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Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 1 J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo Modelação, Identificação e Controlo Digital Semestre de Inverno 2005/2006 Área Científica de Sistemas de Decisão e Controlo

Modelação, Identificação e Controlo Digital

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Page 1: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 1

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Modelação, Identificação e

Controlo Digital

Semestre de Inverno 2005/2006

Área Científica de Sistemas de Decisão e Controlo

Page 2: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 2

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Programa da disciplina:

• 1-Aspectos Gerais sobre Controlo por Computador

• 2-Modelos de Sistemas Discretos

• 3-Identificação Não Paramétrica

• 4-Identificação Paramétrica.

• 5-Controlo com Técnicas Polinomiais

• 6-Predição Linear e Controlo de Variância Mínima

• 7-Controlo Adaptativo

Page 3: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 3

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Aspectos Gerais sobre

Controlo por Computador

Objectivo: Dar uma perspectiva sobre os temas abordados na disciplina

e enquadrá-la no âmbito do controlo por computador

Page 4: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 4

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Estrutura Geral do Problema de Controlo por Computador

u yD/A

A/D Sensor

Sistema a Controlar

Porto de Saída

Controlador

Porto de Entrada

Computador de Controlo

Sinal de

comando do

actuador

Variável

Física de

saída

Sinal

proporcional

à variável

Sinal de comando

Perturbações

Ruído

Page 5: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 5

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Objectivos de Controlo

• Estabilizar o sistema;

• Manter y no valor desejado, mesmo em presença de perturbações (regulação);

• Seguir referências para y, mesmo em presença de perturbações (seguimento de

trajectórias)

• Impôr uma dinâmica conveniente ao sistema controlado;

• Optimizar o sistema (por exemplo minimizar o consumo de energia, stress do

matéria, mantendo os objectivos - Controlo Óptimo!);

• Manter um comportamento constante do sistema controlado, mesmo face a

variações da dinâmica (Controlo Adaptativo!)

• …

Page 6: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 6

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Vantagens de Controlo Digital vs Controlo Analógico

� Implementação Programada vs Cablada

� Implementação paralela

� Controlo Distribuído

� Monitorização e Comando "user friendly"

� Maior precisão e controlo nos cálculos a efectuar

� Possibilita algoritmos sofisticados

Page 7: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 7

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Hardware de aquisição de dados

Relógio

Impulsos do relógioPorto deentrada

Micro-computador

INTCC

Sinal aamostrar

b0

b7

b1Conversor A/D

Ao receber um impulso de relógio, o conversor A/D

retém uma amostra do sinal e inicia a sua conversão

para um número binário.

Quando os bits b0 a b7 atingem o valor correcto, o sinal

de conversão completa CC é activado e o pino de

interrupção do microcomputador é actuado.

Se as interrupções não estiverem inibidas, a subrotina

de interrupção começa a ser executada, sendo

efectuada a leitura do porto de entrada, onde estão

ligados os pinos do A/D.

Page 8: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 8

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Estrutura do software para Controlo Digital (1 cadeia)

->Inibe interrupções

->Lê y no porto de entrada, ligado ao A/D

->Cálcula o controlo u

->Escreve u no porto de saída ligado ao D/A

->Desinibe interrupções

->Retorna ao programa principal

Programa principal

Salta quando chega uma interrupção do relógio

->Actualiza Estado

Page 9: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 9

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Diagrama temporal do controlo digital

Sinal gerado pelo Relógio Activa interrupções no flanco ascendente

Interrupção do relógio

Intervalo de amostragem

Interrupção do relógio

Lê y no A/D

Calcula u(tn)

Escreve u(tn) no D/A

Espera nova interrupção

tn tn+1 Atraso de cálculo

u(tn)

u(tn-1) Variável Manipulada

Actualiza Estado

Page 10: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 10

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Repare-se que:

• A variável manipulada u é constante por troços

• Isto significa que entre dois instantes de amostragem o sistema está a trabalhar em

cadeia aberta, o que impõe um limite máximo ao intervalo de amostragem

• Existe um atraso entre o instante tn em que chegou a interrupção, e o instante em

que se colocou o valor do controlo u no D/A. Este atraso é devido ao tempo de

cálculo de u.

• O atraso de cálculo pode considerar-se desprezável se for muito pequeno

relativamente ao intervalo de amostragem.

• Se o atraso de cálculo não for pequeno relativamente ao intervalo de amostragem,

então deve ser tido em conta no modelo do processo como um atraso adicional.

Page 11: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 11

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Projecto de Controlo Discreto por Emulação de Controladores Contínuos

Problema: Como comandar o motor do avião para manter a velocidade constante?

Solução 1: Controlo proporcional

Será que, em regime estacionário, a velocidade é igual à velocidade desejada?

Repare-se que não. Se assim for o erro e será nulo e o comando será zero, ou seja o

motor pára (ou reduz-se à velocidade mínima).

