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UNIVERSIDADE IGUAÇU - UNIG
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
AMBIENTAL
Metodologia para Análise de Riscos de Instalações Convencionais aplicada ao Licenciamento Ambiental.
Estudo de Caso para Armazenagem de GLP.
Nova Iguaçu - RJ
2010
Por: Marcelo de Jesus R. da Nóbrega. M.Sc
2
UNIVERSIDADE IGUAÇU - UNIG
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
AMBIENTAL
Banca Examinadora: Antonio Filipe Falcão de Montalvão. D.Sc. Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental Universidade Iguaçu - UNIG José Luiz Fernandes. Ph.D. Orientador Departamento de Pós-Graduação – CEFET/RJ Marlise Matosinhos Vasconcellos. Esp. Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança – SOBES/Rio Flávio Maldonado Bentes. M.Sc. Tecnologista – FUNDACENTRO/Rio de Janeiro
Monografia aprovada com o grau 10,0 (dez) Rio de Janeiro, 29 de junho de 2010
Antonio Filipe Falcão de Montalvão. D.Sc.
Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
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UNIVERSIDADE IGUAÇU - UNIG
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
AMBIENTAL
Metodologia para Análise de Riscos de Instalações Convencionais aplicada ao Licenciamento Ambiental.
Estudo de Caso para Armazenagem de GLP.
Nova Iguaçu - RJ
Junho de 2010
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UNIG. Aprovada pela Banca Examinadora e referendada pelo coordenador do Curso.
Por: Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega. M.Sc. Orientador: Prof. José Luiz Fernandes. Ph.D.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Prof. José Luiz Fernandes –
Ph.D, pelo incentivo na pesquisa e na caminhada.
Agradeço ao Prof. Antonio Filipe Falcão de Montalvão –
D.Sc., pela atenção durante o Curso de Especialização em
Engenharia de Meio Ambiente.
A Sra. Maria Georgina de Jesus Rodrigues da Nóbrega, por
me incentivar na minha trajetória acadêmica e por seu amor. (in
memoriam)
5
SOBRE O AUTOR:
Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega. M.Sc.
É Professor Assistente II do CEFET-RJ - Uned Nova Iguaçu, lotado no Departamento de Engenharia, lecionado disciplinas da área de Mecânica, Matemática Superior, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente. É aluno de Doutorado em Engenharia da PUC-Rio. Possui Mestrado em Tecnologia pelo CEFET-RJ, em 2004, Graduado em Engenharia Mecânica pelo CEFET-RJ em 2002 e Tecnólogo em Mecânica pelo CEFET-RJ. É Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Faculdade Silva e Souza desde 2005. Possui Especialização em Docência do Ensino Superior, pela Universidade São Judas Tadeu em 2002. Possui Licenciatura Plena em Matemática pelo Centro Universitário Augusto Motta em 2002, sendo também Licenciado em Física pela Universidade Candido Mendes em 2006. Atua como Engenheiro de Licenciamento Ambiental nas seguintes tipologias de atividades: indústrias em geral, subestações de energia elétrica, centrais de geração de energia, estudos de análise de riscos industriais e pequenas atividades poluidoras e geradoras de resíduos. Possui publicações nacionais e internacionais nas áreas de Engenharia Mecânica, Segurança e Meio Ambiente. Possui atualmente mais de 100 trabalhos técnicos oficiais na área de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, dentre eles: Relatórios Técnicos de Vistorias e Pareceres Técnicos de Licenciamento Ambiental.
6
RESUMO
Os Estudos de Análise de Riscos Industriais são extremamente importantes para
proteger a população sensível ao redor da instalação convencional ou industrial de
acidentes, tais como: dispersão de substâncias tóxicas, incêndios, explosões e ondas de
choque. Tais ocorrências, na maioria das vezes, não ficam limitadas as instalações da
empresa em questão, sendo assim de especial interesse em um processo de licenciamento
ambiental. O presente trabalho propõe um procedimento objetivo de enquadramento
quanto ao nível de risco industrial gerado por uma atividade, bem como os documentos
técnicos que se fazem necessários, possibilitando assim o seu gerenciamento de forma
adequada. Adicionalmente foi também foi proposto um modelo matemático simplificado
para a determinação da distância segura em uma instalação, em conformidade com
Norma P4.261/2003 da CETESB, além de se empregar os conceitos das normas do INEA
e FEPAM.
7
ABSTRACT
The Studies of Analysis of Industrial Risks are extremely important to around
protect the sensible population of the conventional or industrial installation of accidents,
such as: dispersion of toxic substances, fires, explosions and waves of shock. Such
occurrences, most of the time, are not limited the installations of the company in
question, being thus of special interest in a process of ambient licensing. The present
work considers an objective procedure of framing how much to the level of industrial risk
generated by an activity, as well as the documents technician that if make necessary, thus
making possible its management of adequate form. Additionally it was also was
considered a simplified mathematical model for the determination of in the distance
insurance in an installation, in compliance with P4.261/2003 Norm of the CETESB,
beyond if using the concepts of the INEA and FEPAM.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Marcos Ambientais
Figura 2 – Abrangência de Impactos (Segurança, Saúde Ocupacional e Meio
Ambiente)
Figura 1.1 – Aspectos técnicos gerais do processo de licenciamento ambiental.
Figura 3.1 – Modelo para determinação da distância segura
Figura 3.2 – Fluxograma para Análise de Riscos para o Processo de
Licenciamento Ambiental
Figura 3.3 – Fluxograma para Análise de Riscos por tipo de Licença Ambiental,
de acordo com a DZ-2101/2005 do INEA.
Figura 4.1 – Simulação Computacional do Espaço Vulnerável
Figura 4.2 – Croqui do terreno e do tanque.
Figura 4.3 – Modelo para determinação da distância segura
Figura 4.4 – Fluxograma para Análise de Riscos para o Processo de Licenciamento
Ambiental
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LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Tabela de Distância Segura em Função da Massa Armazenada Tabela 4.1 – Tabela de Distância Segura do Manual de Análise de Riscos da Norma P4.261/2003 da CETESB Tabela 4.2 – Tabela de Índice de Risco da FEPAM Tabela 4.3 – Tabela de Índice de Risco do INEA
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SUMÁRIO
Introdução Capítulo I – Licenciamento Ambiental 1.1 - Competência Ambiental 1.2 - Processo de licenciamento ambiental 1.3 - Procedimentos para o Licenciamento Ambiental
1.3.1. Análise Preliminar da Atividade 1.3.2. Vistoria técnica local e acompanhamento 1.3.3. Aspectos relevantes na elaboração do Parecer Técnico
Capítulo II – Procedimentos para os Estudos de Análise de Riscos Industriais para o Meio Ambiente. 2.1 - A atribuição profissional pela análise de riscos industriais 2.2 - Critérios estabelecidos pelos órgãos ambientais 2.2.1.CETESB 2.2.2. INEA e FEPAM Capítulo III – Metodologia para Previsão de Distância Segura de Instalações Industriais . 3.1 - Modelagem da distância segura a partir da quantidade armazenada 3.2 - Proposta de Fluxograma para Análise de Risco Industrial Capítulo IV – Estudo de Caso 4.1 - Programas Comerciais de Simulação Computacional 4.2 - Estudo de uma Instalação Industrial que armazena GLP.
Conclusão e Trabalhos Futuros Bibliografia Anexos
Anexo 1 – Tabela de distância segura da CETESB para o GLP Anexo 2 – Informações das principais substâncias perigosas empregadas na indústria. Anexo 3 – Tabela de densidade populacional do Município do Rio de Janeiro. Anexo 4 – Fichas de Informações de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ)
11
1. GLP 2. Tolueno 3. Xileno 4. Acetileno 5. Freon R-22 6. Etanol
Anexo 5 - Modelo de Relatório de Segurança Ambiental (RSA) Anexo 6 - Alguns Termos Técnicos do Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais aplicados a Análise de Riscos
12
INTRODUÇÃO
A legislação ambiental no Brasil data de 1981, com a lei 6981/81 que trata da
Política Nacional de Meio Ambiente, sendo regulamentada pelo decreto 88.351/83.
Posteriormente veio a Resolução no 01 CONAMA de 1986 que trata dos requisitos
técnicos para os Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impactos Ambientais.
Com o advento da Carta Magna em 1988 o artigo 225 trata de proteção ao Meio
Ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações. (CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988)
Em 1992 aconteceu no Estado do Rio de Janeiro a ECO-92, trazendo como
contribuição uma convenção sobre diversidade biológica. Especificamente sobre os
aspectos do licenciamento ambiental criou-se a Resolução no 237 CONAMA de 1997,
ganhando força com a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi criado
devido a lei 9985/2000, sendo regulamentado pelo decreto 4340/2002. Em 2005 foi
elaborado uma versão preliminar da Diretriz de Estudos de Análise de Riscos pela
Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (FEEMA), atual Instituto do
Ambiente (INEA), porém sem ser publicada. Ressalta-se que enquanto só em 2005 o
13
órgão do Estado do Rio de Janeiro conseguiu elaborar um documento de referência, em
2001 o órgão do Rio Grande do Sul (FEPAM) elaborou seu Manual de Análise de Riscos
e em 2003 o órgão de São Paulo (CETESB) publicou sua norma também.
Em 2007 houve a descentralização do licenciamento ambiental para os municípios
conveniados ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e em 2009 houve a conferência
Nacional sobre as mudanças climáticas. A figura 1 ilustra a evolução da legislação.
Figura 1 – Marcos Ambientais Fonte: NÓBREGA (2010)
As questões de Segurança e Saúde do trabalho são tratadas no âmbito da Portaria
3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, através de suas Normas
Regulamentadores, na qual especificamente a NR-4 trata do dimensionamento do número
e qualificações do pessoal envolvido nesta área, sendo função do grau de risco e do
número de funcionários. Contudo em relação aos aspectos ambientais, externos a planta,
14
conforme ilustrado na figura 2, não estão contemplados neste Portaria e sim em um
conjunto de normas técnicas, resoluções, decretos, notas técnicas, diretrizes, dentre outras
referências.
Recentemente com o Decreto 42.159 de 02 de dezembro de 2009 foi estabelecido
a necessidade de um responsável técnico para a área ambiental, de forma análoga a NR-4.
Assim, no contexto do licenciamento ambiental, é obrigatório em função da resolução
237/97 do CONAMA, existência do responsável pela área de Meio Ambiente, sendo em
muitos casos práticos aqueles responsáveis pela área de Segurança e Saúde. No escopo
deste trabalho serão tratados os aspectos relativos ao risco que uma atividade industrial
gera para o ambiente externo a empresa.
Além disto destacam-se o crescente número de empresas que possuem um
Sistema de Gestão Integrada (Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente), além de
serem considerados aspectos de Responsabilidade Social.
Figura 2 - Abrangência de Impactos (Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente) Fonte: SEIFFERT (2008). “Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001), Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001)”
15
CAPÍTULO I – Licenciamento Ambiental
1.1. Competência Ambiental
A Constituição Federal de 1988 ao instituir um inovador capítulo sobre o Meio
Ambiente conferiu ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade de defender o
meio ambiente para que ele esteja ecologicamente equilibrado, garantindo uma sadia
qualidade de vida para as presentes e futuras gerações. Essa nova perspectiva conferiu a
todas as pessoas, que podem ser físicas ou jurídicas, um novo desafio, qual seja o de
modificar o atual modo de vida, baseado numa ótica consumista, para um novo
paradigma, balizado pelo desenvolvimento sustentável. Isso implica em novas formas de
consumo e de produção. No âmbito das organizações não se admite mais uma prática
totalmente dissociada das questões ambientais.
A Constituição Federal, art. 23, VI e VII, determinou que é competência
administrativa comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a
proteção do meio ambiente e o combate da poluição em qualquer das suas formas, bem
como a preservação das florestas, da fauna e da flora em Estados, Distrito Federal e
Municípios. Assim, conferiu a todos os entes da federação a possibilidade de fiscalizar as
atividades potencialmente poluidoras. E uma das formas de efetuar esse controle é
realizando o licenciamento ambiental. O Brasil em 1981 instituiu sua Política de Meio
Ambiente através da Lei nº 6.938/81. Esta norma estabeleceu como um de seus
instrumentos de controle o licenciamento ambiental (art. 9º, IV), que veio a ser
regulamentado pela Resolução Conama 237/97 (art. 1º, I) que conceitua o licenciamento
ambiental como o “procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
16
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao
caso”. Do licenciamento ambiental resultará um documento: a licença ambiental, que de
acordo com o art 1º, II, da Resolução Conama 237/97, é o ato administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Em função de características do processo produtivo, da sua localização geográfica
e outras informações específicas o licenciamento ambiental pode ser realizado na Esfera
Federal, Estadual ou Municipal. Como exemplo prático tem-se:
1. Licenciamento de dutos cruzando Estados – Esfera Federal.
2. Licenciamento de grandes empresas poluidoras ou limítrofes entre
Municípios – Esfera Estadual
3. Licenciamento de atividades que não exijam EIA/RIMA – Esfera
Municipal.
