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Minhas Férias Fora de Série
3
MINHAS
FÉRIAS FORA
DE SÉRIE GABRIEL SIDNEY
1° EDIÇÃO/2014
EDITORA PERSE
Minhas Férias Fora de Série
4
Título Minhas Férias Fora de Série Autor Gabriel Sidney Editora PerSe Capa Gabriel Sidney Diagramação Gabriel Sidney Revisão do livro feita pelo autor. Palavras Chaves: 1.Comédia 2.Infanto-Juvenil 3.Sidney,Gabriel
1° EDIÇÃO
Minhas Férias Fora de Série
6
SUMÁRIO
Capítulo 1.............................06
Capítulo 2.............................21
Capítulo 3.............................41
Capítulo 4.............................57
Capítulo 5.............................68
Capítulo 6.............................79
Capítulo 7.............................91
Capítulo 8.............................101
Capítulo 9.............................110
Agradecimentos....................116
Minhas Férias Fora de Série
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Capítulo 1 Dia 1º de Dezembro, 07h00
As aulas estavam chegando ao fim, hoje era o
último dia de aula, hoje completamente ia sair o
resultados das notas, bom precisaria pelo menos um
sete em matemática e uns seis em história pra eu
passar direto. A regra da escola é bem simples:
quem estiver com alguma média abaixo de seis no
final do ano, bom completamente está um pouco
“ferrado”, você terá mais duas semanas de aula,
uma de revisão e a outra de prova para recuperar os
pontos perdidos no ano todo, mas se você der molhe
até nessa prova... Não tenho nem palavras para te
dizer irmão...
O relógio despertou bem alto, no quarto onde
estava dormindo, e para piorar o relógio estava uns
três centímetros longe da minha orelha. Acordei
com um grande susto, quando finalmente percebi
que era o relógio despertando, comecei a me sentir
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mais aliviado, minha respiração voltou ao normal e
os meus batimentos cardíacos também. Levantei-
me da cama e segui em direção ao banheiro numa
lentidão... Motivo: meus pés estavam bem cansados,
é natural em mim, acordar depois de seis horas de
sono com dor nos pés.
Mas eu fico perguntando por que o fim das aulas
tinha que ser no primeiro dia do mês de dezembro?
As outras escolas já ficaram de férias à um semana
e a nossa é a única do bairro que ainda tem aulas.
Já passei milhões de vezes pela calçada essa
semana e fiquei ouvindo todos dizendo: “E olha ali
aquele menino que ainda tem aulas”, “esse garoto é
um NERD!”.
Bom mas enfim, pelo menos vou ficar uma
semana de férias a mais do que eles. Meu nome é
Ethan, sou um menino comum como você encontra
um hoje em dia nas ruas, possuo cabelos loiros, mas
não naturais e olhos castanhos. Gosto de usar
roupas bem “fechadas”, por exemplo, uma blusa de
manga um short que ultrapassa o joelho e etc.
James é meu irmão caçula, meu único irmão,
adora jogar videogame principalmente aqueles
antigos como Mario ou Sonic. Possui cabelos pretos
e olhos castanhos claros, não o considero tão chato,
apenas regular como qualquer outro irmão, tem
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sempre aquelas brigas, mas depois nós nos
entendemos.
Liguei o chuveiro elétrico do banheiro, a água
começou a descer. Senti quando a água se chocou
com a minha pele quente, morri de frio.
Vocês que acordam cedo sabem como é que é
acordar todo quentinho e entrar no chuveiro com
água gelada. É meu último dia de aula, não estou
muito preocupado com isso, o que importava agora
era rezar para tirar os pontos que eu precisava em
história e matemática. Sai do banheiro me
tremendo, meu queixo latejava, senti uma dor de
cabeça, parecia que tinha acabado de tomar um
milk-shake bem gelado mais rápido do que a
velocidade da luz. Enrolei-me na toalha e fiquei por
um tempo até me aquecer.
A toalha me fez ficar com a temperatura ideal.
Já sem tremer, comecei a colocar as roupas. Saberia
que era a última vez esse ano que colocaria esse
uniforme em mim, ou não.
* * *
Fiquei no quintal de frente para o portão de
saída da casa, esperando a condução. Ela chega por
volta das sete e meia da manhã. Olhei no meu
relógio para conferir a hora.
Há uma abertura pequena na porta que me
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deixa enxergar se ela está descendo a minha rua ou
não.
Para ser mais específico, minha casa é a ultima
de uma rua sem saída, há um rio do lado dela, a
única coisa que separa os dois (a casa e o rio) é um
muro.
Ajeitei-me aos poucos na poltrona de trás da
condução, Tia Elizabete, a dona, estava dirigindo.
Elizabete tem sempre uma expressão de
desanimação, nunca fala com ninguém, possui
cabelos loiros e olhos claros, ela não é gorda nem
magra, apenas regular. A única pessoa que ela fala
é com uma menina de outra escola que ela pega
todos os dias às oito da manhã para levar ela para a
creche, menos aos domingos. Como é possível uma
mulher como ela conversa apenas com uma garota
de cinco anos? Kate sentava na minha frente, ela
estuda num colégio na mesma rua do que o meu,
por isso se vemos todos os dias, parece que ela me
segue ou coisa assim, na condução ela só fica
olhando pra mim e na saída da escola me segue até
eu dizer chega! Ela diz que nunca teve um amigo
como eu, mas acho que na verdade, ela nunca teve
um amigo. Kate é muito sozinha, sua mãe é um
tremenda de cachaceira e seu pai é um tremendo de
um sem-vergonha, deve ser por isso que ela é assim.
