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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PRODUÇÃO SÓCIO - ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA. Miriam Cléa Coelho Almeida SALVADOR 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PRODUÇÃO SÓCIO - ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA CIDADE DE

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA.

Miriam Cléa Coelho Almeida

SALVADOR 2005

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MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA CIDADE DE

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA.

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Geografia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profª. Drª. Maria Auxiliadora da Silva.

SALVADOR 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

PRODUÇÃO SÓCIO - ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA CIDADE DE

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA.

MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

ORIENTADORA: PROFª. Drª. MARIA AUXILIADORA DA SILVA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO submetida em satisfação parcial dos requisitos ao grau de

MESTRE EM GEOGRAFIA

à Câmara de Ensino de Pós-Graduação e Pesquisa

da Universidade Federal da Bahia

Aprovado: Comissão Examinadora

....................................................... Drª. Maria Auxiliadora da Silva

....................................................... Drª. Creuza Santos Lage

....................................................... Drª. Iracema Brandão Guimarães

Data da Aprovação: ....../......./....... Grau conferido em: ......./......./.........

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A449p Almeida, Miriam Cléa Coelho. Produção sócio-espacial da habitação popular nas áreas de assentamentos e

ocupações na cidade de Vitória da Conquista – BA / Miriam Cléa Coelho Almeida. _ Salvador: UFBA, 2005.

191.:il. (color.).

Orientadora: Profª Drª Maria Auxiliadora da Silva. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Instituto de

Geociências, 2005. Bibliografia: f. 181-191.

1. Geografia urbana – Vitória da Conquista - (BA). 2. Produção sócio-espacial

– Cidade - Vitória da Conquista (BA). 3. Habitação popular – Vitória da Conquista (BA). I. Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências. II. Silva, Maria Auxiliadora da. III. T.

CDD: 307.76098142

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À memória de meu pai Divaldo Coelho

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AGRADECIMENTOS

Nesta caminhada não estive sozinha, foram muitas as pessoas e Instituições

que de diferentes maneiras ajudaram na concretização deste trabalho. Algumas

apenas apareceram no caminho, outras caminharam comigo longo trecho e, outras,

vieram até o final e continuam vigilantes.

Mesmo com o risco que se corre ao apontar nomes, pela razão já conhecida

de que sempre pode faltar alguém, não posso deixar de fazer alguns

agradecimentos especiais.

Agradeço à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), cuja bolsa

de incentivo à pós-graduação stricto sensu foi decisiva para a realização desta

pesquisa. Ao Departamento de Geografia que entendendo a importância da

qualificação profissional viabilizou a liberação integral das minhas atividades. À

Secretaria de Desenvolvimento Social, à Casa da Cidadania, ao Arquivo Público

Municipal pelos documentos e informações disponibilizados.

Aos colegas do Departamento de Geografia que contribuíram com as

sugestões e críticas ao texto, os quais destaco os colegas Vitória Carme Correia que

com a leitura criteriosa de toda a dissertação, contribuiu enormemente para que o

texto não “saísse dos trilhos”, Edvaldo Oliveira, pela valiosa contribuição

cartográfica, sem a qual muitos dos mapas produzidos não teriam sido possíveis e

Meirilane Maia pelo ombro amigo, companhia e paciência em todo o percurso.

À todos os professores do Mestrado em Geografia da Universidade Federal

da Bahia (UFBA), com os quais tive a oportunidade de compartilhar as questões

relativas ao meu trabalho nas disciplinas cursadas. Agradeço, particularmente, às

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professoras doutoras Maria Auxiliadora da Silva, orientadora desta pesquisa, pelo

carinho e grande incentivo na concretização deste desafio; Creuza dos Santos Lage

pelas correções no texto, e ainda, pela amizade, paz e luz desejados em momentos

difíceis desta jornada e Iracema Brandão Guimarães pela avaliação criteriosa com

críticas e sugestões ao trabalho.

À minha família, que sempre compartilhou com a construção da minha vida

acadêmica, se orgulhando a cada conquista. Ao meu esposo que soube

compreender a grandeza desse curso, incentivando-me e compreendendo a minha

ausência.

Agradeço ainda aos moradores dos assentamentos e ocupações que

gentilmente contribuíram com as respostas aos formulários e com os depoimentos.

Ao movimento de moradia e às Associações de Moradores pelas entrevistas e

disponibilização de documentos e informações.

Enfim, como nos ensina Gonzaguinha,

E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente

Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas

E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá

E é tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar [...].

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RESUMO Este trabalho objetiva analisar a produção sócio-espacial da habitação popular na Cidade de Vitória da Conquista – BA, a partir da década de 90. Para tanto, são avaliados o planejamento e a gestão do Estado, da sociedade civil e do capital (entendidos como sujeitos) na produção da habitação popular destinada às populações sem nenhuma ou com renda de até dois salários mínimos, caracterizada pelos assentamentos e ocupações nesta cidade. A análise é realizada considerando as diferentes escalas espaço-temporais, procurando evidenciar as contribuições do Estado, da sociedade civil e do capital na produção da habitação popular. A abordagem relacionada ao Estado mostra tanto as concepções que orientaram e ainda orientam as políticas de habitação popular, quanto os resultados alcançados por tais políticas. Quanto à sociedade civil, são discutidas as diferentes formas de sua participação na produção da habitação popular, seja no plano da discussão política ou nas ações concretas. Na análise do capital, embora reconheça a inserção da produção da habitação no contexto geral da acumulação capitalista, dada à especificidade dos assentamentos e ocupações urbanos em áreas públicas, é evidenciada a dinâmica do pequeno capital, caracterizada, sobretudo, pela comercialização ilegal de lotes e pelo aluguel que são praticados, em geral, por alguns moradores destas áreas. O tratamento em separado desses sujeitos cumpre objetivo eminentemente analítico, vez que são constituídos e atuam, quase sempre, de forma articulada e combinada, estabelecendo uma relação extremamente complexa e desafiadora. A avaliação das intervenções do Estado, da sociedade civil e do capital se pauta nos princípios da qualidade de vida e da justiça social. Estes princípios têm, como parâmetros de análise, o nível de segregação sócio-espacial, o grau de desigualdade sócio-econômica e o grau de oportunidade para participação cidadã direta, em processos decisórios relacionados com a produção da habitação popular. Os resultados obtidos mostram que as políticas e intervenções tanto do Estado (com os assentamentos) quanto da sociedade civil (com as ocupações) e do capital (com a especulação territorial e imobiliária) contribuíram para uma produção sócio-espacial marcada pela segregação sócio-espacial das populações sem nenhuma ou com renda de até dois salários mínimos, nos limites últimos da malha urbana, onde a superposição territorial das precariedades dos equipamentos e dos serviços urbanos coletivos ainda nega àquelas populações o direito à cidade e à vida urbana. Palavras-Chave: Produção sócio-espacial, habitação popular, planejamento e gestão urbanos.

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ABSTRACT This work aims at analyzing the socio-spatial production of the popular habitation in the City of Vitória da Conquista – BA, from 90’s decade. For this, the planning and the administration of the State, of the civil society and of the capital (understood as subjects) are appraised in the production of the popular habitation intended to the populations without any income or with income up to two minimum wages, characterized by the settlements and by the occupancies in this city. The analysis is accomplished taking into account the different spatial-temporal scales trying to evidence the contributions of the State, of the civil society and of the capital in the production of the popular habitation. The approach related to the State shows both the conceptions which guided and even guide the politics of the popular habitation, and the results achieved by such politics. As to the civil society, the different shapes of its participation in the production of the popular habitation are discussed, either in the level of the political discussion, or the concrete actions. In the analysis of the capital, although it recognizes the insertion of the production of the habitation in the general context of the capitalist accumulation, given to the particularity of the urban settlements and occupancies in the public areas, the dynamics of the small capital characterized, above all, for the illegal commercialization of allotments and the rent which are, in general, carried out by some residents of theses areas, is evidenced. The treatment in separate from these subjects accomplished the eminently analytic objective, whereas they are constituted and, almost always, perform in an articulate and combined way, establishing an extremely complex and challenging relation. The evaluation of the interventions of the State, of the civil society and of the capital itself sustains in the principles of the quality of life and of the social justice. These principles have, as parameters of analysis, the level of socio-spatial segregation, the degree of socioeconomic inequality and the degree of opportunity for direct citizen participation, in decisive processes related to the production of the popular habitation. The obtained results show that the politics and interventions both of the State (with the settlements), and of the civil society (with the occupancies), as well as of the capital (with the territorial and real-estate speculation) contributed to a socio-spatial production marked by the socio-spatial segregation of the populations without any income or with income up to two minimum wages, in the final limits of the urban mesh, where the territorial overlap of the precariousnesses of the equipments and of the collective urban services still deny those populations the right to the city and to the urban life. Keyword: socio-spatial production, popular habitation, urban planning and administration.

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LISTA DE SIGLAS

ACS - Agentes Comunitários de Saúde

BNH -Banco Nacional de Habitação

CEF - Caixa Econômica Federal

COHAB´s - Companhias de Habitação

CONAM - Criação da Confederação Nacional de Associações de Moradores

CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

Ecosane - Empreendimentos, Construção e Saneamento LTDA.

FCP - Fundação da Casa Popular

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FGV - Fundação Getúlio Vargas

FNMP - Fundo Nacional de Moradia Popular

IAP´s - Institutos de Aposentadoria e Previdência

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEED - Instituto de Educação Euclides Dantas

INOCOOP - Cooperativa para Construção de Habitação Popular

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPMF - Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras

IPTU - Imposto Predial e territorial Urbano

MPC - Modo de Produção Capitalista

PAIH - Plano de Ação Imediata para a Habitação

PAR - Programa de Arrendamento Residencial

PDU - Plano Diretor Urbano

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PMHP - Programa Municipal de Habitação Popular

PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios

PSF - Programa de Saúde da Família

PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social

PT - Partido dos Trabalhadores

SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

SEAC - Secretaria Especial de Habitação e Ação Comunitária

SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SFH - Sistema Financeiro de Habitação

SIMTRANS - Sistema Municipal de Trânsito e Transporte

SNIU - Sistema Nacional de Indicadores Urbanos

SUS - Sistema Único de Saúde

UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UMM - União dos Movimentos de Moradia

URBIS - Companhia de Habitação e Urbanização

ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estimativa de Déficit Habitacional (Brasil, Nordeste e Bahia) –

2000.

65

Tabela 2 - Síntese geral da distribuição de lotes pelo Programa Municipal de Habitação Popular – PMHP (1991-2004)

67

Tabela 3 - Componentes do Déficit Habitacional Básico – Vitória da Conquista, 2000.

70

Tabela 4 - Síntese do Cadastro do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU de Vitória da Conquista – BA.

103

Tabela 5 - Formas de aquisição dos lotes nos Assentamentos e Ocupações. Vitória da Conquista, 2004.

105

Tabela 6 - Percentual por domicílio por faixa de renda da pessoa responsável. Vitória da Conquista, 2000.

117

Tabela 7 - Carência de infra-estrutura urbana, por faixa de renda. Vitória da Conquista – 2000.

129

Tabela 8 - Domicílios particulares permanentes segundo a forma de escoamento da instalação sanitária, Vitória da Conquista - 2000.

136

Tabela 9 - Evasão escolar nas escolas municipais que atendem à população dos assentamentos e ocupações urbanas, 2004.

144

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1- Bahia - Localização de Vitória da Conquista, 2005. 17

Mapa 2 – Localização dos Assentamentos e Ocupações na cidade de Vitória da Conquista – BA – 2005.

21

Mapa 3 - A espacialidade da Política Nacional de Habitação – 2005. 77

Mapa 4 - Densidade de Ocupação na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

104

Mapa 5 - Fluxos migratórios internos. Assentamentos – 2004. 111

Mapa 6 - Fluxos migratórios internos. Assentamentos – 2004. 111

Mapa 7 - Fluxos migratórios internos. Assentamentos – 2004. 111

Mapa 8 - Fluxos migratórios internos. Assentamentos – 2004. 111

Mapa 9 - Fluxos migratórios internos. Ocupações – 2004. 112

Mapa 10 - Fluxos migratórios internos. Ocupações – 2004. 112

Mapa 11 - Fluxos migratórios internos. Ocupações – 2004. 112

Mapa 12 - Fluxos migratórios internos. Ocupações – 2004. 112

Mapa 13 - Fluxos migratórios externos. Assentamentos e Ocupações – 2004. 115

Mapa 14 – A Espacialidade do Sistema de Abastecimento de Água em Vitória da Conquista – BA, 2004.

135

Mapa 15 – A Espacialidade do Sistema de Esgotamento Sanitário em Vitória da Conquista – BA, 2004.

138

Mapa 16 - A espacialidade do acesso dos assentamentos e ocupações à rede pública de educação. Vitória da Conquista – BA, 2004.

143

Mapa 17 - A espacialidade do acesso dos assentamentos e ocupações à rede pública de saúde. Vitória da Conquista – BA, 2005.

148

Mapa 18 - A espacialidade do acesso dos assentamentos e ocupações ao transporte coletivo urbano. Fluxos principais e secundários – 2005.

150

Mapa 19 – A espacialidade do sistema de coleta dos resíduos sólidos na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

154

Mapa 20 – Padrões Habitacionais na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

171

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 - Casas construídas pelo PSH no Assentamento Vila América.

75

Foto 2 - Casas construídas pelo PSH no Assentamento Vila América.

75

Foto 3 - Casas construídas pelo PSH no Assentamento Vila América.

75

Foto 4 - Casas construídas pelo Pró-Município para atendimento de famílias desabrigadas no período da emergência.

75

Foto 5 – Aspectos da moradia na ocupação Anelita Nunes-Tanque Seco. 122

Foto 6 - Aspectos da moradia na ocupação Conveima II. 122

Foto 7 - Aspectos da moradia na ocupação Pedrinhas-Nova Esperança. 122

Foto 8 – Cercas vivas construídas pelos moradores no assentamentos Vila América – Morar Melhor.

123

Foto 9 – Cercas construídas pelos moradores para definir os limites dos quintais no assentamento Vila América – PSH.

123

Foto 10 - Área Verde no Assentamento Vila América. 124

Foto 11 – Área destinada à praça pública no Assentamento Vila América – PSH.

124

Foto 12 - Área Verde no Assentamento Conjunto da Vitória. 124

Foto 13 - Área Verde no Assentamento Cidade Modelo. 124

Foto 14 - Área Verde no Assentamento Henriqueta Prates. 124

Foto 15 - Esgoto Superficial na Lagoa do Jurema. 139

Foto 16 - Tipo de banheiro na ocupação Conveima I. 140

Foto 17 - Área alagada na ocupação Anelita Nunes – Tanques Seco. 169

Foto 18 – Residência Alagada na ocupação Anelita Nunes – Tanques Seco. 169

Foto 19 – Rede elétrica na ocupação Pedrinhas-Nova Esperança. 170

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Nível de escolaridade da pessoa responsável pela família.

Assentamentos e Ocupações, 2004.

116

Gráfico 2 - Quantidade de cômodos nos domicílios pesquisados. Assentamentos e Ocupações, 2004.

121

Gráfico 3 - Bens duráveis existentes nos domicílios pesquisados. Assentamentos e Ocupações, 2004.

125

Gráfico 4 - Condição do domicílio pesquisado. Assentamentos e Ocupações, 2004.

127

Gráfico 5 - Existência de iluminação elétrica nos domicílios pesquisados. Assentamentos e Ocupações, 2004.

131

Gráfico 6 - Forma de abastecimento de água nos domicílios pesquisados. Assentamentos e Ocupações, 2004.

133

Gráfico 7 - Tipo de drenagem existente nos domicílios pesquisados. Assentamentos e Ocupações, 2004.

137

Gráfico 8 - Problemas enfrentados no local de moradia. Assentamentos, 2004.

158

Gráfico 9 - Problemas que mais dificultam as ações do PMHP. Assentamentos, 2004.

160

Gráfico 10 – Problemas enfrentados no local de moradia. Assentamentos e Ocupações – 2004.

165

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 16 1 PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL URBANA E HABITAÇÃO

POPULAR 1.1 A produção sócio-espacial urbana 1.2 O planejamento e a gestão na produção sócio-espacial urbana 1.3 A produção da habitação popular

26 27 32 47

2 OS SUJEITOS DA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO POPULAR 2.1 O Estado e a produção da habitação popular 2.2 A sociedade civil e a produção da habitação popular 2.3 O capital e a produção da habitação popular

56 58 78 99

3 A MATERIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS DE HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES.

3.1 Perfil dos moradores 3.2 Paisagem habitacional 3.3 Formas de acesso à habitação popular 3.4 Equipamentos e Serviços Urbanos Coletivos

3.4.1 Acesso à energia elétrica 3.4.2 Abastecimento de água 3.4.3 Instalação e esgotamento sanitário 3.4.4 Acesso à Educação 3.4.5 Acesso à Saúde 3.4.6 Pavimentação e Transporte Coletivo 3.4.7 Limpeza urbana e coleta de lixo

109 110 121 126 128 130 132 136 141 146 149 152

4 PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E AUMENTO DA JUSTIÇA SOCIAL?

4.1 Planejamento e gestão dos assentamentos e ocupações. 4.2 A segregação sócio-espacial 4.3 A desigualdade sócio-econômica 4.4 Participação cidadã

156 157 167 172 173

5 CONCLUSÃO 176

6 BIBLIOGRAFIA 181

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_______________________________________________________________Introdução 16

INTRODUÇÃO

A urbanização brasileira trouxe para as cidades enormes desafios. Esses

desafios, em certa medida, resultam de diferentes fatores desde o processo de

reestruturação produtiva do capital em nível mundial, até às ações locais e regionais

de planejamento e gestão urbanos. Dentre eles, destaca-se o enfrentamento da

crise da habitação popular desencadeada, principalmente, pela desigualdade social

que dificulta, ou mesmo impede, a apropriação do espaço de forma equilibrada. A

massa populacional excluída do acesso à moradia tem crescido e gerado tensões e

conflitos, não apenas nas cidades de grande porte, mas, também, nas cidades

médias brasileiras.

Vitória da Conquista – BA, localizada entre as Latitudes 14º53´43” S e

14º48´13” S e as Longitudes 40º49´12” W e 40º53´43”, no Sudoeste da Bahia,

conforme mostra o mapa 1, tem centralizado o dinamismo de uma região do semi-

árido baiano e nordestino, mas, assim como as demais cidades brasileiras de

grande e médio porte, também experimenta problemas de acesso à moradia,

resultante, da produção e reprodução do capital, que se configura dentre outros

aspectos, na pauperização da classe trabalhadora, na ausência de políticas estatais

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_______________________________________________________________Introdução 17

e na migração campo-cidade observada com o crescimento populacional

experimentado.

MAPA 1

46° 45° 44° 43°

42°

42°

41°

41°

40°

40°

39°

38°

38°

18°

17°

16°

15° 15°

14° 14°

13° 13°

12° 12°

11° 11°

10° 10°

9° 9°

39°

46°45° 44° 43°

MUCURI

NOVA VIÇOSA

CARAVELAS

ALCOBAÇA

PRADO

ITAMARAJU

TEIXEIRA DEFREITAS

IBIRAPOÃ

MEDEIROS NETO

ITANHÉMVEREDA

JUCURUÇU

GUARATINGA ITABELA

PORTO SEGUROEUNÁPOLIS

LAJEDÃO

SANTA CRUZ CABRÁLIA

BELMONTE

CANAVIEIRAS

ITAGIMIRIM

ITAPEBI

ITARANTIMMAIQUINIQUEMACARANI POTIRAGUÁ

ENCRUZILHADA

CÂNDIDO SALESRIBEIRÃO DO LARGO

PAUBRASILMASCOTE

CAMACÃSANTALUZIA

UNA

ILHÉUS

BUERAREMA

ITABUNA

URUÇUCA

ITAJUÍPE

ITAPÉIBICARAÍ

FLORESTAAZUL

JUSSARI ARATACA

SÃO JOSÉ DAVITÓRIA

ITAPETINGAITAMBÉ

PIRIPÁVITÓRIA DACONQUISTA

PLANALTO

CAATIBA

NOVA CANAÃ

ITORORÓ

STA. CRUZ DAVITÓRIA

ITAJU DO COLÔNIA

IBICUÍ

IGUAÍ

BARRA DOCHOÇA

POÇÕES

ITACARÉ

MARAÚ

CAMAMU

IBIRAPITANGA

AURELINOLEAL

UBAITABAGONGOGI

COARACI

ALMADINA

DÁRIOMEIRA

ITAGIBÁ

BOA NOVABOM JESUS DA

SERRA

ANAGÉ

CAETANOS

MIRANTEMANUEL VITORINO

ITAGI

AIQUARAIBIRATAIAIPIAÚ

JITAÚNA

UBATÃBARRA DOROCHA

ITAPITANGA

TANHAÇU

ARACATU

CARAÍBASMAETINGA

BRUMADO

TREMEDAL

JEQUIÉIGRAPIÚNA

ITUBERÁ

PIRAÍ DONORTEGANDU

WENCESLAUGUIMARÃESITAMARINOVA

IBIÁAPUAREMA

LAFAYETECOUTINHO

LAGEDO DOTABOCAL

MARACÁS

PLANALTINOIRAJUBA

ITIRUÇU JAGUAQUARAITAQUARA

CRAVOLÂNDIA

STA.INÊSUBAÍRA

JIQUIRIÇAMUTUÍPE

LAJE

PRES.TANCREDONEVESVALENÇA

CAIRU

NILO PEÇANHATEOLÂNDIA

IRAMAIA

BARRA DA ESTIVA

ITUAÇUCONTENDAS DOSINCORÁ

JUSSIAPE

MUCUGÊ ITAETÊ MARCIONÍLIOSOUZA

NOVA ITARANABREJÕES

AMARGOSA VARZEDO

JAGUARIPE

ARATUÍPE

VERA CRUZLAURO DE FREITAS

CAMAÇARI

SIMÕES FILHO

CANDEIASMADRE DEDEUS

SAUBARAS.FRANCISCO DOCONDE

S. SEBASTIÃO DOPASSÉ

MATA DE S.JOÃODIAS D'ÁVILA

ITANAGRACATU

POJUCAAMÉLIARODRIGUES

STO.AMAROCACHOEIRA

SÃO FÉLIXCRUZ DASALMAS

GOV.MANGABEIRA

CABACEIRAS DOPARAGUAÇU

MURITIBA

CONCEIÇÃO DAFEIRA

FEIRA DESANTANA

TERRA NOVA

ALAGOINHASARAMARI

ARAÇÁS

ENTRE RIOS

INHAMBUPEÁGUA FRIA

SANTANÓPOLIS

IAÇUMILAGRES

ITATIM

STA.TEREZINHA

ELÍSIOMEDRADO

CASTRO ALVES

SÃO FELIPE

MUNIZFERREIRA

MARAGOGIPE

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SERRA PRETA ANGUERA

CARDOSO

STA.BÁRBARATANQUINHO

CANDEAL

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CONCEIÇÃO DOCOITÉ

SERRINHA

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CARDEAL DA SILVAESPLANADA

RIO REALJANDAÍRA

CONDERIACHÃO DOJACUÍPE

PÉ DE SERRA

IPIRÁ

BOA VISTA DO TUPIM

RUY BARBOSA

MACAJUBA

BAIXAGRANDE

PINTADAS

CAPELA DOALTO ALEGRE

NOVA FÁTIMA

IBIQUERA

LAJEDINHO

TAPIRAMUTÁ

PIRITIBA

MUNDO NOVO

MAIRI

VÁRZEA DAROÇA

OLINDINA

ITAPICURUNOVA SOURE

RIBEIRA DO AMPARO

CIPÓ

TUCANO

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VALENTE

SANTALUZ

QUEIMADAS

PONTO NOVOSAÚDE

CALDEIRÃOGRANDE

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MIRANGABA

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MIGUELCALMON

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SERROLÂNDIAQUIXABEIRA

CAPIM GROSSO

SÃO JOSÉ DOJACUÍPEGAVIÃO

SÀO DOMINGOS

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FILADÉLFIAPINDOBAÇU

ANTÔNIOGONÇALVES

CAMPOFORMOSO SENHOR DO BONFIM

JAGUARARIANDORINHA

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CANUDOS

JEREMOABO

STA. BRÍGIDA

PEDROALEXANDRE

CORONELJOÃO SÁ

PARIPIRANGA

SÍTIO DO QUINTOANTAS

NOVO TRIUNFO

CÍCERODANTAS

HELIÓPOLIS

BANZAÊ

PAULO AFONSO

GLÓRIA

RODELASCHORROCHÓ

ABARÉ

MACURURÉ

JUAZEIROSOBRADINHO

CASA NOVA

REMANSO

SENTO SÉ

PILÃO ARCADO

CAMPO ALEGRE DE LOURDES

XIQUE-XIQUE

BARRA ITAGUAÇU DABAHIA

CENTRAL

JUSSARA

UMBURANAS

OUROLÂNDIA

SÃO GABRIEL

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PRESIDENTEDUTRA

GENTIO DO OURO

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BROTAS DE MACAÚBAS

MUQUÉM DOSÃO FRANCISCO IBOTIRAMA

MORPARÁ

BARRA DOMENDES

IBIPEBA

IBITITÁ

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MORRO DOCHAPÉU

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BONITO

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SÍTIO DOMATO

BOM JESUS DA LAPA

BOQUIRA

MACAÚBAS

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SEABRA

BONINAL

PALMEIRASLENÇÓIS

WAGNER

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PIATÃ

RIO DE CONTAS

ÉRICOCARDOSO

RIO DO PIRES

BOTUPORÃ CATURAMA

PARAMIRIMTANQUE NOVO

RIACHO DE SANTANALIVRAMENTO DE

NOSSA SENHORA

LAGOA REAL

DOMBASÍLIO

CAETITÉ

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MATINA

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SEBASTIÃO LARANJEIRAS

CANDIBA PINDAÍ CACULÉ

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GUAJERU

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SERRA DORAMALHO

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PROJEÇÃO POLICÔNICA

15 0 15 30 45 60 km75FONTE:Base Cartográfica Digital SEI - Superintendência deEstudos Econômico e Sociais da Bahia, 2000Organização: Miriam Cléa Coelho Almeida

LOCALIZAÇÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA2005

BAHIA

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_______________________________________________________________Introdução 18

Conforme os dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), em 1960 a população total do município era de 48.712

habitantes, em 1980 foi para 127.454 e em 2000 saltou para 262.494 habitantes.

Este crescimento rápido, justificado, em certa medida pela implantação do pólo

cafeeiro na região e pelas mudanças nas relações de trabalho com o intenso fluxo

migratório campo-cidade, com o assalariamento urbano etc, trouxe em seu curso,

uma série de desafios: enfrentar o agravamento das desigualdades sociais, conter a

especulação imobiliária, reduzir a dificuldade de acesso à habitação, reduzir a

precariedade dos equipamentos e serviços urbanos coletivos, dentre outros1.

Do total de 262.494 habitantes do município, ainda segundo dados do censo

IBGE-2000, 225.430 residem em áreas urbanas, sendo que, 215.079 estão na sede

municipal o que corresponde a 82% dos habitantes e mostra a intensa concentração

populacional na cidade de Vitória da Conquista. Este quadro confere à cidade o

posto de segunda maior cidade do interior do Estado da Bahia. Entretanto, o

crescimento populacional urbano, não veio acompanhado de um dinamismo

econômico e de uma política de habitação popular que garantissem o acesso à

habitação ao conjunto da população sem rendimentos ou com renda mensal de até

dois salários mínimos. Convém lembrar que este quadro não é peculiar a esta

cidade, mas, sobretudo, às cidades nordestinas da região do semi-árido.

A habitação popular na cidade de Vitória da Conquista – BA foi ao longo dos

anos, alvo de programas realizados pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), pela

Companhia de Habitação e Urbanização (URBIS) e pela Cooperativa para

1 Para aprofundar a análise sobre as transformações sócio-espaciais ocorridas em Vitória da Conquista com a implantação do pólo cafeeiro ver: SANTOS, Antônio Luiz dos. Produção de riqueza e miséria na cafeicultura: as transformações recentes no espaço rural dos municípios de Vitória da Conquista e Barra do Choça – BA. Recife: UFPE, 1987. Dissertação de Mestrado e LIMA, Maria do Céu. Do território desejado ao lugar possível: cidade, luta e apropriação. São Paulo: USP, 1997. Dissertação de Mestrado.

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_______________________________________________________________Introdução 19

Construção de Habitação Popular (INOCOOP), que tinham como objetivo facilitar o

acesso, da população de baixos rendimentos, à habitação. Entretanto,

contraditoriamente, na prática, estes programas não garantiram o acesso a essa

população por não possuírem as condições econômicas exigidas pelos órgãos de

financiamento. Estes programas foram capturados, quase que em sua totalidade,

pela classe média local.

Excluídos dos programas, a resposta popular se configurará, no plano

municipal, por um lado, na realização de ocupações urbanas, a partir de meados da

década de 1980 e, por outro, no confronto com o executivo municipal exigindo uma

política de habitação que garantisse o acesso dessa população à moradia.

Como resultado da pressão popular, em 1991, é promulgada a lei municipal nº.

570/91 que institucionaliza a política de habitação popular, com a criação do

Programa Municipal de Habitação Popular (PMHP), vinculado à Secretaria de

Desenvolvimento Social e Coordenação de Habitação Popular, com o objetivo de

construir habitações destinadas, prioritariamente, às famílias em situação de

desemprego e subemprego, que viviam em precárias condições sócio-econômicas e

em moradias inadequadas, como as localizadas em áreas de risco, sujeitas a

alagamento, de preservação ambiental ou, ainda, em espaços alugados ou cedidos

de forma provisória.

O programa municipal é, então, responsável pela criação dos treze

assentamentos urbanos hoje existentes na cidade. É importante esclarecer desde já

que assentamentos e ocupações neste trabalho não serão vistos como sinônimos,

pois, a Prefeitura Municipal considera assentamentos as áreas cujos lotes foram

doados pelo PMHP. Os assentamentos foram instituídos de duas maneiras: alguns

foram planejados originariamente pelo PMHP e outros, foram criados por meio das

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_______________________________________________________________Introdução 20

ocupações e reconhecidos, posteriormente, pelo Programa. Já as ocupações são

produzidas pela luta dos sem teto em busca do uso do espaço para fins de moradia.

Esta luta ocorreu tanto no plano individual, quanto coletivo.

O mapa 2 mostra a distribuição na malha urbana dos assentamentos

construídos pelo PMHP (Henriqueta Prates - 1988, Recanto das Águas - 1998,

Cidade Modelo - 1995, Nova Cidade - 3 etapas - 1991, Nova CAP - 1991, Vila

América - 1999 e Alto do Bruno Bacelar - 1992), dos assentamentos oriundos de

antigas ocupações (Alto da Conquista - 1991, Renato Magalhães - 1992, Parque da

Colina - 1996, Ubaldino Gusmão -1996, Conjunto da Vitória - 1991 e Santa Helena –

1989/93) e das ocupações (Alto da Boa Vista - 1988, Alto da Conquista – 1997,

Pedrinha - Nova Esperança - 2001, Nossa Senhora de Lourdes - 1999, Santa Cruz -

1988, Encosta do Conveima I - 1991, Encosta do Conveima II – Copacabana II -

1994, Santa Terezinha - 1984, Rua Paulo Rocha - 1992, Rua José Machado Costa -

1992, CGC – canteiro central - 1999, Kadija – ao lado do cemitério - 1989, Ipanema -

1980, Lagoa do Jurema -1995, Rua Anelita Nunes - Tanque Seco -1996 e Vila União

- 1987). Todas estas áreas são alvo de análise nesta pesquisa e constituem em sua

base empírica.

As ações implementadas pelo PMHP até 2004, não foram suficientes para

atender à demanda e garantir o direito à cidade e ao urbano2. Assim, a resposta

popular, continua sendo por meio das ocupações no espaço urbano, e pela pressão

popular na luta pela melhoria da qualidade de vida e, consequentemente, pelo

aumento da justiça social.

São estas constatações que evidenciam a questão central deste estudo que se

traduz na análise do processo de produção sócio-espacial da habitação popular nas

2 Aqui será considerada a análise de LEFÈBVRE acerca da cidade e do urbano, tratada em sua obra O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001. (Tradução Rubens Eduardo Frias)

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_______________________________________________________________Introdução 16

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TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

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2005

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_______________________________________________________________Introdução 22

áreas de ocupação e assentamentos da cidade de Vitória da Conquista – BA. Dessa

questão decorrem outras como, por exemplo, qual tem sido a participação do

Estado, da sociedade civil e do capital como sujeitos envolvidos nas políticas

urbanas voltadas para a produção da habitação popular? Qual o rebatimento das

ações desses sujeitos na produção dos assentamentos e ocupações? É possível

falar em melhoria da qualidade de vida e aumento da justiça social com a produção

sócio-espacial processada nos assentamentos e ocupações?

A temática em estudo apresenta quatro variáveis principais: produção sócio-

espacial, habitação popular, planejamento e gestão. Estas variáveis são ao longo do

texto examinadas, bem como outras derivações conceituais como: desenvolvimento

urbano, sociedade civil, segregação sócio-espacial, espaço público e privado,

participação cidadã, poder local, entre outros. Tais variáveis, apesar do grau de

subjetividade que possuem, foi possível, por meio de técnicas de análise e do

balanço de suas vantagens e desvantagens dar tratamento estatístico às

informações levantadas e se chegar a algum nível de mensuração.

Nesse sentido, para a análise da política de habitação popular adotou-se os

procedimentos metodológicos sugeridos por Souza (2002) acerca do planejamento e

da gestão urbana, utilizando-se de parâmetros gerais como melhoria da qualidade

de vida e justiça social e, para viabilizar a sua operacionalização e mensuração dado

ao grau de subjetividade e abstração que os envolve, observou-se os parâmetros

particulares tais como o nível de segregação residencial, o grau de desigualdade

sócio-econômica e o grau de oportunidade para participação cidadã direta em

processos decisórios importantes.

Assim, inicialmente, privilegiou-se a revisão bibliográfica, procurando uma

maior clareza teórica dos conceitos e, para tanto, foram feitas consultas a acervos

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_______________________________________________________________Introdução 23

bibliográficos analisando relatórios, artigos, livros, monografias, dissertações e teses

em órgãos públicos e particulares e no meio virtual.

Num segundo momento, considerando a inexistência ou insuficiência de

informações sistematizadas sobre a produção sócio-espacial e a habitação popular

nas áreas de assentamentos e ocupações na cidade de Vitória da Conquista, o

trabalho de campo teve um peso fundamental. Assim, foram coletadas informações

em diversas fontes (Prefeitura Municipal, Secretarias Municipais, Câmara de

Vereadores, Caixa Econômica Federal (CEF), Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Indicadores Urbanos (SNIU), Fundação

João Pinheiro, dentre outros); na sociedade civil, por meio da aplicação de 306

formulários, em todas as áreas em estudo, em dezembro de 2004, pautando-se no

critério de amostragem probabilística do tipo aleatória simples, respeitando o total

geral de residências existentes em cada área e ainda os níveis de heterogeneidade

e homogeneidade que apresentavam, de modo a garantir maior cobertura do

universo pesquisado e maior qualidade da amostragem.

Outras estratégias utilizadas junto à sociedade civil foram: as entrevistas pré-

formadas junto ao poder público, às lideranças ligadas às associações de

moradores, aos movimentos sociais, à igreja, dentre outros; a observação

estruturada e o registro fotográfico, utilizados para mostrar a paisagem habitacional

e os equipamentos e serviços urbanos coletivos, a exemplo da infra-estrutura, do

saneamento básico, educação, saúde, pavimentação, acesso à energia elétrica e

água etc nas áreas de ocupação e assentamento.

Os dados obtidos em campo foram tabulados e categorizados, produzindo

tabelas, gráficos, quadros e mapas temáticos, que permitiram fazer uma análise da

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_______________________________________________________________Introdução 24

política de habitação popular e seus rebatimentos na produção sócio-espacial.

Nesse sentido, a dissertação foi estruturada em quatro capítulos.

No primeiro, embora o tratamento teórico apareça ao longo do texto, procurou-

se fazer uma breve revisão teórico-conceitual colocando, a produção sócio-espacial,

o planejamento, a gestão e a habitação popular, no centro da discussão. Estes

conceitos foram abordados à luz de diferentes autores e concepções, no entanto,

são as contribuições de autores como Henri Lefèbvre acerca da noção da produção

espacial e a realidade urbana; Milton Santos e a compreensão do espaço como

totalidade; Marcelo Lopes de Souza que nos oferece uma abordagem do

planejamento e da gestão articulada com a qualidade de vida e a justiça social para

fins de avaliação das políticas urbanas; Ermínia Maricato e suas idéias sobre o

planejamento urbano brasileiro; Jean Lojkine e a inserção dos problemas urbanos no

contexto da produção e reprodução capitalista; Friedrich Engels e as suas

preocupações com a habitação para os trabalhadores. Estas contribuições orientam

a problematização e subsidiam as análises das questões empíricas expostas ao

longo deste trabalho.

