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Modos gregos - Composição tonal Tocar apenas um modo ou escala sem nenhuma melodia em particular na mente pode inspirá-lo a criar uma melodia. Uma boa forma de começar a experimentar os diferentes modos gregos é tocar escalas com as notas brancas do piano, mas começando em diferentes notas. Existem sete modos gregos, assim como as sete notas naturais. Não vamos falar sobre a história dos modos gregos nem o que são em promenor neste artigo. A intenção é resumir cada um, e para o que nos remete a sonoridade de cada um, para que possa experimentar. Vamos olhar para todos os sete modos gregos, e ver as características de cada um. Vamos ilustrar os modos gregos utilizando apenas as notas brancas do teclado do piano. Mas claro, cada modo pode ser baseado em qualquer nota. São os diferentes padrões de intervalos entre notas que definem cada modo. Jónio (escala maior) Quando toca as sete notas naturais começando no Dó, obtém o modo Jónio. Para montar uma escala Jónia noutra nota que não o Dó, terá de utilizar o padrão de tons e semitons: T-T-S-T- T-T-S. O modo Jónio deverá soar-lhe familiar, porque é a escala maior.

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Modos gregos - Composição tonal

  Tocar apenas um modo ou escala sem nenhuma melodia em particular na mente pode inspirá-lo a criar uma melodia. Uma boa forma de começar a experimentar os diferentes modos gregos é tocar escalas com as notas brancas do piano, mas começando em diferentes notas. Existem sete modos gregos, assim como as sete notas naturais.Não vamos falar sobre a história dos modos gregos nem o que são em promenor neste artigo. A intenção é resumir cada um, e para o que nos remete a sonoridade de cada um, para que possa experimentar.

Vamos olhar para todos os sete modos gregos, e ver as características de cada um. Vamos ilustrar os modos gregos utilizando apenas as notas brancas do teclado do piano. Mas claro, cada modo pode ser baseado em qualquer nota. São os diferentes padrões de intervalos entre notas que definem cada modo.

Jónio (escala maior)Quando toca as sete notas naturais começando no Dó, obtém o modo Jónio. Para montar uma escala Jónia noutra nota que não o Dó, terá de utilizar o padrão de tons e semitons: T-T-S-T-T-T-S.

O modo Jónio deverá soar-lhe familiar, porque é a escala maior.

DóricoSe tocarmos as teclas brancas começando em Ré obtemos o modo Dórico. Para construir o modo Dórico noutra nota utilizamos o padrão: T-S-T-T-T-S-T.

O modo Dórico é mais comum de ser ouvido na música Celta e nas primeiras músicas folk na América derivadas de melodias Irlandesas. Músicas escritas no modo Dórico têm uma sonoridade melancólica e cheias de alma, porque a última nota da escala não se resolve por completo, então soa quase que como uma questão sem resposta.

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Modo FrígioSe começarmos então na nota Mi e tocarmos todas as notas naturais até o próximo Mi obtemos o modo Frígio. A sequência deste modo é: S-T-T-T-S-T-T.

A maioria da música flamenca é escrita no modo Frígio, que tem um som brilhante e latino. Muitos compositores e guitarristas modernos utilizam o modo frígio com escalas maiores (em vez de menores) porque soam menos melancólico que a escala menor.

 

Modo LídioSe começarmos na nota Fá e tocarmos as notas naturais até ao próximo Fá obtemos o modo Lídio. A sequência de tons e semitons é: T-T-T-S-T-T-S.

O modo lídio é o oposto do Jónio, tem um som solido e brilhante como a escala maior mas os intervalos são inesperados e surpresos. Este é um modo popular para os músicos de Jazz que apreciam a utilização da mistura de progressões de acordes maiores e menores.

Modo MixólídioSe começamos na nota Sol então temos o modo Mixólídio. Para montar este

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modo utilizamos o padrão: T-T-S-T-T-S-T.

O Modo mixólídio é parecido ao modo Lídio no sentido de ter uma sonoridade de escala maior com intervalos menores, e é um ótimo modo para trabalhar numa música com um feel de blues. O modo mixolídio é outra escala popular para solos musicais.

Modo Éolio (Escala menor natural)Se começarmos em Lá temos o modo Éolio. A sequência de tons e semitons deste modo é: T-S-T-T-S-T-T.

Músicas criadas no modo éolio têm uma sonoridade de tristeza. A última nota da escala Éolia resolve-se de uma forma completamente diferente que a nota final da escala jónia. Se o modo Dórico soa a melancólico, o modo éolio reflete desespero.

