Monografia Ficha Suja

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS- GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    A INELEGIBILIDADE DOS CANDIDATOS

    COM FICHA SUJA

    Por: Fernando Jos Pereira

    Orientador

    Prof. William Rocha

    Niteri

    2009/2010

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS- GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    A INELEGIBILIDADE DOS CANDIDATOS

    COM FICHA SUJA

    Apresentao de monografia Universidade Candido Mendes como condio prvia para concluso do curso de Ps- Graduao Lato Sensu em Direito Pblico e Tributrio.

    Por: Fernando Jos Pereira

  • 3

    FOLHA DE AVALIAO

    Nome da Instituio: Universidade Candido Mendes.

    Ttulo da Monografia: A Inelegibilidade dos candidatos com ficha suja.

    Autor: Fernando Jos Pereira

    Data da entrega:

    Avaliado por:

    Conceito:

  • 4

    AGRADECIMENTO

    agradeo meu orientador,

    e aos amigos que me ajudaram

    na elaborao deste trabalho.

  • 5

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais,

    que apesar de origem humilde ,tudo fizeram para

    que eu chegasse at aqui.

  • 6

    EPGRAFE

    A vida dos retos evitar o mal:

    quem vigia os passos guarda a vida.

    Provrbios 16,17.

  • 7

    RESUMO

    A busca de uma soluo para impedir candidaturas de pessoas com problemas na justia, fazendo uma abordagem inicial sobre a inelegibilidade no Brasil desde os tempos do imprio at os nossos dias, a situao atual, as discusses sobre como modificar isso, a aprovao recente da LC 135/10, e suas conseqncias sobre tais candidaturas, o que se ver seguir no desenvolvimento deste trabalho monogrfico.

  • 8

    METODOLOGIA

    A Pesquisa foi realizada atravs de consultas a livros, internet, revistas, cdigos e constituies federais, com o intuito de bem informar o leitor de maneira clara e concisa os objetivos deste trabalho.

    Dentre os principais autores consultados podemos citar trs:

    ___Marcos Ramayana Blum de Moraes

    ___Joel Jos Cndido

    ___Lauro Ribeiro Pinto de S Barreto

  • 9

    SUMRIO

    INTRODUO 10

    CAPTULO I- ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE NAS CONSTITUIES FEDERAIS DO BRASIL 11

    1.1 Condies de elegibilidade 11 1.2 Conceituao de inelegibilidade 11 1.3 Algumas regras de elegibilidade e inelegibilidade nas

    Constituies Federais brasileiras anteriores atual 12 1.4 A atual Constituio Federal com suas elegibilidades e

    tambm inelegibilidades 18

    CAPTULO II - DISCUSSES SOBRE CANDIDATOS COM

    FICHA SUJA 24

    CAPTULO III A LC 135 E SUAS IMPORTANTES ALTERAES NA LC 64 34

    CONCLUSO 46

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

    NDICE 54

  • 10

    INTRODUO

    O tema desta monografia, a inelegibilidade dos candidatos com ficha

    suja, um assunto cuja discusso nos ltimos tempos tem sido alvo de

    preocupao da sociedade brasileira, pois grande o nmeros de candidatos

    que cometem os menores crimes e at mesmo os mais graves, mas por no

    terem sido ainda julgados em ltima instncia conseguem se eleger e atravs

    da imunidade parlamentar adquirida dificultam o cumprimento de suas penas.

    A sociedade brasileira tem tentado ento, conseguir maneiras de evitar que

    tais candidaturas possam ser evitadas e tais candidatos se elejam.

    E uma dessas tentativas um projeto de iniciativa popular no qual foram

    captadas cerca de 1,6 milho (um milho e seiscentos mil) assinaturas junto

    ao eleitorado brasileiro, que resultou num projeto de lei recentemente aprovado

    pelo Congresso Nacional e j sancionado pelo presidente da repblica Sr, Lus

    Incio Lula da Silva como LC (Lei Complementar) n 135/10.

    Um breve histrico da Inelegibilidade no pas em todas as suas

    constituies, as discusses sobre a legalidade de tais candidaturas, a atual LC

    135 e como esta pode ajudar a solucionar este problema, ser o alvo de nosso

    estudo.

  • 11

    CAPTULO I

    Elegibilidade e inelegibilidade nas Constituies Federativas

    do Brasil

    1.1- Condies de elegibilidade

    A capacidade que algum possui para ser votado (jus honorum) ou

    tambm chamada capacidade eleitoral passiva, o que se denomina de

    elegibilidade.

    Tal capacidade no entanto, no o bastante para que algum se

    candidate a um mandato eletivo e possa ser eleito. preciso que vrios

    outros requisitos previstos em lei e com prazo certo para se efetivarem

    sejam cumpridos a fim de que tal candidatura realmente se efetive.

    Esse conjunto de exigncias, ou seja, a capacidade eleitoral passiva

    acrescida dos requisitos previstos em lei o que se denomina condies

    de elegibilidade.

    1.2- Conceituao de inelegibilidade

    Conceitua-se inelegibilidade como sendo a ausncia ou a perda de

    elegibilidade. Existem vrias classificaes para as inelegibilidades, mas

    uma das mais aceitas a que faremos seguir:

  • 12

    a) Inelegibilidade inata, primria, implcita ou imprpria- a que

    decorre da ausncia de uma ou mais condies de elegibilidade.

    b) Inelegibilidade cominada secundria, ou prpria- a que decorre

    de uma sano de carter restritivo aplicada em certa eleio por prtica

    de ilcito penal. Este tipo de inelegibilidade ainda se divide em

    Inelegibilidade comida simples quando a restrio s afeta a eleio

    presente, e Inelegibilidade cominada potenciada ou futura quando os

    efeitos restritivos afetam a eleio em curso e outras futuras.

    c) Inelegibilidades constitucionais- So aquelas mencionadas de

    forma clara no texto constitucional.

    d) Inelegibilidades infraconstitucionais- So as constantes de outras

    legislaes que no a constituio federal.

    e) Inelegibilidades absolutas- Dizem respeito as vedaes que

    alcanam todo territrio nacional ou qualquer cargo eletivo.

    f) Inelegibilidades relativas- Causam efeito nos limites geogrficos

    territoriais de um estado ou municpio.

    g) Inelegibilidade nacionais- Esto afetas ao cargo de Presidente

    da Repblica e Vice- presidente.

    h) Inelegibilidades estaduais- S afetam as eleies no mbito

    estadual (governador, vice- governador, deputados estaduais e distritais

    e senador).

    i) Inelegibilidades municipais- Afetam as circunscries municipais e

    atingem prefeitos vice- prefeitos e vereadores.

    j) Inelegibilidade reflexa- Relaciona-se ao princpio de contaminao

    do conjugue, parentes, consangneos e afins, at o segundo grau.

    1.3- Algumas regras de elegibilidade e inelegibilidade nas

    Constituies Federais anteriores atual

  • 13

    Fazendo-se uma anlise histrica, constatamos que desde quando o

    Brasil se tornou um pas independente em 1822, e partir da

    promulgao da primeira constituio brasileira no ano 1824, sempre

    houve por parte dos nossos legisladores a preocupao em se

    estabelecer condies para que os candidatos pudessem ou no ser

    eleitos.

    Nesta primeira constituio podiam votar os cidados brasileiros no

    gozo dos seus direitos polticos e os estrangeiros naturalizados, e por

    no poderem votar e consequentemente no serem eleitos (inelegveis)

    listavam-se os menores de 25 anos (apenas se no fossem casados ou

    oficiais militares quando a idade baixava para 21 anos), os filhos-

    famlias, os criados de servir, os religiosos e que vivam em qualquer

    comunidade claustral e os que no tinham renda lquida anual de cem

    mil ris.

    Dos que podiam votar, era ainda imposta a condio pessoal de

    possuir renda lquida anual superior a quatrocentos mil ris para se

    candidatar, e ter idade mnima de 40 anos para o cargo de senador que

    era vitalcio.

    Com a proclamao da repblica em 1899, uma nova constituio foi

    promulgada no ano de 1891 que considerava elegveis todos os que

    pudessem ser alistados eleitoralmente e estivessem na posse dos

    direitos de cidados brasileiros, natos (os que nascessem no Brasil) ou

    naturalizados (os que viessem de alguma forma adquirir a nacionalidade

    brasileira), porm para o cargo de presidente e vice-presidente apenas

    os brasileiros natos podiam concorrer, e a idade mnima para esses

    cargos como tambm de senador era de 35 anos.

