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Todos os direitos desta edição reservados ao autor.

Publicado por Giz Editorial e Livraria Ltda.R. 24 de Maio, 77 - 10º andar - Sala 1001 A

Centro - São Paulo - SP - 01041-001Tel: (11) 3333-3059 - Fax: (11) 3331-5764

Website: www.gizeditorial.com.brE-mail: [email protected]

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Reunido por VALDECK ALMEIDA DE JESUS

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© 2008 de

Título original em Português:

Coordenação editorial: Ednei ProcópioSupervisão editorial: Simone MateusEditoração eletrônica e capa: Regiane Wagner JorgeImpressão:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índice para Catálogo Sistemático

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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Prefácio

Aproposta fundamental do Prêmio Literário Valdeck Al-meida de Jesus, concebida e organizada pelo escritor baiano que dá nome a esta antologia, é selecionar e reunir obras de poetas de todas as tribos: anônimos, não anônimos, líricos, épicos, críticos, concretistas, realistas e quem mais chegar. É uma porta perma-nentemente aberta à poesia e à prosa poética, sem distinção de cor, forma, classe, fi losofi a ou credos, que vem atraindo cada vez mais participantes e propiciando o surgimento de novos talentos.

Trata-se de uma iniciativa única, onde seu idealizador arca com todos os custos e empenha seus melhores esforços no tra-balho de divulgação e edição da obra, com vistas a construir um espaço que não usa para si, mas em benefício de outros artesãos da palavra.

Inquestionável é a importância deste Prêmio Literário. Além de estimular a força da poesia num mundo que se torna cada vez mais carente dela, é também uma proposta de caráter sócio-econômico e educativo, uma vez que oferece a autores com pouca ou nenhuma condição de publicar seus trabalhos a oportu-nidade de saírem do anonimato, de seus casulos literários, que é o caso de boa parte do elenco de poetas que habitam estas páginas. Valdeck é um pioneiro e um sonhador, um empreendedor das le-tras, que, ao contrário do que hoje acontece no mercado editorial, não visa auferir lucros com elas, mas permitir sua expansão pelo verbo de outros autores.

Aos participantes já consagrados, louvamos a honra de sua participação, unindo-se aos estreantes para o enriquecimento desta obra, com suas poesias e esperanças de um Brasil melhor. Esta é e sempre foi a proposta de Valdeck Almeida de Jesus, um amante das letras que tem como meta principal democratizá-las, valorizando o potencial de diferentes autores.

Por sua vez, os novos talentos que, ao lado de talentos mais experientes e já revelados, derramam aqui o melhor de sua criatividade, fazem jus à oportunidade que lhes é oferecida pelo

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Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus. É o sonho legitimado (e editado).

Apesar de os poemas aqui selecionados traduzirem, ex-pressarem, gritarem e refl etirem as mais diversas realidades, sen-timentos e memórias, existe entre eles uma essência em comum: a verdade da alma humana e a necessidade de expressar-se ao mundo. É nisso que o criador deste Prêmio aposta: na expressão das verdades, no resgate da poesia, na criação desinteressada de mais e mais oportunidades a quem faz por merecê-las.

O resultado do Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus, materializado neste livro, só vem comprovar que todos os esforços valeram a pena. Valeu a pena acreditar no sonho, valeu a pena cor-rer atrás, valeu a pena abrir as portas, investir em cada integrante desta festa poética. Assim como Valdeck, cada um destes autores, com seu modo peculiar de discursar a vida, também luta, usando o verbo como arma e o verso como bandeira, por um futuro mais feliz e mais pleno de poesia. A literatura brasileira agradece.

Visite: www.literaturacritica.blogspot.com e www.galinhapulando.com

Vagner PaixãoRelações PúblicasContato: [email protected]

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(Abílio Pacheco) Um latido apenasnão protege a rua,ele precisará sempreque os cães o apanheme o lancem a outros cãese a outros latidos,tal que, somados todos(latidos e cães), na noite formem (no arca-bouço da matilha)uma redoma protetoraem torno da rua.

ABÍLIO PACHECO nasceu em Juazeiro/BA e viveu a primeira infância em Coroatá/MA. Dos 7 aos 27 anos morou em Marabá/PA; hoje reside em Belém/PA. Estudou Eletricidade no SENAI-Marabá, fez Magisté-rio na Escola Estadual Dr. Gaspar Vianna, cursou Licenciatura em Letras na Universidade Federal do Pará – UFPA (Marabá) e Mestrado em Literatura na UFPA (Belém). É professor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará.

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(Adilson Roberto Gonçalves)

Múltiplos refl exos da paixão,arco-íris de luzes inspiradoras,sons harmônicos e puros...Tudo o que sai de ti me fascina.

Sabores e gostos refi nados,cheiro perfumado no olhar,e das entranhas o mais doce beijo...Ah, como é bom amar!

Pulsações fortes e ritmadas,suores fi nos porém discretos,Fragrância de lavanda ao respirar...Deixa-me segurar tua mão macia?

Os sentidos à fl or dos corposalertam para a alegria e o prazer,Envolventes, quentes...Brilhamos juntos.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES é Químico por formação, professor universitário; utiliza o tempo livre para escrever. Partici-pou de várias antologias em prosa e verso e ganhou concursos de Cartas de Amor promovidos em Lorena/SP. É acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba.

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(Albérico Manoel dos Santos)

Palavras são letras que resistem ao tempo, Expressões que incidem sobre nós; Palavras são dizeres ao vento, Que entoam seu sentidoPalavras são desenhos da grafi a, Articulados entre si, Que ganham vida, Movimento e beleza; Palavras, Sejam rebuscadas, Simples,Ou ousadas,Para sempre serão palavras;Às vezes, infundadas,Às vezes, contidas,Às vezes, declaradas;Viver sem elas,Não poderia viver;Elas são o elo, Entre a vida e a morte;Entre amar e sofrer; Elas falam por mim,E por todo meu ser!!!

ALBÉRICO MANOEL DOS SANTOS nasceu no bairro de Castelo Branco em Salvador/BA, no dia 4 de setembro de 1977. Desde os 15 anos escrevia poemas, embora não levasse muito a sério este dom. Muita coisa perdeu-se no tempo, mas, com o amadurecimento de seus escritos, o poeta empenhou-se em organizá-los. Em 2005, ingressou na Faculdade da Cidade do Salvador, onde cursa Jornalismo. Seu trabalho aborda a poesia como a mais pura manifestação da alma, que traduz em palavras toda sen-sibilidade e vivência.

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(Alexandre dos Santos Amaral)

Pútrido e fedorentoem ti me alimentocomo um cão danado

Teu cheirovil e enfastiadome atrai ao acaso

Um dia serei parte tuatão fi el como a músicade uma funesta partitura

Podridão, agora bato asase me convençoque um dia serei como tuexcremento

ALEXANDRE DOS SANTOS AMARAL tem 33 anos, é carioca, diretor de Arte, fotógrafo, além de poeta nas horas vagas, e nas não vagas também. Na sua visão, palavras são como o vento. Vêm e vão, sem pedir licença. Quando consegue capturá-las, prende-as no papel.

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(Alex Frechette)

Chega o tempoEm que tudo o que é erradoDisfarça-se de certo,E todo o certoCobre-se de errado ... E eu, vestido de realidadeNessa festa à fantasia.

ALEX FRECHETTE é formado em Artes Plásticas, mas sempre teve interesse por Literatura. Já publicou quatro livros independentes de poe-sia, prosa e romance. Participou de algumas coletâneas e prêmios literários, dentre eles o IV Concurso Municipal do Conto da cidade de Niterói/RJ, onde reside, e o Concurso da Associação Niteroiense de Escritores.

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(Aliene Coutinho)

Coloridos, pretos, brancos...Você, eu e tantos outrosPedaços de mim,Pedaços de genteAlinhavados à mão,Um a um...Tecidos diferentesEntrelaçadosPelo tempoQue soma dias, meses, anos,Que transforma estranhos em amigosE amigos em irmãos.Colcha de retalhosDe risos,De choros,De desencontrosDe encontros,De amores. Colcha de retalhos Que estiro em minha cama,Onde passo noites insones Buscando, de olhos bem abertos,Em qual dessas partes me encontrei E me perdi.

ALIENE COUTINHO tem 41 anos, é jornalista. Com experiência de 20 anos em televisão, é também professora de Telejornalismo. Nasceu em João Pessoa/PB, mas mora em Brasília há 23 anos. Aos 12 anos, começou a escrever poemas, alguns dos quais já publicados em jornais, revistas brasilien-ses e sites como o www.comunique-se.com.br, onde participa semanalmente da coluna Literário. Unindo a paixão pelas imagens e pelas letras, faz, ainda, roteiros de curtas-metragens e documentários, inclusive institucionais.

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(Aline Vitória Melo de Sousa)

Quando há amoré quando tudo possuiuma graça extraordinária.Vive-se esplendidamente.Deus faz cair do cosmosuma gota de ternurae a vida se torna sublimecomo um quadro de Monet.A saudade é um mar interminável,onde navegam corações apertadosque alçam vôoe descobrem a liberdadeao encontro dos amantes.Todas as coisas são ricas etodas as saudades imensas.Todo olhar tem signifi cadoe todo toque, nenhum,Pois que o toque é a concretizaçãodo sentir.

ALINE VITÓRIA é uma autora jovem, detalhista e surpreendente. Quem já leu alguns dos seus contos afi rma que sua característica mais forte é a capacidade de surpreender o leitor e prendê-lo, do início ao fi m da nar-rativa. “Grande promessa”; “Nunca sei o que vai acontecer no fi nal dos seus contos” – é o que costumam dizer alguns escritores baianos. Já houve quem a comparasse a Luís Fernando Veríssimo, e não à toa. Fiel leitora de Ve-ríssimo, Aline Vitória tem contos em que o toque de humor é visivelmente infl uenciado pelo autor.

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(Alírio Araújo de Oliveira)

Poetizar é tingir o óbvioem brancas folhas de desejos,é cingir em pedra a ternurade momentos e lampejos

Reduto de febril sentimento,palavra em sonhos retida,na boca um gosto doce de vidaque se alça no espaço, ao vento

É o livre cantar dos pássarosem fl orestas de cimentosobrevivendo ao insensível

É o primo canto, um lamentoum profundo corte na almaa quase abstração do visível

ALÍRIO DE OLIVEIRA é soteropolitano, bacharel em Direito e Analista de Sistemas e de O&M pela UFBA, contista, argumentista e rotei-rista de H&Q, ensaísta e compositor de MPB. Está desenvolvendo roteiro da primeira H&Q de sua autoria, genuinamente afro-brasileira e baiana, tendo como desenhista o professor cearense Lederly Mendonça. Site: www.feijo-adabaiana.blog.br

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(Aluizio Moraes de Rezende)

não acho interessante desfi larnuma escada rolanteter que descerpra esquecerter que subirpra não irter que fugir

ALUIZIO MORAES DE REZENDE lançou os livros Es-perar Ainda Uma Vez (contos, 2005), Desejos Descalços (contos, 2006) e Descaminhos (poesia, 2007). Participou da antologias de prosa e de poesia Amor Sem Fronteiras, Viver é Melhor que Sonhar (2006) e Campo Grande em Poemas (2007). Foi classifi cado em primeiro lugar no XI Concurso Nacio-nal de Poesia Francisco Igreja (APPERJ). É o idealizador e coordenador do movimento cultural Poveb (Poesia, Você Está na Barra), movimento deten-tor do Prêmio ALAP Cultura 2007.

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(Amélia Marcionila Raposo da Luz)

Não pude banhar-me nas águas do rioNão pude, criança, correr em corrupioNão pude andar de bicicletaNem dançar o carnaval mascarada de alegria.Não pude subir nas copas das árvoresNão pude correr livre pelos campos verdesNão pude trilhar o caminho da esperança...Não escalei montanhas de pazNão naveguei, à deriva, mar aforaNem cantei em soprano o Hino da Liberdade!Algemada, não voei como os pássaros nas montanhasNem dedilhei Chopin no teclado do piano...Mas, com o barro fresco entre os dedos,Gerei a vida e chorei solitária no Monte das Oliveiras!Tangi o infi nito, e as palavras pousaram no papel virgemComo pousam as lágrimas nos olhos do poeta!

AMÉLIA MARCIONILA RAPOSO DA LUZ escreve poemas, crônicas e contos. Foi premiada em todas as categorias, no Brasil e no exterior. É formada em Pedagogia, Administração Escolar e Magistério, Orientação Educacional, Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa; pós-graduada em Planejamento Educacional e Psicopedagogia na Escola. Publicou o livro Pousos e Decolagens (poesia) e participou de centenas de antologias.

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(Ana Aparecida Ottoni)

Quando eu morrer, quero que meu espírito,Livre das dores e liberto das amarras do corpo,Siga com alegria ao encontro dos amigos,Dos mestres, dos anjos e guias. Quando eu morrer, quero que meus olhos sãosDoem luz aos olhos de quem vive nas trevas...Quero que meu coração continue a bater forte no peitoDe outro ser, dando-lhe vida, alegria, força e emoção. Quando eu morrer, quero que meu fígado e rins sadiosPossam salvar a vida do doente e afl ito...Quando eu morrer, quero que pessoas se alegremPela chance de poder continuar vivendo.

ANA APARECIDA OTTONI é funcionária pública aposen-tada, natural de São Paulo/SP, nascida em 21 de outubro de 1951, fi lha dos mineiros Belizário Ottoni Leão e Ricardina Fernandes Leão, ambos naturais de Conceição do Mato Dentro/MG. Reside em Brasília desde 1988.

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(Ana Carolina de Paula Fellet)

Você olha de soslaio e distrai,Com suas diversas dicções, o Homem.Você diz o Mundo sob tantas encarnações:Fruto, vento, cútis, céus, vôo, acústica.

É por você que o Homem acha que sabe,E o cabotinismo humano se prolifera,Porque é ignorante da Ignorância.Porque é ignorante de você!

De você, um grande investimento da Metafísica.De você, a constituição inexorável da Humanidade.

Quando a criança ri, é por você.Quando a vida nos vem, é seu espectro se anunciando.A chuva aqui e o sol acolá.A pronúncia incipiente das palavras.A maldade e o altruísmo.O mundo, O infi nito!

Ah, Santa Ignorância!

ANA CAROLINA DE PAULA FELLET, 22 anos, é mi-neira de Juiz de Fora – cidade famosa pelo bumbum da Scheila Carvalho e pelo alto índice de suicídio, que quase supera a média nacional. O motivo desta estatística, segundo as palavras da autora: Ah, como este lugar é pa-cato! Se não inventar, acaba por sucumbir. Participa de concursos literários e cursa Comunicação. Pretende um dia sobreviver de sua produção literária.

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(Ana Cláudia Siqueira de Farias)

Meus sonhos são de algodão doce.Pois e assim não fossem,deles conseguiria me lembrar...

Meus sonhos são vagos pensamentos,que duram por alguns momentose se dissolvem ao amanhecer...

são apenas sonhos, eu sei,que permeiam apenas pelas ruas da minha mente.Mas que sorte eu tenho! Ainda sou capaz de sonhar!

ANA CLÁUDIA SIQUEIRA DE FARIAS BANE-

GAS TRINDADE é escritora nascida em Recife/PE, residente no Rio de Janeiro, participante do Poetas Del Mundo, colunista do site Domínio Cultural. Possui três e-books fi nalizados e participa também do site São Gon-çalo em Foco, onde escreve a coluna Prosa & Verso.

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(Ana Maria Faustino)

Imagino que...De onde esteja me olhe agora,Que nem queria ter ido emboraQue, quando me refugio no balanço amigo,Você vem, fi ca comigo e me dá abrigo!Nem sempre é possível tudo compreenderMas sei que você, minha Dinda, há de me entender!Como eu queria que voltasse a viver!Em meu sonho azul, com você vivo a passear,Em meu minúsculo coração para sempre estará!Olha a hora!Não demora!Preciso tanto de seu carinho...Queria voar agora até seu cantinho.Ah, minha Dinda Gonçala,Para sempre eterna e especial,Com você ter convivido foi sensacional.Obrigada pelos sorrisos,E por se importar comigo;E por todas as palavras de incentivoQue a mim docemente dedicou;Obrigada pelo tanto que me amou...Minha DINDA do coração, DINDA queridaObrigada por ter sido parte de minha vida!AMO-TE POR TODA A ETERNIDADE!

(Poema dedicado à minha doce Gonçala)

ANA MARIA FAUSTINO mora na cidade de Macaíba/RN, onde é assistida pela equipe – CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Adora escrever e deixa transparecer nas palavras toda a sua simplicidade e emoção. Não se permite abater quando enfrenta preconceitos diversos e se sente dis-criminada por ser especial e portadora de esquizofrenia. Afi nal, ela acredita que, assim como qualquer ser humano, tem o seu próprio valor e que vale a pena lutar contra todas as adversidades, para se sobressair e assim garantir, a cada dia, um lugar ao sol.

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(Ana Queiroz)

O ser humano é apenas uma carne.Uma carne que se come, que se deita,que se estupra...Uma carne que se estraga.Uma carne bonita!Com carne humana bonita ganha-se até concursos:”Miss Carne Brasil”.Carne por vezes maldita, quando oprime o talento,Vestindo-o apenas com uma carne bonita,Cobiçada pelos milionários senhores,Que buscam a vida em seu jovem frescor.Carne sem rugas, sem celulites, sem retoques...Carne de primeira,De primeira necessidade do homem.

ANA QUEIROZ nasceu em Niterói/RJ. Cursou apenas o ensino fundamental. Seu objetivo é divulgar as inúmeras poesias que escreve desde criança.

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(André Luís Cardoso Santos)

O que será da minha vida agora?Em cada dia uma autoraEm cada hora uma poesia

O que será do meu Eu agora?Uma despedida em cada esquinaUma rima em cada olhar

O que será do meu mundo agora?Em cada mar uma nau à deriva,Uma esquina e um novo caminhar.Em cada lua um porto, um fardo à estivaEm cada fase um farol a brilhar

O que será da minha história?Páginas vazias, canetas em punho,Um abrir vias sem cessar

E o que será do meu sonho, Agora que o despertar se fez?Não sei, mas sou capaz.

ANDRÉ LUÍS CARDOSO SANTOS é natural de Sal-vador/BA. Arquiteto e professor. É membro do Conselho Editorial e coorde-nador da Revista Varandas (Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unime). Com mais de 500 poesias escritas, possui três livros registrados na Biblioteca Nacional e algumas poesias publicadas na Agenda da Tribo e em outros periódicos.

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(André Morrot)

As lágrimas que na face rolaramCicatrizes no retrato deixaramO riso puro que na imagem resisteTorna-se mais tarde o toque triste.

A cor que era viva o tempo apagouTriste olhar sobre a foto, foi o que restouO sonho da vida jaz no passadoApenas lembranças num peito cansado.

A imagem da criança, agora eu noto,Desejava a vida para além da fotoE o adulto, cansado de não viver,

Consegue escutar na foto sem corO coração da criança sem dorA bater forte, ávido de ser.

ANDRÉ MORROT HEMERLY é natural da cidade do Rio de Janeiro. Atualmente mora em Niterói/RJ e é funcionário público federal. Participou de diversas antologias e foi premiado em vários concursos literá-rios, de diferentes gêneros.

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(Andréa Costa)

I

Engano é crer no rumorque o não sentir não dóio nó do não sentir é algozmais que a própria dor

os sentidos calamos não-sentidos gritamhaverá sentido nisso?

Penso... e não existo!

II

Engano, ainda, é suporque o não sentir sempre dóia paz do não sentir tem vozmais que o próprio amor,

os sentidos se curvamos sextos sentidos vibramhaverá ressentido nisso?

Não penso... por fi m, existo!

ANDRÉA COSTA é natural de Salvador/BA e formada em Comu-nicação Social pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Relações Públicas; atua como jornalista há sete anos, principalmente na área de assessoria de imprensa. Escreve poemas, contos e crônicas.

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(Andréia Aparecida Ferreira)

A roupa lavada;a comida preparada;a casa organizada. Os fi lhos pequenos;o marido querendo;a mulher sofrendo. O tempo passando;os cabelos caindo;a pele enrugando. O sino tocou.O esquife fechou.O marido, a terra lançou... Ué! Enfi m acabou!

ANDRÉIA APARECIDA FERREIRA. Nascida em Ube-raba/MG, em 16 de agosto de 1978. É professora de Língua Portuguesa e Literatura da rede Estadual. Graduada em 2006 pelo Centro Universitário do Triângulo. Seu grande desejo: ser escritora.

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(Andréia Donadon Leal)

Mortais!Danados mortais.Que rei sou eu?!Impetuoso,acumulado de ira intelectualdesacordado de realidadecarne e bife tirado da unhado cotovelo destroçado.

Que rei sou eu?!Enviesado,nas minhas ocres palavrasem meu castelo de paredes mofadasenclausurado em versos fora de moda.Que fogo intensofeito brasa chapada não queima,dói ecorrói lentamenteminhas entranhase ossos comidos de osteoporosepelo calor da idade?

Minha clausura não me basta,os outdoors da cidade picham caras de santo;não dos santos esculpidos pelas mãos de Aleijadinho,não daqueles santos pintados nas naves das igrejaspelas mãos de Athaíde.

Eu, na minha clausura,escondo meus defeitosmuerto e apagadofeito fumaça que levanta vôo da brasa que queima

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minha alma!Que rei sou euque evapora juntocom as cinzas da morte?!

ANDRÉIA DONADON LEAL, santa-barbarense, reside em Mariana/MG. Poeta, contista e artista plástica; licenciada em Letras pela UFOP e Bacharel em estudos Literários. Publica poesias e contos no jornal Aldrava desde 2002. Publicou no livro coletivo de hai-kais Nas Sendas de Bashô, em 2005, a Senda I – Quase!. Publica poemas e contos em sites do Chile e da Espanha. Premiada no 4º e 5° CECON, Concurso Estadual de Contos do CLESI, Ipatinga/MG.

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(Anna Maria Avelino)

O ipê escreve no chãoem linhas amarelas.

Das infl orescências madurasfl ores escorrempingam suavessemeiam palavras.Acalanto silencioso.Gotas caídas no tapete verde,sacrossanto o chão em que piso,fl orinhas tantas.Fugaz é o momentoa alma congela o encantocomo se agosto perpetuasse.

Sopra o vento sul,elas, as pequeninasdesprendem-se enlouquecidas.Chuva de ouro.Palavras se alinhamnum lirismo incontido.

Nasce a poesia.

ANNA MARIA AVELINO AYRES é licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Gosta de poemas modernos, mas também aprecia os clássicos, com ênfase para os sonetos, por seu in-tenso conteúdo lírico.

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(Antônio Cícero da Silva)

Você é muito docePor isso beijo-te tanto,Com o teu gosto de melSinto estar próximo ao céu. Teu doce é fi níssimoO melhor da naturezaÉ a razão do meu viverOh! Como gosto de você!

Por me adoçares os lábiosFico muito contenteE nunca sou carente. Vivemos em harmoniaVocê é minha linda fl orÉ o símbolo do puro amor.

ANTÔNIO CÍCERO DA SILVA nasceu na cidade de São José do Belmonte/PE, em 02/12/1962, e reside atualmente em Carapicuíba/SP. É diretor de empresas. Já publicou textos em jornais e revistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Livros publicados: Servir e Proteger com Lealdade (romance policial – Ed. Komedi) e Nós Somos Poesia (poesias – Câmara Brasileira de Jovens Escritores). Participa de mais de 65 antologias.

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(António Félix Flores Rodrigues)

Quando morrer,Deixarei meus átomos livresPara que possam formar:Campos e fl ores,Pássaros e chuva,Almas e esperança. Nasci de uma ligação:Iniciada na fusão das estrelasE percebida nos aromas de verãoexalados pelo sol.Por isso, sou contra a fi ssão,Antítese da criação. Sou contra o nuclear,Sonho com a química da vida,Perpetuada através dos átomosQue recebi e aprisionei,E que na morte,Libertarei,Intactos,Como os encontrei.

ANTÓNIO FÉLIX FLORES RODRIGUES nasceu em 1962. Formou-se em Física pela Universidade de Lisboa e leciona na Universidade dos Açores – Portugal, onde é responsável pelo Curso de En-genharia do Ambiente. Preocupado com as questões ambientais e com a ne-cessidade de transmitir, sem “evangelizar”, mensagens ambientais, escreve poesia como estratégia de promoção da urgente sustentabilidade sócio-eco-nômica e ambiental.

