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Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem?
Dois textos principais
Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank.
Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano)
http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf Peter Lawrence (2010) The African Tragedy: International and National Roots. Em: Vishnu
Padayachee ed. The Political Economy of Africa. London: Abingdon
Módulo 1. Estará a África perante um ponto de viragem?
1. Introdução.
2 Análise histórica: evolução do crescimento africano
3: África a partir de 2000
o Quais são os motores do crescimento africanos?
4: Debate: Estará a África perante um ponto de viragem? Crise vs renascimento?
o Análise de vários pontos de vista e argumentos
Oya: Será que se deve mesmo falar de tragédia?
McKinsey report:
http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_
africas_growth
Es verdade que África despiega? Análise na aula
Oxfam: still hungry
Dados:
http://mortenjerven.com/a-history-of-economic-growth-in-africa-
why-measurement-matters/
Emerging or diverging? A framework for discussing ‘Africa rising’ – by
Jolyon Ford
http://africanarguments.org/2012/11/26/emerging-or-diverging-a-
framework-for-discussing-%E2%80%98africa-rising%E2%80%99-
%E2%80%93-by-jolyon-ford/
Africa Pulse: último relatório
Debate:
http://www.economist.com/debate/days/view/954
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1. INTRODUÇÃO: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE
AFRICANO?”
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE
AFRICANO?”
Fontes:
A descolagem de África: mito ou realidade (texto a analisar na aula)
L'Afrique est-elle vraiment bien partie? Henri-Bernard Solignac-Lecomte, chef
de l'unité Europe, Moyen-Orient et Afrique, Centre de développement de l'OCDE.
L'Economie politique n° 059 - juillet 2013
Alexandre Abreu, entrevista
1.1 INTRODUÇÃO
O que eu gostaria de fazer aqui é uma pequena introdução ao debate sobre o renascimento
de África “Africa Rising”.
Pespectivas negativas As narrativas dominantes sobre o crescimento económico e desenvolvimento do continente africano até
ao final do século passado eram informadas pela perpesctiva de uma África em Crise.
África era um continente desolador, com problemas de desenvolvimento, pobreza, fome, migrações,
piorado por guerras e pela devastação causada pelo HIV/SIDA.
Neste contexto, a imagem do comportamento das economias africanas era especialmente negativa
(centra-se na má governação como factor explicativo principal).
Optimistas Por outro lado, desde o início do século, em termos do crescimento económico em África, houve, em
certa medida, uma inversão desta perspectiva, nomeadamente nos media e perspectivas das organizações
internacionais,
Passou-se de uma visão de crise para uma uma visão extremamente optimista:
Já todos ouviram dizer que
“Alguns dos países que mais crescem no mundo estão em África”.
“O crescimento médio dos países continua a superar os 5% e os ganhos económicos também são reais”.
É comum fazer-se referência a dois artigos do Economist “hopeless continent” (2003) para “África
rising” (2011)
Vários autores analisaram a questão do renascimento africano.
Até ao ano passado, 2014, os relatórios do BM falavam de take off
Um dos relatórios muito citados do BM dizia:
“The bank concludes that Africa could be on the brink of an economic take-off, much like
China was 30 years ago and India 20 years ago1”
Mas começam a notar-se desaceleramentos
(Jenven em 20102):
“Now the current slowdown puts even very recent publications such as Edward Miguel‘s Africa’s Turn? and the 2008
World Bank volume Africa at a Turning Point? in a less favourable light. There are even signs Keynesianism is coming
back in fashion: in strict contrast to the austerity prescribed in the 1980, in the recent Regional Economic Outlook the
IMF suggested the use of counter-cyclical fiscal policy to weather the storm. However, because of structural adjustment
1 http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-2-11.pdf
2 http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf
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the ability of African states to intervene in their own markets is now very limited, and therefore the capacity to soften
the downturn with counter-cyclical fiscal policy will depend on their ability to raise funds in world markets. The
eventual return of growth in Africa will ultimately depend on the world economy.”
E claro, há perspectivas muito diferentes sobre se este crescimento é mesmo um renascimento ou não:
uns anunciando o descolar da África; outros chamando a atenção para os limites deste crescimento.
Tentamos aqui analisar alguns dos questões principais dos dois lados do debate.
Sem deixar de reconhecer a gravidade da situação económica em muitos países
africanos, o que é facto é que tanto os media, como a literatura académica, dão uma
visão distorcida e exagerada da situação politica e económica da África.
Há uma detencia sempre para a dicotomia
1.2 PONTOS PRÉVIOS
O que é que queremos então analisar neste módulo: Será que estamos ou não perante um ponto de viragem
em África? Ora, para para analisar esta questão temos de considerar 3 pontos:
(1)Tendência para distorcer
O terreno da crise africana, é terreno fértil para todo o tipo de interpretações, diagnósticos e
prognósticos
Há sempre a tendência em relação a vários assuntos que dizem respeito a África, mas, em particular,
em relação às análises sobre o crescimento económico em Africa para o extremo pessimismo ou o
optimismo exagerado
Talvez o pessimismo das décadas passadas fosse exagerado mas também é necessário analisar com
cuidado este período de optimismo:
(2) Avaliações poucos consistentes
Muitas destas análises sobre Africa e sobre a economia africana caracterizam-se por
avaliações muito inconsistentes que oscilam consoante o momento.
Há poucos dados viáveis: alguns dados sem evidências que os suportam são repetidos ad
eternum
Outro ponto a considerar é que as análises variam com os protagonistas e com os autores das
análises e são informadas por ideologias, por modelos diferentes de sociedade.
Isto acontece tanto nas narrativas dominantes, como nas abordagens e nas teses que contestam estas narrativas dominantes e que nos podem parecer mais interessantes.
Tanto os media, como a literatura académica, dão uma visão distorcida e exagerada da situação
política e económica da África
Diversidade
Para além disso, há que ter em conta a grande diversidade nos países africanos,
especialmente hoje em dia. (Abreu, entrevista)
Pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Maurícias
Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos
Algus tem instituições, a nível formal e informal, que permitem a distribuiçõa dos
redimentos outras não. É difícil fazer generalizações.
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1.3 Plano da aula
Neste módulo vamos então tentar analisar esta questão: Será que estamos ou não perante um ponto de
viragem em África?
E para isso vamos:
(1) Tentar compreender qual foi a evolução do crescimento africano ao longo das décadas
(2) Analisar a mudança da narrativa dominante sobre Africa: de continente das trevas a leões africanos
Quais são as diferentes narrativas/perspectivas sobre este tema.
O que é que vários autores, analistas, jornalistas e académicos pensam sobre este assunto.
Mas vamos então começar por dar uma visão geral do crescimento africano nas décadas pós-independência
para tentar compreender melhor estas visões.
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2. EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO AFRICANO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Fonte:
Ndulu, Benno et al (2007) : Africa’s Long-Term Growth Experience Capítulo 2. in: a Challenges
of African Growth. Washington. World Bank.
http://siteresources.worldbank.org/AFRICAEXT/Resources/AFR_Growth_Advance_Edition.pdf
(Obrigatório)
Prof Benno Ndulu presentation
Mkandawire, T., & Soludo, C. C. (1999). Our continent, our future: African perspectives on structural adjustment. Dakar, Senegal: CODESRIA/IDRC. Chapters 2-3 (BCEA)
HENRY BERNSTEIN, DAVID HULME and PHILIP WOODHOUSE (2000) African Enclosures?
The social dynamics of wetlands in drylands. Oxford: James Currey.
Giovanni Arrighi (2002) THE AFRICAN CRISIS World Systemic and Regional Aspects
http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis
Oya
Jerven, African Growth Recurring: An Economic History Perspective on African Growth Episodes,
1690–2010
O objectivo deste módulo é:
Tentar fazer compreender o crescimento africano numa perspectiva histórica de longo prazo
Em particular demonstrar que houveram vários episódios de crescimento e acumulação de capital
desde 1960 até hoje
Muitos deles acabaram mas trouxeram mudanças nas sociedades
Deve fazer-se a análise do crescimento como um processo recorrente para se compreender quais
são as perspectivas de crescimento sustentável para Africa (Jenvens).
Portanto esta análise deve levantar a questão:
até que ponto o episódio de crescimento que Africa experienciou nas últimas décadas agora é
sustentável ou não?
O que é que se pode aprender com o passado?
A análise é apenas sugestiva dando uma dimensão histórica a uma sucessão de eventos
(Woodhoose, p3) mas não queremos sugerir que há um conjunto fixo de factores com impactos nas
sociedades africanas.
Esta análise não tem pretensão de ser completa tendo só um objectivo de traçar alguns pistas
para reflexão mas há muitos mais factores em jogo do que os que eu vou poder abordar.
2.1 VISÃO GERAL DA EVOLUÇÃO AO LONGO DAS DÉCADAS
De forma muito simplificada: podemos caracterizar o crescimento africano do PIB3 africano pela
sua forma em U.
Muitos países africanos experienciaram este padrão de crescimento.
Nesta forma em U distinguimos:
Uma contracção do crescimento muito prolongada de 75 a 95
Entre dois periodos de crescimento moderado nos anos 60 e 90.
Em 2005, o crescimento africano voltou a atingir os níveis de 1960 mas com economias muito
maiores e mais diversificadas.
3 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa
determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). O PIB é um dos
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objectivo de medir a actividade económica de uma região.
PNB = PIB – RLEE
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Em termos de PIB Per Capita:
Se virmos o gráfico, o crescimento do PIB per capita é de cerca de 2% em 1960
Aumenta no final da década até 4% cai marcadamente nos anos 70 até se tornar negativo
depois volta aos 2% desde meio dos anos 90 para depois continuar a subir
Fonte; N’dulu
Características do crescimento a longo prazo
Six key features of Africa’s long-run growth
1. Divergence relative to other regions: rising income gap
2. Slow capital accumulation and slow productivity growth
3. Volatility of growth: commodity dependence
–Minerals and oil: price volatility
–Agriculture: weather shocks in addition to price volatility
4. Lack of structural transformation:
–Slow agricultural productivity growth
–Lack of export diversification
5. Diversity across countries: miracles and disasters; there are models of success in Africa
–Classics: Botswana, Mauritius
–Newer references: Mozambique, Ghana, Rwanda, …
–Growth tragedies: Congo DR, Zimbabwe, …
Source: Patterns and factors of long-term growth in África Geography, resources, and institutions
(slides) ordem diferente
Divergência:
Crescimento mais lento: ver 6. Divergência: África tem um ritmo mais baixo que no resto do
mundo entre 1960 e 2004.
De acordo com Oya, o desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em
todas as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as
dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a
AS começou a atrasar-se.
Não obstante,
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as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no
periodo 1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela
dinamica do capialismo mundial.
Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003.
O padrão de crescimento da AS acompanha de certa maneira o padrão mundial
Mas a ritmos sempre mais lentos
É influênciada pelos ciclos da economia mundial
Mas tem vulnerabilidades específicas que vão condicionar a trajectória particular de Africa entre 74 e
2000.
Em geral o que se pode dizer é que no periodo 1950 a 2003 todo a economia africana cresce a um ritmo
mais baixo que o resto do mundo.
De 1950 a 2003, o PIB cresce mais lentamente em relação a outras regiões mas cresce a um ritmo de
0,7% ano
Grandes diferenças em relação aos outros países em desenvolvimento em particular com os países do
Leste Asiático (Grafico abaixo):
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O primeiro ponto de diferença é as taxas de crescimento mais baixas durante todo o periodo
excepto no início dos anos 60/70.
A divergência entre as economias asiáticas acentuou-se a partir de meados dos anos 70 e nos anos 80
devido à combinação do aumento do crescimento das economias asiáticas e o colapso do
crescimento em Africano.
Nos ultimos anos, desde 95, contudo é clara a convergência dada a recuperação das economias
africanas. Esta convergência deve-se essencialmente à aceleração das economias africanas.
SA: South Ásia4 (Bangladesh, Pakistan, Nepa, India Sri Lanka); EAP: East Asia and Pacific
(Coreia, Taiwan, China?Japan, ) Outro aspecto que é importante notar contudo é que os países asiaticos sofreram um crescimento
sustentado durante varias décadas. Na maioria dos países africanos o crescimento foi muito mais
episódico que noutras regiões em desenvolvimento.
O PIB per capita de 1960 a 2004 cresce a 0.5% ano5
Enquando nos outros países em desenvolvimento: o PIB per capita cresce a 3%.
Isto significa que durante 45 anos os rendimentos per capita cresceram a 1/5 da taxa dos países em
desenvolvimento (0.5 percent versus 2.5 percent).
Em termos de rendimento per capita: a divergênvcia é enorme
A divergência acentua-se devido às elevadas taxas de aumento da população: Assim as diferenças de
rendimento por pessoa entre as economias asiáticas e africanas são fenomenais.
o Em 1960: O rendimento per capita era metade o das outras regiões em desenvolvimento
(países da Ásia e do Pacifico)
o No fim do século 20: era menos de 1/5
4 Souteast Asia: tailandia. Vietnam, Indinesia, Malsia, Filipinas, Singapora, Laos. Cambodja 5 nos 41 países da ASS para os quais existem dados
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The larger divergence is mainly because of the relatively rapid growth of very populous countries
such as China, India, and Indonesia in Asia. In contrast, the large countries in Africa, including
Democratic Republic of Congo, Ethiopia, Sudan, and Nigeria, have on average grown more slowly
than smaller ones. Ndulu
Diferenças entre países
Há diferenças significativas entre países dentro de África6: ver Diferenças entre países abaixo.
ver Ndulu, evolução e Oya
Houve um país que teve crescimento positivo contínuo desde 1960: Botsuana7 (mas não pc)
6 Classificação segue Country Income Groups (World Bank Classification). Em 2011: http://chartsbin.com/view/2438
GNI per capita GNI per capita is gross national income divided by midyear population. GNI (formerly GNP) is the sum
of value added by all resident producers plus any product taxes (less subsidies) not included in the valuation of output
plus net receipts of primary income (compensation of employees and property income) from abroad. Data are in
constant 2005 U.S. dollars.
http://data.worldbank.org/indicator/NY.GNP.PCAP.KD/countries?order=wbapi_data_value_2006%20wbapi_data_valu
e&sort=asc&display=map
Upper MIC 6: Guiné Eq; AS; gabão, Mauritias, Botswana, namibia
Lower MIC 7: Angola, Rep dp Congo Brasa, lesoto, Camaroões, costa marfim, Nigéria, Zâmbia, Mautitania, senagel
LIC 7 http://www.oecd.org/dev/1921696.pdf
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2.1.1. Volatilidade
No entanto, há muitas oscilações
Temos assim (aproxidamente) 3 períodos: 1960’s-1975: Período (pos-colonial) das independencias: crescimento e euforia
1975 – 1995: as Décadas perdidas: A crise mundial dos anos 70 empurrou para a crise grande parte
dos países africanos, que têm um crescimento negativo desde meados dos anos 70. Esta crise precipitou-
se com os choques energéticos - Choque petrolífero (1973) e corresponde ao tempo do ajustamento
estrutural e à crise da dívida
A partir de 1995: Renascimento? Crescimento volta a ser positivo.