No segundo capítulo discute-se os sujeitos envolvidos na política de

habitação popular com o intento de clarificar as tramas políticas e territoriais

que são processadas em diferentes escalas espaço-temporais. Desse modo,

avalia os papéis do Estado, da sociedade civil e do capital no planejamento e

gestão da produção da habitação popular, com o objetivo de evidenciar as

dimensões envolvidas na produção sócio-espacial: da dominação política, da

realização da vida humana e da acumulação do capital. Adverte-se, contudo,

que a relação estabelecida entre o Estado, a sociedade civil e o capital com a

produção sócio-espacial não é linear, ao contrário, é extremamente complexa e

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_______________________________________________________________Introdução 25

exigirá aqui, um grande esforço analítico e prático, uma vez que, estes sujeitos se

constituem e atuam, quase sempre, de forma bastante articulada e combinada.

No terceiro capítulo evidencia-se a materialização das intervenções na

habitação popular no espaço urbano conquistense, por meio da caracterização

social, econômica e espacial dos assentamentos e ocupações. Com isso, são

analisadas informações sobre as condições dos moradores, as condições sócio-

espaciais das moradias e a acessibilidade aos equipamentos e serviços urbanos

coletivos das áreas de assentamentos e ocupações da cidade de Vitória da

Conquista – BA. Apesar de reconhecer a indissociabilidade entre a descrição e a

análise, considerando a carência, e mesmo inexistência, de informações

sistematizadas sobre o assunto em pauta, ou, ainda o entendimento de que toda

análise prescinde de uma descrição, optou-se por privilegiar, neste capítulo, a

descrição da realidade para servir de âncora às análises.

No quarto e último capítulo, imprimindo um caráter mais analítico e conclusivo,

responde-se à seguinte questão: É possível falar em melhoria da qualidade de vida

e aumento da justiça social com a produção sócio-espacial processada nos

assentamentos e ocupações? Para tanto, são analisados o planejamento e a gestão

da habitação popular, o nível de segregação sócio-espacial, a desigualdade sócio-

econômica e o nível de participação cidadã.

As pretensões aqui explicitadas são por demais desafiadoras, mas igualmente

encantadoras e nos convida ao caminho das descobertas... .

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_____ Capítulo 1 - Produção sócio-espacial urbana e habitação popular...

26

Capítulo 1

PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL URBANA E HABITAÇÃO POPULAR

Apesar de reconhecer que a produção sócio-espacial urbana se realiza sob

diferentes dimensões, prioriza-se aqui a dimensão da habitação popular, destinada à

população sem nenhuma ou com renda mensal de até dois salários mínimos,

desenvolvida pelo Estado, pela sociedade civil e pelo capital e materializada no

espaço urbano conquistense, pelos assentamentos e pelas ocupações.

Desse modo, ao focar a produção sócio-espacial urbana e suas relações com a

produção da habitação popular, esta análise nos remete à apreciação de teorias que

permitam refletir acerca de conceitos como produção sócio-espacial, habitação

popular, planejamento e gestão, que, em geral, e, particularmente, subsidiaram as

políticas e intervenções no espaço urbano, mais especificamente, na produção da

habitação popular. Nesse capítulo, estes e outros conceitos deles decorrentes

(alguns a muito inseridos no debate geográfico, outros recentemente incorporados),

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_____ Capítulo 1 - Produção sócio-espacial urbana e habitação popular...

27

são discutidos revelando as suas contribuições diretas e indiretas para o

entendimento da produção sócio-espacial urbana, sobretudo, relacionada ao espaço

da habitação popular.

1.1 A produção sócio-espacial urbana

A análise da produção sócio-espacial urbana está inserida no contexto geral da

produção capitalista e, portanto, envolve diferentes dimensões de análise, a da

dominação política, da acumulação capitalista e da realização da vida humana. As

relações que são estabelecidas entre estas dimensões se materializam na produção

sócio-espacial urbana, que, para Lefèbvre (1976-2001) são possíveis de serem

“vistas, percebidas, sentidas e vividas”. É assim que a noção de espaço extrapola a

idéia da localização das coisas, o espaço é condição, meio e produto da realização

da sociedade humana em toda a sua multiplicidade. Essa noção procura então o

conteúdo social da reprodução da sociedade revelado pelas “práticas sócio-

espaciais”.

A concepção social do espaço presente na obra do sociólogo Henri Lefèbvre,

foi fonte de inspiração para muitos geógrafos, a exemplo de Milton Santos com a

sua concepção de espaço produto social. Por considerar de extrema importância a

contribuição de Lefèbvre para a compreensão da produção espacial, isso nos faz

verter um pouco mais em seus ensinamentos.

Ao fazer uma análise marxista do espaço Lefèbvre (1976-2001) defendia a

idéia de que:

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[...] o espaço entendido como espaço social, vívido, em estreita correlação com a prática social não deve ser visto como espaço absoluto, “vazio e puro, lugar por excelência dos números e das proporções”, nem como um produto da sociedade, “ponto de reunião dos objetos produzidos, o conjunto das coisas que ocupam e de seus subconjuntos, efetuado, objetivado, portanto funcional”. O espaço não é nem o ponto de partida (espaço absoluto), nem o ponto de chegada (espaço como produto social). (LEFÉBVRE, 1976-2001, p.29-30)

Ao se referir à produção espacial tendo como objeto à realidade urbana, o

mesmo autor conclui que para desvendá-la é necessário “ir além da idéia de

organismo que dominou o pensamento teórico sobre a cidade nos últimos anos”.

Desse modo, oferece para a análise da racionalidade urbana a distinção de três

tipos de urbanismo: 1 – O urbanismo dos homens de boa vontade (arquitetos,

escritores) com uma “boa dose de nostalgia”, resultando num “formalismo” (adoção

de modelos que não tem nem conteúdo, nem sentido) ou num “esteticismo” (adoção

de modelos antigos pela sua beleza, que se joga como ração para o apetite dos

consumidores); 2 – O urbanismo dos administradores ligados ao setor público

(estatal) este urbanismo se pretende científico, entretanto, este cientificismo que

acompanha as formas deliberadas do racionalismo operatório, tende a negligenciar

o “fator humano”; e 3 – O urbanismo dos promotores de vendas, concebido e

realizado, sem nada ocultar, para o mercado, visando o lucro. Portanto, urbanismo

mercadoria com “valor de troca” (LEFÈBVRE, 1976-2001, pp.23-26).

Apesar de reconhecer que a cidade possui relações com a sociedade em seu

conjunto e com sua história, avalia que:

[...] as transformações da cidade não são os resultados passivos da globalidade social, de suas modificações. A cidade depende também e não menos essencialmente das relações de imediatice, das relações diretas entre as pessoas e grupos que compõem a sociedade; ela não se reduz mais à organização dessas relações imediatas e diretas, nem suas metamorfoses se reduzem às mudanças nessas relações. Ela se situa num meio termo, a meio

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caminho entre aquilo que se chama de ordem próxima e a ordem distante (LEFÈBVRE, 1976-2001, p.46).

A cidade é, portanto, uma “mediação entre as mediações”, pois,

[...] contendo a ordem próxima, ela a mantém; sustenta relações de produção e de propriedade; é o local de sua reprodução. Contida na ordem distante, ela se sustenta; encarna-a; projeta-a sobre um terreno (o lugar) e sobre um plano, o plano da vida imediata; a cidade inscreve essa ordem, prescreve-a, escreve-a, texto num contexto mais amplo e inapreensível como tal e não ser para a meditação (idem.,1976-2001, p.46).

Com esta constatação, entende que a cidade é obra, a ser associada mais com

a “obra de arte do que com o simples produto material. E, se há uma produção da

cidade, e das relações sociais da cidade, é uma produção e reprodução de seres

humanos por seres humanos, mais do que uma produção de objetos” (LEFÈBVRE,

2001, p.47). E acrescenta:

Se se considera a cidade como obra de certos “agentes” históricos e sociais, isto leva a distinguir a ação e o resultado, o grupo (ou os grupos) e seu “produto”. Sem com isso separá-los. Não há obra sem uma sucessão de atos e de ações, de decisões e de conduta, sem mensagens e sem códigos. Tampouco há obras sem coisas, sem uma matéria a ser modelada, sem uma realidade prático-sensível, sem um lugar, uma “natureza”, um campo e um meio... . “Há portanto uma ocasião em uma razão para se distinguir a morfologia material da morfologia social. Talvez devêssemos introduzir aqui uma distinção entre a cidade, realidade presente, imediata, dado prático-sensível, arquitetônico – e por outro lado o “urbano”, realidade social composta de relações a serem concebidas, construídas ou reconstruídas pelo pensamento. Todavia esta distinção parece perigosa e a denominação proposta não é manejada sem riscos (idem.,1976-2001, p.48).

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Por assim entender, o espaço é compreendido como o lugar onde as

reproduções das relações sociais de produção acontecem e se materializam

(re)desenhando as formas espaciais. Como dito anteriormente, este lugar não é

apenas o da localização, mas a própria sociedade numa de suas dimensões.

Neste contexto, o espaço passa a ser concebido também como uma

totalidade3, uma vez que a natureza e a sociedade se reproduzem historicamente

através de um movimento interdependente e dialético, ou seja, por intermédio do

trabalho produtivo, o homem historiciza a natureza e naturaliza a si próprio gerando

assim, a natureza socializada una, a realidade objetiva una. Logo, a noção de

espaço como totalidade se impõe. Santos (1995, apud Corrêa, p.26-27) considera

que a sociedade e o espaço não podem ser tratados separadamente, pois,

[...] uma sociedade só se torna concreta através de seu espaço, do espaço que ela produz e, por outro lado, o espaço só é inteligível através da sociedade. Não há, assim, por que falar em sociedade e espaço como se fossem coisas separadas que nós reuniríamos a posteriori, mas sim de formação sócio-espacial. (CORREA, 1995, p. 26-27)

Santos (1980) sugere que o espaço assim definido deve ser considerado como

um fato social, um produto da ação humana, uma natureza socializada, pois é

através do seu trabalho de cunho produtivo e social que o homem como sujeito da

história vai construindo o espaço.

Para Moreira (1993), o espaço constitui assim, instância fundamental da

produção social, identifica-se com o espaço totalizante da formação econômico

3Segundo SANTOS (1980), o espaço deve ser concebido como uma totalidade, embora a prática de análise exige que se encontre a possibilidade de dividi-lo em partes, pois a análise é uma forma de fragmentar o todo que permite ao seu término, a reconstituição desse todo. Não se trata assim de uma compartimentação positivista.

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social, o que significa que a estrutura espacial e sua dinâmica subordina e, ao

mesmo tempo, está subordinada pela formação econômico-social. Percebe-se

então que ambas se interligam dialeticamente, pois conforme Moreira,

A formação econômico-social organiza a formação espacial em si organizando, estrutura a formação espacial em si estruturando, origina a formação espacial em si originando, transfere suas leis de organização e movimento, isto ocorre também no sentido inverso, o da formação espacial para a formação econômico-social (MOREIRA, 1988, p.46).

Acredita-se que é em função da dinâmica social que se pode compreender a

produção do espaço geográfico. Ainda segundo Moreira,

O espaço é a sociedade vista como sua expressão material visível. A sociedade é a essência, de que o espaço geográfico é a aparência, encerrando esta síntese o fundamento da teoria e do método geográfico. (MOREIRA, 1988, p. 35).

O espaço urbano examinado por esta perspectiva permite captar e entender os

processos que o produz e lhe dão forma, conteúdo e sustentação. A produção sócio-

espacial da habitação popular, voltada para a população sem nenhuma ou com

renda mensal de até dois salários mínimos, em Vitória da Conquista - BA está

materializada nas áreas aqui identificadas pelos assentamentos e ocupações

urbanos e serão analisadas pelo prisma da dominação política (Estado), da

acumulação capitalista (Capital) e da realização da vida humana (sociedade civil).

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1.2 O Planejamento e a gestão na produção do espaço urbano.

A discussão do planejamento e da gestão é aqui valorizada por compreender

que estes se constituem nos principais instrumentos utilizados pelo Estado, pelo

capital e, também, pela sociedade civil, na produção do espaço urbano. Embora, as

concepções defendidas entre estes, sejam diferenciadas e, geralmente, opostas e

conflitantes.

Por assim entender, propõe-se rever os pressupostos teóricos que envolvem

esses conceitos, sobretudo na geografia, bem como o comportamento assumido

pelo planejamento e, posteriormente, pela gestão, em diferentes contextos espaciais

e temporais, na produção do espaço urbano.

A análise acerca do planejamento urbano aparece em concomitância com os

primeiros estudos urbanos, antes mesmo da institucionalização da Geografia como

disciplina acadêmica entre 1870 e 1913, com os estudos descritivos de Humboldt e

profissionais de outras áreas como Robert Owen, Michel Perreymond, Marx, Engels

etc, que analisavam os problemas urbanos face ao processo de industrialização

desencadeado pela Revolução Industrial. Aí já se evidenciavam preocupações com

o planejamento urbano.

Com a afirmação da geografia urbana a partir dos trabalhos de Vidal de la

Blache, L. Gallois, Marcel Aurousseau, R. Blanchard, com a consolidação da “Escola

de Chicago” (Robert Park, Ernest Burgess, Roderick Mckenzie) e, ainda, com as

publicações importantes de Sociólogos (Max Weber) e Arquitetos (Patrick Geddes,

Le Corbusier, Lewis Mumford etc), o planejamento urbano tem a sua fase de auge e

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se fortalece. Entretanto, tem aqui uma carga naturalista com ênfase na morfologia

urbana4.

É somente a partir da década de 1970 que se observa as primeiras críticas ao

pensamento conservador (que via o planejamento urbano como instrumento de

manutenção do status quo capitalista), por meio da introdução dos princípios

marxistas na análise do espaço urbano nas obras de Henri Lefèbvre em “O direito à

cidade” (1976-2001), Manuel Castells em “A questão urbana” (1972-2000), David

Harvey em “A justiça social e a cidade” (1973-1980) e Edward Soja em “Geografias

pós-modernas: A reafirmação do espaço na teoria social crítica” (1989-1993).

Apesar de algumas divergências pontuais em suas análises, esses autores

passaram a apontar os problemas conceituais e práticos do planejamento urbano.

Lefèbvre (1976-2001) como vimos em linhas atrás, mostra que para desvendar

a realidade urbana é necessário “ir além da idéia de organismo”, afirmando que é

possível “apreender a especificidade da cidade (dos fenômenos urbanos)” e, para

tanto, o urbano não deve ser pensado sem considerar a sua base morfológica,

material, prático-sensível, sob o risco de se produzir uma urbanização sem

urbanidade.

Castells e Harvey citados por Souza (2002, p.26), historicizam os problemas

sociais manifestados na cidade, “encarando o espaço urbano como produto social e

os “problemas urbanos” como problemas relacionados com a dinâmica das relações

de produção e a estrutura de poder na sociedade capitalista”.

Soja (1989-1993) afirma que “a Escola de Ecologistas Urbanos de Chicago

revelou a geometria geral” da “regionalização urbana particular, mas sepultou sua

4 Um resumo dos trabalhos publicados nesta, e nas épocas seguintes, podem ser encontrados em Vasconcelos (1999).

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poderosa instrumentalidade sob uma obscurecedora ideologia do naturalismo e/ou

do relativismo cultural” (SOJA, 1979-2001, p. 216).

Apesar da procedência das críticas ao planejamento conservador, percebe-se

que a análise marxista era generalizante por considerar que todo planejamento

estava condenado, pois se enquadravam na lógica conservadora da sociedade

capitalista.

Na prática, o modelo de planejamento urbano modernista, funcionalista

produziu, com os instrumentos da reprodução do capital, intensos problemas sócio-

espaciais nas cidades em todo o mundo, como a segregação, a concentração dos

equipamentos e serviços urbanos coletivos, dentre outros. Na América Latina,

tomando o Brasil como parâmetro, segundo Rolnick (1997, p. 352) o planejamento

urbano esteve dominado por uma concepção de cidade e de estratégia de

intervenção na política urbana baseada em uma “visão que alia a tradição do

urbanismo higienista, em sua versão funcionalista pós-Carta de Atenas, a uma

Economia Política Desenvolvimentista com forte protagonismo do Estado”,

materializada na abertura de grandes avenidas para circulação de automóveis, na

construção dos conjuntos habitacionais populares, como veremos mais adiante.

Ribeiro e Cardoso (2003) ao recuperarem a história do planejamento urbano

brasileiro, citam a cidade do Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 1930 e a

aplicação do Plano Agache e as idéias de Le Corbusier5, cujo objetivo era eliminar

as “disfunções” geradas pelas formas “arcaicas” de uso e ocupação do solo, que

eram incompatíveis com as novas necessidades geradas pela industrialização. Já

nas décadas de 1960 e 1970, com o agravamento dos problemas urbanos frente ao

processo crescente de migração campo-cidade, observa-se o uso de maior 5 Para Ribeiro e Cardoso (2003) na visão corbuseana, consagrada na Carta de Atenas, buscava-se adequar o crescimento da cidade às “necessidades humanas”, definidas a partir de 4 funções básicas e universais: habitar, trabalhar, recrear-se e circular.

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racionalidade e tecnicismo ao planejamento urbano para integrá-lo à proposta

desenvolvimentista.

Todo esse contexto é percebido com a criação dos conjuntos habitacionais que

serão a principal resposta dada pelos planejadores. Esta visão tecnicista levou a

uma fragilidade política da questão urbana e habitacional e, desse modo, foi alvo de

duras críticas. Ribeiro e Cardoso consideram que a credibilidade das práticas e das

instituições de planejamento foi extremamente abalada, pois,

[...] eram apontadas como instrumentos de legitimação do regime político autoritário, que pretendia encarnar a imagem de um governo orientado apenas pelos princípios da racionalidade e da competência técnica. (RIBEIRO e CARDOSO, 2003, p. 106)

Maricato (2000) também ao analisar este modelo de planejamento urbano

conclui que:

[...] esse modelo, definidor de padrões holísticos de uso e ocupação do solo, apoiado na centralização e na racionalidade do aparelho de Estado, foi aplicado a apenas uma parte das nossas cidades: na chamada cidade formal ou legal. A importação dos padrões do chamado “primeiro mundo”, aplicados a uma parte da cidade (ou da sociedade) contribuiu para que a cidade brasileira fosse marcada pela modernização incompleta ou excludente. (MARICATO, 2000, p. 123)

Diante deste quadro, o enfrentamento a esta visão tecnicista pelos setores

populares era inevitável, no sentido de exigir políticas que permitissem a melhoria

das condições de vida da população que se encontrava à margem do

desenvolvimento urbano. Nesse momento um fato curioso se apresenta: os setores

populares não ficariam sozinhos na crítica ao planejamento urbano, os planejadores

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conservadores, também vão dirigir ofensivas contundentes a esse tipo de

planejamento. Segundo Souza (2002) isto se explica e toma fôlego,

[...] na esteira tanto de uma certa frustração com os resultados da intervenção estatal em geral [...] quanto de um enfraquecimento das bases materiais do planejamento típico dos welfare states dos países capitalistas centrais: o crescimento econômico e a capacidade de investimento e regulação do Estado.(SOUZA, 2002, p.30)

Assim, o planejamento urbano que já estava bastante fragilizado pelas críticas

marxistas, passa nas décadas recentes, por mais uma intensa desqualificação

levando-o praticamente à extinção. Ainda na análise de Souza (2002, p.30), “a

hegemonia ideológica do neoliberalismo e a crise do welfare state representam um

enfraquecimento [...] tanto efetivo quanto ideológico do planejamento, até então,

estreitamente associado a um Estado intervencionista”.

Entretanto, neste contexto de crise, ainda assim, o planejamento ressurge com

novas perspectivas para o planejamento urbano com o intuito de atender às novas

exigências da reprodução do capital, agora atreladas aos princípios do Estado

mínimo da ideologia neoliberal. Sobre a fase de transição do planejamento

modernista para um planejamento orientado pela política neoliberal Maricato sinaliza

que:

Após um século e meio de vida, a matriz de planejamento urbano modernista (e mais tarde funcionalista), que orientou o crescimento das cidades dos países centrais do mundo capitalista, passou a ser desmontada pelas propostas neoliberais que acompanham a reestruturação produtiva no final do século XX. (MARICATO, 2000, p. 123)

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Borja (1997, p. 80-81) também faz uma análise das implicações deste modelo

de planejamento urbano em todos os continentes e afirma que nos Estados Unidos o

neoliberalismo “não só suprimiu brutalmente grande parte dos serviços sociais que

atendiam às necessidades mínimas de um terço das populações urbanas, mas

favoreceu a desindustrialização e o desemprego nas cidades, bem como a queda

nas receitas dos governos locais”. Contudo, acredita que esta tendência teria sido

seguida por uma outra, que foi a da reação de algumas cidades, por meio de

projetos estratégicos, que combinavam objetivos tanto de crescimento econômico

quanto de desenvolvimento urbano.

Estes projetos buscavam soluções para os problemas gerados pela

degradação ambiental, pelas crescentes desigualdades sociais e pela insegurança

citadina. Nessa perspectiva o autor afirma que cidades como Los Angeles, São

Francisco, Detroit, Seatle etc., a partir do “planejamento estratégico e da cooperação

público-privada, demonstraram ao mesmo tempo a negatividade da abertura política

neoliberal e a capacidade de resposta das cidades” (BORJA, 1997, p. 81). No Leste

Europeu, (Berlim, Budapeste, Praga, Varsóvia etc) “os movimentos político-sociais

que expressaram a rebelião da sociedade civil quase sempre se denominaram

‘movimentos cívicos’. E é nas cidades que se tem reconstruído não só a organização

democrática, mas também a economia competitiva” (BORJA, 1997, p.81).

Ao investigar este processo na América Latina, Borja (1997) acredita que

[...] os processos de democratização política e de descentralização do Estado revalorizaram o papel das cidades e os governos locais. No entanto, as limitações desses mesmos processos; os efeitos sociais das políticas de ajuste, que se somaram às desigualdades e marginalidades herdadas; a fragilidade do tecido sócio-cultural das cidades e os graves déficits de infra-estrutura e serviços públicos têm atrasado a emergência das cidades como protagonistas (BORJA, 1997, p.81)

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Mas, na década de 1990, cidades como Buenos Aires, Bogotá, Cidade do

México e as cidades brasileiras pós Constituição de 1988, emergem como atores

políticos e econômicos, a partir da implementação de projetos de reforma urbana,

elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento econômico, social e urbano,

baseados numa ampla participação cívica; descentralização dos governos locais;

implementação de grandes projetos urbanos de iniciativa pública e, ou privada;

cooperação entre ambos os setores etc.

A análise deste cenário internacional permitiu ao autor concluir que se o século

XX foi o século das cidades, o século XXI será do urbano, sendo que o progresso

econômico, o bem-estar social e a integração cultural dos povos se determinarão em

grande parte nas cidades. Contudo, é necessário advertir, que esta análise é para

muitos, absolutamente parcial e preconceituosa, pois, assim, os povos dos campos

não existiriam e não teriam nenhuma importância social.

Analisando o cenário brasileiro, Ribeiro e Cardoso (2003) colocam que:

[...] a retomada da discussão do planejamento urbano no Brasil assume uma grande importância, tendo em vista o quadro político-intelectual, em que o discurso neoliberal prossegue na sua cruzada contra o Estado, apontando-o como corrupto, ineficaz, caro e irracional. No bojo desta campanha, privatizaram-se empresas estatais e desenvolveu-se o esvaziamento político, administrativo e financeiro das instituições públicas, ameaçando a sobrevivência dos setores responsáveis pelas políticas sociais. (RIBEIRO e CARDOSO, 2003, p. 103)

Esta nova dinâmica econômica, política e territorial veio acompanhada de

profundos problemas sociais e políticos, os quais colocaram em xeque o papel do

Estado e da sociedade civil nesta nova conjuntura e exigiram modificações em suas

atuações. Diante disso, observa-se a construção de um discurso que enfatiza a

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privatização dos serviços públicos, parcerias público e privado6, afirmação do Estado

mínimo, dentre outros.

No Brasil, este discurso se realizará nos três níveis de governo (Federal,

Estadual e Municipal) e será materializado, como dito anteriormente, na

descentralização administrativa (Constituição de 1988), que prevê na estrutura

administrativa horizontal maior envolvimento dos atores sociais nas decisões de

governo, denominado, por alguns, de governança.

Le Gales (1985, apud, BOURDIN 2001) afirma que “o conceito de governança

[...] sugere que se coloque o acento nas formas de coordenação horizontal e vertical

da ação pública”. Na avaliação de Bourdin, isto enfraqueceria o Estado

governamental, e fortaleceria outras autoridades estatais (a justiça, as autoridades

independentes), as coletividades territoriais e ainda componentes da sociedade civil.

Uma outra análise do planejamento estratégico urbano pode ser vista em

Souza (2002, p.32) que acredita ser este, o substituto do planejamento com forte

intervenção estatal para um planejamento com forte tendência “darwiniana” em que

o “Estado tornou-se mais frágil, as contradições tornaram-se mais explícitas e

direitos sociais vem sendo erodidos”. Nesse sentido, entra em cena um

planejamento mais “mercadófilo”, distinguindo-se três tipos de planejamento: o

subordinado às tendências dos mercados, o de facilitação e o de administração

privada.

O primeiro, limita-se a acompanhar as tendências sinalizadas pelo próprio mercado, abdicando, diversamente do que era o apanágio do planejamento regulatório, de tentar controlar e disciplinar aquele. O segundo, representa um grau a mais na escala de mercadofilia: longe de apenas acompanhar e tentar mimetizar o mercado, serve para estimular a

6 No que se refere às parcerias público e privadas, constata-se a privatização do público e a

publicização do privado. Lamentavelmente, esta integração do público com o privado, quase sempre se opõe aos direitos da cidadania e promove uma redução dos espaços públicos nas cidades.

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iniciativa privada, oferecendo-lhe numerosas vantagens e regalias, de isenções tributárias a terrenos e infra-estrutura subsidiados, de informações vitais à suspensão ou abolição de restrições de uso impostas por zoneamentos para determinada área e o terceiro, incorpora os próprios métodos e a experiência da iniciativa privada, enfatizando parcerias público/privado. Trata-se de confiar largas fatias do planejamento e da administração de espaços públicos aos cuidados da iniciativa privada, tida como mais eficiente onde, todavia, não se abre mão de generosos subsídios estatais [...]. (SOUZA, 2002, p.32)

Esta tendência do planejamento urbano fez com que se intensificassem os

problemas sócio-espaciais urbanos e, conseqüentemente, fortalecesse o discurso de

defesa do fim do planejamento ou a sua substituição pela gestão, que, segundo os

seus defensores seria mais apropriado para o contexto atual, que exige maior

rapidez no atendimento às demandas crescentes e, portanto, mais eficaz no

atendimento ao imediatismo.

Assim, ganham força conceitos como Gestão Ambiental, Gestão Urbana,

Gestão Territorial etc, antes próprios da linguagem empresarial. A geografia, desse

modo, intensifica o diálogo com outras áreas do conhecimento, a exemplo da

administração, economia, sociologia etc, que vêm desenvolvendo importantes

estudos sobre a gestão.

Para Gohn (2004, p.63) “o conceito de governança alterou o padrão e o modo

de se pensar a gestão de bens públicos, antes restritos aos atores presentes na

esfera pública estatal”. A democratização da gestão urbana passa, então, pela

ampliação da esfera pública, com a ”gestão compartilhada entre diferentes agentes e

atores, tanto da sociedade civil como da sociedade política”. Os conselhos gestores,

para esta autora, imprimirão uma nova relação entre o Estado e a sociedade, criando

novas formas de contrato social, por meio da ampliação da esfera social pública.

As novas relações entre o Estado e a sociedade civil, provocam um

estreitamento entre estes, dificultando a percepção de seus limites, tanto teóricos

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quanto práticos. Este último tem sido responsável pelo acirramento do confronto

entre o Estado e a sociedade civil. Diante disso, Gohn chama atenção ainda para a

distinção ente espaço público e esfera pública. O primeiro, é “o espaço de encontro

de cidadãos, seres humanos plurais, refletindo e agindo no mundo da vida,

exercitando a condição humana” e o segundo, é “o lugar da mediação institucional

da participação organizada da sociedade civil e de representantes da sociedade

política” (GOHN, 2004, p 71).

As mudanças na conjuntura política brasileira e a ampliação da esfera pública

levaram ao repensar de conceitos como sociedade civil, público e privado,

participação popular, cidadania, entre outros, os quais serão abordados nos

capítulos seguintes, quando se analisará as bases empíricas dessa pesquisa.

Importa aqui considerar que estas mudanças exigem reformulações teórico-

metodológicas do planejamento urbano bem como a inserção das novas formas de

gestão em todas as suas dimensões.

Face a esta tendência, algumas reações aparecem na academia e, mais

especificamente, na geografia, resultando no resgate de conceitos como o

planejamento e estreitando o diálogo como o conceito de gestão. Destaca-se,

portanto, as contribuições de Souza (2002) que contrapõe-se tanto à idéia de que o

planejamento não presta quanto à de sua substituição pela gestão. Defende o

planejamento não como instrumento para a manutenção da ordem capitalista, como

previam os planejamentos convencionais, intervencionistas ou regulacionistas, mas

como promotores do desenvolvimento sócio-espacial urbano no qual a melhoria da

qualidade de vida e o aumento da justiça social constituam seus principais pilares,

portanto, um planejamento socialmente crítico que no entender de Souza (2002)

deve ser apreendido como pesquisa científica aplicada, desse modo, necessita,

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[...] por um lado, manter-se vigilante diante do senso comum, desafiando-o e buscando “ultrapassa-lo” ao interrogar o não interrogado e duvidar de certezas não-questionadas; ao mesmo tempo, um planejamento crítico não-arrogante não pode simplesmente ignorar os “saberes locais” e os “mundos da vida” (Lebenswelten) dos homens e mulheres concretos, como se as aspirações e necessidades destes devessem ser definidas por outros que não eles mesmos. (SOUZA, 2002, p.37)

A gestão, por sua vez, é concebida como complementar ao planejamento e não

como substituto deste. A gestão não pode ser realizada desvinculada do

planejamento e nem o planejamento pode ser pensado sem se considerar a sua

execução. Com isso corrobora-se com Souza (2002) quando avalia que:

[...] planejar significa tentar prever a evolução de um fenômeno ou, para dize-lo de modo menos comprometido com o pensamento convencional, tentar simular os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor precaver-se contra prováveis problemas ou, inversamente, com o fito de melhor tirar partido de prováveis benefícios. De sua parte, gestão remete ao presente: gerir significa administrar uma situação dentro dos marcos dos recursos presentemente disponíveis e tendo em vista as necessidades imediatas. O planejamento é a preparação para a gestão futura, buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de manobra; e a gestão é a efetivação, ao menos em parte [...] das condições que o planejamento feito no passado ajudou a construir. Longe de serem concorrentes ou intercambiáveis, planejamento e gestão são distintos e complementares. (SOUZA, 2002, p. 46)

Todavia, o autor destaca cinco grandes desafios para a viabilização desta

proposta. O primeiro refere-se à valorização crítica simultânea das dimensões

política e técnico-científica do planejamento e da gestão, sem superestimação do

peso de nenhum dos pólos; o segundo é a seleção de instrumentos de planejamento

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e gestão afinados com a proposta de mudança social; o terceiro constitui-se na

crítica à racionalidade instrumental por meio da racionalidade comunicativa

Habermasiana7; o quarto é a reflexão sobre o significado e alcance de termos e

expressões como “participação popular”, cujos conteúdos raramente são

examinados crítica e profundamente; o quinto e último desafio é contextualizar o

planejamento nos marcos mais amplos da produção teórica do conjunto das ciências

sociais, inclusive no que diz respeito às teorias do desenvolvimento.

O planejamento e gestão urbanos defendidos por Souza objetivam contribuir

para uma mudança social positiva e constituem-se em estratégia para o

desenvolvimento sócio-espacial.

Convém, portanto, prestar alguns esclarecimentos sobre os pilares que

sustentam esta proposta bem como apresentar as bases que lhe servirão de

parâmetro para a certificação de que os objetivos perseguidos: a melhoria da

qualidade de vida e aumento da justiça social sejam, de fato, concretizados.

Coloca-se, inicialmente que a concepção de desenvolvimento defendida não se

vincula exclusivamente ao desenvolvimento econômico difundido no mundo

ocidental. Não se limita ainda ao desenvolvimento social, mas também ao espacial.

O desenvolvimento para Souza (2002, p. 60-61) é entendido como “mudança social

positiva”, cujo conteúdo deve ser definido considerando “os desejos e expectativas

de grupos sociais concretos, com seus valores culturais próprios e suas

particularidades histórico-geográficas”. Para tanto, propõe o uso do conceito de

autonomia como princípio orientador central para o desenvolvimento sócio-espacial

urbano.

7 Para Habermas (1981 apud SOUZA, 2002, p. 38) a racionalidade instrumental orienta a “ação estratégica” em que a linguagem não é utilizada para fins de entendimento, mas sim para fins de dominação e cooptação. Já a racionalidade comunicativa não se deixa aprisionar por uma análise acrítica da adequação entre meios e fins. Acreditando, portanto, no poder da conversação argumentativa em gerar consenso.

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A autonomia colocada pelo autor em questão é fundamentada pela filosofia

política de Cornelius Castoriadis, na qual, a democracia é viabilizada pelo projeto da

autonomia, que deve ser considerado sob duas dimensões: a autonomia individual e

a autonomia coletiva. A autonomia individual “é a capacidade de indivíduos

particulares de realizarem escolhas em liberdade, com responsabilidade e com

conhecimento de causa” e a autonomia coletiva trata-se do ”consciente ou explícito

autogoverno de uma determinada coletividade o que depreende garantias político-

institucionais, assim como uma possibilidade material efetiva” (SOUZA, 2002, p.

174), refere-se, portanto, às instituições e às condições materiais.

Contudo, considerando que a autonomia individual depende não apenas das

situações particulares e psicológicas, mas também políticas e materiais, estas duas

dimensões constituem-se, então, em “dois lados de uma mesma moeda”.

Se por um lado a autonomia individual se relaciona com o princípio de

alteridade8, por outro, a autonomia coletiva, em que a justiça social é posta, vincula-

se com o princípio da igualdade de oportunidades. No entanto, o autor adverte que

“a pretensa oposição entre a liberdade individual e a igualdade em um plano coletivo

é, precisamente, uma deformação ideológica a ser combatida”. (SOUZA, 2002, p.

65)

O autor reconhece-se que o caminho democraticamente mais legítimo para o

alcance de mais justiça social e melhor qualidade de vida é

[...] quando os próprios indivíduos e grupos específicos definem os conteúdos concretos e estabelecem as prioridades com relação a isso, podem-se considerar justiça social e qualidade de vida como subordinados à

8 A alteridade é aqui entendida como o “direito à diferença”, em que se incluem percepções distintas das próprias necessidades, e desde que perseguir a satisfação dessas necessidades não fira as liberdades básicas de outrem”. (SOUZA, 2002, p. 65)

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autonomia individual e coletiva enquanto princípio e parâmetro. (SOUZA, 2002, p. 66. grifo nosso)

Além da subordinação da justiça social e da qualidade de vida à autonomia

individual e coletiva, estes dois parâmetros gerais não podem ser tomados

isoladamente sob pena de se tornarem insuficientes para avaliações e estratégias

de desenvolvimento sócio-espacial.

Isto posto, Souza (2002) entende que justiça social e qualidade de vida são

parâmetros gerais abstratos, logo, de difícil mensuração e ainda estão vinculados a

diferentes esferas (justiça social à esfera pública e qualidade de vida à esfera

privada). Sendo assim, recomenda o uso de “parâmetros subordinados particulares”

para facilitar a sua operacionalização.

Cita como exemplos de parâmetros subordinados particulares ligados à justiça

social, “o nível de segregação residencial, o grau de desigualdade sócio-econômica

e o grau de oportunidade para participação cidadã direta em processos decisórios

importantes”, e à qualidade de vida seria a “satisfação individual no que se refere à

educação, saúde e à moradia”. (SOUZA, 2002, p. 67)

Vê-se, com isso, que a sociedade autônoma pretendida na visão castoriadiana

difere da sociedade “perfeita” preconizada por marxistas (sociedade comunista) ou

da sociedade harmônica sem poder e conflito idealizada pelos anarquistas. Na

sociedade autônoma, “a separação institucionalizada entre dirigentes e dirigidos foi

abolida, com isso dando-se a oportunidade de surgimento de uma esfera pública

dotada de vitalidade e animada por cidadãos conscientes, responsáveis e

participantes” (SOUZA, 2002, p. 175).

A ação comunicativa proposta por Habermas (1981, apud SOUZA, 2002, 38-

39), conforme mencionado anteriormente, é, pois o caminho para ”acordos

voluntários em nome da cooperação”, em que orienta o “entendimento por meio da

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comunicação em que deve prevalecer o melhor argumento”. Assim, acredita-se na

possibilidade de reconciliar diferenças.

