71
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS LUCIANO ALONSO VALENTE DOS SANTOS NATAL/RN 2013

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO … · Introdução ... estudar a hereditariedade e a escassez de estudos sobre hereditariedade das características antropométricas

Embed Size (px)

Citation preview

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE

RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS

ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS

MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS

LUCIANO ALONSO VALENTE DOS SANTOS

NATAL/RN

2013

ii

LUCIANO ALONSO VALENTE DOS SANTOS

RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS

ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS

MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência da Saúde da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito para a obtenção do título de

Doutor em Ciências da Saúde.

Orientador:

Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas –

DEF/UFRN

iii

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE

COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE

PROF.a DR.a IVONETE BATISTA DE ARAÚJO

iv

RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS

ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS

MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS

Aprovada em ___/___/_____

Banca Examinadora:

Presidente da Banca:

___________________________________

Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas UFRN / Departamento de Educação Física

Membros da Banca:

______________________________________

Prof. Dr. João Carlos Alchieri UFRN / Departamento de Psicologia

______________________________________ Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros

UFRN / Departamento de Cirurgia

______________________________________ Prof. Dra. Maria Irany Knackfuss

UERN / Departamento de Educação Física

______________________________________ Gilmário Ricarte Batista

UFPE / Departamento de Educação Física

NATAL/RN

2013

v

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra a minha esposa Regina

Maria Lima Alonso, amor da minha vida,

por seu companheirismo e apoio nos

momentos mais difíceis.

vi

AGRADECIMENTOS

Um trabalho desta natureza não poderia ser realizado sem a colaboração e apoio

de diversas pessoas que, em diferentes fases e momentos, ajudaram a ultrapassar

dificuldades e se revelaram fundamentais para a sua consecução.

Ao Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas agradeço pela orientação e a partilha de

conhecimentos que tornaram possível a realização deste trabalho.

Agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Norte não só a formação

acadêmica, mas também pelo apoio a este doutoramento. Um agradecimento especial a

Professora Dra. Técia Oliveira Maranhão por sua compreensão e apoio, especialmente na

fase inicial deste trabalho.

Aos meus amigos da área da Educação Física, Michelle Oliveira, Elys Costa, José

Carlos Gomes, Marina e Larissa Fernanda, agradeço, mais que o apoio a este trabalho, a

todos os momentos que passamos juntos. A cumplicidade que partilhamos e que ainda

hoje nos une reflete-se na admiração que sentimos uns pelos outros!

A todos os participantes desta investigação, expresso a minha gratidão pela

disponibilidade e interesse demonstrados. Sem eles não seria possível à realização deste

trabalho…

A minha mãe Alga Alonso, ao meu pai Narciso Valente (in memorian) e ao meu

irmão André Alonso agradeço a formação pessoal, apoio e carinho que me deram ao

longo dos anos.

E finalmente, mais uma vez, agradeço a minha esposa Regina Alonso pelo apoio,

confiança e paciência que foram fundamentais para o êxito deste trabalho.

vii

RESUMO

RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS

E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS

O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética,

ambiental e do gênero na variação da velocidade de deslocamento em gêmeos

monozigotos e dizigotos. A amostra foi de 41 pares de gêmeos (25 Monozigotos (MZ) e

16 Dizigotos (DZ)), na faixa etária de 07 a 28 anos, saudáveis e que possuíam hábitos de

vida semelhantes. A avaliação sprint de 30 metros foi realizada por meio de duas

fotocélulas e as estimativas da hereditariedade foram feitas com base nas medianas das

variâncias intrapares de gêmeos MZ e DZ. Não foram encontradas diferenças

significativas nas medianas intrapar dos gêmeos MZ e DZ para todas as variáveis do

estudo. O único grupo onde não foi encontrada elevada correlação parcial entre os

resultados do sprint de 30 metros foi o de gêmeos dizigotos do sexo feminino (r = 0,36,

P>0,05). Também foi observada tendência de aumento na hereditariedade do sprint de 30

metros no sexo feminino (85%) quando comparada ao sexo masculino (67%) e o grupo

com ambos os sexos assume valor intermediário (73%). Com base nesses resultados, o

sprint de 30 metros foi considerado uma característica altamente hereditária, em especial

no sexo feminino. Este estudo sugere que preparadores físicos tenham atenção

redobrada com os processos seletivos e com a necessidade de alta qualidade do

treinamento realizado para o desenvolvimento do sprint de 30 metros em função da baixa

influência ambiental encontrada, principalmente no sexo feminino.

Palavras - chave: Método de Gêmeos, Gênero, Variação Genética, Velocidade,

Composição corporal, Aptidão física.

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DZ – Dizigoto

ETM – Erro técnico de medida

h2 – Hereditáriedade

Hz – Herts

MZ – Monozigoto

VO2 máx – Volume máximo de oxigênio

ix

SUMÁRIO

Introdução ....................................................................................................... 10

Justificativa ..................................................................................................... 11

Objetivo ........................................................................................................... 11

Material e Métodos.......................................................................................... 12

Artigos publicados ou submetidos ............................................................... 17

Comentários, críticas e sugestões ................................................................ 36

Referências Bibliográficas ............................................................................. 38

Apêndice .......................................................................................................... 40

Anexos ............................................................................................................. 42

10

1- INTRODUÇÃO

A velocidade de deslocamento é uma das capacidades motoras mais exigidas para

obtenção de sucesso em diversas modalidades esportivas. Por tal razão, compreender

qual a magnitude da influência de fatores genéticos e ambientais nas variáveis que atuam

no desempenho pode explicar, em parte, a diferença entre indivíduos que executam o

mesmo tipo de treinamento e atingem resultados completamente diferentes (1-4).

A fim de aprofundar os conhecimentos da variação individual da velocidade de

deslocamento no desempenho foi proposto um estudo com pares de gêmeos por se tratar

de alternativa prática e economicamente viável para identificar as contribuições da

influência genética e do meio ambiente no desempenho físico dos indivíduos (5, 6).

Apesar da existência de estudos que reportam ampla variação de resultados sobre a

influência genética e ambiental na velocidade de deslocamento(7-10), no Brasil existem

poucas referências relacionando estudos com gêmeos e a velocidade de deslocamento.

Além disso, faz-se necessário considerar que tais pesquisas foram realizadas em países

onde as condições climáticas e a base populacional são distintas da realidade Brasileira e

que vários fatores podem causar esta ampla variação de resultados encontrados e

dificultar possíveis comparações, tais como: diferença entre os testes, idade dos pares de

gêmeos, erros na determinação da zigosidade, diferenças maturacionais intrapares e o

gênero (11, 12).

Observando todos estes fatores, consideramos que a investigação da influência

genética e ambiental na velocidade de deslocamento assume importância não somente

no ponto de vista teórico, mas também em sua aplicação prática, e que estes resultados

poderão auxiliar profissionais da atividade física e do esporte a compreender o potencial

de treinamento da velocidade de deslocamento principalmente para a prática de esportes

que exijam elevada performance (2, 13-15).

11

2- JUSTIFICATIVA

Nosso intuito é que as informações reunidas neste estudo motivem as discussões

sobre as possibilidades de desenvolvimento das capacidades motoras resultando na

melhoria de estratégias de prescrição de exercício.

Estas estratégias auxiliarão tanto no controle da epidemia de sedentarismo quanto

na adequada orientação de práticas esportivas, que terão como base o melhor

entendimento das influências genéticas e ambientais no desenvolvimento das

capacidades motoras e características antropométricas dos indivíduos.

Outros fatos importantes foram a utilização do método de gêmeos como forma de

estudar a hereditariedade e a escassez de estudos sobre hereditariedade das

características antropométricas e das capacidades motoras em amostra de indivíduos

brasileiros. Desta forma, com base nas informações deste estudo esperamos aumentar a

chance de sucesso das estratégias utilizadas por profissionais da saúde para melhoria do

condicionamento físico da população em geral.

3- OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Analisar a relação da hereditariedade nas medidas antropométricas e das

capacidades motoras em pares de gêmeos dizigotos e monozigotos, de 7 a 28 anos,

moradores do Município de Natal e São Gonçalo do Amarante – RN.

Objetivos Específicos:1

1. Avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação das

medidas antropométricas em gêmeos monozigotos e dizigotos.

2. Avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação da

potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos.

3. Avaliar o poder relativo da contribuição genética, ambiental e do gênero na

variação da velocidade de deslocamento em gêmeos monozigotos e dizigotos.

1 Os artigos referentes aos objetivos específicos 1 e 2 estão respectivamente nos anexos 7 e 8 por se tratarem de

trabalhos gerados com um primeiro recorte de dados. Já o trabalho relativo ao terceiro objetivo específico está

inserido no item 5- ARTIGOS PRODUZIDOS contém a amostra na integra e se trata do principal artigo da tese.

12

4- MATERIAL E MÉTODO

Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários,

moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio

Grande do Norte – Brasil. A amostra utilizada foi constituída por 41 pares de gêmeos (82

indivíduos) divididos por sua zigosidade em 25 pares de gêmeos Monozigotos (MZ) - 50

indivíduos (28 do sexo feminino e 22 do sexo masculino) e 16 pares de gêmeos Dizigotos

(DZ) - 32 indivíduos (18 de sexo feminino e 14 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a

26 anos.

A determinação da zigosidade foi realizada por meio de entrevista telefônica com

as mães dos avaliados (16) e no dia da avaliação, foi realizada a observação da

semelhança entre cada par de gêmeos verificando a cor do cabelo, cor dos olhos, traços

faciais, estatura e massa corporal (17). Em caso de dúvida sobre a zigosidade o par de

gêmeos fazia as avaliações normalmente, porém seus resultados não eram utilizados nas

análises deste estudo.

Após a determinação da zigosidade os avaliados eram novamente entrevistados

por meio de um questionário elaborado pelo próprio autor com 5 perguntas sobre seus

dados pessoais, histórico clínico e hábitos. Os indivíduos menores de 14 anos eram

entrevistados em conjunto com suas respectivas mães. Todas as respostas eram do tipo

sim ou não, e caso a resposta fosse afirmativa o avaliado ou seu responsável era

questionado sobre a natureza do problema. O questionário foi composto com as

seguintes perguntas:1)Possui alguma doença crônica? (Pressão alta, diabetes,

dislipidemias,etc.); 2)Fuma ou ingere bebidas alcoólicas com freqüência?; 3)Pratica

alguma atividade física?; 4)Tem algum problema ortopédico?; 5) Está passando por

algum tratamento médico? Em caso de discordância das repostas indicando diferenças de

histórico clínico e hábitos os resultados do par de gêmeos em questão eram retirados da

análise.

Após a entrevista de anamense os participantes do estudo foram entrevistados por

meio do questionário Questionário de atividade física Physical Activity Readiness

Questionnaire (PAR-Q), utilizado como forma de avaliar a prontidão para prática de

exercícios físicos (18). O questionário foi composto com as seguintes questões, com

respostas do tipo sim ou não: 1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum

problema de coração e recomendou que você só praticasse atividade física sob

prescrição médica?; 2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?;

13

3)Você sentiu dor no peito no último mês?; 4) Você tende a perder a consciência ou cair

como resultado do treinamento?; 5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que

poderia ser agravado com a prática de atividades físicas?; 6)Seu médico já recomendou o

uso de medicamentos para controle de sua pressão arterial ou condição cardiovascular?;

7)Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento

médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades físicas ?;

8)Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou

psicológica que impeça a sua participação na atividade proposta? Em caso de

discordância nas repostas intrapar de gêmeos monozigotos e dizigotos indicando

diferenças de prontidão para atividade física ou alguma suspeita de problema de saúde

que impedisse a prática regular de atividade física os pares de gêmeos eram orientados a

procurar um médico e seus resultados eram retirados da análise.

Após a entrevista sobre a prontidão para atividade física foi realizada a autoavaliação

da maturação sexual em todos os indivíduos menores de 19 anos. As avaliações foram

realizadas em uma sala comum, uma a uma, onde inicialmente foram apresentadas as

pranchas com as fotografias dos diferentes estágios de desenvolvimento das

características sexuais secundárias, em particular segundo o sexo - duas pranchas para

cada sexo - e para evitar a curiosidade e facilitar o entendimento do procedimento foi

colocada sobre cada prancha uma folha em branco. A criança foi orientada a observar

com atenção cada uma das fotos e marcar na ficha de avaliação o número da foto que

mais se parece com ela naquele momento. A característica sexual avaliada é registrada

como M (para mamas) e P (para pêlos púbicos) para as meninas e como G (genitália) e

P(para pêlos púbicos) para os meninos e o número correspondente ao estágio (1 a 6).

Levando-se em conta as grandes dificuldades para a realização das avaliações

médicas para mensurar a maturação sexual, tal como descritas na literatura,

consideramos que a autoavaliação mediante a técnica projetiva é um método prático,

simples e não sofisticado, que pode ser aplicada nos dois sexos, em qualquer faixa etária

a partir dos 6 anos e em qualquer nível socioeconômico, tornando-se assim uma

alternativa muito utilizada em estudos nacionais e internacionais (19-24).

Com intuito de aumentar a confiança nos resultados da autoavaliação da maturação

sexual foram realizadas duas medidas: a primeira após as entrevistas preliminares e a

segunda após o término das avaliações físicas. Assim, foi possível calcular o Índice

Kappa ponderado entre as medidas repetidas da autoavaliação da maturação sexual

separadamente para os indivíduos monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ) onde foram

14

encontrados valores superiores a 0,890 com p<0,001. Caso existisse diferença intrapar de

gêmeos para o resultado da maturação sexual o resultado do par em questão era retirado

da análise.

Desta forma, foram excluídos do estudo portadores de deficiência, mulheres grávidas,

indivíduos em tratamento medicamentoso, portadores de obesidade endógena ou

secundária e portadores de distúrbios endócrinos e genéticos. Também foram excluídos

da pesquisa os pares de gêmeos que continham indivíduos de gêneros diferentes

(intrapar), os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de atividade física e os do

mesmo sexo que apresentaram diferentes estágios de maturação sexual.

Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do termo

de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos menores de

idade ou pelo próprio participante quando maiores idade consentindo a participação na

pesquisa.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre

Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia

18/02/2011.

Avaliação antropométrica

Os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal por meio de medidas

antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado. Foram realizadas as

medidas de massa corporal, e considerando a alta precisão da balança eletrônica, filizola

110, com capacidade para 150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg, a massa corporal

foi medida apenas uma vez. A estatura foi medida por meio de estadiômetro da marca

Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm, duas vezes, não sendo permitida diferença de

0,5 cm entre as medidas e como resultado final foi utilizada a média. Com intuito de

aumentar a confiança dos resultados foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse

(ICC) entre as medidas repetidas de estatura separadamente para os indivíduos MZ e DZ

onde foram encontrados valores superiores a 0,996 com p<0,001; ou seja, menos de 1%

da variância pode ser explicada pela variação de mensuração do instrumento de medida

ou pela variação da padronização. Estas avaliações foram realizadas nos indivíduos com

o mínimo de vestimentas e descalços. O local da avaliação era uma sala silenciosa com

temperatura entre 22-24ºC. A padronização utilizada para avaliação antropométrica segue

os procedimentos descritos por Marfell-Jones e colaboradores (25).

15

Teste de velocidade de deslocamento (30 metros)

O teste foi realizado em ginásio fechado e coberto, desta forma, não houve influência do

vento auxiliando ou prejudicando os resultados. O piso era emborrachado e os avaliados

utilizaram roupas leves e tênis com solado de borracha. A temperatura ambiente foi

medida por meio de um termômetro digital e estava entre 24º e 26º C. Os gêmeos eram

testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis efeitos do dia nos

resultados do teste. Os avaliados foram orientados a não participar de qualquer tipo de

atividade vigorosa, não consumir álcool e cafeína durante as 24 horas que antecederam a

realização dos testes. Além disso, todos foram informados sobre a importância de dormir

no mínimo 8 horas na noite anterior ao procedimento e estavam familiarizados com a

pesquisa.

Para o registro do tempo de deslocamento foram utilizadas duas células

fotoelétricas da marca CEFISE que possuem precisão em milésimos de segundo. Estas

células foto elétricas cronometraram o percurso de 30m. Cada célula fotoelétrica foi

posicionada de modo que o feixe de luz incidisse na crista ilíaca do avaliado. A saída para

a corrida foi da posição de pé, logo atrás da primeira célula fotoelétrica. Os avaliados

foram orientados a percorrer a distância de 30 metros e para que o avaliado não

desacelerasse antes de atingir a marca de 30 metros, uma falsa chegada foi colocada 5

metros após a marca final - todos os participantes foram orientados a correr o mais rápido

possível até a falsa marca de 35 metros, garantindo assim que todos passassem pela

célula fotoelétrica colocada na marca de 30 metros na máxima velocidade de

deslocamento (26). O teste foi realizado três vezes por cada indivíduo, com intervalo de 1

minuto entre as tentativas, sendo a média desses valores utilizados no tratamento

estatístico. Além disso, foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) entre as

medidas repetidas do resultado da velocidade de deslocamento separadamente para os

indivíduos MZ e DZ encontrando valores superiores a 0,995 com p<0,001, ou seja, menos

de 1% da variância é explicada pela variação do instrumento de medida, em ambos os

grupos.

As células foto elétricas, têm sido utilizadas em diferentes estudos já publicados,

pois possibilitam maior precisão e fidedignidade na mensuração de tempo em testes de

velocidade de deslocamento (27-30).

16

Análise estatística

As análises foram feitas com base, nos resultados dos indivíduos gêmeos

monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ) e na variância intrapar de gêmeos, desta forma, foram

controlados eventuais variáveis de confusão tais como sexo, idade e maturação biológica.

A análise estatística foi realizada seguindo critérios clássicos para verificação da

normalidade da amostra: comportamento da assimetria (duas vezes menor que o erro

padrão da assimetria), da curtose (duas vezes menor que o erro padrão da curtose), e do

valor mínimo e máximo da média (devem estar compreendidos dentro do valor de três

vezes a média). De forma geral, os resultados deste estudo foram caracterizados como

não paramétricos e, por isso, foi tomada a decisão de utilizar como medida de tendência

central a mediana com seu respectivo intervalo de confiança (Percentil 25 –75). Foram

feitas as correlações parciais (r) com controle da idade entre as medianas dos grupos de

gêmeos MZ e DZ separadamente, para observar o grau de relacionamento entre os

irmãos monozigotos e dizigotos. Além disso, para aumentar a confiança em nossos

resultados foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) das medidas

repetidas de estatura e velocidade de deslocamento e o Kappa ponderado entre as

medidas repetidas da maturação sexual nos grupos de gêmeos MZ e DZ separadamente.

Ainda no intuito de observar a existência de diferenças significativas entre os grupos de

gêmeos monozigotos e dizigotos foi calculada a diferença entre as medianas da idade,

massa corporal, estatura e velocidade de deslocamento por meio do teste de Wilcoxon.

Após esta etapa, foi calculada uma regressão linear para observarmos o comportamento

dos resultados médios do teste de velocidade de deslocamento (30m) entre os pares de

gêmeos monozigotos e dizigotos para o sexo masculino, feminino e em ambos os sexos.

Para a estimativa da hereditariedade (h²) da velocidade de deslocamento foi utilizada a

equação: h² = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ) x 100 onde S² representa a mediana da variância

intrapar de cada série de diferenças. Quando h² = 100%, a variância do caráter é

atribuível exclusivamente a causas hereditárias. Quando h² = 0%, a variação é

inteiramente explicada pelos efeitos ambientais (31).

17

5- ARTIGOS PUBLICADOS OU SUBMETIDOS

HERITABILITY OF DISPLACEMENT SPEED IN A 30-METRE SPRINT

Department of Physical Education

Federal University of Rio Grande do Norte

Natal – Rio Grande do Norte – Brazil – 59090500

2012

Dear Editor,

Please find the enclosed manuscript, titled “HERITABILITY OF DISPLACEMENT

SPEED IN A 30-METRE SPRINT”, which I am submitting for exclusive consideration for

publication as an article in the European Journal of Sport Science.

This paper demonstrates that displacement speed is a highly heritable trait,

especially in females, and suggests that physical trainers should pay increased attention to

the selection process and the need for high-quality training for the development of the 30-

metre sprint due to the low environmental influence, which is observed primarily in

females. This paper should be of interest to a broad readership, including readers who are

interested in coaching sports, physical educators, athletes and sports physicians.

Thank you for your consideration of my work. Please address all correspondence

concerning this manuscript to me at the Federal University of Rio Grande do Norte, and

please feel free to correspond with me by e-mail ([email protected]).

Sincerely,

Luciano Alonso

Master of Physical Education

18

HERITABILITY OF DISPLACEMENT SPEED IN A 30-METRE SPRINT

Abstract This study evaluated the relative power of environmental, genetic and gender

contributions on variations in displacement speeds in monozygotic (MZ) and dizygotic (DZ)

twins. The study sample included 41 pairs of twins (25 MZ and 16 DZ), aged 7 to 28 years,

who exhibited similar healthy living habits. The 30-metre sprint was assessed using two

photocells, and heritability was estimated using the median of variances in MZ and DZ twin

intrapairs. No significant differences in the intrapair medians of MZ and DZ twins were

observed for all study variables. Only DZ female twins exhibited no high partial correlation

between 30-metre sprint results (r = 0.36, P > 0.05). A higher heritability of 30-metre sprint

times was observed in females (85%) compared with males (67%), and the heritability of

30-metre sprint times in both sexes exhibited an intermediate value of 73%. These results

demonstrated that 30-metre sprint times were a highly heritable trait, especially in females.

This study suggests that physical trainers should pay increased attention to the selection

process and the need for high-quality training for the development of 30-metre sprints due

to the low environmental influence that was observed primarily in females.

Keywords: Twins, gender, sex factors, genetic variation, short sprint, speed

Introduction

Displacement speed is a primary required motor skill for success in several sports.

Therefore, an understanding of the magnitude of the influence of genetic factors and

environmental variables that act on displacement performance may partially explain the

differences between athletes who perform the same type of training but achieve

completely different results (Jaworowski, Porter, Holmbäck, Downham, & Lexell, 2002; Lee

et al., 2009; Perez-Gomez et al., 2008; Verkoshanky, 1996).

Displacement speeds in travel performance were previously addressed in studies of

twin pairs to deepen the knowledge of individual variations; these speeds were measured

because they are an economically viable and practical alternative for identifying the

contributions of genetic and environmental influence on the physical performance of

individuals (Mustelin et al., 2011; Waller, Kujala, Kaprio, Koskenvuo, & Rantanen, 2010).

Previous studies have reported wide variations in the genetic and environmental

influences on displacement speed (Fox, Hershberger, & Bouchard, 1996; Komi,

Klissouras, & Karvinen, 1973; Maes et al., 1996). However, few references in Brazil have

investigated displacement speeds in twins. Many of these surveys were conducted in

19

countries where climatic conditions and the racial distribution of the population are distinct

from the Brazilian population, and many factors can cause wide variations in results and

hinder potential comparisons, such as differences between tests, age of twin pairs, errors

in the determination of zygosity, gender differences and maturational intrapairs (Gavin,

Fox, & Grandy, 2011; Kurian & Cardarelli, 2007).

Investigating the genetic and environmental influences on displacement speeds is

important from a theoretical point of view and in its practical application, which will aid

sports professionals in their understanding of the potential of displacement speed training

in selection processes for activities or high-performance sports (Karnehed, Tynelius,

Heitman, & Rasmussen, 2006; Segal, Feng, McGuire, Allison, & Miller, 2009;

Verkoshanky, 1996).

This study evaluated the relative power of genetic, environmental and gender

contributions on displacement velocity in monozygotic (MZ) and dizygotic (DZ) twins.

Methods

Participants

The study participants were volunteer MZ and DZ twins from cities near Natal (Natal

and São Gonçalo do Amarante cities), Rio Grande do Norte, Brazil. The sample included

41 pairs of twins (82 individuals) who were divided by their zygosity into 25 pairs of MZ

twins (50 individuals; 28 females and 22 males) and 16 pairs of DZ twins (32 individuals;

18 females and 14 males), aged 7 to 28 years old. The minors volunteers were recruited

at elementary schools and higher age were selected at the universities and for indication

of the participants themselves. Excluded were four pairs of MZ twins and four pairs of DZ

twins (two pairs of DZ twins were in drug treatment, two pairs of DZ twins had different

maturational stages, four pairs of MZ twins did not share the same physical activity habits).

Zygosity was determined through telephone interviews with the mothers of the

assessed twins (H. Peeters, Van Gestel, Vlietinck, Derom, & Derom, 1998).The similarity

between each pair of twins was assessed by checking hair colour, eye colour, facial

features, height and body mass index (Beiguelman, 2008). Cases in which the twin pair

zygosity was doubted following the performed assessments were excluded from the

analyses.

The evaluated twins were interviewed after zygosity determinations using a

questionnaire that was developed by the author. The questionnaire included five questions

on personal data, medical history and habits. Subjects under age 14 were interviewed in

the presence of their mothers. All answers were yes or no. If the answer was affirmative,

20

the subject or his/her guardian was asked about the nature of the problem. The

questionnaire included the following questions: 1) Do you have any chronic illness? (e.g.

high blood pressure, diabetes, dyslipidaemia); 2) Do you smoke or drink alcohol

frequently?; 3) Do you engage in some physical activity?; 4) Do you have any orthopaedic

problems?; and 5) Have you undergone any medical treatments? In cases of

disagreement in the responses of twin pairs that indicated differences in clinical history

and habits, the twins were removed from the analysis.

Study participants were interviewed using the Physical Activity Readiness

Questionnaire (PAR-Q), which evaluates the readiness for physical exercise (Thomas,

Reading, & Shephard, 1992). This questionnaire included the following YES or NO

questions: 1) Have you ever told your doctor that you have some heart problem, and has it

been recommended that you only engage in physical activity under prescription?; 2) Do

you feel chest pain that is caused by physical activity?; 3) Did you feel chest pain in the

last month?; 4) Do you tend to lose consciousness or fall as a result of the training?; 5) Do

you have any bone or muscle problems that could be aggravated with physical activity?; 6)

Has your doctor ever recommended the use of medications to control your blood pressure

or heart condition?; 7) Are you aware, through your own experience and / or medical

advice, of some other physical reason that prevents physical activity?; and 8) Would you

like to comment on some other health problem, whether physical or psychological, that

prevents your participation in the proposed activity? Cases of disagreement in differences

of readiness for physical activity in the MZ and DZ twin intrapair responses were removed

from analyses. DZ twin pairs who indicated that physical activity or any suspected health

problem prevented the practice of regular physical activity were advised to seek medical

attention, and their results were removed from the analyses.

Self-assessments of sexual maturation were performed in all individuals under 19

years old following the interviews of the readiness for physical activity. Evaluations were

conducted individually in a common room. The participants were initially presented with

photographs of different gender-specific development stages of secondary sexual

characteristics,– with two picture boards for each gender. This procedure was performed

with each picture board under a blank sheet to avoid curiosity and facilitate understanding.

The child was instructed to carefully observe each photo and mark the assessment sheet

with the number of the photo that most resembled her/his development at that moment.

The assessed sexual characteristics were recorded as B (for breasts) and P (for pubic

hair) for girls and G (genitalia) and P (for pubic hair) for boys and as the number that

corresponded to the developmental stage (1-6).

21

The literature describes great difficulties in medical evaluations that measure sexual

maturation. However, self-evaluation using the projective technique is a practical, simple

and unsophisticated method that may be used in both sexes from six years of age and any

socio-economic level. This technique is an increasingly used alternative in national and

international studies (Guvenc, Acikada, Aslan, & Ozer, 2011; Matsudo & Matsudo, 1991;

Tanner, 1981).

