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PAULO JOAQUIM HUMMIG FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO DOS ADMINISTRADORES DAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO IAPAR LONDRINA 2011

PAULO JOAQUIM HUMMIG - escoladegestao.pr.gov.br · À minha amorosa mãe Maria Aparecida Hummig, grande batalhadora. À minha esposa Regina Elizabeth Russo Hummig, amável companheira

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PAULO JOAQUIM HUMMIG

FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO DOS

ADMINISTRADORES DAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO

IAPAR

LONDRINA 2011

PAULO JOAQUIM HUMMIG

FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO DOS

ADMINISTRADORES DAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO

IAPAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura - SEAGRI, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina-UEL, como requisito final para obtenção do título de Especialista. Orientadora: Profª Drª Selma Frossard Costa

LONDRINA 2011

PAULO JOAQUIM HUMMIG

FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO DOS ADMINISTRADORES DAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO IAPAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura - SEAGRI, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina-UEL, como requisito final para obtenção do título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Profª Drª Selma Frossard Costa

____________________________________ Prof. Dr. Luiz Antonio Félix

____________________________________ Prof. Dr. Paulo Eduardo de Lacerda

Londrina, _____de ___________de ____

AGRADECIMENTOS

A Deus, criador e sustentador da vida. Ao meu pai Eurico Hummig (in memorian), grande exemplo de pai e de patriota. À minha amorosa mãe Maria Aparecida Hummig, grande batalhadora. À minha esposa Regina Elizabeth Russo Hummig, amável companheira e incentivadora. Aos meus queridos filhos Daniel e Renato. Aos meus irmãos Martha, Oscar, Nelson, Eurico, Ricardo e Roberto que sempre me apoiaram. Ao ex-coordenador Marcos Ferreira Scholz e ao atual coordenador da APE, José Roberto Punhagui, que muito auxiliaram no meu crescimento profissional como administrador. À minha orientadora Selma Frossard Costa, pela grande paciência e disposição para mostrar o rumo a seguir nesta monografia. Aos amigos do Iapar que ajudaram me a caminhar nesta jornada. Aos amigos Eduardo, Luiz, Rosane, Celso, Norma, Eloir, Vanilda, Bianco, Rose porque partilham comigo os diversos momentos da vida.

HUMMIG, Paulo Joaquim. Fatores que influenciam o desempenho dos administradores das Estações Experimentais do IAPAR. 2011. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura-SEAGRI). Universidade Estadual de Londrina-UEL.

RESUMO

O presente estudo teve por objetivo avaliar os fatores que influenciam na gestão dos administradores das Estações Experimentais do Instituto Agronômico do Paraná. A pesquisa foi conduzida na linha quanti-qualitativa com algumas questões abertas, com caráter exploratório em Novembro de 2010. Participaram do estudo dez administradores de estações experimentais, distribuídas no Estado do Paraná que preencheram questionário sobre oito temas: o perfil profissional dos gestores, caracterização geral das estações, sua estrutura básica, recursos humanos, recursos financeiros, sistema de segurança das estações, relacionamento com outros órgãos públicos e contribuição para a sociedade. Esses fatores, ao influenciarem os administradores, influenciam também as atividades das estações e como consequência, afetam também o setor agropecuário. Palavras-chave: Gestão pública. Administração. Estação experimental. Fatores facilitadores e dificultadores.

HUMMIG, Paulo Joaquim. Factors that Influence the IAPAR Experimental Stations administrators. 2011. 78 p. Work of Completion of the Course (SEAGRI Agricultural State System Gestors Public Administration Course of Specialization) State University of Londrina-UEL.

ABSTRACT

The purpose of the current work is to evaluate the factors that influence the administrators' gestions at the experimental stations at the Agronomical Institute of Parana. The research was conducted in the qualitative-quantitative line, with some open questions with exploratory character in November 2010. Ten administrators participated in the study from experimental stations distributed in Parana State that filled questionnaire with eight topics: the professionals profile of the gestors, general characteristics of the stations, their basic structure, human resources, financial resources, safety systems of the stations, relationship with other public organs and contribution to society. Those factors that influence administrators also influence the station activities and as a consequence also affect the agricultural cattle-raising sector. Keywords: Gestion. Experimental station. Administration. Factor.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de Estações Experimentais, segundo seu tempo de

funcionamento ........................................................................................ 41 Tabela 2 - Tamanho das Estações Experimentais do IAPAR ................................... 41 Tabela 3 - Número das Estações Experimentais, segundo a quantidade de

pesquisadores com experimentos na estação.......................................... 42 Tabela 4 - Número das Estações Experimentais, segundo a quantidade de

experimentos na estação........................................................................ 42 Tabela 5 - Representatividade das Estações Experimentais, da região em

que se inserem, quanto ao clima, solo e culturas pesquisadas ................ 43 Tabela 6 - Escolaridade dos administradores de E. E. do IAPAR ............................. 44

Tabela 7 - Formação dos administradores relacionada com agropecuária

ou com administração .............................................................................. 44 Tabela 8 - Tempo dos administradores de E.E. como funcionários públicos ............ 45 Tabela 9 - Tempo dos administradores na gestão de Estação Experimental ........... 45 Tabela 10 - Número de respostas quanto à avaliação do maquinário

existente nas Estações Experimentais ................................................... 46 Tabela 11 - Número de respostas quanto à avaliação da frota de veículos

(automóveis) existente nas Estações Experimentais.............................. 47 Tabela 12 - Avaliação dos escritórios existentes nas Estações

Experimentais ......................................................................................... 47 Tabela 13 - Número de respostas quanto à avaliação das residências

existentes nas Estações Experimentais ................................................. 48 Tabela 14 - Número de respostas quanto à avaliação de diversas

instalações existentes nas Estações Experimentais............................... 49 Tabela 15 - Número de respostas quanto à avaliação da infra-estrutura

básica das Estações Experimentais ....................................................... 50 Tabela 16 - Número de respostas quanto à avaliação dos recursos de

informática existente nas Estações Experimentais ................................. 51 Tabela 17 - Número de respostas quanto à avaliação de recursos humanos

existentes nas Estações Experimentais ................................................. 52

Tabela 18 - Recursos financeiros recebidos pelas E. E. ........................................... 54

Tabela 19 - Segurança nas Estações Experimentais ................................................ 55

Tabela 20 - Número de respostas quanto à avaliação do relacionamento

das Estações Experimentais com outras instituições púbicas ................ 57 Tabela 21 - Número de respostas quanto à realização ou não de pesquisa

e de outros trabalhos correlatos pela Estação ........................................ 58 Tabela 22 - Número de respostas quanto à avaliação da contribuição das

Estações Experimentais para a sociedade ............................................. 59

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEASA - Centrais de Abastecimento do Paraná S/A

CLASPAR – Empresa Paranaense de Classificação de Produtos e

E.E. - Estações Experimentais do IAPAR

EMATER - Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná

OEPA – Organização Estadual de Pesquisa Agropecuário

SEAB – Secretaria de Agricultura e Abastecimento

SNPA – Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuário

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 A AGROPECUÁRIA COMO FONTE DE DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO ............................................................................................................ 16

2.1 A HISTÓRIA DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA: UM BREVE RESGATE ............................ 17

2.2 A AGROPECUÁRIA, ATIVIDADES AFINS E SEUS RESULTADOS SOCIAIS E

ECONÔMICOS .............................................................................................................. 19

3 A PESQUISA NO ÂMBITO AGROPECUÁRIO BRASILEIRO .............................. 22

3.1 O SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIO (SNPA) ................................... 22

3.2 A EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E SUAS UNIDADES –

EMBRAPA .................................................................................................................... 23

3.3 AS ORGANIZAÇÕES ESTADUAIS DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – OEPAS ................... 25

4 A PESQUISA NO ÂMBITO AGROPECUÁRIO PARANAENSE ........................... 30

4.1 A SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO (SEAB) .................................... 30

4.2 O INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ (IAPAR) ..................................................... 31

4.3 AS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS ............................................................................... 35

5 O PROCESSO DE GESTÃO DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO IAPAR:

DIFICULDADES E AVANÇOS ................................................................................. 37

5.1 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................... 39

5.2 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 40

5.2.1 Caracterização Geral das Estações Experimentais Participantes da

Pesquisa.................................................................................................................... 40

5.2.2 Perfil Profissional dos Gestores........................................................................ 43

5.2.3 Estrutura Básica ............................................................................................... 46

5.2.4 Recursos Humanos .......................................................................................... 51

5.2.5 Recursos Financeiros ....................................................................................... 53

5.2.6 Sistema de Segurança ..................................................................................... 54

5.2.7 Relacionamento com outros órgãos públicos ................................................... 56

5.2.8 Contribuição para a Sociedade ........................................................................ 57

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 62

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67

APÊNDICES ............................................................................................................. 70

APÊNDICE 1 – CARTA APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .............................................. 70

APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO EM BRANCO ..................................................................... 71

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1 INTRODUÇÃO

A agricultura tem tido um papel muito importante na economia do Brasil desde

a sua descoberta, sendo atualmente responsável por grande parte do PIB brasileiro.

Um dos sustentáculos da agropecuária é o trabalho de pesquisa que é

realizado em nosso país.

Dentro do Brasil um dos estados que se destaca pela sua pujança é o Estado

do Paraná que, apesar de ter uma área geográfica relativamente pequena tem uma

dos melhores índices econômicos se comparado com outros estados brasileiros. Ele

tem como um dos seus pilares econômicos a agropecuária e as atividades

diretamente relacionadas a ela como, por exemplo, a agroindústria.

Uma das razões que explicam o crescimento agropecuário no Estado é a

criação do Instituto Agronômico do Paraná–IAPAR e da instalação de unidades da

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária–EMBRAPA em nosso estado, os

quais, descobriram novas técnicas, introduziram novos materiais, melhoraram várias

espécies de plantas, propiciando maior produtividade e maior qualidade dos

produtos agropecuários. No Paraná existem atualmente dezessete estações

experimentais do IAPAR, localizadas em diferentes regiões do estado, nos seguintes

municípios: Cerro Azul, Ponta Grossa (duas estações), Guarapuava, Irati, Lapa,

Joaquim Távora, Cambará, Ibiporã, Londrina, Morretes, Palotina, Paranavaí,

Palmas, Pato Branco, Xambrê, Santa Tereza do Oeste.

Grande parte das pesquisas e de outras atividades como multiplicação de

sementes, laboratórios, etc. são realizadas nas Estações Experimentais ou com o

apoio destas nas diversas regiões do Paraná.

Ao ingressar no quadro funcional do IAPAR, ficamos imersos nos ambientes

das Estações Experimentais onde trabalhamos como administrador, percebendo que

há fatores que contribuem e outros que atrapalham as atividades das Estações.

Em setembro de 1988 fomos designados para ser o administrador da Estação

Experimental de Pato Branco. Imaginávamos, na época, que uma estação

experimental teria boas condições de trabalho para alcançar produtividade

satisfatória e condizente com o propósito do IAPAR.

No entanto, logo constatamos que a Estação apesar de ter uma infraestrutura

relativamente grande, encontrava-se em uma situação muito preocupante, com

sérios problemas na área de segurança, com construções sem manutenção

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adequada, automóveis e maquinários agrícolas bem desgastados. Na área de

recursos humanos, além de não haver número suficiente de trabalhadores, parte dos

funcionários não era permanente, o que dificultava a condução dos trabalhos da

Estação.

Apesar dos escassos recursos financeiros, com apoio da Sede do IAPAR,

começamos a recuperar a Estação através de melhorias no sistema de segurança,

conserto ou reforma de algumas construções e implantação de algumas benfeitorias.

Naturalmente, devido ao tempo relativamente curto (aproximadamente três anos e

meio) em que administramos a Estação Experimental de Pato Branco, às limitações

de nossa autonomia, às dificuldades financeiras e à carência de pessoal, não

pudemos realizar várias ações que eram necessárias, tais como reforma completa

de várias construções, contratação de mais funcionários, renovação da frota de

carros e de máquinas agrícolas.

Em fevereiro de 1992 deixamos a administração da Estação Experimental de

Pato Branco porque fomos designados para sermos o administrador da recém-criada

Estação Experimental de Xambrê. Acompanhamos as construções e avaliamos que

foi montada uma boa infraestrutura: casas, barracões, poço artesiano, etc. A

quantidade de veículos e maquinário agrícola, apesar de não ser em número

suficiente, era de qualidade razoável.

A Estação fica a dezesseis quilômetros da cidade de Xambrê; essa grande

distância facilitou a segurança, já que praticamente não havia trânsito de pessoas

estranhas ao IAPAR. Já o acesso à Estação era difícil, pois os dez quilômetros da

estrada eram de terra, problema que se agravava em épocas chuvosas.

Administramos a Estação Experimental de Xambrê por aproximadamente

doze anos e meio e na maior parte desse tempo fomos o único funcionário

permanente, pois não houve autorização para contratar funcionários efetivos.

Trabalhamos com diaristas, funcionários temporários ou funcionários cedidos pela

Prefeitura de Xambrê e pela CODAPAR-Companhia de Desenvolvimento

Agropecuário do Paraná. Constatamos que a não contratação de funcionários

permanentes para a Estação, prejudicava a execução dos trabalhos, já que cada vez

que mudavam os trabalhadores era necessário um tempo para treinar seus

substitutos. Em alguns curtos períodos ficamos sem trabalhadores de campo o que

impediu até instalações de alguns novos experimentos, já que não havia a certeza

de continuidade na presença de trabalhadores.

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Os veículos e o maquinário agrícola, que eram semi-novos quando lá

chegamos, não foram renovados até o final de nossa gestão, o que também

dificultava o serviço. Apesar dessas dificuldades, toda a área da Estação foi

adequada e ali foram instalados experimentos, um jardim clonal de seringueira,

plantio de culturas anuais e alguns trabalhos de preservação ambiental.

