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EUGÊNIO ZNOSKO BOROVSKY MODERNA TÉCNICA D E A B E R T U R A NO XADREZ

Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

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EUGÊNIO ZNOSKO BOROVSKY

M O D E R N A T É C N I C A D E A B E R T U R A N O

X A D R E Z

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M O D E R N A T É C N I C A DE A B E R T U R A N O

X A D R E Z

EUGÊNIO ZNOSKO BOROVSKY

O xadrex é uma luta onde se misturam o cálculo inteligente do hábil estrategista e a astúcia sutil do sagaz tático. A estratégia é a profunda concepção do plano de combate, o exame minucioso de seus dçtalhes técnicos e a condu­ção harmônica e precisa das forças sobre o campo de batalha. O to­que tático da luta é, em troca, a manobra ocasional, seja para ga­nhar tempo, melhorar a posição, estorvar o jogo do inimigo, etc; é também a cilada insidiosa que raras vezes pertence ao plano de ataque, pois se aparta" geralmente

do mesmo para construir uma tra­ma, que às vezes pode ser mortal para o inimigo ou, em muitos ca­sos, frutificará numa vantagem, material ou posicionai, suficiente para dominar o adversário. Nesta fase do xadrez existem

detalhes que assinalam o momento propício para armar uma cilada e para isso o aficcionado deve co­nhecer as regras fundamentais em que se baseiam as combinações com que quase sempre culminam as ciladas. Estas regras são apre­sentadas ao estudioso nestas pági­nas, de maneira clara e simples.

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A cilada atrativa, chamada de WUrzburger, na abertura Vienen-se, joga-se normalmente assim.

ABERTURA VIENENSE

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BR; 3. P4B. P4D; 4. PBXP, CXP; 5. P3D, D5T+; 6. P3C, CXPC; 7. C3B, D4T; 8. CXT, (se 8 R1D; 9. C4B, D5C, a dama é ganha de surpresa por 10. B3T); 9. CXPB+, R1D; 10. CXT, B5CR; 11. B2C, e o cavalo de 1TR está perdido.

Um caso semelhante na

ABERTURA RUY LOPEZ

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P4BR; 4. BXC, PDXB; 5. CXP, D5D; 6. D5T+?, P3C; 7. CXPC, C3B; 8. D4T, C5C; 9. CXT?, DXPR+ ganhando pois o cheque C6R, causa a perda da da­ma.

Na mesma abertura, uma va­riante do gambito Siesta mostra-nos a dama, depois de um cheque azarado em 5TR, salvando-se por um cheque perpétuo, graças à complacência do adversário:

RUY LOPEZ

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. BSC, P3TD; 4. B4T, P3D; 5. P3B, P4B; 6. P4D, PBXP; 7. CXP, PxC; 8. D5T+, R2R; 9. B5C+, C3B; 10. BXCD, PXB; 11. PXP, D4D; 12. B4T, R3R, (R2D pode ameaçar ga­nhar); 13. BXC, PXB; 14. D8R+, R4B; 16. DST+, R3R; 17. D8R+, etc.

Posição depois de 12. B4T

Faremos notar um curioso reen­contro; o mesmo cheque perpétuo repete-se com as cores invertidas, na seguinte partida:

ABERTURA VIENENSE

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BR; 3. P4B, P4D; 4. P3D, B5C; 5. PBXP, CXP; 6. PXC, D5T+; 7. R2R, BXC; 8. PXB, B5C+; 9. C3B, PXP; 10. D4D, B4T; 11. R3R (também aqui 11, R2D, seria melhor) BXC; 12. PXB, D8R+; 13. R4B, D5T+.

A causa de todos estes fracas­sos reside no cheque DST, que constitui uma flagrante violação da regra que prescreve que a da­ma não deve sair na abertura, má-xime para um simples ganho de material, cuja vantagem só se po­de obter a custa de uma perda de tempo perigosa. Atacar a da­ma inimiga, desenvolvendo todas as pecas, é a manobra indicada para ganhar tempo.

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A DAMA CONVIDADA A SAIR

Pode ser então proveitoso, espe­cialmente contra um jogador dé­bil, provocar um cheque com a dama inimiga. Afirma-se que os principiantes não resistem à ten­tação de dar um cheque, e alguns até esperam que êle lhes possa presentear eventualmente a formo­sa surpresa de resultar em cheque mate. Entretanto, é difícil discer­nir se esta provocação é oportu­na e qual dos dois jogadores será a vitima, de forma que o melhor será ter bem presente o provérbio «na dúvida, abstenha-se».

A saída antecipada da dama é geralmente tão desastrosa que é provocada em várias aberturas, não somente para originar uma bo­nita combinação, mas também pa­ra tirar proveito de sua posição instável. Exemplos:

GÂMBITO STEINITZ

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BD; 3. P4B, PXP; 4. P4D, D5T+; 5. R2B,

GÂMBITO DO BISPO REI

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. B4B, D5T+; 4. R2R.

Em uma variante moderna do Gambito do Rei: 1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. C3BD, D5T+; 4. R2R.

Vejamos algo melhor, ou seja, a provocação é produzida por um sa­crifício com a finalidade de ganhar

tempo. Assim na abertura com vantagem do PBR, o abandono de um segundo pião pelas negras é uma manobra recomendável; 1. P4R, P4BD; 2. D5T+, P3C; 3. DXPB.

Posição depois de 7. DxT

Igualmente na abertura com van­tagem do PBR e duas saídas, veja­mos este exemplo: 1. P4R e 2. P4D, P3D; 3. B3D, C3BD; 4. P5R?, CXPD; 5. D5T-L, P3CR; 6. BXP+ , PXB; 7. DXT, CXPB+; 8. R1D, PXP-f; 9. RXC, B4B+; 10, R3C, D8D+; 11. R3T, P3R+; 12. P4CD, DXB+; 13. R3C, D7B+; 14. R3T, P4TD, ganhando. Que papel inex­pressivo desempenha a dama bran­ca em 8TR! Seu rei é encurra­lado pelas peças inimigas e até o bispo preto de 1BR, sem se de­senvolver, colabora no ataque. É de se notar que as brancas sa­crificaram o Bispo e afastaram sua dama para ganhar a torre, porém não é com o objetivo de re­cuperar o material perdido que as

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pretas efetuaram o cheque do ca­valo em 7BD, senão que para o ataque; isto com o fim de chegar diretamente à decisão, de maneira violenta.

EXPLORANDO A CASA DÉBIL 7BR

Vimos o sacrifício de um cavalo ou de um bispo, em 2BR, a casa mais débil no começo da partida. Temos aqui, para as ciladas, uma segunda idéia como base. Cal­culava-se antigamente que a cap­tura do P2BR, defensor do rei, era tão perigosa para o jogador ata­cado que constituía o fator essen-. ciai de muitas aberturas. O agres­sor não vacilava em sacrificar mes­mo duas peças para eliminar este pião e obter com isso um ataque forte, embora sem nenhum triunfo assegurado. Exemplos:

GÂMBITO MUZIO-LOLLI

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. C3BR, P4CR; 4. B4B, P5C; 5. BXP+, RXB; 6. C5R+, (ou 6. O-O, PXC; 7. DXP, «Duplo Muzio ou Gambito selvagem»). Nesta aber­tura em sua forma moderna, se continua: 5. O-O, P4D; 6. BXP, P3BD; 7. BXPBR-f, RXB; 8. C5R+.

É o cavalo que se sacrifica no Gambito Allgaier:

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. C3BR, P4CR; 4. P4TR, P5C; 5. C5C, P3TR; 6. CXPB. Observa-se

o mesmo quando são intercaladas as jogadas 2. C3BD, no Gambito Hamppe-Allgaier.

Pode-se falar de ciladas nestes casos? Não há nenhum triunfo assegurado, nem tampouco existe uma vantagem apreciável; a corre­ção do sacrifício não está justifi­cada pelo simples fato de que exis­te um ataque. O sacrifício, por outra parte, não é tido em con­sideração e o ataque resultante não surpreende a defesa.

Examine/nos, então, outras cir­cunstâncias que Intervém na ci­lada de sacrifício:

DEFESA DOS CAVALOS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C3B; 4. CSC, P4D; 5. PXP,. CXP?, (a continuação correta é é C4TD); 6. CXPB, RXC; 7. D3B+, R3R; 8. C3BD, etc., e o rei preto no meio do tabuleiro está exposto a todos os perigos.

Posição depois de 5. . . . CXP

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Vejamos o mesmo sacrifício nes­ta abertura, uma jogada mais tar­de, com uma falta adicional da parte das pretas: 1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C3B; 4. P-1D, PXP; 5. CSC, P4D?; 6. PXP, CRXP?; 7 CXPB, RXC; 8. D3B+, R3R; 9. D4R+, etc, ganhando.

A correção desta combinação que parece tão simples e eficaz pode ser unicamente demonstrada por uma análise minuciosa. No exemplo seguinte, não é de todo evidente que o sacrifício seja ga­nhador:

ABERTURA RUY LOPEZ

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. B4T, C3B; 5. O-O, P4CD; 6. B3C, P3B; 7. C5C, P4D; 8. PXP, CXP (melhor é C5D); 9. CXPB, RXC; 10. D3B+, R3R; 11. C3B, CD2R; e as pretas estão me­lhor preparadas para se defende­rem, pois poderão jogar sem de­mora, B2C e P5C. Em sua par­tida contra Keres (Margate, 1937), onde se jogou' 5C3BD no lugar do roque, Sir George Thomas evitou todas essas complicações conti­nuando com 8 CDXP, ganhando um pião, mas ficando em posição

inferior depois da resposta 8 C5D.

Outro exemplo da mesma cilada oferece o

ATAQUE MOLLER

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, B4B; 4. P3BD, C3BR; 5. P4D, PXP; 6. PXP, B5C+; 7. C3B,

CXP; 8. O-O, CXC; 9. PxC, B2R, (se BXP, veja-se o exemplo n.° 44 do Capítulo I I ) ; 10. PSD, C4T; 11. P6D; PXP, (se CXB; 12. PXB; RXP; 13. D2R+, ganhando); 12. BXP+, RXB; 13. D5D+, R1B; 14. CSC. BXC; 15. BXB, D1R (se D2B; 16. D5BR-I-, R1C; 17. TD1R, ga­nhando); 16. TD1R, (ou TR1R), DSC; 17. T3R, ganhando. A perda do piãc de 2BR é a ruína da po­sição das pretas e deixa sem de­fesa seu rei.

Posição depois de 14, C5C

O MATE DE LEGAL

Esta idéia de sacrifício está In­timamente ligada a outras duas. Vamos nos ocupar, entretanto, do famoso mate «de Legal», baseado não no sacrifício de 2BR, mas no da dama e o ataque decisivo con­tra o rei por cheque do bispo em 2BR, seguido de mate sobre di­ferentes casas, geralmente em 5D. Afirma-se que seu autor, M. de

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Kemur, Senhor de Legal, ensinou a arte do xadrez a Filidor.

Um exemplo nos oferece a

ABERTURA DO BISPO DO REI

1. P4R, P4R; 2. B4B, P3D; 3. C3BR, B5C; 4. C3B, P3CR?; 5. CXP, BXD?; 6. AXP+, R2R; 7. C5D++.

Outro exemplo, com vantagem do PBR e duas saídas: 1. P4R, e 2. C3BD, P3D; 3. C3BR, P4R; 4. B4B, B5C; 5. CXP, BXD? (se PXC; 6. DXB, C3BR; 7. D6R+, D2R; 8. D8B+, D1D; 9. B7B+, ganhando); 5. B7B+, R2R; 7. C5D mate. Ou então 1. P4R e 2. P4D, P3D; 3. B4B, C3BR; 4. C3BR, B5C?; 5. P5R, PXP; 6. CXP, BXD?; 7. B7B++,

GAMBITO DANES

(Ganha por Falkbeer em 1847) 1. P4R, P4B; 2. P4D, PXP; 3.

P3BD, PXP; 4. CXP, P3D; 5. B4B, C3BD; 6. C3B, B5C; 7. O-O, C4R?; 8. CXC, BXD; 9. BXP+, R2R; 10. C5D++.

DEFESA FILIDOR

(Ganha por Steinitz em 1882) 1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3.

B4B, P3D; 4. P4D, P3TR; 5. C3BD, B5C; 6. PXP, CXP; 7. CXC; AXD; 8. BXP+, R2R; 9. C5D++.

ABERTURA VIENENSE

(Ganha por Pillsbury em 1900) 1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BD; 3.

P4B, P3D; 4. C3B, P3TD; 5. B4B B5C; « . PXP, CXP; 7. CXC, BXD; 8. BXP+, R2R; 9. C5D++.

Posição depois de 7. CxC

GAMBITO DO REI

(Ganha em 1915) 1. P4R, P4R; 2. P4BR, P3D; 3.

C3BR, C3BD; 4. B4B, B5C; 5. C3B, C5D?; 6. CXP, BXD; 7. BXP+ , R2R; 8. C5D++.

PIÃO DAMA

(Jogada recentemente) 1. P4D, C3BD; 2. C3BR, P3D; 3.

P3R, B5C; 4. B5C, P3TD; 5. B4T, P4CD; 6. B3C, P4R; 7. PXP, CXP?; 8. CXC, BXD; 9. BXP+, R2R; 10. C6B+, RXB; 11. CXD+, TXC; 12. RXB, ganhando.

Variante da mesma cilada, com outro mate, na

ABERTURA DO BISPO DO REI

1. P4R, P4R; 2. B4B, C3BR; 3. C3BR, CXP; 4. C3BD, CXC; 5. PDXC, PSD; 6. O-O, B5C?; 7. CXP, BXD, 8. BXP+, R2R, 9. B5C++.

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Concedamos também às pretas a satisfação de permitir-lhes ga­nhar pelo menos uma vez com es­te mesmo mate, na 1.* Defesa Pe-troff: 1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BR; 3. CXP, C3BD; 4. CXC, PDXC; 5. P3D, B4BD; 6. B5C?, CXP; 7. BXD, BXP+ ; 8. R2R, B5C. + +

A DAMA ABANDONADA POR SEU CAVALO

Vimos que esta cilada se pode produzir em diversas aberturas. São geralmente os principiantes quem caem nela por ignorância ou pelo fato de serem incapazes de imaginar que se trata de um sa­crifício. Calculam que é um erro, no qual eles mesmos poderiam cair. Em circunstâncias mais complica­das, também jogadores mais for­tes caem nesta cilada, pois é gran­de sua convicção de que uma peça guarnecida não se pode mover; po­rém se surpreendem ao ver que um cavalo guarnecido, atacado duas vezes, salta abandonando sua dama.

Produzindo-se do outro lado do tabuleiro, no flanco da dama, esta cilada, sem dar um mate imedia­to, causou vitimas mesmo entre os mestres. Eis aqui alguns exem­plos:

DEFESA ESCANDINAVA

(Ganha por Mieses em 1896) 1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3.

C3BD, D1D; 4. P4D, C3BD; 5. C3BR, B5C; 6. P5D, C4R7, (é me­

lhor naturalmente BXC); 7. CxC, BXD; 8. B5C+, P3BD; 9. PXP, ganhando.

Posição depois de 6 C4R

GAMBITO DA DAMA

(Ganha por G. C. A. Oskam, em 1927)

1. P4D, P4D; 2. P4BD, C3BR; 3. PXP, CXP; 4. P4R, C3BR; 5. C3BD, C3B; 5. C3B, B5C; 7, P5D, C4R; 8. CXC, BXD; 9. B5CD, P3BD; 10. PXP, D3C; 11. PXP+ , DXB; 12. PXT (D) + e mate na jogada seguinte.

Um exemplo mais simples, onde o triunfo passa às mãos das pre­tas.

PIÃO DAMA, DEFESA ORTO­DOXA

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C, CD2D; 5. PXP, PXP; 6. CXP?, CxC ; 7. BXD, B5C+; 8. D2D, BXD+; 9. RXB, RXB; ganhando.

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Esta cilada, sempre agradável, se apresenta às vezes em circuns­tâncias completamente especiais. Assim, na

DEFESA TARRAS CH DO PIÃO DAMA

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, P4BD; 4. C3BR, C3BB; 5. B5C, PBXP; 6. CRXP, P4B; 7. CR5C, P5D; 8. C5D, CXC; 9. BXD, B5CD+; 10. C3B, (é melhor D2D, como se verá no exemplo n.° 103 do Capítulo ILT); PXC; ganhando.

Examinemos um exemplo ainda mais particular, imaginado pelo autor deste livro, fazendo com que o adversário acumule faltas, re­sultando uma posição de rara be­leza:

CARO-KANN

1. P4R, P3BD; 2. P4D, P4D; 3. PXP, PXP; 4. P4BD, C3BD; 5. C3BD, C3B; 6. B5CR, P4R; 7. CXP, CXC; 8. BXD, B5CD+; 9. R2R, CXP+; 10. R3D, B4BR++.

Esta cilada produziu-se no Tor­neio de Viena em 1908, numa pe­quena jóia, na partida Rubinstein contra Duras:

ABERTURA PIÃO DAMA

1. P4D, P4D; 2. C3BR, P4BD; 3. P3R, C3BR; i. PXP, D4T+; 5. CD2D, DXPB; 6. P3TD, D2B; 7. P4BD, PXP; 8. CXP, C3B; 9. P4CD, B5C; 10. B2C, P4CD?; 11. CD5R.

Posição depois de 13. A x p +

CXC; 12. CXC, BXD; 13. BRXP+ , C2D, (se R1D; 14. TXB+ , R1B; 15. B6T+, R1C; 16. C6B+, DXC; 17. B5R+, D3D; 18. T1BD e ma­te na jogada seguinte); 14. BXC+, DXB; 15. CXD, B4T; 16. C5R c as brancas ganham.

É evidente a impossibilidade de gravar na memória todas estas ci­ladas com todas suas variantes, po­rém é fácil reter sua idéia comum; seu conhecimento nos permitirá prevenir e evitar seu perigo.

AS DEBILIDADES EM 7BR e 6R

Aqui está outra cilada baseada também no sacrifício duma peça em 7BR; captura-se o PBU para se instalar em 6R. Os dois exem­plos seguintes, com aberturas irre­gulares, são simples e comuns na prática:

I. — 1. P4R, P3D; 2. P4D, C2»; 3. B4BD, P3CR; 4. C3BR; B2C?; 5. BXP+, RXB; 6. C5C+, ganhan­do a dama com 7. C6R, pois as

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pretas não podem continuar com 6 R3B, por causa de 7. D3B mate.

I I . — 1. F4R, P3D; 2. B4B, C2D; 3. C3BB, P3CB; 4. C5C, C3T, (de­via seguir com C4R); 5. BXP+, CXB; 6. C6R, ganhando.

Em 1912, durante uma sessão de simultâneas, o doutor Tarrasch perdeu a partida seguinte contra o célebre problemista Von Hol-zhausen:

DEFESA DOS CAVALOS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C3BR; 4. P4D, PXP; 5. CXP, P3D; 6. C3BD, B2R; 7. O-O, O-O; 8. P3TR, T1R; 9. T1R, C2D?; 10. BXP+, RXB; 11. C6R, ganhando. As pretas não podem capturar o cavalo (RXC), por causa de 12. D5D+, R3B; 13. D5BR mate.

Posição depois de 9. . . . C2D

«*• WM. torrA Wm « 3 WM.

W'A% 'W?4 'tesstâ !Üá wm

V/A-A ÍÁM

Um exemplo recente de uma partida ganha polo autor ã&.tu li­vro no Torneio tíc Paris de 1!:-12:

RUY LOPEZ

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. B4T, C3B; 5. O-O, P4CD; 6. B3C, B2R; 7. T1R, O-O; 8. P3B, B2C; 9. P4D, P3D; 10. CD2D, TD1C; 11. C1B, C2D; 12. C3C, P3C7; 13. B6T, T1R; 14. Bxp+, ganhando pois se 14. RXB; segue-se que 15. D3C+, R3B; 16. C5C, ameaçando três ma­tes inevitáveis: D6R, D7B e CXPT.

No exemplo que se segue, a ci­lada é preparada pela jogada sutil 6. P4TD:

DEFESA FILIDOR

1. P4R, P4R; 2. C3BR, P3D; 3. P4D, C2D; 4. B4B, P3BD; 5. C5C, C3T; 6. P4TD, B2R; 7. BXP+, CXB; 8. C6R, D4T+; (se D3C; 9. P5T, D5C+; 10. P3BD, D5B; 11. C7B+, R1D; 12. P3CD, ganhando a dama); 9. B2D, D3C; 10. P5T, DXPC; 11. B3B, D4C; 12. C7B+, ganhando.

Posição depois de 8. C6R

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Cabe-nos salientar que, nestes exemplos, a jogada das pretas, C2D, desempenha um papel pre­ponderante ao restringir a ação da dama. Como sempre, esta ci­lada se pode apresentar em outras circunstâncias, Exemplo:

GAMBITO ESCOCÊS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. P4D, PXP; 4. B4BD, B4B; 5. C5C, C3T; 6. D5T, C4R? (a jogada cor­reta é D2R); 7. C6R, ganhando pois se 7 PXC; 8. DXC e as pretas não, podem salvar por sua vez o bispo de 4BD e o cavalo de 3TR. Vemos aqui reunidas as três idéias fundamentais que examina­mos: (diagonal 5TR-8R, casas 7BR e 6R), e isto nos conduz a exa­minar as ciladas que se relacionam com o centro.

AS CILADAS DO CENTRO

Aqui as peças pesadas entram em ação. Estas ciladas apresen­tam duas formas: primeiramente, o mate com o cavalo, às vezes com um cheque à descoberto; por ou­tro lado, o mate na oitava linha, preparada pela abertura das co­lunas centrais.

A cilada seguinte é de uma sim­plicidade clássica:

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BR; 3. CXP, CxP?, (P3D é a resposta exata); 4. D2R, C3BR?, (melhor é D2R); 5. C6B+, ganhando a dama por um cheque descoberto desde

o centro. Este tipo de cheque, sempre muito perigoso, produz fre­qüentemente vantagem material, porém raramente cheque mate.

Os exemplos dessas ciladas são numerosos. Aqui estão alguns:

DEFESA SICILIANA

1. P4R, P4BD; 2. C3BR, C3BD; 3. P4D, PXP; 4. CXP, P4R; 5. C5B, CR2R?; 6. C6D.

Mate simples sem cheque desco­berto.

ABERTURA IRREGULAR

1. P4R, P3CR; 2. C3BD, C3BR; 3. C5D, CXP; 4. D2R, C3D?; 5. C6B++.

GAMBITO REI

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. C3BR, P4D; 4. C3BD, PXP; 5. CXP, B5CR; 6. D2R, BXC; 7. C6B++.

Posição depois de 5. . . . B5CR

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ABERTURA ALAPIN

1. P4R, P4B; 2. C2B, C3BR; 3. P4BB, PXP; 4. CXP, CXP; 5. D2R, D2R; 6. C5D, D4R; 7. CD3B, P3BD; 8. P4D, D4B; 9. CXC, PXC; 10. C6D+, ganhando a dama.

Com a benévola colaboração de nossos adversários, poderemos criar variantes deste gênero nas aber­turas mais diversas. Vejamos al­gumas mais:

CARO KANN

1. P4R, P3BD; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, C2D; 5. D2R, CR3B7; 6. C6D++.

GAMBITO TENISON

(Brooklin, 1912) 1. C3BR, P4D; 2. P4R, PXP; 3.

CSC, B4B; 4. C3BD, C3BR; 5. D2R, P3BD; 6. CXP+, CD2D?; 7. C6D++.

ABERTURA ESCANDINAVA

1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3. C3BD, D4T; 4. B4B, C3BR; 5. P3D, B5C; 6. P3B, B4T; 7. B2D, P3B; 8. D2R, CD2D?; 9. C5C, D1D; 10. C6D++.

Na partida em corte que segue ganha por Kostic, faremos notar que a idéia não é em tudo a mes­ma; o mate é diferente:

ABERTURA ITALIANA

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C5D?; 4. CXP?, D4C; 5.

CXPB, DXCP; 6. T1B, DXPR+; 7. B2R, C6B++.

Na segunda forma de ciladas centrais, a artilharia pesada opera sobre as colunas abertas no cen­tro. O rei inimigo deve ser se­parado de suas próprias peças. Este tipo de ciladas se produz mais a miúde no meio do jogo do que na abertura, e portanto, deverá se ter sempre em conta sua idéia.

Um dos mais célebres exemplos desta cilada é a brilhante partida Reti-Tarta-Kower, (Viena 1910).

CARO-KANN

1. P4R, P3BD; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, C3BR; 5. D3D, P4R?; 6. PXP, D4T+; 7. B2D, DXPR; 8. O-O-O, CXC; 9. D8D+, RXD; 10. B5CR+, R2B, (se R2R); 11. T8D mate); 11. B8D++.

Posição depois de 8 CXC

Outro exemplo, na mesma defe­sa, ganha por Koltanowsky duran­te uma sessão de simultâneas a cegas, (Anvers 1931).

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Page 23: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

CAPITULO II

ABERTURAS ABERTAS

ABERTURA DO CENTRO

Embora esta abertura possa às vezes oferecer probabilidades do triunfo para as brancas, não é re­comendável pois as pretas devem obter facilmente a igualdade, pôs-to que ganham um tempo ao ata­car a dama. Existem, porém, pos­sibilidades de ataque contra o roque das pretas e a menor omis­são ou uma simples transposição de jogadas pode resultar fatal.

Em nosso primeiro exemplo, as pretas fazem o roque antes de te­rem trocado os cavalos; no exem­plo seguinte, as pretas, com a mes­ma variante, adotam uma linha de jogo astuta, porém tática se­melhante baseada na cilada, não é aconselhável nesta abertura. As pretas devem se contentar com um jogo tranqüilo de posição. Neste segundo exemplo não é fácil re­vidar o ataque e por isso não re­comendamos a abertura escolhida pelas brancas.

No terceiro exemplo, (da famosa partida Winawer vs. Steinitz, do Torneio de Nuremberg em 1896), as pretas perdem ao aceitar um sacrifício de pião. Observam-se

as melhores possibilidades para as brancas nesta variante e os cui­dados extremos a que deve apelar seu adversário para superar suas dificuldades; finalmente, o último exemplo, n.° 4, é muito bonito. As pretas ganham a dama com um cheque c!e cavalo de duas manei­ras que parecem diferentes, em­bora sejam similares.

N.° 1

1. Plíl, P4It; 3. P4D, PXP; 3. DXP, C3BD; 4. D3R, C3BR; 5. I52D, (ver n.° 3 e 4).

Posição depois de 4 C3BR

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&mm HAH mm Evitando a conhecida variante:

5. P5R, C5CR; 6. D4R, P4D; 7.

— 2i —

Page 24: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

PXP+, B3R; 8. PXP, D8D+; 9. RXD, CXPB+; seguido de 10 CXD.

5. . . . , B2R; 6. C3B+, P4D; 7. PXP, CXP (ver n.° 2); 8. D3C, O-O?

Melhor é 8 CxC; 9. BXC, B3B. Aqui se pode armar a ci­lada de Leonhardt:

8. CD5C; 9. O-O-O?; CXC; etc.

9. B6TR, B3B; 10. O-O-O. A proteção através da coluna

permite às brancas o ganho de material.

N.° 2

(Até a 1." jogada como no exem­plo n.° 1).

7 C5CD. A posição das pretas não é tão

sólida para iniciar um ataque, ar­mar ciladas ou elaborar pequenas combinações.

8. O-O-O, CRXP; 9. CXC, CXPT+; 10. R1C, DXC; 11. P3CD.

Posição depois de 10. . . . DXC

O melhor. Se 11. P4BD, D3B; com as possibilidades seguintes: I.

12. RXC, D5T h; seguido de DXT; II. 12. D3CD, B4BR+; 13. RXC, D3TD+; m . 12. T1R, B3R; 13. RXC, O-O-O; IV. 12. P3CD, D3T; 13. P5B, D6T.

11 , C5C; 12. DXB+, RXD; 13. BXC+, R3R; 14. B4B, ganhan­do.

N.° 3

(As quatro primeiras jogadas co­mo no exemplo n.° 1).

5. C3BD, B5C. Mais forte é aqui 5 B2R,

como nos exemplos precedentes. 6. B2D, O-O; 7. O-O-O, T1R; 8.

B4BD, BXC?. Caindo na cilada. A resposta

justa é 8 P3D. 9. BXB, CXP; 10. D4B, C3B; 11.

C3B, P3D; 13. C5C, B3R; 13. B3D, P3TR; 14. P4TR. Com um ataque vencedor.

N.° 4

(As quatro primeiras jogadas co­mo no exemplo n.° 1).

5. B4B, C4R; 6. B3C, B5C+; 7. P3BD, B4B; 8. D3C?

Posição depois de 7. ... B4B

Page 25: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

As brancas evitam a cilada 8. DxB. C6D+; porém caem em ou­tra similar. A resposta justa é 8. D2R.

8 BXP+. Ganhando, pois se 9. DXB,

C6Df; e se 9. RXB, CXPR+; em ambos os casos capturando a da­ma.

GAMBITO DO CENTRO

Atualmente, mesmo tratando-se de um jogador débil, há sempre vacilação em sacrificar um pião, e a entrega de dois piões, natural­mente, não pode estar em voga e, em conqüência, este gambito foi inteiramente abandonado pelos jo­gadores. Embora pouco instrutiva, esta abertura pode oferecer, por outra parte, posições muito atra­tivas, como se apreciará nos exem­plos que seguem.

Os ns. 5 e 6 apresentam maus desenvolvimentos, prolíferos ein ciladas, que culminam com um derrubamento imediato e bem me­recido. No n.° 7 são as pretas quem infligem o castigo adotando uma linha de jogo que provavel­mente é a melhor forma de contra-atacar este gambito e as brancas precipitam a catástrofe ao pro­curar evitar um final desvantajo-so.

N.° 5

1. P4R, P4R; 2. P4D, PXP; 3. P3BD, PXP; 4. B4BD, PXP; 5.

BDXP, C3BR (ver n.° 6 e 7); 6. C3BD, B5C; 7. CR2R, CXP?.

Posição depois de 5. BDXP

Quanta rapacidade! Deverão conformar-se com dois piões, pois a captura do terceiro fará perder rapidamente a partida.

8. O-O, CXC; 9. CXC, BXC; 10. 6XB.

Veja-se a potência dos dois bis­pos brancos, nenhuma peça preta está em jogo e o roque é impos­sível por causa de 11. D4C, P3CR; 12. D4D e o mate é inevitável.

10. .... D4C; 11. T1R+; R1D. Se 11 R1B; 12. B4C+, se­

guido de mate em poucas jogadas. 12. P4BR, DXPB. Um quarto pião. Se 12. ...,

D4BD+; 13. B4D, DXB; 14. BXPC. 13. BXPC, T1CR; 14. D4C, DXD. Se 14 D3D; então 15. B6B+,

DXB; 16. DXT mate. 15. B6B++.

N.° 6

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 5).

Page 26: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

5. D4C?. As pretas são insaciáveis. De­

pois do haver varrido os piões do ílaneo da dama, desejam capturar os do ílaneo do rei, porém, onde está seu desenvolvimento?

6. C2BR, DXPC; 7. BXPB+, R1D. Se 7. RxB; a dama se per­

de por 8. TI CR, D6T; 9. C5C-K 8. TI CR, B5C+; 9. C3B, D6T; 10.

T3C, D3T; 11. D3C, BXC+J 12. DXB, C3BR; 13. TGC.

Uma combinação conhecida. O cavalo negro já não estará de­

fendido por sua dama, 13. . . . . PXT. A única defesa é 13. CXP. 14. DXC4-, 1*XD; 15. BXPB++.

N.° 7

(Até a 5.* Jogada como no exem­plo n.° 5) .

5. P4D; G. BXFD, B5C+. Por meio de 6. C3BR; as

pretas podem provocar a resposta 7. BxPB-í-, RXB; 8. DxD, para re­cobrar Imediatamente a dama cora

8. ..., B5C+, pois as brancas, pa­ra não perder uma peça, devem replicar com 9. D2D.

7. R1B. Se 7. C3BD, BXC-f; 8. BXB,

C3BR; com bom jogo. Esta va­riante é melhor para as brancas do que a que escolheram.

7 C3BR; 8. D4T+, C3B; 9. BXC-r, PXB; 10. DXB?

As brancas ganharam uma peça, mas a que preço! Querendo atra­palhar o adversário, elas mesmas, conhecerão a tragédia de uma sur­presa .

14 DSIH-; II. D1R, B3TI-; 12. C1C2K, BXC'-!-; 13. iüC, DXD++.

ABERTURA PONZIONI

Constitui esta abertura uma ten­tativa de estabelecer dois piões centrais, jogando previamente 3. P3BD, porém isto resulta em per­da de tempo que permite às ne­gras obter a igualdade.

O exemplo n.° 8 apresenta um interessante sacrifício de duas tor­res, onde as pretas exploram de maneira convincente o negligente desenvolvimento de seu adversário. O exemplo n.° 9 nos mostra a for­ma moderna de tratar esta aber­tura. As pretas ganharam tempo, arriscando, com vantagem, uma es­pécie de gambito. Esta é uma ci­lada espiritual, onde a idéia se en­contra nas combinações mais com­plicadas. As brancas, por certo, não deviam perder tão rapidamen­te.

Posição depois de 13. T6C

Page 27: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

N.° 8

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. P3BD, P4D; 4. D4T, PxP; (ver n.° 9); 5. CXP, D4D; 6. B5C, CRSR; 7. P4BR, B2D; 8. CXB, RXC; 9. O-O?.

Cora 9. B4B, as brancas poderão equilibrar um pouco, pois se 9 D4BR; 10. O-O, TD1D; 11. P4D, PXPD; 12. BXP, D4Bf; 13. R1T, R1B; 14. D2BD, etc.