Two measures were performed in the present study to increase confidence in the

self-assessment of the sexual maturation results. One measurement was performed after

the preliminary interviews, and the other measurement was performed at the end of the

physical assessments. This procedure permitted the calculation of a weighted kappa index

among the repeated measurements of self-assessments of sexual maturation in MZ and

DZ individuals. The observed values were greater than 0.890 (P < 0.001). Intrapair twins

who exhibited differences in sexual maturation outcomes were removed from the analysis.

The following groups were excluded from the study: disabled subjects, pregnant

women, individuals in drug treatment, patients with endogenous or secondary obesity and

patients with endocrine and genetic disorders. The following twin pairs were also excluded:

twin pairs who contained individuals in different genres (intrapair); pairs who did not share

the same physical activity habits; and same-sex twin pairs who presented with different

stages of sexual maturation.

Participants were healthy individuals. The participants or the parents or guardians

of the children signed an informed consent form to participate in the research.

The Research Ethics Committee of the Onofre Lopes Hospital approved this study,

which was duly recognised by the National Research Ethics Committee under protocol Zip

Code / HUOL: 484/10 - CAAE: 0042.0.2.294.000-10 in 18/02/2011 day.

Anthropometric assessments

A trained evaluator assessed the body composition of the twins using

anthropometric measurements. Body mass index was measured using a high-precision

Filizola-110 electronic scale with a 150-kg capacity and a unit of measurement of 0.1 kg;

body mass was measured only once. Height was measured twice using a Sanny

stadiometer with a 0.1-cm unit of measurement, and a 0.5-cm gap between the

measurements was permitted. The final results were averaged and utilised for analyses.

The intraclass correlation coefficient (ICC) between repeated measurements of height was

calculated separately for MZ and DZ individuals to increase confidence in the results;

values were greater than 0.996 (P < 0.001), which indicates that less than 1% the variance

22

can be explained by variations in the measuring instrument or standardisation. These

evaluations were performed in individuals with minimal clothing and no shoes. The location

of the evaluation was a quiet room with a temperature between 22–24ºC. The

anthropometric assessments were standardised following the procedures described by

Marfell-Jones et al. (Marfell-Jones, Olds, Stewart, & Carter, 2006).

Test of displacement speed (30 metres)

This test was conducted in a closed and covered gymnasium to minimise the

influence of wind on the results. The floor was rubberised, and the evaluated participants

wore light clothing and rubber-soled shoes. The room temperature was measured using a

digital thermometer, and the temperatures ranged between 24 ºC–26 ºC. The twins were

tested at a maximum interval of 60 minutes to avoid the possible effects of time of day on

the test results. The assessed participants were instructed to avoid participation in any

vigorous activity and the drinking of alcohol and caffeine for 24 hours prior to testing. All

participants were informed about the importance of obtaining at least 8 hours of sleep on

the night before the procedure, and participants were familiar with the research.

Two photocells (Speed Test Fit, factory CEFISE, São Paulo - Brazil) with

millisecond precision recorded the travel times. These photoelectric cells timed the route of

the 30 metres. Each photocell was positioned to focus the light beam on the iliac crest.

The output for the race was a standing position just behind the first photocell. Assessed

participants were instructed to cover the 30-metre distance and not slow down prior to

reaching the 30-metre mark. A false arrival was placed 5 metres after the final mark, and

all participants were instructed to run as fast as possible until they reached the 35-metre

false mark. These instructions ensured that all participants passed the photocell at the 30-

metre mark at maximum displacement speed (Coelho et al., 2010). The test was

performed three times in each individual with a 1-minute interval between attempts, and

the average displacement speed was used in the statistical analyses. The ICC was

calculated between repeated measurements of the separate displacement speeds of MZ

and DZ individuals. Values above 0.995 (P < 0.001) were observed, which indicates that

less than 1% of the variance was explained by variations in the measuring instruments in

both groups.

These photoelectric cells have been used previously because these cells provide

greater precision and reliability in time measurements of displacement speeds (Dupont,

Millet, Guinhouya, & Berthoin, 2005; Glaister et al., 2009; Lemmink, Elferink-Gemser, &

Visscher, 2004; Wisloff, Castagna, Helgerud, Jones, & Hoff, 2004).

23

Statistical analysis

Analyses were based on the results of individual MZ and DZ twins and the variance

of intrapair twins. Potential confounders, such as sex, age and biological maturation, were

controlled for. Statistical analyses were performed with SPSS 20.0 (SPSS,Chicago,

Illinois) and following classical criteria for the initial investigation of sample normality: the

behaviour of asymmetry (two times less than the standard error of asymmetry), kurtosis

(two times less than the standard error of kurtosis) and the minimum value and maximum

average (must be within three times the value of the mean). Overall, the results of this

study were characterised as non-parametric. Therefore, the medians of central tendency

and their respective confidence intervals (percentiles 25–75 (p25–p75)) were used. Partial

correlations (r) with age control were observed between the medians of the MZ and DZ

twin groups separately to investigate the degree of relationship between MZ and DZ

brothers. Furthermore, the ICC of repeated measurements of heights and displacement

speeds and weighted kappa values were calculated between the repeated measures of

sexual maturation in MZ and DZ twin groups separately to increase the confidence in our

results.

The differences between the median age, weight, height and forward speed were

calculated using a Wilcoxon test to examine significant differences between MZ and DZ

twins. A linear regression was performed to observe the behaviour of the mean

displacement speeds (30 metres) between pairs of MZ and DZ twins for males, females

and both sexes. The following equation estimated the heritability (h ²) of running speed: h ²

= (S ² DZ - S ² MZ) / S ² DZ) x 100, where S ² represents the median of intrapair variances

in each different series.

Results

This study analysed the heritability of displacement speeds based on intrapair

variances in MZ and DZ twins and the possible influence of gender on these speeds.

Table Ia presents the medians and confidence intervals (p25–p75) in both sexes.

The intrapair r, controlled by sex and age, revealed results greater than 0.81 (P < 0.001)

for all study variables in MZ and DZ pairs. This high intrapair correlation demonstrated the

similarities between these individuals and the possible influences of sex and age, which

did not affect the behaviour of the results. Furthermore, no significant differences between

the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs for height, age, body mass and

displacement speeds were observed.

24

Table Ib presents the medians and confidence intervals (p25–p75) in females. The

intrapair r controlled for age revealed similar results as Table I, and values greater than

0.82 (P < 0.001) were observed for MZ and DZ twins. Furthermore, no significant

differences between the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs were observed

for height, age, body mass and displacement speeds. The only observed difference was

the low and non-significant r (r = 0.36, P > 0.05) for the displacement speed of the DZ

group.

Table Ic presents the results in males as medians and confidence intervals (p25–

p75). The intrapair r, controlled by sex and age, revealed similar results as Table I, and

values greater than 0.71 (P < 0.05) were observed for all MZ and DZ pairs. No significant

differences between the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs were observed

for height, age, body mass and displacement speeds.

The average result of the three attempts of the displacement speed test was used

for each MZ and DZ individual in both sexes to investigate the detachment of the individual

results of each twin pair (Figure 1). An adjusted R2 of 0.78 was observed, which indicates

that the explained variance of the results was 78%.

The average results of the three displacement speed tests for each female MZ and

DZ individual were used to investigate the detachment of the individual results of each twin

pairs (Figure 2). An adjusted R2 of 0.54 was observed, which indicates that the explained

variance of the results was 54%.

The average results of three displacement speed tests for each male MZ and DZ

individuals were used to investigate the detachment of the individual results of each twin

pair (Figure 3). An adjusted R2 of 0.899 was observed, which suggests that the explained

variance of the results was 89.9%.

The graphs demonstrate a clear decrease in the variance that was explained by

gender; the group of female MZ and DZ twins exhibited the lowest variation (54%). The

greatest distances was observed between DZ twins, which supports our hypothesis that

DZ twins are 50% similar and that MZ twins tend to be 100% identical.

The heritability of displacement speeds in this study was higher in females 85%

(43.90-90.70) than males 67% (28.20-88.80), and the heritability of both sexes exhibited

an intermediate value 73% (39.00-83.00).

Discussion

This study provides evidence of individual differences in displacement speeds

between twins that may be largely attributed to genetic differences in women.

25

Little data on the influence of heritability on displacement speeds exist in the

Brazilian population, but several relevant international studies have reported this influence

in same-sex samples of similar age. These previous studies have demonstrated a wide

range of variation, between 48% and 92%, despite the high estimates of heritability

(Bouchard, Malina, & Pérusse, 1997; Fox et al., 1996; Komi et al., 1973; Maes et al.,

1996). Our results are consistent with these results and confirmed the high hereditary

dependence of displacement speeds, with an estimated heritability of 73% in both sexes,

which breaks down to 67% in males and 85% in females. Therefore, this study confirmed

the results of the international studies despite the differences in racial, environmental and

climate influences on individuals who were born in northeastern Brazil (IBGE, 2010). We

observed a high heritability of displacement speed in both sexes and a greater influence in

women than in men.

These results demonstrated that estimates of heritability vary considerably, which

may be attributed to differences between tests, measuring equipment and genre. Several

factors, such as mental concentration, proprioception, rhythm, motor learning, accuracy,

training time and economy, interact with these types of testing, and these factors are

integrated with displacement speed development (Tucker & Collins, 2012; Verkoshanky,

1996).

Estimates of the heritability of a given variable have yielded different results in the

same sample in a two-year longitudinal study (Boomsma, Busjahn, & Peltonen, 2002;

Rijsdijk & Boomsma, 1997). Similarly, studies of these same variables in different cross-

sectional ages have demonstrated variations in the values of heritability estimates (Komi et

al., 1973). These results strongly suggest that age, gender and developmental factors,

such as sexual maturation, affect estimations of heritability. Therefore, genetic influences

are not equally expressed in samples of different ages and genres (Missitzi, Geladas, &

Klissouras, 2008).

This study was particularly concerned with controlling for biases of age, gender and

sexual maturation. Therefore, the medians of the intrapair variance results of MZ and DZ

twins were used to calculate heritability. Twin pairs who exhibited different intrapair

maturational stages and lifestyles were excluded from the present study. These actions

enforced rigorous evaluation criteria on the tests that were used to measure displacement

speeds and the use of twins to minimise the impact of factors that may decrease the

robustness of the results. Twins are frequently used to evaluate the genetic bases of

phenotypic variations (Karnehed, Tynelius, Heitmann, & Rasmussen, 2006; Leskinen,

2010; Leskinen et al., 2009; Liu et al., 2011; Mustelin et al., 2011; Mustelin, Silventoinen,

26

Pietilainen, Rissanen, & Kaprio, 2009; M. Peeters et al., 2007; Reis et al., 2007; Waller et

al., 2010).

A recent review of literature on the genetic influence on performance refuted the

assertion for the need for a minimum of 10,000 hours of training time to achieve effective

results in displacement speeds. This assertion was based on the premise that elite

athletes achieve very similar results, but they rarely undergo the same training times. This

observation suggests the fundamental importance of the integration of genetic and

environmental factors in the development of high performance levels. Some sports may

require more complex training times compared to simpler procedures (Tucker & Collins,

2012). The need to observe training quality and the possible differences between twins

should be emphasised because women demonstrated a greater genetic influence than

men in our study.

Another important factor that may underlie the possible differences in results and

trainability between men and women is the distribution of type-II muscle fibres, especially

in the lower limbs. This difference may not be related to the type of exercise but may be an

innate difference between the sexes (Fleck, Kraemer, & Ribeiro, 2006). However, no

conclusive answer on possible differences in the numbers of type-II fibres in men and

women in the lower limbs has been identified (Fleck et al., 2006; Jaworowski et al., 2002;

Perez-Gomez et al., 2008). Several studies have suggested a better use of ATP

resynthesis in the greater amounts of muscle mass in the lower limbs and the lower

amount of body fat in men as the primary justification for the performance differences in

displacement speed between men and women (Jaworowski et al., 2002).

In conclusion, displacement speeds were a highly heritable trait in both sexes.

These results may guide sport and exercise prescriptions to correct gender gaps and

leverage the possible pre-dispositions in displacement speed by considering the large

influence of heritability. Trainers should pay increased attention to the need for high quality

training prescriptions, especially in females, to improve the displacement speed because

of the low potential impact on training than in males.

27

References

Beiguelman, B. (2008). O estudo de gêmeos [The study of twins]. Ribeirão Preto, Brazil:

SBG.

Boomsma, D., Busjahn, A., & Peltonen, L. (2002). Classical twin studies and beyond.

Nature Reviews Genetics, 3, 872-882.

Bouchard, C., Malina, R. M., & Pérusse, L. (1997). Genetics of fitness and physical

performance. Champaign, IL: Human Kinetics.

Coelho, D. B., Coelho, L. M., Braga, M. L., Paolucci, A., Cabido, C. T., Júnior, J. F., . . .

Silami-Garcia, E. (2010). Correlação entre o desempenho de jogadores de futebol

no teste de sprint de 30m e no teste de salto vertical [Correlation between the

performance of soccer players in the 30m sprint test and verticl jump test]. Motriz.

Revista de Educação Física, 17, 63-70.

Dupont, G., Millet, G. P., Guinhouya, C., & Berthoin, S. (2005). Relationship between

oxygen uptake kinetics and performance in repeated running sprints. European

Journal of Applied Physiology, 95, 27-34.

Fleck, S. J., Kraemer, W. J., & Ribeiro, J. L. (2006). Fundamentos do treinamento de força

muscular [Fundamentals of muscular force training]. Porto Alegre, Brazil: Artmed.

Fox, P. W., Hershberger, S. L., & Bouchard, T. J. (1996). Genetic and environmental

contributions to the acquisition of a motor skill. Nature, 384, 356-358.

Gavin, J., Fox, K., & Grandy, S. (2011). Race/ethnicity and gender differences in health

intentions and behaviors regarding exercise and diet for adults with type 2 diabetes:

A cross-sectional analysis. BMC Public Health, 11, 533.

Glaister, M., Hauck, H., Abraham, C. S., Merry, K. L., Beaver, D., Woods, B., & McInnes,

G. (2009). Familiarization, reliability, and comparability of a 40-m maximal shuttle

run test. Journal of Sports Science and Medicine, 8, 77-82.

