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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ELILDES FORTALEZA SANTOS JULIO CÉSAR DE CASTRO DANTAS GUERRA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA: estudo de caso do plano da empresa Flex Service S.A. em 2009 NATAL 2010

Monografia 2010 - Elildes e Julio

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ELILDES FORTALEZA SANTOS JULIO CÉSAR DE CASTRO DANTAS GUERRA

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA: estudo de caso do plano da empresa Flex Service S.A. em 2009

NATAL 2010

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ELILDES FORTALEZA SANTOS JULIO CÉSAR DE CASTRO DANTAS GUERRA

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA: estudo de caso do plano da empresa Flex Service S.A. em 2009

Monografia apresentada à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. ORIENTADOR: Profº Marcos Aurelio de O. Santiago, MSc

NATAL 2010

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ELILDES FORTALEZA SANTOS JULIO CÉSAR DE CASTRO DANTAS GUERRA

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA: estudo de caso do plano da empresa Flex Service S.A. em 2009

Monografia apresentada à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovado em:____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Profº Marcos Aurelio de O. Santiago, MSc

Orientador

Universidade Potiguar – UnP

_______________________________________

Profº Mário Jesiel de Oliveira Alexandre, MSc

Coordenador

Universidade Potiguar – UnP

_______________________________________

Profº Jorge Assef Lutif Junior Examinador

Universidade Potiguar – UnP

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Dedicamos este trabalho a nossos familiares, amigos e todas

as pessoas que amamos; e que nos incentivam à busca diária

de novas realizações.

Page 5: Monografia 2010 - Elildes e Julio

AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, por conceder-me determinação em concluir este

trabalho;

Aos meus pais por ter-me guiado à educação;

A minha esposa e filha, por compreenderem minha ausência nas horas

em que deveria está ao seu lado;

Ao amigo Julio César, pela parceria neste trabalho;

Ao Prof. Marcos Aurélio de Oliveira Santiago e a todos os professores da

UnP, que mesmo indiretamente, compartilharam seus conhecimentos e orientações.

“Elildes Fortaleza Santos”

Page 6: Monografia 2010 - Elildes e Julio

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir viver e realizar todos os meus ideais, sem ele

nada podemos fazer, e mesmo diante de tantas provações tudo posso naquele que

me fortalece;

À minha esposa, por ter sido a pessoa que mais se envolveu nesta

jornada, compartilhando a nossa recente vida conjugal com este projeto;

Ao meu filho(a) tão esperado;

À meus pais Dalva e Heronides por me criarem de forma exemplar e

serem exemplo para minha vida;

Aos meus irmãos Taciana, Heronides e Helcio, por terem sido

compreensivo comigo e por sempre me apoiarem em meus projetos;

Ao meu sogro Joel “in memoriam” e a minha sogra Vera por mi

incentivarem;

Aos meus cunhados Pablo, Pizzala e Paulo pelo apoio afetivo;

A minha amiga Miram Fidelis por sempre escutar as minhas lutas;

Aos professores que passaram por minha vida, e me ajudaram no meu

crescimento acadêmico e me transformarem em mais um membro da academia

contábil especialmente aos Professores Marcos Aurélio e Mário Jesiel por terem me

incentivado a concluir esse trabalho monográfico;

Ao meu amigo pesquisador Elildes Fortaleza por sempre ser parceiro

neste projeto;

A todos os meus amigos que sempre me ajudaram, compartilharam e

incentivaram a não desistir, especialmente Andrea, Abigail, Arcenildo, Ariana,

Adriana doida, Aldo Nascimento, Gema, João Oliveira, Lorena Katarina, Marcos

Sales, Raquel, Sanderson e Paulo Nunes, em fim a todos vocês da turma que

indiretamente ou diretamente me ajudaram a concluir essa etapa em minha vida, foi

muito bom.

Obrigado por me Ajudarem!

“Julio César de Castro Dantas Guerra”

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GUERRA, Julio Cesar de Castro Dantas; SANTOS, Elildes fortaleza. Recuperação Judicial de Empresa - Estudo de caso do plano da empresa Flex Service S.A. em 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Universidade Potiguar (UnP), para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Natal, 2010, 179f.

RESUMO

Este trabalho tem como tema a Lei 11.101/2005. O objetivo deste trabalho foi descrever o processo de recuperação judicial da empresa Flex Service S.A. Para cumprimento dos objetivos o método de abordagem escolhido foi o dialético e do procedimento técnico, o estudo de caso. O arcabouço teórico desta pesquisa tem como eixo central a Lei 11.101/2005. A análise dos dados permitiu concluir que a principal causa que levou a empresa a pedir recuperação judicial foi a redução drástica de mercado. A empresa cumpriu todos os requisitos obrigatórios para se habilitar ao processo de recuperação judicial. As propostas apresentadas pela empresa no plano de recuperação judicial foram aprovadas pelos credores. Os pesquisadores concluíram que a nova lei de falências, a lei nº 11.101/2005, privilegia a empresa em detrimento da satisfação do credor. É sabido que as empresas exercem papel fundamental na sociedade moderna: gerando empregos, recolhendo impostos, movimentando a economia e fomentando o crescimento do país. Palavras-chave: Planejamento Gerencial. Recuperação de Empresas. Plano de Recuperação.

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GUERRA, Julio Cesar de Castro Dantas; SANTOS, Elildes Fortaleza. Judicial Business - case study of the business Plan Flex Fervice S/A in 2009. Work Completion of Course (TCC) submitted to the University Potiguar (UnP) to obtain the title of Bachelor of Science Accounting. Natal, 2010, 179f.

ABSTRACT

This work has the theme Law 11.101/2005. The aim of this study was to describe the process of judical recovery process the company Flex Service S.A. To fulfill the objectives of the method chosen was the dialectical approach and the technical procedure was the case study. The theoretical framework of this research has as its central axis Law 11.101/2005. Data analysis showed that the main cause which led the company to seek business recovery protection was the drastic reduction of the market. The company has met all mandatory requirements to qualify for process business recovery protection. Proposals submitted by the company in business recovery plan was approved by creditors. The researchers concluded that the new bankruptcy law, Law No. 11.101/2005, favors the company over the satisfaction of the creditor. It is known that companies play a crucial role in modern society: creating jobs, paying taxes, stimulating the economy and promoting growth in the country. Key-words: Planning Management. Business Recovery. Recovery Plan.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - HISTÓRICO DA FLEX SERVICE S.A. ..................................................44

FIGURA 2 - EVOLUÇÃO DA FROTA PRÓPRIA.......................................................45

FIGURA 3 - DIVISÃO DA FROTA (2008) - UNIDADES DE AUTOMÓVEIS .............46

FIGURA 4 - DESCOMPASSO ENDIVIDAMENTO X VALOR DOS ATIVOS.............48

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - CREDORES QUIROGRAFÁRIOS ........................................................76

TABELA 2 - CREDORES TRABALHISTAS ..............................................................91

TABELA 3 - IMPOSTOS A PAGAR...........................................................................93

TABELA 4 - CREDORES EXTRACONCURSAIS .....................................................93

TABELA 5 - CREDOR COM GARANTIA REAL........................................................94

TABELA 6 - “HAIRCUTS” DE ACORDO COM O MONTANTE DA DÍVIDA ..............66

Page 11: Monografia 2010 - Elildes e Julio

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA...................................................................................14 

1.2 PROBLEMA ........................................................................................................14 

1.3 HIPÓTESES........................................................................................................15 

1.3.1 Hipótese Básica..............................................................................................15 1.3.2 Hipótese Secundária ......................................................................................15 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................16 

1.4.1 Objetivo Geral.................................................................................................16 1.4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................16 1.5 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................17 

2 METODOLOGIA ....................................................................................................18 2.1 ESCOLHA DO MÉTODO ....................................................................................18 

2.1.1 Método de Abordagem - Dialético ................................................................18 2.1.2 Método de Procedimentos – Estudo de Caso (monográfico).....................19 2.2 TÉCNICAS DE PESQUISA.................................................................................21 

2.2.1 Dados Primários.............................................................................................21 2.2.2 Dados Secundários........................................................................................21 2.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO ..........................................................................22 

3 EMBASAMENTO TEÓRICO..................................................................................23 3.1 CONTABILIDADE GERENCIAL E SUA IMPORTÂNCIA NA GESTÃO

EMPRESARIAL.........................................................................................................23 

3.1.1 Origem da Contabilidade Gerencial..............................................................24 3.1.2 Definições da Contabilidade Gerencial ........................................................27 3.1.3 Características da Contabilidade Gerencial.................................................28 3.1.4 Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial ..................................29 3.1.5 Usuários das Informações Contábil-Gerenciais..........................................32 3.1.6 Atuação do Contador no Processo da Contabilidade Gerencial ...............33 3.2 SITUAÇÕES DAS EMPRESAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.......................35 

3.3 RECUPERAÇÃO JUDICIAL E OS ASPECTOS DA LEI Nº 11.101/2005............39 

3.4 ASPECTOS CONTÁBEIS E FINANCEIROS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ...40 

Page 12: Monografia 2010 - Elildes e Julio

3.5 ANÁLISE CONTÁBIL E FINANCEIRA PATRIMONIAL .......................................41 

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS...........................................................................44 4.1 HISTÓRICO DA EMPRESA................................................................................44 

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ..........................................47 5.1 AS CAUSAS QUE LEVARAM A EMPRESA A PEDIR A RECUPERAÇÃO

JUDICIAL ..................................................................................................................47 

5.1.1 Redução Drástica do Mercado de Crédito ...................................................47 5.1.2 Queda no Valor de Mercado dos Veículos Seminovos ...............................47 5.1.3 Aumento da Inadimplência dos Clientes......................................................48 5.1.4 Perda de Eficiência Operacional, Acarretando Diminuição da Taxa de Utilização da Frota ..................................................................................................48 5.2 OS REQUISITOS OBRIGATÓRIOS PARA QUE UMA EMPRESA POSSA

SOLICITAR RECUPERAÇÃO JUDICIAL..................................................................50 

5.3 DESCREVER AS ETAPAS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE

EMPRESAS ..............................................................................................................51 

5.3.1 A Petição Inicial de Recuperação Judicial ...................................................52 5.3.2 Despacho de Processamento da Recuperação Judicial.............................54 5.3.3 Verificação e Habilitação de Créditos...........................................................56 5.3.4 Do Plano de Recuperação Judicial ...............................................................57 5.3.5 Apresentação de objeções ao plano de recuperação.................................59 5.3.6 Da Concessão da Recuperação Judicial......................................................59 5.3.7 Cumprimento do Plano de Recuperação .....................................................60 5.4 APRESENTAR OS CRÉDITOS HABILITADOS NO PROCESSO DE

RECUPERAÇÃO.......................................................................................................60 

5.5 QUEM FOI NOMEADO O ADMINISTRADOR JUDICIAL....................................62 

5.6 COMPOSIÇÃO DO COMITÊ DE CREDORES ...................................................63 

5.7 DELIBERAÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DOS CREDORES ..........................64 

5.8 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E AS

PROPOSTAS APRESENTADAS PELA EMPRESA .................................................65 

5.8.1 Proposta aos Credores ..................................................................................66 5.9 CUMPRIMENTO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO INICIAL APRESENTADO..68 

5.9.1 Análise das Projeções ...................................................................................69 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................70 REFERÊNCIAS.........................................................................................................72 

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ANEXOS ...................................................................................................................75 ÍNDICE ....................................................................................................................178 

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13

1 INTRODUÇÃO

A Recuperação Judicial de Empresas é baseada na Lei nº 11.101, de

09.02.2005 que tramitou onze anos para ser aprovada.

Esta Lei possibilita a reestruturação Econômica de empresas que estão

passando por dificuldades Financeiras.

Esta nova Ferramenta Jurídica substitui e traz uma nova analogia à Lei de

Falências e Concordatas de empresas (judicial e extrajudicial) sincronizando o

sistema jurídico nacional com o internacional, beneficiando não apenas os

empresários, mas também, trabalhadores, consumidores, credores e toda a

sociedade.

Diante de uma nova realidade, um novo campo se abre para os

profissionais da área contábil, atuando como o administrador judicial, tendo em vista

a grande dificuldade que abrange a administração de uma empresa em processo de

recuperação judicial.

Esta pesquisa apresenta um desafio aos pesquisadores, futuros

profissionais contábeis, que tem como tema a Recuperação Judicial.

O trabalho está apresentado em seis capítulos, descritos a seguir.

O tema, problema, hipóteses, objetivos e a justificativa estão

apresentados nesta introdução.

O capítulo dois apresenta o método, técnicas de pesquisa, a delimitação

do universo e a forma de análise dos dados.

No capítulo três, apresentar-se o embasamento teórico abordando

definições, conceitos de análise financeira patrimonial, aspectos contábeis e

financeiros na falência empresarial e aspecto da nova lei de falência.

A apresentação dos dados da empresa objeto da pesquisa está registrada

no capítulo quatro.

As análises e interpretações dos dados, respondendo aos objetivos

específicos da pesquisa, estão apresentados no capítulo cinco;

As conclusões e considerações finais estão apresentadas no capítulo

seis.

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14 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Os pesquisadores selecionaram como aspecto do tema, que foi o objeto

do estudo, a análise do plano de recuperação judicial da empresa Flex Service S.A.,

distribuída ao Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca

da Capital de São Paulo, em 17.07.09.

1.2 PROBLEMA

Diante do desconforto financeiro e crises no mercado mundial e nacional,

cria-se uma nova lei. Recuperação Judicial de Empresas, criada e reformulada em

busca de inserir uma nova alternativa para as empresas em dificuldades financeira.

Anteriormente a única alternativa que as empresas tinham era a lei de

falência que se baseava no art. 11 do Decreto de Lei n.º 7.661/45. Este decreto-lei

exigia apenas o protesto do título para caracterizar a impontualidade do devedor.

Também colocava o credor diante da incerteza de seu recebimento.

Diante da realidade, ocorria o não ingresso do pedido de falência em

virtude da publicação do nome da empresa devedora em jornais de grande

circulação e via de conseqüência, com o conhecimento de outros credores

temerosos em não receber seus créditos e novos pedidos de falência. Deixando

credores, funcionários e governo em situação de déficit de seus saldos.

A Recuperação Judicial traz uma nova conotação para empresas

oferecendo ferramentas aplicadas em um plano, denominado Plano de Recuperação

Judicial, que demonstre a viabilidade da empresa de continuar suas atividades, visto

que o novo regime favorece à empresa meios para dar continuidade ao negócio.

O tema proposto surgiu após um dos pesquisadores ter participado de

uma palestra na Faculdade UNIFIN em Porto alegre/RS, onde foi apresentado por

esta instituição de ensino, pela primeira vez, o tema proposto pelos pesquisadores.

Considerando o tema relevante e de grande importância para o mercado

nacional, especificamente para a contabilidade, tendo em vista um novo mercado

que surge para o profissional da área contábil, diante desta realidade os

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15 pesquisadores partiram em busca de mais informações acerca do tema proposto. No

decorrer da pesquisa, foi observado que a recuperação judicial se aplica desde

empresas de pequeno porte a empresas de grande porte, como exemplo a VARIG

S.A., no qual foi uma das primeiras empresas a utilizar o recurso de recuperação

judicial. Dentre outras empresas pesquisadas, na visão dos pesquisadores, uma

teve um grau de relevância mais expressivo, essa empresa é a Flex Service S.A.

Essa visão foi porque os dados encontrados no Plano de Recuperação Judicial da

empresa contêm informações de grande importância e clareza para a pesquisa

abordada.

Neste contexto, os pesquisadores elaboram o seguinte problema de

pesquisa: Quais as causas que levaram a empresa Flex Service S.A. a solicitar a

recuperação judicial e como o processo vem se realizando até novembro de 2010.

1.3 HIPÓTESES

Com forma de responder antecipadamente o problema da pesquisa,

foram definidas as seguintes hipóteses: básica e secundária.

1.3.1 Hipótese Básica

A fim de ser constatada ou refutada, a hipótese principal a ser testada é:

que em virtude do não pagamento das dívidas o pedido de recuperação judicial foi

solicitado pelos credores.

1.3.2 Hipótese Secundária

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Complementarmente, definiu-se a seguinte hipótese secundária: a

empresa vem cumprindo o plano de recuperação judicial, desta forma, não houve

necessidade de fazer novos aditivos aos documentos iniciais.

1.4 OBJETIVOS

Como forma de encontrar as explicações para o problema da pesquisa, foi

definida os seguintes objetivos: geral e específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Os pesquisadores pretendem alcançar o seguinte objetivo: descrever o

processo de recuperação judicial da empresa Flex Service S.A. com base na Lei nº

11.101, de 09-02-2005.

1.4.2 Objetivos Específicos

Para viabilizar o alcance dos objetivos gerais, foram definidos os

seguintes objetivos específicos:

a) Verificar quais as causas que levaram a empresa a pedir a recuperação

judicial;

b) Identificar os requisitos obrigatórios para que uma empresa possa

solicitar recuperação judicial;

c) Descrever as etapas do processo de recuperação judicial de empresas;

d) Apresentar os créditos habilitados no processo de recuperação;

e) Apresentar como foi composto o comitê dos credores e quem foi

nomeado o administrador judicial;

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f) Apresentar as datas da deliberação da Assembléia Geral dos Credores,

onde, como e quando ocorreu;

g) Dizer quando foi apresentado o plano de recuperação judicial e quais

as propostas apresentadas pela empresa.

1.5 JUSTIFICATIVA

As razões pelas quais os pesquisadores escolheram esse tema são

inúmeras. Por se tratar de tema que objetiva a continuidade empresarial, visto que o

plano de recuperação também tem como objetivo manter a empresa funcionando, é

a principal razão desse trabalho está sendo realizado.

Nesse trabalho, os pesquisadores pretendem abordar as funções do

administrador judicial; quais requisitos para pedir a recuperação judicial; estágios do

processo de recuperação judicial de empresas.

A Recuperação Judicial é um instituto que está a disposição da classe

empresarial quando precisar, tornando assim, muito importante para estes.

Esta pesquisa foi realizada porque os pesquisadores entenderam que o

tema trás uma nova escolha de atuação profissional para a classe contábil.

Nesse sentido, a relevância desta pesquisa, em se tratando da nova lei e

falência e do processamento da recuperação judicial da empresa Flex Service S.A.,

teve como justificativa principal o fato de descrever os procedimentos adotados pela

empresa para superar sua crise econômico-financeira, servindo como referência

para empresas em situação semelhante. A viabilidade na execução desta pesquisa

está baseada na documentação colhida na internet e pela análise da Lei nº 11.101,

de 09.02.2005.

Page 19: Monografia 2010 - Elildes e Julio

18

2 METODOLOGIA

Toda pesquisa científica é fundamental que se tenha um objetivo que

demonstre à veracidade dos fatos, pois é o que diferencia a ciência das outras

formas de conhecimento.

Para que uma pesquisa possa ser considerada científica, é imprescindível

que se possa identificar as operações e técnicas que possam atestar a sua

verificação. Em outras palavras, definir o caminho para se chegar a determinado fim,

conforme Gil (1999).

Segundo Gil (1999), método científico é definido como o conjunto de

procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.

2.1 ESCOLHA DO MÉTODO

Este trabalho foi baseado no Método Dialético e pelo Método

Monográfico, que tem como princípio o estudo de caso do Plano de Recuperação

Judicial da empresa Flex Service S.A.

2.1.1 Método de Abordagem - Dialético

De acordo com a forma de raciocínio utilizada, os métodos de abordagem

classificam-se em: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético.

O método dialético é um dos métodos que proporcionam as bases lógicas

da investigação. “Estes métodos esclarecem acerca dos procedimentos lógicos que

deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e

da sociedade” (GIL, 2009, p. 9).

A dialética é um processo crítico que se caracteriza como um movimento

reflexivo do todo às partes e destas ao todo, ou seja, uma constante interação entre

Page 20: Monografia 2010 - Elildes e Julio

19 o todo e as partes. É ao mesmo tempo análise e síntese. Visa à captação do

movimento histórico e suas contradições inerentes.

Esse método procura descobrir possíveis contradições no próprio

fenômeno estudado. O método dialético não envolve apenas questões ideológicas,

geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo

estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança

dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Segundo Gil (1987, p. 32), há

certos princípios comuns a toda abordagem dialética:

a) Princípio da unidade e luta dos contrários. Todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não se apresentam lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da realidade (AFANASYEV, 1963, p.97). b) Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas. Quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos e fenômenos, e estão inter-relacionadas. No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas, e esta transformação se opera por saltos (AFANASYEV, 1963, p.163). c) Princípio da negação da negação. O desenvolvimento processa-se em espiral, isto é, suas fases repetem-se, mas em nível superior.

Do exposto conclui-se que o método dialético opõe-se a todo

conhecimento rígido: tudo é visto em mudança constante, pois sempre há algo que

surge e se desenvolve e algo que se desagrega e se transforma.

O trabalho foi baseado no método dialético em virtude de possibilitar que

os pesquisadores tenham uma visão dos processos que a empresa Flex está

vivenciando são passíveis de mudanças e transformação constantemente, pois

continuamente, surgem novos eventos ao passar dos dias.

2.1.2 Método de Procedimentos – Estudo de Caso (monográfico)

Quanto aos métodos de procedimentos, não são exclusivos entre si e

devem ser adequados a cada área de pesquisa. Ao contrário dos métodos de

abordagem, têm caráter específico e relacionam-se, não com o plano geral do

trabalho, mas com suas etapas. Segundo Lakatos e Marconi (1991), os principais

Page 21: Monografia 2010 - Elildes e Julio

20 métodos de procedimentos, na área de estudos sociais, são: histórico, comparativo,

monográfico, estatístico, funcionalista, estruturalista etc.

O método monográfico, ou estudo de caso, consiste na observação de

determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou

comunidades, com a finalidade de obter generalizações. Foi criado por Le Play, que

o empregou para estudar famílias operárias na Europa. O estudo monográfico pode

também abranger o conjunto das atividades de um grupo social particular, como, por

exemplo: as cooperativas, um grupo de indígenas, os delinqüentes juvenis ou os

idosos na sociedade atual. A vantagem do método consiste em respeitar a

"totalidade solidária" dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo em

sua unidade concreta, evitando a dissociação prematura dos seus elementos. São

exemplos desse tipo de estudo: monografias regionais, rurais, as de aldeias e até as

urbanas.

No método de pesquisa abordado, diante do problema apresentado

ocorre pelo estudo de caso que, segundo Yin (2005), especifica o objeto de estudo

investigado, que nesse caso é o Plano de Recuperação Judicial da empresa Flex

Service S.A.

A questão da explicação, segundo Vergara (2003, p. 47), aponta, “[...]

como sendo o principal objetivo para esclarecer, quais fatores que motivaram de

alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno”. Desta forma o método

de pesquisa teve como objetivo explicar os dados para chegar às informações que

construíram o entendimento do problema a ser analisado.

O desenvolvimento desta pesquisa tomou como base a classificação

apresentada por Vergara (1998), em que identifica a relação quanto aos fins e aos

meios. É explicativa, pois buscou esclarecer quais fatores contribuíram para a

ocorrência de determinado fenômeno. No entendimento de Vergara (1998), a

pesquisa de campo consiste na investigação empírica, realizada no local onde

ocorre o fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.

Segundo vergara (1998), “o estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou, mesmo, país. Tem caráter de profundidade e detalhamento, e pode ou não ser realizado no campo”.

Page 22: Monografia 2010 - Elildes e Julio

21

Desta forma, os procedimentos metodológicos para o tratamento e análise

dos dados utilizados sejam descritivos, descrevendo e analisando os procedimentos

dos dados coletados, segundo apontado por Michel (2005, p. 36), e explicativos,

visando estudar os fatos ou fenômenos em suas características e natureza,

referindo-se à Flex Service S.A. e às empresas a ela relacionadas, com o foco na

recuperação judicial.

2.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

Técnicas de pesquisas são os procedimentos utilizados em um

planejamento de uma pesquisa.

Este trabalho foi feito através de coleta de dados que se encontram na

internet (site da Flex Service S.A.). Para a realização da pesquisa foram coletados

dados primários e secundários.

2.2.1 Dados Primários

Dados primários, de acordo com Martins e Lintz (2007), são aqueles

obtidos diretamente com o informante através de questionário ou entrevista, ou seja,

colhidos diretamente na fonte.

Para elaboração deste trabalho, foram extraídos dados colhidos da

documentação que constam em anexo, como: Plano de Recuperação Judicial,

Créditos Habilitados no Processo de Recuperação, Petição de Recuperação Judicial,

Ata de Assembléia Geral de Credores da Recuperanda, Aditamento ao Plano de

Recuperação Judicial.

2.2.2 Dados Secundários

Page 23: Monografia 2010 - Elildes e Julio

22

Dados secundários são aqueles coletados em publicações, cadastros,

fichários, dentre outros, ou seja, são dados já coletados, que se encontram

organizados em arquivos, cuja fonte é passível de identificação (MARTINS E LINTZ,

2007).

Os dados secundários que fundamentaram a pesquisa foram coletados

através de consultas bibliográficas, na Lei 11.101/2005 e através de inúmeros sites.

2.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO

As análises feitas na empresa Flex Service S.A. em recuperação judicial

foram referentes ao 2º semestre de 2009, pois este é o primeiro período que sucede

à conclusão do plano de recuperação.

As análises constituem as primeiras evidências de cumprimentos dos

objetivos propostos neste trabalho.

O estudo de caso tem como objetivo mostrar e analisar a matéria em

pesquisa (YIN, 2005). Sendo assim, o problema estudado teve como base o

contexto da vida econômica da empresa Flex Service S.A., dentro do plano de

recuperação judicial, mostrando sua viabilidade econômica e se possível mostra o

ponto de partida do fato gerador da falência fazendo assim uma projeção para o

sucesso do plano de recuperação judicial. Com isso Trazendo uma Analise do

modelo econômico da empresa, dentro do seguimento de locadora de automóveis.

Page 24: Monografia 2010 - Elildes e Julio

23

3 EMBASAMENTO TEÓRICO

Para melhor constituir o objetivo da pesquisa e responder as questões

levantadas deste trabalho à estrutura do referencial teórico está elaborada em

primeiramente esclarecer questões sobre o plano de recuperação judicial. Na

seguida aborda a questão patrimonial da empresa, diante da interpretação contábil e

financeira fazendo uma ligação no contexto de atuação da empresa para constituir a

base de compreensão do estudo.

3.1 CONTABILIDADE GERENCIAL E SUA IMPORTÂNCIA NA GESTÃO

EMPRESARIAL

Segundo Iudícibus (1991), a contabilidade gerencial pode ser

caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias

técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade

financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc.,

colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa

forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os

gerentes das entidades em seu processo decisório.

A contabilidade gerencial é uma ferramenta indispensável para a gestão

de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela

gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai

além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais,

previdenciárias e fiscais.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros

diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o

fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a

contabilidade é encarada como um mero cumprimento da burocracia governamental.

Os gestores de empresas precisam aproveitar as informações geradas

pela escrituração contábil, pois obviamente este será um fator de competitividade

Page 25: Monografia 2010 - Elildes e Julio

24 com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de

uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

3.1.1 Origem da Contabilidade Gerencial

Conforme ATKINSON (2000, p.39) a demanda pela informação gerencial

contábil pode ser relacionada aos estágios iniciais da revolução industrial nas

tecelagens, em fábrica de armas e em outras operações industriais.

Os registros das tecelagens no início do século XIX mostram que os

administradores recebiam informações sobre o custo por hora de conversão de

matéria – prima (algodão) em produtos intermediários (fio e linha de costura) e em

produtos acabados (tecidos) e o custo por libra de produto por departamento e por

funcionário. Os proprietários usavam tais informações gerenciais contábil para dois

propósitos diferentes: para controlar e melhorar a eficiência e para tomar decisões

de preço e de mix de produtos.

Os administradores mediam a eficiência do processo que convertia o

algodão bruto em fios e tecidos prontos. Os administradores comparavam a

produtividade entre os funcionários e traçavam a produtividade deles

individualmente sobre vários períodos de tempo. Os administradores usavam essa

informação para recompensar os funcionários mais produtivos e para estabelecer

metas de produção para aqueles menos eficientes. Essas informações ajudaram a

manter e a melhorar a eficiência dos processos internos críticos.

Para os propósitos de tomada de decisão, a informação de custo ajudou

os administradores a determinar quanto as compras adicionais de maquinaria nova

podiam ser justificadas pela maior produtividade. Os administradores também

usavam informações sobre o custo e a lucratividade dos produtos para ajudar o

salário por peça dos funcionários e para estabelecer metas de preços para vender

tecidos ou fios e, particularmente, para itens que eram especializados e

encomendados por meio de pedidos individuais.

Com o surgimento da revolução industrial, onde os administradores

necessitavam de receber informações mais detalhadas dos custos dos diversos

produtos de departamentos e de funcionários aumentou a demanda de utilização e

Page 26: Monografia 2010 - Elildes e Julio

25 aplicação de métodos e técnicas para fornecer informação da contabilidade

gerencial gerando um melhor controle e a eficiência e decisão dos preços dos

produtos para aquela época.

Segundo Johnson e Kaplan (1993, p.6), a emergência, há mais de 150

anos, de tais organizações criou uma nova demanda por informações contábeis.

Com os processos de transformações, antes supridas, a um preço por trocas de

mercadorias, passando a ser executados dentro das organizações, surgiu a

demanda por indicadores para determinar o “preço” do produto de operações

internas. Na falta de informações de preços dos processos de transformações

ocorrendo dentro das organizações, os proprietários criaram indicadores que

sintetizassem a eficiência com a qual a mão de obra e matéria-prima eram

convertida em produtos acabados, indicadores servindo também para motivar e

avaliar os gerentes que supervisionavam o processo de transformação. Tais

indicadores eram especialmente importantes, já que as fábricas costumavam se

localizar a considerável distância do escritório central dos proprietários.

A contabilidade Gerencial já existia antes mesmo do surgimento oficial da

escrita. Fornecia elementos indicativos nas antigas civilizações para a administração

e controle com base no acompanhamento e controle de produtos que eram

realizados de maneira simples e através de códigos próprios, mesmo com os

primeiros indicadores que surgiram no processo da contabilidade gerencial de forma

simples, mas que atendiam às necessidades das empresas, no processo de

produção e motivação para os funcionários quanto ao cumprimento de suas metas e

auxiliava nos processos de decisões.

Conforme Atkinson (2000, p. 46-47) muitas inovações nos sentidos de

contabilidade gerencial ocorreram nas décadas iniciais do século XX para apoiarem

o crescimento de empresas multidivisionais diversificadas. (...) Os executivos de tais

empresas diversificadas tinham que projetar técnicas avançadas para coordenar as

atividades operacionais de suas diferentes divisões. Essas técnicas incluíram o

orçamento operacional, um documento que projeta receitas e despesas durante o

próximo período operacional, incluindo previsões mensais de vendas, produções e

despesas operacionais, tanto quanto o orçamento de capital, um documento que

autoriza aquisição de recursos com vidas úteis de vários anos, como fábricas e

equipamentos.

Page 27: Monografia 2010 - Elildes e Julio

26

Talvez a mais duradoura das inovações introduzidas neste período tenha

sido o desenvolvimento da fórmula do ROI - Retorno sobre investimento (Return on

Investment), uma medida de desempenho que a empresa DuPont usou para o

desempenho do planejamento, da avaliação e do controle do lucro obtido pelos

proprietários da empresa, para os gerentes, auxiliava decidir quais suas divisões

deveriam receber aporte de capital para expandir a capacidade.

Conforme definem Iudícibus e Marion (2000, p.282) o ambiente das

empresas de competitividade global é internacional e está colocando para os

contadores e para a contabilidade desafios e, ao mesmo tempo, oportunidade de

desenvolvimento que podem marcar uma nova fase na evolução da contabilidade.

Eis as principais tendências, assinaladas:

a) Internacionalização dos mercados com a necessidade de

harmonização de princípios contábeis em nível supranacional;

b) Necessidade da contabilidade de custos adequar-se sem perder suas

vantagens comparativas de sistema de baixo custo às novas filosofias de qualidade

total, competitividade e eficiência;

c) Considerando que análises mais recentes têm demonstrado que o

modelo decisório e as necessidades informativas, tanto de tomadores de decisões

internas à empresa como de agentes externos são basicamente os mesmos; não

mais se justifica, em nível conceitual, a existência de uma teoria da Contabilidade

financeira (para os usuários externos) e o que se denomina contabilidade Gerencial

na verdade uma coletânea de tópicos que ainda não ganhou uma estrutura

coerente.

A origem da contabilidade gerencial através de seus estudos e análises já

eram indicadores para o processo de gestão e toma de decisão empresaria. Com o

avanço tecnológico, com a globalização e o aumento da competição e a redução do

ciclo de vida dos produtos quanto à redução de custos, a informação contábil

gerencial demonstrou uma maior participação na utilização de informações

financeiras para o processo de gestão.

Todos têm que estar preparados e sempre envolvidos com as mudanças

e desenvolvimentos econômicos, sociais e tecnológicos que constantemente

ocorrem de maneira rápida. A informação contábil é essencial para o controle e

desenvolvimento empresarial, mas estas necessitam constantemente serem revistas

Page 28: Monografia 2010 - Elildes e Julio

27 e analisadas, para constatar se estão produzindo os resultados necessários para o

processo de gestão.

3.1.2 Definições da Contabilidade Gerencial

No que diz respeito à contabilidade gerencial, Sá (1997, p.29) menciona

que por contabilidade gerencial, como conceito básico, formador do método que

orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto

da ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de

decisões.

A contabilidade gerencial é, pois uma organização de conhecimentos

científicos para conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer

sejam eles lucrativos, quer visem a suprir apenas idéias. Não se constrói, portanto,

outra contabilidade; utiliza-se da doutrina e da técnica existente para encaminhá-las

na observação de uma finalidade definida, qual seja a da correta administração do

patrimônio.

Crepaldi (1998, p.18), define a contabilidade gerencial como “o ramo da

contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de

empresas que os auxiliem em funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização

dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos

insumos efetuados por um sistema de informações gerenciais.

A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir

informações estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das

demais atividades organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo

decisório e de controle, com medidas de desempenho e lucratividade.

A contabilidade gerencial, para Atkinson (2000, p.36), é um processo de

produzir informações operacionais e financeiras para funcionários e administradores

que só deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos

internos da empresa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos

(...) Medidas da condição econômica da empresa, como as de custos e lucratividade

dos produtos, dos serviços, dos clientes e das atividades das empresas, são obtidas

dos sistema de contabilidade gerencial (...) como medida de desempenho

Page 29: Monografia 2010 - Elildes e Julio

28 econômico de unidades operacionais descentralizadas, como as unidades de

negócios, as divisões e os departamentos, ligando a estratégia da empresa à

execução da estratégia individual de cada unidade operacional, sendo também, um

dos meios primários pelo qual operadores/funcionários, gerentes intermediários e

executivos recebem feedback sobre seus desempenhos, capacitando-os a

aprenderem com o passado e melhorarem para o futuro.