Posição depois de 9. O-O

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Éll 9. . . . . C4B; 10. P4CD. Parando a ameaça 10 B4B+;

11. R1T, C6C+, seguido de D4TR mate. Que se pode decidir de uma abertura que apresenta na décima jogada tal ameaça para as

brancas? 10 P4TD; 11. R1T, PXP; 12.

DXT, B4B; 13. DXT, C6C+; 14. PXC, D4TR++.

N.° 9

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 8).

4. . . . . C3BR; 5. CXP, B3D; 6. CXC, PXC; 7. P5R.

A melhor continuação é 7. P4D, PXPR; 8. B6TD-.

7. .... BXPU; 8. P4D, BSD; 9. DXPB+, B2D; 10. D6T, O-O; 11. B2R, T1R; 12. C2D?

Posição depois de 12. C2D

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Muito fraca. Melhor é fazer o roque.

12. . . . . T1C. Ameaçando B4C. 13. P4TD. Se agora 13. O-O, então 13.

.... D2R; 14. T1R, (se 14. B3B, B4C; ou 14. B3D, T3C); 14. .... B4C; etc.

13 D2R; 14. C1B? As brancas não calculam o pe­

rigo que as ameaça; por outra par­te, seu Jogo está perdido em todos os casos; exemplo: 14. D3D, B4BR; 15. D3R, D2D; 16. D3BR, B5CR, ganhando.

14. .... B4C, ganhando. Uma bonita interceptaçao da li­

nha defensiva da dama.

Page 28: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

ABERTURA E GAMBITO ES­COCÊS

Esta abertura é pouco praticada nos torneios modernos, pois não apresenta dificuldade alguma pa­ra a defesa e as brancas «xtraem escassa vantagem da saída. As ci­ladas são numerosas, porém se as pretas as conhecem, armarão um jogo livre e cômodo.

O pião sacrificado no gambito concede um forte ataque, o qual pode causar sérias dificuldades a um adversário inexperiente, porém aquele que conhece obterá uma posição superior depois de haver evitado as tramas e obstáculos.

O exemplo n.° 10 demonstra o perigo de descuidar do desenvolvi­mento para ganhar um pião. Um bonito sacrifício de torre oferece o exemplo n.° 11. No n.° 12 apre­cia-se o jogo restrito resultante da captura prematura de um pião. O n.° 13 apresenta uma cilada par­ticular onde as pretas ganham vá­rios piões mas perdem uma peça.

O exemplo mais interessante é, indubitavelmente, o n.0 14. As brancas suportam um forte ataque por ter querido ganhar um pião; armando-se de coragem as pretas armam uma cilada que dá seus frutos, porém que devia compro­meter seu êxito contra uma defesa mais vigilante.

No exemplo n.° 15 uma Jogada não considerada pelas negras ameaça a destruição de seu flanco da dama. No n.° 16, as manobras

da dama preta são astutamente revidadas. O mesmo sucede com o ataque prematuro das brancas, no n.° 17. Finalmente, o n.° 18 oferece um empate emocionante.

N.° 10

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. P4I>, PXP; 4. B4BD, B5C+; (ver n.° 12 e 13); 5. P3BD, PXP; 6. O-O, PXP?; (ver n.° 11).

Posição depois de 6. O-O

A abertura transformou-se nu­ma variante do Gambito Danes, muito desvantajosa para as ne­gras.

7. BXPC, C3BR; 8. C5C, O-O; 9. P5R, P4D; 10. PXP, PXB; 11. D5T, P3TR,

Se 11. B4BR; 12. PXP, T1R; 13. DXPB mate.

12. C4R, ganhando.

N.° 11.

(Até a 6.» jogada como no exem­plo n.° 10).

6. .... D3B?

Page 29: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

A pior casa que podia a dama escolher na abertura.

7. P5R, PXP; 8. PXD, PXT (D) ; 9. D2K+, R1B; 10. B2C, ganhando.

N.° 12

(Até a 4.» jogada como no exem­plo n.° 10).

4. B4B; 5. P3B, PXP?; 6. BXP+, RXB; 7. D5D+, R; 8. DXB.

Com o sacrifício de um só pião as brancas obteram um desenvol­vimento muito superior, deixando seu adversário sem roque, e por conseguinte, aquelas deverão ga­nhar.

N.° 13

(As três primeiras jogadas como no exemplo n.° 10).

4. CXP, B4B; (ver n.° 15, 16 e 17); 5. B3B, D3B; 6. P3B, CR2R; 7. C2D, CXC; (ver n.° 14).

Se 7 BXC; então 8. PXB, CXP; 9. P5R, DXPR; 10. C4B, ga­nhando .

8. P5R, DXPR?

Posição depois de 8. C2D

Com a jogada anterior 8 C7B+; (9. DXC, DXPR); as pre­tas teriam evitado a cilada.

9. PXC, BXP; 10. C4B, ganhan­do.

N.° 14

(As seis primeiras jogadas, como no exemplo n.° 13).

7. D2D, O-O; 8. C5C. Aqui começa uma série de cila­

das. As brancas podem ganhar um pião.

8. . . . . BXB; 9. DXB, D4R?.

Posição depois de 9. . . . D4R

Ilii HMrl SS ABlBABâ

111^ 11 111, l i §§§ |lA§j §§§ • B H 1 A O 11 B A B O Ôll B J U 1 1 S

As pretas armam uma malfada­da cilada, enquanto que, com 9. ..., P4D, poderiam obter um jogo su­perior e com tais possibilidades de ataque as brancas teriam que re­cuar de seus projetos de ganhar um pião e contentar-se com a res­posta defensiva 10. C2D.

10. P4BR? Caindo na cilada. A continua­

ção justa é 10. C2D, ameaçando C3B ao mesmo tempo que P4BR.

— £d —

Page 30: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

10. C4D. As pretas salvam assim seu pião

e obtêm posição melhor. 11. PXD. A dama não se pode mover e o

PBR está atacado duas vezes. 11 CXD. As pretas ameaçam C7B+, ou

CxPR e têm uma boa partida.

N.° 15

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 13).

5. B3R. Se as brancas invertem a ordem

das jogadas, continuando com 5. P3BD, as pretas podem aproveitar a oportunidade e responder com 5 D2R.

5. P3D? Melhor é 5. D3B; ao que

seguiria 6. P3BD. 6. CXC, PXC; 7. BXB, PXB; 8.

DXD+, RXD; 9. C2D. Com os piões negros em 2BD,

3BD e 4BD, as brancas devem ga­nhar ao final sem dificuldade.

N.° 16

(Até a 4.» jogada como no exem­plo n.° 13).

4 D5T; 5. C5C, B5C+7; 6. P3BD, DXPR+?; 7. B3R, B4T; 8. C2D, D4D?

A dama se deve retirar de 2R para responder a 9. C4B, P3D; e se 9. P4CD, P3TD.

9. C4B, DXD+; 10. TXD, BID; 11. CXB, CXC; 12. B4BR, P3D; 13.

Posição depois de 8. C2D

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CXPB, RXC; 14. TXP, C3BD; 15. T5D+, R3C; 16. T5C+, R3T; 17. B7B, P3CD; 18. TXP+, R4T; 19. T6TD++.

N.° 17

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 13).

4 C3BR; (ver n.° 18); 5. CXC, PCXC; 6. B3D, P4D; 7. P5R.

A melhor resposta aqui é 7. PXP. 7 C5C; 8. O-O, B4BD; 9.

P3TR, CXPR; 10. T1R, D3B; 11. D2R, O-O; 12. DXC?

As duas últimas jogadas das brancas são más. Observe-se co­mo cai o desenvolvimento de seu flanço da dama.

12. DXPB-f ?; 13. R1T, BXPT; 14. PXB, D6B+?; 15. R2T, B3D, ganhando.

N.° 18

(Até a quinta jogada como no exemplo n.° 17).

Page 31: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

5. C3IÍD. A mesma posição pode ser al­

cançada com outra ordem de jo­gadas:

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. C3BD, C3BR; 4. P4D, PXP; 5. CXP. Esta é abertura Escocesa dos quatro cavalos.

5 B5CD; 6. CXC, PCXC; 7. B3D, P4D; 8. PXP, PXP; 9. O-O, O-O; 10. B5CR, B3R; 11. D3B, B2R; 12. T1R, P3TR; 13. BxPT, PXB; 14. TXB, PXT; 15. D3CR, R1T; 16. D6C.

Posição depois de 9. O-O

Cenários: (partida Alekhine-Las-ker, Moscou 1913). Entre outras partidas algo similares, poderíamos citar a disputada entre Romanows-ky e Capablanca, no Torneio de Moscou de 1925.

ABERTURA VIENENSE

Esta abertura infringe a regra fundamental das aberturas aber­tas: não efetua nenhuma jogada sem ameaça. Sem dúvida, é rica

em combinações, que o aficcionado deverá estudar a fundo, antes de passar ao estudo de aberturas mais complicadas. Mesmo quan­do baseada em idéias simples, suas possibilidades táticas não cedem em nada ante o Giuco Piano e superam a Escocesa. Exemplos maravilhosos nos oferecem as par­tidas de Mieses e Spielmann.

No exemplo n.° 19 as brancas sacrificam um pião e a qualidade, por uma decisiva vantagem posi­cionai. No n.° 20 se apreciam os perigos da jogada 6. B2R, que, por outro lado, não perde forçosamen­te, porém a defesa é sempre muito difícil. A excursão da dama ne­gra a 5TR, no exemplo n.° 21, de­monstra-se catastrófica e constitui a cilada de Würzburger, menciona­da em página anterior; é curioso, além do mais, assinalar sua apli­cação num recente torneio. O n.° 22 apresenta outra tentativa para ganhar um pião na abertura que, como de costume, resulta num de­sastre; uma nota menciona uma recente partida de Lilienthal com um novo exemplo desta cilada Mostra-nos o n.° 23 uma variante plena de emboscadas, que exigem à defesa uma atenção constante. A posição das brancas é tão domi­nante, depois da 10.' jogada, que o sacrifício da dama, embora bo­nito, não nos pode surpreender. Esta é uma produção de Mieses e o mesmo mestre nos oferece ou­tra no exemplo n.° 24, no qual as brancas provocam astutamente

Page 32: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

uma viagem da dama inimiga, com penosos resultados.

N.° 19

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BR; 3. P4BR, P4D; 4. PXPR, CXP; 5. C3BR, (ver n.° 20, 21 e 22); B5CD; 6. B2R, P3BD?

O ataque artificial contra TD inimigo será revidado por um in-genioso contra-ataque da parte das brancas.

7. O-O, D3C+; 8. P4D, CxC; 9. PXC, BXP; 10. B3T, BXT.

Posição depois de 5. C3BR

Uma reminiscência da cilada de Greco (ver exemplo n.° 44).

11. DXB. Embora as brancas perdessem

um pião e a qualidade, tiveram uma compensação satisfatória em sua posição superior. A melhor defesa para as pretas é agora se­guir com 11 C2D; para pre­parar o roque com o avanço P4BD. Se as brancas respondem 12. B6D para impedir o roque, então 12. ..., C1B; com a intenção de con­

tinuar com B3R, R2D, T1R, etc. Se as negras conseguem fazer o roque não devem vacilar em de­volver oportunamente a qualidade ganha.

N.° 20

(Até a jogada quinta como no exemplo n.° 19).

5. B5CR; 6. B2R. É superior 6. D2R. 6. .... C3BD; 7. P3D, BXC; 8.

BXB, D5T+?; 9. P3CR, CXPC; 10. PXC, DXPC+; 11. R1B.

Posição depois de 11. R1B

Apesar das aparências desfavo­ráveis, a jogada 11. R2D oferece uma defesa melhor, depois do que as negras poderiam facilmente for­çar o empate, porém não obter triunfo imediato: 11 C5D; 12. BXP, B5CD; 13. T1R, O-O-O, (se 13. D5B+; 14. T3R, C4B; 15. D3B); 14. BIT, TR1R, etc.

11 B4B; 12. P4D, CXP; 13. BXP, O-O-O; ganhando.

Page 33: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

N.° 21

(As quatro primeiras jogadas co­mo no exemplo n.° 19).

5. P3D, D5T+?; 6. P3CB, CXPC; 7. C3B, D4T; 8. CxPD, B5CR.

Se 8. BID; 9. C3B, D5C; 10. B3T, ganha a dama e se 8 CXT; 9. CXPB+, R1D; 10. CXT, B5CR; 11. B2C, ganhando.

9. B2C. Melhor que 10. C4B, BXC, (se

10 D3T; 11. C2R); 11. CXD, BXD.

9 CXT; 10. CXPB+, R2D. Não é melhor 10. R1D; 11.

CXT, C3BD; 12. P4D. 11. CXT, C3BD; 12. B3R, P3B;

13. P4D, PXP; 14. PxP-f, ganhan­do.

Estas jogadas são da partida Milner Barry - Sergeant. (Marga-te, 1938).

N.° 22.

(As quatro primeiras jogadas co­mo no exemplo n.° 19).

5. D3B, C3BD; 6. CXC?

Posição depois de 6. ..., C5D

A continuação correta é 6. B5CD. 6. C5D; 7. D3D. Em resposta a 7. D4B, numa re­

cente partida, Lilienthal seguiu com 7. ..., PXC; 8. B4BD, B4B; 9. P3BD, P4CR; 10. BXPB+, RXB; 11. D2B, P6R; 12. DIB, PXP+; 13. R1D PXB (D)+; 14. RXD, P5C e as brancas abandonaram.

7 PXC; 8. DXP?. Maus erros. Numa partida ga­

nha por E. Cohn (Barmen, 1905) continuou-se com 8. D4B, B4BR; 9. D4TD+, P3BD; 10. CR2R, B4B; 11. P3BD?, P4CD; 12. D1D, D5T+; ganhando (13. C3C, B5CR).

8 B4BR; 9. DXPC, CxPB, ganhando.

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BR; 3. B4B, CXP.

Merece esta jogada um sinal de admiração ou de interrogação? Quem arma a cilada? Quem cai nela?

Posição depois de 7 O-O

Page 34: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

4. D5T, C3D; 5. B3C, B2B. Com 5 C3BD; as negras po­

dem organizar um forte ataque, que talvez seja vantajoso: 6. C5C, P3CR; 7. D3B, P4BR; 8. C5D, D2R; 9. CXPB+, R1D; 10. CXT, P3CD; etc.

6. C3B, C3B; 7. P3D, O-O? Como na variante mencionada

na nota anterior, é necessário aqui 7. .... P3CR.

8. C5CR, P3TR; 9. P4TR, C1R; 10. C5D, C3B; 11. D6C, PXD; 12. CXB+, R1T; 13. CXPC++.

N.° 24

1. P4R, P4R; 2. C3BD, C3BD; 3. B4B, B4B.

Deve-se jogar 3 C3B 4. D4C D3B. Era necessário 4 R1B. 5. C5D, DXP+; 6. R1D, R1B; 7.

C3T, D5D; 8. P3D, P3D; 9. D4T. Também é muito forte 9. D3B,

BXC; 10. T1BR, B3R; 11. P3BD e a dama preta está perdida.

9. BXC; 10. DXB, C4T. 10 D7B; 11. B3R, BXB; 12.

CXB, ameaçando T1BR. 1. TR1B, CXB; 12. D7D, P3BR;

13. CXPBR, PXC; 14. TXP+, ga­nhando.

DEFESA PETROFF

Embora não seja muito satisfa­tória, esta defesa, manejada por um bom jogador de estilo agressi­vo, é uma arma utilizável contra um jogador inferior. Se as pre­tas adotam um jogo lento e pru­dente, as brancas obtêm uma in­

discutível vantagem de posição. Em troca, sacrificando um pião, as pretas podem obter um certo contra-atraque, que pode ser insu­ficiente contra uma defesa correta, porém no caso contrário será mui­to perigoso. Algumas partidas de Marshall oferecem exemplos inte­ressantes e instrutivos deste tipo de abertura.

O exemplo n.° 25 é o mais ele­mentar que se apresenta no xa­drez; são suficientes dois erros pa­ra que a dama fique perdida em cinco jogadas.

Os dois exemplos que se seguem se assemelham entre si (sacrifício do bispo que captura o PTR), triunfando em um as brancas e em outro as pretas. No n.° 26, as pretas não calculam as conse­qüências da captura de um pião. pois um jogador familiarizado com o sacrificio do bispo em 7TR, de­verá estar prevenido contra tal surpresa, mesmo quando neste ca­so o ataque é conduzido pelas bran­cas de maneira não muito comum. Este exemplo mostra, na defesa Petroff, que as brancas podem ob­ter não somente vantagem posicio­nai mas também possibilidades de ataque.

Uma bonita e profunda cilada mostra o N.° 27, da qual as bran­cas são vítimas inconscientes. A combinação iniciada com 10. ..., BXPT+, compreende seis jogadas e foi realizada numa partida da luta entre Janowsky e Marshall, conduzindo este último as negras.

Page 35: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Como no exemplo precedente, a derrota é a conseqüência de um ganho de pião mal considerada. Um desenvolvimento racional das peças teria evitado o desastre.

No exemplo n.° 28, as pretas criam ter armado uma cilada, po­rém são elas que caem. Pode-se dizer que se fêz justiça.

N.° 25

1. P4B, P4R; 2. C3BR, C3BR; 3. CXP, CXP?

A continuação correta é aqui 3 P3D.

4. D2B, C3BR? Segundo e fatal erro. Depois

de 4 D2R, as pretas se sal­variam ao preço de um pião.

5. C6B+, ganhando a dama.

N.° 26

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BR; 3. CXP, P3D; 4. C3BR, CXP; 5. P4D, P4D; 6. B3D, B3D; 7. O-O, O-O, (ver n.° 27) 8. P4B, B3R; 9. C3B, CXC; 10. PXC, PXP?

Posição depois de 7. O-O

fm fi^Il II

m. mmám:§m

As condições essenciais para o sacrifício do bispo em 7TR estão reunidas, do que deverão tomar conhecimento as pretas.

11. BXPT-h RXB; 12. C5Cf, R1C; 14. D2B, P3CR.

Depois de 14 T1R; a con­tinuação seria: 14. D7T+, R1B; 15 T1R, D3B; 16. P5D, C3B; 17. PXB, D3T; 18. P7R+, TXP; 19. C6R+, ganhada a dama.

14, CXB, PXC; 15. DXP+, R1T; 16. B5CR, B2R; 17. D6T+, R1C; 18. DXP+, T2B; 19. BXB, DXB; 20. D8B+.

Ganhando finalmente quatro piões pela peça sacrificada.

N.o 27

(Até a 7.» jogada como no exem­plo n.° 26).

7. B5CR; 8. T1R, P4BR.

Posição depois de 9 O-O

• *B r • 'Há II H H B

wm. wixi immm 11 • , â » B f ,

As três últimas jogadas caracte­rizam a variante de ataque Mar­shall.

9. P4B, O-O; 10. PXP?

Page 36: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

O erro decisivo. Devia-se jogar 10. P3TR.

10. . . . . BXP+; 11. RXB, CXPB; 12. D2B, CXB; 13. DXC, BXC; 14. PXB, D5T+, ganhando.

N.° 28

1. P4R, F4R; 2. C3BR, C3BB; 3. P4D, P4D?

As imitações são mas... É me­lhor 3. CXP.

4. PRXP, P5XP; 5. B5CD+, P3BD; 6. PXP, D4T+; 7. C3BD, PXP.

As pretas, depois de ter contra-atacado o cheque descoberto do inimigo, aparentemente ganham uma peça.

8. CXP, PXB?; 9. D3B. Dissipa-se a ilusão. A TD está

perdida. 9. B5CD; 10. O-O, O-O; 11.

DXT, ganhando.

DEFESA FILIDOR

A posição que desfrutava esta defesa nos tempos de Morphy de­clinou muito, pois as pretas têm um jogo restrito, embora não des­provido de recursos. Marco Nim-zovitch e Tartakower trataram sem êxito de popularizá-la nova­mente, adotando a variante Ha-nham.

O primeiro exemplo, n.° 29, ex­traído de uma partida real, mos­tra uma maneira defeituosa, tanto de um como de outro lado, de con­duzir esta abertura e é de se per­guntar quem perderá primeiro. No

n.° 30 as brancas criam uma bri­lhante combinação, onde os múl­tiplos sacrifícios e as astutas ma­nobras de retrocesso dos cavalos honram a M. Seguin, o vencedor.

Os exemplos n.° 31 e 32 ilus­tram os perigos da Defesa Ha-nham. A jogada P3BD, que for­ma parte deste sistema, é uma perda de tempo que permite às brancas empreenderem um ataque irrompendo com um sacrifício so­bre 7BB, que enfraquece a casa 6R, resultando no ganho da dama preta, (o n.° 32 é o exemplo mais notável). Embora tal captura nem sempre seja possível, as brancas, aproveitando o fato de seu adver­sário não ter tempo para fazer o roque, obtêm um forte ataque co­mo ocorre no n.° 31. Ante peri­gos semelhantes, o aficcionado prudente não deverá escolher essa defesa em partidas sérias. Em qualquer caso, o fará quando pos­sua uma experiência suficiente, como para evitar todas as ciladas possíveis e poder analisar a fundo as complicadas variantes que se lhe apresentarão.

Finalmente, o exemplo n.° 33 mostra outra forma desta defesa e as dificuldades para obter algu­ma vantagem, pois uma só joga­da inferior é suficiente para outor­gar às brancas um forte ataque.

N.° 29

1. P4R, P4R; 2. C3BR, P3D; 3. P3B, B5C; 4. B4B, C2D?

Page 37: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Esta resposta caracteriza a de­fesa Hanham, porém não se deve efetuar em qualquer posição.

5. D3C, BXC. Uma defesa um tanto melhor

oferece 5 C4B. 6. BXP+» B2R; 7. D6R++.

N.° 30

1. P4R, P4B; 2. C3BR, P3D; 3. B4B, P4BR; 4. P4D, C3BR; 5. C3B, PXPD; 6. DXP, B2D?

A resposta 6 C3B; é muito mais forte.

7. C5CR, C3B; 8. B7B+, R2R; 9. DXC-f.

Sacrificando a dama para elimi­nar o cavalo inimigo e permitir a 6 o cheque.

Posição depois de 6. ..., B2D

C5D. A manobra final, como o retrocesso de ambos os cavalos ata­cantes é curiosa:

9. RXD; 10. C5D+, R4R; 11. C3BR+, RXP; 12. C3BD++.

N.o 31 1. P1R, P4R; 2. C3BR, P3D; 3.

P4D, C2D; 4. B4BD, P3BD.

A idéia da defesa Hanlam ê apoiar o centro protegendo o pião de 4R com D2BD. Se 4 B2R; 5. PXP, PXP (ou 5 CXP; 6. CXC, PXC; 7. D5T, ganhando um pião); 6. D5D, ganhando.

5. C5C, C3T; 6. O-O (ver n.° 32), T2R.

O correto é 6 D2B; o qual pode ser precedido por 6 P4CD; 7. B3C, etc.

7. C6R, PXC; 8. BXC, PXB? Se 8 C3C; então 9. BXPC,

T1CR; 10. D5T+, R2D; 11. BXPR+, ganhando. O roque é relativamen­te melhor.

9. D5T+, R1B; 10. BXPR e mate na jogada seguinte.

N.° 32

(Até a 6.' jogada como no exem­plo n.° 31).

6. P4TD.

Posição depois de 6. P4TD

A cilada, invenção de Leonhardt, está armada...

6. B3R.

Page 38: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

E as negras se precipitam por não haverem compreendido o sig­nificado da última jogada do ad­versário.

7. BXPB+, CXB; 9. C6R, D5T+. Se 8. . . . . D3C; então 9. P5T,

D5C+; 10. P3BD, D5B; 11. C7B+, R1D; 12. P3CD, ganhando a dama. Ê visível o sentido da jogada 6. P4TD.

9. B2D, D3C; 10. P5T, DXPC; 11. B3B, D4C; 12. C7B+, ganhan­do.

N.° 33

1. P4B, P4B; 2. C3BR, P3D; 3. P4D, C3BR; 4. PXP, CXP; 5. D5D, C4B; 6. B5CR, D2D?

A continuação justa é 6 B2R; 7. PXP, DXP; 8. C3B, O-O, etc. Em troca, seria mau 6 P3BR; 7. PXPB, PXP; 9. B3R, B3R; 9. D5T+, B2B; 10. D4T, C2D; 11. C3B, P3B; 12. O-O-O (partida Maroczy vs. Bogoljubow; Bled, 1931).

Posição depois de 10. T1D

7. C3B, PXP; 8. BSCD, P3BD; 9. DXPR+, C3R; 10. T1D.

E a vantagem das brancas se torna confusa. Na partida Rellstab vs. Taylor, Hastings, 1929-30, con­tinuou-se como segue: 10 P3BR; 11. D2R, D2BR; 12. B4BD, P4CD; 13. B3C, P5C; 14. C4R, B3T; 15. D3R, C2D; 16. BXC, DXB; 17. CXPB+, R2B; 18. TXC+, B2R; 19. C5R+ e as pretas abandonaram.

GIÜOCO PIANO

É tal a importância desta aber­tura que convém ao aficcionado familiarizar-se com suas nume­rosas variantes, antes de abordar aberturas mais difíceis, como o Ruy Lopez ou o Gambito da Da­ma. A inobservância ou omissão de alguns princípios fundamentais provoca fatais conseqüências e vá rios belos exemplos que apresen­tamos mostram os perigos que re­presentam para os jogadores inex­perientes .

Desde a quarta jogada são evi­dentes as intenções das brancas, pois com 4. P3BD preparam-se pa­ra controlar o centro e uma luta fértil em atraentes combinações se apresenta, enquanto com 4. P3D elas se contentam com um jogo passivo, que mais bem parece uma abertura de Quatro Cavalos que um verdadeiro Giuoco Piano com seus derivados: A Defesa de Dois Cavalos e o ataque Max Lange (isto leva o nome pouco aceito de Giuoco Pianíssimo). Também po-

Page 39: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

dem continuar as brancas com 4. C3BD, que conduz a variantes se­melhantes às que se originam com 4. P3D. A última alternativa é 4. O-O, contra o qual P3D é a me­lhor resposta, para organizar ra­pidamente um ataque contra o ro­que, cheio de oportunidades; po­rém as brancas podem tomar a dianteira com uma enérgica ação sobre o centro e a coluna BR. Neste caso, 4. O-O substitui van­tajosamente a 4. P3BD, porém o sacrifício de um pião é necessário e freqüentemente a partida se transforma assim numa defesa de Dois Cavalos.

As ocasiões de armar ciladas se apresentam em todas as continua­ções indicadas, embora nas mais tranqüilas. O primeiro exemplo (N.° 34) mostra os perigos que po­de representar uma paisagem apra­zível. Uma jogada não conside­rada pelas negras é explorada ha­bilmente na cilada de Canal. No exemplo n.° 35, as pretas suportam grandes dificuldades em seu lado do rei, o qual demonstra o perigo nesta abertura do roque prematu­ro, tanto para as pretas como pa­ra as brancas, sobretudo se um dos adversários lança um ataque de piões contra o roque inimigo. Con­vidamos o estudioso a meditar so­bre as razões que tornam irresis­tível o ataque das brancas.

Uma pequena jóia, concepção do grande Steinitz, é presenteada pe­lo exemplo n.° 36. As brancas fixando o cavalo e retrocedendo a

4TR, adotam evidentemente uma falsa rota, porém o harmonioso da resposta, com um sacrifício da da­ma como ponto culminante, é de um vigor admirável. Menciona­mos somente a variante principal com a certeza de que será agra­dável ao aficcionado estudar as sub-variantes; estas são muito bo­nitas sem serem difíceis.

Ilustra o exemplo n.° 37 as pos­sibilidades da defesa 4 D2R, maneira lógica de responder a 4. P3BD, mantendo o centro e evi­tando as complicações que resul­tam de 4 C3B. Produz-se logo uma combinação muito eficaz, co­meçando com 10 BXPTR, tornando insustentável a posição branca. Por outro lado, esta de­fesa (D2R), geralmente causa um jogo muito difícil para as pretas, pois sua posição permanece erra­da, enquanto o adversário conserva a iniciativa. O n.° 38, jogado por Morphy, mostra os perigos de avançar os piões do flanco do rei, para contra-atacar as ditas difi­culdades, embora antes de fazer o roque. Deve-se ter presente que, se não é claramnte visível um triunfo, evitar-se-ão estes avanços, pois as fraquezas que resultam po­dem ser de conseqüências desas­trosas .

Os exemplos n.° 39, 40 e 41 mos­tram a força de 6. O-O (em lugar de 6. PXPD), que foi criticada pe­los teóricos, embora suas razões não sejam de todo convincentes. No número 41, uma linha de jô-

Page 40: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

go geralmente considerado como a melhor para as pretas, a vantagem fica em poder das brancas. Cer­tamente que este gambito impor­ta algum risco, porém o jogador amante deste tipo de estratégia po­de aplicá-la sem vacilar; obterá assim um bom êxito. Os três exemplos contêm bonitas varian­tes; no n.° 39 ressaltaremos a jo­gada 12. P6D, que paralisa com­pletamente o jogo preto; no n.° 40 o sacrifício do bispo é de uma efi­cácia imediata e a jogada 15. TD1D no n.° 41 é de uma fineza notá­vel.

Extraído de uma partida real, no exemplo n.° 42, demonstra-se cla­ramente a inferioridade do retro­cesso 6 B3C, na variante ini­ciada com 4. P3BD, CR3B.

Os últimos exemplos são consa­grados ao ataque Muller, muito praticado. Vêem-se no n.° 43 os perigos de tratar de conservar uma peca às custas do desenvolvimen­to. O n.° 44, do antigo mestre Greco (1600-1634), mostra o peri­go de jogar 8 CXC; em lu­gar de 8 BXC, pois com isto as pretas poderão evitar a cilada, graças à continuação de Bernstein 10 P4D. Em algumas cila­das, é o segundo erro o que se toma fatal. O admirável exemplo n.° 45 já foi examinado no primei­ro capítulo.

O jogador bem compenetrado destas combinações e ciladas cau­sará numerosas vítimas entre os aficcionados débeis e nas partidas

sérias, torneios e disputas, tirará vantagens apreciáveis de seus co­nhecimentos.

N.° 34

1. P4B, P4R; 2. C3BB, C3BD; 3. B4B, B4B; 4. P3D (ver n.° 35), P3D; 5. C3B, C3B; 6. B5CR, P3TB; 7. BXC, DXB; 8. C5D, D1D; 9. P3B, B3R?; 10. P4D.

Posição depois de 10. P4D

Com vantagem para as brancas. Se 10 PXP; então 11. PXP, B5C+; 12. CXB, BXB; 12. CXC, PCXC; 14. D2B, etc.

N.° 35 (Até a quarta jogada como no

exemplo n.° 34). 4 C3BR; 5. C3BD, O-O; 6.

B5CR, P3TR; 7. B4T, B5C; 8. O-O, BXC; 9. PXB, P4CR?

Melhor é 9 P3D. 10. CXPC, PXC; 11. BXPC, R2C;

12. P4BR, ganhando.

N.o 36

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, B4B; 4. O-O, C3BR; 5. P3D.

Page 41: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Se nesta abertura as brancas fazem o roque prontamente, já dissemos que elas deverão prever um assalto contra o flanco do rei. A melhor resposta é um enérgico avanço no centro com P3BD-P4D, e o mais rápido possível P4BR.

5 P3D; 6. B5CR? Proteção ineficaz quando as

brancas já fizeram o roque e as pretas ainda não o fizeram. O cavalo pode ser desguarnecido.

Posição depois de 10 PXB

6. ... , P3TK; 7. B4T?, P4CR; 8. B3C, P4TR; 9. CXPC, P5T; 10. CXP PXB; 11. CXD, B5CR; 12. D2D, C5D; 13. C3B, C6B+; 14. PXC, BDXP, ganhando.

N.° 37

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, B4B; 4. P3BD, D2R; 5. O-O.

Mais enérgico é 5. P4D. Contra 5 B3C; (a 5 PXP; 6. O-O), o ataque Elsinger é possível; 6. P5D, C1CD; 7. P6D.

5. P3D; 6. P4D, B3C.

Seria ilógico trocar os piões, pois o motivo de 4 D2R é suster o pião central de 4R.

7. P3TR (ver n.° 38), C3BR; 8. PXP?

Má troca, pois eümina a pressão sobre o centro preto.

8 CDXP; 9. CXC, DXC; 10. C2D, BXPT.

Posição depois de 10. C2D

As brancas fizeram todo o pos­sível para enfraquecer sua posição e as pretas podem atacar vitorio­samente.

11. PXB, D6C+, 12. BIT, DXPT+; 13. R1C, C5C; 14. C3B, D6C+; 15. R1T, BXP.

E as pretas ganham. Este é o terceiro exemplo de um roque pre­maturo que representa a perda da partida nesta abertura, a qual aparenta ser tranqüila.

N.° 38

(Até a sétima jogada como no exemplo h.° 37).

7. B5CR, P3BR; 8. B4T, P4CR?

Page 42: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Nesta posição, mesmo quando as brancas já tenham feito o roque, porém as pretas ainda não o fi­zeram, este avanço é mau, pois as pretas jogaram P3BB em lugar de P3TR, debilitando assim a posição do rei e a diagonal 1R-3TR, cuja importância foi assinalada no pri­meiro capítulo.

9. CXPC, PXC; 10. D5T+, R1D; 11. BXP.

Posição depois de 11. BXP

Dois piões e uma posição como esta não valem mais do que uma peça?

11. C3BR; 12. D6T, T1B; 13. PIB, PXPD; 14. PSR, PXPB+; 15. R1T, PxPC; 16. PXC, TXP; 17. DXT, PXT (D) ; 18. DXD1T.

Ganhando por uma bonita jo­gada imprevista. O imortal Greco de novo presente!

