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28 INTRODUÇÃO O Brasil é um pais tropical de grande extensão territorial, sua variada biodiversidade marca à geografia que apresenta. É a interação entre os elementos no ambiente (fatores bióticos e abióticos) a qual permite e explica existência dos chamados domínios geoecológicos ou morfo-fisiologicos e os biomas formados nessas grandes paisagens. Os domínios reconhecidos no território brasileiro são seis, principalmente, embora algumas classificações ecológicas chegassem a diferenciar sete domínios. Estes domínios são: Domínio Amazônico, Domínio das Caatingas, Domínio dos Cerrados, Domínio dos Mares de Morros, Domínio das Araucárias,Domínio das Pradarias e Domínio do Pantanal Mato-grossente, o qual é mais classificado como uma faixa de transição que como Domínio. Nestes domínios é onde podemos encontrar distintos biomas, alguns mais representativos que outros, e dos quais nos textos locais se encontra tanta e tão pouca informação à vez. Podemos achar que não existe um bioma sem gente, o ser humano forma parte funcional dos biomas nos que habita. Nossas ações, positivas e negativas, têm efeitos na natureza e à vez o que acontece em ela tem efeitos sob nós. È por isso que, enquanto continuamos adaptando-nos a viver dentro dela devemos compreender como é que funciona para evitar sua destruição. Começamos nosso respeito pelo planeta ao respeitarmos nosso bioma, iniciando também o caminho para um mundo mais justo e mais respeitoso do planeta em que vive.

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INTRODUÇÃO

O Brasil é um pais tropical de grande extensão territorial, sua variada biodiversidade marca à geografia que apresenta. É a interação entre os elementos no ambiente (fatores bióticos e abióticos) a qual permite e explica existência dos chamados domínios geoecológicos ou morfo-fisiologicos e os biomas formados nessas grandes paisagens.

Os domínios reconhecidos no território brasileiro são seis, principalmente, embora algumas classificações ecológicas chegassem a diferenciar sete domínios. Estes domínios são: Domínio Amazônico, Domínio das Caatingas, Domínio dos Cerrados, Domínio dos Mares de Morros, Domínio das Araucárias,Domínio das Pradarias e Domínio do Pantanal Mato-grossente, o qual é mais classificado como uma faixa de transição que como Domínio. Nestes domínios é onde podemos encontrar distintos biomas, alguns mais representativos que outros, e dos quais nos textos locais se encontra tanta e tão pouca informação à vez.

Podemos achar que não existe um bioma sem gente, o ser humano forma parte funcional dos biomas nos que habita. Nossas ações, positivas e negativas, têm efeitos na natureza e à vez o que acontece em ela tem efeitos sob nós. È por isso que, enquanto continuamos adaptando-nos a viver dentro dela devemos compreender como é que funciona para evitar sua destruição. Começamos nosso respeito pelo planeta ao respeitarmos nosso bioma, iniciando também o caminho para um mundo mais justo e mais respeitoso do planeta em que vive.

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CAPÍTULO I “Definições e Características”

Definições:

Nos últimos anos, o termo Bioma tem sido muito usado tanto por pesquisadores quanto pela mídia com um sentido político, sem muita preocupação com os aspectos científicos. Este fato gera muita confusão entre os leitores ainda.

Bioma é um termo criado por um ecólogo norte americano em 1943. Vem das palavras em grego “BIO” e “OMA”; “bio” é igual à vida enquanto “oma” refere-se a um grupo ou massa.

Um Bioma é, fundamentalmente, um conjunto de formações fitogeográficas; comunidades vegetais as quais ocupam uma mesma área geográfica. Estendendo um pouco a definição ecológica, os Biomas podem ser conhecidos, também, como comunidades biológicas. Isto é, comunidades de seres vivos que interatuam entre si formando distintos ecossistemas, todos num só bioma que, dependendo das condições climáticas, terá um tipo distintivo de vegetação, a qual atrairá uma fauna específica também.

Embora esta seja a definição científica de Bioma, alguns textos o definem como um conjunto de fatores bióticos (comunidades de seres vivos) e abióticos (inertes como: água, clima) inter-relacionados na naturaliza. Esta definição é mais apropriada para o que é um ecossistema, mas não significa que seja errada considerando que num bioma podemos encontrar vários ecossistemas interatuando à vez. Agora, ainda que ecossistema seja um termo abstrato; deve-se entender como uma unidade onde os organismos viventes interatuam com o ambiente que os rodeia. Podem-se encontrar ecossistemas tanto pequenos como grandes, já que o homem é quem determina as extensões de cada ecossistema. Sendo assim, podemos considerar ecossistema a um bosque, oceano incluso ao jardim de nossa própria casa.

Para compreender o conceito total de ecossistema e bioma, é necessário conhecer outros termos pertinentes:

- Fatores abióticos: Elementos presentes na natureza que não possuem vida. Exemplos são o clima, água, solo, etc.

- Ser: Qualquer coisa existente. Pode tratar-se de seres viventes ou inertes.

- Individuo: Qualquer ser vivente, de uma espécie qualquer. Por exemplo: um cão, um gato, etc.

- Espécie: Conjunto de indivíduos que possuem as mesmas características genotípicas. Isto é, indivíduos com o mesmo genoma. Por exemplo: Felis catus (gato).

- Genoma: Conjunto de genes que constitui a informação hereditária de um indivíduo, codificada em seu DNA (RNA em alguns vírus). Mais apropriadamente, seria uma seqüência de DNA completa de um grupo de cromossomas.

- Biocenose: É um termo referido a todos os seres vivos em geral; o conjunto de comunidades formadas pelas populações dos organismos das espécies de seres vivos interagindo entre si.

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- População: É um conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupa uma área determinada.

- Comunidade biótica: Conjunto de populações interatuando entre si, ocupando uma área determinada.

- Biosfera: Unidade ecológica constituída pelo conjunto de todos os ecossistemas da terra. É a parte habitada por todos os seres viventes.

- Adaptação: Capacidade dos organismos para responder determinados fatores ambientais.

- Hábitat: Local físico ocupado por um ou vários organismos de uma mesma espécie, onde sempre podemos encontrar certa espécie.

- Adaptabilidade: É a capacidade de estar adaptado.

- Nicho ecológico: Tem que ver com a função e papel que desempenha um organismo ou uma espécie. Se o individuo é carnívoro, herbívoro, etc.

- Biótopo: conjunto dos fatores do meio ambiente que não têm vida tais como a areia, as rochas, a argila, os minerais, as substâncias inorgânicas. É a base onde estão assentados os seres vivos.

Características:

Um bioma está caracterizado pela vegetação, fauna e clima predominante. Mas, com o passar do tempo conceitos mais abrangentes sobre o que é Bioma têm sido propostos, istos incluem também as características do solo e outros fatores abióticos. Originalmente um bioma caracterizava-se apenas pela fitofisionomia da vegetação, isto é, pelo tipo de formação, pela fauna e outros organismos associados e pelo clima reinante. O termo bioma surgiu mais tarde que o termo formação. Enquanto esta se referia apenas à vegetação, aquele abrangia também a fauna e demais organismos a ela associados.