A Contabilidade Gerencial utiliza em suas aplicações outros campos de

conhecimento, como os conceitos da administração, da estrutura organizacional,

bem como da administração financeira. Com a utilização de procedimentos e

técnicas contábeis, produz relatórios de informações, desenvolvidos conforme as

necessidades dos usuários, para serem utilizados no processo de avaliação ou nas

tomadas de decisões da empresa.

A Contabilidade Gerencial, conforme foi definida pelo Instituto de

Contadores Gerenciais (Institute of Management Accouting), como:

O processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável de seus recursos. (ATKINSON (2000, p.67).

O desenvolvimento da contabilidade gerencial, conforme Padoveze (1997,

p.394) “assume o gerenciamento contábil total da empresa em seus aspectos

globais, setoriais e específicos. Para que isso possa acontecer e se consiga

executar uma contabilidade gerencial, é de vital importância, por parte dos

responsáveis pelo gerenciamento das informações contábeis, o conhecimento

profundo da produção em todos os aspectos.”

3.1.3 Características da Contabilidade Gerencial

Para Iudícibus (1998, p.21) a contabilidade gerencial pode ser

caracterizada superficialmente como um enfoque especial conferido a várias

técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade

financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira de balanços etc.,

Page 30: Monografia 2010 - Elildes e Julio

29 colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais analítico ou numa

forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os

gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num

sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da

empresa, procurando suprir suas informações que se encaixam de maneira válida e

efetiva no modelo decisório do administrador.

Considera-se que o modelo decisório do administrador leva em conta

cursos de ações futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que

serão de valor para o modelo decisório, à medida que o passado e o presente sejam

estimador daquilo que poderá acontecer no futuro.

A Contabilidade Gerencial consiste em preparar, de forma simples e

objetiva, as informações financeiras para o processo de gestão da empresa, com

conhecimento e acompanhamento amplo do contador gerencial nos processos de

planejamento, execução e controle, apurando as variações ocorridas e suas

possíveis causas. Para Martins (2001, p.21), “para a contabilidade gerencial não

deve haver nunca princípios, muito menos legislação (...) devemos no campo da

Contabilidade Gerencial procurar conhecer a necessidade do gestor, para bem

atendê-lo, só que sem normatizar ou muito menos legislar a esse respeito; a

validação deve se consubstanciar na aceitação das regras que provarem ser úteis.” Na aplicação da contabilidade gerencial em uma empresa, regras demais

poderão atrapalhar o processo de atendimento das necessidades de informações

para os usuários, porém, não se pode deixá-la solta demais, devendo-se criar

parâmetros com aplicações úteis e confiáveis ao processo de gestão empresarial.

3.1.4 Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial, descrita

por Iudícibus (1998, p.266), consiste em “fornecer informações hábeis para a

avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente

em relação à apuração de resultados por produto ou por serviços, mas envolve uma

apreciação de “quão bem” se houveram os vários setores da empresa”.

Page 31: Monografia 2010 - Elildes e Julio

30

A contabilidade como função decisória, de acordo com Paranhos (1992,

p.10-11), visa em um sistema integrado de informações de natureza econômico-

financeira oferecer aos diretores e gerentes, por meio da coerência conseguida entre

as diversas fontes de dados da empresa, com os elementos mais adequados para

servir de apoio as tomadas de decisões, sendo dotada de grande objetividade e

presteza na apresentação das informações dos resultados aos administradores de

forma clara e precisa com linguagem simples.

Os gestores necessitam de informações de custos e lucratividade de suas

linhas de produtos, segmentos do mercado e de cada produto e cliente. Necessitam

de um sistema de controle operacional que acentue a melhoria de custos, de

qualidade e de redução de tempo de processamento das atividades desenvolvidas

por seus funcionários.

A contabilidade gerencial, conforme apresentado por Pizzolato (2000,

p.194-195), está voltada para a “informação contábil que pode ser útil à

administração. Trata-se de qualquer conjunto de informações com origem contábil

para circulação interna, na forma adequada para assessorar gerentes no processo

decisório (...). O foco da Contabilidade Gerencial é sobre segmentos específicos da

organização, como departamentos, produtos e atividades, funções etc. Esses

eventuais objetivos exigem o rateio de custos totais sobre tais segmentos da

empresa, problema irrelevante na contabilidade Financeira.”

O processo da contabilidade gerencial deverá ser obtido através do

processamento da coleta de dados e informações que serão armazenadas e

processadas no sistema de informações da empresa. Com a integração das

informações obtidas nos vários departamentos, a contabilidade gerencial, como

ferramenta, proporciona aos seus administradores informações que permitem avaliar

o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem como a

sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e

objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário.

Os gerentes das empresas industriais e das empresas de serviços, com

um ambiente muito mais competitivo, conforme apresentado por Atkinson (2000,

p.52), necessitam de informações contábil-gerenciais precisas e relevantes sobre

seus custos efetivos. Os gerentes das empresas industriais precisam dessas

informações para:

Page 32: Monografia 2010 - Elildes e Julio

31

a) Ajudar os engenheiros a projetarem produtos que podem ser

fabricados eficientemente;

b) Avisar onde são necessárias melhorias em qualidade, eficiência e

rapidez nas operações de produções;

c) Orientar as decisões sobre mix de produtos;

d) Escolher entre fornecedores alternativos;

e) Negociar com os clientes sobre preços, especificações do produto,

qualidade, entrega e serviços.

A contabilidade gerencial, segundo Padoveze (1997, p.26), está relacionada com o fornecimento de informações para os administradores, isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão fora da organização.

A contabilidade gerencial deve valer-se do uso de outras disciplinas das

áreas de contabilidade e finanças para o desenvolvimento de relatórios gerenciais

que atendam às necessidades de seus usuários para o processo de gestão

empresarial.

O material informativo cedido atualmente pela contabilidade gerencial é

considerado por como rico em elementos que vão auxiliar os interessados, nas mais

variadas situações, no que se refere à tomada de decisão. Para isso, torna-se

necessário um maior nível de entendimento àqueles que se utilizam da informação.

Acredita-se que, se os ensinamentos vierem a auxiliar os interessados a tomar

decisões racionais, o sistema de informações contábeis gerenciais estará

contribuindo com uma grande parcela para o sucesso dos projetos executados no

ambiente econômico.

As empresas que utilizam um sistema integrado de contabilidade

gerencial possuem diferencial positivo em relação às que não possuem, sendo

importante no controle dos processos, de forma que se possa planejar e analisar

sobre o futuro, antecipando possíveis problemas que possam acontecer, para

aplicação de ações corretivas no alcance de objetivos, com previsões de benefícios

que poderão ser oferecidos aos seus clientes.

Page 33: Monografia 2010 - Elildes e Julio

32

3.1.5 Usuários das Informações Contábil-Gerenciais

O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação

que faz parte de seu sistema foi elaborada para atender as necessidades de outras

pessoas.

Os usuários finais da informação deverão especificar claramente as

necessidades de informações que necessitam para atender adequadamente no

processo de decisão que deverão ser tomadas.

Conforme descrito por Pizzolato (2000, p.3), os usuários da informação da

contabilidade gerencial podem ser classificados em duas famílias:

a) Os Usuários Externos.

São considerados legítimos interessados na vida das empresas, pois

estas devem estar subordinadas aos interesses e objetivos da sociedade em que se

inserem. Em termos mais específicos, e dependendo da importância relativa de cada

empresa, há uma variedade de pessoas e entidades interessadas em conhecer seus

desempenhos, tais como: clientes, banqueiros, fornecedores, credores em geral,

analistas financeiros, acionistas, investidores, órgão governamentais diversos, desde

estatísticos e de planejamento até órgãos controladores de impostos etc.

b) Os Usuários Internos.

No plano interno de operações de uma empresa, as informações

contábeis devem ser obtidas e registradas de forma meticulosa e sistemática, tendo

em vista as múltiplas utilizações que podem oferecer. Além daqueles aspectos

resultantes de exigências legais, as finalidades das informações contábeis

gerenciais podem ser classificadas em duas grandes vertentes, o Planejamento e o

Controle, as quais devem ser atividades integradas, pois o processo de planejar

também deve prever os procedimentos subsequentes de controlar.

Para a contabilidade gerencial, o fornecimento de relatórios a usuários

externos, relaciona-se a pessoas ou empresas que não participam da organização e

que possuem a necessidade de conhecê-la por motivos específicos, assim como as

instituições financeiras, órgãos governamentais, fornecedores e outros. Os usuários

internos referem-se a relatório de informações relacionadas aos membros envolvidos

no processo da empresa, desde o empresário/administrador, até os operários que

Page 34: Monografia 2010 - Elildes e Julio

33 necessitam estarem envolvidos no processo de planejamento e controle do

desempenho do objetivo e meta da empresa.

3.1.6 Atuação do Contador no Processo da Contabilidade Gerencial

Iudícibus e Marion (2000, p.283), afirmam que o contador deve estar

atento aos desenvolvimentos econômicos e sociais de nossa sociedade e, portanto,

às necessidades emergentes de nossos usuários, a fim de supri-los das informações

necessários, sempre mantendo o custo/benefício de nosso sistema de informação o

mais competitivo possível. A informação e sua teoria são os elementos fundamentais

da revolução tecnológica que já se iniciou e que se acentuará nos próximos anos. A

contabilidade é, essencialmente, informação e, em possuindo uma teoria subjacente

e forte, terá todas as condições para permanecer em um campo de conhecimentos

extremamente útil para a sociedade em geral.

Os contadores deverão estar preparados e sempre atentos às mudanças

e aos desenvolvimentos econômicos, sociais e tecnológicos que vêm ocorrendo de

maneira rápida. A informação contábil é essencial para o controle e desenvolvimento

empresarial, porém, necessita constantemente ser revista e analisada, para

constatar se está produzindo os resultados necessários para o processo de gestão.

O Contador Gerencial, pela própria natureza das funções que lhe são

solicitadas a desempenhar, necessitará de formação bem diferente daquela exigida

para o profissional que atua na contabilidade formal, precisando assim de bons

conhecimentos matemáticos e estatísticos, pesquisa operacional e técnicas de

planejamento.

Uma das importantes responsabilidades do contador gerencial

apresentada por Atkinson (2000, p.447), é avaliar o impacto das decisões e ações

administrativas que afetam as atividades e os processos da empresa. Para apoiar a

tomada de decisão, é necessário identificar alternativas diferentes disponíveis para

os gerentes, como também, avaliar como os custos e receitas diferem por meio de

ações alternativas. Os contadores gerenciais também devem ser capazes de avaliar

o impacto financeiro de recentes decisões sobre atividades e processos, tais como

layouts das fábricas melhorados, que dinamizam as operações de produção.

Page 35: Monografia 2010 - Elildes e Julio

34

O ambiente das empresas de competitividade global, conforme Iudícibus

e Marion (2000, p.282), é internacional e está colocando, para os contadores e para

a Contabilidade, desafios e, ao mesmo tempo, oportunidades de desenvolvimento,

que podem marcar uma nova fase na evolução da teoria da Contabilidade. Eis as

principais tendências que assinalaram:

a) Internacionalização dos mercados, com a necessidade de

harmonização de princípios contábeis em nível supranacional;

b) Necessidade da contabilidade de custos adequar-se, sem perder suas

vantagens comparativas de sistema de baixo custo, às novas filosofias de qualidade

total, competitividade e eficiência;

c) Considerando que análises mais recentes têm demonstrado que o

modelo decisório e as necessidades informativas, tanto de tomadores de decisões

internas à empresa como de agentes externos são basicamente os mesmos; não

mais se justifica, em nível conceitual, a existência de uma teoria da Contabilidade

financeira (para os usuários externos) e o que se denomina contabilidade Gerencial

na verdade uma coletânea de tópicos que ainda não ganhou uma estrutura

coerente. Esforços terão que serem realizados a fim de estruturar princípios

Fundamentais de Contabilidade e, conseqüentemente, montar uma teoria que

abarque tanto a Contabilidade Gerencial quanto a Financeira (e a de Custos, como

parte da Gerencial, é claro).

Com a competitividade global e internacional, as empresas estão

implementando métodos de contabilidade gerencial com destaque aos pontos

críticos de tomada de decisões. Os métodos de contabilidade gerencial deverão

atender aos princípios de redução dos custos e melhoramento do ciclo de vida dos

produtos, apresentando modelos que possam ser utilizados para processos e

estratégias, como uma das fontes de vantagem competitiva.

Neste sentido, IUDÍCIBUS (1998, p.309) destaca que ao mesmo tempo

em que nos deslumbramos, todavia, com esta nova abordagem, devemos

claramente estabelecer suas limitações, no sentido de que nada substitui, na

empresa, o conhecimento íntimo das informações por parte do Contador Gerencial e

o feeling do gerente ou Diretor Financeiro que vai utilizar as informações. Entretanto,

estas qualidades inatas e profissionais podem, sem dúvida, ser potencializadas

através do fornecimento de melhores informações, através da aplicação de métodos

quantitativos aos dados contábeis. Assim, somente o Contador e o Gerente saberão

Page 36: Monografia 2010 - Elildes e Julio

35 discernir o matematicamente correto do praticamente factível. Outra solução

matemática deverá ser encontrada, ou um atalho que seja possível na realidade

empresarial.

Para sobreviver neste novo milênio, Schwez (2001, p.73) o profissional da

contabilidade deve possuir: “além do conhecimento, qualidade fundamental,

agilidade, perspicácia e disponibilidade para resolver os problemas que surgem –

não os empurrar para o próximo da fila. Será valorizado aquele que assumir

responsabilidades, tiver iniciativa, boas idéias e soluções para as questões

cotidianas que surgirem.”

O contador gerencial, além de elaborar informes gerenciais, deve avaliá-

los e analisar seus impactos econômicos, financeiros e operacionais, apoiando

assim os gestores nas tomadas de decisões na empresa, bem como opinar por

processos de melhorias contínuas no ambiente empresarial.

O contador do futuro, conforme afirma Cosenza (2001, p.58), deverá ser

um eterno aprendiz: “Essa é a tendência inevitável num mundo em mutação

acelerada, onde tudo fica obsoleto tão rapidamente. O mundo está mais apertado e

competitivo e tudo se torna mais complicado. Manter-se ligado e preparado para

aprender sempre algo mais de valor e não de contentar nunca com o que já se sabe

será a única solução.”

Portanto, fica evidente que o contador gerencial possui um grande desafio

pela frente, o de preservar seu mercado profissional nessas novas relações de

negócio, sendo um empreendedor de si mesmo, agregando inteligência ao seu

trabalho, com aptidão para lidar com as mudanças, se possível antecipando-se a

elas, auxiliando a empresa no processo de gestão empresarial.

3.2 SITUAÇÕES DAS EMPRESAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Diante de uma realidade publicada pelos órgãos que pesquisam o

contexto sócio econômico do país foram encontradas as noticias sobre a lei de

recuperação judicial.

Estudos de Inadimplência revelou queda das falências reflete melhora da

atividade econômica do país em 2007 (SERASA 2007).

Page 37: Monografia 2010 - Elildes e Julio

36

Os pedidos de falências de empresas registraram a nona queda

consecutiva no ano de 2007, aponta levantamento da Serasa (2007). De janeiro a

setembro, foram requeridas 2.141 falências, em todo o país, enquanto nos nove

meses de 2006, o total de requerimentos foi 3.205, o que significou um recuo de

33,2%.

No acumulado dos nove meses de 2007 também houve queda no volume

de falências decretadas. O decréscimo foi de 25,2% no período, sendo que de

janeiro a setembro de 2007, foram decretadas 1.175 falências, contra 1.570 no

acumulado do ano de 2006.

Quanto às recuperações judiciais requeridas, foram 208 nos nove meses

de 2007, ante 190 no mesmo período de 2006, representando uma alta de 9,5%. As

deferidas totalizaram 152 no acumulado de janeiro a setembro de 2007. Em 2006,

houve 118 deferimentos. A alta foi de 28,8% no período.

As recuperações judiciais concedidas foram 10 no acumulado de janeiro a

setembro de 2007. No mesmo período de 2006, houve 5 concessões, o que

significou um aumento de 100%. De acordo com a Serasa (2007), os pedidos de

recuperação extrajudicial foram 6 nos nove meses de 2007 e 1 recuperação

extrajudicial foi homologada. De janeiro a setembro de 2006, houve 1 requerimento

de recuperação extrajudicial e nenhuma homologação.

Em setembro de 2007 o volume de falências requeridas caiu 57% em

setembro de 2007, quando comparado a setembro de 2006, em todo o país. De

acordo com o levantamento da Serasa (2007), houve 181 pedidos de falência no

nono mês de 2007, ante 421 no mesmo período de 2006.

As falências decretadas também recuaram em setembro de 2007. Foram

registrados 125 eventos, em todo o país, no mês, enquanto em setembro de 2006,

as falências decretadas totalizaram 141 eventos. A queda verificada foi de 11,3%.

Segundo a Serasa (2007), maior empresa do Brasil em pesquisas,

informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e

negócios, em setembro de 2007 foram registrados 21 pedidos de recuperação

judicial, contra 19 requerimentos em setembro de 2006, o que significou uma alta de

10,5%. Não houve pedido ou homologação de recuperação extrajudicial no nono

mês de 2007 e do ano de 2006.

Já as recuperações judiciais deferidas foram 14 em setembro de 2007,

enquanto em setembro de 2006, foram deferidas 20 recuperações judiciais,

Page 38: Monografia 2010 - Elildes e Julio

37 representando um recuo de 30% nos eventos no período. No nono mês de 2007 e

do ano de 2006, não houve nenhuma recuperação judicial concedida, segundo a

Serasa (2007).

Segundos os técnicos da Serasa (2007), os fatores que proporcionaram a

queda das falências e o aumento das recuperações no período foram o crescimento

da atividade econômica, determinado pelo bom desempenho da indústria e do

comércio, e a recuperação do Agronegócio, que elevou a rentabilidade das

empresas do setor.

A Nova Lei de Falências também influenciou o indicador, já que as

empresas que passam por dificuldades financeiras ao invés de pedirem falência

entram com o processo de recuperação judicial, garantindo a continuidade dos

negócios.

Vale destacar que as empresas continuam sendo penalizadas pelos juros

ainda elevados e pela inadimplência de fornecedores e clientes, gerada em negócios

que não utilizam critérios adequados para concessão de crédito e gerenciamento do

risco.

Pesquisa Serasa alerta sobre os Pedidos de Recuperação Judicial que

aumentam no trimestre. Os pedidos de recuperação judicial aumentaram 3,2% no

primeiro trimestre de 2007 em todo o país. Segundo o Indicador Serasa de Falências

e Recuperações de janeiro a março de 2008 foram requeridas 64 recuperações

judiciais, enquanto no mesmo período de 2007 houve 62 requerimentos.

Já as recuperações judiciais deferidas, de acordo com a Serasa (2008),

somaram 43 eventos nos três primeiros meses do ano de 2008, contra 47 no

acumulado de janeiro a março de 2007, o que representou uma queda de 8,5%. Em

relação às concessões de recuperação judicial houve 1 evento no primeiro trimestre

de 2008 e 2 no ano de 2007.

As recuperações extrajudiciais tiveram o mesmo comportamento. O

número de pedidos de recuperação extrajudicial diminuiu 66,7%, indo de 3, de

janeiro a março de 2007, para 1, neste período de 2008. Em 2007, 1 registro foi

homologado, enquanto no ano de 2008 não houve homologação de recuperação

extrajudicial, aponta a Serasa (2008).

No que se refere às falências, no primeiro trimestre de 2008 houve queda

de 31,8% nos pedidos de falência, em relação os três meses de 2007, sendo que de

janeiro a março de 2008, foram requeridas 518 falências e em 2007, 760. As

Page 39: Monografia 2010 - Elildes e Julio

38 falências decretadas caíram 26,6% no mesmo período. Foram decretadas 254

falências no trimestre de 2008, contra 346 em 2007. (SERASA 2008).

Últimas Notícias em relação aos Pedidos de recuperação judicial que

atingem o menor patamar de 2009, diz Serasa Experian (2009).

Segundo a Serasa (2009) as recuperações judiciais requeridas atingiram,

em agosto de 2009, o menor patamar do ano, após terem disparado a partir de

novembro de 2008, por conta dos reflexos da crise financeira internacional sobre a

saúde financeira das empresas brasileiras. O Indicador Serasa Experian de

Falências e Recuperações, foram registrados 47 pedidos de recuperação judicial no

mês passado, diminuindo em relação aos 72 requerimentos registrados em julho

último.

O recuo pode ser explicado, de acordo com os técnicos da Serasa

Experian, pela consolidação da recuperação econômica, iniciada no segundo

trimestre do ano de 2009, e também pode ser um dos primeiros sinais de que as

condições de crédito para as empresas em suas demandas por capital de giro

começam a se normalizar, a exemplo do que já tem acontecido com as condições de

crédito para os consumidores.

Embora em menor intensidade, os pedidos de falências também recuaram

em agosto. No mês passado, foram 210 requerimentos de falência contra 216 em

julho. Quanto às falências decretadas, houve 66 decretos no oitavo mês de 2009, e

67 em julho. Em sua análise, os especialistas atribuem o aumento nos pedidos de

falências à cobrança de dívidas vencidas e não honradas, enquanto para as

decretadas, são apontadas três realidades para as empresas: as que estavam em

extrema dificuldade financeira; as que não cumpriam os requisitos para pedir a

recuperação judicial e as que não se restabeleceram nos processos de recuperação

judicial.

Já no acumulado de janeiro a agosto de 2009, verificaram-se 1595

pedidos de falências em todo o país, superando os 1505 requerimentos em igual

período de 2008. Como a crise financeira global estabeleceu um problema de

liquidez nas empresas, segundo os analistas da Serasa Experian, o pedido de

falência foi utilizado como forma de cobrança de dívidas em atraso.

Os requerimentos de recuperação judicial também se intensificaram no

acumulado de 2009. De janeiro a agosto, foram requeridas 510 recuperações

judiciais, contra 185 no mesmo período do ano anterior. O aumento demonstra, na

Page 40: Monografia 2010 - Elildes e Julio

39 avaliação dos analistas, que as dificuldades financeiras das empresas,

especialmente em relação ao aperto de liquidez presenciado nos piores momentos

da crise financeira, exigiram propostas de renegociação com seus credores, fato que

também se reflete nas recuperações deferidas e concedidas, que são etapas mais

avançadas desse processo.

A falta de liquidez, explicam os técnicos, é justificada pela menor oferta de

crédito para as empresas nos sete primeiros meses do ano de 2009, além do maior

endividamento das empresas em 2008, para realizarem investimentos no mercado

interno. Outros fatores mencionados pelos analistas são aumento na inadimplência

do consumidor e do crédito mercantil, que contribuiu para agravar a situação

financeira das pessoas jurídicas, e queda da demanda externa, impactando

desfavoravelmente a geração de caixa das empresas do setor exportador.

Para os próximos meses, a expectativa dos especialistas é que as

estatísticas de falências e recuperações apresentem volumes menores em

decorrência da recuperação econômica, principalmente no último trimestre de 2009

(J&E ASSESSORIA).

3.3 RECUPERAÇÃO JUDICIAL E OS ASPECTOS DA LEI Nº 11.101/2005

A lei de recuperação judicial de empresas tem o mesmo âmbito da

incidência da anterior. Ela se aplica a execução concursal. E os meios de evitá-la

passam a ser recuperação judicial e a extrajudicial do devedor sujeito as normas do

direito comercial. Na falência, a garantia dos credores é o patrimônio do devedor:

Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de sua atividade, visa a preservar e otimizar produtiva dos bens, ativos e recursos produtivo, inclusive os intangíveis, da empresa. Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celebridade e da economia processual. (COELHO 2009, p. 189.)

Nos estudos apresentados aqui, percebe-se a construção do caráter tanto

econômico quanto social, notando-se simultaneamente, que as relações comerciais

devem dar garantias para permitir a perpetuidade dos negócios empresariais

Page 41: Monografia 2010 - Elildes e Julio

40 assistidos pelo Estado. Portanto, a nova lei implementada recentemente no Brasil,

define-se da seguinte forma:

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, afim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.(COELHO 2009 p. 112.)

Do art. 47 da Lei 11.101/2005, pode-se interpretar que a nova lei tenta

transferir às sociedades empresariais, a condição de viabilizar a superação da crise

econômico-financeira observando outros fatores oriundos das atividades da

empresa, que não sejam somente relacionados ao aspecto financeiro, ou seja; antes

que a situação de insolvência leve a empresa à falência judicial, a nova lei permite

sua recuperação de modo mais compartilhado com seus credores, e dessa forma

mais transparente do que era, quando havia a concordata. É observada a

preocupação com relação à manutenção do emprego e com a função social da

empresa.

3.4 ASPECTOS CONTÁBEIS E FINANCEIROS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A falência do ponto de vista contábil e financeiro é o processamento legal

em que a empresa estabelece condições para o ressarcimento dos recursos aos

credores, diante de uma incapacidade financeira.

A recuperação judicial é uma medida legal destinada a evitar a falência,

proporcionando ao empresário devedor a possibilidade de apresentar, em juízo, aos

seus credores, formas para quitação do débito.

A principal vantagem da recuperação judicial é proporcionar ao devedor a

chance de envolver todos os credores (e não apenas os credores sem garantia,

como ocorria na concordata) e apresentar um plano de recuperação que,

efetivamente, possa ser cumprido e evite sua falência.

Em vista que o principal objetivo empresarial é gerar lucro por meio da

realização das atividades operacionais tornaram-se necessário identificar os devidos

Page 42: Monografia 2010 - Elildes e Julio

41 registros empresariais de forma clara e eficaz, para que se possam analisar todos os

fatos que possam afetar a organização, financeira e economicamente. A ciência da

contabilidade, segundo Iudícibus (1997), tem como objeto de estudo o patrimônio

constituído de bens, direitos e obrigações, com o objetivo de captar, registrar,

acumular, resumir e interpretar todos os fenômenos que afetam a situação

patrimonial de uma organização. Como ciência, além de acumular registros e de sua

técnica milenar de debitar e creditar, também se presta a investigar os fenômenos

que os alteram, buscando identificar a melhor forma de interpretar a estrutura

patrimonial de uma empresa, do ponto de vista econômico-financeiro.

Havendo uma situação de falência patrimonial, a interpretação da

viabilidade econômica e financeira de uma empresa e de extrema importância para

identificar todo processo estratégico observando os relatórios contábeis de modo

mais abrangente indo alem da interpretação do balanço, mas também analisando o

grau de endividamento, de liquidez da empresa, segundo Silva (2005). Ao analisar e

interpretar os relatórios, não se deve esquecer que o valor do patrimônio não se

restringe aos bens e direitos tangíveis. A avaliação patrimonial deverá conter valores

monetários abordados em regime de caixa e competência, identificando a situação

financeira e econômica, a fim de encontrar o valor patrimonial mais preciso de uma

empresa no momento desta apuração, conforme diz Martins (2001).

3.5 ANÁLISE CONTÁBIL E FINANCEIRA PATRIMONIAL

Através da análise financeira cria uma condição para compreender e

planejar o patrimônio de uma empresa, um processo de extrema importância dentro

da recuperação judicial de empresas, pois possibilita estudar o passado da empresa

e projetar o seu futuro econômico, bem como analisar a sua projeção econômico-

financeira (item 7.4 do Anexo D). Dentre outras condições repara-se também, a

análise dos resultados ocorridos nos períodos anteriores e as possíveis projeções de

resultados futuros (Figura 21 e 22 do Anexo D), verificando a sua capacidade de

gerar riquezas (Figura 23 do Anexo D), com a atual estrutura patrimonial de uma

empresa, Silva (2005).

Page 43: Monografia 2010 - Elildes e Julio

42

Segundo Matarazzo (2003), é pelas análises de balanços que se pode

identificar a situação financeira para a tomada de decisões. Atualmente as análises

de balanços foram se modificando passando a oferecer melhores condições os

usuários das informações, para melhor aproveitamento da informação financeira e

patrimonial, registrado por meio dos processos contábeis.

A detalhada dos dados financeiros deve promover uma situação real do

patrimônio empresarial e sua projeção, pois é com base nas informações registradas

na contabilidade que se tem a veracidade dos fatos, que representam as

informações reais do patrimônio (Figura 17 do Anexo D) da empresa. Esta análise

deve ter abrangendo a estratégia empresarial, seus investimentos, as fontes de

financiamento e suas operações, conforme Silva (2005).

A análise empresária é feita através da demonstração do resultado do

exercício (Figura 21 do Anexo D). Através do estudo que possibilita a tomada de

decisão que envolve o patrimônio, bens, direitos e obrigações. Possibilitando

conhecer a rentabilidade do capital investido (Figura 22 do Anexo D), entre outras

informações, e deve ser realizada com base nos dados constantes do Balanço

Patrimonial, pois ela permite conhecer também o grau de endividamento (Figura 14

do Anexo D), bem como a existência ou não, de liquides suficiente (Figura 23 do

Anexo D) para que a entidade possa cumprir seus compromissos de curto ou longo

prazo.

A análise financeira tem como objetivo tirar informações das

demonstrações financeiras para os mais variados motivos, diante dos interesses de

cada usuário, a análise de demonstrações financeiras traz na sua essência a

amostra da a situação econômica e financeira da empresa, deste que não se limite

ao Balanço Patrimonial, mas fazendo o uso também das demais demonstrações

financeiras.

A situação econômica é analisada com base nos registros contábeis

inseridos na Demonstração do Resultado do Exercício, através do estudo e analise

do resultado alcançado pelas transações do patrimônio. Esta análise traz a

informação sobre a rentabilidade do capital investido na empresa, dentre outras

possibilidades, conforme citado por Silva (2005).

Através do estudo da estrutura patrimonial da empresa pelos métodos de

análise, são identificados dois tipos de análise vertical e horizontal, o que permite

Page 44: Monografia 2010 - Elildes e Julio

43 identificar evolução patrimonial, podendo ser um analisado separadamente, ou em

conjunto, dependendo da necessidade do estudo.

A análise vertical analisa a estrutura patrimonial traz as informações dos

percentuais de todas as contas do balanço de uma maneira geral o ativo e passivo.

Também ocorre da mesma forma encontrada a porcentagem de cada conta em

relação ao seu grupo, como apresenta Silva (2005) e Matarazzo (2003), com a

metodologia observada a analise compara os itens com a receita operacional liquida

através deste resultado que tem a avaliação dentro de períodos.

A análise horizontal mostra a equação dos fatos histórica de cada uma

das contas, como apresenta Silva (2005) e Matarazzo (2003), que agrupam as

demonstrações contábeis, contendo todas as informações patrimoniais dento do

contexto econômico-financeiro.

É fundamental que seja feita várias análises econômico-financeiras a fim

de atestar se as projeções econômico-financeiras demonstradas no Plano de

recuperação estão corretas.

Page 45: Monografia 2010 - Elildes e Julio

44

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Este capítulo consiste na caracterização do objeto da pesquisa e na

descrição dos caminhos utilizados para alcançar os objetivos.

4.1 HISTÓRICO DA EMPRESA

A Flex Service S.A. é uma Companhia que atua na indústria de locação

de automóveis desde 1988 (Figura 1). Essa indústria é segmentada da seguinte

maneira: aluguel de carros para o varejo (turismo de lazer e negócio), aluguel e

gerenciamento de frotas, concessão de franquias e venda de carros seminovos.

Figura 1 - Histórico da Flex Service S.A.

Fonte: Flex Service S.A.

Desde o início de suas atividades, a Companhia tem focado suas

atividades no mercado de terceirização de frotas. No entanto, nos últimos anos, após

consolidar-se nesse segmento, a Companhia passou a empreender esforços para

crescer no mercado de aluguel de carros para o varejo, por acreditar no grande

potencial de crescimento e maior rentabilidade desse segmento.

A Flex Service S.A. foi fundada em 1988, no interior de São Paulo,

operando como uma franquia da rede Localiza. Em 1997, com frota de 420 veículos,

Page 46: Monografia 2010 - Elildes e Julio

45 iniciou suas atividades como companhia independente, passando a operar com sua

própria marca a Master aluguel de carros.

Em 1999, nasce o mercado de carros reservas no Brasil. A Flex Service

S.A. habilita-se a atender as seguradoras e Companhias de assistência. Nos anos

seguintes, experimenta um crescimento acentuado de sua rede de agências, bem

como de sua frota (Figura 2).

Figura 2 - Evolução da Frota Própria

Fonte: Flex Service S.A. CAGR é definido como a taxa de crescimento anual de um determinado investimento num

período considerado de tempo

Em 2003, nasce o sistema de franchising. Em 2005, já contando com 7

unidades, a Companhia ganha o prêmio de “Melhor Sistema de Franchising de

Aluguel de Carros do Brasil” da FGV.

Em 2007, com intuito de se profissionalizar e de se modernizar para o

crescimento planejado, a Flex Service S.A. implanta o sistema SAP, tendo sido a

primeira Companhia do setor a adotá-lo.

Em 2008, a Flex Service S.A. inicia um processo de profunda

profissionalização, adotando uma série de medidas importantes: a implantação de

sistemas de controle interno e de governança corporativa; a criação de um conselho

de administração e a saída dos sócios do dia-a-dia da Companhia.

Em dezembro de 2008, a Flex Service S.A. contava com 26 filiais e 20

franquias (Figura 3) espalhadas por todo o território nacional.

Page 47: Monografia 2010 - Elildes e Julio

46

Figura 3 - Divisão da Frota (2008) - unidades de automóveis

Fonte: Flex Service S.A.

No final de 2008, a Flex Service S.A. possuía aproximadamente 8.000

carros sob gestão, sendo 4.000 próprios.

No início de junho de 2009, impactada pela crise financeira internacional e

diante de situação operacional e financeira adversa, a Flex Service S.A. decide

encerrar suas atividades de locação de veículos para o varejo e concentrar suas

operações na terceirização de frotas (segmento de locação de veículos que pode ser

administrada por uma estrutura mais enxuta). Em julho de 2009, com o agravamento

de sua situação operacional e financeira, a Flex Service S.A. ingressa com o pedido

de recuperação judicial (ANEXO B – Petição de Recuperação Judicial).

