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MOBILIDADE, SISTEMA VIÁRIO, TRÂNSITO E

TRANSPORTE

CONSULTOR:

Consumeta Consultoria e Pesquisas

RESPOSÁVEL:

Paulo Roberto Simões de Simões

CARIACICA

2012

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Crescimento Populacional de Cariacica - 1940 a 2010............................................... 8

Gráfico 2 – Tempo de Espera nos Pontos de Ônibus de Cariacica................................................. 15

Gráfico 3 – Tempo de Espera nos Terminais de Ônibus de Cariacica........................................... 15

Gráfico 4 – Avaliação Geral dos Terminais de Ônibus de Cariacica............................................. 16

Gráfico 5 – Avaliação dos Pontos de Ônibus de Cariacica............................................................ 17

Gráfico 6 – Avaliação Específica dos Terminais de Ônibus de Cariacica..................................... 17

Gráfico 7 – Avaliação das Condições Gerais da Viagem............................................................... 18

Gráfico 8 – Estrutura das Vias........................................................................................................ 41

Gráfico 9 – Trânsito e Acesso a Outros Bairros............................................................................. 42

Gráfico 10 – Acidentes na Rodovia do Contorno........................................................................... 54

Gráfico 11 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 54

Gráfico 12 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 55

Gráfico 13 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 55

Gráfico 14 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 56

Gráfico 15 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 57

Gráfico 16 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 ................................................ 58

Gráfico 17 – Posse de Veículos...................................................................................................... 59

Gráfico 18 – Número de Passageiros nos Veículos........................................................................ 60

Gráfico 19a – Frequência de Utilização dos Meios de Transporte................................................. 60

Gráfico 19b – Frequência de Utilização dos Meios de Transporte................................................. 61

Gráfico 20 – Principais Destinos Quando Utiliza Algum Meio de Transporte.............................. 62

Gráfico 21 – Principais Motivos Quando Utiliza Algum Meio de Transporte............................... 62

Lista de Tabelas

Tabela 1 – População de Cariacica e do ES - 1940 a 2010............................................................ 8

Tabela 2 – Densidade demográfica de Cariacica, Grande Vitória e Espírito Santo 1940 – 2010.. 9

Tabela 3 – Frota de Veículos de Cariacica e do Espírito Santo 2002 – 2009................................. 10

Tabela 4 – Tempo Médio entre Viagens por Linha de Ônibus....................................................... 13

Tabela 5 – Comparativo da Frota de Táxi na Grande Vitória........................................................ 21

Tabela 6 – Acidentes em Vias Estaduais e Municipais de Cariacica............................................. 51

Tabela 7 – Acidentes em Vias Estaduais e Municipais de Cariacica............................................. 52

Tabela 8 – Acidentes em Vias Federais de Cariacica..................................................................... 52

Tabela 9 – Índices de Acidentes por Locais................................................................................... 53

Tabela 10 – Quantidade de Propriedades por Porte........................................................................ 63

Tabela 11 – Estradas por Micro Região e Distâncias 64

Lista de Figuras

Figura 1 - Mapa com os terminais do TRANSCOL....................................................................... 12

Figura 2 – Mapa de convergência do fluxo de veículos para a BR 101 e BR 262......................... 23

Figura 3 – Mapa das principais vias de Cariacica.......................................................................... 26

Figura 4 – Foto da BR 262/Cariacica............................................................................................. 27

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Figura 5 – Foto do trevo da Ceasa – BR 101/Cariacica.................................................................. 28

Figura 6 – Foto da Rodovia do Contorno/BR 101 – Trecho sem duplicação................................. 29

Figura 7 – Foto da Rodovia do Contorno/BR 101 – Trecho duplicado.......................................... 30

Figura 8 – Foto da Rodovia José Sette/ES 080............................................................................... 30

Figura 9 – Mapa do traçado aproximado da Rodovia Leste-Oeste/BR 447................................... 31

Figura 10 – Foto da Avenida Alice Coutinho................................................................................. 32

Figura 11 – Foto do Corredor Arterial Sudeste.............................................................................. 33

Figura 12 – Foto do Corredor Arterial Sudoeste............................................................................ 33

Figura 13 – Foto da Avenida Vale do Rio doce............................................................................. 34

Figura 14 – Foto da Calçada em obra na Av. Expedito Garcia...................................................... 35

Figura 15 – Foto da calçada parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia........ 36

Figura 16 – Foto da calçada parcialmente ocupada por mercadorias de loja na Av. Expedito

Garcia..............................................................................................................................................

37

Figura 17 – Foto da rua parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia.............. 37

Figura 18 – Foto da rua parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia.............. 38

Figura 19 – Foto de ciclista atropelado na ES 080 – Rodovia José Sette em 24/05/2010.............. 39

Figura 20 – Foto da calçada cidadã em Vitória.............................................................................. 40

Figura 21 – Foto do trânsito na entrada da Segunda Ponte – Jardim América............................... 43

Figura 22 – Foto do engarrafamento na BR 262 – Alto Lage........................................................ 44

Figura 23 – Foto do engarrafamento Av. Espírito Santo – cruzamento com a linha férrea........... 45

Figura 24 – Foto do trânsito na ES 080 em Itacibá........................................................................ 46

Figura 25 – Foto do engarrafamento na Rodovia do Contorno/BR 101......................................... 47

Figura 26 – Foto do trânsito no trevo da Casa do Adubo – BR 262............................................... 47

Figura 27 – Foto do engarrafamento no trevo da CEASA – BR 101/262...................................... 48

Figura 28 – Foto do trânsito na Avenida Expedito Garcia – Campo Grande................................. 48

Figura 29 – Foto de acidente na Rodovia do Contorno/BR 101..................................................... 50

Figura 30 – Foto de acidente na Rod. José Sette/ES 080............................................................... 51

Figura 31 – Foto da entrada para a área rural / Bairro Areinha...................................................... 66

Figura 32 – Foto de rua recebendo investimentos do Programa Caminhos do Campo.................. 67

Figura 33 – Foto de ponte em Pau Amarelo................................................................................... 68

Figura 34 – Foto de estrada em péssimas condições na área rural................................................. 68

Figura 35 – Foto de estrada em péssimas condições na área rural................................................. 69

Figura 36 – Foto de estrada pavimentada com revsol – São Paulo de Viana................................. 70

Figura 37 – Mapa das principais vias de Cariacica........................................................................ 74

Figura 38 – Desenho do projeto de duplicação da Rodovia José Sette / ES 080............................ 75

Figura 39 – Desenho do projeto de passagem de nível na interseção da BR 262 com a Rodovia

José Sette.........................................................................................................................................

76

Figura 40 – Traçado projetado da Quarta Ponte com ligações viárias........................................... 77

Figura 41 – Desenho do traçado das vias em Vasco da Gama....................................................... 78

Figura 42 – Desenho de estação proposta para o BRT e as faixas exclusivas................................ 79

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Figura 43 – Desenho do traçado do corredor exclusivo para ônibus.............................................. 80

Lista de Quadros Anexos

Quadro 1 - Tempo Médio entre Viagens por Linha de Ônibus...................................................... 83

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 6

2. DIAGNÓSTICO........................................................................................................... 7

2.1 Aspectos Demográficos e a Mobilidade de Cariacica.................................................... 7

2.2 Frota de Veículos............................................................................................................ 9

2.3 Transporte Coletivo........................................................................................................ 11

2.4 Estrutura Viária............................................................................................................... 22

2.5 Pontos de Engarrafamento e Estrangulamento............................................................... 42

2.6 Caracterização dos Acidentes e seus Indicadores........................................................... 49

2.7 Municipalização do Trânsito.......................................................................................... 58

2.8 Caracterização dos Modos de Transporte dos moradores do Município........................ 59

2.9 Ligação entre os Espaços Urbanos e Rurais................................................................... 63

2.10 Análise dos Planos e Projetos em Andamento............................................................... 71

3. CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS............................................................................ 81

4. SÍNTESE....................................................................................................................... 83

5. ANEXOS.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

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1 – INTRODUÇÃO

Mobilidade urbana e rural pode ser definida como a capacidade de deslocamento de pessoas e

veículos no espaço físico do município para a realização de suas atividades cotidianas (trabalho,

educação, saúde, cultura, abastecimento e lazer), num determinado tempo, segurança e conforto.

Desta forma, podemos considerar todos os tipos de veículos, a motor ou não, bem como caminhadas.

Alguns fatores são determinantes na decisão de modo de deslocamento, como: a distância a ser

percorrida e o tempo de deslocamento, a infraestrutura viária, a disponibilidade e qualidade dos

meios de transporte e o custo desprendido no deslocamento.

Com a expansão física dos espaços urbanos há uma necessidade crescente de utilização de veículos

para percorrer as distâncias, e, consequentemente, de maior velocidade dos meios de transporte.

Assim, muitos deixam de lado o transporte coletivo para utilizar seus veículos, a fim de “ganhar”

tempo de deslocamento.

Entretanto, com a maior utilização dos meios de transporte individuais, o trânsito nos meios urbanos

tem aumentado consideravelmente, fazendo com que esse tempo gasto nos movimentos pendulares

do cotidiano seja inversamente proporcional ao aumento da utilização desses meios de transporte,

tornando a situação cada vez mais crítica.

Ao analisar a mobilidade e a acessibilidade no município, devemos avaliar também a localização dos

equipamentos públicos (escolas, postos de saúde, hospitais, áreas de lazer etc.), e as suas

características econômicas e sociais, como centros empresariais e de consumo, crescimento e

adensamento populacional, e nível de desenvolvimento.

Ou seja, deve-se avaliar a organização da cidade e a melhor forma de acesso ao que o município

oferece. Um exemplo disso é um bairro que não conta com serviços básicos, como escolas e/ou

postos de saúde, demandando transporte escolar e outros deslocamentos de sua população para

comunidades vizinhas. Isto se dá pelo fato desses serviços serem projetados de acordo com a

demanda num determinado momento. Entretanto, este cenário pode se modificar significativamente

em poucos anos, como no caso de bairros novos.

O mesmo ocorre com polos empresariais, que atraem pessoas de várias partes do município, seja

para consumo ou para trabalho, necessitando de uma estrutura maior de transporte coletivo e uma

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estrutura viária mais robusta para suportar a quantidade de veículos, ocasionando congestionamentos

e problemas de mobilidade.

Em todos esses fatores apresentados, a necessidade de um sistema de transporte coletivo eficiente

estará presente. Na análise da qualidade desse sistema deverá constar questões sobre o tráfego de

ônibus lotados nas horas de pico e a redução da frota fora desses horários, aumentando o tempo de

espera.

Algumas alternativas ao alto custo e lentidão do trânsito são os percursos a pé ou de bicicleta, mas

que esbarram na insegurança e na falta de ciclovias.

Outra questão que influencia no contexto da mobilidade é a cultura da população, o modus operandi

de determinadas tarefas do cotidiano, como descarte e acondicionamento de lixo, ocupação de

calçadas pelo comércio, construção de residências, loteamentos irregulares, fiscalização e controle do

funcionamento das atividades e de seus cidadãos etc.

O simples fato de se jogar lixo na rua pode obstruir galerias, alagando pontos de fluxo de pessoas e

veículos em dias de chuva. Os loteamentos irregulares causam problemas de ruas estreitas ou sem

saída, desordenamento e outros fatores. Daí a importância da ação efetiva da administração pública a

fim de evitar problemas futuros, como desapropriações, reestruturações etc. e planejando o

desenvolvimento sustentável do município.

2 – DIAGNÓSTICO

2.1 – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E A MOBILIDADE DE CARIACICA

Cariacica tem a terceira maior população dentre todos os municípios capixabas, com 348.738

habitantes, segundo dados do IBGE (2010).

Nota-se na Tabela 1 que o crescimento da população de Cariacica foi muito superior ao crescimento

da população do Espírito Santo em quase todos os períodos (exceto no período de 1991 a 2010).

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Tabela 1 – População de Cariacica e do ES - 1940 a 2010

Ano Cariacica % ES %

1940 15.228 - 750.107 -

1950 21.741 42,8% 861.562 14,9%

1960 39.608 82,2% 1.298.242 50,7%

1970 101.422 156,1% 1.599.324 23,2%

1980 189.099 86,4% 2.023.338 26,5%

1991 274.532 45,2% 2.600.619 28,5%

2000 324.285 18,1% 3.097.497 19,1%

2010 348.738 7,54% 3.514.952 13,48%

Fonte: IBGE Censos 1940/1950/1960/1970/1980/1991/2000/2010

Embora o crescimento no período de 1940 a 2010 tenha sido de 2.290%, de 1991 a 2010 a população

cresceu 27,3%, revelando uma desaceleração do crescimento, que teve uma intensidade maior de

1960 a 1980.

Gráfico 1 – Crescimento Populacional de Cariacica - 1940 a 2010

Fonte: IBGE Censos 1940/1950/1960/1970/1980/1991/2000/2010

Analisando a Tabela 2, nota-se que o adensamento populacional de Cariacica, além de crescente, foi

maior do que o da Grande Vitória e o do Espírito Santo, saltando, em 1980, de 675 para 1.246

hab/Km², em 2010, representando um crescimento de 84,5%.

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Tabela 2 – Densidade demográfica de Cariacica,

Grande Vitória e Espírito Santo 1940 - 2010 (Km²)

Ano CariacicaGrande

VitóriaES

1940 54 63 16

1950 78 77 19

1960 141 134 28

1970 362 267 35

1980 675 488 44

1991 981 736 56

2000 1.158 924 67

2010 1.246 1.017 69

Fonte: IBGE; Elaboração: SEMGE/PMC

Além do crescimento demográfico e do adensamento, é relevante destacar que estes foram feitos de

forma desordenada e sem planejamento no passado, através de loteamentos irregulares, falta de

regulamentação

e fiscalização etc., impactando na estrutura viária do município e, consequentemente, acarretando

problemas atuais e futuros sobre a mobilidade, acessibilidade e trânsito, analisados mais adiante.

2.2 – FROTA DE VEÍCULOS

Outro fator que norteia a análise dos impactos na mobilidade municipal é o crescimento da frota de

veículos de Cariacica. Esse fato associado à estrutura do sistema viário e suas modificações, ou falta

delas, influencia no status quo dos moradores, trabalhadores e visitantes do município.

