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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATU SENSU"
AVM FACULDADE INTEGRADA
MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS
GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA USINA
TERMELÉTRICA DE QUEIMADOS
Por: Elizete Ventura de Souto
Orientador
Professora: Maria Esther de Araujo
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO "LATU SENSU"
AVM FACULDADE INTEGRADA
MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS
GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA USINA
TERMELÉTRICA DE QUEIMADOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como
requisito parcial para obtenção do grau de especialização em
Gestão Ambiental.
Por: Elizete Ventura de Souto
3
AGRADECIMENTOS
A Deus e aos meus amigos de grupo Ethiane Marcelino, Rebeca Bianchi e
Sérgio Braga que sempre estiveram ao meu lado nas pesquisas e trabalhos.
4
DEDICATÓRIA
Primeiramente a DEUS sem ele sou nada. A Lú, Sérgio e meus filhos que me
deram forças para até aqui chegar. Dedico.
5
RESUMO
No ano de 2001, o setor elétrico brasileiro vivenciou a escassez de energia elétrica, tornando-se necessária à prática de racionamento, que
afetou a vida de milhões de brasileiros e ainda teve conseqüências negativas
no ritmo da produção econômica.
O período de racionamento trouxeram dificuldades, o que se fez pensar na importância do planejamento da expansão do setor elétrico brasileiro. Especificamente no que tange as questões ambientais, vale ressaltar que nos
últimos anos esforços vêm sendo realizados no sentido de incorporar essas
questões no planejamento da expansão do setor elétrico brasileiro. Entretanto,
no caso das usinas termelétricas, há uma carência de instrumentos
para a realização de planejamento ambiental.
Esta monografia tem como objetivos principais apresentar os impactos
ambientais negativos associadas à implantação da usina termoelétricas de
Queimados, destacar a necessidade de medidas mitigadoras no
planejamento desta implantação e apresentar diretrizes para elaboração de instrumentos e procedimentos para a realização de implementação
de programas, tendo em vista que os impactos negativos, serão inevitáveis.
E ainda fomentar e divulgar os benefícios de melhorias ambientais e
econômicas para a empresa e sociedade,
concientizando o cidadão de que atitudes individuais, somadas a outras,
podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade e
beneficiar, direta e indiretamente o ecossistema.
Desse modo o capítulo I, apresenta o empreendimento com sua área de
influência no meio físico, biótico e socioeconômico. O capítulo II, descreve o
empreendimento com suas características gerais, seus objetivos e suas
justificativas técnicas, socioambientais e ambientais, bem como a localização,
as vias de acesso existentes e projetadas e ainda a limpeza e preparação do
terreno.Já o capítulo III, identifica e avalia todos os impactos ambientais
negativos gerados pela implantação do empreendimento e finalmente o capítulo
IV, trás as medidas mitigadoras para cada um dos impacto negativo gerados
pela implantação do empreendimento bem como a implementação de
programas e planos para tais mitigações.
6
METODOLOGIA
Esta monografia foi construída a partir do levantamento e análise da literatura
referente ao assunto, tendo sido consultados artigos, livros, dissertações,
teses e sites da internet. Assim como, do levantamento, comparação e
análise dos impactos ambientais negativos gerados na implantação
de termoelétricas e suas medidas mitigadoras, visando o licenciamento
ambiental. E conjuntamente foi utilizada a metodologia do estudo de caso,
sendo escolhida para estudo, A Usina Termoelétrica localizada no município
de Queimados, em função da facilidade para obtenção de informações,
por ter sido acompanhado o processo de licenciamento ambiental desta
unidade através de seu EIA/RIMA.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
Capítulo I – Apresentando o Empreendimento 10
Capítulo II - Descrevendo o empreendimento 14
Capítulo III - Impactos Ambientais Negativos Gerados Pela
Implantação da UTE Queimados 27
Capítulo IV - Medidas Mitigadoras Para os Impactos Ambientais
Negativos Gerados Pela Implantação da UTE Queimados 38
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55
ÍNDICE 56
8
INTRODUÇÃO
"Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações" (Art.255 da Constituição Federal do Brasil, 1988).
Com base neste preceito da legislação ambiental federal, obtive a motivação
para a identificação e análise dos impactos ambientais negativos gerados na
implantação da Usina Termoelétrica de Queimados, visando propor as medidas
mitigadoras para tais impactos.
A preservação ambiental abrange todas as medidas destinadas a proteger o
meio ambiente natural das influências nocivas e a melhorar a qualidade dos
ecossistemas poluídos. Estas medidas vão desde o comportamento individual
ecologicamente consciente até os acordos internacionais paras manter a
água, o solo e o ar limpos. E um dos objetivos mais importantes da
preservação ambiental é prevenir os impactos negativos. Por outro lado,
devem ser levadas em conta as necessidades básicas dos indivíduos e da
sociedade em geral, assim como os interesses das gerações futuras. Cada vez
mais, a manutenção da base da vida humana é considerada à luz dos
princípios de sustentabilidade, tanto a nível local como mundial.
Nas últimas décadas temos percebido que estamos extrapolando os limites da
natureza, pois desde o início da era industrial, a exploração do meio natural por
parte da humanidade tomou um rumo que tem causado impactos negativos
sobre o ambiente. Os recursos naturais estão se esgotando e os detritos
aumentam a um ritmo maior do que o solo, o ar, os rios e oceanos conseguem
suportar. Assim passamos a buscar o conceito de desenvolvimento
sustentável, e uma das principais questões que teremos que resolver para que
seja adotado o modelo de desenvolvimento sustentável é a preservação da
base ambiental, e quando observamos que isso não é possível, ao menos
temos que tentar amenizar os danos causados ao meio ambiente com medidas
mitigadoras para tais danos.
Todo o mundo, inclusive o Brasil, vem enfrentando uma crise energética e
fontes alternativas vem sendo estudadas e testadas a fim de superar a
9
demanda projetada para o atual milênio. Assim o Gás Natural vem sendo
utilizado em vários países industrializados e no Brasil prevê-se uma expansão
de seu consumo, e em especial para a geração de energia a partir de sua
utilização em termoelétricas.
Com o esgotamento dos melhores potenciais hidráulicos do país próximos dos
consumidores e a construção do gasoduto Bolívia–Brasil, as usinas
termoelétricas a gás natural tornaram-se uma alternativa importante para a
necessária expansão da capacidade de geração de energia elétrica.
As mudanças da matriz energética brasileira - de hidráulica para térmica -
alteram os investimentos em pesquisas e desenvolvimento, assim como os
impactos ambientais decorrentes da produção de energia elétrica e do
consumo de combustíveis.
Neste contexto atual, da busca de novas alternativas para gerar energia e a
crescente inserção do gás natural na matriz energética brasileira, este trabalho
busca identificar os impactos ambientais negativos gerados na fase de
implantação da UTE Queimados (Já em fase de Construção na Estrada
Projetada, S/N, Vila Nancy, no município de Queimados, no Estado do Rio do
Janeiro) e propor medidas mitigadoras para tais impactos.
Objetivando com isso, criar medidas de reabilitação ambiental, integrando os
diferentes agentes internos e externos como: empresas contratadas,
consultoras, empreendedor, empregados, comunidades e órgãos públicos,
para mitigar os impactos negativos gerados pelo processo de implantação da
UTE Queimados. Visando com isso a proteção da fauna, flora, comunidade e
trabalhadores inseridos em toda área de influência do empreendimento, em
que haverá atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de
impactos negativos no processo de implantação para cada situação de obra
que será feita. Assim analisar as práticas ambientais praticadas visando a
criação de mecanismos eficientes na execução e monitoramento de Programas
Ambientais, durante as obras de implantação da UTE Queimados, mantendo
um elevado padrão de qualidade ambiental, obtendo um material que possa
servir de proposta para posterior estudo de impactos ambientais negativos e
medidas mitigadoras para futuras implantações de UTEs, que surgirão Brasil
afora.
10
CAPITULO I - APRESENTANDO O EMPREENDIMENTO
A área de influência de um empreendimento abrange todo o espaço suscetível
às suas ações diretas e indiretas.
A adequada delimitação das áreas de influência de um empreendimento
permite definir o referencial espacial para o levantamento e análise de
informações que conduzirão à caracterização do contexto dos meios físico,
biótico e socioeconômico da região antes das obras e, a partir desse
diagnóstico, localizar territorialmente onde ocorrerão as interferências positivas
e negativas de sua implantação.
Classicamente, são utilizados os conceitos de Área de Influência Direta (AID)
como o território onde as condições sociais, econômicas e culturais e as
características físicas e bióticas sofrem os impactos de maneira primária, ou
seja, há uma relação direta de causa e efeito. Define-se como Área de
Influência Indireta (AII), o território onde os impactos se fazem sentir de
maneira secundária ou indireta e, geralmente com menor intensidade em
relação à área anterior (AID).
Os limites das áreas de influência associados à UTE QUEIMADOS foram
determinados a partir de critérios objetivos, relacionando a abrangência das
ações potencialmente geradoras de impactos aos meios físico, bióticos e
socioeconômicos, os quais o empreendimento está inserido.
Com a abrangência especial da repercussão de potenciais, tem-se a
possibilidade de uma melhor elaboração dos programas de identificação,
monitoramento e de contenção dos efeitos.
1.1- O Meio Físico
Distintamente, é também impacto do empreendimento a emissão de poluentes
e sua conseqüente interferência na saturação da bacia atmosférica. Esse
impacto pode atingir distâncias indeterminadas, embora tenha intensidade
gradativamente decrescente, progredindo para um nível indetectável.
11
Dessa forma, a definição da ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) referente
ao meio físico tomou como base a Análise de Riscos, em especial as
informações sobre emissões atmosféricas, sendo definida uma AII de 20 km de
raio.
A ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA foi delimitada em um raio de 10 km,
englobando as vias de acesso ao empreendimento e a área do terreno
destinada à UTE QUEIMADOS, com cerca de 30 ha e a área definida pela
pluma de dispersão atmosférica.
1.2- O Meio Biótico
Para a definição da Área de Influência Indireta referente ao meio biótico
considerou-se a repercussão de ações decorrentes da fase de implantação,
como a terraplanagem e aterro de áreas alagadas, que poderão ocasionar a
fuga de animais eventualmente presentes na área ou a perturbação dos
habitats.
Portanto, para a caracterização do meio biótico, foram consideradas como
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) as paisagens presentes na região ao
longo de um raio de até 3 km a partir do ponto central do empreendimento. A
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) consiste no local da efetiva implantação
da UTE e seu entorno imediato até o limite de 1,0 km.
1.3- O Meio Socioeconômico
A área prevista para a UTE QUEIMADOS localiza-se no município de
Queimados, próximo aos limites com os municípios de Seropédica e Japeri.