Page 48: Monografia 2010 - Elildes e Julio

47

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

5.1 AS CAUSAS QUE LEVARAM A EMPRESA A PEDIR A RECUPERAÇÃO

JUDICIAL

5.1.1 Redução Drástica do Mercado de Crédito

A crise econômica que sobreveio no final de 2008 reduziu drasticamente

a disponibilidade de financiamento em todo mercado. Tal redução abalou

significativamente o setor de locação de veículos, o qual depende primordialmente

de financiamentos para a reposição de sua frota.

5.1.2 Queda no Valor de Mercado dos Veículos Seminovos

A isenção do IPI na venda dos veículos novos destruiu o mercado de

varejo de veículos seminovos, o qual representa aproximadamente 37% do

faturamento da Flex Service S.A. Segundo a Tabela FIPE, o valor de mercado dos

veículos seminovos acumulou perda de 30% e o desconto na venda aumentou em

20%.

Diante dessas circunstâncias imprevisíveis e insuperáveis, o valor de

mercado dos ativos da Flex Service S.A. despencou, na média, 50 % entre julho de

2008 e março de 2009. Diante desse cenário, a Flex Service S.A. observou um

desbalanceamento entre os valores de seu ativo e passivo conforme ilustrado na

figura seguinte:

Page 49: Monografia 2010 - Elildes e Julio

48

Figura 4 - Descompasso Endividamento x Valor dos Ativos

Fonte: Flex Service S.A.

5.1.3 Aumento da Inadimplência dos Clientes

Corroborando o cenário de crise, a inadimplência da Flex Service S.A.

cresceu consideravelmente no ano de 2009, alcançando aproximadamente 30% do

faturamento da Companhia. Apesar do empenho da Companhia na cobrança de

faturas em atraso, parte significativa dos clientes da Flex Service S.A. foi

severamente impactada pela crise financeira internacional, o que aumentou a

inadimplência.

5.1.4 Perda de Eficiência Operacional, Acarretando Diminuição da Taxa de Utilização da Frota

Com pouca disponibilidade para novos financiamentos e com o aumento

da inadimplência, a situação financeira da Flex Service S.A. ficou comprometida e a

Companhia passou a enfrentar dificuldades para saldar os compromissos com seus

fornecedores, principalmente com aqueles responsáveis pela manutenção dos

veículos. Os atrasos nos pagamentos desses fornecedores prejudicaram a rápida

Page 50: Monografia 2010 - Elildes e Julio

49 manutenção e a reposição eficiente de veículos alugados, diminuindo a taxa de

utilização da frota da Companhia.

Page 51: Monografia 2010 - Elildes e Julio

50 5.2 OS REQUISITOS OBRIGATÓRIOS PARA QUE UMA EMPRESA POSSA

SOLICITAR RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A recuperação judicial poderá ser requerida pelo devedor que se

enquadre nos requisitos estabelecidos pela Lei. Para que o juiz possa conceder ou

não a recuperação é preciso que o devedor em dificuldade comprove sua

regularidade, ou seja:

a) O exercício de atividade empresária há mais de dois anos;

b) Não ter sido declarado falido, a menos que as obrigações que

motivaram a decretação da falência antecedente estejam prescritas;

c) Não se ter valido de outro pedido de recuperação há menos de 5

(cinco) anos; e

d) Não ter obtido concessão de recuperação judicial com base no plano

especial referentes a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, há menos de 8

(oito) anos;

e) Não ter sido condenado por crime falimentar.

A legitimidade ativa para o Pedido de Recuperação Judicial está descrito

na Lei de Recuperação Judicial e Falência de empresas em seu Artigo 48, como

segue:

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.(LEI Nº 11.101/2005).

A Lei de Recuperação de Empresas não admite pedido de recuperação

para empresário que atue há menos de dois anos, a fim de impedir que os atos

constitutivos sejam arquivados num dia e, logo na seqüência, seja proposto o pedido

de recuperação. Há a fixação de um período mínimo de atuação.

Page 52: Monografia 2010 - Elildes e Julio

51

Devedor empresário é o sujeito ativo por excelência do pedido de

recuperação judicial. Cabe analisar quais as condições necessárias ao

enquadramento do devedor na categoria de empresário.

A Lei de Recuperação de Empresas, expressamente determina a

aplicação da recuperação judicial, extrajudicial e da falência, para o empresário e

sociedade empresária conforme disposto em seu artigo 1º. Excluindo-se as

sociedades simples ou não empresárias e outras já descritas anteriormente.

As sociedades tidas pela lei civis como não empresárias, ou simples

gênero, tem por objeto a prática de atividade econômica organizada, porém

afastadas da empresariedade por força de lei, da mesma forma como aparece na

legislação italiana, que foi a base de nosso direito de empresa. Nesta categoria

estão as sociedades que têm por objeto atividade intelectual, de natureza artística,

cientifica ou cultural, ainda que seja exercida com colaboradores, a menos que a

atividade configure elemento de empresa, conforme disposto no artigo 966,

parágrafo único, do Código Civil; o empresário rural, que pode optar pela

empresariedade ou não conforme artigo 971 do Código Civil; as cooperativas e as

sociedades reguladas por lei especial, conforme artigo 982, parágrafo único também

do Código Civil.

Conforme já indicado, as sociedades de economia mista e as empresas

públicas não podem requerer recuperação judicial. Seria conveniente o

estabelecimento de normas especificas para as sociedades de economia mista e

empresa pública insolventes, que pudessem compatibilizar sua estrutura e o fato de

existir investimento público com o seu caráter de sociedade de personalidade

jurídica de direito privado e que em muito se equiparam àquelas de capital

exclusivamente privado.

5.3 DESCREVER AS ETAPAS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE

EMPRESAS

O processo de recuperação judicial está dividido em três fases distintas. A

primeira fase é a fase postulatória, a segunda é a deliberativa e a terceira é a fase

de execução.

Page 53: Monografia 2010 - Elildes e Julio

52

Na primeira fase, o empresário em crise apresenta seu requerimento do

benefício. Tem início com a petição inicial de recuperação judicial e se encerra com

o despacho judicial mandando processar com o pedido.

A segunda fase, após a verificação de crédito, é discutida e aprovada um

plano de reorganização. Tem início com o despacho que manda processar a

recuperação judicial e se conclui com a decisão concessiva do benefício.

A derradeira etapa do processo compreende a fiscalização do

cumprimento do plano aprovado. Começa com a decisão concessiva judicial e

termina com a sentença de encerramento do processo.

5.3.1 A Petição Inicial de Recuperação Judicial

A petição inicial deverá ser instruída em conformidade com os requisitos

elencados no artigo 51 da Lei 11.101/2005. Dentre os requisitos, podem-se destacar

alguns:

a) A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor

e das razões da crise econômico-financeira;

b) As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios

sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido;

c) A relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por

obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza,

a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem;

d) Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas,

o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;

e) Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio

ou sede do devedor e naquelas onde possuem filial;

f) De acordo com o artigo 191-A do CTN, a concessão de recuperação

judicial também depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos.

O devedor deverá identificar a causa de pedir como elemento do pedido,

expondo a sua relevância, fundamentando-o através das circunstâncias de fato e de

direito de modo a demonstrar com objetividade a capacidade que a empresa tem de

se recuperar e o motivo da crise de liquidez temporária.

Page 54: Monografia 2010 - Elildes e Julio

53

Está obrigado, ainda, a demonstrar a importância social e econômica da

atividade dentro do contexto local, regional ou nacional, a mão-de-obra e tecnologia

empregadas, o nível de faturamento anual e de endividamento da empresa, o

volume do ativo e do passivo além do tempo de constituição e de funcionamento da

atividade.

Além do regime processual contido na Lei, aplica-se o Código de

Processo Civil, no que couber, devendo a petição inicial atender a todos os

requisitos do artigo 282, do referido diploma processual, e, obrigatoriamente, deverá

estar instruída, com a relação dos seguintes documentos inseridos no artigo 51 da

Lei nº 11.101/2005:

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. § 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. § 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica.

Page 55: Monografia 2010 - Elildes e Julio

54

§ 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. (LEI Nº 11.101/2005).

Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na

forma e no suporte previsto em lei, permanecerão à disposição do juízo, do

administrador e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. O juiz

poderá, ainda, determinar o depósito em cartório de toda a escrituração contábil.

Na recuperação judicial não há concurso de credores, pois a ordem de

classificação será aquela determinada no plano de recuperação judicial.

A juntada da referida relação nominativa de cada credor e das garantias

pertinentes tem por objetivo proporcionar aos credores a conferência de seus

créditos e dar ao Juiz, no momento do despacho inicial do deferimento do pedido,

uma visão geral do ativo e passivo do devedor.

O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o

deferimento de seu pedido, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia

geral de credores. No prazo improrrogável de 60 dias contados da publicação que

deferir o processamento da recuperação judicial, o devedor deverá apresentar o

plano de recuperação judicial, sob pena de convolação em falência.

5.3.2 Despacho de Processamento da Recuperação Judicial

O foro competente para a distribuição do pedido de recuperação será o

do local onde está reunido o maior volume de negócios do devedor, ou seja, o do

principal estabelecimento, ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

Estando em termos a documentação do artigo 51, o juiz deferirá o

processamento da recuperação judicial. Neste momento, o Juiz não estará

concedendo ao devedor o beneficio da recuperação judicial, decisão esta que ele

tomará ulteriormente, após a aprovação do plano de recuperação em eventual e

especifica Assembléia, mas apenas estará deferindo o processamento do pedido.

Em seguida fará o seguinte:

1) Suspenderá a realização ativo;

Page 56: Monografia 2010 - Elildes e Julio

55

2) Nomeará o administrador judicial encarregado de fiscalizar a gestão

empresarial;

3) Dispensará, temporariamente, a apresentação de certidões negativas

de débitos;

4) Ordenará a suspensão, pelo prazo improrrogável de 180 (cento e

oitenta) dias, contados do deferimento do processamento da recuperação, de todas

as ações e execuções, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio

solidário, permanecendo os respectivos autos no Juízo onde se processam,

ressalvando, porém:

a) As ações que demandarem quantias ilíquidas, as quais terão

prosseguimentos no juízo no qual estiverem se processando até apuração do valor;

b) As ações de natureza trabalhista, que serão processadas perante a

justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no

quadro geral de credores pelo valor determinado em sentença;

c) As execuções fiscais, ressalvadas a concessão de parcelamento nos

termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária especificam;

d) As ações que tenham por fundamento contratos com garantia real, em

que o credor esteja na posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis,

de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos

respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade,

inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda

com reserva de domínio; as quais terão prosseguimento no juízo competente;

e) as ações que tenham por fundamento contratos de adiantamento de

câmbio, que nos termos da lei, não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial.

5) Deverá também intimar o MP e comunicar por carta as Fazendas

Públicas Federal, Estadual e Municipal;

6) Ordenará a publicação do edital em órgão oficial convocando os

credores a se manifestarem sobre o crédito declarado na relação nominativa para

apresentarem eventuais impugnações.

Os créditos trabalhistas até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador

de natureza estritamente salarial vencidos nos últimos 3 meses anteriores ao pedido

de recuperação judicial deverão ser pagos no prazo de 30 dias.

Page 57: Monografia 2010 - Elildes e Julio

56

As microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar

plano especial de recuperação judicial, que abrangerá apenas os créditos

quirografários.

5.3.3 Verificação e Habilitação de Créditos

Após ser publicado o edital que intimará os credores a se manifestarem

para possíveis impugnações, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para

apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto

aos créditos relacionados. A habilitação de crédito deverá conter:

I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. (LEI Nº 11.101/2005).

A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com

base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos

documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o

auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

O administrador judicial com base nos livros contábeis, documentos

comerciais, fiscais e os documentos que forem apresentados pelos credores, terá

um prazo de 45 (quarenta) dias para fazer publicar edital contendo a relação de

credores, contado do prazo final do edital que publicou a intimação dos credores

para apresentar a habilitação dos créditos, o qual indicará o local, o horário comum

em que o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público

terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.

O Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério

Público poderão apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores,

Page 58: Monografia 2010 - Elildes e Julio

57 dizendo se há ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a

legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.

Os credores que apresentar sua habilitação de crédito fora do prazo terão

suas habilitações recebidas como retardatárias. Na recuperação judicial, os titulares

de créditos retardatários, exceto os titulares de créditos derivados da relação de

trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores.

Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para

contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que

tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. Passados o prazo

anterior, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se

manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias.

Após o prazo a que se refere à intimação do devedor, o administrador

judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias,

devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa

especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e

demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de

credores, objeto da impugnação.

5.3.4 Do Plano de Recuperação Judicial

O plano de recuperação judicial é a mais importante peça do processo de

recuperação judicial, pois depende dele a realização ou não dos objetivos, quais

sejam, a preservação da atividade econômica e cumprimento de sua função social.

O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no

prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o

processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência.

Caso o plano de recuperação for consistente, há muitas chances de a

empresa se reestruturar e superar a crise em que mergulhara, de acordo com

Coelho, (2009, p. 158).

No tocante às alterações das obrigações da beneficiária, a lei

11.101/2005 se preocupou em estabelecer quatro balizas.

Page 59: Monografia 2010 - Elildes e Julio

58

Primeira, o plano de recuperação não poderá prever prazo superior a 1

ano para o pagamento dos créditos decorrentes da legislação do trabalho ou

acidente do trabalho vencidas até a data do pedido de recuperação judicial (Lei

11.101/2005, art. 54). O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta)

dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador,

dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores

ao pedido de recuperação judicial.

Segunda, os créditos fiscais serão parcelados de acordo com o que

prever o Código Tributário Nacional.

Terceira, os bens hipotecados ou empenhados serão supridos ou

substituídos da garantia real desde que aprovado pelo credor titular. Para que isso

ocorra, basta a aprovação do plano de recuperação judicial, mesmo que o titular da

garantia não tenha votado em favor do plano. Caso seja decretada a falência do

devedor, a garantia real suprimida ou substituída pelo plano de recuperação judicial

se restabelecerá por completo.

Quarta, a conversão de moeda estrangeira em moeda nacional

dependerá da concordância do titular do crédito. Caso o credor de moeda

estrangeira não assentir, o plano de recuperação judicial não poderá prever sua

conversão em moeda nacional por critério diverso do contrato.

Portanto, todos os créditos titularizados perante a requerente da

recuperação judicial, exceto os quatro mencionados acima, poderão ter seus valores

alterados, forma de pagamento, condições de cumprimento de cumprimento de

obrigações, etc. Também o plano pode estabelecer condições para as obrigações

trabalhistas que se vencerem após a distribuição do pedido de recuperação judicial.

O plano de recuperação judicial deverá conter o seguinte (Lei nº

11.101/2005, Art. 53):

I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser

empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;

II – demonstração de sua viabilidade econômica; e

III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do

devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso

aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a

manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.

Page 60: Monografia 2010 - Elildes e Julio

59

Planos alternativos podem ser elaborados por qualquer credor, para que

possa apresentá-los na objeção ou diretamente na Assembléia dos Credores.

5.3.5 Apresentação de objeções ao plano de recuperação

Após o requerente apresentar o plano de recuperação judicial ao juízo, é

publicado o edital para conhecimento dos credores.

Qualquer credor poderá apresentar objeção ao plano de recuperação

judicial apresentado pelo devedor.

Havendo objeção ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a

assembléia de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. A data para a

realização da assembléia-geral, não excederá 150 dias contados do deferimento do

processamento da recuperação judicial.

Sendo rejeitado o plano de recuperação judicial pela assembléia-geral de

credores, o juiz decretará a falência do devedor.

Após a juntada aos autos da ata da Assembléia dos Credores aprovando

o plano de recuperação judicial, o devedor deve apresentar as certidões negativas

de débitos tributários.

5.3.6 Da Concessão da Recuperação Judicial

Com a juntada aos autos do plano aprovado pela Assembléia de

Credores ou que não tenha sofrido qualquer objeção, o Juiz, por decisão

fundamentada, concederá a recuperação judicial ao devedor.

A decisão que conceder a recuperação judicial constituirá titulo executivo

judicial, nos termos do artigo 475-N, I, do Código de Processo Civil e contra essa

decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser

interposto por qualquer credor ou pelo Ministério Público.

Page 61: Monografia 2010 - Elildes e Julio

60

No caso de descumprimento de obrigação prevista no plano de

recuperação judicial, nos termos do artigo 61 da Lei de Recuperação de Empresas,

qualquer credor poderá requerer a execução especifica ou a falência do devedor.

A recuperação judicial será concedida pela homologação em juízo do

plano aprovado pela assembléia de credores, encerra-se a fase de deliberação e

tem início a de execução.

5.3.7 Cumprimento do Plano de Recuperação

Segundo Coelho (2009), esta é a derradeira fase do processo de

recuperação judicial, dá-se cumprimento ao plano de recuperação aprovado em

juízo.

O plano de recuperação, ora aprovado, é imutável, correndo o risco de ser

decretada a falência o requerente que dele se desviar. Podendo o plano ser

revisado, sempre que a condição econômico-financeira do devedor passar por

considerável mudança.

Se pretender aditamento (Anexo E – Aditamento ao Plano de recuperação

Judicial), o beneficiado deve aduzir requerimento acompanhado da exposição

circunstanciada dos fatos que fundamentam a revisão do plano.

5.4 APRESENTAR OS CRÉDITOS HABILITADOS NO PROCESSO DE

RECUPERAÇÃO

Em virtude da proposta da empresa Flex apresentada em 21/09/2009

(Anexo D – Plano de Recuperação Judicial) para elevar os melhores esforços da

Administração no sentido de promover a ampla reestruturação operacional, foi

solicitado aos credores a redução do valor da dívida e o alongamento do prazo de

recebimento de seus créditos.

Page 62: Monografia 2010 - Elildes e Julio

61

A habilitação dos créditos da recuperação judicial foi dividida em quatro

qualidades de credores sendo eles: trabalhistas, impostos a pagar, quirografários e

extraconcursais (ANEXO A – Créditos Habilitados no Processo de Recuperação).

A Companhia tem mantido em dia o pagamento dos salários de seus

funcionários.

O sucesso dessas negociações é primordial para o bom andamento do

Plano de Recuperação da Flex. Dessa forma, a administração da Companhia está

aplicando todos seus esforços para que essas negociações obtenham sucesso e

sejam concretizadas.

E para que produza seus efeitos de direito, foi apresentado um edital de

convocação de assembléia geral de credores em 13 de janeiro de 2010 em São

Paulo, afixado e publicado na forma da lei onde relacionava os credores da empresa

e seus valores.

Os credores quirografários representam os credores que não possuem

direitos reais de garantias, seus créditos estão representados por títulos advindos

das relações obrigacionais. Ex: os cheques, as duplicatas, as promissórias (Tabela 1

do ANEXO A – Créditos Habilitados no Processo de Recuperação).

Para os credores quirografários (10,74% do total da dívida) será proposto

o pagamento de acordo com os seguintes pontos:

1) Os credores com valores até R$1.200,00 serão pagos através de uma

parcela única em janeiro de 2010;

2) A proposta para pagamento dos demais credores será em parcelas

mensais de R$500,00 (quinhentos reais) para cada credor quirografário, atual, ou

futuro, liquidando-se a primeira parcela 1 (um) ano após a aprovação do Plano de

Recuperação, com as limitações dos valores dos respectivos créditos, computados

os descontos (“haircuts”) sobre o total de cada crédito.

A classe de credores trabalhistas refere-se àqueles trabalhadores

demitidos no âmbito da adequação de custos e despesas que vem ocorrendo desde

o final do ano passado. A dívida com esta classe representa 0,22 % da dívida total

(Tabela 2 do ANEXO A – Créditos Habilitados no Processo de Recuperação).

Os administradores da Companhia solicitam aos ex-trabalhadores

compreensão no que diz respeito ao pagamento do saldo existente e propõem, a

partir da data do deferimento do pedido de recuperação, o pagamento em quatro

parcelas, considerando-se como adiantamentos os valores já liquidados e que serão

Page 63: Monografia 2010 - Elildes e Julio

62 automaticamente compensados a partir da aprovação da AGC e homologação

judicial do Plano de Recuperação.

Os impostos a pagar correspondem a 2,76% da dívida total e é objeto de

parcelamento, cujas parcelas, por seus valores estimados, estão incluídas no fluxo

de caixa proposto no Plano de Recuperação (Tabela 3 do ANEXO A – Créditos

Habilitados no Processo de Recuperação).

Os credores extraconcursais (Tabela 4 do ANEXO A – Créditos

Habilitados no Processo de Recuperação) são representados pelos bancos que

concederam financiamentos para a Flex. Eles representam 86,7% do total da dívida

e as negociações de carência, pagamentos e descontos estão em andamento,

sendo que alguns bancos já assinaram acordos e a outra grande parte já está na

eminência da conclusão das propostas com prazo de carência média de 12 meses e

pagamento em até 60 meses, com juros de 1,5% ao mês. Como se tratam de

contratos de arrendamento mercantil e de financiamento garantidos por alienação

fiduciária, hipóteses nas quais os veículos (caminhões e carros) se encontram na

titularidade fiduciária do arrendador/credor fiduciário, mas que a auditoria em curso

já detectou alguns ajustes que se tornam necessário, o que faz com que, ao mesmo

tempo, venha a ocorrer uma redução do valor indicado e a reclassificação do crédito

para categoria de quirografário, tendo em vista o valor dos veículos e as normas dos

arts. 41,§ 2º e art. 83, II da Lei 11.101/05.

5.5 QUEM FOI NOMEADO O ADMINISTRADOR JUDICIAL

Como administrador Judicial da recuperanda Flex Service S.A. foi

nomeado a sociedade Madrona, Hong, Mazzuco - sociedade de advogados, CNPJ

nº 06.107.018/0001-73, com endereço à Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1461, 12º

andar, Torre Sul, Jardim Paulistano, 01452-921, São Paulo/ SP, representada por

Byung Soo Hong, OAB/SP 128.464 e Antonio Carlos Cantisani Mazzuco, OAB/SP

91.293, Tel/fax (11) 3094-7810/ 3094-7820.

O administrador judicial tem as seguintes atribuições, além de outras

definidas na Lei 11.101/2005:

I na recuperação judicial e na falência:

Page 64: Monografia 2010 - Elildes e Julio

63

a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;

b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;

c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos

interesses dos credores;

d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;

e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;

f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;

II na recuperação judicial:

a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando a

cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação;

b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;

c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do

devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo

permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de

endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o

período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.

5.6 COMPOSIÇÃO DO COMITÊ DE CREDORES

O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das

classes de credores (classe de credores trabalhistas, classe de credores com

direitos reais de garantia ou privilégios especiais ou da classe de credores

quirografários e com privilégios gerais) na assembléia-geral e terá como atribuições

fiscalizar os trabalhos feitos pelo administrador judicial.

Em sessão realizada no dia 04 de fevereiro de 2010, registrada através

da Ata de Assembléia de Credores (ANEXO C - Ata de Assembléia Geral de

Credores) da recuperanda Flex Services S.A, após ter aprovado o Plano de

Recuperação Judicial, os credores de todas as classes decidiram, por unanimidade,

não constituir o Comitê de Credores.

Nas situações em que não havendo Comitê de Credores, caberá ao

administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas

atribuições.

Page 65: Monografia 2010 - Elildes e Julio

64 5.7 DELIBERAÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DOS CREDORES

A Assembléia Geral de Credores foi realizada no dia 04 de fevereiro de

2010, na sede da Recuperanda, sito na Rua Barão de Campinas, nº 361, Campos

Elíseos, São Paulo-SP, convocada pelo edital veiculado no Diário da Justiça

Eletrônico do Estado de São Paulo do dia 18.01.10.

A presidência ficou a cargo do Administrador Judicial Antônio Carlos

Cantisani Mazzuco.

Compareceram à assembléia 65,17% da classe de credores trabalhistas,

100% da classe de credores com garantia real e 73,49% da classe de credores

quirografários.

O ordem do dia foi a explanação do Plano de recuperação da Flex

Service S/A, todos os negócios jurídicos e procedimentos envolvidos na

implementação do Plano; discussão e deliberação sobre o plano de Recuperação da

Flex Service S/A e eventuais alterações; ulterior para aprovação ou rejeição do

Plano de recuperação; eventual constituição de comitê de credores; e outros.

Referente a explanação do Plano de recuperação da Flex Service S/A,

todos os negócios jurídicos e procedimentos envolvidos na implementação do Plano

foram feitos questionamentos por alguns credores, as quais foram prontamente

respondidas pelo Administrador Judicial e acrescentou ainda que o plano de

recuperação Judicial é aquele que foi publicado no dia 19.01.2010, alterado

conforme editamento depositado em juízo no dia 03.02.2010.

O segundo item, discussão e deliberação sobre o plano de Recuperação

da Flex Service S/A e eventuais alterações, foram faladas pelo advogado da

recuperanda, Dr. Daltro Borges, que relatou principalmente sobre a forma de

pagamento dos credores, seus prazos e sobre as alterações ocorridas no plano

apresentado em setembro de 2009 e o depositado em juízo em 03 de fevereiro de

2010.

No prosseguimento da assembléia para o item da pauta, ulterior para

aprovação ou rejeição do Plano de recuperação, foi aberta a votação do plano. Na

classe trabalhista dos 42 presentes, 41 votaram, tendo o plano sido aprovado por 40

credores.

Page 66: Monografia 2010 - Elildes e Julio

65

Na classe com garantia real, estando o único credor presente, foi votado

favoravelmente ao plano.

Na classe quirografária, dos 146 credores presentes, 142 votaram, tendo

o plano sido aprovado por 136 credores.

Sendo assim, o plano de recuperação judicial da Flex Service S/A foi

aprovado pela a Assembléia de Credores, pela maioria das classes I e III e por

unanimidade na classe II.

Por último, quanto ao último item da pauta, eventual constituição de

Comitê de Credores, por unanimidade, todas as classes decidiram por não constituí-

lo.

5.8 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E AS

PROPOSTAS APRESENTADAS PELA EMPRESA

Em 03.07.09, a Companhia impetrou pedido de recuperação judicial

requerendo a proteção prevista na Lei de Recuperação de Empresas, distribuída ao

Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital de

São Paulo. Em 17.07.09, foi deferido o processamento do pedido de recuperação

judicial, decisão esta, deferida pelo TJ-SP no dia 21.07.09.

O Plano de Recuperação (Anexo D) foi desenvolvido no período entre

julho e agosto de 2009, sendo fruto da cooperação entre os administradores da

Companhia.

Em 21 de setembro de 2009, foi apresentada a proposta que contempla

melhores esforços da Administração da Flex Service S.A. no sentido de promover a

ampla reestruturação operacional para aumentar a geração de caixa, além de buscar

novos recursos ao longo da execução do Plano.

Apesar de a reestruturação operacional possibilitar a melhoria de

rentabilidade e a redução de custos, o alto valor do endividamento torna necessária

a busca por uma adequação do passivo da Companhia.

Aos credores, solicita-se a redução do valor da dívida e o alongamento do

prazo de recebimento de seus créditos.

Page 67: Monografia 2010 - Elildes e Julio

66 5.8.1 Proposta aos Credores

A Companhia tem mantido em dia o pagamento dos salários de seus

funcionários.

A classe de credores trabalhistas refere-se àqueles trabalhadores

demitidos no âmbito da adequação de custos e despesas que vem ocorrendo desde

o final do ano de 2008, a dívida com esta classe representa 0,22 % da dívida total.

Os administradores da Companhia solicitam aos ex-trabalhadores a

compreensão no que diz respeito ao pagamento do saldo existente e propõem, a

partir da data do deferimento do pedido de recuperação, o pagamento em quatro

parcelas, considerando-se como adiantamentos os valores já liquidados e que serão

automaticamente compensados a partir da aprovação da AGC (Assembléia-Geral de

Credores) e homologação judicial do Plano de Recuperação.

Os impostos a pagar correspondem a 2,76% da dívida total e são objeto

de parcelamento, cujas parcelas, por seus valores estimados, estão incluídas no

fluxo de caixa (ANEXO D, pág. 27) proposto no Plano de Recuperação.

Para os credores quirografários (10,74% do total da dívida) será proposto

o pagamento de acordo com os seguintes pontos:

1) Os credores com valores até R$1.200,00 serão pagos através de uma

parcela única em janeiro de 2010.

2) A proposta para pagamento dos demais credores será em parcelas

mensais de R$500,00 (quinhentos reais) para cada credor quirografário, atual, ou

futuro, liquidando-se a primeira parcela 1 (um) ano após a aprovação do Plano de

Recuperação, com as limitações dos valores dos respectivos créditos, computados

os descontos (“haircuts”) previstos na tabela abaixo, sobre o total de cada crédito.

Tabela 6 - “Haircuts” de acordo com o montante da dívida

Valor da Dívida (R$) “Haircut”

De R$1.200,00 até R$2.000,00 10%

Até R$5.000,00 20%

Até R$20.000,00 30%

Acima de R$20.000,00 40%

Fonte: Master

Page 68: Monografia 2010 - Elildes e Julio

67

No final de 2014, período no qual se encerram as projeções, o fluxo de

caixa operacional (ANEXO D, pag. 27) crescente de 2012 a 2014 mostra uma

evolução anual média de 48%, permitindo a quitação do saldo restante de todos os

credores, computado o desconto de 40% (quarenta por cento) acima mencionado.

Os credores extraconcursais são representados pelos bancos que

concederam financiamentos para a Flex Service. Eles representam 86,7% do total

da dívida e as negociações de carência, pagamentos e descontos estão em

andamento, sendo que alguns bancos já assinaram acordos e a outra grande parte

já está na eminência da conclusão das propostas com prazo de carência média de

12 meses e pagamento em até 60 meses, com juros de 1,5% ao mês.

Como se tratam de contratos de arrendamento mercantil e de

financiamento garantidos por alienação fiduciária, hipóteses nas quais os veículos

(caminhões e carros) se encontram na titularidade fiduciária do arrendador/credor

fiduciário, mas que a auditoria em curso já detectou alguns ajustes que se tornam

necessários, o que faz com que, ao mesmo tempo, venha a ocorrer uma redução do

valor indicado e a reclassificação do crédito para categoria de quirografário, tendo

em vista o valor dos veículos e as normas dos arts. 41,§ 2º e art. 83, II da Lei

11.101/05.

Para os credores com Garantia Real (Anexo D, pag. 30) o pagamento

ocorrerá da seguinte forma:

a) 7% do crédito, considerados os valores contratuais até a presente data,

serão pago na data da homologação do Plano de Recuperação Judicial, com o saldo

da respectiva conta vinculada ao credor titular da garantia real, saldo este apurado

na data da homologação do Plano de Recuperação Judicial, oriundo de penhor de

recebíveis, ou de outras garantias reais, sendo certo que o valor que sobejar os 7%

do crédito do respectivo credor, e que esteja depositado na conta vinculada, será

liberado para que a RECUPERANDA os destine à liquidação de outra(s) dívida(s);

b) o saldo concursal remanescente, após o abatimento previsto na alínea

“a”, não sofrerá qualquer desconto e será pago em 36 (trinta e seis) parcelas

mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira delas em 20 de fevereiro de

2010, e as demais em igual data dos meses subseqüentes, até 20/01/2013;

c) o pagamento das parcelas, previsto na alínea anterior, poderá ser feito,

no todo, ou em parte, com os valores dos recebíveis do respectivo credor, titular

dessa garantia real, uma vez que tais recebíveis continuarão a ser depositados nas

Page 69: Monografia 2010 - Elildes e Julio

68 contas contratualmente vinculadas, mantendo-se, nesse particular, inalteradas as

cláusulas e condições relativas às garantias reais desses contratos de

financiamento;

(d) os valores que vierem a ser depositados, nas contas vinculadas a

cada credor com garantia real, em montante superior ao da parcela mensal devida a

esse credor, serão imediata e automaticamente liberados em favor da

RECUPERANDA.

O sucesso dessas negociações é primordial para o bom andamento do

Plano de Recuperação da Flex Service S.A. Dessa forma, a administração da

Companhia está aplicando todos seus esforços para que essas negociações

obtenham sucesso e sejam concretizadas.

5.9 CUMPRIMENTO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO INICIAL APRESENTADO

Devido ao andamento do processo, os pesquisadores não puderam ter

uma afirmativa clara em relação ao cumprimento do plano de recuperação até a

presente data. Não foi constatada nenhuma objeção ao plano inicial, ocorrendo sim

alterações em relação ao plano inicial criado.

De acordo com o Plano de Recuperação Judicial (ANEXO D) as projeções

financeiras capturam os efeitos cumulativos e conjugados das reestruturações

operacional e financeira.

Caso seja verificado que a geração de caixa dentro de cada período e

que seja considerado os pagamentos dos credores quirografários, tributos, credores

extra-concursais e rescisões (propostas aos credores), é constado que o uso dos

recursos gerados é voltado em grande parte para o pagamento de financiamentos

sem os quais não é possível fazer com que a Companhia evolua dentro do cenário

comercial demandante de novos veículos.

Os novos financiamentos corroboram com a reestruturação do caixa,

aliado a venda progressiva dos ativos atuais dão suporte ao pagamento dos

credores.

As diretrizes de reestruturação operacional e financeira, como

faturamento, custos e despesas, prazo de e custo da dívida atual, etc., integram o

Page 70: Monografia 2010 - Elildes e Julio

69 conjunto básico de premissas das projeções de longo prazo do Plano de

Recuperação (ANEXO D, item 7.3).

Outras premissas adotadas de igual relevância para que este Plano seja

bem-sucedido são destacadas as aquisições de novos veículos de maneira

crescentes e projetadas mensalmente de 2010 a 2014, conforme apresentado na

figura 20 do Anexo D.

Para a aquisição de novos veículos, a empresa Flex Service S.A

considera que conseguirá novas linhas de financiamento a partir de 2010. Para

esses financiamentos, foram projetados contratos com taxas de juros pré-fixadas de

1,5% a.m. (média histórica), prazos de 48 meses e valores residuais garantidos

(VRG) de 35%. Nas simulações realizadas pelos administradores da Companhia,

verificou-se que o Plano de Recuperação também seria viável com premissa mais

conservadora de prazo de financiamento de 36 meses.

Os valores de compra dos carros foram corrigidos anualmente pelas

projeções de IPCA. Os veículos serão vendidos quando atingirem idade média de 18

meses e o dinheiro da venda será usado para quitar antecipadamente os saldos

devedores juntos aos bancos credores.

5.9.1 Análise das Projeções

Para aumentar a eficiência operacional e permitir a reestruturação

operacional, a Companhia tem como foco a otimização de seus pontos fortes, que

são: a readequação de custos e despesas, reestruturação operacional e financeira,

faturamento, vendas e novos contratos. Nas figuras 21 e 22 do Anexo D, fica

evidente a relevância das despesas com financiamentos para os próximos anos.