Segundo dados do DETRAN-ES, nos últimos 7 anos, a frota de Cariacica passou de 46.431 veículos

para 89.418, representando um crescimento de 92,6% no período de 2002 a 2009, enquanto que a do

Espírito Santo cresceu 95,9% no mesmo período. É relevante observar que carros e motos

representam 90,8% do total de veículos. (Tabela 3)

No mesmo período, o número de ônibus/micro-ônibus cresceu 35,3% em Cariacica, sendo que em

todo o Espírito Santo o crescimento desses veículos foi de 64,2%.

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Tabela 3 – Frota de Veículos de Cariacica e do Espírito Santo 2002 - 2009

FROTA DE CARIACICA

Total % Automóvel % Caminhão % Motos %

Ônibus/

Micro-

ônibus

%

2009 89.418 10,5% 60.235 10,3% 6.267 2,1% 20.949 15,4% 1.967 0,1%

2008 80.892 12,7% 54.633 8,7% 6.139 7,4% 18.154 30,8% 1.966 2,2%

2007 71.780 12,3% 50.258 9,7% 5.718 6,9% 13.881 26,6% 1.923 7,1%

2006 63.904 9,7% 45.795 8,8% 5.349 6,0% 10.965 15,9% 1.795 8,6%

2005 58.235 8,9% 42.077 8,1% 5.045 6,3% 9.460 15,1% 1.653 3,1%

2004 53.487 8,0% 38.915 7,1% 4.748 6,0% 8.221 13,8% 1.603 7,6%

2003 49.539 6,7% 36.347 6,3% 4.480 3,2% 7.222 11,9% 1.490 2,5%

2002 46.431 - 34.183 - 4.342 - 6.453 - 1.453 -

FROTA DO ESPÍRITO SANTO

Total % Automóvel % Caminhão % Motos %

Ônibus/

Micro-

ônibus

%

2009 1.130.823 10,6% 736.325 10,6% 64.072 3,9% 313.908 12,6% 16.518 5,1%

2008 1.022.183 12,8% 665.946 10,0% 61.655 6,8% 278.863 22,1% 15.719 6,6%

2007 906.580 12,6% 605.677 10,4% 57.731 7,5% 228.428 20,7% 14.744 8,0%

2006 805.228 10,1% 548.657 8,8% 53.701 6,9% 189.221 15,2% 13.649 8,0%

2005 731.555 8,8% 504.398 7,9% 50.230 6,6% 164.294 12,4% 12.633 7,2%

2004 672.620 8,3% 467.558 7,3% 47.141 5,5% 146.137 13,2% 11.784 5,5%

2003 620.815 7,5% 435.827 6,1% 44.687 5,4% 129.132 13,8% 11.169 5,2%

2002 577.357 - 410.866 - 42.379 - 113.493 - 10.619 -

Fonte: DETRAN; Elaboração: Consumeta Consultoria

Um fator que chama a atenção ao analisar a tabela foi o crescimento da frota de motocicletas, que

praticamente dobrou em apenas 4 anos (91,1% de 2006 a 2009).

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Apesar de considerar um avanço para alguns moradores de Cariacica que andavam a pé, de ônibus

ou de bicicleta, e mesmo no caso de pessoas que optaram por trocar o carro pela moto devido à

facilidade de locomoção, é preciso avaliar os impactos do crescimento deste meio de transporte

devido a sua popularização e utilidade nos dias atuais.

É sabido que o crescimento do poder de compra da população (principalmente devido ao crédito

facilitado), o aumento do trânsito nas cidades, bem como a maior necessidade do fluxo de

documentos e produtos das empresas favoreceram o crescimento desse tipo de transporte. Entretanto,

seus impactos no trânsito, devido aos acidentes, e consequente reflexo nas unidades de saúde

também são conhecidos. Conforme divulgado recentemente no noticiário local (ESTV 1ª Edição –

TV Gazeta), pelo menos 1 motociclista morre por dia na Grande Vitória, sendo atendidas inúmeras

ocorrências graves sem óbito nos hospitais, sobrecarregando as estruturas das unidades de saúde e os

médicos. Outro fator negativo são os engarrafamentos que esses acidentes, por menor que sejam,

provocam nas vias.

2.3 – TRANSPORTE COLETIVO

Cariacica é atendida, através de convênio, pelo sistema TRANSCOL, administrado pela CETURB-

GV, criada pela lei nº 3.693/84 para desempenhar as funções do Estado na questão de transporte de

passageiros na Região Metropolitana da Grande Vitória.

O TRANSCOL é um sistema de transporte coletivo intermunicipal, funcionando através de uma

estrutura tronco-alimentadora que interliga os cinco municípios da Grande Vitória. A interligação é

feita através de terminais urbanos estrategicamente localizados, de onde são feitas as distribuições

para os bairros, pagando, o usuário, uma única tarifa.

Vale destacar que esse é o principal meio de transporte dos moradores do município de Cariacica,

conforme apontado pela pesquisa realizada pela Consumeta (2011). Segundo dados da pesquisa, o

ônibus é o principal meio de deslocamento da população do município, para 77,5% dos

entrevistados. Do total de usuários, 57,3% utilizam diariamente, sendo que o principal motivo é o

trabalho (71,1%) e 81,6% utilizam dois ônibus ou mais.

Segundo ofício (CT.DP.267/2010) enviado pela CETURB-GV à Secretaria Municipal de Governo de

Cariacica, no dia 3 de setembro de 2010, as linhas que atendem ao município transportam em média

176.422 passageiros por dia útil, 102.826 nos sábados e 61.115 nos domingos.

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O sistema TRANSCOL conta com 10 terminais de ônibus, sendo 3 em Cariacica: Terminal Campo

Grande, Terminal Itacibá e Terminal Jardim América. (Mapa 1) Conforme o ofício

(CT.DP.267/2010) da CETURB-GV, com base na programação de agosto/2010, no pico da operação

circulam 580 ônibus, que realizam 4.376 viagens, com frequência de 428,3 viagens na hora de pico,

em dias úteis.

Segundo dados da pesquisa (Consumeta, 2011), o terminal de ônibus mais utilizado pelos

entrevistados que andam de ônibus é o Terminal de Campo Grande (43,9%), seguido do Terminal de

Itacibá (33,5%) e do Terminal de Jardim América (22,6%).

Figura 1 - Mapa com os terminais do TRANSCOL

Fonte: CETURB-GV; Elaboração: Consumeta Consultoria

Campo Grande

Itacibá

Jd. América

S. Torquato

Vila Velha

Ibes

Itaparica

Carapina

Jacaraípe

Laranjeiras

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Entre linhas alimentadoras e linhas troncais, nesses três terminais, estão integradas 79 linhas,

conforme ofício (CT.DP.267/2010) enviado pela CETURB-GV. Entretanto, em pesquisa ao site

http://www.ceturb.es.gov.br/default.asp, no dia 6 de maio de 2010, 100 linhas de ônibus atendiam ao

município, todos os dias da semana, sendo que a frequência das viagens variavam conforme a linha e

os dias da semana (dias úteis; sábados; e, domingos e feriados). (Anexo 1) Esses dados foram

confirmados no site novamente no dia 10 de fevereiro de 2011.

O tempo entre as viagens variam em média 29,8 minutos nos dias úteis, sendo que as linhas mais

freqüentes, com até 10 minutos de intervalos, são: 700 (com 5 min.); 533 (com 6 min.); e, 500, 526,

530, 591, 704, 705, 708, 714, 714, 728, 734, 746, 914 (10 min.). As linhas com maiores intervalos,

com 60 minutos ou mais são: 719, 725, 735, 784, 902, 903, 909, 904, 905, 766 e 784. Nota-se que

nos sábados, domingos e feriados os tempos de espera são maiores, saltando, a média, para 39,6

minutos e 47,3 minutos respectivamente. (Tabela 4)

Tabela 4 – Tempo Médio entre Viagens por Linha de Ônibus

Linha de Ônibus

Tempo Médio (em minutos) Horário (dias úteis)

Dias Úteis Sábados Domingos e

Feriados Início Término

700 5 13 25 05:00 00:00

533 6 - - 05:00 00:00

500 10 15 20 05:05 00:00

526 10 12 15 04:25 23:40

530 10 - - 05:55 19:00

591 10 10 20 04:00 23:40

704 10 18 35 04:30 23:30

705 10 15 25 04:10 23:30

708 10 20 20 04:20 22:30

714 10 20 20 04:30 00:00

728 10 18 15 04:15 23:25

734 10 30 35 04:30 23:10

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746 10 15 30 04:30 23:00

914 10 20 30 04:40 00:00

719 60 60 60 05:00 22:50

725 60 60 60 04:45 19:30

735 60 60 60 00:01 03:00

736 60 60 60 05:45 22:25

784 60 60 60 05:00 21:25

902 60 90 120 04:30 21:30

903 60 60 120 05:00 22:00

909 60 60 60 04:30 23:20

904 75 20 20 07:10 19:17

905 90 60 60 05:00 22:25

766 150 180 270 05:00 19:30

785 180 180 180 05:50 18:10

Média 29,8 39,6 47,3

Fonte: CETURB-GV; Elaboração: Consumeta Consultoria

Entretanto, de acordo com a pesquisa da Consumeta, em relação ao tempo de espera, o percentual

dos que esperam até 5 minutos é de 25,2% nos pontos de ônibus e de 17,7% nos terminais. Nota-se

que 38,0% dos usuários esperam acima de 20 minutos nos pontos e 28,7% nos terminais. (Gráficos 2

e 3)

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Gráfico 2 – Tempo de Espera nos Pontos de Ônibus de Cariacica

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Gráfico 3 – Tempo de Espera nos Terminais de Ônibus de Cariacica

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

De forma geral, o transporte coletivo em Cariacica foi caracterizado como “ótimo” ou “bom” para

41,6% dos usuários e como “ruim” ou “péssimo” para 37,0%. Considerando que 21,3% avaliaram

como “regular”, o total de avaliação insatisfatória foi de 58,3%. (Gráfico 4)

17,7%

29,0%

24,5%

10,6% 9,4%

8,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

Até 5 min. De 6 a 10 min.

De 11 a 20 min.

De 21 a 30 min.

De 31 a 40 min.

41 min. ou +

25,2%

17,4%

19,4%

14,2% 13,2%

10,6%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

Até 5 min. De 6 a 10 min.

De 11 a 20 min.

De 21 a 30 min.

De 31 a 40 min.

41 min. ou +

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Gráfico 4 – Avaliação Geral dos Terminais de Ônibus de Cariacica

7,4%

34,2%

21,3%

9,5%

27,5%

0,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo NR/NS

AVALIAÇÃO GERAL

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

A necessidade de melhoria, de forma geral, fica evidenciada pela avaliação insatisfatória (regular +

ruim + péssimo) por parte de 58,3% dos usuários, sendo que os principais itens criticados foram:

lotação dos ônibus (92,2%), abrigo nos pontos de ônibus (91,9%); sinalização nos pontos de ônibus

(66,5%); segurança nos terminais (58,0%); organização das filas nos terminais (57,7%);

cumprimento dos horários de viagem (52,0%). (Gráficos 6, 7 e 8)

Os itens melhores avaliados (ótimo + bom), sobre o transporte coletivo, foram o serviço de limpeza

geral dos terminais (68,7%), a sinalização no embarque (66,8%) e a atuação dos motoristas e

cobradores (57,7%).

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Gráfico 5 – Avaliação dos Pontos de Ônibus de Cariacica

4,8%

28,4%26,8%

15,8%

23,9%

0,3%1,9%

5,5%

9,0%15,5%

67,4%

0,6%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Sinalização Abrigo

PONTOS DE ÔNIBUS

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

NR/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Gráfico 6 – Avaliação Específica dos Terminais de Ônibus de Cariacica

14,5%

54,2%

24,5%

1,0%

5,8%

0,0%

5,5%

36,8%

21,6%

10,3%

25,8%

0,0%

12,6%

54,2%

16,8%

7,4%9,0%

0,0%

5,2%

36,8%

31,3%

11,6%

15,2%

0,0%0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Limpeza geral Organização das filas Sinalização no

embarque

Segurança

TERMINAIS DO TRANSCOL

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

NR/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

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Gráfico 7 – Avaliação das Condições Gerais da Viagem

8,4%

39,0%

27,1%

9,4%15,5%

0,6%

11,9%

46,8%

26,8%

6,1%8,4%

0,0% 1,9%5,8%

7,7%8,4%

76,1%

0,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

Cumprimento dos horários Atuação dos motoristas e

cobradores

Lotação dos ônibus

CONDIÇÕES GERAIS DA VIAGEM

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

NR/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Em Cariacica não existe um sistema de transporte coletivo municipal, como os existentes em Vitória

e Vila Velha, operados pelas empresas: Grande Vitória, Tabuazeiro e Unimar, em Vitória, e San

Remo, em Vila Velha. Vale destacar que alguns bairros não são atendidos diretamente com linhas de

ônibus, como, por exemplo, o bairro Alice Coutinho.

Transporte Clandestino

No município de Cariacica há persistente atividade irregular de transporte de passageiros, conforme

informado no ofício da CETURB-GV (CT.DP.267/2010). Este transporte, no passado, era feito em

vans (também conhecidas como peruas – daí o nome “perueiros”), mas atualmente está sendo feito,

na maioria da vezes, em veículos de passeio, como Gol, Uno e outros. Dessa forma os “perueiros”

chamam meros atenção da fiscalização. Apesar de ser minoria, ainda podem ser vistos alguns

utilitários, do tipo Kombi e Van, fazendo transporte clandestino de passageiros.

Esta atividade requer, segundo a CETURB-GV, uma fiscalização permanente da Companhia, com

apoio da Polícia Militar/BPRV.

Na maioria das vezes, esses transportes irregulares cobram o mesmo valor dos ônibus. Alguns locais

onde eles podem ser vistos são:

Jardim América, em frente à Estação Pedro Nolasco;

Av. Expedito Garcia, em Campo Grande;

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Centro de Vitória, com destino à Cariacica.

Segundo a CETURB-GV, no município de Cariacica, as principais rotas dos clandestinos são a

ligação da região de Porto de Santana com o Centro de Vitória, via Porto Velho, e as ligações de

bairros como Nova Rosa da Penha, Cruzeiro do Sul, Santa Bárbara, Santa Fé e Novo Brasil, com a

av. Expedito Garcia, em Campo Grande.