As últimas análises do BM em 2014 continuavam a dar crescimento positivo projectado 5.2. em
2015/20168
8 http://www.worldbank.org/en/region/afr/publication/africas-pulse-decades-of-sustained-growth-is-transforming-
africas-economies
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Em 2015, o BM já começa a avisar que esse cresceimento pode ser posto em causa:
“Sub-Saharan Africa’s growth is projected to slow in 2015 to 4 percent, before picking
up moderately in 2016”.
Estes períodos correspondem a uma periodização geralmente aceite que corresponde a
momentos importantes da história universal.
CONCLUSÃO:
A abordagem que se faz aqui é que as experiencias de crescimento africanos são experiências de
crescimento recorrentes (Jenven9).
Em vários períodos registaram-se períodos sustentados de crescimento per capita (tanto na Africa
pre-colonial, colonial e post colonial)
o Periodo pre-colonial: o crescimento das culturas de exportação leva ao aumento do PIB e,
nalguns casos, à melhorias das receitas de alguns agricultores (Jenven)
o Periodo colonial, através de marketing boards, as receitas de exportação eram capturadas
pelo estado.
o No período pos colonial estas receitas foram canalizadas pela formação de capital e
investimentos estatais
Mas não foram períodos de viragem como no caso da industrialização europeis ou no Leste Asiático.
No entanto foram importantes porque associados com mudanças qualitativas da forma como as
sociedades estão organizadas e de alguma forma trazendo algum bem estar económico (Jervens)
Faltará na análise
Os períodos de estabelecimento colonial e consolidação (de 1880 a 1930)
Inclui um período de expansão da globalização e da partilha da África (scramble for África) seguido
da Guerra e da grande depressão
E o período do colonialismo tardio de 1940 a 1950, com um cunho desenvolvimentista
Corresponde à expansão da actividade do estado e regulação (keynesiana e outras) que teve impactos
profundos no colonialismo tardio
http://hdr.undp.org/en/content/gdp-per-capita-2011-ppp
9 Usando o conceito de Jerven http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf
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2.2 1960’S-1975: PERÍODO DE EUFORIA, ESTADO DESENVOLVIMENTISTA
O período de euforia vai do pós-independencia para muitos países (excluem-se os PALOP), até ao
primeiro choque do petróleo em 1973.
O primeiro período em que os países africanos se estão a estabelecer é um periodo de crescimento
robusto.
Foi um periodo de crescimento do PIB em que Africa cresceu a um ritmo semelhante à maioria dos
países em desenvolvimento (se exceptuarmos os tigres asiáticos: Malásia, Singapura, Coreia, Taiwan).
Durante este período vários (pelo menos 13) países africanos excederam a taxa de crescimento média
dos países em desenvolvimento.
Neste periodo (antes dos anos 80) destacam-se
Os paises com mercados maiores e com governos mais activos nos processos de acumulação e
industrialização pos independênia: como o Quénia e a Costa do Marfim, com um estado
desenvolvimentista;
os produtores de petróleo ou diamantes como o Botsuana e a Nigéria, o Gabão, que depois seguiram
trajectorias muito diferentes.
Particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a
Costa do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste
asiáticos incluindo a Coreia.
Estes foram:
1. Botsuana (diamantes),
2. Costa do Marfim (cacau e petróleo), - cresceu de 1960 a 78
3. Gabão (petr, Mn,),
4. Quénia (chá. Flores café) - cresceu de 61 a 79
5. Lesoto (diamantes, confecção),
6. Mauritânia (ferro),
7. Malawi (tabaco),
8. Namibia,
9. Nigeria,
10. Seicheles,
11. Togo (cacau),
12. Tanzânia (ouro),
13. Africa do Sul (platina, ouro e diamantes).
Matérias primas agricolas:
Café, cacau, cha
Açúcar, algodão
Porquê o crescimento? (Woodhouse, p.7)
É o período de optimismo da independencia
É o período do estado desenvolvimentista que teve o seu apogeu nos anos 60
Correspondeu também a um ciclo de crescimento sem precedentes na economia mundial
Um grande aumento do investimento
O modelo do colonialismo tardio de desenvolvimento económico liderado pelo estado foi assimilado
embora com várias reconfigurações como é o caso nos modelos de inspiração soviética
O resultado foi um grande aumento da escala do investimento estatal tanto nos sectores económicos
como sociais
a estratégia principal para muitos dos países era a industrialização por substituição das
importações
Houve então um grande investimento em grandes projectos de infrastruturas (comunicações,
energia. Agua)
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Este padrão era razoável dadas as necessidades em infrastruturas, en capital físico e tecnologia e
os esforços de muitos estados postcoloniais para acelarar a modernização e a transformação das
suas estruturas produtivas (sender e Smith, 1986, cit in Oya)
e investimentos na produção primária (agricultura, madeira e mineração) tipicamente através da
formação de empresas paraestatais
As agências de cooperação estrangeiras tb estavam muito envolvidas no financiamento, planeamento e
até implementação destes projectos.
Um foco maior também na redução da pobreza nas zonas rurais através do aumento das receitas
agrícolas que seria conseguida com os investimentos na agricultura e melhoria das condições de vida
das populações através da prestação de serviços (educação, saúde, água).
As de empresas de comercialização (marketing boards) e outras empresas parastatais tanto nas culturas
de exportação como nas para consumo interno (staple) foram reorganizadas sofrendo integração vertical
e forneciam inputs, credito, serviços de extenção e comercialização
Crescimento das exportações
Durante este período, com um pico nos anos 60, assistiu-se ao maior crescimento das exportações de
produtos agrícolas desde os anos 20.
Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos países
asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa do Marfim
(cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste asiáticos
incluindo a Coreia.
Esta fase de crescimento foi suportada por um período de crescimento da produtividade dos factores e
um periodo de acumulação de capital físico (com contribuição muito forte dos estados (Oya).
Fragilidades económicas deste periodo
Mas há muitas fragilidades nas economias e tensões internas e externas
No entanto, as economias eram pequenas
A maioria da população vivia da agricultura de subsistencia
Dependencia das matérias primas
o Os países participavam no mercado internacional mas eram dependentes de matérias-primas
para as suas exportações nomeadamente de produtos agrícolas: e de preços estabelecidos
pelo exterior
Declineo dos termos de troca dos produtos agrícolas e outras matérias primas (minerais):
Apesar de alguns picos, os preços das matérias primas sofreram um declineo constante de longo prazo e
instabilidade de curto prazo (volatilidade) o que produz condições desfavoráveis para os países que são
dependentes de matérias-primas
Este declineo tem efeito tanto nos produtores como no estado
Os seus impactos negativos vão ser acentuados nas décadas seguintes com a liberalização e o abandono
dos mecanismos que os estados tinham para tentar controlar os preços
Não houve mudança estrutural
Alguns AA sustentam que a maior parte deste crescimento foi devido a taxas de investimento
em capital fixo elevadas (berthelemy e Soderling (2001 ct in Oya) mais do que aumento de
produtividade (Acumulação de capital vs aumento da produtividade dos factores)
Não houve portanto aumento da produtividade e transformaçao estrutural10
10 Acumulação de capital vs aumento da produtividade dos factores
Produtividade fos factores depnde de
Politicas macro,
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São as mudanças estruturais: que levam a uma alocação mais eficiente de factores para actividades
novas e mais produtivas
Como exemplo cita-se s milagre asitário que dependeu de mudanças estruturais que levaram à produção
de misturas sofisticadas de produtos
Há muitas divergências:
21 países tinham crescimento moderado Pritchett (1998)
A outra metade demonstrava estagnação persistente
Fragilidades políticas
É um período de independencia política traz um optimismo muito grande em relação ao que era possível
de atingir em termos de crescimento.
A estrategia de desenvolvimento liderado pelo estado justificava-se pelas necessidades de construir a
nação depois do subdesenvolvimento forçado pelo domínio colonial e a exploração.
Também serviu para justificar o partido único e vários golpes militares
A estratégia principal para muitos deles era a modernização,
Este projecto foi muito criticado devido à sua desaqueção ao contexto local.
Nomeadamente por ignorar as estruturas e instituições tradicionais dos vários grupos étnicos e por não
as incorporar nos modelos analíticos
o Mamdani: “as elites africanas queriam apagar a história em nome do desenvolvimnto
defendiam a independencia africana mas não conseguiam produzir um modelo de
desenvolvimento enraizado na história africana”
Por outro lado também havia uma política de extração dos recursos das zonas rurais para as cidades, que
foi afectando a sua capacidade produtiva
Contração de empréstimos O investimento desta década tinha levado à constração de empréstimos para mega projectos (alguns
elefantes brancos) junto de bancos europeus
Começa assim a ganhar forma uma crise fiscal que depois se vai intensificar com uma serie de choques
externos ligados à recessão global.
IMPACTOS e décadas perdidas
Os impactos dessas fragilidades vão se começar a sentir nos anos 70, devido ao impactos destas tensões
internas e externas.
Já nos anos 70 se começa a sentir o declineo das exportação das matérias primas agricolas
Isto gerou rios de discursos centrados na patologia dos estados africanos e no falhanço do estado
desenvolvimenstista (Woodhouse, p9).
A isto acrescentaram-se imagens dramáticas de seca e fome em África
É isto que vai constituir o conjunto de manifestações da “Crise Africana” que vão dar origem as
chamadas décadas perdidas
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2.3 1974 – 1994. AS DUAS DÉCADAS PERDIDAS
As décadas perdidas foi termo cunhado por Colin Leys (1994) ,11 mas também citado por outros autores
como Collier e Easterly )
Fonte: Chrish Blattman fev 2010, lecture 1. week 7
Este é um período muito negativo das economias africanas.
Caracteriza-se por um decréscimo abrupto do PIB per capita
Foi este periodo que deu origem ao chamado afropessimo.
E este pessimismo foi maior porque sucedeu a um periodo de euforia que se tinha generalizado nos anos
60 e 70 e que foi cortado pela crise mundial dos anos 70.
A maioria dos autores que falam de tragédia africana aceita que o crescimento do continente até meados
dos anos 70 não foi desastroso. (Collier y Dunning, 1999a, p. 3).
Collier, P. & Gunning, J.W. (1999) Why has Africa Grown slowly
Neste período, as análises pessimistas dominaram o discurso sobre África.
Destacam-se os estudos de vários autores, principalmente economistas
Ref: Colin Leys: ‘Confronting the African Tragedy’, NLR I/204, March–April 1994, pp. 33–47.
Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions”
Quarterly Journal of Economics 112(4).
Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of Policy Reform 1980-
1998. Washington: World Bank
Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis, 1979–1999
Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa: From Colonialism through
Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf
Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004).
11 The term ‘African Tragedy’ comes from Colin Leys: ‘Confronting the African Tragedy’, NLR I/204, March–April 1994, pp. 33–
47.
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
- 16 -
“Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here]
o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf
Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies, Journal of African
Economics12. o
Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto
Arbache, Jorge Saba and John Page (2007) Patterns of Long-Term Growth in Sub-Saharan Africa. World
Bank.
Arbache, Jorge Saba and John Page (2008). Is Africa’s Recent Growth Robust?, World Bank, Africa Region
Working Paper Series, No. 111: Abstract
Barro, Robert J. (1991) Economic Growth in a Cross Section of Countries. Quarterly Journal of Economics,
May 1991, 106(2), pp. 407–43.
Berthelemy, Jean-Claude and Ludvig Soderling (2000). The Role of Capital Accumulation, Adjustment and
Structural Change for Economic Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes. World
Development, Vol. 29, No. 2, pp. 323-343, 200
Esta denominada “Tragédia Africana” corresponde a uma retrocesso do continente em termos agregados,
quando o PIB decresceu a um ritmo de 1% ano (Oya).
Se considerarmos o PIB per capita este é mesmo negativo
Enquanto isso, outras regiões conseguiram suster e até aumentar o seu crescimento: começa aqui a
divergência sobretudo em termos de PIB per capita. Ver abaixo explicação da divergência: Africa cresce mais devagar
Há uma forte queda da produtividade e queda do investimento, que levaram ao estancamento (ou
decrescimento se considerarmos em termos de per capita) do PIB nos anos 90.
Assim, as decadas de 80 e 90 são consideradas as décadas perdidas.
Mas há muitas divergências entre países
Durante as décadas perdidas poucos (cerca de 7) paises excederam as médias de crescimento dos
países em desenvolvimento.
São eles:
1. BF (algodão),
2. Botsuana (diamantes): aumentou 9 vezes o rendimaneto per capita
3. Cabo Verde (
4. RDC
5. Lesoto,
6. Maurícias
7. Seicheles
Africa do Sul : aumentou 60% o redimento per capita de 1960 a 2004
De acordo com alguns autores, países como a Costa do Marfim e os camarões sofreram desde meados dos
anos 80 como resultado das políticas de ajustamento estrutural.
Porquê a crise africana ?