Considerando as similaridades socioeconômicas entre esses municípios, as
interações entre seus moradores, as possibilidades de deslocamentos, das
potencialidades urbanas e de relevância populacional, bem como as demandas
por serviços e infra-estrutura nesses municípios, os impactos inerentes à
natureza do projeto não deve se limitar exclusivamente as fronteiras do
município em que se insere.
Nestes municípios as demandas por serviços e infra-estrutura já se dão
integradamente de forma intensa, independente dos impactos inerentes à
natureza do empreendimento que porventura possa ocorrer, reforçando assim
a justificativa do detalhamento da caracterização destes municípios em
conjunto.
12
Deve-se considerar, ainda, a influência do meio sobre o empreendimento, seja
na fase de implantação ou de operação. Tais influências envolvem, por
exemplo, a viabilidade de transporte, proximidade com áreas de empréstimo, a
dispersão de emissões atmosféricas, a capacidade de diluição e transporte de
poluentes pelos corpos hídricos, o distanciamento de unidade de conservação
e aglomerados urbanos.
Considerando esses cenários e a natureza do empreendimento, foi então
definido como ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) um raio de 20 km a
partir de um ponto central na área do empreendimento, o que enquadra os três
municípios supracitados -Queimados, Japeri e Seropédica, devendo a análise
contribuir para o entendimento da dinâmica socioambiental regional.
Para a delimitação da Área de Influência Direta, foram considerados os
espaços efetivamente objeto das intervenções realizadas no processo
construtivo e que poderão provocar impactos diretos.
Os estudos das interferências para o sistema socioeconômico foram baseados
na abrangência das obras, uma vez que se inserem neste círculo, as
intervenções mais distantes previstas, quais sejam:
- a melhoria da estrada de acesso, que deriva da Rodovia Presidente Dutra até o empreendimento; e - a captação de água, a ser realizada no Rio Guandu. Dessa forma, para efeito de estudo considerou-se como ÁREA DE
INFLUÊNCIA DIRETA (AID) um raio de 3 km a partir do eixo central do
empreendimento. A AID definida compreende os elementos mais relevantes,
dentre os quais os bordos das cidades de Seropédica e Japeri; os aglomerados
humanos mais próximos; o curso d’água e as drenagens imediatamente a
jusante do Empreendimento; a Cerâmica Vulcão (eventual fornecedora de
tijolos para os prédios de apoio da UTE); as lagoas de extração de areia e
argila; o canteiro de obras do Empreendimento (interno ao terreno da UTE) e a
região afetada pela construção, melhoria ou ampliação das vias de acesso aos
locais das obras.
Este capítulo apresentou o empreendimento com sua área de influência,
levantando e analisando o meio físico, biótico e socioeconômico da região
13
antes das obras, definindo o território onde ocorrerão as interferências
negativas de sua implantação.
Visando com isso a elaboração dos programas para as medidas mitigadoras
para os impactos ambientais negativos gerados pela implantação do
empreendimento.
14
CAPÍTULO II - DESCREVENDO O EMPREENDIMENTO
A central geradora termelétrica UTE Queimados terá potência líquida total
autorizada pela ANEEL de 450 MW (módulo I e II), operando com Gás Natural.
Toda a planta será operada da sala de controle através de um painel central,
exceto poucos equipamentos secundários que terão operação local. O sistema
de automação permitirá que da sala de controle se dê partida ou pare os
grupos geradores e se opera o sistema combustível e óleo lubrificante.
Haverá indicações remotas dos principais parâmetros de operação, como
temperatura, pressão, rotação, tensão, corrente e freqüência, permitindo
atuação remota. A UTE possuirá ainda alarmes sonoros e luminosos dos
principais parâmetros de operação, sendo previsto também um sistema de
registro de alarmes e impressão de relatórios de operação.
Haverá um sistema automático de sincronismo dos geradores, ajustando as
cargas individuais e sincronizando com a rede.
Todos os equipamentos utilizados na usina serão novos e fornecidos por
fabricantes de qualidade com tradição de fornecimento para empreendimentos
desta natureza. A UTE Queimados será construída exclusivamente para a
geração de energia elétrica e manterá contrato bilateral com os agentes de
distribuição denominado contrato de Comercialização de Energia Elétrica no
ambiente regulado. A UTE se conectará ao Sistema Interligado Nacional.
“A produção de energia elétrica pela queima de gás natural é pouco poluente e
a construção de gasodutos barateia o transporte e permite melhor distribuição
geográfica das usinas.” (Moreira,João Carlos-2005 p.408).
2.1- Os Objetivos e Justificativas do Empreendimento
O projeto da UTE QUEIMADOS tem como objetivo otimizar o tempo de sua
implementação para viabilizar a geração de energia com eficiência e economia,
buscando atender parte da crescente demanda de energia na Região Sudeste
do País, mais especificamente, no estado do Rio de Janeiro. Até 2015, espera-
15
se que o projeto injete na rede básica de energia elétrica uma carga de 560
MW.
O objetivo principal deste empreendimento é aumentar a diversificação de
suprimento de fontes energéticas no mercado, atendendo a evolução do
número de consumidores e do consumo de energia elétrica, além de estimular
a geração de energia elétrica de forma competitiva e rentável, favorecendo o
desenvolvimento tecnológico do setor energético, contribuindo desta forma
para a produção e uso da energia.
Ressalta-se que este empreendimento será considerado uma referência para
outros empreendimentos que compõem o Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC, por sua performance ambiental e energética, ganhando
notoriedade e o reconhecimento mercadológico graças ao seu desempenho
econômico, a sua responsabilidade ambiental e ao seu comprometimento
permanente com os mais modernos conceitos de eco-eficiência.
O projeto da UTE Queimados é composto pela implantação de dois módulos
de geração, denominados módulo I (330 MWe), e módulo II (120 MWe –
expansão).
No caso da UTE Queimados módulo I, temos como principal objetivo a geração
simultânea de energia elétrica e térmica, em função do ciclo combinado
projetado para beneficiamento do turbo gerador integrante do sistema de
geração elétrica.
Para a UTE Queimados módulo II, encontra-se previsto a geração elétrica por
meio de motores de combustão interna funcionando em ciclo Otto, usando gás
natural como combustível principal. Em ambos os módulos a energia elétrica
resultante do processo de geração será comercializada no ambiente regulado.
A UTE será responsável pelo fornecimento de energia elétrica para
comercialização nos lotes vendidos no Leilão de Energia A-3.
A geração de energia elétrica se dará pela implantação de turbogeradores em
ciclo combinado (módulo I), e motores de combustão interna (módulo II),
usando Gás Natural como fonte energética.
A Unidade Termoelétrica Queimados módulo I terá uma capacidade líquida de
330 MWe, produzidos por Turbinas a Gás e Turbogerador a Condensação,
operando em ciclo combinado.
16
A Unidade Termoelétrica módulo II terá uma capacidade líquida de 120 Mwe,
produzidos por motores de combustão interna, operando em ciclo Otto.
O projeto contemplará pontos de medição de energia elétrica, conforme
determinado pela Aneel, e atenderá às exigências dos órgãos fiscalizadores
(concessionária local de energia elétrica, Aneel, Meio Ambiente, etc.),
prevendo inclusive medição individualizada para obtenção das cargas parasitas
da usina (consumo próprio).
2.2- As Justificativas Técnicas e Socioeconômicas
O crescimento pela demanda energética no Brasil vem sendo observado
sistematicamente ao longo dos últimos anos, acompanhando o
desenvolvimento da economia no País. Desde 2005, o consumo de energia no
Brasil passou de uma média 28.000 GWh para mais de 32.000 GWh no
primeiro quadrimestre de 2008.
Especificamente no ano de 2008, o comportamento do consumo de energia até
o mês de maio foi ainda mais surpreendente, uma vez que houve um aumento
em relação ao mês de abril, diferentemente da tendência sazonal observada
nos anos anteriores, quando o consumo de energia tendia a baixar nos meses
de inverno. Em maio de 2008 observou-se o crescimento em todos os
principais segmentos do mercado, ao contrário do que ocorrera em abril,
quando apenas a indústria apresentara expansão.
Diante desse cenário de crescimento do consumo de energia elétrica, os
órgãos governamentais vêm identificando a necessidade de ampliação da
malha de geração de energia tanto através da implantação de usinas
hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas quanto através de termelétricas.
Apesar do grande potencial hídrico do Brasil, vem sendo observada uma
grande variação com caráter sazonal nos níveis dos reservatórios existentes. A
redução dos níveis de água nas épocas de seca pode vir a por em risco a
confiabilidade do setor de geração elétrica do país, comprometendo o
crescimento sustentado da economia.
Sendo assim, torna-se de extrema importância a diversificação das fontes
geradoras de energia elétrica no país, de modo a garantir estabilidade na
17
geração, evitando possíveis racionamentos em decorrência da carência de
chuvas.
Assim, considerando a necessidade de diversificar a matriz energética, para
fins de participação no Leilão de Energia Nova A-5, a GENPOWER ENERGY
optou pela apresentação de uma usina termelétrica operada a gás natural, a
qual permitirá:
- auxiliar no atendimento à demanda existente no mercado por energia,
ajudando assim a diminuir o risco de déficit;
- o aporte de recursos novos, fora do setor público, na solução dos problemas
nacionais, por se tratar de uma iniciativa privada;
- contribuir para o aumento de informações disponíveis na medida que os
estudo elaborados para o seu licenciamento reúnem dados sobre diversos
aspectos da região onde se instala o empreendimento.
Conforme os últimos acontecimentos registrados pela imprensa, verifica-se que
o crescente aumento com a preocupação energética no Brasil é fato, onde
várias organizações especializadas no monitoramento do sistema energético
vêm noticiando que o aumento da demanda energética (ANEEL, COGEN-SP,
etc.) está ocorrendo em descompasso com o aumento de oferta.
Nesse cenário atual, vários setores estão se mobilizando para criação de
alternativas energéticas, minimizando o risco de desabastecimento de energia,
pois na ocorrência do mesmo, seriam gerados graves prejuízos financeiros,
assim como a quebra de acordos firmados entre o setor afetado e seus
parceiros e clientes.
A implantação de UTE Queimados, módulo I e II, no Estado do Rio de Janeiro,
tem como principal justificativa o crescimento do mercado de energia elétrica
no Brasil. Os investimentos de médio prazo no setor energético fazem parte do
planejamento orçamentário do governo em resposta à demanda do mercado
consumidor.