Guvenc, A., Acikada, C., Aslan, A., & Ozer, K. (2011). Daily physical activity and physical

fitness in 11-to 15-year-old trained and untrained Turkish boys. Journal of Sports

Science and Medicine, 10, 502-514.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2010). Pesquisa de orçamentos

familiares 2008 - 2009: Antropometria e estado nutricional de crianças,

adolescentes e adultos no Brasil [Household budget survey: Anthropometry and

nutritional status of children, adolescents and adults in Brazil]. Rio de Janeiro,

Brazil: Author.

Jaworowski, Å., Porter, M. M., Holmbäck, A. M., Downham, D., & Lexell, J. (2002).

Enzyme activities in the tibialis anterior muscle of young moderately active men and

28

women: Relationship with body composition, muscle cross-sectional area and fibre

type composition. Acta Physiologica Scandinavica, 176, 215-225.

Karnehed, N., Tynelius, P., Heitman, B. L., & Rasmussen, F. (2006). Physical activity, diet

and gene–environment interactions in relation to body mass index and waist

circumference: The Swedish Young Male Twins Study. Public Health Nutrition, 9,

851-858.

Komi, P. V., Klissouras, V., & Karvinen, E. (1973). Genetic variation in neuromuscular

performance. European Journal of Applied Physiology and Occupational

Physiology, 31, 289-304.

Kurian, A., & Cardarelli, K. (2007). Racial and ethnic differences in cardiovascular disease

risk factors: A systematic review. Ethnicity & Disease, 17, 143-152.

Lee, S. M. C., Schneider, S. M., Boda, W. L., Watenpaugh, D. E., Macias, B. R., Meyer, R.

S., & Hargens, A. R. (2009). LBNP exercise protects aerobic capacity and sprint

speed of female twins during 30 days of bed rest. Journal of Applied Physiology,

106, 919-928.

Lemmink, K., Elferink-Gemser, M., & Visscher, C. (2004). Evaluation of the reliability of

two field hockey specific sprint and dribble tests in young field hockey players.

British Journal of Sports Medicine, 38, 138-142.

Leskinen, T. (2010). Differences in muscle and adipose tissue gene expression and

cardio-metabolic risk factors in the members of physical activity discordant twin

pairs. PLoS One, 5, e12609.

Leskinen, T., Waller, K., Mutikainen, S., Aaltonen, S., Ronkainen, P. H. A., Alén, M., . . .

Kujala, U. M. (2009). Effects of 32-year leisure time physical activity discordance in

twin pairs on health (TWINACTIVE Study): Aims, design and results for physical

fitness. Twin Research and Human Genetics, 12, 108-117.

Liu, A., Byrne, N., Kagawa, M., Ma, G., Kijboonchoo, K., Nasreddine, L., . . . Hills, A.

(2011). Ethnic differences in body fat distribution among Asian pre-pubertal

children: a cross-sectional multicenter study. BMC Public Health, 11, 500.

Maes, H. H. M., Beunen, G. P., Vlietinck, R. F., Neale, M. C., Thomis, M., Eynde, B. V., . .

. Derom, R. (1996). Inheritance of physical fitness in 10-yr-old twins and their

parents. Medicine & Science in Sports & Exercise, 28, 1479-1491.

Marfell-Jones, M., Olds, T., Stewart, A., & Carter, L. (2006). International standards for

anthropometric assessment. Potchefstroom, South Africa: ISAK.

29

Matsudo, S. M. M., & Matsudo, V. K. R. (1991). Validade de auto-avaliação na

determinação da maturação sexual [Validity of self-assessment in determining

sexual maturation]. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, 5, 18-35.

Missitzi, J., Geladas, N., & Klissouras, V. (2008). Genetic variation of maximal velocity and

EMG activity. International Journal of Sports Medicine, 29, 177-181.

Mustelin, L., Latvala, A., Pietilainen, K. H., Piirila, P., Sovijarvi, A. R., Kujala, U. M., . . .

Kaprio, J. (2011). Associations between sports participation, cardiorespiratory

fitness, and adiposity in young adult twins. Journal of Applied Physiology, 110, 681-

686.

Mustelin, L., Silventoinen, K., Pietilainen, K., Rissanen, A., & Kaprio, J. (2009). Physical

activity reduces the influence of genetic effects on BMI and waist circumference: A

study in young adult twins. International Journal of Obesity, 33, 29-36.

Peeters, H., Van Gestel, S., Vlietinck, R., Derom, C., & Derom, R. (1998). Validation of a

telephone zygosity questionnaire in twins of known zygosity. Behavior Genetics, 28,

159-163.

Peeters, M., Thomis, M., Loos, R., Derom, C., Fagard, R., Claessens, A., . . . Beunen, G.

(2007). Heritability of somatotype components: a multivariate analysis. International

Journal of Obesity, 31, 1295-1301.

Perez-Gomez, J., Rodriguez, G., Ara, I., Olmedillas, H., Chavarren, J., González-

Henriquez, J., . . . Calbet, J. (2008). Role of muscle mass on sprint performance:

Gender differences? European Journal of Applied Physiology, 102, 685-694.

Reis, V. M., Machado, J. V., Fortes, M. S., Fernandes, P. R., Silva, A. J., Dantas, P. S., &

Filho, J. F. (2007). Evidence for higher heritability of somatotype compared to body

mass index in female twins. Journal of Physiological Anthropology, 26, 9-14.

Rijsdijk, F., & Boomsma, D. (1997). Genetic mediation of the correlation between

peripheral nerve conduction velocity and IQ. Behavior Genetics, 27, 87-98.

Segal, N. L., Feng, R., McGuire, S. A., Allison, D. B., & Miller, S. (2009). Genetic and

environmental contributions to body mass index: comparative analysis of

monozygotic twins, dizygotic twins and same-age unrelated siblings. International

Journal of Obesity, 33, 37-41.

Tanner, J. M. (1981). Growth and maturation during adolescence. Nutrition Reviews, 39,

43-55.

Thomas, S., Reading, J., & Shephard, R. J. (1992). Revision of the Physical Activity

Readiness Questionnaire (PAR-Q). Canadian Journal of Sport Sciences, 17, 338-

345.

30

Tucker, R., & Collins, M. (2012). What makes champions? A review of the relative

contribution of genes and training to sporting success. British Journal of Sports

Medicine, 46, 555-561.

Verkoshanky, Y. (1996). Principles for a rational organization of the training process aimed

at speed development. New Studies in Athletics, 11, 155-160.

Waller, K., Kujala, U. M., Kaprio, J., Koskenvuo, M., & Rantanen, T. (2010). Effect of

physical activity on health in twins: A 30-yr longitudinal study. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 42, 658-664.

Wisloff, U., Castagna, C., Helgerud, J., Jones, R., & Hoff, J. (2004). Strong correlation of

maximal squat strength with sprint performance and vertical jump height in elite

soccer players. British Journal of Sports Medicine, 38, 285-288.

31

Table I. Median, confidence interval (CI), intrapair variance of displacement speed (VDS) and

partial correlations controlling for age (r), height, body mass, displacement speed (DS) and the

heritability of monozygotic and dizygotic twins of both sexes (a); Median, confidence interval (CI),

intrapair variance of displacement speeds (VDS), partial correlations controlling for age (r), height,

body mass, displacement speed (DS) and the heritability of female monozygotic and dizygotic twins

(b); Median results, confidence intervals (CIs), intrapair variances of displacement speed (VDS),

partial correlations controlled for age (r), height, body mass, displacement speed (DS) and the

heritability of monozygotic and dizygotic twins in males (c).

(a) Monozygotic (n = 50) Dizygotic (n = 32)

Twin 1

(n = 25)

Twin 2

(n = 25)

Twin 1

(n = 16)

Twin 2

(n = 16)

Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r

Age (years) 15.00

(11.50–22.00)

15.00

(11.50–22.00)

- 14.50

(11.25–21.00)

14.50

(11.25–21.00)

-

Height (cm) 154.00

(146.00–162.00)

154.00

(146.00–163.00)

1.00* 154.00

(146.00–162.00)

154.00

(146.00–163.00)

0.99*

Mass (kg) 48.80

(36.07–61.07)

47.60

(39.60–59.70)

0.90* 48.80

(36.07–61.07)

47.60

(39.60–59.70)

0.90*

DS (seconds) 5.95

(5.07–6.47)

5.88

(5.11–6.66)

0.82* 5.95

(5.07–6.47)

5.88

(5.11 –6.66)

0.81*

VDS (Twin1-Twin2) 0.0144

(0.0017–0.0906)

0.0536

(0.0101–0.1494)

h2=73% (39.00-83.00) **

(b) Monozygotic (n = 28) Dizygotic (n = 18)

Twin 1

(n = 14)

Twin 2

(n = 14)

Twin 1

(n = 9)

Twin 2

(n = 9)

Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r

Age (years) 15.00

(11.75 –20.00)

15.00

(11.75 –20.00)

– 13.00

(11.50 –21.00)

13.00

(11.50 –21.00)

Height (cm) 154.00

(146.00–162.00)

153.50

(148.00 – 161.00)

0.97* 157.40

(148.20–163.00)

156.00

(146.00 – 164.20)

0.97*

Mass (kg) 48.10

(41.35 –57.16)

48.75

(39.50 – 54.50)

0.94* 51.35

(44.20 –57.07)

48.90

(34.40 – 55.15)

0.92*

DS (seconds) 6.31

(5.71–6.61)

6.51

(5.63–7.03)

0.82* 6.29

(6.02–6.82)

6.54

(6.10–6.88)

0.36**

VDS (Twin1-Twin2) 0.0162

(0.0019–0.1564)

0.1136

(0.0206–0.2788)

h2=85% (43.90-90.70) ***

(c) Monozygotic (n = 22) Dizygotic (n = 14)

Twin 1

(n = 11)

Twin 2

(n = 11)

Twin 1

(n = 7)

Twin 2

(n = 7)

Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r Median

CI (25–75)

Median

CI (25–75)

r

Age (years)

13.00

(9.00–24.00)

13.00

(9.00–24.00)

– 16.00

(8.00–22.00)

16.00

(8.00–22.00)

Height (cm) 157.00

(145.00–170.40)

158.70

(145.00–172.20)

0.97* 164.50

(126.50–187.00)

163.10

(131.50–187.90)

0.95*

Mass (kg) 50.10

(32.30–72.4)

46.20

(39.00–67.75)

0.99* 56.30

(31.30–84.6)

59.50

(34.60–86.80)

0.88*

DS (seconds) 5.46

(4.91–6.16)

5.31

(4.91–6.02)

0.97* 5.22

(4.49–6.86)

5.19

(4.42–7.21)

0.71*

VDS (Twin1-Twin2) 0.0123

(0.0001–0.0800)

0.0383

(0.0009–0.0624)

h2=67%(28.20-88.80) **

* Significant difference. **No significant difference. **h² = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ) x 100.

32

Figure Legends

Figure 1: Relationship among the average displacement speed between monozygotic and

dizygotic twins pairs of both sexes. The values used were the average of three attempts in

seconds held by each monozygotic and dizygotic individual.

Figure 2: Relationship among the average speed between monozygotic and dizygotic twin

pairs in females. The values used were the average of three attempts in seconds held by

each monozygotic and dizygotic individual.

Figure 3: Relationship between the average speed between pairs of monozygotic and

dizygotic twins in males. The values used were the average of three attempts in seconds

held by each monozygotic and dizygotic individual.

33

Figure 1

34

Figure 2.

35

Figure 3.

36

6- COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

O fato de iniciar a preparação do projeto de pesquisa um ano antes da entrada no

programa e a obrigatoriedade de aprovação da pesquisa no CEP foram fundamentais

para o cumprimento das metas previamente estabelecidas na tese.

Minhas maiores dificuldades foram no que diz respeito às obras nas instalações do

Departamento de Educação Física (DEF), na compra e adaptação dos novos

equipamentos adquiridos, na demora da chegada dos recursos conseguidos em

órgãos de fomento, e do pequeno número de gêmeos disponíveis para participar de

nosso estudo, na cidade do Natal e de São Gonçalo do Amarante.

No intuito de minimizar estas dificuldades disponibilizávamos transporte para os

gêmeos e flexibilizavamos ao máximo a marcação das avaliações, e mesmo assim,

tínhamos sempre algum tipo de imprevisto, principalmente no que diz respeito às

ausências nos dias marcados. Como as avaliações eram muito cuidadosas, não

podíamos avaliar mais do que três pares por turno, fato que tornou a coleta mais lenta

que o esperado. A soma destes fatores gerou uma limitação em nosso estudo que foi

a pequena quantidade de gêmeos elegíveis para a pesquisa. Durante o projeto piloto

esta limitação foi observada, assim, aprimoramos e qualificamos nossos

procedimentos de coleta de dados a fim de manter a validade de nossos resultados.

Este estudo teve o mérito de gerar evidências sobre a hereditariedade das

características antropométricas e das capacidades motoras utilizando o método de

gêmeos em amostra de indivíduos brasileiros. Além disso, utilizamos amostra com

gradiente etário de 07 a 28 anos associada ao devido controle de variáveis de

confusão, possibilitando a reafirmação dos resultados correntes na literatura e ainda

alertando sobre a importância de relativizar eventuais diferenças nos resultados

atribuídos a hereditariedade, em função do gênero e da faixa etária.

Percebi em minha trajetória na pós-graduação permanente evolução, após 10 anos

de conclusão do Mestrado. Alguns fatores motivaram este desenvolvimento: A

experiência na docência superior, em instituições públicas e privadas, a preparação no

curso de doutorado e a maturidade natural adquirida ao longo dos anos. Este

ambiente me transforma a cada dia em um profissional mais preparado para atuar no

ensino, pesquisa e extensão.

Por tudo isso, esta pesquisa não se encerra nesta tese, na realidade ela apenas

inicia seu desenvolvimento que tem como principais metas a formação de um banco

de dados, na perspectiva de futuros estudos longitudinais, inclusão de análises

bioquímicas, de DNA e ainda a reavaliação destes gêmeos utilizando equipamentos

37

de medida direta, tais como: Coletor de gases e plataforma de força. Além disso, após

reflexão sobre os resultados gerados pela tese surgiu à ideia de realizar no futuro uma

análise multivariada dos resultados assim que o banco de dados for suficientemente

grande para sua aplicação.