N.° 39

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, B4B; 4. P3B, C3B; 5. P4D,

PXP; 6. O-O, CXP?; (ver n.° 40, 41 e 42).

Posição depois de 6. O-O

Neste exemplo e nos dois seguin­tes as pretas cometem uma falta na 6.» jogada. Deviam jogar P3D.

7. PXP, B2R; 8. P5D, C1CD; 9. T1R, C3D; 10. B3C, O-O; 11. C3B, C1R; 12. P6D.

Muito astuto. 12 PXP. Se 12 BXP; 13. B5C, C3BR;

14. C5D, C3B; 15. CXC+, PXC; 16. B6T, com um ataque ganhador. Se 12. .... CXP; 13. TXB, DXT; 14. B5C, D IR; 15. D3D, ganhando.

13. TXB, DXT; 14. B5C, C3BR; 15. C5D, D1D; 15. D4D, C3B; 15. D4TR, ganhando.

N.° 40

(Até a sexta jogada como no exemplo n.° 39).

6. O-O; 7. PXP, B3C; 8. P5D, C2R; 9. P5R, C1R; 10. P6D, PXP; 11. PXP, CSC; 12. B5CR,

Page 43: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

C3B; 13. C3B, P3TR; 14. D3D, B2T.

Posição depois de 14. D3D

Se 14. PXB; 15. DXC, C2T; 15. C5D, PXD; produz-se um bo­nito mate (17. C7R+, R1T; 18. CXPC), similar ao do exemplo n.° 23).

15. BXPB, TXB; 16. C5R, PXB; 17. DXC+, R1C; 18. DXT+, ga­nhando.

N.° 41

(Até a sexta jogada como no exemplo n.° 39).

6. . . . . PXP; 7. P5R, P4D; 8. PXC, PXB; 9. DXD+, CXD; 10. PXPC, T1CB; 11. CXP, TXP; 12. B4B, C3R; 13. TR1R, P3BD; 14. C4R, B2R; 15. TD1D.

Com bom jogo. Se agora 15. .... CXB; 16. C6B+, R1B; 17. T8D+, BXT; 18. T8R mate.

Este exemplo recorda o ataque Max Lange, que examinaremos na Defesa dos dois cavalos.

Posição depois de 15. TD1D

N.° 42

(Até a sexta jogada como no exemplo n.° 39).

6. PXPD, B3C? A única continuação exata é 6.

B5C+. Este cheque era afas­tado pelas brancas, nos exemplos n.° 39, 40 e 41, onde jogaram 6. O-O.

7. P5D, C2R; 8. P5R, C5R; 9. P6D.

Assinalamos a importância deste avanço, no Giuoco Piano, pois em outros exemplos já apreciamos seu vigor.

9. .. . , CXPB; 10. D2R, CXT; 11. B5CR, B7B+.

Para abrir uma saída para a da­ma.

12. BID. Se 12. R1B, as pretas podem sa­

far-se com 12 C4B; colocan­do estas duas ciladas: 13. BXD, C6R+, ganhando a dama; ou 13. D4R, C6C+, com o mesmo resul­tado.

Page 44: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

12 P3BD; 13. BXC, D3C; 14. C5CB, T1BB; 15. D5T, P3CR; 16 DxPT. Ganhando, pois se 16 D5D+; 17 C2D.

N.° 43

(Ataque Moeller) 1. P4K, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3.

B4B, B4B; 4. P3B, C3B; 5. P4D, PXP; 6. PXP, B5C+; 7. C3B, CXPR; 8. O-O, BXC (ver n.° 44); 9. P5D, C4R.

Posição depois de 8. O-O

Se 9 B3B; as tabelas são prováveis com a continuação se­guinte: 10. T1R, C2R; 11. TXC, P3D; 12. B5CR, BXB; 13. CXB, O-O (no 13 B4B, por causa de 14. D3B); 14. CXPT, RXC; 15. D5T+, R1C; 16. T4TR, P4BR, etc.

10. PXB, CXB; 11. D4D, CD3D. Uma melhor defesa permite 11.

P4BR. 12. DXPC, D3B; 13. DXD, CXD;

14. T1R+, R1B? A falta decisiva. É verdade que

14 R1D, não concede um re­sultado melhor (15. B5C, C1R; 16.

TXC+, RXT; 17. T1R+, R1B; 18. 36T+, R1C; 19. T5R, e mate na jogada seguinte), porém desenvol­vendo imediatamente a peça ga­nha, as pretas poderiam resistir ainda (14 R5R; 15. C2D, P4BR; 16. P3B).

15. B6T+, R1C; 16. TXR, CR5R; 17. T1R, P4BR; 18. T7R, ganhan­do.

N.° 44

(Até a oitava jogada como no exemplo n.° 43).

8. CXC; 9. PxC, BXP (ver n.° 55); 10. D3C, BXT.

Posição depois de 10. D3C

Caindo na cilada. Devia se con­tinuar com 10. ..., P4D, com o qual a partida se igualaria da se­guinte maneira: 11. BXP (se 11. DXB, PXB; 12. P5D, C2R; 13. T1R, O-O; 14. B3T, CXP; 15. DXPB, C3C; 16. D2R?, P3BD); 11 O-O; 12. BXPB+, R1T; 13. DXB, TXB; 14. C6R, CXC; 15. PXC, B3R, etc.

Page 45: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

11. BXPB+, R1B; 12. B5C, C2R; 13. C5B, BXP; 14. B6C, P4D; 15. D3BK+, B4BR; 16. BXB, BXC; 17. B5R+, B3B; 18. BXB, ganhando.

N.° 45

(Até a nona jogada como no exemplo n.° 44).

9 B2R; 10. P5D, C4T; 11. P6D.

Vejamos uma vez mais os efeitos fulminantes deste avanço.

11. PXP. Se 11 CXB; 12. PXB, RXP;

13. D2R+, ganhando uma peça. 12. BXPB+, RXB; 13. D5DH-,

R1B; 14. C5C, BXC. É indispensável 14 D1R. 15. BXB, D1R. Se 15 D2B; 16. D5BR+,

R1C; 17. T1R, ganhando. 16. TD1R (ou TR1R), D3C; 17.

T3R, ganhando.

DEFESA DOS DOIS CAVALOS

Com esta defesa as pretas ado­tam um jogo muito realizador. Numa das variantes sacrificam um pião por uma vantagem no desen­volvimento, que as compensará am­plamente se seu adversário, no momento oportuno, não se decide a devolver o pião, o que lhe asse­gura uma posição sólida.

No exemplo n.° 46 apreciam-se os perigos, já vistos antes, da ime­diata recaptura pelas negras do PD; o ataque é mais violento ain­da do que no Fegatello. De­monstra-se nos n.° 47 e 48 que as pretas, depois do sacrifício de

um pião, obtêm um ataque peri­goso. O exemplo n.° 49 é menos claro, porém agradará os leitores.

Os dois exemplos que seguem são mais complicados, porém ofe­recem jogadas atraentes. O n.° 50 foi extraído de uma partida de um torneio inglês; as pretas descarri-Iham na sétima jogada e depois de uma segunda falta perdem a dama de uma maneira Inesperada que passou inadvertidamente pelo autor de um conhecido manual. O n.° 51, de uma partida ganha por Rellstab (Berlim, 1937), constitui um estudo profundo.

A miúde se transforma esta de­fesa em Giuoco Piano, Abertura Escocesa, Ataque Max Lange, etc.; transições que deverão ser familia­res a todo bom jogador. O ata­que Max Lange se produz justa­mente no exemplo n.° 52. Con­cluiremos expressando que as pre­tas, se não conhecem bem esta abertura, a cada passo podem errar o caminho.

N.° 46

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C3B; 4. P4D (ver n.° 47, 48 e 49), PXP; 5. C5C, P4D; 6. PXP, CRXP.

A resposta justa é agora 6 D2R+, seguido de C4R.

7. CXPB, RXC; 8. D3B+, B3R; 9. D4R+, ganhando.

N.° 47

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 46).

Page 46: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Posição depois de 6. PXP

4. C5C, P4D; 5. PXP, C4TD. A única resposta correta. Se 5 C5XP?; produz-se a

variante Pegatello: 6. CXPB, RXC; 7. D3B+, R3R; 8. C3B, CD2R; 9. P4D, etc. similar ao exemplo an­terior.

6. P3D, P3TR; 7. CR3B, P5R; 8. D2R, CXB; 9. PXC, B4BD; 10. C3B.

O melhor é 10. P3TR, prevenindo B5CR e para retroceder o cavalo a 2TR.

10 O-O; 11. CR2D (ou 1CR), B5CR; e as pretas ganham.

N.° 48

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 46).

4. C5C, P4D; 5. PXP, C4TD; o exemplo n.° 46.

6. B5C+, P3BD; 7. PXP, PXP; 8. B4T?

Devia-se jogar 8. B2R. 8 P3TR; 9. CR3B, P5R; 10.

C5R. Esta resposta é boa depois do

retrocesso do bispo a 2R, porém

quando este se encontra em 4TR, é um erro que custa uma peça.

10. D5D; 11. BXP+, CXB; 12. CXC, D4D; 13. CXPT.

As brancas desejam fazer pagar o mais caro possível a perda de seu cavalo, porém se arruinam completamente não prevendo o pe­rigo maior.

Posição depois de 12 D4D

13 B5CR; 14. P3BR, PXP; 15. O-O, B4BD+; 16. R1T, PXP++.

Compare-se com as duas posi­ções adversas: a inércia do ílaneo dama das brancas, com um pobre cavalo sediado em 7TD, depois de haver efetuado seis inúteis joga­das nas dezesseis da partida.

N.° 49

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 46).

4. C5CR, CXP?; 5. BXPB+, R2R; 6. CXC, RXB; 7. D3BC, R1C?

É preferível 7. RIR.

Page 47: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

8. C5C, ganhando. Se 8 DXC; 9. D5D mate.

N.° 50

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B4B, C3B; 4. P4D, PXP; 5. O-O, CRXP.

A captura do segundo pião con­cede às brancas um forte ataque, do qual não podem sair indenes as pretas, se não conhecem bem a defesa. Mais prudente é 5 P3D.

6. T1R, P4D; 7. C3B, (ver n.° 51).

Posição depois de 7. C3BD

Interessante cilada de Canal. 7. B3R? A seguinte continuação é van­

tajosa para as negras: 7. ..., PxC; 8. BXPD, B3R; e se agora 9. TxC, então 9. C2R, ganhando.

8. CXC, PXB; 9. C5C, B2R. A abertura que anunciava um

Max Lange oferece entretanto o aspecto de uma defesa dos Dois Cavalos.

10. CXB, PXC; 11. D5T+, P3CR; 12. D5CD, D4D?

Perdendo imediatamente. As pretas deverão fazer o roque.

13. C6B+, ganhando.

N.° 51

(Até a sétima jogada como no exemplo n.° 50).

7. BXPD, DXB; 8. C3B, D4TD. A melhor retirada. Natural­

mente que as pretas não podem capturar o cavalo.

9. CXC, B4R; 10. CD5C, O-O-O; 11. CXB, PXC; 12. TXP, B3D; 13. D2R, D4TR; 14. B2D?

Uma precaução necessária era 14. P3TR.

10 P6D; 15. D4R. As brancas vêem-se atrapalha­

das numa cilada. Se 15. PXP, C5D; 16. CXC, DXPT+, e mate na jogada seguinte.

15. C5D, ganhando. Se 16. TRXB, CXC+, (o me­

lhor); 17. DXC, DXD; 18. TXT+, TXT; 19. PXD, PXP; 20. B1B, T3D+. As peças brancas estão paralisadas e as pretas ganham graças a sua maioria de piões no flanço dama.

Esta cilada foi reproduzida quase inteiramente na partida entre Pre-trs e Crépeaux, disputada no tor­neio de Paris (1941). Na oitava jogada a dama se retirou a 5TR, não tendo se realizado a jogada 14. B2D.

N.° 52

(Ataque Max Lange) 1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD;

3. B4B, C3B; 4. P4D, PXP; 5. O-O,

Page 48: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

154B; 6. P5B, P4D; 7. PXC, PXB; 8. T1B+, B3B; 9. C5C, D4D.

Respondendo com 9 DXPB?, as pretas cairiam numa cilada per­dendo uma peça, 10. CXB, PXC; 11. D5T+, seguido de 12. DXB).

10. C3BD, D4B; 11. CD4R, B1BR? As pretas dispõem de duas con­

tinuações melhores: B3C e O-O-O. 12. CXPB, RXC; 13. C5C+, R1C;

14. P4CR, DXP+. Um erro grosso. Posição depois de 11 B1BR

15. DXD, BXD; 16. P7B++. Mate afogado, com um pião.

BUY LOPEZ

A mais forte e mais lógica das aberturas abertas. A idéia fun­damental é manter durante o maior tempo possível uma pressão sobre a casa central 5R, de ma­neira que as pretas se vejam obri­gadas a abandonar o centro, tro­cando seu PR. Se estas não de­sejam efetuar tal troca, se expõem a outras desvantagens.

As brancas possuem um jogo mais livre e conservam largo tem­po de vantagem de saída, em­bora contra uma defesa perfeita. São tais as dificuldades para as pretas nesta abertura, que contri­buíram bastante para popularizar as aberturas semi-abertas (Sicilia-na, Francesa, Caro Kann, etc.). Referimo-nos ao passado, pois, na atualidade, os teóricos da escola chamada «hipermoderna» calculam que a saída 1. P4R é inferior e quanto à resposta 1 P4R não extrai toda a vantagem que ofe­rece a «débil» primeira jogada das brancas.

Não cremos, entretanto, que as pretas estejam perdidas ao entrar no Ruy Lopez. Diversas defesas prometem manter o equilíbrio e talvez obter mesmo a vantagem. Três sistemas de defesa se encon­tram em voga atualmente.

Primeiramente, a defesa Steinitz, onde as pretas se esforçam a todo preço para manter no centro, com 3. P3D; 4 B2D; 5 C3BR; 6. B2R; etc. Sua po­sição é assim restrita e sem dú­vida terão que abandonar o cen­tro em certo momento porém, em compensação, a coluna de rei fi­cará aberta para sua torre e elas poderão oferecer uma pressão so­bre o PR inimigo. Esta defesa pode adotar uma jogada prepara­tória (3 P3TD), que conduz a interessantes variantes e oferece outras possibilidades.

Page 49: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

A segunda defesa, devida a Tchi-gorin, é um rápido desenvolvimen­to do flanco dama, com uma es­pécie de ataque por meio de P3TD; P4CD; C4TD; P4BD, etc. e uma certa iniciativa neste costado an­tes que as brancas tenham tempo de atacar no flanco rei.

Finalmente, o terceiro sistema, empregado por Morphy e recomen­dado por Tarrash, é uma enérgica demonstração central, com 3. ..... P3T0; 4 C3BR; 5 CXPR, ao preço de uma certa debilidade nos piões do flanco dama.

Esta abertura foi muito anali­sada em todas suas formas e mui­tas partidas brilhantes foram jo­gadas com ela, que descobriram claramente todas suas ciladas. Os aficcionados obterão um valioso ensinamento nos exemplos que se­guem. O tema é amplo para ex­por e começaremos pelas defesas más e logo passaremos àquelas correntemente adotadas por cau­sa de sua correção.

Nosso primeiro exemplo (n.° 53), originado numa partida entre Zu-kertort e Anderssen, ilustra a dé­bil defesa Mortimer agravada por uma segunda falta; a derrota in­fligida às pretas não pode animar-se a adotar esta defesa. No n.° 54, o castigo a um mau jogo é mui­to severo. O ensaio descuidado das brancas, no n.° 55, para ga­nhar material, transforma-se num desastre, enquanto que uma ma­neira mais sólida de explorar a

defesa das pretas devia conceder uma grande vantagem.

O n.° 56 é um novo exemplo do ganho de material, em detri­mento da posição. Uma partida mais finamente jogada do que es­ta, é o exemplo n.° 57, ganha por Blumenfeld em Moscou, 1903, onde as pretas perdem por uma série de conseqüências de sua débil jo­gada P3CR, defesa difícil que só pode ser escolhida conscientemente por fortes jogadores, que compre­endem quão essencial é a presença do bispo rei. Mostra o n.° 58 uma astuta cilada armada por Black-burne a Alekhine no Torneio de São Petersburgo, 1914, apreciando-se que a situação do bispo rei branco em 50+ não é de todo se­gura.

Um tipo de faltas que amiúde cometem os jogadores experientes assinala o n.° 59, consistente em confundir dois sistemas de defesa; este exemplo provém de uma par­tida ganha por Nimzovitch numa sessão de simultâneas. O perigo de uma saída prematura da dama é novamente demonstrado pelo n.° 60; uma segunda falta agrava a situação das pretas. A cilada do n.° 61 salta à vista, de forma que somente será eficaz contra os principiantes. Pelo contrário, a fa­mosa cilada de Tarrasch (n.° 62) tem atrapalhado a mestres como Zukertort e Gunsberg.

O n.0 63 é um ataque bem co­nhecido, chamado de Breslau. Não é uma cilada, estritamente falan-

Page 50: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

do, porém é necessário conhecer esta manobra para não se expor a perder uma partida que poderia se salvar com uma defesa correta O mesmo ocorre no n.° 64, no qual as pretas se descuidam na 11.' jo­gada, recebendo um bonito e ines­perado mate. No n.° 65, as pre­tas não interpretam o significado das manobras de seu adversário, perdendo rapidamente.

Ainda outra excursão prematura da dama no n.° 66, com suas tris­tes conseqüências. A cilada do exemplo n.° 67 é muito fina e os magníficos mates se produzem de­pois dos sacrifícios da dama e a torre, enquanto que as pretas po­dem evitar a cilada, obtendo a igualdade, pois a jogada 5. T1R não é a mais forte; bastante mais enérgico é 5. P4D.

O exemplo n.° 68 contém uma famosa cilada de uma profundida­de pouco' comum. Tarrasch publi­cou uma análise em 1891, a qual não o impediu de cair nela em março do ano seguinte, num torneio em Dresde. Suas diversas varian­tes parecem tão normais que se contam entre suas vitimas alguns dos melhores jogadores.

Apreciou-se no n.° 69 que a jo­gada P4D, geralmente vantajosa para as pretas, ao ponto de equi­librar o jogo, não deve ser efetua­da indiferentemente; um avanço prematuro pode resultar num de­sastre. O mesmo ocorre ás bran­cas, no n.0 70, porém novamente a segunda falta é a causadora da

derrota, além da jogada P4D. No n.° 71 é também a segunda falta a que faz perder o jogo, porém a primeira foi efetuada pelo adver­sário; convém, pois, recordar a fra­se, «a penúltima falta ganhará». Saber explorar um erro não é sem­pre o procedimento mais simples ou o mais plausível como também o melhor.

O exemplo n.° 72, bonito e com­plicado, mostra o erro das brancas por haver desejado capturar um pião. Seu jogo se encontra assim muito aberto e o retardamento no desenvolvimento cria uma desvan­tagem. Corresponde a Nyholm a honra desta demonstração. A mesma lição é finamente apresen­tada no n.° 73. Deve-se evitar abrir linhas ao adversário quando se adota um jogo cerrado. A úni­ca peça ativa é a dama, que se debate desesperadamente, contra o exército inimigo. O último exem­plo (n.° 74) volta-nos a mostrar o cheque mortal D5T, em conseqüên­cia de um erro das pretas.

N.° 53

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, CR2R; 4. F3B P3D; (ver n.0

54); 5. P4D, B2D; 6. O-O, C3C; 7. C5C, P3TR?

Jogo débil numa defesa inferior. É necessário B2R.

8, CXPB, BXC; 9. B4B+, R2R. Nao seria melhor 9 RIR;

10. D5T, D3B; 11. P4BR, etc. 10. D5T, DIB.

Page 51: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Se 10 B1R; seguiria 11. B5CR+, PXB; 12. DXP+, R2D; 13. D5B+, R2R; 14. D6R mate.

Posição depois de 10. D5T

11. D5C+, PXD; 12. BXPC++.

N.° 54

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 53).

4. . . . . P3TD; 5. B4T, P4CB; 6. B3C, P4D; 7. D2R, PXP; 8. DXP, B4BB; 9. CXP, BXD?

Deverão resignar-se a jogar 9. .... CXC; 10. DXC, B5D; etc.

10. BXPB mate.

N.° 55

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P4B; 4. BXC, PDXB; 5. CXP.

As brancas não somente desejam ganhar um pião, mas também têm em vista o cheque em 5TR, que, como expressamos, amiúde oferece proveitosas conseqüências. Aqui é uma falsa manobra, pois as pre­tas obterão um ataque com o ga­nho final da doma.

5. .... D5D; 6. D5T+, P3CR; 7. CXPC, C3BR; 8. D4T, C5CR; 9. CXT?

A posição das brancas não era muito invejável, porém com esta jogada perde imediatamente. Com 9. C3B, não somente era possível a resistência (9 DXPR+; 10. C2R) pois também se armaria uma cilada interessante, (10 DXPC; 11. T1CR, DXPT?; 12. TXC, ga­nhando) .

9. . . . . DXPR+. Ganhando, pois a qualquer mo­

vimento do rei, a resposta 10 C6R+, ganha a dama.

N.° 56

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, C3B; 4. P4D, C2R?; 5. CXP?

Um erro decisivo. A resposta justa é 5. C3BD.

5 P3BD; 6. C4B. Se 6. B4T, D4T+, ganha o ca­

valo. As brancas não têm outro recurso que armar uma cilada.

6. . . . . C3C. Evitando a trama, na qual as

pretas cairiam se capturassem o bispo, pois 7. C6D+, daria um ma­te afogado.

7. B4T, P4CD, ganhando.

N.° 57

1. P4B, P4B; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P4D; 4. P4D, B2D; 5. C3B, CR2R?; 6 B4BD; PXP; 7. CXP, P3CR.

Uma continuação preferível é 7 CXC; 8. DXC, C3B; etc.

Page 52: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

8. B5CR, B2C; 9. C5D, BXC

Posição depois de 9 BXC

Com 9. ..., CDXC, as pretas po­deriam evitar um desastre ime­diato (10. BXC, DIB), porém seu adversário teria sempre uma gran­de vantagem depois de 11. B6B, C3R; 12. BXB, CXB; 13. D4D, etc.

10, DXB, O-O. Se 10 CXD; 11. C6B+, B1B;

12. B5TR mate. 11. C6B+, BIT; 12. C4C+, CXD;

13. B6B+, R1C; 14. C6T++. É curioso notar que numa das

variantes o mate é obtido pelo bis­po em 6TR e o cavalo em 6BR, enquanto que na outra ocorre com o bispo em 6BR e o cavalo em 6TR. Estes dois mates se repro­duzem no exemplo n.° 225 (Defesa Siciliana)

N.° 58

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, C5D; 4. CXC, PXC; 5. O-O, P3CR; 6. P3D, B2C; 7. P4BR, P3BD; 8. B4BD, P4D; 9. PXPD, PXPD; 10. B5CD+, B1B; 11. C2D?

As brancas não se apercebem da trama que implica a jogada pre­cedente. Elas poderiam salvar seu bispo retirando-se para 4TD.

11. D4T; 12. P4TD, P3TD; 13. C3C, D1D.

Ganhando o bispo e a partida.

N.° 59

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, C3B; 4. O-O, P3D; 5. P4D, CXPB.

Mau. Tendo a intenção de cap­turar o PR, as pretas deverão to­má-lo na 4.» jogada, retirando imediatamente o cavalo para 3D (defesa Berlinense). Elas confun­dem duas defesas, a de Steinitz com a Berlinense, pois 5. ..., B2D; entraria na Defesa Steinitz regu­lar.

6. P5D, P3TD; 7. B3D, C3B?

Posição depois de 7 C3BR

Um novo e decisivo erro, 7. C2R; salvaria a peça, se não con­seguisse a partida: 8. BXC, P4B; 9. B3D, P5R; 10. T1R, PXC; (ou PXB); 11. DXP, com forte ataque.

Page 53: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

8. PXC, P5E; 9. T1R, P4D; 10. B2R, PXC; 11. PXPC, BXP; 12. B5CD++.

Um excelente exemplo.

N.° 60

1. P4R, P4B; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. B4T, C3B; 5. D2R, B4B; (ver n.° 61); 6. P3B, P4CD; 7. B2B, P4D?; 8. PXP, DXP; 9. P4D, B3D.

9 B3C; assegurar à dama melhores perspectivas de retrocesso e salva a peça, embora as bran­cas ganhassem um pião com 10. PXPR.

10. B3C. Uma desagradável surpresa para

as pretas. 10. . . . . D5R; 11. DXD, CXD; 12.

B5D, ganhando. Depois de 6. P4CD; a amea­

ça B5D se circunscreve sempre so­bre as pretas e estas jamais de­verão perdê-la de vista.

N.° 61

(Até a quinta jogada como no exemplo n.° 60).

5. O-O, CXP; 6. P4D, P4CD; 7. B3C, P4D; 8. PXP, C2R?

A única resposta correta é 8 B3R.

9. T1R, P4BD? A jogada que perde. £ melhor

9 C4B; embora deixe as pre­tas em dificuldades para obter uma posição satisfatória, pois seu BR está encerrado.

10. TXC.

E as brancas ganham pelo me­nos um pião, (10. PXT, 11. BXPB+) .

N.° 62

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. B4T, C3B; 5. O-O, CXP; 6. P4D, P4CD; 7. B3C, P4D; (ver n.° 65); 8. PXP, B3R; 9. P3BD, B2R (ver n.0 64); 10. T1R, O-O; 11. C4D, D2D? (ver n.° 63).

Posição depois de 11. C4D

Perdendo imediatamente. A jo­gada realizadora 11. CXP, ca­racteriza a variante Breslau (veja-se o exemplo n.° 63).

12. CXB, DXC (ou PX) ; 13. TXC, ganhando.

N.° 63

(Até a 11.' jogada, como o exem­plo n.° 62).

11 CXP; 12. P3BR, B3D. As brancas têm aqui duas boas

alternativas: 1) recusar o sacrifício: 13. B4B.

C5B; 14. BXB, CRXB; 15. TXB, PXT; 16. CXPR+, D3B; 17. CXT,

Page 54: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

TXC; 18. DXP+, R1T; 19. C2D, etc.

2) aceitá-lo, continuando como segue: 13. PXC, R5CR; 14. D2D, D5T, 15. P3TR (15. P3CR, é pior como se verá), com uma igualda­de aproximada. Se 15 C6D; então 16. T3R. Se 15 P4BD; 16. D2RR. Finalmente, se 15 B2D; 16. BXPD.

13. PXC, B5CR; 14. D2D, D5T; 15. P3CR, D4T; 16. D5C, D6T; 17. BXPD, C6B+; 18. CXC, BXC; 19. D2D, P4BD+, ganhando.

N.° 64

(Até a décima jogada como no exemplo n.° 62).

10. B3R, O-O; 11. CD2D, P4BR. São melhores CXC ou C4B. 12. PXP ap., CXP3B; 13. CSC,

B4BR?

Posição depois de 13. C5C

Embora não haja réplica verda­deiramente satisfatória, era me­lhor 13 B2B; pois a diagonal em que se acha o rei (1CR-7TD) é muito débil.

14. CD4R. Esta jogada vencedora se encon­

tra em quase todas as variantes. 14 CXC; 15. DXP+, R1T? Não perde imediatamente 15.

DXD; 16. BXD+, R1T; 17. CXC, porém as brancas conser­vam um pião de vantagem com melhor posição.

16. D8C+.

E mate na jogada seguinte.

N.° 65

(Até a oitava jogada como no exemplo n.° 62).

8. P4TD. Isto somente pode ser aconse­

lhado contra um jogador mais dé­bil.

8 P5C. Muito melhor é 8 CXPD. 9. P5T, B2R? Também aqui a segunda falta é

decisiva. As pretas não apreciam as intenções da 9.* jogada branca e caem numa cilada. A defesa correta é 9. CXP; 10. CXC, PXC; 11. DXP, P3BD. Pelo con­trário, seria mau. B5CR; por causa de 10. B4T, D3B; 11. PXP, D3R; 12. C4D, etc.

10. PXP, B3R; 11. B4T. A peça está perdida, pois se 11.

D2D; 12. C4D

N.° 66

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, C3B; 4. O-O, CXP (ver n.» 67 e 68); 5. P4D, P3TD7

Page 55: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Outra vez são confundidas duas variantes. A continuação correta é 5 B2R.

6. BSD, P4D; 7. P4B, PXPD. Depois de haver perdido um

tempo, as pretas abrem a coluna do rei. Tal jogo deve perder a partida.

8. PXP, DXP; 9. BXC, DXB; 10. T1R, ganhando.

N.° 67

(Até a quinta jogada como no exemplo n.° 66).

5. T1B, C3D; 6. C3B, CXB, CXB; 7. CXP, CXCR.

Nao é melhor 7. CXC+; 8. CXC+, B2R; 9. CXB, CXD; 10. C6C+, ganhando. Pelo contrário, 7. B2R; deixaria tudo em or­dem.

Posição depois de 7. CXP

8. TXC+, B2B; 9. C5D, O-O; 10, CXB+, BIT; 11. D5T, P3CR.

Se 11 P3D; a partida ter­minaria numa pequena e bonita combinação: 12. DXPT+, RXD; 13 T5T, mate.

12. D6T, T1R; 13. T5T, PXT; 14. D6B++.

N.° 68

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 66).

4 B2R; 5. C3B, P3D; 6. P4D, B2D; 7. T1R, O-O?

A trama em que caem as pre­tas poderia ser evitada com 7. ..., PXP. É curioso notar que o ro­que, uma jogada aparentemente natural, cause a perda da partida, enquanto que uma resposta inócua, perdendo um tempo, como P3TD, tivesse defendido a situação, emo-bora com certas dificuldades.

8. BXC, BXB; 9. PXP, PXP; 10. DXD, TDXD.

Posição depois de 10. TDXD

Se 10. TRXD; a variante vencedora é como segue: 11. CXP, BXP; 12. CXB, CXC; 13. C3D, P4BR; 14. P3BR, B4B+; 15. R1B, T1BR; 16. R2R, B3C; 17. PXC, PXP; 18. C4B, P4CR; 19. C3T, ganhando.

Page 56: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

11. CXP, BXP; 12. CXB, CXC; 13. C3D, P4BB; 14. P3BR, B4B+; 15. CXB, CXC; 16. B5C, T4D; 17. B7R, T1R (ou 2B); 18. P4BD.

Ganhando a qualidade.

N.° 69

1. P4B, P4B; 2. C3BB, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. B4T, C3B (ver n.° 70, 71, 72 e 73) ;5. O-O, B2R; 6. T1R, P4CD; 7. B3C, P3D; 8. P4TD, T1CD; 9. P3B, O-O; 10. P3D, B5C; 11. CD2D, P4D.

Posição depois de 11. P4D

Avanço prematuro sugerido pelo aspecto inofensivo da posição branca. Com 11 C4T; 12. B2B, P4B; as pretas teriam uma situação satisfatória.

12. PXPC, PTXP; 13. T6T, D2D? A perda do pião podia ser evi­

tada com 13 PXP, porém o jogo das pretas é sempre inferior.

14. PXP, CXP; 15. TXC, DXT; 16. CXP, BXD; 17. CXD, BXB; 18. CXT.

E as brancas devem ganhar.

N.° 70

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 69).

4. P4CD; 5. B3C, P3D; 6. P4D, CXP.

Se 6 PXP; 7. B5D, com o fim de evitar a cilada (7. CXP. CXC; 8. DXC, P4BD), como ocor­re na variante principal.

7. CXC, PXC; 8. DXP. O erro. Com 8. B5D, as bran­

cas salvam seu bispo e provavel­mente ganham a partida.

8 P4BD; 9. D5D, B3B; 10. D6B+, B2D; 11. D5D, P5B.

E as pretas ganham o bispo. À título de curiosidade enxadrís-

tica, mencionaremos aqui que um campeão mundial foi vítima desta cilada. Num livro de torneios afirma que, omitindo 11. P5B, a partida é tabuada pela repeti­ção de jogadas. Esta cilada leva o nome bizarro de «Arca de Noé» e pode se apresentar com outra ordem de jogadas. Por exemplo, no n.° 69, pode-se apresentar assim: 8. P4D, CXP; 9. CXC, PXC;

10. DXP, P4BD seguido de 11 P5B; e tendo efetuado as pretas C3B, a dama branca não se pode situar em 5D, o que constitui uma sensível simplificação da cilada.

N.° 71

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 69).

4 P4CD; 5. B3C, B2C; 6. P4D, CXPD7; 7. CXC?

Posição crítica. As brancas per­dem quando podiam triunfar com

Page 57: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

7. BXPB+, RXB; 8. CXP+, RIR; 9. DXC, etc.

7. . . . . PXC; 8. DXP, P4BD; 9. D5R+, D2R; 10. DXD+, CXD.

E as brancas perdem pelo me­nos o pião de 4R.

N.° 72

(Até a quarta jogada como no exemplo n.° 69).

4. . . . . C3BR; 5. O-O, B2R; 6. T1R, P4CD; 7. B3C, P3D; 8. P3B, C4TD; 9. B2B, P4B; 10. P4D, D2B; 11. P4TD, T1CD; 12. PTXP, PTXP; 13. PXPR, PXP; 13. CXP?

Posição depois de 13. PXPR

As brancas se enganam grande­mente ao crer num erro de seu adversário.

14. .... DXC; 15. TXC, C5C; 16. P4BR.

Se 16. P3CR, D4T; 17. P4TR, BXPT; com um forte ataque.

16 D2B; 17. TXP, TXT; 18. B4T, O-O; 19. BXT, P5B.

Esta abertura da diagonal 1CR-7TD (o mesmo ocorre depois de 17.

T1T), decide a partida em favor das pretas (se 20. B4T, D2T+).

