e conômico mais importante dos municípios de Dores de Cam pos e Prados, permitindo sua inserção, para fins metodolô gicos, na mesma categoria de Tiradentes. '

Os demais municípios compõem a quarta categoria, e mostram o predomínio das atividades primárias, onde se destaca a p£ cuária como principal subsetor econômico.

A análise tem como principais objetivos determinar as carac terísticas fundamentais das economias destes municípios e a pontar potencialidades e limitações estruturais que irão

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA r c fLANTJAVLNTC [ CCCRIXNACAO CERAL

moldar o esforço de desenvolvimento da Microrregião. A ten tativa de determinar o caráter de complementaridade existen te entre as diferentes atividades assinaladas para o conjun to da Microrregião deve permitir a visualização de sua ca pacidade de auto-abastecimento e possível dependência em re lação às áreas externas. Orientando-se pelas característi­cas apontadas, aprofundar-se-ã o conhecimento do dinamismo interno das atividades básicas de cada grupo de município, estudo que será precedido por uma análise comparativa dos setores para tornar clara sua posição no contexto microrre gional.

Embora pertençam a diferentes categorias de cidades, os s^ tores secundários de São João del-Rei e Barroso serão trata dos dentro de um mesmo tópico, tendo em vista o objetivo de contrapor as diferenças fundamentais que os caracterizam.

A indústria de laticínios será estudada em tópico específi co englobando a atividade em toda a Microrregião, dada sua disseminação indiscriminada e os problemas comuns que apr£ senta.

4.2. Comparação Intersetorial

A comparação intersetorial tem por objetivo mostrar a impor tância relativa das principais atividades econômicas dos mu nicípios que compõem a Microrregião, uma vez que a metodolo gia de estudo de sua economia está definida em função desta posição.

Os indicadores escolhidos para estabelecer a distinção de categorias municipais são o nível de absorção de mão-de-dara e a renda gerada pelos diferentes setores. Entretanto, a comparação entre a renda gerada nos três setores e prejudi­cada pela falta de dados homogêneos, isto ê, o indicador de

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I NHEI ROSECRETARIA CO ILANEJAMENTC E c o c r d e v a c à c g e r a i

renda dos setores primário e secundário é dado pelo valor da produção e o do setor terciário pela receita. Como estes valores constituem diferentes agregados, consegue-se com sua manipulação apenas uma aproximação grosseira da situa ção existente.

A comparação intersetorial é feita em primeiro lugar para os municípios de são João del-Rei e Barroso; a seguir, para o conjunto de municípios formado por Dores de Campos,Prados e Tiradentes, e, por fim, são analisados globalmente os de mais municípios. Os dados utilizados foram obtidos nos Cen sos Econômicos de 1970, sendo também referentes a este ano os valores monetários encontrados.

As atividades primárias de São Joio del-Rei garantem a ab sorção de 43% do total do pessoal ocupado. No entanto, a participação deste setor no total da receita e valor da pro dução municipal é relativamente insignificante, perfazendo um total de aproximadamente quatro milhões de cruzeiros. Fi ca, pois, caracterizada a sua baixa produtividade, sobretu do se se considerar que a relação valor da produção gerado no setor por pessoa ocupada no ano é pouco mais de um mil cruzeiros, contra quase 20 mil verificados para a indústria. Também a relação existente entre receita do setor terciário por pessoa ocupada atinge quase 35 mil cruzeiros.^

0 setor secundário apresenta posição relativa bastante van tajosa em comparação ao primário. Ao lado de um bom índice de absorção de mão-de-obra, que alcança 36% do total do peí» soai ocupado, apresenta também um montante de valor da pro dução acima de 47 milhões de cruzeiros, ou seja, quase 12 vezes superior ao registrado para as atividades primárias. 1

1 Estas relações não podem ser tomadas por medida exata da produtividade dado que os valores monetários encontrados são superestimados, por se tratar de V.P.I. e RECEITAS, o que são determinados incorrendo-se em contagens repet^ das não constituindo valores da transformação efetivamen te realizada em cada setor.

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F U N D A Ç A O J OÃO P I N H E I R OSfCRFTARIA L'C PLASEJAMIATO E COCRntNAÇÁO C,rEAL

Finalmente, é também de ponderável destaque a posição rela tiva do setor terciário. Este apresenta um volume conside­rável de receita, superior a 51 milhões de cruzeiros, sendo 86% desta quantia gerados pelas atividades comerciais. Ress saltc-se uma vez mais que esta quantia nao pode ser entendi da como renda maior do que a dos demais setores, visto tra tar-se de diferentes agregados. Quanto ao contingente de mão-de-obra absorvido pelo setor, apesar de menor, represen ta o percentual nada desprezível de 22% do total.

Para o município de Barroso, as discrepâncias entre os seto res são bastante mais acentuadas em proveito das atividades secundárias. Estas se responsabilizam pela ocupação de 57% do pessoal empregado no município e apresenta um valor da produção superior a 75 milhões de cruzeiros, seguramente ma is de 90% do total da renda municipal. Por outro lado, os setores primário e terciário participam, respectivamente , com 28% e 15% do pessoal ocupado, sendo que o valor da pro dução agrícola e a receita do terciário são da ordem de 500 mil e 7 milhões de cruzeiros, respectivamente, o que eviden cia a baixa produtividade destes setores, especialmente qian do comparada â da indústria.

Nos municípios de Tiradentes, Dores de Campos e Prados as a tividades agropecuárias se responsabilizam por 67% do pesso al ocupado, seguidas pela indústria, 25%, e pelo comércio e prestação de serviços, 8%. Entretanto, a maior formação de renda está ligada às atividades industriais, cujo valor da produção ultrapassa oito milhões de cruzeiros, enquanto as receitas do terciário são da ordem de três milhões e meio e o valor da produção da agropecuária se aproxima de três mi lhões de cruzeiros.

Para os municípios restantes, as atividades primárias comi tituem a base econômica. A elas estão vinculados 91% do

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pessoal ocupado, sendo o valor da produção superior a 25 mi lhões de cruzeiros, contra aproximadamente 18 milhões da in dústria e 16 milhões da receita do terciário.

Entre estes municípios deve-se destacar a situação especial de Nazareno, onde a indústria tem maior peso na absorção da mão-de-obra do que a média do conjunto de cidades considera das, sendo também a atividade mais importante para a forma ção da renda municipal, em razão principalmente da existên cia de empreendimento no ramo da mineração e beneficiamento de cassiterita, columbita e tantalita. As demais indústrias estão em grande parte voltadas para a transformação de pro dutos agropecuários, notadamente do leite. Entretanto, e xiste clara tendência para a especialização deste município na atividade industrial, em decorrência do grande potencial ali existente em recursos minerais raros, que representam a maior reserva mundial de tantalita e columbita, segundo In formações do DNPM. Nele localiza-se também a mais rica r£ gião do Distrito Estanlfero de São João del-Rei, ocorrendo a mineração da cassiterita pela Companhia de Estanho São João del-Rei, que contava com 262 empregados em 1975, segun do informações do SENAC. Gráficos 1, 2, 3 e 4 .

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94

M icro-Regiao dos Camposdas Vertentes

Micro-Regiao dos Campos das Vertentes

Posição relativa dos municípios segundo valor da produção Setor primário e secundárioGráfico 2

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PftlMA'RIOFONTE: CENSOS ECONÔMICOS MG FIBGE 1970

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por Setor Produtivo1970

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R ObECRETAKIA CC PLANEJAMENTO E COCRCENAÇAO G IR A I

4.3. Estudo do Setor Secundário de Sao João del-Rei e Barro so

4,3.1, Evolução Histórica

Tendo a origem de seu povoamento ligada â exploração do ou ro (primeiro como passagem ãs minas do interior e,posterior mente, como local de exploração), São João del-Rei contou ' com esta atividade como suporte econômico ate o principio do século XIX. Com a decadência das minas, ganham importância econômica as atividades voltadas para a agropecuária e se desenvolve na vila o comercio vinculado principalmente ao Rio de Janeiro.

Data também das primeiras décadas do século passado a im plantação das indústrias no setor de beneficiamento de pro dutos agropecuários, entre os quais o algodão e o leite.

Como o surgimento da indústria têxtil, ainda no final de sê culo XIX, e a diversificação da produção industrial ocorri da no inicio do presente século, configura-se então o qua dro industrial que viria a ser consolidado, sem grandes al terações, nos dias atuais. A indústria têxtil, em decorrên cia da implantação de novas unidades de produção, continua assegurando a posição de destaque já atingida nos primeiros anos do aparecimento da atividade.

Apesar da entrada precoce de São João del-Rei nas ativida­des secundarias, este município não conseguiu atrair osif be neflcios propiciados a outras áreas de Minas Gerais durante a expansão da atividade industrial a partir da segunda meta de da década de 50. Isto pode ser atribuído ao seu pequeno potencial competitivo em relação ao padrão de industrializa ção emergente no Estado, Desta forma, apesar de ter abarca do alguns empreendimentos no setor dinâmico, sua atividade

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industrial encontra-se baseada fundamentalmente nos ramos chamados tradicionais.

Diferente processo de desenvolvimento ocorreu com a indujj trialização de Barroso. Suas atividades industriais orig_i naram-se basicamente da extração e do beneficiamento do cal ao lado da cerâmica, laticínios e serraria por volta de1920. Ja em 1955 a indústria suplanta a agropecuária, até então atividade principal, colocando, no ano seguinte, o município entre os maiores produtores de cimento do Estado, fí esta ainda hoje a principal atividade econômica municipal, de destacada posição no Estado, sendo a produção de cal, t£ lhas e tijolos também de considerável expressão, embora mar ginal em relação â produção de cimento.

A analise que se segue tem por objetivo compor um quadro no qual se estabeleça a posição relativa atual do setor secun dãrio dos dois municípios em questão. Esta posição deve ser medida em termos da participação dos estabelecimentosin dustriais, do pessoal ocupado e do valor da transformação 1 no conjunto da Microrregião.

4.3.2. Posição Relativa de São João del-Rei e Barroso na F-tt crorregião

O setor industrial da Microrregião é representado, basica mente, pelas indústrias de São João del-Rei e Barroso, e£ tando aí concentrado o maior número de empregados e a maior formação de renda do setor. Em 1970, estes municípios par ticipavam com 35% dos estabelecimentos industriais, 71% do pessoal ocupado e 8,6% do valor da transformação industrial da Microrregião.

Existe, entretanto, uma diferenciação bãsica entre as ativi dades industriais destes dois municípios. Em São João dei

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Os e c r e ta r ia n o f l a n e ia m e n t o e c g o r ü e n a c a o g e r a i

-Rei ocorrer o predomínio de indústrias tradicionais têx teis, enquanto em Barroso destacan-se ramos da indústria di nâmica, especialnente a produção de cimento. S exatamente esta diferença de especialização que vem explicar a capaci­dade de geração de renda de Barroso, que contando com ape nas 29 estabelecimentos industriais, atingiu em 1970 um va lor da transformação industrial mais que duas vezes superi­or ao gerado pelos 119 estabelecimentos existentes em São Joao del-Rei. 2 interessante observar que também Andrelân dia e Dores de Campos contam com maior número de estabeleci mentos industriais do que Barroso, todavia em relação aos itens pessoal ocupado, renda gerada e salário pagos nestes municípios, os valores encontrados são irrisórios quando com parados aos de Barroso,

4.3.3. Características Gerais

O número de indústrias existentes em São Joao del-Rei é ba^ tante reduzido, atingindo um total de 119, segundo dados do Censo Industrial de 1970. Destes, 35 estabelecimentos per tencen ao ramo de produtos alimentares e 22 ao setor mobili ãrio, embora levantamentos na cidade indiquem a existência de número bem mais elevado nestas duas atividades. As indÚ£ trias de produção de minerais não-metálicos são em número de 14. Estes três ranos são compostos por indústrias de pe queno porte e baixo dinamismo, e representam mais de 60% dos estabelecimentos industriais do município.

As maiores indústrias são encontradas no ramo têxtil e meta lúrgico, sendo que as primeiras mantêm características pre dominantemente tradicionais e produtividade bastante inferi or ãs segundas, que, por sua vez, apresentam um quadro de tecnologia avançada, mas cujo peso relativo no conjunto do setor secundário não permite a demarcação de uma caracteríj: tica de modernização para a indústria municipal como um to do.

100

F U N D A Ç Ã O J C À O P I N H E I R OS F C íir iM íl* DO PIANEJAHFMIO K COOKUEN ACAO CtRAL

O setor industrial de Barroso apresenta "performance" basi^ camente oposta ã de São João del-Rei. Registra-se aí, tam bem em 1970, a existência de apenas 29 estabelecimentos in dustrials, dos quais 18, ou seja, 62%, são do ramo de produ tos de minerais não-metálicos. Estas apresentam acentuado índice de modernização, sobretudo a indústria de cimento, o ramo industrial de maior peso no setor secundário. Alem de pouco diversificadas, as demais indústrias dos chamados ramos tradicionais têm importância relativa muito pequena no contexto industrial do município e apresentam baixa pro dutividade, especialmente se comparada às de produção min£ ral. Os quadros 1 e 2 mostram a situação da indústria de minerais não-metálicos em Barroso.

INDÚSTRIA DE MINERAIS NÃO-METÃLlCOS - BARROSO -QUADRO 1

RAMO DE INDÚSTRIA

ESTABELECIMENTOS MÉDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADO

VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL

Abs. Rei. (%) Abs. Rei.(%) Abs.(CrílOOO) Rei. (%)

Minerais não- Metãlicos 18 62,0 865 95,0 51.155 98,3

Outrosé

11 38,0 47 5,0 861 1/7

TOTAL 29 100,0 912 100,0 52.016 100,0

Fonte: Censo Industrial de MG - 1970 - FIBGE

1 0 1

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSCCRCTARIA DO ITAN fJAM tN TO E CCCRDfNACAC G IRAI

PRODUTIVIDADE VTI/MËDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADOQUADRO 2

RAMOSINDUSTRIAIS

VTI/MÉDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADO (Cr$1000)

Minerais não-Metálicos 85 59

Outros 40 18

Fonte: Censo Industrial de MG- 1970 - FIBGEO desenvolvimento do setor industrial de Barroso veio decr^ tar, nos últimos anos, a queda da importância relativa da industria de São João del-Rei na Microrregião. Esta pode ser mostrada pelo quadro 3 através do índice de participa ção destes municípios na formação Valor da Produção micror regional, no período de 1959/70.

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DE SÃO JOÃO DEL-REI E BARROSO NOV.T.I. DA MRCV - 1959/70

MUNICÍPIOS

BarrosoSão João del-Rei

1959

38.441.5

ANOS

19 70

50,831,6

Fonte: Censos Industriais de MG - 1960-1970 FIBGE.

4.3.4. Estrutura de Emprego

São João del-Rei detém o maior contingente de pessoas ocupa das no setor industrial da Microrregião, de acordo com da dos censitários de 19 70. A indústria têxtil constitui a ira ior fonte de emprego industrial do município, com 71% do

102

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Os e c r e ta r ia t » e l a n u a m e n ic E c c c r i: e m a c a o gerae

pessoal ocupado no setor. Apresenta também a maior relação entre pessoas ocupadas por estabelecimento: 335, enquanto para o ramo metalúrgico e para o conjunto de indústrias do Estado o total é apenas de 12 pessoas.

A natureza do desenvolvimento da indústria têxtil em sãoJoão del-Rei é responsável por algumas das características'hoje encontradas na mão-de-obra ocupada, como tipo de especialização existente, herdada da tradição manufatureira, eo predomínio do trabalho feminino. Estas característicasinfluenciam na determinação do nível salarial medio vigenteem 1970 que se situava em torno de dois mil cruzeiros anuais por pessoa ocupada, enquanto no ramo metalúrgico este2se eleva para seis mil cruzeiros.

Conforme registros no quadro 4, o setor industrial nao tem conseguido ampliar sua capacidade de absorção de mão-de-dara. Verifica-se no período de 1950/59 uma considerável queda de emprego que nao é recuperada pelo crescimento ocorrido na década seguinte. Isto pode ser explicado pela relativa es *tagnação do setor, que não cria demanda por maior quantida­de de trabalhadores. Reflete também algum índice de incor­poração de inovações tecnológicas por parte das indústrias existentes, dado que para manter o nível de produção o uso de técnicas mais avançadas deve estar atuando como forma de poupar a utilização de mão-de-obra. 2

2 Neste trabalho toma-se a relação salário por pessoa ocu pada no ano para medir níveis salariais existentes. Deve -se lembrar contudo que este indicador se presta apenas para comparação de salários entre ramos ou unidades geo gráficas diferentes visto que o valor que se^toma por sa lãrio inclui "quotas de previdência e assistência social^ bonificação, comissõeSj, 13? salário e honorários de dire tores de sociedades anônimas e outras sociedades de capT tal", segundo metodologia do Censo Industrial de _1970. Desta forma, os valores encontrados por esta relação não indicam os níveis reais de salário existentes, mas ape­nas uma aproximação.

103

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R OSECRETARIA CO H A N H A 'IE N T C E CG C KIM \AC AC GERAL

PESSOAL OCUPADO NO SETOR INDUSTRIAL - SÃO JOÃO DEL-REI 1950/70QUADRO 4

PESSOAL OCUPADO VARIAÇÃO PERCENTUAL

1950 1960 1970 1950/59 1959/70

3378 2222 2275 -34,2 6,9

Fonte: Censos Industriais de MG - 1950-1960-1970 - FIBGE.

Outro aspecto da estrutura do enprego industrial de Sao Jo ão del-Rei ê a queda da sua participação na Microrregião. A importância do município na formação de emprego vem decre£ cendo em decorrência da implantação de varias industrias , ainda que de pequeno porte, em outros municípios, acarretan do o aumento do número de pessoas ocupadas fora da indús tria são-joanense. Isto ocorreu no período de 1959 a 1970 em Dores de Campos, Lagoa Dourada, Nazareno, são Tiago e Ti radentes, que elevaram sua participação no total de emprega dos industriais da Microrregião.

PARTICIPAÇÃO DE SÃO JOÃO DEL-REI NA FORMAÇÃO DE EMPREGO MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

1950/59/70QUADRO 5

NA

1950 1959 19 70

78% 57% 52%

Fonte: Censos Industriais de MG - 1950 - 1960 - 1970-FIBGE

Em Barroso a indústria de minerais não-metálicos absorve 95% do pessoal ocupado no setor secundário. Apesar do pequéno crescimento do número de empregados do setor no período de

104

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Os e c r e ta r ia c o p l a n e j a m e n t o e c g o r c e n a c A c g e r a l

1960/70, quando se criaram 88 novos empregos, e importante* ressaltar que se trata de uma industrialização relativamen te recente e que eventuais projetos de ampliação do setor a penas vêm firmar a posição alcançada não somente em relação ã absorção da mão-de-obra, como também â manutenção de vel salarial superior ao das indústrias tradicionais locais e de São Joao dei-Rei. Este nível salarial, por sua vez, reflete também a existência de maior grau de especialização da mão-de-obra empregada, cujos salários são mais altos,el^ vando, portando, a média para o conjunto do setor.

4.3.5. Geração de Renda

Mais de 85% da renda industrial gerada na Microrregião são da responsabilidade dos municípios de Barroso e São João 1 del-Rei: 16% da indústria têxtil, 60%, de minerais nao-me-tãlicos, 5% da metalurgia, sendo que os demais ramos indu£ triais participam apenas com 5% da renda total do setor.

No período de 1959/70 a participação de Barroso no total do valor da produção industrial da Microrregião deu um salto considerável, tendo passado de 38,4% para 50,8%. Por outro lado verifica-se a retração da participação de São Joao dei -Rei, que cai em 10%, passando de 41,5% para 31,7% no perío do. Isto se deve ao fato de que enquanto houve um cresc.i mento de 2,5 vezes no valor da produção de Barroso, este foi apenas de 1,4 vezes em São João del-Rei. (Quadro 6)." 3

3 Seria mais preciso o resultado se se manipulasse o V.HI. ao invés do VPI. Entretanto isto não pôde ser feito por não existir o primeiro agregado (VTI) para o ano de 1959.

105

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R Os e c r e ta r ia d o p iA s U A M r.s re e c o c r d e n a c a o g e r a l

VALOR DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL - MRCV 1959/70

QUADRO 6

MUNICÍPIOS1959 19 70

VALOR ABS. (Cr$1.000)

VALOR REL. (%)

VALOR ABS. CrÍl.000)

VALOR REL. (%)

Barroso 30.156 38,4 75.606 50,8Sao João del- Rei 32.440 41,4 47.082 31/7Outros 15.84 3 20,2 25.986 17,5

TOTAL MRCV 78.439 100,0 148.674 100,0

* A preços de 1970.Fonte: Censos Industriais de MG - 1960/1970 — FIBGE.

O conjunto dos demais municípios da Microrregião teve tam bém sua participação na formação da renda industrial reduzi_ da: participava com 20% do total do valor da produção em 1959, passando para 17,5% em 1970. Entretanto, encontrara— -se nele alguns municípios gue aumentaram ligeiramente esta participação, como Dores de Campos, Madre de Deus de Minas, São Tiago e Tiradentes.

4.3.6, Conclusões

Os setores secundários de São João del-Rei e Barroso sao a expressão máxima da indústria microrregional e seu estudo permite algumas conclusões de um lado quanto aos seus prin­cipais entraves e, de outro, sobre suas potencialidades.

Inicialmente verificam-se algumas dificuldades ao desenvod vimento industrial de São João del-Rei, devido â sua incapa cidade de modernização e principalmente pela concentração

106

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSCCRE.IAKIA CO PLASEIAMCMO £ COCRCENACAO C.tRAL

de recursos em outras areas do Estado, especialraente na gião metropolitana. Com as novas exigências criadas, a in dústria local dificilmente apresentará um desenvolvimento ' comparável aos dos centros industriais mais ativados do Es tado. Continuara a receber incrementos de pequenas dimen sões e a apresentar crescimento moderado, especialmente nos ramos tradicionais. Desta forma deverá manter a tendência de sua atual posição, ou seja, ter seu crescimento largamen te superado pelo avanço industrial de outras áreas.

Outro problema relativo ao desenvolvimento industrial da Mi crorregião e o fato de que neste setor está se firmando o predomínio do tipo de industrialização como o que ocorre em Barroso. A companhia Portland Barroso que aí se estabele ceu, com produção de cimento em larga escala, caracteriza o que se poderia chamar de "Company Town", ou seja, exerce su premacia absoluta sobre os demais ramos industriais e seto res econômicos. Alêm de ser constituída essencialmente por capitais forâneos, esta indústria tem sua produção totalmen te voltada para a exportação. Isto faz com que os exceden tes por ela gerados sofram vazamento para outras áreas e não resultem em reinvestimentos em novos empreendimentos lo cais, a não ser para promover sua prõpria expansão. Desta forma, seu impacto na economia local limita-se ã geração de empregos e, conseqttentemente, dos salários pagos, bem como das taxas de operação. Assim também, o desenvolvimento de outros ramos industriais, tal como vem ocorrendo com a extração e industrialização do cal e de outros minerais, sedã sempre de forma marginal em relação ã principal industrie^ dada sua limitada capacidade de geração de efeitos multipli cadores para o resto da economia.

4.4. Atividades Terciárias de São João del-Rei

4.4.1. Caracterização

107

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA r.O r i.A N E JA N FN lO E c g c r u e n a c a u c e r a l

São João dei-Rei conta com 747 estabelecimentos no setor terciário, o que representa 47% do total existente na M.1 crorregião, segundo dados de 1970. Destes estabelecimentos, 392 são voltados para as atividades comerciais e 355, para a prestação de serviços. Ressalte-se, contudo, que o arro lamento das categorias de serviços pelo Censo se restringe apenas a cinco tipos, excluindo-se, com isto, considerável numero, tais como serviços de educação, previdência social e saneamento básico, por exemplo.

Quase a metade dos estabelecimentos de serviços registrados está ligada à atividade de alojamento e alimentação. Esta categoria, geralmente dominante ao lado dos serviços pesso ais na maioria dos municípios, pode ter seu peso atribuído em grande parte a demanda criada para o atendimento do flu xo de pessoas decorrente das atividades comerciais, visto que são João del-Rei é neste sentido, o maior centro da Mi crorregião. Em parte menor, sua importância pode ser tribuída ao turismo local.

Quanto ã atividade comercial, destaca-se o numero de estab£ lecimentos orientados para a comercialização de produtos a 1 imentares e bebidas, seguidas por aqueles que comercial^ zam tecidos e artefatos de tecidos, ou seja, hâ predomínio do comércio de alimentos e vestuário.

Há grande diversificação na atividade comercial do municí pio, característica esta que pode ser comprovada pela exi^ tência de mais de 16 ramos, incluindo alguns mais sofistica dos como o de veículos e acessõrios, máquinas e material <3 létricos.

O destaque do terciário de São João del-Rei na Microrregião, é mostrado pela relação população total sobre estabelecimen tos. Enquanto no município esta é de 74 pessoas por estabe lecimentos, na Microrregião sobe para 104 pessoas. Para o

108

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO r iA N Ü A M E N T C E c c c r c e n a c a c g e r a l

Estado, esta relação evidencia uma situação ainda mais pr^ caria, registrando-se a carência de 157 pessoas para cada estabelecimento existente.

Também o crescimento do numero de estabelecimentos do muni cípio alcança percentual superior ã média da Microrregiao no período de 1959/70, sendo,contudo, bastante inferior à quela alcançada pelo Estado, conforme os dados do quadro 7.

EVOLUÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DO SETOR TERCIÃRIO SÃO JOÃO DEL-REI, MICRORREGIAO CAMPOS DAS VERTENTES, MINAS GERAIS

1959/70QUADRO 7

UNIDADESGEOGRÁFICAS

ANOS VARIAÇÃOPERCENTUAL1959 1970

São Joio del-Rei 587 747 27,3M.R.C.V. 1.305 1.583 21,3Minas Gerais 73.148 104.964 43,5

Fonte: Censos Comercial e dos Serviços de MG - 1960/1970.FIBGE

Ao incremento que vem ocorrendo nas atividades comerciais ' não tem correspondido a contrapartida do oferecimento de serviços em iguais proporções, o que está refletido numa in fraestrutura relativamente precária de atendimento da deman da por este item. Relativamente, verifica-se que as ativi dades comerciais se ampliaram bem mais do que aquelas volta das para a prestação de serviços. Enquanto as primeiras ti veram aumento de 113 estabelecimentos (passando de 279 para 392) , estas últimas tiveram evolução de 308 para apenas 355, no período de 1959/70, ou seja um incremento de 47 estabele cimentos. No Estado o crescimento foi bastante equilibra do - mantendo-se em torno de 4 3% para os dois tipos de ati

109

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CC fLANEJAMENTC E COCRCENTACAC CERAL

vidade. Pode-se explicar a desigualdade ocorrente em São João del-Rei pelo fato de que esta cidade tem cumprido pa pel maior como pólo comercial, em relação a vãrios municí pios próximos e menores, como pólo de prestação de serviços.

4.4.2. A Estrutura do Emprego

O setor terciário de São João del-Rei absorve, cono já foi visto, 22% do total do pessoal ocupado pela economia munici pal, totalizando 1.467 pessoas. Este contingente, por sua vez, representa nada menos de 22% do total de pessoas ocup^ das no terciário da Microrregião, de acordo com dados censi tários de 1970.

O incremento de emprego no terciário tem sido bastante bai xo nos últimos anos, atingindo 8,7% no período de 1959/70, crescimento este menor do que o da Microrregião como um to do no mesmo período. Isto ocorreu sobretudo em função da retração do emprego no setor de prestação de serviços, que expulsou 28 pessoas das 618 ocupadas em 1959. Por outro la do, as atividades comerciais aumentaram seu contingente de mão-de-obra em quase 20%, sem, contudo, se equiparar ao crescimento ocorrido no Estado, cujo desempenho na geraçao de empregos neste setor ê bem melhor. O quadro 8 mostra a evolução no setor terciário.

Em termos gerenciais, o fraco dinamismo das atividades ter ciãrias, especialmente da prestação de serviços, mantém cer ta vinculação com o papel que desempenha este setor no con junto da economia. Este tende a ser o depositário do exce dente de mão-de-obra liberado pelo setor primário, que ê a traída a princípio pela possibilidade de emprego na indüs tria, e tem seu crescimento ligado em parte ã geração de renda das atividades industriais. Desta forma, tende a tor nar-se ’’inchado" com o transcorrer do processo de desenvol

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO I'LANF;A.XEn i O E COCRDENAÇAO GFRa L

vimento industrial. Todavia/ en São João del-Rei, como jã foi visto, a demanda de mão-de-obra criada pela industria local ê muito limitada e a formação de renda deste setor ê insuficiente para induzir maior dinamismo as atividades ter ciarias. Um dos indicadores desta situação ê o nível de produtividade da mão-de-obra empregada que, embora apresen­te melhor situação do que a do resto da Microrregião, é ba:s tante baixa, especialmente se comparada a do Estado.

111

11

2

EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO SETOR TERCIÃRIO SÃO JOÃO DEL-REI, MICRORREGIÃO, MINAS GERAIS

1959/70QUADRO 8

c o mSrcio SERVIÇOS TOTALUNIDADES

GEOGRÃFICAS anos VAR. % ANOS VAR. % ANOS VAR. %

1959 1970 1959/70 1959 19 70 1959/70 1959 1970 1959/70

São João del-Rei 7 32 877 19,8 618 590 -4,5 1. 350 1.467 8,7

M.R.C.V. 1.431 1.646 15,0 1.056 1.149 CO*CO 2.487 2.795 12,4

Minas Gerais 96.052 156.624 62.877 89.825 158.929 246.499

F ò n te : Censos C o n terc ia l e dos S e rv iç o s de MG - 1960 - 1970 - FIBGE

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA cx; PLANEJAMENTO E f.OOKDEN a CAo GERAL

A principal conclusão a que se chega é que, embora estas £* tividades venham apresentando crescimento moderado, este é engendrado com certo grau de independência das demais ativJL dades econômicas e o setor terciário continua mantendo im portante papel na economia municipal, especialmente no que se refere à absorção de mão-de-obra.

Outra característica da estrutura de emprego do terciário ' municipal é revelada pelos dados relativos â produtividade do pessoal ocupado no comercio, que é quatro vezes maior do que a da prestação de serviços, indicando a existência de 1 concentração de subempregos no setor serviços. Esta mesma afirmação pode ser generalizada para o resto da Microrregião e para o Estado. (Quadro 9).

*RECEITA DO COMÉRCIO E SERVIÇO/MÉDIA MENSAL DO PESSOAL OCU PADO SÃO JOÃO DEL-REI, MRCV, MINAS GERAIS

19 70QUADRO 9

UNIDADESGEOGRÃFICAS

REC.COMERCIAL MÉDIA M.P.O,

(Cr$)

REC.DOS SERV. MÉDIA M.P.O.

(Cr$)

REC.DO COMÉRCIO E SERVIÇO MÉDIA MENSAL P.O.

(Cr$)

São JoSo del-Rei 59.910 11.672 34.905

MRCV 40.252 9.529 27.541

Minas Gerais 70.702 10.823 48.076

* A preços de 1970.Fonte: Censo Comercial dos Serviços de MG - 1970 - FIBGE.

Também quando se comparam os níveis salariais existentes no setor, pela relação salario/media mensal do pessoal ocupado, novamente o resultado encontrado para São João del-Rei i uma relação acentuadamente baixa, sendo ainda inferior ã do Estado, sobretudo no setor de prestação de serviços, o que

113

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OS t.C tr iA R IA K J R.ANF1AME.NTC C COCRCí N A Ç A Q G F R A l

volta a confirmar a existência de maior concentração de sub empregos nesta atividade. (Quadro 10).

SALÃRIO/MÉDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADO - SÃO JOÃO DEL—REI,MINAS GERAIS

1970QUADRO 10'

7T\J TnA nrr SALÃRIO MÉDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADO

GEOGRÃFICA COMÉRCIO(Cr$)

SERVIÇOS(Cr$)

TOTAL(Cr$)

São João del-Rei 1.638 782 1.329

Minas Gerais 2.487 1.403 2.091

Fonte: Censo Comercial e dos Serviços de MG - 1970 - FIBGE

4.4.3. Estrutura da Renda

A receita formada pelas atividades terciárias de São João dei-Rei representam 66% do total deste setor na Microrregi^ ão, de acordo com dados dos Censos de 1970, sendo que o co mércio do município o seu maior responsável. Enquanto 86% da receita total do setor são gerados no comércio, apenas 14% são de responsabilidade da prestação de serviços, e a baixa rentabilidade desta reflete, uma vez mais, o predomí nio dos empreendimentos marginais ali desenvolvidos. De fa to, o seu ramo de maior expressão, composto pelos serviços de alojamento e alimentação, conta com poucos estabelecimen tos de grande porte, prevalecendo grande número de pequenos hotéis e pensões de baixo faturamento anual. - Ê necessário lembrar novamente a limitação das informações dadas pela classificação das atividades de serviços dada pelo Censo, a qual está bastante subestimada.

114

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R ObECRf TARIA LO PLANEJAMENTO E COCkCENACAO GI.RAL

£ bastante significativa a queda de participação da receita gerada pela prestação de serviços de São Joao del-Rei na crorregião, devido ao crescimento mais acentuado desta re ccita en outros municípios, destacando-se Barroso e Andre lândia, Este comportamento se liga ao desenvolvimento in dustrial dos municípios, sendo, especialmente em relação a Barroso, responsável pela ampliação da demanda por serviços, embora esta se realize em grande descompasso com o cresci mento industrial. (Quadro 11).