Modo LócrioPara montar o modo Lócrio utilizamos o padrão: S-T-T-S-T-T-S.

O modo lócrio é considerado tão instável que a maioria dos compositores consideram que não dá para trabalhar neste modo. Existem algumas músicas escritas neste modo. Poderá encontrar ocasionalmente no heavy metal. Mas a relação de intervalos neste modo é difícil de compor para a maioria dos compositores.

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Estes modos são boas ferramentes para escrever música tonal (música que se rege segundo a escala ou modo e adere a uma nota base). Se limitar-se a um modo em particular - isto é, notas que têm uma lógica harmónica - poderá achar mais fácil de escrever as suas melodias.Experimente estes modos e experimente compôr pequenas linhas melódicas para ver as diferenças entre cada uma.

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Harmonizar escalas musicaisComo já vimos, uma escala é um conjunto de notas musicais. A harmonização consiste em pegar nas notas de uma determinada escala e encontrar todos os possíveis acordes com as notas dessa mesma escala.

Existem fórmulas para encontrar as notas de um acorde, para isso numeramos as notas que constituem um acorde. O número 1 representa a tónica do acorde, o número 3 a terceira nota e o número 5 a quinta nota, isto nas tríades que consistem em apenas três notas.Então vamos lá às fórmulas, vamos apresentar as 4 fórmulas para as tríades:

Acorde maior: 1,3,5Acorde menor: 1,3b,5Acorde aumentado: 1,3,5#Acorde diminuto: 1,3b,3b

Ou seja, para um acorde maior tocamos a raiz, a terceira nota natural e a quinta natural. No acorde menor tocamos a raiz, a terceira nota BEMOL, ou seja descemos a terceira nota um semitom, e a quinta natural. Se tivermos o símbolo de sustenido aumentamos essa nota um semitom, como acontece no acorde aumentado.Podemos contar o semitons entre as notas para determinar se o acorde é menor, maior, aumentado ou diminuído.

Acorde maior: Raiz + 4 semitons + 3 semitonsAcorde menor: Raiz + 3 semitons + 4 semitonsAcorde aumentado: Raiz + 4 semitons + 4 semitonsAcorde diminuído: Raiz + 3 semitons + 3 semitons

Então sabendo isto vamos harmonizar a escala.Como vimos anteriormente os acordes são feitos de intervalos de terceira, ou seja existem três intervalos entre cada nota. Vamos colocar os semitons entre cada nota da escala de Dó maior, assim poderá contar os semitons mais facilmente.

Dó          Ré             Mi               Fá           Sol          Lá           Si              Dó      Tom        Tom        Semitom      Tom         Tom        Tom       Semitom  

Vamos harmonizar a escala de Dó maior. A fórmula é 1,3,5.Acorde de Dó:1 – Dó3 – Mi5 – SolSe contarmos os semitons entre cada nota vamos encontrar a fórmula do acorde maior, então na escala de Dó maior temos o acorde de Dó maior.

Acorde de Ré:

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1 – Ré3 – Fá5 – LáRé a Fá = 3 semitons, de Fá a Lá 4 semitons ou seja Ré menor.

Acorde de Mi:1 – Mi3 – Sol5 – SiMi a Sol =  3 semitons, de Sol a Si 4 semitons, ou seja Mi menor.

Acorde de Fá:1 – Fá3 – Lá5 – DóFá a Lá = 4 semitons, de Lá a Dó 3 semitons ou seja Fá maior.

Acorde de Sol:1 – Sol3 – Si5 – RéSol a Si = 4 semitons, de Si a Ré 3 semitons, Sol maior.

Acorde de Lá:1 – Lá3 – Dó5 – MiLá a Dó = 3 semitons, de Dó a Mi 4 semitons, Lá menor.

Acorde de Si:1 – Si3 – Ré5 – FáDe Si a Ré = 3 semitons, de Ré a Fá 4 semitons, Si menor.

Então acabámos de harmonizar a escala de Dó maior, e descobrimos que os acordes que podemos utilizar são:

Dó maiorRé menorMi menorFá maiorSol maiorLá menor Si menor

Então se quisermos compor uma música em Dó maior podemos utilizar estes

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acordes. Quando quiser compor uma música numa determinada escala, primeiro determine as notas dessa escala (ver tutorial de escalas aqui), depois proceda aos passos que mostrámos aqui.

