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MINISTÉRIO DAS CIDADES, DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE INSTITUTO DA ÁGUA DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE RECURSOS HIDRICOS OUTUBRO 2003

MINISTÉRIO DAS CIDADES, DO ORDENAMENTO DO … · O armário ambiental é uma caixa metálica estanque, com protecção IP65, que abriga o registador de dados, o modem GSM, a bateria,

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MINISTÉRIO DAS CIDADES, DO ORDENAMENTO DO

TERRITÓRIO E AMBIENTE

INSTITUTO DA ÁGUA

DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE RECURSOS HIDRICOS

OUTUBRO 2003

Rui Rodrigues

Manuela Saramago Rosa Gomes

Outubro 2003

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO ......................................................................... 3

2 – AQUISIÇÃO DE DADOS – ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS COM TELETRANSMISSÃO...................................................................... 4

2.1 – REGISTADOR DE DADOS ............................................................................................... 4 2.2 – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO E PROTECÇÕES ................................................................ 5 2.3 - SISTEMA DE TELETRANSMISSÃO.................................................................................... 6 2.4 - ARMÁRIO AMBIENTAL ..................................................................................................... 7 2.5 ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA ............................................................................................... 7 2.6 – ESTAÇÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA E HIDROMÉTRICAS............................................. 8 2.7 – ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS, UDOMÉTRICAS E METEOROLÓGICAS FLUTUANTES ... 8 2.8 - FOTOGRAFIAS DE ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS DO SVARH........................................... 10 2.9- MANUTENÇÃO ............................................................................................................... 12

3 – PROCESSAMENTO CENTRAL................................................. 14 3.1 - PROCESSOS QUE CONSTITUEM O SVARH ................................................................. 15 3.2 - CENTRAL DE COMANDO DO SVARH .......................................................................... 19

4 - DISPONIBILIZAÇÃO DOS DADOS - RIOS ................................... 20 4.1 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS ...................................................................................... 21 4.2 - NAVEGAÇÃO POR BACIAS ............................................................................................. 22 4.3 - RIOS MOBILE ............................................................................................................... 24

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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1 – INTRODUÇÃO O Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos - SVARH, permite conhecer em

tempo-útil o estado hidrológico dos rios e albufeiras do país (níveis de água, caudais, volumes

armazenados e parâmetros de qualidade da água) e informação meteorológica relevante,

possibilitando ainda a antevisão da sua possível evolução. Este sistema é constituído por uma

rede de estações automáticas com teletransmissão, que medem variáveis hidrometeorológicas

e de qualidade da água, e por uma estrutura informática para armazenamento e disseminação

da informação. As estações que constituem o SVARH estão situadas em pontos críticos na

vigilância de cheias, secas e acidentes de poluição.

O SVARH tem como principais utilizadores entidades que necessitam de informação

hidrológica actualizada para o acompanhamento de situações de risco: Serviço Nacional de

Bombeiros e Protecção Civil, CCDRs, Universidades e Consultores, entre outros.

O SVARH encontra-se dividido em três grandes módulos:

Aquisição de dados – estações automáticas com teletransmissão;

Processamento central – sistema informático de recolha de dados das estações

automáticas e seu armazenamento, com modelos hidrológicos e hidráulicos acoplados;

Disponibilização – software de disponibilização em tempo-real dos dados das estações

automáticas.

Aquisição Processamento central Disponibilização

Fig. 1 – Módulos que compõem o SVARH

GSM Internet

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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2 – AQUISIÇÃO DE DADOS – ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS COM TELETRANSMISSÃO Uma estação automática é um local de recolha de dados, seja este uma estação hidrométrica,

udométrica, de qualidade da água ou albufeira. As estações do SVARH possuem

teletransmissão, ou seja, têm um modem para a transferência de dados.

O SVARH é composto por cerca de 170 estações automáticas com teletransmissão, das redes

hidrométrica, de qualidade da água e meteorológica.

Cada estação automática é composta por um dispositivo para armazenamento de dados (o

registador de dados), sensores, sistema de alimentação solar e sistema de teletransmissão.

Funcionam de forma autónoma, necessitando apenas de manutenção mensal ou trimestral para

limpeza e calibração de sensores.

Apresenta-se seguidamente uma descrição das principais características dos equipamentos que

constituem uma estação automática com teletransmissão.

