65
Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03 - 1 - MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem? Dois textos principais Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano) http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf Peter Lawrence (2010) The African Tragedy: International and National Roots. Em: Vishnu Padayachee ed. The Political Economy of Africa. London: Abingdon Módulo 1. Estará a África perante um ponto de viragem? 1. Introdução. 2 Análise histórica: evolução do crescimento africano 3: África a partir de 2000 o Quais são os motores do crescimento africanos? 4: Debate: Estará a África perante um ponto de viragem? Crise vs renascimento? o Análise de vários pontos de vista e argumentos Oya: Será que se deve mesmo falar de tragédia? McKinsey report: http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_ africas_growth Es verdade que África despiega? Análise na aula Oxfam: still hungry Dados: http://mortenjerven.com/a-history-of-economic-growth-in-africa- why-measurement-matters/ Emerging or diverging? A framework for discussing ‘Africa rising’ – by Jolyon Ford http://africanarguments.org/2012/11/26/emerging-or-diverging-a- framework-for-discussing-%E2%80%98africa-rising%E2%80%99- %E2%80%93-by-jolyon-ford/ Africa Pulse: último relatório Debate: http://www.economist.com/debate/days/view/954

MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem? · As narrativas dominantes sobre o crescimento económico e desenvolvimento do ... como a literatura académica, dão uma

Embed Size (px)

Citation preview

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 1 -

MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem?

Dois textos principais

Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank.

Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano)

http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf Peter Lawrence (2010) The African Tragedy: International and National Roots. Em: Vishnu

Padayachee ed. The Political Economy of Africa. London: Abingdon

Módulo 1. Estará a África perante um ponto de viragem?

1. Introdução.

2 Análise histórica: evolução do crescimento africano

3: África a partir de 2000

o Quais são os motores do crescimento africanos?

4: Debate: Estará a África perante um ponto de viragem? Crise vs renascimento?

o Análise de vários pontos de vista e argumentos

Oya: Será que se deve mesmo falar de tragédia?

McKinsey report:

http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_

africas_growth

Es verdade que África despiega? Análise na aula

Oxfam: still hungry

Dados:

http://mortenjerven.com/a-history-of-economic-growth-in-africa-

why-measurement-matters/

Emerging or diverging? A framework for discussing ‘Africa rising’ – by

Jolyon Ford

http://africanarguments.org/2012/11/26/emerging-or-diverging-a-

framework-for-discussing-%E2%80%98africa-rising%E2%80%99-

%E2%80%93-by-jolyon-ford/

Africa Pulse: último relatório

Debate:

http://www.economist.com/debate/days/view/954

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 2 -

1. INTRODUÇÃO: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE

AFRICANO?”

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE

AFRICANO?”

Fontes:

A descolagem de África: mito ou realidade (texto a analisar na aula)

L'Afrique est-elle vraiment bien partie? Henri-Bernard Solignac-Lecomte, chef

de l'unité Europe, Moyen-Orient et Afrique, Centre de développement de l'OCDE.

L'Economie politique n° 059 - juillet 2013

Alexandre Abreu, entrevista

1.1 INTRODUÇÃO

O que eu gostaria de fazer aqui é uma pequena introdução ao debate sobre o renascimento

de África “Africa Rising”.

Pespectivas negativas As narrativas dominantes sobre o crescimento económico e desenvolvimento do continente africano até

ao final do século passado eram informadas pela perpesctiva de uma África em Crise.

África era um continente desolador, com problemas de desenvolvimento, pobreza, fome, migrações,

piorado por guerras e pela devastação causada pelo HIV/SIDA.

Neste contexto, a imagem do comportamento das economias africanas era especialmente negativa

(centra-se na má governação como factor explicativo principal).

Optimistas Por outro lado, desde o início do século, em termos do crescimento económico em África, houve, em

certa medida, uma inversão desta perspectiva, nomeadamente nos media e perspectivas das organizações

internacionais,

Passou-se de uma visão de crise para uma uma visão extremamente optimista:

Já todos ouviram dizer que

“Alguns dos países que mais crescem no mundo estão em África”.

“O crescimento médio dos países continua a superar os 5% e os ganhos económicos também são reais”.

É comum fazer-se referência a dois artigos do Economist “hopeless continent” (2003) para “África

rising” (2011)

Vários autores analisaram a questão do renascimento africano.

Até ao ano passado, 2014, os relatórios do BM falavam de take off

Um dos relatórios muito citados do BM dizia:

“The bank concludes that Africa could be on the brink of an economic take-off, much like

China was 30 years ago and India 20 years ago1”

Mas começam a notar-se desaceleramentos

(Jenven em 20102):

“Now the current slowdown puts even very recent publications such as Edward Miguel‘s Africa’s Turn? and the 2008

World Bank volume Africa at a Turning Point? in a less favourable light. There are even signs Keynesianism is coming

back in fashion: in strict contrast to the austerity prescribed in the 1980, in the recent Regional Economic Outlook the

IMF suggested the use of counter-cyclical fiscal policy to weather the storm. However, because of structural adjustment

1 http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-2-11.pdf

2 http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 3 -

the ability of African states to intervene in their own markets is now very limited, and therefore the capacity to soften

the downturn with counter-cyclical fiscal policy will depend on their ability to raise funds in world markets. The

eventual return of growth in Africa will ultimately depend on the world economy.”

E claro, há perspectivas muito diferentes sobre se este crescimento é mesmo um renascimento ou não:

uns anunciando o descolar da África; outros chamando a atenção para os limites deste crescimento.

Tentamos aqui analisar alguns dos questões principais dos dois lados do debate.

Sem deixar de reconhecer a gravidade da situação económica em muitos países

africanos, o que é facto é que tanto os media, como a literatura académica, dão uma

visão distorcida e exagerada da situação politica e económica da África.

Há uma detencia sempre para a dicotomia

1.2 PONTOS PRÉVIOS

O que é que queremos então analisar neste módulo: Será que estamos ou não perante um ponto de viragem

em África? Ora, para para analisar esta questão temos de considerar 3 pontos:

(1)Tendência para distorcer

O terreno da crise africana, é terreno fértil para todo o tipo de interpretações, diagnósticos e

prognósticos

Há sempre a tendência em relação a vários assuntos que dizem respeito a África, mas, em particular,

em relação às análises sobre o crescimento económico em Africa para o extremo pessimismo ou o

optimismo exagerado

Talvez o pessimismo das décadas passadas fosse exagerado mas também é necessário analisar com

cuidado este período de optimismo:

(2) Avaliações poucos consistentes

Muitas destas análises sobre Africa e sobre a economia africana caracterizam-se por

avaliações muito inconsistentes que oscilam consoante o momento.

Há poucos dados viáveis: alguns dados sem evidências que os suportam são repetidos ad

eternum

Outro ponto a considerar é que as análises variam com os protagonistas e com os autores das

análises e são informadas por ideologias, por modelos diferentes de sociedade.

Isto acontece tanto nas narrativas dominantes, como nas abordagens e nas teses que contestam estas narrativas dominantes e que nos podem parecer mais interessantes.

Tanto os media, como a literatura académica, dão uma visão distorcida e exagerada da situação

política e económica da África

Diversidade

Para além disso, há que ter em conta a grande diversidade nos países africanos,

especialmente hoje em dia. (Abreu, entrevista)

Pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Maurícias

Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos

Algus tem instituições, a nível formal e informal, que permitem a distribuiçõa dos

redimentos outras não. É difícil fazer generalizações.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 4 -

1.3 Plano da aula

Neste módulo vamos então tentar analisar esta questão: Será que estamos ou não perante um ponto de

viragem em África?

E para isso vamos:

(1) Tentar compreender qual foi a evolução do crescimento africano ao longo das décadas

(2) Analisar a mudança da narrativa dominante sobre Africa: de continente das trevas a leões africanos

Quais são as diferentes narrativas/perspectivas sobre este tema.

O que é que vários autores, analistas, jornalistas e académicos pensam sobre este assunto.

Mas vamos então começar por dar uma visão geral do crescimento africano nas décadas pós-independência

para tentar compreender melhor estas visões.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 5 -

2. EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO AFRICANO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Fonte:

Ndulu, Benno et al (2007) : Africa’s Long-Term Growth Experience Capítulo 2. in: a Challenges

of African Growth. Washington. World Bank.

http://siteresources.worldbank.org/AFRICAEXT/Resources/AFR_Growth_Advance_Edition.pdf

(Obrigatório)

Prof Benno Ndulu presentation

Mkandawire, T., & Soludo, C. C. (1999). Our continent, our future: African perspectives on structural adjustment. Dakar, Senegal: CODESRIA/IDRC. Chapters 2-3 (BCEA)

HENRY BERNSTEIN, DAVID HULME and PHILIP WOODHOUSE (2000) African Enclosures?

The social dynamics of wetlands in drylands. Oxford: James Currey.

Giovanni Arrighi (2002) THE AFRICAN CRISIS World Systemic and Regional Aspects

http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis

Oya

Jerven, African Growth Recurring: An Economic History Perspective on African Growth Episodes,

1690–2010

O objectivo deste módulo é:

Tentar fazer compreender o crescimento africano numa perspectiva histórica de longo prazo

Em particular demonstrar que houveram vários episódios de crescimento e acumulação de capital

desde 1960 até hoje

Muitos deles acabaram mas trouxeram mudanças nas sociedades

Deve fazer-se a análise do crescimento como um processo recorrente para se compreender quais

são as perspectivas de crescimento sustentável para Africa (Jenvens).

Portanto esta análise deve levantar a questão:

até que ponto o episódio de crescimento que Africa experienciou nas últimas décadas agora é

sustentável ou não?

O que é que se pode aprender com o passado?

A análise é apenas sugestiva dando uma dimensão histórica a uma sucessão de eventos

(Woodhoose, p3) mas não queremos sugerir que há um conjunto fixo de factores com impactos nas

sociedades africanas.

Esta análise não tem pretensão de ser completa tendo só um objectivo de traçar alguns pistas

para reflexão mas há muitos mais factores em jogo do que os que eu vou poder abordar.

2.1 VISÃO GERAL DA EVOLUÇÃO AO LONGO DAS DÉCADAS

De forma muito simplificada: podemos caracterizar o crescimento africano do PIB3 africano pela

sua forma em U.

Muitos países africanos experienciaram este padrão de crescimento.

Nesta forma em U distinguimos:

Uma contracção do crescimento muito prolongada de 75 a 95

Entre dois periodos de crescimento moderado nos anos 60 e 90.

Em 2005, o crescimento africano voltou a atingir os níveis de 1960 mas com economias muito

maiores e mais diversificadas.

3 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa

determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). O PIB é um dos

indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objectivo de medir a actividade económica de uma região.

PNB = PIB – RLEE

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 6 -

Em termos de PIB Per Capita:

Se virmos o gráfico, o crescimento do PIB per capita é de cerca de 2% em 1960

Aumenta no final da década até 4% cai marcadamente nos anos 70 até se tornar negativo

depois volta aos 2% desde meio dos anos 90 para depois continuar a subir

Fonte; N’dulu

Características do crescimento a longo prazo

Six key features of Africa’s long-run growth

1. Divergence relative to other regions: rising income gap

2. Slow capital accumulation and slow productivity growth

3. Volatility of growth: commodity dependence

–Minerals and oil: price volatility

–Agriculture: weather shocks in addition to price volatility

4. Lack of structural transformation:

–Slow agricultural productivity growth

–Lack of export diversification

5. Diversity across countries: miracles and disasters; there are models of success in Africa

–Classics: Botswana, Mauritius

–Newer references: Mozambique, Ghana, Rwanda, …

–Growth tragedies: Congo DR, Zimbabwe, …

Source: Patterns and factors of long-term growth in África Geography, resources, and institutions

(slides) ordem diferente

Divergência:

Crescimento mais lento: ver 6. Divergência: África tem um ritmo mais baixo que no resto do

mundo entre 1960 e 2004.

De acordo com Oya, o desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em

todas as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as

dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a

AS começou a atrasar-se.

Não obstante,

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 7 -

as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no

periodo 1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela

dinamica do capialismo mundial.

Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003.

O padrão de crescimento da AS acompanha de certa maneira o padrão mundial

Mas a ritmos sempre mais lentos

É influênciada pelos ciclos da economia mundial

Mas tem vulnerabilidades específicas que vão condicionar a trajectória particular de Africa entre 74 e

2000.

Em geral o que se pode dizer é que no periodo 1950 a 2003 todo a economia africana cresce a um ritmo

mais baixo que o resto do mundo.

De 1950 a 2003, o PIB cresce mais lentamente em relação a outras regiões mas cresce a um ritmo de

0,7% ano

Grandes diferenças em relação aos outros países em desenvolvimento em particular com os países do

Leste Asiático (Grafico abaixo):

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 8 -

O primeiro ponto de diferença é as taxas de crescimento mais baixas durante todo o periodo

excepto no início dos anos 60/70.

A divergência entre as economias asiáticas acentuou-se a partir de meados dos anos 70 e nos anos 80

devido à combinação do aumento do crescimento das economias asiáticas e o colapso do

crescimento em Africano.

Nos ultimos anos, desde 95, contudo é clara a convergência dada a recuperação das economias

africanas. Esta convergência deve-se essencialmente à aceleração das economias africanas.

SA: South Ásia4 (Bangladesh, Pakistan, Nepa, India Sri Lanka); EAP: East Asia and Pacific

(Coreia, Taiwan, China?Japan, ) Outro aspecto que é importante notar contudo é que os países asiaticos sofreram um crescimento

sustentado durante varias décadas. Na maioria dos países africanos o crescimento foi muito mais

episódico que noutras regiões em desenvolvimento.

O PIB per capita de 1960 a 2004 cresce a 0.5% ano5

Enquando nos outros países em desenvolvimento: o PIB per capita cresce a 3%.

Isto significa que durante 45 anos os rendimentos per capita cresceram a 1/5 da taxa dos países em

desenvolvimento (0.5 percent versus 2.5 percent).