  • 14

    Os mendigos, os analfabetos, os religiosos de ordem monstica,

    companhias, congregaes ou comunidades de qualquer denominao,

    sujeitas a voto de obedincia, regra ou estatuto que importe a renncia

    da liberdade individual e os praas- de- pr (recrutas e conscritos),

    excetuados os alunos das escolas militares de ensino superior, por no

    poderem fazer o alistamento eleitoral, eram considerados inelegveis.

    Um outro tipo de inelegibilidade prevista nesta primeira constituio

    republicana, era a que tornava inelegveis os parentes consangneos e

    afins, de 1 e 2 graus, do presidente e do vice-presidente que se

    achassem em exerccio no momento da eleio, ou que tivessem

    deixado o cargo 6 meses antes desta. Alm disso, previa a

    irreelegibilidade para esses cargos no perodo subseqente.

    Aps a revoluo constitucionalista de 1930, o Brasil adota uma

    nova constituio no ano de 1934. Esta nova constituio traz a

    novidade de inserir a Justia Eleitoral num texto constitucional brasileiro

    pela primeira vez na nossa histria. Embora o brasileiro naturalizado

    pudesse se alistar eleitoralmente e tambm votar, apenas so elegveis

    os cidados brasileiros natos, e com idade mnima de 25 anos para o

    cargo de deputado e de 35 anos para senador e presidente. Uma outra

    grande inovao desta constituio foi em relao as mulheres, que

    passam a ser consideradas cidads, e portanto tendo o direito ao voto e

    tambm de se candidatar, sendo que no caso de exercerem funes

    pblicas remuneradas o voto para elas era obrigatrio.

    Alm dos que no soubessem ler e escrever (analfabetos),os praas

    de - pr (recrutas e conscritos),salvo os sargentos, do Exrcito e da

    Armada e das foras auxiliares do Exrcito, bem como os alunos das

  • 15

    escolas militares de ensino superior e os aspirantes a oficial, os

    mendigos,e tambm os que estivessem temporariamente ou

    definitivamente privado de direitos polticos, tornam-se inelegveis.

    Novamente existe uma previso de inelegibilidade ligada ao grau de

    parentesco do presidente e de outros chefes do executivo.

    Em relao a presidente, governador e prefeito, seus parentes de 3

    grau e afins ,quando estes governantes estiverem em exerccio ou no

    tiverem deixado o cargo at um ano antes da eleio, fazendo exceo

    para a cmara dos deputados , senado federal e as assemblias

    legislativas se tiverem exercido mandato anteriormente ou tenham sido

    eleitos simultaneamente com esses chefes de governo , e tambm torna

    inelegvel os substitutos eventuais do presidente que tenham exercido o

    cargo por qualquer tempo dentro dos seis meses anteriores a eleio.

    No ano de 1937 institudo o Estado Novo no Brasil. Um tipo de

    governo centralizado com caractersticas ditatoriais, inspirado em

    regimes de governo vigentes poca em pases europeus, tais como

    Alemanha, Itlia, Espanha e Portugal.

    Com isso o pas passa a ter nova constituio, que tem como uma

    das suas caracterstica a supresso da Justia Eleitoral e a mudana do

    nome do Senado Federal que passa a se chamar de Conselho Federa,l

    que exige dos seus membros como tambm dos candidatos a

    presidncia a idade mnima de 35 anos . A eleio para a maioria dos

    cargos passa a ser de forma indireta, e da mesma forma que a anterior

    de 1934, considera elegveis os cidados brasileiros natos, porm em

    relao aos inelegveis h uma alterao, pois alm de mendigos,

    analfabetos, os que estivessem temporariamente ou definitivamente

    privado de direitos polticos e, os militares em servio ativo e no s os

  • 16

    conscritos,fazendo contudo uma ressalva em relao aos oficiais em

    servio ativo nas foras armadas que mesmo inalistveis, eram

    elegveis.

    Com o trmino da 2 Guerra Mundial em 1945, o mundo invadido

    por novos ares democrticos, e no Brasil isso no diferente.

    O pas ento ganha uma nova constituio no ano de 1946, que

    precedida pela formao de uma Assemblia Nacional Constituinte.

    Uma das grandes novidades restaurao da Justia Eleitoral e

    tambm o Senado Federal tem seu nome restitudo. Aparece a proibio

    de juzes eleitorais de exercer atividade poltica partidria.

    Os elegveis para os cargos so os brasileiros natos, e idade mnima

    de 21 anos para deputado, 35 para senador e presidente, j o

    inelegveis por no poderem se alistar, estavam os analfabetos, os que

    no sabiam se expressar na lngua nacional, os que estivessem

    temporariamente ou definitivamente privado de seus direitos polticos e

    tambm os praas de pr, salvo os aspirantes a oficial, os suboficiais, os

    subtenentes, os sargentos e os alunos das escolas militares.

    Em 1964 acontece um golpe militar que muda substancialmente a

    poltica do nosso pas, e aps 3 anos desse golpe no ano de 1967 uma

    nova constituio redigida. Um aspecto importante a manuteno da

    Justia Eleitoral. Os elegveis continuam sendo os brasileiros natos, com

    a idade mnima de 21 anos para deputado e 35 para senador e

    presidente, sendo que os dois primeiros eram eleitos pelo voto direto e

    secreto e o ltimo pelo voto indireto nominal atravs de um colgio

    eleitoral. J o os inelegveis so os inalistveis, tais como os

    analfabetos, os que no sabiam se exprimir em lngua nacional e os que

  • 17

    estivessem privados temporariamente ou de forma definitiva do seus

    direitos polticos.Os militares podiam se alistar como eleitores desde que

    fossem oficiais, aspirantes - a - oficiais, guardas-marinhas, subtenentes,

    ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino

    superior para militares; porm desses para ser elegvel era necessrio

    que tivesse mais de 5 anos no servio ativo, e ao se candidatar era

    excludo desse servio.

    Dois anos depois em 1969, acontece um recrudescimento na poltica

    do pas, o que muitos chamaram do golpe dentro do golpe, e com a

    chamada emenda constitucional n 1 o pas passa a ter uma nova

    constituio. Devido ao seu rgido teor, muitos foram os brasileiros que

    tiveram seus direitos polticos cassados. No que diz respeito aos

    elegveis considerava que fossem esses os cidados brasileiros, com a

    idade mnima de 18 anos para deputado e de 35 anos para senador e

    presidente, natos ou naturalizados, porm fazia restrio a alguns

    cargos tais como o deputado federal que exercesse a presidncia da

    Cmara dos Deputados e o Senador que exercesse a presidncia do

    Senado Federal, precisavam ser brasileiros natos pois podiam

    eventualmente substituir o presidente da repblica, cargo esse ocupado

    exclusivamente por brasileiros natos. A eleio para presidente era de

    forma indireta, por um Colgio Eleitoral formado pelos componentes do

    Congresso Nacional, deputados e senadores, estes sim eleitos pelo voto

    direto. No caso dos militares podiam se alistar como eleitores, desde

    que oficiais aspirantes a oficiais guardas-marinha, subtenentes ou

    suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior

    para formao de oficiais, e destes podiam se candidatar e se tivessem

    menos de 5 anos de servio efetivo eram excludos e se tivessem mais

    de 5 anos eram afastados e agregados para tratar de assunto particular,

    um dado interessante e que esses militares se fossem candidatos no

  • 18

    possuam necessidade de filiao partidria,J em relao aos

    analfabetos embora no pudessem se candidatar a lei previa a

    possibilidade de se alistar como eleitores.

    Em relao a inelegibilidade continuava recaindo sobre os

    inalistveis, tais como os que no soubessem se exprimir na lngua

    nacional e os que estivessem privado temporariamente ou de forma

    definitiva dos seus direitos polticos, e tambm previa que lei

    complementar estabeleceria os casos de inelegibilidade e cessao

    dessa,com finalidade de preservar o regime democrtico, a probidade

    administrativa, a normalidade e a legitimidade das eleies contra a

    influncia ou o abuso do exerccio de funo, cargo ou emprego pblico

    da administrao direta ou indireta, ou do poder econmico e da

    moralidade para o exerccio do mandato. Manteve-se a Justia Eleitoral.

