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Mineração no Brasil Informações Básicas para o Investidor (Setembro de 2000) SUMÁRIO APRESENTAÇÃO SEÇÃO I ASPECTOS LEGAIS 1 A MINERAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 2 O CÓDIGO DE MINERAÇÃO 2.1 Empresa de Mineração 2.2 Regime de Autorização de Pesquisa Requerimento de Autorização de Pesquisa Alvará de Pesquisa Caducidade do Alvará de Pesquisa Guia de Utilização Permissão para Reconhecimento Geológico 2.3 Regime de Concessão de Lavra Requerimento de Concessão de Lavra Portaria de Lavra Caducidade e Revogação da Portaria de Lavra Minas Manifestadas Grupamento Mineiro e Consórcio de Mineração 2.4 Participação do Proprietário do Solo nos Resultados da Lavra

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Mineração no Brasil Informações Básicas para o Investidor 

(Setembro de 2000)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

SEÇÃO I

ASPECTOS LEGAIS

1 A MINERAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

2 O CÓDIGO DE MINERAÇÃO

    2.1 Empresa de Mineração

2.2 Regime de Autorização de PesquisaRequerimento de Autorização de Pesquisa

Alvará de Pesquisa

Caducidade do Alvará de Pesquisa

Guia de Utilização

Permissão para Reconhecimento Geológico

2.3 Regime de Concessão de LavraRequerimento de Concessão de Lavra

Portaria de Lavra

Caducidade e Revogação da Portaria de Lavra

Minas Manifestadas

Grupamento Mineiro e Consórcio de Mineração

2.4 Participação do Proprietário do Solo nos Resultados da Lavra

2.5 Regime de Licenciamento

2.6 Regime de Permissão de Lavra Garimpeira

2.7 Departamento Nacional de Produção Mineral

3 A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À MINERAÇÃO

Page 2: Mineração No Brasil

3.1 Princípios Constitucionais3.2 Legislação Ambiental FederalEstudo de Impacto Ambiental de Atividades de Mineração

Licenciamento Ambiental de Atividades de Mineração

Recuperação de Áreas Degradadas por Atividade de Mineração

3.3 Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)

Seção II

ASPECTOS FISCAIS

1 A TRIBUTAÇÃO NA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO

1.1 Área Federal: Tributos de Incidência Geral

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Juros e Royalties

Imposto de Importação (II)

1.2 Área Federal: Encargos de Incidência GeralContribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Programa de Integração Social (PIS)

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Encargos Sociais - INSS e FGTS

1.3 Área Estadual: Tributo de Incidência GeralImposto obre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)1.4 Encargo Específico da Empresa de MineraçãoCompensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM)

2 TRATAMENTO FISCAL DO CAPITAL ESTRANGEIROConceito de Capital Estrangeiro

Isonomia Legal e Fiscal

Registro no Banco Central (BACEN)

Contratos de Assistência Técnica e de Royalties

Page 3: Mineração No Brasil

Acordos Bilaterais de Tributação

Seção III

INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS

1 INCENTIVOS FEDERAIS À MINERAÇÃO

Isenção do Imposto de Renda

Redução de 50% do Imposto de Renda e Adicionais Não-Restituíveis

2 INCENTIVOS ESTADUAIS À MINERAÇÃO

Seção IV

FONTES DE FINANCIAMENTO

1 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO

2 SISTEMA BNDES

2.1 Critérios Gerais do Sistema BNDES

Objetivos do Apoio Financeiro

Itens Apoiáveis

Produtos e Serviços

Modalidades Operacionais

Garantias

Condições Financeiras Básicas

3 OUTRAS FONTES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO

3.1 Fundos de Investimentos Regionais Incentivados

3.2 Debêntures

3.3 Recursos Externos de Longo Prazo

3.4 Outros Mecanismos de Financiamento

Seção V

O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

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1. O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

2. A GEOLOGIA E A POTENCIALIDADE MINERAL DO PAÍS

Seção VI

A INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO NO BRASIL

1 PERFIL DA PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA

1.1 Reservas Brasileiras

1.2 Produção Mineral

1.3 Principais Empresas de Mineração

1.4 Grau de Concentração e Integração na Indústria Mineral Brasileira

1.5 A Competitividade da Indústria Mineral Brasileira

2 PERFIL DA BALANÇA COMERCIAL DE BENS MINERAIS DO BRASIL

Seção VII

CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO

1 CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA

1.1 Formação de Recursos Humanos

1.2 Centros de Tecnologia Mineral

1.3 Empresas de Engenharia

1.4 A Indústria Brasileira de Bens de Capital para a Mineração

APÊNDICES:APÊNDICE I - INFORMAÇÕES RELEVANTES SOBRE O BRASIL

APÊNDICE II - QUEM É QUEM

APÊNDICE III - LISTA DE SIGLAS USUAIS

APRESENTAÇÃO

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O Departamento Nacional de Produção Mineral tem a satisfação de colocar à disposição dos investidores, nacionais e estrangeiros, a segunda edição da publicação "Mineração no Brasil – Informações Básicas para o Investidor".

Este documento incorpora as mais recentes mudanças na legislação minerária do País, decorrentes da promulgação das Emendas Constitucionais nos 6 e 9 de 1995, que objetivam, em última instância, modernizar, desburocratizar e democratizar o acesso ao aproveitamento dos recursos minerais brasileiros por parte do setor privado da economia.

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce e a flexibilização do monopólio do petróleo e gás natural marcam o término de um ciclo, de suma importância na formação econômica do País, que foi caracterizado pela presença do Estado empresarial na atividade mineral.

Inicia-se, assim, um novo ciclo na história da mineração brasileira que terá a iniciativa privada como principal propulsora do desenvolvimento econômico, cabendo ao Estado a retomada de seu papel como agente de incentivo, regulamentação e fiscalização da atividade mineral.

Este quadro institucional associado à estabilidade política e econômica hoje vividas pelo País criarão as bases para os investimentos tão necessários ao desenvolvimento e crescimento do setor mineral brasileiro.

É com esta perspectiva que o Departamento Nacional de Produção Mineral convida, mais uma vez, a iniciativa privada a explorar e

desenvolver, com o apoio do Governo Federal, o imenso potencial mineral deste país.

JOÃO R. PIMENTEL Diretor-Geral do DNPM

SEÇÃO I ASPECTOS LEGAIS

1 - A MINERAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA BRASILEIRA

Os princípios fundamentais que regem o aproveitamento dos recursos minerais no Brasil estão definidos e consolidados na atual Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, e nas Emendas Constitucionaisl nºs 6 e 9, promulgadas em de 15 de agosto de 1995.

O arcabouço constitucional da atividade mineral em território nacional está assim delineado:

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Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União;

As jazidas, minas e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da propriedade do solo, para efeito de exploração e aproveitamento, sendo garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra;

É monopólio da União:

- A pesquisa e a a lavra de jazidas de petróleo e, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

- A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

- A importação e exportação de produtos e derivados básicos resultantes da lavra de jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, e da refinação de petróleo;

- O transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;

- a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados;

- As atividades econômicas relativas ao monopólio de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos poderão ser exercidas por empresa constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no País, mediante contrato com a União;

- A pesquisa e a lavra dos demais recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiro ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando estas atividades se desenvolverem em Faixa de Fronteira e terras indígenas;

- Aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, é assegurada a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás

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natural e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração

- Ao proprietário do solo é assegurada a participação nos resultados da lavra;

- A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado; a concessão de lavra é por prazo indeterminado;

- A autorização de pesquisa e a concessão de lavra não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência da União;

- As cooperativas organizadas para o exercício da atividade de garimpagem terão prioridade na autorização e concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e nas áreas fixadas pelo Governo Federal;

- Compete à União legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;.

- Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção ambiental e controle da poluição;

- Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos minerais em seus territórioso;

- Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente.

2  O CÓDIGO DE MINERAÇÃO

Os regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais no País estão definidos e normatizados no Código de Mineração de 1967 (Decreto-lei n.º 227, de 28/2/67), seu Regulamento e Legislação Correlativa, que continuam em vigor com as alterações e as inovações introduzidas por leis supervenientes à promulgação da atual Constituição e suas emendas.

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O Código de Mineração conceitua as jazidas e as minas, estabelece os requisitos e as condições para a obtenção de autorizações, concessões, licenças e permissões, explicita os direitos e deveres dos portadores de títulos minerários, determina os casos de anulação, caducidade dos direitos minerários e regula outros aspectos da indústria mineral. Dispõe, ainda, sobre a competência da agência específica do Ministério de Minas e Energia , o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, na administração dos recursos minerais e na fiscalização da atividade mineral no País.

Os regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais, abertos à livre iniciativa, são os seguintes:;

DE APLICAÇÃO AMPLA:- Regime de Autorização -– refere-se à regula a fase da pesquisa mineral e precede ao Regime de Concessão (fase de lavra);

- Regime de Concessão - é pertinente à fase de lavra ou do aproveitamento industrial de jazida considerada técnica e economicamente explotável;

DE APLICAÇÃO RESTRITA:- Regime de Permissão de Lavra Garimpeira - regula o aproveitamento imediato de jazidas de minerais garimpáveis, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Governo Federal;

- Regime de Licenciamento - regula o aproveitamento das substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, na forma in natura, e outras especificadas na lei, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa.

A pesquisa e a lavra de jazidas de substâncias minerais objeto de monopólio estatal são regidas por leis especiais, não tratadas neste trabalho.

2.1 EMPRESA DE MINERAÇÃO

Com a sanção da Lei n o   9.314 , de 14/11/96, foi extinta a obrigatoriedade da empresa pleitear autorização para funcionar como empresa de mineração ao Departamento Nacional de Produção Mineral.

Em decorrência, toda e qualquer empresa constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no País, e que tenha como objeto social, dentre outros, a exploração e o aproveitamento de recursos minerais, está apta a obter autorização de pesquisa e concessão de lavra. Fica obrigada, no entanto, de conformidade com a lei, a arquivar no Departamento Nacional de Produção Mineral os estatutos ou contratos sociais e acordos de acionistas em vigor, bem como as futuras alterações contratuais ou estatutárias, dispondo neste

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caso do prazo máximo de 30 dias após o registro no Departamento Nacional de Registro do Comércio.

Essa obrigatoriedade se aplica também às empresas já titulares de direitos minerários de pesquisa ou lavra.

Cabe reforçar que, constitucionalmente, é total a isonomia de tratamento dado às empresas, independentementemente da origem e do controle do respectivo capital social, no acesso à exploração e ao aproveitamento do subsolo brasileiro. Não há, pois, no Brasil, distinção entre empresas de capital nacional e de capital estrangeiro.

2.2 REGIME DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA

A pesquisa mineral ou exploração mineral é entendida, para fins deste regime, como a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida, sua avaliação e determinação da exequibilidade de seu aproveitamento econômico. Considera-se como jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e que tenha valor econômico.

REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA

A autorização de pesquisa para qualquer substância mineral, com exceção daquelas objeto de monopólio constitucional, é pleiteada em requerimento, dirigido ao Diretor-Geral do DNPM, e entregue mediante recibo no protocolo desta autarquia, onde é mecânica e cronologicamente numerado e registrado, devendo ser atendidos os seguintes requisitos e condições:

- O interessado na autorização de pesquisa deve ser brasileiro ou pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras, que tenha sua sede e administração no País;

- A área pretendida para a pesquisa deve respeitar o limite máximo permitida para a substância mineral e a região objetivadas, conforme tabela a seguir:

                                                                     (Valor em em hectares1)

SUBSTÂNCIA MINERAL

AMAZÔNIA LEGAL2 DEMAIS REGIÕES

Metálicas, fertilizantes, carvão, 10.000 2.000

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diamantes, rochas betuminosas e pirobetuminosas, turfa e sal-gema

Areias3, areias de fundição (industrial), cascalhos3, saibros3, argila4, calcários5, águas minerais, água potável de mesa, areias de fundição, feldspatos, gemas (exceto o diamante), micas, pedras decorativas, de coleção e para confecção de artesanato mineral, rochas aparelhadas6 e britadas7. 

   

50 

   

50 

Demais substâncias minerais e rochas para revestimento8

1.000 1.000

1 Um hectare é equivalente a 10.000m2.

2 A Amazônia Legal abrange a região compreendida pelos Estados da Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e

Tocantins, e pelas áreas do Estado do Mato Grosso a norte do paralelo de 16º, e do Estado do Maranhão a oeste do meridiano de

44º.

3 Para uso imediato na construção civil, no preparo de agregados e argamassa, desde que não sejam submetidos a processo

industrial de beneficiamento.

4 Usadas para fabrico de cerâmica vermelha.

5 Para emprego como corretivo de solo.

6 Aparelhada ou talhada para paralelepípedos, guias, sarjetas, moirões e produtos afins.

7 Rocha britada para uso imediato na construção civil.

8 Rochas adequadas ao uso ornamental e para revestimento após submetidas a desdobramento em teares, talhas-bloco ou monofios e

a processos de corte, dimensionamento e beneficiamento.

-  A área pretendida deve estar livre para pesquisa, isto é, não ser objeto de:- qualquer direito minerário já outorgado,

- permissão para reconhecimento geológico,

- requerimento de pesquisa, de registro de Licença e de Permissão de Lavra Garimpeira anterior, e

- disponibilidade.

O direito de prioridade é assegurado àquele que, cumprindo as exigências legais, primeiro protocolizar o requerimento no DNPM.-  A apresentação dos formulários específicos para requerimento de pesquisa (disponíveis nos Protocolos do DNPM) devidamente preenchidos com os elementos de instrução (informações do requerente; da substância mineral a pesquisar e da localização da área), acompanhados dos seguintes documentos

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técnicos elaborados sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado, geólogo ou engenheiro de minas:- memorial descritivo da área pretendida,

- planta de situação da área, e

- e plano dos trabalhos de pesquisa, com o orçamento e o cronograma físico-financeiro previstos para sua execução;

- A comprovação do pagamento de emolumentos no valor equivalente a 270 UFIR¹da existência de recursos próprios ou de financiamento para os investimentos previstos no plano de pesquisa.ALVARÁ DE PESQUISA

Atendidos os requisitos legais e regulamentares, a autorização de pesquisa é outorgada por Alvará do Diretor-Geral do DNPM, gerando direitos e deveres para seu titular, em relação ao Poder Público e a terceiros:

- Direitos e obrigações conferidos pelo Alvará de Pesquisa:

- Executar os trabalhos necessários à definição da jazida no prazo de validade do Alvará, que é de 3 (três) anos, prorrogável por até igual período, a critério do DNPM e satisfeitas as condições estipuladas pelo Código de Mineração. Quanto às substâncias minerais com área de pesquisa adstrita a, no máximo, 50 ha, a validade é de 2 (dois) anos com a prorrogação limitada a um ano;

- Negociar o título que é pessoal e dotado de valor patrimonial, podendo o titular cedê-lo ou transmití-lo antes da aprovação do relatório final dos trabalhos de pesquisa, exigindo-se apenas a prévia anuência do DNPM;

- Requerer a concessão de lavra dentro do prazo de um ano, contado a partir da data de aprovação pelo DNPM, do relatório da pesquisa; este prazo é prorrogável por iguais períodos. Dentro desse prazo, o titular poderá negociar a concessão de lavra;

- Renunciar ao título, sem prejuízo do cumprimento das obrigações decorrentes do Código de Mineração, podendo, excepcionalmente, ser dispensada a apresentação do relatório de pesquisa.