No caso do Município do Rio de Janeiro o convênio celebrado com o Estado do
Rio de Janeiro em 08/01/2007 possibilitou que diversas atividades fossem licenciadas
localmente, tais como: Estação de Tratamento de Esgotos (ETEs), indústrias em geral,
empreendimentos imobiliários, atividades que possuam risco para o meio ambiente,
postos de gasolinas e pequenas atividades geradoras de resíduos.
• O licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, operação, ampliação, e a instalação
de empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais, consideradas
17
efetiva ou potencialmente poluidoras, que sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental (CONAMA 237/07)
• O Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras foi instituído pelo Decreto
nº 1.633/77 , que regulamenta o Decreto-lei nº 134/75, que dispõe sobre a
prevenção e o controle da Poluição do Meio Ambiente no Estado do Rio de
Janeiro, dentre outras providências.
• A lei Federal 6.938/81 inseriu o licenciamento dentre os instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente, e determinou a sua utilização obrigatória em todo
território nacional.
.Secretaria Municipal do Meio Ambiente, no caso de impacto local e onde os
municípios devem possuam Fundo Municipal de Meio Ambiente e Conselho
Municipal de Meio Ambiente;
• Secretaria Estadual do Ambiente (INEA), no caso de impactos que ultrapassam o
limite do município;
• IBAMA, no caso de significativo impacto ambiental em âmbito nacional ou
regional.
• Departamento Nacional de Produção Mineral, Para empreendimentos de extração
mineral.
1.2. Processo de licenciamento ambiental
O processo de licenciamento ambiental segue a sistemática de um processo
administrativo junto ao órgão ambiental competente. De uma maneira geral, são
apresentados documentos de origem administrativa e técnica, conforme exigências do
órgão. Após a aprovação da documentação entregue é emitida a licença ambiental.
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As licenças comumente conhecidas são:
• Licença Prévia (LP): é obtida em fase anterior a construção para
empreendê-lo saber da possibilidade ou não da concretização da empresa.
• Licença de Instalação (LI): é obtida para possibilitar a construção e/ou
instalação da atividade. Em geral tem um prazo de validade de 3 anos.
• Licença de Operação (LO): é obtida para possibilitar a operação da
atividade. Em geral tem um prazo de validade de 5 anos.
Em 2009, por meio do Decreto Nº 30.568 de 02/04/2009 a Prefeitura do Rio de
Janeiro desenvolveu uma outra modalidade de licença a saber:
• Licença Simplificada (LS): É realizada na fase de instalação ou de
operação. Não é necessário vistoria do técnico de licenciamento ambiental,
ficando assim a seu critério. Em geral tem um prazo de validade de 4 anos.
Posteriormente o INEA (Instituto Estadual do Ambiente), ex- FEEMA (Fundação
de Engenharia do Meio Ambiente), por meio do decreto 42.159 de 02 de dezembro de
2009, lançou a seguintes modalidades de licenciamento ambiental.
• Licença Prévia/Instalação (LPI): ato administrativo mediante o qual o
órgão ambiental, em uma única fase, atesta a viabilidade ambiental e
aprova a implantação de empreendimentos ou atividades, estabelecendo as
condições e medidas de controle ambiental que deverão ser observadas
• Licença de Instalação/Operação (LIO): ato administrativo mediante o
qual o órgão ambiental aprova, concomitantemente, a instalação e a
19
operação de atividade ou empreendimento, estabelecendo as condições e
medidas de controle ambiental que devem ser observadas na sua
implantação e funcionamento.
• Licença de Operação e Recuperação (LOR): ato administrativo
mediante o qual o órgão ambiental autoriza a operação da atividade ou
empreendimento concomitante à recuperação ambiental de passivo
existente em sua área, caso não haja risco à saúde da população e dos
trabalhadores.
• Licença Ambiental de Regularização (LAR): ato administrativo
mediante o qual o órgão ambiental aprova a remediação, recuperação,
descontaminação ou eliminação de passivo ambiental existente, na medida
do possível e de acordo com os padrões técnicos exigíveis, em especial
aqueles em empreendimentos ou atividades fechados, desativados ou
abandonados.
Portanto observa-se que os órgãos ambientais competentes buscam pela alteração
da legislação acelerar o processo de licenciamento ambiental, que em alguns casos
arrastam-se por 10 anos. Contudo, em que se pesem os fatos, a melhoria na infra-estrutura
não ocorre em conjunto nem tão pouco a capacitação da equipe de licenciamento
ambiental. Para se ter uma idéia da situação, existem Prefeituras no Estado do Rio de
Janeiro que não possuem especialistas na área ambiental, ou seja, com formações
acadêmicas e/ou técnicas para tal, sendo realmente improvisados no cargo de licenciador,
sem o menor treinamento/formação.
20
1.3. Procedimentos para o Licenciamento Ambiental
1.3.1. Análise Preliminar da Atividade
Em geral a processo de licenciamento ambiental é composto pelas as etapas
abaixo:
1. Requerimento da Licença desejada
2. Apresentação de documentos administrativos (CNPJ, Alvará,
contrato social, publicações em jornais, etc)
3. Vistoria ao local
4. Apresentação de documentos técnicos (plantas, cadastros técnicos,
informações sobre resíduos e efluentes etc.)
5. Análise da documentação administrativa e técnica
6. Emissão do parecer favorável ou não favorável
7. Emissão da licença.
8. Acompanhamento das restrições da licença
Portanto em se tratando de um rito administrativo, todas as informações devem
estar claras e disponíveis para o requerente e candidato ao licenciamento da sua atividade,
tais como: qual a norma a aplicar, qual tipo de planta, qual a legislação, etc. A figura 1
mostra uma visão geral e simplificada dos aspectos para o licenciamento ambiental.
21
Figura 1.1 – Aspectos técnicos gerais do processo de licenciamento ambiental Fonte: NÓBREGA (2010)
Nota-se então que a questão da Análise de Risco no âmbito do Estado do Rio de
Janeiro não está totalmente resolvida, pois:
1. A diretriz DZ-2101 do INEA não publicada no Diário Oficial.
2. Não está disponível junto ao órgão para consulta ou reprodução
3. Tecnicamente não possui critérios claros e objetivos para análise.
Desde modo não há de se falar em publicidade, legalidade, impessoalidade do
processo administrativo podendo desta forma torná-lo nulo, ou seja, a luz do Direito
Administrativo a Licença Ambiental em que não são seguidos os princípios fundamentos
torna o ato sem valor. Então ficam os seguintes questionamentos para a reflexão:
1. Como o empreendedor pode avaliar o risco para o meio ambiente de sua empresa?
22
2. Como avaliar, com critérios técnicos, a possibilidade ou não do licenciamento de
uma atividade?
3. Como um profissional pode executar uma Análise de Riscos da Empresa sem
possuir uma referência do órgão ambiental?
Para ajudar a solucionar estes e outros problemas o presente trabalho traz uma
proposta para determinação do risco de uma instalação para o meio ambiente, juntamente
com alguns modelos de documentos e estudos a serem elaborados.
Ressalta-se que o processo de licenciamento ambiental ainda é feito deste modo
no Estado do Rio de Janeiro.
1.3.2. Vistoria técnica local e acompanhamento
O processo de licenciamento ambiental requer vistoria local, salvo melhor
entendimento do técnico responsável. Particularmente muitos profissionais de
licenciamento não emitem pareceres técnicos sem a respectiva vistoria. Contudo outros
preferem correr o risco e licenciar sem presenciar, estando assim mais suscetíveis e erros
e punições administrativas e/ou judiciais.
É importante a tranqüilidade do técnico responsável pelo licenciamento ambiental,
pois cada atividade possui características específicas e a geração de poluição se dá de
modo distinto em cada uma delas. Além disto, existem vários dispositivos legais que
devem ser observados conjuntamente, como as Resoluções do CONAMA.
O acompanhamento após emissão da licença ambiental é fundamental, pois em
toda licença existem restrições a serem cumpridas e estão sujeitas a fiscalização
independente da Secretaria de Meio Ambiente (SMAC), do INEA, do IBAMA, do
Ministério Público (MP) e Delegacia de Polícia de Meio Ambiente (DPMA).
23
1.3.3. Aspectos relevantes na elaboração do Parecer Técnico
A elaboração de um Parecer Técnico Ambiental (PTA) é de responsabilidade do
técnico responsável pelo processo administrativo de licenciamento. No caso de Pericias
Ambientais é comum a seguinte divisão:
• Laudo: documento de cunho técnico elaborado pelo Perito nomeado pelo
Juiz de Direito
• Parecer Técnico: documento também de cunho técnico, sendo elaborado
pelo Assistente Técnico do Perito.
A figura 1 fornece a idéia geral dos aspectos relevantes, mas em função da
tipologia da atividade podem existir outras informações, como por exemplo, a
necessidade de corte de árvores, taxa de ocupação do imóvel, entre outras.
Assim os aspectos típicos de uma instalação industrial são:
1. Zoneamento
2. Geração de Ruído
3. Geração de efluentes industriais e sanitários.
4. Geração de resíduos sólidos
5. Geração de campo elétrico e eletromagnético.
6. Geração de emissões atmosféricas
7. Risco industrial para o meio ambiente.
8. Medidas de controle empregadas.
9. Condições para a Operação.
Outro aspecto de extrema importância é que qualquer Parecer Técnico deve ser
elaborado por um profissional ou conjunto de profissionais legalmente habilitados junto
24
ao seu Conselho de Classe. Especificamente no caso de Pareceres Técnicos Ambientais
(PTAs) em situações em que envolvam Estudos de Análise de Riscos Industriais para o
Meio Ambiente é de suma importância que participe, isolada ou conjuntamente, um
profissional com a formação em Engenharia de Segurança do Trabalho, caso contrário o
PTA não tem valor e pode conseqüentemente tornar nula a Licença obtida junto ao órgão
ambiental.
No tocante ao servidor público, o mesmo incorre no exercício ilegal da profissão
do engenheiro, nos termos da Lei no 5.194/66, ocorre toda vez que a atividade reservada
aos profissionais da especialidade é exercida pelo leigo, assim como, a exercida pelo
profissional não registrado no CREA
A Lei no 5.194/66 que trata do exercício ilegal da profissão de engenheiro, diz em
seu Art. 6o que exerce ilegalmente a profissão de engenheiro ou arquiteto aquele que: “o
profissional que se incumbir de atividades estranhas às atribuições discriminadas
em seu registro”
Portanto mesmo que o servidor público sendo designado para atividade de
licenciamento ambiental, deve respeitar os limites de suas atribuições junto ao órgão de
classe, sob pena de se configurar exercício ilegal da profissão, sendo passível de perda do
cargo publico e de seu registro profissional, podendo chegar a ser configurada como
crime.
25
CAPÍTULO II – Procedimentos para os Estudos de Análise de Riscos Industriais para o Meio Ambiente.
2.1 A atribuição profissional pela análise de riscos industriais
A Análise de Risco tem por finalidade diagnosticar e avaliar os possíveis riscos
impostos ao meio ambiente e à população por uma instalação ou atividade, visando à
prevenção da ocorrência de acidentes.
Como suporte ao licenciamento ambiental, a Análise de Risco é exigida de
empresas que produzem, operam, armazenam, consomem, geram ou transportam
substâncias perigosas, em quantidade expressiva, especialmente as tóxicas e as
inflamáveis, provenientes das seguintes atividades:
• Indústrias químicas e farmacêuticas.
• Indústria do petróleo e petroquímicas.
• Indústria do gás.
• Unidades de refrigeração de indústrias alimentícias, de bebidas, frigoríficos,
etc.
• Unidades de produção de água tratada.
• Dutos de transporte de óleo e de gás.
• Usinas termelétricas a gás.
A Análise de Risco pode determinar a estruturação de dois tipos de planos, para
aplicação em caso de emergência:
• Plano de Contingência – detalha a ação conjunta dos órgãos públicos e empresas
privadas em caso de emergência de grande porte.
26
• Plano de Ação para Emergência – exigido das atividades cujo nível de risco,
definido pela Análise de Risco, seja igual a 3 ou 4; detalha a ação interna de uma
empresa em caso de emergência.
