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Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração Modulo 1 Conhecimento, Ciência e Pesquisa. UAB - UNEMAT 1 Prof. Dr. Marcos Luís Procópio

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Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração

Modulo 1

Conhecimento, Ciência e Pesquisa.

UAB - UNEMAT 1 Prof. Dr. Marcos Luís Procópio

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O Conhecimento

Diferentemente dos demais animais que habitam nosso mundo e que agem fundamentalmente a partir do instinto, o Ser Humano é dotado da capacidade de aprender, compartilhar e acumular conhecimentos diversos.

Esses conhecimentos ou saberes diversos podem ser utilizados para explicar a realidade vivida, interferir no mundo no qual o Ser Humano vive ou ainda trazer conforto à própria existência humana.

O conhecimento científico é apenas um dentre uma gama de conhecimentos existentes em nossas vidas.

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Há pelo menos 4 tipos diferentes de conhecimento.

O Conhecimento

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Senso comum Conhecimento

teológico

Conhecimento filosófico

Conhecimento científico

Saber Humano

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1. o senso comum, conhecimento vulgar ou conhecimento popular

É a modalidade de conhecimento mais utilizada no dia a dia;

Não é obtido através da utilização de um método sistemático de pensamento e investigação;

É empírico (baseado na experimentação (não experiência) do mundo);

É baseado na imitação e na experiência pessoal (subjetivo) embora possa ser disseminado culturalmente ou tradicionalmente (intersubjetivo);

É transmitido de geração à geração através da educação informal;

Não penetra no fenômeno, ou seja, não explica os motivos e razões dos fatos, embora possa ser verdadeiro e embora possa ser verificável.

O Conhecimento

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O Conhecimento

Exemplos: Conhecimento vulgar do agricultor; Senso comum sobre o clima (meteorologia); Senso comum sobre o estado de espírito das pessoas.

Em resumo,

“[...] pode-se dizer que o conhecimento vulgar ou popular, latu senso, é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos: ‘é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido sobre algo’” (BADINI, 1957, apud LAKATOS; MARCONI, 2005, p. 77).

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2. conhecimento religioso ou conhecimento teológico

Está baseado em doutrinas e ensinamentos proclamados pelas divindades (sobrenaturais) sobre aquilo que é a verdade neste ponto de vista;

Demanda fé por parte daqueles que os adquirem;

Não é verificável;

Oferece conforto à existência humana na medida em que explica muitas coisas que as demais formas do conhecer não fazem;

Assim como o senso comum, também pode ser transmitido pela cultura ou tradição, de forma intersubjetiva.

Exemplos:

Os 10 mandamentos bíblicos.

O Conhecimento

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3. conhecimento filosófico Ao contrário do senso comum, que se baseia na experimentação

direta do mundo, o conhecimento filosófico baseia-se na pura reflexão abstrata;

É sistemático, racional e lógico; Sua verdade pode ser encontrada no sentido racional e lógico dos

seus enunciados; Não pode ser verificado; É especulativo e não busca respostas definitivas; Oferece sentido para as coisas que os demais tipos de

conhecimento não podem fazer.

Exemplos: O que é o ser humano? Como surgiu o universo? O que é felicidade?

O que é liberdade?

O Conhecimento

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4. conhecimento científico

Dentro de uma perspectiva positivista ou moderna de ciência, o conhecimento científico se constitui como um conhecimento:

Factual ou objetivo, ou seja, está ligado a fatos verificáveis; Que é obtido através de esforço consciente e sistemático

(metódico); Sistematicamente organizado em função de teorias, conceitos e

ideias; Racional e lógico; Verificável e que pode ser utilizado para predições; Que tem sua verdade encontrada através da indução ou dedução; Falível, pois nunca pode ser absoluto, ao contrário do

conhecimento religioso.

Exemplo: o comportamento gravitacional dos corpos.

O Conhecimento

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O Conhecimento

A principal diferença entre o conhecimento científico das demais modalidades de conhecimento é fato deste ser produzido sistematicamente através de uma metodologia científica reconhecida e aprovada por uma comunidade acadêmica, dentro do seu rigor e mediante os critérios da evidenciação, validade e confiabilidade.

Isso faz da metodologia uma linguagem científica “universal” no mundo acadêmico.

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A Ciência

O que é ciência?

“Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar” (LAKATOS; MARCONI, 2005, p. 80).

“Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio” (Dicionário Aurélio básico da Língua Portuguesa, 1995).

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A Ciência

O que a ciência faz?

“Descobre” ou desenvolve conhecimento (pesquisa).

Organiza e sistematiza o conhecimento.

Transmite o conhecimento (ensino).

A ciência parte de:

Um observador ou cientista;

Um conhecimento preliminar sobre o que se estuda (teoria, hipótese);

Um “caminho” de investigação (metodologia);

Um fenômeno ou “objeto” de estudo.