- Deveres do titular:

- Iniciar os trabalhos de pesquisa dentro de 60 dias após a publicação do Alvará no Diário Oficial da União e não interrompê-los, sem justificativa, por mais de 3 meses consecutivos ou 120 dias não consecutivos;

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- Executar os trabalhos de pesquisa sob a responsabilidade de geólogo ou engenheiro de minas legalmente habilitados no País;

- Comunicar ao DNPM a ocorrência de qualquer outra substância mineral não constante do seu Alvará, o início ou reinício dos trabalhos de pesquisa, bem como as eventuais interrupções;

- Realizar os respectivos trabalhos de pesquisa e apresentar ao DNPM, no prazo de vigência do Alvará, ou de sua prorrogação, o relatório dos trabalhos de pesquisa realizados, independentemente dos resultados alcançados, podendo o mesmo ser:

aprovado, quando comprovada a existência de jazida técnica e economicamente explotável;

arquivado, quando comprovada a inexistência de jazida aproveitável técnica e economicamente;

não-aprovado - quando constatada a insuficiência de trabalhos de pesquisa ou deficiência técnica na sua elaboração; ou

sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a impossibilidade temporária da exeqüibilidade técnico-econômica da lavra. Neste caso, o DNPM fixará prazo para o titular apresentar novo estudo de viabilidade técnico-econômica da lavra, sob pena de arquivamento. O DNPM poderá conceder ao titular novos prazos ou colocar a área em disponibilidade se entender que terceiro poderá viabilizar a eventual lavra.

- Respeitar os direitos de terceiros, ressarcindo-os por eventuais danos e prejuízos decorrentes dos trabalhos de pesquisa;

- Facilitar aos agentes do DNPM a inspeção de instalações, equipamentos, etc.

- Pagar ao Governo Federal uma taxa anual por hectare detido no Alvará de Pesquisa, podendo sua aplicação variar segundo critérios, valores e condições de pagamento estipulados pelo Ministério de Minas e Energia, limitada, no entanto, ao valor máximo de 2 UFIR . Estas taxas estão assim definidas (Novembro de 1999):

PERÍODO VALOR DA TAXA

(UFIR/hectare/ano)

Na vigência do prazo normal 1,0

Na vigência do prazo de prorrogação

1,5

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- Comunicar à Comissão Nacional de Energia Nuclear  (C.N.E.N.) e ao DNPM qualquer descoberta de minerais nucleares, sob pena de sanções;

- Custear as vistorias realizadas pelo DNPM, no exercício da fiscalização dos trabalhos de pesquisa e lavra.

CADUCIDADE DO ALVARÁ DE PESQUISA

A caducidade do Alvará de Pesquisa ocorre tão-somente em quatro situações de extrema gravidade, e após conclusão de processo administrativo instaurado pelo DNPM:- Caracterização comprovada de abandono ou suspensão definitiva dos trabalhos de pesquisa;

- Quando o titular, apesar das sanções de advertência ou multa, prosseguir no descumprimento dos prazos de início ou reinício da pesquisa e na prática deliberada de trabalhos em desacordo com as condições constantes do Alvará;

- Quando o titular, após multado por mais de duas vezes no intervalo de um ano, continuar a descumprir as determinações da fiscalização do DNPM;

- Não efetuar o pagamento da taxa anual por hectare após a imposição de multa.

GUIA DE UTILIZAÇÃO

É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais em área objeto de Alvará de Pesquisa, antes da outorga da concessão de lavra, mediante prévia autorização do DNPM, a qual se dará com a expedição da correspondente Guia de Utilização, observados o acordo com o proprietário do solo e a obtenção da licença ambiental pertinente.

PERMISSÃO PARA RECONHECIMENTO GEOLÓGICO

É uma autorização outorgada pelo DNPM, a titulo precário, à empresa que a requerer e que atender aos requisitos legais e regulamentares para realizar Reconhecimento Geológico por métodos de prospecção aérea, visando obter informações preliminares regionais úteis à formulação de requerimento de pesquisa. A área é adstrita ao limite máximo de 12.000 km2.

A permissão é válida pelo prazo máximo e improrrogável de 90 dias, contados a partir da publicação do ato autorizador no Diário Oficial da União, ficando assegurado à empresa o direito de prioridade para pleitear autorização de pesquisa na área permissionada, até a data final de validade da permissão, e desde que observadas as seguintes condições:

Page 14: Mineração No Brasil

- a área pretendida deve estar livre para pesquisa e adstrita ao limite máximo estipulado para a substância mineral e região objetivadas; e

- ter sido entregue ao DNPM o relatório dos resultados do reconhecimento geológico.

2.3 REGIME DE CONCESSÃO DE LAVRA

A lavra é entendida, para fins do Regime de Concessão, como o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver até o beneficiamento das mesmas. Considera-se como mina a jazida em lavra, ainda que com atividade suspensa.

REQUERIMENTO DE CONCESSÃO DE LAVRA

O pedido de concessão de lavra é formulado em requerimento, dirigido ao Ministro de Minas e Energia, pelo titular da autorização de pesquisa ou seu sucessor.

Na sua formulação devem ser atendidos os seguintes requisitos e condições básicos:

- A habilitação à concessão de lavra é facultada, única e exclusivamente, a firmas individuais ou a sociedades constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no País;

- A área pretendida para a lavra deve estar adstrita aos limites da área de pesquisa;

- A jazida objeto da lavra pretendida deve estar pesquisada, isto é, ter seu respectivo relatório de pesquisa aprovado, ou estar em disponibilidade para lavra, conforme declaração do DNPM;

- Comprovação, através de certidão, de registro da empresa no Departamento Nacional de Registro de Comércio;

- Apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico da jazida ou Plano de Lavra - de responsabilidade de engenheiro de minas legalmente habilitado -, do cronograma de implantação do projeto de mineração, de plantas de detalhe da área, e dos demais elementos de informação e prova exigidos pelo Código de Mineração;

- Obtenção do prévio licenciamento ambiental, emitido pelo órgão ambiental competente, e apresentação ao DNPM da Licença de Instalação (LI);

Page 15: Mineração No Brasil

- Comprovação da existência de recursos próprios ou de financiamento para os investimentos previstos na implantação e operação da mina.

PORTARIA DE LAVRA

Satisfeitas as exigências legais e regulamentares, a concessão de lavra é outorgada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, através de Portaria de Lavra, a qual confere à empresa detentora do título os seguintes direitos e obrigações básicos:

Direitos conferidos pelo título de lavra:

- Lavrar a jazida até a sua completa exaustão, em conformidade com o plano aprovado pelo DNPM e o licenciamento ambiental concedido pelo órgão ambiental competente, dispondo do produto da lavra, sem qualquer ônus especial;

- Ceder ou transferir, total ou parcialmente, o título de lavra, com prévia anuência do DNPM;

- Ter a proteção da Administração Pública contra qualquer ato que resulte em interrupção dos trabalhos de lavra, a menos que infringida a lei, ou que interesse público superveniente supere o da utilidade da explotação mineral. Neste último caso, o titular da concessão de lavra deverá ser indenizado pelo Governo, conforme parâmetros fixados em lei;

- Renunciar ao título de lavra, uma vez atendidos os requisitos estabelecidos no Código de Mineração.

Obrigações impostas ao portador do título de lavra:

- Requerer ao DNPM e tomar posse da jazida no prazo ditado pelo Código de Mineração;

- Iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de 6 meses, contados a partir da publicação da Portaria no Diário Oficial da União, salvo motivo de força maior, a juízo do DNPM;

- Não interromper o trabalhos de lavra, uma vez iniciada a operação, por mais de 6 meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior;

- Lavrar a jazida de acordo com o Plano de Lavra aprovado pelo DNPM, confiando a direção dos trabalhos a engenheiro de minas legalmente habilitado;

Page 16: Mineração No Brasil

- Desenvolver a atividade de mineração de acordo com as normas de proteção ambiental estabelecidas no Licenciamento Ambiental;

- Não suspender os trabalhos de lavra sem a prévia comunicação ao DNPM, mantendo a mina em bom estado, de modo a permitir a retomada das operações;

- Não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento ulterior da jazida. Considera-se como "lavra ambiciosa" a lavra conduzida sem observância do plano preestabelecido, ou efetuada de modo a impossibilitar o ulterior aproveitamento econômico da jazida;

- Extrair apenas as substâncias minerais constantes da Portaria de Lavra e comunicar ao DNPM a descoberta de qualquer outro bem mineral não incluído no titulo de concessão, inclusive minerais nucleares;

- Solicitar aditamento ao título de lavra de qualquer substância mineral descoberta na mina, não incluída no título, e passível de aproveitamento econômico;

- Promover a segurança e a salubridade das habitações existentes, evitando o extravio das águas e drenando as que possam ocasionar danos e prejuízos aos vizinhos;

- Proteger e conservar as fontes, bem como utilizar as águas, segundo os preceitos técnicos, quando se tratar de lavra de jazida de águas minerais;

- Tomar as procedências indicadas pela fiscalização dos órgãos federais;

- Responder pelos danos e prejuízos causados a terceiros, que resultarem direta ou indiretamente da lavra;

- Pagar a participação do proprietário do solo nos resultados da lavra, segundo valores e condições de pagamento estipulados em lei;

- Recolher a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM);

- Apresentar ao DNPM, anualmente, o relatório das atividades realizadas no ano anterior;

- Recuperar a área lavrada de acordo com o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) aprovado pelo órgão ambiental competente.

CADUCIDADE E REVOGAÇÃO DA PORTARIA DE LAVRA

Page 17: Mineração No Brasil

A caducidade da concessão de lavra é aplicada tão-somente em quatro situações de extrema gravidade, e após conclusão de processo administrativo instaurado pelo DNPM:

- Caracterização comprovada de abandono ou suspensão definitiva dos trabalhos de lavra;

- Quando a empresa concessionária, apesar das sanções de advertência e multa, prosseguir nos descumprimento dos prazos de início ou reinício dos trabalho de lavra;

- Quando a empresa concessionária, após multada por mais de duas vezes no intervalo de um ano, continuar a descumprir as determinações da fiscalização; e

- Prosseguimento de lavra ambiciosa ou de extração de substância mineral não compreendida na Portaria de Lavra, apesar de advertência e multa.

A revogação da concessão de lavra é declarada quando se constatar a ocorrência de reservas de minerais nucleares com valor econômico, a juízo do Governo Federal, superior ao valor econômico da substância mineral objeto do título de lavra. É assegurada à empresa concessionária a justa indenização do investimento por ela realizado.

MINAS MANIFESTADAS

A Constituição promulgada em 1934 estabeleceu o conceito básico de separação da propriedade do solo da do subsolo, para o aproveitamento econômico dos recursos minerais do País, que passaram a ser de domínio federal. A própria Constituição reconheceu, entretanto, o direito adquirido dos proprietários das jazidas em lavra, ainda que transitoriamente suspensas, desde que fossem manifestadas e registradas no DNPM, dentro do prazo e na forma estabelecida por lei infraconstitucional (Código de Minas de 1934).

Os direitos minerários das minas manifestadas continuam em pleno vigor, estando seus titulares sujeitos às mesmas condições e obrigações estabelecidas pelo Código de Mineração e seu Regulamento para as minas concedidas (Regime de Concessão de Lavra), em relação à lavra, à tributação e à fiscalização.

GRUPAMENTO MINEIRO E CONSÓRCIO DE MINERAÇÃO

Ainda dentro do Regime de Concessão, cabe destacar a existência de duas importantes figuras jurídicas, instituídas com o objetivo de permitir maior racionalidade econômica e melhor produtividade aos trabalhos de lavra. São elas:

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Grupamento Mineiro:

- Por autorização do DNPM, várias concessões de lavra de um mesmo titular e da mesma substância mineral, em área de um mesmo jazimento ou zona mineralizada, podem ser reunidas em uma só unidade mineira sob a denominação de "Grupamento Mineiro";

- A empresa concessionária do Grupamento Mineiro, a juízo do DNPM, pode concentrar as atividades da lavra em uma ou algumas das concessões agrupadas, desde que a intensidade da lavra seja compatível com a importância da reserva total agrupada;

- A empresa concessionária do Grupamento Mineiro sujeita-se às mesmas obrigações e penalidades estabelecidas na legislação minerária para as concessões de lavra em geral.

Consórcio de Mineração:

- É uma entidade jurídica constituída por titulares de concessõe de lavra próximas ou vizinhas, abertas ou situadas sobre um mesmo jazimento ou zona mineralizada, com o objetivo de incrementar a produtividade da extração.

- A constituição do Consórcio de Mineração depende de autorização expressa do DNPM, por delegação de competência do Ministro de Minas e Energia, após análise e parecer conclusivo do DNPM dos elementos de prova e informação exigidos pela legislação minerária. O Consórcio autorizado fica sujeito ao cumprimento das condições e obrigações fixadas no Caderno de Encargos, parte integrante da autorização ministerial.

2.4 PARTICIPAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO SOLO NOS RESULTADOS DA LAVRA

A participação nos resultados da lavra é garantida ao proprietário do solo pela Constituição e é equivalente a 50% do valor total devido aos estados, Distrito Federal, municípios e órgãos da administração direta do Governo Federal, a título de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais. O pagamento ao proprietário do solo é efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês subseqüente ao do fato gerador, ou seja, o momento do faturamento.

(Ver detalhes da base de cálculo da Compensação Financeira na seção relativa a Aspectos Fiscais).

2.5 - REGIME DE LICENCIAMENTO

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O regime de licenciamento é restrito e aplicável exclusivamente ao aproveitamento econômico das jazidas de:

· areias, cascalhos, saibros , quando utilizados in natura na indústria da construção civil,

· argilas utilizadas no fabrico de cerâmica vermelha,

· calcários empregados como corretivo de solos agrícolas,

· rochas quando britadas para uso imediato na construção civil e

· rochas quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, lajotas, dentre outros,

e independe de trabalhos exploratórios autorizados previamente pelo DNPM.

Aos órgãos da administração direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é permitida a extração de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, definidas em Portaria do Ministério de Minas e Energia, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e vedada a comercialização.

As regras que regulam este regime para a iniciativa privada são as seguintes:

- O licenciamento é facultado exclusivamente ao proprietário do solo ou a quem dele tiver expressa autorização, ficando o autorizado obrigado a pagar ao detentor da propriedade renda por ocupação do terreno e indenização pelos danos ocasionados ao imóvel, em decorrência dos trabalhos de mineração;

- O interessado no licenciamento pode ser pessoa física de nacionalidade brasileira ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País;

- O licenciamento, que é limitado à área máxima de 50 hectares, depende da obtenção de:

- Autorização expressa do proprietário do solo onde se encontra a jazida do bem mineral a ser aproveitado;

- Licença específica expedida pela autoridade administrativa local, no município onde se situar a jazida;

- Registro da Licença junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral; e

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- Licenciamento Ambiental junto ao órgão de meio ambiente estadual. Uma cópia da respectiva licença ambiental de instalação deverá ser arquivada no DNPM.