2.2 Critérios estabelecidos pelos órgãos ambientais
2.2.1 CETESB
É baseado na quantidade de substância perigosa armazenada, que fornece
através de uma tabela a distância segura necessária. Não leva em consideração
a população do local para o dimensionamento do nível de risco.
2.2.2 INEA (antiga FEEMA) e FEPAM
Possuem uma sistemática similiares, pois usam a quantidade de substâncias
armazenadas e a população do local. Considera um fator de distância (DR)
igual a 50 m, para qualquer valor de distância do empreendimento ao
reservatório para valores menores que 50 m. Não acentua a necessidade de um
Programa de Gerenciamento de Riscos para atividades de risco menor.
27
Capítulo III – Metodologia para Previsão de Distância Segura de
Instalações Industriais.
3.1 Modelagem da distância segura a partir da quantidade armazenada
A norma da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB –
P4.261/2003 trata de critérios para a elaboração de Estudos de Análise de Riscos. É
dividida basicamente em duas partes:
Parte 1: Aborda o critério para classificação de instalações industriais quanto à
periculosidade para a realização de um estudo de análise de riscos para os
empreendimentos industriais no processo de licenciamento ambiental.
Parte 2: Termo de referência para a elaboração de Estudos de Análise de Risco.
Fornecendo as orientações básicas para a elaboração de estudos de análise de
riscos e apresenta a visão da CETESB quanto à interpretação e avaliação dos
resultados.
Além destas duas partes, existem alguns anexos, dentre eles o “ANEXO C –
RELAÇÃO ENTRE AS QUANTIDADES DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E
DISTÂNCIAS SEGURAS” que relaciona uma quantidade em massa (m), expressa em
quilograma, a uma distância segura (ds), expressa em metros, a qual se tem o seguinte
critério:
Caso 1: Dispensa de Estudo de Análise de Riscos, porém com apresentação de um
Programa de Gerenciamento de Riscos Simplificado (PGRs)
(1)
28
Caso 2: Apresentar Estudo de Análise de Riscos, com apresentação de um
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
(2)
Onde:
di : distância da armazenagem da substância perigosa até os limites da instalação
(m)
ds : distância segura (m)
A tabela de distância segura (ds) em função da massa armazenada (m) existe para
várias substâncias químicas, tais como: GLP, acetileno, tolueno, xileno, etanol , dentre
outras, estão presentes no anexo da referida norma. No anexo 4 existem as Fichas de
Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs) destes produtos, em
conformidade com a NBR 14725:2009 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). A figura 4.1 ilustra uma tabela de distância segura para o GLP. Vale destacar
que o fabricante do produto deve disponibilizar a FISPQ correspondente em língua
portuguesa.
29
Tabela 3.1 - Tabela de Distância Segura em Função da Massa Armazenada Fonte: Norma P.4261/2003 da CETESB/SP
Massa da substância - GLP (kg) Distância Segura – ds (metros)
10 0
50 11
100 17
150 22
200 25
250 28
300 30
350 33
400 35
450 36
500 37
550 38
600 39
650 40
700 41
750 43
800 44
850 45
900 46
950 47
1000 48
1500 52
2000 58
30
De modo similar existem várias tabelas para outros produtos perigosos. Em tese, a
obtenção de ds em função de m é feita caso a caso, por meio de simulações
computacionais relativamente complexas, que envolvem cenários como a propagação de
nuvem tóxica e explosões. Contudo as tabelas possuem um intervalo finito e intervalos
não uniformemente espaçados, sendo desta forma não contínua e sim discreta. Com base
nestes aspectos propõe-se uma equação (3) para a obtenção de ds a partir da m, sendo esta
de forma simples e rápida determinação de ds.
(3)
Figura 3.1 – Modelo para determinação da distância segura Fonte: Dados da Norma P4.261/2003 da CETESB Modelo matemático desenvolvido neste trabalho
A equação (3) foi obtida empregando-se o método dos mínimos quadrados,
conforme MONTGOMERY et al (2005) ,obtendo-se uma boa qualidade no ajuste, com o
coeficiente de determinação R2 igual a 0,95. Foi empregado o programa comercial
31
Mathcad R-13 para o tratamento dos dados e modelagem. Destaca-se que a equação
obtida é conservativa no que se refere à determinação da distância segura.
2.2 Proposta de Fluxograma para Análise de Risco Industrial
Muitos estudos na área da engenharia permitem uma avaliação qualitativa,
fundamentada em aspectos objetivos sem realização de cálculos e/ou simulações. A outra
forma de avaliação é a quantitativa, que busca descrever alguns problemas com auxílio de
ferramentas matemáticas e estatísticas de modo a prever um determinado comportamento.
Na verdade estas análises devem caminhar juntas e o analista deve saber lançar
mão de uma ou outra em função de cada caso analisado.
No contexto do licenciamento ambiental, especificamente no Estado do Rio de
Janeiro, não se tem, de forma clara e objetiva, uma sistemática para a avaliação do risco
industrial que uma atividade desempenha por armazenar substancias tóxicas, inflamáveis
e combustíveis, bem como um roteiro para o gerenciamento deste risco, uma vez que não
basta conhecer o nível de risco, sendo preciso gerenciá-lo por medidas de controle e de
engenharia.
A figura 3.2 é uma proposta de sistematização do enquadramento da atividade de
possui substancias perigosas, classificando-as em níveis 1, 2, 3 e 4, apresentando também
os documentos técnicos que se fazem necessários. Ressalta-se que a essência deste
fluxograma é baseada na diretriz DZ-2101/2005 da antiga Fundação Estadual de
Engenharia de Meio Ambiente (FEEMA), atual Instituto Estadual do Ambiente (INEA).
Ressalta-se que esta diretriz é de acesso restrito o que vem a dificultar a sua utilização.
Além disto emprega-se neste fluxograma o modelo desenvolvido neste trabalho para a
determinação da distância segura, podendo ser estendido a outros produtos.
De forma estruturada, em função do Nível de Risco de uma atividade, os
documentos técnicos necessários são:
32
• Nível de Risco Efetivo 1 – Relatório de Segurança Ambiental (RSA) e
Programa de Gerenciamento de Riscos Simplificado (PGRs)
• Nível de Risco Efetivo 2 – Relatório de Segurança Ambiental (RSA),
Análise Preliminar de Perigos (APP) e Programa de Gerenciamento de
Riscos (PGR)
• Nível de Risco Efetivo 3 – Análise Preliminar de Perigos (APP), Estudos
de Conseqüências e Vulnerabilidade, Plano de Atendimento a
Emergências (PAE) e Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
• Nível de Risco Efetivo 4 – Análise Preliminar de Perigos (APP), Estudos
de Conseqüências e Vulnerabilidade, Cálculo do Risco Individual e
Social, Plano de Atendimento a Emergências (PAE) e Programa de
Gerenciamento de Riscos (PGR).
Alguns modelos de documentos técnicos são apresentados nos Anexos deste
trabalho.
33
F
igura 3.2 – Fluxograma para Análise de Riscos para o processo de Licenciamento
Ambiental
A figura 3.3 exemplifica os estudos necessários de acordo com a antiga diretriz
DZ-2101/2005 do INEA, por tipo de licença ambiental desejada.
34
FLUXOGRAMA PARA ANÁLISE DE RISCO
CALCULAR NRP
Informações Técnicas (MMR,IDLH,etc)
LMP LMI LMO LMP LMI LMO LMP LMI LMO LMP LMI LMO
Isento de documentos
técnicos
Isento de documentos
técnicos
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa (Nota 1)
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
Relatório de Segurança
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
Cálculo de risco individual e social
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
Cálculo de risco individual e social
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
Certfiicado do
CBMERJ
Certificado do Ministério da Defesa
APP
Estudo de
conseqüência e
Vulnerabilidade
NRP 1 NRP 2 NRP 3 NRP 4
Dispensado de estudo de risco
Atividade pertinente a esta
diretriz
Não
Sim
Figura 3.3 – Fluxograma para Análise de Riscos por tipo de Licença Ambiental, de acordo com a DZ-2101/2005 do INEA.
Fonte: NÓBREGA (2010)
35
CAPÍTULO IV – Estudo de Caso
4.1 Programas Comerciais de Simulação Computacional
Devido a complexidade da modelagem matemática, empregando derivadas
parciais, transientes e tridimensionais, além da quantidade de parâmetros utilizados
inviabilizando um cálculo manual. Com isto alguns programas de simulação
computacional são usados, dentre eles: Phast Risk e Ansys. A figura 4.1 ilustra uma
simulação computacional do espaço vulnerável, conforme DUARTE (2002.)
Figura 4.1 – Simulação Computacional do Espaço Vulnerável Fonte: DUARTE (2002)
36
4.2 Estudo de Caso de uma Instalação Industrial que armazena GLP.
Descrição do caso
Foi feito um estudo de análise de risco na fábrica para demonstrar o nível de risco
desse empreendimento a população sensível. Foram utilizados quatro procedimentos de
diferentes Estados para fazer a análise dos dados e descrever qual norma é mais adequada
do ponto de vista da segurança e meio ambiente. Os dados são os seguintes:
• Área de: 15.000 m², sendo 100 x 150 m.
• Quantidade de 2.000kg de GLP no centro do terreno.
• Densidade populacional do local: 100 pessoas/hectare
Objetivos do Estudo de Casos
• Analisar os dados do caso de cada procedimento separadamente, para
exemplificar o passo a passo das mesmas;
• Fazer comparações com os dados obtidos de cada procedimento;
• Identificar qual é o procedimento mais adequado.
Analise por normas técnicas e pela modelo desenvolvido por NÓBREGA (2010)
Análise do Caso pela Norma da CESTEB
Uma quantidade de 2000 kg de GLP tem que estar a uma distância segura de 58 m
da população conforme norma P4.261 da CETESB, conforme tabela 1. Considerando
que, neste caso o tanque da empresa está no centro do terreno e que a população está
muito próxima ao muro conforme Figura 5.1:
37
Figura 4.2 - Croqui do terreno e tanque
Pode-se observar que um dos lados está fora do padrão de segurança, então será
necessário realizar o Estudo de Análise de Riscos, para procurar identificar
antecipadamente os perigos nas instalações, processos, produtos e serviços e quantificar
os riscos associados à população externa.
Tabela 4.1 - Tabela de distância segura do Manual de Análise de Riscos da Norma P4.261/2003 da CETESB
Análise do Caso pela Norma da FEPAM
De acordo com a FEPAM, esta empresa estaria incluída na categoria de risco 1, que
corresponde a instalações/atividades que apresentam risco desprezível devido a pouca
quantidade de substâncias perigosas em processo ou armazenagem.
Estaria, portanto, isenta de exigências que dizem respeito a riscos industriais e de
licenças adicionais para operação.
Quantidade de GLP (kg) Distância Segura (m)
10 0
50 11
1000 48
1500 52
2000 58
38
Resumo dos cálculos pela Manual de Análise de Riscos Industriais da FEPAM (2001):
(3)
Tabela 4.2 - Tabela de Índice de Risco - FEPAM
Índice de Risco Categoria de Risco Danos
IR # 1 1 Desprezivel
1 < IR # 2 2 Significativos <= 100m
2 < IR # 4 3 Significativos de 100m até 500m
4 < IR 4 Significativos >= 500m
Análise do Caso pela Norma do INEA (não publicada no Diário Oficial)
De acordo com o INEA, esta empresa estaria incluída na NRP 1, considerando de 26
a 160 pessoas por hectare. Para obter a licença ambiental deve apresentar a memória de
cálculo.
Resumo dos cálculos pela Diretriz DZ 2101 (2005) do INEA
39
Neste caso não são exigidos documentos técnicos. Tabela 4.3 - Tabela de Índice de Risco - INEA
Densidade Populacional
Até 25 pessoas
por hectare
De 26 a 160 pessoas por
hectare
Mais de 160 pessoas por
hectare
Nível de Risco Preliminar
Índice de Risco
≤ 1 1 1 2
> 1 e ≤ 2,5 1 2 3
> 2,5 e ≤ 5 2 3 4
> 5 3 4 4
Análise do Caso pela modelo desenvolvido por NÓBREGA (2010) De acordo com a equação a seguir:
(5)
Onde: ds: distância segura (m) m : massa armazenada do produto químico (kg)
Tem-se que ds = 58,17 m , sendo superior aos 58 m tabelados, mostrando assim
que a equação é conservativa.