São inúmeros os impactos negativos desse tipo de transporte, conforme a CETURB-GV

(CT.DP.267/2010), como por exemplo:

Queda da demanda e consequente queda da receita do sistema oficial, acarretando

desequilíbrio econômico-financeiro da sua operação;

Compensação, por parte do poder público, da queda de receita com reajuste da tarifa ou com

redução da frota operante;

Perda de qualidade do serviço permitido por ônibus, por desestímulo de investimento;

Transferência progressiva de demanda para o transporte clandestino, de forma que a cidade

passe a ter cada vez mais veículos circulando, para transportar uma mesma demanda de

passageiros.

Um planejamento de transporte e trânsito sustentado exige que as vias públicas sejam ocupadas

ordenadamente e de forma racional, gerando os menores impactos possíveis para as pessoas, seja em

termos de custos ou de espaço. Assim, o Poder Público Concedente tem a responsabilidade de

impedir que a cidade seja dominada pelo transporte clandestino, visto, inclusive, que é feito por

veículos de pequena capacidade, acarretando alguns inconvenientes, como:

Ocupação ineficiente da via pública, visto que são necessários cerca de 7 veículos, do tipo

Kombi ou Van, para transportarem o mesmo número de passageiros que comporta 1 ônibus;

Queima de quantidade de combustível muito maior, ocasionando maior impacto ao meio

ambiente e ineficiência energética;

Maior impacto no trânsito;

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Comprometimento da segurança dos passageiros através de condutores não habilitados

adequadamente, desrespeito à sinalização, manutenção veicular deficiente, veículos com

placas frias ou clonadas etc.

É relevante ressaltar que gera prejuízos também para a sociedade, como:

Não recolhimento de impostos (algumas vezes nem o IPVA do veículo);

Gera desemprego na cadeia produtiva do transporte por ônibus, considerando que cada

ônibus em operação no transporte regulamentado, segundo a CETURB-GV, gera cerca de 5

empregos somente para motoristas e cobradores, sem contar com pessoal para manutenção,

fiscalização, administração etc.;

Transportadores clandestinos não atuam em bairros distantes dos pólos geradores de

demanda;

Transportadores clandestinos não aceitam gratuidades garantidas legalmente para idosos,

pessoas com deficiência e estudantes;

Transportadores clandestinos estimulam o uso irregular de Vales Transporte, Passe Fácil e

outras modalidades do sistema Transcol.

De acordo com o ofício da CETURB-GV (CT.DP.267/2010), no período de 01/01/2010 a

29/07/2010 foram apreendidos 46 veículos fazendo transporte clandestino ou fretamento irregular.

Desses, 23 são do tipo Kombi, Sprinter, Topic ou ônibus, o restante é de veículos de passeio, tipo

Elba, Uno, Ka, Santana, Gol, Corsa, Astra, Ipanema e Peugeot.

Taxi

Além do transporte coletivo e do transporte clandestino, o município conta com uma frota de taxi

estimada em 573 veículos, com 46 pontos localizados estrategicamente nos principais bairros.

Porém, segundo informações do Sr. Bernardo Avelino, Coordenador da Fiscalização de Transporte

Individual da Prefeitura Municipal de Cariacica, essa quantidade está excedida em 120 veículos em

relação à demanda de passageiros do município. Além desses, o Sr. Avelino informou que existem

em torno de 30 taxis clandestinos que rodam somente à noite.

A distribuição excessiva de permissões para a exploração do transporte por taxi, nas administrações

municipais anteriores, gerou pontos considerados pouco ou nada rentáveis para os taxistas, sendo que

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o excesso de taxis é apontado como a causa de alguns taxistas operarem em outros municípios,

principalmente em Vitória, conforme destacou o Sr. Avelino.

Entretanto, comparado com os outros municípios da Grande Vitória, Cariacica possui o menor

número proporcional de táxis por habitante. Enquanto que o município possui cerca de 638

habitantes por táxi, Serra possui 1.079, uma quantidade 69% maior. (Tabela 5)

Tabela 5 – Comparativo da Frota de Táxi na Grande Vitória

Ano População Frota de Táxi Habitantes/Taxi

Cariacica 365.859 573 638,50

Serra 404.688 375 1.079,17

Vila Velha 413.548 562 735,85

Vitória 320.156 454 705,19

Fonte: A Gazeta, 20/07/2010; IBGE (2009); Elaboração: Consumeta Consultoria

Um contraponto a essa quantidade é que na Coopertaxi, Cooperativa de Transporte de Passageiros

em Taxi, localizada em Alto Lage, existe apenas 45 taxis cadastrados. Segundo dados da prefeitura,

mensalmente são recebidas de 10 a 15 reclamações de usuários sobre a forma como são tratados

pelos taxistas, revelando uma necessidade de treinamento que pode ser oferecido através de parceria

entre a prefeitura e a Coopertaxi.

Segundo divulgado em A Gazeta (29/07/2010), a padronização da frota de taxi está em processo de

estudo e deverá acontecer a partir de 2011, à medida que os carros forem sendo adquiridos pelos

taxistas.

Cariacica não possui outro tipo de transporte coletivo além dos citados anteriormente. Não há

qualquer integração entre os modais existentes. Os terminais de ônibus não possuem bicicletários

nem estacionamentos para veículos de passeio a fim de proporcionar integração entre os modais. Há,

por parte do Governo do Estado um estudo para implantação do Transporte Hidroviário da Grande

Vitória, entretanto o estudo contempla apenas a ligação entre Vitória (na Praça do Papa) e Vila Velha

(na Prainha).

Em consulta à Secretaria de Transito e Serviços de Cariacica e à CETURB-GV, não foi identificada

nenhuma ação, programa ou política de incentivo à utilização do transporte coletivo na Grande

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Vitória e em Cariacica. Vale destacar a inexistência, no município, de propostas sobre rodízio de

veículos, pelo final das placas, nem mesmo incentivos ao transporte solidário com o objetivo de

reduzir os impactos do trânsito.

2.4 – ESTRUTURA VIÁRIA

Analisando a história de Cariacica, podemos compreender as características do trânsito, da

mobilidade e da acessibilidade urbana e rural. O município tem uma grande parte de seu território na

área rural. Sua área urbana tem grandes pontos de estrangulamento e grande volume de tráfego.

Existem bairros que não foram planejados, resultantes, em alguns casos, de invasões ou loteamentos

feitos sem qualquer planejamento.

O cenário configurado é que, embora a população se concentre no meio urbano, o espaço ainda é

pouco adensado e muito espalhado, necessitando de maiores deslocamentos.

Os deslocamentos também ocorrem devido à oferta (quantidade e qualidade) de emprego ser inferior

à demanda no município, fazendo com que muitos habitantes trabalhem nos municípios de Vitória,

Serra e Vila Velha. Outros motivos também merecem destaque, em relação à necessidade de

deslocamento, como:

Locais de consumo – os principais em Cariacica são Campo Grande e Itacibá, mas também são

muito frequentados espaços de Vila Velha, como a Glória, e Vitória, como o Centro e o

Shopping Vitória;

Educação e qualificação – muitos habitantes estudam em escolas e faculdades situadas nos outros

municípios da Grande Vitória.

Esses deslocamentos formam um movimento pendular, acarretando sobrecarga no trânsito, e

consequentemente engarrafamentos, nos horários de pico nas duas principais vias, BR 262 e BR 101,

em diversos pontos.

Os engarrafamentos nessas duas rodovias são compreensíveis, visto que são as principais opções

para se deslocar para os municípios de Vitória, Vila Velha e Serra, sendo as outras opções ruas de

pequeno porte e tráfego já intenso. É relevante considerar que essas duas rodovias também são

utilizadas para deslocamentos entre bairros distantes do mesmo município.

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Figura 2 – Mapa de convergência do fluxo de veículos para a BR 101 e BR 262

A alta dependência dessas vias arteriais impacta diretamente tanto no acesso da região metropolitana

quanto na acessibilidade aos bairros, onde alguns não possuem vias de ligação bem estruturadas. As

ruas são estreitas, com mobilidade limitada e em alguns pontos sem saída. Em alguns bairros não há

calçadas para pedestres ou estas são irregulares, a sinalização é precária ou inexistente, e ônibus

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invadem a pista contrária nas curvas devido à largura das vias, problema que prejudica também a

entrega de mercadorias por caminhões.

Existe no município grande número de ruas com pavimentação e sem drenagem e sinalização. É

necessário dimensionar e coordenar as ações nas secretarias, para que desenvolvam projetos

articulados garantindo que o serviço seja realizado na totalidade e que as vias ofereçam maior

estrutura para a população.

Plano Diretor Viário

A elaboração do Plano Diretor Viário de Cariacica (Lei n.º 3.487/97) proporcionou maior

visualização do município e uma grande orientação à administração pública em relação aos

problemas existentes e suas necessidades.

O Plano teve como objetivo dotar o município de um sistema de vias públicas que facilitasse a

interligação dos diversos bairros, possibilitando também o acesso aos principais centros de negócios

existentes, bem como a integração do município à malha urbana da região Metropolitana da Grande

Vitória.

Apesar de ser um bom instrumento de planejamento, o Plano não foi atualizado desde a sua

elaboração em 1997, revelando a necessidade de adequar a sua implementação.

Principais Vias e Fluxos

O fluxo de veículos nas ruas de Cariacica cresceu muito nos últimos anos. Conforme destacado

anteriormente, a frota cresceu 92% nos últimos anos, mas a infraestrutura das vias não acompanhou

esse ritmo. É perceptível no município a existência de várias ruas estreitas (becos) que dificultam ou

impedem a mobilidade. À exceção das ruas principais, as demais são estreitas.

Os principais fluxos no município são:

A partir de Cariacica/Viana e destinados ao município de Vitória, realizados através da BR 262 e

da Segunda Ponte;

A partir de Cariacica/Viana e destinados ao município da Serra, realizados através do contorno

da BR 101;A partir de Cariacica com destino a Vila Velha, realizados através da BR 262 e da

Avenida Carlos Lindenberg;

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A partir de Alto Laje e com destino a sede do município, realizadas através da rodovia José Sette

(ES 080).

É relevante destacar o grande fluxo de passagem pela Rodovia do Contorno (BR 101) que recebe

fluxos de diversos bairros e é muito utilizado pelo tráfego de caminhões, devido à sua posição

estratégica para a Grande Vitória e outras regiões.

Dessa forma, a BR 101, bem como a BR 262, constituem os principais corredores viários do

município, responsáveis pela ligação de Cariacica com os outros municípios da Grande Vitória. As

duas rodovias apresentam características de corredores metropolitanos, com desenvolvimento de

comércios e serviços, bem como bairros residenciais, ao longo dos seus cursos.

Nota-se, entretanto, uma evolução, nos últimos anos, na malha viária do município, visando corrigir

os problemas de mobilidade e acessibilidade. Enquanto que num passado próximo Cariacica possuía

apenas os dois eixos como principais vias de deslocamentos, atualmente outros eixos secundários

estão sendo constituídos (Figura 3), podendo reduzir a sobrecarga das duas BRs, mas para isso, é

preciso integração com os outros municípios vizinhos.

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Figura 3 – Mapa das principais vias de Cariacica

Rodovia BR 262 – É a porta de acesso à Capital do Estado, dos veículos oriundos do sul e oeste do

País. Esta rodovia inicia-se em Cariacica, corta transversalmente o Brasil e termina na fronteira com

a Bolívia, atravessando os estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, sendo muito utilizada

pelos mineiros e brasilienses para acessar as praias capixabas. É também muito utilizada pelos

produtores rurais da região serrana do estado que comercializam seus produtos na CEASA-ES,

situada no município. O trecho que corta o município possui pista dupla e vias laterais, em bom

estado de conservação. (PDE – Cariacica)

BR 262

BR 101 / Rod. Contorno

ES 080 – Rod. José Sette

Rod. Leste-Oeste / BR 447

Av. Alice Coutinho

Corredor Arterial Sudeste

Av. Vale do Rio Doce

Av. Expedito Garcia

Term. Campo

Grande

Term. Itacibá

Term. Jd. América

Term. São

Torquato

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Figura 4 – Foto da BR 262/Cariacica

Rodovia BR 101 – A rodovia atravessa o ES desde a divisa do Rio de Janeiro até a divisa com a

Bahia. É o principal acesso à capital para quem vem tanto do sul quanto do norte do País. O trecho

da BR 101 em Cariacica possui trafego bastante intenso, pois corta o município ao meio e absorve o

trânsito intermunicipal e o interbairros, ocasionando conflitos entre automóveis, caminhões leves e

pesados, ônibus, motocicletas, bicicletas e pedestres. (PDE – Cariacica)

É importante destacar que o trevo da CEASA encontra-se em obras para instalação de viadutos serão

postos, lado a lado, no trevo, acabando de vez com os cruzamentos entre as rodovias. Segundo

informação do site Gazeta Online, de 22/11/2010, “um dos responsáveis pela empreiteira que está

executando o projeto informou que a intervenção no trânsito tem um prazo médio de 20 meses para

ser concluída”. No terreno que forma o trevo da Ceasa, já foram erguidos parcialmente quatro

pilares que vão sustentar as pistas suspensas.

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É importante ressaltar que este é um dos trechos que apresenta muitos engarrafamentos no trânsito,

bem como alto risco de acidentes devido à falta de sinalização, manutenção precária com muitos

buracos na pista e alto índice de veículos transitando.

Figura 5 – Foto do trevo da Ceasa – BR 101/Cariacica

Rodovia BR 101 – Contorno – É responsável por desviar o tráfego de passagem por fora da Região

Metropolitana, reduzindo o fluxo de cargas e veículos pelo centro de Vitória. A rodovia liga o trevo

da Ceasa à Carapina, na Serra, cortando grande parte do município, e está sendo duplicada.

Atualmente apresenta alto risco de acidentes devido às obras de duplicação e à sinalização precária,

muito noticiada nos meios de comunicação. O asfalto também apresenta alguns buracos e desgaste

acentuado, colocando em risco motoristas e motociclistas.

Em virtude da sua localização estratégica, a rodovia se apresenta como grande potencial para

empresas industriais e de serviços logísticos, proporcionando escoamento para as regiões Norte e Sul

e para a Grande Vitória. A construção desta rodovia foi de grande importância para o complexo

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portuário de Vitória devido à grande movimentação de cargas e limitação da retro área para

armazenamento.