Explicar as causas da tragédia africana atrai muitos analistas
O dabete tendeu a polarizar-se entre internalistas vs externalistas
OU seja sobre se as causas desta desaceleração são internas ou externas:
12 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf
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As explicações internalistas atribuem a causa principal às políticas nacionais e comportamentos
das elites
As explicações externalistas relacionam os episódios de crescimento e desaceleração com ao
comércio e à economia mundial
Vários autores, alertam para a necessidade de tomas em conta tanto os factores internos como os
externos (ver Mkandawire).
O importante é que não factores singulares que expliquem a crise africana mas há interações
complexas entre vários factores
Quais são então alguns destes factores13?
(1) FACTORES EXTERNOS A crise global dos anos 70 afectou severamente Africa.
Choque petrolífero. O acontecimento mais importante são os choques pretroliferos depois dos
aumentos de preço do petróleo provocados pela OPEC
A deterioração dos termos de troca para as matérias-primas
O choque petrolífero levou à desacelareção global da economia
A crise mundial e a recessão nos países industrializados também levou à contracção da procura e exerceu
uma pressão negativa sobre os preços das matérias primas (uma séries de choques entre (74 e 79) nos
mercados das matérias primas (energia e produtos agrícolas tropicais)
temos assim delineo das exportações combinado com declineo dos preços
O aumento da produção também contribuiu para uma redução ainda maior dos preços
Mas este impacto negativo nos termos de troca tb é atribuído à acção de empresas transnacionais que
controlam as exportações africanas e que mantêm os preços baixos14
Por outro lado as importações tornaram-se mais caras especialemente os produtos do petróleo
Isto reduziu a disponibilidade em divisas dos países africanos e
Diminiui a capacidade de pagar a divida
Endividamento. Os gastos que os estados independentes tinham nos seus programas de investimentos levou à escalada do
endividamento pelos governos africanos
Este endividamente também foi estimulado pelos bancos europeus e americanos que tinham muita
liquidez (petrodólares)
As taxas de juro aumentaram
Por outro lado as taxas de juro aumentaram.
O aumento das taxas de juro também se deveu à decisão do banco central (Federal Reserve) dos USA de
aumenta as taxas de juro de 11% para 22% (isso tornava os USA mais atractivos para o investimento)
Um efeito é que os países endividados tiveram de pagar mais serviço da dívida
13 Notas:
http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf While we do know how these periods of growth are related to world economic patterns, research on how these patterns change economic power
and structure in African economies are key, yet relatively understudied questions that demand answers. The growth episodes here were rooted in trade and the world economy, but the growth was only possible due to a reorganisation of factors of
production, a combination of investment and technological growth that had political economy consequences.
The global economic downturn in the 1970s hit Africa particularly hard. Between 1975 and 1995, a combination of depressed demand in external markets and elites turning to predatory rent-seeking ensured that growth did fail in the majority of African economies
It is also widely recognised that this economic downturn also led to a political disorder, state failure and the increased incidence of civil war. After a
prolonged period of structural adjustment, growth did return, particularly due to renewed demand and increased prices for primary product exports.
Ver Edward Miguel‘s Africa’s Turn? (book, MIT press) and the 2008 World Bank volume : Africa at a Turning Point?
14 Custers & Matthysen (2009) África Natural Resources in a Global context.
http://www.cncd.be/IMG/pdf/20090812_Natural_Resources.pdf
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Outro efeito é que os fluxos financeiros passam a ser dirigidos para os EUA para produção de elevada
tecnologia e alto valor e actividades menos produtivos passaram para os países asiáticos
A Africa ficou excluída das oportunidades fornecidas pela política monetária e industrial americana
(Custers & Matthysen, 2009)
O ajustamento. o Devido à combinação destes factores, quase todos os países inciaram negociações com o FMI e o BM
para um rescalonamento da dívida e outros apoios financeiros
o A contrapartida foram os PAE que envolviam reformas económicas, sociais e da Administração pública.
o As linhas principais das reformas (ainda que não tenham sido todas implementadas) eram:
A diminuição da intervenção do estado para haver um ajustamento correcto dos preços
(retirando a intervenção do estado que levava a distorções)
A desvalorização monetária (porque se considerava que a valorização monetária favorecia as
importações vs exports)
Liberalização do comércio
Redução da despesa do estado e do emprego
Privatização das empresas estatais
o Estas políticas são complementadas em fases seguintes por um foco no capacity building e depois boa
governação
o Os resultados da implementação dos PAE levaram a debate muito intensos
Muita literatura analisa o impacto negativo do PAE de AA que se posicionaram contra estas
políticas
resaltam a contracção da despesa do estado, ao despedimento em massa dos funcionários
públicos, encerramento de empresas públicas, abertura das fronteiras a importações que
destroem produção local
o Outros vêem a implementação dos PAE como o ponto de viragem para uma década melhor
(2) Secas
o Vêem juntar-se a estes problemas as grandes secas nos anos 70, 80, 90 (por exemplo Etiópia, 83-85)
que se fizeram sentir na mesma altura em várias partes de África (Warren, 1996, cit i Woodhouse)
o Agravadas pela falta de divisas para as importações alimentares
o Estas pressões foram agravadas por conflito e insegurança em vários países (Etiópia, Somália,
Moçambique, Sudão, Libéria)
(3) FACTORES INTERNOS: politicas e comportamento predatório das elites africanas »
Um dos factores explicativos com mais apelo, especialmente nas análises conduzidos pelas organizações
internacionais, é o das más politicas.Policy failure
As politicas falharam e porquê? Umas das explicações mais comuns é a da captura das politicas por individous para os seus
interesses pessoais e não para a sociedade
Crise económica levou à desordem politica, incentivou as elites a adoptaram comportamentos
predatórios de procura de renda, desconstrução do estado
Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas
A depressão económica terá contribuído para provocar a desordem politica
De acordo com esta perspectiva o estado africano está no coração das crises economisas e de
governação que invadem o continente
Porquê:
o Devido à sua excessiva intervenção nos processos de económicos em detrimento do mercado
o A sua burocracia e o tamanho do estado
o Dominação do estado por redes clientelares e uma elite urbana que afasta o estado do sector
rural produtivo
o Monopólio das forntes de geração de renda
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o Centralização do desenvolvimento que desincentiva o sector privado
o Para muitos era simplesmente a natureza neopatrimonialista e a procura de renda que
motivava os políticos
o Estes teriam sido as razões que levaram a:
Barreiras protecionaistas
Controle de preços
Subsídios
Monopólios do estado
Crítica de Mkandawire.
Se é certo que o falhanço das politicas é em paete explicado por estes factores na crição da crise, no
entento não explica tudo.
Para já, vários destes grupos são encontrados em muitos países com boas performances
Em muitos estados asitáticos o estado criou deliberadamente rendas e sai trasnferencias para
determinados grupos que eram central para o desenvolvimento económico
Portanto, as relações não são assim tão directas
Além disso, a análise contradiz-se a si própria porque muitas das politicas criticadas não trazem
benefícios para os grupos que as apoiam
Segundo isto impleica que funcionários públicos políticos e policy makers não tªêm nenhum sentido
de dever e só actuam em função dos interesses do seu grupo ou patróes
Não têm agência moral
Esta abordagem per se teve impactos negativos nas administrações, levando à desmoralização dos
funcionários a à sua não –cooperação com os PAE e eventualmente ao seu enfraquecimento
Também levou á falta de apropriação hoe considerada essencial para implementação de politicas
O estado visto como fonte de todos os males, facilitava as soluções
Não era preciso refectir sobre qualidade das receitas do PAE
A solução era simplesmente diminuir o Estado
A insistência pelas OI nas causas internas contribui para a falta de confiança e a quebra do diálogo
em muitos casos
Por outro lado esta abordagem sugere que os factores estruturais com os quais os estado tem de lidar
não são importantes
o lack of progrowth institutions, which originated either under the colonial system or during the
period of slavery,
o Mas também as políticas desenvolvimentistas são fortemente criticadas como sendo politicas
que favorecem as elites:
São criticados o protecionismo das indústrias nacionais
As empresas públicas
Os investimentos
o
o Também são criticadas politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural
A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites
urbanas e funcionários públicos.
Ora, muitas destas políticas correspondem precisamente a políticas que eram consensuais na década
anterior tanto em Africa como no mundo ocidental, onde ser considerava importante o papel do
estado.
A partir dos anos 80, todas as políticas com base na intervenção forte do estado passaram a ser vistas
como más politicas que beneficiam somente as elites.
(4) A este tem de se acrescentar:
o Os factores históricos: colonialismo, a guerra fria e as proxy war
o Conflitos: Angola, SL, RDC
o Pandemia de HIV/SIDA
o Baixa productividade
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o Recursos Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás
o Geografia
o Características demográficas
Ver classificação de Sachs (mais abaixo)
Ver Oya A dummy africana
Sachs: internalista
Procura as especificidades de Africa que possam explicar o mau desempenho em termos de crescimento
económico
Atribui o fraco crescimento africano a (1) factores geográficos, (2) recursos naturais, (3) politicas, (4)
ambiente institucional (condições iniciais, legado colonial, liderança e falhanço do estado)
Sources of slow growth (Sachs)
Muitos autores, principalmente economistas, tentaram descobrir se havia um factor único, especifico a
África que causara a diferença (African Dummy)
E tentaram explicar as razões do baixo crescimento africano nestes períodos.
Um dos autores que estudaram essa questão foi o economista Jeffrey Sachs
O seu estudo “Sources of Slow Growth in African Economies” no Journal of African Economics foi
um dos papers mais citados de sempre desta revista
Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African
Economics15.
Este foi a base para vários outros papers que publicou sobre o assunto (Sachs and Warner 1997a, 1997b,
1997c, 1999a, 1999b, 2001)
Ele atribui o fraco crescimento africano a (1) factores geográficos, (2) recursos naturais, (3) regimes
políticos, (4) factores institucionais (condições iniciais e falhanço do estado) históricos e nomeadamente
as instituições, políticos, económicos,
Sources of slow growth 16
Geography
–Distance to markets and costs of production and transportation
–Rx: primacy of infrastructure and industrial policies
•Resource endowment
–Rent-seeking
–Resource curse/ ‘Dutch disease’
•Policy regimes
–State controls and impact on efficiency
–State vs. markets; developmental states vs. vampire states.
–Intertemporal considerations in resource allocation (e.g., resource booms)
•Institutional environment
–Initial conditions: post-independence orientations; colonial legacy; national leadership (e.g., rural policy
bias); role of the culture and tradition (e.g., Botswana)
–State breakdown; role of the military
•Polarization
15 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf 16 http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf
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–Regional, ethnic, religious dimensions;
–Centralist (Ghana under N’Krumah vs. Congo/Zaire), decentralized, federalist systems (Nigeria)
–Rx: economic policy geared towards redistribution (transparent, enforceable, and efficient) can reduce risks
of conflict and foster growth
Sachs defende que, o principal entrave foram as políticas desadequadas, e, em particular, falta de
abertura aos mercados internacionais.
Os factores geográficos como a falta de acesso ao mar e o clima tropical também são considerados
importantes.
Mas há um grande debate em torno destas causas do crescimento lento.
Há muitas críticas aos trabalhos de Sachs sobretudo ao uso de métodos quantitativos
Mas outros autores defendem que são as questões geográficas, a demografia e a saúde e não as politicas
Outros estudos seminais sobre o assunto são os de
Bloom, Sachs et al. (1998), geography, demography and economic growth
Easterly and Levine (1998),
Temple (1998),
Bloom, David E., Jeffrey D. Sachs (1998), Geography, demography, and economic growth in Africa, Brookings
Papers on Economic Activity 1998(2):207-95. http://www.cid.harvard.edu/archive/malaria/docs/brookafr.pdf; http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/1998%202/1998b_bpea_bloom_sachs_collier_udry.PDF
Collier and Gunning (1999a, 1999b),
Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999a), Explaining African economic performance,
Journal of Economic Literature 37: 64-111.
Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999b), Why has Africa grown slowly? Journal of
Economic Perspectives 13(3): 3-22
Easterly and Levine (1998), Temple, Jonathan (1998), Initial conditions, social capital and growth in Africa, Journal of African Economies
7(3): 309-47.
Critica de Sachs
Carlos Oya
Oya defende que estas análises pessimistas muitas vezes são limitadas no tempo, ao periodo pós
independencia e muitas vezes não reconhecem a diversidade económica do continente e os avanços
alcançados nos últimos 100 anos (Oya).
Oya (2007) Crescimiento y desarrollo económico (castelhano)
Carlos Oya alerta ainda para a necessidade de juntar às análises econométricas, base de muitos
estudos económicos, análises da realidade política e social e as suas relações com o progresso e
o crescimento. Muitas vezes não há complementariedade entre estes tipos de análises.
Ele considera que, apesar de lento, houve crescimento e melhoria das condições materiais de
vida em muitos países (OYA)
Arrighi: externalista
Economista e professor de sociologia italiano mas que trabalhou nos EUA
Investiga as transformações do capilismo mundial Mas vários AA contestam a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites
africanas para a má governação
Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis
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Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia da
ASS no contexto da transformação global desde 1975.
De acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia política
global.
E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com transformações
globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo diferente.
Easterly
Easterly é um economista americano e foi ele que num paper para o BM (2002) disse que as
decadas de 80 e 90 eram as décadas perdidas
Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of
Policy Reform 1980-1998. Washington: World Bank
Acerca das causas Easterly concluiu que a estaganação representa o falhanço da aplicação do
Consenso de Washington “The stagnation seems to represent a disappointing outcome to the
movement towards the ‘Washington Consensus’ by developing countries Segundo ele a estagnação não derivava só de más políticas mas de factores estruturais externos
Ele identificou as causas profundas da estagnação como sendo17: (causas que segundo o mesmo
autor são muitas vezes sintomas ao mesmo tempo do crescimento lento que causas)
O aumento das taxas de juro mundiais
O aumento do peso da dívida
A desaceleração da economia
Mudança technológica baseada em capacidades técnicas
17 “the increase in world interest rates, the increased debt burden, the growth slowdown in the industrial
world and skill-biased technical change”.
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2.4 A PARTIR DE 1995: PONTO DE VIRAGEM?