40
De acordo com o fluxograma proposto tem-se a necessidade dos seguintes
documentos (Dinstalação < Dsegura e NRP < 1):
• Análise Preliminar de Perigos (APP)
• Análise de Conseqüências e Vulnerabilidade
• Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
• Plano de Atendimento de Emergência (PAE)
Figura 4.3 – Modelo para determinação da distância segura
0 300 600 900 1200 1500 1800 2100
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
DADOS DA CETESBAJUSTE - NÓBREGA (2010)DADOS DA CETESBAJUSTE - NÓBREGA (2010)
Massa (kg)
Dis
tânc
ia (
m)
41
Figura 4.4 – Fluxograma para Análise de Riscos para o processo de Licenciamento
Ambiental
42
Comparação As normas do INEA e FEPAM não consideram a real distância do
armazenamento de substâncias perigosas verificadas em campo, em outras palavras se o
tanque estiver a uma distância de 1 m ou 50 m da população o enquadramento é o mesmo
para a atividade a ser licenciada. Por outro lado a sistemática adota pela CETESB em seu
manual P4.261 é extremamente rígida e dificulta o licenciamento de algumas atividades,
pois um Estudo de Análise de Risco em que se determina o risco individual e social
muitas das vezes inviabiliza o empreendimento, contudo possibilitou o desenvolvimento
do conceito de distância segura para produtos perigosos no que tange o processo de
licenciamento ambiental. No modelo denominado de NÓBREGA (2010) é apresentado
um resultado equilibrado entre as normas, pois possibilita que empreendimentos não se
tornem inviáveis pelo ponto de vista de segurança das instalações, pois no Estudo de
Conseqüência e Vulnerabilidade é possível ser ter uma idéia precisa se os Cenários
Acidentais ficam dentro ou fora das instalações. Além disto, apresenta uma sistemática
para o Gerenciamento de Riscos de Atividades que não eram monitoradas no Estado do
Rio de Janeiro por serem consideradas de risco menor, tal como o exemplo apresentado,
de 2000 kg de GLP que não é necessário um Programa de Gerenciamento de Riscos
Simplificado (PGRs), mesmo que simples, pois muitos eventos indesejados podem ser
evitados pela adoção de um PGRs.
43
CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
Neste trabalho foram apresentadas duas contribuições: uma de caráter qualitativo
e outra quantitativa. A abordagem qualitativa se resume em uma sistemática para o
enquadramento de uma atividade quanto ao seu risco industrial para o meio ambiente no
contexto do licenciamento ambiental especificamente para o Estado do Rio de Janeiro,
uma vez que o Estado não possui uma sistemática definida, contribuindo desta forma para
se estabelecer um procedimento atualizado e seguro para a população. No aspecto
quantitativo foi estabelecido um modelo matemático para previsão de distância segura de
uma instalação para a armazenagem de GLP, ou seja, em função da massa, expressa em
kg, é possível calcular distância segura. Portanto em ambas as contribuições existem a
aplicação direta no procedimento de licenciamento ambiental no Estado do Rio de
Janeiro.
Trabalhos futuros dever buscar a modelagem matemática de outras substâncias
químicas comumente empregadas na atividade industrial, tais como: tolueno, xileno,
cloro, amônia, acetileno dentre outros. Esta determinação é inédita e ainda não está
disponível na literatura técnica especializada. Modelos matemáticos devem ser
desenvolvidos para o cálculo das distâncias seguras em casos de existirem muitas
substâncias perigosas, sem o auxílio de programas comerciais altamente sofisticados,
para ser assim possível a aplicação no campo da engenharia.
Outro aspecto de grande importância no campo acadêmico é a necessidade da
divulgação de trabalhos que façam uma revisão bibliográfica internacional com maior
profundidade que a aqui apresentada. Dissertações e Teses podem ser orientadas com este
foco.
A inclusão dos conceitos de Risco Industrial para o Meio Ambiente se faz
necessária nos Cursos de Especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho bem
44
como na Engenharia de Meio Ambiente, pois atualmente, no primeiro curso, apenas há
um enfoque ocupacional sem se preocupar com questões ambientais e no segundo não há
este nível de conhecimento na estrutura curricular.
45
BIBLIOGRAFIA :
• ART, Henry W. et al. Dicionário de ecologia e ciências ambientais. São Paulo:
Melhoramentos, 1998.
• CARVALHO, D.W., Dano Ambiental Futuro. A Responsabilização Civil pelo Risco Ambiental. Editora Forense Universitária. 2008.
• Decreto 42.159 de 02 de dezembro de 2009 - Dispõe sobre o Sistema de Licenciamento Ambiental - SLAM e dá outras providências.
• Decreto Nº 30.568 de 02/04/2009 - Dispõe sobre o programa de simplificação do processo de licenciamento para abertura de empresas – ALVARÁ JÁ.
• Diretriz DZ 2101-R1 – Estudos de Análise de Riscos para Instalações
Convencionais. Instituto do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Aprovada pela Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) em 2005.
• LIMA E SILVA, Pedro Paulo et al. DICIONÁRIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS. 2a.Ed, Rio de Janeiro, Tex, 2002.
• Manual de Análise de Riscos Industriais. FEPAM. 2001.
• Manual da CETESB de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análises de Riscos, P4. 261, de Maio de 2003
• Material do curso de extensão da PUC-Rio. “Aspectos Técnicos e Jurídicos do Licenciamento Ambiental”. Realizado em 2009.
• Resolução Conama 237/97, de 19/12/1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente.
• MONTGOMERY, D.; RUNGER, G.; HUBELE, N.; Estatística Aplicada à
Engenharia. 2.ed., Rio de Janeiro: LTC, 2004.
• NÓBREGA, M. J. R.; Análise de Acidente de Trabalho com Auxílio de Ferramentas Estatísticas. Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Faculdade Silva e Souza. Rio de Janeiro, 2005.
46
• NÓBREGA, M. J. R.; FERNADES, J.L.; TEIXEIRA, B.M.; A Methodology for Investigation of Accidents at Works. ICEOM. 2007.
• TAVARES, J. C.; Noções de prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.
• SEIFFERT, M.E.B.; Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001), Saúde e
Segurança Ocupacional (OHSAS 18001). Editora Atlas. 2008.
• DUARTE, M.; Riscos Industriais: Etapas para a Investigação e a Prevenção de Acidentes.Rio de Janeiro.FUNENSEG.2002.
WEBGRAFIA
• Marcelo Nóbrega. Disponível em: <www.marcelonobrega.com.br>. Acesso em: 28 abr. 2010.
• Prefeitura do Rio de Janeiro. Disponível em: <www.rio.rj.gov.br/smac>. Acesso em: 28 abr. 2010.
• Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Disponível em:
<www.sobes.org.br>. Acesso em: 28 abr. 2010.
• http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm .Acesso em: 28 abr. 2010.
47
ANEXOS Anexo 1 – Tabela de distância segura da CETESB para o GLP Anexo 2 - Informações das principais substâncias perigosas empregadas na indústria. Anexo 3 – Tabela de densidade populacional do Município do Rio de Janeiro. Anexo 4 – Fichas de Informações de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ)
7. GLP 8. Tolueno 9. Xileno 10. Acetileno 11. Freon R-22 12. Álcool
Anexo 5 - Modelo de Relatório de Segurança Ambiental (RSA) Anexo 6 - Alguns Termos Técnicos do Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais aplicados a Análise de Riscos
48
ANEXO 1
TABELA DE DISTÂNCIA SEGURA:
Substância – GLP (kg) Disttância (m)
10 0
50 11
100 17
150 22
200 25
250 28
300 30
350 33
400 35
450 36
500 37
550 38
600 39
650 40
700 41
750 43
800 44
850 45
900 46
950 47
1000 48
1500 52
2000 58
49
ANEXO 2 PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO Há uma série de produtos químicos utilizados nas indústrias e, para diversos objetivos. Desde a simples pintura até elementos de proteção, atendendo a diversas normas técnicas e de prevenção, os produtos químicos são largamente utilizados, obedecendo os critérios de utilização. De acordo com o site da Cetesp.sp e a Fispq, os produtos químicos são divididos em substâncias, de acordo com suas propriedades em: - Substâncias combustíveis - Substâncias inflamáveis - Substâncias tóxicas Substâncias Combustíveis – São substâncias que produzem combustão ou partida (fogo, centelhamento ou fumaça). São Substâncias que reagem com o oxigênio ou outro comburente, liberando energia em forma de calor, chamas e gases Exemplo: gasolina, gás metano (GNV), GLP, clorodifluormetano, álcool, óleo díesel Substâncias Inflamáveis – São substâncias que necessariamente não produzem combustão, mas o fogo é sua conseqüência para se propagar. Exemplo: todos os produtos químicos utilizados na indústria Substâncias Tóxicas – São substâncias que podem ser inflamáveis e combustíveis, mas que são venenosas. Exemplo: Amônia A maioria dos produtos químicos utilizados na indústria são inflamáveis, mas nem todos os produtos inflamáveis são combustíveis. A norma regulamentadora para procedimentos de usos de produtos químicos utilizados nas indústrias é a NBR 14725. 1.0 - Gás Liquefeito de Petróleo – GLP Tipo de gás comprimido, proveniente do petróleo, sem coloração, de fraco odor. Da família dos hidrocarbonetos, formando o composto butano ou propano. É também chamado gás de cozinha, sendo largamente utilizado nos refeitórios industriais para o cozimento de alimentos.Gás inflamável que flutua e ferve na água que, ao se propagar no ar, produz uma nuvem de vapor. 1.1 - riscos do produto
50
Por ser um gás mais pesado que o ar, sua formação com cadeias de hidrogênio e sua densidade, em contato com o fogo ou calor pode explodir facilmente, principalmente se a área for fechada. Se a área for aberta, o gás se propaga rapidamente, podendo gerar danos maiores. Caso haja um contato com uma fonte de ignição qualquer, poderá haver um retrocesso da chama da explosão. 1.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Deixar o fogo queimar e esfriar os recipientes expostos com água, para proteção contra danos maiores. Evitar o contato com o gás, mantendo as pessoas afastadas, chamar o Corpo de Bombeiros para um combate ao incêndio mais eficiente. Em caso de grande vazamento, evacuar a área. Ficar contra o vento e usar neblina d’água para baixar o vapor. Usar EPI (Equipamentos de Proteção Individual) como luvas, botas e roupas de polietileno clorado, neprene, poliuretano ou viton e máscara de respiração autônoma.
Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor Não é irritante para os
olhos, nariz e garganta. Se inalado, causará tontura, dificuldade respiratória ou perda de consciência.
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Causará enregelamento Lavar as áreas com muita água, não esfregando as áreas afetadas.
Tabela 1 – comportamento tóxico do GPL 2.0 - ACETILENO Tipo de gás comprimido, mais leve que o ar, com pequeno odor. Por ser leve, se dispersa rapidamente no ar. Também da família dos hidrocarbonetos. É chamado também de etino. É usado na fabricação de cloretos e soldagem de metais. 2.1 - Risco do produto Por ser um gás mais leve que o ar, o fogo pode se espalhar rapidamente, o vapor pode explodir se o gás estiver em área fechada. 2.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Uma das medidas a tomar é esfriar todos os recipientes expostos com água, não deixando o fogo se alastrar, pois o vapor pode explodir se a ignição estiver em áreas fechadas, fazendo explodir os recipientes. Nunca devem ser utilizados agentes de extinção para o combate ao incêndio como dióxido de carbono, pó químico seco e spray d’água, porque o gás se propagado ou o líquido volátil podem explodir no fogo.
51
Para a neutralização do fogo, ajustar um encanamento em um forno ou dentro de um fosso e queimar com cuidado, sendo indicado um acompanhamento de um especialista de órgão ambiental. Em caso de altas concentrações utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) como máscara de respiração autônoma, luvas e botas de couro e roupas de proteção. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Gás Não é irritante para os
olhos, nariz e garganta. Se inalado poderá causar dor de cabeça, dificuldade respiratória e perda da consciência
Mover a pessoa para respirar ar fresco se a pessoa tiver dificuldade de respirar por oxigênio ou respiração artificial.
Tabela 2 – comportamento tóxico do acetileno 3.0 – TOLUENO Líquido aquoso, sem coloração, de odor agradável, que flutua na água (menos denso que esta), produzindo vapor irritante e inflamável. Da família dos hidrocarbonetos aromáticos, chamado também de metilbenzeno, metilbenzol ou toluol. Utilizados na indústria de aviação, solventes para tintas e revestimentos, entre outros. 3.1 - Risco do produto Por ser um líquido menos denso que água, seu vapor é mais denso que o ar, espalhando-se rapidamente e explodindo em áreas fechadas. 3.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Sendo uma substância aquosa e inflamável, o combate com água pode ser ineficaz. Quando o produto entrar em combustão, utilizar pó químico seco, espuma ou dióxido de carbono. Se a ignição for em área fechada, resfriar os recipientes com água. Evitar o contato com o líquido, por gerar inúmeros riscos ao organismo, mantendo as pessoas afastadas. Chamar o Corpo de Bombeiros para isolamento do local e evacuação das pessoas. Ficar contra o vento e usar neblina d’água para baixar o vapor. Usar também equipamento de proteção individual (EPI) como luvas, botas e roupas de viton, máscara facial panorama com filtro e vapores orgânicos que isolam o organismo contra a contaminação ao produto. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor É irritante para os olhos,
nariz e garganta. Se inalado, causará náusea, vômito, dor de cabeça,
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
52
tontura, dificuldade respiratória ou perda da consciência
Líquido Irritante para a pele, irritante para os olhos. Se ingerido, causará náusea, vômito ou perda da consciência.