Na sociedade autônoma, o poder e o conflito estarão sempre presentes,

permitindo que a sociedade seja, permanentemente, reinventada. Desse modo,

Castoriadis conclui que,

[...] uma sociedade justa não é uma sociedade que adotou leis justas para sempre. Uma sociedade justa é uma sociedade onde a questão da justiça permanece constantemente aberta, ou seja, onde existe sempre a possibilidade socialmente efetiva de interrogação sobre a lei e sobre o fundamento da lei. Eis aí uma outra maneira de dizer que ela está constantemente no movimento de sua auto-instituição explícita. (CASTORIADIS, 1983, p.33 apud SOUZA, 2002, p. 175)

O desenvolvimento sócio-espacial é, então, um “infindável processo de busca

do justo e do melhor em matéria de instituições e relações sociais” (SOUZA, 2002, p.

186), ou seja, a busca pela mudança social positiva, tendo o planejamento e a

gestão como estratégias centrais.

Por último, deve-se colocar que, a propósito das diferentes concepções de

planejamento e gestão aqui explicitados, a idéia de planejamento e gestão urbanos

nos moldes propostos por Souza, orientará as análises acerca da habitação popular

e da produção sócio-espacial, aqui tomados para estudo. Deve-se advertir mais uma

vez que a discussão do planejamento e da gestão é apenas uma das vertentes

desta análise, tendo em vista que a habitação popular não se realiza exclusivamente

pelo planejamento e gestão públicos estatais. Ao contrário, em Vitória da Conquista,

como veremos adiante as ocupações urbanas, sobretudo na década de 1980, é a

alternativa encontrada pela população para o problema de moradia.

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1.3 A produção da Habitação Popular.

A produção da habitação popular para os trabalhadores foi tratada desde

Engels em 1945 em sua obra “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”

quando denunciava as implicações da revolução industrial na Inglaterra na produção

do espaço da habitação popular nas cidades inglesas, mostrando a intensa

segregação e exclusão sócio-espacial que se revelava na distinção clara entre as

áreas ocupadas pela burguesia e as áreas ocupadas pelo proletariado. Nesta época,

Londres possuía 2,5 milhões de habitantes9. Seus relatos evidenciam que a

passagem da manufatura para a grande indústria é marcada pela “penúria da

habitação” (as vivendas na Inglaterra, as casernas em Paris, Viena etc).

A sua análise apontava que o problema da habitação era resultante da forma

burguesa de sociedade, o que pode ser constatado nesta síntese:

[...] uma sociedade não pode existir sem crise de habitação, quando a grande massa dos trabalhadores dispõe exclusivamente apenas do seu salário, quer dizer, da soma de meios indispensáveis à sua reprodução; quando novos melhoramentos mecânicos, tiram incessantemente trabalho a grandes massas de operários; quando crises industriais violentas e cíclicas determinam, por um lado, a existência de um importante contingente de reserva de desempregados e, por outro, lançam momentaneamente para a rua a grande massa dos trabalhadores; quando estes são amontoados nas grandes cidades e isto a um ritmo mais rápido que o da construção de habitações nas circunstâncias actuais e quando aparecem sempre inquilinos, mesmo para os pardieiros mais ignóbeis; quando, enfim, o proprietário de uma casa, na sua qualidade de capitalista, tem não só o direito, mas também, em certa medida, graças à concorrência, o dever de retirar da sua casa, sem escrúpulos, as rendas mais elevadas possível. Numa tal sociedade, a crise da habitação não é um acaso, é uma instituição necessária; ela só pode ser eliminada, tal como as suas repercussões para a saúde, etc, se toda a ordem social de que ela decorre for completamente transformada. (ENGELS, 1887, p. 48-49)

9 In: Souza, 2000, p. 26

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Nessa perspectiva, acreditava que só o proletariado vitorioso poderia por fim a

este quadro de degradação em que se encontrava a habitação e os outros

problemas sociais.

Mais tarde assistimos algumas ações do Estado no sentido de “resolver” os

problemas urbanos, dentre eles o da habitação, a exemplo do planejamento urbano

de Haussmann10, cujo objetivo era abrir longas avenidas, construir espaços grandes

e luxuosos e, com isso, construir a cidade do luxo. Este modelo foi difundido nos

grandes centros urbanos da Europa. Contudo, a observação de Engels sobre a

aplicação do planejamento de Haussmann na cidade de Manchester na Inglaterra

em 1884, não é muito alentadora: “as ruelas e os becos mais escandalosos

desaparecem e a burguesia glorifica-se altamente com esse imenso sucesso, mas

ruelas e becos ressurgem imediatamente noutro lado e muitas vezes na vizinhança

imediata” (1887, p. 75). E ainda acrescenta: “os focos de epidemias, as caves mais

imundas, nas quais noite após noite o modo de produção capitalista encerra os

nossos trabalhadores, não são eliminados, mas simplesmente [...] deslocados!”

(1887, p. 77).

Lefèbvre (1970-2002, p. 104) considera que o urbanismo haussmaniano

significou a “estripação de Paris de acordo com uma estratégia, expulsão do

proletariado para a periferia, invenção simultânea do subúrbio e do habitat,

aburguesamento, como despovoamento e apodrecimento dos centros”. È importante

destacar que Lefébvre faz uma distinção clara entre o habitar e o habitat. Para ele, o

tratamento dispensado à habitação para os trabalhadores reduziu o habitar em

habitat, no qual restringe os seres humanos a atos elementares como comer, dormir

e reproduzir-se. A casa significa abrigo e não habitação. Desse modo, são negados

10 Haussmann era Prefeito de Paris de 1853 a 1869.

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aos trabalhadores o direito ao urbano, à vida urbana. Abre-se um parêntese para

dizer que esta noção de habitação tem sido distorcida ainda hoje, sobretudo, em

projetos arquitetônicos e urbanistas os quais reduzem o conceito de habitação ao

abrigo, negando o direito à cidade. O desgaste do conceito levou, em muitos casos,

a sua substituição pelo de moradia o qual envolve não apenas o acesso à casa, mas

também o direito ao urbano, à cidade. Entretanto, não é essa a opção que se faz

nesta pesquisa, o conceito de habitação proposto por Lefèbvre é mantido, pois

entende-se que já continha a noção de moradia hoje proposta e, nesses termos,

habitação e moradia são aqui tratados como sinônimos. Para fechar o parêntese,

reafirma-se que o problema não residia no conceito de habitação em si, mas, no uso

que se fez dele.

Voltando ao período de vigência do urbanismo haussmaniano, observa-se que

ele antecipa o que iria se estabelecer posteriormente com o planejamento urbano

moderno que teve como maior expoente Le Corbusier e o seu “urbanismo

demolidor”.

As estratégias de intervenção na habitação popular até então apresentadas,

fazem com que a sua história se confunda com a história do planejamento urbano

que tinha como um de seus principais problemas a crise habitacional nas grandes

cidades.

Já no século XX, a nova configuração do espaço da habitação11 exige uma

série de mudanças, sendo possível identificar três grandes tendências: a

privatização das habitações em que propunha a abolição dos aluguéis pela

11 Segundo Souza (2000), essa nova configuração é resultante dos novos regulamentos normativos de uso e ocupação do solo urbano bem como das exigências sanitárias para as habitações.

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transformação de cada trabalhador em proprietário de sua habitação12, estimulando

a “casa própria”, que iria se transformar num mercado rentável, o imobiliário; a

separação entre o espaço residencial e o espaço do trabalho, antes superpostos nas

workhouses; e a desconcentração espacial gerando a suburbanização e,

conseqüentemente, o “isolamento da moradia no espaço urbano”.

Esta última, com o avanço científico e tecnológico permitiria maior facilidade na

circulação de mercadorias e pessoas no espaço urbano, a exemplo do uso do

automóvel para os deslocamentos. Entretanto, é necessário dizer que os avanços

tecnológicos bem como os equipamentos e serviços urbanos coletivos terão

acessibilidade restrita como veremos adiante.

Ao analisar essas tendências sócio-espaciais, Souza (2000) acredita que estas

foram responsáveis pela moldagem do “espaço construído preexistente e do sítio

natural dos arrabaldes, fazendo emergir outras configurações habitacionais no

espaço urbano – mais segmentadas e especializadas – consolidando a difusão

fragmentada da apropriação privada do solo” (SOUZA, 2000, p. 29). Exemplo disso

são as novas formas de moradia como os subúrbios-jardim ou subúrbios-

dormitórios13, presentes nas grandes cidades.

Souza (2000) ao analisar as grandes cidades ocidentais no segundo pós-guerra

quando do processo intenso de migrações para as áreas urbanas e com a

mercantilização capitalista da moradia em que privatiza a habitação, constata,

[...] a ampliação da produção habitacional para as camadas de renda mais baixa, com a intervenção efetiva do Estado, que assume o controle na

12 Engels (1887) já tinha denunciado este processo, argumentando que a privatização se constituía numa proposta ilusória, uma falsa solução, pois dela decorreria mais exploração, já que os custos de moradia seriam garantidos pelos próprios trabalhadores. 13 Estudo mais aprofundado sobre estas formas de moradia pode ser visto em HALL (1995).

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produção da chamada ‘habitação social’ [...] O Estado do Bem-Estar, acaba por promover o financiamento da produção habitacional, bem como assume a produção dos chamados bens de consumo coletivo – infra-estrutura, transporte, equipamentos comunitários etc. [...] A intervenção pública, através da provisão de ‘habitação social’, desempenhará um papel fundamental em relação aos persistentes déficits de habitação. (SOUZA, 2000, p. 31)

No Brasil, a intervenção pública estatal, apesar das tentativas com os Institutos

de Aposentadoria e Previdência (IAP´s), criados nos anos trinta e com a criação da

Fundação da Casa Popular (FCP) (Decreto Lei nº. 9.218 de 01/05/46) se dá,

efetivamente com a implantação de programas e projetos para a habitação social

executadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) (Lei nº. 4.380/64) com o

objetivo de orientar e disciplinar os Sistemas Financeiros da Habitação e

Saneamento, visando a promoção da construção e aquisição da casa própria. Esta

forma de atuação do Estado desperta o interesse da indústria de construção e do

setor de financiamento pela política de habitação popular produzindo unidades

habitacionais por meio das Companhias de Habitação (COHAB´s) e das

Cooperativas para Construção de Habitação Popular (INOCOOP´s).

Todavia, a partir dos anos 70, as crises do capitalismo em âmbito mundial e o

crescente déficit público enfraquecem o modelo de welfare state e, assim, vê-se a

modificação do papel do Estado nas relações de produção e na política urbana.

Desse modo, o novo papel do Estado repercutirá na habitação popular e,

consequentemente, na configuração espacial urbana. O sistema financeiro, diante

dos índices de acirramento da pobreza, tornou-se inviável dentre outras coisas pela

incompatibilidade da renda e pelos custos de produção, demonstrados no aumento

da inadimplência dos mutuários.

Conforme Souza, no Brasil, este quadro se traduz pela

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[...] “periferização” das populações mais pobres, seja aquelas de baixíssima renda, confinadas em favelas e loteamentos irregulares e clandestinos, seja aquelas de renda um pouco superior, que passaram a morar nos conjuntos do BNH. As áreas centrais e arredores imediatos, ocupados pelas camadas de renda mais alta, fruto dos sucessivos loteamentos formais implantados a partir das primeiras décadas deste século, são aquelas privilegiadamente beneficiadas pela infra-estrutura urbana, seletivamente mantidas em bons padrões de habitabilidade, serviços e equipamentos urbanos. (SOUZA, 2000, p. 47)

A descentralização administrativa instituída com a constituição de 1988,

representa um marco na forma de atuação do Estado e, consequentemente, na

política de habitação popular. Em seu Artigo 23º define que “é de competência

comum da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios [...] promover

programas de construção de moradias e a melhorias das condições habitacionais”,

ampliando os poderes do poder municipal para garantir a função social do solo

urbano e diminuir as desigualdades de acesso à moradia. Além disso, quanto a

política de desenvolvimento urbano a ser executada pelo poder público municipal,

objetivando “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e

garantir o bem–estar de seus habitantes”, estabelece em seus Artigos 182º e 183º a

obrigatoriedade do Plano Diretor para cidades com mais de 20 mil habitantes, como

instrumento orientador da política de desenvolvimento e de expansão urbana e o

direito ao título de domínio e a concessão de uso. Entretanto, estes Artigos, somente

foram regulamentados em 10 de julho de 2001, com a aprovação da Lei nº. 10.257 -

Estatuto da Cidade. Este momento expressou um histórico de lutas pelo direito à

moradia, articuladas no Fórum de Reforma Urbana com alcance nacional, resultando

na elaboração de uma proposta de Emenda Popular da Reforma Urbana, enviada à

Assembléia Nacional Constituinte.

O direito à habitação é reconhecido no conjunto dos direitos fundamentais do

cidadão brasileiro, em março de 1999, por Emendas Constitucionais, juntamente

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com os direitos à saúde e educação. Embora, na prática, o tratamento dispensado à

habitação popular ainda faz com que grande parte dos trabalhadores não tenham

outra alternativa de acesso à habitação que não a auto construção, muitas vezes,

em terrenos urbanos ocupados e onde os equipamentos e serviços urbanos

coletivos são inexistentes ou precários. Isto revela um cenário de segregação em

que torna-se evidente a luta pelo direito à cidade, ao urbano14.

Como a segregação sócio-espacial será alvo de análises ao longo desse

trabalho, considera-se importante fazer, desde agora, alguns esclarecimentos.

Com a cidade inteira submetida ao valor de troca e a casa transformada em

mercadoria, a habitação se revela como a forma mais expressiva das diferenciações

de classe no espaço, expondo a fragmentação espacial urbana responsável pela

segregação.

Para Carlos,

[...] a segregação se apóia na existência da propriedade privada do solo urbano, que diferencia o acesso do cidadão a moradia, e enquanto fragmentação dos elementos da prática sócio espacial urbana [...] Nessa condição a segregação é a negação do urbano e da vida urbana. (CARLOS, 2004, p.120-121)

A idéia de segregação acima exposta revela processos diferenciados e

justapostos e, as práticas espaciais mostram formas variadas de segregação: a

espontânea, a programada e a mercantilista15. A primeira refere-se à “estratégia de

classes” que, com renda diferenciada distribuem-se de forma desigual no espaço, a

14 Entende-se que o direito à cidade, ao urbano extrapola o direito ao lote ou a casa, é preciso garantir o acesso ao entorno, ao lazer, aos equipamentos e serviços urbanos coletivos, infra-estrutura e saneamento básico, à saúde, educação, dentre outros. Portanto, corrobora-se com os princípios teóricos de Henri Lefèbvre em respeito ao direito à cidade. 15 Esta idéia está fundamentada na teoria de Henri Lefèbvre.

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_____ Capítulo 1 - Produção sócio-espacial urbana e habitação popular...

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segunda está ligada às “intervenções do Estado cujas políticas públicas estão

orientadas pela reprodução capitalista” e, a terceira, realiza-se quando o solo urbano

transforma-se em mercadoria, imperando a “racionalidade da propriedade privada”.

Ramos (2003, p. 138-140) também apresenta algumas teses sobre a

segregação sócio-espacial, dentre elas destaca-se: a) considera que é resultado

“das relações sociais capitalistas, ao produzir um acesso desigual aos meios de

produção, circulação e troca da riqueza social”; b) que se realiza com a

“hierarquização na distribuição dos grupos sociais ou “categorias sociais” nos

espaços territoriais do município, decorrente de sua maior ou menor capacidade de

acesso às áreas residenciais mais nobres, portadoras de equipamentos públicos e

privados”; c) que a estrutura dos equipamentos são melhores onde “habitam as

frações mais ‘bem posicionadas’ nas relações sociais de produção, fracos do capital

monopolista e do grande, médio e pequeno capital, camadas médias e frações de

nível superior e médio das classes trabalhadoras”; d) que a dinâmica de

“estruturação dos equipamentos infra-estruturais no nível da produção e reprodução

do capital e da força de trabalho, hierarquiza a população a partir de suas

localidades residenciais, provocando [...] um processo de segregação

socioespacial”; a quinta e última, que “o processo de estruturação e organização

social dos equipamentos e serviços coletivos pode ser visualizado sob a lógica das

infra-estruturas e dos serviços públicos e sob a lógica mercantil dos serviços

privados.

Já a tese defendida por Lojkine (1997) articula a segregação à renda fundiária

do planejamento urbano acreditando que a segregação é um fenômeno “produzido

pelos mecanismos de formação dos preços do solo, estes por sua vez,

determinados [...] pela nova divisão social e espacial do trabalho” (LOJKINE, 1997,

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_____ Capítulo 1 - Produção sócio-espacial urbana e habitação popular...

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p.188). Por isso, o autor distingue três tipos de segregação: a) “Oposição entre o

centro, onde o preço do solo é o mais alto, e a periferia”. A renda é, pois de acordo

com a localização; b) “separação crescente entre as zonas e moradias reservadas

às camadas sociais mais privilegiadas e as zonas de moradia popular”; e c)

esfacelamento generalizado das “funções urbanas”, disseminadas em zonas

geograficamente distintas e cada vez mais especializadas” (LOJKINE, 1997, p.189).

Observa-se que as análises apresentadas não se excluem, mas se

complementam para o entendimento da segregação sócio-espacial urbana que, em

se tratando do conjunto da população sem nenhuma ou de baixa renda, muitas

vezes, se manifesta sob diferentes prismas: pelo nível das habitações, pela renda,

pela localização, pela acessibilidade física e social aos equipamentos e serviços

urbanos coletivos, sendo necessário o uso de diferentes enfoques para a sua

compreensão.

As questões aqui explicitadas, sobre a produção sócio-espacial, o

planejamento, a gestão e a habitação popular, apontam a necessidade de analisar

os sujeitos e os processos a eles inerentes para compreender a produção sócio-

espacial urbana e, mais especificamente, a produção da habitação popular. Diante

disso, essa discussão será travada no capítulo seguinte, considerando as diferentes

escalas espaço-temporais, bem como a articulação combinada do Estado, da

sociedade civil e do capital.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 56

Capítulo 2

2 OS SUJEITOS DA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO POPULAR

A análise dos sujeitos que fazem e refazem o espaço da habitação popular,

clarifica as tramas políticas e territoriais engendradas na produção da habitação

popular e que são processadas em diferentes contextos e escalas. Desse modo, a

avaliação dos papéis do Estado, da sociedade civil e do capital nesse processo é

fundamental para se compreender os mecanismos que dão forma, conteúdo e

sustentação ao espaço da habitação popular.

Com esse entendimento, as análises relacionadas ao Estado procuram mostrar

tanto as concepções que orientaram e ainda orientam as políticas de habitação

popular no Brasil (e, consequentemente, o seu planejamento e gestão), quanto os

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 57

resultados alcançados pelos programas e projetos no combate à crise habitacional

urbana.

Quanto à sociedade civil, a análise levanta as diferentes formas de sua

participação na produção da habitação popular, ao longo dos contextos históricos,

tanto no que se refere ao plano da discussão política, por dentro ou por fora do

Estado, quanto ao plano prático das ações individuais ou coletivas.

Ao analisar o capital e sua relação com a produção da habitação popular

destinada às populações sem nenhuma ou com renda de até dois salários mínimos,

apesar de se reconhecer a inserção dessa produção no contexto geral da

acumulação capitalista, preocupou-se em evidenciar as especificidades da lógica do

capital apresentada para este caso, pois, ao contrário do que normalmente se

verifica na habitação para classes sociais mais elevadas, quase sempre se nota a

“ausência” do grande capital, sobretudo, no que se refere às ocupações em áreas

públicas, as quais representam quase a totalidade dos casos analisados. Por isso,

procurou-se revelar, prioritariamente, a dimensão do pequeno capital por meio da

comercialização ilegal de lotes e aluguel que são praticados não pela figura do

loteador ou do agente imobiliário, mas pelos próprios assentados e ocupantes destas

áreas.

É necessário pontuar, mais uma vez, que o tratamento em separado dos

sujeitos cumpre propósitos, exclusivamente, analíticos. Na realidade, estes sujeitos

se constituem e atuam, muitas vezes, de forma articulada e combinada,

estabelecendo uma relação bastante complexa com a produção sócio-espacial,

como veremos adiante.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 58

2.1 O Estado e a produção da habitação popular.

No Brasil, a trajetória da Política Nacional de Habitação é marcada por

diferentes concepções e estratégias de intervenção sem, no entanto, resolver o

problema da moradia, especialmente, para a população de baixa renda. Em 2004, o

SNIU estimou um déficit habitacional de 7,2 milhões, com mais de 10 milhões de

domicílios com problemas de infra-estrutura, mostrando que a dívida social brasileira

com a habitação popular é bastante significativa, especialmente com a população de

até três salários mínimos que corresponde a 92% do total do déficit habitacional

brasileiro.

Segundo Souza (2000, p.44) as primeiras iniciativas do Governo Federal no

enfrentamento do problema da habitação social “ocorreram por meio dos Institutos

de Aposentadoria e Previdência (IAP´s), criados nos anos trinta, através das

carteiras prediais para cada categoria profissional (operariado e funcionários

públicos)”, contudo, as suas ações limitavam-se exclusivamente aos associados.

Posteriormente, em 1946, é criada a Fundação da Casa Popular (FCP), (Decreto Lei

nº. 9.218 de 01/05/46) cuja política não obteve êxito tendo em vista que a falta de

recursos e as regras impostas para o financiamento reduziram a sua atuação a

alguns Estados da federação e comprometeram a produção de unidades

habitacionais16.

A reestruturação produtiva do capital traz em seu bojo uma série de

16 Segundo Bonduki (1998-99, p. 115), a Fundação da Casa Popular produziu 143 conjuntos habitacionais com 18.132 unidades enquanto que os institutos viabilizaram, no mesmo período, 123.995 unidades habitacionais além do financiamento de milhares de apartamentos para a classe média.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 59

desafios como o intenso fluxo migratório no sentido campo-cidade, o assalariamento

urbano, o agravamento das desigualdades sociais, a especulação imobiliária, a

precariedade da infra-estrutura e do saneamento básico – cortiços, favelas, dentre

outros, e fazem reacender o debate sobre a habitação popular e o direito à moradia.

Sobre isso, Souza pondera que,

As grandes mudanças econômicas e políticas implicaram, também, uma nova ordem socioespacial e novas funções para o Estado, no urbano, que passa a interagir com os segmentos capitalistas, industrial e imobiliário, e com um contingente de população maior, mais concentrado e diversificado. (SOUZA, 2000, p. 45)

O Estado brasileiro que se instala com o golpe de 64 e, no contexto acima

esboçado, institucionaliza a Política de Habitação Popular com a criação do BNH (Lei

nº. 4.380/64) com competência federal para orientar, disciplinar e controlar a nova

política de habitação mais estruturada do ponto de vista institucional, com a presença

de um Sistema de Financiamento para captação de recursos, do Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

(SBPE) o que permitiu uma arrecadação de montante significativo para o

investimento na habitação.

Assim, são criados e operacionalizados programas que definiram as diretrizes

gerais para a sua implementação de maneira descentralizada (embora dependentes

das diretrizes centrais), por órgãos executivos, com uma agenda de redistribuição

por meio de uma rede de agências estaduais.

Na Bahia, o único agente do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) foi a

URBIS, criada em 1965 (Lei nº. 2.114/65) com vistas a operacionalizar a política

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 60

habitacional do Governo do Estado, atuando na construção de conjuntos

habitacionais para famílias de até três salários mínimos, na capital e no interior.

Na década de 1980, a URBIS diversifica a sua atuação e firma convênios com

prefeituras para executar obras de urbanização. Em Vitória da Conquista, foram

construídos os conjuntos habitacionais: do BNH, da URBIS (I, II, III, IV, V e VI) e os

INOCOOP´s I e II.

Na prática, segundo Souza (2000) a operacionalização da Política Nacional de

Habitação funcionava da seguinte forma:

A produção para as classes de renda mais alta foi intermediada pelos bancos privados, que financiavam diretamente as empresas incorporadoras e, finda a construção, repassavam os financiamentos de logo prazo para os mutuários finais. Em relação às famílias de renda mais baixa, o sistema funcionava através de empresas públicas, as COHAB´s locais, responsáveis, basicamente, pela produção de habitações para as faixas entre 3 SM até 5 SM, e os INOCOOP´s, para faixas até 12 SM, nesses casos, construindo-se através de empreiteiras. Estavam excluídas, portanto, as famílias que não dispunham de renda mínima ou comprovação de renda. Assim, montada sobre um sistema que privilegiou os agentes financeiros, incorporadores e empreiteiros, essa política habitacional dinamizou amplamente o setor de construção civil, uma vez que os financiamentos foram dirigidos diretamente ao produtor. (2000, p. 45)

Além disso, é importante ressaltar que a política de habitação proposta pelo

BNH se baseava no planejamento racionalista e tecnicista, abordado no capítulo

anterior, e, portanto, não permitia o acesso da população sem rendimentos ou de

baixa renda, bem como não atendia às necessidades da população, produzindo um

modelo de urbanização sem urbanidade17.

17 Lefèbvre distingue urbanização de urbanidade. A primeira está vinculada ao valor de troca, cujo objetivo é construir a cidade para os consumidores e a segunda está vinculada ao valor de uso, cujo objetivo é construir a cidade para a realização da vida humana, portanto, para os “usadores”.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 61

O BNH, diante dos problemas apresentados, tornou-se inviável, sendo extinto

em agosto de 1986, tendo em vista a incompatibilidade entre os custos de produção

e a renda, demonstrada, principalmente, pelo aumento da inadimplência dos

mutuários. Outros problemas apontados à política do BNH referem-se à intensa

centralização das ações e uniformidade das soluções no território nacional.

Ao analisar o período de vigência do BNH (64/86), Azevedo (1988) apresenta

dados quantitativos de seu desempenho em que mostram que foram produzidas 4,5

milhões de unidades, representando cerca de 25% do parque imobiliário brasileiro

para o período. Apenas 1,5 milhões de unidades 33,3%, do total geral foram

destinados à população de baixa renda, tendo sido produzidas apenas 250 mil

unidades em programas destinados ao atendimento de rendas entre 1 e 3 salários

mínimos. Estas informações revelam que o objetivo principal da criação do BNH (que

era o atendimento da população de baixa renda) não foi atingido.

Por outro lado, não se pode acreditar que o problema da habitação está no

desequilíbrio entre oferta e demanda de moradia e, portanto, a solução para o déficit

habitacional não está, exclusivamente, na produção capitalista de unidades

habitacionais. Para Ramos e Sá, é necessário compreender que,

O enfrentamento dos “problemas urbanos” requer não apenas a destinação de maiores investimentos à construção de moradias e de infra-estrutura básica, mas transformações que afetem radicalmente o direito “sagrado” da propriedade fundiária, marcada no Brasil pela alta concentração de terras, fruto de uma herança secular. É pela reversão da base dessa desigualdade, começando pela ampliação do trabalho “digno”, à terra e aos equipamentos e serviços urbanos, através da superação dos limites impostos pela própria lógica da propriedade privada, que se construirá o direito à cidade e à participação democrática na sua gestão. (RAMOS e SÁ, 2003, p.160)

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 62

Com a extinção do BNH, as suas atribuições foram transferidas para a Caixa

Econômica Federal, que, junto com o Sistema Financeiro de Habitação passam a ter

sua vinculação institucional diversas vezes alterada, na estrutura administrativa da

União. A política de habitação se articulará institucionalmente ora com o Ministério do

Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, ora com o Ministério da Fazenda18.

Muitos pesquisadores avaliam que esta indefinição de políticas e funções

habitacionais, caracterizada pela desarticulação progressiva da instância federal;

pela fragmentação institucional; pela perda da capacidade decisória e pela redução

significativa dos recursos disponibilizados para investimento na área, criou um hiato

na política de habitação popular e, consequentemente, provocou um agravamento da

questão da moradia em todo o país.

É necessário ponderar que este novo formato coincide com a implementação

do modelo de Estado mínimo (embora aí resida um paradoxo, pois é mínimo quando

se trata das despesas para atender as necessidades dos trabalhadores e forte para

aderir às propostas de grupos econômicos internacionais), subsidiado pela ideologia

neoliberal em que propõe novas funções para o Estado, sobretudo, no que se refere

à promoção do bem estar social, as quais priorizam ainda mais a reprodução do

capital em suas novas exigências. Para Muller (1998) a crise social instalada com as

novas funções do Estado, motiva o surgimento das denominadas políticas públicas

como “mediadoras entre o Estado e a sociedade civil”.

Desse modo, as políticas públicas figuram no momento em que se instala a

crise do Estado do bem estar social e o poder público local é levado a pensar na

“partilha do poder” por meio das novas formas de gestão administrativa,

18 Maiores detalhes sobre as alterações na estrutura institucional ver Política Nacional de Habitação publicada no Cadernos Mcidades, 2004 ou no site: www.cidades.gov.br

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 63

consideradas mais participativas e democráticas, caracterizadas pelas parcerias

públicas e privadas e pela inserção da sociedade civil nos processos decisórios.

A elaboração da Constituição de 1988 foi marcada pelo confronto entre as

forças sociais na defesa pela descentralização político-administrativa e os grupos

políticos hegemônicos na defesa da herança centralizadora do Governo Federal. A

descentralização político-administrativa sai vitoriosa e assiste-se a um processo de

redefinição dos papéis do Estado em todas as esferas de governo.

Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),

[...] a reforma do Estado apresenta como uma de suas características mais comuns e marcantes a descentralização fiscal e financeira [...] a participação crescente dos níveis de governo intermediários e/ou locais na geração e alocação dos recursos públicos e, principalmente, na tomada de decisões das ações governamentais. (IPEA, 1996, p.5)

Ao analisar a crise do Estado brasileiro, Santana e Santana (1999) também

observam que ocorre “um redirecionamento das ações públicas para as esferas

locais transferindo para os municípios a responsabilidade pelas políticas capazes de

reverter a crise social e melhorar as condições de vida da população” (1999, p. 66).

Esse redirecionamento das ações públicas faz com que os desafios se mostrem com

maior intensidade na escala municipal. Isso se justifica por um lado, pelo contato

mais direto com a população e, por outro, pelo fato do processo de descentralização

administrativa exigir uma nova forma de gestão em que haja maior envolvimento dos

atores sociais nos processos decisórios. Fischer, ao analisar o comportamento do

poder local, nesta conjuntura, assinala que:

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 64

Revalorizado, fetichizado e, principalmente, fragmentado e reconfigurado, o poder local é visto de múltiplas formas e é sujeito de agendas de pesquisa ancoradas em correntes de pensamento que exploram tanto o movimento e tensões quanto a procura por modelos que prometem estabilidade e melhor gestão. A análise dos poderes locais remete às relações de força, por meio das quais se processam alianças e conflitos entre os atores sociais, bem como à formação de identidades e práticas de gestão específicas. (FISCHER, 2002, p.13, grifo do autor)

Retomando a Política Nacional de Habitação, é com o modelo institucional,

adotado pela Secretaria Especial de Habitação e Ação Comunitária (SEAC), sob a

competência do Ministério do Interior (no qual privilegia a iniciativa de Estados e

Municípios, dando-lhes mais autonomia), que a descentralização desta política de

fato se viabiliza.

Nos anos 90 sob o governo de Fernando Collor, é criado o Plano de Ação

Imediata para a Habitação (PAIH), mas o quadro institucional da política de

habitação permanecerá o mesmo, embora alguns analistas defendam que houve um

acirramento do problema e uma banalização da política, restando as mesmas

expressões dos componentes que marcaram o governo de Collor. (AZEVEDO, 1996,

p. 84) Com Itamar Franco na Presidência da República, sob a forte pressão popular

que marcou este período são lançados os programas Habitar Brasil e Morar

Município, com recursos do Orçamento e do Imposto Provisório sobre

Movimentações Financeiras (IPMF).

No cenário baiano, no final da década de 1990 é decretada a liquidação da

URBIS passando as suas funções para a Companhia de Desenvolvimento Urbano do

Estado da Bahia (CONDER). Segundo publicação da Superintendência de Estudos

Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), mesmo com a atuação da URBIS, hoje,

CONDER a Bahia possui o maior déficit habitacional do Nordeste (concentrando 22%

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 65

deste) e um dos maiores do país. A tabela 1 mostra a estimativa do déficit brasileiro,

nordestino e baiano segundo a situação de residência.

TABELA 1 - ESTIMATIVA DE DÉFICIT HABITACIONAL (BRASIL, NORDESTE E BAHIA) – 2000.

ESTIMATIVA DE DÉFICIT

HABITACIONAL - 2000 TOTAL

GERAL (EM MIL)

URBANO (%)

RURAL (%)

Brasil 6.657 81,3 18,7 Nordeste 2.632 65,7 34,3 Bahia 581 68,2 31,8

Fonte: IBGE - Censo Demográfico -2000; Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) – 1999 e

Fundação João Pinheiro - 2000 e SNIU – 2000.

Observa-se que o Nordeste e a Bahia apesar de concentrarem o déficit

habitacional no espaço urbano, apresentam uma média superior à brasileira no que

se refere ao déficit rural. Isto pode ser explicado pelo grande contingente

populacional e pela concentração significativa da pobreza em áreas rurais

nordestinas e baianas.

Em Vitória da Conquista, também se manifestará o problema da moradia.

Mesmo com as ações do BNH que criou conjuntos habitacionais como o BNH, os

INOCOOP´s e as URBIS e, mesmo antes da liquidação da URBIS em 1998, observa-

se desde meados da década de 1980, ocupações no espaço urbano e as

insatisfações com o Sistema Financeiro de Habitação. Isto pode ser confirmado com

os pronunciamentos de vereadores e representantes populares na tribuna livre da

Câmara de Vereadores desde 1990, a exemplo do pronunciamento do vereador

Yvonilton Gonçalves, na sessão do dia 03/04/1990, “O sistema habitacional vem para

financiar casas para pessoas que tem renda, ficando as pessoas carentes sem

moradia o problema é grave [...]”. Registra-se, no período entre 1980 a 1995 várias

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 66

ocupações a exemplo da Santa Cruz (1988), Bruno Bacelar (1988), Vila União

(1987), Alto da Boa Vista (1988), Santa Helena (1989), Kadija – ao lado do cemitério

(1989), Lagoa do Jurema (1995), José Machado Costa (1992), Santa Terezinha

(1984), Paulo Rocha (1992), Conveima I (1991), Conveima II - Copacabana II (1994)

e Ipanema (1980). A inexistência de registro sobre o ano de criação dessas

ocupações, bem como a forma diferenciada como foram produzidas19, não nos

permite uma maior exatidão nas datas de criação. Tomou-se como referência a

informação de moradores mais antigos.

Em 1991, no plano municipal é criado pela Prefeitura, por meio da Secretaria

de Desenvolvimento Social e Coordenação de Habitação Popular, o Programa

Municipal de Habitação Popular (PMHP), Lei nº. 570/91, cujo objetivo está expresso

em seu Art. 2º. “reduzir, no município, o déficit habitacional atendendo principalmente

aos cidadãos em condições adversas como: I – do desemprego; II – do subemprego

e III – do emprego de baixa renda”.

Este Programa é criado na administração do Prefeito Murilo Mármore do

Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e causou grande expectativa

para a sociedade e para o Legislativo Municipal, conforme pronunciamento do

vereador Edivaldo Ferreira, na sessão do dia 25/06/91: “as invasões em Conquista

chegará (sic) ao fim com a criação do Projeto de Habitação Popular, votado pela

casa e sancionado pelo Prefeito onde irá se evitar os oportunistas”.

Na opinião de Lima (1997), no entanto,

[...] a aprovação da lei 570/91, foi alardeada pelo Poder Executivo Municipal conquistense como a solução para os problemas habitacionais para aqueles que não tinham moradia [...]. No entanto, o que pode ser observado é que na

19 Como dito anteriormente, nem todas as ocupações foram criadas pela organização coletiva. Em alguns casos, aconteceram de forma individualizada, em que cada morador, vendo a experiência “bem sucedida” do outro, resolveu também construir na área pública.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 67

verdade não ocorreram mudanças significativas na política habitacional [...]. [...] do ponto de vista político o referido Programa tem tido um grande significado na promoção da desmobilização dos “sem teto”. A cada tentativa de ocupação coletiva de terra urbana que foi feita a partir de 1992 [...] um funcionário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social vai para a área com a missão de convencer os ocupantes de terra a se dirigirem ao setor competente [...] preencher uma ficha e aguardar a distribuição de lotes pela Prefeitura Municipal. (LIMA, 1997, p. 91)

O Programa até a administração seguinte em 1997, com o Prefeito José Pedral

Sampaio, também do PMDB se limitou à disponibilização 1.442 lotes e o

reconhecimento, com a cessão do direito especial de uso, de mais 1.649 lotes

públicos ocupados pelos sem teto, totalizando 3.091 lotes.