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(Bernadete Costa Pereira Dias)

Não me esqueça!ainda que exista profundidade e extensãodos mares nesta vida;Ainda que montanhas e valestornem cada vez mais distanteo nosso encontro,que o infi nito azul do céu que nos cobreseja mais uma barreira,ainda que não reste esperança neste mundo,mal sabe a distânciade dois corações estarão sempre juntos! Sereia triste.

BERNADETE COSTA PEREIRA DIAS, classifi cada em oitavo lugar no livro Humano, Humano Demais, de Arnaldo Giraldo, e em quinto lugar no XVI Concurso de Primavera de Arnaldo Giraldo. Recebeu comenda e certifi cado da Real Academia de Letras de Porto Alegre com o poema Apenas Sou. Seu poema Pai está publicado no volume XVI da Anto-logia Literária Internacional Del’ Secchi.

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(Bernardo Linhares)

São rosas na bruma buquê de gaivotas por cima das águas bordadas de espumas.

Com linha da costa de seda tão pura costuro tua moda na vela do barco.

Ternura mais funda os fi os da corrente revelam teus laços...

Cortando o silêncio, um amor imenso navega no vento.

BERNARDO SANTIAGO LINHARES DE

ALBUQUERQUE, 47 anos, é empresário do ramo de pesca, fi lho de Cândida e Carlo Linhares. Escreve nas horas vagas.

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(Bruno Albuquerque)

Ela sucumbiu aos fortes sentimentosE se perdeu em meus olhos para sempreConvidou-me a olvidar os maus momentosE me induziu a perder-me em seu ventre Confl agrado pelo fogo da paixãoArdi em delírios mundanosE, como a um templo de sacra religião, Acariciei-lhe a alma por baixo dos panos Traçamos metas que não serão cumpridasDeixamos buracos e promessas a preencher Trocamos juras de amor até o fi m de nossas vidasMesmo sem saber se é mesmo assim que vai ser É, amigo... O coração faz isso com a gente O amor e a amada tornam-se prioridadesQuem ama fi ca tão saudavelmente doente Que mente, deslavadamente, em suas verdades...

BRUNO ALBUQUERQUE CARNEIRO DE

OLIVEIRA é estudante de Jornalismo, poeta e contista. Busca no caos cotidiano, nas relações entre as pessoas, e nas inter-relações destas com o mundo, colher matéria-prima para seus versos. Acredita que a arte, quando engajada e motivada por algo que vá além do narcisismo e da busca pelo belo, pode contribuir muito mais para a revolução espiritual do homem. Blog do escritor: www.dialbuquerque.wordpress.com.

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(Bruno Resende Ramos)

Loucura é esperar a procuraAcreditar em governos Beber água de chuvaGritar por silêncioChorar nas novelas, nos fi lmesCrer na morte do ator,Não ver a morte nas ruas.É o duplo sentido das urnasPedir que te peçam desculpasPesar o feijão sem medir a fome Ser patriota por um discursoGritar direitosEsperar esperançasCrer no amanhã de sempreOu no estatuto da criança e do adolescente.

Loucura é o futuro que vira presenteQuem o explica acha que o entende. Loucura é não se achar louco.

BRUNO RESENDE RAMOS nasceu em Viçosa/MG, em 1969. É formado em Letras e Artes, pela Universidade Federal de Viçosa, e pós-graduado em Língua Inglesa. Trabalha como Diretor Escolar e Professor de Inglês. Publicou em diversos livros, entre eles: Momentos Diversos, En-contros em Contos, Contos ao Mar e Contos Fantásticos (Vols. 4 e 6).

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(Carlos Alberto de Assis Cavalcanti)

No Dia de Finados,há vivos que visitam,há mortos visitados;e os vivos, desconfi ados,com seus botões cogitam:meu saudoso sepultado,para o ano a gente se vê;ou eu repito a visita,como costumo fazer;ou, tal ocorre a você,serei também visitado.

CARLOS ALBERTO DE ASSIS CAVALCANTI é autor de Itinerário Poético, livro premiado com Menção Honrosa pela Aca-demia Pernambucana de Letras, em Concurso Nacional de Poesia (2002). Tem Mestrado em Teoria da Literatura pela UFPE e é professor do Centro de Ensino Superior de Arcoverde/PE, área de Letras. Possui várias premiações literárias nacionais.

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(Carlos Antônio Leite)

Da janela do meu quartoViaja meu pensamentoNum mundo desconhecidoEntre pânico e tormento.

Da janela do meu quartoPalpita forte o meu peitoFogo circula na veiaPulsa meu coração de gelo.

Da janela do meu quartoDentro do meu silêncioPerco-me dentro de mimMergulho em total desalento.

Da janela do meu quartoSou lobo e também sou bezerroSou a noite enluaradaSou o sopro forte do vento

Da janela do meu quartoSinto medo de mim mesmoMesmo por trás da gradeSou pior que prisioneiro.

CARLOS ANTÔNIO LEITE nasceu em Recife/PE, em 18 de fevereiro de 1977. Mudou-se para Salvador/Ba ainda criança, onde cursou o ensino básico e médio. Passou por momentos difíceis na vida. Aos 24 anos, perdeu os pais precocemente, e, aos 25, perdeu a irmã. Atualmente, cursa Matemática na Faculdade de Tecnologia e Ciências. A poesia é, para ele, uma paixão e um relento.

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(Carlos Segundo)

Olho os rabiscosQue na rua deixei,Percebo as curvas,As retasE a falta de unidade.Cada linha, cada palavraE toda combinação de letrasQue em minhas mãos ganham sentido,É, sim, um pouco de meu [esgotamentoUm pouco de mim, que adereE impregna o papel.Cada traçoÉ como a gota de sangue Que transborda no olharE se ausenta do pulso.E sigo cienteDe que a cada poesia Pelos cantos da sala derramadaUm pouco menos de mimSobra.

CARLOS ANTONIO SANTOS SEGUNDO é for-mado em Cinema, TV e mídia digital. Atualmente, faz pós-graduação em Fi-losofi a da Arte. Trabalha como diretor e roteirista de documentários e fi lmes de fi cção, é diretor e sócio da Etcétera Comunicação e Mídias e coordenador regional do Curta Circuito, cineclube de Uberlândia/MG. Diz que escreve po-esias e contos apenas porque “gosta de enfi ar o nariz onde acha que não deve”. E assim prossegue, esperando não estar agredindo a classe.

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(Carlos Augusto Sousa Borges)

Há esperança nas meninas Que vendem pipocaNo terminal Estação Pirajá Há esperança nas meninas De Amaralina, Pau da Lima Há esperança na bailarina!Há esperança na estudante! Há esperança nas meninas de rua.Há esperança no jogador de futebol.Há esperança no poeta!(Há de haver esperança em cada gota de sangue do amor). Há esperança na poesia!Há esperança no poeta!Há esperança nas meninas Que vendem pipoca No terminal Estação Pirajá Nas meninas de Amaralina,Nas meninas de Pau da Lima Há de haver esperança na poesia.

CARLOS AUGUSTO SOUSA BORGES nasceu em 21 de dezembro de 1962. É produtor cultural, assistente administrativo, as-sessor de eventos culturais, consultor de eventos e assistente de direção de fotografi a.

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(Carlos Conrado)

Para iludir o tempo, crieiTempestuosas obras ao relento,Tal qual Salvador DaliEm seus momentos descontentes,Criei a surrealidade germinadoraDe voláteis e ociosos mundos...

Criei uma identidade para a febre,Materializei viagens astrais,Transformei-me num deus célebre...

Quis revestir a estéticaDeste novel mundo presente,Com pinceladas fortes e jorradasDe sombra, carmim e sépia...

Pintei o mundo ao meu modo,Depois habitei-o com minhas criaturas,Seres humanos desfi guradosPara aprenderem a amarNo que agora se assemelham...

Mais nenhuma idéia de pudor,Nada agora é pecado,O passado e o futuroForam cruelmente exterminados,Sem contagem de tempoTudo agora é presente...

CARLOS CONRADO nasceu em 2 de abril de 1986 na cidade de Jacobina/BA. Participou da Coletânea Eldorado V.1 – Celeiro de Escritores, da Coletânea Impressões – Arcádia Literária Estudantil, e publicou alguns de seus textos e ilustrações no Jornal O Capital. Publicou, ainda, o livro Poe-sia Condenada, em formato de e-Book. Membro efetivo da Arcádia Literária Estudantil, Casa do Poeta Brasileiro em Aracaju, Clube de Poetas do Litoral – Baixada Santista e ASAP – Associação Sergipana de Artistas Plásticos.

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(Carlos de Vasconcelos Junior)

Tantas promessas de tua boca ouviaMil palavras teus olhos falavamCom ansiedade, contava as horas do diaMas quão devagar os ponteiros giravam.

O corpo do homem com teu corpo sonhavaO inconsciente todo entregue à fantasiaMas, ao acordar de novo, o poeta voltavaE, para o seu amor, novos versos fazia.

Do telefone, nem por um instante me separavaEsperando ouvir-te, muitas horas perdiaA cada mensagem, meu coração palpitavaO castigo do teu silêncio em silêncio sofria.

Tanto te desejando e de ti fugindoO homem todo o teu corpo querendoA linda mulher amando até dormindoO poeta na poesia se escondendo.

No encontro destes desencontros perversosCom o poeta e o homem se combatendoO homem, poeta se faz nestes versosOs olhos do poeta, nos teus olhos se perdendo.

CARLOS DE VASCONCELOS JUNIOR é médico e se diz poeta amador. Gosta de participar de concursos promovidos pela Inter-net, tendo sido classifi cado em vários deles.

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(Carlos Magno Castro Barreto)

Se as plantinhas de beira de calçada são belas, tu não és menos do que elas são:nunca inspiram aquarelas,péssimos enfeites às janelas,lembram antes a última estação. Em ordenamento indecifrável,adejam, de irrefutável beleza.Lindas e horrorosas é que sendo o são. Madressilva multicolornão mereço teu olorpois que mato te julguei!Não te mostres em dias primaveris,nem ajustes os pingos dos ii- como beija-fl or te eu falhei.

CARLOS MAGNO CASTRO BARRETO nasceu em 26 de dezembro de 1987, na cidade de Salvador/BA, onde cursou o ensino médio e prestou vestibular, em 2006, para o curso de Letras Vernáculas da Universidade Federal da Bahia, para o qual foi admitido. Continua morando e estudando em Salvador.

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(Carlos Roberto Pina de Carvalho)

Um poema não se perde no tempopode ser consumido no trem, no ônibus,no banco da praça.Pode ser servido com fritas oucafé expresso,nos bares luxuosos dos jardinsou naqueles populares do centro da cidade,onde é consumido com o pingadodo trabalhador. Um poema, um café,consumidos diariamentesem preconceitos ou rituais. Pode ser servido antes do sexocom dedicatória e motivos simples. Café e poesiadesabafo totalapós a leitura do jornal. Um poema não se perde no tempoé ingerido com o café...Puro puro puro.

CARLOS ROBERTO PINA DE CARVALHO nas-ceu em 1962, no Ipiranga, São Paulo. Participou de vários concursos, sendo o 1º colocado nos concursos Ipiranga Prosa e Verso, em 2004, Poesia é Sá-bado - do Centro Cultural São Paulo, em 1994, e no concurso da Biblioteca Pablo Neruda, em 2003, com menções honrosas em outros. Escreve desde os dez anos de idade.

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(Carlos Ventura)

“...O teu silêncio amplia as minhas vontades,Os meus desejos,Desejos de estar com você,Sempre com você,Ensinando, aprendendo a viver.Com você sempre e constanteNeste estado mágico, apaixonante.O teu silêncio me ensurdeceNa medida em que meu falar torna-se nulo.Indecente, inconsciente, perdido, vago,Solitário, amargo.Pois o castigo do seu silêncio é me ver calado,Distante, de ti retirado...”

CARLOS VENTTURA nasceu em Salvador/BA. É escritor, po-eta, compositor, músico, instrumentista e agitador cultural. A paixão pela música nasceu aos 8 anos de idade. Na década de 80, participou de festi-vais estudantis, integrando bandas, tocando guitarra e violão, compondo, iniciando parte de sua experiência. Atualmente, preside a União dos Artistas de Lauro de Freitas/BA – Unialf.

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(Cássia Nunes de Lima)

Portas e janelas abertas.Onde estão os trincos?Esses entraves da alma. Achei por certo jogar distante.Mandei-os todos embora.Decidi assim a favor da liberdade Para que minha intrigante casaSeja tanto possível quanto louvávelquando feita de sonho e giz.

CÁSSIA NUNES DE LIMA escreve há pouco tempo. Partici-pou, em São Paulo, no museu Lasar Segall, de uma ofi cina literária que lhe trouxe mais consciência poética. No decorrer do curso, começou a levar a sério o ofício de escrever poemas. No mais, é uma pessoa que gosta muito de literatura e se diz “aprendiz de poeta”.

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(Cissa de Oliveira)

Certos anjosfi cam tão impávidos nas suas plasticidadesde barro, cristais e jade,que os prefi ro em algodão que se desfaçalá em cima,num céu de abstração. O níveo dos beijos, as sedas e os suspiros que se desprendemdos lábios do meu amado,não há ali qualquer verso trincado,das suas mãos se faz um lago,dos seus atos um costume verdepor onde eu respiro desde cedo,e do seu corpo a paisagem de sanguedas tardes. Deveriam:certos anjos não viver nas prateleiras, e certos amorester algo de imperfeito:serem.

MARIA SILEUDA MOREIRA DE OLIVEIRA

(Cissa de Oliveira) é cearense e mora em Campinas/SP desde 1995. É bió-loga, doutora em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp. Pesquisadora na área da Saúde e professora, dedica-se também à escrita desde o ano de 2000, usando o pseudônimo de Cissa de Oliveira. Ganhou o Prêmio Péricles Moraes (crônicas) com o livro A Pontinha das Páginas, no concurso Prêmios Literários Cidade de Manaus, 2006. Participa de várias antologias de poesia e prosa.

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(Cosme Custódio da Silva)

Somos todos quixotescosDe atitudes fortuitasE pensamentos grotescosCavalgando em rocinantes,PangarésTrôpegos, vacilantes

DigladiamosContra moinhos sem ventosImóveis, inúteis,Lançando nossas lançasToscas, tortas,Cegas ao vazio

Somos todos sanchosDe panças vaziasE mentes ocasDe atitudes impotentes,Vítimas de nós mesmos.

COSME CUSTÓDIO DA SILVA é natural de Salvador/BA. Escreve em prosa e verso e participa de várias antologias. Publicou os livros: Caderno de Poesias, em 2003, A Negativa do Corpo, em 2005, e O Bicho Homem (contos), em 2007. Já ganhou vários prêmios literários, é sócio de várias instituições voltadas para a Literatura e tem seu nome listado no Di-cionário de Autores Baianos.

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(Dalexe Mota da Silva)

Arquiteto o momento,Esquadrinho... desenho o sentimento.O sonho se desfaz.Não se cola nem se ilustra este cartaz.A música se impõe,Mas anda em paraleloO decrépito, o fi m,O tudo que compõe.Extravaso o oceano,Rego o vaso, cheiro a fl or,Algemo o segundo.O único que sempre volta,Mas nunca igual,Porque felicidade é ar, É refrigero do bater de asasDe uma gaivota, de um sorrisoQue alimenta minha alma.

DALEXE MOTA DA SILVA, artista plástica, nasceu em Si-mões Filho/BA e cresceu em São Paulo/SP, para onde se mudou com a fa-mília aos dez anos de idade. Atualmente, mora no sul de Minas Gerais, numa pequena e encantadora cidade, de onde sai, freqüentemente, para participar de feiras e exposições.

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(Daniela Kanno Vieira)

Que fi z eu para receberTão severa punição?Quem sou eu pra não receberO tamanho sentimento que lhe dou?

Sou uma prisioneiraNo castelo das ilusões,Sou a princesa trancafi adaNa mais alta e escura torre.

E você? O príncipeQue nunca chegouPara livrar a princesaDo mais terrível dragão?

Ou o próprio dragãoQue me impede de pular a janela,E me enlouquece ao me fazer pensar queNunca serei amada pelo príncipe invisível?

Mas antes ser a princesa morta por uma maçãDo que a princesa sonhadora.A morta encontrou seu caminho;A sonhadora precisa que encontrem seu coração.

DANIELA KANNO VIEIRA é natural de Guaratinguetá/SP. Tem 18 anos e faz faculdade de Biblioteconomia, na FATEA – Rede Sale-siana de Ensino. Pretende seguir carreira de escritora. Ama a leitura e fre-qüenta bibliotecas desde criança. Tem paixão especial por literatura brasileira e poesias.

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(Danilo Fraga)

Sou um espinhoEm uma rosaEu amo a rosaMas sou um espinho

Nunca fi ro a rosaMas, quando se compram rosas,Arrancam-se os espinhos

Eu guardo a rosaEu amo a rosa

Que é o mal do espinho.

DANILO AUGUSTO DE ATHAYDE FRAGA nas-ceu no dia 7 de novembro de 1990, em Salvador/BA. Escreve poemas desde os 7 anos. Aos 14, publicou o livro Sonhos e Outros Sonos. Vencedor, por quatro anos consecutivos, do Circuito Literário do Colégio Cândido Portinari, Danilo recebeu ainda o Prêmio Jornalista do Futuro, promovido pela Asso-ciação Baiana de Imprensa e pelo jornal Folha Dirigida. É também membro honorário da Academia Mirim de Letras da Bahia.

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(Darlan Alberto T.A. Padilha)

Meus olhos miram a ceguitudeE, inundados de escuro,Buscam as coresDesbotadas em minhas roupas.Meu olhar, ferido de lágrimas,Arrasta-se numa tentativa insana,Num desprazer prazerosoDe afogar-se no desmantelo dascoisas.Minados olhos de fulcrosTingidas vérticesRetorcidos jograisEstigmáticos personagens.Cílios e encharcosPlumas e navalhasOs olhos vêem, os corpos falamE num piscar tudo se retalha.

DARLAN ALBERTO T.A. PADILHA (Dimythryus), es-tudante de Letras, participa de diversos concursos de literatura por todo o Brasil. Prêmios: I Concurso de Poesia de São Bentinho/PB – 1º lugar, com a poesia Cronologia Literária; VIII Concurso de Poesia Escrita Casimiro de Abreu/RJ – 1º lugar, com a poesia Ossos de Cristais; V Concurso Literário Brasileiro na Europa – Genebra/Suíça – 1º lugar, com a poesia Palavras Má-gicas; III Concurso Letras do Divino – Itanhaém/SP – 1º lugar, com a poesia No Adro de Sant’Anna.

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(David Alves Gomes)

A trajetória do negro brasileiro sempre foi de luta.Quando escravo, lutava nos engenhos, quilombos e ruas com muita labuta.Hoje, livre, mas ainda excluído pelo sistema,Também age em movimentos para não seguir sofrendo penas.

Porém, há um empecilho à sua ascensão social,O racismo interfere muito no panorama social.Neste país, um negro pobre sofre mais que um branco pobre;A maioria dos pobres, no Brasil, é de cor negra: os brancos detêm mais cobre.

Além disso, há a violência psicológica,O preconceito é sempre reproduzido, e isto tem uma lógica.Alguns indivíduos negros, por se sentirem inferiores aos brancos,Causam revolta inconseqüente ou mostram passividade frente aos brancos

Não podemos entrar numa luta de cores, e sim numa luta de classes.Todos juntos, brancos e negros proletários, devemos resolver este impasse.Se os negros, em sua maioria, são pobres em nossa sociedade,O racismo também serve para manter o capitalismo com tranqüilidade.

E, para reforçar todo este quadro, negros “pelegos” entram no Estado burguês,Para que o negro trabalhador com eles se identifi que e vire “freguês”.Felizmente, os movimentos negros estão na luta contra o racismo,E é imprescindível não esquecer: ele é reproduzido e fi nanciado pelo Capitalismo.

DAVID ALVES GOMES, baiano, nascido a 15 de abril de 1987,

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fi lho de Jurandir Martins Gomes e Vera Lúcia Silva Alves, escreve poesias, crônicas e artigos. Completou o Ensino Médio e pretende cursar Letras. Da-vid acredita que a vida está cheia de perguntas a serem feitas e respostas a serem dadas, de confl itos a serem solucionados. Ela, a vida, então se trans-forma numa grande dialética de interrogações: à medida que cada uma das perguntas é respondida, uma lição de vida é sintetizada.

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(Deborah Munhoz)

No fundo da minha veia, está a teia, estou na teia.No fundo da minha veia, está a históriade uma espécie, de um planeta, de um cometa. No ventre de uma canetaestá a tinta que corre nas veias, na teia, na velado barco que navega e transpõe regras. No mar das portas abertasestá o poeta, a meta, a viagemque faz parte da veia, da vela, da história. No fundo da minha memóriaestá a glória, estou “ in gloria” A todo esse movimentoestou atenta, sou benta.

DEBORAH MUNHOZ é conferencista e consultora em Gestão da Qualidade de Vida e Sustentabilidade. Bacharel em Química pela UFMG, mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e articulista do site www.itu.com.br.

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(Diego Braga)

Tranquei em casa o medo e fui pr’a ruaTomei o trem de sempre a me esperarCada estação me lembra o que é meu larE o tempo em seu correr jamais recua Saltei e fi z da praça a cena abertaCaminhos tortos buscam se encontrarQuando esta ausência não cede o lugarDesfaz-se a hora e tudo está tão perto

Sentar em vão num banco e desejar-teAinda que estivesses ao meu lado,Não fez de nós um só em duas partes

Afago então teu rosto imaginadoAgora sei que vivo quando inventoE entrego alegre o tempo a este intento

DIEGO BRAGA, carioca de 27 anos, mestrando em Poética pela UFRJ, é autor de Entreteias (Scortecci, 2007) e Assimetrias, ainda inédito. Atualmente, dedica-se a uma parceria com o grupo Música Surda, que ex-plora as relações e tensões entre poesia e canção.

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(Dinorá Couto Cançado)

Base de êxito do processo ensino-aprendizagemRealmente, encontramos na leitura esta digna função, Assim é Brasília, se revelando no fazer literário, Satisfazendo o gosto de criança, adulto e jovem. Inúmeras ações que despertam o amor à leitura, Lideradas por escritores brasilienses e amantes deste hábito,Invadem escolas, bibliotecas, comunidades e espaços de cultura.Assim é Brasília, amada e sonhada por todos que a procuram...

Academias de Letras das mais diversas cidades do Distrito FederalUnem-se a Brasília, para fortalecer assim o autor local.Projetos literários se multiplicam, com resultados compensadores, Iguais no objetivo de estimular leituras, mas com ações diferenciadas, Tudo se aplica com criatividade, no intuito de conquistar leitores, Amigos do Verde, projeto da Academia Taguatinguense de Letras, Luz & Autor em Braille, da Biblioteca Dorina Nowill, em Taguatinga.

Do FAC/Secretaria de Cultura, o Brincando de Biblioteca,A formar alunos-multiplicadores de leituras nas escolas públicas.Sim para O Livro na Rua, da Thesaurus Editora, em nossa capital.

Leituras de jornais, apoiadas por programa de Jornal & Educação, E Hemerotecas Criativas, pela Pacta, com leituras de revistas, Interagindo com os projetos pedagógicos desenvolvidos nas escolasTudo em harmonia, até os Craques da Educação Fiscal, Unindo apoios de Secretarias do Distrito FederalRumo a uma Educação Básica de Qualidade,

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Atendendo ao ODM – Objetivo de Desenvolvimento do Milênio,Sonho com diferentes leituras e com o nosso mundo cada dia melhor!

DINORÁ COUTO CANÇADO é professora, pedagoga, dinamizadora de bibliotecas e incentivadora de leituras. Autora de projetos literários, como o Luz & Autor em Braille, Hemerotecas Criativas e outros. Editou os livros Revolucionando Bibliotecas e Revelando Autores em Braille. São 33 anos dedicados à Educação/Cultura, com vários reconhecimentos por este trabalho com leituras. Destaque no Prêmio ODM 2005, cidadã honorá-ria de Brasília/DF.

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(Diovvani Mendonça)

Não me levemdemasiado a sério.É que um vento antigo,traquina e moleque, desses de empinar papagaiode taquara e seda no azultem despenteado o lequeno abanar meus pensamentos. Crianças acenamde horizontes para mim.E meus cabelos gris-alhandoestão trançados-alegres, nas linhas da inocênciasem cerol,que eu pensei perdidanos cacos de vidro da caminhada.

