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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO - PR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PPGA MESTRADO DOENÇAS FOLIARES E PODRIDÃO DE GRÃOS COM USO DE FUNGICIDA EM HIBRIDOS DE MILHO E ASSOCIAÇÃO À EXPRESSÃO DE ENZIMAS NO GRÃO EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DISSERTAÇÃO ELIZANDRO RICARDO KLUGE GUARAPUAVA - PR 2016

MODELO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO NO PPGA · K66d Doenças foliares e podridão de grãos com uso de fungicida em híbridos de milho e associação à expressão de enzimas no grão

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO - PR

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – PPGA

MESTRADO

DOENÇAS FOLIARES E PODRIDÃO DE GRÃOS COM USO DE FUNGICIDA EM

HIBRIDOS DE MILHO E ASSOCIAÇÃO À EXPRESSÃO DE ENZIMAS NO GRÃO

EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

DISSERTAÇÃO

ELIZANDRO RICARDO KLUGE

GUARAPUAVA - PR

2016

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ELIZANDRO RICARDO KLUGE

DOENÇAS FOLIARES E PODRIDÃO DE GRÃOS COM USO DE FUNGICIDA EM

HIBRIDOS DE MILHO E ASSOCIAÇÃO À EXPRESSÃO DE ENZIMAS NO GRÃO

EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, para obtenção do título de

mestre.

Prof. Dr. Marcelo Cruz Mendes - UNICENTRO

Orientador

Prof. Dr. Marcos Ventura Faria - UNICENTRO

Co-orientador

GUARAPUAVA - PR

2016

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Catalogação na Publicação

Biblioteca Central da Unicentro, Campus Cedeteg

Kluge, Elizandro Ricardo K66d Doenças foliares e podridão de grãos com uso de fungicida em híbridos

de milho e associação à expressão de enzimas no grão em diferentes espaçamentos / Elizandro Ricardo Kluge. – – Guarapuava, 2016.

xi, 113 f. : il. ; 28 cm Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste,

Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, 2016

Orientador: Marcelo Cruz Mendes Coorientador: Marcos Ventura Faria Banca examinadora: Marcelo Cruz Mendes, Leandro Alvarenga Santos, Heloísa Oliveira dos Santos

Bibliografia 1. Agronomia. 2. Produção vegetal. 3. Controle químico. 4. Doenças

fúngicas. 5. Enzimas. 6. Grão ardido. 7. Zea mays. I. Título. II. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

CDD 633.17

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AGRADECIMENTOS

Ao nosso senhor Deus, que nos protege de todos os perigos e nos ajuda em todas as

dificuldades, dando-nos coragem e perseverança, pela vida e faz com que sempre seguimos os

melhores caminhos.

Agradeço de forma especial ao professor orientador Marcelo Cruz Mendes, muito

obrigado, pelo conteúdo acadêmico repassado em aulas, campo e conversas, sugestões,

correções, dicas, conhecimentos e principalmente pela amizade.

A minha esposa FABIÉLI, pela compreensão e paciência, durante essa etapa do

mestrado e em especial pela nossa filha MARIA CLARA.

Ao meu pai ELIMO KLUGE, meu irmão gêmeo EVANDRO, minhas irmãs EDINI,

DEISE e VANISE, e toda família, que me apoiaram desde o início de uma forma ou outra,

fortificando-me com palavras de consolo nas horas difíceis, não me deixando desistir perante

os obstáculos e usufruindo juntos em momentos bons, durante toda vida acadêmica.

Em especial ao meu amigo-irmão FÁBIO CECCON pelo incentivo a iniciar na vida

acadêmica no curso de Agronomia, apoiando nas dificuldades desde o início, durante a

graduação, mestrado e mantendo sempre a amizade intacta.

A todos os professores do Programa de Pós Graduação em Agronomia da

UNICENTRO que foram indispensáveis para o meu crescimento profissional e intelectual.

A professora Heloísa, da UFLA, que nos deu total apoio na realização das avaliações

das enzimas, correções e na banca.

A todos os colegas e amigos de mestrado.

A todos os membros do grupo núcleo de plantio direto da UNICENTRO.

A Empresa COOPERATIVA AGRÁRIA AGROINDUSTRIAL, pela realização deste

trabalho, ao Coordenador da Assistência Técnica Engº Agrº. Leandro Bren e ao grupo de

cooperados pelo apoio e confiança. E à todos colegas da empresa que, direta ou indiretamente,

contribuíram de alguma forma para realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Lista de Figuras ......................................................................................................................... i

Lista de Tabelas ........................................................................................................................ ii

Resumo ..................................................................................................................................... iii

Abstract .................................................................................................................................... iv

1.Introdução .............................................................................................................................. 1

2. Objetivos ................................................................................................................................ 3

2.1. Geral .................................................................................................................................... 3

2.2. Específicos ........................................................................................................................... 3

3. Referencial Teórico............................................................................................................... 4

3.1. A importância da produção do milho. ................................................................................. 4

3.2. Principais doenças foliares e do complexo de grãos ardidos............................................... 6

3.2.1. Ferrugem comum (Puccinia sorghi)............................................................................... 10

3.2.2. Mancha de Diplodia (Stenocarpella macrospora) ......................................................... 11

3.3. Práticas de manejo na cultura do milho ............................................................................. 14

3.3.1. Escolha do genótipo com base na sanidade foliar e do grão .......................................... 14

3.3.2. Manejo de fungicidas na cultura do milho ..................................................................... 15

3.3.3. Espaçamento entre plantas.............................................................................................. 18

3.3.4. Quantificação de clorofila .............................................................................................. 22

3.4. Função das enzimas na planta e no grão............................................................................ 24

3.4.1. Catalase (CAT) ............................................................................................................... 27

3.4.2. Álcool desidrogenase (ADH) ......................................................................................... 31

3.4.3. Malato desidrogenase (MDH) ....................................................................................... 33

3.4.4. Lipoxigenase (LOX) ...................................................................................................... 34

4. Material e Métodos ............................................................................................................. 39

4.1. Local do experimento ........................................................................................................ 39

4.2. Delineamento e material experimental .............................................................................. 39

4.3. Características avaliadas .................................................................................................... 41

4.3.1 Quantificação de Clorofila............................................................................................... 41

4.3.2 Avaliação de Doenças ..................................................................................................... 42

4.4. Características agronômicas avaliadas .............................................................................. 43

4.4.1. Porcentagem de grãos ardidos ........................................................................................ 43

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4.4.2. Peso de mil grãos ............................................................................................................ 43

4.4.3. Produtividade de grãos ................................................................................................... 43

4.5. Análises eletroforéticas das enzimas catalase (CAT), álcool desidrogenase (ADH), malato

desidrogenase (MDH) e enzima lipoxigenase (LOX). ............................................................. 44

4.7. Análises estatísticas ........................................................................................................... 44

5. Resultados e Discussão ....................................................................................................... 46

5.2 Efeitos do fungicida nas doenças foliares avaliadas ........................................................... 51

5.2.1. AACPD da mancha foliar de diplodia (S. macrospora) ................................................. 52

5.2.2. AACPF da ferrugem comum (P. sorghi)........................................................................ 55

5.3 Características agronômicas avaliadas ............................................................................... 59

5.3.1 Porcentagem de grãos ardidos ......................................................................................... 59

5.3.2 Peso de mil grãos ............................................................................................................. 65

5.3.3 Produtividade de grãos .................................................................................................... 67

5.4 Contrastes ........................................................................................................................... 73

5.5 Expressão da enzima catalase (CAT) ................................................................................. 75

5.6 Expressão da enzima álcool desidrogenase (ADH) ............................................................ 79

5.7 Expressão da enzima malato desidrogenase (MDH) .......................................................... 82

5.8 Expressão da enzima lipoxigenase (LOX) ......................................................................... 85

6. Conclusões ........................................................................................................................... 91

7. Considerações Finais .......................................................................................................... 92

7. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 95

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Escala diagramática para a avaliação das doenças foliares do milho proposta pela

Agroceres (1996). ..................................................................................................................... 42

Figura 2 - Dados de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura por decêndio, no

município de Guarapuava - PR, Campus CEDETEG (ambiente 1) no período de outubro a

abril na safra agrícola 2013/2014. (Estação meteorológica Campus CEDETEG). .................. 46

Figura 3 - Dados de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura por decêndio, no

município de Guarapuava - PR, fazenda Três Campões (ambiente 2) no período de outubro a

abril na safra agrícola 2013/2014. (Estação meteorológica Fazenda Três Capões). ................ 47

Figura 4 - Padrão eletroforético da enzima catalase (CAT) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

.................................................................................................................................................. 76

Figura 5 - Padrão eletroforético da enzima catalase (CAT) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

.................................................................................................................................................. 78

Figura 6 - Padrão eletroforético da álcool desidrogenase (ADH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

.................................................................................................................................................. 80

Figura 7 - Padrão eletroforético da álcool desidrogenase (ADH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

.................................................................................................................................................. 81

Figura 8 - Padrão eletroforético da malato desidrogenase (MDH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

.................................................................................................................................................. 83

Figura 9 - Padrão enzimático de grãosde milho obtidos para os diferentes híbridos,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos e tratamentos com

fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO, 2016.

.................................................................................................................................................. 85

Figura 10 - Padrão eletroforético da lipoxigenase em híbridos de milho, considerados

tolerantes e susceptíveis aos fungos causadores de grãos ardidos, produzidas no ambiente 1,

no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016. ............... 86

Figura 11 - Padrão eletroforético da lipoxigenase em híbridos de milho, considerados

tolerantes e susceptíveis aos fungos causadores de grãos ardidos, produzidas no ambiente 2,

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no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016. ............... 88

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ii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características agronômicas dos híbridos a serem utilizados no experimento*. ... 40

Tabela 2 - Resumo da análise de variância conjunta para o teor de clorofila total (μg 8 cm-2

),

utilizando o equipamento ClorofiLog....................................................................................... 48

Tabela 3 - Resultados médios para o teor de clorofila total (CLOR T) obtidos para os

diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e

VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016. ................................................................................................. 49

Tabela 4 - Resumo da análise de variância conjunta para área abaixo da curva de progresso

da mancha foliar de diplodia (AACPD) e para área abaixo da curva de progresso da ferrugem

comum (AACPF). ..................................................................................................................... 51

Tabela 5 - Médias da área abaixo da curva de progresso da mancha foliar de diplodia

(S.macrospora) (AACPD) obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT- pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava- PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016. .................................... 52

Tabela 6 - Médias da área abaixo da curva de progresso da ferrrugem comum (Puccinia

sorghi) (AACPF) obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016. ..................................... 56

Tabela 7 - Resumo da análise de variância conjunta para incidência de grãos ardidos (GA),

peso de mil grãos (P1000) e produtividade de grãos (PROD). ................................................ 59

Tabela 8 - Resultados médios para grãos ardidos, valores em %, obtidos para os diferentes

híbridose tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-

pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016. ................................................................................................. 60

Tabela 9 - Resultados médios para peso de mil grãos, valores em gramas, obtidos para os

diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e

VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016. ................................................................................................. 65

Tabela 10 - Resultados médios para produtividade de grãos, valores em kg/ha, obtidos para

os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas

e VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016. ................................................................................................. 68

Tabela 11 - Probabilidade de significância dos contrastes para clorofila total (CLOR T),

mancha foliar de diplodia (Stenocarpella macrospora) (AACPD), ferrrugem comum

(Puccinia sorghi) (AACPF), grãos ardidos (G.A.), peso de mil grãos (P1000) e produtividade

de grãos (PROD), obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016. ..................................... 73

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iii

RESUMO

Elizandro Ricardo Kluge. Doenças foliares e podridão de grãos com uso de fungicida em

hibridos de milho e associação à expressão de enzimas no grão em diferentes espaçamentos.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de fungicidas sobre a incidência de

doenças foliares em híbridos comerciais de milho e a relação entre grãos ardidos e a

expressãode enzimas no grão em espaçamento normal e reduzido, no município de

Guarapuava - PR. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com

três repetições, em esquema fatorial 3 x 8, totalizando 24 tratamentos. O primeiro fator foi

constituído por três níveis, o primeiro com aplicação de fungicidas via foliar (Trifloxistrobina

150,0 g/L (15,0% m/v) + (Protioconazol) 175,0 g/L (17,5% m/v) na dose de 0,4 L ha-1

em fase

V8-oito folhas expandidas, no segundo utilizou se aplicação na dose de 0,5 L ha-1

em fase VT

- pendoamento,e a testemunha (sem aplicação de fungicida). O segundo fator foi constituído

por oito híbridos de milho, sendo divididos em dois grupos, de acordo com a sua reação aos

fungos causadores do complexo de grão ardido, tolerantes (AG 9045PRO, AG 8041PRO,

DKB 245PRO2 e 2B707PW) e suscetíveis (P 32R48H, DKB 390PRO, P 30F53H e P

30R50H), totalizando 72 parcelas em cada ambiente, na safra agrícola 2013/2014. O primeiro

experimento foi instalado no área experimental da Universidade Estadual do Centro-Oeste -

UNICENTRO, Campus CEDETEG, (espaçamento convencional de 0,70 m entre linhas), o

segundo experimento foi instalado na Fazenda Três Capões, (espaçamento reduzido de 0,45

m), ambos no município de Guarapuava, PR. A parcela experimental era composta de 4 linhas

de 5 m de comprimento, sendo a área útil as 2 linhas centrais. Foram avaliadas as seguintes

características: teor de clorofila total; área abaixo da curva de progresso das doenças foliares

(ferrugem comum e mancha foliar de diplodia); porcentagem de grãos ardidos; peso de mil

grãos; produtividade de grãos e a expressão da enzimas: catalase (CAT); álcool desidrogenase

(ADH); malato desidrogenase (MDH) elipoxigenase (LOX) no grão. Houve redução na área

abaixo da curva de progresso de doença (AACPD) da ferrugem comum e mancha foliar de

diplodia, com o uso de fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), sendo esta dependente do

híbrido e espaçamento utilizado. A produtividade de grãos, a porcentagem de grãos ardidos,

índice de clorofila total e peso de mil grãos foram influenciadas pelo híbrido e pelo fungicida

utilizado. O Fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol) reduziu a incidência de grãos

ardidos, sendo a redução maior nos híbridos considerados suscetíveis. Existe relação entre

maior expressão da enzima CAT e maior incidência de grãos ardidos, em virtude da

deterioração dos grãos, sendo esta dependente do híbrido avaliado. Há maior expressão das

enzimas (ADH), (MDH) e (LOX) para os híbridos de milho pertencentes ao grupo

considerado tolerante aos fungos causadores de grãos ardidos. A aplicação do fungicida

(Trifloxistrobina + Protioconazol) em duas aplicações, V8 (oito folhas) e VT (pendoamento),

aumentaram a intensidade da enzima LOX, sendo mais evidente no espaçamento reduzido.

Palavras-chave: Controle químico, doenças fúngicas, enzimas, grão ardido, Zea mays.

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iv

ABSTRACT

Elizandro Ricardo Kluge. Fungal diseases and rot grain with fungicide use on corn hybrids

and association with the expression of enzymes in the grain at different spacings.

The objective of this study was to evaluate the effect of fungicide application on the incidence

of foliar diseases in commercial corn hybrids and the relationship between damaged grains

and expressão de enzymes in the grain in normal and reduced spacing, in Guarapuava - PR.

The experimental design was a randomized complete block design with three replications in a

factorial 3 x 8, totaling 24 treatments. The first factor is constituted by three levels, with the

first foliar application of fungicides (Trifloxystrobin 150.0 g / l (15.0% w / v) +

(Prothioconazole) 175.0 g / l (17.5% w / v) at a dose of 0.4 L ha-1in V8-eight stage expanded

leaves, the second used if applied at a dose of 0.5 L ha-1 in phase VT - bolting, phenological

scale of Ritchie and Hanway Benson ( 1993), and another control (without fungicide). The

second factor consists of eight corn hybrids were divided into two groups according to their

reaction to causative fungi of burned grain complex tolerant (AG 9045PRO AG 8041PRO,

DKB 245PRO2 and 2B707PW) and susceptible (P 32R48H, DKB 390PRO, P 30F53H and P

30R50H), totaling 72 plots in each environment, in the 2013/2014 harvest. The first

experiment was installed in the experimental area of the Universidade Estadual do Centro

Oeste (UNICENTRO), Campus CEDETEG (conventional spacing of 0.70 m between rows),

the second experiment was conducted on the Três Capões Farm, owned by the Company

MLCV (Santa Maria Group) (reduced spacing 0.45 m), both in Guarapuava, PR. The

experimental plot consisted of 4 rows of 5 m in length, with the floor area of the two central

lines. The following characteristics were assessed: total chlorophyll content; area under the

leaf disease progress curve (common rust and leaf spot Diplodia); percentage of damaged

kernels; thousand kernel weight; grain yield and the expression of the enzymes catalase

(CAT); alcohol dehydrogenase (ADH); malate dehydrogenase (MDH) and lipoxigenase

(LOX) in the grain. There was a reduction in the area under disease progress curve (AUDPC)

of common rust and leaf spot of Diplodia, with the use of fungicide (Trifloxystrobin

Prothioconazole +), which is dependent on the hybrid and spacing used. Grain yield,

percentage of damaged kernels, chlorophyll content and thousand kernel weight were

influenced by the hybrid and the used fungicide. The fungicide (Trifloxystrobin +

Prothioconazole) reduced the incidence of damaged kernels, with the largest reduction in

hybrids considered susceptible. There is a relationship between increased expression of CAT

enzyme and increased incidence of damaged kernels, because of the deterioration of grain,

this being dependent on the hybrids tested. There is increased expression of enzymes (ADH)

(MDH) and (LOX) for corn hybrids belonging to the group considered tolerant to fungi that

cause rot grains. The application of fungicide (Trifloxystrobin + Prothioconazole) in two

applications, V8 (eight sheets) and VT (bolting), increased the intensity of the LOX enzyme,

being more evident in the reduced spacing.

Key words: Chemical control, enzymes, fungal diseases, grain burned, Zea mays.

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1

1. INTRODUÇÃO

No Brasil a cultura do milho possui uma ampla abrangência geográfica de cultivo,

desenvolvendo-se nas mais diversas condições edafoclimáticas, sendo desta forma, possível a

utilização de vários híbridos comerciais, os quais apresentam níveis variados de tolerância a

patógenos seja em nível foliar e do grão.

A ocorrência desses patógenos provoca redução na produtividade de grãos e na

qualidade sanitária dos grãos, pois a infecção por esses fungos resulta na paralisação do

processo normal de enchimento de grãos e reduz o peso de espigas. O cultivo do milho em

monocultura e o plantio direto favorecem a sobrevivência, a manutenção e a multiplicação do

inóculo destes fungos (ZAMBOLIM et al., 2000).

Dentre as doenças de grande importância, Juliati & Souza (2005) descrevem as

doenças foliares como a Helmintosporiose (Exserohilum turcicum), ferrugem comum

(Puccinia sorghi), e Cercoporiose (Cercospora zeae-maydis).

Além dessas, Casa (1997) cita as podridões de colmo e de espiga, causadas,

principalmente, pelos fungos Stenocarpella macrospora, Fusarium verticilióides e, F.

graminearum, que afetam o rendimento da cultura e a qualidade dos grãos.

Dessa forma, torna-se cada vez mais importante a correta escolha do material genético

a ser utilizado (MENDES et al., 2012) e nos últimos anos, tem aumentado a discussão sobre

estratégias de manejo que permitam reduzir as doenças de forma sustentável, utilizando a

rotação de cultura, genótipo e principalmente a adoção do controle químico.

Quando tecidos de plantas são danificados por patógenos ou mecanicamente, ocorre

uma degradação sequencial de lipídeos que são produtos primários da reação

daslipoxigenases. Essas enzimas são ativadas e oxidam os ácidos graxos, produzindo uma

determinada concentração de aldeídos ecompostos voláteis que inibem a formação e o

desenvolvimento de fungos em grãos (MENDES et al., 2012). A deterioração é considerada

toda e qualquer mudança degenerativa, após a semente ter atingido sua máxima qualidade.

Também, no processo de deterioração em sementes estão envolvidas enzimas que atuam nos

processos respiratórios, como a ADH e MDH, além das relacionadas à remoção de radicais

livres como a CAT, dentre outras.

Atualmente, a adoção de espaçamento reduzido associado à utilização de híbridos de

milho modernos e não modernos altera a campo o arranjo espacial de plantas de milho, que

pode promover uma mudança no microclima da cultura, de forma positiva, aumentando a

interceptação da radiação fotossinteticamente ativa pelo dossel, pode-se observar também que

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2

ocorre aumento da eficiência de absorção de nutrientes e água, exercendo grande influência

sobre o rendimento de grãos da cultura do milho e de forma negativa influenciando na

tolerância dos híbridos as doenças foliares e na eficiência do controle dos princípios ativos de

fungicidas e aplicados de forma preventiva.

A eficiência do controle químico para manejo de grãos ardidos em milho ainda é

motivo de dúvidas quanto à eficiência de produtos, à época e ao número de aplicações, com

tolerância à patógenos de espiga e sua relação com a resistência do híbrido utilizado.

Desta maneira, em virtude de novos híbridos de milho que vem sendo lançados no

mercado a cada ano, com alto potencial produtivo, nota-se a importância do trabalho de

pesquisa para elucidar os resultados obtidos com o uso de fungicida na cultura do milho, sua

associação com a atividade de enzimas específicas e a presença de agentes patogênicos

causadores de podridões de espiga. Entretanto, estudos relacionados à influência de

compostos químicos, à atividade de enzimas em grãos de milho coma resistência de genótipos

associados aos patógenos causadores de grãos ardidos devem ser melhor estudados no Brasil.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de fungicida sobre a

severidade de doenças foliares em híbridos comerciais de milho e a relação entre grãos

ardidos e a expressão de enzimas no grão em espaçamento normal e reduzido, no município

de Guarapuava - PR.

2.2. Específicos

- Avaliar o efeito do fungicida trifloxistrobina e protioconazol, no controle da

ferrugem comum (Puccinia sorghi) e da mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora), por meio da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) na safra

agrícola 2013/14;

- Verificar o efeito do fungicida trifloxistrobina e protioconazol, em híbridos

comerciais de milho em diferentes espaçamentos e seu efeito nas características agronômicas,

na safra agrícola 2013/14;

- Quantificar durante a safra 2013/14 a incidência de grãos ardidos associados à

enzima lipoxigenase na cultura do milho, com espaçamento de semeadura normal frente ao

espaçamento reduzido, na região de Guarapuava/PR;

- Determinar a expressão das enzimas: catalase (CAT); álcool desidrogenase (ADH);

malato desidrogenase (MDH) e lipoxigenase (LOX) no grão com uso de fungicida foliar na

cultura do milho, com diferentes espaçamentos, na região de Guarapuava/PR;

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. A importância da produção do milho.

O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais importantes e antigas, e é cultivado

nos mais diversos ambientes e climas do planeta (WERLE et al., 2011). Tem sua origem nas

Américas, com plantios em diferentes latitudes, sendo encontrado desde a Rússia até a

Argentina. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, sendo que, de acordo com os dados

da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção total do cereal na safra

2014/15 foi de 80,05 milhões de toneladas em uma área semeada de 15,5 milhões de hectares,

e com uma produtividade média de 5.057 kg ha-1

. Já o Paraná contribuiu com uma produção

de 15,4 milhões de toneladas de grãos, e com uma produtividade média de 6.297 kg ha-1

. De

2010 a 2015 a produção brasileira aumentou 40%, isso representa quase 22 milhões de

toneladas a mais (CONAB, 2015).

Dentre os países que podem suprir a demanda mundial de milho, o Brasil é o único

que tem área disponível, podendo também melhorar seu nível tecnológico (DUARTE et al.,

2011). Em relação ao nível tecnológico, procura se a maior produção e lucratividade. Existe

assim, a necessidade de altos investimentos em perfil e fertilidade de solo, controle de plantas

daninhas, pragas e doenças, utilização de híbridos modernos, máquinas agrícolas de alto

desempenho. Com isso melhorias na semeadura, destribuição da adubação, exatidão nas

pulverizações e regulagem das colhedeiras, são estratégias para a redução das perdas de

colheita.

A produção mundial de milho na safra 2013/2014 foi de aproximadamente 989,2

milhões de toneladas, em 180,06 milhões de hectares, superando a produção da safra

2012/2013 que foi de 849,01 milhões de toneladas (CONAB, 2014). Os principais países

produtores desse grão são os Estados Unidos (36,9%), seguido da China (21,7%) e Brasil

(7,6%). A produção nos EUA para a safra 2014/2015 foi estimada em 365,96 milhões de

toneladas, com produtividade de 10.882 kg ha-1

(USDA, 2014). A produtividade média na

safra 2013/14 foi de 8.143 kg ha-1

, pois, sofreu com uma das maiores secas já registradas, que

atingiu, sobretudo, o Meio Oeste, região onde se concentra o maior volume de milho e soja.

Em função deste acidente climático, a produção norte americana de milho, estimada

inicialmente em 370,0 milhões de toneladas, baixou para 273,8 milhões, provocando uma

forte redução da participação dos Estados Unidos no mercado externo (USDA, 2013).

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No Brasil a área total cultivada com o milho na safra 2014/2015 foi estimada em 15,23

milhões de hectares, 0,55% menor que na safra anterior, com uma produtividade média de

5.057 kg ha-1

. A redução na área colhida de milho é explicada pelos produtores optarem em

aumentar a área de cultivo de soja. Um dos fatores que interferem significativamente na

produção brasileira é a variação entre as áreas produtoras do grão. Isto estabelece uma

produtividade média muito abaixo do potencial produtivo que a cultura pode alcançar. As

maiores regiões produtoras de milho no Brasil são Centro Oeste, com 42,0%, e Sul com

34,1% da produção nacional, sendo que na região Sul o estado que mais produz milho é o

Paraná (15,2 milhões de toneladas), seguido pelo Rio Grande do Sul (5,4 milhões de

toneladas) (CONAB, 2014). Nos três estados do Sul do Brasil, o milho é o principal insumo

energético das rações usadas na criação de suínos, aves e gado leiteiro (EMATER, 2012). O

país é o segundo maior exportador do cereal, com 20 milhões de toneladas, participação de

17,8 %. Em 2014 o ritmo de exportação foi menos intenso. A maior oferta nacional e mundial

do cereal fez com que o Brasil diminuísse as negociações com alguns importantes parceiros

comerciais. O exemplo é o Japão que importou apenas 1,31 milhões de toneladas do cereal

brasileiro em 2014. Isso representa um valor 65% menor que o efetivado no ano anterior

(SEAB, 2014). Os estados do Mato Grosso, Paraná e Goiás são os maiores produtores,

respectivamente (USDA, 2014).

A região Centro-Sul do Paraná caracteriza-se como uma grande produtora de milho,

com uma característica climática ideal para produção desta cultura, possuindo o segundo

maior índice de produtividades do mundo (MENDES et al., 2011). Nesta região, têm-se

obtido altos rendimentos na produção de milho, relacionados entre outros fatores à sua maior

aptidão climática. A precipitação pluvial nessa região, no período de outubro-março, é em

torno de 1.100 mm, enquanto a temperatura média é de 18,5 °C e altitude de 1120 m (IAPAR,

2008 a,b), com ocorrência semanal de chuvas na primavera-verão.

Portanto, no estado do Paraná a produtividade do milho vem crescendo

gradativamente nos últimos anos. Além dos avanços tecnológicos obtidos, que têm

proporcionado elevação nos rendimentos ao longo do tempo, a concentração da área de

cultivo da primeira safra nas Regiões Centro-Sul e Sudoeste do Estado, de altitudes mais

elevadas e com distribuição de chuvas mais regular, também contribuíram para elevar os

índices de produtividade (SEAB, 2013).

Na safra 2013/14, a produção do Estado do Paraná contribuiu com cerca de 20% do

volume total produzido de milho no país, sendo o segundo maior produtor do cereal. A

produção recorde do Estado foi em 2013, que, somando as duas safras, foram colhidas em

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torno de 17 milhões de toneladas.

A área cultivada no estado na safra de 2014/2015 para a primeira safra de milho foi de

aproximadamente 542,5 mil hectares, 18,4% a menos de área cultivada comparada com a

safra anterior, com uma produtividade média de 8.645 kg ha-1

e a área cultivada na segunda

safra foi de aproximadamente 1.914,3 mil hectares, com uma produtividade média de 5.632

kg ha-1

. A área cultivada com milho no Paraná, somando as duas safras, ficou em 2.456,8 mil

hectares, com uma produtividade média de 6.297 kg ha-1

, com uma produção, contando as

duas safras, de 15.471,3 mil toneladas (CONAB, 2015).

Do ponto de vista competitivo, a relação dos preços da soja e do milho, que chegaram

a atingir a proporção de 4:1 em outubro de 2014, vem favorecendo o plantio da oleaginosa

por essa vantagem comparativa na safra de verão. Além disso, a consolidação do milho

segunda safra, especialmente nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Oeste do Paraná, foi fator

determinante para a redução da área de cultivo do milho na safra verão 2014/2015, que

atingiu apenas 542.919 ha (–19% se comparada à safra anterior), uma das menores áreas de

cultivo já registrada no Paraná. Desde o ano de 1949 não foi observada tão baixa área de

cultivo. Apesar do crescimento da produtividade média (8.630 kg ha-1

e 5% superior à safra

passada), a produção total atingiu apenas 4.671.246 t (–14%) em função da acentuada queda

da área de cultivo (IAPAR, 2015).

3.2. Principais doenças foliares e do complexo de grãos ardidos.

A cultura do milho, por ter uma ampla abrangência geográfica, ocupando diversas

condições edafoclimáticas, acaba ficando sujeita a uma maior exposição aos patógenos

causadores de diversas doenças, formando assim uma interação dinâmica entre patógeno,

hospedeiro e o ambiente de cultivo (BRITO, 2010).

De acordo com Pinto (2004), a partir da década de 1990, algumas doenças fúngicas

foliares, pelo aumento da frequência e da severidade com que vêm ocorrendo, têm causado

sensível redução qualitativa e quantitativa na produção de milho. Também de grande

importância quando falamos em doenças são os grãos ardidos e as podridões de colmo, que

necessitam ser mais intensamente pesquisadas devido aos danos que causam direto ou

indiretamente na qualidade e quantidade de grãos colhidos, comprometendo o potencial de

rendimento da cultura.

A ocorrência de doenças vem se tornando mais intensa a cada ano, causando elevados

prejuízos aos produtores, principalmente pelo aumento de cultivo do milho em áreas irrigadas,

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ausência de rotação de culturas, utilização de cultivares suscetíveis e ampliação das épocas de

cultivo (1ª e 2ª safras), sendo que a falta de rotação de culturas e o plantio de segunda safra

contribuem para o aumento da sobrevivência dos fitopatógenos no campo (COSTA et al.,

2009; OLIVEIRA et al., 2004), resultando numa maior severidade das doenças e permitindo a

ocorrência de outras doenças consideradas secundárias para a cultura (CASA et al., 2006).