EVOLUÇÃO DA RECEITA* DOS SERVIÇOS SÃO JOÃO DEL-REI, BARROSO, ANDRELÂNDIA, MICRORREGIÃO DOS

CAMPOS DAS VERTENTES 1959/1970

QUADRO 11

RECEITA

UNIDADE Absoluta Participação na MRCVGEOGRÁFICA (Cr$ I..000) (%)

1959 1970 1959 19 70

São João dei--Rei 5.196 6.968 75 63

Barroso 306 1.152 4 10

Andrelândia 287 644 4 6

MRCV 6.946 11.082 100 100

* A preços de 1970.Fonte: Censos do Comercio e dos Serviços de MG - 1960 -

1970 - FIBGE.

As atividades comerciais de Sao Joao del-Rei apresentam um quadro evolutivo qualitativamente superior, indicando certo dinamismo próprio do comércio municipal, cuja vinculação com o desenvolvimento industrial tem demonstrado ser menos

115

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO FLA^EJAMEMG E CCCEDEn ACAO GERa I

determinística em função da existência de outros fatores in dutores característicos deste município. Assim se explica o crescimento relativamente significativo do número de esta belecimentos e da receita comercial. Portanto, a queda de participação da receita do comércio de Sao João del-Rei na Microrregião está muito mais ligada ao crescimento da parti^ cipação de outros municípios do que propriamente a uma bai xa taxa de crescimento da receita municipal. Verifica-se no quadro 12 a evolução da receita comercial de Barroso, que quase triplicou no período de 1959/70, ampliando significa­tivamente a participação relativa deste município no conjun to microrregional.

EVOLUÇÃO DAS RECEITAS COMERCIAIS SÃO JOÃO DEL-REI, BARROSO, MRCV

QUADRO 12

UNIDADES GEOGRÃFICAS

RECEITA* TOTAL (Cr$ 1.000) EVOLUÇÃO PERCENTUAL

1959 1970 1959/70

São João del-Rei 28.117 44.139 57,0

Barroso 2.022 5.583 116,7

MRCV 40.032 66.335 65,7

* A preços de 1970Fonte; Censos do Comércio e dos Serviços de MG - 1960/1970

- FIBGE

4.4.4. Conclusões

Apesar do dinamismo apresentado pelo comercio, não existem fatores propulsores para que haja mais do que um desenvolvi mento moderado do conjunto das atividades terciárias de São João del-Rei. Este setor poderá, eventualmente, ser impul

116

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Os e c r e t a r ia t:o Pl a n e j a m e n t o e Co c r u e n a c A o g e r a l

sionado pelos efeitos do desenvolvimento industrial, bem co mo por possível incrementação do turismo, embora não haja indicações de que se modificariam essencialmente as caracte ríSticas básicas do seu quadro atual.

Apesar da sua posição de maior centro comercial da Microrre giao, este município não assegura o papel de exclusivo põlo regional, contando, nesse aspecto, com a concorrência de cjL dades próximas, como Barbacena e Lavras.

Outra conclusão a que se pode chegar ê a respeito da relati_ va perda de importância do setor terciário de Sao João del- -Rei no conjunto da Microrregião, em decorrência, principaJL mente, da evolução positiva, ainda que de pequena magnitude, deste setor em outros municípios, sobretudo no que se ref£ re a formação de renda.

4.5. Atividades Artesanais de Tiradentes, Prados e Dores de Campos

4.5.1. Caracterização

O artesanato de prata, couro e madeira, desenvolvido atua^l mente em Tiradentes, Prados e Dores de Campos, conta com tradição de longo tempo, estando consolidado antes do final do século XlX, especialmente nos dois primeiros municípios.

O conjunto destas atividades, embora seja de grande impor tância local, não ganha destaque na Microrregião como um to do , sendo superada, dentro do prÕprio setor secundário, pe las indústrias de São João del-Rei e Barroso, e mesmo pelas indústrias de laticínios disseminadas por toda a Microrre giao.

O artesanato de prata, que teve início em São João del-Rei e confinou-se posteriormente em Tiradentes, tornou-se neste

117

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Os e c r e t a r ia t o r iA N E J A M i s i o e c c o s .[;e n a c a o c e r a l

último a principal atividade econômica. Durante longo pe ríodo desenvolvia-se em pequenas unidades produtoras, nas quais os seus próprios donos se encarregavam diretamente do fabrico das peças, ou seja, prevalecia no processo produtjL vo a categoria do artesão. Nos últimos anos, a atividade ganhou características capitalistas, tendo havido concentra ção da propriedade dos estabelecimentos nos quais se empre gam antigos artesãos e novos trabalhadores do ramo, em reg_i me de trabalho assalariado ou de pagamento por produção.Con tudo, o predomínio de estabelecimentos de pequeno porte,com baixo nível de absorção de mão-de-obra, bem como a fraca cri ação de valores decorrentes da transformação industrial por unidade produtiva constituem ainda características do que convencionalmente se classifica como artesanato.

A produção de artefatos de prata é quase totalmente voltada para o mercado externo, existindo estimativa de que 70% dej5 ta se dirigem a vários pontos do País, enquanto os 30% ' co mercializados internamente se destinam em grande parte ã tisfação da demanda dos turistas. Nota-se, portanto, a fra gilidade desta atividade como propulsora de maior dinamismo à economia local.

A produção de artefatos de couro de Prados e Dores de Cam pos é bastante diversificada, contando também com um merca­do que ultrapassa os limites do Estado. £ interessante no tar que, assim como o artesanato de prata, a manutenção da tradição desta atividade não estã ligada ã facilidade de ob tenção de matéria-prima no local, uma vez que se processa a importação de praticamente todos os insumos básicos para a produção. Em Dores de Campos tem-se desenvolvido algumas ’ indústrias complementares como, por exemplo a de elástico ' para calçado o que, todavia, não modifica significativamen­te a pauta de importação de matérias-primas, nem chega ades caracterizar a simplicidade do conjunto de atividades reali zadas neste setor.

118

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA n o PLANCIAMf.NTC E c c crü f .n a c Ao CFRAL

4.5.2. Estrutura da Renda e Emprego

Os empreendimentos artesanais operam com baixo índice de produtividade, ã exceção de raros estabelecimentos de maior porte que podem ali ser encontrados. Apesar de não haver dados do valor da transformação industrial e salários para Tiradentes, estes são encontrados para Dores de Campos e Prados, permitindo que se estabeleçam algumas relações, mui to provavelmente subestimadas, indicativas da pequena renta bilidade alcançada em 1970. A relação valor da transforma­ção industrial sobre média mensal do pessoal ocupado (Qua dro 13} é de apenas quatro mil e oitocentos cruzeiros no ra mo de couros e peles e produtos similares de Prados, elevan do-se a sete mil e setecentos cruzeiros em Dores de Campos, o que revela, portanto, uma produtividade extremamente infe rior ãs encontradas para todas as atividades econômicas até aqui estudadas.

VTI/MÊDIA MENSAL DO PESSOAL OCUPADO DORES DE CAMPOS E PRADOS

1970QUADRO 13

RAMO DE ATIVIDADEV.T.I,/ M.M.P.'O. (Cr$ 1,00)

DORES DE CAMPOS PRADOS

Couros e peles e

produtos similares 7.740 4.850

Fonte: Censo Industrial de MG - 1970 - FIBGE

Quanto aos níveis salariais, embora baixos, existe equiva lência entre os encontrados no ramo em questão com os de ou tras atividades, como os do setor terciário de São Joao de_l -Rei. Conclui-se que a produtividade da mão-de-obra não 1

119

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSrCHIilARIA TO FLANEJAMF.N1C E COCHL'KNACAC GERAL

guarda relação direta com os salários pagos. De fato, tam bem a produtividade encontrada para o município de Prados no setor de artesanato de couros é bem mais baixa do que a de Dores de Campos, havendo, contudo, inversão quanto aos n^ veis salariais, conforme os dados do quadro 14, Este compor tamento pode estar ligado ã existência de maior escassez de não-de-obra em Prados, onde a expulsão de população é mais acentuada do que em Dores de Campos.

SALÃRIOS/M.M.P.O.DORES DE CAMPOS B PRADOS

QUADRO 14

RAMO DE ATIVIDADESALÃRIOS/M.M.E•.O. (Cr$l ,00)

DORES DE CAMPOS PRADOS

Couros e peles eprodutos sinila-res 1.753 2.016

Fonte: Censo Industrial de MG - 1970 - FIBGE.

4.6. A Indústria de Laticínios

A pecuária leiteira constitui a principal atividade do se tor primário da Microrregião, atingindo, segundo informa ções da FIBGE relativas ao ano de 1973 55,229.000 litros de leite. Esta grande produção, sem a contrapartida necessã ria da existência de boas condições das estradas municipais para o escoamento do leite "in natura", constitui um dos principais fatores propiciadores da proliferação de laticí^ nios em praticamente todos os municípios da Microrregião. E xistem aproximadamente 27 empreendimentos no ramo, mostran­do ser a ampliação do número de laticínios a solução mais

120

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSfcCCKtAClA DO HANFJAMCN1C C COORDENAÇÃO G lfiA L

racional até hoje encontrada para o nelhor aproveitamento da produção. Ressalta-se, contudo, que grande parte deles são de porte muito pequeno, servindo apenas como intermediários na exportação de excedente de leite para cidades vizinhas , entre as quais se destacam Barbacena, Carandaí, Santos Du mont, Ibertioga, Entre Rios, Lavras e Oliveira. De acordo con informações da ACAR, a maior concentração de laticínios se dã era Andrelãndia e Itutinga, contando cada uma delas ' com cinco ou mais estabelecimentos do gênero. Todavia os municípios que apresentam maiores valores e volumes de pro dução são, na ordem, Andrelãndia e São João del-Rei, segui_ dos por Carrancas, Resende Costa e São Tiago. Os Valores do quadro 15 mostram, que este conjunto de municípios repre senta 52% da Microrregião.

PRODUÇÃO E VALOR DO LEITE 1973

QUADRO 15

UNIDADEGEOGRÃFICA

QUANTIDADE PRODUZIDA VALOR DA PRODUÇÃO*

Absoluta (1000 1)

Participação % na MRCV

Absoluta (Cr$ 1000)

Participação % na MRCV

Andrelãndia 8.419 15,2 7.661 15,2São João del-Rei 6.440 11,7 5.860 U , 7Carrancas 4.953 9,0 4.507 9,0Resende Costa 4.651 8,4 4.2 32 8,4São Tiago 4.293 7,8 3.907 7,8

To tal 28.756 52,1—

26.167 52,1

* A preços de 1973. Fonte: CBEA/FIBGE

A indústria de laticínios local e os demais ramos de produ tos alimentares se caracterizam pela baixa rentabilidade e fraca capacidade de absorção de mão-de-obra. Por exemplo a

121

124

00 /

UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E AREAS IRRIGADAS PERCENTUAIS 1970

Gráfico 5

LAVOURAS PASTAGENSv i : ;■1, 1 ï S 1

MATAS E FLORESTAS TERRAS EM DESCANSO TERRAS IRRIGADASPERMANENTES, NATURAIS, NATURAIS E E TERRAS PRODUTIVAS NO ANO DETEMPORÁRIAS ARTIFICIAIS ■ ■ 1, 1 1. 1 ! . REFLORESTADAS NÃO UTILIZADAS 1970

TERRASIMPRODUTIVAS

FONTE! CENSO AGROPECUÁRIO OE MINAS GERAIS - 1970- FiBGE

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OS lO ilT A K IA PO FLANEI AMF.N IO E COORDENAÇÃO GERAL

4.7.2. Posição Relativa do Setor

Apenas seis municípios da Microrregiao contam com atividja des secundarias que possibilitam formação de renda no setor industrial maior do que a do primário - São João del-Rei e 3arroso - onde a indústria realmente tem um peso fundamen tal, seguidos por Dores de Campos, Prados, Tiradentes e Na zareno onde, apesar do maior peso da renda industrial, a discrepância entre os dois setores é muito menor, especial­mente no último. Nos demais municípios, a base econômica ê, sem dúvida, a agropecuária, podendo ser considerada como a atividade sobre a qual esta assentada a economia da Micror região. Entre os municípios de atividades primárias mais prosperas encontram-se São João del-Rei, Andrelândia e La goa Dourada, sendo Barroso provavelmente o de menor impor tância no setor; ha de se considerar todavia a reduzida ^ rea dedicada â agropecuária neste último município.

O desenvolvimento na Hicrorregião de atividades voltadas pa ra o campo da agropecuária, apresentando acentuada pecuari- zação de moldes extensivos, reflete diretamente no seu ní vel econômico, e exerce pressão, forçando para baixo a gera ção de renda. Embora a pecuária extensiva venha conseguin do incorporar alguns novos padrões de racionalização, incen tivados pela propria necessidade de se obter rendimentos compatíveis com a constante valorização das terras, existem ainda muitos obstáculos â superação das práticas rotineiras de trabalho.

O mercado consumidor interno formado pelos laticínios está essencialmente voltado para as vendas intermediárias, o que constitui um dos principais problemas estruturais para o me lhor desempenho da pecuária, dada a baixa criação de exce dente interno no setor.

125

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E C O CRD EN AC A O C EK A l

4.7.3. Estrutura Fundiária

De acordo com os dados do INCRA, para 19 72, o número de imõ veis rurais na categoria de minifúndio é muito grande na Mi crorregião. Este tipo de propriedade representa 65% dos es> tabelecimentos ali existentes, estando, contudo, confinados em apenas 17% da área total. Por outro lado, os latifún dios por exploração representam 33% dos imóveis e se esten dem por uma área que corresponde a 79% da existente. Esta concentração fundiária decorre, sobretudo, do tipo de expio ração dominante, a pecuária extensiva. Isto se deve em parte â falta de alternativas mais compensadoras dificulta das especialmente pela precária infraestrutura de transpor tes e comercialização, como demonstra o indevido aproveita­mento da produção pecuária local.

De fato, o número de empresas rurais existentes corresponde a apenas 2% dos imóveis, abrangendo somente 4,6% da área. Isto indica situação mais desfavorável do que a encontrada para o resto do Estado e mesmo para o País, no que se refe re à introdução no campo de modalidades de exploração mais modernas e economicamente mais produtivas. (Quadro 17 e Grá fico 6).

126

128

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ESTABELECIMENTOS SEGUNDO CATEGORIA

DE EXPLORAÇÃO - 1972 - ÁREA

Gráfico 6

50 »00%

CAMPO DAS

VERTENTES

1, ■ 11 I ’ . I 1 i ' 1 : 1 ! ■ . : 11 i !1111:11v X X .v .m -.v .y

REGIÃO

I

MINAS

GERAIS 'XvXxXXX;!.1*1 1 1 1 ' . 1 ' 1 . I I, ï,111.111 111 ) • I \ ; ». i j i ( I I

: 111 • 11. ' 1 ; i ; 1 ; I . i ; ' I ■, ■

rKJf-‘rl .. ................................................

BRASIL 1 ! . ! , I . I .’ 1 , • 'i'll'

; X ' * ' l l ' ; J I • • 1.1 I'l

rrrrrM INIFÚNDIO EMPRESA RURAL

LATIFÚNDIO POR

EXPLORAÇÃO

LATIFÚNDIO POR

DIMENSÃO

FONTE: ESTATÍSTICAS CADASTRA» - I N C R A- RECAOASTRAMFNTO - 1 9 7 2

F U N D A Ç A O J O Ã O P I N H E I R OSECRETARIA i:c F IA N E J A M E M O E Cü O R C E SA C A O CERAL

Apesar da grande concentração de terras, não existe na MjL crorregião grande número de propriedades de vastas extern sões, como ocorre em algumas regiões de Minas Gerais. Pelo contrário, ao lado de minifúndios com areas muito reduzidas, 11,5 hectares em média, os latifúndios por exploração e as empresas rurais apresentam também portes mais modestos.(Qua dro 18) .

TAMANHO MÚDIO DOS IMÓVEIS RURAIS (ÃREA T0TAL/N9 DE IMÓVEIS)MRCV, MINAS GERAIS, BRASIL

1972QUADRO 18

UNIDADEGEOGRÃFICA

m i n i f ú n d i o(ha)

EMPRESARURAL(ha)

LATIFÚNDIOPOR

EXPLORAÇÃO(ha)

LATIFÚNDIOPOR

DIMENSÃO(ha)

MRCV 11,48 104,02 106,29 -

Minas Gerais 20,09 234,08 224,05 51.842,97

Brasil 18,99 220,93 343,06 102.739,31

Fonte: Estatísticas Cadastrais - INCRA - 1972.

Existe estreita relação entre um dos principais problemas de realização econômica do setor primário, ou seja, a escas sa produção de gêneros de subsistência, e a estrutura fundi^ ária existente na Microrregião. Como ja foi visto, as maio res propriedades rurais estão voltadas sobretudo para a ex ploração da pecuária, sendo as de pequena extensão, na maio ria minifúndios, as principais responsáveis pelo cultivo de produtos da lavoura. Como a área total do conjunto destas últimas propriedades é bastante reduzida, mesmo supondo-se sua provável exploração máxima, verifica-se a impossibilida de de produção em maior escala destes bens. Outro fator de

129

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECREIAMA n© HANEJAM ENIG E CCCRCENACAO GERAL

fundamental importância que atua neste sentido é a locaçao’ de recursos no setor, onde a prioridade de investimentos é nitidamente voltada para a pecuária, permanecendo a agricul tura sem incentivos substanciais capazes de elevar o nível de produção destas propriedades.

Nestas circunstâncias ocorre, além da perda de divisas acar retada pela importação dos referidos produtos, a elevação ' dos seus preços, criando pressões sobre o custo de reprodu ção de fatores produtivos, especialmente a da mão-de-obra , para o conjunto das atividades econômicas.

4.7.4. Utilização de Fatores Produtivos

4.7.4.1. Pessoal Ocupado e Mecanização

Embora a economia do setor primário opere em bases tradicio nais na nicrorregião, o processo de substituição do traba lho humano pelo mecânico já se faz sentir. Em quase todos os municípios houve redução da força de trabalho humana, â exceção de Itutinga, Lagoa Dourada e São Vicente de Minas , onde o seu emprego aumentou no período de 1960/70. Por ou tro lado, houve significativa expansão do uso de animais e máquinas nos trabalhos agrários. Ressalte-se que o numero de estabelecimentos onde se processa alguma mecanização das atividades primarias ê ainda bastante reduzido, embora veri fique-se uma tendência para sua ampliação. £ também impor­tante observar que, embora ocorra queda do emprego do traba lho humano no setor primário, 43% da população economicamen te ativa, ainda se encontravam alocados neste setor, em1970, segundo informações do Censo Demográfico de Minas Ge rais.

Pode-se supor que a liberação do trabalho humano e a parci­al contrapartida de introdução de máquinas têm ocorrido prin cipalmente nas atividades voltadas para a pecuária, visto

130

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSrCFFFAlilA LO PLANEJAMl.NTG £ COCRCENACAO CFkAL

que a produção agrícola, além de pouco expressiva, está ge ralmente ligada aos minifúndios ou aparecem como atividade marginal dos pecuaristas,tornando, portanto, inviável o in vestimento em maquinarias. A inviabilidade de mecanização resulta da falta de recursos dos pequenos proprietários e do fato de se tratar de alternativa comparativamente menos vantajosa em termos econômicos do que a aplicação de recur sos na pecuária nas grandes propriedades.

Apesar de inexpressivo, o setor primário de Barroso, parale lamente ao de São João del-Rei, apresenta maior mecanização do que os demais municípios da Microrregião, conforme dados de 1970, podendo-se inferir que a industrialização destes ' dois municípios tem exercido influencia no sentido de esteri der, ainda que en escala incipiente, a organização empresa­rial ao campo.

Os investimentos em máquinas e instrumentos agrícolas, bem como en veículos e outros meios de transporte, constituem ' parcela pouco significativa no setor, situando-se em torno de 15% do total. Sua maior parte está voltada para aquisjL ção de bens imóveis, sobretudo terras e animais de reprodu­ção e trabalho, quase 50% do total, o que confirma a concen tração de recursos na pecuária, em detrimento da elevação do padrão tecnológico do setor em conjunto.

Realmente, a defasagem entre o número de máquinas e equipa mentos existentes e o número necessário segundo estatísti cas da ACAR mostra a precária situação microrregional em re lação a mecanização. (Quadros 19 a 22).

131

UJro

INVESTIMENTOS REALIZADOS NO SETOR PRIMÄRIO MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

1970QUADRO 19

VALOR DOS INVESTIMENTOS (Cr$ 1.000)

TOTAL

BENS IMÖVEIS OUTROS BENS

TOTAL

TERRAS

ZkDQUI—

RIDAS

PRßDIOS RESIDEN CIAIS E P/ FINS SOCIAIS

INSTALA ÇÕES E OUTRAS BENFEI­TORIAS

TOTAL

NOVAS CULTURAS PERMANEN TES E MA TAS PLAN TAD A S

ANIMAIS DE REPRO DUÇÃO E

DE TRAB.

MAQUINAS

E INSTRU

MENTOS

VEÍCULOS E OUTROS MEIOS DE TRANSPORTES

NOVOS USADOS

4.813 2.773 1.357 479 939 2.039 299 1.004 424 77 233

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIEGE

VALOR RELATIVO DOS INVESTIMENTOS EM BENS IMÓVEIS E OUTROS BENS - MRCV

1970

QUADRO 20

VALOR DOS INVESTIMENTOS (PERCENTUAIS)

TOTAL

BENS IMÓVEIS OUTROS BENS

TOTAL

TERRAS

ADQUI­

RIDAS

PRÉDIOS RESIDEN CIAIS E P/ FINS SOCIAIS

INSTALA ÇÕES E OUTRAS BENFEI­TORIAS

TOTAL

NOVAS CULTURAS PERMANEN TES E MA TAS PLAN TADAS

ANIMAIS DE REPROd u ç á o EDE TRAB.

MÁQUINAS

E INSTRU

MENTOS

VEÍCULOS E OUTROS MEIOS DE TRANSPORTES

NOVOS USADOS

100,0 57,6 28,1 10,0 19,5 42,4 6,2 20,9 8 ,8 1,6 4,9

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIBGE.

LJLJ

134

NÜMERO e x i s t e n t e e h Om e r o n e c e s sAr i o de mAq u i n a s e e q u i p a m e n t o sMICRORREGIAo DOS CAMPOS DAS VERTENTES

QUADRO 21

ESPECIFICAÇÃO N9 EXISTENTE 1973

N9 n e c e s s A rio

1973 1974 1975

Trator Pneu 71 160 218 337Pulverizador Automático Costal 18 38 52 63Trator Esteira 6 20 25 26Patrola 6 11 12 12Pulverizador Motorizado de Barra 5 5 9 8Colhedeira Tradicionada - - 1 2Trilhadeira - - 1 1Energia Própria 210 621 - -

Energia Publica 12 3 411 - -

Cont. Triturador 2.409 3.906 - -

Roçadeira 13 95

Fonte: Questionário de Levantamento de Realidade Rural/ACAR - 1973

;u c :( c r :? ^ G i; .o d c s c a ic o s d a s v e s t s s t s s - h s c : ;.o i - m in a s g t k a is

ESTAM lLECl'V lNTOS SSCUGDO A FOUiJA U T II.IZ A D A HOS TRAOALiiOS AC mABIOSI’ irAOSO 22

1 9 6 0 1 3 7 0 v a r i a c Mo r t r s c i : : TL'.M. - 1 4 6 0 / 7 3M L N IC fP IO S TOTAL HVilViA A-'i i m a ;. MEC7„4ICA JU T MAC, E

rU O V J I C A TOTAL iiUMA-IA ANIMAL HECiOilCA A.JII'VvL £ K iX .V i lO A t o t a l i iuy jv JA A.» I VJ\L r u e . ’. : I ."A -•I : \ 7 : o v.

. V . d r c l S r . J i a 5 9 7 39 7 1 9 5 3 2 6 3 7 30 3 3 1 3 5 11 6 , 7 - 2 3 , 7 6 3 , 1 4 0 , 0 4 5 3 , 32 a r r o 3 Q 1 0 6 55 46 - 3 1 2 3 27 60 19 17 1 6 , 0 - 5 0 , 9 3 5 , 0 - 4 o -j t ~iC a r r a n c a s 2 0 0 1 0 9 8 4 1 6 375 9 6 1 4 4 4 8 8 7 , 5 * 1 1 , 9 7 1 , 4 3 3 3 , 0 2 3 , 3C o ^ s i t c r l t A - - - - - 1 9 2 1 0 5 65 - 2 - - - -S o r c r . i l X a v i e r C l a v e s - - - - - 2 9 1 8 6 2 0 2 - 3 - - - -3 - r c i J f r C a r p © » 1 8 8 1 4 7 41 " - 2 30 1 2 4 1 0 5 - 1 2 2 , 3 - 1 5 , 7 1 3 6 . 1 Jf -; t - : i “ i 1 3 3 91 90 1 3 46 2 2 0 1 2 2 - « 8 3 , 1 1 4 1 , 3 3 3 , C ’ 3 3 3 , 2!.3 7 ^ a f i o - i r a t i a < 92 2 39 2 5 1 1 1 C 9 3 36 4 3 1 4 6 9 4 9 , 9 5 2 , 3 2 5 , 1 5 0 3 , 3 e : - o , o' l i i i r e Z€*iS , d a J t l n a i 2 32 1 6 S 61 2 175 68 1 0 9 1 . 7 - 2 4 , 6 - 6 5 , 5 7 3 , 7 0 , 0 2 5 3 , 0. ' . i z -3 r c r . o 2 6 2 1 6 2 1 0 0 - 304 80 2 1 9 2 3 1 6 , 0 - 5 G , 6 1 1 9 , 3 - -

d "! j 5 2 6 3 72 1 5 3 1 - 4 8 1 2 6 3 19 2 2 4 - 8 . 6 - 2 3 , 9 2 5 , 5 i c o , - : ? -d o a . C r a r . d e 332 2 2 5 1.7 4 i 2 4 6 67 1 7 5 2 2 2 5 , 9 - 7 0 , 2 7 1 , 3 0 , 0 T C T , ?C c s t a . 9 1 7 6 7 7 2 3 4 2 4 1 . 1 2 3 3 0 6 7 5 7 10 2 2 , 5 - 4 7 , 4 22 3 , 5 * I b l , Z

.*,1 *. t. /.O 1 i. - - - - - 5 6B 3 2 6 2 33 - 4 - - - - -S i r J o S o d i l - P j ? ! l . < 5 1 54 2 5 0 2 2 5 1 .C C 6 4 5 9 5 0 2 15 30 - 3 0 , 7 " 5 1 , 3 0 2 3 0 , 3 5 3 0 , 0J l o V i c e n t e d c i i m j s 9 7 51 40 i 5 154 65 7 5 2 3 5 3 , 3 3 5 , 3 8 7 , 5 6 5 0 , 0 £ 0 , 0o 3 o l i a ' j O 7 3 3 5 1 0 2 2 3 - - 6 9 9 2 2 6 i 4 2 9 3 41 - 4 , 6 - 5 5 , 7 9 2 , 4 1 0 0 , 0 -71 r a - I c n t c a : ; 6 67 3& 1 - 1 2 4 33 | 83

j4 ‘

1 7 , 0 - S 3 . 8 n & , 4 303 , 0 -

T I T . M 6 . 4 2 2 4 . 2 1 2 2 . 1 0 4 16 30 7 . 6 4 4 3 . 2 8 2 ! 4 , 1 2 9 6 5 1 6 6 1 9 , 0 - 2 2 , 1 9 3 , 3 305 , 3 4 5 3 , 0HI .-AS Gi.ft .VlS 3 7 1 * 8 5 7 2 9 3 . 7 7 6 7 3 . 8 8 5 1 . 7 2 9 2 . 4 6 9 4 5 3 . 9 9 8 | 2 6 1 . 4 4 1 | 1 6 1 . 5 54 8 . 7 6 J ’ 2 2 . 2 4 0 2 2 , 1 - 1 1 , 0 1 1 8 , 7 <i0& 1 5 S 3 9 . S

rDSTil-. Ccnaos Agropecuazlos So Hlnu Gerais - FiaGE - 1960/10

Uiji

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECKEfARIA IX ) f LANEJ AMENTC t COCRDÍN ACA.0 GERAI

4.7.4.2. Profilaxia e Uso/de Fertilizantes

As estatísticas da ACAR de 1973 mostram que a prática da profilaxia e bastante difundida na Microrregião. Existem 5.743 fazendas onde se aplica a vacina contra manqueira, o que representa alto percentual do total de estabelecimentos. A vacina antiaftosa bem como a mineralização e a vermifuga ção são praticadas em também mais de mil fazendas. Segundo informações locais pratica-se ali a vacinação requerida, po rém, nem sempre corretamente, o que ocasiona entraves â ob tenção dos resultados desejáveis.

Andrelândia e São Tiago destacam-se pela prática mais difun dida da profilaxia, devendo-se observar que estes municípios estão entre os maiores produtores no ramo da pecuária den tro da Microrregião. Os dados do Quadro 23 sobre a difusão das práticas profiláticas confirmam a tendência já verifica d a da concentração de recursos na pecuária em decorrência da sua posição de principal atividade produtiva do setor.

0 tipo de fertilização mais difundido na Microrregião ê a adubação química e orgânica praticada conjuntamente, usado' em 1970 en mais de 2.000 estabelecimentos. No período de 1960 a 1970 houve ampliação significativa do número de esta belecimentos onde se pratica a adubação generalizada do so lo, havendo contudo redução do número daqueles que fazem a dubação exclusivamente orgânica, indicando um avanço em di reção aos métodos mais modernos. A redução do pequeno núme ro de estabelecimentos onde se pratica a calagem é explica­da pela pequena incidência de solos ácidos.

Apesar da difusão do uso de fertilizantes, o levantamento realizado pela ACAR em 1973 revela a necessidade de uma quan tidade de insumos muito maior do que aquela efetivamente consumida na Microrregião.

136

NÚMERO de f a z e n d a s o n d e se p r a t i c a a p r o f i l a x i aHICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

1973QUADRO 23

MUNICÍPIOS VACINAANTIFTOSA

VACINAa n t i b r u c e l o s e

VACINA CONTRA MANQUEIRA v e r m i f u g a ç ã o MINERALIZAÇÃO o ut ro s

Andrelândia 50 ,_ 1.200 50 300Barroso 111 - 186 2 12 -

Carrancas 50 2 200 120 100 -

Cassiterita 8 - 20 40 8 -

Coronel Xavier Chaves 15 - 116 18 12 -

Dores de Campos 15 - 30 10 1 -

Itutinga 100 2 200 10 120 -

Lagoa Dourada 158 - 350 60 15 —

Madre de Deus de Minas 8 1 250 8 5 -

Nazareno 10 - 25 50 10Prados 16 - 304 61 16 -

Piedade do Rio Grande 15 3 235 15 12 -

Resende Costa 10 - 482 65 8 -

Ritãpolis 8 - 206 34 8 -

São João del-Rei 18 - 850 25 25 —

São Vicente de Minas 20 - 193 50 100 -

São Tiago 750 - 800 800 400 -

Tiradentes 2 96 5 8 **

TOTAL 1.364 8 5.743 1.423 1.160K

Fonte: Levantamento da Realidade Rural - ACAR - 1973.

-j

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO ELA VEJAM ES IO C LOORCENAÇÀC GERAL

De acordo com o referido levantamento, e bastante precária a situação de assistência técnica à agricultura, existindo a penas 20 profissionais nesta área, com que 13 destes concen trados em São João del-Itei, ficando a maioria dos municl pios sujeitos à assistência esporádica. A falta de melhor assistência contribui para o prolongamento de deficiências ' das condições alimentares, sanitárias e de técnicas criatô- rias e agrícolas, que levam a uma baixa produtividade da ex ploração, ao lado de outros fatores não menos importantes . Os Quadros 24 a 26 mostram os dados referentes à situação de Assistência técnica.

138

DEMANDA DE INSUMOSMICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

1973QUADRO 24

ESPECIFICAÇÃO UNIDADEQUANTIDADE NECESSÃRIA QUANTIDADE CONSUMIDA

73/74 74/75 75/76 73/74 74/75 75/76

Adubo Ton. 16.995,9 13.575,0 16.395,9 7.386,7 9.860,4 6.149,6

Calcário Ton. 29.474,9 40.077,8 50.928,0 9.035,4 13.684,9 20.194,3

Semente Selecionada Kg. 483.367 569.682 606.142 196.332 175.141 231.373

Fungicida Kg. 5.379,5 6.381,0 16.142,0 3.034,6 2.734,6 12.315,8

Herbicida Lit. 100 150 200 70 100 150

Inseticida Kg. 12.916 14.316 23.937 5.655,6 6.092,4 14.276,5

Mudas Selecionadas Mil 20 25 30 10 15 - ■

Fonte: Levantamento da Realidade Rural - ACAR - 1973.

i-1Ia)

140

PROFISSIONAIS DA AGRICULTURA MlCRORREGlSO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

QUADRO 25

MUNICÍPIOS* e n g e n h e i r o sAGRÔNOMOS

m éd ic o sv e t e r i nArios

ENGENHEIROFLORESTAL

TÉCNICOSa g r í c o l a s

ECONOMISTASDOMÉSTICAS TOTAL

Andrelândia - - - 1 - 1

Barroso - - - 2 - 2

Carrancas 1 - - - - 1

São João del-Rei 4 1 - 8 - 13

São Vicente de Minas - - - 1 - 1

São Tiago 2 - - - - 2

Fonte: Levantamento da Realidade Rural - ACAR* Nos outros municípios não existem profissionais registrados.