N.° 73

(Até a quinta jogada como no exemplo n.° 69).

5. P3D, P3D; 6. P3B, B2R; 7. P3TR, O-O; 8. CD2D, P4CD; 9. B2B, P4D; 10. D2R, T1R; 11. O-O, B3R; 12. PXP, BXPD; 13. CXP?

Posição depois de 13. CXP

No lugar de tratar de ganhar um pião, as brancas poderiam con­tinuar com 13. B3C, ou 13. C5C, porém não com 13. C4R, que per­deria a qualidade depois de 13.

CXC; 14. PXC, B5BD; etc. 13. CXC; 14. DXC, B3D; 15.

D5CR, T4R; 16. D4T, T4TB; 17. D4D, P4BD; 18. D3R, C5C; 19. D2R.

Se 19. PXC, segue mate em pou­cas jogadas (19 T8T+; 20. RXT, D5T+; etc.).

9 TXP. Com vistas ao mate 20. ..., B7T

(depois de 20. PXT) . 20. DXC, T5T; 21. D5B, T8T+.

Page 58: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

E mate em três jogadas.

N.° 74

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. B5C, P3TD; 4. BXC, PDXB; 5. C3B.

Pareceria que nesta situação as pretas dispuseram de numerosas continuações boas. Na realidade é a jogada de aspecto pouco po­sicionai 5 P3BR, a que asse­gura uma boa partida, porém ela exige uma análise profunda. Con­tra quase todas as outras respos­tas, as brancas obtêm a superiori­dade, por exemplo: 5 B5CR,-permite às brancas eliminar este bispo por meio de 6. P3TR, en­quanto a 5 C3B; 6. CXP, con­duz a um final vantajoso para as brancas.

5. B3D. Esta réplica parece boa, porém... 6. P4D. Agora as pretas devem escolher

entre 6 B5CR; 7. PXP, BXC; trocando um dos dois bispos tão úteis, ou 6 PXP; 7. DXP, P3BR, perdendo um tempo precio­so. A resposta que segue é pior.

6 P3BR; 7. PXP, PXP. Se 7. BXP; 8. DXD+, segui­

do de 9. CXB e o final é vanta­joso para as brancas.

8. CXP, BXC; 9. D5T+, ganhan­do.

ABERTURA DOS QUATRO CAVALOS

Esta abertura pode ser conside­rada como isenta de ciladas, pois

produz facilmente posições simé­tricas pouco férteis em combina­ções e armadilhas. Em conse­qüência, a estratégia correta é a de um jogo de posição, quase sem fantasia. É uma abertura monó­tona, onde as faltas devem acu­mular-se para que a cilada seja possível.

Os dois exemplos que apresenta­mos são exatamente para qualifi­car de ciladas, pois implicam um jogo muito débil da parte das brancas que perdem em ambos os casos. Surpreenderá que uma abertura tão tranqüila produza re­sultados tão desastrosos e rápidos.

O exemplo n.° 75 oferece uma variante difícil para ambos os la­dos. O erro das brancas na 10.* jogada origina uma posição per­dida para elas, enquanto que seu adversário não faz mais do que imitar suas próprias jogadas. No n.° 76, extraído da partida Capa-blanca vs. Tarrasch (Torneio de São Petersburgo, 1914), as pretas exploram criteriosamente duas jo­gadas inferiores que lhes permi­tem armar uma bela cilada.

N.° 75

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. C3B, C3B; 4. B5C, B5C; 5. O-O, O-O; 6. P3D, P3D (ver n.° 76); 7. B5C, B5C; 8. C5D, C5D; 9. B4BD.

As brancas podem tirar proveito da imitação sistemática de seu adversário, demonstrando que ela não pode prosseguir indefinida­mente, continuando com 9. CXB,

Page 59: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Posição depois de 8. C5D

CXB; 10. C5D, C5D; 11. D2D, D2D?; 12. BXC, BxC; e a sime­tria chega a seu fim (13. C7R+, R1T; 14. BXPC+, RXB; 15. D5C+, R1T; 16. D6B mate).

9. D2D; 10. CXB? Melhor é 10. CDXC+, PXC; 11.

B4TR, ou mesmo 10. P3B, CRXC; 11. BRXC, CXC+; 12. PXC, B4TR; 13. R2C, etc.

10. .... BXC; 11. PXB, D6T. Ganhando pela ameaça CXP+,

seguido de DXP mate.

N.° 76

(Até a sexta jogada como no exemplo n.° 75).

6. BXC; 7. PXB, P4D; 8. BXC, PXB; 9. CXP, D3D; 10. B4B, T1R; 11. D3B.

Não é preferível 11. PXP, TXC: 12. P4D, por causa da resposta 12. .... T8R.

11 PXP. Seria mau 11. TxC; pois as

brancas replicariam com 12. P4D. 12. PXP, TXC; 13; TR1D.

Posição depois de 12. TXC

Um erro, pois se devia continuar com 13. TD1D, contra o que o me­lhor que teriam as pretas seria seguir com 13 B5C; 14. D3C, BXT; 15. BXT, C4T, etc.

13. B5C; 14. D3CR? A segunda falta, que causa a

derrota. Depois de 13. TXD, BXD; 15. TXC, PXT; 16. BXT, BXPR, chega-se à igualdade.

14. BXT; 15. BXT, D7D. Ameaçando mate, as pretas ga­

nham uma peça. Qualquer outra jogada da dama perderia um pião.

16. P3BR, C4T; ganhando.

GÂMBITO DO REI

Por que o Gambito do rei per­deu todo seu favoritismo? É que já não conduz, como se dizia, à vitória triunfal, e encontrou-se que as pretas dispõem de recursos pa­ra igualar o jogo ou mesmo para obter a vantagem. Mestres rea­lizadores, como Spielmann e Tar-takower, adotaram freqüentemente

Page 60: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

esta abertura, porém os êxitos que alcançaram foram melhores, ape­sar da abertura que é devido a ela.

Entretanto, reconheceremos que esta linha de jogo permite ao afic­cionado iniciar-se de maneira ex­celente no jogo de combinação.

Um jogo inferior, melhor do que a cilada, vê-se no exemplo n.° 77, pois corretamente jogada no Gam­bito Muzio, o ataque Lean chega à igualdade. Se as pretas se des-carrilham (ocasiões se apresentam amiúde), sucumbem rapidamente. Mostra o n.° 78 a que perigos se expõe o jogador que se deixa ir pelo Gambito Allgaier, se não o conhece à fundo. A pequena ci­lada do exemplo n.° 79 surge de uma variante moderna do Con-tragambito Falkbeer.

O n.° 80, extraído de uma parti­da de Morphy, é instrutivo. As pretas abrem a coluna de rei cap­turando um pião central, o qual sempre é um perigo, sobretudo, neste gambito. O n.° 81 é a re­produção da histórica partida Spielmenn vs. Tarrasch, do tor­neio de Mahrisch-Ostrau, 1923, na que se jogou uma variante que du­rante muito tempo fora conside­rada desvantajosa para as pretas, pois a continuação 7 B4BR custa uma peça; porém Tarrasch demonstrou que a peça pode ser sacrificada. Este sacrifício, pos­teriormente, jamais foi aceito pe­las brancas. Finalmente, o exem­plo n.° 82 mostra uma nova joga­da do Contra-gambito Falkbeer,

que a imaginação brilhante de Ke-res aplicou pela primeira vez con­tra Petroff no campeonato da Rús­sia, de 1940. As pretas, num ter­reno inexplorado, não encontram a melhor resposta e caem na ci­lada, tudo em oito jogadas (par­tida ganha pelo autor deste livro).

N.° 77

1. P4R, P4R; 2. F4BR, PXP; 3. C3BR, P4CR; 4. B4B, P5C; 5. O-O, PXC; 6. DXP, D3B; 7. P5R, DXP; 8. P3D, B3T; 9. B2D, C2B; 10. C3B, CD3B; 11. TD1R, D3BR; 12. C5D, R1D; 13. D2R.

Posição depois de 13. D2R

Isto constitui o ataque Lean. 13 CXC? Mau. Com 13 D3R; 14. D3B,

D4B, seria tabuada pela repetição de jogadas.

14. BXC, DXB; 15. B3B. As pretas estão irremediavel­

mente perdidas. Se 15 B4C; 16. BXT, B2R; 17. B6B, D3D; 18. D4C. Este é o triunfo do desen-

Page 61: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

volvimento, a liberdade de ação, sobre a matéria inerte.

N.° 78

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PXP; 3. C3BR, P4CR; 4. P4TR, P5C; 5. CSC, P3TR; (j. CXPB, RxC; 7. P4D, P4D; 8. BXP, PXP.

Tática p o u c o recomendável abrindo uma importante diagonal para o bispo do rei inimigo.

9. B4BD+, R2C; 10. B5R+, C3BR; 11. T1BR, B2R; 12. D2R, C3B; 13. C2D, CXP?

Posição depois de 13. C2D

, ' m m

1 1 H H 1 1 1 1 J l |

fn f i 53 H Muito mau. As pretas não ga­

nham o pião e perdem dois tem­pos, abrindo, além disso, as peças de seu adversário, todas as vias de acesso para o ataque.

14. DXP, C3B; 15. B3B. Ganhando, pois as pretas somen­

te poderão resistir um tempo, co­mo segue: 15 D IR; 16. O-O-O (16. P5T, BID força a troca de damas); 16. D3C; 17. D4B, TR1B; 18. C3R, etc.

N.° 79

1. P4R, P4R; 2. P4BR, PxP; 3. C3BR, PÍD.

Notamos que na maior parte das variantes do Gambito rei e em algumas aberturas abertas, esta jogada assegura a igualdade.

4. PXP. Não tão bom é 4. P5R, pois en­

tão a diagonal 2TD-8CR ficaria fechada e o BD preto se desenvol­veria vantajosamente. Além dis­so, as pretas podem tentar a pro­teção de seu pião em 5BR por meio de P4CR.

4 C3BR; 5. P4D, CXP; 6. B4BD, B3R; 7. O-O?

É curioso que esta jogada, apa­rentemente plausível, perde a par­tida. Com dificuldade, as bran­cas podem manter certo equilíbrio jogando 7. BXC.

7 C6R. Pequena combinação baseada no

ataque simultâneo contra dois piões.

8. BXC, BXB. Ganhando a qualidade.

N.° 80

1. P4R, P4R; 2. P4BR, D4D; 3. PRXP, DXP.

O contragambito Falkbeer (4. ..., P5R) concede as melhores pos­sibilidades.

4. C3BD, D3B? Depois de uma jogada débil, uma

falta que prepara outra. As pre­tas desejam ganhar o pião de 4BR, porém abrem assim a coluna do

Page 62: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

rei a seu adversário. Plano es­tratégico errôneo.

5. C3B, PXP+; 6. R2B, B4BD+?; 7. P4D, B3C?; 8. B5CD+.

Posição depois de 7 B3C

Este cheque parece haver esca­pado à atenção das pretas. Estas deveriam jogar no movimento pre­cedente, pelo menos 7 B2R.

8. R1D. Se 8 P3BD; 9. T1R, etc. 9. T1B. Ganhando, pois, a qualquer reti­

rada da dama segue 10. T8R ma­te.

N.° 81

1. P4R, P4R; 2. P4BR, P4D; 3. PRXP,' P5R; 4. P3D, C3BR; 5. PXP, CXPR; 6. C3BR, B4BD; 7. D2R, B4BR.

Com 7. ... , B7B+; as pretas cai­riam numa cilada: 8. R1D, DXP+; 9. CR2D, P4BR; 10. C3BD, D5D; 11. CDXC, PXC; 12. P3B, D6R; 13. D5T+, etc.

8. P4CR?

O erro. A continuação correta é 8. C3B, D2R; 9. B3R.

8. .... O-O; 9. PXB, T1R; 10. B2C, C7B; 11. C5R, CXT; 12. BXC, C2D.

Não 12 P3BR, por causa de 13. P6D, PXC; 14. D4B+, seguido de 15. DXB, ou senão 13. PXPD; 14. B5D+, R1B; 15. D5T.

13. C3BD, P3BB; 14. C4R, PXC. Ganhando. As brancas, na par­

tida Sielpmann-Tarrasch, abando­nam na jogada 26.".

N.° 82

1. P4R, P4R; 2. P4BR, P4D; 3. PXPD, P5R; 4. P3D, C3BR; 5. C2D.

Uma inovação de Keres. Este jovem mestre parece ter certa pre­dileção por esta saída do cavalo, pois a aplica freqüentemente na Defesa Francesa.

5. . . . . DXP. Isto acaba mal. O melhor pa­

rece ser 5 B4BR; 6. PXP, CXPR.

Posição depois de 7 D3B

Page 63: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

6. PXP, CXP; 7. B4BD, D3B? Para proteger seu cavalo amea­

çado por 8. D2R. Não é fácil achar um retrocesso conveniente para a dama; por exemplo: 7 D5D; 8. D2R, P4BR; 9. CR3B, ga­nhando. Parece que as pretas de­veriam resignar-se a perder um pião, jogando, por exemplo: 7 D4BD; 8. D2R, P4BR, etc.

8. D2R, B4BR; 9. B5CD. Ganhando. Talvez, desejando

salvar primeiramente um pião, lo­go uma peça, as negras termina­ram perdendo a dama.

ABERTURA ALAPIN

Conhece o leitor esta abertura? Já a escutou alguma vez ou seu nome lhe sugere algo? Se pode responder afirmativamente a estas perguntas, estamos certos de que jamais se lhe apresentará a oca­sião de aplicar ou de responder a esta abertura, pois a mesma já não se pratica e a razão não é simples­mente uma questão de moda; ela é muito simples: a idéia não pode ser realizada mais do que em uma só variante e são as pretas que deliberadamente podem adotá-la ou evitá-la. Neste último caso, as brancas terão que lutar aspe­ramente para obter uma posição apenas satisfatória.

Depois de 1. P4R, P4R, as bran­cas desenvolvem seu CR, não a 3BR, mas a 2R, evidentemente pa­ra continuar com P4D ou P4BR. No primeiro caso (se as pretas capturam o pião, a que não estão

de forma alguma obrigadas), en­tra-se numa abertura. É no se­gundo caso onde podem aparecer os detalhes característicos desta abertura; as brancas jogam então um Gambito de Rei sem sacrifi­car o P4R. Se as pretas entram no seu plano, capturando este pião, a recaptura com o cavalo dá às brancas uma boa posição; porém se aquelas não efetuam a captura, as dificuldades se apresentam às brancas por causa de seu bispo de 1BR estar aprisionado pelo ca­valo, devendo perder tempo para poder intervir na luta, o que su­prime todas as possibilidades de ataque.

As duas ciladas que reproduzi­mos ilustram claramente o que dis­semos e ambas são jogadas cor­tadas, mal jogadas por um lado. No n.° 83 a captura do P4BR re­cebe seu justo castigo. A de n.° 84 foi ganha pelo aficcionado Yan-kowitsch, e assinala os males que afetam as brancas nesta abertura. Refutando uma combinação de azar, as pretas ganham brilhan­temente.

N.o 83

1. P4R, P4R; 2. C2R, C3BB; 3. P4BR, PXP?; 4. CXP, CXP.

A captura do pião sobre a colu­na do rei é quase sempre perigosa para aquele que ainda não haja feito o roque.

5. D2R, D2R; 6. C5D, D4R. Protegendo simultaneamente o

cavalo e o pião de 2BD, porém a dama é reduzida a um papel de-

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CAPITULO I I I

ABERTURAS FECHADAS

Estas aberturas gozam de uma grande preferência nos torneios atuais, especialmente pelos fortes jogadores, mestres e campeões. Nos últimos jogos pelo campeonato mundial foram vistas 54 " aber­turas deste tipo, em 60 partidas disputadas.

Os admiradores da antiga escola deploram esta preferência, porém se reconhece unanimemente que as aberturas que mencionamos neste capítulo favorecem mais do que as outras num jogo de posição e ela-boraç?.o de belas combinações. O jogo é mais complicado e as mu­danças são retardadas, chegando freqüentemente a finais do mais elevado interesse.

Este capítulo se impõe particu­larmente à atenção de todo joga­dor sério e estudioso. As partidas dos jogos de Alekhine contra Capablanca e Bogoljubo, o instrui­rão na Defesa Cambridge Springs e as produções da partida Alekhine vs. Euwe ilustram sobre a Defesa Eslava.

GÂMBITO DA DAMA ACEITO

Notaremos que nesta abertura é perigoso para as pretas tratar de

conservar o pião ganho com a aceitação do gambito. Os casos em que estas têm êxito são tão raros que uma análise profunda é indispensável antes de se deixar levar em tais continuações. O gambito da dama aceito, em rea­lidade, já se expressou, não é mais que um pseudo-gambito.

O exemplo n.° 85 mostra em sua forma mais simples o perigo indi­cado. Um pouco mais complicado é o n.° 86. No n.° 87, a tentativa das brancas de castigar imediata­mente seu adversário é contra-atacada por uma ingeniosa combi­nação imaginada, segundo se afir­ma, por Keres. As brancas vêem recompensadas no n.° 88, uma es­tratégia mais prudente, porém ob­têm êxito somente depois de evi­tar com uma rara clarividência uma bonita cilada.

No n.° 39, as brancas renunciam a recobrar o pião sacrificado e pre­ferem um ataque imediato, força­do por uma segunda entrega, esta vez um cavalo. Aqui se reconhece a marca da fábrica; é um ataque vencedor de Alekhine contra Euwe, na partida de 1937. Apresenta o

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n.° 90 uma forma modesta de de-lesa; não é para conservar o pião que as pretas aceitam o gambito, mas para organizar um avanço de todos os piões do flanco dama, es­tratégia não isenta de perigo, como o demonstrou uma partida ganha por Stahlberg no torneio de Ke-meri, 1937. Estes dois últimos exemplos, realmente jogados por grandes mestres, são suficientes para provar que também excelentes combinações podem ser forjadas nesta abertura, desacreditada por alguns.

N.° 85

1. P4D, P4D; 2. P4BD, PXP; 3. P3R.

Aconselha-se 3. C3BR, para evi­tar a forte réplica 3. P4R.

3. P4CD?; 4. P4TD, P3BD?; 5. PXP, PXP; 6. D3B, ganhando.

N.° 86

1. P4D, P4D; 2. P4BD, PXP; 3. C3BR, C3BR; 4. P3R, P4CD?; 5. P4TD, P3BD; 6. C5R, B3T.

K melhor 6 P3R, contra o qual a melhor continuação é 7. PXP, PXP; 8. P3CD, etc.

7, PXP, PXP; 8. P3CD, PXP; 9. TXA, ganhando, pois se 9 CXT; 10. BXP+, etc.

N.° 87

1. P4D, P4D; 2. P4BD, PXP; 3. C3BD, P3BD; 4. P3R, P4CD; 5. CXP?

A resposta justa é 5. P4TD.

5 PXC; 6. D3B, D2B; 7. DXT, B2C; 8. Dxp, P3R.

As pretas ameaçam C3BD e a dama branca não pode escapar. Se 9. P5D, P4R; 10. P4R, B4B; 11. P6D, DXPD; 12. DXB (ou 12. D5T, B5CD+), B5CD+, seguido de mate na jogada seguinte.

N.° 88

1. P4D, P4D; 2. P4BD, PXP; 3. C3BR, P3BD; 4. P3R, P4CD; 5. P4TD, D3C; 6. PXP, PXP,

Posição depois de 6 PXP

Posição crítica. A continuação 7. C5R, seguido de D3B, parece muito forte, porém não é mais do que a isca de uma armadilha. Com efeito, as pretas respondem com 7 P3R e eis aqui a variante principal: 8. CXPB (se 8. D3B, D2C, e se 8. P3CD, B5CD+), 8. .... RXC; 9. D3B+, C3BR; 10. DXT, C3B e a dama não se pode salvar, devido às ameaças de B2C, ou B5C+. Esta cilada é em parte similar à do exemplo precedente.

7. P3CD, PXP; 8. DXP, P5C.

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que possam surgir, permite armar várias ciladas. Assim, quando o BD preto está em 2CD, a debili­dade das casas 3TD e 3BD é amiú-de explorável e quando o pião de 2BD é avançado a 3BD, as casas pretas se tornam perigosamente débeis neste flanco. A debilidade resultante no primeiro caso se de­monstra nos exemplos n.° 91, 92 e 93, as do segundo tipo no n.° 94, onde vemos a dama preta perecer por asfixia de uma maneira sur­preendente; a manobra é simples, porém um grande mestre deixou-se atrapalhar em duas ocasiões.

No n.° 95, as pretas sacrificam um pião, que as brancas aceitam em má hora, para resultar vitimas de uma bonita combinação; esta partida é produção de um cam­peão inglês. A combinação do n.° 96, numa variante corrente, é de­vida ao aficcionado inglês Rhodes, com um brusco desenlace por pseudo-sacrifício da dama.

Nos exemplos n.° 97 e 98, as pretas procuram liberar sua posi­ção por meio de C5R, porém elas fracassam. No n.° 97, não é esta jogada a que causa a derrota, mas a abertura inconsiderada das co­lunas centrais, enquanto que no n.° 98 a jogada liberadora é efe­tuada prematuramente.

No n.° 99 as pretas capturam atrasadamente o pião do gambito e tratam de conservá-lo. Na 11.' jogada produz-se uma combinação que veremos de novo na Defesa

Francesa (n.° 149) com a ameaça de ganhar a qualidade.

Não cremos necessário reprodu­zir aqui a cilada que indicamos no primeiro capítulo (pág. 10), com o sacrifício da dama ganhando uma peça.

N.° 91

1. P4D, P4D; 2. P4BD. P3B; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C, B2R; 5. P3R, CD2D; 6. C3B, P3CD (ver n.° 92).

Se as pretas planejavam este fianchetto, era preferível a conti­nuação 5 O-O; 6. C3B, P4TR; 7. B4T, P3CD; pois neste momento é inoportuno. Também agora é preferível 6 O-O.

7. PXP, PXP. Era necessário capturar com c

cavalo. 8. B5C, B2C; 9. C5R, O-O; 10.

B6BD, T1C; 11. BXB, TXB; 12. C6B, D1R; 13. CXB+, DxC; 14. CXP.

Posição depois de 14. CXP

Ganhando um pião. Se 14 D5R; as brancas ganham com 15.

Page 69: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

CXC+, PXC; 16. B6T, DXPC; 17. D3B, e se então 17 DXD; 18. TICR-i-, R1T; 19. B7C+, R1C; 20. BXP+ e mate na jogada seguinte.

N.° 92

(Até a sexta jogada como exem­plo n.° 91).

6. O-O; 7. TD1B, P3CD; 8. PXP, PXP; 9. D4T, B2C?

O melhor para as pretas é ofe­recerem um pião com 9 P4B. Se o sacrifício é aceito, obtêm uma boa partida: 10. D3C, T1C; 11. CXP, CXC; 12. DXC, B2C; 13. BXB, DXB.

10. B6TD, BXB (ver n.° 93); 11. DXB, P3B.

Provavelmente'é melhor 11. P4B; jogado por Capablanca em Moscou, 1914. A partida conti­nuou: 12. BXC, CXB; 13. PXP, PXP; 14. O-O, D3C; 15. D2R, P5B, etc.

12. O-O, C5R. As pretas se encontram numa

posição difícil (se 12 DIB; 13. D4T), porém a continuação ado­tada agrava a situação.

13. BXB, DXB; 14. D7C, TR1B. Se 14. D3D; 15. CXC, PXC;

16. C5C. 15. CXP, D3D; 16. TXP, ganhan­

do, pois se 16 DXT; 17. C7R+.

N.° 93

(Até a 10.* jogada como no exemplo n.° 92).

10. .. . , DIB; 11. BXB, DXB; 12. C5R, TD1D?

Perdendo uma peça, enquanto que 12 P3B; somente perde­ria um pião. As pretas deviam resignar-se a eletuar a pobre jo­gada 12 C1C; para não per­der material.

13. CXC, TXC; 14. BXC, ganhan­do.

N ° 94

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C, B2R; 5. P3R, CD2D; 6. C3B, O-O; 7. TD1B (ver n.° 98), P3BD; 8. D2B (ver n.° 95), P3TD; 9. PXP, PBXP; 10. B3D, T1R; 11. O-O, P3T; 12. P4BR, C4T?; 13. CXP,

Ganhando um pião, pois se 13. .... PXC?; 14. B7B, ganha a da­ma.

N.° 95

(Até a oitava jogada como no exemplo n.° 94).

8. B3D, PXP; 9. BXP, C4D; 10. BXB, DXB; 11. C4R, P4R (ver n.° 96).

Posição depois de 11 P4R

Page 70: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Este sacrifício é uma cilada que, com uma resposta correta, dará o triunfo ao adversário alerta.

12. PXP, CXP; 13. BXC, PXB; 14. C3B?

A melhor resposta, que asseguia o ganho de um pião e uma boa posição é 14. DXP, CXC+; 15. PXC, B6T; (não há nada melhor); 16. T1CR e o jogo das pretas se torna muito difícil.

14 B5C; 15. CXP, D3D; 16. O-O, TD1D; 17. C4B, D3TR; 18. D2R, BXC; 19. PXB, P4CR; 20. C2C, T7D!, ganhando a dama, pois em qualquer caso segue 21 CXPB+.

N.° 96

(Até a 11.» como no exemplo n.° 95).

11. O-O, CXC; 12. TXC, P4R; 13. PXP, CXP; 14. CXC, DXC; 15. P5B, D2R.

Se 15 D5R; 16. B3C. A me­lhor retirada parece ser 15. D3B.

16. P5B, T1D; 17. P6B, TxD?

Posição depois de 17. P6B

r I ! r • A B A •Ali D 1

li H

A

É melhor 17 PXP. Se 17. DXPB; então 18. D5T, D3D;

19. DXPB+, R1T; 20. T3D, ganhan­do.

18. PXD, TXT+; 19. BXT. Se 19. RXT, as pretas se salvam

com 19 B3R. 19 B4B. Em troca, se agora 19 B3R,

então 20. T3D, B4D; 21. P4R, ga­nhando.

20. P4R, BXP. Ou senão 20 B3C; 21. T3D,

T1R; 22. T8D, P3B; 23. B4B+, R1T; 24. B6R, seguido de B7D.

21. T3R, P4BR; 22. B4B+, R1T; 23. B7B, ganhando.

N.° 97

(Até a oitava jogada como no exemplo n.° 94).

8. D2B, C5R; 9. BXB, DXB; 10. B3D.

S3 10. CXC, PXC; 11. DXP, as pretas recobram o pião com 11.

D5C+. 10. .... CXC; 11. DXC, PXP; 12.

BXP, P3CD; 13. O-O, B2C; 14. B2R, P4BD; 15. TR1D, PXP?

Erro decisivo. 15 TR1D te­ria mantido a igualdade.

16. D8B, TD1C; 17. TXP, TR1BD; 18. TXC, D3B.

O melhor é 18 D1R; porém isto não salva a partida, pois se­guiria 19. C5R, TXD; 20. TDxT, etc.

19. DxTD, TXD; 20. TXB ga­nhando, pois se 20 TXT; 21. T3B e mate na jogada seguinte.

Page 71: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Posição depois de 11 B6T

Se 10. BXP, as pretas respon­deriam com 10 PXC.

10. .... DXPC; 11. DD3, B6T. Curiosa posição de cinco peças

num ângulo do tabuleiro. 12. P4R, DXD+; 13. BXD, B5C.

As pretas ganham um pião de 4R.

DEFESA TARRASCH

Nesta defesa as pretas tomam a iniciativa rapidamente, enfren­tando os riscos que podem resul­tar. Para evitar que seu adver­sário obtenha uma vantagem po­sicionai, às vezes chegam a sacri­ficar um pião, porém com um jogo correto todos os perigos freqüen­temente podem ser evitados.

No exemplo n.° 100, as brancas crêem atrapalhar ao inimigo nu­ma cilada, porém são elas mes­mas quem caem. Um erro das brancas no n.° 101 permite armar-lhes uma cilada da qual não po­dem escapar. Um novo exemple de sacrifício frutífero da dama oferece o n.° 102, enquanto que no n.° 103, a injustificada ganân­cia dc um pião provoca uma pe­regrinação inoportuna da dama preta e um mate final. No n.° 104, as pretas sofrem as conseqüên­cias de não terem feito o roque a tempo. Finalmente o n.° 105 apre­senta a forma moderna de tratar esta defesa, porém as brancas se desviam da senda correta e per­dem uma peça.

N.° 100

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, P4BD; 4. C3B.

(Até a sttima jogada como no exemplo n.° 9 \

7. D2B, C5R. No exemplo precedente esta jo­

gada era boa, efetuada oportuna­mente, porém neste caso é pre­matura e desastrosa.

8. BXB, DXB; 9. PXP, CXC; 10. DXC, PXP; 11. DXP.

Ganhando um pião. A mesn/í variante se produz depois ae 7. T1B, C5R.

N.° 99

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. C3B, P3TD; 5. B5C, PXP; 6. P3R, P4CD; 7. P4TD, P3B; 8. PXP.

Melhor seria renunciar a reco­brar o pião e empreender um ata­que com 8. C5R, seguido de D3B, como ocorreu na partida Znosko-Borowsky vs. Vajda, (Budapeste, 1926).

8. PBXP; 9. CXP, D3C; 10. C3B.

Page 72: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

É preferível jogar primeiramente 4. PXP.

4. PXPD; 5. CBXP, P4R; 6. CRXC, P5D; 7. C5D, C3TD; 8. D4T, B2D; 9. DXC?

Posição depois de 8 B2D

Com a idéia de recuperar a da­ma, ganhando uma torre depois de 9. PXD; 10. C5C, 7B+, porém a desilusão vem imediatamente.

B5CD+. Ganhando, pois se 10. B2D,

BXB+; 11. RXB, PXD; 12. C5C, 7B+, R1B, etc.

N.° 101

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR.

Na defesa Tarrasch propriamen­te dita, o avanço P4BD deve se efetuar neste momento e o CR não terá preferência para ser de­senvolvido a 3BR, senão depois do desenvolvimento do CD a 3BD.

4. C3B, P3BD; 5. B5C, PXPD; 6. CBXP, P4R; 7. CR5C, P3TD.

Um final vantajoso para as bran­cas daria 7 P5D, 8. C5D, CXC;

9. BXD, B5C+; 10. D2D, BXD+; 11. RXB, RXB; 12. PXP, etc. (par­tida Fine-Winter, Hastings, 1936-37). Como se indicou no Capitule 1." seria um erro 10. C3B, que per­deria a partida depois de 10 PXC. A refutação foi ocasionada por uma partida jogada posterior­mente cujo curso seguimos aqui.

8. CXPD? Um erro. É preferível 8. BXC,

PXB; 9. C3T. 8. . . . . PXC; 9. CXC+, DXC. Uma cilada bem devolvida. De­

pois de 9 PXC; as brancas obteriam vantagem (10. DXD-t-, RXD; 11. BXP+) .

10. BXD, B5CD+; 11. D2D, BXD+; 12. RXB, PXB, ganhando.

N.° 102

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. B4B, P4BD; 5. C5C, PXPD; 6. C7B+.

Caindo na armadilha. 6 DXC; 7. BXD, B5C+; 8.

D2D, BXD+; 9. RxB, PXP, ga­nhando.

N.° 103

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. C3B, P4BD; 5. P3R, C3B; 6. B3D, B2R; 7. O-O, O-O; 8. P3CD, P3CD; 9. B2C, B2C; 10. D2R, PDXP; 11. PCXP, PXP; 12. PXP, CXP?; 13. CXC, DXC; 14. C5D, D4B: 15. BXC, PXB.

Se 15 BXB; 16. D4R, P3C; 17. CXB-I, ganhando.

16. TD1D.

Page 73: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Igualmente forte é 16. D4G+, BIT; 17. D4T.

17 BXC. Depois de 16. PXC; as bran­

cas ganham com 17. D4C+, R1T; 18. D5B.

Posição depois de 15 PXB

17. BXP+, BXB; 18. D5T-f-, R2C; 19. D4C+, B2T; 20. T3D, ganhan­do.

N.° 104

I. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, P4BD; 4. C3B, C3BB; 5. PXPD, PBXP.

A continuação habitual 5 PRXP; é melhor que esta remi-niscência do Gambito Duisburgr.

6. DXP. Ê preferível 6. CXP. 6. CXP; 7. P4R, CXC; 8

DXD+, RXD; 9. PXC, B4B; 10. B4B, B2D.

As pretas adotam o plano equi­vocado de pôr em jogo este bispo por 3BD.

I I . O-O, B3B; 12. C5R, R2R; 13. C3D, B3C.

Se 13. B3D; 14. P5R, etc.

Posição depois de 13. C3D

14. B3T+, RIR; 15. C5R, BXPR; 16. TR1R, B3B; 17. CXP, RXC; 18. TXP.

Ganhando. É digno de se notar que nas últimas sete jogadas as pretas não puderam desenvolver convenientemente suas peças, en­quanto que seu adversário pôdt colocar as suas na melhor situa­ção.

N.° 105

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, P4BD; 4. PBXP, PRXP; 5. C3B, C3BD; 6. P3CB. Sistema Schlechter.

6. ..., C3B; 7. B2C, B2B; 8. O-O, O-O; 9. PXP.

Também é bom 9. B5CR. 9 , PSD. Eis aqui o gambito. Depois de

9 BXP; 10. C4TD, <se 10. B5CR, B2R), 10 B2R; 11. B3R (Sistema Reti), as pretas têm um jogo mais tranqüilo porém ficam

Page 74: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

com uma desvantagem persistente de posição.

10. C 4 T D B 4 B R ; 11. B2D.

Se 11. P4CD segue a esmagora resposta 11 P6D. Uma boa continuação para as brancas é 11. C4TR, (também é jogável 11. C1R; 11 B5R; 12. P3B. B4D; 13. C5B, B3R; 14. CXB+, DXC; 15. P4R, B5B; (se 15 C2D; 16. P4CD); 16. B4B, BXT; 17. B6D, seguido de 18. DXB. Também é de considerar 11. B4B.