* Fitofisionomia é o aspeto da vegetação de um lugar, a primeira impressão e uma característica morfológica da comunidade vegetal.

É importante compreender que a flora ou vegetação é uma das características de um bioma, mas o bioma não pode ser definido só pela formação vegetal dominante. Podem-se encontrar vários tipos de plantas num mesmo bioma. Importante notar que, no conceito de bioma dos mais renomados autores internacionais, a flora não participa como uma característica. Florestas pluviais tropicais da Amazônia e da África equatorial, são representantes de um mesmo tipo de Bioma, embora tenham floras bastante distintas. O deserto de Atacama no Chile, o deserto do Sahara, são exemplos de um mesmo tipo de Bioma, apesar de suas floras serem diferentes. Um determinado tipo de Bioma não é reconhecido pela sua flora, mas sim pela sua fitofisionomia. Fitofisionomias diferentes correspondem a tipos de Biomas diferentes mesmo que existam similaridades florísticas.

Al mesmo tempo, um Domínio fitogeográfico e bioma não têm o mesmo significado para a ecologia. Dentro de um Domínio vamos encontrar várias fitofisionomias (florestas densas, arvoredos, carrascos, savanas, campos, estepes, desertos), condições abióticas e vários biomas. Assim, dentro do Domínio do cerrado, por exemplo; temos o Bioma do cerrado, o Bioma de floresta tropical estacional sempre verde, o de floresta tropical estacional semicaducifolia, o de fl.trop.estac. caducifolia, o de campos paludosos, o de campos rupestres, etc.

A Amazônia também não é um Bioma único. Dentro daquele Domínio vamos encontrar vários tipos de Biomas florestais, como a fl. de terra firme, campos de

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várzea, campos rupestres, etc. Cada qual apresenta sua fitofisionomia, é uma formação e um Bioma individual. Muitos mapas de distribuição dos Biomas terrestres não apresentam toda essa subdivisão, seja por causa da pequenez da escala usada ou falta de conhecimento. Note-se que as regiões do hemisfério norte, melhor conhecidas dos autores americanos e europeus, são geralmente muito mais detalhadas. Os trópicos são ricos não somente em espécies, mas também em fitofisionomias, em formações e Biomas.

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CAPÍTULO II “Classificação e Tipos de Biomas”

Classificação internacional de Biomas:

Para chegar a uma definição geral de bioma, hão sido estudados muitos conceitos propostos. Algumas hipóteses ajudaram a entender, de melhor maneira, como era que estavam organizados os biomas, quê fatores influenciavam sobre sua formação, etc. Walter deu uma das definições mais aceitadas cientificamente, graças à facilidade com que permite classificar os diferentes biomas do mundo. Baseando-se no trabalho de outro científico, Gaussen, Walter & Lieth elaboraram um tipo especial de diagrama ecológico de clima e publicaram um AtlasMundial de Diagramas Climáticos, classificando os climas do mundo em nove Zonas Climáticas, distribuídas praticamente como faixas ou zonas latitudinais da Terra, que vão do equador aos pólos. Como o macroclima é de fundamental importância para a vegetação, cada uma dessas faixas representa uma grande unidade ecológica da geobiosfera, denominada Zonobioma e classificadas de acordo ao modo seguinte:

ZB I: clima equatorial úmido e quente, com vegetação de florestas pluvia is tropicais sempre verdes.

ZB II: clima tropical, com chuvas de verão e inverno seco, com vegetação de florestas estacionais ou savanas.

ZB III: Clima subtropical árido, com desertos quentes.

ZB IV: Clima mediterrâneo, com chuvas de inverno e verão seco, com vegetação esclerófila, tipo chaparral, maquí.

ZB V: Clima quente-temperado sempre úmido, com florestas subtropicais sempre verdes.

ZB VI: Clima temperado úmido com inverno curto, com florestas temperadas caducifólias.

ZB VII: Clima temperado árido, com estepes ou desertos com inverno frio.

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ZB VIII: Clima boreal, com florestas de coníferas (Taiga).

ZB IX: clima polar, com vegetação de tundra.

Os Zonobiomas têm grandes dimensões, distribuindo-se pelo globo terrestre através dos continentes. Os biomas podem restringir-se a pequenas áreas ou chegar até mais de 1 milhão de quilômetros quadrados. Um mesmo tipo de bioma é representado por uma ou mais áreas, distintas geograficamente, constituindo, cada qual, uma unidade daquele bioma.

Os biomas característicos de cada Zonobioma podem ser chamados de biomas ou eubiomas. São chamados de orobiomas ou pedobiomas quando eles não correspondem à zona climática na que se encontram, devido à influencia de algum outro fator ambiental (altitude, solo).

Os orobiomas apresentam uma seqüência típica de faixas altitudinais, que Walter chamou de colinosa, montana, alpina e niveal. Esta seqüência é também conhecida como baixomontana, submontana, montana e altimontana.

Assim, dentro de cada Zonobioma podemos encontrar Pedobiomas e Orobiomas. De acordo com a característica do solo corresponsável por aquele Bioma, falamos em:

Psamobioma: I, II, III, etc; quando o solo é arenoso.

Litobioma: I, II, III, etc; quando o solo é pedregoso.

Helobioma: I, II, III, etc; quando o solo é encharcado ou pantanoso.

Halobioma: I, II, III, etc; quando o solo é salino.

Hidrobioma: I, II, III, etc; quando o solo é coberto por água.

Peinobioma: I, II, III, etc; quando o solo é muito pobre, carente de nutrientes.

Pirobioma: I, II, III, etc; onde há condicionamento da vida pelo fogo natural. Esse fator sempre há atuado junto ás savanas tropicais, sendo responsável pela seleção de características eco-fisiológicas e morfo-anatómicas.

Tipos de Biomas no território brasileiro:

No Brasil vamos a encontrar os seguintes biomas, organizados de acordo aos correspondentes Domínios que há no território brasileiro:

No Dominio Amazônico:

Neste domínio vamos encontrar:

- As florestas tropicais pluviais de terra firme: Bioma ou eubioma I, isto é, do ZB I. - As florestas de igapó, inundáveis: Bioma de florestas pluviais tropicais do hidrobioma I.- As caatingas do Rio Negro: Bioma de savana arenosa, distrófica, inundável, do psamopeino- hidrobioma I etc.

No Domínio Atlântico ou dos mares de morros:

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- A Mata Atlântica: Bioma de floresta pluvial tropical do zonobioma I. - A floresta de restinga inundável: Bioma de floresta tropical pluvial do psamo-hidrobioma I. - Os manguesais: Bioma de floresta pluvial tropical, marítima, do halo-helobioma I.- Os campos de altitude: Bioma campestre do orobioma I etc.

No Domínio do cerrado:

- O cerrado sensu lato: Bioma de savana do piro-peinobioma II que predomina neste domínio.- A floresta tropical estacional sempre verde: Bioma desse tipo de floresta do Zonobioma II.- A floresta tropical estacional semicaducifólia: Bioma de floresta do pedobioma II. - A floresta tropical estacional caducifólia: Bioma tipo de floresta do litobioma II.- Os campos paludosos: Bioma campestre tropical do helobioma II etc.