Mais recentemente, surgiu uma visão mais optimista, que considera que estamos perante um ponto de
viragem desde o início do milénio.
E isto porquê?
Crescimento do PIB Nas últimas décadas vários países africanos voltaram a registar taxas de crescimento positivas
Desde 95, a 2010, as taxas de crescimento media situaram-se perto dos 5%
Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro18
PIB per capita
A partir de 1995, o crescimento volta a ser positivo.
Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias
sejam já muito maiores e mais diversificadas
As taxas de inflação baixaram (APP, 2012)
O PIB per capita cresceu em média 2.5%
Isto significa que o redimento per capita em 2010 era mais 46% que em 95
Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos)
18 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth
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De 1995 a 2000:
20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média dos paises em desenvolvimento.
São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais:
o Sudão,
o Chad,
o Guiné Equatorial e
o Angola.
Ou países que levaram a cabo muitas reformas;
o Gana, (volta a crescer a partir de 83)
o etiopia,
o benin,
o mali,
o malawi,
o Moçambique
o Senegal
o Tanzania
Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)
É esta renascença no crescimento africano desde o meio dos anos 90 que faz com que o crescimento
africano adquira esta forma de U.
Leões africanos
Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África.
Muitos países têm taxas de crescimento maiores de 4% na última década.
A etiópia tem taxas de crescimento maiores que a china
O Uganda ultrapassou a Índia
Quais são os factores que suportaram esta recuperação?
Em geral;
1. Aumento da procura para as exportações africanas e aumento da produção
2. Aumento dos preços das comodities: petróleo, minerais e outras matérias primar
3. Aumento da Procura interna:
4. Investimento público em infrastrutura
5. Aumento do IDE:
Estas questões são aprofundadas no módulo seguinte
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A investigar:
Períodos de estabelecimento colonial e consolidação (de 1880 a 1930) e colonialismo tardio de
1940 a 1950
1960’s-1975: Período (pos-colonial) das independencias: crescimento e euforia
3. AS RAZÕES DA “TRAGÉDIA AFRICANA” (informação complementar)
Refs:
Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies, Journal of African
Economics19.
Complementares: Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions”
Quarterly Journal of Economics 112(4).
Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of Policy Reform 1980-
1998. Washington: World Bank
Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis, 1979–1999
Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa: From Colonialism through
Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf
Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004).
“Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here]
o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf
As questões que se colocam muitos autores são:
Quais as razões deste estancamento?
Porque é que África cresceu tão pouco neste período?
Qual o papel da geografia?
A demografia?
As políticas?
Há várias perspectivos em conflito sobre a Crise Africana: ver Sancs
Mas outros autores tb contestam estas interpretações:
(2) Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis
por exemplo contesta a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites
africanas para a má governação
Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia
da ASS no contexto da transformação global desde 1975.
De acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia
política global.
E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com
transformações globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo
diferente.
19 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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Estas transformações são essencialmente a crise do capitalismo nos anos 70 e a resposta do poder
hegemónico, os EUA a essa crise,
Isso foi sobretudo uma crise da rentabilidade do capitalismo à medida que se expandiu a produção e
o comércio mundialmente e a pressão que estes sofreram devido ao aumento da concorrência
Isto levou ao fim dos modelos que tinham suportado esta expansão nomeadamente ao fim do apoio
ao modelo desenvolvimentista de estado
Isto vem materializar-se no consenso de Washington20 (conjunto de 10 medidas de politica
económica definidas em 1989 e considerados pelas IFI como o pacote de reformas básicos que
deveria ser implementados pelos países em desenvolvimento em crise) e numa nova doutrina
baseada na liberalização dos mercados
Vem substituir o modelo estatal de desenvolvimento apoiado nos 30 anos anteriores e que estava
desacreditado: surgem os PAE
Isto essencialmente deve-se ao desvio de capital da África e da America latina para os EUA
Relembra a importância de situar a análise no contexto global: o o impactos crucial da expansão do próprio capitalismo que levou a uma acumulação sem
precedentes de capital e que apesar de ter afectado Africa, criou grandes desigualdades no
mundo.
o O padrão de acumulação das elites
Os líderes africanos também insistiram nos impactos dos choques externos na crise africana;
o Deterioração dos termos de troca para as matérias-primas
o O protecinismos crescente dos países mais ricos
o A dívida e as taxas de juros crescentes e o serviço da dívida
o Os PAE que se seguiram e a influência das políticas do BM e FMI See Jean-Claude Berthélemy and Ludvig Soderling, ‘The Role of Capital Accumulation, Adjustment and Structural Change for Economic
Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes’, World Development, no. 2, 2001
Quais os factores de crescimento lento neste período?
Para alguns autores (Ndulu) isto indica que Africa ficou de fora das dinamicas de desensolvimento que
levantaram o mundo em desenvovlimento, e particularmente a Asia, na segunda metade do sec 20.
Já vários AA nos anos 60 tinham, no entanto, previsto muitos dos problemas que iriam surgir
depois.
Também René Dumont em 1962, no seu texto A África Negra começou mal
alterava para os perigos de políticas educativas e agrícolas desadequandas, corrupção, nepotismos,
colonialismo de classe pelas elites urbanas que usurpam o trabalho das poppulações rurais
impedindo assim o desenvolvimento. Muitas das suas preocupações acabaram por se provar
verdadeiras
20 Fiscal discipline - strict criteria for limiting budget deficits
Public expenditure priorities - moving them away from subsidies and administration towards previously neglected fields
with high economic returns
Tax reform - broadening the tax base and cutting marginal tax rates
Financial liberalization - interest rates should ideally be market-determined
Exchange rates - should be managed to induce rapid growth in non-traditional exports
Trade liberalization
Increasing foreign direct investment (FDI) - by reducing barriers
Privatization - state enterprises should be privatized
Deregulation - abolition of regulations that impede the entry of new firms or restrict competition (except in the areas of
safety, environment and finance)
Secure intellectual property rights (IPR) - without excessive costs and available to the informal sector
Reduced role for the state
http://www.who.int/trade/glossary/story094/en/
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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Alguns (Arrighi e Bathelemy) defendem que o esgotamento dos modelos de crescimento era previsível
dado o aspectos nocivos desses mesmos modelos que eram:
O domínio das elites sem incentivos para promover a acumulação de longo prazo,
Investimentos custosos e mal planeados,
Politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural e
A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites
urbanas e funcionários públicos.
Segundo Arrighi foi este sistema de acumulação tão fácil que levou a que, mal aconteceu a primeira crise
petrolifera, os paises tivessem colapsado levando a defices de balança de pagamentos e desequilibrios
fiscais que fizeram com que os países tivessem que recorrer nos anos 80 ao FMI e ao banco mundial para
se financiarem
Outros factores que se acrescentam a estes
Guerra fria, Conflitos
Pandemia de HIV/SIDA
Baixa productividade
Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas
Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás
Oferta
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4. DEBATE: ESTARÁ A ÁFRICA PERANTE UM PONTO DE VIRAGEM?
4.1 ANÁLISE DA MUDANÇA DE NARRATIVA AS DÉCADAS PERDIDAS VS RENASCIMENTO
No início do século (2000) o economist descrevia a África como um continente sem esperança
Este era aliás o discurso dominante.
Poucos economistas nos anos 90 viam um futuro positivo para África (APP, 2012).
Artigos do economist:
Hopeless Africa (2003)
The heart of the matter
Mas esta perspectiva tem-se modificado desde o início do século. O economist fala agora de “um
continente que se levanta: um continente com esperança”,
Fala-se de “Leões em movimento”, em contraponto com os tigres asiáticos.
Vários relatórios falam de:
Crescimento das economias africanas
Uma classe média emergente;
Mercados de consumo interno dinâmicos” e
Oportunidades para investidores e mais investimento externo
Artigos do economist:
A more hopeful continent
África Rising (2011)
Exercício 1: HOW THE ECONOMIST CHANGED ITS TUNE: ler artigos economist antes e
depois
A questão que muitos analistas se têm colocado é: estará a África perante um ponto de viragem?
Há duas visões sobre este crescimento recente em África: os optimistas e os pessimistas
Os optimistas apontam para uma viragem no continente africano. Alguns autores atribuem esta
viragem à democratização que ocorre em vários países, melhores políticas, emergência de uma
nova geração de líderes, políticos, activistas, homens de negócios. Embora estes também
identifiquem que os ganhos são reversíveis se houverem más políticas, guerras, desastres
naturais, Mas acreditam que no longo prazo as tendências indicam que as persepectivas
económicas para África são boas.
Pessimistas: correspondem à visão dominante de Africa como um continente sem esperança.
Aqui agregam-se vários autores que procuraram as Sources of Slow Growth
Outros autores alertam para a necessidade de se olhar para o crescimento de um persectiva
diferente: o facto de que ao longo dos tempos a Africa teve vários acelações e episódios de
crescimento mas que depois não se revelaram sustentáveis. Trata-se de variações, que podem
traduzir-se ou não em crescimento e desenvolvimento
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4.2 OPTIMISTAS
Economist
McKinsey: McKinsey Quaterly - What's Driving Africa's Growth:
https://www.mckinseyquarterly.com/Whats_driving_Africas_growth_2601#AboutTheAuth
ors
Mc Kinsey (2010) Lions on the move.
http://www.nepad.org/system/files/The%20progress%20and%20potential%20of%20African
%20economics.pdf
Radelet, S (2010). Emerging Africa: How 17 Countries Are Leading the Way. Center Global
Development brief.
http://www.cgdev.org/files/1424419_file_EmergingAfrica_FINAL.pdf Delfin Sia Go, John Page (2008) Africa at a Turning Point?: Growth, Aid, and External
Shocks
Edward Miguel ( ) Africa’s Turn?
EXERCÍCIO 2. Ler:
Exec Summary Lions on the move
le-boom-economique-de-l-afrique-est-bien-une-realite http://www.slateafrique.com/89471/ le-
boom-economique-de-l-afrique-est-bien-une-realite
QUASE todos concordam que há dois/três factores centrais deste renascimento africano que estão
ligados ao boom das matérias primas e que são:
(1) Aumento da procura para as exportações africanas e aumento das exportações
(2) Aumento dos preços das comodities/matérias-primas. Tanto recursos minerais como
preço dos produtos agrícolas de exportação
(3) Ligados ainda às matérias primas temos o IDE
Mas os optimistas argumenta que é mais do que um boom de matérias primas
Só 1/3 (32%) deste crescimento é atribuído aos recursos naturais (McKinsey, 2010)
O resto é atribuido a mudanças estruturais.
4.2.1. AUMENTO DA PROCURA EXTERNA PARA AS EXPORTAÇÕES AFRICANAS:
O aumento da procura externa é um dos motores do crescimento
A procura nas economias emergentes tendo principalmente como grande motor a
China é vista como uma dos principais motores do aumento da procura externa e da
subida de preços
Como se pode ver no Graf: A exportações para a China e tb India dispararam
Aumento da Produção:
O aumento da procura leva a um consequente aumento de exploração, (e tb aumento dos
preços, do investimento na exploração desses recursos)
Que tipo de exportações aumentaram?
Petróleo (principal)
Seguindo de Extracção mineral
Produtos agrícolas
Serviços.
Petróleo: Grande motores da expansão económica: contribiu com ais de 55% para o total de
crescimento das exportações
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o Motor da economia em Angola, Gabão,
o No Gana e nos Camarões o petróleo é o grd motor do crescimento
o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimento
o No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicos
Os recursos minerais são motor do crescimento em
o RDC, Namíbia, Mozambique
o As descobertas de gaz ao longo da costa de Moz e Tanz trazem um potencial enorme
para investimento externo:
o A costa leste de África está a mudar de uma pobre em recursos para rica em recursos
4.2.2. AUMENTO DOS PREÇOS
Desde antes da viragem do século que o preço das matérias-primas começou a aumentar.
As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:
O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução das economias
mundiais (aplicações preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro
como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)
O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal
país produtor.
Aumento do preço das matérias primas alimentares:
Factores relacionados com a procura
Aumento da procura de bens alimentares devido ao aumento populacional, crescimento económico e
aumento do consumo de carne
Expansão da produção de bio combustiveis
Factores relacionados com a oferta
Diminuição da taxa de crescimento da produção agricola
Aumento preço combustíveis
e aumento dos custos dos inputs
politicas países exportadores
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MAS HÁ OUTROS FACTORES “MORE THAN A RESOURCE BOOM” Dizem os
optimistras Mas os optimistas (como o FMI e relatório REA, acham que não foram só os termos de troca
favoráveis (aumento do preço das matérias primas e aumento da procura externa) que fizeram os
países crescer.