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Progressão de acordes  Quando as tríades são utilizadas em séries organizadas, elas são chamadas de progressões. E são as progressões de acordes que fazem muitas das músicas Ocidentais. Como o nome de um acorde é originado pela nota de raiz, é natural que a raiz localizada em cada acorde localizado dentro de uma escala vá carregar o grau da escala com o seu nome. Por outras palavras, o nome de um acorde diz-nos qual acorde é, baseado na nota de raiz, enquanto que o numero do acorde diz-nos o que o acorde faz, baseado na escala. Por exemplo, digamos que estamos na escala de Dó maior de novo. Cada nota da escala de Dó maior tem um nome e um número de grau, assim:

Número do grau na escala Nota1 Tónica Dó2 Supertónica Ré3 Mediante Mi4 Subdominante Fá5 Dominante Sol6 Submediante Lá7 Tom líder Si8/1 Tónica DóQuando escrevemos uma música baseada em progressão de acordes, a numeração romana é utilizada para representar os diferentes graus na escala. Acordes maiores na progressãotêm os números em maiúsculas, e os acordes menores têm os números em letras minúsculas. Há também caracteres especiais que indicam quando um acorde é diminuto (º) ou aumentado (+), como mostra a próxima tabela.

Tipo de Tríade ExemploMaior VMenor iiDiminuto viiºAumentado III+

Então, utilizando numeração romana, a nossa descrição para a progressão de acordes na escala de Dó maior será assim:

Numero do grau NotaI Dóii Réiii MiIV FáV Solvi Láviiº Si(I) Dó

Existem algumas progressões que são muitos usadas em alguns géneros de música. Por exemplo o pop utiliza muito a progressão I-V-VI-IV

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Isto significa que após escolher uma escala, toque o acorde da primeira nota dessa escala, o acorde da quinta nota, da sexta e depois da quarta nota. Experimente esta progressão com várias escalas para ver o resultado.

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Boas progressões de acordes

  Você quer que as suas músicas sigam direções surpreendentes, boas progressões de acordes? Não se preocupe, vamos ver neste artigo algumas progressões possíveis, e até as mais utilizadas que já sabemos que funcionam.

A teoria musical

Utilize a teoria musical para expandir os seus horizontes na música, mas não se esqueça do mais importante: Se soa bem, faça.

Começando a progressão

Os dois primeiros acordes criam o movimento da progressão. Se começar numa direção diferente então encontrará um novo território musical para explorar.

Vamos mostrar alguns inicios de progressões na escala cromática. A progressão está escrita em numeração Romana (seguida pelo exemplo).

im7 -I6 (Em7 - E6)i - bII (Em - F)I - iim#5* (D - C/E*)I - bIII (A - C)IM7 - III6 (FM7 - A6)I - IV7 (C - F7)i - bv dim (Bm - F dim)I - V sus (D - A sus)I - bVI aug (E - C+)I - VIm7b5 (C - Am7b5)i m7 - bvii m7 (Am7 - Gm7)I - VII7 (C - B7)

Cadencias de fecho

Existem várias formas de regressar ao inicio da progressão sem o clichê da V7. Aqui pode ver dezenas de acordes alternativos. Os acordes estão escritos como grau em numeração Romana.

I sus - I (D sus - D)bII7 - I (F7 - E)iim7 - I (Dm7 - C)bIII7 - i (G7 - Em)III7sus - I (E7sus - C)ivm6 - I (Dm6 - A)bV dim - I (F# dim - C)V7sus - I (E7sus - A); V7#5 - I (E7#5 - A)bVI dim - I (Ab dim - C)

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VI sus - I (A sus - C)bVII7 - I (C7 - D)VII aug - I (E+ - F)

Progressões de acordes padrão

Existem progressões que já são conhecidas.Se souber estas progressões, provavelmente pode tocar 99% de todas as músicas criadas.

As progressões clichê são de facto utilizadas em demasia. Mas existe uma razão para tal.. Elas funcionam.