11. .... B5R; 12. C4TR, BXB; 13. CXB, C5R; 14. D2B?, P6D.

As pretas ganham pelo menos o BD inimigo. Se 15. PXP, C5D; 16. D1D, CXB.

DEFESA ESLAVA

Esta é uma das defesas que go­zam de mais favor na atualidade. Nela se combinam várias idéias: (ameaça de capturar e conservar o pião do gambito, liberação do BD, tão fechado na Defesa Orto­doxa, ação centro pelo avanço P4R, mobilização de todos os piões do flanço dama), resultando partidas de uma complexidade tal, que as brancas freqüentemente preferem recorrer a um simples jogo de po­sição, nada agressivo e sem arris­car-se em empresas incertas. A variante de Merano, na Semies-lava, justifica também a preferên­cia que as pretas têm atualmente por esta cilada.

O exemplo n.° 106 apresenta es­ta defesa numa forma antiga e

insuficiente, onde as brancas ga­nham por uma combinação de sur­presa. Uma defesa mais moder­na, porém não a mais corrente, oferece o n.° 107, em que vemos uma sutil cilada onde, contra os princípios primordiais, a jogada mais plausível perde, enquanto que a resposta mais fantástica salva a partida. É no n.° 108 que en­contramos a defesa, tal como se pratica freqüentemente em nossos dias. Se as pretas podem aqui triunfar tão rapidamente é devido ao fato de seu adversário ter co­metido um erro grosseiro.

É notável o n.° 109 pelo sacri­fício da dama pelas peças meno­res. A vantagem posicionai é tão grande que as brancas deverão preferir o caminho indicado numa partida da disputa, Alekhine vs. Euwe, em 1935. No n.° 110, as pretas perdem rapidamente todas suas chances por uma jogada à margem do sistema e seu adversá­rio triunfa por meio de combina­ções cheias de brilhantes sacrifí­cios. As pretas ganham a par­tida e no n.° 111 tornando expli­cito uma prematura saída da da­ma inimiga. Apresenta o n.° 112 uma saída antecipada da dama onde o cheque em 4TR resulta mortal para ela mesma.

O sacrifício de uma peça no n.° 113, em sua forma pura (idéia Krause), merece reter-se. Esta é uma partida ganha pelo campeão da França, A. Cheron, contra Przepiorka, no Torneio de La

Page 75: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Haya, 1928. As brancas, por ou­tro lado, podiam assegurar as ta­belas com um jogo correto.

O exemplo n.° 114 deve ser es­tudado. As pretas crendo que o sacrifício somente é momentâneo, cedem um pião, porém quando de­sejam recuperá-lo, sua posição é de perdedora. Apresenta o n.° 115 o sistema chamado Stonewall (mu­ro de pedra) porém este muro se derruba com dez jogadas por meio de um avanço audaz das brancas no centro. Este sistema somente deverá ser adotado por jogadores experimentados.

Os outros exemplos são consa­grados à Defesa semieslava. Aprecia-se no n.° 116 uma série de combinações elaborados por ambos os lados. Este exemplo demonstra por si só o vivo inte­resse que desperta o Gambito da Dama. Temos no n.° 117 uma nova forma de uma combinação descrita no primeiro capítulo, com sacrifício em 7BR e outro em 6R. No n.° 118, vemos um erro fre­qüente que custa um pião. O mes­mo ocorre no n.° 119, onde o sa­crifício de um pião é incorreto po­rém com uma má resposta pode resultar numa sensível vantagem de posição.

N.° 106

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3BD; 3. C3BR, B4B; 4. D3C, D3C?; 5. PXP.

Em marcha até a vitória.

5. DXD. Forçado para não perder um

pião. 6. PXD, BXC. As pretas já se encontram em

dificuldades. Se por exemplo, 6 PXP; 7. C3B, P3R; 8. C5C,

C3T; 9. TXC. 7. PXP, B5R. Era um tanto melhor resignar-

se a perder um pião jogando 7. CXP. As pretas parecem não

ter a menor idéia do plano sutii de seu adversário.

Posição depois de 7 B5R

8. TXP. A jogada demolidora. Se 8

TXT; 9. P7B e nada poderá im­pedir a coroação deste pião. Quem creria que nesta abertura, um pião pudesse transformar-se em dama na 10.» jogada?

N.° 107

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3BD; 3. C3BR, C3BB; 4. P3R, B4B; 5. PXP, PXP; 6. C3B, P3R; 7. C5R.

Page 76: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Uma cilada. Não é fácil achar uma boa resposta.

7. CD2D? O erro decisivo. É curioso fazer

notar que o outro cavalo é que deve dirigir-se a esta casa (7. CR2D).

8. P4CR, CXC. Não é muito melhor 8 B3C;

9. P4TR, P3TR; 10. CXB; 11. B3D e a situação dos piões do flanco do rei está comprometida.

9. PXC, CXP; 10. D4T+, R2R; 11. D4C+, R2D; 12. DXPC+, ga­nhando .

N.° 108

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3BD; 3. C3BR, C3BR; 4. C3BD, PXP; 5. P3R, P4CB (ver n.° 109 e 110); 6. P4TD, P5C; 7. C1C, B3T; 8. D2R. P6C.

A resposta indicada é 8 P3R. A jogada escolhida é somente uma cilada para principiantes.

9. D3B? As brancas devem continuar com

9. D1D, P3R; 10. C5R, D4D; 11. B2D, CõR; 12. D3B, P3B; 13. CXP4B e depois da caída deste pião ficará débil o do PCD preto.

9 C5R; 10. D4C, P4R. E a dama branca está perdida.

N.° 109

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 108).

5. P4TD. Evitando o avanço do PCD ini-

nigo, que no exemplo anterior se torna muito danoso.

5. .... P3R; 6. P4R, B5C; 7. P5R, C5R; 8. D2B, D4D.

O jogo das pretas é perigoso pois não se acham o suficientemente desenvolvido como para realizar um ataque.

9. B2D?

Posição depois de 9. B2D

A continuação correta é 9. B2R, P4BD; 10. O-O, CXC; 11. PXC, PXP; 12. PXP, P6B; 13. B2D com vantagem.

9. CXB; 10. CXD, CXC+; 11. RI D, PBXC; 12. PXC, C3B.

Depois de 12 CXPD; as pretas não terão mais do que o bispo, cavalo e dois piões, porém suas chances são muito superio­res.

N.° 110

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 108).

5. P4TD, B4B; 6. C5R, P4BD? A melhor resposta é 6 CD2D,

como se verá nos exemplos que seguem.

Page 77: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

7. P4R, CXP? Com esta captura as pretas caem

numa cilada que lhes custa pelo menos uma peça.

8. D3B, PXP.

Posição depois de 8 PXPD

Se 8 C3D; então 9. PXP. 9. DXB, C3D; 10. BXP, P3B; 11.

B5CD+, R2R; 12. C5D+, PXC; 13. C6C+, PTXC.

Ou se no 13. ..., PBXC; 14. B5C, mate.

14. D5R++.

N.° 111

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3BD; 3. C3BR, C3BR; 4. C3B, PXP; 5. P4TD, B4B; 6. C5B, CD2D (ver n.° 113 e 114); 7. CXP4B, D2B (ver n.° 112); 8. D3C.

É melhor aqui 8. P3CR, ao qual as pretas devem responder igual­mente com 8. P4R.

8. .... P4R. Pela ameaça contra o PCD ini­

migo, as brancas esperavam evitar

este avanço. Se agora 9. CXP, CXC; 10. PXC, B3R.

9. PXP, C4B; 10. D2T, C3T; 11. PXC.

Numa partida entre Petrox e Capablanca, do Torneio de Semme-ring, 1937, as brancas continuaram com 11. P4R, CXP; 12. CXC, BXC; 13. C6D+, BXC; 14. PXB, DXP; 15. BXC e depois disto a luta foi ta­belas. A resposta 15. .... BXPC é prometedora, porém em outra partida seria somente resultado num empate.

11 C5C; 12. PXP; BXPC; 13. D3C, C7B+, ganhando.

N.° 112

(Até a 7.* jogada como no exem­plo n.° 111).

7 P3B; 8. P3B, B5C; 9. P4R, CXP; 10. PXC, D5T+.

O sacrifício do cavalo é um erro. Vimos que no primeiro capítulo o cheque da dama em 5TR nem sem­pre é tão forte como se apresenta.

11. R2D, DXPR?

Posição depois de 11 DXP

Page 78: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

As negras confiam demasiada­mente na fincada do cavalo bran­co. Era necessário jogar 11. BXP.

12. C6D+.

Ganhando a dama.

N.° 113

(Até a 6.» jogada como no exem­plo n.° 111).

6. .... P3R; 7. P3B, B5C; 8. P4B. £ prudente jogar antes 8. B5C,

ou mesmo 8. CXP4B. 8. .... BXP; 9. PXB, CXP; 10.

D3B, DXP; 11. DXP+, BID; 12. DXPC?

Com 12. B5C+, R1B; 13. BXPB, as brancas mesmo podiam obter tabelas (partida Vidmar vs. Mi-kenas, Praga, 1931).

12. . . . . BXC+; 13. PXB, D7B+; 14. BID, CXP++.

N.° 114

(Até a 6." jogada como no exem­plo n.° 111).

Posição depois de 13 DXP

6. P3R, P3R; 7. BXP, B5CD; 8. O-O, O-O; 9. D2B, P4BD.

São melhores as resposta 9. C5R ou 9. B5C.

10. C2T, B4T; 11. PDXP, C3B; 12. TB1D, D2R; 13. C4D, DXP?

Um erro que pelo menos custa a qualidade. A melhor resposta é 13 TR1D; depois do qual as brancas conservam o pião, se­guindo com 14. P4CD, pois 14 BXP; seria refutado por 15. CXC e quanto a 14 CXP; se res­ponderia com 15. B2D, DXP; 16. C3C.

14. P4CD, CXP. Ou se não 14 BXP; 15. CXC,

PXC; 16. CXB; 17. B3T. 15. B3T, TB1BD. Se 15 D3C; 16. CXB, PXC;

17 TD1C. 16. TB1BD, D3C; 17. CxB, CXC;

18. C7R-Í-, BIT; 19. DXC, ganhan­do.

N ° 115

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3BD; 3. C3BR, P3R; 4. P3R, P4BR; 5. C3B, CD2D; 6. B3D, D3B; 7. O-O, B3D; 8. D2B.

As brancas ameaçam trocar em 5D, o que depois da recaptura com o PBD, debilitaria o flanco dama das pretas pela manobra C5CD.

8. C2R? Melhor é 8. .... C3T; e então

o ataque que agora se produz so­mente seria possível sacrificando uma peça, com a perspectiva de grandes complicações.

Page 79: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

9. P4R, PBXP; 10. BxPB, PXB; 11. CXP.

As pretas perdem o BD (se 11. .... BXPTf ; 12. RXB), e sua po­sição se torna desastrosa.

N.o 116

I. P4D, P4B; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, C3BR; 4. C3B, P3B; 5. P3R, CD2D; 6. B3D, PXP (ver n.° 117); 7. BXP, P4CD; 8. B3D, P3TD; 9. P4R, P4B; 10. P5R, PXP.

Esta é a Variante Merano. I I . CXPC. O ataque Blumenfeld, que pro­

voca um jogo animado. Se 11. C4R, C4D e as brancas nada têm que esperar.

11. .... CXP; 12. CXC, PXC; 13. D3B.

Posição depois de 13. D3B

Um sacrifício de pião danoso pa­ra as pretas. O roque antes mui­to em voga, não parece muito efi­caz depois de 13. O-O, D3D; 14. D2R, B3T.

13. .... T4T?

Um erro. O melhor parece ser 13 B5C+; 14. R2R, T1CD; embora as brancas sempre têm a vantagem depois de 15. D3C, D3D; 16. C3B.

14. O-O. É ineficaz 13. C6B, por causa

da resposta 14 B2C. 14 P5C; 15. B4BR. B2R; 16.

TR1B, O-O; 17. D3T. Com um forte ataque. Se 17.

B2C; segue 18. C4C, com du­pla ameaça 19. C4C+, ou 19. B7B, ganhando a qualidade.

Contra 17 T4B; numa par­tida de Moscou, 1935, Capablanca continuou com 18. TXT, BXT; 19. B5CR, P3T; 20. C4C, B2R; 21. BXC, PXB, (se 21. .... BXB; 22. CXPT+); 22. CXPT+, R2C; 23. D3C+, R1T; 24. D5T, R2C; 25. CXPB, T1RT; 26. D6C+, e as pre­tas abandonaram.

N.° 117

(Até a 6.' jogada como no exem­plo n.° 116).

6 B2R; 7. O-O, O-O; 8. P4R, PXPB.

Devia-se continuar com 8 PXPR; para seguir imediatamente com 9 P3CD.

9. BXP, T1R; 10. C5CR, P3TR? Uma armadilha foi preparada e

as pretas caem nela. 11. CXPB, RXC; 12. BXPR+. Já vimos esta combinação no

primeiro capítulo. 12. .... RXB? A continuação correta é: 12

R1B; 13. P5R, C3C

Page 80: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

13. D3C+, C4D; 14. CXC, R2B; 15. C4B+, B1B; 16. C6C++.

N.o 118

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, C3BB; 4. C3B, CD2D; 5. PXP, PBXP; 6. B4B, P3BD; 7. P3R, B2B; 8. B3D, O-O; 9. P3TB, T1R; 10. O-O C1B; 11. C5B, B3D; 12. B3C.

Para permitir avançar ao pião de 2BR, armando uma cilada que não daria resultado se o bispo se retirasse para 2TR.

12. . . . . CB2D?; 13. CXPB. Ganhando um pião.

N.o 119

(Até a 6.» jogada como no exem­plo n.° 118).

6. D3C, P3BD; 7. P4B. Este sacrifício de pião é mau

se as pretas respondem correta­mente com 7 CXP; 8. CXC, D2R.

7 PXP; 8. C5CR, D2R, D2B; 9. B4BD.

Com vantagem para as brancas.

DEFESA CAMBBIDGE SPBLNGIS

(e suas derivadas: Viena, Ma­nhattan) .

Esta defesa, de caráter ofensivo, é fértil em ciladas e atraentes combinações. Os dois adversários deverão sabê-la conduzir, porém corresponde principalmente às pre­tas desenvolver as finezas táticas, e as brancas devem contra-atacar sua iniciativa com um jogo calmo e profundamente estratégico.

O exemplo n.° 120, extraído da partida Grunfeld vs. Bogoljubow, do Torneio de Morawska-Ostrava, 1923, conclue com uma surpreen­dente captura da dama branca. Demonstra o n.° 121 os perigos do avanço P4BR, que enfraquece o ro­que. No n.° 122 é refutado o avan­ço prematuro P4BD das pretas.

A variante iugoslava é apre­sentada nos exemplos seguintes. Uma captura inoportuna de pião cria grandes dificuldades para as brancas no exemplo n.° 123, en­quanto que no n.° 124 ocorre o contrário com uma bonita vitória de Stahlberg no Torneio de Zop-pot, 1935.

Oferece o n.° 125 uma agradável partida entre Apschenek e Grun­feld, do Torneio de Folkestone, 1933. Apresenta a defesa de Vie­na, embora pouco aprofundada, com um jogo arriscado, porém rico em recursos. As armadilhas e as ciladas se acumulam a tal ponto no caminho dos adversários que

Page 81: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

xmbos deverão conhecê-la a fundo para iniciar nesta defesa onde o jogo posicionai da abertura do pião dama se transforma num jogo aberto de gambito.

N.° 120

l. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BB; 4. B5C, CD2D; 5. P3R.

Projeta-se aqui uma cilada que mencionamos no primeiro capitulo: 5. PXP, PXP; 6. CXP; CXC; 7. BXD, B5C+.

5. P3BD; 6. C3B, D4T; 7. C2D, B5C (ver n.° 122); 8. D2B, O-O (ver n.° 121); 9. B2R.

Perderia uma peça 9. B3D, de­pois de 9. PXP; e se 10. BXC, PXBR. Aprecia-se que a jogada D3T, não somente finca o cavalo inimigo, como também ameaça o bispo de 5CR.

9. P4R; 10. PDXP. O roque é a resposta justa e

assegura às brancas um jogo ligei­ramente superior.

10. C5R; 11. CRXC, PXC; 12. O-O, BXC; 13. PXB.

Algo melhor é 13. DXB. 13. CXP; 14. DXP. Depois de 13. B7R, recomendado

por Re ti, as brancas sempre têm uma leve vantagem.

14. ..., P3BR; 15. B4B? É necessário responder com 15.

B4T. 15. B4B. Ganhando a dama, pois se 6.

DXB, C6B+ e se 16. D4D, T1D.

Posição depois de 12. ..., P4BR

13. CXP. Este sacrifício desarticula o ílan­

eo rei das pretas e abre o jogo para vantagem das brancas.

13 PXC; 14. P3TD, B3D; 15. P4CD, D2B.

O melhor, pois as pretas não po­dem conservar a. peça adquirida. Se 15 BXP; 16. PXB, DXP;

(Até a 8.» jogada como no exem­plo n.° 120).

8. ..., C5R; 9. CRXC, PXC; 10. B4T.

Muito melhor que 10. B4B. 10. P4R; 11. B2R, O-O; 12.

O-O, P4BR. Este avanço permite as brancas

realizar uma interessante combina­ção. A outra alternativa, 12 BXC; concede ao adversário a pa-relha de bispos e não é muito atrativa. A situação do bispo em 4TR constitui um importante fa­tor na força das brancas.

Page 82: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

as brancas ganham por 17. DXP, PXP; 18. B3D, P3C; 10. B7R, etc.

16. P5B, PXP; 17. PXB, DXP; 18. B4B+, R1T; 19. DXP, C3C.

Pior ainda seria 19 PXP; pois as brancas teriam um ataque vencedor.

20. B7R, T1R; 21. B3D, D3C; (ou 3T); 22. DxPD.

Com um pião de vantagem.

N.° 122

(Até a 7." jogada como no exem­plo n.° 120).

7. PXP. Jogada prudente que, por outra

parte, tem a desvantagem de aban­donar o controle do centro.

8. BXC, CXB; 9. CXP, D2B; 10. B3D, B2R; 11. O-O, O-O; 12. TD1B, P4BD?

Este avanço tem por objetivo li­bertar algo o jogo das pretas, po­rém êle é efetuado aqui sem pre­paração suficiente, comprometendo assim a posição. Por outro lado, parece que as brancas conservam em todos os casos uma partida su­perior, o que não é uma recomen­dação para o sistema adotado pelas negras na 7.* jogada.

13. PXP, DXPB. Também se poderia continuar

com 13. BXPB; porém é du­vidoso que isto seja melhor.

14. D3B, TD1C. Jogada desagradável, porém, ne­

cessária para o desenvolvimento do BD.

15. C4R, CXC; 16. DXC, P3CR; 17. D4B, B2D; 18. C5R, D3D; 19. TR1D, TD1B; 20. B4B, ganhando.

N.° 123

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C. CD2D; 5. P3R P3BD; 6. C3B, D4T; 7. PXP, CXP.

A variante iugoslava. A captura com o cavalo acentua a pressão sobre a diagonal 4TD-8R.

8. D3C, B5C (ver n.° 124); 9. T1BD, P4R; 10. CXP.

A melhor resposta é 10. B4BD. 10. .... CDXC; 11. PXC, B3R;

12. P3TD, BXC+; 13. PXB, O-O; 14. B4BD?

Posição depois de 14. B4BD

A continuação exata é 14. D2C. 14. . . . . P3TB; 15. B4T, CXPB. As pretas têm a vantagem. Se

16. PXC, D4B; 17. BXB, (17. R2B, parece algo melhor (17. ..., DXPC; 18. R1D, D6D+; 19. RIR, D5R+; 20. R1B, (se 20. R1D, T1D+); 20.

Page 83: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

.... PXB+; 21. B2B, TXB+; 22. RXT, T1BR+, com promessas de mate.

N.° 124

(Até a 8.* Jogada como no exem­plo n.° 123).

8. D2D, CD3C; 9. T1BD, CXC; 10. PXC, C3D; 11. B4BD, CXPB?

As pretas armam a si mesmas uma cilada. A continuação cor­reta é 11. P4CD.

12. O-O. É impossível capturar o cavalo

por causa da ameaça B5C. 12. B5C; 13. P3TD, DXP. Esta manobra foi executada,

achando-se o bispo branco em 3D, numa partida da disputa Alekhine vs. Euwe, em 1935.

14. T1T, C5B; 15. D2B, D6B; 16. TB1B.

Ganhando a dama por torre, bispo e dois piões.

N.° 125

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BB, C3BB; 4. B5C, B5C+.

A defesa de Viena, analisada e comentada por Grunfeld. As Jo­gadas que constituem a variante Manhattan são as seguintes: 1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C, CD2D; 5. C3B, B5C.

5. C3B, PXP; 6. P4R. Se e. D4T+, C3B; 7. P4R, B2D;

e a dama deve retroceder a 2BD. 6. .... P4B. É mais prudente jogar primeiro

6 P3TR. 7. P5R.

Contra 7. PXP a melhor respos­ta é 7 D4T; pois as pretas devem evitar a trama seguinte: 7,

DXD-f; 8. TXD, CXPR?; 9. T8D mate.

7. PXP; 8. PXC. A continuação 8. D4T+, provoca

um jogo muito complicado e fértil em ciladas:

8. ..., C3B; 9. O-O-O, B2D; 10. C4R, B2R; 11. PXC, PXPB; 12. B4T e se agora 12. C5C; então 13. DXC, BXD; 14. CXPC+, R1B; 15. TXP. As peças menores bran­cas são mais fortes que a dama Por este motivo no Torneio Avro, 1938, Euwe adotou a continuação mais vantajosa 12. ..., TD1B.

8. PXP; 9. D4T+, C3B; 10. O-O-O, BXC.

Ou então 10. PXB; 11. CXPD, BXC; 12. PXB, B2D; etc.

11. B4T? Um erro. Deviam continuar com

11. PXB, PXB; 12. CXPD, etc. 11. .... P4C; 12. DXPC, T1CD;

13. DXC+, B2D; 14. DXPB, BXP+.

Posição depois de 10. . . . . BXC

Page 84: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

O ataque das pretas é irresistí­vel. Se 15. R2B, D4T.

CONTRA GAMBITO ALBIN

O sacrifício do pião, neste gam­bito, não é muito correto, porém amiúde resulta num jogo anima­do, fértil em ciladas, como no úni­co exemplo que apresentamos. Es­ta partida foi jogada por Albín e logo reproduzida por Lasker. O pião lançado até a frente chega a sua meta ainda mais depressa do que no exemplo n.° 106 e nos brinda a surpresa de que não se transforma em dama.

N.» 126 1. P4D, P4D; 2. P4BD, P4R; 3.

PDXP, P5D; 4. P3R? A resposta correta é 4. C3BR,

C3BD; 5. CD2D. 4. B5CD+; 5. B2D, PXP; 6.

BXB.

Posição depois de 5 PXP

Se 6. PXP, D5T+; 7. P3CR, D5R, com posição superior. Igualmente depois de 6. D4T+, C3B; 7. BXB,

as pretas obtêm a vantagem com 7. PXP+; 8. RXP, D5T+; 9. P3CR, D5D+; etc.

6. PXP+; 7. R2R; PXCC+; 8. RIR, D5T+, ganhando.

ABERTURA DO PIÃO DA DAMA

Esta abertura difere do gambito da dama pela exclusão do avanço P4BD das brancas. Origina um jogo calmo, pouco propício a com­binações e ciladas, porém o joga­dor desprevenido experimentará surpresas desagradáveis quando se encontrar em presença de tramas que às vezes aparecem.

No sistema Coll, por exemplo, ideado pelo genial campeão belga deste nome e com que obteve nu­merosas vitórias, abundam as com­binações, porém numa fase mais avançada da partida que em ou­tras aberturas. O exemplo n.° 127 nos oferece um conhecido sa­crifício de bispo em 7TR e no n.° 128 o jogo se acha comprometido pela debilidade que resulta do avanço dos piões do roque.

Os três exemplos seguintes mos­tram a saída do BD, manobra fa-forável do mestre Romi que es­teve a ponto de vencer ao próprio Capablanca. Expõe o n.° 129 uma vez mais o perigo de uma captura de pião pela dama negra, enquan­to que no n.° 130 uma jogada irre-flexiva das brancas compromete sua partida. O n.° 131 demonstra que é um erro trocar um bispo desenvolvido por um cavalo que

Page 85: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

nao se moveu ainda; uma atraente combinação termina uma partida magistralmente conduzida pelas pretas.

Com o n.° 132 penetramos em plena fantasia. O jogo das bran­cas está semeado de armadilhas, porém com uma defesa apropriada as pretas podem se safar do peri­go. Apresenta o n.° 133 um jogo de posição cheio de finezas dissi­muladas. A primeira vista não se aprecia que as brancas tenham cometido alguma falta, porém o adversário tirará proveito de uma simples inversão de jogadas e dis­pondo de um jogo livre rapida­mente chega à uma posição ven­cedora .

N.° 127

1. P4D, P4D; 2. C3BB, C3BR; 3. P3R, P3B; 4. B3D, P4BD; 5. P3B, CD2D (ver n.° 128); 6. CD2D, B3D; 7. O-O, O-O; 8. T1B, T1R; 9. P4R, PDXB; 10. CXP, CXC; 11. BXC, PXP.

Posição depois de 11. BXC

É necessário uma proteção ime­diata ao flanco rei com C1B ou C3B.

12. BXPT+, BXB; 13. C5C+, R3C?; 14. P4TR, T1T; 15. TXP+.

Ganhando. Numa partida entre Colle e 0'Hanlon, do Torneio de Nice, 1930, as brancas triunfaram como segue: 15 C3B; (se 15. .... PXT; 16. D3D+ R3B ou R4T; 17. D3B+); 16. P5T+, R3T; 17. TXB, D4T; 18. CXP+, R2T; 19. C5C+, R1C; 20. D3C+.

N.° 128

(Até a 5." jogada como no exem­plo n.° 127).

5 C3B; 6. CD2D, B2R; 7. O-O, P5BD; 8. B2B, P4CD; 9. P4R.

Este avanço central é uma boa resposta ao irreflexivo avanço dos piões do flanco dama das pretas.

9. .... PDXP; 10. CXPD, O-O?; 11. D2R, B2C; 12. CR5C, P3TR; 13. CXC+, BXC; 14. D4R, P3C.

Depois do roque quase suicida das pretas, o melhor para estas é 14 T1R.

15. CXPR. Ganhando, pois se 15 PXC;

16. DXPC+, B2C; 17. BXP, etc.

N.° 129

1. P4D, P4D; 2. C3BR, P4BD; 3. B4B, C3BD; 4. P3R, D3C?; 5. C3B, DXP.

Se 5 P3R; as brancas ob­têm vantagem com 6. C5CD.

6. C5CD, R2D; 7. TD1C, DXPT; 8. B7B.

Page 86: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Ameaçando ganhar a dama com 9. C3B, DST; 10. T3C.

8. C5CD; 9. C5R+, RIR; 10. TXC, PXT; 11. C3BD, PXC; 12. B5C+, B2D; 13. BXB, mate.

N.° 130

1. P4B, P4D; 2. C3BR, P4BD; 3. B4B, C3BD; 4. P3R, P3R.

Aqui pode se armar uma cilada: 5. C3B e se 5. .... B3D?; 6. BXB, DXB; 7. C5CD, D2R; 8. PXP, C3B; 9. C6Df, etc. A cilada se contra-ataca jogando primeiramente 5.

P3TD.

5. P3B, C3B; 6. CD2D, B3D; 7. B3C, O-O; 8. BSD, T1B; 9. C5R.

Necessário para prevenir a amea­ça P4R-P5R que concederia van­tagem às pretas.

9. . . . . BXC; 10. PXB, C2D; 11. P4BR?

Perdendo um pião. A continua­ção exata é 11. O-O, CDXP; 12. BXC, CXB; 13. BXPT+, RXB; 14. D5T+, RIO; 15. DXC, com um jo­go aproximadamente igual.

11 P5B; 12. B2B, D3C. E as pretas ganham um pião.

N.° 131

1. P4D, P4D; 2. B4B, P4BD; 3. BXC, TXB; 4. PXP, P3R; 5. P3R, C3B; 6. C3BR, BXP; 7. P3B, O-O; 8. CD2D, D2R; 9. B3D, P4R; 10. P4R, T1D; 11. D2B, PXP; 12. CDXP, CXC; 13. BXC, P4B; 14. BXPB.

Posição depois de 13. P4B

Se 14. B3D, as pretas ganham com 14 P5R, (ou 14. ..., TXB; 15. DXT, P5R; 16. D5D+, B3R; 17. D5R, B3D); 15. B4B+, R1T; 16. C2D, P6R; e se 16. C4D, então 16 BXC, com um pião de van­tagem.

14. P5R; 15. BXPB. Ou então 15. DXP, BXB; ga­

nhando. 15 B4B; 16. C2D, TXC. Ganhando.

N.° 132

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2. .... C3BR; 3. B5C, B4B; 4. F3B, P4B.

É mais sólida a continuação 4. P3B.

5. BXC, PRXB; 6. P4R, PDXP; 7. P5D, PXP; 8. DXP, BXP?

As pretas devem se defender com 8 B2D; 9. O-O-O, B3D; etc.

9. B5C+, C2D; 10. R2D, B3C; 11. TDlR-r, B2R; 12. P6D, ganhando.

N.o 133

1. P4D, P4D; 2. P3R, P4BD; 3. P3BD, P3R; 4. B3D, C3BD; 5. P4BR, C3B; 6. C2D, D2B; 7. CR3B.

As brancas não percebem que as pretas querem e na jogada ante­rior, apontam até o PBR.

7 PXP; 8. PBXP. Forçado, pois de outra maneira

cairia o PBR. 8 C5CD; 9. B1C, B2D; 10.

P3TD, TD1B. Afastado o BR, o BD das bran­

cas não está protegido suficiente­mente.

Posição depois de 11 B4C

11. O-O, B4C. Defendendo indiretamente o ca­

valo de 5CD, pois se 12. PXC, BXT e novamente o BD branco estaria sem defesa suficiente.

12. T1R, C7B; 13. BXC, DXB; 14. DXD, TXD.

E as pretas se apoderam da co­luna aberta e da sétima linha, com uma partida posicionalmente ga­nha (Van Vliet vs. Znosko Bo-rowsky, Ostende, 1907).

DEFESA HOLANDESA

O avanço P4BR das pretas, que caracteriza esta abertura, tem por motivo impedir que as brancas jo­guem P4R, o mesmo que na Defesa Siciliana o avanço P4BD se efe­tua para impedir às brancas P4D.

Embora as importantes diagonais 5TR-8R e 2TD-8CR se enfraque­çam perigosamente com o avanço do PBR, não é fácil para as bran­cas contornar essas fraquezas. Por vezes as pretas constróem um «mu­ro de pedra» com possibilidades de obter a vantagem. Por outro lado, se as brancas descuidam das intenções de seu adversário podem ser arrastadas a um rápido desas­tre, como ocorreu na partida Grun-feld vs. Torre (Baden, 1925) apre­sentada no exemplo n.° 134.

Uma iniciativa ativa das bran­cas, o Gambito Staunton, lhes con­cede um ataque bastante forte. Um exemplo brilhante é o n.° 135, de uma partida entre Reti e Euwe (disputa 1920), no qual o excelen-

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te sacrifício das torres recorda as clássicas obras mestras. No n.° 136, a maneira original como as brancas desenvolvem seu jogo é digna de nota. Por outra parte, um triunfo tão rápido é mais o resultado da obstinação em con­servar o pião do gambito que uma conseqüência do desenvolvimento.

N.° 134

1. P4D, P4BB; 2. P3C1C, P3R; 3. B2C, C3BK; 4. C3BB, P4D; 5. O-O, B3D; 6. P4BD, P3B; 7. D2B, O-O; 8. P3C.

Sem se preocupar pelo PBD, as brancas podem simplesmente con­tinuar com 8. C3B e se 8 PXP, então poderão recobrar o pião com 9. C2D, ou melhor ainda, atacar o centro com 9. P4R.

8 C5R; 9. B2C, C2D; 10. C5B, D3B; 11. P3B?, CXC; 12. PDXC.

Se 12. PBXC as pretas obtêm vantagem com 12. C5C; 13. P5R, D3T; 14. P3TR, C6R; ou en­tão 13. D2D, PDXPR; 14. BXP, CXPT; 15. RXC, D5T+, etc.

12 B4BD+; 13. R1T, CXPC. E mate em duas jogadas.

N.° 135

1. P4D, P4BB; 2. P4B, PXP; 3. C3BD, C3BR; 4. B5CB, P3CR.

Com 4 P4D?, as pretas caem numa cilada: 5. BXC, PRXB; 6. D5T+, P3CR; 7. DXPD. A melhor resposta é 4 P3BD.

5. P3BR, PXP; G. CXP, B2C; 7. B3D, P4B.

Uma defesa melhor assegura 7. . . ., P4D.

8. P5D, D3C; 9. D2D.

Evitando a cilada 9. O-O?, P5B f-, que causaria a perda de um bispo.

9 DXP?; 10. TD1C, CXP.

Posição depois de 10 CXP

Resposta muito astuta. Se 10. TXD?, BXC. As pretas aparente­mente desbarataram o plano de seu adversário, porém este encon­tra uma continuação brilhante. Naturalmente, que se 10 D6T; 11. C5C, DXP; 12. O-O, e as pre­tas se achariam em situação incô­moda, sempre por conseqüência do erro 9 DXPC.

