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MARCO ANTÔNIO ASSUNÇÃO. OAB/GO. 18.176 EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA NONA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA – GOIÁS. Juiz I PROCESSO nº 201.501.840.880 AUTORA: JUSTIÇA PÚBLICA. VITIMA : EVILIN NOGUEIRA DOS SANTOS LIMA. ACUSADOS: JORDANA CRISTINE DE LIMA SANTOS E VÍTOR PEREIRA ALVES. JORDANA CRISTINE E LIMA SANTOS, brasileira, união estável, do lar, portadora do RUA: TV-8, Qda. 7, Lte. 15, Setor Tropical Verde – Goiânia – Go. – Fone:3 573-11-69/8169-16-62 1

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MARCO ANTNIO ASSUNO.

OAB/GO. 18.176

EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA NONA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOINIA GOIS.

Juiz I

PROCESSO n 201.501.840.880AUTORA: JUSTIA PBLICA.

VITIMA : EVILIN NOGUEIRA DOS SANTOS LIMA.ACUSADOS: JORDANA CRISTINE DE LIMA SANTOS E VTOR PEREIRA ALVES.

JORDANA CRISTINE E LIMA SANTOS, brasileira, unio estvel, do lar, portadora do CPF/MF. n 048.657.471-76 e CTPS n 6945648, srie 001-0, Go., residente e domiciliada na Avenida Center Ville, Quadra 11, Lote 23, Residencial Center Ville, em Goinia, Gois, juntamente com seu Companheiro; VITOR PEREIRA ALVES, brasileiro, em unio estvel, servente, portador da CI-RG n. 4953812, SSP/GO. e CTPS. n. 4440768, srie 001-0, Go, tambm residente e domiciliado no endereo acima informado, por intermdio do Advogado e Procurador legalmente constitudo, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Gois, sob o n. 18.176, com escritrio profissional na Rua: TV-08, Qda. 7, Lte. 15, Setor Tropical Verde, nesta Capital, onde recebe as notcias forenses e comunicaes de estilo, nos termos do Art. 39, I, do CPC., respeitosamente, DOUTA e NCLITA presena de V. Ex., Requerer a LIBERDADE PROVISRIA DOS MESMOS, SEM PAGAMENTO DE FIANA, com fulcro nos arts. 310, nico, 359, 408, 2 e 594, todos do CPP, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS.

A Requerente acima qualificada JORDANA CRISTINE DE LIMA SANTOS, encontra-se presa e Recolhida no CIOPS- CENTRO INTEGRADO DE OPERAES DE SEGURANA, situado na Av. Anpolis, Jardins Mara Helena Vila Pedroso nesta capital, tendo sido encaminhada primeiramente para a 8 DELEGACIA DISTRITAL DE POLICIA DE GOINIA, no dia 24 de Maio de 2015, em razo do Flagrante contra si lavrado na referida Delegacia, sob a acusao de ter praticado EM TESE os crimes previstos no art. 157, 2, Inciso II, do Cdigo Penal Brasileiro, consoante nota de culpa em anexo.

Entretanto, conforme extrai-se do auto de Priso em flagrncia, observa-se claramente que a Requerente no cometeu o crime tipificado no flagrante, que esteve mesmo presente no local, mas somente aps o suposto fato ter ocorrido, at porque no suportou ver o acusado seu companheiro ser brutalmente e covardemente espancado pelas duas testemunhas que o imobilizaram, acrescente-se que s com a aproximao de mais transeuntes que pararam com o espancamento, do contrrio o teriam matado, j que inclusive so praticantes de Jiu Jitsu conforme eles mesmos afirmaram no local. Portanto, no pode recair sobre a Acusada o crime tipificado em tese no Auto de Priso em Flagrante Delito, at porque esta no teve qualquer participao no evento, muito menos conivencia, conhecimento ou inteno (dolo), em praticar qualquer ato ilcito, como constante do Inquerito Policial, encaminhado para o Judiciario.

A Requerente pessoa idnea, responsvel, nunca esteve envolvida em pratica de atos ilcitos, me de uma criana de apenas 04 anos, nascida em 26/02/2011, conhecida e Registrada pelo nome YSAIAS ENRIQUE ALVES DOS SANTOS, doc. em anexo, criana esta que necessita totalmente dos cuidados da me, estando atualmente sob os cuidados de vizinhos que sensibilizados com o fato, no tiveram outra alternativa.