A tabela 2 mostra os resultados já alcançados pelo PMHP, até 2004 e identifica

os assentamentos que foram instituídos a partir de antigas ocupações urbanas.

TABELA 2 – SÍNTESE GERAL DA DISTRIBUIÇÃO DE LOTES PELO PROGRAMA

MUNICIPAL DE HABITAÇÃO POPULAR - PMHP (1991-2004).

ASSENTAMENTOS DATA

QUANTIDADE DE LOTES

LOTES ENTREGUES

LOTES OCUPADOS

LOTES DISPONÍVEIS

Alto da Conquista1 1991 213 213 213 0 Alto do Bruno Bacelar

1992 195 195 195 0

Cidade Modelo 1995 355 355 355 0 Conjunto da Vitória1 1991 297 297 297 0 Henriqueta Prates 1988 473 473 473 0 Nova CAP 1991 42 42 42 0 Nova Cidade (1º, 2º e 3º etapas)

1991/98/2000 550 550 550 0

Parque da Colina1 1996 310 310 310 0 Recanto das Águas 1998 474 436 343 382 Renato Magalhães1 1992 382 382 382 0 Santa Helena1 1989/1993 429 429 429 0 Ubaldino Gusmão1 1996 18 18 18 0 Vila América 1999 4.515 2.464 1.164 2.051

TOTAL 8.253 6.164 4.771 2.0893 1.3554

Fonte: Coordenação de Habitação Popular/Secretaria de Desenvolvimento Social (2004) 1 – Ocupações da década de 1980 que foram reconhecidas, nas datas indicadas, como próprias para assentamentos pelo PMHP. 2 – Lotes impróprios para o uso ou ocupados com horta comunitária e oficinas. 3 - Cerca de 696 lotes estão disponíveis para servidores públicos municipais tendo em vista Lei aprovada pela Câmara de

Vereadores. 4 – Total geral de lotes disponíveis.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 68

Segundo informações da Coordenação de Habitação Popular, em dezembro de

2004, a demanda pelo programa apresentava os seguintes números: 4.624

cadastros de famílias estavam prontos e 3.039 cadastros de famílias estavam em

andamento, perfazendo um total de 7.663 famílias sem teto. Os números mostram

que a demanda é superior à oferta de lotes pelo PMHP no mesmo período.

Como a política nacional era subsidiada com recursos do Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço (FGTS) em quantidade superior à sua disponibilidade

financeira houve um comprometimento da expansão do financiamento habitacional e

uma suspensão dos recursos, ficando as iniciativas locais, como estas, dependentes

da existência de recursos, a fundo perdido, da União.

Talvez isso justifique o fato de o município ter criado um programa de

financiamento habitacional para a população de até 2 salários mínimos ao invés de

uma política geral de habitação popular. Desse modo, o PMHP tenta resolver o

problema de recursos prevendo a criação de um Fundo Municipal de Habitação

Popular com o objetivo de criar as condições financeiras e de gerência dos recursos

destinados ao desenvolvimento das ações necessárias para a execução do

programa. Estes recursos viriam conforme Lei nº. 570/91 Art. 14º. incisos de I a IV

dos “repasses de recursos financeiros; doações de qualquer natureza; prestações

dos mutuários e dos rendimentos e juros provenientes de aplicações financeiras dos

seus recursos”. O município cobraria “dos mutuários, em prestações mensais, pelo

sistema de custo público, os valores dispendidos (sic) na implantação de cada Plano

Habitacional” e o valor das prestações não poderiam ser superior a 5% do salário

mínimo vigente e, em casos de desemprego e subemprego este pagamento seria

interrompido sendo retomado quando o mutuário estivesse em “atividade produtiva”.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 69

Entretanto, o Fundo Municipal, na verdade, não foi implementado e também

não se criou um mecanismo de cobrança das prestações dos mutuários. Fato que

comprometeu drasticamente a implantação do programa limitando as suas ações ao

cadastramento de famílias e distribuição de lotes em áreas públicas ou adquiridas

pela Prefeitura Municipal para fins de habitação popular. O Fundo só foi criado em

2003 com a aprovação da Lei nº. 1.186 em 2003, como veremos mais adiante.

Dos recursos repassados pela Caixa Econômica Federal ao município por meio

de empresas incorporadoras registra-se a construção de conjuntos habitacionais

como as Vilas Serranas pela Empreendimentos, Construção e Saneamento LTDA

(Ecosane), e Morada dos Pássaros pela Ciclo Engenharia. O repasse por meio de

cooperativas como o INOCOOP-BASE, resultou na construção de conjuntos

habitacionais como: o Morada do Bem Querer (332), Alameda das Acácias (144),

Alameda das Flores (144), Parque residencial Cohvit – Inocoop I (191), Parque

residencial Vitória – Inocoop II (300) e Independência – BNH (216) perfazendo um

total de 1.332 unidades habitacionais.

Ainda assim, o quadro geral da habitação popular no município ainda é

preocupante. Segundo o IBGE – Censo demográfico de 2000 e a Fundação João

Pinheiro, Vitória da Conquista possui um total de 63.558 domicílios particulares

permanentes abrigando 260.782 (99,35%) habitantes. Desse total de domicílios

particulares 55.317 estão na área urbana abrigando 224.553 habitantes e 8.241 na

área rural abrigando 36.229 habitantes.

De acordo com o SNIU - 2000, quanto à condição de ocupação destes

domicílios, 44.762 são próprios e quitados, 5.405 são próprios em quitação, 7.671

são alugados, 1.176 são cedidos pelo empregador, 3.826 são cedidos de outra forma

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 70

e 712 são ocupados de outra forma20. Conforme a Fundação João Pinheiro o Déficit

Habitacional Básico21 de Vitória da Conquista é de 8.653 unidades, sendo 7.274

unidades no espaço urbano e 1.379 unidades no espaço rural. Em contrapartida, a

cidade possui um total de 8.351domicílios vagos, sendo 6.743 na área urbana e

1.608 na zona rural. Esses dados mostram que se os domicílios vagos fossem

ocupados daria para atender quase que a totalidade do déficit apontado e, confirmam

ainda, a intensa especulação imobiliária praticada na cidade, revelando a fragilidade

da função social do solo urbano e a imperatividade do valor de troca. A composição

do déficit habitacional básico apontado anteriormente é demonstrada na tabela 3:

TABELA 3 - COMPONENTES DO DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO. VITÓRIA DA CONQUISTA, 2000.

Componentes

do Déficit Habitacional

Básico

Domicílios Improvisados

Famílias Conviventes

Cômodos Domicílios Rústicos

Total U R Total U R Total U R Total U R Vitória da Conquista

428

186

242

6.625

6.025

600

546

533

13

1.054

530

524

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000 e Fundação João Pinheiro.

U – Urbano R - Rural

Nota-se que o déficit compõe-se, sobretudo, pelas famílias conviventes no

espaço urbano (sendo que 82,59% destas estão na faixa de renda mensal de até 3

salários mínimos). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), tendo como base a

na PNAD - 2003, a coabitação (várias famílias numa única residência) responde por

53% do total do déficit habitacional brasileiro, ou 3,9 milhões de domicílios.

20 O Sistema Nacional de Indicadores Urbanos não esclarece quais são as outras formas em que são cedidos ou ocupados os domicílios. Entretanto, acredita-se que se referem, respectivamente, aos empréstimos por familiares e amigos e às ocupações de domicílios pelo Movimento dos Sem Teto. 21Para a Fundação João Pinheiro, o Déficit Habitacional Básico refere-se à soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e dos rústicos, considerando, portanto, o déficit por incremento e reposição de estoque de moradias.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 71

Apesar dos dados do IBGE e da Fundação João Pinheiro apontarem um déficit

habitacional básico bastante significativo, estima-se que essa realidade é hoje ainda

mais contundente. Se somarmos a demanda levantada pelo PMPH, em final de

2004, de 7.663 famílias e a pesquisa de campo realizada em dezembro de 2004 nas

ocupações urbanas aqui estudadas onde moram, aproximadamente, 2.000 famílias,

teremos um déficit habitacional urbano por incremento e por reposição de estoque de

9.663 unidades habitacionais superior à estimativa do IBGE e Fundação João

Pinheiro em 2000, cujo déficit habitacional urbano era de 7.274 unidades. É

importante advertir que o cálculo do déficit habitacional é feito considerando as

informações coletadas por domicílios, portanto, possuem limitações quanto ao

acesso da população aos equipamentos e serviços urbanos coletivos. Desse modo

não é possível estimar o déficit habitacional para além do incremento e reposição, ou

seja, para além da casa ou das “quatro paredes”.

Essa síntese do panorama municipal demonstra que os municípios se

encontravam sozinhos para enfrentar o problema da habitação popular que se

agravava no espaço urbano. Na avaliação de Ramos e Sá (2003) os mandatos de

Fernando Henrique Cardoso são marcados pela ausência de diretrizes nacionais ou

de instituições específicas com essa finalidade, o que releva a reedição da “não-

política”, comprovada pela postergação por quase dez anos do Estatuto da Cidade –

Lei nº. 10.257/01. Consideram ainda que a não formalização das instâncias

deliberativas como o Conselho Nacional de Política Urbana, em que a sociedade civil

organizada poderia intervir, também decorre da “não-política” deste governo.

Ainda segundo Ramos e Sá (2003, p. 159), desse momento resultou o

“aparente “vazio institucional” e a “ambigüidade”, agravados pela manipulação

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 72

política do poder, sob a forma clientelista e eleitoreira, prestando-se ao jogo de

interesses de determinados grupos que se alternam em diferentes conjunturas”.

Para enfrentar esse momento de “não política” a Prefeitura Municipal de Vitória

da Conquista, no governo de Guilherme Menezes, do Partido dos Trabalhadores

(PT), conseguiu recursos junto ao Banco Mundial, na ordem de R$ 134,5 mil, através

de programas propostos pelo Governo do Estado, a exemplo do Programa Morar

Melhor, implementado em 2000, que construiu por meio de mutirão e com a

assistência técnica da Secretaria de Obras e Urbanismo, 30 unidades habitacionais

no Assentamento Vila América. A forma de gestão deste programa foi reconhecida

em 2005, como uma das melhores práticas de gestão no nordeste brasileiro.

Outra iniciativa registrada nessa esfera de governo e, sob a administração do

PT, é a realização da 1ª Conferência Municipal de Habitação Popular, em maio de

2002, com o tema central, “Habitação: políticas públicas e o direito de morar”, tendo

quatro eixos principais para o debate: O Programa Municipal de Habitação Popular

regulamentado pela Lei nº. 570/91, a regularização fundiária, a participação popular

e a política de captação de recursos. O objetivo da conferência era “discutir a

situação da habitação popular do município e definir políticas capazes de garantir o

direito à moradia digna”. Esta conferência foi realizada pela Prefeitura Municipal em

parceria com a sociedade civil e movimentos sociais, envolvendo mais de 1.800

pessoas nas 13 (treze) pré-conferências que a antecederam. Os resultados e

encaminhamentos desta conferência serão tratados mais adiante. Importa aqui,

reconhecê-la como uma estratégia do governo municipal para se repensar as ações

na habitação popular e, de fato instituir uma política de habitação popular com uma

nova forma de planejamento e gestão, com a criação do Fundo, do Conselho

Municipais de Habitação Popular e outras definições, que somente serão

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 73

concretizados um ano depois da realização da 1ª Conferência, com a aprovação da

Lei nº. 1.186 em dezembro de 2003, objetivando, em seu Art. 2º. “propiciar a oferta

de condições dignas de moradia, a melhoria das unidades habitacionais e a

regularização urbanística, imobiliária e fundiária dos aglomerados de habitações

ocupadas por populações de baixa renda, assegurando a alocação adequada de

espaços, equipamentos e serviços públicos, reduzindo, no Município de Vitória da

Conquista, o déficit habitacional das famílias desprovidas de moradia própria, e

contribuindo para a superação das desigualdades”.

De volta à questão mais geral, apesar do entendimento de que não bastam

apenas recursos para resolver o problema da moradia, a inexistência de um Fundo

Nacional e Estadual de financiamento da Habitação Popular sem dúvida dificultou e

ainda dificultam as ações públicas para enfrentamento do problema. Ao analisarem a

trajetória da Política Nacional de Habitação Popular, o Ministério das Cidades, criado

em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, faz um diagnóstico do quadro da

habitação no país e reconhece que,

De fato, o que ocorreu no setor habitacional foi mais fruto de uma descentralização por ausência, sem uma repartição clara e institucionalizada de competências e responsabilidades, sem que o governo federal definisse incentivos e alocasse recursos significativos para que os governos dos estados e municípios pudessem oferecer programas habitacionais de fôlego para enfrentar o problema. (BRASIL, 2005, p. 12)

A Política Nacional de Habitação proposta pelo atual governo prevê uma nova

alteração tanto no modelo institucional - com a criação do Ministério das Cidades,

como na concepção política da habitação popular evidenciada no texto a seguir:

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 74

A Política de Habitação se inscreve dentro da concepção de desenvolvimento urbano integrado, no qual a habitação não se restringe a casa, incorpora o direito à infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos e serviços urbanos e sociais, buscando garantir direito à cidade. (Ibidem, 2005, p.12)

Percebe-se uma concepção de habitação fundamentada nos princípios teóricos

defendidos por Lefèbvre desde 1968 em que o direito à cidade está associado ao

direito à vida urbana.

Contudo, por se tratar de uma política recentemente proposta, não é possível

avaliar as práticas dela resultante e o seu compromisso com as bases teóricas

defendidas.

Até o momento, o Ministério das Cidades executou em Vitória da Conquista,

por meio da Caixa Econômica Federal (CEF), projeto de habitação popular

verticalizado, através do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), com

recursos do FGTS, na ordem de R$ 8. 555. 064, 90, com capacidade para 384

famílias, mas, atendendo a população de três a seis salários mínimos, que

comprovem tempo de trabalho mínimo de três anos sob regime do FGTS. Entretanto,

este programa não contempla a população dos assentamentos e ocupações,

constituída, em sua grande maioria, de desempregados e subempregados, como

será mostrado mais à frente.

Outros programas iniciados em 2004, desenvolvido em parceria com o Governo

Federal é o Programa de Subsídio à Habitação de interesse social (PSH), atendendo

a população cujo rendimento familiar mensal bruto não seja superior a R$ 740,00

reais. Já foram construídas 200 unidades e com previsão de mais 250 unidades em

2005. As famílias que ocuparam as unidades habitacionais foram indicadas pelo

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 75

Programa Conquista Criança, pelo Conselho Tutelar, pelo Programa AABB

Comunidade, pelas Pastorais, Caritas, entre outros. Todas as famílias se

encontravam em situação de risco social. As fotografias 1, 2, 3 e 4, mostram a área

onde foram construídas as casas no assentamento Vila América.

O Pró-Município construiu 32 unidades habitacionais destinadas às famílias

atingidas no período de emergência em 2004. O Pró-Moradia realizou serviços de

infra-estrutura e construção de unidades habitacionais no Bruno Bacelar, Nossa

Senhora Aparecida, Santa Cruz, Jurema e Bateias, esses serviços beneficiaram

3.055 famílias.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 76

Esta realidade mostra que, com exceção do PMHP criado em 1991, é somente

a partir de 2000 que o município consegue programar ações mais concretas na

habitação popular com as parcerias externas. Este fato, em certa medida, como já foi

dito, pode ser justificado pela inexistência de uma política estadual e nacional voltada

para a habitação popular, ao longo da década de 1990, bem como pela incapacidade

dos municípios de sozinhos resolverem o problema da moradia.

Por último é importante considerar que as intervenções do Estado nos âmbitos

nacional, estadual e municipal contribuíram para a segregação sócio-espacial da

população de baixa renda nos limites últimos da malha urbana, como mostra o mapa

3. Todavia é necessário observar algumas exceções como os conjuntos

habitacionais BNH, INOCOOP´s e URBIS I que apresentam padrões diferenciados

dos demais, mas que não se destinaram à faixa populacional em estudo.

Vê-se, então, que a atuação heterogênea do Estado no espaço urbano

conquistense produziu e produz uma “valorização” diferenciada deste espaço em que

áreas serão contempladas por equipamentos coletivos e outras não, como

confirmaremos no capítulo seguinte. Assim, a cidade se reproduz de forma

heterogênea e segregada, fruto das ações desiguais no processo de produção social

do espaço urbano, mediadas pela divisão social e territorial do trabalho que

constroem áreas consideradas mais “valorizadas” e menos “valorizadas”.

Ao analisar esta tendência de atuação do Estado na urbanização capitalista,

Lojkine (1997, p.190), salienta que a atuação do capital por dentro do Estado

transforma as suas intervenções no espaço urbano na “[...] forma mais elaborada,

mais desenvolvida, da resposta capitalista à necessidade de socialização das forças

produtivas”. Com isso, as políticas urbanas do Estado capitalista seriam “

´contratendências´ produzidas pelo próprio MPC para regular, atenuar os efeitos

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 77

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TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

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A ESPACIALIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE HABITAÇÃO 2005

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 78

negativos – no nível do funcionamento global das formações sociais – da segregação

e da mutilação capitalista dos equipamentos urbanos” (LOJKINE, 1997, p. 191). Isso

revela a contradição das políticas urbanas capitalistas.

2.2 A sociedade civil e a produção da habitação popular

Tendo em vista as diferentes concepções que perpassam pelo conceito de

sociedade civil, é importante explicitar, desde já, que a análise aqui apresentada

partilha da concepção de sociedade civil em que esta é composta tanto pelos

sujeitos privados quanto pelos movimentos, organizações e associações não-estatais

e não-econômicas. Estes últimos, para Habermas (1997),

[...] captam os ecos dos problemas sociais que ressoam nas esferas privadas, condensam-nos e os transmitem, a seguir, para a esfera política pública. O núcleo da sociedade civil forma uma espécie de associação que institucionaliza os discursos capazes de solucionar problemas, transformando-os em questões de interesse geral no quadro de esferas públicas. (HABERMAS, 1997, 99)

Isto posto, deve-se dizer ainda que a análise que será aqui construída sobre a

participação da sociedade civil na produção da habitação popular procurará

recuperar duas dimensões desta relação: a do plano da discussão política e dos

processos reivindicatórios e a das práticas concretas deles resultantes.

A história da luta pelo direito à moradia tem início nas primeiras décadas do

século XX. Segundo Gohn (2001) o que motiva as reivindicações e lutas são os bens

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 79

e equipamentos coletivos necessários à reprodução cotidiana das classes

subordinadas, dentre eles a habitação.

A luta pela moradia esteve relacionada a outras lutas como a do trabalho,

salário e custo de vida. Ao fazer um resgate histórico dos movimentos sociais no

Brasil, Gohn (2001) registra o comportamento da sociedade civil organizada revelado

pelos diferentes atos reivindicatórios ao longo dos contextos históricos brasileiros,

dentre os quais, destaca-se aqui, aqueles que direta ou indiretamente objetivavam o

direito à moradia e à cidade: Luta por equipamentos coletivos urbanos (1910-18);

Movimento contra a carestia de vida (1913); Movimento pelo congelamento dos

aluguéis (1942); Movimentos de Associações de Bairros (1942); Movimentos contra a

carestia da vida (1953); Movimento de Associações de Moradores (1954-64). Quanto

a este último, Gohn (ibidem) salienta que ele cresceu vertiginosamente nos anos 60,

sendo produto de três fatores: das necessidades relativas à infra-estrutura urbana

para os bairros que surgiam constantemente, para abrigar os contingentes de

migrantes que afluíam às cidades em busca de trabalho; da própria política vigente, o

populismo, que se baseava numa barganha do voto pela melhoria urbana; e da

vontade política das massas de participar da vida política local. As Associações de

Moradores “foram escolas de formação política em que o aprendiz começava como

cabo político eleitoral e seguia como vereador do bairro, e outros cargos mais”.

(ibidem, pp.96-97).

Retomando a cronologia apresentada por Gohn, temos ainda os Movimentos

pela casa própria (1960-64); o Movimento do Custo de Vida (1972) – considerado o

principal movimento dos anos 70, cuja origem esteve ligada às ações da Igreja

Católica, sendo “as comunidades de base o seu espaço de estruturação inicial”

(ibidem, pp.110-111); o Movimento das Favelas (1979); a Criação da Confederação

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 80

Nacional de Associações de Moradores (CONAM) em (1982); o Movimento de Luta

pela Moradia das Associações Comunitárias (1983); o Movimento dos Mutuários do

BNH (1984); Movimento dos Inquilinos Intranqüilos (1986); o Movimento dos Sem-

Casas (1986); e a União dos Movimentos de Moradia (UMM), no Estado de São

Paulo em 1987 – que ganha reconhecimento e legitimidade com as lutas e

realizações e com os debates e propostas em torno do direito à moradia e à cidade.

Segundo Silva (1993) é com a UMM que ocorre a articulação de movimentos

por moradia, entidades e associações comunitárias, no âmbito nacional,

desencadeando um processo de participação inédito no país que culmina com a

elaboração do Projeto de Lei encaminhado ao Congresso Nacional em 1991,

propondo a criação do Fundo Nacional de Moradia Popular (FNMP) que recebeu a

aquiescência de vários movimentos populares de saúde, transporte, direitos

humanos, grupos ecológicos, aposentados etc. Entretanto, esta proposta irá

enfrentar nos anos seguintes, uma longa batalha entre os movimentos de moradia, o

governo e os empresários da construção civil.

O impasse produzido pela correlação de forças faz com que a tramitação do

projeto seja muito lenta e ainda hoje não foi aprovado. Apesar disso, este momento

foi fundamental para a organização e fortalecimento dos movimentos de moradia e

sua inserção na Política de Habitação Popular, servindo de base para o Fórum

Nacional de Habitação, realizado em Brasília em 1992, cuja pauta sinalizava a

elaboração de um modelo institucional para rever o sistema financeiro de habitação

subsidiado pelo desenvolvimento urbano e habitacional.

No ano seguinte, a UMM organiza um Encontro Nacional em que são

apresentados os Programas Habitar Brasil e Morar Município, objetivando atender a

população de 0 a 3 salários mínimos. Apesar de não atenderem as proposições dos

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 81

Movimentos de Moradia, incorporaram algumas demandas como as que enfatizam

as práticas de mutirões com autogestão, em que os recursos são repassados para o

Estado ou Prefeituras Municipais e geridos pelos Conselhos Municipais.

Um outro momento considerado importante para a discussão da habitação

ocorre em 1994 no contexto da criação do Comitê Nacional Brasileiro, composto por

representantes dos Estados, Municípios e da sociedade civil, cujo objetivo era

elaborar a política governamental e preparar para a Conferência Habitat II. Mas, ao

final, houve um recuo do governo e o comitê apresentou apenas um Plano de Ação

considerado, pelos movimentos sociais de moradia, como tecnocrático, cujas

propostas mantinham a política setorial do governo, não contemplando, portanto,

nem o debate realizado e nem os anseios da sociedade civil organizada que

desejava um plano de ação para além das políticas setoriais do governo. A despeito

da frustração das expectativas dos movimentos sociais, este impasse foi um

motivador para a realização da Conferência Brasileira e inserção da habitação

popular em diferentes fóruns de debate e discussão.

A nova tendência de atuação dos movimentos por dentro do Estado, faz com

que movimentos de moradia passem a pressionar os Estados e Municípios para a

constituição destes novos fóruns consultivos e deliberativos. É assim que surgem as

primeiras experiências de mutirões com autogestão a exemplo das verificadas em

São Paulo no governo de Erundina.

Para Gohn,

A análise histórica nos revela que a questão habitacional das camadas populares não tem sido resolvida no Brasil pelo simples jogo do mercado ou pelas políticas públicas. Trata-se de uma questão estrutural. O modelo de acumulação vigente não oferece alternativa ao trabalhador de arcar com os custos de aquisição ou locação de sua moradia. O próprio trabalhador sabe

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 82

disso, e procura as soluções alternativas. Enquanto foi possível autoconstruir nos terrenos clandestinos – à custa de enorme esforço familiar - invadir áreas, levantar barracos, alugar cortiços e pardieiros, a situação “ia se ajeitando”. Mas a crise habitacional dos anos 80 afunilou ou eliminou estas alternativas. E a mobilização popular veio como conseqüência. (GOHN, 1991, p.165)

Ao analisar o contexto paulista, Bonduki (2000), avalia que os princípios

propostos pelas novas formas de gestão e participação popular têm apontado

caminhos para a construção de cidades menos desiguais e mais humanas e que as

práticas brasileiras de gestão urbana, apresentadas na II Conferência das Nações

Unidas para os Assentamentos Urbanos – Habitat II, Istambul, 1996, vêm, de certa

forma,

[...] revelando que várias cidades brasileiras têm conseguido enfrentar alguns dos seus mais graves problemas pela parceria entre governos e a sociedade organizada, gerando propostas viáveis, de baixo custo e de grande repercussão na qualidade de vida de seus habitantes. (BONDUKI, 2000, p.17)

Esta nova tendência exigiu um novo comportamento da sociedade civil

organizada. Para tanto, Pontes (1997) acredita que:

[...] o trabalho político há de ser sempre duplo: fora do Estado, na organização crescente da sociedade civil, e dentro dele, na busca de novas forças organizacionais, que enfatizem as análises e decisões globalizantes e que permitam à sociedade civil nelas ingressar e, assim, participar do processo decisório. (PONTES, 1997, p.316)

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 83

Para a habitação popular, mais especificamente, Bonduki (2000), propõe que

as políticas públicas devam se basear “na descentralização, na participação popular,

na parceria com Organizações Não Governamentais (ONGs), no respeito ao meio

ambiente e na busca do direito à cidade” (BONDUKI, 2000, p.17).

Diante disso, vê-se nascer no poder local22, iniciativas consideradas mais

democráticas e participativas, através de uma maior flexiblilização e agilização do

poder decisório municipal por meio dos fóruns de consulta popular como os

conselhos municipais de saúde, educação, habitação, dentre outros23.

Estes novos fóruns de debate e discussão têm, por um lado, orientado algumas

práticas de planejamento e gestão de cidades e, por outro, em alguns casos, inibido

ou enfraquecido os movimentos sociais de luta pela moradia justificado, de certa

maneira, pelo fato de compartilharem com o poder público o processo decisório

através dos fóruns institucionais tornando-os co-autores das políticas.

Desse modo, em meados da década de 1980 e início dos anos 90, em Vitória

da Conquista, seguindo à tendência nacional, eclodem os movimentos de luta pela

moradia, representados, basicamente, pelas Associações de Moradores e pelas lutas

individuais e coletivas pela conquista da moradia por meio das ocupações urbanas.

O depoimento de um dos líderes do movimento social urbano dessa época revela

que,

[...] foi a década de 80 onde eclodiu os grandes movimentos sociais, sobretudo, nessa área de moradia. Nós podemos citar desde os loteamentos

22 Para Gohn (2004, p. 63) “o poder local foi redefinido como sinônimo de força social organizada, enquanto forma de participação da população, na direção do que tem sido denominado empowerment ou “empoderamento” da comunidade, isto é, a capacidade de gerar processos de desenvolvimento auto-sustentável, com a mediação de agentes externos – novos educadores, principalmente das ONGs do terceiro Setor”. 23 Apesar de, na prática, estes fóruns, em alguns casos, estarem servindo apenas para legitimar as práticas autoritárias dos gestores locais, o seu objetivo inicial é o de garantir maior democratização nos processos decisórios, fortalecendo a participação popular.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 84

do bairro Santa Helena, Santa Cruz, Alto da Boa Vista, na região do Alto da Conquista, Parque da Colina e Bruno Bacelar (loteamento que já cerca de mais 20 anos) todos esses nós tivemos a oportunidade de participar. 24

A organização dos sem teto ainda era muito frágil e contava com o forte apoio

da Igreja Católica e de outros movimentos urbanos a exemplo das Associações de

Moradores.

A fragilidade da organização dos sem teto pode ser notada na percepção de

uma das lideranças do período, quanto à forma de ação dos ocupantes:

Nós sentimos que as pessoas trabalhavam sozinhas sem ter alguém que ajudasse para ter força para partir para o poder público e conseguir as reivindicações. Víamos com angústia as pessoas que viviam de aluguel sair, fazer seus barraquinhos em um canto e em outro, mas sem ter uma organização.25

A pressão popular na luta pelo direito à moradia e aos equipamentos e serviços

urbanos coletivos ocorrerá em três vertentes: a organização dos sem teto, a

organização das Associações de Moradores de bairros populares e a organização

dos mutuários da URBIS I. Apesar de atuarem de forma isolada, as ocupações

recebiam ajuda desses movimentos como nos relata José Cerqueira Costa, sobre a

sua participação, enquanto presidente da Associação de Moradores da URBIS I, em

uma das ocupações urbanas,

24 Entrevista realizada, em maio de 2005, com José Cerqueira Costa. 25 Entrevista realizada, em maio de 2005, com José Cerqueira Costa.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 85

[...] a questão da ocupação do Santa Helena que era o terreno do aeroporto, foi uma luta tremenda. Ali eu dormir juntamente com Belmiro debaixo de um barraco para garantir as pessoas lá, pra que a polícia não fosse tirar o pessoal, nem tão pouco, o poder público. A gente saia deixava o povo lá organizado e saia para a Prefeitura, para os órgãos competentes na Câmara de Vereadores, no sentido de fazer entender que as pessoas estavam ocupando porque tinham necessidade de moradia e que a gente aí passava a contribuir com o processo e muitos até criticavam. A gente até ficava na condição de anônimos. Na hora de dá entrevista a gente organizava exatamente pessoas da própria ocupação e formava a coordenação deles lá, e a gente ficava só orientando porque, primeiro, nós tínhamos as nossas casas, nós já éramos de entidades organizadas e aí não dava condição para isso então a gente fazia esse trabalho nos bastidores no sentido de garantir que as pessoas fossem fixadas. Algumas dessas ocupações a gente garantiu que os ocupantes ficassem lá mesmo como foi na Santa Helena, na Santa Cruz, no Parque da Colina, mas no Parque da Colina II, conseguimos que a Prefeitura comprasse uma área de terra que foi a Nova Cidade.26

Os discursos dos vereadores e representantes populares na Tribuna da

Câmara também mostram traços desse momento e, ao mesmo tempo, revelam o

entendimento do Legislativo Municipal sobre a questão da moradia, a exemplo do

posicionamento de vereadores na sessão do dia 05.04.90 sobre a ocupação dos

“bairros” Conquistinha e São Luiz:

[...] o que esta havendo é muita má fé, o que a Prefeitura tem a fazer é expulsar os poceiros, (sic) convoca a Comissão de Obras para junto com assessoria jurídica da Prefeitura tomar as devidas providências.27 [...] estamos convivendo com as invasões que esta (sic) chegando a Vitória da Conquista, chama atenção para tratar este assunto como merece, o que não se pode é alimentar pessoas que estão neste comércio, tem conhecimento que existe pessoas de fora, deve ter critérios para essas pessoas e solicita para que agilise (sic) esta questão.28 [...] esse movimento são de pessoas carentes, não se pode admitir que são pessoas de alta renda usando esses necessitados da moradia, acompanha o problema de perto e concorda com as invasões, porque são pessoas carentes que não tem condições de pagar prestações caras e tem certeza que a Prefeitura vai tomar um posicionamento, porque o problema da habitação é

26 Entrevista realizada, em maio de 2005. 27 Discurso do Vereador Yvonilton Gonçalves. In: Livro de Atas 12.02.89, Fl. 120v, Arquivo Público, Sessão ordinária, 05.04.90, grifo nosso. 28 Discurso do Vereador Edivaldo Ferreira. In: Livro de Atas 12.02.89, Fl. 121f, Arquivo Público, Sessão ordinária, 05.04.90.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 86

sério o que tem a cobrar é que o executivo dê uma infra-estrutura adequada, está a favor das ocupações organizadas”.29

Os depoimentos acima mostram posições político-ideológicas diferentes e

opostas do legislativo municipal acerca das ocupações de terras urbanas em

referência. Por um lado, a solução para as ocupações é a expulsão dos “invasores”

ou o combate ao comércio das “invasões” e, por outro, é o reconhecimento da

seriedade do problema da habitação e a necessidade de apoiar as ocupações

organizadas.

As ocupações urbanas, no plano municipal, serão analisadas e entendidas sob

diferentes abordagens e perspectivas. Ao analisar as relações entre a dificuldade de

acesso à moradia com a transformação de terra em mercadoria em Vitória da

Conquista, observa-se que apesar das ocupações urbanas figurarem no cenário

conquistense na década de 1980, Lima (1997) aponta que é a partir de 1950 que “a

terra passou a ser mercadoria “vendida aos pedaços” – a análise da evolução do

tecido urbano nos indica que esse processo tem se consolidado na forma de

loteamento – e só tem direito ao seu uso quem pode pagar por ele” (LIMA, 1997, p.

76). Com a terra transformada em mercadoria, as ocupações e os assentamentos

urbanas constituíram-se nas principais formas de acesso à moradia, encontrada por

grande parte da população de 0 a 3 salários mínimos, que passa a viver na cidade.

Esta forma de apropriação irá estabelecer o conflito entre a propriedade e o direito de

uso do espaço que no caso conquistense será deflagrado na década de 1980.

O problema da moradia é oficialmente enfrentado pelo município em 1991, com

29 Discurso do Vereador Paulo Brito. In: Livro de Atas 12.02.89, Fl.121f. e 121v, Arquivo Público, Sessão ordinária, 05.04.90.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 87

a criação do Programa Municipal de Habitação Popular, já tratado anteriormente.

Segundo a avaliação de Ferraz,

A implantação do programa ocorreu com base na pressão exercida pelos movimentos populares de ocupação do solo urbano e da conseqüente atuação do poder público municipal, interessado em manter certos redutos eleitorais, uma vez que os movimentos populares possuem forte poder de barganha política. (FERRAZ, 2001, p. 68)

Entretanto, é necessário considerar que os movimentos populares, salvo

exceções, nasceram em função do incentivo de grupos políticos que tinham

interesses eleitoreiros, fato comprovado, posteriormente, com a vitória de

antigos líderes e ou presidentes de associações em pleitos eleitorais para a

Câmara de Vereadores. As principais reivindicações destes movimentos

referiam-se à instalação dos equipamentos e serviços urbanos (asfaltamento,

escolas, creches, esgoto, iluminação, água, praças etc.). Ao analisar o

comportamento de dirigentes de Associações de Moradores, José Cerqueira

Costa classifica-os em dois grupos: “Nós tínhamos dois grupos: os que

radicalizavam nessa luta de organização popular e os que preferiam estar do lado do

prefeito, do governador e do presidente daquele momento”.30

Em meados da década de 1990, algumas Associações sofrem forte crítica tanto

de membros do Legislativo como da sociedade civil acusando-as se serem

controladas pelo Executivo e de funcionarem como apêndice da Prefeitura

Municipal.

30 Entrevista realizada, em maio de 2005.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 88

Com as ações do PMPH, criado em 1991, realizando o assentamento de

famílias que moravam em ocupações e mesmo com o reconhecimento de áreas de

ocupação como próprias para o Assentamento, a cidade vivencia nos anos

seguintes, até aproximadamente 1994, um arrefecimento das ocupações urbanas.