A mudança na estrutura dos investimentos para geração de energia elétrica
leva em conta a instalação de centrais termelétricas a gás natural, que devido
ao seu custo, e por ser uma fonte mais limpa, é uma alternativa energética
bastante viável em relação aos outros combustíveis fósseis. Representa 21%
da matriz mundial e quase 10% da brasileira. Tal combustível revela-se
18
competitivo quando comparado aos outros, tendo atuação no setor industrial,
no de transporte e na geração de energia elétrica, por exigirem prazos de
implementação e investimentos menores que os empreendimentos
hidroelétricos, como Usinas Hidroelétricas e/ou mesmo Pequenas
Centrais Hidrelétricas.
Segundo o Ministério de Minas e Energia - MME (2007), em relação a 2005, a
oferta interna de energia elétrica proveniente de termoelétricas no Brasil teve
um crescimento de 8,3%, e sua participação no total da eletricidade gerada
passou de 16,2% para 16,8%, alcançando a marca de 71 TWh. Este fato leva a
crer que a geração de energia elétrica, tendo como fonte o gás natural, é uma
grande oportunidade de negócios no mercado de energia nacional. Cabe
ressaltar que nos Resultados Preliminares do Balanço Energético Nacional,
tendo como data base o ano de 2006, o gás natural é o energético que vem
apresentando as maiores taxas de crescimento na matriz energética, tendo
mais que dobrado a sua participação na oferta interna de energia no Brasil nos
últimos anos, passando de 3,7% (1998) para 9,6% (2006).
A participação do gás natural na matriz energética do País, que era de 0,9%
em 1981, saltou para 3,1% em 1990. Em uma década, essa posição subiu para
os 5,4% de participação registrados em 2000, até chegar a 2004 respondendo
por 8,9%. A meta do governo federal, segundo a própria Petrobras, é chegar a
2010 com o gás natural respondendo por 11% da matriz energética do País.
“O Gás Natural é um hidrocarboneto e ocorre frequentemente na natureza em
associação com o petróleo. Por ser mais leve, em geral ocupa a parte superior
dos depósitos petrolíferos. Quando o petróleo migra através das rochas ou
quando não se forma em quantidades suficientes, formam-se os “poços secos”,
nos quais existe apenas gás natural.” ( Magnoli, Demétrio, 2000 p.196).
Ressalta-se que a utilização de gás natural na geração de energia elétrica trará
benefícios como a redução da poluição atmosférica pela queima de
combustível isento de enxofre, com queima completa e límpida sem emissão
de monóxido de carbono e de fuligem, e sem emanação de material
particulado. Dessa forma, o gás natural oferece uma resposta às preocupações
19
do mundo moderno, relativas à proteção da natureza e à melhoria da qualidade
de vida nos centros urbanos, uma vez que as emissões de óxido de enxofre
são praticamente inexistentes e as quantidades de óxidos de nitrogênio
insignificantes vêm sendo ainda mais reduzidas pelo uso de queimadores com
temperatura e comprimento de chama menores, recirculação do gás
combustível e controle do ar de emissão.
2.3- As Justificativas Ambientais
Os principais impactos da geração de energia elétrica a partir de derivados de
petróleo decorrem da emissão de poluentes na atmosfera, principalmente de
material particulado, dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e
dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), este último incluído entre os
chamados gases de efeito estufa - GEEs, também responsáveis pelo
fenômeno do aquecimento global. Em face do exposto, a UTE Queimados
adotará o gás natural como fonte primária de combustível, sendo uma
alternativa bastante interessante do ponto de vista ambiental, em vista da
composição do gás natural favorecer uma redução significativa dos efeitos
indesejáveis citados acima.
O projeto contemplará um sistema de monitoramento contínuo destes
poluentes, conforme indicação nas modelagens matemáticas de dispersão
atmosféricas que serão oportunamente apresentadas, a fim de se obter com
exatidão as emissões oriundas do processo de geração de energia elétrica da
UTE Queimados.
A usina contará com um sistema de tratamento de águas residuais projetado
para recolher e processar a água dos drenos, descarga das caldeiras e outras
descargas da usina em geral, por meio da utilização de tecnologias de
neutralização e agitação de ar, além de um sistema separado para coleta e
tratamento de esgoto sanitário.
Ainda a fim de minimizar os impactos ambientais relacionados com os recursos
hídricos, o empreendimento da UTE Queimados II contará com sistema
fechado de rejeição de calor (radiador), conforme descrito no item de Sistema
de Resfriamento, evitando uma demanda significativa de água doce nos
processos da usina.
20
Dentre as ações a serem tomadas no processo de controle ambiental previstos
para a Usina, destacam-se:
- Levantamento detalhado das áreas de implantação, com sondagem das
águas subterrâneas para melhor disposição da planta e aproveitamento
energético das condições geográficas do local;
- Equipamentos para retenção de material particulado;
- Monitoramento on-line das emissões;
- Sistema de tratamento de efluentes e resíduos oleosos;
- Planos de ação de emergência.
O projeto atenderá, além das normas sobre emissões atmosféricas e
lançamento de efluentes líquidos, a um grupo de normas legais e técnicas,
valendo destacar as que seguem abaixo, contempladas pela legislação
ambiental federal, sem prejuízo da legislação ambiental estadual que vier a
incidir sobre o empreendimento.
De maneira geral, a escolha de gás natural como o combustível que será
aplicado na UTE Queimados permite que os impactos ambientais sejam
reduzidos devido à geração de menos emissões atmosféricas e de geração de
resíduos com alto potencial para reaproveitamento.
2.4- A Localização do Empreendimento.
A UTE QUEIMADOS - Módulos I e II - será implantada no Estado do Rio de
Janeiro, no município de Queimados, junto à divisa do município de Japeri , na
Estrada Projetada, S/N, Vila Nancy. O terreno possui uma área de 300.000 m²
e se localiza nas coordenadas de latitude 22°43'3.28"S e longitude
43°37'11.69"O, limitando-se ao sul com a Rodovia Presidente Dutra - BR-
116/RJ e ao norte, leste e oeste, com propriedades de terceiros.
A área selecionada para a instalação da UTE QUEIMADOS pertence à
Cerâmica Vulcão e está devidamente registrado no 5º Ofício de Nova Iguaçu –
RJ, Livro 04 F, nas folhas 166, número de ordem 2.312 de 14 de julho de 1972.
Para garantir que essa locação esteja disponível para a instalação da UTE
QUEIMADOS, a Genpower Energy Participações assinou promessa de compra
e venda junto à Cerâmica Vulcão.
21
2.5- As Vias de Acesso Existentes e Projetadas
Tendo em vista a sua proximidade à cidade do Rio de Janeiro, o município de
Queimados está integrado ao sistema viário e ferroviário da capital do Estado,
sendo a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) seu principal acesso, enquanto a
RJ-093, que parte da BR-116, passa pelo território municipal em direção à
localidade de Engenheiro Pedreira, em Japeri.
A Rodovia Presidente Dutra atravessa o município de leste a oeste,
alcançando, respectivamente, de Queimados e Paracambi. O município
também é atendido pela BR-465, antigo traçado da Rio - São Paulo,
alcançando a BR-116, e Nova Iguaçu, a leste, chegando à Avenida Brasil na
altura do bairro Carioca em Campo Grande. A RJ- 109 o liga a Itaguaí, ao sul,
e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. O município é, ainda, atravessado de norte
a sul pelo ramal ferroviário Japeri-Mangaratiba.
O principal acesso área destinada à UTE QUEIMADOS é feito pela Estrada
Campo Alegre acessada a partir do km 196,5 da Rodovia Presidente Dutra -
sentido Rio de Janeiro - São Paulo. No sentido contrário é necessário fazer o
retorno pelo trevo do Município de Queimados, acessado pelo km 198,6.
Dentro das áreas de obra serão abertas vias de serviço que interligarão as
instalações do canteiro de obras e as frentes de obras. No item deste EIA
referente ao canteiro de obras, é possível observar maiores detalhes sobre
essas vias e também sobre as instalações da construção.
As vias internas de circulação deverão ser asfaltadas. Com o objetivo de
minimizar a geração de poeira, as vias de acesso ao local das obras e, mesmo
as pilhas de materiais (obviamente quando se tratar de materiais não
reagentes com água), deverão ser constantemente umedecidas por carro pipa.
Sempre que possível, a vegetação existente nas áreas (ou próximo a elas)
deverá ser mantida, para funcionar como absorvente de poluentes e minimizar
a erosão do solo e os efeitos delas resultantes sobre a qualidade do ar.
As vias serão construídas a fim de criar um sistema viário eficiente com pista
limpa e boa qualidade, sinalização de tráfego padronizada suficiente e eficiente
para a rodovia e vias internas. É parte integrante do projeto a elaboração de
canais de águas pluviais.
22
2.6-A Limpeza e Preparação do Terreno
As obras para construção da UTE QUEIMADOS contemplam a realização de
ações diversificadas que vão desde a realização de terraplanagens e uso de
áreas de empréstimo e bota-fora até a complexa montagem dos sistemas de
turbinas, caldeiras e refrigeração. A seguir serão descritas as atividades
construtivas que serão realizadas para a implantação da UTE.
2.6.1- A Remoção da Vegetação
Caracteriza-se pela retirada da vegetação existente nas áreas a sofrerem
intervenção, além das construções existentes e de todo os resíduos sólidos
que foram depositados durante a inatividade de área.
Os trabalhos de limpeza do terreno consistirão na remoção de todo o material
de origem vegetal das áreas de implantação da UTE QUEIMADOS I e II.
A limpeza incluirá, onde necessário, as operações de supressão, roçada de
vegetação rasteira, capoeiras, macegas, destocamento e raspagem com
profundidade suficiente para a remoção dos detritos de origem vegetal, que
será encaminhado para utilização na Cerâmica Vulcão, localizada ao lado do
futuro empreendimento.
Após a limpeza da área de implantação da UTE QUEIMADOS deverão ser
executados serviços de terraplenagem com o intuito de remover a camada de
solo superficial incluindo solos inconsistentes a serem avaliados por
engenheiro geotécnico e aprovado pela fiscalização.
2.6.2-A Terraplanagem
Os serviços de terraplenagem serão iniciados após o levantamento topográfico
planialtimétrico do terreno, que definirá as seções originais e marcações de
“off-sets” dos cortes, a partir de referências topográficas existentes, indicadas
pelo projeto executivo. Estão contempladas nos serviços de terraplanagem as
seguintes atividades:
Escavação, Estocagem e Revestimento Vegetal.
23
A escavação da camada superficial de solo vegetal (30 a 40 cm de espessura)
será executada com emprego de escavadeira hidráulica tipo CAT 330 ou
similar, após a conclusão dos serviços preliminares de desmatamento,
destocamento e limpeza do terreno.