R y u K +

-

e

u – comando do motor ~

~ força de propulsão

y – velocidade do avião

Page 12: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 12

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Solução para erro estático nulo: Efeito integral

R yuK+

-

e

1sTi

Integrador

Quando o erro é nulo, a saída do integrador fica constante mas não

necessariamente nula.

Page 13: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 13

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

A equação que descreve o controlador PI é: � � �

� � � � ��

� �

= −

= + �� � � � � � � ��

�τ τ

Quando o erro é nulo o controlo vem dado pelo valor do integrador.

As constantes � e � são os ganhos do controlador, podendo ser escolhidas,

por exemplo, de acordo com as regras de Ziegler e Nichols, ou outras mais

adequadas.

Page 14: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 14

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Como implementar digitalmente as equações do controlador PI?

� � �

� � � � ��

� �

= −

= + �� � � � � � ��

�τ τ

Considere-se a equação do integrador:

� ��

� �

� � � �= ��

�τ τ

Derivando ambos os membros da equação:

��

�� �� �

=�� �

��

��

� � � �

≈− −� � �� � ��

Page 15: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 15

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Isto resulta nas seguintes equações para o

Algoritmo PI digital:

� � � ��

�� �

� � �� � � � �= − +�

� � � � � � �� � � � � � ��= +

Page 16: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 16

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Pseudocódigo para PI digital

No início de cada intervalo de amostragem, executar recursivamente:

1. Ler no porto de entrada ligado ao A/D a variável y

2.Calcular o erro � � �= −

3.Calcular a variável manipulada u por

� ��

��

� � � �

���� �

= +

= +� �

em que ����� � é a saída do integrador no instante de amostragem anterior

4. Escrever u no porto de saída ligado ao D/A

5. Fazer � ����� � =

6. Esperar nova interrupção

Page 17: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 17

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Simulação

Modelo simplificado da dinâmica do avião:

u – força de propulsão

Fa – Força de atrito prop. velocidade

��

��

��

������

���

����

���

�����

��

��

��

������

β

β

β

+=

+=

=−

=−

Page 18: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 18

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Controlador Contínuo: Modelo Simulink e Resposta ao Escalão

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

2K = 2

Linha contínua: Sinal de saída.

Linha interrompida: Sinal de controlo.

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Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 19

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Controlador Discreto : Modelo Simulink e Respostas ao Escalão

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−10

−8

−6

−4

−2

0

2

4

6

8h = 0.75

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3h = 0.5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5h = 0.2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5h = 0.05

Page 20: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 20

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Discretização de Controladores Contínuos ou Projecto Discreto de Raíz ?

• No exemplo anterior, controlador foi obtido por discretização de um controlador contínuo.

• Se o projecto for efectuado directamente no domínio discreto, existe uma maior liberdade de

escolha de métodos de projecto.

o Ex: Controlador “Deadbeat”:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−2

−1

0

1

2

3

4deadbeat

Page 21: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 21

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Equivalentes discretos de sistemas contínuos. Projecto discreto de raíz requer teorias para discretização de sistemas e amostragem de sinais.

Discretização de Sistemas:

• Métodos: impulso invariante, escalão invariante, interpolação linear, aproximação bilinear

• Transformações de polos e zeros

Amostragem de Sinais:

• Variância no Tempo

• Teorema de Nyquist

• Selecção de frequência de amostragem

Page 22: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 22

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Problemas devidos à Amostragem

Retirado de CCS-AW-97

Sistemas Amostrados são

Variantes no Tempo

Page 23: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 23

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Amostragem de sinais contínuos cria novas frequências

� ������ ��� +⋅=

Frequências discretas são periódicas, com período igual à frequência de amostragem

Aliasing – criação de baixas frequências Batimento – interferência entre frequências próximas

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10−1

−0.8

−0.6

−0.4

−0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1Sine Freq. 3 Hz, Samp. Freq. 2.9 Hz

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

−1

−0.8

−0.6

−0.4

−0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

Sine Freq. 3 Hz, Samp. Freq. 6.1 Hz

Page 24: Modelação, Identificação e Controlo Digital

Modelação, Identificação e Controlo Digital 1-Aspectos Gerais 24

J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo

Exercícios

1 – Em simulink, aplicar um controlador PD contínuo com ganhos unitários ao sistema H(s) = 1/s2.

Calcular uma aproximação discreta do controlador PD e aplicar ao mesmo sistema, para vários ritmos

de amostragem. Comparar resultados.

Dado: Controlador PD contínuo u(t) = K [e(t) + Td d/dt( e(t) ) ]

2 – Gerar um sinal sinusoidal com frequência 3Hz. Amostrar o sinal com ritmos de amostragem 2.9Hz e

6.1Hz (estes valores correspondem aos gráficos da página anterior).

Com a ajuda da função do matlab “fft” visualize a representação dos sinais amostrados em frequência.

Interprete o observado em função das novas frequências criadas no processo de amostragem. (Simule

cerca de 100 segundos a 100 amostras por segundo).