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A Ciência

Na ciência (positivista ou moderna):

Deve haver uma separação entre o observador e o objeto de estudo investigado para evitar a interferência do subjetivismo (objetividade);

O observador deve se isentar de valores e preconceitos sobre o objeto pesquisado ao conduzir sua investigação. Seus interesses pessoais, bem como qualquer outro interesse em torno dos resultados da pesquisa, devem ser afastados (neutralidade);

O método ou “caminho” de investigação deve ser objetivo (não subjetivo) e sistemático para que possa ser novamente percorrido em uma futura investigação (confiabilidade);

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A Ciência

Os instrumentos ou técnicas de pesquisa são capazes de produzir dados precisos e adequados aos fins da pesquisa (validade);

O conhecimento produzido deve representar o mais fielmente possível a “realidade” observada (indução) ou a “realidade” observada deve ser representada o mais fielmente possível pelo conhecimento já desenvolvido (dedução).

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A Ciência

A ciência pode ser dividida ou classificada de diversos modos:

Naturais ou Exatas: física, química.

Biológicas: biologia, botânica.

Sociais ou Humanas: sociologia, antropologia, ciência política, psicologia.

Além disso ainda podem ser aplicadas, ou seja, voltadas à solução de problemas práticos e desenvolvimento de tecnologias:

Ciências Biológicas Aplicadas: medicina, odontologia, nutrição.

Ciências Exatas Aplicadas: engenharia.

Ciências Sociais Aplicadas: administração, economia, direito, educação.

Podem ainda ser formais, ou seja, dedicarem-se ao estudo de linguagens ou sistemas simbólicos como: matemática (pura) e linguística.

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Particularidades das ciências humanas e sociais

1. Objeto histórico – vive em constante transformação.

“Ser histórico significa caracterizar-se pela situação de ‘estar’, não de ‘ser’” (DEMO, 1987, p. 15).

2. Objeto condicionado – materialmente e simbolicamente.

As pessoas produzem e reproduzem seu modo de vida em um contexto material e simbólico cujas condições de ação as antecede.

3. Fenômeno culturalmente modelado.

“O objeto de estudo das ciências sociais e humanas está associado com o homem enquanto ser relacionado, com si próprio, com os outros, com seu entorno físico e biológico e com as entidades mentais: ideias, conceitos, lógica” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 02).

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Particularidades das ciências humanas e sociais

4. O investigador faz parte da própria realidade que estuda.

O pesquisador não deixa de ser um ente humano e social ao fazer pesquisa humana e social. “Quando estudamos a sociedade, em última instância estudamos a nós mesmos, ou coisas que nos dizem respeito socialmente” (DEMO, 1987, p. 16).

5. O objeto possui consciência da sua própria realidade.

Isso não acontece nas ciências da natureza.

6. O objeto reage à observação e à experiência.

“O homem não poder ser observado se ser influenciado e não pode ser isolado de seu contexto sem perder sentido e coerência” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 02). Por isso “[...] o homem não pode ser tratado como um simples objeto do conhecimento, como acontece com os elementos estudados pelas ciências da natureza” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 02).

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Particularidades das ciências humanas e sociais

7. Impossibilidade da existência de regras e leis precisas e deterministas.

Maior dificuldade para predições e universalização (generalização) do conhecimento.

8. A realidade estudada se manifesta de modo qualitativo e não apenas quantitativo.

“Por exemplo, a ideia de democracia é um fenômeno de contornos voláteis que não sabemos bem quando surgiu, qual é o seu ‘tamanho’ hoje; por vezes achamos que diminuiu, outra que aumentou e até desapareceu” (DEMO, 1987, p. 16-17). O mesmo vale para a ideia de bem-estar social: como é possível medi-lo? A satisfação de muitos vale mais do que o sacrifício de poucos? Quantos são “poucos”? “Quem” são poucos? E de que “tamanho” é esse sacrifício?

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Particularidades das ciências humanas e sociais

9. O objeto se comporta de modo variável por natureza.

Pessoas não agem de modo totalmente determinado, salvo em situações especiais onde há coerção absoluta. “O homem é um sujeito demasiado complexo para se deixar reduzir ao estado de objeto” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 02). “Não há dois comportamentos iguais em função da mesma experiência” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 03).

10. Teoria se mistura com prática.

Nas ciências sociais não se faz teoria sobre algo externo, mas sim sobre o próprio modo de agir do ser humano. “Não se há de confundir teoria e prática [...] mas, ao tratarmos problemas sociais, não tratamos só de como pensamos a vida, mas sobretudo de como vivemos concretamente” (DEMO, 1987, p. 18).

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A Pesquisa

“A atividade básica da ciência é a pesquisa” (DEMO, 1987, p. 22).

O que é pesquisa?

“Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 2010, p. 01).

“Pesquisa é a atividade científica pela qual descobrimos a realidade. Partimos do pressuposto de que a realidade não se desvenda na superfície. Não é o que aparenta à primeira vista. Ademais, nossos esquemas explicativos nunca esgotam a realidade, porque esta é mais exuberante que aqueles” (DEMO, 1987, p. 22).

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A Pesquisa

“Para Ander-Egg (1978), a pesquisa é um ‘procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento’. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais” (LAKATOS; MARCONI, 2005, p. 157).

“A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados” (GIL, 2010, p. 01).