Diante das simulações apresentados pelo Plano de Recuperação Judicial

(ANEXO D) apenas a reestruturação operacional não reverteria o quadro atual da

Companhia, mas sim, também uma reestruturação financeira teria papel

fundamental para o bom equilíbrio e a recuperação da Companhia.

Page 71: Monografia 2010 - Elildes e Julio

70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada contribuiu de forma determinante para a

compreensão de um Plano de Recuperação Judicial de empresa.

Este trabalho poderá servir como referência para qualquer profissional

que se habilite a ser um administrador judicial em uma vara de falência e

recuperação judicial de empresa de qualquer comarca do país.

A contabilidade gerencial foi determinante para o processo de

recuperação judicial, principalmente porque disponibilizou informações no plano de

recuperação para o entendimento das causas que levaram a empresa a pedir a

recuperação judicial.

A Lei de Falência e de Recuperação Judicial, Lei nº 11.101, de 9 de

fevereiro de 2005, serviu fundamentalmente como guia na condução do processo

judicial por ser a principal legislação que regula o tema.

No plano de recuperação, a empresa demonstrou várias projeções

econômico-financeiras, bem como a situação patrimonial no presente e futuro, com o

objetivo de reestruturar a companhia, neste aspecto a análise contábil e financeira

patrimonial se tornou imprescindível.

Os documentos do processo judicial foram coletados do site da empresa.

Foram apresentadas as causas que levaram a empresa Flex a pedir a recuperação

judicial. A empresa também teve seu pedido de recuperação judicial deferido, pois

atendeu a todos os requisitos obrigatórios. Os créditos habilitados no processo foram

apresentados pelos credores e firmados pelo Administrador Judicial, os quais não

tiveram empecilhos para serem aprovados em juízo. A deliberação da Assembléia

Geral de Credores teve toda sua pauta aprovada, chegando a um entendimento que

não seria necessário a criação de um Comitê de credores.

A análise dos resultados permitiu não validar a hipótese básica: “em

virtude do não pagamento das dívidas o pedido de recuperação judicial foi solicitado

pelos credores”. Constatou-se que o pedido de recuperação judicial foi proposto pela

Flex Service S.A.

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71

A hipótese primária foi validada pelas análises dos resultados, pois como

a empresa Flex Service S/A não pode pagar seus credores, teve que recorrer ao

pedido de recuperação judicial.

Não houve necessidade de fazer novos aditivos. O único aditivo

formalizado teve por objetivo incluir novas informações no plano de recuperação,

para maiores esclarecimentos por parte dos credores.

Em razão de o Brasil ter uma grande quantidade de empresas que

fecham suas portas em virtude da falta de capacidade de honrar seus

compromissos, os pesquisadores fazem as seguintes recomendações:

• Que as instituições de ensino façam uma maior divulgação do tema

objeto deste estudo no campo acadêmico;

• Que os acadêmicos abordem em seus trabalhos a real importância do

contador no processo de recuperação judicial de empresa;

• As entidades representantes da classe contábil incentivem os

profissionais desta área a atuar na gestão da recuperação judicial de empresa, pois,

são os contabilistas os possuidores das informações da situação econômico-

financeira dos empreendimentos.

Page 73: Monografia 2010 - Elildes e Julio

72

REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Mário Jesiel de oliveira. A Construção do Trabalho Científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. ATKINSON, Anthony A.; et al. Contabilidade Gerencial. Tradução de André Olímpio Mosselman Du Chenoy Castro. Revisão técnica de Rubens Famá. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. CARVALHO, João das Neves. Diagnóstico e plano de ação para a recuperação: uma visão de mercado e de crítica ao CPEREF. In: Seminário Gestão e Liquidação Judicial: O Estado da Arte em Portugal – Associação Portuguesa dos Gestores e Liquidatários Judiciais – APGS, Lisboa. 1997. CARROS, Master Aluguel de. Recuperação Judicial. Disponível em: <http://www.masterental.com.br/master/view/principal.php >. Acesso em 12 out. 2010. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial, Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 1998. COELHO, Fábio Ulhoa. Lei de Falências e de Recuperação de Empresas. São Paulo: Saraiva, 2009. COSENZA Jose Paulo. Perspectivas para a profissão contábil num mundo globalizado – “ um estudo a parti da experiência brasileira”. Brasília: Revista Brasileira de Contabilidade ano XXX, N.º 130, p. 43 – 61, Jul/Ago. 2001. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas S.A, 2009. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1991.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. IUDICIBUS, Sérgio de. Contabilidade Introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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73 IUDICIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000. JOHNSON, H. T.; KAPLAN, R. S. Contabilidade Gerencial: a restauração da relevância da contabilidade nas empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1993. MARTINS, Eliseu. Avaliação de Empresas: da mensuração contábil à econômica. São Paulo: Atlas S.A, 2001. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanço: abordagem básica e gerencial. São Paulo: Atlas, 2003. PADOVEZE, C.L. Contabilidade gerencial : um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo: Editora Atlas, 1997. PIZZOLATO, Nélio Domingues. Introdução à Contabilidade Gerencial. 2ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Makron Books, 2000. PORTAL DA ADMINISTRAÇÃO. Análise de conteúdo: uma metodologia para análise de dados. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/analise-de-conteudo-uma-metodologia-para-analise-de-dados/14317/>. Acesso em: 06 maio 2010. PORTAL DA AUTOCLIP, MONITORAMENTO DE DIÁRIOS OFICIAIS. Edital de Intimação. Disponível em: http://www.autoclip.com.br/home/ler_diario?data=18%2F 01%2F2010&diario=4&pdf=dje_20100118_c5_pg_00006.pdf&sessao=7>. Acesso em: 13 out 2010. PORTAL DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Métodos de Pesquisa. Disponível em: http://www.iesambi.org.br/apostila_2007/metodos_pesquisa.htm. Acesso em: 26 out 2010. PORTAL DE LOPES PINTO, NAGASSE | ADVOGADOS. A nova Lei de Falência. Disponível em: <http://www.lopespinto.com.br/adv/publier4.0/texto.asp?id=262> Acesso em: 31 ago 2010. PORTAL DO PALÁCIO DO PLANALTO. Presidência da República, Casa Civil,

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75

ANEXOS

ANEXO A – Créditos Habilitados no Processo de Recuperação ANEXO B – Petição de Recuperação Judicial ANEXO C – Ata de Assembléia Geral de Credores da Recuperanda Flex Service S.A. ANEXO D – Plano de Recuperação Judicial (Flex Service S.A.) ANEXO E – Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial

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ANEXO A – Créditos Habilitados no Processo de Recuperação

Tabela 1 - Credores Quirografários CREDORES VALOR

Instituição Financeira BAMRISUL - CONTA GARANTIDA R$ 29.993,58 BANCO HSBC - CONTA GARANTIDA R$ 32.249,45 BANCO INTERCAP R$ 2.090.102,73 UNIBANCO - CONTA GARANTIDA R$ 59.476,32 BRZ HIGH YIELD FUNDO DE INVESTIMENTO R$ 939.230,55 MARUPÁ FUNDO DE INVESTIMENTO R$ 2.817.691,66 CRÉDITO PRIVADO PPM FUNDO R$ 939.230,55 BANCO ABN AMRO REAL S/A R$ 3.368.712,97

Total Instituição Financeira R$ 10.276.687,81 Fornecedor 247 COMERCIO LTDA R$ 3.795,36 3A RIO COMERCIAL E LOGISTICA LTDA R$ 3.176,80 4 TEMPOS RIO PRETO PECAS E SERVICOS R$ 36.099,00 A. DE CASTRO ME R$ 206,00 ABLA ASSOCIACAO BRASILEIRA DAS LOCADORAS R$ 130,00 ABSOLUTA DISTRIBUIDORA DE AUTOMOVEIS - A/C CLAUDIO R$ 487,27

ACACIA PRANDI ZANIN - A/C VIVIANE R$ 2.261,96 ACACIO TORRES BORGES R$ 11.266,00 ADEMAR DIOGO SOUZA E CIA LTDA R$ 4.303,17 ADEMAR HOBOLT ME R$ 60,00 AFIMOTOR SERVICOS E PECAS LTDA R$ 1.280,00 AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO GLOBAIS - RF R$ 4.213,76 AGUIAR & CORREA COMERCIO E SERVICOS R$ 2.567,00 AIRPORT PARK ESTACIONAMENTO SERVICOS R$ 525,00 AJ DE AMORIM & CIA LTDA ME R$ 65.057,74 AJUREM D.AMICO & ADVOGADOS ASSOCIADOS R$ 154,50 ALEMANHA VEICULOS LTDA R$ 266,36 ALESSANDRA SILVA FERREIRA R$ 231,29 ALESSANDRO CESAR DAVID ME R$ 3.709,00 ALFA BENS ADM E PARTICIPACOES LTDA R$ 16.846,00 ALMERINDA HELENA DO CARMO - FUNCIONARIA MASTER R$ 183,00 ALPHA CAR SERVICE CENTRO AUTOMOTIVOS R$ 4.717,50 ALPINIA VEICULOS E PECAS LTDA R$ 6.439,77 ALTAIR FERNANDO FERREIRA SANTOS AUTO PECAS - ME R$ 1.240,15 ALVARES E ALVARES LTDA R$ 1.194,04 ALVAREZ COMERCIO E SERVICOS DE VEICULOS R$ 260,00 AMAZONAS LESTE LTDA R$ 7.735,72 AMC AUTOMECANICA E COMERCIO LTDA R$ 566,00

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77 AMERICAS BARRA RIO LTDA R$ 4.013,61 ANA COSTA CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 650,00 ANDERSON JOSE PICAGLI ME R$ 2.167,70 ANTONAUTO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 365,35 ANTONIO AUGUSTO ALCOLEA R$ 315,00 ANTONIO DE BRITO JUNIOR ME R$ 2.280,00 ANTONIO SILVA ANTUNES NETO ME R$ 1.525,00 APARCAR ESTACIONAMENTOS LTDA R$ 3.600,00 APIA COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 4.593,06 ARQUIMEDES CORREIA DA SILVA R$ 3.283,68 ARTEMP ENGENHARIA LTDA R$ 1.137,49 ARTGAS RECREIO CONVERSOES LTDA - A/C ALICE R$ 2.936,00 ASPEN INFORMATICA LTDA R$ 5.833,80 ATACADAO DISTR COM E IND LTDA R$ 975,09 ATALIBA R.B.DA SILVA-EPP R$ 2.648,61 ATLANTICA AUTOMOVEIS LTDA R$ 396,33 ATLAS VEÍCULOS LTDA R$ 1.427,00 AUFI VEICULOS E MAQUINAS LTDA R$ 697,11 AUGURI COMERCIO E SERVICOS AUTOMOTIVOS R$ 223,07 AURICELIA MARQUES DA SILVA R$ 802,87 AUTO 1000 VEICULOS PECAS E SERVICOS R$ 25.254,90 AUTO CENTER MULTIMARCAS SHEKINAH LTDA- RF R$ 1.537,50 AUTO CENTER RODA CERTA LTDA R$ 8.916,50 AUTO CLIMA AR CONDICIONADO LTDA - ELIANE R$ 500,00 AUTO COMERCIAL NIPONSUL LTDA R$ 1.796,45 AUTO ELETRICA ESPLANADA LTDA ME R$ 173,90 AUTO ELETRO 7 DE SETEMBRO LTDA R$ 320,00 AUTO ELETRO SAO CRISTOVAO LTDA R$ 360,00 AUTO ELETRO SAO DOMINGOS ARARAQUARA LTDA EPP R$ 4.802,00 AUTO GREEN VEICULOS LTDA R$ 209,55 AUTO LAVE CAMACARI LTDA R$ 502,00 AUTO MECANICA EVALDO LTDA R$ 2.010,00 AUTO MECANICA JJ PARIS LTDA R$ 75.236,00 AUTO MECANICA PADRE LTDA ME R$ 203,40 AUTO MECANICA TAFARELO LTDA ME R$ 220,00 AUTO MECANICA TONIMEK LTDA EPP R$ 179,76 AUTO MECANICA TOTTY DE OURINHOS LTDA R$ 490,00 AUTO MECANICA VAL LTDA EPP R$ 337,05 AUTO MECANICA WEBER LTDA R$ 1.322,00 AUTO PECAS ILETROCAR LTDA - EPP R$ 552,00 AUTO POSTO CAMURUPIM LTDA R$ 3.471,45 AUTO POSTO DA ILHA LTDA R$ 299,12 AUTO POSTO FL1 LTDA R$ 62,27 AUTO POSTO FONTE LUMINOSA LTDA R$ 545,61 AUTO POSTO LIRAS LTDA R$ 512,32 AUTO POSTO MILLENNIUM 2000 LTDA R$ 3.917,88

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78 AUTO POSTO ORINDIUVA LTDA R$ 507,72 AUTO POSTO PORTARIA LTDA R$ 808,35 AUTO VIDROS SANTO AMARO LTDA R$ 1.150,00 AUTO VITRAIS JOTAKA LTDA EPP R$ 170,00 AUTOBAN BANDEIRANTES AUTOMOVEIS LTDA R$ 1.029,00 AUTOBEL VEICULOS LTDA R$ 1.200,00 AUTOFAP CENTRO DE REPARACAO AUTOMOTIVA LTDA R$ 2.165,43 AUTOMAV FUNILARIA E PINTURA LTDA R$ 1.057,91 AUTOMAX COMERCIAL LTDA R$ 147,50 AUTOMOTIVA FUNILARIA E PINTURA LTDA R$ 746,00 AUTOMOTIVA SUL CAR LTDA R$ 24.859,62 AUTOVIL AUTOMOVEIS VITORIA LTDA R$ 4.030,31 AZZURRA PARIS VEICULOS LTDA R$ 549,34 AZZURRA VEICULOS LTDA R$ 289,35 B SOUSA E COMPANHIA LTDA R$ 274,00 BALDO E CIA LTDA R$ 4.169,00 BARAO DOS PNEUS LTDA - ME R$ 2.334,00 BARI AUTOMOVEIS LTDA R$ 479,96 BARZOTTO COLOMBO E CIA LTDA R$ 295,00 BDO TREVISAN AUDITORES INDEPENDETES R$ 28.017,03 BERKO AUTO PECAS & SERVICOS LTDA R$ 848,00 BERKO AUTO PECAS & SERVICOS LTDA R$ 561,00 BF CAR CENTRO AUTOMOTIVO LTDA ME R$ 39.884,72 BF PNEUS LTDA R$ 3.058,00 BIG MASTER EDITORA CULTURAL LTDA R$ 207,00 BIGGS VIDROS E PECAS PARA VEICULOS R$ 705,00 BIRA COMERCIO DE PECAS E SERVICOS LTDA R$ 1.449,00 BONFIM COMERCIO DE PNEUS LTDA R$ 4.496,00 BRASFERMA LTDA R$ 6.117,00 BRASIL CAR TRANSPORTE DE VEICULOS R$ 47.400,00 BREMEN VECULOS LTDA - BOA VIAGEM R$ 238,20 BREMEN VEICULOS LTDA R$ 204,27 BRESSAN E BIONDO LTDA R$ 443,91 BRIGIDA LORRAINI PEREIRA - EPP R$ 2.700,00 BRILHAUTO VEICULOS LTDA R$ 11.530,01 BROTASCAR AUTO PECAS LTDA R$ 10.886,84 BRZ ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS S/A R$ 76.516,82 C L DELLA FLORA E CIA LTDA R$ 6.308,00 CACULA DE PNEUS COMERCIO IMPORTACAO R$ 57,92 CADMIEL LTDA ME R$ 2.724,66 CAIADO PNEUS LTDA - ARACATUBA R$ 659,93 CAIADO VEICULOS LTDA R$ 304,00 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL R$ 83,33 CALIBRAS COMERCIAL DE PNEUS LTDA R$ 413,20 CAMBUI VEICULOS LTDA R$ 1.451,59 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 2.018,81

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79 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 2.602,60 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 640,00 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 625,13 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 36,00 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 1.069,28 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 1.282,16 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOS LTDA R$ 492,00 CAMPNEUS LIDER DE PNEUMATICOSLTDA R$ 748,72 CAMPOS CHAPEACAO E PINTURA LTDA R$ 2.050,04 CAPRICHO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 169,00 CAR SYSTEM SOUND PECAS E SERVICOS LTDA R$ 770,00 CARBUROL AUTO CENTER LTDA ME R$ 3.822,80 CARLOS ALEXANDRE B. DOS SANTOS – PESSOA FISICA R$ 452,66 CARLOS KLEBERSON FERREIRA R$ 40,92 CARRO E CIA LTDA R$ 14.769,08 CARSERVICE CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 680,00 CARVALHO E FURTADO ADVOGADOS R$ 200,00 CASA FERNANDES DE PNEUS LTDA R$ 158,00 CASA RIO PAIVA DE BOSUCESSO PNEUS LTDA R$ 26.742,77 CASSIO MUNIR ALVES ME R$ 17.157,69 CAVEPE CARDOSO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 6.783,00 CEEE R$ 19,07 CELPE CIA ENERG PERNAMBUCO R$ 2.139,84 CELSO LEANDRO DA SILVA ME R$ 1.031,40 CENTER LESTE VIDROS LTDA - EPP R$ 225,00 CENTER PNEUS COM E SERVICOS LTDA R$ 765,00 CENTRAL AUTO POSTO LTDA R$ 1.824,06 CENTRAL ECOLOGICA LTDA ME - A/CLUIZ FERNANDO, R$ 1.725,00 CENTRO AUTOMOTIVO DE LAVAGEM E LANCHONETE PONTO AZUL LTDA ME R$ 60,00

CENTRO AUTOMOTIVO DE COTIA LTDA R$ 4.871,00 CENTRO AUTOMOTIVO DOIS IRMAOS LTDA R$ 4.783,00 CENTRO AUTOMOTIVO N SRA GLORIA LTDA R$ 565,10 CENTRO COMERCIAL TRANSPLANTAS, R$ 320,00 CENTRO DE REPARACAO AUTOMOTIVA BEIRA MAR LTDA-ME R$ 7.480,96

CEZAR SPERINDE FILHO E CIA LTDA R$ 3.726,97 CHA VEL-CHAVES VELOCIMETROS E R$ 743,00 CHAVEIRO IRMAOS TEIXEIRA LTDA ME R$ 140,00 CHAVEIRO MILENNIUM LTDA R$ 226,50 CHEV-CAR COMERCIO DE PECAS LTDA-EPP R$ 1.000,00 CHRISTIANE VENUS BASTOS DA ROCHA - PESSOA FISICA R$ 1.282,09 CHRISTINE CALIXTO R$ 9.248,84 COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA COELBA R$ 314,61

CIAC COM E IMPORTADORA DE AUTOMOVEIS R$ 2.559,11 CIAC RESENDE AUTOMOVEIS LTDA R$ 6.171,26 CIBRAPAR VEICULOS LTDA R$ 235,00

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80 CICAL VEICULOS LTDA R$ 2.062,37 CICERO AUGUSTO BARBOSA ME - CIMAR R$ 838,00 CLAUDIO MARQUES DA COSTA AUTOPECAS R$ 1.660,00 CLEZIO DE OLIVEIRA MIRANDA R$ 6.281,00 CODISMAN VEICULOS LTDA R$ 1.807,30 COLA PNEUS DISTRIBUIDORA LTDA R$ 3.285,10 COLUMBIA VEICULOS LTDA - ITABUNA - A/C MARCEL R$ 160,70 COMASA COMERCIAL MARILIENSE DE R$ 732,00 COMERCIAL AUTOMOTIVA LTDA R$ 2.248,89 COMERCIAL CONTATO LTDA R$ 932,16 COMERCIAL DE VEICULOS DELTA LTDA R$ 552,00 COMERCIAL DIESEL ELETRICA VIEIRA LTDA R$ 769,00 COMERCIAL E IMPORTADORA DE PNEUS LTDA R$ 1.410,20 COMERCIAL E IMPORTADORA DE PNEUS LTDA R$ 922,24 COMERCIAL GERMANICA LTDA R$ 4.129,88 COMERCIAL J. VENANCIO LTDA R$ 344,00 COMERCIO DE COMBUSTIVEIS MORAES SALES LTDA R$ 226,11 COMERCIO DE PNEUS TRES AVENIDAS LTDA R$ 2.987,00 COMERI LITORAL COMERCIO DE VEICULOS R$ 1.527,06 COMPLEX IT SERVICES CONSULTORIA EM R$ 52.180,60 CONDOR SERVICOS DE VIGILANCIA E R$ 37.081,10 COPAUTO COMERCIO PATOENSE DE AUTOMOVEIS R$ 344,00 COQUEIRO SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA R$ 3.099,00 CPEREIRA NETO EQUIPAMENTOS ME R$ 10.120,00 CPFL R$ 206,44 CPFL - CIA. PIRATININGA DE FORCA E - RF R$ 750,01 CRESTANI E DIAVAN LTDA ME R$ 85,00 CRISTAL MOTORS COMERCIO E SERVICOS R$ 1.507,26 CRISTIANE LANCA PONZONI - ME R$ 12.000,00 CRISTIANO EDUARDO ALVES ME R$ 1.418,00 CTTA CENTRO DE SERVICOS AUTOMOTIVOS R$ 2.100,00 CURINGA DOS PNEUS LTDA R$ 727,26 CURINGA DOS PNEUS LTDA R$ 592,74 CVC COMERCIO DE VIDROS LTDA - EPP R$ 1.320,00 CVP COMERCIAL DE VEICULOS E PECAS LTDA R$ 837,97 D A DA SILVA FILHO R$ 212,00 D M F PRESTADORA DE SERVICOS LTDA R$ 238,00 D ZOCAL ME R$ 6.922,15 DAITAN COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 307,00 DAVILSON DE SOUZA R$ 2.885,76 DBR COMERCIO DE PNEUS LTDA R$ 1.288,00 DECIO OFICINA DE AUTOS LTDA ME R$ 21.218,03 DECIO PHILADELPHO CERVONE R$ 2.563,84 DECIO PNEUS REVISA LTDA-EPP R$ 5.132,50 DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA R$ 4.013,40 DELLA VIA PNEUS LTDA R$ 764,12

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81 DELLA VIA PNEUS LTDA R$ 395,27 DELLA VIA PNEUS LTDA - LAPA R$ 1.181,81 DELLA VIA PNEUS LTDA - SANTO AMARO R$ 221,70 DELTAPORT TRANSPORTES LOGISTICA E R$ 14.300,00 DEMETRIO BLACKMAN JUNIOR AUTOMOTORES R$ 11.799,00 DENILSON PATRIARCA MECANICA R$ 284,32 DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO PARANA R$ 136.590,72 DESPACHANTE ARAGUAIA R$ 881,76 DIACAR CENTER AUTOMOTIVO LTDA R$ 182,00 DIAUTO DISTRIBUIDORA DE AUTOMOVEIS R$ 345,00 DIAUTO DISTRIBUIDORA DE AUTOMOVEIS R$ 1.426,20 DIRIJA NITEROI DISTRIBUIDORA DE VEICULOS R$ 259,00 DISCAR DISTRIBUIDORA DE CARROS LTDA R$ 427,22 DISCAUTOL DISTRIBUIDORA CAMPOGR DE R$ 175,06 DISCOVEL DISTRIBUIDORA COTIA DE VEICULOS R$ 3.559,55 DISNAVE DISTRIBUIDORA NACIONAL DE R$ 286,34 DISTAC DISTRIBUIDORA DE AUTOMOVEIS R$ 504,09 DISTRIBUIDORA AUTOMOTIVA S.A R$ 3.447,01 DISTRIBUIDORA AUTOMOTIVA SA R$ 2.114,12 DISTRIBUIDORA AUTOMOTIVA SA R$ 1.082,78 DISTRIBUIDORA AUTOMOTIVA SA R$ 6.022,95 DISTRIBUIDORA DE PNEUS MIL LTDA R$ 1.405,08 DISTRIBUIDORA DE PNEUSMIL LTDA R$ 660,08 DISTRIBUIDORA MAUDI DE VEICULOS LTDA R$ 770,00 DISTRIBUIDORA SUDOESTE LTDA R$ 2.933,00 DISTRIVE DISTRIBUIDORA TRIANGULINA R$ 730,55 DIXISON EQUIPAMENTOS PARA AUTOS LTDA R$ 200,00 DPARK CENTRO ESTETICO AUTOMOTIVO E R$ 192,00 DPR-DISTRIBUIDORA DE PECAS RIBEIRO R$ 1.438,59 DPS DISTRIB DE PNEUS E SERV LTDA R$ 677,52 DRICAR SERVICO AUTOMOTIVO LTDA MA R$ 1.487,00 DUDACAR CENTRO AUTOMOTIVO LTDA ME R$ 1.262,00 DUTRA ROMPA E DUTRA ROMPA LTDA R$ 1.015,00 EBM SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA R$ 2.928,00 ELCIO JOSE DE OLIVEIRA R$ 1.192,00 ELENISE RESENDE MARTINS E CIA LTDA R$ 617,00 ELETROAUTO LTDA R$ 810,00 ELETROMERIS BURATTO AUTOPECAS E SERVICOS LTDA EPP R$ 2.459,72

ELMAZ COMERCIO DE VEICULO LTDA R$ 3.734,00 Empreendedor Brasil Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes R$ 4.732.805,44

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS R$ 3.639,70 EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA ESTRUTURA R$ 168.920,16 ER DOS SANTOS AUTO PECAS E SERVICOS R$ 3.000,00 ESAVE VEICULOS LTDA R$ 2.413,00 ESTACIONAMENTO BUDEANU LTDA - ME R$ 1.692,00

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82 ESTACIONAMENTO E LAVA RAPIDO R$ 1.280,00 ETNA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA R$ 16.480,13 EURO PNEUS AUTO CENTER LTDA ME R$ 35.162,05 EUROTAPE COMERCIO E INSTALACAO DE SOM LTDA ME R$ 290,00 EXATA BATERIAS E AUTO ELETRICA LTDA R$ 2.365,39 EXATA REPARACAO AUTOMOBILISTICA LTDA R$ 1.262,00 FABIO CORREA DE OLIVEIRA ME R$ 18,86 FABIO GENESIO BARRETO CARIBE ME R$ 3.136,42 FABIO MARCOS BARBOSA DE SOUZA R$ 2.915,00 FABISMAR AUTO PECAS LTDA - BOSCH R$ 233,60 FAFA AUTO PECAS LTDA - FBA IMPORTS R$ 84,20 FALLCAR TAPECARIA LTDA R$ 740,00 FBA AUTO CENTER LTDA R$ 363,00 FECH CAR COMERCIO E INSTALACAO DE R$ 210,00 FENIX ITAPOLIS VEICULOS E PECAS LTDA R$ 173,28 FENNIX ESTACIONAMENTO E LAVA-RAPIDO R$ 12.672,00 FERNANDO GUADANHIM ME R$ 1.000,00 FERNANDO PAULO DA SILVA R$ 84,50 FERREIRA AUTO SERVICE LTDA R$ 866,00 FESA CONSULTORES EM RECURSOS HUMANOS R$ 17.448,94 FIGUEIREDO SKAP LTDA R$ 316,00 FJ SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA ME R$ 5.299,24 FM MUNDIAL LTDA R$ 4.200,00 FOCOSI COMERCIAL DE VIDROS E BORRACHAS R$ 80,00 FORMAQ MAQUINAS AGRICOLAS LTDA R$ 2.158,44 FRANCISCO DE ASSIS COSME R$ 906,00 FRANK E TONNY LTDA R$ 29.049,79 FREDY PNEUS LTDA R$ 200,04 FREEMOTORSBA CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 26.787,99 FREEMOTORSBA CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 4.335,63 FREEWAY CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 432,10 FREITAS,MARTINHO,MESQUITA ADVOGADOS R$ 50,00 FRIAUTO AR CONDICIONADO E ACESSORIOS R$ 450,00 FS AUTO SERVICE PECAS PARA VEICULOS R$ 777,00 FUND.INSTIT.DE PESQUISAS FARMACEUTICAS R$ 2.153,85 FUNILARIA E PINTURA PELOGIA LTDA R$ 3.893,30 GALEAO DISTRIBUIDORA DE PNEUS LTDA R$ 210,00 GAMBATTO VEICULOS LTDA R$ 1.100,00 GAPLAN CAMINHOES LTDA R$ 27.470,51 GASCOM EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA R$ 465,33 GAVIRA PECAS E SERVICOS AUTOMOTIVOS R$ 3.126,03 GELSO L. R. DE OLIVEIRA ME R$ 648,00 GENA AUTO ELETRICO LTDA ME R$ 1.501,00 GERARDO BASTOS PNEUS E PECAS LTDA R$ 1.302,39 GERSON RICARDO DE OLIVEIRA R$ 1.093,41 GETEK GESTAO E TECNOLOGIA LTDA ME R$ 850,00

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83 GILSA APARECIDA FERREIRA DOS REIS LTDA R$ 80.744,00 GIRARDI & RODRIGUES ASSISTENCIA TECNICA LTDA R$ 2.495,50 GLEIDS SOARES LOURENÇO R$ 1.657,75 GLOBAUT CENTRO AUTOMOTIVO LTDA EPP R$ 2.937,05 GOIAVE GOIANESIA VEICULOS LTDA R$ 485,00 GOLD PINHEIROS FERRAGENS LTDA - ME R$ 150,00 GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA R$ 79,00 GRÁFICA MATONENSE LTDA R$ 1.865,50 GRAND MOTORS COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 443,93 GRANDE RIO VEICULOS LTDA R$ 90,00 GRANDIESEL MOTORES BOMBAS INJETORAS R$ 27.684,62 GRANPARK VEICULOS LTDA R$ 934,07 GREGOR IPOJUCAN DE OLIVEIRA ME R$ 280,00 GUAIBACAR AS VEICULOS E PECAS LTDA R$ 1.057,89 GUARECOMPE RECAPAGEM E R$ 1.130,00 GUEBOR COMERCIAL DISTRIBUIDORA ltda R$ 860,26 GUIA MAIS PUBLICIDADE LTDA R$ 583,07 H A GUEDES AMORIM ME R$ 1.667,92 H2O CENTRO AUTOMOTIVO E LAVA RAPIDO R$ 870,00 HAIKAR VEICULOS LTDA R$ 138,00 HAMBURGO CAR CENTRO DE REPARAÇÃO R$ 444,00 HANSEL IMÓVEIS LTDA R$ 3.803,14 HEINZ SCHUETZ EPP R$ 2.687,30 HERRERO CENTRO AUTOMOTIVO LTDA ME R$ 39.621,60 HIGH PERFORMANCE COMERCIO DE RODAS R$ 9.156,90 HJ- GOIS E AZEVEDO LTDA R$ 9.068,86 HJ HIRT E CIA LTDA ME R$ 50,00 HP2 SERVICOS AUTOMOTIVOS BLINDAGENS R$ 405,00 I FERNANDES E FERNANDES LTDA R$ 585,00 IDENTICAR CONSULTORIA TECNICA EM VEICULOS LTDA R$ 9.440,00 ILHA PAIVA PNEUS LTDA R$ 2.215,02 IMPERIAL MOTORES LTDA R$ 763,99 INDIANA VEICULOS LTDA - ITABUNA R$ 1.107,00 INOVADORA 2A SERVICOS S.A R$ 1.521,54 INTERFACE VIDEO & INFORMATICA LTDA R$ 525,00 INTERMECANICA LTDA R$ 10.829,00 INTERPNEUS COM E SERV AUTOM LTDA R$ 1.060,72 INTERVEC INTERNACIONAL DISTRIBUIDOR R$ 290,00 IP SYSTEM TELECOMUNICACOES E INFORMATICA R$ 2.504,00 IRMAOS DEBORTOLI LTDA R$ 676,00 IRMAOS SILVA SA R$ 3.864,22 IRMAOS SILVA AS R$ 906,76 ITA PECAS PARA VEICULOS COMERCIO E R$ 5.378,66 ITACAR ITAPEMIRIM CARROS LTDA R$ 1.461,28 ITAVEMA RIO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 1.312,35 ITAVOX VEICULOS LTDA R$ 1.631,64

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84 ITAVOX VEICULOS LTDA R$ 1.678,22 ITAVOX VEICULOS LTDA - ASSISTENCIA R$ 268,20 ITORORO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 631,60 ITORORO VEICULOS E PECAS LTDA R$ 608,70 ITURAN SISTEMAS DE MONIT LTDA R$ 141,12 IVAN RENATO STEFANIC ME R$ 240,00 J H MARIANO MECANICA ME R$ 13.396,40 J L L FIALHO LTDA R$ 155,00 J S MARELLA AUTOMOVEIS LTDA R$ 2.878,76 J SEIXAS PNEUS LTDA R$ 228,00 JACUIPE VEICULOS LTDA R$ 194,89 JANAINA HARUMI WATANABE FERNANDES R$ 528,68 JANAINA JULIANA LESTE R$ 78,00 JAVEL MECANICA E PECAS LTDA EPP R$ 2.294,25 JB EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES R$ 7.500,00 JJ PARK ESTACIONAMENTO E LAVAGEM LTDA R$ 480,00 JK COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 150,00 JK PNEUS LTDA - JACARAIPE R$ 115,00 JLT ADMINISTRACAO DE ESTACIONAMENTOS LTDA. EPP R$ 3.234,00 JOACABA PNEUS LTDA R$ 1.160,00 JOACABA PNEUS LTDA R$ 963,88 JOAO CARLOS MACHANOSCK ME R$ 961,00 JOAO RE LTDA ME – RE OFICINA MECANICA R$ 155,00 JOÃO SIMAS DE ASSIS R$ 675,00 JORGE LATUF R$ 5.927,70 JORLAN SA VEICULOS AUTOMOTORES IMPORTACAO E COMERCIO R$ 293,16

JOSE ANTONIO DE JESUS PARCERO R$ 3.546,27 JOSE BATISTA ALVES R$ 2.050,00 JOSE CARLOS DA SILVA - AUTOS - ME R$ 6.124,90 JOSÉ CÁSSIO PREVEDEL SISTEMAS - ME R$ 535,00 JOSE CLAUDIO CRISOSTOMO ME R$ 2.065,00 JOSE FRANCISCO DE SOUZA O IPORA R$ 6.710,00 JOSECAR DISTRIBUIDORA DE AUTO PECAS R$ 1.011,86 JOSEMAR MARTINS DA SILVA R$ 2.683,00 JR LOCADORA DE VEICULOS E GUINCHOS R$ 1.800,00 JT TRANSPORTES E MALOTES LTDA - ME R$ 150,00 JULIO & ROSSI COM. E TRANSP R$ 625,00 JUNIOR AUTO CENTER LTDA R$ 5.089,16 KALUNGA COM. E IND. GRAFICA LTDA R$ 254,93 KAUFMAN E ARAUJO SERVICOS E PECAS R$ 13.159,00 KIOTO 2002 AUTOMOVEIS LTDA R$ 1.098,03 KOENTOPP VEÍCULOS LTDA R$ 128,40 L M FERREIRA FERRAMENTAS ME R$ 699,93 LACASA MATERIAIS PARA CONSTRUCAO LTDA R$ 121,08 LACAZ M H P N G E S ADVOGADOS R$ 4.223,25 LAGOINHA COMERCIAL DE VEICULOS R$ 2.977,40