DIOVVANI MENDONÇA é natural de Belo Horizonte/MG. É compositor e já venceu diversos festivais de música. Não se considera poeta, mas um amador da poesia. Está sempre envolvido em idéias que objetivam levar a poesia para o dia-a-dia das pessoas. Uma dessas idéias resultou no projeto Pão e Poesia - em qualquer esquina, em qualquer padaria. Desde 2005 edita o blog Poeminhas Para Matar o Tempo e Distrair Dor de Dente - www.diovmendonca.blogspot.com.

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(Djalma Santana)

Eu, caçador de esperanças tardias,persigo o sonho pela fantasia,onde verei, em neblinas, um riso franco.Eu, caçador de ilusões mortas,para mim não existem portas,pois em minhas trevas tudo é branco...Eu, caçador de lugares calmos,me sinto embaixo de sete palmoscom sua lente a me despir...Eu, caçador de uma eternidade,não a terei sem a vaidadede quem bem cedo pode fugir.Eu, caçador de mim mesmo,não devo agora chorar a esmopor grandes coisas não construídas.Eu, caçador em ebulição,só obedecia ao meu coraçãoco-responsável por tantas feridas...Eu, caçador, agora da solidão,mantenho fi rme o freio da emoção,para não ferir, nem sair ferido.Eu, caçador caçado, vou vivendo,acumulando gritos, remoendo...Até um dia, se não tiver partido...

DJALMA AMORIM DE SANTANA nasceu em Ilhéus/BA, em 08/07/1953. Pertence a várias instituições literárias de São Paulo, Rio, Salvador, Goiás, Paraíba e Londres. Possui trabalhos divulgados em antologias e jornais. Prêmios: Menções honrosas e medalha de prata em concursos nacionais. Autor do livro Apenas Um Lamento - 1985 ICB, Belo Horizonte (poesias) e Gritos (poemas) – Edições Caravelas/Instituto Cultural Português, 1985.

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(Dora Dimolitsas)

Vejo estrelas piscandoOuço o vento que sopra a madrugadaTrazendo a lembrança de serenatasE melodias às janelas

O som do violão,Tua voz suave entoa a cantoriaFaz o coração pulsar, os olhos marejarE os lábios balbuciar.

Hoje, contemplando a noite de luar,Fiquei a pensarComo é bom poder lembrarDessas noites e sonhar.

DOROTY DIMOLITSAS é natural de Sena Madureira/AC. Trabalhou e se preparou profi ssionalmente no 5º Batalhão de Engenharia e Construção em Porto Velho/RO. É aposentada da área de saúde do governo federal. Trabalhou também no Hospital Ipiranga, no período de epidemia de meningite, atuando ativamente na elaboração de exames para defi nição da doença. Participou de vários cursos de poesia, teatro e cinema na Casa de Cultura Haroldo de Campos e na Casa das Rosas, São Paulo/SP.

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(Dora Oliveira)

Bêbado, de cachaça e raiva, ele foi até o berçoe tapou a boca do fi lho, abafando os ecos da fomeque martelavamem sua consciência.

DORA OLIVEIRA, poetisa e romancista mineira. Possui um livro publicado: No Canto Escuro do Coração. Obteve destaques em concursos literários, como: Concurso de Contos e Poesias de Ipatinga; Concurso para Livros de Poesias Inéditos da UBE/RJ; Antologia de Poesias de São João Del-Rei-2007; Festival de Contos e Poesias de Santa Lúcia/SP; Concurso de Contos Luís Jardim – Recife, 2007, entre outros.

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(Douglas Tedesco dos Santos)

Das estações nada se leva. Folhas secas, raios quentes, brisa de puro frenesi do ar. Não é possível engarrafar os meses para pra beber só de outono.

O esespero é não poder ser Deus pra salvar.O desencanto é ter emoção sozinho.A emoção é sentir o desespero converter-se em encanto.

Folhas de calendário não são recicláveis, não se recicla restos de outros “ontens”, de amanhãs que já passaram.

A Maior dor é não ser todo correto pra poder corrigir um todo. Calendários, suspiros, Deus... A Maior angústia é ter a certeza de um fi nal e mesmo assim viver de princípios e saber que chegará ao fi m.

DOUGLAS TEDESCO DOS SANTOS é escritor, ator, autor de diversas peças teatrais e estudante de Jornalismo. Trabalhou na re-dação de vários jornais e é colunista de alguns jornais da região. Tem textos publicados pela Câmara Brasileira do Jovem Escritor, entre outros órgãos. Membro do Garganta da Serpente e Recanto das Letras.

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(Ed Carlos)

Nasce para sentir as coisas mais simples,Coisas que, muitas vezes, as maiores inteligênciasNão conseguem pressentir.O poeta tem sensibilidade aguçada,Que o faz sofrer à revelação do belo.O poeta se emociona,Chora e se apaixona, Comete loucuras em busca do amor perfeito.O poeta é um livro aberto,É uma página virada,É uma existência em dorMesmo que a dor seja nada.O poeta é aquele ser pequenoQue, no ato de escrever, se faz gigante.O poeta é um atletaNas olimpíadas do sentimento,Sem batidas rápidas do coração,Torna-se em poucos minutos um campeão da emoção.O poeta é hostil à razão, rejeita partes da verdade,Conforta-se na ilusãoNa fantasia do momento.

ED CARLOS ALVES DE SANTANA nasceu em Ala-goinhas/BA no dia 15 de agosto de 1980. Este é seu décimo terceiro trabalho publicado em antologia. Concluiu o Curso de Artes Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA (2003/2007). Trabalha com pinturas e desenhos no es-tilo acadêmico realista. Já realizou e participou de várias exposições de artes, coletivas e individuais. Freqüenta o curso de Artes Visuais na Bahia, como aluno Especial do Mestrado em Artes Visuais – Eba-Ufba.

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(Edeilton dos Santos)

Mãe, estou na capital Um pé aqui, outro láMinha vontadeÉ só voltar

Mãe, a vida aquiNão é brincadeiraNão tenho eira nem beiraNão vejo onde me segurar

Aqui na cidade grande,Vivo acabrunhadoNa multidão, sinto-me isolado,Ninguém olha pra mim.

Mas um grande amor encontradoAjuda-me a controlarEssa vontade de voltar,E vai prendendo-me por aqui

Essa vida que a gente vive Não está pra brincadeira,Não tenho eira nem beiraMas por amor vou fi cando aqui.

EDEILTON DOS SANTOS, conhecido por Dé Barrense, can-tor e compositor, nasceu na cidade da Barra/BA, às margens do rio São Francisco. Aos 14 anos, foi para São Paulo tentar a vida. Trabalhou inicial-mente em fábricas, e depois numa emissora de televisão, como ajudante de câmera e cenografi a. Publicou o livro Inspirações de um Ribeirinho (poemas). Tem seu nome listado no Primeiro Dicionário de Autores Baianos.

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(Edelaine Rodrigues Costa)

Necessário é ter um objetivo a trilhar,Independente de quando se vai alcançar.Pensar somente no que quer buscarEscolher aquilo que mais lhe agradar,E seguir ao encontro de coisas a lhe contentar,Amparado na força invisível a lhe guiar.Nunca se esqueça dos sonhos a realizar,Ás vezes na vida é preciso esperarO momento certo de tudo se concretizar.

EDELAINE RODRIGUES COSTA sempre gostou muito de escrever. Já em sua primeira participação de concursos literários, teve seu conto Imprevistos Acontecem selecionado e publicado na CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores), em outubro de 2007. Em novembro, teve também uma de suas poesias selecionada para publicação na Antologia de Poetas Brasileiros, da mesma instituição.

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(Edir Resende Ramos)

Iasmin de lindas trançasTomada de grande lirismoEmbevecida por seus sonhosEnxergava o mundo a um olho só. Uma metáfora de “ismos”Exagerada no amar,Afl igia-se em seus sonhosPor nunca os realizar. Apesar de tanto espinho,O sol vinha lhe visitarAssomava-a com seus carinhos,E ela nunca a despertar. Um belo dia, a adormecida,Que trocava a noite pelo dia,Foi surpreendida quando a luz descia,O sol mais forte lhe quis tocar. Iasmin abriu seus olhos,Ao beijo quente do astro amadoViu-o como se fosse gente,Lindo príncipe encantado Hoje, sente o seu calorVê o mundo a dois olhos.Antes, a torre das ilusõesAgora, o céu – o amor alado.

EDIR RESENDE RAMOS Edir Resende Ramos, nasceu em Teixeiras/MG, em 1940. Publicou em mais de doze antologias tais como Câ-mara Brasileira do Jovem Escritor e Celeiro de Escritores. Em destaque as obras “Alma de Borboleta” e o poema “Sonhos”.

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(Édson Silva)

Ouvem-se gritos! Passos largos,Risadas bizarras.

Ouvem-se ruídos!Grunhidos, conversas,Em ritmo acelerado.

Ouve-se o silêncio!O jorrar da água forte,A respiração ofegante.

Ouve-se o eu!O ateu, o cristão,O badalar do sino.

O vizinho hipócritaO rosnar do vento,Os lamentos.

Só não se ouvemRespostas, e são elas O que realmente Importam.

ÉDSON SILVA é soteropolitano, trabalha como agente comunitário de saúde. Sua linha poética denuncia as mazelas sociais, com as quais se depara em seu dia-a-dia. Lançou seu primeiro livro-CD, Expressão Poética Baiana, no SESC da rua Chile, em Salvador/BA, em 2007. Participa de co-letâneas como Artpoesia, Poetas na Praça e Antologia Poética Valdeck Al-meida de Jesus – vol. 2.

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(Eli Halfoun)

Minha boca na tua bocaRespirando o teu corpoMinha língua como uma bússolaTraçando o teu perfeito caminhoDo ouvido para o pescoçoDescobrindo todo o dorso

Ofegante, cada vez mais quenteVai descendo de mansinhoAbrindo todo o caminhoSem medo de se perderNa certeza de se achar

As mãos acariciam, maciasEra isso o que faltavaEra isso o que querias

A língua volta pra bocaPara a minha e para a tuaDepois desce carinhosaAté encontrar o teu ventre

O ventre só já não bastaDe bruços Um novo desenho no mapa

Mais gemidos, mais arrepiosTudo ardendo mas não de frio

E a gente se perde nos lábiosNos de baixo e nos de cima

Estamos molhados Escorrendo amor, amor...

Tuas mãos hábeis, ágeis,A me pedir que descubraTodo o resto

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Estou dentro de vocêE agora somos um sóDescubro-teE cubro-te de prazer

ELI HALFOUN é jornalista, com vasta experiência como repórter, redator, editor, colunista e diretor de vários jornais e revistas do Rio de Janeiro. Atou também em diversos programas de televisão e de rádio. É considerado, como o defi niu o repórter Amaury Jr., um dos baluartes do jornalismo de va-riedades. Atualmente, assina coluna semanal na Tribuna da Imprensa, no Rio, e no site www.portalgiro.com, além de exercer outras atividades jornalísticas. Prepara um livro de crônicas e outro de contos eróticos, alguns dos quais foram publicados na revista SEXY. É também autor de letras de músicas, entre elas uma gravada pela cantora Tuca, uma de suas primeiras parceiras.

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(Elinaldo Pereira)

— Agora é nossa fome de presentear as pessoas. Elas vão sumindo dia a dia, e é preciso que se deixe logo algum vestígio de existência.

De algo nosso; que se seja afeto ou tolerância sobre elas.

Pessoas ainda acordam

Cães inda submergem — a curva da chuva amanhece os rios; e este meu espírito de guerra que me remove os sinais, esta áfrica consignada no peito, que tolhe a todos como mãe e fi lho e fi lha, cresce.

— Acordaste com medo?

Ela anda carregando um sol bonito na barriga,

Já vistes? Sol no ventre, sol num corpo inteiro,

Já viste?

Veste-se de um câncer luminoso chamado felicidade. Diz que

— [“Tenho olhos agora, olhos que engolem canaviais.” ] Todos a estão aguardando.

E aguardam.

ELINALDO PEREIRA NASCIMENTO, curitibano de nascimento e soteropolitano por registro. Descobre a música na adolescência e tem contato com a língua/literatura russa aos 19 anos. Conhece e apaixona-se pela poesia de Marina Tsvetaeva. Seu primeiro livro de poesia é intitulado O Calor e a Carne. Dono de uma escrita mutante e incontrolável, permeia, através de sua lírica microscópica e exageradamente metafísica, uma visão contínua, crítica e densa de cidade, matéria, corpo, terra, semente, unidade, espírito (...).

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(Emerson Leandro)

Por que os porquês separam as vidas?É por esta resposta que anseio em silêncioEmbora a pergunta seja um tanto inaudita Qual seria o sentido, se fosse respondida?

Toda vida se sustenta sobre dois fi osTodo fi o se apóia em dois corposTodos os corpos variam entre dores e risosTodo riso e encanto nascem assim...Meio tortos

A saudade parte quando você sorriO desejo aperta quando seu corpo me alcançaSeu beijo, que é arte, eu adoro sentir.Sua ausência é a seta que apresenta a lembrança.

E quando em sua volta você me vir calado, Não tente entender o verbo que conjugoApenas me beije e deixe-se em afagosQue este é o subsídio que viola meu túmulo.

EMERSON LEANDRO DE JESUS SILVA nasceu na cidade de Camaçari/Ba. Aos 15 anos, iniciou sua jornada na criação de textos poéticos, passando, posteriormente, a escrever contos. Publicou artigos em revistas culturais eletrônicas e teceu esquetes teatrais. Desta fase de alta pro-dutividade, nasceram trabalhos como O Legado (romance policial em prosa), Um Retirante na Cidade (critica social em prosa) e Expoemas (versos).

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(Everaldo Martins Gomes)

Paixão nada no nada...O nada que quase abriuum fi m em mim! Porém, minha luz não cedeu!A fé redesenhou-mea aura e os traçospara que eucontinuasse a colorira vida e seus porquês...Sou muito mais eutoda vez que me afastode gente como você!Toda essa minha raivaparece uma nova consciênciado respeito que devo a mim mesmo!

J de jóia da 25 de Março!J de judiou de mim...J de juras de mentiras!J de já foi tarde demais!J de juro que nunca mais!J de...Jesus!!!Como pude abraçaruma tempestade ?! Mas agora devolvo-me, sóbrio,todos os raios do solde minha dignidade!!!

EVERALDO MARTINS GOMES é Professor Estadual de Línguas Portuguesa e Inglesa.

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(Fabiana Fraga)

Quando meus versosPousarem em rimas certasMeu peito irá bater mais forte!Porque serão pra ti...Meus ventos, meu marMinha poesia e meu luar...

Quando a saudade se faz poesiaMeu canto é um só!A noite vira, se transformaE se resume nos meus versos!

Um dia escreverei ao acasoUm soneto perdidoUma rima de primaveraPra continuar na esperaEscrevendo a saudade perdida...A dor incontidaTua imagem na memória Sob o título incansável:Quando a saudade se faz poesia!

FABIANA FRAGA DA ROSA, 23 anos, escreve desde os 12 anos de idade. Em 2006, recebeu dois prêmios em seu estado, ambos de melhor poesia, um na cidade de Osório/RS e outro na cidade Roque Gonzá-les, tendo uma de suas poesias publicada em antologia. Em 2007, recebeu menção honrosa por crônica publicada na antologia do concurso de Roque Gonzáles/RS.

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(Fábio de Almeida Vanzo)

Sob a chuva não se vêem suas lágrimasEnquanto o deus-tempo vai virando as páginasOs corvos estão rindo, não crocitandoOs malditos corvos estão gargalhando!

Seu sangue que cai é só palha de estofoE quando lhe pesa a roupa em tempestadeMisturam-se as tintas em seu tosco rostoA água no rosto esconde a piedade

Ele não protege nenhum dos canteirosSó traz diversão aos corvos galhofeiros– O espantalho é o cristo sem redenção

E pensam com pena: que pobre coitado!Palhaço plantado, crucifi cado,Nem tem a esperança da ressurreição!

FÁBIO DE ALMEIDA VANZO é jornalista e músico. Parti-cipa de concursos literários (poesia) desde 1997 e já foi premiado pela Secre-taria de Estado da Cultura (1998), pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1997 e 1998) e pela Casa do Novo Autor (1998). Após alguns anos escre-vendo crônicas e letras de música para diversos projetos, passou a investir em prosa e poesias. Tem três livros publicados (um romance e dois livros de contos) e três projetos musicais.

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(Fábio Dafl on)

Tenho um pouco de sal, mel e condimentos, para trazer ao cerne dos teus lábiosalgum contentamento e assobiosde algo musical, que em passos lentos

n’alguma caminhada pela praiafaça haver ritmo e balançono vento que soprar, no doce rançodas luzes da lembrança que se espraia

por tudo que foi lívido ou espantoe tem sobrevivido ao passar tempo,sem pressa, ânsia ou dor de desconforto.

Assim, com alegria, paro e canto,para não fazer sal derramar-se em pó,volto com meu navio ao cais do porto.

FÁBIO DAFLON é medico pediatra da Fundação Nacional de Saúde, ofi cial de reserva da Marinha, autor dos livros: Título Provisório, Edi-tora Quilombo (1981) e Vento Passado - Memórias do Recruta 271, Editora Doonley-Crochanne (2005), inspirados no movimento estudantil da Facul-dade de Ciências Médicas da UERJ e nas memórias do cabo artilheiro Al-berto Dafl on sobre a Segunda Guerra Mundial. Como médico, é especiali-zado também em Medicina Psicossomática.

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(Fabíola Alves)

Invade ferozmente minha almaA doce vontade de compor uma poesia.E ela me transmite calmaFaz fl uir dentro de mim alegria.

As palavras estão soltas,Vagam na imensidão do meu pensamento,Mas aos poucos vão unindo umas às outrasDando forma ao meu sentimento.

A poesia vai sendo formadaTratando ela de qualquer sentimento.No papel fi cam registradasFalando ela de alegria ou sofrimento.

E assim quem a lê tira sua conclusão,porque depende dos olhos de quem vêe do que está no coração.

FABÍOLA NERES ALVES é natural de Camaçari/BA, nascida em 17 de abril de 1985. Escreve poesia desde os 12 anos de idade. Está cur-sando a Faculdade de Letras, com o objetivo de ampliar suas habilidades na área da Literatura.

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(Fabrício Martines Alves)

Faço de tudo, amorTudo o que você quiserNa cama faço loucurasMas não sou tua mulher Viro-me do avessoSussurro com precisãoFaço o destino escondidoVirar uma grande explosão Misturo céu e infernoA tremedeira não páraDepois que o show acabarBato a porta na cara

FABRÍCIO MARTINES ALVES é um publicitário que nunca quis buscar seu diploma. Escreve contos e folhetins para o jornal da cidade de Cajamar, Gente em Evidência. Publicou, de forma independente, os li-vros: O homem que Queria Magia; C.A.O.S - Contos Anárquicos, Orgásticos e Sugestivos; e a revista de poesias Vícios da Noite. Agitador de eventos culturais e “sarauzeiro” de plantão. Membro fundador da A.L.I.F. (Academia Literária Imaginária do Fá).

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(Fátima Soares Rodrigues)

Sempre sonhei sonhos pequenos:Casinha branca ao pé da serraEm meio ao mato molhadoPovoada do canto dos pássarosCiscando grãos de alegriaCom as galinhas no quintalBanhando-me todo diaEm cachoeiras de esperançasA sorver cada alvorecerCom olhos de gratidão.Porém, sem grandes ambições,Percebo que dependo do outroPara encontrar a felicidade.Do contrário,Sou como um som sem eco:Seco, surdo, sonso.

FÁTIMA SOARES RODRIGUES possui curso incompleto de Letras na UFMG. Conquistou diversos prêmios literários em verso e prosa, no Brasil e no exterior. É colaboradora do jornal Estado de Minas.

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(Fátima Venutti)

Naufrago em meu cais,Apunhalo versos-trapos mornosQue esta solidão me faz recitar,Cá estou.A defi nhar minhas poucas vestesDo abandono nefasto da paixãoE ainda sublinho, exausto,Meu último respiro poético a resvalar.Findo, prostrado e tolo a me afogar. Oh nau narcísea de glóriasEm que me abrigo e me afago...Revida no gesto ancorado desta fomeE contempla minh`alma este legado insano.E dai-me um último e súbito poemaE que nele adormeça,Ao cair inválido nesta única morada,Este mais que verdadeiro lastro.

FÁTIMA VENUTTI é paulistana de Osasco (1965). Reside em Blumenau desde dezembro de 2002. Formada em Letras, escreve desde os 11 anos e tem paixão por textos que elucidam o encontro de almas, a trans-formação do “ser” diante do amor. Participou de vários concursos literários. Publicou artigos, poemas e crônicas. Obras: Último Beijo/Último Beso, poe-mas - bilíngüe (português-espanhol), Ed. THS Arantes (2007), Terceiro Apito (contos e crônicas), Ed. Nova Letra, 2007, ambas bilíngüe (português-espa-nhol). contatos: www.seblumenau.org.

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(Fernando de Sousa Pereira)

O menino gostava de andar no arNas nuvens, a devanearVoar, sonhar, cantar, confabularFazer castelos no arGostava de lá dentro morar.Era um lugar bom de se estarEra tão leve o respirar...O coração a pulsarA imaginação a vibrarEnchiam de vida Tudo o que pudesse olhar.Era naquele castelo no arQue o menino queria fi carMuito quietinho a ver passarOs pássaros a voarE o sol a raiar.

FERNANDO DE SOUSA PEREIRA nasceu em 10 de junho de 1978, em Vila Nova de Famalicão (Portugal). Licenciado em Enge-nharia e Gestão Industrial na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famali-cão, exerce funções como engenheiro técnico superior no Gabinete de Apoio ao Investidor na Câmara Municipal de seu Conselho. É colaborador de dois jornais, vencedor de concursos literários e tem quatro romances publicados. Gosta de se entregar diariamente ao prazer da escrita e da leitura.

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(Flávio Leite)

Vejo estrelas num quarto escuro;Brinquedos novos em suas palavras;Poesia em tudo o que fazemos;Gozo em nossas trapalhadas,E nas coisas que não entendemos.

Vejo razão em suas molecagens;Cometas brilhantes em sua fala;Alegria nos trejeitos que me surpreendem;Poesia no choro baixo, que me maltrata;Ciência naquilo que não compreendo.

E o que faço com esse amor de graça,Com todos esses mimos que ele me rende?Um dia fui sozinho, mas agora estou contentePercorrendo suas formas que me acendem;Bebendo todo o calor de seus lábios quentes.

Nem o mar, nem o sol, nem a luaPodem traduzir o que sinto.Há em seu olhar algo mágico, independente...Tento conter-me, quase sempre em vão,Pois trago no peito um jovem poeta delinqüente.

FLÁVIO LEITE FERREIRA DE MORAIS nasceu em 21 de setembro de 1975 na capital federal e mora atualmente em Sobradinho, cidade satélite de Brasília. Como todo e qualquer poeta, está à procura de um lugar ao sol. Escreve desde os 15 anos e se esforça para evoluir na arte de escrever, razão que o levou a escolher o curso de Letras como opção acadê-mica. Gosta de ler, e entre seus autores preferidos estão: Machado de Assis e Fernando Sabino.

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(Francisco Neto)

Levante cedo homem simplório!Desafi a o destemido e tenebrosoCoragem tirada do âmago,Forçado pela necessidade de sobreviverTemente a Deus e aos Santos do MarEscarnece sua pele, escorre o seu sangue;Impondo a força, que o físico carece;Para tirar o pão de cada dia

Em terra fi rme, a família desprotegida,A mercê e esperançosa pelo iminente regresso.O proletário do mar é o que éE orgulha-se de sê-lo“Sou pescador e bato no peito!”

“Quem é do mar, não tem medo de tempestade!”Corpo fechado por Oxum, Oyá e Yemanjá,Nada pode lhe afetar.E no seu cotidiano a esperança e certeza do regressar...A terra...

* Segundo a Mitologia Africana,Oxum é a Deusa das Águas Doces; Oyá, a Deusa dos Trovões e dos Ventos, também conhecida como Iansã; e Yemanjá, é a Deusa Africana das Águas Salgadas.