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Meu amigo John acha que ela tem uma espécie de
trauma de infância, eu não acredito muito nisso
não.
Na rua da escola, Elizabete parou na porta do
colégio de Kate, ela saiu sem dizer nem um “adeus”
ou nenhum tipo de educação.
Todos os alunos estavam presentes naquele dia,
claro que ninguém podia faltar, resultado das
provas do ano inteiro e a revelação de quem ia ficar
de prova final e quem não ficaria. Todos começaram
a sentar nas carteiras de sempre, eu sentei na
cadeira da frente da segunda fileira, a cadeira que
eu sentei o ano todo, queria ficar pelo menos o
último dia nela.
A diretora entrou na sala.
O silêncio invadiu o local, ninguém se mexeu,
parecia que virou pedra ou algo do gênero.
Ela olhava com um olhar que não sabíamos
identificar se estava com raiva da gente, ou apenas
encarando a gente e estudando o nosso
comportamento o ano todo.
-Eu estou com os resultados aqui na minha mão
– ela respondeu tirando do bolso da sua calça jeans
verde um papel com anotações em letra discursiva.
Todo mundo mudou de expressão, uns até
chegaram a mudar de cor, uns ficavam vermelho de
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nervoso, outros azuis de tanto medo.
-Eu vou dizer a todos a nota final do ano, certo? -
ela perguntou encarando a turma toda.
-Certo – todos responderam ao mesmo tempo
com um tom de medo e suspense.
As outras turmas estavam quietas não faziam
nenhum pio se quer.
-Alguém quer se declarar antes de eu dar os
resultados? - ela perguntou.
-Não. - todos responderam
-Bom então vou começar a dizer. -- em seguida
ela foi tossindo para começar a dizer – Carlos você
passou direto com seis em história...
A expressão de felicidade se formou no rosto de
Carlos. Ele estava bem feliz, enquanto eu ao
contrário, nervoso. Carlos tem a minha idade, não
gosto muito dele, ele se acha o dono da sala, o dono
do sabe tudo, tomara que eu tire uma nota melhor
do que a dele.
-Sete em matemática, sete em artes... - quando
finalmente ela terminou de dizer, sua expressão
modificou, aposto que ele pensava que ia tirar
acima de oito em todas as matérias, não tirar
nenhum oito em nenhuma matéria.
“Se ferrou!” pensei.
Demorou a chegar a minha vez, a classe tem
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vinte e um alunos, então perdemos um bom tempo
da aula de ciências que teríamos.
-Ethan, agora, finalmente é a sua vez. - ela disse
me encarando.
Estava nervoso.
Senti o medo dominar o meu corpo. Senti que
estava virando um tomate. O ar começou a ficar
pesado.
Ela parou de me olhar e ficou lendo alguma coisa
interessante no papel onde estavam as notas. Com
certeza devia estar vendo as minhas notas.
-Minha nossa Ethan! - ela disse com uma
expressão, que não me deixava saber se ela estava
me elogiando ou só queria mesmo me humilhar em
público com as minhas notas ruins. Ela finalmente
parou de ler o papel e me olhou. Eu olhei para ela.
Senti todos me olharem como se estivesse algo
errado comigo, como se estivessem pensando algo
de ruim sobre mim.
O medo tinha mesmo dominado o meu corpo.
Qual era a minha nota?
-Oito e meio em ciências. - ela disse
-Isso! - disse pensando alto.
-Nove em artes – ela continuou
Meus batimentos cardíacos iam à mil por hora,
será que eu passaria de ano direto em matemática e
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história?
-Oito em inglês, nove e meio em geografia e... -
ela disse mudando a expressão quando leu uma
coisa no papel, mas não sabia o que era.
-Meu Deus Ethan! - ela disse decepcionada. -
você tirou cinco em história.
-O QUE?! - gritei
Senti meu rosto ficar ainda vermelho, minhas
orelhas estavam pelando. Meu cérebro explodindo.
Ela me devolvia um olhar que me fazia ainda
mais ficar vermelho.
-TO BRINCANDO! - ela disse mudando sua
expressão de decepção para animação.
Quando percebi que aquilo não passava de uma
brincadeira, me senti aliviado.
-Não acredito nisso? - disse sem ar.
-É serio! Eu brinquei com você, na verdade, você
não tirou essa nota, você tirou dez em história.
* * *
09h50
No recreio me senti muito aliviado, sabia que a
partir de amanhã não precisaria mais saber de
matemática, história, artes, inglês e etc. Pois estava
de férias. Sabia que essas seriam as melhores férias
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do mundo! Mas tinha um problema para essas
férias serem as melhores do mundo. O James tinha
que passar direto também. Do que adianta ficar de
férias sem o James? Seria como se ainda estivesse
em aula e eu estava faltando todos os dias.
Fiquei cruzando os dedos, torcendo para que
James passe direto também, já tínhamos até
planos para fazer cada dia das férias.
-Por favor, James! Passe! Por favor, James,
passe! Por favor, James, passe! - fui dizendo quando
fui interrompido por Alice.
-Ei! - ela gritou.
Olhei para aquele rostinho pálido dela.
Ela me devolveu olhares, me encarava com seus
olhos claros e cabelos loiros.
Parei de cruzar os dedos.
-O que você quer? - perguntei
-Nada só queria te dar parabéns pelo dez em
história e nove em matemática – disse ela se
sentando do meu lado do banco.
-Ah muito obrigado. - respondi.
-De nada... - ela bebeu um gole de Coca-Cola de
sua latinha. - e então já tem planos para as férias? -
continuou.
-Já – respondi
-Pretende viajar? - ela me pergunta