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85 LANTERNAGEM E PINTURA REN LTDA ME R$ 120,00 LAVENDA COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 527,77 LCA CONSULTORES LTDA R$ 42.232,50 LEONCIO TAVARES DA SILVA FILHO R$ 177,56 LEQUIPE PNEUS LTDA R$ 1.103,00 LG DO AMARAL AUTO MECANICA ME R$ 27.124,50 LIBERAL E LIBERAL LTDA R$ 45,00 LIBONATTI COM E REPRES LTDA R$ 439,37 LIGUE TAXI GRUPO PONTO DE APOIO DE R$ 414,20 LÍVIA PITELLI R$ 100,00 LUCIANO FERREIRA RODRIGUES - ME R$ 20.694,00 LUDICAR COMERCIO E REPARACAO EM VEICULOS R$ 1.915,83 LUIGI MIRO ZILIOTTO R$ 120,00 LUIS EDUARDO RODRIGUES R$ 4.810,00 LUIZ CARLOS PECAS E SERVICOS LTDA R$ 427,00 LUIZ FERNANDO ZANETTI ME R$ 482,77 LUIZ PEREIRA DA SILVA R$ 37,80 LUIZA MARILAC GORGULHO CAMPOS R$ 1.470,00 M&D DOS LAGOS COMERCIO DE PECAS LTDA R$ 230,00 MACONETTO EMPREENDIMENTOS IMOBILIAR R$ 8.006,40 MADALITI E PRADO SOC. DE ADVOGADOS R$ 200,00 MAIS DISTRIBUIDORA DE VEICULOS SA R$ 124,66 MAIS DISTRIBUIDORA DE VEICULOS SA R$ 467,26 MAKRO ATACADISTA S.A R$ 440,47 MANANCIAL LAVAJATO LTDA R$ 2.683,00 MAO NA RODA ASSISTÊNCIA EMERGENCIAL R$ 417,07 MARCO ANTONIO MACHADO JUNDIAI ME R$ 651,00 MARETTI & CIA LTDA R$ 1.954,83 MARIA APARECIDA MARANHO=RIBEIRAO PRETO-ME R$ 106,00 MARIETE DA SILVA SOROCABA ME, R$ 13.304,40 MARLI ROSA NUNES R$ 1.000,00 MARLY APARECIDA R MONTEIRO R$ 3.035,30 MARTINS E MACIEL PECAS E SERVICOS LTDA R$ 1.560,00 MARTINS E PAGANI LTDA R$ 721,00 MASTER SERVICOS DE COBRANCA E DIGITACAO LTDA - EPP R$ 20.000,00

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO RIO ROMA LTDA R$ 120,00 MAUDI MOTORS COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 493,00 MAXIMUS PNEUS ACESSORIOS E SERVICOS R$ 3.210,00 MD CAR PECAS E SERVICOS LTDA R$ 7.025,00 MDH COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 882,51 MDH COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 460,00 MECANICA CIDADE DO ACO LTDA R$ 80,00 MECANICA DRAGSTERS LTDA ME R$ 3.431,91 MECANICA E AUTO PECAS MEURER LTDA R$ 860,00 MECANICA E COMERCIO DE PECAS FELICE ROZA LTDA ME R$ 1.788,50

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86 MECANICA FAEDO LTDA R$ 1.445,18 MECANICA FOSSA LTDA R$ 10.714,90 MECANICA PIRAMIDE LTDA R$ 3.889,00 MERCEARIA NELNATA LTDA-ME R$ 13,41 META CAR SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA R$ 300,00 MICROVIDA INFORMATICA LTDA R$ 230,00 MILENIUM VEICULOS E PECAS LTDA R$ 179,95 MILLENUIM CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 19.619,41 MILTON BRILHANTE R$ 36,00 ML ESTACIONAMENTO LTDA ME R$ 792,00 MLM EMPREENDIMENTO E IMOBILIARIA LTDA R$ 1.457,30 MODENA AUTOMOVEIS LTDA R$ 486,10 MOLICAR PUBLICACOES AUTOMOTIVAS R$ 765,00 MONICA LEAL R$ 1.078,90 MONTE FUJY AUTO SERVICOS LTDA ME R$ 13.886,74 MOTOBEL RENTAL LOC. DE MAQ E VEIC R$ 840,00 MOVEL MOTORES E VEICULOS LTDA R$ 230,00 MULTICAR PIRAJU SERVICOS E PECAS LTDA R$ 104,00 MULTIMARCA AUTO CENTER LTDA R$ 900,00 MULTIMODAL CONTAINERS LTDA R$ 229,00 NADIR BORGES FILHO ME R$ 155.472,76 NBD AUTO SERVICE LTDA R$ 3.571,58 NC SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA ME R$ 680,80 NCE CONSERVACAO E LIMPEZA DE VEICULOS R$ 7.510,00 NELSON DA C CALDEIRA JUNIOR R$ 89,90 NET SÃO PAULO R$ 383,57 NG3 AUTO REPARACAO LTDA ME R$ 4.178,49 NIHONDIN RECUPERACAO E COMERCIO DE R$ 7.300,00 NIPPON CAR CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 2.078,00 NORDESTE SEGURANÇA ELETRÔNICA LTDA R$ 325,95 NOVA DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LIMITADA R$ 1.030,64 NOVA MECANICA HERCULES DE LINS LTDA R$ 570,00 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 8.147,80 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 274,61 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 5.628,16 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 367,00 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 230,00 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 209,00 NUCLEUS COMERCIO EXTERIOR S/A R$ 305,91 OCB - ADM. DE BENS E CONDOMINIOS LTDA R$ 18.000,00 OESTE VEICULOS LTDA R$ 1.000,00 OFICINA DO CAIS LTDA R$ 5.136,21 OFICINA EBENEZER LTDA R$ 2.354,04 OFICINA MECANICA FUNILARIA E R$ 160,00 OFICINA NELSON LTDA R$ 2.810,00 OFICINA REVISA LTDA ME R$ 2.694,03

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87 OFIPECAS REN LTDA R$ 289,50 OK PNEUS COMERCIAL LTDA R$ 3.619,48 ONOFRE & SILVA LTDA-ME R$ 1.095,00 ORIGINAL BORTORI COMERCIAL LTDA ME R$ 512,00 ORLY VEICULOS E PECAS LTDA R$ 1.337,05 OSTI & GRECCO SOM E ACESSORIOS LTDA R$ 330,00 PABLÍCIO MONTEIRO CARDOSO R$ 110,80 PACCINI & CIA LTDA R$ 1.320,00 PALMA E CIA LTDA R$ 4.996,05 PANIFICADORA E DOCES CAXIAS LTDA R$ 468,00 PAPELARIA E TIPOGRAFIA DUCKE LTDA R$ 33,60 PARABRISA BRASIL DE BONSUCESSOLTDA R$ 2.143,00 PARANA MULTI MARCAS AUTO SEVICE LTDA R$ 5.670,00 PARINTINS PNEUS LTDA R$ 1.597,00 PAULIMAR BARAO DE MAUA COMERCIO DE R$ 12.919,20 PAULIMAR BARAO DE MAUA COMERCIO DE R$ 4.332,28 PAULO CESAR NOGUEIRA CORREA R$ 389,60 PEDRO SERGIO FERREIRA R$ 3.196,35 PEGANOS CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 17.807,49 PESSOTO E PESSOTO LTDA R$ 3.546,56 PETROCAR PRESTACAO DE SERVICOS MECANICOS R$ 1.579,00 PETROMOL PETROLINA MOTORES LTDA R$ 327,00 PHILIPPI AUTOMOVEIS SA R$ 1.435,00 PIASSA E PIASSA LTDA ME R$ 4.460,00 PINHEIRO NETO ADVOGADOS R$ 4.054,33 PIRAMIDE QUEOP.S EMPREENDIMENTOS IMOVEIS LTDA R$ 3.500,00 PIRES INHAUMA CENTRO AUTOMOTIVO LTDA R$ 9.826,29 PIT STOP 432 PECAS E SERVICOS LTDA R$ 16.519,40 PLUS IT CONSULTORIA EM INFORMATICA R$ 140.191,99 PNEUAC COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA R$ 669,48 PNEUACO COM PNEUS DE GURUPI LTDA R$ 433,96 PNEUACO COMERCIO DE PNEUS DE R$ 294,90 PNEUACO COMERCIO DE PNEUS DE ARAGUAINA LTDA R$ 293,04 PNEUBOM SALVADOR LTDA - PNEUBOM R$ 1.650,00 PNEUCAR COMERCIO LTDA R$ 78,00 PNEUS CENTER LTDA R$ 123,00 PNEUS ITAQUERA LTDA MICROEMPRESA R$ 45,00 PNEUS NACIONAL LTDA R$ 2.346,50 PNEUSCAR COMERCIO E IND. LTDA R$ 6.095,38 PNEUSOLA PNEUS E PECAS S/A R$ 1.046,22 PNEUSOLA PNEUS E PECAS S/A R$ 672,20 PODIUM VEICULOS LTDA R$ 1.250,00 POINTER NETWORKS S.A R$ 350,00 PORTO SEGURO CIA DE SEGUROS GERAIS R$ 160.806,91 POSTO DE ESCAPAMENTOS PRESIDENTE VARGAS LTDA - ME R$ 101,00

POSTO DE GASOLINA ARTE MODERNA LTDA R$ 4.316,00

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88 POSTO DE MOLAS SAO BENEDITO LTDA R$ 323,67 POSTO ESCOLA SENAC R$ 5.614,41 POSTO MIRANTE DO BURITIS LTDA R$ 1.166,61 PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS R$ 1.151,70 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO R$ 3.911,19 PREVENCAO SAUDE MEDICINA DO TRABALHO R$ 638,00 PRIMAVIA VEICULOS LTDA R$ 1.220,00 PRISMON COMERCIO AUTO PECAS SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA R$ 29.894,73

PROCWORK DEALER INFORMATICA LTDA R$ 9.308,51 PUMA MECANICA E REGULADORA LTDA R$ 815,00 R H C IMOVEIS R$ 11.315,68 RADAELI COMERCIO DE PNEUS LTDA R$ 1.047,00 RAFAEL CALDANA & CIA LTDA - ME R$ 51,94 RB COMERCIO DE PECAS RADIADORES R$ 1.854,60 RDA CONSULTORIA DE IMOVEIS LTDA R$ 6.571,28 RE AUTO PECAS LTDA R$ 141,00 RECAUCHUBRAS PNEUS LTDA R$ 863,00 RECREIO BH VEICULOS LTDA R$ 3.516,38 RECREIO VITORIA VEICULOS LTDA R$ 1.191,34 REDE ROYAL DE AUTO POSTOS LTDA R$ 1.062,08 REDE ZACHARIAS DE PNEUS E ACESSORIOS R$ 49,00 REGGIANI PRESTADORA DE SERVIÇOS R$ 13.281,78 REGULEX PECAS E SERVICOS LTDA R$ 28.289,83 REIS E REIS AUTO PECAS E SERVICOS LTDA R$ 35.905,22 RENATO AUTOMOTIVO LTDA R$ 890,00 REPARACAO DE VEICULOS KIMAR LTDA R$ 1.650,00 RETIFICA FAEDO LTDA - ME R$ 882,42 REVISAR ENG E SERV TEC DE SEGUROS LTDA R$ 10.066,63 RG PNEUS LTDA R$ 2.102,46 RICARDO ORLANDO PIZZI ME R$ 1.139,50 RICAVEL VEICULOS E PECAS LTDA R$ 1.051,69 RICSON MECANICA AUTOMOTIVA LTDA R$ 956,00 RIMINI ADMINISTRACAO E PARTIC LTDA R$ 2.234.190,04 RIOS MANUTENCAO DE AUTOS LTDA ME R$ 547,67 RIVECAR AUTO CENTER LTDA R$ 2.065,00 RN MONITORAMENTO DE ALARMES LTDA R$ 102,60 ROBERVAL BRETERNITZ MECANICA ME R$ 3.085,00 RODRIGO CONSORTE RONCON ME R$ 350,00 ROGERIO DA SILVA BATISTA ME R$ 176,00 ROMA 70 PNEUS LTDA ME R$ 794,00 ROQUE BERANGER TRANSPORTES LTDA R$ 900,00 ROQUEVILLE VEICULOS PECAS E SERVICOS R$ 330,00 ROSA CAMPOS KOLLIAS R$ 1.628,59 ROSA MARIA DA CONCEICAO - COMERCIO R$ 2.981,00 RR COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 950,00 SA NACIONAL DE VEICULOS LTDA R$ 763,98

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89 SAFE KITS BLINDAGEM VEICULAR LTDA R$ 580,00 SAGA SOCIEDADE ANONIMA GOIAS DE AUTOMOVEIS R$ 230,00 SAGANOR S.A. NORDESTE AUTOMOVEIS R$ 2.943,74 SAMANTHA NARDI BARCELOS TRANSPORTES R$ 23.490,00 SAMONEK & CIA LTDA ME R$ 3.900,00 SANDRO RICARDO SANTOS DE BORBA R$ 460,30 SANITAS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA R$ 750,00 SANTA CLARA COMERCIO DE VEICULOS LTDA R$ 837,40 SANTA EMILIA DISTRIBUIDORA DE VEICULOS R$ 2.346,42 SANTA EMILIA MOTORS COMERCIAL DE VEÍCULOS R$ 154,20 SANTIAGO RABELO ADVOGADOS ASSOCIADOS R$ 200,00 SANTOS & CORREIA LTDA R$ 2.042,60 SANTOS ZAGONEL COMERCIO DE PECAS E R$ 5.240,00 SAVON IND COM IMP E EXP LTDA R$ 4.701,87 SB POSTO DE MOLAS PITANGUEIRAS L R$ 1.070,50 SCUDERIA SERVICOS AUTOMOTIVOS LTDA R$ 1.110,00 SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA R$ 9,30 SERASA S.A R$ 173.218,03 SERPAC – SERVICOS PARALEGAIS E CONTABEIS LTDA R$ 12.913,43 SERRANA VEICULOS E PECAS LTDA R$ 453,00 SERRANO PNEUS E SERVICOS LTDA R$ 380,88 SERVIBRAS SERVICOS E VEICULOS BRASILEIROS LTDA R$ 2.283,23 SERVICE COMERCIAL E DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA R$ 691,61

SERVICOS AUTOMOTIVOS AUTOMATICOS LTDA R$ 2.650,00 SERVICOS AUTOMOTIVOS GLOBCAR LTDA R$ 8.651,49 SERVOPA SA COMERCIAL E INDUSTRIA R$ 503,00 SICTRO AR CONDIC. LTDA R$ 947,10 SIDNEY VANNUCHI R$ 9.399,02 SIEMENS LTDA R$ 12.555,68 SIMCAUTO MECANICA E REPRESENTACOES R$ 7.210,70 SIMPALA VEICULOS S A R$ 3.538,60 SIRLEI ARAUJO LOPES BARREIRA R$ 110,00 SOCIEDADE MINEIRA DE PNEUS LTDA R$ 1.498,00 SOCIEDADE MINEIRA DE PNEUS LTDA R$ 105,00 SOCIEDADE MINEIRA DE PNEUS LTDA R$ 50,00 SODIESEL TRUCK SERVICE COMERCIO R$ 450,00 SOL NASCENTE VEÍCULOS BARRETOS LTDA R$ 431,00 SOLANGE GOMES COSTA - ME R$ 180,00 SOLIMOES VEICULOS LTDA R$ 566,21 SOMACO SA COMERCIO DE AUTOMOVEIS R$ 174,00 SONDA PROCWORK INFORMÁRTICA LTDA R$ 162.290,70 SOS INJECAO ELETRONICA LTDA R$ 90,00 SP TRANS - SAO PAULO TRANSPORTE S/A R$ 283,17 SPEEDCAR CENTRO AUTOMOTIVO LTDA ME R$ 12.842,50 SPONCHIADO JARDINE VEICULOS LTDA R$ 158,00 SPONCHIADO JARDINE VEICULOS LTDA R$ 84,00

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90 STILO AR COMERCIO DE AR CONDICIONADO R$ 1.169,00 STOCK VIDROS E ACESSORIOS LTDA ME R$ 2.190,00 STRW - TRANSPORTE DE AUTOMOVEIS E LOGISTICAS DE CARGAS LTDA R$ 12.520,00

SUL E SUDOESTE COMERCIO DE PECAS PARA VEICULOS LTDA R$ 662,00

SUPER GRIFFE 2008 SERV AUT LTDA R$ 752,04 SUPER VEICULOS LTDA R$ 81,80 SUPRISUL INFORMATICA LTDA R$ 8.505,18 TABA VEICULOS E PECAS LTDA R$ 196,65 TAGUATUR VEICULOS LTDA R$ 2.444,64 TAGUAUTO TAGUATINGA AUTOMOVEIS R$ 696,20 TAPAJOS DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA R$ 334,68 TATUAPÉ STORAGE CO. ARMAZÉNS GERAIS R$ 2.665,85 TBA TECNOLOGIA EM EQUIPAMENTOS LTDA R$ 476,60 TECARDF VEICULOS E SERVICOS SA R$ 407,00 TEDA AUTO PECAS LTDA ME R$ 12.595,00 TELECAMP TEL INF E ELETR LTDA (PAULO DE TARSO), R$ 745,40 TEPEL PNEUS E ACESSORIOS LTDA R$ 220,00 TERRA NETWORKS BRASIL S/A R$ 21,13 TIRADENTES VEICULOS LTDA R$ 615,71 TMAR TRANSPORTES LTDA-ME R$ 14.520,00 TOPSOURCING BRASIL LTDA R$ 14.077,50 TOPVEL TROPICAL VEICULOS E PECAS LTDA R$ 435,39 TOPVEL TROPICAL VEICULOS E PECAS LTDA R$ 114,00 TORRES PRESAS COMERCIO DE ACESSORIOS R$ 80,00 TORTELLI COMERCIO DE COMBUSTIVEIS LTDA R$ 526,86 TOTAL TRANSPORTADORA DE VEICULOS LTDA R$ 5.390,00 TRANSBARBARA CARGO TRANSPORTES LTDA R$ 890,00 TRANSTANA TRANSPORTE ESPECIALIZADO R$ 11.320,50 TREVISAN SERVICES GESTÃO EMPRESARIAL R$ 151.885,19 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA R$ 274,36 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SP R$ 1.000,00 TRIP EDITORA E PROPAGANDA S/A R$ 7.800,00 TUBOCAR PECAS E ACESSORIOS LTDA R$ 4.032,28 TURBO PECAS E ACESSORIOS LTDA ME R$ 32.221,05 TYRESOLES DE FEIRA DE SANTANA SA REFORMADORA DE PNEUS R$ 547,00

UBERLANDIA RECUPERACAO DE VEICULOS R$ 1.356,50 UBINSKI E PITARELLO LTDA R$ 1.848,00 ULTRAFARMA MEDIAMENTOS ECONOMICOS LTDA R$ 69,52 UNIAO EMBREAGENS REMANUFATURADAS LTDA - A/C REGIANE R$ 1.400,00

UNIAO PECAS E SERVICOS LTDA R$ 431,90 UNIMOTORS CAR SERVICE LTDA ( BOSCH R$ 2.922,44 V. PETINELI & FILHOS LTDA - EPP R$ 181.522,00 VALEC DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA R$ 204,00 VANESSA LEUGI FRANZE R$ 83,80

Page 92: Monografia 2010 - Elildes e Julio

91 VARANDA ADMINISTRADORA DE IMOVEIS LTDA R$ 1.183,00 VCL SAFRA LEGALIZACOES R$ 450,00 VELLOSO, PUGLIESE & GUIDONI R$ 87.371,31 VENTURE VEÍCULOS LTDA R$ 308,00 VERONA VEICULOS LTDA R$ 2.159,28 VIA VERDI VEICULOS LTDA R$ 6.000,00 VIAMAR VEICULOS PECAS E SERVICOS LTDA R$ 434,13 VIAMAR VEICULOS PECAS E SERVICOS LTDA R$ 898,73 VIDRAUTO SOROCABA COMERCIO DE VIDRO PARA AUTOS LTDA R$ 1.344,00

VIDREKS COMERCIO DE VIDROS LTDA ME R$ 1.180,00 VILA RICA COMERCIO DE COMBUSTIV EL R$ 570,19 VIP LAVAGENS DE AUTOS LTDA R$ 16.786,70 VIRTUAL ASSESSORIA TECNICA DE SEGURO (FLÁVIO GONÇALVES DA CUNHA), R$ 4.780,05

VRS TRANSPORTES DE VEICULOS LTDA - A/C VETISON R$ 950,00 W & E TRANSPORTES DE VEICULOS LTDA (EDMAR BEZERRA) R$ 12.600,00

W A DOS SANTOS PECAS E OFICINA R$ 823,80 WA INFORMÁTICA LTDA R$ 3.097,83 WAGNER DE OLIVEIRA JUNIOR R$ 2.500,00 WAVE CAR DISTRIBUIDORA DE VEICULOS R$ 1.054,71 WHIRLPOOL S.A - A/C DEPTO. JURIDICO R$ 246,87 WILMAR RINALDI MARTINEZ CONFECÇÕES R$ 923,40 WORLDWIDE ASSISTANCE, SERVICOS DE ASSISTENCIA PERSONALIZADOS S.A R$ 510,00

ZENSUL VEICULOS E SERVICOS LTDA R$ 473,45 ZUCAVEL ZUCATELLI VEICULOS LTDA R$ 80,00 ZUCCO PNEUS LTDA R$ 112,00

Total Fornecedores R$ 11.160.060,73 Credores Quirografários TOTAL GERAL: R$ 21.436.748,54

Fonte: Flex Service S.A.

Tabela 2 - Credores trabalhistas CREDORES VALOR

ALESSANDRO APARECIDO CAPELOTO R$ 435,54 ALEXANDER GUTIERREZ BRUNELLI R$ 4.882,24 ALEXANDRE DA SILVA RIBEIRO, R$ 2.818,66 ANA CAROLINA MARCELINO DO NASCIMENTO R$ 66,66 ANDERSON PEREIRA DE SA TELES R$ 50,00 ANTONIO MARCONDES DE MATOS NETO R$ 8.382,94 AQUILA SOUZA EMIDIO DE OLIVEIRA R$ 1.785,66 BEATRIZ MEIRA R$ 2.464,13 BRUNO DE PAIVA SERAFIM R$ 2.220,85 CARINA MIRANDA NOGUEIRA R$ 2.345,55 CAREN CRISTINA CALCAGNOTTO R$ 15.734,37 CARLOS HENRIQUE RODRIGUES DE VASCONCELOS R$ 2.751,07

Page 93: Monografia 2010 - Elildes e Julio

92 CINTIA CRISTIANE DE PAULA R$ 1.768,97 CLAYTON DE SOUZA AMARAL ANTUNES R$ 4.689,07 CLETO MARQUES SALES ALVES R$ 1.913,47 CLINEU FERREIRA GOMES JUNIOR R$ 1.742,52 CONCEIÇÃO APARECIDA MAIA MONTEIRO R$ 6.525,05 DEBORA CAFFEU R$ 2.492,41 DIEGO DE OLIVEIRA MIOZZO R$ 5.190,88 EDILSON ALVES DOS SANTOS R$ 3.632,76 EDILSON PAIVA DOS SANTOS R$ 2.166,74 EDMARCO FERREIRA DE SOUZA R$ 2.464,49 ELIELSO APARECIDO FRAGA R$ 5.983,91 ETNA LIMA DE SOUZA SANTOS R$ 889,87 FABIANA GONÇALVES DE OLIVEIRA R$ 2.417,35 FABIO ROCHA R$ 810,88 FERNANDA APOSTOLICO ZANZARINI R$ 2.092,82 FERNANDO MAURO VICTOR MARCHIORO R$ 6.950,98 FERNANDO PAULO DA SILVA, R$ 2.087,25 FLAVIO ALEXANDRE ROCHA DA SILVA R$ 4.587,09 FRANCISCARLOS VIDAL DA SILVA, R$ 4.602,85 GERSON JUNIOR V VIANA R$ 4.048,70 ISMAEL EPIFANIO R$ 1.371,54 JOEL CAIRES R$ 1.448,66 JOSÉ ALBERTO FRÓES CAL R$ 9.150,43 JOSE ANGELO NASCIMENTO DE ALMEIDA R$ 2.058,25 JOSE CARLOS CHAVES SOUZA JUNIOR R$ 1.241,12 JOSE ROSIVALDO ALCANTARA DA SILVA R$ 1.457,71 JOSE WELLINGTON ROCHA R$ 4.112,41 JOSEFA DAS GRACAS GOMES DA SILVA R$ 1.029,82 JOSIAS FARIAS DE MORAES R$ 2.592,98 JULIA MARUMI NODA NASCIMENTO R$ 5.895,62 JULIANA DOS SANTOS CAMPOS R$ 1.256,41 JULIO CESAR SANTOS VERCEZE R$ 5.474,76 KELI DE LIMA FORTUNATTI R$ 2.364,83 LAYLA TANDRESSA DE OLIVEIRA PORTO R$ 4.832,74 LEONARDO DOS SANTOS CALDAS R$ 3.665,16 LEONARDO OLIVEIRA SOARES DE ARRUDA R$ 7.916,17 LUANA MALIZE TEIXEIRA R$ 6.310,70 LUIS MAURICIO BERTONI BARBOSA R$ 3.417,44 MAISA ESTELA DA SILVA R$ 2.494,20 MARCELO GONÇALVES DE OLIVEIRA R$ 2.627,82 MARCIO ROBERTO PERES R$ 4.678,78 MARCIUS ROBERTO DA SILVA GOMES R$ 15.965,43 MARILU NEME R$ 20.296,86 RAPHAEL GUILHERME GARCIA VENTURA R$ 3.364,97 RICARDO BUSCH R$ 2.809,82 RICARDO RAIMUNDO R$ 3.240,47

Page 94: Monografia 2010 - Elildes e Julio

93 ODNEY FIRMINO DA SILVA R$ 2.158,91 RODRIGO SOARES BARBOSA R$ 925,14 RONALDO CARDOSO OLIVEIRA R$ 1.883,17 SAMANTHA COSME DE LIMA R$ 3.482,93 TANIA MARIA AGUETONI R$ 6.074,85 TATIANA GONZALES ESTRADA R$ 1.733,98 THIAGO CAMARA GRAMULHA DIAS R$ 1.562,38 VANESSA HELENA CUNHA DOS SANTOS R$ 2.671,59 VANESSA ROMERO BELLI R$ 8.741,34 VICTOR BERGER MARINHEIRO R$ 2.645,44 WAGNER DE FARIA FREITAS, R$ 2.290,11 WALFRIDO ANTONIO DA SILVA R$ 3.878,68 WANDA DA SILVA LIMA SANTOS R$ 1.737,33 WELLINGTON DE BRITO R$ 2.300,52 PINHEIRO NETO ADVOGADOS R$ 69.750,00

Total CredoresTrabalhista R$ 343.907,20

Fonte: Flex Service S.A.

Tabela 3 - Impostos a Pagar

CREDORES VALOR CAIXA ECONOMICA FEDERAL - FGTS R$ 362.291,66 MINIST. DO TRAB. E PREV. SOCIAL R$ 1.654.223,58 MINISTÉRIO DA FAZENDA R$ 1.371.362,90

Total de Impostos a pagar R$ 3.387.878,14

Fonte: Flex Service S.A.

Tabela 4 - Credores Extraconcursais

CREDORES VALOR Banco ABC R$ 9.855.848,54 Banco ABN R$ 22.099.831,30 Banco Alfa R$ 1.322.326,95 Banco BBM R$ 5.147.831,03 Banco BIC - A/C Augusto Carlos Mendes R$ 397.496,09 Banco Citibank, R$ 1.644.704,94 Banco do Brasil R$ 1.273.108,53 Banco HSBC - A/C Marco Antonio Rebotini R$ 4.421.365,91 Banco Itau R$ 268.886,65 Banco Pine R$ 2.777.995,68 Banco Ribeirão Preto R$ 2.865.045,57 Banco Safra R$ 96.916,23 Banco Sofisa R$ 7.467.557,80 Banco Toyota R$ 467.888,35 Banco Volkswagen R$ 28.100.497,00

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94 Banco Votorantim R$ 3.347.638,86 Bradesco, R$ 1.937.733,55 Embracon R$ 117.171,81 CRÉDITO PRIVADO PPM FUNDO R$ 800.769,45 MARUPÁ FUNDO DE INVESTIMENTO R$ 2.402.308,34 BRZ HIGH YIELD FUNDO DE INVESTIMENTO R$ 800.769,45

Total credores extra concursais R$ 97.613.692,02

Fonte: Flex Service S.A.

Tabela 5 - Credor com Garantia Real CREDORES VALOR

Banco Ribeirão Preto R$ 675.983,58

Total credores com garantias reais R$ 675.983,58

Fonte: Flex Service S.A.

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95

ANEXO B – Petição de Recuperação Judicial

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109 ANEXO C – Ata de Assembléia Geral de Credores da Recuperanda Flex Service S.A.

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ANEXO D – Plano de Recuperação Judicial (Flex Service S.A.)

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Plano de Recuperação Judicial

Setembro de 2009

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2

Índice

1. Apresentação ....................................................................................................................................... 3

1.1 Objetivo ....................................................................................................................................... 3

1.2 Escopo......................................................................................................................................... 3

2. Histórico ............................................................................................................................................... 4

2.1. Descrição da Companhia ............................................................................................................. 4

2.2. Origens e Evolução ...................................................................................................................... 4

2.3. Estrutura Acionária....................................................................................................................... 7

3. Caracterização da Companhia.............................................................................................................. 7

3.1. Linhas de Negócio ....................................................................................................................... 7

3.1.1. Aluguel de Carros para o Varejo .......................................................................................... 8

3.1.2. Aluguel e Gestão de Frotas.................................................................................................. 8

3.1.3. Seminovos........................................................................................................................... 9

3.2. Fornecedores............................................................................................................................... 9

3.3. Concorrentes ............................................................................................................................. 10

3.4. Clientes...................................................................................................................................... 11

4. Fatores que Agravaram as Dificuldades da Companhia ...................................................................... 12

4.1. Redução drástica do mercado de crédito.................................................................................... 12

4.2. Queda no valor de mercado dos veículos seminovos ................................................................. 12

4.3. Aumento da inadimplência dos clientes ...................................................................................... 13

4.4. Perda de eficiência operacional, acarretando diminuição da taxa de utilização da frota .............. 13

5. Composição da Dívida........................................................................................................................ 13

6. Situação Atual .................................................................................................................................... 14

7. Plano de Recuperação ....................................................................................................................... 16

7.1. Reestruturação Operacional ....................................................................................................... 16

7.1.1. Faturamento, Vendas e Novos Contratos........................................................................... 16

7.1.2. Readequação de Custos e Despesas ................................................................................ 19

7.1.3. Resultado da Reestruturação Operacional ......................................................................... 20

7.2. Reestruturação Financeira ......................................................................................................... 20

7.3. Aspectos Relevantes das Projeções........................................................................................... 21

7.4. Análise das Projeções................................................................................................................ 22

7.5. Conclusão das Projeções........................................................................................................... 27

8. Proposta aos Credores....................................................................................................................... 28

8.1. Credores Trabalhistas ................................................................................................................ 28

8.2. Impostos a Pagar ....................................................................................................................... 28

8.3. Credores Quirografários ............................................................................................................. 28

8.4. Credores Extraconcursais .......................................................................................................... 29

9. Conclusão .......................................................................................................................................... 30

Page 119: Monografia 2010 - Elildes e Julio

3

1. Apresentação

1.1 Objetivo

Este documento foi elaborado com a intenção de apresentar os principais termos do Plano de Recuperação Judicial (““Plano”) da FLEX SERVICE S.A. (“Master” ou “Companhia”), sob a égide da Lei nº.

11.101/05.

Em 03.07.09, a Companhia impetrou pedido de recuperação judicial requerendo a proteção prevista

na Lei de Recuperação de Empresas, distribuída ao Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais

da Comarca da Capital de São Paulo. Em 17.07.09, foi deferido o processamento do pedido de recuperação

judicial, decisão esta disponibilizada pelo TJ-SP do dia 21.07.09.

O Plano de Recuperação inclui uma análise econômico-financeira da Companhia e a descrição das

medidas que serão adotadas com o objetivo de fazer com que a Master volte a desenvolver seus negócios

de forma organizada e eficiente, tornando-se viável financeiramente.

Após a demonstração da viabilidade da Companhia e descrição da origem dos recursos a serem

utilizados na quitação de seu passivo, este Plano irá descrever o cronograma de pagamentos dos valores

devidos aos credores habilitados no processo de Recuperação Judicial da Companhia, bem como determinados créditos que, embora sendo de natureza extraconcursal, não estando portanto sujeitos ao

Plano, mas que afetam a geração de caixa da Companhia.

O Plano de Recuperação foi desenvolvido no período entre julho e agosto de 2009, sendo fruto da

cooperação entre os administradores da Companhia.

1.2 Escopo

O trabalho está estruturado de forma a transmitir uma visão sobre a Master, contemplando suas

principais características, seus problemas, as razões que a levaram à atual crise financeira e as alternativas

para solução dessa crise.

A elaboração da proposta aos credores é resultado de intenso trabalho que envolveu análises,

discussões com a administração da Companhia e simulações financeiras.

Para gerar um melhor entendimento do histórico da Companhia, o trabalho foi dividido em tópicos:

• Os itens 2 e 3 tratam do histórico e da caracterização da Companhia, tendo como objetivo demonstrar sua origem, sua evolução, sua forma de atuação, sua estrutura e seu mercado de

atuação;

• No item 4 estão demonstrados os fatores externos que motivaram o pedido de recuperação judicial;

• O item 5 demonstra a magnitude e composição da dívida;

• O item 6 relata a situação atual da Companhia (operacional e financeira);

• O item 7 apresenta o Plano de Reestruturação operacional e financeira que se pretende adotar para

viabilizar a recuperação da Companhia;

Page 120: Monografia 2010 - Elildes e Julio

4

• O item 8 trata da Proposta aos Credores, que é resultante da geração de caixa potencial, apurada

de acordo com as análises. 2. Histórico

2.1. Descrição da Companhia

A Master é uma Companhia que atua na indústria de locação de automóveis desde 1988. Essa

indústria é segmentada da seguinte maneira: aluguel de carros para o varejo (turismo de lazer e negócio),

aluguel e gerenciamento de frotas, concessão de franquias e venda de carros seminovos.