Em termos de rendimento per capita: a divergênvcia é enorme

A divergência acentua-se devido às elevadas taxas de aumento da população: Assim as diferenças de

rendimento por pessoa entre as economias asiáticas e africanas são fenomenais.

o Em 1960: O rendimento per capita era metade o das outras regiões em desenvolvimento

(países da Ásia e do Pacifico)

o No fim do século 20: era menos de 1/5

4 Souteast Asia: tailandia. Vietnam, Indinesia, Malsia, Filipinas, Singapora, Laos. Cambodja 5 nos 41 países da ASS para os quais existem dados

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 9 -

The larger divergence is mainly because of the relatively rapid growth of very populous countries

such as China, India, and Indonesia in Asia. In contrast, the large countries in Africa, including

Democratic Republic of Congo, Ethiopia, Sudan, and Nigeria, have on average grown more slowly

than smaller ones. Ndulu

Diferenças entre países

Há diferenças significativas entre países dentro de África6: ver Diferenças entre países abaixo.

ver Ndulu, evolução e Oya

Houve um país que teve crescimento positivo contínuo desde 1960: Botsuana7 (mas não pc)

6 Classificação segue Country Income Groups (World Bank Classification). Em 2011: http://chartsbin.com/view/2438

GNI per capita GNI per capita is gross national income divided by midyear population. GNI (formerly GNP) is the sum

of value added by all resident producers plus any product taxes (less subsidies) not included in the valuation of output

plus net receipts of primary income (compensation of employees and property income) from abroad. Data are in

constant 2005 U.S. dollars.

http://data.worldbank.org/indicator/NY.GNP.PCAP.KD/countries?order=wbapi_data_value_2006%20wbapi_data_valu

e&sort=asc&display=map

Upper MIC 6: Guiné Eq; AS; gabão, Mauritias, Botswana, namibia

Lower MIC 7: Angola, Rep dp Congo Brasa, lesoto, Camaroões, costa marfim, Nigéria, Zâmbia, Mautitania, senagel

LIC 7 http://www.oecd.org/dev/1921696.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 10 -

2.1.1. Volatilidade

No entanto, há muitas oscilações

Temos assim (aproxidamente) 3 períodos: 1960’s-1975: Período (pos-colonial) das independencias: crescimento e euforia

1975 – 1995: as Décadas perdidas: A crise mundial dos anos 70 empurrou para a crise grande parte

dos países africanos, que têm um crescimento negativo desde meados dos anos 70. Esta crise precipitou-

se com os choques energéticos - Choque petrolífero (1973) e corresponde ao tempo do ajustamento

estrutural e à crise da dívida

A partir de 1995: Renascimento? Crescimento volta a ser positivo.

As últimas análises do BM em 2014 continuavam a dar crescimento positivo projectado 5.2. em

2015/20168

8 http://www.worldbank.org/en/region/afr/publication/africas-pulse-decades-of-sustained-growth-is-transforming-

africas-economies

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 11 -

Em 2015, o BM já começa a avisar que esse cresceimento pode ser posto em causa:

“Sub-Saharan Africa’s growth is projected to slow in 2015 to 4 percent, before picking

up moderately in 2016”.

Estes períodos correspondem a uma periodização geralmente aceite que corresponde a

momentos importantes da história universal.

CONCLUSÃO:

A abordagem que se faz aqui é que as experiencias de crescimento africanos são experiências de

crescimento recorrentes (Jenven9).

Em vários períodos registaram-se períodos sustentados de crescimento per capita (tanto na Africa

pre-colonial, colonial e post colonial)

o Periodo pre-colonial: o crescimento das culturas de exportação leva ao aumento do PIB e,

nalguns casos, à melhorias das receitas de alguns agricultores (Jenven)

o Periodo colonial, através de marketing boards, as receitas de exportação eram capturadas

pelo estado.

o No período pos colonial estas receitas foram canalizadas pela formação de capital e

investimentos estatais

Mas não foram períodos de viragem como no caso da industrialização europeis ou no Leste Asiático.

No entanto foram importantes porque associados com mudanças qualitativas da forma como as

sociedades estão organizadas e de alguma forma trazendo algum bem estar económico (Jervens)

Faltará na análise

Os períodos de estabelecimento colonial e consolidação (de 1880 a 1930)

Inclui um período de expansão da globalização e da partilha da África (scramble for África) seguido

da Guerra e da grande depressão

E o período do colonialismo tardio de 1940 a 1950, com um cunho desenvolvimentista

Corresponde à expansão da actividade do estado e regulação (keynesiana e outras) que teve impactos

profundos no colonialismo tardio

http://hdr.undp.org/en/content/gdp-per-capita-2011-ppp

9 Usando o conceito de Jerven http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 12 -

2.2 1960’S-1975: PERÍODO DE EUFORIA, ESTADO DESENVOLVIMENTISTA

O período de euforia vai do pós-independencia para muitos países (excluem-se os PALOP), até ao

primeiro choque do petróleo em 1973.

O primeiro período em que os países africanos se estão a estabelecer é um periodo de crescimento

robusto.

Foi um periodo de crescimento do PIB em que Africa cresceu a um ritmo semelhante à maioria dos

países em desenvolvimento (se exceptuarmos os tigres asiáticos: Malásia, Singapura, Coreia, Taiwan).

Durante este período vários (pelo menos 13) países africanos excederam a taxa de crescimento média

dos países em desenvolvimento.

Neste periodo (antes dos anos 80) destacam-se

Os paises com mercados maiores e com governos mais activos nos processos de acumulação e

industrialização pos independênia: como o Quénia e a Costa do Marfim, com um estado

desenvolvimentista;

os produtores de petróleo ou diamantes como o Botsuana e a Nigéria, o Gabão, que depois seguiram

trajectorias muito diferentes.

Particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a

Costa do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste

asiáticos incluindo a Coreia.

Estes foram:

1. Botsuana (diamantes),

2. Costa do Marfim (cacau e petróleo), - cresceu de 1960 a 78

3. Gabão (petr, Mn,),

4. Quénia (chá. Flores café) - cresceu de 61 a 79

5. Lesoto (diamantes, confecção),

6. Mauritânia (ferro),

7. Malawi (tabaco),

8. Namibia,

9. Nigeria,

10. Seicheles,

11. Togo (cacau),

12. Tanzânia (ouro),

13. Africa do Sul (platina, ouro e diamantes).

Matérias primas agricolas:

Café, cacau, cha

Açúcar, algodão

Porquê o crescimento? (Woodhouse, p.7)

É o período de optimismo da independencia

É o período do estado desenvolvimentista que teve o seu apogeu nos anos 60

Correspondeu também a um ciclo de crescimento sem precedentes na economia mundial

Um grande aumento do investimento

O modelo do colonialismo tardio de desenvolvimento económico liderado pelo estado foi assimilado

embora com várias reconfigurações como é o caso nos modelos de inspiração soviética

O resultado foi um grande aumento da escala do investimento estatal tanto nos sectores económicos

como sociais

a estratégia principal para muitos dos países era a industrialização por substituição das

importações

Houve então um grande investimento em grandes projectos de infrastruturas (comunicações,

energia. Agua)

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 13 -

Este padrão era razoável dadas as necessidades em infrastruturas, en capital físico e tecnologia e

os esforços de muitos estados postcoloniais para acelarar a modernização e a transformação das

suas estruturas produtivas (sender e Smith, 1986, cit in Oya)

e investimentos na produção primária (agricultura, madeira e mineração) tipicamente através da

formação de empresas paraestatais

As agências de cooperação estrangeiras tb estavam muito envolvidas no financiamento, planeamento e

até implementação destes projectos.

Um foco maior também na redução da pobreza nas zonas rurais através do aumento das receitas

agrícolas que seria conseguida com os investimentos na agricultura e melhoria das condições de vida

das populações através da prestação de serviços (educação, saúde, água).

As de empresas de comercialização (marketing boards) e outras empresas parastatais tanto nas culturas

de exportação como nas para consumo interno (staple) foram reorganizadas sofrendo integração vertical

e forneciam inputs, credito, serviços de extenção e comercialização

Crescimento das exportações

Durante este período, com um pico nos anos 60, assistiu-se ao maior crescimento das exportações de

produtos agrícolas desde os anos 20.

Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos países

asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa do Marfim

(cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste asiáticos

incluindo a Coreia.

Esta fase de crescimento foi suportada por um período de crescimento da produtividade dos factores e

um periodo de acumulação de capital físico (com contribuição muito forte dos estados (Oya).

Fragilidades económicas deste periodo

Mas há muitas fragilidades nas economias e tensões internas e externas

No entanto, as economias eram pequenas

A maioria da população vivia da agricultura de subsistencia

Dependencia das matérias primas

o Os países participavam no mercado internacional mas eram dependentes de matérias-primas

para as suas exportações nomeadamente de produtos agrícolas: e de preços estabelecidos

pelo exterior

Declineo dos termos de troca dos produtos agrícolas e outras matérias primas (minerais):

Apesar de alguns picos, os preços das matérias primas sofreram um declineo constante de longo prazo e

instabilidade de curto prazo (volatilidade) o que produz condições desfavoráveis para os países que são

dependentes de matérias-primas

Este declineo tem efeito tanto nos produtores como no estado

Os seus impactos negativos vão ser acentuados nas décadas seguintes com a liberalização e o abandono

dos mecanismos que os estados tinham para tentar controlar os preços

Não houve mudança estrutural

Alguns AA sustentam que a maior parte deste crescimento foi devido a taxas de investimento

em capital fixo elevadas (berthelemy e Soderling (2001 ct in Oya) mais do que aumento de

produtividade (Acumulação de capital vs aumento da produtividade dos factores)

Não houve portanto aumento da produtividade e transformaçao estrutural10

10 Acumulação de capital vs aumento da produtividade dos factores

Produtividade fos factores depnde de

Politicas macro,

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 14 -

São as mudanças estruturais: que levam a uma alocação mais eficiente de factores para actividades

novas e mais produtivas

Como exemplo cita-se s milagre asitário que dependeu de mudanças estruturais que levaram à produção

de misturas sofisticadas de produtos

Há muitas divergências:

21 países tinham crescimento moderado Pritchett (1998)

A outra metade demonstrava estagnação persistente

Fragilidades políticas

É um período de independencia política traz um optimismo muito grande em relação ao que era possível

de atingir em termos de crescimento.

A estrategia de desenvolvimento liderado pelo estado justificava-se pelas necessidades de construir a

nação depois do subdesenvolvimento forçado pelo domínio colonial e a exploração.

Também serviu para justificar o partido único e vários golpes militares

A estratégia principal para muitos deles era a modernização,

Este projecto foi muito criticado devido à sua desaqueção ao contexto local.

Nomeadamente por ignorar as estruturas e instituições tradicionais dos vários grupos étnicos e por não

as incorporar nos modelos analíticos

o Mamdani: “as elites africanas queriam apagar a história em nome do desenvolvimnto

defendiam a independencia africana mas não conseguiam produzir um modelo de

desenvolvimento enraizado na história africana”

Por outro lado também havia uma política de extração dos recursos das zonas rurais para as cidades, que

foi afectando a sua capacidade produtiva

Contração de empréstimos O investimento desta década tinha levado à constração de empréstimos para mega projectos (alguns

elefantes brancos) junto de bancos europeus

Começa assim a ganhar forma uma crise fiscal que depois se vai intensificar com uma serie de choques

externos ligados à recessão global.

IMPACTOS e décadas perdidas

Os impactos dessas fragilidades vão se começar a sentir nos anos 70, devido ao impactos destas tensões

internas e externas.

Já nos anos 70 se começa a sentir o declineo das exportação das matérias primas agricolas

Isto gerou rios de discursos centrados na patologia dos estados africanos e no falhanço do estado

desenvolvimenstista (Woodhouse, p9).

A isto acrescentaram-se imagens dramáticas de seca e fome em África

É isto que vai constituir o conjunto de manifestações da “Crise Africana” que vão dar origem as

chamadas décadas perdidas

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 15 -

2.3 1974 – 1994. AS DUAS DÉCADAS PERDIDAS

As décadas perdidas foi termo cunhado por Colin Leys (1994) ,11 mas também citado por outros autores

como Collier e Easterly )

Fonte: Chrish Blattman fev 2010, lecture 1. week 7

Este é um período muito negativo das economias africanas.

Caracteriza-se por um decréscimo abrupto do PIB per capita

Foi este periodo que deu origem ao chamado afropessimo.

E este pessimismo foi maior porque sucedeu a um periodo de euforia que se tinha generalizado nos anos

60 e 70 e que foi cortado pela crise mundial dos anos 70.

A maioria dos autores que falam de tragédia africana aceita que o crescimento do continente até meados

dos anos 70 não foi desastroso. (Collier y Dunning, 1999a, p. 3).

Collier, P. & Gunning, J.W. (1999) Why has Africa Grown slowly

Neste período, as análises pessimistas dominaram o discurso sobre África.

Destacam-se os estudos de vários autores, principalmente economistas

Ref: Colin Leys: ‘Confronting the African Tragedy’, NLR I/204, March–April 1994, pp. 33–47.

Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions”

Quarterly Journal of Economics 112(4).

Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of Policy Reform 1980-

1998. Washington: World Bank

Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis, 1979–1999

Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa: From Colonialism through

Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf

Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004).

11 The term ‘African Tragedy’ comes from Colin Leys: ‘Confronting the African Tragedy’, NLR I/204, March–April 1994, pp. 33–

47.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 16 -

“Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here]

o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf

Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies, Journal of African

Economics12. o

Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto

Arbache, Jorge Saba and John Page (2007) Patterns of Long-Term Growth in Sub-Saharan Africa. World

Bank.

Arbache, Jorge Saba and John Page (2008). Is Africa’s Recent Growth Robust?, World Bank, Africa Region

Working Paper Series, No. 111: Abstract

Barro, Robert J. (1991) Economic Growth in a Cross Section of Countries. Quarterly Journal of Economics,

May 1991, 106(2), pp. 407–43.

Berthelemy, Jean-Claude and Ludvig Soderling (2000). The Role of Capital Accumulation, Adjustment and

Structural Change for Economic Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes. World

Development, Vol. 29, No. 2, pp. 323-343, 200

Esta denominada “Tragédia Africana” corresponde a uma retrocesso do continente em termos agregados,

quando o PIB decresceu a um ritmo de 1% ano (Oya).

Se considerarmos o PIB per capita este é mesmo negativo

Enquanto isso, outras regiões conseguiram suster e até aumentar o seu crescimento: começa aqui a

divergência sobretudo em termos de PIB per capita. Ver abaixo explicação da divergência: Africa cresce mais devagar

Há uma forte queda da produtividade e queda do investimento, que levaram ao estancamento (ou

decrescimento se considerarmos em termos de per capita) do PIB nos anos 90.