Se escrever uma música começando pela melodia, provavelmente acabará por usar uma destas progressões. Elas tornam o canto muito mais fácil. Podem ser escritas ótimas músicas utilizando as progressões padrão. Devemos respeitar os clichês mas não cair no erro de usá-los sempre.Aqui está uma lista das progressões de acordes padrão, garantidamente que soarão bem:

I - IV - I - V (C - F - C - G)I - V - vi - IV (C - G - Am - F)I - vi - IV -V (C - Am - F - G)I - vi - ii - V (C - Am - Dm - G)ii - V7 - I (Dm - G7 - C)I - bVII - IV (A - G - D)i - bVII - bVi - V7 (Am - G - F - E7)I7 - IV7 - I7 - V7 - IV7 (E7 - A7 - E7 - B7 - A7)I - I+ - I6 - I7 (C - C+ - C6 - C7)

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10 dicas para escrever música

  1. Escreva as letras para a sua musica

Muitos músicos escrevem as suas melodias assim como as suas letras. Se já tiver a letra, pense nelas quando escrever a sua melodia. Deve fazer algumas perguntas antes de compor como: Que palavras devo focar? Existem algum timing em que algumas palavras fiquem melhor?

2. Oiça muita música para aprender com os outros compositores

Há sempre algo a ser aprendido de outros músicos ou bandas. Preste atenção em como os seus músicos favoritos fazem as suas musicas- examine o estilo, a tonalidade, como os diferentes instrumentos trabalham juntos. Pode implementar muitas ideias na sua musica de riffs já existentes, e a partir daí criar uma melodia nova.

3. Utilize Software de Composição musical

Softwares de composição musical pode ser o melhor amigo do musico. Estes programas ajudam no processo da escrita musical organizando o seu trabalho e permitindo ver o que está a tocar. A qualidade dos softwares providenciam ferramentas como metrónomo, reprodução, então pode ouvir o que está a compor.

4. Procure inspiração musical 

Antes de escrever uma peça musical, é fundamental alimentar a sua inspiração mental. A inspiração vem de tudo à nossa volta, e varia de pessoa para pessoa, pois cada pessoa é singular, pode vir de: emoções, relações, da natureza, das outras pessoas, das nossas experiências - algumas musicas relatam mesmo situações surreais. 

5.Divirta-se

Primeiramente deve ter começado a escrever música porque você Ama a música. Se não desfrutar enquanto está a compor, faça outra coisa, dê um tempo.

6. Não há resposta errada na composição musical

Existem regras que convém serem seguidas na teoria musical, e essas regras servem para nos ajudar, mas a música é liberdade, é inspiração, e não há erros numa composição, cada uma é como é.

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7.Defina o seu objetivo na composição

Está a escrever música para si ou para os outros? Se estiver a escrever para si, terá mais liberdade para escrever o que quiser. Por outro lado, se estiver a escrever para os outros, é uma boa ideia identificar a sua audiência alvo e escrever para eles.

8. Oiça os conselhos e avisos

As pessoas adoram dar opiniões. Tome os seus comentários em consideração quando escreve música. Dê a sua musica a amigos e familiares e peça a sua opinião.

9.Faça algo diferente

É fácil permanecer no mesmo sitio e não arriscar tirar a imaginação toda para fora. Não imponha limites, deixe a sua criatividade fluir e não seja impedido por fatores externos, faça o que lhe vai na mente.10. Pratique, pratique e pratique

Nada substitui o trabalho árduo e o treino - é a única formula garantida de se tornar um melhor musico.

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5 dicas para escrever a sua primeira música

  Escrever músicas requer uma grande quantidade de paciência e trabalho árduo. Felizmente, há muita diversão e satisfação misturada durante o processo, aqui ficam cinco dicas para escrever a sua primeira música:

1 - Encontre uma mensagem pela qual se sinta apaixonado.

Escolher uma causa que tenha a ver consigo. Escreva sobre a rapariga pela qual está inseguro falar, ou sobre aquele amigo de quem sente saudades. Escreva sobre o que lhe indigna, sobre o que lhe fascina, sobre o que pensa no seu dia a dia. Escreva sobre o que sabe e torne essa escrita pessoal. Mantenha simples. Se um tema é vital para si, pode ser vital para outras pessoas também. Da mesma forma se não se interessar pelo que escreve, não espere que os outros se interessem também.

2 - Encontre uma melodia simples.

Muitos compositores novos dão voltas e voltas a tentar ser demasiado complexos para tentar impressionar os amigos e influenciar editoras. Os compositores não são pagos por nota - são compensados pela conexão que criam nas sinapses dos neurónios dos ouvintes. Normalmente as melodias mais simples são as mais marcantes.

3 - Encontre uma progressão de acordes simples.

Tente na guitarra ou no piano criar este elemento para a sua música, ou pesquise na internet progressões de acordes que possam ir ao encontro e encaixem na sua melodia.

4 - Encontre um sitio para escrever.

Encontre um sitio calmo, inspirador para deixar a sua mente calma, acenda incenso, e deixe as melodias e os sentimentos fluir. Se não for possível, qualquer local caótico dará na mesma. Tente que nada o distraia nesta fase.