E sobretudo este trabalho serviu como o elo de integração de nove trabalhos de

conclusão de curso de alunos de graduação em educação física da UFRN, duas

dissertações de mestrado (em andamento) e seis apresentações de resumos em

congressos nacionais e internacionais, o que ratifica a relevância e potencial deste

estudo na formação e no aperfeiçoamento de futuros profissionais.

38

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Lee SMC, Schneider SM, Boda WL, Watenpaugh DE, Macias BR, Meyer RS, et al. LBNP exercise protects aerobic capacity and sprint speed of female twins during 30 days of bed rest. Journal of Applied Physiology. 2009 March 2009;106(3):919-28. 2. Verkoshanky Y. Principles for a rational organization of the training process aimed at speed development. NEW STUDIES IN ATHLETICS. 1996;11:155-60. 3. Perez-Gomez J, Rodriguez G, Ara I, Olmedillas H, Chavarren J, González-Henriquez J, et al. Role of muscle mass on sprint performance: gender differences European Journal of Applied Physiology. 2008;102(6):685-94. 4. Jaworowski Å, Porter MM, Holmbäck AM, Downham D, Lexell J. Enzyme activities in the tibialis anterior muscle of young moderately active men and women: relationship with body composition, muscle cross-sectional area and fibre type composition. Acta Physiologica Scandinavica. 2002;176(3):215-25. 5. Mustelin L, Latvala A, Pietilãoinen KH, Piirilão P, Sovijãorvi AR, Kujala UM, et al. Associations between sports participation, cardiorespiratory fitness, and adiposity in young adult twins. Journal of Applied Physiology. 2011 March 1, 2011;110(3):681-6. 6. Waller K, Kujala UM, Kaprio J, Koskenvuo M, Rantanen T. Effect of Physical Activity on Health in Twins: A 30-yr Longitudinal Study. Medicine & Science in Sports & Exercise. 2010;42(4):658-64. 7. Bouchard C, Malina RM, Pérusse L. Genetics of fitness and physical performance: Human Kinetics Publishers; 1997. 8. Fox PW, Hershberger SL, Bouchard TJ. Genetic and environmental contributions to the acquisition of a motor skill. 1996. 9. Komi PV, Klissouras V, Karvinen E. Genetic variation in neuromuscular performance. European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology. 1973;31(4):289-304. 10. Maes HHM, Beunen GP, Vlietinck RF, Neale MC, Thomis M, Eynde BV, et al. Inheritance of physical fitness in 10-yr-old twins and their parents. Medicine & Science in Sports & Exercise. 1996;28(12):1479. 11. Gavin J, Fox K, Grandy S. Race/Ethnicity and gender differences in health intentions and behaviors regarding exercise and diet for adults with type 2 diabetes: A cross-sectional analysis. BMC Public Health. 2011;11(1):533. PMID: doi:10.1186/1471-2458-11-533. 12. Kurian A, Cardarelli K. Racial and ethnic differences in cardiovascular disease risk factors: a systematic review. Ethn Dis. 2007;17:143 - 52. 13. Segal NL, Feng R, McGuire SA, Allison DB, Miller S. Genetic and environmental contributions to body mass index: comparative analysis of monozygotic twins, dizygotic twins and same-age unrelated siblings. Int J Obes. 2009;33(1):37-41. 14. Seabra AF, Mendonça DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes Biological and socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Cad Saúde Pública. 2008;24(4):721-36. 15. Karnehed N, Tynelius P, Heitman BL, Rasmussen F. Physical activity, diet and gene-environment interactions in relation to body mass index and waist circumference: The Swedish Young Male Twins Study. Public Health Nutrition. 2006;9(07):851-8. 16. Peeters H, Van Gestel S, Vlietinck R, Derom C, Derom R. Validation of a Telephone Zygosity Questionnaire in Twins of Known Zygosity. Behavior Genetics. 1998;28(3):159-63. 17. Beiguelman B. O estudo de gêmeos. Ribeirão Preto: SBG. 2008. 18. Thomas S, Reading J, Shephard RJ. Revision of the Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q). Canadian Journal of Sport Sciences. 1992.

39

19. Tanner JM. Growth and maturation during adolescence. Nutrition reviews. 1981;39(2):43-55. 20. Malina RM, Bouchard C. Atividade Física do Atleta Jovem: do crescimento à maturação. 1 ed. São Paulo: Roca; 2002. 480 p. 21. Martin RHC, Uezu R, Parra A, Arena S, Bojikian L, Bohme M. Auto-avaliação da maturação sexual masculina por meio da utilização de desenhos e fotos. Revista Paulista de Educação Física. 2001;15(2):212-22. 22. Duarte MFS. Maturação física: uma revisão da literatura, com especial atenção à criança brasileira. Cad Saude Publica. 1993;9(supl 1):71-84. 23. Matsudo SMM, Matsudo VKR. Validade de auto-avaliação na determinação da maturação sexual. Revista brasileira de ciências e movimento. 1991 (5):18-35. 24. Acikada C, Aslan A, Guvenc A, Ozer K. Daily physical activity and physical fitness in 11-to 15-year-old trained and untrained Turkish boys. Journal of Sports Science and Medicine. 2011 2011/09//;10(3):502+. English. 25. Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter L. Potchefstroom, South Africa. International standards for anthropometric assessment: ISAK. 2006. 26. Coelho DB, Coelho LM, Braga ML, Paolucci A, Cabido CT, Júnior JF, et al. Correlação entre o desempenho de jogadores de futebol no teste de sprint de 30m e no teste de salto vertical. Motriz Revista de Educação Física. 2010;17(1):63-70. 27. Lemmink K, Elferink-Gemser M, Visscher C. Evaluation of the reliability of two field hockey specific sprint and dribble tests in young field hockey players. British journal of sports medicine. 2004;38(2):138. 28. Glaister M, Hauck H, Abraham CS, Merry KL, Beaver D, Woods B, et al. Familiarization, reliability, and comparability of a 40-m maximal shuttle run test. Journal of Sports Science and Medicine. 2009;8:77-82. 29. Wisloff U, Castagna C, Helgerud J, Jones R, Hoff J. Strong correlation of maximal squat strength with sprint performance and vertical jump height in elite soccer players. British journal of sports medicine. 2004;38(3):285. 30. Dupont G, Millet GP, Guinhouya C, Berthoin S. Relationship between oxygen uptake kinetics and performance in repeated running sprints. European journal of applied physiology. 2005;95(1):27-34. 31. Clark PJ. The heritability of certain anthropometric characters as ascertained from measurements of twins. American Journal of Human Genetics. 1956;8(1):49.

40

8- APÊNDICE

Foto: Avaliação antopométrica

Foto: Teste de potência aeróbica

41

Foto: Teste velocidade de deslocamento

Foto: Teste de força simultâneo com a aquisição eletromiográfica do bíceps braquial.

42

9- ANEXO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esclarecimentos Este é um convite para você participar da pesquisa “Avaliar a influência da Hereditariedade nas capacidades motoras e aptidão física de gêmeos monozigótos e dizigótos” que é realizada por Luciano Alonso Valente dos

Santos, sob orientação da Prof. Dr. Técia Maria de Oliveira Maranhão. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Essa pesquisa procura demonstrar a influência genética no desempenho humano, utilizando o método de gêmeos, que busca estimar a hereditariedade das capacidades motoras e da aptidão física. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimentos: realizar teste de força de membros inferiores com acompanhamento eletromiográfico que consiste em saltar três vezes consecutivas em um tapete especial; avaliação da capacidade cardiorrespiratória que consiste em correr um percurso de 20 metros no ritmo de um bip sonoro, assim que o avaliado não conseguir manter o ritmo do bip sonoro o teste termina; velocidade que consiste em correr 30 metros o mais rápido possível; estimativa da composição corporal (compasso de dobras cutânea, fita antropométrica e balança eletrônica) serão avaliados a massa corporal, a estatura e as circunferências corporais e questionário (auto preenchido) sobre hábitos de atividade física com 10 perguntas objetivas sobre a atividade física habitual do avaliado. Todos os testes

físicos serão precedidos por exercícios de alongamento e supervisionados pelo coordenador da pesquisa. Esta pesquisa oferece risco mínimo. Desta forma, seguiremos as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte e utilizaremos testes submáximos, uma população de estudo com idade inferior a 30 anos e a obrigatoriedade de exame médico detalhado. Neste estudo nossa meta será avaliar as capacidades motoras e a aptidão física do grupo em questão e desta forma testes submáximos são os mais recomendados para esta finalidade, pois não impõe um stress orgânico intenso durante a sua realização. Embora os testes de exercícios submáximos não sejam tão eficazes na identificação de condições de doenças, eles são apropriados para avaliar as capacidades motoras e a aptidão física antes e depois de programas de exercícios. Dentre os benefícios, destaca-se o retorno dos resultados de seus testes físicos com breve avaliação do nível de atividade física, além do exame médico detalhado realizado por equipe especializada do DPEDI, através da Unidade de Endocrinologia Pediátrica. Para sua maior segurança o Centro de

Ciências da Saúde da UFRN fica responsável pelo ressarcimento e indenização, em caso de algum imprevisto onde se comprove sua necessidade. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Luciano Alonso Valente dos Santos, no endereço UFRN-DEF- campus Lagoa Nova ou pelo telefone 8716-1687.

Consentimento Livre e Esclarecido Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Hereditariedade capacidades motoras e aptidão física um estudo com gêmeos”.

Participante da pesquisa ou responsável pelo menor participante: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA:______________________________________________ Menor participante: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA:______________________________________________ Pesquisador responsável: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA _______________________________________

Comitê de Ética em Pesquisa Hospital Universitário Onofre Lopes; Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis. CEP: 59.012-300 – Natal/RN Email:[email protected] www.etica.ufrn.br

Base de Pesquisa Atividade Física e Saúde - AFISA - Seção UFRN Ginásio Poliesportivo da UFRN Campus Universitário s/n° CEP: 59078-970 Natal/RN Fone: (84) 87161687 Email: [email protected]

43

ANEXO 2

Questionário de Zigosidade

Opinião da mãe:

1- Você acha que seus filhos gêmeos são idênticos (monozigotos)? Ou são fraternos

(dizigotos)? Você tem certeza que seus filhos gêmeos são idênticos

(monozigotos)? Fraternos (dizigotos)?

Similaridade Global e confusão dos gêmeos

2- Seus filhos são parecidíssimos? Um é a cara do outro? Somente a família

reconhece a semelhança? Quem pode identificar cada gêmeo?

3- Pais?

Sim ( ) Não ( )

4- Irmãos e irmãs?

Sim ( ) Não ( )

5- Professores?

Sim ( ) Não ( )

6- Amigos?

Sim ( ) Não ( )

7- Pessoas de fora/ estranhos?

Sim ( ) Não ( )

Similaridade específica

8- Existe diferença na cor dos cabelos dos seus gêmeos?

Sim ( ) Não ( )

9- Existe diferença na cor dos olhos de seus gêmeos?

Sim ( ) Não ( )

Observador independente

10-Monozigoto/ dizigoto/ desconhecido

44

ANEXO 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROJETO DE PESQUISA DE HEREDITARIEDADE

ANAMNESE

DADOS PESSOAIS

Nome:___________________________________________ Gêmeo:__________ Sexo ( ) F ( ) M Idade: _________ Data de Nascimento: ____/_____/_____ Profissão:_____________________________________________________________ e-mail:_______________________________________________________________ Mora e foi criado no mesmo ambiente que o irmão?

HISTÓRICO CLÍNICO E HÁBITOS

Possui alguma doença crônica? (Pressão alta, diabetes, dislipidemias,etc.)

sim (Qual?_______________________) não Fuma?

sim não Ingere bebidas alcoólicas com freqüência?

sim não Pratica alguma atividade física?

sim (Qual?_______________________) não Tem algum problema ortopédico?

sim (Qual?_______________________) não Está passando por algum tratamento médico?

sim (Qual?_______________________) não

45

ANEXO 4

PAR Q Physical Activity Readiness Questionnarie

Assinale “sim” ou “não” as seguintes perguntas: 1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum problema de coração e recomendou que

você só praticasse atividade física sob prescrição médica?

sim não 2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?

sim não

3) Você sentiu dor no peito no último mês?

sim não

4) Você tende a perder a consciência ou cair como resultado do treinamento?

sim não 5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de

atividades físicas?

sim não 6) Seu médico já recomendou o uso de medicamentos para controle de sua pressão arterial ou

condição cardiovascular?

sim não

7) Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades físicas ?

sim não

Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou psicológica que impeça a sua participação na atividade proposta? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________

Declaração de Responsabilidade Assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR Q” e afirmo estar liberado pelo meu médico para participação na atividade citada acima. Nome do participante: ____________________________________________________________ Nome do responsável se menor de 18 anos:___________________________________________

______________

Data _____________________________________

Assinatura

46

ANEXO 5

47

ANEXO 6

48

ANEXO 7

HEREDITARIEDADE DAS VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e

ambiental na variação das medidas antropométricas em gêmeos monozigotos (MZ) e

dizigotos (DZ). Material e Métodos: A amostra foi composta por 20 indivíduos MZ (12 do

sexo feminino e 8 do sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 do sexo feminino e 4 do

sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos, moradores da grande Natal – Rio

Grande do Norte. Os gêmeos foram submetidos à avaliação antropométrica com a

medição da massa corporal, estatura, circunferência da cintura, circunferência do

abdômen e dobras cutâneas (triciptal, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e

panturrilha). Para análise de dados foram utilizadas as variâncias dos resultados entre

cada par de gêmeos e em cada uma das medidas realizadas. Resultados: Foi encontrada

elevada hereditariedade em todas as variáveis do estudo, com o mínimo de 0,64, para a

estatura, e a máxima de 0,97, para a dobra cutânea do abdômen. Conclusão: Com base

nos resultados obtidos, a hereditariedade calculada foi responsável pela maior parte das

diferenças encontradas nas variáveis antropométricas estudadas. Isto implica que tais

medidas estão sob forte influência genética.