Assim, as decadas de 80 e 90 são consideradas as décadas perdidas.

Mas há muitas divergências entre países

Durante as décadas perdidas poucos (cerca de 7) paises excederam as médias de crescimento dos

países em desenvolvimento.

São eles:

1. BF (algodão),

2. Botsuana (diamantes): aumentou 9 vezes o rendimaneto per capita

3. Cabo Verde (

4. RDC

5. Lesoto,

6. Maurícias

7. Seicheles

Africa do Sul : aumentou 60% o redimento per capita de 1960 a 2004

De acordo com alguns autores, países como a Costa do Marfim e os camarões sofreram desde meados dos

anos 80 como resultado das políticas de ajustamento estrutural.

Porquê a crise africana ?

Explicar as causas da tragédia africana atrai muitos analistas

O dabete tendeu a polarizar-se entre internalistas vs externalistas

OU seja sobre se as causas desta desaceleração são internas ou externas:

12 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 17 -

As explicações internalistas atribuem a causa principal às políticas nacionais e comportamentos

das elites

As explicações externalistas relacionam os episódios de crescimento e desaceleração com ao

comércio e à economia mundial

Vários autores, alertam para a necessidade de tomas em conta tanto os factores internos como os

externos (ver Mkandawire).

O importante é que não factores singulares que expliquem a crise africana mas há interações

complexas entre vários factores

Quais são então alguns destes factores13?

(1) FACTORES EXTERNOS A crise global dos anos 70 afectou severamente Africa.

Choque petrolífero. O acontecimento mais importante são os choques pretroliferos depois dos

aumentos de preço do petróleo provocados pela OPEC

A deterioração dos termos de troca para as matérias-primas

O choque petrolífero levou à desacelareção global da economia

A crise mundial e a recessão nos países industrializados também levou à contracção da procura e exerceu

uma pressão negativa sobre os preços das matérias primas (uma séries de choques entre (74 e 79) nos

mercados das matérias primas (energia e produtos agrícolas tropicais)

temos assim delineo das exportações combinado com declineo dos preços

O aumento da produção também contribuiu para uma redução ainda maior dos preços

Mas este impacto negativo nos termos de troca tb é atribuído à acção de empresas transnacionais que

controlam as exportações africanas e que mantêm os preços baixos14

Por outro lado as importações tornaram-se mais caras especialemente os produtos do petróleo

Isto reduziu a disponibilidade em divisas dos países africanos e

Diminiui a capacidade de pagar a divida

Endividamento. Os gastos que os estados independentes tinham nos seus programas de investimentos levou à escalada do

endividamento pelos governos africanos

Este endividamente também foi estimulado pelos bancos europeus e americanos que tinham muita

liquidez (petrodólares)

As taxas de juro aumentaram

Por outro lado as taxas de juro aumentaram.

O aumento das taxas de juro também se deveu à decisão do banco central (Federal Reserve) dos USA de

aumenta as taxas de juro de 11% para 22% (isso tornava os USA mais atractivos para o investimento)

Um efeito é que os países endividados tiveram de pagar mais serviço da dívida

13 Notas:

http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdf While we do know how these periods of growth are related to world economic patterns, research on how these patterns change economic power

and structure in African economies are key, yet relatively understudied questions that demand answers. The growth episodes here were rooted in trade and the world economy, but the growth was only possible due to a reorganisation of factors of

production, a combination of investment and technological growth that had political economy consequences.

The global economic downturn in the 1970s hit Africa particularly hard. Between 1975 and 1995, a combination of depressed demand in external markets and elites turning to predatory rent-seeking ensured that growth did fail in the majority of African economies

It is also widely recognised that this economic downturn also led to a political disorder, state failure and the increased incidence of civil war. After a

prolonged period of structural adjustment, growth did return, particularly due to renewed demand and increased prices for primary product exports.

Ver Edward Miguel‘s Africa’s Turn? (book, MIT press) and the 2008 World Bank volume : Africa at a Turning Point?

14 Custers & Matthysen (2009) África Natural Resources in a Global context.

http://www.cncd.be/IMG/pdf/20090812_Natural_Resources.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 18 -

Outro efeito é que os fluxos financeiros passam a ser dirigidos para os EUA para produção de elevada

tecnologia e alto valor e actividades menos produtivos passaram para os países asiáticos

A Africa ficou excluída das oportunidades fornecidas pela política monetária e industrial americana

(Custers & Matthysen, 2009)

O ajustamento. o Devido à combinação destes factores, quase todos os países inciaram negociações com o FMI e o BM

para um rescalonamento da dívida e outros apoios financeiros

o A contrapartida foram os PAE que envolviam reformas económicas, sociais e da Administração pública.

o As linhas principais das reformas (ainda que não tenham sido todas implementadas) eram:

A diminuição da intervenção do estado para haver um ajustamento correcto dos preços

(retirando a intervenção do estado que levava a distorções)

A desvalorização monetária (porque se considerava que a valorização monetária favorecia as

importações vs exports)

Liberalização do comércio

Redução da despesa do estado e do emprego

Privatização das empresas estatais

o Estas políticas são complementadas em fases seguintes por um foco no capacity building e depois boa

governação

o Os resultados da implementação dos PAE levaram a debate muito intensos

Muita literatura analisa o impacto negativo do PAE de AA que se posicionaram contra estas

políticas

resaltam a contracção da despesa do estado, ao despedimento em massa dos funcionários

públicos, encerramento de empresas públicas, abertura das fronteiras a importações que

destroem produção local

o Outros vêem a implementação dos PAE como o ponto de viragem para uma década melhor

(2) Secas

o Vêem juntar-se a estes problemas as grandes secas nos anos 70, 80, 90 (por exemplo Etiópia, 83-85)

que se fizeram sentir na mesma altura em várias partes de África (Warren, 1996, cit i Woodhouse)

o Agravadas pela falta de divisas para as importações alimentares

o Estas pressões foram agravadas por conflito e insegurança em vários países (Etiópia, Somália,

Moçambique, Sudão, Libéria)

(3) FACTORES INTERNOS: politicas e comportamento predatório das elites africanas »

Um dos factores explicativos com mais apelo, especialmente nas análises conduzidos pelas organizações

internacionais, é o das más politicas.Policy failure

As politicas falharam e porquê? Umas das explicações mais comuns é a da captura das politicas por individous para os seus

interesses pessoais e não para a sociedade

Crise económica levou à desordem politica, incentivou as elites a adoptaram comportamentos

predatórios de procura de renda, desconstrução do estado

Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas

A depressão económica terá contribuído para provocar a desordem politica

De acordo com esta perspectiva o estado africano está no coração das crises economisas e de

governação que invadem o continente

Porquê:

o Devido à sua excessiva intervenção nos processos de económicos em detrimento do mercado

o A sua burocracia e o tamanho do estado

o Dominação do estado por redes clientelares e uma elite urbana que afasta o estado do sector

rural produtivo

o Monopólio das forntes de geração de renda

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 19 -

o Centralização do desenvolvimento que desincentiva o sector privado

o Para muitos era simplesmente a natureza neopatrimonialista e a procura de renda que

motivava os políticos

o Estes teriam sido as razões que levaram a:

Barreiras protecionaistas

Controle de preços

Subsídios

Monopólios do estado

Crítica de Mkandawire.

Se é certo que o falhanço das politicas é em paete explicado por estes factores na crição da crise, no

entento não explica tudo.

Para já, vários destes grupos são encontrados em muitos países com boas performances

Em muitos estados asitáticos o estado criou deliberadamente rendas e sai trasnferencias para

determinados grupos que eram central para o desenvolvimento económico

Portanto, as relações não são assim tão directas

Além disso, a análise contradiz-se a si própria porque muitas das politicas criticadas não trazem

benefícios para os grupos que as apoiam

Segundo isto impleica que funcionários públicos políticos e policy makers não tªêm nenhum sentido

de dever e só actuam em função dos interesses do seu grupo ou patróes

Não têm agência moral

Esta abordagem per se teve impactos negativos nas administrações, levando à desmoralização dos

funcionários a à sua não –cooperação com os PAE e eventualmente ao seu enfraquecimento

Também levou á falta de apropriação hoe considerada essencial para implementação de politicas

O estado visto como fonte de todos os males, facilitava as soluções

Não era preciso refectir sobre qualidade das receitas do PAE

A solução era simplesmente diminuir o Estado

A insistência pelas OI nas causas internas contribui para a falta de confiança e a quebra do diálogo

em muitos casos

Por outro lado esta abordagem sugere que os factores estruturais com os quais os estado tem de lidar

não são importantes

o lack of progrowth institutions, which originated either under the colonial system or during the

period of slavery,

o Mas também as políticas desenvolvimentistas são fortemente criticadas como sendo politicas

que favorecem as elites:

São criticados o protecionismo das indústrias nacionais

As empresas públicas

Os investimentos

o

o Também são criticadas politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural

A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites

urbanas e funcionários públicos.

Ora, muitas destas políticas correspondem precisamente a políticas que eram consensuais na década

anterior tanto em Africa como no mundo ocidental, onde ser considerava importante o papel do

estado.

A partir dos anos 80, todas as políticas com base na intervenção forte do estado passaram a ser vistas

como más politicas que beneficiam somente as elites.

(4) A este tem de se acrescentar:

o Os factores históricos: colonialismo, a guerra fria e as proxy war

o Conflitos: Angola, SL, RDC

o Pandemia de HIV/SIDA

o Baixa productividade

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 20 -

o Recursos Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás

o Geografia

o Características demográficas

Ver classificação de Sachs (mais abaixo)

Ver Oya A dummy africana

Sachs: internalista

Procura as especificidades de Africa que possam explicar o mau desempenho em termos de crescimento

económico

Atribui o fraco crescimento africano a (1) factores geográficos, (2) recursos naturais, (3) politicas, (4)

ambiente institucional (condições iniciais, legado colonial, liderança e falhanço do estado)

Sources of slow growth (Sachs)

Muitos autores, principalmente economistas, tentaram descobrir se havia um factor único, especifico a

África que causara a diferença (African Dummy)

E tentaram explicar as razões do baixo crescimento africano nestes períodos.

Um dos autores que estudaram essa questão foi o economista Jeffrey Sachs

O seu estudo “Sources of Slow Growth in African Economies” no Journal of African Economics foi

um dos papers mais citados de sempre desta revista

Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African

Economics15.

Este foi a base para vários outros papers que publicou sobre o assunto (Sachs and Warner 1997a, 1997b,

1997c, 1999a, 1999b, 2001)

Ele atribui o fraco crescimento africano a (1) factores geográficos, (2) recursos naturais, (3) regimes

políticos, (4) factores institucionais (condições iniciais e falhanço do estado) históricos e nomeadamente

as instituições, políticos, económicos,

Sources of slow growth 16

Geography

–Distance to markets and costs of production and transportation

–Rx: primacy of infrastructure and industrial policies

•Resource endowment

–Rent-seeking

–Resource curse/ ‘Dutch disease’

•Policy regimes

–State controls and impact on efficiency

–State vs. markets; developmental states vs. vampire states.

–Intertemporal considerations in resource allocation (e.g., resource booms)

•Institutional environment

–Initial conditions: post-independence orientations; colonial legacy; national leadership (e.g., rural policy

bias); role of the culture and tradition (e.g., Botswana)

–State breakdown; role of the military

•Polarization

15 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf 16 http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 21 -

–Regional, ethnic, religious dimensions;

–Centralist (Ghana under N’Krumah vs. Congo/Zaire), decentralized, federalist systems (Nigeria)

–Rx: economic policy geared towards redistribution (transparent, enforceable, and efficient) can reduce risks

of conflict and foster growth

Sachs defende que, o principal entrave foram as políticas desadequadas, e, em particular, falta de

abertura aos mercados internacionais.

Os factores geográficos como a falta de acesso ao mar e o clima tropical também são considerados

importantes.

Mas há um grande debate em torno destas causas do crescimento lento.

Há muitas críticas aos trabalhos de Sachs sobretudo ao uso de métodos quantitativos

Mas outros autores defendem que são as questões geográficas, a demografia e a saúde e não as politicas

Outros estudos seminais sobre o assunto são os de

Bloom, Sachs et al. (1998), geography, demography and economic growth

Easterly and Levine (1998),

Temple (1998),

Bloom, David E., Jeffrey D. Sachs (1998), Geography, demography, and economic growth in Africa, Brookings

Papers on Economic Activity 1998(2):207-95. http://www.cid.harvard.edu/archive/malaria/docs/brookafr.pdf; http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/1998%202/1998b_bpea_bloom_sachs_collier_udry.PDF

Collier and Gunning (1999a, 1999b),

Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999a), Explaining African economic performance,

Journal of Economic Literature 37: 64-111.

Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999b), Why has Africa grown slowly? Journal of

Economic Perspectives 13(3): 3-22

Easterly and Levine (1998), Temple, Jonathan (1998), Initial conditions, social capital and growth in Africa, Journal of African Economies

7(3): 309-47.

Critica de Sachs

Carlos Oya

Oya defende que estas análises pessimistas muitas vezes são limitadas no tempo, ao periodo pós

independencia e muitas vezes não reconhecem a diversidade económica do continente e os avanços

alcançados nos últimos 100 anos (Oya).

Oya (2007) Crescimiento y desarrollo económico (castelhano)

Carlos Oya alerta ainda para a necessidade de juntar às análises econométricas, base de muitos

estudos económicos, análises da realidade política e social e as suas relações com o progresso e

o crescimento. Muitas vezes não há complementariedade entre estes tipos de análises.

Ele considera que, apesar de lento, houve crescimento e melhoria das condições materiais de

vida em muitos países (OYA)

Arrighi: externalista

Economista e professor de sociologia italiano mas que trabalhou nos EUA

Investiga as transformações do capilismo mundial Mas vários AA contestam a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites

africanas para a má governação

Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 22 -

Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia da

ASS no contexto da transformação global desde 1975.

De acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia política

global.

E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com transformações

globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo diferente.