11. CXC, DXT+; 12. R2B, DXT; 13. BXPB, P3D; 14. BXPD, C3B; 15. B5C, B2D; 16. BXC, PXB; 17. D2R+.

Ganhando, pois se 17 RIR; 18. B7B+ e 19. D6T mate se 17. .... R2B; 18. C5C+, etc.

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CAPITULO IV

ABERTURAS SEMI-ABERTAS

DEFESA FRANCESA

Durante estes últimos anos é ra­ro que se responda a 1. P4R com ..., P4R, pois geralmente as pre­tas adotam abertura semi-abertas e entre estas, com preferência, as Defesas Francesa, Siciliana e Ca-Kann.

A Defesa Francesa, mais enérgi­ca que a Caro-Kann, provoca bas­tantes riscos, maiores chances de ataque sobre o flanco da dama, po­rém pelo contrário, as brancas pos­suem mais possibilidades de ata­que no outro flanco ou de domi­nar o centro. Portanto, a Defesa Francesa é menos enérgica que a Siciliana, a qual comparada àque­la, deve ser apreciada nos mesmos termos.

Todos os exemplos que apresen­tamos, com uma só exceção, são ganhos pelas brancas; o motivo reside em que o jogo das pretas atua tardiamente.

O exemplo n.° 137 oferece um gênero de ataque muito freqüente, que já examinamos e deve-se es­tudar atentamente a disposição exata das peças, pois nela se ba­

seia a correção do sacrifício do bispo. A debilidade em 2TR cons-titue um grande perigo para as pretas e freqüentemente seu adver­sário poderá realizar o sacrifício que conduzirá a um mate ime­diato .

No n.° 138, o mesmo sacrifício do bispo é precedido por uma en­trega de cavalo, manobra de grande beleza executada pelo mestre Schlecheter e concluindo com um rápido mate.

A casa 2BD é outro ponto débil na posição das pretas, debilidade à que se acrescenta amiúde outra em 3D, o que obriga a vigiar a casa 4CD onde poderia se instalar um cavalo inimigo. Em conse­qüência, antes de efetuar o indis­pensável avanço P4BD, é pruden­te nestes casos que seja precedido pela jogada P3TD, a qual Nim-zovitch denomina de maneira ex­pressiva, «profilática». Acrescen­taram os que a mencionada debi­lidade se acentua, tornando-se da­nosa quando o BR das pretas de­sapareceu e um brilhante exemplo deste é brindado pelo n.° 139.

Page 92: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

No n.° 140, a debilidade da casa 3D, conseqüência de um erro evi­dente das pretas, é magnificamente explorado pelo adversário, cujo as­tuto jogo produz um mate origi­nal.

Temos no n.° 141 a forma clás­sica de sacrifício do bispo em 8TR, executado com brio pelo mestre inglês Yates no Torneio de Ham­burgo, 1930. Aqui o sacrifício sur­ge em outra variante, distinta dos exemplos precedentes, e apresenta outro matiz.

O ataque Chatard-Alekhine, no n.° 142, é muito complicado e bo­nito. Depois de haver capturado o pião do gambito, as pretas são perigosamente ameaçadas, e os sa­crifícios de peças se sucedem até o desastre final. Um novo ataque com sacrifício apresenta o exem­plo n.° 143, extraído da partida Euwe vs. Bogoljubow (Budapeste, 1921).

O n.° 144 reproduz um triunfo de Bogoljubow em sua juventude e oferece vivas escaramuças, com ameaças de ambos os lados, termi­nando com a perda de uma peça pelas pretas.

Embora provindo de uma parti­da por correspondência, dois gros­sos erros cometem as brancas no n.° 145, permitindo ao adversário ganhar uma peça por uma com­binação de cavalo e um duplo ata­que de pião (fourchette).

No n.° 146 encontramos o ata­que Gledhill, em que aparece a debilidade da casa 7CB, mais ra­

ramente observada que as dcbili-dades já mencionadas em outras casas do campo das pretas. Tam­bém esta pode acarretar desastro­sas conseqüências especialmente para o aficcionado que desconhece este ataque pouco praticado. A mesma debilidade se repete no n.° 149, de uma maneira mais sim­ples, porém menos convincente, finalizando com um ganho elegan­te de qualidade.

A inoportuna captura do PCR branco, no n.° 147, conduz a um rápido derrubamento das pretas. Reconhece-se aqui a marca do autor, Nimzovitch pela excelente forma de explorar a vantagem, co­roada por um mate de beleza clás­sica, executado sobre as colunas abertas do centro. (Sobre este tema veja-se o Capítulo primeiro).

Vemos no n.° 148 um ensaio das brancas para apoderar-se da casa 6D, com um audaz avanço de seu PCD.

O n.° 150 apresenta uma com­binação de ataque simultâneo so­bre o pião de 7TR e a TD das negras; deverá se prestar grande atenção pois esta dupla ameaça é freqüente.

No n.° 151, a debilidade de 7BR aparece bruscamente com a atraen­te surpresa de um sacrifício de cavalo.

Que origina a derrota das negras no n.° 152? Simplesmente a má disposição de suas peças. A po­sição do roque é demolida pelo sa­crifício de um cavalo em 6BR uni-

Page 93: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

do a um novo sacrifício de bispo em 7TR e terminando com mate sobre a casa 7CR. Duas debili­dade reunidas num mesmo exem­plo.

De uma bela rareza é o n.° 153: um ataque central das pretas com um surpreendente sacrifício das duas torres. As brancas, crendo ganhar a qualidade, caem numa cilada com um mate por um ponto final.

N.° 137

J. P4R, P3R; 2. P4D, P4D, P4D; 3. C3BD, C3BR; 4. B5CR, B2R; 5. BXC, BXB; 6. C3B, O-O; 7. B3D, P3CD; (ver n.° 138).

A continuação correta é 7 P4BD.

8. P4TR, B2C?

Posição depois de 8 B2C

As pretas não dão qualquer im­portância ao ataque de seu adver­sário, pois 8. B2R ou B3TD, deveria jogar-se necessariamente. Nesta variante pelo geria, as pre­tas devem parar a ameaça C5CR

com P3BR; por esta razão as bran­cas não jogam P5R (o que, pelo retrocesso do BR das pretas daria liberdade ao PBR destas), senão quando aquelas possam efetuar a jogada C5CR sem que as pretas tenham tempo de realizar a res­posta obrigatória P3BR.

9. P5B, B2B; 10. BXPT+, BXB; 11. C5CB+, BXC.

Qualquer outra resposta seria igualmente insuficiente. Por exemplo: 11 R3T; 12. D2D, BXC; 13. PXB+, R3C; 14. D3D+, etc. Ou senão 11 R3C; 12. D3D+, P4BR; 13. PXP+, RXP; 14. P5T, etc. e as brancas ganham ra­pidamente em todos os casos.

12. PXB+, B1C; 13. D5T, P3BB; 14. P6C.

E mate na jogada seguinte.

N.° 138

(Até a 7 ' jogada como no exem­plo n.° 137).

7. P5B, B2R; 8. B3D, B2D?; 9. P4TR, P3BB; 10. C5CB.

Bonita jogada cuja correção é difícil de conceber.

10 PXC; 11. BXP+, BXB; 12. PXP+, E1C; 13. T8T+, BXT; 14. D5T+, E1C; 15. P6C.

E mate em duas jogadas.

N.° 139

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, C3BB; 4. B5CB, B2B; 5. P5B, CR2D (ver n.° 141 e 142); 6. BXB, DXB; (Ver n.° 140); 7. P4BR, P4BD; 8. C3B, P3CD?

Page 94: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Deveria jogar 8. P3TD, o mais tardar neste momento.

9. C5CD, C1B; 10. C6D-F, K1D; 11. C5CR, ganhando.

N.° 140

(Até a 7.' jogada como no exem­plo n.° 139).

7. C5CD, D1D; 8. B3D, P3BD?; 9. C6D+, R2R; 10. D5T, P3CB; 11. D4T+, F3B; 12. C3T, C3T; 13. C4B, P4CR; 14. DXPT+, TXD; 15. C6C++.

N.° 141

(Até a 5 * jogada como no exem­plo n.° 139).

5 C5R; 6. BXB, DXB; 7. D4C, O-O; 8. B3D, CXC; 9. PXC, P4BD; 10. C3B, P5B?; 11. BXPT+.

Ganhando pois se 11 RxB; 12. D5T+, R1C; 13. C5C, etc.

N.° 142

(Até a 5.' jogada como no exem­plo n.° 139).

5 CR2D; 6. P4TR. O ataque que leva o triplo nome:

Albin, Chatrd e Alekhine. 6. BXB. Captura muito audaz. Mais só­

lido é 6 P3TR; e mesmo 6. ..., P4BD; não é mau. Em troca, 6 P3BR é muito arriscado.

7. PXB, DXP; 8. C3T, D2R; 9. C4B, P3TD; 10. D4C, P3CR; 11. O-O-O, P4BD; 12. D3C, C3C.

Se 12 PXP; produz-se o sa­crifício 13. CDXP, PXC; 14. CXP, D1D; 15. P6R com vantagem.

13. PXP, DXP; 14. BSD. Com a ameaça de um sacrifício

em 6CR. 14 DIB; 15. B4R. Depois desta jogada, indicada

por Bogoljubow, o ataque das brancas com a ameaça BXPD é irredutível. Se 15 PXB; 16. CXP4R, CD2D; 17. D3BD, D2R; 18. C6B+, R1B; (se 18. CXC; 19. PXC, DIB; 20. D7B, C2D; 21. C5D); 19. CXPT+ R2C; 20. C5T+, PXC; 21. D3CR+, R3T; 22. TXP+ e o mate não pode tardar.

N.° 143

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, C3BR; 4. B5CR, B5C.

A Variante Mac Gutcheon. 5. P5R, P3TR; 6. B2D. Se 6. B4T, P4CR; 7. B3C. C5R. 6 BXC; 7. PXB, C5B; 8.

D4C, P3CB; 9. B3D, CXB; 10. RXC,

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P4BD; 11. P4TR, C3B; 12. T3T, D4T?

Caindo na armadilha. A res­posta correta é 12 PXP; 13. BXPC, CXP.

13. BXPC. Ganhando, pois se 13 PXB;

14. DXPC+ e captura a torre, e se 13 PXB; 14. DXPC+ e ga­nha a torre, e se 13. .... T1CR; 14. BXP+, RXB; 15. T3B+, etc.

N.° 144 1. P4R, P3B; 2. P4D, P4D; 3.

C3BD, C3BR; 4. B5CB, B5C; 5. B3D, P4B; 6. P5B, PXP?

Ê necessário 6. .... P3TR. 7. PXC, PXP; 8. B5C+, B2B. Se 8 C3B, ou B2D, então

9. DXP, ganha uma peça. 9. BXP+, RXB; 10. DXP+, ga­

nhando.

N.° 145

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, C3BR; 4. P5R, CR2D; 5. P4B, P4BD (ver n.° 146); 6. C3B, C3BD; 7. B3D?

Posição depois de 10 P3B

Perdendo um pião sem compen­sação.

7 PXP; 8. C2R, D4T+; 9. B2D, D3C; 10. P3B?

10. ..., C4B; 11. D2B, DXP; 12. O-O.

Se 12. DxD, então evidentemente 12. .... CXB+.

12 DXC; 13. BXD, P6D. Ganhando uma peça.

N.° 146

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 145).

5. D4C, P4BD; 6. C3B, PXP; 7. CEXP, CXP.

A resposta mais conveniente é 7 C3BD.

8. D3C, CD3B. A melhor continuação é 8

C3C; 9. C5CD, C3T; 10. P4TR, B4B (ou P3B).

9. B5CD, B2D; 10. BXC, CXB; 11. CR5CD, T1BD; 12. B4B, D3C; 13. B7B, D4B; 14. B6D, D3C; 15* BXB, RXB; 16. D6D+, RIR; 17. O-O-O, P3TD; 18. CXP, PRXC.

Se 18. DXC; 19. C3B, segui­do de DXB+, ganhando.

19. TR1R+, B3R; 20. TXB+. Ganhando, pois se 20 PXT;

21. DXPR+, R1B; 22. T3D ou 22. DXT+, etc.

N.° 147

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, C3BR; 4. PXP, CXP; 5. C3B, P4BD; 6. CXC, DXC; 7. B3B, PXP; 8. CXP, P3TD; 9. B2R,

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DXPC; 10. B3B, D3C; 11. D2D, P4B; 12. O-O-O, PXC; 13. BXPD, C3B; 14. B6B, DXB; 15. TB1K+.

E mate em três jogadas. Se 15 B2R; 16. BXC+, R1B; 17. D8D+, BXD; 19. T8R mate.

N.° 148

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, B5C; 4. P5R, P4BD; 5. B2D, PXP; 6. C5C, B4B; 7. P4CD.

Com uma posição superior. N.° 149 1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3,

C3BD, B5C; 4. P3TD, BXC+; 5 PXB, P4BD; 6. D4C, PDXP?

Depois de 6 C3BD, as bran­cas continuarão igualmente com 7. DXPC.

7. DXPC, D3B; 8. B6TR. Ganhando a qualidade, pois se

8 C2D; 9. B5CD. Esta ma­nobra elegante de ganhar quali­dade merece ser recordada. Um caso deste gênero, favorável às pretas, vimos no exemplo n.° 99 do Gambito da dama.

N.° 150 1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3.

C3BD, C3BR; 4. B5CB, PXP; 5. CXP, CD2D; 6. C3BR, B2R; 7. CXC+.

Respondendo com 7. B3D, as brancas cairiam numa cilada: 7. .... CXC; 8. BXB, CXPB; 9. BXD, CXD; 10. BXP, CXP; ganhando um pião.

7 CXC; 8. B3D, O-O; 9. D2R, P3CD.

Posição depois de 9 P3CD

A continuação correta é 9 P4B.

10. BXC, BXB; 11. D4R, ganhan­do por uma dupla ameaça a TD e mate em 7TR.

N.° 151

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, C2D; 5. CR3B, CB3B; 6. B3D, B2R; 7. O-O, P3CD; 8. C5R, B2C; 9. CxC, PXC?

Um erro decisivo, pois se deve capturar com o bispo.

Page 97: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

10. CXP, RXC; 11. D5T+, R1C; 12. TR1R.

Com um forte ataque. Se 12. C1B; as brancas ganham bri­

lhantemente como segue: 13. TXP, CXT; 14. B4B, D3D; 15. B6TR, B1BR; 16. T1R, B1B; 17. D8R, B2D; 18. TXC, TXD; 19. TXT+, B3R; 20. BXB+, DXB; 21. TXB. mate.

N.° 152

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, B3D?

Má situação para o bispo. 5. B3D, C2R; 6. B5CR, O-O? Melhor que esta localização sui­

cida é 6. C2D. 7. C7B+, PXC; 8. BXP, D2D; 9.

BXPT+. E mate em duas jogadas.

N.° 153

1. P4R, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, C2D; 5. C3BR, CR3B; 6. B3D, B2R; 7. P3BD, CXC; 8. BXC, C3B; 9. B3D, O-O; 10. C5R, P4B; 11. B3R, D2B; 12. P4BR, T1D; 13. PXP.

Esta troca compromete o jogo das brancas, enquanto que 13. D3B lhes concede uma posição satis­fatória.

13 BXP; 14. BXB, DXB; 15. BXPT+?

Crendo ter atraído o adversário numa armadilha.

15 BXB; 16. DXT, B2D; 17. DXT, D6R+.

Ganhando, pois se 18. R1D (ou R1B) então 18. . . . C5R; etc.

DEFESA CARO-KANN

Esta defesa, que não apresenta a animação da outra, é bastante segura quando se sabem evitar al­guns escolhos que encontram as pretas e é essencialmente defen­siva, com menos ocasiões de con­tra-ataque que a Francesa e, es­pecialmente, a Siciliana.

No exemplo n.° 154 apresenta­mos a brilhante partida de Bo-twinnik vs. Spielmann, do Torneio de Moscou, 1935, onde veremos uma cilada que o autor descobrira pou­co tempo antes de ter ocasião de aplicá-la. Também é uma par­tida de torneio o n.° 155, entre Nimzovitch e Alekhine (Bled, 1931). As brancas, crendo armar uma ci­lada a seu adversário, são vítimas elas mesmas e a prematura excur­são de sua dama a 7CD recebe seu castigo. No n.° 156 é uma pe­quena jóia que já assinalamos no primeiro capítulo (Reti vs. Tar-takower, Viena, 1910). O sistema adotado pelas brancas não é, por

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outro lado, o melhor, apesar da rápida vitória que obtêm.

Aprecia-se uma vez mais no n.° 157, como uma inversão de jogadas pode acarretar molestas conseqüên­cias e depois de um belo sacrifí­cio de cavalo se produz um mate agradável. A partida reproduzida no n.° 158 foi ganha por um es­pecialista nesta abertura, o joga­dor alemão Carls, na qual o PTB preto parece bater o recorde de ve­locidade em seu caminho até a coroação. Esta cilada merece ser recordada.

Novamente vê-se no n.° 159 o castigo à ambição por ganhar um pião, com a prematura saída da dama. Finalmente, o exemplo n.° 160 recorda ao n.° 157, pois embora a linha de jogo principal leva a caminho distinto que conduz à cap­tura de uma torre, numa variante de Alekhine (Plymouth, 1938), se reproduz quase exatamente o mate do n.° 157.

N.° 157

1. P4B, P3BD; 2. P4D, P4D; 3. PXP, PXP; 4. P4BD?, C3BB; 5. C3BD, C3B; 6. B5C, D3C (ver n.° 155).

Neste ataque (Botwinnik-Panov) as pretas jogam outras vezes 6. ..., PXP; o que é arriscado depois de 7. P5D, C4R; 8. D4D. O mais se­guro é 6. .... P3R.

7. PXP, DXPC? O erro. Deve-se continuar com

7 CDXP; 8. B3R (mais sólido é 8. CR2R). 8 P4R; 9. PXP, B4BD e as pretas têm em troca

do pião sacrificado um jogo bem desenvolvido e certo ataque.

Posição depois de 7 DXP

8. T1B, C5CD; 9. C4TD, DXPT; 10. B4BD, D6T; 11. T3B, ganhan­do.

N.° 155

(Até a 6.« jogada como no exem­plo n.° 154).

6. C3B, B5CR; 7. PXP, CRXP; 8. B5CD, D4T; 9. D3C, BXC; 10. PXB, CXC; 11. BXC+.

Esta jogada prepara o erro de­cisivo que se produz em continua­ção. A resposta exata é 11. PXC.

11 PXB; 12. D7C?, C3C+; 13. B2D, D3C; 14. DXT+, R2D.

As pretas capturam a dama ini­miga 15. C2B.

N.° 156

1. P4R, P3BD; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, PXP; 4. CXP, C3BR (ver n.° 157 e 158); 5. D3D, P4R?

Para responder a jogada duvi­dosa de seu adversário, as pretas não teriam nada melhor que con-

Page 99: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

solidar sua posição com 5. CXC; 6. DXC, C2D, seguido de C3B.

6. PXP, D4T+; 7. B2D, DXPB; 8. O-O-O, CXC?

Esta segunda falta é decisiva. Pareceria que as pretas esperavam. 9. T1R. Depois de 8 B2R; ainda poderiam defender-se, po­rém com uma posição inferior.

9. D8D+, RXD; 10. B5CB+, B2B. Ou senão 10 RIR; 11. T8D

mate. 11. B8D++. O exemplo n.° 147, da defesa

francesa, apresenta um final pa­recido ao final desta partida.

N.° 157

(Até a 4.» jogada como no exem­plo n.° 156).

4. ..., B4B; 5. C3C, B3C; 6. C3B, P3B?

Corresponde responder com 6. C2D; para impedir 7. C5R.

7. P4TR, P3TB; 8. C5B, B2T; 9. B4BD.

Posição depois de 9. B4BD

É boa também a continuação se­guinte: 9. BSD e se 9 DXP; 10. CXPB, com um Jogo complica­do e cheio de emboscadas.

9. CD2D; 10. D2B, CR3B?; 11. CXPB, BXC; 12. DXP+, B3C; 13. B3D++.

N.° 158

(Até a 4.» jogada como no exem­plo n.° 156).

4. C3BB; 5. C3C, P4TB; 6. B5CB?

Devia-se impedir o avanço de PTR preto, replicando 6. P4TR. A presença do cavalo em 3CR faz necessária esta precaução.

6 P5T; 7. BXC? Caindo numa cilada profunda­

mente concebida. 7 PXC; 8. B5R, TXP.

Posição depois de 8. . . . . TXP

Compare-se com o exemplo n.0

106 do gambito da dama, onde se oroduz uma manobra similar, exe­cutada no outro flanco pelas bran­cas.

Page 100: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

9. TXT, D4T+; 10. P3BD. Se 10. D2D, as pretas ganham

com 10. PxP+, de uma ma­neira que recorda c exemplo n.° 126, do contra gambito Albin.

10 DXB+; 11. PXD, PXT; ganhando.

N.° 159

1. P4R, P3BD; 2. C3BD, P4D; 3. C3B, B5C; 4. P4D, PXP; 5. CXP, BXC.

É melhor continuar o desenvol­vimento com 5. . . . C3BR.

6. DXP, DXP?; 7. B3B, D4R. É preferível retirar a dama a

1D. Depois de 7 DXPC; as brancas sacrificam suas duas tor­res, caindo sobre o rei indefeso inimigo: 8. B4BD, DXT+; 9. R2R, R2R, DXT; 10. DXPB+, R2D; 11. C5B+, R2B; 12. C6R+, etc.

8. B4BD, C3BR; 9. C5C, P3R; 10. O-O-O.

A ameaça 11 T8D+, RXT; 12. CXPB+, e 13. CXD, oferece uma nova combinação de cavalo.

10 CD2D; 11. TXC, CXT. Se 11 RXT; 12. CXPB, se­

guido de 13. CXT. 12. DXPB+, R1D; 13. CXPB+,

R1B; 14. D8++.

N.° 160

1. P4R, P3BD; 2. C3BD, P4D; 3. C3B, PXP; 4. CXP, B4B?

O mesmo resultaria se 4 B5C; 5. P3TR, B4T; 6. C3C, e o bispo se retirasse agora a 3CR em lugar de cambiá-lo pelo cavalo.

5. C3C, B3C; 6. P4TR, P3TR; 7. C5R, B2T; 8. D5, P3CR; 9. D3B.

Ou senão 9. B4BD, P3R; (se ..., PXD; 10. BXPB mate; 10. D2R, C3BR?; 11. CXPB, ganhando. Compare-se com o exemplo n.° 157

9. .... C3BR; 10. D3CD, D4D; 11. DXPC, DXC+; 12. B2R.

Ganhando a qualidade. As pre­tas devem parar a ameaça 13. D8B mate, o que produz a perda da torre. É impossível capturar a dama acantoada que poderia ser libertada pelo avanço P4TD, 5T, 6T, etc.

DEFESA SICILIANA

Desde sua primeira jogada, as pretas se preparam nesta defesa para uma áspera luta, desdenhan­do a atitude defensiva, pois seu norte não é o empate. Opondo-se ao avanço inimigo P4D, se propõe abrir a coluna BD manobrando no flanco da dama. O PR branco não é trocado, como no Caro Kann, e seu avanço freqüentemente re-

Page 101: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

sulta prematuro, é um objetivo de ataque para as pretas e por sua vez uma base para o ataque das brancas contra o rei inimigo, pois estas devem contra-atacar, com uma manobra no flanco do rei, a iniciativa das negrrs na ala da da­ma. Produz-se um jogo animado, com bastante possibilidade de com­binações, e os exemplos que apre­sentamos serão, para o leitor afic-cionado, tão instrutivos como atraentes.

O exemplo n.° 161 mostra um ataque prematuro das pretas, que conduz a ganho de qualidade, po­rém descuida-se do desenvolvimen­to. A mesma variante se apre­senta no n.0 162, com bonitos sa­crifícios e nele se demonstra a ino-portunidade de troca do bispo pre­to pelo CD. A cilada no n.° 163 pode-se reproduzir com outra dis­posição de pedras. A idéia é sem­pre a mesma: ataque à dama pre­ta por cheque descoberto e ganho de material por um cheque de ca­valo em 7B. Este é um triunfo de Eliskasés no Torneio de Birmin-ghain, 1937.

Uma excelente partida entre Ale­khine e Botwinnik (Notthingam, 1936), apresenta o n.° 164, e ela constitue um estudo profundo. O n.° 165, que produz o ganho de um pião das pretas, merece ser lecordado. O essencial aqui é a ameaça de mate pela jogada in­termédia 15 D4TR; pois con­vém saber considerar as conse­qüências de jogadas similares. No

n.° 166, as brancas enfraqueceram a diagonal LCR-6CD, concedendo a seu adversário a ocasião de sa­crificar a dama por três peças menores.

No exemplo n.° 167 as pretas não consideraram o alcance dc uma jogada do bispo inimigo que lhes cria uma posição inferior. O n.° 168 contém atraentes ramifica­ções e sacrifícios de tipos diversos. Esta variante de Richter finaliza com um elegante mate sobre uma coluna central. No n.° 169 as pre­tas podem obrigar na 7.» jogada a uma série de mudanças que fa­cilitarão seu jogo, porém elas de­cidem fazê-las próximo à 9.» jo­gada, o que é demasiado tarde e lhes custará uma peça.

Contém o n.° 170 um sacrifício extraordinário, justo castigo infli­gido a um adversário negligente. O n.° 171 oferece diversas possibi­lidades de ciladas, que exigem das pretas um profundo conhecimento desta variante. A regra geral que aparece no n.° 172 é conhecida, po­rém a miúde é esquecida; o bispo desenvolvido pelo fianchetto não deve ser trocado, talvez mesmo por torre. A partida Verlinsky vs. Kan, (Odessa, 1929) deste exemplo nos demonstra claramente.

N.° 161

1. P4R, P4BD; 2. C3BR, P3R; 3. P4D, P4D; PXP; 4. CXP, C3BR.

Evitando o seguinte «mate aju­dado»: 4 P4R; 5. C5B, C2R; 6. C6D mate.

Page 102: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

5. C3BD, B5C; (ver n.° 162 e 163). Saída prematura 5 PSD; ou

5 C3B são recomendáveis. 6. P5R, D4T? Contra 6 C5R o mestre de

Berlin, Koch, demonstrou que as brancas obtêm vantagem por um bonito sacrifício, como segue: 7. D4C, CXC; 8. DXPC, T1B; 9. P4TD e se 9 D4T; 10. C3C, D4D; 11. B3D, C7T+; 12. PXB, CXB; 13. TXC, C3B; 14. P4BR, C5D?; 15. P4B, ganhando.

Posição depois de 6. D4T

7. PXC, BXC+; 8. PXB, DXPB+; 9. D2D, DXT; 10. P3BD, D8C.

De outra forma a dama estaria perdida (11. C3C, D8C; 12. B3D).

11. B3D, D3C; 12. PXP, ganhan­do.

N.° 162

(Até a 6.» jogada como exemplo n.° 161).

6. B4D, P4D? A resposta correta é 6. ..., C3B. 7. P5R, CR2D; 8. D4C, P3CR.

Se 8. R1B; as brancas ga­nham com 9. CXP+, PXC; 10. DXB e se 8 BXC+; 9. PXB, R1B; 10. B3T+, R1C; 11. CXP, PXC; 12. DXPR mate. Duas ci­ladas interessantes.

9. CXP, BXC+; 10. PXB, PXC. É melhor 10 CXP, ao que

as brancas responderiam 11. D4D. 11. BXP+. Ganhando, pois se 11. PXB; 12.

DXPC+ e 13. B3T+; ou 13. B5C+.

N.° 163

(Até a 5." jogada como exem­plo n.° 161).

5. ..., P3D; 6. B2R, B2R; 7. O-O, P3TD; 8. P4B, D2B; 9. B3B, B2D; 10. R1T, C3B.

Sistema Scheveningue. 11. C3C, P4CD; 12. P3TD, T1BD;

13. B3R, O-O; 14. D2D, C1R; 15. TD1D, C4TD?

Caindo na armadilha. 16. CXC, DXC; 17. C5D, BID. Se 17 DXD; 18. CXB+, se­

guido de 19. TXD e se 17. D1D; 18. B6C, etc.

18. C7R+.

Ganhando a qualidade.

N.° 164

1. P4R, P4BD; 2. C3BR, P3D; 3. P4D, PXP; 4. CXP, C3BR; 5. C3BD, P3CR; 6. B2R, B2C; 7. B3R, C3B.

Variante do dragão. 8. C3C, B3R (ver n.° 166); 9. P4B,

O-O; 10. P4CR, P4D (ver n.° 165); 11. P5B, B1B; 12. PXPD, C5CD; 13. P6D.

Page 103: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Se 13. PXPC, PTXP; 14. B3B, as pretas podem continuar com 14 CXPC; 15. BXC, BXB; 16. DXB, CXPB+; 17. R2R, CXT; 18. TXC, BXC; 19. PXB, DXP; e as pretas têm uma torre e dois piões por duas peças menores.

13. .... DXP; 14. B5B, D5B; 15. T1BR, DXPT; 16. BXC, CXP; 17. BXC, D6C+.

Tabelas pelo cheque perfeito.

N.° 165

(Até a 10.» jogada como exem­plo n.° 164).

10. O-O, C4TD; 11. CXC, DXC; 12. B4D, TD1B; 13. P4CE?, BXP; 14. BXB, CXB; 15. BXB, D4T; 16. D2B, RXB.

As pretas têm um pião de van­tagem e posição superior.

N.° 166

8. O-O, O-O; 9. P4B, D3C; 10. D3D.

Em certos livros esta jogada é seguida de um sinal de interroga­ção, em outras leva um sinal de exclamação. Na dúvida, nos abs-temos. Aqui se pode continuar com 10. P5R, sacrificando um pião em troca de um eventual ataque.

10. C5CR. Não 10 DXPC por 11. CXC,

PXC; 12. T1CD, D6T; 13. C5D, etc. 11. C5D, BXC; 12. CXD, BXBI-,

13. R1T. Se 13. DXB, CXD; 14. CXT, CXT;

15. BXC, P4B; e as pretas têm me­lhores probabilidades para o final do que seu adversário.

13. BXC; 14. BXC, BXB. Com vantagem de três peças me­

nores pela dama. (Partida Ahues vs. Richter, Torneio de Berlin, 1930).

N.° 167

1. P4R, P4BD; 2. C3BR, P3D; 3. P4D, PXP; 4. CXP, C3BR, 5. C3BD, C3B; 6. B4BD?, P3CR? (ver n.° 168).

Com o bispo inimigo em 4BD, o fianchetto é inoportuno e con­duz a uma cilada.

Devia-se continuar com 6 P3R.

7. CXC, PXC; 8. P5R, C5C. Se 8 PXP, as brancas ga­

nham a dama com 9. BXP+. 9. B4B, P4D; 10. CXP, PXC; 11.

BXP, B2D; 12. BXT, DXB; 13. O-O. Com vantagem.

Page 104: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Posição depois de 13 PXC

tâneamente 16. C7B mate e 16. D5C+.

14. P1BR, D4T; 15. PXP, BXP; 16. D5C+, DXD; 17. T8D++.

N.° 169

P4BD, B2C; 6. B3B, C3BB; 7 C3BD, P3D.

As pretas podem aqui dinami­zar sua posição para uma série de trocas: 7 C5CR, 8. CxC, CXB; 9. CXD, CXD; 10. CXC. RXC; etc.

8. B2B, O-O; 9. O-O, C5CR? Agora, esta jogada conduz a per­

da de uma peça. 10. BXC, BXB. Ou senão 10. . . . . BXC; 11.

BXBD. BXC; 12. BXPC. 11. CXC, BXD; 12. CXD, ga­

nhando .

N.° 170

1. P4R, P4BD; 2. C3BB, C3BB; 3. P5R, C4D; 4. C3B, CXC; 5. PDXC, P3CD?; 6. P6B, P3B.

Posição depois de 6. P6R

As pretas parecem não ter con­tinuação satisfatória à sua dispo­sição. Se 6 PDXP; 7. DXD+, RXD; 8. C5R e se 6 PBXP; 7. C5R, P3CR; 8. D3B.

7. C5R, PXC; 8. D3B, D2B; 9. DXT, C3B; 10. B5CD.

(Até a 6.* jogada com no exem­plo n.° 167).

6. B5CR, P3R; 7. CXC, PXC; 8. P5R.

Sacrifício de pião imaginado por Richter. Se 8 PXP; 9. D3B.

8. . . . D4T; 9. B5C, PXB; 10. PXC, P5C; 11. C4R, P4D, etc.

Se 11. D3B, D4R+; 12. C2R. 11. .... D4R; 12. D2R, P4D; 13.

T1D, PXC. Erro decisivo. É necessário con­

tinuar com 13 P3C, ao que as brancas devem responder com 13. C3B e as pretas não podem cap­turar o bispo por causa de res­posta 15. CXP, ameaçando simul-

Page 105: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Ganhando, pois se ameaça 11. PXP+ e 12. BXC.

N.° 171

1. P4R, P4BD; 2. C3BR, C3BR; 3. C3BD, P4D; 4. PXP, CXP; 5. B5C+, B2D; 6. C5T, CXC?

Isto é um erro decisivo, porém G. D2B não é melhor (7. CXB, CDxC; 8. CXC, ganha uma peça). Em troca, com 6 BXB, as pretas podiam evitar as ciladas que se lhes preparam, contra o que as brancas devem continuar com 7. D3B, P3B; 8. CXB, PXC; 9. DXC, DxD; 10. C7B+, e 11. CXD.

7. D3B, P3B. Uma continuação algo melhor e

7 D2B; 8. BXB+, CXB; 9. DXPB+, R1D; 10. CXC, RXC; 11. PDXC, com uma vantagem pura.

8. D5T+, P3CR; 9. CXP, BXB; 10. C5R++.

N.° 172

1. P4R, P4BD; 2. C3BD, C3BD; 3. P3CR, P3CR; 4. B2C, B2C; 5. CR2R, P3D; 6. P3D, C3B; 7. O-O, B2D; 8. P3TB, O-O; 9. B3R, P4CD.

Para responder a 10. CxP, com 10 T1CD, seguido de TXP.

10. P5R? Uma calda pesada. Deve-se con­

tinuar com 10. D2D. 10 CXP; 11. BXT, DXB; 12.

P4BR, C6B-1 ; 13. R2B, BXPT; 14. T1T?

A derrota podia ser retardada jogando 14. C4R.

14. .... C5C++.

DEFESA ESCANDDÍAVA

Esta defesa origina posições in­teressantes porém, na prática, nãc dá bons resultados. As brancas têm a vantagem de poder escolher entre um ataque imediato e um jogo tranqüilo posicionai, com si­tuação superior em ambos os ca­sos.

O exemplo n.° 173, derivado de um mate de Legal, recorda-nos o primeiro capítulo. Um ataque prematuro das pretas apresenta o n.° 174, em que perderiam uma peça, a não ser por um erro de­cisivo de seu adversário. O n.a 175 é uma nova prova de perigo que resulta de saída prematura da da­ma. Nesta defesa é necessário ter bem claro a diagonal T4D1D, o que às vezes obriga as pretas a jogarem P3BD, para assegurarem o retrocesso de sua dama, porém isso lhes impede de ter ocasiões de tropeçar, como se verá no n.° 176, onde uma série de sacrifícios fui-

Page 106: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

minantes conduz a um mate de grande beleza. Quanto ao mate do exemplo n.° 177, surpreenderá agradàvelmente aos leitores.

N.° 173

1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3. C3BD, D1D; 4. P4D, C3BD; 5. C3B, B5CB; 6. P5D, C4B?

Um erro imperdoável. Deve-se jogar previamente 6 BXC.

7. CXC, BXD; 8. B5CD+, P3BD; 9. PXP, P3TD; 10. P7B+.

Ganhando uma peça.

N.° 174

1. P4R, P4D; 2. PXP, C3BR; 3. P4D, CXP; 4. P4BD, C5C.

Mais sólidos são os retrocessos a 3CD ou 3BR.

5. D4T+, CD3B; 6. P5D, BXB; 7. PXC?

Um grave erro. 7. C3TD con­cedia uma partida satisfatória; neste caso as pretas devem con­tinuar o ataque com 7 P4CD; 8. PXP (se 8. DXPC, T1CD; 9. D4T P3R; 10. PXC, C6D+), 8 DXP; 9. PXC, D5R+.

7. C7B+. Ganhando, pois se 8. R2R, D6D

mate.

N.° 175

1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3. C3BD, D4TD; 4. P4D, C3BR; 5. B4BD, B4B; 6. B2D, P3R?

A continuação indispensável para assegurar uma via de retrocesso para a dama, é 6 P3B.

7. C5D. Ganhando a dama, pois se 7. ...,

D5T; 8. B5C+, DXB; 9. CXPB+.

N.° 176

1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3. C3BD, D4TD; 4. P4D, P3BD; 5. C3BR, B5C; 6. B4BR, P3R; 7. P3TR, BXC.

E preferível o retrocesso 7 B4T.

8. DXB, B5C; 9. B2R, CD2D; 10. P3TD, O-O-O?

Posição depois de 10 O-O-O

O que esperavam as brancas. A resposta justa é 10. CR3B.

11. PXB, DXT; 12. R2D, DXT; 13. DXPBD+, PXD; 14. B6T++.

Pinai magnífico. As brancas sa­crificaram todas suas peças maio­res para obter um mate com am­bos os bispos. É conveniente, no ataque contra o roque amplo, ter

Page 107: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

presentes os mates de forma si­milar.

N.° 177

1. P4R, P4D; 2. PXP, DXP; 3. C3BD, D4TD; 4. C3B, P4R; 15. P3D, B5CR; 6. B2D, C3BD; 7. D2R?

Que necessidade tem a dama de se colocar em situação perigosa?

7. C5D; 8. DXP+?, DXD+; 9. CXD, CXPB++.

As brancas quiseram ganhar um pião; consegui-lo-ão, porém a que preço!

DEFESA ALEKHINE

Haveria muito que se dizer so­bre esta defesa (1. P4R, C3BR), que à primeira vista parece au­daz, posto que permite às brancas avançarem os piões centrais obri­gando o cavalo preto a se refugiar em 3CD. Porém, detrás deste avanço provocado, surge a sutil idéia de um ataque contra os piões avançados.

Se as brancas renunciam a efe­tuar este avanço, a partida pode tomar diversos aspectos, quer seja uma variante da Defesa Francesa, favorável às pretas, ou outros ti­pos de aberturas, Siciliana, Vie-nense, etc. Com um jogo correto, as dificuldades da defesa devem ser superadas.

A maior parte das ciladas nesta abertura se baseiam na debilidade dos piões centrais avançados, que deverão ser sustentados pelas pe­

ças. Assim pois, no exemplo n.° 178, o PD branco está perdido, en­quanto que em 179, para evitar a perda do PBD, as brancas en­fraquecem o flanco do rei.

Pelo contrário, os outros dois exemplos assinalam as dificuldades das pretas no n.° 180 (partida Bo­goljubow vs. Tarrasch, do Torneio de Breslau, 1925), um ligeiro erro das pretas permite a seu adver­sário o triunfo por um ataque di­reto. O n.° 181, mostra o perigo da variante de trocas. Se apre­sentamos este exemplo, apesar do grosso erro das pretas, é porque uma perda de peça de maneira si­milar pode se produzir em outras circunstâncias que se deverão pre­ver.

N.° 178

1. P4R, C3BR; 2. P5B, C4D; 3-P4BD, C3C; 4. P4D, P3D.

Conforme o estilo da defesa. Se 4. C3B; as brancas ganham uma peça com 5. P5D, CXPR; 6. P5B, C3C-RB; 7. P4B.

5. P4B, PXP; 6. PBXP, B4B (ver n.° 179); B3D?

Previamente deve-se desenvolver o CD.

7 BXB; 8. DXB, P4BD; 9. C3BR.

Se 9. P5D, P3R; 10. P6D, D5T+, seguido de DXPB.

9. ., P3R; 10. C3B, C3B; 11. P5D, CSC.

Ganhando o PD com uma posi­ção superior.

Page 108: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

N.° 179

(Até a 6.' jogada como no exem­plo n.° 178).

6 C3B; 7. B3R. Não 7. C3BR, por causa da res­

posta 7 B5C. 7 B4B; 8. C3BD. Evidentemente não 8. B3D? pela

réplica 8 CXPD. 8. .... P3R; 9. C3B, B5CD; 10.

B3D? Como no exemplo precedente es­

te bispo está aqui mal colocado. É preferível 10. B2R.

10 B5CB. Esta resposta é tão forte que ela

pode ser efetuada mesmo com a perda de um tempo.

11. B2R, BXC; 12. PXB. Se 12. BXB, CXPB. 12 D5T+; 13. B2B, D5B. As pretas parecem ter certa van­

tagem, como demonstrou a partida Lasker vs. Tarrasch (Torneio de Morwska-Ostrava, 1923), onde elas conservaram a superioridade du­

rante certo tempo e embora final­mente tenham perdido o jogo, foi em conseqüência de suas múltiplas erradas posteriores. Atualmente se afirma que se as brancas res­pondem 14. DIB se inclinaria a balança a seu favor. Neste caso, toda esta variante deveria ser re­visada novamente.

N.° 180

1. P4R, C3BR; 2. P5R, C4D; 3. P4D, P3D; 4. C3BB, B4B.

É essencial nesta defesa fincar o CR branco quando a ocasião se apresenta.

5. B3D, B3C. Devem-se trocar os bispos, ou

fincar o cavalo mesmo com um tempo perdido.

6. BXB, PTXB; 7. P4BD, C3C; 8. P6B, P3BR.

Se 8. PXP; 9. D3D, seguido de 10. C5C.

Posição depois de 8. P6R

1H í I A§§§ H 1 §£§§§A §§ j§§ §jj Uj m

3 B B

AH Ji mm 9. D3D, DIB; 11. DXP+, ganhan­

do.

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CAPITULO V

ABERTURAS MODERNAS

É evidente que, com um jogo correto de ambos os lados, estas partidas terão um lento desenvol­vimento e que não se apresentará qualquer ocasião de armar ciladas. Pelo contrário, o jogador inexpe­riente freqüentemente seguirá pela rota falsa, como se verá nos exem­plos instrutivos que examinaremos,

DEFESA ÍNDIA DO ESTE

(Fianchetto de Rei) Sob o nome de abertura moder­

na, designamos aquelas onde a for­mação de um centro de piões não é enfrentada imediatamente e on­de esta formação é retardada por um dos jogadores, às vezes pelos dois. É muito difícil tratar con­venientemente estas aberturas. O jogador que renuncia a formar um centro de piões se resigna a con­duzir um jogo restrito durante cer­to tempo, porém seu adversário, tendo um controle mais amplo do tabuleiro, pode ser tentado a avan­çar muito audaciosamente seus piões e peças; então, se tal avan­ço não foi suficientemente prepa­rado, pode resultar num desastre,

pois as forças avançadas sofrerão o vigoroso contra-ataque de um inimigo fortemente entrincheirado.

Estas são as defesas onde as pre­tas desenvolvem seu BR pelo fian­chetto para pressionar a casa cen­tral 5D. No exemplo n.° 182, elas obtêm a vantagem, ocupando pre­cisamente esta importante posição; por certo seu adversário facilitou bastante esta tarefa com sua fren­te de piões demasiado ampla e es­pecialmente por seu erro na 11.» jogada. Igualmente, no n.° 183, ressalta a casa 5D. As peças bran­cas estão dispostas de maneira in­coerente; observe-se a má coloca­ção da dama e do BR. Três faltas são necessárias, pelo menos, para que as pretas obtenham uma van­tagem decisiva, constituindo um exemplo importante, pois o desas­tre das brancas é bastante comum.

Os três exemplos seguintes mos­tram um jogo central mais pru­dente da parte das brancas. Estas atacam com força o flanco rei. No n.° 184, o triunfo é assegurado por um sacrifício de torre em 79R (dis­puta Euwe vs. Alekhine, 1935). No n.° 185, a torre é sacrificada em

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5TR e é um bispo o que se ofe­recem 7TR. Finalmente, no n.° 186, a explosão se produz em 7BR. Nas aberturas modernas, as pre­tas têm posições restritas que exi­gem uma minuciosa atenção para evitar catástrofes similares.

N.° 182

1. P4D, C3BR; 2. F4BD, P3CR; 3. C3BD, B2C; 4. P4B, P3D (ver n.° 183); 5. P4B, O-O.

A abertura índia dos quatro piões.

6. C3B, P4BD; 7. P5D. Se 7. PXP, D4T; 8. PXP, CXP;

etc. A jogada de desenvolvimento indicada aqui é 7. B2R.

7. . . . . P3R; 8. PXP, PXP; 9. B2R, C3B; 10. O-O, D2R; 11. B3R7, C5CR; 12. B2D.

Se 12. D2D, as pretas ganham pelo menos uma peça com 12 CXB; 13. DXC, B5C.

12. . . . . C5D; 13. R1T, CxC; 14. BXC, CXPT.

Ganhando, pois se 15. RXC, D5T+; 16. R1C, B5D+.

N.° 183

(Até a 5.» jogada como no exem­plo n.° 182).

5. C3B, O-O; 6. B3D. Este bispo está aqui mal colo­

cado; as brancas devem continuar com 6. B2R e se 6 B5C; 7. B3R.

6. . . . . B5C; 7. P3TB, BXC; 8 DXB, C3B; 9. B3R?

É melhor 9. P5D.

9. C2D; 10. C2R?, CR4R; 11. PXC, CXP; 12. D3C, CXB+.

Ganhando, pois capturam o PCD, ficando com dois piões de vanta­gem.

N.° 184

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3BR; 3. C3BD, P4D.

A Defesa Grunfeld, que transfor­ma a abertura num Gambito da dama. Depois de 4. PXP, CXP; 5. P4R, as pretas têm a intenção de seguir com 5 CXC; 6. PXC, P4BD; 7. C3B. B2C; 8. B2R, O-O; 9. O-O, PXP; 10. PXP, C3B.

4. B4B, C4T. Uma cilada. É melhor 4

B2C; seguido do roque. 5. B5B. As brancas evitam a cilada. Se

5. CXP, CXB; 6. CXC, P4R; e as pretas ameaçam o cheque mortal B5C+. Se agora 7. C3D, P5R.

5 P3BB; 6. B3C, CXB; 7. PTXP, P3B; 8. P3R, B2C; 9. B3D, O-O?

Page 113: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

O erro decisivo, cometido sob a ameaça de 10. TXP, TXT; 11. BXP-!-, e as pretas se encontram em dificuldades em todos os ca­sos.

10. TXP. Ganhando, pois se 10 RxT;

11. D5T+, R1C; 12. BXP e as pre­tas para evitar o mate, devem res­ponder com 12. ..., T1R, devol­vendo a torre ficando com dois piões menos.

N.° 185

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3CR; 3. B4B, B2C; 4. P3R, O-O; 5. B3D, P3D; 6. CD2D, 7. P4TR, T1R; 8. P5T, CXP?

É necessário 8 P4R. 9. TXC, PXT; 10. BXTP+, RxB;

11. C5Cf, R3C.

Posição depois de 11. R3C

Mil JLÜE^ .JÜ wm.

ABAI M""'*^^

Se 11 R1C; 12. DxP, P4R; 13. DXPB+, R1T; 14. O-O-O, ga­nhando.

12. CD3B, P4R; 13. C4T+, R3B; 14. D3B.

Ganhando peJas múltiplas amea­ças de mate.

N.° 186

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3CR; 3. B4B, B2C; 4. C3B, P3D; 5. P4R?, CD2D; 7. B4B.

Com esta jogada as brancas ameaçam sacrificar seu bispo em 74R, por exemplo: 7. BXPBH , RXB; 8. C5CR+, R1C; 9. C6R, D1R; 10. CXPB, seguido de 11. CXT.

6. .... P4B; 7. P5R, C4T; 8. C5CR, O-O.

O bispo branco pode ser captu­rado, porém devem resultar cer­tas dificuldades para as pretas.

A continuação correta é 9 PXPR; 10. BXPR, CXB; 11. PXC, P3R; 12. D3R, D5D; e as pretas têm uma boa posição (partida Marshall vs. Maroczy, Torneio de Nova Iorque, 1924).

10. CXPB, Tx.C; 11. BXT+, RXB; 12. P6R+, RXP?

Depois de 12 R1C, as pretas, apesar da qualidade perdida ainda podem se defender.

13. D5D+, R3B; 14. B5C++.

DEFESA ÍNDIA DO OESTE

(Fianchetto de Dama) Nesta defesa é o BD o que de­

senvolve as pretas pelo fianchetto pressionado a importante casa 5R e instalando-se sobre a grande diagonal 1TD-8TR, podendo assim apresentar-se a estas bastantes possibilidades de combinações. No

Page 114: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

n.° 187 vemos ganhar elegantemen­te uma peça, numa partida de Bo-goljubow, do Torneio de Goteborg, 1920. Igualmente, no n.° 188, a importância da grande diagonal é demonstrada por uma imprevista combinação de mate. Apresenta o n.° 189 também a mesma mano­bra das pretas, porém um erro faz perder a dama de maneira notável.

Nos exemplos seguintes, o BR branco se opõe de igual modo pelo fianchetto ao BD inimigo, provo­cando uma interessante luta de dois bispos. O bispo branco, bem defendido, resulta às vezes mais pujante que seu rival. A posição se presta a numerosas ciladas em detrimento das pretas. Nestes exemplos, as brancas abrem a grande diagonal no instante preci­so, criando uma segunda ameaça a seu adversário, com seu B+ sem proteção, resultando desta luta uma vantagem para o primeiro jo­gador. É útil estudar ciladas si­milares a este tipo.

Mostra o n.° 190 a famosa cila­da de Monticelli. Embora Capa-blanca, em sua partida com Euwe, conseguisse obter tabelas nas duas partidas jogadas com esta varian­te, a manobra não é recomendável para as pretas. A mesma cilada apresenta o n.° 191, porém com a ameaça sobre 7B+, enquanto que no caso precedente é contra 7TR. As brancas, graças a uma ameaça similar, ganham um pião no n.° 192 (partida Euwe vs. Colle, Tor­neio de Carlsbad, 1929). O exem­plo n.° 193 foi produzido no Tor­

neio de Carlsbad, 1930 (partida Bo-goljubow vs. Nimzovitch) e apre­senta a mesma idéia sob uma for­ma bastante mais complicada e atraente. Todavia, outro aspecto oferecem os n.° 194 e 195, com maior simplicidade neste último que no anterior.

Os últimos exemplos fazem apa­recer um novo perigo: a perda do BR preto cuja colocação em 5CD, em muitas defesas modernas exige grande atenção. Embora a cilada do n.° 196 seja fácil de ver, pro­duziu-se duas vezes em partidas de mestres modernos, e embora te­nha ocorrido a falta das pretas não foi explorada. O n.° 197 foi. ex­traído da partida Znosko-Borowsky vs. George Thomas, do Torneio de Ramsgate, 1929. Quanto ao exem­plo n.° 198, é um sacrifício de pião de uma fineza muito instrutiva, ganhando a qualidade explorando a situação do bispo preto em 5CD.

N.° 187

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. P4BD, P3CD; 4. B5C, B2C; 5. P3R, P3TR; 6. B4T, B5C+; 7. CD2D?

Erro grave. É o outro cavalo que se deve interpor.

7. .... P4CR; 8. B3C P5C. Ganhando uma peça, pois se 9.

C5R, C5R e se 9. P3TD, PXC; 10. PXB, PXPC; 11. BXPC, BXB.

N.° 188

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. P4BD, P3CD; 4. C3B, B2C (ver n.° 189); 5. P3R, B5C; 6. D2B, C5B; 7. B3D, P4BR; 8. O-O, BXC; 9.

Page 115: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

PxB, O-O; 10. C2D, D5T; 11. P3CR.

Posição depois de 11. P3CR

As brancas esperam ganhar um pião, porém na realidade caem nu­ma cilada (ver exemplo n.° 225 bis, ao final de capítulo).

11. ..., C4C; 12. P4R? Se 12. PxD, C6T mate. o me­

lhor é 12. P3B. 12. PXP; 13. PXD, C6T+;

14. R2C, PXB+; 15. RXC, PXD; ganhando.

N.° 189

(Até a 5.' jogada como no exem­plo n.° 18'8).

5. B5C, B5C; 6. P3R, BXC+; 7. PXB, DIB; 8. BXC, PXB; 9. C4T, R2R; 10. B3D, D1CB.

Jogo artificial porém bastante hábil. As pretas ameaçam ganhar agora o cavalo com 11. ..., D4C.

11. P4B, P4TR; 12. D2R, D5C; 13. D2BR, C3Bf?

Erro decisivo. Deve-se jogar 13. P3D, seguido de C2D.

14. P5D, C4T; 15. C6C+, PxC; 16. P3TR.

Ganhando a dama. Faz-se no­tar que as brancas não jogarão di­retamente. 13. C6C+, PXC; 15. P3TR, sem preparação prévia, por­que então as pretas salvariam sua partida com 15 C5C.

N.° 190

1. P4D, C3BR; 2. C3BB, P3B; 3. P4B, P3CD; 4. P3CR, B2C; 5. B2C, B5C+.

A defesa Gogoljubow com atra­so. Nesta defesa, é na 3.» jogada que se produz este cheque pelo bis­po.

6. B2D, BXB+; 7. DXB, O-O; 8. C3B, C5R; 9. D2B, CXC?; 10. C5C, C5R.

Posição depois de 10 C5R

O melhor. Se 10 DXC; 11. BXB, seguido de BXT.

11. BXC, BXB; 12. DXB, DXC; 13. DXT.

As brancas ganharam a quali­dade, porém deverão jogar com

Page 116: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

atenção. O melhor para as pre­tas aqui é 13 C3B.

N.° 191

(Até a 7.» jogada como no exem­plo n.° 190).

7 P3D; 8. C3B, C5R?; 9. D4B, CXC?

Este cavalo deveria retornar a 3BB.

10. C5C, DIB; 11. DXPB+, BID; 12. P5D.

Ganhando. Se em troca as brancas tivessem jogado imediata­mente 12. CXPR-f, cairiam numa cilada: 12 DXC; 13. DxD, BXB; 14. T1CR, T1R; e terão que devolver a dama para evitar mate.

N.° 192

(Até a 7.* jogada como no exem­plo n.° 190).

7. CB, P3D; 8. O-O, O-O; 9. T1B, CD2D; 10. D2B, P4R?; 11. CXP, BXB; 12. CXC.

Ganhando um pião. Aprecia-se aqui a oportunidade da manobra T1R na 9.' jogada.

N.° 193

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. P4B, P3CD; 4. P3CR, B2C; 5. B2C, B2R (ver n.° 194); 6. O-O, O-O; 7. C3B, P4D; 8. C5E, CD2D?

Perdendo material imediatamen­te. Deve-se continuar com 8 P3B, ou DIB.

9. PXP.

Outra continuação é 9. D4T, CXC; 10. PXC, C5R; 11. PXP, CXC; 12. PXC, BXP; 13. T1D, ga­nhando um pião.

9. CXC. Se 9 P>.P; 10. D4T e as

pretas não têm nada melhor que a retirada penosa 10 C1CD.

10. P6D, BXB; 11. PXB, DXPE; 12. PXC, BXT; 13. PxC, DXP; 14. DXB.

Com vantagem.

N.° 194

(Até a 5." jogada como no exem­plo n.° 193).

5. P4B; 6. P5D, PXP; 7. C4T.

Observe-se esta fincada do P4D preto.

7 P3CR; 8. C3BD, B2C; 9. O-O, O-O; 10. B5C, P3TR; 11. BXC, BXB?

Devia-se capturar com a dama, sacrificando o pião, seguindo com 11 DXB; 12. CXPD, BXC; 13. DXB, C3B.

Posição depois de 11 BXB

Page 117: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

12. CXPC. Se agora 12 PxC; as bran­

cas ganham a qualidade com 13. B\P í. e se 12 T1R, então 13. B\P-I-, e se 12 T1R então 13. C4B, com vantagem.

N.° 195

1. P4D, C3BK; 2. C3BR, P3CD; 3. P3CR, B2C; 4. B2C, P4B; 5. P3B, P3C.

É melhor o desenvolvimento com 5 P3R.

6. D3C, P31>?; 7. C5R. Ganhando pelo menos um pião,

pois se 7 P4D; 8. PXP, etc.

N.° 196

1. P4D, C3BR, 2. P4BD, P3CD; 3. C3BD, B2C; 4. D2B, P3R:

Defesa difícil. A importante ca­sa central 4R é abandonada às brancas.

5. P4R, B5C; 6. BSD, P3D?; 7. D4T+, C3B; 8. P5D, ganhando.

N.° 197

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. P4B, P3CD; 4. P3CR, B2C; 5. B2C, B5C+; 6. B2D, D2R; 7. O-O, O-O.

É preferível trocar agora os bis­pos.

8. B4B, P4D? Um erro decisivo. A resposta

correta e 8. .... B3D. 9. P5B, PXP; 10. P3TD, B4T; 11.

PXP, P3B; 12. B6D, ganhando.

Posição depois de 11 BXP

Preferível é 11. P4TR, em­bora depois de 12. D3C não se possa evitar o desastre.

12. DXPC+, RXD; 13. T3C+, R3T; 14. B1B+.

Ganhando. As pretas devem sa­crificar material para evitar o ma­te.

DEFESA NIMZOWITCH

Esta defesa não foi abandonada completamente, porém tem desfru­tado de grande favoritismo nos torneios modernos, pois ela dá às pretas motivos para esperar bons

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, P3CD; 4. P4R, B5C.

É melhor jogar previamente 4. .... B2C.

5. PSR, C5B?; 6. D4C, CXC; 7. PXC.

Ainda melhor é 7. P3TD. 7. BXP+; 8. R1D, B1B; 9.

B3T+, R1C; 10. TI CD, C3B; 11. T3C, BXP.

Page 118: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

resultados. Desde a quarta jogada branca, o jogo toma um aspecto muito variado.

Embora a jogada 4. B3D pareça inofensiva, no exemplo n.° 199 ver--se-ão as brancas ganhar um pião graças a uma cilada oculta. A continuação 4. P3R é bastante ine­ficaz e o vigoroso ataque das pre­tas no exemplo n.° 200, produz re­sultado devido a várias jogadas fracas do adversário. A resposta de Saemisch (4. P3TD) é mais ati­va, e assegurou a seu autor, de uma maneira bastante simples, um interessante triunfo no Torneio de Carlsbad, 1929, apresentado no n.° 201. No n.° 202, depois de 4. D3C, as pretas armam uma cilada su­til que se volta contra elas. A variante usual 4. D2B é ilustrada nos exemplos seguintes. O n.° 203 mostra uma vez mais o perigo do atraso no desenvolvimento das pe­ças, o que conduz aqui a um rápi­do mate. A cilada apresentada no n.° 204 deve ter a atenção dos piincipiantes. O n.° 205 é difícil e complicado; sacrificando a qua­lidade na 11.» jogada, as brancas obtêm a vantagem concentrando suas forças, porém tendo o rei des­guarnecido. É importante a nota final onde a opinião que merecia esta variante foi modificada.

N.° 199

1. P4D, C3BR; 2. P4B+, P3R; 3. C3BD, B5C; 4. B2D, P4D; 5. P3R, O-O; 6. C3B, T1R.

A resposta mais enérgica é 6 P4B; seguido de C3B.

7. B3B, CD2D; 8. O-O, P3B; 9. CXP, CXC.

Se 9 BXB; 10. CXC+, se­guido de 11. DXB. 10. PXC, BXB; 11. PXPB, B4T; 12. PXC.

Ganhando um pião.

N.° 200

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, B5C; 4. P3R, O-O; 5. CR2R, P4D; 6. P3TD, B2R; 7. PXP, PXP; 8. C3C.

Por meio de 8. C4B, as brancas podiam parar a vigorosa resposta que segue.

8. P4B; 9. PXP, BXP; 10. P4CD, P5D; 11. C4T?

Posição depois de 11. C4T

Depois de 11. PXB, a última par­tida Euwe vs. Alekhine, de 1937, prosseguiu desta maneira: 11 PXC; 12. D2B, D4T; 13. T1CD, B2D; 14. T3C?, B5T; 15. DXPB, D1D, e as pretas ganharam a qua­lidade.

11. .... PXP; 12. CXB.

Page 119: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Se 12. DxD, as pretas ficam com vantagem depois de 12 PXP+; 13. R2B, B5C+; 14. R2D, T3D+, etc.

12. PXP+; 13. R2R, B5C+. Ganhando a dama.

N.° 201

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, B5C; 4. P3TD, BXC+; 5. PXB, P3D; 6. P3B, P4R; 7. P4R, C3B; 8. P3R, P3CD.

Corresponde fazer o roque e jo­gar imediatamente D2R. Então será possível P3CD para seguir com B3T e C4TD, atacando o P4D bran­co.

9. B3D, B3T? Grosso erro que custa uma peça. 10. D4T, B2C; 11. P5D. Ganhando o cavalo.

N.° 202

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, B5C; 4. D3C, P4B; 5. P3TD, D4T.

Plano errôneo para evitar a tro­ca de um bispo.

6. B2D, C3B; 7 D1D, CXP. Uma cilada armada pelas pretas.

Se agora 8. PXB, DXT; 9. DXD, C7B+, ganhando a qualidade. Po­rém em realidade são elas as ví­timas .

8. P3R.

Ganhando uma peça.

N.° 203

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, B5C; 4. D2B, P4B; 5. PXPB,

C3T; 6. P3TD, BXC+; 7. DXB, CXP; 8. P4CD.

É melhor 8. P3B, seguido de P4R.

8. CD5R; 9. D3D, P4D; 10. PXP?, CXPB; 11. RXC, C5C+; 12. R3C, D3B; 13. RXC.

Posição depois de 12 D3B

Se 13. C3B, DXT; 14. B2D, C3B, ganhando a qualidade.

13 P4TR+; 14. R3C, P5T+; 15. R3T, PXP+; 16. P4C, DXB++.

N.° 204

I. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, B5C; 4. D2B, P4D; 5. PXP, DXP; 6. P3R, O-O; 7. CR2R, P4B; 8. B2D, D1D; 9. P3TD, PXP; 10. CXP, B4T.

Para conservar este precioso bis­po.

II . B2R, B3C; 12. C3B, C3B; 13. O-O, D2R; 14. TR1D, P4R; 15. C5CR, P3TR?

Mal considerado. Devia-se con­tinuar simplesmente com 15. B3R.

Page 120: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

16. C5D. Ganhando, pois se ameaça 17.

CXC+; e 18. D7T mate.

N.° 205

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, B5C; 1. D2B, P4D; 5. P3TD, BXC+; 6. DXB, C5R; 7. D2B, CD3B.

A melhor resposta das pretas é aqui 7. ..., P4BD; 8. PXPB, C3BD; 9. P3R, D4T+; 10. B2D, CXB; 11. DXC, PXP; 12. BXP, DXPB e a posição é aproximadamente equi­librada.

8. P3R, P4R; 9. PXPD, DXP; 10. B1B, D4T+; 11. P4CD, CXPC; 12. DXC, C7B+; 13. R2R, D8R+; 14 R3B, CXT; 15. B2C.

Posição depois de 15. B2C

As brancas têm a vantagem. Se agora 15 O-O; seguiria 16. R3C, B2D; 17. C3B, DXT; 18. C5C, P3CR; 19. DxPR, com um forte ataque. Depois de 15. ..., B3R, numa partida Winter vs. Reynolds (torneio de Birmingham, 1937),

produziu-se a seguinte variante: 16. P5D, O-O-O; 17. PXB, PXP; 18. R3C, e ganharam, porém ainda mais forte é 18. P3C.

OUTRAS DEFESAS ÍNDIAS OU DEFESAS FANTÁSTICAS

A abertura do Pião da Dama oferece outras defesas, que passa­remos a examinar brevemente.

O exemplo n.° 206 apresenta o contra gambito Blumenfeld, ilus­trado por uma partida Grunfeld vs. Bogoljubow (Torneio de Viena, 1922). As pretas são vítimas de um desenvolvimento de sua dama. O n.° 207 é curioso; uma idéia de gambito original do mestre Wag­ner, conduz a um pronto empate por repetição de jogadas. O gam­bito Budapeste, do n.° 208, é corre­tamente jogado pelas brancas, até que por uma fatal distração re­cebem um mate afogado. O n.° 209 nos pode surpreender, pois se trata de um sacrifício já estudado no primeiro capítulo, que permite um cheque da dama em 5TR. As pretas ganham a TR, porém com­prometem sua posição de tal ma­neira que resultará insustentável. Outro exemplo do gambito Buda­peste oferece o n.° 210, que é uma agradável fantasia parisiense, que deu a volta ao mundo. Interes­sante exemplo é o n.° 211, prove­niente de uma partida jogada por Bogoljobow em sua juventude. As brancas, como na Defesa Alekhine, perseguem um cavalo que se cap-

Page 121: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

tura finalmente a um preço eleva­do. O cheque da dama preta em 5TR resulta muito eficaz.

N.° 206

I. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. P4B, P4B; 4. P5D, P4CD.

Este gambito será explicado no sexto capítulo (exemplo n.° 235).

5. B5C, P3TR. É melhor trocar previamente em

5D (5 PRXP). 6. BXC, DXB; 7. C3B, P5C; 8.

C5CD, C3T; 9. P4R, DXP?; 10. B3D, D3B.

A posição da preta é já respon­der com 10. ..., P3D.

I I . P5R. Ganhando. Se 11 D5B, per­

de-se a dama por 12. P3CR, D5C; 13. P3TR, D4T; 14. P4CR.

Posição depois de 10 ,D3B

A partida Brunfeld vs. Bogolju­bow, do Torneio de Viena, 1922, apresentou o seguinte final: 11. • •., D1D; 12. PXP, PDXP; 13. B4R, DXD+; 14. TXD, T1CD; 15. B6B+,

R2R; 16. CXPT, P4CR; 17. B5C, B2CR; 18. C6B+, seguido de ma­te.

N.° 207

1. P4D, C3BR; 2. C3BR, P3R; 3. B5C, P4B; 4. P4R, D4T+.

Se 4 D3C; as brancas po­dem sacrificar um pião pela se­guinte variante promissora: 5. CD2D, PXP; 6. P5R, C4D; 7. C4B.

5. CD2D. Com 5. D2D evita-se o possível

empate que segue. 5. .... CXP; 6. P4CD, DXPC; 7.

TD1C, D6B; 8. T3C, D4T; 9. T5C, D6B.

Tabelas por repetição de joga­das.

N.° 208

1. P4D, C3BR; 2. P4BD, P4R; 3. PXP, C5C; 4. B4B, CD3B; 5. C3BB, B5CD+; 6. CD2D. Depois de 6. C3BD, pode-se pro­duzir a continuação seguinte: 6.

D2R; 7. D5D, BXC+; 8. PXB, D6T; e se 9. TD1B, P3BR e pelo pião sacrificado as pretas têm um bom ataque.

6. .... D2R; 7. P3TD, CRXPR; 8. PXB?

As brancas terão uma boa po­sição depois de 8. CXC, CXC; 9. P3R, BxC-f; 10. DXB.

8. C6D++.

N.° 209

.1. P4D, C3BB; 2. P4B+, P4B; 3. PXP, C5C, 4. P4R, CXPR; 5. P4B, C3C.

Page 122: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Melhor é retirar este cavalo pa­ra 3BD.