Há mudanças estruturais
Há aumento da Procura interna
Investimento público
IDE
Algum progresso em relação aos ODM embora a região ainda esteja para trás em relação
ao resto do mundo
Várias oportunidades para mais crescimento no futuro;
Riqueza mineral
Urbanização rápida
Dividendo demográfico
Os países africanos cresceram consistentemente na última década e têm o potencial para
“descolar” Um dos relatórios muito citados do BM de 2011 dizia:
“The bank concludes that Africa could be on the brink of an economic take-off, much like
China was 30 years ago and India 20 years ago21”
Ref: WB (2011) Africa’s Future and the World Bank’s Support to It.
http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-
2-11.pdf
4.2.3. AUMENTO DA PROCURA INTERNA
O aumento da procura interna é outro factor considerado chave
O crescimento é suportado pela actividade doméstica: procura e produção
Aumento populacional que faz aumentar a procura interna
Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIB
A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de
muitos países
Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de crédito favoreceram o aumento do
consumo intermno
Este deve-se ao consumo privado (e tb público) e ao investimento tanto público como
privado
O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolifero e da
exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE
O sector privado atrai cada vez mais investimento
O sector tb está a criar uma classe média emergente de centenas de milhões de consumidores
Demografia e Urbanização (McKinsey)
Urbanização aumenta a produtividade, à medida que há movimento da agricultura para
trabalhos nas cidades
As empresas conseguem economias de escala ao partilharem os custos por uma base de
consumidores maiores
21 http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-2-11.pdf
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Urbanização tb incentiva construção de estradas, sistemas de watsan entre outros
Demografia e expansão da força de trabalho
4.2.4. INVESTIMENTO PÚBLICO EM INFRAESTRUTURA
4.2.5. AUMENTO DO IDE
o IDE passou de 9B em 2000 a 62 b em 2008,
IDE dá-se na exploração de recursos minerais e agricultura
Mas também nas infrastruturas necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de
electrecidade e serviços afins: banca, seguros, trasnportes
Tb no turimo, construção, texteis
4.2.6. MUDANÇAS ESTRUTURAIS
O crescimento não se deve só aos recursos naturais: houveram MUDANÇAS ESTRUTURAIS
Só 1/3 (32%) deste crescimento é atribuído aos recursos naturais (McKinsey, 2010) mas o resto
é devido a mudanças estruturais que dinamizaram as economias
Os outros 2/3 vieram de outros sectores como comercio, transportes, telecomunições e indústria
transformadora, imobiliário
Houve um aumento do investimento em telecomunicações, Serviços financeiros e seguros
Sector do turismo desensolveu-se nalguns países
Turismo: em países como CV, Seicheles, Quénia, Uganda
Estes sectores da economia beneficiaram de um certo arraste
4.2.7. MELHORIA DA GOVERNAÇÃO (McKinsey, 2010)
Governos mais democráticos
Estabilidade politica
Politicas económicas mais adequadas
Controle da inflação: passou de 22% em 1990 para 8% depois de 2000
Diminuição dos défices orçamentais (por 1/3)
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Acumulação de divisas pelos exportadores de matérias-primas
Dívida externa diminui
Melhoria do clima de negócios:
Privatização de empresas estatais
Diminuição dos impostos
Reforços dos sistemas legais e financeiros
Mlehorias de insfrastruturas
4.2.8. DIMINUIÇÃO DOS CONFLITOS:
Fim de várias guerras civis (libéria, Serra Leoa, Angola, Moçambique
Conflitos transnacionais (RDC)
4.2.9. AJUSTAMENTE ESTRUTURAL E PERDÃO DA DÍVIDA
4.2.10. NOVOS PARCEIROS DA COOPERAÇÃO
Diversas potências emergentes têm tido um papel através de investimento, disponibilização de
linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas
Muito importante a china mas tb Brasil, índia.
a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas.
4.2.11. UMA NOVA GERAÇÃO DE EMPRESÁRIOS
Telecoms Mo Ibrahim
Serviços bancários
media
Água engarrafada
Distribuição – supermercados
4.2.12. REMESSAS DOS EMIGRANTES
4.2.13. Progresso em relação aos ODM
Ao mesmo tempo que o crescimento acelera, também houve progresso em relação aos ODM
Em países como Cao Verde, Etiopia, Gana, Malawi
Diminuição da pobreza a 1% ao ano
Africa passou de 59% em 1995 para 50% em 2005
As taxas de mortalidade infantil dimuiram
O HIV/SIDA estabilizou
As taxas de escolarização aumentam a um ritmo maior que o mundo inteiro
Conclusão:
Enquanto durante a década de noventa as economias africanas além de serem pobres eram
também as menos dinâmicas do mundo, na decada de 2000 a maioria delas viu o seu PIB per
capita a crescer pelo menos o dobro dos países da OCDE.
Há um deslocamento da economia mundial para o ocidente, este e sul, a implica que em África
a riqueza se acumule mais depressa.
Mas, mesmos os optimistas alertam para os riscos como
Economias pouco diversificadas, Baseados em commodities
Baixos níveis de capital humano
Só 5% da população elegível nas universidades (igual a Asia e AL há 40 anos)
Apesar do progresso nos ODM, a maioria dos países está aquém das metas
Problemas de governação, corrupção
Criação de emprego lenta
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4.3 AFRO PESSIMISTAS:
Refs:
Jerven (2014) Rebutting the ‘Africa Rising’ meme http://naiforum.org/2014/09/rebutting-the-
africa-rising-meme/
This ‘Africa Rising’ theme was challenged in a recent Foreign Policy article Ha-Joon Chang ec: growth in developing world shouldn't overexcite people
http://www.theguardian.com/global-development/video/2012/dec/21/ha-joon-chang-growth-
developing-world-video
Os paises cresceram
Mas não devemos ficar sobre excitados
Estes países ainda representam muito pouco da economia munidal
Não é sustentável
A China cresceu a 10% durante 30 anos
Crescimento deve-se a crescimento na Chicna e mesrcados especulativos
Se a china desacelera, is vai ter um impacto muito grande no Africa
Se o crsecumento desacelera na EU e US: china vai sofrer
Se china sofre: vai
Quão sustentatevel é este crescimento?
Vai haver crescimento, provavelmente mais elevado,
Os pessimistas chamam a atenção para as fragilidades deste crescimento:
4.3.1. Dependencia da China e do boom das commodities
“Many developing countries are growing faster than rich nations, but is this growth sustainable?
Much of it is based on the commodity price boom, which is led by China buying raw materials
to feed its export market. As recession hits the west, growth in China – which is hugely reliant
on exports to the US and Europe – is beginning to slow”
Video: Ha-Joon Chang: growth in developing world shouldn't overexcite people
http://www.theguardian.com/global-development/video/2012/dec/21/ha-joon-chang-growth-
developing-world-video
4.3.2. DEPENDÊNCIA DAS MATÉRIAS-PRIMAS
A maioria dos países que cresceram mais rápido na última década são exportadores de minerais
ou petróleo
Pouco criação de emprego
Maldição dos recursos: apropriação das receitas por elites, empresas, muitas vezes estrangeiras,
países ou governo
4.3.3. DEPENDENCIA DO BOOM DOS PREÇOS DAS COMMODITIES (QUE SÃO MUITO
VOLÁTEIS)
Os pessimistas advogam que o boom actual se deve ao facto dos termos de troca terem estado
extremamente favoráveis nos últimos anos.
Isto devido ao aumento do preço das matérias primas:
Como se vê no Graf, o período de aumento do PIB corresponde a uma aumento dos preços das
chamadas commodities que inclui não só as culturas agrícolas de exportação como os preços do
petróleo e dos mineirais.
Ora esses preços são muito voláteis
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Ora, estes preços são extremamente voláteis.
está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no
mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo) (Abreu,
entrevista)
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O último período de crescimento económico acelerado na África SS foi nos anos 60 e 70
e também coincidiu com um boom dos termos de troca.
Infelizmente o boom acabou nos anos 80 e 90 com uma queda dos termos de troca.
(Embora no entanto alguns autores contestem esta correlação entre os termos de troca e
o colapso do crescimento africano: como por ex Ndulu (2007)
Da perspectiva mais pessimista sobre o crescimento sustentável, os choques dos termos
de troca positivos podem ter um efeito no output de curto prazo mas podem ter
consequências negativas no longo prazo (Collier e Goderis, 2007).
O que estes autores sustentam é que é pouco provável que booms que resultam de
choques nos termos de troca que os tornam muito favoráveis, durem muito tempo.
4.3.4. O PIB não conta a história toda:
Crescimento populacional é muito elevado » logo os números do crescimento não são assim
tão impressionantes
As taxas de crescimento atingem 5, 6%
Mas a população cresceu a mais de 2% Logo, o crescimento per capita é um indicador com mais significado: e este cresceu a menos de
4% 22
Parte-se de uma base muito baixa e ritmo demasiado baixo
O facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento
tenha um peso muito elevado no PIB destes países.
Com taxas de crescimento per capita de 2% demora mais de 30 anos a dobrar o rendimento:
(verificar)
e portanto, apesar de crescerem a 5% estão muito longe dos 30 anos contínuos de crescimento
que acaba de experimentar a China
a descolagem económica necessita de níveis de crescimento elevados e estáveis durante um
período prolongado
O efeito dos termos de troca sobre os redimentos disponíveis
O PIB mede o output total de bens e serviços produzidos por um país
Mais qual é o poder de compra com que pais fica? depende do preço relativo das importações
Os países exportadores beneficiaram não só de maior GDP mas melhores termos de troca (TT)
Mas os importadores muitas vezes não
No período 2002-2011 tanto os exportadores como os importadores beneficiarm de TT
favoráveis mais os exportadores mais
No entanto estes TT são extremamente voláteis
Este efeito afectou diferentemente os países
Embora positivo em muitos países, de qualquer modo, é também possível e provável que
4.3.5. A POBREZA DIMINUI MAS MANTEM-SE ELEVADA
De acordo com o relatório de desenvovimento humano (HDR) de 2013 do PNUD:23
A maioria dos países africanos estão na categoria de baixo desenvolvimento humano24
22 This rate is not as impressive as it seems, because the sub-Saharan African population is growing by more than 2
percent a year. The increase in per capita income (less than 4 percent) is a more meaningful indicator of economic
development 23 http://hdr.undp.org/en/media/HDR2013_EN_Summary.pdf2013 24 “most of the African countries fall under the Low Human Development tier. Out of the 46 countries that fall in this
tier (Rank 142 – 186), 37 (80% of them) are African”
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Dos 46 países nesta categoria, 80% são africanos
É geralmente aceite que uma taxa a taxa de crescimento tem de ser superior a 7% para
haver redução da pobreza (AEO, 2013, 21)
Com um crescimento anual da população de 2% , o crescimento per capita teria de ser
5%
Ora a projecção para 2013/2014 é que o crescimento per capita seja abaixo de 3%
No entanto, a relação entre crescimento económico e pobreza é complexo:
países que beneficiam de termos de troca favoráveis: isto é que o preço das exportações
aumentou mais rápido que as importações: os rendimentos disponíveis são maiores.
Em geral, os países africanos beneficiaram de termos de troca favoráveis (mas nem
todos)
Vários exportadores de petróleo conseguiram taxas de crescimento superiores a 7% mas
no entanto, apesar de algumas melhorias nas condições de vida, a pobreza manteve-se
alta.
Os benefícios deste crescimento elevado não passaram para a população
Apesar do progresso nos ODM, a maioria dos países está aquém das metas
4.3.6. Distribuição desigual:
Como se pode ver nos gráficos abaixo: a pobreza diminui mas as desigualdades mantêm-se
elevadas O crescimento não foi inclusivo: este é um dos maiores desafios do continente africano.
Os beneficios do crescimento são distribuídos de forma desigual muitas vezes beneficiam
uma elite que se consolida no poder.
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Enquanto alguns países estão a crescer e enriquecer, grande parte da população é deixada para trás:
Muitos continuam na pobreza extrema
Muitos sofrem de insegurança alimentar e fome
Grande parte dos jovens não tem empregos
Há grandes desigualdades no acesso à saúde, educação, água, saneamento.
As populações rurais são deixadas para trás
Tudo isto tem consequências muito graves:
Enfraquece os laços de confiança e solidariedade que cimentam as sociedades;
Prejudicam o desenvolvimento económico a longo prazo,
Enfraquecem a confiança nos governos e as instituições;
Fomentam um sentimento de injustiça na sociedade.
4.3.7. O EMPREGO NÃO AUMENTA
A criação de emprego não foi significativamente mais rápida que na década anterior
Foram criados 63 milhoes de empregos de 2003 a 2007 , mas quase 100 milhoes de jovens
entraram no mercado de trabalho
10-12 m de jovens todos os anos
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Só 7-10% têm um salário no setor formal
Mais grave, há medida que o pais enriquece, o número de jovens sem ocupação aumenta
Os entraves à criação de emprego estão no fraco desenvolvimento do sector privado
7. Assim salienta-se a dificuldade que o sector privado enfrenta:
Falta de qualidade das infrastruturas e energia,
Dificuldade de acedia a crédito
Corrupção
CCL: os avanços são reais mas lentos
4.3.8. BAIXO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Educação e sáude:
Nível de analfabetismo mais alto do mundo
Baixa esperança de vida
Economias baseadas na agricultura: não houve transformação sectorial
Baixa produtividade
Conflitos: ver Carlos Lopes:
África não vive (ainda) uma descolagem:
Os ritmos de crescimento e a estrutura do crescimento
É um crescimento frágil: Taxas de poupança muito baixas
Dependência dos fluxos externos
Há muitos desafios a emergirem25
2011, 2012 2 2013 foram anos de decrescimento
25 http://www.worldbank.org/en/publication/global-economic-prospects/regional-outlooks/ssa
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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Houve uma quebra em 2011 deviso á desaceleração do crescimento global 26
“GDP in Sub Saharan Africa grew at a still robust 4.7% in 2011 (down from 5% in 2010).”
Os países que crescem mais continuam a ser os ricos em recursos Gana, Moz, Nig, rep Congo mas tb
outros sem recursos: Ruanda e Etiópia.
Diminuição das expostação de 10%
Diminuição do nb de touristas: com impactos nas economis que dependem do tourimo
deterioração da balança fiscas e aumento dos défices :
Os programas ambiciosos de investimento publico, o aumento dos salários, o aumento das
transferências e subsídios, juntamente com baixo preço das matérias primas contribuíram para a
deterioração da balança fiscas e aumento dos défices
Os emprestimos aumentaram e o défice aumentou
A divida aumentou em Moz, na Gâmbia,no senegal Gana e CV
O IDE tb diminui devido a políticas publicas de alguns países e desaceleração nos mercados
emerggentes especialmente a China (outro risco importante))
Preços das matérias primas baixam: tem impacto nos exportadores de petróleo, RM, e algodão
Riscos domésticos e tensões politicas
Problemas de segurança na nigério, Sudão do sul e RCA
Os problemas estruturais persistem na maior parte dos países: 4. Segunda alguns autores e organizações internacionais:
5. África tem de transformar a estrutura das suas economias: por exemplo com o desenvolvimento
da indústria transformadora (utilizam bens produzidos pelas indústrias de base e fabricam outras
mercadorias, que podem ser:
Duráveis: transporte, mecânica e construção civil
Intermediárias: papel e papelão, madeira e plástico
Não-duráveis: vestuário, perfumaria e sabão, alimentar
CCCL: deve celebrar-se os avanços mas não nos podemos contentar com eles
Outras ressalvas a serem feitas incluem
26 http://siteresources.worldbank.org/INTPROSPECTS/Resources/334934-1322593305595/8287139-
1339427993716/GEP12bSSA_RegionalAnnex.pdf
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Diferenças entre países
Reversibilidade dos ganhos
Volatilidade do crescimento
A fraca base de onde se partiu
CONCLUSÃO RENASCIMENTO VS CRISE
Abreu, entrevista27:
» Ouvir: http://www.rtp.pt/antena1/index.php?t=Entrevista-a-Alexandre-
Abreu.rtp&article=6043&visual=11&tm=16&headline=13
Introdução Talvez o pessimismo das décadas passadas não fosse justificável mas tb é necessário analisar com
cuidado este período de optimismo.