141

Fû:jt

ü: Co

nsoa

Agr

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craio

- F

IOGE

- 1

9$0/

70.

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DO ELANEJAMENTG E CGCRDENAÇAC CERAL

4.7.5. Pecuaria

4.7.5.1. Introdução

No período de 1960 a 1970, houve redução do efetivo nos da Microrregião en 9,7%; apenas Andrelândia e conseguiram ampliar seu rebanho. Em todos os munic: rebanho volta a crescer no período de 1970/73, com < de Barroso, aumentando em 21,5% na Microrregião cora do. Igual tendência é verificada para os rebanhos eqliino e de aves. Como mostra o Quadro 27, a evolu« rebanhos foi bastante modesta em relação aquela oco: Minas Gerais.

EVOLUÇÃO DO REBANHO BOVINO MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MINAS G3

1960/1970/1973QUADRO

UNIDADE EFETIVO BOVINO VARIAÇÃO

GEOGRÃFICA 1960 1970 1973 1960/70 19 71

MRCV 224.416 202.715 246.221 -9,7 2

MG 11.963.902 15.140.297 18.374.977 26,6 2

Fonte: Censos Agropecuários de Minas Gerais - 1960/70 -CBEA/FIBGE/1970

A recente ampliação desta atividade tem sido realiz; a manutenção de base tecnológica tradicional que, d< geral, caracteriza a pecuária extensiva. A este re< criação se vincula o grau de especialização da pecui duzido em não adoção de métodos e técnicas propicla< acréscimo da produtividade. Conforme já se demonst:

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Osrcm TA R iA d o i l a n u a h e n t c r, c c c k d e n a c a o g e r a l

principal parcela dos investimentos realizados em 1970 no setor primário esta orientada para a aquisição de terras e animais, em detrimento de inversões financeiras em equipa­mentos básicos requeridos pela pecuária intensiva, envolven do métodos de confinamento do rebanho.

A produtividade média da pecuária leiteira era Minas Gerais, tanbéra predominantemente extensiva, é bastante baixa. Segun do dados censitários de 1970, a Microrregiio supera a produ tividade do Estado. Ressalte-se, contudo, que esta não al_ cança os níveis ideais ja atingidos por outras regiões e ou tros países onde o padrão de exploração é tecnicamente mais avançado. (Quadro 28).

REBANHO LEITEIRO E SUA RESPECTIVA PRODUTIVIDADE MRCV E MINAS GERAIS

19 70QUADRO 28

UNIDADEGEOGRÁFICA

m o d pQUANTIDADE PRODUTIVIDADE

ORDENHADAS DE LEITE (MIL L.) LITRO/VACA/

ANOLITRO/VACA/

DIA

MRCV 52.589 46.137 877 2,4

MG 2.638.814 1.836.984 696 1 , 9

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIBGE

Nos anos mais recentes a suinocultura tem sido tratada com o objeto de estudos e programas empreendidos pela EMATER,os quais demonstram vantagens relativas do seu desenvolvimento na Microrregião visando não apenas o suprimento do mercado interno mas também a exportação.

143

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OS fO C M K IA IXJ R A N IM '« S ,K ) £ COCRVCK ACAC CCRAL

4.7.5.2. Geração de Renda

Mais de 60% da renda gerada no setor primário do conjunto dos municípios da Microrregião é decorrente da produção ani mal. conforme dados de 19 70. Em apenas três destes municjí pios, - Barroso, Dores de Campos e Tiradentes -, a produção animal representa menos da metade do valor total, devendo- -se ressaltar a pequena importância do setor primário na e conomia destes municípios.

A produção animal de grande porte, sobretudo a bovinocultu ra, õ de incontestável importância, sendo a exploração do leite a grande responsável pela formação da renda nesta ati vidade. O leite produzido alcança valores que representam' mais de 71% do total do valor da produção animal. Depreende -se, desta forma, a posição extremamente marginal da pecuá­ria de corte, não apenas como relação ao rebanho bovino,mas também quanto â produção suína e â avicultura. Nota-se, por tanto, a grande dependência existente em relação a um único produto, o que constitui problema de realização econômica ' para a Microrregião, o que fica sujeita a toda sorte de e ventuais flutuações nas condições de exploração do leite.

Os quadros 29 a 31 mostra o valor da produção da Microrre^ gião em comparação com o Estado. Estes dados mostram a ma ior especialização na produção animal do que a encontrada em Minas Gerais.

144

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRF TARIA DC F LA N EJA M C M O E COOKCEn a C R C GERAL

VALOR DA PRODUÇÃO TOTAL E ANIMAL {MIL CRUZEIROS)MRCV E MINAS GERAIS

1970QUADRO 29

UNIDADEGEOGRÁFICA

VALOR DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

VALOR DA PRODUÇÃO ANIMAL

ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO

MRCV 32,858 100,0 19.953 60,7

MG 1.998.810 100,0 1.311.922 44,4

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais — 1970 - FIBGE

VALOR DA PRODUÇÃO ANIMAL E DO LEITE (MIL CRUZEIROS)MRCV E MINAS GERAIS

19 70QUADRO 30

UNIDADEGEOGRÁFICA

VALOR DA PRODUÇÃO ANIMAL

VALOR DA PRODUÇÃO ANIMAL DE GRANDE

PORTEVALOR DA PRODUÇÃO

DO LEITE

ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO

MRCV 19.953 100,0 16.976 81,5 14.255 71,4

MG 1.311.922 100,0 1.049.917 COCOr*. 498.173 38,0

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIBGE

145

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osccrcta cia c g f‘L A \ 'C M M tsrc F ro c e o c N A c A o r .t tA i.

VALOR DA PRODUÇÃO DOS REBANHOS VENDIDOS E ABATIDOS (MIL CRUZEIROS)

QUADRO 31

UNIDADEGEOGRÄFICA

VALOR DA PRODUÇÃO ANIMAL BOVINOS SUÍNOS AVES

ABSOLUTO REL. ABSOLUTO REL. ABSOLUTO REL. ABSOLUTO REL.

MRCV 19.953 100,00 2.661 13,3 1.971 H O O 30 7 1/5

MG 1.311.922 100,00 547.454 41/1 150.407 11,3 51.481 3/9

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIBGE.

4.7.5»3. Comercialização

A produção de carne bovina da Microrregião está direcionada principalmente para o consumo interno, verificando-se que, depois da comercialização local dos municípios, tem destaca do lugar a realizada em São João del-Rei. Em escala menos importante aparece a exportação para Lavras, Lafaiete, Bar bacena e Ibertioga, segundo dados obtidos na ACAR para o a no de 1973.

Além do abate local, existe comercialização do boi de corte orientada para municípios externos ã Microrregião e para o Rio de Janeiro. Dada a pouca expressividade desse ramo de atividade, o que se estabelece basicamente como apêndice da pecuária leiteira, este tipo de exportação demonstra a pre cariedade da infra-estrutura microrregional para a execução do abate, mesmo em pequena escala. Esta situação acarreta certamente a evasão de divisas para outras regiões, na medi da em que nao realiza intemamente os lucros possibilitados pelas vantagens econômicas comparativas da comercialização’ do rebanho abatido sobre a venda do boi vivo.

146

147

CnevKctfcLiiJwçJlo oa ri'OOU'Clû m iik a l mCft^ftACCliO CCS OOti« &AJ VtRTUCTU - 111)

OCAONO U

FONTE: ACAR

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA LO flA K fJA M C N TO E CCORCENa CAO ÜERAI

Apesar da precariedade das informações existentes, verifica -se a tendência de maior comercialização de frangos de coi: te fora da Microrregião, especialmente em Rio Branco,enqua£ to a suinocultura de cevados se limita mais ao mercado lo cal e ao de São Joao dei-Rei.

Tendo como dado o crescimento do mercado de carnes do Estja do em geral e em centros urbanos cujo acesso tem sido faci litado pelas vias de transporte, conclui-se que, ao lado das deficiências do regime criatÕrio, a pecuária de corte local conta com uma oferta global aquém daquela que poderia efeti vamente ser absorvida pela demanda existente. 0 Quadro 32 apresenta os locais de comercialização.

4.7.6. Produção Agrícola

4.7.6.1. Introdução

Os produtos de lavoura são responsáveis por apenas 34% do valor do setor primário, sabendo-se que a produção microrre gional não c suficiente para o abastecimento interno, geran do a importação da maioria dos produtos agrícolas.

A silvicultura e a extração vegetal são de inexpressivo si£ nificado econômico, representando, a primeira, menos de 1% do valor da produção agropecuária e a segunda 5% deste mes­mo valor.

As lavouras permanentes, sobretudo a cafeicultura, contribu em para a formação de renda do setor com uma parcela ainda inferior â da extração vegetal, ou seja, geram apenas 3% da renda.

Esta análise se baseia fundamentalmente em dados referentes aos anos de 1973, e anteriores a este período, observando- -se que os resultados encontrados para a situação da agri

148

F U N D A Ç Ã O JO AO P I N H E I R OSECRETAKIA r.Ü FLANEJ A H tN TC F c c c r d e n ia c a o g e r a i

cultura provavelmente sofreram alterações nos anos mais re centes, visto que, de acordo com informações locais, os in centivos â produção agrícola tem sido ampliados nos últimos anos. O Quadro 33 apresenta a situação existente em 1970 quanto a valor da produção.

149

SETOR PRIMÁRIOVALOR DA PRODUÇÃO TOTAL E VEGETAL

MICRORREGlSO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG - 1970

QUADRO 33

VALOR DA PRODUÇÃOUNIDADE TOTAL LAVOURAS SILVICULTURA EXTRATIVA

VEGETAL

GEOGRÁFICA RELA PERMANENTES TEMPORÄRIAS RELA RELAABSOLUTO

TI VO ABSOLUTO RELA TI VO ABSOLUTO RELA

TI VOABSOLUTO

TI VOABSOLUTO

TIVO

MRCV 32.858 100,0 1.059 3,2 10.144 30,9 27 0,08 1.672 5 ,1

MG 2.998.810 100,0 372.167 12,4 957.033 31,9 34.743 1,2 302.944 10,1

Fonte: Censo Agropecuário de Minas Gerais - 1970 - FIBGE.

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OS F C R U M ilA DO í LA N E I A M F N T C F. C G C R E E N A C A .O GERAI.

Os principais produtos agrícolas da Microrregiao são, pela ordem, milho, arroz e feijão, os quais perfazem mais de 92% do valor da produção gerado pelas lavouras. Desta forma, estes são os produtos escolhidos para objeto de análise nes te estudo.

4.7.6.2. Milho

0 crescimento da área cultivada e da quantidade produzida do milho no período de 1950 a 1960 não persiste posteriormente, ou seja, de 1960 a 1970 e 1970 a 1973. Pelo contrário, a Mi crorregião passa por redução da área dedicada ao cultivo deste produto, acompanhada pela queda ainda mais acentuada da quantidade produzida.

Comparativamente ã evolução do milho no Estado, a situação microrregional é realmente desvantajosa, embora as cond^ ções ecológicas locais não apresentem desvantagens compara­tivas. Pode-se atribuir, com certa margem de acerto, que a queda ocorrida se liga ao declínio da produtividade desta cultura em todo o período considerado, que foi maior do que a do Estado, e S opção, por parte do produtor, por alterna­tivas economicamente mais vantajosas, sobretudo a pecuária. Os Quadros 34 a 36 retratam a situação do milho na Microrre gião e no Estado.

151

152

MILHOQUANTIDADE PRODUZIDA E ÁREA CULTIVADA

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 34

UNIDADE 1950 1960 1970 1973

rzvrtfzjíX vTm QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a(Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (lia)

MRCV 21.628 15.647 29.479 22.911 25.432 21.743 19.742 19.074

MG 1.466.849 1.077.214 1.395.824 1.170.058 1.849.899 1.549.648 1.944.233 1.526.215

F o n te : Censos A g r íc o la s e A g ro p e c u á rio de MG - 1950 , 6 0 , 70 - FIBGE.CBEA/FIBGE - 1973 .

153

MILHOEVOLUÇÃO DA ÃREA CULTIVADA E QUANTIDADE PRODUZIDA

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 35

UNIDADEVARIAÇÃO PERCENTUAL

1950/60 1960/70 1970/73 1950/73GEOGRÄFICA QUANTIDADE ÃREA QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar ea

MRCV 36 46 -14 - 5 -22 -12 - 9 22

MG - 5 9 33 32 5 - 2 33 42

F o n te : Censos A g r íc o la s e A g ro p e c u á rio s de MG - 1 9 5 0 /6 0 /7 0 - FIBG E.CBEA/FIBGE - 1973 .

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO H W E IA M E M U E COORCENACAC GERAL

MILHOPRODUTIVIDADE

HICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG 1950/60/70/73

QUADRO 36

UNIDADE PRODUTIVIDADE (kg/ha)LjíSUEjKAT

1950 1960 19 70 1973

MRCV 1.382 1.287 1.170 1.035

MG 1.361 1.193 1.194 1.274

Fonte: Censos Agrícolas e Agropecuário de Minas Gerais1950/1960/1970 - FIBGE CBEA/FIBGE - 1973

4.7.6.3. Arroz

No período de 1960 a 1970 a cultura de arroz é afetada pela redução da quantidade produzida e da área cultivada, e, em bora esta última se prolongue no período seguinte, 1970/73, ocorre una recuperação da quantidade aos níveis de 1960.

A produtividade desta cultura, que ja se situa bem abaixo da observada para o Estado, vem caindo progressivamente até 1970, quando ocorre significativa elevação, ao ponto de se igualar à do Estado.

Embora o produto seja vulnerável às influências de clima e regime de chuvas, estes fatores não constituem problemas sé rios na Microrregião, existindo condições de ampliação des ta cultura, dado que a produção existente não supre as ne cessidades do mercado interno. (Quadros 37 a 39) .

154

ARROZQUANTIDADE PRODUZIDA E AREA CULTIVADA

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 37

UNIDADE 1950 1960 1970 1973

GEOGRÄFICA QUANTIDADE Ar ea QUANTIDADE Ar ea QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a(Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (Ha)

MRCV 2.473 3.044 3.310 4.765 • 2.389 3.775 3.678 3.126

MG 315.973 484.999 460.069 509.405 617.317 713.995 827.951 781.380

Fonte: Censos Agrícolas e Agropecuário de Minas Gerais - 1950, 60, 70 - FIBGE. CBEA/FIBGE - 1973.

156 ARROZEVOLUÇÃO DA AREA CULTIVADA E QUANTIDADE PRODUZIDA

MICRORREGlAO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 38

UNIDADE

g e o g rAfica

VARIAÇÃO PERCENTUAL

1950/60 1960/70 1970/73 1950/73QUANTIDADE ÃREA QUANTIDADE AREA QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Ar e a

MRCV 34 57 -28 -21 54 - 7 49 15

MG -11 5 34 40 34 9 60 61

F o n te : Censos A g r íc o la s e A g ro p ecu ário de M inas G e ra is - 1 9 5 0 , 6 0 , 70 - FIBG E.CBEA/FIBGE - 1973 .

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E C.CCRCENACAO GERAL

ARROZPRODUTIVIDADE

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 39

UNIDADE PRODUTIVIDADE (kg/ha)g e o g rAf i c a 1950 1960 1970 1973

M.RCV 812 695 633 1.048

MG 1.064 903 865 1.060

Fonte: Censos Agrícolas e Agropecuário de Minas Gerais - 1950/1960/1970 - FIBGE - CBEA/FIBGE - 1973.

4.7.6.4. Feijão

A produção de feijão cresceu no período de 1950 a 1973, em bora tenha ocorrido queda da área cultivada e da quantidade produzida em alguns períodos intermediários. A Microrregião apresenta um quadro evolutivo desta cultura melhor do que o Estado; todavia, a produtividade por hectare foi bastante oscilante no período, atingindo o máximo de 492 quilogramas por hectare, e quase sempre se manteve em níveis inferiores àqueles atingido pelo Estado, os quais, por sua vez, são bastante baixos. Muitos fatores concorrem para a manuteri ção desta baixa produtividade do feijão, sobressaindo-se as precárias condições técnicas e os métodos de cultivo inade quados.

15?

FEIJÃOQUANTIDADE PRODUZIDA E ÃREA CULTIVADA

MICRORREGlXO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 40

UNIDADE 1950 1960 1970 1973

GEOGRÃFICA QUANTIDADE A rea QUANTIDADE Area QUANTIDADE Ar e a QUANTIDADE Area(Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (Ha) (Ton) (Ha)

MRCV 1.425 4.563 2.255 4.526 1.467 5.817 2.694 6.387

MG 275.909 560.303 222.286 492.509 185.194 563.784 282.073 477.289

F o n te : Censos A g r íc o la s e A g ro p ecu ário de MG - 1 9 5 0 , 60 , 70 - F IB G E.CBEA/FIBGE - 1973 .

159

FEIJÃOEVOLUÇÃO DA ÃREA E QUANTIDADE PRODUZIDA

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

QUADRO 41

UNIDADE

GEOGRÃFICA

VARIAÇÃO PERCENTUAL

1950/60 1960/70 1970/73 1950/73

QUANTIDADE ÃREA QUANTIDADE ÃREA QUANTIDADE ÃREA QUANTIDADE ÃREA

MRCV 58 - 1 35 28 84 10 89 40

MG -19 -12 -17 14 52 -15 2 -15

F o n te : Censos A g r íc o la s e A g ro p e c u á rio s de MG - 1 9 5 0 , 6 0 , 70 - F IB G E .CBEA/FIBGE - 1973 .

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECKOAMA CO PLANOAM Í.VrO E COCftC e n a c a o g c iía l

FEIJÃOPr o d u t i v i d a d e

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES E MG1950/60/70/73

Quadro 42

UNIDADE PRODUTIVIDADE (Kg/lla)

GEOGRÃFICA 1950 1960 1970 1973

I4R.CV 312 498 252 422

MG 492 451 328 592

Fonte: Censo Agrícola e Agropecuário de Minas Gerais - 1950, 60, 70 - FIBGE.CBEA/FIBGE - 1973.

160

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRF.TAKIA CO PLANFÍAMFNIO E COCRRFNACAO GERAL

4.8. Conclusões Gerais

Para situar a economia da Microrregião dos Campos das Ver­tentes no contexto mais geral estabelecem-se canparaçÕes com outras áreas, arrolando suas principais características co­mo indicadores do estágio de desenvolvimento local. Uma de­las é o predomínio das atividades primárias sobre as demais na maioria dos municípios que compõem a Microrregião. A ba­se econômica destes está fundada quase que exclusivamente na exploração de um único produto direcionado para a exporta­ção - o leite - encontrando-se os demais produtos voltados para a subsistência da população, que apresenta ainda uma demanda insatisfeita por tal gênero de produção.

Vinculada a esta característica, verifica-se também uma gran de concentração da população economicamente ativa no-campo, embora, já se faça sentir a presença do êxodo rural-urbano. Deve-se considerar que significativa parcela desta popula­ção se encontrava voltada para as atividades de subsistên­cia e concentrada numa área relativamente pequena,devido as características da distribuição fundiária, ou seja, grande número de imóveis na categoria de minifúndio, ao lado do pre domínio da pecuária extensiva, geralmente exercida em gran­des extensões de terras e poupadora de mão-de-obra.

Outra característica importante da economia local é a con­formação do setor secundário. Este é de porte relativamente pequeno, baseado na indústria "leve” e tradicional com al­guns segmentos "dinâmicos" especialraente no ramo da trans­formação, em Barroso, e da metalurgia, em são Joao del-Rei.

íl exceção de alguns setores e mais especificamente a indús­tria de cimento de Barroso, predomina a baixa produtividade do trabalho e do padrão de vida da população, o que e de­monstrado pelos níveis salariais de educação e saúde exis­tentes.

161

F U N D A Ç Ã O JOÃO P I N H EI R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO t COGKCENACAC CLRAL

Com relação à prestação de serviços e â rede comercial exis tente, conclui-se que a situação de São João del-Rei é mais favorável do que a dos demais municípios, embora exista ali uma defasagem entre o desenvolvimento do subsetor serviços e o do comércio, apresentando este último maior dinamismo.

Quando se considera que as atividades terciárias de São Jo­ão del-Rei não se limitam apenas ao atendimento da popula­ção local mas se estendem também S dos municípios próximos, os bons resultados mostrados pela relação número de estabe­lecimentos por pessoa encontrados naquele município tornam- -se menos satisfatórios devido ao acréscimo da população a ser atendida.

Barroso ê talvez o município mais deficitário, em termos re lativos, quanto ao desempenho do setor terciário, visto que o desenvolvimento do seu setor secundário vera fazer fortes pressões sobre a oferta de serviços e da comercialização cu jo montante global não satisfaz ã demanda existente, forçan do a busca freqílente deste atendimento era outras cidades.

As relações que se estabelecem entre os três setores bási­cos da economia microrregional guardam um caráter de especi. ficidade que pode ser definido, genericamente, em termos das categorias municipais expressas anteriormente, fi impor­tante, entretanto, ressaltar que o reconhecimento de carac­terísticas especificas do comportamento setorial das catego rias municipais existentes não implicam numa negação de pa­pel desempenhado, no sentido macroeconômico, por estes seto res. Este reconhecimento se presta para a melhor definição da dinâmica inerente a cada modalidade encontrada, permitin do assim a formulação de proposições adaptadas â realidade econômica destes municípios.

Tem-se, por exemplo, em são João del-Rei um desenvolvimento

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R O s e c r e t a r ia r.o rLANEJAMtMfo e c c o r p e n a c a o g i r a i

mais equilibrado entre os setores econômicos e, ainda que a industria tenha maior peso na economia local, verifica-se certo grau de dinamismo próprio do setor terciário, embora este apresente desenvolvimento vinculado ao setor industri­al. Da mesma forma, o setor primário, também estimulado pe­la demanda gerada pela industrialização e urbanização, man­tém sua dinâmica interna, especialraente no que diz respeito à exploração da pecuária leiteira. Pode-se afirmar que pre­valece ali relativo caráter de complementariedade entre os setores, que mesmo favorecendo a capitalização industrial, não gera a estagnação dos demais.

O mesmo não se pode afirmar em relação a Barroso, onde o processo de industrialização consolidado ê caracterizado co mo "enclave", cujos efeitos multiplicadores para o resto da economia são de considerável limitação, restringindo-se qua se que exclusivamente ã criação de empregos. Esta situação e originada pela ocorrência de "vazamento" de praticamente toda a renda gerada no setor para areas externas ao municí­pio e â Microrregião, e ê também o que explica a permanên­cia, apôs vários anos de industrialização, de um setor pri­mário extremamente atrasado e de um setor terciário em esta gio de desenvolvimento totalmente defasado em relação â in­dústria.

Nos municípios onde as atividades de tipo artesanal têm mai or expressão econômica, verifica-se certo dinamismo próprio dos centros urbanos, que pode ser identificado como sendo se cundário e em menor escala, do terciário, visto que a agro­pecuária tem importância relativa menor, embora se deva de£ tacar o seu papel de maior responsável pela ocupação da mão -de-obra local.

Finalmente, a característica básica do comportamento seto­rial nos demais municípios, ou seja, aqueles de atividades

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECKHARiA 1.0 RLANHAMLNTQ E COCRCENACAO GERAL

primarias predominantes, é a existência de centros urbanos que cumprem papel de viabilizar a realização econômica da agropecuária.

Através do quadro descrito, tem-se indicação de uma realida de econômica pouco desenvolvida, cujas condições estrutu­rais constituem entraves a um maior dinamismo, na ausência de uma ação planejada para o desenvolvimento de suas forças produtivas.

4.9. Programas Econômicos

0 diagnóstico econômico da Microrregião revelou as potência lidades e as limitações estruturais do estagio de desenvol­vimento das forças produtivas locais. Embora os resultados obtidos contenham um caráter aproximado desta realidade, é da maior importância sua utilização como fundamento orienta dor das proposições visando a superação dos entraves exis­tentes ao melhor desempenho da economia microrregional, A sugestão de programas feitos a seguir tem como pressupostos os resultados obtidos pelo diagnostico.

Baseados nesses resultados foram sugeridos programas de de­senvolvimento econômico, sendo que as indicações relativas ao setor terciário constarão das propostas referentes aos aspectos históricos e turísticos.

4.9.1. Programa de Expansão das Atividades Agrícolas

Caracterização

Um dos principais problemas configurados no estudo da econo mia microrregional 5 o da escassa produção de gêneros de pri meira necessidade, o que acarreta sua importação e conse- qüente elevação de preços, provocando o escoamento de recur

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSEOiLTAKIA DO H A n EJAMENTC £ CCCRtítNACÀO C lttAL

sos internos. Como foi verificada a existência de condiçoes naturais favoráveis a esta produção torna-se necessária me­lhor alocação de recursos neste setor, devido ãs distorções existentes. Justifica-se, portanto, a implantação de progra mas para a expansão da produção agrícola englobando de con­sumo mais difundido (milho, arroz, feijão), bem como dos que poderão se orientar também para o mercado externo (horticul^ tura, soja, fruticultura e outros), além dos voltados para a alimentação do rebanho bovino. Existe neste sentido o PRO VÁRZEAS (Programa de Aproveitamento de Várzeas) lançado pe­lo governo do Estado e inserido nos programas de Õrgaos da administração indireta, cuja área de atuação abrange a Mi- crorregião. Este programa engloba entre seus objetivos "in­crementar e racionalizar a cultura do arroz no período chu­voso e proporcionar através da rotação de culturas, mais de uma safra anual (feijão, trigo, forrageiras de inverno, hor taliças e outras culturas) através de irrigação, drenagem e sistematização das terras, permitindo a produção agrícola durante todo o ano"1 . Com o objetivo de tentar a incorpora­ção deste programa como meio de atuação na área, devem ser estabelecidos contatos com os órgãos competentes para estu­do das possibilidades de sua ativação, visto que, além da solução do problema de abastecimento interno, sua implemen­tação poderá contribuir para a criação de bases para a ex­ploração de agroindústrias na Microrregiao.

- AgentesAMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­

tes - promoção e coordenação RURALMINAS - entidade responsável EMATER, EPAMIG, SUDECOOP e CAMIG - apoio técnico REDE BANCARIA - apoio financeiro INICIATIVA PRIVADA - execução

1 - Síntese dos Programas e Investimentos no Setor Agropecu ãrio de MG - Secretaria da Agricultura - Setembro/1975.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OStCKI'1 Afll A r o PLANUAM f.NfC t COCKDCNACAO GI.RAL

- Forma de implementaçãoConvênio entre os agentes, sendo que a iniciativa privada pode compreender produtores individuais, cooperativas e/ ou associação de produtores.

- AçÕes NecessáriasA AMVER deverá estabelecer contatos com os õrgãos respon­sáveis para definir programações específicas e, posterior^ mente, formalizar as funções e responsabilidades das par­tes através de contratos e/ou convênios.

- LocalizaçãoTodos os municípios que apresentem condições favoráveis ao aproveitamento de várzeas.

- Custos e FinanciamentosOs custos de elaboração e execução de projetos específi­cos e os custos normais das operações para a obtenção de financiamento deverão correr por conta dos agentes execu­tores, que poderão receber, sem ônus, assistência técnica dos õrgãos competentes.

4.9.2. Programa de Incentivo à Melhoria Técnica da Pecuária Leiteira e Suinocultura

- Caracterização

A pecuária leiteira constitui a atividade de maior difusão na Microrregiao, sendo desenvolvida em todos os seus municl pios e, no entanto, apresenta um potencial de produção não realizado efetivamente. Esta situação é decorrente, em gran de parte, da prática generalizada da pecuária extensivacom precárias condições de manutenção do controle produtivo. Verifica-se, assim, a necessidade de aperfeiçoamento dos mê todos de exploração, implicando em melhoramento do padrão

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSEC R ETA R IA ÍX J PLACFJAM E.N !G E C O O K P E N A C A O C E E AL

alimentar, profilático e genético do rebanho, além de inve£ timentos em instalações adequadas para se estabelecer uma modalidade de exploração de caráter mais intensivo a ser de senvolvida ao lado da existente. Nestas condições torna-se necessária a elaboração de projetos específicos que viabili^ zem a transformação desejada dos atuais métodos explorató­rios. Esta iniciativa deverá levar em consideração o Progra ma de Desenvolvimento da pecuária de Leite - PDPL, cujo ob­jetivo ê aumentar a produção e produtividade de leite medi­ante o credito e a assistência técnica, e cujas áreas de a- tuaçao abrangem a Região I, onde se localiza a microrregião. Cabe também ressaltar a necessidade de reforçar e concen­trar recursos em programas de desenvolvimento da suinocultu ra, envolvendo órgãos de apoio ã atividade ao lado daqueles que já exercem atuação na área, especialmente a EMATER:

- AgentesAMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­

tes - promoção e coordenação.EMATER, SUDECOOP, EPAMXG, Secretaria da Agricultura - a-

poio técnico.Rede Bancaria - apoio financeiro.Iniciativa privada - execução.

- Formas de implementaçãoConvênio entre os agentes, podendo a iniciativa privada ser individual e associada.

- Ações NecessáriasCabe a AMVER realizar contatos com os agentes para defini^ ção de programações especificas e formalização de funções e responsabilidades das partes envolvidas através de con­tratos e/ou convênios.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSFCRLTAR1A DO FLASEJAMLNTO E C.CORDEN: AÇAC GERAL

- LocalizaçãoTodos os municípios da Microrregião.

- Custos e FinanciamentosA assistência técnica será prestada sem ônus para os agen tes executores que serão responsáveis pelas despesas com a elaboração de projetos específicos e pelos custos nor­mais das operações para obtenção de finaneiamento.

4.9.3. programa de Reflorestamento

- Caracterização

A cobertura vegetal da Microrregião é resultante de um lon­go período de desmatamento continuo, não restituído, que se traduz na atualidade pelo predomínio de vastos campos com ocorrência e insuficiente de matas e florestas. É bastante conhecido o significado econômico desta situação que se re­fere ao empobrecimento dos solos, â sua influência no clima e no regime de chuvas e na destruição de flora, fauna, etc. Ê, portanto, altamente recomendável para a região uma polí­tica sistemática de reflorestamento que, alem de cumprir o objetivo de recuperação dos solos, em geral, em adiantado estado de depredação, constitua-se em fonte de recursos eco nômicos, sendo necessários estudos mais detalhados para pes quisar o tipo de reflorestamento adequado a região, deve-se estabelecer contatos com o IEF e IBDF, uma vez que estes õr gãos, além de serem responsáveis pela política geral de re- florestamento, desenvolvem estudos mais aprofundados relati vos aos aspectos técnicos da atividade, de interesse para a formulação de um programa especifico para a Microrregião.

- AgentesAMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­

tes - programação e coordenação.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R O*;ic m .t a r ia d o n A N ir jA ^ iN ie c c c c r iu n a c Ao ü l r a i .

IEF/IBDF - apoio técnicoRede bancaria - apoio financeiroIniciativa privada - execução

- Formas de implementaçãoConvênio entre os agentes podendo a iniciativa privada ser individual ou associado.

- Ações necessáriasÊ atribuição da AMVER realizar contatos entre os agentes com o objetivo de definir programações especificas e deli^ mitar as funções e responsabilidades das partes envolvi­das através de contratos e/ou convênios.

- LocalizaçãoA atividade constitui uma necessidade regional.

4.9.4. Programa de Desenvolvimento da Agroindústria

- Caracterização

O esforço de desenvolvimento da agroindústria na Microrre- gião deve ter como principal meta a reorientaçEo organizaci. onal da indústria de laticínios com o objetivo de atingir modalidades de exploração mais eficientes e lucrativas, e o real aproveitamento da matéria-prima existente. Esta vem sendo explorada com uma margem de obtenção de benefícios re baixada pelo atual desempenho das indústrias locais, o que pode ser observado através da acentuada proliferação de pe­quenas unidades empresariais no ramo, a maioria delas com baixa capacidade de operação e reduzida geração de exceden­tes monetários. A reorganização pode evoluir para a fusão das pequenas unidades de exploração em cooperativas mais am pias e eficientes para o processo de transformação da maté­ria-prima existente.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R Os e c r e ta r ia c c p l a n f j a m l s t o c c o c k u e n a c à c g e r a l

Os ramos da agroindústria destinados a realizar o processa­mento de outros produtos agrícolas devem ser tratados em ess tudos e projetos específicos, vinculados aos programas de expansão agrícola, visto que estes últimos são responsáveis pela criação de base para o desenvolvimento dos primeiros.

Além do mercado interno, os produtos agroindustriais con­tam com a crescente demanda dos grandes centros urbanos.Con tudo, torna-se necessária a criação de infra-estrutura lo­cal adequada que deve ser buscada através de programas de armazenamento, distribuição e outros, sendo útil para esta finalidade a organização dos produtores em associações.

- AgentesAMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­tes - promoção e coordenação IHDI/CEAG - apoio técnico BDMG - apoio financeiro Iniciativa privada - execução

- Forma de implementaçãoConvênio entre os agentes, podendo a iniciativa privada ser constituída por empresários individuais e/ou associa­ções de empresários.

- Ações necessáriasCaberá ã AMVER manter contatos com o Governo Estadual,INDI e Prefeituras, visando a ampliação e criação de incenti­vos para atrair investimentos para a agroindústria.

- LocalizaçãoDeverá ser definida posteriormente, através de estudos de viabilidade que podem ser realizados pelas Prefeituras e CDI.

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f u n d a ç A o J OÃ O p i n h e i r oVECÜITAÜIA CC flA .S Ü A M C M C ' E COCRCENa CAO CER-U

- Castos e FinanciamentoA Associação dos Municípios devera arcar com as despesas decorrentes da manutenção de contatos entre as partes in­teressadas. Os custos de elaboração e execução de proje­tos específicos ficarão a cargo das empresas e investido­res/ assim como os custos normais das operações para ob­tenção de financiamento.

4.9.5. Programa de Ampliação da Indústria Extrativa Mineral

A extração de minerais não-metálicos é uma atividade desen­volvida na grande maioria dos municípios da Microrregião.En tretanto, a tradição que caracteriza esta exploração nao foi acompanhada pelo aperfeiçoamento dos métodos aplicados, a exceção da exploração de cassiterita em Nazareno, que é realizada em padrões tecnológicos avançados, e da extração do calcário em Barroso. Esta, na maioria dos municípios ê efetuada através de pequenas unidades produtoras isoladas, envolvendo escassa utilização de técnicas eficientes, e ob­tendo baixa rentabilidade. Sugere-se, portanto, a reorgani­zação e ampliação desta atividade com o objetivo de supera­ção dos principais entraves existentes, especialmente daque les que têm obstaculizado maiores produtividade e rentabili^ dade. Para tal finalidade deverão ser realizados estudos es peclficos que poderão indicar as melhores opções para forta lecer o empreendimento, e as formas de compatibilizaçao da atividade com a preservação do meio ambiente, tendo em vis­ta seu caráter predatório.

A extração de minerais conta com a garantia do crescente rneir cado pelas "indústrias de ponta" no ramo da transformação, podendo inclusive servir de estímulo ao seu desenvolvimento na Microrregião.

Ê também recomendável o estudo de viabilidade de implanta­

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R Os e c r e ta r ia l>c p i.a n e j a m e n ic e c c o k e e .v a c a o g e r a i

ção de uma indústria de transformação do minério de columM ta e tantalita no município de Nazareno, onde se localizam as maiores reservas mundiais e cuja exploração, a nível lo­cal, consiste apenas da extração destinada ã exportação.

- AgentesAMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­tes - promoção e coordenação,INDI/CDI - apoio técnicoRede bancária - apoio financeiroIniciativa privada - execução

- Forma de implementaçãoConvênio entre os agentes, sendo que a iniciativa privada poderá ser composta por empresários individuais e/ou asso ciação de empresários.

- Ações necessáriasA AMVER deverá manter contato com os Õrgãos competentes para tal iniciativa e para formalizar as funções e respon sabilidades das partes, através de contratos e/ou convê­nios.

- LocalizaçãoDevera ser definida apõs estudos de viabilidade e forma de organização empresarial, levando em conta as condições naturais e infra-estruturais dos municípios.

- Custos e financiamentosCorrerão por conta da AMVER as despesas decorrentes da promoção e da coordenação dos programas. Os custos de exe cuçao de projetos específicos bem como as despesas nor­mais com operações para obtenção de financiamentos fica­rão como encargos dos agentes executores.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R Oi r c e C M lilA CC PLA.\£JAM£ vjfO E ío c e c c n a c A o c c p a l

4.9.6. Programa do Incentivos à Criação de Distrito Indus­trial

- Caracterização

A meta de desenvolvimento industrial de uma região deve ser colocada dentro da perspectiva mais ampla do planejamento deste crescimento visando não apenas o fortalecimento do con junto da iniciativa, mas também evitar os problemas normal­mente decorrentes do processo espontâneo de implantação de indústrias, como poluição da água, ar e solo, expansão de­sordenada da área urbana, etc. Neste sentido a implantação de um distrito industrial pode atuar como regulador da ati­vidade, realizando estudos indicativos de localização, dire ção do vento, destinação final dos dejetos, entre outras me didas de preservação da natureza e de garantia do melhor de sempenho econômico do setor.

As indicações programáticas relativas ao desenvolvimento da agroindústria, da indústria extrativa mineral e de outros ramos a serem definidos, podem ter um tratamento que leve em consideração o programa de implantação de um ou mais dis tritos industriais. Existem indicações apriorlsticas de que os locais mais favoráveis para a sua implantação seriam os municípios de são João del-Rei, Barroso e Nazareno, sendo contudo necessário estudos mais detalhados para esta defin_i ção, sendo uma atribuição da Companhia de Distritos Indus­triais, que ten a responsabilidade também de definir a poli tica geral nesta área. Cabe, entretanto, às Prefeituras mu­nicipais interessadas a iniciativa de estabelecer contatos com a CDI para discutir a viabilidade deste programa, apro­fundando as questões presentes nesse tipo de decisão.

- AgentesAMVER e Prefeituras - promoção e coordenação. *

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECKCIAKIA CO PLANEJAM IM O £ CGCkCLNACAO GERAL

CDI - apoio técnico BDMG - apoio financeiro Iniciativa privada -

- Forma de implementação Convênio entre os agentes

- Ações necessáriasCabe à AMVER ou prefeituras interessadas realizar conta­tos com os agentes para realizar os estudos necessários, definir programações específicas e, posteriormente, forma^ lizar as funções e responsabilidades das partes interessa das através de contratos e/ou convênios.

- LocalizaçãoExistem indicações de que os municípios de Sao João del- Rei, Barroso e Nazareno são os que apresentam condições mais favoráveis para tal realização, estando contudo esta sugestão sujeita â apreciação dos órgãos competentes.

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f u n d a ç A o j o à o p i n h e i r oSECRETARIA o o PLANEJAMENTO e c c o r c e n a c a o c e r a l

5.0 TURISMO E LAZER

5.1. Introdução

5.2. Principais Locais de Interesse para o Turisno Cultural

5.3. Principais Locais Paisagísticos e de Lazer

5.4. Eventos Festivos da Microrregiao

5.5. Opções de Roteiros Integrados

5.6. Conclusão

5.7. Proposições

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA ELANEJAMEMO E C.CCKiíENACAO GERAL

5.0. TURISMO E LAZER

5.1. Introdução

A Microrregião dos Campos das Vertentes é composta por um conjunto de cidades cuja origem e desenvolvimento estão re­lacionados direta ou indiretamente ao processo de busca e exploração de ouro no período colonial. Ela herdou, portan­to, considerável patrimônio cultural dos séculos XVIII e XIX, pouco conhecido devido à divulgação quase sempre de me nor destaque.

Dentro da Microrregião, os municípios de Sao Joao del-Rei, Tiradentes e Prados destacam-se pelo relevante acervo his tÕrico-cultural ali concentrado, representado por grande nú mero de edificações religiosas e civis, que constituem por si mesmas notável atração turística. Entretanto, outras lo calidades, como por exemplo Resende Costa , Ritãpolis , Car­rancas , Nazareno e Lagoa Dourada, possuem bens culturais de relativo interesse histõrico-arquitetÔnico que justificam sua inclusão no circuito de cidades históricas mineiras, a lém da adoção de medidas de maior proteção por parte dos õr gaos competentes bem como a adoção de um programa organiza do de divulgação de suas potencialidades em termos de atra­ção turística.

O potencial turístico da Microrregião dos Campos das Verten tes, entretanto, não reside unicamente em seu conjunto de bens históricos e artístico-arquitetônicos, mas apoia-se também em grande número de bens naturais cuja exploração co mo turismo e lazer revela-se bastante precária e deficien­te. Há alguma exceção, como é o caso do Parque das Aguas e Balneário Ministro Gabriel Passos, mais conhecido como BaJL neãrio Aguas Santas, localizado em Tiradentes, o que tem re cebido grande incentivo por parte da Hidrominas.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECKF1ARIA 1X5 PLANEJAMENTO F. CCCKDENACAC CERAl

Outras atividades que, devidamente coordenadas e divulgadas, apresentam condições de favorecer o movimento turístico re gional são representadas pelas várias manifestações folclo ricas e artesanato locais, que se revelam de grande riqueza e merecem, por isto, maior destaque e divulgação.

Em suma, os municípios que compõem a Microrregião possuem, tanto em termos de atrativos culturais quanto naturais,boas condições de motivar fluxos turísticos expressivos. 0 turi^ mo ê ainda pouco significativo como atividade econômica re gional mas se reveste de grande possibilidade para o desen volvimento da economia, desde que para isso se voltem a ad ministração municipal e estadual, bem como a iniciativa pri vada.

5.2. Principais Locais de Interesse para o Turismo Cultural

Dentre as componentes do patrimônio artístico-cultural de Minas Gerais, São João del-Rei e Tiradentes figuram entre as principais cidades onde se encontra o que há de mais ex­pressivo da chamada arquitetura barroca brasileira. Ambas, ao lado de Prados, foram objeto de estudo específico apre­sentado como Separata do Projeto da Microrregião dos Campos das Vertentes.

5.2.1. São João del-Rei

Em 1938 a localidade teve seu acervo arquitetônico e paisa gístico protegido por medida de tombamento efetuado pelo 3hs tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -IPHAN. Dentre os principais monumentos de arte religiosa obrigato riamente incluídos no roteiro de qualquer visitante, desta cam-se:

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OS tC k tT AKIA DC FIANCJAMLNIO t CCOKCF.NACAg C tR A t

. Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar (1721) , era cujo interior se destaca um dos mais belos e harmoniosos conjun tos de talha de Minas e que pode ser visitada no horário de 7 âs 12 e de 13 as 20 horas;

. Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1732), com um dos fron tispícios mais famosos da arquitetura religiosa do Pais,tem sua portada atribuída ao Aleijadinho. Aberta à visitação pú blica no horário de 7 às 10 e de 16 às 20 horas;

. Igreja de Sao Francisco de Assis (1773), teve seu projeto inicial elaborado pelo Aleijadinho. Horário de visitação fi xado entre 8 e 12 e 13,30 âs 20 horas;

. Igreja de Nossa Senhora do Rosário, considerada um dos templos mais antigos da cidade;

, Igreja de Nossa Senhora das Mercês, localizada à praça Ba rão de Itambé; Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos; Igreja de Sao Gonçalo Garcia; Capela de Santo Antônio,ã rua Santo Antônio; Capela do Bom Jesus do Monte, situada ao f_i nal da rua João Magalhães; Capela do Senhor do Bonfim, loca lizada ao final da rua Doutor João Salustiano; Capela de Nossa Senhora da Piedade.

Espalhadas pela cidade, existem as capelinhas de Passos da Paixão, abertas somente na época das festividades da Semana Santa.

O acervo histórico-cultural de São João del-Rei tem suas ma nifestações arquitetônicas mais significativas representa­das pelas seguintes edificações:

. Antigo Paço Municipal e Cadeia, atual Prefeitura Munici­pal ;

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANE) AM TN To E CGORDENACAC CtRAL

. Casa de Bárbara Heliodora, onde funcionam o Museu Munici pal, aberto à visitação pública de segunda a sexta feira de 8 ãs 11 e de 12 âs 16,30 e aos sábados e domingos de 8 às 12 e de 13 às 16 horas, a Secretaria de Turismo e a Biblio­teca Batista Caetano de Almeida, instalada nos fundos, em prédio para tal construído;

. Teatro Municipal, construção de estilo neo-classico, inau gurado em 1893;

. Museu Regional, ã rua Marechal Deodoro n9 12, aberto de terça-feira a domingo de 8 às 11 e de 13 às 16 horas.

Revestem-se de igual interesse arquitetônico e histórico:

. Casa considerada a mais antiga da cidade, à rua Santa Te resa n9 127/129;

. Solar do Barão de São João del-Rei, atual Delegacia de En sino e Fiscal;

. Casa do Barão de Itambe, antiga Casa da Intendência;

. Casa Fortaleza Militar, próxima à Igreja das Mercês;

. Casa do compositor sacro são-joanense Padre José Maria Xa vier, à rua Santo Antônio.

Destacam-se, pela sua antiguidade e significado dentro do conjunto urbano-paisagístico da cidade, as Pontes da Cadeia (1798) e do Rosário (1800) construídas sobre o Córrego do Lenheiro.

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSFCRF 1A R 1A D O 11 A ^ E J A ^ C N 1C E C O O R D E N A Ç Ã O G E R A I

5.2.2. Tiradentes

A cidade de Tiradentes, um dos mais importantes centros de mineração do ouro no século XVIII, conserva ainda hoje um dos mais representativos acervos arquitetônicos do período colonial, onde se destacam monumentos religiosos como a Igre ja Matriz de Santo Antônio, que constitui o principal monu­mento histórico-artístico local; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, adaptada para Museu de Arte Sacra; a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e as capelas do Bom Jesus da Pobre za, de São Francisco de Paula, São JoSo Evangelista e da Santíssima Trindade, todas elas tombadas pelo IPHAN.

Situam-se entre as edificações civis mais importantes da lo calidade: a Casa do Padre Toledo, atual Museu Histórico, a berto ao público diariamente de 9 às 17 horas; o prédio da Prefeitura Municipal; o prédio do Forum e o da Cadeia PÚbLi ca, atual Delegacia de Polícia.

Mostra como importante monumento, que conserva ate hoje a função de utilidade pública para o qual foi construído em 1749, o Chafariz de São José, tombado pelo IPHAN em 1949.

5.2.3. Prados

Localidade de formação contemporânea à de Sao Joao del-Rei e Tiradentes, Prados não alcançou o mesmo surto de desenvolvi^ mento de ambas, devido provavelmente ao menor potencial de suas lavras de ouro. Conserva, entretanto, pequeno e valio so acervo cultural remanescente do período colonial, o qual não tem recebido a merecida divulgação e, por isso mesmo, é relativamente pouco conhecido.

Destacam-se em Prados como principais locais de interesse para o turismo cultural:

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Oseckltauia uo h a n u a m e n io e ccokdenacao cekal

. Igreja Matriz de Mossa Senhora da Conceição, cuja constru ção foi iniciada em 1711;

. Igreja de Nossa Senhora do Rosário, obra da segunda meta­de do século XVIII;

. Capelinhas de Passos da Paixão, espalhadas pela cidade e abertas por ocasião das festividades comemorativas da Seitui na Santa.

Com relação as edificações civis. Prados conserva vários exemplares arquitetônicos de interesse, remanescentes do período colonial, e que são abordados em trabalho específi­co onde são focalizados ainda outros aspectos da cidade.

Pertencente ao município de Prados e localizado a 9 km de Tiradentes, por estrada de terra, encontra-se o pequeno po voado de Vitoriano Veloso, antigo Arraial do Bichinho, com posto por um pequeno aglomerado de casas de grande simplici^ dade, quase totalmente sem recursos. O difícil acesso a lo calidade - impraticável em épocas de chuvas - e a falta de divulgação têm relegado o pequeno arraial ao total abandono e esquecimento, sendo bastante raros os visitantes que ali chegam para conhecer e admirar a graciosa Igreja de Nossa Senhora da Penha, construída entre 1732 e 1771, e tombada pelo IPIIAN em 1949.

Livramento, outro povoado de difícil acesso, localizado na zona rural, merece destaque pela presença de pequena capela de construção simples, possivelmente de fins do século XVIII.

5.2.4. Outros locais de interesse para o turismo cultural

Outras localidades da Microrregião possuem bens culturais de relativo significado histÕrico-arquitetônico, que podem

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA c:c PLANEJAMENTO c o o c k c c n a c A o g e r a l

tornar-se numa atração turística principalmente levando-se em conta a existência, em algumas dessas cidades, de mani­festações capazes de despertar a atenção de visitantes, co mo as de caráter folclórico, e mesmo as produções de artesa nato locais. Este é o caso, por exemplo, de Resende Costa, onde se destacam edificações da Igreja Matriz de Nossa Se­nhora da Penha, cuja construção primitiva de 1749 foi refor mada um século depois, e a Casa do Inconfidente Resende Cos ta, construção do século XVIII, tombada pelo IPHAN em 1950. A cidade apresenta ainda atividades de artesanato em lã e algodão, artigos executados em teares antigos, tais como colchas, tapetes e mantas, feitos sob encomenda, além de uma pequena indústria de moveis de estilo colonial, que a- tende pedidos de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janei^ ro.

Outra localidade que, apesar de sua formação recente, conta com pequeno mas significativo potencial turístico, o qual' poderia ser acionado em seu próprio benefício, ê o municí pio de Coronel Xavier Chaves, distante 17 km de Sao João del-Rei. Município autônomo criado em 1962, Coronel Xavier Chaves possui duas edificações religiosas que apesar de sua grande simplicidade despertam interesse por sua construção arquitetônica e localização: a Capela de Nossa Senhora do Rosário e a Capelinha da Fazenda Roça Grande, de proprieda de da família Matheus. Dentre as atividades de artesanato locais, praticamente desconhecidas fora da região, desta­cam-se os trabalhos em bambu e capim, além daqueles executa dos com fio de algodão, lã e linha, em teares antigos.

A presença de Ritapolis em um roteiro turístico abrangente da Microrregião justifica-se pela existência no local de re manescentes da 'Fazenda do Pombal, onde nasceu Tiradentes, tombados pelo IPI1AN em 1971.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA ÜO PLANEJAMENTO E CCORCENACAO GERAL

Destaque-se, também, alguns remanescentes arquitetônicos do período colonial, de relativo interesse, nos municípios de Andrelândia, Lagoa Dourada, Nazareno. Informações mais de­talhadas foram focalizadas em documentos específicos que in tegram este Projeto e que abordam maiores dados referentes ao artesanato regional. Este se revela de grande significa do econômico para as cidades de Tiradentes, Prados e Dores de Campos principalmente, e pode ser considerado em termos de promoção turística para outras localidades, como por exem pio Resende Costa e Coronel Xavier Chaves.

5.3. Principais Locais Paisagísticos e de Lazer

A Microrregião que se distingue sobretudo por incluir algu mas das principais localidades que integram o patrimônio ar tistico-cultural de Minas Gerais, entretanto, é possuidora de grande variedade de bens naturais que representam um po­tencial turístico a ser valorizado e mais explorado, dentre os quais se destacam como principais locais paisagísticos e de lazer:

5.3.1. Balneário Ãguas Santas

Localizado a 10 km de São João del-Rei, através de estrada de asfalto, e a cerca de 25 km de Tiradentes, ao qual per­tence, o Balneário de Ãguas Santas representa um dos locais de recreação e lazer mais destacados e procurados na região, e que tem recebido o maior incentivo por parte da Hidromi- nas, que através de melhorias ali implantadas (piscinas, du chas, área de "camping" , etc) conseguiu um aumento de fre- qüência, no período de 1970 a 1976, da ordem de quase 80%. Para futuro próximo, estão sendo planejadas a construção de um hotel, e a extensão da área de "camping", e estuda-se a possibilidade de reabertura do ramal ferroviário ligando São João del-Rei ao Balneário.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R Os e c r ft a e ia r o m .a n f j a w e n t c e c c c r d e n a c a o g er al

5.3.2. Serra do Lenheiro

A Serra do Lenheiro, localizada a oeste de São João del-Rei, estã ligada ã sua formação histórica: em suas encostas fo­ram descobertos por volta de 1703/1704 abundantes depósitos auríferos que ocasionaram a transferência para o local de grupos de mineradores, dando inicio a formação do Arraial Novo do Rio das Mortes.

Representando um conjunto de montanhas que se estende no sentido sudoeste-nordeste, a Serra do Lenheiro tem uma ex­tensão aproximada de 10 km. A altitude media do conjunto va ria entre 1.100 e 1.200 metros, estando seu ponto culminan te a 1.218 metros. Constituída essencialmente de afloramen tos rochosos que entremeiam seus campos de altitude, esta formação montanhosa possui uma vegetação rupestre pouco va­riada, onde predominam os campos ralos.

Constituindo uma área de acesso relativamente fácil, de pou cas escarpas, e devido ã sua proximidade de São João del- Rei, a Serra do Lenheiro apresenta condições de maior aprO veitamento como área de lazer, com a criação de programas para excursões e montanhismo.

5.3.3. Serra de São José

Com seus 13 km de extensão, a Serra de São José quase pode ria ser considerada como seqüencia natural da Serra do Le­nheiro. A diferença essencial entre ambas reside, quanto ã altitude, na seqüencia regular conservada por essa última. As altitudes da Serra de Sao José variam entre 1.100 e 1.400 metros, estando localizado seu ponto culminante a 1.430 me tros. Nascente de vários córregos que se dirigem tanto para noroeste quanto para sudeste, sua vegetação e constituída

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSFÍ.RE7ARIA HO P IA N FM ^ FN T ÍJ E CCCJíCE-SACAO GERAt

de campo rupestre onde se destaca a canela de ema, já iden tificada por Saint Hilaire em 1818. A mata que cobre as en costas de sudoeste empresta ao conjunto uma visão mais ame­na.

De grande beleza plástica, o conjunto da Serra de Sao José se impõe no quadro do relevo regional, apresentando atra­ções a mais como Aguas Santas e a Casa de Pedra. Para os adeptos do montanhismo, uma opção interessante constitui a escalada da Serra, a partir de Tiradentes, em direção ao Balneário Aguas Santas, num percurso total de cerca de 5 km.

0 croquis de localização apresenta a Serra de São Jose em relação a São João del-Rei e outros municípios.

5.3.4. Barragens de Itutinga e Camargos

O Vale do Rio Grande ocupa uma área de afloramentos rocho­sos que o tornam um rio algumas vezes condicionado por este elemento natural, propiciando a ocorrência de corredeiras e cachoeiras, cujo aproveitamento gerou o surgimento de duas grandes represas orientadas para a produção de energia. São as Represas de Itutinga e Camargos, cujas inaugurações ocor reram respectivamente em 11/4/1955 e 12/8/1960.

A represa de Itutinga ocupa área reduzida em relação ao con junto, com um lago com pouco mais de 500 metros em sua lar­gura máxima. Embora sua maior parte fique no município de Hazareno, a represa pertence a Itutinga devido ao aproveita mento do Rio Grande. Mesmo levando-se em consideração seu tamanho e o fato de que em sua margem mais propícia encon­tram-se as residências dos funcionários da CEMIG, o aprovei^ tamento do lago é pequeno: limita-se ao esporte da pesca - de novembro a fevereiro - a jusante da represa, onde se en­contrara alguns equipamentos próprios.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA t>0 PLANEJAMENTO E CCCRPENACAC GERAL

A Usina Hidrelétrica de Camargos , construída em 1960, forma um lago que inundou uma extensão de 50 km do curso do Rio Grande, e vários de seus afluentes, numa extensão mínima de 5 km. O quadro formado por este lago, que pela própria di­mensão fornece uma idéia clara de sua importância, tem tido aproveitamento inferior ao seu potencial e ãs suas condi­ções. Em primeiro lugar, destaca-se a ausência sistemática de equipamentos destinados a lazer, com exceção do Iate Clu be de Camargos, situado no município de Nazareno, ligado a BR-265 por estrada asfaltada. No restante da área, essa ca­rência se configura tanto na margem direita quanto na es­querda do lago. Outro fator que evidencia esse subaproveitji mento é a ausência da prática de reflorestamento na orla cu ja função principal seria a de preservar as encostas e di­minuir a quantidade de terra que assoreia o lago.

A área, de grande potencial turístico requer montagem de e quipamentos que incentivem a pratica de atividades como a pesca, o iatismo, esqui e natação para atrair maior número de visitantes.

Constatados os prejuízos que a construção de barragens traz para a fauna aquática, sugere-se como opção para preservara vida dos peixes e manter o equilíbrio ecológico nas águas fluviais a construção de uma estação de hidrobiologia e pis cicultura junto â barragem, a exemplo do que foi feito em Volta Grande, pela CEMIG, numa iniciativa das mais importan tes para a conservação do meio ambiente.

5.3.5. Casa da Pedra

Atração turística sempre sugerida àqueles gião, a Casa da Pedra é uma gruta natural ria, situada a cerca de 10 km de São João

que visitam a re de formação calc£ del-Rei, em local

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de grande beleza paisagística e de fácil acesso por estrada asfaltada, que, entretanto, não tem recebido nenhum incentjL vo para seu maior aproveitamento como área de lazer. Neces^ sita de maiores cuidados em termos de preservação e limpe­za constante, a fim de não desencorajar visitantes que dese jem entrar nas galerias, as quais apresentam formações cal­cárias interessantes.

5.4. Eventos Festivos da Microrregião

Dentre as festas regionais que representam motivação turÍ£ tica de maior significado destacam-se, pela amplitude promo cional que atingiram, as celebrações da Semana Santa e as comemorações carnavalescas.

Realizado em fevereiro ou março, o carnaval ê a festa popu lar que mais atrai visitantes a São João del-Rei. Considera das das melhores e mais animadas do interior mineiro, com desfiles de escolas de samba, blocos e ranchos, carros ale gõricos e bailes nos principais clubes da cidade, as comemo rações carnavalescas ali realizadas tem repercussão nacio­nal e grande importância como meio de divulgação e fonte de renda para a cidade. Em Tiradentes e Prados o carnaval tem menor significado como atração turística.

As comemorações litúrgicas da Semana Santa revestem-se de características bastante tradicionais, que incluem procis­sões , vias sacras, cerimônias religiosas relembrando passa­gens bíblicas. Tanto em são João del-Rei quanto em Prados estas festividades atraem grande número de visitantes e tu­ristas, esgotando toda a capacidade de acomodação local.

Em São João del-Rei, antecedendo a Semana Santa, realiza-se às segundas, quartas e sextas-feiras da Quaresma um ritual folclórico religioso tradicional - a Encomendação das Al-

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R OSECRETARIA EX> FIANEJAM EM O E c o o r c e n a c a c c e r a l

mas - composto por grupos de pessoas com instrumentos diver sos que, saindo da Igreja Matriz as 23:30 horas, percorrem os cemitérios da cidade, dentro dos quais são executadas mú sicas. Os cemitérios do centro são visitados ãs segundas, e nos outros dois dias, os da periferia da cidade.

Realizado em maio/junho, em Tiradentes, o Jubileu da Santfjj sima Trindade é a festa que mais atrai visitantes á" locali^ dade. Trata-se de uma festa religiosa que reúne grande nume ro de romeiros de todo o Estado - modificando toda a fisio­nomia da cidade - e que requer maior coordenação por parte da Prefeitura local para oferecer melhores condições aos v L sitantes.

Dentro do calendário festivo regional destaca-se como uma das realizações mais singulares o chamado "Passeio a SerraV que se realiza em Prados no mês de julho: trata-se de uma promoção tradicional, de caráter popular, realizada no se­gundo sábado do mês de julho, cuja atração maior é a escala da da Serra de São José.

Apesar das dificuldades encontradas para se obter informa­ções detalhadas sobre as festividades que se realizam em ca da município, conseguiu-se uma listagem, anexada a seguir, das principais realizações do gênero. Atualizada e ampliada pelas Prefeituras municipais levando-se em consideração o menor ou maior interesse de cada localidade em promover suas manifestações, esta listagem poderia constituir o ponto de partida para elaboração de um calendário de festas abrangen te da Microrregião e no primeiro passo visando a preservei ção e a valorização da cultura local em suas manifestações folclóricas.

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Os e m T A R iA ec f l a n e m m c m o e c o o r c e n a c A o c e k a i

Quadro de Eventos Festivos da Microrregião

Época de Realização Promoção Localidade Carater^da

Promoção

Janeiro

Festa de Nossa Se­nhora do Rosário(19) Barroso

Folclóricoreligioso

Festa de São Sebas­tião (20)

CassiteritaPrados

Folclóricoreligioso

Fevereiro Carnaval(móvel)

São João del- Rei - Prados Popular

MarçoSemana Santa * (mõve1)

São João del- Tei - Prados - Dores de Campos

Religioso

AbrilSemana da Inconfi­dência

São João del- Rei - Tiradenr tes

Cívico

Jubileu da Santíssi­ma Trindade * (móvel) Tiradentes , Religioso

Maio Festa de Nossa Senho ra das Mercês, Nossa Senhora do Rosário e Santa Cecília

Piedade do Rio Grande

Folclóricoreligioso

Junho

Comemoraçõesjuninas

São João del- Rei - Prados - Dores de Campos

Folclóricopopular

Festa do Livrcimento Prados Folclóricoreligioso

Passeio â Serra * Prados Popular

Festival Estudantil de Musica e Festi­val de Inverno

São João del- Rei Cultural

JulhoFesta de Nossa Senho ra do Carmo (16)

São JoHo del- Rei

Folclóricoreligioso

Festa de Santana Barroso Folclóricoreligioso

Exposição Agropecuá -.ria__________________ Resende Costa Comercial

* Festividades de maior significado regional193

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osecretaria i:o flan ejam enio e cccro ksa çAc geral

Cpoca de Realização Promoção Localidade Caráter da

Promoção

Agosto

Feira da Paz e Feira de Amostras

São João del- Rei Comercial

Festa de Nossa Senho ra da Conceição(15) Carrancas Folclórico

religioso

Festa de Nossa Senho ra da Piedade

Piedade do Rio Grande Religioso

Setembro

Comemorações da Semana da Patria

São João del- Rei - Tiraden- tes

Cfvico

Festa de Nossa Senho ra das Mercês (24)

São João del- Rei Religioso

Outubro

Festa de Nossa Senho ra do Pilar (12)

São João del- Rei Religioso

Festa de Nossa Senho ra do Rosário Itutinga Religioso

NovembroAbertura de tempota- da de pesca (novem­bro a fevereiro)

Itutinga

DezembroFesta de Nossa Senho ra da Conceição

Cassiterita - Prados - Coro­nel Xavier Cha ves

Religioso

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA 1 » TLANEIAMF.NTO E C.COhCENACAC GERAL

O desenvolvimento da atividade turística/ seja de caráter cultural ou de lazer, é grandemente prejudicado, também, pe las condições de infra-estrutura receptiva das várias loca­lidades, que se revelam precárias, mesmo considerando-se as necessidades impostas por um fluxo turístico redu2ido. A exceção de São João del-Rei e Tiradentes, cuja capacidade hoteleira vê-se esgotada nas épocas de férias, por ocasião da Semana Santa e carnaval, as outras localidades da Micror região não se encontram satisfatoriamente aparelhadas em termos de hospedagem e alimentação para visitantes, o que representa grande obstáculo à sua integração em um roteiro turístico regional.

Paralelamente a tentativa de estabelecimento de una infra- estrutura de apoio à atividade turística, deve ser levado a efeito um intenso programa de divulgação, para o qual seria indispensável a participação conjunta das Prefeituras dos municípios interessados em se promover. Estas poderiam ela­borar um roteiro turístico comum (ver mapa de turismo ane­xo) , onde fossem incluídas as principais manifestações de cada município, tanto em termos de folclore quanto artesana to, bens culturais e naturais etc.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R Os e c r e ta r ia lx; e l a n d a m e m o e c o g r c e n a c a c g e r a l

5.5. Opções de Roteiros Integrados

5.5.1. Introdução

A necessidade de incrementar a atividade turística na Mi- crorregião requer maior entrosamento das Prefeituras locais no sentido de elaborarem, de comum acordo, opções de rotei^ ros turísticos integrados. Consta, a seguir, ligeiro esboço do que poderia ser feito nesse sentido, o qual devidamente ampliado com auxílio do Mapa de Turismo anexo, serviria co mo orientação básica para execução dos roteiros definitivos.

5.5.2. são João del-Rei - Nazareno - Itutinga - Carrancas

Roteiro ideal para quem se interessa por pescarias, natação e atividades similares. Em Nazareno o turismo de lazer se concentra na represa de Camargos; Itutinga tem seu ponto mais interessante representado pela temporada de pesca, de novembro a fevereiro, no Rio Grande. São atrativos naturais de Carrancas as suas várias cachoeiras, com destaque para a Cachoeira da Fumaça, onde se revelam aprazíveis áreas de la zer. Conta também com um monumento religioso remanescente do período colonial, alem de algumas comemorações festivas locais, de caráter religioso-folclórico.

5.5.3. são João del-Rei - Tiradentes - Vitoriano Veloso - Dores de Campos e Prados

Roteiro turístico indispensável para conhecimento dos prin cipais bens culturais da Microrregião. Tiradentes, Prados e Dores de Campos são locais onde se pode adquirir interessan tes objetos de artesanato em prata, couro e madeira.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H EI R OSECRETARIA DC F IA N EJA M LKTO E CCORCCMACAC C tR A L

5.5.4. São Joio del-Rei - Coronel Xavier Chaves - Resende Costa - (Lagoa Dourada)

Estas localidades apresentam, além de bens culturais,opções para compra de objetos de artesanato, sobretudo Coronel Xa vier Chaves, onde se encontram artigos de bambu, capim, col_ chas e tapetes, e Resende Costa, com produções de artesana to de linha, li e algodão, além de pequena indústria de mo veis.

