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Modelos de regress˜ ao para dados correlacionados Cibele Russo [email protected] ICMC USP Mini-curso oferecido no Workshop on Probabilistic and Statistical Methods 28 a 30 de janeiro de 2013 Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 1 / 58

Modelos de regress~ao para dados correlacionados · Modelo com efeitos mistos Modelo linear com efeitos mistos (forma geral, p covari aveis, q efeitos aleat orios)Y i = X i + Z ib

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  • Modelos de regressão para

    dados correlacionados

    Cibele [email protected]

    ICMC USP

    Mini-curso oferecido no

    Workshop on Probabilistic and Statistical Methods

    28 a 30 de janeiro de 2013

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 1 / 58

  • Conteúdo da aula

    Modelo linear com efeitos mistos

    Modelo marginal × modelo hierárquico

    Aplicações

    Referências:

    Pinheiro and Bates (2009) ‘Mixed-effects Models in S and S-PLUS’, Springer.

    Searle, S. R., Casella, G. McCulloch, C. E. (2006), Variance Components. Wiley Series in

    Probability and Statistics.

    Verbeke G. and Molenberghs G. (2000) ‘Linear mixed models for longitudinal data,’

    Springer Series in Statistics, Springer-Verlag, New-York.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 2 / 58

  • Medidas repetidas e dados longitudinais

    Medidas repetidas (repeated measurements) são obtidas

    quando uma resposta é observada repetidamente em

    um conjunto de unidades experimentais

    Unidades experimentais: Sujeitos, pacientes, participantes

    Animais, plantas

    Grupos (clusters): faḿılias, cidades, filiais de uma companhia

    Dados longitudinais são um caso especial de medidas repetidas

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 3 / 58

  • Medidas repetidas e dados longitudinais

    Quando as medidas são repetidas no mesmo indiv́ıduo

    (ou em uma mesma unidade experimental),

    as caracteŕısticas individuais induzem uma correlação nos dados

    observados naquele indiv́ıduo.

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  • Modelos para dados correlacionados

    2 4 6 8 10

    1.8

    1.9

    2.0

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    Tempo

    2 4 6 8 10

    1.8

    1.9

    2.0

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    Tempo

    Res

    post

    a lo

    ngitu

    dina

    lIndivíduo 1Indivíduo 2

    Medidas longitudinais

    (adaptado de Rizopoulos, D. ‘An Introduction to Joint Models for Longitudinal & Survival Data,

    with Applications in R’, short course 27th IWSM, Prague.)Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 5 / 58

  • Modelos para dados correlacionados

    Como os indiv́ıduos são amostrados aleatoriamente de uma população,

    pode-se supor que coeficientes de regressão sujeito-espećıficos também

    amostrados de uma população de coeficientes de regressão:

    βi ∼ N(β,D), 1, . . . , n.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 6 / 58

  • Modelos para dados correlacionados

    Podeŕıamos então ajustar um modelo diferente

    para as medidas de cada indiv́ıduo?

    Sim, mas existe o interesse em estimar o comportamento geral

    da população, e ao mesmo tempo identificar um padrão espećıfico

    de cada indiv́ıduo.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 7 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Um modelo com efeitos mistos para Yij , a j-ésima resposta observada para

    o i-ésimo indiv́ıduo, utilizando o valor da covariável x , xij , é dado por

    Yij = (β0 + bi0) + (β1 + bi1)xij + �i , i = 1, . . . , n; j = 1, . . . ,mi

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 8 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Yij = (β0 + bi0) + (β1 + bi1)xij + �i , i = 1, . . . , n; j = 1, . . . ,mi

    Efeitos fixos

    β0 é o efeito fixo referente ao intercepto da reta

    β1 é o efeito fixo referente ao coeficiente angular da reta

    Efeitos aleatórios

    bi0 é um efeito aleatório adicionado ao intercepto

    bi1 é um efeito aleatório adicionado ao coeficiente angular

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 9 / 58

  • Modelos com efeitos mistos

    Qual o resultado da inclusão dos efeitos aleatórios

    no intercepto e no coeficiente angular?