6. C3BR, B4B; 7. P5B, C4B? O melhor é 7 C2R, embora

a posição da preta seja inferior. 7. C5T; não serve por causa de 8. C5C e pela ameaça de D5T ou D4C, o cavalo preto está per­dido.

8 CXC, D5T+; 9. P3C, D5T+; 10 P3CR, DXPR+; 11. D2R, DXT; 12. C6C+.

Ganhando, pois a 12 R1B; segue 13. CXT, ameaçando CXP mate.

N.° 210

1. P4D, C3BR; 2. CD2D, P4R; 3. PXP, C5C; 4. P3TR?, C6R. Ganhando a dama, pois o cavalo não pode ser capturado por causa da resposta 5. ..., D5T, mate.

N.° 211

1. P4D, C3BD; 2. P5D, C4R; 3. P4BR, C3C; 4. P4R, P4R; 5. P5B?

Posição depois de 5. P5B

A casa do cavalo deve cessar. Aqui é recomendável PDxp.

5 D5T+; 6. R2D, DXPR; 7. PXC, DXPD+; 8. RIR, DXD+; 9. RXD, PTXP.

Com vantagem, pois, mudadas as damas, os três piões têm mais va­lor do que o cavalo.

ABERTURA INGLESA

Em resposta a 1. P4BD, as pre­tas, entre as numerosas réplicas possíveis, podem escolher uma das manobras mais ativas, propondo uma espécie de Defesa Siciliana. Elas se adaptam assim ao espírito moderno, transferindo às brancas a maneira habitual de tratar esta linha de jogo, apesar do tempo de atraso. Com efeito, 1. P4BD, P4R, é uma Siciliana com as cores in. vertidas e amiúde produz um jogo animado no qual as brancas, com um tempo de vantagem, devem manter, a iniciativa.

Os dois primeiros exemplos são simples (n.° 212 e 213). Em am­bos os casos as pretas perdem uma peça. Por outro lado, se as brancas esquecem a prudência ne­cessária, podem cair na armadi. lha do n.° 214, onde são vítimas do desejo de ganhar um pião. En­quanto que a cilada do n.° 215 origina-se num fianchetto do BR muito inoportuno.

N.° 212

Page 123: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

CXC; 6. PXC, C5D?; 7. P3B, C4B.

Posição depois de 7. .... C4B

Depois de 7 C4C; as brancas ganham também uma peça coro 8. D4T.

8. D4C. Ganhando uma peça.

N.° 213

1. P4BD, P4B; 2. C3BD, C3BR; 3. C3B, C3B; 4. P3B, B5C; 5. C5D, P3D?

Réplica imprudente, que coloca em situação perigosa o BR. É melhor 5. P5R.

6. D4T, B4B? O mal menor é 6 B4T; 7.

P4CD, B3C; 8. CXB, PBXC; 7. P4D, B3C; 8. CXC+, DXC; 9. P5D.

Ganhando o cavalo.

N.° 214

1. P4BD, P4R; 2. C3BD, C3BR; 3. C3B, C3B; 4. P4D, P5B; 5. C5CR.

A resposta mais forte é 5. C2D. 5. .... P3TB; 6. CRXPB, CXC;

7. CXC, D5T; 8. D3D?

É melhor abandonar o pião ga­nho, continuando com 8. C3B.

8. P4D; 9. PXP, C5C; 10. D1C.

Se 10. D5C+, R1D, com vanta­gem.

10. B4BR; 11. C6D+, PXC; 12. DXB, P3CR; 13. D1C, TD1B.

Ganhando pois a ameaça B7B não dá margem a oposição.

N.° 215

1. P4BD, P4R; 2. C3BD, C3BB; 3. C3B, C3B; 4. P4D, PXP; 5. CXP, B5C; 6. CXC. Má troca e, sobretudo, mau de­senvolvimento subseqüente do BR. Geralmente, joga-se a continuação sólida 6. B5CR e as pretas, para deslocar seu cavalo, deverão seguir com 6. P3TR; 7. B4T, BXC+; 8. PXB, C4R; 9. P3R, C3C. Ê possivel planejar uma conhecida ci­lada se as pretas respondessem com 7 C5R?; 8. BXD, CXCD; 9. CXC (não 9. D3C, CXC; ou 9. D3D, C5R+); 9. CXD+; 10.

Posição depois de 10. P3CD

Page 124: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

CXB e as brancas têm uma peça de vantagem.

6. .... PCXC; 7. P3CR?, D2R; S. B2C, B4T; 9. D3CD, P4D; 10-P3CD,

Erro decisivo. Deve-se fazer o roque, resignando-se a perder um pião.

10. . . . P5D; 11. BXP+, R1B; 12. DXPD, T1D; 13. B5D, TXB.

Ganhando, pois não é possível 13. PXT, por causa de 14. ..., DXP mate.

ABERTURA ZUKERTORT-RETI

A saída de Zukertort, 1. C3BR, é mais uma jogada de atenção ex-pectante que uma manobra carac­terística de uma abertura: «espe­rar e observar». As brancas tan­to podem intentar uma abertura do pião dama, como desenvolver um ou outro bispo (ou talvez am­bos) pelo fianchetto. Por sua par­te, as pretas podem escolher um jogo também de expectativa ou adotar uma das resoluções imedia­tas. Quando estas respondem com 1 P4D, as brancas, em vez da resposta habitual 2. P4D, po­derão oferecer uma espécie de gambito, com 2. P4BD, que leva o nome de Abertura Reti e pode conduzir a uma das importantes inovações modernas: o sistema Ca­talão, no qual o B branco se de­senvolve pelo fianchetto.

A importância do bispo de «CR» é demonstrada pelo exemplo n.° 216

(de uma partida do torneio de Bad Elster, 1937), no qual as brancas renunciam a criar um centro de piões, deixando o campo livre a este bispo, cujo trabalho se desen­volve de maneira atraente e bem oculta. O mesmo bispo desempe­nha um papel notável no n.° 217, enfrentando um jogo das pretas que, falho de reflexão, conduz à perda para estas de uma peça no centro. O n.° 218 contém uma verdadeira cilada que permite às pretas um pião central (partida Bogoljubow vs. Saeminsch, Torneio de Bad Harzburg, 1938). No n.° 219, as brancas perdem uma peça de maneira inesperada por causa de ter olvidado os perigos que apre­senta uma peça sobrecarregada na defesa, pois seu bispo de 2CD não pode cumprir a dupla missão de proteger a dama de 3 TD e o ca­valo de 5R. Numa de suas parti­das do torneie, um grande mestre não encontrou a bonita jogada 8.

P6BD, contentando-se com a resposta insuficiente 8 P3BR e não se lhe apresentou mais a oca­sião de aproveitar a situação desta sobrecarregada.

Quando as brancas desenvolvem seu BD para 2CD, as pretas ge­ralmente respondem colocando seu BR em 2CR e o papel mais im­portante amiúde atribuído a este último, bispo. Observam-se então, bastantes posições similares às De­fesas Índias. Assim, no n.° 221, a combinação triunfante das pre­tas, devida a Euwe, é uma espécie

Page 125: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

de cilada Monticelli. O n.° 221 mostra novamente a perda de um bispo preto em 5CD, e o exemplo n.° 222 apresenta um Gambito Teniso, onde as faltas das pretas são visíveis e facilmente explorá-veis.

N.° 216

1. C3BR, Cl BR; 2. P4B, P4B; 3. C3B, P4D; 4. PXP, CXP; 5. P3CB, CD2D; 6. B2C, C2B.

Não ..., P4R, imediatamente, pois então as brancas ganhariam um pião com 7. CXP.

7. O-O, P4R; 8. P3D, P3B; 9-B3R, B3B; 10. T1B, D2D; 11. C4B, P3CD; 12. P3TD, T1B; 13. P4CD, PXP.

Posição depois de 13. PXP

Perdendo inevitavelmente. Uma continuação preferível é 13 C4D; 13. PXP, CXB.

14. TXC, DXT; 15. CXPR, D4C. Se 15 PXC; 16. C6B+, PXC;

17. BXD+. 16. C6D+, BXC; 17. B6B+.

Ganhando a dama. O bispo de 2CR entra pouco a pouco em ação. Espíritos imaginativos chamaram a esta manobra a dança dos véus.

N.° 217

1. C3BR, P4D; 2. P4B, P3BD; 3. P3CD, C3BR; 4. P3C, B4B; 5. B3CR, CD2D; 6. B2C, P3R; 7. O-O, B3D; 8. P3D, P4R.

É mais indicada a resposta pru­dente de 8 D2R, para jogar B6TD, depois da saída do CD ini­migo, ou senão 8. P3TR para evitar a troca de BD, com 9. COTR.

9. P4R, PXPR?; 10. PXP, CXP; 11. C4TR.

Ganhando uma peça, pois as pre­tas têm atacados simultaneamente um cavalo e os dois bispos.

N.° 218

1. C3BR, P4D; 2. P4B, P3B; 3. P3CR, C3BR; 4. B2C, B2R; 5. O-O, O-O. Se 5 PXP; 6. D4T+.

6. P3C, P4B; 7. P4D, C3B; 8. PXPD, CRXP; 9. P4R.

É melhor 9. B2C. 9 C3B; 10. P5R, C2D; 11.

B2C, PXP; 12. BXP, CXB; 13. DXC, CXP.

As pretas ganham um pião. Se agora 14. DxD, CXC+; 15. BXC, TXD; e se 14. DXC? B3B, dá o triunfo às pretas.

N.° 219

1. C3BR, P4D; 2. P4BD, PXP; 3. C3T, P4R; 4. CXPR, BXC; 5. D4T+, P4CD; 6. DXB.

Page 126: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Posição depois de 5. P4CD

As brancas evitam a seguinte ar­madilha: 6. DXPC+, P3BD; 7. CXPBD, CXC; 8. DXC+, B2D; 9. D4R+, B2R; e a peça ganha pe­las pretas fica bem assegurada.

6. B2C-. 7. P3CD, D3D; 8. B2C?, P6B.

As brancas não podem evitar a perda de uma peça. Se 9. DxD, PXB e ainda permanecem ataca­das duas peças.

N.° 220

I. C3BR, P4D; 2. P3CD, C3BR; 3. B2C, P4B; 4. P3R, C3B; 5. B5C, P3CR; 6. C5R, D2B; 7. O-O, B2C; 8. P4D.

A resposta 8. P4BR, se adapta melhor ao espirito da abertura.

8 O-O; 9. BXC, PXB; 10. PXP; C5C.

Se 10 C2D, as brancas po­deriam • defender-se com 11. C3D, o que não serve agora por causa de 11 DXP mate.

I I . P4B, CXPR. Ganhando a qualidade.

N.° 221

1. C3BE, P4D; 2. P4CD, B4B; 3. B2C, P3R; 4. P3R, C3BR; 5. P4B, BXPC?

A gulodice na abertura encontra quase sempre seu castigo.

6. D4T4, C3B; 7. C5R, D3D; 6. CXC, PXC; 9. P3TD, B4B; 10. P4D, B3C; 11. P5B.

Ganhando o bispo.

N.° 222

1. C3BR, P4D; 2. P4R, PXP; 3. C5C, P4BR?; 4. B4B, C3TR; 5. CXPT, TXC; 6. D5T+, R2D; 7. D6C, T1T; 8. B6R+.

Ganhando.

ABERTURA BIRD E GAMBITO FEOM

As jogadas características da Abertura Holandesa se encontram com as cores invertidas na Aber­tura Bird (1. P4BR). Desenvol­vendo-se tranqüilamente as bran­cas não temem abrir a diagonal 1R-4R. Entretanto, um certo en­fraquecimento da casa 3R pode se fazer sentir como ocorre no exemplo 223, no qual as brancas sofrem graves perdas em conse­qüência de um erro na 9.' jogada.

O Gambito Prom (1. P4BR, P4R) é uma tentativa de assaltar a po­sição branca debilitada pela Joga­da inicial 1. P4BR. Ver-se-á no exemplo 224 que são as brancas quem obtêm o ataque e mesmo po­sição superior, por um valente sa­crifício de cavalo.

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N.° 223

1. P4BR, P4D; 2. P3R, C3BR; 3. C3BR, P3R; 4. P3CD, P4BD; 5. B2C, P3TD. Para evitar depois de C3BD a fincada B5CD.

6. B2B, C3B; 7. O-O, B3D; 8. P3D, O-O; 9. CD2D?, C5CB.

Ganhando pelo menos dois piões.

N.° 224

1. P4BR, P4R; 2. PXP, P3D; 3. PXP, BXP; 4. C3BR, P4CR; 5. P4D, P5C; 6. C5C.

As desagradáveis conseqüências do cheque D5T, também podem ser evitadas com 6. C5R.

6. P4BR.

Posição depois de 11. B4BD

Para impedir as vias de retro­cesso do cavalo, porém 6 D2R; 7. D3D, C3BD, oferece mais recur­sos.

7. P4R, P3TR; 8. P5R, B2R; 9. C3TR, PXC; 10. D5T+, R1B; 11. B4BD.

Pela peça sacrificada, as brancas têm um forte ataque similar ao que examinamos no exemplo n.° 78, do gambito Allgaier. Se 11. ..., D1R; 12. DXP6T, e se 11. T2T; 12. D6C, T2C; 13. BXP, CXB; 14. DXC, etc.

APÊNDICE

N.° 225

(Veja-se exemplo n.° 57). No torneio de Paris, o mestre

Rossolino reproduziu a combina­ção do exemplo n.° 57, com os dois mates de Bispo e Cavalo, numa Defesa Siciliana, conduzindo as pretas.

1. P4R, P4BD; 2. C2B, C3BD; 3. P3CR, P4D; 4. B2C. PXP; 5. BXP, BXB; 6. B2C, B5C; 7. CD3B, C5D; 8. P3D, C4D; 9. BXC.

A resposta indicada é 9. D2D.

Posição depois de 10. CXP

Se 10. O-O, C6B+; 11. R1T, C4C+; 12. CXD, B6B+; 13. R1C, C6T, mate.

10 C6B+; 11. B1B, B6T++.

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CAPITULO VI

CILADAS POSICIONAIS

Não se assombrem os nossos lei­tores ao nos ver abordar um te­ma tão abstrato e árduo; logo com­preenderão a utilidade deste capí­tulo.

A medida que o aficcionado aper­feiçoa seus conhecimentos seu jogo vai se simplificando. Suas idéias andam por caminhos cada vez me­nos abruptos e realiza seus desíg­nios mais rapidamente, com me­nos esforço que durante as pri­meiras etapas de sua iniciação. A razão reside em que suas abertu­ras são aprendidas de tal manei­ra, (freqüentemente sem bases ló­gicas aparentes) que não tem tem­po de aprofundar o jogo mesmo. É necessário aprender o A-B-C an­tes de poder soletrar e começar a ler. Cremos que depois de ter aprendido bem o A-B-C do xadrez, nosso estudante achará as páginas que seguem muito atraentes.

Os exemplos que apresentamos neste capítulo só ilustram alguns princípios gerais, idéias estratégi­cas, ocasiões táticas. Alguns de­les não conduzem a um triunfo forçado, nem produzem mais do que uma vantagem posicionai, po­

rém esta vantagem é sempre evi­dente para um jogador um pouco esperto. Os exemplos sao poucos, porém todos instrutivos.

PEÇA FECHADA E MAL DESENVOLVIDA

N.° 226

Ter uma peça fechada, inativa durante um tempo mais ou me­nos longo é quase o mesmo que ter uma peça de menos. Neste exemplo, as pretas eliminam du­rante quase toda a partida ao BD branco, assegurando-se um final vencedor. Numa partida entre Ca-pablanca e Bogoljubow (Torneio de Londres, 1922), foram as bran­cas quem eliminaram de maneira similar o bispo inimigo.

ABERTURA DOS QUATRO CAVALOS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. C3B, C3B; 4. BSC, B5C; 5. O-O, O-O; 6. BXC, PDXB; 7. P3D, B3D; 8. B5C, P3TR; 9. B4T, P4B.

Page 130: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Preparando a cilada. Por outro lado, com isto o avanço 10. P4D não é possível.

10. C5D. P4CR; 11. CXC+, DxC; 12. B3C, B5C, B5C; 13. P3TB, BXC; 14. DXB, DXD; 15. PXD.

O BD das brancas está fora de jogo.

N.° 227

No exemplo precedente um bispo é eliminado no meio do jogo. Isto pode ocorrer também na abertura quando um jogador não consegue desenvolver uma peça, ou a desen­volve mal. Neste exemplo, é la­mentável a sorte do BD preto, a «Besta preta» nesta abertura. Es­ta peça deverá proteger os fracos piões 3TD e 3BD, enquanto que as brancas poderão apoderar-se das fortes casas 5TD e 5BD.

DEFESA ORTODOXA DO GAMBITO DA DAMA

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3R; 3. C3BD, C3BR; 4. B5C, B2R; 5. P3R, CD2D; 6. C3B, O-O; 7. T1BD, P3B; 8. D2B, P3CD; 9. PXP, PBXP; 10. B3D, B2C; 11. O-O, P3TR; 12. B4T, C4T; 13. BXB, DXB; 14. TR1B, D1D; 15. D4T, P3TD; 16. B5B, P3CR?; 17. BXC, DXB; 18. D3C, P3CD.

A derrota das pretas é inevitável. Observe-se a situação anormal do BD, obstruído pelos piões de 3TD e 3BD.

19. C5R, D3D; 20. C4T, TD1B; 21. C5B, B1B; 22. CxPT.

Ganhando, pois se 22 BXC; 23. TXP, seguido de 24. TXB.

COLABORAÇÃO ENTRE AS PEÇAS

N.° 228

Vimos nos dois exemplos ante­riores a penosa situação de uma peça que não pode atuar por não se terem assegurado linhas de ação. Um desenvolvimento normal exige ademais outras condições. Todas as peças, isoladamente observadas, podem se encontrar bem situadas, porém sua colaboração se torna de­feituosa. Na abertura do pião da­ma, por exemplo, é natural que a dama se coloque em 3CD e o BR em 3D. A posição recíproca des­tas peças pode se tornar fraca, como se verá no presente exemplo. Expressaremos que uma peça so­mente -deve ser desprezada tendo a segurança de que este movimen­to concorde com as demais peças.

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DEFESA MANHATTAN DO GAMBITO DA DAMA

1. P4D, P4D; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, C3BB; 4. B5C, CD2D; 5. C3B, B5C; 6. P3R, F4B.

Um contra-ataque interessante porém dc duvidosa correção. As brancas devem responder captu­rando o PD.

7. B3D, D4T; 8. D3C? Esta continuação em si não é

fraca senão em relação à jogada anterior das brancas (B3D), pois a situação de ambas as peças per­mite ao adversário efetuar uma combinação vencedora.

A defesa da casa 3BD é a fonte de muitas dificuldades, por exem­plo: 8. D2B, PXP; 9. BXPB, C3C; 10. B3D, (não 10. B3C, P5B), 10.

C4D; etc. O melhor será um imediato sacrifício de pião conti­nuando com 8. O-O.

8 P4CD; 9. PXPC.

Posição depois de 8 P4CD

Não há nada melhor. Se 9. PXPD, P5B; 10. BXPB, PxB; 1L

DXP, B3T; 12. D3C, CXPD, ga­nhando.

9. .... P5B; 10. BXPB, PXB; 1L DXP, C3C; 12. D3D, CR4D; 13. TD1B, B2D. Ganhando.

PIÃO ATRASADO

N.° 229

Entre os piões fracos, aquele que se acha atrasado, quer dizer, que não avançou à par de seu vizinho, é um dos mais incômodos. É so­bretudo perigoso quando se en­contra sobre uma coluna aberta para o adversário. No presente exemplo, tal é a situação de P2BD das pretas, pois estas, com seu par de bispos, teriam o melhor jogo se este pião pudesse ser avançado-para 4BD e ainda melhor a 5BD, porém isto é impossível, pelo que a debilidade é constante e desa­gradável .

BUY LOPEZ

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3V B5C, P3TD; 4. B4T, C3B; 5. O-O, CXP; 6. P4D, P4CD; 7. B3C, P4D,-8. PXP, B3B; 9. P3B, B2R; 10. CD2D, O-O; 11. D2R, C4B; 12. C4D, CXC?

Devia-se continuar com 12. . . . „ CXB; e se 13. CDXC, D2D.

13. PXC, CXB; 14. CXC. O P2BD preto está atrasado e-

muito fraco não podendo avançar mais além da fraca casa 3BD.

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PIÃO MUITO AVANÇADO

N.° 230

Além da debilidade, facilmente compreensível do pião atrasado, devemos considerar a do pião de­masiado avançado. Eis aqui um exemplo típico; tudo parece equi­librado material e posição, porém o pião preto em 4TD é um objetivo de ataque, enquanto que o pião adversário de 2TD se encontra ao abrigo de toda ação defensiva. As pretas deverão concentrar suas pe­ças na defesa de seu incômodo pião, o que só pode ter um resul­tado desagradável.

DEFESA NIMZOVITCH

I. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3B; 3. C3BD, B5C; 4. B5C, P3TR; 5. BXC, DXB.

Melhor é jogar previamente 5. BXC+, para dobrar os piões

inimigos, porém as pretas desejam conservar a vantagem da parelha de bispos.

6. T1BD, P3CD; 7. C3B, B2C; 8. P3B, O-O; 9. B2B, P3D; 10. O-O. BXC.

As pretas se vêem igualmente forçadas a efetuar esta troca, pela ameaça C5CD-P3TD ganhando o bispo, com a diferença que agora o fazem sem ter a satisfação de dobrar os piões inimigos.

I I . TXB, C2D; 12. C2D, P4B; 13. B3B, BXB; 14. CXB, PSR; 15. C2D, D2B; 16. D4T, P4B; 17. D6B, C3B; 18. P4CD, P4TD.

Quase forçado, criando-se um pião débil.

19. T3T, D2D; 20. DXD, CXD; 21. PXPT, TXP; 22. TXT, PXT; 23. T1CD, T1CD; 24, TXT+, CXP.

Atraente posição, na qual Alekhi­ne triunfou magnificamente no Torneio de Birmingham, 1926.

Posição depois de 18 P4TD

O «HOLF»

N.° 231

Devemos definir um «hole» (bu­raco)? Quantos afiecionados pa­recem ignorar seus perigos, posto que em sua posição sempre se apre­sentam «holes». Examinemos uma disposição de piões: o «hole» é uma casa que não pode ser pro­tegida por um pião.

RUY LOFEZ

1. P4R, P4B; 2. C3BB, C3BD; 3. B5C, C3BB; 4. O-O, P3D; 5. P4D, B2D; 6. C3BD, PXP; 7. CXP, B2B; 8. B5C, O-O; 9. BXCD, PXB; 10. T1R, T1R.

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Em 10 C5C, 11. CXPBD ga­nha um pião.

11. D3D, P3TR. Com a resposta 11 C1C as

pretas podem armar a cilada se­guinte: 12. BXB, DXB; 13. P4BR?, D5T; 14. P3TR (é melhor 14. D3C, porém depois da troca de damas as pretas têm uma forte posição para o final), 14 D7B+; 15. R1T, DxT-f; 16. TxD, C7B+, ga­nhando.

12. B4T, C2T; 13. BXB, DXB. Grave erro. Deve-se continuar

com 13. ..., TXB, seguido de D1C e D3C.

14. D6T, P4BD. A fraqueza da jogada anterior se

torna evidente. Se tivessem cap­turado o bispo com a torre, as pretas poderiam responder agora com 14 D1C, para seguir com 15. D3C. A 13.' jogada debi­litou o flanco dama e abandonou a casa 4D ao cavalo inimigo, crian­do-se um «hole> em 3BD.

15. C5D, D1D; 16. C6B, BXC; 17. DXB.

As pretas perderão um pião, com uma posição inferior.

PEÇA SEM PROTEÇÃO

N.° 232

Além da fraqueza de uma casa, provocada por um pião atrasado, vejamos a debilidade temporária de uma peça sem proteção que brinda o adversário com uma oca­sião excelente para realizar uma combinação tática.

DEFESA ESLAVA GAMBITO DA DAMA

1. P4D, P4D; 2 P4BD, P3BD; 3. C3BB, C3BR; 4. P3R, P3CB; 5. C3B, B2C; 6. B3D, O-O; 7. O-O, CD2D; 8. P3CD.

Esta jogada deixa sem defesa o cavalo, permitindo uma manobra das pretas, que justifica a eleição por elas desta variante. A con­tinuação correta é 8. PXP, PXP; 9. D3C e a posição preta não tem nada de agradável.

Posição depois de 8. P3CD

8. P4R; 9. CRXP, CXC; 10. PXC, C5C; 11. P4B, D5T; 12. P3TR, CXP5B; 13. PXC, BXPB; 14. D2B, D6C; 15. B2C, BXPT.

As pretas têm um ataque ven­cedor .

CASA FORTE

N.°233

As casas fortes são igualmente de grande importância no curso de uma partida. Não somente se de-

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ve evitar a criação de casas débeis, também terão que impedir ao ad­versário a aquisição de casas for­tes. Unia peça instalada numa ca­sa forte pode atuar com especial eficácia quando nenhum pião ameaça desalojá-la, pelo que in­teressa impedir tal ameaça.

DEFESA ÍNDIA DO LESTE

I. P4D, C3BR; 2. P4BD, P3CR; 3. C3BD, B2C; 4. P4R, P3D; 5. B2R, O-O; 6. B3R, CD2D; 7. P3TR, F4R; 8. P5D, C4B.

As brancas não podem responder agora 9. P4CD, por causa da amea­ça contra o PR e as pretas pode­riam continuar com 9 P4TD e impedir assim durante certo tem­po que seu cavalo seja desalojado de sua vantajosa colocação.

SACRIFÍCIO POSICIONAL

N.° 234

Para obter certas vantagens, das que já examinamos, (casas fortes, centro pujante, centralização das peças), é amiúde oportuno sacrifi­car um pião, que seja ou não pro­visoriamente .

DEFESA FRANCESA

1. P4D, P3R; 2. P4D, P4D; 3. C3BD, B5C; 4. CR2R, PXP; 5. P3TD, BXC+; 6. CXB.

Com a intenção de continuar com CXPR. Notemos qué seria mau defender o pião com 6 P4BR, pois as brancas obteriam um forte ataque depois de 7P3B.

O sacrifício de pião não é cor­reto e pode ser refutado pelas pre­tas, que conservam o pião ganho, seguindo com 6 CD3B; . 7. B5CD, (se 7. B3R, C3B), 7 CR2R; 8. B3R (se 8. CXP, P4D; 9. D3D, P4B, ganha o PCR), 8 O-O; 9. D2D, P4B.

N.° 235

Freqüentemente se sacrifica o material inativo para obter uma posição vantajosa. Nas aberturas os sacrifícios servem sobretudo de base às combinações, porém exis­tem sacrifícios posicionais, como o demonstra o exemplo seguinte, on­de as pretas sacrificam um pião do flanco para se criar um cen­tro envolvedor.

CONTRA-GAMBITO BLUMENFELD

1. P4D, C3BR; 2. C3BB, P3B; 3. P4B, P4B; 4. P5D, P4CD; 5. PXPB, PBXP; 6. PXP, P4D.

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As pretas possuem um centro formidável, graças ao qual podem desenvolver rapidamente suas pe­ças até as casas importantes, como o demonstrou Alekhine em suas brilhantes vitórias. Numa parti­da séria, jogada posteriormente, produziu-se um resultado inverso. Antes de concluir recordaremos es­ta verdade da Palisse: a partida não foi ganha enquanto o adver­sário não tenha abandonado. Ain­da mais: um jogador médio pode fracassar onde um forte jogador ganha brilhantemente. Aconselha­mos, pois, aos jogadores médios, adotar a continuação 5. B5CR, que lhe dará um jogo mais simples e cômodo.

GANHO NOCIVO DE MATE­RIAL NA ABERTURA

N.° 236

É recomendável sacrificar um pião se dele resulta um obstáculo para o desenvolvimento do adver­sário. A ausência do pião sacri­ficado somente se fará sentir na fase final da partida, porém os deuses criaram o jogo de meio e aqui os atores principais são as peças. Aquele que melhor possa desenvolvê-las terá as mais belas perspectivas em seu jogo. Veja­mos o exemplo seguinte: a posi­ção preta não apresenta debilidade alguma, porém o desenvolvimento foi retardado e isto é suficiente pa­ra perder a partida.

ABERTURA DOS QUATRO CAVALOS

1. P4R, P4E; 2. C3BR, C3BD; 3. C3B, C3B; 4. B5C, C5D; 5. CXC, PXC; 6. P5R, PXC; 7. PxC, PXPB4-.

Esta resposta aparentemente ga­nha um pião, porém conduz a uma posição perdida para as pretas.

8. BXP, DXP; 9. O-O, B2R; 10. T1R, O-O; 11. B3B.

Situação de fincada. As pretas só dispõem de três continuações dignas de consideração:

A ) . — 11 D3CD; 12. TxB, DXB; 13. D4C, P3CR; 14. D4D, P3BR; 15. TD1R, ganhando. B). — 11 D4C; 12. T5R, P4BR; 13 P4B, D3B; 14. B4B+, R1T; 15. D5T, P3D; 16. T3R, D5T; 17. T4C, com um rápido mate.

Posição depois de 11. B3B

C). — 11. D3D; 12. D4C, B3B; 13. TD1D, com grande vantagem.

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VANTAGEM ENGANADORA

N.° 237

Não é sempre fácil apreciar em seu justo valor a vantagem do de­senvolvimento . Exemplo: geral­mente se aconselha impedir o ro­que do adversário, porém freqüen­temente o resultado não é clara­mente decisivo e, pelo contrário, às vezes a vantagem é obtida pelo ini­migo. A posição que produz esta maneira de proceder, deve ser en­tão profundamente analisada para evitar casos semelhantes ao do exemplo seguinte, onde as pretas, obtêm pelo menos, um jogo supe­rior.

ABERTURA DOS QUATRO CAVALOS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. C3B, C3B; 4. B4B.

Jogada pouco praticada nesta abertura que se transforma numa variante da Defesa dos Dois Ca­valos .

4 CXP. Resposta natural. 5. BXPB+. Esta jogada compromete a par­

tida. Depois de 5. CXC, P4D; 6. B3D, P4B, as brancas têm um jo­go difícil, porém longe de ser tão desesperado como ocorre com a continuação adotada.

5. BXB; 6. CXC, P4D; 7. CD5CH-, R1C; 8. P3D, P3TR; 9. C3T, B5CR.

Aprecia-se que as pretas não so­frem realmente pela perda do ro­

que, e ficam em troca com seus dois bispos, fortes piões centrais, uma posição desafogada, o que, lhes assegura a melhor partida.

ABERTURA DE LINHAS

N.° 238

Para atuar eficazmente, sabemos que o bispo ou a torre devem dis­por de uma linha aberta. Abra­mos estas linhas para tirar provei­to delas, porém deixemo-las fecha­das antes de cedê-las ao inimigo. Isto é sempre mais forte que a li­nha aberta proveitosa. Na defen­siva terá que mantê-las fechadas enquanto possível e até que passe­mos ao contra-ataque e dominemos o centro. O exemplo seguinte mostra o perigo de abandonar o controle de uma linha aberta.

ABERTURA DOS QUATRO CAVALOS

1. P4R, P4R; 2. C3BR, C3BD; 3. C3B, C3B; 4. B5C, B5C; 5. O-O, O-O; 6. P3D, P3D; 7. B5C, BXC; 8. PXB, C2B; 9. BXC, PXB; 10. C4T, C3C; 11. CXC, PTXC; 12. P4BR, P3BD; 13. B4B, P4D; 14. B3C, PXPR?

Grave erro de critério posicionai. São as brancas quem se vão apo­derar da coluna aberta pois se acham melhor desenvolvidas.

15. PDXP, DXD; 16. TDXD, PXP; 17. TXP, B3R.

Compreendendo sua fraqueza as pretas sacrificam um pião; porém

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Í N D I C E

p

PREFACIO

C A P I T U L O I

ALGUMAS IDÉIAS GERAIS

A saída antecipada da dama A torre que se deseja capturar A dama convidada a sair Explorando a casa débil 7BR O mate de Legal A dama abandonada por seu cavalo As debilidades em 7BR e 6R As ciladas do centro

C A P Í T U L O I I

ABERTURAS ABERTAS

Abertura do Centro Gambito do Centro Abertura Ponzioni Abertura e Gambito Escocês Abertura Vienense Defesa Petroff Defesa Filidor Giuoco Piano Ataque Moeller Defesa dos Dois Cavalos Ataque Max Lange Ruy López Abertura dos Quatro Cavalos Gambito do Rei Abertura Alapin

C A P Í T U L O I I I

ABERTURAS FECHADAS

Gambito da Dama Aceito Gambito da Dama Recusado

Page 139: Moderna Tecnica de Abertura No Xadrez

Defesa Ortodoxa Defesa Tarrasch Defesa Eslava Variante de Merano Defesa Cambridge Springis e derivadas Contra Gambito Albin Abertura do Pião da Dama Defesa Holandesa

C A P I T U L O I V

ABERTURAS SEMI-ABERTAS

Defesa Francesa Defesa Caro-Kann Defesa Siciliana Defesa Escandinava Defesa Alekhine

C A P I T U L O V

ABERTURAS MODERNAS

Defesa índia do Este Defesa índia do Oeste Defesa Niimzowitch Outras Defesas Índias ou Defesas Fantásticas Abertura Inglesa Abertura Zukertort-Reti Abertura Bird e Gambito From Apêndice

C A P Í T U L O V I

CILADAS POSICIONAIS

Peça fechada e mal desenvolvida Colaboração entre as peças Pião atrasado Pião muito avançado O "hole" Peça sem proteção Casa forte Sacrifício posicionai Ganho nocivo de material na abertura Vantagem enganadora Abertura de linhas