Porém, devido a essas características (desvio do tráfego de passagem, retro área para os portos e

vocação para empresas de logística) o tráfego é bastante intenso, que associado às obras de

duplicação e à falta de sinalização, vem provocando muitos acidentes, configurando-se um trecho de

alta periculosidade.

Figura 6 – Foto da Rodovia do Contorno/BR 101 – Trecho sem duplicação

Rodovia ES 080 – Eixo Coletor José Sette – A ES-080, partindo da BR-101 cruza o município no

sentido leste – oeste. É eixo estruturador de vários bairros, com intenso trafego e ocupação das

margens por atividade de comércio/serviços. Passa por Cariacica Sede em direção ao município de

Santa Leopoldina.

Constitui-se em um corredor secundário, sendo que o trecho que liga a BR 262 à Itacibá já está

licitado e com previsão das obras até 2011, segundo o Secretário de Obras de Cariacica, Sr. José

Antônio Munaldi. Existe um grande fluxo de veículos na rodovia, que possui pista simples, além de

um grande tráfego de caminhões pesados.

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Figura 7 – Foto da Rodovia do Contorno/BR 101 – Trecho duplicado

Mas é no trecho que liga Itacibá à Rodovia do Contorno que se encontra o maior desafio. A via

possui residências e comércios ao longo do seu percurso, dificultando o seu alargamento, pois

necessitaria de desapropriações.

Figura 8 – Foto da Rodovia José Sette/ES 080

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Rodovia Leste-Oeste / BR 447 – A rodovia, cuja obra está sendo realizada pelo Governo do Estado

e com previsão de término para 2011, liga a BR 101 Sul, na altura da antiga Braspérola, até a rodovia

Darly Santos em Vila Velha, facilitando o acesso também ao Porto de Capuaba, fazendo com que o

tráfego de veículos pesados saia do Centro de Cariacica.

Segundo a Assessoria de Comunicação e Marketing do DER-ES, a rodovia vai possibilitar uma

integração maior com o Porto de Capuaba e haverá uma significativa redução no trajeto entre as BRs

101 (Contorno) e 262 e a área portuária de Vila Velha, que permitirá viagens, aproximadamente, 20

minutos mais curtas.

A construção da via vai proporcionar a retirada do tráfego pesado de bairros como Jardim América,

Rio Marinho, Cobilândia, BR 262 no perímetro urbano e na Avenida Carlos Lindenberg. Os

moradores das áreas próximas à rodovia serão beneficiados com uma nova opção de trajeto e com

novas linhas de ônibus do Sistema Transcol. Estão previstos a construção de passeios laterais de 2,5

metros de largura nos dois lados da pista e baias de ônibus de concreto armado. A rodovia terá 40

metros de largura sendo duas faixas em cada sentido, as duas pistas serão separadas por um canteiro

central de 10 metros. Durante o levantamento de dados e visita técnica in loco percebemos ainda

algumas dúvidas quanto ao trajeto exato da via, visto que está sendo modificado em alguns trechos

devido a áreas de alagamento, como em Vila Isabel.

Figura 9 – Mapa do traçado aproximado da Rodovia Leste-Oeste/BR 447

Rod. Leste-Oeste

BR 262

Av. C. Lindemberg

Rod. Larly Santos

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Avenida Alice Coutinho – O corredor liga a BR 262 à Rodovia Leste-Oeste. O trecho da BR 262

até próximo do Bairro Maracanã já se encontra duplicado, faltando a execução do trecho que liga o

bairro até a Rodovia Leste-Oeste. Neste trecho restante, que atualmente encontra-se com asfalto ruim

e com muitos buracos, o traçado ainda não está definido, necessitando da elaboração do projeto e,

possivelmente, desapropriações. Esta via ajudará a reduzir o trânsito da BR 262 com destino à Vila

Velha, dando maior mobilidade também ao fluxo entre os bairros por onde passa.

Figura 10 – Foto da Avenida Alice Coutinho

Corredor Arterial Sudeste – Ligando o Terminal de Campo Grande à rodovia Leste-Oeste no

bairro Campo Belo, esse corredor, juntamente com a Avenida Alice Coutinho, proporcionará a

redução do fluxo de veículos na BR 262 após a conclusão das obras da Leste-Oeste. Atualmente,

encontra-se duplicado até o bairro Campo Belo.

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Figura 11 – Foto do Corredor Arterial Sudeste

Corredor Arterial Sudoeste – Interliga o corredor Arterial Centro-Sul à Rodovia Leste-Oeste.

Encontra-se duplicado nos dois sentidos, com canteiro no meio. A via tem características de rodovia,

com poucos pontos de entrada e saída. Visto que é uma obra recente, alguns acessos precisam de

sinalização. Do bairro Tiradentes até o limite com Viana possui pista simples nos dois sentidos. É

preciso atenção especial do poder público municipal para não haver invasões das margens,

dificultando a sua duplicação no futuro.

Figura 12 – Foto do Corredor Arterial Sudoeste

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Avenida Vale do Rio Doce – Liga os bairros Porto de Santana e Itangá ao bairro São Torquato em

Vila Velha. É uma avenida de pista simples para cada sentido, margeando o canal de Vitória pelo

lado de Cariacica.

Apresenta tráfego de caminhões com destino aos Portos de Vila Velha e com algumas empresas

voltadas ao comércio exterior ao longo da via. É uma via com baixa mobilidade e com ponte estreita

próxima ao pátio de vagões da Vale.

A Avenida Vale do Rio Doce deve ser considerada como uma importante via de fluxo a receber

investimentos, dado o seu trajeto, podendo vir a facilitar o deslocamento das regiões por onde passa,

bem como ser uma ligação do município de Cariacica com Vitória e Vila Velha, através de Paul,

reduzindo o tráfego na BR 262.

Atualmente, a via encontra-se com obras de revitalização, onde no lado do canal está sendo

construído o novo calçadão. Entretanto as margens estão limitadas pela existência de empresas e

residências, de um lado, e de áreas de mangue, na margem oposta, dificultando a sua duplicação.

Figura 13 – Foto da Avenida Vale do Rio doce

Avenida Expedito Garcia – Localizada no bairro Campo Grande, a avenida possui uma pista

simples em cada sentido e sem canteiro central.

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Ao longo da avenida encontra-se o maior shopping a céu aberto da Grande Vitória, com lojas,

bancos, supermercados, bares e lojas de comercialização de veículos, que estacionam os carros nas

ruas.

As obras de urbanização e paisagismo eram para terem sido concluídas em dezembro de 2008.

Entretanto, no mês de novembro do ano seguinte foi abandonada pela construtora responsável,

deixando a população em meio a buracos, rachaduras e sendo obrigada a caminhar pela via em

desnível. (A Gazeta, 08/04/2010)

Figura 14 – Foto da Calçada em obra na Av. Expedito Garcia

A construção da calçada para toda a avenida estava orçada, inicialmente, em R$ 2,9 milhões (projeto

Calçada Cidadã). Somente a primeira etapa exigiria o investimento de R$1,3 milhão e seria

concluída em três meses, após o início dos trabalhos. A construtora Santa Edwiges abandonou a obra

e construiu a calçada de forma irregular, obrigando a administração municipal a rescindir o contrato

em janeiro de 2010. Atualmente, pode-se notar que parte das calçadas está conforme o projeto

Calçada Cidadã e parte estão ainda no modelo antigo.

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Segundo o diretor do CDL de Cariacica, Samuel Vale, as reclamações dos lojistas também são

constantes, visto que perdem vendas, devido a este problema, à falta de vagas para estacionamento e

aos ambulantes, que não foram realocados, conforme previa o projeto.

Os vendedores ambulantes ocupam muitos espaços das calçadas que seriam para os pedestres,

tornando o espaço caótico. O mesmo ocorre com algumas lojas, onde algumas bancas de mercadorias

avançam sobre a calçada. Como o fluxo de pessoas é intenso, isto agrava ainda mais o trânsito lento

de veículos, visto que com a falta de espaço muitos pedestres andam pelas ruas, aumentando o risco

de acidentes. Alguns vendedores ambulantes chegam a ocupar parte das ruas que dão acesso à

Avenida Expedito Garcia.

Figura 15 – Foto da calçada parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia

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Figura 16 – Foto da calçada parcialmente ocupada por mercadorias de loja na Av. Expedito

Garcia

Figura 17 – Foto da rua parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia

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Figura 18 – Foto da rua parcialmente ocupada por ambulantes na Av. Expedito Garcia

Calçadas e Ciclovias

Apesar do incentivo à saúde, andar de bicicleta ainda representa risco em Cariacica. A falta de

ciclovias nas principais ruas e avenidas do município faz com que os ciclistas se arrisquem,

dividindo o mesmo espaço no trânsito com ônibus, caminhões e carros de passeio.

Existe no município um grande número de ciclistas, mas existem poucas ciclovias, como na BR 262

e na Avenida Alice Coutinho. Visto que as vias dos bairros são estreitas, este se torna um problema

de difícil solução, que se agrava ainda mais pela falta de calçadas em alguns bairros.

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Figura 19 – Foto de ciclista atropelado na ES 080 – Rodovia José Sette em 24/05/2010

As prefeituras municipais estão estimulando a construção da chamada Calçada Cidadã, que oferece

mais segurança e acessibilidade, entretanto a realidade ainda está longe do ideal, conforme destacado

a seguir: (A Gazeta, 14/07/2009)

A prefeitura da Serra está implantando o projeto Calçada Legal, que segue o Código de Obras e

as normas da ABNT - NBR 9050. O projeto defende a criação de faixas livres, faixas táteis e

rampas, entretanto a lei ainda será elaborada. O município vai fazer a padronização dos casos que

não adequarem a calçada e, depois, cobrar no IPTU do proprietário;

A prefeitura de Vitória está possui o projeto Calçada Cidadã, que segue o Código de Edificações,

o Código de Posturas e as normas da ABNT - NBR 9050, estando regulamentado pela Lei

Municipal, nº 4.821/98. A fiscalização é de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento

da Cidade (Sedec), sendo prevista a multa de R$ 300,00;

A prefeitura Vila Velha possui o projeto Ande na Calçada, que segue o Código de Posturas e as

normas da ABNT - NBR 9050, estando regulamentado pela Lei Municipal nº 2012/81. A

fiscalização é de responsabilidade da Secretaria de Serviços Urbanos, sendo prevista a multa de

R$ 387,00 a quem não se adequar;

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Em Cariacica, existe o Projeto Calçada Viva, que segue as normas da ABNT - NBR 9050, mas

não possui lei municipal regulamentando, nem um manual ou cartilha de acessibilidade para

calçadas para orientar a população. O projeto está sendo implantado na Avenida Expedito Garcia

e deverá ser estendido para outros locais, como Jardim América, Bela Aurora, Cariacica-Sede,

Porto Santana e Itacibá. Não há fiscalização nem previsão de multa a quem não se adequar.

Segundo o presidente do Crea-ES, o Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Luis Fiorotti, “a

calçada cidadã ou calçada ideal é aquela bem conservada, na qual as pessoas podem caminhar com

segurança e conforto, em um percurso livre de obstáculos e de forma compartilhada com os diversos

usos e serviços de seu interesse. A legislação prevê que os responsáveis pelos imóveis particulares,

proprietário ou locatório, são obrigados a construir as calçadas cidadãs e mantê-las em bom estado

de conservação. Ao poder público cabe a responsabilidade pela execução e manutenção das

calçadas nos espaços públicos.”

Figura 20 – Foto da calçada cidadã em Vitória

A calçada cidadã possui duas faixas: uma de percurso livre e outra de serviços. A faixa de percurso

livre é plana, sem degraus, sem obstáculos e com piso antiderrapante. A área reservada para serviço

concentra todo o mobiliário urbano, como árvores, postes, orelhões, entre outros. A faixa de serviço

deve ter piso podo tátil, que identifica uma área não segura para caminhar.

As normas gerais são: (A Gazeta, 14/07/2009)

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Área livre: Mínimo de 1,2m de largura, piso nivelado liso e antiderrapante;

Alerta tátil (com relevos): 80cm de largura, para sinalizar o limite entre a calçada e a rua e áreas

onde tem orelhão, árvore, hidrante e outros obstáculos;

Rampas: Em faixas de pedestres;

Novos projetos: Esses só são aprovados caso incluam a adequação da calçada no padrão exigido;

Responsabilidade: A construção e conservação da calçada são de responsabilidade do dono;

Incentivo: Não há desconto nem incentivo financeiro para se adequar, por ser uma norma. As

prefeituras conscientizam moradores;

Obras municipais: Prefeitura arca com a adequação.

Avaliação das Vias e do Trânsito

A condição das calçadas foi o item pior avaliado pelos entrevistados na Pesquisa de Mobilidade,

Transporte e Trânsito de Cariacica (Consumeta, 2011). Em relação ao bairro onde mora, 47,0% dos

entrevistados avaliaram as condições das calçadas como péssimas, que somadas a “ruim” totalizaram

59,5% de avaliação negativa (72,8% de regular + ruim + péssimo). Apenas 26,8% avaliaram as

calçadas como ótimas ou boas. (Gráfico 8)

A largura das ruas e a pavimentação ficaram com avaliações semelhantes, obtendo índices positivos

de 42,3% e 42,0% (ótimo + bom), respectivamente, e índices negativos de 57,7% e 58,0% (regular +

ruim + péssimo).

Gráfico 8 – Estrutura das Vias

3,5%

23,3%

13,3%

12,5%

47,0%

0,5%

6,0%

36,3%

14,8%

13,8%

29,3%

0,0%

6,5%

35,5%

15,3%

12,3%

30,5%

0,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Condição das calçadas Largura das ruas Pavimentação das ruas

ESTRUTURA DAS VIAS

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

NR/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

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Sobre o trânsito de veículos nos bairros de moradia, 54,0% avaliaram como “ótimo” ou “bom”,

enquanto que 24,8% avaliaram como “ruim” ou “péssimo” e 21,3% como “regular”. (Gráfico 9)

Os índices positivos sobem em relação ao acesso aos bairros vizinhos, onde 59,1% dos entrevistados

avaliaram como “ótimo” ou “bom”, enquanto que a avaliação negativa (ruim + péssimo) foi de

26,3% e de 14,5% de “regular”.