Palavras chave: Herdabilidade, Gêmeos, Antropometria.

49

Introdução

Medidas antropométricas são regularmente utilizadas na rotina de profissionais da

saúde por serem de baixo custo e fundamentais para a avaliação da composição corporal

da população [1]. Por meio delas pode-se medir a relação entre a quantidade e

distribuição de gordura corporal, relação esta que pode interferir diretamente no nível de

aptidão física e no estado de saúde das pessoas. Além disso, é importante ressaltar que a

redução da quantidade de gordura e a manutenção ou aumento da quantidade de massa

muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de exercícios físicos [2].

A utilização do método de gêmeos na análise da influência das características

genéticas e ambientais sobre as medidas antropométricas é bastante vantajoso, visto que

o envolvimento familiar revela uma associação estreita entre os hábitos de vida dos

progenitores e de seus descendentes [3, 4]. Outro fato importante é que no Brasil existem

poucos estudos utilizando tal metodologia, principalmente em amostra da região nordeste

do Brasil [5, 6].

O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e

ambiental na variação das medidas antropométricas em gêmeos monozigotos e dizigotos.

Material e métodos

Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários,

moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio

Grande do Norte – Brasil. Inicialmente, nossa amostra apresentou 28 indivíduos gêmeos

monozigotos (MZ) e 24 indivíduos gêmeos dizigotos (DZ), porém, foram excluídos do

estudo devido aos critérios de inclusão e exclusão 16 indivíduos (8 MZ e 8 DZ), desta

forma, a amostra utilizada foi de 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo

masculino) e 16 indivíduos DZ (12 de sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa

etária de 08 a 26 anos

Foram excluídos do estudo portadores de deficiência física que impedisse a avaliação

antropométrica, mulheres grávidas, indivíduos em tratamento medicamentoso relacionado

à obesidade ou portadores de obesidade endógena ou secundária (síndrome de Down,

Prader Willi, hipotireoidismo, etc.). Também foram excluídos da pesquisa os pares de

gêmeos de sexos diferentes, os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de

atividade física e para aqueles de mesmo sexo, ficaram de fora os gêmeos em diferentes

estágios de maturação sexual. Os pares de gêmeos MZ que tiveram massa e estatura

com diferença de 5 kg ou mais e 5 cm ou mais foram excluídos da pesquisa[7].

50

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre

Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia

18/02/2011.

Procedimentos

Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos

menores de idade (24 indivíduos). Os outros 12 indivíduos maiores de 18 anos assinaram

o TCLE consentindo a participação na pesquisa. A determinação da zigosidade foi

realizada por meio de um questionário, aplicado por telefone às mães dos gêmeos [8]. No

dia da coleta de dados foram realizadas as entrevistas de anamnese, o questionário de

atividade física PAR-Q [9] e a auto avaliação da maturação sexual [10]. Além disso, foi

realizada uma observação da semelhança de cada par de gêmeos verificando a cor do

cabelo, cor dos olhos, traços faciais, estatura e peso [7], métodos pelos quais,

classificamos os pares como monozigotos ou dizigotos.

Após esta etapa, os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal

por meio de medidas antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado,

seu erro técnico de medida (ETM) foi de 1,0% para medidas de circunferência e variou de

3,5% à 4,0% para medidas de dobras cutâneas[11].

Foram realizadas as medidas de massa corporal, estatura, circunferência da

cintura e abdômen, cada uma sendo repetidas duas vezes, não sendo permitida diferença

de 0,5 cm entre elas e como resultado foi utilizada a média das medidas. Por conseguinte,

foram medidas as dobras cutâneas tricipital, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, coxa

medial e panturrilha, e realizado o somatório das mesmas. As medidas de dobras

cutâneas foram realizadas no lado direito dos sujeitos e repetidas três vezes alternadas

em cada ponto de reparo e como resultado final foi utilizada a média das medidas. As

avaliações foram realizadas nos indivíduos com o mínimo de vestimentas e descalços.

Considerando a alta precisão da balança eletrônica, a massa corporal foi medida apenas

uma vez. Com as medidas de massa corporal e estatura foi calculado o Índice de Massa

Corporal com base na proposta da Organização Mundial da Saúde[12]. A metodologia

utilizada para avaliação antropométrica foi padronizada de acordo com os procedimentos

descritos por Marfell-Jones et al.[13].

51

As descrições das localizações das medidas antropométricas utilizadas neste estudo

foram[13]:

Avaliação da massa corporal: O avaliado posicionou-se em pé, no centro da

plataforma da balança, procurando não se movimentar. A massa foi registrada em

quilogramas, com precisão de 100 gramas.

Estatura Corporal: É a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto

mais alto da cabeça (vértex). A postura padrão recomenda ângulo reto com o

estadiômetro. A cabeça ficou orientada no plano de Frankfurt. A medida foi registrada em

cm, estando o indivíduo em apnéia, após inspiração profunda.

Perimetria da circunferência da cintura: a fita antropométrica foi ajustada no ponto

médio entre a última costela e o ponto mais alto da crista ilíaca, passando em torno do

abdômen.

Perimetria da circunferência do abdômen: A fita antropométrica foi ajustada

passando sob a cicatriz umbilical.

Dobra cutânea tricipital: A dobra é marcada na parte mais posterior do tríceps, ao

nível da marcação média entre a borda lateral superior do acrômio e o ponto proximal da

borda lateral da cabeça do rádio.

Dobra cutânea subescapular: O ponto de reparo é marcado no ângulo inferior da

borda da escápula. Com uma fita métrica, marcar a dobra 2 cm em uma linha de 45º

lateralmente para baixo do ponto de reparo da subescapular.

Dobra cutânea supra-ilíaca: O ponto de reparo é marcado na borda mais lateral da

crista ilíaca, usando a mão direita, e a mão esquerda é utilizada para estabilizar o corpo,

proporcionando uma resistência na pelve. A marcação da dobra é imediatamente superior

ao ponto de reparo da crista ilíaca.

Dobra cutânea abdominal: é marcada verticalmente 5 cm do lado direito do ponto

médio da cicatriz umbilical.

Dobra cutânea coxa medial: A marcação da dobra localiza-se no ponto médio da

distância da inguinal e a superfície anterior da patela, na linha média da coxa.

Dobra cutânea panturrilha: a dobra é marcada ao nível do perímetro máximo, em

uma linha horizontal na face medial da panturrilha

As medidas foram realizadas em sala silenciosa com temperatura entre 22-24º C.

Os gêmeos eram testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis

efeitos do dia nos resultados do teste. Nenhum gêmeo participou de qualquer tipo de

atividade vigorosa ou consumiu álcool ou cafeína durante 24 horas antes da realização

52

dos testes. Todos foram informados sobre a importância de dormir adequadamente na

noite anterior ao procedimento e estavam familiarizados com a pesquisa.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados foram: balança eletrônica filizola 110, com capacidade

para 150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg. A estatura foi obtida por meio de

antropômetro da marca Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm. Para a avaliação das

dobras cutâneas utilizamos um compasso da Lange - John Bull, British Indicators Limited,

com pressão de 10g/m2 e para as medidas de circunferência utilizamos uma trena

antropométrica da marca cardiomed com unidade de medida de 0,1cm.

Análise estatística

As análises foram feitas com base na variância intrapar de gêmeos, desta forma,

controlamos eventuais variáveis de confusão como sexo, idade, e maturação sexual.

Toda a análise estatística foi realizada com base nas variâncias dos resultados de cada

par de gêmeos. Após a análise da normalidade dos dados foi tomada a decisão de utilizar

testes não paramétricos. Desta forma, foram calculadas a mediana e o seu respectivo

intervalo de confiança (Percentil 25 –75).

Após esta etapa, foram feitas as comparações destas medianas entre os grupos de

MZ e DZ por meio do teste Mann-whitney. Além disso, foram calculados os índices de

herdabilidade de todas as variáveis do estudo[14], demonstrando o quanto cada variável

possui de caráter genotípico e fenotípico.

Para caracteres de variação quantitativa, tomamos as diferenças entre pares de

gêmeos MZ e entre pares de gêmeos DZ e utilizamos a seguinte fórmula: Hereditariedade

(h²) = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ [15, 16], onde S² representa a média da variância de cada

série de diferenças. Quando h² = 1, a variância do caráter é atribuível exclusivamente a

causas hereditárias. Quando h² = 0, a variação é inteiramente explicada pelos efeitos

ambientais. Em ambos os casos, pressupomos que os erros de medida são aleatórios e

tendem, portanto, a anular-se.

Resultados

Na tabela 1 estão os resultados obtidos para as medidas antropométricas analisadas

neste estudo e na Tabela 2 os resultados calculados da hereditariedade.

53

Tabela 1 – Mediana das variâncias e intervalo de confiança (IC) das variáveis da

composição corporal em gêmeos monozigotos e dizigotos.

Monozigotos (n=20) Dizigotos (n=18)

Mediana IC (25-75) Mediana IC (25-75) p

Idade(anos) 13.5 (12.75 -20.00) 14.5 (11.25 - 22.5) 1.00

Estatura(cm) 0.000094 (0.000036-0.000266) 0.000204 (0.00004 - 0.00141) 0.59

Massa(Kg) 1.3625 (0.36125 -3.78500) 5.21563 (0.69875 - 6.98469) 0.286

IMC(kg/m2) 0.14761 (0.27515 - 0.39129) 1.23031 (0.46654 - 4.19935) 0.01**

C.C.(cm) 1.125 (0.1897 - 3.8709) 5.3125 (0.6759 - 7.6200) 0.196

C.A. (cm) 1.7131 (0.3828 - 4.7363) 7.8163 (0.4766 - 31.3334) 0.197

Tríceps(mm) 0.63312 (0.02625 - 4.65125) 9.57312 (0.73625 - 19.5462) 0.5

Subescapular(mm) 0.93125 (0.42875 - 2.82875) 1.805 (1.51156 - 12.7137) 0.155

Supra Ilíaca(mm) 2.08063 (0.19500 - 5.79500) 11.3012 (5.40875 - 34.1600) 0.008**

Abdômen(mm) 0.44313 (0.7719 - 5.64281) 13.025 (4.17406 - 28.3621) 0.26

Coxa medial(mm) 0.99813 (0.6125 - 4.36719) 7.32312 (2.40500 - 17.5071) 0.033**

Panturrilha(mm) 0.30312 (0.17375 - 2.96375) 7.51563 (3.92625 - 28.9400) 0.005**

Soma DC(mm) 24.625 (1.93500 - 88.7459) 364.545 (89.8912 - 808.755) 0.016**

* C.C. – Circunferência da cintura; C.A. – Circunferência do abdômen; Soma DC – Somatório das dobras cutâneas

(tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha).

** Existe diferença significativa

Foram encontradas diferenças significativas entre as medianas das variâncias do IMC, da

dobra cutânea supra-ilíaca, coxa medial, panturrilha e para o somatório de dobras cutâneas. O

IMC apresentou estimativa de herdabilidade (h²) de 0,80 (80%). A dobra cutânea supra-ilíaca

obteve h² de 0,86 (86%). A dobra cutânea coxa medial apresentou h² de 0,80 (80%). A panturrilha

obteve h² de 0,89 (89%). O somatório das dobras cutâneas obteve h² de 0,84 (84%).

As variáveis: estatura, massa corporal, circunferência da cintura, circunferência do

abdômen e dobras cutâneas (tríceps, subescapular e abdômen) não obtiveram diferenças

significativas na comparação entre suas medianas. A estatura apresentou h² de 0,64

(64%); a massa corporal obteve h² de 0,74 (74%); a circunferência da cintura obteve h²

0,86 (86%) e a circunferência do abdômen obteve h² de 0,81 (81%). A dobra cutânea

tríceps apresentou h² de 0,81 (81%); a dobra cutânea subescapular obteve h² de 0,87

54

(87%) e a dobra cutânea abdômen obteve h² de 0,97 (97%). Nos gráficos abaixo, são

apresentadas as medianas das variâncias das variáveis estudadas.

55

56

Tabela 2 – Hereditariedade (h²) das variáveis da composição corporal

Variáveis Hereditariedade (h²)

Estatura(cm) 64%

Massa(Kg) 74%

IMC(Kg/m2) 80%

C.C.(cm) 86%

C.A.(cm) 81%

Tríceps(mm) 81%

Subescapular(mm) 87%

Supra Ilíaca(mm) 86%

Abdômen(mm) 97%

Coxa medial(mm) 80%

Panturrilha(mm) 89%

Somatório DC(mm) 84%

* C.C. – Circunferência da cintura; C.A. – Circunferência do abdômen; Soma DC – Somatório das dobras cutâneas

(tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha).

Discussão

Este estudo fornece nova evidência sobre as diferenças individuais das variáveis

antropométricas indicando que as mesmas podem ser atribuídas, em grande parte, a

diferenças genéticas.

Os resultados serão discutidos mediante provas obtidas de estudos relevantes com

gêmeos e com respeito ao rigor e aceitabilidade do método aplicado, que foi utilizado para

a avaliação da base genética da variação fenotípica [3, 17-29].

Apesar da escassez de dados sobre a hereditariedade de variáveis

antropométricas em amostras da população brasileira existem alguns estudos

internacionais relevantes. De acordo com estas pesquisas, existe, em grande parte, uma

contribuição genética para o IMC, que apresentou a hereditariedade variando entre 0,42

e 0,79. Já a hereditariedade da circunferência da cintura variou de 0,56 a 0,71; a da dobra

cutânea do tríceps foi de 0,89; a da subescapular 0,74; a da panturrilha 0,86 e a do

percentual de gordura 0,68, que também apresentou grande influência genética [24, 25,

27].

57

Considerando os estudos acima, fica claro que existe variação nas estimativas da

hereditariedade. Isto pode ser parcialmente atribuído a diferenças nos métodos utilizados,

gênero e faixa etária dos sujeitos estudados. Este estudo procurou controlar tais variáveis

a fim de minimizar o envolvimento de fatores que possam comprometer os resultados.