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A Pesquisa

A pesquisa é necessária sempre que se precisa obter conhecimento sobre algo que não se conhece ao certo, ou quando se precisa organizar e sistematizar algum conhecimento que não se encontra em um estado inteligível para responder a um problema ou indagação encontrada.

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A Pesquisa

Conceitos

São construtos (ideais) formais que buscam representar um dado fenômeno ou parte dele, ou seja, “[...] expressam uma abstração intelectualizada da ideia de um fenômeno ou de um objeto observado” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 33).

Exemplo: conceito de democracia.

Teorias

São construtos formais, coerentes e sistemáticos que se referem as relações entre objetos ou fenômenos, ou parte dessas relações, na forma de regras ou leis. Assim, “uma teoria deve constituir um esquema de unificação sistemático por conteúdos diferentes” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 27).

“O objetivo da teoria é o da reconstrução conceitual das estruturas objetivas dos fenômenos, a fim de compreendê-los e explicá-los” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 27).

Exemplo: teoria da escolha racional.

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A Pesquisa

Funções científicas da teoria:

1. Delimita os principais aspectos e dimensões da realidade (sempre complexa) que está sendo estudada;

2. Oferece um sistema de conceitos para a apreensão, estudo e classificação dos fenômenos;

3. Ilumina certas relações entre os fenômenos que estão sendo estudados;

4. Resume e sistematiza parte do conhecimento;

5. Em alguns casos, prevê acontecimentos;

6. São construídas a partir do estudo sistemático dos fenômenos. Por isso podem ser reforçadas ou refutadas.

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A Pesquisa

Fenômenos (são explicados por teorias e conceitos).

“O fenômeno tem características próprias e ocupa um lugar no tempo [...] existe, tem essência e é objeto do conhecimento científico” (RICHARDSON, 2012, p. 57).

Exemplo: participação popular em audiências públicas.

A pesquisa interessa-se por fenômenos.

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A Pesquisa

Classificação da pesquisa com base em seus propósitos gerais: Exploratória Mais abrangente Descritiva Explicativa Prescritiva Mais específica

Nível de especificidade do objeto de estudo. A natureza dos objetivos da pesquisa determina a escolha do método, assim como a escolha do método determina a escolha das técnicas de coleta dos dados. UAB - UNEMAT Prof. Dr. Marcos Luís Procópio 25

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Finalidade geral da pesquisa Exploratória, Descritiva, Explicativa, Prescritiva

Tipo da pesquisa Qualitativa, quantitativa

Metodologia da Pesquisa Estudo de caso, Levantamento, Pesquisa experimental, Pesquisa documental

Técnicas / instrumentos de coleta de dados Entrevistas, Questionários, Formulários, Observação

Modo de análise dos dados coletados Estatística descritiva, Estatística inferencial, Análise de conteúdo, Analogias e

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A Pesquisa

A pesquisa quantitativa:

“Pesquisas ditas quantitativas têm como propósito identificar relações entre variáveis. Hipóteses preestabelecidas pelo pesquisar são testadas em um contexto de verificação. Essa abordagem caracteriza-se pela objetividade, pelos critérios probabilísticos para a seleção das amostras, pelos instrumentos estruturados para a coleta, e pelas técnicas estatísticas para o tratamento dos dados. Busca-se a generalização dos resultados” (VERGARA, 2012, p. 242).

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A Pesquisa

A pesquisa qualitativa:

“Pesquisas ditas qualitativas, por seu turno, contemplam a subjetividade, a descoberta, a valorização da visão de mundo dos sujeitos. As amostras são intencionais, selecionadas por tipicidade ou por acessibilidade. Os dados são coletados por meio de técnicas pouco estruturadas e tratados por análises de cunho interpretativo. Os resultados obtidos não são generalizáveis” (VERGARA, 2012, p. 242).

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Metodologia

Diferenças

O que diferencia a pesquisa quantitativa da pesquisa qualitativa e que enquanto as primeiras lidam com números as segundas lidam com palavras?

ERRADO!

As diferenças se encontram na natureza das questões e indagações que as motivam, nos seus objetivos e na forma como os dados são coletados e analisados em cada um dos dois casos.

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Metodologia

O que é metodologia?

É um conjunto de regras sobre como o trabalho acadêmico deve ser escrito: capa, sumário, margens das páginas, tamanho das fontes e parágrafos?

ERRADO!

“Metodologia é uma preocupação instrumental. Trata-se das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal finalidade, colocam-se vários caminhos. Disto trata a metodologia” (DEMO, 1987, p. 19).

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Qualidades do pesquisador

O sucesso de uma pesquisa depende de algumas qualidades básicas do pesquisador, tais como:

1. Curiosidade;

2. Conhecimento preliminar do assunto a ser pesquisado, pois a atividade de pesquisa se alimenta, também, de conhecimentos já produzidos e sistematizados por outros a respeito do fenômeno e não apenas dos seus;

3. Disciplina e fidelidade ao método e aos instrumentos de coleta e análise de dados;

4. Pensamento crítico e autocrítico;

5. Disponibilidade de tempo e de recursos.

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Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração

Obrigado!

Conhecimento, Ciência e Pesquisa.

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