Conforme Fls. 10, da CTPS, pode se comprovar que a me em razo das dificuldades financeiras, bem que tentou trabalhar fora do Lar, conseguindo faz-lo no perodo de 08/10/2013 19/12/2014, trabalhando como Atendente de Loja, no Carrefour Comrcio e Indstria Ltda, mas por no ter mais com quem deixar o filho, teve que sair do mercado de trabalho. Como se v a Acusada alm de no ter qualquer ilcito em sua vida pregressa, jovem mas muito responsvel e cumpridora de seus deveres como me, espsa e dona de casa. No obstante ser em tese o suposto crime inafianvel, o pargrafo nico do art. 310, do Cdigo de Processo Penal, autoriza a LIBERDADE PROVISRIA quando incorrerem as circunstncias que autorizam a decretao da Priso Preventiva. Vale lembrar, a Constituio Federal dispe no artigo 5, inciso LXVI : - "ningum ser levado priso ou nela mantido quando couber liberdade provisria com ou sem fiana". Portanto, configura-se como um direito da requerente a possibilidade de responder ao processo em liberdade. A liberdade provisria um direito do preso e uma vez preenchidos os requisitos para concesso o magistrado tem o dever de colocar o ru em liberdade.

Como pode ser a Acusada tipificada no artigo 157, 2, Inciso II do CPB., se no prprio depoimento da Vtima, apenas afirma que a acusada A declarante esclarece que com a priso do conduzido, a conduzida JORDANA surgiu e comeou a exigir explicaes da declarante assegura que se sentiu pressionada .

Data-vnia Excelncia, com todo o respeito que merece o Nobre e Respeitvel Delegado condutor do Inqurito, no pode prosperar a tipificao imposta a Acusada, pois percebe-se que no transcurso dos fatos ocorridos e de depoimentos tomados que a Acusada no deveria nem ter ficado presa ccomo ainda se encontra. No mnimo deveria ter sido ouvida e colocada em liberdade, deixando para o Judicirio a incumbncia de apreciar a necessidade de dar ou no seguimento ao suposto ilcito cometido pela Acusada.

Por tudo isso, vem a Requerente pedir a esse Juizo a apreciao e deliberao no que tange a sua LIBERDADE PROVISRIA, determinando a imediata expedio de ALVAR DE SOLTURA, para que possa retomar sua vida cotidiana, especialmente para cuidar de seu filho que como j foi dito, encontra-se sob cuidados de vizinhos.

DO ACUSADO: VITOR PEREIRA ALVES, Sobre esse, pesam uma srie de depoimentos acusatrios e contraditrios, at porque o depoimento dos Policiais Militares, foram feitos com base no que disseram s Testemunhas, que por sua vez, contaram detalhes dos supostos fatos ocorridos de acordo com o que era conveniente imputar mais gravidade nos fatos ocorridos, contudo, no disseram que quase ceifaram a vida do acusado, no mencionaram tambm que o acusado estava todo machucado, inclusive com um corte na testa proximo ao coro cabeludo, tudo fruto das agresses; s dizem que imobilizaram o acusado, mas no mencionam que meios usaram antes de imobiliz-lo, por conseguinte tipificando o acusado no art. 157, 2, Inciso II, do Cdigo Penal Brasileiro, consoante nota de culpa em anexo. O Celular no foi roubado como afirmam, do contrrio no estaria nas mos da suposta vtima. importante diferenciar tentativa de roubo, com roubo consumado. Outro aspecto a que se destacar, porque no foi feito o exame de corpo de delito da vtima e do acusado?

H que se levar em conta que tanto a suposta vtima, testemunhas e policiais, nenhum deles disseram ter encontrado com o acusado qualquer tipo de arma que pudesse vir a intimidar ou ceifar a vida da suposta vtima ou de qualquer pessoa envolvida nos supostos fatos, diferentemente daqueles que se serviram do momento para espancar sem d o acusado. Diante de tantas controvrsias no depoimento da suposta vitima, no justo deixar o acusado Vitor preso como se bandido fosse, j que nos prprios depoimentos em nenhum deles coloca o acusado Vitor como assaltante, pessoa capaz de colocar em perigo toda uma sociedade. Portanto, mant-lo em crcere privado como bandido, alm de imoral, ilegal, e at inconstitucional, no mbito prtico dos fatos o melhor ser livr-lo para responder por seus atos em liberdade, afim de que possa dar seqncia normal em sua vida diria, tanto no trabalho quanto no sustento familiar, alm de poder provar a sua inocncia.