As perdas ocorridas por doenças na cultura, principalmente às doenças foliares e a

incidência de grãos ardidos, têm causado ampla discussão sobre formas de manejo que visem

ao desenvolvimento de um programa que permita controlar as doenças de forma sustentável,

principalmente no que diz respeito ao controle químico e genético. Vale ressaltar, que tem

muitos casos em que os conceitos de duração de área foliar sadia em uma planta foram

propostos como melhores indicadores de produção de uma cultura, demonstrando desta

maneira o quanto é importante manter a área foliar livre de doenças (BERGAMIN FILHO et

al., 1995, BRITO et al., 2012).

Quanto às doenças foliares, existe uma grande preocupação por aquelas causadas por

fungos, que causam sérios danos, prejudicando a eficiência das culturas, reduzindo a área

fotossintética e inibindo a translocação de assimilados desde a sua fonte de produção até as

áreas de crescimento e deposição de material de rendimento (GOMES et al., 2011). Trabalhos

de pesquisa vêm mostrando incrementos significativos na produtividade de grãos e redução da

área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), quando realizadas aplicações de

fungicida no milho (HARLAPUR et al., 2009; BRITO et al., 2008). Deve-se ressaltar que a

época de aplicação influencia diretamente na eficiência do controle, como também o uso de

uma ou mais aplicações (MENDES et al., 2008).

Dentre as doenças foliares de grande importância, Juliati & Souza (2005) descrevem a

mancha de phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis), helmintosporiose (Exserohilum turcicum),

ferrugem comum (Puccinia sorghi), e cercoporiose (Cercospora zeae-maydis).

Conforme Reis et al. (2004), as doenças de espiga causadas pelos fungos Fusarium

verticillioides, Fusarium graminearum, Diplodia maydis (Stenocarpella maydis) e Diplodia

macrospora (Stenocarpella macrospora), ocasionam danos que resultam na redução do peso

específico (resulta na paralisação do processo normal de enchimento de grãos e reduz o peso

de espigas), qualidade do grão e presença de toxinas que podem contaminar as rações. Os

danos podem se agravar quando os grãos são mantidos a campo em condições meteorológicas

desfavoráveis. Quando há ocorrência de precipitações pluviais acima da normal durante as

fases de polinização e formação de grãos, normalmente ocorre aumento das podridões de

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espiga. Com isso há o incremento na percentagem de grãos ardidos e fungos associados aos

grãos.

O cultivo do milho em monocultura e o plantio direto favorecem a sobrevivência, a

manutenção e a multiplicação do inóculo destes fungos (ZAMBOLIM et al., 2000). Dessa

forma, torna-se cada vez mais importante a correta escolha do material genético a ser

utilizado. A resistência à doenças dos atuais híbridos tem sido comprometida, tendo os

mesmos cada vez mais problemas relacionados às doenças, onde estas têm ocorrido cada vez

mais cedo no ciclo da cultura (SILVA; SCHIPANSKI, 2006).

É importante entender que a evolução das doenças do milho está estreitamente

relacionada à evolução do sistema de produção desta cultura do Brasil. Modificações

ocorridas no sistema de produção, que resultaram no aumento da produtividade da cultura,

foram também, responsáveis pelo aumento da incidência e da severidade das doenças. Desse

modo, a expansão da fronteira agrícola, a ampliação das épocas de plantio (safra e safrinha), a

adoção do sistema de plantio direto, o aumento do uso de sistemas de irrigação, a ausência de

rotação de cultura e o uso de materiais suscetíveis têm promovido modificações importantes

na dinâmica populacional dos patógenos, resultando no surgimento, a cada safra, de novos

problemas para a cultura relacionados à ocorrência de doenças, se destacando a cercosporiose,

a ferrugem comum (Puccinia sorghi Schw.), as podridões de colmo e os grãos ardidos

(COSTA et al.,2009).

Segundo Juliatti et al. (2007), a aplicação via foliar de fungicidas triazóis e

estrobirulinas (Piraclostrobin + Epoxiconazole, Azoxystrobin + Ciproconazole e

Azoxystrobin), resultou em menor incidência de grãos ardidos no milho. O uso de

azoxystrobina + cyproconazole, em aplicação foliar no prépendoamento, possibilitou reduzir a

incidência de grãos ardidos em 5,12%, além de aumentar a produtividade em 12%, de

diferentes híbridos cultivados sob alta severidade de doenças, com e sem aplicação de

fungicidas (Brito et al., 2008).

A aplicação de fungicida é eficiente no controle de doenças foliares e proporciona

maiores produtividades de grãos, em média, 12% superiores àquelas em que não se utilizou

fungicida. O uso de fungicida em aplicação foliar possibilita a redução da incidência de grãos

ardidos. Um fator preponderante no desenvolvimento de doenças foliares é o efeito do clima.

O ambiente é um componente importante e relevante na interação patógeno-hospedeiro-

ambiente, podendo inclusive impedir a ocorrência da doença, mesmo na presença de

hospedeiro susceptível e patógeno virulento (JESUS JUNIOR et al., 2003).

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Em alguns casos, medidas de controle de doenças foliares não são suficientes para o

controle dos patógenos causadores de algumas doenças no milho, principalmente quando as

condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da doença, podendo haver epidemias

da doença (ROLIM et al., 2007).

Devido á grande diversidade de épocas de semeadura nas regiões produtoras do Brasil,

a cultura permanece no campo durante praticamente o ano todo, o que acarreta uma produção

permanente de inóculo dos mais diversos patógenos que afetam a cultura, causando morte de

plântulas e podridão de sementes, raízes, e doenças que causam redução na área foliar e

diminuição da capacidade fotossintética, podridões de colmo e espiga que comprometem a

qualidade de colmo e grãos (SILVA & SCHIPANSKI, 2006).

A severidade da doença aumenta em condições de alta umidade relativa e temperatura

diurna variando de moderada a alta, bem como em noites frias, com formação de orvalho e,

principalmente, quando a temperatura se eleva logo após dias nublados ou chuvosos. Essas

condições predominam nas regiões com altitudes superiores a 600 m. Em algumas regiões

tem sido observada ser mais severa nos plantios de novembro (SILVA et al., 2001).

Outra forma importante de manejo do milho contra doenças é a escolha da época de

colheita, a qual precisa ser cumprida logo que os mesmos atinjam altos níveis de qualidade. A

antecipação na colheita de milho traz uma série de vantagens para as empresas produtoras de

sementes, pois, além de propiciar maior qualidade, devido à menor exposição a condições

ambientais adversas, permite melhor aproveitamento das áreas de plantio, pela possibilidade

de desocupá-la mais cedo, e possibilita o planejamento dos processos de secagem,

proporcionando melhor aproveitamento da infraestrutura de produção e de processamento

(FARIA et al., 2002).

Duarte et al. (2009) verificaram a interação significativa entre híbridos e fungicida, ou

seja, a reação do genótipo quando da aplicação do fungicida via foliar. Brito et al. (2013)

avaliando a aplicação de fungicida, em relação à severidade das doenças ocorridas, em vários

locais, esses valores foram baixos, sempre menor que dez por cento de área foliar lesionada.

Isso mostra a eficiência do fungicida utilizado para controlar as doenças, permitindo inferir

que, nas parcelas com controle químico das doenças, os híbridos puderam expressar melhor

seu potencial genético para a produção de grãos. Brito et al. (2007) também verificaram que,

nas parcelas com controle químico, a severidade da Cercosporiose foi sempre inferior a 0,5%.

A aplicação de fungicida é eficiente no controle de doenças foliares e proporciona

maiores produtividades de grãos, em média, 12% superiores àquelas em que não se utilizou

fungicida (BRITO et al., 2013).

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3.2.1. Ferrugem comum (Puccinia sorghi)

Entre as mais diversas doenças que atacam a cultura, considerando as ferrugens do

milho que ocorrem no Brasil, a ferrugem comum (Puccinia sorghi) é a mais antiga e

estudada. Está classificada entre as principais doenças foliares na cultura do milho na região

centro-sul do Paraná, fato este que reflete na maioria das regiões produtoras do Brasil,

podendo causar limitações, tais como danos diretos a planta, por redução da área

fotossintetizadora que pode acarretar redução na produtividade de grãos (VON PINHO et al.,

1999 citado por COSTA, 2008). Esta doença torna-se importante quando surge no início da

cultura, pois debilita a planta, permitindo a ação de outros patógenos importantes como

Diplodia macrosporae, Exserohilum turcicum, e Cercospora zeae-maydis entre outras. Está

amplamente disseminada em todas as regiões onde a cultura esteja presente, sendo atualmente

responsável por grandes danos na produtividade do milho (JULIATTI & SOUZA, 2005).

Essa doença, causada pelo fungo Puccinia sorghi, embora comumente observada em

lavouras de milho, não tem sido relatada em alta severidade, principalmente devido ao bom

nível de resistência das cultivares comerciais de milho, e por limitações de condições

climáticas. Ocorre em qualquer fase de desenvolvimento da planta, e pode ser severa em

plântulas (SABATO e FERNANDES, 2014).

O desenvolvimento do fungo causador da ferrugem comum é favorecido por

temperaturas na faixa de 16 a 23ºC, alta umidade relativa e altitudes superiores a 900 m,

sendo esta amplitude ótima para a germinação dos urediósporos (PINTO et al., 2006).

Devido à característica de dispersão da P. sorghi, pode-se encontrar em um mesmo campo de

produção áreas com alta e baixa severidade de ferrugem, o mesmo podendo ocorrer em

experimentos de avaliação de progênies. Tal comportamento conduz ao fato de que progênies

localizadas mais próximas umas das outras, nos experimentos, tendem a apresentar

comportamentos mais semelhantes do que progênies localizadas a maiores distâncias, o que

caracteriza uma dependência espacial dos resultados (SILVA et al., 2004).

A área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) tem sido uma ferramenta

muito utilizada quando se trata de doenças foliares e utilização de fungicidas, por ser uma boa

forma de avaliação do progresso das doenças, com base nos dados de severidade. Em um

estudo realizado por Brandão (2003) o autor relata que para haver redução da AACPD da

ferrugem comum, deve ser avaliada a resistência do material genético utilizado.

Conforme Zanatta (2013) houve redução na área abaixo da curva de progresso de

doença (AACPD) foliar, ferrugem comum, mancha foliar de diplodia e helmintosporiose com

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o uso de fungicidas, isolados e em associação, dependente do híbrido e da safra agrícola

avaliada. A aplicação de forma preventiva com fungicida triazol isolado e com fungicida

triazol e estrobirulina em associação reduziram a AACPD ferrugem da folha e da mancha

foliar de diplodia (S. macrospora), sendo o seu resultado dependente do híbrido utilizado e da

safra agrícola.

3.2.2. Mancha de Diplodia (Stenocarpella macrospora)

A mancha-de-macrospora, causada pelo fungo necrotrófico Stenocarpella macrospora

(Earle) Sutton [Sin. Diplodia macrospora Earle], tem se mostrado frequente e importante na

cultura do milho nos últimos anos no Brasil, (CASA et al., 2010). Além de mancha foliar, o

fungo pode causar podridão do colmo, podridão da espiga e grãos ardidos (REIS et al., 2004).

Essa doença é causada pelos fungos Stenocarpella maydis e S. macrospora e se

manifesta na fase de produção da planta. A severidade dessa podridão é favorecida pela

ocorrência de chuvas e por semeadura em alta densidade. Nas folhas, S. macrospora causa

lesões necróticas alongadas, com um ponto de infecção visível, que as distingue das lesões de

Exserohilum turcicum. O controle consiste na rotação de culturas até a mineralização dos

tecidos infectados, utilização de sementes sadias e utilização de cultivares com resistência

genética (SABATO e FERNANDES, 2014).

Em híbridos susceptíveis, pode causar grandes lesões foliares diminuindo a área

fotossintetizante e funcionando como fonte de inóculo para as infecções de colmo e espiga

(Latterell e Rossi, 1983), o que afeta a produtividade e a sanidade do grão (BAMBI et al.,

2011). Apesar de haver relatos que a S. macrospora ocorre em regiões restritas, nos últimos

anos a mancha foliar de diplodia tem ocorrido com frequência na cultura do milho no Brasil,

principalmente devido ao monocultivo em sistema plantio direto e ao aumento da área de

milho safrinha (CASA et al., 2010).

A sobrevivência saprofítica de S. macrospora nos restos culturais infectados de milho

tem tornado a doença frequente devido às extensas áreas semeadas no sistema semeadura

direta e monocultura, pois a palha infectada que permanece na superfície do solo, garante a

sobrevivência e a viabilidade do fungo (CASA et al., 2003).

A disseminação do fungo ocorre via semente infectada, sendo este mecanismo

responsável pela introdução do patógeno em novas áreas de cultivo, (Shurtleff, 1992), ou por

respingo de chuva e/ou pelo vento a curtas distâncias pela remoção e dispersão dos conídios

presentes nos restos culturais (CASA et al., 2004).

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O fato de S. macrospora infectar exclusivamente plantas de milho, não formar

estrutura de repouso e apresentar conídios dispersados a curtas distâncias, são características

biológicas do patógeno que permitem manejá-lo com a rotação de culturas e o uso de

sementes sadias e/ou tratadas com fungicidas eficientes (CASA et al., 2006).

A incidência e a severidade da mancha de macrospora estão relacionadas com

quantidade de resíduos culturais presentes na superfície do solo. Dessa maneira, o milho

somente deverá voltar a ser cultivado na mesma lavoura quando a densidade de inóculo

estiver abaixo do limiar numérico de infecção, ainda não determinado, ou após a eliminação

completa dos restos culturais. Casa et al. (2003) observaram a viabilidade de S. macrospora e

S. maydis em colmos de milho mantidos na superfície do solo até 320 dias de exposição no

campo. Portanto, a rotação de culturas com espécies vegetais não suscetíveis por período

aproximado de duas safras constitui-se numa estratégia eficiente para o controle de diplodia.

A mancha foliar de diplodia além de infectar as folhas e, em muitas situações,

dilacerar o tecido foliar necrosado, reduzindo a área foliar da planta, torna-se mais grave em

virtude da grande produção de inóculo sobre lesões, que contribui para o aumento do

potencial de inóculo para a infecção do colmo e da espiga. Os esporos produzidos sobre as

lesões podem ser transportados pela água até a bainha foliar onde, posteriormente, germinam

e iniciam a infecção do colmo ou da base da espiga (CASA et al., 2006).

A importância econômica desta doença sempre foi associada aos danos causados pelas

podridões de colmo e espiga, mas nos últimos anos tem aumentado a incidência de lesões

foliares associadas a esse fungo (BRUNELLI et al., 2005).

Flett e Wehner (1991) verificaram que a intensidade da podridão da espiga, causada

por S. maydis, apresentou resposta linear à presença da palha sobre a superfície do solo,

apresentando, em plantio direto maior intensidade de espigas e de grãos infetados quando

comparado com a aração do solo.

A infecção da espiga normalmente é responsável pela ocorrência desses fungos nos

grãos, resultando nos chamados grão ardidos. Os grãos de milho, em termos fitopatológicos,

são classificados como ardidos quando infectados por fungos, ocorrendo descoloração de pelo

menos um quarto da superfície dos grãos. A coloração desses grãos pode variar de marrom-

claro a roxo ou de vermelho claro a vermelho intenso, dependendo do patógeno presente

(PINTO, 2005).

Os grãos de milho podem ser contaminados pelos fungos em duas situações, em pré-

colheita, quando ocorrem podridões de espiga com formação de grãos ardidos, e em pós-

colheita, ocorrendo grãos mofados durante armazenamento e beneficiamento. As perdas na

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qualidade dos grãos causam desvalorização do produto, com isso, as agroindústrias adotaram

como padrão de qualidade a tolerância máxima de 6% para a ocorrência de grãos ardidos em

lotes comercias de grãos (PINTO, 2007).

Os grãos ardidos constituem um dos principais problemas de qualidade do milho,

devido à possibilidade da presença de micotoxinas, tais como, aflatoxinas (Aspergillus

flavus), fumonisinas (Fusarium moniliforme e F. subglutinans), entre outras. As perdas

qualitativas por grãos ardidos são motivos de desvalorização do produto e uma ameaça à

saúde humana e animal (MENDES, 2009).

Casa (1997), estudando a transmissibilidade dos fungos (Stenocarpella maydis e

Stenocarpella macrospora em sementes de milho, detectou que a semente é fonte de inóculo e

de disseminação destes fungos, contaminando as plântulas e afetando o vigor, sendo

necessário a aplicação de fungicidas nas sementes. Entretanto, somente o fungicida Captan

não foi satisfatório para o controle de Stenocarpella spp., necessitando estar associado a

outros princípios ativos. Constatou-se também que, não só as sementes, mas os restos

culturais são fonte de inóculo destes fungos.

Conforme Santúrio (2003), citado por Brito (2010), grãos de milho com grau de

umidade inferior a 13% não apresentaram condições favoráveis ao desenvolvimento dos

fungos, no entanto em grãos que apresentaram umidade acima de 17%, associados a

temperaturas de 25º a 30ºC, ocorreu alta produção de fungos, e consequentemente de

micotoxinas.

Em relação à produtividade e a porcentagem de grãos ardidos, Mendes (2009) relata

que estas características foram influenciadas pelos genótipos e pelas safras agrícolas, sendo

mais verificada no plantio direto, e que não há associação entre produtividade de grãos e a

porcentagem de grãos ardidos, o que demonstra que as perdas provocadas pela incidência de

grãos ardidos são de caráter quantitativo. Adicionalmente, o mesmo autor relata que para

haver um controle de grãos ardidos devem ser utilizados híbridos resistentes, adubação

equilibrada, rotação de culturas, controle de insetos, transporte rápido e secagem, a fim de

evitar a contaminação de grãos de milho por micotoxinas no campo e nos silos.

De acordo com o Ministério da Agricultura - MAPA (2013) são inexistentes

informações de fungicidas indicados para o controle específico de mancha foliar de diplodia.

Para tanto, trabalhos com controle químico visando o controle dessa doença devemser

explorados, principalmente quantificando a eficácia dos fungicidas em relação aos modos de

ação e a reação de híbridos em diferentes condições de ambiente (BAMPI et al., 2012).

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14

Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar odesempenho de fungicida no

controle de S. macrospora em plantas de híbridos de milho considerados suscetível e

resistente.

3.3. Práticas de manejo na cultura do milho

3.3.1. Escolha do genótipo com base na sanidade foliar e do grão

A escolha de híbridos envolve a análise de vários fatores, em virtude da complexa

interação genótipo/ambiente, que resulta em diferentes respostas na expressão do seu caráter.

Primeiramente é importante considerar qual a finalidade do uso, por exemplo, se o destino for

para grãos, silagem, milho verde ou algum tipo de milho especial, deve-se considerar que

existem cultivares desenvolvidas e adaptadas para cada um desses segmentos, posteriormente,

certificar-se da real adaptação à região, em virtude da diferença de altitude, no que consiste a

estabilidade e reação a doenças de cada híbrido (IAPAR, 2015).

Tem sido disponibilizado ao mercado mais de cem cultivares novas de milho, sendo

que a escolha do genótipo mais adequado a cada situação é o principal fator de acréscimo na

produtividade, que pode ser obtido sem qualquer custo adicional (SILVA et al., 2012).

No posicionamento de cultivares a época de semeadura é fundamental, levando em

consideração a condição climática (temperatura e luminosidade), assim como rotação de

culturas e fertilidade da área, são fatores que podem interferir no potencial produtivo eainda

causar maior incidência de doenças, portanto, o processo de escolha de cultivares é

considerado estratégico no manejo integrado de doenças (IAPAR, 2015).

Na busca por novas cultivares, há sempre uma procura, pelas empresas públicas e

privadas, por genótipos com alto desempenho agronômico. Segundo dados da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na safra 2014/15, foram disponibilizados 478

cultivares de milho (onze a mais do que na safra anterior), sendo 292 cultivares transgênicas e

186 cultivares convencionais. Pela segunda vez, o número de cultivares transgênicas é maior

do que o das cultivares convencionais. As cultivares precoces são dominantes (66,25%),

seguidas pelas hiper e superprecoces (24,37%). As semiprecoces e normais representam

apenas 9,38% das opções de mercado. Dentre as cultivares superprecoces e precoces, há um

predomínio de híbridos simples e triplos (88,46% e 79,71%, respectivamente). Por outro lado,

dentre as cultivares semiprecoces ou de ciclo normal há um predomínio dos híbridos duplos e

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variedades (63,34%), comparadas com os híbridos simples (26,66%) e híbridos triplos

(10,00%), (EMBRAPA, 2015).

Normalmente, as novas cultivares disponibilizadas no mercado apresentam elevado

potencial genético, além de outras vantagens relativas aos aspectos fitossanitários, físicos e

fisiológicos, capazes de proporcionar altas produtividades. Para isso, uma série de

informações, como o seu comportamento em relação às principais doenças, tipo de híbrido,

ciclo, região de adaptação, cor e textura de grãos, época de semeadura e densidade de plantas

recomendada, é fornecida para que os agricultores possam explorar ao máximo o potencial

genético dessas cultivares (CRUZ et al., 2007).

Conforme Mendes et al. (2012), comparando híbridos considerados resistentes e os

híbridos considerados susceptíveis ao complexo de grãos ardidos, avaliando a produtividade

de grãos e porcentagem de grãos ardidos evidenciou a existência de genótipos com maior

resistência os fungos F. verticilioides, S.maydis e S. macrospora. A produtividade de grãos e

a porcentagem de grãos ardidos foram influenciadas pelo tipo de híbrido, pelas safras

agrícolas e pelas inoculações artificiais, sendo mais pronunciada no sistema de plantio direto.

O mesmo autor constatou que não há associação entre a produtividade de grãos e

porcentagem de grãos ardidos o que evidência que as perdas provocadas pela incidência de

grãos ardidos em milho não são de caráter quantitativo.

O desenvolvimento de cultivares resistentes ou tolerantes é a medida mais efetiva de

controle de doenças foliares do milho e a discriminação de resistência é mais confiável

quando os genótipos são avaliados com base na área abaixo da curva de progresso da doença,

uma vez que inclui várias medições da severidade da doença ao longo do ciclo de produção

(VIEIRA et al., 2009b).

3.3.2. Manejo de fungicidas na cultura do milho

Plantado de Norte a Sul do País, nas mais variadas formas de cultivo, o milho

apresenta-se como uma cultura de grande importância econômica e social, além de um

enorme potencial para o crescimento do setor agrícola, graças ao desenvolvimento de novas

tecnologias que visam sempre o aumento de produtividade (PINAZZA & ALIMANDRO,

1998).

Com a melhoria do sistema produtivo, novas práticas de manejo foram incorporadas à

cultura do milho, como por exemplo, a necessidade de aplicação de fungicidas, em virtude do

aumento de incidências de doenças foliares. De maneira geral existe escassez de informações,

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no Brasil, referente ao patossistema milho/fungos causadores de doenças foliares, podridões

de grãos e espigas.

Tradicionalmente o manejo das doenças foliares do milho era realizado por meio da

utilização de cultivares resistentes associados a medidas culturais. A partir da severa epidemia

de cercosporiose, que ocorreu no ano de 2000, no estado de Goiás, tem-se verificado um

aumento acentuado da utilização de fungicidas em lavouras comerciais destinadas à produção

de grãos (COSTA et al., 2012).

Nos últimos anos pesquisas realizadas têm demonstrado a eficiência da aplicação de

fungicidas no manejo das doenças foliares e na redução dos danos por elas causadas na

produtividade (CUNHA et al., 2010). Esta realidade não está apenas na pesquisa, no campo

tem se observado o interesse cada vez maior do produtor em fazer aplicações de fungicidas na

lavoura, visando controle adequado das doenças.

Tem sido dada ênfase ao controle de doenças foliares do milho pela aplicação de

fungicidas, o que tem proporcionado a redução dos sintomas e incremento na produtividade

em relação a áreas não tratadas (DUARTE et al., 2009).

Entre os fungicidas disponíveis no mercado brasileiro para o controle de doenças

foliares do milho, os penetrantes móveis pertencentes aos grupos químicos dos triazóis

(inibidores da síntese de esteróis - ISE) e das estrobilurinas (inibidores da respiração

mitocondrial – IQe), são os mais utilizados isoladamente ou em misturas pré-fabricadas. Os

benzimidazóis (inibidores da divisão celular) também são utilizados, porém com menor

escala. Esses fungicidas podem ter ação protetora, curativa e erradicativa na planta, sendo a

ação preventiva realizada no estágio de pré-infecção. Nesse caso o fungicida inibe a

germinação ou impede a penetração do fungo nos tecidos do hospedeiro. A ação curativa tem

efeito pós-infecção e pré-sintoma. A ação erradicativa envolve o efeito dos fungicidas no

estágio pós-sintoma (REIS et al., 2010).

Os fungicidas são compostos químicos de amplo uso no controle de doenças de

plantas, alguns com ação protetora, outros curativos e sistêmicos. Dentro desta classificação

incluem se os indutores de resistência que não agem como fungicidas inibidores do

crescimento micelial e da esporulação. Os referidos compostos apenas induzem os sistemas

de defesa da planta, pela produção de fitoalexinas e compostos fenólicos, que são letais a

diferentes patógenos de plantas (JULIATTI, 2004).

Entre as estrobilurinas tem as sistêmicas, como a azoxystrobina, e as mesostêmicas

(acumulam-se na cutina), que são de liberação lenta para a planta, como a trifloxystrobina.

Quanto ao modo de ação sobre fungos tem-se os fungicidas protetores (cúpricos, estanhados,

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carbamatos, nitrilas clorotalonil), que atuam de forma inespecífica nas membranas dos

fungos, inibindo a ação protéica e enzimática (JULIATTI, 2001). As estrobilurinas são

conhecidas como fungicidas inibidores de quinona, por terem como único modo bioquímico

de ação, a inibição da respiração mitocondrial atuando no sítio Qo (quinona oxidase)

(PARREIRA et al., 2009).

Os fungicidas do grupo dos triazóis têm ação sistêmica e são inibidores da síntese de

esteróis, impedindo a germinação de esporos e a formação do tubo germinativo, e na

formação do apressório, extremidade da hifa dilatada ou ramificada, que se adere fortemente

ao substrato e da qual pode partir a hifa de penetração (DIAS NETO, 2008; KIRK et al.,

2008).

Atualmente, o uso de fungicidas do grupo dos triazóis e suas associações com

estrobilurinas, em sistemas de produção de média e alta tecnologia, tem sido uma ferramenta

importante na exploração do potencial produtivo de alguns híbridos e tem demonstrado ser

uma prática economicamente viável (DUARTE et al., 2009).

Os fungos atuam de forma deletéria na qualidade dos grãos e são aceitáveis os valores

máximos de 2% de grãos ardidos para a exportação e de 6% para a comercialização no

mercado interno (MENEGAZZO, 2001).

Avaliando o controle de doenças na parte aérea, Alves e Juliatti (2010) realizaram a

avaliação do fungicida fluquinconazole no controle da ferrugem comum e cercosporiose na

cultura do milho em diferentes híbridos, obtendo redução da área abaixo da curva de

progresso da doença (AACPD) para ambas as doenças.

Conforme Pinto (2004), o uso de fungicidas propiconazole, difenoconazole,

azoxystrobin e tebuconazole são eficientes no controle de doenças foliares em milho como no

caso da cercosporiose do milho causada por Cercospora zeae-maydis e garantem

significativamente a produção de grãos.

Resultados obtidos em um experimento envolvendo quatro tratamentos de fungicidas,

sendo um tratamento testemunha, outro triazol isolado, estrobilurina isolada e associação de

triazol e estrobilurina, verificou-se que os quatro tratamentos tiveram diferença significativa

para produtividade entre os tratamentos em que se empregou fungicidas em relação ao

tratamento testemunha, onde os três tratamentos com fungicidas obtiveram incremento para

produção (BORTOLINI e GHELLER, 2012).

A aplicação desses produtos na maioria das vezes é realizada na fase de pré-

pendoamento da cultura do milho. Porém, aplicações em estádios um pouco antes do pré-

pendoamento, como em V10, podem contribuir para inibir a germinação do inóculo inicial

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dos patógenos e garantir que a cultura esteja protegida e seja bem sucedida na sua produção

(COSTA et al., 2012).

Avaliando o efeito de diferentes fungicidas triazóis e estrobilurinas, isolados e em

associação, no controle de doenças foliares em híbridos comerciais de milho com

espaçamento reduzido em diferentes safras agrícolas, Zanatta (2013), concluiu que houve

redução na área abaixo da curva de progresso de doença (AACPD) foliar, ferrugem comum,

mancha foliar de diplodia e helmintosporiose com o uso de fungicidas, isolados e em

associação, dependente do híbrido e da safra agrícola avaliada. Já para a incidência de grãos

ardidos não houve redução com o uso de fungicidas aplicados de forma preventiva, nos

híbridos de milho avaliados, sendo o seu resultado obtido influenciado pela safra agrícola. As

aplicações preventivas com fungicidas em associação proporcionaram aumento na

produtividade de grãos para os híbridos de milho utilizados, sendo o efeito variável de acordo

com o a safra agrícola.

A utilização de fungicidas foliares na cultura do milho é viável, pois embora em

relação à produtividade média não tenha havido diferenças estatísticas entre os tratamentos

avaliados, pode-se verificar que todos obtiveram um incremento de produtividade em relação

à testemunha (JARDINE et al., 2009).

A utilização da aplicação de fungicida via foliar assegura o potencial genético de

híbridos, fazendo com que as doenças não sejam o limitante na produtividade e na sanidade

dos grãos, ainda conforme Juliatti et al. (2007), as aplicações foliares de fungicidas têm um

grande potencial na redução da severidade de doenças, assegura o potencial produtivo do

híbrido e melhoria da qualidade de grãos a serem recebidos na indústria para processamento,

além da resistência do genótipo.

3.3.3. Espaçamento entre plantas

Um dos fatores que deve ser melhor estudado é a resposta da cultura do milho ao

arranjo das plantas na área. As plantas podem ser distribuídas na área, de várias maneiras,

sendo a variação do espaçamento entre linhas e entre plantas na linha responsável pelos

diferentes arranjos de plantas (RESENDE, 2003).