5 - Sinta confiança para pôr o seu coração e a sua alma na música e partilhar a sua música com os outros.

É através da repetição deste processo que irá descobrir como melhorar a sua música. Oiça todas as opiniões, e não se esqueça que haverão opiniões más, cabe a si analisar cada uma delas com a mente aberta, e ver as que são sinceras e aquelas que podem eventualmente ser inveja.

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Como criar uma música

  Compor uma música é algo muito individual e não uma forma certa ou uma forma errada de fazê-lo, cada pessoa tem a sua inspiração e cada um tem uma preferência de como construir uma música.

No entanto existem alguns processos que passam por todos, além da ordem variar de pessoa para pessoa. Neste tutorial mostramos os processos simples na composição de uma música.

Vamos supor que o leitor está em frente de um piano ou com uma guitarra e ainda não teve ideia nenhuma do que irá fazer, então podemos "estimular" um pouco a criatividade:

1. Escolha uma tonalidade

No caso do leitor precisar de aparecer com alguma coisa nova é uma boa ideia escolher uma tonalidade, ver que notas tem essa tonalidade (sustenidos e bemois) e começar a tocar algumas notas dessa escala ao acaso, suba e desça na escala, toque umas notas ao acaso e se surgir algum trecho que gostou anote para trabalhar nele.

2. Melodia ou acordes

Esta parte é muito individual, há quem prefira pegar numa tonalidade e fazer a progressão de acordes primeiro e quem prefira fazer primeiro a melodia. Se já escolheu a tonalidade e quer fazer a progressão de acordes, então o segundo passo será harmonizar a escala. Harmonizar a escala é saber as notas que a escala contém e os acordes que podem ser feitos com essa escala (ver tutorial Harmonizar escalas musicais). Depois de criar uma progressão de acordes pode começar a improvisar até conseguir uma melodia que lhe agrade.

3. Trabalhe bem a melodia e os acordes

Não vale a pena ter pressa no processo criativo, afinal a pressão nunca deveria ter influência na arte, quando há dinheiro e contratos a beleza da música e a inspiração muitas vezes ficam para segundo plano, o que é péssimo. Toque e retoque a sua melodia e os seus acordes até que fiquem ao SEU agrado, quando sentir que o seu sentimento está naqueles acordes e naquela melodia aí pode ficar satisfeito.

4. Trabalhe a letra da música

Este também é um processo que pode ser feito no inicio ou depois da melodia, ou ainda em simultâneo, cada um escolhe a ordem que prefere, não existem regras. Toda a sua música, melodia, progressão de acordes, deverão transparecer um tipo de sentimento. Existem melodias agressivas, melodias

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tristes, melodias sombrias, melodias alegres, todo o tipo. Quando estiver a escrever a letra tenha isso em mente, e escreva algo que combine com o "estado de espírito" do resto da música.5. Escolha os instrumentos que a música terá

Escolha os instrumentos que farão parte da música e inclua cada um no seu sítio

6. Comece a produzir

Quando já tiver feito tudo, e preparado toda a música deve começar a produzi-la. Inclua a bateria se esta música a tiver.Não tenha medo de repetir várias e várias vezes a gravação, faça muitos testes, não tente gravar uma música à primeira tentativa. 

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Como criar boas melodias - Parte 1

  Muitos músicos amadores ou entusiastas falham numa das partes mais importantes da música - a melodia - e concentram-se demasiado na seleção dos instrumentos, nos efeitos, e etc. A melodia acaba por ser uma seleção de notas aleatórias. Sem uma linha melódica forte, dificilmente uma música estará na playlist de algum ouvinte.

Então como transformar uma linha melódica em algo agradável de ouvir, interessante, memorável, e que alcance o coração do ouvinte? Nesta série de tutoriais vamos mostrar algumas dicas que podem ajudar a criar melhores linhas melódicas.

1: Entender a interação entre o acorde e a melodia

Esta é sem dúvida a dica mais importante de todas e felizmente a mais fácil de compreender para qualquer músico. O objetivo principal é assegurar que durante os vários intervalos ao longo da música, a nota da melodia "caia" numa das notas que está a ser tocada no acorde. O que quer isto dizer? Bem, se o acorde que está a ser tocado for um Dó maior, então a nota da melodia que se vai encontrar com o acorde deverá ser o Dó, o Mi, ou o Sol (a tríade de Dó maior). Se o acorde for Sol maior, então a nota da melodia a cair no momento do acorde deve ser Sol, Si, ou Ré.