Easterly

Easterly é um economista americano e foi ele que num paper para o BM (2002) disse que as

decadas de 80 e 90 eram as décadas perdidas

Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of

Policy Reform 1980-1998. Washington: World Bank

Acerca das causas Easterly concluiu que a estaganação representa o falhanço da aplicação do

Consenso de Washington “The stagnation seems to represent a disappointing outcome to the

movement towards the ‘Washington Consensus’ by developing countries Segundo ele a estagnação não derivava só de más políticas mas de factores estruturais externos

Ele identificou as causas profundas da estagnação como sendo17: (causas que segundo o mesmo

autor são muitas vezes sintomas ao mesmo tempo do crescimento lento que causas)

O aumento das taxas de juro mundiais

O aumento do peso da dívida

A desaceleração da economia

Mudança technológica baseada em capacidades técnicas

17 “the increase in world interest rates, the increased debt burden, the growth slowdown in the industrial

world and skill-biased technical change”.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 23 -

2.4 A PARTIR DE 1995: PONTO DE VIRAGEM?

Mais recentemente, surgiu uma visão mais optimista, que considera que estamos perante um ponto de

viragem desde o início do milénio.

E isto porquê?

Crescimento do PIB Nas últimas décadas vários países africanos voltaram a registar taxas de crescimento positivas

Desde 95, a 2010, as taxas de crescimento media situaram-se perto dos 5%

Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro18

PIB per capita

A partir de 1995, o crescimento volta a ser positivo.

Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias

sejam já muito maiores e mais diversificadas

As taxas de inflação baixaram (APP, 2012)

O PIB per capita cresceu em média 2.5%

Isto significa que o redimento per capita em 2010 era mais 46% que em 95

Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos)

18 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 24 -

De 1995 a 2000:

20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média dos paises em desenvolvimento.

São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais:

o Sudão,

o Chad,

o Guiné Equatorial e

o Angola.

Ou países que levaram a cabo muitas reformas;

o Gana, (volta a crescer a partir de 83)

o etiopia,

o benin,

o mali,

o malawi,

o Moçambique

o Senegal

o Tanzania

Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)

É esta renascença no crescimento africano desde o meio dos anos 90 que faz com que o crescimento

africano adquira esta forma de U.

Leões africanos

Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África.

Muitos países têm taxas de crescimento maiores de 4% na última década.

A etiópia tem taxas de crescimento maiores que a china

O Uganda ultrapassou a Índia

Quais são os factores que suportaram esta recuperação?

Em geral;

1. Aumento da procura para as exportações africanas e aumento da produção

2. Aumento dos preços das comodities: petróleo, minerais e outras matérias primar

3. Aumento da Procura interna:

4. Investimento público em infrastrutura

5. Aumento do IDE:

Estas questões são aprofundadas no módulo seguinte

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 25 -

A investigar:

Períodos de estabelecimento colonial e consolidação (de 1880 a 1930) e colonialismo tardio de

1940 a 1950

1960’s-1975: Período (pos-colonial) das independencias: crescimento e euforia

3. AS RAZÕES DA “TRAGÉDIA AFRICANA” (informação complementar)

Refs:

Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies, Journal of African

Economics19.

Complementares: Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions”

Quarterly Journal of Economics 112(4).

Easterly, W. (2001) The Lost Decades: Developing Countries’ Stagnation in Spite of Policy Reform 1980-

1998. Washington: World Bank

Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis, 1979–1999

Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa: From Colonialism through

Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf

Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004).

“Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here]

o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf

As questões que se colocam muitos autores são:

Quais as razões deste estancamento?

Porque é que África cresceu tão pouco neste período?

Qual o papel da geografia?

A demografia?

As políticas?

Há várias perspectivos em conflito sobre a Crise Africana: ver Sancs

Mas outros autores tb contestam estas interpretações:

(2) Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis

por exemplo contesta a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites

africanas para a má governação

Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia

da ASS no contexto da transformação global desde 1975.

De acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia

política global.

E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com

transformações globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo

diferente.

19 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 26 -

Estas transformações são essencialmente a crise do capitalismo nos anos 70 e a resposta do poder

hegemónico, os EUA a essa crise,

Isso foi sobretudo uma crise da rentabilidade do capitalismo à medida que se expandiu a produção e

o comércio mundialmente e a pressão que estes sofreram devido ao aumento da concorrência

Isto levou ao fim dos modelos que tinham suportado esta expansão nomeadamente ao fim do apoio

ao modelo desenvolvimentista de estado

Isto vem materializar-se no consenso de Washington20 (conjunto de 10 medidas de politica

económica definidas em 1989 e considerados pelas IFI como o pacote de reformas básicos que

deveria ser implementados pelos países em desenvolvimento em crise) e numa nova doutrina

baseada na liberalização dos mercados

Vem substituir o modelo estatal de desenvolvimento apoiado nos 30 anos anteriores e que estava

desacreditado: surgem os PAE

Isto essencialmente deve-se ao desvio de capital da África e da America latina para os EUA

Relembra a importância de situar a análise no contexto global: o o impactos crucial da expansão do próprio capitalismo que levou a uma acumulação sem

precedentes de capital e que apesar de ter afectado Africa, criou grandes desigualdades no

mundo.

o O padrão de acumulação das elites

Os líderes africanos também insistiram nos impactos dos choques externos na crise africana;

o Deterioração dos termos de troca para as matérias-primas

o O protecinismos crescente dos países mais ricos

o A dívida e as taxas de juros crescentes e o serviço da dívida

o Os PAE que se seguiram e a influência das políticas do BM e FMI See Jean-Claude Berthélemy and Ludvig Soderling, ‘The Role of Capital Accumulation, Adjustment and Structural Change for Economic

Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes’, World Development, no. 2, 2001

Quais os factores de crescimento lento neste período?

Para alguns autores (Ndulu) isto indica que Africa ficou de fora das dinamicas de desensolvimento que

levantaram o mundo em desenvovlimento, e particularmente a Asia, na segunda metade do sec 20.

Já vários AA nos anos 60 tinham, no entanto, previsto muitos dos problemas que iriam surgir

depois.

Também René Dumont em 1962, no seu texto A África Negra começou mal

alterava para os perigos de políticas educativas e agrícolas desadequandas, corrupção, nepotismos,

colonialismo de classe pelas elites urbanas que usurpam o trabalho das poppulações rurais

impedindo assim o desenvolvimento. Muitas das suas preocupações acabaram por se provar

verdadeiras

20 Fiscal discipline - strict criteria for limiting budget deficits

Public expenditure priorities - moving them away from subsidies and administration towards previously neglected fields

with high economic returns

Tax reform - broadening the tax base and cutting marginal tax rates

Financial liberalization - interest rates should ideally be market-determined

Exchange rates - should be managed to induce rapid growth in non-traditional exports

Trade liberalization

Increasing foreign direct investment (FDI) - by reducing barriers

Privatization - state enterprises should be privatized

Deregulation - abolition of regulations that impede the entry of new firms or restrict competition (except in the areas of

safety, environment and finance)

Secure intellectual property rights (IPR) - without excessive costs and available to the informal sector

Reduced role for the state

http://www.who.int/trade/glossary/story094/en/

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 27 -

Alguns (Arrighi e Bathelemy) defendem que o esgotamento dos modelos de crescimento era previsível

dado o aspectos nocivos desses mesmos modelos que eram:

O domínio das elites sem incentivos para promover a acumulação de longo prazo,

Investimentos custosos e mal planeados,

Politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural e

A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites

urbanas e funcionários públicos.

Segundo Arrighi foi este sistema de acumulação tão fácil que levou a que, mal aconteceu a primeira crise

petrolifera, os paises tivessem colapsado levando a defices de balança de pagamentos e desequilibrios

fiscais que fizeram com que os países tivessem que recorrer nos anos 80 ao FMI e ao banco mundial para

se financiarem

Outros factores que se acrescentam a estes

Guerra fria, Conflitos

Pandemia de HIV/SIDA

Baixa productividade

Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas

Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás

Oferta

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 28 -

4. DEBATE: ESTARÁ A ÁFRICA PERANTE UM PONTO DE VIRAGEM?

4.1 ANÁLISE DA MUDANÇA DE NARRATIVA AS DÉCADAS PERDIDAS VS RENASCIMENTO

No início do século (2000) o economist descrevia a África como um continente sem esperança

Este era aliás o discurso dominante.

Poucos economistas nos anos 90 viam um futuro positivo para África (APP, 2012).

Artigos do economist:

Hopeless Africa (2003)

The heart of the matter

Mas esta perspectiva tem-se modificado desde o início do século. O economist fala agora de “um

continente que se levanta: um continente com esperança”,

Fala-se de “Leões em movimento”, em contraponto com os tigres asiáticos.

Vários relatórios falam de:

Crescimento das economias africanas

Uma classe média emergente;

Mercados de consumo interno dinâmicos” e

Oportunidades para investidores e mais investimento externo

Artigos do economist:

A more hopeful continent

África Rising (2011)

Exercício 1: HOW THE ECONOMIST CHANGED ITS TUNE: ler artigos economist antes e

depois

A questão que muitos analistas se têm colocado é: estará a África perante um ponto de viragem?

Há duas visões sobre este crescimento recente em África: os optimistas e os pessimistas

Os optimistas apontam para uma viragem no continente africano. Alguns autores atribuem esta

viragem à democratização que ocorre em vários países, melhores políticas, emergência de uma

nova geração de líderes, políticos, activistas, homens de negócios. Embora estes também

identifiquem que os ganhos são reversíveis se houverem más políticas, guerras, desastres

naturais, Mas acreditam que no longo prazo as tendências indicam que as persepectivas

económicas para África são boas.

Pessimistas: correspondem à visão dominante de Africa como um continente sem esperança.

Aqui agregam-se vários autores que procuraram as Sources of Slow Growth

Outros autores alertam para a necessidade de se olhar para o crescimento de um persectiva

diferente: o facto de que ao longo dos tempos a Africa teve vários acelações e episódios de

crescimento mas que depois não se revelaram sustentáveis. Trata-se de variações, que podem

traduzir-se ou não em crescimento e desenvolvimento

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 29 -

4.2 OPTIMISTAS

Economist

McKinsey: McKinsey Quaterly - What's Driving Africa's Growth:

https://www.mckinseyquarterly.com/Whats_driving_Africas_growth_2601#AboutTheAuth

ors

Mc Kinsey (2010) Lions on the move.

http://www.nepad.org/system/files/The%20progress%20and%20potential%20of%20African

%20economics.pdf

Radelet, S (2010). Emerging Africa: How 17 Countries Are Leading the Way. Center Global

Development brief.

http://www.cgdev.org/files/1424419_file_EmergingAfrica_FINAL.pdf Delfin Sia Go, John Page (2008) Africa at a Turning Point?: Growth, Aid, and External

Shocks

Edward Miguel ( ) Africa’s Turn?

EXERCÍCIO 2. Ler:

Exec Summary Lions on the move

le-boom-economique-de-l-afrique-est-bien-une-realite http://www.slateafrique.com/89471/ le-

boom-economique-de-l-afrique-est-bien-une-realite

QUASE todos concordam que há dois/três factores centrais deste renascimento africano que estão

ligados ao boom das matérias primas e que são:

(1) Aumento da procura para as exportações africanas e aumento das exportações

(2) Aumento dos preços das comodities/matérias-primas. Tanto recursos minerais como

preço dos produtos agrícolas de exportação

(3) Ligados ainda às matérias primas temos o IDE

Mas os optimistas argumenta que é mais do que um boom de matérias primas

Só 1/3 (32%) deste crescimento é atribuído aos recursos naturais (McKinsey, 2010)

O resto é atribuido a mudanças estruturais.

4.2.1. AUMENTO DA PROCURA EXTERNA PARA AS EXPORTAÇÕES AFRICANAS:

O aumento da procura externa é um dos motores do crescimento

A procura nas economias emergentes tendo principalmente como grande motor a

China é vista como uma dos principais motores do aumento da procura externa e da

subida de preços

Como se pode ver no Graf: A exportações para a China e tb India dispararam

Aumento da Produção:

O aumento da procura leva a um consequente aumento de exploração, (e tb aumento dos

preços, do investimento na exploração desses recursos)

Que tipo de exportações aumentaram?

Petróleo (principal)

Seguindo de Extracção mineral

Produtos agrícolas

Serviços.

Petróleo: Grande motores da expansão económica: contribiu com ais de 55% para o total de

crescimento das exportações

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 30 -

o Motor da economia em Angola, Gabão,

o No Gana e nos Camarões o petróleo é o grd motor do crescimento

o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimento

o No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicos

Os recursos minerais são motor do crescimento em

o RDC, Namíbia, Mozambique

o As descobertas de gaz ao longo da costa de Moz e Tanz trazem um potencial enorme

para investimento externo:

o A costa leste de África está a mudar de uma pobre em recursos para rica em recursos

4.2.2. AUMENTO DOS PREÇOS

Desde antes da viragem do século que o preço das matérias-primas começou a aumentar.

As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:

O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução das economias

mundiais (aplicações preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro

como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)

O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal

país produtor.

Aumento do preço das matérias primas alimentares:

Factores relacionados com a procura

Aumento da procura de bens alimentares devido ao aumento populacional, crescimento económico e

aumento do consumo de carne

Expansão da produção de bio combustiveis

Factores relacionados com a oferta

Diminuição da taxa de crescimento da produção agricola

Aumento preço combustíveis

e aumento dos custos dos inputs

politicas países exportadores

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 31 -

MAS HÁ OUTROS FACTORES “MORE THAN A RESOURCE BOOM” Dizem os

optimistras Mas os optimistas (como o FMI e relatório REA, acham que não foram só os termos de troca

favoráveis (aumento do preço das matérias primas e aumento da procura externa) que fizeram os

países crescer.