O material resultante da operação será analisado e, se for considerado viável o
seu aproveitamento em serviços de paisagismo e recomposição de áreas
afetadas pelas obras e exploração de jazidas, será carregado com auxílio de
pá-carregadeira em caminhão basculante e transportado até os locais pré-
determinados para estocagem e/ou, caso contrário, para local de bota-fora.
O material selecionado será posteriormente recarregado das pilhas de estoque
e transportado até os locais de aplicação, como recomposição de jazidas, com
emprego de pá carregadeira e caminhão basculante. O movimento de terra
somente será iniciado quando do término das operações de desmatamento,
destocamento e limpeza das áreas.
Escavação de Capeamento, Estocagem e Recuperação de Jazidas.
As áreas para exploração de material mineral (jazidas) serão escolhidas de
acordo com a natureza do material existente e com a proximidade com o sítio
da UTE. Todas as jazidas a serem utilizadas para as atividades construtivas da
UTE serão devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente.
As escavações nessas áreas serão iniciadas após o levantamento topográfico
planialtimétrico do terreno, que definirá as seções originais, marcações de “off-
sets” dos cortes e composição das seções topográficas, assim como a
conclusão dos serviços preliminares de desmatamento, destocamento e
limpeza da superfície do terreno, caso tenha esse serviço. As escavações
serão efetuadas por quadra, de acordo com o plano geral estabelecido em
função do cronograma de execução e das informações necessárias para
definição dos volumes e locais de aplicação.
Os materiais destinados à utilização diversa serão transportados, quando
possível, diretamente para os locais de aplicação ou armazenagem em pilhas
de estoque para posterior utilização.
Os seguintes procedimentos serão observados durante a execução dos
serviços de escavação dentro do site da UTE:
24
- A praça de trabalho será sempre mantida com declividade suficiente para
permitir o rápido escoamento das águas e a pronta retomada dos serviços.
- Serão estabelecidos sistemas de drenagem temporários que permitam o
direcionamento do fluxo de águas pluviais, buscando evitar o surgimento de
processos erosivos;
- Os caminhos de serviços serão mantidos em condições tais que garantam o
tráfego dos equipamentos durante todo o período de execução das obras, com
auxílio de uma motoniveladora CAT-140 e um caminhão irrigadeira, que
molhará racionalmente as pistas, para minimizar a formação de poeira, dando
maior segurança ao tráfego de veículos e equipamentos e maior comodidade
para as populações próximas;
- Os serviços de escavação serão realizados por trator de esteiras tipo CAT-D8
ou similar e escavadeira hidráulica CAT 330 ou similar. O corte será iniciado
com o trator de esteiras tipo CAT-D8 ou similar, equipado com lâmina, que fará
a preparação do primeiro talude e o preparo da praça para movimentação dos
equipamentos e veículos de carga, e o transporte com caminhões basculante
de 15 m3 de capacidade; a escavadeira hidráulica será utilizada para dar
continuidade às escavações e também para o carregamento dos caminhões;
- A equipe de topografia acompanhará a execução dos serviços de modo a
garantir a inclinação dos taludes de corte, largura das bermas e cotas finais de
escavação, de acordo com o projeto;
- Nos locais mais restritos, onde os diques forem conformados em cortes, para
execução da camada impermeabilizante de fundo, será utilizada escavadeira
hidráulica;
Escavação, Carga e Transporte de Material para Aterros.
O material selecionado das pilhas de estoque provenientes das atividades de
escavação poderá ser posteriormente utilizado na composição dos aterros dos
diques e demais aplicações previstas no projeto. Em casos onde isso não for
possível, o material será encaminhado para áreas de bota-fora. Nas operações
de recarga e transporte desse material das pilhas de estoque, serão utilizadas
pás-carregadeiras CAT-966 ou similar e caminhões basculante.
Os serviços de aterros compactados do local da UTE compreenderão as
operações de descarga, espalhamento em camadas uniformes, umedecimento
25
e/ou aeração, homogeneização e a compactação propriamente dita dos
materiais envolvidos no aterro e reaterro.
Os materiais a serem empregados na execução dos aterros apresentarão um
teor de umidade apropriado para a compactação, com referência ao ensaio de
proctor normal(NBR-7182, ABNT).
2.6.3- A Movimentação de Solos
Tendo em vista o grande volume e peso dos equipamentos que serão parte
integrante da UTE QUEIMADOS, será necessário estabelecer uma avaliação
rigorosa da estabilidade do terreno na região, visando garantir a integridade
dos dispositivos ali alocados durante toda a vida útil do empreendimento e a
segurança dos trabalhadores que estarão exercendo atividades no local.
Para isso, serão realizados estudos de topografia e planialtimetria, além de
análises geológicas e geotécnicas para definir as melhores condições de
realização de aterros / drenagens, principalmente na antiga área de extração
de argila, que, após abandonada, se tornou uma área alagada.
Em complemento, considerando as dimensões da planta projetada, será
necessária também a intervenção na área de elevação do terreno, para
possibilitar o seu nivelamento, condição altamente relevante para a instalação
da UTE.
Diante da necessidade de corte e aterro em áreas tão próximas, os estudos
geológicos/geotécnicos a serem realizados no local também visarão avaliar a
possibilidade de reaproveitamento do material retirado da área de elevação do
terreno para cobrimento da antiga cava de extração de argila, hoje alagada.
Apenas após a conclusão desses estudos será possível confirmar essa
alternativa, tendo em vista a quantidade de material disponível, suas
características de estabilidade e suporte a compressão, diante das
necessidades do empreendimento.
A análise deste capítulo nos mostra a descrição do empreendimento que tem
como objetivo viabilizar a geração de energia com eficiência e economia
buscando atender parte da demanda de energia da Região Sudeste do Rio de
Janeiro.
26
Com a justificativa de que com o crescimento econômico brasileiro, aumenta-
se também o consumo de energia elétrica, havendo a necessidade a
ampliação da malha de geração de energia através da implantação de usinas
hidrelétricas, pequenas centrais de usinas hidrelétricas e termoelétricas,
levando-se em conta que a instalação de centrais termoelétricas a gás natural
tem baixo custo e é uma fonte mais limpa, ajustando-se ao desenvolvimento
sustentável.
Trás ainda a localização das vias de acesso existentes e projetadas e a
limpeza e preparação do terreno, com a remoção da vegetação, a
terraplanagem e a movimentação de solos, mostrando que todo o processo
atenderá as leis e normas ambientais, acompanhadas e avaliadas por
engenheiros e aprovadas pela fiscalização do órgão ambiental competente.
27
CAPÍTULOIII - IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS
GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA UTE QUEIMADOS
Com base no texto da Resolução CONAMA Nº 001/86, a qual define impacto
ambiental como;
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas”, o estudo ora apresentado tem como objetivo identificar os impactos
ambientais a serem gerados, bem como as interferências destes no meio durante a
vida útil do empreendimento proposto.
3.1- Metodologias Utilizadas na Identificação dos Impactos
Visando uma análise concisa e coerente, a metodologia utilizada compreendeu
o conhecimento do empreendimento proposto e a análise do cenário ambiental.
O confronto entre as informações do empreendimento e as do diagnóstico
ambiental permite identificar os possíveis impactos a serem gerados pelas
intervenções propostas.
Durante a identificação e análise dos impactos procurou-se avaliar as
condições ambientais futuras e, deste modo, prever o comportamento do
ambiente frente aos efeitos induzidos pelas atividades desenvolvidas pelo
empreendimento. Daí, a necessidade de ordenar os impactos ambientais de
forma sistemática e por fases da implantação das obras do empreendimento
em proposição.
Assim, de acordo com os diplomas legais, os impactos ambientais devem ser
obrigatoriamente considerados e relatados nos Estudos de Impacto Ambientais
previamente elaborados. Este instrumento serve como suporte às diretrizes de
planejamento, em todos os níveis, favorecendo plenamente anseios
conservacionistas, sociais e econômicos da sociedade. Através da
identificação dos impactos é possível propor programas de gestão ambiental
voltados à minimização de impactos negativos.
A análise de impactos tem como referência a Diretriz DZ-041.R13 (FEEMA,
1997) que dispõe sobre a implementação do Estudo de Impacto de Ambiental –
28
EIA e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. De acordo com a DZ-041, a
análise de impactos ambientais deve considerar os seguintes atributos:
d Natureza: POSITIVO, se benéfico ao ambiente, ou NEGATIVO, se
caracterizar influencia negativa.
d Incidência: DIRETA, se for gerado por uma ação direta do empreendimento,
ou INDIRETA, se for desencadeado por ações secundárias.
d Abrangência Espacial: define a localização espacial do impacto gerado,
LOCAL, se ocorrer na AID; REGIONAL, quando afetar a AII e ESTRATÉGICO,
quando o impacto extrapola a AII.
d Temporalidade: Prazo em que o impacto será desencadeado após a ação. O
impacto pode ser IMEDIATO, quando o impacto se manifesta no instante em
que se dá a ação; EM MÉDIO OU LONGO PRAZO, quando o impacto se
manifestar certo tempo após a ação.
d Periodicidade: Define-se o tempo de permanência do impacto no ambiente.
O impacto pode ser TEMPORÁRIO, quando tem sua duração definida;
CÍCLICO, quando o impacto se manifesta com determinada freqüência;
PERMANENTE, quando o impacto permanece mesmo após o encerramento
do empreendimento.
d Reversibilidade: Consiste no processo de recuperação do ambiente afetado.
De acordo com esse atributo, o impacto pode ser REVERSÍVEL, quando o
ambiente, através de novas intervenções, recupera as condições anteriores ao
impacto, e IRREVERSÍVEL, quando as intervenções não permitem que o
ambiente recupere suas condições iniciais.
Ainda segundo a DZ-041.R13, além dos atributos acima citados, torna-se
essencial a valoração dos impactos através dos atributos MAGNITUDE,
INTENSIDADE e IMPORTÂNCIA visando a definição do Valor de Relevância
Global de cada impacto ambiental, em termos de sua magnitude, intensidade e
importância, considerando para os três valores como pequeno (1), médio (2) e
grande (3). Tomando por base os fluxos relacionais de eventos ambientais
elaborados, que relacionaram esses eventos aos compartimentos ambientais a
serem, potencialmente impactados. A MAGNITUDE deve ser entendida
“enquanto medida na alteração no valor de um parâmetro ambiental, em
termos quantitativos, considerando-se além do grau de intensidade, a
29
periodicidade e a amplitude temporal do impacto”. A IMPORTÂNCIA de um
impacto é considerada como a “ponderação do grau de significação de um
impacto, tanto em relação ao fator ambiental afetado quanto aos outros
impactos”.