2.1 – REGISTADOR DE DADOS O registador de dados é o cerne de uma estação automática pois é o elemento responsável pela

leitura dos sensores e armazenamento de dados. As suas principais características técnicas

são:

- Porta RS-232 para ligação a PC e a Modem.

- Elevada capacidade de memória – capacidade para armazenar cerca de 100.000

valores.

- Permite alguns cálculos estatísticos.

- Backup de memória de programas e dados.

- Modo de funcionamento de baixo consumo.

- Teclado com visor – permite operações de configuração de parâmetros e visualização

de dados.

- Capacidade de se auto-reprogramar em função dos valores de entrada – podem ser

definidos diferentes ritmos de amostragem e de armazenamento dependentes das

leituras dos sensores.

- Capacidade de emitir alarmes para a central de comando.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig. 2 - Registador de dados

2.2 – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO E PROTECÇÕES O sistema de alimentação é constituído por um painel solar e uma bateria. Está dimensionado

de modo a garantir o funcionamento da estação automática durante, pelo menos, seis dias sem

sol .

Consumo/dia (Ah/dia)Estações

c/ GSM s/ GSM dias sem solUdométrica 0,58 0,1 12Hidrométrica 0,41 0,2 14Hidrométrica com Qualidade da Água 2,81 2,19 6Meteorológica 0,71 0,17 10

Fig. 3 - Tabela de consumos por tipo de estação

Todo o sistema possui um modo de funcionamento de baixo consumo:

- O registador de dados possui consumo zero entre operações de leitura ou transmissão

de dados.

- Os sensores apenas são activados no momento de leitura. Deste modo não há consumo

entre leituras.

- O modem é o elemento que possui consumo mais elevado. No entanto, tem um modo

de funcionamento de baixo consumo quando não está em transmissão.

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Fig. 4- Painel solar e Bateria

As estações automáticas possuem um conjunto de protecções contra sobretensões e descargas

atmosféricas. Todos os cabos de entrada dos sensores, do painel solar e da antena GSM são

blindados e possuem ligações à terra.

2.3 - SISTEMA DE TELETRANSMISSÃO O sistema de teletransmissão adoptado foi o GSM, comunicações móveis, por ser aquele que

garante maior fiabilidade na transmissão dos dados. Foram efectuados testes utilizando rede

fixa e rede móvel; verificou-se que na rede fixa a taxa de avarias era elevada – linhas

avariadas devido a tempestades, actos de vandalismo sobre os cabos das linhas telefónicas,

ruído nas linhas, entre outras. Na comunicação móvel os problemas atrás descritos não se

verificam por ser uma comunicação “sem fios”, o que aumenta a fiabilidade das

comunicações. No entanto, nalguns pontos onde não foi possível garantir cobertura GSM foi

instalada rede fixa, como pro ex. nestação hidrométrica do Pulo do Lobo.

Fig. 5 - Modem GSM com cartão SIM e antena

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Os principais problemas registados nas comunicações foram: cobertuta fraca e perda temporária de

rede GSM. Para obviar estes problemas foram instaladas antenas GSM de alto ganho e, no segundo

caso, foi implementada uma função de reset ao modem, no registador de dados.

As comunicações GSM no período de cheias são mais frequentes, sendo realizadas pela central de

comando uma média de 75.000 chamadas por mês; esta média baixa para aproximadamente

60.000/mês fora desse período. A fiabilidade das comunicações GSM é elevada, não se registando

congestionamentos, mesmo em épocas de grande tráfego na rede GSM, como o Natal e final do ano.

Existem cerca de 10 estações automáticas a funcionar em Roaming; são estações situadas junto à

fronteira onde a rede GSM espanhola é mais forte.

2.4 - ARMÁRIO AMBIENTAL O armário ambiental é uma caixa metálica estanque, com protecção IP65, que abriga o

registador de dados, o modem GSM, a bateria, o sistema de protecções e todos os cabos que

ligam ao registador de dados.

Fig. 6 - Armário Ambiental

2.5 ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA As estações hidrométricas destinam-se a medir a altura da água num determinado ponto do rio

ou numa albufeira. A medição é efectuada com uma sonda de pressão. Este sensor é

mergulhado na água e permanece estático, medindo a pressão que a água exerce sobre ele e

convertendo-a em altura da coluna de água. É um sensor robusto e com uma precisão elevada.