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  • Interpretação dos efeitos adicionados ao modelo

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    8 9 10 11 12 13 14

    2025

    30

    Intercepto aleatório

    age

    dist

    ance

    Exemplo de retas resultantes da inclusão de intercepto aleatório

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  • Interpretação dos efeitos adicionados ao modelo

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    2025

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    Coeficiente angular aleatório

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    dist

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    Exemplo de retas resultantes da inclusão de coeficiente angular aleatório

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  • Interpretação dos efeitos adicionados ao modelo

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    Intercepto e coeficiente angular aleatório

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    dist

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    Exemplo de retas resultantes da inclusão de intercepto e coeficiente

    angular aleatórioCibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 13 / 58

  • Interpretação dos efeitos adicionados ao modelo

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    Intercepto aleatório

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    Intercepto e coeficiente angular aleatório

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    Retas resultantes da inclusão dos efeitos aleatórios

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  • Modelo com efeitos mistos

    Reescrevendo o modelo

    Yij = (β0 + bi0) + (β1 + bi1)xij + �ij , i = 1, . . . , n; j = 1, . . . ,mi

    temos

    Yij = (β0 + β1xij) + (bi0 + bi1xij) + �ij , i = 1, . . . , n; j = 1, . . . ,mi

    em que mi observações pertencem ao indiv́ıduo i . Matricialmente,

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n;

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 15 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    com Yi =

    Y1...

    Yn

    Xi = Zi =

    1 xi1

    1 xi2...

    ...

    1 xin

    ,

    β =

    [β0

    β1

    ], �i =

    �i1...

    �in

    , bi =[

    bi0

    bi1

    ].

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  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Yi(mi×1): vetor de respostas do indiv́ıduo i (aleatório)

    Xi(mi×2): matriz do modelo referente aos efeitos fixos do indiv́ıduo i

    (fixa e conhecida)

    β(2×1): vetor de parâmetros (efeitos fixos)

    Zi(mi×2): matriz do modelo referente aos efeitos aleatórios para o

    indiv́ıduo i (fixa e conhecida)

    bi(2×1): vetor de efeitos aleatórios para o indiv́ıduo i (aleatório)

    �i(mi×1): vetor de erros aleatórios para o indiv́ıduo i (aleatório)

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 17 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Suposições comuns:

    biind∼ N2(0,D)

    �iind∼ Nmi (0, σ2I )

    bi independente de �i .

    Parâmetros a serem estimados: β, σ2, elementos da matriz D.

    Em alguns trabalhos considera-se D diagonal.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 18 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (forma geral, p covariáveis, q efeitos aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Yi(mi×1): vetor de respostas do indiv́ıduo i (aleatório)

    Xi(mi×(p+1)): matriz do modelo referente aos efeitos fixos do indiv́ıduo i (fixa

    e conhecida)

    β((p+1)×1): vetor de parâmetros (efeitos fixos)

    Zi(mi×q): matriz do modelo referente aos efeitos aleatórios para o indiv́ıduo i

    (fixa e conhecida)

    bi(q×1): vetor de efeitos aleatórios para o indiv́ıduo i (aleatório)

    �i(mi×1): vetor de erros aleatórios para o indiv́ıduo i (aleatório)

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 19 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (forma geral, p covariáveis, q efeitos aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Suposições comuns:

    bi ∼ Nq(0,D)

    �i ∼ Nmi (0, σ2I )

    Parâmetros a serem estimados: β, σ2, elementos da matriz D.

    Em alguns trabalhos considera-se D diagonal.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 20 / 58

  • Modelo com efeitos mistos - Interpretação

    Efeitos fixos

    β’s têm as mesmas propriedades encontradas nos modelos com efeitos

    fixos

    Efeitos aleatórios

    bij ’s são interpretados como o parâmetro i do j-ésimo sujeito se

    desvia do parâmetro populacional.