Desde o início de suas atividades, a Companhia tem focado suas atividades no mercado de

terceirização de frotas. No entanto, nos últimos anos, após consolidar-se nesse segmento, a Companhia

passou a empreender esforços para crescer no mercado de aluguel de carros para o varejo, por acreditar no

grande potencial de crescimento e maior rentabilidade desse segmento.

No exercício de 2008, o segmento de aluguel / gerenciamento de frotas foi a principal linha de

negócio da Master, representando aproximadamente 38% de sua receita. O segmento de aluguel de carros

para o varejo, por sua vez, representou 24% do faturamento de 2008. As demais receitas são provenientes

da venda dos carros seminovos (38%) e do recebimento de royalties das franquias (1%), que é uma fonte de receita ainda pouco representativa.

Em setembro de 2008, adveio a notória crise econômico-financeira mundial, reduzindo

drasticamente a disponibilidade de financiamento em todo mercado. Com uma estrutura de capital altamente

alavancada, os planos de renovação e expansão da frota da Companhia ficaram comprometidos e a Master

foi obrigada a rever suas estratégias. Não bastassem esses fatores, a isenção do IPI na venda dos veículos

novos prejudicou ainda mais o mercado de varejo de veículos seminovos e o valor de mercado dos ativos da

Master despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009. Diante desse imprevisível

descompasso econômico financeiro, que comprometeu o seu operacional, a Master ingressou com o pedido

de recuperação judicial.

2.2. Origens e Evolução

A Master foi fundada em 1988, no interior de São Paulo, operando como uma franquia da rede

Localiza. Em 1997, com frota de 420 veículos, iniciou suas atividades como companhia independente,

passando a operar com sua própria marca.

Desde o início, a Companhia prioriza o segmento de terceirização de frotas, mercado de alto

crescimento no Brasil e que atualmente representa a maior parte de seu faturamento.

Em 1999, nasce o mercado de carros reservas no Brasil. A Master habilita-se a atender as

seguradoras e Companhias de assistência. Nos anos seguintes, experimenta um crescimento acentuado de

sua rede de agências, bem como de sua frota.

Em 2003, nasce o sistema de franchising. Em 2005, já contando com 7 unidades, a Companhia ganha o prêmio de “Melhor Sistema de Franchising de Aluguel de Carros do Brasil” da FGV.

Page 121: Monografia 2010 - Elildes e Julio

5

Em 2007, com intuito de se profissionalizar e de se modernizar para o crescimento planejado, a

Master implanta o sistema SAP, tendo sido a primeira Companhia do setor a adotá-lo. Em 2008, a Master

inicia um processo de profunda profissionalização, adotando uma série de medidas importantes: a

implantação de sistemas de controle interno e de governança corporativa; a criação de um conselho de

administração e a saída dos sócios do dia-a-dia da Companhia.

A figura seguinte resume o histórico da Companhia:

Figura 1: Histórico da Master

Fonte: Master

Em dezembro de 2008, a Master contava com 26 filiais e 20 franquias espalhadas por todo o

território nacional. Na figura seguinte é possível contemplar a localização das lojas da Master espalhadas

pelo Brasil, tanto próprias como franqueadas.

- Primeira locadora de veículos do Brasil a Implantar o Programa de Qualidade Total

- Foco na terceirização de frotas

- Começou como uma franquia da rede Localiza com apenas 6 carros

- Abertura de 2 filiais - São Carlos e Ribeirão Preto – SP

- Nasce a Master com uma frota de 420 carros

- Deixou de ser franquia da Localiza

- Maior franqueadora da Localiza

- Frota própria atinge 4 mil carros

- Reformulação da marca

- Implantação do SAP

1988

2005

2007

1995

- Com 30 novas lojas, se tornou a 5ª maior empresa em número de carros sob gestão

- Início da rede franchising sob a marca Master

- Entrou no segmento de carros reserva, oferecendo serviços às maiores seguradoras do país

1998

EXPANSÃO

INÍCIO

Page 122: Monografia 2010 - Elildes e Julio

6

Figura 2: Localização das Lojas da Master (filiais e franquias)

Fonte: Master, dezembro de 2008

Filiais (total de 26)

Araraquara Belo Horizonte Brasília Campinas Curitiba Florianópolis Goiânia Jundiaí Palmas Porto Alegre Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro (3) São Caetano do Sul Salvador Santos São Bernardo do Campo São Carlos São José dos Campos São Paulo (3) Sorocaba Vitória

Franquias (total de 20)

Anápolis Aracajú Belém Cabo Frio Campina Grande Campo Grande Cuiabá Ipatinga Ji-Paraná João Pessoa Macaé Macapá Maceió Mossoró Natal Novo Hamburgo Porto Seguro São Luis Teresina Vila Velha

No final de 2008, a Master possuía aproximadamente 8.000 carros sob gestão, sendo 4.000

próprios, conforme demonstrado na Figura seguinte.

Page 123: Monografia 2010 - Elildes e Julio

7

Figura 3: Divisão da Frota (2008), unidades de automóveis

Figura 4: Evolução da Frota Própria

Franquias, 910, 12%

Terceiros, 2707, 35%

Próprios, 4221, 53%

Fonte: Master

565

8711,139

1,335

1,866

2,808

3,221

3,775 3,863

4,221

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

CAGR: 25%

Fonte: Master

No início de junho de 2009, impactada pela crise financeira internacional e diante de situação

operacional e financeira adversa, a Master decide encerrar suas atividades de locação de veículos para o

varejo e concentrar suas operações na terceirização de frotas (segmento de locação de veículos que pode

ser administrada por uma estrutura mais enxuta). Em julho de 2009, com o agravamento de sua situação

operacional e financeira, a Master ingressa com o pedido de recuperação judicial.

2.3. Estrutura Acionária

A estrutura acionária da Master está apresentada no quadro seguinte:

Figura 5: Estrutura Societária da Flex Service S.A.

Acionista % Flexpar 55,0 Fundo Empreendedor Brasil 44,0 Total 100,00

Fonte: Master

3. Caracterização da Companhia

3.1. Linhas de Negócio

A Master atuava em todos os mercados da indústria de locação de automóveis, com foco no

mercado de locação e gestão de frotas. A atuação em diferentes mercados é uma forma de proteção para a

Companhia caso algum desses não tenha bom desempenho em determinado período. Além disso, há

sinergia entre cada uma dessas linhas de negócio, o que propicia a maximização da utilização do ativo

(automóvel).

Page 124: Monografia 2010 - Elildes e Julio

8

Figura 6: Linhas de Negócios da Master

Fonte: Master

3.1.1. Aluguel de Carros para o Varejo

Trata-se de mercado altamente pulverizado do ponto de vista de concentração de clientes. Em

comparação com o mercado de gestão de frotas, esse mercado apresenta custos mais elevados de

operação e menor taxa de utilização do automóvel devido ao período em que o veículo fica aguardando para

ser alugado. Em contrapartida, as diárias médias são mais elevadas, pois o poder de barganha do cliente é

pequeno. 3.1.2. Aluguel e Gestão de Frotas

Caracteriza-se pela terceirização da frota própria de uma Companhia para uma locadora.

Geralmente, são estabelecidos contratos de longo prazo entre as locadoras de automóveis e Companhias

com os preços das diárias e demais condições já acordados. Para a locadora, o aluguel de carros para

frotistas apresenta característica de um negócio de atacado, acarretando custos fixos mais baixos. Em

contrapartida, o valor médio das diárias são menores, devido ao poder de barganha dos clientes.

Desde o início de suas operações, a Master possui foco na atividade de aluguel e gestão de frotas,

pois os gestores sempre acreditaram que a terceirização de frotas seria uma tendência geral para as

Companhias reduzirem custos.

Além da terceirização de frotas, a Master também oferece o serviço de gestão de frotas próprias das

Companhias. Nos contratos de gestão de frotas, os principais serviços oferecidos pela Master são:

� Abastecimento de combustível � Manutenção preventiva

� Assistência 24 horas

� Substituição imediata no caso de sinistros

� Serviço de troca de pneus

� Serviço de lavagem

ALUGUEL PARA FROTISTAS

GESTÃO DE FROTAS

ALUGUEL PARA FROTISTAS

ALUGUEL DE CARROS (VAREJO)

CARRO RESERVAALUGUEL PARA PESSOA FÍSICA

ALUGUEL PARA PESSOA JURÍDICA

FRANQUIASSEMINOVOS

Page 125: Monografia 2010 - Elildes e Julio

9

� Controle do uso do carro

3.1.3. Seminovos

Periodicamente as locadoras renovam suas frotas vendendo o carro seminovo e adquirindo um

novo. Esta operação tem grande relevância para as locadoras, já que elas compram os carros das

montadoras com grandes descontos e revendem, depois de 1 a 3 anos de uso, a preços de mercado. Antes

da crise financeira mundial (iniciada em setembro de 2008), as locadoras conseguiam obter lucro caixa com

essa operação. Atualmente, a venda de seminovos ficou menos vantajosa financeiramente, em razão da

redução do IPI dos veículos novos, mas continua sendo fundamental para a recuperação do capital investido

e a renovação das frotas das locadoras.

3.2. Fornecedores

A Master sempre adquiriu automóveis de diferentes montadoras, destacando-se GM, Volkswagen e

Fiat. Juntas, essas montadoras respondem por aproximadamente 93% da frota total adquirida nos últimos 5

anos. Em 2008, a Master comprou 1109 carros, sendo 36% da Volkswagen, 30% da GM, 30% da Fiat e 4%

das demais.

Figura 7: Representatividade das 3 principais montadoras nas Compras da Master

Figura 8: Aquisição de Carros de Acordo com as Principais Montadoras (2008)

Fonte: Master

Fiat30%

GM30%

VW36%

Outros4%

Fonte: Master

O porte da Master lhe confere significativas vantagens no processo de negociação para compra de

automóveis. A compra em lotes grandes garante à Companhia poder de barganha para negociar com

fornecedores. Além disso, quando o mercado automobilístico está aquecido, algumas locadoras de pequeno

porte encontram dificuldades em adquirir carros, o que não acontece com as locadoras maiores.

94.6% 95.9%

84.0%93.5% 96.7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2002 2003 2004 2005 2006

Page 126: Monografia 2010 - Elildes e Julio

10

3.3. Concorrentes

O mercado brasileiro de locação de veículos é

bastante pulverizado. Nele atuam mais de 1.905 Companhias de locação de veículos, que operam por meio de agências localizadas em aeroportos e cidades.

Esse cenário se justifica, pois, apesar de ser de capital intensivo, não existem barreiras tecnológicas significativas para abertura de uma nova locadora. Adicionalmente, os consumidores enxergam o serviço de locação como um serviço padrão, não identificando significativas diferenças entre uma locadora e outra.

Um dos desafios da indústria é o crescimento estruturado sem perdas de eficiência operacional, possibilitando ganhos de escala.

Neste mercado, a Master enfrenta a concorrência de Companhias domésticas e estrangeiras de diferentes portes. Alguns dos competidores estrangeiros têm acesso a significativas linhas de crédito, que lhes permitem adotar estratégias de expansão para aumento de market share com sacrifício das margens de lucro. Por outro lado, essas Companhias expõem-se à variação cambial de suas linhas de crédito, que podem impactar a operação local. A Master também enfrenta a concorrência de Companhias locais de menor porte que, por terem menores custos fixos, podem oferecer tarifas mais atraentes.

Como a Master, a grande maioria das Companhias do setor também atua em todos os mercados dessa indústria. Contudo, as Companhias priorizam o segmento de varejo ou o segmento de terceirização de frotas, com exceção da Localiza, que é forte em ambos. Aluguel de Carros para o Varejo: embora seja um dos segmentos de atuação da Master, não é um ramo em que a Companhia possui tradição como grande competidora. Seus principais concorrentes neste setor são: Localiza, Avis e Hertz.

Figura 10: Market Share das Principais Companhias do Setor de Aluguel de Carros para o Varejo1 (dezembro 2007)

Localiza33%

Hertz6%

Avis6%

Unidas5%

LocarAlpha3%

Master1%

Demais46%

1) Apenas automóveis próprios

Fonte: Estimativa Master, 2007

Figura 9: Número de Companhias de Locação de Veículos no Brasil

2340

1985 1964 1952 1905

0.00

500.00

1,000.00

1,500.00

2,000.00

2,500.00

2003 2004 2005 2006 2007

(unidades)

Número de empresas

Fonte: ABLA

Page 127: Monografia 2010 - Elildes e Julio

11

Aluguel e Gestão de Frotas: é o setor em que a Master possui tradição e é reconhecida como uma das principais competidoras. Este segmento caracteriza-se por ser ainda mais pulverizado do que o segmento de varejo. Os principais concorrentes da Companhia neste setor são: Unidas e Total Fleet (subsidiária da Localiza).

Figura 11: Market Share das Principais Companhias do Setor de Aluguel de Gestão de Frotas1 (dezembro de 2007)

Total Fleet11%

Unidas15%

Master2%

Demais72%

1) Apenas automóveis próprios

Fonte: estimativas da Master, 2007

Seminovos: neste segmento, a Companhia enfrenta concorrência acirrada de revendedores de veículos e de outras locadoras de automóveis que, como a Master, revendem seus veículos para renovar os estoques.

3.4. Clientes

A Master possui histórico de bons relacionamentos com seus clientes. A satisfação e a fidelização de grandes grupos comprovam a qualidade de seus serviços. Até o início da crise financeira mundial, a Master se destacava pela velocidade na substituição dos carros por outros de mesma qualidade quando necessário, customização de contratos para diferentes necessidades dos clientes, rapidez na manutenção e reposição dos veículos. Com a crise financeira internacional, a situação financeira da Companhia ficou comprometida e a Master passou a enfrentar dificuldades para saldar seus compromissos com seus fornecedores, principalmente com aqueles responsáveis pela manutenção dos veículos. Apesar do cenário adverso, a Master continua empenhada em manter a qualidade do serviço prestado para seus clientes. Atualmente, no segmento de terceirização de frotas, os principais clientes da Master são:

Figura 12: Principais Clientes da Master (Segmento de Terceirização de Frotas)

Fonte: Master

No segmento de terceirização de frotas, onde os clientes são representados principalmente por

Companhias de médio porte, 5 Companhias representam mais de 55% do faturamento do segmento. A

figura seguinte ilustra a repartição da receita desse segmento em agosto de 2009.

Page 128: Monografia 2010 - Elildes e Julio

12

Figura 13: Participação dos Principais Clientes no Faturamento do Segmento de Terceirização de Frotas

Chevron31%

Outros38%

HDI Seguros5%

Empresa Folha da Manhã

6%

Santa Elisa10%

Furnas Centrais Elétricas3%

El Paso Oléo e Gás3%

Grupo Bradesco

4%

Fonte: Master, Agosto de 2009

Conforme mencionado anteriormente, em junho de 2009 a Master optou por concentrar suas operações no

segmento de terceirização de frotas (segmento de locação de veículos que pode ser administrada por uma

estrutura mais enxuta). No entanto, para permanecer competitiva nesse segmento e conseguir manter os

clientes existentes (além de captar novos clientes), a Master precisará preservar a qualidade dos serviços

prestados aos seus clientes. 4. Fatores que Agravaram as Dificuldades da Companhia

4.1. Redução drástica do mercado de crédito

A crise econômica que sobreveio no final de 2008 reduziu drasticamente a disponibilidade de

financiamento em todo mercado. Tal redução abalou significativamente o setor de locação de veículos, o

qual depende primordialmente de financiamentos para a reposição de sua frota.

4.2. Queda no valor de mercado dos veículos seminovos

A isenção do IPI na venda dos veículos novos destruiu o mercado de varejo de veículos seminovos -

o qual representa aproximadamente 37% do faturamento da Master. Segundo a Tabela FIPE, o valor de

mercado dos veículos seminovos acumulou perda de 30% e o desconto na venda aumentou em 20%.

Diante dessas circunstâncias imprevisíveis e insuperáveis, o valor de mercado dos ativos da Master

despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009. Diante desse cenário, a Master observou

um desbalanceamento entre os valores de seu ativo e passivo conforme ilustrado na figura seguinte:

Page 129: Monografia 2010 - Elildes e Julio

13

Figura 14: Descompasso Endividamento x Valor dos Ativos

-

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Jan-08

Feb-08

Mar-08

Apr-08

May-08

Jun-08

Jul-08

Aug-08

Sep-08

Oct-08

Nov-08

Dec-08

Jan-09

Feb-09

Mar-09

Apr-09

(R$ mil)

Dívida Ativo

Fonte: Master

4.3. Aumento da inadimplência dos clientes

Corroborando o cenário de crise, a inadimplência da Master cresceu consideravelmente no ano de

2009, alcançando aproximadamente 30% do faturamento da Companhia. Apesar do empenho da Companhia na cobrança de faturas em atraso, parte significativa dos clientes da Master foi severamente

impactada pela crise financeira internacional, o que aumentou a inadimplência.

4.4. Perda de eficiência operacional, acarretando diminuição da taxa de utilização da frota

Com pouca disponibilidade para novos financiamentos e com o aumento da inadimplência, a

situação financeira da Master ficou comprometida e a Companhia passou a enfrentar dificuldades para

saldar os compromissos com seus fornecedores, principalmente com aqueles responsáveis pela

manutenção dos veículos. Os atrasos nos pagamentos desses fornecedores prejudicaram a rápida

manutenção e a reposição eficiente de veículos alugados, diminuindo a taxa de utilização da frota da Companhia. 5. Composição da Dívida

Em 02.07.09, conforme relação de credores apresentada pela Companhia, a dívida total da Master

totalizava R$ 122,7 milhões.

A dívida está segmentada por classes de credores, conforme classificação definida pela Lei 11.101.

A classificação que norteou esta composição é um exercício da Master, com base nos contratos e

informações disponíveis na data do pedido de Recuperação Judicial. A assunção desta classificação não

Page 130: Monografia 2010 - Elildes e Julio

14

significa qualquer compromisso com a definição de classes ou valores de créditos, o que será definido após

período de publicação e eventuais impugnações.

Figura 15: Total de Credores da Master (122,7 Milhões)

Impostos a Pagar2.76%

Rescisões Trabalhistas

0.22%

Credores Extra-Concursais86.27%

Quirografários10.74%

Fonte: Master

6. Situação Atual

Apesar de ter aumentado consideravelmente seu faturamento no período de 2003 a 2008

(crescimento anual médio de 44%, superando o crescimento anual médio do setor de locação de veículos de

11%), vide Figura 16, a Master manteve sua estrutura de capital altamente alavancada, estratégia comum a

todas as locadoras de veículos.

Page 131: Monografia 2010 - Elildes e Julio

15

Figura 16: Faturamento anual da Master

- Faturamento da Master (R$ milhões) -

1419

31

40

56

86

2003 2004 2005 2006 2007 2008

CAGR: 44%

CAGR do Setor: 11%

Fonte: Master e ABLA

Conforme já mencionado nos itens acima, em setembro de 2008, com a crise econômico-financeira mundial, a disponibilidade de financiamento em todo o mercado reduziu drasticamente. Com a estrutura de

capital altamente alavancada, os planos de renovação e expansão da frota da Companhia ficaram

comprometidos e a Master foi obrigada a rever suas estratégias. Não bastassem esses fatores, a isenção do

IPI na venda dos veículos novos prejudicou ainda mais o mercado de varejo de veículos seminovos e o valor

de mercado dos ativos da Master despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009.

Além da desvalorização dos ativos e da falta de crédito para renovação dos veículos, a queda na

taxa de utilização da frota (motivada principalmente pelos débitos em atraso com fornecedores) e o aumento

da inadimplência de clientes obrigaram a Master a rever suas estratégias para garantir sua continuidade

operacional.

Diante do descompasso econômico financeiro, a Master reforçou o processo de renegociação das

dívidas com os bancos credores com o intuito de reduzir os passivos da Companhia. Nesse processo de

renegociação, a Master adotou a estratégia de devolver parte dos veículos financiados para quitar

antecipadamente suas dívidas (as negociações estarão detalhadas no item 8). Apesar das negociações em andamento, a inadimplência da Master junto às instituições financeiras desde janeiro de 2009 motivou

alguns bancos (Volkswagen, Sofisa, Votorantim, Toyota e BIC) a entrar com processos de reintegração de

posse e busca e apreensão, visando à recuperação dos veículos alienados/arrendados. No entanto, a

Master está conseguindo reverter as decisões liminares de apreensão desses bens, por serem eles bens

essenciais para a continuidade da operação da Companhia, conforme art. 49, § 3º da Lei 11.101/05.

Com o objetivo de aumentar sua receita, a Máster, no início de junho de 2009, decidiu encerrar suas

atividades de locação de veículos para o varejo (segmento com custo operacional mais elevado e sujeito a

Page 132: Monografia 2010 - Elildes e Julio

16

taxas de utilização menores), concentrando suas operações na terceirização de frotas (segmento de locação

de veículos que pode ser administrada por uma estrutura mais enxuta).

Com a decisão de encerrar as atividades de locação de veículos para o varejo, a área comercial está

atualmente concentrando seus esforços para alugar os veículos que foram desativados com o fechamento

das lojas, através da venda de contratos de aluguel de curta duração (duração de 1 a 11 meses).

Apesar dos esforços para reverter o quadro recessivo que tomou conta da Companhia, não foi

possível evitar a perda da capacidade de pagamento das diversas obrigações assumidas, de forma que o

pedido de recuperação judicial foi a alternativa encontrada pela Master para reconquistar sua viabilidade

operacional. A situação patrimonial da Master em junho de 2009 está resumida na figura seguinte:

Figura 17: Balanço Patrimonial da Master

ATIVO 2008 Jun-09 PASSIVO 2008 Jun-09

CIRCULANTE CIRCULANTEDisponibilidades 6,615 577 Empréstimos e financiamentos 55,926 71,219 Clientes 5,597 25,132 Fornecedores 1,857 5,935 Impostos a recuperar 846 785 Parcelamentos tributários 2,997 3,196 Outros 85 493 Obrigações trabalhistas e encargos sociais 2,383 3,481 Total do ativo circulante 13,143 26,987 Provisões - -

Outros 30 54

NÃO CIRCULANTE Total do passivo circulante 63,193 83,885

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO NÃO CIRCULANTEDepósitos judiciais - 53 Outros - - EXIGÍVEL A LONGO PRAZOTotal do ativo realizável a longo prazo - 53 Empréstimos e financiamentos 82,387 71,869

Provisão para contingências 3,208 3,208 PERMANENTE Parcelamento tributários 755 755

Imobilizado 51 51 Total do passivo não circulante 86,350 75,832 Imobilizado Líquido 86,898 61,764 Intangível 1,203 1,022 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social 2,470 2,470 Total do ativo permanente 88,152 62,837 Reserva de ágio 35,347 35,347

Reserva de capital 5 5 Total do ativo não circulante 88,152 62,890 Prejuízos acumulados (86,069) (107,661)

Total do patrimônio líquido (48,248) (69,840)

TOTAL DO ATIVO 101,295 89,877 TOTAL DO PASSIVO 101,295 89,877

Fonte: Master

7. Plano de Recuperação

O Plano de Recuperação da Master foi desenvolvido de acordo com as potencialidades da

Companhia e conta com duas frentes específicas, a reestruturação operacional e a reestruturação

financeira.

O Plano de Recuperação foi intensamente discutido entre os administradores da Companhia e os

resultados das discussões foram transformados em premissas do Plano de Recuperação e em metas para

os administradores.

7.1. Reestruturação Operacional 7.1.1. Faturamento, Vendas e Novos Contratos

Page 133: Monografia 2010 - Elildes e Julio

17

Conforme já mencionado no item 4, o segmento de aluguel de carros para o varejo teve suas

atividades encerradas, tendo a Companhia concentrado suas atividades nos contratos de terceirização de

frota, segmento em que possui tradição e confiabilidade. Contudo, devido ao alto índice de inadimplência de

seus clientes, a Master optou por selecionar alguns deles para serem mantidos em sua carteira, utilizando-

se dos seguintes critérios: rentabilidade, adimplência e histórico de relacionamento dos mesmos com a

Companhia.

Figura 18: Clientes selecionados

Chevron40%

Outros31%

El Paso Oléo e Gás4%

Willet3%

Chubb do Brasil3%

Empresa Folha da Manhã8%

HDI Seguros7%

Furnas Centrais Elétricas4%

Fonte: Master

Com a decisão de encerrar as atividades de aluguel de veículos para o varejo, os veículos

desativados serão: (i) vendidos, (ii) devolvidos aos bancos em troca de quitações antecipadas de dívidas

com os credores financeiros, (iii) utilizados para substituição temporária nos clientes selecionados (nos

casos de manutenção ou sinistro) ou (iv) alocados em contratos de “mini-lease” (contratos de aluguel de

veículos não necessariamente novos, com duração de 1 a 11 meses, com valores de aluguel ligeiramente

superiores aos valores de aluguel dos contratos de terceirização de frotas).

A venda de veículos usados é uma atividade essencial no setor de locação de automóveis, pois

permite a recuperação do capital investido e a aquisição de novos veículos, possibilitando que as

Companhias do setor renovem suas frotas. Devido à importância dessa atividade, muitas locadoras mantêm

lojas próprias em busca de melhores preços nas vendas de seus veículos. Outro meio utilizado pelas

locadoras de veículos para garantir a renovação de suas frotas é o financiamento de veículos junto às

instituições financeiras. Atualmente, a Master apresenta alto endividamento e elevado número de

fornecedores em atraso. Essa situação financeira delicada dificulta a obtenção de novos financiamentos, o

que torna a atividade de venda de veículos ainda mais importante para a Master neste momento.

Page 134: Monografia 2010 - Elildes e Julio

18

Desta forma, para possibilitar a continuidade do processo de renovação de sua frota, foi adotada a

premissa de venda mensal inicial de 75 veículos, passando para 60 veículos mensais em janeiro de 2010.

Nessas vendas, foram considerados descontos (18% sobre a Tabela Molicar) e depreciações (20% a.a.)

praticados atualmente pelo mercado. Durante o ano de 2010, considerou-se uma melhora no mercado de

veículos seminovos (que será beneficiado pelo término da isenção do IPI dos veículos novos), com

diminuição gradativa do desconto dado na venda dos veículos seminovos de 18% para 15% (sobre a tabela

Molicar).

Devido à alta idade média dos veículos desativados com o encerramento das operações de aluguel

para o varejo (aproximadamente de 23 meses), o aluguel desses veículos em contratos de terceirização de

frota de longa duração fica extremamente comprometido. Consequentemente, para garantir uma receita

estável nos próximos anos, a Master precisa assinar novos contratos de terceirização de frota, o que torna

necessária a venda de veículos seminovos para possibilitar a compra de novos veículos. Esses novos

contratos de terceirização de frotas terão condições contratuais bastante controladas (substituição dos veículos após 18 meses – média histórica) e tarifas de aluguel de cerca de 3,9% do valor do ativo, corrigidas

anualmente pela variação do IGPM. No Plano de Recuperação proposto pelos administradores da

Companhia, a frota atual da Master será inteiramente renovada até o começo de 2011.

Além dos novos contratos de terceirização, considerou-se o aumento dos serviços de gestão de

frotas próprias das Companhias, segmento em que a Master possui grande experiência, qualidade e

confiabilidade de prestação de serviços. Para viabilizar maior participação nesse segmento, foi considerada

a contratação de aproximadamente 400 funcionários (principalmente motoristas) entre 2011 e 2014.

Figura 19: Faturamento Master 2008 a 2014

-

10

20

30

40

50

60

70

2008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Milhões

Mini-Lease Gestão de Frota Semi-Novos

Fonte: Master

Page 135: Monografia 2010 - Elildes e Julio

19

7.1.2. Readequação de Custos e Despesas

• Manutenção e Sinistros

Os custos com Manutenção são, depois das despesas com financiamentos, os maiores custos da

Companhia, visto que, visando à segurança, os veículos demandam cuidados constantes. Para

projetar os custos de manutenção envolvidos no plano de Recuperação, a Master levantou todos os

custos históricos de manutenção (preventiva e corretiva) dos atuais veículos da Companhia e

aplicou coeficiente de segurança conservador, adequando esses custos ao perfil de cada cliente.

Através de negociações com os fornecedores, a Master pretende reduzir os custos de manutenção em aproximadamente 10%. Além disso, a política de renovação constante da frota (renovação dos

veículos quando atingirem idade média de 18 meses) também irá contribuir significativamente para a

redução dos custos de manutenção.

Os custos com sinistros foram baseados no valor médio histórico dos últimos meses. Para o Plano

de Recuperação, a Master pretende reduzir os gastos com sinistros em aproximadamente 25%

através da seleção dos clientes atuais e da escolha bem crivada dos novos clientes.

Nas projeções do Plano de Recuperação, os custos projetados de manutenção e sinistro foram

corrigidos anualmente pela variação projetada de IPCA.

• Mão-de-Obra

Diante da situação operacional e financeira adversa da Master, foi necessária uma readequação de

pessoal, tornando a estrutura da Companhia enxuta e governável. Com a decisão da Companhia de

focar no segmento de terceirização de frotas, o número de funcionários projetado no plano de

Recuperação permanecerá constante até o final de 2010, somente aumentando com a entrada de

novos serviços de gestão de frotas das Companhias. Os custos de mão-de-obra são corrigidos

anualmente pelo dissídio coletivo projetado em 6,5% a.a..

• Reembolso de Multas e Sinistro

Tanto nos contratos atuais de terceirização de frotas quanto nos futuros existem cláusulas que

prevêem o reembolso de multas e sinistros decorrentes da utilização dos veículos pelos clientes.

Uma política forte de controle visa a aumentar o percentual reembolsado desses custos (atualmente em 50%) para cerca de 80% no final de 2014.

• Outros custos e despesas

Outros custos e despesas incluem gastos com estacionamento, fretes, combustíveis e lubrificantes,

IPVA, limpeza, etc. Tais custos e despesas serão controlados rigorosamente pela Master. No plano

de Recuperação, esses custos foram corrigidos anualmente pela variação projetada para o IPCA.

Page 136: Monografia 2010 - Elildes e Julio

20

7.1.3. Resultado da Reestruturação Operacional

As modificações comerciais propostas buscam obter ganhos adicionais nas operações, em função

da estrutura e do modo de atuação peculiares da Master. Apresentam-se, a nosso ver, como medidas

plenamente possíveis por estarem dentro dos limites e da realidade do mercado de aluguel de veículos.

Assim, a reestruturação operacional visa permitir o surgimento de uma “nova” Master que, embora

menor sob a ótica de volume de faturamento e contratos, será orientada pela rentabilidade e buscará

melhores margens e retornos mais consistentes.

Ajustes de mão-de-obra e cortes de gastos gerais são medidas inevitáveis em momentos de

reestruturação como o vivido pela Companhia. A recente reestruturação executada pelos administradores da

Companhia representará expressiva economia mensal ao longo do segundo semestre de 2009 e dos anos

subseqüentes.

De um modo geral, a modelagem do plano de reestruturação procurou manter um padrão realista e

altamente atingível, considerando possíveis adversidades.

7.2. Reestruturação Financeira

Após várias simulações, chegou-se a um cenário básico contemplando a aplicação das condições

abaixo mencionadas:

• Renegociações com Bancos (Credores Extra-Concursais)

As renegociações com os bancos estão em andamento e as proposições estão descritas no item 8.

• Controle de Inadimplência

O alto índice atual de inadimplência, cerca de 30%, corrobora para a deficiência de caixa da

Companhia. Com a escolha criteriosa dos clientes atuais, os esforços voltados para os novos

contratos e os controles dos recebimentos, a Master espera reduzir gradativamente esse índice para

valores aceitáveis (2%).

• Recuperação de Recebíveis

Esforços contínuos foram projetados de maneira a incrementar consideravelmente a recuperação de

recebíveis e ajudar a alavancar o caixa.

• Carência

Para os credores quirografários, cujos valores ultrapassam o montante de R$1.200,00, projetou-se

carência de um ano, contada a partir da aprovação do Plano de Recuperação. Tal carência justifica-

se pela necessidade de adequar o caixa da Companhia ao fluxo de pagamentos. Os fornecedores

que não se enquadram na condição descrita acima tiveram seus pagamentos programados para

janeiro de 2010.

Page 137: Monografia 2010 - Elildes e Julio

21

Os tributos atrasados serão pagos em 60 meses, a partir do começo de 2010. Para os credores

extra-concursais, as carências e as outras condições de pagamentos estão sendo negociadas no

momento.

7.3. Aspectos Relevantes das Projeções

As diretrizes de reestruturação operacional e financeira, como faturamento, custos e despesas,

prazo de pagamento (descrito com maiores detalhes no item 8) e custo da dívida atual, etc., evidenciadas

nos itens 7.1 e 7.2, integram o conjunto básico de premissas das projeções de longo prazo do Plano de

Recuperação. Abaixo destacamos outras premissas adotadas de igual relevância para que este Plano seja

bem-sucedido, mas que não estão evidentes nos itens acima mencionados:

As aquisições de novos veículos são crescentes e foram projetadas mensalmente de 2010 a 2014, conforme apresentado na figura seguinte.

Figura 20: Compra mensal de Carros

0

25

50

75

100

125

150

175

jan/10

jun/10

nov/10

abr/11

set/11

fev/12

jul/12

dez/12

mai/13

out/13

mar/14

ago/14

Compra de veículos (nº)

Fonte: Master

Para a aquisição de novos veículos, considerou-se que a Master conseguirá novas linhas de

financiamento a partir de 2010. Para esses financiamentos, foram projetados contratos com taxas de juros

pré-fixadas de 1,5% a.m. (média histórica), prazos de 48 meses e valores residuais garantidos (VRG) de

35%. Nas simulações realizadas pelos administradores da Companhia, verificou-se que o Plano de Recuperação também seria viável com premissa mais conservadora de prazo de financiamento de 36

meses.

Os valores de compra dos carros foram corrigidos anualmente pelas projeções de IPCA. Os veículos

serão vendidos quando atingirem idade média de 18 meses e o dinheiro da venda será usado para quitar

antecipadamente os saldos devedores juntos aos bancos credores.