    Esta constituio passou por vrias emendas at seus ltimos anos de

    vigncia.

    1.4- Causas de inelegibilidade na atual Constituio

    Federal.

    Aps 21 anos de regime militar e depois de longo e gradual

    processo de abertura poltica, que culminou com a eleio atravs do

    Colgio Eleitoral do Congresso Nacional, de Tancredo Neves (embora

    saibamos que devido a sua morte antes de assumir, fez com que seu

    vice Jos Sarney quem tenha tomado posse), um civil foi novamente

    eleito para a presidncia do Brasil, no ano de 1985. O novo presidente

    implementou uma srie de medidas para redemocratizao do pas, que

    acabaram resultando na criao da Assemblia Nacional Constituinte

    que elaborou o texto da atual constituio do pas que foi promulgada no

    dia 5 de outubro de 1988, que dentre tantas novidades tornava a eleio

  • 19

    para todos os cargos tanto do executivo quanto do legislativo para todos

    os cargos, de todas as esferas de governo, de forma direta, inclusive

    para presidente da repblica, que tiveram sua eleio depois de um

    longo perodo acontecendo no ano de 1989, e mesmo a com a

    frustrao causada, trs anos depois em 1992, com a cassao de

    Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente eleito desta forma aps

    longo tempo, esta eleio foi um dos marcos importantes na histria

    poltica do pas. Esta constituio de 1988 que tambm ficou conhecida

    como constituio-cidad, trouxe vrias novidades para o pas. A prpria

    Justia Eleitoral ganha um aprimoramento e importncia maiores no

    sistema eleitoral brasileiro. seguir, alguns trechos dos artigos 12 e 14

    sero transcritos para que se tenha uma maior compreenso dos casos

    de quem considerado eleitor, dos casos de elegibilidade e de

    inelegibilidade e tambm dos cargos que s podem ser ocupados por

    brasileiros natos previstos na atual Constituio Federal.

    CAPTULO III

    DA NACIONALIDADE

    Art. 12. So brasileiros

    I natos

    a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda de pais

    estrangeiros, desde que estejam a servio do seu pas;

    b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira,

    desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do

    Brasil

    c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou me brasileira,

    desde que sejam registrados em repartio brasileira competente ou

    venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em

    qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade

    brasileira;

  • 20

    II naturalizados

    a) os que na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,

    exigidas aos originrios de lngua portuguesa apenas residncia por um

    ano ininterrupto e idoneidade moral;

    b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na

    Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e

    sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

    1- Aos portugueses com residncia permanente no Pas, se

    houver reciprocidade em favor dos brasileiros, sero atribudos os

    direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos neta

    Constituio.

    2 - A lei no poder estabelecer distino entre brasileiros natos e

    naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituio.

    3 So privativos de brasileiros natos os cargos:

    I de Presidente e Vice Presidente da Repblica;

    II - de Presidente da Cmara dos Deputados;

    III de Presidente do Senado Federal;

    IV de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

    V da carreira diplomtica

    VI de Oficial das Foras Armadas.

    VII de Ministro de Estado da Defesa.

    ..........................................................

    CAPTULO IV

    DOS DIREITOS POLTICOS

    Art. 14. ............................................................

    1 - O alistamento eleitoral e o voto so:

    I obrigatrios para os maiores de dezoito anos;

    II facultativo para:

    a) os analfabetos;

    b) os maiores de setenta anos;

  • 21

    c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

    2 - No podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,

    durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos.

    3 - So condies de elegibilidade, na forma da lei:

    (a falta de uma ou mais de uma destas causa INELEGIBILIDADE

    INATA)

    I a nacionalidade brasileira;

    II o pleno exerccio dos direitos polticos;

    III o alistamento eleitoral;

    IV o domiclio eleitoral na circunscrio;

    V a filiao partidria

    VI a idade mnima:

    trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica

    e Senador;

    trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do

    Distrito Federal;

    vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou

    Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

    dezoito anos para Vereador.

    4 So inelegveis os inalistveis e os analfabetos

    (INELEGIBILIDADE ABSOLUTA).

    5- O Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do

    Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substitudo

    no curso dos mandatos podero ser reeleitos para um nico perodo

    subseqente (INELEGIBILIDADES NACIONAIS, ESTADUAIS E

    MUNICIPAIS).

    6 - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica,

    os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem

    renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do pleito

    (INELEGIBILIDADE RELATIVA).

  • 22

    7- So inelegveis no territrio de jurisdio do titular, o conjugue

    e os parentes consangneos ou afins, at segundo grau ou por adoo,

    do Presidente da Repblica, de Governador de Estado ou Territrio, do

    Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substitudo dentro de

    seis meses anteriores ao pleito, salvo se j titular de mandato eletivo e

    candidato reeleio (INELEGIBILIDADE REFLEXA).

    8 - O militar alistvel elegvel, atendidas as seguintes condies:

    I se contar menos de dez anos de servio, dever afastar-se da

    atividade;

    II se contar mais de dez anos de servio, ser agregado pela

    autoridade superior e, se eleito, passar automaticamente, no ato da

    diplomao, para a inatividade.

    9 - Lei complementar estabelecer outros casos inelegibilidade e

    os prazos de sua cessao, a fim de proteger a probidade

    administrativa, a moralidade para o exerccio de mandato considerada a

    vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das

    eleies contra a influncia do poder econmico ou o abuso do exerccio

    da funo, cargo ou emprego na administrao direta ou indireta.

    ..............................................................................................................

    ................

    Aps uma anlise de tais trechos da atual Constituio, podemos

    constatar que dentre as inovaes temos a facultabilidade do voto para

    maiores de dezesseis e menores que dezoito anos, para os maiores de

    setenta anos, e para os analfabetos, sendo que estes ltimos no

    podem candidatar-se nem eleger-se. Os estrangeiros naturalizados

    podem votar e serem votados, havendo uma previso especial em

    relao portugueses com residncia permanente no pas, pois

    garantido eles pelo estatuto da igualdade, manterem a dupla

    nacionalidade desde que os brasileiros residentes em Portugal tenham

  • 23

    os mesmos direitos, porm mesmo para os portugueses como tambm

    para os demais estrangeiros naturalizados existe a restrio para ocupar

    alguns cargos, isto porque, na linha sucessria presidencial serem os

    ocupantes destes cargos os que viriam assumir, no caso de vacncia,

    a presidncia da repblica, cargo privativo de brasileiros natos.Os

    militares tambm podem se candidatar, desde que afastem de suas

    atividades se contarem com menos de dez anos de servio, ou se

    tiverem mais do que esse tempo serem agregados pela autoridade

    superior e sendo eleitos passarem imediatamente para a inatividade. J

    no que diz respeito aos casos de inelegibilidade destacamos no texto

    constitucional transcrito e atravs de grifo nosso, os vrios tipos de

    inelegibilidade e seus tipos.

    Por fim temos no texto da constituio a citao de que Lei

    Complementar estabelecer outros casos de inelegibilidade. Esta lei, at

    recentemente era a Lei Complementar 64/1990, que porm, teve

    importantes aspectos modificados pela Lei Complementar 135/2010 de

    04/06/2010.

  • 24

    CAPTULO II

    Discusses sobre candidatos com ficha suja

    Como foi dito ao final do captulo anterior, o dispositivo de lei que

    regulamentava as inelegibilidades era a Lei Complementar 64 do ano de

    1990, porm ela foi editada dois anos aps a atual constituio que do

    ano de 1988, e o texto original do art. 14 do 9 no era o que

    transcrevemos anteriormente, pois as expresses a probidade

    administrativa, a moralidade para o exerccio do mandato, considerada a

    vida pregressa do candidato, s foram acrescentadas a tal artigo aps a

    Emenda Constitucional de Reviso n 4 de 7.6.1994, ou seja, quatro

    aps a Lei Complementar n 64.

    Torna-se bastante clara, que depois desta Emenda Constitucional,

    os casos de inelegibilidade ficaram mais amplos, contudo no foi o que

    aconteceu na prtica, j que sem uma lei nova ou outra que alterasse o

    artigo 1 no inciso I e alneas d) e e) da Lei Complementar 64 que tratam

    especificamente dos aspectos introduzidos pela Emenda Constitucional

    de Reviso n 4, essas novas normas no poderiam ser aplicadas.