O milho tem se mostrado responsivo em produtividade quando se aumenta a

população de plantas, principalmente em arranjos com espaçamentos reduzidos (STRIEDER

et al., 2007) e essa prática vem sendo intensificada nas regiões produtoras, contudo os

diferentes híbridos respondem diferentemente às variações no arranjo e na densidade

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populacional de plantas (DEMETRIO et al., 2008; MENDES et al., 2011), inclusive com

relação à severidade de doenças (SANGOI et. al, 2000), de forma que os trabalhos de

melhoramento devem considerar essa situação.

Quando se aumenta a população de plantas, há também uma maior exigência por

nutrientes e água e se essa exigência não for suprida, as plantas ficam mais sensíveis à

infecção por patógenos. Porém, antes de reduzir a população de plantas, deve-se analisar o

potencial de rendimento do híbrido (EMYGDIO e TEIXEIRA, 2008; REIS et al., 2004).

No entanto, Molin (2000), estudando o acréscimo na densidade de plantas e redução

do espaçamento entre linhas de semeadura, constatou que é possível aperfeiçoar a eficiência

da interceptação de luz pelo aumento do índice foliar, mesmo nos estádios fenológicos

iniciais, melhorando o aproveitamento de água e nutrientes, reduzindo a competição inter e

intra-específica por esses fatores, e assim aumentando a matéria seca e a produção de grãos.

Resende e Von Pinho (2002), após avaliarem o comportamento de dez cultivares de

milho em três espaçamentos (0,45 m; 0,70 m e 0,90 m), combinados com três populações de

plantas (55.000 plantas.ha-1

; 70.000 plantas. ha-1

e 90.000 plantas. ha-1

), no município de

Lavras-MG, verificaram que o espaçamento de 0,70 m proporcionou um aumento na

produtividade, quando comparado ao espaçamento de 0,90m ao espaçamento de 0,45 m,

sendo que este último espaçamento, combinado com a população de 70.000 plantas. ha-

1proporcionou produção média superior àquelas obtidas na população de 55.000 plantas. ha

-1.

A densidade de plantas necessita ser estudada de maneira detalhada em virtude das

interações que ocorrem entre as plantas de milho e o ambiente, afetando a arquitetura da

planta, alterando padrão de crescimento e desenvolvimento e influenciando na produção de

carboidratos (SANGOI, 2000). Plantas de porte mais baixo podem suportar o plantio em

densidades maiores e os tratos culturais, se bem aplicados, evitam que o microclima criado

com o aumento ou redução na população de plantas favoreça a incidência de doenças

(MASCARENHAS, 2011).

Resultados de pesquisa realizado por Marchão et al. (2005) sob espaçamento reduzido

no milho mostram que o rendimento de grãos é significativamente influenciado pela

densidade de plantas, sendo que as maiores produtividades dos híbridos que foram testados

são alcançadas com densidades acima de 70 mil plantas por hectare. Portanto, dependendo do

híbrido, o uso de espaçamento reduzido entre linhas (0,45 m) é uma prática que garante

aumentos de produtividade via incremento na densidade de plantas.

A interceptação da radiação fotossinteticamente ativa pelo dossel exerce grande

influencia sobre rendimento de grãos da cultura do milho quando outros fatores ambientais

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são favoráveis (OTTMSN & WELCH, 1989). Uma das formas de se aumentar a interceptação

de radiação e consequentemente, o rendimento de grãos é através da escolha adequada do

arranjo de plantas. A associação entre evolução do arranjo de plantas e aumento da

produtividade de grãos de milho tem sido frequentemente reportada na literatura

(CARDWELL, 1982; RUSSEL, 1991; SANGOI 2000). O arranjo de plantas pode ser

manipulado através de alterações na densidade de plantas, no espaçamento entre linhas, na

distribuição de plantas na linha e na variabilidade entre plantas (emergência desuniforme).

Para obtenção de altos rendimentos de grãos, deve-se maximizar a duração da

interceptação da radiação, utilizar eficientemente a energia interceptada (fotossíntese),

distribuir os novos assimilados na proporção ótima para formação de folhas, colmos, raízes e

de estruturas reprodutivas e manter estes processos com custo mínimo para a planta

(LOOMIS & AMTHOR, 1999). Tais processos são bastante complexos, tornando muito

difícil a maximização simultânea do uso destes fatores.

A influência dos fatores limitantes da produtividade de uma cultura pode ser melhor

compreendida se o potencial máximo de seu rendimento for reconhecido. No entanto, o

ambiente impõe uma série de limitações para que o genótipo expresse o seu potencial,

fazendo com que o rendimento obtido frequentemente seja menor que o potencial esperado. O

potencial de rendimento de uma cultura pode ser definido como o rendimento obtido quando

cultivada em ambiente ao qual está adaptada, com nutrientes e água não limitantes, e com

insetos, doenças, plantas daninhas, excessos hídricos e outros estresses efetivamente

controlados (EVANS, 1993).

Além de fatores genéticos, a produtividade de uma cultura depende das condições de

solo e de clima, particularmente da radiação solar (MELGES et al., 1989). A utilização de luz

é o processo mais importante para a produtividade, porque é através da fotossíntese que a

planta acumula matéria orgânica em seus tecidos. A quantidade de energia convertida e,

portanto a quantidade de massa seca produzida depende da percentagem de absorção e da

eficiência de utilização da energia absorvida. A faixa de comprimento de onda entre 400 e

700 nanômetros da radiação solar constitui a energia radiante fotossinteticamente ativa

(LOOMIS & WILLIAMS, 1963). Ela representa entre 46 e 50% de radiação solar global

(BARNI et al., 1995).

A eficiência de utilização da radiação solar pelas culturas é baixa. Em milho, o arranjo

de plantas constitui-se em prática de manejo importante para potencializar o rendimento de

grãos. Ocorre interação entre diferentes fatores que afetam a produtividade final de uma

cultura. O rendimento de grãos é dependente da fotossíntese e da respiração do dossel. Por

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sua vez, a fotossíntese do dossel é função da fotossíntese da folha e da interceptação da

radiação solar. Já a interceptação da radiação solar é influenciada pelo índice de área foliar,

ângulo da folha, interceptação de luz por outras partes da planta, distribuição de folhas

(arranjo de folhas na planta e de plantas no campo), características de absorção de luz pela

folha e pela quantidade de radiação incidente. Destes fatores, apenas a quantidade de radiação

solar não é afetada pela escolha do arranjo de plantas (MARCHÃO, 2004).

As alterações no arranjo de plantas deveram-se ao aumento da tolerância do milho a

estresses. A melhor adaptação dos híbridos modernos ao adensamento pode ser atribuída à

modificações genéticas, morfológicas e fisiológicas, tais como os decréscimos no tamanho de

pendão, número de plantas estéreis, taxa de senescência foliar durante o enchimento de grãos,

intervalo entre pendoamento e espigamento, estatura e número de folhas, acamamento de

colmos e raízes e no ângulo de inserção de folhas no colmo, (ARGENTA et al., 2001).

Para que todas estas mudanças sejam bem utilizadas na escolha do arranjo de plantas

de milho que maximize os recursos ambientais, é fundamental que se considere o ciclo da

cultivar, objetivo da lavoura, nível de fertilidade do solo, disponibilidade hídrica, época de

semeadura e o comprimento da estação de crescimento. A combinação dessas variáveis com o

arranjo adequado de plantas contribuirá substancialmente para a melhoria da produtividade da

cultura no sul do Brasil. O aumento no potencial de rendimento de grãos de milho será

possível através de incrementos na tolerância ao estresse e na uniformidade de emergência das

plantas. Isto ocorrerá com maior sucesso, quando houver união de esforços dos pesquisadores

das diferentes áreas de conhecimento, como melhoristas, fisiologistas e geneticistas

moleculares, (ARGENTA et al., 2001).

Em outro trabalho, Argenta (2001), relata que a resposta do rendimento de grãos de

milho à redução do espaçamento entre linhas é influenciada pelo híbrido e pela densidade

das plantas e o aumento do rendimento de grãos de milho decorrente da distribuição mais

uniforme das plantas com redução do espaçamento entre linhas verifica se principalmente em

híbridos de ciclo superprecoce e de baixa estatura.

O milho sofreu um aumento considerável no potencial de rendimento dos grãos nos

últimos tempos, principalmente com o surgimento de genótipos mais produtivos e o

desenvolvimento de híbridos com maior adaptação a elevadas populações de plantas

(SANGOI, 2001).

A escolha adequada da população de plantas pode variar de acordo com o porte da

planta, com os tratos culturais, com a utilização de mecanização, com o genótipo, com a

disponibilidade de água, entre outros (MASCARENHAS, 2011).

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A associação entre o arranjo/ densidade de plantas e o aumento da produtividade de

grãos de milho tem sido frequentemente reportada na literatura (DUVICK; CASSMAN, 1999;

SANGOI et al., 2000; PEREIRA et al., 2008). Dourado Neto et al. (2003) relatam que em

razão do aumento na interceptação de luz e do melhor aproveitamento da água e nutrientes

disponíveis, acréscimos na produtividade podem ser obtidos pelo aumento da densidade de

semeadura, associado à redução do espaçamento entre linhas.

Na região Centro Sul do Paraná há demanda de pesquisas relacionadas com a

influência do uso de fungicida, como alternativa para manejo de doenças fungicas no milho,

como P. sorghi e S. macrospora sob diferentes espaçamentos, com uso de híbridos comerciais

modernos de milho.

3.3.4. Quantificação de clorofila

Na avaliação da nutrição mineral das plantas, diversos métodos podem ser

empregados, entretanto, há de se considerar a rapidez e segurança dos mesmos. O uso de

medidas indiretas, para determinar a necessidade de um determinado elemento, como o teor

de clorofila na avaliação do estado nutricional das plantas, tem sido muito estudado nos

últimos anos (FONTES, 2001). As clorofilas são pigmentos responsáveis pela conversão da

radiação luminosa em energia, sob a forma de ATP e NADPH, por essa razão, são

estreitamente relacionadas com a eficiência fotossintética das plantas e, consequentemente, ao

seu crescimento e adaptabilidade a diferentes ambientes. Presentes nos vegetais superiores,

sob as formas a e b, as clorofilas são constantemente sintetizadas e destruídas, cujos processos

são influenciados por fatores internos e externos às plantas. Entre os fatores externos, os

nutrientes minerais se destacam, por integrarem a estrutura molecular das plantas, como

também por atuarem em alguma etapa das reações que levam à síntese desses pigmentos

(TAIZ & ZEIGER, 2004).

Modificações nos níveis de luminosidade os quais uma espécie está adaptada podem

condicionar diferentes respostas fisiológicas em suas características bioquímicas, anatômicas

e de crescimento (ATROCH et al., 2001). O aumento da clorofila b em plantas sombreadas

pode ser devido a um aumento da proporção do complexo coletor clorofila a/b proteína, em

relação ao complexo P700 – clorofila a - proteína. Um outro fator importante pode ser o

maior desenvolvimento de “grana” em cloroplastos de folhas de sombra em relação a folhas

de sol, que é onde se encontra o complexo a/b-proteína (MEBRAHTU; HANOVER, 1991).

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O crescimento e a adaptação da planta a diferentes condições de ambiente relacionam-

se a sua eficiência fotossintética que, por sua vez, está associada, entre outros fatores, aos

teores de clorofila foliar. Diversos fatores externos e internos afetam a biossíntese de

clorofilas, por isso, os seus conteúdos foliares podem variar de maneira significativa. Entre

estes fatores, a luz é essencial a sua biossíntese (WHATLEY; WHATLEY, 1982). A clorofila

está sendo constantemente sintetizada e destruída (foto-oxidação) em presença de luz, porém

sob intensidades luminosas mais elevadas ocorre maior degradação, e o equilíbrio é

estabelecido a uma concentração mais baixa. Portanto, folhas de sombra possuem

concentração maior de clorofila do que as folhas de sol (KRAMER; KOZLOWSKI, 1979).

A planta com alta concentração de clorofila seria capaz de atingir taxas fotossintéticas

mais altas, pelo seu valor potencial de captação de “quanta” na unidade de tempo. Entretanto,

nem sempre esta relação existe, pois a etapa bioquímica da fotossíntese (fase escuro) pode

limitar o processo (PORRA et al., 1989; CHAPPELLE; KIM, 1992).

Segundo Mebrahtu; Hanover (1991) e Kramer; Kozlowski (1979), as folhas desombra

possuem maiores teores de clorofila devidoao aumento do complexo antena.

Conforme Yoshida et al. (1969) com a melhor arquitetura há menor sombreamento,

melhor incidência dos raios solarese uma melhor conversão dessa luz incidente em

fotoassimiliados que posteriormente foram convertidos em matéria orgânica na planta e

amidonos grãos do milho. Ocorrendo uma ideal inserção de luz a planta não necessita

produzir maiores quantidades de clorofila, visto que com a quantidade que já possui esta é

capaz de captar a luz necessária.

Por outro lado, Taiz; Zeiger (2004) e Buchananet et al. (2001) o excesso de luz é um

dos causadores do estresse oxidativo, que é o aumento de fluxo de elétrons na fase

fotoquímica da fotossíntese, com consequente formação de formas reativas deoxigênio.

Segundo os mesmos autores, um dos mecanismos contra o estresse oxidativo é a redução da

biossintese e/ou degradação de clorofila.

Sousa et al. (2010) avaliando clorofila, relata que a aplicação foliar do K2SiO3 (silicato

de potássio) proporcionou incrementos significativos na produtividade do milho, o que pode

ser atribuído ao aumento da atividade fotossintética da planta, como verificado pela redução

dos teores de clorofila a, b etotal e aumento da relação clorofila a/b, sendo que também

utilizou se manejo com fungicida azoxystrobina + cyproconazole.

Argenta et al. (2000b) relataram ser vantajoso o método de leitura de clorofila, uma

vez que pode ser efetuado em poucos minutos, possibilitando rápidos diagnósticos da situação

da lavoura. Além disso, os custos de operação são mínimos, ao contrário de outros testes que

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exigem a compra sistemática de produtos químicos, já que não há necessidade de envio de

amostras para laboratório, com economia de tempo e dinheiro, e o agricultor pode analisar

quantas amostras for preciso, sem implicar destruição de folhas.

Neste sentido percebe se que há demanda de pesquisas relacionadas com a influência

do uso de fungicida, e avaliação de clorofila, no que diz respeito à sanidade foliar, sob

diferentes espaçamentos, com uso de híbridos comerciais modernos de milho e neste caso, o

estudo deste fungicida, considerado novo no mercado e com recente registro para a cultura do

milho, (Trifloxistrobina + Protioconazol), principalmente o efeito da estrobilurina

(Trifloxistrobina), que pode estar relacionado à sanidade foliar, ainda mais onde foram

utilizadas duas aplicações do mesmo. Alguns autores relatam maiores produtividades quando

comparados os tratamentos que se realizou a aplicação de estrobirulina e testemunha,

comprovando que tais fungicidas apresentam eficiência no controle da doença (DUARTE et

al, 2009; JARDINE & LACA-BUENDIA, 2009; SILVA et al., 2008). A eficiência das

estrobilurinas no controle da mancha branca do milho, por exemplo, tem sido comprovada por

diversos autores. Duarte et al. (2009) relatam que tanto a piraclostobrina quanto a

azoxistrobina, isoladamente ou em misturas com triazóis, em uma ou em duas aplicações,

foram eficientes no controle da mancha branca do milho.

Conforme Costa (2012) notou que os fungicidas do grupo químico das estrobilurinas

constituem o grupo de fungicidas que apresentam maior eficiência no controle da mancha

branca do milho, por exemplo. A utilização de fungicidas é recomendada para os cultivares

que apresentam suscetibilidade à doença. Souza (2005) destaca a eficiência do uso de

estrobirulinas no controle da mancha branca e da cercosporiose em milho, através da mistura

com fungicidas do grupo dos triazóis.

3.4. Função das enzimas na planta e no grão

As enzimas são proteínas com propriedades catalíticas, algumas enzimas consistem

apenas em proteína, mas a maioria delas contém componentes não protéicos adicionais, como

carboidrato, lipídios, metais, fosfatos ou algum outro componente orgânico. As enzimas

apresentam a capacidade de reagir com determinados constituintes das células, denominados

substratos, formando complexos, ou mesmo compostos com ligações covalentes. Em uma

reação enzimática, o substrato combina com a haloenzima, sendo liberado em uma forma

modificada. As enzimas são proteínas sintetizadas nas células de plantas, animais, ou

microrganismos. Vários fatores, além da concentração de substrato e do pH, podem

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influenciar na velocidade das reações enzimáticas, o efeito da temperatura, atividade da água

e a pressão (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2011).

Existem os ativadores e inibidores de enzimas, ou seja, além da enzima e do substrato,

outras substâncias podem ser necessárias para a completa atividade da enzima. Estas

substâncias são denominadas co fatores, e catalisam a reação de catálise da enzima. São

classificadas em dois grupos: as coenzimas específicas, compostos orgânicos de baixo peso

molecular e estrutura complexa e que participam da reação, em geral transportando

determinados grupos químicos; e os ativadores, em geral íons inorgânicos que levam à

formação do complexo ativado sem participarem da reação. Exemplos de enzimas e suas

funções, a catalase, realizam a quebra do peróxido de hidrogênio e oxigênio em água, sendo

sua aplicação em alimentos na tecnologia de remoção de oxigênio combinado com oxidase de

glucose. A lipoxigenase realiza a oxidação de ácidos graxos não saturados, sua aplicação em

alimentos é na melhora da massa do pão em farinha, por exemplo, (KATCHALSK, 2011).

As plantas estão expostas a estresses bióticos (patógenos, insetos, animais, dentre

outros) e abióticos (seca, frio, excesso de água, salinidade, dentre outros) que podem

prejudicar seu desenvolvimento e consequentemente sua produtividade. Tais alterações

podem ativar os sistemas de defesa direta e indireta, além de possibilitar o desenvolvimento

de tolerância ao agente estressor (SOARES e MACHADO, 2007).

Qualquer agente físico ou químico capaz de estimular resposta de defesa em plantas é

denominado indutor. Os indutores químicos podem ser desde carboidratos, proteínas/enzimas,

glicoproteínas e outras substâncias liberadas pela parede celular vegetal durante a herbivoria

do inseto, assim como substâncias químicas liberadas por patógenos (NURNBERGER, 1999;

SMITH, 1996). Fatores bióticos e abióticos, através de indutores, podem ativar vias de

sinalização como espécies reativas de oxigênio (EROs), fragmentos de parede celular, dentre

outros, que por sua vez irão reconfigurar o metabolismo vegetal, onde tais mudanças

redirecionam os recursos para a tolerância ou a produção de compostos antinutritivos e

tóxicos (DIEKE & HILKER, 2003; KESSLER & BALDWIN, 2002).

Kessler & Baldwin (2002) relataram um tipo de defesa direta contra patógenos que

compreende a resposta hipersensível (HR), eficaz quando a área comprometida é pequena,

que envolve a morte programada de células (apoptose) situadas ao redor da infecção e a

produção de compostos antimicrobianos que impedem a dispersão do patógeno.

Frequentemente a HR é precedida da produção de uma grande variedade de espécies reativas

de oxigênio (ERO’s) como o superóxido (O2-) e o peróxido de hidrogênio (H2O2) (ambos

liberados local e sistemicamente), que podem contribuir com a apoptose.

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As principais enzimas envolvidas no processo antioxidante vegetal são: oxiredutases

lipoxigenase 3 (por suas várias funções no desenvolvimento vegetal), guaiacol peroxidase,

ascorbato peroxidase e catalase (SOFO et al., 2005; TSCHARNTKE et al., 2001). Essas

enzimas podem agir como compostos antinutritivos ou estar envolvidas em processos de

defesa vegetal, como a lipoxigenase que catalisa a produção de acido jasmônico, a partir do

ácido linoleico, que estimula a expressão de genes de defesa que agem como sinais

secundários para a produção de outros compostos de defesa (FARMER et al., 1992).

O efeito sinalizador ou destrutivo de ERO’s depende de suas concentrações, locais de

produção e interação com compostos relacionados a outros estresses na planta, assim como do

estádio de desenvolvimento da mesma (GECHEV et al., 2006). Existem diversas situações

ambientais capazes de produzir estresse oxidativo, portanto, a produção de ERO’s pode ser

considerada como uma característica universal do estresse (CARRILLO; VALE, 2005). O

efeito destrutivo das ERO’s pode ser minimizado, no entanto, por compostos antioxidantes.

As sementes, em geral são ricas em ácidos graxos essenciais, fibras e compostos

fenólicos, que exercem atividade antioxidante. São substâncias que atuam em baixas

concentrações em substratos oxidáveis inibindo ou retardando significativamente a

lipoperoxidação (HALLIWELL, 1995).

As enzimas participam do processo de germinação, por exemplo, que se inicia por

meio da absorção de água pelas sementes, seguido de uma série de alterações metabólicas,

como ativação enzimática, digestão de materiais de reserva e translocação dos mesmos e

culminam com a retomada do crescimento do eixo embrionário, que resulta na emergência da

radícula (BEWLEY e BLACK, 1994). Khan (1991) ressalta que quando as condições do

tratamento são favoráveis, os processos de mobilização de reservas, ativação e síntese-de-

novo de algumas enzimas, síntese de DNA e RNA são iniciados durante o condicionamente

fisiológico refletindo em beneficios a germinação.

He et al. (1996) estudando a formação de aerênquimas em raízes de milho, encontram

uma relação entre produção de etileno e atividade das enzimas ligadas a degradação de parede

celular, como a celulase. Em termos gerais, a percepção do estresse é seguida pelo sinal de

transdução, que leva à síntese de etileno, produção de celulase, degradação de parede celular

e, finalmente, formação de arerênquimas (HE; DREW; MORGAN, 1994). Há, no entanto,

realção direta entre atividade das enzimas de degradação de parede celular e aparecimento de

aerênquimas.

Souza (2010), concluiu se que alterações nos sistema enzimático e a formação de

extensas áreas de aerênquimas no córtex aliados ao espessamento da endoderme e exoderme,

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permitiram que as plântulas tolerassem por 168 horas de estresse, mantendo alta taxa de

sobrevivência após serem submetidas à hipoxia. Existe uma estreita relação entre o sistema

antioxidante, atuação de enzimas de parede celular e a formação dos aerênquimas em raízes

de milho Saracura. A elevada atividade da ADH, uma enzima considerada marcadora do

metabolismo anaeróbico, demonstrou que em plântulas C18 o estresse por anaerobiose foi

detectado às 6 horas de encharcamento. Nesse mesmo período enzimas antioxidante como a

CAT também apresentou maior atividade em relação ao controle, atuando na proteção contra

o estresse oxidativo. Em contrapartida, a atividade da ADH demonstrou que plântulas C1

sfreram a influência negativa da anaerobiose às 24 h.

No processo de deterioração em sementes estão envolvidas enzimas que atuam nos

processos respiratórios, como a ADH e MDH, além das relacionadas à remoção de radicais

livres como a superóxido dismutase (SOD) e CAT e ainda aquelas relcionadas à degradação

de materiais de reserva como a isocitrato liase (ICL), dentre outras.

A deterioração é considerada toda e qualquer mudança degenerativa, após a semente

ter atingido sua máxima qualidade. Segundo Moraes (2000), a rapidez com que ocorre a perda

da qualidade das sementes após a maturidade fisiológica é função da espécie, da cultivar e das

condições impostas à semente no campo, após a colheita e durante as operações de

beneficiamento e armazenamento. A deterioração, em muitos casos é imperceptível na fase

inicial, manisfesta se no decorrer do tempo, provocando reflexos negativos no vigor

(GARCIO et al., 2004). A deterioração é um processo que envolve complexas alterações que

interferem no potencial fisiológico da semente. É um processo que inicia se desde a

fertilização do óvulo cuja velocidade é determinada principalmente pela interação entre

genótipo, o teor de água da semente e a temperatura do ambiente (DELOUCHE, 2002).

3.4.1. Catalase (CAT)

A catalase é uma enzima responsável pela remoção do peróxido de hidrogênio

formado durante a fotorespiração. Foram descritas três isoformas de catalase em plantas, onde

mono e dicotiledôneas apresentam três isoformas: CAT1, que é expressa em sementes e

pólen; CAT2, encontrado em tecidos fotossintetizantes e raízes; CAT3, encontradas em

tecidos vasculares e em folhas (BOGUSZEWSKA & ZAGDAŃSKA, 2012). O aumento da

atividade da catalase pode ser relacionada à adaptação, auxiliando na redução dos níveis

tóxicos do peróxido de hidrogênio (KARUPPANAPANDIAN et al., 2011). De acordo com

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Aebi (1984) a catalase exerce duas funções: a de atividade catalítica decompondo peróxido de

hidrogênio em água e oxigênio ea oxidação de compostos doadores de hidrogênio, como

metanol, etanol, ácido fórmico, fenóis, com o consumo de um mol de peróxido.

O teste da catalase serve para avaliar se o microrganismo produz a enzima catalase.

Esta enzima decompõe o peróxido de hidrogênio (H2O2), uma espécie reativa de oxigênio

comum do metabolismo aeróbico, em água e oxigênio. Uma colônia pura de microrganismo

foi transferida para uma lâmina de vidro. Adicionou se uma gota de peróxido de hidrogênio

10%. A formação de bolhas ou efervescência indica resultado positivo (WINN JUNIOR et al.,

2006).

A catalase é uma enzima (tipo de proteína que acelera reações) produzida pelos

animais, vegetais e bactérias, também pode ser chamada dehidroperoxidase é intracelular, está

ligada ao processo de decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2 = água oxigenada). A

atividade metabólica da célula produz, entre outras substâncias, o peróxido de hidrogênio que

é altamente tóxico para o organismo, daí a grande importância desta enzima que o degrada em

água e gás oxigênio. Nesse processo, o peróxido de hidrogênio, produto gerado pelo

metabolismo celular em organismos expostos ao oxigênio atmosférico, tem de ser

rapidamente convertido numa substância inócua. Assim, a catalase destrói as moléculas de

peróxido de hidrogênio, tornando-a importante para a desintoxicação.

Não houve diferenças nos padrões eletroforéticos para a catalase em sementes

submetidas aos diferentes tratamentos. A catalase é uma enzima capaz de realizar a

desintoxição de (O2 -) e H2O2 (BAILLY et al., 2002; MCDONALD, 1999). O peróxido de

hidrogênio gerado é decomposto principalmente pela catalase, cujas subunidades são

formadas no citoplasma, sendo a síntese completada no peroxissomo. Em outros

compartimentos subcelulares, o peróxido de hidrogênio é removido pelas peroxidases

(MCDONALD, 1999).

As plantas podem reduzir a formação de espécies reativas de oxigênio e minimizar os

danos causados pelo estresse oxidativo, removendo enzimaticamente essas espécies, por meio

de enzimas de varredura como a glutationa redutase (GR), ascorbato peroxidase (APX),

catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) (PRICE e HENDRY, 1991). A atividade da

catalase (EC 1.11.1.6.) foi determinada de acordo com Peixoto et al., (1999) pelo

acompanhamento do decréscimo na absorbância a 240 nm, a 28º C.

Segundo Alfeness e Wiebe (2002), a degradação in vitro do herbicida mesotrione em

MNBA é feita pela oxidação da molécula original pela enzima catalase (a 70ºC por 20

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minutos). Estes resultados indicam que a enzima catalase pode também, in vivo, ter um papel

importante na rota metabólica de degradação do mesotrione nestes organismos.

CAT é uma enzima presente nas células e de peroxissomas e tem a função de catalisar

a decomposição do hidrogênio peróxidos em oxigênio molecular e água sem a produção de

radicais livres e é, por isso, muito importante na desintoxicação celular (HALLIWELL e

GUTTERIDGE, 1990).

A deterioração durante o armazenamento, especialmente em condições de laboratório

e em um ambiente controlado pode ter induzido a aceleração dos processos oxidativos e

produção de radicais livres. Isso pode ser evidenciado pelo aumento da atividade da enzima

catalase (CAT) no início do armazenamento. Em períodos subsequentes a atividade da enzima

em sementes armazenadas reduziu e pode ser associado com o nível de deterioração, com

menor expressão deste peróxido na remoção das enzimas.

Os resultados obtidos neste estudo coroboram com Corte et al. (2010) e Nakada et al.

(2010), que observou um aumento na peroxidação lipídica com o aumento da deterioração as

sementes. Assim, a atividade reduzida da catalase (CAT) pode deixar as sementes mais

sensíveis aos efeitos dos radicais livres e aumentar a formação de peróxido de células,

fazendo com que as sementes mais sujeitos a perda de viabilidade. Isto pode ser confirmado

pela redução na germinação nos períodos finais de armazenamento, especialmente em

sementes de híbridos, em ambiente de laboratório e em um ambiente controlado (TIMOTEO

et al. 2013).

Conforme Ferreira (2007), avaliando o efeito do bioestimulante Stimulate® e do

fertilizante líquido Cellerate®, via tratamento de sementes, seis meses antes da semeadura e

na pré-semeadura, na qualidade fisiológica das sementes de milho e na produtividade da

cultura, foi observado que por meio padrões eletroforéticos das enzimas catalase (CAT) e

superóxido dismutase (SOD) de sementes tratadas com a maior dose de Cellerate® e

armazenadas por seis meses, ocorreu maior atividade dessas enzimas em relação às das

sementes tratadas na pré-semeadura. Provavelmente os micronutrientes presentes no produto

tenham causado algum efeito fitotóxico às sementes, levando à produção de superóxido,

caracterizada pela maior atividade da enzima superóxido dismutase, desse modo o mecanismo

“scavenger” foi ativado durante a embebição das sementes para “retirar” o peróxido de

hidrogênio produzido. As enzimas capazes de realizarem a desintoxicação de (O2-) e

H2O2são: a superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutamato peroxidase (GP) e

glutamato redutase (GR) (MCDONALD, 1999).

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Conforme Timoteo (2013), em ambiente controlado, houve uma maior atividade de

CAT do que em ambiente de laboratário e câmara fria. Este aumento pode ter acontecido

devido às condições deste ambiente, 20 ° C e 70% de umidade relativa, que pode ter

contribuído para acelerar a deterioração de sementes. Nas sementes deterioradas houve

atividade ou mesmo a ausência de atividade desta enzima, também observado nas sementes de

híbridos armazenados durante 15 meses em um ambiente controlado. Pois, a CAT remove os

radicais livres, e ocorre a perda da atividade que pode explicar parcialmente o fato destas

sementes envelhecidas acumular mais água oxigenada. Os resultados obtidos neste estudo

reforçam os dados observados por Corte et al. (2010) e Nakada et al. (2010), que observou em

aumento na peroxidação lipídica com o aumento da deterioração das sementes. Assim, a

atividade reduzida da catalase (CAT) pode fazer as sementes ficar mais sensíveis aos efeitos

dos radicais livres e aumentar a formação de peróxido de células, fazendo com que as

sementes ficam mais sensíveis a perda de viabilidade. Isto pode ser confirmado pela a redução

na germinação nos períodos finais de armazenamento.