Gráfico 9 – Trânsito e Acesso a Outros Bairros

10,5%

43,5%

21,3%

9,0%

15,8%

0,0%

15,8%

43,3%

14,5%14,3%

12,0%

0,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Trânsito de veículos Acesso aos bairros visinhos

TRÂNSITO E ACESSO A OUTROS BAIRROS

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

NR/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

2.5 – PONTOS DE ENGARRAFAMENTO E ESTRANGULAMENTO

A estrutura viária de Cariacica é, atualmente, altamente dependente das rodovias BR 101 e BR 262.

Além disso, conforme analisado anteriormente, as outras vias de caráter relevante para a mobilidade

municipal são estreitas e em muitos bairros a sinalização é precária ou inexistente.

Outros fatores relevantes a serem destacados são o crescimento de 92,6% da frota de veículos no

período de 2002 a 2009 e a oferta de empregos menor do que a demanda do município, fazendo com

que os moradores trabalhem em outros municípios vizinhos, provocando o movimento pendular nos

horários de pico. Com isso, a mobilidade urbana se agrava rapidamente, acarretando no

estrangulamento do fluxo de pessoas e cargas, impactando nos custos e eficiência dos

deslocamentos.

Essas características fazem com que os problemas advindos do trânsito se agravem a cada ano,

demandando investimentos na ampliação e melhorias da malha viária e no modus operandi da

administração dos deslocamentos.

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Dessa forma, o trânsito em Cariacica possui vários pontos de engarrafamento e/ou estrangulamento,

como:

Entrada da 2ª Ponte, em Jardim América – apresenta engarrafamento tanto no sentido para

Vitória como para São Torquato. No sentido Vitória a causa principal é o afunilamento da pista

após a rodoviária, já no município de Vitória, sendo agravada pelas obras executadas do

Programa Águas Limpas. O movimento pendular da população que trabalha em Vitória é outro

fator que contribui para os constantes engarrafamentos neste ponto nos horários de pico. No

sentido São Torquato a causa principal é o afunilamento do trânsito rumo à Vila Velha, na subida

para a Avenida Carlos Lindenberg, que possui pista simples e grande tráfego de veículos pesados

destinados ao porto de Capuaba. A curva no cruzamento da BR 262 com a Avenida Carlos

Lindenberg, logo após passar por debaixo da Segunda Ponte, é muito fechada no sentido Vila

Velha, fazendo com que as carretas tomem ocupem as duas pistas para poderem entrar,

colocando em risco os veículos no sentido contrário e impactando no trânsito até em frente ao

estádio da Desportiva Ferroviária. Este problema tende a ser amenizado com a inauguração da

Rodovia Leste-Oeste /BR 447, que absorverá o fluxo de veículos pesados com destino ao Porto

de Capuaba;

Figura 21 – Foto do trânsito na entrada da Segunda Ponte – Jardim América

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BR 262, nas proximidades de Alto Lage – próximo ao cruzamento da Caixa Econômica Federal,

apresenta engarrafamentos nos horários de pico, dado o grande volume de automóveis que

dependem da BR 262 para trafegar no sentido Vitória ou Vila Velha. Muitos automóveis fecham

o cruzamento, dificultando ainda mais o fluxo. Neste ponto, em horários de pico, é fundamental a

fiscalização do trânsito, a fim de proporcionar maior fluidez;

Figura 22 – Foto do engarrafamento na BR 262 – Alto Lage

Avenida Espírito Santo, em Jardim América – possui pista simples nos dois sentidos com espaço

nas laterais para estacionamento (embora sem sinalização a respeito) e apresenta grande fluxo de

veículos para Vila Velha e Bela Aurora (ida e volta). A falta de divisão entre as pistas e de

fiscalização do trânsito representa alto risco, favorecendo a imprudência dos condutores de

veículos com ultrapassagens e desordem nas filas dos engarrafamentos. Devido à falta de

fiscalização do trânsito, muitos motoristas fecham o cruzamento no semáforo onde há passagem

da linha férrea, dificultando ainda mais o fluxo, que já é crítico devido à ligação com a Rua

Roberto Luis, em Vasco da Gama, onde a pista afunila para cerca de 6 metros com calçadas

estreitas e sem acostamentos dos sois lados da via. Pelo outro lado, na chegada ao centro de

Jardim América ocorre o afunilamento da pista, onde é proibido o tráfego de veículos pesados.

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Figura 23 – Foto do engarrafamento Av. Espírito Santo – cruzamento com a linha férrea

Rodovia José Sette (ES 080) – possui pista simples nos dois sentidos, sem espaço para

acostamento. Devido à largura estreita da pista, qualquer veículo parado, devido a problemas

mecânicos ou acidentes, provoca extenso engarrafamento nos dois sentidos. Apresenta grande

fluxo de veículos e afunilamento chegando em Itacibá. Além da pista simples nos dois sentidos e

sem acostamento para estacionamento, a situação é agravada ainda mais pelas calçadas estreitas

e irregulares (e em alguns pontos inexistentes) e intensa atividade comercial, acarretando

situação crítica para o trânsito e para os pedestres que se arriscam a andar pela rua por falta de

espaço. O tráfego de veículos pesados é outro fator agravante, pois causa lentidão no trânsito e

representa riscos para os pedestres. Não é incomum encontrar carretas paradas na pista devido à

problemas mecânicos, obstruindo o trânsito e gerando filas quilométricas;

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Figura 24 – Foto do trânsito na ES 080 em Itacibá

Rodovia do Contorno (BR 101) – atualmente, encontra-se em obras de duplicação, sendo um dos

trechos mais perigosos das estradas do Estado. Os engarrafamentos são devido ao grande fluxo

de veículos, principalmente de caminhões pesados, bem como devido às obras de duplicação e

uma parte ainda ser de pista simples, afunilando-se na altura da transportadora Transfinal até o

trevo da CEASA. Nas proximidades deste trevo a situação do trânsito fica crítica devido à baixa

capacidade de tráfego e ao mau estado de conservação;

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Figura 25 – Foto do engarrafamento na Rodovia do Contorno/BR 101

Trevo da Casa do Adubo – o fluxo de veículos é intenso em frente à sede da Prefeitura

Municipal nos dois sentidos. O problema se agrava nos horários de pico, pois não há semáforos

ou outro mecanismo para distribuição e organização do fluxo de veículos, provocando muitos

engarrafamentos e acidentes;

Figura 26 – Foto do trânsito no trevo da Casa do Adubo – BR 262

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Trevo da CEASA – recebe o fluxo de veículos vindos da BR 262, Campo Grande e Serra, bem

como o fluxo de passagem da BR 101;

Figura 27 – Foto do engarrafamento no trevo da CEASA – BR 101/262

Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande – recebe grande fluxo de pessoas e veículos

atraídos pelo comércio, bancos etc. A maior parte da via é de pista simples nos dois sentidos com

espaço para estacionamento dos dois lados. Assim, muitos engarrafamentos são provocados

enquanto os motoristas estacionam seus veículos e devido às paradas de ônibus, que muitas vezes

ficam parcialmente na pista, impedindo o fluxo. Outro problema constatado foi na parte de

sentido único com duas pistas, que liga a BR 262 até a altura da agência da Caixa Econômica

Federal, onde os veículos de passeio e caminhões param em fila dupla, ocupando uma das pistas

e atrapalhando o fluxo.

Figura 28 – Foto do trânsito na Avenida Expedito Garcia – Campo Grande

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Além dos principais pontos citados, nota-se alguns pontos de estrangulamento em outros locais da

cidade, como:

Algumas ruas do bairro Campo Grande, próximas a Avenida Expedito Garcia – dado o grande

fluxo de veículos, muitos tentam cortar pelas vias internas;

Avenida Vale do Rio Doce – possui pista simples nos dois sentidos e apresenta tráfego de

veículos pesados, além de possuir uma ponte estreita e em mau estado de conservação;

Estreitamento das ruas dos bairros Alto Lage e Jardim América;

Dentro do bairro Santana, existe um grande tráfego de caminhões pesados;

Na Rua Aldo Alves Prudêncio, no bairro Expedito, onde o grande fluxo de veículos somados à

falta de calçadas, acarretam acidentes e tornam o trânsito caótico;

Utilização da Avenida América por caminhões pesados;

Afunilamento da Rua Sebastião José Arcelino;

Estreitamento da Rua Getúlio Vargas devido às invasões.

2.6 – CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES E SEUS INDICADORES

Cariacica apresenta vários pontos de risco de acidentes de trânsito. Fatores como o aumento da frota,

grande fluxo de veículos de passagem, movimento pendular da população, sinalização precária ou

inexistente e imprudência engrossam as estatísticas. Os principais pontos de risco em Cariacica são:

Rodovia do Contorno;

Rodovia José Sette, nas proximidades do Colégio Tabajara;

Rodovia José Sette, em frente à Escola São João Batista;

Descida da entrada de Itacibá;

Trecho após o semáforo localizado próximo à Praça de Itacibá;

Entrada do bairro Porto de Santana;

Curva do radar no bairro Tucum;

Trecho que liga o bairro Nova Brasília a Mucuri;

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Trecho que liga o bairro Nova Brasília ao bairro Itanguá – cruzamento da rua Clarisse Alves

Ribeiro com a rua Vila Velha;

BR 262 – principalmente entrada do bairro Jardim América, próximo ao posto de combustíveis e

a Caixa Econômica Federal;

Cruzamento da Avenida Amazonas com a Rua Itapemirim – bairro Itapemirim;

Rua Holanda e início da Rua João Pessoa – bairro Itapemirim;

Cruzamento da Rua Anastácia com a Rua Padre Gabriel.

Figura 29 – Foto de acidente na Rodovia do Contorno/BR 101

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Figura 30 – Foto de acidente na Rod. José Sette/ES 080

Segundo ofício enviado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito do Espírito Santo, BPTRAN, enviado

em 18 de junho de 2010, os acidentes de trânsito em vias estaduais e municipais de Cariacica

aumentaram 56,1% em seis anos, saltando de 2.095, em 2004, para 3.271, em 2009. (Tabela 6)

Os acidentes com motocicletas cresceram 165,1%, passando de 218 para 578 no mesmo período,

enquanto que os acidentes com automóveis cresceram 51,6%, passando de 1.132 para 1.716, em

2009.

Tabela 6 – Acidentes em Vias Estaduais e Municipais de Cariacica

Tipo de veículo 2004 2005 2006 2007 2008 2009 % 09/04

Automóveis 1.132 1.101 1.213 1.425 1.429 1.716 51,6%

Motocicletas 218 293 312 388 522 578 165,1%

Caminhões 248 234 289 300 294 335 35,1%

Caminhonetes 206 202 216 237 227 265 28,6%

Ônibus 128 132 151 142 150 168 31,3%

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Bicicletas 99 85 90 70 77 81 -18,2%

Outros 64 63 60 73 96 128 100,0%

Total Anual 2.095 2.110 2.331 2.635 2.795 3.271 56,1%

Fonte: BPTRAN-ES, 18/06/2010; Elaboração: Consumeta Consultoria

Entretanto, apesar dos dados enviados no ofício do Batalhão de Polícia de Trânsito, no site do

DETRAN-ES, no link “estatística/acidentes de trânsito”, onde constam os Relatórios Anuais de

Estatísticas de Trânsito, os números de acidentes e os índices de crescimento são bem diferentes.

Enquanto que nos dados enviados pela Polícia de Trânsito o crescimento entre 2005 e 2008 foi de

32,5%, nos dados do DETRAN-ES o crescimento foi de 185,5%. (Tabela 7)

Tabela 7 – Acidentes em Vias Estaduais e Municipais de Cariacica

Acidentes 2005 2006 2007 2008 % 08/05

Com vítimas 348 347 466 1.007 189,4%

Sem vítimas 688 770 962 1.951 183,6%

Total 1.036 1.117 1.428 2.958 185,5%

Fonte: DETRAN-ES, Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito; Elaboração: Consumeta Consultoria

Nas rodovias federais de Cariacica, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, os acidentes

de trânsito cresceram 42,1% no período de 2006 a 2009, saltando de 2.037 para 2.894. (Tabela 8)

Tabela 8 – Acidentes em Vias Federais de Cariacica

Estradas 2006 2007 2008 2009 % 09/06

BR 101 550 731 826 801 45,6%

BR 262 1.487 2.102 2.077 2.093 40,8%

Total 2.037 2.833 2.903 2.894 42,1%

Fonte: Polícia Rodoviária Federal, 20/08/2010; Elaboração: Consumeta Consultoria

Os locais com maiores índices de acidentes na BR 101, em Cariacica, foram as extensões dos

quilômetros 291, 293 e 289, e na BR 262 foram as extensões dos quilômetros 3, 6 e 4. (Tabela 9)

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Tabela 9 – Índices de Acidentes por Locais

Km (BR 101) % Km (BR 262) %

291 15,0% 3 17,2%

293 11,1% 6 15,6%

289 10,8% 4 14,8%

288 8,8% 1 13,7%

292 7,8% 2 12,1%

283 6,7% 5 9,6%

290 6,0% 0 8,6%

287 5,3% 7 7,8%

280 5,1% 8 0,6%

285 5,1%

286 3,9%

281 3,5%

282 3,4%

294 3,2%

284 2,8%

279 1,4%

Fonte: Polícia Rodoviária Federal, 20/08/2010; Elaboração: Consumeta Consultoria

Na Rodovia do Contorno, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, o número de acidentes

dobrou nos últimos 5 anos, passando de 352, em 2006, para 709, em 2010. (Gráfico 10) Conforme

noticiado amplamente nos principais jornais do Estado, as principais causas são a má sinalização

(inclusive das obras de duplicação), a imprudência dos motoristas e animais na pista.

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Gráfico 10 – Acidentes na Rodovia do Contorno

352

184

12

467

220

16

509

289

16

579

277

13

709

332

20

0

200

400

600

800

2006 2007 2008 2009 2010

ACIDENTES NA RODOVIA DO CONTORNO

Acidentes

Feridos

Mortos

Fonte: Polícia Rodoviária Federal/Jornal A Gazeta, 19/02/2011;

Elaboração: Consumeta Consultoria

De acordo com o DETRAN-ES, em 2008, os acidentes sem vítimas totalizaram 65,96%, enquanto

que os acidentes com vítimas foram de 34,04%. Dos acidentes com vítimas, 63,26% foram de dia e

36,74 foram durante a noite.