FRANCISCO CARLOS DE AGUIAR NETO, natural de Cairu/BA, graduado em História pela UNEB, campus V-SAJ, pós-gradu-ado em Psicopedagogia-FACE, mestrando em Educação e Contemporanei-dade pela UNEB – Salvador, professor universitário e atual diretor de Pólo da Faculdade de Ciências Educacionais na cidade de Jaguaquara/BA.

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(Frodo Oliveira)

Eu não faço apologia do que sinto,Apenas escrevo, em linhas tortas o que penso.Este sentimento não divido com ninguém:duvido de todos e de mim mesmo,e se te disser que eu não ligo,minto; mas, parece, não minto muito bem.

Também sei que o ódio pereceu ontem à tarde,mas ainda quero esquecer-te pela manhã.Sai de mim, sai da minha vida,sai da minha alma e da minha bebida,nunca mais quero provar do teu afã.

E que me perdoem os moderninhos e modernistas,mas adoro essas rimas imprevistas,indecisas, intensas,imprecisas, imensas,de sons indeléveis e inefáveis,rimas cruas, palavras nuasa estilhaçar meus sentimentos frágeis.

Não, eu não faço apologia do que sinto,apenas deste sentimento que invento:é assim que largo o tosco verbo amar ao vento,é assim, então, que em vão tento esquecer-te...

FRODOVINO LEMOS DE OLIVEIRA nasceu em Re-cife/PE e foi criado em Maceió/AL. Reside há mais de 20 anos no Rio de Janeiro. Frodo, como é normalmente chamado, é comerciário e estudante de Letras na Universidade Estácio de Sá. Escritor amador, transita bem à vontade tanto no âmbito da poesia quanto no âmbito de contos e crônicas.

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(Gabriel Cavalcante Guerra)

Pais, que desde a consagração do nascimento nos olham, acolhem, toleram, amam, norteiam, anseiam, reconfortam, acreditam, incentivam, comemoram, felicitam...

Pais de pensamentos fortes e coragens incontestáveis. Pais que amam e desatinam. Pais que vibram e enfurecem. Pais que dançam e enlouquecem. Pais de regalias e trabalhos. Pais de imaginações alvoroçadas e corações amáveis.

Assim são meus pais, e decerto os vossos pais.

Pais são tolerância e braveza, Pais são proteção e reclamação, Pais são sabedoria e desarmonia, Pais são crenças e confusões, Pais são oceanos e limitações, Pais são inteligência e delimitação, Pais são vida e perpetuação.

GABRIEL CAVALCANTE GUERRA nasceu em 1992, na cidade de Fortaleza/CE. Sempre teve potencial para a escrita, embora não se dedicasse muito às atividades escolares. Em 2004, mudou-se para Vila-Velha/ES e começou a dar valor ao ensino, mas foi só no fi nal de 2007 que realmente começou a se esforçar nos estudos e a investir na poesia.

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(Geórgia Freitas)

Malha entrelaçadaCriada na teia Da malha divulgada Arma A Malha Poesias singelas? Malha.

Plágio, Arma a Malha descarta Poesia autêntica Aventura doida d’Alma Alma Malha Arma Poética da Alma Arma a Malha A singeleza poética Mora na Armadilha P O É T I C A Da Alma Poeta.

GEÓRGIA FREITAS é mestre em Educação, escritora, revisora e tradutora. Residente em Niterói/RJ, 32 anos, é professora da rede particular e pública de sua cidade. Escreve poesias e ensaios, de forma independente.

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(Gerusa Maia)

Então vai ser assim:não nos proibiremos de sercompreenderemos estranhezas,desde que permaneçam as certezas.A distância pode ser superada com poucas palavras, beijos ardentes, fortes abraços e sinceros afagos;recomeçaremos sempre o caminhoreplantaremos sementes, confi aremos no invisívele acreditaremos no possível,até que tudo cresça e fl oresça,até que o sonho nos aconteça,e então vou rir de vocêe você de mimmesmo que tudo assim permaneça.

GERUSA MAIA é artista plástica e atualmente estudante de Le-tras. Atuou no mercado editorial durante 7 anos, com ênfase para o mer-cado de arte brasileira. Co-editora de 20 títulos sobre Artes Plásticas. Desig-ner, com execução de centenas de peças gráfi cas para empresas, artistas e fotógrafos. Hoje dedica seu tempo aos estudos e à literatura.

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(Gilcilene Souza Almeida)

Em momento algum de minha vidaDeixei de te amarE mesmo na hora da despedidaRecusei-me a chorarAlgo me dizia que irias voltar.Voltaste, E mais uma vez em minha vidaTe deixei entrar.Agora, vou amar-te de novoFarei tudo mais gostosoPara que queiras fi car.

GILCILENE SOUZA ALMEIDA, soteropolitana, poeta, gerente administrativa, 32 anos, moradora do bairro do IAPI, Salvador/BA. Adora escrever poesias, tendo a vida como grande inspiração. Declara-se uma mulher eternamente apaixonada.

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(Gilson Eustaquio Chagas)

O vento batia lento abraçando um bando de borboletasQue esvoaçavam sonolentas eDepois, sopradas pela brisa,Giravam em mirabolantes piruetas,Como folhas secas no chão.Não canso de me encantar com tão belo movimentoExecutado pela Mãe Natureza...Um voar rasante de pássaros noturnosÀ cata de seu alimentoAnuncia o ocaso do diaAntes que o sol se perca no horizonteEncerrando o tão deslumbrante momento...Bate o vento sonolento,Parece um suave vôoOu um leve sopro da boca dessa imensidãoCarregando lua e estrelasTangendo-as por todo o fi rmamento...Mas não, é apenas a natureza em movimento!

GILSON EUSTAQUIO CHAGAS gosta de escrever. Não estudou além do curso médio, que concluiu pelo supletivo. Em 2003, co-meçou a participar de Concursos Literários e já conseguiu 32 prêmios nas primeiras colocações. Foram 31 antologias/coletâneas, prêmios especiais (nacionais e internacionais), diplomas, troféus e medalhas de mérito.

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(Gilson Médice Ferreira)

Não sei quando foi o inícioDesse amor, dessa paixão,Sei que se tornou um vícioA entorpecer-me a razão Pode ter sido no primeiro olharOu então naquele aperto de mão,Não sei, realmente não sei precisar,Sei que está preso o meu coração Lembro-me até da palavra primeiraTambém daquele lindo sorrisoDe sua delicadeza e maneiraDo seu modo envolvente e preciso Mas a princípio não percebi,Disso tenho certeza agora, Que no meu peito nascia aliEssa paixão que me devora Depois de tanto tempo passadoNum sublime relacionamentoTriste, sinto que tenho te amado Desde aquele primeiro momento Ai, ai, pena que percebi tão tardeÉ disso que meu coração reclamaPois hoje me contaste com alardeO nome daquele a quem você ama...

GILSON MÉDICE FERREIRA é de Itaú de Minas. Foi para São Paulo estudar e acabou fi cando para morar. Formado pela Universidade Mackenzie, trabalha na área de Informática como analista de sistemas. Tem vários contos e poemas escritos, mas nenhum publicado. Fez, em 2007, o curso Como Publicar um Livro. Assim, pretende, até junho de 2008, publicar por conta própria um livro infantil cujas histórias foram criadas há anos.

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(Gilvanice Alves do Nascimento)

Navego em sonhos sem me perder. Planto os pés na terra sem precisar travar.Procuro ser intensa e inteira, não quero ser metade.O meu interior que indica o caminho certo,harmonizando meus ideais.Prefi ro ser prática sem virar materialista.Prefi ro amar a desprezar ou odiar.Gosto de fazer festa ao meu inconsciente.Gosto de amar, mesmo inconseqüente.Gosto de repetir “com licença”, cada vez que preciso for.Gosto de focalizar o amor em tudo, sem medir, sem pesar e sem calcular, pois no amor não pode haver disputa pelo mais forte ou pelo melhor.Gosto de manifestar o amor de forma verdadeira, com ajustes nas minhas emoções.Gosto de minhas ações voltadas para ele, sem distinção de cor, raça, credo ou fi nanceiro, isso só pesa nos ombros dos que amam menos ou quase nada.Gosto de mergulhar no infi nito tentando me encontrar! Cada braçada é uma experiência alcançada.Nado de costas, nado de peito e nado livre. E assim vou remando com os meus próprios braços, em busca de um Porto para me ancorar.

GILVANICE ALVES DO NASCIMENTO é natural de Pau Brasil/BA. Formada em contabilidade na cidade de São Paulo, estudou também Decoração de Interiores. É concursada na Coordenadoria do Bem Estar Social – COBES, em São Paulo, e no Instituto da Previdência Social – INSS, em Salvador/BA.

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(Giomário Nunes Torres)

Por favor, me leva,Não me deixes aqui,Quero contigo partir.

Leva-me contigo,Quero estar ao teu lado,Não me deixes jogado.

Quero a tua companhia,Ao meu lado todo dia.Não importa a direção,Só não me deixes na solidão.

Me carrega, me leva,Para o sol, para a neve.Não importa para onde fores, O importante é tu, meu amor!

GIOMÁRIO NUNES TORRES nasceu dia 8 de julho de 1986, na cidade de Paratinga/BA. Aos nove anos, mudou-se para Santa Bár-bara d’Oeste/SP, e hoje reside em Americana/SP. É estudante da Faculdade Comunitária de Santa Bárbara d’Oeste, onde cursa o terceiro ano de Letras. É inspetor de alunos há quatros anos na Escola Estadual Maria Judita Savioli de Oliveira.

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(Giovani Iemini)

Vivi do jeito que quis e pudeFiz o que fi z amiúdeTentei ser o meu melhor Sempre busquei igualdade nas diferençasRespeitei as gentes de todas as crençasAcreditei no homem maior Intercalei muitos períodos de alegriaCom grandes crises de melancoliaLutei pelo bem ao meu redor Se não atingi algumas metasSe deixei trabalhos por fazerSe execrei falsos profetasSe me afastei do vazio prazer Apenas segui da Força o caminhoAs besteiras embaixo do tapete varriEscrevi o que penso sozinhoE ao fi m: putz, morri.

GIOVANI IEMINI teve dezenas de profi ssões e um número ainda maior de fracassos. Escreve na InterNerd sob o pseudônimo de Mão Branca. Acha que a eternidade se faz com idéias.

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(Glauco César de Lima e Silva)

Vagarosamente,Com movimentos meditadosNossos corpos deitadosAtam-se em preces carnais

A agonia desta ansiedade precoceAgora com todo um diaBebe-se calmamenteEm longos goles sedentos

Horas são necessáriasPara que nossas hordas de gozos guardadosPreliminarmente se excitemEm dores prazerosas

E em doses de línguaNossa ebriedade se lucidifi queE fi quem entranhadosNossos cheiros entrecortados

Que não mais se apressemCom apreensivas dúvidasNossas mãos úmidasEm carícias nuas e vívidas

GLAUCO CÉSAR DE LIMA E SILVA é estudante do 8° período do curso de Bacharelado em Música da Universidade Federal do Per-nambuco - UFPE. É escritor e compositor, com dois discos gravados de com-posições próprias, um deles em parceria com o poeta Jomard Muniz de Brito.

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(Gleidnice Silva)

Quanto mais aparece, menos quero enxergarEssa rua larga e densa que vai diminuindoE trazendo o amor que viaja tão sozinhoComo fl ores murchas que caem no caminho Solidão inimiga dessa lama e dessa dorCobre as vestes de quem sonha encontrarSão sonetos belos que teimam enxugarEssas lágrimas doces a cair devagar Como eu, que sempre peço e nunca imploro,Muito oro e sempre vejo o que é o sofrerNa sacada da encosta da vida temo o viverMesmo pedindo a toda hora para não morrer O que quero é saber o que mais preciso quererMesmo canções reluzindo e guiando meus passosTal razão tão maldita que me amarra em laçosMesmo eu sendo eu, nunca sei o que faço. Vou vivendo nessa irracionalidade constanteE caindo nessa lama que eu mesma crieiSobrevoando esse mar onde me afogueiE vivendo uma vida que nunca sonhei Quem sabe um dia consiga enfi m encontrarUma rua ou caminho que eu possa trilharSem o rancor e o passado a me maltratarUm dia a certeza virá me tirar do lugar.

GLEIDNICE SILVA, 26 anos, poetisa há 13 anos, é técnica em química e fonoaudióloga. Tem uma poesia publicada no livro Poesias Brasi-leiras. É colunista do jornal A Folha dos Bairros. Fundou o Clube dos Amigos da Poesia.

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(Guilson Nazareth Queiroz)

Por um todo,Sacrifi co-meImpõe-se o fardo Privado o direito de escolha,Somente a mim cabe tal desesperança, e... Já nos alvéolos dos benefi ciados,Onde impera a covardia...Nem tomam conhecimento,Não sabemOu preferem o não saber. Pois que a vida, Esta eterna guerra,Tange aos que pregam pazA doce e confortável proximidade da Morte.

GUILSON NAZARETH QUEIROZ é fi lho de pai alcoó-latra que se tornou mendigo e de uma dedicada professora aposentada, que sofria de depressão profunda. Passou toda a sua conturbada infância em Aparecida de Goiânia, regada a confl itos familiares do mais alto grau. Após fracassar em variadas profi ssões, dedica-se hoje à literatura. Já foi laureado três vezes, na última vez pela Phoenix Editora (São Paulo), no VI Concurso Grandes Valores da Mais Nova Literatura Brasileira.

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(Guiomar Baccin)

Minha vida parece um sonho.Não preciso gritar,Todos escutam.Está tudo à minha frente,É só meu braço esticar.

A estrada parece não ter curvas.Ótimos companheiros,Maravilhosos abraços.Subida agradável,Chegada sublime.

Não há realidade capaz de me trazer de volta...Flutuando pela vida,Meu vôo é seguro.Vou aos lugares mais lindos,Escuto os mais belos cantos.

Às vezes retorno ao ninho,Mas nunca volto sozinho.

GUIOMAR BACCIN tem 20 anos e nasceu em Constantina/RS. Publicou seu primeiro livro, Vem Comigo, Depois te Explico, em julho de 2007, em parceria com mais dois amigos poetas.

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(Gustavo Atallah Haun)

Me dizQue lugar queremos irDe onde temos chegadoAntes mesmo de partir

Me dizQuem somos nósA plataforma do acabadoNa montanha do sem-fi m

Me dizDo que somos feitosA poeira do fi nalizadoMascarados e sem jeito

Me diz Quem são nossos carrascosCarne fl ambada e trêmulaEm sinuosos escarpados

Vai, me dizO que vimos fazer aquiTente interromper enfi mA linha desse jogo.

GUSTAVO ATALLAH HAUN é natural de Itabuna/BA e desde a infância cultiva sua paixão por literatura, infl uenciado pelos avôs, Eliés Haun (jornalista) e Valmir Nascimento (jornalista, poeta, contista e cro-nista). Cursou Letras na Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, es-creve crônicas e artigos para alguns jornais regionais. É professor de Leitura e Produção Textual em escolas particulares e públicas de sua cidade natal.

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(Gustavo Bastos)

Caminha a alma pela vida infi nita,como pedra bruta para se tornar diamante.Na transparência que refl ete a água límpida,e que, em sua pureza, ultrapassa qualquer pedra bruta.

Na pedra está o julgamento dos que me chamam pecador.Quem nunca usou sua pedra para julgar?Não vemos nossa própria enfermidade.Mas confesso aqui: estou longe de ser um sábio.

O sábio ouve a si mesmo e não se vê na pedra,porque a pedra é bruta por ser ignorante,é ignorante, pois não se vê no espelho d’água.O sábio, como o diamante, transparece.O diamante, como a água, é um espelho que refl ete o sol.

O sol só se refl ete no que transparece,pois a pedra não refl ete nada,e o sábio não se educa na pedra.O sábio não sabe da pedra,pois que já se tornou espelho,e, por ser espelho, já conhece o sol.

GUSTAVO BASTOS nasceu no Rio de Janeiro em 29/12/1981. Foi criado em Vitória/ES e hoje mora no Rio (capital). Formou-se em Filoso-fi a pela UFES, trabalhou por dois anos no IBGE, e atualmente faz licenciatura e é professor de Filosofi a no ensino médio. Já participou de alguns concursos literários, obteve classifi cações para antologias e menções, mas ainda não tem obra publicada.

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(Gustavo Cássio de Moraes)

Parte de mim que partiuPartida ao cair do sono profundoE se desfez em pranto senilBaralhou-se incontinenti pelo mundo

Parte perdida de mimQue de perfeita unção hoje só há lembrançaSe postas forem lado a lado, enfi m,Incompatibilidade que se trança

Sua sinistra presença é sentidaSua doçura em frases cínicas escondidaOh parte de mim, quero que não voltes a meu abrigo

Quero que partas parte de mim,Pois, ao me deixar partido, deixou comigoUm amor sem fi m.

GUSTAVO CÁSSIO DE MORAES, 21 anos, nascido em Gua-xupé/MG, é estudante de letras da Universidade Federal de Ouro Preto/MG.

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(Hélio José Déstro)

Sabiá... Sabiá... Sabiá. Lá... Lá... Ri... Ri Laranjeira. Canta... Canta pra lua.Canta... Canta pra ela... Sabiá.Vibrar o peito é o teu jeitoDe cantor. Das madrugadas, o prazer em cantar... Abrir o coração.Sabiá... Sabiá laranjeira.Pura emoção. Seu cantar é lição.Amar... viver... e ser...Sabiá... Sabiá... Sabiá LaranjeiraO paraíso é o teu lugar...Lugar pra onde teu canto quer ir...O paraíso é, sim, teu jeito de viver.Quero guardar do teu canto.A minha reserva de lágrimaspara ouvir os teus sonhos.Quando a lua se põe a esconder...O sol a nascer. Sabiá, teu canto é viver.

HÉLIO JOSÉ DESTRO tem 7 livros editados, 52 prêmios no Brasil, Itália e Argentina. Faz parte de várias instituições literárias. É decla-mador. Criador de Poesias Visuais Futuristas, trabalho onde a mensagem é inserida na imagem formando corpo e alma poética. Tem vários títulos a editar nas categorias de contos, crônicas, auto-ajuda e balé, entre eles Amor ao Som de Violino e Poemas de Animais.

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(Henrique Natividade)

gosto de chuvado gosto da chuvadesgosto de chuva

mesmo que despenques águas em lamaque os níveis transbordemque escorras em trombasou monótono fl uir

gosto de chuvamesmo ensopadoabrigado obrigado

às vezes tem trovãoàs vezes tem raioàs vezes não

cai chuvadespenca águas em lamas

desmilingüe-tegosto teu gosto - teu desgostoe tudo mais que for gosto

mesmo teu relâmpagoteu arrepiar os cabelosteu negrume num repentetuas torrentes turbulentas / nefastasgotejar em tábuasmetralhar em vidraçasaté do vento que não é teu

desmilingüe-teemporcalhaenlameia as lamasrespinga de barro

não te esqueças - porémque ao fi m de tudoquero tua íris em arco

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HENRIQUE NATIVIDADE é formado em Geografi a pela Pon-tifícia Universidade Católica de São Paulo, com especialização em Geomor-fologia Fluvial pela Universidade de São Paulo – USP. Reside em Peruíbe/SP desde 1985, onde exerce atividades ligadas ao comércio e onde construiu uma pousada. Desde 2003, é membro fundador da Academia Peruibense de Letras – APL, onde ocupa a Cadeira 21 de Gilberto Freyre.

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(Hernany Tafuri)

Pastam os bois, mansamente.Pastam, simplesmente, por serem bois.Os homens, por serem homens,arrastam-se sempre querendo mais.Cavam, cavam suas covasgarimpando o ouro da morte,peneirando riquezas falsas,alicerçando o caosde suas vidas.

Voam os pássaros.Cantam, humildes encantamos suados homens querepousam sobre seus túmulos.

Caem das árvoresas frutas que não foramcolhidas. Adubam o solo,são esmagadas pelos pésdos homens,que acabarão como elas.

HERNANY LUIZ TAFURI FERREIRA JÚNIOR

nasceu em Juiz de Fora/MG e cursa Letras na UFJF. Publica no Jornal do Poeta, nas séries de antologias de Poesias, Contos e Crônicas – da CBJE; no projetos Curta Poesia e virArte; nas antologias Contos ao Mar e Folhas ao Vento, da Editora Andross. Ganhou prêmios em concursos literários pelo Brasil. Participa da Antologia Internacional de Poesia Amorosa, a qual conta com poetas de vários países, e é cônsul do Poetas del Mundo. Publicou o livro Vertigens do Tempo, com patrocínio da Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, FUNALFA, Secretaria de Política Social e Prefeitura de Juiz de Fora/MG.

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(Inocencio Bernardo Mabote)

Antes mesmo da escuridãoTerminar seu compromisso diárioE sequer o sol começou o seu aquecimento,Acordas tu, África, na solidãoDo ouro e dos ricos não ricos, meu encanto

Acordas e vais tatuandoTeu solo com a auroraAlegria vestal, sina divina

Ergues o corpo inteiroProcuras o caminho estreitoE no entantoSegues

E pelo caminho cantasMeus passos são curtos, simSão curtos, sim Mas vou chegar

E já é noiteE dormes a andar de olhos abertosPorque não podes fechá-los,Vigias teu cercoE pensas no amanhã do teu povo.

INOCÊNCIO BERNARDO MABOTE nasceu em 11 de Setembro de 1982, fi lho de pai motorista e mãe doméstica. Começou a escre-ver em 2002 e já tem uma coleção de poesias e contos. Assina seus trabalhos sob o pseudônimo de Zaraleo Dadane. Cursa faculdade de Economia.

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(Isa Carolina)

Meus ouvidos estão ardendoGritam o eco dos tirosA rajada da sua boca de vermeSuas duras palavras de melancolia

Meus ouvidos estão doendoBerram o silêncio do íntimoA metralhada da sua indecênciaOs dias de agonia

Meus ouvidos estão cobertosPoetizam sua violência típicaOs tiros de guerra em cada sílabaSem medo dessa sinfonia...

ISA CAROLINA SOARES DE SOUZA é graduada pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), no curso de Licenciatura em Desenho e Plástica (Escola de Design). Ainda não possui obras literárias publicadas, escreve por puro prazer. Descobriu-se envolvida com a arte de escrever a alguns anos e por conta própria, o que não exclui a possibilidade de vir a se tornar escritora além de educadora em Artes.

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(Jaélzia Denise Barreto Crespo)

E por que pensasque despindo meu corpoconheces meu rosto, meu gosto?Achas que por ter meu corpo despidoTiras da minha alma o vestidoE passeias no meu segredo esculpido?

Meu corpo desnudo escondeVerdades que não ouso dizer Dispo-mepara guardar-mePara esconder minha almaPara não viverPara não ser.

Por quê?Porque não sou de ninguém.Sou assim,às vezes não sou nem de mim.

JAÉLZIA DENISE BARRETO CRESPO é professora de Matemática e sempre gostou de escrever, mas nunca editou seus traba-lhos ou participou de concursos. Só recentemente resolveu se inscrever em concursos e teve uma crônica premiada. Além disso, foi classifi cada em 1º lugar em um concurso de poesias sobre o Natal.

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(Janaina Barboza Ramos) Algo estrondoso e radiante,Bate dentro de mim,E exala amores, fogos,Cria saudades,Enxerta agonia, alegria,Faz a ilusão ser uma verdade,E a vontade ser a emoção. É mais forte que eu,Aquilo que impera e comandaTanto os dias quanto as noites,Inventa e transforma,Insiste e não desiste,E mesmo quando tudo Está a ponto de cair,Ele emana a esperança... É algo mais forte que eu,Força que impera e comandaTanto os dias quanto as noites,Inventa e transforma,Insiste e não desiste,E mesmo quando tudo Está a ponto de cair,Ele emana a esperança... Cito uma fortalezaQue sustenta o corpo,Transforma a nossa vida,Ajuda-nos a vencerE a aceitar as derrotas.E mesmo com toda a dor,Ele nunca desiste:O coração de nós mulheres...

JANAINA BARBOZA RAMOS é leitora assídua de poesias, histórias e jornais. Trabalha e estuda. É poetisa da categoria amadora. Paro-dia as palavras de Fernando Pessoa, dizendo que todo poeta é um fi ngidor, vendo como uma forma de terapia o desabafo de cada dia.