No Domínio da caatinga nordestina:

- Savana semi-árida: Do Zonobioma II, bioma predominante com temperaturas mais elevadas e com acentuada evapotranspiração potencial; - Áreas de floresta tropical ombrófila sempre verde: Do Zonobioma I, conhecidas como brejos de altitude.- Os carnaubais: Acompanham as margens dos rios e suas desembocaduras, um Bioma florestal do hidro-helobioma II, com clima semi-árido, como o da caatinga.

No Domínio da araucária:

- As florestas subtropicais-temperadas, sempre verdes: Do zonoecótono entre os Zonobiomas V e VI.

No Domínio das pradarias:

- Os campos sulinos: Bioma predominante, muito provavelmente campestre do pedo-pirobioma V (na zona climática V, quente-temperada sempre úmida, o esperado seriam florestas subtropicais densas sempre verdes; a existência de campos deve estar relacionada a fatores pedológicos e a fogo).

No Pantanal mato-grossense:

É constituído por um complexo ou mosaico de diferentes biomas florestais, de hidrobiomas e helobiomas (carandazais, paratudais), savânicos de piro-peinobiomas (cerrados das cordilheiras entre lagoas), de florestas tropicais estacionais caducifólias sobre afloramentos rochosos e solos rasos (litobiomas), de campos inundáveis de hidro-helobiomas, em meio a rios, baias de água doce, salinas de água alcalina e salobra, todos pertencentes ao Zonobioma II.

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CAPÍTULO III “Discrição dos Domínios e Biomas brasileiros”

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Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas,botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios:

O Domínio da Amazônia:

A Amazônia abrange 5% da superfície terrestre de todo o planeta, 40% do território da América do Sul, e um 61% do território brasileiro. Este domínio compreende, em sua maior parte, florestas unidas, mas também apresenta florestas de altitude, várzeas e manchas de cerrado.

Amazonas é uma região considerada como a maior reserva de biodiversidade do mundo. Possui a maior rede hidrográfica do mundo, fornecendo 20% do volume mundial da água.

A Floresta Amazônica abrange 4 milhões de km2 aproximadamente, dos quais 200.000 km2 são reconhecidos como Reserva da Biosfera desde o ano 2001. O Complexo da Amazônia Central (60.000 km2) incluindo o Parque Nacional Jaú com 22.000 km2 foi declarado Patrimônio Mundial no ano 2000.

Relevo:

A coberta topográfica da região da Amazônia tem sua origem há muitos anos atrás, graças aos processos geológicos e climáticos. Antigamente, um grão lago chamado “Belterra” cobria a bacia Amazônica, mas o choque da placa sul-americana com outra placa no Oceano Pacífico levantou os Andes e causou a formação dos leitos dos rios (que existem atualmente), isto há 80 milhões de anos atrás. É assim que surgiram os planaltos, planícies e depressões; formações topográficas que caracterizam ao Domínio Amazônico.A Amazônia apresenta, em sua maior parte, um relevo caracterizado por terras baixas. Somente ao longo de alguns trechos de rios regionais é que ocorrem as verdadeiras planícies, onde predomina a acumulação de sedimentos. Entre estas planícies estão os baixos planaltos ou platôs, estes têm origem sedimentar, mas em processo de erosão; e apresentam a principal forma de relevo da Amazônia.

Clima:

Na era do Pleistoceno, a Amazônia tinha um clima que variava entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Há uns 18 ou 12 mil anos na última fase frio-seca, predominava um clima semi-árido. Nesta fase predominaram formações vegetais abertas como cerrado e caatinga, com refúgios onde podia sobreviver a floresta.

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Na atualidade, o clima que domina à Amazônia é equatorial, devido a sua proximidade à linha do equador. Este é um clima quente e úmido.

A Amazônia é uma região de baixa latitude, a qual apresenta temperaturas altas. As médias térmicas mensais variam de 24ºC a 27ºC. Sua amplitude térmica, isto é, as diferencias de temperaturas entres as médias dos meses mais quentes e mais frios, é muito baixa com oscilações menores a 2ºC.

Os índices pluviométricos são de 1500 a 2500 ao ano, incluso alcança os 4000 mm, sendo bastante alto. As chuvas acompanham todo o ano à região, o período de estiagem sola ser bastante curto em algumas áreas.

Solo:

O solo neste domínio é bastante pobre, de baixa fertilidade. Contende apenas uma camada muito fina de nutrientes. Só algumas áreas encontram-se solos com maior fertilidade natural (o 8% do território amazônico), caso dos solos de várzeas em alguns trechos dos rios, onde abunda a matéria orgânica e, portanto, a fertilidade que apresenta é bastante alta.

As abundantes precipitações e as elevadas temperaturas degradam os minerais do solo, causam sua lixiviação das bases ou Sales, fazendo que o solo se torne profundo e bem drenado. Estes solos apresentam uma coloração vermelha ou amarela, sendo pouco férteis e ácidos. Porém encontrar-se os seguintes tipos de solos:

- Oxissolo: Conhecido como Latossolo, tem textura granular e fertilidade bastante baixa. Ocupa um 45% da área.

- Ultissolo: Caracteriza-se por a acumulação de argila, é pouco favorável para o uso agronômico e sua fertilidade natural é igualmente, baixa. Ocupa um 30% da área.

Embora a pouca fertilidade predominante na maior parte dos solos, a flora e fauna mantêm-se, em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema.

As micorrizas se distribuem ao longo e profundidade do solo, ajudando às raízes a que a absorção dos nutrientes que escorrem da floresta com as chuvas, seja rápida e eficiente. No solo também se forma uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, os quais são convertidos em nutrientes por a micro-fauna para poder ser aproveitados antes da lixiviação.

A um metro de profundidade, o solo se apresenta arenoso e com pouca quantidade de nutrientes, embora contasse com uma disponibilidade quase ilimitada de água. Estas características fazem que as raízes das árvores sejam curtas.

Hidrografia:

O rio principal que apresenta a hidrografia regional é O Amazonas. Este rio é um enorme coletor das abundantes chuvas, tem suas origens no Hemisfério Norte e Sul, de onde provêm seus afluentes tais como: o Negro, Trombetas, Japurá quanto do Hemisfério Norte, enquanto do Sul estão: O Juruá, Purus, Madeira, Xingu, etc. Fato que faze explicável o duplo período de cheias anuais. È um rio que favorece muito à navegação e atua como um grão coletor de chuvas na região.

Biodiversidade:

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A Amazônia possui uma imensa diversidade genética, contando com Miles de espécies, entre plantas e animais, reconhecidos. Nos últimos 100.000 anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que as florestas enfrentaram fases de seca ferozes. Desta forma as matas expandiram-se e depois se reduziram. Nos períodos de seca prolongados, cada núcleo de floresta ficava isolada do outro.

- Fauna:

A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam dessa vegetação rasteira. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de grande porte, como nas savanas. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.