Houveram ganhos reais em algumas áreas mas não noutras.
É importante não embarcar no optimismo excessivo sobretudo se adoptar uma
perspectiva de desenvolvimento humano e social
Aspectos negativos
Porque os níveis de crescimento partem de uma base baixa
Distribuição desigual: Os beneficios do cresceimento são distibuido de forma desigual
muitas vezes beneficiam uma elite que se consolida no poder.
Mas também ter cuidado com generalização. Não é o caso em todos os países.
Apesar das generalizações, há muitas africas:
o Pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Maurícias
o Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos
Algus tem instituições, a nível formal e informal.que permitem a distribuiçõa dos
redimentos. Mas este é um dos grandes desafios
A narrativa do continente das trevas foi substituida por o novo eldorado. No entanto tem de
fazer várias ressalvas e colocar-se várias questões:
27 Quais são então as causas apontadas para este ritmo de crescimento da África subsariana: resumo entrevista Abreu
• o facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento tenha um peso
muito elevado no PIB destes países.
• o aumento do preço das matérias-primas –tanto minerais ( petróleo, carvão, gás natural) como produtos
alimentares , que registou uma inversão da sua tendência de evolução
• o aumento das remessas dos emigrantes
• a exploração do turismo, e
• a aposta em novos parceiros de construção de infraestruturas, nomeadamente China, Brasil e Índia.
O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes
preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse
especulativo)
Crescente incorporação na economia formal e mercantil de actividades que dantes não estavam integradas.
Economias rurais em que traça e autoconsumo era a base, à medida que se movem para áreas urbanas ou começam a
adoptar estratégias de renda tb são integradas na ecomomia formal
Outros casos turismo, no Ruanda, que se faz
Seychelle, maruicias, CV
Remessas dos emigrantes
Novos parceiros a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas. Muito
importante a china mas tb Brasil, índia. Diversas potenciais emergentes tem tido um papel através de investimento,
disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas,
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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A diversidade dos países tem de ser considerada. Já que os riscos e oportunidades variam
de pais para pais
Até que ponto os ganhos em termos de democracia e dos ganhos que vão acontecendo são
reversíveis ou não?
Quais as formas de utltrapassar as desigualdades?
Qual a sustentabilidade deste crescimento?
A sustentabilidade do próprio ritmo de crescimento na medida em que está dependente
do crescimento da china e da sua necessidade de materias primas
Tendência de evolução do preços das matérias primas Comportamento dos mercados
financeiros e actividade especulativa em torno das matérias primas. Bolha espectulativa
que pode rebenter
Qual o impacto do Crescimento demográfico
Qual o impacto do trabnsformaao da agricultura de subsitencia, integração das
populações em actividades mercantis
Conclusão:
Mas espera-se que haja tradução do crescimento em desenvolvimento ecomómico
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03
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5. SOURCES OF SLOW GROWTH
Six key features of Africa’s long-run growth
1. Divergence relative to other regions: rising income gap
2. Slow capital accumulation and slow productivity growth
3. Volatility of growth: commodity dependence
–Minerals and oil: price volatility
–Agriculture: weather shocks in addition to price volatility
4. Lack of structural transformation:
–Slow agricultural productivity growth
–Lack of export diversification
5. Diversity across countries: miracles and disasters; there are models of success in Africa
–Classics: Botswana, Mauritius
–Newer references: Mozambique, Ghana, Rwanda, …
–Growth tragedies: Congo DR, Zimbabwe, …
Source: Patterns and factors of long-term growth in África Geography, resources, and institutions
(slides) ordem diferente
5.1 Divergência: África tem um ritmo mais baixo que no resto do mundo entre 1960 e 2004.
Ver Ndulu apresentação:
De acordo com Oya, o desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em
todas as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as
dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a
AS começou a atrasar-se.
Não obstante,
as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no
periodo 1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela
dinamica do capialismo mundial.
Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003.
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O padrão de crescimento da AS acompanha de certa maneira o padrão mundial
Mas a ritmos sempre mais lentos
É influênciada pelos ciclos da economia mundial
Mas tem vulnerabilidades específicas que vão condicionar a trajectória particular de Africa entre 74 e
2000.
Em geral o que se pode dizer é que no periodo 1950 a 2003 todo a economia africana cresce a um ritmo
mais baixo que o resto do mundo.
De 1950 a 2003, o PIB cresce mais lentamente em relação a outras regiões mas cresce a um ritmo de
0,7% ano
Grandes diferenças em relação aos outros países em desenvolvimento em particular com os países do
Leste Asiático (Grafico abaixo):
O primeiro ponto de diferença é as taxas de crescimento mais baixas durante todo o periodo
excepto no início dos anos 60/70.
A divergência entre as economias asiáticas acentuou-se a partir de meados dos anos 70 e nos anos 80
devido à combinação do aumento do crescimento das economias asiáticas e o colapso do
crescimento em Africano.
Nos ultimos anos, desde 95, contudo é clara a convergência dada a recuperação das economias
africanas. Esta convergência deve-se essencialmente à aceleração das economias africanas.
SA: South Ásia28 (Bangladesh, Pakistan, Nepa, India Sri Lanka); EAP: East Asia and Pacific
(Coreia, Taiwan, China?Japan, )
28 Souteast Asia: tailandia. Vietnam, Indinesia, Malsia, Filipinas, Singapora, Laos. Cambodja
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Outro aspecto que é importante notar contudo é que os países asiaticos sofreram um crescimento
sustentado durante varias décadas. Na maioria dos países africanos o crescimento foi muito mais
episódico que noutras regiões em desenvolvimento.
O PIB per capita de 1960 a 2004 cresce a 0.5% ano29
Enquando nos outros países em desenvolvimento: o PIB per capita cresce a 3%.
Isto significa que durante 45 anos os rendimentos per capita cresceram a 1/5 da taxa dos países em
desenvolvimento (0.5 percent versus 2.5 percent).
Em termos de rendimento per capita: a divergênvcia é enorme
A divergência acentua-se devido às elevadas taxas de aumento da população: Assim as diferenças de
rendimento por pessoa entre as economias asiáticas e africanas são fenomenais.
o Em 1960: O rendimento per capita era metade o das outras regiões em desenvolvimento
(países da Ásia e do Pacifico)
o No fim do século 20: era menos de 1/5
The larger divergence is mainly because of the relatively rapid growth of very populous countries
such as China, India, and Indonesia in Asia. In contrast, the large countries in Africa, including
Democratic Republic of Congo, Ethiopia, Sudan, and Nigeria, have on average grown more slowly
than smaller ones. Ndulu
29 nos 41 países da ASS para os quais existem dados
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5.2 VOLATILIDADE E SUSTENTABILIDADE DO CRESCIMENTO
Outra grande questão tem a ver com a volatilidade do crescimento (as fluctuações em termos de taxa de
crescimento do PIB) nos países africanos:isto é ha uma grande flutuação do PIB de um ano para o outro
em termos agregados e em cada país
Barthelemy considera que o que caracteriza o crescimento do PIB são essencialmente as muitas oscilações
desde os anos 60
São muito grandes dentro dos países:
Taxas de variações máximas na SL, somália ou angola
Mínimas no botsuana, guiné, mauricias
Além disso, a volatilidade nos anos 90 é muito superior aos anos 70 e as diferenças erntre países foram-
se acentuando. Assim, as generalizações para o conjunto do continente tornam-se cada vez mais dificeis
em anos mais recentes dado que as diferenças entre trajectórios económicas dos vários países se estão a
acentuar.
As generalizações consistem normalmente em simplicações que escondem a diversidade dos percursos.
Dada esta volatilidade alguns autores identificaram os países que tinham episódios sustentáveis de
crescimento: isto é vários anos de crescimento seguindo (Berthelemy, 2001 in Oya). Os limites que
fixaram foram mais de 15 anos de crescimento acima dos 6-7%.
Os países identificados na tabela
O Bostuana teve um crescimento sustentável até aos nossos dias.
CM,
Camarões
Quénia,
Malawi (Tabaco),
Namibia e
que iniciaram processos de crescimento rápidos no princípio dos anos 60 e acabaram nos finais dos anos
70/80.
Outros países com crescimentos sutentáveis foram o togo, o gabão, AS, etiópia e lesoto todos com um
crescimento acelerada antes de 1980.
Neste periodo (antes dos anos 80) destacam-se
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Os paises com mercados maiores e com governos mais activos nos processos de acumulação e
industrialização pos independênia: como o Quénia e a Costa do Marfim, com um estado
desenvolvimentista;
os produtores de petróleo ou diamantes como o Botsuana e a Nigéria, o Gabão, que depois seguiram
trajectorias muito diferentes.
Em relação ao crescimento agrícola por exemplo, só o Benin e o Mali mantiveram taxas de crescimento
maiores que 3% durante os 3 períodos. Embora seja verdade que o número de países com taxas de
crescimento maiores que 3% também aumentou: passou de 15 para 25. No Graf parece de facto haver uma
estabilização a níveis mais elevados do que em décadas anteriores
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5.3 DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES
Embora a evolução das taxas de crescimento do continente em geral represente a maioria da experiência
dos países africanos, não podemos esquecer que a variedade de experiências que estão por detrás desta
análise é muito ampla.
Assim, o ponto de partida para uma análise deveria ser a diversidade no continente e a análise das
diferenças observadas. No entanto a interpretação das tendencias é muito complicada dada precisamente
essa variedade. Porquê?
Primeiro: as taxas de crescimento variam muito de pais para país e
Segundo há uma grande volatilidade
Vejamos as variação das taxas média de crescimento:
Se considerarmos o periodo de 1950 a 2003, veremos que as taxas de crescimento variam muito:
-1,87% para a RDC
6,1% para a Guiné Equatorial
5% para o botsuana.
Estas variações das taxas de crescimento também se reflectem nos rendimentos individuais e no bem
estar das populações.
Existe uma enorme variação entre países em termos de rendimentos e os progressos feitos desde os anos
60.
Em 9 países: o rendimento per capita diminuiu de facto desde 1960 até 2004. (Ndulu):
Devido a conflitos (3): Angola, SL e RDC.
O resto devido a crescimentos muito baixos e dificuldade de resistir aos choques dos anos 70:
o RCA, Comoros, Madagascar, Niger, Senegal e Zambia.
Outros aumentarem:
África do Sul aumentou 60% o redimento per capita de 1960 a 2004
O Botsuana aumentou 9 vezes
1960’s-1973’s: Período de Euforia
13 países africanos excederam a taxa de crescimento média dos países em desenvolvimento. 30
Estes foram:
o botsuana (diamantes), Costa do Marfim, Gabão (petr, Mn,), Quénia (chá. Flores café),
Lesoto (diamantes, confecção), Mauritânia (ferro), Malawi (tabaco), Namíbia
(diamantes, uranio, Nigéria (petróleo), seicheles, Togo (cacau), Tanzânia (ouro), Africa
do Sul (platina, ouro e diamantes).
Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos
paises Asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa
do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do
leste asiáticos incluindo a Coreia.
1973/78 – 1994. As décadas perdidas
Durante as décadas perdidas só 7 paises excederam as médias de crescimento dos países em
desenvolvimento.
São eles
BF (algodão),
Botsuana (diamantes)
30 Esta parte já foi referida no inicio
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Cabo Verde,
RDC,
Lesoto,
Maurícias (açúcar e têxteis)
Seicheles.
De acordo com alguns autores, países como a Costa do Marfim e os camarões sofreram desde
meados dos anos 80 como resultado das políticas de ajustamento estrutural.
A partir de 1995: Ponto de Viragem?
Finalmente a partir de 94 houve uma revitalização do crescimento que levou a que mais de 20
países tivessesem rendimentos per capita superiores à media dos paises em desenvolvimento.
20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média.
São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais:
o Sudão, Chad, Guiné Equatorial e Angola.
Ou países que levaram a cabo muitas reformas;
o Gana, etiopia, benin, mali, malawi, Moçambique
Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)
Entre 1995 e 2004, 15 países africanos tiveram mesmo taxas de crescimento do PIB superiores
a 5% ao mesmo tempo que outros tiveram crescimentos negativos.
Alguns autores atribuem esta viragem à democratização que ocorre em vários países
Outros ligam este crescimento essencialmente com o aumento dos preços das commodities
O que é importante notar é a diversificação dos padrões de crescimento a partir dos anos 90.
Podemos distinguir grupos de países com crescimento rápido acima dos 3%; medio, 1,2% e negativo, -
1%
Trajectórias políticas
Outra aproximação à compreensão das diferenças entre países consiste em comparar países que têm em
comum algumas apesctos da sua história e geografia mas que seguiram estatégias de desenvolvimento
diferentes. Assim pode estabelecer-se uma dicotomia entre países socialistas e capitalistas. Kenia-Tanzania;
CM-Gana; Senegal-Guiné.
Os regimes mais capitalistas ofereceram melhores resultados em termos de taxas de crescimento e
acumulação de capital desenbocando em estruturas produtivas e classes capitalistas nacionais mais
sólidas;
os de inspiração socialistas investiram mais em bens públicos, saude, educação e também em
instituições da economia social como cooperativas.
Mas, neste segundo grupo, como o estancamento economómico e a falta de recursos, e com o
aumento da população, este projecto foi limitado;
por outro lado, nos paises de trajectoria mais capitalistas foram se acentuando as desigualdades
sociais.