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(Jania Souza)

...Amargo é o doce sabor da saudade diluente de fl orais salinos corrosivos. Prelúdio da triste dor da despedida quando um beijo mudo, um abraço irreversível um aperto de mãos simplesmente inesquecível são elos rompidos, partidos, lago carmim d’alma no furto à emoção de novas venturas compartilhadas no caleidoscópio da vida. O tempo cavalga indomável o pergaminho da cútis... Alerta a urgência de aventurar-se na realização de novos sonhos. Relembra: “- inútil retroceder, pois tudo que foi semeado inevitavelmente já brotou ou apodreceu, antes mesmo da consciência do todo.” A saudade, embora amarga madrugada - doída - ingrata -, oceano a engolir a alma, concede a ventura da certeza de estar sempre unida a uma lembrança,fortaleza do vigor a vencer o futuro. Nos campos, cumprindo velho rito pagão o solstício cobre a terra com o manto da fecundação...

JANIA SOUZA, potiguar, é poeta, artista plástica, ativista cultural, pacifi sta, economista e contadora. Filiada à Sociedade dos Poetas Vivos e Afi ns do Rio Grande do Norte – SPVA/RN, onde é diretora de eventos, à APPERJ, ao Clube dos Escritores de Piracicaba/SP e ao Movimento Poetas del Mundo, por levantar a bandeira da PAZ. Voluntária, desde 1994, no projeto assistencial Fraldinha, de Nivaldo Calixto Torres, promotor da con-strução de uma consciência cidadã participativa para crianças e jovens.

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(Jeane de Lima Barbosa)

Se você soubesse o bem que me faria se estivesse ao meu lado dia a dia Se você soubesse o quanto lhe posso dar,viria correndo me amar Se eu tivesse um portal mágico, iria agora buscar os beijos que lhe deie todos eles guardariapara depois lhe entregar. E se, na troca desses beijos, o coração começasse a aquecer,você faria questãode os meus beijos devolver Se você soubesseDo fogo que habita em meu peito,de frio não morreria E se viesse me entregar seu amor,eu juro que, com todo o meu calor,feliz lhe aqueceria.

JEANE DE LIMA BARBOSA nasceu na cidade de Campina Grande/PB em 24/12/1973. Hoje mora em Juiz de Fora/MG. Cursa o 5º perí-odo de Filosofi a no CES (Centro de Ensino Superior).

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(Jeff erson Carvalhaes)

Tira-me os impulsos – e continuarei a aquecer-meTapa-me os ouvidos e continuarei a ouvirUnge com óleo a minha cabeça e meu cálice continuará a transbordarEnche de malícias minha língua – e ainda assim continuarei a deter-me na [benevolênciaSalpica os troncos dos castiçais - e ainda tê-los-ei para mimMata-me nove vezes como qualquer felino e ainda assim terei consciência de tiDespedaça o meu coração – e ainda assim escorrerei o sangue de minhas vértebras e [meus calcanharesE, ainda que corrompas de indulgências a minha carneContinuarei a pestanejar de glória o meu pendor.

JEFFERSON CARVALHAES DE OLIVEIRA

SOUZA DA SILVA é estudante, tem quinze anos e cursa o pri-meiro ano do segundo grau. Escreve desde os dez anos e já possui alguns livros, mas nenhum publicado.

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(Joana Darc dos Anjos Rodrigues)

Por que tenho que ter compaixão?Por que dizer que aceito ao invés de dizer ‘não’?As pessoas são “aparências” vivasNinguém quer saber o que guardo no coração,Mas se isso vale ou não.Mundo cruel,Não quero mais fi ngir!Chega...

JOANA DARC DOS ANJOS RODRIGUES nasceu em Fortaleza/CE no ano de 1978, uma das cinco fi lhas de um pescador. Sem-pre estudou em escolas de nível médio, adora ler e escrever. É casada e mãe de uma fi lha de nome Júlia, sua vida e inspiração.

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(João Augusto Luna Fernandes)

O sol assola as terras do Nordeste,assola as plantações, assola o povo...E o nordestino - cada vez mais novo- morre de sede e fome e toda peste...

Mão calejada... Rosto magro, covo...Tez requeimada pelo sol do agreste...Arrimado na fé que inda lhe reste,procura, em cada cepa, algum renovo...

O mato da caatinga seca e queima...Mas por que, então, o nordestino teimaem fi car nessa terra de infelizes?!

É que, malgrado a vida atribulada,é nessa terra inóspita e assoladaque o nordestino tem suas raízes...

JOÃO AUGUSTO LUNA FERNANDES dedicou-se, desde cedo, à arte e, em particular, às letras. Aos oito anos já escrevia versos. Aos quinze, sonetos. Aos vinte, já havia lido quase todos os clássicos das li-teraturas brasileira e universal. Na música, dedicou-se ao violão, instrumento que toca desde os doze anos. Estudou idiomas (inglês, espanhol e italiano). Conquistou mais de cem prêmios literários no Brasil e em Portugal.

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(João Camilo Hernandes)

Muitas coisas acontecemSempre no meu coraçãoQuando estou na Bahia,Sinto-me entre irmãos.

É que, quando eu aqui cheguei, e viA poesia de suas ruas, vielas e ladeiras mil, tudo entendiNo dengo meloso das baianas daqui.

Ainda não havia Caetano, Betânia, GilMas sim Jorge Amado, Caymmi, SandovalE passeando pela Chile, Campo GrandeAvenida Sete, muito carnaval.

Na Ladeira da Montanha, o 63!No Corredor da Vitória, o XK Bar!Nas madrugadas: Boate Clock, Anjo Azul!E no Campo Grande, ao pé do caboclo chorar!

A Ladeira do Pelourinho,A Igreja de Nossa Senhora dos Pretos,A Academia de Mestre Pastinha,Bem próximas dali, as prostitutas do Maciel!

No Restaurante da Dada,No Restaurante do Juarez,No Restaurante Chez SuzaneMoqueca de peixe: néctar dos deuses.

No estádio da Fonte Nova, mais um BA-VI!Baiaco, Rebouças, Sapatão, Douglas e OsniE a torcida tricolor, gritando a plenos pulmões: Bahêa... Bahêa... Bahêa...

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JOÃO CAMILO HERNANDES é paulista de nascimento e, com muita honra, um baiano auto-adotado. Em 1996, João Camilo descobre que havia um escritor dentro dele. O seu estilo? Picaresco, ou seja, anárquico, como os romancistas barrocos descreviam políticos, ladrões e vagabundos. É autor de 33 livros, dos quais os mais famosos são: O Jegue Baiano que Relincha em Inglês; O Gato que Ri; Brasil ou Brazil?; Raul Seixas: Maluco ou Gênio?; e Cidade do Salvador da Bahia.

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(João Joab Matias Sousa)

Ô musa que encantaô moça viçosaque desfruta da vidae vive na roça... Que anda em carroçaperfume da fl orrosa do jardimme dá seu amorsorri para mim... Que anda assimcabocla faceirasobre os verdes camposdescendo ladeiracabelos pro armoça namoradeira... Levanta poeira ao dançar no salão...enfeita os meus versos e dá rima à canção...trigueira esperta que é do poeta a inspiração.

JOÃO JOAB MATIAS DE SOUSA nasceu no município de Mombaça, sertão central do estado do Ceará, no dia 24 de junho de 1982, de onde saiu muito cedo, devido às agruras da seca. Foi morar em Acopiara para tentar uma nova vida. Ali concluiu o ensino médio e consagrou-se em concursos literários. Atualmente trabalha na Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do município.

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(John Williams)

esta centelha de euforia que transborda em minha fala é somente uma fraca vontade de não calar à tua face

segredando ainda bem mais esta frase falecida que há tempos estava guardada em minha trêmula boca

estes presságios de derrota ganham forma e direcionam meu corpo para o alto da frígida fuga já anunciada

revigorando as antigas paixões de meu ego incompreensível e que nunca antes teve a oportunidade mágica do suicídio

JOHN WILLIAMS BEZERRA DOS SANTOS é aluno da Universidade do Estado de Pernambuco, onde cursa o último se-mestre da Faculdade de Letras (Português). Escreve poemas desde os 15 anos. Nos últimos dois anos, conquistou prêmios literários em Juazeiro e Casa Nova. Sua poesia é despojada, não usa maiúsculas nem pontuação, para fugir do convencional.

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(Jonathan Pena Castro)

Enquanto eu como, pessoas morrem de fome;Enquanto eu durmo, pessoas acordam;Enquanto eu ligo, pessoas desligam;Enquanto eu crio, pessoas destroem;Enquanto eu choro, pessoas sorriem;Enquanto eu escrevo, pessoas apagam.O mundo continuará sendo um paradoxoEnquanto o enquanto existir.

JONATHAN PENA CASTRO nasceu nos Estados Unidos, em Glendale, Califórnia. Veio com um ano para o Brasil. É fi lho de pai salvado-renho e mãe brasileira. Cursa Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Adora a natureza. Escreve, principalmente, contos e crônicas, mas também se aventura pela poesia. Com pouco tempo de publicações, já recebeu várias premiações, o que o estimula a escrever ainda mais.

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(José Carlos da Silva)

Ainda lembro do gosto de tua boca...Do teu perfume, do calor de teu corpo.Do castanho de teus olhos.Mas há sempre o “mas” em toda históriaDe amor, dor e saudade!Nunca mais me procuraste, foges de mim.Apenas usaste-me numa noite fria qualquer...Resta-me seguir teu próprio conselho!Ir à feira comprar batatas, e entre um sorriso eoutro, sentir novos aromas, procurar frutascom a maciez de tua pele. Provar outros sabores.Aliás, foi na feira que começou nosso amor.E na feira tento agora comprar algo que tragaAo menos um pouco de prazer e felicidade.

JOSÉ CARLOS DA SILVA é natural de São Bernardo do Campo/SP. Escreve há quase seis anos e participa de várias antologias, inclusive no exterior. Destaque para os contos O Preço e A Desculpa (menção honrosa) nas Antologias do VII e VIII Prêmio Missões e para o conto Falcão Negro Con-tinua em Perigo!, selecionado com mérito no Concurso Internacional de Prosa, Arte e Poesia, da Academia de Artes/II Convívio (Sicília/Itália).

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(José Luiz Amorim)

Um dia me apaixonei,Me aventurei,E mais tardeConheci o amorO fervor, o calor,O pavor e a dor.Meu coração fi cou despedaçadoMeu eu desfi guradoMeus versos foram em vãoMeus sonhos se renderam ao chãoDiante deste cenário ilegívelComo um intraduzívelTexto em hebraicoConsegui juntar os cacosE formar um lindo mosaico.

JOSÉ LUIZ AMORIM nasceu em Florianópolis/SC em 23 de maio de 1985. Faz poesia desde os dezoito anos. Atualmente, trabalha como atendente de telemarketing e participa, há um ano, do Grupo de Poetas Li-vres de sua cidade natal.

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(José Luiz da Luz)

Os cães ladram, disputam o pão.Nas calçadas dos irracionais,Resquícios reais. Fomes fatais. Quantos ais! Os homens disputam, como cães. Não querem só o pão, querem mais.Sonhos irreais. Chagas reais. Causam ais. Homens há, que parecem cães. Matam-se pelos dentes mortais.Animais reais.Nestes portais. Tantos ais. Homens há, que disputam com cães. Que encontram nos lixões sociaisPão, restos fecais.Comem formais. Pão, sem mais.

JOSÉ LUIZ DA LUZ nasceu em 04/09/1964 na cidade de Ipiranga/PR. Cursou o ensino médio no Colégio Estadual Regente Feijó, na cidade de Ponta Grossa/PR. Na UEPG, estudou Ciências Contábeis e Direito, cursos que não concluiu por motivo de mudança. Participa de antologias poéticas, como a da Câmara Brasileira dos Jovens Escritores; Palavras Libertas, da Editora Roma; Prêmio Carlos Heitor Cony, da Academia Brasileira de Letras; e Jovem de Palavra.

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(Josélia Pena Castro)

Que alegria poder serFilha de um ser,Com tanta coragem na bagagem!Que bom é ser mãeDe um bom fi lho,Um ser com tanto brilho,Que mesmo no auge de minha melancoliaTraz a mim tanta alegria!

JOSÉLIA PENA CASTRO é formada em Letras, pela UEPG. Morou durante quatro anos e meio em Glendale, no estado da Califórnia, EUA. Descreve-se como uma mulher voltada para o lar, para a família e para a natureza. Acredita que a valorização destas entidades precisa, urgente-mente, de resgate.

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(Josete Maria Vichineski)

Transita a infância.Transita a juventude.Transitam os amores.Transitam as dores.Transitam os corruptores.Transitam os educadores.Transita a fome.Transita a miséria.Transita o meu, o teu, o nosso nome.Transita a política séria.Transita a riqueza.Transita a certeza:A VIDA É TRANSITÓRIA!

JOSETE MARIA VICHINESKI é formada em Ciências Eco-nômicas e Letras, com especialização em Língua Portuguesa, pela UEPG, e especialização em Educação de Jovens e Adultos, pela UFPR. Publicou as obras poéticas Vôo Livre, dedicada ao público infanto-juvenil, e Plenitude da Vida. Participou de vinte e três antologias no Brasil, Portugal e Estados Uni-dos. Todas as antologias tiveram como ponto de encontro a Internet, num exercício de cibercultura.

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(Jucélio Santos)

Os mendigos tinham fome,Mas como não era Natal,Comida não lhe deram.

Os meninos abandonados não brincavam,Mas como não era Natal,Brinquedos não lhe deram.

Os moradores de rua tinham frio,Mas como não era Natal,Cobertores não lhe deram.

Os velhinhos do asilo estavam solitários,Mas como não era Natal,Atenção não lhe deram.

Os enfermos padeciam no hospital,E ninguém foi visitá-los,Afi nal, não era Natal.

Passaram os meses e dezembro chegou,Muita emoção,Pessoas dando-se as mãos.Os mendigos saboreavam um prato de sopão,Os meninos abandonados brincavam com brinquedos usados,Os moradores de rua não sentiam tanto frio no chão,Era mês de verão.Os velhinhos do asilo comemoravam mais um dezembro de velhiceE divertiam-se lembrando de outros dezembros felizes.Quanto aos enfermos, já não estavam no hospitalOs que se curaram e os que não tiveram cura também.

Todos unidos neste único dia do ano, onde não há nada de mau,Estamos no Natal, afi nal.

JUCÉLIO PEREIRA DOS SANTOS nasceu em Riachão de Jacuípe/BA, em 1977. Seis anos mais tarde, mudou-se para Camaçari/BA. É poeta, contista, elaborador de projetos sociais. Graduou-se como Técnico em Administração e trabalha como funcionário público estadual.

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(Juliana Bernardo)

A Lê, dono do bar, que comprou o poema. Ela chegou em casa.Era quase tarde.Ela ria.Dizia que tinha pagadocerveja com poesia. Mal trancou a porta –todo mundo olhando torto(ou será que estava tonta?) Ela estava igual, igual à avó...a avó morreu nova...(nova demais, quase 69)câncer, cigarro e conhaque. Era teimosa – tão teimosa! E só se viu tristeza em seu sono-seminu... – ela dormindo branca num colocomo se fosse num-vem-trem...

JULIANA BERNARDO é uma paulistana esotérica, libertária e vegetariana, que dedica sua vida à escrita. Possui três livros completos que está tentando publicar: Não Vou Dar Nome (prosa), UniVersos (poesia) e (In) Pulsos (poesia). Pretende formar-se em Filosofi a. Conquistou o terceiro lugar no concurso Cleber Onias Guimarães e o primeiro no concurso Yoshio Take-moto, ambos de poesia. Precisa desesperadamente de uma editora.

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(Juliana Silva)

Um sonho de amor é como um versoDe luz que declama humanidade,Além da chama de um êxtase dispersoEm cada átimo da ilusão que nos invade!

E quando os anjos, com saudade, vêm buscarPura imagem de um amor que nos aquece,Todo réquiem de uma dor além do marDilui-se só, como nota de uma prece!

A vontade humana, portanto, de amarÉ canto de fé que a alma já segura,Além da tristeza, sem calma, neste larDa vida, correnteza de aventura!

Não façamos, pois, do tempo um mar sem calma,Sonhemos nesta vida além da dor,Até que a paz possa transbordar na alma,Como sonho sempre intrépido de amor!

JULIANA SILVA nasceu no dia 12/06/1984, em Brasília/DF, e es-creve desde a infância. Aos quinze anos, classifi cou-se em primeiro lugar no Concurso Literário Infanto-Juvenil promovido pela Biblioteca Demonstrativa de Brasília. Em 2007, publicou o livro Códigos Refl exivos, pela editora Co-rifeu, com o pseudônimo Juliana Valis, e também alguns poemas e contos pela Câmara Brasileira dos Jovens Escritores. Trabalha no Tribunal de Jus-tiça do Distrito Federal e estuda Direito.

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(Juvenal Payayá)

Tupã me ensinou a nadar nas águas:Das escumas rolam espirais sagrados Cachoeira – força da eternidade –Chora nos soluços da madrugada. Tempestade: caem despojadosFrutos maduros, pássaros moribundos; Brotam nozes, vingam plumagens, Denso nevoeiro cobre o baixio. Sol, do alto azul faz verde a terra; Fauna que voa imune sobre a serra. Folhas murcham, farfalha o vento,Toscas raízes, leves rebentos; Longe ecoam os sinos tagarelas:Punidos no badalo: delém... delém..., No mapa astral, estrelas pontilhadasNoutra fé, os murmúrios do pajé: “Verdes espigas: Tupã é Deus” “Taba e fogo, água e tigela”“Pilão e mão, mel da fl ora”“Doces sonhos, são os lábios dela.”

JUVENAL TEODORO DA SILVA, de sangue Payayá – Chapada Diamantina –, atualmente vive confi nado numa selva de con-creto. Ganha a vida na sala de aula ajudando os fi lhos dos outros a gostar de ler. Para a cultura indígena vem contribuindo com textos que poucos leram. Entre outros escritos, é autor de Negócios na Periferia, Interdito Proibitório – Genocídio Indígena, e tem participação no primeiro e-book indígena, com os poemas: O Sol do Pensamento; Timor Leste – O Gosto da Liberdade; Ninguém na Caverna de Polifeno; e Os Tupinikim - Versos de Índio.

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(Katia Kreutz)

Buraco no estômagoDentro dele, planetasDesconhecidosE um sol ruidoso.Andei por ruas, selvas avessasCruzei luas diferentesCada qual com seu próprioInferno e céuO público particularBusca pura de uma arteReinventadaComeço de inverno se insinuandoNuvens secas no céu poluídoVazio de estar cheia de tudo,As pedras batendo nas ondas.

KATIA KREUTZ é formada em Cinema pela Academia Interna-cional de Cinema, em São Paulo/SP, com especializações em Roteiro, Dire-ção e Edição. Cursou Letras/Inglês, na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Trabalhou para a editora Publishers Plus, em Nova York, de 2002 a 2004. Vencedora do concurso de redação Fiat/Masp, em 2006.

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(Kayne Gonçalves Inocêncio)

A menina, tão frágil menina,queria ser escritora.Queria publicar um livrodo qual seria autora. Queria ser amada pelo mundonas simples palavras que diz.Queria ver suas históriasespalhadas pelo país. Mas para tal sonho realizarteria de vencer uma barreira,e, apesar de frágil,a menina era guerreira. Teria que escrever uma história, uma pequena história,que ao mundo levasse paixão,mas para a frágil meninanão havia inspiração. Oh, menina! Tão frágil menina,não se importe com essa paixão,e escreva somenteo que passa em seu coração.

KAYNE GONÇALVES INOCÊNCIO sempre gostou de escrever. Seu maior desejo é ver publicada uma de suas obras. Uma oca-sião, em conversa informal, uma amiga aconselhou-a a escrever algo sobre sua história, idéia que resolveu acatar.

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(Laérson Quaresma de Moraes)

Bom dia, tristeza...O mundo-competição digladia-se lá fora.E o mistério, que habita em minha alma de poeta,impede que eu contemple a nova aurora...

Boa tarde, melancolia...A dor da perda fere mais que lançaem dimensões que a razão não alcança.E tudo, enfi m, implora por solução...

Boa noite, saudade...Mais um dia cumpriu o seu destino.Os viajores retornam céleres aos seus lares,plenos de sonhos, cansaços e desatinos...

A vida segue os próprios ciclosna Terra devastada, sem dó nem piedade.Pesaroso, circunspeto de verdade,sangro como parte da engrenagem letal...

Infância, juventude e maturidade.O milagre da paz vem no crepúsculo da vida.Minh’alma liberta é só clamor então...“ – Seja bem-vinda sempre, ó SOLIDÃO!”

LAÉRSON QUARESMA DE MORAES é natural de Nioaque/MS e reside em Campinas/SP desde agosto/1964. É técnico em con-tabilidade aposentado. Poeta, contista, cronista, trovador, enfi m, um apaixo-nado pelas letras. Participou de várias coletâneas/antologias e foi premiado em inúmeros concursos literários nacionais. Ainda não tem livro publicado.

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(Leandro de Assis)

Ao redor da Fatbraz*,O Bairro de Plataforma nasceu.Seu povo é devoto a São Braz,Mesmo nome que a praça recebeu. Nome também dado à escolaLocalizada na Ladeira da Feirinha,Onde na verdade não há feira alguma,Mas os antigos garantem que tinha. Bairro de ladeiras, becos e curvas.Morros, mata atlântica e mar.Todas as noites é possível verAs lamparinas dos pescadores no mar.

O pescado sustenta muitas famílias,Em dias de lua cheia o povo vai mariscar.Chegando em casa, o pirão é certoO ruim mesmo é sentar e catar. * Fábrica de Tecidos São Braz

LEANDRO CUNHA DE ASSIS é autor do livro Eu Sou Todo Poema, publicado pela CBJE - Câmara Brasileira de Jovens Escritores em junho de 2007. Formado em História pelas Faculdades Jorge Amado e participante da Ofi cina Literária de criação de poesias na Bienal do Livro da Bahia. Foi um dos selecionados para integrar a antologia Poemas que Falam, projeto do escritor Valdeck Almeida de Jesus.

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(Lourdes Neves Cúrcio)

Os versos do poeta dizem tudo Defi nem os sentimentos mais ocultos Extravasam a alegria reprimida São capazes de enxergar além dos vultos Exprimindo a emoção no âmago escondida

Seus versos vão com o vento além dos mares Voando livremente a céu aberto Sem destino, pois o mundo é do poeta Cuja alma conhece o amor bem de perto E o expressa de forma sábia e modesta

Seus versos são sutis e harmoniosos Revelam o que existe bem no íntimo Afl orando sentimentos tão profundos O poeta retrata o anseio mais ínfi mo Pois com os olhos de sua alma vê o mundo

O poeta percorre o mundo em viagem De carona nas asas do pensamento Contemplando a natureza que o inspira E ao compor seus lindos versos ao relento Bem baixinho com a lua ele conspira.

LOURDES NEVES CÚRCIO é bacharel em Direito e funcio-nária pública em Volta Redonda/RJ. Foi premiada em diversos concursos lite-rários, entre eles: Prêmio Assis Chateaubriand de Redação (Brasília/DF), XII Concurso Internacional Literário de Primavera (São Paulo-SP), V Concurso de Poesia Padre Donato Vaglio (Bragança Paulista/SP), II Prêmio Literário A Gazeta (Campo Bom/RS) e Oitavo Prêmio Missões (Roque Gonzales/RS).

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(Luciana Zacarias)

Brasa incandescenteFerro latenteMarca que lateja sobre a pele

Marcas de dor, desejo, prazerFerro, fogo, fulgor, fugazApenas no instante de uma chamaGrandes feitos nascem de uma chama...

Chama, diga apenas que amaRápido se acendaMais rápido se vá

A questão é intensidade?!Que vibreQue choreQue tremaQue emocioneQue pireQue venha o intenso

O importante é não ter medo do vermelhoO entorpecente calor dos belos dias vividosE a quente, mas fresca, lembrança de um sonho concluído.

LUCIANA ZACARIAS é baiana. Amante das artes desde a in-fância, começou a escrever aos oito anos. Inicialmente, fazia-o como simples forma de se expressar. O gosto pela literatura e por redação levou-a ao curso de Jornalismo, onde descobriu outra paixão: a fotografi a. Recentemente, a preocupação com a estética modifi cou sua percepção técnica, aprimorando a escrita. Hoje, aos 20 anos, tem como meta elaborar um livro em comemora-ção aos seus 10 anos de poesia.

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(Luís Felipe Ribeiro Saratt)

Silêncios engravidam passosNo tropel das tristezas.Olhos na fl or dos abraçosSão lágrimas sempre acesas.

O verso sorve a fome da trevaSeus matizes meu osso devora.Nutre vermes à noite que cevaSonhos no sumo da aurora.