5.6. Conclusão - Dificuldades e principais obstáculos para o desenvolvimento do setor de turismo

A Microrregiio dos Campos das Vertentes possui, inegavelmen te, grande potencial turístico decorrente de suas tradições históricas, de seus repositórios de arte colonial, de seus vários atrativos naturais e de sua beleza paisagística.Além disso, constituem motivações para visitantes suas várias festividades e comemorações tradicionais, sejam de caráter folclórico ou religioso, e suas inúmeras produções artesa- nais. Entretanto, o turismo, como atividade econômica local, é pouco expressivo, e a necessidade de sua intensificação e desenvolvimento a altura do potencial existente Õ embargada por dificuldades como a precariedade das comunicações viá­rias e deficiências de infra-estrutura urbana.

A grande maioria dos municípios que compõem a Microrregiio se ressente das dificuldades impostas pelo mau estado das suas estradas de acesso, em sua maioria de terra e intransi. táveis em épocas chuvosas. Assim, o incremento da atividade turística requer, imprescindivelmente , a melhoria dessas vias de acesso, sobretudo em se tratando das ligações entre São Joio del-Rei/Tiradentes/Prados/Dores de Campos; São João del-Rei/Nazareno/Itutinga/Carrancas; Sãò Joio del-Rei/Coro- nel Xavier Chaves/Resende Costa.

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5.7. Proposições

5.7.1. Introdução

Apesar de abordadas na parte Turismo e Lazer, bem como em documentos específicos que integram o Projeto, algumas proposições relativas ao incremento da atividade turística dentro da Microrregião dos Campos das Vertentes devem ser ressaltadas pelo significado e importância que assumem.

As proposições a seguir foram elaboradas tendo-se como obje tivo a preservação, a valorização e a divulgação do acervo histórico-cultural e dos bens naturais das várias localida­des que compõem a Microrregião, visando tornar o setor de turismo mais expressivo como atividade econômica regional.

5.7.2. Programa de Preservação e Valorização dos Bens Cultu rais

Caracterização

Devem ser adotadas medidas que visem a preservação e a valo rização do acervo histórico-cultural local em suas manifes­tações arquitetônicas, através de tombamentos para garantir maior proteção aos monumentos. Sugere-se também a adoção de medidas a nível de recuperação e conservação das unidades e dos conjuntos arquitetônicos mais significativos, além de outras, de caráter educacional, para conscientizar a comuni­dade e visitantes, no que se fefere ao conhecimento, ao si£ nificado e ã valorização do patrimônio cultural.

O descuido e a falta de condições financeiras dos Órgãos competentes contribuem sensivelmente para a descaracteriza ção do acervo arquitetônico e paisagístico, existindo, por tanto, a necessidade de tombamentos para preservação e pro

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARtA LO fLA N U A M EN IO E COCRCEN AC AO GFRAL

teção dos monumentos, visando resguardar o acervo arquiteto nico local de novas desfigurações que tanto prejudicam a feição tradicional das cidades históricas.

Agentes e Formas de Implementação

A AMVER - Associação dos Municípios dos Campos das Verten­tes e as Prefeituras locais cabe a iniciativa de alertar os órgãos estaduais e federais de proteção ao patrimônio cultu ral - IEPIIA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, e IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Ar tístico Nacional, para adoção conjunta de medidas de recupt; ração e conservação das unidades e/ou conjuntos arquitetôni cos de maior significado.

Reveste-se de grande importância a concretização de medidas enérgicas de preservação e maior vigilância com o objetivo de disciplinar a ação humana contra as descaracterizações da arquitetura tradicional levadas a efeito na tentativa de imitação de "estilos modernos". Para tanto os tombamentos, a nível estadual (IEPHA) ou federal (IPHAN) , deveriam ser providenciados com a maior brevidade possível.

Dimensionamento e Localização

Os monumentos locais que se destacam como prioridades para serem objeto de tombamento foram identifiçados em documen­tos específicos que integram o Projeto.

Quanto â recuperação de monumentos devem ser feitos estudos mais detalhados identificando as prioridades e considerando o alto custo da operação que implica em utilização de mao- de-obra qualificada e assessoria técnica, a qual pode ser conseguida junto ao IPIIAN.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

5.7.3. Programa de Valorização de Manifestações populares - Festas, Artes e Artesanato

Caracterização

Sugere-se a adoção de medidas que visem a preservação, a va lorizaçao e a divulgação da cultura local em suas manifesta ções folclóricas. Para tanto propõe-se a criação de um Cen tro Folclórico e de Artesanato, com sede em São João del- -Rei, que integrasse e coordenasse a proteção, o incentivo, a valorização e a divulgação das diversas manifestações t_i picamente locais, inclusive promovendo a realização de fes tivais de folclore, feiras e exposições de arte e artesana to, e funcionando também como centro de aprendizagem de ar tesanato.

lía tentativa de evitar que se adulterem cada vez mais as formas espontâneas da criação popular, torna-se necessária a adoção de medidas de proteção e incentivo âs manifesta­ções folclóricas de interesse turístico, bem como a adoçao de medidas de caráter educacional visando a criação de uma consciência pública que favoreça a defesa, o estímulo e a intensificação dos fenômenos folclóricos, sejam eles relatji vos a festas religiosas ou populares, a arte ou artesanato.

Agentes e Formas de Implementação

Cabe â AMVER e âs Prefeituras locais apoiar e incentivar ini ciativas de expansão dos movimentos folclóricos de interejs se turístico, inclusive recorrendo, quando necessário, â co laboração da EMBRATUR, ou da Secretaria de Indústria, Comer cio e Turismo.

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H EI R OSECRETARIA LO EIAVLJAMENTO E. COORDí NACAO GERAE

Dimensionamento e Localizaçao

Dentre as principais localidades da Microrregião que neces sitam de urgentes medidas de proteção e incentivo, visando impedir que se alterem ainda mais as formas espontâneas de criação popular, destacam-se as cidades de Tiradentes, Pra dos. Dores de Campos, Coronel Xavier Chaves e Resente Costa.

Custos e Financiamento

As Prefeituras locais devem levar em conta seu maior ou me nor interesse, bem como suas possibilidades de gastos para implantação de medidas a nível de proteção e incentivo dos diversos tipos de manifestações locais, sobretudo de arte e artesanato.

5.7.4. Programa de Valorização dos Bens Naturais

Caracterização

A AMVER e as Prefeituras devem tomar medidas que visem apro moção e a divulgação dos bens naturais. Propõe-se o melhor aparelhamento dos locais que constituem atrativos naturais {Aguas Santas, Casa de Pedra, Barragem de Itutinga e Camar gos, serras,etc), para que possam oferecer maiores condi­ções de aproveitamento.

A atividade turística, meio dos mais eficientes para promo ção e divulgação de bens naturais , requer a adoção de vá­rias medidas para seu desenvolvimento como atividade econô­mica de maior significado dentro da economia regional.

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osecretaria IX) planejamento e ccckdenacAo ceral

Agentes e Localizaçao

Cabe à AMVER e principalmente âs Prefeituras locais apare­lhar, com os equipamentos necessários, os diversos locais de lazer, tais como o Balneário de Aguas Santas, a Casa de Pedra, as Barragens de Itutinga e Camargos e outros, procu­rando entrar em contato com órgãos que possam colaborar pa ra o melhoramento e conseqüentemente para um aproveitamento maior dos chamados bens naturais, tais como a Hidrominas,no caso do Balneário localizado em Tiradentes, a CEMIG, no ca so das Barragens e a Secretaria de Indústria, Comércio e Tu rismo.

Custo e Financiamento

Os custos de implantação de qualquer tipo de benfeitoria pa ra melhor aproveitamento do potencial da região correrão por conta dos municípios e da AMVER, existindo no entanto a possibilidade de firmar convênios com a EMBRATUR - Empresa Brasileira de Turismo, a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo e outras entidades.

5.7.5. Programa da Infra-Estrutura Receptiva

Caracterização

Ha grande necessidade de aperfeiçoar a infra-estrutura tu­rística receptiva abrangendo principalmente os sistemas de comunicação e hospedagem locais. Propõe-se a melhoria das ligações rodoviárias de São João del-Rei/Tiradentes a Pra dos e Dores de Campos, inclusive do trecho de acesso ao po­voado de Vitoriano Veloso; entre São João del-Rei /Coronel Xavier Chaves/Resende Costa e entre São João del-Rei/Nazare no/Itutinga/Carrancas. Sugere-se também a instalação de pou

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COCRDENACÀO GERAI

sadas de pequena e média capacidade e restaurantes razoá­veis ao longo dos circuitos de maior interesse turístico,co mo também o melhor aproveitamento de determinados imóveis considerados de interesse cultural, dando-lhes destinação ' compatível com a necessidade local, medida que garantiria a preservação do monumento através de recurso continuado. Atu almente as dificuldades de acesso entre os municípios dos Campos das Vertentes, aliadas à precariedade dos sistemas de hospedagem e alimentação que se observa na maioria das localidades, representam sério entrave ao desenvolvimento do turismo como atividade regular.

Agentes e Forma de Implementação

A AMVER e as Prefeituras locais cabe a articulação com ór­gãos competentes (DER, TELEMIG, EMBRATUR, Secretarias) para instalação de infra-estrutura urbana. As possibilidades de aproveitamento de edificações de valor cultural para insta lação de equipamento turístico deverão ser orientadas no sentido de atrair a iniciativa privada interessada neste ti po de empreendimento.

Custos e Financiamento

Os custos de elaboração e execução de projetos específicos, bem como os custos normais das operações para obtenção de financiamentos correrão por conta dos agentes executores.

5.7.6. Programa de Orientação e Promoção Turística

Caracterização

A adoção de uma política integrada para o desenvolvimento do turismo, visando maior alcance dos trabalhos de divulga

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COCRDENACAC CERAL

ção e promoção do setor, é um passo essencial. Propõe-se por tanto maior entrosamento das Prefeituras da Microrregiao a través da AMVER para elaboração de calendários de festas e opções para roteiros turísticos que ofereçam ao visitante orientações adequadas. Isto deve ser feito através da cria ção de um Centro Regional de Informações Turísticas , com se de em são João del-Rei. Dentro do calendário regional de pro moções, sugere-se o planejamento de programas culturais, en tre os quais se incluiriam, por exemplo, concertos musicais a cargo das várias orquestras existentes (Lira Sanjoanense, Ribeiro Bastos, Ceciliana).

Agentes e Formas de Implementação

A AMVER, como representante das Prefeituras locais, deve entrar em entendimento com a EMBRATUR, a Secretaria de In­dústria, Comércio e Turismo e outros órgãos no sentido de obter colaboração não só na publicação de material de orien tação turístico-cultural como os recursos para a manutenção do Centro.

Custos e Financiamento

Os custos e financiamentos das medidas propostas ficarao a cargo dos agentes executores.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO H A N U A M tM O E COORDENACAO GERAL

6.0 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E INFRA-ESTRUTURA FÍSICA

6.1. Introdução

6.2. Organização do Espaço Microrregional

6.3. Infra-Estrutura Física e Condições Ambientais

6.4. Proposições

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DC PLANEJAMENTO E COCRRENAÇAO GERAL

6.0 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E INFRA-ESTRUTURA FÍSICA

6.1 Introdução

A analise preliminar de transportes e da infra-estrutura física da Microrregião foi dividida em duas partes:

Na primeira são tratados os aspectos referentes à Organi­zação do Espaço Microrregional, na qual são feitas refe­rencias ãs condições naturais em que a área de estudos fi ca circunscrita. Também aqui são analisados os seguintes itens que intitulam as subdivisões:

- Organização do Espaço Microrregional- Aspectos de Localização e Sistema Viário- Transportes Coletivos- Ferrovias- Aerovias- Hierarquização dos centros Urbanos e Quadro de Influ

ências Microrregionais- Proposições- Ãreas e Cidades Especiais- Sistema Viário

Na segunda parte do estudo dos aspectos físicos são focali^ zadas as situações da infra-estrutura física e das condi ções ambientais. Esta etapa se subdividiu nos seguintes itens:

- Infra-estrutura Física e Condições Ambientais- Saneamento Básico- Abastecimento de Ãgua- Esgotos Sanitários- Limpeza Urbana

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osecretaria UO PLANEJAMENTO e ccokdenacào geral

- Comunicações- Energia Elétrica- P ro p o s iç õ e s

- Saneamento Básico e Meio Ambiente- Energia Elétrica e Comunicações

Cada uma das partes em que os Aspectos Físicos foram divi didos é seguida pelas respectivas proposições.

6.2 Organização do Espaço Microrregional6.2.1 Aspectos de Localização e Sistema Rodoviário

Conhecidos pelos bandeirantes desde suas incursões de des bravamento no território mineiro, os primeiros caminhos da Microrregião dos Campos das Vertentes não passavam de sim pies picadas, quase sempre margeando os seus inúmeros cur sos d'agua. O único roteiro utilizado durante muitos anos pelos exploradores que demandavam o interior da capitania cruzava a região do Rio das Mortes, passando pelas altu ras das atuais cidades de Tiradentes e São João dei Rei. Esse primitivo roteiro, conhecido como Caminho Velho, e o Caminho Novo, iniciado em 1701, foram durante todo o sê culo XVIII, e mesmo no século XIX, as principais vias de comunicação da Microrregião. O Mapa de sistema viário em anexo, fornece uma visão geral da situação na Microrregi­ão.

Considerando-se o macroespaço onde a área em estudo fica inserida, observa-se que a Microrregião dos Campos das Vertentes fica situada aproximadamente ao centro do gran de triângulo formado pelas BRs-381 a oeste, 040 a leste, e 116 ao sul. Este triângulo tem como vértices Belo Hori^ zonte ao norte, São Paulo a oeste e Rio de Janeiro a lejs te.

212

213 j

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R O5FCRETARIA LO FLANFJAMEN7C £ COORDENAÇÃO GERAL

Assim, Campos das Vertentes fica sob a influência dos três grandes centros de polarização nacional, embora a atração exercida pelo Rio de Janeiro na região seja menor, fazendo se sentir mais direta apenas no município de Andrelândia. Isto i explicável pela distância e pela presença de umacidente natural do relevo, a Serra da Mantiqueira, que exerce ainda hoje importante papel de barreira, condicioren do fortemente o traçado de todas as ligações rodo-ferro vi ji rias para o Rio de Janeiro e dificultando a implantação de alguns projetos pelo seu custo proibitivo, como ê o caso da Ferrovia do Aço.

Ao longo das BRs-381 - Belo Horizonte-São Paulo, e BR-040- Belo Horizonte-Rio de Janeiro, ficam situados muitos cen tros de importância regional, tais como Varginha e Lavras na BR-381; Juiz de Fora e Barbacena na BR-040. Estes cen tros são ligados por meio de rodovias transversais na d_i reção Leste-0este como a BR-267 e BR-265.

A analise do quadro 1 ou seja a hierarquização microrregio nal, mostra que as cidades de Carrancas, Andrelândia e São Vicente de Minas se ligam preferencialmente a centros loca lizados fora da Microrregião. Levando-se em conta que e£ sas cidades são atraídas por centros de importância equi­valentes â São João dei Rei, tal atração pode ser explica­da em parte pelo fator distância. Mas, além disso, ficam evidenciadas certas deficiências do sistema viário micror- regional, que conta com duas únicas vias asfaltadas de im portância: a BR-265, que ligando Barbacena a Lavras corta a Microrregião na direção leste-oeste, passando por São João dei Rei, e a BR-383, que partindo de São João dei Rei segue para o norte ao encontro com a BR-040, nas proximi^ dades de Congonhas.

Um acidente geográfico de importância, como o Rio Grande e

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F U N D A Ç A O J O Ã O P I N H E I R OSECRETARIA DO TLANUAM EM C E COCRDCNAÇAC GERAL

o sistema de barragens de Camargos e Itutinga que ele ali menta, contribui para que a Microrregião se apresente d_i vidida com pouca integração dos municípios do Sul,como São Vicente e Andrelândia.

O conjunto das principais rodovias que compõem o sistema yi ãrio é incompleto e mesmo a BR-383, uma das mais importan­tes que servem a Microrregião, não apresenta boas condições de tráfego no trecho são João dei Rei - Congonhas, em vis» ta do mau estado de conservação. Também o conjunto represeri tado pelas rodovias municipais ê insatisfatório em seu papel de ligação as rodovias- tronco, sendo totalmente intransitã veis em alguns trechos durante o período das chuvas, e apr^ sentando, além disso, deficiências acentuadas de sinaliza^ ção, o que dificulta a localização de algumas cidades.

O quadro 2 complementa o mapa e indica as principais distân cias na Microrregião. Neste quadro são João dei Rei aparece ligada a todas as cidades da área, inclusive aquelas que não estão diretamente sob sua polarização. Por isto,algumas cidades figuram duas vezes no quadro, ligadas a São João dei Rei, e ao seu próprio centro polarizador, como nos ca sos de Barroso, Andrelândia, Carrancas, Itutinga e São Vi ccnte de Minas.

Percorrendo a Microrregião, principalmente nos municípios do Sul, a imensidão dos espaços vazios assume característi­cas impressionantes. As estradas municipais, desprovidas de quaisquer recursos técnicos, galgam encostas de colinas re cobertas por vegetação paupérrima e rasteira, o que possibi^ lita, a cada instante, descortinar areas imensas vazias,que se estendem até ao horizonte, numa continuidade monótona. Uma indicação mais significativa do vazio demográfico é en contrada quando se comparam as densidades rurais com as dos núcleos urbanos. Na zona rural a densidade de Carrancas, Ó de apenas 5,43 hab/km^, enquanto Itutinga, também ao sul,

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F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E CCCRCENACAO GERAL

apresenta 7,33 na mesma relação. 0 quadro 3 fornece estes paralelos para os demais municípios.

6.2.2. Transportes Coletivos

Kncontra-se também no quadro 2 a situação dos transportes coletivos interurbanos. Por motivos de ordem interna, asempresas concessionárias das linhas de ônibus relutam emfornecer o número exato de passagens vendidas. SÕ a compa ração entre o número de horários diários e o de passagens vendidas permitiria uma avaliação da eficiência dos trams portes coletivos. Nota-se também a precariedade das Infor mações sobre Lavras e Caxambu, uma vez que não foi possí^ vel colher dados nestes pólos. Considera-se, segundo infor mações do D.E.P., uma capacidade de 36 passageiros por car; ro, estimando-se um aproveitamento de 70% do veículo. Esta fórmula não e significativa para esclarecer a situação da Kicrorregião quanto à carência de transportes coletivos,já que mostra o número de passageiros como função do número de horários, quando na realidade são duas grandezas inde pendentes. Esta fórmula permite apenas um cálculo aproxima do do número de passageiros transportados, não esclarecen­do até que ponto este transporte atende ãs necessidades da população.

6.2.3 Ferrovias

Duas vias de transporte ferroviário cortam a Microrregiao, uma no sentido leste-oeste, servindo aos municípios de Bar roso, Prados, Tiradentes, São João dei-Rei, Ritapolis, Cas siterita e Nazareno, a outra no sentido sudeste-noroeste, percorrendo os municípios de Andrelândia, São Vicente de Minas e Carrancas. O sistema fica sob o controle da Rede Ferroviária Federal, que mantém em São Joao dei Rei a sede da 11— Residência de sua divisão centro-oeste. Nos Campos das Vertentes, o transporte ferroviário, como acontece em

217

f u n d a ç A o j o à o p i n h e i r oSECRETARIA DO FLAMEJAM F.S TO E COORDÍNACAO GERAL

K IC R O R R L C lA C DOS C W T O DAS VTITTrSTLS S ISTEM A V IÍ .H IO

LTRMICPORTES COLETIVOS

QIJADFO 2

d i s t , V i c i a s f a s s . / d i a e h i :o r 7 p i o s

O M I Í U j S

C A D A S U I T I D O

t e m p o v T : o i o

EM C m I I H Í S

( H o r a s )h S * \ S / A S r 4 c a d a S E N T I D O

H L L O H Q i m Ç N V E 1 3 6 - 2 C 0 8 3 : 3 0

S7vO P A J L O 4 5 3 - 1 0 0 4 S : 0 0

r i o d l * 3 3 4 - 2 0 0 2 7 : 0 0

A N O R E L A t íU I A - 1 3 6 5 0 2 5 : 3 0

B A R R O S O 3 0 - 7 5 3 0 : 4 5

C A R R A N C A S 4 « ê « * * « 4 4 « 4 4

C A S S I T E R I 7 A 3 0 13 25 1 1 : 20

C O k C r j L L X A V I L Í t C H A V E S 1 0 7 1 5 0 6 0 : 3 0

£ 7 ,0 J 0 7 , 0 D O R E S DE C A M P O S 3 5 1 4 5 0 2 1 : 3 0

D E L - R E li t u t i : ; c a SG _ 1 5 0 6 1 : 4 0

L A G O A D O U R A D A 3 4 - 2 0 0 8 0 : 5 0

AM A D R E D L L ’ S D ! : M I N A S - 8 0 5 0 2 1 : 4 0

T ÍÀ Z / iR E N O 5 0 3 7 5 3 1 : 3 0

P R A D O S - 3 1 1 5 0 6 3 : 0 0

* P I E D Í O L D O R I O C RAT iO E - S 3 2 5 0 1 0 2 : 0 0

R L Z E N O L C O S T A - 3.1 1 0 0 4 1 : 1 5

r i v A p o i . t s 2 0 - 1 0 0 4 0 : 5 0

s ' , 0 V I C E N T E D l ; M I N A S - 1 1 3 5 0 2 2 j 5 0

* S A O T I A G O - 5 7 5 0 2 2 i 0 0

t i s a h e t /t l s 17 - 7 0 0 6 0 : 3 0

R " L C h o r i z o n s ; 1 7 3 - 3 0 0 1 2 3 : 4 0

R I O D L J A N E I R O 2 3 3 - t i * « 1 4 5 : 0 0

B A R B A C t L N A AS ? .0 P A U L O 5 2 5 - 1 0 0 4 8 : 0 0

B A R R O S O 2 5 - 5 0 0 2 0 0 : 4 0

B E L O i : o P i z c : ; - . i : 2 4 0 - 1 0 0 4 4 4 4

R I O D L J A ü ; I R C 4 * 4 * * • * * 4 ê « 4 4 4 4

1 J W I I A S A : 7 o p a u l o • • 4 4 * 4 « * 4 4 4 4

C A R l W i N l A N * * * * » • « 4 ■ • 44 4 4 «

I T U T 1 N G A 54 " 1 3 0 6 1 : 3 0

B E L O H O R I Z O N T E 3 6 2 - 7 5 3 7 : CO

£ A 0 P A U L O J 0 9 - * 4 4 « 4 4 * 4 4

C A X A M I lOM O DE J A N E I R O 2 8 6 - 4 4 4 * * 4 4 4 «

v a ? c ; k ::a l i a - 1 0 0 4 2 S 0

A N I I H E L Í C I U I A • • A « « « • 14 * 4 1 4 4 *

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- J r i e x i s t e n t e .O ü-udt' e d e ü c o n l i o c i U o .

f o :;t c j d e h .

218

219

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

Densidade Populacional

Quadro 3

KUNICfPIOSÁR EA

Km2DENSIDADE

P.UPALDENSIDADE UPEANA POP. TOTAL

ANDRELÃNDIA 960. 7.60 13.78 13.231BARROSO 85. 11.74 128.71 10.940CARRANCAS 702. 5.43 6.95 4.881CASSITERITA 280. 8.94 14.06 3.937CORONEL XAVIER CHAVES 159. 7.52 18.11 2.879DORES DE CAMPOS 124. 12.46 45.11 5.594ITUTINGA 360. 7.33 12.61 4.539LAGOA DOURADA 492. 10.33 15.33 7.541MADRE DE DEUS DE MINAS 406. 5.54 9.72 3.946NAZARENO 326. 6.62 14.08 4.591PRADOS 259. 21.13 25.15 6.514PIEDADE DO RIO CPANDE 250. 15.84 22.16 5.540REZENDE COSTA 602. 9.30 14.43 8.686r i tÃp ol is 391. 7.61 14.47 5.656SÃO JOÃO DEL REI 1.441. 9.40 38.33 55.230SÃO VICENTE DE MINAS 332. 7.19 . 16.70 5.545SÃO TIAGO 571. 9.85 16.46 9.400TIRADENTES 83. 17.31 66.48 5.518

T O T A L 7.823 - - 164.768

FONTE: FIBGE

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todo o País, não tem merecido maiores incentivos. A única grande exceção seria a Ferrovia do Aço que, contrariamen- te ao que seu nome indica, se destinaria basicamente ao transporte de minério de ferro precedente do Quadrilátero Ferrífero em Minas, servindo ainda como via de abasteci mento de matéria-prima para as usinas de Volta Redonda (Cia Siderúrgica Nacional) e Companhia Siderúrgica Pauli^ ta COSIPA.

Esta ferrovia contribuiria para o descongestionamento da atual linha Rio-Belo Horizonte, cuja saturação é esperada para breve. Embora o seu objetivo principal fosse o trams porte de minério, suas projetadas condiçoes técnicas s£ riam notáveis; dispondo de eletrificação numa extensão to tal de 834 km com bitola larga (l,60m) rampa máxima de 1% e raios de curva de 900 metros, condições que possibili­tariam velocidade de 120 km horários caso fosse utilizada para o transporte de passageiros.

Fsta ferrovia deveria cortar a Microrregião no sentido nor te-sul e seu projeto prevê a existência de um trecho li.gando Belo Fíorixonte a Itutinga, de onde partiria um ramal para Volta Redonda no Estado do Rio de Janeiro.

A instalação de residências das companhias construtoras en carregadas da implantação da ferrovia trouxe certa eufo ria e movimentação econômica nos setores de comércio local e prestação de serviços, entretanto a ferrovia planejada parece não estar destinada a beneficiar de forma apreciável a economia da Microrreçião, utilizando-a, unicamente, como corredor de transporte. As expectativas irreais provocadas nos pequenos aglomerados urbanos pelas residências das fir mas construtoras tiveram ainda o agravante de criar uma si tuação econômica transitória e insustentável a longo pra zo provocando verdadeiro transtorno na economia local, si

tuação que ja se delineou.

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O abandono parcial da obra, que movimentou milhões de nie tros cúbicos de terra, traz ainda para a Microrregião, co mo consequência secundária, o agravamento da erosão nos terrenos já carentes de cobertura vegetal.

6.2.4 Aerovias

O transporte aeroviãrio não tem na Microrregião qualquer expressão significativa. Apenas Itutinga, Andrelândia e Lagoa Dourada contam com aeroportos homologados pelo D.A.C., e São João dei Rei dispõe de um campo de pouso. Com a implantação da Ferrovia do Aço, foram criados novos campos de pouso para os pequenos aviões a serviço das empresas construtoras encarregadas daquela obra.

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6.2.5. Hierarquização dos Centros Urbanos Quadro de influências Microrregional

Conforme a versão preliminar da "Estrutura Espacial do Es tado de Minas Gerais", trabalho realizado pela Fundação Jo ao Pinheiro, 722 municípios mineiros foram classificados hierarquicamente segundo a Teoria do Lugar Central, que,le vando em consideração diversos fatores tais como rede de transportes, tipos de mercadorias vendidas e serviços pres_ tados em cada centro urbano, permite estabelecer níveis de hierarquização entre os municípios.

Foram pesquisadas 124 funções urbanas,sendo 84 de serviços e 40 de comércio, desprezando-se, segundo a metodologia a dotada rio trabalho mencionado, o número de vezes que deter minada função ocorre em uma mesma cidade.

De acordo com seu nível de hierarquização e posição geogra fica no território nacional, um centro urbano exerce influ ência sobre um número maior ou menor de municípios. Isto deu origem ã classificação de Macrorregião, Região e Mi_ crorregião, cada uma centrada por seu respectivo pólo.

A Teoria do Lugar Central considera as distâncias entre os diversos centros urbanos conjugadas aos equipamentos que possuem como fatores determinantes na atração ou pola rização que um centro exerce sobre o outro. O objetivo principal do estudo que considerou estes fatores foi deter minar a área de influência em torno de cada centro urbano. Para a determinação desta área, poderiam ter sido consid£ radas, por exemplo, as populações de cada centro: assim, para uma população maior corresponderia uma área de influ­ência proporcional. No entanto, este critério, que toma so mente a população como índice, possibilita o -aparecimento de certas distorções na avaliação. Por isso, ao invés da

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO E C O O EDENACAO CERAL

população de cada centro, tomou-se a variedade de equipa mentos urbanos de cada cidade como elemento determinante de sua área de influência. Escolas, estabelecimentos de credito, comércio mais diversificado, atendimento hospita­lar, equipamentos de diversão, tais como cinemas, sãoalguns dos 124 equipamentos urbanos pesquisados e que per mitiram estabelecer a classificação.

Conhecidas as areas de influências e a distância (levando- se em conta a facilidade de tráfego) entre dois centros ur banos é possível conhecer a "força de atração" ou de influ ência entre eles.

A "Estrutura Espacial do Estado de Minas Gerais" classifi­cou os 722 municípios mineiros estudados em dez níveis de hierarquia: na Microrregião dos Campos das Vertentes exis tem um município de quarto nível, dois de sétimo, um de oi tavo, sete de nono, e, finalmente, sete municípios de déci^ mo nível.

A Microrregião está sob a influência de dois polos Macror- regionais, Belo Horizonte, e Sao Paulo, cuja capacidade de polarização sobre todos os centros urbanos é muito nítida e inquestionável. Entretanto, à medida que se delimitam áreas menores para estudo, a nível Microrregional, por exemplo, a determinação dos centros que exercem polarização sobre os demais fica mais complexa, não se podendo precisar os linú tes de influência de cada um deles.

Diante destas dificuldades, a Microrregião e os principais centros que com ela interagem foram agrupados numa classifi^ cação simplificada, em quatro níveis, sendo o quarto carac­terizado pelas cidades menores em população e expressão eco nômica; o terceiro, pelos polos nlicrorregionais que exercem a polarização sobre o quarto nível; o segundo, por cidades capazes de influenciar os pólos microrregionais e cuja

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSECRETA«* CC PLANEJAMENTO E COCRCENACAO GERAL

influência abarca áreas bem maiores, que ultrapassam de mui to a da Microrregião; e, finalmente, o primeiro nível é ocu pado por Belo Horizonte e São Paulo, que são polos de influ ência nacional.

0 quadro 1 mostra as cidades polarizadas nos diversos nl veis e o sentido em que se processa a polarização.

Somente para efeito da montagem deste "Quadro de Hierarqui zação" não se procurou determinar o grau de importância e a hierarquia dos componentes de um mesmo nível; também fo ram desprezadas as relações que tais componentes mantêm en tre si. Desse modo, não foram analisadas as interações, que se processam, por exemplo, entre São João dei Hei e Barbace na, ou entre São Tiago e Tiradentes por pertencerem aos mes mos níveis. Obviamente a colocação de duas cidades mum me£ mo nível não implica numa identidade das funções que desem penham, pelo que convém apreciar com cuidado as caracterís­ticas particulares de cada município indicadas pelos aspec­tos demográficos, econômicos e geográficos. Por sua condi ção de centro industrial a cidade de Barroso, por exemplo, merece destaque especial, não sendo possível colocá-la no grupo de cidades de importância histõrico-paisaglstica, nem classificá-la como põlo Microrregional, posição que inque£ tionavelmente pertence a São João dei Rei.

O "Quadro de Hierarquização" na Microrregião é muito útil por evidenciar certas relações que não poderiam ser percebi^ das pela análise de um mapa rodoviário, sendo possível cons tatar que Andrelândia é polarizada por Caxambu, fora da ã rea em estudo, e que Barroso se liga a Barbacena, que tam bém não pertence à Microrregião.

A interdependência entre os diversos núcleos urbanos, prin cipalmente os menores, ê dinâmica e pode ser alterada, às vezes, pelo aparecimento de uma nova ligação rodoviária ou de um novo centro industrial de importância. Ê o caso da

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DC p e a n e j a m e n t o e c o o r o e n a c A o c e r a l

BR-267 (en fase de complementação) que, facilitando a liga çao Caxambu-Juiz de Fora, também contribuira para acentuar a influência desta última sobre Andrelândia. Por isso, a atualidade foi um elemento decisivo na escolha do trabalho "Estrutura Espacial do Estado de Minas Gerais" coroo : base na elaboração do quadro de influências na Microrregião. E_s te estudo é de 1975, sendo o mais recente dos trabalhos consultados.

O dinamismo que caracteriza o processo de interdependência entre as cidades obriga que se tome por base os trabalhos mais recentes sobre regionalização, motivo pelo qual o trêi balho a "Estrutura Espacial do Estado de Minas Gerais" vem como base do "Quadro de Hierarquização" anexo.

A divisão adotada não ê, entretanto definitiva, como mos tra o trabalho "Divisão do Brasil em Regiões Funcionais Ur banas" dotado de 1972. Neste, aparece São Tiago polarizada por Lavras ao invés de Sao João dei Rei. Carrancas e são Vicente de Minas aparecem sob a influência de Caxambu, que, por sua vez, está ligada ao Rio e não a São Paulo como mo£ tra o "Quadro de Hierarquização".

Finalmente o trabalho do IBGE considera Andrelândia polari zada por São João dei Rei e não por Caxambu,como indica o quadro.

6.2.6. Proposições

6.2.6.1. Áreas e Cidades Especiais

Alem dos acidentes geográficos, como as Serras de Carranca^ São José, Lenheiro, e das barragens de Camargos e Itutinga, cuja notoriedade chama, de modo imediato, a atenção sobre eles, a Microrregião, nos seus 7.823 km de área, provavel^ mente contará com outros pontos interessantes paisagistica- mente.