A catalase é uma enzima tetramérica encontrada nos peroximos, que são organelas

especializadas. Essa enzima tem a função de consumir o peróxido de hidrogênio produzido

em condições estressantes e ainda remover as ERO´s (MALLICK; MOHN, 2000). Crescentes

evidências indicam que ERO´s também funcionam como moléculas sinalizadoras envolvidas

em plantas na regulação do desenvolvimento e respostas de defesa da planta. As plantas

protegem suas células e compartimentos subcelulares dos efeitos citotóxicos das ERO´s com

o auxilio de compostos protetores, como glutationa, ácido ascórbico e carotenóides (Mittler,

2002; Reddy; Chatanya; Vivekanandan, 2004), além de várias enzimas antioxidantes, tais

como a superóxido dismutase (SOD), polifenol oxidase (PPO) e catalase (CAT).

A CAT é uma enzima relacionada à qualidade de sementes, sendo uma enzima

intracelular, encontrada no glioxissoma nos vegetais, com capacidade de transformar formas

reativas de oxigênio em formas inofensivas, bem como a decomposição do peróxido de

hidrogênio (LEHNINGER, 2006).

Albuquerque et al. (2009) relatam diferenças na atividade enzimática da CAT quando

sementes de sucupira preta foram submetidas à embebição, onde foi observada maior

atividade enzimática para o lote B, sendo a mesma reduzida, à medida que as sementes

avançaram no processo de germinação. Nas sementes do lote A, observaram se

comportamento inverso da atividade enzimática, sugerindo se uma recuperação da sua

atividade ao longo da germinação.

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De acordo com Jeng e Sung (1994), quando a semente é envelhecida, ocorre maior

peroxidação dos lipídios e redução da atividade das enzimas removedoras de peróxidos,

sugerindo que a diferença observada entre os lotes está relacionada com o nível de

deterioração. A CAT está envolvida na remoção de peróxido de hidrogênio, formado a partir

da atividade da SOD. Em sementes deterioradas, tem sido observada menor atividade dessa

enzima com menor eficiência dos sistemas removedores de radicais livres. Quando a semente

é envelhecida, ocorre maior peroxidação dos lipídios e redução na atividade das enzimas

removedoras de peróxidos como a CAT.

3.4.2. Álcool desidrogenase (ADH)

A ADH é uma enzima que atua no processo respiratório, removendo substâncias

tóxicas às sementes, como acetaldeído e etanol, que são produzidos quando as células passam

a respirar anaerobicamente (FARIA et al., 2003).

Esse efeito fitotóxico também foi observado nos testes de germinação e de frio, nos

quais foram observados menores valores de germinação e emergência de plântulas, quando o

tratamento foi realizado na pré-semeadura. Durante o armazenamento deve ter ocorrido

degradação de algum componente do produto. Pela análise dos sistemas enzimáticos malato

desidrogenase (MDH) e álcool desidrogenase (ADH), nota se uma redução na atividade da

MDH em sementes tratadas em pré-semeadura com a maior dose de Cellerate®

e ainda, um

aumento da atividade da ADH, o que sugere uma respiração anaeróbica dessas sementes,

provavelmente em função da fitotoxidez causada pelo produto às mesmas.

A enzima ADH é uma enzima envolvida com a qualidade fisiológica, e relacionada

com a respiração anaeróbica, promovendo redução do acetaldeído e etanol (BUCHANAM;

GRUISSEM. JONES, 2005). O acetaldeído acelera a deterioração das sementes (Zhang;

Kirkham, 1994), portanto, com o aumento da ADH, as sementes ficam mais protegidas contra

a ação deletéria desse composto. Padrão semelhante para a atividade da ADH foi encontrado

por Vidigal et al. (2009), em sementes de pimenta, com alta qualidade fisiológica nas quais

foi observada maior atividade da enzima ADH. Baldoni (2013) observou a ocorrência de

maior expressão das enzimas envolvidas na respiração, ADH e MDH em sementes de soja

com alta qualidade fisiológica.

A desestruturação de membranas sempre foi considerada como o primeiro evento

degenerativo de sementes, porém, também é aceita a idéia de que danos moleculares e

bioquímicos ocorram antes dos danos de membrana, sendo as avaliações de atividade

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enzimáticas mais sensíveis que o teste de condutividade elétrica. Taiz & Zaiger (2004)

afirmam que mais importante que o fornecimento energético por meio da atividade

respiratória exercida pela ADH é a sua capacidade de converter o acetaldeído tóxico em

etanol. Hrazdina et al. (1992) relatam que a presença de acetaldeído causa danos celulares que

induzem à respiração fermentativa que por sua vez produz mais acetaldeído. Assim a

atividade da ADH em tecidos sadios é a de estabilizar esta reação em cadeia.

Comumente estudado sobre a deterioração de sementes, a álcool desidrogenase (ADH)

tem uma ação conhecida sobre o metabolismo anaeróbico das plantas, favorecendo a redução

de acetaldeído a etanol (TAIZ e ZAIGER, 2004). Existe a alta atividade da enzima ADH em

sementes de híbridos, observado em câmara fria, em ambiente de laboratório e em ambiente

controlado. Aumento da atividade da enzima (ADH) em sementes de híbridos de milho

mantidas em condições desfavoráveis de temperatura e umidade relativa aumentou a síntese e

respiração, sendo de fato um processo de deterioração mais avançada. Com a subsequente

produção de etanol, tóxico para as sementes.

Em raízes de milho sob encharcamento, permeabilidade da plasmalema, atividade da

ADH e o conteúdo de produtos da fermentação alcoólica aumentaram com o prolongamento

do encharcamento, com o maior aumento verificado na cultivar suscetível (LIU et al., 1993).

Em dois genótipos, o estresse causado por encharcamento mostrou valores quase duas

vezes maiores na atividade da ADH que quando submetidas à seca. Similarmente aos dados

apresentados por Souza et al.(2000) a atividade da enzima ADH não diferiu

significativamente entre os genótipos, porém, apresentou valores maiores quando submetidos

ao estresse por excesso de água.

Silva (2006), estudando se algumas enzimas durante o desenvolvimento e secagem de

sementes de soja, notou se durante o desenvolvimento e secagem, que várias enzimas atuam

na manutenção da qualidade fisiológica de sementes. Dentre essas se destacam as que estão

envolvidas nos processos respiratórios, como a malato desidrogenase (MDH) e a álcool

desidrogenase (ADH) e as removedoras de radicais livres, como a superóxido desmutase

(SOD) e a catalase (CAT), que são capazes de realizar a desintoxicação de O2- e H2O2.

O mesmo autor, verficou que foi possível observar uma maior atividade respiratória

aeróbica quando as sementes possuíam em torno de 65% de teor de água, com a secagem

induzindo um aumento na atividade da MDH. Nesse mesmo estádio, a atividade da ADH foi

baixa quando comparada à observada em sementes colhidas nos demais estádios. Essa alta

atividade respiratória pode estar relacionada com o metabolismo de desenvolvimento da

semente, já que o ponto de maturidade fisiológica de sementes de soja, segundo Howell et al.

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(1959) está entre 50% e 60% de teor de água. Outra hipótese está relacionada à alta atividade

respiratória em tecidos lesionados, já que a secagem neste estádio ocasionou os maiores

valores de condutividade e os menores de germinação. Taiz & Zaiger (2004) relataram que a

atividade respiratória em tecidos vegetais é mais intensa em órgãos de reserva em

desenvolvimento, devido à necessidade do maior suprimento energético.

3.4.3. Malato desidrogenase (MDH)

Outra enzima envolvida com a qualidade fisiológica, e diretamente envolvida no

processo de deterioração, é a MDH, que desempenha um papel significativo no ciclo de

Krebs, uma vez que catalisa a conversão do malato a oxaloacetato produzindo NADH, que é

um produto fundamental na produção de ATP e de compostos intermediários essenciais ao

funcionamento das células (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Como citado acima a malato desidrogenase (MDH) é uma enzima da rota respiratória

e tem importante função de catálise da reação de malato a oxalato, na última reação do ciclo

de Krebs (SANTOS et al., 2004; TAIZ & ZEIGER, 2004; COUTINHO et al., 2007). Brandão

Júnior et al., (1999) observaram que a atividade da MDH foi a menos afetada pelos

tratamentos de envelhecimento em sementes de milho. Há indícios de que essa maior

estabilidade da enzima também tenha ocorrido durante o processamento e a secagem dos

grãos de café, no trabalho avaliado, onde que a expressao da enzima MDH foi semelhante em

todos os tratamentos de secagem, tanto para os cafés naturais quanto para os cafés

despolpados (FERREIRA et al. 2007).

A enzima MDH é uma enzima responsável por catalisar a reação de malato a

oxalacetato no ciclo de Krebs, e a baixa atividade dessa enzima indica que a rota aeróbica da

respiração foi possivelmente comprometida. Portanto, a rota aeróbica da respiração pode ter

sido comprometida, provavelmente por ter ocorrido uma baixa disponibilidade de oxigêncio

na solução, já que não houve um mecanisimo de aeração na solução ao longo do período de

embebição das sementes durante os tratamentos de condicionamento fisiológico. No

metabolismo anaeróbico, o piruvato, primeiramente produzido na glicólise, é convertido para

acetaldeído pela ação da enzima piruvato descarboxilase e o acetaldeído é, então, reduzido

para etanol pela enzima ADH. Quando a atividade da ADH diminui, a semente fica mais

suscetível à ação deletéria do acetaldeído (Zhang et al., 1994), ou seja, a enzima ADH atua no

metabolismo anaeróbico de plantas reduzindo o acetaldeído a etanol (VANTOAI et al., 1987;

PERTEL, 2001).

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Observa-se, pela análise dos padrões enzimáticos de sementes do híbrido de milho

revelados para a malato desidrogenase (MDH), uma menor atividade da enzima nas sementes

tratadas com a dose mais alta de Cellerate®, seis meses antes da semeadura, comparado aos

padrões da testemunha e aos das tratadas na pré-semeadura, indicando menor atividade

respiratória nessa condição (FERREIRA et al. 2007). A enzima malato desidrogenase catalisa

a conversão de malato a oxalacetato, tendo uma importante função dentro do ciclo de Krebs,

além de participar do movimento de malato através da membrana mitocondrial e da fixação

de CO2 nas plantas (TAIZ e ZEIGER, 1991). Quando a via aeróbica é comprometida, a via

anaeróbica da respiração é ativada e produtos tóxicos às células como acetaldeído e etanol são

acumulados.

Silva (2009) percebeu se que a atividade da enzima malato desidrogenase (MDH), foi

muito baixa e com isso notou se a presença das bandas bem claras. A enzima MDH catalisa a

conversão de malato à oxalacetato, tendo uma importante função dentro do ciclo de Krebs,

além de participar do movimento de malato através da membrana mitocondrial e da fixação

de CO2 na plantas (TAIZ e ZEIGER, 1991). Desta forma esta enzima está relacionada com a

rota aeróbica da respiração.

Castro (2011), ao estudar a respiração de sementes de milho por meio do teste de

Pettenkofer, observou maior respiração das sementes com alta qualidade e maior expressão

nessas sementes da enzima MDH. Por meio de cálculo estequiométrico se obtém a quantidade

de CO2 liberado pela respiração das sementes. Em consequencia do processo de deterioração

das sementes, ocorre um comprometimento da atividade respiratória dessas. Sendo assim,

sementes de qualidade fisiológica inferior deveriam apresentar bandas com menor

intensidade.

3.4.4. Lipoxigenase (LOX)

As plantas são capazes de responder e resistir ao ataque de patógenos ativando uma

diversidade de estratégias de defesa. A maior parte delas exibe uma estratégia geral onde são

ativadas respostas bioquímicas de maneira coordenada, incluindo a reprogramação do

metabolismo celular, o reforço das barreiras celulares e produção de compostos

antimicrobianos e proteínas que agem diretamente sobre o patógeno. Mas existem também

respostas específicas das plantas a determinados patógenos, onde são ativadas vias de defesa

específicas (SILVA e SILVA, 2005).

Quando tecidos de plantas são danificados por patógenos ou mecanicamente, ocorre

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uma degradação sequencial de lipídios que são produtos primários da reação das

lipoxigenases. Essas enzimas se ativam e oxidam os ácidos graxos linoléico e linolênico,

produzindo uma determinada concentração de aldeídos e compostos voláteis que inibem a

formação e o desenvolvimento de fungos e as consequentes micotoxinas (KIM et al., 2002;

WRIGHT et al., 2000; ZERINGUE et al., 1996; ZERINGUE e McCORMICK, 1989; 1990).

As lipoxigenases (LOX) catalisam a hidroperoxidação de ácidos graxos

poliinsaturados, formando ácidos graxos hidroperoxidados. Os principais substratos de LOX

em plantas são o ácido linoleico e o linolênico. A caraterística mais importante da LOX na

defensa de plantas é a oxidação do acido linolênico em ácido jasmônico (JA) o qual permite a

ativação da defesa direta de plantas tanto na produção de enzimas oxidativas e inibidores de

proteases. Assim como a defesa indireta, através da produção de compostos orgânicos voláteis

que atraem os inimigos naturais dos insetos pragas (WAR et al., 2011). Inibidores de

proteases podem ser produzidos pela indução do ácido jasmônico (JA), o qual é um ácido

graxo derivativo que é gerado a partir do ácido linoleico pela via octadecanoide das plantas.

Esta rota metabólica é iniciada pelas lipoxigenases (LOX), que são enzimas oxidorredutases

contendo ferro e catalisam a dioxigenação de ácidos graxos insaturados com motivos 1,4-

pentadieno (MACK et al., 1987).

Estudos relatam que dentre 28 espécies de planta, a soja foi a que apresentou a maior

atividade da LOX, e que dentre os estágios de desenvolvimento, as maiores atividades da

LOX foram obtidas em folhas mais jovens (HILDEBRAND et al., 1988; SEKIYA et al.,

1983; ZHUANG et al., 1992).

De acordo com Feussner & Wasternack (1998) a LOX constitui uma família de

isoenzimas que diferem entre si devido às suas características de expressão, substratos de

preferência, parâmetros enzimáticos (como pH) e posicionamento de oxigenação do substrato.

As Lipoxigenases (E.C.1.13.11.12) são enzimas que catalizam a adição de

grupamentos peroxi aos carbonos 13 ou 19 de ácidos linoléicos ou linolênicos. A partir destes

compostos, muitos metabólitos são formados, inclusive derivados de hidroxi ácidos com

papel de regulação no metabolismo de plantas (KOLOMIETS et al., 2000).

Existem várias evidências indicando a participação significante das lipoxigenases

(LOX) e de outros componentes de sua via de síntese nos mecanismos de interação planta-

patógeno (KUHN et al., 1999; WILSON et al., 2001; BOHLMANN et al., 1998; ROYO et al.,

1999).

Nos eventos de injúria da planta, já foi demonstrado que o metil jasmonato e

compostos voláteis do tipo C6, derivados da via das lipoxigenases, atuam como sinais

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difusores que iniciam a resposta de defesa em plantas (JALLOUL et al., 2002). Outros

produtos da via das LOX são conhecidos como sendo precursores de moléculas com atividade

antimicrobiana e inseticida (BOHLAND et al., 1997). Além disso, existem evidências

mostrando que a resposta hipersensível em plantas é iniciada por lipoxigenases (ROYO et al.,

1999). A reação de hipersensibilidade (HR) em plantas é definida como a morte de células do

hospedeiro, no local ou ao redor do ponto de infecção, após poucas horas de contato com o

patógeno, envolvendo o aumento da expressão de genes de defesa (genes PR) e morte celular

programada, destinado a restringir o desenvolvimento do microorganismo (ZURBRIGGEN et

al., 2010).

As lipoxigenases são isoenzimas que catalisam a incorporação de moléculas de

oxigênio em ácidos graxos poliinsaturados (substratos) que possuem a estrutura cis,cis-1,4-

pentadieno, formando hidroperóxidos que se decompõem em ácidos, aldeídos e cetonas de

cadeia curta. Os ácidos graxos vegetais mais comuns que possuem essa estrutura são os

ácidos linoléico e linolênico. A primeira lipoxigenase descrita na literatura foi reportada

como uma enzima envolvida na oxidação de lipídeos em plantas de soja (ANDRE e HOU,

1932). Este grupo de enzimas é encontrado em animais, sobretudo mamíferos (Kuhn, 2000),

plantas (Feussner e Wasternack, 2002), fungos (Su e Oliw, 1998), alguns organismos

marinhos (Brash, 1999) e constatou-se a presença em alguns micro-organismos (BUSQUETS

et al., 2004; VANCE et al., 2004).

As lipoxigenases são proteínas globulares, solúveis em solução salina e consistem em

uma cadeia polipeptídica simples de massa molecular em torno de 100 kDa (HILDEBRAND;

HYMOWITZ, 1981; AXELROD et al.,1981). São dioxigenases, contendo um mol de ferro

em um grupamento não-heme, por mol de proteína, portanto são denominadas

metaloproteínas (VLIEGENTHRT et al., 1979). O ferro II oxida-se em ferro III, então é

retirado um átomo de hidrogênio da cadeia carbônica do ácido graxo e este átomo de

hidrogênio se oxida a próton. O radical pentadieno ligado à enzima é convertido em um dieno

conjugado que capta o oxigênio. Ocorre então a liberação de hidroperóxido, iniciando assim

uma reação em cadeia (MORETTO; FETT, 1998).

A resistência de genótipos de milho a grãos ardidos está correlacionada também com o

teor de ácidos graxos poliinsaturados, mais exatamente ao ácido linoléico e até mecanismo de

resistência se dá por meio da produção das enzimas LOX (Lipoxigenase), que catalisam a

dioxigenação estereoespecífica de ácidos graxos poliinsaturados contendo o sistema cis, cis

1,4-pentadieno com formação dos respectivos derivados hidroperóxidos, originando, assim,

moléculas reativas com expressões fisiológicas pronunciadas (VICK e ZIMMERMAN, 1983;

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SANTÚRIO, 2003; e MENDES et al. 2009).

O aumento na atividade de lipoxigenases gera o acréscimo na produção de inibidores

de proteases, devido ao aumento da eficiência catalítica de LOX, levando à conversão dos

hidroperoxidos em acido 12-oxofitodienoico e, posteriormente, à produção de ácido

jasmônico. Foi proposto que este ácido interage com um receptor de membrana, ativando a

expressão de genes para inibidores de proteases (SHIVAJI et al., 2010; FARMER & RYAN,

1992).

Silva e Silva (2005), notaram que a diferença na expressão desta proteína, pode estar

relacionada a maior capacidade do genótipo resistente sobrepor a infecção pelo fungo P.

polysora. Corroborando na hipótese de que as plantas de milho resistente expressam já nas

suas sementes proteínas que as permitam se defender da infecção nos estágios iniciais de

germinação e crescimento, os mais cruciais para sua sobrevivência e boa produção de grãos

(CASELA et al., 2002). Este dado se torna ainda mais marcante diante dos resultados obtidos

por Bohland et al (1997), que mostraram a indução da expressão de uma lipoxigenase de

tamanho molecular similar à encontrada no estudo de Silva e silva (2005), em plantas de trigo

em resposta ao tratamento com o elicitor de um fungo causador da ferrugem do trigo

(Puccinia graminis).

Portanto, conforme Silva e Silva (2005), a lipoxigenase mostrou ser uma proteína de

expressão inicial, com expressão maior em 12 dias após o plantio. A expressão deste gene foi

diminuindo até o final do estágio de formação da semente. Estes dados foram detectados para

os dois genótipos.

A contaminação dos cereais por fungos toxigênicos e produção de micotoxinas nos

mesmos podem dar-se ainda no período pré-colheita, dependendo da espécie de planta

envolvida, fatores geográficos e climáticos e manipulação dos mesmos na colheita, transporte,

secagem, armazenamento e beneficiamento (ANDERSON et al., 1975; FENNELL et al.,

1975; LILLEHOJ, et al., 1976; ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983;

CRUZ, 1995). Zeringue et al. (1996) sugerem que as variações nas concentrações de

aflatoxinas (AFs), encontradas em diferentes híbridos de milho, estejam relacionadas à

concentração de ácido linoleico e da enzima lipoxigenase. A lipoxigenação do ácido linoléico

seria capaz de produzir aldeídos voláteis com cadeias de 6 até 12 carbonos, inibindo ou

impedindo o crescimento de fungos e a formação de AFs.

Vale ressaltar as funções biológicas das lipoxigenases, que estão ligadas à sua

especificidade, à sua localização, ou ao organismo que a contém. Formação de mediadores

biológicos ou de sinais moleculares. Geralmente se caracteriza pela síntese de um

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hidroperóxido específico a partir de um ácido graxo livre. O produto da lipoxigenase pode

atuar tanto como um intermediário ou como um produto final de uma via metabólica. Em

plantas, lipoxigenases estão envolvidas na biossíntese de ácido jasmônico e aldeídos

responsáveis por sinalizações em mecanismo de defesa (Nemchenko et al., 2006; Quaglia et

al., 2012, Senthilraja et al., 2013), crescimento e desenvolvimento de plantas (Santino et al.,

2003) e maturação do fruto (ZHANG et al., 2006).

A expressão da resistência está frequentemente acompanhada pela ativação das

enzimas fenol-oxidases e polifenoloxidases e pela peroxidação de lipídeos por enzimas como

as lipoxigenases (GOODMAN & NOVACKY, 1994).

Neste sentido, tem sido realizados estudos a respeito da associação de ácidos graxos

de cadeia longa, como o ácido linoléico e linolênico, na biossíntese de compostos regulatórios

que induzem a resistência a fungos. Porém é importante enfatizar que há necessidade de

estudos nos quais sejam associados à presença desses compostos com a expressão de enzimas,

como a lipoxigenases. Esses estudos serão de grande valia para o entendimento da resistência

de híbridos de milho aos fungos causadores de grãos ardidos (MENDES, 2009).

Necessita se de mais estudos relacionados à influência de compostos químicos,

expressão de enzimas específicas em grãos de milho sobre resistência de genótipos associados

aos patogênicos causadores de grãos ardidos. Conforme Mendes (2012), avaliando grupos de

híbridos considerados resistentes e os híbridos considerados susceptíveis ao complexo de

grãos ardidos, notou diferenças nos teores de ácidos graxos linoléico entre os grupos de

híbridos estudados, sendo maiores os valores obtidos no grupo de híbridos considerados

resistente ao complexo “grãos ardidos”. Com base na concentração de frações de proteínas

resistentes ao calor foi possível verificar bandas específicas presentes nos híbridos

considerados resistentes aos fungos causadores do complexo grãos ardido, mais

especificamente de peso molecular de 50 kDa. Os perfis eletroforéticos para a lipoxigenase

revelam uma maior intensidade de bandas para os híbridos resistentes aos fungos causadores

de grãos ardidos em milho.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local do experimento

Foram instalados dois experimentos, na safra agrícola 2013/14. O primeiro

experimento (ambiente 1), foi instalado no campo experimental, Setor de Ciências Agrárias e

Ambientais do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste -

UNICENTRO, Campus CEDETEG, (espaçamento convencional de 0,70 mentre linhas), no

município de Guarapuava, PR. O local está situado a 1.028 metros dealtitude, a 25º 23' 04.83''

de latitude Sul e 51º 29' 44,32'' de longitude Oeste. Neste local a instalação do experimento

ocorreu no sistema de plantio direto (SPD), em área onde havia a cultura da aveia branca

(Avena sativa) no inverno como cobertura do solo.

O segundo experimento (ambiente 2), foi instalado na Fazenda Três Capões,

(espaçamento reduzido de 0,45 m entre linhas), localizada no município de Guarapuava-PR.

O local possui altitude média de 948 metros, a 25º 26' 57.79'' de latitude Sul, e 51º 38' 29.18''

de longitude oriental Oeste.Este experimento também foi instalado no SPD, em área onde

havia aveia preta (Avena strigosa) no inverno, como cobertura do solo. A topografia da região

é considerada plana, e o clima é classificado como Cfb (subtropical mesotérmico úmido), sem

estação seca definida, com verões frescos e invernos com ocorrência de geadas severas e

frequentes conforme classificação de Köppen, sendoa temperatura média anual de 16,8º C,a

média máxima 36ºC e a mínima, 6,8ºC. A precipitação média anual é de 1500 mm e umidade

relativa de 77,9%. O solo é classificado como Latossolo Bruno Distrófico Típico, textura

muito argilosa (EMBRAPA, 2006).

4.2. Delineamento e material experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três

repetições, em esquema fatorial 3 x 8, totalizando 24 tratamentos. O primeiro fator foi

constituído por três níveis, o primeiro com aplicação de fungicida via foliar (Trifloxistrobina

150,0 g/L (15,0% m/v) + Protioconazol 175,0 g/L (17,5% m/v) na dose de 0,4 L ha-1

em fase

V8-oito folhas expandidas, no segundo utilizou se aplicação na dose de 0,5 L ha-1

em fase VT

- pendoamento, escala fenológica de Ritchie, Hanway e Benson (1993),e a testemunha (sem

aplicação de fungicida). O segundo fator foi constituído por oito híbridos de milho, sendo

divididos em dois grupos, de acordo com a sua reação aos fungos causadores do complexo de

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grão ardido, tolerantes (AG 9045PRO, AG 8041PRO, DKB 245PRO2 e 2B707PW) e

suscetíveis (P 32R48H, DKB 390PRO, P 30F53H e P 30R50H), totalizando 72 parcelas em

cada local (ambiente), na safra agrícola 2013/2014, conforme Tabela 1.

Tabela 1- Características agronômicas dos híbridos a serem utilizados no experimento*.

Híbridos B.G.1 Ciclo

2 Empresa Reação GA

3

AG 9045 PRO HS SP Agroceres®-MONSANTO T

AG 8041 PRO HS P Agroceres®-MONSANTO T

DKB 245 PRO 2 HS P Dekalb®-MONSANTO T

2B707 PW HS SP Dow Agrosciences® T

P 30F53H HS P PIONNER-Dupont® S

P 32R48H HS SP PIONNER-Dupont® S

P 30R50H HS P PIONNER-Dupont® S

DKB 390 PRO HS P Dekalb®-MONSANTO S 1B.G. - Base Genética: HS-Híbrido simples.

2P – Super Precoce; P – Precoce.

3Reação dos

híbridos aos fungos causadores do complexo de grão ardido:T - tolerante; S - suscetível.

* Informações fornecidas pelas empresas produtoras de sementes.

Os experimentos foram instalados na primeira quinzena do mês de outubro de 2013 e

as colheitas ocorreram na segunda quinzena do mês de março de 2014, após a maturidade

fisiológica.

No primeiro experimento com espaçamento de 0,70 m entre linhas e comprimento de

5 m, com 4 linhas, somando uma área de 14 m² por parcela. Já no segundo experimento, com

espaçamento de 0,45 m entre linhas e comprimento de 5 m, com 4 linhas, somou uma área de

9 m², mas em ambos os experimentos se utilizou as 2 linhas centrais de cada parcela.

Como adubação de base utilizou se 290 kg ha-1

do adubo de fórmula NPK: 08-28-16.

Para a adubação nitrogenada utilizou se 115 kg de N, sendo realizada em uma única

aplicação, no estádio V5. O manejo quanto ao controle químico de plantas daninhas foi

efetuado com o herbicida Siptran®

pertencente ao grupo químico das atrazinas, classificado

como herbicida seletivo, com aplicação em pré-emergência, e o herbicida Soberan®

,

pertencente ao grupo químico Benzoilciclohexanodiona, classificado como herbicida

sistêmico seletivo, com aplicação em pós-emergência, para o controle de folhas largas anuais

e gramíneas na cultura do milho. O controle de pragas ocorreu conforme recomendações para

cultura do milho (EMBRAPA MILHO E SORGO, 2012).

As aplicações dos fungicidas foram realizadas com auxilio de um pulverizador costal

pressurizado CO2, equipado com quatro pontas, tipo cônico-vazio (0,3) espaçadas a 50 cm,

constituindo um volume de aplicação de 200 L ha-1

e velocidade de deslocamento de 3,6 km

h-1

. As condições climatológicas no momento da aplicação (início e final) foram monitoradas

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por anemômetro digital, assim como os dados meteorológicos coletados na estação

experimental do IAPAR/UNICENTRO/CEDETEG, localizada aproximadamente a 500 m da

área do primeiro experimento.

4.3. Características avaliadas

Durante o desenvolvimento da cultura foi realizada avaliação de clorofila, em estádio R1,

foram realizadas leituras do teor relativo de clorofila total. Também foi avaliada a severidade

da ferrugem comum (P. sorghi) e mancha foliar de diplodia (S. macrospora), sendo que as

avaliações iniciaram 90 dias após a semeadura, e foram realizadas cinco avaliações, que tiveram

um intervalo de sete dias entre uma avaliação e outra. Posteriormente, foram avaliadas as

características agronômicas: porcentagem de grãos ardidos, peso de mil grãos e produtividade de

grãos. E, ainda foram realizadas avaliações das enzimas lipoxigenase, catalase (CAT), álcool

desidrogenase (ADH) e malato desidrogenase (MDH) em laboratório.

4.3.1 Quantificação de Clorofila

Em estádio após o florescimento foram realizadas leituras do teor relativo de clorofila

total, de acordo com a metodologia descrita por ARGENTA (2003). Na ocasião foi realizada

com o auxilio do determinador de clorofila Clorofilômetro eletrônico da marca ClorofiLog

modelo Falker CFL1030, sendo as leituras realizadas na folha abaixo e oposta à primeira

espiga e efetuadas em 1 a 2 cm da borda da folha e no terço médio da folha, com duas leituras

por folha (uma em cada lado da nervura), foi utilizada sempre a mesma posição central

dafolha, evitando regiões de nervura e danificadas por pragas e patógenos. Amostrou se cinco

plantas escolhidas aleatoriamente nas duas linhas centrais da parcela, onde foram

determinados os teores de clorofila a, b, teor total em μg 8 cm-2

.

Este aparelho mede de maneira óptica, a quantidade de radiação transmitida através

das folhas, em três comprimentos de onda, sendo eles: dois na faixa do vermelho (próximos

aos picos de absorção da clorofila) e um no infravermelho próximo. A combinação destes

valores de transmitâncias nos três diferentes comprimentos de onda gera o Índice de Clorofila

Falker (IFC) que é a unidade de medida em índice adimensional do ClorofiLOG (Falker,

2008), também chamado de SPAD (unidade de medida adimisional) ou teor relativo de

clorofila (SPAD).