Remover roupas e sapatos contaminados e enxaguar com muita água, manter as pálpebras abertas e enxaguar com muita água. Não provocar vômito
Tabela 3 – comportamento tóxico do tolueno 4.0 - XILENO Também é um líquido aquoso, sem coloração, mas de odor doce, com densidade menor que da água, produzindo vapor irritante e inflamável. Da família dos hidrocarbonetos, pode ser da classe meta (meta-xileno) também chamado de dimetilbenzeno, ou m-xilol, m-xileno ou simplesmente xileno; da classe orto (orto-xileno), também denominado dimetilbenzeno, ou o-xilenol, ou também xileno; da classe para (para-xileno), também dimetilbenzeno, ou p-xilol, p-xileno, ou simplesmente xileno . São largamente utilizados nas indústrias agronômicas para produção de inseticidas, combustíveis para aviação, solventes, corantes e sínteses orgânicas. 4.1 - Risco do produto Produto extremamente tóxico, pois se propaga em forma líquida e de vapor, gerando problemas orgânicos como irritação da pele, vômitos, se ingerido e até cegueira. O vapor é mais pesado que o ar, contaminando facilmente seres humanos, plantações, animais e todo o eco-sistema. 4.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Evitar o contato com o produto com o líquido e o vapor, mantendo as pessoas afastadas. Chamar o Corpo de Bombeiros para parar o vazamento do material. Isolar e remover o material derramado. Por ser um produto de difícil combate a sua combustão, a água é ineficaz . Utilizar espuma, pó químico seco ou dióxido de carbono, esfriando os recipientes expostos com água, pois o vapor explode facilmente se a ignição dos recipientes forem em áreas fechadas. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor É irritante para os olhos,
nariz e garganta. Se inalado, causará náusea, vômito, dor de cabeça, tontura, dificuldade respiratória ou perda da
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
53
consciência Líquido Irritante para a pele,
irritante para os olhos. Se ingerido, causará náusea e vômito.
Remover roupas e sapatos contaminados e enxaguar com muita água, manter as pálpebras abertas e enxaguar com muita água. Não provocar vômito.
Tabela 4 – comportamento tóxico do xileno 5.0 – CLORODIFLUORMETANO Tipo de gás comprimido liquefeito, sem coloração e de odor fraco, sendo mais denso que a água. Da família dos hidrocarbonetos halogenados, este gás liquefeito ferve na água, também sendo bastante perigoso, devido sua grande densidade Pode ser chamado de monoclorodiluormetano, eskimon-22, F-22, Freon-22, Genetron-22 ou Isotron-22. 5.1 - Risco do produto É um produto tóxico muito perigoso, podendo ocasionar sérios danos à saúde e ao meio ambiente, devendo se evitar ao máximo contato o líquido, tentar parar seu vazamento e isolar a área do material derramado. 5.2 - Ações a tomar e medidas de segurança É impressindível evacuar o local, chamando o Corpo de Bombeiros, esfriando os recipientes expostos com água. É recomendável o uso de EPI como luvas e botas de PVC, roupas de proteção e máscara de respiração artificial. Deve-se liberar imediatamente o produto para a atmosfera, com o acompanhamento de especialista de órgão ambiental. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor Não é irritante para os
olhos, nariz e garganta. Se inalado, causará tontura ou perda da consciência
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Causará enregelamento Enxaguar as áreas afetadas com muita água, não esfregando as áreas afetadas.
Tabela 5 – comportamento tóxico do clorodifluormetano 6.0 – ÁLCOOL ETÍLICO
54
Líquido aquoso muito comum no cotidiano, com odor próprio, sendo menos denso que a água e solúvel com esta, sendo inflamável e produzindo vapores irritantes. Da família de nome próprio, também chamado de etanol ou álcool de cereais. É largamente utilizado como solvente de resinas, gorduras, óleos, corantes, detergentes, cosméticos e outros produtos para limpeza e de uso hospitalar. 6.1 - Risco do produto Por ser um líquido aquoso é de fácil explosão, principalmente em áreas fechadas. O fato de ser solúvel com a água, pode dificultar seu combate, não sendo adequado o uso de água para minimizar a chama. 6.2 - Ações a tomar e medidas de segurança O risco ao produto é o mesmo dos materiais aquosos. Deve-se manter as pessoas afastadas, chamando o Corpo de Bombeiros para isolar o local e remover o material derramado, desligando as fontes de ignição e ficar contra o vento, usando neblina d’água para baixar o vapor. O uso de EPIs também é recomendado, como luvas, botas e roupas de borracha natural ou butílica, PVC ou neoprene e máscara panorama facial. Como nos outros líquidos, é recomendável para o combate à combustão o uso de pó químico seco, espuma de álcool ou dióxido de carbono, esfriando os recipientes com água. Especialistas utilizam inceneradores químicos equipado com pós-queimador e lavador de gases. Tomar os devidos cuidados, pois o produto é altamente inflamável. Recomenda-se um acompanhamento de especialista ambiental Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor Irritante para os olhos,
nariz e garganta.
Mover a pessoa para respirar ar fresco.
Líquido Não é prejudicial Tabela 6 – comportamento tóxico do álcool etílico 7.0 – ÓLEO DIESEL Tipo de líquido viscoso, de cor marrom amarelado, com odor próprio de óleo combustível ou lubrificante, sendo menos denso do que a água. Da família dos hidrocarbonetos, não possuem forma química própria, pois trata-se de uma mistura de compostos derivados do petróleo. Também é chamado óleo combustível 1-D, óleo combustível 2-D, sendo largamente utilizados em veículos, como combustível para motores diesel, óleo para acionamento de bombas hidráulicas, sistemas pneumáticos, etc. 7.1 - Risco do produto
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É um produto, como outros líquidos inflamáveis, de fácil combustão. A propagação da chama dependerá da quantidade de líquido derramado. Por isto, é muito importante evitar quaisquer contato com o produto, porque além de irritar a pele, é capaz de destruir o ecossistema. 7.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Evitar o contato com o líquido. Caso haja vazamento, chamar o Corpo de Bombeiros, isolando e removendo o material derramado. Caso o material seja derramado no mar, isolar o local com bóias especiais até remover todo o material com pó químico seco, espuma ou dióxido de carbono. Importante também, é resfriar os recipientes expostos com água. Os EPIs utilizados são luvas, botas e roupas de proteção. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Líquido Irritante para a pele, para
os olhos, prejudicial se ingerido.
Remover as roupas e os sapatos contaminados, enxaguando-os com muita água, manter as pálpebras abertas e enxaguar com muita água. Não provocar vômito
Tabela 7 – comportamento tóxico do óleo diesel
O óleo diesel pode ser classificado de acordo com sua aplicação, nos seguintes tipos: Tipo "Interior" (máximo 0,2% de enxofre, equivalente a 2.000 partes por milhão) Tipo "Metropolitano" (máximo de 0,05% de enxofre, equivalente a 500 partes por milhão) Extra Diesel Aditivado De referência (também chamado diesel padrão) 8.0 – GASOLINA NATURAL É um líquido aquoso, sem coloração, com odor próprio da substância, menos denso do que a água. É um produto altamente inflamável, produzindo vapores irritantes. Da família dos hidrocarbonetos, não possuindo forma molecular própria, em função de ser uma mistura de vários derivados de petróleo, podendo ser chamada de gasolina “casinghead”ou gasolina de poços de petróleo. É largamente utilizada na indústria automotiva, como combustível para automóveis, solventes para adesivos de borracha, diluente de óleos vegetais, gorduras, dentre outros. 8.1 - Risco do produto Produto altamente inflamável, mas o seu odor é facilmente perceptivo antes até de gerar um dano maior. Caso ocorra combustão ela é rapidamente propagada em função das características do produto. 8.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Devido ao seu alto poder de explosão, manter as pessoas afastadas, chamando o Corpo de Bombeiros. Parar imediatamente o vazamento, isolando e removendo o material derramado. A água não é indicada, utilizando-se para combater a combustão pó químico seco, espuma ou dióxido de carbono. Como os outros produtos, resfriar os componentes com água. Ficar contra o vento e utilizar neblina d’água para baixar o
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vapor, pois os vapor é mais pesado que o ar, podendo a chama se deslocar a grandes distâncias. Os EPIs utilizados são luvas, botas e roupas de poletileno clorado, neoprene, poliuretano ou víton e máscara facial panorama com filtro contra vapores orgânicos. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor É irritante para os olhos,
nariz e garganta. Se inalado, causará náusea, dor de cabeça, tontura, dificuldade respiratória ou perda da consciência
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Irritante para a pele, irritante para os olhos. Se ingerido, causará náusea e vômito.
Remover roupas e sapatos contaminados e enxaguar com muita água, manter as pálpebras abertas e enxaguar com muita água. Não provocar vômito.
Tabela 8 – comportamento tóxico da gasolina natural 9.0 – GÁS NATURAL LIQUEFEITO Tipo de gás comprimido liquefeito, sem coloração, sem odor, com densidade menor que a água, produzindo nuvem de vapor inflamável e visível. Também da família dos hidrocarbonetos, é também chamado de GNL. Seu uso é restrito a algumas indústrias químicas. 9.1 - Risco do produto Este gás pode explodir facilmente por ser pouco denso, logo deve se evitar o contato. Sua característica é se propagar rapidamente, tornando-se um produto muito perigoso. 9.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Isolar a área, deixar o fogo queimar, chamar o Corpo de Bombeiros devido a sua rápida propagação. É um produto facilmente explosivo, não sendo indicado para seu combate a água e sim usar neblina d’água para baixa o vapor. Os EPIs utilizados para seu combate são roupas e proteção térmica e máscara para respiração própria. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento
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Vapor Não é irritante para os olhos, nariz e garganta. Se inalado, causará tontura, dificuldade respiratória ou perda da consciência
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Causará enregelamento Enxaguar as áreas afetadas com muita água, não esfregar as áreas afetadas
Tabela 9 – comportamento tóxico do GNL 10.0 – METANO É um gás comprimido liquefeito, inflamável, sem coloração, de odor suave, menos denso que a água. É largamente utilizado como GNV (Gás Natural Veicular) como fonte de combustível para veículos automotores. Também da família dos hidrocarbonetos, pode ser chamado como gás do pântano, gás natural do pântano e como GNV. 10.1 - Risco do produto É um gás com alto poder de explosão, devido à sua pressão em postos de combustível e indústrias. Como outros gases, espalham-se rapidamente no ar, podendo gerar danos maiores. Qualquer faísca de fogo ou fumaça pode ser o suficiente para a explosão do produto. 10.2 - Ações a tomar e medidas de segurança É a mesma com outros gases, evitando o contato com o produto. Caso ocorra vazamento, evacuar a área, chamando o Corpo de Bombeiros. No caso de combustão, esfriar os recipientes expostos com água. Para combater o fogo, utiliza-se pó químico seco, espuma ou dióxido de carbono. Os EPIs utilizados são os mais simples como luvas, botas, roupas de proteção e máscara de respiração autônoma. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor Não é irritante para os
olhos, nariz e garganta. Se inalado, causará tontura, dificuldade respiratória e perda da consciência
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Causará enregelamento Enxaguar as áreas afetadas com muita água, não esfregar as áreas afetadas
Tabela 10 – comportamento tóxico do metano 11.0 – AMÔNIA
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Tipo de gás comprimido liquefeito, sem coloração, com odor próprio, com densidade menor do que a água, altamente inflamável e venenoso, produzindo nuvens de vapores visíveis. É largamente utilizada nas indústrias, pois pode ser envazada em forma líquida para a indústrias de cosméticos, farmacêuticas, hospitais e como a fabricação de outros produtos químicos. Não possui família química própria, sendo também conhecida como amônia anidra liquefeita ou simplesmente amônia. 11.1 - Risco do produto É uma substância altamente perigosa, pois além de inflamável é venenosa, podendo matar a vítima rapidamente, se não houver um socorro rápido. Pelo fato de possuir um odor diferente de outras substâncias, não é difícil a prevenção contra danos maiores. 11.2 - Ações a tomar e medidas de segurança Ocorrendo vazamento da substância, evitar qualquer contato em forma de líquido ou vapor, pois a substância é venenosa. Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros para isolar a área, evacuar as pessoas e remover o material utilizando pó químico seco, espuma ou dióxido de carbono. É fundamental o uso de EPI, devido ao forte odor da substância. Para altas concentrações, utilizar roupa de encapsulamento de neoprene ou borracha butílica e máscara de respiração autônoma. No caso de baixas concentrações da substância, substituir a máscara autônoma pela máscara facial panorama com filtro para amônia. Tipo de contato Síndrome tóxica Tratamento Vapor Irritante para os olhos,
nariz e garganta. É venenoso. Se inalado, poderá matar, caso o socorro médico demore
Mover a pessoa para respirar ar fresco. Manter as pálpebras abertas e enxaguá-las com muita água. Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial
Líquido Por ser altamente tóxico, queimará a pele, causará enregelamento, queimará os olhos. Se ingerido, poderá matar, caso o socorre médico demore
Remover roupas e sapatos contaminados, enxaguando com muita água. Manter as pálpebras abertas e enxaguá-las com muita água.