É somente em 2001 que ocorre a criação do Movimento de Moradia por um

pequeno grupo de pessoas, vindo reforçar a luta pela moradia. A principal bandeira

desse movimento era a regularização fundiária dos lotes que foram cedidos pela

Prefeitura Municipal e os que foram ocupados. Embora, outras lutas como o direito à

saúde, educação, trabalho, transporte, dentre outros, também estivessem pautados

em suas reivindicações. O depoimento de um dos membros deste movimento indica

o período de criação do movimento, bem como o objetivo e contexto de sua criação:

Bom, aqui em Vitória da Conquista é criado em 2001. [...] na busca de compreender como estava o processo em assentamentos humanos aqui e tal [...] e em 2001 a gente começou a discutir [...] um grupo pequeno [...] sobre como a gente poderia atuar [...] através de um movimento que não fosse um movimento “bolha de sabão” que surgisse para fazer uma ocupação e desaparecesse depois, mas um movimento permanente [...] Um movimento que tratasse da questão da habitação pensando a longo prazo não só na questão imediata, mas que também ultrapassasse este limite da habitação [...] que a gente pudesse tratar de um pacote [...] Habitação, saúde, educação, trabalho [...] Sem desvincular isso de uma questão maior [...] Que é a luta de classe [...] Isso a gente tinha que ter claro que a gente não devia fragmentar [...] Tratar destas questões de habitação separado de uma questão maior [...] que é a luta de classe. E aí, após algumas reuniões com um grupo pequeno mesmo, era um grupo reduzido, era muito difícil a gente reunir mais do que 5 pessoas para fazer as discussões iniciais [...] E aí a gente então vai definir um caminho, por onde começar se através de famílias sem teto, se através de ocupação de áreas urbanas, áreas públicas ou privadas [...] E aí percebemos que em Conquista tem um contingente imenso [...] de moradores em assentamentos e em áreas públicas também ocupadas, os assentamentos a maioria deles são é conseqüência também de ocupações em outras áreas em outras áreas que o poder público deslocou essa população da ocupação para algum assentamento [...] E aí nós fomos fazendo um levantamento, dentro dos nossos limites, já que a gente não dispõe de grande capacidade de mobilização, financiamento, de estrutura física para reuniões nada disso [...] Surgiu dentro de uma sala de uma casa de um companheiro [...] E aí a gente começou a percorrer a periferia [...] a colher informações e tal[...] conversando com os moradores e a gente percebeu que ali era o início do trabalho [...] que não era pela ocupação, mas trabalhando nas áreas de assentamentos e nas áreas já ocupadas, naquele momento a gente percebeu que não havia mobilizações [...] Algumas associações de moradores que não passavam de associações cartoriais só de 4 em 4 anos [...] serviam a algum político, a algum vereador para fazer campanha dentro dos bairros e tal [...] mas que

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 89

não tinha nenhuma relação com a população, com os moradores daquelas comunidades.31

As ações do Movimento de Moradia, ao contrário de outros movimentos,

sempre foram por fora do Estado por acreditar que as formas institucionais de

debate, discussão e deliberação são “controladas” e “domesticadas” quando

associadas a este, comprometem os princípios de liberdade e autonomia

necessários aos movimentos. O movimento não admite interferência político

partidária em suas deliberações. Um de seus membros define assim o perfil do

Movimento de Moradia:

Eu acho que nós traçamos um perfil de movimento diferente, [...] não é burocrático não tem uma burocracia, [...] não precisa para a existência de financiamentos, [...] não precisa ocupar cargos no poder público para existir, [...] não precisa ocupar cargos em gabinetes de quem quer que seja para existir. [...] não é profissional que não tem suas lideranças profissionalizadas, dependentes de recursos públicos, dependentes se salários públicos, dependentes de salários de vereadores, de deputados ou de quem quer que seja. O que dá legitimidade é exatamente isso. [...] ele só precisa de que existam os problemas já latentes e que ele vá lá e consiga juntar uma população que tem os mesmos problemas em comum e dizer olha a gente pode tentar resolver isso dessa forma através da organização. [...] Documentar os atos do movimento, documentar o que tem feito o movimento isso é uma coisa, mas tornar-se uma entidade jurídica, burocrática isso é diferente. Então eu acho que aquela conversa de autonomia dos movimentos que havia lá atrás, era um discurso falso. Os movimentos falaram muito nisso, as instituições que apoiavam diziam não, os movimentos são autônomas, mas não, a gente viu que não era, por que ou se desintegraram ou entraram no esquema e estão aí hoje domesticadas, impedidas de representar os anseios mesmo da população. A gente vê hoje movimento que só fazem ocupações em época de eleição. Por que isso? Existe algum problema aí. Será que aquele governante que não agrada o movimento deve ser substituído por um que agrada o movimento e que apóia o movimento e vai resolver a situação?.32

31 Entrevista realizada em março de 2005, com Josafá Sousa Farias. 32 Entrevista realizada, em março de 2005, com Josafá Sousa Farias.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 90

Esta postura, segundo o mesmo depoente, tem dificultado e limitado as ações

do movimento de moradia e sua relação com outros movimentos (locais, regionais ou

nacionais) e com os novos fóruns de debate e discussão, a exemplo dos conselhos

municipais. Contudo, diz não estar preocupado com isso, pois para ele,

parafraseando João Cabral de Melo Neto “Vida é vida mesmo que seja Severina”,

“Vitória é vitória ainda que seja pequena”.33

A partir de 1997, com o fortalecimento e ou criação de novos fóruns de debate

e discussão, a participação da sociedade civil organizada na política de habitação

popular, tem se mostrado, por um lado, pela inserção nos diversos fóruns e

conselhos populares (Educação, Saúde, Orçamento Participativo, etc) ou, por fora do

Estado, tendo nas reuniões com moradores das áreas de assentamentos e

ocupações e nas manifestações populares em praças públicas para reivindicação

das necessidades ligadas ao direito de moradia, suas principais formas de atuação.

A participação via conselhos era, portanto, difusa e indireta. Com a criação do

Conselho Municipal de Habitação Popular em 2004 (cuja composição obedece ao

princípio da paridade entre a sociedade civil e política) ocorre um envolvimento mais

direto da sociedade civil nas discussões e deliberações sobre a política de habitação

municipal de caráter popular, e promove ainda uma ampliação da esfera pública nos

moldes já abordados no capítulo anterior. Entretanto, são muitas as questões que

perpassam o funcionamento desse Conselho, tais como o grau de autonomia, a

articulação com os demais conselhos, articulação com os movimentos sociais que

atuam por fora do Estado, a qualidade da participação de seus representantes e o

poder deliberativo.

33 Entrevista realizada, em março de 2005, com Josafá Sousa Farias.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 91

As principais reclamações apontadas por seus membros são: a composição

das pautas, exigindo maior envolvimento dos membros em sua elaboração; a

necessidade de ampliar a discussão da habitação para além das demandas técnico-

administrativas de modo a contemplar a discussão de uma política mais geral da

habitação; e a necessidade de capacitação dos representantes da sociedade civil

para qualificar a sua atuação. Sobre a participação da sociedade civil nos conselhos

Gohn (2004) recomenda que deva ser orientada pelo princípio de autonomia, pois,

[...] um conselho com autonomia é um conselho soberano para debater e decidir em nome dos interesses da maioria. Por isso a escolha dos representantes dos conselheiros advindos da sociedade civil – e sua qualificação em termos de capacitação para que atuem em pé de igualdade com os representantes da sociedade política – é condição sine qua non para a construção da nova cultura política cidadã. (GOHN, 2004, 67-68)

O envolvimento de representantes de outras secretarias municipais na

composição do conselho de habitação, sem dúvida facilita a busca de solução para

as demandas apresentadas. Contudo, na prática, alguns problemas da habitação

popular, a exemplo da regularização fundiária dos assentamentos e ocupações ainda

enfrenta muitas barreiras pelo “isolacionismo” da gestão administrativa em curso

necessitando, portanto, de um esforço conjunto não apenas da administração

municipal, mas de outras esferas envolvidas neste processo, a exemplo da esfera

jurídica. Não se percebe também uma articulação entre este conselho e os demais

existentes na cidade, nem com movimentos sociais que não atuam por dentro do

Estado. Estes movimentos enxergam o conselho como uma ameaça a sua

existência, na medida em que enfraquece a sua luta.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 92

Para o antigo líder de movimento social e, hoje, gerente de mobilização social

da Casa da Cidadania, os Conselhos populares em Vitória da Conquista, são

resultado da luta dos movimentos populares pela ampliação da participação da

sociedade civil no poder decisório:

[...] porque nós sabíamos que se a gente não tinha condição de interferir, não ouviam a gente diretamente no movimento social, mesmo com denúncias. [...] então a gente dentro do conselho ia ter a oportunidade de votar. [...] eu acho que setores do movimento social está equivocado nisso, porque em um país socialista o que rege são os conselhos, a política é traçada em cima de conselhos. Agora, é preciso que cada conselheiro assuma o seu papel de ser representante legítimo da comunidade.34

Mesmo considerando os conselhos como conquistas dos movimentos sociais,

ao analisar o comportamento dos conselheiros tendo o orçamento participativo35

como referência, José Cerqueira Costa reconhece a necessidade de se pensar sobre

a qualidade da participação da sociedade civil nos processos decisórios.

[...] os conselheiros vem pra aqui para a reunião ou para o local que for feita a reunião, eles são escolhidos dentro daquela plenária, a plenária discute só aquele problema específico, mas não tem um processo de capacitação dessas pessoas, para que essas pessoas sejam reprodutoras, multiplicadoras daquilo que aprendeu. E ai as pessoas naquele instinto egoístico de que só está vindo aqui para adquirir o bem, então, não reproduz. E a prova está no conselho do orçamento participativo.36

Quanto ao comportamento dos conselheiros, um dos membros do movimento

de moradia faz uma crítica ainda mais ácida, pois não acredita na qualidade da

34 Entrevista realizada, em maio de 2005, com José Cerqueira Costa. 35 Experiência existente desde 1997, com o início da administração do Partido dos Trabalhadores (PT). 36 Entrevista realizada, em maio de 2005.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 93

participação popular no Conselho Municipal de Habitação por que, segundo ele,

[...] as pessoas que participam do Conselho são pessoas cooptadas pela Prefeitura mesmo sendo assentadas. E, pessoas que não tem uma posição independente, não porque não queiram, mas talvez por falta de esclarecimento, acabam sendo levadas pelo “status” de ser um representante da comunidade.37

Outra análise sobre os rebatimentos da ampliação da esfera pública via criação

de conselhos populares no plano municipal também é apresentada pelo membro do

movimento de moradia, quando considera que,

[...] houve uma regressão, que a partir do momento em que a Prefeitura criou vários fóruns de debates, várias discussões, inclusive o Orçamento Participativo, fez com que aqueles debates fossem direcionados. Então, a Prefeitura fez com isso, não com que o povo viesse realmente a participar, mas com que o povo viesse a participar de suas ações políticas, no caso assim, ações de politicagem e, fez com que [...] as ações realmente de lutas fossem mais controladas. A participação controlada. Os movimentos enfraqueceram essa é que é a leitura e uma outra coisa, infelizmente, as entidades talvez que davam uma sustentação maior aos movimentos populares fosse a Igreja Católica. Talvez a Igreja tenha dado um certo recuo e esses movimentos em geral perdeu força.38

A despeito das críticas destacadas, é preciso, por um lado, relembrar que numa

sociedade autônoma, o poder e o conflito estarão sempre presentes, para que a

sociedade seja, permanentemente, reinventada. Ademais aposta-se nos princípios

da racionalidade comunicativa, proposta por Habermas39 para o enfrentamento da

racionalidade instrumental em que a linguagem é utilizada como estratégia de

37 Entrevista realizada, em fevereiro de 2005, com Paulo César Pereira Couto. 38 Entrevista realizada, em fevereiro de 2005, com Paulo César Pereira Couto. 39 Questão tratada na página 37 desta dissertação.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 94

dominação e cooptação. Por outro, qualquer análise sobre o Conselho Municipal de

Habitação não pode desconsiderar o pouco tempo de funcionamento deste conselho;

o quadro de desarticulação social em que se encontra os diferentes movimentos,

associações e organizações de luta pela moradia na cidade; e o fato do conselho ter

sido uma das reivindicações dos assentados e ocupantes na 1ª Conferência e

aprovado pela Câmara de Vereadores em dezembro de 2003.

A pesquisa de campo realizada em dezembro de 2004, em áreas de

assentamentos e ocupações populares, revela um quadro preocupante quanto à

atuação dos movimentos de luta pela moradia e à participação da sociedade civil na

política de habitação popular. Dos moradores das áreas de assentamentos e

ocupações entrevistados 81% não conhecem ou sequer ouviram falar do Conselho

Municipal de Habitação, 70% nunca participaram de atividades promovidas por

associações de moradores, 85% nunca participaram de atividades promovidas pelo

Movimento de moradia, 59% não sabem avaliar o desempenho do PMHP, mesmo

morando em áreas de assentamentos que dele decorrem e, portanto, beneficiários

desse programa. Quanto ao conhecimento da Lei municipal nº. 1.186/2003 que

regulamenta a política de habitação popular e seus subprojetos (regularização

fundiária, apoio a construção, organização comunitária) 89% declaram não conhecer.

Apenas 7% dos moradores recorrem a Associação para reivindicar melhorias,

1% ao Movimento de Moradia, 20% ao Prefeito Municipal, 1% a Câmara de

Vereadores, 18% a Outros (Amigos, políticos, líder local, conselho, agente de saúde,

imprensa) e 41% não reivindicam de forma alguma.

Esta letargia nos remete a questões complexas como: O baixo nível de

escolaridade dos moradores destas áreas tem interferido na qualidade de sua

participação? A baixa qualidade da participação da sociedade civil mencionada

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 95

acima deve ser uma preocupação exclusiva da sociedade política? A sociedade civil

está preparada para participar destes novos fóruns de debate e discussão? A

aproximação dos movimentos sociais com a política partidária tem comprometido a

sua credibilidade? Estas questões, embora não sejam objeto de análise nesta

pesquisa levantam possibilidades de futuras investigações.

Ao avaliar a atuação das Associações de Moradores, Paulo César destaca dois

aspectos que no seu entender dificultam as ações e comprometem a sua

credibilidade perante a sociedade:

Primeiro o aspecto profissional da direção dessas associações. Nós sabemos que toda entidade constituída ela tem seus deveres jurídicos e as pessoas que dirigem essas entidades, geralmente, não tem um certo conhecimento nesse aspecto e, cabe as entidades, as suas instâncias maiores, no caso aqui em Conquista a Federação das Associações deveriam dar uma certa orientação, nesse aspecto. Por outro lado, existe também, o aspecto político partidário. Boa parte dessas associações são criadas aí na calada da noite, apenas com o intuito de dar sustentação a um determinado político e acaba o trabalho não fluindo como deveria. [...] Antes de qualquer coisa nós acreditamos que uma entidade de representar o povo ela não pode nascer de um gabinete, ela tem que nascer do próprio povo.40

E, quando avalia a atuação do Movimento de Moradia, do qual faz parte,

admite que:

E, no caso particular nosso, do nosso trabalho, é um trabalho pequeno porque são poucas as pessoas que atuam. Todas as pessoas que atuam no Movimento de moradia trabalham em suas atividades e que a limitação de tempo, de condições financeiras é muito grande. E, se houvesse uma mobilização maior da nossa parte, por certo haveria uma confiabilidade maior das pessoas.41

40 Entrevista realizada, em fevereiro de 2005, com Paulo César Pereira Couto, membro do Movimento de Moradia. 41 Entrevista realizada, em fevereiro de 2005, com Paulo César Pereira Couto.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 96

É importante considerar que a atuação das Associações de Moradores em

Vitória da Conquista sempre possuiu a sua territorialização demarcada pelo

loteamento ou se estendia ao limite do bairro. Apesar da criação da Federação

Intermunicipal das Associações de Moradores (FIAM), cujo objetivo era “unir as

associações de moradores diante do papel individualista que cada uma exercia”, na

prática, as reivindicações e disputas denunciam a luta fragmentada.

Ikuta (2003) avalia que esta forma de atuação trata-se da práxis “emparedada”

impedindo ou dificultando a identificação dos seus problemas com os problemas

vivenciados em outros bairros da cidade e, portanto, prejudicando o entendimento da

cidade como um todo, dos processos sociais, políticos e econômicos que a produz e

reproduz desigual e combinadamente.

Ainda segundo Ikuta (2003) este comportamento prejudica

[...] a apreensão da totalidade do processo que gera não só a precarização das condições do morar, mas de todo o conjunto das condições sociais de existência. E isto, mesmo que as condições concretas sejam de pobreza “confinada” na periferia mais distante, onde as precariedades se superpõem sócio-territorialmente. Esta é a raiz da fragmentação do ser social que então cinde a esfera do morar e do trabalhar: a precarização atinge o todo do ser social, mas este não se percebe como ser uno. (IKUTA, 2003, p. 55)

A 1ª Conferência Municipal de Habitação Popular, já mencionada

anteriormente, realizada pela Prefeitura Municipal, em maio de 2002 em Vitória da

Conquista, mas, pleiteada, principalmente, pelo Movimento de Moradia (embora,

posteriormente, apresentassem divergências quanto à sua organização), foi a

primeira experiência de ruptura com a prática “emparedada”, debatendo e discutindo

de forma conjunta temas gerais da habitação popular como: o PMHP, a participação

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 97

popular, a regularização fundiária e a captação de recursos por diferentes setores da

sociedade, como as Associações de Moradores, Delegados eleitos em plenárias nas

áreas de assentamentos e ocupações que antecederam a Conferência e o

envolvimento de vários órgãos públicos a exemplo da Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia (UESB) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Esta

experiência mostrou que a crise enfrentada pelos movimentos, organizações e

associações de moradores não impediu a participação de representantes dos

assentados e ocupantes no debate da habitação popular e, inaugurou uma parceria

da sociedade civil com o Estado no plano local, reforçada, como vimos em momento

anterior, com o funcionamento do Conselho Municipal.

Os resultados dessa Conferência foram a rediscussão da Lei nº. 570/91, que

regulamentava o Programa Municipal de Habitação Popular, cujas propostas de

alterações foram incorporadas no ano seguinte na Lei nº. 1.186/2003 em que se

destaca a ampliação da extensão da Lei nº. 570/91(antes limitada à regulamentação

de um programa); criação de Fundo e Conselhos Municipais, previstos na antiga lei

mas sem implantação; ampliação do acesso da população de dois para até três

salários mínimos ao PMHP; criação de subprojetos de organização comunitária,

capacitação profissional, entre outros; necessidade de maior articulação nas

secretarias municipais na política de habitação popular e instituição de uma política

de regularização fundiária para os assentamentos e ocupações.

Apesar dos avanços conquistados pela 1ª Conferência Municipal de Habitação

Popular com a promulgação da Lei 1.186/2003, na prática, muitas das propostas

aprovadas estão longe de serem alcançadas e serão alvo de análises mais adiante.

Ao fazer uma análise geográfica da luta dos ocupantes de terras urbanas em

Vitória da Conquista – BA, Lima (1997) conclui que,

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 98

O uso do espaço conquistado pelos que lutaram pela terra urbana em Vitória da Conquista, se deu no lugar possível, traz a marca da segregação sócio-espacial. Liberdade, moradia, educação, saúde, saneamento básico, lazer, segurança, transporte e alimentação de qualidade ainda não fazem parte da realidade vivida por uma maioria expressiva da sociedade conquistense. O que torna essencial, portanto, a transformação da realidade sócio-econômica, cultural e política, e requer a continuidade da luta pelo território desejado, ampliando as “redes” entre os que vivem sob a condição da subalternidade na(s) cidade(s) e no campo. (LIMA, 1997, p. 113-115, grifo da autora)

Ao analisar as características e intervenções dos movimentos, organizações e

associações da cidade de Vitória da Conquista que tem o direito à moradia como

luta, e, tendo como referência o entendimento de Souza (2002) sobre movimentos

sociais e ativismos sociais42, nos obriga a concluir que não se pode falar em

autênticos movimentos sociais, mas sim, de ativismos sociais que, no momento,

assim como em todo o país, enfrentam grave crise.

Talvez, a crise das formas tradicionais do ativismo urbano é o que tem

fertilizado as experiências que envolvem a sociedade civil e o Estado. No plano local,

a crise experimentada pelas associações, organizações e movimentos tem

canalizado grande parte das reivindicações e lutas ao Conselho Municipal de

Habitação.

Por isso mesmo, é essencial que a participação da sociedade civil na produção

da habitação popular em Vitória da Conquista, vinculadas aos movimentos populares 42 Para Souza, “[...] movimentos sociais são entendidos como possuindo horizontes largos, vale dizer, como estando orientados para uma transformação menos ou mais profunda da sociedade. Não são ações paroquiais, que se limitam a reivindicar benefícios para algum pequeno de pressão específico atuando em escala microlocal. [...] são ações articuladas em escalas geográficas mais amplas e, principalmente, com preocupações de mais largo alcance, e cujas demandas, ao remeterem a questões-chave no que se refere à problemática da justiça social, desafiam, direta ou indiretamente, aspectos importantes do status quo. Na maioria das vezes, entretanto, não se tem diante de si movimentos sociais, mas sim meros ativismos sociais que não chegam a alcançar a forma de autênticos movimentos sociais, permanecendo presos a um paroquialismo reivindicatório, à luta por melhorias localizadas para atender a um grupo particular”. (SOUZA, 2002, p. 191-192)

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 99

ou às ações particulares, ou ainda, por dentro ou por fora do Estado, seja fortalecida

pela autonomia individual e coletiva objetivando a melhoria da qualidade de vida e da

justiça social para a população dos assentamentos e ocupações urbanas.

2.3 O capital e a produção da habitação popular

Em princípio, reconhece-se que a produção do espaço urbano se insere no

contexto geral da produção do capital, desse modo, o espaço urbano é produto e

condição do modo de produção capitalista. Para Lefèbvre (2001, p.8), isso explica os

ensinamentos marxistas quando afirmava que “as concentrações urbanas

acompanharam as concentrações de capitais”. A espacialidade da Política Nacional

de Habitação em Vitória da Conquista mostrada no mapa 3 é um exemplo destas

concentrações e da heterogeneidade da produção do espaço urbano.

Rodrigues (1988, p.20) ao analisar esta heterogeneidade, diz que o problema

reside no fato de que a cidade é “produzida socialmente e renda apropriada

individualmente”, ou seja, enquanto a produção do espaço é coletiva, em que todos

participam (seja pagando impostos e taxas ou construído a sua casa própria) a

apropriação do espaço ocorre individualmente, dificultando, e mesmo, impedindo o

acesso ao uso do solo urbano. Ainda segundo Rodrigues (1988, p. 24) “[...] a terra,

neste caso, tem maior importância como valor de troca. Importa o preço e não o

uso”. Um dos mecanismos mais eficientes desta inversão da função do solo urbano é

a especulação imobiliária. A cidade é assim, pensada para o consumidor e não para

o cidadão.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 100

Ao analisar as cidades submetidas à imperatividade do capital no processo de

globalização, Préteceille (1997) conclui:

As cidades mais ligadas ao processo de globalização são aquelas em que se concentra e é visível o máximo de poder e de riqueza; no entanto, longe de serem lugares de fartura e de prosperidade generalizada, nelas aparecem de modo gritante novas formas de pobreza, fenômenos brutais de exclusão social e de marginalização. É a esse respeito que aparecem as idéias de “cidade com dupla velocidade” ou de dualização urbana. (PRÉTECEILLE, 1997, p.78-79)

Em se tratando do enfrentamento da crise de moradia nas cidades, Ramos e

Sá (2003) observam que,

[...] instaura-se uma forte polarização de interesses, opondo, de um lado, os agentes do capital financeiro e da produção imobiliária que se dirigem de forma competitiva às frações vinculadas ao grande e médio capital, de elevado poder aquisitivo; e, de outro, os trabalhadores mais mal posicionados em termos de renda familiar, para os quais, em grande número, tem restado como única alternativa a ocupação de loteamentos “irregulares” ou o sobretrabalho imposto pela necessidade de construção das suas casas e até de alguns tipos de equipamentos, como, por exemplo, as escolas, de forma individual ou através de mutirões. (RAMOS e SÁ, 2003, p.155)

Desse modo, ao fazer uma análise da habitação popular entendendo a cidade

sob a ótica da produção capitalista, Ramos e Sá (2003), concluem que:

[...] a “habitação popular”, considerada “solução” encontrada pelo Estado, ou mesmo reivindicada por trabalhadores para atender a uma necessidade social, pode ser analisada como uma condição geral imposta à reprodução da força de trabalho, que é fundamental à reprodução do capital. (RAMOS e SÁ, 2003, p.154).

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 101

A reprodução do capital é viabilizada com a transformação da habitação em

mercadoria com valor de uso e valor de troca. Entretanto, Harvey (1980, p.135)

salienta que “o solo e as benfeitorias não são mercadorias quaisquer: assim, os

conceitos de valor de uso e valor de troca assumem significado em uma situação

mais do que especial”. Desse modo, o mesmo autor destaca seis aspectos que

evidenciam as particularidades dessa mercadoria:

(i) O solo e as benfeitorias não podem deslocar-se livremente, e isso os diferencia de outras mercadorias, tais como trigo, automóveis e similares. O solo e as benfeitorias têm localização fixa. (ii) O solo e as benfeitorias são mercadorias das quais nenhum indivíduo pode dispensar. (iii) O solo e as benfeitorias mudam de mão relativamente com pouca freqüência. (iv) O solo é algo permanente e a probabilidade de vida das benfeitorias é muitas vezes considerável. (v) A troca no mercado ocorre em um momento do tempo, mas o uso se estende por um período de tempo e, (vi) O solo e as benfeitorias têm usos diferentes e numerosos que não são mutuamente exclusivos para o usuário. (HARVEY, 1980, p 135-137)

Para Rodrigues (1988) os que têm sua casa para moradia ou trabalho, não a

vêem como objeto de especulação, mas como valor de uso, já aqueles que possuem

sua casa para obter ganhos extras, aguardando apenas o maior preço – praticam a

especulação e, portanto, para este, impera o valor de troca.

Isso acontece segundo Harvey (1980) porque no mercado de moradia existem

diversos autores os quais institui modos diferentes de valor de uso e valor de troca.

Para ele, há os usuários de moradia, os corretores de imóveis, os proprietários que

realizam o aluguel, os incorporadores e a indústria de construção, as instituições

financeiras e as instituições governamentais. Estes atores possuem interesses

particulares e cada um opera a seu modo. Portanto, “o que é valor de uso para um é

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 102

valor de troca para outro, e cada um concebe o valor de uso diferencialmente”.

(HARVEY, 1980, p.142). Isto revela a complexidade da análise do valor de uso e do

valor de troca no mercado de moradia.

Contudo, fato é que a realização do valor de uso e do valor de troca movimenta

o mundo da mercadoria e, consequentemente, produz rebatimentos na produção

sócio-espacial das cidades. Sobre o valor de uso e o valor de troca, Lefèbvre

considera que o primeiro estaria relacionado com a cidade “obra” que preexiste à

industrialização (cidades oriental, arcaicas e medieval) e o segundo com a cidade

produto (cidade industrial, comercial, bancária). Ao analisar a cidade nesta

perspectiva, defende a tese de que,

[...] a cidade e a realidade urbana dependem do valor de uso. O valor de troca e a generalização da mercadoria pela industrialização tendem a destruir, ao subordiná-las a si, a cidade e a realidade urbana, refúgios do valor de uso, embriões de uma virtual predominância e de uma revalorização do uso. (LEFÈBVRE, 2001, p.6).

Nesse processo, tanto os terrenos vazios quanto as residências tornam-se

objeto de especulação fundiária e imobiliária. O processo de expansão territorial

urbano da cidade de Vitória da Conquista, mostrado anteriormente, revela que novas

áreas são incorporadas à malha urbana sem, no entanto, serem ocupados os

terrenos vagos, dando fortes indícios da especulação fundiária e imobiliária praticada

no contexto urbano, do descumprimento da legislação urbana e da “vitória do valor

de troca sobre o valor de uso”. Esta tendência também foi observada por Santos

(1999) ao afirmar que:

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 103

[...] a cidade de Vitória da Conquista [...] se revela hoje como uma cidade altamente desconcentrada espacialmente, principalmente nas suas partes mais recentes. Devido à descontinuidade do processo de ocupação ela se mostra como possuidora de grandes espaços vazios, resultantes e patrocinadores da especulação imobiliária. (SANTOS, 1999, p. 31)

O mapa 4 revela a densidade da ocupação urbana de Vitória da Conquista e

ilustra bem esta questão.

Na tabela 04 é possível ver o total de unidades referentes aos terrenos

(imposto territorial) e aos imóveis residenciais e comerciais (Imposto predial).

Apresenta ainda a quantidade de terrenos e imóveis que são imunes (públicos ou

pertencentes à Igreja) e isentos (aqueles que o proprietário comprova nenhum ou

baixos rendimentos).

Os números indicam que o total geral dos terrenos vazios é ligeiramente

superior ao total geral de imóveis e, também, confirma o quadro apontado no mapa

4. A realidade esboçada é forte indício de especulação imobiliária com os “terrenos

de engorda” e demonstra a superioridade do valor de troca em relação ao valor de

uso do espaço urbano conquistense. Por outro lado, esse processo faz com que a

população sem nenhuma ou com renda mensal de até dois salários mínimos sejam

expulsas das áreas com melhores condições infra-estruturais e procurem áreas cada

TABELA 4 - SÍNTESE DO CADASTRO DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU) DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BA, 05/2005.

CLASSIFICAÇÃO DA UNIDADE CONTRIBUINTES IMUNES ISENTOS RESIDENCIAL COMERCIAL

TOTAL GERAL DE UNIDADES

Territorial 59.831 960 4.698 0 0 65.489 Predial 61.034 686 2.485 51.055 9.979 64.205 TOTAL 120.865 1.646 7.183 51.055 9.979 129.694 Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. IPTU - 05/2005. Organização: Miriam Cléa Coelho Almeida.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 104

Fonte: Projeto de Plano Diretor Urbano de Vitória da Conquista – BA, 2004.

MAPA 4 – Densidade de ocupação na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 105

vez mais distantes e de baixo valor, reforçando, portanto, a tese de que estão de fato

segregadas nos limites últimos da malha urbana.

É importante advertir que o processo de subordinação do espaço urbano ao

mercado não se restringe às áreas mais abastadas da cidade ou à lógica do grande

e médio capital, como vimos até agora. Nos assentamentos e, sobretudo, nas

ocupações em áreas públicas, prevalece a lógica do pequeno capital viabilizada por

meio da comercialização ilegal de lotes e aluguel que são praticados não pela figura

do loteador ou do agente imobiliário, mas pelos próprios assentados e ocupantes

destas áreas.

Percebe-se ainda a atuação de especuladores que inserem nestas áreas para

adquirir lotes que serão “repassados” posteriormente a alguma família necessitada

ou ainda para construírem casas para a prática do aluguel, cujos preços variam de

R$ 50,00 a R$150,00 reais. A tabela 5 aponta fortes indícios do comércio ilegal de

lotes nas áreas de assentamentos e ocupações urbanas em Vitória da Conquista –

BA.

TABELA 5 – FORMAS DE AQUISIÇÃO DOS LOTES NOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES. VITÓRIA DA CONQUISTA - 2004.

AQUISIÇÃO DO LOTE

ASSENTAMENTOS %

OCUPAÇÕES %

TOTAL GERAL

% Cadastramento no PMHP 50 0 32 Compra de Terceiros 25 44 31,7 Ocupação 18 41 26 Outros 4,5 12 7 Não sabe 2 3 3 Não respondeu 0,5 0 0,3 TOTAL 100 100 100 1 - Doação, Troca, Cedidos, Recebeu da Associação e Herança. Fonte: Pesquisa de Campo, Dezembro de 2004.

Dos lotes ocupados nas áreas de assentamentos e ocupações, 31,7% foram

adquiridos por meio da compra de terceiros. Esta comercialização é feita não

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 106

apenas com a benfeitoria, mas também, com o lote como mostrou os recibos de

compra e venda43 exibidos por moradores e assinados, em alguns casos, por

antigos líderes e presidentes de associações de moradores na década de 1980.

Fato curioso é que nas áreas de assentamentos, em que se espera maior controle

do poder público, a compra de lotes e imóveis é ligeiramente superior à das áreas de

ocupação.

O depoimento de Neri (1998, apud FERRAZ, 2001, p.72), ex-coordenador da

Habitação Popular sobre uma das primeiras ocupações no espaço urbano e a

intervenção da Prefeitura Municipal evidencia o comportamento dos assentados após

o recebimento do lote: “é muito comum ele receber, vender e comprar em um outro

lugar onde a família se adapta mais a nível de raízes, de relacionamento familiar, de

bairro”. (NERI, 1998, apud FERRAZ 2001, p.72).

Até o momento, não se tem conhecimento de denúncias formais junto aos

órgãos jurídicos nem de ações do poder público municipal que coíbam o comércio

ilegal de lotes em terras públicas. Todavia, este comportamento nos faz refletir sobre

o conflito entre a apropriação e propriedade da moradia, principalmente, nos

assentamentos urbanos em que os moradores já possuem o termo de cessão

especial de uso concedido pela Prefeitura. O desejo demonstrado por muitos

assentados durante a realização da pesquisa de campo, em efetuar a quitação do

Imposto Predial e territorial Urbano (IPTU), somente para se ter um documento que

reconheça a posse, mesmo não tendo rendimentos suficientes para isto ou mesmo

sendo considerados pela Prefeitura como isentos, nos faz indagar sobre a verdadeira

intenção deste gesto: seria o desejo pela apropriação (uso) ou pela propriedade

(troca)? Muitos declararam canalizar recursos provenientes, até mesmo de

43 Muitos destes moradores, pela desinformação, consideram estes recibos como escritura de posse do lote.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 107

programas governamentais como a Bolsa Escola ou a Bolsa Família apenas com o

intuito de obter um papel em que esteja registrado o seu nome e endereço.

Na compreensão de Carlos (2004, p.118) isto pode ser justificado pelo fato de

que o “homem habita e se percebe no mundo a partir de sua casa”. No entanto, esta

realidade aponta a imperatividade da reprodução do capital na condição humana em

que transforma direta ou indiretamente cidadãos em consumidores e, portanto,

ávidos pela cidade do consumo.

Ao focar a intensidade das transformações urbanas analisando o espaço e o

tempo sociais no cotidiano, Carlos (2004) conclui que,

A separação entre homem e natureza, valor de uso e valor de troca sinaliza a extensão do processo de desenvolvimento do mundo da mercadoria que embasa o processo de produção do espaço urbano transformando-o em mercadoria valorizada pelo processo de urbanização da sociedade, e, com ele, eliminando referenciais, volatizando relações sociais. Neste processo, a explosão da cidade produz o desabamento das referências pois as relações perdem sua base. A cidade está alienada como o próprio homem. O espectro de cidade sobrevive ao que antes era a urbanidade. A função da habitação modifica-se profundamente, de ato social gerador de poesia, resume-se a mercadoria e nesta dimensão, uma coisa funcional, objeto de status. (CARLOS, 2004, p. 60)

O panorama esboçado exige pensar a cidade para além da reprodução do

capital e da dominação do Estado que constrói a “cidade do espetáculo do

consumo”, para buscar construir a cidade da vida humana, da existência, do espaço

social ou, como propõe Souza, a cidade em que a melhoria da qualidade de vida e o

aumento da justiça social sejam os princípios orientadores das intervenções

humanas na produção da habitação popular.

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______________ Capítulo 2 - Os sujeitos da produção da habitação popular. 108

Na atualidade, vê-se uma tentativa de garantir a função social ao solo urbano,

como visto em páginas anteriores, por meio da Lei nº. 10.257/01, denominada

Estatuto da Cidade, que regulamenta o capítulo da política urbana da Constituição

Federal, estabelecendo diretrizes gerais da Política Urbana, propondo normas de

ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol

do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio

ambiental, a exemplo dos mecanismos que estão previstos, dentre eles, o IPTU

progressivo no tempo podem vir a ajudar no controle da especulação imobiliária e na

garantia da função social do espaço urbano evitando ou reduzindo a segregação

socioespacial.

Contudo, o Estatuto da Cidade não elimina o direito da propriedade privada

instituído pela Constituição Brasileira, fato que gera controvérsias quanto à sua

aplicação e exeqüibilidade, no sentido de minorar os efeitos do capital na produção

desigual do espaço urbano.

O capítulo seguinte analisa a produção dos assentamentos e ocupações em

Vitória da Conquista pelos sujeitos aqui tratados, evidenciando a materialização

sócio-espacial das políticas e ações implementadas.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 109

Capítulo 3

3 A MATERIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS DE HABITAÇÃO POPULAR NAS

ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

Como vimos no capítulo anterior, a habitação popular na cidade de Vitória da

Conquista é produzida por diferentes sujeitos que formam um conjunto de forças

cuja atuação engendra processos políticos e espaciais heterogêneos e conflitantes

ao longo do tempo. Essa heterogeneidade evidencia o jogo de interesses entre o

capital e os trabalhadores e promove uma “valorização” diferencial do espaço

urbano em função da desigual distribuição de recursos e da renda e,

consequentemente, dos equipamentos e serviços urbanos coletivos.

Os assentamentos e ocupações são exemplos da produção desigual do

espaço urbano, portanto, conhecer as características sociais, econômicas e

espaciais dessas áreas nos permite aprofundar na análise da produção sócio-

espacial que aí se realiza e que se constitui na base empírica desta pesquisa.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 110

Nessa perspectiva e com o objetivo de atender a pressupostos metodológicos

propostos por Souza (2002) que subsidiam a análise do planejamento e da gestão

voltados para a melhoria da qualidade de vida e aumento da justiça social (e, aqui,

em particular, na produção da habitação popular na cidade em foco), serão

analisadas as condições sociais, econômicas e espaciais tanto no espaço interno

das moradias, quanto no espaço exterior à moradia a exemplos das ruas, praças e

entorno. Para tal, procura-se observar o nível de segregação residencial e o grau de

desigualdade sócio-econômica, em que os moradores dos assentamentos e

ocupações em estudo, estão submetidos. O mapeamento do conjunto dos dados

coletados evidencia a preocupação em mostrar a espacialidade dos fenômenos

abordados.

3.1 Perfil dos moradores

Os moradores das áreas de assentamentos e ocupações são originados em

sua grande maioria, 73% do próprio município de Vitória da Conquista, sendo 16%

desses vindos da zona rural e 84% de vários bairros da cidade. Os outros 27% se

originam de alguns municípios baianos, ou, em menor número, de outros Estados.