A Instrução Técnica Nº 19/2008, além de reafirmar a necessidade de se
considerar os atributos citados anteriormente, indica ainda alguns impactos que
deverão ter ênfase especial. São eles:
d Na disponibilidade hídrica superficial e subterrânea
d Na qualidade e fluxo dos cursos d’água de alimentação e descarte
d Na qualidade do ar
d Nos níveis de ruídos
d Na paisagem
d Na fauna terrestre e aquática quanto a alteração nos habitas e hábitos da
mesma
d Nos corpos receptores
d Na indução a ocupação urbana formal e informal, tanto pelo adensamento
dos núcleos existentes quanto pelo surgimento de novos, bem como os
resultantes de implantação de novas atividades na área de influência do
empreendimento
d Nas alterações na forma de ocupação e uso do solo (distribuição das
atividades, densidade entre outros)
d No tráfego das rodovias e vias de acesso que serão ligadas ao
empreendimento.
A análise ambiental, apresentada ao longo deste capítulo, compreende a
valoração e identificação dos impactos ambientais.
A avaliação de impactos para este empreendimento levou em consideração
ainda os preceitos da Resolução CONAMA nº 371/06 e a Deliberação CECA nº
4.888/07 que estabelece procedimentos para gradação de impacto ambiental
para fins de compensação ambiental.
No processo de Avaliação dos Impactos Ambientais da UTE QUEIMADOS foi
avaliado um total de 12 impactos ambientais negativos para a fase de
implantação.
30
3.2- Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais Negativos
3.2.1- Na fase de Implantação
A fase de implantação é marcada por um grande número de intervenções que
irão movimentar a área. Consiste na realização de atividades como a
Mobilização de equipamentos e mão de obra instalação de canteiro de obras,
atividades de terraplanagem, e a construção da UTE Queimados.
A etapa inicial do processo de implantação do empreendimento deverá ocorrer
a partir do processo de contratação dos equipamentos e da formação do
quadro de trabalhadores responsáveis pelas obras de desenvolvimento do
empreendimento.
Nesta etapa, serão necessários equipamentos e materiais cujos fornecedores
não podem ser encontrados no município. Em geral, a compra de
equipamentos tais como escavadeiras, caminhões, embarcações, etc., cuja
responsabilidade deverá ficar a cargo das empreiteiras responsáveis pela obra,
deverá ser adquirido ou alugado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A
maior parte das intervenções associadas a instalação da UTE QUEIMADOS se
concentrara durante as atividade de preparação do terreno, onde os processo
de cortes e aterros, com conseqüente limpeza do terreno são as maiores
intervenções.
Ainda se somam a intensa operação de maquina e equipamentos responsáveis
pela suspensão de poeira, emissão de poluentes e geração de ruído.
3.2.1.1- IMPACTO: ATRAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS
INFORMAIS
O crescimento da massa salarial e no número de consumidores potenciais
associado a implantação do projeto causará um impacto direto no mercado de
31
bens e serviços do município através do aumentando da demanda de serviços
e produtos.
A geração de expectativas em torno da maior circulação de capitais, comum a
qualquer empreendimento deste porte, inserida num quadro nacional de
desemprego formal, tende a atrair para o entorno do sítio, a ação de
empreendedores informais, interessados no aumento da demanda. A
instalação não controlada desses empreendimentos tende a impactar o
mercado formalmente instalado na região, menos competitivos pela
incorporação nos preços de produtos e serviços e das taxas de locação e
trabalhistas.
Esse é um impacto local e mais intenso durante a fase de instalação.
Nesta fase, o impacto pode ser avaliado como de natureza negativa,
incidência indireta, abrangência local, temporalidade imediata, duração
temporária, caráter reversível, importância pequena, intensidade pequena e
magnitude pequena.
3.2.1.2- IMPACTO: INCÔMODOS A POPULAÇÃO DO ENTORNO
As populações do entorno da área de instalação do empreendimento, são as
mais susceptíveis à alteração da condição de vida. A chegada de operários,
máquinas e atividades alheias a rotina dessa comunidade, alteração no preço
de imóveis e insumos e a chegada de empreendimentos e outras atividades
informais, poderá alterar a rotina dessa comunidade. As condições de vida da
comunidade tendem a se manter em melhores padrões, devido ao incremento
na infra-estrutura e temporariamente da massa salarial.
Nesta fase, o impacto pode ser avaliado como de natureza negativa,
incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração
temporária, caráter reversível, importância média, intensidade média e
magnitude pequena.
32
3.2.1.3- IMPACTO: AUMENTO DO RISCO DE ACIDENTES
RODOVIÁRIOS
O aumento do tráfego de veículos, inclusive os pesados, destinados ao
transporte dos materiais, equipamentos e trabalhadores nas proximidades do
sitio de construção elevara os riscos de acidentes rodoviários. Embora grande
parte dos acessos percorridos seja de uso industrial e normalmente já
adaptado a grande circulação, inclusive de cargas pesadas, portanto, fora de
áreas urbanas e áreas residenciais, o aumento significativo ao longo do
período de construção da obra impõe condições de risco que deverão ser
observadas na gestão ambiental do empreendimento. Quando da chegada dos
equipamentos de maior porte, como turbinas e outros equipamentos de grande
parte, deverá ser montado um esquema de tráfego específico para chegada
destes equipamentos.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária, caráter
reversível, importância média tendo em vista a baixa densidade populacional
e de tráfego na área, intensidade grande e magnitude pequena.
3.2.1.4- IMPACTO: SOBRECARGA DA INFRA-ESTRUTURA DE
TRANSPORTE LOCAL
O sistema de transporte local possui considerável carga de uso. A principal via
de acesso as proximidades do sítio, a Rodovia Presidente Dutra, mostra-se
atualmente com grande circulação de passageiros e cargas, servindo como a
principal via de ligação entre as duas maiores metrópoles do país.
Este aumento de fluxo se dará na fase de implantação em função da demanda
de transporte de insumos, materiais de construção e de equipamentos de
grande porte, e ainda, o transporte de materiais não aproveitados nas obras e
benfeitorias.
O acesso à região é, portanto, baseado em uma infra-estrutura com restrições,
que tende a ser intensificado conforme o desenvolvimento das atividades e o
aumento da circulação nas proximidades da região. Tal intensificação deverá
33
impactar principalmente os sistemas rodoviários, a serem utilizados por maior
parte dos trabalhadores e transportadores.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária, caráter
reversível, importância média, intensidade pequena e magnitude pequena.
3.2.1.5- IMPACTO: SOBRECARGA NA INFRA-ESTRUTURA DE
SAÚDE
Com a chegada de trabalhadores, aquecimento da atividade econômica,
ampliação do trânsito de pessoas e veículos, bem como na movimentação de
funcionários no desenvolvimento de suas funções, haverá um aumento de
riscos de acidentes e de contração de doenças. Estas atividades poderão gerar
aumento de demanda de utilização do sistema público e privado de saúde do
município de Queimados.
Adicionalmente, a migração, formação de populações marginais e peri-urbanas
tende a se acompanhar de aumento das invasões contra propriedades
particulares, o que compõe a sua sinergia com outros fatores associados ao
empreendimento.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência
indireta, abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária,
caráter reversível, importância média, intensidade média e magnitude
pequena.
3.2.1.6- IMPACTO: ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR
Na fase de implantação, estima-se um aumento nos níveis de poeira a da
emissão de poluentes inerentes ao funcionamento dos motores durante esse
período, devido à mobilização de máquina é equipamentos até a conclusão das
obras. Esta fase caracteriza-se como de grande impacto pelas diversas
atividades desenvolvidas, tais como terraplenagem, abertura de acessos para
as frentes de serviços, remoção e transferência de material escavado,
transporte de material, execução das obras civis e emissão pelo escapamento
dos veículos.
34
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração temporária, caráter
reversível, importância média, intensidade média e magnitude pequena.
.
3.2.1.7- IMPACTO: ALTERAÇÃO DA PAISAGEM
As adjacências do local escolhido para o empreendimento apresenta um
avançado grau de alteração da paisagem, apresentando pouca cobertura
florestal, alterações nos corpos hídrico, tendo sido os nativos drenados e
alterados e recentemente, novos criados ocasionalmente pelo processo de
lavras de areia e argila. Esse quadro é agravado pelo avanço das áreas
urbanas não planejadas, que em conjunto com o uso industrial, tem levando a
uma forte pressão sobre nos meios de ocupação do solo.
A presença do empreendimento aqui tratado irá alterar a paisagem local,
introduzindo um elemento novo na paisagem rural. Deverá também contribuir
com a alteração na paisagem do entorno em função da nova organização do
espaço.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração permanente, caráter
irreversível importância média, intensidade média e magnitude média.
3.2.1.8- IMPACTO: CONTAMINAÇÃO DOS CORPOS HÍDRICOS
Identificam-se duas tendências nas alterações do corpo hídrico: uma associada
ao aterramento da cava de areia, decorrente da expulsão de água contaminada
misturada a sedimentos minerais e orgânicos para o rio dos Poços e outra
decorrente da deposição ácida, inerente ao processo de queima intensa de
combustíveis fósseis, esta última agravada pela drenagem de solos
impactados pela deposição de ácidos precipitados ou diluídos na água de
chuva.
No segundo caso são esperado aumento na carga de particulados em
suspensão, que podem vir alterar a turbidez da água do rio Guandu.
Embora as mudanças sejam de pequena magnitude, principalmente se
comparado com o atual estado de alteração das águas do rio dos Poços, deve
35
se considerar que o destino das águas desse rio, por estar a montante da
captação do rio Guandu (que é responsável pelo abastecimento da região
metropolitana do Rio de Janeiro), torna especial os cuidados com a qualidade
destas águas a serem lançadas no referido rio.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter
reversível importância média, intensidade média e magnitude pequena.
3.2.1.9- IMPACTO: DEFLAGRAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS
Apesar da apresentação no diagnóstico de que a maioria da área é estável e
pouco susceptível a erosão, em áreas de domínio Morrotes – Mo apresentam
maior suscetibilidade aos processos erosivos. Algumas atividades
desenvolvidas durante as etapas de implantação, como melhoria, abertura e
utilização de acessos, aterramento da cava de areia e corte da colina, quando
executadas de modo inadequados, podem conduzir a uma indução ou
aceleramento de processos erosivos, trazendo como conseqüência o
assoreamento de corpos hídricos.
Na área de estudo predominam superfícies de relevo ondulado a suavemente
ondulado, às vezes quase planos e planos, com dissecação com
aprofundamento fraco. De modo geral, a dinâmica atual apresenta evidências
da predominante ação da pedogênese sobre a morfogênese, predominam
assim superfícies de relevo suave ondulado, plano com dissecação com
aprofundamento fraco. Os solos são normalmente rasos nas elevações e
higromórficos nas zonas deposicionais.