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4.3.2 Avaliação de Doenças

Para avaliar o comportamento dos híbridos em relação à severidade de doenças,

realizaram se cinco avaliações com intervalos de sete dias: a 1ª foi realizada aproximadamente

aos 90 dias após a semeadura, amostrando se seis plantas ao acaso da área útil de cada

parcela. A avaliação da severidade por planta foi realizada com base na escala diagramática

elaborada pela Agroceres (1996), conforme está ilustrado na Figura 1.

Figura 1-Escala diagramática para a avaliação das doenças foliares do milho proposta pela

Agroceres (1996).

A partir da intensidade das doenças obtidas nas avaliações, foi determinado o

progresso da severidade das doenças através do cálculo da área abaixo da curva de progresso

da doença (AACPD), conforme SHANER, G.; FINNEY, R. (1977).

Onde:

Yi: severidade da doença na época da avaliação i=(i=1,...,n)

Yi+1: severidade da doença na época da avaliação

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Ti: época da avaliação

i: número de dias após a emergência das plântulas

T i+1: época da avaliação i+1

n: número total de avaliações

4.4. Características agronômicas avaliadas

Foram avaliadas as características agronômicas porcentagem de grãos ardidos, peso de

mil grãos e produtividade de grãos.

4.4.1. Porcentagem de grãos ardidos

A incidência de grãos ardidos foi determinada conforme procedimento proposto na

portaria nº 11, de 12/04/96 (BRASIL, 1996). O método consiste na separação visual dos grãos

ardidos dos sadios e na determinação da porcentagem de grãos com sintomas de descoloração

em mais de um quarto da superfície total (PINTO et al., 2007). Os grãos foram primeiramente

homogeneizados para posterior retirada de uma amostra representativa de 250 g de cada

parcela colhida. Os grãos ardidos foram pesados e o peso transformado em porcentagem.

4.4.2. Peso de mil grãos

O peso de 1000 grãos foi determinado por meio da contagem de oito repetições de 100

grãos de cada parcela e posterior pesagem (Brasil, 2009), a média foi multiplicada por dez e

expressa em gramas.

4.4.3. Produtividade de grãos

Como área útil para estimativa da produtividade, tomou se duas linhas centrais,

efetuando a colheita de todas as espigas. A produtividade de grãos foi obtida por meio da

pesagem dos grãos de cada parcela, esses dados obtidos foram transformados em kg.ha-1

, após

a correção da umidade para 13%.

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4.5. Análises eletroforéticas das enzimas catalase (CAT), álcool desidrogenase

(ADH), malato desidrogenase (MDH) e enzima lipoxigenase (LOX).

As análises eletroforéticas das enzimas foram realizadas no laboratorio central de

sementes, pertencente ao Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras

(UFLA). Para a realização das análises, utilizaram-se amostras de grãos, compostas, oriundas

das três repetições de cada tratamento, sendo as análises dos géis realizadas conforme

ALFENAS (2006).

As sementes secas foram maceradas manualmente, na presença de antioxidante (PVP)

polivinilpirrolidona e nitrogênio líquido, em cadinhos de porcelana, até a obtenção de um pó

bem fino e armazenadas em deep freezer a -86ºC. Desse material foram pesados 100 mg, para

análise, colocado em eppendorf onde foram adicionados 250 μL de tampão de extração (Tris

HCL 0,2M, pH: 8,0) e 0,1% de β-mercaptaenol, para a extração das isoenzimas álcool

desidrogenase (ADH), malato desidrogenase (MDH), catalase (CAT) e lipoxigenase (LOX).

Estes mantidos em repouso em geladeira por 12 horas e após esse período, os tubos foram

centrifugados a 14000rpm por 30 minutos, a 4°C. A eletroforese em géis de poliacrilamida foi

desenvolvida em sistema descontínuo (7,5% gel separação e 4,5% gel de concentração). O

sistema tampão gel/eletrodo utilizado foi Tris-glicina pH 8,9. Para proceder a corrida

eletroforética, foram aplicados na canaleta do gel 50 mL de cada sobrenadante e a corrida

realizada aos 4ºC a 150V, por 4 horas, com excessão da LOX, pois a corrida eletroforética foi

submetida à voltagem constante de 120 V por aproximadamente oito horas. Ao término da

corrida, os géis foram revelados na presença dos substratos específicos para as determinadas

enzimas (ALFENAS 1998).

4.7. Análises estatísticas

Todos os dados das característicasavaliadas foram submetidos ao teste de

homogeneidade das variâncias pelo teste Harley (RAMALHO et al., 2000). Posteriormente

foram realizadas as análises de variância individual e conjuntasenvolvendo os ambientes de

cultivo, sendo as médias agrupadas pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade, sendo o

programa estatístico utilizado o software SISVAR®

(FERREIRA, 2011).

Para a realização dos contrastes entre as médias, os 8 híbridos foram separados em

dois grupos, um considerado tolerante (T) e outro considerado suscetível (S) ao complexo de

grãos ardidos.

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45

Foram realizados cinco contrastes ortogonais (T vs V8, T vs V8+VT, V8 vs V8+VT,

G1 vs G2, AMB1 vs AMB2), visando comparar os híbridos, grupo de híbridos, tratamentos e

ambientes, em relação a clorofila total (CLOR T), mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora) (AACPD), ferrrugem comum (Puccinia sorghi) (AACPF), grãos ardidos (G.A.),

peso de mil grãos (P1000) e produtividade de grãos (PROD), obtidos para os diferentes

híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-

pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14.

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46

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

É importante ressaltar que na safra (2013/14), no ambiente 1 – CEDETEG

(espaçamento convencional) houve um índice pluviométrico acumulado de 1008 mm durante

todo o ciclo da cultura, na fase inicial da implantação do experimento, logo após a semeadura,

meses de outubro e novembro, verificou-se bom volume pluviométrico, cujo acúmulo foi de

230 mm, garantindo desta forma bom desenvolvimento inicial da cultura. No período em que

foi realizada a aplicação de fungicidas, e nos meses posteriores até a colheita, foi verificada

ocorrência de chuvas para a região de estudo, com um acumulado de 778 mm.

As precipitações pluviométricas da implantação do experimento no ambiente 1, foram

obtidas na estação meteorológica do Campus CEDETEG e os valores estão expressos na

Figura 2.

Figura 2-Dados de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura por decêndio, no

município de Guarapuava - PR, Campus CEDETEG (ambiente 1) no período de outubro a

abril na safra agrícola 2013/2014. (Estação meteorológica Campus CEDETEG).

No ambiente 2 - Fazenda Três Capões, Grupo MLCV (espaçamento reduzido),

localizada também no município de Guarapuava-PR, houve um índice pluviométrico

acumulado de 896 mm durante todo o ciclo da cultura, na fase inicial da implantação, logo

após a semedura, meses de outubro e novembro, verificou-se bom volume pluviométrico, cujo

acúmulo foi de 215 mm, garantindo desta forma bom desenvolvimento inicial da cultura. No

período em que foi realizada a aplicação de fungicidas e nos meses posteriores até a colheita,

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foi verificada ocorrência de chuvas para a região de estudo, com um acumulado de 681 mm.

As precipitações pluviométricas da implantação do experimento no ambiente 2, foram

obtidas na estação meteorológica da própria fazenda Três Campões, e os valores estão

expressos na Figura 3.

Figura 3- Dados de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura por decêndio, no

município de Guarapuava - PR, fazenda Três Campões (ambiente 2) no período de outubro a

abril na safra agrícola 2013/2014. (Estação meteorológica Fazenda Três Capões).

Estes valores de acúmulo pluviométrico auxiliam a obtenção de diferentes resultados

nas avaliações de doenças foliares, sendo que para o surgimento da maioria destas doenças, o

climaexerce papel importante na infecção das plantas e no contexto geral, assim como o

ambiente, sendo que, neste estudo ressalta-se ainda a importância da umidade relativa do ar,

da temperatura e da precipitação, que são fatores preponderantes e diferentes espaçamentos,

podendo proporcionar o aparecimento de doenças foliares e grãos ardidos, na cultura,

principalmente aquelas causadas por fungos.

Neste sentido, vale ressaltar que, estas características são capazes de proporcionar uma

forma de avaliar também, a eficácia de princípio ativo como forma de manejo de doenças

foliares e as que causam grãos ardidos na cultura do milho.

5.1 Quantificação do teor de clorofila total pelo ClorofiLog

De acordo com os resultados da análise de variância conjunta, apresentados na Tabela

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2, foram observados efeitos significativos (P<0,01) para híbrido e ambiente, para a clorofila

total.

Tabela 2-Resumo da análise de variância conjunta para o teor de clorofila total (μg 8 cm-2

),

utilizando o equipamento ClorofiLog.

Fonte de Variação GL QM

Clorofila Total

HIB (GRUPO) 6 66.61**

FUNGICIDA 2 4.57ns

AMBIENTE 1 666.63**

GRUPO 1 73.43**

REP (AMBIENTE) 4 54.33**

HIB*FUNG 14 6.00ns

HIB* AMBIENTE 7 9.53ns

FUNG* AMBIENTE 2 3.71ns

GRUPO*FUNG 2 2.90ns

GRUPO* AMBIENTE 1 7.62ns

HIB*FUNG* AMBIENTE 14 10.61ns

GRUPO*FUNG* AMBIENTE 2 3.17ns

ERRO 87 6.62

C.V. % 4.34

MÉDIA GERAL 59.24

* P<0,05; ** P<0,01; ns – não significativo pelo teste F.

Na Tabela 3 estão apresentados os teores médios de clorofila total obtidos nos

tratamento com fungicidas para os híbridos avaliados, sendo que no ambiente 1, verificou-se

que houve diferença estatística nos híbridos avaliados, observou se maior índice de clorofila

total (CLOR T) no tratamento T (testemunha-sem uso da aplicação de fungicida), para o

híbrido DKB245PRO2 pertencente ao grupo 1, mas, não difere estatisticamente dos híbridos

P32R48H, DKB390PRO e P30F53H (grupo 2).

No tratamento V8 (Trifloxistrobina + Protioconazol, na dose de 0,4 L ha-1

via

aplicação foliar em fase V8-oito folhas expandidas), observou se o maior índice de clorofila

(total) para o híbrido AG8041PRO (grupo 1), mas, não difere estatisticamente dos híbridos

DKB390PRO e P30F53H (grupo 2). Já no tratamento V8+VT (Trifloxistrobina +

Protioconazol, na dose de 0,4 L ha-1

via aplicação foliar em fase V8-oito folhas expandidas e

outra aplicação na dose de 0,5 L ha-1

em fase VT-pendoamento), observou se o maior índice

de clorofila (total) para o híbrido AG9045PRO (grupo 1), mas, não difere estatisticamente dos

híbridos DKB245PRO2 (grupo 1), P32R48H, DKB390PRO e P30F53H (pertencente ao

grupo 2). As clorofilas são pigmentos responsáveis pela conversão da radiação luminosa em

energia, sob a forma de ATP e NADPH, por essa razão, são estreitamente relacionadas com a

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eficiência fotossintética das plantas e, consequentemente, ao seu crescimento e

adaptabilidadea diferentes ambientes. Presentes nos vegetais superiores, sob as formas a e b,

as clorofilas são constantemente sintetizadas e destruídas, cujos processos são influenciados

por fatores internos e externos às plantas. Entre os fatores externos, os nutrientes minerais se

destacam, por integrarem a estrutura molecular das plantas, como também por atuarem em

alguma etapa das reações que levam à síntese desses pigmentos (TAIZ & ZEIGER, 2004).

Tabela 3 - Resultados médios para o teor de clorofila total (CLOR T) obtidos para os

diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e

VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016.

HÍBRIDOS* Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 52,1 b 55,5 b 57,6 a 55,0 b 61,9 a 59,9 a 62,8 a 61,5 a

DKB 245 PRO2 59,4 a 55,2 b 57,5 a 57,4 a 60,5 a 61,4 a 60,1 b 60,7 b

AG 8041 PRO 56,1 b 57,8 a 55,7 b 56,7 b 61,0 a 62,3 a 62,0 a 61,8 a

2B 707 PW 56,1 b 55,8 b 54,7 b 55,5 b 59,8 a 61,0 a 58,1 b 59,7 b

Grupo 1** 55,9 bA 56,1 aA 56,4 aA 60,8 aA 61,2 aA 60,8 aA

P32R48H 58,7 a 57,8 b 61,2 a 59,3 a 62,8 a 63,3 a 59,9 b 62,0 a

DKB 390 PRO 59,8 a 59,9 a 57,7 a 59,2 b 61,5 a 62,5 a 64,9 a 62,9 a

P30F53H 59,9 a 61,2 a 60,7 a 60,6 a 62,9 a 65,1 a 61,9 a 63,4 a

P30R50H 54,9 b 53,8 b 50,5 c 53,0 c 57,3 a 60,9 a 59,3 b 59,2 b

Grupo 2** 58,4 aA 58,2 aA 57,5 aA 61,1 aA 62,9 aA 61,5 aA

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento de

médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

Avaliando se os tratamentos utilizados perante os grupos de híbridos, para índice de

clorofila (total), o grupo 1 e 2, não apresentaram diferença estatística entre os tratamentos.

Quando compara se os grupos de híbridos em cada tratamento, nota se que somente para o

tratamento testemunha, houve diferença estatística, o grupo 2 foi superior ao grupo 1,

apresentando maior índice de clorofila (total) (Tabela 3).

Neste sentido, nota se que há resposta positiva de determinados híbridos e grupo de

híbridos (tolerantes), no incremento de clorofila total, para aplicação de fungicida, estando

relacionado à sanidade foliar e proporcionando o “efeito verde”, podendo estar relacionado a

precocidade dos genótipos considerados sucetiveis.

Sousa et al. (2010) avaliando o teor de clorofila total, utilizando o mesmo

equipamento ClorofiLog, utilizado neste trabalho, realizou manejo com fungicida

(azoxistrobina e ciproconazol) e utilizando a aplicação foliar do K2SiO3 (silicato de potássio),

relata que proporcionou se incrementos significativos na produtividade do milho, o que pode

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ser atribuído ao aumento da atividade fotossintética da planta, como verificado pela redução

dos teores de clorofila a, b e total e aumento da relação clorofila a/b. Os mesmo autores

relatam ainda que o uso do fungicida (azoxistrobina e ciproconazol) e diferentes doses de

K2SiO3 influenciaram nos teores de clorofila a, b, total (a + b) e relação a/b somente terço

inferior, na massa seca de colmo, na massa de mil grãos e na produtividade. O efeito do

silicato de potássio, portanto, é a combinação do efeito fisiológico, arquitetura e fotossíntese,

com os reflexos em acúmulo de fotoassimilados e maiores produtividades finais.

Neste trabalho, podemos associar a aplicação do fungicida, considerado novo no

mercado e com recente registro para a cultura do milho, (Trifloxistrobina + Protioconazol),

principalmente o efeito da estrobilurina (Trifloxistrobina), que pode estar relacionado à

sanidade foliar, ainda mais onde foram utilizadas duas aplicações do mesmo. Alguns autores

relatam incremento nas produtividades quando utilizou se tratamentos com a aplicação de

estrobirulina e triazol, comprovando que tais fungicidas apresentam eficiência no controle da

doença (DUARTE et al, 2009; JARDINE & LACA-BUENDIA, 2009; SILVA et al., 2008).

A eficiência das estrobilurinas no controle da mancha branca do milho, por exemplo,

tem sido comprovada por diversos autores. Duarte et al. (2009) relatam que tanto a

piraclostobrina quanto a azoxistrobina, isoladamente ou em misturas com triazóis, em uma ou

em duas aplicações, foram eficientes no controle da mancha branca do milho.

No ambiente 2, verificou-se que não houve diferença estatística no tratamento

testemunha e V8, entre os híbridos avaliados. Já no tratamento V8+VT, ocorreu diferença

significativa, observou se o maior índice de clorofila (total) para o híbrido AG9045PRO

(grupo 1), mas, não diferiu estatísticamente dos híbridos, AG8041PRO (grupo 1),

DKB390PRO e P30F53H (pertencentes ao grupo 2).

Neste sentido podemos inferir que o incremento de clorofila total, para aplicação de

fungicida, é influenciado pelo híbrido de milho avaliado. Era esperado pode relacionar à

sanidade foliar e associar também a aplicação deste fungicida (Trifloxistrobina +

Protioconazol), principalmente o efeito da estrobilurina (Trifloxistrobina), o “efeito verde”,

onde foram utilizadas duas aplicações do mesmo fungicida, fato este que não ocorreu.

Portanto, pode se inferir que nos ambientes estudados, que se avaliou a clorofila total

pelo método de clorofilog, houve variação no teor médio de clorofila total em híbridos,

quando utilizado ou não a aplicação do fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), e esta

variação pode estar relacionado à sanidade foliar.

Neste contexto os princípios ativos do fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol),

garantiro teor de clorofila no tecido, possibilintando ao híbrido aumentar a sua eficiência

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fotossintética, ainda mais em híbridos com maior sucetibilidade a patógenos de doenças

foliares.

Este fato pode ser melhor evidenciado quando comparados os grupos de híbridos

estudados, conforme a Tabela 3, onde no ambiente 1 (espacamento convencional), houve

diferença entre os grupos de híbridos para o tratamento testemunha, sendo que o grupo 2

apresentou maior teor de clorofila. Mas quando aplicado o fungicida em uma ou duas

aplicações os grupos de híbridos não mais diferiram estatisticamente. Porém, o mesmo fato,

não pode ser evidenciado no ambiente 2 (espaçamento reduzido), onde não houve aumento no

teor de clorofila.

5.2 Efeitos do fungicida nas doenças foliares avaliadas

De acordo com os resultados da análise de variância conjunta, apresentados na Tabela

4, para a AACPD mancha foliar de diplodia (D) foi observado efeitos significativos (P<0,01)

na interação tripla, híbridos x fungicida x ambiente. Para a AACPF ferrugem comum (F), foi

observado efeito significativo (P<0,05) para a interação tripla, grupo de híbridos x fungicida x

ambiente.

Tabela 4- Resumo da análise de variância conjunta para área abaixo da curva de progresso da

mancha foliar de diplodia (AACPD) e para área abaixo da curva de progresso da ferrugem

comum (AACPF).

Fonte de Variação GL QM

AACPD AACPF

HIB (GRUPO) 6 411121.38** 84173.84**

FUNGICIDA 2 2747242.32** 128695.01**

AMBIENTE 1 5977788.65** 2768.60ns

GRUPO 1 178782.39** 266342.87**

REP (AMBIENTE) 4 22216.80ns

7091.47ns

HIB*FUNG 14 79800.82** 21532.16**

HIB* AMBIENTE 7 232892.89** 35115.25**

FUNG* AMBIENTE 2 1432256.86** 46180.36**

GRUPO*FUNG 2 52731.85* 12049.82ns

GRUPO* AMBIENTE 1 96773.87** 3846.17ns

HIB*FUNG* AMBIENTE 14 38654.45** 5939ns

GRUPO*FUNG* AMBIENTE 2 14420.07ns

14931.58*

ERRO 87 13519.50 4623.37

C.V. % 44.09 47.30

MÉDIA GERAL 263.74 143.75

* P<0,05; ** P<0,01; ns – não significativo pelo teste F.

Neste sentido, podemos inferir que para as doenças foliares avaliadasmancha foliar de

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diplodia (S. macrospora) e ferrugem comum (P. sorghi) houve diferença entre os

tratamentosavaliados com fungicida, sendo estes influenciados pelos híbridos de milho, pelas

condições climáticas do ambiente, pelo fungicida utilizado, aplicado de forma preventiva,

quando as plantas apresentavam oito folhas (V8) e duas aplicações V8 e em fase de

pendoamento (VT).

5.2.1. AACPD da mancha foliar de diplodia (S. macrospora)

Os resultados de AACPD, para a mancha foliar de diplodia (S. macrospora) frente aos

tratamentos avaliados com fungicida obtidos em dois ambientes de cultivo, na safra agrícola

2013/14, encontram-se representadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Médias da área abaixo da curva de progresso da mancha foliar de diplodia

(S.macrospora) (AACPD) obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava- PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

HÍBRIDOS Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 2042,3 aA 660,3 aB 500,9 aB 1067,8 aA 317,8 aA 73,9 aB 16,9 aB 136,2 aB

DKB 245 PRO2 796,6 cA 223,4 bB 145,8 bB 388,6 cA 146,2 aA 22,1 aA 16,4 aA 61,6 aB

AG 8041 PRO 803,6 cA 237,7 bB 104,9 bB 382,0 cA 101,4 aA 16,4 aA 13,8 aA 43,9 aB

2B 707 PW 582,1 dA 190,5 bB 55,9 bB 276,0 cA 88,8 aA 6,6 aA 11,2 aA 35,6 aB

Grupo 1** 1056,2 aA 327,9 aB 201,8 aC 163,5 aA 29,8 aB 14,6 aB

P32R48H 863,3 cA 342,7 bB 138,8 bC 448,1 bA 165,6 aA 44,0 aA 12,9 aA 74,2 aB

DKB 390 PRO 758,1 cA 118,5 bB 123,8 bB 333,6 cA 91,1 aA 11,4 aA 8,3 aA 36,9 aB

P30F53H 1095,4 bA 359,3 bB 202,6 bB 552,5 bA 91,3 aA 35,2 aA 17,7 aA 48,0 aB

P30R50H 553,3 dA 264,5 bB 55,1 bC 290,9 cA 86,3 aA 39,6 aA 4,6 aA 43,5 aB

Grupo 2** 817,6 bA 271,3 aB 130,1 aC 108,6 aA 32,6 aA 10,9 aA

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida e média de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento

de médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

Para o ambiente 1, verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, no tratamento testemunha, para a AACPD, houve maior incidência

de diplodia para o híbrido AG9045PRO, pertencente ao grupo 1, diferindo estatisticamente

dos demais híbridos avaliados, cujo valor da AACPD foi de 2042,3. Ainda avaliando o

tratamento testemunha, nota se que os híbridos 2B707PW (grupo 1) e P30R50H (grupo 2)

apresentaram os melhores resultados para aAACPD, sendo os valores obtidos 582,1 e 553,3

respectivamente (Tabela 5).

Portanto, nota se variação entre híbridos considerados resistentes e tolerantes. Esses

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dados corroboram com Pascual et al. (2002) avaliando 60 híbridos de milho no estádio de

grão farináceo com inoculação 40 dias após a semeadura, observaram variação entre híbridos,

resistentes a altamente suscetíveis a mancha foliar de diplodia, sendo dois híbridos resistentes,

com severidade foliar entre 1 a 10% e oito híbridos altamente suscetíveis com severidade de

até 100%.

No tratamento V8 e V8+VT, para a AACPD, houve maior incidência de diplodia para

o híbrido AG9045PRO (grupo 1), diferindo estatisticamente dos demais híbridos avaliados,

cujo valor da AACPD foi de 660,3e 500,9 respectivamente.

Vale destacar os dados obtidos para a AACPD nos híbridos de milho avaliados no

tratamento testemunha (sem fungicida), no ambiente 1, onde houve diferença estatística entre

os híbridos, sendo a maior AACPD foi obtida para o híbrido AG 9045 PRO, cujo valor foi de

2042,3 diferindo dos demais híbridos avaliados(Tabela 5).

Quando comparado os tratamentos com fungicida utilizados perante os grupos de

híbridos, no grupo 1 (tolerante), houve diferença significativa entre os tratamentos, para a

AACPD,o tratamento testemunha apresentou o maior valor que foi de 1056,2. Para o

tratamento V8 o valor da AACPD foi de 327,9 e para o tratamento V8+VT, o valor da

AACPD foi de 201,8 (Tabela 5).

E ainda, avaliando-se os tratamentos utilizados perante o grupo 2 (suscetível), houve

diferença significativa entre os tratamentos, para a AACPD, o tratamento testemunha

também apresentou o maior valor, sendo 817,6, este para os tratamentos V8 e V8+VT, o valor

da AACPD foi de 271,3 e130,1, respectivamente (Tabela 5). Bampi et al. (2012) utilizando

fungicidas (estrobilurina+triazol) de forma preventiva notaram que houve redução

significativa da área foliar afetada pela mancha foliar de diplodia quando comparados à

testemunha.

Esses dados evidenciam a importância do uso do fungicida, comprovando a eficiência

quando é usada a mistura de princípios ativos, como a usada neste experimento,

Trifloxistrobina (estrobilurina) e protioconazol (triazol). Entre os fungicidas disponíveis no

mercado brasileiro para o controle de doenças foliares do milho, os penetrantes móveis

pertencentes aos grupos químicos dos triazóis (inibidores da síntese de esteróis - ISE) e das

estrobilurinas (inibidores da respiração mitocondrial – IQe), são os mais utilizados

isoladamente ou em misturas pré-fabricadas. Esses fungicidas podem ter ação protetora,

curativa e erradicativa na planta, sendo a ação preventiva realizada no estágio de pré-infecção.

Nesse caso o fungicida inibe a germinação ou impede a penetração do fungo nos tecidos do

hospedeiro. A ação curativa tem efeito pós-infecção e pré-sintoma. A ação erradicativa

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envolve o efeito dos fungicidas no estágio pós-sintoma (REIS et al., 2010).

Conforme a Tabela 5 quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento,

nota se que somente no tratamento testemunha houve diferença estatística entre os grupos de

híbridos avaliados, para a AACPD, onde que o grupo 1 apresentou o maior valor sendo de

1056,2. Portanto, estudos da variabilidade genética de híbridos à reação da mancha foliar de

diplodia são importantes para identificar genótipos mais promissores que podem ser usados

em futuros estudos em programas de melhoramento de milho, buscando minimizar os danos

causados por S. macrospora. No entanto, a identificação de genótipos com menor

suscetibilidade pode ser uma opção imediata para uso em regiões com ocorrência

generalizada da mancha foliar de diplodia (PILETTI et al., 2014).

Para o ambiente 2, verificou-se que não houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, no tratamento testemunha, V8 e V+VT, para a AACPD (Tabela 5).

Avaliando-se os tratamentos utilizados perante os híbridos, no ambiente 2, para a

AACPD, somente para o híbrido AG9045PRO, houve diferença significativa entre os

tratamentos, ocorreu maior incidência de diplodia no tratamento testemunha, apresentando o

maior valor que foi de 2042,3 (Tabela 5).

Avaliando-se os tratamentos utilizados perante os grupos de híbridos, no grupo 1

(tolerante), houve diferença significativa entre os tratamentos, para a AACPD, o tratamento

testemunha apresentou o maior valor que foi de 163,5. Para os tratamentos V8 e V8+VT, o

valor da AACPD foi de 29,8 e 14,6, respectivamente. Mas, quando avalia se os tratamentos

perante o grupo 2 (suscetível), não houve diferença significativa entre os tratamentos, para a

AACPD. E ainda, quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, nota se que

não houve diferença estatística para a AACPD (Tabela 5).

Esses dados corroboram com Zanatta et al., (2013) que utilizando o mesmo fungicida

(Trifloxistrobina + Protioconazol), em espacamento reduzido, no município de Guarapuava,

PR, onde comparou duas safras agrícolas e outros tratamentos com funcicida a base de triazol

e estrobirulina, de froma isolada e em associação, a aplicação preventiva (V8 – oito folhas),

notaram que houve reduçao da AACPD da mancha foliar de diplodia (S. macrospora), sendo

o seu resultado dependente do híbrido de milho avaliado e da safra agrícola avaliada.

Trabalhos com uso de fungicida visando o controle químico dessa doença devem ser

explorados, principalmente quantificando a eficácia dos fungicidas em relação aos modos de

ação e a reação de híbridos em diferentes condições de ambiente (BAMPI et al., 2012).

Para os tratamentos com fungicida utilizados nos ambientes 1 e 2, para o tratamento

testemunha, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se os

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híbridos, para a AACPD, ocorreu maior incidência de diplodia para todos os híbridos

avaliados, no ambiente 1. Para o tratamento V8, verificou se que houve diferença estatística

entre os ambientes, analisando se os híbridos, para a AACPD, ocorreu maior incidência de

diplodia para todos os híbridos avaliados no ambiente 1, com excessão dos híbridos

2B707PW e DKB390PRO (Tabela 5). Já para o tratamento V8+VT verificou se que houve

diferença estatística entre os ambientes, analisando se os híbridos para a AACPD ocorreu

maior incidência de diplodia somente para o híbrido AG9045PRO, com valor de 500,9

(Tabela 5).

Considerando as médias de AACPD de todos os tratamentos utilizados nos ambientes

1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se os

híbridos, ocorreu maior incidência de diplodia para todos os híbridos avaliados, no ambiente

1. Perante o exposto, analisando se a Tabela 5, podemos inferir que no ambiente 1, ocorreu

maior incidência da mancha foliar de diplodia (S. macrospora) (AACPD), comparado com o

ambiente 2, independente do híbrido utilizado, desta maneira pode se afirma que ocorreu em

consequência de maior índice pluviométrico no ambiente 1, no entanto a temperatura média

foi similarnos dois ambientes (Figuras 1 e 2). A S. macrospora se manifesta na fase de

produção da planta. A severidade dessa podridão é favorecida pela ocorrência de chuvas e por

semeadura em alta densidade. Nas folhas, S. macrospora causa lesões necróticas alongadas,

com um ponto de infecção visível, que as distingue das lesões de Exserohilum turcicum. O

controle consiste na rotação de culturas até a mineralização dos tecidos infectados; utilização

de sementes sadias e utilização de cultivares com resistência genética (SABATO e

FERNANDES, 2014).

5.2.2. AACPF da ferrugem comum (P. sorghi)

Os resultados de AACPF, para a ferrugem comum (Puccinia sorghi), frente aos

tratamentos avaliados com fungicida obtidos em dois ambientes de cultivo, na safra agrícola

2013/14, encontram-se representadas na Tabela 6.

Para o ambiente 1, verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, nos tratamentos testemunha, V8 e V8+VT, para a AACPF, houve

maior incidência de ferrugem para o híbrido P32R48H, pertencente ao grupo 2, diferindo

estatisticamente dos demais híbridos avaliados, cujo valor da AACPF foi de 326,7, 469,6 e

418,2 respectivamente (Tabela 6).