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Fig. 7 – Sonda de Pressão 2.6 – ESTAÇÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA E HIDROMÉTRICAS As estações de qualidade da água e hidrométricas são constituídas por uma sonda

multiparâmetro que efectua a medição de alguns parâmetros físico-químicos da água e por

uma sonda de pressão. A sonda multiparâmetro mede temperatura, condutividade, oxigénio

dissolvido, pH e turbidez.

Fig. 8 - Sonda multiparâmetro

2.7 – ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS, UDOMÉTRICAS E METEOROLÓGICAS FLUTUANTES

As estações udométricas medem precipitação, direcção do vento e velocidade do vento. As

estações meteorológicas medem precipitação, direcção e velocidade do vento, temperatura do

ar, humidade relativa, radiação solar, evaporação e temperatura da água da tina

evaporimétrica. As estações meteorológicas flutuantes estão instaladas numa plataforma

flutuante no espelho de água de algumas albufeiras do sul do país e medem todos os

parâmetros medidos nas estações meteorológicas mais os seguintes: direcção e velocidade do

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vento a 5 e 8 metros de altura, vento vertical, pressão, temperatura da água da albufeira às

profundidades 5, 10, 15 e 20 metros.

Fig. 9 - Sensores de Direcção e Velocidade do Vento, colocados a 2m de altura do solo

Fig. 10 - Sensor de Temperatura e

Humidade Relativa

Fig. 11- Sensor de Radiação Solar

Fig. 12-Tina evaporimétrica e sensor de

evaporação

Fig. 13-Sensor de velocidade do vento

vertical

Fig.14- Udómetro e o seu interior

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2.8 - FOTOGRAFIAS DE ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS DO SVARH

As estações udométricas estão situadas em locais expostos sem obstáculos em altura e

ocupam uma área vedada de 2.5 x 2.5 m.

Fig. 15 – Estação udométrica

As estações meteorológicas estão situadas em locais expostos sem obstáculos em altura e

ocupam uma área vedada de 5 x 5 m.

Fig. 16 – Estação meteorológica

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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As estações meteorológicas flutuantes estão instaladas em plataformas flutuantes com 30 m2

de área, no espelho de água de algumas albufeiras do sul do país de forma a medir efeitos

microclimáticos induzidos pela massa de água. A jangada é fixa por meio de cabos com poitas

assentes no fundo da albufeira.

Fig. 17 – Estações meteorológicas flutuantes

Fig. 18 - Estação Hidrométrica e de Qualidade da Água

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig. 19 - Estações Hidrométricas

2.9- MANUTENÇÃO O equipamento instalado nas estações está preparado para funcionar em contínuo sem

necessidade de vigilância.

A manutenção preventiva das estações está dependente de vários factores, tais como a

qualidade da água. Este é um dos factores que condiciona grandemente o intervalo de tempo

entre duas manutenções preventivas nas estações de qualidade da água. Desta forma,

analisados os factores que afectam o funcionamento das estações, estabeleceu-se um intervalo

de tempo entre cada manutenção, para cada tipo de estação:

Estações hidrométricas – 3 meses

Estações de qualidade da água – 1 mês

Estações meteorológicas – 1 mês

Estações udométricas – 3 meses

Todas as estações são sujeitas a uma manutenção geral que é comum a todos os tipos de

estações, que inclui a limpeza de sensores, recolha de dados e limpeza do local onde se

encontra a estação. As acções de manutenção incluem o preenchimento de uma ficha de

manutenção com todos os dados relevantes para a análise dos dados armazenados pela estação

automática. Anexam-se a este documento algumas ficha de manutenção. Para além desta

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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manutenção base, cada tipo de estação tem uma manutenção específica. Durante estas

manutenções, por vezes, torna-se necessário proceder à substituição do equipamento, devido a

avaria ou vandalismo.

Estações hidrométricas – estas estações têm um sensor muito robusto, pelo que a manutenção

preventiva não necessita de ser efectuada em intervalos muito curtos. Nestas estações dá-se

especial atenção à leitura do sensor, verificando se coincide com a leitura da escala

hidrométrica. Quando necessário o sensor pode ser recalibrado utilizando um equipamento

próprio.