Rachaduras engolem meu chãoFeridas sangram delíriosReacendem chamas no coração,Perfumes num abismo de lírios.

A mágoa é tigre anestesiadoDebruçado em nervos de gris.Suas garras arrancam a nadoCarne dos fl ancos deste infeliz!

LUÍS FELIPE RIBEIRO SARATT é natural de Porto Ale-gre/RS. É estudante e apaixonado por literatura. Inspirado pelos simbolistas franceses, pelos românticos ingleses e pela poesia contemporânea, é um dos poetas selecionados no concurso Poemas no Ônibus.

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(Luiz Gondim de Araújo Lins)

Buscar luz na sombrae palavras no silêncio eis a supina missão do poeta.O inconsciente chega ao sonhoe o sonho ao silêncio,mas carece de batismo.Sombras são luzes em repouso,que tornarão a ser luzese voltarão a ser sombras.Assim, pois, apenas os poetaspossuem a magiade captar a luz,de decodifi car a palavra.Os outros, e são tantos,restringem-se à sombra,conformam-se com o silêncio.

LUIZ GONDIM DE ARAÚJO LINS já obteve mais de 400 prêmios em concursos literários. Possui quatro livros publicados, é mé-dico psiquiatra e pertence a várias entidades literárias.

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(Luiza Aparecida Mendo)

Quando achei que tudo conhecia e que nada mais criava espantoEntrei, por cima, na Bahia, e vi a orla tendo o mar por manto.A espuma branca, fl utuando ao vento, dava movimento ao manto esverdeadoE a asa do avião dobrava-se, serena, como a querer tocar a ponta do babado.Nem parecia mar, era como a saia rodada da morena.Esqueci o medo das alturas e nem lembrei que a água me angustiaQuis mergulhar, inteira e nua, como uma lua, nas águas da Bahia.Por mais que eu viva sobre esta terra linda,Por mais que meus olhos possam ver aindaE por mais que tenha visto desde pequenina,Quando partir deste aconchegante abrigoEsta é a imagem que levarei comigo,Como um cartão postal gravado na retina.

LUIZA APARECIDA MENDO nasceu na cidade de São Paulo/SP, em 1954. Recebeu prêmios literários na categoria conto (3° lugar em Caçu/GO, 3° lugar em Toledo/PR, ambos em 2007, e 3° lugar, em São Lourenço/MG, em 2000) e na categoria poesia (2° lugar em São Paulo, em 2004, 1° lugar, também em São Paulo, em 2002, e 1° lugar em Santos/SP, em 1999). No ano de 2006, teve seu livro Operação Pipoca, dedicado ao público juvenil, premiado e publicado pela Fundação Cultural da Bahia, no Concurso Nacional de Literatura Infanto-Juvenil.

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(Manoel Bittencourt)

É jogar bolaSem violência... Paz na escola:OxigênioDa sabedoria. Paz na escola é:Ver uma escola felizVer uma escola amandoSeus alunosE por eles sendo amada. Paz na escola é: ver os alunos animados,Alunos cheios de sabedoria,Alunos confi antes,Alunos em busca de suas metas e sonhos. Paz na escolaÉ pelo que todos nós devemos lutarAté vermos este sonho se realizar.

MANOEL MÁRIO REIS BITTENCOURT é estu-dante da 8ª série, tem 13 anos e pertence ao Grupo de Poetas e Escritores Sol Nascente, de Canelinha/SC e do Grupo de Poetas Livres de Florianó-polis/SC. Já participou de outras antologias, inclusive da Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus – Vol. 1, publicada em 2005.

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(Marcelo de Sousa)

Traduzir a aparência que teu espelho não é. Refl exo sem ruído repetindo o que não está.

Variável da palavra para a queda: Tropeço sem chão.

Mais uma cicatriz na engrenagem.Mais uma nuvem em vão, miragemPara a brisa da manhã.

Sem pressa de apagar o vôo, o pássaro passa. Palavra clara. Cortina onde o sol se fi ltra. Artifícios de beleza para entardecer o dia.

Sem fragmentos somados.

Corda bamba e um nó.Rabisco menor que só a fala desata.Gravidade de reticências.

Indelicadas pétalas nesta ocasião.

Lábios colados. Destino ausente.Metáfora de cores em pedaços azuis.Um deserto que não seja teu alvo:

Areia. Fagulha. Hóspedes e átomos.

Naufrágios que a água não vê.Satélites na direção do abandono.

Desvios que a própria luz esqueceu.

MARCELO DE SOUSA, 26 anos, nativo do cerrado, participou em 2003 da 1ª Mostra de Poesia aBrace, coletânea de poemas lançada tam-bém no Uruguai. Em 2005, classifi cou-se em 9° lugar no Concurso de Poesia Carlos Drummond de Andrade, promovido pelo Sesc. Em 2006, classifi cou-se em 10° lugar no concurso de contos Machado de Assis, e recebeu menção honrosa na coletânea Poesia de Bolso, em Ipatinga/MG.

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(Marcelo Marins)

Quando olho de frente o espelhome assusto com aquilo que vejo,tanta pele, pêlo e cabelo,tanta raiva para esconder o medo.O que será que existe no fundo dos olhos que de tão profundo dá medo de olhar?Algo que cresce e rasteja em silêncioe estremece ao anseio de se libertar...É aquilo que fala, aquilo que cala,aquilo que canta na luz do luar!É uma febre crescente que baixa na gente,faz ranger o dente e a pele suar.É aquilo que mata! Aquilo que morre!Um calor tão pungente não dá para negar.Encerra-se em si mesmo,e olhando pro espelhoele olha pra mim... eu devolvo o olhar!

MARCELO MARINS BÁRBARA DA SILVA nas-ceu em 25 de agosto de 1980. Escreve contos e poesias. É também músico e compositor. Artista autodidata vê na poesia uma forma de catarse, onde busca olhar para si e, através desse olhar, julgar, mensurar e relacionar-se com o mundo. Devido à infl uência de seu trabalho como músico e com-positor, busca em seus poemas cultivar a métrica e a rima, fl utuando entre diferentes estilos e humores, indo do lirismo lúdico à autocrítica mordaz e, por vezes, fatalista.

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(Márcio Dison)

Sem você sou ausência de cor:Não há túnel ou luzesAlma em isocromia.

Sem você sou ausência de luz:Não há cores no arco-írisTransluz o azul da violeta meu dia.

Sem vocêSou degradê!

MÁRCIO DISON, 44 anos, é jornalista e professor, nascido em Porto União/SC. Foi vencedor de concursos de poesia promovidos pela Uni-versidade Federal de Santa Catarina e obteve menção honrosa no Prêmio Franklin Cascaes de Literatura. Participou, dentre outras coletâneas, da An-tologia Poética Valdeck Almeida de Jesus – Vol. II.

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(Marcos Davi)

De todo canto que do lábio salta,Lufadas de mal-dizer atormenta.E como toda vida que em nós falta,A lembrança inexistente lamenta.

Jaz junto ao peito o tormento de uma almaCujos subterfúgios a morte enfrenta,No seu vazio atroz, prostra-se à calmaProvinda da obliteração intensa.

Contudo, fugazes risos perfazemLugubricidades notórias, fazemDos lábios impulsos provisórios

Que se refl etem no fulgor dos olhos.Embora de lágrimas melhor falaA existência, vivamos a inconseqüência.

MARCOS DAVI é um jovem apreciador do subjetivismo das artes, estuda Letras e Artes Cênicas, intercalando sua índole artística nas palavras escritas e nos palcos de Brasília.

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(Maria Apparecida S. Coquemala)

Morremos um pouco todo dia:morre nossa juventude,sonhos, ilusões...Morrem os que amamos.E vamos morrendoem prestações...

Colhemos a fl or, o fruto, o amor,a alegria...Colhemos dor, tristeza, angústia,solidão...

Por fi m, nos ajeitamnum buraco no chão.

MARIA APPARECIDA S. COQUEMALA é profes-sora de Língua Portuguesa e Literatura, autora de: Naná e o Beija-fl or (in-fanto-juvenil); Círculo Vicioso; O Último Desejo; e Além dos Sentidos (coletâ-nea de contos). Colunista de O Guarani, jornal de Itararé.

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(Maria Gertrudes Horta Greco)

O branco emitindo a pazTraz a muitos, que capazesDe conviver com esta são...Esta cor que só bem fazA todos só o bem trazTransformando tudo, então...

Desde a pomba apresentadaÀ bandeira levantadaO branco quer dizer: paz...Paz a muitos proclamadaConvivência desejadaPor quem vivê-la é capaz...

Vivência, capacidadeDepende da integridadeDe cada ser que assim doarO branco, felicidadeRepresenta a humildadePois quem doa, sabe amar.

MARIA GERTRUDES HORTA GRECO já publicou dois livros de poesias: Vida e Paraíso. Participa de várias antologias. Além de poesias, escreve contos, crônicas e trovas. É técnica de enfermagem e pianista.

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(Maria Helena Lins)

você me tornou viciadae agora não sei viver sem vocêé o alimento do meu corpoa vida da minha alma!eu tenho que admitirsou mesmo uma viciadaviciada no prazer que me dátonta de beijos, carinhos, desejosentorpecida de amorfebril com o fogo da paixãodelirante de gozo e emoçãoagora não tem mais jeitonem mesmo internaçãopois meu vício em te quererrasga as entranhas do meu ser,lugares que apenas vocêconseguiria alcançar!meu delírio, meu doce venenoamor extremo! é isso aí... nem mais nem menos.estou viciada em vocêe quero continuarnesse vício gostosovício de amorsem dor nem sofrimentovício do bem,minha eterna loucurameu indescritível prazeramor! adoro ser viciada em você!...

MARIA HELENA LINS MUNIZ nasceu em Ibirataia/BA, foi criada e educada em Salvador. Estudou no Colégio Nossa Senhora do Salete e no Colégio São José. Formou-se como professora e lecionou por vários anos. Publica seus poemas na revista virtual Zap e em outros sites da Internet.

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(Maria H. M. Nunes)

Vem, meu amorDizer as palavras bonitas,Suaves e catitas,Cheias de verdadeiros mistériosComo o cantar dos rios sérios.Vem, meu amor Entrelaçar-se nesta loucura,Que me leva à tortura.Será a tua magia no arOu apenas o meu olhar?Vem, meu amorCantar um hino ao senhor,Descer a estrada do amor,Erguer a espada do calorSem prenunciar amor.

MARIA HORTENSE MARTINS NUNES, de naciona-lidade portuguesa, reside na província do Algarve e é licenciada em Gestão de Empresas.

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(Maria Inês de Araújo Castanheira)

Alguém me dizia ainda agora que se deve morrer sobretudo de coisas confi áveis� de metáfora crônica ou de uma qualquer outradoença de raízes. Que são essas as palavras que lemos mais devagar� como se nos pudéssemos esgotar nelase elas nos soubessem todos os segredos� nos quisessem roubar ocoração. Há um luto singular nestas coisaspequenas� e são sempre pequenas as que a gente entrega a uma morte certa e confi ável� essas que lemos mais devagar� que nosexpõem a nudez mais baça. Alguém me diziae eu acredito� ainda que desde Babel não falemos a mesma língua� que� se possível� não devemos morrer antes das palavras� ainda queelas sejam pequenas e nossas de há pouco tempo. E mesmo assim morrendo� que as palavras� sobretudo as palavras�nos brotem das mãos� da matéria que fi car das mãos depois de termo certo e confi ável� que isto de morrer de morte fácil é coisa que já outros fi zeram� nos subam demoradas a continuar as torres que a vistaainda alcança e nos sirvam para virmos nascer nelas.

MARIA INÊS DE ARAÚJO CASTANHEIRA nas-ceu em 1983 na cidade do Porto� Portugal. Licenciou-se em Jornalismo e Ci-ências da Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É autora de Plasticidades� livro de poesia publicado pela Editorial Magnólia� em julho de 2005.

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(Maria Rosa Selvati Martins)

Quando Deus visita a aldeiao tempo pára,encantado. Faz-se diae tudo o que se vêsão as sensações. Como faz sol,todos se estiram desajeitadossob as nuvense dormemo sono das almas,calmos. E toda mata sonhacomo se não existissenada além do sonho,senão esse clarão vespertino,senão as coisas da natureza.

MARIA ROSA SELVATI MARTINS, nascida em abril de 1982, na cidade de Conceição da Barra/ES, é escritora amadora e tem a po-esia como uma alegria. Já participou, com êxito, de algumas antologias pelo Brasil. É Engenheira Ambiental e pós-graduada em Manejo Florestal pela Universidade Federal de Lavras. Hoje reside na cidade de São Mateus/ES.

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(Mariana Josceni Pereira)

Olhos que olham e não vêem,Dedos que tocam e não sentem,Sons mudos que não falam.Eis a razão pela qual não me conhece,Eis a razão pela qual não irá me conhecer...Lembro que quando partiuFoi como um fi lme dramático,Mas existem as comédiasE é com elas que vivo hojeLonge de você.Vivo hoje com minhas conquistas,Amigos, companheiros e felicidade:Que você prometeu e nunca cumpriu.Se é aconchegante lembrar de você?Sim, é satisfatório para este coração,Pois a melhor maneira de esquecer é lembrando;A melhor maneira de curar uma dor é lembrando.E foi assim que consegui fazerDe nossos dolorosos momentosDoces lembranças queAgora fazem cócegas na dor.

MARIANA JOSCENI PEREIRA escreve poemas desde os 13 anos e já publicou alguns deles no jornal do colégio onde concluiu o en-sino médio. Participou de alguns concursos de poesias, porém sem o retorno esperado. Possui poemas publicados na Internet, tendo sido um deles musi-cado em parceria com o amigo Rafael Machado, do Rio de Janeiro.

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(Mariângela Padilha)

Eu sou o mar, O espelho das estrelas Refl etindo o céu azul no verde mar.

Eu sou o ar, O respiro do universo, Mero refl exo. Tão diverso desse ar.

Sou melodia, O encanto das sereias E na areia enfeitiço noite e dia.

Nasci e fui criado De versos brancos ou metrifi cados, Tão discreto e violento, vou calado.

No abstrato, sou humano Como retrato instantâneo, Fora do contemporâneo, sou insano.

Eu sou amor, Já fui paixão, ódio, furor, Por vezes, ilusão e dor.

Sou amizade, Fiel no amor e na necessidade, Num futuro próximo, talvez, saudade.

Sou ventania, Um marginal, um servo, um guia, Brisa leve ou vendaval...

E subscrevo Poesia.

MARIÂNGELA PADILHA (Me Morte), pseudônimo desta gaúcha dos pampas), de família pobre, neta de italianos e espanhóis, desde os cinco anos, dizia que seria escritora. Escreve contos regionais e de ter-

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ror. Faz um serviço social, paralelo às Letras, no Orkut, denunciando crimes como pedofi lia, trabalho infantil, racismo, etc. Também no Orkut é modera-dora da comunidade Vale das Sombras, espaço em que realiza concursos de poesias góticas periodicamente.

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(Marilyn Pires)

E agora, o que faço sem você?Agora que deixou seu cheiro em minha pele,nenhum orvalho terá o mesmo frescor.Agora tenho seu vulto ao meu redor,e nenhum retrato tem mais o mesmo tom.Agora que você invadiu meu ser,nenhum sonho tem mais a mesma bruma,nenhuma noite mais o mesmo prazer.Agora que eu tenho o seu sabor,nenhuma saliva escorre com o mesmo calor.Agora que eu tenho o seu olhar,a paisagem se abre menos cinzentae o arco-íris amplia suas cores.E agora, o que faço sem você?Se antes não tinha por onde andar,agora conheço todos os passos.Se antes era só fantasia,agora invento a realidade.Se antes não tinha ninguém,agora estou sem você.

MARILYN PIRES nasceu em 1965, na cidade de Niterói/RJ. Es-creve desde os 10 anos. Participou de três concursos de poesias em São Gonçalo/RJ e foi premiada em duas oportunidades. É professora das classes iniciais, atriz e produtora cultural. Atualmente trabalha como Diretora de Cul-tura da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de São Gonçalo.

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(Marina Tschernyschew)

Escreva, poeta... e faça de seu verso espada e rosa...Conte das mazelas do homem com verbo indignado... e fale das dores... e do sangue casto derramado na terra.... e do pão mal repartido... e dos párias do mundo excluídos... e fale da morte crua em vão morrida...E nas estrofes de sua lira, poeta, conte das matas assoladas... e dos rios moribundos de peixes afogados...E não se esqueça, poeta, de contar do mar estertorando em agonia... e das nereidas e netunos rebelados em vagas homicidas...E conte, poeta, do espanto congelado nos olhos dos bichos... e do desespero da mãe embalando o fi lho morto nos braços... e da mulher apedrejada com a pedra intolerante dos brutos... e da menina castrada com a navalha dos falsos profetas... e da existência amputada no infame estrondo da mina...E conte, poeta, da velhice desvalida à espera da morte... e do órfão vagando só nos labirintos da noite... e do homem tristonho de sonhos perdidos ao vento...E não esmoreça em seu verbo, poeta... desembainhe a cimitarra nas areias dos desertos do mundo... desafi e o vil e o injusto.... com seu poema, conclame o braço fi rme do povo...E cante seu verso, poeta, com a valentia dos fortes... e não permita jamais que sua voz se cale...Mas não se esqueça, poeta, de falar da rosa....Da rosa rubra e pulsante do coração de quem ama...Da rosa pura de pétalas brancas ... da rosa esperança... da rosa da paz...

MARINA TSCHERNYSCHEW nasceu em 1967, fi lha de imigrantes russos. É escritora, psicóloga e tradutora. Iniciou-se na criação literária em 2002. Acumula vários prêmios literários, como o 1º lugar no XV Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, Campos de Goyta-cazes/RJ, e 2º lugar no XV Festival de Poesia, Crônica e Conto de Imperatriz/MA. Foi premiada com medalha de ouro pela Academia Santista de Letras e selecionada para participar da antologia dos 40 melhores contos “Unicamp Ano 40”.

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(Marinaldo Alves de Lima)

Sentado na cadeira da barbearia, Ouço o barulhinho da tesouraE vejo os meus cabelos caindo.A barba também será cortada,Fios pretos, fi os ruivos, fi os brancos,São levados pelo vento e vão sumindo.

Abro os olhos, fecho os olhos, meditando:“Estou fi cando mais novo assim”,E me encaro diante do espelho.Na verdade, sei que os anos vão passando,Cada vez tenho mais cabelos brancosE estou mesmo é fi cando velho.

A cada cabelo que cai, cortado da minha cabeça,A cada fi o de barba, que o barbeiro me tira,Vou lembrando minha vida, as tristezas e alegrias.Recordo meus sentimentos de amor e de ira.

E todas as vezes que volto a esta barbeariaDeixo um pouco de meus cabelos, um pouco de minha vida:Os infi nitos momentos que o tempo não traz mais,Os momentos que eu relembro e as recordações perdidas.

MARINALDO ALVES DE LIMA formou-se em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco em 2005. Em 2007, foi aprovado e nomeado professor da rede estadual de ensino. Entre 2004 e 2005, ganhou dois prêmios literários da Biblioteca Popular de Afogados (Re-cife) e, em 2007, o 1º lugar no Concurso Contos de uma Noite de Natal, cate-goria adulto, da Associação de Poetas e Escritores da Baixada Santista.

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(Marlene Amélia de Nazareth)

De corona com o vento, dei partida e viajeiDesci vales, subi montesPercorri bosques e campos, vi encostas e espigõesFui ao longe, fui alémE na curva do estradeiro, de mansinho descanseiNum canteiro bem fofi nho, de terra fértil e cheirosaMe cobri, me agasalhei.Passei dias, passei noitesNum repouso confortanteNo chãozinho orvalhadoFui crescendo, transformeiE num broto bem verdinho, lá de dentro aponteiCom a ajuda do solzinho, fi quei forte e me aprumeiAgarradinha no madeiro, bem depressa o enlaceiFeito dança das fi tas, de gravinhas o enramei, entrelaceiE, para mais gozo de vida, com a chuvinha me banheiFeito pano de chita bem fl orida então fi quei, me pinteiEsticando meus passinhos, no quintal me debrucei, esparrameiE para não perder o encanto... de Andarela me batizei.

MARLENE AMÉLIA DE NAZARETH fi cou órfã aos seis anos, teve alfabetização na zona rural, onde já esboçava amor pelos li-vros. Cursava ainda o ginasial quando se casou com o pai de seus fi lhos, que no futuro tornar-se-ia alcoólatra e mendigo. Lutando contra esta e tantas ou-tras turbulências, consegue impressionante ascensão na carreira de alfabeti-zadora, encerrada precocemente em virtude de uma depressão, restando-lhe o livre ofício das letras.

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(Marlene Ferraz)

Pouso os lábios no teu corpo frio e leve.Da boca, abandonas um bafo inventado,como se a morte fosse lugar arejadosem amargo nem memória.Glóriaao morto moribundo,que ainda pergunta aonde vai.A tua mão na minha,num enlace desocupado. De vida.Nem o amor acorda esse sono demorado,num tempo que só deus conta.Aliso os teus cabelos sumidos, os dedos que já não escrevem.Nem escutam, quando os aperto.Vai, amor.É esse o trilho certode cada um.Espera por mim, sem esperança.Que a vida aqui tem outra andança,talvez demore.Entretanto, mais alguém morre.

MARLENE FERRAZ, nascida em setembro de 1979, é amante das letras. Licenciada em Psicologia, é colaboradora em investigação e con-sulta clínica no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, cidade portuguesa a norte. Escreve, sempre que o tempo consente, por vontade do íntimo. No coração, o grande desejo de conhecer o doce Brasil.

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(Mauro Martiniano)

Se tivesse que novamente conquistar alguéme mais uma vez viver uma grande paixão,que novamente fosse com você e mais ninguéme outra vez fossem seus olhos e seu coração.

Se quisesse Deus que eu vivesse uma nova vidae me desse o livre arbítrio de me apaixonar,que novamente fosse com você, minha queridae outra vez fossem seus carinhos e seu ninar.

Pois também assim, eu poderia continuar a provar,do prazer de conquistar todos os dias minha mulher,vivendo a magia da poesia sob o brilho do luar.

E assim, ao lado seu, Deus poderia me eternizar,e eu ser um deus, com a divina conquista da mulherque, até na glória da eternidade, viveria para amar.

MAURO MARTINIANO DE OLIVEIRA é natural de Araraquara/SP, onde viveu até os 19 anos e diplomou-se como Técnico em Agrimensura. Mudou-se para São Paulo, e nesta cidade cursou a Faculdade de Letras. Escreve contos e poesias desde os 15 anos, tendo sido premiado em diversos concursos literários. Atualmente é ofi cial da Academia Militar do Barro Branco.

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(Miguel Casola)

Eu vi. Naquela tarde de domingo, no sol quente a me conduzir, eu vi...Vi pessoas, vi lugares, vi amigos, eu vi... Vi homens, vi mulheres, vi estranhos, eu vi...Vi ruas, vi alamedas, vi rodovias, vi avenidas, eu vi...Vi estranhos, vi conhecidos, e não te vi...Eu não te vi no bar, naquele bar onde a noite fria aquecia meu rosto gélido pelo tempo...Eu não te vi, não te senti, não te olhei, mas eu te quis...Eu te quis, quis teus lábios, teus olhos, teu rosto, teu cabelo...Eu quis te afagar, te dar carinho, te namorar...Eu quis te beijar, te levar comigo, te abraçar, te calar...Eu quis te calar o passado, te assistir o futuro, te sentir o presente...Eu quis, eu quero, te ver brotar como semente dentro do meu coração...Eu quero segurar tua mão, te cantar uma canção, te comover em emoção...Quero-te caminhando comigo, nas ruas gélidas do Rio ou nas alamedas quentes de São Paulo.Quero gritar alto, que o pulsar das minhas veias clamam por teu sangue junto ao meu.Quero, não sei como, mas quero, que entres em minha vida e faça do meu sonho o teu sonho, na realidade dos desejos impossíveis. Grita, deseja, almeja, chora, mas sorri sempre junto comigo, no sol que nos torna fortes, bonitos e invencíveis. Não sei como, não sei quando, eu não te vi, mas te quis e ainda quero ser teu.