- O título do licenciamento será registrado no DNPM, estando sua vigência condicionada ao menor prazo existente na licença específica expedida pela autoridade municipal ou na autorização do proprietário do solo. Não havendo o Registro de Licença no DNPM com a concomitante apresentação da licença de instalação, o interessado não poderá iniciar os trabalhos de lavra;

- O licenciado é obrigado a comunicar imediatamente ao DNPM a ocorrência de qualquer outra substância mineral útil, não compreendida no licenciamento, bem como a apresentar anualmente relatório de produção e comercialização;

- O titular do licenciamento responde pelos danos causados ao meio ambiente;

- O DNPM poderá exigir, se julgadas necessárias em razão do potencial econômico da área, a realização de trabalhos de pesquisa e a apresentação de plano de aproveitamento da jazida;

- O cancelamento do registro de licença, e consequente perda do título, dar-se-á nos seguintes casos principais:

- suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração, por prazo superior a seis meses;

- extração de substâncias minerais não abrangidas pelo licenciamento, após advertência formal.

Convém ressaltar que o titular do Regime de Licenciamento tem o direito de optar pelos regimes de autorização de pesquisa e concessão de lavra, se for do seu interesse.

2.6 REGIME DE PERMISSÃO DE LAVRA GARIMPEIRA

O regime de permissão de lavra garimpeira - é o aproveitamento imediato de jazimento mineral que, por sua natureza, dimensão, localização e utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

As substâncias minerais consideradas garimpáveis, para fins desse regime, são: o ouro, o diamante, a cassiterita, a columbita, a tantalita e wolframita, nas formas aluvionar, eluvionar e coluvial; a scheelita, as gemas, o rutilo, o quartzo, o berilo, a muscovita, o espodumênio, a lepidolita, o feldspato, a mica

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e outros, em tipos de ocorrência que vierem a ser indicados, a critério do DNPM.

A permissão de lavra garimpeira é outorgada, pelo DNPM, a pessoas físicas de nacionalidade brasileira e a cooperativas de garimpeiros legalmente organizadas como pessoas jurídicas. As condições são as seguintes:

- A permissão tem a validade de 5 anos podendo, a critério do DNPM, ser sucessivamente renovada;

- O título é pessoal e, mediante anuência do DNPM, transmissível a quem satisfizer os requisitos da lei;

- A área máxima permissionada é de 50 hectares, salvo quando outorgada a cooperativas de garimpeiros;

- A existência de prévio licenciamento ambiental para a lavra garimpeira concedido pelo órgão ambiental competente;

- A existência de assentimento da autoridade administrativa local, do município de situação do jazimento mineral, quando a lavra garimpeira ocorrer em área urbana.

São deveres do permissionário da lavra garimpeira:- Iniciar os trabalhos de extração no prazo de 90 dias, contados a partir da data de publicação do título no Diário Oficial da União, salvo motivo justificado;

- Extrair somente as substâncias minerais indicadas no título;

- Comunicar ao DNPM a ocorrência de qualquer outra substância mineral não incluída no título, requerendo seu aditamento quando se tratar de substância garimpável;

- Executar os trabalhos de lavra de acordo com as normas técnicas e regulamentares, baixadas pelo DNPM e pelo órgão ambiental competente;

- Compatibilizar os trabalhos de lavra com a proteção do meio ambiente, evitar o extravio das águas servidas, drenando e tratando as que possam ocasionar danos a terceiros;

- Não suspender a lavra por prazo superior a 120 dias, salvo motivo justificado;

- Responder pelos eventuais danos causados a terceiros, decorrentes, direta ou indiretamente, dos trabalhos de lavra;

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- Apresentar anualmente ao DNPM as informações de produção e comercialização.

- Adotar as providências exigidas pelo Poder Público

O não cumprimento desses deveres sujeita o titular às sanções de advertência, multa e cancelamento da permissão.

2.7 DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL

O Ministério de Minas e Energia - MME é o órgão do Poder Executivo responsável pela coordenação e formulação da política mineral brasileira. Tem sob sua jurisdição as autarquias, empresas públicas e agências reguladoras de âmbito federal, encarregadas de executar a política governamental do setor, e administrar os recursos minerais do País, regulamentar e fiscalizar a indústria de produção, mineral e a distribuição, o comércio e o consumo dos produtos minerais.

O Departamento Nacional de Produção Mineral -– DNPM, autarquia vinculada à estrutura do MME, tem como finalidade promover o planejamento e o fomento da exploração e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território nacional, na forma do que dispõe a legislação minerária, competindo-lhe em especial:

- promover a outorga, ou propô-la à autoridade competente, quando for o caso, dos títulos minerários relativos à exploração e ao aproveitamento dos recursos minerais e expedir os demais atos referentes à execução da legislação minerária;

- coordenar, sistematizar e integrar os dados geológicos dos depósitos minerais, promovendo a elaboração de textos, cartas e mapas geológicos para divulgação;

- acompanhar, analisar e divulgar o desempenho da economia mineral brasileira e internacional, mantendo serviços de estatística da produção e do comércio de bens minerais;

- formular e propor diretrizes para a orientação da política mineral;

- fomentar a produção e estimular o uso racional e eficiente dos recursos minerais;

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- fiscalizar a pesquisa, a lavra, o beneficiamento e a comercialização dos bens minerais, podendo realizar vistorias, autuar infratores e impor as sanções cabíveis, na conformidade do disposto na legislação minerária;

- baixar normas, em caráter complementar, e exercer a fiscalização sobre o controle ambiental, a higiene e a segurança das atividades de mineração, atuando em articulação com os demais órgãos responsáveis pelo meio ambiente e pela higiene, segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores;

- implantar e gerenciar bancos de dados para subsidiar as ações de política mineral necessárias ao planejamento governamental;

- baixar normas e exercer fiscalização sobre a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM);

- fomentar a pequena empresa de mineração;

- estabelecer as áreas e as condições para exercício da garimpagem em forma individual ou associativa.

Em razão do estreito relacionamento que mantém com os mineradores de todo o País, e com vistas a melhor atendê-los, o DNPM, com sede em Brasília, está estruturado de forma descentralizada, através de seus Distritos Regionais, com escritórios nas capitais de quase todos os estados da Federação.

Dentro do Programa de Modernização e Reforma do Estado, ora em plena execução pelo Governo Federal, prevê-se a reestruturação do Setor Mineral Brasileiro, a modernização do Código de Mineração, e a transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM em uma autarquia especial, com as características das atuais Agências existentes no setor de petróleo, energia elétrica, telecomunicações, dentre outros etc.

Cabe destacar, na estrutura do MME, além do DNPM, os seguintes principais órgãos ligados à indústria de mineração:

- Secretaria de Minas e Metalurgia - secretaria executiva de coordenação e formulação de política setorial, e assessoramento ministerial;

- Serviço Geológico do Brasil  responsável pela elaboração, atualização e divulgação das informações geológicas básicas em todo o território nacional.

(Ver endereços para contato no Apêndice II).

3  A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À MINERAÇÃO

3.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

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Os princípios fundamentais que disciplinam a compatibilização da atividade de mineração com a proteção do meio ambiente estão delineados na Carta Magna de 1988, que define os instrumentos da Administração Pública para consecução deste objetivo e a obrigação daquele que efetua o aproveitamento dos recursos minerais do País.

O artigo 225 da Constituição estabelece que cabe ao Poder Público:

- "Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;" e

- "Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a saúde, a qualidade de vida e o meio ambiente;",

prescrevendo ainda que:- "Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.".

Em decorrência destes dispositivos constitucionais, o exercício da atividade mineradora no País está condicionado a três instrumentos específicos de controle do Poder Público, no que tange aos riscos potenciais de danos ao meio ambiente resultantes da lavra: o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), o Licenciamento Ambiental (LA) e o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD).

3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL

A legislação infraconstitucional, que disciplina a matéria ambiental relativa à atividade de mineração, está consubstanciada basicamente nos seguintes diplomas legais, resoluções e portarias:

· Leis Federais:- Lei n o   6.938, de 31 de agosto de 1981   e suas alterações (Leis nos7.804, de 18 de julho de 1989, e 8.028, de 12 de abril de 1990) -Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação;

- Lei n o   9.605, de 12 de fevereiro de 1998   - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

· Decretos Federais:· Decreto no 97.632, de 10 de abril de 1989 - Dispõe sobre Plano de recuperação de área degradada pela mineração;

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· Decreto n o 99.274, de 6 de junho de 1990   - Regulamenta a Lei no6.938, de 31 de agosto de 1981.

· Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente  - CONAMA· Resolução do CONAMA n o   1, de 23 de janeiro de 1986   - Estabelece critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);

· Resolução do CONAMA n o   nº 009, de 6 de dezembro de 1990   – Dispõe sobre normas específicas para a obtenção da licença ambiental para a extração de minerais, exceto as de emprego imediato na construção civil.

· Resolução do CONAMA n o   010, de 6 de dezembro de 1990   – Dispõe sobre o estabelecimento de critérios específicos para a extração de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil.

· Resolução do CONAMA n o   2, de 18 de abril de 1996   - Dispõe sobre a compensação de danos ambientais causados por empreendimentos de relevante impacto ambiental;

· Resolução do CONAMA n o   237, de 19 de dezembro de 1997  - Dispõe sobre os procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental.

Ressalte-se que as unidades da federação e os municípios têm competência suplementar, estabelecida pela própria legislação federal, para disciplinar de forma complementar, em suas áreas de jurisdição, as normas estabelecidas pelo Governo Federal sobre a questão ambiental, não podendo, contudo, contrariá-las.

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL DE ATIVIDADES DE MINERAÇÃO

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que é exigido para o licenciamento ambiental de qualquer atividade de aproveitamento de recursos minerais e dele se distingue, tem sua definição, normas e critérios básicos, e diretrizes de implementação estabelecidos pela Resolução do CONAMA no 1/86.

A exigência do EIA aplica-se aos empreendimentos mineiros de toda e qualquer substância mineral. Entretanto, para as substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, em função das características do empreendimento, poderá ser dispensado a apresentação do EIA. Nesse caso, a empresa de mineração deverá apresentar o Relatório de Controle Ambiental (RCA), em conformidade com as diretrizes do órgão ambiental estadual competente.

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O EIA, a ser elaborado obrigatoriamente por técnicos habilitados, deve estar consubstanciado no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o qual é submetido ao órgão de meio ambiente estadual competente, integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), para análise e aprovação. Nesta fase, o RIMA deve ser tornado público para que a coletividade ou qualquer outro interessado tenha acesso ao projeto e a seus eventuais impactos ambientais e possa conhecê-los e discutí-los livremente, inclusive em audiência pública.

A aprovação do EIA/RIMA é o requisito básico para que a empresa de mineração possa pleitear o Licenciamento Ambiental do seu projeto de mineração.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE ATIVIDADES DE MINERAÇÃO

A obtenção do Licenciamento Ambiental (LA) é obrigatória para a localização, instalação ou ampliação e operação de qualquer atividade de mineração objeto dos regimes de concessão de lavra e licenciamento.

Esse licenciamento está regulado pelo Decreto n o   99.274/90  , que dá competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para expedição e controle das seguintes licenças:

- Licença Prévia (LP) - é pertinente à fase preliminar do planejamento do empreendimento de mineração e contém os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso de solo.

Esses requisitos devem observar as normas, os critérios e os padrões fixados nas diretrizes gerais para licenciamento ambiental emitidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Além destes, devem também ser observados os critérios e padrões estabelecidos pelo órgão estadual de meio ambiente, na esfera de sua competência e na área de sua jurisdição, desde que não conflitem com os do nível federal.

O Plano de Aproveitamento Econômico da jazida (PAE), o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos exigidos para a obtenção da Licença Prévia, cuja tramitação é concomitante ao do pedido de concessão de lavra.

- Licença de Instalação (LI) - autoriza o início de implantação do empreendimento mineiro, de acordo com as especificações constantes do Plano de Controle Ambiental aprovado.

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- Licença de Operação (LO) - autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos e instalações de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação.

Em casos de empreendimentos de mineração com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a competência para efetuar o licenciamento ambiental é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR ATIVIDADES DE MINERAÇÃO

De acordo com o Decreto no 97.632/89 , os empreendimentos de mineração estão obrigados, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a submeter o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) à aprovação do órgão estadual de meio ambiente competente.

Esse plano contempla a solução técnica adequada, visualizado pela empresa de mineração, à reabilitação do solo degradado resultante do atividade de extração, para uso futuro.

O PRAD aprovado pode ser revisto ou alterado posteriormente, com a concordância do órgão ambiental competente, com vistas a incorporar inovações tecnológicas ou alternativas mais adequadas em razão do desenvolvimento dos trabalhos de lavra.

3.3 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA)

Dadas as dimensões do País e as peculiaridades regionais ou locais, a execução da política brasileira de meio ambiente se dá nos três diferentes níveis da Administração Pública - federal, estadual e municipal.

A coordenação e formulação da Política Nacional do Meio Ambiente é de responsabilidade doMinistério do Meio Ambiente . A ele se vincula o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão deliberativo e consultivo de política ambiental.

É de competência do CONAMA o estabelecimento das normas, padrões e critérios para o licenciamento ambiental a ser concedido e controlado pelos órgãos ambientais estaduais e municipais competentes, integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis  (IBAMA), em caráter supletivo.

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O IBAMA, autarquia sob jurisdição do Ministério do Meio Ambiente, é o órgão responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente em nível federal.

(Ver endereços dos órgãos de meio ambiente no Apêndice II).     

Seção II ASPECTOS FISCAIS

1  A TRIBUTAÇÃO NA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO

A mineração brasileira, como toda e qualquer atividade industrial no País, está sujeita a impostos, taxas, encargos e assemelhados, em âmbitos federal, estadual e municipal.

As Tabelas II-1 e II-2 abaixo relacionam os   tributos e encargos mais relevantes que incidem sobre as empresas mineradoras e o produto mineral, e onde se dá sua incidência.

TABELA II-1 PRINCIPAIS TRIBUTOS E ENCARGOS DE INCIDÊNCIA GERAL

Competência TRIBUTO/Encargo BASE DE CÁLCULO

Federal Imposto de Renda de

Pessoa Jurídica (IRPJ)

Lucro Líquido Tributável

Federal Encargos Sociais: Encargos Sociais:

Federal Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Lucro Líquido

Federal Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS)

Receita Operacional Bruta

Federal Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Faturamento

Federal Outros Encargos Sociais (FGTS e INSS) Folha de Pagamento

Estadual ICMS Venda do produto

TABELA II-2 ENCARGOS ESPECÍFICOS DAS EMPRESAS DE MINERAÇÃO

COMPETÊNCIA ENCARGO BASE DE CÁLCULO

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Federal Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM

Faturamento Líquido

1.1 ÁREA FEDERAL: TRIBUTOS DE INCIDÊNCIA GERAL

IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA (IRPJ)

O Imposto de Renda de Pessoa Jurídica é um imposto federal, pago mensalmente, e incidente sobre o lucro líquido tributável das empresas, cabendo sua regulamentação, normatização, arrecadação e fiscalização à Secretaria da Receita Federal (SRF), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda (MF).

Em função do porte de sua receita total, as empresas de mineração no País estão sujeitas ao pagamento do imposto de renda por um dos seguintes regimes (em vigor a partir de 1º de janeiro de 1999):

· Lucro Real - as empresas que auferiram receita total superior a R$ 24 milhões , no ano-calendário anterior, são obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real, podendo optar pela apuração do lucro real em base trimestral ou anual. Não é admitida mudança de opção no decorrer do ano-calendário ou no ato de entrega da declaração de anual de rendimentos.

- Lucro Real Trimestral - nesta opção, as empresas deverão apurar trimestralmente o imposto de renda sobre o lucro líquido, mediante levantamento de balancete trimestral.

A base de cálculo do IRPJ é o lucro líquido contábil ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação fiscal.