Page 138: Monografia 2010 - Elildes e Julio

22

7.4. Análise das Projeções

A reestruturação operacional tem como foco central a otimização dos pontos fortes da Companhia,

conforme já abordado em detalhes no item 7. Esta modificação implica redução do porte da Companhia, conjugada com uma série de medidas para aumentar a eficiência operacional.

Nas Figuras 21 e 22, fica evidente a relevância das despesas com financiamentos para os próximos

anos. Diante deste cenário, as várias simulações efetuadas demonstraram que apenas a reestruturação

operacional não permitiria reverter o quadro atual de fragilidade e o alcance do saneamento definitivo da

Companhia. Sendo assim, a reestruturação financeira tem papel fundamental para o bom equilíbrio e a

recuperação da Companhia.

O aumento considerável projetado para o CMV – Veículos deve-se ao aumento do volume de carros

vendidos por meio da estratégia de renovação da frota. Já o aumento dos Custos com Pessoal justifica-se pelo aumento de contratos de serviço de gestão de frota de terceiros, que resulta em contratações de

aproximadamente 400 funcionários entre 2011 e 2014.

Page 139: Monografia 2010 - Elildes e Julio

23

Figura 21: DRE Plano de Recuperação

2º Semestre 2009 2010 2011 2012 2013 2014Receita Bruta 18.740.482 34.328.918 38.899.331 64.538.941 86.047.217 98.553.311

Impostos/Deduções a Recolher (549.032) (1.356.703) (1.453.666) (2.917.730) (3.477.864) (3.927.983)

Receita Líquida 18.191.449 32.972.216 37.445.664 61.621.210 82.569.353 94.625.328

Custos (12.103.362) (19.016.899) (18.309.876) (34.811.894) (47.407.289) (53.336.239) CMV - Veículos (3.701.476) (6.400.937) (5.408.891) (15.182.715) (24.965.520) (28.527.189) Custos com Carros (4.700.222) (5.355.533) (3.045.453) (4.567.352) (5.412.978) (6.325.461) Custos com pessoal (3.701.664) (7.260.430) (9.855.532) (15.061.827) (17.028.792) (18.483.589)

Margem Bruta 6.088.087 13.955.316 19.135.788 26.809.316 35.162.064 41.289.089 Margem Sobre Receita Líquida 33,47% 42,32% 51,10% 43,51% 42,58% 43,63%

Despesas (3.905.035) (7.591.375) (7.980.321) (7.831.277) (8.175.173) (8.534.175) Despesas com pessoal (2.271.911) (4.638.769) (4.894.847) (5.106.957) (5.328.259) (5.559.150) Administrativas (1.524.440) (2.759.198) (2.883.362) (2.513.113) (2.626.203) (2.744.382) Operações (26.122) (34.044) (35.576) (37.177) (38.850) (40.599) Comerciais (82.563) (159.364) (166.535) (174.029) (181.861) (190.044)

Resultado Operacional 2.183.052 6.363.941 11.155.467 18.978.039 26.986.891 32.754.913 Margem Sobre Receita Líquida 12,00% 19,30% 29,79% 30,80% 32,68% 34,62%

Despesas Financiamentos - (935.602) (4.842.944) (12.996.909) (23.224.317) (35.313.054)

Resultado 2.183.052 5.896.141 7.248.125 10.821.822 16.754.993 20.659.461 Margem Sobre Receita Líquida 12,00% 17,88% 19,36% 17,56% 20,29% 21,83%

Depreciação (3.312.692) (5.192.856) (6.919.085) (9.815.452) (12.396.512) (14.657.663)

Resultado Antes de IR e CSLL (1.129.640) 703.285 329.040 1.006.370 4.358.480 6.001.798 Margem Sobre Receita Líquida -6,21% 2,13% 0,88% 1,63% 5,28% 6,34%

Impostos (IR e CSLL) (14.923) (246.804) (78.311) (239.516) (1.037.318) (1.428.428)

Lucro Líquido (1.144.563) 456.481 250.728 766.854 3.321.162 4.573.370 Margem Sobre Receita Líquida -6,29% 1,38% 0,67% 1,24% 4,02% 4,83%

Fonte: Master

Page 140: Monografia 2010 - Elildes e Julio

24

Figura 22: Margem sobre Lucro Líquido

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2º Sem. 2009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Margem Bruta Margem Sobre Res. Operacional

Margem Sobre Resultado Margem Sobre Lucro Líquido

Fonte: Master

As projeções financeiras capturam os efeitos cumulativos e conjugados das reestruturações

operacional e financeira descritas nos tópicos anteriores.

Se verificarmos a geração de caixa dentro de cada período e considerarmos os pagamentos dos

credores quirografários, tributos, credores extra-concursais e rescisões (explicado no item 8), constatamos

que o uso dos recursos gerados é voltado em grande parte para o pagamento de financiamentos sem os

quais não é possível fazer com que a Companhia evolua dentro do cenário comercial demandante de novos

veículos.

Os novos financiamentos corroboram com a reestruturação do caixa, aliado a venda progressiva dos

ativos atuais dão suporte ao pagamento dos credores.

Page 141: Monografia 2010 - Elildes e Julio

25

Figura 23: Alocação do Caixa

-

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2º Sem. 2009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Milhões

Geração de Caixa Pagamento de Credores Novos Financiamentos

Fonte: Master

Os comportamentos do endividamento com a aquisição de novos veículos e do valor dos ativos

estão detalhados na Figura 24. No final de 2014, o valor projetado dos ativos supera o endividamento em

aproximadamente R$ 3 milhões. Durante o período de renovação da frota, a diferença Valor do Ativo vs.

Saldo Devedor passa por um momento negativo, que pode ser identificado pelo volume crescente de

compra de carros (Figura 20). Por outro lado, quando a expansão de compra é mantida constante ou com

pequeno crescimento, tem-se a reversão da diferença, consolidando uma situação segura de endividamento.

Page 142: Monografia 2010 - Elildes e Julio

26

Figura 24: Nova Dívida (com veículos em garantia) vs. Valor dos Ativos

-

10

20

30

40

50

60

70

80

1-Jan-10

1-Apr-10

1-Jul-10

1-Oct-10

1-Jan-11

1-Apr-11

1-Jul-11

1-Oct-11

1-Jan-12

1-Apr-12

1-Jul-12

1-Oct-12

1-Jan-13

1-Apr-13

1-Jul-13

1-Oct-13

1-Jan-14

1-Apr-14

1-Jul-14

1-Oct-14

Milhões

(1)

-

1

1

2

2

3

3

4

4

Milhões

Saldo Devedor Valor do Ativo Diferença

Fonte: Master

A seguir apresentamos uma síntese do desempenho acumulado da Master ao longo do período

compreendido pelas projeções financeiras, demonstrando a geração operacional e a destinação destes

recursos para pagamento de juros e amortização de parcela da dívida atual.

Page 143: Monografia 2010 - Elildes e Julio

27

Figura 25: Síntese do Desempenho da Master

Total Set-09

a Dez-14

EBITDA 97.459.468

(-) Impostos (3.045.301)

(+/) Capital de Giro 5.000.000

(+) Ganho/Perda Venda do Ativo 84.186.728

Fluxo de Caixa Operacional após investimentos 183.600.895

(-) Impostos parcelados (3.025.586)

(-) Credores Extraconcursais (25.608.514)

(-) Credores Trabalhistas (370.279)

Fluxo de Caixa para pagamento da Dívida 154.596.516

(-) Credores Quirografários (7.752.074)

Fluxo de caixa antes da venda de ativos 146.844.442

(+) Recuperação de recebíveis 5.311.065

(-) Perda com inadimplência (6.719.655)

Fluxo de caixa depois de Recebíveis 145.435.852

Fluxo de caixa após Novos Financiamentos 145.435.852

(-) Pagamento Principal (110.378.653)

(-) Pagamento de Juros (34.858.711)

Fluxo de Caixa do Período 198.489

Saldo de caixa inicial 1.201.311

(+/-) Variação do Caixa 198.489

Saldo de caixa final 1.399.799

Fonte: Master

7.5. Conclusão das Projeções

A análise das projeções resultantes da reestruturação operacional e financeira demonstra um

cenário de viabilidade para o pagamento da dívida atual. O esforço a ser despendido por todas as partes

envolvidas é muito grande e exigirá forte empenho para que a execução deste Plano seja bem sucedida.

A administração da Companhia está engajada no esforço de promover a reestruturação operacional

e já deu início ao Plano de Recuperação visando reduzir seus custos operacionais e adequar sua estrutura

ao novo patamar de receitas, custos e despesas.

No que tange à Reestruturação Financeira, todos os esforços já estão sendo aplicados para que

seja possível a sua concretização junto aos credores da Master.

Page 144: Monografia 2010 - Elildes e Julio

28

8. Proposta aos Credores

Como demonstrado no item 7.4, apesar da reestruturação operacional possibilitar a melhora de

rentabilidade e a redução de custos, o alto valor do endividamento torna necessária a busca por uma

adequação do passivo da Companhia.

A proposta que segue contempla melhores esforços da Administração da Master no sentido de

promover a ampla reestruturação operacional para aumentar a geração de caixa, além de buscar novos

recursos ao longo da execução do Plano.

Aos credores, solicita-se a redução do valor da dívida e o alongamento do prazo de recebimento de

seus créditos.

8.1. Credores Trabalhistas

A Companhia tem mantido em dia o pagamento do salários de seus funcionários.

A classe de credores trabalhistas refere-se àqueles trabalhadores demitidos no âmbito da

adequação de custos e despesas que vem ocorrendo desde o final do ano passado. Conforme demonstrado

no capítulo 5, a dívida com esta classe representa 0,22 % da dívida total.

Os administradores da Companhia solicitam aos ex-trabalhadores compreensão no que diz respeito

ao pagamento do saldo existente e propõem, a partir da data do deferimento do pedido de recuperação, o

pagamento em quatro parcelas, considerando-se como adiantamentos os valores já liquidados e que serão

automaticamente compensados a partir da aprovação da AGC e homologação judicial do Plano de

Recuperação. 8.2. Impostos a Pagar

De acordo com o item 5, os impostos a pagar correspondem a 2,76% da dívida total. e são objeto de

parcelamento, cujas parcelas, por seus valores estimados, estão incluídas no fluxo de caixa proposto no

Plano de Recuperação.

8.3. Credores Quirografários

Para os credores quirografários (10,74% do total da dívida) será proposto o pagamento de acordo

com os seguintes pontos:

• Os credores com valores até R$1.200,00 serão pagos através de uma parcela única em janeiro de

2010.

• A proposta para pagamento dos demais credores será em parcelas mensais de R$500,00 (quinhentos reais) para cada credor quirografário, atual, ou futuro, liquidando-se a primeira parcela 1

(um) ano após a aprovação do Plano de Recuperação, com as limitações dos valores dos

respectivos créditos, computados os descontos (“haircuts”) previstos na tabela abaixo, sobre o total

de cada crédito.

Page 145: Monografia 2010 - Elildes e Julio

29

Figura 26: “Haircuts” de acordo com o montante da dívida

Valor da Dívida

(R$) “Haircut”

De R$1.200,00

até R$2.000,00

10%

Até R$5.000,00 20%

Até R$20.000,00 30%

Acima de

R$20.000,00

40%

Fonte: Master

Ao final de 2014, período no qual se encerram as projeções, o fluxo de caixa operacional crescente

de 2012 a 2014 mostra uma evolução anual média de 48%, permitindo a quitação do saldo restante de todos

os credores, computado o desconto de 40% (quarenta por cento) acima mencionado.

8.4. Credores Extraconcursais

Os credores extraconcursais são representados pelos bancos que concederam financiamentos para

a Master. Eles representam 86,7% do total da dívida e as negociações de carência, pagamentos e

descontos estão em andamento, sendo que alguns bancos já assinaram acordos e a outra grande parte já

está na eminência da conclusão das propostas com prazo de carência média de 12 meses e pagamento em

até 60 meses, com juros de 1,5% ao mês.

Como se tratam de contratos de arrendamento mercantil e de financiamento garantidos por

alienação fiduciária, hipóteses nas quais os veículos (caminhões e carros) se encontram na titularidade fiduciária do arrendador/credor fiduciário, mas que a auditoria em curso já detectou alguns ajustes que se

tornam necessários -o que faz com que, ao mesmo tempo, venha a ocorrer uma redução do valor indicado e

a reclassificação do crédito para categoria de quirografário, tendo em vista o valor dos veículos e as normas

dos arts. 41,§ 2º e art. 83, II da Lei 11.101/05.

O sucesso dessas negociações é primordial para o bom andamento do Plano de Recuperação da

Master. Dessa forma, a administração da Companhia está aplicando todos seus esforços para que essas

negociações obtenham sucesso e sejam concretizadas.

Page 146: Monografia 2010 - Elildes e Julio

30

9. Conclusão

Este Plano de Recuperação envolve projeções financeiras, com riscos e premissas que devem ser

levados em consideração. Entretanto, pode-se dizer que se trata de um planejamento estratégico que tem

como objetivo fundamental a recuperação da Master em grau suficiente para a liquidação da sua dívida

atual.

Caso todas as partes envolvidas acreditem ser possível a execução deste Plano, é imprescindível

transformá-lo em um plano de metas a serem perseguidas. Além disso, o Plano deve atuar como ferramenta

de gestão para a administração da Companhia, bem como ferramenta de controle para os seus credores.

Se as metas estabelecidas estiverem em linha com as premissas do Plano e se, ao final, forem

atingidas ou superadas, a Companhia terá se recuperado e os credores terão recebido seus créditos.

São Paulo, 21 de setembro de 2009 ---------------------------------------------------------------------------------------- Flex Service SA.

Em Recuperação Judicial

Page 147: Monografia 2010 - Elildes e Julio

146

ANEXO E – Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial

Page 148: Monografia 2010 - Elildes e Julio

Aditamento ao

Plano de Recuperação Judicial

Fevereiro de 2010

Page 149: Monografia 2010 - Elildes e Julio

2

Índice

1. Apresentação ..............................................................................................................................................3

1.1 Objetivo ..............................................................................................................................................3

1.2 Escopo ...............................................................................................................................................3

2. Histórico ......................................................................................................................................................4

2.1. Descrição da Companhia ...................................................................................................................4

2.2. Origens e Evolução ............................................................................................................................4

2.3. Estrutura Acionária .............................................................................................................................7

3. Caracterização da Companhia ...................................................................................................................7

3.1. Linhas de Negócio .............................................................................................................................7

3.1.1. Aluguel de Carros para o Varejo ...............................................................................................8

3.1.2. Aluguel e Gestão de Frotas .......................................................................................................8

3.1.3. Seminovos .................................................................................................................................9

3.2. Fornecedores .....................................................................................................................................9

3.3. Concorrentes ................................................................................................................................... 10

3.4. Clientes ........................................................................................................................................... 11

4. Fatores que Agravaram as Dificuldades da Companhia ....................................................................... 112

4.1. Redução drástica do mercado de crédito ..................................................................................... 112

4.2. Queda no valor de mercado dos veículos seminovos .................................................................. 112

4.3. Aumento da inadimplência dos clientes .......................................................................................... 13

4.4. Perda de eficiência operacional, acarretando diminuição da taxa de utilização da frota ............... 13

5. Composição da Dívida ............................................................................................................................. 13

6. Situação Atual .......................................................................................................................................... 14

7. Plano de Recuperação ............................................................................................................................ 16

7.1. Reestruturação Operacional ........................................................................................................... 16

7.1.1. Faturamento, Vendas e Novos Contratos .............................................................................. 16

7.1.2. Readequação de Custos e Despesas .................................................................................... 19

7.1.3. Resultado da Reestruturação Operacional .......................................................................... 200

7.2. Reestruturação Financeira ............................................................................................................ 200

7.3. Aspectos Relevantes das Projeções ............................................................................................ 211

7.4. Análise das Projeções ................................................................................................................... 222

7.5. Conclusão das Projeções ............................................................................................................. 277

8. Proposta aos Credores .......................................................................................................................... 288

8.1. Credores Trabalhistas ................................................................................................................... 288

8.2. Impostos a Pagar .......................................................................................................................... 288

8.3. Credores Quirografários ................................................................................................................ 299

8.4. Credores Extraconcursais ............................................................................................................... 29

Page 150: Monografia 2010 - Elildes e Julio

3

8.5. Credores com Garantia Real............................................................................................... 30 9. Conclusão................................................................................................................................................31

1. Apresentação

1.1 Objetivo

Este documento foi elaborado com a intenção de apresentar os principais termos do Plano de

Recuperação Judicial (““Plano”) da FLEX SERVICE S.A. (“Master” ou “Companhia”), sob a égide da Lei nº.

11.101/05.

Em 03.07.09, a Companhia impetrou pedido de recuperação judicial requerendo a proteção prevista

na Lei de Recuperação de Empresas, distribuída ao Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais

da Comarca da Capital de São Paulo. Em 17.07.09, foi deferido o processamento do pedido de recuperação

judicial, decisão esta disponibilizada pelo TJ-SP do dia 21.07.09.

O Plano de Recuperação inclui uma análise econômico-financeira da Companhia e a descrição das

medidas que serão adotadas com o objetivo de fazer com que a Master volte a desenvolver seus negócios

de forma organizada e eficiente, tornando-se viável financeiramente.

Após a demonstração da viabilidade da Companhia e descrição da origem dos recursos a serem

utilizados na quitação de seu passivo, este Plano irá descrever o cronograma de pagamentos dos valores

devidos aos credores habilitados no processo de Recuperação Judicial da Companhia, bem como

determinados créditos que, embora sendo de natureza extraconcursal, não estando portanto sujeitos ao

Plano, mas que afetam a geração de caixa da Companhia.

O Plano de Recuperação foi desenvolvido no período entre julho e agosto de 2009, sendo fruto da

cooperação entre os administradores da Companhia.

1.2 Escopo

O trabalho está estruturado de forma a transmitir uma visão sobre a Master, contemplando suas

principais características, seus problemas, as razões que a levaram à atual crise financeira e as alternativas

para solução dessa crise.

A elaboração da proposta aos credores é resultado de intenso trabalho que envolveu análises,

discussões com a administração da Companhia e simulações financeiras.

Para gerar um melhor entendimento do histórico da Companhia, o trabalho foi dividido em tópicos:

• Os itens 2 e 3 tratam do histórico e da caracterização da Companhia, tendo como objetivo

demonstrar sua origem, sua evolução, sua forma de atuação, sua estrutura e seu mercado de

atuação;

• No item 4 estão demonstrados os fatores externos que motivaram o pedido de recuperação judicial;

• O item 5 demonstra a magnitude e composição da dívida;

Page 151: Monografia 2010 - Elildes e Julio

4

• O item 6 relata a situação atual da Companhia (operacional e financeira);

• O item 7 apresenta o Plano de Reestruturação operacional e financeira que se pretende adotar para

viabilizar a recuperação da Companhia;

• O item 8 trata da Proposta aos Credores, que é resultante da geração de caixa potencial, apurada de acordo com as análises.

2. Histórico

2.1. Descrição da Companhia

A Master é uma Companhia que atua na indústria de locação de automóveis desde 1988. Essa

indústria é segmentada da seguinte maneira: aluguel de carros para o varejo (turismo de lazer e negócio),

aluguel e gerenciamento de frotas, concessão de franquias e venda de carros seminovos.

Desde o início de suas atividades, a Companhia tem focado suas atividades no mercado de

terceirização de frotas. No entanto, nos últimos anos, após consolidar-se nesse segmento, a Companhia passou a empreender esforços para crescer no mercado de aluguel de carros para o varejo, por acreditar no

grande potencial de crescimento e maior rentabilidade desse segmento.

No exercício de 2008, o segmento de aluguel / gerenciamento de frotas foi a principal linha de

negócio da Master, representando aproximadamente 38% de sua receita. O segmento de aluguel de carros

para o varejo, por sua vez, representou 24% do faturamento de 2008. As demais receitas são provenientes da venda dos carros seminovos (38%) e do recebimento de royalties das franquias (1%), que é uma fonte de

receita ainda pouco representativa.

Em setembro de 2008, adveio a notória crise econômico-financeira mundial, reduzindo

drasticamente a disponibilidade de financiamento em todo mercado. Com uma estrutura de capital altamente

alavancada, os planos de renovação e expansão da frota da Companhia ficaram comprometidos e a Master

foi obrigada a rever suas estratégias. Não bastassem esses fatores, a isenção do IPI na venda dos veículos

novos prejudicou ainda mais o mercado de varejo de veículos seminovos e o valor de mercado dos ativos da

Master despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009. Diante desse imprevisível descompasso econômico financeiro, que comprometeu o seu operacional, a Master ingressou com o pedido

de recuperação judicial.

2.2. Origens e Evolução

A Master foi fundada em 1988, no interior de São Paulo, operando como uma franquia da rede

Localiza. Em 1997, com frota de 420 veículos, iniciou suas atividades como companhia independente,

passando a operar com sua própria marca.

Desde o início, a Companhia prioriza o segmento de terceirização de frotas, mercado de alto crescimento no Brasil e que atualmente representa a maior parte de seu faturamento.

Em 1999, nasce o mercado de carros reservas no Brasil. A Master habilita-se a atender as

seguradoras e Companhias de assistência. Nos anos seguintes, experimenta um crescimento acentuado de

sua rede de agências, bem como de sua frota.

Page 152: Monografia 2010 - Elildes e Julio

5

Em 2003, nasce o sistema de franchising. Em 2005, já contando com 7 unidades, a Companhia

ganha o prêmio de “Melhor Sistema de Franchising de Aluguel de Carros do Brasil” da FGV.

Em 2007, com intuito de se profissionalizar e de se modernizar para o crescimento planejado, a

Master implanta o sistema SAP, tendo sido a primeira Companhia do setor a adotá-lo. Em 2008, a Master

inicia um processo de profunda profissionalização, adotando uma série de medidas importantes: a

implantação de sistemas de controle interno e de governança corporativa; a criação de um conselho de

administração e a saída dos sócios do dia-a-dia da Companhia.

A figura seguinte resume o histórico da Companhia:

Figura 1: Histórico da Master

Fonte: Master

Em dezembro de 2008, a Master contava com 26 filiais e 20 franquias espalhadas por todo o

território nacional. Na figura seguinte é possível contemplar a localização das lojas da Master espalhadas

pelo Brasil, tanto próprias como franqueadas.

- Primeira locadora de veículos do Brasil a Implantar o Programa de Qualidade Total

- Foco na terceirização de frotas

- Começou como uma franquia da rede Localiza com apenas 6 carros

- Abertura de 2 filiais - São Carlos e Ribeirão Preto – SP

- Nasce a Master com uma frota de 420 carros

- Deixou de ser franquia da Localiza

- Maior franqueadora da Localiza

- Frota própria atinge 4 mil carros

- Reformulação da marca

- Implantação do SAP

1988

2005

2007

1995

- Com 30 novas lojas, se tornou a 5ª maior empresa em número de carros sob gestão

- Início da rede franchising sob a marca Master

- Entrou no segmento de carros reserva, oferecendo serviços às maiores seguradoras do país

1998

EXPANSÃO

INÍCIO

Page 153: Monografia 2010 - Elildes e Julio

6

Figura 2: Localização das Lojas da Master (filiais e franquias)

Fonte: Master, dezembro de 2008

Filiais (total de 26)

Araraquara Belo Horizonte Brasília Campinas Curitiba Florianópolis Goiânia Jundiaí Palmas Porto Alegre Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro (3) São Caetano do Sul Salvador Santos São Bernardo do Campo São Carlos São José dos Campos São Paulo (3) Sorocaba Vitória

Franquias (total de 20)

Anápolis Aracajú Belém Cabo Frio Campina Grande Campo Grande Cuiabá Ipatinga Ji-Paraná João Pessoa Macaé Macapá Maceió Mossoró Natal Novo Hamburgo Porto Seguro São Luis Teresina Vila Velha

No final de 2008, a Master possuía aproximadamente 8.000 carros sob gestão, sendo 4.000

próprios, conforme demonstrado na Figura seguinte.

Page 154: Monografia 2010 - Elildes e Julio

7

Figura 3: Divisão da Frota (2008), unidades de automóveis

Figura 4: Evolução da Frota Própria

Franquias, 910, 12%

Terceiros, 2707, 35%

Próprios, 4221, 53%

Fonte: Master

565

8711,139

1,335

1,866

2,808

3,221

3,775 3,863

4,221

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

CAGR: 25%

Fonte: Master

No início de junho de 2009, impactada pela crise financeira internacional e diante de situação

operacional e financeira adversa, a Master decide encerrar suas atividades de locação de veículos para o

varejo e concentrar suas operações na terceirização de frotas (segmento de locação de veículos que pode

ser administrada por uma estrutura mais enxuta). Em julho de 2009, com o agravamento de sua situação

operacional e financeira, a Master ingressa com o pedido de recuperação judicial.

2.3. Estrutura Acionária

A estrutura acionária da Master está apresentada no quadro seguinte:

Figura 5: Estrutura Societária da Flex Service S.A.

Acionista % Flexpar 55,0 Fundo Empreendedor Brasil 44,0 Total 100,00

Fonte: Master

3. Caracterização da Companhia

3.1. Linhas de Negócio

A Master atuava em todos os mercados da indústria de locação de automóveis, com foco no

mercado de locação e gestão de frotas. A atuação em diferentes mercados é uma forma de proteção para a

Companhia caso algum desses não tenha bom desempenho em determinado período. Além disso, há

sinergia entre cada uma dessas linhas de negócio, o que propicia a maximização da utilização do ativo

(automóvel).

Page 155: Monografia 2010 - Elildes e Julio

8

Figura 6: Linhas de Negócios da Master

Fonte: Master

3.1.1. Aluguel de Carros para o Varejo

Trata-se de mercado altamente pulverizado do ponto de vista de concentração de clientes. Em

comparação com o mercado de gestão de frotas, esse mercado apresenta custos mais elevados de

operação e menor taxa de utilização do automóvel devido ao período em que o veículo fica aguardando para

ser alugado. Em contrapartida, as diárias médias são mais elevadas, pois o poder de barganha do cliente é

pequeno. 3.1.2. Aluguel e Gestão de Frotas

Caracteriza-se pela terceirização da frota própria de uma Companhia para uma locadora.

Geralmente, são estabelecidos contratos de longo prazo entre as locadoras de automóveis e Companhias

com os preços das diárias e demais condições já acordados. Para a locadora, o aluguel de carros para

frotistas apresenta característica de um negócio de atacado, acarretando custos fixos mais baixos. Em

contrapartida, o valor médio das diárias são menores, devido ao poder de barganha dos clientes.

Desde o início de suas operações, a Master possui foco na atividade de aluguel e gestão de frotas,

pois os gestores sempre acreditaram que a terceirização de frotas seria uma tendência geral para as

Companhias reduzirem custos.

Além da terceirização de frotas, a Master também oferece o serviço de gestão de frotas próprias das

Companhias. Nos contratos de gestão de frotas, os principais serviços oferecidos pela Master são:

� Abastecimento de combustível

� Manutenção preventiva

� Assistência 24 horas

� Substituição imediata no caso de sinistros

� Serviço de troca de pneus

� Serviço de lavagem

ALUGUEL PARA FROTISTAS

GESTÃO DE FROTAS

ALUGUEL PARA FROTISTAS

ALUGUEL DE CARROS (VAREJO)

CARRO RESERVAALUGUEL PARA PESSOA FÍSICA

ALUGUEL PARA PESSOA JURÍDICA

FRANQUIASSEMINOVOS

Page 156: Monografia 2010 - Elildes e Julio

9

� Controle do uso do carro

3.1.3. Seminovos

Periodicamente as locadoras renovam suas frotas vendendo o carro seminovo e adquirindo um

novo. Esta operação tem grande relevância para as locadoras, já que elas compram os carros das

montadoras com grandes descontos e revendem, depois de 1 a 3 anos de uso, a preços de mercado. Antes

da crise financeira mundial (iniciada em setembro de 2008), as locadoras conseguiam obter lucro caixa com

essa operação. Atualmente, a venda de seminovos ficou menos vantajosa financeiramente, em razão da

redução do IPI dos veículos novos, mas continua sendo fundamental para a recuperação do capital investido

e a renovação das frotas das locadoras.

3.2. Fornecedores

A Master sempre adquiriu automóveis de diferentes montadoras, destacando-se GM, Volkswagen e

Fiat. Juntas, essas montadoras respondem por aproximadamente 93% da frota total adquirida nos últimos 5

anos. Em 2008, a Master comprou 1109 carros, sendo 36% da Volkswagen, 30% da GM, 30% da Fiat e 4%

das demais.

Figura 7: Representatividade das 3 principais montadoras nas Compras da Master

Figura 8: Aquisição de Carros de Acordo com as Principais Montadoras (2008)

Fonte: Master

Fiat30%

GM30%

VW36%

Outros4%

Fonte: Master

O porte da Master lhe confere significativas vantagens no processo de negociação para compra de

automóveis. A compra em lotes grandes garante à Companhia poder de barganha para negociar com

fornecedores. Além disso, quando o mercado automobilístico está aquecido, algumas locadoras de pequeno

porte encontram dificuldades em adquirir carros, o que não acontece com as locadoras maiores.

94.6% 95.9%

84.0%93.5% 96.7%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2002 2003 2004 2005 2006

Page 157: Monografia 2010 - Elildes e Julio

10

3.3. Concorrentes

O mercado brasileiro de locação de veículos é

bastante pulverizado. Nele atuam mais de 1.905 Companhias de locação de veículos, que operam por meio de agências localizadas em aeroportos e cidades.

Esse cenário se justifica, pois, apesar de ser de capital intensivo, não existem barreiras tecnológicas significativas para abertura de uma nova locadora. Adicionalmente, os consumidores enxergam o serviço de locação como um serviço padrão, não identificando significativas diferenças entre uma locadora e outra.

Um dos desafios da indústria é o crescimento estruturado sem perdas de eficiência operacional, possibilitando ganhos de escala.

Neste mercado, a Master enfrenta a concorrência de Companhias domésticas e estrangeiras de diferentes portes. Alguns dos competidores estrangeiros têm acesso a significativas linhas de crédito, que lhes permitem adotar estratégias de expansão para aumento de market share com sacrifício das margens de lucro. Por outro lado, essas Companhias expõem-se à variação cambial de suas linhas de crédito, que podem impactar a operação local. A Master também enfrenta a concorrência de Companhias locais de menor porte que, por terem menores custos fixos, podem oferecer tarifas mais atraentes.

Como a Master, a grande maioria das Companhias do setor também atua em todos os mercados dessa indústria. Contudo, as Companhias priorizam o segmento de varejo ou o segmento de terceirização de frotas, com exceção da Localiza, que é forte em ambos. Aluguel de Carros para o Varejo: embora seja um dos segmentos de atuação da Master, não é um ramo em que a Companhia possui tradição como grande competidora. Seus principais concorrentes neste setor são: Localiza, Avis e Hertz.

Figura 10: Market Share das Principais Companhias do Setor de Aluguel de Carros para o Varejo1 (dezembro 2007)

Localiza33%

Hertz6%

Avis6%

Unidas5%

LocarAlpha3%

Master1%

Demais46%

1) Apenas automóveis próprios

Fonte: Estimativa Master, 2007

Figura 9: Número de Companhias de Locação de Veículos no Brasil

2340

1985 1964 1952 1905

0.00

500.00

1,000.00

1,500.00

2,000.00

2,500.00

2003 2004 2005 2006 2007

(unidades)

Número de empresas

Fonte: ABLA

Page 158: Monografia 2010 - Elildes e Julio

11

Aluguel e Gestão de Frotas: é o setor em que a Master possui tradição e é reconhecida como uma das principais competidoras. Este segmento caracteriza-se por ser ainda mais pulverizado do que o segmento de varejo. Os principais concorrentes da Companhia neste setor são: Unidas e Total Fleet (subsidiária da Localiza).

Figura 11: Market Share das Principais Companhias do Setor de Aluguel de Gestão de Frotas1 (dezembro de 2007)

Total Fleet11%

Unidas15%

Master2%

Demais72%

1) Apenas automóveis próprios

Fonte: estimativas da Master, 2007

Seminovos: neste segmento, a Companhia enfrenta concorrência acirrada de revendedores de veículos e de outras locadoras de automóveis que, como a Master, revendem seus veículos para renovar os estoques.

3.4. Clientes

A Master possui histórico de bons relacionamentos com seus clientes. A satisfação e a fidelização de grandes grupos comprovam a qualidade de seus serviços. Até o início da crise financeira mundial, a Master se destacava pela velocidade na substituição dos carros por outros de mesma qualidade quando necessário, customização de contratos para diferentes necessidades dos clientes, rapidez na manutenção e reposição dos veículos. Com a crise financeira internacional, a situação financeira da Companhia ficou comprometida e a Master passou a enfrentar dificuldades para saldar seus compromissos com seus fornecedores, principalmente com aqueles responsáveis pela manutenção dos veículos. Apesar do cenário adverso, a Master continua empenhada em manter a qualidade do serviço prestado para seus clientes. Atualmente, no segmento de terceirização de frotas, os principais clientes da Master são:

Figura 12: Principais Clientes da Master (Segmento de Terceirização de Frotas)

Fonte: Master

No segmento de terceirização de frotas, onde os clientes são representados principalmente por

Companhias de médio porte, 5 Companhias representam mais de 55% do faturamento do segmento. A

figura seguinte ilustra a repartição da receita desse segmento em agosto de 2009.

Page 159: Monografia 2010 - Elildes e Julio

12

Figura 13: Participação dos Principais Clientes no Faturamento do Segmento de Terceirização de Frotas

Chevron31%

Outros38%

HDI Seguros5%

Empresa Folha da Manhã

6%

Santa Elisa10%

Furnas Centrais Elétricas

3%

El Paso Oléo e Gás3%

Grupo Bradesco

4%

Fonte: Master, Agosto de 2009

Conforme mencionado anteriormente, em junho de 2009 a Master optou por concentrar suas operações no

segmento de terceirização de frotas (segmento de locação de veículos que pode ser administrada por uma

estrutura mais enxuta). No entanto, para permanecer competitiva nesse segmento e conseguir manter os

clientes existentes (além de captar novos clientes), a Master precisará preservar a qualidade dos serviços

prestados aos seus clientes. 4. Fatores que Agravaram as Dificuldades da Companhia

4.1. Redução drástica do mercado de crédito

A crise econômica que sobreveio no final de 2008 reduziu drasticamente a disponibilidade de

financiamento em todo mercado. Tal redução abalou significativamente o setor de locação de veículos, o

qual depende primordialmente de financiamentos para a reposição de sua frota.