Gráfico 11 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008

Fonte: DETRAN-ES

Na alisando os dados do DETRAN-ES, a quantidade de acidentes com vítimas em 2008 variou

pouco durante os meses do ano, não apresentando grandes disparidades – o mesmo comportamento

foi observado nos anos de 2005 a 2007.

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Gráfico 12 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008

Fonte: DETRAN-ES

Os acidentes com vítimas ocorreram na sua grande maioria (96,13%), na área urbana e a principal

natureza foi a colisão/abalroamento (62,76%), seguida de atropelamentos (16,58%), choque (8,74%)

e outros, ficando a área rural com a parcela de 3,57% apenas.

Gráfico 13 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008

Fonte: DETRAN-ES

A quantidade de acidentes com vítimas segundo os dias da semana também apresentou pouca

variação, tendo uma queda mais aos domingos. Já em relação à faixa horária, nota-se um crescimento

acentuado na faixa de 6 às 8 horas da manhã, mantendo-se alto durante todo o dia até as 20 horas,

quando inicia a queda, sendo que houve uma pequena redução na hora do almoço (de 12 às 13

horas).

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Gráfico 14 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008

Fonte: DETRAN-ES

A grande maioria dos acidentes com vítimas envolveram condutores de 18 a 59 anos (81,14%), que é

também a maioria dos condutores em atividade, sendo que 44,88% foram condutores com idade

entre 30 e 59 anos e 36,26% condutores com idade entre 18 e 29 anos.

Nota-se que, em relação ao tempo de experiência do condutor, a quantidade cresceu levemente

conforme aumentou a experiência, talvez devido ao excesso de confiança adquirida com a

experiência. Um ponto fora da curva é representado pela faixa de 11 a 15 anos de experiência, onde

houve uma queda na quantidade de acidentes.

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Gráfico 15 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008

Fonte: DETRAN-ES, Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 / Cariacica

Em relação ao gênero, 86,90% dos condutores envolvidos em acidentes com vítimas eram do sexo

masculino e apenas 5,01% eram do sexo feminino, sendo que 68,80% dos condutores eram

habilitados.

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Gráfico 16 – Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito de 2008 / Cariacica; DETRAN-ES

Fonte: DETRAN-ES

2.7 – MUNICIPALIZAÇÃO DO TRÂNSITO

Segundo o Plano Diretor Econômico de Cariacica, elaborado em novembro de 2007, o município já

sinalizava no sentido da municipalização do trânsito, tendo firmado convênio com o Governo do

Estado em 16 de janeiro de 2004.

À época do PDE a Prefeitura Municipal já tinha uma “Coordenadoria Municipal de Trânsito

subordinada diretamente ao Gabinete do Prefeito, cuja função hoje está restrita à sinalização

(horizontal e vertical em convênio com a Sinales, e semafórica com a Rota)”.

Entretanto, pouco se vê nas ruas do município em relação à sinalização horizontal e vertical, bem

como em relação aos agentes de trânsito, inexistentes até o momento. Segundo reportagem de A

Gazeta (15/05/2010), “a situação de Cariacica é a mais crítica com relação à fiscalização e ao

cumprimento das leis de trânsito na Grande Vitória. Não há agentes, os motoristas, portanto, não são

notificados, e um grande número de vias ainda nem foi regulamentada”.

O caminho a ser percorrido é longo. O Conselho Municipal de Trânsito ainda não foi efetivamente

implementado e a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) não foi criada. Contudo a

Prefeitura já contratou agentes de trânsito que iniciaram os trabalhos de regulamentação. A Prefeitura

também está efetivando projetos de melhorias no trânsito como alteração de fluxos e sinalização

horizontal e vertical, contudo, ainda não existem indicadores específicos.

Conforme pudemos observar na pesquisa em visitas à subsecretaria de trânsito, também faltam

informações básicas sobre o setor, como: estrutura das vias, projetos viários propostos e em

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andamento (bem como suas características e prazos), números de veículos do município, fluxo de

veículos por faixa de horário, caracterização dos acidentes, dados sobre o transporte coletivo etc.

Vale ressaltar que a necessidade de fiscalização do trânsito foi muito solicitada pelos moradores na

pesquisa de opinião realizada pela Consumeta Consultoria e Pesquisas entre os dias 01 e 10 de

fevereiro de 2011.

2.8 – CARACTERIZAÇÃO DOS MODOS DE TRANSPORTE DOS MORADORES DO

MUNICÍPIO

Na Pesquisa de Mobilidade, Transporte e Trânsito de Cariacica, realizada pela Consumeta

Consultoria e Pesquisas Ltda., no período de 01 a 10 de fevereiro de 2011, ficou constatado que

37,3% dos entrevistados possuem carro, 8,6% possuem moto e 10,7% possuem bicicleta. (Gráfico

17)

Gráfico 17 – Posse de Veículos

37,3%

8,6%

10,7%

38,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Carro Moto Bicicleta Não tem

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Dos entrevistados que possuem carro, 28,0% andam sozinhos, na maioria das vezes, e 72,0% andam

com mais pessoas no veículo. (Gráfico 18)

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Gráfico 18 – Número de Passageiros nos Veículos

28,0%

31,8%

35,0%

5,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Anda sozinho Motorista + 1 ou 2 Motorista + 3 ou 4 Motorista + 5 ou +

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

O meio de transporte mais utilizado pela população de Cariacica é o ônibus, para 77,5% dos

entrevistados, sendo o carro em segundo lugar, para 46,7%. É relevante observar que o ônibus

destaca-se como principal meio de locomoção, visto que é utilizado com maior frequência (57,3%

disseram que utilizam diariamente). (Gráficos 19a e 19b)

Gráfico 19a – Frequência de Utilização dos Meios de Transporte

23,8%

1,0%

14,0%

8,0%

53,3%

10,8%

1,0%3,3%

2,5%

82,5%

4,0%0,3%

2,5%5,3%

88,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

Carro Moto Bicicleta

Diariamente

4 a 6x p/semana

1 a 3x p/semana

Raramente

Não utiliza

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

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Gráfico 19b – Frequência de Utilização dos Meios de Transporte

57,3%

1,5%

9,3%9,5%

22,5%

1,5%0,0%1,0%

3,3%

94,3%

0,8%0,3%2,0%

8,5%

88,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Ônibus Lotação/Vam Taxi

Diariamente

4 a 6x p/semana

1 a 3x p/semana

Raramente

Não utiliza

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Os principais destinos dos moradores, quando utilizam algum meio de transporte exceto bicicleta,

são outros bairros de Cariacica (46,2%) e Vitória (31,2%), seguidos de Vila Velha (10,8%), Serra

(6,0%) e Viana (3,3%). Se somarmos os resultados de Vitória e Vila Velha, teremos cerca de 42,0%

das pessoas se deslocando pela BR 262 no sentido Desportiva Ferroviária, revelando a importância

de investimentos nesses acessos.

É relevante observar que o motivo principal é o trabalho (71,1%), corroborando a informação de

movimento pendular da população devido à oferta de empregos no município. Outros motivos são

“tratamento médico” e “lazer”, com 9,0% cada, “estudo”, com 4,3%, e outras poucas respostas.

(Gráficos 20 e 21)

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Gráfico 20 – Principais Destinos Quando Utiliza Algum Meio de Transporte

31,2%

10,8%

6,0%

46,2%

3,3% 2,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Vitória Vila Velha Serra Cariacica Viana Outros

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

Gráfico 21 – Principais Motivos Quando Utiliza Algum Meio de Transporte

71,1%

4,3% 2,0%

9,0% 9,0%

0,0% 2,3% 0,8% 1,0% 0,5%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

Tra

balh

o

Estu

do

Com

pra

s

Médic

o

Lazer

Banco

Resolv

er

pro

ble

mas

Pare

nte

s/

am

igos

Outr

os

NR

/NS

Fonte: Consumeta Pesquisas (2011)

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2.9 – LIGAÇÃO ENTRE OS ESPAÇOS URBANOS E RURAIS

Nos últimos 40 anos, Cariacica sofreu um intenso processo de êxodo rural, o que ocasionou uma

desocupação do solo e envelhecimento da população rural, visto que a população jovem foi a que

mais migrou, em busca de trabalho.

A área rural possui característica montanhosa, dificultando a mecanização das lavouras que, junto

com a falta de mão de obra, favorece o parcelamento do solo. Atualmente, a área rural de Cariacica é

caracterizada pela predominância de propriedades de pequeno porte, sendo 721 mini propriedades

(68,2%), 268 pequenas (25,4%), 62 médias (5,9% e 6 grandes (0,6%), segundo dados do Incaper.

(Tabela 10)

Tabela 10 – Quantidade de Propriedades por Porte

Porte Quantidade %

Mini propriedades 721 68,1%

Propriedades pequenas 268 25,4%

Propriedades médias 62 5,9%

Propriedades grandes 6 0,6%

Total 1.057 100%

Fonte: Incaper, 2010. Elaboração: Consumeta Consultoria

Em visita in loco, notamos algumas queimadas para fins de agricultura e acúmulo de lixo por

ausência de conscientização ambiental e de coleta de lixo eficaz. De acordo com moradores da

região, a água dos rios apresenta baixa qualidade e algumas nascentes estão sendo destruídas devido

aos constantes desmatamentos, queimadas e ao uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações.

Há também o surgimento de áreas de risco social, com possibilidade iminente de urbanização e

favelização, como: Nova Campo Grande, Maricará, Roda D’água e Ibiapaba.

A proximidade com a área urbana da Grande Vitória, a característica bucólica e a proximidade com a

natureza, proporcionam a oportunidade de desenvolvimento do agroturismo, e estimulam a moradia

no futuro, principalmente com a melhoria das estradas.

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De acordo com a SEMAG (Secretaria Municipal de Agricultura), a área rural de Cariacica possui

mais de 150 km de estradas, sendo dividida em quatro micro regiões:

Micro Região I: Maricará, Cachoeirinha, Sabão, Patioba, Destacamento de Cima,

Destacamento de Baixo, Duas Bocas, Morro Grande, Alto Roda D’Água, Biapaba e Limão;

Micro Região II: Roda D’Água, Munguba, Boa Vista, Nova Campo Grande, Taquaruçu,

Morro do Óleo, Bubu, Mochuara e Boca do Mato;

Micro Região III: Pau Amarelo I, Pau Amarelo II e Alegre;

Micro Região IV: Vila Cajueiro, Padre Mathias e Vila Progresso.

Tabela 11 – Estradas por Micro Região e Distâncias

Micro Região I Distância (Km)

Estrada de Maricará – Cachoeirinha 4

Estrada de Cachoeirinha – Sabão 7

Estrada de Sabão – Patioba 2

Estrada de Patioba – Destacamento de Cima 4

Estrada de Destacamento de Cima – Destacamento de Baixo 2

Estrada de Duas Bocas – Morro Grande 9,5

Estrada de Morro Grande – Destacamento de Baixo 3

Estrada de Cachoeirinha (Destacamento – Sertãozinho – Sertão Velho) 3

Estrada de Duas Bocas – Sertão Velho 3

Estrada de Sertão Velho – Cabeceira do Alto Roda D’Água 6

Estrada de Limão – Morro do Óleo 1

Estrada de Destacamento de Baixo – Duas Bocas 2,5

Estrada de Biapaba (Estrada Adolfo Coutinho, início da José Sette até a ponte, divisa com Santa

Leopoldina) 3

Micro Região II Distância (Km)

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Estrada de Boca do Mato – Novo Brasil 2

Estrada de Boa Vista – início de Roda D’Água 2,5

Estrada de Roda D’Água, início em Boa Vista – ponto final do ônibus em Roda D’Água 5

Estrada de Munguba, início da ponte de Roda D’Água – ponte na divisa com Viana 3

Estrada de Nova Campo Grande, início na estrada de Roda D’Água – Vista Dourada 4

Estrada de Taquaruçu – Alto Roda D’Água 3

Estrada de Boa Vista, início no pé de Girica – Sertão Velho 4

Estrada de Morro do Óleo – Sertão Velho 4

Estrada de Bubu, início no ponto final dos ônibus – presídio feminino 1

Estrada de São Vicente, início no Campo Democrata – estrada do presídio feminino 1

Estrada de Mochuara, início no campo do Olaria – Final de Mochuara 3,5

Micro Região III Distância (Km)

Estrada de Alegre, início em Alto Roda D’Água – divisa com Viana, no sítio da Sra. Cleonice Maria

de Almeida Endich 4,5

Estrada de Pau Amarelo I, início no sítio do Sr. Sinval Tomas, divisa com Santa Leopoldina – campo

de futebol Pau Amarelo, divisa com Viana 6

Estrada de Pau Amarelo I, início na fazenda Três Lagoas – divisa com Viana 2

Estrada de Taquaruçu, início em Pau Amarelo I – Fazenda Sete Voltas 6

Estrada de Pau Amarelo I – Pau Amarelo II, divisa com Viana 2

Estrada de Pau Amarelo I – Pau Amarelo II, divisa com Santa Leopoldina 2

Micro Região IV Distância (Km)

Estrada Romualdo Silveira, Vila Cajueiro, início na BR 101 Contorno – linha férrea, divisa com

Padre Mathias 6

Estrada Demerval Vanzo, Padre Mathias, início na linha férrea – Estrada dos Funcionários 3,5

Estrada de Bela Vista, Padre Mathias, início na Demerval Vanzo – Estrada dos Funcionários,

paralela a geriatria do Hospital Pedro Fontes 2

Estrada dos Funcionários, até a BR 101 Contorno 2

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Estrada do Educandário Alzira Bley, início na Estrada dos Funcionários – BR 101 Contorno 2

Estrada Vascolândia, Vila Progresso, início na igreja católica comunidade Bom Jesus – entrada do

sítio do Edinho 2

Estrada que inicia no sítio do Edinho, passa pela carvoaria – igreja católica comunidade Bom Jesus 3

Estrada de Vila Progresso, início na entrada da carvoaria – Nova Vila Merlo 3

Fonte: SEMAG – Secretaria Municipal de Agricultura de Cariacica

A principal via de ligação da área urbana à região rural de Cariacica é através da Sede do município,

a partir da Rodovia José Sete (ES 080), pelo bairro Areinha. Outros bairros que fazem ligação da

área urbana com a rural são: Boa Vista, Novo Brasil e Campo Verde.