O recolhimento se dá no mês seguinte ao trimestre de apuração em quota única, sem acréscimo, ou em 3 quotas mensais com juros pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC (taxa de juros adotada pela Secretaria da Receita Federal para tributos federais).

O imposto de renda devido é calculado com base na alíquota única de 15% sobre o lucro líquido tributável, sujeitando-se a parcela do lucro real que exceder a R$60 mil à incidência de um imposto adicional, à alíquota de 10%.

- Lucro Real Anual - nesta segunda opção, as empresas terão que pagar, mensalmente, o imposto de renda sobre o lucro apurado por estimativa, ficando o lucro real a ser levantado no balanço de 31 de dezembro. O imposto é recolhido em quota única até o último dia útil do mês seguinte ao da apuração.

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O lucro estimado é o resultado da aplicação de um percentual, fixado em lei, sobre a receita bruta do mês de apuração (8% no caso de empresas de mineração), acrescido de ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos tributáveis apurados no mês.

O imposto de renda devido é calculado com base na alíquota única de 15% sobre o lucro mensal estimado, incidindo sobre a parcela do lucro superior a R$20.000,00 um imposto adicional, à alíquota de 10%. Para determinação do imposto de renda sobre o lucro real no final do exercício, aplica-se a mesma alíquota de 10%, sujeitando-se a parcela de lucro que exceder a R$240 mil à incidência do imposto adicional, à alíquota de 10%.

· Lucro Presumido - as empresas de mineração que tenham auferido receita total inferior a R$24 milhões no ano-calendário anterior, poderão optar, em caráter irretratável, pelo regime de tributação simplificada com base no lucro presumido. O imposto de renda é recolhido trimestralmente à medida em que os lucros forem sendo auferidos.

Neste regime, a base de cálculo do imposto de renda, em cada trimestre, será determinada pelo resultado da aplicação de um percentual de 8% sobre a renda bruta auferida na atividade de mineração, acrescido de outras receitas, rendimentos e ganhos de capital. O imposto de renda eventualmente retido na fonte ou pago separadamente sobre aquelas parcelas relativas a lucros não operacionais, é considerado como antecipação do tributo devido no trimestre.

O imposto de renda devido é calculado com base na alíquota única de 15% sobre a base de cálculo, sujeitando-se a parcela do lucro real que exceder a R$60 mil à incidência de um imposto adicional, à alíquota de 10%.

Independentemente do regime de tributação a que esteja sujeita - lucro real trimestral ou anual, ou lucro presumido -, a empresa é obrigada a apresentar, anualmente, a declaração de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica relativa aos rendimentos auferidos com as operações do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro. A partir da declaração é que são feitos acertos com o fisco relativamente a quaisquer pagamentos feitos a mais ou a menos durante o ano-base.

Além da depreciação, amortização de despesas pré-operacionais, compensação de prejuízos de exercícios anteriores, perdas no câmbio de moeda estrangeira e outras deduções previstas na legislação fiscal e aplicáveis a qualquer atividade industrial, no caso específico da mineração são consideradas ainda como dedutíveis na determinação do lucro tributável:

- Cota de Exaustão - determinada em função do volume da produção no ano em relação às reservas conhecidas da mina, tendo como base o custo de

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aquisição ou obtenção dos direitos minerários, corrigido monetariamente, ou, no caso da empresa não ser a titular, da duração do contrato de arrendamento da mina;

- Despesas com Pesquisa Mineral - as despesas realizadas na fase de pesquisa mineral e na ampliação de reservas da jazida em lavra podem ser deduzidas como despesas operacionais, ou capitalizadas e amortizadas pelo prazo mínimo de 5 anos, a partir do início das operações de lavra;

-  Despesas incorridas com o desenvolvimento da mina - podem ser capitalizadas e amortizadas pelo prazo mínimo de 5 anos, a partir do início das operações de lavra.

É importante ressaltar que dividendos, bonificações e quaisquer outras formas de distribuição de lucro, quando pagos ou creditados a pessoas físicas ou jurídicas residentes e domiciliadas no País ou no exterior, não estão sujeitas à retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), nem são considerados na determinação de base de cálculo do imposto de renda de seus beneficiários.

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE SOBRE JUROS E ROYALTIES

O pagamento de juros e royalties a não residentes está sujeito à retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) à base 15% ou a uma alíquota menor, em função da existência de tratado entre o Brasil e o país do recebedor. (A propósito, ver informações sobre Acordos Bilaterais de Tributação, no item 2 desta Seção).

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)

Tributo federal incidente sobre o valor FOB dos produtos importados pelo país, sejam eles primários, semi-manufaturados ou manufaturados.

No que concerne aos bens minerais primários, a alíquota aplicável para a quase totalidade deles é hoje, praticamente, zero. Ressalte-se que os produtos, quando provenientes de qualquer país-membro do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL),  têm tratamento tarifário preferencial.

1.2 ÁREA FEDERAL: ENCARGOS DE INCIDÊNCIA GERAL

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO (CSLL)

A Contribuição Social sobre o Lucro é devida ao Governo Federal. Para a sua apuração e recolhimento se aplicam as mesmas regras em conformidade com a legislação em vigor.

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Em função do regime de tributação, as regras gerais de apuração e recolhimento da CSLL são as seguintes:

· Empresas tributadas pelo Lucro Real Trimestral – a apuração da CSLL deverá ser trimestral, com o recolhimento da contribuição se dando no mês seguinte ao período de apuração. A base de cálculo será o lucro líquido contábil apurado por balancete e ajustado pelas adições, exclusões e compensações estabelecidas pela legislação fiscal específica.

A CSLL devida é calculada com base na alíquota única de 12% sobre o lucro líquido tributável, sendo seu valor não dedutível na determinação do lucro real para fins de IRPJ.· Empresas tributadas pelo Lucro Real Anual – a apuração da CSLL deverá ser mensal, com o recolhimento da contribuição se dando no mês seguinte ao mês de apuração. A base de cálculo será o lucro estimado mensal. Na apuração anual do lucro líquido em 31 de dezembro, as contribuições mensais são deduzidas do valor da CSLL apurada.

A CSLL mensal devida é calculada com base na alíquota única de 12% sobre o lucro estimado. Tal alíquota aplica-se também no cálculo da CSLL anual.

· Empresas tributadas pelo Lucro Presumido – as empresas de mineração aqui enquadradas, apurarão e pagarão a CSLL trimestralmente. A base de cálculo será o resultado da aplicação do percentual de 12% sobre a receita bruta do trimestre, acrescido de ganhos de capital e demais receitas não operacionais previstos em lei. Sobre o resultado deste somatório aplica-se alíquota única de 12%.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)

O PIS foi criado pela Lei Complementar n º   7/70  com o objetivo de promover a integração dos trabalhadores na vida e no desenvolvimento das empresas. A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, sua arrecadação passou a destinar-se ao financiamento do programa do seguro-desemprego.

A alíquota desta contribuição mensal é de 0,65% e incide sobre a receita operacional bruta, isto é, a soma das receitas que resultam no lucro operacional, acrescida das receitas financeiras e variações monetárias. Este encargo não incide sobre as receitas auferidas com exportações.

CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)

O COFINS é uma contribuição devida ao Governo Federal e tem por finalidade custear investimentos de caráter assistencial. Incide sobre o

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faturamento mensal a uma alíquota de 3%. As receitas auferidas com exportações são isentas desta contribuição.

ENCARGOS SOCIAIS - INSS E FGTS

Dentre outros encargos sociais de responsabilidade da empresa, cabem destacar:

- A contribuição para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na base de 20% sobre a folha de pagamento; e

- A contribuição para um fundo compulsório destinado ao trabalhador e controlado pelo Governo Federal - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) -, correspondente a 8% dos vencimentos pagos ou devidos ao empregados.

1.3 ÁREA ESTADUAL: TRIBUTO DE INCIDÊNCIA GERAL

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO (ICMS)

O ICMS, tributo não cumulativo administrado pelas Unidades da Federação (estados e Distrito Federal), é devido em todas as etapas de venda do produto, na cadeia que vai do produtor ao consumidor final.

Todos os bens minerais, produzidos no País ou procedentes do exterior, estão sujeitos à incidência do ICMS, com alíquotas que variam de Estado a Estado, de acordo com o interesse do Governo local, respeitado, porém, o limite máximo, válido para todas as Unidades da Federação.

São praticadas hoje as seguintes alíquotas máximas:

OPERAÇÃO ALÍQUOTA Máxima

Intraestadual 18%

Interestadual - Contribuinte 12%

Interestadual - Consumidor Final 18%

Exportação 13% (*)

Importação 18%

(*) Para alguns produtos, a base de cálculo pode ser reduzida até zero.

O ouro produzido por garimpo ou mina e vendido a instituições financeiras está sujeito ao pagamento de 1% de Imposto sobre Operações Financeiras

Page 34: Mineração No Brasil

(IOF), visto ser considerado como ativo financeiro pela Constituição Federal e pela legislação fiscal. Neste caso não incide ICMS.

1.4 ENCARGO ESPECÍFICO DA EMPRESA DE MINERAÇÃO

COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS (CFEM)

A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), estabelecida pela Constituição de 1988, é devida aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, e a órgãos da administração direta da União, como contraprestação pela utilização econômica de recursos minerais de seus respectivos territórios.

A CFEM é de até 3% e tem como base de cálculo o faturamento líquido da venda do produto mineral, entendido como o total das vendas menos os tributos incidentes sobre a comercialização, as despesas de transporte e de seguros. A alíquota varia de acordo com o produto mineral, como apresentado na Tabela II-3.

TABELA II-3 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE

RECURSOS MINERAIS ALÍQUOTAS VIGENTES

PRODUTO Alíquota

Bauxita, minério de manganês, sal-gema e potássio 3%

Minério de ferro, fertilizantes, carvão mineral e demais substâncias minerais 2%

Ouro 1% (*)

Pedras preciosas, coradas, lapidáveis, carbonados e 

metais nobre

0,2%

(*) O ouro produzido em garimpos é isento

(*) O ouro produzido em garimpos é isento.

2 TRATAMENTO FISCAL DO CAPITAL ESTRANGEIRO

Ao longo dos últimos anos, o Governo Federal vem promovendo contínuos e profundos ajustes na sua política com relação ao capital externo, visando encorajar novos investimentos diretos em vários segmentos da economia brasileira, vistos, agora, dentro da estratégia governamental, como elementos relevantes na retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento industrial do País.

Page 35: Mineração No Brasil

Nesse sentido, o Plano de Estabilização, o Programa Nacional de Privatização, as reformas da Constituição Federal, nas suas disposições que tratam da Ordem Econômica, e a flexibilização das legislações institucional e tributária relativas ao capital externo - eliminação de restrições à participação de investidores estrangeiros nas bolsas de valores brasileiras e nas empresas privatizadas, abertura de linhas de financiamento do Sistema BNDES  a empresas de capital estrangeiro instaladas no País, desburocratização e redução da carga fiscal na repatriação de capital, lucros e dividendos, bem como nas remessas de royalties e juros, dentre outros medidas -, já colocam o Brasil em posição altamente competitiva, junto à comunidade internacional, na atração de capitais.

O crescente fluxo de capitais externos, observado após julho de 1994, é prova inequívoca da confiança no País, por parte dos investidores e instituições financeiras internacionais.

CONCEITO DE CAPITAL ESTRANGEIRO

A legislação básica que rege o capital estrangeiro no Brasil está consubstanciada nas Leis nos 4.131/62  e 4.390/64 , regulamentadas pelo Decreto 55.762/65 , diplomas legais estes complementados pela Lei n o 9.249/95  , que dispõe sobre a nova legislação para o Imposto de Renda.

O conceito legal de capital estrangeiro é bastante amplo, abrangendo desde os bens móveis ou intangíveis, tais como marcas e patentes, explicado pelos ativos, máquinas e equipamentos recebidos no Brasil do exterior sem dispêndio inicial de divisas, e investidos no país e destinados à produção de bens ou serviços, a recursos financeiros ou monetários internados no País, para aplicação em atividades econômicas. Seus detentores - pessoas físicas ou jurídicas - devem ser residentes, domiciliados ou tenham sede no exterior.

ISONOMIA LEGAL E FISCAL

Uma vez internado, na forma da lei, o capital estrangeiro aplicado em mineração tem igual tratamento,  que os de origem nacional, sendo vedado, pela Constituição, qualquer discriminação.

REGISTRO NO BANCO CENTRAL (BC)

O capital estrangeiro investido no Brasil, bem como os reinvestimentos,  são registrados no Banco Central do Brasil  (BC).

O registro do capital estrangeiro registrado dará ao investidor o direito de repatriação de seus recursos a taxas de câmbio comerciais e sem tributação

Page 36: Mineração No Brasil

adicional. Não havendo o registro no Banco Central, não poderá haver remessa de capital ou dividendos para o exterior.

O investidor estrangeiro poderá remeter para o exterior os frutos de seu investimento, seja sob a forma de dividendos ou ganhos de capital. Os ganhos de capital são provenientes da redução do capital, liquidação ou venda do investimento no Brasil.

Não existe limite para o montante de lucros que poderão ser remitidos como dividendos para o exterior, estando isentos do Imposto de Renda Retido na Fonte.

O investidor estrangeiro poderá remeter os ganhos de capital sem estar sujeito à tributação desde que não ultrapasse o montante de capital estrangeiro registrado. Remessas superiores a este valor estarão sujeitas ao Imposto de Renda Retido na Fonte, à alíquota de 15%.

CONTRATOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E DE ROYALTIES

As regras básicas, que disciplinam os contratos de uso de tecnologia ou de assistência técnica celebrados entre as empresas de mineração brasileiras e pessoa física ou jurídica, residente e domiciliada no exterior, estão fixadas no Ato Normativo N0 15 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Segundo dispõe este Ato, tais contratos devem ser registrados e aprovados pelo INPI e, somente após este trâmite legal, registrados no Banco Central.

O registro no Banco Central permitirá as futuras remessas de pagamento pela prestação do serviço técnico ou de royalties, previstos nos contratos, sendo elas efetivadas com autorização prévia do próprio Banco.

ACORDOS BILATERAIS DE TRIBUTAÇÃO

Com o intuito de evitar a dupla tributação, o Brasil assinou acordo com os seguintes países:

Alemanha  - Coréla  -  França -   Noruega -  Argentina -  Dinamarca -  Hungria  - Países Baixos -  Áustria -  Equador  - Índia  - Portugal -- Bélgica -  Espanha -  Itália -   Suécia -  Canadá - Filipinas  - Japão - República Checa - China - Finlândia - Luxemburgo Vale mencionar que o Brasil não possui, ainda, acordo de tributação com os Estados Unidos e Reino Unido. 

Seção III INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS

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1 INCENTIVOS FEDERAIS À MINERAÇÃO

Os principais incentivos fiscais federais destinam-se hoje, basicamente, à promoção do desenvolvimento das regiões menos favorecidas, econômica e socialmente, e que necessitam de maior apoio do Governo Federal para alavancar sua expansão comercial, industrial e agropecuária, beneficiando as empresas que ali se instalarem e se mantiverem.