    Caracteŕısticas interessantes

    β’s descreve comportamentos populacionais

    (β + bi )’s descreve comportamentos individuais

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 21 / 58

  • Modelo com efeitos mistos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (forma geral, p covariáveis, q efeitos aleatórios)

    Yi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Estimação dos parâmetros

    Existem várias formas de estimar os parâmetros, as mais utilizadas são

    Formulação de dois estágios

    Enfoque marginal no modelo linear geral misto

    Enfoque hierárquico no modelo linear geral misto

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 22 / 58

  • Modelos lineares com efeitos mistos

    Formulação de dois estágios

    Estágio 1: Um modelo de regressão linear é ajustado para cada indiv́ıduo

    separadamente. Esses modelos descrevem a variabilidade intraindiv́ıduos

    Yi = Xiβi + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    Estágio 2: Um modelo de regressão multivariado é ajustado utilizando as

    estimativas βi obtidas no Estágio 1 como covariáveis.

    βi = Kiβ + bi

    (Verbeke G. and Molenberghs G. (2000) ‘Linear mixed models for longitudinal data,’ Springer

    Series in Statistics, Springer-Verlag, New-York.)

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 23 / 58

  • Modelos lineares com efeitos mistos

    Formulação de dois estágios{Yi = Xiβi + Zibi + �i

    βi = Kiβ + bi , i = 1, . . . , n

    com �i ∼ N(0, σ2I) e bi ∼ N(0,D).

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 24 / 58

  • Modelo linear geral com efeitos mistos

    Formulação geral e suposiçõesYi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    bi ∼ Nq(0,D)�i ∼ Nmi (0, σ2I )b1, . . . ,bn, �1, . . . , �n são independentes

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 25 / 58

  • Modelo linear geral com efeitos mistos

    O modelo linear geral com efeitos mistos com as suposições usuais pode

    ser reescrito como

    Yibi�i

    ∼ Nmi+q+mi Xiβ0

    0

    , ZiDZ

    ′i + σ

    2I ZiD σ2I

    DZ ′i D 0

    σ2I 0 σ2I

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 26 / 58

  • Modelo hierárquico

    Outro enfoque seria o Modelo hierárquico usual

    {Yi |bi ∼ N(Xiβ + Zibi , σ2I ), i = 1, . . . , nbi ∼ N(0,D)

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 27 / 58

  • Modelo hierárquico

    Uma possibilidade para estimação: Enfoque BayesianoYi |β,bi ∼ N(Xiβ + Zibi , σ2I )bi ∼ N(0,D)β ∼ N(β0,B)

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 28 / 58

  • Modelo hierárquico

    Para estimar β, usamos a distribuição a posteriori de β|y,B,D, σ2, quepode ser obtida de

    fβ(β|y) =

    ∫f (y|β, b)fβ(β)fb(b)db∫ ∫f (y|β, b)fβ(β)fb(b)dbdβ

    .

    Para isso, usa-se o fato de que

    E (β|yi ,B,D, σ2) = (XiV−1i Xi )−1X ′i V

    −1i y

    com Vi = ZiDZ′i + σ

    2I .

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 29 / 58

  • Modelo marginal

    Por propriedades da distribuição normal, partindo do modelo em sua

    formulação geral podemos obter a distribuição marginal de Yi

    Formulação geralYi = Xiβ + Zibi + �i , i = 1, . . . , n

    bi ∼ Nq(0,D)�i ∼ Nmi (0, σ2I )b1, . . . ,bn, �1, . . . , �n são independentes

    Esse modelo pode ser reescrito como um modelo marginal

    Yi ∼ N(Xiβ,ZiDZ ′i + σ2I )

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 30 / 58

  • Modelo marginal

    Yi ∼ N(Xiβ,ZiDZ ′i + σ2I )

    Podemos então estimar os parâmetros β pelo método da máxima

    verossimilhança, utilizando a função de verossimilhança de θ = (β, τ )′

    com τ o vetor de elementos de Vi = ZiDZ′i + σ

    2I .