A movimentação de terras durante as atividades de terraplanagem da fase de
implantação poderão provocar pontos erosivos de interferência local pela
intervenção na rede de drenagem.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter
reversível importância pequena, intensidade pequena e magnitude pequena.
36
3.2.1.10- IMPACTO: EVASÃO DA FAUNA
Todas as etapas do empreendimento desde a melhoria dos acessos até a
operação da UTE provocarão mudanças nos ecossistemas próximos. A
promoção de mudanças, associadas a movimentação de máquinas e
equipamentos, induzirá a alteração na presença das populações animais, que
na busca de ambientes mais adequados, acabam se afastando da área. A
eliminação de parte das cavas de areia e das formações vegetais (capoeira)
que atualmente servem de refúgios pelos animais, promoverá a sua evasão
para ares florestadas do entorno.
Como a maioria das espécies potencialmente presentes no local não é de
espécies raras e/ou ameaçadas de extinção dado o quadro de alteração, a
mudança de habitat imposta não será limitante para a preservação da fauna.
Apesar disso, muitas populações de aves, mamíferos, peixes, répteis e anfíbios
dependem diretamente de áreas presentes na AID do empreendimento como
sítio para reprodução e fonte de recursos.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter
reversível importância pequena, intensidade pequena e magnitude pequena.
3.2.1.11- IMPACTO: PERDA DE HABITAT
Parte da área onde será instalado o empreendimento é formada por lagoas
originadas das cavas de exploração de areia e que hoje formam um ambiente
próprio com presença de espécies botânicas e da fauna típicos de ambiente
alagados. A outra parte é formada por pastagens com pequenos fragmentos de
capoeira.
Parte destas áreas alagadas será aterrada para dar lugar ao empreendimento.
Esta intervenção irá promover a perda de habitat e a eliminação de espécies
da fauna e da flora local. No entanto, não foram identificadas espécies raras ou
ameaçadas de extinção nestes ambientes a serem afetados.
37
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração permanente, caráter
irreversível importância média, intensidade pequena e magnitude média.
3.2.1.12- IMPACTO: GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
As atividades de construção do canteiro de obras, limpeza e preparação do
terreno, instalação as estruturas da UTE, assim como, ao final da fase de
implantação, do desmonte das estruturas auxiliares, tal como do próprio
canteiro de obras são atividades geradoras de resíduos diversos.
Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta,
abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter
reversível importância média, intensidade pequena e magnitude pequena.
Aqui vimos os impactos ambientais negativos gerados pelo empreendimento,
os métodos utilizados para a identificação dos impactos compreendeu o
conhecimento do empreendimento e a análise do cenário ambiental.
Uma vez identificado os impactos ambientais negativos estes devem ser
relatados nos Estudos de Impactos Ambientais previamente elaborados, e este
documento servirá como base para elaboração de programas de gestão
ambiental voltados a minimização de impactos negativos.
Foram avaliados 12 impactos ambientais negativos na fase de implantação do
empreendimento.
38
CAPÍTULO IV- MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS
IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS GERADOS PELA
IMPLANTAÇÃO DA UTE QUEIMADOS
O conceito de medidas mitigadoras a ser empregado é aquele construído por
Reis (2002:140), segundo o qual:
“Medidas mitigadoras são ações capazes de diminuir o impacto negativo, ou
sua gravidade, não compensando danos. A medida de compensação é a
possibilidade utilizada quando não é possível mitigar um impacto ambiental
negativo decorrente da implementação de obra ou atividade.”
Já o Conceito de impacto ambiental a ser empregado será o verbete
elaborado por Susan Parker para The Encyclopaedic Dictionary of Physical
Geografhy (organizado por Andrew Goudie, Oxfor, Basil-Blackwell, (1985:157-
160), que define impacto ambiental como sendo:
“mudança sensível, positiva ou negativa, nas condições de saúde e bem-estar
das pessoas e estabilidade do ecossistema do qual dependem a sobrevivência
humana. Essas mudanças podem resultar de ações acidentais ou planejadas
provocando alterações direta ou indiretamente.”
E por último, o conceito de ecossistema será aquele construído por
Chistofoletti (1997:128), quando diz que:
“O ecossistema é constituído por qualquer unidade que inclui a totalidade dos
organismos em uma determinada área interagindo com o meio ambiente físico,
de modo que um fluxo de energia promove a permuta de materiais entre os
componentes vivos e abióticos.”
Os animais, as plantas e os micro-organismos, juntamente com as condições
ambientais de uma região, criam um ecossistema diverso e muitas das vezes
sensível. São necessárias apenas pequenas mudanças no ambiente para
romper as muitas relações de interdependência e destruir o equilíbrio que
permite que as diferentes espécies sobrevivam.
39
4.1-MEDIDAS MITIGADORAS PARA ATRAÇÃO DE
EMPREENDIMENTOS INFORMAIS
Como medida mitigadora deste impacto recomenda-se ações como programa
de capacitação de mão de obra, em parceria com a administração publica local
para evitar o agravamento desse impacto, e as conseqüências deletérias que a
atividade possa gerar.
4.1.1- Programa de Capacitação de Mão de Obra
A necessidade de se capacitar a mão obra local para os postos de trabalho
ofertados pelo empreendimento, como também prepará-la para a competição
do mercado de trabalho regional que se apresenta em expansão, é a maior
justificativa para a realização deste Programa de Capacitação de Mão de Obra.
De maneira direta este programa estará contribuindo para com o contingente
de trabalhadores que reside nas comunidades do entorno do empreendimento,
além de preparar esta mão de obra não somente para a sua utilização direta no
empreendimento, mas como também, em todos os novos postos de trabalho
que serão abertos na região.
4.1.1.1- Objetivo
Promover a adequada qualificação de mão de obra local para a utilização
prevista pelo empreendimento, contribuindo para a geração de trabalho,
emprego e renda local, visando à melhoria da qualidade de vida de todos.
40
4.2-MEDIDAS MITIGADORAS PARA INCÔMODOS A
POPULAÇÃO DO ENTORNO
Este impacto poderá ser mitigado com programa de monitoramento de ruídos
visando assegurar a qualidade acústica local.
4.2.1 -PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO RUÍDO
4.2.1.1 - Justificativa
O ruído gerado pela implantação do empreendimento, nas suas
diversas fases de construção das obras civis e de montagem, bem como de
testes e ajustes dos equipamentos instalados, ainda que seja de duração
limitada no tempo, não deve, contudo ser desconsiderada.
Esse ruído, por sua vez se não tratado de forma adequada, traz um incômodo
para as populações de entorno e para os trabalhadores envolvidos nas obras.a
organização mundial da saúde (OMS), reconhece que o ruído em comunidades
se constitui como um dos principais problemas de audição em escala mundial,
Além da possibilidade de induzir perdas auditivas, em caso de exposição
contínua a níveis elevados, o ruído contribui significativamente para
o incômodo das populações, podendo trazer como conseqüência, o
desenvolvimento de uma série de doenças psicossomáticas.
41
4.2.1.2 – Objetivos
Este programa tem por objetivo geral o monitoramento do nível de ruído
e, caso necessário, controlá-lo a partir da sua mitigação nos limites do terreno e
junto à vizinhança, a fim de assegurar a manutenção da qualidade de vida das
populações afetadas pelo empreendimento.
A partir desse objetivo geral, definem-se os seguintes objetivos específicos:
Acompanhar a implantação e avaliação das medidas mitigadoras propostas
no EIA, e Propor eventualmente, medidas mitigadoras complementares.
Para a consecução desses objetivos, torna se importante considerar as
atividades previstas, na etapa de implantação.
Etapas 1 – execução da terraplenagem;
Etapa 2 - serviços preliminares, constituído pela montagem e instalação do
canteiro de obra.
Etapa 3 – constituída por obras civis.
42
4.3-MEDIDAS MITIGADORAS PARA AUMENTO DE RISCO DE
ACIDENTE RODOVIÁRIO
Este impacto poderá ter sua magnitude mitigada se for regularmente realizado
o treinamento de trabalhadores, enfocando a direção defensiva e se forem
instalada a sinalização dos trechos a serem utilizadas pelos veículos de apoio
às obras.
Paralelamente, ações educativas por meio de palestras, panfletos e outros
meios de divulgação de informação serão importantes para a conscientização
dos trabalhadores deslocados para a região. A instalação de redutores de
velocidade, placas educativas e de advertência para os motoristas são
medidas que também ajudarão a reduzir os efeitos do tráfego.
4.3.1 - Programa de Ações Educativas Para o Trânsito
4.3.1.1- Objetivo
Contribuir para informação dos usuários da via projetada quanto às questões
de relativas ao trânsito, reduzindo o risco potencial de acidentes e favorecendo
uma convivência no trânsito de modo responsável e seguro.
4.3.1.2- Justificativa
A edição da Política Nacional de Trânsito (2004) afirma que uma comunidade
mal informada não pode reagir positivamente a ações educativas e que a
educação inclui a percepção da realidade e incorporação de novos hábitos,
valores e atitudes frente ao trânsito, enfatizando a co-responsabilidade governo
e sociedade, em busca da segurança e bem-estar. Nesse contexto, o Plano
de Ações Educativas vem refletir a co-
responsabilidade do empreendedor e a visão de que, com informação dos
usuários da via, é possível contribuir com a sensibilização para as mudanças
de comportamentos e valores no trânsito.
43
4.4-MEDIDAS MITIGADORAS PARA INFRA-ESTRUTURA DE
TRANSPORTE LOCAL
Este impacto poderá ser mitigado com a implantação de um sistema de
sinalização dos acessos, objetivando principalmente o transporte de
equipamentos pesados.
O projeto de sinalização deverá atender as diretrizes do DNIT, concessionária
Nova Dutra e ser elaborado em acordo com a Secretaria Municipal de
Transporte de Queimados. Deverão ser evitados os horários de pico para o
transporte dos equipamentos de grande porte.
4.4.1 - Plano de intervenções Físicas e Operacionais
4.4.1.1- Objetivo
As medidas previstas no Plano de Intervenções físicas e operacionais têm
como objetivo atenuar os transtornos decorrentes do transporte dos motores
W18V50SG decorrente de duas características físicas excepcionais e que
possam perturbar ou colocar em risco de segurança os usuários das vias
durante fase de instalação.
4.4.1.2- Justificativa
O plano de intervenções físicas e operacionais é um instrumento balizador para
obtenção da Autorização Especial de Trânsito (AET) a ser emitida segundo a
análise dos órgãos de trânsito com circunscrição sobre a via. A circulação de
veículos ou cargas com dimensões ou peso excepcionais só é permitida com a
AET, em conformidade com o artigo 101 do CTB e Resoluções do CONTRAN
n°210 e 211 de 2006.