Estes incentivos contemplam tão-somente a região do Nordeste e da Amazônia e são administrados, respectivamente, pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste  (SUDENE) e Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

Os incentivos fiscais caracterizam-se pela isenção ou redução de impostos de renda e adicionais incidentes sobre o lucro da exploração do empreendimento instalado na região objetivada e são concedidos, nos casos apresentados a seguir:

ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA· Empreendimentos Novos - as empresas que tiverem projetos industriais ou agrícolas aprovados ou protocolizados até 14 de novembro de 1997, na SUDENE ou na SUDAM, ficarão isentas do imposto de renda e adicionais não restituíveis incidentes sobre o lucro da exploração do empreendimento, pelo prazo de 10 (dez) anos a contar do primeiro exercício fiscal na fase de operação;

· Projetos de Modernização, Ampliação ou Diversificação - as empresas que tiverem projetos aprovados ou protocolizados até 14 de novembro de 1997, na SUDENE ou na SUDAM, relacionados com a modernização, ampliação ou diversificação de seus empreendimentos industriais ou agrícolas localizados nas regiões incentivadas, ficarão isentas do imposto de renda e adicionais não restituíveis incidentes sobre os resultados adicionais por eles gerados, pelo prazo de 10 (dez) anos contados a partir do início de operação do projeto de modernização, ampliação ou diversificação. Esta isenção fiscal não se estende ao lucro de exploração resultante da produção anterior.

É condição básica para gozo deste benefício fiscal que o projeto de modernização, ampliação ou diversificação acarrete um aumento de, pelo menos, 50% na capacidade instalada do respectivo empreendimento.

REDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E ADICIONAIS NÃO-RESTITUÍVEIS

· Empreendimentos Novos - as empresas que tiverem projetos industriais ou agrícolas aprovados a partir de 1º de janeiro de 1998, na SUDENE ou na

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SUDAM, gozarão de uma redução no imposto de renda e adicionais incidentes sobre o lucro de exploração, a partir do início de operação, nas seguintes bases:

- 75%, a partir de 1º de janeiro de 1998 até 31 de dezembro de 2003;

- 50 %, a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; e

- 25%, a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013.

· Projetos de Modernização, Ampliação ouDiversificação - as empresas que tiverem projetos aprovados de modernização, ampliação ou diversificação de empreendimentos já instalados, na SUDENE ou na SUDAM, a partir de 1º de janeiro de 1998, gozarão de uma redução no imposto de renda e adicionais não restituíveis incidentes sobre os resultados incrementais gerados por estes novos projetos, nas seguintes bases:

- 75%, a partir de 1º de janeiro de 1998 até 31 de dezembro de 2003;

- 50 %, a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; e

- 25%, a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013.

· Empreendimentos em Operação - a partir de 1º de janeiro de 1998, as empresas que mantenham empreendimentos industriais ou agrícolas em operação nas áreas da SUDENE ou SUDAM, em relação aos aludidos empreendimentos, pagarão o imposto de renda e adicionais não restituíveis com redução segundo os seguintes percentuais:

- 37,5%, a partir de 1º de janeiro de 1998 até 31 de dezembro de 2003;

- 25 %, a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; e

- 12,5%, a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013.

As empresas que, em 31 de dezembro de 1993, encontravam-se em gozo da redução de 50%, por manterem empreendimentos em operação nas áreas incentivadas, de conformidade com a legislação vigente à época têm assegurada a fruição do incentivo até 31 de dezembro de 2001, quando passarão a se enquadrar nos novos percentuais de redução

Vale salientar que o Imposto de Renda que deixar de ser pago em razão dos incentivos fiscais constituirá reserva de capital a ser empregado no próprio empreendimento, não podendo ser distribuído aos acionistas.

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Todos os incentivos fiscais hoje existentes para a Região Nordeste e Amazônia ficarão extintos a partir de 1º de janeiro de 2014.

2 INCENTIVOS ESTADUAIS À MINERAÇÃO

A maioria das Unidades da Federação concedem incentivos fiscais, no âmbito do ICMS, a empresas que venham a se instalar em seus territórios, através da redução da base de cálculo do tributo ou diferimento do seu recolhimento. Outra modalidade utilizada por alguns estados é a de converter o imposto a ser recolhido pela empresa em financiamento a taxas preferenciais.

Estas reduções variam de Estado para Estado e estão ano a ano sendo renovadas, alteradas ou eliminadas, de acordo com o interesse do setor público estadual e dentro de suas esferas de competência.

Como estímulo ao comércio exterior e ao desenvolvimento de seus Estados, os mesmos costumam adotar políticas de isenção ou redução de ICMS. Taís políticas variam de acordo com o interesse de cada Estado e têm de ser aprovadas por unanimidade pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

Seção IV FONTES DE FINANCIAMENTO

1 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO

O Sistema Financeiro Brasileiro é constituído por uma ampla, diversificada e dinâmica rede de intermediação financeira, composta por bancos comerciais (também captadores de poupança privada), entidades de poupança e empréstimo, bancos de desenvolvimento, bancos de investimento, bancos múltiplos, companhias de crédito, financiamento e investimento (financeiras), seguradoras, e corretoras e distribuidoras de valores mobiliários.

A estrutura do Sistema caracteriza-se pela presença de instituições sob controle governamental, de âmbito federal ou estadual, com alguma atuação nos segmentos comercial, poupança e desenvolvimento (financiamento de investimentos), e de instituições de controle privado, nacional e estrangeiro. Observa-se crescente atuação de grandes corporações bancárias estrangeiras no mercado financeiro brasileiro, quer através de filiais, quer através de participação majoritária ou minoritária em instituições locais.

A rede bancária possui elevado nível de informatização e se estende hoje por quase todo o País, utilizando para tanto as mais avançadas tecnologias de telecomunicação. Por outro lado, em resposta às necessidades de um crescente e sofisticado mercado consumidor, notadamente das grandes cidades e das

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áreas mais desenvolvidas do interior - decorrência da expansão da fronteira agrícola -, as instituições financeiras ofertam uma diversificada e moderna linha de produtos e serviços.

O Sistema Financeiro Nacional passou, nos últimos anos, por profundas reformas estruturais, como forma de se adequar à nova realidade do País, marcada, notadamente, pela estabilização da moeda nacional, pela queda da taxa de inflação interna, pela flexibilidade cambial e pela crescente demanda por capitais de longo prazo, capazes de propiciar a retomada do desenvolvimento econômico almejado.

Face ao longo período que o País conviveu com elevadas taxas de inflação, os mecanismos básicos de financiamentos de longo prazo colocados à disposição das empresas, e do próprio Governo, para a manutenção e expansão da atividade econômica e o desenvolvimento do País, estiveram e continuam ainda dependentes de poupanças compulsórias ou parafiscais, de recursos governamentais e de poupança externa.

Em síntese, o mercado financeiro brasileiro tem ainda limitada capacidade de prover recursos a prazos e custos compatíveis com os requisitos da produção e do investimento, restando às empresas recorrerem ao capital externo, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES - a principal instituição que possui linhas de financiamento a longo prazo no Brasil, ou a alguns poucos bancos de desenvolvimento regionais e estaduais, atuando estes últimos, porém, de forma cada vez mais restrita.

2 SISTEMA BNDES

O Sistema BNDES, controlado pelo Governo Federal, é constituído pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME) e pela BNDES Participações S.A. (BNDESPAR). Além dessas subsidiárias, o BNDES utiliza uma rede de instituições financeiras repassadoras dos recursos do Sistema, conhecidas como Agentes Financeiros do Sistema BNDES - (bancos comerciais privados e estatais, de investimento, de desenvolvimento estaduais e regionais, entre outros).

O Sistema BNDES tem, entre seus principais objetivos, o de apoiar o desenvolvimento industrial do País, e oferece, para tanto, várias linhas de financiamento e participação acionária.

No desenvolvimento da atividade de mineração, em particular, o Sistema BNDES vem desempenhando um papel de fundamental importância como provedor de recursos de financiamento para a maioria dos empreendimentos mineiros de diferentes portes, implantados ou em implantação no País.

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As linhas de crédito do Sistema estão disponíveis para as empresas de mineração, independente da origem e do controle do seu capital.

2.1 CRITÉRIOS GERAIS DO SISTEMA BNDES

Em linhas gerais, e a título meramente informativo, é apresentado a seguir um sumário dos critérios gerais estabelecidos pelo Sistema BNDES nas suas operações de financiamento. (Informações mais detalhadas e completas devem ser obtidas na instituição, cujas referências constam do Apêndice II).

OBJETIVOS DO APOIO FINANCEIRO

É política do Sistema BNDES apoiar projetos industriais que sejam geradores de emprego e renda, competitivos em custos, produtividade e qualidade, financiando investimentos que tenham como objetivo, entre outros: implantação, expansão, relocalização e modernização industrial; capacitação tecnológica; melhoria de qualidade e produtividade; conservação de energia e do meio ambiente; restruturação e racionalização empresarial; e gastos com infra-estrutura econômica e social no âmbito do projeto privado.

ITENS APOIÁVEIS

Nos investimentos financiáveis do projeto de mineração, são considerados como apoiáveis, dentre outros, os seguintes itens listados a seguir que, em casos específicos, podem ser a própria finalidade da operação:

· a aquisição e leasing de máquinas e equipamentos novos;

· a importação de máquinas e equipamentos novos;

· os gastos com obras civis, materiais e instalações;

· os gastos com estudos, consultaria e projetos de engenharia;

· os gastos em pesquisa mineral;

· os gastos com projetos de capacitação tecnológica e de qualidade e produtividade, aí incluídos desenvolvimento de produtos e processo, compra, absorção e adaptação de tecnologia, treinamento e informatização;

· os gastos com controle ambiental, racionalização e consumo de energia;

· o capital de giro associado aos investimentos fixos;

· os gastos com despesas pré-operacionais do projeto; e

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· os gastos com infra-estrutura econômica e social, no âmbito do projeto privado;

PRODUTOS E SERVIÇOS

Estão disponíveis às empresas de mineração os seguintes principais produtos e serviços:

· Financiamento a Empreendimentos (FINEM) - este produto destina-se ao financiamento de operações de investimento fixo e de capital de giro associados, com valores superiores a R$ 7.000.000,00, envolvendo os itens apoiáveis. A operação pode ser realizada diretamente com o BNDES ou através das instituições financeiras credenciadas;

· BNDES Automático - destina-se a financiamentos no valor máximo de até R$ 7 milhões, incluindo aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, sendo sua contratação feita exclusivamente através de Agentes Financeiros do Sistema BNDES;

· FINAME Automático - destina-se ao financiamento, sem limite de valor, através dos Agentes Financeiros do Sistema BNDES, exclusivamente para aquisição de máquinas e equipamentos novos fabricados no País, eleasing de equipamentos nacionais;

· BNDES-exim - financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas. Este produto contempla as seguintes modalidades:

- BNDES-exim Pré-Embarque - financia a produção de bens a serem exportados em embarques específicos;

- BNDES-exim Embarque Especial - financia a produção de bens exportados, sem vinculação com embarques específicos, mas com período pré-determinado para a sua efetivação;

- BNDES-exim Pós-Embarque - financia a comercialização de bens e serviços no exterior, através de refinanciamento ao exportador, ou através da modalidade buyer's credit;

· Capitalização de Empresas - produto com ênfase nas operações de capital de risco, através da BNDESPAR, envolvendo, entre outros, a participação acionária e a subscrição de ações, aquisição de debêntures conversíveis em ação e bônus;

· Prestação de Aval e Fiança - prestação de fiança e aval a financiamentos internos e externos, diretamente através do BNDES.

Page 43: Mineração No Brasil

MODALIDADES OPERACIONAIS

O Sistema BNDES utiliza três modalidades operacionais de financiamento:

· direta - através do BNDES e da BNDESPAR;

· indireta - através da rede de Agentes Financeiros do Sistema BNDES;

· mista - na qual o BNDES participa da operação em conjunto com seus Agentes Financeiros, aportando recursos do financiamento direto aos do financiamento indireto.

GARANTIAS

O Sistema BNDES exige em suas operações de financiamento constituição de garantias, reais e/ou pessoais, que são definidas na análise da operação ou negociadas entre a instituição financeira e o cliente, podendo também ser utilizado o Fundo de Garantia para Promoção da Competitividade - FGPC (Fundo de Aval).

CONDIÇÕES FINANCEIRAS BÁSICAS

· Níveis de Participação do Sistema BNDES - a participação no investimento financiável, em geral, é de até 60%, podendo atingir até 90%, dependendo do produto oferecido pelo Sistema, do item apoiável, do porte da empresa (microempresas e pequenas empresas são favorecidas), do setor econômico e da localização do empreendimento nas áreas de abrangência dos programas de regionais - Programa Nordeste Competitivo (PNC), Programa Amazônia Integrada (PAI), Programa Centro-Oeste (PCO) e Reconversul;

· Custo Financeiro - é composto pelas da seguintes parcelas:

- TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo ou variação do dólar norte-americano acrescido da Libor, ou ainda variação da unidade monetária do BNDES (UMBNDES) acrescida dos encargos da cesta de moedas;

- Spread Básico - margem que cobre as despesas do BNDES, garantindo a rentabilidade da instituição;

- Spread de Risco - taxa que reflete o risco de crédito, podendo variar em função do cliente e da operação;

- Spread do Agente - taxa definida pelo agente financeiro dos Sistema BNDES que realiza a operação (operação indireta); e

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- Outros encargos - o BNDES poderá cobrar outros encargos em função das características da operação.

· Prazo total dos financiamentos - o prazo total máximo (carência mais amortização) - varia de acordo com a capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo econômico.

3 OUTRAS FONTES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO

3.1 FUNDOS DE INVESTIMENTOS REGIONAIS INCENTIVADOS

O Governo Federal, no contexto de sua política de incentivo ao desenvolvimento regional, criou os Fundos de Investimentos Regionais, cujos recursos destinam-se, única e exclusivamente, a aplicações em empreendimentos industriais e agrícolas nas áreas de atuação da SUDENE e da SUDAM, bem como no Estado do Espírito Santo. São eles:

· Fundo de Investimento do Nordeste (FINOR);

· Fundo de Investimento da Amazônia (FINAM); e

· Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo (FUNRES).

Estes fundos têm como fonte parcial de recursos, dentre outras, a parcela da arrecadação do Imposto de Renda, oriunda da opção exercida pelo contribuinte pessoa jurídica em aplicar parte do seu imposto devido nos fundos regionais. Através deste benefício fiscal a empresa contribuinte torna-se investidora do fundo beneficiário de sua escolha.

Os recursos do FINOR, do FINAM e do FUNRES são aplicados na subscrição de debêntures conversíveis ou não em ações, de emissão das empresas que têm projetos aprovados pela SUDENE, pela SUDAM ou pelo Grupo Executivo para Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo. As características destas debêntures estão regulamentadas em lei.

3.2 DEBÊNTURES

As operações de captação através de lançamento de debêntures, conversíveis ou não, junto ao mercado financeiro privado, têm sido bastante utilizadas no País, nos últimos anos, como fonte de recursos de médio e longo prazos. Em geral, os custos e os prazos destes recursos são suportáveis pelos projetos de longo prazo de maturação.

3.3 RECURSOS EXTERNOS DE LONGO PRAZO

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Empréstimo em moeda estrangeira, levantado junto ao mercado financeiro internacional constitui ainda uma importante fonte de recurso para as empresas brasileiras. O montante e as condições destes recursos têm sido bastante favoráveis, em razão principalmente da crescente confiança no País, por parte da comunidade financeira internacional.

Tanto os empréstimos diretos às empresas, com ou sem interveniência de instituição local, quanto aqueles repassados por bancos brasileiros, são regulamentados e controlados pelo Banco Central do Brasil - BACEN. Nesta última modalidade, os custos são normalmente mais elevados que os dos empréstimos diretos, visto que os bancos locais assumem o risco de crédito, além de imputarem ao tomador os seus encargos e margens.