Em setembro de 2004 assumimos a administração da Estação Experimental

de Ibiporã, onde encontramos um quadro parecido com a Estação Experimental de

Pato Branco: infraestrutura grande, porém muito mal conservada, número

insuficiente de funcionários permanentes, frota de veículos e maquinário agrícola em

estado ruim, além de problemas de segurança patrimonial e humana. A Estação, por

fazer divisa com a cidade de Ibiporã, com a rodovia e com a estrada de ferro, tinha

grande trânsito de pessoas estranhas ao IAPAR, ocorrendo sucessivos atos de

furtos e vandalismos.

As dificuldades financeiras e burocráticas continuavam presentes. Iniciamos

um processo de recuperação da Estação (reforma de instalações, adequação de

estradas, controle de erosão, etc.) processo esse, que ainda não está totalmente

concluído.

O número de funcionários efetivos diminuiu bastante, seja por aposentadoria

ou por morte e não foram autorizadas novas contratações, a não ser trabalhadores

temporários para atividades no campo. Em nossa avaliação, uma estação

experimental, por prestar serviços especializados e ter trabalhos que não podem ter

sua continuidade interrompida, necessita de funcionários permanentes, bem

treinados, em número suficiente e somente deve ter funcionários temporários em

casos excepcionais.

A partir de 2008 foi autorizada a contratação de serviços de vigilância (desde

então diminuíram os atos de vandalismos e os furtos) e de zeladoria (melhorou a

higiene e conforto); também recebemos novos veículos e maquinários agrícolas

(melhorou a segurança veicular). Estes fatores já reduziram, parcialmente, as

dificuldades de realização dos trabalhos, diminuindo o desgaste físico e mental dos

funcionários e aumentando a produtividade das atividades da Estação.

A experiência vivida nas Estações, como administrador, nos instigou, neste

trabalho de conclusão de curso, a investigar em caráter exploratório, a situação de

trabalho dos administradores de Estações Experimentais do IAPAR. Elegemos como

objeto de pesquisa os fatores positivos e negativos determinantes da condição de

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trabalho dos administradores das Estações Experimentais, tendo como questão

básica a ser respondida: quais são os fatores positivos e negativos determinantes da

condição de trabalho dos administradores das Estações Experimentais e de que

forma esses fatores influenciam o desempenho destas Estações ?

Nesta linha de raciocínio o objetivo geral foi o de analisar os fatores

determinantes da condição de trabalho dos administradores de Estação

Experimental do IAPAR. Em decorrência, os objetivos específicos foram:

Detectar os fatores positivos e negativos presentes no ambiente de

trabalho das Estações Experimentais na percepção dos administradores;

Identificar, nas diferentes percepções, os fatores comuns a todos os

administradores;

Estabelecer os fatores que aparecem como os mais determinantes.

Avaliar de que formas os fatores afetam o desempenho das Estações

Experimentais.

A pesquisa realizada por instituição pública é de suma importância para o

fomento do progresso em áreas em que o setor privado não tem interesse

econômico em pesquisar, como menciona Dorigo e Campos (2008):

De modo geral, as atividades de P&D no setor privado são realizadas por grandes corporações que trabalham na produção e no fornecimento de insumos agrícolas, motivadas pela obtenção de lucro econômico. Há quem entenda que a pesquisa privada pode substituir a pesquisa pública, o que nem sempre é verdadeiro. Em determinadas situações elas se complementam, mas em outras não há o interesse privado. Como exemplo, cita-se o investimento em pesquisas voltadas para as culturas de subsistência, tais como arroz e feijão, entre outras, onde não há interesse da iniciativa privada. O alimento, seja ele de origem vegetal ou animal, é uma questão de segurança alimentar, e cabe ao Estado a função de gerar e difundir tecnologia, disponibilizando-a aos pequenos, médios e grandes produtores. Há que se destacar que, na maioria das vezes, os grandes produtores que trabalham principalmente com commodities,

têm acesso à tecnologia de ponta, enquanto os médios e pequenos produtores dependem dos investimentos públicos para obtenção de novas tecnologias.

No entanto, para que haja bons resultados advindos do trabalho, se faz

necessário, entre outros fatores, funcionários em número suficiente, treinados,

motivados e satisfeitos, estrutura física com condições de oferecer conforto e

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segurança às pessoas. Necessita-se também de maquinário que ofereça conforto,

segurança e produtividade. Todos esses fatores influenciam na satisfação e na

motivação dos funcionários, o que se traduzirá em maior ou menor desempenho

profissional, produzindo bens e serviços de maior ou menor qualidade e quantidade.

E aqui estava o cerne da nossa preocupação ao optarmos por este tema,

resultado da nossa experiência e vivência como administrador de diferentes

estações experimentais no Paraná.

Para realizarmos a pesquisa de campo elaboramos um questionário sobre as

condições de trabalho e enviamos por e-mail aos administradores das estações

experimentais do IAPAR.

Paralelamente à pesquisa de campo realizamos a revisão bibliográfica, que

configurou a fundamentação teórica deste trabalho, o qual está estruturado em

quatro capítulos, além desta introdução.

O segundo capítulo aborda a agropecuária como fonte de desenvolvimento

econômico, onde discorre-se brevemente sobre a história da agropecuária brasileira,

para se ter um melhor entendimento da realidade atual; explana-se resumidamente

sobre a relação da agropecuária com as atividades correlatas e também procura-se

demonstrar a importância econômica e social da agropecuária brasileira.

O terceiro capítulo traz informações gerais sobre a estruturação da pesquisa

no âmbito agropecuário brasileiro, sobre a EMBRAPA (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária) e sobre as OEPAS (Organizações Estaduais de Pesquisa

Agropecuária).

O quarto capítulo descreve a pesquisa oficial no âmbito agropecuário

paranaense, apresentando a SEAB (Secretaria de Agricultura e Abastecimento), e o

IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) e suas Estações Experimentais.

E, finalizando, o quinto capítulo traz a análise dos dados da pesquisa

realizada tendo em vista o objeto e objetivos delimitados para a mesma. Sendo

assim, inicia trazendo conceitos, características e Instrumentos de gestão, os

procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa, a

caracterização geral das estações experimentais participantes da pesquisa, perfil

profissional dos gestores (administradores) e termina com os dados sobre as

condições de trabalho nas estações experimentais.

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2 A AGROPECUÁRIA COMO FONTE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A agricultura e a pecuária são atividades extremamente importantes para o

desenvolvimento econômico e social de um país por dois principais motivos: a

produção de alimentos e o fornecimento de matérias-primas para as indústrias. A

pecuária alia a esses motivos o fato de produzir animais para tração (energia),

transporte, pesquisa e aproveitamento em certas áreas da medicina.

Em qualquer parte do planeta, a agropecuária sofre a influência de três

principais fatores: físico, humano e econômico. O fator físico está relacionado às

condições climáticas e de solo, isto é, à terra; o humano implica no trabalho

realizado pelas pessoas, na necessária mão de obra utilizada e o econômico

abrange a questão da propriedade da terra e o grau de investimento aplicado na

produção, implicando no capital.

O desenvolvimento da atividade agropecuária vai se caracterizar, nos

diferentes países e regiões, de acordo com o fator que for predominante. Quando há

predominância do fator “terra”, classifica-se como sistema extensivo, onde a

produção está diretamente relacionada com a extensão da área utilizada, não

contando com investimentos de capital e tecnologia e com baixa produtividade

econômica.

O sistema extensivo é marcado pela agricultura itinerante ou roça tropical em

que o agricultor ocupa uma área verde adotando métodos primitivos (desmatamento

e queimadas) provocando o esgotamento precoce do solo e levando-o a buscar

outra área onde repetirá o processo.

Por sua vez, a pecuária extensiva é caracterizada pela criação de rebanhos

numerosos, sem cuidados devidos, dispersos, cujo constante deslocamento pelo

terreno e falta de tratos sanitários afetam a qualidade da carne.

Quando há predominância do fator “trabalho”, classifica-se como sistema

intensivo de mão de obra, e ocorre onde há grande densidade demográfica

favorecendo a ampla utilização da mão de obra na agricultura e, conseqüentemente,

a sua exploração.

E, finalmente, o predomínio do fator “capital” acontece nos países

desenvolvidos e em algumas regiões de países subdesenvolvidos, cujo objetivo

econômico é o de atender às necessidades do mercado consumidor interno e

externo.

17

Corresponde à agricultura moderna ou comercial, em que predomina a larga

aplicação de capital e recursos técnicos, pouca mão de obra, em propriedades de

pequeno, médio e grande porte, mas com mecanização, uso de fertilizantes,

combate à erosão e às pragas, seleção de sementes, etc.

A pecuária abrange pequenos rebanhos submetidos a muitos cuidados com

higiene e saúde, requerendo maior quantidade de mão de obra. O objetivo é criar o

melhor animal no menor tempo e pelo menor custo.

Portanto, a agropecuária, caracteriza-se, em qualquer dos sistemas descritos

acima, como fonte de desenvolvimento econômico para um país ou uma região,

embora limitada ou alavancada pelas características próprias de cada um.

2.1 A HISTÓRIA DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA: UM BREVE RESGATE

O Brasil é conhecido no mundo todo pela sua biodiversidade, contando com

clima e solo, que propiciam produções férteis relacionadas tanto à agricultura quanto

a pecuária.

O desenvolvimento econômico do Brasil, no decorrer da sua história, está

fortemente ligado à agropecuária e, mais recentemente, à agroindústria.

No presente resgate histórico considerar-se-á as atividades de agricultura,

pecuária e silvicultura. Obviamente são muitas as culturas importantes no Brasil,

mas destacar-se-á apenas as que tiveram uma importância extraordinária ao

alavancar as exportações brasileiras, trazendo recursos externos.

Nos primórdios do descobrimento do Brasil, Pero Vaz de Caminha já fez

referência ao potencial da agropecuária brasileira, quando em seu relato ao Rei de

Portugal D. Manuel I declarou: “Esta terra, senhor… Em tal maneira é em toda

graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, per bem das águas que

tem […]” (CASTRO, 1968, p. 26). Ainda em seu período colonial, podemos

constatar que o Brasil teve o seu desenvolvimento agrícola lento, porque somente

atendia aos interesses do comércio internacional de Portugal, o que ocasionava que

uma cultura se destacasse por sua importância econômica durante certo tempo, que

é o chamado de ciclo dessa cultura. Em função disso, são apontados diferentes

ciclos da agricultura brasileira.

Ciclo do Pau-Brasil - O interesse inicial nas primeiras décadas após o

descobrimento de nosso país era a extração de pau-brasil, que tinha madeira

18

avermelhada, existente na Mata Atlântica desde o litoral do Rio Grande do Norte até

o Rio de Janeiro, do qual se extraía um corante que era usado para tingir tecidos e

móveis.

Ciclo da Cana-de-Açúcar - Ainda no século XVI, para facilitar o processo de

colonização do Brasil, Portugal dividiu o Brasil em doze capitanias hereditárias,

distribuindo-as a doze nobres portugueses para que estes as explorassem. Apesar

de se explorar o pau-brasil, algodão e outros produtos, a cana-de-açúcar se

destacou, sendo uma atividade econômica importante até hoje para o nosso país.

Ciclo da Borracha - A seringueira, conhecida na Amazônia desde meados do

século XVIII, teve seu uso em maior escala a partir da descoberta da vulcanização

da borracha em 1839, sendo a borracha posteriormente usada para pneus de

bicicletas e de carros. A borracha era extraída de plantas esparsas dentro das

florestas brasileiras. Sementes e mudas foram transportadas para Ceilão e Malásia

em 1876 onde foram feitos plantios comerciais e começaram a competir com o

Brasil. Em 1910 a borracha chegou a representar 42% da do valor total das

exportações brasileiras. Devido à redução drástica de preços causada pela

concorrência internacional, por volta de 1914 houve o colapso da produção de

borracha brasileira. Este curto ciclo de riqueza causou um aumento populacional na

região amazônica propiciando o impulso inicial para o desenvolvimento de Manaus e

de Belém.

Ciclo do Café - O café foi introduzido no Brasil em 1727 por Francisco Mello

Palheta no Pará e, posteriormente, plantado no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná

(estado que se tornou o maior produtor nacional de café). A partir de 1831 o café

passou a ocupar o primeiro lugar na pauta de exportação brasileira. Atualmente o

Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café.

Ciclo da Soja - A soja é originária da China, onde era usada inicialmente

como remédio e adubo verde, chega ao Brasil, mais especificamente na Bahia,

ainda no período imperial, trazida em 1882 por Gustavo Dutra. Já no início da

República, os japoneses também trouxeram algumas variedades, quando emigraram

para o Brasil de 1908. O primeiro registro de cultivo de soja no Brasil data de 1914

no município de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, porém passou a ter alguma

importância econômica a partir dos anos 1940.

A partir dos anos 1960, visando autossuficiência, houve uma política de

subsídios ao trigo o que acabou alavancando a cultura da soja, pois eram culturas

19

complementares: plantio de trigo no inverno e plantio de soja no verão trazendo uma

série de inovações tecnológicas e enriquecendo o Rio Grande do Sul.

Com a expansão da soja naquele estado, os pequenos produtores, apesar de

dominar a tecnologia da soja e ter razoáveis recursos financeiros, optaram por

migrar primeiro para Santa Catarina, Paraná (anos 1960 e 1970) e diversos outros

estados brasileiros e até para o Paraguai. Essa migração se deu devido à escassez

de terras no Rio Grande do Sul e por haver famílias numerosas procurando terras

mais baratas.

Nos anos 1980 e 1990 foi possível uma ocupação com soja em grandes áreas

nos cerrados do Brasil Central estando entre os fatores o desenvolvimento de um

bem-sucedido pacote tecnológico para a produção de soja na região, com destaque

para as novas cultivares adaptadas à condição de baixa latitude da região, resultado

do trabalho de pesquisa agrícola.

