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Módulo de Circulação Pulmonar Escalas de risco na identificação do Trombo Embolismo Pulmonar - TEP Daniel Waetge - UFRJ Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia X Curso Nacional de Atualização em Pneumologia

Módulo de Circulação Pulmonar Escalas de risco na identificação do Trombo Embolismo Pulmonar - TEP Daniel Waetge - UFRJ Sociedade Brasileira de Pneumologia

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Page 1: Módulo de Circulação Pulmonar Escalas de risco na identificação do Trombo Embolismo Pulmonar - TEP Daniel Waetge - UFRJ Sociedade Brasileira de Pneumologia

Módulo de Circulação Pulmonar

Escalas de risco na identificação do Trombo Embolismo Pulmonar - TEP

Daniel Waetge - UFRJ

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

X Curso Nacional de Atualização em Pneumologia

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Embolia Pulmonar

• TEP não tratado tem mortalidade aproximada de 30 %,

adequadamente tratado de 2 a 8%

• Mortalidade ocorre principalmente nas primeiras horas

• Recorrência da EP ocorre principalmente no período inicial

do tratamento

• Terapia eficaz deve ser iniciada logo após o evento

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Trombose Venosa

Tríade de Virchow (1821-1902)

• Alterações no fluxo sanguíneo (estase)

• Lesão (ao endotélio) vascular

• Alterações na constituição do sangue (hipercoagulabilidade)

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Trombofilias hereditárias– Deficiência de Ptn C, Ptn S, Anti-trombina III. SAAF.– Mutação do fator V de Leiden. Mutações genéticas.– Hiperhomocisteinemia

Condições cirúrgicas– Cirg. tórax, abdômen, neuro. Prostatectomia aberta. – Artroscopia. Fratura de quadril. Grandes traumas. TRM.– Tempo anestésico > 30 min.

Condições clínicas– TEV anterior– Idade. Obesidade.– Malignidade. ICC. AVC. S. nefrótica. Estrogênio. Gravidez e Pós parto. – Imobilização prolongada

• Estase

• Lesão vascular

• Hipercoagulabilidade

Fatores de risco para TVP/EP

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Fatores de risco para TVP/EP

• Fratura de quadril ou perna

• Cirurgia de troca de quadril ou joelho

• Trauma extenso

(politraumatismo)

• Lesão de medula

Risco > 2 a 9 x

• Trombofilia

• TVP/EP prévia

• Gravidez/pós parto

• AVC (plégico)

• Neoplasia

• Anticoncepcional oral

• ICC

• Acesso venoso central

Risco < 2 x

• Permanência no leito < 72 h

• Imobilidade prolongada

• Idoso

• Obesidade

• Cirurgia laparoscópica

Risco > 10 x

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Diagnóstico TEP

• Super e sub diagnóstico!

• Abordagem diagnóstica: “confirmada” vs “excluída”

1. Avaliar a probabilidade clínica

2. Interpretar os exames complementares combinados à probabilidade clínica

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Dispnéia 73%

Dor torácica 66%

Tosse 37%

Hemoptóicos 13%

Taquipnéia 70%

Estertores crepitantes 51%

Taquicardia 30%

B4 24%

P2 acentuada 23%

A frequência de muitos destes sinais e

sintomas foi semelhante em 843 pacientes que NÃO tinham EP (PIOPED)

Prevalência de sintomas e sinais em pacientes com suspeita de EP

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1998 – 2003 A. Volschan

727 pacientes

• Rio de Janeiro• Belo Horizonte• Salvador• Porto Alegre• Santos

EMEPEstudo Multicêntrico de Embolia Pulmonar

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EMEPEstudo Multicêntrico de Embolia Pulmonar

11,080Febre

18,1132Cianose

19,9145Hipotensão arterial

21,3155Tosse

42,6310Dor torácica

44,0320Taquicardia sinusal

65,3475Taquipnéia

78,4570Dispnéia

6,144Hemoptise/hemoptóicos

6,245Síncope

Sinais e Sintomas n %

n = 727

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Idade > 40 anos 679 93,4

Repouso no leito > 72h 280 38,5

Neoplasia 177 24,3

História prévia de TVP/EP 119 16,4

Tabagismo 115 15,8

ICC 112 15,4

História de cirurgia abdominal/pélvica 70 10,7

História de fratura de bacia/MI 52 7,2

AVE 46 6,3

DPOC 44 6,1

Uso de estrogênio 33 7,8*

Gravidez/Puerpério 3 0,7*

EMEP

Fatores de Risco (n = 727) n %

* Somente o sexo feminino (n=421)

Estudo Multicêntrico de Embolia Pulmonar

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Regras preditivas para EP

Wells

Sinais clínicos de TVP 3

Diag alternativo menos provável 3

Freq cardíaca > 100/min 1,5

TVP prévia ou EP 1,5

Imobilização ou cirurgia (< 4 sem) 1,5

Câncer 1

Hemoptise 1

Baixa 0 a 1; intermediaria 2 a 6; alta 7 ou mais

Genebra Revisado

Idade > 65 anos

1

TVP prévia ou EP

3

Cirurgia ou fratura (< 1 mes)