Vale frisar que os tomadores de recursos externos, qualquer que seja a modalidade, recebem em Reais, muita embora os empréstimos sejam denominados, em sua maioria, em dólar norte-americano.

Em decorrência da estabilidade econômica hoje experimentada pelo Brasil e do aumento da concorrência no mercado financeiro local com a entrada, cada vez maior, de instituições estrangeiras - bancos comerciais e de investimento - já se observam significativas reduções do spread no custo dos financiamentos externos e maior disponibilidade recursos.

3.4 OUTROS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Entre os outros mecanismos de financiamento da empresa brasileira, cabem ressaltar, dentre outros:

· Recibos de Depósito Americano (ADR's);

· Créditos de Fornecedores externos (Supplier Credits), normalmente garantidos por bancos de seus respectivos países;

· Operações de Pré-venda de produção, como, por exemplo, os lançamentos de contratos de pré-venda de ouro por empresas mineradoras, nos mercados interno e externo;

· Emissão de Commercial Paper no exterior, com suporte de instituições financeiras brasileiras e estrangeiras;

· Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC's) e Notas de Exportação, amplamente utilizadas pelas empresas exportadoras e suportadas por bancos comerciais.

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Cabe mencionar, ainda, a crescente participação dos fundos institucionais - fundos de pensão de empresas estatais e privadas, no aporte de capital de longo prazo a empresas de mineração.

Embora ainda estejam em fase de implementação, pela iniciativa privada, os Fundos Setoriais de Investimento em Ações do Setor de Mineração, regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, através da Instrução CVM nº 171, de 23 de janeiro de 1992, constituem-se em outra importante fonte de recursos para os projetos de mineração. Estes fundos, que têm características similares àqueles existentes no mercado canadense, poderão adquirir, por subscrição privada, valores mobiliários de empresas mineradoras, constituídas sob a forma de companhias fechadas, que detenham, comprovadamente, titularidade de área a ser pesquisada ou lavrada.

Seção V

O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

1 O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM , empresa pública, sob jurisdição do Ministério de Minas e Energia, é responsável pelo Serviço Geológico do Brasil.

A CPRM tem a missão de executar programas, projetos e serviços necessários ao planejamento e aproveitamento racional das potencialidades naturais do País, com ênfase no conhecimento e desenvolvimento de seus recursos minerais e hídricos. Executa programas institucionais de governo e trabalha como prestadora de serviços, suplementando a atuação da iniciativa privada.

Dentre os seus objetivos de Serviço Geológico, cabem destacar:

· Colaborar na implantação de políticas mineral e hídrica do Governo Federal;

· Executar levantamentos geológicos e hidrológicos no Brasil, fornecendo informações básicas para o controle dos recursos minerais e hídricos e para o planejamento de outros setores como: agricultura, energia, transporte, meio ambiente e áreas urbanas;

· Direcionar a prospecção para o descobrimento de minerais estratégicos para o desenvolvimento do País;

A CPRM é a instituição depositária da grande massa de informações e dados disponíveis sobre a geologia do País, podendo os interessados acessar os seus bancos de dados, adquirir, dentre outros, mapeamentos geológicos básicos e de detalhe, em diferentes escalas, metalogenéticos e de previsão de recursos

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minerais, além de levantamentos aerogeofísicos de regiões de elevado potencial mineral, e obter orientação e suporte a qualquer trabalho de geologia necessário à pesquisa mineral.

Com sede em Brasília, a CPRM tem ainda 8 Superintendências Regionais e 3 Residências  nas principais capitais do País, todas realizando atividades operacionais, além do Escritório do Rio de Janeiro, onde estão os principais órgãos de apoio técnico e administração.

Ressalte-se que a maioria das Unidades da Federação também atuam, de forma suplementar e autônoma, através das empresas estaduais de mineração, tanto no reconhecimento geológico dos seus respectivos territórios quanto na promoção do aproveitamento dos seus recursos minerais. As empresas estaduais de mineração, em seus respectivos territórios, desempenham um importante papel na descoberta e desenvolvimento de jazidas minerais, muitas das quais passíveis de negociação com a iniciativa privada.

(Ver endereços da CPRM e das empresas estaduais no Apêndice II).

2 A GEOLOGIA E A POTENCIALIDADE MINERAL DO PAÍS

A grande potencialidade mineral do Brasil decorre da diversidade geológica de seus terrenos e da extensão continental (8,5 milhões de km2) do seu território.

Quase metade dessa área é coberta por bacias sedimentares, intracratônicas, tiporift e marginais da costa Atlântica. Essas bacias guardam enormes depósitos de carvão mineral (Bacia do Paraná), de sais de potássio, magnésio e sódio, de evaporitos associados a gipsita, fosforita e barita, de urânio em sedimentos continentais (bacias do Paraná e Parnaíba), de extensos depósitos de calcário (pozzolonas naturais para cimento), de argilas para cerâmicas nobres, e de importantes jazidas de petróleo e gás natural.

Outros 4,5 milhões de km são constituídos por rochas Pré-Cambrianas, com até 3,2 G.a. . Os terrenos Arqueanos formam os cratons Amazônico e do São Francisco, além de outros fragmentos cratônicos menores. São circundados por cinturões móveis proterozóicos, consolidados nas orogêneses Transamazônica (2,0 G.a.), Uruaçuana (1.2 G.a.) e Brasiliana (0.7 -0,5 G.a.). Nas áreas cratônicas despontam os greenstone belts e cinturões vulcano-sedimentares similares, com depósitos de ouro, prata, ferro, manganês, cobre, níquel, cobalto e cromo.

Sobre os terrenos granito-greenstone repousam coberturas plataformais arqueanas-paleoproterozóicas, constituídas por bifs (minério de ferro) de extraordinárias dimensões (Província de Carajás, Estado do Pará, e

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Quadrilátero Ferrífero, no Estado de Minas Gerais). Às seqüências paleoproterozóicas associam-se extensas coberturas de rochas carbonáticas (às vezes com grandes depósitos de magnesita), quartzitos e metaconglomerados (com depósitos detríticos de ouro e urânio).

Os cinturões paleoproterozóicos estão constituídos, em geral, por terrenos de alto grau metamórfico. Representam zonas de acréscimo continental em torno dos núcleos Arqueanos, de grande importância metalogenética, compreendendo:

· complexos máfico-ultramáficos acamados (ocorrências e depósitos de cromo, vanádio e níquel+cobalto e asbesto e, ainda, alta potencialidade para depósitos de metais do grupo da platina - PGM);

· associação ofiolítica pré-orogênica (depósitos de manganês, de cobre+níquel+cobalto e de cobre+zinco+chumbo+prata); e

· associações plutono-vulcânicas de arco magmático (depósitos de cobre+ouro e ouro+prata).

No mesoproterozóilco (1,8 a 1,5 G.a.), intensa atividade vulcânica e plutônica nas áreas continentais foi responsável por numerosos depósitos de urânio, estanho, tungstênio, molibdênio, zircônio, tântalo, nióbio, ouro e topázio.

Sobre as seqüências vulcano-plutônicas desenvolveu-se extensa sedimentação terrígena transgressiva, com fácies continental/fluvial, rica em diamantes com algum ouro, e outra marinha, com alta potencialidade para mineralizações de chumbo, zinco, cobre, prata,  do tipo sedimentar-exalativo.

As coberturas Neoproterozóicas (<1,0 G.a.), rochas preferencialmente carbonáticas, são ricas em minerais relacionados a chumbo, zinco, prata, fosfato, bário e flúor. Os cinturões meso e neoproterozóicos desenvolveram-se em bacias marginais às áreas cratônicas, submetidos a sucessivos eventos tectônicos compressivos (1,2 a 1,0 G.a. e 0,7 a 0,5 G.a.), seguindo-se a colisão, cratonização e formação do supercontinente Gondwana. Os principais depósitos minerais estão associados a rochas graníticas tardi a pós-tectônicas (tungstênio+molibdênio+ouro), a depósitos tipo skarn e a pegmatitos (bário, nióbio, tântalo, lítio, estanho e pedras preciosas). Sequências vulcano-sedimentares pré-orogênicas (tipo rift) ou pós-orogênicas (tipo arco) podem conter mineralizações de níquel+cobre nas rochas máfico-ultramáficas; titânio+vanádio nas rochas gabroanortosíticas; e depósitos de ouro+prata+sulfetos, em veios, em zonas de cisalhamento.

Nas áreas cratônicas, no estágio tardi a pós-tectônico Brasiliano (0,55 a 0,46 G.a.), desenvolveram-se bacias pull appart, em zonas transcorrentes,

Page 49: Mineração No Brasil

preenchidas por sedimentos terrígenos continentais, de ambiente oxidante (depósitos de sulfetos de cobre stratabound) e por vulcanismo alcalino ácido a intermediário (depósitos tipo veio de ouro+cobre).

Posteriormente, seguiu-se a sedimentação paleozóica das amplas bacias intracratônicas, o rifteamento no Mesozóico, a abertura do oceano Atlântico e novo desenvolvimento de bacias marginais, repetindo-se com o Goandwana a mesma história do megacontinente  Transamazônico.

Finalmente, as coberturas Cenozóicas apresentam potencial para depósitos de bauxita, caulim e argilas diversificadas, além de minérios aluvionares de ouro, gemas (inclusive diamantes), estanho, ilmenita, zirconita, rutilo, monazita e outros minerais pesados.

Esta grande diversidade de terrenos e ambientes geológicos do Brasil é a principal característica que lhe confere o status de possuir um dos maiores potenciais minerais do mundo, comparável aos dos Estados Unidos, Rússia, Canadá, Austrália, China e África do Sul.

A produção mineral brasileira, que contempla atualmente mais de uma centena de substâncias, é um reflexo natural dessa característica. Apesar dessa significativa variedade, o valor da produção ainda é muito concentrado - principalmente sobre ferro, ouro, e bauxita - o que, dado o potencial existente, indica que ainda há muito espaço para se crescer no setor mineral brasileiro.     

Seção VI A INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO NO BRASIL

1 PERFIL DA PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA

1.1 RESERVAS BRASILEIRAS

O Brasil detém uma posição privilegiada no quadro das reservas mundiais, com destaque para o pirocloro (minério de nióbio), tantalita, grafita, caulim, vermiculita, talco, magnesita, cassiterita, bauxita, ferro, manganês e minerais de lítio, conforme mostra a Tabela VI-1.

As reservas de petróleo e gás natural totalizam, respectivamente, 7,3 bilhões de barris e 226 bilhões de m3 (1,4 bilhão de barris equivalentes de petróleo - BEP). Com a flexibilização do monopólio estatal, permitindo a entrada da iniciativa privada na exploração, desenvolvimento e lavra de petróleo e gás, é esperado significativo aumento nas reservas e na produção nacionais, levando o País à auto-suficiência.

Page 50: Mineração No Brasil

As reservas totais de urânio, sob controle do monopólio estatal, montam a mais de 300  mil toneladas de U308.

1.2 PRODUÇÃO MINERAL

O Brasil tem uma produção mineral bastante diversificada  e destaca-se, no contexto mundial, como o maior exportador de minério de ferro e ligas de nióbio. Situa-se, ainda, entre os grandes produtores de petróleo, nióbio, ferro, caulim, tantalita, bauxita, grafita, amianto, cassiterita, magnesita, vermiculita,  rochas ornamentais, talco, rocha fosfática e ouro.

A Tabela VI-2 mostra a evolução da produção doméstica de bens minerais nos últimos anos e a sua distribuição por unidade da Federação.

O produto de bens minerais primários monta a mais de US$ 6 bilhões e representa cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta contribuição do setor mineral ascende a 8,2% do PIB, quando se agrega à indústria extrativa a transformação dos seus bens primários em metais e ligas, cimento, cerâmicas, fertilizantes, vidros, compostos químicos, dentre outros produtos.

A auto-suficiência do País se estende à maioria dos produtos minerais, com excedentes exportáveis se concentrando, principalmente, no minério de ferro, ouro, manganês, rochas ornamentais, bauxita/alumínio, ligas de Fe-Nb, estanho e gemas. A dependência externa  reside, particularmente, no petróleo bruto, carvão metalúrgico, potássio e matérias-primas para a metalurgia de metais não-ferrosos (cobre e zinco).

TABELA VI – 1 PRINCIPAIS RESERVAS MINERAIS BRASILEIRAS – 1998 

(MILHARES DE TONELADAS)

RESERVAS (Medida+Indicada)

SUBSTÂNCIA MINERAL

BRASIL MUNDO PART. (%) POSIÇÃO

Amianto 16.874 - -

Barita 2.234 476.700 0,5

Bauxita 1.800.000 30.450.000 5,9 6o

Bentonita 39.640 - -

Carvão 6.496.000(1) 1.035.261.000(1) 0,6

Caulim  1.524.000(2) 12.000.000(2) 12,7 2o

Chumbo (metal contido) 950 140.950 0,7

Cobre (metal contido) 11.896 650.000 1,8

Cromo (Cr2O3contido) 6.000 7.600.000 0,1

Enxofre 5.000 3.495.000 0,1

Page 51: Mineração No Brasil

Estanho (metal contido) 579 7.339 7,9 5o

Feldspato 53.600 - -

Ferro 19.750.000 306.450.000 6,4 6o

Fluorita 8.000 374.000 2,1

Fosfato 261.000 34.671.000 0,7

Gás Natural (3) 226 146.396 0,1

Gipsita 1.250.261 - -

Grafita 95.000 456.180 21,0 2º

Lítio 139 9.496 1,5 6º

Magnesita  180.000 3.480.000 5,2 4º

Manganês 51.337 4.941.337 1,1 6o

Nióbio (Nb2O5contido) 3.976 4.293 86,9 1o

Fontes: DNPM - "Sumário Mineral Brasileiro, 1999". ANP - "Anuário, 1999".

(1) Dados do ano base 95.

(2) Dados do ano base 97.

(3) Reservas provadas. Unidade expressa em bilhões de m3.

(4) Reservas provadas. Unidade expressa em milhões de barris.

TABELA VI – 1 (Continuação) PRINCIPAIS RESERVAS MINERAIS BRASILEIRAS – 1998 

(MILHARES DE TONELADAS)

RESERVAS (Medida+Indicada)

SUBSTÂNCIA MINERAL

BRASIL MUNDOPART. (%)

POSIÇÃO

Níquel 6.000 130.600 4,6

Ouro 2 45 4,1

Petróleo (4) 7.300 1.053.100 0,7

Potássio (K20) 306.515 16.001.515 1,9

Prata 1 420 0,2

Sal 24.383.000 -

Talco 178.000 949.000 19,0 3º

Tantalita 66 105 62,5 1º

Terras Raras 92 113.640 0,2

Titânio – Ilmenita 9.225 456.525 2,0

Titânio – Rutilo 59 88.059 0,07

Tungstênio 8 3.200 0,3

Vanádio 164 27.164 0,6

Vermiculita 16.250 200.000 8,2 3o

Zinco (metal contido) 5.600 444.600 1,3

Page 52: Mineração No Brasil

Zircônio  1.537 65.837 2,3

Fontes: DNPM - "Sumário Mineral Brasileiro, 1999". ANP - "Anuário, 1999".

(1) Dados do ano base 95.

(2) Dados do ano base 97.

(3) Reservas provadas. Unidade expressa em bilhões de m3.

(4) Reservas provadas. Unidade expressa em milhões de barris.