Tabela 11 – comportamento tóxico da amônia
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APÊNDICE Propriedades físico-químicas
Produto Peso molecular
Ponto de ebulição (ºC)
Ponto de
fusão (ºC)
Pressão
(atm)
Pressão de vapo
r
Viscosidade (cP)
PH Densidade
relativa
Calor latente cal /g
Temperatura crítica (ºC)
Solubilidade na
água
Reatividade
química na água
Reatividade
química com
outros materiais
LPO PP IDLH LT (BRASIL)
LT (EUA)
GLP
>44 >40 Não pertinente
41,4 760mmHg a 40 ºC
Não disponíve
l
Não pertinente
0,58 a 50 ºC
101,8 6,67 Não determia
do
Não reage
Incompatível com
oxidantes fortes
5000 a 20000ppm
Não pert.
2000 ppm
Não estab.
1000ppm
ACETILENO 26,04 -84 -81,5 60,59
760mmHg
Não disponíve
l
Não pertinente
0,9 Não pertinente
35,2 Não pertinent
e
Não reage
Sob certas condições
forma espontanea
mente compostos explosivos com cobre
Não disp.
Não estab.
Não disp.
Asfixiante
simples
Asfixiante
simples
TOLUENO 92,14 110,6 -95 40,55
40mmHg
a 31,8 ºC
0,58 Não pertinente
Não pertine
nte
86,1 318,6 0,05g/100mL a 20 ºC
Não reage
Incompatível com
oxidantes fortes
0,17ppm
0,17mg/L
500 ppm
78-117pp
m
50ppm(pele)
XILENO (META)
106,16 131,9 -47,9 513,8
10mmHg
a 28,3 ºC
0,59 Não pertinente
0,864 a 20 ºC
81,9 343,8 Insolúvel
Não reage
Não reage 0,05 ppm
0,3 mg/L
900ppm
78 – 117 ppm
100 – 150 ppm
XILENO (ORTO)
106,16 144,4 -25,2 541,5
5mmHg a 20,2 ºC
0,77 Não pertinente
0,888 a 20 ºC
82,9 357,1 Insolúvel
Não reage
Não reage 0,05 ppm
0,3 mg/L
900ppm
78 – 117 ppm
100 – 150 ppm
XILENO (PARA)
106,6 138,3 13,3 509,4
10mmHg
a 27,3 ºC
0,62 Não pertinente
Não pertine
nte
81 343,0 Insolúvel
Não reage
Não reage 0,05 ppm
0,3 mg/L
900ppm
78 – 117 ppm
100 – 150 ppm
CLORODIFLUORMETANO
86,48 -40,5 -160 48,7 760mmHg
Não disponíve
Não pertin
Não disponí
71 a -81
Não pertinent
Insolúvel
Não reage
Não reage
Não estab.
Não disp.
Não disp.
1000 ppm
60
a -40,8 ºC
l ente vel e Não disp.
ÁLCOOL ETÍLICO
46,7 78,3 -112 63,0 60mmHg a -
26ºC
1,11 7,0 0,790 a 20ºC
200 243,2 miscível Não reage
Não reage 10ppm Não estab.
3300ppm
780-975pp
m
1000 ppm
ÓLEO DIESEL Não pert.
288 a 338
-18 a -34
Não pert.
2,17mmHg a
21,1ºC
Não disp. Não pert.
Não pertine
nte
Não pertinente
Não pertinent
e
Insolúvel
Não reage
Não reage
Não disp.
Não estab.
Não disp.
Não disp.
100 ppm
GASOLINA NATURAL
Não pert.
14 a -135
Não pertinente
Não pert.
Não pertinente
Não disp. Não pert.
Não pertine
nte
Não pertinente
Não pertinent
e
Insolúvel
Não reage
Não reage 0,25 ppm
Não disp.
Não disp.
Não disp.
100 ppm
GNL > 16 -161 -182,2 45,78
Não pertinente
Não disp. Não pert.
0,415 A -0,45
120 -82,2 Insolúvel
Não reage
Não reage 0,25 ppm
Não disp.
Não disp.
Não disp.
100 ppm
METANO (GNV) 16,04 -161,5
-161,5 45,44
760mmHg a -
161,5ºC
Não disp. Não pert.
0,55 a 1,0
121,9 -82,5 Insolúvel
Não reage
Não reage 200ppm
Não pert..
Não disp.
Asfixiante
simples
Asfixiante
simples
AMÔNIA 17,03 -33,4 -77,7 111,3
10 atm a 25,7º
C
0,105 Não pert.
0,6 327 133 miscível Dissolve-se com suave efeito
de aquecim
ento
Corrosivo para cobre
e superfícies galvanizad
as
46,8ppm
Não pert..
300ppm
20 a 30 ppm
25 a 35 ppm
Tabela 12 – propriedades físico-químicas dos principais produtos químicos usados na industria (fonte: Cetesp.sp)
61
Dados Gerais Produto Temperatura de
aramzenamento Ventilação para o transporte
Estabilidade durante o transporte
Usos Grau de pureza Radioatividade Método da coleta
GLP ambiente Válvula de alívio estável Domésticos, industrial e combustível de automóveis, componentes de gás nas cidades
variável Não possui Não disponível
ACEILENO Não disonível Não disonível estável Fabricação de cloreto de vinila e vinilideno, acetato de vinila, soldagem e corte de metais, neopreno, acrilonitrina, acrilatos, negro de carbono.
É dissolvido em acetona e mantido sob. Pressão em cilindros
Não possui Não disponível
TOLUENO ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Gasolina de aviação e agente de elevação de octanagem, matéria-prima para benzeno, fenol e caprolactama, solvente para tintas e revestimentos, gomas, resinas, borrachas, diluentes e solventes para lacas a base de nitrucelulose
Pesquisa, reagente, nitração a 98%, industrial a 94%
Não possui Grau 5
XILENO (META)
ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Uso intermediários para corantes e sínteses orgânicas, solventes, inseticidas e combustível para aviação
Pesquisa : 99,99%, puro : 99,9% e técnico : 99,2 %
Não possui Grau 5
XILENO (ORTO)
ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Matéria-prima para anidrido ftálico, gasolina de aviação, solvente para resinas alquílicas, laca, corante, inseticida, constituinte de asfalto e nafta.
Pesquisa : 99,9%, puro : 99,7 % e comercial : 95 %
Não possui Grau 5
XILENO (PARA)
ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Matéria-prima para ácido tereftálico, síntese farmacêutica e
Pesquisa : 99,9%, puro : 99,8% e técnico : 99 %
Não possui Grau 5
62
inseticidas CLORODIFLUORMETANO ambiente Válvula de alívio estável Propelente para
aerosol, refrigerante e polímero
Não determ. Não possui Grau 5
ÁLCOOL ETÍLICO ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Solvente para resinas, gorduras, óleos, ácidos graxos, hidrocarbonetos, hidróxidos alcalino, meio de extração, fabricação de derivados orgânicos, corantes, drogas sintéticas, elastômeros, detergentes, cosméticos.
Não determ. Não possui Grau 5
ÓLEO DIESEL ambiente Aberta estável Combustível para motores diesel e instalação de aquecimento em pequeno porte.
Não determ. Não possui Grau 12
GASOLINA NATURAL ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Combustível utilizado nas indústrias automotivas, gorduras, extrator e diluente para óleos essenciais, solvente para adesivos de borracha, detergente para instrumentos de precisão, agente de acabamento para couros artifiais
Depende da situação do bom óleo.
Não possui Grau 5
GNL
ambiente Aberta ou pressão a vácuo
estável Gás utilizado nas industra
Não determ. Não possui Grau 4
METANO (GNV)
-162,2 ˚C Válvula de alívio estável Gás utilizado como combustível de veículos automotores, fonte de produtos petroquímicos, fonte de negro de carbono.
puro Não possui Grau 4
AMÔNIA
Não fornecida (variável) Não fornecida (variável)
estável Fertilizantes, fabricação de ácido nítrico, hidrato de hidrazina, ácido cianídrico, acrionitrila
99,5% Não possui Não disponível
63
em têmperas de aço, polímeros, fibras sintéticas, corantes, preservativos de látex, polpa de madeira, combustível para foguetes, produtos farmecêuticos em forma liquida.
Tabela 13 – dados gerais dos principais produtos químicos usados na industria (fonte: Cetesp.sp)
64
Características gerais
Produto Rótulo de risco Número de risco Class do fogo reatividade Reatividade com outros produtos
Potencial de ionização
GLP Inflamável e combustível 23 4 0 0 10,5 eV ACETLENO inflamável 23 4 0 0 11,4 eV TOLUENO inflamável 33 3 0 0 8,82 eV XILENO (META)
inflamável Não def. 3 0 0 8,56 eV
XILENO (ORTO)
inflamável Não def. 3 0 0 8,56 eV
XILENO (PARA)
Altamente inflamável Não def. 3 0 0 8,56 eV
CLORODIFLUORMETANO Altamente inflamável e combustível e venenoso
20 0 1 0 12,45 eV
ÁLCOOL ETÍLICO Inflamável e combustível Não def. 3 2 2 10,47 eV ÓLEO DIESEL Inflamável e combustível 30 2 0 0 Não disponível
GASOLINA NATURAL Inflamável e combustível 33 4 0 0 Não disponível GNL inflamável 223 4 0 0 Não disponível
METANO (GNV) Inflamável e combustível 23 4 0 0 12,51 eV AMÔNIA Altamente inflamável e
venenoso 23 1 0 0 Não disponível
Tabela 14 – características dos principais produtos químicos usados na industria (fonte: Cetesp.sp)
0
INFORMAÇÕES ECOTOXICOLÓGICAS A ecotoxicologia preocupa-se com o estudo das ações e efeitos nocivos de agentes físicos e químicos presentes no meio ambiente sobre os constituintes vivos dos ecossistemas, tendo com principal finalidade avaliar o risco resultante da presença de tais agentes. Para cumprir tal objetivo, ela necessita do maior número possível de informações sobre cada um dos agentes. Assim, existem várias fontes de obtenção do conhecimento da toxicidade das substâncias químicas e da relação risco-segurança. Entre elas temos a experimentação animal, a experimentação com voluntários e a pesquisa epidemiológica. O tipo de pesquisa mais utilizada é a experimentação com animais. Ela permite: - prever o tipo de lesão causada por uma exposição excessiva, particularmente quando se trata de novas substâncias para as quais não se dispõe ainda de informações clínicas; - definir o mecanismo de ação das substâncias químicas, isto é, a natureza das alterações bioquímicas ou fisiológicas, responsáveis pelo desenvolvimento dos sinais e sintomas clínicos; - descobrir possíveis antídotos; - determinar o grau de exposição ao qual nenhuma manifestação tóxica ocorre; - estudar as interações entre diferentes substâncias químicas. Apesar de muitas restrições, é com base no trabalho com animais que é elaborada a maior parte dos limites e padrões de exposição. Deve-se ressaltar que, sendo as investigações detalhadas freqüentemente impraticáveis com o homem, há a necessidade de extrapolar os resultados, sendo por isso necessário aplicar sempre fatores de segurança. Toxicidade – limites e padrões - entende-se por toxicidade como a capacidade inerente a uma substância química de produzir um efeito deletério sobre um sistema biológico. Ponto de Fulgor (Flash Point) - É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mistura de vapores se propague uma chama acima de sua superfície. Exemplo: considere uma temperatura de 25º C em uma região. Ocorrendo vazamento de um produto, com ponto de fulgor de 15º C, indica que o produto, nessas condições está liberando vapores inflamáveis, podendo apenas ter uma fonte de ignição para que haja uma ocorrência de incêndio ou de explosão. Logo, se o ponto de fulgor do produto for 30º C, indica que este produto não está liberando vapores inflamáveis. L.P.O.(3) – Limite de Percepção Olfativa: dado que indica a menor concentração de uma substância no meio ambiente, detectável através do odor. É um valor que apresenta restrições resultantes das diferenças de percepção entre uma e outra pessoa. P.P.(35) – Padrão de Potabilidade: é o padrão requerido para a qualidade da água de consumo humano. IDLH / IPVS – Immediately Dangerous to Life or Health Air Concentration / Imediatamente Perigoso à
Vida ou à Saúde: representa a máxima concentração no ar de substância na qual um trabalhador saudável, do sexo masculino, pode ficar exposto por 30 minutos e ainda ser capaz de escapar sem perda da vida ou dano irreversível à saúde.