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 31 / 58

  • Modelo marginal

    A função de verossimilhança é dada por

    L(θ) =n∏

    i=1

    {(2π)−ni/2|Vi (τ )|−1/2 exp

    {−1

    2(yi − Xβ)′V−1i (τ )(yi − Xβ)

    }}

    Se τ é conhecido,

    β̂ = (n∑i

    XiV−1i (τ )Xi )

    −1n∑n

    XiV−1i (τ )yi .

    Se τ não é conhecido, pode-se considerar um processo iterativo.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 32 / 58

  • Modelo marginal

    Se τ é conhecido,

    β̂ ∼ N(β,n∑

    i=1

    XiV−1i Xi )

    Na prática, substitui-se τ por um estimador com boas propriedades e

    obtém-se inferências aproximadas.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 33 / 58

  • Propriedades

    Vários modelos hierárquicos diferentes podem levar ao mesmo modelo

    marginal,

    Um modelo marginal bem ajustado pode não ser uma evidência de

    um bom modelo hierárquico,

    Um tratamento satisfatório do modelo hierárquico só é posśıvel em

    um contexto Bayesiano,

    Componentes de variância negativos (de D) podem ser obtidos sob o

    enfoque marginal, o que não acontece no modelo hierárquico.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 34 / 58

  • Predição dos efeitos aleatórios

    Método de Bayes emṕırico

    Distribuição a posteriori de bi |yi :

    bi |yi ∼ N(DZ ′iV−1i (yi − Xiβ),Λi )

    com Λi uma matriz positiva definida.

    Podemos então utilizar a média a posteriori de bi |yi como preditor de bi

    b̂i = DZ′iV−1i (yi − Xiβ).

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 35 / 58

  • Valores preditos para a variável resposta

    Podemos obter um preditor para Yi fazendo

    Ŷi = Xi β̂ + Zi b̂i

    = Xi β̂ + ZiD̂ZTi V̂−1i (yi − Xi β̂)

    = (Imi − ZiD̂ZTi V̂−1i )Xi β̂ + ZiD̂Z

    Ti V̂−1i yi

    = σ̂2V̂−1i Xi β̂ + (Imi − σ̂2V̂−1i )yi ,

    que pode ser interpretado como uma média ponderada entre o perfil

    populacional Xi β̂ e os dados observados yi , com pesos σ̂2V̂−1i e

    (Imi − σ̂2V̂−1i ), respectivamente.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 36 / 58

  • Modelos com efeitos mistos em R

    Pacote nlme

    Possibilita o ajuste de modelos lineares e não lineares com efeitos

    mistos

    Várias possibilidades de estruturas de variância e covariância

    Pacote lme4

    Possibilita o ajuste de modelos lineares, não lineares e lineares

    generalizados com efeitos mistos

    Utiliza apenas efeitos aleatórios

    Permite outras estruturas para os efeitos aleatórios

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 37 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto aleatório){Yi = Xiβ + Zibi + �

    bi ∼ N(0,D), �i ∼ N(0, σ2I )

    Nesse caso,

    Xi =

    1 8

    1 10

    1 12

    1 14

    para i = 1, . . . 11, Zi =

    1

    1

    1

    1

    .

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 38 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto aleatório)

    Comandos em R:

    > library(nlme)

    > attach(Orthodont)

    > fit.IA ranef(fit.IA)

    > coef(fit.IA)

    > plot(fit.IA)

    > plot(augPred(fit.IA),aspect=”xy”,grid=T)

    > qqnorm(fit.IA,~ resid(.) |Sex)

    Certifique-se que os comandos foram passados corretamente para o R.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 39 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto aleatório)

    Fitted values (mm)

    Sta

    ndar

    dize

    d re

    sidu

    als

    −4

    −2

    0

    2

    4

    20 25 30

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●●

    ●●

    ●●●

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    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 40 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto aleatório)

    Age (yr)

    Dis

    tanc

    e fr

    om p

    ituita

    ry to

    pte

    rygo

    max

    illar

    y fis

    sure

    (m

    m)