44
4.5-MEDIDAS MITIGADORAS PARA SOBRECARGA DE INFRA-
ESTRUTURA DE SAÚDE
Como medida mitigadora recomenda-se a adoção de algumas ações, tais
como o cumprimento de todas as diretrizes de segurança do trabalho, exigindo-
se das empresas responsáveis pelas obras dos documentos como PPRA e
PCMSO além da obrigatoriedade do uso de EPI’s adequados a cada fase e
atividade, realização de exames admissionais e periódicos.
Manter água potável disponível, construção de banheiros com sistema de
tratamento de efluentes sanitários, fornecimento de refeições contratados com
empresas com comprovada qualidade.
Eliminar a formação de ambientes propícios a proliferação de vetores.
4.5.1- PROGRAMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR
A Segurança e Saúde no Trabalho devem ser garantidas através de um
planejamento e de controle adequados quanto aos serviços e métodos corretos
de trabalho e fornecimento de equipamentos e veículos compatíveis com o tipo
de obra.
Este planejamento visa a preservação da integridade física e mental dos
trabalhadores, além da preservação das instalações e equipamentos e da
melhoria da qualidade do meio ambiente de trabalho.
De forma a cumprir as Normas Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, do
Ministério do Trabalho, bem como, os procedimentos internos do construtor do
empreendimento quanto a saúde e segurança do trabalho serão implantados
os Programas de Saúde e Segurança.
Tais programas visam garantir e estimular a atuação das CIPA’s (Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes) e garantir a disponibilidade de EPI’s
(Equipamentos de Proteção Individual), em qualidade e quantidade
necessárias.
45
4.5.2- Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)
Os EPI’s destinados a proteger a saúde integridade física dos trabalhadores
serão fornecidos gratuitamente e, de acordo com o nível de risco a que cada
trabalhador estiver exposto.
Todo o EPI, de fabricação nacional ou importado a ser adquirido, deverá
possuir Certificado de Aprovação-CA, aprovado pelo Ministério do
Trabalho, com cópia xerox arquivada na obra, à disposição da
fiscalização do Ministério do Trabalho.
As empresas construtoras da obra deverão, além de adquirir os
equipamentos de proteção adequados, treinar os trabalhadores quanto
ao seu uso correto e substituí-los imediatamente quando danificados os
extraviados.
Serão fornecidos aos trabalhadores os seguintes EPI’s básicos, de uso
obrigatório:
Capacete de segurança;
Botas em PVC impermeáveis (para locais úmidos ou molhados);
Botas de couro (locais secos);
Uniformes (padrão da empresa);
Cinto de segurança (para trabalhos acima de 2,00 m);
Óculos de proteção (para locais com grande concentração de poeira);
Protetor auricular (ruído excessivo);
Luvas de raspa (serviços com marreta, talhadeira, ponteira, vidros);
Luvas de PVC (argamassa, solvente, tintas);
Luvas de borracha isolante (equipamentos e circuitos elétricos
energizados).
46
4.6 - MEDIDAS MITIGADORAS PARA ALTERAÇÃO DA
QUALIDADE DO AR
Com o objetivo de minimizar a geração de poeira, as vias de acesso ao local
das obras e, mesmo as pilhas de materiais (quando se tratar de materiais não
reagentes com água), deverão ser constantemente umedecidas por carro pipa.
Sempre que possível, a vegetação existente nas áreas (ou próximo a elas)
deverá ser mantida para funcionar como absorvente de poluentes e minimizar
a erosão do solo e os efeitos delas resultantes sobre a qualidade do ar. Para
os veículos, deverá ser mantido um plano de manutenção para evitar a
emissão de gases e particulados por veículos desregulados.
4.6.1- PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
A qualidade do ar está diretamente relacionada às emissões atmosféricas e às
dispersões atmosféricas da região considerada. Os padrões de qualidade do ar
que devem ser mantidos são definidos na legislação brasileira federal
(CONAMA 03/90) e estadual.
Para acompanhamento da qualidade do ar da região é necessário conhecer o
comportamento ambiental antes e durante a operação da Usina, promovendo
medições periódicas em locais pré-determinados.
Considerando não existir atualmente na região este tipo de controle, propõe-se
o programa de monitoramento da qualidade do ar com implantação de
estações de amostragem em local aser definido, e
levando em consideração os resultados da modelagem de dispersão
atmosférica.
4.7- MEDIDAS MITIGADORAS PARA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM
Como medida mitigadora deste impacto recomenda-se a implementação de
projetos paisagísticos para área do entorno e a criação de um cinturão verde
no entorno de forma a isolar as áreas industriais. Busca-se obter um efeito
positivo.
47
4.7.1- PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICA
Considerada a necessidade de supressão vegetacional para instalação da
UTE, este programa justifica-se por razões paisagísticas; além de contribuir na
atenuação do ruído produzido pela usina.
A recuperação de áreas onde ocorrerão intervenções específicas irá propiciar a
proteção dos recursos hídricos contra assoreamento e, evitar o surgimento depr
ocessos erosivos, melhorando com isso a qualidade no ambiente local.
O desenvolvimento das atividades de recuperação paisagística se dará
imediatamente após implantação da UTE, empregando-se, quando possível, o
uso de espécies nativas.
4.7.1.1- Objetivos
A recomposição de áreas é de fundamental importância para o meio ambiente,
pois evita que sejam instaurados processos erosivos, além de possibilitar a
retomada do uso original ou alternativo das áreas que sofreram intervenções
diretas.
Para atingir o objetivo proposto, deverão estar previstas as seguintes ações:
Identificação e quantificação das áreas a serem
revegetadas/recuperadas com base nos levantamentos topográficos
existentes e checagem de campo;
Avaliação e descrição da cobertura vegetal existente e qualidade do solo;
Definição dos tratamentos silviculturais a serem implantados e
atividades operacionais a serem realizadas para revegetação;
Cálculo dos custos de implantação e manutenção das áreas a serem
revegetadas/recuperadas com base nas suas características, onde
serão definidos os custos relativos à mão de obra;
Descrição das técnicas e os programas de manutenção;
A execução das atividades deverá ser realizada à medida que forem
Sendo liberadas as diferentes etapas da implantação do empreendimento.
48
4.8-MEDIDAS MITIGADORAS PARA CONTAMINAÇÃO DOS
CORPOS HÍDRICOS
Como medida para este impacto recomenda-se que sejam implantados
sistemas de contenção de sólidos para as águas pluviais na fase de obras de
forma a evitar o lançamento de sedimentos no rio Guandu. Realizar análise
das águas antes de seu lançamento neste mesmo rio e paralelamente estudar
uma forma alternativa de uso desta água na própria fase de construção.
4.8.1 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS
ÁGUAS SUPERFICIAIS E EFLUENTES
Os efluentes produzidos na Usina são constituídos pelo esgoto das instalações
sanitárias e pelos resíduos provenientes da operação da usina. Estes últimos
são resultantes dos processos de separação de água e óleo de águas pluviais
e de lavagem de áreas que contém equipamentos que usam lubrificantes
à base de óleo.
Os sistemas de tratamento destes efluentes foram projetados de forma a não
alterar a qualidade da água no canal de drenagem onde serão descartados,
garantindo que os parâmetros analisados estejam de acordo com o previsto na
legislação em vigor.
Para verificar se estes sistemas estão operando adequadamente, será
realizado o monitoramento da qualidade dos efluentes e das águas superficiais
do ambiente que receberá influência da drenagem.
4.8.1.1- Objetivos
Com finalidade de acompanhamento dos impactos potenciais da instalação do
empreendimento sobre os recursos hídricos superficiais e efluentes, propõe-
se que sejam desenvolvidas campanhas de monitoramento de qualidade de
água e dos efluentes.
49
4.9-MEDIDAS MITIGADORAS PARA DEFLAGRAÇÃO DE
PROCESSOS EROSIVOS
Para redução dos riscos de movimentação de sedimentos, propõe-se medidas
no sentido de: Estabilização dos taludes, considerando a implantação de
terraços com rampas e patamares adequados às características físicas dos
solos;
Execução de drenagem provisória, com implantação de calhas, calhas de
crista, canaletas e saídas laterais, minimizando as erosões superficiais dos
taludes, áreas terraplenadas e encostas;
Execução de revestimento vegetal dos taludes, imediatamente após a
conclusão dos cortes e aterros, preferencialmente com a utilização de
gramíneas e leguminosas fixadoras de nitrogênio, com mínimo revolvimento do
solo durante o plantio.
Instalação de calhas de drenagem periféricas ao canteiro de obras e sítio de
instalação com direcionamento a tanque de sedimentação, para coleta e
separação das águas fluviais, antes de serem lançadas na rede de drenagem.
4.10-MEDIDAS MITIGADORAS PARA EVASÃO DE FAUNA
A evasão da fauna em nível local é um impacto cujas medidas podem ser
pouco efetivas, já que se verifica que a perda de habitats é irreversível. Assim
entre as principais medidas de mitigação figuram:
Elaboração e desenvolvimento de um Programa de Salvamento e resgate da
Fauna, de modo a promover o deslocamento compulsório de espécimes que
habitam as áreas diretamente afetadas, que não possuam capacidade própria
para deslocamento das áreas afetadas.
Adoção de medidas de controle dos impactos gerados, tais como o
monitoramento da Fauna.
Definir normas de conduta do pessoal alocado e encarregado das obras para
minimizar ou evitar as ações de degradação da fauna e de seus abrigos;
Adoção de medidas de controles da condição de funcionamento dos
50
equipamentos, veículos e máquinas, associada a qualificação dos operadores
para redução impactos associado a operação destes.
4.10.1- PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
4.10.1.1 - Apresentação
A proposta do Programa de Educação Ambiental é proporcionar a interação
entre os atores sociais envolvidos nos trabalhos de implantação da UTE
Queimados, e terá, entre outras estratégias, a difusão de novos conhecimento e
novas formas de exploração e manejo dos recursos naturais, sem deixar de
respeitar os modos de vida das comunidades das áreas de abrangência do
empreendimento, bem como suas atividades produtivas e o ambiente em que
vivem.
As estratégias adotadas neste Programa deverão estar em conformidade com
as orientações da legislação federal, Lei 9.795, de 27/04/1999, que dispoe
sobre a Educação Ambiental e sobre a Política Nacional de Educação
Ambiental. Esta lei enfatiza a importância dos programas promovidos por
“empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, destinados à
capacitação dos trabalhadores (...) e à sociedade como um todo, mantendo
atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que
propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a
identificação e a solução de problemas ambientais”.
51
4.10.1.2 - Justificativa
Todas as recomendações, decisões e tratados sobre o ambiente reconhecem o
papel central da educação para a “construção de um mundo socialmente justo
e ecologicamente equilibrado”, o que requer “responsabilidade individual e
coletiva em âmbito local, nacional e planetário”.