Vamos ver este exemplo de sequência de acordes.

Dó -> Sol/Si -> Lá menor -> Dó/Sol -> Fá -> Mi menor -> Ré menor ->Sol(Sol/Si significa o acorde de Sol, com a nota Si sendo a mais grave em vez da nota Sol, acorde invertido)

Se tivéssemos de escrever uma melodia com esta sequência de acordes, usando apenas o conselho anterior, teríamos algo assim:

Aqui como pode ver, a primeira nota da melodia é um Mi, que é tocada com o acorde de Dó, porque a tríade de Dó tem as notas, Dó, Mi e Sol. Podia ter um Dó ou um Sol e soaria também correto, mas desta vez utilizámos o Mi. No segundo compasso o acorde é Sol maior e escolhemos a nota Sol (da tríade Sol, Si, Ré). No terceiro compasso, o acorde é lá menor, então selecionámos a nota Dó na melodia.

Não importa qual a nota do acorde que escolhemos. Aqui está outro exemplo onde a melodia continua a seguir o conselho anterior, mas utilizando uma nota da

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melodia diferente para o acorde de Sol no segundo compasso.

De novo isto resulta muito bem. 

2: Fazer uso das outras notas na escala

Uma vez que encontrámos algumas notas do acorde para encaixar na melodia, é altura de pensarmos em adicionar algum movimento melódico à linha melódica. Mas como escolher as notas a adicionar?

Bom, o mais básico a fazer é trabalhar em que armadura de clave a sua música vai estar, e então assegurar-se que só utiliza notas dessa escala. Isto vai garantir que não apanhará qualquer "som conflituoso" que é desagradável aos ouvintes. (Claro que por vezes utilizam-se notas fora da escala propositadamente, mas, por agora vamos ignorar tais melodias).

No exemplo anterior, a música estava na escala de Dó maior. Conhecer a sua escala é uma parte fundamental na criação de uma melodia. Se não souber em que escala a sua música está, então deverá aprender primeiro escalas (pode ver aqui). Dó maior tem uma armadura de clave em que não existem sustenidos nem bemóis; no teclado do piano, não utiliza as teclas pretas. Então, quando compõe na escala de Dó maior, deve focar-se nas "notas brancas" do piano para assegurar-se que consegue um som agradável.

Então, agora vamos usar notas da armadura de clave de Dó maior, subindo ou descendo na escala, à medida que nos movemos da nota do acorde para a próxima.

Claramente, ao adicionar notas da escala enquanto "viajamos" de uma nota do acorde até a outra, adicionámos mais interesse à melodia. De novo, não importa quais as notas da escala tocámos, poderia ter descido na escala, e continuaria agradável. Experimente você um pouco. O importante é utilizar notas da escala de Dó maior.

Como criar boas melodias - Parte 2

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  Acompanhe-nos na segunda parte desta série de tutoriais sobre como criar boas melodias. Se não viu o primeiro tutorial aconselha-mo-lo a ver Como criar boas melodias - Parte 1. Até agora vimos quais as notas a usar para formar uma sonoridade agradável e evitar falhas na melodia. Agora vamos aprender formas para adicionar um interesse subtil à melodia, aplicando pequenas técnicas à ordem em que tocamos as notas escolhidas.

3: Saltar a nota desejada em um Tom

Em primeiro lugar assumi-mos que entende o conceito de Tom e semitom (veja aqui o tutorial Tons e Semitons). Então o que significa saltar por cima da nota desejada? Vamos ver o exemplo áudio e usa-lo para uma melhor explicação.

No ponto número 2, no tutorial anterior, decidimos que a nota de destino no segundo compasso seria Sol. O que podemos fazer agora, é subir um pouco no primeiro compasso. Á medida que tocamos as notas em direção ao Sol... primeiro saltamos um Tom acima da nota Sol, para tocar um Lá primeiro, antes de finalmente aterrarmos na nota de destino, a nota Sol no segundo compasso.

Por outras palavras, estamos a evitar o instinto natural de simplesmente viajar na escala a subir de Mi a Sol, ao saltar-mos por cima da nota Sol um Tom. Lembre-se, se estiver a tocar uma melodia onde as notas estão a descer na escala, saltamos para baixo da nota de destino antes de finalmente tocarmos a nota.

