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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO PRISCILA EVANGELISTA DOS SANTOS BARBOZA
A PRESENÇA DA MITOLOGIA GREGA NA LITERATURA DE MONTEIRO LOBATO
SEROPÉDICA, 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO PRISCILA EVANGELISTA DOS SANTOS BARBOZA
A PRESENÇA DA MITOLOGIA GREGA NA LITERATURA DE MONTEIRO LOBATO
Projeto monográfico apresentado como requisito para conclusão da disciplina de Monografia I, no curso de Português/Literaturas ou Português/Inglês da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Orientador:
SEROPÉDICA, 2015.
1 INTRODUÇÃO
A literatura há muito tempo foi instrumento de utilização apenas das pessoas mais
favorecidas. Pessoas de classes mais baixas não possuíam acesso aos variados tipos de leitura.
Além de ser muito importante para nossas vidas, é por meio dela que podemos
aprender, ensinar e viajar no mundo maravilhoso dos livros. A leitura é uma fonte de
conhecimentos que serve de grande estímulo e motivação tanto para a criança quanto para o
adolescente.
Para Cagneti o tema literatura infantil é,Literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, a
arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a
vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o
imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização...
(Cagneti,1996 p.7)
Já que a literatura é um fenômeno de criatividade nada melhor o que inserir a
mitologia grega na literatura infantil, de acordo com KIMMEL,Eric A. “Mitos são histórias criadas para explicar o porquê de algo
até então inexplicável; a mitologia grega é um conjunto de contos
criados no período Clássico explicando toda a origem do mundo,
dos seres, de tudo em geral.”
Uma vez que, as crianças vivem criando um mundo só delas e assim podemos dizer,
de faz de contas, o mito inserido na literatura faz com que elas consigam viajar na
imaginação, e com a contribuição dos pais que, ainda contam algumas histórias infantis ou
conto de fadas para elas.
O escritor Monteiro Lobato é considerado para a maioria dos críticos o fundador da
literatura infantil brasileira, já que sua obra teria representado uma ruptura em relação ao
momento anterior da história deste campo literário destinado às crianças. Marisa Lajolo, uma
das autoras mais importantes na análise da obra de Lobato, afirma que, com o Sítio do Pica-
pau Amarelo, “Monteiro Lobato inaugura a literatura infantil brasileira” (LAJOLO. Monteiro
Lobato: um brasileiro sob medida, p. 60)
‘ traduziu em uma linguagem mais acessivel para o pequeno e o jovem leitor: Os
grandes feitos dos deuses e semideuses gregos. Levando para a Grécia Antiga o leitor, que
entra na história com Emília e sua turma.
Esse passo inicial dado por Monteiro Lobato na literatura infanto-juvenil brasileira
alimentou o imaginário de muitas crianças e adolescentes.
1.1 Objetivo geral
Promover a prática de leitura e destacar a importância da presença dos mitos gregos na
literatura infantil.
1.2 Objetivos específicos
Possibilitar produções orais e escritas onde os alunos tenham a liberdade de
criar seus próprios deuses e semideuses.
Identificar os mitos em outras leituras.
1.3 Questão de pesquisa ou problema
O público infanto-juvenil principalmente das classes baixas não estão totalmente
atentos às literaturas brasileiras, e com isso vivem assistindo desenhos ou filmes.
A maioria dos desenhos e filmes assistidos por esse público é composto por heróis, o
bonzinho sempre vence no final, com isso a introdução da mitologia grega na literatura pode
acrescentar o gosto pela leitura e aumentar o entusiasmo que muitos não têm em ler.
Lobato tinha como objetivo maior que a criança deveria ter o espaço particular onde
fosse permitido poder sonhar. Ele ensinou várias crianças lerem sem sentir o peso dos livros
didáticos.
1.4 Justificativa
Sabemos o quanto a leitura é importante, inserir a mitologia grega na leitura é fazer
com que o público infanto-juvenil consiga assim como a turminha da Emília viajar e conhecer
um país diferente.
Nos livros e Monteiro Lobato o “Pó de Pirlimpimpim” é o objeto que a turma utiliza
para se transportar e conhecer a Grécia antiga, na vida real a leitura é esse portal que se abre
para o leitor conhecer este país.
O escritor Monteiro Lobato (1882-1948) conduz seus leitores a uma viagem com o
objetivo de conhecer a mitologia e a história helênica.
.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo a Arte poética de Aristoóteles, a imitação de uma ação ou a combinação dos
atos é mito ou fábula.
Os gregos criaram os mitos para poder utilizá-los como forma de transmitir
mensagens e a preservação histórica da sua origem.
Segundo Rocha, o mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. É uma forma de as
sociedades espelharem suas contradições, exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações.
O mito procura fazer uma reflexão ou uma explicação sobre o universo, a natureza, a
humanidade e tudo que existe em relação ao homem. Diante disso, podemos dizer que, os
mitos são baseados em crenças, tradições e lendas e que podem ter um caráter incontestável
ou inquestionável.
Portanto, os mitos se relacionam na utilização da força na natureza sobrenatural ou
divina, já que conta com a presença de deuses e semideuses.[..] o mito conta uma história sagrada; ele relata um
acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do
"princípio".