4.2. Queda no valor de mercado dos veículos seminovos

A isenção do IPI na venda dos veículos novos destruiu o mercado de varejo de veículos seminovos -

o qual representa aproximadamente 37% do faturamento da Master. Segundo a Tabela FIPE, o valor de

mercado dos veículos seminovos acumulou perda de 30% e o desconto na venda aumentou em 20%.

Diante dessas circunstâncias imprevisíveis e insuperáveis, o valor de mercado dos ativos da Master

despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009. Diante desse cenário, a Master observou

um desbalanceamento entre os valores de seu ativo e passivo conforme ilustrado na figura seguinte:

Page 160: Monografia 2010 - Elildes e Julio

13

Figura 14: Descompasso Endividamento x Valor dos Ativos

-

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Jan-08

Feb-08

Mar-08

Apr-08

May-08

Jun-08

Jul-08

Aug-08

Sep-08

Oct-08

Nov-08

Dec-08

Jan-09

Feb-09

Mar-09

Apr-09

(R$ mil)

Dívida Ativo

Fonte: Master

4.3. Aumento da inadimplência dos clientes

Corroborando o cenário de crise, a inadimplência da Master cresceu consideravelmente no ano de 2009, alcançando aproximadamente 30% do faturamento da Companhia. Apesar do empenho da

Companhia na cobrança de faturas em atraso, parte significativa dos clientes da Master foi severamente

impactada pela crise financeira internacional, o que aumentou a inadimplência.

4.4. Perda de eficiência operacional, acarretando diminuição da taxa de utilização da frota

Com pouca disponibilidade para novos financiamentos e com o aumento da inadimplência, a

situação financeira da Master ficou comprometida e a Companhia passou a enfrentar dificuldades para

saldar os compromissos com seus fornecedores, principalmente com aqueles responsáveis pela

manutenção dos veículos. Os atrasos nos pagamentos desses fornecedores prejudicaram a rápida manutenção e a reposição eficiente de veículos alugados, diminuindo a taxa de utilização da frota da

Companhia. 5. Composição da Dívida

Em 02.07.09, conforme relação de credores apresentada pela Companhia, a dívida total da Master

totalizava R$ 122,7 milhões.

A dívida está segmentada por classes de credores, conforme classificação definida pela Lei 11.101.

A classificação que norteou esta composição é um exercício da Master, com base nos contratos e

informações disponíveis na data do pedido de Recuperação Judicial. A assunção desta classificação não

Page 161: Monografia 2010 - Elildes e Julio

14

significa qualquer compromisso com a definição de classes ou valores de créditos, o que será definido após

período de publicação e eventuais impugnações.

Figura 15: Total de Credores da Master (122,7 Milhões)

Impostos a Pagar2.76%

Rescisões Trabalhistas

0.22%

Credores Extra-Concursais86.27%

Quirografários10.74%

Fonte: Master

6. Situação Atual

Apesar de ter aumentado consideravelmente seu faturamento no período de 2003 a 2008

(crescimento anual médio de 44%, superando o crescimento anual médio do setor de locação de veículos de

11%), vide Figura 16, a Master manteve sua estrutura de capital altamente alavancada, estratégia comum a

todas as locadoras de veículos.

Page 162: Monografia 2010 - Elildes e Julio

15

Figura 16: Faturamento anual da Master

- Faturamento da Master (R$ milhões) -

1419

31

40

56

86

2003 2004 2005 2006 2007 2008

CAGR: 44%

CAGR do Setor: 11%

Fonte: Master e ABLA

Conforme já mencionado nos itens acima, em setembro de 2008, com a crise econômico-financeira

mundial, a disponibilidade de financiamento em todo o mercado reduziu drasticamente. Com a estrutura de

capital altamente alavancada, os planos de renovação e expansão da frota da Companhia ficaram

comprometidos e a Master foi obrigada a rever suas estratégias. Não bastassem esses fatores, a isenção do

IPI na venda dos veículos novos prejudicou ainda mais o mercado de varejo de veículos seminovos e o valor

de mercado dos ativos da Master despencou, na média, 50 % entre julho de 2008 e março de 2009.

Além da desvalorização dos ativos e da falta de crédito para renovação dos veículos, a queda na

taxa de utilização da frota (motivada principalmente pelos débitos em atraso com fornecedores) e o aumento

da inadimplência de clientes obrigaram a Master a rever suas estratégias para garantir sua continuidade

operacional.

Diante do descompasso econômico financeiro, a Master reforçou o processo de renegociação das

dívidas com os bancos credores com o intuito de reduzir os passivos da Companhia. Nesse processo de

renegociação, a Master adotou a estratégia de devolver parte dos veículos financiados para quitar antecipadamente suas dívidas (as negociações estarão detalhadas no item 8). Apesar das negociações em

andamento, a inadimplência da Master junto às instituições financeiras desde janeiro de 2009 motivou

alguns bancos (Volkswagen, Sofisa, Votorantim, Toyota e BIC) a entrar com processos de reintegração de

posse e busca e apreensão, visando à recuperação dos veículos alienados/arrendados. No entanto, a

Master está conseguindo reverter as decisões liminares de apreensão desses bens, por serem eles bens

essenciais para a continuidade da operação da Companhia, conforme art. 49, § 3º da Lei 11.101/05.

Com o objetivo de aumentar sua receita, a Máster, no início de junho de 2009, decidiu encerrar suas

atividades de locação de veículos para o varejo (segmento com custo operacional mais elevado e sujeito a

Page 163: Monografia 2010 - Elildes e Julio

16

taxas de utilização menores), concentrando suas operações na terceirização de frotas (segmento de locação

de veículos que pode ser administrada por uma estrutura mais enxuta).

Com a decisão de encerrar as atividades de locação de veículos para o varejo, a área comercial está

atualmente concentrando seus esforços para alugar os veículos que foram desativados com o fechamento

das lojas, através da venda de contratos de aluguel de curta duração (duração de 1 a 11 meses).

Apesar dos esforços para reverter o quadro recessivo que tomou conta da Companhia, não foi

possível evitar a perda da capacidade de pagamento das diversas obrigações assumidas, de forma que o

pedido de recuperação judicial foi a alternativa encontrada pela Master para reconquistar sua viabilidade

operacional. A situação patrimonial da Master em junho de 2009 está resumida na figura seguinte:

Figura 17: Balanço Patrimonial da Master

ATIVO 2008 Jun-09 PASSIVO 2008 Jun-09

CIRCULANTE CIRCULANTEDisponibilidades 6,615 577 Empréstimos e financiamentos 55,926 71,219 Clientes 5,597 25,132 Fornecedores 1,857 5,935 Impostos a recuperar 846 785 Parcelamentos tributários 2,997 3,196 Outros 85 493 Obrigações trabalhistas e encargos sociais 2,383 3,481 Total do ativo circulante 13,143 26,987 Provisões - -

Outros 30 54

NÃO CIRCULANTE Total do passivo circulante 63,193 83,885

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO NÃO CIRCULANTEDepósitos judiciais - 53 Outros - - EXIGÍVEL A LONGO PRAZOTotal do ativo realizável a longo prazo - 53 Empréstimos e financiamentos 82,387 71,869

Provisão para contingências 3,208 3,208 PERMANENTE Parcelamento tributários 755 755

Imobilizado 51 51 Total do passivo não circulante 86,350 75,832 Imobilizado Líquido 86,898 61,764 Intangível 1,203 1,022 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social 2,470 2,470 Total do ativo permanente 88,152 62,837 Reserva de ágio 35,347 35,347

Reserva de capital 5 5 Total do ativo não circulante 88,152 62,890 Prejuízos acumulados (86,069) (107,661)

Total do patrimônio líquido (48,248) (69,840)

TOTAL DO ATIVO 101,295 89,877 TOTAL DO PASSIVO 101,295 89,877

Fonte: Master

7. Plano de Recuperação

O Plano de Recuperação da Master foi desenvolvido de acordo com as potencialidades da

Companhia e conta com duas frentes específicas, a reestruturação operacional e a reestruturação

financeira.

O Plano de Recuperação foi intensamente discutido entre os administradores da Companhia e os

resultados das discussões foram transformados em premissas do Plano de Recuperação e em metas para

os administradores.

7.1. Reestruturação Operacional 7.1.1. Faturamento, Vendas e Novos Contratos

Page 164: Monografia 2010 - Elildes e Julio

17

Conforme já mencionado no item 4, o segmento de aluguel de carros para o varejo teve suas

atividades encerradas, tendo a Companhia concentrado suas atividades nos contratos de terceirização de

frota, segmento em que possui tradição e confiabilidade. Contudo, devido ao alto índice de inadimplência de

seus clientes, a Master optou por selecionar alguns deles para serem mantidos em sua carteira, utilizando-

se dos seguintes critérios: rentabilidade, adimplência e histórico de relacionamento dos mesmos com a

Companhia.

Figura 18: Clientes selecionados

Chevron40%

Outros31%

El Paso Oléo e Gás4%

Willet3%

Chubb do Brasil3%

Empresa Folha da Manhã8%

HDI Seguros7%

Furnas Centrais Elétricas

4%

Fonte: Master

Com a decisão de encerrar as atividades de aluguel de veículos para o varejo, os veículos

desativados serão: (i) vendidos, (ii) devolvidos aos bancos em troca de quitações antecipadas de dívidas

com os credores financeiros, (iii) utilizados para substituição temporária nos clientes selecionados (nos casos de manutenção ou sinistro) ou (iv) alocados em contratos de “mini-lease” (contratos de aluguel de

veículos não necessariamente novos, com duração de 1 a 11 meses, com valores de aluguel ligeiramente

superiores aos valores de aluguel dos contratos de terceirização de frotas).

A venda de veículos usados é uma atividade essencial no setor de locação de automóveis, pois

permite a recuperação do capital investido e a aquisição de novos veículos, possibilitando que as

Companhias do setor renovem suas frotas. Devido à importância dessa atividade, muitas locadoras mantêm

lojas próprias em busca de melhores preços nas vendas de seus veículos. Outro meio utilizado pelas

locadoras de veículos para garantir a renovação de suas frotas é o financiamento de veículos junto às

instituições financeiras. Atualmente, a Master apresenta alto endividamento e elevado número de

fornecedores em atraso. Essa situação financeira delicada dificulta a obtenção de novos financiamentos, o que torna a atividade de venda de veículos ainda mais importante para a Master neste momento.

Page 165: Monografia 2010 - Elildes e Julio

18

Desta forma, para possibilitar a continuidade do processo de renovação de sua frota, foi adotada a

premissa de venda mensal inicial de 75 veículos, passando para 60 veículos mensais em janeiro de 2010.

Nessas vendas, foram considerados descontos (18% sobre a Tabela Molicar) e depreciações (20% a.a.)

praticados atualmente pelo mercado. Durante o ano de 2010, considerou-se uma melhora no mercado de

veículos seminovos (que será beneficiado pelo término da isenção do IPI dos veículos novos), com

diminuição gradativa do desconto dado na venda dos veículos seminovos de 18% para 15% (sobre a tabela

Molicar).

Devido à alta idade média dos veículos desativados com o encerramento das operações de aluguel

para o varejo (aproximadamente de 23 meses), o aluguel desses veículos em contratos de terceirização de

frota de longa duração fica extremamente comprometido. Consequentemente, para garantir uma receita

estável nos próximos anos, a Master precisa assinar novos contratos de terceirização de frota, o que torna

necessária a venda de veículos seminovos para possibilitar a compra de novos veículos. Esses novos contratos de terceirização de frotas terão condições contratuais bastante controladas (substituição dos

veículos após 18 meses – média histórica) e tarifas de aluguel de cerca de 3,9% do valor do ativo, corrigidas

anualmente pela variação do IGPM. No Plano de Recuperação proposto pelos administradores da

Companhia, a frota atual da Master será inteiramente renovada até o começo de 2011.

Além dos novos contratos de terceirização, considerou-se o aumento dos serviços de gestão de

frotas próprias das Companhias, segmento em que a Master possui grande experiência, qualidade e

confiabilidade de prestação de serviços. Para viabilizar maior participação nesse segmento, foi considerada

a contratação de aproximadamente 400 funcionários (principalmente motoristas) entre 2011 e 2014.

Figura 19: Faturamento Master 2008 a 2014

-

10

20

30

40

50

60

70

2008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Milhões

Mini-Lease Gestão de Frota Semi-Novos

Fonte: Master

Page 166: Monografia 2010 - Elildes e Julio

19

7.1.2. Readequação de Custos e Despesas

• Manutenção e Sinistros

Os custos com Manutenção são, depois das despesas com financiamentos, os maiores custos da

Companhia, visto que, visando à segurança, os veículos demandam cuidados constantes. Para

projetar os custos de manutenção envolvidos no plano de Recuperação, a Master levantou todos os

custos históricos de manutenção (preventiva e corretiva) dos atuais veículos da Companhia e

aplicou coeficiente de segurança conservador, adequando esses custos ao perfil de cada cliente.

Através de negociações com os fornecedores, a Master pretende reduzir os custos de manutenção em aproximadamente 10%. Além disso, a política de renovação constante da frota (renovação dos

veículos quando atingirem idade média de 18 meses) também irá contribuir significativamente para a

redução dos custos de manutenção.

Os custos com sinistros foram baseados no valor médio histórico dos últimos meses. Para o Plano

de Recuperação, a Master pretende reduzir os gastos com sinistros em aproximadamente 25%

através da seleção dos clientes atuais e da escolha bem crivada dos novos clientes.

Nas projeções do Plano de Recuperação, os custos projetados de manutenção e sinistro foram

corrigidos anualmente pela variação projetada de IPCA.

• Mão-de-Obra

Diante da situação operacional e financeira adversa da Master, foi necessária uma readequação de

pessoal, tornando a estrutura da Companhia enxuta e governável. Com a decisão da Companhia de

focar no segmento de terceirização de frotas, o número de funcionários projetado no plano de

Recuperação permanecerá constante até o final de 2010, somente aumentando com a entrada de

novos serviços de gestão de frotas das Companhias. Os custos de mão-de-obra são corrigidos

anualmente pelo dissídio coletivo projetado em 6,5% a.a..

• Reembolso de Multas e Sinistro

Tanto nos contratos atuais de terceirização de frotas quanto nos futuros existem cláusulas que

prevêem o reembolso de multas e sinistros decorrentes da utilização dos veículos pelos clientes.

Uma política forte de controle visa a aumentar o percentual reembolsado desses custos (atualmente em 50%) para cerca de 80% no final de 2014.

• Outros custos e despesas

Outros custos e despesas incluem gastos com estacionamento, fretes, combustíveis e lubrificantes,

IPVA, limpeza, etc. Tais custos e despesas serão controlados rigorosamente pela Master. No plano

de Recuperação, esses custos foram corrigidos anualmente pela variação projetada para o IPCA.

Page 167: Monografia 2010 - Elildes e Julio

20

7.1.3. Resultado da Reestruturação Operacional

As modificações comerciais propostas buscam obter ganhos adicionais nas operações, em função

da estrutura e do modo de atuação peculiares da Master. Apresentam-se, a nosso ver, como medidas

plenamente possíveis por estarem dentro dos limites e da realidade do mercado de aluguel de veículos.

Assim, a reestruturação operacional visa permitir o surgimento de uma “nova” Master que, embora

menor sob a ótica de volume de faturamento e contratos, será orientada pela rentabilidade e buscará

melhores margens e retornos mais consistentes.

Ajustes de mão-de-obra e cortes de gastos gerais são medidas inevitáveis em momentos de

reestruturação como o vivido pela Companhia. A recente reestruturação executada pelos administradores da

Companhia representará expressiva economia mensal ao longo do segundo semestre de 2009 e dos anos subseqüentes.

De um modo geral, a modelagem do plano de reestruturação procurou manter um padrão realista e

altamente atingível, considerando possíveis adversidades.

7.2. Reestruturação Financeira

Após várias simulações, chegou-se a um cenário básico contemplando a aplicação das condições

abaixo mencionadas:

• Renegociações com Bancos (Credores Extra-Concursais)

As renegociações com os bancos estão em andamento e as proposições estão descritas no item 8.

• Controle de Inadimplência

O alto índice atual de inadimplência, cerca de 30%, corrobora para a deficiência de caixa da

Companhia. Com a escolha criteriosa dos clientes atuais, os esforços voltados para os novos

contratos e os controles dos recebimentos, a Master espera reduzir gradativamente esse índice para

valores aceitáveis (2%).

• Recuperação de Recebíveis

Esforços contínuos foram projetados de maneira a incrementar consideravelmente a recuperação de

recebíveis e ajudar a alavancar o caixa.

• Carência

Para os credores quirografários, cujos valores ultrapassam o montante de R$1.200,00, projetou-se

carência de um ano, contada a partir da aprovação do Plano de Recuperação. Tal carência justifica-

se pela necessidade de adequar o caixa da Companhia ao fluxo de pagamentos. Os fornecedores

que não se enquadram na condição descrita acima tiveram seus pagamentos programados para

janeiro de 2010.

Page 168: Monografia 2010 - Elildes e Julio

21

Os tributos atrasados serão pagos em 60 meses, a partir do começo de 2010. Para os credores

extra-concursais, as carências e as outras condições de pagamentos estão sendo negociadas no

momento.

7.3. Aspectos Relevantes das Projeções

As diretrizes de reestruturação operacional e financeira, como faturamento, custos e despesas,

prazo de pagamento (descrito com maiores detalhes no item 8) e custo da dívida atual, etc., evidenciadas

nos itens 7.1 e 7.2, integram o conjunto básico de premissas das projeções de longo prazo do Plano de

Recuperação. Abaixo destacamos outras premissas adotadas de igual relevância para que este Plano seja

bem-sucedido, mas que não estão evidentes nos itens acima mencionados:

As aquisições de novos veículos são crescentes e foram projetadas mensalmente de 2010 a 2014,

conforme apresentado na figura seguinte.

Figura 20: Compra mensal de Carros

0

25

50

75

100

125

150

175

jan/10

jun/10

nov/10

abr/11

set/11

fev/12

jul/12

dez/12

mai/13

out/13

mar/14

ago/14

Compra de veículos (nº)

Fonte: Master

Para a aquisição de novos veículos, considerou-se que a Master conseguirá novas linhas de

financiamento a partir de 2010. Para esses financiamentos, foram projetados contratos com taxas de juros

pré-fixadas de 1,5% a.m. (média histórica), prazos de 48 meses e valores residuais garantidos (VRG) de

35%. Nas simulações realizadas pelos administradores da Companhia, verificou-se que o Plano de Recuperação também seria viável com premissa mais conservadora de prazo de financiamento de 36

meses.

Os valores de compra dos carros foram corrigidos anualmente pelas projeções de IPCA. Os veículos

serão vendidos quando atingirem idade média de 18 meses e o dinheiro da venda será usado para quitar

antecipadamente os saldos devedores juntos aos bancos credores.

Page 169: Monografia 2010 - Elildes e Julio

22

7.4. Análise das Projeções

A reestruturação operacional tem como foco central a otimização dos pontos fortes da Companhia,

conforme já abordado em detalhes no item 7. Esta modificação implica redução do porte da Companhia, conjugada com uma série de medidas para aumentar a eficiência operacional.

Nas Figuras 21 e 22, fica evidente a relevância das despesas com financiamentos para os próximos

anos. Diante deste cenário, as várias simulações efetuadas demonstraram que apenas a reestruturação

operacional não permitiria reverter o quadro atual de fragilidade e o alcance do saneamento definitivo da

Companhia. Sendo assim, a reestruturação financeira tem papel fundamental para o bom equilíbrio e a

recuperação da Companhia.

O aumento considerável projetado para o CMV – Veículos deve-se ao aumento do volume de carros vendidos por meio da estratégia de renovação da frota. Já o aumento dos Custos com Pessoal justifica-se

pelo aumento de contratos de serviço de gestão de frota de terceiros, que resulta em contratações de

aproximadamente 400 funcionários entre 2011 e 2014.

Page 170: Monografia 2010 - Elildes e Julio

23

Figura 21: DRE Plano de Recuperação

Fonte: Master

2010 2011 2012 2013 2014Receita Bruta 44.004.685 58.468.986 77.108.636 105.678.255 115.763.956

Impostos/Deduções a Recolher (1.753.856) (2.150.704) (3.415.472) (4.086.642) (4.601.257)

Receita Líquida 42.250.829 56.318.283 73.693.164 101.591.613 111.162.699

Custos (23.631.328) (31.887.160) (42.715.456) (60.066.687) (63.922.849) CMV - Veículos (6.640.224) (13.627.288) (17.862.018) (32.501.840) (34.500.831) Custos com Carros (5.530.413) (4.255.680) (5.627.952) (6.232.929) (6.468.221) Custos com pessoal (8.040.691) (10.610.292) (15.678.860) (17.625.695) (19.080.793)

Outras Despesas (3.420.000) (3.393.900) (3.546.626) (3.706.224) (3.873.004)

Margem Bruta 18.619.501 24.431.123 30.977.708 41.524.926 47.239.850 Margem Sobre Receita Líquida 44,07% 43,38% 42,04% 40,87% 42,50%

Despesas (8.514.115) (8.886.717) (8.560.852) (9.430.433) (9.722.766)

Administrativas / Pessoal (8.273.333) (8.619.890) (8.278.725) (9.001.815) (9.277.035) Operações (52.044) (54.386) (56.834) (179.391) (187.464) Comerciais (188.737) (212.440) (225.293) (249.227) (258.267)

Resultado Operacional 10.105.387 15.544.406 22.416.856 32.094.492 37.517.084 Margem Sobre Receita Líquida 23,92% 27,60% 30,42% 31,59% 33,75%

Despesas Financiamentos (2.129.874) (6.025.065) (8.978.328) (10.655.264) (11.885.085)

Resultado 7.975.513 9.519.341 13.438.528 21.439.228 25.631.998 Margem Sobre Receita Líquida 18,88% 16,90% 18,24% 21,10% 23,06%

Depreciação (7.024.933) (8.231.652) (11.779.060) (14.047.097) (15.757.091)

Resultado Antes de IR e CSLL 950.580 1.287.689 1.659.469 7.392.132 9.874.908 Margem Sobre Receita Líquida 2,25% 2,29% 2,25% 7,28% 8,88%

Impostos (IR e CSLL) (397.508) (306.470) (394.954) (1.759.327) (2.350.228)

Lucro Líquido 553.072 981.219 1.264.515 5.632.804 7.524.680 Margem Sobre Receita Líquida 1,31% 1,74% 1,72% 5,54% 6,77%

Page 171: Monografia 2010 - Elildes e Julio

24

Figura 22: Margem sobre Lucro Líquido

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2º Sem. 2009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Margem Bruta Margem Sobre Res. Operacional

Margem Sobre Resultado Margem Sobre Lucro Líquido

Fonte: Master

As projeções financeiras capturam os efeitos cumulativos e conjugados das reestruturações

operacional e financeira descritas nos tópicos anteriores.

Se verificarmos a geração de caixa dentro de cada período e considerarmos os pagamentos dos

credores quirografários, tributos, credores extra-concursais e rescisões (explicado no item 8), constatamos

que o uso dos recursos gerados é voltado em grande parte para o pagamento de financiamentos sem os

quais não é possível fazer com que a Companhia evolua dentro do cenário comercial demandante de novos

veículos.

Os novos financiamentos corroboram com a reestruturação do caixa, aliado a venda progressiva dos

ativos atuais dão suporte ao pagamento dos credores.

Page 172: Monografia 2010 - Elildes e Julio

25

Figura 23: Alocação do Caixa

-

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2º Sem. 2009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014

Milhões

Geração de Caixa Pagamento de Credores Novos Financiamentos

Fonte: Master

Os comportamentos do endividamento com a aquisição de novos veículos e do valor dos ativos

estão detalhados na Figura 24. No final de 2014, o valor projetado dos ativos supera o endividamento em

aproximadamente R$ 3 milhões. Durante o período de renovação da frota, a diferença Valor do Ativo vs.

Saldo Devedor passa por um momento negativo, que pode ser identificado pelo volume crescente de

compra de carros (Figura 20). Por outro lado, quando a expansão de compra é mantida constante ou com

pequeno crescimento, tem-se a reversão da diferença, consolidando uma situação segura de endividamento.

Page 173: Monografia 2010 - Elildes e Julio

26

Figura 24: Nova Dívida (com veículos em garantia) vs. Valor dos Ativos

-

10

20

30

40

50

60

70

80

1-Jan-10

1-Apr-10

1-Jul-10

1-Oct-10

1-Jan-11

1-Apr-11

1-Jul-11

1-Oct-11

1-Jan-12

1-Apr-12

1-Jul-12

1-Oct-12

1-Jan-13

1-Apr-13

1-Jul-13

1-Oct-13

1-Jan-14

1-Apr-14

1-Jul-14

1-Oct-14

Milhões

(1)

-

1

1

2

2

3

3

4

4

Milhões

Saldo Devedor Valor do Ativo Diferença

Fonte: Master

A seguir apresentamos uma síntese do desempenho acumulado da Master ao longo do período

compreendido pelas projeções financeiras, demonstrando a geração operacional e a destinação destes

recursos para pagamento de juros e amortização de parcela da dívida atual.

Page 174: Monografia 2010 - Elildes e Julio

27

Figura 25: Síntese do Desempenho da Master

Total Set-09

a Dez-14

EBITDA 97.459.468

(-) Impostos (3.045.301)

(+/) Capital de Giro 5.000.000

(+) Ganho/Perda Venda do Ativo 84.186.728

Fluxo de Caixa Operacional após investimentos 183.600.895

(-) Impostos parcelados (3.025.586)

(-) Credores Extraconcursais (25.608.514)

(-) Credores Trabalhistas (370.279)

Fluxo de Caixa para pagamento da Dívida 154.596.516

(-) Credores Quirografários (7.752.074)

Fluxo de caixa antes da venda de ativos 146.844.442

(+) Recuperação de recebíveis 5.311.065

(-) Perda com inadimplência (6.719.655)

Fluxo de caixa depois de Recebíveis 145.435.852

Fluxo de caixa após Novos Financiamentos 145.435.852

(-) Pagamento Principal (110.378.653)

(-) Pagamento de Juros (34.858.711)

Fluxo de Caixa do Período 198.489

Saldo de caixa inicial 1.201.311

(+/-) Variação do Caixa 198.489

Saldo de caixa final 1.399.799

Fonte: Master

7.5. Conclusão das Projeções

A análise das projeções resultantes da reestruturação operacional e financeira demonstra um

cenário de viabilidade para o pagamento da dívida atual. O esforço a ser despendido por todas as partes

envolvidas é muito grande e exigirá forte empenho para que a execução deste Plano seja bem sucedida.

A administração da Companhia está engajada no esforço de promover a reestruturação operacional

e já deu início ao Plano de Recuperação visando reduzir seus custos operacionais e adequar sua estrutura

ao novo patamar de receitas, custos e despesas.

No que tange à Reestruturação Financeira, todos os esforços já estão sendo aplicados para que

seja possível a sua concretização junto aos credores da Master.

Page 175: Monografia 2010 - Elildes e Julio

28

8. Proposta aos Credores

Como demonstrado no item 7.4, apesar da reestruturação operacional possibilitar a melhora de

rentabilidade e a redução de custos, o alto valor do endividamento torna necessária a busca por uma

adequação do passivo da Companhia.

A proposta que segue contempla melhores esforços da Administração da Master no sentido de

promover a ampla reestruturação operacional para aumentar a geração de caixa, além de buscar novos

recursos ao longo da execução do Plano.

Aos credores, solicita-se a redução do valor da dívida e o alongamento do prazo de recebimento de

seus créditos.

8.1. Credores Trabalhistas

A Companhia tem mantido em dia o pagamento do salários de seus funcionários.

A classe de credores trabalhistas refere-se àqueles trabalhadores demitidos no âmbito da

adequação de custos e despesas que vem ocorrendo desde o final do ano passado. Conforme demonstrado

no capítulo 5, a dívida com esta classe representa 0,25 % da dívida total.

Os administradores da Companhia solicitam aos ex-trabalhadores compreensão no que diz respeito

ao pagamento do saldo existente e propõem, a partir da data da homologação do plano de recuperação

judicial, o pagamento da seguinte forma: A) Seis parcelas mensais iguais e sucessivas de até R$ 3.330,00

(três mil trezentos e trinta reais), considerado como limite os valores de cada crédito, B) o montante que

sobejar o total dessas primeiras seis parcelas (R$ 19.980,00), será pago em cinco parcelas, iguais e

sucessivas de R$ 3.350,00 (três mil trezentos e cinqüenta reais), vencendo-se a primeira delas 30 dias após o pagamento da sexta parcela descrita na alínea A. C) o saldo eventual de algum credor trabalhista, que

ultrapassar o montante de R$ 36.730,00 (trinta e seis mil, setecentos e trinta reais), será liquidado na décima

segunda parcela,considerando-se como adiantamentos os valores eventualmente já liquidados e que serão

automaticamente compensados a partir da aprovação da AGC e homologação judicial do Plano de

Recuperação. 8.2. Impostos a Pagar

De acordo com o item 5, os impostos a pagar correspondem a 2,76% da dívida total. e são objeto de

parcelamento, cujas parcelas, por seus valores estimados, estão incluídas no fluxo de caixa proposto no Plano de Recuperação.

Page 176: Monografia 2010 - Elildes e Julio

29

8.3. Credores Quirografários

Para os credores quirografários (10,74% do total da dívida) tera o pagamento de acordo com a

tabela abaixo:

• Será em parcelas mensais de R$500,00 (quinhentos reais) para cada credor quirografário, atual, ou futuro, liquidando-se a primeira parcela 30 dias após a aprovação do Plano de Recuperação, com as

limitações dos valores dos respectivos créditos, computados os descontos (“haircuts”) previstos na

tabela abaixo, sobre o total de cada crédito.

8.4. Credores Extraconcursais

Os credores extraconcursais são representados pelos bancos que concederam financiamentos para

a Master. Eles representam 86,7% do total da dívida e as negociações de carência, pagamentos e

descontos estão em andamento, sendo que alguns bancos já assinaram acordos e a outra grande parte já

está na eminência da conclusão das propostas com prazo de carência média de 12 meses e pagamento em até 60 meses, com juros de 1,5% ao mês.

Como se tratam de contratos de arrendamento mercantil e de financiamento garantidos por

alienação fiduciária, hipóteses nas quais os veículos (caminhões e carros) se encontram na titularidade

fiduciária do arrendador/credor fiduciário, mas que a auditoria em curso já detectou alguns ajustes que se

tornam necessários -o que faz com que, ao mesmo tempo, venha a ocorrer uma redução do valor indicado e

a reclassificação do crédito para categoria de quirografário, tendo em vista o valor dos veículos e as normas

dos arts. 41,§ 2º e art. 83, II da Lei 11.101/05.

O sucesso dessas negociações é primordial para o bom andamento do Plano de Recuperação da

Master. Dessa forma, a administração da Companhia está aplicando todos seus esforços para que essas

negociações obtenham sucesso e sejam concretizadas.

Page 177: Monografia 2010 - Elildes e Julio

30

8.5. Credores com Garantia Real

Para os credores com Garantia Real o pagamento ocorrera da seguinte forma:

a) 7% do crédito, considerados os valores contratuais até a presente data, será pago na

data da homologação do Plano de Recuperação Judicial, com o saldo da respectiva conta

vinculada ao credor titular da garantia real, saldo este apurado na data da homologação do

Plano de Recuperação Judicial, oriundo de penhor de recebíveis, ou de outras garantias

reais, sendo certo que o valor que sobejar os 7% do crédito do respectivo credor, e que

esteja depositado na conta vinculada, será liberado para que a RECUPERANDA os destine

à liquidação de outra(s) dívida(s);

(b) o saldo concursal remanescente, após o abatimento previsto na alínea “a”, não sofrerá

qualquer desconto e será pago em 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas,

vencendo-se a primeira delas em 20 de fevereiro de 2010, e as demais em igual data dos

meses subseqüentes, até 20/01/2013;

(c) o pagamento das parcelas, previsto na alínea anterior, poderá ser feito, no todo, ou em

parte, com os valores dos recebíveis do respectivo credor, titular dessa garantia real, uma

vez que tais recebíveis continuarão a ser depositados nas contas contratualmente

vinculadas, mantendo-se, nesse particular, inalteradas as cláusulas e condições relativas às

garantias reais desses contratos de financiamento;

(d) os valores que vierem a ser depositados, nas contas vinculadas a cada credor com

garantia real, em montante superior ao da parcela mensal devida a esse credor, serão

imediata e automaticamente liberados em favor da RECUPERANDA;

Page 178: Monografia 2010 - Elildes e Julio

31

9. Conclusão

Este Plano de Recuperação envolve projeções financeiras, com riscos e premissas que devem ser

levados em consideração. Entretanto, pode-se dizer que se trata de um planejamento estratégico que tem

como objetivo fundamental a recuperação da Master em grau suficiente para a liquidação da sua dívida

atual.

Caso todas as partes envolvidas acreditem ser possível a execução deste Plano, é imprescindível

transformá-lo em um plano de metas a serem perseguidas. Além disso, o Plano deve atuar como ferramenta

de gestão para a administração da Companhia, bem como ferramenta de controle para os seus credores.

Se as metas estabelecidas estiverem em linha com as premissas do Plano e se, ao final, forem atingidas ou superadas, a Companhia terá se recuperado e os credores terão recebido seus créditos.

São Paulo, 3 de fevereiro de 2010 ---------------------------------------------------------------------------------------- Flex Service SA.

Em Recuperação Judicial

Page 179: Monografia 2010 - Elildes e Julio

178

ÍNDICE

A

Administrador, 13, 16, 17, 62, 63

Análise, 13, 14, 17, 19, 21, 23, 41, 42, 43, 73

Análise Financeira, 13, 23, 41, 42

Assembléia, 17, 21, 63, 75, 112

Atuação Profissional, 17

B

Balanço, 41, 43, 73

C

Causas, 15, 16

Créditos, 14, 16

Credores, 13, 14, 15, 16, 39, 40, 63, 70

Crise, 17, 40, 46, 47, 48

D

Devedor, 14, 39, 40, 63

Dialética, 18

Dívidas, 15, 70

E

Estudo De Caso, 1, 2, 20, 22

Extrajudicial, 13, 39, 74

F

Falência, 13, 14, 17, 22, 39, 40, 41, 62, 74

J

Judicial, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 39, 40, 46, 62, 63, 70, 71, 74, 75, 98

Page 180: Monografia 2010 - Elildes e Julio

179

N

Negócio, 14, 44

P

Plano De Recuperação, 16, 17, 20, 22, 63

R

Recuperação Judicial, 13, 14, 15, 17, 46, 72

S

Situação Econômica, 42

T

Trabalhadores, 13, 40

V

Viabilidade, 14, 17, 22, 41

Viabilizar, 16, 40