Esta técnica envolve um pequeno planeamento, mas, quando dominada é uma forma muito eficaz de adicionar algum interesse à linha melódica. O próximo passo utiliza de novo a técnica do salto entre as notas, mas desta vez o salto é de seis notas da escala!

4: Saltar seis notas da escala

Outra dica muito boa é saltar seis notas na escala, para cima ou para baixo. Este grande salto entre as notas pode ser extremamente eficaz quando utilizado no momento certo numa frase melódica.

Se continuarmos com a melodia do exemplo anterior, um sitio onde podemos incluir um salto de seis notas é depois do Sol no segundo compasso. Saltamos

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do Sol para baixo até ao Si (de Sol, passamos por cima de Fá, Mi, Ré, Dó e aterramos no Si) antes de finalmente chegarmos ao terceiro compasso e tocar a nota Dó.

Podemos utilizar a mesma técnica para continuar a melodia com outro salto de seis notas, desta vez talvez a subir na escala, da nota Dó para a nota Lá (no inicio do compasso 5). Sabemos que isto continuará a soar bem, porque a nota Lá que vamos aterrar faz parte da tríade de Fá maior - que é o acorde a ser tocado na altura em que aterramos na nota de destino Lá.

5: Repetir os padrões

Então porque é que os compassos 5, 6, e 7 funcionam tão bem com o exemplo da melodia no ponto 4? Primeiro, porque utilizam os passos do tutorial anterior. Mas também, porque trabalham especificamente ao lado da frase nos primeiros três compassos, porque fazem uso do mesmo padrão de notas.

Repetir o padrão das notas é um truque que muitos compositores clássicos usaram com grande efeito. Não tem necessariamente de repetir as mesmas notas, mas está a utilizar o mesmo padrão de notas da frase musical anterior, apenas mudando a localização ao longo da escala, para cima ou para baixo. Se comparar o compasso 1 e 2 na imagem usada no nosso exemplo, pode ver que as notas no compasso 5 e 6 seguem o mesmo padrão, apenas usam notas que estão seis notas acima na escala.

Repetir o padrão de notas torna a melodia que já era agradável mais memorável ao ouvinte.

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Como criar boas melodias - Parte 3

  Bem vindo à terceira parte da série de tutoriais Como criar boas melodia. Se não viu os tutoriais anteriores comece por Como criar boas melodias - Parte 1 e Como criar boas melodias - Parte 2. Se já viu os anteriores vamos então continuar

6: Compor, Parar, Repetir, Gravar

Como já falámos num tutorial anterior, desta série, escrever uma boa melodia  não é algo que se faça simplesmente por atirar notas ao acaso. Os passos neste tutorial são técnicas, guias, dicas - mas todas requerem que o compositor utilize a sua criatividade para pegar nestas dicas e implementa-las na sua composição.

Á medida que avança na sua melodia, e tenta diferentes implementações dos tutoriais anteriores, deverá estar preparado para parar e repetir quando algo mágico acontece.

Isto quer dizer que quando está a compor, a cantar, ou a tocar a sua nova melodia, através da progressão de acordes, por vezes de repente, uma frase musical ou uma parte da melodia, soa fantástica... o que se faz normalmente é continuar com a composição e à medida que avança você sente-se excitado para ver o que mais pode acontecer. Contudo, quando chegam ao fim, ou fica criativamente exausto, pode ter esquecido a combinação exata de acordes, as notas da melodia, o ritmo, que tocou naquele momento fantástico.

Por isso, independentemente da emoção do momento em que toca, lembre-se de parar imediatamente no momento que ocorrem esses acontecimentos, e assegure-se que repete, grava e escreve esses momentos inspiradores. São estes pequenos momentos que fazem a sua melodia ser algo de muito especial, então é essencial capturar esses momentos.

7: Ritmo e Variação da Duração das Notas

Uma coisa que pode fazer de uma melodia boa, uma melodia melhor, é utilizar o ritmo e a duração das notas de forma inteligente. É muito tentador para os compositores apenas mudar de nota em nota, em todas as batidas do compasso, ou ao mesmo tempo que o acorde muda.

Isto pode ser bom para alguns tipos de música, mas, a melodia precisa de ser forte e deve ter algo que chame a atenção, na forma como os acordes mudam, ou a percussão varia.

A maior parte das vezes, fará bem pegar nas notas da melodia, e pensar bem como pode adicionar-lhes um gosto especial, adicionando colcheias, semicolcheias, fazendo passagens rápidas e trazendo mais movimento à melodia.

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No exemplo que usaremos neste tutorial, a fórmula de compasso é 3/4. 