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6. DIFERENTES PADRÕES DE CRESCIMENTO
Países diferentes têm padrões de crescimento muito diferentes:
Ideai principal: a complexidade dos factores que podem explicar as diferentes trajectórias de
países que têm bastante em comum
Para melhor ilustrar estas diferenças, Ndulu mostra os padrões de crescimento em 4 países africanos, que
têm comportamentos opostos:
Nigéria e RDC por exemplo seguem os padrões em U que descrevemos na última aula;
Em contraste, o Bostsuana e Mauricias,
o Muitas vezes apontados como as excepções que confirma a regra (ver Oya)
o seguem um U invertido atingindo os picos nos anos 70 e 80 respectivamente.
o Depois estabilizam por volta dos 5% nos anos mais recentes, um pouco semelhante à experiencia
de outros países asiáticos.
A Nigéria
é um exemplo de crescimento muito variável cujas variações forma dictadas em larga medida pela
variações dos cursos pretrolíferos.
Caracterizou-se por
o uma má gestão dos recursos petrolíferos durante os periodos de abundança por parte da
ditadura militar,
o pela falta de investimento em sectores produtivos e
o a tendencia de fuga de capitais o que acabou por hipotecar as hipóteses oferecidas pelo
petróleo.
Botsuana e Mauricias acabaram no topo do grupo dos países de redimento alto e medio, sendo a sua
taxa de crescimento sempre positiva.
Botsuana
O arranque económico do Botsuana dá-se em finais dos anos 60 (69 é o ano da descolagem) após a
descoberta de diamantes.
O seu desenvolvimento é baseado na exploração desse recurso mineral de grande valor.
Chegou a superar antes dos anos 80 as economias mais dinâmicas da época incluindo Singapura, Coreia,
Brasil, HK e outras.
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Dependiam de um recurso único e perigoso: portanto tb estariam condenados à maldição de acordo com
a visão afro pessimista: países ricos em mineirais, de enclave, pequenos, dependentes de uma só matária
prima: mineral ou agricola
não sofreu as tragédias de outros países produtores como SL ou Angola.
As instituições que se formaram no Botsuana são apontadas como um dos factores explicativos deste
percurso diferente.
Maurícias
As Maurícias, após o arranque nos anos 70, nunca baixaram muito o ritmo de crescimento.
O seu modelo de desenvolvimento baseou-se inicialmente nas exportações de um produto único, o
açucar aproveitando o acesso preferencial dos parceiros comerciais mas depois diversificou a sua
economia no sector dos texteis e confecção, turismo e sector financeiro (banca).
Razões explicativas
Fins dos anos 50; Em termos de condições iniciais, alguns autores postularam que Mauricias não tinha
esperança de se desenvolver no futuro. Dependiam de um produto único o açucar, isolamento geográfico
pressão geográfica tensõe étnicos (Oya. P35)
Aliás tb o Botsuana: países sem acesso ao mar, desértico e dependente do pastoreio de gado tradicional,
sem infraestruturas (12 km de estrada à independencia. 22 universitários
Mas tb se destacam pelas suas diferentes, um uma ilha afastada no continente, ouro um país sem saída
para o mar, um com densidade pop elevadíssimas, outro muito baixas
Um desenvolveu-se na base de um recurso mineral de grande valor, com um mercado oligopolista
Outro baseou a sua acumulação no açucar num mercado internacional muito competitivo
Um tinha a espernça de vida mais elevada da ASS
Outro a mais baixa devido ao HIV SIDA
Os estudo sobre as Mauricias apontam que o custo da força de trabalho (em unidades de eficiência) e os
acessos preferenciais aos mercados europeus (açucar) foram factores essenciais do seu modelo de
crescimento.
Mas há outros países que possuíam as mesmas condições e que não tiveram os mesmos resultados
O mesmo se aplica ao botsuana, que não sofreu das maldições com a SL, Angola ou a RDC.
Assim, as instituições aparecem como factor explicativo mais fácil:
um estado desenvolvimentos compentente mas não autoritário que sobreviveu a várias mudanças de
poder através de eleições.
Mas resta saber se é a expriencia democrática que é o facto decisivo: países como Senagal e Zambia
tb tem índices democráticos semelhantes mas estão longe de alcançar o nível institucionais e
económico das Mauricias.
P qie assinalada no caso das mauriciais como factor decisivo para a estabilidade politica é a
frangmentação etnolinguística e a convivência de comunidades diferentes num espaço exigui que
gerou as bases para um pacto social sólido.
Os vínculos com a diaspora tb forma aproveitados de forma produtiva
No caso do botsuana sugem como razões explicativas
(1) O facto de o botsuana não ter sofrido uma ocupação colonial predadora e
(2) que a transição para a independencia em 66 colocou as bases para um regime democratico em que o
parlamento tem um papel fundamental.
(3) Outra linha de argumentação centra-se na qualidades das políticas, da burocracia e a boa liderança
(Presidente Khama) política ausentes noutros países africanos.
Mas as Mauriciais são um caso interessante porque põe em causa mutos das recomendações
neoliberais para acelarar o crescimento em Afria.
Os índices de protecção efectiva foram e são mais elevados do que a média africaba.
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A importância das rendas derivadas do acesso preferencial ao mercado do açucar, têxteis e roupa na
EU e várias medidades que protegeram o sector do açucar e manufactureiro foram essenciais
O que distingui as mauriciais foi a sua forma de aplicar politicas comerciais especificas, dirigidas e
segmentadas com o objectivo de criar um sector exportador competitivo
O modelo também se cimentou no investimento na educação que permitiu hoje a economia poder
desenvolver zonas de serviços competitivos
Entre outros (ver Oya, p37)
CCL: o sucesso do modelo exportação é uma mustura de modelo asiático com relações preferenciais
com parceiros comerciasi
É um ex de processo de crescimento transformados dirigido pelos estado e favorecido por consições
socio históricas muito favoráveis
O Botsuana tb não é um exemplo de uma economia aberta e liberalizada.
Os recursos provenientes dos diamantes forma aplicaso em programas de desenvolvimento industrial
bastante intervencionais ao mesmo tempo que outras economias africanas sofriam de
desindustrialização pos ajuste.
O volume elevado de receitas provenientes dos diamantes fez com que o governom acumulasse
recursos fiscias avulotados tanto que só recentemente as contas do estado passaram a número
vermelho
A political fiscal do governo foi em muitos aspectos bastante expansiva e permitiu melhorar vários
indicadores socias desde os anos 70 como edicação e saneamento e criar uma base de infrsatruturas
desenvolvida para a media africana.
Parte do sucesso tb tem a ver com a sua inserção no mercado de diamantes atraves da De Beers, que
era a empresa mais poderosa do sector.
As relações entre a de beers e o governo sempre foram muito estreitas e os diamantes tem sido
explorados em joint venture
Assim o governo teve um fluxo constante de receitas que permitiu um planeamento de londo prazo
Tem havido esforços de diversificação para a industria manufactureira e serviços financeiros mas
ainda há grande dependência dos diamantes.
Outro factor é a quanbtidade e qualidadedos funcionários públicos, factor comum aos dois milagres:
apesra da insistências das instâncias internacionais para reduzir o tamamnho do sector público,
vários estudos comprovaram que os programas de ajuste levaram a percentage de funcionários a
alcançar os níveis mais baixos dos países em densenvolvimentos (menos que 2%) enquano asia e
america lativa tinha mais de 3%
Bostuana e Mauricias são as excepções
Assim conseguiram manter e reforças a funaçõa pública e poder em marha programas estratégicos de
longo prazo
Outros países que experimentaram algum período de boom também se caracterizaram por governos
fortes aliados a fracções da classe empresarial nacional CM, AS, Zim, Kenia… mas sem a necessária
continuidade devido a factores externos e internos
O Gana e a Costa do Marfim.
Costa do Marfim (Oya, p 41)
Considerada um modelo de crescimento dinâmico nas duas primeiras décadas pós colonais
Apesar de não estar na lista das acelerações de crescimento, teve um crescimento estável e
rápido desde a independencia: cresceu em media a 7% até fim dos 70s
Este comportamento baseia-se não num recurso valioso como os diamentes mas no cacao e no
café
Também beneficiou do boom do preços dos anos 70
Mas o desenvolvimento e crescimento foi mais estavel porque baseado numa alinaça entre
Estado e burguesia nacional incipiente que começou a sua acumulação inicial na agricultura
Também baseado num desenvolvimento urbano acelaredo nos 60-70
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E numa aliança estratet+egica com o capital francês
Um dos factores significatovos da sua trajecótia é o desenvolvimento de uma agricultura de
exportação cimentada na comcorrencia entre explorações agrícolas apoiados pelo estado e
colonos francês
Os excedentes gerados pelo boom do cacao (embora tenha havido diversificação) e do
capitalismo agrário ajudados pelo tratamento preferencial no mercado francês criação as
condições para uma industrialização incipiente baseada primeiro na ISI e mais tarde no
processamento de produtos agrícolas e bens de consumos para consumo local e exportação-
Isso ajudou ao fortalecimento da burguesia industrila o que tb conferir+a legitimidade ao regime
de Houphouet Boigny
Assim: a CM é um ex de industrialização promovida pelo Estado mas dirigido ao capital
industrial nacional
Foram um dos poucos que tentaram transição da SI para industrialização orientada para as
exportações
Segue assim os modelos dos milagres asiático
E conseguir promover uma burguesia agrária e industrial relativamente dinamica
Mas este modelo foi-se esgotanto devido à excessiva dependência do cacao e do café (apesar
da diversificação dos anos 70 e devido aos desequilíbrios fiscais incontrolados e aumento da
dívida externa.
Isto criou uma queda do crescimento económico e
Insolvência da dívida em 1987
A classe politica e empresarial deixou se levar pelo êxito dos 60 e 70 o que levou a um aumento
muito grande dos investimentos O investimento nem sempre foram coerentes ou justificados e financiados por uma divida
externa privada: um exemplo foram grandes complexos de produção de açucar que fracassaram
por custos muito elevados
A falta de prudencia fiscal foi de facto um fenómeno dos anos 70 porque nos 60 a CM tinha
mostrado capacidade de planeamentoe boa gestão fiscal
A crise dos 70 foi desencadeada pela forte queda dos preços do café e cacao ao mesmo tempo
que se instalava a recessão da economia mundial que afectava o volume das exportações
A crise foi ainda mais exacerbada pelo aumento da factura da importação (via imports de
energia) e dos custos da divida (via aumento das taxas de juroe valor do dólar)
Uma combinação explosiva que afectaria muitos economias do mundo
Os impactos numa economia relativamente extravertida como a da CM foram muitos negativos
para a balança de pagamentos e contas do estado
Apesar das reformas subsequentes, a CM nunca chegou a recuperar o dinamismo pos colonial
incial depois do choque dos anos 80 e seguiu uma lenta degradação que acabou por chegar à
instabilidade policial e social e ao conflito entre 2000 e 2004 que dividiu o país em dois.
Este é uma das explicações
Outra explicação destaca causas mais extrurais:
o diz que o modelo da SI se tinha esgotado
o Aumento das importações apesear da SI
o Custo das infraestruturas
o Estilo de consumo por parte da burguesas e classe media
o Fortes desigualdades sociais e regionais
o Tendência à repatriação dos benefícios e capital devido à presença francesa
o Explosão do sistema patrimonial coincidadente com a proliferação de empresas estatais
e mistas de onde se drenaram recursos
CCL:
Só uma analise detalhada da economia politica do momento e dos factores subjacentes pode explicar
a mudança de rumo perpeptivel desde o fim dos anos 70
Em qualque dos casos, o tecido produtivo e capitalista da CM continua a ser uma dos mais solids do
continente graças ao milagre económico do período 50-78
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Zambia (Oya, p.42)
V. OS MESMOS RECURSOS E CARACTERÍSTICAS MAS CAMINHOS DIFERENTES
Por ex; costa do marfim e Mauriciais são os dois costeiros e com poucos recursosmas os resultados são mt
diferentes
A Zâmbia e o Botsuana são ambos sem acesso ao mar e com recursos
Seguiram caminhos muito diferentes em relação à gestão das receitas provenientes da exploração dos
recursos
Com resultados muito diferentes.
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7. PERCURSOS DE DIFERENTES PAÍSES (MÓDULO 8)
8. OS LEÕES AFRICANOS?
8.1 Crescimento do PIB
refs
http://www.worldbank.org/en/news/press-release/2013/04/15/africa-continues-grow-
strongly-despite-global-slowdown-although-significantly-less-poverty-remains-elusive
http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth
O que caracteriza O crescimento africano na última decada?
Crescimento do PIB Nas últimas décadasvários países africanos voltar a registar taxas de crescimento positivas
Desde 95, a 2010, as taxas de cresccimento media situaram-se perto dos 5%
Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro31
PIB per capita
O PIB per capita cresceu em média 2.5%
Isto significa que o redimento per capita em 2019 era mais 46% que em 95
Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos)
Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias sejam já
muito maiores e mais diversificadas
Note-se que a crise económica de 2008, se fez sentir em África, levando a um desaceleramente das
economias mas este choque foi baixo Em 2012 (AEO, 2013) :
houve algum abrandamento do crescimento: a fraqueza da economia mundial travou o aumento
das exportação
alguns preços baixaram
mas ainda se mant~em favoráveis
O crescimento da região para 2012 foi estimado em 4.7%,
se excluirmos a AS: é 5.7% o que é superior à media dos países em desenvolvimento (4.9)
Alguns países forma afectados por problemas de segurança Mali, Nigéria, RDC
graf
Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África.
Os leões africanos
Um artigo do economist identifica os 6 Leões africanos: que se encontram no grupo das economias que
crescem mais no mundo Todos cresceram a mais de 8%
De 2001 a 2010.