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA 1X 3 FLANEJAMENTC E C O CR D EN AÇ A O GERAL

Recomenda-se, por isso, que as prefeituras de cada municí pio providenciem um levantamento sumário de tais pontos, fotografando-os e localizando-os em relação ãs respect^L vas sedes. A reunião desse material seria feita pela Associação dos Municípios que, desta maneira, estaria mu nida de dados suficientes para a elaboração de um roteiro turístico que se procurara integrar ao do conjunto das ci dades históricas da Microrregião, ja pronto.

Além de seu significado turístico, esses novos pontos a serem localizados juntamente com as áreas próximas Hs ser ras e barragens serão muito interessantes como reservas a serem preservadas em virtude de seus sistemas ecolõgi^ cos peculiares.

As cidades da Microrregião, em linhas gerais, não apresen tam problemas dignos de nota quanto ã organização espa ciai das atividades que nelas se processam.

Seus índices demográficos de crescimento, suas populações atuais e perspectivas de desenvolvimento a curto , prazo não evidenciam necessidades prementes de organização ne£ te sentido.

Os problemas que a maioria das cidades apresentam são os de saneamento básico, saúde, educação, comunicações e transportes abordados em setores específicos destes tra balhos sobre a Microrregião.

As únicas cidades que merecem estudos especiais, ainda que preliminares, quanto a problemas de organização espacial de atividades foram São João del-Rei, Tiradentes e Prados, por suas características históricas particulares, que po derão ser comprometidas por atividades econômicas incompa tlveis com a preservação de seu patrimônio histórico, ou pelo desenvolvimento de uma atividade turística desordena da que assuma características predatórias.

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O PI NHEI F I Osecretarta uo pia .nejamemc e cccrdf.nacAo geral

Barroso, apesar de sua condição de cidade industrial, conse guiu superar a maioria dos problemas decorrentes de uma den sidade populacional urbana relativamente alta porque a in dustrialização ali se processou de forma progressiva, possi^ bilitando ao município oportunidades de controle. Assim, os únicos problemas de organização do espaço urbano que persi£ tem na cidade resultam da localização inadequada de algumas areas habitacionais que, na sua posição atual junto a fãbri^ ca de cimento Portland Barroso, encontram-se em péssimas condições ambientais. Esta fabrica (a maior da Região) dis» pÕe de equipamento de filtros antipoluentes; entretanto, pe riodicamente é libertada a poeira de cimento que se disper sa sobre as áreas contíguas, tornando-as totalmente inade quadas para habitação, e utilização em equipamentos educa cionais, esportivos, hospitalares etc.

Também o Rio das Mortes tem sido poluído pela fábrica, pelo que se recomendaria uma verificação, junto ã Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, dos índices de poluição . ja provocados, objetivando uma adequação maior destes aos re comendados pelas organizações de saúde.

Agentes:

AMVER - Coordenação e PromoçãoPrefeituras - Levantamentos e indicações de areas SEMA, CETEC e Secretaria de Ciência è Tecnologia do Estado - Estudo da poluição aérea e hídrica no Rio

das Mortes na Região de Barroso.Forma de Implementação:

Convênio da AMVER com os Órgãos mencionados.

Ações Necessárias:

Estudo de viabilidade econômica para desapropriação e/ ou reordenação de áreas já utilizadas pelas atividades mineradoras.

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f u n d a ç Ao j oà o p i nhe i r oSECRETARIA DO PIAMEJAMEMO E COORCENACAO CERAL

Custos:

Os custos de implantação deverão ser de responsabili. dade do Estado e do Governo Federal através da SEMA (Se cretaria Especial do Meio Ambiente).

6.2.6.2. Sistema Viário

Ainda que o sistema viário se apresente insatisfatório quanto ás condições de tráfego, já que, em geral, as e£ tradas não são pavimentadas, a rede de rodovias,constitui um conjunto bastante abrangente cobrindo toda a Microrre- gião de forma adequada. A única grande deficiência é ; a falta de continuidade da BR-494 entre São João dei Rei e Andrelândia. Essa via deve ser completada e pavimentada, sendo vital na integração do centro-sul da Kicrorregião,e muito importante para o Estado.

Entretanto,consulta feita junto ao DER revelou a inexis­tência de quaisquer planos de implantação ou melhoria do sistema rodoviário da Microrregião. Apenas existem planos quanto ao trecho Carandaí-Lagoa Dourada. Embora não com templado pelos programas do DER, recomenda-se que a r-li crorregião adote, através da SUPAM e da AMVER, a política da Patrulha Rodoviária Internacional, e que consiste ba sicamente na reunião de todas as máquinas de todos os mu nic.ípios para a formação de frentes de trabalho.A AMVER, após sua análise estabelecerá o programa final definindo . as prioridades da Patrulha Rodoviária.

Depois da complementação da BR-494, os trechos considera­dos prioritários são os compreendidos entre Itutinga e São Vicente de Minas passando por Carrancas ( este percur so é fundamental na integração do sudoeste da Microrregi­ão) ; entre Madre de Deus de Minas e - São Vicente de Mi

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F U N D A Ç Ã O J O Ã O P [ N H E I R OSECRETARIA DO PIANEJAMENTG E CCORDENAÇAO GERAI

nas, dando prosseguimento a BR-383 e finalmente o Circuito Turístico Tiradentes - Prados - Dores do Campo - Barroso.

Agentes:

AMVER - Coordenação e Promoção DER-MG - ExecuçãoPrefeituras Municipais da Microrregião - Colaboração e participação

Forma de Implementação:

Convênio dos municípios e da AMVER com o DER-MG.

Ações Necessárias:

Os estudos de viabilização econômica para melhoria do sistema viário Microrregional serão promovidos pela AMVER junto ao D.E.R. e aos poderes municipais.

Custos:

Os custos serão rateados entre as entidades convenen- tes conforme a natureza dos contratos e dos trabalhos.

6.3. Infra-estrutura Física e Condições Ambientais

6.3.1. Saneamento Básico

6.3.1.1. Abastecimento de Ãgua

A situaçao do abastecimento de água nos municípios da ■ Mi crorregião e precária, principalmente em termos de quali dade.

Apenas nas duas cidades de maior concentração populacional

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F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R OSECRflARIA DO FIANFJAMENTO E CCCRCENACÀO CERAL

(São João dei Rei e Barroso) existem unidades de tratamento de agua.

As instituições que atuam neste setor na região sao, predo minantemente, as Prefeituras Municipais. A Fundação SESP no momento executa em Prados as obras de um novo sistema, que estão em fase adiantada, e em Resende Costa, Sao Tiago e Ti radentes, atua na elaboração de projetos. Apesar da atuação eficaz, a Fundação SESP não consegue contornar todos os pro blemas face a carência de recursos. A contrapartida finan ceira do município geralmente é impossível, devido princi­palmente ao inadequado sistema de cobranças pelos serviços; isto é, taxas ínfimas são arrecadadas juntamente com ou tros impostos, insuficientes para o ressarcimento das de£ pesas. A operação e a manutenção dos sistemas muitas '.vezes são de custo elevado, como ê o caso de São Vicente de Minas e são Tiago, onde e altíssimo o consumo de energia elétrica para bombeamento da água.

Em muitas cidades, tais como Itutinga e Ritãpolis, ê bom o percentual de atendimento por ligações prediais, mas a va zão disponível é insuficiente para suprir a demanda,exigin­do racionamento sistemático no fornecimento de água à popu lação.

Apenas três Prefeituras (Cassiterita,Piedade do Rio Grande e Tiradentes) procuraram entrar em entendimentos com a COPA SA, a fim de firmar contrato de concessão na expio ração dos serviços de saneamento básico. A alegação mais u suai para os municípios não aderirem ao PLANASA, através da quela instituição refere-se ao fato de que a população não conseguiria suportar o ônus financeiro correspondente a im plantação de novos sistemas. Ciente desses argumentos, a CO PASA tem procurado agir em grupos de cidades próximas,de mo do a permitir a implantação de um sistema tarifário conveni ente, que leve em conta a capacidade de pagamento do municí pio.

230

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA DO PLASEJAMENTC E COORCENACAO CIRAL

Por isso, a constituição da Associação dos Municípios e uma adesão naciça ao PLANASA apresentam excelentes vantagens cor, facilidades de obtenção de economia da escala na administra ção dos sistemas.

No quadro 4 estão estampados os dados estatísticos da situíi ção de abastecimento de água na Microrregião, podendo-se admitir como satisfatórias as taxas encontradas, embora não reflitam a situação real em temos qualitativos.

6.3.1.2. Esgotos Sanitários

O quadro 4 também apresenta a situação estatística referente aos esgotos sanitários: Andrelândia, Barroso, Dores de Cam pos, Prados e Sao João dei Rei são os municípios que possuem um sistema considerável; e Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, São Vicente de Minas e Tiradentes há peque nos trechos de rede coletora, enquanto que nos demais munic£ pios nada se faz. Mesmo nos locais onde existem os serviços, as soluções adotadas não obedeceram a estudos prévios. Esta situação obriga a população ao uso excessivo do sistema está tico (fossas) e outros mais inadequados, que acarretam a con taminação constante de mananciais e do lençol freãtico com reflexos diretos na saúde pública. Este ê um quadro genérico dos esgotos sanitários no País, e o alto custo das obras im pede uma ação no sentido de amenizar a precariedade atual.

6.3.1.3. Limpeza Urbana

Entre os problemas que afetam a qualidade do meio ambiente en contran-se os relativos ã limpeza pública ou urbana e ã desbi nação final do lixo.

Em muitos municípios da Microrregião, a produção de resíduos sólidos pela população não chega a apresentar um volume cons£ derãvel, mas a forma de disposição inadequada, com vazadouros a céu aberto, e localizações múltiplas, representa uma ameaça

231

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

SANEAMENTO BÃSICO

Quadro 4

M U N I C Í P I O SÃ G U A E S G O T O S

N9 DE LIGAÇÕES* PORCENTAGEM DO ATENDIMENTO N9 DE LIGAÇÕES * PORCENTAGEM DO

ATENDIMENTO

a n d r e l Ãn d i a 1.017 70 564 39BARROSO 2.121 89 1.699 71CARRANCAS 215 84 182 71CASSITERITA 119 42 - -CORONEL XAVIER CHAVES 147 70 - -

DORES DE CAMPOS) 1.007 80 668 53i t u t i n g a 438 95 - -

LAGOA DOURADA 336 48 41 6MADRE DE DEUS DE MINAS 184 51 22 6NAZARENO 4 67 86 - -

PRADOS 522 64 376 46PIEDADE DO RIO GRANDE 230 53 - -

RESENDE COSTA 700 89 - -

r i tÃp o l i s 212 32 - -SÃO JOÃO DEL REI 9.169 86 8.671 83SÃO VICENTE DE MINAS 540 64 17 2SÃO TIAGO 508 61 - -

TIRADENTES 367 75 19 4

* Referente apenas âs Sedes Municipais.FONTE: IBGE,IEE, Pesquisas diretas FJP

- Não existe o serviço.

232

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO E CCCKCiNAÇAO OERAL

a saude publica.

Nas cidades onde existe uma coleta regular do lixo domicili^ ar, o sistema de disposição final é sempre os de aterro sim pies, sen nenhum cuidado sanitário. A entrega do *lixo a agricultores - solução não recomendada, mas de menor grayi dade que os vazadouros a céu aberto - não e realizada na Ili crorregíão, talvez pela pequena demanda por parte da agri cultura e da pecuária locais.

Constituindo-se em um setor de serviços da municipalidade muito dispendioso, não vem merecendo a atenção dos adminis­tradores. Como fatores básicos para solução deste problema citam-se: a formação de pessoal, alteração de sistemas de organização, educação sanitária, elaboração ou revisão de legislação etc. Entre as entidades principais que podem prestar assessoria para as soluções dos problemas de limpe­za urbana destacam-se o IBAM - Instituto Brasileiro de Adnvi nistraçHo Municipal, e a AELP - Associação Brasileira de Limpeza Publica.

233

QUADRO ESQUEMÁTICO DAS LIGAÇÕES TELEFÔNICAS

NA MICRO-REGIÃO - I 9 T 7QUADRO 0

ODD DDO ODD ODO

CARRANCASITUTINGANAZARENO

ano relÁndia SÃO VICENTE DE

MINAS

BARBACENADDD SÃO JOÃO D*EL REI

BARROSO

DOO ODD

CASSITERITA DORES 00 CAMPOS

LAGOA DOURADA

MADRE DE DEUS DE MINAS

PIEDADE DO RIO GRANDE

PRADOSRESENDE COSTA

rita'po lis

SÃO TIAGO

TIRADENTE3CORONEL XAVIER CHAVES

ODD OPERADORA DISCANDO A DISTANCIA

DDO-----DISCAGEMÁ DISTÂNCIA Â OPERADORADOD------DISCAGEM DIRETA À DISTANCIA

FOWTE TELEJWMO

235

236

MICRORREGIAO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

TELECOMUNICAÇÕES

Quadro 6

M U N I C Í P I O SN9 ATUAL DE TERMINAIS

ÍNDICE TELEF 100 Hab.

/ PLANO TELEMIGTOTAL DE TER

MINAIS ÍNDICE CANAIS INTERURB.

ANDRELÂNDIA 104 0,71 2 50 1,70 7BARROSO 300 2,50 712 5,93 17 (DDD)CARRANCAS 37 0,69 55 1,03 4CASSITERITA 22 0,56 38 0,97 3CORONEL XAVIER CHAVES - - - - 1DORES DE CAMPOS 152 2,48 190 3,10 7ITUTINGA 9 0,18 80 1,62 4LAGOA DOURADA 95 1,14 100 1,20 5MADRE DEUS DE MINAS 39 0,90 70 1,62 5NAZARENO 45 0,88 80 1, 56 4PRADOS 90 1,76 130 1,81 6PIEDADE DO R.GRANDE 50 0,92 68 1,26 4RESENDE COSTA 100 1,03 130 1,34 5r i tAp o l i s 60 1,07 90 1,61 5SÃO JOÃO DEL REI 1.031 1,69 2.000 3,28 36 (DDD)SÃO VICENTE DE MINAS 63 1,02 150 2,43 5SÃO TIAGO 70 0,67 100 0,96 4-TIRADENTES 11 0,18 100 1,65 5

T O T A L 2.278 1,27.

4.343 2,42 127

FONTE: Pesquisas diretas FJP, Telemig.

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As Diretorias Regionais que coordenam os diversos serviços postais e telegráficos na região, e mantêm as informações estatísticas, estão localizados em Campanha e Juiz de Fora. & Diretoria Regional de Campanha, estão vinculadas as agên cias dos municípios de Andrelandia, Carrancas, Madre de Deus de Minas, Piedade do Rio Grande, Ritãpolis, São Vicen te de Minas e São Tiago. À Diretoria Regional de Juiz de Fora estão ligadas as agências dos municípios de Barroso, Cassiterita, Coronel Xavier Chaves, Dores do Campo, Itutin ga, Lagoa Dourada, Nazareno, Prados, Rezende Costa, São João dei Rei e Tiradentes.

6.3.3. Energia Elétrica

Os serviços de energia elétrica na totalidade dos municí pios da M.icrorregião são concedidos ã CEMIG-Centrais Ele tricas de Minas Gerais S/A. Existem duas usinas da empresa, ITUTINGA e CAMARGOS, localizadas dentro da Microrregião.

O escritório regional de são João dei Rei centraliza os controles administrativos e operacionais de vários municí. pios do Estado, dentre eles os 18 que compõem os Campos das Vettentes. Neste escritório foram obtidos os dados re ferentes ao número de ligações e consumo nos anos de 1975 e 1976. Nas cidades-quase todas - são mantidos postos de atendimento ao consumidor, que tem contato permanente com o escritório regional. O nível de atendimento dos serviços de energia elétrica na Microrregião dos Campos das Verten tes pode ser considerado satisfatório em seus aspectos quan titativos (número de ligações), embora existam deficiênci­as quanto a qualidade (quantidade da energia fornecida).Os dados para os diversos municípios são apresentados no qua­dro 7.

237

238

m i c r o r r e g iÃo dos c a m p o s das v e r t e n t e sENERGIA ELÉTRICA

Quadro 7

1975' 1 ~~

1976M U N I C Í P I O S NÚMERO

CONSUMIDORESCONSUMO ANUAL

(KWH)NÚMERO

CONSUMIDORESCONSUMO ANUAL

(KWH)

ANDRELÃNDIA 1.005 1.468.374 1.102 1.893.373BARROSO 1.916 2.819.894 2.003 3.234.180CARRANCAS 208 371.826 240 450.732CASSITERITA 178 186.385 194 187.018CORONEL XAVIER CHAVES 129 216.002 147 1.841.112DORES DE CAMPOS 774 1.029.057 8 27 1.142.742ITUTINGA 246 739.621 266 830.971LAGOA DOURADA 304 450.948 3 52 502.772MADRE DE DEUS DE MINAS 214 293.520 2 58 705.013NAZARENO 390 412.017 465 476.755PRADOS 541 660.461 551 677.755PIEDADE DO RIO GRANDE 264 288.014 272 333.112RESENDE COSTA 490 456.931 532 508.225r i tÃp ol is 446 1.854.960 474 2.259.025SÃO JOÃO DEL REI 9.838 42.439.144 10.320 48.845.205SÃO VICENTE DE MINAS 553 1.101.781 580 1.165.632SÃO TIAGO 672 981.399 726 947.853TIRADENTES 725 954.126 808 1.131.292

FONTE: Cemig

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6.4. Proposições

6.4.1. Saneamento Básico e Meio Ambiente

Tanto o abastecimento de água, como o atendimento das popu lações da Microrregião por rede de esgoto são feitos de forma bastante precária, o mesmo ocorrendo quanto ao dest^ no final do lixo, problema que no entanto não atingiu pro porções apreciáveis.

Embora tecnicamente sejam bem conhecidas as formas de solu cionar esses problemas, os métodos convencionais até agora empregados, apresentam bons resultados quanto à qualidade mas, têm, em seu desfavor, a limitação da quantidade de pessoas que realmente poderão desfrutar dos serviços.

Obviamente, o crescimento das populações não tem ocorrido em proporção direta com o aumento de seu poder aquisitivo, impossibilitando-as, assim, de arcar com o ônus financeiro dos serviços convencionais.

Acrescenta-se também, que o preço dos serviços de saneamen to tenderá a crescer com o aumento da população servida.Nu ma primeira etapa de implantação do sistema, os custos co£ tumam ser mais altos, já que a demanda efetiva e, âs vezes, menor que a capacidade de atendimento instalada; em etapa posterior, com o aumento da demanda dos serviços ocorre o ponto de equilíbrio e de otimização dos preços ao consumi dor. Daí em diante a tendência será um aumento continuado de preços, uma vez que para atender a uma população maior os equipamentos não serão os mesmos instalados anterior mente, apenas multiplicados convenientemente. Aqui será ne cessãrio colocar em funcionamento equipamentos muito mais complexos do que os que puderam operar satisfatoriamente nas primeiras etapas.

239

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

São indispensáveis todas estas considerações para que se prove a viabilidade de implantação de outros sistemas a_l ternativos. Estes, se por um lado apresentam razoável in dice de segurança quanto aos graus de pureza ou de depura ção dos elementos tratados, têm em contrapartida uma gran de flexibilidade de implantação, seja pela descentraliza­ção e conseqüente divisão de responsabilidades, seja pe los menores custos operacionais.

Assim, os sistemas convencionais não representam a única possibilidade nem constituem a solução mais conveniente a todos os municípios, e a própria COPASA já dispõe de ou tras alternativas.

É evidente que a descentralização e a divisão de responsa bilidades implicarão em maior difusão de técnicas elemen tares de saneamento e maior educação da população, especi^ ficamente para este fim, Estas soluções, entretanto, nao são muito complexas nem exigem a participação de pessoal especializado. Conforme mostra o artigo "Ãgua de Cisterna é comprometimento ambiental" publicado na Revista da Fun dação João Pinheiro, Análise e Conjuntura, de Jan-77. Em virtude da importância estratégica da Microrregião e das possibilidades de expansão do parque industrial ê ne cessãrio uma abordagem mais ampla dos problemas de sanea mento, que não se restrinja aos serviços de abastecimento de água e esgotos sanitários das sedes municipais.

Alem de se estender o planejamento aos serviços de agua e esgoto das zonas rurais ê importante levar em conta tara bém os problemas de limpeza urbana e da poluição hídrica e atmosférica.

Vários organismos federais e estaduais vêm adotando a sis_ temática de condicionar os estudos e ações de determinado setor ao envolvimento simultâneo de outros. Por exemplo, para se implementar obras de sistemas de esgotos sanitã

240

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSECRE IAHTA DO PIANFJAMEMO E tOORCENACAC OERAL

rios, o PLANASA exige como condição imprescindível o contro le da poluição hídrica. O Estado também poderia exigir como contrapartida dos financiamentos providências municipais vi sando a regulamentação do uso do solo, que impedissem a pro liferação desordenada de loteamentos ao lado de grandes ãre as desocupadas com fins meramente especulativos.

Seria válido, no âmbito da AMVER, instituir-se uma regula mentação das ações nos municípios para se estimular aquelas mais abrangentes que facilitassem o cumprimento das exigên cias citadas.

A definição de poluição, segundo o Decreto Federal número 76.389, é "qualquer alteração das propriedades físicas, qu^ micas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de energia ou de substâncias solidas, liquidas ou ga sosas, em níveis capazes, direta ou indiretamente de:

I - prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da popula ção;

II - criar condições adversas ãs atividades sociais e eco­nômicas;

III - ocasionar danos relevantes â flora, à fauna e a ou tros recursos naturais".

Assim, propõe-se a implantação de uma política global de de fesa do meio ambiente, que pode ser sintetizada nos seguin tes itens:

1. Criação de um departamento na AMVER destinado â coordena ção de obras públicas, visando o entrosamento de õrgãòs atuantes em saneamento, águas pluviais, energia, abaste cimento e comunicações;

2. Instituição de padrões e normas adequadas quanto à dispo

241

»F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DC PLANEJAMENTO E COORDENACAO GERAL

siçHo dos resíduos sólidos, esgotos sanitários e indus; triais;

3. Elaboração de estudos com o objetivo de desenvolver tecnologias alternativas para sistema de esgotos, di^ posição final de resíduos sólidos e controle de erosão dos solos;

4. Assessoria técnicas e administrativa para os assuntos ligados ao meio ambiente.

Dentre os agentes destes programas, além da AMVER, e dos municípios gue atuam a nível local, devem ser destacados o CETEC e os demais órgãos componentes do Sistema operacio nal de Ciências e Tecnologia, através da recém-criada Se cretaria dc Estado.

A nível federal os programas envolvem a atuação da SEMA, Secretaria Especial do Meio Ambiente e do CNPU,Comissão Na cional de Regiões Metropolitanas e Política Urbana.

Aigentes:

AMVER - Coordenação e promoção COPASAi - Estudos de Viabilidade, projetos dos Sistemas

e sua implantação e gerência.CETEC - Determinação dos principais agentes de polui­

ção e elaboração de projetos visando a sua eliminação e/ou minimização.

Forma de Implementação:Convênio da AKVER com os Órgãos mencionados

Ações Necessárias:

Articulação dos diversos agentes através da AMVER.Os agentes responsáveis teriam sob a sua responsabili­dade o levantamento de dados e a implantação dos pro­jetos deles deles decorrentes.

242

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OMCRFTARIA OO fLANFJA.MF.MO E COORCENACAO GERAL

Custos:

Os custos de implantação recairiam basicamente sobre a União através do PLANA5A e parcialmente sobre o Estado, devendo existir uma contrapartida por parte do município.

6.4.2 Energia Elétrica e Comunicações

A presença da CEHIG em todos os municípios e fator favorá­vel para a região quanto ãs facilidades administtativas contribuindo para a implantação de programas de ampliação e aperfeiçoamento neste setor, os quais, dispondo de um ú nico agente, terão mais probabilidades de êxito em curto prazo. O atendimento urbano apresenta carências, sendo ne cessaria a melhoria das condições atuais e acompanhamento das evoluções de demanda. O atendimento rural deve ser in­centivado, cabendo aos usuários maior esforço no sentido de sc associarem para a redução de custos de ■ Implantaçao dos serviços.

Quanto às telecomunicações, são muitas as carências têcni cas dos sistemas implantados e insuficientes os terminais disponíveis. A agilização dos planos de expansão ê dificul tada porque a TELEMIG não detêm a concessão em vários muni clpio.s. A deficiência dos sistemas urbanos se reflete nas comunicações interurbanas, desde que nenhuma localidade tem acesso direto aos sistemas da EMBRATEL.-

Os serviços postais e telegráficos dependem, de certa for ma, de melhores condições de funcionamento do sistema viário intermunicipal e do telefônico, para uma . ,eficiên cia maior de atendimento e implementação de mecanismos modernos, (telegrams for.ados, etc). Portanto, a atuação das empresas de energia e comunicações ê limitada, embora se

243

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENIO E COCRCENACAO CERAL

jam possíveis ampliações e melhorias através dos esforços conjugados e de convênio para a região. Neste sentido, a AMVER poderá ter destacada função, coletando informaçõese reivindicações das partes interessadas, encaminhando ás companhias, e procedendo periodicamente ao acompanhamento das providências.

Agentes:

AMVER - Coordenação e PromoçãoCEMIG, TELEMIG, EBCT, EMBRATEL e TELEBRÃS

Forma de Implementação:

Convênio da AMVER com os órgãos interessados.

Ações Necessárias:

Determninação da demanda efetiva e providências no sentido de supri-la.

Custos:

Os custos deste programa deverão ser de responsafcd lidade do Estado e do Governo Federal, havendo po£ teriormente uma restituição parcial dos fundos através de tarifas cobradas aos consumidores.

244

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R Os e c r e ta r ia d o rlan ej a c e n t o e c o o k d c n a c a c g e r a l

7.0 SAÜDE

7.1. Introdução

7.2. Estabelecimentos Hospitalares

7.3. Estabelecimentos Para-hospitalares

7.4. Estabelecimentos de Serviços Oficiais de Saúde

7.5. Níveis de Atendimento

7.6. Mortalidade Infantil

7.7. Programa Microrregional de Saúde

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA IX ) RIANEJAMENTO E COORDENACAO CERAL

7.0. SAÚDE

7.1. Introdução

O Diagnostico de Saúde dos Municípios componentes da Microí: região dos Campos das Vertentes considerara dois aspectos fundamentais para analise:

Os equipamentos de saúde# ou seja os estabelecimentos hos­pitalares# para-hospitalares e as unidades oficiais de Saú de Pública.

Os níveis de saúde da população# avaliados através dos coe ficientes de mortalidade geral e infantil# da incidência de doenças transmissíveis e das principais "causas mortis".

247

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA ÜO PLANEJAMENTO E CCORDENACAO CERAL

7.2. Estabelecimentos Hospitalares

7.2.1. Caracterização

A analise da rede de estabelecimentos hospitalares (... são aqueles que têm por finalidade prestar assistência médica em regime de internamento, possuindo leitos, instalações ne cessarias e pelo menos a presença de um médico no seu corpo clinico) constitui importante indicador de saúde de uma po pulação, na medida em que mostra o grau e a qualidade daassistência médico-hospitalar oferecida.

Para tanto,os estabelecimentos hospitalares da Microrregiâo dos Campos das Vertentes (Quadro 1) serão analisados à par tir dos seguintes aspectos:

Distribuição espacial;Serviços oferecidos;Leitos especializados e relação leito/população; Recursos humanos;Dependência administrativa;Capacidade financeira e fluxos de internamento.

7.2.2. Distribuição Espacial

Nove hospitais gerais e um hospital-maternidade compõem a rede hospitalar micrarregional, localizada nas oito cidades de maior população, encontrando-se nas três maiores destas 68% da sua capacidade de atendimento.

De certa forma tal aglutinação sugere uma positiva hierajr quização dos equipamentos de saúde, jã que a maior parte dos estabelecimentos para-hospitalares (ambulatórios) estão distribuídos em cidades onde não existem hospitais, o que, em principio, atende ao modelo proposto pelo Ministério da

248

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES Estabelecimentos de Assistência Hospitalar

~ ~ - 1972 - --

Quadro 1

MUNICÍPIOS DENOMINAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS• — ~ 1 — " ■DEPENDENCIAADMINISTRATIVA

i — ~~ESPECIALI­

ZAÇÃOI N9LEITOS

Andrelândia Santa Casa de Misericórdia Particular Geral 80

Barroso Posto Puericultura e Assitência à Maternidade Particular Geral 47

Carrancas Hospital São Vicente de Paula Particular Geral 19

Nazareno Hospital Santo Antônio Particular Geral 19

PradosSanta Casa Misericõridia da Paroquia de Prados Soc.Assistência ã Maternidade e Infância Desvalidas

Particular Part icular

GeralObstetrícia

3014

Resende Costa Hospital Nossa Senhora do Rosário Particular Geral 64

São João dei ReiHospital Nossa Senhora das Mercês Santa Casa de Misericórdia

ParticularParticular

GeralGeral

125125

São Tiago Hospital São Vicente de Paulo Particular Geral 31

TOTAL 10 554

FONTE: Cadastro dos Estabelecimentos Hospitalares de Minas Gerais - Superintendência de Estatística e Infor mações - SEI - 1974

IO«5

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO E CCCRDENACAC GERAL

Saúde (Unidade de Saúde Pública na base do Sistema, seguida por unidades para-hospitalares, com o hospital geral regio nal na cabeça do sistema).

7.2.3. Serviços Oferecidos

Os hospitais microrregionais dispõem dos seguintes serviços: clinica médica (9), obstetrícia (9)f pediatria (9), cirurgia (6), anestesia (6), bancos de sangue (3), cancerologia (1), cardiologia (3), ginecologia (7), otorrino (1), pronto socor ro (4), puericultura (2), traumatologia (1) e urologia (1). (Quadro 3).

A distribuição dos "leitos especializados" confirma a pre dominância dos serviços essenciais de Clinica Medica (220 leitos). Obstetrícia (108), Pediatria (71) e Cirurgia (79), havendo ainda 7 leitos para Traumatologia e 14 para as espe cialidades restantes. Do total disponível 62% são gratuitos devido ao caráter beneficiente das instituições hospitala res locais. (Quadro 1)

Para a população estimada para 1975 a relação leito/popula ção na Microrregião dos Campos das Vertentes é de 1/323 hab_i tantes pouco maior que a de Minas Gerais(l/256 habitantes),e aproximada da relação brasileira (1/350 habitantes).

7.2.4. Recursos Humanos

0 corpo clinico e auxiliar dos hospitais da Micrprregião e_s ta concentrado em sua maioriá nos dois hospitais de São João dei Rei. (Quadros 2 e 4).

De acordo com os dados oficiais mais recentes aqueles hospi tais têm 74% dos médicos, 62% dos enfermeiros diplomados,75% dos dentistas, todos os farmacêuticos, 66% dos técnicos de laboratório, 33% dos técnicos em Raio X, 85% dos auxiliares

250

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANUAME.STO £ c c c r c e n a c a o c e r a l

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

Médicos Residentes

Quadro 2

MUNICÍPIOS NÚMERO DE MÉDICOS RESIDENTES

Andrelândia 4 médicosBarroso 4 médicosCarrancas 1 médicoCassiterita Não consta médicosCoronel Xavier Chaves Não consta médicosDores de Campos 1 médicoItutinga 1 médicoLagoa Dourada Não consta médicosMadre de Deus de Minas Nao consta mécicosNazareno 1 médicoPrados 1 médicoPiedade do Rio Grande 1 médicoResende Costa 1 médicoRitãpolis Não consta médicosSão João dei Rei 43 médicossão Vicente de Minas 3 médicosSão Tiago Não consta médicosTiradentes Não consta médicos

TOTAL 61 médicos

FONTE: CRMMG.

251

roLnwMICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES Serviços Existentes nos Hospitais Quadro 3

SERVIÇOS EXISTENTES NOS ESTABELECIMEN­TOS HOSPITALARES

Anes

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Urol

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ANDRELÄNDIA Santa Casa de Mise­ricórdia

1 1 - 1 1 1 1 - 1 - - 1 1 - - -

BARROSOPosto Puericultura e Assist.à Materni­dade

1 - - - 1 1 1 - 1 - - 1 1 1 - -

CARRANCASHospital São Vicen- .te de Paula

1 - - - 1 1 - - 1 - - 1 - 1 1 -

NAZARENOHospital Santo Antô nio ”

- - - - - 1 1 - 1 - - 1 - - - -

RESENDE COSTA Hospital Nossa Se­nhora do Rosário

1 - - - 1 1 1 - 1 - - - 1 - - -

SÃO JOÃO DEL REI Hospital Nossa Se nhora das Mercês”1

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 - 1 - - - 1

SÃO JOÃO DEL REI Santa Casa 1 1 - 1 1 1 1 - 1 1 1 1 - - - -

SÁO TIAGOHospital São Vicen te de Paulo

- - - - - 1 1 - 1 - - 1 - - - -

PRADOS Santa Casa - - - - - 1 - - 1 - - 1 1 - - -

T O T A L 6 3 1 3 6 9 7 1 9 2 1 8 4 2 1 1FONTE: SUPERINTÊNCIA DE'ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES - SEI

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

CORPO CLÍNICO E AUXILIAR DOS HOSPITAIS

Quadro 4

MUNICÍPIOS MÉDICOS DENTISTAS FARMACÊUTICOS

ENFERMEI­RAS

NUTRICIO­NISTAS

TÉCNICOS DE LABO­RATÓRIO

TÉCNICOSEM

R-X

AUXILIARDE

ENFERMA­GEM

ATENDENTES

OU­TROS

ANDRELÃNDIA 2 1 - - - 1 2 - 4 2BARROSO 3 - - - - - - 2 2 5CARRANCAS 1 - - - - - - - 2 4NAZARENO 1 - - - - - 1 - 3 1PRADOS 1 1 - - - - 1 1 1 2RESENDE COSTA 1 - - 3 - - - 2 - 3SÃO JOÃO DEL REI I 2/17 3/3 1/1 3/2 -/I 1/1 1/1 0/29 15/28 2 5/73SÃO TIAGO 1

' " '

1 4

TOTAL 39 8 2 8■

1 3 6 34 48 119

FONTE:- Superintendência de Estatística e informações - SEI.

rocn

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAMENTO C COORDCNACAO CEEAl

de enfermagem, 89% dos atendentes e 82% dos restantes. Isso pode ser explicado pelas características de são João del- Rei cuja população representa 34% da população microrregio- nal, além de ser centro turístico, universitário e sede de guarnição militar.