    20

    25

    30

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●●

    M16

    ●●

    M05

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    M02

    ● ● ●●

    M11

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●

    ●●

    M07

    ●●

    M08

    ● ●●

    M03

    ●● ●

    M12

    ●●

    M13

    ● ● ●

    M14

    M09

    20

    25

    30

    ●●

    M15

    20

    25

    30

    ●●

    ●●

    M06

    ●●

    ● ●

    M04

    ●●

    ●●

    M01

    ● ●

    ● ●

    M10

    ● ● ●

    F10

    ●●

    ● ●

    F09

    ●● ●

    F06

    ●●

    ●●

    F01

    ●● ●

    F05

    ●● ●

    F07

    ● ●

    ●●

    F02

    20

    25

    30

    ● ● ●●

    F08

    20

    25

    30

    ● ●●

    F03

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    F04

    ● ●

    ● ●

    F11

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 41 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto aleatório)

    Residuals (mm)

    Qua

    ntile

    s of

    sta

    ndar

    d no

    rmal

    −2

    −1

    0

    1

    2

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    Male

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    Female

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 42 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, coeficiente angular aleatório){Yi = Xiβ + Zibi + �

    bi ∼ N(0,D), �i ∼ N(0, σ2I )

    Nesse caso,

    Xi =

    1 8

    1 10

    1 12

    1 14

    para i = 1, . . . 11, Zi =

    8

    10

    12

    14

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 43 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, coeficiente angular aleatório)

    Comandos em R:

    > library(nlme)

    > attach(Orthodont)> fit.CA ranef(fit.CA)

    > coef(fit.CA)

    > plot(fit.CA)

    > plot(augPred(fit.CA),aspect=”xy”,grid=T)

    > qqnorm(fit.CA,~ resid(.) |Sex)

    Certifique-se que os comandos foram passados corretamente para o R.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 44 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, coeficiente angular aleatório)

    Fitted values (mm)

    Sta

    ndar

    dize

    d re

    sidu

    als

    −4

    −2

    0

    2

    20 25 30

    ● ●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ● ●

    ●●

    ●●

    ● ●

    ● ●

    ●●

    ●●

    ●●

    ● ●

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 45 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, coeficiente angular aleatório)

    Age (yr)

    Dis

    tanc

    e fr

    om p

    ituita

    ry to

    pte

    rygo

    max

    illar

    y fis

    sure

    (m

    m)

    20

    25

    30

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●●

    M16

    ●●

    M05

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    M02

    ● ● ●●

    M11

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●

    ●●

    M07

    ●●

    M08

    ● ●●

    M03

    ●● ●

    M12

    ●●

    M13

    ● ● ●

    M14

    M09

    20

    25

    30

    ●●

    M15

    20

    25

    30

    ●●

    ●●

    M06

    ●●

    ● ●

    M04

    ●●

    ●●

    M01

    ● ●

    ● ●

    M10

    ● ● ●

    F10

    ●●

    ● ●

    F09

    ●● ●

    F06

    ●●

    ●●

    F01

    ●● ●

    F05

    ●● ●

    F07

    ● ●

    ●●

    F02

    20

    25

    30

    ● ● ●●

    F08

    20

    25

    30

    ● ●●

    F03

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    F04

    ● ●

    ● ●

    F11

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 46 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, coeficiente angular aleatório)

    Residuals (mm)

    Qua

    ntile

    s of

    sta

    ndar

    d no

    rmal

    −2

    −1

    0

    1

    2

    −6 −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    Male

    −6 −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●

    Female

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 47 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatórios){Yi = Xiβ + Zibi + �

    bi ∼ N(0,D), �i ∼ N(0, σ2I )

    Nesse caso,

    Xi =

    1 8

    1 10

    1 12

    1 14

    para i = 1, . . . 11, Zi =

    1 8

    1 10

    1 12

    1 14

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 48 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatórios)

    Comandos em R:

    > library(nlme)

    > attach(Orthodont)> fit.doisefeitos summary(fit.doisefeitos)

    > ranef(fit.doisefeitos)

    > coef(fit.doisefeitos)

    > plot(fit.doisefeitos)

    > plot(augPred(fit.doisefeitos),aspect=”xy”,grid=T)