Os grandes rios separam as espécies de mamíferos e aves. As matas alagadas estão localizadas nas proximidades dos rios, e têm características diferentes da mata de terra firme. Hoje em dia a Amazônia vem sendo devastada para a plantação de soja e dar lugar a pastos.

Graças as novas descobertas de espécies, a biodiversidade de animais cresce cada dia, mas se encontra ameaçada pela caça e a devastação das florestas.

- Vegetação:

Conta com uma diversidade que se estende entre 40 a 300 espécies de plantas superiores por hectare. A floresta abrangia quase 40% do território brasileiro, além do Brasil, ocupa também áreas da Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia; cobrindo assim algo de 5 milhões de km2.

Possui as seguintes características:

- Latifoliada: com folhas largas e grandes.

- Heterogênea: tem uma alta variedade de espécies vegetais.

- Densa: bastante compacta ou intrincada com plantas muito próximas uma das outras.

- Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no outono-inverno como as florestas temperadas ou caducifólias.

- Higrófila: com plantas adaptadas a um clima bastante úmido. Biomas da Amazônia:

Floresta tropical pluvial de Terra Firme: Este bioma ocupa a maior parte da Amazônia. Ocupa a maioria dos 7 milhões de km2 da Amazônia. É uma floresta que nunca se inunda e se estende sobre uma grande planície, de até 130 a 200 metros de altitude até as escarpas das montanhas. Este bioma, confundido como ecossistema, tem inúmeras adaptações à pobreza em nutrientes. As árvores que a compõe são capazes de se abastecer com nitratos através de bactérias fixadoras de nitrogênio, que estão ligadas a suas raízes. Esta floresta especialmente rica em aráceas epífitas é, comparando-a com a Mata Atlântica, relativamente pobre em bromélias e orquídeas. No sub-bosque da floresta, destacam-se especialmente as palmeiras e as lianas.

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Várzea: são áreas periodicamente inundadas pelas águas brancas ou turvas de rios, como o Solimões, o Amazonas ou o Madeira. Estes rios percorrem terras ricas em minerais e suspensões orgânicas. A fertilidade destas águas brancas e dos solos aluvionares trazidos pelas mesmas faz com que a flora e fauna desta parte da Amazônia é uma das mais ricas e produtivas. Os rios são ricos em peixes e há várias espécies de mamíferos aquáticos, como os golfinhos de rio, o peixe-boi, a ariranha e as lontras. Na avifauna predominam as aves aquáticas, tais como as garças, biguás, jaçanãs, mucurungos e patos. A alta produtividade da Floresta Amazônica de várzea tornou possível o povoamento da região pela população indígena, bastante densa nos tempos do descobrimento.

Igapó: são áreas permanentemente inundadas por águas claras de rios que descem do Planalto Central em direção norte como o Tapajós, o Tocantins, o Xingu, o Araguaia, e pelas águas de rios negros que descem do Altiplano de Guianas na direção sul, como o rio Negro. Tanto os rios de águas claras como os rios de águas negras são pobres em minerais e nutrientes. Conseqüentemente, a flora e fauna desta parte da Amazônia, diferente da várzea, também é uma das mais pobres. Algumas árvores possuem grande resistência às inundações prolongadas e sobrevivem vários anos imersas permanente.

Igarapé: se caracteriza por pequenos rios que cruzam as florestas de Várzea. Ali se desenvolvem árvores enormes, como a maparajuba, que chega a atingir 40 m de altura.

Cerrado: possui uma floresta baixa com árvores pequenas e retorcidas. Esta floresta se encontra no nordeste e no Planalto Central da Amazônia, com uma área de aproximadamente 200 milhões de hectares.

Caatinga: se apresenta como uma formação de estrato arbustivo e espinhoso com folhas duras, situada sobre as areias brancas do rio Negro.

Domínio dos Cerrados:

Trata-se da savana brasileira, conhecida baixo seu nome regional (O cerrado). Está localizada no grande platô que ocupa o planalto central brasileiro. Ocupa quase todo o Brasil Central, abrangendo não somente a maior parte da região Centro-Oeste, mas também trechos de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão / Piauí.

É o segundo maior domínio no Brasil, abrange os 2 mil km2 , ocupando assim 20% do território brasileiro. Uns 300.000 km2 são reconhecidos como Reserva da Biosfera desde 1993, além setores como Os Parques Nacionais Chapada dos Veadeiros e Emas são considerados Patrimônio Mundial desde o ano 2001.

É uma região tropical, de verões chuvosos e invernos secos. Grandes extensões de vegetação fantasmagórica e pouca vida visível a caracterizam, junto com solos aparentemente ácidos e precários. Apresenta terrenos cristalinos, serras, e sedimentares. É uma região cuja natureza tem sido devastada nas últimas décadas pela agricultura comercial policultora.

Relevo:

Representado por a unidade geomorfológica O planalto Central. Está constituído por terrenos cristalinos, desgastados pela erosão, e por terrenos sedimentares (chapadas e chapadões).

As chapadas dos Parecis, das Mangabeiras, o Espigão Mestre e dos Guimarães, destacam-se no Cerrado. No planalto Meridional, a porção sul, conta com a

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presença de rochas vulcânicas rajadas por rochas sedimentares, que formam as cuestas Maracaju e etc.

Clima:

Apresenta um clima tropical semi-úmido. As estações do ano estão bem definidas, o verão é chuvoso e o inverno seco. As médias térmicas são elevadas, oscilando entre 20 °C a 28 °C e os índices pluviométricos variam em torno a 1 500 mm.

Outro fator importante é o fogo, que pode ser gerado de diversas formas naturais, mas a principal é as descargas elétricas, sendo responsável dos incêndios espontâneos em épocas secas. Estas características climáticas são, em parte, responsáveis pela baixa fertilidade dos solos desse domínio: no verão, as chuvas abundantes "lavam" o solo (lixiviação), tirando os nutrientes; no inverno, a seca prolongada tem como conseqüência altas taxas de evaporação, o que provoca acúmulo do ferro e do alumínio responsáveis pela toxidez e acidez dos solos. Essa situação climática, também tem que ver com a impossibilidade da manutenção de uma floresta de porte embora a vegetação do cerrado esteja adaptada às queimadas.

Solo:

Os solos no Cerrado têm, geralmente, um pH inferior a 6.5 devido à alta quantidade de alumínio e ferro, elementos tóxicos para a maioria dos vegetais. São solos muitos ácidos e pobres em nutrientes. Estão altamente lixiviados, precisam de corretivos para ser empregados na agricultura. Graças a estes fatores, as plantas têm um aspecto xeromórfico: casca grossa, galhos retorcidos e de pequeno porte.

Uma pequena quantidade de terra, localizada ao sul, possui uma alta fertilidade natural que apresenta-se como manchas de cor roxa.

A superfície dos solos do cerrado funciona como um isolante térmico. Dessa forma, as espécies logram rebrotar depois de uma queimada. As cinzas funcionam como uma importante fonte de nutrientes minerais.