Por outro lado, como pode ser tipificado contra o acusado Vitor, o crime previsto no art 157, 2, Inciso II, se no houve roubo por parte do mesmo, e sim em tese uma tentativa, at porque em momento algum houve violncia ou ameaa com emprego de arma. se no houve concurso de duas ou mais pessoas pois no se colocou disposio de ningum para tal delito se que realmente houve, pois o suposto aparelho celular como afirma o prprio policial que ao chegar no local, a vitima j estava de posse do celular e o acusado imobilizado. A verdade que no houve concurso de duas ou mais pessoas como foi afirmado no inqurito tanto que o suposto aparelho celular, como afirma o prprio policial que ao chegar no local, a vitima j estava de posse do mesmo e o acusado imobilizado.

Ademais, o Requerente prova com farta documentao anexa, ser pessoa idnea, responsvel, trabalhadora; tem residncia fixa, trabalha de servente de pedreiro, portanto, responder pelas acusaes que esto sendo lhe imputadas em liberdade, no trar nenhum mal s partes, muito menos perigo sociedade.

DO MRITO E DO DIREITO.

De conformidade com a sbia lio do renomado NILO BATISTA, em seu livro DECISES CRIMINAIS COMENTADAS, 2 Ed. Edit. Lber Jris, pgs. 174/179, a serem transcritas, estando o requerente em condies de responder o processo-crime em liberdade:

A liberdade provisria prevista no Art. 310 e seu nico, desde que satisfeitos os pressupostos da Lei 6.416, de 24.05.77, sendo um direito do ru ou indiciado, no um simples benefcio. No importa que o texto do artigo uma o verbo poder? Desde que a Lei estabelece pressupostos para a medida, seu atendimento depende da satisfao desses requisitos.

Assim demonstra o professor Julio Fabbrini Mirabete, em

sua obra, Processo Penal, 16 edio, Atlas, So Paulo, 2004, pag.439:

Trata- se, porm, de um direito subjetivo processual do acusado que, despojado de sua liberdade pelo flagrante, a readquire desde que no ocorra nenhuma das hipteses autorizadoras da priso preventiva. No pode o juiz, reconhecendo que no h elementos que autorizam a decretao da priso preventiva, deixar de conceder a liberdade provisria. Alm disso, embora a lei diga que a liberdade concedida quando o juiz verificar a inocorrncia

de qualquer das hipteses que autorizam a priso preventiva, deve-se entender que quer dizer que deve conced-la quando no verificar a ocorrncia de uma dessas hipteses, pois caso contrrio estaria exigindo a evidncia de um fato negativo, o que no se coaduna com o sistema probatrio do processo penal.Tal entendimento, aps compreensvel hesitao, comeou a predominar na Jurisprudncia, como tm-se decidido, pelos Tribunais de Justia.

EMENTA: O Juzo somente poder conceder ao acusado liberdade provisria, mediante ou independentemente de prestao de fiana, quando verificar, pelo auto de flagrante e dos prprios autos de ao penal a inocorrncia, de qualquer hiptese que autorizem a priso preventiva. ( TJ.DF.HC. 3668, Rel. Des. Elmano Farias).

Adiciona-se a favor dos rus a previso do art. 310, pargrafo nico que prescreve: Art 310. (...) Pargrafo nico. Igual procedimento ser adotado quando o juiz verificar pelo auto de priso em flagrante, a inocorrncia de qualquer das hipteses que autorizam a priso preventiva (arts.311 e 312).

Portanto, solto, aquele que foi preso em flagrante delito, quando no esto presentes os fundamentos que autorizam a priso preventiva.

No caso em apreo, no esto presentes tais requisitos, seno vejamos:

Os acusados no causam perigo a ordem pblica, nem a ordem econmica, no se furtar da aplicao da lei penal, bem como de qualquer forma no criar bice para a instruo criminal, ressaltando-se que no h indcio suficiente de autoria no presente caso.