    Para um melhor entendimento da questo transcreveremos seguir

    o artigo seu inciso e suas alneas citados no pargrafo, no intuito de

    termos uma melhor compreenso dos fatos.

    Lei Complementar n 64

    Artigo 1. So inelegveis

    I para qualquer cargo: (...)

  • 25

    d) os que tenham contra sua pessoa representao julgada

    procedente pela Justia Eleitoral, transitada em julgado, em processo de

    apurao de abuso de poder econmico ou poltico, para a eleio na

    qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se

    realizarem nos 3 (trs) anos seguintes;

    e) os que forem condenados criminalmente, com sentena transitado

    em julgado, pela prtica de crimes contra a economia popular, a f

    pblica, a administrao pblica, o patrimnio pblico, o mercado

    financeiro, pelo trfico de entorpecentes e por crimes eleitorais, pelo

    prazo de 3 (trs) anos, aps o cumprimento da pena(...)

    Pelo que podemos constatar, a grande discusso do assunto gira

    em torno de prevalecer a tese da autoaplicabilidade do artigo 14 9 da

    Constituio Federal, que reporta-se de forma especfica vida

    pregressa do candidato como motivador de fator de inelegibilidade ou

    de indeferimento de candidatura, ainda que no haja condenao

    transitado em julgado, e o outro entendimento totalmente oposto, que

    defende a supremacia da inocncia, tambm previsto na Constituio no

    seu artigo 5 inciso LVII, transcrito seguir.

    Constituio da Repblica Federativa do Brasil

    Art. 5. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer

    natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no

    Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade,

    segurana e a propriedade, nos termos seguintes:(...)

    LVII ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado

    de sentena penal condenatria; (...)

    Toda celeuma proporcionada pela divergncia de opinio sobre este

    assunto, fez com que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) editasse no ano

  • 26

    de 1996 a sua Smula 13, para firmar sua posio e dirimir dvidas

    respeito desta questo.

    Esta Smula possui o seguinte teor.

    Smula 13 TSE. No auto-aplicvel o 9, art. 14, da

    Constituio, com a redao da Emenda Constitucional de Reviso

    n4/1994.

    Podemos constatar pelos termos desta smula que no entendimento

    do TSE, somente aps a edio de lei complementar o artigo 14 da

    Constituio com sua Emenda Reviso seria aplicvel.

    Embora fosse esse o entendimento do TSE, os inmeros e

    sucessivos escndalos envolvendo os polticos, fez com que um clamor

    cada vez maior de vrios setores da sociedade brasileira exigisse um

    maior rigor maior em relao a todos que se candidatassem e j

    estivessem respondendo criminalmente na justia, ainda que no

    tivessem suas condenaes transitado em julgado, e por isso mesmo o

    TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), numa atitude

    pioneira resolveu levar em conta a moralidade do candidato e sua vida

    pregressa no deferimento do seu pedido de candidatura, para as

    eleies gerais do ano de 2006

    Houve por parte dos membros desta corte o entendimento que o

    princpio da moralidade tambm presente na atual Constituio Federal

    no artigo 37, e que transcreveremos logo seguir, se sobrepunha ao

    tambm princpio da inocncia previsto no j citado artigo 5 inciso LVII,

    pois deve prevalecer a interpretao mais benfica par a manuteno da

    democracia, mesmo com o sacrifcio da garantia individual da presuno

    da inocncia de um pretenso candidato, mas em benefcio da sociedade.

  • 27

    Art. 37. A Administrao pblica direta e indireta de qualquer dos

    Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios

    obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

    publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: (...)(grifo nosso)

    Muitos foram ento os candidatos que tiveram seus pedidos de

    registro de candidatura indeferidos nestas eleies gerais do ano de

    2006 pelo TRE-RJ, mas um dos casos mais notrios foi o do ento

    Deputado Federal Eurico Miranda que possua uma extensa ficha

    criminal embora sem trnsito em julgado.

    Inclusive em relao ao disposto ao 9 do artigo 14 achamos

    importante citar as palavras da juza Corregedora deste tribunal poca,

    a meritssima doutora Jacqueline Lima Montenegro.

    a norma constitucional no apenas dispe que a Lei Complementar

    estabelecer outros casos de inelegibilidade como expressamente

    determina que tais hipteses devero ser inspiradas por valores de

    ndole tica e por ele estabelecidos, quais sejam proteo a probidade

    administrativa, a moralidade para o exerccio do mandato, considerada

    vida pregressa do candidato. por isso que no se afigura injurdico

    concluir que tais valores que inspiram a sedimentao de princpios, se

    apresentam como autnomos em relao exigncia de lei

    complementar e neste particular este dispositivo de fato auto-

    aplicvel.

    Tambm achamos importante destacar uma das ementas do TRE-

    RJ que versa sobre vida pregressa inidnea.

    Vida pregressa.

    Princpio da vida pregressa compatvel com a magnitude da

    representao popular. Extensa anotao nas certides de feitos

  • 28

    criminais. Ausncia de trnsito em julgado. Probidade administrativa.

    Moralidade para o exerccio do mandato. Vida pregressa do candidato.

    Inteligncia do art. 14, 9 da CF auto- aplicabilidade. Desnecessrio

    trnsito em julgado para configurar a existncia de vida pregressa

    maculada. Evidente diferena entre o art.14, 9 e o art. 15, III, ambos

    da CF. No se analisa a culpabilidade do candidato no que concerne s

    questes penais, mas o contexto de sua vida pregressa, que indicativo

    necessrio da moralidade para o exerccio do mandato.

    Verificao no caso concreto. Na hiptese, os fatos atribudos ao

    candidato apontam para a prtica de diversas condutas que atentam

    contra a Fazenda Pblica e contra a Administrao Pblica.

    Demonstrao de perfil incompatvel com o exerccio do mandato.

    Indeferido o registro. Unnime. Relatora: Juza Jacqueline Lima

    Montenegro.

    Acrdo n 31238 Registro de Candidato n2401 Classe 25, em

    23/08/06.

    No mesmo sentido os Acrdos de n s: 31.119, 31.141, 31.239,

    31.240, 31.793, 31.241, 31.242, 31. 243.

    O Sr. Eurico Miranda no conformado com o resultado da deciso

    resolveu impetrar recurso junto ao TSE, e o resultado deste recurso

    tornou-se uma espcie de paradigma favorvel para todos demais

    candidatos que estivessem em situao semelhante dele, e numa

    grande derrota para os que defendiam a auto-aplicabilidade do disposto

    no 9 do art. 14 da CF.

    Tendo recebido o n 1069/RJ/2006 este recurso ordinrio foi julgado

    no dia 20 de setembro de 2006, e o impetrante logrou xito vencendo

    por um apertado placar de 4x3.

  • 29

    Esta vitria gerou o seguinte acrdo abaixo transcrito:

    ELEIES 2006 REGISTRO DE CANDIDATO. DEPUTADO

    FEDERAL. INELEGIBILIDADE. INIDONEIDADE MORAL ART. 14, 9,

    DA CONSTITUIO FEDERAL.

    O art. 14, 9 da Constituio no auto-aplicvel (smula 13 do

    Tribunal Superior Eleitoral)

    Na ausncia de lei complementar estabelecendo os casos em que a

    vida pregressa do candidato implicar inelegibilidade, no pode o

    julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los.

    Recurso provido para deferir o registro.

    Dentre os ministros do TSE que votaram neste caso, importante

    seria destacar as palavras ditas pelo ministro Marco Aurlio Mello, que

    embora tenha dado seu voto de forma favorvel ao impetrante do

    recurso, assim procedia, preso ao tecnicismo das leis vigentes, sem que

    contudo, pessoalmente concordasse com isso.