 TABELA VI – 2 

PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA – 1996/1998 (MILHARES DE TONELADAS)

PRODUÇÃO BENEFICIADA

SUBSTÂNCIA MINERAL

1996 1997 1998 PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES

Água Mineral (1) 1.799.733  2.114.351  2.497.466 

São Paulo(41%), Minas Gerais (9%),  Rio de Janeiro (6%)

Amianto (fibra) 213  208  198  Goiás (100%)

Barita 40  52  47  Bahia (96%)

Bauxita10.998  11.671  12.688  Pará (79%), Minas

Gerais (21%)

Bentonita 186  224  210  Paraíba (95%), São Paulo (5%)

Cal 6.210  6.469  6.229  São Paulo (22%), Minas Gerais (25%),  Rio de Janeiro (23%)

Carvão metalúrgico

70  91  90  Santa Catarina (100%)

Carvão energético(2)

4.788  5.847  5.382  Rio Grande do Sul (50%), Santa Catarina (49%)

Caulim 1.058  1.280  1.381  Amapá (51%), Pará (26%)

Chumbo (metal contido)

8  9  8  Minas Gerais (100%)

Cimento 34.597  38.096  39.942  Minas Gerais (23%), São Paulo

Page 53: Mineração No Brasil

(19%), Paraná (9%)

Cobre (metal contido)

46  40 34  Bahia (100%)

Cromo (Cr2O3contido) (3)

174  112  136  Amapá (56%), Bahia (44%)

Enxofre 238  232  240  Bahia (46%), Minas Gerais (28%)

Estanho (metal contido)

20  18  14  Amazonas (66%), Rondônia (34%)

Feldspato 138  113  115  Minas Gerais, São Paulo

Ferro 174.200  186.700  199.500  Minas Gerais (77%), Pará (23%)

Fluorita grau ácido 47  67  61  Santa Catarina e Paraná 

Fluorita grau metalúrgico

12  11  11  Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro

Fosfato (P205) 1.353  1.510  1.561  Minas Gerais (60%), Goiás (25%),  São Paulo (15%) 

Gás Natural (4) 9.167.428  9.864.993  10.832.790  Rio de Janeiro (42%), Bahia (18%),  Rio Grande do Norte (6%)

Gipsita (run-of-mine)

1.126  1.396  1.632  Pernambuco (84%), Bahia (6%),  Ceará (4%)

Grafita 27  31  51 Minas Gerais (93%), Bahia (7%)

Lítio 7  9  9  Minas Gerais (100%)

Magnesita (calcinada)

306  295  308  Bahia (98%), Ceará (2%)

Fonte: DNPM – "Sumario Mineral-1999"; ANP – "Anuário, 1999".

(1) Unidade expressa em litros; (2) Inclui carvão antracitoso; (3) Inclui minériolump e concentrado; (4) Unidade expressa em mil m3; (5) Unidade expressa em quilograma; (6) Unidade expressa em barris. Inclui condensado e líquido de gás natural-LGN; (7) Unidade expressa em tonelada; (8) Corresponde a zirconita.

TABELA VI – 2 (Continuação) PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA – 1996/1998 

(MILHARES DE TONELADAS)

Page 54: Mineração No Brasil

PRODUÇÃO BENEFICIADA

SUBSTÂNCIA MINERAL

1996 1997 1998 PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES

Manganês 2.506  2.124  1.835  Pará + Mato Grosso do Sul >74%,  Minas Gerais, Goiás, Bahia, 

Mica (moscovita)

7  4  2  Minas Gerais, Paraíba,  Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia

Nióbio (Nb2O5contido)

20  26 34  Minas Gerais (81%), Goiás (19%)

Níquel (contido no minério)

17  19  26  Goiás (82%), Minas Gerais (18%)

Ouro (5) 64.711  62.988  58.067  Minas Gerais, Pará, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Amazonas

Petróleo (6) 295.939.750  317.274.143  366.565.994  Rio de Janeiro (72%),  Rio Grande do Norte (10%), Bahia (6%)

Potássio (K20) 243  280  326  Sergipe (100%)

Prata (primária) 0,03  0,027  0,034  Bahia, Minas Gerais, Goiás

Quartzo (cristal)(7)

2.355  2.168  1.594  Bahia, Minas Gerais

Rochas Ornamentais

2.039  2.114  2.182  Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia,  São Paulo, Rio de Janeiro

Sal Marinho 3.870  5.064  5.353  Rio Grande do Norte (96%)

Sal-gema 1.514  1.452  1.484  Alagoas (52%), Bahia (48%)

Talco (minério) 452  444  450  Paraná (50%), Bahia (25%),  São Paulo (24%),

Page 55: Mineração No Brasil

Tantalita 0,06  0,15  0,4  Minas Gerais, Rondônia, Amazonas

Titânio – Ilmenita

98  97  103  Paraíba (~100%)

Titânio – Rutilo 2  2  2  Paraíba (~100%)

Tungstênio  (metal contido)

0,099  0,04 -  Rio Grande do Norte

Vermiculita 22  23 24  Piauí (57%), Goiás, Bahia, 

Zinco (metal contido)

117  153  87  Minas Gerais (100%)

Zircônio (8) 15  19  19  Paraíba (85%), Rio de Janeiro (15%)

Fonte: DNPM – "Sumario Mineral-1999"; ANP – "Anuário, 1999".

(1) Unidade expressa em litros; (2) Inclui carvão antracitoso; (3) Inclui minériolump e concentrado;  (4) Unidade expressa em mil m3; (5) Unidade expressa em quilograma; (6) Unidade expressa em barris. Inclui condensado e líquido de gás natural-LGN; (7) Unidade expressa em tonelada; (8) Corresponde a zirconita.

1.3 PRINCIPAIS EMPRESAS DE MINERAÇÃO

A Tabela VI-3 mostra as quarenta maiores empresas de mineração instaladas no Brasil, classificadas de acordo com sua participação na Produção Mineral Brasileira (PMB).

Com a privatização da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD , em 1997, encerra-se a participação do Governo Federal, como empresário, no setor mineral brasileiro, tanto na indústria extrativa quanto na de transformação mineral, com exceção das áreas de monopólio. Permanece ainda sob controle estatal a Companhia Riograndense de Mineração, empresa produtora de carvão do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

No universo das empresas que compõem o setor mineral brasileiro, é dominante a presença de empresas de capital nacional privado,   não obstante o capital estrangeiro ter participação minoritária em muitas empresas. Este quadro é resultante ainda de  um modelo de desenvolvimento utilizado no Brasil nas décadas de 70 e 80 que unia o capital nacional privado e estatal com o capital estrangeiro.

1.4 GRAU DE CONCENTRAÇÃO E INTEGRAÇÃO NA INDÚSTRIA MINERAL BRASILEIRA

Apesar do grande número de empresas de mineração, o setor mineral brasileiro apresenta-se ainda bastante concentrado na maioria dos segmentos relevantes da produção mineral e tem elevado nível de integração entre mina e indústria de transformação mineral.

Na mineração de ferro, treze empresas respondem por mais de 99% da produção, sendo que apenas três delas controlam 75% do total produzido. Só a líder, Cia. Vale do Rio Doce, detém 55%. Essa constatação não é muito diferente para as demais substâncias minerais extraídas do subsolo brasileiro, com exceção de areia, argila, brita, calcário e rochas ornamentais.

1.5 A COMPETITIVIDADE NA INDÚSTRIA MINERAL BRASILEIRA

Page 56: Mineração No Brasil

Os elevados teores das principais minas brasileiras, a boa infra-estrutura de transporte, a atualização tecnológica, o custo de produção competitivo e a capacitação empresarial são os fatores de vantagens competitivas que têm a indústria de mineração no Brasil vis-à-vis as suas concorrentes internacionais.

A mineração de minério de ferro, pirocloro, níquel, bauxita, cassiterita, rochas ornamentais, ouro, entre outras, são exemplos da competitividade do parque produtor brasileiro.

TABELA VI – 3 PRINCIPAIS EMPRESAS DE MINERAÇÃO BRASILEIRAS 

(1998)

EMPRESASUBSTÂNCIA

MINERAL PRODUZIDA

PARTICIPAÇÃO NA PMA (%) (1)

Cia. Vale do Rio Doce – CVRD

Ferro, ouro, potássio, manganês 

23,698

Minerações Brasileiras Reunidas - MBR

Ferro 4,560

Samarco Mineração S.A.

Ferro 3,900

Ferteco Mineração S.A.

Ferro 3,285

Mineração Rio do Norte S.A.

Bauxita 2,648

S.A. Mineração Trindade - Samitri

Ferro2.538

Votorantim Cimentos Ltda.

Calcário, argila2,241

Cia. Brasileira de Metalurgia e  Mineração -CBMM

Pirocloro (nióbio)2,000

Cia. Siderúrgica Nacional - CSN

Ferro, calcário1,538

Cia. Mineira de Metais

Zinco1,505

S.A. Mineração de Amianto - SAMA

Amianto 1,384

Fertilizantes Fosfatados S.A. - Fosfértil

Rocha fosfática 1,334

Caulim da Amazônia S.A. - CADAM

Caulim 1,187

Serrana de Rocha fosfática 0,974

Page 57: Mineração No Brasil

Fertilizantes S.A.

Magnesita S.A. Magnesita, talco 0,958

Cia. Níquel Tocantins Níquel 0,786

Ultrafértil Rocha fosfática 0,681

Mineração Morro Velho S.A.

Ouro, prata 0,633

Mineração Socoimex Ferro 0,626

Química Industrial Barra do Piraí S.A. 

Carbonato de cálcio 0,626

Mineração Caraíba Ltda.

Cobre, ouro, prata 0,579

Copebrás S.A. Rocha fosfática 0,571

Mineração Taboca S.A.

Cassiterita 0,567

Rio Paracatu Mineração S.A.

Ouro, prata 0,551

Fonte: DNPM e Brasil Mineral - "As Maiores Empresas do Setor Mineral",1999. (1) PMA - Produção Mineral brasileira. 

TABELA VI – 3 (Continuação) PRINCIPAIS EMPRESAS DE MINERAÇÃO BRASILEIRAS 

(1998)

EMPRESASUBSTÂNCIA

MINERAL PRODUZIDA

PARTICIPAÇÃO NA PMA (%) (1)

Itaminas Comércio de Minérios S.A.

Ferro 0,483

Cia. Nacional de Álcalis Sal marinho 0,483

Holdercim do Brasil S.A. Calcário, argila, gipsita

0,480

Mineração Serra Grande  Ouro, prata 0,444

Emp. de Desenv. de Recursos Minerais -Codemin

Níquel 0,416

Cia. Brasileira de Alumínio - CBA

Bauxita 0,407

São Bento Mineração S.A. Ouro, prata 0,352

Mineração Catalão S.A. Pirocloro (nióbio) 0,352

Copelmi Mineração Ltda. Carvão 0,330

Embu S.A. Engenharia e Brita 0,330

Page 58: Mineração No Brasil

Comércio

Camargo Corrêa Industrial S.A.

Calcário, argila 0,328

Cia. Riograndense de Mineração - CRM

Carvão 0,308

Nacional de Grafite Ltda. Grafita 0,308

Mineração Serra da Fortaleza Níquel 0,305

Mineração Corumbaense Reunida S.A.

Ferro 0,297

Minas da Serra Geral S.A. Ferro 0,286

Fonte: DNPM e Brasil Mineral - "As Maiores Empresas do Setor Mineral",1999. (1) PMA - Produção Mineral brasileira. 

2 PERFIL DA BALANÇA COMERCIAL DE BENS MINERAIS DO BRASIL

Consoante uma política governamental de substituição de importações, implantada a partir do início da década de 70 e, em grande parte, baseada na indústria de bens minerais, o Brasil passou a ser auto-suficiente na maioria dos bens primários, metais ferrosos e não-ferrosos e dos minerais industriais, tornando-se, também, com os seus excedentes, um grande exportador de bauxita, caulim, alumínio, níquel e estanho, além de consolidar a sua posição no minério de ferro e nióbio. Outros excedentes também contribuem favoravelmente para a balança comercial: ouro, rochas ornamentais, manganês, minerais de lítio, dentre outros produtos minerais primários.

Em decorrência desse crescimento da produção interna, aliada à estratégia de diversificação de mercados empreendida pelas empresas exportadoras brasileiras, os bens minerais vêm contribuindo de forma expressiva para o equilíbrio da balança comercial do País, em que pesem os dispêndios com petróleo e seus derivados que, isoladamente, são responsáveis ainda por mais de 50% das importações do setor mineral.

Nas exportações do setor mineral brasileiro, a contribuição da indústria extrativa mineral é bastante significativa, respondendo por mais de 58% do total exportado, conforme mostrado na Tabela VI-4.

O minério de ferro continua sendo de longe o produto mineral primário mais exportado pelo Braisl, gerando anualmente receitas superiores a US$3,2 bilhões.

As importações brasileiras de bens minerais ascendem a mais de US$7,0 bilhões, cabendo  ao petróleo a maior parcela deste total (US$4,1 bilhões). Além do petróleo, destacam-se na pauta de importações, por ordem de dispêndio, carvão metalúrgico, potássio, fertilizantes fosfatados e metais não-ferrosos. A Tabela VI-5 apresenta a composição das importações de minerais nos anos recentes.

TABELA VI – 4 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE BENS MINERAIS (1996/1998) 

(MILHARES DE US$ - FOB)

PRINCIPAIS BENS MINERAIS

1996 1997 1998

Bens primários (minério e pelotas)

2.698.260 2.846.169 3.251.142

Page 59: Mineração No Brasil

Total 2.698.260 2.846.169 3.251.142

Bens Primários (bauxita) 130.000 104.000 122.000

Metal e manufaturados  (inclusive alumina)

1.439.000 1.502.000 1.201.000

Total 1.569.000 1.606.000 1.323.000

Manufaturados (derivados) 494.772 492.071 526.922

Total 494.772 492.071 526.922

Metal e manufaturados (joalheria)

600.287 535.670 413.472

Total 600.287 535.670 413.472

Manufaturados (ligas Fe-Nb)

152.690 211.600 239.964

Total 152.690 211.600 239.964

Bens primários  (rocha em bruto e processada)

152.409 191.400 202.184

Total 152.409 191.400 202.184

Bens primários (beneficiado)

65.518 84.565 105.902

Manufaturados 6.054 7.919 4.315

Total 71.572 92.484 110.217

Bens primários 178.919 169.721 152.808

Metais e manufaturados 498.976 438.821 334.652

Total 677.895 608.542 487.460

Bens primários 3.225.106 3.395.855 3.834.036

Metais e manufaturados 3.191.779 3.188.081 2.720.325

Total 6.416.885 6.583.936 6.554.361

Fonte: DNPM - "Sumário Mineral –1999"; ANP - "Anuário-1999".TABELA VI – 5 

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE BENS MINERAIS (1996/1998) (MILHARES DE US$ - FOB)

PRINCIPAIS BENS MINERAIS

1996 1997 1998

Bens primários (óleo cru) 3.487.538 3.224.771 1.924.774

Manufaturados (derivados) 2.652.794 2.926.922 2.141.951

Total 6.140.332 6.151.693 4.066.725

Page 60: Mineração No Brasil

Bens Primários (metalúrgico)

617.567 668.162 618.563

Total 617.567 668.162 618.563

Bens primários (rocha) 35.738 41.832 47.512

Manufaturados  (ácido fosfórico e outros)

393.765 442.763 405.782

Total 429.503 484.595 453.294

Bens primários 401.491 467.609 446.543

Total 401.491 467.609 446.543

Bens primários (bauxita) 200 1.200 1.000

Metal e manufaturados  (inclusive alumina)

361.000 488.000 408.000

Total 361.200 489.200 409.000

Bens primários (concentrado)

287.111 276.507 171.588

Metal e manufaturados 254.619 282.388 232.879

Total 541.730 558.895 404.467

Bens primários 225.837 288.849 229.398

Metais e manufaturados 331.643 416.158 404.112

Total 557.480 705.007 633.510

Bens primários 5.055.482 4.968.930 3.439.378

Metais e manufaturados 3.993.821 4.556.231 3.592.724

Total 9.049.303 9.525.161 7.032.102

Fonte: DNPM - "Sumário Mineral –1999"; ANP - "Anuário-1999".