É preciso entender a concepção dos atores sociais envolvidos sobre
Determinado tema. Compreender seus preconceitos,ideologias e as
características específicas das atividades cotidianas devem formar a base da
negociação para a solução dos problemas existentes.
A implantação de qualquer empreendimento cria uma expectativa de
desenvolvimento nas comunidades do entorno, o que justifica a aplicação de
um programa de educação ambiental com o envolvimento dos trabalhadores do
empreendimento e sua conseqüente conscientização para os cuidados com o
ambiente, reforçando comportamentos e atitudes de respeito à população local.
As pessoas são fundamentais para qualquer organização. São elas que tomam
decisões, operam máquinas, gerenciam processos e outras pessoas, e, acima
de tudo, possuem informações necessárias para que a empresa funcione com
sucesso. As organizações bem sucedidas percebem que seu crescimento e
continuidade se vinculam ao seu investimento em pessoal, em informações
acerca do ambiente e em melhor qualidade de vida de seus colaboradores.
O programa sugerido só passa para a prática se houver comprometimento de
cada funcionário dentro de suas funções e deverá ser retroalimentado pelo
comprometimento da alta gerência.
Todos precisam ter bem claros os objetivos propostos, e a empresa deve
encorajar e propiciar ação multiplicadora, para transmitirem aos outros os
conhecimentos adquiridos. O engajamento das pessoas é fundamental. Se
existe o engajamento, torna-se perceptível o compromisso de cada um na
construção e valorização do espaço onde se está inserido.
4.10.1.3 – Objetivos
O objetivo do programa é fomentar o desenvolvimento de ações educativas nas
comunidades das áreas de abrangência direta e indireta, e entre os
52
trabalhadores contratados para o período das obras, formuladas através de um
processo participativo e multiplicador, para difundir novos hábitos e valores
ambientalmente corretos e identificar possíveis problemas e dúvidas a respeito
do empreendimento. A proposta educativa deve ser orientada dentro de uma
perspectiva integrada que contextualiza as questões sociais e ambientais.Para
incentivar a participação de funcionários em relação ao meio ambiente e,
conseqüentemente, em suas vidas, o projeto visa contextualizar cada
funcionário no seu meio, possibilitando aos mesmos conhecer, compreender
participar, antes de executar atividades que possam comprometer a qualidade
ambiental e até mesmo de saúde e segurança, transferindo assim
conhecimentos adquiridos aos seus familiares e sua comunidade de residência
e vizinhas.
4.11-MEDIDAS MITIGADORAS PARA PERDA DE HABITAT
Para minimização deste impacto deverá ser feito um acompanhamento da
fauna durante o processo de limpeza da área e formação de cinturão verde,
conforme já recomendado como medidas para os impactos Alteração da
Paisagem e Evasão da Fauna.
4.12-MEDIDAS MITIGADORAS PARA GERAÇÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
A adoção de medidas visando a redução e racionalização do volume de
material utilizado, reutilização e reciclagem podem reduzir em grande parte a
geração de resíduo. A adoção de medidas visando à correta destinação do
mesmo, por parte dos trabalhadores e empreiteiras, é importante para
contenção do acumulo de entulhos e o arraste desse material para corpos
hídricos. A redução do montante final de resíduo gerado deve, no geral, buscar
formas de evitar a produção excessiva da sobrecarga nos depósitos
municipais.
53
4.12.1 – PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA OBRA
4.12.1.1 – Objetivos
Garantir a execução das obras dentro das diretrizes estabelecidas pelas boas
práticas ambientais, por intermédio de acompanhamento constante das
atividades a serem desenvolvidas, durante a fase de implantação do
empreendimento.
Garantir o cumprimento efetivo dos programas estabelecidos para a fase
de implantação;
Monitorar constantemente as atividades desenvolvidas na obra;
Propor medidas emergenciais e tomar decisões em casos de incidentes
ambientais;
Corrigir práticas inadequadas ao bom desempenho ambiental da obra;
Notificar casos de desvios de conduta;
Apresentar relatório semanal de conformidades/não conformidades à
administração da obra.
Ao analisar este capítulço que trás as medidas mitigadoras para os impactos
ambientais negativos gerados pela implantação do empreendimento vemos
que para cada impacto negativo podem-se propor ações para que possa
mitigar os danos que não puderam ser evitados.
Assim temos aqui todos os programas e planos com suas justificativas e
oobjetivos para a mitigação de cada impacto negativo gerados pela
implantação do empreendimento.
54
CONCLUSÃO
Desenvolvimento sustentável, são assim denominadas as políticas ambientais, de desenvolvimento e econômicas que visam melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer o futuro das próximas gerações. Hoje preservar o meio ambiente é preservar os recursos naturais é fundamental para a comunidade internacional, nesse novo milênio, em que todos se preocupam com o desenvolvimento sustentável, e buscam novas alternativas visando poupar a natureza, também devemos estar atentos em buscar novas possibilidades para os procedimentos que visem minimizar os impactos ambientais negativos quando estes forem inevitáveis.
Neste contexto, analizando as práticas ambientais na fase de implantação da usina termoéletrica de Queimados, nos deparamos com impactos negativos gravíssimos que serão causados em toda área do empreendimento e em seu entorno, o que nos fez apresentamos mecanismos eficientes na execução de programas ambientais, para a mitigação dos impactos negativos ali gerados. Para com isso amenizar os danos causados na degradação do ecossistema da área de implantação e do entorno pois tais danos serão inevitáveis.
Diante disto, conclui-se que a defesa do meio ambiente deve ser um compromisso de todos nós, habitantes do planeta, que se preocupam com o bem-estar dos homens e o futuro da humanidade. Afinal, a preservação da natureza é fundamental para garantir a qualidade de vida das próximas gerações que viverão na Terra. Essa luta não é fácil e depende de cada um de nós. É um trabalho de “formiguinha” que, no final,haverá de valer muito a pena. Assim estamos fazendo nossa parte estudando as medidas mitigadoras para os impactos ambientais negativos gerados pela implantação da usina termoéletrica de Queimados, avaliando os impactos ambientais, sociais e econômicos causados e os prognósticos para compensar a degradação dos ecossistemas impactados.Tentando com isso amenizar as perdas e danos que serão inevitáveis, em áreas de implantações de UTEs, e quando isso ocorrer que este documento possa ajudar a compensar danos a outros ecossistemas do nosso planeta.
55
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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REIS L.F.S.S.D. e QUEIROZ S.M.P., Gestão Ambiental em Pequenas e Médias Empresas, Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
56
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
Capítulo I – Apresentando o Empreendimento 10
1.1- O Meio Físico 10
1.2- O Meio Biótico 11
1.3- O Meio Socioeconômico 11
Capítulo II - Descrevendo o empreendimento 14
2.1- Os Objetivos e Justificativas do Empreendimento 14
2.2- As justificativas Técnicas e Socioambientais 16
2.3- As Justificativas Ambientais 19
2.4- A Localização do Empreendimento 20
2.5- As vias de Acesso Existentes e Projetadas 21
2.6- A Limpeza e Preparação do Terreno 22
2.6.1-A Remoção da Vegetação 22
2.6.2-A Terraplanagem 22
2.6.3-A Movimentação de Solos 25
Capítulo III - Impactos Ambientais Negativos Gerados Pela
Implantação da UTE Queimados 27
3.1-Metodologia Utilizada na Identificação dos Impactos 27
3.2-Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais Negativos 30
57
3.2.1- Na Fase de Implantação 30
3.2.1.1-Impacto: Atração de Empreendimentos Informais 30
3.2.1.2-Impacto: Incômodos a População do Entorno 31
3.2.1.3-Impacto: Aumento do Risco de Acidentes Rodoviários 32
3.2.1.4-Impacto: Sobrecarga da Infra-Estrutura de Transporte Local 32
3.2.1.5-Impacto: Sobrecarga de Infra-Estrutura de Saúde 33
3.2.1.6-Impacto: Alteração da Qualidade do Ar 33
3.2.1.7-Impacto: Alteração da Paisagem 34
3.2.1.8-Impacto: Contaminação dos Corpos Hídricos 34
3.2.1.9-Impacto: Deflagração de Processos Erosivos 35
3.2.1.10-Impacto: Evasão da Fauna 36
3.2.1.11-Impacto: Perda de Habitat 36
3.2.1.12- Impacto: Geração de Resíduos Sólidos 37
Capítulo IV - Medidas Mitigadoras Para os Impactos Ambientais
Negativos Gerados Pela Implantação da UTE Queimados 38
4.1-Medidas Mitigadoras Para Atração de Empreendimentos Informais 39
4.1.1-Programa de Capacitação de Mão de Obra 39
4.1.1.1-Objetivo 39
4.2-Medidas Mitigadoras Para Incômodos à População do Entorno 40
4.2.1-Programa de monitoramento do Ruído 40
4.2.1.1-Justificativa 40
4.2.1.2-Objetivos 41
4.3-Medidas Mitigadoras Para Aumento de Risco de Acidente Rodoviário 42
4.3.1-Programa de Ações Educativas Para o Trânsito 42
4.3.1.1-Objetivo 42
4.3.1.2-Justificativa 42
4.4-Medidas Mitigadoras para Infra Estrutura de Transporte Local 43
4.4.1-Plano de Intervenções Físicas e Operacionais 43
4.4.1.1-Objetivo 43
4.4.1.2-Justificativa 43
4.5-Medidas Mitigadoras para Sobrecarga de Infra Estrutura de Saúde 44
4.5.1- Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador 44
58
4.5.2- Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) 45
4.6-Medidas Mitigadoras para Alteração da Qualidade do Ar 46
4.6.1-Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar 46
4.7-Medidas Mitigadoras para Alteração da Paisagem 46
4.7.1-Programa de Recuperação Paisagística 47
4.7.1.1-Objetivo 47
4.8-Medidas Mitigadoras para Contaminação de Corpos Hídricos 48
4.8.1-Programa de Monitoramento da Qualidade das águas superficiais e
Afluentes 48
4.8.1.1-Objetivo 48
4.9-Medidas Mitigadoras para Deflagração de Processos Erosivos 49
4.10-Medidas Mitigadoras para Evasão da Fauna 49
4.10.1-Programa de Educação Ambiental 50
4.10.1.1-Apresentação 50
4.10.1.2-Justificativa 51
4.10.1.3-Objetivo 51
4.11-Medidas Mitigadoras para Perda de Habitat 52
4.12-Medidas Mitigadoras para Geração de Resíduos Sólidos 52
4.12.1-Programa de Gestão Ambiental da Obra 53
4.12.1.1-Objetivo 53
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55
ÍNDICE 56