MIGUEL CASOLA, 37 anos, professor, nascido em Campinas/SP em 14/03/1970. É formado em Letras – Português/Inglês, pela Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro, e faz pós-graduação em Língua Portuguesa, Lingüística e Produção Textual. Mora no Rio de Janeiro e já escreveu diver-sas crônicas que foram publicadas no jornal virtual Rede de Letra, do site da Universidade Estácio de Sá, dentre elas: Um Olhar, Alma Carioca, Mulheres, Chuva Carioca, etc.

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(Nathália Pacheco Figalo)

Quero provar do teu gostoAinda tão raro e misterioso.

Quero sentir o teu paladarCom o Cristo a nos abraçar.

Rio de Janeiro: amor, vem amar!

Mesmo em Pequim sentiria teus sinais...

Dentre vilas, estradas, Portela, feijoada, sentinela, batuque, buzina, calor (humano), dançando, cantando no ritmo doce vou acariocando.

E ainda. E sempre: te amando!

NATHÁLIA PACHECO FIGALO é poetisa e tem partici-pação em concursos como o Poe-Santos, realizado na cidade de Santos/SP em 2002, e na antologia Panorâmicas Palavras, em 2007, além de menção honrosa em vários concursos de prosa e poesia.

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(Nilmário Quintela)

A violência é enormeO medo é constantePrenderam o inocenteSoltaram o trafi cante. Crianças dormem nas calçadasA miséria invade o nosso larEntão como vou sorrir,Se tenho motivos pra chorar? Escuto promessas, propagandas na TVDizem que o mundo vai mudar, nada vejo acontecer.Meu bolso está vazioMas cheio está o do poder. Em época de eleição, eles vêm me subornar.E por ser um ignoranteSou obrigado a aceitar. Sou pobre, desempregado, fi lhos passando fome.Por isso minha mensagem aqui vou deixarHoje vivo uma realidade tristePor não ter tido a oportunidade de estudarEm escola pública de valor, que até hoje é difícil encontrar.

NILMÁRIO PEREIRA DOS SANTOS QUINTELA nasceu em 24 de agosto de 1986 em Salvador/BA, onde concluiu o ensino médio. Embora tenha feito o curso de técnico em manutenção de microcom-putadores pelo Senai, hoje é empacotador de uma rede atacadista. Apaixo-nado pela arte literária, escreve desde os 9 anos. Ainda é escritor amador, mas espera uma oportunidade de poder divulgar seu trabalho e de ter seus trabalhos reconhecidos.

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(Odenir Ferro)

De onde tu regressaras? Não sei eu...Por onde caminharas tu? Eu não sei...

Nem mesmo soubera por onde viverasMas vi a beleza dentro do olhar teu!Distraído, pudera eu até apaixonar-meAmando nos relapsos os olhos teusBuscando-te dentro dos olhos meus!

Haverá o encontro do amor num oceanoOlhando o infi ndo azul, eterno amar,Tragando ondas nos mares dos olharesQuando haverá o encanto do nu sonhar!

Amando, meus olhos oraram por nósQuando creram, os nossos olhares,Em nós. Achando-nos sim, enfi m...Dentro desse fracionado encontro,

Nesse encanto dos nossos ardoresPuro anseio de dois olhares afi nsBuscando belas magias de um amorQue pudera ser enfi m, sem fi m...

ODENIR FERRO é poeta e membro da Ordem da Confraria dos Poetas-Brasil. Tem vários poemas editados em coletâneas lançadas pela Shan Editores, além de troféus e títulos de consagração poética. Possui livros inéditos de poemas, contos e romance.

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(Otávio Geraldo Reichert)

Quatro cores desenhadas simbolizam uma bandeiraDentre os povos imigrantes, os negros foram importantesNa história brasileira! Os africanos eram pobres, talvez por isso exploradosMostraram muita experiência, bom trabalho e resistênciaMas não eram assalariados! Foi num vinte de novembro que Zumbi perdeu a vidaO lema “Ordem e Progresso” na bandeira faz sucessoMas a história é bem sofrida! Deus ajuda quem merece; conquistaram a liberdadeO povo negro é valente, parabéns para esta genteLutou com fé... e dignidade!

OTÁVIO GERALDO REICHERT, 43 anos, natural de Te-nente Portela/RS. Militar do Exército Brasileiro, onde atua na área de saúde. Formado em Letras – Português/Inglês. Autor dos hinos municipais de São José do Inhacorá e de Tio Hugo, ambas as cidades localizadas no Rio Grande do Sul. Poeta, palestrante e declamador. Ativista da tradição gaúcha. É autor do hino da 3ª Região Tradicionalista do Rio Grande do Sul (41 municípios).

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(Pam Orbacam)

Chove.Olho para o céuPescoço em setaE não vejo de onde ela vem.Brota no ar a chuvaOu esconde sua nascente?Molha ela meus olhosPara que eu não a veja surgir?Lacrimeja o céu em meus olhosE me cega para sua raiz.

PAM ORBACAM nasceu no dia 24 de novembro de 1970, em Santo André/SP. Descreve seu trabalho com as seguintes palavras: “Escrevo sobre a insana verdade que permeia a mente humana ininterruptamente. A cruel mente humana que todos nós temos, e que, no entanto, poucos têm coragem de admitir”.

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(Patrícia Correia)

O sorriso esconde a lágrimaO beijo um desejoO silêncio um pensamentoA saudade uma verdadeA mentira um disfarceO olhar uma entregaO abraço um desabafoO amor a vida espera.

PATRÍCIA CORREIA, natural de Olinda/PE, tem 32 anos e co-meçou a escrever aos 15 anos. É artista plástica e concluiu a Faculdade de Letras pela FUNESO. Esta é sua primeira oportunidade em livro: apenas os amigos mais íntimos conhecem seus poemas.

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(Paula Fernanda)

A quantas andam as Margaridas do campo?Elas marcham a caminho do planalto,reclamando seus direitos de fl or,pela dor que a falta deles as faz passar.Passam belas não tão belas as Margaridas,de mãos marcadas, rostos pisados,seguem em frente, frente a frente com os do alto. No Planalto. As Margaridas, fi nas fl ores. Mulheres. Não em vão. Vão.

PAULA FERNANDA nasceu em 14 de maio de 1985 na cidade de Angra dos Reis/RJ. Mora atualmente na cidade do Rio de Janeiro. For-mou-se em Letras (Português/Inglês) e atua como revisora na área de legen-dagem para TV e cinema. O poema aqui publicado foi feito em homenagem à sua mãe Margarida.

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(Paulo Vitor)

A chuva sempre traz consigo um vento gelado, que pressiona o meu rosto,Paralisa-me por alguns segundos, quando posso ver as gotículas de água estalar em frenesi.Talvez elas queiram dizer algo...Quem sabe meu ouvido queira ouvir alguma coisa?Teu nome, talvez...

Faz frio dentro de mim.Mas me disseste que teu agasalho é para um só homem.Eu sou um homem só, desamparado.Que sempre se embriaga com a doçura de teus olhos,Perde-se no rumo encantador de tua alma,Para depois encontrar-se no peso de tuas palavras, as quais lançam pelo oceano meu barco de emoções,Onde navego sem remo nas águas inseguras do teu mar, Sujeito às tuas tempestades,Compassivo ao teu terno império de anseios,Entregue às tuas vicissitudes.

PAULO VITOR BARBOSA DOS SANTOS nasceu na cidade de Palmeira dos Índios/AL. Cursa História na Universidade Fede-ral de Alagoas. Participou de alguns concursos literários como o I Prêmio Graciliano Ramos Literatura Nordestina e o Concurso de Poesias e Crônicas Centenário de Mendonça Júnior. Possui duas poesias publicadas: O Tempo e Tristeza. Dedica-se atualmente a escrever poesias e crônicas.

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(Rafaela Dias)

A vida é cheia de altos e baixos,se num dia você perde, no outro você ganha.É cheia de alegrias e tristezas,decepções e surpresas.

Não sei se a vida é curta ou longa demais.Não sei se daqui a dez anos minhas amizades serão as mesmase não sei se você ainda será único para mim.

Já perdoei seus erros e baixei a cabeça quando você me criticou,tentei ser o que não era só pra lhe agradar,já quis fugir das conseqüências dos meu próprios erros.

Hoje sei como encarar as ciladas da vida,não sou mais aquela menininha, nem me tornei mulher o sufi ciente para sair mundo afora e me cuidar,mas sei como agir, como pensar e como encarar.

Quero um dia poder voltar no tempo,quero escolher um momento, e nele viver novamente,quero tanta coisa, que nem sei por onde começar.

Acho que ainda sou uma menina que errou e que aprendeu,que olhou para trás e tentou corrigir suas mancadas, que magoou e foi magoada,mas que, acima de tudo, viveu intensamente, perdendo com classe e vencendo com ousadia.

RAFAELA BEATRIZ DIAS tem 14 anos e já escreve um livro intitulado O Diário de Rafaela. Ama a leitura e adora escrever poemas, histó-rias, enfi m, de passar para o papel tudo que está sentindo. Cria e inventa 24 horas por dia, sua mente está sempre trabalhando. Para ela, qualquer simples palavra pode ser o início de um poema, uma história, um editorial ou mesmo uma carta. Seu sonho é publicar um livro e se tornar uma escritora famosa.

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(Raimundo Teixeira Sousa Filho)

Quando saberemos da chegada do fi m do mundo?Quando não tivermos mais montanhas para nos refugiarmos.Corram! Corram! Rumo às colinas e montanhas, para escapar do perigo iminente.Pois quando elas não mais existirem, aí sim, saberemos que é chegado o fi m...

Quando saberemos da chegada do fi m do mundo?Quando não mais existirem fronteiras para atravessarmos.Fujam! Fujam! Vamos pedir asilo n’algum país estrangeiro.Quando não mais houver fronteiras a atravessar e nenhum país pra nos acolher, saberemos que é chegado o fi m... Quando as montanhas, as nações, se tornarem inúteis e não restar nenhum lugar para fugir, nenhum lugar para ir, nenhum lugar para escapar, nenhum lugar para nos escondermos,Quando não sobrar nenhuma opção para escolhermos.Aí sim, é chegado o fi m.

RAIMUNDO TEIXEIRA SOUSA FILHO é técnico em Química, com curso de especialização em Tecnologia da Borracha, conclu-ído na ABTB – Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha. Poeta nas horas vagas.

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(Regina Célia de Andrade)

Desalentado, o pobre lavrador,do sol sentindo o açoite fustigante,sonha encontrar n’algum lugar distantea chance de um futuro promissor.

Sozinho, segue sempre mais adiante,prevendo – em breve – ter todo esplendorda terra fértil, onde o seu laborfará surgir fartura deslumbrante.

Olhando o céu, seu teto na cidade,o retirante, pleno de saudade,recorda o lar deixado no sertão.

Lembra a mulher, o fi lho pequenino...Quanta fartura! – pensa em desatino –ele encontrou, de mágoa e solidão!

REGINA CÉLIA DE ANDRADE nasceu em Ubá/MG. É uma autora premiada em concursos literários no Brasil, Portugal e Argentina. Possui poesias publicadas em jornais alternativos culturais e na Internet.

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(Regina Souza Vieira)

Por que busco a poesiaNas teclas dos meus dedosPor que falo de dor ou alegriaEscrevendo por acaso, à revelia? Falo em frases curtas,Me confessando sem quererEscrevo como se falasseNo ritmo certo do meu sofrer Por que busco a poesia?Essa linguagem reduzidaQue mal começa, logo fi ndaA mensagem mal pretendida Uma idéia que voou altaE de tanto voar se perdeuSão palavras ditas em versoNem o tempo as arrefeceu. Escrever em poesia é chorarBaixinho num peito amigoE viver sem esse confortoConfesso: não sei se consigo. Por isso escrevo, escrevoA parar nem me atrevoQuero morrer em poesiaEscrevendo-me em relevo Cinco letras POESIAConsolo, música deliranteVoz que sai tão caladaMas de todas, a mais falante

REGINA SOUZA VIEIRA diplomou-se em Francês e Inglês. Dou-tora em Letras pela PUC-RJ, tendo, nos cursos de mestrado e doutorado, explo-rado a obra de Carlos Drummond de Andrade. Tem sete livros publicados.

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(Reginaldo Costa de Albuquerque)

Deu-se aqui mesmo triste e infeliz atoem que monarca usando a cota horrendada soberba expôs como foi, de fato, de um certo Ali Babá a antiga lenda.

Este prosaico cortador de mato,contrário a bando de ladrões, desvendaentre os rochedos um tesouro intato,onde folgava em diversão tremenda.

O outro almeja o poder em ânsia eivada,julga-se honesto: “Vejam os artigos, os incisos... Algum me envolve?... Nada!”

Pela cobiça e fama, rato ou reis:Outrora o Ali e os tais quarenta amigos,hoje o daqui com seus quarenta e seis...

REGINALDO COSTA DE ALBUQUERQUE tem 44 anos e é campo-grandense de coração. Na arte poética, tem se aplicado no exercício de escrever sonetos. Eventualmente, escreve contos. Foi laure-ado em vários concursos nacionais de poesias e contos. Participou de várias antologias nacionais. Não tem obra publicada.

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(Relva do Egypto Rezende da Silveira)

Um anjo barrocoperdeu seu cacho...No meu jardim, eu acho.Então, ajuntando os dourados fi os,prendo-os com dourada fi ta.Terá por abrigo meu breviárioou meu relicário...Dar-me-á sorte.E , quando vier a morte,será cracháem meu sudário.

RELVA DO EGYPTO REZENDE DA SILVEIRA é jornalista, prosadora e poeta, natural de Pedrinópolis/MG. Possui mais de 600 prêmios, nacionais e internacionais, inclusive nos EUA, Itália, Uruguai e Portugal. Entre outras entidades, pertence à União Brasileira de Trovadores/BH e ao Clube da Simpatia de Olhão (Portugal).

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(Remisson Aniceto)

E eu morro a cada diaquando cada coisa morre.Outrora Deus me socorria;agora já não socorre...

Vai um pássaro, coitadinho,de hirtas e opacas asas.Vai com ele um bocadinhoda minha alegria tão rasa.

Vão-se o amigo, o cão, o gato, o boi,tudo se vai nesta infalível jornada.Só fi ca a angústia do que foina minha memória cansada.

Até um jovem fi lho se vaisem mesmo saber pra onde,na vã liberdade que atraie mil armadilhas esconde.

Nenhuma alegria perdurae todo gozo é passageiro.Só de tristeza há farturatodo dia, o ano inteiro...

Quando eu me for (e será breve!),levarei comigo esta carga.Não quero que alguém herdetanta lembrança amarga.

REMISSON ANICETO é natural de Nova Era/MG. Já publicou os seguintes livros: Escrevo nos Espaços que me Restam - Ed. Bauhaus – 1987; Novos Talentos da Poesia Brasileira - Ed. Forever – 1995; Palavras de Poetas - Ed. Physis – 1997; e Todo Dia é Dia de Poesia - Pão-de-Açúcar/Stella Maris – 2002.

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(Renan Oliveira)

Ah! A dura verdadeDe afogar-me em minhas tristezasTomar um copo de cervejaEmbebedar-me de felicidade

Ah! A eterna mocidadeDe fi car num banco de praçaOlhar a vida que passaAndar pelas ruas da cidade

Ah! A vadia crueldadeUm pôr-do-sol à toa no ArpoadorGuardar aquele beijo sem rancorE relembrá-lo sem vaidade

Ah! A meia idadeDe cair nos braços da amadaOu nos abraços de um camaradaVoltar à dura realidade

Ah! A bela cumplicidadeEncher meus olhos de formosuraProvar o doce de sua ternuraE provocar a velha tenacidade

Ah! Mas que saudades...

RENAN OLIVEIRA é carioca, 25 anos, jornalista, radialista, pós-graduando em Gestão Estratégica da Comunicação pela Facha e tra-balha na assessoria de imprensa da Fundação Biblioteca Nacional. Co-labora com os sites www.comunique-se.com.br, na Coluna Literário e www.palavriando.com.br, e está escrevendo seu primeiro livro de poesias, “Além do Infi nito”. Já trabalhou nas assessorias da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) e também no Instituto Benjamin Constant. Tem um poema publicado na Antologia de Poetas Contemporâneos vol. 39, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE).

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(Renata Leone)

O amor, o trabalho, o dinheiro e até a vida!Cuidado com o que sai da tua boca, lembra o dito popular.Com minha voz rouca, já nem quero falar.

Então escrevo em folhas brancas ou coloridasEm pequenos espaços, em bulas de remédios, em molduras de jornais, na revista, VEJA!Em cima do anunciante...Tento a abstinência verbal, mas a palavra me chama,me provoca, delira, ri de mim...Mentalmente, junto sílabas, um verbo aqui, um pronome acoláEntão um sujeito direto me diz:- Cadê a rima, poetisa?E eu respondo:- Sou aprendiz!

RENATA DE SOUZA LEONE é paulistana, acadêmica de Direito, grande apreciadora da arte. Encontra na poesia um caminho que norteia a sensibilidade.

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(Renata Iacovino)

Ah, se meu desejo é torpeQuero-o mais e mais, Como o lamber do mel que desce nas entranhasE socorre meu desejo mais carente de ser saciado!Ah, se minha alma é impura,Carrega os males da humanidade em sua auraE levita como a bruma espessa e misteriosaQue guarda os desejos do ser amado.Ah, se minha carne é para ninguémEu profano os lindos olhosDe quem não sabe amarE os defl agro como entes errantes.Ah, se o que sou só sou agoraEu me derramo em fartas amarrasE me prometo o maior segredoPara lhe servir como foi outrora.

RENATA IACOVINO é natural de Jundiaí/SP. Editou três livros de poesia: Ilusões Amanhecidas, Poemas de Entressafra e Missivas (com Valquíria Malagoli, com quem lançou o infantil uniVerso enCantado). Arti-culista do Jornal de Jundiaí Regional. Membro da Academia Jundiaiense de Letras, Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, Academia Infantil de Letras e Artes (Jundiaí) e do Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro.

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(Renata Paccola)

Em busca de encontrar minha verdade,vou seguindo os caminhos mais diversos,vou compondo a beleza de meus versos,vou cavalgando rumo à liberdade.

Viajo para outros universos; em vão, tento fugir à realidade,mas não posso encontrar felicidadequando meus ideais estão dispersos.

Guiada pela própria consciência,tento fazer aquilo que ela diz.Assim, numa constante experiência,

admito: sou apenas aprendiz!Contudo, já percebo que, em essência,quem faz o bem aos outros é feliz!

RENATA PACCOLA é advogada, formada pela Universidade Mackenzie (SP). Autora dos livros: De Vulto a Volta; Tempo; e Grilhões de Vidro. Premiada em centenas de concursos literários, no Brasil e em Portu-gal. É Presidente Estadual da Sociedade de Cultura Latina do Brasil (SP) e diretora da UBT/SP.

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(Ricardo da Costa Maia)

Hoje resolvi escrever sobre você, sobre o que signifi ca para mim.Sobre o sentimento que sinto por você, o qual não pode ser medido, Nem pela imensidão do espaço. Eu queria ser a brisa do mar, para enxugar suas lágrimas quando estivesse triste.Eu queria ser o beija-fl or, para pegar o mel das fl ores e derramar em teus lábios, Só para ver o doce sorriso.Se perdesse você agora, não conseguiria me encontrar, já que um dia eu percebi que eu era você.Se, por ironia do destino, eu perdesse as pernas, Seria capaz de correr com os braços, só para lhe alcançar.Se perdesse os braços, abraçaria o mundo para lhe dar. E se perdesse a visão, veria você através dos meus sonhos, Se não tivesse sonhos, seria você minha realidade.Se a realidade fosse viver longe de você, preferiria a morte a viver sozinho.Se perdesse a paz, seria você o meu paraíso, Se perdesse a alegria, iria buscar a sua presença,Se perdesse a razão de viver, viveria só por você. E, se perdesse a vida, meu amor viveria para além da morte, até o fi m da eternidade.E, se perdesse a voz, escreveria este poemaApenas para dizer: “Amo você”.

RICARDO DA COSTA MAIA, técnico em Musicalização e Cultura Popular. Ganhador do prêmio Primeira Antologia de Autores & Lei-tores, com o poema A Força do Amor. Participou do concurso de poesia Um Poema Chamado Brasil e do concurso de música SERVIFEST.

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(Ricardo Porto)

Antes sóQue mal acompanhado.Provérbio danadoSempre me perseguindoIndo e vindoMudando de jeitoDoendo no peitoIgual a vocêChega e parteSem nada dizerSem piedade nem dóE eu sempre caladoMal acompanhadoMelhor que só.

RICARDO PORTO é sócio fundador do Clube dos Escritores de Alvorada e sócio correspondente da Academia Cachoeirense de Letras. Autor de 14 livros inéditos (contos, novelas, romances e poemas). Participou de vá-rias antologias nacionais e concursos literários, com muitas premiações.

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(Rita Bernadete Sampaio Velosa)

Planalto Central.Fogueira acesa.Coração ardendo.Beira de rio.Lua alta.Poeira de estrelas.A alma em paz.O corpo em gozo.A fazenda dormindo.O cerrado acordado.Bichos andejando.Eu namorando.A cachoeira roncando.O paraíso presente.Tudo é o que é.Sem dramas.Sem tramas.Plenitude.Presente.E mais nada.

RITA BERNADETE SAMPAIO VELOSA é poetisa, contista, cronista e trovadora araraquarense. Formada em Jornalismo, Letras e Pedagogia, tem especialização em Língua Inglesa. Colaboradora de jornais paulistas, cariocas, gaúchos e mineiros e da Revista do Clube dos Escritores de Piracicaba (Conselho Acadêmico - Cadeira 58 e Delegada Regional do Clube). Delegada da UBT e Consulesa do Poetas Del Mundo, por Américo Brasiliense/SP. Membro Correspondente da Academia Cachoeirense de Le-tras/ES.

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(Ritamar Invernizzi)

Entre o poema e o poeta – espera!A verve se funde n’almae até a alba rompe a veia horta:é sempre hora de desamarrotar as asas,ouvir a lira ao longe,fechando frinchas antigas...E feito anjo torto,ansioso pelo primeiro vôo – desarmônico –ziguezaguear por assonâncias e aliterações...E louco, e livre, e solto,mergulhar na grota,fl orear a rosapendida à porta de todo coração ...Entre o poeta e o poema – gestação!

RITAMAR INVERNIZZI é formada em Letras. Já publicou dois livros: A Busca e O Céu e o Mar. Participa de onze antologias poéticas. Já obteve vários prêmios nacionais, dentre eles a primeira colocação no 3° Con-curso Nacional de Poesia Filogônio Barbosa, em Colatina/ES, em 2007.

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(Robinson Silva Alves)

Sou menino grapiúnaNestas terras do sem-fi m,Amei Gabriela,Teresa sorriu pra mim

Sou sobrinho de Tiêta,Vadinho de Dona Flor,Pastor da noite,Guma pescador

Sou poeta do condor,Cavaleiro da esperança,Sou aquele jagunço,Que da Tocaia Grande escapou

Sou da Bahia de Todos os Santos,No país do carnaval,Sou sangue, suor,Sou cacau.

Sou Amado,Sou Bahia,A pura magia,Bahia de Jorge.

ROBINSON SILVA ALVES é baiano de Coaraci, nascido a 25 de junho de 1976. Formado em Filosofi a pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), ingressou no mundo da poesia por acaso. Participou de concursos de poesia em seu município, obtendo várias colocações de desta-que, e de duas antologias. No entanto, ainda se considera um aprendiz.

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(Rodrigo Cézar Limeira)

Contenha-me com o ímpeto de suas mãos,Envolva-me com o fervor de seus braços,Ao principiar a tarde, tenha-me completamente.

Faça isso, eu imploro,Antes do último pôr-do-sol de minha vida,Quando não mais houver a alvorada,E a mim só restar a noite,Sem mais ter lágrimas a derramar,Só as suas sobre minha face.

Você em matéria, eu em espírito,No momento mais crucial da vida.

RODRIGO CÉZAR LIMEIRA nasceu em Patos, no sertão da Paraíba. Atualmente, reside em Campina Grande. É meteorologista e de-dica-se a atividades de pós-graduação e pesquisa em Meteorologia na Uni-versidade Federal de Campina Grande. Tem participação em cerca de cem concursos literários, com premiação em vários deles. Possui poesias publi-cadas em sites de várias entidades literárias, entre elas: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Celeiro de Escritores e Clube Amigos das Letras.