Há mudanças estruturais

Há aumento da Procura interna

Investimento público

IDE

Algum progresso em relação aos ODM embora a região ainda esteja para trás em relação

ao resto do mundo

Várias oportunidades para mais crescimento no futuro;

Riqueza mineral

Urbanização rápida

Dividendo demográfico

Os países africanos cresceram consistentemente na última década e têm o potencial para

“descolar” Um dos relatórios muito citados do BM de 2011 dizia:

“The bank concludes that Africa could be on the brink of an economic take-off, much like

China was 30 years ago and India 20 years ago21”

Ref: WB (2011) Africa’s Future and the World Bank’s Support to It.

http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-

2-11.pdf

4.2.3. AUMENTO DA PROCURA INTERNA

O aumento da procura interna é outro factor considerado chave

O crescimento é suportado pela actividade doméstica: procura e produção

Aumento populacional que faz aumentar a procura interna

Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIB

A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de

muitos países

Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de crédito favoreceram o aumento do

consumo intermno

Este deve-se ao consumo privado (e tb público) e ao investimento tanto público como

privado

O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolifero e da

exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE

O sector privado atrai cada vez mais investimento

O sector tb está a criar uma classe média emergente de centenas de milhões de consumidores

Demografia e Urbanização (McKinsey)

Urbanização aumenta a produtividade, à medida que há movimento da agricultura para

trabalhos nas cidades

As empresas conseguem economias de escala ao partilharem os custos por uma base de

consumidores maiores

21 http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/AFR_Regional_Strategy_3-2-11.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 32 -

Urbanização tb incentiva construção de estradas, sistemas de watsan entre outros

Demografia e expansão da força de trabalho

4.2.4. INVESTIMENTO PÚBLICO EM INFRAESTRUTURA

4.2.5. AUMENTO DO IDE

o IDE passou de 9B em 2000 a 62 b em 2008,

IDE dá-se na exploração de recursos minerais e agricultura

Mas também nas infrastruturas necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de

electrecidade e serviços afins: banca, seguros, trasnportes

Tb no turimo, construção, texteis

4.2.6. MUDANÇAS ESTRUTURAIS

O crescimento não se deve só aos recursos naturais: houveram MUDANÇAS ESTRUTURAIS

Só 1/3 (32%) deste crescimento é atribuído aos recursos naturais (McKinsey, 2010) mas o resto

é devido a mudanças estruturais que dinamizaram as economias

Os outros 2/3 vieram de outros sectores como comercio, transportes, telecomunições e indústria

transformadora, imobiliário

Houve um aumento do investimento em telecomunicações, Serviços financeiros e seguros

Sector do turismo desensolveu-se nalguns países

Turismo: em países como CV, Seicheles, Quénia, Uganda

Estes sectores da economia beneficiaram de um certo arraste

4.2.7. MELHORIA DA GOVERNAÇÃO (McKinsey, 2010)

Governos mais democráticos

Estabilidade politica

Politicas económicas mais adequadas

Controle da inflação: passou de 22% em 1990 para 8% depois de 2000

Diminuição dos défices orçamentais (por 1/3)

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 33 -

Acumulação de divisas pelos exportadores de matérias-primas

Dívida externa diminui

Melhoria do clima de negócios:

Privatização de empresas estatais

Diminuição dos impostos

Reforços dos sistemas legais e financeiros

Mlehorias de insfrastruturas

4.2.8. DIMINUIÇÃO DOS CONFLITOS:

Fim de várias guerras civis (libéria, Serra Leoa, Angola, Moçambique

Conflitos transnacionais (RDC)

4.2.9. AJUSTAMENTE ESTRUTURAL E PERDÃO DA DÍVIDA

4.2.10. NOVOS PARCEIROS DA COOPERAÇÃO

Diversas potências emergentes têm tido um papel através de investimento, disponibilização de

linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas

Muito importante a china mas tb Brasil, índia.

a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas.

4.2.11. UMA NOVA GERAÇÃO DE EMPRESÁRIOS

Telecoms Mo Ibrahim

Serviços bancários

media

Água engarrafada

Distribuição – supermercados

4.2.12. REMESSAS DOS EMIGRANTES

4.2.13. Progresso em relação aos ODM

Ao mesmo tempo que o crescimento acelera, também houve progresso em relação aos ODM

Em países como Cao Verde, Etiopia, Gana, Malawi

Diminuição da pobreza a 1% ao ano

Africa passou de 59% em 1995 para 50% em 2005

As taxas de mortalidade infantil dimuiram

O HIV/SIDA estabilizou

As taxas de escolarização aumentam a um ritmo maior que o mundo inteiro

Conclusão:

Enquanto durante a década de noventa as economias africanas além de serem pobres eram

também as menos dinâmicas do mundo, na decada de 2000 a maioria delas viu o seu PIB per

capita a crescer pelo menos o dobro dos países da OCDE.

Há um deslocamento da economia mundial para o ocidente, este e sul, a implica que em África

a riqueza se acumule mais depressa.

Mas, mesmos os optimistas alertam para os riscos como

Economias pouco diversificadas, Baseados em commodities

Baixos níveis de capital humano

Só 5% da população elegível nas universidades (igual a Asia e AL há 40 anos)

Apesar do progresso nos ODM, a maioria dos países está aquém das metas

Problemas de governação, corrupção

Criação de emprego lenta

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 34 -

4.3 AFRO PESSIMISTAS:

Refs:

Jerven (2014) Rebutting the ‘Africa Rising’ meme http://naiforum.org/2014/09/rebutting-the-

africa-rising-meme/

This ‘Africa Rising’ theme was challenged in a recent Foreign Policy article Ha-Joon Chang ec: growth in developing world shouldn't overexcite people

http://www.theguardian.com/global-development/video/2012/dec/21/ha-joon-chang-growth-

developing-world-video

Os paises cresceram

Mas não devemos ficar sobre excitados

Estes países ainda representam muito pouco da economia munidal

Não é sustentável

A China cresceu a 10% durante 30 anos

Crescimento deve-se a crescimento na Chicna e mesrcados especulativos

Se a china desacelera, is vai ter um impacto muito grande no Africa

Se o crsecumento desacelera na EU e US: china vai sofrer

Se china sofre: vai

Quão sustentatevel é este crescimento?

Vai haver crescimento, provavelmente mais elevado,

Os pessimistas chamam a atenção para as fragilidades deste crescimento:

4.3.1. Dependencia da China e do boom das commodities

“Many developing countries are growing faster than rich nations, but is this growth sustainable?

Much of it is based on the commodity price boom, which is led by China buying raw materials

to feed its export market. As recession hits the west, growth in China – which is hugely reliant

on exports to the US and Europe – is beginning to slow”

Video: Ha-Joon Chang: growth in developing world shouldn't overexcite people

http://www.theguardian.com/global-development/video/2012/dec/21/ha-joon-chang-growth-

developing-world-video

4.3.2. DEPENDÊNCIA DAS MATÉRIAS-PRIMAS

A maioria dos países que cresceram mais rápido na última década são exportadores de minerais

ou petróleo

Pouco criação de emprego

Maldição dos recursos: apropriação das receitas por elites, empresas, muitas vezes estrangeiras,

países ou governo

4.3.3. DEPENDENCIA DO BOOM DOS PREÇOS DAS COMMODITIES (QUE SÃO MUITO

VOLÁTEIS)

Os pessimistas advogam que o boom actual se deve ao facto dos termos de troca terem estado

extremamente favoráveis nos últimos anos.

Isto devido ao aumento do preço das matérias primas:

Como se vê no Graf, o período de aumento do PIB corresponde a uma aumento dos preços das

chamadas commodities que inclui não só as culturas agrícolas de exportação como os preços do

petróleo e dos mineirais.

Ora esses preços são muito voláteis

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 35 -

Ora, estes preços são extremamente voláteis.

está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no

mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo) (Abreu,

entrevista)

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 36 -

O último período de crescimento económico acelerado na África SS foi nos anos 60 e 70

e também coincidiu com um boom dos termos de troca.

Infelizmente o boom acabou nos anos 80 e 90 com uma queda dos termos de troca.

(Embora no entanto alguns autores contestem esta correlação entre os termos de troca e

o colapso do crescimento africano: como por ex Ndulu (2007)

Da perspectiva mais pessimista sobre o crescimento sustentável, os choques dos termos

de troca positivos podem ter um efeito no output de curto prazo mas podem ter

consequências negativas no longo prazo (Collier e Goderis, 2007).

O que estes autores sustentam é que é pouco provável que booms que resultam de

choques nos termos de troca que os tornam muito favoráveis, durem muito tempo.

4.3.4. O PIB não conta a história toda:

Crescimento populacional é muito elevado » logo os números do crescimento não são assim

tão impressionantes

As taxas de crescimento atingem 5, 6%

Mas a população cresceu a mais de 2% Logo, o crescimento per capita é um indicador com mais significado: e este cresceu a menos de

4% 22

Parte-se de uma base muito baixa e ritmo demasiado baixo

O facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento

tenha um peso muito elevado no PIB destes países.

Com taxas de crescimento per capita de 2% demora mais de 30 anos a dobrar o rendimento:

(verificar)

e portanto, apesar de crescerem a 5% estão muito longe dos 30 anos contínuos de crescimento

que acaba de experimentar a China

a descolagem económica necessita de níveis de crescimento elevados e estáveis durante um

período prolongado

O efeito dos termos de troca sobre os redimentos disponíveis

O PIB mede o output total de bens e serviços produzidos por um país

Mais qual é o poder de compra com que pais fica? depende do preço relativo das importações

Os países exportadores beneficiaram não só de maior GDP mas melhores termos de troca (TT)

Mas os importadores muitas vezes não

No período 2002-2011 tanto os exportadores como os importadores beneficiarm de TT

favoráveis mais os exportadores mais

No entanto estes TT são extremamente voláteis

Este efeito afectou diferentemente os países

Embora positivo em muitos países, de qualquer modo, é também possível e provável que

4.3.5. A POBREZA DIMINUI MAS MANTEM-SE ELEVADA

De acordo com o relatório de desenvovimento humano (HDR) de 2013 do PNUD:23

A maioria dos países africanos estão na categoria de baixo desenvolvimento humano24

22 This rate is not as impressive as it seems, because the sub-Saharan African population is growing by more than 2

percent a year. The increase in per capita income (less than 4 percent) is a more meaningful indicator of economic

development 23 http://hdr.undp.org/en/media/HDR2013_EN_Summary.pdf2013 24 “most of the African countries fall under the Low Human Development tier. Out of the 46 countries that fall in this

tier (Rank 142 – 186), 37 (80% of them) are African”

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 37 -

Dos 46 países nesta categoria, 80% são africanos

É geralmente aceite que uma taxa a taxa de crescimento tem de ser superior a 7% para

haver redução da pobreza (AEO, 2013, 21)

Com um crescimento anual da população de 2% , o crescimento per capita teria de ser

5%

Ora a projecção para 2013/2014 é que o crescimento per capita seja abaixo de 3%

No entanto, a relação entre crescimento económico e pobreza é complexo:

países que beneficiam de termos de troca favoráveis: isto é que o preço das exportações

aumentou mais rápido que as importações: os rendimentos disponíveis são maiores.

Em geral, os países africanos beneficiaram de termos de troca favoráveis (mas nem

todos)

Vários exportadores de petróleo conseguiram taxas de crescimento superiores a 7% mas

no entanto, apesar de algumas melhorias nas condições de vida, a pobreza manteve-se

alta.

Os benefícios deste crescimento elevado não passaram para a população

Apesar do progresso nos ODM, a maioria dos países está aquém das metas

4.3.6. Distribuição desigual:

Como se pode ver nos gráficos abaixo: a pobreza diminui mas as desigualdades mantêm-se

elevadas O crescimento não foi inclusivo: este é um dos maiores desafios do continente africano.

Os beneficios do crescimento são distribuídos de forma desigual muitas vezes beneficiam

uma elite que se consolida no poder.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 38 -

Enquanto alguns países estão a crescer e enriquecer, grande parte da população é deixada para trás:

Muitos continuam na pobreza extrema

Muitos sofrem de insegurança alimentar e fome

Grande parte dos jovens não tem empregos

Há grandes desigualdades no acesso à saúde, educação, água, saneamento.

As populações rurais são deixadas para trás

Tudo isto tem consequências muito graves:

Enfraquece os laços de confiança e solidariedade que cimentam as sociedades;

Prejudicam o desenvolvimento económico a longo prazo,

Enfraquecem a confiança nos governos e as instituições;

Fomentam um sentimento de injustiça na sociedade.

4.3.7. O EMPREGO NÃO AUMENTA

A criação de emprego não foi significativamente mais rápida que na década anterior

Foram criados 63 milhoes de empregos de 2003 a 2007 , mas quase 100 milhoes de jovens

entraram no mercado de trabalho

10-12 m de jovens todos os anos

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 39 -

Só 7-10% têm um salário no setor formal

Mais grave, há medida que o pais enriquece, o número de jovens sem ocupação aumenta

Os entraves à criação de emprego estão no fraco desenvolvimento do sector privado

7. Assim salienta-se a dificuldade que o sector privado enfrenta:

Falta de qualidade das infrastruturas e energia,

Dificuldade de acedia a crédito

Corrupção

CCL: os avanços são reais mas lentos

4.3.8. BAIXO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Educação e sáude:

Nível de analfabetismo mais alto do mundo

Baixa esperança de vida

Economias baseadas na agricultura: não houve transformação sectorial

Baixa produtividade

Conflitos: ver Carlos Lopes:

África não vive (ainda) uma descolagem:

Os ritmos de crescimento e a estrutura do crescimento

É um crescimento frágil: Taxas de poupança muito baixas

Dependência dos fluxos externos

Há muitos desafios a emergirem25

2011, 2012 2 2013 foram anos de decrescimento

25 http://www.worldbank.org/en/publication/global-economic-prospects/regional-outlooks/ssa

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 40 -

Houve uma quebra em 2011 deviso á desaceleração do crescimento global 26

“GDP in Sub Saharan Africa grew at a still robust 4.7% in 2011 (down from 5% in 2010).”

Os países que crescem mais continuam a ser os ricos em recursos Gana, Moz, Nig, rep Congo mas tb

outros sem recursos: Ruanda e Etiópia.

Diminuição das expostação de 10%

Diminuição do nb de touristas: com impactos nas economis que dependem do tourimo

deterioração da balança fiscas e aumento dos défices :

Os programas ambiciosos de investimento publico, o aumento dos salários, o aumento das

transferências e subsídios, juntamente com baixo preço das matérias primas contribuíram para a

deterioração da balança fiscas e aumento dos défices

Os emprestimos aumentaram e o défice aumentou

A divida aumentou em Moz, na Gâmbia,no senegal Gana e CV

O IDE tb diminui devido a políticas publicas de alguns países e desaceleração nos mercados

emerggentes especialmente a China (outro risco importante))

Preços das matérias primas baixam: tem impacto nos exportadores de petróleo, RM, e algodão

Riscos domésticos e tensões politicas

Problemas de segurança na nigério, Sudão do sul e RCA

Os problemas estruturais persistem na maior parte dos países: 4. Segunda alguns autores e organizações internacionais:

5. África tem de transformar a estrutura das suas economias: por exemplo com o desenvolvimento

da indústria transformadora (utilizam bens produzidos pelas indústrias de base e fabricam outras

mercadorias, que podem ser:

Duráveis: transporte, mecânica e construção civil

Intermediárias: papel e papelão, madeira e plástico

Não-duráveis: vestuário, perfumaria e sabão, alimentar

CCCL: deve celebrar-se os avanços mas não nos podemos contentar com eles

Outras ressalvas a serem feitas incluem

26 http://siteresources.worldbank.org/INTPROSPECTS/Resources/334934-1322593305595/8287139-

1339427993716/GEP12bSSA_RegionalAnnex.pdf

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 41 -

Diferenças entre países

Reversibilidade dos ganhos

Volatilidade do crescimento

A fraca base de onde se partiu

CONCLUSÃO RENASCIMENTO VS CRISE

Abreu, entrevista27:

» Ouvir: http://www.rtp.pt/antena1/index.php?t=Entrevista-a-Alexandre-

Abreu.rtp&article=6043&visual=11&tm=16&headline=13

Introdução Talvez o pessimismo das décadas passadas não fosse justificável mas tb é necessário analisar com

cuidado este período de optimismo.

Houveram ganhos reais em algumas áreas mas não noutras.

É importante não embarcar no optimismo excessivo sobretudo se adoptar uma

perspectiva de desenvolvimento humano e social

Aspectos negativos

Porque os níveis de crescimento partem de uma base baixa

Distribuição desigual: Os beneficios do cresceimento são distibuido de forma desigual

muitas vezes beneficiam uma elite que se consolida no poder.

Mas também ter cuidado com generalização. Não é o caso em todos os países.

Apesar das generalizações, há muitas africas:

o Pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Maurícias

o Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos

Algus tem instituições, a nível formal e informal.que permitem a distribuiçõa dos

redimentos. Mas este é um dos grandes desafios

A narrativa do continente das trevas foi substituida por o novo eldorado. No entanto tem de

fazer várias ressalvas e colocar-se várias questões:

27 Quais são então as causas apontadas para este ritmo de crescimento da África subsariana: resumo entrevista Abreu

• o facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento tenha um peso

muito elevado no PIB destes países.

• o aumento do preço das matérias-primas –tanto minerais ( petróleo, carvão, gás natural) como produtos

alimentares , que registou uma inversão da sua tendência de evolução

• o aumento das remessas dos emigrantes

• a exploração do turismo, e

• a aposta em novos parceiros de construção de infraestruturas, nomeadamente China, Brasil e Índia.

O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes

preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse

especulativo)

Crescente incorporação na economia formal e mercantil de actividades que dantes não estavam integradas.

Economias rurais em que traça e autoconsumo era a base, à medida que se movem para áreas urbanas ou começam a

adoptar estratégias de renda tb são integradas na ecomomia formal

Outros casos turismo, no Ruanda, que se faz

Seychelle, maruicias, CV

Remessas dos emigrantes

Novos parceiros a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas. Muito

importante a china mas tb Brasil, índia. Diversas potenciais emergentes tem tido um papel através de investimento,

disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas,

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 42 -

A diversidade dos países tem de ser considerada. Já que os riscos e oportunidades variam

de pais para pais

Até que ponto os ganhos em termos de democracia e dos ganhos que vão acontecendo são

reversíveis ou não?

Quais as formas de utltrapassar as desigualdades?

Qual a sustentabilidade deste crescimento?

A sustentabilidade do próprio ritmo de crescimento na medida em que está dependente

do crescimento da china e da sua necessidade de materias primas

Tendência de evolução do preços das matérias primas Comportamento dos mercados

financeiros e actividade especulativa em torno das matérias primas. Bolha espectulativa

que pode rebenter

Qual o impacto do Crescimento demográfico

Qual o impacto do trabnsformaao da agricultura de subsitencia, integração das

populações em actividades mercantis

Conclusão:

Mas espera-se que haja tradução do crescimento em desenvolvimento ecomómico

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 43 -

5. SOURCES OF SLOW GROWTH

Six key features of Africa’s long-run growth

1. Divergence relative to other regions: rising income gap

2. Slow capital accumulation and slow productivity growth

3. Volatility of growth: commodity dependence

–Minerals and oil: price volatility

–Agriculture: weather shocks in addition to price volatility

4. Lack of structural transformation:

–Slow agricultural productivity growth

–Lack of export diversification

5. Diversity across countries: miracles and disasters; there are models of success in Africa

–Classics: Botswana, Mauritius

–Newer references: Mozambique, Ghana, Rwanda, …

–Growth tragedies: Congo DR, Zimbabwe, …

Source: Patterns and factors of long-term growth in África Geography, resources, and institutions

(slides) ordem diferente

5.1 Divergência: África tem um ritmo mais baixo que no resto do mundo entre 1960 e 2004.

Ver Ndulu apresentação:

De acordo com Oya, o desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em

todas as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as

dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a

AS começou a atrasar-se.

Não obstante,

as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no

periodo 1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela

dinamica do capialismo mundial.

Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 44 -

O padrão de crescimento da AS acompanha de certa maneira o padrão mundial

Mas a ritmos sempre mais lentos

É influênciada pelos ciclos da economia mundial

Mas tem vulnerabilidades específicas que vão condicionar a trajectória particular de Africa entre 74 e

2000.

Em geral o que se pode dizer é que no periodo 1950 a 2003 todo a economia africana cresce a um ritmo

mais baixo que o resto do mundo.

De 1950 a 2003, o PIB cresce mais lentamente em relação a outras regiões mas cresce a um ritmo de

0,7% ano

Grandes diferenças em relação aos outros países em desenvolvimento em particular com os países do

Leste Asiático (Grafico abaixo):

O primeiro ponto de diferença é as taxas de crescimento mais baixas durante todo o periodo

excepto no início dos anos 60/70.

A divergência entre as economias asiáticas acentuou-se a partir de meados dos anos 70 e nos anos 80

devido à combinação do aumento do crescimento das economias asiáticas e o colapso do

crescimento em Africano.

Nos ultimos anos, desde 95, contudo é clara a convergência dada a recuperação das economias

africanas. Esta convergência deve-se essencialmente à aceleração das economias africanas.

SA: South Ásia28 (Bangladesh, Pakistan, Nepa, India Sri Lanka); EAP: East Asia and Pacific

(Coreia, Taiwan, China?Japan, )

28 Souteast Asia: tailandia. Vietnam, Indinesia, Malsia, Filipinas, Singapora, Laos. Cambodja

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 45 -

Outro aspecto que é importante notar contudo é que os países asiaticos sofreram um crescimento

sustentado durante varias décadas. Na maioria dos países africanos o crescimento foi muito mais

episódico que noutras regiões em desenvolvimento.

O PIB per capita de 1960 a 2004 cresce a 0.5% ano29

Enquando nos outros países em desenvolvimento: o PIB per capita cresce a 3%.

Isto significa que durante 45 anos os rendimentos per capita cresceram a 1/5 da taxa dos países em

desenvolvimento (0.5 percent versus 2.5 percent).

Em termos de rendimento per capita: a divergênvcia é enorme

A divergência acentua-se devido às elevadas taxas de aumento da população: Assim as diferenças de

rendimento por pessoa entre as economias asiáticas e africanas são fenomenais.

o Em 1960: O rendimento per capita era metade o das outras regiões em desenvolvimento

(países da Ásia e do Pacifico)

o No fim do século 20: era menos de 1/5

The larger divergence is mainly because of the relatively rapid growth of very populous countries

such as China, India, and Indonesia in Asia. In contrast, the large countries in Africa, including

Democratic Republic of Congo, Ethiopia, Sudan, and Nigeria, have on average grown more slowly

than smaller ones. Ndulu

29 nos 41 países da ASS para os quais existem dados

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 46 -

5.2 VOLATILIDADE E SUSTENTABILIDADE DO CRESCIMENTO

Outra grande questão tem a ver com a volatilidade do crescimento (as fluctuações em termos de taxa de

crescimento do PIB) nos países africanos:isto é ha uma grande flutuação do PIB de um ano para o outro

em termos agregados e em cada país

Barthelemy considera que o que caracteriza o crescimento do PIB são essencialmente as muitas oscilações

desde os anos 60

São muito grandes dentro dos países:

Taxas de variações máximas na SL, somália ou angola

Mínimas no botsuana, guiné, mauricias

Além disso, a volatilidade nos anos 90 é muito superior aos anos 70 e as diferenças erntre países foram-

se acentuando. Assim, as generalizações para o conjunto do continente tornam-se cada vez mais dificeis

em anos mais recentes dado que as diferenças entre trajectórios económicas dos vários países se estão a

acentuar.

As generalizações consistem normalmente em simplicações que escondem a diversidade dos percursos.

Dada esta volatilidade alguns autores identificaram os países que tinham episódios sustentáveis de

crescimento: isto é vários anos de crescimento seguindo (Berthelemy, 2001 in Oya). Os limites que

fixaram foram mais de 15 anos de crescimento acima dos 6-7%.

Os países identificados na tabela

O Bostuana teve um crescimento sustentável até aos nossos dias.

CM,

Camarões

Quénia,

Malawi (Tabaco),

Namibia e

que iniciaram processos de crescimento rápidos no princípio dos anos 60 e acabaram nos finais dos anos

70/80.

Outros países com crescimentos sutentáveis foram o togo, o gabão, AS, etiópia e lesoto todos com um

crescimento acelerada antes de 1980.

Neste periodo (antes dos anos 80) destacam-se

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 47 -

Os paises com mercados maiores e com governos mais activos nos processos de acumulação e

industrialização pos independênia: como o Quénia e a Costa do Marfim, com um estado

desenvolvimentista;

os produtores de petróleo ou diamantes como o Botsuana e a Nigéria, o Gabão, que depois seguiram

trajectorias muito diferentes.

Em relação ao crescimento agrícola por exemplo, só o Benin e o Mali mantiveram taxas de crescimento

maiores que 3% durante os 3 períodos. Embora seja verdade que o número de países com taxas de

crescimento maiores que 3% também aumentou: passou de 15 para 25. No Graf parece de facto haver uma

estabilização a níveis mais elevados do que em décadas anteriores

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 48 -

5.3 DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES

Embora a evolução das taxas de crescimento do continente em geral represente a maioria da experiência

dos países africanos, não podemos esquecer que a variedade de experiências que estão por detrás desta

análise é muito ampla.

Assim, o ponto de partida para uma análise deveria ser a diversidade no continente e a análise das

diferenças observadas. No entanto a interpretação das tendencias é muito complicada dada precisamente

essa variedade. Porquê?

Primeiro: as taxas de crescimento variam muito de pais para país e

Segundo há uma grande volatilidade

Vejamos as variação das taxas média de crescimento:

Se considerarmos o periodo de 1950 a 2003, veremos que as taxas de crescimento variam muito:

-1,87% para a RDC

6,1% para a Guiné Equatorial

5% para o botsuana.

Estas variações das taxas de crescimento também se reflectem nos rendimentos individuais e no bem

estar das populações.

Existe uma enorme variação entre países em termos de rendimentos e os progressos feitos desde os anos

60.

Em 9 países: o rendimento per capita diminuiu de facto desde 1960 até 2004. (Ndulu):

Devido a conflitos (3): Angola, SL e RDC.

O resto devido a crescimentos muito baixos e dificuldade de resistir aos choques dos anos 70:

o RCA, Comoros, Madagascar, Niger, Senegal e Zambia.

Outros aumentarem:

África do Sul aumentou 60% o redimento per capita de 1960 a 2004

O Botsuana aumentou 9 vezes

1960’s-1973’s: Período de Euforia

13 países africanos excederam a taxa de crescimento média dos países em desenvolvimento. 30

Estes foram:

o botsuana (diamantes), Costa do Marfim, Gabão (petr, Mn,), Quénia (chá. Flores café),

Lesoto (diamantes, confecção), Mauritânia (ferro), Malawi (tabaco), Namíbia

(diamantes, uranio, Nigéria (petróleo), seicheles, Togo (cacau), Tanzânia (ouro), Africa

do Sul (platina, ouro e diamantes).

Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos

paises Asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa

do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do

leste asiáticos incluindo a Coreia.

1973/78 – 1994. As décadas perdidas

Durante as décadas perdidas só 7 paises excederam as médias de crescimento dos países em

desenvolvimento.

São eles

BF (algodão),

Botsuana (diamantes)

30 Esta parte já foi referida no inicio

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 49 -

Cabo Verde,

RDC,

Lesoto,

Maurícias (açúcar e têxteis)

Seicheles.

De acordo com alguns autores, países como a Costa do Marfim e os camarões sofreram desde

meados dos anos 80 como resultado das políticas de ajustamento estrutural.

A partir de 1995: Ponto de Viragem?

Finalmente a partir de 94 houve uma revitalização do crescimento que levou a que mais de 20

países tivessesem rendimentos per capita superiores à media dos paises em desenvolvimento.

20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média.

São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais:

o Sudão, Chad, Guiné Equatorial e Angola.

Ou países que levaram a cabo muitas reformas;

o Gana, etiopia, benin, mali, malawi, Moçambique

Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)

Entre 1995 e 2004, 15 países africanos tiveram mesmo taxas de crescimento do PIB superiores

a 5% ao mesmo tempo que outros tiveram crescimentos negativos.

Alguns autores atribuem esta viragem à democratização que ocorre em vários países

Outros ligam este crescimento essencialmente com o aumento dos preços das commodities

O que é importante notar é a diversificação dos padrões de crescimento a partir dos anos 90.

Podemos distinguir grupos de países com crescimento rápido acima dos 3%; medio, 1,2% e negativo, -

1%

Trajectórias políticas

Outra aproximação à compreensão das diferenças entre países consiste em comparar países que têm em

comum algumas apesctos da sua história e geografia mas que seguiram estatégias de desenvolvimento

diferentes. Assim pode estabelecer-se uma dicotomia entre países socialistas e capitalistas. Kenia-Tanzania;

CM-Gana; Senegal-Guiné.

Os regimes mais capitalistas ofereceram melhores resultados em termos de taxas de crescimento e

acumulação de capital desenbocando em estruturas produtivas e classes capitalistas nacionais mais

sólidas;

os de inspiração socialistas investiram mais em bens públicos, saude, educação e também em

instituições da economia social como cooperativas.

Mas, neste segundo grupo, como o estancamento economómico e a falta de recursos, e com o

aumento da população, este projecto foi limitado;

por outro lado, nos paises de trajectoria mais capitalistas foram se acentuando as desigualdades

sociais.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 50 -

6. DIFERENTES PADRÕES DE CRESCIMENTO

Países diferentes têm padrões de crescimento muito diferentes:

Ideai principal: a complexidade dos factores que podem explicar as diferentes trajectórias de

países que têm bastante em comum

Para melhor ilustrar estas diferenças, Ndulu mostra os padrões de crescimento em 4 países africanos, que

têm comportamentos opostos:

Nigéria e RDC por exemplo seguem os padrões em U que descrevemos na última aula;

Em contraste, o Bostsuana e Mauricias,

o Muitas vezes apontados como as excepções que confirma a regra (ver Oya)

o seguem um U invertido atingindo os picos nos anos 70 e 80 respectivamente.

o Depois estabilizam por volta dos 5% nos anos mais recentes, um pouco semelhante à experiencia

de outros países asiáticos.

A Nigéria

é um exemplo de crescimento muito variável cujas variações forma dictadas em larga medida pela

variações dos cursos pretrolíferos.

Caracterizou-se por

o uma má gestão dos recursos petrolíferos durante os periodos de abundança por parte da

ditadura militar,

o pela falta de investimento em sectores produtivos e

o a tendencia de fuga de capitais o que acabou por hipotecar as hipóteses oferecidas pelo

petróleo.

Botsuana e Mauricias acabaram no topo do grupo dos países de redimento alto e medio, sendo a sua

taxa de crescimento sempre positiva.

Botsuana

O arranque económico do Botsuana dá-se em finais dos anos 60 (69 é o ano da descolagem) após a

descoberta de diamantes.

O seu desenvolvimento é baseado na exploração desse recurso mineral de grande valor.

Chegou a superar antes dos anos 80 as economias mais dinâmicas da época incluindo Singapura, Coreia,

Brasil, HK e outras.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 51 -

Dependiam de um recurso único e perigoso: portanto tb estariam condenados à maldição de acordo com

a visão afro pessimista: países ricos em mineirais, de enclave, pequenos, dependentes de uma só matária

prima: mineral ou agricola

não sofreu as tragédias de outros países produtores como SL ou Angola.

As instituições que se formaram no Botsuana são apontadas como um dos factores explicativos deste

percurso diferente.

Maurícias

As Maurícias, após o arranque nos anos 70, nunca baixaram muito o ritmo de crescimento.

O seu modelo de desenvolvimento baseou-se inicialmente nas exportações de um produto único, o

açucar aproveitando o acesso preferencial dos parceiros comerciais mas depois diversificou a sua

economia no sector dos texteis e confecção, turismo e sector financeiro (banca).

Razões explicativas

Fins dos anos 50; Em termos de condições iniciais, alguns autores postularam que Mauricias não tinha

esperança de se desenvolver no futuro. Dependiam de um produto único o açucar, isolamento geográfico

pressão geográfica tensõe étnicos (Oya. P35)

Aliás tb o Botsuana: países sem acesso ao mar, desértico e dependente do pastoreio de gado tradicional,

sem infraestruturas (12 km de estrada à independencia. 22 universitários

Mas tb se destacam pelas suas diferentes, um uma ilha afastada no continente, ouro um país sem saída

para o mar, um com densidade pop elevadíssimas, outro muito baixas

Um desenvolveu-se na base de um recurso mineral de grande valor, com um mercado oligopolista

Outro baseou a sua acumulação no açucar num mercado internacional muito competitivo

Um tinha a espernça de vida mais elevada da ASS

Outro a mais baixa devido ao HIV SIDA

Os estudo sobre as Mauricias apontam que o custo da força de trabalho (em unidades de eficiência) e os

acessos preferenciais aos mercados europeus (açucar) foram factores essenciais do seu modelo de

crescimento.

Mas há outros países que possuíam as mesmas condições e que não tiveram os mesmos resultados

O mesmo se aplica ao botsuana, que não sofreu das maldições com a SL, Angola ou a RDC.

Assim, as instituições aparecem como factor explicativo mais fácil:

um estado desenvolvimentos compentente mas não autoritário que sobreviveu a várias mudanças de

poder através de eleições.

Mas resta saber se é a expriencia democrática que é o facto decisivo: países como Senagal e Zambia

tb tem índices democráticos semelhantes mas estão longe de alcançar o nível institucionais e

económico das Mauricias.

P qie assinalada no caso das mauriciais como factor decisivo para a estabilidade politica é a

frangmentação etnolinguística e a convivência de comunidades diferentes num espaço exigui que

gerou as bases para um pacto social sólido.

Os vínculos com a diaspora tb forma aproveitados de forma produtiva

No caso do botsuana sugem como razões explicativas

(1) O facto de o botsuana não ter sofrido uma ocupação colonial predadora e

(2) que a transição para a independencia em 66 colocou as bases para um regime democratico em que o

parlamento tem um papel fundamental.

(3) Outra linha de argumentação centra-se na qualidades das políticas, da burocracia e a boa liderança

(Presidente Khama) política ausentes noutros países africanos.

Mas as Mauriciais são um caso interessante porque põe em causa mutos das recomendações

neoliberais para acelarar o crescimento em Afria.

Os índices de protecção efectiva foram e são mais elevados do que a média africaba.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 52 -

A importância das rendas derivadas do acesso preferencial ao mercado do açucar, têxteis e roupa na

EU e várias medidades que protegeram o sector do açucar e manufactureiro foram essenciais

O que distingui as mauriciais foi a sua forma de aplicar politicas comerciais especificas, dirigidas e

segmentadas com o objectivo de criar um sector exportador competitivo

O modelo também se cimentou no investimento na educação que permitiu hoje a economia poder

desenvolver zonas de serviços competitivos

Entre outros (ver Oya, p37)

CCL: o sucesso do modelo exportação é uma mustura de modelo asiático com relações preferenciais

com parceiros comerciasi

É um ex de processo de crescimento transformados dirigido pelos estado e favorecido por consições

socio históricas muito favoráveis

O Botsuana tb não é um exemplo de uma economia aberta e liberalizada.

Os recursos provenientes dos diamantes forma aplicaso em programas de desenvolvimento industrial

bastante intervencionais ao mesmo tempo que outras economias africanas sofriam de

desindustrialização pos ajuste.

O volume elevado de receitas provenientes dos diamantes fez com que o governom acumulasse

recursos fiscias avulotados tanto que só recentemente as contas do estado passaram a número

vermelho

A political fiscal do governo foi em muitos aspectos bastante expansiva e permitiu melhorar vários

indicadores socias desde os anos 70 como edicação e saneamento e criar uma base de infrsatruturas

desenvolvida para a media africana.

Parte do sucesso tb tem a ver com a sua inserção no mercado de diamantes atraves da De Beers, que

era a empresa mais poderosa do sector.

As relações entre a de beers e o governo sempre foram muito estreitas e os diamantes tem sido

explorados em joint venture

Assim o governo teve um fluxo constante de receitas que permitiu um planeamento de londo prazo

Tem havido esforços de diversificação para a industria manufactureira e serviços financeiros mas

ainda há grande dependência dos diamantes.

Outro factor é a quanbtidade e qualidadedos funcionários públicos, factor comum aos dois milagres:

apesra da insistências das instâncias internacionais para reduzir o tamamnho do sector público,

vários estudos comprovaram que os programas de ajuste levaram a percentage de funcionários a

alcançar os níveis mais baixos dos países em densenvolvimentos (menos que 2%) enquano asia e

america lativa tinha mais de 3%

Bostuana e Mauricias são as excepções

Assim conseguiram manter e reforças a funaçõa pública e poder em marha programas estratégicos de

longo prazo

Outros países que experimentaram algum período de boom também se caracterizaram por governos

fortes aliados a fracções da classe empresarial nacional CM, AS, Zim, Kenia… mas sem a necessária

continuidade devido a factores externos e internos

O Gana e a Costa do Marfim.

Costa do Marfim (Oya, p 41)

Considerada um modelo de crescimento dinâmico nas duas primeiras décadas pós colonais

Apesar de não estar na lista das acelerações de crescimento, teve um crescimento estável e

rápido desde a independencia: cresceu em media a 7% até fim dos 70s

Este comportamento baseia-se não num recurso valioso como os diamentes mas no cacao e no

café

Também beneficiou do boom do preços dos anos 70

Mas o desenvolvimento e crescimento foi mais estavel porque baseado numa alinaça entre

Estado e burguesia nacional incipiente que começou a sua acumulação inicial na agricultura

Também baseado num desenvolvimento urbano acelaredo nos 60-70

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 53 -

E numa aliança estratet+egica com o capital francês

Um dos factores significatovos da sua trajecótia é o desenvolvimento de uma agricultura de

exportação cimentada na comcorrencia entre explorações agrícolas apoiados pelo estado e

colonos francês

Os excedentes gerados pelo boom do cacao (embora tenha havido diversificação) e do

capitalismo agrário ajudados pelo tratamento preferencial no mercado francês criação as

condições para uma industrialização incipiente baseada primeiro na ISI e mais tarde no

processamento de produtos agrícolas e bens de consumos para consumo local e exportação-

Isso ajudou ao fortalecimento da burguesia industrila o que tb conferir+a legitimidade ao regime

de Houphouet Boigny

Assim: a CM é um ex de industrialização promovida pelo Estado mas dirigido ao capital

industrial nacional

Foram um dos poucos que tentaram transição da SI para industrialização orientada para as

exportações

Segue assim os modelos dos milagres asiático

E conseguir promover uma burguesia agrária e industrial relativamente dinamica

Mas este modelo foi-se esgotanto devido à excessiva dependência do cacao e do café (apesar

da diversificação dos anos 70 e devido aos desequilíbrios fiscais incontrolados e aumento da

dívida externa.

Isto criou uma queda do crescimento económico e

Insolvência da dívida em 1987

A classe politica e empresarial deixou se levar pelo êxito dos 60 e 70 o que levou a um aumento

muito grande dos investimentos O investimento nem sempre foram coerentes ou justificados e financiados por uma divida

externa privada: um exemplo foram grandes complexos de produção de açucar que fracassaram

por custos muito elevados

A falta de prudencia fiscal foi de facto um fenómeno dos anos 70 porque nos 60 a CM tinha

mostrado capacidade de planeamentoe boa gestão fiscal

A crise dos 70 foi desencadeada pela forte queda dos preços do café e cacao ao mesmo tempo

que se instalava a recessão da economia mundial que afectava o volume das exportações

A crise foi ainda mais exacerbada pelo aumento da factura da importação (via imports de

energia) e dos custos da divida (via aumento das taxas de juroe valor do dólar)

Uma combinação explosiva que afectaria muitos economias do mundo

Os impactos numa economia relativamente extravertida como a da CM foram muitos negativos

para a balança de pagamentos e contas do estado

Apesar das reformas subsequentes, a CM nunca chegou a recuperar o dinamismo pos colonial

incial depois do choque dos anos 80 e seguiu uma lenta degradação que acabou por chegar à

instabilidade policial e social e ao conflito entre 2000 e 2004 que dividiu o país em dois.

Este é uma das explicações

Outra explicação destaca causas mais extrurais:

o diz que o modelo da SI se tinha esgotado

o Aumento das importações apesear da SI

o Custo das infraestruturas

o Estilo de consumo por parte da burguesas e classe media

o Fortes desigualdades sociais e regionais

o Tendência à repatriação dos benefícios e capital devido à presença francesa

o Explosão do sistema patrimonial coincidadente com a proliferação de empresas estatais

e mistas de onde se drenaram recursos

CCL:

Só uma analise detalhada da economia politica do momento e dos factores subjacentes pode explicar

a mudança de rumo perpeptivel desde o fim dos anos 70

Em qualque dos casos, o tecido produtivo e capitalista da CM continua a ser uma dos mais solids do

continente graças ao milagre económico do período 50-78

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 54 -

Zambia (Oya, p.42)

V. OS MESMOS RECURSOS E CARACTERÍSTICAS MAS CAMINHOS DIFERENTES

Por ex; costa do marfim e Mauriciais são os dois costeiros e com poucos recursosmas os resultados são mt

diferentes

A Zâmbia e o Botsuana são ambos sem acesso ao mar e com recursos

Seguiram caminhos muito diferentes em relação à gestão das receitas provenientes da exploração dos

recursos

Com resultados muito diferentes.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 55 -

7. PERCURSOS DE DIFERENTES PAÍSES (MÓDULO 8)

8. OS LEÕES AFRICANOS?

8.1 Crescimento do PIB

refs

http://www.worldbank.org/en/news/press-release/2013/04/15/africa-continues-grow-

strongly-despite-global-slowdown-although-significantly-less-poverty-remains-elusive

http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth

O que caracteriza O crescimento africano na última decada?

Crescimento do PIB Nas últimas décadasvários países africanos voltar a registar taxas de crescimento positivas

Desde 95, a 2010, as taxas de cresccimento media situaram-se perto dos 5%

Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro31

PIB per capita

O PIB per capita cresceu em média 2.5%

Isto significa que o redimento per capita em 2019 era mais 46% que em 95

Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos)

Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias sejam já

muito maiores e mais diversificadas

Note-se que a crise económica de 2008, se fez sentir em África, levando a um desaceleramente das

economias mas este choque foi baixo Em 2012 (AEO, 2013) :

houve algum abrandamento do crescimento: a fraqueza da economia mundial travou o aumento

das exportação

alguns preços baixaram

mas ainda se mant~em favoráveis

O crescimento da região para 2012 foi estimado em 4.7%,

se excluirmos a AS: é 5.7% o que é superior à media dos países em desenvolvimento (4.9)

Alguns países forma afectados por problemas de segurança Mali, Nigéria, RDC

graf

Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África.

Os leões africanos

Um artigo do economist identifica os 6 Leões africanos: que se encontram no grupo das economias que

crescem mais no mundo Todos cresceram a mais de 8%

De 2001 a 2010.