    Por isso, seguir reproduziremos suas palavras:

    Repito sempre: paga-se um preo por se viver em uma democracia,

    em Estado Democrtico de Direito e, a meu ver, esse preo mdico,

    um preo ao alcance de qualquer cidado, qual seja, o respeito irrestrito

    s regras em vigor, ao sistema que na est calcado no direito

    costumeiro, mas de direito posto e subordinante

    Como fora dito anteriormente, o resultado deste julgamento se

    transformou num paradigma favorvel a outros candidatos que tinham

    problemas na justia, e tanto Estado do Rio de Janeiro como nos demais

    estados brasileiros, alguns daqueles que tiveram suas candidaturas

  • 30

    inicialmente indeferidas pelos Tribunais Regionais Eleitorais locais,

    posteriormente ao recorrerem ao TSE conseguiram obter seus registros

    de candidatura.

    Esta derrota no esmoreceu os nimos daqueles que lutavam para

    impedir a candidatura dos condenados judicialmente, ainda que no na

    ltima instncia, e dois anos depois s vsperas das eleies municipais

    de 2008, vrios setores da sociedade tais como boa parte da populao

    (cerca de 80%) a imprensa, a Igreja Catlica e a Associao dos

    Magistrados Brasileiros (AMB) se movimentaram nesse propsito, e

    algumas consultas chegaram ao TSE questionando o direito desses

    candidatos concorrerem naquelas eleies, e em 10 de junho de 2008

    foi julgado o Processo Administrativo de n 19.919, porm mais uma vez

    e coincidentemente pelo mesmo apertado placar de 4X3 foi dado ganho

    de causa aos candidatos nesta situao.

    Porm no se dando por vencida a AMB props uma ADPF

    (Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental), mas o STF ao

    julgar esta ao, por maioria absoluta de votos (9X2), negou sua

    procedncia, deciso essa de efeito vinculante, segundo a Lei n

    9882/99, que regulamenta este tipo de ao.

    Neste mesmo perodo muitos autores especializados no assunto,

    manifestaram suas opinies sobre o tema, e portanto, consideramos

    importante na parte atual deste trabalho, expormos o ponto de vista de

    alguns deles, tanto os que sejam pr, como tambm os que so contra.

    O atual ministro substituto do TSE, Henrique Neves da Silva e

    poca advogado em Braslia e tambm Membro do Instituto Brasileiro

    Eleitoral, escreveu em artigo na publicao Estudos Eleitorais, no ano

    de 2006, que a ira cvica- nome dado ao sentimento de repulsa da

  • 31

    nao aos acumulados escndalos polticos e criminais- procedente,

    porm no cabe ao Poder Judicirio exercer o juzo de valor previsto no

    texto constitucional e nem criar hipteses de inelegibilidade fora do texto

    legal, afirma tambm que embora a Lei das Inelegibilidades, naquele

    momento no atendesse aos principio orientadores contidos na

    constituio, somente o Poder Legislativo poderia criar novas regras

    para sanar esses defeitos, sob pena de instada a insegurana jurdica,

    se no forem cumpridas as regras vigentes, ainda conclu dizendo haver

    um poder muito acima dos poderes Executivo, Legislativo e Judicirio,

    que o poder de voto do eleitor na hora da escolha de seus candidatos,

    dentro da cabine indevassvel.

    O Magistrado e Sub - coordenador de Aperfeioamento da Escola

    Superior de Magistratura do Estado de Alagoas, Adriano Soares da

    Costa, em mensagem postada em seu blog no dia 11/ 01/2010,

    manifesta-se sobre o assunto dizendo combater o que ele denominou

    moralismo eleitoral, ou seja, a adulterao da interpretao das normas

    jurdicas eleitorais, devido aplicao de critrios bastante acentuados

    morais e em muitos casos em clara divergncia com o ordenamento

    jurdico vigente. Critica o juiz Mrlon Jacinto dos Reis presidente na

    poca da j citada AMB (Associao dos Magistrados Brasileiros),

    devido posio deste em defender a primazia dos interesses coletivos

    em relao aos individuais, e por sua considerao em achar ser

    prefervel impedir algum que ainda no foi condenado em ltima

    instncia candidatar-se e eleger-se, do que correr o risco de ver essa

    mesma pessoa depois de eleita ter sua condenao final, e portanto

    dificultando o cumprimento de sua punio por ter adquirido imunidade

    poltica. No final de sua exposio, contudo o juiz Adriano Soares

    defende a luta do juiz Mrlon Reis na sua busca de melhoria de nossas

    instituies, porm mais um a ressaltar que isso deve ser feito dentro

  • 32

    do estrito ordenamento jurdico, sob o risco de no contrrio, pormos em

    risco a nossa segurana jurdica.

    Agora, no entanto vamos expor algumas opinies contrrias s duas

    primeiras.

    Primeiro, nos reportaremos opinio do atual procurador regional da

    repblica no Distrito Federal, Sr. Marcelo Antnio Cear Serra Azul, que

    em artigo publicado na revista jurdica Suffragium no ano de 2006,

    considera ser auto-aplicvel o disposto no 9 do artigo 14 da C.F, para

    afastar do pleito todos em que pairam alguma dvida respeito da sua

    moralidade, e lei complementar serviria apenas para regular os casos

    em que tal dvida sobre falta de moral para concorrer a determinado

    cargo eletivo no fosse suficiente para afast-lo deste mesmo pleito,

    pois a moralidade pblica um bem que interessa a todos, ou seja de

    interesse geral.

    Sobre o Princpio do Estado de Inocncia, ele diz que relativo

    apenas matria penal e no administrativa, acrescentando que mesmo

    na esfera penal permitida a priso cautelar como garantia da

    sociedade, e portanto tambm no Direito Eleitoral, permitido o

    afastamento cautelar da pessoa que pretende se eleger, quando h

    fundada dvida acerca de sua moralidade ou probidade, fatos estes

    revelados por sua vida pregressa.

    Outro a se posicionar de forma favorvel que candidato a cargo

    eleitoral possuam ficha limpa o juiz de Direito do Estado do Paran

    Marcelo Pimentel Bertasso, e que no ano de 2008 exercendo a funo

    de juiz eleitoral da 123 Zona Eleitoral deste mesmo Estado, escrevendo

    artigo na revista Paran Eleitoral, especializada em assuntos eleitorais,

  • 33

    declara que deve-se atribuir a mxima efetividade aos comandos

    constitucionais , que gozam de fora normativa prpria, e sendo que o

    art.14 9 da C.F.,apareceu no mundo jurdico aps a LC n 64/90, que

    serve para regul-lo, ento tal artigo dotado de efeitos imediatos, por

    ter carter aditivo a esta Lei Complementar, no necessitando de

    legislao complementar posterior. Dr. Marcelo Bertasso afirma tambm

    que a no aplicabilidade do art. 14 9, leva ao absurdo de se permitir

    que pessoas com antecedentes criminais no possam prestados

    concursos para cargos pblicos de escales inferiores, mas possam ser

    eleitas para exerccios de mandatos polticos de primeiro escalo, ele

    tambm no acha que seja violado o princpio da inocncia com a

    considerao dos antecedentes dos candidatos, porque trata-se anlise

    de valor constitucional ao qual se volta e se submete o exerccio dos

    direitos polticos de forma passiva.

    A celeuma causada pela discusso sobre os ficha-limpa, entre os

    contrrios e os favorveis, levou a um senso comum de que realmente,

    s uma nova Lei Complementar poderia por fim a esse embate, e por

    isso foi que os favorveis se movimentaram para coletar assinaturas

    junto a populao brasileira, e aps um rduo trabalho conseguiram

    obter cerca de 1,6 milhes assinaturas, que foram enviadas ao

    Congresso Nacional em forma de projeto de lei , que tramitou por l de

    setembro de 2009 at junho de 2010, quando finalmente no dia 04 de

    junho foi sancionada pelo Presidente Repblica Lus Incio Lula da

    Silva, e recebeu o nmero de Lei Complementar 135, e cuja anlise ser

    feita no terceiro e ltimo captulo deste trabalho.

  • 34

    CAPTULO III

    A LC 135 e suas importantes alteraes na LC 64

    Conforme referncia ao final do captulo anterior, o surgimento da

    Lei Complementar n 135 aps quase 1 ano de tramitao no Congresso

    Nacional, trouxe importantes alteraes na Lei Complementar n 64,

    principalmente no que diz respeito a aplicabilidade do art. 14 9 da CF,

    pois como determina o texto deste artigo com as modificaes

    introduzidas pela Emenda Constitucional de Reviso n 4, finalmente foi

    editada uma Lei Complementar que regulasse a inelegibilidade de um

    candidato baseado na sua vida pregressa.