Em Areinha, a entrada encontra-se com pista pavimentada com paralelepípedos e sinalizada, embora

necessitando de limpeza pública e de melhor conservação, visto que é a principal porta de entrada à

região. (Figura 31)

Figura 31 – Foto da entrada para a área rural / Bairro Areinha

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Logo à frente, inicia a estrada de chão com solo preparado para as obras de asfaltamento, do

programa Caminhos do Campo. A via possui largura média de 6 metros, chegando a 8 metros em

alguns trechos. (Figura 32)

As obras para a pavimentação contemplarão 5,9 km da estrada rural que serve de acesso à reserva

Biológica de Duas Bocas. A ação é realizada pela Secretaria de Estado da Agricultura,

Abastecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG).

Figura 32 – Foto de rua recebendo investimentos do Programa Caminhos do Campo

Próximo à Cachoeirinha, na entrada para Pau Amarelo, há uma pequena ponte com 3 metros de

largura e a pista, além de estreita, apresenta muitos buracos, costeletas e erosões. (Figura 33)

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Figura 33 – Foto de ponte em Pau Amarelo

A mobilidade fica muito prejudicada no caminho para Pau Amarelo, rodeando a reserva biológica de

Duas Bocas, onde a pista possui muitas erosões dificultando a passagem de carros de passeio que não

são apropriados. Em alguns trechos a pista afunila para cerca de 2,5 metros no meio da mata.

Figura 34 – Foto de estrada estreita no meio da mata

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O estado das estradas também é um grande problema para o escoamento da produção da região.

Segundo alguns produtores, quando chove alguns trechos ficam intransitáveis devido à lama e à falta

de manutenção das estradas que não são capeadas, podendo ocasionar perdas na produção e,

conseqüentemente, prejuízos para muitas famílias de pequenos agricultores. (Figura 35)

Outro problema é a falta de sinalização em relação às localidades e às atrações rurais. É possível

percorrer quilômetros e passar por encruzilhadas sem nenhuma placa de orientação. O auxílio dos

moradores é o único meio de informação em relação à região e à direção a ser tomada. Entretanto,

em muitos pontos com bifurcações de caminhos não vemos moradores para ajudar a indicar a direção

correta.

Assim, se a administração pública municipal, juntamente com os moradores, quiser estimular a

atividade de agroturismo na região, deverá investir nas vias rurais, com capeamento das estradas e

sinalizações adequadas.

Figura 35 – Foto de estrada em péssimas condições na área rural

A estrada que liga São Paulo de Viana à Roda D’Água encontra-se com revsol com alto nível de

desgaste e muitos buracos. O mesmo ocorre entre Munguba e Roda D’Água, onde a pista possui em

média 3 metros de largura. (Figura 36)

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Figura 36 – Foto de estrada pavimentada com revsol – São Paulo de Viana

As estradas em péssimas condições podem ser notadas também nas demais localidades da região

rural, onde a pista é de chão com alguns poucos trechos pavimentados com revsol em estado ruim,

muitos buracos e erosões. Entretanto, notamos na visita que as estradas pelo lado de Viana e Santa

Leopoldina estão mais bem conservadas.

A via que liga a área urbana, rua Santa Leopoldina, cuja entrada é pelo Motel Classic, pelo lado de

Campo Verde à Boca do Mato, a pista é asfaltada possuindo 6 metros de largura, mas sem

acostamento. O principal risco é em relação aos caminhões e ônibus que trafegam nesta via,

ocupando a contramão nas curvas.

As linhas de ônibus passam em apenas 3 horários e contemplam apenas as localidades de Duas

Bocas, Roda D’Água, Cachoeirinha, Munguba e Boca do Mato. Sendo que as localidades de Alegre,

Alto Roda D’Água, Alto Sabão, Azeredo, Boa Vista, Boqueirão do Santílio, Boqueirão do Tomas,

Pau Amarelo e Trincheira não são contempladas com linhas de ônibus. Em alguns locais os

moradores tem que caminhar cerca de 4 quilômetros até o ponto de ônibus mais próximo. Esta

situação fica mais crítica quando a pessoa está com alguma enfermidade, tendo que contar com a

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ajuda de conhecidos próximos para o deslocamento, visto que não há unidades de saúde na região e

também não são contemplados pelo Programa de Saúde da Família.

Um ponto destacado pelos moradores e representantes da área rural no Seminário Setorial, realizado

no dia 07 de Agosto de 2010, em Cariacica Sede, foi que as péssimas condições das estradas

prejudicam também o rendimento escolar, além do escoamento da produção, que é comercializada na

região através da CEASA, em feiras livres, quilões e supermercados.

Segundo análise da SEMAG (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento), as estradas

rurais do município de Cariacica apresentam estado de conservação ruim devido às degradações

provocadas por chuvas abundantes, apesar dos serviços constantes de conservação. Esta situação

impede, ou dificulta muito, os produtores de escoar suas produções, bem como o transporte escolar e

o transporte de trabalhadores.

2.10 – ANÁLISE DOS PLANOS E PROJETOS EM ANDAMENTO

Duplicação da Rodovia do Contorno – BR 101

As obras de duplicação já duram 10 anos e a previsão é de que seja concluída em 2012, segundo o

superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) no Estado, Élio

Bahia.

A via é de suma importância, pois liga Cariacica à Serra, sem passar por Vitória, retirando o fluxo de

passagem do centro da Grande Vitória. Entretanto, devido às obras de duplicação, falta de

sinalização e má conservação do trecho ainda não duplicado, ela é conhecida como a rodovia da

morte, dado os inúmeros acidentes ocorridos.

Ao longo da via é possível presenciar o mato no acostamento encobrindo placas, trechos com o

asfalto soltando da pista, sinalizações confusas e falta de placas. Em relação à iluminação pública,

apenas o trecho na Serra possui boa parte iluminada, sendo que em Cariacica ainda está para ser

licitada.

A demora das obras favoreceu o crescimento de comunidades ao longo da via, que tinha a função

inicial de abrigar empresas de logística e de apoio aos portos da Grande Vitória. Esse fator, associado

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às características e o estado de conservação da via, bem como à imprudência dos motoristas, provoca

inúmeros atropelamentos e outros transtornos para os que trafegam ou vivem próximos.

As obras foram divididas em duas partes: o lote 1, trecho de 20 quilômetros entre Carapina, na Serra,

e a fábrica da Coca-Cola, em Cariacica; o lote 2, trecho de 6 quilômetros entre a Coca-Cola e a

Ceasa, em Cariacica. O projeto conta com duas vias em cada sentido, acostamento, sinalização e 11

passarelas, sendo que o trecho mais complexo é o da Ceasa, previsto para ter cinco viadutos e cinco

cruzamentos de nível.

O trecho da Ceasa até a fábrica da Coca-Cola ainda terá duplicado o número de faixas na rodovia e

os cinco viadutos proporcionarão a direção para todos os sentidos das duas rodovias, além da opção

de retorno ao condutor.

Segundo o superintendente do DNIT no Estado, haverá sinalização, com semáforos, somente nos

trechos onde o condutor tiver que passar pelo nível de baixo, sendo o trânsito livre pela parte de cima

dos viadutos.

De acordo com o DNIT, cerca de 30 mil veículos passam pelo local por dia (média de segunda-feira

a domingo), revelando uma região saturada, principalmente pela circulação intermunicipal, pois a via

é utilizada para andar por Cariacica ou chegar a Vitória, destacando a falta de opções para dividir o

trânsito.

Rodovia Leste Oeste, Avenida Alice Coutinho, Corredor Arterial Sudoeste e

Corredor Arterial Sudeste

Com previsão de conclusão no decorrer de 2011, a Rodovia Leste-Oeste/BR 447 configura-se como

uma excelente opção de integração entre os municípios de Cariacica e Vila Velha, principalmente

para o tráfego de veículos pesados com destino ao Porto de Capuaba.

Visto que outras vias como a Avenida Alice Coutinho, o Corredor Arterial Centro Sul e a Marginal

do Rio Marinho convergem para ela, deverá desafogar o fluxo de veículos dessas localidades em

direção à BR 262 com destino a Vila Velha.

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Viaduto no cruzamento da Avenida Alice Coutinho com a BR 262

O projeto do viaduto entre a Avenida Alice Coutinho e a BR 262, próximo ao novo estádio do Rio

Branco dará maior fluidez ao trânsito, tanto na ligação entre os bairros das margens opostas da BR

262, quanto no fluxo em direção à Vila Velha.

Corredor Metropolitano Central Expresso

Para algumas pessoas da Prefeitura Municipal de Cariacica entrevistadas, o Corredor Expresso é

mais um eixo de desenvolvimento do que uma solução para o trânsito. Há uma grande preocupação

com o trânsito de cargas, principalmente em direção aos portos de Vitória e Vila Velha.

Entretanto esta via terá uma grande importância de reduzir o fluxo de veículos das comunidades de

Santana, Tabajara, Nova Valverde, Nova Brasília, Itacibá e outras em direção à BR 262 com destino

à Vitória, e da Rodovia José Sette/ES 080, configurando-se como uma opção de deslocamento rumo

à Vitória e Vila Velha, bem como de ligação entre os bairros. Assim, deve-se ter cuidado para a

concepção não ser de rodovia, mas sim de via urbana, com ligações e pontos de entrada e saída.

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Figura 37 – Mapa das principais vias de Cariacica

Rodovia José Sette/ES 080

O projeto de duplicação da via até Tucum está pronto e as obras do Governo do Estado devem

melhorar as condições das vias na região, mudando parte do trânsito em Alto Laje e Itacibá.

O primeiro trecho, que vai da BR 262 no trevo de Alto Laje até o Terminal de Itacibá, será

reestruturado, passando a ter três faixas, canteiro central e calçadas de 2,5 metros.

BR 262

BR 101 / Rod. Contorno

ES 080 – Rod. José Sette

Rod. Leste-Oeste / BR 447

Av. Alice Coutinho

Corredor Arterial Sudeste

Av. Vale do Rio Doce

Av. Expedito Garcia

Term. Campo Grande

Term. Itacibá

Term. Jd.

América

Term. São Torquato

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O segundo trecho, compreendendo as vias a partir do terminal de Itacibá, passará a ter um sentido

único com duas faixas.

Essa mudança deverá aumentar a fluidez do trânsito, beneficiando também outros bairros próximos,

como Flexal e Itanguá.

Será projetada também uma ponte sobre o rio Itanguá e reformada a ponte existente, que teve o

estado de conservação avaliado pelo DER-ES como ruim a péssimo, pois os guarda-copos

encontravam-se totalmente destruídos e com ferragens aparentes.

Figura 38 – Desenho do projeto de duplicação da Rodovia José Sette / ES 080

Ed Arte: A Tribuna, 19/02/2010

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O projeto contempla também a construção e melhoria das calçadas, rotatórias, faixas exclusivas para

ônibus e veículos de cargas pesadas.

Passagem de nível na interseção Br 262 com a Rod. José Sette

Complementar ao projeto de duplicação da Rodovia José Sette, a passagem de nível é imprescindível

para solucionar o problema do trânsito no trevo da Casa do Adubo. Conforme informado no item 1.5,

o trevo não conta com semáforo e possui grande fluxo de veículos, acarretando muitos

engarrafamentos. A passagem de nível vai proporcionar fluidez contínua no trânsito.

Figura 39 – Desenho do projeto de passagem de nível na interseção da BR 262 com a Rodovia

José Sette.

Projeto: Carlos Vasconcelos

Segunda Ponte

Conforme abordado anteriormente, um dos principais gargalos do trânsito para quem sai de Cariacica

rumo à Vitória é a Segunda Ponte. O Ministério dos Transportes ainda vai contratar estudos para

definir o que deverá ser feito para melhorar as suas condições.

As alternativas são a construção de alças nesta ponte, a ampliação do número de pistas, ou a

construção de uma quarta ponte ligando Cariacica a Vitória, com acesso direto à Avenida Serafim

Derenze, em Santo Antônio.

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Quarta Ponte

O projeto ainda está em estudo e sob avaliação. Ligaria a região de Santo Antônio, em Vitória, à orla

de Cariacica. Em 2010, o Governo do Estado acreditava que o projeto era a melhor opção para

aliviar o trânsito na Segunda Ponte e no Centro de Vitória.

Dado o crescimento vertiginoso da frota de veículos e o desenvolvimento das cidades, este projeto se

mostra como necessário num futuro próximo, que integrado com o Corredor Metropolitano Central

Expresso, proporcionará maior agilidade no deslocamento Rodovia do Contorno – Vitória.

Figura 40 – Traçado projetado da Quarta Ponte com ligações viárias

Obra Viária na Região de Vasco da Gama

A região é uma importante ligação de Cariacica com Vila Velha e o projeto de reorganização do

fluxo proporcionará maior agilidade no trânsito e redução do fluxo de veículos na BR 262 com

destino à Vila Velha ou vindo dela.

Pelo projeto, de autoria do Consultor Carlos Vasconcelos, a rua Roberto Luís, em Vasco da Gama,

passaria a ter mão única no sentido Cariacica. O fluxo no sentido oposto seria pela rua Ricardo Luís,

transpondo o canal do Rio Marinho. (Figura 41)

Corredor Metrop. Central Expresso

Quarta Ponte

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Figura 41 – Desenho do traçado das vias em Vasco da Gama

BRT Grande Vitória

Mais conhecido como corredor exclusivo para ônibus, o projeto é uma grande aposta do Governo

Estadual para a melhoria do trânsito da Grande Vitória, através da priorização do transporte coletivo

em relação ao individual. Os municípios da região adotaram a idéia e a primeira etapa de 52

quilômetros deve ser concluída até o final de 2014 segundo a subsecretária Estadual de Mobilidade

Urbana, da Secretaria de Transportes e Obras Públicas (Setop), Luciene Becacici.

A intenção é separar, em vias de maior fluxo, uma ou mais faixas exclusivas para os ônibus a fim de

proporcionar maior agilidade e pontualidade no transporte coletivo. De acordo com o projeto, o

sistema contará com ônibus modernos, rápidos e pontuais, bem como rastreamento por GPS e

imagens de videomonitoramento.