Hidrografia:

Sua densidade é baixa nesta região. As elevações do planalto são divisores de águas entres os rios que correm para o norte (bacias Amazônicas) e os que correm para o sul (Platina). Rios perenes com regime tropical a caracterizam, as cheias ocorrem no verão e as vazantes no inverno.

Biodiversidade:

O cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade. Conta com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas (exclusivas) dessa área. A fauna do cerrado apresenta

- Fauna:

Apresentando 837 espécies de aves, 161 espécies de mamíferos (com 19 são endêmicas), 150 espécies de anfíbios (com 45 endêmicas), 120 espécies de répteis (com 45 endêmicas) apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 espécies de abelhas e vespas; a fauna do Bioma do Cerrado é pouco conhecida, particularmente a dos Invertebrados, mesma situação com a Amazônia. Os Vertebrados que se conhecem são, em geral, os que estão nas listas das espécies mais freqüentemente encontradas, mas se sabe poucos detalhes

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destes animais, como do tamanho de suas populações, de sua dinâmica etc. Só muito recentemente é que se estão fazendo as pesquisas pertinentes a este assunto.

Entre os Vertebrados de maior porte encontrados em áreas de Cerrado, citamos a jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, a ema, a seriema, a curicaca, o urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, o tatu-peba, o tatu-galinha, o tatu-canastra, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim, o veado campeiro, o cateto, a anta, o cachorro-do-mato, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e muito raramente a onça-parda e a onça-pintada.

- Flora ou Vegetação:

O cerrado possui uma variedade grande de formações vegetais, elas vão desde o cerradão (com árvores altas, densidade maior e composição distinta), passando pelo cerrado mais comum no Brasil central (com árvores baixas e esparsas), até o campo cerrado, campo sujo e campo limpo (com progressiva redução da densidade arbórea). Suas árvores e arbustos têm a aparência que costumamos atribuir à vegetação que vive em ambientes onde a água é escassa. Mas a água não é o fator limitante do cerrado. Mesmo na estação seca, o solo contém um teor apreciável de umidade, a partir de 2 metros de profundidade.

Apresenta normalmente dois estratos:

- Arbóreo-arbustivo: com árvores de pequeno porte (pau-santo, lixeira, pequi). Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos, caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O espaçamento entre arbustos e árvores é grande, favorecendo a prática da pecuária extensiva.

Ao longo dos rios, surgem as Matas Galerias ou Ciliares, que são pequenas florestas de grande importância para a ecologia local, pois evitam a erosão das margens impedindo o assoreamento dos rios; favorecem ainda a fauna e a vida do rio.

- Herbáceo: de gramíneas e vegetação rasteira com várias espécies de capim (barba-de-bode, flechinha, colonião, gordura, etc.).

O Domínio das Caatingas:

A caatinga é uma savana - estépica com fisionomia de deserto, localizada na região nordeste do Brasil entre o bioma Mata Atlântica e o Domínio do Cerrado. O Domínio de "Caatinga", que na língua indígena tupi-guarani quer dizer Mata Branca, se caracteriza por um clima semi - árido com poucas e irregulares chuvas, solos bastante férteis e uma vegetação aparentemente seca.

Este domínio abrange aproximadamente 850.000 km2, que constitui 10% do território do Brasil. Ocupa mais ou menos 7% do território brasileiro. Estende-se pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais.

No ano 2001, 200.000 km2 foram reconhecidos como Reserva da Biosfera. Além disso, O Parque Nacional Serra da Capivara foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1991.

Ao contrário do pensamento de muitos, a caatinga é um domínio morfo-climático único que apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. Embora a Caatinca seja pouco conhecida, os estudos têm identificados uma gama bastante amplia de espécies até agora. Possui grande heterogeneidade quanto ao seu aspecto e à sua composição vegetal, a porcentagem de endemismo

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é muito alto entre as plantas vasculares (aprox. 30%), e um pouco menor no caso dos vertebrados (até 10%).

Relevo:

Predominam as depressões interplanálticas. Nos limites setentrionais desse domínio, localizam-se inúmeras serras ou chapadas residuais, como Araripe, Grande, etc.

O interior do planalto Nordestino é uma área em processo de pediplanação, isto é, as chuvas têm pouca importância na erosão, esta ocorre graças ao predomínio do intemperismo físico (variação de temperatura) e ação dos ventos, os que vão aplainando e fragmentando progressivamente o relevo.

Solos:

Os solos são, geralmente, pouco profundos devido às escassas chuvas e ao predomínio do intemperismo físico (variação de temperatura). Apesar disso, o solo apresenta boa quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da agricultura. A limitação da atividade agrícola é representada pelo regime incerto e irregular das chuvas, mas isto poderia ser solucionado com técnicas adequadas de irrigação.

A caatinga se desenvolve sob terrenos cristalinos e maciços antigos com cobertura sedimentar. Apesar de pouco profundos e às vezes salinos, os solos da caatinga contêm boa quantidade dos minerais básicos para as plantas. O maior problema da caatinga é realmente o regime incerto e escasso das chuvas (a maioria dos rios secam no verão). Uma irrigação bem planejada e executada faria da caatinga quase um jardim.

Clima:

O clima é tropical semi-árido, temperaturas elevadas, chuvas escassas e irregulares o caracterizam. O período chuvoso no Nordeste “seco” é denominado de “inverno”. A região apresenta um índice pluviométrico 278 mm de chuvas, o menor do Brasil. A temperatura se situa entre 24ºC e 26ºC, a variação é mínima durante o ano. Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca mesmo que o relevo, a geologia, etc.

O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. Quando chega o verão, as chuvas encharcam a terra e o verde toma conta da região.

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Mesmo quando chove o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25ºC e 29ºC) provoca intensa evaporação. A vegetação, como maneira de proteção, adaptou-se ao clima. As folhas são finas, ou inexistentes e algumas plantas estão especializadas no armazenamento de água.

Hidrografia:

São Francisco é a mais importante bacia hidrográfica do Domínio da Caatinga. Apesar de percorrer áreas de clima semi-árido, é um rio perene, ainda que possua um nível baixíssimo de águas em épocas secas. É navegável em seu médio curso numa extensão de 1 370 km. Atualmente sua navegação é de pouca expressão na economia regional. Rio de planalto apresenta, sobretudo em seu médio e baixo curso, várias quedas, favorecendo a produção de energia elétrica.

Além do São Francisco, existem vários outros rios que drenam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.

Biodiversidade:

- Fauna:

Conta com umas 185 espécies de peixes, 44 lagartos, 47 cobras, 4 tartarugas, 3 crocodilos, 49 anfíbios, 350 pássaros e 80 mamíferos; sendo só um 15% delas endêmicas. 20 espécies estão ameaçadas de extinção, entre elas as espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Também possui diversos tipos de aves, algumas endêmicas do Nordeste, como o patinho, chupa-dente, o fígado, além de outras espécies de animais, como o tatu-peba, o gato-do-mato, o macaco prego e o bicho preguiça.

A fauna da Caatinga sofre grande prejuízos tanto por causa da pressão e da perda de hábitat como também em razão da caça e da pesca sem controle. Há grande pressão da população regional que explora os recursos florestais da Caatinga.