Para uma análise mais detalhada dos deslocamentos internos com destino

aos assentamentos e ocupações, foram identificados os fluxos e apresentados nos

mapas de 5 a 12. Adverte-se que os fluxos internos foram divididos num conjunto de

oito mapas, os quatro primeiros são específicos dos assentamentos e os demais das

ocupações. Esta separação objetiva a facilitação da leitura das informações neles

contidas.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 109 MAPA 6

MAPA 8

MAPA 5

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

R UA H

RUA G

RU A F

RUA

C

R U A A

R U A 9

R UA 8

RU A 7

R UA 7

R U A 6

R UA 6

RU A 5

RUA 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

RUA 37

RUA 37

RU A 3 7

RUA 36

R UA 3 4

R UA 3 3 RU A 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

R UA 2 9

RU A 28

RU A 27

RU A 27

RU A 26

RUA 26

R UA 2 5 R UA 2 4

R U A 2 3

RU A 23

R UA 2 2

RU A 22

R U A 2 1

R U A 2 0

RU A 2

R UA 1 9

RU A 18

R U A 1 7

RU A 16

R U A 1 5

R UA 1 4

RU A 14

R UA 13

RU A 12

R U A 1 1

R UA 10

R UA 1

R UA

R U A

R UA R UA

R U A

RU A

R U A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BO CA DE LOBO

BO CA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

ARE A VER DE

A

8 97.97 m2

10-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔNI

A

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

NÃO RESPONDEU

ZONA RURAL

ZONA RURAL

NÃO RESPONDEU

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004

SANTA HELENA E VILA AMÉRICA.ALTO DO BRUNO BACELAR, PARQUE DA COLINA

ASSENTAMENTOS:

ALTO DO BRUNO BACELAR

SANT

A HE

LENA

VILA AMÉRICA

PARQUE DA COLINA

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

4.58

9

14

18

27

36

43

%

MAPA 7

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

R UA H

RUA G

RU A F

RUA

C

RUA A

R U A 9

R UA 8

RU A 7

R UA 7

R U A 6

R UA 6

RU A 5

RUA 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

RU

A 37

RUA

37

RU A 3 7

RUA 36

R UA 3 4

R UA 3 3 RU A 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

R UA 2 9

RU A 28

RU A 27

RU A 27

RU A 26

RUA 26

R UA 2 5 R UA 2 4

R U A 2 3

RU A 23

R UA 2 2

RU A 22

R U A 2 1

R U A 2 0

RU A 2

R UA 1 9

RU A 18

R U A 1 7

RU A 16

R U A 1 5

R UA 1 4

RU A 14

R UA 13

RU A 12

R U A 1 1

R UA 10

R UA 1

R UA

R U A

R UA R UA

R U A

RU A

R U A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BO CA DE LOBO

BO CA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

ARE A VER DE

A

8 97.97 m2

10-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔNI

A

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

ZONA RURAL

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004

ALTO DA CONQUISTA, CIDADE MODELO EUBALDINO GUSMÃO

ASSENTAMENTOS:

UBALDINO GUSMÃOALTO DA CONQUISTA

CID

AD

E M

OD

E LO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

7.8

14,2

15

20

23

28,6

60

%

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

RUA H

RU A G

RUA F

RUA

C

RUA A

R UA 9

RU A 8

R U A 7

RU A 7

R UA 6

RU A 6

RU A 5

RUA 42

RUA 41

RUA

40

RU A 4

RUA 39

R UA 39

RUA 38

RUA 37

RUA 37

RUA 37

RUA 36

RU A 34

RU A 33 R U A 3 2

R UA 31 R UA 3 0

RU A 3

RU A 29

R U A 28

RU A 27

R U A 2 7

RU A 26

R UA 26

R UA 25 RU A 24

R UA 2 3

R U A 2 3

RU A 22

R U A 2 2

R UA 2 1

R UA 2 0

R UA 2

RU A 19

RU A 18

R UA 17

R U A 16

R UA 15

RU A 14

R U A 1 4

RU A 13

R UA 1 2

R UA 11

RU A 10

RU A 1

RU A

R UA

R UA RU A

R UA

R UA

R UA

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BOCA DE LOBO

BOCA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

ARE A VE RDE

A

8 97.97 m2

10-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔN

IA

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

ZONA RURAL

4.5

8

9

14

17

25

50

54

%

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004

CONJUNTO DA VITÓRIA, HENRIQUETA PRATES ENOVA CIDADE

ASSENTAMENTOS:

HENRIQ

UETA P

RATES

CO

NJU

NTO

DA

VIT

ÓR

IA NOVA CIDADE

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

R UA H

RUA G

RU A F

RUA

C

RUA A

R U A 9

R UA 8

RU A 7

R UA 7

R U A 6

R UA 6

RU A 5

RUA 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

RU A 37

RUA 37

RU A 3 7

RUA 36

R UA 3 4

R UA 3 3 RU A 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

R UA 2 9

RU A 28

RU A 27

RU A 27

RU A 26

RUA 26

R UA 2 5 R UA 2 4

R U A 2 3

RU A 23

R UA 2 2

RU A 22

R U A 2 1

R U A 2 0

RU A 2

R UA 1 9

RU A 18

R U A 1 7

RU A 16

R U A 1 5

R UA 1 4

RU A 14

R UA 13

RU A 12

R U A 1 1

R UA 10

R UA 1

R UA

R U A

R UA R UA

R U A

RU A

R U A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BO CA DE LOBO

BO CA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

ARE A VER DE

A

8 97.97 m2

10-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

NIA

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

ZONA RURAL

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004ASSENTAMENTOS:NOVA CAP, RECANTO DAS ÁGUAS E RENATO MAGALHÃES

NOVA CAP

RECA

NTO D

AS Á

GUAS

RENATO MAGALHÃES

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

11

12,5

22,5

25

33

37,5

67

%

Page 113: Miriam Cléa Coelho Almeida - leaget.ufba.br Coelho Almeida.pdf · MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 110 MAPA 9

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

RUA H

RUA G

RUA F

RUA

C

RU A A

R UA 9

R U A 8

R UA 7

RU A 7

RU A 6

R U A 6

R UA 5

RU A 42

RUA 41

RUA 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

R UA 37

RUA 37

RUA 37

RUA 36

R U A 3 4

R UA 33 R UA 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

RU A 29

R UA 28

R UA 27

RU A 27

R UA 26

R UA 26

R UA 2 5 R U A 2 4

RU A 2 3

RU A 2 3

RU A 2 2

RU A 22

R UA 2 1

R UA 2 0

RU A 2

R U A 1 9

RU A 18

RU A 17

RU A 16

RU A 15

RU A 1 4

R U A 1 4

RU A 13

R UA 12

R UA 11

R UA 1 0

R U A 1

R UA

R UA

RU A RU A

R UA

RU A

RU A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BOCA DE LOBO

BOCA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

A REA VERD E

A

89 7.97 m 2

1 0-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔN

IA

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO29

4000

2

9400

0

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

10

50

100

%

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004OCUPAÇÕES:ALTO DA CONQUISTA, PAULO ROCHA, SANTA CRUZ EVILA UNIÃO

ALTO DA CONQUISTA

VILA U

NIÃO

SANTA CRUZ

PAULO ROCHA

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

MAPA 10

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

RUA H

RUA G

RUA F

RUA

C

RU A A

R UA 9

R U A 8

R UA 7

RU A 7

RU A 6

R U A 6

R UA 5

RU A 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

R UA 37

RUA 37

RUA 37

RUA 36

R U A 3 4

R UA 33 R UA 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

RU A 29

R UA 28

R UA 27

RU A 27

R UA 26

R UA 2 6

R UA 2 5 R U A 2 4

RU A 2 3

RU A 2 3

RU A 2 2

RU A 22

R UA 2 1

R UA 2 0

RU A 2

R U A 1 9

RU A 18

RU A 17

RU A 16

RU A 15

RU A 1 4

R U A 1 4

RU A 13

R UA 12

R UA 11

R UA 1 0

R U A 1

R UA

R UA

RU A RU A

R UA

RU A

RU A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BOCA DE LOBO

BOCA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

A REA VERD E

A

89 7.97 m 2

1 0-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔNI

A

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

NÃO RESPONDEU

ZONA RURAL

ZONA RURAL

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004

ALTO DA BOA VISTA, ANELITA NUNES/TANQUE SECO,CONVEIMA I E LAGOA DO JUREMA

OCUPAÇÕES:

ALTO DA BOA VISTA

LAGOA DO JUREMA

ANELITA NUNES/TANQ

UE SECO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

11,1

20

22,25

25

40

80

%

MAPA 11

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

RUA H

RUA G

RUA F

RUA C

RU A A

R UA 9

R U A 8

R UA 7

RU A 7

RU A 6

R U A 6

R UA 5

RU A 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

R UA 37

RUA 37

RUA 37

RUA 36

R U A 3 4

R UA 33 R UA 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

RU A 29

R UA 28

R UA 27

RU A 27

R UA 26

R UA 2 6

R UA 2 5 R U A 2 4

RU A 2 3

RU A 2 3

RU A 2 2

RU A 22

R UA 2 1

R UA 2 0

RU A 2

R U A 1 9

RU A 18

RU A 17

RU A 16

RU A 15

RU A 1 4

R U A 1 4

RU A 13

R UA 12

R UA 11

R UA 1 0

R U A 1

R UA

R UA

RU A RU A

R UA

RU A

RU A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANA

MEIO FIO

C

BOCA DE LOBO

BOCA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

A REA VERD E

A

89 7.97 m 2

1 0-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔNI

A

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

ZONA RURAL

20

40

50

%

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004

JOSÉ MACHADO COSTA, NOSSA SENHORA DE LOURDES,IPANEMA E SANTA TEREZINHA

OCUPAÇÕES:

IPANE

MA

SAN

TA TER

EZINH

A

NOSSA SENHORA DE LOURDES

JOSÉ M

ACHADO CO

STA

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

ZONA RURAL

MAPA 12

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

U

RUA H

RUA G

RUA F

RUA

C

RU A A

R UA 9

R U A 8

R UA 7

RU A 7

RU A 6

R U A 6

R UA 5

RU A 42

RUA 41

RU A 40

R UA 4

RUA 39

RUA 39

RUA 38

R UA 37

RUA 37

RUA 37

RUA 36

R U A 3 4

R UA 33 R UA 32

R UA 3 1 R U A 3 0

R UA 3

RU A 29

R UA 28

R UA 27

RU A 27

R UA 26

R UA 2 6

R UA 2 5 R U A 2 4

RU A 2 3

RU A 2 3

RU A 2 2

RU A 22

R UA 2 1

R UA 2 0

RU A 2

R U A 1 9

RU A 18

RU A 17

RU A 16

RU A 15

RU A 1 4

R U A 1 4

RU A 13

R UA 12

R UA 11

R UA 1 0

R U A 1

R UA

R UA

RU A RU A

R UA

RU A

RU A

R U A T G 14

R U A A

R

PLANTA URBANAMEIO FIO

C

BOCA DE LOBO

BOCA DE LOBO

ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

A REA VERD E

A

89 7.97 m 2

1 0-

0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

PRIMAVERA

AIRTON SENNA

JATOBÁ

CAMPINHOS

PATA

GÔN

IA

FELÍCIA BOA VISTA

SÃO PEDROBATEIAS

ZABELÊ

APARECIDANOSSA SENHORA

INDUSTRIALDISTRITO

IBIRAPUERA

CENTRO

CRUZEIRO

ALTO MARON

JUR

EMA

BRASIL

RECREIO

LAGOA DAS FLORES

CANDEIAS

PRIMAVERA

ESPÍRITO SANTO

UNIVERSIDADE

GU

ARAN

I

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

2940

00

294

000

3000

00

300

000

3060

00

306

000

3100

00

310

000

8348000 8348000

8354000 8354000

8360000 8360000

8364000 8364000

ZONA RURAL

FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS - 2004OCUPAÇÕES:CONVEIMA II - COPACABANA II, KADIJA(Lado do cemitério),PEDRINHAS (Nova Esperança) e CGC (Canteiro Central)

CGC (Canteiro Central)

KADIJA (Ao lado do cemitério)

PEDRINHAS - NOVA ESPERANÇA

CONVEIMA II - COPACABANA II

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

11

14

22

25

50

67

86

%

Page 114: Miriam Cléa Coelho Almeida - leaget.ufba.br Coelho Almeida.pdf · MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 113

A leitura do conjunto dos mapas permite fazer algumas constatações:

a) Com exceção dos assentamentos que foram criados como alternativa

apontada pelo poder público aos ocupantes de algumas áreas públicas (a exemplo

dos assentamentos Nova cidade e Conjunto da Vitória que receberam,

respectivamente, ocupantes da área do cemitério, localizada no Parque da Colina,

bairro Alto Maron e ocupantes de uma área institucional no bairro Boa Vista), a

análise do comportamento dos fluxos, no que se refere às direções e intensidades,

mostra que os deslocamentos partem de pontos diferentes e com distâncias e

intensidades variadas. Muitas vezes, indo de um extremo a outro da cidade. Esta

tendência de desconcentração dos fluxos pode ser justificada pela a forma de

instituição dos assentamentos com o cadastro geral na Prefeitura; pela pulverização

das famílias carentes nos bairros populares da cidade e pela forma de organização

das ocupações. Outro aspecto a ser evidenciado é que este comportamento

provocou o distanciamento de famílias na malha urbana, fato que gerou

insatisfações e motivou, muitas vezes, o abandono de lotes nos assentamentos.

b) Os assentamentos Vila América, Recanto das Águas, Cidade Modelo e a

ocupação Paulo Rocha receberam moradores de diversos pontos da cidade,

possuindo as maiores diversidades de fluxos. Com exceção da ocupação Paulo

Rocha, esses assentamentos foram planejados pelo PMHP e possuem

conjuntamente 5.344 lotes, representando 65% do total da disponibilidade de lotes.

Esta realidade explica a variedade de fluxos.

c) Os assentamentos Alto da Conquista, Alto do Bruno Bacelar e Parque da

Colina e as ocupações Santa Cruz, CGC e Anelita Nunes-Tanque Seco, receberam

os maiores fluxos originados da zona rural do município; e

Page 115: Miriam Cléa Coelho Almeida - leaget.ufba.br Coelho Almeida.pdf · MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 114

d) Os bairros Patagônia, Alto Maron, Cruzeiro e Zabelê, apresentaram fluxos

mais expressivos com destino aos assentamentos e ocupações. É importante

ressaltar que esses bairros são populosos e constituídos de população de baixa

renda, fato que justifica os deslocamentos.

Quanto ao total geral de moradores que vieram de outros municípios e de

outros Estados, 85% são de municípios baianos, e 15% são dos Estados de

Pernambuco, Ceará e São Paulo. Este último representa o maior fluxo, para Vitória

da Conquista, 77% do total dos deslocamentos levantados no sentido Estado-

Município. Este fato pode ser justificado pela tendência do comportamento

migratório nacional em que se identifica um retorno dos nordestinos para as suas

cidades de origem, ou ainda, tendo em vista que as cidades médias exercem uma

forte atração, diante dos graves problemas metropolitanos como a violência e o

desemprego.

Os fluxos originados de outros municípios baianos ocorrem de todas as

direções, embora, nota-se uma concentração na região sudoeste do Estado, sendo

mais intenso no sentido sudeste-noroeste da cidade de Vitória da Conquista. Os

municípios de Itambé, Barra do Choça, Itapetinga, Planalto e Poções apresentam

fluxos mais intensos. O mapa 13 permite uma leitura mais cuidadosa desse

comportamento migratório.

Na pesquisa de campo, alguns moradores declararam que seus pais nasceram

em outras cidades, o que sugere que sejam filhos de migrantes da década de 1960

e 1970, e, hoje, moradores da periferia da cidade. Entretanto, como a grande

maioria não soube prestar esta informação, não foi possível aprofundar esta

hipótese, e, nem ter uma dimensão desse fenômeno.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 115

MAPA 13

46° 45° 44° 43°

42°

42°

41°

41°

40°

40°

39°

38°

38°

18°

17°

16°

15° 15°

14° 14°

13° 13°

12° 12°

11° 11°

10° 10°

9° 9°

39°

46°45° 44° 43°

MUCURI

NOVA VIÇOSA

CARAVELAS

ALCOBAÇA

PRADO

ITAMARAJU

TEIXEIRA DEFREITAS

IBIRAPOÃ

MEDEIROS NETO

ITANHÉMVEREDA

JUCURUÇU

GUARATINGA ITABELA

PORTO SEGUROEUNÁPOLIS

LAJEDÃO

SANTA CRUZ CABRÁLIA

BELMONTE

CANAVIEIRAS

ITAGIMIRIM

ITAPEBI

ITARANTIMMAIQUINIQUEMACARANI POTIRAGUÁ

ENCRUZILHADA

CÂNDIDO SALESRIBEIRÃO DO LARGO

PAUBRASILMASCOTE

CAMACÃSANTALUZIA

UNA

ILHÉUS

BUERAREMA

ITABUNA

URUÇUCA

ITAJUÍPE

ITAPÉIBICARAÍ

FLORESTAAZUL

JUSSARI ARATACA

SÃO JOSÉ DAVITÓRIA

ITAPETINGAITAMBÉ

PIRIPÁVITÓRIA DACONQUISTA

PLANALTO

CAATIBA

NOVA CANAÃ

ITORORÓ

STA. CRUZ DAVITÓRIA

ITAJU DO COLÔNIA

IBICUÍ

IGUAÍ

BARRA DOCHOÇA

POÇÕES

ITACARÉ

MARAÚ

CAMAMU

IBIRAPITANGA

AURELINOLEALUBAITABAGONGOGI

COARACI

ALMADINA

DÁRIOMEIRA

ITAGIBÁ

BOA NOVABOM JESUS DA

SERRA

ANAGÉ

CAETANOS

MIRANTEMANUEL VITORINO

ITAGI

AIQUARAIBIRATAIAIPIAÚ

JITAÚNA

UBATÃBARRA DOROCHA

ITAPITANGA

TANHAÇU

ARACATU

CARAÍBASMAETINGA

BRUMADO

TREMEDAL

JEQUIÉIGRAPIÚNA

ITUBERÁ

PIRAÍ DONORTEGANDU

WENCESLAUGUIMARÃESITAMARINOVAIBIÁ

APUAREMA

LAFAYETECOUTINHO

LAGEDO DOTABOCAL

MARACÁS

PLANALTINOIRAJUBA

ITIRUÇU JAGUAQUARAITAQUARA

CRAVOLÂNDIA

STA.INÊSUBAÍRA

JIQUIRIÇAMUTUÍPE

LAJE

PRES.TANCREDONEVESVALENÇA

CAIRU

NILO PEÇANHATEOLÂNDIA

IRAMAIA

BARRA DA ESTIVA

ITUAÇUCONTENDAS DOSINCORÁ

JUSSIAPE

MUCUGÊ ITAETÊ MARCIONÍLIOSOUZA

NOVA ITARANABREJÕES

AMARGOSA VARZEDO

JAGUARIPE

ARATUÍPE

VERA CRUZLAURO DE FREITAS

CAMAÇARI

SIMÕES FILHO

CANDEIASMADRE DEDEUS

SAUBARAS.FRANCISCO DOCONDE

S. SEBASTIÃO DOPASSÉ

MATA DE S.JOÃODIAS D'ÁVILA

ITANAGRACATU

POJUCAAMÉLIARODRIGUES

STO.AMAROCACHOEIRA

SÃO FÉLIXCRUZ DASALMAS

GOV.MANGABEIRA

CABACEIRAS DOPARAGUAÇU

MURITIBA

CONCEIÇÃO DAFEIRA

FEIRA DESANTANA

TERRA NOVA

ALAGOINHASARAMARI

ARAÇÁS

ENTRE RIOS

INHAMBUPEÁGUA FRIA

SANTANÓPOLIS

IAÇUMILAGRES

ITATIM

STA.TEREZINHA

ELÍSIOMEDRADO

CASTRO ALVES

SÃO FELIPE

MUNIZFERREIRA

MARAGOGIPE

SALINAS DAMARGARIDA ITAPARICA

RAFAEL JAMBEIRO

SERRA PRETA ANGUERA

CARDOSO

STA.BÁRBARATANQUINHO

CANDEAL

ICHU

CONCEIÇÃO DOCOITÉ

SERRINHA

BIRITINGASÁTIRO DIAS CRISÓPOLIS

APORÁ

CARDEAL DA SILVAESPLANADA

RIO REALJANDAÍRA

CONDERIACHÃO DOJACUÍPE

PÉ DE SERRA

IPIRÁ

BOA VISTA DO TUPIM

RUY BARBOSA

MACAJUBA

BAIXAGRANDE

PINTADAS

CAPELA DOALTO ALEGRE

NOVA FÁTIMA

IBIQUERA

LAJEDINHO

TAPIRAMUTÁ

PIRITIBA

MUNDO NOVO

MAIRI

VÁRZEA DAROÇA

OLINDINA

ITAPICURUNOVA SOURE

RIBEIRA DO AMPARO

CIPÓ

TUCANO

ARACI

TEOFILÂNDIARETIROLÂNDIA

VALENTE

SANTALUZ

QUEIMADAS

PONTO NOVOSAÚDE

CALDEIRÃOGRANDE

CAÉMJACOBINA

MIRANGABA

VÁRZEA NOVA

MIGUELCALMON

VÁRZEA DOPOÇO

SERROLÂNDIAQUIXABEIRA

CAPIM GROSSO

SÃO JOSÉ DOJACUÍPEGAVIÃO

SÀO DOMINGOS

QUIJINGUECANSANÇÃOITIÚBA

FILADÉLFIAPINDOBAÇU

ANTÔNIOGONÇALVES

CAMPOFORMOSO SENHOR DO BONFIM

JAGUARARIANDORINHA

UAUÁ

CANUDOS

JEREMOABO

STA. BRÍGIDA

PEDROALEXANDRE

CORONELJOÃO SÁ

PARIPIRANGA

SÍTIO DO QUINTOANTAS

NOVO TRIUNFO

CÍCERODANTAS

HELIÓPOLIS

BANZAÊ

PAULO AFONSO

GLÓRIA

RODELASCHORROCHÓ

ABARÉ

MACURURÉ

JUAZEIROSOBRADINHO

CASA NOVA

REMANSO

SENTO SÉ

PILÃO ARCADO

CAMPO ALEGRE DE LOURDES

XIQUE-XIQUE

BARRA ITAGUAÇU DABAHIA

CENTRAL

JUSSARA

UMBURANAS

OUROLÂNDIA

SÃO GABRIEL

UIBAÍ

PRESIDENTEDUTRA

GENTIO DO OURO

IPUPIARA

BROTAS DE MACAÚBAS

MUQUÉM DOSÃO FRANCISCO IBOTIRAMA

MORPARÁ

BARRA DOMENDES

IBIPEBA

IBITITÁ

LAPÃO

JOÃODOURADOIRECÊ

MORRO DOCHAPÉU

CAFARNAUM

BONITO

UTINGASOUTO SOARES

IRAQUARAOLIVEIRA DOSBREJINHOS

PARATINGA

SÍTIO DOMATO

BOM JESUS DA LAPA

BOQUIRA

MACAÚBAS

IBIPITANGA

IBITIARANOVOHORIZONTE

SEABRA

BONINAL

PALMEIRASLENÇÓIS

WAGNER

ANDARAÍ

PIATÃ

RIO DE CONTAS

ÉRICOCARDOSO

RIO DO PIRES

BOTUPORÃ CATURAMA

PARAMIRIMTANQUE NOVO

RIACHO DE SANTANALIVRAMENTO DE

NOSSA SENHORA

LAGOA REAL

DOMBASÍLIO

CAETITÉ

IGAPORÃ

MATINA

GUANAMBI

IUIÚ

SEBASTIÃO LARANJEIRAS

CANDIBA PINDAÍ CACULÉ

IBIASSUCÊRIO DO

ANTÔNIOMALHADA DEPEDRAS

GUAJERU

PRES.JÂNIOQUADROS

CONDEÚBA

CORDEIROSMORTUGABA

JACARACI

LICÍNIO DE ALMEIDA

URANDI

MALHADA

CARINHANHA

COCOS

CORIBE

SERRA DORAMALHO

JABORANDI

CORRENTINA

SÃO FÉLIX DOCORIBE

CANÁPOLISSANTANA

SERRA DOURADA

BREJOLÂNDIASÃO DESIDÉRIO

CATOLÂNDIA

BARREIRAS

ANGICALCOTEGIPE

CRISTÓPOLIS

WANDERLEY

RIACHÃO DASNEVES

FORMOSA DO RIO PRETOSTA. RITA DE CÁSSIA

MANSIDÃOBURITIRAMA

FIRMINOALVES

BARRO PRETO

PALMAS DEMONTE ALTO

SANTA MARIA DAVITÓRIA

TABOCAS DOBREJO VELHO

ABAÍRA

NOVA REDENÇÃO

NAZARÉ

DOM MACÊDOCOSTASTO.ANTÔNIO DEJESUS

SÃO MIGUEL DASMATAS

CONCEIÇÃO DOALMEIDA

SAPEAÇU

ANTÔNIO S. GONÇALO DOS CAMPOS

CONCEIÇÃO DOJACUÍPESANTOESTEVÃOBAIANÓPOLIS

TEODOROSAMPAIO

CORAÇÃO DEMARIA

PEDRÃO

IRARÁOURIÇANGAS

CANARANA

BARRO ALTO LAMARÃOACAJUTIBA

AMÉRICA DOURADA

FÁTIMA

EUCLIDES DA CUNHA

CURAÇÁ

BELO CAMPO

IBICOARA

RIBEIRA DOPOMBAL

MONTE SANTO

NORDESTINA

TAPEROÁ

IPECAETÁ

FEIRA DAMATA

BARROCAS

LUIS EDUARDO MAGALHÃES

ITABERABA

ADUSTINA

SALVADOR

MULUNGU DOMORRO

ESCALA 1:1.500.000

PROJEÇÃO POLICÔNICA

15 0 15 30 45 60 km75FONTE:Base Cartográfica Digital SEI - Superintendência deEstudos Econômico e Sociais da Bahia, 2000Organização: Miriam Cléa Coelho Almeida

FLUXOS MIGRATÓRIOS EXTERNOS - 2005

VITÓRIA DA CONQUISTA - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕESBAHIA

1.2

2.3

3.5

4.7

8

911.9

%

FONTE: Base Cartográfica Digital SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, 2000. Organização: Miriam Cléa Coelho Almeida.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 116

GRÁFICO 1 - NÍVEL DE ESCOLARIDADE DA PESSOA RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

27

7

54

53,5 3,5

16,5

6,5

33

42 2,2

10,5

0,5

21

1 1,5 1,3

0

10

20

30

40

50

60

Analfabeto Alfabet izado FundamentalIncompleto

FundamentalCompleto

M édioIncompleto

M édioCompleto

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

Os responsáveis pelas famílias são 47% casados; 21% solteiros; 22% conviventes;

7% viúvos e 3% outros (tios e avós). Se relacionados com os dados apresentados

pelos censos demográficos realizados pelo IBGE, em décadas anteriores, os

números apontam ainda que as famílias estão menores: 55% estão constituídas de

até 4 membros, 40% de 5 a 8 membros e apenas 5% com mais de 9 membros. Este

dado contradiz a tendência geral de que quanto menor o rendimento das famílias

maior o número de filhos e ainda confirma que a transição demográfica brasileira já

é uma realidade.

Conforme mostra o gráfico 1, o responsável pela família possui um nível de

escolaridade muito baixo são 27% analfabetos, 7% alfabetizados e 54% sequer

concluíram o ensino fundamental. Com isso, 88% dos entrevistados são analfabetos

ou abandonaram os estudos nas séries iniciais. Dos 12% restantes, apenas 5%

concluíram o ensino fundamental, 3,5% estão cursando o ensino médio e 3,5% já

concluíram o ensino médio. Nenhum dos entrevistados está cursando ou concluiu o

nível superior.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 117

Este quadro sugere que a evasão escolar possui uma forte relação com as

famílias de baixa renda em que a busca da melhoria das condições de vida, impede

a continuidade dos estudos, ficando submetidos a um baixo nível de escolaridade.

Este cenário será retomado mais adiante.

A distribuição de renda na cidade de Vitória da Conquista levantada pelo IBGE

– 2000, revela uma concentração dos baixos rendimentos nas áreas situadas nos

limites últimos da malha urbana, exatamente onde estão localizadas as áreas de

assentamentos e ocupações.

Dados do SNIU – 2000 (objeto da tabela 6), apesar da utilização de grande

intervalo de dados, revelam que dos domicílios particulares permanentes existentes

em Vitória da Conquista, 10,4% dos responsáveis pelas famílias não possuem

rendimentos, 76,2% não conseguem ultrapassar 5 salários mínimos, sendo que

7,6% destes possuem rendimento mensal inferior a 1 salário mínimo, 7,9%

percebem de 5 a 10 salários mínimos e somente 5,5% percebem mais de 10

salários mínimos.

TABELA 6 - PERCENTUAL POR DOMICÍLIO POR FAIXA DE RENDA DA

PESSOA RESPONSÁVEL. VITÓRIA DA CONQUISTA, 2000.

CIDADE INFERIOR A 1 SM

DE 1 A 5 SM

DE 5 A 10 SM

DE 10 A 15 SM

MAIS DE 15 SM

SEM RENDIMENTOS

VITÓRIA DA

CONQUISTA

4.832

7,6%

43.619

68,6%

5.010

7,9%

1.376

2,2%

2.099

3,3%

6.616

10,4%

Fonte: SNIU - 2000.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 118

A realidade do rendimento mensal da pessoa responsável pela família,

específica dos assentamentos e ocupações, confirma que aí se concentra os

menores rendimentos sendo que, 11% das famílias estão sem rendimentos, 49%

percebem até um salário mínimo, 35% percebem até 2 salários mínimos, 3,5% até 3

salários mínimos e apenas 1,5 % percebem acima de 3 salários mínimos.

Os rendimentos são em 21% oriundos de aposentadorias e pensões, 46% são

de trabalho remunerado, outros (Ambulante/Bico44, Bolsa Escola, Bolsa Família, etc)

correspondem a 19% e os que não responderam totalizam 14%. Dos que

declararam realizar trabalho remunerado apenas 21,6% possuem carteira assinada.

Considerando que o mercado formal é constituído pelos trabalhadores com carteira

assinada e o mercado informal por aqueles que não possuem carteira assinada,

pode-se dizer que 78,4% desses trabalhadores constituem o mercado informal,

cujas atividades desenvolvidas são quase sempre esporádicas. Este quadro mostra

a fragilidade das relações de trabalho que são estabelecidas com estes

trabalhadores nas áreas em estudo.

Quanto às condições de trabalho, acredita-se que o baixo nível de

escolaridade desses trabalhadores é o principal responsável pela ocupação de

postos de trabalho de baixo rendimento e de baixa qualificação. Ao analisar o

conjunto das atividades ocupacionais desses trabalhadores, conforme classificação

proposta por Ikuta (2003): emprego, subemprego, desemprego e outros, foi possível

delinear o grau de precarização das condições e das relações de trabalho nessas

áreas.

44 Bico refere-se às atividades sem qualificação e de baixa remuneração realizadas esporadicamente pelos trabalhadores.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 119

QUADRO 01 – ATIVIDADES OCUPACIONAIS DOS RESPONSÁVEIS PELAS FAMÍLIAS. ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

ATIVIDADES OCUPACIONAIS %

Professor 3 Pedreiro 25 Técnicos em Geral

3

Auxiliar de Enfermagem

2

Mecânico 1 Funcionário Público

2

Corretor de Café 1 Agente de Saúde 1

Qualificado

Fiscal 1 Motorista 3 Cabeleireira 2 Marceneiro 1 Recepcionista 1 Carpinteiro 1

Semiqualificado

Costureira 4 Doméstica 35 Servente de Pedreiro

16

Serviços Gerais 21

Empregado

Sem qualificação

Outros* 9 Coletor de lixo 1 Carregador 2

Subempregado

Extrator de Areia 1 Desempregado 34

Desempregado Desempregado com ocupação temporária

9

Aposentados 57 Autônomos (Peq. Comerciantes)

9

Estudantes 7

Outros

Do lar 54 Total 306

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

* Operário, Vigilante, Açougueiro, Porteiro, Lavadeira etc.

O quadro mostra as atividades ocupacionais do responsável pela família

residente nos assentamentos e ocupações, revelando que dentre os empregados,

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 120

ocorre uma concentração de trabalhadores em atividades de baixa ou nenhuma

qualificação. Considerando que os classificados como estudantes e do lar são

também desempregados é assustador o nível de desemprego nessas áreas.

Convém considerar ainda que a atividade que ocupam não, necessariamente,

significa rendimentos mensais para a família, pois muitos dos pedreiros, serventes e

outros passam períodos desempregados. Mesmo assim, com o conjunto dos dados

é possível afirmar que estes trabalhadores estão submetidos a um alto grau de

precarização das condições e relações de trabalho.

Apesar de iniciativas da Prefeitura Municipal como o oferecimento de cursos

profissionalizantes esporádicos em um dos assentamentos: o Vila América, as

atividades ocupacionais desses trabalhadores foram, em sua maioria, aprendidas na

prática e, em raríssimos casos, com cursos oferecidos pelo Banco do Brasil, Instituto

de Educação Euclides Dantas (IEED) e Prefeitura Municipal (Projeto Conquista

Criança), com apenas uma ocorrência para cada Instituição. Isso mostra a

inexpressiva influência desses cursos na formação profissional desses trabalhadores

e, por outro lado, aponta a necessidade de maior empenho do poder público nesta

direção.

É importante registrar que algumas famílias se sentem constrangidas com a

condição de desemprego e preferem informar uma renda mesmo que seja

insignificante para o sustento da família. Desse modo estas informações podem

sofrer variações dada à subjetividade que as envolvem. Todavia, são suficientes

para atestar o grau de pauperização dessas famílias e a fragilidade social em que se

encontram sem garantias trabalhistas e sem acesso à previdência social.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 121

GRÁFICO 2 - QUANTIDADE DE CÔMODOS NOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

35

9

16

3235

1 25

12

2024

2 3 4 4

12 11

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 Cômodo 2Cômodos

3Cômodos

4Cômodos

5Cômodos

Mais de 5Cômodos

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

3.2 Paisagem Habitacional

Os imóveis pesquisados constituem-se de casas cujas repartições variam de 1

a mais de 5 cômodos. O gráfico 2 revela que 67% das casas possuem 5 ou mais

cômodos, apenas 8% possuem de 1 a 2 cômodos. Apesar disso as residências são

consideradas pequenas, pois, a maioria absoluta não chega a 50 m2, em área

construída.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

Em sua grande maioria, 81% foram construídos com bloco, 10% com tijolo, 8%

misto (tijolo, bloco, madeira, lona) e 2% com adobe. Mas, a observação direta nos

permite afirmar que em geral estão sem reboque e mal acabadas. As fotografias 5, 6

e 7 mostram tipos variados de moradias nas áreas em estudo, bem como aspectos

da paisagem habitacional.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 122

Em muitas residências são contundentes os sinais da ruralidade como os

quintais, as cercas vivas, o galinheiro, o forno de barro, o jardim com floreiras, dentre

outros, principalmente, onde o adensamento populacional é mais rarefeito como é o

caso das ocupações CGC - Canteiro central, Paulo Rocha, José Machado Costa e

Anelita Nunes-Tanque Seco. Embora seja possível notar estes elementos também

em residências de conjuntos padronizados a exemplo do Morar Melhor e PSH.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 123

Nestes locais, os moradores logo após a ocupação imprimem as suas marcas

culturais na paisagem habitacional, contrariando o projeto arquitetônico que, em se

tratando de conjuntos habitacionais, quase sempre são de inspiração funcionalista

do planejamento tecnicista e, portanto, não consideram a dimensão sócio-cultural

dos futuros moradores. As fotografia 8 e 9 atestam esta tendência.

Ademais, privilegiam-se o planejamento do espaço privado (casa) e subjugam o

espaço público do encontro e da convivência cotidiana. Quase sempre, essas áreas

“não projetadas”, como as áreas verdes ou institucionais, ficam sujeitas ao acaso e

abandono. As fotografias 10, 11, 12, 13 e 14 mostram áreas verdes e praças

“planejadas” para os assentamentos em diferentes períodos. As duas primeiras

figuras mostram áreas no Vila América (2003), a primeira sendo utilizada para horta

comunitária, e a segunda “projetada” recentemente com a construção das unidades

habitacionais do PSH. As três últimas mostram, respectivamente, as áreas verdes

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 124

dos assentamentos Conjunto da Vitória (1991), Cidade Modelo (1995) e Henriqueta

Prates (1988).

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 125

GRÁFICO 3 - BENS DURÁVEIS EXISTENTES NOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

92

80 81

57

7161

53 52

3745

3127 29

2026

0102030405060708090

100

Fogão Televisão Rádio Geladeira Filtro deÁgua

Total GeralAssentamentosOcupações

As áreas verdes e praças dos assentamentos têm se caracterizado pelo

matagal, acúmulo de lixo e, com raríssimas exceções, por horta comunitária. O

abandono dessas áreas não contribui para o fortalecimento dos encontros e das

relações cotidianas.