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Tabela 6- Médias da área abaixo da curva de progresso da ferrrugem comum (Puccinia

sorghi) (AACPF) obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

HÍBRIDOS* Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 121,7 bA 141,9 bA 111,6 bA 124,9 bA 76,4 cA 45,9 bA 45,9 bA 56,1 bB

DKB 245 PRO2 182,9 bA 121,0 bA 104,2 bA 136,0 bA 167,7 cA 70,4 bB 42,5 bB 93,5 bA

AG 8041 PRO 130,5 bA 120,4 bA 81,9 bA 110,9 bA 224,4 cA 129,9 bB 62,4 bB 138,9 bA

2B 707 PW 102,5 bA 57,0 bA 48,3 bA 69,3 bA 118,4 cA 44,6 bA 65,8 bA 76,2 bA

Grupo 1* 134,3 bA 110,1 bA 86,4 bA 146,7 bA 72,7 bB 54,2 aB

P32R48H 326,7 aB 469,6 aA 418,2 aA 404,8 aA 187,8 cA 276,3 aA 225,3 aA 229,8 aB

DKB 390 PRO 180,9 bA 85,7 bA 86,2 bA 117,6 bB 511,5 aA 124,8 bB 61,4 bB 232,6 aA

P30F53H 167,6 bA 130,9 bA 86,6 bA 128,4 bA 366,2 bA 143,7 bB 65,2 bB 191,7 aA

P30R50H 138,1 bA 96,0 bA 45,3 bA 93,1 bA 199,8 cA 64,2 bB 24,1 bB 96,0 bA

Grupo 2* 203,3 aA 195,5 aA 159,0aA 316,3 aA 152,3 aB 94,0aC

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida e média de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento

de médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

Trabalhos de pesquisa vêm mostrando incrementos significativos na produtividade de

grãos e redução da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), quando realizadas

aplicações de fungicida no milho (HARLAPUR et al., 2009; BRITO et al., 2008). Deve-se

ressaltar que a época de aplicação influencia diretamente na eficiência do controle, como

também o uso de uma ou mais aplicações (MENDES et al., 2008). Quanto às doenças

foliares, existe uma grande preocupação por aquelas causadas por fungos, que causam sérios

danos, prejudicando a eficiência das culturas, reduzindo a área fotossintética e inibindo a

translocação de assimilados desde a sua fonte de produção até as áreas de crescimento e

deposição de material de rendimento (GOMES et al., 2011).

Para a AACPF no ambiente 1, nos tratamentos utilizados perante os híbridos, houve

diferença significativa entre os tratamentos, para o híbrido P32R48H, ocorreu menor

incidência de ferrugem comum no tratamento testemunha, apresentando o menor valor que foi

de 326,7 (Tabela 6). Avaliando-se os tratamentos utilizados perante os grupos de híbridos, no

grupo 1 e 2, não houve diferença significativa entre os tratamentos, para a AACPF. No

entanto, quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve diferença

estatística para a AACPF, nota se que em todos os tratamentos, testemunha, V8 e V8+VT, o

grupo 2 (suscetível) apresentou maior incidência de ferrugem, cujo valor da AACPF foi de

203,3, 195,5 e 159,0 respectivamente (Tabela 6).A resistência genética é o método mais

eficiente e econômico de controle das doenças foliares em milho. Contudo, quando aliada a

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outras práticas como o controle cultural ou químico, fornece maior sustentabilidade à cultura,

(PATERNIANI et al.,2000).

Para o ambiente 2, verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, no tratamento testemunha, para a AACPF, houve maior incidência

de ferrugem para o híbrido DKB390PRO, pertencente ao grupo 2, diferindo estatisticamente

dos demais híbridos avaliados, cujo valor da AACPF foi de 511,5 (Tabela 6). Neste sentido,

Duarte et al. (2009) verificaram a interação significativa entre híbridos e fungicida, ou seja, a

reação do genótipo quando da aplicação do fungicida via foliar. Em muitos casos os danos

causados pelas doenças foliares no milho são considerados indiretos, por meio da redução da

área foliar, deixando a planta debilitada e, com isso, vulnerável à entrada de patógenos

causadores de podridões de colmo e raízes (JARDINE e LACA-BUENDÍA, 2009).

Nos tratamentos V8 e V8+VT, para a AACPF, houve maior incidência de ferrugem

para o híbrido P32R48H, pertencente ao grupo 2, diferindo estatisticamente dos demais

híbridos avaliados, cujo valor da AACPD foi de 276,3e 225,3 respectivamente (Tabela 6). A

aplicação de fungicida é eficiente no controle de doenças foliares e proporciona maiores

produtividades de grãos, em média, 12% superiores àquelas em que não se utilizou fungicida

(BRITO et al., 2013). O mesmo autor avaliando a aplicação de fungicida, em relação à

severidade das doenças ocorridas, em vários locais, esses valores foram baixos, com notas

sempre iguais ou inferiores a três, ou seja, sempre menor que dez por cento de área foliar

lesionada. Isso mostra a eficiência do fungicida (estrobilurina + traizol) utilizado para

controlar as doenças, permitindo inferir que, nas parcelas com controle químico das doenças,

os híbridos puderam expressar melhor seu potencial genético para a produção de grãos.

No ambiente 2 para a AACPF, avaliando-se os tratamentos utilizados perante os

híbridos, houve diferença significativa entre os tratamentos, para os híbridos DKB245PRO2,

AG8041PRO, DKB 390PRO, P30F53H e P30R50H ocorreu maior incidência de ferrugem

comum no tratamento testemunha, apresentando os maiores valores que foram de 167,7,

224,4, 511,5, 366,2 e 199,8, respectivamente (Tabela 6).

Ainda no ambiente 2, na Tabela 6 avaliando-se os tratamentos utilizados perante os

grupos de híbridos, no grupo 1 houve diferença significativa entre os tratamentos, para a

AACPF, o tratamento testemunha apresentou o maior valor que foi de 146,7. Para o

tratamento V8 e V8+VT, o valor da AACPF foi de 72,7 e 54,2, respectivamente (Tabela 6).

Zanatta et al. (2013) utilizando o mesmo fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), de

forma preventiva (V8 – oito folhas), relatam que houve redução na AACPF, dependente do

híbrido de milho avaliado e da safra agrícola avaliada.

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Para os grupos de híbridos avaliados com os diferentes tratamento com fungicida, no

grupo 2 houve diferença significativa entre os tratamentos, para a AACPF, o tratamento

testemunha apresentou o maior valor que foi de 316,3. Para o tratamento V8 e V8+VT o valor

da AACPF foi de 152,3 e 94,0, respectivamente (Tabela 6). Portanto, comprovando a

eficiência da mistura de princípios ativos, como a Trifloxistrobina (estrobilurina) +

protioconazol (triazol) para o manejo da ferrugem comum nos híbridos de milho utilizados.

Duarte et al. (2009), relatam que os melhores fungicidas para o controle da ferrugem comum

foram as misturas de triazóis + estrobilurinas e triazol isolado. A aplicação de estrobilurina

isolada, não diferiu estatisticamente da testemunha em uma aplicação preventiva.

Na Tabela 6 quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve

diferença estatística para a AACPF, nota se que nos tratamentos testemunha e V8, o grupo 2

apresentou maior incidência de ferrugem, cujo valor da AACPF foi de 316,3 e 152,3,

respectivamente. Já no tratamento V8+VT, não houve diferença estatística para a AACPF,

comparando se os grupos de híbridos. O desenvolvimento de cultivares resistentes ou

tolerantes é a medida mais efetiva de controle de doenças foliares do milho e a discriminação

de resistência é mais confiável quando os genótipos são avaliados com base na área abaixo da

curva de progresso da doença, uma vez que inclui várias medições da severidade da doença ao

longo do ciclo de produção (VIEIRA et al., 2009b).

Para os resultados das médias de AACPF dos tratamentos com fungicida, nos

ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se

os híbridos, ocorreu maior incidência de ferrugem comum para os híbridos AG9045PRO e

P32R48H, no ambiente 1, apresentando os maiores valores que foram de 124,9 e 404,8,

respectivamente. Observou-se ainda as médias de AACPF dos tratamentos utilizados nos

ambientes 1 e 2, e verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando

se os híbridos, ocorreu maior incidência de ferrugem comum para o híbrido DKB390PRO, no

ambiente 2, apresentando o maior valor que foi de 232,6 (Tabela 6). O desenvolvimento de

cultivares resistente ou tolerante é a medida mais efetiva de controle de doenças foliares do

milho e a discriminação de resistência é mais confiável quando os genótipos são avaliados

com base na área abaixo da curva de progresso da doença, uma vez que inclui várias medições

da severidade da doença ao longo do ciclo de produção (VIEIRA et al., 2009b).

Perante o exposto, analisando-se a Tabela 6, podemos inferir que no ambiente 1

(espaçamento convencional) e no ambiente 2 (espaçamento reduzido), na incidência da

ferrugem comum (Puccinia sorghi), (AACPF), ocorreu variação, e é dependente do grupo de

híbridos,em ambos ambientes, os híbridos do grupo 2 apresentaram maior incidência de

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ferrugem, para a (AACPF), mesmo havendo diferentes índices pluviométricos, mas a

temperatura média também foi similar nos dois ambientes (Figuras 1 e 2).

5.3 Características agronômicas avaliadas

De acordo com os resultados da análise de variância conjunta, apresentados na Tabela

7, para a característica grãos ardidos (GA), foi observado efeito significativo (P<0,01) na

interação híbridos x ambiente. Para a característica peso de mil grãos (P1000), foi observado

efeito significativo (P<0,01) para a interação tripla de híbridos x fungicida x ambiente. E para

a característica produtividade de grãos foi observado efeitos significativos (P<0,01) na

interação híbridos x fungicida.

Tabela 7 - Resumo da análise de variância conjunta para incidência de grãos ardidos (GA),

peso de mil grãos (P1000) e produtividade de grãos (PROD).

Fonte de Variação GL QM

GA P1000 PROD

HIB (GRUPO) 6 358.81** 13135.05** 3340959.38**

FUNGICIDA 2 93.13* 1012.73* 460930.11ns

AMBIENTE 1 287.39** 11737.38** 13228835.87**

GRUPO 1 1489.63** 20251.42** 3433917.84ns

REP (AMBIENTE) 4 62.06* 5119.63** 26466907.79**

HIB*FUNG 14 32.73ns

783.52 ** 2912165.79**

HIB* AMBIENTE 7 85.94** 970.25** 985956.74ns

FUNG* AMBIENTE 2 12.42ns

274.91ns

11379.98ns

GRUPO*FUNG 2 6.77ns

1229.68* 1519452.09ns

GRUPO* AMBIENTE 1 256.29** 0.89ns

1848095.23ns

HIB*FUNG* AMBIENTE 14 24.94ns

6888.74** 1633784.31ns

GRUPO*FUNG* AMBIENTE 2 55.88ns

437.79ns

2041436.43ns

ERRO 87 19.19 279.47 951263.13

C.V. % 41.69 4.91 7.56

MÉDIA GERAL 10.5 340.74 12894.36

* P<0,05; ** P<0,01; ns – não significativo pelo teste F.

Com base nos dados obtidos nesta pesquisa, foi possível evidenciar que os híbridos

avaliados foram influenciados pelo tratamento com fungicida utilizado e pelo ambiente de

implantação, sendo que estes tratamentos com fungicida foram aplicados em V8 e V8+VT.

5.3.1 Porcentagem de grãos ardidos

Os resultados referentes à característica agronômica grãos ardidos frente aos

tratamentos avaliados com fungicida obtidos em dois ambientes de cultivo, na safra agrícola

2013/14, encontram-se representadas na Tabela 8.

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Tabela 8 - Resultados médios para grãos ardidos, valores em %, obtidos para os diferentes

híbridose tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-

pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016.

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida e média de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento

de médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

No ambiente 1 verificou-se que houve diferença estatística entre os híbridos avaliados

dentro de cada tratamento com fungicida, no tratamento testemunha, para a característica

agronômica grãos ardidos, houve maior incidênciapara os híbridos: DKB 390PRO, P32R48H

e P30F53H, todos pertencentes ao grupo 2 (suscetível aos grãos ardidos) (Tabela 8). Para

Brito et al. (2012) o uso de fungicida (azoxistrobina + ciproconazol), na cultura do milho

possibilitou redução na incidência de grãos ardidos.

No tratamento V8, para a característica agronômica grãos ardidos, houve maior

incidência para o híbrido AG9045PRO (grupo 1), mas, não diferindo estatisticamente dos

híbridos DKB 390PRO e P30F53H (pertencentes ao grupo 2). Ainda avaliando o tratamento

V8, nota se que os híbridos AG8041PRO e 2B707PW (pertencentes ao grupo 1) apresentaram

as menores incidência de grãos ardidos. Para o tratamento V8+VT, para a característica

agronômica grãos ardidos, houve maior incidência para os híbridos P32R48H e DKB

390PRO (pertencentes ao grupo 2) (Tabela 8). Segundo Casa et al. (2006), o fungo

Stenocarpella spp. está principalmente associado a grãos ardidos, e pode ser o principal

agente de podridão de grãos na cultura do milho, o que pode ter ocorrido nesta pesquisa.

Avaliando-se os tratamentos utilizados perante os grupos de híbridos, no grupo 1 e 2,

não houve diferença significativa entre os tratamentos, para a característica agronômica grãos

ardidos (Tabela 8). Estes resultados também estão de acordo com os obtidos por Nolasco et

al. (2011), segundo estes autores, a aplicação foliar de diferentes fungicidas do grupo das

HÍBRIDOS Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 12,1 b 14,6 a 6,6 b 11,1 bA 13,1 a 12,4 a 6,7 b 10,8 aA

DKB 245 PRO2 7,5 b 10,5 b 4,5 b 7,4 cA 10,5 a 6,0 b 4,2 b 6,9 bA

AG 8041 PRO 10,0 b 3,4 c 8,7 b 7,4 cA 8,8 a 6,3 b 5,5 b 6,8 bA

2B 707 PW 3,4 b 3,4 c 4,0 b 3,6 cA 6,5 a 2,9 b 3,6 b 4,3 bA

Grupo 1* 8,3 bA 7,8 bA 6,0 bA 9,7 aA 6,9 bB 5,0 bB

P32R48H 23,0 a 17,1 a 28,0 a 22,7 aA 15,4 a 16,2 a 13,2 a 14,9 aB

DKB 390 PRO 26,6 a 22,6 a 21,7 a 23,6 aA 9,6 a 11,8 a 15,3 a 12,3 bB

P30F53H 17,0 a 12,0 b 8,1 b 12,4 bA 11,7 a 11,9 a 5,7 b 9,8 bA

P30R50H 8,8 b 8,9 b 3,7 b 7,2 cA 4,7 a 11,4 a 4,7 b 7,0 bA

Grupo 2* 18,8 aA 15,2 aA 15,4 aA 10,4 aA 12,8 aA 9,7 aA

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estrobilurinas, em mistura com triazóis, não reduziram a incidência de grãos ardidos.

No entanto, quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve

diferença estatísticapara a característica agronômica grãos ardidos, nota se que em todos os

tratamentos com fungicida avaliado (testemunha, V8 e V8+VT), o grupo 2 (suscetível)

apresentou maior incidência degrãos ardidos, no ambiente 1 (espaçamento convencional)

ressaltando a importância do genótipo avaliado (Tabela 8). Vale resgatar a discussão e dados

obtidos nas tabelas 3 e 4, onde houve diferença entre os grupo para a CLOR T e AACPD,

sendo que no ambiente 1, para o tratamento testemunha, o grupo 2 apresentou maior índice de

CLOR T e para a AACPD ocorreu menor incidência de diplodia, comparado com grupo 1.

Fato que não se repetiu para a característica agronômica grãos ardidos, nota se que no

tratamento testemunha, o grupo 2 apresentou maior incidência de grãos ardidos, no ambiente

1, ressaltando a importância do genótipo avaliado (Tabela 8). Juliatti et al. (2007), utilizando

os fungicidas Piraclostrobina+Epoxiconazole em duas aplicações, relatam eficiência dos

produtos na redução da incidência de grãos ardidos.

Para o ambiente 2 verificou-se que no tratamento testemunha, não houve diferença

estatística, analisando se os híbridos, para a característica agronômica grãos ardidos (Tabela

8). Um dos fatores que deve ser melhor estudado é a resposta da cultura do milho ao arranjo

das plantas na área. As plantas podem ser distribuídas na área de várias maneiras, sendo a

variação do espaçamento entre linhas e entre plantas na linha, responsável pelos diferentes

arranjos de plantas (RESENDE, 2003). Essa prática vem sendo intensificada nas regiões

produtoras, contudo os diferentes híbridos respondem diferentemente às variações no arranjo

e na densidade populacional de plantas (Demetrio et al., 2008; Mendes et al., 2011), inclusive

com relação à severidade de doenças (SANGOI et. al, 2000).

No tratamento V8, para a característica agronômica grãos ardidos, houve maior

incidência para o híbrido AG9045PRO (grupo 1), mas, não diferindo estatisticamente dos

híbridos P32R48H, DKB 390PRO, P30F53H e P30R50H (pertencentes ao grupo 2). Nota se

que no híbrido AG9045PRO pertencente ao grupo 1 (tolerante), mesmo com a aplicação foliar

de fungicidas também não apresentou eficiência na redução da incidência de grãos ardidos

(Tabela 8). Estudos realizados por Duarte et al. (2009) corroboram com os resultados deste

estudo, sendo que a aplicação foliar de fungicidas em alguns genótipos de milho não resultou

em controle da incidência de fungos. Lanza (2013) avaliou aplicações de fungicidas

(estrobilurinas+triazóis), em diferentes épocas e número de aplicações, notou que não houve

eficiência na redução da incidência de grãos ardidos, dos fungos fitopatogênicos associados

aos grãos.

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No tratamento V8+VT, para a característica agronômica grãos ardidos, houve maior

incidência para os híbridos P32R48H e DKB 390PRO (pertencentes ao grupo 2) (Tabela 8).

Esses dados corroboram com Brito et al. (2013), notaram que o uso de fungicida em aplicação

foliar possibilita a redução da incidência de grãos ardidos. Zanatta et al. (2013), que

utilizando o mesmo fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), em espacamento reduzido,

relatam que não houve redução da incidência de grãos ardidos nos híbridos de milho

avaliados.

Comparados os grupos de híbridos frente aos tratamentos com fungicida, no grupo 1

(tolerante), houve diferença significativa entre os tratamentos, para a característica

agronômica grãos ardidos, onde a maior incidência ocorreu no tratamento testemunha quando

comparado aos tratamentos V8 e V8+VT, ou seja, a aplicação de fungicida reduziu a

incidência de grãos ardido (Tabela 8). Com o espaçamento reduzido é possível criar se

microclima, com o aumento ou redução na população de plantas e que isso favoreça a

incidência de doenças (MASCARENHAS, 2011). Já para o grupo 2 (suscetível), não houve

diferença significativa entre os tratamentos avaliados para a característica agronômica grãos

ardidos (Tabela 8).

No entanto, quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve

diferença estatísticapara a característica agronômica grãos ardidos, nota se que nos

tratamentos V8 e V8+VT, o grupo 1, apresentou menor incidência de grãos ardidos,

comparado ao grupo 2, já no tratamento testemunha, não houve diferença estatística entre os

grupos de híbridos avaliados (Tabela 8). A aplicação de fungicida é eficiente no controle de

doenças foliares e proporciona maiores produtividades de grãos, em média, 12% superiores

àquelas em que não se utilizou fungicida. O uso de fungicida em aplicação foliar possibilita a

redução da incidência de grãos ardidos. Um fator preponderante no desenvolvimento de

doenças foliares é o efeito do clima. O ambiente é um componente importante e relevante na

interação patógeno-hospedeiro-ambiente, podendo inclusive impedir a ocorrência da doença,

mesmo na presença de hospedeiro susceptível e patógeno virulento (JESUS JUNIOR et al.,

2003).

Quando avaliado o híbrido P30R50H, para a característica agronômica grãos ardidos,

no ambiente 2, observou se comportamento similar ao anterior, ocorreu menor incidência de

grãos ardidos somente no tratamento V8+VT, houve diferença significativa, comparando com

a testemunha, evidenciando resposta a aplicação de fungicida (Trifloxistrobina +

Protioconazol) podendo haver maior suscetibilidade do mesmo em virtude ao espaçamento

reduzido, tendo uma menor resposta aos tratamento fungicos de forma preventiva. Já no

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ambiente 1, este híbrido apresentou menor incidência de grãos ardidos em todos os

tratamentos, mesmo na testemunha, podendo haver interferência do espaçamento que no

ambiente 1 é maior, ocorrendo menor incidência a grãos ardidos (Tabela 8).

Esta alta severidade de grãos ardidos do grupo 2 (suscetíveis) é extremamente

relacionado a suscetibilidade destes híbridos a doenças do complexo de grãos ardidos. Duarte

et al. (2009), testando fungicidas em milho, relataram que houve redução na incidência de

grãos ardidos em função da aplicação via foliar, de associação de fungicidas (Azoxistrobina +

Ciproconazol).

Outro fator que pode ter contribuído para esse resultado de maior incidência de grãos

ardidos na safra (2013/14), nos híbridos do grupo 2, se deve à um bom volume pluviométrico

na fase do florescimento da cultura, que correspondeu a período de dezembro e janeiro, sendo

meses considerados críticos para ocorrência de grãos ardidos (Figuras 1 e 2). Pinto (2006)

constatou diferença significativa entre cultivares de milho com relação à incidência de grãos

ardidos quando avaliou 28 delas quanto aos fungos Fusarium verticilioides, Penicilum spp. e

Stenocarpella maydis. Em média, houve redução de 2,6% na incidência de grãos ardidos,

quando realizada a aplicação do fungicida. Isso evidencia que o uso de fungicida na cultura do

milho possibilita redução na incidência de grãos ardidos. Esses dados corroboram com os

obtidos por Juliatti et al. (2007), segundo os quais a aplicação de fungicidas traizóis e

estrobilurinas (Piraclostrobina + Epoxiconazole, azoxystrobin + cyproconazole e

Azoxystrobin), por via foliar, resultou em uma menor incidência de grãos ardidos.

Verificou-se ainda, que para a característica agronômica grãos ardidos, houve maior

incidência em quase todos os híbridos de milho do grupo 2, nos dois ambientes avaliados,

com exceção do híbrido P30F53H, sendo que no ambiente 1, nos tratamentos V8 e V8+VT,

houve diferença estatística, ocorreu menor incidência de grãos ardidos, comparando com a

testemunha, evidenciando resposta a aplicação de fungicida Trifloxistrobina (estrobilurina) +

Protioconazol (triazolintionas).

Para o ambiente 2, houve diferença estatísticapara a característica agronômica grãos

ardidos, este mesmo híbrido P30F53H, apresentou menor incidência somente no tratamento

V8+VT, podendo haver maior suscetibilidade do mesmo em virtude ao espaçamento

reduzido, tendo uma menor resposta aos tratamento fungicos de forma preventiva (Tabela 8).

O uso de azoxystrobina + cyproconazole, em aplicação foliar no pré pendoamento,

possibilitou reduzir a incidência de grãos ardidos em 5,12%, além de aumentar a

produtividade em 12,4%, de diferentes híbridos cultivados sob alta severidade de doenças,

com e sem aplicação de fungicidas (BRITO et al., 2008).

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Perante o exposto, avaliando se os resultados de AACPD, para a mancha foliar de

diplodia (S. macrospora), analisando se a Tabela 5, podemos inferir que no ambiente 1

(espaçamento normal) ocorreu maior incidência da mancha foliar de diplodia, comparado com

o ambiente 2 (espaçamento reduzido), podemos inferir desta maneira que ocorreu em

consequência de maior índice pluviométrico ocorrido no ambiente 1, principalmente nas fazes

de pendoamento até enchimento de grãos. (Figuras 1 e 2). No entanto quando analisa se a

característica agronômica grãos ardidos (Tabela 8), nota se que o mesmo não ocorreu em

relaçãoà incidência desta doença nos grãos, ou seja, a incidência de grãos ardidos foi elevada

e similar nos ambientes 1 e 2. Portanto, neste trabalho nota se que não há relação entre maior

incidência da mancha foliar de diplodia (S. macrospora) (AACPD) e incidência de grãos

ardidos no mesmo ambiente. Esses dados não corroboram com Pinto (2005) e Ramos et al.

(2010), pois, descrevem que a elevada incidência de diplodia está diretamente relcionada à

maior incidência de grãos ardidos.

Para as médias para a característica agronômica grãos ardidos dos tratamentos

utilizados nos ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes,

analisando se os híbridos, ocorreu maior incidência grãos ardidos para os híbridos P32R48H e

DKB390PRO (ambos pertencentes ao grupo 2), no ambiente 1 (Tabela 8). Sendo assim,

avaliando a característica agronômica grãos ardidos, analisando se a Tabela 8, nota se que a

incidência foi elevada e similar nos ambientes 1 e 2. Comparando com os dados obtidos nas

Figuras 1 e 2, nota se que não houve interferência da pluviosidade e temperatura. No entanto,

verificou-se, que houve maior incidência de grãos ardidos nos híbridos de milho pertencentes

ao grupo 2, nos dois ambientes avaliados, mas, no ambiente 2, nota se resposta positiva

somente com duas aplicações de fungicida Trifloxistrobina (estrobilurina) + Protioconazol

(triazolintionas) (V8 e V8+VT), ou seja, houve interferência do ambiente na incidência de

grãos ardidos, possivelmente o espaçamento reduzido proporcionou condições para

microclima e aumento no ataque do agente causal. Quando se aumenta a população de

plantas, há também uma maior exigência por nutrientes e água e se essa exigência não for

suprida, as plantas ficam mais sensíveis à infecção por patógenos. Porém, antes de reduzir a

população de plantas, deve-se analisar o potencial de rendimento do híbrido (EMYGDIO e

TEIXEIRA, 2008; REIS et al., 2004).

Comparando os dados obtidos nos ambientes 1 e 2,e a característica agronômica grãos

ardidos apresentados na Tabela 8, nota se quenos tratamentos testemunha, V8 e V8+VT, os

híbridos pertencentes ao grupo 1 (considerados tolerantes a grãos ardidos) realmente

apresentaram menor incidência de grãos ardidos, com excessão do tratamento testemunha no

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ambiente 2, onde que não houve diferença estatistica entre os grupos de híbridos avaliados.

Quando avalia se a Tabela 5, para a área abaixo da curva de progresso da mancha

foliar de diplodia (S.macrospora) (AACPD), para todos os tratamentos utilizados nos

ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se

os híbridos, ocorreu maior incidência de diplodia para todos os híbridos avaliados, no

ambiente 1, independente do híbrido utilizado, desta maneira pode se afirma que ocorreu em

consequência de maior índice pluviométrico no ambiente 1, no entanto a temperatura média

foi similarnos dois ambientes (Figuras 1 e 2). Nota se, portanto, que a alta incidência de

mancha foliar de diplodia que ocorreu para todos os híbridos, não refletiu em maior

incidência de grãos ardidos em todos os híbridos, como abordado anteriormente. Dentre os

fatores que possam estar associados, merece destaque a composição química do grão, mais

especificamente as enzimas presentes nos grãos.

5.3.2 Peso de mil grãos

Os resultados referentes à característica agronômica peso de mil grãos frente aos

tratamentos avaliados com fungicida obtidos em dois ambientes de cultivo, na safra agrícola

2013/14, encontram-se representadas na Tabela 9.

Tabela 9 - Resultados médios para peso de mil grãos, valores em gramas, obtidos para os

diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e

VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016.

HÍBRIDOS Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 289 dB 315 bB 368 aA 324 bB 335 bB 369 aA 359 aA 354 bA

DKB 245 PRO2 318 cA 315 bA 343 bA 325 bB 333 bA 353 bA 350 aA 345 bA

AG 8041 PRO 359 aA 366 aA 374 aA 366 aA 356 aA 347 bA 357 aA 354 bA

2B 707 PW 264 dA 274 cA 253 cA 264 cB 298 cA 298 cA 299 bA 299 cA

Grupo 1* 308 bB 318 bB 334 bA

331 bA 342 bA 341 bA

P32R48H 364 aA 355 aA 339 bA 353 aB 380 aA 376 aA 374 aA 377 aA

DKB 390 PRO 334 bA 347 aA 329 bA 337 bA 356 aA 343 bA 356 aA 351 bA

P30F53H 316 cA 326 bA 319 bA 320 bB 336 bA 342 bA 349 aA 342 bA

P30R50H 379 aA 329 bB 387 aA 365 aA 370 aA 383 aA 376 aA 376 aA

Grupo 2* 348 aA 339 aA 344 aA 360 aA 361 aA 364 aA

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida e média de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento

de médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

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Para o ambiente 1 verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, no tratamento testemunha, para a característica agronômica peso de

mil grãos, houve baixo peso de mil grãos para os híbridos AG9045PRO e 2B707PW

(pertencentes ao grupo 1). Para os tratamentos V8 e V8+VT, observou-se que houve diferença

significativa, para a característica agronômica peso de mil grãos, o híbrido 2B707PW (grupo

1) foi o que apresentou o menor resultado (Tabela 9). Zanatta et al. (2013) avaliando

diferentes híbridos, utilizando o mesmo fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), sendo

triazol isolado e com triazol e estrobirulina em associação de forma preventiva (V8 – oito

folhas), verificou que a característica do genótipo influenciou no peso de mil grãos.

Analisando se os tratamentos utilizados perante os híbridos, no ambiente 1, para a

caraterística peso de mil grãos, para o híbrido AG9045PRO, houve diferença significativa

entre os tratamentos, ocorreu menor peso de mil grãos nos tratamentos testemunha e V8. E

ainda no ambiente 1,para a caraterística peso de mil grãos, para o híbrido P30R50H, houve

diferença significativa entre os tratamentos, ocorreu menor peso de mil grãos no tratamento

V8 (Tabela 9).

Para a característica agronômica peso de mil grãos, analisando se os tratamentos

utilizados perante os grupos de híbridos, no grupo 1, houve diferença significativa entre os

tratamentos, o tratamento testemunha e V8 foram inferiores ao tratamento V8+VT, ocorrendo

menor peso de mil grãos (Tabela 9). Esses dados corroboram em parte com Juliatti et al.

(2010) observaram que todos os tratamentos, com fungicida (estrobilurina+triazol),

proporcionaram um aumento no peso de mil grãos em relação à testemunha, mostrando a

relação direta no controle das doenças com o enchimento de grãos. No entanto, para essa

mesma característica, no mesmo ambiente, o grupo 2, não apresentou diferença estatística

entre os tratamentos (Tabela 9).

Quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve diferença

estatísticapara a característica agronômica peso de mil grãos, nota se que em todos os

tratamentos avaliados, testemunha, V8 e V8+VT, o grupo 1, apresentou menores valores para

peso de mil grãos, comparado ao grupo 2 (Tabela 9).

Para o ambiente 2 verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, para a característica agronômica peso de mil grãos, nos tratamentos

testemunha, V8 e V8+VT, houve baixo peso de mil grãos para o híbrido 2B707PW

(pertencentes ao grupo 1) (Tabela 9). Conforme Reis et al. (2004), as doenças de espiga

causadas pelos fungos Fusarium verticillioides, Fusarium graminearum, Diplodia maydis

(Stenocarpella maydis) e Diplodia macrospora (Stenocarpella macrospora), ocasionam danos

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que resultam na redução do peso específico (resulta na paralisação do processo normal de

enchimento de grãos e reduz o peso de espigas), qualidade do grão e presença de toxinas que

podem contaminar as rações. Os danos podem se agravar quando os grãos são mantidos a

campo em condições meteorológicas desfavoráveis.