Diante disso, encontramos elevada dependência genética para todas as variaveis

desta pesquisa, com a hereditariedade variando de 0,64, para a estatura, a 0,97, para a

dobra cutânea do abdômen, evidência tal que concorda com os achados da literatura

internacional e demonstra que a possível influência etnica de indivíduos nascidos na

região nordeste do Brasil não influenciou nossa descoberta [5, 6, 24, 25, 27, 30].

A análise dos resultados desta pesquisa indicam também elevada influência

genética para a composição corporal referente ao IMC, à circunferência da cintura, à

circunferência abdominal, a todas as dobras cutâneas estudadas, além de seu somatório.

De acordo com estudos anteriores [3, 18, 19, 21-25, 27, 29], o fator ambiental apresenta

uma parcela de contribuição para o desenvolvimento ou não dessas variáveis se o

indivíduo apresentar predisposição genética possuir comportamentos de inatividade física

ou dieta inadequada, fatores que o deixará propenso ao desenvolvimento da obesidade

[3, 19, 23-27].

Outro estudo realizado com pares de gêmeos, utilizando modelos de interação

gene/ambiente, indicou que os gêmeos fisicamente ativos eram mais magros e

apresentavam menores IMC e circunferência da cintura que os gêmeos sedentários [24].

Já os gêmeos com baixo nível de atividade física apresentaram maior circunferência da

cintura que os ativos e os gêmeos com susceptibilidade genética para a obesidade foram

mais propensos a ter grande cincunferência da cintura, se sedentários, que gêmeos sem

susceptibilidade genética [19].

Assim, o alto fator hereditário apresentado neste estudo não significa pré-

determinação e o ambiente pode exercer efeito sobre essas características. A

hereditariedade, no entando, indica que as diferenças, observadas nos atributos

individuais, são devido, em grande parte, a diferenças genéticas [3, 23, 26, 27].

Estas descobertas auxiliam a compreenção do efeito genético sobre as diferenças

individuais encontradas nos resutados das medidas antropométricas realizadas em

indivíduos Brasileiros. Além disso, aumentam a confiança na utilização das mediadas

antropométricas na criação de novas equações de predição e no controle da composição

58

corporal da população, por se tratarem de medidas que sofrem maior influência genética

[31].

Conclusões

Em conclusão, com base em nossos resultados, observou-se forte influência

genética nas variáveis do IMC, na circunferência da cintura, circunferência do abdômen e

dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha

e o somatório das mesmas).

Referências

[1] Bohme M. Cineantropometria-Componentes da constituição corporal. Rev Bras

Cineantropom Desempenho Hum. 2000;2:72-9.

[2] ACSM. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionado à saúde. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogam. 2006.

[3] Segal NL, Feng R, McGuire SA, Allison DB, Miller S. Genetic and environmental

contributions to body mass index: comparative analysis of monozygotic twins, dizygotic

twins and same-age unrelated siblings. Int J Obes. 2009;33:37-41.

[4] Seabra AF, Mendonça DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. Determinantes biológicos

e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes Biological and

socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Cad Saúde Pública.

2008;24:721-36.

[5] Gavin J, Fox K, Grandy S. Race/Ethnicity and gender differences in health intentions

and behaviors regarding exercise and diet for adults with type 2 diabetes: A cross-

sectional analysis. BMC Public Health. 2011;11:533.

[6] Kurian A, Cardarelli K. Racial and ethnic differences in cardiovascular disease risk

factors: a systematic review. Ethn Dis. 2007;17:143 - 52.

[7] Beiguelman B. O estudo de gêmeos. Ribeirão Preto: SBG. 2008.

[8] Peeters H, Van Gestel S, Vlietinck R, Derom C, Derom R. Validation of a Telephone

Zygosity Questionnaire in Twins of Known Zygosity. Behavior Genetics. 1998;28:159-63.

[9] Thomas S, Reading J, Shephard RJ. Revision of the Physical Activity Readiness

Questionnaire (PAR-Q). Canadian Journal of Sport Sciences. 1992.

[10] Tanner JM. Growth and maturation during adolescence. Nutrition reviews.

1981;39:43-55.

[11] Perini TA, Oliveira GL, Ornellas JS, Oliveira FP. Cálculo do erro técnico de medição

em antropometria. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 2005;11:81-5.

59

[12] Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a

WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World

Health Organization. 2007;85:660-7.

[13] Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter L. Potchefstroom, South Africa: ISAK;

2006. International standards for anthropometric assessment.

[14] Clark PJ. The heritability of certain anthropometric characters as ascertained from

measurements of twins. American Journal of Human Genetics. 1956;8:49.

[15] Beiguelman B. Dinâmica dos genes nas famílias e nas populações. Ribeirão Preto:

Sociedade Brasileira de Genética. 1994.

[16] Beiguelman B, Franchi-Pinto C, Krieger H, Magna L. Twinning rate in a southeastern

Brazilian population. Acta geneticae medicae et gemellologiae. 1996;45:317.

[17] Bogl LH, Latvala A, Kaprio J, Sovijärvi O, Rissanen A, Pietiläinen KH. An investigation

into the relationship between soft tissue body composition and bone mineral density in a

young adult twin sample. Journal of Bone and Mineral Research. 2010;26:79-87.

[18] Bouchard C. Childhood obesity: are genetic differences involved? The American

journal of clinical nutrition. 2009;89:1494S.

[19] Karnehed N, Tynelius P, Heitman BL, Rasmussen F. Physical activity, diet and

gene?environment interactions in relation to body mass index and waist circumference:

The Swedish Young Male Twins Study. Public Health Nutrition. 2006;9:851-8.

[20] Mutikainen S, Perhonen M, Alén M, Leskinen T, Karjalainen J, Rantanen T, et al.

Effects of long-term physical activity on cardiac structure and function: A twin study.

Journal of Sports Science and Medicine. 2009;8:533-42.

[21] Leskinen T. Differences in muscle and adipose tissue gene expression and cardio-

metabolic risk factors in the members of physical activity discordant twin pairs. PLoS One.

2010;5:1-9.

[22] Leskinen T, Waller K, Mutikainen S, Aaltonen S, Ronkainen PHA, Alén M, et al.

Effects of 32-year leisure time physical activity discordance in twin pairs on health

(TWINACTIVE Study): Aims, design and results for physical fitness. Twin Research and

Human Genetics. 2009;12:108-17.

[23] Liu A, Byrne N, Kagawa M, Ma G, Kijboonchoo K, Nasreddine L, et al. Ethnic

differences in body fat distribution among Asian pre-pubertal children: a cross-sectional

multicenter study. BMC Public Health. 2011;11:500.

[24] Mustelin L. Physical activity reduces the influence of genetic effects on BMI and waist

circumference: a study in young adult twins. Int J Obes (Lond). 2009;33:29-36.

[25] Mustelin L, Latvala A, Pietilãoinen KH, Piirilão P, Sovijãorvi AR, Kujala UM, et al.

Associations between sports participation, cardiorespiratory fitness, and adiposity in young

adult twins. Journal of Applied Physiology. 2011;110:681-6.

60

[26] Peeters M, Thomis M, Loos R, Derom C, Fagard R, Claessens A, et al. Heritability of

somatotype components: a multivariate analysis. International Journal of Obesity.

2007;31:1295-301.

[27] Reis VM, Machado JV, Fortes MS, Fernandes PR, Silva AJ, Dantas PS, et al.

Evidence for higher heritability of somatotype compared to body mass index in female

twins. Journal of physiological anthropology. 2007;26:9-14.

[28] Stunkard AJ, Foch TT, Hrubec Z. A twin study of human obesity. JAMA: The Journal

of the American Medical Association. 1986;256:51.

[29] Waller K. Physical activity, morbidity and mortality in twins: a 24-year prospective

follow-up. Eur J Epidemiol. 2010;25:731-9.

[30] IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da

população brasileira, 2009. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE); 2009.

[31] Bohme MTS. Aptidäo Física: aspectos teóricos; Physical fitness: theoretical aspects.

Rev paul educ fís. 1993;7:52-65.

61

ANEXO 8

HEREDITARIEDADE DA POTÊNCIA AERÓBICA

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e

ambiental na variação da potência aeróbica em gêmeos monozigotos (MZ) e dizigotos

(DZ). Métodos: A amostra foi composta por 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do

sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 do sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa

etária de 08 a 26 anos, moradores da grande Natal – Rio Grande do Norte. Os gêmeos

foram submetidos à avaliação da potência aeróbica por meio do multstage fitness test. As

análises foram feitas com base na variância intrapares de gêmeos, seguidas da estimativa

da hereditariedade. Resultados: Não houve diferença significativa para as medianas das

variâncias dos gêmeos MZ e DZ. O índice de hereditariedade encontrado para a potência

aeróbica foi de 77%. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, a hereditariedade

calculada foi responsável pela maior parte das diferenças encontradas potência aeróbica.

Isto implica que tais medidas estão sob forte influência genética.

Palavras chave: Herdabilidade, Gêmeos, Potência aeróbica.

62

Introdução

O crescimento do sedentarismo na sociedade moderna industrializada tem

proporcionado um aumento substancial de diversas morbidades e um incremento da

mortalidade associada a doenças cardiovasculares. A descrição e as consequências

deste sedentarismo têm sido alvo de diversos estudos na área da epidemiologia da

atividade física [1-3].

Considerando-se que os benefícios da prática moderada e vigorosa de atividade física

e o papel motivador da prática esportiva sāo fatores importantes na promoção da saúde

para a população em geral[3-6], foi proposto um estudo com gêmeos a fim de investigar a

influência das características genéticas e ambientais sobre a potência aeróbica.

A escolha de gêmeos se deu em face das características genéticas e ambientais do

envolvimento familiar revelarem uma associação estreita entre os hábitos de vida dos

progenitores e de seus descendentes [7, 8]. Já a análise da variação da potência aeróbica

foi definida por sua avaliação ser a forma direta de estimar os níveis satisfatórios e

elevados de atividade física [9-11].

O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e

ambiental na variação da potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos.

Material e métodos

Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários,

moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio

Grande do Norte – Brasil. Inicialmente, nossa amostra apresentou 28 indivíduos gêmeos

monozigotos (MZ) e 24 indivíduos gêmeos dizigotos (DZ), porém, foram excluídos do

estudo devido aos critérios de inclusão e exclusão 16 indivíduos (8 MZ e 8 DZ), desta

forma, a amostra utilizada foi de 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo

masculino) e 16 indivíduos DZ (12 de sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa

etária de 08 a 26 anos

Foram excluídos do estudo portadores de deficiência física que impedisse a avaliação

antropométrica, mulheres grávidas, indivíduos em tratamento medicamentoso relacionado

à obesidade ou portadores de obesidade endógena ou secundária (síndrome de Down,

Prader Willi, hipotireoidismo, etc.). Também foram excluídos da pesquisa os pares de

gêmeos de sexos diferentes, os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de

atividade física e, para aqueles de mesmo sexo, ficaram de fora os gêmeos em diferentes

63

estágios de maturação sexual. Os pares de gêmeos MZ que tiveram massa e estatura

com diferença de 5 kg ou mais e 5 cm ou mais foram excluídos da pesquisa[12].

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre

Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia

18/02/2011.

Procedimentos

Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos

menores de idade (24 indivíduos). Os outros 12 indivíduos maiores de 18 anos assinaram

o TCLE consentindo a participação na pesquisa. A determinação da zigosidade foi

realizada por meio de um questionário, aplicado por telefone às mães dos gêmeos [13].

No dia da coleta de dados foram realizadas as entrevistas de anamnese, o questionário

de atividade física PAR-Q [14] e a autoavaliação da maturação sexual [15]. Além disso, foi

realizada uma observação da semelhança de cada par de gêmeos verificando a cor do

cabelo, cor dos olhos, traços faciais, estatura e peso [12], métodos pelos quais,

classificamos os pares como monozigotos ou dizigotos.

Após esta etapa, os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal

por meio de medidas antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado.

Os instrumentos utilizados foram: balança eletrônica filizola 110, com capacidade para

150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg. A estatura foi obtida por meio de antropômetro

da marca Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm. Foram realizadas as medidas de

massa corporal, estatura, não sendo permitida diferença de 0,5 cm entre elas e como

resultado foi utilizada a média das medidas. As avaliações foram realizadas nos

indivíduos com o mínimo de vestimentas e descalços. Estas medidas foram realizadas em

sala silenciosa com temperatura entre 22-24ºC. Considerando a alta precisão da balança

eletrônica, a massa corporal foi medida apenas uma vez. Com as medidas de massa

corporal e estatura foi calculado o Índice de Massa Corporal com base na proposta da

Organização Mundial da Saúde[16]. A metodologia utilizada para avaliação

antropométrica foi padronizada de acordo com os procedimentos descritos por Marfell-

Jones et al.[17].

64

Após estas etapas os indivíduos eram submetidos ao teste de potência aeróbica –

Multstage Fitness Test [18, 19]. Foi utilizado um cd contendo a faixa musical do teste e

um aparelho de som de alta potência.

Este teste foi realizado em piso emborrachado e os avaliados utilizaram roupas

leves e tênis com solado de borracha. A temperatura estava entre 24 e 26º C. Os gêmeos

eram testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis efeitos do dia

nos resultados do teste. Nenhum gêmeo participou de qualquer tipo de atividade vigorosa

ou consumiu álcool ou cafeína durante 24 horas antes da realização dos testes. Todos

foram informados sobre a importância de dormir adequadamente na noite anterior ao

procedimento e estavam familiarizados com a pesquisa.

O teste foi realizado da seguinte forma: marcação de dois pontos no piso de um

ginásio com 20 metros de distância entre eles. Reprodução da faixa musical de um bip em

um aparelho de som, os gêmeos participaram do teste individualmente, onde se

deslocavam de uma marca a outra numa velocidade determinada pelo ritmo do sinal

sonoro. Previamente, foram realizados alguns exercícios gerais de aquecimento e,

esclarecidos aos participantes, em detalhes, os procedimentos do teste. Principalmente

sobre o critério de faltas cometidas no que diz respeito ao tempo de chegada nas

marcações, neste caso, três faltas consecutivas no trajeto determinariam o fim do teste,

além da fadiga resultando em abandono. Ao fim do teste, os avaliados foram orientados a

realizar a volta à calma, por um período de 5 minutos apenas caminhando.