Em Vitória da Conquista, quase a totalidade das ocupações foram realizadas

em áreas verdes ou institucionais, projetadas no macro planejamento da cidade nas

décadas de 1980 e 1990, são alguns exemplos dessa realidade as ocupações: CGC

– Canteiro central, José Machado Costa, Paulo Rocha, Anelita Nunes, parte do

Renato Magalhães, Alto da Conquista, Kadija (ao lado do cemitério),

Pedrinhas/Nova Esperança, Encostas do Conveima I e II e Santa Terezinha.

Outro aspecto a ser observado é a presença de bens duráveis no interior das

residências. O gráfico 3 mostra que bens como o fogão, rádio e televisão

apresentam percentuais acima de 80% superando o filtro de água que aparece com

71% e a geladeira com 57%. Apenas 0,5% possuem outros tipos de bens duráveis

como enceradeira e telefone e 0,5% não possui nenhum tipo de bens duráveis.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

Como se pode notar, a generalização de bens duráveis de consumo se dá

também em classes de rendimentos inferiores, e, apesar da dificuldade de

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 126

mensuração é preciso considerar fatores como crediário facilitado com prestações

reduzidas e acessíveis e as “doações” recebidas pelos moradores.

Chama atenção a maior presença de televisores em relação à geladeira e filtro

de água. Talvez isto se justifique pelo fato desse bem ter se constituído na forma de

lazer mais procurada por 35% dos moradores das áreas de assentamentos e

ocupações ou, para buscarem informações.

Em alguns casos os moradores declaram que é a forma de lazer mais segura e

barata já que a violência nesses locais de moradia não permite que as pessoas

possam se encontrar ou circular livremente e em segurança pelos espaços públicos

para o lazer que, diga de passagem são raríssimos, e, ademais, estes moradores

não possuem acessibilidade social a outras formas de lazer como o cinema, teatro,

barzinhos e clubes.

3.3 Formas de Acesso à Moradia

O acesso à moradia nas áreas de assentamentos e ocupações pesquisadas

tem ocorrido de três formas: por ocupação (individual ou coletiva), por assentamento

via distribuição de lotes ou por assentamento via doação de unidades habitacionais

produzidas pelo Programa de Habitação Social (PSH) do governo federal, já

mencionado no capítulo anterior.

Quanto à condição de ocupação da moradia a pesquisa de campo revelou

conforme gráfico 4, que 92,7% destas moradias são próprias, 3% são alugadas, 4%

são cedidas e 0,3% ocupadas de outra forma (empréstimos ou ocupação).

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 127

GRÁFICO 4 - CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO DOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

92,7

3 4

59,7

1,6 2,2

33

1,3 1,60

102030405060708090

100

Próprio Alugado Cedido

DO

MIC

ÍLIO

S

%

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

O percentual de domicílios próprios nos assentamentos e ocupações segue a

tendência geral da cidade em que 70% dos domicílios particulares permanentes são

considerados próprios. Contudo, faz-se um parêntese para esclarecer que o

conceito de casa própria do IBGE e da Pesquisa Nacional por Amostragem de

Domicílios (PNAD) não indica à forma de apropriação do terreno e nem à forma de

produção da casa própria. Desse modo, Suerdieck e Magalhães (2003) advertem

que,

[...] diante de tão baixos rendimentos, que impossibilitam a constituição de uma demanda efetiva para o mercado de moradias, e em face da oferta oficial insuficiente de habitações – ainda mais fragilizada com a crise do Estado nos anos 90 – a casa própria não pode resultar senão do processo que combina a apropriação de terrenos de terceiros e a autoconstrução. Isto é, a propriedade da moradia não pressupõe, para as parcelas mais pobres da população, a propriedade do terreno. Esta tem sido a realidade dos grandes centros urbanos sobretudo, mas também das periferias das cidades de pequeno e médio portes, onde o fenômeno das invasões de terras públicas e particulares tem sido por demais vivenciadas e estudado. (SUERDIECK E MAGALHÃES, 2003, p. 127)

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 128

Outro aspecto a ser considerado é a prática do aluguel em 3% dos imóveis

tanto nos assentamentos como nas ocupações o que demonstra que nem todos

procuram o acesso a moradia para uso residencial. Mas, também para outros usos,

como o comercial, representado pela especulação imobiliária, etc, o que confirma as

particularidades e complexidade do valor de uso desta mercadoria, tão bem

ressaltadas por Harvey (1980).

Em alguns casos, os moradores justificam o abandono ou comercialização do

imóvel em função de problemas familiares como saúde e desemprego. Esses

problemas fazem com que muitos tenham que se deslocar para outras áreas ou

mesmo mudar para outras cidades. Quando se trata de imóvel em assentamentos,

alguns desses casos são colocados em discussão no Conselho Municipal de

Habitação Popular para apreciação e deliberação. No entanto, a grande maioria dos

casos ocorre à revelia desse Conselho.

O cenário esboçado comprova a necessidade de se pensar uma política de

habitação popular muito além da distribuição de lotes e unidades habitacionais. É

preciso, sobretudo, uma articulação que aproxime as dimensões do morar e do

trabalhar.

3.4 Equipamentos e Serviços Urbanos Coletivos

Os equipamentos urbanos coletivos, na cidade produzida sob a ótica do

capital, são mercadorias com acessibilidade restrita. Nesse sentido, no espaço

urbano se materializa, por um lado, o processo de concentração desses

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 129

equipamentos e, por outro, o processo de segregação sócio-espacial da população

trabalhadora.

Na tabela 7, dados do IBGE e da Fundação João Pinheiro – 2000, em que

relacionam a carência de infra-estrutura com as faixas de renda, confirmam que em

Vitória da Conquista, 66,55% dessa carência também se concentra na população

trabalhadora de até 3 salários mínimos, que, em geral, moram em locais com intensa

precariedade dos equipamentos e serviços urbanos coletivos.

TABELA 7 - CARÊNCIA DE INFRA-ESTRUTURA URBANA, POR FAIXA DE RENDA. VITÓRIA DA CONQUISTA – 2000.

Até 3 Salários Mínimos

Mais de 3 a 5 Salários Mínimos

Mais de 5 Salários Mínimos

TOTAL GERAL Município

Total % Total % Total % Total % Vitória da Conquista

18.739 66,55 4.676 16,61 4.742 16,84 28.157 100

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000 e Fundação João Pinheiro.

A intensidade e diversidade da precariedade dos equipamentos e serviços

urbanos coletivos nos locais de moradia passam, nesse momento, a ser esboçada

por meio da análise do acesso à energia elétrica, ao abastecimento de água, à

instalação e esgotamento sanitário, à educação, à saúde, à pavimentação, ao

transporte coletivo e à limpeza e coleta de lixo pelos moradores dos assentamentos

e ocupações em estudo.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 130

3.4.1 Acesso à energia elétrica

Segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais

da Bahia (SEI), o fornecimento de energia elétrica é um dos serviços com melhor

cobertura nos domicílios urbanos da Bahia. Em 1999, segundo este mesmo órgão,

92% dos domicílios urbanos com população de até 1 salário mínimo já tinham

acesso à energia elétrica e os domicílios urbanos destinados à população com renda

a partir de 5 salários mínimos todos tinham esse serviço.

Cabe salientar que o mesmo não pode ser dito quanto à disponibilização desse

serviço na zona rural do Estado. É importante mencionar também que esta pesquisa

não indica a forma de acesso à energia elétrica, se pela rede geral ou por ligações

clandestinas.

Conforme relatório da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

(Coelba), de fevereiro de 2005, a sede municipal de Vitória da Conquista possuía

71.190 consumidores residenciais. A capacidade do sistema instalado é considerada

bastante satisfatória atendendo a toda demanda da malha urbana.

No entanto é conveniente observar que o acesso à energia elétrica não se

restringe à capacidade do sistema instalado. Os custos com a instalação de

equipamentos, o custo do consumo e a distribuição espacial dos loteamentos e

moradias também se constituem, para os moradores de baixa ou nenhuma renda,

em barreiras para o acesso à energia elétrica.

O acesso à energia elétrica nas áreas de assentamentos e ocupações, como

mostra o gráfico 5 atinge à quase totalidade dos domicílios sendo que 91% destes

possuem energia elétrica e apenas 9% ainda não tem. Cabe ressaltar que, 5% dos

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 131

GRÁFICO 5 - EXISTÊNCIA DE ILUMINAÇÃO ELÉTRICA NOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

91

9

62

2

29

7

0

20

40

60

80

100

Sim Não

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

que declararam não possuir energia elétrica, a possuem por meio das ligações

clandestinas. Então, não foram considerados como possuidores de acesso à

energia. Em alguns casos, estas ligações oferecem risco não apenas aos

proprietários das moradias, mas também aos transeuntes que se arriscam pelas

ruas, entrelaçadas com fios elétricos estendidos em postes improvisados de

madeira. Apesar do percentual pouco expressivo esta situação mereceu ponto de

pauta em reunião do Conselho Municipal de Habitação Popular, com formação de

comissão específica para realizar avaliação do problema no local.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

Embora quase a totalidade dos entrevistados tenham acesso à energia

elétrica, existem alguns moradores ainda às escuras, pelo fato da empresa

responsável ainda não ter feito as ligações a exemplo de parte do Vila América,

Conveima II e Copacabana II e Pedrinhas – Nova Esperança. Para esta última, a

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 132

justificativa apresentada pela Coelba aos moradores, é a inexistência de infra-

estrutura urbana mínima como a falta de definição de ruas.

Em outros casos é a falta de condição financeira dos moradores para realizar

as ligações nos domicílios ou a dificuldade de realizar o pagamento da conta do

consumo de energia, mesmo estando incluídos no programa de tarifa social

oferecido pela empresa distribuidora.

3.4.2 Abastecimento de Água

Na Bahia, de acordo com a SEI, no final da década de 1990 o índice de

canalização interna para o abastecimento de água passa de 49% registrados em

1992 para 62% em 1999. Isso se deve ao acréscimo de 48% dos domicílios com

canalização em apenas um cômodo.

Ao observar o panorama municipal, segundo o SNIU – 2000, do total de

domicílios particulares permanentes em Vitória da Conquista, 79,8% possuem

acesso à água por meio da rede geral, 10,3% por poço ou nascente e 9,9% de

outras formas. Do total de domicílios com acesso pela rede geral, 88% possuem

canalizações internas e 12% não possuem canalizações. Já os que possuem acesso

via poço ou nascente, 38% possuem canalizações, 13% possuem canalizações

apenas no terreno e 49% não possuem canalizações. Por último, os que usam

outras formas de acesso 6% possuem canalizações internas, 5% possuem

canalizações apenas no terreno e 89% não possuem canalizações.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 133

GRÁFICO 6 - FORMA DE ABASTECEIMENTO DE ÁGUA NOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

85

2 112

55

1,5 17

30

0,5 0 5

0102030405060708090

Rede Geral Cisterna Outros Não possuiabastecimento

de água

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

As informações mostram que independente da forma de acesso, 23% do total

geral dos domicílios não possuem canalizações internas e 2% possuem canalização

apenas no terreno. Este índice é inferior à média baiana apresentada pelo IBGE e

pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 1999, de

37,5% de domicílios sem canalizações internas mostrando que, em geral, os

moradores também estão implementando melhorias no acesso a este serviço no

interior dos domicílios.

Quanto ao abastecimento de água nos domicílios dos assentamentos e das

ocupações, o gráfico 6 mostra que 85% possuem o abastecimento de água via rede

geral, 2% de cisternas localizadas no próprio domicílio, 1% consegue água de outras

formas e 12% não possuem abastecimento de água.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

É curioso notar que nos assentamentos considerados melhor estruturados o

percentual de moradores que não tem acesso ao abastecimento de água é

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 134

ligeiramente superior ao das ocupações. Aqui, da mesma forma que o acesso à

energia elétrica, a restrição do acesso à água deve-se, tanto a problemas de infra-

estrutura urbana, principalmente, nas áreas mais afastadas do centro da cidade e

com maior altitude, como à impossibilidade de arcar com os custos gerados pelo seu

consumo. Destaca-se ainda que a prática de moradores em se utilizar da água do

vizinho e, em menor número, de pontos de água em áreas públicas, pode justificar a

discreta diferença entre o acesso à energia elétrica e ao abastecimento de água por

parte desses moradores.

O acesso ao abastecimento de água pela rede geral é considerado um aspecto

positivo, pois parte-se do pressuposto de que exista um maior controle da qualidade

da água e canalizações internas para os domicílios em pelo menos um cômodo.

A inexistência de pesquisas anteriores nas áreas estudadas não permite

observar o comportamento da oferta desse serviço ao longo dos anos. Assim, não é

possível dizer se houve aumento, redução ou manutenção desse quadro.

O mapa 14 mostra a espacialidade do sistema de abastecimento de água na

cidade cuja cobertura atende quase que a totalidade da malha urbana, ficando

apenas pequenas áreas sem atendimento.

Apesar da ampla cobertura do serviço de abastecimento de água na cidade,

são muitas as reclamações dos moradores na imprensa local quanto à qualidade

desse serviço. As áreas que situam nos pontos mais altos, ao longo da Serra do

Periperi, ficam sem água por período de até oito dias, ademais os moradores

reclamam ainda dos valores das contas que, segundo eles são incompatíveis com o

uso desse serviço. Em visita ao escritório da Empresa Baiana de Águas e

Saneamento (Embasa) em Vitória da Conquista foi possível constatar o grande

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 135

Fonte: Projeto de Plano Diretor Urbano de Vitória da Conquista - BA, 2004.

MAPA 14 – A espacialidade do sistema de abastecimento de água na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 136

número de reclamações referentes às contas, a leitura dos hidrômetros e a

insatisfação com o atendimento.

3.4.3 Instalação e Esgotamento Sanitário

Segundo a SEI, entre os serviços de saneamento básico, a instalação e

esgotamento sanitários destacam-se, na Bahia, pela maior precariedade, mesmo

registrando-se na década de 1990 um aumento de 40% na instalação de

esgotamento nos domicílios particulares permanentes e uma redução de 20% dos

domicílios particulares permanentes sem esgotamento sanitário.

A tabela 8 mostra as condições gerais do escoamento da instalação sanitária

em Vitória da Conquista.

TABELA 8 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES SEGUNDO A FORMA DE ESCOAMENTO DA INSTALAÇÃO SANITÁRIA, VITÓRIA DA

CONQUISTA - 2000.

CIDADE TOTAL DE

DOMICÍLIOS

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO E REDE DE ESGOTO

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO E FOSSA SÉPTICA

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO E FOSSA RUDIMENTAR

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO LIGADO A UMA VALA

COM BANHEIRO OU SANITÁRIOLIGADO DIRETAMENTE A UM RIO, LAGO OU MAR.

COM BANHEIRO OU SANITÁRIO E OUTRO TIPO DE ESGOTAMENTO

Vitória da

Conquista

63.552 56.876

89,5%

22.120

38,9%

6.083

10,7%

27.514

48,4%

483

0,8%

119

0,2%

557

1,0%

Fonte: SNIU, 2000.

Embora 89,5% dos domicílios possuam banheiro ou sanitário, somente 38,9%

canalizam os dejetos para a rede geral de esgoto e 10,7% para fossas sépticas. Isto

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 137

GRÁFICO 7 - TIPO DE DRENAGEM EXISTENTE NOS DOMICÍLIOS PESQUISADOS - ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES, 2004.

3

21

41

2015

2

18

26

13

41 3

15

711

05

1015202530354045

FossaSéptica

EsgotoGeral

FossaSumidouro

FossaSumidouroe Esgoto aCéu Aberto

Esgoto acéu aberto

Total Geral

Assentamentos

Ocupações

significa que 50,4% do total de domicílios possuem formas inadequadas de

escoamento dos dejetos domésticos.

O mapa 15 mostra muito claramente a precariedade do atendimento do

sistema de esgotamento sanitário na cidade e confirma a tendência, sobretudo,

baiana e nordestina.

Os assentamentos e ocupações também se situam em áreas sem

esgotamento e em situação crítica, sendo considerado um dos maiores problemas

infra-estruturais enfrentados pelos moradores.

O gráfico 7 indica que, quanto ao escoamento dos dejetos, apenas 24% do

total de domicílios possuem formas apropriadas (esgotamento sanitário - 21% ou

fossa séptica - 3%) para a destinação dos dejetos domésticos, e estão localizados,

sobretudo, nas áreas de assentamentos. Os demais domicílios 76% possuem

formas inadequadas para a destinação dos dejetos como fossas sumidouros 41%,

esgoto a céu aberto 15% ou associam fossa sumidouro com esgoto a céu aberto

20%.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 138

MAPA 15 – A espacialidade do sistema de esgotamento sanitário na cidade de Vitória da Conquista - BA, 2004.

Fonte: Projeto de Plano Diretor de Vitória da Conquista – BA, 2004.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 139

A inexistência de drenagem apropriada para os dejetos está fortemente

relacionada com a ocorrência de problemas ambientais como a contaminação de

lençol freático e com problemas de saúde seja da família ou da coletividade. A

fotografia 15 ilustra este problema, mostrando que a drenagem da maioria dos

domicílios é feita com o escoamento superficial (à céu aberto) provocando mau

cheiro, proliferação de insetos e doenças nas pessoas.

Soma-se a essa realidade as condições internas dos domicílios. Do total

pesquisado, 90% declararam possuir banheiro e apenas 10% não possuíam. Quase

todos os banheiros estão localizados dentro da residência, mas, mesmo que a

maioria dos domicílios tanto nos assentamentos como nas ocupações indicassem a

existência de banheiro, dada as limitações da pesquisa pela dificuldade de acesso

ao interior das residências, não foi possível qualificar esta informação. Sabe-se, no

entanto, que existe uma variação nos tipos de banheiro que vão desde os mais

estruturados com vaso sanitário, local para banho e todos os outros recursos e

espaços para higiene e conforto, até aqueles que possuem apenas um buraco para

dejeções, como mostra a fotografia 16.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 140

É importante salientar que o esgotamento sanitário assim como outros serviços

urbanos são prestados por empresas privadas ou de capital misto, por meio da

terceirização dos serviços e, portanto, estão submetidos à lógica do mercado. Ao

analisar esta questão, Ramos e Sá afirmam que:

Quanto à questão do saneamento, prevalece também a defesa do Estado mínimo, viabilizando a privatização dos serviços relacionados à infra-estrutura e, portanto, determinando o livre jogo do mercado como forma de regulamentação das relações de produção e consumo de serviços básicos. (RAMOS e SÁ, 2003, p.159)

Assim, as áreas consideradas mais pobres da cidade ficam extremamente

prejudicadas e submetidas à lógica do mercado, como é o caso dos assentamentos

e ocupações.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 141

3.4.4 Acesso à Educação

O acesso à educação será analisado sob duas dimensões: o acesso físico e o

acesso social.

Do ponto de vista físico, os moradores reclamam da localização e distância das

escolas. Este fato é também identificado no projeto do Plano Diretor Urbano em que

se constata que na cidade,

Há sérios problemas de acessibilidade às escolas, o que se torna um complicador para o atendimento, já dificultado pela mobilidade espacial das famílias pobres. O Anel Rodoviário separa os bairros Henriqueta Prates e Miro Cairo e o Ginásio na Vila Serrana; a Avenida Juracy Magalhães separa Morada dos Pássaros do Loteamento Conquistense, por exemplo. (Projeto de Plano Diretor Urbano (PDU), vol. I, 2004, p. 39)

Os assentamentos Vila América, Recanto das Águas e Cidade Modelo e as

ocupações José Machado Costa, CGC – Canteiro Central, Alto da Boa Vista,

Pedrinhas – Nova Esperança e Santa Cruz são os que mais apontaram o problema

de acesso à educação.

Outro aspecto a ser evidenciado é a relação entre demanda e oferta de vagas.

Ao analisar o censo escolar 2000 a 2004, observa-se uma redução do número de

matrículas na rede municipal e, no geral, uma superioridade da oferta em relação à

demanda. Entretanto, esta redução deve ser analisada com cautela, pois, não

necessariamente, pode significar o atendimento pleno à demanda.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 142

Do total geral dos domicílios pesquisados, 31% das pessoas residentes não

estudam por motivos diversos, dentre os quais, destaca-se a necessidade de

trabalhar para sustentar a família ou para complementar o rendimento familiar

mensal.

Ao particularizar a análise, vê-se ainda, uma concentração da demanda e,

consequentemente, a insuficiência de vagas em algumas áreas, a exemplo do que

acontece com o colégio localizado na URBIS VI que atende a seis áreas estudadas:

Vila América, CGC – Canteiro Central, Anelita Nunes-Tanque Seco, José Machado

Costa, Paulo Rocha e Renato Magalhães. Outro exemplo disso é o colégio

localizado no loteamento Miro Cairo, que atende aos alunos dos assentamentos

Henriqueta Prates e Recanto das Águas.

O mapa 16 a seguir mostra como estão distribuídas as escolas no espaço

urbano e confirma os problemas relacionados com a acessibilidade física às escolas

das redes municipal, estadual e federal.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 143

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0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

VILA AMÉRICA

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SANTA CRUZNOSSA SENHORA DE LOURDES

LAGOA DO JUREMA

PEDRINHAS - NOVA ESPERANÇA

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ISTA

MAPA 2 - LOCALIZAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA C IDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA -BA.

2005

ESC. MUNICIPAL RAIMUNDO NOVAESESCOLA MUNICIPAL

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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO EUCLIDES DANTAS - IEED

CEAM

ESCOLA MUNICIPAL MARIA C. FERRAZESCOLA TÉCNICA FEDERAL

ESCOLA ESTADUAL

ESCOLAS ESTADUAIS

ESCOLAS MUNICIPAIS

ESCOLAS FEDERAIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL D

O SUDOESTE DA BAHIA - UESB

ESCOLA AGROTÉCNICA SÉRGIO D

E CARVALHO

ESCOLA MODELO LUIZ EDUARDO MAGALHÃES

ESCOLA ESTADUAL

ESCOLA MUNICIPAL ITA DAVID DE CASTRO

BIBL

IOTE

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UNIC

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ESCOLA MUNICIPAL ANTONIA CAVALCANTI SILVA

ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIO HÉLDER THOMAZ

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ESCOLA MUNICIPAL RIDALVA CORREA DE M. FIGUEIREDO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

A ESPACIALIDADE DO ACESSO DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕESÀ REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO - 2005.

MAPA 16

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 144

Do ponto de vista social, os moradores dos assentamentos e ocupações

também enfrentam problemas de acessibilidade. Como observado no gráfico 1

(página 118), o nível de escolaridade da pessoa responsável pela família é muito

baixo, ademais, a evasão máxima registrada pela Secretaria Municipal de Educação

no ensino regular nas escolas que também atendem os alunos das áreas de

assentamentos e ocupações é de 28%, conforme mostra a tabela 9.

A dificuldade de continuidade da escolarização está fortemente relacionada

com a baixa qualidade de vida. Os motivos que levam a evasão não são levantados

pela Secretaria, contudo, apesar da evasão ser um fenômeno disperso pela cidade,

TABELA 9 - EVASÃO ESCOLAR NAS ESCOLAS MUNICIPAIS QUE ATENDEM À

POPULAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES URBANAS, 2004.

ESCOLA MUNICIPAL

ALUNOS (ENSINO

REGULAR)

EVASÃO %

ALUNOS

(REAJA)1

EVASÃO %

Antônia Cavalcanti 428 23 76 84 Antônio Hélder 465 28 186 54 Edivanda Maria 1.186 22 0 0 Gildásio Cairo 589 20 152 56 Helena Cristália 1.332 11 238 35 Ita David 449 15 105 42 Jardim Valéria 877 19 175 54 José Arcanjo 219 21 83 45 Maria Célia Ferraz 591 26 233 51 Maria Santana 664 14 104 47 Péricles Gusmão 306 22 112 42 Raimundo Novaes 604 25 190 74 Ridalva Correa 755 23 0 0 Urbis VI 1.046 18 0 0 Zica Pedral 799 18 59 62 Zulema Cotrim 257 7 0 0 Total Geral 10.567 1.713 1- Programa de Alfabetização de Adultos. Fonte: Secretaria Municipal de Educação - Relatórios finais das unidades escolares, 2004. Organização: Miriam Cléa Coelho Almeida.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 145

por se tratar de alunos filhos de pais com baixo nível de escolaridade,

desempregados ou subempregados pode-se inferir que o abandono dos estudos

deve-se, mesmo, à baixa qualidade de vida dessas famílias.

Quanto ao Programa Reaja, específico da educação de Adultos, os índices de

evasão são alarmantes mínimo de 35% e máximo de 84%. Além da relação deste

quadro com a baixa qualidade de vida, os moradores atribuem este índice de evasão

ao turno de funcionamento do programa (noturno), pois, a falta de segurança no

local de moradia faz com que o deslocamento até as escolas ofereça riscos à

integridade física dos moradores. Os depoimentos dos moradores revelam que as

famílias se recolhem com o por do sol. Segundo eles, a partir desse momento, as

vias públicas são tomadas por marginais que usam drogas e assaltam as pessoas à

mão armada. Desse modo, a realização do sonho de retomar os estudos é mais

uma vez adiada.

Em reunião com os moradores apareceram reclamações quanto à função da

escola. Referiram-se, principalmente, à falta de discussão na e pela escola, dos

problemas locais a que os alunos e seus familiares estão submetidos, como o

problema de acesso à moradia, falta de pavimentação, segurança, regularização

fundiária, transporte urbano, dentre outros. Se entendemos que a educação é

fundamental para a construção da cidadania, esses depoimentos levantam

questionamentos quanto à contribuição da escola na formação cidadã, além de

possuir relações diretas com o grau de autonomia da participação desses moradores

nos fóruns de debate e deliberações dos problemas que os envolve.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 146

3.4.5 Acesso à Saúde

A análise das condições de saúde das famílias que residem nas áreas de

assentamentos e ocupações urbanas deve ser feita articulada com outros aspectos

como as condições infra-estruturais, nível de escolaridade e condição sócio-

econômica.

Como vimos, os graves problemas infra-estruturais a que esta população está

submetida, como a inexistência ou a precariedade do saneamento básico, expõe os

moradores a diversos tipos de doenças como dengue, verminose, hepatite,

leptospirose dentre outras. Segundo a Secretaria de Saúde Municipal, todas elas

estão fortemente relacionadas com a existência de um meio ambiente poluído.

Áreas como o Anelita Nunes, Tanque Seco, Recanto das Águas, Santa Terezinha,

Lagoa do Jurema, Conveimas I e II e Conjunto da Vitória convivem com problemas

como inundações, irregularidades na coleta do lixo, inexistência de esgotamento

sanitário, desabamentos e esgoto à céu aberto.

Soma-se a esta realidade, a condição sócio-econômica dos trabalhadores,

constituídos, em sua maioria, de desempregados e subempregados fazendo com

que problemas como a desnutrição seja também importante. Em famílias com

dificuldades em conseguir as condições mínimas de sobrevivência como a

alimentação, não é difícil imaginar as dificuldades enfrentadas com a manutenção da

higiene doméstica e mesmo corporal. Desse modo, são dependentes da rede

pública de saúde: do Sistema Único de Saúde (SUS) das redes estadual e

municipal, que possuem postos de atendimento em diferentes pontos da cidade.

A rede de saúde municipal tem se pautado no modelo de gestão participativo e

no Programa de Saúde da Família (PSF), cujas prioridades são a educação, a

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 147

prevenção e o acompanhamento de doenças crônicas. Segundo informações da

Secretaria Municipal de Saúde, a rede conta com 37 unidades do PSF, sendo 14 na

zona rural e 23 na zona urbana e mais 06 unidades tradicionais.

O mapa 17 mostra a distribuição espacial das unidades de saúde existentes no

espaço urbano e sua articulação com as áreas estudadas neste trabalho.

Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde, o modelo de

atendimento adotado pela Prefeitura Municipal produziu resultados positivos como a

queda da mortalidade infantil e da morbidade por doenças cardiovasculares, maior

causa de óbitos em 1997; a ampliação da cobertura vacinal em 100% das crianças e

idosos; o controle das doenças endêmicas; e a correção das distorções no padrão

de atendimento em estabelecimentos públicos e conveniados. O crescimento do

atendimento ambulatorial, entre 1996 e 2002, foi de aproximadamente 150%,

enquanto no Estado da Bahia cresceu em torno de 80%.

Mesmo com os avanços no sistema de saúde pública municipal nos últimos

anos, a população segregada nos limites últimos da malha urbana ainda reclama da

morosidade do atendimento, da eficiência dos Agentes Comunitários de Saúde

(ACS) ligados à saúde preventiva e do atendimento de emergência.

Ressalta-se que essas famílias, também com baixíssimo nível de escolaridade,

não assimilam com facilidade as informações acerca das noções básicas de saúde.

Muitas não conseguem compreender, por exemplo, os riscos que os filhos correm

brincando na lama, tomando banho na água empoçada ou utilizando a água do

telhado em dias de chuva, sem nenhum tipo de tratamento. A mudança de atitude e

de comportamento dessa população em busca de melhores condições de saúde é,

portanto, um dos aspectos que devem ser observados pela política de saúde

municipal.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 148 MAPA 17

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BOCA D

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ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES POPULARES - 2005

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0 800 1600 2400m

TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

OCUPAÇÕES

ASSENTAMENTOS RECONHECIDOSPELA PMVC

ASSENTAMENTOS - PMHP

ANEL VIÁRIO

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ANEL VIÁRIO

ANEL VIÁRIO

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LOCALIZAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES NA C IDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA -BA.

2005

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REDE MUNICIPAL DE SAÚDE

REDE ESTADUAL DE SAÚDE

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VITÓRIA DA CONQUISTA - BA.A ESPACIALIDADE DO ACESSO DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕESÀ REDE PÚBLICA DE SAÚDE - 2005.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 149

3.4.6 Pavimentação e Transporte Coletivo Urbano

O transporte coletivo urbano em Vitória da Conquista é constituído pelas

empresas de ônibus e pela frota de táxis. Entretanto, considerando que os espaços

aqui analisados servem-se majoritariamente dos ônibus urbanos, daremos atenção

especial a este tipo de transporte. É importante destacar que o controle rigoroso da

Prefeitura Municipal, através Sistema Municipal de Trânsito e Transporte

(SIMTRANS), não se percebe a existência de transporte alternativo de passageiros

realizado por motocicletas e vãns na cidade.

O mapa 18 mostra a espacialidade do sistema de transporte coletivo urbano,

identificando os fluxos principais e secundários, formado por linhas perimetral, radial

e diametral e avaliando a acessibilidade dos assentamentos e ocupações a este

serviço. As linhas perimetrais, ligam um bairro a outro sem passar pelo centro,

totalizando 2 linhas; as radiais, ligam bairros ao centro, totalizando 33 linhas e, as

diametrais, ligam um bairro a outro pelo centro da cidade, totalizando 8 linhas.

O mapa mostra que as vias secundárias do transporte coletivo urbano chegam

aos assentamentos e ocupações, no entanto, é necessário ponderar que a

quantidade de ônibus nas linhas específicas dessas áreas é insuficiente, fazendo

com que o tempo de espera dos moradores no ponto de ônibus seja, em muitos

casos, superior à uma hora. Outro aspecto a ser evidenciado é que nem sempre a

distribuição de pontos de ônibus cobre a área total do assentamento ou ocupação.

Em alguns casos, os moradores são obrigados a percorrer distâncias consideráveis

até o ponto de ônibus. A falta de segurança e a insuficiência de iluminação das vias

Page 151: Miriam Cléa Coelho Almeida - leaget.ufba.br Coelho Almeida.pdf · MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 150

MAPA 18

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TRABALHO DE CAMPO - DEZEMBRO DE 2004ORGANIZAÇÃO: MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA

FONTES: BASE CARTOGRÁFICA DIGITAL - DESENCOP - 2005

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2005

PRINCIPAIS CORREDORES DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO

CORREDORES PRINCIPAIS

VIAS SECUNDÁRIAS

ANEL VIÁRIO

FLUXOS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIOS - 2005.

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

A ESPACIALIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

Page 152: Miriam Cléa Coelho Almeida - leaget.ufba.br Coelho Almeida.pdf · MIRIAM CLÉA COELHO ALMEIDA PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E HABITAÇÃO POPULAR NAS ÁREAS DE ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES

__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 151

públicas tornam esses deslocamentos, no turno noturno, perigosos. Na pesquisa de

campo, 32% dos moradores entrevistados reclamaram da qualidade do serviço de

transporte coletivo urbano.

Destaca-se ainda que o custo do transporte coletivo se referencia na lógica do

mercado e, portanto, é considerado muito elevado pelos trabalhadores

desempregados ou subempregados, fato que impossibilita o seu acesso a este

serviço. Para muitos moradores, os deslocamentos à pé ou de bicicleta representam

as únicas alternativas de mobilidade urbana. Contudo, o desenho urbano das vias

de circulação revela que, ao longo dos anos, não se preocupou com a criação ou

melhoria das condições estruturais para este tipo de deslocamento na cidade, como

estacionamento para bicicletas ou pistas especiais para ciclistas ou pedestres. A

análise dos fluxos da estrutura viária mostra claramente a prioridade dada ao

deslocamento dos veículos automotores e, consequentemente, a disputa do espaço

pelos pedestres e ciclistas com esses veículos em que, quase sempre, vence o

automóvel, provocando acidentes fatais no trânsito.

Com esta realidade é mister a elaboração de projetos de trânsito e tráfego que

invertam esta lógica de mobilidade urbana praticada na cidade, ao longo dos anos.

Ao estabelecer um contraponto entre o transporte urbano coletivo e a

pavimentação urbana, embora se observe um esforço da Prefeitura Municipal para

realizar a pavimentação asfáltica nos corredores do transporte coletivo, os

assentamentos e ocupações, em sua grande maioria, não possuem nenhum tipo de

pavimentação o que tem sido utilizado como uma das justificativas para a dificuldade

do acesso do transporte coletivo urbano a estas áreas. A pavimentação das ruas é

apontada com 78%, como o segundo maior problema enfrentado pelos moradores,

perdendo apenas para a falta de segurança. Os moradores reclamam das péssimas

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 152

condições das vias públicas produzindo com as chuvas e os esgotos que correm na

superfície, muita lama e mau cheiro, e, em outros períodos, é a poeira que incomoda

as famílias.

A falta de informações na Secretaria de Obras e Serviços Públicos sobre as

condições gerais da pavimentação urbana em Vitória da Conquista impede uma

maior precisão da pavimentação na área urbana e, consequentemente, uma análise

mais aprofundada dessa questão.

3.3.7 Limpeza Urbana e Coleta de Lixo

O serviço de limpeza urbana e coleta de lixo são realizados na sede municipal

por empresa terceirizada que, conforme informações da Divisão de Limpeza Pública

é responsável por 70% do total do serviço e 30% de responsabilidade da Prefeitura

que realiza a varrição de vias públicas e coleta de lixo em locais de difícil acesso. A

coleta de lixo em locais de difícil acesso conta com a participação de uma

cooperativa de carroceiros que recolhe o lixo em carroças de tração animal. Todo o

lixo coletado é depositado no lixão, localizado a 9 Km do centro da cidade, sob a

forma de vazadouro à céu aberto.

No conjunto da cidade o serviço de limpeza urbana e coleta de lixo são

considerados satisfatórios. Todavia, as áreas em estudo estão situadas exatamente

onde esse serviço é realizado, em sua grande maioria, de forma precária por

carroças de tração animal que depositam o lixo em containeres distribuídos em

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 153

pontos estratégicos e são, posteriormente, esvaziados pelos carros compactadores

da empresa terceirizada.

Desse modo, com diferentes intensidades, a presença de lixo e entulho é

constante nos assentamentos e ocupações. Os pontos considerados mais críticos

são: Santa Helena, Cidade Modelo, Renato Magalhães, Alto da Boa Vista, Conjunto

da Vitória, Kadija (ao lado do cemitério), Jurema, Paulo Rocha e Santa Cruz. Nesses

locais, a irregularidade na freqüência e a demora na coleta do lixo depositado nos

containeres fazem com que o lixo seja espalhado pelo local, produzindo mau cheiro,

expondo os moradores a riscos de saúde e degradando o ambiente, sobretudo, em

áreas de menor altitude e sob influência do Rio Verruga.

O mapa 19 ajuda numa avaliação mais geral da estratégia utilizada pelo

serviço de limpeza para a coleta dos resíduos sólidos em toda malha urbana.

Esses problemas, somados aos hábitos culturais inadequados dos moradores

tais como: depósito de entulhos em terrenos baldios e vias públicas, forma

inadequada do acondicionamento do lixo, descarte do lixo fora dos horários

estabelecidos entre outros, agravam os problemas com a limpeza urbana e coleta.