1
LT: Brasil – Limites de Tolerância:(35) - denominam-se àquelas concentrações dos agentes químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes no meio ambiente de trabalho sob as quais a grande maioria dos trabalhadores podem ficar expostos dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde. - Valor médio 48 horas: os valores limites recomendados pelo Ministério do trabalho referem-se a uma jornada de trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais. - Valor Teto: representa uma concentração máxima que não pode ser excedida em momento algum da jornada de trabalho. LT E.U.A - TWA – Limite de Exposição – Média Ponderada pelo Tempo (TLV – TWA – Threshold Limit Value
– Time Weighted Average):(10) - é a concentração média ponderada pelo tempo para uma jornada normal de 8 horas diárias e 40 horas semanais, à qual a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposta, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde. LT EUA - STEL – Limite de Exposição – Exposição de Curta Duração (TLV – STEL – Threshold Limit Value –
Short-Term Exposure Limit):(10) - é a concentração a que os trabalhadores podem estar expostos continuamente por um período curto sem sofrer irritação, lesão tissular crônica ou irreversível ou narcose em grau suficiente para aumentar a predisposição a acidentes, impedir o auto-salvamento ou reduzir a eficiência no trabalho, cuidando-se para que o limite de exposição - média ponderada (TLV-TWA), não seja ultrapassada. Um STEL é definido como uma exposição média ponderada pelo tempo durante 15 minutos que não pode ser excedida em nenhum momento da jornada de trabalho, mesmo que a concentração média ponderada para 8 horas esteja dentro dos limites de exposição acima de TLV-TWA. Exposições acima do TLV-TWA, mas abaixo do STEL, não podem ter duração superior a 15 minutos, nem se repetir mais de quatro vezes ao dia. Deve existir um intervalo mínimo de 60 minutos entre as exposições sucessivas nesta faixa. Pode-se recomendar um período médio, diferente dos 15 minutos, desde que garantido por observação dos efeitos biológicos. Em algumas situações poderá ser informado que o valor apresentado refere-se ao valor teto (TLV-C), cuja definição encontra-se a seguir. LT EUA - Limite de Exposição – Valor Teto (TLV-C – Threshold Limit Value – Ceiling):(10)- é a concentração que não pode ser excedida durante nenhum momento da exposição do trabalhador. Toxicidade ao homem e animais superiores (vertebrados): dentre os meios que a toxicologia dispõe para conhecer a toxicidade dos agentes químicos merecem destaque as pesquisas experimentais que freqüentemente utilizam animais de laboratório, as pesquisas de caráter epidemiológico e a observação crítica de dados que ocorrem de certa maneira ao acaso no meio ambiente. A experimentação com animais de laboratório pode elucidar importantes mecanismos de ação dos agentes tóxicos e os aspectos qualitativos das relações daqueles agentes com os organismos vivos. Porém, escassamente gerará dados quantitativos que possam ser direta e imediatamente aplicados ao homem. Neste trabalho os itens MDT (menor dose tóxica publicada) e MCT (menor concentração tóxica publicada) poderão ser preenchidos à medida que haja dados disponíveis. Existem diversas vias de introdução de agentes tóxicos num organismo, neste trabalho foram escolhidas as de real importância: pulmonar, digestiva e cutânea.
2
CL50 – Concentração Letal cinqüenta: è a concentração de um agente num meio que causa mortalidade em cinqüenta por cento (50%) da população exposta, durante um determinado período de tempo. Para a classificação adotada utiliza-se a CL50, via respiratória para rato ou camundongo. DL50 – Dose Letal cinqüenta : é a dose calculada de um agente num meio que causa mortalidade em cinqüenta por cento (50%) da população animal em condições bem definidas, por qualquer via de administração, exceto por inalação. Para a classificação adotada utiliza-se a DL50, via oral para rato ou camundongo. CLLo (ou LCLo) – Concentração Letal mínima : é a menor concentração de uma substância no ar, que causa algum efeito tóxico no homem, cancerígeno ou reprodutivo em animais, quando expostos por um dado período de tempo. TLm – (96 horas): exprime que aproximadamente 50% dos organismos testados mostraram comportamento anormal (incluindo a morte) sob condições de concentração e tempo dados, no caso, 96 horas. O bioensaio pode ser realizado em meio aquático estático ou de fluxo contínuo. Toxicidade aos organismos aquáticos : a toxicidade aquática estuda os efeitos tóxicos de agentes físicos e químicos sobre os organismos representativos do ambiente aquático. O meio aquático é considerado o mais importante compartimento receptor, pois substâncias químicas lançadas no ar ou no solo irão atingi-lo através das chuvas, lavagem do solo e infiltrações. O estudo dos efeitos de agentes tóxicos sobre a vida aquática pode ser realizado através de ensaios biológicos "in loco" ou em condições laboratoriais, sendo estes últimos mais utilizados por permitirem um controle mais efetivo dos fatores ocasionais (exemplo: temperatura, pH, duração de exposição, meio, concentração). Ao se avaliar a toxicidade de agentes tóxicos ou misturas destes, frente a um reativo biológico (geralmente se utiliza uma população homogênea, possuindo uma sensibilidade definida) determinando-se a concentração responsável por um efeito tóxico (efeito letal, sub-letal, crônico, imobilização ou modificação do comportamento, entre outros). Estes podem ser realizados utilizando-se sistemas de fluxo contínuo, semi- estáticos ou estáticos. Quanto ao meio, pode-se utilizar meio aquático do tipo água continental (água dura – rica em bicarbonatos e sulfatos dissolvidos; água mole – isenta de íons cálcio e magnésio), marinha ou salobra, que podem ser provenientes de uma fonte natural ou preparadas adequadamente, misturando-se os componentes necessários. Com relação ao organismo-teste, por razões técnicas e econômicas, é impossível testar todas as espécies que fazem parte do ecossistema aquático. O critério mais amplamente aceito é o de se escolher espécies representativas de diferentes níveis tróficos (posição na cadeia alimentar). Assim são relacionados os organismos representativos de cada nível trófico como algas, micro-crustáceos e peixes Para avaliação dos efeitos tóxicos das substâncias no meio aquático são utilizados, por exemplo:
3
No caso de organismos aquáticos, devido a grande variedade de espécies estudadas e a dificuldade de se obter testes de padronização, a indicação da toxicidade de substâncias é fornecida em faixas que variam de 1 a 1000 ppm. Toxicidade a outros organismos : decorrente da dificuldade de estabelecimento de valores de toxicidade para o ser humano e animais superiores, lança-se mão de testes e bioensaios com outros organismos. Estes experimentos se realizam principalmente com as bactérias, por serem elas de triagem simples, desenvolvimento rápido e de grande aplicabilidade no monitoramento de substâncias tóxicas, cancerígenas e mutagênicas. Entende-se por mutação como uma alteração no material genético hereditariamente transmissível. Os parâmetros escolhidos para exprimir a toxicidade foram os seguintes: EC50 – Limite de Concentração de Crescimento Médio : exprime a dose de uma substância tóxica capaz de provocar a redução de 50% na população dos organismos testados. MEC50 – Concentração Mínima Efetiva 50: exprime a concentração mínima de uma substância tóxica capaz de imobilizar 50% dos organismos testados. DI50 – Dose Inibitória 50 : exprime a dose de uma substância tóxica capaz de provocar alterações ou lesões celulares em 50% dos organismos testados. R.M. – Razão de Mutagenicidade: exprime a relação entre as células que sofreram mutação, ou seja, alteração no material genético transmissível à geração seguinte e às células vivas originais. CE50 – Concentração Efetiva 50 : exprime a toxicidade a curto prazo de uma substância que por inalação em condições bem definidas afeta 50% de um grupo de seres vivos em teste, mencionando-se também a duração da exposição ao agente tóxico. Geralmente expressa em ppm, mg/m3 ou m g/m3 . TLm – Limite de Tolerância : exprime a concentração de uma substância tóxica na qual 50% dos organismos em estudo sobrevivem. L.Tox (T.I.M.C.) – Limite de Toxicidade (Teste de Inibição da Multiplicação Celular) : exprime a concentração de uma substância na qual, e abaixo da qual, os organismos não sofrem nenhum efeito nocivo. O teste de inibição da multiplicação celular preferencialmente realizado com algas microscópicas, bactérias e
Scenedesmus quadricauda
Chlorella pyrenoidosa Algas
Microcystis aeruginosa
Daphnia pulex Micro-crustáceos
D. magna (água continental)
Gammarus lacustris (água continental)
Crangon (água marinha)
Crustáceos
Camarão
Palaemonetes (água marinha)
Mexilhão: Mytilus edulis Moluscos
Ostra: Crassostrea virginica
Gambusia affinis
Carassius auratus
Pimephales promelas
Lebistes reticulatus ("Guppy")
Lepomis macrochirus ("Bluegill")
Água continental
Poecilia reticulata ("Guppy")
Peixes
Água marinha Menidia beryllina
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protozoários, avalia qual a mínima concentração que inibe a multiplicação das células destes organismos no processo de reprodução. Testes utilizados para detectar alterações genéticas:
(fonte: Cetesb.sp)
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ANEXO 3
Bairros Pessoas/hectare Abolição 200,32
Acari 153,53
Água Santa 29,85
Alto da Boa Vista 2,62
Anchieta 123,82
Andaraí 170,43
Anil 61,57
Bancários 123,99
Bangu 53,50
Barra da Tijuca 19,16
Barra de Guaratiba 4,64
Barros Filho 88,31
Benfica 109,52
Bento Ribeiro 153,09
Bonsucesso 87,73
Botafogo 165,84
Brás de Pina 168,61
Cachambi 183,69
Cacuia 48,11
Caju 33,06
Camorim 0,89
Campinho 95,55
Campo dos Afonsos 4,66
Campo Grande 24,97
Cascadura 118,09
Catete 319,00
Catumbi 239,37
Cavalcanti 81,98
Centro 68,38
Cidade de Deus 315,28
Cidade Nova 56,50
Cidade Universitária 3,70
Cocotá 100,18
Coelho Neto 127,60
6
Colégio 128,75
Complexo do Alemão 219,62
Copacabana 358,51
Cordovil 120,65
Cosme Velho 81,00
Cosmos 58,57
Costa Barros 142,84
Curicica 74,38
Del Castilho 98,87
Deodoro 24,98
Encantado 145,38
Engenheiro Leal 87,48
Engenho da Rainha 122,71
Engenho de Dentro 119,46
Engenho Novo 168,15
Estácio 210,44
Flamengo 315,49
Freguesia (Ilha do Governador) 45,29
Freguesia (Jacarepaguá) 51,95
Galeão 11,41
Gamboa 94,26
Gardênia Azul 155,85
Gávea 67,74
Glória 88,57
Grajaú 66,73
Grumari 0,14
Guadalupe 121,27
Guaratiba 6,25
Higienópolis 143,30
Honório Gurgel 160,10
Humaitá 144,01
Inhaúma 122,58
Inhoaíba 71,83
Ipanema 151,73
Irajá 132,71
Itanhangá 16,53
Jacaré 87,73
7
Jacarepaguá 13,30
Jacarezinho 386,26
Jardim América 131,44
Jardim Botânico 74,42
Jardim Carioca 155,46
Jardim Guanabara 93,22
Jardim Sulacap 14,26
Joá 5,75
Lagoa 35,66
Laranjeiras 186,01
Leblon 216,76
Leme 144,87
Lins de Vasconcelos 131,77
Madureira 130,81
Magalhães Bastos 125,76
Mangueira 170,33
Manguinhos 118,62
Maracanã 163,85
Maré 266,60
Marechal Hermes 126,57
Maria da Graça 99,26
Méier 207,79
Moneró 118,71
Olaria 169,41
Oswaldo Cruz 173,34
Paciência 30,48
Padre Miguel 133,08
Paquetá 20,06
Parada de Lucas 105,86
Parque Anchieta 69,36
Parque Columbia 60,60
Pavuna 108,32
Pechincha 111,68
Pedra de Guaratiba 26,65
Penha 125,09
Penha Circular 110,55
Piedade 113,48
8
Pilares 157,68
Pitangueiras 192,10
Portuguesa 208,47
Praça da Bandeira 126,43
Praça Seca 91,78
Praia da Bandeira 173,62
Quintino Bacaiúva 80,39
Ramos 134,37
Realengo 67,66
Recreio dos Bandeirantes 12,26
Riachuelo 141,22
Ribeira 38,55
Ricardo de Albuquerque 129,35
Rio Comprido 104,21
Rocha 72,75
Rocha Miranda 142,91
Rocinha 392,00
Sampaio 118,83
Santa Cruz 15,34
Santa Teresa 79,78
Santíssimo 40,97
Santo Cristo 57,09
São Conrado 17,19
São Cristovão 93,37
São Francisco Xavier 120,00
Saúde 60,09
Senador Camará 64,53
Senador Vasconcelos 42,36
Sepetiba 30,88
Tanque 58,30
Taquara 70,98
Tauá 198,41
Tijuca 162,57
Todos os Santos 226,39
Tomás Coelho 123,49
Turiaçu 127,84
Urca 29,11
9
Vargem Grande 2,36
Vargem Pequena 7,99
Vasco da Gama Os dados deste Bairro encontram-se inclusos no bairro de São Cristóvão
Vaz Lobo 127,51
Vicente de Carvalho 132,43
Vidigal 84,61
Vigário Geral 116,87
Vila Cosmos 116,32
Vila da Penha 169,19
Vila Isabel 254,45
Vila Militar 12,73
Vila Valqueire 74,94
Vista Alegre 162,01
Zumbi 126,69
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ANEXO 4 Fichas de Informações de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ)
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ANEXO 5 Relatório de Segurança Ambiental – RSA
(Dinst<Dseg e simultaneamente NRP=1 ou 2) 1. Descrição da Tipologia da Atividade
1. Apresentar Memorial de Cálculo para distância segura e NRP. 2. Apresentar de forma sucinta as principais etapas operacionais,
relacionando as principais matérias primas e produtos. 3. Informar os controles ambientais existentes e seu estado de
operação e manutenção. 2. Identificação de Sistemas, Equipamentos e Processos.