No outro o entendimento dos nossos Tribunais Superiores, seno vejamos:

Processo HC 64148 / SP HABEAS CORPUS2006/0171867-5 Relator(a) Ministro GILSON DIPP (1111) rgo Julgador T5- QUINTA TURMA Data do Julgamento 05/12/2006 Data da Publicao/Fonte DJ 05.02.2007 p. 296

Ementa CRIMINAL. HC. ROUBO QUALIFICADO. PRISO EM FLAGRANTE. INDEFERIMENTODE LIBERDADE PROVISRIA. GARANTIA DA ORDEM PBLICA. GRAVIDADE DO DELITO. PERICULOSIDADE DO AGENTE. FUNDAMENTAO INIDNEA. NECESSIDADE DA CUSTDIA NO DEMONSTRADA. CONDIES PESSOAIS FAVORVEIS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA.Ordem concedida, nos termos do voto do Relator.

Acrdo

Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justia. "A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator."Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator.

HABEAS CORPUS N 75.002-SP(2007/0011457-1)

RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP IMPETRANTE :ALEXANDRE DE MOURA SILVA IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO PACIENTE :CARLOS ALBERTO DA SILVA EMENTA CRIMINAL. HC. ROUBO QUALIFICADO. PRISO

PREVENTIVA. GRAVIDADE DO DELITO E PERICULOSIDADE DO AGENTE. NECESSIDADE DE RESGUARDAR A ORDEM PBLICA. FUNDAMENTAO INIDNEA. NECESSIDADE DE GARANTIR A INSTRUO CRIMINAL E A FUTURA APLICAO DA LEI PENAL.

CONCLUSES VAGAS E ABSTRATAS. IMPOSSIBILIDADE DE EMBASAR O DECRETO DE PRISO. . CONDIES PESSOAIS FAVORVEIS. ORDEM CONCEDIDA.

DO PEDIDO.

Assim, estando mais que presentes os requisitos exigidos para a concesso da LIBERDADE PROVISRIA SEM PAGAMENTO DE FIANA, amparado pelo art. 310 do Cdigo de Processo Penal, a libertao dos Acusados/Requerente no colocar em risco a ordem pblica e nem mesmo prejudicar a convenincia da instruo criminal ; Assim, requer por meio de expedio do competente Alvar de Soltura, para que possam defender-se de eventual processo em liberdade, medida de inteira JUSTIA. DA PRIMARIEDADE DOS DENUNCIADOS.

principio Constitucional de que at a sentena final, os Rus sejam considerados inocentes, no podendo haver qualquer argumentao de que sejam culpados em apenas existindo processo em tramitao, como no caso em apreo. E corroborando com isso, tem residncia fixa, famlia constituda e trabalho definido. Os documentos acostados, CERTIFICAM a inexistncia de qualquer outro processo contra os acusados.

DIANTE DO EXPOSTO,

REQUER a Vossa Excelncia, o recebimento, processamento e deferimento do presente pedido, para tanto, considerando os fatos alegados totalmente controvertidos, por conseguinte determinar IMPROCEDENTE A PERMANNCIA DOS ACUSADOS PRESOS , com a conseqente concesso da LIBERDADE PROVISRIA dos acusados, por ser de inteira JUSTIA.

REQUER tambm a apreciao do respeitvel Ministrio Pblico.

Meritssimo Doutor Juz julgador, como j foi frisado, os Requerentes esto a pleitear a sua liberdade, para soltos, defender-se das imaginrias acusaes que lhe pesam e proteger sua famlia. Ademais, o mesmo aguardado em seu local de trabalho, pois ao saber dos acontecimentos e sua situao de preso, foram todos compreensivos.

Outro aspecto a ser considerado por Vossa Excelencia, se apreciado o pedido favorvel, devolvendo aos requerentes suas liberdades, para que suas vidas retornem ao curso normal que: NO HAVER NENHUM PREJUZO PARA A INSTAURAO CRIMINAL , visto que, os mesmos residem a muito tempo no mesmo endereo com seus familiares, alm de no possuir qualquer antecedente criminal que possa coloc-los sob suspeita. REQUER, se digne conceder a LIBERDADE PROVISRIA, com fulcro nos Artigos 310, 312, 321, 359, 408, 2 e 594, todos do CPP., comprometendo-se os mesmos, a comparecerem a todos os trmites legais e de estilo do presente processo, seja ordenado expedir o competente ALVAR DE SOLTURA, para que em liberdade possa defender-se das imaginrias acusaes que lhe imputam.

NESTES TERMOS,

PADE DEFERIMENTO.

Goinia, 26 de Maio de 2015.

P.P. MARCO ANTNIO ASSUNO

OAB/GO. 18.176

Acompanha documentao.

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