Fig. 20 - Equipamento para calibrar o sensor de pressão

Estações de qualidade da água – a manutenção neste tipo de estações é realizada

mensalmente, pois a sonda multiparâmetro é constituída por sensores muito sensíveis que

necessitam de uma manutenção mais frequente. Estas estações têm uma manutenção mais

demorada, pois é necessário verificar a medição dos sensores através dos valores registados

com o Kit de calibração. Sempre que for necessário, a sonda multiparâmetro pode ser

calibrada em laboratório. Neste caso, na visita de manutenção a sonda é substituída por outra,

garantindo-se deste modo o funcionamento ininterrupto da estação.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig. 21 - Kit de calibração para os sensores de oxigénio dissolvido, pH, condutividade e

temperatura da água

Fig. 22 – Kit de calibração da turbidez

Estações meteorológicas – as manutenções neste tipo de estações estão directamente

relacionadas com a zona onde se encontra instalada a estação. Tratando-se de uma zona em

que durante o período de verão a temperatura atinja valores muito elevados, a manutenção é

feita com intervalos de 15 dias, para evitar que a tina evaporimétrica fique sem água. Durante

a manutenção é dada especial atenção ao sensor de precipitação, pois entope facilmente.

Estações Udométricas – são estações que não necessitam de uma manutenção muito apertada,

tendo como único ponto crítico o sensor de precipitação, pois entope facilmente.

3 – PROCESSAMENTO CENTRAL Os dados armazenados pelo registador de dados em cada uma das estações automáticas do

SVARH, são transferidos para o INAG através da aplicação Gealog para Windows, com

comunicação GSM. Cada estação possui, ligado ao registador de dados, um modem GSM

com um cartão SIM para transmissão de dados. Através de GSM o Gealog para Windows

“dialoga” com a estação e faz a recolha dos dados.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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A transferência dos dados para o INAG, o seu armazenamento e posterior disponibilização,

têm por base a execução de múltiplos processos, que são executados automáticamente e em

intervalos de tempo definidos pelo gestor do SVARH. A intervenção de um operador apenas é

necessária quando ocorre alguma avaria no sistema.

Para uma melhor compreensão do funcionamento do SVARH, é apresentado no próximo

ponto um esquema e uma descrição sumária dos processos que constituem o SVARH.

3.1 - PROCESSOS QUE CONSTITUEM O SVARH No diagrama representado na figura 23 encontram-se representados todos os processos que

constituem o SVARH.

DIAGRAMA DE PROCESSOS DE SOFTWARE DO SVARH

RegistadorGealog

Gealogpara

WindowsINAG32 GFiltro

CPPE

server

Base deDados

ZEUSGeraUlt

CPPE Script

Rios Server

Nível 4

LEGENDA:

Processo em tempo-real

Processo off-line

LeCPPE

Rios6

1.1

1.4

2.1 2.2 2.3

3.3

3.4

4.1

4.2

4.4

4.5

1.2Autómato

doMaranhão

CHT

server

1.3

Nível 1 Nível 2

2.4

Maranhão

2.5

Pmaran

3.5CHT Script

Pspain

4.3Geramed

Base deDados

G960

3.1

3.2

Fig. 23 - Esquema dos processos que compõem o SVARH

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Nível 1: processos situados fora do INAG para aquisição de dados

1.1 Registador de dados Gealog

Registador de dados ligado aos sensores hidrometeorológicos e de qualidade da água, com modem

GSM, para teletransmissão e sistema de alimentação. (ver cap. 2 para uma descrição mais completa)

1.2 Autómato de uma hidroagícola piloto do Maranhão

Autómato programável que regista parâmetros hidráulicos e mecânicos da barragem do Maranhão.

São disponibilizados os seguintes parâmetros: Nível da albufeira, posição da comporta na TARI,

caudal no caudalímetro, Caudal turbinado, caudal na TARI.

1.3 Servidor de dados CHT- Confederação Hidrográfica do Tejo

Disponibiliza ficheiros ASCII com dados de estações udométricas e de albufeiras pertencentes à bacia

do Tejo espanhol. A frequência da disponibilização dos ficheiros é horária.

1.4 Servidor de dados da CPPE

Disponibiliza ficheiros ASCII com a situação das albufeiras das barragens exploradas pela CPPE

(Grupo EDP). Os parâmetros disponibilizados são: cota, volume, caudal afluente, caudal turbinado e

caudal descarregado.

Nível 2: processos para aquisição de dados

2.1 Gealog para Windows

Software de interrogação em tempo-real ou off-line das estações automáticas. Permite parametrizar

completamente o registador quer local (por cabo série) quer remotamente (por modem).

Para cada estação é definido, pelo gestor do SVARH, um conjunto de parâmetros, de onde se

destacam:

- intervalo de interrogação – frequência com que o software faz uma chamada para uma estação,

para recolha de dados. A frequência de interrogação numa situação normal é horária para qualquer

tipo de estação, podendo aumentar até aos cinco minutos, dependendo da situação.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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- níveis de alarme – é possível definir mais dois intervalos de interrogação, condicionados pelos

valores que são medidos pelos sensores. Assim, caso ocorra um valor anómalo o software pode

aumentar a frequência de interrogação de uma estação automaticamente.

O Gealog para Windows faz a gestão dos alarmes enviados pelas estações automáticas. Tal como

descrito no ponto 2.1, a estação tem capacidade de emitir, para um número telefónico definido na sua

memória, a ocorrência de um alarme. Em resposta a esta notificação a aplicação faz de imediato uma

chamada para essa estação, para recolha de dados.

Os parâmetros definidos no registador de dados estão também armazenados no PC que faz a

interrogação das estações automáticas, sendo deste modo possível ler correctamente os dados que são

transferidos da estação. O software tem a capacidade de emular o registador de dados, o que permite

alterar os parâmetros de qualquer estação remotamente.

2.2 INAG32

Módulo de conversão em tempo-real do formato dos dados do Gealog para Windows para ASCII. Esta

aplicação funciona em conjunto com o Gealog para Windows. Sempre que o esta aplicação efectua

uma chamada para uma estação e actualiza os dados, o INAG32 processa automaticamente os dados

dessa estação e cria um ou mais ficheiros ASCII com esses dados.

Na aplicação INAG32 pode-se definir o nome do ficheiro de cada estação. Geralmente dá-se o nome

que a estação tem no Gealog para Windows. Pode-se também definir o nº de dias que os ficheiros de

saída contêm. O programa vai apagando os dados mais antigos, de forma que os ficheiros têm sempre

os últimos n dias de dados. Geralmente usa-se o valor de 3 dias, porque se o computador parar durante

um fim-de-semana ou um feriado, ao reiniciar, consegue-se recuperar todo o período em que esteve

inactivo.

2.3 GFiltro

Converte os ficheiros ASCII resultantes do módulo INAG32 no formato do SVARH e coloca na base

de dados, em tempo-real. Esta aplicação funciona em conjunto com a Gealog para Windows e com a

INAG32. O GFIltro processa os ficheiros do INAG32 e gera os ficheiros diários da base de dados do

SVARH.

2.4 Maranhão

Software de interrogação em tempo-real do autómato da barragem do Maranhão.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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2.5 Pmaran

Converte os ficheiros ASCII do formato dos dados do Maranhão para o SVARH, em tempo-real.

Nível 3: processos a correr no servidor

3.1 Zeus- Servidor Unix

Neste servidor são executados diversos processos que se descrevem seguidamente. Os dados das

estações automáticas do SVARH são armazenados neste servidor, para posterior consulta através da

aplicação Rios, utilizando o protocolo FTP para transferência de dados.

3.2 G960 Servidor Windows

Neste servidor são executados diversos processos que se descrevem seguidamente. Os dados das

estações automáticas do SVARH são também armazenados neste servidor, para posterior consulta

através da aplicação Rios, utilizando o protocolo HTTP. Neste servidor está igualmente instalado um

gateway de SMS e um modem GSM, para envio de alarmes das estações automáticas por SMS. É

igualmente possível enviar os alarmes ocorridos por correio electrónico.

3.3 CPPE Script

Script de UNIX para transferir os dados do servidor da CPPE, através do protocolo de transferência de

dados FTP. Este processo é executado de hora a hora. Os ficheiros transferidos por este Script são

posteriormente lidos e convertidos pela aplicação LeCPPE.

3.4 Server Rios

Aplicação servidora do programa "Rios". Componente de servidor da aplicação Rios, gera diariamente

e a cada 3 minutos os ficheiros necessários ao Rios para sincronização dos dados.

3.5 CHT Script

Script de UNIX para transferir os dados do servidor da CHT, através do protocolo de

transferência de dados FTP. Este processo é executado de hora a hora. O ficheiro resultante

desta transferência é posteriormente lido e convertido pela aplicação Pspain.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Nível 4: processos sobre a base de dados

4.1 LeCPPE

Aplicação que lê os ficheiros vindos da CPPE e os formata e insere na base de dados do SVARH.

4.2 GeraUlt

O GeraULT percorre todos os ficheiros diários gerados pelos processos descritos no nível 2, e compõe

os .ULT com a última linha de cada ficheiro. Os ficheiros .ULT são lidos pela aplicação “Rios” para a

disponibilização dos dados mais recentes.

4.3 GeraMed

Aplicação que gera em tempo-real ou off-line ficheiros de médias até 24 horas. O cálculo da

média é efectuado sobre as variáveis nível hidrométrico e caudal. Os ficheiros gerados por

esta aplicação são utilizados por modelos de previsão hidrológica e para a gestão do

funcionamento da Central Termo-eléctrica do Pego.

4.4 Rios 6

Aplicação para visualização dos dados em tempo-real em ambiente Windows. Permite aceder às bases

de dados dos servidores. Acede por FTP à base de dados do servidor UNIX Zeus e por HTTP ao

servidor Windows G960 (Ver capítulo 4).

3.2 - CENTRAL DE COMANDO DO SVARH

Alguns dos processos descritos anteriormente são executados em PC’s da Central de Comando do

SVARH.

A central de comando do SVARH é composta por três PCs em Rack, um servidor Windows, dois

PC’s desktop, modems GSM, sistema de videoconferência, projector de vídeo, televisor e

vídeogravador VHS e sistema de backup de alimentação.

Dois dos PCs em Rack têm instaladas as aplicações Gealog para Windows, INAG32 e Gfiltro, e estão

dedicados à interrogação das estações automáticas do SVARH. Um dos PC’s interroga as estações

automáticas das grandes bacias (Tejo, Guadiana, Douro, etc), e o outro as pequenas bacias ( Vouga,

Sorraia, Lima, Trancão, etc). Cada PC está ligado a 4 modems GSM para que se possam efectuar

comunicações simultâneas para várias estações.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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O terceiro PC em rack faz o processamento dos dados - Gerault, LeCPPE, Geramed - que são

disponibilizados pelo Gealog para Windows, transformando-os no formato da aplicação de consulta

Rios.

Fig. 24 - Central de Comando – computadores em Rack, sofware Gealog para Windows.

O equipamento de videoconferência permite efectuar reuniões virtuais com entidades como o Serviço

Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, Instituto de Meteorologia, Confederações Hidrográficas do

Tejo, Douro e Guadiana (Espanha), entre outras entidades intervenientes na gestão de uma situação de

risco.

Todos os equipamentos da Central de comando estão ligados a uma UPS com capacidade de 5 KVA e

ao barramento de emergência do INAG. Deste modo, garante-se que em caso de falta de energia o

sistema se mantém em funcionamento.

4 - DISPONIBILIZAÇÃO DOS DADOS - RIOS

O programa Rios é a aplicação que disponibiliza, em tempo-real, informação hidrometreorológica e de

qualidade da água recolhida pelas estações automáticas com teletransmissão, dados das albufeiras

geridas pela CPPE e alguns dados hidrometeorológicos espanhóis. São disponibilizados os seguintes

parâmetros:

i) estações hidrométricas – altura hidrométrica, caudal, cota.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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ii) estações de qualidade da água – temperatura, condutividade, oxigénio dissolvido, pH e

turbidez.

iii) albufeiras – cota, volume, caudal afluente, caudal efluente.

Os dados das estações automáticas são armazenados em dois servidores do INAG – Zeus e G960;

através da aplicação Rios e com um acesso à Internet é possível aceder a um destes servidores para a

consulta dos dados. O início de uma sessão do Rios é feito mediante uma autenticação de utilizador e

palavra-passe.

Para cada utilizador é definido um conjunto de permissões: bacias e distritos a que pode aceder,

possibilidade de guardar os dados localmente, possibilidade de ser notificado em caso de alarme. Estas

definições são efectuadas pelo gestor da aplicação Rios, podendo ser alteradas sempre que for

necessário.

Fig. 25 - Página inicial do Rios

4.1 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS Portugal encontra-se dividido em bacias hidrográficas (Sotavento, Barlavento, Arade, Mira, Guadiana,

Sado, Rib. Alentejo, Tejo, Oeste, Lis, Mondego, Vouga, Douro, Ave, Lima e Cávado), e em Distritos.

A informação disponibilizada nos Distritos é sintetizada, permitindo apenas tomar conhecimento do

estado de alerta em que se encontram as estações pertencentes ao Distrito seleccionado.

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig 26 – Navegação por distritos

4.2 - NAVEGAÇÃO POR BACIAS

Ao seleccionar uma bacia, tem-se acesso a uma representação esquemática do rio principal e alguns

dos seus afluentes. Estas páginas possuem uma configuração pré-definida: caixas com os dados das

estações automáticas com teletransmissão pertencentes a essa bacia, hiperligações para outras bacias e

coluna do lado direito com um pequeno mapa de Portugal divido por bacias hidrográficas, tal como é

ilustrado na fig. 27.

Fig. 27 - Representação esquemática do rio Tejo, com as estações automáticas

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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O programa rios possui diversas funcionalidades:

- representação gráfica das diferentes variáveis hidrometeorológicas e de qualidade da água.

- acesso às imagens de satélite da MeteoFrance, bem como às previsões do Instituto de

Meteorologia.

- elaboração de relatórios sinópticos e históricos das estações automáticas, em HTML. Isto permite

uma maior flexibilidade na formação dos relatórios.

- Podem ser definidos dois níveis de alarme - amarelo e vermelho - para cada variável. Sempre que

ocorre um alarme numa estação, o símbolo e a bacia a que pertence a estação mudam para a cor do

alarme

- disponibiliza informação histórica da estação, por ex. registos de cheias ocorridas, estradas que

ficam cortadas a uma determinada cota.

- Disponibiliza informação sobre as características das barragens – Volume máximo, caudal

turbinado máximo, NPA, etc.

- Permite fazer filtragem por tipo de estação que se pretende visualizar. Esta funcionalidade

permite, por exemplo, que um operador que está a fazer o acompanhamento de uma situação de

cheia visualize no Rios apenas as estações hidrométricas e de precipitação.

Fig. 28 - Perfil da Albufeira de Castelo de Bode e da estação hidrométrica do Tramagal

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig. 29 - Gráfico Fig. 30 – Imagem de Satélite

Fig. 31 - Ilustração de duas bacias em alarme – amarelo e vermelho, juntamente com a estação que está em alarme

O programa Rios participou no Concurso de Software 2003 da Microsoft, tendo recebido o 3º

Prémio na categoria de Gestão.

4.3 - RIOS MOBILE A introdução de mobilidade no Rios surge como resposta à necessidade dos técnicos efectuarem a

gestão de situações de risco, independentemente do local onde se encontram. Deste modo, num local

remoto sem recorrer a computadores, modems etc., é possível aceder aos dados de qualquer estação do

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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SVARH, analisar uma situação particular e verificar os alarmes ocorridos. O Rios mobile transforma-

se numa ferramenta de gestão de cheias e de acidentes de poluição da água “sem fios”, utilizando as

comunicações móveis GPRS. A utilização do GPRS possibilita uma transferência mais rápida da

informação – até 19.2 Kbps.

Fig. 32 – Entrada no Rios

Fig. 33 – Página Inicial do Rios Mobile

Rios versão Pocket PC Phone Edition possui as mesmas funcionalidades do Rios para PC. Existem

apenas algumas alterações: intervalo de tempo para a representação gráfica dos dados é mais reduzido,

os perfis esquemáticos dos rios são visíveis apenas visualização dos dados de várias estações em

simultâneo.

Fig. 34 - Representação

Esquemática do Rio Tejo

Fig. 35 - Perfil esquemático de

uma estações hidrométrica

Fig. 36 – Perfil esquemático de

uma albufeira

SVARH – Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

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Fig 37 – Gráficos