    A anlise comparativa da LC 64 no seu artigo 1, inciso I e alneas d)

    e e), que justamente a parte desta lei que trata da moralidade e da

    vida pregressa do candidato para concorrer cargo eletivo, com seu

    texto original, e as alteraes introduzidas pela LC 135 grafadas em

    negrito, ser feita seguir para entendermos melhor o novo alcance da

    lei que regula a inelegibilidade no Brasil.

    Lei Complementar n 64(texto original)

    Artigo 1. So inelegveis

    I para qualquer cargo: (...)

    d) os que tenham contra sua pessoa representao julgada

    procedente pela Justia Eleitoral, transitada em julgado, em processo de

    apurao de abuso de poder econmico ou poltico, para a eleio na

    qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se

    realizarem nos 3 (trs) anos seguintes;

  • 35

    os que forem condenados criminalmente, com sentena transitado

    em julgado, pela prtica de crimes contra a economia popular, a f

    pblica, a administrao pblica, o patrimnio pblico, o mercado

    financeiro, pelo trfico de entorpecentes e por crimes eleitorais, pelo

    prazo de 3 (trs) anos, aps o cumprimento da pena(...)

    Lei Complementar n 64(alterada pela Lei Complementar n 135)

    Artigo 1. So inelegveis

    I para qualquer cargo:(...)

    d) os que tenham contra sua pessoa representao julgada

    procedente pela Justia Eleitoral, em deciso transitada em julgado ou

    proferida por rgo colegiado, em processo de apurao de abuso do

    poder econmico ou poltico, para a eleio na qual concorrem ou

    tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8

    (oito) anos seguintes;

    e) os que forem condenados, em deciso transitada em julgado ou

    proferida por rgo judicial colegiado, desde a condenao at o

    transcurso do prazo de 8 (oito) anos aps o cumprimento da pena, pelos

    crimes:

    1. contra a economia popular, a f pblica, a administrao pblica e

    o patrimnio pblico;

    2. contra o patrimnio privado, o sistema financeiro, o mercado de

    capitais e os previstos na lei que regula a falncia;

    3. contra o meio ambiente e a sade pblica;

    4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

    5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenao

    perda do cargo ou inabilitao para o exerccio de funo pblica;

    6. de lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores;

    7. de trfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura,

    terrorismo e hediondos

    8. de reduo condio anloga de escravo

  • 36

    9. contra a vida e a dignidade sexual; e

    10. praticados por organizao criminosa, quadrilha ou bando

    Ao fazermos este estudo comparativo das alneas d) e e), antes e

    depois da LC 135, vemos que houve mudanas tanto quanto a forma de

    julgamento como tambm em relao ao prazo de inelegibilidade.

    Em relao ao julgamento no se faz mais necessrio que o

    processo chegue ltima instncia, ou seja, transitado em julgado,

    mas apenas que tenha sido proferido por um rgo colegiado, que um

    julgamento realizado por um grupo de magistrados, e no somente por

    um juiz de forma isolada.

    No que diz respeito ao perodo de inelegibilidade, a lei torna-se mais

    rigorosa, pois ao invs de 3 (trs) anos como previa anteriormente a LC

    64, agora passa a ser de 8 (oito) anos.

    A alnea d) destinada as pessoas que pertenam Administrao

    Pblica, somente quando estas sejam agentes polticos, e tambm as

    demais pessoas que no pertenam Administrao Pblica, sendo

    uma inelegibilidade de um processo originado de uma representao e

    precisa tramitar na Justia Eleitoral, e fundamental e imprescindvel

    que a ao ou omisso do sujeito, no abuso do poder econmico ou

    poltico, se d em razo ou em funo de fins eleitorais e partidrios, e

    ainda seja relacionada a determinado pleito, sob pena de no incidncia

    da norma

    J a alnea e) , atinge qualquer um que for condenado por um

    desses crimes elencados nela, e podemos reparar que houve um

    acrscimo considervel dos tipos de crimes que ensejam essa

    inelegibilidade, que se d depois do cumprimento da pena, e como

  • 37

    comentado anteriormente passa de 3 para 8 anos, sem contar que

    partir da condenao tal eleitor tem seus direitos polticos suspensos,

    no podendo portanto nesse perodo nem votar e tambm ser votado.

    O motivo deste dispositivo se deve ao fato de que o legislador

    entende que a condenao criminal por um desses crimes macula o

    concorrente cargo eletivo de modo especial, de significncia maior em

    relao aos atributos morais que algum deve ter para se candidatar ou

    para exercer um mandato eletivo e.

    A definio desses crimes quando possvel, suas exemplificaes, e

    onde eles podem ser encontrados na nossa legislao, o que faremos

    agora, de tal forma que possamos compreender com exatido o novo

    alcance que possui a atual Lei das Inelegibilidades.

    CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR: o tipo de crime que

    represente um dano efetivo ou potencial ao patrimnio de um nmero

    indeterminado de pessoas, j que a economia popular a resultante de

    um complexo de interesses econmicos, familiares e individuais,

    constituda de um nmero indeterminado de indivduos. Um dos marcos

    da legislao que tratasse do assunto foi a Lei n 1521 de 26.12.1951,

    conhecida como Lei da Economia Popular, e dentre outras podemos

    citar tambm a Lei n 8078 de 11.9.1990 que Dispe sobre a proteo

    do consumidor e d outras providncias e conhecida como cdigo de

    defesa do consumidor, e a Lei n 8137 de 27.12.1990 que Define

    crimes contra a ordem tributria, econmica e contra as relaes de

    consumo, e d outras providncias. E como exemplo desse tipo de

    crime, podemos citar, a propaganda enganosa.

  • 38

    CRIMES CONTRA A F PBLICA: o tipo de crime que algum

    pratica quando produz documentos que garantem direitos sociais e

    econmicos tpicos e exclusivos do Poder Pblico, e portanto fere a

    autenticidade e a soberania do Estado de Direito. A falsificao de

    moeda um dos tipos mais conhecidos desse crime, e a legislao

    sobre ele encontrada no Cdigo Penal entre os artigos 289 a 311, e

    tambm no artigo 49 do Decreto-Lei n 5452 de 01.05.1943 , conhecida

    como CLT(Consolidao das Leis do Trabalho).

    CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA: o tipo de crime

    em que a Administrao Pblica necessita aparecer de forma direta

    como o primeiro sujeito passivo do comportamento do agente,

    praticado no s por servidores pblicos como tambm por particulares

    que se relacionem com a Administrao Pblica. Encontrarmos a

    tipicidade deste crime no Cdigo Penal dos artigos 312 ao 359-H, e na

    Lei n 8.666/93 dos seus artigos 88 ao 98, embora neste caso no

    conste expressamente do seu texto. Como exemplos destes crimes,

    podemos citar o peculato que o fato de um funcionrio pblico

    apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem mvel pblico ou

    particular, que ele tenha em funo do exerccio do cargo, ou desvi-lo,

    em proveito prprio ou alheio, e tambm a corrupo ativa que acontece

    quando algum oferece ou promete vantagem indevida a funcionrio

    pblico para determin-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofcio.

    CRIMES CONTRA O PATRIMNIO PBLICO E PRIVADO: Aqui

    achamos por bem juntar o estudo sobre os dois patrimnios, pois a

    legislao aplicada aos dois casos a mesma, ou seja, do artigo 155 ao

    180 do Cdigo Penal. A definio contbil de patrimnio o conjunto de

    bens, direitos e obrigaes de determinada entidade, ou tambm

    patrimnio pode ser entendido como um complexo de aes jurdicas

  • 39

    apreciveis em dinheiro, ou que tenham valor econmico, sejam eles

    pblico ou privado, e portanto aquilo que atente contra os valores

    dessas entidades considerado como crime contra o patrimnio. Um

    exemplo deste crime para os dois casos de patrimnio o furto.

    CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO: O sistema financeiro

    de um pas pode ser definido como o conjunto de instituies e rgos

    que regulam, fiscalizam e executam as operaes relativas circulao

    da moeda e do crdito. A lei n 7492/86 a que contm esses crimes, e

    os que podem comet-los so os controladores, administradores, o

    interventor, o liquidante ou o sndico de instituio financeira. Como

    exemplo deste crime, temos a emisso e negociao de ttulos ou

    valores mobilirio falsos.