Ciclo da Pecuária - A pecuária (introduzida por volta de 1530) por não ser

produto de exportação e somente de alimentação dos agentes da colonização

desenvolveu-se gradativamente atingindo mais de 1,5 milhões de cabeças no início

do século XVIII. Atualmente o Brasil detém o maior rebanho bovino comercial do

mundo.

No ano 2000, o Brasil era o sexto maior exportador agrícola do mundo. Em

2010 passou a ser o terceiro maior exportador de alimentos estando atrás apenas

dos Estados Unidos e da União Européia.

2.2 A AGROPECUÁRIA, ATIVIDADES AFINS E SEUS RESULTADOS SOCIAIS E ECONÔMICOS

As atividades agropecuárias, incluindo o extrativismo agrícola, são

desenvolvidas no meio rural, sendo classificadas como parte do setor primário da

economia.

A agropecuária desempenha um papel de grande importância no cenário da

economia nacional, tendo sido uma das primeiras atividades econômicas a serem

desenvolvidas no país. Além disso, a agropecuária teve uma grande influência no

povoamento do interior brasileiro.

Os produtos agropecuários (grãos, frutas, verduras, carne, leite, ovos, etc.)

são destinados a alimentar o mercado interno e o mercado externo, além, é claro, do

20

fornecimento das matérias-primas para as indústrias brasileiras e estrangeiras.

Vários fatores favoreceram o acelerado crescimento da produção

agropecuária no Brasil, dentre os principais estão:

- População com boas perspectivas quanto ao mercado interno, abundância

de áreas propícias ao desenvolvimento de tais atividades e o processo de

modernização e mecanização da produção rural;

- Relevo favorável à ocupação rural e boa fertilidade em partes do território;

- Clima favorável às culturas e criação de animais, com temperaturas altas em

grande parte do território durante todo o ano.

Mesmo que, atualmente, a maior parte da produção econômica brasileira

esteja concentrada na atividade industrial, a agricultura, historicamente importante

no nosso país, ainda ocupa lugar de destaque, pois emprega mais de 20% da mão

de obra ativa, gerando empregos nas áreas de transporte, armazenagem e

transformação de produtos, comércio, dentre outros; fornece alimentos à população

e matérias-primas para diferentes setores da indústria (alimentício, têxtil, energético,

etc.); e produz cerca de 40% da renda das exportações nacionais. (GARCIA;

GARAVELO, 2007).

O Brasil atualmente ocupa o primeiro lugar no ranking de exportação em

vários produtos agrícolas - açúcar, carne bovina, carne de frango, café, suco de

laranja, tabaco e álcool. Ocupa a segunda posição em soja e milho e está na quarta

posição na carne suína.

Associados ao desenvolvimento agropecuário estão problemas relacionados

à questão ambiental (erosão, desertificação, dentre outros) e à questão social (mão

de obra com elevado grau de subnutrição e analfabetismo; relações trabalhistas

diversificadas em posseiros e parceiros, proprietários e arrendatários, assalariados e

não remunerados; e os “sem-terra”).

A agropecuária está inserida no agronegócio. O agronegócio, agribusiness ou

complexo agroindustrial compreende todos os que participam direta ou indiretamente

dos processos de produção, industrialização, transporte e comercialização dos

produtos agropecuários. Bacha (2004) classifica que o agribusiness pode ser

dividido em, no mínimo, quatro segmentos: o segmento I é composto pelas

21

empresas a montante, isto é, pelas empresas que fornecem insumos às empresas

agropecuárias; o segmento II é composto pelas empresas agropecuárias; o

segmento III compõe-se das empresas processadoras de produtos agropecuários; e

o segmento IV compõe-se das empresas distribuidoras.

O agronegócio estando presente nos setores primário, secundário e terciário

da economia, participava, em 2009, com 23,08 % do PIB nacional.

Neste universo complexo e amplo que é a agropecuária brasileira, focamos,

no presente trabalho, as estações experimentais do IAPAR, órgão de excelência em

pesquisa no Paraná.

Este trabalho se refere às estações experimentais agropecuárias e não a

estação, (a não ser quando especificado no texto) de outras áreas do conhecimento.

Portanto, no próximo capítulo apresentar-se-á uma reflexão sobre a pesquisa

agropecuária no âmbito brasileiro e no terceiro capítulo, especificar-se-á o Paraná,

através das estações experimentais do IAPAR.

22

3 A PESQUISA NO ÂMBITO AGROPECUÁRIO BRASILEIRO

Os Jardins Botânicos, criados no século XVIII, foram as primeiras

organizações brasileiras que estudaram, catalogaram, adaptaram e disseminaram as

plantas brasileiras (parte delas de uso indígena) e de outros países.

No final do período imperial e começo da República, no século XIX, foram

criadas as primeiras estações experimentais, destacando-se a Imperial Estação

Agronômica de Campinas (atualmente denominado Instituto Agronômico), fundada

em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, visando principalmente apoiar a cultura do café,

que era um promissor gerador de divisas.

Atualmente, há um número elevado de empresas que fazem pesquisas ao

nível municipal, estadual ou federal. As organizações que realizam pesquisa

agropecuária constituem o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuário (SNPA).

3.1 O SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – SNPA

O Ministério da Agricultura, autorizado pela Lei Agrícola (Lei nº 8.171, de

17/1/1991), instituiu, em 1992, através da Portaria nº 193 (7/8/1992) o Sistema

Nacional de Pesquisa Agropecuária–SNPA em sua forma vigente.

O SNPA é constituído pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-

Embrapa, pelas Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuárias-OEPAS, por

universidades e institutos de pesquisa de âmbito federal ou estadual, bem como por

outras organizações, públicas e privadas, direta ou indiretamente vinculadas à

atividade de pesquisa agropecuária que, de forma cooperada, executam pesquisas

nas diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico.

Tem como objetivos:

Compatibilizar as diretrizes e estratégias de pesquisa agropecuária com as políticas de desenvolvimento, definidas para o País, como um todo, e para cada região, em particular.

Assegurar constante organização e coordenação das matrizes de instituições que atuam no setor, em torno de programação sistematizada, visando eliminar a dispersão de esforços, sobreposições e lacunas não desejáveis.

Favorecer o desenvolvimento de um sistema nacional de planejamento para pesquisa, acompanhamento e avaliação.

Estabelecer um sistema brasileiro de informação agrícola, com formação de banco de dados para a pesquisa e desenvolvimento

23

agropecuário, facilitando o acesso aos usuários e clientes da pesquisa agropecuária.

Promover o apoio à organização e racionalização de meios, métodos e sistemas com desenvolvimento em informatização das instituições.

Proporcionar a execução conjunta de projetos de pesquisa de interesse comum, fomentando uma ação de parceria entre instituições, no desenvolvimento de ciência e tecnologia para a agropecuária.

Coordenar o esforço de pesquisa para atendimento às demandas de regiões, estados e municípios, a fim de proporcionar melhor suporte ao desenvolvimento da agropecuária.

Promover o intercâmbio de informações e documentação técnico-científica, nas áreas de interesse comum.

Favorecer o intercâmbio de pessoal, para capacitação e assessoramento interinstitucional.

Possibilitar apoio técnico, administrativo, material e financeiro entre instituições integrantes, na medida das necessidades e interesses da programação e missões a desempenhar. (Brasil – Ministério da Agricultura -

Portaria Nº 193, de 07.08.1992) (EMBRAPA, 2010a).

Segundo matéria publicada no site da EMBRAPA (2010b), tecnologias

geradas pelo SNPA mudaram a agricultura brasileira. Um conjunto de tecnologias

para incorporação dos cerrados no sistema produtivo tornou a região responsável

por 67,8 milhões de toneladas, ou seja, 48,5% da produção do Brasil (2008). A soja

foi adaptada às condições brasileiras e hoje o país é o segundo produtor mundial. A

oferta de carne bovina e suína foi multiplicada por quatro vezes enquanto que a de

frango aumentou 22 vezes (período 1975/2009). A produção de leite aumentou de

7,9 bilhões em 1975 para 27,6 bilhões de litros, em 2008 e a produção brasileira de

hortaliças, elevou-se de nove milhões de toneladas, em uma área de 771,36 mil

hectares, para 19,3 milhões de toneladas, em 808 mil hectares, em 2008. Além

disso, programas de pesquisa específicos conseguiram organizar tecnologias e

sistemas de produção para aumentar a eficiência da agricultura familiar e incorporar

pequenos produtores no agronegócio, garantindo melhoria na sua renda e bem-

estar.

3.2 A EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA

Criada em 26 de abril de 1973, vinculada ao Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, a Embrapa tem como missão “viabilizar soluções de

pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em

benefício da sociedade brasileira”.

Para o cumprimento da sua missão, a Embrapa atua por intermédio de

Unidades de Pesquisa e de Serviços e de Unidades Administrativas, estando

24

presentes em quase todos os estados do país, nas mais diferentes regiões

brasileiras.

Voltada para a agricultura tropical, a empresa investiu, sobretudo, no

treinamento de recursos humanos, possuindo atualmente 8.944 empregados, dos

quais 2.024 são pesquisadores. Destes, 21% com mestrado, 71% com doutorado e

7% com pós-doutorado. O orçamento da empresa para 2010 foi de R$ 1 bilhão e

863 mil.

A EMBRAPA mantém 78 acordos de cooperação técnica com mais de 56

países, 89 instituições estrangeiras, principalmente de pesquisa agrícola, mantendo

ainda acordos multilaterais com 20 organizações internacionais, envolvendo

principalmente a pesquisa em parceria e a transferência de tecnologia. (EMBRAPA,

2010b).

As Unidades administrativas da Embrapa estão localizadas no edifício-

sede da empresa e são também denominadas de Unidades Centrais que são, ao

lado da Diretoria Executiva, órgãos integrantes da administração superior da

Empresa às quais compete planejar, supervisionar, coordenar e controlar as

atividades relacionadas à execução de pesquisa agropecuária e à formulação de

políticas agrícolas.

As Unidades de Pesquisas e de Serviços, também chamadas Unidades

Descentralizadas, estão distribuídas nas diversas regiões do Brasil e são

classificadas como:

Unidades de Serviço;

Unidades de pesquisa de produtos;

Unidades de pesquisa de temas básicos;

Unidades de pesquisa agro florestal ou agropecuária nas

ecorregiões brasileiras (EMBRAPA, 2010b).

A criação da Embrapa significou um marco histórico para a agropecuária

brasileira, pois

A grande revolução agronômica do País, em termos institucionais e em termos de mudanças comportamentais dos agentes produtivos em escala nacional, deu-se a partir da criação da Embrapa, empresa pública de direito privado, em 1973, época em que “a centralidade da produtividade como critério de competitividade se expande e se consolida na agropecuária

brasileira” (GEHLEN, 2001, p. 80).

25

O Brasil passou a contar com uma organização pública de abrangência

nacional, abarcando praticamente toda a extensão de sua área agrícola “buscando

atingir e manter-se na fronteira do conhecimento científico e tecnológico agrícola e, a

partir dessa posição, contribuir ao desenvolvimento da atividade agropecuária

nacional.” (BRASIL, 2006).

Nessa perspectiva, a EMBRAPA organizou um sistema nacional de

pesquisa agropecuária sob sua liderança, repassando recursos para os governos

estaduais visando a criação de empresas estaduais de pesquisa agropecuária e a

transformação de algumas entidades de pesquisa apoiadas pelos estados em

empresas públicas ou sociedades de economia mista.

Portanto, a Embrapa, inicialmente, incentivou a criação e estruturação de

várias organizações de pesquisa agropecuárias estaduais.

3.3 AS ORGANIZAÇÕES ESTADUAIS DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - OEPAS

Como o próprio nome indica, as OEPAS são as organizações que

desenvolvem a pesquisa agropecuária à nível estadual. Ao refletirem a história,

cultura, tamanho de população e força econômica dos estados em que se inserem,

as OEPAS tem grande diversidade, sendo que algumas realizam exclusivamente

pesquisas agrícolas, outras realizam também trabalhos correlatos. As formas

jurídicas das OEPAS são empresas, fundações, autarquias, seção de secretaria de

estado e até divisão de pró-reitoria de uma universidade.

26

O quadro a seguir indica as OEPAs atualmente existentes no Brasil:

Sigla Denominação UF

1. Emparn Empresa de Pesquisa Agropecuária do

Rio Grande do Norte RN

2. Emepa Empresa Estadual de Pesquisa

Agropecuária da Paraíba S/A PB

3. IPA Empresa Pernambucana de Pesquisa

Agropecuária PE

4. Emdagro Empresa de Desenvolvimento

Agropecuário do Estado de Sergipe SE

5. EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento

Agrícola S.A. BA

6. Incaper Instituto Capixaba de Pesquisa,

Assistência Técnica e Extensão Rural ES

7. Epamig Empresa de Pesquisa Agropecuária de

Minas Gerais MG

8. Pesagro-Rio Empresa de Pesquisa Agropecuária do

Rio de Janeiro RJ

9. Apta* Agência Paulista de Tecnologia dos

Agronegócios SP

10. IAPAR Instituto Agronômico do Paraná PR

11. Epagri Empresa de Pesquisa Agropecuária e

Extensão Rural de Santa Catarina S.A SC

12. Fepagro Fundação Estadual de Pesquisa

Agropecuária RS

13. Unitins Universidade do Estado do Tocantins TO

14. Agência Rural Agência Goiana de Desenvolvimento

Rural e Fundiário GO

15. Empaer-MT - Empresa Matogrossense de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural

S.A.

MT

16. Idaterra-MS

- Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e

Extensão Rural de Mato Grosso do Sul

MS

QUADRO 1 – Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária Fonte: EMBRAPA (2009)

Obs.: * Integrada pelo Instituto Agronômico de Campinas, Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola, Instituto de Pesca, Instituto de Zootecnia e Instituto de Tecnologia de Alimentos.

27

De acordo com a tabela demonstrativa acima podemos observar que a distribuição das OEPAs pelas regiões do país ocorre da seguinte forma:

Regiões Norte e Centro-Oeste

Região Nordeste Região Sudeste Região Sul

Agência Rural EBDA Apta* Epagri

Empaer-MT Emdagro Epamig Fepagro

Idaterra-MS Emepa Incaper IAPAR

Unitins Emparn Pesagro-Rio

IPA

QUADRO 2 – Distribuição das OEPAs por região

Fonte: EMBRAPA (2009) *Integrada pelo Instituto Agronômico de Campinas, Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola, Instituto de Pesca, Instituto de Zootecnia e Instituto de Tecnologia de Alimentos.

A região sul possui OEPA em todos os seus três estados, sendo que no

Paraná é configurada pelo IAPAR.

Com o apoio da EMBRAPA foram criadas OEPAS em grande parte do

território nacional, embora guardando a especificidade da reação de cada estado.

A reação dos estados da federação, ao atendimento à proposta da Embrapa foi diversa, alguns se dispondo a criar empresas, outros não aceitando nem a sugestão de mudança da personalidade jurídica. Excetuando-se os poucos estados que mantinham entidades de pesquisa pré-existentes e o Piauí, foram criadas organizações de pesquisa nos estados do Maranhão ao Rio Grande do Sul. A Embrapa cedia pesquisadores, financiava pesquisas cooperativas e financiava a capacitação/titulação de

pesquisadores de organizações estaduais de pesquisa. (BRASIL, 2006, p.35-36).

Com a Constituição Federal de 1988 e instauração da economia neoliberal1,

aumentou a participação dos estados e municípios nos recursos arrecadados pelo

governo federal e diminuiu a participação do governo federal nesses recursos. Como

conseqüência o governo federal diminuiu o repasse de recursos para a Embrapa, e

a mesma não teve como continuar apoiando as OEPAS.

Esse sistema ruiu com a Constituição de 1988 que, em meio à dificuldade financeira do setor público, estremada pela orientação pró estado mínimo, redistribuiu os recursos arrecadados pelo governo federal, concedendo uma

1 Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Milton Friedman, economista, se destaca como um dos idealizadores do projeto neoliberal, que tem sua principal expressão, no Brasil, na década de 1980 e 1990 (http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm).

28

maior participação, na distribuição dos recursos, aos estados e municípios, minguando o montante disponível ao arrecadador. E este, como redistribuição de efeitos, reduziu substancialmente o orçamento da Embrapa. Consoante à restrição de recursos a que passou a enfrentar, a Embrapa ficou privada de manter o apoio que concedia às OEPAs. Desprovidas da fonte de recursos quando ainda não se haviam consolidado, quando ainda não se havia formado na maioria dos estados uma cultura de valoração da pesquisa, em seus aspectos locais, e ainda com a equivocada – mas vendida como correta – idéia de que a Embrapa as substituiriam, à custa do erário público nacional, as novas OEPAs entraram em crise.

(BRASIL, 2006, p.36).

Essas mudanças foram acompanhadas de um clima de descrédito das

organizações públicas, deixando de ser feito planejamento de médio e longo prazo e

faltando o entendimento de que era necessário manter essas organizações fortes e

competitivas dentro do mercado globalizado. Neste contexto os Estados não

repassaram, satisfatoriamente, recursos para as OEPAS, o que levou várias delas a

serem fechadas ou serem fundidas com outros órgãos estaduais, principalmente a

extensão.

Como resultado também houve uma decrescente taxa de crescimento da

produtividade total, conforme aponta Gasques e Conceição (1997, p. 17),

O crescimento da produtividade total da agropecuária brasileira expõe quadro que coincide com as duas etapas da situação do sistema Embrapa/OEPAs. A produtividade total cresceu a um ritmo médio de 4,5% ao ano durante o período 1976-86 e reduziu-se a um crescimento médio anual de 3,1% no período 1986-96.

Este fato reforça a necessidade de fortalecimento das OEPAs, pois

A situação global internacional aponta para a necessidade de intensificação da pesquisa agropecuária brasileira. A situação interna também chama a que se procure caminhar bem com esforço adequado de pesquisa agropecuária, que passa a se mostrar inferior às necessidades

prospectivas. (BRASIL, 2006, p.37).

A crise das OEPAs não é recente. Já no final da década de 1990 foi

promovida uma avaliação, coordenada pelo Departamento de Políticas Científicas e

Tecnológicas da Universidade Estadual de Campinas, que apontava caminhos para

impulsionar a integração do sistema OEPAs/Embrapa. Não houve, entretanto,

relevante implementação das recomendações e a percepção é de que as OEPAs se

apresentam ainda com maior deterioração no quadro referente às atividades de

pesquisa.

29

A crise das OEPAs levou, já no final da década de 1990, uma avaliação da situação, coordenada pelo DPCT/Unicamp, que apontou caminhos para impulsionar a integração do Sistema OEPAs/Embrapa. Os cenários clamam à contribuição de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para a contínua expansão do agronegócio brasileiro. Coincidentemente, fundos setoriais de PD&I relacionados aos agronegócios foram constituídos (EMBRAPA, 2003), mas não se deu processo que aplicasse esforços de monta no caminho apontado pelo estudo, o que contribuiu para acentuar a

crise então existente. (BRASIL, 2006).

Segundo o Estudo sobre o papel das Organizações Estaduais de Pesquisa

Agropecuária (OEPAs) de 2006, uma parcela significativa da pesquisa agropecuária

de âmbito estadual se encontra institucionalmente muito debilitada, com quadro de

pessoal de boa qualidade, mas de quantidade insuficiente para atender as

demandas do setor agrícola, incluindo aí o agronegócio. A situação tende a se

agravar pela expectativa de acontecer número significativo de aposentadorias nos

próximos anos. Claramente se percebe a necessidade de se investir na recuperação

das OEPAS.

Portanto, é patente a necessidade de reavaliação do funcionamento das

OEPAs e sua interação com a Embrapa ao se considerar que parcela significativa

das OEPAs não se modernizou e, por conseqüência, não acompanhou o

desenvolvimento do sistema Embrapa de pesquisa e difusão.

O fortalecimento da Embrapa e das OEPAS, incluindo reativação nos

estados que foram desativadas e criação nos estados que ainda não foram criadas,

é desejado e necessário para que a agropecuária e os agronegócios sejam

fortalecidos para competir na economia atualmente globalizada

A articulação adequada entre Embrapa e OEPAs se faz fundamental na

atual conjuntura já que aquela tem visão nacional e estas uma visão mais

regionalizada.

30

4 A PESQUISA NO ÂMBITO AGROPECUÁRIO PARANAENSE

4.1 A SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO (SEAB)

Segundo consta no site da Secretaria de Estado da Agricultura e do

Abastecimento–SEAB, ela é um órgão da administração direta do Estado do Paraná

responsável pela execução das políticas públicas voltadas ao setor agropecuário,

pesqueiro e de abastecimento. A Secretaria produz pesquisas e efetua avaliações da

produção e do mercado agropecuário, além de atuar na fiscalização da produção

agrícola e vegetal, protegendo a qualidade sanitária dos produtos e sustentando

ambientalmente o processo de produção.

São coordenados e executados pela SEAB programas de melhoria da

qualidade de vida das populações rurais e de manejo adequado dos recursos

naturais. Esta Secretaria tem 20 núcleos regionais e 120 unidades veterinárias em

sua estrutura.

As áreas de atuação da SEAB são: Economia Rural, Fiscalização e Defesa

Sanitária, Desenvolvimento Agropecuário, Desenvolvimento Rural e Política Agrícola.

O DERAL–Departamento de Economia Rural, da SEAB é responsável pela

coleta e disponibilização de informações estratégicas para subsidiar a formulação de

políticas agrícolas e para o agronegócio.

O DEFIS–Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária, da SEAB,

age na coordenação, execução e normatização das políticas de defesa sanitária

animal, vegetal e dos recursos naturais.

O DEAGRO–Departamento de Desenvolvimento Agropecuário, da SEAB,

tem sua atuação centrada no planejamento, coordenação, normatização, controle e

avaliação das atividades que visem obter a melhoria da vida no meio rural,

garantindo a coerência e a objetividade das ações desenvolvidas no âmbito da

Secretaria.

As empresas EMATER, IAPAR, CLASPAR, CEASA, CODAPAR são

vinculadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento e através delas a SEAB

presta assistência técnica e extensão rural, realiza pesquisas agropecuárias, efetua

fomento da produção agropecuária; classifica produtos e executa as políticas de

abastecimento.

31

4.2 O INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ (IAPAR)

O IAPAR, criado pelo Governo do Estado do Paraná através da Lei Estadual

nº 6.292, de 29 de junho de 1972, com personalidade jurídica de fundação de direito

público (denominado como Fundação Instituto Agronômico do Paraná), tinha como

finalidade básica a execução da pesquisa técnico-científica e a formação e

treinamento de pessoal especializado visando o desenvolvimento da agricultura do

Paraná. Ele foi implantado com recursos da Organização Internacional do Café,

quando o Paraná era responsável por 54% da produção brasileira do grão. Em 1992

o regime jurídico do IAPAR foi transformado, pelo governo estadual, para autarquia,

passando a ser denominado Instituto Agronômico do Paraná.

O IAPAR caracteriza-se como uma organização estadual de pesquisa

agropecuária (OEPA) e está vinculado à Secretaria da Agricultura e do

Abastecimento (SEAB). É o órgão de pesquisa, que dá embasamento tecnológico às

políticas públicas de desenvolvimento rural do Estado do Paraná, tendo como

missão:

Promover o desenvolvimento da agropecuária paranaense por meio da geração de conhecimentos científicos e tecnológicos adequados à realidade social e econômica dos produtores, que possibilitem, respeitando o meio ambiente, produzir alimentos saudáveis e produtos de qualidade para a

agroindústria. (IAPAR, 2010).

Em 1975 o governo estadual transferiu suas estações experimentais e a

inteira responsabilidade pela coordenação e/ou execução de pesquisa pública no

âmbito paranaense para o IAPAR, juntamente com os meios e recursos abundantes

para sua efetivação. Essa era uma época que o governo destinava uma quantia

generosa para a realização de pesquisas conforme é descrito abaixo,

[...] Em contrapartida a esse aumento de responsabilidade, coloca-se a decisão governamental, em nível de Secretaria de Estado da Agricultura de Governo de fornecer à Fundação Iapar os meios e recursos que lhe permitiram em 1975, fazer frente às responsabilidades. Essa decisão consubstanciou-sena alocação de recursos em níveis muito acima dos inicialmente previstos na proposta orçamentária para o exercício de 1975, não só cobrindo a não viabilização dos recursos de outras fontes, como

ultrapassando o total orçamentário inicialmente programado. (IAPAR, 1976).

32

Em valores relativos, a maior receita anual do IAPAR ocorreu em 1986 com

aproximadamente 94 milhões de reais, caindo gradativamente para próximo de 27

milhões de reais em 2005, e chegando perto de 90 milhões de reais em 2010.

Desde 2006 vem ocorrendo uma recuperação gradativa do Instituto:

aumento de custeios, implantação do novo plano de cargos e salários (2006), e

incremento de investimentos, que passou de pouco mais de 700 mil reais em 2005

para cerca 20 milhões de reais em 2010, (Figura 1), com recuperação parcial de

estruturas físicas e renovação expressiva da frota de veículos e de maquinário

agrícola.

Figura 1 - Evolução do orçamento do IAPAR de 2002 a 2010 Fonte : IAPAR (2010, p. 14).

Ainda se faz necessário a recomposição do quadro de pessoal que está

aquém do necessário (em 1989 chegou a contar com 1.400 funcionários).

Atualmente o IAPAR, que está trabalhando com 724 funcionários, embora a lei

15.179/2006 autorize o preenchimento de 1.232 vagas, conforme a fig. 2.

33

ESTRUTURA E QUADRO DE SERVIDORES DO IAPAR

Carreira

Cargo

Função

Classes

Vagas autorizadas

Lei 15.179/2006

Vagas

Prenchidas

Técnico-Científica

Pesquisador

Pesquisador

A 22 9

B 110 30

C 118 77

Logística e Gestão em Ciência e

Tecnologia

Agente de C&T

Auxiliar de C&T

A 462 318

Assistente de C&T

B 380 196

Profissional de C&T

C 140 94

T o t a l 1232 724

Figura 2- Estrutura e Quadro de Servidores do IAPAR Fonte: IAPAR (2010).

O IAPAR tem em seu quadro de servidores 116 pesquisadores; a maioria

tem doutorado e pós-doutorado, os quais com apoio dos demais funcionários,

desenvolvem 15 programas de pesquisa: Agroecologia, Algodão, Arroz, Café,

Cereais de Inverno, Culturas Diversas, Feijão, Forrageiras, Fruticultura, Manejo do

Solo e Água, Milho, Produção Animal, Propagação Vegetal, Recursos Florestais,

Sistemas de Produção.

Nos 15 programas são conduzidos 225 grandes projetos de pesquisa, que

totalizam 560 experimentos de campo espalhados por todo o Estado. Esse trabalho

é realizado em estações experimentais do próprio IAPAR, mas também em parceria

com cooperativas, associações de produtores, universidades e outros centros de

pesquisa. (IAPAR, 2010).

O IAPAR produz e multiplica sementes genéticas e básicas, tendo já criado

mais de 130 cultivares de plantas que fazem do Paraná o responsável pela

produção de 25% dos grãos produzidos no Brasil. Essas cultivares correspondem a

28 espécies vegetais de especial interesse para a agricultura paranaense.

Destacam-se, entre elas, cultivares de feijão resistentes a mosaico dourado,

cultivares de café resistente à ferrugem, cultivares de algodão, cultivares de trigo de

34

boa qualidade industrial e outras plantas que possibilitam a diversificação da

atividade agrícola (mandioca, rami, batata-doce, ervilha, etc). (IAPAR, 2010).

O IAPAR abrange todo o Paraná: a sede, em Londrina, 17 Estações

Experimentais, 23 Estações Agrometeorológicas (também utiliza dados coletados

em outras 37 estações do Simepar) e 25 laboratórios de diferentes áreas de

especialidade para pesquisa e prestação de serviços. Na sede, em Londrina, além

de biblioteca, casas de vegetação, laboratórios, unidade de beneficiamento de

sementes, há também um centro de treinamento, equipado com auditório e

alojamento para realização de congressos, seminários, workshops, encontros,

simpósios e treinamento de pessoal.

Abaixo o mapa com a distribuição das bases físicas do IAPAR

Figura 3 – Distribuição das bases físicas do IAPAR Fonte: IAPAR (2010)

Obs : A E.E. de Pinhais não pertence mais ao IAPAR. A E.E. de Santa Tereza do Oeste foi implantada no ano de 2.009, não constando neste mapa.

35

4.3 AS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS

Uma estação experimental pode ser descrita como uma área rural onde são

concentrados recursos materiais e humanos com o objetivo principal de se realizar

pesquisas agrícolas de campo ou em laboratórios, embora freqüentemente elas

realizem outras atividades relacionadas à agropecuária. O relatório Anual de

Atividades do IAPAR (1982) descreve alguns dos itens essenciais a uma estação

experimental:

[...]14 Centros de Produção e Experimentação-CPE’s que têm sob sua responsabilidade o adequado provimento de áreas, equipamentos de campo e infra-estrutura demandadas pelos trabalhos de implantação e condução de ensaios de pesquisa e pelos campos de produção de

sementes. (IAPAR, 2010, p.12).

O número de estações tem mudado ao longo da existência do IAPAR, por

decisões governamentais. No ano de sua fundação (1972) o IAPAR tinha uma única

estação experimental, a qual era nomeada como Centro Experimental, anexa à

sede, em Londrina. Em 1975 o governo estadual repassou para a responsabilidade

do IAPAR 19 estações experimentais (mais de 7.000 ha), distribuídas por diversas

regiões do Paraná. As estações, naquele ano, receberam o nome de Centro de

Produção e Experimentação (CPE). Em 1982 existiam 14 estações experimentais no

IAPAR. Atualmente o IAPAR tem 17 estações experimentais, localizadas em 16

municípios, conforme já listado na introdução deste trabalho, sendo a mais recente a

Estação Experimental de Santa Tereza do Oeste, inaugurada em 2009.

A Fazenda Modelo, em Ponta Grossa, é a maior estação experimental do

IAPAR, com área de 2.762 ha e Palmas é a menor, com área de 28 ha. As estações

experimentais são gerenciadas por servidores públicos do IAPAR, sendo estes

denominados administradores de estação experimental e as atividades dos

administradores estão subordinadas ao coordenador da Área de Produção e

Experimentação–APE, uma das 17 Áreas Técnicas e de Apoio do IAPAR. As

estações estão distribuídas em todas as regiões do Estado do Paraná e sendo

sensíveis às características e demandas destas, possibilitam uma adequada

representatividade da agropecuária paranaense. Embora situadas no território

paranaense, alguns dos resultados obtidos nas estações tem aplicação estadual,

nacional e até internacional.

36

Conforme estratégias do IAPAR, demandas regionais e especificidade das

Estações, estas realizam pesquisas e trabalhos correlatos, não cobrindo todo o

leque de opções que a agropecuária paranaense oferece.

Naturalmente cada Estação tem sua história, estrutura e atividades próprias.

Há estações em que predominam os trabalhos agrícolas; em outras, predominam

trabalhos pecuários (bovinos ovinos ou bubalinos). Existem estações em que se

sobressai o trabalho com gado de leite; e em outras, o gado de corte. Algumas

estações no norte do estado trabalham com culturas próprias de clima mais quente

(ex. café); enquanto outras, no sul do estado, trabalham com culturas próprias de

clima mais frio (ex. maças).

As estações experimentais do IAPAR servem de base e de apoio para

laboratórios diversos, estações meteorológicas e coleção de bancos genéticos. Além

disso, as Estações, entre outras atividades, realizam: pesquisa, reprodução e

beneficiamento de sementes, produção de mudas, cultivo comercial,

reflorestamento, fomento agrícola e difusão de tecnologia.

Uma estação experimental deve ter todos os recursos necessários, para

que não haja interrupção na condução dos experimentos (muitos deles tem duração

de vários anos), prejudicando sua qualidade e quantidade.

Há vários sinônimos usados para Estação Experimental: Fazenda

Experimental, Centro de Pesquisa, Centro Experimental, Núcleo de Pesquisa,

Estação Agronômica, Unidade de pesquisa, Unidade de serviço.

37

5 O PROCESSO DE GESTÃO DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO IAPAR:

DIFICULDADES E AVANÇOS

Há diferentes conceitos de administração, porém, a idéia central é que

administração ou gestão consiste no processo de gerenciar recursos humanos,

materiais e financeiros de uma organização, seja ela pública ou de iniciativa privada,

visando alcançar os objetivos determinados. O processo de gestão é exercido

através de quatro principais funções: planejar, organizar, dirigir e controlar.

(TENÓRIO, 2001).

Essas funções são realizadas por um gerente – administrador, dirigente,

chefe de departamento, coordenador ou supervisor – para otimizar o funcionamento

da organização ou unidade que gere e devem ser entendidas como um ciclo que se

repete dentro da organização e que está relacionado com a previsão, a divisão do

trabalho, a execução e o acompanhamento. (TENORIO, 2001, p 21).

Nesse ciclo contínuo, o planejamento significa pensar com antecipação o

que se deseja alcançar e determinar os meios e recursos necessários para se

realizar esse desejo, não se baseando em simples palpites. Esta fase compreende

coletar informações e fazer diagnóstico da situação, estabelecer objetivos e metas,

para orientar as decisões, elaborar e implantar planos, progromas e projetos para

alcançar as metas e montar seus respectivos cronograms para acompanhar sua

execução, sendo necessário atualizar permanentemente o diagnóstico.

A organização é o processo de identificar, dividir e alocar o trabalho a ser

realizado, contratando e treinando pessoal, definindo autoridades e

responsabilidades e estabelecendo relações entre os diferentes grupos de trabalho,

possibilitando assim, que as pessoas trabalhem eficazmente para atingir os objetivos

da empresa. Além disso, compreende reunir e fazer um arranjo adequado de

maquinários, equipamento, capital e tecnologia visando tornar a empresa o mais

produtiva possível.

A direção ou liderança significa conduzir um grupo, influenciando seu

comportamento, para atingir os objetivos da empresa. Os resultados obtidos são

influenciados pela qualidade, estilo, poder, comunicação, motivação e disciplina do

líder ou chefe.

38

O controle refere-se ao processo de certificação de que o desempenho

planejado seja o efetivamente atingido. A função de controlar envolve estabelecer

padrões de desempenho; medir o desempenho atual; comparar este desempenho

com os padrões e executar ações corretivas, quando necessário.

Na prática, essas quatro funções gerenciais são fortemente ligadas entre si,

guardando uma relação de interdependência dialética, frequentemente acontecendo

ao mesmo tempo. O exercício dessas funções, nem sempre é tarefa fácil para o

gestor, pois além das limitações externas à empresa, tem limitações internas como

o seu lugar na hierarquia da organização, recursos limitados e a necessidade de

coordenar suas atividades com as de outros funcionários.

Não raramente, o trabalho atribuído ao administrador é tão volumoso, que

ele, com frequência, tem de interromper o que está fazendo para dar atenção a

assuntos mais urgentes. Segundo Mintzberg (1998) demonstrou através de seus

estudos, a atividade administrativa, na maioria dos casos, é caracterizada por

variedade, fragmentação e brevidade, com grande quantidade de tarefas, em um

ritmo desconexo.

No contexto das empresas privadas o lucro é o objetivo final e o capital

(máquinas, equipamentos, edificações) é detido, na sua maioria, pelos agentes

econômicos privados (as famílias ou indivíduos).

Já na administração pública tem o principal objetivo é atender assuntos de

interesse público, seguindo os princípios constitucionais da legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

A administração pública, direta ou indireta, é o conjunto de órgãos, serviços

e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da sociedade, tais

como cultura, segurança, educação, saúde, etc. A administração pública direta, é

aquela formada pelos entes federados (União, Estados, Municípios e DF), e indireta

é aquela formada por entidades autárquicas, fundacionais e paraestatais. Na

administração indireta, o Estado transfere a sua titularidade ou execução das

funções para que outras pessoas jurídicas, ligadas a ele, possam realizar.

O IAPAR, até 1992, caracterizava-se como fundação pública2, passando a

autarquia3 a partir dessa data, permanecendo com esta pessoa jurídica até os dias

atuais.

2 Fundação pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,

criada em virtude de lei autorizativa e registro em órgão competente, com autonomia administrativa,

39

Assim, como nas demais empresas (públicas ou privadas), o processo de

gestão é vivenciado nas E.E do IAPAR, apresentando dificuldades e avanços, e

ainda guardando a diferença de que, em espaços como estes, a pesquisa e

atividades correlatas trazem-lhes características singulares.

Este capítulo traz a análise dos dados coletados buscando identificar os

fatores que influenciam o desempenho da gestão nas E.E. do IAPAR.

5.1 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o alcance dos objetivos do presente trabalho, foi realizada uma pesquisa

exploratória de campo, através da elaboração e aplicação de um questionário sobre

os fatores que influenciam o desempenho dos administradores das Estações

Experimentais do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR.

Como o universo de pesquisa foi composto pelas dezessete Estações

Experimentais do IAPAR, optou-se por encaminhar o instrumento de pesquisa a

todos os administradores das estações, com exceção para o autor deste trabalho.

Juntamente com o questionário (apêndice 2), enviou-se, via e-mail, uma

correspondência (apêndice 1) esclarecendo os objetivos da pesquisa, aos dezesseis

administradores de estação, em meados de novembro de 2010, solicitando a

resposta até ao final do mesmo mês, via internet.

O questionário continha vinte e nove questões (incluindo sete perguntas

abertas), acerca das características das estações, do perfil dos gestores e dos

fatores que influenciam as condições de trabalho deles. Do total de questionários

enviados, recebeu-se a devolutiva de dez; isto é, 62,5%. Os dados coletados foram

analisados estatisticamente e colocados em tabelas neste trabalho. O total de

respostas em algumas tabelas aparece inferior a dez porque alguns administradores

não responderam a todas as questões. Em todas as tabelas, para maior simplicidade

e clareza, somente foram computados os dados referentes às respostas efetivas.

patrimônio próprio e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes (conf. art 5º, IV, do Decreto-Lei 200/67);

3 Autarquia: serviço autônomo, criado por lei específica, com personalidade jurídica de direito

público, patrimônio e receitas próprios, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada (conf. art 5º, I, do Decreto-Lei 200/67);

40

Paralelamente à pesquisa, realizou-se revisão bibliográfica e pesquisa

documental em livros, revistas e sites da internet, visando o aprimoramento deste

trabalho.

5.2 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados coletados, tendo em vista o objeto e objetivos

delimitados para esta pesquisa, definimos oito temas, abordados no questionário

respondido pelos sujeitos, quais sejam:

Caracterização geral das Estações Experimentais;

Perfil profissional dos gestores,

Infraestrutura básica das Estações Experimentais;

Recursos Humanos;

Recursos Financeiros,

Sistema de Segurança;

Relacionamento com outras organizações Públicas;

Contribuição da Estação Experimental para a sociedade.

Esclarecemos que os dois primeiros temas foram abordados de forma a

descrever o cenário onde o gestor desenvolve suas atividades administrativas e os

demais foram abordados de forma mais analítica, buscando entender os fatores

dificultadores e facilitadores ao processo de gestão.

5.2.1 Caracterização Geral das Estações Experimentais Participantes da Pesquisa

Para caracterizarmos as Estações Experimentais buscamos dados sobre o

tempo de funcionamento, o tamanho em hectares, a quantidade de pesquisadores

com experimentos e a quantidade de experimentos em cada Estação, bem como a

representatividade da Estação na região quanto ao clima, solo e culturas

pesquisadas.

Os resultados numéricos estão apresentados em cinco diferentes tabelas,

acompanhadas de reflexões analíticas a respeito de cada um.

41

Tabela 1 - Número de Estações Experimentais, segundo seu tempo de

funcionamento.

Tempo de Funcionamento

(em anos)

Estações

Número Porcentagem

1 a 5 1 10

6 a 10 0 0

11 a 20 1 10

21 a 30 2 20

Mais de 30 6 60

Total 10 100

Fonte : Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Dentre as dez estações experimentais, que responderam à pesquisa

constatamos que 80% delas têm uma atuação já histórica na região onde atuam,

pois são bastante antigas, com mais de vinte anos de existência.

Tabela 2 - Tamanho das Estações Experimentais do IAPAR

Tamanho das Estações (ha) 1 a 100

101 a 200

201 a 500

501 a 1.000

TOTAL

Número de Estações

2 4 3 1 10

Percentagem de Estações 20 40 30 10 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Quanto ao tamanho, 80 % das Estações Experimentais têm mais de 100

ha, demandando um trabalho significativo para sua gestão, posto que incluem maior

número de atividades e, conseqüentemente maior empenho do gestor no exercício

das funções de planejar, organizar, dirigir e controlar as ações.

42

Tabela 3 - Número das Estações Experimentais, segundo a quantidade de

pesquisadores com experimentos na estação

Quantidade de pesquisadores com experimentos na estação

1 a 10 11 a 20 21 a 50 TOTAL

Número de estações 5 3 1 9

Porcentagem de estações 56 33 11 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Observamos, na tabela 3, que uma porcentagem expressiva das Estações

(44%) tem trabalhos de 11 ou mais pesquisadores e, na tabela 4 (exposta abaixo),

que 70 % das estações tem mais de 11 experimentos. Normalmente, quanto maior o

número de pesquisadores e experimentos maior é a complexidade de gestão da

Estação Experimental.

Tabela 4 - Número das Estações Experimentais, segundo a quantidade de experimentos na estação

Quantidade de experimentos

1 a 10 11 a 50 51 a 100 Mais de

100 TOTAL

Número de estações 3 5 2 0 10

Percentagem estações 30 50 20 0 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Observamos que as Estações Experimentais, quanto ao seu tempo de

funcionamento, tamanho (extensão), quantidade de pesquisadores e quantidade de

experimentos demandam um processo complexo de gestão, pois “gerenciar é

orientar a dinâmica da organização” (Tenório, 2001, p.17). Necessário se faz utilizar

bem os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e direcioná-los para

o alcance da finalidade última da organização

43

Tabela 5 – Representatividade das Estações Experimentais, da região em que se

inserem, quanto ao clima, solo e culturas pesquisadas.

Representatividade da Estação Experimental quanto ao (às)

Péssima Ruim Regular Boa Ótima TOTAL

Clima Estações nº 0 0 1 5 4 10

Estações % 0 0 1 50 40 100

Solo Estações nº 0 0 1 5 4 10

Estações % 0 0 10 50 40 100

Culturas pesquisadas

Estações nº 0 0 1 7 1 9

Estações % 0 0 11 78 11 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

As estações representam bem ou otimamente a região quanto ao clima

(90%), quanto ao solo (90%) e quanto às culturas pesquisadas (89%). Estão bem

localizadas e adequadas ao clima, solo e culturas pesquisadas, requisito

fundamental para os objetivos fins de uma estação experimental.

5.2.2 Perfil Profissional dos Gestores

No sentido de delinearmos o perfil dos gestores das Estações

Experimentais, buscamos dados sobre o nível de escolaridade e o grau de

especialidade na área, a formação dos administradores relacionada com

agropecuária ou com administração, tempo dos administradores como funcionário

público e tempo dos administradores na gestão de Estação Experimental. Os

resultados numéricos estão expostos em quatro diferentes tabelas, facilitando o

processo de compreensão e análise.

44

Tabela 6 - Escolaridade dos administradores de E. E. do IAPAR

Escolaridade 1º grau 2º grau Graduado Especia-

lista Mestre Doutor TOTAL

Administradores 0 1 5 2 1 1 10

% 0 10 50 20 10 10 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Os dados demonstram que 60% dos administradores não possuem pós-

graduação (especialização, mestrado ou doutorado) na área administrativa ou área

de agropecuária. Trata-se de um indicador importante frente à responsabilidade de

gestão de uma estação experimental que, focada no apoio à atividade de pesquisa é

marcada pela sua complexidade e, em sua maioria, pela extensão, quantidade de

pesquisadores e experimentos.

Tabela 7 - Formação dos administradores relacionada com agropecuária ou com

administração

Estudo relacionado com administração agropecuária

Técnico agrícola

Engenheiro Agrônomo

Outro (Contabilista)

TOTAL

Administradores 5 4 1 10

% 50 40 10 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Com relação à formação específica no setor agropecuário os dados

evidenciaram que 50% são técnicos agrícolas, 40% engenheiros agrônomos e 10%

técnico em contabilidade, demonstrando que 90% tem relacionamento estreito com a

agropecuária que é um fator muito positivo, frente à especificidade do trabalho

desenvolvido pelas Estações Experimentais.

45

Tabela 8 - Tempo dos administradores das E.E. como funcionários públicos

Tempo (em anos)

0 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 Mais de 30

TOTAL

Administradores 1 0 0 1 6 1 1 10

% 10 0 0 10 60 10 10 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Com relação ao tempo do administrador como funcionário público, 90%

destes tem dezesseis ou mais anos de serviço público, o que é um indicador que

facilita trabalhar na máquina pública, compreendendo melhor os ritos de

funcionamento da mesma, as dificuldades burocráticas, bem como os níveis

decisórios, facilitando-lhes entender não apenas o contexto da Estação Experimental

que gerencia, mas inclusive o contexto em que a mesma está inserida.

Tabela 9 - Tempo dos administradores na gestão das Estações Experimentais

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Quanto ao tempo como administrador de estação experimental, 90% tem

seis anos ou mais na função, demonstrando que são experientes, o que auxilia no

exercício da gestão, somado ao fato de que estão no ambiente da organização

pública também com experiência significativa.

Tempo (em anos) 0 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 TOTAL

Administradores 1 4 2 0 3 10

% 10 40 20 0 30 100

46

5.2.3 Estrutura Básica

Quanto à estrutura básica das Estações Experimentais intentamos coletar

dos sujeitos da pesquisa informações avaliativas sobre: as condições dos

maquinários, veículos, escritórios, residências, bem como laboratórios, barracões,

fábrica de ração, unidade de beneficiamento de sementes, lavadouros, etc.,

existentes nas Estações Experimentais. Isto porque são itens fundamentais ao

processo de gestão de uma estação experimental, podendo despontar como fatores

facilitadores ou dificultadores à mesma. Os dados coletados geraram sete tabelas,

abaixo relacionadas e analisadas.

Tabela 10 - Número de respostas quanto à avaliação do maquinário existente nas

Estações Experimentais

Avaliação Péssima Ruim Regular Boa Ótima Total de

respostas

Quantidade 0 0 0 7 3 10

Conservação 0 0 0 7 3 10

Potência/capacidade 0 0 0 7 3 10

Total de respostas 0 0 0 21 9 30

Porcentagem de respostas 0 0 0 70 30 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

O maquinário existente, com relação à quantidade, conservação e potência,

foi apontado como bom (70%) e ótimo (30%), demonstrando condições satisfatórias

de funcionamento. Ressaltamos que houve um substancial investimento nesta área,

oriundos de diferentes órgãos públicos, principalmente no decorrer dos últimos dois

anos, conforme já explicitado no capítulo 4.3 deste trabalho.

47

Tabela 11 - Número de respostas quanto à avaliação da frota de veículos

(automóveis) existente nas Estações Experimentais.

Avaliação dos automóveis Péssim

a Ruim Regular Boa Ótima

Total de respostas

Quantidade 0 0 3 5 2 10

Conservação 0 0 1 8 1 10

Potência/capacidade 0 0 2 7 1 10

Total de respostas 0 0 6 20 4 30

Porcentagem de respostas 0 0 20 67 13 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

A tabela 11, apesar de indicar a necessidade de aumentar a quantidade de

veículos em 30 % das E.E., mostra uma avaliação geral satisfatória da frota (80% -

boa e ótima).

Tabela 12 - Avaliação dos escritórios existentes nas Estações Experimentais

Avaliação do escritório Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Total de

respostas

Tamanho 0 0 2 8 0 10

Conservação 0 0 2 7 1 10

Total de respostas 0 0 4 15 1 20

Porcentagem de respostas 0 0 20 75 5 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Na tabela 12 constatamos que o tamanho e a conservação dos escritórios

das E.E., ambiente importante de trabalho do administrador, foram considerados

satisfatórios (80%).

48

Tabela 13 - Número de respostas quanto à avaliação das residências existentes nas

Estações Experimentais

Avaliação Péssima Ruim Regular Boa Ótima TOTAL

Quantidade 0 0 1 7 1 9

Tamanho 0 0 3 5 1 9

Conservação 0 1 3 4 1 9

TOTAL 0 1 7 16 3 27

% 0 4 26 59 11 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de Estações experimentais do IAPAR – 2011

As Estações Experimentais possuem em suas dependências moradias para

acomodar funcionários, visando melhoria nos serviços. Na tabela 13, observa-se que

70% das respostas, de forma generalizada, avaliaram as residências como boas e

ótimas quanto à quantidade, tamanho e conservação.

Em uma questão sobre a necessidade de existir residências no espaço das

E.E., que não colocamos em tabela, as opiniões não expressam uma

predominância, pois, aproximadamente 33% indicaram de nenhuma a pouca

necessidade, 33% como uma necessidade mediana e 33% com bastante e

essencial necessidade. Provavelmente, essas opiniões se diferenciem desta forma

pela especificidade de cada Estação, pois algumas são mais próximas da cidade do

que outras; quando residem na E.E., os moradores acabam exercendo segurança

indireta (combate a início de incêndio e aviso à policia e bombeiros sobre fatos

estranhos) e também não há necessidade de deslocamento da cidade até a

Estação, com a finalidade de realizar plantões para alimentar e tratar animais e,

eventualmente, atender a experimentos agrícolas.

49

Tabela 14 - Número de respostas quanto à avaliação de diversas instalações

existentes nas Estações Experimentais

Avaliação dos laboratórios, barracões, fábrica de ração, unidade de beneficiamento de sementes, lavadouros, etc....

Péssima Ruim Regular Boa Ótima TOTAL

Quantidade 0 0 3 6 1 10

Tamanho 0 0 2 8 0 10

Capacidade 0 0 3 7 0 10

Conservação 0 0 1 9 0 10

Total 0 0 9 30 1 40

% 0 0 22 75 3 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Varia entre boa e ótima a avaliação dos administradores quanto à

quantidade (70%), o tamanho (80%), capacidade (70%) e estado de conservação

(90%) das instalações dos laboratórios, barracões, fábrica de ração, unidade de

beneficiamento de sementes, lavadouros, etc., existentes na E.E, demonstrando um

bom nível de satisfação quanto às condições essenciais para o apoio ao

desenvolvimento de pesquisas e experimentos.

50

Tabela 15 - Número de respostas quanto à avaliação da infra-estrutura básica das

Estações Experimentais

Avaliação Péssima Ruim Regular Boa Ótima TOTAL

O acesso viário à Estação 0 1 3 3 3 10

O serviço de telefonia 0 2 1 6 1 10

O serviço de correios 0 0 3 6 1 10

O serviço de energia elétrica 0 0 0 10 0 10

A qualidade de água para uso humano

0 0 1 6 3 10

A quantidade de água para uso humano

0 0 1 5 4 10

Total de respostas 0 3 9 36 12 60

Porcentagem de respostas 0 5 15 60 20 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Os itens que compõem a infraestrutura básica, como o acesso viário,

telefonia, correios, energia elétrica e água para uso humano (em quantidade e

qualidade) também foram apontados como satisfatórios, pois 80% dos

administradores indicaram de bom a ótimo, não despontando como itens limitadores

ao processo de gestão. Porém, ressaltamos que o acesso viário aparece como um

item de infraestrutura que deve ser melhorado.

Por sua vez, conforme a tabela 16, quanto à quantidade e qualidade dos

computadores, bem como a facilidade do uso dos sistemas operacionais, 100%

classificaram de regular a bom, sendo que 89% classificaram também de regular a

bom a facilidade dos programas de computador e 67% igualmente quanto ao serviço

de internet. Portanto, nos itens de informática, caiu a satisfação, indicando que eles

devem ser melhorados, posto que o uso adequado de computadores e seus

acessórios é, atualmente, condição fundamental para qualquer processo de gestão.

51

Tabela 16 - Número de respostas quanto à avaliação dos recursos de informática

existente nas Estações Experimentais

Avaliação Péssima Ruim Regular Boa Ótima TOTAL

Quantidade de computadores e periféricos

0 0 2 7 0 9

Qualidade de computadores e periféricos

0 0 3 6 0 9

Facilidade de uso dos sistemas operacionais

0 0 5 4 0 9

Facilidade de uso dos programas de computador

0 1 2 6 0 9

Serviço de internet 1 0 3 3 2 9

Total de respostas 1 1 15 26 2 45

Porcentagem de respostas

2 2 34 58 4 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Esses dados demonstraram que, quanto à estrutura básica e essencial das

Estações Experimentais, os administradores não têm experenciado, atualmente,

significativas dificuldades, despontando mais como fatores facilitadores do que

dificultadores ao processo de gestão.

5.2.4 Recursos Humanos

Os recursos humanos das E.E. foram avaliados pelos gestores segundo a

quantidade, faixa etária, escolaridade, treinamento, salário e qualidade de serviços.

Mas também opinaram sobre a utilização de serviços temporários e terceirizados. A

tabela 17 apresenta, de forma unificada, os dados coletados que foram analisados

de forma global, pela interdependência que guardam entre si.

52

Tabela 17 - Número de respostas quanto à avaliação de recursos humanos

existentes nas Estações Experimentais

Avaliação Péssima Ruim Regular Boa Ótima Total de

respostas

Faixa etária dos funcionários 2 1 6 1 0 10

Escolaridade dos funcionários 0 3 6 1 0 10

Treinamento dos funcionários 0 3 5 2 0 10

Motivação dos funcionários 1 1 4 4 0 10

Salário dos funcionários 1 0 2 6 1 10

Qualidade dos serviços dos funcionários

0 1 4 3 0 8

Uso de servidores temporários

0 1 3 6 0 10

Uso de serviços terceirizados 0 0 6 3 0 9

Quantidade de funcionários

2 3 3 2 0 10

TOTAL 6 13 39 28 1 87

% 7 15 45 32 1 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Apenas 20% dos administradores consideraram como boa a quantidade de

funcionários e 80%, de muito reduzida a regular, demonstrando uma insatisfação

quanto ao número de funcionários que atuam nas Estações. Também se verifica

insatisfação nos itens referentes à faixa etária e escolaridade, com 90% de péssimo

a regular em ambas.

E se faz interessante também observar que, para 80% dos administradores,

o processo de treinamento dos funcionários está entre ruim e regular e a motivação

para o exercício das atividades foi considerada, para 60%, entre péssima e regular.

Provavelmente essas condições venham influenciando no fato de que, somente 37%

dos gestores, avaliaram a qualidade dos serviços como boa.

53

A questão salarial não desponta como preocupante, na percepção dos

administradores, pois para 70% deles o salário dos funcionários está entre bom e

ótimo.

Quanto ao uso de servidores temporários, 60% avaliou como bom e 30%

como regular; e, quanto ao uso de serviços terceirizados, 66.6% avaliou como

regular e 33.4%, como bom. No entanto, não ficou claro se esta avaliação é porque

consideram que, diante do número insuficiente de funcionários, esta vem a ser a

única saída a curto prazo, substituindo funcionários efetivos ou, pela qualidade dos

serviços prestados.

Quanto à quantidade de EPI-equipamento de proteção individual - (não

incluso na Tabela) apenas 40% dos gestores indicaram como suficiente.

Considerando ser item de segurança, esse dado surge como preocupante, pois além

de proteger a vida e integridade física do funcionário, a inexistência do EPI pode

acarretar responsabilidades legais ao administrador, dificultando o processo de

gestão.

5.2.5 Recursos Financeiros

Os recursos financeiros foram avaliados de acordo com a quantidade e a

autonomia do administrador para gerenciá-los, bem como a burocracia que envolve

a gestão desses recursos. Também se expressaram quanto à época de chegada

dos recursos.

A Tabela 18 apresenta os resultados dos dados referentes a esse item,

acompanhada da análise.

54

Tabela 18- Recursos financeiros recebidos pelas E.E.

Avaliação Insuficiente Adequada Excessiva Total de

respostas

Quantidade 2 8 0 10 Autonomia do administrador para gerenciar recursos

7 3 0 10

Burocracia que envolve a gestão do administrador

0 4 5 9

Época de chegada dos recursos geralmente

atrasada Adequada Adiantada 5 5 0 10

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

Observa-se pelas respostas que os administradores consideram que a

quantidade de recursos é adequada (80%), porém a autonomia para usá-los é

insuficiente (70%), e a burocracia é excessiva (55%). Quanto à época de chegada

dos recursos, metade dos administradores considerou adequada e metade

considerou atrasada a época de chegada dos recursos financeiros.

O exercício das funções gerenciais (planejamento, organização, direção e

controle) fica prejudicado diante da excessiva burocracia e falta de autonomia por

gerenciar os recursos financeiros, embora sejam suficientes. Este fato também

aparece como limitador ao processo de gestão.

5.2.6 Sistema de Segurança

Para a avaliação do sistema de segurança das E.E., na perspectiva dos

seus administradores, buscando identificar fatores facilitadores ou limitadores ao

processo de gestão, foram considerados os seguintes aspectos: proximidade da

estação com cidade, rodovia ou ferrovia; trânsito de pessoas estranhas, ações e tipo

de vandalismo e furtos, eficiência policial, serviço de vigilância e sua eficiência.

55

Tabela 19 - Segurança nas Estações Experimentais

Proximidade da Estação com cidade, rodovia ou ferrovia

Até 1 km 2 a 5 km 5 a 10 km mais de 10 km

TOTAL

5 3 1 1 10 Tem havido trânsito de pessoas estranhas no interior da Estação ?

Nunca Eventual-

mente Frequente-

mente

1 3 6 10

Em 2010 houve ações de vandalos/marginais dentro da Estação?

Não Sim

4 5 9

Nos casos de ter havido ação de vândalos/marginais quais foram as ações deles ?

fogo em pastos

Arromba-mento de prédios e furtos dos

bens

furto de produtos

agricolas no campo

prejuízos aos

experi-mentos

outros

1 3 5 2 1 12

Qual tem sido a eficiência da polícia civil e militar para conter ações de vândalos/marginais

Nenhuma Pouca Média Boa Otima

2 4 1 0 0 7

A Estação tem serviço de vigilância

(incluindo fim de semana)

Não Sim. Até

12 horas/dia

Sim. De 13 a 24 horas/dia

4 3 2 9

Caso a Estação tenha vigilância, o serviço tem sido

totalmente eficiente ?

Sim Não

1 4

5

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações experimentais do IAPAR – 2011

56

A maioria das estações tem proximidade da cidade, rodovia ou ferrovia, pois

distancia destas, no máximo, cinco quilômetros. Essa proximidade facilita a presença

de pessoas estranhas no interior das estações, pois 60% dos administradores

afirmaram ser freqüente e 55% disseram que houve ações de vândalos e marginais

nas estações, sendo que 80% dos casos foram arrombamentos e furtos; porém,

prevalecendo furtos de produtos agrícolas no campo. Os furtos no campo,

geralmente, são produtos de pouco valor financeiro, mas de grande interesse para

pesquisas em andamento.

Para conter essas ações, os administradores, afirmaram que contam com

pouca (57%) ou nenhuma (28%) atuação da polícia civil ou militar, levando a estação

a necessitar de serviço próprio de vigilância. Mesmo assim, 44% afirmaram que a

Estação sob sua administração não possui esse serviço, 33% contam com vigilância

até doze horas ao dia e apenas 22% o tem entre 13 e 24 horas.

Assim, mesmo com serviço próprio de vigilância, 80% avaliou que ela não é

totalmente eficiente.

A questão de vigilância é um fator preocupante, na medida em que são

estações próximas à cidade e possuem uma significativa extensão, o que demanda

uma equipe de vigias, para uma ação eficiente.

Esta situação acaba, também, sendo um limitador ao processo de gestão.

5.2.7 Relacionamento com outros órgãos públicos

Quanto ao relacionamento com outros órgãos públicos, os administradores

avaliaram como este se dá com a Emater, Embrapa, Universidades, Cooperativas,

IAP, Prefeituras e SEAB, cujos resultados estão expostos na tabela 20.

57

Tabela 20 - Número de respostas quanto à avaliação do relacionamento das

Estações Experimentais com outras instituições públicas

Relaciomento com outras instituições públicas

Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Total de

respostas

Emater 0 0 2 8 0 10

Embrapa 0 0 2 5 0 7

Universidades 0 0 1 7 2 10

Cooperativas 0 0 3 5 1 9

IAP 0 0 4 6 0 10

Prefeituras 0 1 3 4 1 9

SEAB 0 0 2 6 1 9

Total 0 1 17 41 5 64

% 0 2 26 64 8 100 Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

A tabela 20 demonstra que, para 72% dos administradores, o

relacionamento das E.E. com os órgãos públicos citados é bom ou ótimo, e apenas

2% considera o relacionamento ruim ou péssimo. O bom relacionamento auxilia o

desempenho das Estações, posto que estão inseridas em um sistema mais amplo

composto por diferentes organizações, mas que possuem um ponto comum, que é o

desenvolvimento agropecuário.

5.2.8 Contribuição para a sociedade

No que se refere à contribuição da E.E. para a sociedade, os itens avaliados

pelos administradores se concentraram nas principais atividades desenvolvidas

pelas estações: pesquisas de novas tecnologias, obtenção de novas variedades,

multiplicação de sementes, serviços de laboratórios, atividades de fomento agrícola,

difusão de tecnologia e serviços agrometeorológicos.

A tabela 21 apresenta os resultados quanto à pesquisa e outros trabalhos

realizados pelas Estações.

58

Tabela 21 - Número de respostas quanto à realização ou não de pesquisa e de

outros trabalhos correlatos pela Estação

Contribuição da Estação Experimental

A Estação realiza esta atividade

A Estação não realiza esta

atividade

Total de respostas

Pesquisas de novas tecnologias

9 1 10

Obtenção de novas variedades

9 0 9

Multiplicação de sementes

8 1 9

Serviços de Laboratórios 5 4 9

Atividades de fomento agrícola

6 3 9

Difusão de tecnologia 9 1 10

Serviços agrometeorológicos

6 4 10

Total de respostas 52 14 66

Porcentagem de respostas

78 22 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Segundo os administradores as contribuições mais freqüentes das estações

experimentais para a sociedade são: pesquisa de novas tecnologias, obtenção de

novas variedades e difusão de tecnologia. Isto porque 90% delas realizam pesquisas

de novas tecnologias e difusão de tecnologia; e 100% das respostas dadas a esta

questão realizam obtenção de novas variedades.

Considerando a natureza das estações experimentais, é importante

constatar o cumprimento de suas principais finalidades, mesmo com problemas

relacionados à segurança, escassez de funcionários e com quadro de

pesquisadores defasado.

Mas, ficou evidenciado também que serviços de laboratórios não são

realizados em 44% das E.E., e em 40% delas os serviços metereológicos são

inexistentes, pois não são obrigatórios nas estações. Em 66% das estações há o

59

fomento agrícola. Quanto à multiplicação de sementes, nove administradores

responderam essa questão, indicando que 88% das E.E. realizam essa atividade.

Estes dados comprovam o fato explicado no capítulo 4.3, que esclarece que

as pesquisas e trabalhos correlatos são realizados conforme as estratégias do

IAPAR, demandas regionais e especificidade das Estações, não cobrindo todo o

leque de opções que a agropecuária paranaense oferece.

A Tabela 22 apresenta a avaliação dos administradores quanto às

contribuições das E.E. para a sociedade.

Tabela 22 - Número de respostas quanto à avaliação da contribuição das Estações Experimentais para a sociedade

Avaliação da contribuição da Estação Experimental

Péssima Ruim Regular Boa Ótima Total de

respostas

Pesquisas de novas tecnologias

0 0 1 8 0 9

Obtenção de novas variedades

0 0 0 8 1 9

Multiplicação de sementes 0 0 1 3 4 8

Serviços de Laboratórios 1 1 1 2 0 5

Atividades de fomento agrícola

0 0 2 1 3 6

Difusão de tecnologia 0 0 2 5 2 9

Serviços agrometeorológicos

1 0 0 4 1 6

Total de respostas 2 1 7 31 11 52

Porcentagem de respostas 4 2 14 59 21 100

Fonte: Pesquisa sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores de estações

experimentais do IAPAR – 2011

Observa-se que 80% das atividades citadas na tabela que são realizadas na

Estação são consideradas boas ou ótimas pelos administradores, o que indica que

há resultados satisfatórios para a sociedade.

Para completar os temas já verificados neste capítulo, esclarecemos que, no

questionário enviado aos administradores, foram feitas questões abertas, de cunho

60

qualitativo, que não colocamos em tabela, sobre quais fatores seriam mais

preponderantes em sua gestão. Constatamos que o principal fator facilitador, por

ordem de importância, foram os recursos humanos, citados por 60% dos

administradores, mas focando no bom relacionamento do gestor com funcionários, o

tempo de trabalho dos funcionários e apoio da chefia e da diretoria do IAPAR.

Outros fatores apontados são a estrutura das estações (30%) e contribuição para a

sociedade (10%). Quando solicitados a informar qual seria, por ordem de

importância, o principal fator dificultador, 67% dos administradores apontaram

novamente a questão dos recursos humanos, mas agora focado em fatos como falta

de motivação de funcionários, pouco instrumentos de gerenciamento de pessoal e

falta de mão de obra. Outros fatores dificultadores foram recursos financeiros (22%)

e estrutura das estações (11%). Ao longo deste capítulo, foram expostos em tabelas

e analisados, vários fatores facilitadores ou dificultadores da gestão, porém o que se

sobressai para os administradores são os recursos humanos no trabalho. E é

interessante observar que a questão dos recursos humanos aparece, por vezes,

como fator facilitador à gestão, mas também, em outras vezes, como fator

dificultador.

Essa constatação nos leva a citar Tenório (2001, p.22) que nos ensina que,

no processo de gestão, a função de organizar está relacionada à ação de “agrupar

pessoas e recursos, definir atribuições, responsabilidades e normas, de modo a

atingir a finalidade e os objetivos previstos.” E a função de dirigir é “a ação de

conduzir e motivar pessoas a exercerem suas tarefas a fim de alcançar os objetivos

organizacionais”. Portanto, o processo de gestão está diretamente relacionado à

forma como está estabelecida a estrutura dos recursos humanos dentro da

organização e também na forma como são estabelecidos os relacionamentos

profissionais no cotidiano das atividades. A questão da quantidade correta de

funcionários, segundo a demanda de serviços é importante, mas está associada à

questão da capacitação específica na área, focando na constante motivação e

valorização dos funcionários. E isso não prescinde de que a função de

planejamento, cuja determinação das finalidades e objetivos, prevendo atividades,

recursos e meios para o seu alcance, devem acontecer de forma participativa,

inserindo cada funcionário no processo de decisão das atividades necessárias em

função de objetivos construídos conjuntamente. Portanto, assim, como nas demais

organizações, o processo satisfatório de gestão das Estações Experimentais está

61

diretamente ligado à questão dos recursos humanos, no que se refere a quantidade,

qualificação, quantidade e qualidade dos serviços, tendo como base o bom

relacionamento entre funcionários, entre gestor e funcionários e entre gestor e

chefias maiores.

62

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de pesquisa é um dos sustentáculos do desenvolvimento da

agropecuária no Brasil. O IAPAR-Instituto Agronômico do Paraná é um dos

responsáveis pelo sucesso agropecuário neste Estado. Grande parte das pesquisas

agropecuárias e de outras atividades correlatas do estado do Paraná é desenvolvida

dentro das Estações Experimentais do IAPAR. A importância do presente trabalho

consistiu em detectar os fatores que influenciam o desempenho dos administradores

e conseqüentemente das estações experimentais do IAPAR. Esses fatores ao

influenciarem as atividades das estações, afetam também o setor agropecuário.

Apontamos que o objetivo estabelecido para a realização desse trabalho foi

alcançado na medida em que conseguimos identificar os principais fatores que

influenciam na gestão dos administradores de estação experimental do IAPAR. Os

fatores não limitadores são: o perfil dos gestores, as características gerais e,

estrutura básica das estações, o relacionamento das mesmas com outras

instituições públicas e suas contribuições para a sociedade. Os fatores limitadores

estão inseridos dentro da área de recursos humanos, de recursos financeiros e do

sistema de segurança.