7.2.5. Dependência Administrativa e Capacidade Financeira

Todos os hospitais da Microrregião são sociedades civis be neficientes.

Em 1973 as subvenções oficiais para a rede de hospitais da Microrregião constituíram 13,86% do total da receita dos hospitais: dos quais 8,21% de origem federal, 0,08% esta dual e 5,57% municipal. Estes percentuais indicam que os hospitais, à exceção dos de Barroso e Carrancas, contam com recursos financeiros proprios para a sua manutenção.O total das despesas de manutenção em 1973 representou 88% das re ceitas, e somente os hospitais de Prados e de Carrancas fo ram deficitários, ressaltando-se que este último teve 100% da sua receita coberta por subvenções federais e municipais.

7.3. Estabelecimentos Para-hospitalares

A caracterização da análise para a rede hospitalar pode ser estendida aos estabelecimentos para-hospitalares, ou .seja, aqueles que têm por finalidade prestar assistência médica em regime de não internamento, e que possuem leitos apenas para atendimento de emergência.

A importância dos ambulatórios, modalidade mais comum de es tabelecimento para-hospitalar foi reconhecida quando o Mi nistirio da Saúde hierarquizou os equipamentos de saúde den tro de modelo padrão para os Sistemas Regionais de Saúde.Os estabelecimentos para-hospitalares têm um papel intermedia rio entre o hospital regional e a unidade sanitäria,cabendo

254

f u n d a q A o j o A o p i n h e i r oSECRETARIA DO ELANEJAMEMO E COORDENACAO GERAR

lhes o atendimento de urgência, o pre-diagnóstico e o enca minhamento ao hospital competente,

Isso e adequado às condições das pequenas cidades brasilei^ ras, para as quais a instalação de um hospital seria one rosa além de desnecessária.

A análise dos ambulatórios para-hospitalares levará em consideração os seguintes aspectos:

- Distribuição espacial- Dependência administrativa- Serviços oferecidos e instalações existentes- Recursos humanos- Capacidade financeira e fluxo de atendimento.

7.3.1. Distribuição Espacial

A Microrregião dos Campos das Vertentes conta com 14 ambulatõ rios para-hospitalares; oito localizados em São João del- Rei, dois em Tiradentes, e os quatro restantes distribuídos entre Piedade do Rio Grande, Lagoa Dourada, Itutinga e Ca_s siterita, respectivamente. Dentre elas, apenas São João dei Rei conta com hospitais (Quadro 5). A existência das unidades ambulatoriais em cinco cidades, e de hospitais em outras nove sugere uma distribuição equilibrada dos equipa­mentos de saúde na Microrregião. (Quadro 5).

7.3.2. Dependência Administrativa

As 14 unidades ambulatoriais podem ser separadas em três grupos: - os oficiais (2), os ligados à CEMIG e ao SESI (2) e os particulares (10).

7.3.3. Serviços Oferecidos

255

NJUla\ MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VFRTENTES

Estabelecimentos de Assistência Para-Hospitalar

Quadro 5

MUNICÍPIOS DENOMINAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS

DEPENDÊNCIAADMINISTRATIVA ESPECIALIZAÇÃO

Cassiterita Ambulatório Nossa Senhora da Conceição Particular Geral

Itutinga Ambulatório da CEMIG Particular Geral

Lagoa Dourada Ambulatório da Fundação Dr. Ludgero Ferreira Lopes Particular Geral

Piedade do Rio Grande Pequeno Hospital Nossa Senhora da Piedade Particular Geral

São João dei Rei

Ambulatório Medico Dentário da F.P.S. Ambulatório Nossa Senhora da Piedade Ambulatório Padre Francisco Gonçalves Centro Social São Sebastião Obras Sociais de São João dei Rei Posto de Assistência Medica Posto Regional Medico Odontológico Posto Medico Dentário do SESI

ParticularParticularParticularParticularParticularFederalEstadualParticular

Cancerologia Geral Geral Geral

Assist.Med.Soc. Geral Geral

Assist.Med.Soc.

Tiradentes Ambulatório Medico Odontológico São José Ambulatório Medico Frederico Ozanan

ParticularParticular

GeralGeral

T O T A L 14

FONTE: Cadastro dos Estabelecimentos Para-Hospitalares de MG - Superintendência de Estatística e Informação-SEI 1974

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R O«CfCETARiA. no planejamento e cocacenac^Q cekal

Além dos consultórios e das salas de curativos existem na maioria os seguintes equipamentos nos ambulatórios: farmã cia (Cassiterita, Lagoa Dourada, são João dei Rei e Tira dentes) e gabinete dentário {Cassiterita, Itutinga, Sao João del-Rei (2) e Tiradentes). (Quadro 7).

7.3.4. Recursos Humanos

O corpo clinico e auxiliar dos estabelecimentos para-hospi talares da Microrregião dos Campos das Vertentes tem nove médicos (dois para o ambulatório de Itutinga e um para cada dos outros (seis dentistas,(um para Cassiterita,Itutinga e Tiradentes e três para São João del-Rei). Um enfermeiro ái plomado trabalha no ambulatório do SESI em Sao João del- Rei, um auxiliar de enfermagem em Cassiterita, dois em Ti radentes. Seis atendentes um em Cassiterita, um em Lagoa Dourada e quatro em São João dei Rei e sete auxiliares âí versos completam o conjunto de pessoal auxiliar.(Quadro 6).

7.3.5. Fluxo de Atendimento e Capacidade Financeira.

Em 1974, 25% da população microrregional foi atendida nos estabelecimentos para-hospitalares, o que representa uma média diãria de 175 pessoas.

Excluindo-se são João del-Rei, a importância da rede para- hospitalar aumenta.

As quatro cidades: Cassiterita, Itutinga, Lagoa Dourada e Tiradentes atenderam 26.637 pessoas em 1974, com uma média diãria de 107 pessoas, o que equivale a aproximadamente 15% da população microrregional, enquanto que o atendimento de São João dei Rei detêm apenas 9% da população com média di ãria de 69 pessoas.

Se forem levadas em consideração as características polari

257

MLn00 MICRORREGIÍO DOS CAMPOS DAS VERTENTESESTABELECIMENTOS PARA-HOSPITALARES: CORPO CLlNICO, PESSOAL AUXILIAR E ATENDENTE ANUAL

- 1974 -

Quadro 6

MUNICÍPIOS AMBULATÖRIOS

CORPO CLÍNICO E PESSOAL AUXILAR DOS ESTABELECIMENTOSPARA-HOSPILARES

ATENDIMENTOANUAL

MÉDI

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AMBULATÓRIO

Cass iter ita Amb.Nossa Senhora da Conceição 2 1 - 1 1 - 3711Itutinga Amb. da CEMIG 1 1 - - 2 930

Lagoa Dourada Amb. Daf. Ind. F. Lopes 1 - - - 1 - 4525

São João dei Rei

Amb.Padre F. Gonçalves 1 - - — 1 1 3835Centro S.Sao Sebastião 1 1 — — 3 — 7372Posto Medico SESI 1 2 1 «- — 1 6055

Tiradentes Amb. Medico S. José 1 1 - 2 — 1 44 51Amb. Medico Frederico Ozanan 1 - - - - 2 13.020

T O T A L 9 6 1 3 6 7 43.899

FONTE: Superintendência de Estatística e Informações - SEI

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

SERVIÇOS EXISTENTES NOS ESTABELECIMENTOS PARA-HOSPITALARES

Quadro 7

MUNICtPIOS

SERVIÇOS

AMBULATÓRIOS ANES

TESI

A

CIRU

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CLlN

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MÉDI

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Cassiterita Amb. Nossa Senhora da Conceição X

Itutinga Ambulatório da CEMIG X X X

Lagoa Dourada Amb. F. I. Ferreira Lopes X

Amb. Padre F. Gonzales X

São João dei Centro S. São Sebastião XRei

Posto Medico SESI X X X X

TiradentesAmb. Medico São Josê X

Amb. M. Francisco X Xx

X X

FONTE: Superintendência de Estatística e Informações - SEI.

toinví>

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA PO FLANEJAMENIO E COORDENAÇÃO GERAL

zadoras dos serviços de saúde de São João dei Rei, onde se concentram a maior parte dos recursos do setor na Microrre gião verifica-se o peso relativo dos ambulatórios princi­palmente em cidades não dotadas de hospital.

Pela analise do movimento financeiro de 1974 dos estabele­cimentos para-hospitalares conclui-se pela viabilidade desta modalidade de equipamento de saúde, tendo em vista o seu baixo custo de instalação e manutenção.

7.4. Estabelecimentos de Serviços Oficiais de Saúde Publi­ca.

Dos municípios da Microrregiao 12 fazem parte da rede de unidades sanitárias da Secretaria de Estado de Saúde,única modalidade de Serviços Oficiais de Saúde Pública existente na região. São estabelecimentos que tên por finalidade apresentar asssistência médica de caráter preventivo, se jam de propriedade municipal, estadual ou federal.

A implantação definitiva, em 1976, dos centros Regionais de de Saúde, instrumento da política estadual de regionaliza­ção da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, veio abrir pers_ pectivas novas no âmbito da medicina preventiva para o Es; tado e para a Microrregiao.

Os municípios da Microrregiao dos Campos das Vertentes são assistidos pelos Centros Regionais de Saúde de Barbacena - abrangendo Andrelândia, Barroso, Dores de Campos,Lagoa Dou rada, Nazareno, Prados, Resende Costa, Sao João dei Rei, São Vicente de Minas e Sao Tiago - e de Varginha que alcan ça Carrancas e Itutinga. Estes centros têm a tarefa de su pervisionar e orientar o funcionamento das unidades sanitã rias sob sua jurisdição, (üuadro 8)

Está previsto um amplo programa, objetivando desde o reapja relhamento dos laboratórios de analises clinicas das Unida

260

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS OFICIAIS DE SAÜDE PÜBLICA

- 1972 -

Quadro 8MUNICÍPIOS _ DENOMINAÇÃO DOS

ESTABELECIMENTOSDEPEND. ADMINISTR ESPECIALID.

Andrelândia Unid. Sanit. Tipo B Estadual Geral

Barroso Unid. Sanitária Estadual Geral

Carrancas Unidade Sanitária Estadual Geral

Dores de Campos Unidade Sanitária Estadual Geral

Itutinga Unid.Sanit. Tipo A Estadual Geral

Lagoa Dourada Unidade Sanitária Estadual Geral

Nazareno Unidade Sanitária Estadual Geral .

Prados Unidade Sanitária Estadual Geral

Resende Costa Unidade Sanitária Estadual Geral

São João dei Rei Unidade Sanitária Estadual Geral

São Vicente de Minas Unidade Sanitária Estadual Geral

São Tiago Unidade Sanitária Estadual Geral

T O T A L 12

FONTE: Cadastro dos Estabelecimentos de Serviços Oficiais de Saude Publica de MG - Superintendência de Estatística e Informações - SEI.

1974

261

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA r o RLAKFIAMfNTO E COCKDENACAO GERAL

des Sanitárias até treinamentos especiais para médicos,aten dentes e laboratoristas, englobando vacinação, educação sa nitãria e sistema de informação de saúde. Além disso,os Cen tros Regionais de Saúde deverão dispor de um bem equipado laboratório de análises clinicas que atenderá as .unidades nos exames mais especializados.

7.5. Níveis de Atendimento

7.5.1. Coeficiente médico-população

A relação médico-população mede a extensão da presença da assistência médica sobre a população de determinada área.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a relação de 1 médico por 1000 habitantes como padrão a ser alcançado pelos países em que a assistência médica ainda não se uni versalizou.

Na Microrregião dos Campos das Vertentes a relação médico - população, em 1975, é de 1/2.938 habitantes, maior que a do Estado, 1/2.000 habitantes, e também maior que a relação brasileira, 1 médico para 2.500 habitantes.

Como se observa, os padrões estaduais e nacionais ben como os da Microrregião ainda estão distantes do que a OMS consi dera razoável. Essa afirmação fica mais clara quando se es tabelecem algumas comparações com países próximos ao Brasil em termos de desenvolvimento econômico. De acordo com o Anu ãrio Mundial de Saúde, em meados da década de 60 a relação médico-população para a Argentina era de 1/620 habitantes, para Venezuela, 1/1130 habitantes, para Ãfrica do Sul, 1/ 1.500 habitantes e para o México 1/1.820 habitantes.

Configura-se al uma situação gravíssima em termos brasilei­ros, só comparável a alguns países da Ãfrica, e por conse

262

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA LX) PLANEJAMEN10 E CCCRDENACAO GERAL

guinte, também mais séria no âmbito microrregional.

7.5.2. Incidência de doenças transmissíveis

O exame dos "casos confirmados de doenças transmissíveis" mede a extensão em que, em determinado período, uma popu­lação dada esteve exposta a algumas das doenças de cara ter endêmico.

Alguns problemas, entretanto,criam obstáculos a uma obser vação mais rigorosa sobre a incidência de doenças tran£ misslveis. A mã qualidade dos registros disponíveis face a ausência de pessoal treinado, para o seu preenchimento, erros de diagnostico, falta de médicos e unidades sanitá­rias desaparelhadas, são alguns dos problemas mais comuns no exame e na montagem de indicadores baseados nos regis­tros de endemias.

Apesar da necessária cautela com os registros, eles são úteis na medida em que permitam o delineamento do perfil endêmico da Microrregião ainda que subestimado.

As informações mais recentes disponíveis sobre a Microrre gião são as dos anos de 1970, 71 73 e 74. (Quadro 9).

Em um primeiro exame, chama a atenção a forte presença de algumas doenças, especialmente ativas e letais, em crian ças subnutridas, como disenteria (1.143 casos), coquelu che (1083 casos) e sarampo (814 casos). Além dessas, a presença em menor escala da paralisia infantil (27 casos) e varicela (98 casos). Face ao coeficiente bastante alto de mortalidade infantil na Microrregião, que será analisa do adiante, verifica-se que, em se tratando de doenças passíveis de erradicação, as unidades sanitárias têm tido pouca atuação na imunização da população microrregional,a lém de indicar as precárias condições sanitárias em que vivem. Tal afirmação torna-se mais concreta quando se re-

263

264 MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

INCIDÊNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Quadro 9

1970 1971 1973 1974 TOTAL % de cada em rei.ao total

GRIPE 484 643 2057 14 4 9 4633 55, 5

SARAMPO 212 52 286 264 714 9,7

COQUELUCHE 209 57 445 372 1083 13,0

DISENTERIA 126 107 471 439 1143 13,7

ANCISLOSTOMÍASE 75 - 164 87 326 3,9

VARICELA 55 7 2 34 98 1,2NECATORIOSE 20 36 59 45 160 1,9

PARALISIA INFANTIL 25 1 1 - 27 0,3

DIFTERIA 13 3 15 16 47 0, 6

FEBRE TIFOIDE 10 2 4 1 17 CNO

T O T A L 1229 908 3504 2707 8348 100,0

FONTE:- Superintendência de Estatística e Informações - SEI CDU - Centro de Desenvolvimento Urbano da FJP

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO P L A S E J A M C M O E CO ORDEN AÇÃO GERAL

lacionam as endemias de caráter diarréico, também presentes de forma significativa nos registros, num Índice de 20,6%, seguramente subestimado.

7.5.3. Coeficiente de mortalidade bruto e principais causas de morte.

O coeficiente de mortalidade geral ou bruto mede o risco de morte de uma população dada, durante um ano, levando-se em conta o número de óbitos por várias causas e o risco a que a população local está exposta no local e período considera dos.

São conhecidos os problemas para a construção de coeficien­te de mortalidade bruta, entre eles os sub-registros de Õbi tos, ausência de diagnóstico correto, preenchimento inade quado dos atestados de óbitos etc., todos concorrendo para tornar precárias as conclusões sobre este indicador de saú­de.

Apesar disso, considera-se importante a significação apre­sentada pelo coeficiente de mortalidade geral na medida em que indique uma tendência ou demonstre a carência de "saú de" da população da Microrregião dos Campos das Vertentes.

De acordo com os dados mais recentes a taxa bruta de morta­lidade encontrada variou de 8,64/1.000 em 1970 a 8,23/1000 em 1973, menor que a relação registrada para a grande são Paulo, que em 1970 era de 9,7/1.000 e que hoje muito prova velmente aumentou, e menor do que a taxa brasileira, esta em torno de 13/1000.

A insuficiência dos coeficientes alcançados fica clara na comparação com os dados paulistas e nacionais, sabidamente de melhor qualidade e apurados através de técnicas estatls ticas bastante rigorosas. Na análise das causas de morte mais freqüentes, esta argumentação se solidifica através

265

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO c c c c r c e n a ç a o g e r a l

de comparações com algumas regiões metropolitanas cujas condições sôcio-econômicas se aproximam as da - Microrre gião.

7.5.4. Mortalidade por Causas

Em uma serie de três anos (1970/71/73), verificou-se o predomínio absoluto dos "sintomas e afecções mal defini das", como principal causa mortls (48,5%). Observa-se que a segunda da lista, "outras formas de doenças cardíacas " somou 8,9% no mesmo período, enquanto "enterite e outras doenças diarrêicas" atingem apenas 4,2%. Estes percentu ais devem ser considerados com reserva, jã que sua compa­ração com alguns centros de padrões sócio-econômicos pró ximos ao da Microrregião, com registros de Óbitos mais bem feitos, revelara um quadro diverso.

Em Belo Horizonte, por exemplo, em 1973 a "enterite e ou tras doenças diarrêicas" predominam com 10,23% dos õbi tos registrados, enquanto os "sintomas e afecções mal de finidos" caem para o oitavo lugar da lista com 5,52% dos óbitos, revelando um quadro inverso ao da Microrregião dos Campos das Vertentes, onde para o mesmo ano, os "sin tomas e afecções mal definidas predominam com 37,39% dos óbitos, e as "enterites e outras doenças diarrêicas" caem para 3,5%.

Se for considerada a extrema precariedade das condições sanitárias da Microrregião dos Campos das Vertentes veri fica-se com facilidade a deformação dos registros de õbJL tos. A conclusão mais importante ê a de que a maioria da população morre sem nenhuma assistência médica, jã que praticamente a metade dos óbitos no período de três anos teve sua origem em causas desconhecidas. (Quadro 10).

266

267

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

Principais Causas Mortis

Quadro 10

Causas de Morte 1970 1971 1973 TOTAL %

Sintomas e afecçÕes mal definidas 799 679 543 20 21 48, 5

Outras formas de doenças cardíacas 131 136 103 370 8,9

Todas as outras causas (doenças) 85 71 73 229 5,5

Pneumonia 64 46 51 161 3,9

Enterite e outras doenças diarrêicas 62 62 51 17 5 4,2

Doença cerebrovascular 49 51 89 189 4,5Neoplasmas (tumores)malignos,incluindo os neoplasmas dos tecidos linfáticos e hematopoêticos 34 46 86 166 4,0

Outras causas de mortalidade perinatais 32 37 - 69 1,7

Acidentes, envenenamentos e violência 31 30 52 113 2,7

Doença isquêmica do coração 19 - 82 101 2,4

Avitaminoses e outras deficiências nutricionais - 35 - 35 0,8

Doença hipertensiva - - 52 52 1,2

Outras doenças 114 129 243 486 11,7

Total Geral 1420 1322 1425 4167 100,0

% 34,0 31,8 34,2 100,0

FONTE: “ Superintendência de Estatística e Informações - SEICDU - Centro de Desenvolvimento Urbano da FJP.

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO E COORCENa CAO CERAL

7.6. Mortalidade Infantil

0 coeficiente de mortalidade e considerado um dos indicado res mais importantes para avaliação dos padrões de saude de uma população, tanto que em uma situação ideal, os õb i tos infantis tenderiam a zero, e suas causas estariam rela cionadas a anomalias congênitas.

Embora existam sérias limitações de cálculo das taxas de . mortalidade infantil, o quadro 2 apresenta uma primeira a proximação com os dados disponíveis. Para o conjunto mi crorregional foi encontrado em 1970 a taxa de 83/1000 na_s eidos e em 1971 73/1000. Embora esteja visível a distorção entre um ano e outro, as taxas encontradas não fogem muito aos padrões brasileiros, podendo ser consideradas re presentativas de uma situação de saúde bastante precária, quando o padrão internacional õtimo anda em torno dos 11 õbitos por 1000 habitantes. Para Minas Gerais em 1970, a taxa de mortalidade infantil era de 121/1.000 nascidos, en quanto que a taxa brasileira era de 92,5/1.000.{Quadro 11).

268

269

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES Mortalidade Infantil - Mortalidade Geral Por mil nascimentos Por mil Pessoas

Quadro 11

m u n i c IpiosMortalidade Infantil Mortalidade Geral

1970 1971 1970 1971 1973Andrelândia 164 103 9.06 6.14 78.83Barroso 114 98 10.42 10.67 6.56Carrancas 40 14 5.12 4.43 6.23Cassiterita 61 100 8.12 14.68 7.15Coronel Xavier Chaves 75 42 7.64 6.80 3.59Dores de Campos 82 55 11.46 5.44 6.26Itutinqa 79 88 6.61 5.63 5.09Lagoa Dourada 46 33 8.37 5.33 3.62Madre de Deus de Minas 104 100 3.41 6.97 6.24Nazareno 48 23 9.12 8.53 6.54Prados 24 81 6.09 7.07 7.95Piedade do Rio Grande 74 61 8.90 5.07 6.78Resende Costa 51 61 5.87 5.63 7.78Ritápolis 58 48 5.65 5.30 9.09São João dei Rei 93 90 11.02 10.54 11.58São Vicente de Minas 8 60 5.22 4.41 3.80São Tiago 123 59 8.72 6.57 5.72Tiradentes 70 72 8.69 5.69 5.15T O T A L 83 73 8.64 7.91 8.23

FONTE: Cálculos - Superintendência de Estatística e Informações - SEICDU - Centro de Desenvolvimento Urbano da FJP

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Equipamentos de Saúde e RegionalizaçãoMICRO REGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OS E C K rrA íia r o p l a n u a m e m c e c o c s d e n a c a o c e s a l

7.7. Programa Microrregional de Saúde

7.7.1. Caracterização

Caberã à Associação dos Municípios da Microrregião dos Campos das Vertentes - AMVER a coordenação dos esforços objetivando a implementação do Programa Microrregional de Saúde. Para tanto deverá ser criado um grupo de trabalho cujos objetivos serão:

- avaliação geral do sistema de saúde em cada município vi sando identificar problemas específicos e determinar di­retrizes para o aperfeiçoamento do sistema já instalado.

- promover intercâmbios com entidades públicas e privadas a fim de dinamizar o sistema instalado.

Neste sentido, o grupo de trabalho devera considerar prio ritãrios os entendimentos com os Centros Regionais de Saú de de Barbacena e Varginha, agentes da Política Estadual de Saúde nos municípios da Microrregião, buscando a ampli ação dos serviços de medicina preventiva.

Agentes

Cabe à AMVER estabelecer e coordenar contatos com os muni. clpios, entidades de saúde, Ministério da Saúde, INPS,FUN RURAL, IPSEMG, IPASE, etc.

Formas de implantação:

Além da criação do grupo de trabalho, a AMVER determinará suas diretrizes e raio de ação, bem como a necessária do tação para a implantação e funcionamento do grupo.

Custos e Despesas:

As despesas iniciais correrão por conta da AMVER, podendo,

271

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA IX> PLANEJAM E S I O £ CO O RCEN ACAO GERAL

após a implantação do programa, ser rateada entre as inst^ tuições convenentes.

Localização:

Todos os municípios da AMVER.

7.7.2. Subprogramas

Os subprogramas agregam objetivos do grupo de trabalho e devem ser executados por ele.

7.7.2.1. Subprograma de Avaliação, Informação e Promoção.

Este programa ê prioritário por indicar as alternativas e as necessidades existentes em cada município. Como ponto de partida, o grupo de trabalho deve aprofundar o Estudo Preliminar contido neste documento.

Ê fundamental que se tenham informações para uma avaliação correta e coerente da situação microrregional. Bem organi zadas e centralizadas, as informações de saude permitirão ao grupo de trabalho uma avaliação mais precisa dos proble mas microrregionais, quando poderão ser sugeridas medidas para maior eficácia do sistema de saúde.

7.7.2.2. Subprograma Expansão e Integração

As dificuldades de integração se evidenciam pela existên cia de hospitais particulares, unidades municipais, esta duais e federais submetidos a administrações e orientações muitas vezes conflitantes.

Ao grupo de trabalho caberá a identificação destes confli tos e, através de gestões junto âs autoridades competen tes, procurar uniformizar a política de saúde para a Mi

272

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSFCRfcTAKIA CO FLANEJAMENTO E CO O RD EN AÇÃO GERAL

crorregião. Neste esforço, o grupo de trabalho buscará a integração dos serviços oficiais de saúde (INPS, FUNRURAL etc.) com a rede hospitalar privada, e terá o papel de e£ tabelecer convênios, além de fornecer informações aos Cen tros Regionais de Saúde sobre os processos e as possibili dades de encaminhamento de doentes aos hospitais adequa dos.

A hierarquização dos equipamentos de saúde proposta pelo Ministério da Saúde encontra alguma correspondência na integração do sistema de saúde microrregional. Neste sen tido cumpre estender a rede para-hospitalar aos municlpi os ainda carentes de assistência ambulatorial.

Todos os municípios possuem ou possuiram unidades sanitã rias que funcionam em regime de ambulatório e são dedica das â diagnose e à prática medica curativa. Em 1976 a Se cretaria de Saúde completou o Programa de regionalização de Saúde através da implantação dos Centros Regionais de Saúde de Barbacena (Andrelândia, Barroso, Dores de Campos, Lagoa Dourada, Nazareno, Prados, Resende Costa, São João dei Rei, São Vicente de Minas e São Tiago), e o de Varginha (Carrancas e Itutinga).

Cabe aos Centros Regionais de Saúde a coordenação e a su pervisao das unidades sanitárias quanto ao treinamento de auxiliares de saúde, programas de vacinação e reorganiza­ção das unidades. Estão previstos a instalação e o treina mento de técnicos para pequenos laboratórios de análises clinicas que funcionarão nas unidades sanitárias. Cada um dos Centros Regionais contará com um laboratório dotado de maiores recursos para atender as unidades sob sua orienta ção.

A implantação do Subsistema de Informações de Saúde atra vês de treinamento especial nas unidades é talvez um dos

273

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO F lAN EJAStlN TO E CCO RD EM ACAC G IR A I

aspectos mais importantes da política de regionalização#jã que implicará na melhoria considerável das condições de avaliação e controle do Sistema de Saúde da Microrregião.

0 grupo de trabalho deverá levar em consideração essas no vas unidades# procurando criar condições para uma efetiva implantação dos Centros Regionais# bem como estimular a sua atuação quanto ao treinamento das equipes das unidades sanitárias.

7.7.2.3. Subprograma de Recursos Humanos.

0 grupo de trabalho com base nos estudos do sub-programa (a) e nas diretrizes da Política Estadual de Regionaliza ção de Saúde deverá definir as necessidades regionais de médicos# enfermeiros, auxiliares técnicos e sanitaristas.

Agentes

AMVER

Grupo de Trabalho (a ser criado)Estabelecimentos públicos e particulares na área de Saúde Secretaria de Estado da Saúde FUNRURAL ACAR ' IPSEMG INPS

Formas de Implantação:Cada subprograma após sua aprovação será implantado pela AMVER ou por outras entidades através de convênio.

Ações necessárias:

A AMVER deverá não sõ divulgar junto às instituições hospi^ talares# classe medica e outras entidades que atuam na ã

274

âS \ ) F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA 1» PLANEJAMENTO E C C CR Ü EN A CÀ O GERAL

rea, sua preocupação em desenvolver novos programas e dina mizar os existentes como também procurar instituições esta duais e federais para comunicar intenções e buscar apoio para os projetos.

Custos:

Os custos iniciais correrão por conta da AMVER, podendo ou tras entidades, através de convênios, assumir parte . : subis tancial deles, principalmente dos programas que contarem com apoio dos Governos do Estado e da União.

Localização:

Todos os municípios da Microrregião participarão do progra ma que será coordenado pela AMVER.

Caberá aos Centros Regionais de Saúde hierarquizar as uni dades de saúde através de ações normativas para o Setor Pu blico e indicativas para a iniciativa privada, ampliando a cobertura destes serviços através de medidas que possibi^ litem a universalização da atenção médica.

0 Plano Microrregional deverá contar com dois pontos de apoio: a Unidade Sanitária e as Fundações Municipais de sa úde, tendo em vista os programas de imunização da . popula ção.

A AMVER, depois de verificar as condições de cada municl^ pio, deverá entrar em contato com as agências oficiais en carregadas de planejamento, de execução e de funcionamento de obras de infra-estrutura sanitária,(COPASA; BNH) objeti vando a melhoria destes serviços.

A AMVER estimulará a implantação da Fundações Municipais de saúde providenciando o treinamento de um auxiliar ;de en fermagem e de pelo menos, um técnico de laboratório,contan do com os próprios recursos.

27 5

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO PLANEJAHEN IO E CCOfiO EM ACAO GERAL

8 .0 EDUCAÇÃO

8.1. Introdução

8.2. Ensino de 19 Grau

8.3. Ensino Profissionalizante -

8.4. Ensino de 29 Grau

8.5. Ensino Superior

8 .6 . Programas Educacionais

0 SENAI

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO H. A N D A M E N T O E CO O RD EN ACAO G ERA I

8.0. EDUCAÇÃO

8.1. Introdução

A importância da educação para o desenvolvimento sÕcio-eco nômico é amplamente reconhecida e o seu diagnostico ê funda mental na implantação do planejamento integrado na Microrre gião. Nas análises do 19 e 29 graus e do ensino superior que se seguem, encontram-se índices superiores âs médias es taduais, contudo, existem nos Campos das Vertentes sérios problemas que são endémicos ao ensino no Brasil. Entre es­tes, merecem destaque: 1 ) o elevado número de jovens fora do sistema de ensino; 2 ) as altas taxas de reprovação e eva são; 3) o ingresso tardio na escola; 4) a precariedade' do ensino rural.

As informações e dados apresentados são da Secretaria de Educação de Minas Gerais, dos Censos Demográficos e de ljí vantamentos feitos nos municípios, e em alguns casos, desa tualizados e deficientes, embora estas dificuldades não che guem a afetar as conclusões básicas.

8.2. Ensino de 19 Grau

8.2.1. Recursos Físicos e Humanos

A existência de recursos físicos (prédios escolares e salas -de-aula) e de recursos humanos (administradores e docentes) é uma primeira medida das possibilidades de atendimento da demanda escolar. De acordo com as informações mais recentes existem na microrregião 313 estabelecimentos dedicados ao ensino de 19 grau: 74 se localizam na zona urbana, enquanto os 239 restantes se encontram na zona rural. O quadro 1 a- presenta esta distribuição e a dependência administrativa das unidades de ensino.

279

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA IX) F LA M JA M C N T O e c o c r c e n a ç a q g e r a l

DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES ESCOLARES POR ZONA E DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA - 19 GRAU

1974Quadro 1

DEPENDÊNCIAADMINISTRATIVA

ZONA

URBANA RURAL TOTAL

Estadual 54 59 113

Municipal 3 179 182

Particular 17 1 18

TOTAL 74 23 9 313

FONTE: Diagnostico educacional dos municípios - 1975 - CEDINE.

Verifica-se neste quadro a divisão de responsabilidade admi nistrativa entre o Estado e os municípios, sendo o primeiro responsável pelo ensino urbano e o segundo, pelo ensino ru ral. A rede particular, por sua vez, tem apenas 18 unidades, ccm 17 localizadas nas cidades. Apesar do maior número de escolas na zona rural, sabe-se que essas são menores e fun cionam de maneira precária devido ãs limitações dos recur­sos municipais (Qiadro 2 ).