    > qqnorm(fit.doisefeitos,~ resid(.)|Sex)

    Certifique-se que os comandos foram passados corretamente para o R.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 49 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatório)

    Fitted values (mm)

    Sta

    ndar

    dize

    d re

    sidu

    als

    −2

    0

    2

    4

    20 25 30

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ● ● ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ● ●

    ●●

    ●●

    ● ●

    ● ●

    ●●

    ●●

    ●●

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 50 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatório)

    Age (yr)

    Dis

    tanc

    e fr

    om p

    ituita

    ry to

    pte

    rygo

    max

    illar

    y fis

    sure

    (m

    m)

    20

    25

    30

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●●

    M16

    ●●

    M05

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    M02

    ● ● ●●

    M11

    8 9 10 11 12 13 14

    ● ●

    ●●

    M07

    ●●

    M08

    ● ●●

    M03

    ●● ●

    M12

    ●●

    M13

    ● ● ●

    M14

    M09

    20

    25

    30

    ●●

    M15

    20

    25

    30

    ●●

    ●●

    M06

    ●●

    ● ●

    M04

    ●●

    ●●

    M01

    ● ●

    ● ●

    M10

    ● ● ●

    F10

    ●●

    ● ●

    F09

    ●● ●

    F06

    ●●

    ●●

    F01

    ●● ●

    F05

    ●● ●

    F07

    ● ●

    ●●

    F02

    20

    25

    30

    ● ● ●●

    F08

    20

    25

    30

    ● ●●

    F03

    8 9 10 11 12 13 14

    ●● ●

    F04

    ● ●

    ● ●

    F11

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 51 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatório)

    Residuals (mm)

    Qua

    ntile

    s of

    sta

    ndar

    d no

    rmal

    −2

    −1

    0

    1

    2

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●●

    ●●

    Male

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    Female

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 52 / 58

  • Exemplo: Dados ortodônticos

    Modelo linear com efeitos mistos

    (1 covariável, intercepto e coeficiente angular aleatório)

    Residuals (mm)

    Qua

    ntile

    s of

    sta

    ndar

    d no

    rmal

    −2

    −1

    0

    1

    2

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●●

    ●●

    Male

    −4 −2 0 2 4

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    ●●

    Female

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 53 / 58

  • Exemplo: Dados de produtividade industrial

    Consideramos um modelo

    Yijk = βj + bi + �ijk, i = 1, . . . , 6; j = 1, 2, 3; k = 1, 2, 3,

    com

    bi ∼ N(0, σ2b), �ijk ∼ N(0, σ2).

    Existe um efeito fixo para cada tipo de máquina e um efeito aleatório para

    cada trabalhador.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 54 / 58

  • Exemplo: Dados de produtividade industrial

    Comandos em R:

    > library(nlme)

    > attach(Machines)

    > fit.Machine1 fit.Machine1

    > summary(fit.Machine1)

    Certifique-se que os comandos foram passados corretamente para o R.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 55 / 58

  • Exerćıcio: Dados de produtividade industrial

    Outro posśıvel modelo seria

    Yijk = βj + bi + bij + �ijk , i = 1, . . . , 6; j = 1, 2, 3; k = 1, 2, 3,

    com

    bi ∼ N(0, σ21), bij ∼ N(0, σ22), �ijk ∼ N(0, σ2).

    Esse modelo tem efeitos aleatórios em dois ńıveis: os efeitos bi para o

    trabalhador e bij para o tipo de máquina dentro de cada trabalhador.

    Devemos ler isso como “trabalhador” e “máquina dentro de trabalhador”.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 56 / 58

  • Exerćıcio: Dados de produtividade industrial

    Comandos em R:

    Podemos simplesmente atualizar o modelo anterior com a função update

    > fit.Machine2 fit.Machine2

    > summary(fit.Machine2)

    Certifique-se que os comandos foram passados corretamente para o R.

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 57 / 58

  • Pergunta:

    Qual é o melhor modelo?

    Cibele Russo (ICMC USP) Modelos para dados correlacionados 58 / 58