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(Rodrigo Rocha Pita)

O Calabar está fazendo 30 anos de luta e resistênciaAgradeço aos nossos heróispor lutarem por sua sobrevivência.Por muitas vezes tentaram de nossas casas nos expulsarMas pela frente encontraram uma muralha chamada Calabar,Surgida de um quilombo.Herdamos a coragem de negros fortes e resistentesNosso escudo é a uniãoNossa bala o ideal inteligente,30 anos, só o começo dessa comunidade persistenteDe geração a geração.Temos mais de um trilhão de anos pela frenteCalabar também sou eu, guerreiro sobrevivente.

RODRIGO ROCHA PITA é poeta desde criança. Morador do bairro Calabar, remanescente de um quilombo em Salvador/BA, atua como mediador de leitura, coordenador da Biblioteca Comunitária e colaborador nas várias atividades culturais que acontecem na comunidade onde reside.

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(Rogério Reis)

Deixo as luzes do carro bater no meu peito,Na esperança de que iluminem minha alma escura Nas mãos, a esperança morta Na boca, o gosto amargo de mais um ano que passou, Olhando-se no espelho e assustando-se consigo mesmo. Mordo meus dedos, arranco minhas unhas E rio depois de vê-las ensangüentadas. Sem inspiração, e daí? Logo me pego pensando E vejo que não tenho chances. Mesmo assim quero viver, Mesmo desajeitado e vestindo roupas do ano passado Olho a foto 3x4, que me diz o quanto envelheço. Em meio a tantas idéias perdidas, Perco-me dentro do meu próprio serE assim vou vivendo até o sol nascer.

ROGÉRIO REIS começou a escrever em 1999. Desde então, não conseguiu mais parar. Quase todos os seus poemas foram concebidos de modo a poderem ser musicalmente executados. Fundou então um grupo de rock, que se apresentou nas noites até o ano de 2001. Com o fi m do grupo musical, passou a se dedicar mais à literatura.

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(Rosane Pacheco Pereira)

Minha Alma tristonha chorava. O que se passava? Era um vazio, um escuro, eu num abismo! Minha Alma no escuro tateava. Isso seria a vida - pensava amedrontada - Deus então?... Existia? Ou tudo era uma grande mentira? Minha Alma apenas chorava. O que era toda essa jornada? - continuava a inquirir, tremendo por existir. Seria a Vida com a porta trancada? Ou Deus que com seus pauzinhos brincava? Minha Alma no escuro chorava. O que é a vida afi nal? – perguntava indignada. Minha Alma responde com emoção: vida é a luz que me recusas. A voz de Minha Alma bateu forte em meu coração Que, sobressaltado, viu uma luz na escuridão... Era a Esperança, Que nunca deixa uma alma na mão!

ROSANE PACHECO PEREIRA é natural de Gravataí/RS. Seus autores preferidos são Érico Veríssimo e Mário Quintana. Participou do concurso nacional Causo do Eca, em São Paulo, fi cando entre os fi nalistas, e de outros concursos na Grande Porto Alegre. Tem um projeto em anda-mento intitulado Era uma Vez em um Reino, que descreve a trajetória da psicologia feminina através de uma personagem que busca a sua verdadeira personalidade.

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(Rozangela Alves)

E eu não te quero sentir ardendo em mim Fujo de tua presença e apago da memória tua imagem Distorço tua voz entre ruídos torpes Perco teu cheiro pelos esgotos

Não quero viver o mal que há em mim Esta fúria insensata que me consome A autodestruição nunca explicada Que me deixa em frangalhos, me reduz a cacos

Renego a escuridão e a sombra Renego o fi m e o começo Dessa paixão aterradora Que revira meu destino pelo avesso E me faz vazio Ao tornar-me noite.

ROZANGELA ALVES é uma paulistana de 24 anos, inteira-mente vividos na grande metrópole de São Paulo. Seus dramas e dilemas não são maiores do que os vividos por qualquer ser em transição, suas ma-zelas não vão além daquelas existentes na alma de toda mulher. Mas usa as palavras como refúgio, antídoto contra a monotonia de suas funções corri-queiras, sonhando encontrar-se em alguma de suas composições.

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(Sebastião Baracho)

Mamãe, não chore por mim!Não lamente nem fi que triste,A morte da vida não é o fi m,Pra mim, ela, eterna... Existe!

Sou mais feliz do que vocêsEm minha atual existência,Aí... só vivi por uma vez,Aqui... existo em consistência!

A cada lágrima derramadaDos seus olhos maternais,Minha alma, desconsoladaPena afl ita pelos portais.

Portais agora nos separandoDa matéria que você conduz,Quando dela for se livrando,Viveremos juntos... Na luz!

Para mim, foi feito o possível,O impossível só Deus poderia,Perdi você, minha mãe incrível!Mas... Ganhei por mãe: Maria!

SEBASTIÃO ANTÔNIO BARACHO, nascido em 12/05/1937 é natural de Diamantina/MG e escrivão de polícia aposentado. Autor de dezoito livros de fi cção estelar e suspense policial, tem mais de quinhentas poesias escritas e mais de cinqüenta textos inéditos aguardando publicação.

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(Thiago Rodrigues Braga)

Livros e mais livros,Estantes e mais estantes,Como pude?Como pude enamorar-me de vocês? Agora só lhes peço que, por favor,Não me deixem sozinho, sozinho ao relento,Perdido pelas sombras do amanhecer. O fogo do meu coração arde, arde muitoQuando estou na presença de vocês. Minha alma foi entregue ao canto, ao canto da noiteMinha voz foi roubada pelo ar frio da primaveraO tremor dos ventos sacode meu pensamentoPreciso, preciso muito, muito de vocês. A rua é fria, muito friaPara quem dorme no calor da casa.Agora, meu corpo precisa de um leitoDe um lugar onde minhas costas Possam descansar,De um lugar escondido Nos meandros dos livros.

THIAGO RODRIGUES BRAGA nasceu em 1981. Graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás. Possui interesse em Filosofi a, Artes, Literatura e Antropologia.

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(Thor Vaz)

Jogou-se na vala como se jogasse bola foi o que se viu de fora e fez não ver mais nada foi visto e como já fosse previsto nasceu a mula-sem-cabeça

vã existência que dor de consciência

THOR VAZ, natural de Salvador/BA, é poeta desde os 10 anos e con-serva em seu currículo diversos prêmios literários. Também se destaca no te-atro, onde atua e escreve peças. Sua ideologia social e revolucionária é tema constante de suas inspirações. Seu lado sarcástico e irônico também pode ser facilmente notado em suas poesias. É fundador da N.O.L. (Nova Ordem Literária), um pequeno movimento de jovens poetas baianos.

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(Tiago dos Santos Mesquita)

Tudo vira cinzaquando deixa de ser cor.O amor é como tinta,a vida se repinta.Tudo vira cinzadepois do preto no branco:mais um cigarro apagado,outro poema desfocado,um maço de versos perdidos,qualquer fotografi a desbotada.Um dia tudo vira cinza,mas nada é cinza agora,tanto fora como dentrosobram cores sem fronteiras.Cinza somente o que já foi,a cor é um eterno presente.Não precisa agradecer,perceber é o bastante.A diversidade é multicor.Somos todos coloridos.

TIAGO DOS SANTOS MESQUITA nasceu em Joinville/SC em 25 de setembro de 1980. Atualmente, mora em Natal/RN, onde tra-balha como redator publicitário. Escreve poemas desde os 20 anos, quando começou a se descobrir um proseador nato. Ao invés de esquentar as orelhas alheias, achou melhor despejar sua verbosidade no papel. E o resultado foi um tsunami de poesias.

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(Valquíria Gesqui Malagoli)

Quero, livre, ser um versoAh... que eleve até as estrelasmeu desejo controversode tocá-las... merecê-las...

Que importa que os versos tomemuma antiga ou nova forma?O que inspira o mundo e o homem?...- Movimento que os transforma!

Quero, presa a uma medida,ser capaz de vislumbrara singular... desmedidaperspectiva sem par

de alçar vôo, estando em terra;descansar, assim, os pés;de ouvir silêncio que berra;ser quem sou, mais o revés!...

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI é membro das Acade-mias: Jundiaiense de Letras, Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, Infantil de Letras e Artes de Jundiaí; do Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro e do Grupo Arte em Ação. É articulista do Jornal de Jundiaí Regional. Autora de Versos versus Versos (2005). Em parceria com Renata Iacovino lançou Missi-vas (2006), e o livro/CD infantil uniVerso enCantado (2007).

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(Vanessa Ratton)

Sou um canal.Uma margem de chegada e partida.Porta de entrada ou saída.Esperança de uma nova vida.

Sirvo de rota, destino, passagem.Abrigo, esteio, negócio ou viagem.Canto amores, sirenes e dores.Sou o sonho dos imigrantes, o pão dos estivadores.

Embarco tristezas e vitórias.Trago cargas, homens e histórias.Cheiro enxofre e maresia, mas, de noite, exalo alegria.Das moças e dos marinheiros,sou o ponto de encontro das ilusões perdidas.

Meu cais conta séculos de aventuras.Vi reis, piratas, presidentes,generais, escravos e torturas.Sou história viva, nova e antiga.Brasileiro, santista, o maior da América Latina.

VANESSA RATTON é jornalista, professora universitária, pós-graduada em Teatro Brasileiro e mestre em semiótica pela PUC-SP.

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(Vanise Vergasta)

Frio, ânsia, distância...Vazio!Lua, mar, poeira...Perfume!Cheiro sem cheiroAngústia retida...Você!Na noite há tristezaPensando... Por quê???Vai e volta,Na volta e meiaPra quê?Noite vaziaSem mais eSem porquê...

Saudade só de você!!!

VANISE MARIA ALVES VERGASTA é natural de Sal-vador/BA. Uma sagitariana que escreve desde criança e sonha publicar seus livros, em especial o intitulado Vi(vi) Vidas, uma homenagem à sua querida fi lha Viviane Ramos. Participa dos projetos Poesia na Praça e Art Poesia, além de recitar em saraus e encontros literários. Parceira de Valdeck Almeida nas Bienais do Livro da Bahia, já participou da I Antologia Poética publicada pelo autor.

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(Venâncio Sá Soares Junior)

Tuas cordas, acordando notas de falecimento,O aumento motorizado de trombetas infernais. Afi nal de contas e mais contas,Que queres de mim? Um fi m lhes dou!Pois sou trovador de amargura.

E em ternura fui concebido, Por entranhas de sangue mantido.No berço, o terço acima da cabeceira,À beira de dormir, o sono retumbante. Nesse instante, digo ao tempo: mastigai-me!

E, pela misericórdia, rogai! Concórdia! Sua ígnea palma Não me refresca em nada!Manadas de demônios! TragamEnxofre, pois renasci de cobre!

Morrerei pobre, biografado porém,Em partituras, autografado no Coreto da Morte Eterna. Cuja perna, antes esfalecida, anda novamente.E na mente, ainda vivo em palácios, Abarrotado dos celestiais gasofi lácios.

VENÂNCIO SÁ SOARES JUNIOR tem 24 anos. É um jovem que destaca por sua determinação, otimismo, humor, fi delidade pro-fi ssional e confi ança. Foi premiado no concurso Centenário do Vôo do 14 Bis, promovido pela Folha Dirigida e pelo Ministério da Educação (50 primeiras redações compiladas em um livro), e no XXII - Concurso Internacional Literá-rio, promovido pela Editora AG – Arnaldo Giraldo.

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(Vera Lúcia Leite Mariano)

Nas asas da liberdadeSonhei um dia voar,Exercer minha vontade,Caminhos novos trilhar Nesta minha ansiedadeNão imaginei, jamais,Que ser livre é ser capazDe na vida carregarAo longo do caminharNossas responsabilidades É buscar constantementeA plena interiorizaçãoÉ exercer livrementeLimites e permissão É saber equilibrarA razão e o coraçãoE sempre nos convidarA uma refl exão

VERA LÚCIA LEITE MARIANO é natural de São José do Egito/PE e atualmente reside em Petrolina. Graduada em Letras, participa da antologia poética Letras Reunidas, edição 2004.

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(Wagner Paiva Fernandes)

1. Se eu desejasse 2. com a pata do macaco 3. que te apaixonasses 4. por mim.

5. Tu virias confessar-me, 6. lamber-me, amar-me; 7. nua numa cama, 8. tu dirias “sim!”...

9. Mas quando o gozo 10. escorresse por tuas coxas 11. e tua pele trepidasse, 12. eu veria enfi m

13. Que teu gosto amargo 14. é fruto do diabo; 15. e numa troca funesta, 16. beijando-te, 17. eu beijaria a besta...

WAGNER PAIVA FERNANDES nasceu em Guarulhos/SP em 1981. Em 2007, publicou seu primeiro livro independente, a ama-lucada comédia fi losófi ca Já Estava Assim Quando eu Cheguei (Editora All Print). Suas principais infl uências são Douglas Adams, Diogo Mainardi, W.W. Jacobs, Edgar Allan Poe, Byron, Beto Silva, H.P.Lovecraft, Stephen King, Franz Kafka, Will Self, Emily Brönte e Millôr Fernandes. Formado em Letras, escreve contos e poemas.

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(Wilson Kleber)

Viver a vida com vidaÉ a coisa mais sábia da vida.

Sonhar e viver o sonhoÉ a maior felicidade da vida.

Viver e sonhar – é a vida do Homem.Sonhar é a missão do poeta!

Viver sem sonharÉ vida sem vida.

Sonhar... sonhar... sonhar...É não viver a vida.

Viver... Só viver...É pouco! É apenas viver!...

Viver é semelhante à razão;Sonhar assemelha-se ao coração!

Ideal é equilibrar-se entre viver e sonhar!...Sublime é conseguir esse equilíbrio!...

WILSON KLEBER FALCÃO DE ALENCAR nas-ceu em Araripina/PE em 21 de maio de 1947 e é advogado. Dedica-se à lite-ratura desde criança. Entre suas obras, ainda inéditas, há um grande acervo de poesias, romances, contos, crônicas e músicas.

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(Wilton di Cali)

Às vezes um murmúrio insistente,ao longo do percurso de uma vida,é um grito implacável e latenteem busca da criança adormecida. Nas feridas febris do coração,distante do carinho, paz e amor,sobre as camas geladas da razão,cobertas pelas mantas do pavor. E assim os dias pesam sobre a Terra,num lamento feroz que não se encerra,do pensamento lógico, sem glória. A criança em nós chora, e só por issonão vivemos num belo paraíso.Nossa vida sussurra pela história!

WILTON DI CALI nasceu em Guarulhos/SP em 1975. É ator, for-mado pela universidade São Judas. Escreve crônicas e contos, mas prefere poesias (sonetos e trovas). Foi vencedor de um concurso de trovas, obteve duas menções especiais e três premiações na modalidade poesia e uma na modalidade crônica. Atualmente, escreve texto teatral infantil e realiza traba-lhos com teatro em escolas.

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CURRÍCULO DO

ORGANIZADOR

O poeta e escritor VALDECK ALMEIDA DE JESUS é fun-cionário público federal. Nasceu a 15 de fevereiro de 1966 em Je-quié/BA, onde viveu até os seis anos de idade, quando foi residir na Fazenda Turmalina (região de Itagibá/BA). Lá continuou seus estudos em escola pública até os 12 anos. Aluno exemplar, retor-nou a Jequié/BA para se matricular na 5ª série do primeiro grau. Ingressou nas Faculdades de Enfermagem e de Letras, da Uni-versidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, e também cursou Turismo na Faculdade São Salvador, porém sem concluir nenhum dos cursos, por razões alheias à sua vontade. Reside em Salvador, desde fevereiro de 1993.

Na capital, estudou Informática, Teatro, Dança, Música, Relações Humanas e Fotografi a. Fez, ainda, cursos de espanhol em Madri (Espanha), Santa Elena de Uairen (Venezuela), Puerto Iguazu (Argentina), Ciudad del Este (Paraguay) e La Habana (Cuba), e de inglês em Salvador, complementado por curso inten-sivo de três meses em Nova York, Estados Unidos.

PRÊMIOS LITERÁRIOS:

a) Menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de Poesia, promovido pelo Instituto Internacional da Poesia, de Porto Ale-gre/RS.

b) Menção Honrosa no Concurso Literário Oswald de Andrade, promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, na cidade de Jequié/BA. c) Classifi cação no concurso literário Bahia de Todas as Letras, promovido pela Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus/

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Ba, no ano de 2007, com o conto “Eu e o Word”.d) Classifi cação no concurso literário realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal da Bahia, com a crô-nica “Alice”, no ano de 2007, em Salvador/BA.

e) Destaque no XII Concurso de Poesias, Contos e Crônicas, rea-lizado em 2007 pela ALPAS XXI, em Cruz Alta/RS, com o texto “Minha paixão por livros”.

PARTICIPA DAS ANTOLOGIAS:

Poetas Brasileiros de Hoje –1984, Shogun Arte, Rio de Janeiro, 1984;

Transcendental, publicada em Salvador em 1996, pela Editora Gráfi ca da Bahia;

II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no Brasil, Clube de Letras, Barra Bonita/SP, 2005;

Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 14º vol., Câ-mara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005;

Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 15º vol., Câ-mara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005;

Letras Libertas - Contos, Crônicas e Poesias - Vol 2, Ilha das Le-tras, Santa Catarina, 2005;

XV Concurso Internacional Literário de Verão, Agiraldo, São Paulo, 2005;

Palavras que Falam, Scortecci, São Paulo, 2005;

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Todas as Formas de Amar, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005;

O Amor na Literatura, São Paulo, Casa do Novo Autor, 2005;

Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea, Câmara Bra-sileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2005;

VII Antologia Nau Literária, Komedi, São Paulo, 2005;

Ensaios Poéticos, Academia Virtual Brasileira de Letras, 2005;

Poetry Vibes, Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005;

Ação e Reação. Pequenos Contos, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico);

Ensaio Poético. Natureza. Vida, AVBL, São Paulo, 2005 (livro ele-trônico);

Meu País é Este, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico);

20 Anos de Poesia – Caderno 32, Ofi cina, Rio de Janeiro, 2005;

Pérgula Literária – VII, EVSA, Rio de Janeiro, 2005; Sangue, Suor e Lágrimas, Arnaldo Giraldo, São Paulo, 2006;

Palavras Libertas, Roma, Uberlândia/MG, 2007;

Amor, Sublime Amor, Litteris, Rio de Janeiro, 2006;

XI Coletânea Komedi, Komedi, Campinas, 2007;

Letras Intimistas, aBrace, Montevidéu (Uruguay), 2007;

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Primavera de 2006 – Inverno de 2007, Via Lit-terarum e Editus (UESC), Itabuna/Ilhéus, 2007.

LIVROS PUBLICADOS

DE FORMA INDEPENDENTE:

Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet, iUniverse, New York, USA, 2004;

Feitiço Contra o Feiticeiro, Scortecci, São Paulo, 2005;

Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden, Scortecci, São Paulo, 2005; Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005; 1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus, Casa do Novo Au-tor, São Paulo, 2006 (editor/organizador);

2ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2007 (editor/organizador);

Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden, Giz, São Paulo, 2007;

Poemas Que Falam, Casa no Novo Autor, São Paulo, 2007;

Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia, Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2008; 30 Anos de Poesia, Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2008;

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Memories from Brazilian Hell. The Saga of the Almeida Family in the Garden of Eden, iUniverse, New York, 2008.

TRABALHOS DIVERSOS

a) Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da Bahia, em 2005 e 2007; b) Expositor no III Corredor Literário da Paulista, de 9 a 14 de ou-tubro de 2007, em São Paulo/SP;

c) Participação no V Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS, de 26 a 31 de janeiro de 2005; d) Participação, como organizador, da Mostra de Arte e Cultura, no II Congresso Estadual do Sindjufe-BA, de 01 a 03.06.2007, no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador/BA;

e) Poemas publicados em jornais de grande circulação, da capital e do interior do estado da Bahia, e em jornais de Brasília/DF; co-laborador, desde 1985, do jornal A Prosa, de Brasília/DF; f) Colaborador da revista cultural Art’Poesia, de Salvador, editada por Carlos Alberto Barreto, que publica poemas de autores do mundo inteiro; g) Palestrante na ONG Vento em Popa, no bairro Jardim Gaivo-tas, em São Paulo, em 2007, com o tema Motivação Através da Leitura;

h) Colunista do site www.zonamix.com.br, desde fevereiro de 2006, do site www.radarmix.com, desde março de 2006, e do site www.portalvilas.com.br desde janeiro de 2008;

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i) Verbete no Dicionário de Escritores Baianos - Secretaria de Cul-tura e Turismo, Salvador, 2006;

j) Membro da Federação Canadense de Poetas, desde 2004;

k) Membro da Associação Artes e Letras (França), desde 2005;

l) Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, desde março de 2006; m) Em 1987, participou da Diretoria Regional do Partido Co-munista do Brasil e da União da Juventude Socialista - UJS, em Jequié/BA. Eleito o primeiro diretor de imprensa do Grêmio Es-tudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis Pa-checo; fundou o jornal Jornada Estudantil; n) Fundador do fã-clube de Jean Wyllys (www.jeanwyllys.com); o) Colaborador do Café Literário de Camaçari/BA, evento reali-zado pela coordenação do PROLER – vários anos;

p) Autor do site Galinha Pulando: www.galinhapulando.com.

Residente e domiciliado à Rua São Domingos Sávio, 155 – Edifí-cio Gama – apartamento 401 – CEP 40050-520 – Nazaré, Salva-dor/Bahia, fi lho de Paula Almeida de Jesus e de João Alexandre de Jesus (ambos falecidos).

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REGULAMENTO

1 – O Prêmio Literário de Poesia Valdeck Almeida de Jesus visa estimular novas produções literárias na modalidade “poesia” e é dirigido a candidatos de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil ou no exterior, desde que participem com trabalhos escritos em Língua Portuguesa.

2 - Inscrição:

2.1 - As inscrições permanecem abertas até 31 de dezembro de cada ano, e são realizadas da seguinte forma:

POR E-MAIL - dados do autor, juntamente com o material a ser inscrito, deverão ser enviados para [email protected].

PELO CORREIO - dados do autor deverão ser enviados, junta-mente com CD ou disquete contendo o material a ser inscrito, para o endereço:

Prêmio Literário Valdeck Almeida de JesusRua Sargento Camargo, 95-A, São Caetano - 40391-152Salvador/BA

2.2 – A inscrição dar-se-á com o envio de 01 (um) poema, inédito ou não, de até 20 (vinte) linhas, versando sobre qualquer tema, e mais texto, de no máximo 5 (cinco) linhas, contendo dados bio-gráfi cos/descrição do autor. O participante poderá enviar mais de uma poesia, porém apenas uma será selecionada. Cada autor responderá perante a lei por plágio, cópia indevida ou outras vio-lações que fi ram a legislação dos direitos autorais. Serão anteci-padamente descartados poemas que porventura façam qualquer

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tipo de apologia ao uso de drogas, que tenham conteúdo racista, preconceituoso, que façam propaganda política ou que expressem intolerância religiosa ou de culto.

2.3 – O simples ato da inscrição implica na concordância do au-tor/escritor em ceder os direitos autorais de seu poema apenas para a primeira edição do livro. Em troca, terá direito a receber um exemplar do mesmo. O autor aceita, ainda, implicitamente, todas as disposições deste regulamento, autorizando, inclusive, a publicação de seus poemas na referida Antologia, respeitando o critério do organizador.

2.4 – A comprovação da data de postagem validará a inscrição, que deverá vir acompanhada dos seguintes dados: nome com-pleto do autor; endereço completo; número de RG e CPF; telefone de contato; e-mail; título do poema; e uma pequena biografi a.

3. Seleção:3.1 – Os poemas selecionados serão publicados na Antologia, ob-jeto deste Prêmio Literário.

4. Premiação:4.1 – A premiação é a publicação do poema selecionado.

5. Publicação:5.1 – A Antologia Poética terá uma média de 90 páginas, e será publicada em formato 14x21, miolo papel off -set 75g, capa duas cores, papel supremo ou Royal com orelha, registro da obra na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, e Ficha Cata-lográfi ca na Câmara Brasileira do Livro, bem como inscrição no ISBN (código de barras) e Depósito Legal.

5.2 - Os casos omissos serão decididos soberanamente pela equipe promotora.

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Mais informações: Valdeck: [email protected] ou pelo tel.: (71) 8805 4708

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Incentivando os novostalentos literários!

Esta obra foi composta em fonte Anisette Petite Light 10,5/11,5e impressa em Couché Fosco 230 G/M² [capa]

e em papel Alta Alvura Alcalina Suzano 75 G/M² [miolo].

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