- Flora ou Vegetação:

Possui grande heterogeneidade quanto ao seu aspecto e à sua composição vegetal. A flora conta com características bem definidas, está dividida em três estratos:

1º Arbóreo (8 a 12 metros).

2º Arbustivo (2 a 5 metros)

3º Herbáceo (abaixo de 2 metros): plantas xerófilas como as cactáceas e bromeliáceas.

Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta, com muitos arbustos e pequenas árvores. Em outras áreas, o solo apresenta-se quase descoberto, proliferando os vegetais xerófilos, como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, coroa de frade etc.) e as bromeliáceas (macambira).

Na época seca vegetação tem um aspecto duma mata espinhosa e agreste. Algumas poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca, mas árvores baixas e arbustos, em geral, perdem as folhas na estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas cactáceas.

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Ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a caatinga perde seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, como Cereus (mandacaru e facheiro) e Pilocereu (xiquexique), a caatinga também apresenta muitas leguminosas cujos gêneros destacam Acácia e Mimosa.

Em geral, as espécies vegetais que habitam esta área estão dotadas de folhas pequenas, a qual é uma adaptação para reduzir a transpiração, isto é a perda de CO2 sem produção de energia.

O Domínio dos Mares de Morros:

Os mares de morros é localizado em grande parte da porção leste, a porção oriental do país, abrange desde o Nordeste até o Sul. Na região Sudeste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de Minas Gerais e São Paulo. É assim chamado por causa de sua forma, oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.

Devido à riqueza excepcional da biodiversidade dos seus ecossistemas, sua beleza natural e seu valor universal para a humanidade, as áreas remanescentes foram declaradas Reserva da Biosfera pela Unesco em 1992 e inscritas como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1999. Mas A devastação na região dos Mares de Morros foi resultado da expansão da agricultura comercial principalmente a cafeicultura, do desmatamento seletivo de madeiras nobres, do turismo predatório nas regiões litorâneas e, em período mais recente, da constituição das manchas urbano-industriais no Sudeste brasileiro.

Relevo:

O aspecto característico do Domínio dos Mares de Morros encontra-se no relevo e nos processos erosivos. Destaca o planalto Atlântico o qual apresenta terrenos cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspondendo ao Escudo Atlântico.

A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, associada a um intemperismo químico significativo sobre os terrenos cristalinos é um dos fatores responsáveis pela conformação do relevo, com a presença de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia Laranja, Pães-de-Açúcar).

Clima:

Apresenta um clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as chuvas concentram-se no outono e inverno. Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre 14 °C e 22 °C.

As chuvas ocorrem no verão. No inverno, as médias térmicas são mais baixas, por influência da altitude e da massa de ar Polar Atlântica.

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No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosidade é elevadíssima, conseqüência da presença da serra do Mar.

Solo:

Os solos neste domínio são profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas e enxurradas. Apresenta dos tipos: - Massapé: Na Zona da Mata Nordestina, solo de grande fertilidade. Originado da da decomposição do granito e gnaisse.

- Salmourão: No Sudeste, solo argiloso de razoável fertilidade. Formado pela decomposição do granito em climas úmidos.

Hidrografia:

As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias bacias hidrográficas: bacia do São Francisco, bacia Paranaica (Grande, Tietê, etc.), bacias Secundárias do Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.

Os rios, em sua maior parte, são planálticos, encachoeirados, com grande número de quedas ou saltos, corredeiras e com elevado poder de erosão. Seu potencial hidráulico é também elevado, possibilita a produção energética. Apresentam-se cheios no verão e vazante no inverno.

Biodiversidade:

A principal paisagem vegetal desse domínio era, originariamente, representada pela mata Atlântica ou floresta latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as terras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos interiores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de altura, como perobas, pau-d'alho, figueiras, cedros, jacarandá, jatobá, jequitibá, etc.

Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras, essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a extração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da cana-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).

Biomas:

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Mata Atlântica: É o nome genérico dado ao conjunto de florestas tropicais úmidas que ocorre de forma azonal nas regiões costeiras do Brasil. Essa floresta é influenciada pela umidade dos ventos Alísios de Sudeste e pelas chuvas orográficas. Devido às variações ambientais extremas neste bioma, sua biodiversidade é extremamente alta. A Mata Atlântica contêm cerca de 250 espécies de mamíferos, 340 anfíbios, 1.023 pássaros e aproximadamente 20.000 árvores. Metade das espécies de árvores e 80% dos primatas são endêmicos.Com mais de 450 espécies/ha em alguns lugares, a biodiversidade é maior que na Amazônia. Sua estrutura e composição variam conforme os solos e as condições climáticas encontradas em um gradiente topográfico determinado.

Devido a processos geológicos e geomorfológicos que formaram a cordilheira da Serra do Mar, os estuários, rios selvagens e inúmeras cachoeiras, o lugar dispõe de um valor cênico excepcional. PETAR e Intervales protegem a maior quantidade de cavernas calcáreas existentes no Brasil (300) e na Serra dos Órgãos escaladores encontram algumas das formações rochosas mais desafiadoras do país. Além da sua beleza natural a Mata Atlântica esconde alguns significantes sítios culturais, como a histórica trilha de ouro na Serra da Bocaina, os pré-históricos sambaquis em Superagüi e as culturas caiçaras em Ilhabela e Juatinga.

O Domínio das Araucárias:

Localizado nos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, onde se observa uma estrutura geológica que alterna camadas de arenito e basalto, que contribui para a ocorrência dos solos de terra-roxa, de elevada fertilidade natural devido à constituição argilosa e ao alto teor de ferro presente em sua constituição.

A Mata de Araucárias também sofreu uma grande devastação e dela restam apenas alguns pequenos núcleos de floresta original. A extração de madeiras, expansão da agricultura; estão relacionadas ao seu desaparecimento.

Relevo :

O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao Planalto Meridional do Brasil. As altitudes variam entre 800 e 1 300 metros.

Apresentam-se terrenos sedimentares (Paleozóico), recobertos por lavas vulcânicas datadas da era do Mesozóico.

Além do planalto, estão as cuestas, relevos salientes, formados pela ação erosiva sobre rochas de diferentes resistências. Apresentam uma vertente inclinada, denominada frente ou serras: Geral, Botucatu, Esperança, etc.

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Clima:

O clima é predominante subtropical. Diferente aos demais climas brasileiros, está caracterizado por temperaturas médias, não muito elevadas.

No ano todo há chuvas. Durante o verão elas são provocadas pela massa de ar Tropical Atlântica. No inverno, é freqüente a penetração da massa Polar Atlântica, ocasionando chuvas frontais, as quais são precipitações causadas pelo encontro da massa quente com a fria. O verão é curto, porém com temperaturas elevadas. Já o inverno é bastante rigoroso com baixas temperaturas (geada) em torno de -5°C, enquanto que no verão fica em torno de 23°C.

Índices pluviométrico elevado, varia entre 1 250 e 2 000 mm anuais.

