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7/25/2019 Modo Narrativo
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Modo Narrativo
Primeira-pessoa (eu)
O narrador é um personagem participante da história. Esse narrador, que pode ou não ser o
protagonista, compartilha seus pensamentos e emoções durante a história, mas não conhece (e,
portanto, não pode compartilhar) os pensamentos e emoções de outros personagens. A narrativa na
primeirapessoa apro!unda o conhecimento do leitor so"re o personagemnarrador, #$ que mostra muito
so"re sua personalidade através da !orma como ele escolhe narrar os acontecimentos do enredo. %uas
!alas ganham um status de autenticidade, #$ que não e&iste um narrador an'nimo intermediando o
contato do leitor com o personagem. O !oco da narrativa na primeirapessoa é in!luenciar o leitor a
interpretar a história a partir do ponto de vista deste personagem.
Segunda-pessoa (você)
O narrador reconhece a e&istncia do leitor re!erindose a ele diretamente ou mesmo o tratando como
um personagem que deve aceitar seu papel na história passivamente. O !oco da narrativa na segunda pessoa é permitir que o leitor se sinta !aendo parte da história, diminuindo a dist*ncia entre ele e
o narrador.
Terceira-pessoa (ele)
+esse ponto de vista, o narrador não participa da história. Ao invés de um personagem, é o próprio
escritor quem est$ contando a história para o leitor. O escritor não precisa se limitar a narrar a partir do
ponto de vista de um nico personagem e pode mostrar di!erentes percepções so"re os acontecimentos
do enredo ao longo do te&to. O narrador na terceirapessoa pode ser objetivo (quando registra apenas oque est$ acontecendo e&ternamente, sem menções -s emoções e pensamentos de nenhum
personagem), seletivo (quando e&pressa oniscincia em relação a apenas um personagem, tendo acesso
aos seus pensamentos e emoções, !ocado em compartilhar a e&perincia desse personagem em
particular), múltiplo (quando e&pressa oniscincia em relação a v$rios personagens, tendo acesso aos
pensamentos e emoções de todos eles, !ocado em compartilhar di!erentes pontos de vista so"re os
acontecimentos da história). O grau de conhecimento que o narrador e&pressa so"re os personagens
pode variar entre neutro (conta a história sem !aer coment$rios so"re o que est$ narrando)
e instruso (quando além de narrar, ele tam"ém comenta o que pensa so"re os acontecimentos do
enredo e as emoções e pensamentos dos personagens). O !oco da narrativa na terceirapessoa é
permitir que o leitor tenha uma visão mais plural da história. Ela nos d$ mais !le&i"ilidade para entrar e
sair da mente dos personagens, para narrar detalhes da história de uma !orma mais criativa.
Ponto de vista alternado
Alguns escritores optam por narrar na terceira e na primeira pessoa em uma nica história, alternando
entre um narrador onisciente, mais distante, e um narradorpersonagem, mais pró&imo. Outros
escritores usam apenas a narrativa na primeira pessoa, alternando entre dois ou mais personagensnarradores. O !oco da narrativa de ponto de vista alternado é permitir ao leitor tomar contato com a
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história a partir de di!erentes pontos de vista e compar$los para tirar suas próprias conclusões so"re o
que est$ sendo narrado.
Outro ponto interessante a se considerar é para quem o narrador est$ contando a história. ara um
teatro lotado/ ara sua mãe/ ara uma amiga/ ara um grupo de !reiras/ ara crianças/ ara seu
psicólogo/ ara um padre/ ara um estranho/ ense em como o tom e a linguagem do te&to poderiam
ser di!erentes dependendo dessa escolha. Ainda que o leitor não este#a ciente a quem o narrador est$
dirigindo sua história, o e&erc0cio de imaginar seu interlocutor pode a#udar voc a considerar di!erentes
possi"ilidades de construção da narrativa.
FE!MENT!S N!!T"#!S
1i respeito - !orma como o escritor escolhe passar in!ormações para o leitor.
$onte%tuali&a'o
2onte&tualiar é compartilhar in!ormações consideradas essenciais para o entendimento e
apreciação da história. 3 uma !erramenta usada para criar um pano de !undo que direcione a percepção
do leitor para interpretar o que vai acontecer na sequncia, a partir da apresentação de um determinado
con#unto de !atos e circunst*ncias relacionadas aos personagens, - sociedade ou ao am"iente !0sico
onde a história se passa.
!'o
Ação é qualquer acontecimento concreto ou atitude de um personagem. ode ser usada para
caracteriar personagens através de seus comportamentos ou desenvolver o enredo da história. O
enredo é a linha de ação da narrativa, ou se#a, uma sequncia de acontecimentos que, cena a cena, vai
alterando as circunst*ncias da história, criando um conte&to para seu des!echo.
Sumrio Narrativo
4m sum$rio narrativo é um trecho do te&to que apresenta acontecimentos importantes para o
desenvolvimento da história de maneira compacta. 3 uma !orma de avançar no tempo da narrativa
rapidamente, passando para o leitor somente as in!ormações mais importantes para conte&tualiar a
cena seguinte ou caracteriar os personagens.