2

Câncer

2

Dor no membro inferior unilateral

3

Hemoptise

2

Freq cardíaca

75 a 94 bpm

3

≥ 95 bpm

5

Sinais clínicos de TVP

4

Baixa 0 a 3; intermediaria 4 a 10; alta 11 ou mais

Escala de Wells • Thromb Haemost 2000; 83: 416- 20

Escala de Genebra• Arch Intern Med 2001; 161: 92-6• Ann Intern Med 2006;144:65-71

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Faixa de pontuaçãoProbabilidade média de EP

% com esta probabilidade

Interpretação do risco

0 – 1 pontos 3,6 40 Baixo

2 – 6 pontos 20,5 53 Moderado

> 6 pontos 66,7 7 Alto

Wells PS, et al. Excluding PE at the bedside without diagnostic imaging: management of patients with suspected PE presenting to the emergency department by using a simple clinical model and d-dimer. Ann Intern Med. 2001;135:98-107.

Escala de Wells

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Wicki J. Assessing clinical probability of PE in the emergency ward: a simple score. Arch Intern Med 2001.161:92-97Le Gal G. Prediction of PE in the emergency department: the revised Geneva score. Ann Intern Med. 2006;144:165-71

Faixa de pontuaçãoProbabilidade média de EP

% com esta probabilidade

Interpretação do risco

0 – 4 pontos 13 53 Baixo

5 – 8 pontos 38 43 Moderado

> 9 pontos 67 4 Alto

Escala de Genebra

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Probabilidade clínica

• Masculino, 52 anos. Previamente sadio.

• Dor torácica pleurítica, febre, calafrios há 3 dias. Tosse, expectoração amarelada.

• Febril 38,9 oC. Taquicardia. Taquipnéia. Síndrome de condensação no HTD.

• Sat O2 92%. ECG taquicardia sinusal.

WellsSinais clínicos de TVP

3

Diag alternativo menos provável

3

Freq cardíaca > 100/min

1,5

TVP prévia ou EP

1,5

Imobilização ou cirurgia (< 4 sem)

1,5

Câncer

1

Hemoptise

1

Baixa 0 a 1; Intmdr 2 a 6; alta 7 ou mais

Genebra Revisado Idade > 65 anos

1

TVP prévia ou EP

3

Cirurgia ou fratura (< 1 mes)

2

Câncer

2

Dor no membro inferior unilateral

3

Hemoptise

2

Freq cardíaca

75 a 94 bpm

3

≥ 95 bpm

5

Sinais clínicos de TVP

4

Baixa 0 a 3; Intmdr 4 a 10; alta 11 ou mais

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• Feminino, 72 anos, viagem prolongada, previamente sadia.

• Dor torácica pleurítica. Mal estar indefinido iniciado há 12 h.

• Palidez mucosa, taquicardia, taquipnéia. Dor e edema MIE.

• Sat O2 95%. ECG taquicardia sinusal.

Probabilidade clínica

WellsSinais clínicos de TVP

3

Diag alternativo menos provável

3

Freq cardíaca > 100/min

1,5

TVP prévia ou EP

1,5

Imobilização ou cirurgia (< 4 sem)

1,5

Câncer

1

Hemoptise

1

Baixa 0 a 1; Intmdr 2 a 6; alta 7 ou mais

Genebra Revisado Idade > 65 anos

1

TVP prévia ou EP

3

Cirurgia ou fratura (< 1 mes)

2

Câncer

2

Dor no membro inferior unilateral

3

Hemoptise

2

Freq cardíaca

75 a 94 bpm

3

≥ 95 bpm

5

Sinais clínicos de TVP

4

Baixa 0 a 3; Intmdr 4 a 10; alta 11 ou mais

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Exame complementares TEP

hemograma

bioquímica

enzimas cardíacas

dímero-D

gasometria arterialestudo de trombofiliascintilografia V/Q

angiotomografia

RNM

arteriografia

doppler MMII

ECG flebografia

Rx tórax

ecocardiograma

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Exame complementares TEP

hemograma

bioquímica

enzimas cardíacas

dímero-D

gasometria arterialestudo de trombofiliascintilografia V/Q

angiotomografia

RNM

arteriografia

doppler MMII

flebografia

Rx tórax

ECG

ecocardiograma

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Escalas de probabilidade para TEP

• ECG + Rx Tórax Abordagem da taquipnéia, taquicardia, dor torácica...

Avaliar a probabilidade clínica de TEP

• Dímero - D Ótimo valor preditivo negativo (pcts com baixa e média probabilidade)

Baixa especificidade: IAM, câncer, ICC, PO, pneumonia

Avaliar a probabilidade clínica de TEP

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Algoritmo diagnóstico na suspeita de EP Incluindo TC helicoidal

ERS School Courses Edinburgh, United Kingdom, April 26-28, 2007

* Desnecessário se TC multi-slice

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Algoritmo diagnóstico na suspeita de EP incluindo cintilografia de ventilação-perfusão (V/Q)

ERS School Courses Edinburgh, United Kingdom, April 26-28, 2007

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Acute Pulmonary Embolism Part I: Epidemiology and DiagnosisGregory Piazza, Samuel Z. Goldhaber. Circulation, Volume 114(2). July 11, 2006

Abordagem integrada na suspeita de EP

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Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro – SOPTERJ

23 a 26 de setembro de 2009