Solo:

Os solos possuem grande fertilidade natural. Embora são encontrados também, solos ácidos, pobres em minerais e de baixa fertilidade natural.

Apresentam-se dois tipos:

- Terra roxa: A oeste do Paraná, solo de origem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposição do basalto.

- Brunizem: Em vários trechos do Rio Grande do Sul, solo fértil (elevado teor de matéria orgânica).

Hidrografia:

O Domínio das Araucárias é drenado, principalmente, por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai. Os rios são de planaltos com belíssimas cachoeiras e quedas, o que lhes confere um alto potencial hidráulico.

Embora o Paraná apresente um regime tropical, com cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apresentando pequena variação em sua vazão, conseqüência do regime de chuvas, distribuído durante o ano todo.

Biodiversidade:

- Fauna:

A fauna desempenha importante papel na manutenção da dinâmica natural. É um elemento importante para a dispersão das sementes das araucárias. Destacam-se roedores como cotias, pacas, camundongose aves como papagaio-de- peito-roxo, tucanose a gralha azul.

A gralha azul é um pássaro típico das florestas de pinhais. Devido seu hábito de e nterrar os pinhões, contribui na disseminação da araucária, escondendo-os, para

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consumi-los depois. Os pinhões esquecidos germiname ão produzir as novas árvores.

- Flora ou Vegetaçao:

A Floresta de Araucárias está associada com a ocorrência do clima Subtropical de temperaturas moderadas, com chuvas bem distribuídas no decorrer do ano e elevadas amplitudes térmicas, sofrendo a influência da massa Polar Atlântica. Essa floresta adapta-se ao clima úmido, com precipitações superiores à 1200 mm por ano, e à altitudes mais elevadas.

A floresta subtropical brasileira é aciculifoliada não é homogênea com o predomínio do pinheiro da Araucária Angustifólia e do Podocarpus, associados com algumas outras espécies, como é o caso da Erva-mate e da Canela. Esse é o hábitat da Gralha Azul, a principal ave responsável pela dispersão das espécies vegetais. É uma for formação vegetal pouco densa.

Biomas:

Mata de araucáriasou pinhais: Nessa forma de vegetação predomina a araucária angustifólia, espécie que é adaptável ao clima subtropical ou temperado.

O Domínio das Pradarias:

Localizado no extremo sul do território brasilerio, na região conhecida como Campanha Gaúcha. Possui um clima Subtropical mais seco e solos férteis, contendo elevados teores de nutrientes minerais e orgânicos. Embora seja uma região de campos, também têm áreas de cavernas e grutas, como a Pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, e sítios arqueológicos, como o da cidade de Mata, onde há exemplares de árvores petrificadas, de milhares de anos.

A vegetação é herbácea, de 10 a 50 cm de altura. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se, para quem os avista de longe, a um imenso tapete verde

Na atualidade só fica apenas 2% dos campos originais, restam apenas 2% na atualidade. A prática agropecuaria extensiva e a expansão da agricultura comercial, têm que ver muito com seu desaparecimento.

Relevo:

Engloba três unidades do relevo brasileiro:

- Planaltos e chapadas da bacia do Paraná (oeste)- Depressão periférica sul-rio-grandense (centro) - Planalto sul-rio-grandense (leste)

Clima:

O clima é subtropical com temperatura média anual baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a ocorrência de frentes frias.

A amplitude térmica é considerável. No verão registram máximas diárias acima de 38°. As chuvas são regulares.

Solo:

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Tem boa fertilidade natural. Está formado por areais e campos de dunas no sudoeste do Rio Grande do Sul. O solo é própriamente arenizado.

Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisagem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em meio aos campos.

Hidrografia:

Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas de baixa densidade hidrográfica, e favoráveis à navegação.

Biodiversidade:

As florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). E em direção ao arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.

A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja altura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação brasileira mais favorável à prática da pecuária, tradicional atividade dessa região.

Biomas:

Pampas: É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas (espécies que se desenvolvem numa região muito restrita), raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.

Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas. 

O relevo aplainado entre 500m e 800m de altitude, o clima subtropical com temperaturas amenas, chuvas constantes e solo fértil contribuíram para que a atividade agropecuária se desenvolvesse rapidamente, contribuindo fortemente com a economia local e de todo o país.

O Domínio do Pantanal:

O bioma Pantanal com seus 250.000 km2 é considerado a maior superfície inundável do mundo, dividido entre o Brasil (60%), o Paraguai e a Bolívia. A parte brasileira se localiza na Bacia do Alto Rio Paraguai, na Região Centro - Oeste. Por sua proximidade ao bioma Amazônia, a biodiversidade do Pantanal é espetacular.

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O Pantanal brasileiro abrange cerca de 150.000 km2 , mas só é 2% do território brasileiro. No ano 2000 foi reconhecido como Reserva da Biosfera também. Enquanto, o Complexo de Conservação do Pantanal foi declarado Patrimônio Mundial em 1981.

É constantemente ameaçado por atividades de pesca furtiva, desmatamentos, queimadas e principalmente.

Relevo:

A planície do Pantanal está posicionada em um nível de altitude entre 80 e 150m e seus solos são predominantemente pouco permeáveis. Estas características fazem com que a cada ano, após alguns meses de chuvas, a planície do Pantanal se transforma em uma imensa área alagada, com grande parte dos ecossistemas terrestres passando para ecossistemas aquáticos, mudando ao início do outono.

Clima:

É tropical e quente no verão, ficando em torno de 32 graus. No inverno é frio e seco, com média de 21 graus.

O índice pluviométrico anual está entre 1000 e 1400 mm, sendo de novembro a março os meses mais chuvosos e no período de junho a agosto o de maior estiagem.

O clima da região pode ser dividido em quatro estações:

- seca: de junho a setembro - enchente: de outubro a dezembro - cheia: de janeiro a março- vazante: em abril e maio

Os fatores que influenciam as condições climáticas são a latitude, altitude, topografia, distância do mar, correntes oceânicas, tipo de densidade de vegetação e condições do solo.

Solo:

O solo nesta regiao é pobre e por vezes, salino. O sal se deve a que a região do Pantanal tem sido mar antes do aparecimento dos Andes. As baías salinas e as não salinas têm diferenças notórias em fotos aéreas. Nas não salinas há um tapete de algas verdes nas margens, enquanto nas salinas, não existem estas algas.

Biodiversidade:

- Fauna:O Pantanal sugere animais, rios, peixes, matas e qualquer coisa ainda parecida com o Paraíso. É um bioma geologicamente novo. O leito do rio Paraguai ainda está em formação. “O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e apresenta uma das maiores concentrações de vida silvestre da Terra. Situado no coração da América do Sul, o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai com uma área total de 210,000 km2. Aproximadamente 70% de sua extensão encontra-se em território brasileiro, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”.

- Flora ou Vegetaçao:A vegetação do Pantanal é um mosaico de paisagens constituindo-se de lagoas com plantas aquáticas (baias), vegetação flutuante (baceiro), áreas não inundáveis com

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vegetação de cerrado e caatinga (cordilheira), canais de escoamento de água (corixo) e savanas com ipê amarelo (paratudal).