*escri'o
1escrição é a apresentação de in!ormações detalhadas so"re algum aspecto da história, como um
personagem, um cen$rio, uma sensação, uma percepção. 3 uma !erramenta narrativa usada quando o
escritor quer dar te&tura ao te&to e chamar atenção do leitor para certos aspectos da história que
ele acredita merecerem destaque.
*ilogo
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4m di$logo é uma troca de ideias entre dois ou mais personagens, que permite aos leitores tomar
contato direto com eles, sem a intermediação de um narrador. 1i$logos colocam os personagens em
!rente ao leitor e passam a sensação de que a cena est$ acontecendo em tempo real.
Mon+logo "nterno
5onólogo interno é um di$logo que um personagem tem consigo mesmo, usado quando o escritor quer
e&por os pensamentos e emoções que estão ocupando sua ca"eça naquele e&ato momento. Assim comodi$logos, monólogos internos apro&imam o leitor dos personagens.
Flas,bac
6lash"ac7s são cenas que mostram um acontecimento passado na vida de um personagem ou no
universo da história. %ão usados quando o escritor acredita ser importante que o leitor testemunhe em
primeira mão algo que aconteceu antes da história começar, ao invés de lhe passar as in!ormações
usando sum$rio narrativo.
EST.T.! N!!T"#!
Estrutura é a !orma como o escritor organia a narrativa para criar uma e&perincia de leitura
interessante. E&iste estrutura melhor ou pior/ +ão. 8udo depende da intenção do escritor, do que ele
dese#a e&pressar com sua história.
Minimalista
%ão histórias onde um con!lito interno atormenta o protagonista tão intensamente que ele se nega a
lidar com mundo real. %ão narrativas menos interessadas em ação e progressão do enredo, mais!ocadas em mergulhar nas pro!undeas da mente humana.
!rco *ramtico
%ão histórias que !ocam em um nico protagonista que en!renta !orças e&ternas de antagonismo para
alcançar um o"#etivo espec0!ico. %ão narrativas menos interessadas em desenvolver personagens, mais
!ocadas na ação e progressão do enredo.
!ntiestrutura
%ão narrativas de !icção que não contam necessariamente uma história e se caracteriam pela ausnciade estrutura e preocupação com coerncia, causalidade, linearidade ou tem$tica. %ão te&tos menos
interessados em contar uma história, mais !ocados no tra"alho com a palavra e e&perimentação com a
produção de sentido.
Estrutura Mista
%ão histórias que "uscam com"inar duas ou mesmo trs das estruturas acima, de !orma a criar uma
e&perincia mais envolvente para o leitor. %ão te&tos preocupados tanto com o desenvolvimento dos
personagens e do enredo quanto com o tra"alho com a palavra. 5uitas das dicas do 6icção em 8ópicos
tm como o"#etivo a#udar escritores a criar histórias que com"inem o melhor de cada estrutura.
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A decisão so"re que estrutura usar em uma história é consciente/ +em sempre. 5uitas
vees começamos a escrever e, só depois que terminamos um primeiro rascunho, conseguimos
identi!icar o que estamos tentando e&pressar com nosso te&to. A partir disso, podemos avaliar como as
convenções de cada uma das estruturas acima podem nos a#udar a !aer isso de uma !orma mais
envolvente.
$/N/0/1"! N!!T"#!
1etermina a ordem em que os eventos do enredo são apresentados durante a história.
0inear2$ausal23ist+rico2$ronol+gico
O enredo é constru0do em uma sequncia de eventos que acontecem em ordem cronológica e tm
causa e e!eito.
No linear2Psicol+gico2"nterior2PessoalO enredo não é constru0do em ordem causal. Os eventos são apresentados de !orma nãocronológica ou
aleatória, movimentandose entre o presente, acontecimentos passados e9ou visões do !uturo, ou
mesmo apresentando primeiro as consequncias das ações de um personagem, cu#a causa somente ser$
revelada mais tarde na história.
TEMP/ N!!T"#/
1etermina se a história vai se passar no passado, presente ou !uturo.
Passado
Os acontecimentos narrados ocorreram em algum momento antes da história começar a ser contada.
Presente
Os acontecimentos estão ocorrendo agora, no momento da leitura, em tempo real.
Futuro
Os acontecimentos são narrados como se ainda estivessem por acontecer. assa a ideia de que o
narrador sa"e (ou pensa que sa"e) o que vai acontecer no !uturo.
ESP!4/ *! N!!T"#!
8ratase da escolha dos cen$rios onde a história vai acontecer.
!mbiente realista
Espaço social onde a história é conte&tualiada.
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!mbiente geo5ict6cio
Espaço social criado com "ase na realidade para servir de cen$rio para uma narrativa.
!mbiente 5antstico
A narrativa acontece em um cen$rio !ict0cio que se distancia da realidade.
!mbiente psicol+gico
A narrativa acontece dentro da mente de um personagem.