Esse cenário motiva a realização de políticas públicas voltadas para a

educação ambiental da população e das empresas produtoras de mercadorias de

consumo doméstico e industrial, objetivando melhorar não apenas o serviço de

limpeza, da coleta de lixo e do destino final dos resíduos sólidos, mas, também

controlar a produção do lixo na cidade de Vitória da Conquista.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 154

MAPA 19 – A espacialidade do sistema de coleta dos resíduos sólidos na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

Fonte: Projeto de Plano Diretor de Vitória da Conquista - BA, 2004.

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__________Capítulo 3 – A materialização das políticas de habitação popular ... 155

As condições gerais dos equipamentos e serviços urbanos coletivos aqui

demonstradas, embora apresentem diferenças espaciais sutis, fortalece a idéia de

que estejam de fato relacionados com o processo geral da acumulação capitalista

e, portanto, expressam a divisão territorial do trabalho. Por se tratar de áreas em

que as condições e relações de trabalho possuem um alto grau de precariedade,

apresentam, também, uma intensa precariedade de acesso aos equipamentos e

serviços urbanos coletivos. Para IKUTA (2003) isto revela uma superposição sócio-

territorial das precariedades45, em que, “todo o conjunto de sub-condições de

existência, estão “confinados” nas áreas mais precárias da cidade” (IKUTA, 2003,

p. 39).

Mas, o que a realidade do conjunto dos equipamentos e serviços coletivos

significa? Quais os rebatimentos sócio-espaciais produzidos? Que tipo de

planejamento e gestão orienta a produção da habitação popular? É possível falar

em melhoria da qualidade de vida e aumento da justiça social? É possível falar em

urbanização e urbanidade? Estas e outras questões serão discutidas no próximo

capítulo.

45 Para IKUTA (2003), a superposição sócio-territorial do conjunto das precariedades acontece tendo em vista que, “as tendências do desemprego estrutural e a precarização das condições das relações de trabalho são fenômenos [...] que influem diretamente, objetiva e subjetivamente, em todos os demais aspectos da vida dos trabalhadores, que são ao mesmo tempo, moradores, usuários de transporte coletivo, consumidores de água, luz, esgoto, asfalto, serviços de saúde, educação, lazer, etc.” (IKUTA, 2003,p.39)

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 156

Capítulo 4

4 PRODUÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DOS ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES:

MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E AUMENTO DA JUSTIÇA

SOCIAL?

Com base na realidade social, econômica e espacial dos assentamentos e

ocupações demonstrada até aqui é possível falar em melhoria da qualidade de vida

e aumento da justiça social?

Para responder a este questionamento prioriza-se o planejamento e a gestão

como instrumentos que subsidiaram ou subsidiam a produção sócio-espacial da

habitação popular na cidade de Vitória da Conquista, bem como os rebatimentos

sócio-espaciais por eles produzidos. Todavia, embora se reconheça que essa

produção se realiza tanto pelo planejamento e gestão do Estado quanto da

sociedade civil, dado ao caráter mais sistemático das ações do Estado e aos

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 157

objetivos a elas inerentes46, para responder ao questionamento acima, privilegiou-se

a análise do planejamento e da gestão desenvolvidos pela Prefeitura Municipal para

a produção dos assentamentos, desde 1991.

A estruturação desta resposta exige também a observação dos parâmetros

balizadores da qualidade de vida e da justiça social: o nível de segregação sócio-

espacial, a desigualdade sócio-econômica e o grau de oportunidade para a

participação cidadã direta em processos decisórios importantes a que os moradores

estão submetidos.

4.1 Planejamento e gestão dos assentamentos e ocupações.

Os assentamentos se constituem desde a aprovação da Lei nº. 570/91, na

alternativa de acesso à moradia, apresentada pelo Programa Municipal de

Habitação Popular, para o conjunto da população sem nenhuma ou com renda

mensal de até dois salários mínimos e, a partir de 2003, até três salários mínimos.

A urbanização das áreas destinadas ao PMHP foi estabelecida (mas não

definida) no Art. 8º inciso III da Lei nº. 570/91 como competência do município, e,

mais tarde com a aprovação da Lei nº. 1.186/03, assim definida:

[...] o sub-programa de Infra-estrutura, Saneamento Básico e Urbanização tem como objetivo viabilizar a implantação de redes de infra-estrutura compreendendo guias, sarjetas, pavimentação, drenagem e serviços de água e esgoto, iluminação pública e coleta de lixo, e de urbanização, compreendendo os padrões urbanísticos e construtivos, nos Projetos Habitacionais do Programa Municipal de Habitação Popular. (Lei nº. 1.186/2003, Sub-seção V, Art. 22º., grifo nosso).

46 Objetivos definidos nas Leis Nos. 570/91 e 1.186/03.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 158

GRÁFICO 8 - PROBLEMAS ENFRENTADOS NO LOCAL DE MORADIA. ASSENTAMENTOS - 2004.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Falta de Segurança

Falta ou insuficiência de Iluminação Elétrica

Falta de Egotamento Sanitário

Falta de Pavimentação

Falta ou Insuficiência de Transporte

Falta ou Insuficiência de Abastecimento de Água

Falta de Áreas para Lazer

Falta de Creche

Falta de Escola

Falta de Posto de Saúde

Presença de Lixo e Entulho

Terrenos baldios e matagal

Inexistência da Escritura de posse do terreno

Distância do Local de Trabalho

Outro

PROBLEMAS

%

Compreende ainda, conforme o §1º desse mesmo artigo, a “implantação de

equipamentos e serviços comunitários de transporte, saúde, educação, cultura,

esportes e lazer”, como elementos indispensáveis à moradia digna.

Apesar do planejamento urbano dos assentamentos ter sido previsto pela

Legislação Municipal, não são poucos os problemas enfrentados pelos moradores

dessas áreas. O gráfico 8 mostra os principais problemas enfrentados nos

assentamentos.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 159

Os moradores apontaram a falta de segurança como o principal problema com

83%, seguido da falta de pavimentação com 77%, do Esgotamento Sanitário com

48%, da Falta de Postos de Saúde com 39%, Escolas com 37% e creches com 36%

e falta ou insuficiência de iluminação das vias públicas com 33%. Os moradores

manifestaram outros problemas, relacionados com a infra-estrutura como farmácias,

mercadinhos e correios.

Apesar dos problemas levantados, do total de entrevistados, 66% manifestam o

desejo de permanecer no local de moradia e 34% desejam mudar para outras áreas.

Os que desejam permanecer, apontam a vizinhança, o sossego, o silêncio, a casa

própria, a proximidade dos familiares e a “saída” do aluguel como as principais

qualidades do local de moradia. Já os que desejam mudar estão insatisfeitos,

sobretudo, com a falta de equipamentos e serviços urbanos coletivos, a distância

dos familiares, a falta de segurança e a pouca oferta de emprego. Estes últimos,

possuem como principais referências de local apropriado para a sua moradia os

bairros, Brasil, Alto Maron, Patagônia, Ibirapuera e Guarani.

Apesar de quase a metade dos entrevistados, 49% afirmarem não conhecer ou

saber avaliar o Programa Municipal de Habitação Popular (embora acredita-se que

tenham sido beneficiados por ele) indicaram, conforme evidencia o gráfico 9, os

problemas que para eles mais dificultam as ações do programa nos assentamentos.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 160

GRÁFICO 9 - PROBLEMAS QUE MAIS DIFICULTAM AS AÇÕES DO PMHP - ASSENTAMENTOS, 2004

8 920

125 7

29

3

24 25

7

0102030405060708090

100

%

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2004.

A falta de ajuda para construir a casa é apontada por 29% dos assentados

como o principal problema do PMHP, mostra que a distribuição de lotes não é

suficiente para enfrentar o problema da moradia. Desse modo é necessário pensar

na elaboração de uma política de apoio financeiro às famílias em situação de

desemprego e subemprego, pois 9% dos assentados abandonam os lotes e outros

12% transforma-o em mercadoria e realiza a comercialização ilegal, facilitada pela

inexistência de acompanhamento e controle da função social desses lotes pela

Prefeitura Municipal. A situação de desemprego e subemprego justifica ainda as

reclamações 7% acerca do prazo de dois anos para a construção das casas.

Uma das alternativas encontradas para este problema foi a reestruturação e

ativação do Fundo Municipal de Habitação Popular, alimentado, conforme Lei nº.

1.186/2003, em seu Art. 59º, com recursos oriundos da dotação orçamentária; com

doações de qualquer natureza; com recursos provenientes de convênios; com

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 161

prestações dos mutuários; com recursos oriundos da execução do sub-programa de

geração de emprego e renda; com outros recursos que vierem a ser destinados em

razão da execução do sub-programa Regularização Fundiária e com rendimentos e

juros provenientes de aplicações financeiras dos seus recursos, cumpre uma função

social ao atender as famílias carentes. O caráter social do fundo foi assim

explicitado:

O Fundo Municipal de Habitação Popular deve cumprir o seu caráter social, buscando recursos para ações como a ampliação do estoque de lotes destinados à moradia popular, a construção de novas unidades habitacionais, a produção associativa e cooperativa, a implantação de um Sistema Municipal de Financiamento Habitacional com critérios flexíveis e transparentes para a concessão de subsídios, considerando a capacidade de pagamento, os custos, o parcelamento e o prazo de financiamento. (1ª Conferência Municipal de Habitação Popular, maio de 2001)

A expectativa é que este fundo estabeleça uma política de apoio e incentivo às

famílias carentes na construção da moradia.

Quanto ao tempo para recebimento do lote é visto por 20% dos assentados

como o segundo maior problema do Programa. Como se mostrou no segundo

capítulo, a distribuição de lotes não acompanha a demanda pela moradia e, por isso

mesmo, muitos aguardam na fila do cadastramento, conforme declarações dos

moradores, por um período de até dois anos para se conseguir o assentamento.

Para muitos moradores das ocupações o fato de não terem optado pelo

cadastramento no PMHP deveu-se à demora para o recebimento do lote,

incompatível com a urgência do morar.

Entretanto, não existe um levantamento destas famílias para avaliar se este

argumento é válido ou se estas famílias não se enquadram nos critérios

estabelecidos pela Lei nº. 1.186/03, para a inscrição no Programa como: renda

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 162

familiar até 03 (três) salários mínimos, 02 (dois) anos de residência no município e

não possuir imóveis no município ou em outro, nem pleitear mais de um imóvel. De

qualquer modo, a fila de famílias que aguardam um lote mostra que o ritmo do

crescimento do déficit habitacional é superior ao ritmo da disponibilidade de lotes

pelo Programa. Assim, a resposta popular é dada por meio das ocupações coletivas

do espaço urbano e pela pressão popular objetivando a melhoria da qualidade de

vida e aumento da justiça social nos assentamentos e também, nas ocupações

urbanas, já existentes.

Outro aspecto levantado refere-se ao Cadastramento na Prefeitura, apontado

como uma dificuldade enfrentada. A preparação e organização da documentação

exigida para o Cadastramento são consideradas por 8% dos assentados como

tarefas difíceis de serem realizadas. Para o entendimento desta questão é preciso

lembrar que muitos dos assentados são analfabetos e, por isso mesmo, não

conseguem identificar documentos, alguns, nem mesmo dispõe de documentos

pessoais.

O último problema apontado por 5% dos assentados, mas não menos

importante, foi a dificuldade com a regularização fundiária, cuja política foi aprovada

em 2003, pela Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista. A titulação definitiva

do lote é um das principais reivindicações dos moradores das ocupações e

assentamentos urbanos. Entretanto, não é algo simples de se resolver.

Do ponto de vista jurídico o problema se esbarra, na legislação urbana em

vigor, que regulamenta a ocupação e o uso do solo (Plano Diretor, código de obras

entre outros) e, quando se trata de áreas privadas o debate se amplia para o direito

à propriedade e a função social do solo urbano. Ou seja, ocupações em áreas

públicas destinadas a outros usos (preservação ambiental, área verde, institucional,

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 163

etc), que não o da habitação, dependem, necessariamente, de aprovação na

Câmara de Vereadores, pois, implica em alterações no planejamento urbano, nem

sempre recomendadas, tendo em vista, outros direitos de todos, a exemplo da

qualidade ambiental urbana. E, não se aplicando a nenhum destes casos, ainda

assim, é necessária a aprovação pela Câmara de Vereadores que, através de

Projeto de Lei, autorizará o executivo a proceder a doação da área pública, já que,

até o momento, o Plano Diretor em vigor não tem definidas as Zonas Especiais de

Interesse Social (ZEIS), conforme prevê o Estatuto da Cidade e que dispensa a

aprovação da doação pelo legislativo47.

Outro aspecto jurídico a observar refere-se às irregularidades e ilegalidades. As

propriedades existentes nas áreas de ocupação e assentamentos, em sua grande

maioria, se encontram irregulares, fora dos padrões exigidos pela legislação urbana,

e muitas não contam com saneamento básico. Estes fatos dificultam o processo de

regularização fundiária. A ilegalidade é também outra barreira não só para as

ocupações, mas, contraditoriamente, também, para a maioria dos assentamentos.

Muitos assentamentos criados pela Prefeitura não possuem o registro do

parcelamento em cartório, fato que exige um trabalho de levantamento e medição

dos lotes para elaboração de memorial descritivo imprescindível para o registro.

Do ponto de vista financeiro, este processo envolve custos técnicos

(levantamento topográfico) e judiciais, que são incompatíveis, muitas vezes, com o

planejamento orçamentário e com as condições financeiras dos moradores, em sua

maioria, desempregados ou subempregados.

47 Esta possibilidade prevista com o Estatuto da Cidade tem provocado uma discussão polêmica, pois por um lado pode facilitar o processo de regularização fundiária e o assentamento de famílias carentes, mas, por outro, considerando que no Brasil são muitas as condutas autoritárias e irresponsáveis do poder executivo local, conferir poder apenas a esta instância pode não ser, nestes casos, a melhor alternativa.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 164

Do ponto de vista prático observa-se que a desatualização dos instrumentos de

geoprocessamento (base cartográfica digital e fotografias aéreas das áreas em

estudo e alvo da política de regularização) faz com que todo o levantamento

topográfico feito pela Prefeitura Municipal seja realizado lote a lote, com práticas

tradicionais de medição48. Observa-se ainda a organização conservadora dos

cartórios de registro de imóveis, sem informatização dos dados e com insuficiência

de mão-de-obra. Estes fatos também imprimem um ritmo muito lento ao processo de

regularização fundiária.

A política de regularização fundiária das áreas de habitação popular, previstas

na Lei nº. 1.186/2003, teve início em 2004 e, até janeiro de 2005, apenas 02

assentamentos (Recanto das Águas e Henriqueta Prates) tiveram os trabalhos com

levantamentos topográfico e fundiário concluídos e 01 em fase de conclusão

(Renato Magalhães). Apenas 82 moradores, sendo 22 do Recanto das Águas e 62

do Henriqueta Prates procuraram a Prefeitura para efetivar a quitação do lote.

Entretanto, após a quitação do lote, ainda há um longo caminho para o registro e

liberação da escritura pública pelo cartório de registro de imóveis, haja vista as taxas

judiciais e trâmites burocráticos entre a Prefeitura e o Cartório de Imóveis. Em março

de 2005, ao acompanhar moradores do Henriqueta Prates que apresentavam

documentos de quitação do lote (em alguns casos, com cota única) ao Fórum local

foi possível constatar de perto a peregrinação desses trabalhadores ora para

solicitar a isenção das taxas judiciais ao juiz de direito (o que lhes foi concedido), ora

para resolver o impasse entre o Cartório e a Prefeitura quanto à competência da

elaboração da minuta da escritura pública. Fato que desencadeou um claro

48 Este procedimento, somado a falta de conhecimento prévio dos limites dos assentamentos e ocupações tanto por parte da empresa executora, quanto pela Prefeitura Municipal, em função da falta de registros anteriores, tem também atrasado o processo de regularização fundiária.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 165

GRÁFICO 10 - PROBLEMAS ENFRENTADOS NO LOCAL DE MORADIA. ASSENTAMENTOS E OCUPAÇÕES - 2004.

82

35

54

78

31

7

19

3437 36

1317

15

2

12

53

21

31

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4

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23 24 25

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23

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13

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11

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raba

lho Out

ro

%

TOTAL GERAL

ASSENTAMENTOS

OCUPAÇÕES

descontentamento destes trabalhadores e demonstrou um descompasso entre o

planejamento e a gestão da política municipal de habitação popular.

Diante disso, a regularização fundiária deveria ser viabilizada por meio de um

esforço conjunto entre o poder público municipal (executivo, legislativo e judiciário) e

a sociedade civil, superando conflitos, definindo prioridades e pensando a cidade

para além dos limites do seu “lugar” e de seus interesses individuais, construindo um

espaço urbano que de fato atenda a todos.

Ao se traçar um paralelo entre os problemas enfrentados pelos assentados e

os enfrentados pelos ocupantes de terras urbanas, verifica-se que convivem com os

mesmos problemas com diferenças mínimas de intensidade. Em alguns casos, como

mostra gráfico 10, a falta de segurança, a falta de áreas para lazer e a falta de

creches são ligeiramente superiores nos assentamentos.

Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro de 2004.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 166

Esta constatação leva a crer que as políticas implementadas pelo Estado e pela

sociedade civil não foram capazes de superar os problemas enfrentados, (com

diferenças sutis de intensidade) pelos assentamentos e ocupações. As intervenções

públicas a partir de 1991, com a institucionalização da política de habitação via

PMHP, representaram o assentamento ou deslocamento de moradores de áreas de

ocupações para lotes “urbanizados” com a concessão do direito especial de uso

significando, apesar de um pequeno avanço em sua forma de estrutura e

organização, na maioria dos casos, a manutenção das precariedades nas condições

de existência dessas famílias.

A diferença parece residir na “legalização” da posse com o termo de concessão

de uso expedido pela Prefeitura Municipal. Adverte-se, no entanto, que não se pode

dizer que o direito à cidade signifique o direito à propriedade privada. O direito à

cidade, como dito em momentos anteriores é aqui defendido no sentido proposto por

Lefèbvre de direito ao urbano a tudo que o urbano pode proporcionar, portanto,

muito além do lote, da casa ou das “quatro paredes”.

Mesmo com os avanços a partir de 2000, já mostrados anteriormente, a política

municipal de habitação popular oferece um acesso físico e social precário aos

equipamentos e serviços urbanos coletivos ao conjunto dos assentados e

ocupantes. Por isso, não se pode falar nem em urbanização, nem em urbanidade

nessas áreas, talvez o mais apropriado fosse entendê-las como produto do

crescimento urbano desordenado.

Todo esse cenário favorece o entendimento de que o planejamento e a gestão

da habitação popular de 1991 a 2002, seguiram caminhos diferentes e até opostos.

O planejamento instituído com a aprovação da Lei nº. 1.186/03 apesar de alargar o

conceito da habitação para além da distribuição de lotes ou da construção da casa,

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 167

na prática, desde sua promulgação em 2003, ainda não anda junto com a gestão.

Mesmo que a gestão, com a instituição do Conselho Municipal considere-se pautada

por princípios democráticos. Desse modo, não se pode falar em planejamento

urbano crítico, nem em gestão compartilhada da habitação popular na cidade de

Vitória da Conquista.

4.2 A segregação sócio-espacial

A produção desigual da cidade promove restrições de acesso, tanto físico como

social, a determinadas áreas urbanas e revela a constituição de um espaço dividido

e segregado, sendo possível identificar bairros residenciais nobres e bairros

residenciais com superposição territorial das precariedades, em que, a urbanização,

como dito, acontece sem urbanidade.

Em Vitória da Conquista, a preocupação com o planejamento urbano é

demonstrada desde 1976 com a elaboração do primeiro Plano Diretor, objetivando

regulamentar o ordenamento e parcelamento do solo. Entretanto, as diretrizes do

uso e ocupação do solo urbano foram, por diversas vezes, desrespeitadas,

apontando claramente a desarticulação entre o planejamento e a gestão no plano

municipal. Ferraz (2001) ao analisar o processo de aprovação dos loteamentos após

a elaboração do primeiro Plano Diretor, constata que “mesmo depois da

promulgação desse instrumento, vários loteamentos continuaram a ser deferidos

sem a observância dos requisitos legais” (FERRAZ, 2001, p. 40). Essa mesma

prática será realizada pela própria Prefeitura Municipal com os loteamentos

destinados ao PMHP que não atendem à legislação urbana. Como já se mostrou,

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 168

muitos assentamentos não possuem sequer o memorial descritivo, imprescindível

para o registro do parcelamento em cartório e, desse modo, são considerados

irregulares e ilegais.

Ademais, o Plano Diretor Urbano de 1976-77 ainda que tenha definido uma

política de uso e ocupação do solo urbano, não tratou de forma específica da

habitação popular voltada para a população sem nenhuma ou com renda mensal de

até dois salários mínimos, nem inseriu a sociedade civil em sua discussão e

elaboração. É forte o caráter tecnicista e funcionalista deste Plano Diretor e evidente

a exclusão das questões sócio-espaciais.

No caso específico da habitação popular, observa-se que a desarticulação

entre o planejamento e a gestão não ocorre somente com relação ao Plano Diretor

Urbano, mas também com o PMHP, criado em 1991, como visto anteriormente.

Desse modo, ao analisar a espacialização das políticas nacional, estadual

(ainda que tenham atendido parcialmente ao segmento popular) e municipal de

habitação popular em Vitória da Conquista, bem como as ações da sociedade civil,

verifica-se que todas contribuíram ao longo das décadas de 1980 e 1990, para o

processo de segregação sócio-espacial da população que delas beneficiam, em

áreas situadas nos limites últimos da malha urbana.

Acredita-se que a sociedade civil, sem alternativas, segue a mesma tendência.

Lima (1997) ao analisar as estratégias dos ocupantes de terras urbanas em Vitória

da Conquista, constata que,

[...] os ocupantes de terra urbana apropriaram-se do que “sobrou” de um loteamento (área remanescente de conjunto habitacional) e, principalmente, ocuparam áreas que tinham “destinos certos” (cemitério, via pública, aeroporto, creches, praça, áreas institucionais de loteamentos particulares). Embora, em alguns casos, a permanência nas áreas ocupadas não tenha se efetivado, o ato de ocupar se realizou, e este pode ser para os envolvidos o início de uma longa luta pela terra urbana. (LIMA, 1997, p.48)

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 169

A identificação dessas áreas, por si só, confirma que a maioria delas está

situada nos limites últimos da malha urbana, mesmo os assentamentos criados pela

política municipal de habitação, a exemplo do Henriqueta Prates, Recanto das

Águas e Renato Magalhães que extrapolam o anel rodoviário local.

Nesse sentido, observa-se que tanto as ações estatais (como a implantação

dos assentamentos), quanto as ações da sociedade civil por ausência de alternativa

(como as ocupações urbanas, sobretudo, em áreas destinadas pelo macro

planejamento da cidade para fins de área verde ou uso institucional), promoveram a

concentração da população em áreas com intensa carência de infra-estrutura e

equipamentos urbanos coletivos e, no caso das ocupações, também com alto risco

de inundações, desabamentos e acidentes com a alta tensão elétrica, a exemplo do

Anelita Nunes - Tanque Seco, Encostas do Conveima I e II, Pedrinhas - Nova

Esperança e Lagoa do Jurema. Conforme retratam as fotografias 17, 18 e 19.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 170

A análise da produção sócio-espacial dessas áreas permite reafirmar a

“superposição sócio-territorial das precariedades”, ou seja, numa mesma área

registra-se a necessidade de melhorias nas condições e relações de trabalho e nas

condições de acesso aos equipamentos e serviços urbanos coletivos: implantação

de pavimentação, iluminação, abastecimento de água, esgotamentos sanitário,

transporte, escola, creche, trabalho, moradia, etc como vistos anteriormente.

A segregação sócio-espacial acontece também no que se refere ao nível das

habitações, se examinarmos conjuntamente o mapa 20 que faz um mapeamento do

padrão habitacional, com o mapa 2 de localização das áreas em estudo (página 21),

é possível observar que estas coincidem com as áreas de padrão habitacional que

variam do nível popular ao baixo e precário, conforme a classificação apresentada

no projeto de Plano Diretor Urbano (PDU) para Vitória da Conquista em 2005.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 171

MAPA 20 – Padrões habitacionais na cidade de Vitória da Conquista – BA, 2004.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 172

A segregação é percebida ainda no abandono de áreas verdes e institucionais

ou mesmo na inexistência delas nos assentamentos e ocupações. Este fato reduz o

espaço público do encontro e da vida urbana.

Desse modo é possível afirmar que os assentados e ocupantes estão

segregados pelo nível e localização das habitações e pelo nível de acessibilidade

física e social aos equipamentos e serviços coletivos urbanos.

4.2 A desigualdade sócio-econômica

O mapeamento dos dados sócio-econômicos do conjunto da cidade e das

áreas em estudo, mostrado no capítulo anterior, comprova a desigualdade sócio-

econômica em que os assentados e ocupantes estão submetidos.

Como vimos, os assentamentos e ocupações são utilizados, em sua grande

maioria, por trabalhadores sem nenhum ou com baixo nível de escolaridade,

desempregados ou subempregados, em que 11% das famílias estão sem

rendimentos, 49% percebem até um salário mínimo, 35% percebem até 2 salários

mínimos, 3,5% até 3 salários mínimos e apenas 1,5 % percebem acima de 3 salários

mínimos. Este quadro comparado com o conjunto da cidade já mostrado na tabela

06 (página 119) é suficiente para afirmar que os assentamentos e ocupações

concentram os baixos rendimentos e se configuram em bolsões de miséria e de

pobreza na cidade de Vitória da Conquista.

Este panorama deixa claro que as políticas de habitação popular não podem se

limitar à distribuição de lotes ou à construção de unidades habitacionais. As

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 173

iniciativas registradas em campo, como o oferecimento de cursos e oficinas

profissionalizantes no assentamento Vila América e Recanto das Águas ainda estão

muito localizadas e aquém das demandas populares, cujos resultados são

inexpressíveis na pesquisa realizada e que, segundo os moradores são restritos ao

Programa Morar Melhor e com realização bastante esporádica. Portanto, é

imprescindível o cumprimento dos sub-programas previstos na Lei Municipal nº.

1.186/03, como a geração de emprego e renda, o apoio a organização comunitária,

a regularização fundiária, a infra-estrutura, saneamento básico e urbanização, dentre

outros, para que a melhoria da qualidade de vida seja uma realidade percebida,

concebida e vivida pelos moradores.

4.3 A participação cidadã

A participação cidadã, orientada pelo princípio da autonomia49, constitui-se no

principal parâmetro para a análise da justiça social. Desse modo, não se pode falar

em justiça social sem participação cidadã autônoma.

Para controlar a subjetividade que envolve o princípio da autonomia, Souza

(2002) sugere o uso da escala de avaliação do grau de abertura da participação

popular defendida por Sherry Arnstein, em que são propostas três variações: a da

não-participação em que ocorrem situações de coerção e manipulação; a da

pseudo-participação em que a informação e a consulta estão presentes, mas

também, a cooptação; e a participação autêntica em que a parceria, a delegação de

poder e a autogestão sejam as práticas realizadas.

49 Este princípio foi discutido no primeiro capítulo, página 20.

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 174

Seguindo a uma tendência global, as associações de moradores dos

assentamentos e ocupações perderam enormemente a capacidade de pressão

popular. Muitas estão inadimplentes pela falta de prestação de contas à receita

federal, outras desapareceram e as sobreviventes são alvo de denúncias de toda

ordem: cooptação por partidos políticos, incompetência administrativa, inoperância,

dentre outros que foram apontados pelos moradores. Esta crise de credibilidade das

associações dificulta ou mesmo impede o envolvimento dos moradores e,

consequentemente, anula a possibilidade de redefinição política e administrativa das

associações. Por outro lado, os presidentes de associações entrevistados, também

levantam preocupações quanto as dificuldades de reunir os moradores para a

discussão de temas relativos à habitação popular.

Analisando as diferentes formas e intensidades da participação da sociedade

civil na discussão da habitação popular, ao longo de sua ocorrência no plano

municipal, tendo o princípio da autonomia e a escala proposta para a sua

mensuração como referência, e ainda, o cenário de crise esboçado, pode-se fazer

algumas inferências.

O quadro geral em que se encontram as associações em pauta não contribui

para a conquista da autonomia. Pelo contrário, produz conseqüências nefastas

como a cooptação e a manipulação, considerando que a população não participa

das discussões e, portanto, as deliberações não refletem os interesses do conjunto

dos moradores. Por outro lado, o movimento de moradia também enfrenta uma série

de dificuldades, conforme análises anteriores. Apesar de sua preocupação com a

autonomia, fato que para o movimento justifica a sua atuação por fora do Estado,

possui tanto a sua composição quanto as suas ações muito restritas (pelos motivos

também já explicitados neste texto), o que levanta dúvidas quanto à sua autonomia

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______Capítulo 4 – Produção sócio-espacial dos assentamentos e ocupações ... 175

coletiva e quanto ao seu caráter de movimento social autêntico, nos moldes

propostos por Souza (2002).

Este cenário desolador faz com que as reivindicações e lutas sejam

canalizadas para o Conselho Municipal de Habitação Popular recém criado no plano

municipal. Mesmo reconhecendo a importância deste Conselho e da sua

composição paritária, o seu funcionamento e a sua autonomia ainda merecem

atenção. Seja pela limitação das discussões às questões técnico-administrativas ou

pela fragilidade da participação popular.

Fato é que o enfraquecimento dos movimentos, organizações e associações e

sua prática fragmentada (“emparedada”) tem retardado a luta pela melhoria da

qualidade de vida e o aumento da justiça social dos assentados e ocupantes.

As questões aqui colocadas objetivam apontar a necessidade de qualificar a

participação popular, de modo que a pressão popular e a capacidade da sociedade

civil sirvam não apenas para monitorar e fiscalizar o cumprimento das leis, mas,

sobretudo, para alterá-las. Aí sim, nestas condições, estaremos diante da

participação cidadã autônoma e da justiça social.

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____________________________________________________________Conclusão 176

Conclusão

O estudo da produção sócio-espacial da habitação popular na cidade de Vitória

da Conquista – BA, não foi tarefa das mais fáceis, exigiu um trabalho de campo

exaustivo, tendo em vista a inexistência de informações sistematizadas sobre as

áreas de assentamentos e ocupações existentes na cidade. As dificuldades foram

muitas, a falta de mapeamento dessas áreas no conjunto da malha urbana

demandou um levantamento rigoroso dos limites fronteiriços, quase sempre,

desconhecidos tanto pelo poder público, quanto pelos moradores.

As condições sociais, econômicas e espaciais específicas dessas áreas eram

igualmente desconhecidas. Os dados disponíveis no IBGE ou no SNIU, agrupavam -

as ao conjunto da cidade. Fato que mereceu um trabalho de campo específico com

os moradores em cada área estudada. Por outro lado, as dificuldades enfrentadas

proporcionaram momentos de descoberta e encantamento, inerentes à pesquisa

científica.

Ressalta-se ainda que o conjunto de informações e análises apresentadas ao

longo do texto, longe de pretenderem ser exclusivas ou constituírem em verdades

indubitáveis, permite apresentar uma análise das relações estabelecidas entre o

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____________________________________________________________Conclusão 177

planejamento e a gestão (realizados pelo Estado, pela sociedade civil e pelo capital)

com a produção sócio-espacial da habitação popular, destinada à população sem

nenhuma ou com renda mensal de até dois salários mínimos, na cidade de Vitória

da Conquista – BA. Embora, ao longo da pesquisa, muitas outras possibilidades de

análises apareceram, indicando a necessidade de futuras investigações.

A complexidade que envolve a relação entre o Estado, a sociedade civil e o

capital com a produção da habitação popular, exigiu uma observação cuidadosa dos

pressupostos teóricos e metodológicos aqui defendidos, fundamentais para clarificar

as diferentes articulações e combinações desses sujeitos na produção da habitação

popular e encontrar respostas para as questões que orientaram este trabalho.

Nesse sentido, por compreender que a produção da habitação popular não se

realiza somente com as intervenções do Estado, foram também analisadas a

participação da sociedade civil e do capital nesse processo.

As intervenções mais efetivas do Estado, desde o início da década de 1990,

para a habitação destinada ao estrato de rendimentos acima mencionado, ocorrem

quase que exclusivamente por meio da esfera municipal, com a criação do PMHP e,

mais tarde, com a definição de uma política de habitação municipal através da Lei

nº.1.186/03. Somente a partir de 2000 é que são observadas intervenções concretas

das três esferas de governo a exemplo dos programas PSH, Pró-Município e Pró-

Moradia, mas, ainda distantes de atender aos problemas do conjunto dos

assentamentos e ocupações. Todavia, é justo reafirmar que esses problemas não

são exclusivos da cidade de Vitória da Conquista. Como mostrado neste trabalho,

em 2004, o SNIU estimou um déficit habitacional de 7,2 milhões, com mais de 10

milhões de domicílios com problemas de infra-estrutura, mostrando que a dívida

social brasileira com a habitação popular é bastante significativa, especialmente com

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____________________________________________________________Conclusão 178

a população de até três salários mínimos que corresponde a 92% do total do déficit

habitacional brasileiro.

No plano municipal, a sociedade civil respondeu e ainda responde à demanda

pela habitação popular com as ocupações urbanas em áreas públicas, destinadas

pelo macro planejamento da cidade, sobretudo, às áreas verdes e institucionais dos

loteamentos. Respondeu e responde ainda, com a auto-construção e com a pressão

e reivindicação junto aos poderes públicos, pelo acesso aos equipamentos e

serviços urbanos coletivos.

A especulação territorial e imobiliária praticada no conjunto da cidade e a

realizada nos assentamentos e ocupações também contribuíram, respectivamente,

para a expulsão da população de baixa renda para as áreas mais afastadas e

dificultaram o acesso à moradia.

O exame da espacialidade das intervenções desses sujeitos nos leva a uma

primeira constatação: todas contribuíram ao longo das décadas de 1980 e 1990,

para o processo de segregação sócio-espacial da população estudada, em áreas

situadas nos limites últimos da malha urbana, prevalecendo a concepção

reducionista em que a habitação significa abrigo e, portanto, é negado o direito à

cidade e ao urbano. O que reforça a tese de que a solução para o problema da

habitação não está na produção capitalista de unidades residenciais.

A materialização da segregação sócio-espacial pode ser percebida, não

apenas na localização dessas áreas, mas no nível das habitações, na desigualdade

sócio-econômica e no nível de acessibilidade física e social aos equipamentos e

serviços urbanos coletivos.

A segregação sócio-espacial em que os moradores estão submetidos aponta a

necessidade de maior empenho do poder público e da sociedade civil na busca da

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____________________________________________________________Conclusão 179

melhoria da qualidade de vida e do aumento de justiça social. A realidade obriga-nos a

afirmar, por um lado, que a Política Municipal de Habitação Popular quase sempre tem

gerado espaços segregados e mutilados dos equipamentos e serviços urbanos

coletivos sendo, portanto, urgente a implementação de políticas para a correção dos

desequilíbrios sócio-espaciais. Reconhece-se que muitas dessas políticas já estão

previstas na Lei nº. 1.186/03, mas, aguardando que o planejamento caminhe

efetivamente em sintonia com a gestão e sejam colocadas em prática.

A nosso ver, com esta lei, resultante dos debates realizados na 1º. Conferência

Municipal de Habitação Popular é redefinida a política de habitação com a criação do

Fundo e Conselho municipais de habitação, dentre outros encaminhamentos,

representando um marco na história de lutas pela moradia na cidade em pauta. A

despeito do conjunto das precariedades enfrentadas nos assentamentos e ocupações,

Vitória da Conquista é uma das poucas cidades brasileiras, de porte médio, que possui

lei específica da habitação popular, com Fundo e Conselho constituídos. Não se tem

conhecimento de nenhuma outra cidade de porte médio no Nordeste brasileiro nestas

condições.

Apesar disso, a sociedade civil, precisa intensificar a luta pelo direito à moradia,

superando o “emparedamento” e a fragmentação que aniquilam as associações,

movimentos e organizações, para pensar a cidade em sua totalidade e entendendo

que o direito à moradia não está isolado dos outros direitos como a saúde, educação,

meio ambiente, entre outros e, portanto, há que se pensar numa luta conjunta com os

movimentos sociais urbanos, tendo a autonomia como princípio orientador de suas

ações. Esse tipo de comportamento fortalece os movimentos e a sua participação nos

diferentes fóruns de debate e deliberação e, desse modo, será possível falar em

democracia e participação cidadã.

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____________________________________________________________Conclusão 180

Nesta direção, acredita-se na possibilidade de diminuição dos impactos da

segregação sócio-espacial e na recuperação da autonomia da participação popular,

pilares para a melhoria da qualidade de vida e o aumento da justiça social.

Parafraseando o poeta gaúcho Mario Quintana, também lembrado por Souza

(2002, p. 186):

Se as coisas são inatingíveis Ora..., não é motivo para

não querê-las Que tristes os caminhos Se não fora a presença Distante das estrelas.

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