A natureza repete, anualmente, o espetáculo das cheias, proporcionando ao Pantanal a renovação da fauna e flora local. Esse enorme volume de água, que praticamente cobre toda região do Pantanal, forma um verdadeiro mar de água doce onde milhares de peixes proliferam. Peixes pequenos servem de alimento a espécies maiores ou a aves e animais. Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica retida em lagoas ou baias, não conseguindo retornar aos rios.

CAPÍTULO IV “O homem nos Domínios e Biomas brasileiros”

Povoamento da Amazônia:

Graças a sua grande extensão territorial e aos difíceis acessos, é uma região pouco povoada, mas tem sofrido muitas devastações desde os anos setenta; quando o governo aprovou o programa ocupação populacional, abrindo passo às migrações oriundas do nordeste do país.

Mas, a perda da biodiversidade não é só culpa dos povoamentos. A extração da borracha, ainda que permitisse o desenvolvimento da área com o crescimento da economia, também trouxe com ela uma série de eventos destrutivos graças à chegada das indústrias transnacionais. Com o crescimento das indústrias também cresceu a povoação, e com eles, a exploração dos recursos naturais. É assim, como é que pouco a pouco as áreas verdes iam reduzindo-se.

Projetos, como a exploração mineral e vegetal, deram resultados pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura.

Nos dias atuais, esta grande a devastação ambiental na Amazônia (queimadas, desmatamentos, extinção de espécies, etc.) tem-se feito grave, fazendo que o país e o mundo preocupem-se com seu futuro, sendo a maior reserva florestal do globo.

A Amazônia, ecologicamente, segue correndo perigo, graças a seu grande atrativo econômico natural, o equilíbrio ecológico é colocado muitas vezes em risco. A exploração descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas de lado. As indústrias mineradoras geram conseqüências incalculáveis ao ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosividade. São poucas as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmente, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explorações existentes nesta região, para que deixem de causar imensas seqüelas ao ambiente natural.

Povoamento do Cerrado:

O Cerrado tinha pouca população, devido a estar no interior no país, mas os programas de políticas de interiorização nos 40 e 50, além da política de integração nacional dos anos 70, tem aumentado consideravelmente o povoamento. A

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primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, também trouxeram investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas.

Graças a seus aspectos fisiográficos, o cerrado é uma região com muita produção e atividade agricultora. A alteração do solo nativo, feita por a mudança de vegetação, há aumentado a erosão nos últimos tempos, devido à falta de cobertura vegetal que davam as matas e florestas. Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante, donde decorre uma grande devastação à natureza.

Povoamento dos Mares de Morros:

Graças a sua posição no litoral do Brasil, foi o lugar primeiro em ser descoberto e colonizado pelos portugueses, iniciando os processos de colonização e povoamento, respectivamente. Aqui se encontram as duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais e políticos. Desse povoamento resultaram, por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica.

As terras no cerrado já estão sendo utilizadas economicamente há muitos anos. Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastarão do solo que elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do governo como privados, para a proteção da mata atlântica. Um desse programas é feito pela Fundação O Boticário e o SOS Matam Atlântica (governamental e privado), os que detêm áreas de preservação ao ambiente natural. A solução mais adequada seria a estagnação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, devida a que o solo já está muito desgastado e com problemas erosivos acentuados. Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à vegetação nativa.

Povoamento das Caatingas:

A Caatinga tem uma história de povoamento já bastante antiga, sendo uma das áreas de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses). A caatinga foi sempre um palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Português e posteriormente ao Império Brasileiro.

Como o domínio das caatingas localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangaceiros. Com isso, o processo de povoamento centrou-se mais em áreas próximas ao litoral. O clima “desértico” da caatinga prejudicou muito a ocupação populacional nesta região e continua sendo uma área preocupante no Brasil em vista do seus imensos problemas sociais, devido aos quais, seus habitantes partem para migração em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro.

Devido a que o homem não intervir de significativa maneira no habitat, o ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Seu solo segue possuindo boas condições de manejo, mesmo que poderia ser bom para a agricultura, só necessitando de irrigação artificial. Sendo assim que a Caatinga poderia desenvolver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importância para acabar com a miséria existente, mas, sempre empregando os recursos naturais com equilíbrio.

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Povoamento das Araucárias:

A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principalmente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos, os quais diversificaram a economia local, o que tornou essa região uma das mais prósperas economicamente.

Atualmente, pode-se perceber que a arbórea nesta região quase tem desaparecido, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de celulose. Por sorte, as medidas para sua proteção foram tomadas e hoje a lei estadual no Paraná a protege. Mas os questionamentos ambientais não estão somente na vegetação. O solo também apresenta uma erosão notável, mas com um bom manejo como é a técnica agrícola chamada plantio direto, pode ter um uso eficiente para a agricultura.

Povoamento das Pradarias:

Está caracterizada por um baixo povoamento. São os jesuítas os que iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações de charqueadas.

Este Domínio detém importantes reservas biológicas, mas as condições ambientais atuais delas são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra, como a monocultura e as queimadas e como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Poucas medidas estão sendo tomadas em virtude a tudo isso, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deserto.

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CONCLUSSOES

Há, até agora, muita confusão com o termo de Bioma. Muitos textos continuam dando-lhe um conceito o que tem mais que ver com a limitação política que com a definição ecológica que merece. Em virtude a isso, os Domínios morfo-climáticos são, ainda, confundidos com os Biomas e a informação que circula é uma mistura entre os conceitos de ambos.

Embora a biodiversidade do Brasil seja imensa, seus biomas também hão sofrido problemas comuns de degradação graças a atividades que acarretam um aumento de processos erosivos, agravados pela existência de solos arenosos, topografia acidentada e precipitações elevadas, além de promover a destruição de habitats e perda de biomassa.

A substituição dos biomas por outros sistemas, agrícolas ou urbanos, gera importantes perdas do equilíbrio do meio ambiente. Dando um exemplo, os biomas mantêm o estado ótimo do solo; estão unidos à manutenção dos ciclos hidrológicos, ao tamponamento dos efeitos dos fatores físicos do ambiente sobre a superfície da terra, seja a radiação solar, a temperatura, a precipitação e a ação de ventos. Perdendo os biomas, perdem-se também as condições adequadas para o desarrolho da vida do ser humano.

A perda de biomas e vegetação há aumentado com as atividades industriais insustentáveis e com o crescimento urbano. Além disso, só em alguns biomas ou domínios (e em algumas partes deles também) há programas de proteção devidos, nos outros a destruição continua sem que se possa tomar uma medida significativa que evite uma devastação em grandes proporções.

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ANEXOS

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Domínio da Amazônia

Mata Atlântica Mata Araucária

Campos Sulinos

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A Caatinga O Pantanal

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BIBLIOGRAFIA

- www.brazadv.com/brasil/amazonia.htm

- WWW.suapesquisa.com

- www.brazadv.com/sitemap.htm

- “Ecología General” – Professora: Isabel Quinteros - UNALM

- www.brasil.gov.br