280

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osecretaria cxj planejamento e cccrdenacao geral

n ú m e r o DE CLASSES DE AULA EXISTENTES NAS ESCOLAS DE 19 GRAU

1974Quadro 2

DEPENDÊNCIAADMINISTRATIVA

n Gm e r o d e c l a s s e s

ZONA

URBANA RURAL TOTAL

Estadual 579 107* * 686

Municipal 32 228* 260

Particular 152 2 * 154

TOTAL 763 337 1 . 1 0 0

FONTE: Diagnóstico educacional dos municípios - 1975 - CEDINE.* Classes com mais de uma série

Entre as 1.100 salas, 337 localizam-se na zona rural e sao classes cora mais de uma série. Na área rural as escolas têm em media 1,4 salas-de-aula por unidade. As unidades urba­nas, por sua vez, são maiores tendo em média 10,3 salas por estabelecimento. Em termos de dependência administrativa,as escolas particulares têm, em média, 8,5 salas, as escolas estaduais, 6,0, e as escolas municipais, 1,4.

Os dados dos quadros 1 e 2 dão uma idéia da precariedade do ensino rural. De fato, pequenas escolas de uma ou duas sa­las devem atender populações rurais dispersas que represen­tam, na maioria dos municípios, mais de 50% da população to tal.

281

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSFCKFTARIA (30 F L A K riA M Ü N IC t C C C H D i.'JA C AC CFRAL

Na Microrregião, hã um total de 1.593 professores atuando no ensino de 19 grau: quase 90% trabalham nas escolas urba­nas, não existindo, portanto, na zona rural um docente para cada classe. Este fato implica na sobrecarga para os profes sores que são obrigados a lecionar para mais de uma classe (Quadro 3).

O quadro 3 apresenta também a qualificação dos professores. Observa-se primeiramente o pequeno número de docente com curso superior e a seguir que todos estes, â exceção de dois, estão concentrados nas escolas urbanas. Deste modo, vê-se reforçada a idéia da precariedade do ensino rural. Sa be-se por exemplo que os estudos pedagógicos mostram a ne cessidade de maior preparo e capacidade dos professores de escolas unidocentes onde encontram-se crianças de diversas séries e idades.

8.2.2. Nível de Atendimento de Matrículas

A existência e a adequação dos recursos físicos e humanos são o resultado de uma demanda social de escolaridade e da situação sõcio-econõmica mais amplas. A demanda escolar em si estã relacionada can o problema de aspirações, de possi­bilidade e de percepções individuais e familiares bem rcomo a determinações políticas. De acordo com o artigo 176 da Constituição, "o ensino primário ê obrigatório para todos dos sete aos quatorze anos e gratuito nos estabelecimentos oficiais". O objetivo oficial é a universalização do ensino primário, ou seja, um sistema escolar aberto a todos. No en tanto, como atestam as altas taxas de analfabetismo e ba_i xos 'índices de escolaridade do povo brasileiro, as metas formais ainda não foram alcançadas. Para se ter uma idéia da "abertura" e da eficiência do sistema de ensino microrre gional deve-se levar em conta os seguintes critérios:

282

283

NÚMERO DE PROFESSORES ATUANDO NO ENSINO DE 19 GRAUÇXiadro 3

LOCALIDADE REDE

PROFESSORES REGENTES DE CLASSES

TOTAL CURSOS

HABILITADO NÃOHABILITADO

COLEGIAL NORMAL SUPERIOR

COMP INC COMP INC COMP INC

URBANAE 1.238 96 51 - 619 4 155 1 1

M 28 34 2 - 1 1 - 27 19

P 5 16 2 - 9 - 4 4

RURALE 76 43 - - 76 - - -

M 17 40 1 - 16 - 1 1

P - - - - - - - -

TOTAL

E 1.314 139 51 - 695 4 155 1 1

M 45 74 3 - 27 - 28 20

P 5 16 2 - 9 - 4 4

T 1.364 229 56 - 731 4 187 35

FONTE : Diagnóstico Educacional dos Municípios -1975 - CEDINE.

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA OO Fl A SE JA M t 'jT O E CO ORDEN AÇÃO GERAL

1 ) no início do ano letivo todas as crianças na idade ade­quada (7-14 anos) devem estar matriculadas nas escolas?

2 ) no fim do ano todas as crianças (menos uma pequena taxa residual) devem ser promovidas;

3) todas as crianças devem permanecer na escola até concluir o curso?

4) a evasão não deve ser significativa;

5) a taxa de escolarização deve ser de 100% na faixa etária adequada .

Quanto a estes objetivos, a situação do ensino de 19 grau na microrregião está longe do ideal, mas ao mesmo tempo as medidas de seu desempenho se encontram acima das taxas esta duais e nacionais.

Indicadores da abertura e da abrangência do sistema escolar microrregional são apresentados nos quadros 4 e 5. No qua­dro 4 encontra-se a taxa percentual de escolaridade de sete

TAXA PERCENTUAL DE ESCOLARIDADE DE 7 A 14 ANOS

Quadro 4LOCAL ZONA

URBANAZONARURAL TOTAL

Brasil 85,2 49,1 67,1Minas Gerais 83,5 54,8 69,2Campos das Vertentes 83,1 65,4 76,8

FONTE; Censo Demográfico - 1970.

(1) Ver a análise de Cunha, Luiz A., em Educação £ Desenvo.1 vimento Socialj Ed. Francisco Alves, Rio, 1975.

284

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R Os e c r e ta r ia d o e l a n e j a m e n t o e c o o r d e m a c A o g e r a l

a 14 anos-na microrregião, no Estado e no Brasil.Observa-se que a taxa total da microrregião é superior às medidas es­taduais e nacionais mas que, mesmo assim, cerca de um quar­to das crianças na faixa etária adequada não está nas esco las (Quadro 5).

MICRORREGIÃO CAMPOS DAS VERTENTES TAXAS PERCENTUAIS DE ESCOLARIZAÇÃO ENTRE

7 E 14 ANOS - 1970Quadro 5

TAXA PERCENTUAL DE ESCOLARIZAÇÃOJ . L Í/ U J Ü ,

ZONA URBANA ZONA RURAL TOTAL

7 68,5 43,3 61,08 91,9 69,4 83,49 94,2 77,8 88,4

1 0 94,7 74,3 87,11 1 95,5 73,5 87,91 2 84,1 78,4 82,313 73,3 •—

1

CO

LO 68,4

14 61,3 43,7 55,1

TOTAL - 7-14 83,1 65,4 76,8

FONTE: Censo Demográfico - IBGE - 1970.

Entre oito e 11 anos mais de 90% dos jovens da área urbana da Microrregião freqflentam a escola. Na zona rural as taxas são menos elevadas más ainda acima dos padrões estaduais.

A maior taxa de escolarização nos Campos das Vertentes acon tece na faixa dos nove anos quando mais de 8 8% das crianças nesta idade estavam estudando, enquanto que as maiores ta­xas de escolaridade no Brasil e em Minas Gerais ocorrem aos 11 anos, quando se encontram, respectivamente, 76,7% e 80,9% das crianças nas escolas.

285

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA IX ) H.ANEJA"-1CNTO E CO ORDEN ACAO CERAL

^>esar de um desempenho relativamente bom do sistema micrqr regional quanto a sua abrangência, existe o problema de in gresso tardio na escola de grande número de crianças — aos sete anos cerca de 40S estão fora do sistema de ensino, — além da reprovação e da evasão que aparecem também como fa tores negativos (Quadro 6 ).

Un primeiro aspecto que se nota no quadro 6 ê a diminuição das matriculas com o avanço das séries: a matricula inicial da segunda série em relação a primeira Õ de apenas 58,2%, e a inicial da oitava série, por sua vez, representa apenas 1 2 ,8%.

Como pode ser observado no quadro e de uma forma mais nítjL da no gráfico seguinte, grande número de alunos deixa a e^ cola após um ou dois anos de estudo.

286

287

MATRÍCULA INICIAL, FINAL, EVASÃO E PROMOÇÃO - ENSINO 19 GRAU MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES - 1974

ZONAS URBANA E RURALQuadro 6

~~~~~~— ^SfiRIE DISCRIMINAÇÃO^-^

la. 2a. 3a. 4a. 5a. 6a . 7a. 8a .

Matrícula Inicial 10.356 6.028 5.086 4.188 2.793 2.804 1.729 1.329

Matrícula Final 9.554 5.683 4.986 3.925 2.386 2.545 1.676 1.237

Evasão 792(7,6%)

346(5,7%)

404(7,9%)

263(6,3%)

407(14,6%)

259(9,2%)

55(3,2%)

96(7,2%)

Pr emoção 4.984(52,2%)

4.278(75,3%)

4.112(82,5%)

3.143(80,0%)

1.788(74,9%)

1.917(75,3%)

1.443(8 6 ,1 %)

1.117(90,2%)

FONTE ï Diagnostico educacional dos Municípios - 1975.

8 8 Î

IO30

Moi Inicial Evosão

M ai FinalRtprovaçóoPromoção

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSCCRCTARIA DO PÍ.ANCJA^CN ro £ COC«DES'ACAC CtRAL

Este fato é confirmado pelo quadro 7, que apresenta o núme ro de anos de estudo das pessoas de cinco anos e mais. Ape nas 17% das pessoas tem quatro anos de estudo, enquanto cer ca de 36% da populaçao estão completamente sem escolariza­ção. Ao mesmo tempo, os dados do censo mostram que a taxa de analfabetismo na Microrregião estã em torno de 35% (Qua dro 7).

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS DE 5 ANOS E MAIS POR ANOS DE ESTUDO

Oiadro 7ANOS DE ESTUDO POPULAÇÃO % % ACUMULADO

0 Anos 50.282 35,8 35,81 Ano 12.194 8,7 44,52 Anos 18.013 1 2 , 8 57,33 Anos 19.840 14,1 71,44 Anos 24.400 17,4 8 8 , 85 Anos 2.040 1,4 90,26 Anos 3.359 2,4 92,67 Anos 2.257 1 , 6 94,28 Anos 1.627 1 , 2 95,49 Anos 2.13 9 1,5 96,9

10 Anos 615 0,4 97,311 Anos 668 0,5 97,812 Anos 2.394 1,7 99,513 Anos 192 0 , 1 99,614 Anos 72 0,05 99,6515 Anos 96 0,07 99,7216 Anos 223 0 , 2 99,9217 Anos 124 0,08 1 0 0 , 0 0

Total 140.535 1 0 0 , 0 0 -

FONTE: Censo Demográfico - Fundação IBGE - 1970.

As taxas apresentadas revelam as carências do sistema esco lar, indicam o grau de desenvolvimento cultural e social al cançado, e a natureza dos recursos humanos que participam do processo produtivo. Mostrara ainda que o grau de abertura

289

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Os e c r e ta r ia n o h a n e j a m c n t c f. c o c r d l n a c a o g e r a l

desejado não é alcançado, pois elevado número de crianças permanece fora do sistema formal de ensino e, entre aqueles que ingressam na escola, a maioria não consegue completar mais do que dois anos. Apesar da evolução recente, o siste­ma de ensino da Microrregião deve continuar melhorando para, eventualmente, chegar â universalização desejada.

8.2.3. Índice da Situação do Ensino de 1<? grau na Micror­região dos Campos das Vertentes

A partir dos dados disponíveis foi calculado um índice pre liminar da situação de ensino em cada município. Para deter minar o grau de atendimento nos municípios utilizou-se qua tro variáveis:

1) taxa percentual de escolarização entre 7 e 14 anos?

2 ) percentual de analfabetos?

3) taxa percentual de promoção?

4) taxa percentual de evasão escolar.

Para cada variável estabeleceu-se uma escala de validação interna e atribuiu-se pontos de um a quatro. Assim, os muui cípios que apresentam melhores percentuais recebem maior nú mero de pontos. 0 quadro 8 apresenta a posição de cada muni^ cípio. No somatório final nota-se o valor mínimo de oito pontos e o valor máximo de 16. Dividindo este intervalo por 3 , estabelece-se três grupos de municípios, ou seja,aqueles que obtiveram de oito a 10 pontos, de 11 a 13 pontos e de 14 a 16 pontos. Os grupos de municípios identificados a par tir do índice são:

290

291

Í n d ic e d a s it u a ç ã o d e e n s in o d e 19 g r a u n a m ic r o r r e g iã o

DOS CAMPOS DAS VERTENTESQuadro 8

MUNICÍPIOS% DE ESTUDAN TES ENTRE 7 E 14 ANOS

% DEANALFABETOS

% DEPROMOÇÃO

% DE EVASÃO ESCOLAR TOTAL

Andrelândia 3 1 2 3 9Barroso 3 4 4 2 13Carrancas 2 2 3 3 1 0Cassiterita 1 2 3 4 1 0Coronel Xavier Chaves 3 2 3 3 1 1Dores de Campos 3 1 3 1 8Itutinga 4 3 4 1 1 2Lagoa Dourada 2 2 2 4 1 0Madre de Deus de Minas 4 2 2 4 1 2Nazareno 4 1 2 4 1 1Piedade do Rio Grande 3 2 1 2 8Prados 2 3 4 4 13Resende Costa 4 4 4 3 15Ritãpolis 2 3 3 3 1 1São João del-Rei 4 4 4 4 16São Tiago 3 1 4 3 1 1São Vicente de Minas 3 2 3 3 1 1Tiradentes 2 2 3 3 1 0

FONTE : Qiadros em anexo.

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA CO PLASEJAMEMO E CCORDÍS ACAC CERAL

Grupo A - 14 a 16 pontos: Resende Costa e São João del-Rei;

Grupo B - 11 a 13 pontos: Barroso, Coronel Xavier Chaves,Itutinga, Madre Deus de Minas, Na zareno, Prados, Ritãpolis, Sao Tiago, São Vicente de Minas.

Grupo C - 8 a 10 pontos: Andrelandia, Carrancas, Cassiteri^ta, Dores de Campos, Lagoa Doura­da, Piedade do Rio Grande, Tira— dentes.

Com referência às medidas do índice, os municípios do grupo A contam ccm um sistema educacional de 1? grau relativamen te melhor que os municípios do grupo B, e assim sucessiva — mente. Nota-se que nove dos 18 municípios se encontram no grupo B, sete no grupo C e apenas dois no grupo A. Com isto pode-se concluir pela relativa homogeneidade dos municípios quanto aos problemas do ensino do primeiro grau, porque me^ mo os classificados no grupo mais favorecido apresentam sé rios problemas quanto â universalização, à evasão e a repe­tição. A melhor conceituação é relativa, existindo as mesmas deficiências em todos os municípios, e o índice representa uma categorização preliminar podendo a posição de qualquer município a ser modificada utilizando-se novas medidas.

8.3. Ensino Profissionalizante - O SENAI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)mantém em São Joao del-Rei um Centro de Formação Profissional, que treina adultos e menores nas especialidades de ajustagem e tornearia. Para os menores entre 14 e 18 anos os cursos de formação profissional são equivalentes âs quatro últimas sé ries do ensino de 19 grau. Segundo os dados fornecidos pelo SENAI hã este ano 17 4 alunos matriculados. A evasão ê míni^

292

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA CO FLANEJAMCSTO E COCRCENACAO GERAL

ma, contudo a escola do SENAI de São João del-Rei enfrenta o problema do mercado de trabalho local e mlcrorregional a presentar baixo dinamismo, Todo ano cerca de 50 profissio­nais completam o SENAI em São João del-Rei, mas as Industrie as locais não têm condições de oferecer empregos, ocorren­do, portanto, a evasão desta mão-de-obra especializada ou sua subutilização. Para um melhor aproveitamento do SENAI em beneficio da Microrregião hã necessidade da dinamização do setor secundário, Para tanto, sugere-se no item referen te à economia a criação de distritos industriais em Barroso e São João del-Rei,

8.4. Ensino de 29 grau

8.4,1, Rede Física

A rede de estabelecimentos de ensino de 29 grau da Micror­região dos Campos das Vertentes é composta por dez unidades: oito particulares e duas oficiais.

Em São João del-Rei concentram-se quatro unidades, três par ticulares e uma estadual, A Prefeitura de Barroso e respon­sável por uma unidade e hã escolas particulares em Andrelân cia, Dores de Campos, Resende Costa, São Vicente de Minas e São Tiago, O quadro 9 apresenta a distribuição das unida des, ccm as habilitações oferecidas.

293

MICRORREGIÍO DOS CAMPOS DAS VERTENTES REDE E HABILITAÇÕES OFERECIDAS PELO ENSINO DE 29 GRAU

1974Quadro 9

MUNICÍPIOSNÚMERO

EREDE

HABITAÇÕES OFERECIDAS

Andrelindia 1 P Magistério de 19 Grau (la. a 4a. série) e técnico em Contabilidade

Barroso 1 M Magistério e Auxiliar de Escritório

Dores de Campos 1 P Técnico em Contabilidade

Resende Costa 1 P Magistério

São João dei-Rei 1 E 3 P

Magistério, Estudos GeraisMagistério, Auxiliar e técnico em contabilidade, téç nico em secretariado, estudos adicionais, estudos sõ ciais, C. instrumentalista (conservatório), estudos gerais

São Tiago 1 P Magistério

São Vicente 1 P Magistério

FONTE: Diagnóstico educacional dos municípios - 1975.

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA IX) FLANFJAM tN lO E CCCKDEMACAC GERAL

8.4.2. Habilitações oferecidas

0 curso para formação de professores é comum a toda rede de 29 grau, ã exceção de Dores de Campos que oferece exclusiva mente o Curso Técnico de Contabilidade. ESn Barroso hã o cur so de Auxiliar de Escritório, em Andrelândia o Curso Técnico de Contabilidade e em São João del-Rei os cursos de Auxi­liar Técnico em Contabilidade, Secretariado e Auxiliar de Enfermagem.

Indicadores de produtividade da rede de 29 Grau.

Pode-se avaliar a produtividade da rede de 29 Grau através das analises de:

a) capacidade de atendimento â população escolar (15 a 19 anos);

b) taxas de evasão medidas pela diferença entre a matricula inicial e final;

c) taxas de promoção.

Em condições ideais considera-se a população situada entre os 15 e 19 anos como cliente natural das escolas de 29 grau. Como mostra o quadro 10, em 1970 19,319 pessoas, represen­tando 10,7% do total da população microrregional, tinham en tre 15 e 19 anos. Destes, apenas 9,9% foram atendidos pela rede de 29 grau, índice que deve ser visto com cautela na medida em que, seguramente, parte da população atendida jã ultrapassou a faixa etária considerada. Além disto deve-se observar a taxa de evasão de 13% para 1975, quando,dos 1.957 alunos que iniciaram o ano letivo, 254 deixaram de estudar por um motivo qualquer. O percentual de alunos promovidos, 76%, deixa 239 sobrecarregando as séries já cursadas, fazen do com que a produtividade da rede seja bastante reduzida,

295

296

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES MATRICULA NO 29 GRAU E POPULAÇÃO NA FAIXA DE 15 A 19 ANOS

Quadro 10

MUNICÍPIOS la. 2a. 3a. TOTALPOP. NA FAIXA DE 15 - 19 ANOS

1970%

ATEND.

Andrelândia 59 66 50 175 1.484 1 , 0Barroso 31 26 38 95 1.145 0,5Carrancas - - - - 557 -Cassiterita - - - - 456 -

Coronel Xavier Chaves - - - - 465 -

Dores de Campos 20 23 1 0 53 588 0,3Itutinga - - - - 499 -

Lagoa Dourada — - - — 787 —Madre de Deus de Minas - - - - 458 -Nazareno - - - - 513 -Piedade do Rio Grande - - - - 648 -Prados - - - - 1.019 -Resende Costa 25 18 19 62 981 0,4Ritãpolis - - - - 623 -São João del-Rei 567 283 352 1 . 2 0 2 6.769 6,9são Vicente de Minas 46 34 16 96 643 0 , 2Sao Tiago 1 2 18 13 43 1. 042 0,5Tiradentes — — — — 642 —

TOTAL 760 468 498 1.726 19.319 9,9

FONTE: Diagnóstico da Educação - 1975, Censo Demográfico - FIBGE - 1970.

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECKL1ARIA DO ELANEJAMENIO E CCCRDENACAC GERAL

que já começa na la. série, cuja matrícula inicial de 938 alunos deixa de fora 299 dos 1.237 que concluíram a 8a. sé­rie do 19 grau. Os dados referentes â matrícula, a promoção e a evasão são apresentados no quadro 1 1 .

MATRÍCULA INICIAL, FINAL, TAXAS DE PROMOÇÃO E EVASÃO SEGUNDO SÉRIES DO 29 GRAU

1974 Quadro 11

SÉRIES MATRÍCULAINICIAL

MATRÍCULAFINAL PROMOÇÃO % DE

PROMOÇÃO EVASÃO %EVASÃO

la. Série 938 760 553 81 17 8 192a. Serie 491 468 448 95 43 93a. Série 528 498 486 94 33 6

TOTAL 1.957 1.726 1.487 76 254 13

FONTE: Diagnostico da situação educacional dos municípios 1975.

8.4.3. Relação professor/aluno

De acordo com os dados mais recentes, o corpo de professo res da rede escolar de 29 grau da Microrregião dos Campos das Vertentes era em 1974, de 136 membros, enquanto a matr_í cuia inicial para o conjunto raicrorregional totalizava 1.957 alunos.

Assim encontra-se a média de um professor para 14 alunos ma triculados. No entanto se se considerar a faixa da popula­ção entre 15 e 19 anos hipoteticamente cliente da rede de 29 grau a relação é de um docente para 142 adolescentes.Mej3

mo assim, estes números ficam prejudicados pela alta conceri tração de professores em São Joao dei-Rei, 60%, e das matrí

297

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSÍCRETARlA DO FLA^DAMn-sTQ E (CÜRLEN’ACAC CIRAL

cuias, 6 8%. O quadro 1 2 mostra a distribuição dos professo res por município.

DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR MUNICÍPIO 29 GRAU - 1974

Quadro 12

MUNICÍPIOSfREDE

ESTADUALREDE

MUNICIPALREDE

PARTICULAR TOTAL

Andrelandia - - 1 2 1 2

Barroso - 19 - 19Dores de Campos - - 7 7Resende Costa - - 1 2 1 2

São João del-Rei 24 - 57 81São Tiago - — 5 5

TOTAL 24 19 93 136

FONTE: SEI/SEPLAN - 1974.

Os dados apresentados mostram a necessidade de expansao da rede de 29 grau. Para isto, pelo menos em termos de corpo docente hã condições, na medida em que estão disponíveis anualmente 50 vagas para cada uma das licenciaturas de Ci­ências, Filosofia, Letras e Pedagogia na Faculdade Dem Bo^ co de Filosofia, Ciências e Letras de Sao João del-Rei, que estão subutilizadas.

8.5. Ensino Superior

A Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras e a Fundação Municipal de Ensino de São João del-Rei compõem a rede microrregional de ensino superior: a primeira mantêm as licenciaturas de Ciência, Filosofia, Letras, Pedagogia e o

298

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H EI R OSECRHAklA IX> PLANEJAMENTO E CCCRCENACÀC GERAL

curso de Psicologia; a segunda, os cursos de Economia e Ad ministração e a Escola de Engenharia Operacional com os cur sos de Engenharia Elétrica e Mecânica.

Sediadas em São João del-Rei, as escolas superiores exercem considerável influência dentro e fora da Microrregião. Mais de um quarto dos alunos das faculdades e dos candidatos ao vestibular são de municípios não pertencentes à Microrregião dos Campos das Vertentes.

Informações colhidas junto as direções das faculdades indi cam a existência de capacidade ociosa na maioria dos cursos oferecidos: Letras e Pedagogia, em especial, têm um número de vagas bem superior ao de candidatos. A análise do 19 grau mostrou que apenas 20% dos docentes atuantes têm curso supe rior. Tal fato mostra a necessidade de se aumentar a escola ridade dos professores, medida esta já admitida dentro das Faculdades locais.

Outro problema que afeta o ensino superior na Microrregião é o aproveitamento dos formados no mercado de trabalho lo­cal. Atualmente inexistem estudos sobre o destino ocupacio- nal dos graduados, mas pode-se deduzir que uma porcentagem substancial não encontra o emprego desejado dentro da Mi­co rregião e acaba migrando para Belo Horizonte ou outros pontos de maior dinamismo econômico.

299

300

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R OSECRETARIA LC PLANEJAMENTO E COORITKNAÇAC GERAL

8.6. Programas Educacionais

Caracteri zação

Dentro da Microrregião, existe uma série de problemas co­muns que aparecem no 19 grau, mas obviamente afetam também o ensino secundário e superior, tornando necessário:

- elevar os percentuais de atendimento e atenuar as taxas de evasão escolar;

- melhorar o atendimento e a produção do ensino rural;

- melhorar o sistema de informações sobre a demanda e a pro duçao, visando a elaboração de uma política educacional coerente com as necessidades microrregionais;

- aperfeiçoar e aproveitar de forma mais eficiente os recur sos já existentes dentro da microrregião.

- promover estudos detalhados sobre as demandas de expansão do 29 grau e a respeito do mercado de trabalho para os egressos das faculdades microrregionais.

As altas taxas de analfabetismo e o baixo nível de escolari dade, combinados com a estrutura etária da população micror regional, impõem como primeiro passo a melhoria quantitati­va e qualitativa do ensino do 19 grau. No âmbito estadual e nacional existem vários programas que poderiam ser aprovei­tados. Para a expansão e conservação da rede física, os mu niclpios devem estabelecer contatos com a CARPE. Os municí^ pios que têm, no mínimo 750 matriculas no 19 grau, podem ob ter, através do Programa Prõ-Municlpio da Secretaria de Eí» tado da Educação, assistência técnica, pedagógica e treina­mento para supervisores e assistentes.

301

F U N D A Ç Ã O J OÃO P I N H E I R ObICkETARIA LO PLANfJAMENIG E COCRCENACAO GERAL

Outra possibilidade seria o estabelecimento de convénios com o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) . Can recursos e orientações deste õrgao poderia ser implantado ou expandido o programa de merendas escolares, o que consbi tuiria uma medida Importante para reduzir as taxas de eva­são e intensificar o aproveitamento escolar.

Na zona rural deve-se melhorar e ampliar a rede física. Ao mesmo tempo, as prefeituras e a AMVER, em colaboração com as delegacias de ensino, devem estimular e apoiar a criação de cursos e seminários com o objetivo de dar maior capacita ção ao corpo docente.

Outra proposição para o aperfeiçoamento do ensino rural, que deve ser levantada junto âs delegacias e ã Secretaria da Educação, e a modificação do calendário escolar. Atual­mente, o ano letivo coincide com as épocas de plantio e co lheita, quando geralmente a mão-de-obra de menores e apro­veitada, provocando a evasão da escola. Sugerem-se modifica ções no currículo e no material didático usado no meio ru­ral visando maior integração do hcmem ao seu meio e à esco­la.

Ainda ao nível do 19 grau, as prefeituras devem dinamizar as funções das Supervisoras ou Inspetoras Municipais de En sino, que normalmente têm formação superior e que devem, en tre outras atividades, ocupar-se da coleta de informações para o planejamento, a orientação e a preparação dos docen­tes municipais, e o estabelecimento de contatos com autori­dades e organizações visando a melhoria do ensino municipal.

A capacidade e a distribuição das escolas secundárias atual^ mente parecem satisfatórias, mas serão bastante ampliadas com o aumento da produtividade do ensino primário.

302

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSFCALTA&IA tO P lA.NUAM FNtC £ CQCKOENACAO GFRAl

Quanto ao ensino técnico, representado pelo SENAI,sugere-se ura estudo especifico sobre o destino dos seus egressos para formular uma política para o Centro de Formação Profissio nal de Sao João del-Rei. Este estudo deve ser executado p£ lo prõprio SENAI cora a colaboração da AMVER.

Finalmente, as entidades mantenedoras do ensino superior de vem avaliar seus cursos visando as modificações necessá­rias face ãs demandas sõcio-econômicas. Sugere-se também que a AMVER estude a possibilidade de aproveitar os alunos dos cursos superiores como estagiários da própria Associa­ção ou nas Prefeituras dos municípios.

Agentes

Programas de 19 e 29 grau

Coordenação e Promoção: AMVERExecução: Prefeituras Municipais, Secretaria de Estado da Educação, Delegacias de Ensino, INAN, CARPE, MEC.

Ensino Técnico

- Promoção: AMVER

- Execução: SENAI

Ensino Superior

- Coordenação, promoção e execução: AMVER,. Entidades Mante nedoras, MEC.

303

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R OSECRETARIA CO PLANEJAMENTO £ CCCRPEn AÇAO GERAL

Formas de Implementação e Ações Necessárias

Como representante dos municípios, cabe â AMVER um papel fundamental na implementação e na execução destas proposi­ções. Para os programas de 19 e 29 graus e para o ensino su perior, a AMVER deve estimular, promover e coordenar os con tatos entre os diversos agentes indicados.

Localização

Programas de 19 grau: todos os municípios.

Programas de 29 grau, ensino técnico e superior: Andrelân- dia, Barroso, Dores de Campos, Resende Costa, São João del- Rei e São Tiago.

Custos e Financiamentos

Os custos dos programas de 19 grau serão divididos entre as prefeituras, a Secretaria da Educação e outras entidades convenentes.

Para programas do 29 grau e de ensino superior, as despesas normalmente correrão por conta das entidades mantenedoras que podem, em alguns casos, contar com recursos do Estado ou da União.

304

F U N D A Ç Ã O J O Ã O P I N H E I R Osfcrítacia do flancja^ entc e cccreenacào cckal

A N E X O S

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA LO H .AS fJAM C .\7ü t C.OORCCNa ç AQ GERAL

MICRGRREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES MOVIMENTO ESCOLAR - 1974

MUNICÍPIOS MATRÍCULAINICIAL

MATRÍCULAFINAL

PROMOÇÃO%

EVASÃO%

Andrelandia 2.888 2.588 65,8 10,4Barroso 2.394 2.125 77,5 11,2Carrancas 1.078 927 70,8 14,0Cassiterita 600 573 69,3 4,5Coronel Xavier Cha­ves 507 463 71,6 8,7

Dores de Campos 1.274 1.055 72,9 17,2Itutinga 749 627 74,6 16,3Lagoa Dourada 1.433 1.363 59,1 4,9Madre de Deus do Minas 1.039 962 60,4 7,4Nazareno 1.161 1.077 64,5 7,2Piedade do Rio Gran de _ 1.011 873 50,4 12,8

Prados 1.372 1.311 74,8 4,4Resende Costa 1.519 1.399 76,3 7,9Ritãpolis 1.020 932 71,4 8,6São Joio del-Rei 12.258 11.748 76 ,5 4,2São Tiago 1.798 1.622 82,3 9,8São Vicente de Mi­nas 1.285 1.172 74,0 8,8

Tiradentes 1.237 1.127 66,4 8,9

TOTAL 34.613 31.371 73,8 9,4

FONTE: Diagnostico da situação educacional dos MunicIpios/1974.

306

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA DO FLANfJAM ENlC E CCCKDENACAO CTRA1.

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES PERCENTUAL DE ESCOLARIDADE

AOS 7 ANOS - 7-10 ANOS - 7-14 ANOS

MUNIClPIOS 7 ANOS %

7-10 ANOS «

7-14 ANOS %

Andrelandia 57,1 74,0 76,1Barroso 69,9 85,1 76,6Carrancas 56,7 70,6 69,3Cassiterita 23,6 53,4 56,3Coronel Xavier Chaves 74,7 84,2 76,2Dores de Campos 60,6 77,2 72,8Itutinga 50,0 78,1 78,2Lagoa Dourada 46,9 72,6 68,6Madre de Deus de Minas 57,9 76,6 77,8Nazareno 60,9 82,0 81,0Piedade do Rio Grande 65,2 78,8 76,6Prados 60,1 75,2 68,0Resende Costa 60,0 83,0 77,3Ritãpolis 44,2 72,2 66,4São João del-Rei 72,4 89,5 83 ,4São Tiago 55,2 73,7 73,0São Vicente de Minas 58,4 74,0 74,2Tiradentes 70,4 75,4 66,9

TOTAL 61,0 79,7 76,8

FONTE: Censo Demográfico - 1970 - FIBGE.

307

F U N D A Ç Ã O J OÃ O P I N H E I R OSECRETARIA W FLANEJAMtNTO E COORDENAÇÃO CLRAl

MICRORREGIÃO DOS CAMPOS DAS VERTENTES PERCENTUAL DE ANALFABETOS POR MUNICÍPIO

MUNICÍPIOSPOPULAÇÃO COM

CINCO ANOS OU MAIS

NÜMEROANALFABETOS

%ANALFABETOS

Andrelândia 11.240 5.591 49,7Barroso 9.111 2.523 27,7Carrancas 4.066 1.694 41,7Cassiterita 3.311 1.478 44,6Coronel Xavier Chaves 2.398 1.003 41,8Dores de Campos 4.804 1.253 26,1Itutinga 3.788 1.432 37,8Lagoa Dourada 6 .433 2.611 40,6Madre de Deus de Minas 3.368 1.447 43,0Nazareno 3.878 1.953 50,4Piedade do Rio Grande 4.759 2.122 44,6Prados 5.531 1.927 34,8Resende Costa 7.474 2.099 28,1Ritãpolis 4.718 1.836 o

r

COm

São João del-Rei 48.366 13.024 26,9São Tiago 7.983 4.301 53,9São Vicente de Minas 4.734 2.008 42,4Tiradentes 4.660 1.980 42,5

TOTAL 140.619 50.282 35,8

FONTE: Censo Demográfico - FIBGE - 1970.

308