Para a caraterística peso de mil grãos, observou senos tratamentos utilizados perante

os híbridos, no ambiente 2, que houve diferença significativa entre os tratamentos, somente

para o híbrido AG9045PRO, ocorreu menor peso de mil grãos nos tratamentos testemunha

(Tabela 9).

Nota se nos tratamentos utilizados perante os grupos de híbridos, no grupo 1 e 2, que

não houve diferença significativa entre os tratamentos, para a característica agronômica peso

de mil grãos (Tabela 9).

Quando comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, houve diferença

estatísticapara a característica agronômica peso de mil grãos, nota se que em todos os

tratamentos avaliados, testemunha, V8 e V8+VT, o grupo 1 apresentou menores valores para

peso de mil grãos, comparado ao grupo 2 (Tabela 9).

Quando se analisaos tratamentos utilizados nos ambientes 1 e2, verificou se que houve

diferença estatística entre os ambientes, analisando se os híbridos, para a caraterística

agronômica peso de mil grãos,para o híbrido AG9045PRO, no ambiente 1, ocorreu menor

peso de mil grãos nos tratamentos testemunha e V8. Para os híbridos DKB245PRO2 e

P30R50H, no ambiente 1, ocorreu menor peso de mil grãos no tratamento V8. Para o híbrido

2B707PW, no ambiente 1, ocorreu menor peso de mil grãos nos tratamentos testemunha e

V8+VT.Para os híbridos P32R48H e P30F53H, no ambiente 1, ocorreu menor peso de mil

grãos no tratamento V8+VT (Tabela 9).

Observando se médias para a caraterística agronômica peso de mil grãos, dos

tratamentos utilizados nos ambientes 1 e2, verificou se que houve diferença estatística entre

os ambientes, analisando se os híbridos, ocorreu menor peso de mil grãospara os híbridos

AG9045PRO, DKB245PRO2, 2B707PW, P32R48H e P30F53H, no ambiente 1. Desta

maneira podemos inferir que no ambiente 1 houve maior variabilidade nas respostas dos

híbridos perante os tratamentos de fungicidas utilizados (Tabela 9), mesmo havendo

diferentes índices pluviométricos entre os ambientes, mas a temperatura média também foi

similar nos dois ambientes (Figuras 1 e 2).

5.3.3 Produtividade de grãos

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Os resultados referentes à característica agronômica produtividade de grãos frente aos

tratamentos avaliados com fungicida obtidos em dois ambientes de cultivo, na safra agrícola

2013/14, encontram-se representadas na Tabela 10.

Tabela 10- Resultados médios para produtividade de grãos, valores em kg/ha, obtidos para os

diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e

VT-pendoamento), em dois ambientes no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola

2013/14. UNICENTRO. 2016.

HÍBRIDOS* Ambiente 1* Ambiente 2*

T V8 V8 + VT Média T V8 V8 + VT Média

AG 9045 PRO 11175 bB 11935 aB 14897 aA 12669 aA

11614 bB 13499 aA 13667 aA 12927 bA

DKB 245 PRO2 12032 bA 12430 aA 12479 bA 12314 aA

12577 bA 12817 aA 12414 aA 12602 bA

AG 8041 PRO 13492aA 12778 aA 12880 bA 13050 aA

13332 aA 12825 aA 12970 aA 13042 bA

2B 707 PW 13164 aA 12258 aA 11082 bB 12168 aB

12600 bA 13539 aA 13304 aA 13148 bA

Grupo 1* 12465 aA 12350 aA 12835 aA

12531 bA 13170 aA 13169 aA

P32R48H 11494 bA 12116 aA 12848 bA 12153 aA

13391 aA 11811 aA 13193 aA 12798 bA

DKB 390 PRO 12405 bA 13090 aA 11791 bA 12429 aA

12990 bA 12799 aA 13095 aA 12962 bA

P30F53H 12686 aA 13765 aA 12307 bA 12919 aB

14279 aA 14202 aA 14754 aA 14441 aA

P30R50H 14007 aA 11876 aB 13204 bA 13029 aA

14485 aA 13381 aA 13202 aA 13689 aA

Grupo 2* 12648 aA 12712 aA 12537 aA

13786 aA 13048 aA 13561 aA

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas para cada tratamento de fungicida e letras maiúsculas na linha

para os tratamentos com fungicida e média de cada ambiente não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de agrupamento

de médias Scott-Knott ao nível de probabilidade 5%.

*Ambiente 1- Unicentro - (espaçamento convencional – 0,70 m) e Ambiente 2- Fazenda Três Capões - (espaçamento

reduzido - 0,45 m), ambos no município de Guarapuava, PR.

** Grupo 1: Híbridos considerados tolerantes a grãos ardidos; e Grupo 2: Híbridos considerados suscetíveis a grãos ardidos.

Para o ambiente 1 verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, para a característica agronômica produtividade de grãos, no

tratamento testemunha, houve menor produtividade para o híbrido AG9045PRO (grupo 1),

mas, não diferiu estatisticamente dos híbridos DKB245PRO2 (grupo 1), P32R48H e

DKB390PRO (pertencentes ao grupo 2) (Tabela 10). Tem sido dada ênfase ao controle de

doenças foliares do milho pela aplicação de fungicidas, o que tem proporcionado a redução

dos sintomas e incremento na produtividade em relação a áreas não tratadas (DUARTE et al.,

2009). O mesmo autor, trabalhando com ausência e presença de uma aplicação de fungicida

(Azoxystrobin + Ciproconazole) estrobilurina + triazol respectivamente, no estádio fenológico

de pré-pendoamento, houve diferença significativa para a reação dos diferentes híbridos,

mostrando a resposta à tolerância dos materiais à incidência de Stenocarpella macrospora, e

também da influência da aplicação foliar do fungicida, e demonstrando a interação entre

híbridos e fungicida.

Para os tratamentos V8 verificou-se que não houve diferença estatística, analisando se

os híbridos, para a característica agronômica produtividade de grãos. Já para o tratamento

V8+VT, observou-se que houve diferença estatística, analisando se os híbridos, para a

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característica agronômica produtividade de grãos, o híbrido AG9045PRO (grupo 1), foi o que

apresentou os maiores resultados, o que demonstra alta resposta deste material para aplicação

de fungicida. (Tabela 10). Nos últimos anos pesquisas realizadas têm demonstrado a

eficiência da aplicação de fungicidas no manejo das doenças foliares e na redução dos danos

por elas causadas na produtividade (CUNHA et al., 2010). Jardine et al. (2009) relatam que é

viável a utilização de fungicidas foliares na cultura do milho, pois embora em relação à

produtividade média não tenha havido diferenças estatísticas entre os tratamentos avaliados,

verificou-se que todos obtiveram um incremento de produtividade em relação à testemunha.

Dourado Neto et al. (2003) relatam que em razão do aumento na interceptação de luz e

do melhor aproveitamento da água e nutrientes disponíveis, acréscimos na produtividade

podem ser obtidos pelo aumento da densidade de semeadura, associado à redução do

espaçamento entre linhas.

Resultados de pesquisa realizado por Marchão et al. (2005) sob espaçamento reduzido

no milho mostram que o rendimento de grãos é significativamente influenciado pela

densidade de plantas, sendo que as maiores produtividades dos híbridos que foram testados

são alcançadas com densidades acima de 70 mil plantas por hectare. Portanto, dependendo do

híbrido, o uso de espaçamento reduzido entre linhas (0,45 m) é uma prática que garante

aumentos de produtividade via incremento na densidade de plantas.

Conforme Juliatti et al. (2007), as aplicações foliares de fungicidas têm um grande

potencial na redução da severidade de doenças, assegura o potencial produtivo do híbrido e

melhoria da qualidade de grãos a serem recebidos na indústria para processamento, além da

resistência do genótipo.

Para os tratamentos utilizados perante os híbridos, no ambiente 1, para a característica

agronômica produtividade de grãos, para o híbrido AG9045PRO, houve diferença

significativa entre os tratamentos, para os tratamentos V8+VT, foi o que apresentou o maior

resultado, o que demonstra alta resposta deste material para aplicação de fungicida. Para o

híbrido 2B707PW, houve diferença significativa entre os tratamentos, para os tratamentos T e

V8, foram os que apresentaram os maiores resultados. Para o híbrido P30F53H, houve

diferença significativa entre os tratamentos, para os tratamentos V8 e V8+VT, foram os que

apresentaram os maiores resultados, o que demonstra alta resposta deste híbrido para

aplicação de fungicida. E ainda para o híbrido P30R50H, houve diferença significativa entre

os tratamentos, para os tratamentos T e V8+VT, foram os que apresentaram os maiores

resultados (Tabela 10).

Os grupos de híbridos, grupo 1 e 2, não houve diferença significativa entre os

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tratamentos com fungicida, para a característica agronômica produtividade de grãos. Quando

comparamos os grupos de híbridos em cada tratamento, testemunha, V8 e V8+VT, não houve

diferença estatísticapara a característica agronômica produtividade grãos. (Tabela 10). Esses

dados não corroboram com Juliatti et al. (2007) a utilização da aplicação de fungicida via

foliar assegura o potencial genético de híbridos, fazendo com que as doenças não sejam o

limitante na produtividade e na sanidade dos grãos.

Para o ambiente 2 verificou-se que houve diferença estatística entre tratamentos,

analisando se os híbridos, para a característica agronômica produtividade de grãos, no

tratamento testemunha, houve menor produtividade para o híbrido AG9045PRO (grupo 1),

mas, não diferiu estatisticamente dos híbridos DKB245PRO2 (grupo 1) e DKB390PRO

(grupo 2). Já para os tratamentos V8 e V+VT verificou-se que não houve diferença estatística,

analisando se os híbridos, para a característica agronômica produtividade de grãos (Tabela

10). Esses dados não corroboram com Strieder et al., (2007), o milho tem se mostrado

responsivo em produtividade quando se aumenta a população de plantas, principalmente em

arranjos com espaçamentos reduzidos. E essa prática vem sendo intensificada nas regiões

produtoras, contudo os diferentes híbridos respondem diferentemente às variações no arranjo

e na densidade populacional de plantas (DEMETRIO et al., 2008; MENDES et al., 2011).

No ambiente 2 comprando os tratamentos com fungicidas, para a característica

agronômica produtividade de grãos, somente para o híbrido AG9045PRO, houve diferença

significativa entre os mesmos, onde que para os tratamentos V8 e V8+VT, foram os que

apresentaram os maiores resultados, o que demonstra alta resposta deste híbrido para

aplicação de fungicida (Tabela 10).

Comparando o grupo 1 e 2, para os tratamentos com fungicida no ambiente 2, houve

diferença significativa entre os tratamentos, para a característica agronômica produtividade de

grãos, sendo que, no tratamento testemunha, houve menor produtividade de grãos para o

grupo 1. Quando avaliou se os tratamentos V8 e V8+VT, não houve diferença estatísticapara

a característica agronômica produtividade grãos (Tabela 10). Argenta (2001), relata que a

resposta do rendimento de grãos de milho à redução do espaçamento entre linhas é

influenciada pelo híbrido e pela densidade das plantas e o aumento do rendimento de grãos de

milho decorrente da distribuição mais uniforme das plantas com redução do espaçamento

entre linhas verifica se principalmente em híbridos de ciclo superprecoce e de baixa estatura.

Com base nos resultados médios para clorofila total, apresentados na Tabela 3, das

médias da área abaixo da curva de progresso da mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora) (AACPD) apresentados na Tabela 5, médias da área abaixo da curva de

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progresso da ferrrugem comum (Puccinia sorghi) (AACPF) apresentados na Tabela 6,

resultados médios para incidência de grãos ardidos apresentados na Tabela 8, resultados

médios para peso de mil grãos, apresentados na Tabela 9, e resultados médios para

produtividade de grãos, apresentados na Tabela 10, para os dois ambientes obtidos para os

diferentes híbridos, tratamentos com fungicida, estádios de aplicação (V8-oito folhas

expandidas e VT-pendoamento) e diferentes espaçamentos, nota se que os híbridos avaliados

obtiveram respostas diferentes, ou seja, houve variação entre os genótipos para os caracteres

avaliados e tratamentos aplicados, contudo, nota se resposta positiva para aplicação do

fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol). Para isso, uma série de informações, como o

comportamento de cada híbrido em relação às principais doenças, ciclo, região de adaptação,

cor e textura de grãos, época de semeadura e densidade de plantas recomendada, devem ser

divulgados, para que se possa explorar ao máximo o seu potencial genético (CRUZ et al.,

2007).

Para a caraterística agronômica produtividade de grãos, avaliando-se os tratamentos

utilizados nos ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes,

analisando se os híbridos, para o híbrido 2B707PW, no ambiente 1, ocorreu menor

produtividade para o tratamento V8+VT. Para o híbrido P32R48H, no ambiente 1, ocorreu

menor produtividade para o tratamento testemunha. E, para o híbrido P30F53H, no ambiente

1, menor produtividade para o tratamento testemunha e V8+VT (Tabela 10).

Avaliando-se as médias para a caraterística agronômica produtividade de grãos, dos

tratamentos utilizados nos ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre

os ambientes, analisando se os híbridos, ocorreu menor produtividade para os híbridos

2B707PW e P30F53H, no ambiente 1. Desta maneira, podemos inferir que no ambiente 1

houve maior variabilidade nas respostas dos híbridos perante os tratamentos de fungicidas

utilizados (Tabela 10), mesmo havendo diferentes índices pluviométricos entre os ambientes,

mas a temperatura média também foi similar nos dois ambientes (Figuras 1 e 2). Contudo,

avaliando-se a Tabela 5 para as médias de AACPD, de todos tratamentos utilizados nos

ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se

os híbridos, ocorreu maior incidência de diplodia para todos os híbridos avaliados, no

ambiente 1. Sendo assim podemos inferir que a produtividade não foi afetada pela incidência

de diplodia, com excessão dos híbridos 2B707PW e P30F53H. E ainda, avaliando-se as

médias para a característica agronômica grãos ardidos dos tratamentos utilizados nos

ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se

os híbridos, ocorreu maior incidência grãos ardidos para os híbridos P32R48H e

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DKB390PRO (ambos pertencentes ao grupo 2), no ambiente 1 (Tabela 8). Sendo assim

avaliando se o grupo 1 (tolerantes), no ambiente 1 e 2, para as médias de AACPD, ocorreu

maior incidência de diplodia no ambiente 1 (Tabela 5) e avaliando se o grupo 1 (tolerantes),

no ambiente 1 e 2, para as médias da característica agronômica grãos ardidos, não houve

diferença estatistica entre os ambientes (Tabela 8), pode se inferir que para o grupo de híbrido

considerado tolerantes ao complexo de grãos ardidos, a alta incidência de diplodia na folha

não é transmetida para os grãos. Disponibilizam se ao mercado enumeros novos híbridos de

milho a cada safra, sendo que a escolha do genótipo mais adequado a cada situação é o

principal fator de acréscimo na produtividade (SILVA et al., 2012).

Ainda, avaliando-se os tratamentos utilizados perante os híbridos, no ambiente 1 e 2,

para a característica agronômica produtividade de grãos, destaca se o híbrido AG9045PRO,

houve diferença significativa entre os tratamentos, para os tratamentos V8+VT, foi o que

apresentou o maior resultado no ambiente 1 e no mesmo híbrido para os tratamentos V8 e

V8+VT, foram os que apresentaram os maiores resultados no ambiente 2, o que demonstra

alta resposta deste híbrido para aplicação de fungicida, nos dois ambientes (Tabela 10).

Perante o exposto, pode se inferir que avaliando se a característica agronômica grãos ardidos

nos dois ambientes, apresentados na Tabela 8, e avaliando se a característica agronômica

produtividade de grãos apresentados na Tabela 10, nota se que com o uso do fungicida

Trifloxistrobina (estrobilurina) + Protioconazol (triazolintionas), mesmo em duas aplicações

(V8+VT), os híbridos que apresentam maior porcentagem de grãos ardidos, não são os

mesmos que apresentam a menor produtividade de grãos. Estes dados corroboram com

Mendes et al. (2012) que não houve associação entre a produtividade de grãos e porcentagem

de grãos ardidos o que evidencia que as perdas provocadas pela incidência de grãos ardidos

em milho são de caráter qualitativo e não de caráter quantitativo. Tem sido disponibilizado ao

mercado mais de cem cultivares novas de milho, sendo que a escolha do genótipo mais

adequado a cada situação é o principal fator de acréscimo na produtividade, que pode ser

obtido sem qualquer custo adicional (SILVA et al., 2012).

Ocorre interação entre diferentes fatores que afetam a produtividade final de uma

cultura. O rendimento de grãos é dependente da fotossíntese e da respiração do dossel. Por

sua vez, a fotossíntese do dossel é função da fotossíntese da folha e da interceptação da

radiação solar. Já a interceptação da radiação solar é influenciada pelo índice de área foliar,

ângulo da folha, interceptação de luz por outras partes da planta, distribuição de folhas

(arranjo de folhas na planta e de plantas no campo), características de absorção de luz pela

folha e pela quantidade de radiação incidente. Destes fatores, apenas a quantidade de radiação

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solar não é afetada pela escolha do arranjo de plantas (MARCHÃO, 2004).

5.4 Contrastes

O emprego de contrastes é uma maneira simples de analisar dados experimentais para

obtenção de resultados referentes a efeitos principais e efeitos de comparação entre grupos de

tratamentos avaliados (NOGUEIRA, 2004).

Para a característica Clorofila Total (CLOR T) considerando os contrastes de médias,

foi significativo somente para os contrastes, grupo 1 e grupo 2 (G1 vs G2) e para ambiente 1 e

ambiente 2 (AMB1 vs AMB2), com mais de 95% de probabilidade (Tabela 11). Vale

destacar que, a estimativa do contraste G1 vs G2 e AMB1 vs AMB2, foi negativa para o G2 e

AMB2, o que significa superioridade numérica dos mesmos.

Tabela 11- Probabilidade de significância dos contrastes para clorofila total (CLOR T),

mancha foliar de diplodia (Stenocarpella macrospora) (AACPD), ferrrugem comum

(Puccinia sorghi) (AACPF), grãos ardidos (G.A.), peso de mil grãos (P1000) e produtividade

de grãos (PROD), obtidos para os diferentes híbridos e tratamentos com fungicida (T-

testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), em dois ambientes no município

de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

CONTRASTES1 CLOR T AACPD AACPF G.A. P1000 PROD

T vs V8 0,29 0,01 0,01 0,03 0,23 0,84

T vs V8 + VT 0,98 0,01 0,01 0,01 0,01 0,51

V8 vs V8 + VT 0,27 0,01 0,01 0,01 0,01 0,41

G1 vs G2 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,09

AMB1 vs AMB2 0,01 0,01 0,42 0,01 0,01 0,01

1T (testemunha); V8 (Trifloxistrobina + Protioconazol, na dose de 0,4 L ha

-1via aplicação foliar em fase V8-oito

folhas expandidas); VT (Trifloxistrobina + Protioconazol, na dose de 0,5 L ha-1

em fase VT-pendoamento); G1

(Grupo 1-tolerantes); G2 (Grupo 2-sucetível); AMB1 (Ambiente 1 - espaçamento convencional); AMB2

(Ambiente 2 – espaçamento reduzido).

Para os contrastes envolvendo a mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora) (AACPD), os seguintes contrastes foram significativos com mais de 95% de

probabilidade, T vs V8, T vs V8 + VT, V8 vs V8 + VT, G1 vs G2 e AMB1 vs AMB2 (Tabela

11). A estimativa do contraste para a AACPD, envolvendo o tratamento T, V8, G1 e AMB1

indicam superioridade numérica dos mesmos, portanto, podemos inferir que houve resposta

positiva a aplicação de fungicida e interferência do grupo de híbridos e ambientes avaliados.

Para os contrastes envolvendo a ferrrugem comum (Puccinia sorghi) (AACPF), os

seguintes contrastes foram significativos com mais de 95% de probabilidade, T vs V8, Tvs V8

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+ VT; V8 vs V8+VT e G1 vs G2 (Tabela 11).A estimativa do contraste para AACPF,

envolvendo o tratamento T e V8 indicam superioridade numérica dos mesmos. Já para o

contraste G1 vs G2, foi negativa para o G2, o que significa superioridade numérica, ou seja,

ocorreu maior incidência de ferrugem comum.

Para os contrastes envolvendo a característica agronômica grãos ardidos (G.A.), os

seguintes contrastes foram significativos com mais de 95% de probabilidade, T vs V8, T vs

V8 + VT; V8 vs V8+VT; G1 vs G2 e AMB1 vs AMB2 (Tabela 11). A estimativa do contraste

para esta característica avaliada, envolvendo o tratamento T, V8 e AMB1 indicam

superioridade numérica dos mesmos. Já para o contraste G1 vs G2, foi negativa para o G2, o

que significa superioridade numérica ou seja, ocorreu maior incidência de grãos ardidos.

Para os contrastes envolvendo a característica agronômica peso de mil grãos (P1000)

os seguintes contrastes foram significativos com mais de 95% de probabilidade, T vs V8 +

VT; V8 vs V8+VT; G1 vs G2 e AMB1 vs AMB2 (Tabela 11). A estimativa do contraste para

esta característica avaliada, envolvendo o tratamento V8+VT, G2 e AMB2 indicam

superioridade numérica dos mesmos. Portanto, pode se inferir que ocorreu maior P1000,

sendo uma resposta positiva a aplicação de fungicida e interferência do grupo de híbridos e

ambientes avaliados, para o enchimento de grãos.

Para os contrastes envolvendo a característica agronômica produtividade de grãos

(PROD), somente os contrastes G1 vs G2 e AMB1 vs AMB2, foram significativos, com mais

de 95% de probabilidade (Tabela 11). A estimativa do contraste para característica

agronômica produtividade de grãos, envolvendo o AMB2 indicam superioridade numérica do

mesmo.

A significância do contraste entre os tratamentos (T vs V8), para AACPD, AACPF e

porcentagem de grãos ardidos, evidencia a eficiência do uso de fungicida Trifloxistrobina

(estrobilurina) + Protioconazol (triazolintionas) em uma aplicação em fase V8, no controle

aos fungos Puccinia sorghi e S. maydis, agentes causais de doenças foliares e de grãos

ardidos.

A significância dos contrastes entre os tratamentos (T vs V8+VT) e (V8 vs V8+VT),

para AACPD, AACPF e porcentagem de grãos ardidos e peso de mil grãos, evidencia a

eficiência do uso de fungicida Trifloxistrobina (estrobilurina) + Protioconazol

(triazolintionas) em duas aplicações, no controle aos fungos Puccinia sorghi e S. maydis,

agentes causais de doenças foliares e de grãos ardidos, onde pode ter afetado o enchimento de

grãos.

No contraste entre híbridos considerados tolerantes vs os híbridos considerados

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suscetíveis (G1 vs G2), houve significância para Clorofila total, AACPD, AACPF,

porcentagem de grãos ardidos e a produtividade de grãos, o que evidencia a existência de

genótipos com maior resistência aos fungos S. maydis, agente causal de grãos ardidos, que

prejudicam a qualidade dos grãos. Conforme Mendes et al. (2012), comparando híbridos

considerados resistentes e os híbridos considerados susceptíveis ao complexo de grãos

ardidos, avaliando a produtividade de grãos e porcentagem de grãos ardidos evidenciou a

existência de genótipos com maior resistência os fungos F. verticilioides, S.maydis e S.

macrospora. O mesmo autor constatou que não há associação entre a produtividade de grãos e

porcentagem de grãos ardidos o que evidência que as perdas provocadas pela incidência de

grãos ardidos em milho não são de caráter quantitativo. O desenvolvimento de cultivares

tolerante é a medida mais efetiva de controle de doenças foliares do milho e a discriminação

de resistência é mais confiável quando os genótipos são avaliados com base na área abaixo da

curva de progresso da doença, uma vez que inclui várias medições da severidade da doença ao

longo do ciclo de produção (VIEIRA et al., 2009b).

A significância do contraste entre AMB1 vs AMB2 para Clorofila total, AACPD,

porcentagem de grãos ardidos, peso de mil grãos e a produtividade de grãos, evidencia a

existência de fatores climáticos em diferentes ambientes de cultivo, e ainda a interferência do

espaçamento de semeadura, na ocorrência do fungo S. maydis, agente causal de grãos ardidos,

que prejudicam a qualidade dos grãos. Esses dados corroboram com Zanatta et al., (2013) que

utilizando o mesmo fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol), em espacamento reduzido,

comparou duas safras agrícolas de forma preventiva em estádio V8, notaram que houve

reduçao da AACPD da mancha foliar de diplodia (S. macrospora), sendo o seu resultado

dependente do híbrido de milho avaliado e da safra agrícola avaliada.

É importante enfatizar que o fato de ter havido uma alta significância, mais de 95% de

probabilidade, para os contrastes envolvendo o uso de uma e duas aplicações de fungicida e

uso de híbridos considerados tolerantes ao complexo de grãos ardidos (Stenocarpella

macrospora), justifica a utilização do fungicida na cultura do milho, quando se pretende

avaliar, doenças foliares e qualidade de grãos. Estes resultados já eram esperados, na

expectativa de resposta deste novo fungicida levando em conta seus ingredientes ativos, e

também a resposta dos híbridos selecionados e ambientes escolhidos.

5.5 Expressão da enzima catalase (CAT)

O gel revelado para a enzima catalase (CAT), frente aos tratamentos avaliados com

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fungicida obtidos no ambiente 1, na safra agrícola 2013/14, encontra se representado na

Figura 4.

Figura 4 - Padrão eletroforético da enzima catalase (CAT) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Avaliando se a expressão da enzima catalase (CAT), foi possível constata la para

todos os híbridos estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 1 na safra agrícola

2013/14. No tratamento testemunha foi possível notar maior expressão da enzima CAT, para

os híbridos pertencentes ao grupo considerado suscetíveis aos grãos ardidos, grupo 2. No

grupo 1 ocorreu menor expressão da enzima, neste caso, destacando se os híbridos

AG8041PRO e 2B707PW (Figura 4). Com base nos dados apresentados na Tabela 8, os

híbridos pertencentes ao grupo 1, apresentam menor incidência de grãos ardidos, comparado

com o grupo 2. Sendo assim pode se afirmar que existe relação entre maior expressão da

enzima CAT e maior incidência de grãos ardidos, em virtude da deterioração dos grãos.

Conforme Timoteo (2013), avaliando armazenagem de sementes em diferentes ambientes, em

ambiente controlado, houve uma maior atividade de CAT do que em ambiente de laboratário

e câmara fria. Este aumento pode ter acontecido devido às condições deste ambiente, 20 ° C e

70% de umidade relativa, que pode ter contribuído para acelerar a deterioração de sementes.

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Nas sementes deterioradas houve atividade ou mesmo a ausência de atividade desta enzima,

também observado nas sementes de híbridos armazenados durante 15 meses em um ambiente

controlado. Pois, a CAT remove os radicais livres, e ocorre a perda da atividade que pode

explicar parcialmente o fato destas sementes envelhecidas acumularem mais água oxigenada.

Os resultados obtidos neste estudo reforçam os dados observados por Corte et al. (2010) e

Nakada et al. (2010), que observou um aumento na peroxidação lipídica com o aumento da

deterioração das sementes. Assim, a atividade reduzida da catalase (CAT) pode fazer as

sementes ficar mais sensíveis aos efeitos dos radicais livres e aumentar a formação de

peróxido de células, fazendo com que as sementes ficam mais sensíveis a perda de

viabilidade. Isto pode ser confirmado pela a redução na germinação nos períodos finais de

armazenamento.

No tratamento V8 notou-se igual expressão da enzima catalase (CAT), para os dois

grupos de híbridos. Porém, para o tratamento V8+VT, o mesmo fato não ocorreu, ou seja, foi

possível notar maior expressão da enzima CAT para os híbridos pertencentes ao grupo

considerado tolerantes aos grãos ardidos, híbridos AG9045PRO, AG8041PRO,

DKB245PRO2, com excessão do híbrido 2B707PW deste mesmo grupo, conforme a Figura

4. Esse aumento na expressão da enzima pode estar relacionado à aplicação do fungicida a

base de Trifloxistrobina + Protioconazol, pode se inferir que uma das possíveis formas de

contribuição do fungicida a rotas de ação do fungicida, quando aplicado em V8 + VT, seja na

ação da enzima. A redução na atividade de CAT pode tornar a semente mais sensível aos

efeitos de O2 e radicais livres sobre ácidos graxos insaturados de membrana e a produção de

produtos de peroxidação de lipídeos secundários (GOMES et al., 2000). As catalases são

enzimas de oxidorredutase, que estão presentes em todas as células de plantas, animais e

microrganismos aeróbicos (SCANDALIOS, 1990). Podem ser encontrados no citoplasma,

mitocôndrios, peroxissomos de folhas, glioxissomos de tecidos (FRUGOLI et al., 1996). São

importantes catalizadoras dos níveis de H2O2 e sua atividade consiste na conversão de H2O2

em H2O e O2.

O gel revelado para a enzima catalase (CAT), frente aos tratamentos avaliados com

fungicida obtidos no ambiente 2, na safra agrícola 2013/14, encontra-se representado na

Figura 5. Foi possível constatar a expressão da enzima catalase (CAT), para todos os híbridos

estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 2 na safra agrícola 2013/14 (Figura

5). Assim como no ambiente 1, neste caso, no tratamento testemunha também foi possível

notar maior expressão da enzima CAT, para os híbridos pertencentes ao grupo considerado

suscetíveis aos grãos ardidos, grupo 2.

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No grupo 1, ocorreu menor expressão da enzima, neste caso, destacando se os híbridos

AG9045PRO, AG8041PRO e 2B707PW. Com base nos dados apresentados na Tabela 8, os

híbridos pertencentes ao grupo 1, apresentam menor incidência de grãos ardidos, comparado

com o grupo 2.

Figura 5 - Padrão eletroforético da enzima catalase (CAT) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Sendo assim pode se afirmar que existe relação entre maior expressão da enzima CAT

e maior incidência de grãos ardidos, em virtude da deterioração dos grãos. De acordo com

Aebi (1984) a catalase exerce duas funções: a de atividade catalítica decompondo peróxido de

hidrogênio em água e oxigênio e a oxidação de compostos doadores de hidrogênio, como

metanol, etanol, ácido fórmico, fenóis, com o consumo de um mol de peróxido.