Por ordem de importância, o principal fator dificultador, apontado pelos

administradores foi a questão dos recursos humanos, focado em fatos como falta de

motivação de funcionários, poucos instrumentos de gerenciamento de pessoal e

falta de mão de obra. No entanto, por outro lado, o principal fator facilitador, por

ordem de importância, também foram os recursos humanos, citados pelos

administradores, mas focando no bom relacionamento do gestor com funcionários, o

tempo de trabalho dos funcionários e apoio da chefia e da diretoria do IAPAR. Esta

aparente contradição revela que, mesmo com o avanço da tecnologia, é muito

significativa a importância dos recursos humanos dentro de uma empresa.

Para melhor compreensão do leitor apresentamos a seguir quadros

resumidos dos fatores limitadores e não limitadores dentro dos oito temas estudados

neste trabalho. São considerados fatores limitantes os fatores que dificultam

bastante a realização dos trabalhos e os fatores não limitantes são aqueles que

facilitam consideravelmente a obtenção dos resultados desejados. Deve-se, então,

trabalhar para corrigir os fatores limitantes e melhorar ainda mais, quando possível,

os fatores não limitantes.

63

1. Caracterização Geral das Estações Experimentais

Itens Fator limitante

Fator não

limitante

OBS

Tempo de funcionamento da EE X

Tamanho da EE X

Quantidade de pesquisadores com experimentos na EE

X

Quantidade de experimentos na EE

X

Representatividade da EE na região quanto ao clima, solo e culturas pesquisadas

X

2. Perfil Profissional dos Gestores

Itens Fator limitante

Fator não

limitante

OBS

Escolaridade dos Administradores

X 60% dos administradores não possuem curso de pós-graduação

Formação específica na área (agropecuária ou administrativa)

X

Tempo como funcionário público

X

Tempo na gestão das EE X

3. Estrutura Básica das EE

Itens Fator limitante

Fator não

limitante

OBS

Máquinário X

Veículos X

Escritório X

Residências X A maior ou menor necessidade de residências parece estar ligada às características e trabalhos desenvolvidas nas EE

Instalações Gerais (outras construções)

X

Infraestrutura X

Informática X

64

4. Recursos Humanos

Itens Fator

limitante Fator não limitante

OBS

Faixa etária X

Escolaridade X

Treinamento X

Motivação X

Salário X

Qualidade do serviço X

Uso de servidores temporários X Supre parcialmente a grande falta de funcionários permanentes.

Uso de servidores terceirizados X

Uso de Equipamento Proteção Individual (EPI)

X

Quantidade de funcionários X

5. Recursos Financeiros

Itens Fator limitante

Fator não limitante

OBS

Quantidade X

Autonomia para gerenciamento X

Burocracia X

Época de chegada X

6. Sistema de Segurança

Itens Fator limitante

Fator não limitante

OBS

Proximidade com cidade, rodovia ou ferrovia X

Trânsito de estranhos X

Ações de vandalismo e/ou furtos X

Tipos de vandalismo X

Eficiência da segurança pública X

Serviço de vigilancia própria X

Eficiência da vigilância X

65

7. Relacionamento com Outras Organizações Públicas

Itens Fator

limitante Fator não limitante

OBS

EMATER X

EMBRAPA X

UNIVERSIDADES X

COOPERATIVAS X

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ X

PREFEITURA X

SEAB X

8. Contribuição da EE para a Sociedade

Itens Fator limitante

Fator não limitante

OBS

Pesquisa de novas tecnologias X

Obtenção de novas variedades X

Multiplicação de sementes X

Serviços de Laboratórios X

Atividade de fomento agrícola X

Difusão de tecnologia X

Serviços agrometeorológicos X

Destacamos que o presente estudo teve caráter exploratório, sendo

pesquisado o pessoal interno do IAPAR (administradores das estações

experimentais). Sugerimos que trabalhos mais aprofundados e até realizados por

entidades independentes sejam realizados no IAPAR e em outras empresas públicas

estaduais, para obtenção de melhor conhecimento sobre as condições de trabalho

dos gerentes e dos demais funcionários, já que situações semelhantes podem

ocorrer em outros órgãos estaduais.

66

Os resultados deste trabalho indicam sugestões que podem se observadas,

por parte das autoridades competentes, para medidas corretivas das falhas

apontadas para que o IAPAR traga resultados excelentes para a agropecuária e

como conseqüência, para a economia paranaense.

67

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70

APÊNDICE 1

CARTA DE APRESENTAÇÃO Londrina, 16 de novembro de 2010

Prezados companheiros administradores:

Sou aluno do curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura. Escolhi como tema da monografia, pesquisar sobre os fatores que influenciam o desempenho dos administradores das Estações Experimentais do Iapar. Essa pesquisa captará os problemas que nos afligem e os pontos positivos que poderão ser melhorados ainda mais, podendo ser um instrumento para melhoria de trabalho para os administradores e aumento da produtividade da Estação. Considerando a sua importante atuação nessa Estação Experimental solicito a sua contribuição respondendo ao questionário em anexo, via computador mesmo e devolvendo-me por e-mail até o dia 25/11/2010. Esta pesquisa tem o conhecimento do José Roberto Punhagui, nosso coordenador da APE. Os administradores que preencherem o questionário por razões de sigilo não terão seus nomes divulgados. Esclareço que há questões na planilha, desde a coluna “A” até a coluna “O”. (às vezes é preciso rolar a tela do computador para ver as colunas H, I, J, L, M, N e O) Qualquer dúvida sobre as perguntas, favor me ligar ou passar e-mail. Muito obrigado por tua colaboração. Paulo Joaquim Hummig. Analista em Ciência & Tecnologia III Administrador da Estação Experimental Raul Juliatto Telefone 43 3258-1506 Celular 43 9600-5656 E-mail [email protected]

APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIO 71

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O ADMINISTRADOR E SOBRE A ESTAÇÃO EXPERIMENTAL (Marque com um x a resposta correta. Observar que há questões até a coluna "O" desta planilha)

A - PERFIL DO ADMINISTRADOR

1 - Tua escolaridade é

( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) Graduado ( ) Especialista

( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Pós-Doutor

2 - Qual é o teu estudo diretamente relacionado com a atividade de administração em agropecuária

( ) Nenhum. Sómente

vivência rural ( ) Técnico

agrícola ( ) Engenheiro

Agrônomo ( ) Médico

Veterinário ( ) Zootecnista ( ) Engenheiro

Florestal ( ) Outro

3 - Qual é o teu tempo como funcionário público estadual (em anos)

( ) 0 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) 11 a 15 ( ) 16 a 20 ( ) 21 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) Mais de 30

4 - Qual é o teu tempo como administrador de Estação (ões) Experimental (is).

( ) 0 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) 11 a 15 ( ) 16 a 20 ( ) 21 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) Mais de 30

5 - Quantidade de funcionários que você administra.

( ) 0 a 10 ( ) 11 a 50 ( ) 51 a 100 ( ) 101 a 200 ( ) 201 a 500

B - CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCE ADMINISTRA ATUALMENTE

6 - Há quantos anos essa área funciona como Estação Experimental ?

( ) 1 a 5 ( ) 06 a 10 ( ) 11 a 20 ( ) 21 a 30 ( ) Mais de 30

7 - Tamanho da Estação (ha)

( ) 1 a 100 ( ) 101 a 200 ( ) 201 a 500 ( ) 501 a 1.000 ( ) 1.001 a 2.000 ( ) Mais de 2.000

8 - Quantos pesquisadores tem experimentos na Estação ?

( ) 1 a 10 ( ) 11 a 20 ( ) 21 a 50 ( ) 51 a 100 ( ) Mais de 100

9 - Quantidade de experimentos na Estação

( ) 1 a 10 ( ) 11 a 50 ( ) 51 a 100 ( ) 101 a 200 ( ) 201 a 500 ( ) Mais de 500

10 - A Estação Experimental é representativa da região em que se insere quanto a

Clima ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

Solo ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

Culturas pesquisadas ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

C - INFRA-ESTRUTURA DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCE ADMINISTRA ATUALMENTE

11 - Máquinário (tratores e implementos agrícolas) :

A quantidade do maquinário é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A conservação do maquinário é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A potência/capacidade do maquinário é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

12 - Veículos:

A quantidade de veículos é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A conservação dos veículos é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A potência/capacidade dos veículos é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

13 - Escritório

O tamanho do escritório é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A conservação escritório é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

14 - Residências

A quantidade das residências é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

O tamanho das residências é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A conservação das residências é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

Há necessidade de residências na Estação ?

( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Regular ( ) Bastante ( ) Essencial Por quê ?

15 - Laboratórios, Barracões, Fábrica de Ração, Unidade de Beneficiamento de Sementes, Lavadouros, etc...)

A quantidade dessas instalações é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

O tamanho dessas instalações é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A capacidade dessas instalações é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

O estado de conservação dessas instalações é

( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

16 - Diversos aspectos de infraestrutura

O acesso viário à Estação é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

O serviço de telefonia é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

O serviço de internet é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

O serviço de correios é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

O serviço de energia elétrica é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A qualidade de água para uso humano é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A quantidade de água para uso humano é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

17 - Informatização :

A qualidade de computadores e periféricos é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A facilidade de uso dos sistemas operacionais é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A facilidade de uso dos programas de computador é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A qualificação dos agentes administrativos em informática é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não tem agente administrativo

D - RECURSOS HUMANOS DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCÊ ADMINISTRA ATUALMENTE

18 - Aspectos Gerais

A quantidade de funcionários é ( ) Muito reduzida

( ) Reduzida ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A faixa etária dos funcionários é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A escolaridade dos funcionários é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

O treinamento dos funcionários é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A motivação dos funcionários é ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

O salário dos funcionários é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

A quantidade dos serviços dos funcionários é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A qualidade dos serviços dos funcionários é

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

A futura avaliação de desempenho dos funcionário seria

( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima

Há equipamento proteção individual para os funcionários ?

( ) Não ( ) pouco ( ) Regular ( ) Suficiente ( ) Excessivo

O uso de servidores temporários é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo Por quê ? :

O uso de serviços terceirizados é ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo Por quê ?

E - RECURSOS FINANCEIROS DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCÊ ADMINISTRA ATUALMENTE

19 - Aspectos Gerais

A quantidade de recursos é ( ) Insuficiente ( ) Adequada ( ) Excessiva

A época de chegada dos recursos geralmente é ( ) Atrasada ( ) Adequada ( ) Adiantada

A autonomia do administrador para gastar recursos é ( ) Insuficiente ( ) Adequada ( ) Excessiva

A burocracia que envolve a gestão do administrador é ( ) Insuficiente ( ) Adequada ( ) Excessiva

F - SEGURANÇA DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCÊ ADMINISTRA ATUALMENTE

20 - Aspectos Gerais

A Estação está proxima de cidade, rodovia ou ferrovia ( ) Até 1 Km ( ) 2 a 5 km ( ) 5 a 10 km ( ) mais de 10 km

Tem havido trânsito de pessoas estranhas no interior da Estação ? ( ) Nunca ( ) Eventualmente ( ) Frequentemente

Em 2010 houve ações de vandalos/marginais dentro da Estação? ( ) Não ( ) Sim. Caso a resposta seja sim, qual foi a ação deles ? ( ) fogo em pastos ( ) Arrombamento de prédios e furtos dos bens ( ) Furto de produtos agricolas no campo ( ) Prejuízos aos experimentos ( ) Outros __________

Qual tem sido a eficiência da polícia civil e militar para conter ações de vândalos/marginais ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Média ( ) Boa ( ) Ótima

A Estação tem serviço de vigilância (incluindo fim de semana) ( ) Não ( ) Sim. Até 12 horas/dia

( ) Sim. De 13 a 24 horas/dia

Caso a Estação tenha vigilância, o serviço tem sido totalmente eficiente ? ( ) Sim ( ) Não Por quê? Resposta :

G - RELACIONAMENTO EXTERNO COM OUTRAS ENTIDADES

21 - O relacionamento com outros órgãos públicos e privados tem sido um fator facilitador ou um fator dificultador para a eficiência da Estação ?

Emater ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

Embrapa ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

Universidades ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

Cooperativas ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

IAP ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

Prefeituras ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

SEAB ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

H - OUTROS ASPECTOS RELACIONADOS À GESTÃO DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCÊ ADMINISTRA ATUALMENTE

22 - Além dos itens já especificados nas questões anteriores quais outros fatores voce destacaria como facilitadores ao processo de gestão da Estação Experimental ?

Por quê ?

23 - E quais outros fatores voce destacaria como dificultadores ao processo de gestão da Estação Experimental ? Por quê ?

24 - Cite por ordem de importância os fatores dificultadores que mais prejudicam sua administração na Estação Experimental

O principal fator dificultador é

O segundo principal fator dificultador é

O terceiro principal fator dificultador é

Oquarto principal fator dificultador é

O quinto fator dificultador é

25 - Cite por ordem de importância os fatores que mais auxiliam sua administração na Estação Experimental

O principal fator facilitador é

O segundo principal fator facilitador é

O terceiro principal fator facilitador é

O quarto principal fator facilitador é

O quinto principal fator facilitador é

26 - Você se sente realizado como Administrador de Estação Experimental ? Se quiser, comente

27 - As diretorias do Iapar tem deixado claro aos administradores o que elas esperam da sua Estação Experimental e qual seria a estratégia para conseguir essas transformações e resultados esperados por elas ?

Resposta :

28 - Quais mudanças voce sugere para melhoria do processo de administração da Estação Experimental ? (a nível local, regional ou estadual)

Resposta :

I - CONTRIBUIÇÃO DA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL QUE VOCÊ ADMINISTRA ATUALMENTE

29 - A Estação através de suas atividades tem contribuído para a agropecuária paranaense e brasileira ?

Pesquisas de novas tecnologias ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade

Obtenção de novas variedades ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade

Multiplicação de sementes ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade

Serviços de laboratórios ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade Atividades de fomento ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade

Difusão de teconologia ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade

Serviços agrometereológicos ( ) Péssima ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima ( ) A Estação não faz esta atividade