Uma dica eficaz para adicionar algo extra ao ritmo da melodia é tentar e permitir que algumas notas durem através dos compassos. O que isto significa? Que juntamos duas notas no fim dum compasso até ao inicio do outro como verá no exemplo.

Aqui entre o primeiro e segundo compassos, a nota Lá foi segurada por duas batidas, o que a faz percorrer de um compasso para o outro. Isto adiciona alguma variedade à peça, e uma vez mais faz com que a melodia não seja tão previsível. Verá muitas vezes compositores a utilizarem esta técnica. Na música moderna, verá que esta técnica é muito utilizada no final dos refrões.

Estas foram mais umas dicas para criar boas melodias.

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T4 - E3: Harmonia I (progressão fundamental) Após vermos campo harmônico, somos já capazes de escrever e identificar progressões harmônicas. Progressão harmônica é a sucessão de acordes, arrumados de acordo com o campo harmônico da tonalidade utilizada, de uma forma que haja um caminho com ponto de partida e de chegada, ambos ocupados geralmente pelo seu acorde de tônica. Para montar progressões harmônicas simples é importante conhecer a mais básica das progressões: I - ii - V - I O movimento harmônico mais forte é aquele formado por acordes cujas fundamentais movimentam-se por quintas (ou quartas). No caso do exemplo acima, vê-se o ii seguindo para o V, que está uma quinta abaixo do próprio ii e uma quinta acima da tônica (I). A partir desta progressão básica, podemos alcançar outras de caminho mais longo, priorizando o movimento por quintas (ou quartas): I - IV - ii - V - I; ou I - IV - viiº - iii - vi - ii - V - I. Note que este último exemplo é o ciclo de quintas ele próprio. O exemplo antes dele prioriza o movimento por quintas, mas utiliza também um movimento por terça (do IV para o ii). Movimentos de acordes com fundamentais em terças são os mais fortes depois daqueles feitos por quintas. Assim, podemos incrementar nossa progressão harmônica: I - vi - ii - V - I; ou I - vi - IV - ii - viiº - V7 - I. Além disso, podemos sempre pensar ainda em substituição de acordes. Qualquer acorde pode ser trocado por outro acorde do campo harmônico utilizado, basta que tenham no mínimo duas notas iguais em sua composição (por ex.: IV pode substituir ii; vi pode substiuir o I; IV pode substituir o vi): I - IV (no lugar do vi) - ii - viiº (no lugar do V) - vi (no lugar do I); ou I - ii7 (no lugar do vi) - vi (no lugar do IV) - IV (no lugar do ii) - V (no lugar do viiº) - V7 - I. Como nestes últimos exemplos, não esqueça que os acordes com sétima podem e deve ser utilizados.

CAP. 8 - CADÊNCIAS

Cadências são seqüências de acordes pré estabelecidas que funcionam

bem.

Segue-se abaixo as cadências mais utilizadas.

1- Música erudita: I IV V

2- Blues : I 7 IV 7 V 7

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3- Jazz : II m 7 V 7 I 7 +

4- Bossa Nova : II m 7 V 7 I 7 +

5- Rock e Pop : I IV V

6- Funk : I 7 IV 7 V 7

7- MPB : I IV V, II m 7 V 7 I 7 +, I 7 IV 7 V 7

8- Cadência Plagal: I 7+ IV 7+ I 7+

BLUES

O BLUES é uma das formas mais populares de música modal, tendo a escala PENTATÔNICA o seu modo característico.

Utilizando-se da cadência C , F , G como exemplo de harmonia os escravos americanos, que tinham a escala pentatônica na cabeça desde criança, juntaram as notas do modo à harmonia da música erudita.

Exemplo:

Modo- C Eb F F# G Bb

+

C F G = C7 F7 G7

I IV V I IV V

Seguem-se abaixo algumas das mais utilizadas harmonizações de BLUES.

1) C7 / F7 / C7 / C7 / F7 / F7/ C7 / C7 / G7 / F7 / C7 / G7

2) C7 / C7 / C7 / C7 / F7 / F7 / C7 / C7 / G7 / G7 / C7 / G7

3) C7 / F7 / C7 / C#m7 F#7 / F7 / F#0 / C7 B7 / Bb7 A7 / D7 / G7 / C7 A7 /

D7G7/

4) C7 / Dm7 G7 / C7 / C#m7 F#7 / F7 / F#0 / C7 B7 / Bb7A7 / D7 / G7 /

C7 D#7 / D7 C#7