1. Angola

2. Nigéria

3. Etiópia

4. Chad

5. Moçambique

6. Ruanda

31 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 56 -

As previsões era para outros entrarem na lista

7. Tanzânia

8. Congo

9. Gana

10. Zambia

Os países do topo da lista vão variando ao longo dos anos e consoante o tipo de dados que se utiliza

2011

Gana:

o Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na

agricultura, extracção mineira, e serviços

Congo (bra):

Etiópia (sector dos serviços é que impulsiona a subida da taxa de crescimento mas a

agricultura é o principal sector da economia e o principal sector de exportação mais de

80% das exportações; o produto principal de exportação e a café (mas a Etiópia tb é o

principal produtor de milho: Industria das flores também se tornou importante32, A

produção de gado é das mairos de afica sendo a sua venda juntamente com a produção

peles cerca de 10% das exports em 2006; outros sectores estão a desenvolver-se:

exploração minieral: ouro. Espera se passa de 4 t a 40 t: sendo que as 4 T já rendem 1.2b )

Moçambique (al, energia, cravai gaz)

Nigéria

Ruanda (café minerais

32 http://en.wikipedia.org/wiki/Agriculture_in_Ethiopia

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 57 -

RDC

Zim (fe. Tabaco, nikel

Angola

Botsuana

Tanzânia

Em 2013: (África Pulse 2013)

Em 2013 Cerca de um quarto dos países cresceram a mais de 7%

vários estão entre os que mais crescem no mundo.

Em 2012 os que crescem mais são

1. Serra Leoa (diamantes e descobertas recentes de petróleo; produção agr´cicola

importante)

2. Níger (minreias, uraneo?)

3. Costa marfim (também produz petroleo mas exportações ainda baixas

4. Libéria (aumento das exportações e FDI – óleo, ferro; royalties da exploração do

ferro; perspectivas de prospecção petrolífera; aumento preços; produção agrícila

borracha, óleo Palm, mineirais)

5. Etiópia (café, gado, outros)

6. Burkina Faso (ouro, agricultura, insdirstria transformadora, algodão)

7. Ruanda (café, chá)

8. Moz (Al, carvão e gaz)

9. Zâmbia (Cu,

10. Gana (Impulsionado pelo começo da exploração petrlifera e forte crescimento na

agricultura, extracção mineira, e serviços)

Quais são os factores que suportaram esta recuperação?

Em geral;

Aumento da procura para as exportações africanas:

Aumento dos preços das comodities: pretróleo, minerais e outras matérias primar

Procura interna:

Investimento público em infrastrutura

Aumento do IDE:

1. Aumento da procura para as exportações africanas:

o e consequente aumento de exploração mas também aumento do investimento na

exploração

o Aumento na produção agrícola

o Serviços

o Petróleo

o Extracção mineral

2. Aumento dos preços: As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:

A procura nas economias emergentes e nomeadamente na China é vista como uma dos principais

motores da subida de preços.

O aumento do preço das matérias primas está relacionado com a evolução das economia

mundiais (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro

como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)

O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal

país produtor.

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 58 -

3. O cresceimento é suportado pela actividade doméstica: procura e produção

Procura interna: o Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIB

o A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de

muitos países

o Este deve-se ao consumo privado e ao investimento tanto público como privado

o Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de cr´dito favoreceram o aumento do

consumo intermno

o O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolificero e da

exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE

Produção:

Agricultura

Sector dos serviços:

o transportes, comércios, imibiliário, administração pública

o Mas tb em sectores menos tradcionais

o Servlos de informação e Telecom

o Serviços financeiros e seguros

Tourimo: em países como CV, Seicheles, quémia, uganda

Petróleo e extracção minerl:

Motor da economia em Angola, Gabão,

o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimento

o No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicos

o Em gana e nos comarões em constratste, o petróleo é o grd motor do crescimento

Os recursos mineits são motor do crescimento em

o RDC, Namíbia, Mozambique

o As descobertas de gaz ao londo da costa de Moz e tanz trazem um potancial enerome para

invetimento externo:

o a costa leste de África está a mudar uma uma pobre em recursos para rica em recursos

4. Investimento público em infrastrutura

5. Aumento do IDE: IDE dá-se na exploração de recursos minerias e agricultura mas também nas infrastruturas

necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de electrecidade mas também serviços

afins: banca, seguros, trasnportes

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 59 -

REGIÕES

Cada país seguirá o seu percurso que é resultado da combinação de vários destes factores mas,

dando alguns exemplos por regiões:

África do Oeste

Taxa de cresceimento baixou de 2010 para 2011, Mas será a região que mais cresce em 2013/2014

Os problemas em 2011 deveram-se

Devido à contracção da economia na Costa do Marfim causada pela violência pos-eleitoral, o

colapso das exportações e do sector financeiro. Mas houve uma sólida recuperação desde que a

situação política normalizou

Uma diminuição da produção de petróleo na Nigéria tb contribui para o declineo

Gana foi a excepção; impulsionado pelo começo da exploração petrlifera (em 2012?) e forte

crescimento na agricultura, extracção mineira, e serviços serviram para contrabalançar a situação na

sub região

Mas será a região que mais cresce em 2013/2014

Impulsionado não só pelo petróleo e recursos mineiras mas tb agricultural, seviso e consumo e

investimento

Gana e Costa do Marfim cresce:

Na Costa do Marfim a situação politica e social voltou a estabilizarse permitino crescimento.

Beneficia tanto da produção agrícola como de recursos fosseis (produção de petróleo e gás) e

minerais

Alguns países ficam para trás: GB, Benin, CV

Leste de África:

A costa leste de África está a mudar uma região pobre em recursos para rica em recursos

Em 2011: apesar dos efeitos da seca e da fome em (2011) cresceimento de 5.8%

Investimento público em infrastruturas (Etiópia e Tanzânia)

Aumento da extracção mineral da Tanzânia (ouro)

Aumento do IDE em energia no Uganda (muita prospecção petrolífera)

E aumento da produção agrícola na Etiópia (café, gado)

2013: O cresceimento continua sólido no Ruanda, Tanzânia, Etiópia e Uganda

O Sudão foi muito afectado pela secessão do Sudão do sul

África Central: chad, RDC

A actividade económica permaneceu robusta embora o crescimento do PIB tenha diminuído de 5.2% em

2010 para 4.2 % em 2011.

O cresceimento foi impulsionado por:

Investimento público em infrastruras

Crescimento no sector os serviços

Aumento das exportações de madeira

Chad: produção de petroleo e agricultura são os motores do cresceimento.

Em 2012: diminuía produção de petróleo devido a disputas laborais e as remessas diminuiram porque muitos

emigrantes na Líbia perderam os seus trabalhos.

Mas as previsões para 2013/2’14 são para taxas de crescimento superior à media

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 60 -

RDC:

Também são previstas taxas de crescimento elevadas de mais de 5%

extracção mineira, agricultura econstrução mas para que haja progressos consostentes é necessário que as

quesões politicas e secugança sejam resolvidas

No Sul de Africa

As taxas de crescimento têm vindo a aumentar

Subiu de 3.5 para 3.8; em 2013 espara-se 4% e mais de 4.5 em 2014

Mas muitos países apresentam taxas de crescimento estáveis como Angola, Moçambique, Botsuana e

Zâmbia. Com taxas de crescimento acima dos 6%

A África do Sul foi o pais mais efactado pelo recessão na zona euro

recuperou lentamente

Em 2012 o crescimento foi afectado por greves no sector mineiro

Mas especra-se uma retoma gradual

Este crescimento deve-se a:

Aumento da extracção mineira

Aumento da procura de produtos minerais

Boas colheitas na Zâmbia

Aumento da produção de petróleo em Angola

Melhoria do clima político no Zimbabue faz com que o pais cresça (Recent discovery of diamonds,

tabaco, nikel)

Malawi também está a emergir da crise A sua epoxrt principal é o tabaco

Swazilandia é o pais que menos cresce de toda a Africa

9. Taxa de crescimento per capita

• O REO de 2008 identifica 17 países top performers baseado na taxa de crescimento PER

CAPITA do PIB de 1995 a 2007.

QUEM SÃO OS 17 PAÍSES ou os TOP Perfomers?

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 61 -

Estes países têm taxa de cresceimento per capita acima dos 2.25%

A 2,25% o redimento de uma pessoa duplica em 32 anos

9.1 PIB per capita

Os (47 países) paises são ainda classificados de acordo com o rendimento per capita (2006).

O PIB per capita (ou rendimento per capita) também têm aumentado: em média 2.3% ao ano

Não são os países que mais crescem que têm maiores PIB per capita ou que são mais ricos

Ver quadro

Os 10 países com maior GDP per capita em 200?: (dados BM33; data?)

A Guiné Equatorial (P)

o é o pais com maior redimento per capita. O rendimento per capita é 83 vezes maior

que o mais pobre: o Burundi. top performer

Seychelles,

Gabão (P)

Maurícias,

Botsuana (diamantes)

AS (R)

Namíbia (diamantes)

Angola (P) 4423 top performer

Cabo Verde (top performer turismo, APD, remessas)

Swazilandia 3073

Dos 10 paises mais ricos, mais de metade são exportadores de petróleo ou ricos em recursos.

33

http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/0,,contentMDK:20563739~menuPK:161

3741~pagePK:146736~piPK:146830~theSitePK:258644,00.html

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 62 -

Dos exportadores os que não pertencem aos 10 mais ricos estão nos 18 mais ricos menos o Chad

Rep do Congo (lower middle:2943)

Sudão (lower middle) 1425

Nigéria (lower middle) 1222 top performer

Camarões (lower middle) 1143

Chad (LIC) 676 : mas top performer

Mas As performances deste grupo tb têm sido variáveis:

a AS melhorou a sua performance em períodos recentes

as Seicheles, Swazilandia, e até certo ponto as Maurícias, diminuíram o seu crescimento.

O Zim que costumava estar neste grupo, encontra-se agora em posição de estado frágil e com baixos

redimentos.

Entre os 10 mais pobres são (dados de 2010:BM database

1. Burundi,

2. Congo Democratic Republic (4.9%)

3. Libéria (top performer)

4. Serra leoa (top performer)

5. Malawi

6. Niger

7. Ethiopia (top performer)

8. Eritrea,

9. Moçambique (top performer)

10. Madagascar

11. Guinea

12. Central Africa Republic

CRUZAMENTO PIB COM PIB PER CAPITA

Há uma grande variedade nos TOP Performers:

Uma coisa a notar é que os Top Perfomers de agora começaram de níveis de redimento diferentes:

o não são os com maior redimento que crescem mais.

o Nem são os mais pobres nem os mais ricos.

o Alguns cresceram com o fim da guerra:

o mas outros não cresceram apesar do fim dos conflitos: RDC, Camrões, Togo, Comoros

Os factores como a geografia e os recursos, que parecem ter sido determinantes antes, parecem já

não o ser agora:

Nos top performers temos: (REO2008)

países ricos em recursos (6):

o GE;

o gabão,

o botsuana,

o Namíbia

o AS

o Angola

países com poucos recursos e são costeiros (6)

o Seychelles

o CV

o mauricias

Tem poucos R e são Interiores (5)

swazi

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 63 -

REA

08

economist GDP

growth

2002-06

1 1 Eq. Guinea T C R High income: 23 19998 Petróleo

3 2 LEAO Chad I R Low income 10.9 676 Petróleo

4 3 LEAO Angola T C R Lower middle income 10.6 4423 Petróleo

6 4 LEAO Mozambique T C Low income 7.6 410 Minerais Al

8 5 LEAO Tanzania C Low income 6.3 527 Minerais Ouro (%)

9 6 LEAO Ethiopia T I Low income 6.2 358 0

10 7 Burkina Faso I Low income 6.1 536 0 Ouro (10%)

11 8 Cape Verde T C Lower middle income 5.7 3323 0

12 9 LEAO Nigeria T C R Lower middle income 5.6 1222 Petróleo

13 10 Uganda I Low income 5.6 509 Energia?

14 11 LEAO Rwanda I Low income 5.5 530 minerais

15 12 Botswana T I R Upper middle income 5.5 7403 Minerais Diam nikel

16 13 STP T C Lower middle income 5 1190 0

17 14 LEAO Ghana C Lower middle income 5 1283 0 manganes

15 mali I

16 mauricias T C

17 AS T C R

LEAO Congo C R

LEAO Zambia I

2 Sierra Leone T C Low income 11.6 325 Minerais Diamantes

5 Liberia C Low income 8.9 247 0 petróleo oils

7 Sudan T C Lower middle income 7.3 1425 Petróleo ouro

O FMI utiliza também o grupo de estados frágeis e a sua classificação é diferente do BM

Exportadores de petróleo

MIC

LIC

Frageis

FMI so tem 8 MIC.

BM distingue Higher MIC e Lower MIC ver quadro

O BM por exemplo faz essa classificação faz essa divisão em 4 grupos

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 64 -

Nb de paises Lista de países

High income $12,276 or more Guiné-equatorial (Top

Performer)

Upper MIC $3,976 - $12,275 6:

Seycheles (0.1%)

Maurícias (TP)

Botsuana (TP)

África sul (TP)

Namíbia (4.5%)

Gabão (1.1%)

Lower MIC

$1,006 - $3,975; 7 Angola (TP)

Cape Verde (TP)

Swaziland (2.4%

Congo (4,9%) Leão

Sudão (TP)

Ghana (TP)

Zambia (leão)

Nigéria (TP)

São Tomé and Príncipe (TP)

Côte d'Ivoire (-0.3%)

Cameroon (3.7%)

Mauritania (4.9%)

Senegal (4.1%)

Lesoto

LIC $1,005 or less (34)

Os mais pobres:

Quénia, (3.6)

Benin (4.1)

Comores (2.4)

Chad

Mali

Zim (-5-5)

Guinea-Bissau (1.2)

Burkina

Ruanda

Tanzânia (ouro)

Togo

Uganda

Gâmbia

Central Africa Republic

Guinea

Madagáscar

Moçambique

Eritrea,

Niger

Etiopia,

Malawi,

Serra Leoa

Liberia,

Congo Democratic Republic,

Burundi (mais pobre)

Draft: não citar nem distribuir sem autorização. Versão de 07/12/2015 21:03

- 65 -

10. A EXPERIENCIA DOS TOP PERFORMERS

O próximo passo é analisar qual foi a experiencia dos TOP Performers analisando as suas

características

O objectivo é tentar compreender melhor a recente aceleração das economias africanas

Angola

Nigéria

Etiópia

Chad

Moçambique

Ruanda

Tanzânia

Congo

Gana

Zambia