Seção VII A CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO

A CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA

A indústria de mineração brasileira tem suporte satisfatório no País nas áreas de formação de recursos humanos, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, de engenharia e de bens de capital para mineração.

1.1 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

A formação de técnicos de nível superior nas áreas de geologia e engenharia de minas é muito antiga no Brasil, tendo se iniciado em 1876, quando da criação do primeiro curso de engenharia de minas no País, na Escola de Minas de Ouro Preto, no Estado de Minas Gerais, berço da mineração brasileira.

As universidade federais são as principais formadoras de profissionais para a indústria de mineração. Dezesseis delas mantêm cursos e programas de geologia, geofísica, geoquímica e geoestatística e sete

Page 61: Mineração No Brasil

dispõem de curso de engenharia de minas. Programas de mestrado e doutorado são disponíveis na maioria dessas instituições.

A mão-de-obra de nível secundário, cuja maior parte é formada pela expressiva rede de escolas técnicas de âmbito público, é recrutada pelas empresas junto ao próprio mercado onde atuam. As empresas contam ainda com o apoio de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para treinamentos específicos.

1.2 CENTROS DE TECNOLOGIA MINERAL

O País possui diversos centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia mineral, localizados nos principais estados de representatividade na produção mineral. São, em sua totalidade, de controle federal ou estadual.

No Rio de Janeiro, situa-se um dos mais importante destes centros, o Centro de Tecnologia Mineral  (Cetem), mantido pelo Conselho Nacional de Pesquisa  (CNPq), organismo vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia  (MCT).

O Cetem atua no desenvolvimento e difusão de tecnologia, voltados para a área mínero-metalúrgica e de materiais. Dispõe de uma equipe altamente qualificada e de uma moderna infra-estrutura de laboratórios e usinas-piloto, que o capacitam a atender a qualquer demanda de serviço dos setores público e privado nas áreas de metalurgia extrativa, tratamento de minérios, análise química e instrumental, tecnologia ambiental, dentre outras.

Ao longo de seus 21 anos de existência, o Cetem desenvolveu mais de 500 projetos de pesquisa e desenvolvimeto tecnológico e prestou serviços a mais de 300 empresas dos setores mínero-metalúrgico.

De forma complementar, o País conta com a transferência de tecnologia ou know-how do exterior, livre e sem maiores restrições, para suas  indústrias de mineração e de bens de capital, bem como para os centros tecnológicos. A legislação pertinente ao assunto requer apenas que o contrato de transferência ou de assistência técnica seja aprovado e registrado no Instituto Nacional da Propriedade (INPI), em face das questões de marcas e patentes. Após registro neste órgão federal, o contrato deve ser registrado no Banco Central, com o objetivo de permitir o controle de remessas de pagamentos de royalties e serviços.

1.3 EMPRESAS DE ENGENHARIA

A capacitação das empresas brasileiras de engenharia nos segmentos de projetos de engenharia conceitual, básica e de detalhe, construção, montagem, automação e instrumentação é reconhecida mundialmente e dispensa maiores comentários. A título de exemplo, menciona-se o Complexo Mina-Ferrovia-Porto do Projeto Ferro Carajás, implantado pela Companhia Vale do Rio Doce na Amazônia Oriental, todo ele projetado, construído e montado por empresas nacionais de engenharia.

1.4 A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL PARA A MINERAÇÃO

No Brasil, a maioria das máquinas e dos equipamentos utilizados pela indústria de mineração é produzida internamente, quer por filiais das empresas de bens de capital internacionais, quer por empresas brasileiras, com tecnologia desenvolvida internamente ou importada.

O parque produtor brasileiro de bens de capital é formado tanto por fabricantes de equipamentos em série, quanto por encomenda, estando eles vinculados, em sua maioria, às seguintes associações de classe:

· Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Indústrias de Base (ABDIB) - equipamentos por encomenda; e

· Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq)/ Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindimaq) - equipamentos em série.

Page 62: Mineração No Brasil

Estas entidades estão aptas a fornecer todo tipo de informação sobre máquinas e equipamentos de mineração produzidos no País e seus respectivos fabricantes.

(Ver endereços para contatos no Apêndice II).  

APÊNDICES

APÊNDICE I - INFORMAÇÕES RELEVANTES SOBRE O BRASIL

NOME OFICIAL DO PAÍS: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

· A República Federativa do Brasil é formada pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados e pelos Municípios.

REGIME DE GOVERNO: República Ffederativa com regime presidencialista.· O Poder Executivo é exercido por um Presidente eleito por voto direto;

· O Poder Legislativo, em nível federal, é exercido por um Congresso bicameral composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, sendo seus membros eleitos por voto direto;

· O Poder Judiciário, em nível federal, é formado pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça, e por Tribunais Federais distribuídos por todas as unidades da Federação.

Os Estados e o Distrito Federal são unidades autônomas, com governo composto pelos três poderes: o Executivo exercido por um governador eleito; o Legislativo representado pela Assembléia Legislativa, eleita por voto direto; e o Judiciário exercido através de seus tribunais estaduais.

CAPITAL DO PAÍS : Brasília (Distrito Federal).

MOEDA: Real (R$ 1,00 = US$ 1,85, em 28/09/2000).

LÍNGUA OFICIAL: Português (Língua estrangeira mais utilizada: inglês).

SUPERFÍCIE TERRITORIAL : 8,5 milhões km2. O Brasil é o 5º maior país do mundo.

POPULAÇÃO: 159,9 milhões de habitantes (Estimativa do IBGE, 1997).

PIB: US$ 771,1 bilhões. O Brasil é a 7ª maior economia do mundo. (Estimativa do BACEN para 1998).

TAXA MÉDIA DE INFLAÇÃO: 1,7% .

BALANÇA COMERCIAL (MICT/MF):

· Exportação - US$ 51,146,50 bilhões

· Importações - US$ 57,549,66 bilhões

APÊNDICE II -  QUEM É QUEM

ENTIDADES FEDERAIS· Ministério de Minas e Energia - MME

Sede Central

Page 63: Mineração No Brasil

Esplanada dos Ministérios - Bloco U - 8o andar

70065-900 Brasília, DF

Tel.: (0xx61) 223-9059 / 223-4572; Fax: (0xx61) 225-5407

Sede Regional

Rua Primeiro de Março, 6 - 6o andar

20010-000 Rio de Janeiro, RJ

Tel.: (0xx21) 507-1007 / 295-5946; Fax: (0xx21) 224-3158

· Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM

Sede Central

Setor SAN - Quadra I - Bloco B

70040-200 Brasília, DF

Tel.: (0xx61) 224-7041 / 312-6748; Fax: (0xx61) 224-2948; Telex: 61-1116

Sedes Regionais

10 Distrito, Rio Grande do Sul

Rua Washington Luís, 815 - Centro

90010-460 Porto Alegre, RS

Tel.: (0xx51) 226-9361 / 228-3581; Fax: (0xx51) 226-2722

20 Distrito, São Paulo

Rua Loefgren, 2225 - Vila Clementino

04040-033 São Paulo, SP

Tel.: (0xx11) 549-5533 / 571-8395; Fax: (0xx11) 549-6094

30 Distrito, Minas Gerais

Praça Milton Campos, 201

30130-040 Belo Horizonte, MG

Tel.: (0xx31) 223-6399 / 5641; Fax: (0xx31) 225-4092

40 Distrito, Pernambuco

Estrada do Arraial, 3824 - Casa Amarela

52070-000 Recife, PE

Page 64: Mineração No Brasil

Tel.: (0xx81) 441-1316 / 5477; Fax: (0xx81) 441-5777

50 Distrito, Pará

Av. Almirante Barroso, 1839 -Marco

66093-020 Belém, PA

Tel.: (0xx91) 226-8154 / 276-8850 / 5483; Fax: (0xx91) 276-6709

60 Distrito, Goiás

Avenida 31 de Março, 593 - Setor Sul

74080-400 Goiânia, GO

Tel.: (0xx62) 241-0530 / 5044; Fax: (0xx62) 281-6248

70 Distrito, Bahia

6a Avenida, 650 - Área Federal - Centro Administrativo da Bahia

71750-300 Salvador, BA

Tel.: (0xx71) 371-1513 / 371-4010; Fax: (0xx71) 371-5748

80 Distrito, Amazonas

Avenida André Araújo, 2150 - Aleixo

69060-001 Manaus, AM

Tel.: (0xx92) 663-5281 / 611-1112; Fax: (0xx92) 611-1723

90 Distrito, Rio de Janeiro

Avenida Nilo Peçanha, 50 - 7º andar - Centro

22290-240 Rio de Janeiro, RJ

Tel.: (0xx21) 295-6775 / 6673; Fax: (0xx21) 295-3895

100 Distrito, Ceará

Avenida Senador Virgílio Távora, 2500 - Dionísio Torres

60170-251 Fortaleza, CE

Tel.: (0xx85) 272-3688 / 4704; Fax: (0xx85) 272-3688

110 Distrito, Santa Catarina

Rua Álvaro Millen da Silveira, 151 - Centro

Page 65: Mineração No Brasil

88020-180 Florianópolis, SC

Tel.: (0xx48) 222-0755 / 4676; Fax (0xx48) 222-5588

120 Distrito, Mato Grosso

Rua da Fé, 177 - Jardim Primavera

78030-090 Cuiabá, MT

Tel.: (0xx65) 637-4498 / 5008; Fax: (0xx65) 637-3714

130 Distrito, Paraná

Rua Desembargador Otávio do Amaral, 279 - Bigorilho

80730-400 Curitiba, PR

Tel.: (0xx41) 222-2205 / 233-5122 / 224-8757; Fax: (0xx41) 224-8757

140 Distrito, Rio Grande do Norte

Rua Tomáz Pereira, 215 - Lagoa Nova

59056-210 Natal, RN

Tel.: (0xx84) 206-6979 / 6706; Fax: (0xx84) 206-6979

150 Distrito, Paraíba

Rua João Leôncio, 118 - Centro

58102-373 Campina Grande, PB

Tel.: (0xx83) 321-8148; Fax: (0xx83) 321-8148

160 Distrito, Amapá

Avenida Fab, 380 Central - São Lázaro

68906-000 Macapá, AP

Tel.: (0xx96) 223-9607; Fax: (0xx96) 223-9628

170 Distrito, Tocantins

ACSE I, Conj. 03, Lt. 21 - Centro

77054-010 Palmas, TO

Tel.: (0xx63) 215-4063; Fax: (0xx63) 215-2664

180 Distrito, Sergipe

Page 66: Mineração No Brasil

Rua Prof. José de Lima Peixoto, 89-A - Distrito Industrial de Aracaju

49040-510 Aracaju, SE

Tel.: (0xx79) 231-3011 / 217-1641; Fax: (0xx79) 217-2738

190 Distrito, Rondônia

Avenida Lauro Sodré, 2661 - Tanques

78904-300 Porto Velho, RO

Tel.: (0xx69) 223-3466 / 229-4480; Fax: (0xx69) 223-1850

200 Distrito, Espírito Santo

Praça Costa Pereira, 52, Sl.701/705 - Ed. Michelini

29010-080 Vitória, ES

Tel.: (0xx27) 222-1275 / 1300 / 8075; Fax: (0xx27) 223-1270

210 Distrito, Piauí

Rua Elizeu Martions, 1600

64001-090 Teresina, PI

Tel.: (0xx86) 222-4215; Fax: (0xx86) 222-9293

220 Distrito, Maranhão

Praça Catulo da Paixão Cearense, 75 - Centro

65025-240 São Luís, MA

Tel.: (0xx98) 222-6055 / 231-5613; Fax: (0xx98) 222-6055

230 Distrito, Mato Grosso do Sul

Rua Gen. Odorico Quadros, 123 - Jardim dos Estados

79020-260 Campo Grande, MS

Tel.: (0xx67) 782-4911; Fax: (0xx67) 782-4911

240 Distrito, Roraima

Rua Dr. Arnaldo Brandão, 1195 - São Francisco

69305-080 Boa Vista, RR

Tel.: (0xx95) 623-2419 - Ramal 232; Fax: (0xx95) 623-2056

Page 67: Mineração No Brasil

250 Distrito, Alagoas

Rua do Comércio, 5o andar - Ed. Areal - Centro

57020-904 Maceió, AL

Tel.: (0xx82) 326-6180 / 1566; Fax: (0xx82) 326-1566    

· Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) / Serviço Geológico do Brasil

Escritório Central

SGAN - Quadra 603 - Módulo I - 1o andar

70830-030 Brasília, DF

Tel.: (0xx61) 312-5167/5252/5253; Fax:(0xx61) 225-3985

Escritório Regional

Avenida Pasteur, 404

22292-240 Rio de Janeiro, RJ

Tel.: (0xx21) 295-0032/5337; Fax: (0xx21) 295-6347

CPRM - Superintendência Regional de Belém

Avenida Dr. Freitas, 3645 - Marco

66095-110 Belém, PA

Tel.: (0xx91) 226-0016/6066; Fax: (0xx91) 226-0016

CPRM - Superintendência Regional de Belo Horizonte

Avenida Brasil, 1731 - Funcionários

30140-002 Belo Horizonte, MG

Tel.: (0xx31) 261-3037/5977; Fax: (0xx31) 261-5585

CPRM - Superintendência Regional de Goiânia

Rua 148, 485 - Setor Marista

74170-110 Goiânia, GO

Tel.: (0xx62) 281-1709/1522; Fax: (0xx62) 281-1709

CPRM - Superintendência Regional de Manaus

Avenida André Araújo, 2160

Page 68: Mineração No Brasil

69060-001 Manaus, AM

Tel.: (0xx92) 663-5333/5614; Fax: (0xx92) 663-5531

CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre

Rua Banco da Província, 105 - Santa Teresa

90840-030 Porto Alegre, RS

Tel.: (0xx51) 233-4643/7311; Fax: (0xx51) 233-7772

CPRM - Superintendência Regional de Recife

Avenida Beira Rio,45 - Madalena

50610-100 Recife, PE

Tel.: (0xx81) 228-2988/227-0277; Fax: (0xx81) 228-2142

CPRM - Superintendência Regional de Salvador

Av. Ulysses Guimarães, 2862 - Suassurana

Centro Administrativo da Bahia

41213-000 Salvador, BA

Tel.: (0xx71) 230-0025/230-9977; Fax: (0xx71) 371-4005

CPRM - Superintendência Regional de São Paulo

Rua Domingo de Morais, 2463 - Vila Mariana

São Paulo, SP

Tel.: (0xx11) 575-2094/574-7977; Fax: (0xx11) 572-9186

CPRM - Residência de Fortaleza

Avenida Santos Dumont, 7700 - 4o andar - Papicu

60150-163 Fortaleza, CE