1. Angola
2. Nigéria
3. Etiópia
4. Chad
5. Moçambique
6. Ruanda
31 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth
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As previsões era para outros entrarem na lista
7. Tanzânia
8. Congo
9. Gana
10. Zambia
Os países do topo da lista vão variando ao longo dos anos e consoante o tipo de dados que se utiliza
2011
Gana:
o Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na
agricultura, extracção mineira, e serviços
Congo (bra):
Etiópia (sector dos serviços é que impulsiona a subida da taxa de crescimento mas a
agricultura é o principal sector da economia e o principal sector de exportação mais de
80% das exportações; o produto principal de exportação e a café (mas a Etiópia tb é o
principal produtor de milho: Industria das flores também se tornou importante32, A
produção de gado é das mairos de afica sendo a sua venda juntamente com a produção
peles cerca de 10% das exports em 2006; outros sectores estão a desenvolver-se:
exploração minieral: ouro. Espera se passa de 4 t a 40 t: sendo que as 4 T já rendem 1.2b )
Moçambique (al, energia, cravai gaz)
Nigéria
Ruanda (café minerais
32 http://en.wikipedia.org/wiki/Agriculture_in_Ethiopia
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RDC
Zim (fe. Tabaco, nikel
Angola
Botsuana
Tanzânia
Em 2013: (África Pulse 2013)
Em 2013 Cerca de um quarto dos países cresceram a mais de 7%
vários estão entre os que mais crescem no mundo.
Em 2012 os que crescem mais são
1. Serra Leoa (diamantes e descobertas recentes de petróleo; produção agr´cicola
importante)
2. Níger (minreias, uraneo?)
3. Costa marfim (também produz petroleo mas exportações ainda baixas
4. Libéria (aumento das exportações e FDI – óleo, ferro; royalties da exploração do
ferro; perspectivas de prospecção petrolífera; aumento preços; produção agrícila
borracha, óleo Palm, mineirais)
5. Etiópia (café, gado, outros)
6. Burkina Faso (ouro, agricultura, insdirstria transformadora, algodão)
7. Ruanda (café, chá)
8. Moz (Al, carvão e gaz)
9. Zâmbia (Cu,
10. Gana (Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na
agricultura, extracção mineira, e serviços)
Quais são os factores que suportaram esta recuperação?
Em geral;
Aumento da procura para as exportações africanas:
Aumento dos preços das comodities: pretróleo, minerais e outras matérias primar
Procura interna:
Investimento público em infrastrutura
Aumento do IDE:
1. Aumento da procura para as exportações africanas:
o e consequente aumento de exploração mas também aumento do investimento na
exploração
o Aumento na produção agrícola
o Serviços
o Petróleo
o Extracção mineral
2. Aumento dos preços: As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:
A procura nas economias emergentes e nomeadamente na China é vista como uma dos principais
motores da subida de preços.
O aumento do preço das matérias primas está relacionado com a evolução das economia
mundiais (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro
como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)
O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal
país produtor.
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3. O cresceimento é suportado pela actividade doméstica: procura e produção
Procura interna: o Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIB
o A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de
muitos países
o Este deve-se ao consumo privado e ao investimento tanto público como privado
o Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de cr´dito favoreceram o aumento do
consumo intermno
o O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolificero e da
exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE
Produção:
Agricultura
Sector dos serviços:
o transportes, comércios, imibiliário, administração pública
o Mas tb em sectores menos tradcionais
o Servlos de informação e Telecom
o Serviços financeiros e seguros
Tourimo: em países como CV, Seicheles, quémia, uganda
Petróleo e extracção minerl:
Motor da economia em Angola, Gabão,
o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimento
o No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicos
o Em gana e nos comarões em constratste, o petróleo é o grd motor do crescimento
Os recursos mineits são motor do crescimento em
o RDC, Namíbia, Mozambique
o As descobertas de gaz ao londo da costa de Moz e tanz trazem um potancial enerome para
invetimento externo:
o a costa leste de África está a mudar uma uma pobre em recursos para rica em recursos
4. Investimento público em infrastrutura
5. Aumento do IDE: IDE dá-se na exploração de recursos minerias e agricultura mas também nas infrastruturas
necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de electrecidade mas também serviços
afins: banca, seguros, trasnportes
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REGIÕES
Cada país seguirá o seu percurso que é resultado da combinação de vários destes factores mas,
dando alguns exemplos por regiões:
África do Oeste
Taxa de cresceimento baixou de 2010 para 2011, Mas será a região que mais cresce em 2013/2014
Os problemas em 2011 deveram-se
Devido à contracção da economia na Costa do Marfim causada pela violência pos-eleitoral, o
colapso das exportações e do sector financeiro. Mas houve uma sólida recuperação desde que a
situação política normalizou
Uma diminuição da produção de petróleo na Nigéria tb contribui para o declineo
Gana foi a excepção; impulsionado pelo começo da exploração petrlifera (em 2012?) e forte
crescimento na agricultura, extracção mineira, e serviços serviram para contrabalançar a situação na
sub região
Mas será a região que mais cresce em 2013/2014
Impulsionado não só pelo petróleo e recursos mineiras mas tb agricultural, seviso e consumo e
investimento
Gana e Costa do Marfim cresce:
Na Costa do Marfim a situação politica e social voltou a estabilizarse permitino crescimento.
Beneficia tanto da produção agrícola como de recursos fosseis (produção de petróleo e gás) e
minerais
Alguns países ficam para trás: GB, Benin, CV
Leste de África:
A costa leste de África está a mudar uma região pobre em recursos para rica em recursos
Em 2011: apesar dos efeitos da seca e da fome em (2011) cresceimento de 5.8%
Investimento público em infrastruturas (Etiópia e Tanzânia)
Aumento da extracção mineral da Tanzânia (ouro)
Aumento do IDE em energia no Uganda (muita prospecção petrolífera)
E aumento da produção agrícola na Etiópia (café, gado)
2013: O cresceimento continua sólido no Ruanda, Tanzânia, Etiópia e Uganda
O Sudão foi muito afectado pela secessão do Sudão do sul
África Central: chad, RDC
A actividade económica permaneceu robusta embora o crescimento do PIB tenha diminuído de 5.2% em
2010 para 4.2 % em 2011.
O cresceimento foi impulsionado por:
Investimento público em infrastruras
Crescimento no sector os serviços
Aumento das exportações de madeira
Chad: produção de petroleo e agricultura são os motores do cresceimento.
Em 2012: diminuía produção de petróleo devido a disputas laborais e as remessas diminuiram porque muitos
emigrantes na Líbia perderam os seus trabalhos.
Mas as previsões para 2013/2’14 são para taxas de crescimento superior à media
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RDC:
Também são previstas taxas de crescimento elevadas de mais de 5%
extracção mineira, agricultura econstrução mas para que haja progressos consostentes é necessário que as
quesões politicas e secugança sejam resolvidas
No Sul de Africa
As taxas de crescimento têm vindo a aumentar
Subiu de 3.5 para 3.8; em 2013 espara-se 4% e mais de 4.5 em 2014
Mas muitos países apresentam taxas de crescimento estáveis como Angola, Moçambique, Botsuana e
Zâmbia. Com taxas de crescimento acima dos 6%
A África do Sul foi o pais mais efactado pelo recessão na zona euro
recuperou lentamente
Em 2012 o crescimento foi afectado por greves no sector mineiro
Mas especra-se uma retoma gradual
Este crescimento deve-se a:
Aumento da extracção mineira
Aumento da procura de produtos minerais
Boas colheitas na Zâmbia
Aumento da produção de petróleo em Angola
Melhoria do clima político no Zimbabue faz com que o pais cresça (Recent discovery of diamonds,
tabaco, nikel)
Malawi também está a emergir da crise A sua epoxrt principal é o tabaco
Swazilandia é o pais que menos cresce de toda a Africa
9. Taxa de crescimento per capita
• O REO de 2008 identifica 17 países top performers baseado na taxa de crescimento PER
CAPITA do PIB de 1995 a 2007.
QUEM SÃO OS 17 PAÍSES ou os TOP Perfomers?
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Estes países têm taxa de cresceimento per capita acima dos 2.25%
A 2,25% o redimento de uma pessoa duplica em 32 anos
9.1 PIB per capita
Os (47 países) paises são ainda classificados de acordo com o rendimento per capita (2006).
O PIB per capita (ou rendimento per capita) também têm aumentado: em média 2.3% ao ano
Não são os países que mais crescem que têm maiores PIB per capita ou que são mais ricos
Ver quadro
Os 10 países com maior GDP per capita em 200?: (dados BM33; data?)
A Guiné Equatorial (P)
o é o pais com maior redimento per capita. O rendimento per capita é 83 vezes maior
que o mais pobre: o Burundi. top performer
Seychelles,
Gabão (P)
Maurícias,
Botsuana (diamantes)
AS (R)
Namíbia (diamantes)
Angola (P) 4423 top performer
Cabo Verde (top performer turismo, APD, remessas)
Swazilandia 3073
Dos 10 paises mais ricos, mais de metade são exportadores de petróleo ou ricos em recursos.
33
http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/0,,contentMDK:20563739~menuPK:161
3741~pagePK:146736~piPK:146830~theSitePK:258644,00.html
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Dos exportadores os que não pertencem aos 10 mais ricos estão nos 18 mais ricos menos o Chad
Rep do Congo (lower middle:2943)
Sudão (lower middle) 1425
Nigéria (lower middle) 1222 top performer
Camarões (lower middle) 1143
Chad (LIC) 676 : mas top performer
Mas As performances deste grupo tb têm sido variáveis:
a AS melhorou a sua performance em períodos recentes
as Seicheles, Swazilandia, e até certo ponto as Maurícias, diminuíram o seu crescimento.
O Zim que costumava estar neste grupo, encontra-se agora em posição de estado frágil e com baixos
redimentos.
Entre os 10 mais pobres são (dados de 2010:BM database
1. Burundi,
2. Congo Democratic Republic (4.9%)
3. Libéria (top performer)
4. Serra leoa (top performer)
5. Malawi
6. Niger
7. Ethiopia (top performer)
8. Eritrea,
9. Moçambique (top performer)
10. Madagascar
11. Guinea
12. Central Africa Republic
CRUZAMENTO PIB COM PIB PER CAPITA
Há uma grande variedade nos TOP Performers:
Uma coisa a notar é que os Top Perfomers de agora começaram de níveis de redimento diferentes:
o não são os com maior redimento que crescem mais.
o Nem são os mais pobres nem os mais ricos.
o Alguns cresceram com o fim da guerra:
o mas outros não cresceram apesar do fim dos conflitos: RDC, Camrões, Togo, Comoros
Os factores como a geografia e os recursos, que parecem ter sido determinantes antes, parecem já
não o ser agora:
Nos top performers temos: (REO2008)
países ricos em recursos (6):
o GE;
o gabão,
o botsuana,
o Namíbia
o AS
o Angola
países com poucos recursos e são costeiros (6)
o Seychelles
o CV
o mauricias
Tem poucos R e são Interiores (5)
swazi
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REA
08
economist GDP
growth
2002-06
1 1 Eq. Guinea T C R High income: 23 19998 Petróleo
3 2 LEAO Chad I R Low income 10.9 676 Petróleo
4 3 LEAO Angola T C R Lower middle income 10.6 4423 Petróleo
6 4 LEAO Mozambique T C Low income 7.6 410 Minerais Al
8 5 LEAO Tanzania C Low income 6.3 527 Minerais Ouro (%)
9 6 LEAO Ethiopia T I Low income 6.2 358 0
10 7 Burkina Faso I Low income 6.1 536 0 Ouro (10%)
11 8 Cape Verde T C Lower middle income 5.7 3323 0
12 9 LEAO Nigeria T C R Lower middle income 5.6 1222 Petróleo
13 10 Uganda I Low income 5.6 509 Energia?
14 11 LEAO Rwanda I Low income 5.5 530 minerais
15 12 Botswana T I R Upper middle income 5.5 7403 Minerais Diam nikel
16 13 STP T C Lower middle income 5 1190 0
17 14 LEAO Ghana C Lower middle income 5 1283 0 manganes
15 mali I
16 mauricias T C
17 AS T C R
LEAO Congo C R
LEAO Zambia I
2 Sierra Leone T C Low income 11.6 325 Minerais Diamantes
5 Liberia C Low income 8.9 247 0 petróleo oils
7 Sudan T C Lower middle income 7.3 1425 Petróleo ouro
O FMI utiliza também o grupo de estados frágeis e a sua classificação é diferente do BM
Exportadores de petróleo
MIC
LIC
Frageis
FMI so tem 8 MIC.
BM distingue Higher MIC e Lower MIC ver quadro
O BM por exemplo faz essa classificação faz essa divisão em 4 grupos
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Nb de paises Lista de países
High income $12,276 or more Guiné-equatorial (Top
Performer)
Upper MIC $3,976 - $12,275 6:
Seycheles (0.1%)
Maurícias (TP)
Botsuana (TP)
África sul (TP)
Namíbia (4.5%)
Gabão (1.1%)
Lower MIC
$1,006 - $3,975; 7 Angola (TP)
Cape Verde (TP)
Swaziland (2.4%
Congo (4,9%) Leão
Sudão (TP)
Ghana (TP)
Zambia (leão)
Nigéria (TP)
São Tomé and Príncipe (TP)
Côte d'Ivoire (-0.3%)
Cameroon (3.7%)
Mauritania (4.9%)
Senegal (4.1%)
Lesoto
LIC $1,005 or less (34)
Os mais pobres:
Quénia, (3.6)
Benin (4.1)
Comores (2.4)
Chad
Mali
Zim (-5-5)
Guinea-Bissau (1.2)
Burkina
Ruanda
Tanzânia (ouro)
Togo
Uganda
Gâmbia
Central Africa Republic
Guinea
Madagáscar
Moçambique
Eritrea,
Niger
Etiopia,
Malawi,
Serra Leoa
Liberia,
Congo Democratic Republic,
Burundi (mais pobre)
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10. A EXPERIENCIA DOS TOP PERFORMERS
O próximo passo é analisar qual foi a experiencia dos TOP Performers analisando as suas
características
O objectivo é tentar compreender melhor a recente aceleração das economias africanas
Angola
Nigéria
Etiópia
Chad
Moçambique
Ruanda
Tanzânia
Congo
Gana
Zambia