Todos os avaliados foram incentivados verbalmente, como forma de alcance do

esforço submáximo e concreta apuração da potência aeróbica. O V02 max. em ml/kg/min

(Y) foi predito pela equação Y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX (pessoas de 6 a

18 anos) e Y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX( pessoas de 18 anos ou mais)

onde X é a velocidade em Km/h e A é a idade em anos [20].

Análise estatística

As análises foram feitas com base na variância intrapar de gêmeos, desta forma,

controlamos eventuais variáveis de confusão como sexo, idade e maturação sexual. Toda

a análise estatística foi realizada com base nas variâncias dos resultados de cada par de

gêmeos, sendo calculados, inicialmente, a mediana e o seu respectivo intervalo de

confiança (Percentil 25 –75).

Após esta etapa, foram feitas as comparações destas medianas entre os grupos de

MZ e DZ por meio do teste Mann-whitney. Além disso, foram calculados os índices de

65

herdabilidade de todas as variáveis do estudo[21], demonstrando o quanto cada variável

possui de caráter genotípico e fenotípico.

Para caracteres de variação quantitativa, tomamos as diferenças entre pares de

gêmeos MZ e entre pares de gêmeos DZ e utilizamos a seguinte fórmula: h² = (S² DZ – S²

MZ) / S² DZ [22, 23], onde S² representa a média da variância de cada série de

diferenças. Quando h² = 1, a variância do caráter é atribuível exclusivamente a causas

hereditárias. Quando h² = 0, a variação é inteiramente explicada pelos efeitos ambientais.

Em ambos os casos, pressupomos que os erros de medida são aleatórios e tendem,

portanto, a anular-se.

Resultados

Tabela 1 – Mediana das variâncias e intervalo de confiança (IC) das variáveis das

medidas antropométricas e da potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos.

Monozigotos (n=20) Dizigotos (n=18)

Mediana IC (25-75) Mediana IC (25-75) P

Idade(anos) 13,5 (12,75 -20,00) 14,5 (11,25 - 22,5) 1,00

Estatura(cm) 0,000094 (0,000036-0,000266) 0,000204 (0,00004 - 0,00141) 0,59

Massa(Kg) 1,3625 (0,36125 -3,78500) 5,21563 (0,69875 - 6,98469) 0,286

IMC(kg/m2) 0,14761 (0,27515 - 0,39129) 1,23031 (0,46654 - 4,19935) 0,01**

P.A.(ml.kg-1) 0,83223 (0,18375-4,82000) 1,29610 (0,00281-18,04785) 0,858

** Existe diferença significativa; P.A. – Potência Aeróbica

Foi encontrada diferença significativa entre as medianas das variâncias do IMC. O

IMC apresentou estimativa de herdabilidade (h²) de 0,80 (80%).

As variáveis: estatura, massa corporal e potência aeróbica não obtiveram diferenças

significativas na comparação entre suas medianas. A estatura apresentou h² de 0,64

(64%); a massa corporal obteve h² de 0,74 (74%); a potência aeróbica obteve h² de 0,77

(77%).

66

Gráfico 1- Box plot representando a dispersão dos resultados do teste de Potência

Aeróbica dos gêmeos monozigotos e dizigotos

Discussão

Este estudo fornece nova evidência sobre as diferenças individuais da potência

aeróbica, em indivíduos dos minicípios de Natal e São Gonçalo do Amarante, indicando

que as mesmas podem ser atribuídas, em grande parte, a diferenças genéticas.

Os resultados serão discutidos mediante provas obtidas de estudos relevantes com

gêmeos e com respeito ao rigor e aceitabilidade do método aplicado, que foi utilizado para

a avaliação da base genética da variação fenotípica [7, 24-36].

Apesar da escassez de dados sobre a hereditariedade da potência aeróbica em

amostras da população brasileira, alguns estudos internacionais relevantes relataram a

grande influência genética da potência aeróbica. As estimativas de hereditariedade,

apesar de elevadas, obtiveram ampla gama de variações nos estudos de Bouchard et al.

(1986), Bouchard et al. (1998) e Fagard et al. (1991) de aproximadamente de 10% a 80%,

dependendo dos ajustes [4-6, 37]. Tais resultados concordam com os resultados

encontrados nesta pesquisa que encontrou elevada dependência genética para a

Potência Aeróbica, com estimativa de hereditariedade de 0,77 (77%) e demonstra que a

possível influência etnica de indivíduos nascidos em Natal e São Gonçalo do Amarante

não influenciou nossa descoberta[38].

67

Esta considerável variação dos resultados pode ser atribuída aos diferentes

métodos de avaliação, a interação dos fatores biológicos e comportamentais ligados a

esse tipo de capacidade motora.

Assim, este estudo buscou atender a rigorosos critérios de avaliação no que tange

ao teste aplicado para mensuração da potência aeróbica e ao uso do método de gêmeos

com o intuito de minimizar o envolvimento de fatores que pudessem diminuir a robustez

dos resultados[19].

A estimativa da herdabilidade pode variar para grupos em faixa etária diferentes

[39], sugerindo que o estágio maturacional interfere nos resultados dos testes. Além

disso, é sabido que algumas crianças, quando comparadas aos seus colegas de mesma

idade cronológica, podem apresentar disparidades nos resultados de testes de aptidão

física, devido à influência da maturidade biológica [40]. Assim, utilizamos em nosso

estudo um gradiente de faixas etárias, sendo excluídos da pesquisa aqueles que

apresentaram diferentes estágios maturacionais intrapar.

Nossas descobertas buscam elucidar o efeito genético sobre as diferenças

individuais da potência aeróbica, levando em consideração a possível influência étnica de

nossa amostra. Além disso, estes resultados podem fornecer melhor compreenção para a

variação do desempenho no condicionamento físicos da população e no treinamento dos

esportes que requerem fenótipo de elevada potência aeróbica, tais como jogadores de

futebol, basquetebol, handebol, futsal, tenistas e maratonistas.

Conclusões

Concluímos com base nesses resultados que a Potência Aeróbica, demonstrou ser

uma característica altamente hereditária em indivíduos de ambos os sexos, do nordeste

brasileiro, de 8 a 26 anos de idade.

Referências

[1] Hallal P, Bertoldi A, Gonçalves H, Victora C. Prevalência de sedentarismo e fatores

associados em adolescentes de 10-12 anos de idade Prevalence of sedentary lifestyle

and associated factors in adolescents 10 to 12 years of age. Cad Saúde Pública.

2006;22:1277-87.

[2] Hallal PC, Samuel SC, Bastos JP, Reichert FF, Siqueira FV, Azevedo MR. Evolução da

pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil: revisão sistemática. Rev Saúde

Pública. 2007;41:453-60.

68

[3] World Health Organization. The World Health Report: reducing risks, promoting

healthy life. Geneva: World Health Organization; 2002.

[4] Bouchard C, An P, Rice T, Skinner JS, Wilmore JH, Gagnon J, et al. Familial

aggregation of Vo 2 max response to exercise training: results from the Heritage Family

Study. Journal of Applied Physiology. 1999;87:1003-8.

[5] Bouchard et al. Familial resemblance for ˙Vo2max in the sedentary state: the Heritage

family study. Medicine & Science in Sports & Exercise. 1998;30:252-8.

[6] Bouchard C, Lesage R, Lortie G, Simoneau JA, Hamel P, Boulay MR, et al. Aerobic

performance in brothers, dizygotic and monozygotic twins. Medicine and Science in Sports

and Exercise. 1986;18:639-46.

[7] Segal NL, Feng R, McGuire SA, Allison DB, Miller S. Genetic and environmental

contributions to body mass index: comparative analysis of monozygotic twins, dizygotic

twins and same-age unrelated siblings. Int J Obes. 2009;33:37-41.

[8] Seabra AF, Mendonça DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. Determinantes biológicos

e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes Biological and

socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Cad Saúde Pública.

2008;24:721-36.

[9] Pardini R, Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade E, Braggion G, et al. Validação

do questionário internacional de nível de atividade física (IPAQ-versão 6): estudo piloto

em adultos jovens brasileiros. Rev Bras Ciên e Mov Brasília v. 2001;9:39-44.

[10] Ilha PMV, da Silva RCR, Petroski EL. Validade do acelerometro triaxial tritac: Um

estudo de revisão. Rev Bras Cine Des Hum ISSN.1415:8426.

[11] Treuth MS, Hou N, Young DR. Validity and Reliability of the Fels Physical Activity

Questionnaire for Children. Medicine and Science in Sports and Exercise. 2005;37:488-95.

[12] Beiguelman B. O estudo de gêmeos. Ribeirão Preto: SBG. 2008.

[13] Peeters H, Van Gestel S, Vlietinck R, Derom C, Derom R. Validation of a Telephone

Zygosity Questionnaire in Twins of Known Zygosity. Behavior Genetics. 1998;28:159-63.

[14] Thomas S, Reading J, Shephard RJ. Revision of the Physical Activity Readiness

Questionnaire (PAR-Q). Canadian Journal of Sport Sciences. 1992.

[15] Tanner JM. Growth and maturation during adolescence. Nutrition reviews.

1981;39:43-55.

[16] Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a

WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World

Health Organization. 2007;85:660-7.

[17] Marfell-Jones M, Olds T, Stewart A, Carter L. Potchefstroom, South Africa: ISAK;

2006. International standards for anthropometric assessment.

69

[18] Duarte MdFdS, Duarte CR. Validade do teste aeróbico de corrida de vai-e-vem de 20

metros. Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2001;V.9 p. 07-14.

[19] Leger LA MD, Gadoury C, Lambert J. . The multistage 20 metre shuttle run test for

aerobic fitness. Journal of Sports Sciences. 1988;6:93-101.

[20] Léger LA, Mercier D, Gadoury C, Lambert J. The multistage 20 metre shuttle run test

for aerobic fitness. Journal of Sports Sciences. 1988;6:93-101.

[21] Clark PJ. The heritability of certain anthropometric characters as ascertained from

measurements of twins. American Journal of Human Genetics. 1956;8:49.

[22] Beiguelman B. Dinâmica dos genes nas famílias e nas populações. Ribeirão Preto:

Sociedade Brasileira de Genética. 1994.

[23] Beiguelman B, Franchi-Pinto C, Krieger H, Magna L. Twinning rate in a southeastern

Brazilian population. Acta geneticae medicae et gemellologiae. 1996;45:317.

[24] Bogl LH, Latvala A, Kaprio J, Sovijärvi O, Rissanen A, Pietiläinen KH. An investigation

into the relationship between soft tissue body composition and bone mineral density in a

young adult twin sample. Journal of Bone and Mineral Research. 2010;26:79-87.

[25] Bouchard C. Childhood obesity: are genetic differences involved? The American

journal of clinical nutrition. 2009;89:1494S.

[26] Karnehed N, Tynelius P, Heitman BL, Rasmussen F. Physical activity, diet and

gene?environment interactions in relation to body mass index and waist circumference:

The Swedish Young Male Twins Study. Public Health Nutrition. 2006;9:851-8.

[27] Mutikainen S, Perhonen M, Alén M, Leskinen T, Karjalainen J, Rantanen T, et al.

Effects of long-term physical activity on cardiac structure and function: A twin study.

Journal of Sports Science and Medicine. 2009;8:533-42.

[28] Leskinen T. Differences in muscle and adipose tissue gene expression and cardio-

metabolic risk factors in the members of physical activity discordant twin pairs. PLoS One.

2010;5:1-9.

[29] Leskinen T, Waller K, Mutikainen S, Aaltonen S, Ronkainen PHA, Alén M, et al.

Effects of 32-year leisure time physical activity discordance in twin pairs on health

(TWINACTIVE Study): Aims, design and results for physical fitness. Twin Research and

Human Genetics. 2009;12:108-17.

[30] Liu A, Byrne N, Kagawa M, Ma G, Kijboonchoo K, Nasreddine L, et al. Ethnic

differences in body fat distribution among Asian pre-pubertal children: a cross-sectional

multicenter study. BMC Public Health. 2011;11:500.

[31] Mustelin L. Physical activity reduces the influence of genetic effects on BMI and waist

circumference: a study in young adult twins. Int J Obes (Lond). 2009;33:29-36.

70

[32] Mustelin L, Latvala A, Pietilãoinen KH, Piirilão P, Sovijãorvi AR, Kujala UM, et al.

Associations between sports participation, cardiorespiratory fitness, and adiposity in young

adult twins. Journal of Applied Physiology. 2011;110:681-6.

[33] Peeters M, Thomis M, Loos R, Derom C, Fagard R, Claessens A, et al. Heritability of

somatotype components: a multivariate analysis. International Journal of Obesity.

2007;31:1295-301.

[34] Reis VM, Machado JV, Fortes MS, Fernandes PR, Silva AJ, Dantas PS, et al.

Evidence for higher heritability of somatotype compared to body mass index in female

twins. Journal of physiological anthropology. 2007;26:9-14.

[35] Stunkard AJ, Foch TT, Hrubec Z. A twin study of human obesity. JAMA: The Journal

of the American Medical Association. 1986;256:51.

[36] Waller K. Physical activity, morbidity and mortality in twins: a 24-year prospective

follow-up. Eur J Epidemiol. 2010;25:731-9.

[37] Fagard R, Bielen E, Amery A. Heritability of aerobic power and anaerobic energy

generation during exercise. Journal of Applied Physiology. 1991;70:357-62.

[38] IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da

população brasileira, 2009. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE); 2009.

[39] Rijsdijk F, Boomsma D. Genetic mediation of the correlation between peripheral nerve

conduction velocity and IQ. Behavior Genetics. 1997;27:87-98.

[40] Jones MA, Hitchen P, Stratton G. The importance of considering biological maturity

when assessing physical fitness measures in girls and boys aged 10 to 16 years. Annals

of Human Biology. 2000;27:57-65.