Em outros termos, o mito narra como, graças às façanhas
dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma
realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma
espécie vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É
sempre, portanto, a narrativa de uma "criação": ele relata de que
modo algo foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas do que
realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente. Os
personagens dos mitos são os Entes Sobrenaturais. Eles são
conhecidos sobretudo pelo que fizeram no tempo prestigioso dos
"primórdios". Os mitos revelam, portanto, sua atividade criadora e
desvendam a sacralidade (ou simplesmente a "sobrenaturalidade")
de suas obras. (Eliade 1978)
"A mitologia grega chegou até nós através da poesia, da arte figurativa e da literatura
erudita, ou seja, em documentos de cunho ‘profano’”. A poesia, assim como a arte, para
serem produzidas seguem critérios e esses são chamados de lei das três unidades (ação, tempo
e lugar), e está presente na tragédia clássica.
O mito fala do que aconteceu, das coisas real do mundo, coisas que vieram a existir
por divino ou por algo sobrenatural, fazem parte das diversas culturas humanas desde sempre,
por isso as diferentes histórias que vivem seus deuses e heróis.
Segundo Brandão, o mito é um modo de significação, uma forma, um sýmbolon,
acrescentaríamos. Donde não se pode defini-lo simplesmente pelo objeto de sua mensagem,
mas pela maneira como a profere.
Ainda segundo Eliade a principal função do mito é revelar modelos exemplares, ele
explica mais quando diz....a principal função do mito consiste em revelar os modelos
exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: tanto a
alimentação ou o casamento, quanto o trabalho, a educação, a arte ou a
sabedoria. Essa concepção não é destituída de importância para a
compreensão do homem das sociedades arcaicas e tradicionais...
Na literatura infantil brasileira surge Monteiro Lobato um dos mais importantes
escritores do século XX, que possui uma vasta produção literária: livros, poemas, contos,
artigos e crônicas onde escreveu também sobre a Grécia antiga.
Algumas obras de do escritor reforçaram o interesse pela mitologia, como O
Minotauro e Os doze trabalhos de Hércules. Através do estilo divertido deste autor com
linguagem simples e das peraltices da Emília, conhecer mais sobre a Grécia e seus deuses.
Monteiro Lobato passou do mundo das fábulas para o mundo das Terras Novas. “As
condições foram aceitas e passada uma semana começou a mudança dos personagens do
Mundo da Fábula para as Terras Novas de Dona Benta.”
Após, o autor insere a novidade com a entrada da mitologia grega no mundo das fábulas.
A novidade maior foi a chegada dos personagens da
mitologia grega – uma quantidade enorme! A Medusa, com aqueles
cabelos de cobra – cada fio uma cobra, e atrás dela o valente Perseu
que lhe cortou a cabeça. O Rei Midas, que só cuidava de amontoar
ouro e acabou se enjoando. Os centauros, meio homens meio
cavalos; e os faunos de chifrinhos; e os sátiros de pés de bode; e as
sereias; e as ninfas; e as náiades, que eram as ninfas da água.
Neste momento os heróis, as quimeras da Grécia antiga têm participação cada vez
maior na obra de Monteiro Lobato.
Em 1939 Lobato publica seu livro O Sítio do Pica-pau Amarelo, onde nota-se a
presença do mito grego; ainda em 1939 escreve O Minotauro uma releitura do o monstro meio
homem, meio touro, morto pelo herói grego Teseu; e em 1944
Os doze trabalhos de Hercules é publicado e conta a façanha do jovem semideus em
realizar os doze trabalhos impostos pela deusa Hera.
Assim, a literatura infantil de Monteiro Lobato colaborou com a diversão e o
conhecimento de novo mundo para o público infantil, permitindo o acesso a diversas áreas do
conhecimento como história, geografia e mitologia.
3 METODOLOGIA
O projeto implicará no levantamento de dados metodológicos tais como: realização de
pesquisa tanto em livros como na internet, a fim de observar a presença dos mitos nas obras e
destacar a importância que eles tiveram na Grécia e na literatura brasileira.
4 CRONOGRAMA
Maio Jul. Agos. Nov Dez
Elaboração do tema X
Leitura X X X
Recolhendo dados X X
Pesquisa Bibliográfica X X X X
Primeira entrega ao professor X
Entrega final X
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega V.1 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986
BRELICH, Angelo. Gli Eroi Greci. Roma, Edizioni dell'Ateneo e Bízzarri, 1978, p. 33 Apud Junito de Souza Brandão Mitologia Grega V.1 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986
CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Nórdica, 1996 Apud Glaucia Machado de Aguiar Paço. O ENCANTO DA LITERATURA INFANTIL NO CEMEI CARMEM MONTES PAIXÃO. 2009
ELIADE, Mircea. 1978. Mito e realidade. São Paulo:
LAJOLO. Marisa. Monteiro Lobato: um brasileiro sob medida.
LOBATO. Histórias de Tia Nastácia. O Pica-pau Amarelo, p. 164 Apud Vitor Amaro LacerdaColégio Santa Maria. MONTEIRO LOBATO E A MITOLOGIA GREGA
KIMMEL,Eric A/ recontados por Eric A. Kimmel ; ilustrações Pep Montserrat ; tradução Monica Stahel. – São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008. http://erickimmel-mitosgregos.blogspot.com.br/2010/05/introducao.html às 02:47h dia 10/12/2015
ROCHA, Everalo. O que é Mito, ed. Brasiliense. 1996.