    CRIMES CONTRA O MERCADO DE CAPITAIS: O mercado de

    capitais um sistema de distribuio de valores mobilirios que

    proporcionam liquidez aos ttulos de emisso de empresas e viabiliza o

    processo de capitalizao, e constitudo pelas bolsas de valores,

    sociedades corretoras e outras instituies financeiras autorizadas. A lei

    6.385/76 que regula o mercado de capitais teve sua redao alterada

    pela lei 10.303/01, com a incluso de trs artigos que tratam

    especificamente sobre estes crimes. Um exemplo deste crime realizar

    operaes fraudulentas em bolsas de valores com a finalidade de

    obteno de lucro indevido, e quem pode comet-lo o operador de

    mercados mobilirios.

    CRIMES PREVISTOS NA LEI QUE REGULA A FALNCIA: Dentre

    algumas definies de falncia, podemos dizer que se trata do processo

    pelo qual o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar

    e otimizar a utilizao produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos,

  • 40

    inclusive os intangveis, da empresa. Esta definio a que consta no

    texto da lei n 11.101/05 tambm conhecida como Lei de Falncias ou

    Lei de Recuperao de Empresas e que regula os crimes relacionados

    falncia no Brasil. Alm do devedor alguns outros que podem praticar

    este crime so contadores, tcnicos, auditores, juiz e etc..., sendo que

    um dos tipos desse crime a falncia fraudulenta que consiste em

    praticar atos que resultem em prejuzo aos credores com o fim de obter

    vantagem indevida para si ou para outrem.

    CRIMES CONTRA MEIO AMBIENTE: Meio ambiente pode ser

    entendido como o conjunto de condies, leis, influncias e interaes

    da ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida

    em todas as suas formas, e tudo que consista em ato lesivo este

    conjunto caracteriza-se como crime contra o meio ambiente. A Lei n

    9605/98 a lei que regula as sanes pela prtica destes crimes. A caa

    de animal da fauna silvestre sem a devida permisso um tipo desse

    crime.

    CRIMES CONTRA A SADE PBLICA: Pode-se conceituar Sade

    Pblica como sendo a arte e a cincia de prevenir a doena, prolongar a

    vida, promover a sade e eficincia fsica e mental mediante o esforo

    organizado da comunidade, e portanto o que atente contra isto, crime

    contra a sade pblica. Estes crimes esto previstos no Cdigo Penal

    entre os artigos 267 e 285, e um dos tipos deste crime a falsificao de

    medicamentos.

    CRIMES ELEITORAIS PARA OS QUAIS A LEI COMINE PENA

    PRIVATIVA DE LIBERDADE: Classifica-se como crime eleitoral as

    atitudes anti-sociais lesivas regra jurdica preestabelecida, sendo que

    essas atitudes so vinculadas aos atos eleitorais, isto , do alistamento

  • 41

    do eleitor diplomao do eleito, ou que buscam atingir as eleies em

    qualquer de suas fases. A legislao sobre estes crimes encontrada

    no Cdigo Eleitoral na Parte Quinta, no Ttulo IV, no Captulo II do artigo

    289 ao 354, e tambm em algumas leis eleitorais extravagantes tais

    como Lei n 6.091/74, Lei n 6.996/82, Lei n 7.021/82, Lei n 9.504/97,

    LC n 64/90 e tambm agora LC n 135/10, alm de algumas leis

    editadas nos anos eleitorais e que possuem vigncia temporria. Com

    advento da Lei 10.259/01 que institui os Juizados Especiais Cveis e

    Criminais no mbito da Justia Federal, e sua posterior alterao pela

    Lei 11.313/06, os crimes eleitorais passaram a ser suscetveis de

    transao penal, mas para isso necessrio que a pena no ultrapasse

    dois anos e que seja tambm de menor potencial ofensivo, e um tipo

    deste crime que a lei comine perda de liberdade a inscrio

    fraudulenta do eleitor que pode resultar numa pena de at 5 anos

    CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE, NOS CASOS EM QUE

    HOUVER CONDENAO PERDA DO CARGO OU INABILITAO

    PARA O EXERCCIO DE FUNO PBLICA : o tipo de crime

    cometido pelo agente pblico investido de poder, contra os direitos e

    garantias da pessoa humana . Encontram-se descritos em nossa

    legislao na Lei 4.898/65. Como exemplo deste crime que ocasione a

    perda de ou inabilitao para o exerccio de funo pblica temos o fato

    de atentar contra a incolumidade fsica do indivduo.

    CRIMES DE LAVAGEM OU OCULTAO BENS, DIREITOS E

    VALORES: Configura-se este crime na prtica de disfarar e ocultar as

    grandes montas de bens, direitos e valores, obtidos atravs de

    atividades criminosas. ttulo de curiosidade podemos dizer que o

    termo lavagem originou-se do fato das organizaes criminosas

    americanas do incio do sculo XX, disfararem seus ganhos com atos

  • 42

    criminosos, atravs da aquisio de lavanderias. Esto previstos na Lei

    9.613/98. O trfico de armas caracteriza um desses crimes.

    CRIMES DE TRFICO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS:

    Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,

    vender, expor, venda, oferecer, ter em depsito, transportar, trazer

    consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer

    drogas, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo

    legal ou regulamentar, texto este que exatamente a definio e a

    exemplificao deste crime, contidos no artigo 33 da Lei n 11.343/06

    que trata desse delito, a melhor forma de apresent-lo.

    CRIMES DE RACISMO: Praticar, induzir ou incitar a discriminao

    ou o preconceito de raa, cor, religio, etnia ou procedncia nacional,

    definio contida no artigo 20 da Lei n 7.716/89 que trata deste de

    delito, nos parece uma das melhores definies para este tipo de crime,

    e impedir o acesso s entradas sociais em edifcios pblicos ou

    residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos, devido aos

    motivos expostos no caput do referido artigo, um dos seus casos.

    crime inafianvel.

    CRIMES DE TORTURA: A tortura a imposio de dor fsica ou

    psicolgica por crueldade, intimidao, punio, para obteno de uma

    confisso, informao ou simplesmente por prazer da pessoa que

    tortura, e o crime de tortura caracteriza-se com a consumao de

    sofrimento da pessoa torturada, tanto no aspecto fsico quanto

    psicolgico. No nosso ordenamento jurdico considerado crime

    inafianvel, e a Lei n 9.455/97 a que trata deste crime. Constranger

    algum com emprego de violncia ou grave ameaa, causando-lhe

    sofrimento fsico ou mental, uma das suas prticas.

  • 43

    CRIMES DE TERRORISMO: Pode-se considerar terrorismo, os atos

    que na populao, ou num segmento da mesma produzam terror ou

    intimidao e criem perigo comum para a vida, a sade, a integridade

    corporal ou a liberdade das pessoas, pelo emprego de meios ou

    artifcios que por sua natureza possam causar. Danos materiais, graves

    perturbaes da ordem ou calamidades pblicas. No nosso

    ordenamento jurdico no temos ainda uma lei que trate especificamente

    deste assunto, porm alguns doutrinadores consideram que o artigo 20

    da Lei n 7.170/83, tambm conhecida como Lei de Segurana

    Nacional, seja uma referncia na nossa legislao, e da mesma forma

    que os crimes de racismo e tortura tambm considerado crime

    inafianvel.

    CRIMES HEDIONDOS: Crime hediondo aquele est no topo da

    pirmide de desvalorizao axiolgica criminal, e portanto devem ser

    entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, que causem

    maior averso coletividade.Esto previstos na Lei n 8.072/90, e o

    latrocnio que o roubo seguido de morte se constitui num dos seus

    tipos.

    CRIMES DE REDUO CONDIO ANLOGA DE ESCRAVO:

    A Lei n 10.803/03 modificou o artigo 149 do Cdigo Penal,

    estabelecendo penas ao crime nele tipificado e indicando as hipteses

    em que se configura a condio anloga de escravo, e tal artigo com a

    sua nova redao o que melhor pode definir este crime e a sua

    incidncia .