Os passageiros embarcarão em terminais e plataformas no mesmo nível da entrada dos ônibus e as

passagens serão compradas nestes pontos. (Figura 42)

CARIACICA

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Figura 42 – Desenho de estação proposta para o BRT e as faixas exclusivas

Na Grande Vitória o projeto será implantado em três etapas, sendo que a primeira ligará parte da

Serra à Vila Velha e Cariacica, passando pela Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória,

interligando os terminais de Laranjeiras, Jacaraípe, Itacibá, Campo Grande, Vila Velha e Ibes, com

capacidade de transportar até 40 mil passageiros por hora, em cada sentido. (Figura 49)

No município da Serra o ônibus sairá do Terminal de Jacaraípe, percorrerá a Rua Talma Ribeiro,

passando pelo Terminal de Laranjeiras na Avenida Civit, seguindo pela BR 101 Norte, até o

Terminal de Carapina. Atravessará Vitória pela Av. Fernando Ferrari, Reta da Penha, Av. Cesar

Hilal, Av. Vitória, Área Central, até as Cinco Pontes, chegando ao Terminal de São Torquato.

Dali bifurcará em direção a Vila Velha e Cariacica. Em Vila Velha, percorrerá a Rod. Carlos

Lindenberg, passando pelo Terminal do Ibes e seguindo pelo Canal Bigossi até o Terminal de Vila

Velha. Em Cariacica, percorrerá a BR – 262, do Terminal de Jardim América até o Terminal de

Campo Grande, com ramal pela Rod. José Sette até o Terminal de Itacibá. Além desse percurso,

outros trajetos estão sendo estudados.

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Figura 43 – Desenho do traçado do corredor exclusivo para ônibus

Implantação da Guarda de Trânsito Municipal

A fiscalização do trânsito em Cariacica é necessária e urgente, dada a deficiência desse serviço no

município e as características do trânsito já apresentadas. Dessa forma, a prefeitura deve rever o

edital e aumentar o número de Guardas a serem contratados.

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3 – CONSTRUÇÃO DOS CENÁRIOS

Cariacica está situada numa posição estratégica para a Grande Vitória, visto que possui ligação direta

com os principais municípios, Vitória, Vila Velha, Serra e Viana. Vale ressaltar que as principais

rodovias, BR 101 e BR 262, ligam o município às regiões Norte, Sul e Serrana do estado e seus

vizinhos.

No entanto, Cariacica sente hoje os efeitos do crescimento desordenado, sem planejamento, controle

ou fiscalização. Os bairros surgiram sem que fossem projetadas vias que possibilitariam uma boa

mobilidade hoje, problema que ocorre também em relação às calçadas, irregulares ou inexistentes.

Assim, é preciso melhorar a fiscalização de postura e obras, fazendo valer as legislações vigentes no

município, como o código de obras, pois não há mais condições de promover o crescimento da

cidade sem oferta de mobilidade e acessibilidade para pedestres e veículos.

A interligação entre os bairros e aos municípios vizinhos é feita através de vias arteriais, federais e

estaduais, impactando diretamente tanto o acesso da região metropolitana quanto a acessibilidade aos

bairros, sobrecarregando o sistema viário em alguns pontos, provocando engarrafamentos, acidentes

e prejuízos. Esta sobrecarga do sistema viário se deve também ao movimento pendular para as

cidades de Vitória, Vila Velha e Serra, onde muitos moradores do município trabalham.

Existe no município grande numero de ruas com pavimentação e sem drenagem e sem sinalização. É

necessário dimensionar e sincronizar as ações nas secretarias relacionadas, para que desenvolvam

projetos articulados garantindo que as vias ofereçam maior estrutura para a população. Para isso, é

preciso atualizar e implementar o Plano Diretor Viário do município.

Um dos grandes desafios para Cariacica é o alargamento das vias existentes, visto que necessitaria de

desapropriações, o que seria muito oneroso para o poder público, causando conflito com a sua

arrecadação. Uma das formas de amenizar os problemas é a reorganização do fluxo e mudança viária

nas principais ruas, implementando mão única e abrindo novas vias.

É necessário também aumentar a arrecadação através do incentivo à instalação de empresas e à

geração de renda para a população, proporcionando, ao mesmo tempo, infraestrutura adequada para

que a renda circule no município e redução do movimento pendular para os municípios vizinhos.

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Visto que a maior parte das empresas que procuram o município para se instalar é da área de

logística, é preciso adotar uma política pública de desenvolvimento empresarial municipal focada no

oferecimento de infraestrutura viária para estimular a atração, ao invés de oferecer incentivos fiscais.

O estímulo à infraestrutura viária para a implantação das novas empresas de logística deve combinar

com o sistema de mobilidade geral do município, visto que provoca dois efeitos contrários: gera

empregos, reduzindo o movimento pendular, e, em contrapartida, impacta diretamente no trânsito

devido à sua atividade de transporte. Outro setor potencial do município diz respeito às propriedades

rurais, tanto em termos de produção, como em relação ao agroturismo. Entretanto, o acesso às

propriedades rurais é precário, dificultando o escoamento da produção e o fluxo turístico.

É relevante destacar que na área rural há sérios problemas de mobilidade o que demanda manutenção

para atender pelo menos 1100 propriedades cadastradas, sendo que destas há 7 grandes propriedades

apenas, revelando concentração na agricultura familiar.

Assim, o cenário desejável, e necessário, para Cariacica no futuro deve compreender:

Vias públicas acessíveis;

Urbanização de bairros (pavimentação/calçada);

Melhoria da interligação viária de Cariacica com os outros municípios da Região Metropolitana;

Melhoria na acessibilidade aos bairros;

Maior agilidade e disponibilidade do transporte público;

Gestão municipal eficiente do trânsito;

Cumprimento da legislação vigente no que tange a obras e estrutura viária;

Melhoria dos acessos e da mobilidade no escoamento de produção agrícola;

Valorização do agroturismo como geração de trabalho e renda;

Aumento da arrecadação municipal através da geração de emprego e renda.

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4 – SÍNTESE

A mobilidade urbana e rural de Cariacica apresenta problemas originados, muitas vezes, devido ao

seu processo de crescimento desordenado, ao baixo investimento em infraestrutura e à falta de

fiscalização, impactando na capacidade de deslocamento de pessoas e veículos.

Alguns fatores são determinantes na decisão de modo de deslocamento, como: a distância a ser

percorrida e o tempo de deslocamento, a infraestrutura viária, a disponibilidade e qualidade dos

meios de transporte e o custo desprendido no deslocamento.

Nota-se que, enquanto a população cresceu 9,9% de 2000 a 2007, a frota de veículos cresceu 92,6%

no período de 2002 a 2009. Paralelamente, a dependência das BRs 262 e 101, nos deslocamentos,

aumentou quase que na mesma proporção, dada a falta de opções de interligação com Vitória, Vila

Velha e Serra. A oferta de emprego inferior à demanda em Cariacica faz com que muitos habitantes

trabalhem nestes municípios, ocasionando um movimento pendular, sobrecarregando o trânsito e,

consequentemente, provocando engarrafamentos nos horários de pico.

A alta dependência dessas vias arteriais impacta diretamente tanto no acesso da região metropolitana

quanto na acessibilidade aos bairros, onde alguns não possuem vias de ligação bem estruturadas.

Muitas ruas são estreitas, com mobilidade limitada e em alguns pontos sem saída. Em alguns bairros

não há calçadas para pedestres ou estas são irregulares, a sinalização é precária ou inexistente, e

ônibus invadem a pista contrária nas curvas devido à largura das vias, problema que prejudica

também a entrega de mercadorias por caminhões.

As estradas rurais também apresentam problemas graves. Sem pavimentação e em péssimas

condições, impactam negativamente na atividade econômica de centenas de pequenos agricultores,

prejudicando também o desenvolvimento do agroturismo.

Nota-se, entretanto, uma evolução nos últimos anos da malha viária do município, onde atualmente

outros eixos estão sendo constituídos ou projetados, podendo reduzir a sobrecarga nas duas BRs e os

problemas de mobilidade e acessibilidade urbana e rural.

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5 - ANEXOS

Quadro 1 - Tempo Médio entre Viagens por Linha de Ônibus

Linha de Ônibus

Tempo Médio (em minutos) Horário (dias úteis)

Dias Úteis Sábados Domingos e

Feriados Início Término

500 10 15 20 05:05 00:00

504 15 15 17 04:40 00:00

505 15 15 20 05:00 23:40

506 15 15 15 05:10 00:00

509 15 20 20 05:00 00:00

512 12 12 - 06:40 08:50

515 15 20 20 05:00 23:00

523 15 15 20 05:00 00:00

525 15 15 20 05:00 23:25

526 10 12 15 04:25 23:40

527 15 20 20 05:00 00:00

530 10 - - 05:55 19:00

531 12 30 30 04:40 23:00

533 6 - - 05:00 00:00

534 15 20 - 05:23 19:20

535 30 40 40 05:15 22:40

536 12 20 - 05:56 18:28

540 15 30 30 05:00 21:10

543 15 15 - 05:15 08:25

570 15 15 - 05:45 19:15

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571 20 20 33 05:00 23:00

588 15 20 20 05:00 00:00

591 10 10 20 04:00 23:40

594 40 120 120 04:35 19:20

595 40 120 120 04:40 19:00

596 15 30 30 05:10 08:15

614 50 50 50 05:00 22:30

700 5 13 25 05:00 00:00

701 15 20 40 04:00 23:20

702 15 35 40 04:30 22:15

703 25 30 45 05:00 22:30

704 10 18 35 04:30 23:30

705 10 15 25 04:10 23:30

706 30 40 40 04:40 23:30

707 20 20 30 04:30 23:55

708 10 20 20 04:20 22:30

710 30 45 45 04:30 23:20

711 15 35 40 04:40 23:30

714 10 20 20 04:30 00:00

715 30 40 40 04:40 22:40

716 20 60 60 05:40 21:45

718 30 60 60 04:30 22:00

719 60 60 60 05:00 22:50

720 20 45 45 04:30 21:51

721 15 25 30 05:00 23:20

723 50 50 - 05:15 23:35

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724 20 15 20 04:10 23:15

725 60 60 60 04:45 19:30

726 40 60 90 05:00 23:30

727 20 20 30 04:20 23:00

728 10 18 15 04:15 23:25

729 45 80 80 05:30 22:40

730 20 30 30 05:00 23:25

731 25 45 45 04:30 23:00

732 30 30 30 04:15 23:30

733 35 60 60 05:10 21:30

734 10 30 35 04:30 23:10

735 60 60 60 00:01 03:00

736 60 60 60 05:45 22:25

737 45 60 - 04:40 23:30

738 30 40 40 04:40 23:30

739 30 30 35 05:00 23:30

740 25 40 40 05:00 22:00

741 20 20 25 04:30 23:40

742 15 15 15 05:00 23:40

743 40 40 40 05:00 19:40

744 28 40 40 05:10 22:10

745 20 - - 05:00 08:20

746 10 15 30 04:30 23:00

748 50 50 60 04:50 23:00

753 50 60 60 04:30 21:00

756 15 25 30 04:40 23:00

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757 25 40 55 05:10 22:00

759 45 60 - 05:00 23:45

764 40 40 50 04:30 23:10

766 150 180 270 05:00 19:30

768 20 20 40 04:45 23:25

769 30 60 60 04:30 22:40

770 30 50 50 05:00 22:30

711 18 30 30 05:00 22:40

783 30 30 - 05:30 15:55

784 60 60 60 05:00 21:25

785 180 180 180 05:50 18:10

789 30 30 35 06:00 16:00

792 30 45 - 05:00 19:15

901 20 30 30 04:30 23:30

902 60 90 120 04:30 21:30

903 60 60 120 05:00 22:00

904 75 20 20 07:10 19:17

905 90 60 60 05:00 22:25

906 25 45 45 04:45 23:35

907 30 35 50 04:20 23:20

908 35 45 60 04:30 23:30

909 60 60 60 04:30 23:20

910 15 20 45 04:30 23:35

911 25 35 40 04:35 23:30

912 15 20 30 04:30 23:30

913 25 45 - 04:50 22:30

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914 10 20 30 04:40 00:00

915 45 60 120 04:30 22:00

Média 29,8 39,6 47,3

Fonte: CETURB-GV; Elaboração: Consumeta Consultoria

* Os dados foram coletados no site http://www.ceturb.es.gov.br/default.asp, no dia 6 de maio de

2010. Entretanto, no do ofício enviado pela CETURB-GV em 3 de setembro de 2010, para a

Secretaria Municipal de Governo de Cariacica, as linhas marcadas em vermelho não foram

mencionadas. Segue abaixo a descrição das linhas:

512- T. Carapina / T. Itacibá- Via Camburi.

533- T. Campo Grande / T. Vila Velha.

534- Serra/ T. Campo Grande. (Expresso)

535- T.Carapina / T.Campo Grande Via Serafim Derenze.

536- T Campo Grande/ T. Carapina Via Maruípe. (Expresso).

543- T. Jacaraípe/ T. Itacibá. (Expresso).

594- Vila Merlo /Terminal Carapina Via Porto De Cariacica- Br 101 Contorno.

595- A. F Borges/ Terminal De Carapina Via Porto De Cariacica- Br 101 Contorno.

596- Cariacica/ T. Carapina- Via Porto De Cariacica.

744 - Nova Canaã / T. São Torquato - Via Porto Velho.

745 - T. Itacibá/ T. Jardim América.

746 - Bairro Aparecida / T. São Torquato - Via Porto Velho.

759 - Flexal Ii / Hosp. São Lucas - Via Porto Velho.

768 - Prolar / T. Itacibá - Via Porto De Cariacica.

770 - Bela Vista / T. São Torquato - Via Porto Velho.

771 - Porto De Cariacica / Terminal De Itacibá.

Page 90: MOBILIDADE, SISTEMA VIÁRIO, TRÂNSITO E · 7 estrutura viária mais robusta para suportar a quantidade de veículos, ocasionando congestionamentos e problemas de mobilidade. Em todos

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783 - Nova Rosa Da Penha / Itacibá - Via Campo Grande

784 - Cariacica / Jardim América Via Bubú – Ceasa.

785 - Duas Bocas / Ceasa Via Itacibá / Campo Grande.

789 - Cachoeirinha / Jardim América Via Campo Grande.

792 - Novo Brasil / Campo Grande - Via Alto Dona Augusta.