1. Deve ser apresentado um fluxograma de cada um dos processos, indicando os riscos presentes.
2. Apresentar as medidas de controle de segurança empregadas 3. Especificar as substâncias tóxicas, combustíveis, ou inflamáveis, armazenados e/ou
manipulados. 1. Especificar o nome e quantidade em kg de cada substância,
anexando suas Fispq’s 4. Especificar as substâncias controladas pelo Ministério da Defesa, polícia civil e
federal. 1. Apresentar quantidades estocadas das substâncias controladas pelos
órgãos competentes 2. Anexar comprovante de autorização para uso das substâncias
supracitadas 5. Descrição dos Sistemas de Controle de Segurança e Meio Ambiente (medidas
mitigadoras e preventivas dos riscos) 1. Devem ser relacionadas às medidas mitigadoras e preventivas que a
empresa tem implantado ou se propõe a adotar e que devem ser correlacionadas aos perigos identificados
6. Descrição dos Sistemas de Segurança e de Combate a Emergência 7. Normas Técnicas Pertinentes
Descrição do cumprimento das normas em vigor, tais como: 1. NBR 17505 – Líquidos Inflamáveis 2. NBR 13231 – Caldeiras e Vasos de Pressão 3. NR 20 – Líquidos Inflamáveis 4. NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão 5. NR 10 – Segurança em Eletricidade 6. NBR 13231 – Proteção contra incêndio em subestações elétricas
8. Características da Região/Circunvizinhança 1. Descrever a sua circunvizinhança indicando as principais ocupações
e ilustrando em um desenho, podendo ser acompanhado de fotos da área de interesse.
2. Informar o Zoneamento do local 9. Avaliação/Conclusão
Deve ser apresentada uma síntese do estudo com as respectivas avaliações e conclusões. Mencionar a possibilidade da atividade em questão continuar ou não operando.
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10. Recomendações Técnicas Deverão ser apresentadas as medidas necessárias a adequação das condições de segurança da atividade ou informar se a atividade atende a todos as normas em vigor
11. Anexos 1. Deverão ser anexados registros e testes de avaliação de segurança
dos sistemas existentes, tais como: caldeiras e vasos de pressão, tanques de estocagem, sistemas de alivio etc.
2. Apresentar cópia do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em vigor.
3. Apresentar cópia da Planta baixa com localização dos dispositivos de combate a incêndio.
4. Apresentar cópia do Certificado de Aprovação do CBMERJ na validade
5. Apresentar Cópia da Carteira do CREA/CRQ do responsável pela elaboração do RAS
6. Apresentar Cópia da identidade do responsável pela área de Meio Ambiente da empresa
7. Apresentar fotos de cada parte do processo produtivo, desde a matéria prima até o produto final.
12. Responsabilidade O relatório deverá ser assinado por um Engenheiro de Segurança do Trabalho, com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), vinculada ao “Relatório de Segurança Ambiental - RAS”. Solidariamente deverá ser assinado também pelo responsável legal da empresa pela área de Meio Ambiente, garantindo desta forma as informações administrativas prestadas ao profissional técnico para elaboração do RAS.
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ANEXO 6 RISCO Probabilidade ou freqüência esperada de ocorrência dos danos decorrentes da exposição. Condições adversas ou a um evento indesejado. Risco ambiental: Risco ao ambiente no sentido geral inclui a sociedade humana. Originariamente usado no sentido do risco que substâncias tóxicas presente no ambiente impunham aos humanos. (Risco sócio-ambiental). Risco ecológico: Risco de dano à fauna e flora. Neste sentido é um subconjunto do risco ambiental. Risco eco toxicológico: Risco que a flora e a fauna sofrem devido à presença de substâncias tóxicas (antrópicas) nos sistemas naturais. Risco individual: Risco referente a um único indivíduo hipotético para uma dada população considerada uniforme, o risco individual médio é obtido pela divisão do (Risco social) pelo número de indivíduos expostos ao risco. Por exemplo, um risco de morte de 10-³/ano para um indivíduo significa que é esperada a morte de 1 indivíduo em média a cada ano, em cada grupo de 1.000 expostos ao mesmo perigo (ou conjunto de perigos). Risco social: Risco expresso em dos danos causados à coletividade decorrentes da consumação de um ou mais perigos em um período de tempo especificado . Por exemplo, um risco de 0,1 mortes/ano, devido a possíveis acidentes numa instalação hipotética, significa que é esperada a ocorrência de 1 morte em média a cada 10 anos de operação desta instalação. Risco toxicológico: Risco exposição humana a substância tóxicas ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO (APP) Técnica que visa a identificação e avaliação preliminar do perigos presente em uma instalação. Para cada perigo analisado, busca-se determinar os eventos acidentais a ele associados, as conseqüências da ocorrências destes eventos, as causas básicas, os eventos intermediários, os modos de prevenção e os modos de proteção e controle. Além disso procede-se a uma estimativa qualitativa preliminar do risco associado a cada seqüência de eventos, a partir da estimativa da freqüência e da severidade da sua ocorrência. ANÁLISE PROBABILÍSTICA DE SEGURANÇA (APS) Basicamente, o mesmo que análise de risco; porém, na área nuclear,com um significado mais específico, e dividida em níveis(um,dois e três), onde o último se assemelha ao moderno conceito de Análise de Risco Ambiental, porque considera a avaliação das conseqüências ambientais e sociais de um acidente nuclear. IMPACTO AMBIENTAL 1.Qualquer alteração no ambiente causada por atividades antrópicas. Pode ser negativo, quanto destruidor ou degradador dos recursos naturais, ou positivo, quando regenerador de áreas e ou funções naturais anteriormente destruídas. Um impacto ambiental potencial é aquele que ainda não aconteceu, mas cuja possibilidade existe em decorrência do funcionamento, normal ou acidental, de uma determinada atividade. 2.Leg. Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do (Meio Ambiente), causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que ,direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômica; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais. (Resolução CONAMA Nº001,de 23 de janeiro de 1986)
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IMPACTO AMBIENTAL REGIONAL: 1. Leg. Todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte,o território de dois ou mais Estados. (Resolução CONAMA Nº237, de 19 dezembro de 1997). ANÁLISE DE RISCO: Estudo da probabilidade ou freqüência esperada de ocorrência de um evento indesejado que cause qualquer espécie de dano – ou da associação desta probabilidade com as conseqüências do evento. Utiliza técnicas e métodos probabilistas na análise dos fenômenos que ocorrem durante este evento. ANÁLISE DE RISCO ACIDENTAL: Estudo para avaliar os riscos provenientes de eventos acidentais. ANÁLISE DE RISCO AMBIENTAL: Termo originariamente associado ao estudo dos riscos toxicológicos a que os humanos estariam expostos devido à presença de substâncias antrópicas no ambiente. Entretanto, modernamente vem assumindo a conceituação dos riscos que as atividades humanas impõem ao ambiente como um todo, incluindo-se aí os riscos aos próprios humanos. Esta interpretação pressupõe uma visão mais ampla da realidade, onde os humanos fazem parte do que se denomina (Ambiente), evitando a tradicional cisãoentre sociedade humana e Natureza. ANÁLISE DE RISCO ECOLÓGICO: Estudo para avaliar os riscos impostos aos ecossistemas ou a espécies da fauna e flora; normalmente este conceito exclui os riscos aos humanos. Em algumas áreas de pesquisa tem assumido uma conotação semelhante à análise de risco ambiental. ANÁLISE DE RISCO HUMANO: Tipo de estudo que avalia os riscos de uma atividade ou substância especificamente tóxicas aos humanos. ANÁLISE DE RISCOS INDUSTRIAIS: Tipo de estudo que , por um lado só avalia riscos provenientes de acidentes,e por outro, só considera conseqüências causem danos humanos, isto é, danos a vidas humanas ou equipamentos e construções humanas (Análise de Riscos Tecnológico e Industrial). ANÁLISE DE VULNERABILIDADE: Estudo que busca avaliar a abrangência espacial dos efeitos de um acidente potencial. Estes efeitos são expressos, qualitativa ou quantitativamente, em termos dos danos causados ao Ambiente social ou natural, e para sua estimativa são normalmente ultilizados (Modelos Matemáticos Probabilísticos) EFLUENTE: Tudo aquilo que eflui, sai ou é expelido de algum lugar. Efluente gasoso Conjunto de gases e (aerossóis) componentes da mistura liberada na atmosfera pelas industrias ou outras fontes de emissão. Efluente industrial Resíduo que sobra do processo industrial e é liberado no ambiente; os efluentes, nesta concepção, pode ser líquido, sólido ou gasoso, e normalmente acaba por ser constituir numa forma de poluição. Efluente líquido
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Substância líquida, predominantemente água, que flui a partir de canais, dutos, reservatórios, estações de tratamento, sistemas de disposição final, etc.; águas residuárias lançadas na rede de esgoto ou num corpo receptor. ALARA: Conceito aplicado em atividades de licenciamento, baseado na legislação norte-americana, e que dita que os limites de liberação de elementos nocivos ao ambiente devem ser mantidos “tão baixos quanto razoavelmente atingíveis’’ (AS LOW AS REASONABLY ACHIEVABLE). O adjetivo “razoavelmente’’ tem um significado importante e sofisticado neste contesto, abrangendo as questões relativas as limitações tecnológicas e econômicas envolvidas na manutenção dos limites, mas sem deixar de considerar limites deterministas mínimos de segurança que são ou venham a ser determinados pela sociedade onde estão sendo exercidos os controles ambientais. EMISSÃO: Qualidade de poluente emitida a partir de uma fonte , expressa usualmente em unidade de massa por tempo. 2- LEG. Liberação de gases de (Efeito Estufa) e ou seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado. (DECRETO LEGISLATIVO Nº1, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994,E DECRETO Nº2.652, DE 1º DE JUNHO DE 1998). EMISSÕES FUGITIVAS: Emissões industriais não- intencionais ou não-controladas para o ar, solo ou água.
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Nóbrega, Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega. Metodologia para Análise de Riscos de Instalações Convencionais aplicada ao Licenciamento Ambiental. Estudo de Caso para Armazenagem de GLP. / Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega. – 2010
Monografia (Lato Sensu) – Faculdade de Ciências Exatas Universidade Iguaçu, Nova Iguaçu, 2010. Bibliografia: p. 78
1. Risco Industrial. 2. Licenciamento Ambiental. I. Título.