No tratamento V8 notou-se igual expressão da enzima (CAT), para os dois grupos de

híbridos. Porém, para o tratamento V8+VT, o mesmo fato não ocorreu, ou seja, foi possível

notar maior expressão da enzima CAT para os híbridos pertencentes ao grupo considerado

tolerantes aos grãos ardidos, híbridos AG9045PRO, AG8041PRO e DKB245PRO2, com

excessão do híbrido 2B707PW deste mesmo grupo, conforme a Figura 5. Esse aumento na

expressão da enzima pode estar relacionado à aplicação do fungicida a base de

Trifloxistrobina + Protioconazol, pode se inferir que uma das possíveis formas de

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contribuição do fungicida a rotas de ação do fungicida, quando aplicado em V8 + VT, seja na

ação da enzima. A atividade dessa enzima está relacionada com a decomposição de peróxido

de hidrogênio formado pela SOD nas células, funcionando como uma segunda linha de defesa

na célula (MALLICK; MOHN, 2000).

Quando realizamos uma análise, nos ambientes estudados, pode se inferir que no

ambiente 2, ocorreu maior expressão das bandas da enzima CAT. Avaliando se o tratamento

testemunha, no ambiente 2, o grupo 1, ocorreu menor expressão da enzima, destacando se os

híbridos AG9045PRO, AG8041PRO e 2B707PW e no ambiente 1, no grupo 1, ocorreu menor

expressão da enzima, destacando se apenas os híbridos AG8041PRO e 2B707PW,

demostrando desta maneira, que houve interferência do ambiente, que no caso em

espaçamento reduzido, possivelmente criou se um microclima e houve menor expressão da

CAT em maior número de híbridos avaliados.

Pode se inferir ainda, perante o exposto, avaliando se os ambientes 1 e 2, e a

característica agronômica grãos ardidos apresentados na Tabela 8, nota se quenos tratamentos

testemunha, V8 e V8+VT, os híbridos pertencentes ao grupo 1 (considerados tolerantes a

grãos ardidos) realmente apresentaram menor incidência de grãos ardidos, com excessão do

tratamento testemunha no ambiente 2, onde que não houve diferença estatística entre os

grupos de híbridos avaliados, podendo haver influência do espaçamento reduzido neste

ambiente. No entanto, podemos inferir que existe relação entre maior expressão da enzima

CAT e maior incidência de grãos ardidos, em virtude da deterioração dos grãos,

principalmente no tratamento testemunha. Nas Figuras 4 e 5 avaliando se as aplicações do

fungicida (Trifloxistrobina (estrobilurina) + Protioconazol (triazolintionas), nos tratamentos

V8 e V8+VT, nota se que houve variação na expressão da enzima CAT, principalmente, no

tratamentoV8+VT, onde que houve maior expressão nos híbridos pertencentes ao grupo 1,

nos ambientes 1 e 2, com excessão do híbrido 2B707PW, sendo que nesse caso não ocorreu

maior incidência de grãos ardidos, sendo assim, esse aumento na expressão da enzima pode

estar relacionado à aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, pode se

inferir que uma das possíveis formas de contribuição do fungicida a rotas de ação do

fungicida, quando aplicado em V8 + VT, seja na ação da enzima.

5.6 Expressão da enzima álcool desidrogenase (ADH)

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O gel revelado para a enzima álcool desidrogenase (ADH), frente aos tratamentos

avaliados com fungicida obtidos no ambiente 1, na safra agrícola 2013/14, encontra-se

representado na Figura 6.

Figura 6 - Padrão eletroforético da álcool desidrogenase (ADH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Na Figura 6 foi possível constatar a expressão da enzima álcool desidrogenase (ADH),

para todos os híbridos estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 2 na safra

agrícola 2013/14. No tratamento testemunha foi possível notar maior expressão da enzima

(ADH), para os híbridos pertencentes ao grupo considerado tolerantes aos grãos ardidos. Com

base nos dados apresentados na Tabela 8, os híbridos pertencentes ao grupo 1, apresentam

menor incidência de grãos ardidos, comparado com o grupo 2, sendo assim pode se afirmar

que existe relação entre menor incidência de grãos ardidos e maior expressão da enzima

(ADH). Quando a atividade da ADH diminui, a semente fica mais suscetível à ação deletéria

do acetaldeído (Zhang et al., 1994), ou seja, a enzima ADH atua no metabolismo anaeróbico

de plantas reduzindo o acetaldeído a etanol (VANTOAI et al., 1987; PERTEL, 2001).

No tratamento V8 notou se igual expressão da enzima (ADH), para os dois grupos de

híbridos, a aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, não alterou a

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81

expressão da ADH, com excessão do híbrido AG9045PRO que apresentou maior expressão

da ADH no grupo 1. Para o tratamento V8+VT, foi possível notar maior expressão da

enzima ADH para os híbridos pertencentes ao grupo considerado suscetíveis aos grãos

ardidos, híbridos P30F53H, P32R48H, P30R50H e DKB 390PRO, conforme a Figura 6. Estes

resultados não corroboram com Siqueira et al. (1985), que não detectaram atividade nos

tecidos de folhas de alho para as isoenzimas álcool desidrogenase, esterase e peroxidase.

Esses mesmos autores, contudo, conseguiram obter resultados satisfatórios para essas enzimas

ao utilizarem tecidos da raiz e tecidos da base dos cormilhos. Quando a via aeróbica é

comprometida, a via anaeróbica da respiração é ativada e produtos tóxicos às células, como

acetaldeído e etanol, são acumulados. No metabolismo anaeróbico, o piruvato, primeiramente

produzido na glicólise, é convertido para acetaldeído pela ação da enzima piruvato

descarboxilase e o acetaldeído é, então, reduzido para etanol pela álcool desidrogenase (ADH)

(TAIZ E ZEIGER, 2004).

O gel revelado para a enzima álcool desidrogenase (ADH), frente aos tratamentos

avaliados com fungicida obtidos no ambiente 2, na safra agrícola 2013/14, encontra-se

representado na Figura 7.

Figura 7- Padrão eletroforético da álcool desidrogenase (ADH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

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Na Figura 7 foi possível constatar a expressão da enzima álcool desidrogenase (ADH),

para todos os híbridos estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 2 na safra

agrícola 2013/14. No tratamento testemunha também foi possível notar maior expressão da

enzima (ADH), para os híbridos pertencentes ao grupo considerado tolerantes aos grãos

ardidos. Com base nos dados apresentados na Tabela 8, os híbridos pertencentes ao grupo 1,

apresentam menor incidência de grãos ardidos, comparado com o grupo 2, sendo assim pode

se afirmar que existe relação entre menor incidência de grãos ardidos e maior expressão da

enzima (ADH). A ADH é uma enzima que atua no processo respiratório, removendo

substâncias tóxicas às sementes, como acetaldeído e etanol, que são produzidos quando as

células passam a respirar anaerobicamente (FARIA et al., 2003).

No tratamento V8, notou se igual expressão da enzima (ADH), para os dois grupos de

híbridos, a aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, não alterou a

expressão da ADH, conforme a Figura 7.

Já no tratamento V8+VT, foi possível notar maior expressão da enzima (ADH), para

os híbridos pertencentes ao grupo considerado sucestíveis aos grãos ardidos, a aplicação do

fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, possivelmente alterou a expressão da

ADH, conforme a Figura 7. A enzima ADH é uma enzima envolvida com a qualidade

fisiológica, e realcionada com a respiração anaeróbica, promovendo redução do acetaldeído e

etanol (BUCHANAM; GRUISSEM. JONES, 2005). O acetaldeído acelera a deterioração das

sementes (Zhang; Kirkham, 1994), portanto, com o aumento da ADH, as sementes ficam mais

protegidas contra a ação deletéria desse composto. Padrão semelhante para a atividade da

ADH foi encontrado por Vidigal et al. (2009), em sementes de pimenta, com alta qualidade

fisiológica nas quais foi observada maior atividade da enzima ADH. Baldoni (2013) observou

a ocorrência de maior expressão das enzimas envolvidas na respiração, ADH e MDH em

sementes de soja com alta qualidade fisiológica.

5.7 Expressão da enzima malato desidrogenase (MDH)

O gel revelado para a enzima malato desidrogenase (MDH), frente aos tratamentos

avaliados com fungicida obtidos no ambiente 1, na safra agrícola 2013/14, encontra-se

representado na Figura 8. Foi possível constatar a expressão da enzima malato desidrogenase

(MDH), para todos os híbridos estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 2 na

safra agrícola 2013/14 (Figura 8). Nota se que não houve variação da expressão da MDH em

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nenhum tratamento e nenhum grupo de híbridos. Mas houve variação entre os ambientes.

Figura 8 - Padrão eletroforético da malato desidrogenase (MDH) em híbridos de milho,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos, produzidas no

ambiente 1, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Abreu et al. (2013) avaliando linhagens de milho quanto a tolerancia a seca, para a

enzima MDH não foi possível observar diferenças significativas nas expressões em sementes

produzidas sob diferentes populações de plantas. Essa enzima esta relacionada à respiração

aeróbica é codificada por cinco locos e é encontrada em grande abundância em diferentes

organelas celulares, nas mitocôndrias e no citoplasma (GOODMAN; STUBER, 1987).

Devido a isso, a alteração na sua expressão só é observada em processo deteriorativo mais

avançados em sementes, sendo assim considerado um marcador ineficiente da qualidade

fisiológica.

Alves et al. (2000) avaliou-se a indução e expressão de rotas morfogênicas in vitro das

espécies Vriesea reitzii e Vriesea friburgensis var. paludosa, testando-se diferentes

combinações e concentrações de fitoreguladores em distintos sistemas de micropropagação,

sendo que no sistema enzimático da MDH foram encontrados quatro locos: o primeiro com

três alelos, o segundo mostrou-se monomórfíco, o terceiro apresentou dois alelos e no quarto

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loco constatou-se a presença de quatro alelos, ou seja houve variação na expressão da MDH.

Brandão Júnior et al. (1999) observaram que a atividade da MDH foi a menos afetada

pelos tratamentos de envelhecimento em sementes de milho. Há indícios de que essa maior

estabilidade da enzima também tenha ocorrido durante o processamento e a secagem dos

grãos de café, no trabalho avaliado, onde que a expressao da enzima MDH foi semelhante em

todos os tratamentos de secagem, tanto para os cafés naturais quanto para os cafés

despolpados (FERREIRA et al. 2007).

No tratamento V8 notou se igual expressão da MDH, para os dois grupos de híbridos,

a aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, não alterou a expressão

da MDH, Figura 8. Para esta enzima não foi possível observar diferenças significativas na

expressão da mesma. Brandão Júnior (1999) também não observou correlação entre atividade

dessa enzima e a qualidade fisiológica das sementes.

Essa diferença pode ser devido ao gene ser expresso ou não em cada órgão ou tecido

da planta. A enzima malato desidrogenase catalisa a conversão de malato a oxalacetato, tendo

uma importante função dentro do ciclo de Krebs, além de participar do movimento de malato

através da membrana mitocondrial e da fixação de CO2 nas plantas (TAIZ e ZEIGER, 2004).

O gel revelado para a enzima malato desidrogenase (MDH), frente aos tratamentos

avaliados com fungicida obtidos no ambiente 2, na safra agrícola 2013/14, encontra-se

representado na Figura 9.

Foi possível constatar a expressão da enzima malato desidrogenase (MDH), para todos

os híbridos estudados e todos os tratamentos avaliados no ambiente 2 na safra agrícola

2013/14 (Figura 9). Nota se que não houve variação da expressão da MDH em nenhum dos

tratamento e nenhum grupo de híbridos. Silva (2009) percebeu se que a atividade da enzima

malato desidrogenase (MDH), foi muito baixa e com isso notou se a presença das bandas bem

claras. A enzima MDH catalisa a conversão de malato à oxalacetato, tendo uma importante

função dentro do ciclo de Krebs, além de participar do movimento de malato através da

membrana mitocondrial e da fixação de CO2 na plantas (TAIZ e ZEIGER, 1991). Desta

forma esta enzima está relacionada com a rota aeróbica da respiração.

No tratamento V8 e V8 + VT notou se também igual expressão da MDH, para os dois

grupos de híbridos, a aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, não

alterou a expressão da MDH, Figura 9. Ferreira et al. (2007) observou-se pela análise dos

padrões enzimáticos de sementes do híbrido de milho revelados para a malato desidrogenase

(MDH), uma menor atividade da enzima nas sementes tratadas com a dose mais alta de

Cellerate®, seis meses antes da semeadura, comparado aos padrões da testemunha e aos das

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tratadas na pré-semeadura, indicando menor atividade respiratória nessa condição.

Figura 9 - Padrão enzimático de grãosde milho obtidos para os diferentes híbridos,

considerados tolerantes e susceptíveis ao agente causal de grãos ardidos e tratamentos com

fungicida (T-testemunha, V8-oito folhas expandidas e VT- pendoamento), produzidas no

ambiente 2, no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO, 2016.

5.8 Expressão da enzima lipoxigenase (LOX)

O gel revelado para a enzima lipoxigenase, frente aos tratamentos avaliados com

fungicida obtidos no ambiente 1, na safra agrícola 2013/14, encontra-se representado na

Figura 10. Foi possível constatar a expressão da LOX para todos os híbridos estudados e

todos os tratamentos avaliados no ambiente 1, na safra agrícola 2013/14. No tratamento

testemunha foi possível notar maior expressão da enzima LOX, para os híbridos pertencentes

ao grupo considerado tolerante aos grãos ardidos (Figura 10).

Com base nos dados apresentados na Tabela 8, os híbridos pertencentes ao grupo 1,

apresentam menor incidência de grãos ardidos, comparado com o grupo 2, vindo a comprovar

os resultados obtidos por Zeringue et al. (1996), ou seja, maior expressão da LOX,

consequentemente menor incidência de grãos ardidos. Os mesmos autores sugerem que

enzima LOX, por meio da lipoxigenação do ácido linoléico seria capaz de produzir aldeídos

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voláteis com cadeias de 6 até 12 carbonos, inibindo ou impedindo o crescimento de fungos e

inclusive a formação de micotoxinas.

Figura 10 - Padrão eletroforético da lipoxigenase em híbridos de milho, considerados

tolerantes e susceptíveis aos fungos causadores de grãos ardidos, produzidas no ambiente 1,

no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Estudos têm evidenciado que a resistência de genótipos de milho a grãos ardidos está

correlacionada também com o teor de ácidos graxos poliinsaturados, mais exatamente ao

ácido linoléico e até mecanismo de resistência se dá por meio da produção das enzimas LOX,

que catalisam a dioxigenação estereoespecifica de ácidos graxos poliinsaturados contendo o

sistema cis, cis 1,4-pentadieno com formação dos respectivos derivados hidroperóxidos,

originando, assim, moléculas reativas com atividades fisiológicas pronunciadas (VICK e

ZIMMERMAN, 1983), (SANTÚRIO, 2003) e MENDES et al. (2009).

Silva et al. (2004a) encontraram um isolamento de Bacillus cereus (UFV-101)

promisso como agente de biocontrole de enfermidades do tomateiro. Detectou-se aumento na

atividade de LOX nos extratos foliares, sendo assim, há evidências suficientes para se afirmar

que o aumento de resistência a patógenos em plantas de tomateiro, pode ser explicado por

indução de resistência.

Conforme a Figura 10 no tratamento V8notou se igual expressão da enzima para os

dois grupos de híbridos, a aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol,

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não alterou a expressão da LOX.

Porém, para o tratamento V8+VT, o mesmo fato não ocorreu, ou seja, foi possível

notar maior expressão da enzima LOX, para os híbridos pertencentes ao grupo considerado

suscetíveis aos grãos ardidos, híbridos P30F53H, P32R48H, P30R50H e DKB390PRO,

Figura 10.

Com base nos dados apresentados na Tabela 3, os híbridos P32R48H e DKB 390PRO,

estão no grupo que apresentou maior incidência de grãos ardidos, mas, para os híbridos

P30F53H e P30R50H a incidência de grãos ardidos foram comparadas a híbridos

considerados tolerantes. Neste sentido, pode se inferir que uma das possíveis formas de

contribuição do fungicida a rotas de ação do fungicida à base de Trifloxistrobina +

Protioconazol, quando aplicado em V8 + VT, seja na ação da enzima LOX. Estudos

relacionados à influência de compostos químicos, atividade de enzimas específicas em grãos

de milho sobre resistência de genótipos associados aos patogênicos causadores de grãos

ardidos estão sendo realizados, em nível de Brasil.

Vários locos controladores de características quantitativas (QTLs) com ação aditiva

dos genes são associados com a resistência, o que demonstra ser esta resistência do tipo

horizontal ou poligênica (BUBECK et al., 1993). Esses QTLs podem ser determinados pelo

uso de marcadores do tipo RFLPs (Maroof et al., 1996), do tipo microssatélites (JULIATTI et

al., 2009) e SNP (POZAR et al., 2009).

Em pesquisa realizada por Pozar et al. (2009), no Brasil, foram mapeados e

caracterizados QTLs relacionados com a resistência a Cercosporiose, por meio de marcadores

SSR e SNP.

O departamento de agricultura dos Estados Unidos realizou vários experimentos para

comprovar a resistência de algumas variedades de milho, devido aos diferentes níveis de

ácidos graxos de óleo, principalmente ácido linoléico associados a presença da enzima

lipoxigenase (ZERINGUE, 1996).

O gel revelado para a enzima lipoxigenase, frente aos tratamentos avaliados

com fungicida obtidos no ambiente 2, na safra agrícola 2013/14, encontra-se representado na

Figura 11. Foi possível constatar a expressão da LOX para todos os híbridos estudados e

todos os tratamentos avaliados no ambiente 2, na safra agrícola 2013/14. No tratamento

testemunha foi possível notar maior expressão da enzima LOX, para os híbridos pertencentes

ao grupo considerado tolerante aos grãos ardidos, representados na figura 11 por T, quando

comparado com o grupo considerado suscetíveis aos fungos, representados por S, neste

mesmo tratamento. Estes resultados corroboram com Mendes et al. (2012) que avaliando

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grupos de híbridos considerados resistentes e os híbridos considerados suscetíveis ao

complexo de grãos ardidos, para a enzima LOX, onde os perfis eletroforéticos para a

lipoxigenase revelam uma maior intensidade de bandas para os híbridos resistentes aos fungos

causadores de grãos ardidos em milho.

Figura 11 - Padrão eletroforético da lipoxigenase em híbridos de milho, considerados

tolerantes e susceptíveis aos fungos causadores de grãos ardidos, produzidas no ambiente 2,

no município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO. 2016.

Na Figura 11 no tratamento V8, notou se maior expressão da LOX para os híbridos

pertencentes ao grupo considerado suscetíveis aos grãos ardidos, evidenciando que a

aplicação de fungicida em V8, interferiu na expressão da LOX. Em outra pesquisa foi

constatado que o metil jasmonato e compostos voláteis do tipo C6, derivados da via das

lipoxigenases, atuam como sinais difusores que iniciam a resposta de defesa em plantas

(JALLOUL et al., 2002).

E no tratamento V8+VT, foi possível notar a maior expressão da enzima para os

híbridos pertencentes ao grupo considerado suscetíveis aos grãos ardidos, os híbridos

P30F53H, P32R48H, P30R50H e DKB390PRO, representados na figura 11, por S, quando

comparado com o grupo considerado tolerantes aos fungos, representados por T, apesar de

que mesmo no grupo considerado suscetíveis aos grãos ardidos, nota se uma forte expressão

da LOX.

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Quando comparado os resultados obtidos na Tabela 8, os híbridos os híbridos

P30F53H e P30R50H reduziram a incidência de grãos ardidos, o fato ocorreu tanto no

espaçamento reduzido, quanto no espacamento convencional. Ou seja, com duas aplicações

do fungicida, podemos inferir que há relação da ação do princípio ativo estudado e a

expressão da LOX. Os produtos da ação da (LOX) contribuem para reações de defesa

inibindo o crescimento do patógeno, induzindo fitoalexinas e participando também na

transdução de sinais (NAMAI et al., 1990).

Sendo assim, podemos afirmar que os híbridos de milho com alta atividade da enzima

lipoxigenase, indicam que estes genótipos possuem maior capacidade de resistirem ao ataque

fúngico no final de ciclo da cultura, com consequente menor produção de grãos ardidos na

colheita. O produto da lipoxigenase pode atuar tanto como um intermediário ou como um

produto final de uma via metabólica. Em plantas, lipoxigenases estão envolvidas na

biossíntese de ácido jasmônico e aldeídos responsáveis por sinalizações em mecanismo de

defesa (NEMCHENKO et al., 2006; QUAGLIA et al., 2012, SENTHILRAJA et al., 2013).

Com base nos resultados médios para clorofila total, apresentados na Tabela 3, das

médias da área abaixo da curva de progresso da mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora) (AACPD) apresentados na Tabela 5, médias da área abaixo da curva de

progresso da ferrrugem comum (Puccinia sorghi) (AACPF) apresentados na Tabela 6,

resultados médios para grãos ardidos apresentados na Tabela 8, resultados médios para peso

de mil grãos, apresentados na Tabela 9, resultados médios para produtividade de grãos,

apresentados na Tabela 10, e resultados do padrão eletroforético de expressão das enzimas

(CAT), (ADH), (MDH) e (LOX), apresentadas nas Figuras 4 a 11, para os dois ambientes

(diferentes espaçamentos), obtidos para os diferentes híbridos, tratamentos com fungicida e

estádios de aplicação (V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento), nota se que os híbridos

avaliados obtiveram respostas diferentes para os caracteres avaliados.

Comparando os dados obtidos nos ambientes 1 e 2, e associados a característica

agronômica grãos ardidos apresentados na Tabela 1, nota se que nos tratamentos testemunha,

V8 e V8+VT, os híbridos pertencentes ao grupo 1 (considerados tolerantes a grãos ardidos)

realmente apresentaram menor incidência de grãos ardidos, com excessão do tratamento

testemunha no ambiente 2, onde que não houve diferença estatistica entre os grupos de

híbridos avaliados, podendo haver influência do espaçamento reduzido neste ambiente.

Contudo, observa se na Figuras 3 e 4, que no tratamento testemunha foi possível notar maior

expressão da enzima LOX, para os híbridos pertencentes ao grupo considerado tolerante aos

grãos ardidos, sendo assim, analisando se os dados apresentados na Tabela 1, onde que os

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híbridos pertencentes ao grupo 1 apresentam menor incidência de grãos ardidos, comparado

com o grupo 2, podemos inferir que houve relação direta entre menor incidência de grãos

ardidos e maior expressão da enzima lipoxigenase, vindo a comprovar os resultados obtidos

por Zeringue et al. (1996), ou seja, maior expressão da LOX, consequentemente menor

incidência de grãos ardidos. Os mesmos autores sugerem que enzima LOX, por meio da

lipoxigenação do ácido linoléico seria capaz de produzir aldeídos voláteis com cadeias de 6

até 12 carbonos, inibindo ou impedindo o crescimento de fungos e inclusive a formação de

micotoxinas. Sendo assim, esse aumento na expressão da enzima pode estar relacionado à

aplicação do fungicida a base de Trifloxistrobina + Protioconazol, pode se inferir que uma das

possíveis formas de contribuição do fungicida a rotas de ação do fungicida, quando aplicado

em V8 + VT, seja na ação da enzima.

Quando avalia se a Tabela 5, para a área abaixo da curva de progresso da mancha

foliar de diplodia (S.macrospora) (AACPD), para todos os tratamentos utilizados nos

ambientes 1 e 2, verificou se que houve diferença estatística entre os ambientes, analisando se

os híbridos, ocorreu maior incidência de diplodia para todos os híbridos avaliados, no

ambiente 1, independente do híbrido utilizado, desta maneira pode se afirma que ocorreu em

consequência de maior índice pluviométrico no ambiente 1, no entanto a temperatura média

foi similarnos dois ambientes (Figuras 1 e 2). Nota se, portanto, que a alta incidência de

mancha foliar de diplodia que ocorreu para todos os híbridos, não refletiu em maior

incidência de grãos ardidos em todos os híbridos, como abordado anteriormente. Dentre os

fatores que possam estar associados, merece destaque a composição química do grão, mais

especificamente as enzimas presentes no grão. Pode se afirmar desta maneira que esse fato

ocorreu em virtude de maior expressão da enzima LOX, para os híbridos pertencentes ao

grupo considerado tolerante aos grãos ardidos.

Portanto, observou-se resposta positiva para aplicação do fungicida (Trifloxistrobina +

Protioconazol), principalmente no comportamento destes híbridos à incidência de grãos

ardidos e em relação à atividade da enzima lipoxigenase, ficando evidente a necessidade da

continuidade deste estudo, para os caracteres avaliados.

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6. CONCLUSÕES

Houve redução na área abaixo da curva de progresso de doença (AACPD) da ferrugem

comum e mancha foliar de diplodia, com o uso de fungicida (Trifloxistrobina +

Protioconazol), sendo esta dependente do híbrido e espaçamento utilizado.

A produtividade de grãos, a porcentagem de grãos ardidos, índice de clorofila total e

peso de mil grãos foram influenciadas pelo híbrido e pelo fungicida utilizado.

O fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol) reduziu a incidência de grãos ardidos,

sendo a redução maior nos híbridos considerados suscetíveis.

Existe relação entre maior expressão da enzima CAT e maior incidência de grãos

ardidos, em virtude da deterioração dos grãos, sendo esta dependente do híbrido avaliado.

Há maior expressão das enzimas (ADH), (MDH) e (LOX) para os híbridos de milho

pertencentes ao grupo considerado tolerante aos fungos causadores de grãos ardidos.

A aplicação do fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol) em duas aplicações, V8

(oito folhas) e VT (pendoamento), aumentaram a intensidade da enzima LOX, sendo mais

evidente no espaçamento reduzido.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração a importância deste estudo com uso do fungicida

(Trifloxistrobina+Protioconazol) na cultura do milho, para os híbridos abordados, foi possível

evidenciar resultados positivos, no que se refere à diminuição da incidência de doenças

foliares e do complexo de grãos ardidos, mancha foliar de diplodia (Stenocarpella

macrospora).

Estudos de pesquisa abordam o assunto, relatando sobre a incidência desta doença na

folha, e que têm relação direta com a ocorrência de grãos ardidos. Neste estudo há indícios

que a ocorrência de S. macrospora causando grãos ardidos não possui relação direta com a

incidência da doença na folha, podendo estar associado à safra agrícola, ambientes e híbridos

utilizados.

Ficou evidente que dentre os híbridos estudados, se destaca o AG9045PRO,

pertencente ao grupo de híbridos considerado tolerantes aos grãos ardidos, pois, observou se

excelente resposta às aplicações de fungicidas, em ambos os ambientes, com menor

incidência de grãos ardidos, menor incidência de doenças foliares, maiorpeso de mil grãos e

maior produtividade de grãos. É possível inferir que em outra safra agrícola, repetindo se o

trabalho poderá obter se dados mais concretos em relação aos resultados encontrados.

Avaliando se ainda os híbridos, destaca se também o 2B707PW, pertencente ao grupo

1, em relação a menor incidência de grãos ardidos e melhor qualidade de grãos, o que

evidencia resposta positiva à aplicação do fungicida.

Neste contexto, é importante ressaltar os custos do uso do fungicida viafoliar

(Trifloxistrobina 150,0 g/L (15,0% m/v) + (Protioconazol) 175,0 g/L (17,5% m/v), no

estadios V8 e V8+VT, na região de estudo. O preço deste fungicida, na região de Guarapuava,

PR, na safra agrícola 2015/16, se posicionou em torno de R$ 149,85 por litro do produto,

adjuvante R$ 9,83/ha, sendo o custo médio da aplicação terrestre em V8 (R$ 17,33/ha) e

aplicação aérea em VT (R$ 34,00/ha), valores referentes aos praticados junto a cooperativas

na região.Considerando que em V8 utilizou se a dose de 0,4 L ha-1

e em estádio VT utilizou se

a dose de 0,5 L ha-1

, podemos concluir que a aplicação em estádio V8 custa R$ 87,10 e a

aplicação em estádio VT custou R$ 118,75. Agora, considerando que o preço mínimo do

milho chegou além de R$ 36,00 a saca na época da colheita, no mercado do ano de 2016,

podemos realizar comparações de custos junto aos diferentes híbridos estudados, apresentados

na tabela de análise econômica, apresentada abaixo.

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Tabela de análise econômica para resultados obtidos em diferentes híbridose tratamentos com

fungicida (V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento, comparados com a testemunha), em

dois ambientesno município de Guarapuava-PR, na safra agrícola 2013/14. UNICENTRO.

2016.

Realizando se uma análise individual, do híbrido AG9045PRO, por exemplo, no

ambiente 1, onde houve diferença estatística, com produtividade de 14897 kg.ha-1

no

tratamento V8+VT, comparando com o estádio V8 com 11935 kg.ha-1

obtivemos incremento

de 2962 kg.ha-1

de grãos, ou seja, com os valores apresentados acima, significa uma

lucratividade de R$ 1658,45/ha, e quando comparamos com a testemunha com produtividade

de 11175 kg ha-1

obtivemos incrementode 3722 kg.ha-1

de grãos, significando uma

lucratividade de R$ 2114,45/ha, e ainda comparando se o tratamento V8 com a testemunha,

obtivemos uma diferença de 760 kg ha-1

de grãos, significando uma lucratividade de R$

368,90/ha.

Nota se que a resposta econômica pode variar em relação aos benefícios econômicos,

em virtude das variações de ambientes, solo, clima, híbridos e outros.

Em aspectos gerais, com base nos resultados obtidos para as características avaliadas,

clorofila total, área abaixo da curva de progresso da ferrrugem comum (Puccinia sorghi)

(AACPF), para os dois ambientes obtidos para os diferentes híbridos, tratamentos com

fungicida, estádios de aplicação (V8-oito folhas expandidas e VT-pendoamento) e diferentes

espaçamentos, nota se que os híbridos avaliados obtiveram respostas diferentes, ou seja,

houve variação entre os genótipos para os caracteres avaliados e tratamentos aplicados,

contudo, nota se resposta positiva para aplicação do fungicida para as enzimas avaliadas,

LOX, CAT, ADH e MDH, notaram-se variações nas respostas.

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94

Considerando-se que a pesquisa com o fungicida (Trifloxistrobina + Protioconazol),

para o controle das doenças foliares e do complexo de grãos ardidos e ainda relação com a

atividade da enzima lipoxigenase nos grãos da cultura do milho encontra-se no início, sugere-

se quesejam realizadas mais estudos para poder realizar asdevidas recomendações de uso,

para as diferentescondições edafoclimáticas e manejo adotado na cultura do milho na região

do Centro-Oeste do Paraná.

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