    Art. 149 Reduzir algum a condio anloga de escravo, quer

    submetendo-o a trabalhos forados ou a jornada exaustiva, quer

    sujeitando-o a condies degradantes de trabalho, quer restringindo, por

  • 44

    meio, sua locomoo em razo de dvida contrada com empregador ou

    preposto:

    Pena recluso, dois a oito anos, e multa, alm da pena

    correspondente violncia.

    1. Nas mesmas penas incorre quem:

    I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do

    trabalhador, com o fim de ret-lo no local de trabalho;

    II mantm vigilncia ostensiva no local de trabalho ou se apodera

    de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de ret-lo

    no local de trabalho

    2. A pena aumentada de metade, se o crime cometido:

    I contra criana ou adolescente;

    II por motivo de preconceito de raa, cor, etnia, religio ou origem

    CRIMES CONTRA A VIDA: Como o prprio nome diz os crimes

    contra a vida so aqueles que atentam contra a vida do ser humano,

    esto descritos no Cdigo Penal, entre seus artigos 121 128, e

    podemos citar o homicdio como exemplo de um desses crimes.

    CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: A Lei n 12.015/09

    alterou o Ttulo VI da Parte Especial do Cdigo Penal, que deixou de se

    chamar Crimes Contra os Costumes e passou a ter esse ttulo atual,

    bem como alterou o artigo 1 da Lei n 8.072/90 a chamada lei dos

    crimes hediondos. Os crimes contra a vida esto elencados do artigo

    213 ao 234-C. O estupro seja talvez o mais conhecido desses crimes.

    CRIMES PRATICADOS POR ORGANIZAO CRIMINOSA,

    QUADRILHA OU BANDO: o tipo de crime onde existe a

    associatividade criminal no mais elevado grau, com grande sofisticao

    e mesmo em alguns casos fazendo uso de mtodos empresariais. A

  • 45

    primeira lei a tratar sobre os meios operacionais de combate esta

    modalidade criminosa dentro do Brasil era a Lei n 9.034/95, e que teve

    alguns dos seus artigos modificados pela Lei n 10.217/01. A tipificao

    destes crimes encontrada no Cdigo Penal no seu artigo 288. Hoje em

    dia um exemplo bastante notrio desta prtica criminal so as

    famigeradas milcias, que infelizmente em muitos casos so formadas

    por agentes com poder de polcia, tais como policiais militares e

    bombeiros

    Ao fim desta exposio, com a explanao de todos os crimes

    contidos na atual lei que regula o instituto da inelegibilidade, tanto os

    que faziam parte dela anteriormente, quanto os novos introduzidos pela

    LC 135/10, percebemos claramente que pelo aumento da quantidade

    dos tipos de crimes includos, e tambm pelo maior rigor do seu

    apenamento, houve a preocupao do legislador em dificultar o mximo

    possvel, a candidatura e a eleio de pessoas de estejam respondendo

    processos na justia.

  • 46

    CONCLUSO

    Com toda certeza podemos afirmar que o destino de um povo se

    encontra em suas prprias mos, e zelar para que seus governantes

    tenham idoneidade moral suficiente para represent-lo dignamente

    tambm misso deste mesmo povo.

    O projeto de lei de iniciativa popular encaminhado ao Congresso

    Nacional aps a coleta de mais de 1,6 milho de assinaturas ,e que

    resultou na aprovao da LC 135/10, foi sem dvida nenhuma a

    demonstrao da preocupao do povo brasileiro em querer mudar o

    estado de coisas que infelizmente faz cair no descrdito os nossos

    polticos.

    Ainda que cheguem at ns as notcias que algumas pessoas que

    esto respondendo processos na justia estejam conseguindo obter

    seus registros de candidatura mesmo depois desta lei complementar ter

    entrado em vigor, ao mesmo tempo ficamos sabendo de outros casos de

    candidatos que notoriamente esto envolvidos com crimes tenham suas

    candidaturas indeferidas, ento no devemos desanimar, pois sabemos

    que esta lei apenas um primeiro passo no sentido tentar moralizar a

    poltica brasileira.

    Portanto daqui para frente cabe a ns, o povo brasileiro, lutarmos

    juntos para que cada vez mais consigamos formas de barrar e impedir

    que pessoas que no tenham moralidade e dignidade se tornem nossos

    representantes polticos.

  • 47

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARRETO, Lauro Ribeiro Pinto de S. Ficha suja e impugnao de candidatura. Bauru, SP. Edipro.2008. BERTASSO, Marcelo Pimentel. Antecedentes, vida pregressa e inelegibilidade. Revista Paran Eleitoral, Curitiba, n. 69, p. 29-45, julho/ago. 2008 BOTELHO, Jeferson. Breves comentrios sobre crimes contra a Administrao Pblica. Disponvel em http://www.jefersonbotelho.com.br/breves-comentarios-sobre-crimes-contra-a-administrao-publica-2. Acesso em 10/09/2010. BRASIL, Constituies do Brasil. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/legislao/constituio . Acesso em 10/06/2010. BRASIL, Decreto Lei n 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Cdigo Penal. Atualizado at 26/08/2010. BRASIL, Decreto Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943. Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). Atualizada at 30/08/2010. BRASIL, Lei n 1.521, de 26 de dezembro de 1951. Dispe sobre crimes contra a economia popular. BRASIL, Lei n 4.737, de 15 de julho de 1965. Institui o Cdigo Eleitoral. Atualizado at 06/09/2010. BRASIL, Lei n 4.898, de 09 de dezembro de 1965. Dispe sobre crimes de abuso de autoridade.

  • 48

    BRASIL, Lei n 6.091, de 15 de agosto 1974. Dispe sobre o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleio, a eleitores residentes em rea rural. BRASIL, Lei n 6.385, de 07 de dezembro de 1976. Dispe o mercado de valores mobilirios e cria a CVM (Comisso de Valores Mobilirios). BRASIL, Lei n 6.996, de 07 de junho de 1982. Dispe sobre a utilizao do sistema eletrnico de processamento de dados nos servios eleitorais. BRASIL, Lei n 7.021, de 06 de setembro de 1982. Estabelece o modelo de cdula oficial nica a ser usada nas eleies de 15 de novembro de 1982. BRASIL, Lei n 7.170, de 14 de dezembro de 1983. Estabelece os crimes contra a segurana nacional, a ordem poltica e social e, tambm seu processo e julgamento. BRASIL, Lei n 7.492, de 16 de junho de 1986. Estabelece os crimes contra o sistema financeiro nacional. BRASIL, Lei n 7.716, de 05 de janeiro de 1989. Estabelece os crimes resultantes de preconceito de raa ou de cor. BRASIL, Lei n 8.072, de 25 de julho de 1990. Dispe sobre os crimes hediondos. BRASIL, Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990, tambm conhecida como Cdigo de Defesa do Consumidor. Dispe sobre a proteo ao consumidor. contra as relaes de consumo. BRASIL, Lei n 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Estabelece crimes contra a ordem tributria, econmica e BRASIL, Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993. Estabelece normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica.

  • 49

    BRASIL, Lei n 9.034, de 03 de maio de 1995. Dispe sobre a utilizao de meios operacionais para a preveno e represso de aes praticadas por organizaes criminosas. BRASIL, Lei n 9455, de 07 de abril de 1997. Estabelece os crimes de tortura. BRASIL, Lei n 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleies do ano da sua edio. BRASIL, Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispe sobre os crimes contra o meio ambiente. BRASIL, Lei n 9.613, de 03 de maro de 1998. Dispe sobre os crimes de lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores. BRASIL, Lei n 10.217, de 11 de abril de 2001. Altera os artigos 1 e 2 da Lei n 9.034/95. BRASIL, Lei n 10.259, 12 de julho de 2001. Dispe sobre a instituio dos Juizados Especiais Cveis e Criminais no mbito da Justia Federal. BRASIL, Lei n 10.303, de 31 de outubro de 2001. Altera alguns dispositivos da Lei n 6.385/76. BRASIL, Lei n 10.803, de 11 de dezembro de 2003. Altera o artigo 149 do Decreto Lei n 2.847, de 07 de dezembro de 1940- Cdigo Penal. Estabelece penas para crimes que reduzem a pessoa condio anloga de escravo. BRASIL, Lei n 11.101, de 09 de fevereiro de 2005. Tambm chamada nova Lei de Falncia e Recuperao de Empresas. BRASIL, