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MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E SOBRE NASCIDOS VIVOS: POTENCIALIDADES DE USO NA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO Por Haroldo Lopes dos Santos Dissertação apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz, com vistas à obtenção do título de Mestre em Saúde Pública. Orientador: Profº Miguel Murat Vasconcellos Rio de Janeiro, setembro de 2001

MINISTÉRIO DA SAÚDEHumberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta difícil empreitada; À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha Patricia,

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Page 1: MINISTÉRIO DA SAÚDEHumberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta difícil empreitada; À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha Patricia,

MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E SOBRE NASCIDOS VIVOS: POTENCIALIDADES DE USO NA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

Por

Haroldo Lopes dos Santos

Dissertação apresentada à Escola Nacional de Saúde

Pública/Fundação Oswaldo Cruz, com vistas à obtenção do título de

Mestre em Saúde Pública.

Orientador: Profº Miguel Murat Vasconcellos

Rio de Janeiro, setembro de 2001

Page 2: MINISTÉRIO DA SAÚDEHumberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta difícil empreitada; À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha Patricia,

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Hilda (in memorian) e Waldemar (in memorian),

como retribuição a tudo que puderam me oferecer em vida;

Aos meus irmãos Hamilton, Hélio, Hilton, Homero, Valdete,

Humberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta

difícil empreitada;

À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha

Patricia, pelo carinho e pela paciência dispensada ao longo dessa

caminhada e a quem dedico parte deste trabalho;

Aos meus sogros Noemia e João, que através de suas crenças

religiosas sempre oraram para que chegasse ao final deste projeto.

Aos meus cunhados João Carlos, Luis Henrique, Alice

Margarida, Márcia, Lenita e José Francisco, pelo orgulho que sentiram e

pelo apoio dispensado.

Ao meu amigo e orientador professor Miguel, que ao longo desta

orientação demonstrou sua competência e paciência, apresentando

sempre sugestões magníficas;

À minha amiga e professora Ilara, pela participação na Banca

Examinadora, além de ser uma referência para os que se dedicam ao

estudo das Informações em Saúde;

Ao meu amigo e professor Roberto Medronho pelo grande

estímulo para que eu fizesse o Mestrado e por participar na Banca

Examinadora;

À minha amiga e professora Margareth Portela, que indicou os

caminhos para que eu desse os primeiros passos dentro da ENSP;

Às professoras Rejane Sobrino e Eliana Labra por aceitarem

participar na Banca Examinadora;

Ao meu amigo Carlos Leal a quem dedico a outra parte deste

trabalho e que, junto com nosso amigo João Orban, compartilharam das

minhas angústias e alegrias ao longo do Mestrado;

Às minhas amigas Ângela Cascão e Teresa Cravo e a toda

equipe do DDV, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, meus

II

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sinceros agradecimentos, pela presteza com que sempre me trataram,

fornecendo as informações necessárias sobre o SIM e SINASC;

À todos os docentes e meus colegas da ENSP, em especial

Tânia, Isabela e Valéria, que ajudaram de uma forma ou outra na

construção desta dissertação;

Aos meus colegas do DATASUS e do CENEPI que ajudaram

com incentivos e idéias para enriquecimento deste trabalho;

Ao povo trabalhador brasileiro que tem no SUS sua única

alternativa de acesso aos serviços de saúde.

III

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A tecnologia revela o modo de

proceder do homem para com a natureza,

o processo imediato de produção de sua

vida e assim elucida as condições de sua

vida social e as concepções mentais que

delas decorrem.

(Karl Marx, O Capital)

IV

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RESUMO

O setor saúde conta com um acervo invejável de registros

administrativos e epidemiológicos, coletados e disponibilizados para

acesso público, cobrindo as mais variadas áreas de atenção à saúde

pública, contribuindo de forma decisiva para o processo de gestão,

planejamento e controle social no SUS.

Uma das preocupações dos gestores da saúde, em relação a

esse acervo de registros, relaciona-se com as possibilidades de maior

aproximação entre o momento em que os eventos em saúde ocorrem e o

processo de tomada de decisão. A investigação do teor dessas

possibilidades conduziu este estudo a analisar as potencialidades das

Tecnologias da Informação como uma das reais alternativas para

solucionar parte dessas preocupações.

O campo de abrangência deste estudo está relacionado com a

gestão do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema

de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) que se processa na

Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Assim, a análise das

possibilidades de uso das Tecnologias de Informação vinculou-se àquelas

que possam contribuir para agilizar o processo de registro de óbitos e

nascidos vivos e favorecer a aproximação efetiva entre o tempo de acesso

a esses dados e o planejamento e tomada de decisão que ocorrem

naquela Secretaria.

Palavras chaves: Tecnologias da Informação, Informações sobre

Mortalidade e Informações sobre Nascidos Vivos.

V

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ABSTRACT

The healthy department counts with an envyble pile of

administrative and epidemics registers collected and available for the public

access, covering the most variable areas of public health attention,

contributing in a decisive way for the progress of the management, planning

and social control at SUS.

One of the health manager’s worries, related to this pile of

registers, is related with possibilities of high approximation between the

moment that the health events are going through and the decision outlet

process. The investigation of the content of these possibilities make for this

studding to analyze the potentially of the Information Technologies, as one

of the real alternatives to solve part of these worries.

The inclusion field of this study is related with the system

information of Mortality management and the system information about live

births, that process at the Secretariat Region the healthy of Rio de Janeiro.

This way, the analyze of the use of information technologies possibility it

entailed to those, that can contribute to hasten the death’s register and live

births´s process, and favor the effective approximation between the time of

access of these data, the planning and decision outlet process that occur in

that Secretary.

Key words: Information Technologies, Information about

mortality and information about borned alive.

VI

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I......................................................................................................... 12

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12

OBJETIVOS ....................................................................................................... 15

JUSTIFICATIVAS ............................................................................................. 15

CAPITULO II ....................................................................................................... 20

INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E NASCIMENTO ..................... 20

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM) ................ 23

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC) ..... 37

CAPÍTULO III...................................................................................................... 45

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO – TI ...................................................... 45

REDES DE COMUNICAÇÃO DE DADOS ..................................................... 49

PADRÕES E NORMAS..................................................................................... 63

DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES ..................................................... 69

BANCO DE DADOS.......................................................................................... 78

CAPÍTULO IV ...................................................................................................... 88

MATERIAL E MÉTODO .................................................................................. 88

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO (SES/RJ)... 91

CAPÍTULO V...................................................................................................... 104

RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES............................................................ 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 112

VII

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RELAÇÃO DAS FIGURAS:

Figura 1 - Fluxo da Declaração de Óbitos (DO)

Figura 2 - Complexidade crescente das TI e o SIM

Figura 3 - Diagrama Entidade-Relacionamento do SIM

Figura 4 - Fluxo da Declaração de Nascidos Vivos (DN)

Figura 5 - Complexidade crescente das TI e o SINASC

Figura 6 - Diagrama Entidade-Relacionamento do SINASC

Figura 7 - Estrutura de endereço na web

Figura 8 - Interação cliente/servidor na Internet

Figura 9 – Uso do TABNET e TABWIN para gerar um mapa da mortalidade

infantil.

Figura 10 - Exemplo da estrutura de um documento XML

Figura 11 - Exemplo de herança e de polimorfismo

Figura 12 - Arquitetura Cliente/Servidor

Figura 13 - Estrutura de representação do SIG

Figura 14 – Gerência do SIM e SINASC na SES/RJ

Figura 15 - Figura 15 – Proposta de implementação de novas TI no SIM e

SINASC

RELAÇÃO DAS TABELAS:

Tabela 1 – Grupo de Dados da DO

Tabela 2 - Grupo de Dados da DN

Tabela 3 – Atividades do DDV na gerência do SIM e SINASC

Tabela 4 – Situação Atual da Descentralização do Sim no Estado do Rio de

Janeiro

Tabela 5 – Municípios onde o SIM foi descentralizado em 2001 no Rio de

Janeiro

Tabela 6 – Municípios onde o SIM está em processo de descentralização

em 2001 no Rio de Janeiro.

Tabela 7 – Potencialidades no uso das informações

Tabela 8 – Indicadores de saúde

Tabela 9 – Óbitos e Nascidos Vivos no Brasil (em 1998)

VIII

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RELAÇÃO DOS ANEXOS:

Anexo 1 – Modelo atual da Declaração de Óbito (DO)

Anexo 2 – Modelo atual da Declaração de Nascido Vivo (DN)

Anexo 3 - Tabela de Variáveis da Declaração de Óbito (DO)

Anexo 4 - Tabela de Variáveis da Declaração de Nascido Vivo (DN)

Anexo 5 – RESOLUÇÃO Nº 1076/SES DE 29 DE JANEIRO DE 1996

Anexo 6 – RESOLUÇÃO Nº 1078/SES DE 29 DE JANEIRO DE 1996

Anexo 7 – PORTARIA N o 474, DE 31 DE AGOSTO DE 2000.

Anexo 8 – PORTARIA Nº 475, DE 31 DE AGOSTO DE 2000.

IX

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ABREVIATURAS ABRASCO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE

COLETIVA

CBCD CENTRO BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS

CENEPI CENTRO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA

CID CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E

PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE

CORBA COMMON OBJECT REQUEST BROKER ARCHICTURE

CPD CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS

CSS CASCADING STYLE SHEET

DATASUS DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS

DCOM DISTRIBUTED COMPONENT OBJECT MODEL

DER DIAGRAMA ENTIDADE-RELACIONAMENTO

DFD DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS

DN DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO

DO DECLARAÇÃO DE ÓBITO

DOS DISK OPERATION SYSTEM

ENSP ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

EPIRIO/98 IV CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA (1998)

FESP FUNDAÇÃO SAÚDE PÚBLICA

FTP FILE TRANSFER PROTOCOL

FUNASA FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

GEVIMS GRUPO DE ASSESSORIA EM ESTATÍSTICAS VITAIS

GM GABINETE DO MINISTRO

GTISP GRUPO TÉCNICO DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE E POPULAÇÃO

HL7 HEALTH LEVEL 7

HTML HYPERTEXT MARK-UP LANGUAGE

HTTP HYPERTEXT TRANSFER PROTOCOL

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E ESTATÍSTICA

IML INSTITUTO MÉDICO LEGAL

INAMPS INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA

SOCIAL

IRC INTERNET RELAY CHAT

LAN LOCAL AREA NETWORK

MS MINISTÉRIO DA SAÚDE

NNTP NET NEWS TRANSFER PROTOCOL

NOB NORMA OPERACIONAL BÁSICA

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

OO ORIENTAÇÃO A OBJETO

X

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OPAS ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE

P&D PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

PC PERSONAL COMPUTER

PDA PERSONAL DIGITAL ASSISTANT

POP POST OFFICE PROTOCOL

RIPSA REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE

SAD SISTEMA DE APOIO À DECISÃO

SCB SELEÇÃO DE CAUSA BÁSICA

SES SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

SGBD SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS

SIG SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

SIM SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE

SINAN SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE AGRAVOS DE NOTIFICÁÇÃO

SINASC SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS

SIS SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE

SMS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

SMTP SIMPLE MAIL TRANSFER PROTOCOL

SQL STRUCTURED QUERY LANGUAGE

SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

SVO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO

TCP/IP TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL / INTERNET PROTOCOL

TI TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO

UA USER AGENT

UML UNIFIED MODELING LANGUAGE

URL UNIFORM RESOURSE LOCATOR

WAP WIRELESS ACESS PROTOCOL

WIMP WINDOWS ICONS MENUS POINTING

WWW WORLD WIDE WEB

XML EXTENSIBLE MARK-UP LANGUAGE

XI

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CCAAPPÍÍTTUULLOO II

INTRODUÇÃO

A organização e coordenação do Sistema de Informações em

Saúde - SIS, nos três níveis de gestão do Sistema Único de Saúde –

SUS, federal, estadual e municipal, passou a ter novas atribuições, e em

particular no nível estadual onde, segundo o art. 17, item XIV da Lei

8080/90, cabe "... o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos

indicadores de morbidade, mortalidade no âmbito da unidade federada”.

Essa disposição legal aponta para uma nova prática integradora no

desenvolvimento dos sistemas de informações em saúde e revê as

atribuições das secretarias estaduais de saúde, que passam a exercer

um papel de articulação de um SIS-Estadual, conforme preconiza a

Norma Operacional Básica de 1996 (NOB/96) em referência ao papel da

gestão, no âmbito estadual, do Sistema Único de Saúde – SUS, o mais

importante e permanente papel do estado é ser o promotor da

harmonização, da integração e da modernização dos sistemas

municipais, compondo, assim, o SUS-Estadual, afirmando em seguida

que dispor de informação informatizada é um requerimento

imprescindível para constituição de sistemas de apoio logístico e de

atuação estratégica (Ministério da Saúde, 1996).

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Entretanto, essa lógica integradora vem encontrando

dificuldades para prevalecer, seja devido à lógica fragmentadora da

realidade, o que refletia uma racionalidade na qual o Estado brasileiro

responde, através de seu aparato institucional, às demandas e crises

colocadas pela sociedade (Moraes, 1994:13), seja devido à lógica

verticalizada e centralizada de funcionamento dos programas de saúde.

Além disso, o processo de automação dos sistemas de

informações em saúde, valeu-se de tecnologia calcada em arquiteturas de

sistemas centralizados, onde o processamento de dados era feito nos

“clássicos” CPD – Centro de Processamento de Dados, onde a concepção

era o acúmulo dos dados, com pequena utilização para o apoio à decisão e

poucas informações integradas para dar conta da complexa situação de

saúde nas diferentes regiões do país (Fundação Nacional de Saúde,

1998).

Segundo Moraes & Santos (1999), pode-se encontrar as raízes

históricas da centralização dos sistemas de informações em saúde,

durante uma nova etapa de desenvolvimento do capitalismo no Brasil, a

partir da década de 30, quando a concentração do poder político-

administrativo se coloca como estratégia para organização do estado

nacional, tendo como conseqüência uma lógica intervencionista que irá

instrumentalizar as práticas do governo central. Ainda, Moraes & Santos

(1999), observam que analisando as origens de cada uma das bases de

informações que vêm sendo montadas e desmontadas, ao longo da

história dos sistemas de informações, percebem-se claramente os

diferentes enfoques e interesses que pretendem instrumentalizar em cada

momento específico.

Dessa forma, o próprio processo de articulação do SIS, será

influenciado por essa prática sanitária, enfatizando os sistemas de

informações norteados pela lógica contábil, quantitativa e centralizadora,

características marcantes nos sistemas de informações, estruturados pelo

extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

(INAMPS), além dos sistemas de Informações organizados pelo Ministério

da Saúde, orientados para uma racionalidade campanhista e voltados para

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o controle de determinados agravos ou grupo de risco, caracterizados pela

centralização do processamento dos dados (Moraes, 1994). Essa prática

sanitária, segundo essa mesma autora, configura a realidade com que as

secretarias estaduais e municipais lidam frente ao SIS.

Analisa-se, no presente estudo, a experiência da Secretaria

Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ), na constituição de um SIS-

Estadual tomando como exemplo o Sistema de Informações sobre

Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

(SINASC). Assim, no Capítulo I apresenta-se os objetivos e as

justificativas.

No Capítulo II descreve-se, de forma detalhada, como estão

organizadas as Informações sobre Mortalidade e as Informações sobre

Nascidos Vivos no âmbito nacional, incluindo fluxo dos documentos de

coleta, tratamento e disponibilização dos dados e informações.

No Capítulo III, descreve-se os conceitos de Tecnologia da

Informação (TI), procurando analisá-los tendo como contexto à

funcionalidade do SIM e do SINASC.

Apresenta-se no Capítulo IV a metodologia desse estudo,

incluindo aspectos referente à gerência responsável pela gestão do SIM e

o SINASC e suas particularidades.

Por fim, aborda-se algumas considerações a respeito da TI e

suas potencialidades frente aos sistemas de informações em saúde, em

particular as informações sobre mortalidade e sobre nascido vivo. Nosso

intuito é fornecer elementos para o debate em torno do uso efetivo de TI

que possam contribuir para articular, segundo Vasconcellos (2000) os

processos de planejamento e de gestão da saúde, seja com os sistemas

de informações, seja com os indicadores existentes. Ainda, segundo este

autor, estão desarticulados o acompanhamento dos indicadores de saúde,

a gerência dos sistemas de informação e a monitoria dos processos de

planejamento e de gestão.

14

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OBJETIVOS

Este estudo se propõe alcançar o seguinte objetivo:

Analisar o impacto da utilização de recursos oriundos das novas

TI no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de

Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) voltados para o processo de

gestão e planejamento em saúde.

Para cumprir este objetivo geral, trabalhamos os seguintes

objetivos específicos:

Análise dos aspectos referentes ao fluxo da Declaração de

Óbito (DO) e da Declaração de Nascido Vivo (DN) quanto à sua

distribuição, coleta, processamento e a organização da base de dados;

Análise de novas TI no desenvolvimento de sistemas de

informações em saúde, abordando aspectos referentes à Rede de

Comunicação, Normas e Padrões, Armazenamento e Recuperação de

dados voltados para saúde;

Análise dos aspectos para gerência do SIM e SINASC na

SES/RJ;

JUSTIFICATIVAS

A abordagem envolvendo a temática "Sistema de Informações

em Saúde", tem importância significativa na constituição de políticas de

saúde, pois quando se concebem e utilizam de maneira adequada, os

sistemas de informações em saúde têm o potencial de produzir valiosa

informação clínica e administrativa orientada a gestão para o

funcionamento de serviços, programas e para a atenção do paciente

(OPAS, 1998: 1).

Balizada por essa importância, segundo (Moraes & Santos,

1998: 8), cresceu, nos últimos anos, de forma significativa, a massa crítica

em relação à situação das informações em saúde no Brasil. Para essas

autoras, a preocupação vem ao encontro da readaptação das funções do

Estado brasileiro a partir da Constituição de 88, resultando, para a saúde,

15

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na construção de nova ordem jurídico-administrativa, com o propósito de

organizar o Sistema Único de Saúde (SUS). Baseado nos princípios da

universalidade, eqüidade e integralidade, o SUS vem buscando aperfeiçoar

a gestão dos serviços de saúde no país e a própria organização do

Sistema, visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato

pelo atendimento das necessidades e demandas de saúde do seu povo e

das exigências de intervenções saneadoras em seu território (Brasil, 1996).

O resultado dessa discussão sobre os sistemas de informações em saúde

implica na revisão da lógica com que o Estado brasileiro se

instrumentalizou até então tanto no exercício de uma função igualizadora

abstrata quanto em uma prática fragmentadora do real. Essa prática

refletiu ou reflete a organização da maioria dos atuais sistemas de

informações em saúde, principalmente os que abrangem todo território

nacional, onde percebemos diferentes enfoques e interesses na

organização das informações em saúde (Moraes & Santos, 1998:4).

No V Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (1997), no IV

Congresso Brasileiro de Epidemiologia - EPIRIO/98 e no VI Congresso de

Saúde Coletiva (2000), os trabalhos apresentados, abordando a temática

dos sistemas de informações em saúde, já se valiam de dados secundários

e informações oriundas dos atuais sistemas de informações, além de

estarem voltados para analisar a tecnologia para aquisição,

armazenamento, tratamento, recuperação e disseminação de dados e

informações.

Também, assinala-se, como um dos fatores que contribui para

ampliar a discussão em torno da qualidade e do papel dos sistemas de

informações em saúde, a criação em 1991 do Departamento de Informática

do SUS –DATASUS, viabilizando o acesso a um volume crescente de

dados de interesse da saúde (Moraes & Santos, 1998:8). A criação da

Rede Interagencial de Informações para a Saúde no Brasil (RIPSA),

também, tem contribuído, de forma decisiva, para uma abordagem

integradora dos diversos subsistemas de informações que compõe o SIS.

Ao estudar as possibilidades de implementação de novas TI nas

funcionalidades do SIM e do SINASC, dentro da SES/RJ, procura-se,

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também, apontar a relevância e o significado que ambos os sistemas têm

para melhorar a qualidade da atenção e promoção da saúde, em particular,

a vigilância epidemiológica. O monitoramento de agravos pode ter nas

estatísticas de mortalidade uma fonte segura e confiável, dado o processo

utilizado para elaboração do diagnóstico, obrigatoriamente feito por

médicos, indicando a qualidade que a fonte de informação do sistema de

mortalidade, o atestado de óbito, pode prover (Laurenti et al, 1990). Além

disso, para os dados de nascimentos vivos, a vigilância epidemiológica

poderá lançar mão do fato de através do monitoramento desse evento, ser

possível planejar e organizar programas de saúde, para saúde da mulher,

principalmente, tentando evitar o crescente número da mortalidade

materna, através da educação continuada de exames de pré-natal,

localizando a incidência em determinadas comunidades (Mello Jorge,

1990).

Além disso, cumprem, para as estatísticas vitais, do ponto de

vista da Saúde Pública, função primordial, uma vez que, por meio de seus

números globais e da distribuição de características, podem permitir

mensurações – base dos diagnósticos de saúde de cada localidade -,

através da construção de coeficientes e índices (Mello Jorge, 1990). Para

Mello Jorge (1990), em consonância com a elaboração de indicadores de

importância fundamental para Saúde Pública, como as taxas de

mortalidade infantil, taxas de mortalidade materna, entre outros, o SIM e o

SINASC são uma referência, no processo de tomada de decisão, quando

da elaboração de diretrizes a serem definidas e aplicadas para melhoria da

qualidade de saúde da população.

Os eventos de nascimentos (vivos ou mortos) e de óbitos,

revestem-se de uma importância bastante interessante, pois, permitem que

se discuta as relações das pessoas perante a sociedade, uma vez que são

os instrumentos necessários para o registro civil, constituindo uma fonte de

informação, ao lado dos dados populacionais, nos estudos demográficos.

Outro aspecto relevante é o fato do SIM e do SINASC terem

sido concebidos em épocas distintas, porém, com objetivo de apoiarem as

atividades de vigilância epidemiológica. O ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE

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MORTALIDADE – 1980 afirma, no item relativo ao histórico de criação do

SIM, que... Em julho de 1975, o Ministério da Saúde promoveu, em

Brasília, uma reunião para fornecer subsídios práticos para a implantação

de um sistema de vigilância epidemiológica a nível nacional. Dentre as

dificuldades a serem vencidas para a consecução dos objetivos desse

sistema, uma das principais era a obtenção regular dos dados de

mortalidade abrangentes e confiáveis (MS, 1983).

Alem disso, no debate em torno da constituição de sistemas de

informações em saúde, devemos levar em consideração as tendências de

evolução da TI, visando dispor das bases de dados e das informações

produzidas, tanto no seu uso efetivo que indiquem uma instrumentalização

das ações locais de atenção e promoção de saúde quanto na

disponibilidade de tecnologia que facilite o acesso integrado das bases de

dados, visando a construção de um projeto nacional, efetivamente

comprometido com melhoria da situação da saúde da população brasileira,

precisa se adequar a novos padrões de gestão, compatíveis com a

introdução de um novo patamar técnico-econômico e político das

tecnologias de informação (Moraes & Santos, 1999: 6).

Existe certa defasagem entre a ocorrência dos eventos

mortalidade e nascido vivo e a publicação dos dados no nível Brasil, pois a

mais recente refere-se a 1998. Apesar disso, os dados do SIM e SINASC

tem uma relevância cada vez maior para o SUS, pois, estão dentro do

patamar internacionalmente aceito de dois anos. Este fato, ao lado dos

recursos computacionais utilizados desde da criação do SIM, na década

70, baseados em computadores main-frame (grande porte) redunda na

centralização, no nível federal, das bases de dados e sua disponibilização

através da publicação de anuários contendo séries temporais.

Por outro lado, nos últimos anos assiste-se uma evolução

exponencial de diversas tecnologias, que integram as áreas das

telecomunicações e informática, permitindo o acesso a um infindável

acervo de dados e informações, potencializando o processo de tomada de

decisão.

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Com isso, se faz necessária à discussão, permanente, em torno

de novas TI que favoreçam a integração e compatibilização das diversas

bases de dados, que constituem o SIS, objetivando voltá-las efetivamente

para tomada de decisão, favorecendo, assim, que seu uso no contexto de

uma análise crítica em relação ao seu desempenho para a consolidação do

SUS.

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CCAAPPIITTUULLOO IIII

INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E NASCIMENTO

Uma das características apresentadas na organização do

Estado Capitalista, durante o século XVII, foi o estabelecimento de políticas

públicas que refletissem o poder da burguesia sobre a sociedade. Assim,

na saúde pública a estratégia utilizada por países como França, Inglaterra

e Áustria, durante este período era a de calcular a força ativa da suas

populações, como premissa para estabelecer o controle político sobre a

sociedade, não só do ponto de vista econômico e ideológico, como

também, sobre o corpo (Foucault, 1990). E assim, a partir desse controle

estatal surgem, na saúde pública, as estatísticas de mortalidade e

nascimento, além de outras contabilidades de populações.

Porém, existem registros de mortalidade, ainda mais antigos,

datados do fim do séc. XVI, na Inglaterra, onde dado o alto número de

óbitos na população durante uma epidemia de peste, através de decreto do

governo, passaram a ser registrados todos os enterros em cada paróquia

(...) visando identificar a possível causa da morte. (Becker, 1991). Além

deste fato, o autor destaca a importância do trabalho de Willian Farr

(1885), sobre as estatísticas vitais, onde expressa a preocupação entre os

aspectos sociais e a saúde (Becker, 1991).

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Esses fatos vão revelar a importância que as informações sobre

mortalidade e nascimento têm na organização da saúde pública, nos

países europeus, pois, apesar de terem surgido como instrumentos para o

controle do Estado onipresente sobre sua população, acabaram servindo

para estabelecer os parâmetros de qualidade de saúde dessa mesma

população.

Importante ressaltar que o processo de desenvolvimento dos

sistemas de informações em saúde, em particular as informações sobre

mortalidade e nascimento já surge nesse período dentro de uma relação

de poder que resulta na política de vigilância sobre o indivíduo,

conformando a organização da sociedade, não só em classes sócio-

econômicas, como a própria distribuição espacial dessas classes, onde

ricos e pobres passam a ocupar espaços distintos e, conseqüentemente,

usufruir, no caso da saúde, de políticas distintas. A esse exemplo,

podemos citar a Lei dos Pobres na Inglaterra, de meados do séc. XIX, que

garantia uma política sanitária para a população pobre, mas tendo como

objetivo principal a proteção dos ricos (Foucault, 1990).

De qualquer forma, as informações sobre mortalidade e

nascimento, na formação de indicadores para análise de situação de

saúde, além de serem uma das mais clássicas e tradicionais, contribui, em

conjunto com outros indicadores, para definição de políticas sociais, de

saúde em especial, determinação de investimentos prioritários,

organização de serviços, formulação e execução de programas de

promoção e recuperação da saúde (Becker, 1991).

As primeiras publicações sobre mortalidade no Brasil, trazendo

as ocorrências nas capitais, por causa de morte, entre 1929 a 1932, datam

de 1944 e foram feitas pelo Serviço Federal de Bioestatística do

Departamento Nacional de Saúde, do Ministério da Educação e Saúde

(MS, 1999). A criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

(IBGE) em 1938, também, possibilitou a organização das estatística vitais

(nascidos vivos, casamento e mortalidade), através do registro civil em

cartório.

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A informação sobre mortalidade tem desempenhado um papel

de destaque na constituição dos SIS, pois a Primeira Reunião Nacional

sobre Sistemas de Informações de Saúde, realizada em Brasília e

patrocinada pelo Ministério da Saúde, teve como um dos seus objetivos:

propor uma metodologia de trabalho para o desenvolvimento do

Subsistema de Informação sobre Mortalidade (Moraes, 1994: 57). Dada a

necessidade do enfoque das informações em saúde para o Planejamento e

para a Vigilância Epidemiológica, tornou-se possível a implantação já em

1976 do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), com a

unificação em todo território nacional do instrumento de coleta de dados, a

Declaração de Óbito (DO) seguindo, inclusive, o modelo internacional na

parte relativa às causas de morte (Laurenti & Mello Jorge, 1996); (Moraes,

1994).

Segundo Mello Jorge et al (1992), as informações geradas pelo

SIM vêm servindo de base para uma avaliação do perfil epidemiológico da

população e, a partir de 1990, com a constituição do SINASC pode-se

definir o perfil epidemiológico dos nascidos vivos, tornando-se possível a

elaboração de alguns importantes indicadores demográficos e de saúde

(Coeficiente de Mortalidade Infantil, Coeficiente de Mortalidade Materna,

Taxas de Natalidade e Fecundidade etc.).

A vigilância epidemiológica é entendida aqui como um conjunto

de atividades voltadas para o acompanhamento, de forma contínua, de um

determinado problema de saúde (doença, agravo), bem como de seus

fatores determinantes ou de risco, e permitir, em tempo oportuno, a

recomendação, a decisão e a execução de ações de controle, assim como

a avaliação de seus resultantes (Becker, 1991).

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM)

ORIGEM

O SIM foi criado em 1975, a partir da necessidade de se

complementar as estatísticas de óbitos, obtidas através do IBGE, tomando

como base os registros de óbitos nos cartórios. A idéia era constituir um

sistema de informações sobre mortalidade em todo país, a partir de um

documento padrão, a Declaração de Óbito (DO), unificando os 40 modelos

existentes no país, uma vez que todos eles já seguiam o padrão

internacional na parte referente ao atestado médico. Havia a necessidade

de padronização da parte referente à identificação do falecido (sexo, faixa

etária, residência, raça/cor, ocupação e estado civil), do local de ocorrência

do óbito, do serviço de saúde e do profissional que prestou à assistência

ao cidadão, antes e/ou no momento do seu falecimento (MS, 1999).

FONTE DA INFORMAÇÃO

O primeiro passo na direção da criação do SIM foi a

padronização da DO a partir das discussões sobre Classificação

Internacional de Doenças, nos fóruns da Organização Mundial de Saúde.

Esforços do Ministério da Saúde em conjunto com o Centro Brasileiro de

Classificação de Doenças (CBCD) resultaram na implantação, em todo

território nacional, de instrumento padronizado de coleta dos dados.

O modelo da DO, apresentado no Anexo 1, corresponde ao

atual formulário, válido em todo o território nacional, implantado a partir de

1999. A DO está dividida em oito grupos de dados e a Tabela 11 mostra a

incorporação de novos grupos de dados à DO desde o primeiro modelo

implantado em 1979.

A DO é apresentada em três vias, sendo, obrigatoriamente,

preenchida pelo médico que vinha prestando assistência ao falecido. No

1 O conteúdo de cada grupo está detalhado no anexo 3.

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caso de um óbito que ocorreu devido a uma causa externa (acidente,

suicídio ou homicídio), a DO deverá ser preenchida pelo Instituto Médico

Legal (IML). Somente nas localidades onde não exista nenhum serviço de

saúde ou de Verificação de Óbito (SVO) a DO poderá ser preenchida pelo

cartório e assinada por duas testemunhas.

Tabela 1 - Grupo de dados da Declaração de Óbitoi

Grupos de dados da DO 1979 1990 19952 19993

I. Dados de Cartório X X X X

II. Dados de Identificação do falecido - - X X

III. Dados de Identificação da residência do falecido4 X X X X

IV. Dados de Identificação da ocorrência do óbito5 X X X X

V. Dados relativos aos óbitos fetais ou menores de 1 ano X X X X

VI. Dados referentes ao Atestado Médico X X X X

VII. Dados referentes aos óbitos não naturais X X X X

VIII. Dados referentes ao Médico que prestou assistência - - X X

Fonte: Tabela adaptada a partir da DO

Os serviços de estatística vital das Secretarias de Saúde

passaram a coletar dados a respeito do atestado médico do falecido,

dados relevantes que auxiliam na determinação da causa básica (a causa

básica que determinou a morte), principalmente, para os óbitos em

mulheres e menores de um ano e os considerados não naturais, como

acidentes, homicídios e suicídios. Dessa forma foi possível trabalhar com

a visão epidemiológica dos dados de mortalidade, principalmente na

construção de indicadores que possibilitem análises, de forma indireta, da

situação da saúde da população brasileira.

2 Em 1995 os dados referentes ao nome do falecido, nome da mãe, nome do

pai, identificação do médico que assistiu e causas múltiplas eram digitados em arquivos separados, não constando da estrutura principal e, portanto, não eram disponibilizados.

3 Em 1999 foram implementadas mudanças no SIM, dentre elas, a criação de uma única estrutura de dados contendo todas as variáveis constantes na DO. Mesmo assim, não está definida a política de disseminação da base de dados a partir do ano de 1999.

4 Na formatação do endereço de residência e ocorrência, a partir de 1999, procurou adaptar à Portaria 3947/98 do Ministério da Saúde, para um possível georeferenciamento do evento.

5 Na formatação do endereço de residência e ocorrência, a partir de 1999, procurou adaptar à Portaria 3947/98 do Ministério da Saúde, para um possível georeferenciamento do evento.

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A obrigatoriedade do registro é dada pela Lei n° 6.015/73,

alterada pela Lei n° 6.216/75, que determina que nenhum sepultamento

seja feito no território nacional sem a certidão correspondente (Carvalho,

1998).

Outro conceito importante na mortalidade, diz respeito ao tipo de

óbito: óbito fetal e óbito não-fetal. O óbito fetal, segundo o conceito da

OMS, é a morte de um produto da concepção, antes da expulsão ou da

extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da

gravidez; indica o óbito o fato de o feto, depois da separação, não respirar

nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração,

pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de

contração voluntária (OMS, 1997: 1183). Os óbitos fetais terão, então,

importância significativa na construção de alguns indicadores que medem

a qualidade da assistência pré-natal e do parto, segundo Becker (1991),

sendo que, a precisão de tais indicadores está diretamente relacionada

com o nível de qualidade dos dados coletados.

FLUXO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)

DISTRIBUIÇÃO DOS FORMULÁRIOS DA DO

O Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), ligado à

Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), é responsável pela impressão

das DO e por sua distribuição para as Secretarias Estaduais de Saúde

(SES). Estas, por sua vez, os repassam às Secretarias Municipais de

Saúde (SMS), as quais os encaminham para os estabelecimentos de

saúde, IML, médicos, para localidades onde não exista nenhum serviço de

saúde e para os cartórios.

O fluxo da Figura 1 foi construído a partir do Diagrama de Fluxos

de Dados (DFD) proposto por Gane & Sarson (1983). Este diagrama é

constituído por esquema que permite a visualização dos fluxos de dados

num sistema de informação, através das entidades externas que são as

fontes ou os destinos dos dados, os processos que transformam os dados

e os lugares onde os dados são depositados (Gane & Sarson, 1983: 251).

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Figura 1 – Fluxo da Declaração de Óbito (DO)

O diagrama possui quatro símbolos básicos, o quadrado para

representar a origem e destino dos dados, a seta para representar o fluxo

dos dados, o retângulo arredondado para representar os processos que

transformam fluxos de dados e, finalmente, o retângulo aberto para

representar o depósito de dados. Os símbolos para origem/destino,

processo e depósito de dados, são numerados para facilitar o

entendimento hierárquico do fluxo. Com o DFD pode-se ter uma visão

lógica de um determinado sistema de informação.

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Na Figura 1 as etapas de distribuição dos formulários de DO

estão representadas nos processos 01, 02, 03 e 04. As secretarias

municipais são responsáveis pela coleta da 1ª via da DO, através de busca

ativa, nos estabelecimentos de saúde.

Atualmente, existe um processo de adaptação à Portaria

474/FUNASA de 31/08/2000, uma vez que, até sua publicação, a busca

ativa da DO era feita nos cartórios de registro civil, tanto para óbitos

hospitalares ou não.

COLETA DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO

A coleta da Declaração de Óbito, após o seu preenchimento,

está representada pelo processo 05. A Portaria 474 de 31 de agosto 2000

da FUNASA estabelece a seguinte orientação em relação aos óbitos

ocorridos em estabelecimentos hospitalares: Art. 10. No caso de óbitos naturais ocorridos em

estabelecimento de saúde a DO será preenchida pela Unidade

Notificadora e terá a seguinte destinação:

1ª via: Secretaria Municipal de Saúde; I. 2ª via: Representante responsável da família do

falecido, para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto

ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento e;

II. 3ª via: Unidade Notificadora para arquivar no

prontuário do falecido. O impresso da Declaração de Óbito (DO) é apresentado em três

vias (2ª e 3ª carbonadas). No caso de óbitos hospitalares, a DO é

preenchida pelo médico, que vinha atendendo ao paciente e a 2ª via é

entregue à família, que deverá levar o documento ao Cartório de Registro

Civil, mais próximo do local de ocorrência do óbito, que emitirá a Certidão

de Óbito, com a qual serão tomadas as providências legais. A 2ª via fica

arquivada no cartório.

A 1ª via é recolhida semanalmente, pela SMS, nos

estabelecimentos de saúde.

Quando o óbito ocorre em domicílio e sendo o falecido assistido

por médico, este será responsável pelo preenchimento da DO. No caso de

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mortes naturais e sem que exista médico assistente, cabe aos médicos do

serviço público a incumbência do preenchimento da DO. Para localidades

sem médico e tratando-se de morte natural cabe ao Cartório de Registro

Civil o preenchimento da DO com assinatura de duas testemunhas.

A 1ª via da DO deve ser recolhida pela SMS para

processamento, representado pelos processos 06, 07 e 08 da Figura 1,

através do aplicativo (software) SIM.EXE, de domínio público. A 3ª via da

DO deverá permanecer no estabelecimento de saúde para posterior

arquivamento junto à documentação médica do falecido.

Para óbitos ocorridos fora dos estabelecimentos de saúde,

segundo essa Portaria, poderão ocorrer os seguintes casos:

casos de mortes naturais com assistência médica, o médico

assistente preenche a DO que segue o mesmo fluxo, descrito

anteriormente, só que a 1ª via deve ser encaminhada ao órgão de

processamento da Secretaria de Saúde (Municipal ou Estadual); casos de mortes naturais sem assistência médica, em local com

médico, ocorridos geralmente em domicílio, estes óbitos deverão ficar sob

a responsabilidade do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) ou Instituto

Médico Legal (IML), cujo médico preenche a DO que deve ser recolhida

pelo órgão responsável. Quando não existe SVO nem IML, qualquer

médico tem obrigação de preencher o documento que segue o mesmo

fluxo, devendo a 1ª via ser encaminhada ao órgão de processamento da

Secretaria de Saúde (Municipal ou Estadual); casos de mortes naturais em local onde não haja médico, o

responsável pelo falecido, acompanhado de duas testemunhas, comparece

ao Cartório do Registro Civil, que preenche as três vias da DO. O Oficial do

Registro deve conseguir a informação correspondente a cada item do

documento. O Cartório retém a 2ª via para seu arquivo e, quando da busca

ativa, entrega as 1ª e a 3ª vias ao órgão de processamento da Secretaria

de Saúde (Municipal ou Estadual);

casos de mortes por causas violentas, o legista do Instituto

Médico Legal (IML) preenche a DO que segue o mesmo fluxo (MS, 1999).

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A DO pode ser transferida para as SES em formato de papel (1ª

ou 3ª vias de não residentes) nos municípios que não possuam uma

estrutura para processar a DO (recursos de informática e/ou codificadores

de causa básica) ou em disquete acompanhada da 3ª via onde o SIM

ainda não foi plenamente implantando.

Os critérios para o processamento do SIM nos municípios são

estabelecidos, de forma pactuada, entre as SES e SMS e variam de uma

unidade da federação para outra.

Para os municípios que já processam a DO, os dados são

transferidos para SES através de disquetes 3 ½ a partir da base de dados

municipal. Neste caso, os dados são armazenados na base de dados

estadual. No fluxo da Figura 1 esta etapa é representada pelo processo 08.

Para municípios que ainda não estão habilitados a processarem

a DO, por não possuírem codificadores, por exemplo, a DO chega na SES

através da 1ª via para os óbitos que ocorram no município e 1ª e 3ª vias

dos que ocorrem, embora não residem no município. Ao chegar nas SES

as DO são organizadas em pastas de lotes, codificadas, digitadas e

corrigidas. Aquelas que porventura apresentarem erros no seu

preenchimento serão corrigidas com ajuda do município que informou

aquele óbito. No fluxo da Figura 1 esta etapa é semelhante ao processo 06

realizado pelo município e em seguida a DO processada será armazenada

na base de dados estadual. O processo 10 representa, de forma genérica,

o trabalho de geração de indicadores e interfaces com outros sistemas de

informação, além da disponibilização das informações, fruto da análise dos

dados armazenados. Por fim, o processo 11 representa o envio trimestral

da base de dados estadual para o gestor federal, o Centro Nacional de

Epidemiologia (CENEPI), do Ministério da Saúde.

CODIFICAÇÃO DA CAUSA BÁSICA DE MORTE

A causa básica de morte é definida como a doença ou lesão que

iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram

diretamente à morte, ou as circunstâncias do acidente ou violência que

produziram a lesão fatal (MS, 1999).

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Uma dificuldade na administração do SIM é a seleção da causa

básica, uma vez que deve obedecer a regras internacionais, tanto para sua

codificação (transcrição das causas descritas pelo médico em um código

correspondente ao da Classificação Estatística Internacional de Doenças e

Problemas Relacionados à Saúde - CID), quanto para seleção da causa

tida como básica.

Buscando contribuir para a superação de parte do problema o

DATASUS desenvolveu, em conjunto com o Centro Brasileiro de

Classificação de Doenças (CBCD) um aplicativo chamado Programa de

Seleção de Causa Básica (SCB10. EXE) para CID10.

O aplicativo SCB10.EXE é um software desenvolvido na

linguagem de programação PROLOG utilizando tecnologia de Sistemas

Especialistas (SE). Segundo Rezende (1999), esses softwares funcionam

como um profissional especializado (‘expert’) com muita experiência em

determinado domínio e são desenvolvidos (...) para se comportarem de

formas preestabelecidas em determinado assunto. Normalmente, os SE

são compostos de três elementos: base de conhecimento (conjunto de

dados, informações e heurísticas sobre um domínio), base de regras (série

de regras ou relações usadas para ajudar a tomar boas decisões) e motor

de inferência (interação entre a base de conhecimento e de regras, com a

finalidade primária de formular conclusões, fazer sugestões, fornecer

pareceres especializados, da mesma forma que os profissionais

especialistas). Esta tecnologia não substitui, evidentemente, o profissional

especializado constituindo-se em potente meio de apoio à decisão. No

caso do SCB10.EXE as regras aplicadas constam na CID10 e são

atualizadas, periodicamente, por um grupo de especialistas. Desta forma,

foi possível disponibilizar o aplicativo para apoiar decisão quanto à seleção

de causa básica ressaltando-se que a codificação ainda é feita por

profissionais treinados para este fim. Como parte desse processo é

possível ocorrerem divergências entre o resultado apresentado pelo SCB e

o profissional especialista, o que concorre para o aperfeiçoamento do

software. A utilização do aplicativo SCB10.EXE tem ajudado na

descentralização do processamento do SIM nas SMS.

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PROCESSAMENTO DOS DADOS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO

Os recursos de informática implementados para o

processamento das DO acompanham, de forma descompassada, as

evoluções tecnológicas no campo da informática. Na Figura 2 adaptou-se o

gráfico construído a partir do conceito de complexidade crescente proposto

por Furlan (1994), o qual está associado às TI, formas de utilização e

implementação que definem sua aplicação. A intenção é mostrar o

descompasso tecnológico existente no desenvolvimento do SIM. A

comparação descrita refere-se às evoluções no campo dos recursos da TI

nos últimos 40 anos e as implementações tecnológicas do SIM.

Figura 2 – Complexidade crescente das TI e o SIM

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A parte A na Figura 2 refere-se às tecnologias propostas por

Furlan (1994) e a parte B descreve-se outras tecnologias que surgiram

neste período e que ajudam a entender a evolução do SIM no campo das

TI.

Num primeiro momento, a operação do SIM era centralizada na

antiga Fundação de Saúde Pública (FESP) do Ministério da Saúde, que

dispunha de equipamentos IBM para processar os dados coletados,

transcritos em planilhas e enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde.

A concepção tecnológica na década de 70 de processamento e operação

dos sistemas era em computadores de grande porte, embora já existissem

recursos para processamento distribuído. Observamos, porém, que a

centralização em Brasília coincidia com os formatos gerenciais dos

programas de saúde do MS.

Portanto, o SIM no seu início era bastante limitado, do ponto de

vista da utilização dos dados produzidos no nível estadual. A produção de

informações estava centralizada no Ministério da Saúde que publicava o

Anuário de Informações sobre Mortalidade, como fonte secundária, sendo

que o tempo entre a coleta dos dados do óbito e sua publicação não era

menor que cinco anos. A esse respeito, Becker (1991), já chamava

atenção para a necessidade de orientar o sistema de informações, para o

que ele denominou de níveis mais periféricos, uma vez que este despendia

boa parte de seu tempo na coleta e preenchimento de formulários, ficando

em segundo plano a utilização dos dados produzidos.

A partir da década de 90 o SIM passou a ser processado nas

próprias SES, em termos de digitação, crítica e tabulação dos dados

coletados. Esse foi um passo importante na perspectiva de habilitar os

municípios sobre sua gestão, agilizando a publicação dos dados como

fonte secundária. Isso foi possível, com o desenvolvimento do aplicativo

monousuário SIM.EXE em ambiente Disk Operation System (DOS) para

microcomputadores, possibilitando que o processo de descentralização

fosse ampliado, aumentando a cobertura do sistema.

Apesar desse avanço, se comparado com as tecnologias

disponíveis, percebe-se que determinados aspectos poderiam ser

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considerados, para novas implementações do SIM. Somado ao fato que

esta solução descrita é utilizada em todo país, percebe-se, claramente, um

certo nivelamento por baixo na adoção de soluções tecnológicas.

A despeito dessa observação, o aplicativo SIM.EXE tornava

possível a digitação dos dados coletados, as críticas (de consistência, de

domínio e cruzadas), a transferência e recebimento, via disquete, dos

dados digitados, além da produção de alguns relatórios de controle para

declarações digitadas mais de uma vez, relatórios de freqüência, entre

outros.

Estabeleceu-se um critério de obrigatoriedade no preenchimento

dos campos correspondentes às variáveis: Tipo de Óbito, Data do Óbito,

Idade, Sexo, Local de Ocorrência, Município de Ocorrência, Município de

Residência, Causa Básica.

A crítica de consistência tem a função de evitar a digitação de

formato de valores divergentes dos especificados. Por exemplo, as

variáveis de data (do óbito, de nascimento, de registro ou do atestado) só

podem ser digitadas no formato dd/mm/aaaa, onde dd é o dia, mm é o mês

e aaaa é o ano.

A crítica de domínio tem a função de limitar, para certas

variáveis, os valores pré-determinados correspondentes às suas

categorias. Por exemplo, a variável Sexo só pode receber os valores F, M

e I, correspondendo às categorias Feminino, Masculino e Ignorado,

respectivamente.

As críticas cruzadas, referem-se à validade dos valores para

duas ou mais variáveis. Por exemplo, Código do Estabelecimento de

Saúde só pode existir se o Local de Ocorrência for Hospital ou Outro

Estabelecimento de Saúde. Na Tabela de Variáveis da Declaração de

Óbito (DO), no Anexo 3, está discriminado o tipo de crítica para cada

variável da DO.

Outros aplicativos foram desenvolvidos e compatibilizados com

o SIM.EXE, com destaque para o programa de Seleção de Causa Básica -

SCB e o programa TAB.EXE, para tabulações rápidas de grandes volumes

de dados.

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Em 1999 foi desenvolvido um novo aplicativo SIM.EXE em

ambiente gráfico Windows/Microsoft. Apesar disso, poucas

implementações foram feitas na funcionalidade do novo aplicativo. O

grande avanço dessa versão Windows, foi o fato de obrigatoriedade do

processo de críticas (contidas na Tabela de Variáveis da Declaração de

Óbito, Anexo 3), sem o qual os dados não poderiam ser transferidos,

tornando mais rígido o controle do envio e recebimento da DO, digitada e

criticada para um nível superior. Esta exigência, certamente, está

contribuindo para melhorar a qualidade dos dados armazenados. Outra

possibilidade é a utilização limitada de uma arquitetura cliente/servidor,

para organização da base de dados, (essa questão será melhor abordada

no capítulo referente à TI). Além disso, o fato da base ser criticada

previamente quando recebida pela SES, permite que as análises sejam

feitas com um grau maior de confiabilidade.

Adicionalmente ao novo aplicativo SIM outros aplicativos são

distribuídos como componentes independentes: como o aplicativo

TABWIN.EXE (versão do TAB para ambiente Windows), o PESQCID.EXE

(para consulta à lista tabular da CID10), o SCB10.EXE e o aplicativo

CONVERTE.EXE, para conversão da estrutura de dados de anos

anteriores para a nova estrutura de dados.

BASE DE DADOS

A base de dados gerada pelo SIM é composta,

fundamentalmente, pelos dados contidos na DO. Assim como, ao longo

dos anos a DO sofreu diversas mudanças, estas foram incorporadas à

estrutura da base de dados do SIM.

Dentre essas mudanças, as mais significativas ocorreram em

1995 com a possibilidade de se incluir na base de dados as causas

associadas à causas básicas de mortes, também, denominadas de causas

múltiplas. Uma outra alteração importante foi à implantação da CID10 em

substituição à CID9, acarretando uma divisão no tempo, da estrutura do

código da causa básica antes e depois de 1996. Por fim, a implantação do

atual modelo da DO gerou mudanças significativas na estrutura da base de

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dados, inclusive a preocupação com algumas adaptações às normas da

Portaria 3.947/GM de 25/11/1998 do Ministério da Saúde.

A Figura 3 apresenta o Diagrama de Entidades e

Relacionamentos (DER), mostrando como, graficamente, está

representada a estrutura da base de dados do SIM implementada a partir

de 1999. O DER, também conhecido como E-R, é um modelo em rede

que descreve a diagramação dos dados em um sistema, em alto nível de

abstração (Yourdon,1992:289) e, segundo Setzer (1986), foi introduzido

por Peter Chen em 1976. Os principais componentes de um DER são:

tipos de objetos (o retângulo) que representa as entidades no modelo,

normalmente, são futuros candidatos a arquivos físicos; relacionamentos (o

losango) que representa o conjunto de conexões entre entidades. As

conexões entre as entidades determinam, na verdade, a chave que

interliga uma entidade a outra. Além disso, a relação entre as entidades

pode variar conforme o número de relacionamentos que podem ser

estabelecidos. No modelo da Figura 3, a entidade denominada declaração

de óbito só ocorre uma vez, daí seu relacionamento com as demais

entidades é um para um (o traço vertical), no entanto, a entidade CID pode

ocorrer múltiplas vezes para a entidade declaração de óbito (o pé de

galinha).

Na Tabela de Variáveis da Declaração de Óbito,

no Anexo 3, estão descritas as variáveis que compõem a base de dados

do SIM a partir da DO: A primeira coluna faz referência ao nome atribuído

à variável na base de dados. A DO agrupa essas variáveis em 9 blocos,

segundo um critério de funcionalidade e não por ordem de importância:

dados do cartório, de identificação do falecido, de residência do falecido,

de ocorrência do óbito, referente aos óbitos fetais ou menores de um ano,

sobre as condições e causas do óbito, sobre o médico, sobre as causas

externas e em localidades sem assistência médica. A segunda coluna traz

o tipo de campo (C=Caractere) e largura do campo em caracteres e a

terceira coluna traz uma descrição das variáveis e os valores categóricos.

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Figura 3 – Diagrama Entidade-Relacionamento do SIM

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC)

ORIGEM

O MS implantou em 1990 o SINASC, a partir das

recomendações do Grupo de Assessoria em Estatísticas Vitais - GEVIMS,

que, analisando experiências nacionais e internacionais sobre os nascidos

vivos, indicou a necessidade da criação de um sistema de informações, à

semelhança do SIM, que registrasse os dados relativos a esse evento.

O termo nascido vivo é conceituado pela OMS como sendo a

expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da

duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da

separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, como

batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos

efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortados o

cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. Cada produto

de um nascimento que reuna essas condições se considera como uma

criança viva (OMS, 1998: 1183).

A implantação do SINASC, diferentemente do SIM, levou em

consideração a necessidade de acompanhar o processo de

descentralização de sua gestão, colocando-o em harmonia com os

pressupostos preconizados na construção do SUS. Outra diferença em

relação ao SIM, segundo Mello Jorge et al (1992), está na concepção da

coleta do documento padronizado, a Declaração de Nascido Vivo – DN, a

partir dos hospitais, pois cerca de 80% dos partos são hospitalares. Esta

concepção da coleta a partir das unidades de saúde foi regulamentada

para o SINASC e o SIM pela da Portaria 474 e 475 (ver anexos 7 e 8)

FONTE DOS DADOS

Da mesma forma que o SIM, o SINASC foi implantado a partir

de um documento padronizado, denominado Declaração de Nascido Vivo

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(DN), tornando-se instrumento obrigatório para o registro da criança no

cartório.

As diferenças de concepção na implantação da DN e da DO

devem-se ao fato de que no SINASC levou-se em consideração que a

primeira e mais imediata utilização dos dados produzidos deveria se fazer

em nível local, visando não só o conhecimento dos dados, como a já citada

vigilância dos recém-nascidos de alto risco (Mello Jorge et al, 1992: 22).

Consequentemente, a implantação da DN teve uma maior participação das

SMS. Além disso, o formulário adotado para coletar os dados de nascido

vivo, também apresenta as facilidades de ter um número menor de

variáveis em relação ao SIM, dispensar a codificação de causas (CID10) e

poder ser preenchido por outros profissionais de saúde, que não o médico,

a partir das informações contidas no prontuário da criança e da mãe.

O modelo da DN, apresentado no Anexo 2, corresponde ao

formulário atualmente válido em todo território nacional, implantado a partir

de 1999. O formulário da DN está dividido em 5 grupos de dados, como

mostra a Tabela 26 a seguir:

Tabela 2 – Grupo de dados da Declaração de Nascido Vivo

Grupos de Informações da DO 1990 19957 19998

I. Dados de Cartório X X X

II. Dados de Local de Ocorrência9 X X X

III. Dados de Identificação da Mãe 10 - X X

IV. Dados da Gestação e do Parto X X X

VII. Dados do recém-nascido X X X

Fonte: Tabela adaptada a partir da DN.

6 O conteúdo de cada grupo está detalhado na Tabela de Variáveis do

SINASC, Anexo 4. 7 Em 1995 os dados referentes ao nome do falecido, nome da mãe, nome do

pai, identificação do médico que assistiu e causas múltiplas eram digitados em arquivos separados, não constando da estrutura principal e, portanto, não eram disponibilizados.

8 Em 1999 foram implementadas mudanças no SIM, dentre elas, a criação de uma única estrutura de dados contendo todas as variáveis constantes na DO. Mesmo assim, não está definida a política de disseminação da base de dados a partir do ano de 1999.

9 Na formatação do endereço de residência e ocorrência, a partir de 1999, procurou adaptar à Portaria 3947/98 do Ministério da Saúde, para um possível georeferenciamento do evento.

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A DN é apresentada em três vias, sendo integrada tanto, por

variáveis exigidas na legislação, como por outras que permitem definir um

perfil epidemiológico dos nascidos vivos (peso ao nascer, tipo de parto,

paridade, entre outras) (Mello Jorge et al, 1992:16).

Figura 4 - Fluxo da Declaração de Nascidos Vivos (DN)

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10 Na formatação do endereço de residência e ocorrência, a partir de 1999,

procurou adaptar à Portaria 3947/98 do Ministério da Saúde, para um possível georeferenciamento do evento.

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Da mesma forma que em relação ao óbito, a Lei 6015/73,

determina no art. 50 que:

todo nascimento que ocorrer

no território nacional deverá ser dado o

registro no lugar em que tiver ocorrido o parto

ou no lugar da residência dos pais.

FLUXO DA DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO (DN)

DISTRIBUIÇÃO DOS FORMULÁRIOS DA DN

O Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) é o responsável

pela impressão e distribuição das DN para todas as SES. Estas as enviam

às SMS que, por sua vez, distribuem para as maternidades sendo,

também, responsáveis pela coleta dos formulários através de busca ativa

nesses estabelecimentos.

Observa-se que a Portaria 475/FUNASA de 31/08/2000 prevê a

distribuição das DN, também, para os Cartórios de Registro Civil.

A Figura 4 mostra nos processos 01, 02, 03 e 04 o fluxo de

distribuição da DN.

COLETA DA DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO

Apesar das semelhanças na criação do SINASC e do SIM, isto

é, construção de um sistema de informações que desse conta não só do

registro do nascimento vivo, mas que pudesse traçar o perfil

epidemiológico do evento registrado, o fluxo de informação proposto, foi

concebido levando em consideração a gestão pelas SMS. Outro aspecto é

que a coleta dos formulários de DN preenchidos se desse a partir da busca

ativa nos estabelecimentos de saúde, através do registro hospitalar, uma

vez que no SIM essa coleta era primordialmente junto aos Cartórios de

Registro Civil (Mello Jorge et al, 1992).

A DN segue dois fluxos dependendo de onde ocorreu o parto:

• No caso dos partos hospitalares, a DN é preenchida a partir

do prontuário da mãe e, diferentemente do SIM, não existe a

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obrigatoriedade de ser feita por um médico. A 1ª via deve permanecer no

estabelecimento de saúde para ser coletada pelas SMS; a 2ª via é

entregue à família, que a deverá encaminhar ao Cartório do Registro Civil

para o competente registro do nascimento, conforme determina a Lei nº

6015, de 31 de dezembro de 1973, e posteriormente arquivada no próprio

Cartório; A 3ª via deve ser anexada ao prontuário do recém-nascido de

acordo com os incisos I e II do Artigo 10º da Lei 8.069, de 13 de julho de

1990. Essa via poderá ser utilizada também para a localização das

puérperas e dos recém-nascidos, visando o planejamento de ações

específicas de saúde (Ministério da Saúde, 1999).

• No caso dos partos domiciliares, o manual de procedimentos

do SINASC recomenda que os estabelecimentos de saúde tenham a

prioridade no preenchimento para posterior registro em Cartório. Porém,

deixa clara a necessidade das SES estabelecerem as normas necessárias

que garantam o preenchimento da declaração no âmbito da unidade

federada, independente do lugar onde ocorra o nascimento. Assim,

dependendo da regulamentação, as 3 vias, poderão seguir o seguinte

fluxo: a 1ª via deve ser recolhida pela SMS para digitação e

processamento dos dados; a 2ª via será entregue à família para obtenção

do Registro Civil da criança e a 3ª via ficará armazenada na unidade de

saúde pública, mais próxima da residência da mãe (CENEPI).

PROCESSAMENTO DA DN

Na Figura 5 adaptou-se o gráfico construído a partir do conceito

de complexidade crescente proposto por Furlan (1994), o qual está

associado às TI, formas de utilização e implementação que definem sua

aplicação.

A rotina operacional do SINASC composta pela coleta,

digitação, crítica e disseminação apresenta um processamento bem mais

simples que o do SIM.O aplicativo SINASC.EXE para ambiente Windows,

atualmente em vigor, apresenta um formato bastante amigável para o

processamento da DN. Ele possibilita, além do armazenamento dos dados,

a interface com o aplicativo TABWIN.EXE, permitindo que a base de dados

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possa ser analisada, utilizando recursos de gráficos e mapas para

apresentação de informações desejadas. Mesmo assim, o SINASC

apresenta um descompasso em termos de evolução tecnológica, se

levarmos em consideração os aspectos relativos à arquitetura de rede,

armazenamento e troca de dados entre os níveis de gestão do sistema de

informação.

Figura 5 – Complexidade crescente das TI e o SINASC

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No entanto, o SINASC apresenta uma maior flexibilidade no que

diz respeito ao processo de descentralização, uma vez que seu

processamento não requer a etapa prévia de codificação e seleção de

causas (CID10).

BASE DE DADOS

Os dados do SINASC constituem importante fonte de

informações na construção dos indicadores de qualidade de saúde, em

particular, no denominador da Taxa ou Coeficiente de Mortalidade Infantil,

uma vez que anteriormente à implantação do SINASC, a base do cálculo

era os dados do Registro Civil fornecidos pelo IBGE.

Semelhante ao que ocorreu com o SIM, a atual estrutura da

base de dados do SINASC resultou de algumas mudanças, sendo que as

mais significativas foram o detalhamento dos endereços de residência e

ocorrência e inclusão de anomalias aparente no recém-nascido, além da

compatibilização de variáveis comuns ao SIM e SINASC.

Figura 6 – Diagrama Entidade-Relacionamento do SINASC

A Figura 6 mostra a representação da atual estrutura da base de

dados do SINASC.

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Na Tabela de Variáveis da Declaração de Nascido Vivo (DN),

Anexo 4, estão descritas as variáveis que compõem a base de dados do

SINASC.

A primeira coluna faz referência ao nome atribuído à variável na

base de dados. A DN agrupa essas variáveis em 7 blocos, segundo um

critério de funcionalidade: dados do cartório, de ocorrência do nascimento

vivo, de identificação da mãe, da gestação e parto, do recém-nascido,

identificação da mãe e da criança através da impressão digital e do

responsável pelo preenchimento. A segunda coluna traz o tipo

(C=Caractere) e largura do campo em caracteres. A terceira coluna

apresenta uma descrição das variáveis e os valores categóricos.

Na Figura 4, o processo de número 08 representa a etapa de

transferência das declarações processadas para a SES. Como a gestão do

SINASC já foi criada dentro da lógica da descentralização, boa parte dos

municípios utiliza o meio magnético (disquete 3 ½) para transferir sua base

de dados.

Os dados recebidos pela SES formam a base de dados estadual

de nascidos vivos e a partir dela são gerados os indicadores e interfaces

com outros sistemas de informações, além da disponibilização das bases

de dados e das informações tanto na Internet como através de CDROM.

Na Figura 4 os processos 09, 10 e 11 representam essas etapas.

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CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO – TI

O termo tecnologia pode ser definido como sendo o conjunto de

conhecimentos (know-how), em grande parte, conhecimento científico e

experiências práticas, adquiridos e acumulados através do próprio

exercício da atividade a qual a tecnologia específica diz respeito

(Rosenthal & Moreira, 1992: 147) e quando a maioria das novas

tecnologias é introduzida, o objetivo é aperfeiçoar ou adicionar eficiência a

uma tarefa existente (Stair , 1998: 18).

FURLAN (1994) define a evolução tecnológica do ponto de vista

da interação do homem com os recursos tecnológicos, segundo a qual as

tecnologias “pesadas” da década de 1970, consideradas high-tech (alta

tecnologia), porém, low-touch (baixo contato humano), isto é, o usuário

interagia com a tecnologia através de contato limitado com seus recursos,

passou para tecnologias “leves” da década de 1990, por sua vez, high-tech

e high-touch (alto contato humano), possibilitando uma maior interação dos

usuários com os recursos. Nessa perspectiva, para que ocorra uma real

disseminação do uso de uma tecnologia, esta necessita do componente

high-touch de interação, como temos visto na difusão das máquinas de fax,

telefones e microcomputadores.

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Desta forma, esta mudança tecnológica está incorporando na

infra-estrutura dos ambientes de gestão e planejamento, alguns elementos

chave, que facilitarão a interação entre usuários e os sistemas de

informações, através da tecnologia de rede, principalmente no aspecto da

conectividade e comunicação em alta velocidade, normas e padrões que

permitam interoperabilidade e integração de produtos constituídos em

plataformas heterogêneas, além de arquitetura de sistema que facilitam o

acesso compartilhado de recursos como aplicações, dados e informações.

Nesse sentido, a integração das tecnologias de computação

(hardware e software), tecnologias de telecomunicações e tecnologias de

gestão de dados e informações, resulta no surgimento do conceito de

Tecnologias da Informação (TI) como sendo a geração de informações

úteis e oportunas através de recursos computacionais (Rezende 1999: 44).

Segundo Rezende (1999), as TI são compostas pelos aspectos de

hardware e seus dispositivos, software e seus recursos, sistemas de

telecomunicações e gestão de dados e informações.

Assim, para atender aos anseios da crescente demanda de

informação dentro do processo de tomada de decisão, os avanços das TI

na construção de sistemas de informações, possibilitam o surgimento de

novos paradigmas para atender à velocidade e à quantidade de

informações necessárias, dada à ausência de limites geográficos em que

se transformou a relação, tanto nos campos comerciais e financeiros, como

nos campos das relações sociais, incluído aí a área de saúde pública.

O processo de aquisição de novas TI estrutura-se para atender

os diversos interesses dos atores que participam direta e indiretamente da

construção do sistema de informação em saúde, colocando-os, muitas

vezes em campos opostos. A esse respeito, vale a reflexão a seguir onde

ampliação do significado da informação, no mundo contemporâneo, a par

de seu potencial de contribuição para a melhoria da qualidade de vida de

populações, vem servindo para revestir, com cores ‘tecnicistas e

modernosas”, a justificativa por alocar os recursos sociais cada vez mais

exíguos nas chamadas tecnologias da informação, que se transformam, na

prática, em aquisição de “hardware”e “software” (Moraes & Santos, 1998).

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Outra contribuição nessa linha referindo-se ao processo de aquisição de

novas TI no setor privado da economia: muitas empresas ainda acreditam

que o simples ato de informatizar a empresa, espalhando computadores e

impressoras pelas unidades departamentais, ligando-os em rede e

instalando sistemas aplicativos, possa organizar as mesmas...Tecnologia

por tecnologia, sem planejamento, sem gestão e ação efetiva, não contribui

com a empresa (Rezende, 1999).

A perspectiva de aplicação de novas TI se volta para construção

de um projeto nacional, efetivamente comprometido com a melhoria da

situação da saúde da população brasileira, precisa se adequar a novos

padrões de gestão, compatíveis com a introdução de um novo patamar

técnico-econômico e político das tecnologias da informação (Moraes &

Santos, 1999).

Além disso, uma outra dificuldade em lidar com o processo de

aquisição de novas TI é a necessidade de capacitação dos profissionais

que já estão trabalhando diretamente na produção das informações em

Saúde e que se impõe como questão importante. Essa preocupação foi

demonstrada no levantamento levado a campo por Moraes (1994), junto às

Secretarias Estaduais de Saúde, indicando que em 81% dos SIS não havia

critérios para selecionar os profissionais para lidar com as informações.

Agrega-se ao processo os profissionais “disponíveis” naquele momento,

em esquema casuístico de seleção. Os critérios existentes para os níveis

centrais eram basicamente ter segundo grau com o treinamento no Centro

Brasileiro de Classificação de Doenças (para o Sistema de Informação

sobre Mortalidade) e/ou possuir alguma formação em computação. Outro

dado apresentado no mesmo levantamento se refere aos principais

entraves apontados pelos gestores dos SIS estudados: a baixa qualidade

da informação (50,77%) e a falta de qualificação da equipe técnica

responsável pelo funcionamento dos SIS (48%).

Outro aspecto a ser levado em conta, diz respeito ao modelo de

gestão preconizado para o SUS. Conforme o tipo de modelo e a forma de

gestão versus sistemas de informações, Rezende (1999) propõe a

seguinte classificação:

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Gestão autoritária: onde a gestão e o processo decisório estão

centralizados no nível estratégico, tendo como reflexos sistemas de

informações precários, fechados e, consequentemente, autoritários;

Gestão democrática: onde é permitida a participação dos

diversos setores da organização, a partir dos níveis inferiores. Apesar

disso, segundo o autor, a gestão democrática pode ser maquiada pela

gestão autoritária, uma vez que o processo de participação é determinado

por uma estrutura centralizada;

Gestão participativa: é o melhor dos mundos em termos de

utilização efetiva do sistema de informação. Segundo o autor, o processo

de descentralização das decisões permite uma participação dos diversos

níveis da organização tornando o sistema de informação aberto,

transparente e efetivo e

Gestão situacional: onde o processo decisório está vinculado a

situações específicas, dificultando o estabelecimento de regras de

participação dos diversos atores.

A gestão participativa na definição e utilização de novas TI, no

contexto do SUS, coincide com a nova concepção de informação que

segundo Rezende (1999) deixa de estar dividida em estratégica, tática e

operacional e passa a ser executiva visando dar suporte à tomada de

decisão em todos os níveis. Nesse sentido, permite adaptar soluções de TI

às condições de temperatura e pressão, isto é, ao perfil do setor saúde,

suas peculiaridades e características, que não, necessariamente, são as

de uma organização comercial, ou que difere da experiência de países,

cujos modelos de saúde, tem aspectos incompatíveis com os pressupostos

de construção do SUS.

Diante disso, analisa-se, a seguir, as TI que permitem aos

sistemas de informações na saúde sejam calcados nos princípio da

interoperabilidade e conectividade dos ambientes operacionais

heterogêneos e distribuídos para os sistemas de informações e, neste

sentido, próximas das tecnologias de gestão e planejamento do SUS,

baseadas na descentralização e autonomia de decisão.

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REDES DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

CLASSIFICAÇÃO DE REDES

Segundo Stair (1998), pode-se classificar as redes de

comunicação de dados como locais, regionais ou remotas e internacionais.

As redes locais ou Local Area Network (LAN) são configuradas dentro de

uma organização qualquer como empresa ou órgão público, conectando

diversos tipos de computadores através de cabos de rede, administrado

por servidores. Os servidores são conjuntos de computadores

responsáveis pela administração dos bancos de dados, as aplicações dos

usuários da rede e a comunicação dos usuários para além das fronteiras

da organização, por exemplo, a administração da Internet.

Ainda, segundo Stair (1998), as redes regionais ou remotas,

também denominadas de Wide Area Network (WAN), são aquelas que

abrangem uma determinada área geográfica, podendo ter diversos

conjuntos de servidores interligados através da transmissão por

microondas, satélite ou linhas telefônicas. As WAN quando configuradas

para organizações com sede em diferentes países são denominadas de

Global Área Network (GAN). As organizações públicas ou privadas utilizam

a Internet, como arquitetura de suas redes, seja ela uma WAN ou GAN.

INTERNET

As arquiteturas de redes em sistemas de informações voltados

para atender às redes de atenção à saúde têm na Internet e seus serviços

sua expressão mais estratégica, pois, viabiliza uma combinação de

diversas formas de computação em rede, centralizada, distribuída e

orientada a computação pessoal. Além disso, permite a troca eletrônica de

dados, tanto no formato texto como binário (voz e imagem), integra

sistemas distintos de diferentes plataformas através de padrões definidos e

disponibiliza dados e informações para acesso rápido e fácil.

Segundo Rangel (1996), a Internet, tal como conhecemos hoje,

é originada do projeto militar do governo americano conhecido como

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ARPANET, criado na década de 60, que se destinava à implementação de

uma rede de comunicação governamental, para o caso de um ataque

nuclear, no contexto da chamada guerra fria. A estrutura da rede era

baseada num modelo de múltiplas teias, de forma que todos os nós dessa

teia seriam interligados formando caminhos redundantes, possibilitando

que uma mensagem ao sair de sua origem, fosse quebrada em diversas

partes ou pacotes (conceito de comutação de pacotes). Esses, por sua

vez, percorreriam caminhos específicos dentro da rede e recompostos no

destino, garantindo a integridade da mensagem. Os nós teriam autonomia

necessária para gerar, transmitir e receber as mensagens.

Para Rangel (1996) nas evoluções do projeto, foram criados

protocolos padronizados, que executariam a tarefa de tratamento e

transporte das mensagens, conhecidos como TCP/IP. Ao TCP caberia

quebrar mensagens em pacotes de um lado e recompô-las do outro,

garantindo a entrega segura das mensagens e ao IP teria a função de

descobrir o caminho adequado entre o remetente e o destinatário.

Ao longo das diversas fases de evolução do projeto ARPANET,

as universidades se encarregaram de desenvolver e aperfeiçoar o projeto e

em 1977, numa demonstração prática houve o envio e recepção de

mensagens intercontinentais via satélite (Rangel, 1996: 91).

ARQUITETURA CLIENTE/SERVIDOR

Essa arquitetura está baseada em uma rede de máquinas

interligadas, onde pelo menos uma é considerada como Servidor, isto é, o

administrador da rede e as demais como Cliente, isto é, solicitante de

informações do Servidor.

Essa arquitetura é uma evolução tecnológica das antigas redes

centralizadas, constituídas por computadores de grande porte

(mainframes), responsáveis por processar todos os programas (software) e

gerenciar todos os recursos (serviço de impressão, acesso à banco de

dados etc.). O acesso, por parte dos usuários, era feito através de

terminais que não possuíam qualquer capacidade de processamento, e

eram constituídos, basicamente, por monitor, teclado e dispositivos de

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hardware necessários para estabelecer a comunicação com o computador

central. Na medida em que evoluíram os recursos compartilhados pelo

mainframes, como banco de dados e interfaces gráficas, esse modelo de

arquitetura tornou-se física e economicamente inviável. Como exemplo de

sistemas na área de saúde que utilizavam o processamento centralizado

em mainframes, podemos citar o Sistema de Informações sobre

Mortalidade (SIM) na década de 70.

Na arquitetura Cliente/Servidor, tanto o cliente quanto o servidor

podem ser computadores com variados graus de capacidade de

processamento, que compartilham elementos de computação necessários

para a execução do trabalho. Geralmente, o computador-cliente é um

microcomputador instalado na mesa de trabalho do usuário e o

computador-servidor é um microcomputador de maior capacidade, um

minicomputador (atualmente dito de médio porte) ou mainframes. A LAN

ou WAN pode ser qualquer uma capaz de estabelecer a comunicação

entre os dois.

A comunicação entre cliente e servidor deve ser completamente

independente da plataforma do servidor (hardware e software), bem como

da tecnologia de comunicação utilizada (hardware e software). Por

exemplo, podemos interligar clientes cujo ambiente operacional seja o

Windows/Microsoft ou Unix, a servidores Unix, OS/2 ou Windows 2000

indiferentemente da arquitetura de rede, LAN ou WAN que conecta o

cliente ao servidor.

Na arquitetura Cliente/Servidor não é necessário que todas as

máquinas sejam do mesmo fabricante ou do mesmo tipo. O que realmente

é importante, é o fato de todas as máquinas serem interligadas em rede,

com o mesmo tipo de protocolo de acesso.

SERVIÇOS BÁSICOS DA INTERNET

Compreender a potencialidade da Internet é dominar o conceito

de seus principais recursos ou serviços básicos:

WEB - (www ou World Wide Web) ou Teia de Alcance Mundial

foi concebida por Tim Bernes-Lee, do CERN (Laboratório Europeu de

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Física de Partículas), como um sistema de hipertexto distribuído, baseado

no modelo cliente-servidor. Trata-se de um método extremamente

eficiente, ainda que muito simples, de se reunir informação sobre

virtualmente qualquer coisa. A criação da web se deu no ano de 1992,

porém foi a conjunção da web com ambiente gráfico em 1994, que ampliou

o acesso público à Internet. Em decorrência desta junção logo começam a

aparecer mecanismos de busca (search engines) - sites que varrem todo o

webspace, gerando índices e permitindo buscas por palavras-chave em

todas as páginas web do mundo (Rangel, 1996).

Para Rangel (1996), uma página web é composta de quatro

elementos básicos: um documento no formato de hipertextos (contém

ligações ou link para outros documentos), um método de identificação de

recursos, um protocolo de comunicação e programas capazes de

interpretarem esses documentos, protocolos e recursos, denominados

browser. Os documentos hipertextos são escritos numa linguagem padrão

denominada HTML (HyperText Mark-up Language) baseado em tag ou

marcadores, que identificam cada conteúdo do documento, permitindo que

possa ser lido por diferentes browser. Os browser mais populares são o

Navigator da Nestcape e o Internet Explorer da Microsoft. Outro

componente importante numa página web é o modo como se acessa um

recurso qualquer na Internet, através da URL (Uniform Resource Locator).

Sua estrutura é mostrada na Figura 7. Podemos identificar que recurso

queremos acessar, seja ele uma máquina, um diretório ou um arquivo,

independente do protocolo utilizado para chegar ao recurso desejado.

Toma-se como exemplo, a possibilidade de buscar como

recurso um arquivo contendo os dados sobre os óbitos residentes do Rio

de Janeiro, relativo ao ano de 1998, que se encontra no site do DATASUS.

Informar-se, então, a url ftp://ftp.datasus.gov.br/mort98/dorrj98.dbc, onde

ftp é o protocolo utilizado para transferência do arquivo (recurso)

dorrj98.dbc, que se encontra no diretório /mort98 do servidor

ftp.datasus.gov.br. Da mesma forma, a url http://www.datasus.gov.br,

indica que acessaremos a página principal do servidor web

.www.datasus.gov.br

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Figura 7 – Estrutura de endereço na web

Uma página web utiliza como protocolo de comunicação o HTTP

(HyperText Transfer Protocol) para interação do computador cliente (onde

será exibida a página Web) e o computador servidor (encarregado de

disponibilizar a página desejada).

Figura 8 – Interação cliente/servidor na Internet

A Figura 8 apresenta o esquema de funcionamento de uma

interação cliente-servidor na Internet.

Os clientes são as máquinas utilizadas pelos diversos usuários

para se ter acesso a algum recurso da Internet. A máquina no caso pode

ser qualquer equipamento que nos permita esse acesso, microcomputador

pessoal doméstico ou qualquer terminal de uma rede local dentro de um

ambiente de trabalho. O servidor é uma máquina que hospeda as páginas

ou home-page e disponibiliza os recursos para os clientes, como páginas,

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banco de dados e os serviços básicos da Internet como correio eletrônico e

listas de discussões.

Segundo Bill Joy (2000), podemos definir até seis tipos de

diferentes web: aquelas onde a interação é feita através do teclado e

mouse dos computadores, que ele denominou “WEB via teclado”; uma

segunda chamada “WEB sem fio”, onde a interação é feita através de

telefones celulares, pager ou PDA (Personal Digital Assistant), servindo

como comunicadores individuais ligados todo o tempo ao usuário; uma

terceira denominada “WEB via controle remoto”, que o autor define,

também, como “WEB do entretenimento”, onde páginas de web são

entregues ao usuário em velocidades cable modem (alta velocidade),

utilizando aparelhos de televisão, semelhantes aos aparelhos de vídeo

game; a quarta forma é denominada “WEB falada”, onde qualquer tipo de

equipamento como microprocessadores embutidos, poderia responder ao

comando de voz; a quinta e a sexta formas de web o autor classificou

como “WEB do comércio”, onde os computadores trocam dados entre si,

automatizando transações comerciais, como estoques, distribuições,

pagamentos, etc. e “WEB dos aparelhos”, onde os dispositivos se

identificam através da Internet, permitindo sua interface com outros

dispositivos. Embora essas seis web se conectam, utilizam, no entanto,

dispositivos de hardware distintos e padrões próprios de linguagens.

Protocolo de comunicação (TCP/IP) – Segundo Ferrari (1996)

para que os computadores possam comunicar-se na Internet é imperativo

que cada um tenha um endereço IP (Internet Protocol). Os computadores

pessoais, quando estão conectados na Internet recebem do provedor de

acesso automaticamente um endereço IP. O protocolo empacota os dados

e os colocam o endereço IP do destinatário e remetente (que é o endereço

do computador). Sua formação é baseada em duas partes, o endereço da

rede e o endereço do computador. O endereço é formado por 4 grupos,

cada grupo com números variando de 0 a 255. Por exemplo, o IP da

Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro é 200.20.33.3.

Correio eletrônico (e-mail) – Segundo Becherini & Santos

(1996a), o correio eletrônico (e-mail) é o serviço mais utilizado na Internet.

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Via e-mail pode-se enviar sons, imagens, vídeos ou qualquer tipo de

arquivo. O usuário prepara uma mensagem na sua área de trabalho e a

envia a outro usuário do sistema. O ato de enviar uma mensagem é uma

simples colocação da mensagem em uma caixa postal ou em uma fila de

submissão.

A caixa postal é, na realidade, uma entidade associada a um

único usuário e administrada pelo sistema de arquivos, consistindo assim

em um diretório de arquivos. Tais caixas postais podem estar localizadas

em um mesmo servidor ou em servidores diferentes, interligados em rede.

Do lado do destinatário, as mensagens recebidas são

armazenadas em um arquivo contido no diretório da sua caixa postal. A

partir do seu armazenamento, o usuário tem acesso às mensagens para

ler, remover ou mover em arquivos pessoais para uso posterior.

A idéia de correio eletrônico gira em torno do conceito de

endereço. O endereço de um usuário no correio eletrônico fornece todas

as informações necessárias para que uma mensagem seja enviada para

outro usuário, em qualquer parte do mundo.

Para que o processo de envio e recebimento de mensagem

possa ser feito entre sistemas de diferentes fabricantes, foi criado o

protocolo SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), que faz parte da família

de protocolos TCP/IP. Segundo Becherini & Santos (1996a), cinco

componentes fazem parte do SMTP, para o sucesso da troca de

mensagens:

• Ambiente de Comunicação - utiliza o serviço TCP;

• User Agent (UA)– assiste o usuário na preparação da

mensagem;

• Fila de Submissão – sistema de arquivos que armazena

as mensagens preparadas pelo UA;

• Sender-SMTP – servidor que atende a fila de submissão

e transmite as mensagens pendentes;

• Server-SMTP – servidor de e-mail, atende a fila de

submissão e verifica as mensagens recebidas para os

usuários locais;

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• Receiver-SMTP – atende a fila de submissão e distribui

as mensagens recebidas para as caixas postais;

• Caixa Postal – sistema de arquivos onde as mensagens

são armazenadas para posterior recuperação.

Ainda, to protocolo POP (Post Office Protocol) criado para

facilitar a transferência de mensagens recebidas pelo servidor de e-mail

nas máquinas de uso pessoal como os PC ou Mac conectados como

clientes nas redes locais.

Atualmente, o serviço de correio eletrônico tem sido utilizado

com bastante freqüência, para gestão do SIM e SINASC, facilitando,

especialmente o serviço de suporte e esclarecimentos de dúvidas sobre

aspectos operacionais de funcionamento de ambos os sistemas, além de

ser o contato através dos endereços [email protected] e

[email protected] para contato com o publico em geral.

FTP – Para Becherini e Santos (1996b), a arquitetura de rede da

Internet oferece o FTP (File Transfer Protocol), como um dos seus serviços

básicos, cuja função é permitir a transferência de arquivos entre dois

sistemas de uma rede e definir, também, alguns tipos de estruturas de

arquivos mais comumente encontrados devido à heterogeneidade entre os

diferentes sistemas presentes na Internet.

É, sem dúvida, o principal método de transferência de arquivos

na rede. Com permissão apropriada, é possível copiar arquivo de um

computador localizado em qualquer parte do mundo para outro a taxas de

velocidades relativamente altas. Além disso, os serviços de FTP têm como

objetivos:

• Promover o compartilhamento de arquivos (programas ou

dados);

• Transferir dados de maneira eficiente e confiável entre dois

sistemas.

O serviço de FTP trabalha com modelo cliente-servidor, onde o

sistema de destino (também chamado de servidor) responde aos

comandos do sistema de origem (também chamado de cliente). O modelo

implementado possui uma característica interessante, que é a de utilizar

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duas conexões diferentes entre os sistemas envolvidos: uma denominada

conexão de controle, dedicada aos comandos FTP e às suas respostas; e

a outra denominada conexão de dados, dedicada à transferência de dados.

A conexão de controle, atualmente, foi bastante simplificada para o

usuário, nos ambientes gráficos, uma vez os tipos de browser existentes

permitem acessos de forma bem amigável.

Como normalmente cada sistema define regras diversificadas

para seus arquivos, o protocolo FTP precisa enxergá-los através de

propriedades comuns, independente do tipo de máquina. Assim sendo, ao

se transferir um arquivo deve-se preocupar em conhecer o tipo de dado

que está sendo tratado. Em outras palavras, precisa-se diferenciar entre

arquivo texto (ASCII) e arquivo binário (programas, voz e imagem).

Atualmente os serviços de FTP estão embutidos nas páginas da

web como download. Na página do DATASUS para acesso às bases de

dados e aplicativos (software) de interesse da saúde pode-se acessar o

endereço ftp://ftp.datasus.gov.br .

Lista de discussão - As listas de discussões surgiram na

Internet decorrentes da idéia de distribuir informações a pessoas da

comunidade Unix, com a criação em 1978, através do programa de

conferência, intitulado Usenet (Unix User Network), baseado no UUCP

(Unix-toUnix CoPy Protocol) da AT&T, que permitia a cópia de arquivos

através de linhas discadas. Esse serviço, logo se expandiu para criação de

diversos grupos de discussões, cada qual com sua própria hierarquia, que

identificava o assunto específico. Durante os anos 80, foi criado um

protocolo específico para tratar dos grupos de discussões, o NNTP (Net

News Transfer Protocol), que substituiu o UUCP. Gerenciados ou não pela

ARPANET (predecessora da Internet) surgiram diversas categorias de

newsgoups, como comp (assuntos de computação), misc (miscelânea),

news (notícias), rec (recreação), sci (ciência), soc (temas sociais) e talk

(bate-papo), além de outros.

O mecanismo de funcionamento de um grupo de discussão é

semelhante ao correio eletrônico, uma vez que a troca de mensagens é

feita por e-mail. A diferença está no fato de que um usuário de uma lista

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deve se inscrever previamente na lista desejada para que possa receber e

enviar e-mail para o grupo de discussão escolhido. As mensagens

enviadas pelo usuário do grupo são automaticamente redistribuídas para

todo o grupo.

Atualmente, esse serviço tem sido bastante utilizado pelas

empresas de e-commerce, como estratégia de divulgação permanente das

últimas as novidades da empresa, através de uma assinatura gratuita no

boletim eletrônico dos clientes. O cliente pode assinar e cancelar a

assinatura no boletim quantas vezes achar necessário.

Uma utilização prática na área da saúde pública é a experiência

da lista de discussão do Comitê Temático Interdisciplinar para Padrões de

Registros Clínicos (CTI-PRC), que tem por objetivo o estabelecimento,

através de um processo aberto, de padrões para a construção de

prontuários informatizados, estando disponível no site www.datasus.gov.br.

Programas de mensagens – Para Costa (2001), esses

programas permitem a seus usuários “ver” se outros usuários do mesmo

programa estão conectados à Internet no mesmo momento,

estabelecendo, dessa forma, uma comunicação ponto-a-ponto. Isto é, as

mensagens são trocadas entre os usuários conectados de formas

instantânea sem a necessidade de intermediários. Comparados com o

correio eletrônico, os programas de troca de mensagens dispensam os

servidores de correios. O ICQ (I Seek You – Estou Procurando Você), um

pequeno software israelense foi um dos pioneiros neste tipo de serviço e é

um dos mais populares. Para o uso do programa, é necessário que o

usuário se cadastre previamente, obtendo um código de acesso. Em

seguida, o usuário deve descobrir aqueles com se deseja comunicar e criar

sua lista de contados estando o destinatário pronto (on-line) ou não (off-

line). A transmissão de arquivos nos programas de troca de mensagens

conta, também, com o sistema de crash recovery, que faz com que a

transmissão do arquivo continue do ponto que parou, caso a comunicação

sofra alguma queda. Atualmente, as novas versões desses programas

contam com um serviço muito interessante, que é comunicação em viva

voz, onde as ligações telefônicas interestaduais ou internacionais são

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contabilizadas como ligações locais. Esses programas têm a vantagem de

rodar em background, isto é, ficam ativos na memória do computador para

serem acionados quando algum usuário deseja estabelecer comunicação

e, geralmente, consomem pouca memória. Além do ICQ da Mirabilis/AOL,

existem outros programas que disponibilizam esses serviços como o

GROOVE, o ODIGO 3.0, MSN Messenger, Socket, AOL Instant Messeger

4.2, Kunami Instant Messeger (KIM), COMVC 2.0R6 e o INSTANTERRA.

Um ponto interessante a ser discutido relaciona-se à

conectividade desses programas, já que a maioria não permite que seus

usuários cadastrados se comuniquem com os usuários cadastrados pelos

demais programas.

IRC (CHAT) – Segundo Rangel (1996), em 1988, foi criado o

IRC (Internet Relay Chat), um modelo cliente-servidor que permite que

diversos usuários “conversem” on-line ou em tempo real, compartilhando

um mesmo canal virtual de comunicação. Os canais virtuais de

comunicação, popularmente denominados de salas de bate-papo,

estabelecem certos tópicos de conversação para grupos, sendo

classificados por quem está organizando a sala. Normalmente, os

provedores de serviços classificam as salas de forma a atingir

determinados seguimentos de usuários.

O IRC funciona num modelo cliente-servidor, isto é, o usuário

roda um programa cliente, que se conecta a um servidor de uma rede de

IRC (o provedor de serviço da Internet). Todos os servidores são

interligados e passam mensagens de usuários para outros na rede. Um

servidor pode ser conectado a vários outros servidores e a até a centenas

de clientes. Existem várias redes de IRC, grandes e pequenas. As maiores,

chamadas Efnet (Eris Free Net), IRCNet, Undernet e Dalnet, normalmente

servem a um fluxo de aproximadamente 30 mil usuários, quase

ininterruptamente. Existem muitas outras que são menos povoadas mas,

em compensação, oferecem estabilidade e conveniência. Existem também

as redes locais, como as brasileiras BrasIRC, BrasNet e BrasilNet.

Uma vantagem do IRC é que as mensagens via textos curtos

possibilitam uma comunicação veloz e simultânea entre os usuários. Os

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canais do IRC são controlados por pessoas conhecidas como operadores

(op’s). Eles são responsáveis por decidir quem pode ou não ficar no canal,

retirando quando necessário para manter o canal de acordo com seus

objetivos.

Ferramentas de busca (pesquisa)11 - Um sistema de busca é

uma estrutura organizada em índices, bancos de dados e computadores,

analisando e indexando páginas da web. Armazenam os resultados dessa

análise e indexação em uma grande base de dados. Desse modo, quando

um usuário efetua uma consulta, o sistema de busca vai pesquisar essa

base de dados e fornecer os resultados da pesquisa ao usuário. Há dois

tipos de sistemas de busca: os diretórios e os mecanismos de busca.

Os diretórios catalogam milhares de endereços, classificando-os

por categoria e assunto. O diretório mais antigo e conhecido é o Yahoo! Nos diretórios, a indexação das páginas da web é realizada manualmente.

Ou seja, são pessoas encarregadas de visitar, classificar em categoria e

assunto uma página da web. Essas pessoas também decidem se aceitam

ou não uma página dentro do sistema.

Os mecanismos de busca são sites de pesquisa que se baseiam

em Palavras-chave para procurar documentos em qualquer lugar na web.

A procura pela rede é automatizada, efetuada pelos "spiders", pequenos

programas que realizam operações automáticas, rastreando

sistematicamente páginas e links, indexando tudo aquilo que encontram

pela frente. Um bom exemplo é o AltaVista, capaz de mostrar muito mais

endereços que um diretório.

Essa divisão tem, é claro, apenas efeitos didáticos e como toda

divisão é uma generalização e portanto, perigosa. Dois diretórios não se

igualam em seus critérios de indexação: alguns recebem apenas a URL

como informação e todo o trabalho de classificação é realizado por seus

funcionários; outros se interessam por informações como "Palavras-

chave", "Descrição" da página, etc. Além disso, nada garante que a

categoria escolhida pelo Webmaster no momento do cadastro será aquela

11 Baseado no tutorial Ferramentas de Busca. Artigo consultado em maio de

2001, no site http://icompras.com.br/index.html.

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em que sua página será indexada. Os mecanismos de busca também se

comportam de maneira diferente entre si, desde a exigência de

informações até o período de confirmação do cadastro.

Além disso, existem as ferramentas de Meta Busca, que por sua

vez não armazenam informação alguma em sua base de dados, mas

retornam ao visitante, como resultado de sua pergunta, dados pesquisados

em diretórios e mecanismo de busca.

Comum a ambos os sistemas há muitas características: se

alguém desenvolve sites para a web não pode esquecer de cadastrar sua

página em todos eles - ou nos principais. E por mais que carreguem nos

superlativos, nenhum sistema de busca tem em sua base de dados todos

os sites da web catalogada. Isso por que, sempre que é realizada uma

consulta em um site de busca, a procura é feita na base de dados presente

no site e não em toda a web. Estima-se que os melhores sites de busca

contenham apenas uma pequena fração das páginas existentes no mundo.

INTERNET NA SAÚDE

Um exemplo interessante de utilização da Internet na saúde é a

recuperação de informações no site do DATASUS, através da ferramenta

intitulada TABNET. O TABNET é uma ferramenta de tabulação de base de

dados de forma rápida e amigável, desenvolvida como aplicação de

domínio público e disponibilizada na Internet, possibilitando a recuperação

de informações nas bases de dados geradas pelos dos sistemas de

informações em saúde de abrangência nacional como SIM e o SINASC.

Outra ferramenta disponibilizada na Internet, para recuperação

de informações é o TABWIN. A diferença básica entre ambas aplicações é

que o TABWIN deve ser instalado na estação de trabalho do usuário, bem

como as bases de dados, antes de ser utilizado e o TABNET é processado

na própria web.

Umas das primeiras experiências na utilização destes

programas de tabulação, foram sobre as bases de dados de mortalidade,

concorrendo, assim, para que os dados tivessem uma melhora significativa

em sua qualidade, como consistência e abrangência. A Figura 9 mostra o

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resultado de uma tabulação sobre os dados de mortalidade e nascidos

vivos, através da aplicação TABNET, sendo o cartograma gerado na

aplicação TABWIN, onde foi possível fazer o cálculo da taxa de

mortalidade infantil.

Figura 9 – Uso do TABNET e TABWIN para gerar um mapa da mortalidade infantil. 12

Ambas aplicações permitem à construção de índices e

indicadores de produção de serviços, de características epidemiológicas

(incidência de doenças, agravos e mortalidade) e de aspectos

demográficos de interesse (educação, saneamento, renda etc) – por

estado e por município; programação e o planejamento de serviços;

avaliação e tomada de decisões relativas à alocação e distribuição de

recursos; avaliação do impacto de intervenções nas condições de saúde,

através da realização de operações aritméticas e estatísticas nos dados da

tabela gerada ou importada e a elaboração de gráficos de vários tipos,

inclusive cartogramas, a partir dos dados dessa tabela.

12 ,Cartograma gerado a partir da tabulação dos óbitos menores de um ano

por mil nascidos vivos residentes no Rio de Janeiro em 1998, distribuídos pelas regiões de saúde.

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PADRÕES E NORMAS

SISTEMAS ABERTOS

Na parte informatizada os sistemas de informações são

compostos por software – sistemas operacionais, aplicativos e algumas

linguagens de programação. Esses componentes importantes dos

sistemas de informações na grande maioria das vezes são de propriedade

exclusiva de algum fornecedor privado, segundo a OPAS (2000), muitos

sistemas de informações para atenção de saúde no mercado atual são de

“marca registrada”. Reconhece a OPAS, nesse mesmo trabalho que

sistemas de marca registrada no cenário dos sistemas e tecnologia da

informação para atenção da saúde, todavia gozam de êxito ininterrupto

devido a algumas vantagens muito tangíveis, porém, em contrapartida, não

deixa de apontar que a tendência mundial inexoravelmente avança para

sistemas abertos que utilizam padrões reconhecidos.

A discussão inicial sobre os aspectos de normas e padrões em

TI gira em torno desse aspecto, qual seja, os benefícios no

desenvolvimento de sistemas de informações para atenção de saúde,

calcados em componentes de software abertos e de domínio público.

Adota-se neste estudo a abordagem utilizada pela OPAS, na

definição de sistemas abertos como padrão a ser adotado no

desenvolvimento de sistemas de informações para atenção de saúde, em

particular, em consonância com nossa perspectiva de análise sobre o SIM

e o SINASC. Nesse sentido, o trabalho elege três objetivos a serem

alcançados pelos sistemas de informações em saúde: primeiro que

permitam transferência (portabilidade) sem mudanças ou mudanças

mínimas em uma variedade de arquitetura de equipamentos; segundo que

funcionem com aplicações em sistemas locais e remotos que têm diversas

arquiteturas; e terceiro que interajam com usuários de maneira comum que

permita transferir facilmente os conhecimentos técnicos dos usuários entre

arquiteturas de equipamentos.

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Os sistemas abertos trazem como benefício o processo de

decisão de qual política de TI para atenção de saúde pode prover a

solução de informática necessária. Retira do foco da discussão o fato da

solução girar em torno de um único fornecedor. Para a OPAS (2000),

sucessos recentes no setor viram desaparecer alguns provedores da noite

para o dia como resultado de planificação defeituosa, o desempenho

deficiente de produtos ou de sua aquisição. Os sistemas abertos brindam a

oportunidade de diversificar o risco entre vários protagonistas fortes.

O sistema operacional LINUX aparece como a grande

alternativa para o desenvolvimento de sistemas abertos, por trazer consigo

este princípio. Segundo Hall (2001), o Linux, com seu grande número de

recursos de rede, gerenciadores de dispositivos, estabilidade, segurança e

modularidade para se adequar ao mercado, será o sistema operacional

com maior probabilidade de sucesso.

CLASSIFICAÇÃO DOS PADRÕES

Para a OPAS (2000), um aspecto importante da implementação

de normas e padrões na construção de sistemas de informações baseados

no princípio dos sistemas abertos é a forma como são classificados. A

OPAS define quatro princípios para classificação:

Padrões de fato – Um padrão de fato é uma especificação de

ampla implementação e uso. Os padrões de fato podem ser abertos ou

proprietários. O público em geral pode obter a especificação para um

padrão de fato em sistemas abertos. Existe um processo para que o

público controle o conteúdo futuro das especificações. Um exemplo de

uma norma de fato aberta seria a linguagem de marcação de hipertexto

(HTML) utilizada para apresentar informação na Internet. Ao contrário, o

Windows da Microsoft e a Arquitetura de Redes de Sistemas (SNA) da IBM

são exemplos de padrões de fato proprietários;

Padrões de direito – Os padrões de direito são produzidos por

grupos com condições jurídicas e emanam de uma instituição de governo

ou uma organização internacional reconhecida. Para criar o padrão, o

grupo de direito deve seguir um processo aberto que permita a

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participação de todos em busca de um consenso. Este processo para

chegar ao consenso é o mais prolongado de todos os processos de

sistemas abertos. A Classificação Internacional de Doenças da

Organização Mundial de Saúde (CID) é um exemplo de padrão de direito.

Consórcios – Desde 1988 têm sido formado muitos consórcios

de sistema abertos. Os consórcios são geralmente organizações sem fins

de lucro financiados por membros com um interesse comum em definir

algum aspecto em torno dos sistemas abertos. Os consórcios, a princípio,

incorporam padrões de direito e de fato. Neste processo, os membros

definem os perfis e os padrões para áreas sem padrões de fato e de

direito. O CORBA é exemplo do padrão de arquitetura e interface que

permite a interoperabilidade de sistemas constituídos em plataformas

heterogêneas, independentemente e indiferentes à linguagem de

programação, sistema operacional, protocolos de rede ou considerações

locais (Tavares, 1999).

Provedores de tecnologia – O provedores de tecnologia na

realidade produzem uma tecnologia utilizável (código fonte) para sistemas

abertos com a incorporação de especificações de fato, direito e outras de

consórcios existentes.

PADRONIZAÇÃO NA SAÚDE

VOCABULÁRIO

Os dados coletados a partir da ocorrência de algum evento em

saúde, segundo FIOL (2000), possuem como característica a alta

complexidade, representados por modelos sofisticados de representação,

por conta da diversidade dos tipos de informação, combinando estrutura de

textos (descritiva), imagens, sons etc., a par de suas natureza distribuída,

dinâmica e evolutiva (cronologia), necessitando uma alta performace no

processamento e armazenamento, além de guardarem consigo a

autenticidade, confidencialidade (privacidade) e longevidade de suas bases

de dados.

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Portanto, o processo de codificação dos dados coletados,

processados e armazenados, através de um vocabulário padronizado trará

como resultante, nas pesquisas clínicas e epidemiológicas, a monitoração

de eventos clínicos, processos de auditoria, processos de controle de

qualidade, recuperação e indexação de textos, portabilidade e tradução

dos dados e prontuários eletrônicos. Dessa forma o padrão de vocabulário

permitirá uma padronização da linguagem, compatibilidade com outros

sistemas, qualidade e continuidade das informações (história clínica) e

viabilizará análise e processamento dos dados armazenados. Um exemplo

de padrão para vocabulário é a Classificação Estatística Internacional de

Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID10).

CONTEÚDO

Ao longo da história da saúde foram constituídos diversos

sistemas de informações com finalidades e lógicas conceituais distintas,

não integradas, a partir de práticas compartimentadas e fragmentadas de

diferentes órgãos da saúde (ABRASCO, 1994). Em decorrência, a

discussão em torno de normas e procedimentos de compatibilização de

sistemas de informação é preliminar, pois permite uma aproximação mais

globalizante e integral das reais condições de vida, doença e morte da

população (ABRASCO, 1997).

Dessa forma, em novembro de 1998, o Ministério da Saúde,

atendo às recomendações da Oficina de Trabalho da Rede Interagerencial

de Informações para a Saúde - RPSIA, publicou a Portaria nº 3.947/GM,

estabelecendo padrões e atributos mínimos para construção de novos

sistemas de informações e intercomunicação dos já existentes. Através

desses padrões e atributos pode-se estabelecer a compatibilização na

identificação do indivíduo assistido, inclusive seus dados complementares,

identificação da instituição ou local de assistência, identificação do

profissional que atendeu e do evento ou atendimento realizado. Esta

Portaria aponta, como meta importante para a compatibilização dos

sistemas de informações, a possibilidade de articulação entre os gestores

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nos três níveis, para a padronização dos Registros Clínicos e o Cadastro

de Unidades de Saúde, com base municipal.

TROCA ELETRÔNICA DE DADOS 13

Dentre as discussões envolvendo as potencialidades da Internet

estão as possibilidades de troca de informações entre os diversos sistemas

presentes na grande rede, independentemente de plataforma, linguagem,

estrutura de arquivos ou dos computadores que executam estes sistemas,

isto é, pode-se interoperar sistemas e computadores desenvolvidos por

diferentes fabricantes.

Na saúde pública isto é fundamental, uma vez que os sistemas

foram desenvolvidos em momentos distintos, por motivos e objetivos

distintos, utilizando distintas plataformas de sistemas e computadores. Os

diversos SIS estão estruturados através de uma lógica que fragmenta,

homogeneiza e retraduz a interdependência dos problemas sociais

(Moraes & Santos, 1998: 5) e, nesse sentido, é necessário um olhar

multisetorial e multidisciplinar, de forma que se possa contextualizar os

eventos ocorridos que geraram os dados e as informações.

Dentro dessa perspectiva, torna-se fundamental ter mecanismos

que facilitem a interoperabilidade dos sistemas de informações em saúde.

O XML (eXtensible Markup Language) é um padrão para representação de

documentos em computador criado pelo W3 Consortium que tem

despertado bastante interesse no sentido de vir a cumprir esse papel.

Segundo Nardon (2000), “o princípio do XML é, na verdade, muito simples:

qualquer um pode inventar marcações que adicionam semântica a um

texto, dizendo o que significa um determinado pedaço de informação”.

Um documento XML pode ser um simples texto, como o registro

de um paciente, contendo, por exemplo, sua identificação pessoal, o

diagnóstico clínico, a identificação do estabelecimento de saúde, de forma

que esse registro possa interagir com qualquer outro sistema em busca de

13 Este item foi escrito baseado no artigo NARDON, F. B., 2000. Utilizando

XML para representações de informações em Saúde. Unidade de Pesquisa e

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outras informações que contemplem o paciente em questão. Significa,

então, que pode-se ter pedaços de informações sobre o paciente,

distribuídos fisicamente, e que através de um protocolo XML, possam ser

eventualmente articuladas.

Um exemplo, interessante, é saber o estado atual dos pacientes

que foram notificados por AIDS, em algum serviço de saúde, tiveram alta e

com os quais perdeu-se o contato, por abandono do programa ao qual

estavam vinculados. Uma das formas de busca é verificar no SIM os

pacientes que foram ou não a óbito. Atualmente, esse tipo de busca é feito

manualmente pelos programas de saúde, que tratam esse tipo de agravo.

Um protocolo XML entre o Sistema de Informações sobre Agravos de

Notificação (SINAN) e o SIM, poderia auxiliar nessa busca de forma

automática.

Os documentos XML utilizam marcações ou tag escrita entre os

símbolos < e > e o sinal </ é utilizado para indicar o fechamento da

marcação. Por exemplo, a informação sobre o nome do paciente inicia-se

com a tag <Nome> e termina com a tag </Nome>.

O documento XML é composto por uma estrutura hierárquica de

marcações, que contém dois tipos de dados: elementos e atributos.

Elementos são as informações que são representadas entre as tags, como

<Paciente> e <Nome>, por exemplo. Atributos são dados que

complementam uma tag, por exemplo, <matricula> e permitem que se

estabeleça um conjunto de valores possíveis, enquanto que os elementos

não permitem isso. Tanto atributos quanto elementos tem suas vantagens

e desvantagens e a escolha entre um e outro deve ser feita

cuidadosamente.

Na figura 10, foi montado um exemplo para ilustrar como é o

formato de um documento escrito em XML. Neste exemplo, adaptado a

partir de Nardon (2000), o paciente João da Silva foi diagnosticado e

notificado para AIDS, emitido pelo SINAN podendo interagir com o SIM,

desde que ambos reconheçam as tag descritas para identificação do

Desenvolvimento, INCOR. São Paulo. [email protected], e disponibilizado na Intranet do DATASUS.

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paciente. Outra observação, importante, é o fato do documento XML ser

escrito em formato texto, o que facilita ser lido em qualquer sistema no

mundo da informática, uma vez que este formato é padrão internacional.

Segundo Nardon (2000), os documentos XML podem sobreviver a

mudanças tecnológicas e o mesmo documento poderá ser visto daqui a 30

ou 40 anos. O XML é um padrão que já nasceu para ser utilizado na

Internet. Alguns browsers já possuem suporte ao XML nativamente, como

Internet Explorer 5 e o Mozila.

Figura 10 – Exemplo da estrutura de um documento XML

<?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1"?> <Diagnostico> <Paciente matrícula=”123”> <Nome> João da Silva </Nome> <Causanotificada>B2414</Causanotificada> </Paciente> </Diagnostico>

DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES

Os sistemas de informações têm como objetivo acelerar o

acesso, a divulgação e a recuperação de informações em ambientes

altamente vastos e distribuídos e, nesse sentido, têm surgido novos

paradigmas como meio de explorar este potencia. Dessa forma, grande

parte do avanço que acelera o desenvolvimento das tecnologias de

informação é oriundo de pesquisas na área da Ciência da Computação.

Dentre estas tecnologias destacam-se: Banco de Dados e sua integração a

web, plataformas de suporte aos mais variados tipos de sistemas de

informação, desenvolvimento de software para controle, gerência e

segurança de redes e serviços, frameworks que promovem a integração de

repositórios heterogêneos, linguagens de programação e sistemas de

software flexíveis e amigáveis (Mello, 2000). Este parece ser o grande

desafio a ser enfrentado no desenvolvimento de novas TI para

implementações de sistemas de informações em saúde.

14 B24 é o CID10 de Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV] não especificada

69

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Torna-se, então, necessário trazer ao debate os tópicos

considerados importantes para definição de desenvolvimento de

aplicações, incluindo aí a evolução das aplicações existentes. Nesse

sentido, elege-se os tópicos a seguir como aqueles capazes de definir uma

estratégia interessante para o desenvolvimento de aplicações para os

sistemas de informações em saúde, pois, apontam para aquelas TI que

vêm se firmando, enquanto tendência, nos projetos de sistemas de

informações em geral.

ANÁLISE E PROJETO PARA SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

As atividades de análise e projeto de sistemas são estratégias

interessantes, segundo Rezende (1999), para que os sistemas de

informações em saúde atinjam seus objetivos, isto é, suporte a tomada de

decisão profícua, produtos de melhor qualidade, mais segurança nas

informações, menos erros, mais precisão, controle das operações.

As atividades de análise e projeto de sistemas utilizam

determinadas metodologias que propiciam a desenvolvedores de sistemas

(profissionais de informática) e usuários a construção de sistemas de

informações com o máximo de efetividade. Essas metodologias podem ser

classificadas ao longo da evolução das TI na seguinte forma:

ANÁLISE ESTRUTURADA

Compõe-se de um conjunto de técnicas e ferramentas, em

constante evolução, nascido do sucesso da programação e do projeto

estruturados. Seu conceito fundamental é a construção de um ‘modelo

lógico’ (não físico) de um sistema, utilizando técnicas gráficas capazes de

levar usuários, analistas e projetistas a formarem um quadro claro e geral

do sistema e de como suas partes se encaixam para atender às

necessidades daqueles que precisam (Gane & Sarson, 1983). As principais

ferramentas utilizadas por esta metodologia são o Diagrama de Fluxo de

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Dados (ver Figura 1 página 23) e o Dicionário de Dados15, posteriormente,

foi acrescentada nesta metodologia o Diagrama de Entidade e

Relacionamento (ver Figura 3 pág. 33).

ANÁLISE ESSENCIAL DE SISTEMAS

A finalidade da análise essencial é fornecer uma declaração dos

requerimentos verdadeiros do sistema que será construído. Um

requerimento verdadeiro, também conhecido como um requerimento

essencial ou lógico, é uma característica que o sistema deve ter, qualquer

que seja a tecnologia ou ferramenta utilizada para implementá-la

(Rezende, 1999); (Mcmenamim & Palmer, 1991). Os componentes que

formam essa metodologia são atividades essenciais, memória essencial e

atividade custodias.

ANÁLISE ORIENTADA A OBJETOS

A orientação a objetos deve ser entendida a partir de conceitos

chaves, utilizados na estruturação de sistemas de informações. Os

conceitos a seguir, foram extraídos dos trabalhos de Ambler (1997),

Mangan et al (1999) e Rezende (1999), e têm aceitação universal:

• Objeto: Pode-se entender um objeto como um pacote de

software contendo variáveis (atributos) e métodos relacionados que é a

instância de uma classe. Uma pessoa, lugar, objeto, conceito ou evento

aplicável ao sistema em questão. Os objetos possuem dados e

desempenham ações (ou seja, possuem funcionalidade).

• Classe: É uma descrição de um ou mais objetos através

de um conjunto uniforme de atributos e serviços. Além disso, pode conter

uma descrição de como criar novos objetos na classe. Uma classe é um

protótipo que define os atributos e métodos comuns a todos os objetos de

um certo tipo. Um conjunto de objetos similares. Assim, embora no mundo

15 O conceito de Dicionário de Dados, muitas vezes confundido com lay-out

de arquivo e/ou registro proposto por Gane E Sarson (1983): é o conjunto, o relato e a documentação das simbologias da diagramação do sistema ou software, seja qual for o diagrama (RESENDE, 1999).

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real os pacientes A, B, C e D sejam “objetos pacientes”, pode-se modelar

somente a classe “Pacientes”.

• Atributos: Variáveis que definem estados internos de um

objeto. Um atributo eqüivale a um elemento de dados em um registro.

Também faria sentido em um atributo como uma variável.

• Métodos: Tipos de serviços ou procedimentos que

determinam o comportamento possível dos objetos. Um método pode ser

visto como uma função ou uma procedure, isto é, os métodos acessam e

modificam os atributos de um objeto e alguns métodos retornam um valor

(como uma função), enquanto outros não (como uma procedure).

• Herança: Uma vez definida uma classe A pode-se a partir

dela definir uma classe B, assim, a subclasse B herda atributos e métodos

da superclasse A.

• Polimorfismo: Caracteriza-se pela possibilidade de

classes distintas possuírem métodos com nomes idênticos, mas com

implementações distintas. O polimorfismo estabelece que um determinado

objeto pode assumir variadas formas e que os outros objetos podem

interagir com ele sem se preocuparem com a sua forma específica num

dado momento. A Figura 11 mostra um exemplo de herança e de

polimorfismo. As subclasses Quadrado e Retângulo irão rescrever o

método desenha() para exibir, respectivamente, um quadrado com lado e

um retângulo com as dimensões base x altura.

• Instância: Quando uma aplicação está sendo executada

(processada), objetos são instanciados (criados/definidos) a partir das

classes. Se diz que um objeto é uma instância de uma classe, e que

instanciamos objetos a partir de classes.

• Encapsulamento: Significa que toda informação é

empacotada sob um nome e pode ser reusada como uma especificação ou

componente do programa. A implementação de conhecimentos e as ações

de uma classe, sem a preocupação em explicar aos outros como isto será

feito.

• Ocultamento: É a restrição de acesso aos atributos do

objeto.

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Figura 11 - Exemplo de herança e de polimorfismo16

UML

Como os métodos de Orientação a Objetos (OO) definiam uma

forma de modelagem de acordo com seu próprio autor, que apesar de

parecidas são divergentes, tornou-se evidente a necessidade de

desenvolver uma ferramenta que pudesse unificar as formas de

modelagem entre os diversos métodos. É com este objetivo que surgiu a

Unified Modeling Language (UML), uma linguagem de modelagem que

procura através de diagramas, definir as principais fases dentro das

diversas metodologias baseadas em objetos, tais como as fases de

análise, projeto e implementação (Rezende, 1999). A UML é o padrão

universal de modelagem de sistemas orientados a objetos. A idéia central

deste modelo é fazer com que os arquitetos de sistemas trabalhem com

Análise e Projeto Orientados a Objetos a partir de uma linguagem

consistente para especificação, visualização, construção e documentação

dos aspectos do software, bem como a utilizem para a modelagem do

negócio. Além de definir uma notação gráfica, conjunto de símbolos

padrões, a qual reúne os melhores artifícios das técnicas existentes no

mercado, eles se propuseram a especificar em detalhe toda a semântica

73

16 Baseado no artigo MANGAN, M. A. S. et al, 1999. Técnicas para

Desenvolvimento de Aplicações Orientadas a Objetos Utilizando a Linguagem Java. III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO. Porto Alegre, maio.

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desejável de um modelo de sistema. Esta semântica define todos os

elementos que compõem o modelo, suas características e

relacionamentos, facilitando a efetiva comunicação entre os profissionais

que a utilizam. Também foram estabelecidos os vários diagramas que

compõem este modelo, porém não se formalizou nenhum método ou

metodologia que definisse a seqüência deles, já que este não foi o objetivo

principal da especificação (www.addtech.com.br/Uml.htm , 2001).

DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES PARA WEB

Dentre os recursos oferecidos pela Internet, o desenvolvimento

de aplicações vem ganhando espaço de forma explosiva, devido ao

dinamismo e flexibilidade de interação com web, segundo Raposo et al

(1999).

Porém, para Raposo et al(1999), apesar das vantagens das

aplicações na Web estarem associadas à fácil acessibilidade por uma

gama crescente de usuários de qualquer lugar e independente da

plataforma de acesso, ainda existem diversas limitações na utilização das

aplicações associadas com a linguagem (HTML) e o protocolo (HTTP),

recursos básicos para visualização e acesso por meio dos browser. Dentre

essas limitações, RAPOSO et al (1999) apontam:

• falta de controle sobre a aparência da interface;

• dificuldade na construção de interfaces independentes de

plataforma;

• o protocolo HTTP não suporta o conceito de sessão;

• cada acesso ao servidor é feito de maneira independente,

não guardando nenhuma informação sobre acessos anteriores;

• lentidão de realimentação (feedback), pois, geralmente, a

interface web só muda de estado após a conexão com o servidor e a

realização do processamento necessário;

• a comunicação na web é sempre iniciada pelo cliente, não

havendo suporte para a comunicação iniciada pelo servidor, nem para a

comunicação cliente/cliente ou servidor/servidor;

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• a arquitetura não provê suporte direto para a replicação da

informação, o que é necessário para o trabalho desconectado, para a

rápida realimentação e para a confiabilidade do sistema;

• o HTTP não garante taxa de transmissão mínima, tornando a

web pouco adequada para meios contínuos, tais como áudio e vídeo

(importantes para interfaces mais sofisticadas).

Porém, ressaltam os autores, que em meio a tanta restrição, a

web tem sido usada com sucesso para a implementação de aplicações

interativas. Por certo esse sucesso está aliado ao surgimento de

alternativas tecnológicas capazes de rapidamente superar as limitações,

acima descritas, como é o caso do XML (já descrito na seção anterior), o

DHTML, que tem como idéia básica a utilização do Cascading Style Sheet

(CCS), que tem como finalidade a criação de padrões de aparência no

browser, depois que a página é carregada no cliente, de forma que pode-

se, à semelhança do XML, estabelecer uma separação entre conteúdo

recebido da página a ser carregada e sua apresentação em qualquer

browser.

Outras soluções estão sendo implementadas para um maior

dinamismo da interação das aplicações na Web, como por exemplo, o

desenvolvimento de interfaces conhecidas como pós-WIMP (Windows,

Icons, Menus, Pointing device), capazes de englobar o reconhecimento de

gestos e de voz, prover widgets (elementos da interface) tridimensionais,

realimentação táctil, auditiva e até olfativa.

LINGUAGENS ORIENTADAS A OBJETOS

Um aspecto importante, a ser levado em consideração, na

seleção de soluções de TI para os aplicativos que comporão a estrutura

informatizada dos sistemas de informação em saúde são as linguagens de

programação em que serão desenvolvidos esses aplicativos.

As linguagens de programação tiveram uma evolução ao longo

da história do desenvolvimento das TI e, segundo Mangan et al (1999),

podemos classificá-las em cinco famílias de acordo com os aspectos

econômicos que as originaram:

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a) Primeira Geração: Linguagem de máquina. O maior

determinante da primeira geração de linguagens de programação era o

custo do equipamento. Não existiam facilidades para a operação e

programação dos dispositivos. A demanda por aplicações era muito

pequena.

b) Segunda Geração: Linguagem de montagem (assembly). O

custo do equipamento ainda era alto, mas já permitia transferir um pouco

do trabalho do programador para a máquina. A principal característica

dessa geração é o aparecimento de programas capazes de interpretar

instruções simbólicas e de transformá-las em linguagem de máquina

(montadores).

c) Terceira Geração: Linguagens de alto nível. O maior

determinante passou a ser o custo do desenvolvimento de programas.

Com o relativo barateamento do equipamento, mais tarefas do

desenvolvedor foram transferidas para programas como compiladores e

interpretadores.

Quarta Geração: Linguagens para a geração de aplicações.

Enfrentaram o desafio de atender uma demanda crescente de aplicações.

As ferramentas de desenvolvimento e as bibliotecas de aplicação se

popularizaram nesse período. O usuário passou então a desfrutar de

capacidades que antes eram reservadas aos desenvolvedores.

Geração Orientada a Objetos: Linguagens voltadas para o reuso

e manutenções. Enfrentam hoje o desafio de efetuar a manutenção e o

reuso de milhares de aplicações desenvolvidas pelas gerações anteriores.

Segundo esses mesmos autores, orientação a objetos é um paradigma de

programação que oferece vários mecanismos voltados para o reuso e a

manutenção de sistemas de computador. O que torna a programação

orientada a objetos tão atraente é, principalmente, a possibilidade de

gerenciar de formas mais simples problemas bastante complexos e de

reusar código de formas mais eficiente (Mangan et al, 1999).

Dentre as linguagens que apresentam o conceito de orientação

a objetos disponíveis para desenvolvimento de aplicações para os

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sistemas de informações em saúde, destacamos o JAVA da SUN17, por

trazer consigo uma característica importante, que segundo Mangan et al

(1999), a de independência de plataforma, uma vez que o código

compilado pode ser executado em qualquer plataforma que possua uma

máquina virtual Java instalada, podendo vir a estabelecer um padrão no

desenvolvimento de software.

OBJETO DISTRIBUÍDO18

Um objeto é essencialmente um componente com inteligência

que permite a comunicação e a cooperação entre objetos (aplicações).

Opera entre sistemas operacionais heterogêneos, desenvolvidos em

linguagens de programação heterogêneas, independentes da arquitetura

de hardware, banco de dados e rede de computador. Os objetos, como já

definido anteriormente, possuem propriedades e métodos, além de

fornecerem capacidade de reusabilidade de código, através da herança e

polimorfismo (Santos, 2000); (Pimentel, 2000).

Um objeto distribuído também é uma classe que pode publicar

(tornar disponível) tanto suas propriedades quanto seus métodos, mas a

linguagem e o compilador usados para criar objetos distribuídos são

totalmente transparentes para a sua implementação (Pimentel, 2000).

Atualmente, o padrão para desenvolvimento de objetos

distribuídos que separa a interface de um objeto de sua implementação é o

CORBA (Common Object Request Broker Architecture) da OMG (Object

Management Group), que vem a ser um grande consórcio de indivíduos,

empresas e desenvolvedores de sistemas unidos em torno da missão de

criar padrões para objetos distribuídos.

17 SUN é uma empresa que desenvolve tecnologia da Informação, tanto na

áea de hardware como software. Em 1995 lançou a plataforma universal Java que possibilita aos desenvolvedores escrever aplicativos uma vez para rodar em qualquer computador (SUN, 2001. )www.sun.com.br

18 Baseado em artigos consultados na Internet em fevereiro de 2001: PIMENTEL, G , 2000. Objetos Distribuídos. www.mundodelphi.com.br/artigos/objetos.asp. julho; SANTOS, L. G. dos, 2000. Objetos Distribuídos: você ainda vai ter um. Parte I, II, III e IV. www.timaster.com.br/ revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=56.

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A especificação, se escrita por CORBA, permite o

desenvolvimento de programas de software facilmente expansíveis e

reestruráveis sem por em risco, em sua totalidade, as funcionalidades da

aplicação, com a vantagem de poder ser utilizada em sistemas

operacionais heterogêneos.

BANCO DE DADOS

CLIENTE/SERVIDOR19

Um banco de dados na arquitetura Cliente/Servidor, discutido na

seção anterior, possui como características básicas o fato do Servidor,

computador onde se localiza fisicamente o banco de dados, executar um

Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), recebendo

pedidos em instruções SQL (Structured Query Language) e devolvendo

resultados aos computadores Clientes, onde os dados serão fisicamente

manipulados. Esta arquitetura Cliente/Servidor é também denominada

primeira geração Cliente/Servidor. O servidor, neste caso, é denominado

servidor de banco de dados.

A segunda geração Cliente/Servidor se apresenta como a

tendência atual para este tipo de arquitetura e explora de forma mais

intensa os recursos de rede, uma vez que servidores intermediários,

denominados servidores de aplicação, ficam encarregados de manipular o

banco de dados para determinadas aplicações, outrora processadas pelos

clientes e agora voltadas, basicamente, para o processamento de interface

visual para os usuários.

19 Extraído do trabalho académico publicado na Internet: PELLIN, A. F. &

ORTIGARA, V., 1996. Interface Cliente/Servidor para os módulos de CAD e de base de dados de componentes do Projeto Asimov. Arquitetura Cliente/Servidor. www.ucs.tche.br/asimov/bd/alex1.htm

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Figura 12 – Arquitetura Cliente/Servidor

Os servidores web exploram esse tipo de arquitetura de

segunda geração, pois possuem como característica o fato de retirar dos

computadores clientes a parte lógica da interface visual, deixando-os

responsáveis por interpretar os códigos HTML (Hypertext Tag Marked

Language) enviados pelos servidores web. A Figura 8, na página 50,

apresenta uma arquitetura com servidores web semelhante a Figura 12,

que apresenta a arquitetura de segunda geração para Cliente/Servidor.

Para acessar um banco de dados de forma padronizada, foi desenvolvida

uma linguagem denominada SQL. A princípio essa linguagem deveria

servir em qualquer ambiente de banco de dados, não importando o

fornecedor do SGBD. Apesar disso, existem diferenças entre as extensões

de SQL para os diversos SGBD disponíveis no mercado, o que dificulta a

compatibilização e a interoperabilidade entre os banco de dados.

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Existem diversos SGBD disponíveis e que tem uma forma

básica de operação. Relacionaremos a seguir, segundo Pellin & Ortigara

(1996) as características básicas de um SGBD:

1º. Deve ser capaz de processar transações (conjunto de

operações: inclusão, exclusão, alteração, consulta) garantindo que elas

sejam realizadas com sucesso;

2º. Deve ser capaz de viabilizar o acesso multiusuário mantendo

a integridade do banco. Esse é um elemento crucial na performace de um

banco de dados;

3º. Deve ser capaz de assegurar que não haja acessos não

autorizados ou alterações indevidas;

4º. Deve suportar comandos SQL que estejam de acordo com

os padrões existentes;

5º. Deve suportar protocolos padrões que facilitem as tarefas de

conexão e acesso aos dados;

6º. Deve possuir rotinas de manutenção para backup,

recuperação e outras facilidades de administração do banco de dados;

7º. Deve possuir dicionário de dados.

Do lado do cliente, os software que viabilizam o acesso aos

servidores de banco de dados devem possuir certos requisitos para serem

considerados adequados:

Preservar a autonomia do servidor no que diz respeito a

gerência do banco de dados;

1º. O software cliente deve comportar-se igualmente, tanto

quando é executado de forma isolada (stand alone) quanto quando

conectado ao servidor de banco de dados.

2º. As aplicações do cliente devem viabilizar o acesso ao

servidor de banco de dados, independente do sistema operacional ou

plataforma de hardware;

3º. Deve permitir o acesso on-line aos dados no servidor;

4º. Não consumir muitos recursos das máquinas clientes como

memória, espaço em disco, processador etc.;

5º. Deve permitir prototipação antes da versão final

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6º. Deve permitir o uso de dialetos SQL e protocolos de acesso

ao servidor.

DATA WAREHOUSE

O Data Warehouse, conceitualmente, para Inmon & Hackathorn

(1997) é uma coleção de dados orientados a assuntos, integrados,

variáveis com o tempo e não voláteis para suporte ao processo gerencial

de tomada de decisão, estando fisicamente separado do antigo e clássico

ambiente operacional. Por essas características devemos considerar que,

no desenvolvimento do Data Warehouse, as preocupações deverão estar

focalizadas, exclusivamente, na modelagem de dados e no projeto do

banco de dados.

Ainda, segundo Inmon & Hackathorn (1997), no

desenvolvimento de um sistema de informação, de um modo geral, duas

dimensões são analisadas: a modelagem de função/processo e a

modelagem de dados. Uma está voltada para estabelecer os requisitos

funcionais para que os dados naveguem pelo sistema informatizado, desde

a entrada até à saída (modelagem de função/processo). A outra está

voltada para a disposição lógica e física dos dados que atenderão ao

sistema informatizado. Num projeto de Data Warehouse, tem relevância a

segunda dimensão, isto é, o projeto do banco de dados. Incluem-se no

projeto do banco de dados, o aspecto da integração dos dados, uma vez

que essa é uma premissa básica na concepção de qualquer banco de

dados.

Outra característica importante que envolve o projeto do Data

Warehouse é a variável tempo, pois, uma vez que os dados são

armazenados, estes não podem mais ser modificados, sendo que essa

característica tem grande relevância, principalmente, para os dados

transacionais, isto é, aqueles que têm seu valor modificado a cada

transação ocorrida, por exemplo, uma notificação de um paciente com

suspeita de dengue, onde o dado relativo à notificação da causa desse

paciente poderá ser modificado, num outro instante, através da

investigação. O SIM e o SINASC não trabalham com esse tipo de

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característica, pois o evento registrado por parte de ambos os sistemas,

não se modifica ao longo do tempo, a menos por algum erro de

consistência no dado. Esta por sinal é uma outra característica do Data

Warehouse, que os dados sejam armazenados corretamente, não podendo

ser atualizados. Além disso, no Data Warehouse ocorrem apenas dois

tipos de operação: a carga inicial dos dados e o acesso aos dados.

Para Inmon & Hackathorn (1997), a estruturação do Data

Warehouse se dá através da disposição temporal com que os dados são

armazenados. Assim, os dados estão disponibilizados para o acesso, por

sua idade de permanência dentro do banco de dados. A classificação é

feita da seguinte forma:

• Dados detalhados atuais

• Dados detalhados antigos

• Dados levemente resumidos

• Dados altamente resumidos

• Metadados.

Os dados denominados de detalhados atuais são referentes a

transações ou acontecimentos recentes, tendo um volume significativo

dentro do Data Warehouse. Normalmente, estão armazenados em

dispositivos de acesso rápido como discos.

Os dados denominados de detalhados antigos estão localizados

em dispositivos chamados de meio de armazenamento de massa,

dispositivos estes que aceitam um grande volume de dados, porém, o seu

acesso é lento.

Os dados levemente resumidos são um primeiro nível de

agregações dos dados detalhados atuais e os dados altamente resumidos

um segundo nível de agregações dos dados detalhados atuais, sendo que,

ambos estão localizados em disco para acesso fácil e rápido.

Por último, temos os metadados, que nos ambientes

operacionais clássicos são geralmente encontrados em dicionários de

dados ou diretório de cópia. Esses metadados incluem descrições físicas

dos arquivos (i.e. layout de dados), códigos comuns, definições de

relacionamentos entre tabelas, definições de blocos de controle,

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informações sobre índices etc. No ambiente de Data Warehouse os

metadados contém o histórico de transformação dos dados, desde o

ambiente operacional até o ambiente Data Warehouse, os algoritmos

usados para sintetização dos dados e a estrutura dos dados dentro do

banco de dados.

Os dados entram num ambiente Data Warehouse através do

ambiente operacional, que é a forma clássica de estruturação de um banco

de dados. No nível operacional, os dados armazenados têm suporte para

backup, recuperação, transações, integridade, detecção e correção de

deadlocks. Uma vez prontos (no sentido de estarem coerentes com a

especificação de projeto), os dados são movidos ou entram no Data

Warehouse. Como dados detalhados atuais e à medida que vão

envelhecendo (com base na idade de entrada), os dados passam para a

condição de dados detalhados antigos. Através dos algoritmos de

sintetização, os dados são transformados em altamente resumidos ou

levemente resumidos, dependendo dos critérios estabelecidos no projeto

do Data Warehouse. E, finalmente, em relação à utilização dos dados, os

detalhados antigos são raramente utilizados, ao contrário dos altamente

resumidos, que pelo uso devem estar disponíveis de forma fácil e ágil para

tomada de decisão.

O Data Warehouse deve ser projetado para atender ambientes

voltados para Sistemas de Apoio à Decisão – SAD. Porém, muitas vezes

nos deparamos com estruturas operacionais clássicas de sistemas de

informação e que muitas vezes não foram projetadas para atender de

forma satisfatória ao processamento informacional voltado para tomada de

decisão. Daí, a necessidade de encontrar formas híbridas onde o

processamento de sistemas legados (sistemas que foram constituídos por

coleções de aplicações operacionais) possa ter seus dados aproveitados,

principalmente, por conterem o histórico de informações de uma

organização.

Olhando para a constituição dos diversos sistemas que

compõem o SIS, notamos que foram construídos em momentos distintos,

por distintos grupos de atores ou distintas instituições cujas intenções

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muitas vezes eram conflitantes com os objetivos da saúde pública. Assim

mesmo, não se pode negar a relevância do patrimônio construído de dados

e informações, coletados e armazenado ao longo desses anos (Moraes,

1999).

DATA MINING20

O Data Mining é um processo que encontra relações e modelos

dentro de um grande volume de dados armazenados em um banco de

dados. As ferramentas utilizadas pelo Data Mining são baseadas em

algoritmos que esquadrinham volumes de dados para encontrar relações.

Para utilizar as ferramentas do Data Mining é necessário

carregar os dados históricos e minuciosamente detalhados que serão

peneirados em busca das relações que indiquem algo a ser trabalhado

mais profundamente. Na utilização do Data Mining necessita-se de

ferramentas de mineração baseadas em algoritmos que vasculhem todos

os dados em busca de tendências, sendo que boa parte das ferramentas

precisam ter dados em um formato de arquivo simples para começar a

classificá-los, de maneira que os dados sejam extraídos e colocados em

um arquivo de texto simples. A partir daí o processo de mineração é

iniciado.

Embora o processo de Data Mining dê a impressão de que a

ferramenta utilizada aja livremente, uma vez que tais ferramentas usam

técnicas de IA Inteligência Artificial (IA), como Redes Neurais, para

detectar padrões automaticamente, é necessário formular perguntas e

hipóteses. Um software de Rede Neural é um modelo matemático

computacional complexo que abstrai o modo como as células cerebrais e

os neurônios operam, isto é, aprende através da experiência de como

desenvolver regras e reconhecer padrões. É necessário, porém,

formulações de hipóteses sobre o que buscar nos dados armazenados,

com o risco de se incorrer em buscas equivocadas, além de ser necessário

certo domínio sobre os conceitos de estatística ou de mineração.

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Prevê-se, assim, que o Data Mining será o pulo tecnológico para

automatizar o processo de relacionamento entre os dados armazenados

em grandes bancos de dados voltados, principalmente, para os processos

gerenciais de tomada de decisão.

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)

Uma das maneiras de se conhecer mais detalhadamente as

condições de saúde da população é através de mapas que permitam

observar a distribuição espacial de situações de risco e dos problemas de

saúde. A abordagem espacial permite a integração de dados

demográficos, socioeconômicos e ambientais, promovendo o inter-

relacionamento das informações de diversos bancos de dados, conforme o

diagrama da Figura 13. Nesse sentido, é fundamental que as informações

sejam localizáveis, fornecendo elementos para construir a cadeia

explicativa dos problemas do território e aumentando o poder de orientar

ações intersetoriais específicas (Carvalho, Pina & Santos, 2000).

Segundo Pina (1994) os Sistemas de Informações Geográficas

– SIG são sistemas computacionais, usados para o entendimento dos fatos

e fenômenos que ocorrem no espaço geográfico. A sua capacidade de

reunir uma grande quantidade de dados convencionais de expressão

espacial, estruturando-os e integrando-os adequadamente, torna-os

ferramentas essenciais para a manipulação das informações geográficas.

Figura 13 – Estrutura de representação do SIG

TABELAS

Representação

da Realidade

Geográfica

20 Extraída do artigo Introdução

Dados de Atributos

(não-gráficos)

S

Dados Cartográficos

(Gráficos)

à Mineração de Dad

PONTOS

LINHAS

POLÍGONO

85os. Consultado em maio

Page 86: MINISTÉRIO DA SAÚDEHumberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta difícil empreitada; À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha Patricia,

Medronho (1995) relaciona as quatro funções principais

viabilizadas por um SIG que requerem vários componentes, de acordo com

o objetivo pretendido:

• Armazenar, manipular e integrar grandes quantidades de

dados referenciados espacialmente.

• Possibilitar recuperações espaciais.

• Prover métodos de análise que contemplem especificamente

o componente geográfico do dado.

• Mostrar dados em mapas de alta qualidade.

Segundo Carvalho, Pina & Santos (2000) um dado

espacialmente referenciado pode ser concebido como contendo dois tipos

de informações: dados de atributos e dados de localização. Dados

cartográficos ou de localização são coordenadas de pontos (nós) bi ou

tridimensionais, linhas (arcos) ou áreas (polígonos). Dados descritivos ou

não-localizados são características ou atributos de pontos, linhas ou área.

Ainda, segundo as autoras uma das principais características do SIG é a

facilidade de integrar dados, por exemplo, converter valores dos dados

para uma estrutura espacial comum.

Para Carvalho, Pina & Santos (2000) as características da

tecnologia de SIG o distinguem dos demais Sistemas de informações por

sua capacidade de permitir a realização de análises espaciais complexas

através da rápida formação e alternação de cenários que propiciam aos

planejadores e administradores, subsídios para a tomada de decisão a

partir do processo de ocorrência do evento.

Para Vasconcellos (2000), os SIG tornam-se capazes de

articular informações relacionadas às condições de vida da população do

Estado. Podendo, com isso, subsidiar o processo decisório em saúde:

Sugerindo problemas, espacialmente localizados, a serem

equacionados,

de 2001 no site www.marketingdeprecisao.com.br .

86

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Apoiando a estruturação de redes regionalizadas e

hierarquizadas de serviço de saúde,

Monitorando eventos de saúde, sob intervenção planejada

ou não,

Apoiando a decodificação da retórica técnica com a

utilização de mapas de compreensão mais amigável. (Vasconcellos,

2000:6).

Os atuais programas Mortalidade Infantil e Mortalidade,

estruturados, principalmente, dentro das SMS, teriam um

acompanhamento mais efetivo se o SIM e o SINASC tivessem incorporado

no desenho de sua aplicação informatizada a tecnologia de SIG. Porém,

está sendo desenvolvido um projeto, através Secretaria Municipal de

Saúde de São Paulo, para construção de um componente (software), que

permita referenciar os endereços da DO e da DN na entrada de dados, a

partir da tabela de endereços do Município de São Paulo. Esse

componente será desenvolvido seguindo as regras do Comitê de

Consórcio de Componentes da RIPSA (www.datasus.gov.br), coordenado

pelo DATASUS, e em breve fará parte do aplicativo informatizado SIM.EXE

e SINASC.EXE.

87

Page 88: MINISTÉRIO DA SAÚDEHumberto, Vera, Vilma, Henrique e Volneide, pelo apoio e incentivo nesta difícil empreitada; À minha esposa e companheira Olga Letícia e minha filha Patricia,

CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV

MATERIAL E MÉTODO

Em conformidade com os objetivos desta investigação, isto é,

estudar possibilidades de implementações de novas TI na gestão dos

sistemas de informações (SIM e SINASC), na SES/RJ, utilizou-se o

método que proporciona a perspectiva qualitativa. Para DENZIN &

LINCOLN (1994), a pesquisa qualitativa envolve uma coleção de materiais

empíricos, no sentido de descrever a situação em questão. Essa

abordagem propicia uma análise efetiva da relação gerencial com o

funcionamento dos sistemas de informações e, no seio desses, uma

avaliação de como se desenvolve o debate sobre os impactos das

tecnologias da informação.

A perspectiva qualitativa permite que o pesquisador mantenha

um contato estreito e direto com a situação onde os fenômenos ocorrem e

que certifique de que estes são muito influenciados pelo seu contexto

(LÜKDE & ANDRÉ, 1986). Neste estudo, isto significa investigar os

impactos de novas TI frente às perspectivas de otimização do SIM e do

SINASC.

88

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MATERIAL

Para o levantamento da bibliografia utilizou-se, de forma intensa,

a Internet, como uma das fontes de pesquisa e, através de ferramentas de

busca, selecionou-se diversos artigos, resenhas e resumos de trabalhos

acadêmicos, voltando o foco para aqueles que versassem sobre novas TI,

identificando os endereços e a data da consulta, uma vez que as fontes de

consulta não permanecem indefinidamente disponíveis. A utilização de

ferramentas de busca na Internet é um dos serviços oferecidos pela grande

rede.

Para descrição das funcionalidades do SIM e do SINASC,

utilizou-se os Manuais de Procedimentos do SIM, o Manual de

Procedimentos do SINASC, o Manual de Preenchimento da Declaração de

Óbito e o Manual de Declaração de Nascido Vivo. Esses manuais foram

produzidos pelo Ministério da Saúde, para auxiliar a operação da rotina

administrativa que envolve o SIM e o SINASC e seu conteúdo estabelece

as diretrizes para o funcionamento desses sistemas, desde o nível local

(unidade de saúde, cartório etc.) até o nível federal. Além desses manuais

fizeram parte de nosso estudo as Portarias nº 474 e 475 de 31 de agosto

de 2000 da Fundação Nacional de Saúde, que regulamentam o

funcionamento do SIM e SINASC, no âmbito nacional.

Ainda, com relação ao funcionamento do SIM e SINASC,

estudou-se as Resoluções nº 1076 e 1078 de 29 de setembro de 1996,

ambas publicadas pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro,

a quem compete regulamentar a gestão do SINASC e SIM, no âmbito

estadual, para estabelecer um paralelo com as orientações estabelecidas

pelo Ministério da Saúde.

Na descrição de aspectos relativos ao funcionamento e às

características do Sistema de Informações em Saúde - SIS, utilizou-se o

site do Ministério da Saúde, no intuito de obter os instrumentos legais que

regem esse sistema, qual sejam:

• A Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, que no seu caput

dispõe sobre as condições para a promoção e recuperação da saúde, a

89

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organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras

providências. Além da importância dessa lei em estabelecer as diretrizes

básicas de funcionamento de novos mecanismos de gestão e

planejamento para área de saúde, ao estudo interessa, em particular, o

artigo 17 - À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)

compete(...) XIV - o acompanhamento, avaliação e divulgação dos

indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.

A Portaria 3.947/GM de 25 de novembro de 1998, que

estabelece as normas de Compatibilização de Sistemas de Informação em

Saúde de Base Nacional, pois, serviu como documento importante para

descrever as possibilidades de integração do SIM e do SINASC com os

demais sistemas de informações em saúde.

• Que é RIPSA? Documento que contém a concepção e

estruturação da Rede Interagencial de Informações para a Saúde - RIPSA,

tendo como propósito a disponibilização adequada, oportuna e abrangente

de dados básicos, indicadores e análises de situação sobre as condições

de saúde e suas tendências no país, com vistas ao aperfeiçoamento da

capacidade de formulação, coordenação, gestão e operacionalização de

políticas e ações públicas dirigidas à qualidade de saúde e de vida da

população. Através dessa rede, são estabelecidos alguns parâmetros

importantes para o desenvolvimento do SIM e do SINASC, enquanto

sistemas de informação, por exemplo, a padronização de categorias para

as variáveis desses sistemas, além da construção de indicadores a partir

dos dados produzidos.

Documento do Grupo Técnico de Informação em Saúde e

População - GTISP da Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde

Coletiva - ABRASCO, que discute propostas de compatibilização dos

principais elementos dos sistemas de informação de abrangência nacional,

dentre estes o SIM e o SINASC.

• Documento intitulado Acordo Registro.br, elaborado pelo

Comitê Gestor da INTERNET, no qual obteve-se as informações legais e

necessárias que regulamentam o uso e funcionamento da INTERNET no

Brasil.

90

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SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO (SES/RJ)

No funcionamento cotidiano do SIM e do SINASC, têm

desenvolvido debates sobre a utilização de novas TI adequadas ao

processo de tomada de decisão, além dos aspectos relativos à agilização

das rotinas operacionais, envolvendo aquisição, processamento e

armazenamento dos dados referentes aos eventos de mortalidade e

nascimento e às rotinas de análise e disponibilização dos dados e das

informações produzidas.

O fato de esse estudo ter sido desenvolvido dentro de uma

instância estadual do SUS está vinculado ao processo de descentralização

dos sistemas de informações em saúde, principalmente, os sistemas que

geram base de dados de abrangência nacional, como SIM e o SINASC e a

participação histórica que as SES, têm tido na gestão de ambos os

sistemas. Para corroborar com esta afirmação extraiu-se do Anuário de

Estatísticas de Mortalidade, editado em 1983, sobre o fluxo dos dados e

informações relativos aos eventos de óbitos ocorridos no ano de 1980,

portanto, segundo ano da criação do SIM, o item 1.2 – Procedimentos

Operacionais, que destaca: (...) A primeira via é recolhida semanal ou

mensalmente dos cartórios pelos órgãos estaduais responsáveis pelas

estatísticas de mortalidade (usualmente as secretarias de saúde)...(MS,

1983). Na publicação do Anuário de Mortalidade Brasil, editado em 1998,

relativo aos eventos de óbitos ocorridos no ano de 1995, esta orientação é

alterada para (...) A primeira é recolhida dos Estabelecimentos de Saúde e

IML, em princípio por busca ativa mensal pelos órgãos responsáveis pelas

estatísticas de mortalidade (usualmente as Secretarias de Saúde), ou

enviada a esses pelos Estabelecimentos de Saúde. (MS, 1998).

Nota-se que na edição de 1998, já não existe uma orientação

explícita, para que órgãos estaduais façam o recolhimento das declarações

de óbito. Na parte de estudo referente à descrição dos sistemas,

detalhamos todo o processo de funcionamento e no caso específico da

SES/RJ os anexos 6 e 7 trazem as normas de ambos os sistemas de

91

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informações no âmbito da esfera estadual. Desta forma, pode-se notar as

diferenças entre as orientações estabelecidas em 1996 no Estado do Rio

de Janeiro e aquelas orientações contidas nas portarias 474 e 475,

correspondendo os anexos 7 e 8, da Fundação Nacional de Saúde,

publicadas em setembro de 2000.

Assinala-se, ainda, que o fato de se citar essas orientações,

válidas para o funcionamento do SIM e do SINASC, é para demonstrar que

as SES sempre tiveram um papel centralizador na criação dos sistemas,

daí a ênfase em não só descrever as atribuições legais da instância

estadual na gestão do SIM e do SINASC, como discutir seu papel,

relevante, no sentido de articular no âmbito de sua unidade federada, a

descentralização para os municípios dos sistemas de informação,

assegurando com isso, que as informações e os dados possam ser

utilizados, tanto para as estatísticas vitais como para as ações locais de

vigilância epidemiológica, segundo a orientação preconizada pela NOB/96.

Uma observação importante a ser feita, para distribuição de DN

no Estado do Rio de Janeiro, é que a orientação de não distribuir

formulários para os Cartórios (caso de partos domiciliares), difere da

orientação do Ministério da Saúde. A recomendação é de que a puérpera

ou responsável legal pela criança deverá dirigir-se à SMS, para que seja

preenchido o formulário da DN.

GERÊNCIA DAS INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E NASCIDO VIVO

A gerência das informações sobre mortalidade e nascido vivo

está sob responsabilidade do Departamento de Dados Vitais (DDV)

vinculado ao Centro de Informações de Saúde da Subsecretaria de

Planejamento e Desenvolvimento, cujo organograma encontra-se na

Figura 14.

92

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Figura 14 – Gerência do SIM e SINASC na SES/RJ

Na Tabela 3 estão relacionadas as principais atividades

desenvolvidas pelo DDV na gerência dos sistemas SIM e SINASC.

Tabela 3 – Atividades do DDV na gerência do SIM e SINASC

ATIVIDADE

DESCRIÇÃO

FLUXO

CARGOS

ENVOLVIDOS Distribuição de Declaração de Óbito – DO e de Declaração de Nascido Vivo – DN e Declaração de Sepultamento Parcial – DSP.

• Distribuição dos impressos em branco de DO e DN para 91 SMS, segundo cota pré-estabelecida no DDV.

Mensal

Equipe DDV21

(continua)

21 A equipe DDV é composta por dois sanistaristas, um profissional de nível médio, cinco profissionais de nível superior e dois prestadores de serviço de nível médio.

93

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♦ Coleta de Declaração de Óbito – DO.

• Recebimento de 3ª via dos 27 (vinte e sete) Municípios onde o SIM já foi descentralizado. • Recebimento da 1ª e 3ª via, de não residentes dos 64 (sessenta e quatro) Municípios onde o SIM ainda não foi descentralizado.

Mensal

Equipe DDV

Redistribuição de Vias de não residentes de DO e DN.

• Distribuição, segundo Município de residência das 3ª vias de DO e 1ª via de DN.

Mensal Equipe DDV

Codificação Codificação de variáveis demográficas e de causas de morte em DO dos 64(sessenta e quatro) Municípios onde o SIM, ainda não foi descentralizado e de DNVs de 1992.

Diário Equipe DDV

Supervisão • Supervisão aos Municípios onde o SIM se encontra em processo de descentralização.

Mensal Equipe DDV

♦ Organização de Lotes

• Organização das DO em lotes (200 documentos cada lote) para processamento do SIM.

Diário Equipe DDV

Processamento do SIM • Digitação e crítica dos lotes processados.

Diário Equipe DDV e dois digitadores

♦ Recebimento de disquetes com Banco de Dados do SIM e SINASC

• Consolidação dos dados recebidos dos Municípios, primeira crítica aos dados recebidos.

Bimestral Equipe DDV e dois digitadores

♦ Banco de Dados do SIM e do SINASC

• Consolidação do Banco de Dados do Estado – parcial• Fechamento do Banco de Dados do Estado – definitivo

Semestral

Anual

Equipe DDV e dois digitadores

♦ Avaliação da Codificação do SIM

Avaliação dos codificadores de Causa de Morte nos Municípios onde o SIM já foi descentralizado – Caderno de DO.

Pontual para o ano de 2000

Equipe DDV

♦ Curso de Codificadores de Causa de Morte

• Treinamento de técnicos dos Municípios no uso da Classificação Internacional de Doenças – CID 10ª Revisão

Semestral Equipe DDV

(continua)

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♦ Indicadores de dados Brasil para o Rio de Janeiro (IDB-RJ)

• Construção dos indicadores, relativos a mortalidade e natalidade para todos os Municípios do Estado.

Anual Equipe DDV

♦ Assessoramento

• Assessoria aos Municípios em relação ao processamento do SIM e SINASC

Resposta à demanda

Equipe DDV

Fonte: Departamento de Dados Vitais da SES/RJ.

Cabe ressaltar que além dessas atividades, o DDV tem exercido

um papel fundamental na gerência nacional de ambos os sistemas de

informações, com participação ativa nos Comitês Técnicos do SIM e do

SINASC, onde tem auxiliado na elaboração de propostas para alterações

dos instrumentos de coleta de dados (DO e DN), auxiliando o CENEPI

(gestor nacional do SIM e SINASC) nos testes de certificação efetuados

nos aplicativos informatizados (software) que são distribuídos pelo

Ministério da Saúde, através da Internet, para Estados e Municípios e

ministrando cursos para codificadores de causa básica.

CRTITÉRIOS DE DESCENTRALIZAÇÃO DO SIM NO RIO DE JANEIRO

A referência ao termo descentralização do SIM está vinculado

ao processo operacional do aplicativo informatizado SIM.EXE. A utilização

desse termo não tem qualquer vínculo com o tipo de gestão no qual os

municípios estão enquadrados. Na SES, o critério para efetivar essa

descentralização do processamento do aplicativo informatizado do SIM,

está vinculado ao fato de haver ou não recursos humanos capacitados

para codificação e seleção de causa básica.

As Tabelas 4, 5 e 6 mostram a situação atual de

descentralização do SIM no Estado.

Os números que aparecem entre parênteses refere-se às

regiões que pertencem cada município: (1) Região Metropolitana, (2)

Região Noroeste, (3) Região Norte, (4) Região Serrana, (5) Região Centro-

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Sul, (6) Região Baixada Litorânea, (7) Região Médio Paraíba e (8) Região

da Baia da Ilha Grande. A coluna ÓBITOS OCOR./99 refere-se às

freqüências dos óbitos ocorridos, servindo para se ter uma noção da

quantidade de DO processadas no município.

Tabela 4 – Municípios onde o SIM está descentralizado no Rio de Janeiro – situação em 31/12/2000.

MUNICIPIO ANO ÓBITOS

OCOR./99

Angra dos Reis (8) 1996 614

Aperibé(2) 2000 26

Araruama(6) 1999 523

Barra do Pirai(7) 1998 706

Barra Mansa(7) 1998 1019

Bom J.de Itabapoana(2) 1997 445

Cantagalo(4) 1999 142

Casemiro de Abreu(6) 1999 134

Cordeiro(4) 1999 125

Duas Barras(4) 1999 44

Duque de Caxias(1) 1996 4351

Itaborai(1) 1998 1278

Japeri(1) 1999 488

Laje de Muriaé(2) 2000 44

Magé(1) 1998 1318

Niterói (1) 1996 5289

Petrópolis(4) 1996 2606

Pinheiral(7) 2000 46

Pirai(7) 1996 127

Porciúncula(2) 1999 112

Resende(7) 1996 759

Rio de Janeiro(1) 1995 59244

Santo Antônio de Pádua(2) 1999 262

São Gonçalo(1) 1998 5162

São João de Meriti(1) 1999 2018

Sumidouro(4) 1999

60

(Continua)

96

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Teresópolis(4) 1998 1152

Valença(7) 2000 552

Vassouras(5) 2000 426

Volta Redonda (7) 1996 1933

TOTAL 91005

Fonte: SES/RJ

Tabela 5 – Municípios onde o SIM foi descentralizado em 2001 no Rio de Janeiro.

MUNICIPIO ÓBITOS OCOR./99

Armação de Búzios(6) 62

Carmo(4) 115

Iguaba Grande(6) 72

Itaguaí(1) 413

Itaperuna(2) 954

Macaé(3) 770

Marica(1) 516

Mendes(5) 113

Miguel Pereira(5) 258

Nova Friburgo(4) 1371

Paracambi(1) 481

Rio das Ostras(6) 98

São Fidelis(3) 246

São J.V.do Rio Preto(4) 99

São Pedro da Aldeia(6) 262

São Sebastião do Alto(4) 38

Tanguá(1) 74

Varre-Sai(2) 47

TOTAL 5989

Fonte: SES/RJ

97

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Tabela 6 – Municípios onde o SIM está em processo de descentralização em 2001 no Rio de Janeiro.

MUNICIPIO ÓBITOS OCOR./99

Arraial do Cabo(6) 206

Cambuci(2) 110

Cardoso Moreira(3) 55

Conceição de Macabu(3) 108

Guapimirim(1) 156

Italva(2) 120

Mangaratiba(1) 204

Natividade(2) 116

Nilópolis(1) 1487

Nova Iguaçu(1) 6269

Paty do Alferes(5) 60

Queimados(1) 626

Rio Bonito(6) 419

São Franc.do Itabapoana(3) 155

Silva Jardim(6) 70

TOTAL 10161

Fonte: SES/RJ

FLUXO DE DADOS DO SIM E DO SINASC NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

No âmbito do estado Rio de Janeiro, o fluxo da DN e da DO

segue, no geral, as orientações contidas nas portarias 474 e 475, que

regulamentam o fluxo de ambos documentos, estando em curso um

processo de adaptação às portarias para que apenas a 2ª via da DO seja

entregue à família para os procedimentos legais, junto ao Cartório de

Registro Civil ficando nele arquivado. Atualmente, os procedimentos de

coleta da DN e da DO são regulados pelas Resoluções 1076 e 1078 da

SES de 29 de janeiro de 1996, anexos 5 e 6.

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Desta forma, no fluxo para o SIM e para SINASC prevalece, do

ponto de vista tecnológico, as mesmas limitações já descritas no Capítulo

II, ou seja:

• A entrada de dados é limitada por não permitir a utilização

dos recursos de rede para o compartilhamento da base de dados;

• A base de dados é limitada por ser arquivos DBF e não

banco de dados, já que a SES/RJ coleta dados para cerca de 115 mil

óbitos e 258 mil nascidos vivos;

• Envio dos dados processados nos municípios para a SES/RJ

e processados na SES/RJ para o Ministério é feito através de disquetes,

que não é um meio seguro, ou por e-mail, cujo serviço está voltado para

envio de pequenas mensagens e não arquivos de dados, por isso, não se

constitui um meio adequado.;

• A SES/RJ redistribui cópias da 1ª via da DO e DN para os

municípios de residência de origem, nos casos onde o município de

residência do falecido ou da mãe do recém-nascido é diferente do

município de ocorrência do evento. A partir dessa cópia da 1ª via a SMS

pode constituir sua base de residentes para os eventos ocorridos dentro ou

fora do município. Esta redistribuição torna o processo demorado, tanto na

organização da base de dados municipal como na estadual;

• Devido às limitações do aplicativo informatizado, tanto do

SIM como do SINASC, o processo de integração dos dados com outros

sistemas de informações é feito de forma manual;

USO DAS INFORMAÇÕES E DADOS DO SIM E SINASC PRECONIZADO PELA SES

As informações e dados provenientes do SIM e SINASC têm um

potencial de uso bastante amplo, reforçando a idéia do uso efetivo das

informações e dados no âmbito da SES/RJ. Destaca-se na Tabela 7

indicações de uso das informações e dados, em particular a partir da

construção de indicadores, preconizado pela SES/RJ:

99

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Tabela 7 – Potencialidades no uso das informações

Uso das informações

Detectar variações geográficas e temporais na distribuição da mortalidade

avaliar os níveis de saúde de uma população

Indicar a necessidade de realização de estudos sobre as causas de distribuição da mortalidade por idade

subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de saúde voltadas para os grupos etários específicos

subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-nata,l ao parto e a saúde infantil

subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para a atenção materno-infantil, objetivando a redução da morbi-mortalidade perinatal

dimensionar a freqüência de óbitos em determinada população

subsidiando o planejamento da assistência materno-infantil

acompanhar a evolução da mortalidade no estado ou município, sem alterações importantes na estrutura por idade da população, além de possibilitar o cálculo do crescimento vegetativo ou natural da população, subtraindo-se da taxa bruta de natalidade, a taxa demortalidade e a taxa líquida migratória

contribuir para estimar o componente migratório da variação demográfica, correlacionando-se o crescimento vegetativo com o crescimento total da população

proceder à análise comparada de situações de saúde, em diferentes tempos, lugares e condições socioeconômicas

avaliar a qualidade da assistência prestada durante a gestação ao parto, entre os quais, o peso ao nascer e a qualidade da assistência prestada á gestante, á parturiente e ao recém-nascido e avaliar indiretamente o acesso e a disponibilidade dos serviços de saúde

Fonte: SES/RJ.

100

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INDICADORES DE SAÚDE A PARTIR DO SIM E SINASC

Os indicadores são instrumentos importantes que permitem

medir, através de coeficientes, a situação de saúde ou ausência dela, das

populações podendo-se compará-las com populações no mesmo tempo e

espaço (Moraes, 1994: 20); (Laurenti et al, 1985: 162). Para que sejam

efetivamente utilizados, os indicadores devem ser elaborados levando-se

em consideração a disponibilidade de dados para toda a população da

área geográfica, o método empregado na sua elaboração o qual deverá

seguir padrões que permitam comparabilidade com outros países, devem

ser de construção fácil e, principalmente, simples de serem interpretados e

com bom poder discriminatório, para permitir comparações entre áreas, ou

períodos em uma mesma área (Laurenti et al, 1985: 162).

No site da SES/RJ www.saude.rj.gov.br estão descritos os

principais indicadores, relacionados na Tabela 8, construídos a partir dos

dados do SIM e SINASC, baseados nos indicadores propostos pela Rede

Interagerencial de Informações para a Saúde – RIPSA e que poderiam

oferecer uma visão do perfil da situação de saúde do Estado do Rio de

Janeiro, não fosse o fato das dificuldades provenientes do atraso com que

são publicados, comprometendo em grande parte o uso efetivo para as

finalidades preconizadas dentro da SES/RJ ou sejam:

Tabela 8 – Indicadores de Saúde

INDICADOR Descrição

MORTALIDADE PROPORCIONAL POR IDADE E SEXO

Distribuição percentual dos óbitos por faixa

etária e sexo.

MORTALIDADE PROPORCIONAL POR IDADE, EM MENORES DE um ANO

Distribuição percentual dos óbitos de menores

de um ano, por faixa etária.

TAXA BRUTA DE MORTALIDADE (Coeficiente Geral de Mortalidade)

Número de óbitos, expresso por mil

habitantes, ocorridos na população geral, em

determinado período.

TAXA DE

MORTALIDADE INFANTIL

(Coeficiente de Mortalidade

Infantil)

Número de óbitos, de menores de um ano de idade, expresso por mil nascidos vivos, em determinado local e período.

(continua)

101

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TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE (Coeficiente de Mortalidade Neonatal Precoce)

Número de óbitos, de menores de sete dias,

expresso por mil nascidos vivos, em

determinado local e período.

TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL TARDIA (Coeficiente de Mortalidade Neonatal Tardia)

Número de óbitos ocorridos entre sete e 27

dias de vida completos, expresso por mil

nascidos vivos, em determinado local e

período.

NEONATAL (Coeficiente de Mortalidade Infantil Tardia)

Número de óbitos ocorridos entre 28 e 364

dias de vida completos, expresso por mil

nascidos vivos, em determinado local e

período.

TAXA DE MORTALIDADE PERINATAL (Coeficiente de Mortalidade Perinatal)

Número de óbitos ocorridos no período

perinatal (perdas fetais tardias mais óbitos

neonatais precoces), expresso por mil

nascimentos (natimortos mais nascidos vivos),

em determinado local e período.

TAXA DE MORTALIDADE MATERNA (Coeficiente de Mortalidade Materna)

Número de óbitos femininos por causas

maternas, expresso por 100 mil nascidos

vivos, em determinado local e período.22

MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPOS DE CAUSAS (EM DETERMINADAS FAIXAS ETÁRIAS E SEXO)

Distribuição percentual de óbitos, em dado

local e período, por grandes grupos de causas

determinadas.

MORTALIDADE

PROPORCIONAL POR CAUSAS

MAL DEFINIDAS

Percentual de óbitos por

causas mal definidas, ocorridos em

determinado local e período. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR DOENÇA DIARREICA AGUDA EM MENORES DE CINCO ANOS

Percentual de óbitos de menores de cinco

anos de idade, em determinado local e

período, causados por doença diarreica

aguda.

MORTALIDADE PROPORCIONAL POR INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM MENORES DE CINCO ANOS

Percentual de óbitos de menores de cinco

anos de idade, em determinado local e

período, causados por infecção respiratória

aguda. (continua)

22 Segundo a OMS: Morte materna é a morte de uma mulher durante a

gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais (OMS, 1998: 1183).

102

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TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

Número de óbitos pela causa específica,

expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em

determinado local e período.

TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR NEOPLASIAS

Número de óbitos pela causa específica,

expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em

determinado local e período.

TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR CAUSAS EXTERNAS

Número de óbitos pela causa específica,

expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em

determinado local e período.

TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DIABETES MELLITUS

Número de óbitos por diabete mellitus,

expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em

determinado local e período.

TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR CIRROSE HEPATICA

Número de óbitos por cirrose hepática,

expresso por 100 mil habitantes, ocorridos em

determinado local e período.

TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR AIDS

Número de óbitos por AIDS, expresso por 100

mil habitantes, ocorridos em determinado local

e período.

TAXAS DE

MORTALIDADE ESPECÍFICA

POR AFECÇÕES PERINATAIS

Número de óbitos por

afecções perinatais, expresso por

1.000 mil nascidos vivos, ocorridos em

determinado local e período. TAXA ESPECÍFICA DE FECUNDIDADE (TEF)

Número de filhos tidos nascidos vivos no ano

por mulher em idade fértil, segundo grupos de

idade e local.

PROPORÇÃO DE NASCIDOS VIVOS, POR IDADE DA MÃE

Percentual de nascidos vivos em determinado

local e período, por idade das mães.

PROPORÇÃO DE NASCIDOS VIVOS DE BAIXO PESO

Percentual de nascidos vivos com peso ao

nascer inferior a 2500 gramas, em

determinado local e período.

Fonte: SES/RJ

103

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CCAAPPÍÍTTUULLOO VV

RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES

Procurou-se neste trabalho, a partir da análise das

possibilidades integradoras do SIM e do SINASC dentro da Secretaria de

Saúde do Estado do Rio de Janeiro, estudar a aplicação de novas TI em

ambos os sistemas. A investigação possibilitou observar alguns obstáculos

que impedem essa integração e sustentar propostas de uso de novas TI

que, se implementadas, contribuiriam para um funcionamento mais efetivo

do SIM e do SINASC e, conseqüentemente, de todo o processo de sua

gestão.

UMA CRÍTICA À GESTÃO DO SIM E DO SINASC

O SIM e o SINASC são sistemas de informações de

abrangência nacional, cujo planejamento, supervisão e normatização estão

a cargo do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), da FUNASA/MS.

A especificação, desenvolvimento, implantação e manutenção dos

aplicativos informatizados de uso desses sistemas, estão a cargo do

104

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Departamento de Informática do SUS (DATASUS), da Secretaria Executiva

do MS.

A análise das normas de funcionamento do SIM e do SINASC,

contidas nas portarias 474 e 475 do Ministério da Saúde (vide Capítulo II),

permite inferir que, apesar dos princípios de autonomia dos três níveis de

gestão do SUS preconizados pela legislação em vigor, prevalece, ainda,

uma visão centralizadora, principalmente, na normatização do fluxo regular

da DO e da DN, com reflexos na gestão desses sistemas de informação.

Trata-se de uma concepção voltada para a constituição de bases de dados

que objetivam a construção de estatísticas vitais. Por conseguinte, os

dados coletados através da DO e da DN, processados pelas Secretarias

Estaduais e Municipais de Saúde e enviados ao Ministério da Saúde

(CENEPI e DATASUS), destinam-se, prioritariamente, ao cumprimento de

metas de caráter quantitativo – voltadas para a cobertura da coleta dos

dados em todo o território nacional – e metas de natureza qualitativa –

voltadas para o preenchimento dos campos da DO e da DN.

DESCOMPASSOS NA DISCUSSÃO DE NOVAS TI

Na Reunião Nacional para avaliação do SIM e SINASC, ocorrida

em Brasília nos dias 09, 10 e 11 de maio/2001, com a participação de

gestores estaduais e nacionais, foi discutido um Plano Nacional de

Aprimoramento do SIM23, cujo objetivo geral era:

Intensificar as ações de implementação do SIM, em todo o país,

visando o aumento de sua cobertura (por meio da sua descentralização

para os municípios), a melhoria da qualidade de seus dados e a

disponibilização oportuna dos mesmos para que gerem informações úteis

para subsidiar ações de saúde pública.

Parece ser esse um encontro bastante emblemático, pois, a

preocupação está centrada na quantidade de dados do SIM e do SINASC,

justificada pela baixa cobertura, já que ambos os sistemas são referências

23 O Encontro tratou tanto do SIM como do SINASC.

105

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para construção de alguns importantes indicadores de saúde, como a Taxa

de Mortalidade Infantil, Expectativa de Vida da População, Taxa Bruta de

Natalidade, Taxa de Fecundidade e Taxa Bruta de Mortalidade,

indicadores que, até então, tinham como base as estimativas do IBGE.

Assim, parte-se do princípio de que todo esforço deva ser

investido para que o atual fluxo da DO e DN tenha seu cronograma

cumprido, por parte das SES e SMS. Dessa forma a produção de

quantidades expressivas de dados e informações e que já vêm sendo

disponibilizadas na Internet pelas SMS, SES e pelo DATASUS e em CD,

resultará numa maior confiabilidade dos sistemas de informações.

Não se pode deixar, então, de registrar que dentre as metas a

serem atingidas, apenas duas faziam referência à discussão sobre a

utilização de novas TI:

Revisar os programas de computador do SCB, SIM e

SINASC, por meio de grupo de trabalho em parceria com o DATASUS, sob

coordenação da FUNASA;

Disseminar dados dos sistemas pela INTERNET, produção

de CD, impressão de anuários analíticos e estatísticos.

A primeira meta refere-se às modificações e implementações

nos software SIM.EXE e SINASC.EXE, para adequar-se às necessidades

do atual fluxo da DN e da DO.

A segunda meta refere-se à rotina de disseminação que já é

implementada, embora o resultado acarreta uma grande defasagem: dois

anos ou mais é o tempo entre a ocorrência dos eventos de óbito e nascido

vivo e a disponibilização dos dados e informações para o público em geral

e a publicação. Trata-se de um tempo excessivo mesmo que se leve em

consideração que tal defasagem esteja dentro de padrões internacionais.

ALGUMAS PROPOSIÇÕES ACERCA DE NOVAS TI PARA O SIM E SINASC

Deve-se resgatar, nas discussões em torno dos reais objetivos

do SIM e SINASC, os de disponibilização dos dados e as informações,

para uso, em tempo hábil, na elaboração das PPI, na elaboração de

106

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programas de saúde e na monitoração das ações de vigilância pelos

gestores locais, municipais e estaduais. Com isso, pode-se refletir sobre as

possibilidades de aplicação de novas TI, a partir dos documentos padrões

(DO e DN), voltados para atender, prioritariamente, como suporte na

elaboração, implantação e controle dos diversos programas de saúde

pública, seja nos aspectos de coleta, tratamento, produção do acervo de

dados, como nas possibilidades integradoras do SIM e SINASC com os

demais sistemas de informações em saúde.

Figura 15 – Proposta de implementação de novas TI no SIM e SINASC

A partir dessas considerações torna-se imperativo, na

construção de um novo projeto de sistema de informação para o SIM e

SINASC, observar a relação de autonomia dos três níveis de gestão do

107

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SUS, principalmente, na construção de bases de dados que venham a

atender aos objetivos formulados para os diversos programas de saúde

definidos no âmbito das SMS e SES de saúde ou pelo Ministério da Saúde.

Dessa forma, a proposição de uma nova arquitetura para o SIM

e SINASC é essencial para garantir o uso efetivo de suas informações no

processo de tomada de decisão. A Figura 15 mostra a nova arquitetura

proposta para o SIM e SINASC, em que se procura utilizar os recursos

comentados no Capítulo III sobre novas TI.

SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS (SGDB) NUMA ARQUITETURA EM REDE CLIENTE/SERVIDOR

A possibilidade de atender à realidade das SES e SMS, que

dispõem de grande volume de dados e que necessitam distribuir o

processamento entre as diversas estações de trabalho que compõem a

rede local, poderia ser conseguida através de uma arquitetura

Cliente/Servidor, pelas razões já expostas no Capítulo III.

Além disso, o volume de dados que a maioria das SES

armazena, justifica a utilização de SGBD, para garantir os requisitos dos

bancos de dados, descritos no Capítulo III. A Tabela 9 apresenta as

freqüências dos óbitos e nascidos vivos ocorridos em 1998 para cada UF,

demonstrando dessa forma o enorme volume de dados acumulados a cada

ano.

Tabela 9 – Óbitos e Nascidos Vivos no Brasil (em 1998)24

Unidade da Federação Nascidos Vivos Óbitos Acre 13.296 2.339

Alagoas 63.965 16.418

Amapá 13.730 1.534

Amazonas 57.140 8.702

Bahia 235.422 55.333

Ceará 139.648

31.836

(continua)

24 Fonte: Página do Departamento de Informática do SUS –

DATASUS/Ministério da Saúde, www.datasus.gov.br, Informações de Saúde.

108

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Unidade da Federação Nascidos Vivos Óbitos Distrito Federal 59.765 10.385

Espírito Santo 57.755 17.616

Goiás 88.869 22.405

Maranhão 76.526 14.712

Mato Grosso 48.634 10.153

Mato Grosso do Sul 41.733 10.909

Minas Gerais 295.293 97.498

Pará 116.964 19.907

Paraíba 48.959 14.817

Paraná 185.736 55.995

Pernambuco 160.150 51.925

Piauí 49.246 8.796

Rio de Janeiro 258.845 115.336

Rio Grande do Norte 57.752 12.573

Rio Grande do Sul 177.561 69.397

Rondônia 31.026 5.345

Roraima 8.212 1.073

Santa Catarina 95.937 27.444

São Paulo 693.622 232.882

Sergipe 42.635 9.549

Tocantins 26.126 4.138

Outras 0 6

Total 3.144.547 929.023

Fonte: Ministério da Saúde

Com relação ao ambiente de rede, atualmente, os aplicativos

SIM.EXE e SINASC.EXE dispõem de uma configuração que atende em

parte essa necessidade. Estes aplicativos permitem que as bases de

dados estejam residentes no servidor da rede, possibilitando acesso

remoto.

Acrescente-se a essa configuração as possibilidades de

migração dos dados de óbitos e nascidos vivos armazenados, para uma

estrutura de Data Warehouse de forma consistente, embora, não seja um

fator imprescindível para esta operação. No entanto, supondo a

possibilidade de migração para Data Warehouse dos dados existentes em

109

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outros sistemas de informações como Internação Hospitalar, Atenção

Básica, Notificação Compulsória e outros, pode-se, então, vislumbrar uma

integração efetiva das diversas bases de dados, através da utilização de

ferramentas Data Mining para recuperação de relações existentes.

Outro recurso importante, que influenciaria no processo de

tomada de decisão, é a utilização de SIG para monitoramento de eventos e

de indicadores a partir dos dados coletados pelo SIM e SINASC. Nesse

caso, sim, é primordial a utilização de SGBD para gestão dos dados

organizados espacialmente.

UTILIZAÇÃO DA INTERNET NA GESTÃO DO SIM E SINASC

A utilização dos recursos da Internet para as diversas

funcionalidades que compõem os Sistemas de Informações sobre

Mortalidade e sobre Nascidos Vivos, mediante a adaptação de interfaces

visuais baseadas nos browser, facilitaria a operação dos aplicativos.

A Internet permite que a disponibilização, de forma imediata, dos

dados para acesso público elimine o máximo possível a hierarquização de

sua coleta, entre os três níveis de gestão do SUS. Atualmente, existe um

cronograma de envio de dados entre o Ministério da Saúde e as SES e

entre a SES e as SMS. Além disso, impõe-se a necessidade de

retroalimentação das bases de dados, pelo fato de incorporar dados

relativos aos eventos ocorridos fora do município de residência, visto que

os mesmos são necessários para a constituição de políticas locais e

regionais de saúde. Este modelo modificaria profundamente o fluxo da DO

e da DN e resultaria na otimização da qualidade e quantidade dos dados

coletados.

Outros serviços disponíveis na Internet podem facilitar a gestão

do SIM e do SINASC. Como exemplo, podem ser citados os seguintes

serviços: para facilitar a discussão em torno das questões de codificação e

seleção de causa básica, pode-se criar uma lista de discussão em nível

nacional para tratar desse tema; para captar os dados coletados e

disponibilizados pode-se utilizar o serviço de FTP, garantindo a integridade

da operação; para treinamento na operação dos aplicativos SIM.EXE e

110

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SINASC.EXE e na supervisão da gestão do sistema de informações

podem-se criar projetos de ensino à distância, semelhantes ao

treinamento para utilização da CID10.

Outro aspecto a ser analisado é o processo de implantação do

projeto da Rede Nacional de Informações em Saúde (RNIS), o que

significaria que todos os municípios estariam interligados ao estado,

através da Internet, facilitando dessa forma a implementação daqueles

recursos tecnológicos, que exploram intensamente ambiente web.

Conseqüentemente, a utilização intensa da Internet será facilitada na

medida em que a proposta de implantação da RNIS for levada a bom

termo.

PERSPECTIVA INTEGRADORA DO SIM E SINASC NO CARTÃO SUS

A perspectiva integradora do SIM e do SINASC com outros

sistemas de informações, principalmente, com o Cartão SUS, parece ser

tema imediato de reflexão. A construção do Cadastro Nacional, proposta

do Cartão SUS, terá que ter relação direta com o Sistema de Informações

sobre Mortalidade e com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos,

pois, tanto o cidadão que venha falecer necessita ser identificado pelo

sistema, como os recém-nascidos. Na hipótese de ambos os eventos não

estarem perfeitamente identificados no o cadastro do Cartão SUS e nos

sistemas que os registram, isso implicaria em perda de credibilidade

desses sistemas de informações. Assim, a compatibilidade do SIM e

SINASC com o Cartão SUS, não pode ser tratada como simples ajuste de

cadastro entre sistemas, e sim como possibilidade dos dados da DN serem

o documento de entrada para novos registros no cadastro do Cartão SUS,

bem como a DO ser o documento de baixa nesse mesmo cadastro.

Além disso, o fato do Cartão SUS ter sido projetado para utilizar

uma rede nacional de comunicação fora do ambiente da Internet, constitui-

se numa enorme contradição, levando-se em consideração os

investimentos já feitos e os ainda por fazer na implantação da RNIS.

111

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Conde de Alencar. Rio de Janeiro: Editora Campus.

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ANexos

ANEXO 1 – MODELO ATUAL DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)

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ANEXO 2 – MODELO ATUAL DA DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO (DN)

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ANEXO 3 - TABELA DE VARIÁVEIS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)

Nome Tipo Descrição NUMERODO C(8) Número da Declaração de Óbitos TIPOBITO C(1) Tipo de Óbito: 1 - Fetal; 2 = Não Fetal CODCART C(4) Código do Cartório NUMREGCART C(6) Número do Registro em cartório DTREGCART C(8) Data do Registro em cartório CODMUNCART C(7) Código do Município de cartório DTOBITO C(8) Data do Óbito HORAOBITO C(4) Hora do Óbito NUMSUS C(11) Número do Cartão SUS NATURAL C(3) Código de Naturalidade (CBO) NOMEFAL C(40) Nome do Falecido NOMEPAI C(40) Nome do Pai NOMEMAE C(40) Nome da Mãe DTNASC C(8) Data de Nascimento do Falecido IDADE C(3) Idade Presumida do Falecido SEXO C(1) Código de Sexo: M-Masculino; F-Feminino e I-Ignorado. RACACOR C(1) Código de Raça/Cor: 1-Branca; 2-Preta; 3-Amarela; 4-Parda e 5-Indígena. ESTCIV C(1) Código do Estado Civil: 1-Solteiro; 2-Casado; 3-Viúvo; 4-Separado Judicialmente; 5-União

Consensual e 9-Ignorado. ESC C(1) Código de Escolaridade da Mãe (em anos de estudo): 1-Nenhuma; 2-de 1 a 4; 3-de 5 a 8; 4-de 9

a 11; 5-12 ou +; 9-Ignorado. OCUP C(5) Código de Ocupação e Ramo de atividade do Falecido ENDRES C(50) Descrição do Logradouro de Residência do Falecido CODENDRES C(6) Código do Logradouro de Residência do Falecido NUMRESRES C(6) Número do Endereço de Residência do Falecido COMPLRES C(20) Complemento do Endereço de Residência do Falecido BAIRES C(30) Descrição do Bairro de Residência do Falecido CODBAIRES C(3) Código do Bairro de Residência do Falecido CEPRES C(8) Código de Endereçamento Postal CODMUNRES C(7) Código de Município de Residência do Falecido LOCOCOR C(1) Código do Local de ocorrência do Óbito: 1-Hospital; 2-Outros estab. Saúde; 3-Domicílio; 4-Via

Pública; 5-Outros e 9-Ignorado. ENDOCOR C(50) Descrição do Logradouro de ocorrência CODENDOCOR C(6) Código do Logradouro de ocorrência NUMENDOCOR C(6) Número do Endereço de ocorrência COMPLOCOR C(20) Complemento do Endereço de ocorrência BAIOCOR C(50) Descrição do Bairro de ocorrência CODBAIOCOR C(3) Código do Bairro de ocorrência CEPOCOR C(8) Código de Endereçamento Postal CODMUNOCOR C(7) Código de Município de ocorrência CODESTAB C(7) Código do Estabelecimento de Saúde OCUPMAE C(5) Código de Ocupação e Ramo de atividade da Mãe IDADEMAE C(2) Idade da Mãe ESCMAE C(1) Código de Escolaridade da Mãe (em anos de estudo): 1-Nenhuma; 2-de 1 a 4; 3-de 5 a 8; 4-de 9

a 11; 5-12 ou +; 9-Ignorado. QTDFILVIVO C(2) Quantidade de filhos tidos vivos QTDFILMORT C(2) Quantidade de filhos tidos mortos GRAVIDEZ C(1) Código do tipo de gravidez: 1-Única; 2-Dupla; 3-Três ou + e 9-Ignorado. GESTACAO C(1) Código da qtd. de semanas de gestação: 1-menos de 22; 2-de 22 a 27; 3-de 28 a 31; 4-de 32 a

38; 5-de 37 a 41; 6-42 ou + e 9-Ignorado. PARTO C(1) Código do tipo de Parto: 1-Vaginal; 2-Cesáreo e 9-Ignorado. OBITOPARTO C(1) Código para óbito em relação ao parto: 1-Antes; 2-Durante; 3-Depois e 9-Ignorado. NUMERODN C(8) Número da declaração de nascido vivo PESONASC C(4) Peso ao Nascer OBITOGRAV C(1) Código de óbito feminino durante a gravidez, parto ou aborto: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. OBITOPUERP C(1) Código de óbito feminino durante o puerpério: 1-Sim, até 42 dias; 2-Sim, de 43 dias a 1 ano; 3-

Não e 9-Ignorado. ASSISTMED C(1) Código para se óbito recebeu assistência médica: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. EXAME C(1) Código para Exame complementar: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado.

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CIRURGIA C(1) Código para Cirurgia: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. NECROPSIA C(1) Código para Necrópsia: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. CAUSABAS C(4) Código da CID para Causa Básica LINHAA C(20) Códigos da CID, linha a da Parte I. LINHAB C(20) Códigos da CID, linha b da Parte I. LINHAC C(20) Códigos da CID, linha c da Parte I. LINHAD C(20) Códigos da CID, linha d da Parte I. LINHAII C(20) Códigos da CID na Parte II REGRA C(40) Descrição da regra de seleção da causa básica MEDICO C(30) Nome do médico atestante CRM C(15) CRM do médico ATESTANTE C(1) Código se foi o médico que atendeu: 1-Sim; 2-Substituto; 3-IML; 4-SVO e 5-Outros. CONTATO C(30) Descrição do meio de contato DTATESTADO C(8) Data do Atestado CIRCOBITO C(1) Código das prováveis circunstâncias do óbito: 1-Acidente; 2-Suicídio; 3-Homicídio; 4-Outros e 9-

Ignorado. ACIDTRAB C(1) Código se Acidente de Trabalho: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. FONTE C(1) Código da Fonte de Informação: 1-Boletim de Ocorrência; 2-Hospital; 3-Família; 4-Outra e 9-

Ignorado. DESCACID C(50) Descrição sumária do evento ENDACID C(50) Descrição do Logradouro do local de Ocorrência da causa externa CODENDACID C(6) Código do Logradouro do local de Ocorrência da causa externa NUMENDACID C(6) Número do Endereço do local de Nascimento da causa externa COMPLACID C(20) Complemento do Endereço do local de Nascimento da causa externa CEPACID C(8) Código de Endereçamento Postal CRITICA C(2) Código de Situação para crítica: OK e branco-Sem erros e ER-Com erro CODINST C(8) Código da Instalação TIPOINST C(2) Tipo de Instalação: B-Brasil; E-Estado; R-Regional; M-Município; D-Distrito e U-Unidade de

Saúde. NUMEROLOTE C(4) Número do Lote CONFPESO C(1) Marca confirmação do valor de Peso ao Nascer CONFIDADE C(1) Marca confirmação da Idade da Mãe CONFCAUSA C(1) Marca confirmação da Causa Básica CONFCIDAD C(1) Marca confirmação da Causa Básica e Idade da Mãe

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ANEXO 4 - TABELA DE VARIÁVEIS DA DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO (DN)

Nome Tipo Descrição NUMERODN C(8) Número da Declaração de Nascido Vivo CODCART C(4) Código do Cartório NUMREGCART C(6) Número do Registro em cartório DTREGCART C(8) Data do Registro em cartório CODMUNCART C(7) Código do Município de cartório NUMSUS C(11) Número do Cartão SUS LOCNASC C(1) Código do Local de Nascimento do Óbito: 1-Hospital; 2-Outros estab.

Saúde; 3-Domicílio; 4-Outros e 9-Ignorado. ENDNASC C(50) Descrição do Logradouro de nascimento CODENDNASC C(6) Código do Logradouro de Nascimento NUMENDNASC C(6) Número do Endereço de Nascimento COMPLNASC C(20) Complemento do Endereço de Nascimento BAINASC C(30) Descrição do Bairro de Nascimento CODBAINASC C(3) Código do Bairro de Nascimento CEPNASC C(8) Código de Endereçamento Postal CODMUNNASC C(7) Código de Município de Nascimento CODESTAB C(7) Código do Estabelecimento de Saúde NOMEMAE C(40) Nome da Mãe NUMSUSMAE C(11) Número do Cartão SUS da Mãe CODOCUPMAE C(5) Código de Ocupação e Ramo de atividade da Mãe IDADEMAE C(2) Idade da Mãe ESCMAE C(1) Código de Escolaridade da Mãe (em anos de estudo): 1-Nenhuma; 2-de 1

a 4; 3-de 5 a 8; 4-de 9 a 11; 5-12 ou +; 9-Ignorado. ESTCIVMAE C(1) Código do Estado Civil: 1-Solteira; 2-Casada; 3-Viúva; 4-Separada

Judicialmente; 5-União Consensual e 9-Ignorado. QTDFILVIVO C(2) Quantidade de filhos tidos vivos QTDFILMORT C(2) Quantidade de filhos tidos mortos ENDRES C(50) Descrição do Logradouro de Residência da Mãe CODENDRES C(6) Código do Logradouro de Residência da Mãe NUMRES C(6) Número do Endereço de Residência da Mãe COMPRES C(20) Complemento do Endereço de Residência da Mãe BAIRES C(30) Descrição do Bairro de Residência da Mãe CODBAIRES C(3) Código do Bairro de Residência da Mãe CEPRES C(8) Código de Endereçamento Postal CODMUNRES C(7) Código de Município de Residência da Mãe GRAVIDEZ C(1) Código do tipo de gravidez: 1-Única; 2-Dupla; 3-Três ou + e 9-Ignorado. GESTACAO C(1) Código da qtd. de semanas de gestação: 1-menos de 22; 2-de 22 a 27; 3-

de 28 a 31; 4-de 32 a 38; 5-de 37 a 41; 6-42 ou + e 9-Ignorado. PARTO C(1) Código do tipo de Parto: 1-Vaginal; 2-Cesáreo e 9-Ignorado. CONSULTAS C(1) Número de consultas de pré-natal: 1-Nenhuma; 2-de 1 a 3; 3-de 4 a 6; 4-de

4 a 7 e 9-Ignorado. HORANASC C(4) Hora do nascimento DTNASC C(8) Data do nascimento SEXO C(1) Código de Sexo: M-Masculino; F-Feminino e I-Ignorado. APGAR1 C(2) Índice de APGAR no 1º minuto APGAR5 C(2) Índice de APGAR no 5º minuto RACACOR C(1) Código de Raça/Cor: 1-Branca; 2-Preta; 3-Amarela; 4-Parda e 5-Indígena. PESO C(4) Peso ao Nascer CONFPESO C(1) Marca confirmação do valor de Peso ao Nascer IDANOMAL C(1) Se detectada alguma malformação congênita e/ou anomalia

cromossômica: 1-Sim; 2-Não e 9-Ignorado. CODANOMAL C(1) Código da CID para malformações congênitas e/ou anomalia

cromossômica CRITICA C(2) Código de Situação para crítica: OK e branco-Sem erros e ER-Com erro CODINST C(8) Código da Instalação TIPOINST C(2) Tipo de Instalação: B-Brasil; E-Estado; R-Regional; M-Município; D-Distrito

e U-Unidade de Saúde. NUMEROLOTE C(4) Número do Lote

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ANEXO 5 – RESOLUÇÃO Nº 1076/SES DE 29 DE JANEIRO DE 1996

Estabelece a Dinâmica

de Aprovisionamento e Dinâmica dos Formulários de Declaração de Nascidos Vivos (DNs) e o Fluxo desses Formulários e do seu Sistema de Informação - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), no Estado do Rio de Janeiro

O Secretário de Estado de Saúde, no uso de suas atribuições e, CONSIDERANDO: - A necessidade de delimitar as áreas de competência do Departamento de

Dados Vitais (DDV/CINF/CISA/SPS/SES), no tocante à distribuição, recebimento e controle das DNs e ;

- A necessidade de delimitar as áreas de competência das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) no tocante à distribuição, entrega e controle das DNs;

- A necessidade de normatizar o fluxo dos documentos em meio magnético do SINASC;

- A necessidade de implementar o processo de descentralização do SINASC para os municípios ;

- A necessidade de normatizar condições mínimas para efetivação dessa descentralização;

RESOLVE: Art. 1º Compete ao Departamento de Dados Vitais: I - Quanto às DNs: Estimar o número de formulários de DNs a serem distribuídos aos municípios

do Estado do Rio de Janeiro, baseando-se no numero de nascimentos do ano anterior. Solicitar ao Ministério da Saúde o quantitativo de DNs julgado necessário

para atender a demanda anual do estado. Responsabilizar-se pela guarda dos formulários de DNs. Distribuir mensalmente às SMS os formulários correspondentes a seus

municípios. II - Quanto ao SINASC Proceder a digitação, processamento e crítica das primeiras vias das DNs

enviadas pelos municípios que ainda não são responsáveis pelo SINASC, assessorado pela Coordenação de Processamento de Dados do Centro de Informações de Saúde (CPD/CISA).

Receber os documentos do SINASC em meio magnético enviados pelas SMS que processam o Sistema e, assessorado pela Coordenação de Processamento de Dados, consolidar e criticar o banco de dados sobre nascidos vivos no Estado.

Enviar ao Ministério da Saúde até o mês de julho de cada ano, a consolidação do banco de dados sobre nascidos vivos no Estado referente ao ano anterior.

Art. 2º - Compete a todas as SMS:

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Indicar os responsáveis pela retirada e entrega dos formulários de DNs junto ao Departamento de Dados Vitais.

Responsabilizar-se pela guarda dos formulários de DNs entregues pelo Departamento de Dados Vitais e distribuí-los às Maternidades e Instituições onde ocorra parto no âmbito de seus municípios.

Art. 3º - Compete às SMS que ainda não processam o SINASC: Cumprir os itens i e 2 do Art. 2º. Atender ao seguinte fluxo referente à entrega dos formulários das DNs: - Recolher semanalmente a primeira via das DNs junto às Maternidades e

Instituições onde ocorra parto. - Encaminhar mensalmente todas as primeiras vias de residentes e as

segundas vias de não residentes ao Departamento de Dados Vitais. - A segunda via das DNs de residentes ficará sob a responsabilidade de cada

SMS, visando agilizar as informações sobre nascidos vivos a nível local e para providenciar 2ª via da Declaração aos responsáveis em caso de extravio.

Art. 4º - Compete às SMS que processam o SINASC: Cumprir os itens 1 e 2 do Art. 2º Proceder a digitação e processamento de todos os partos ocorridos no

âmbito de seus municípios. Cumprir o seguinte cronograma de entrega ao Departamento de Dados

Vitais dos documentos em meio magnético do SINASC: - A cada 2 (dois) meses - entregar o banco de dados do SIANSC em meio

magnético. Responder aos relatórios de crítica encaminhados pelo Departamento de

Dados Vitais. Enviar técnico a cada 2 (dois) meses para supervisão junto ao Departamento

de Dados Vitais. Nos municípios onde a descentralização do SINASC tenha sido efetiva, não

haverá necessidade do cumprimento do item 5. Art. 5º - Para que as Secretarias Municipais de Saúde se habilitem a

processar o SINASC, elas deverão cumprir os seguintes requisitos mínimos: Possuir em sua estrutura um setor responsável pelo processamento do

SINASC. Este setor deve contar com um profissional com vínculo com a SMS, que

tenha recebido treinamento no Departamento de Dados Vitais no processamento do SINASC.

Art. 6º - Baseados na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde

(NOB-SUS 01/93) fica estabelecido que : Os municípios em condição de gestão parcial e semi-plena que ainda não

processam o SINASC terão um prazo de 3 (tres) meses, a partir da data de publicação desta RESOLUÇÃO, para cumprirem os requisitos do Art. 5º e iniciarem os procedimentos do Art. 4º.

Art. 7º - É da responsabilidade do Departamento de Dados Vitais assessorar

tecnicamente as SMS no tocante aos itens abordados nesta RESOLUÇÃO e acompanhar o processo de descentralização do SINASC, procedendo o processamento paralelo e avaliando quantitativa e qualitativamente a cobertura e os dados desses Sistemas.

Art. 8º - O Secretário de Estado de Saúde levará ao conhecimento da

Comissão Intergestora Bipartite o eventual descumprimento desta RESOLUÇÃO, em

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particular do Art. 6º, quando solicitará a revisão do enquadramento na condição de gestão parcial ou semi-plena.

Art. 9º - Esta RESOLUÇÃO entrará em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1996 ANTÔNIO LUIZ DE MEDINA Secretário de Estado de Saúde OBS: PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DE 31 DE JANEIRO DE 1996

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ANEXO 6 RESOLUÇÃO Nº 1078/SES DE 29 DE JANEIRO DE 1996

Estabelece a Dinâmica

de Aprovisionamento e Dinâmica dos Formulários de Declaração de Óbito (DOs) e o Fluxo desses Formulários e seu Sistema de Informação - Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), no Estado do Rio de Janeiro

O Secretário de Estado de Saúde, no uso de suas atribuições e, CONSIDERANDO: - A necessidade de delimitar as áreas de competência do Departamento de

Dados Vitais (DDV/CINF/CISA/SPS/SES), no tocante à distribuição, recebimento e controle das DOs e processamento do SIM;

- A necessidade de delimitar as áreas de competência das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) no tocante à distribuição, entrega e controle das DOs;

- A necessidade de normatizar o fluxo dos documentos em meio magnético; - A necessidade de implementar o processo de descentralização do SIM para

os municípios; - A necessidade de normatizar condições mínimas para efetivação dessa

descentralização; - A necessidade de atualizar a RESOLUÇÃO SES-RJ Nº 167, de 11 de junho

de 1980, face as mudanças ocorridas na estrutura organizacional da Secretaria de Estado de Saúde;

RESOLVE: Art. 1º Compete ao Departamento de Dados Vitais: I - Quanto às DOs: Solicitar ao Ministério da Saúde o quantitativo de DOs julgado necessário

para atender a demanda anual do Estado. Responsabilizar-se pela guarda dos formulários de DOs. Estimar o número de formulários de DOs a serem distribuídos aos municípios

do Estado, baseando-se na mortalidade do ano anterior e no crescimento vegetativo da população.

Distribuir mensalmente às SMS os formulários correspondentes a seus municípios.

II - Quanto ao SIM Investigar junto àqueles municípios que ainda não processam o SIM, os

óbitos suspeitos de morte materna, causas indeterminadas e causas externas não determinadas.

Codificar a causa básica do óbito em todas as primeiras vias das DOs enviadas pelos municípios que ainda não processam o SIM.

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Proceder o processamento e crítica das primeiras vias das DOs encaminhadas pelos municípios que ainda não processam o SIM, assessorado pela Coordenação de Processamento de Dados do Centro de Informações de Saúde (CPD/CISA/SPD/SES).

Receber os documentos do SIM em meio magnético enviados pelas SMS que processam o Sistema e, assessorado pela Coordenação de Processamento de Dados, consolidar e criticar o banco de dados sobre mortalidade do Estado.

Enviar ao Ministério da Saúde até o mês de julho de cada ano, a consolidação do banco de dados sobre mortalidade do Estado referente ao ano anterior.

Art. 2º - Compete a todas as SMS: Indicar os responsáveis pela retirada e entrega dos formulários de DOs junto

ao Departamento de Dados Vitais. Responsabilizar-se pela guarda dos formulários e DOs entregues pelo

Departamento de Dados Vitais e distribuí-los no âmbito de seus municípios, às Instituições de Saúde, Instituto Médico Legal ou equivalente, médicos particulares e, nos municípios onde não exista médico particular ou Instituição de Saúde, aos Cartórios de Registro Civil.

Art. 3º - Compete às SMS que ainda não processam o SIM: Atender aos itens 1 e 2 do Art. 2º desta RESOLUÇÃO Atender o seguinte fluxo referente aos formulários de DOs: - A primeira e terceira vias das DOs deverão ser recolhidas semanalmente

junto aos Cartórios de registro Civil. - Mensalmente deverão ser encaminhados todas as primeiras vias das DOs

de residentes e as terceiras vias dos não residentes, ao Departamento de Dados Vitais. - A terceira via das DOs de residentes ficará sob a responsabilidade de cada

SMS, visando agilizar as informações sobre mortalidade a nível local. Art. 4º - Compete as SMS que processam o SIM Atender aos itens 1 e 2 do Art. 2º desta RESOLUÇÃO. Investigar todos os óbitos suspeitos de morte materna, causa indeterminada,

causas externas não determinadas e codificar a causa básica de todos os óbitos ocorridos no âmbito de seus municípios.

3. Enviar mensalmente um técnico para supervisão junto ao Departamento de Dados Vitais

Nos municípios onde a descentralização do SIM tenha sido efetiva não haverá necessidade do cumprimento do item 3.

Proceder o processamento e crítica de todas os óbitos ocorridos no âmbito de seus municípios.

Cumprir o seguinte cronograma de entrega ao Departamento de Dados Vitais dos documentos em meio magnético do SIM.

- Na 1ª quinzena do mês de agosto a cada ano, entregar o banco de dados do SIM, em meio magnético, referentes aos meses de janeiro a junho do ano em curso.

- Na 1ª quinzena do mês de fevereiro a cada ano, entregar o banco de dados do SIM, em meio magnético, referentes aos meses de julho a dezembro do ano anterior.

7. Responder às solicitações do Departamento de Dados Vitais quanto as correções do banco de dados.

Art. 5º - Para que as SMS se habilitem a processar o SIM, elas deverão

cumprir os seguintes requisitos mínimos: Possuir em sua estrutura um setor responsável pelo processamento do SIM Este setor deve ter pelo menos 1 (um) profissional que tenha feito

treinamento no Departamento de Dados Vitais, para codificação de causa básica de óbito. A escolaridade mínima exigida para esse profissional é o 2º Grau Completo.

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Art. 6º - Baseados na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde

(NOB-SUS 01/93) fica estabelecido que : Os municípios em condição de gestão semi-plena que ainda não processam

o SIM terão um prazo de 6 (seis) meses, a partir da data de publicação desta RESOLUÇÃO, para cumprirem os requisitos do Art. 5º e iniciarem os procedimentos do Art. 4º.

Art. 7º - Compete ao Departamento de Dados Vitais assessorar tecnicamente

as SMS no tocante aos itens abordados nesta RESOLUÇÃO e acompanhar o processo de descentralização do SIM, procedendo o processamento paralelo do banco de dados e avaliando quantitativa e qualitativamente a cobertura dos dados do Sistema.

Art. 8º - O Secretário de Estado de Saúde levará ao conhecimento da

Comissão Intergestora Bipartite o eventual descumprimento dos itens desta RESOLUÇÃO, em particular do Art. 6º, quando solicitará a revisão do enquadramento na condição de gestão semi-plena.

Art. 9º - Esta RESOLUÇÃO entrará em vigor na data de sua publicação,

revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1996 ANTÔNIO LUIZ DE MEDINA Secretário de Estado de Saúde OBS: PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DE 31 DE JANEIRO DE 1996 REPUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DE 15 DE FEVEREIRO DE 1996

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ANEXO 7 – PORTARIA N O 474 , DE 31 DE AGOSTO DE 2000.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE Regulamenta a coleta de

dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre óbitos para o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM.

O Presidente da Fundação Nacional de Saúde, no uso das atribuições que

lhe confere o art. 18, Inciso XII, do Decreto n o 3.450, de 09 de maio de 2000, e considerando

o disposto no inciso IV, do art. 1 o , da Portaria n o 130 GM, de 12 de fevereiro de 1999, do Ministério da

Saúde, e a necessidade de regulamentar as rotinas de coleta de dados e envio das informações sobre

óbitos ocorridos no País para o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, resolve: CAPÍTULO I Das Disposições Iniciais Art.1 o O conjunto de ações relativas a coleta e processamento de dados,

fluxo e divulgação de informações sobre os óbitos ocorridos no País compõem o Sistema de

Informações sobre Mortalidade– SIM. CAPÍTULO II Das Competências Art.2 o Compete à FUNASA, como gestora do SIM, a nível nacional: I– estabelecer diretrizes e normas técnicas; II– consolidar os dados provenientes dos estados; III– retroalimentar os dados para os integrantes do Sistema; e IV– divulgar informações e análises epidemiológicas. Art. 3 o Compete aos Estados: I – consolidar os dados provenientes de unidades notificantes e dos

municípios por meio de processamento eletrônico; II – estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados pelo nível municipal; II – remeter os dados ao nível federal, regularmente, dentro dos prazos

estabelecidos nesta Portaria; IV – analisar os dados; V – retroalimentar os dados para os integrantes do Sistema; Portaria publicada no DO em 04 de setembro de 2000.

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ANEXO 8 – PORTARIA Nº 475, DE 31 DE AGOSTO DE 2000

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

Regulamenta a coleta de dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre Nascidos Vivos para o Sistema de Infor-mações sobre Nascidos Vivos - SINASC.

O Presidente da Fundação Nacional de Saúde, no uso das atribuições que

lhe confere o art. 18, Inciso XII, do Decreto n o 3.450, de 09 de maio de 2000, e considerando

o disposto no inciso IV, do art. 1 o , da Portaria n o 130 GM, de 12 de fevereiro de 1999, do Ministério da Saúde, e a necessidade de regulamentar as rotinas de coleta de dados e envio informações para o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC, resolve:

CAPÍTULO I Das Disposições Iniciais Art.1o O conjunto de ações relativas a coleta e processamento de dados,

fluxo e divulgação de informações sobre os nascimentos ocorridos no País constituem o

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC . CAPÍTULO II Das Competências Art.2o Compete à FUNASA, como gestora do SINASC, a nível nacional: I – estabelecer diretrizes e normas técnicas; II – prestar apoio técnico para utilização do Sistema; III – consolidar os dados provenientes dos estados; IV – retroalimentar os dados para os integrantes do Sistema; e V – divulgar informações e análises epidemiológicas. Art. 3o Compete aos Estados: I – consolidar os dados provenientes de unidades notificantes e dos

municípios por meio de processamento eletrônico; II – estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados pelo nível municipal; III – remeter os dados ao nível federal, regularmente, observados os prazos

estabelecidos nesta Portaria; IV – analisar os dados; V – retroalimentar os dados para os integrantes do Sistema; VI – divulgar informações e análises epidemiológicos; e VII – normatizar aspectos técnicos em caráter complementar e atuação do

nível federal para o seu território. Art. 4 o Compete aos municípios: I – coletar e consolidar os dados provenientes das unidades notificantes; II – enviar os dados, observados os fluxos e prazos estabelecidos pelos

estados; III – analisar os dados; Portaria publicada no DO em 04 de setembro de 2000

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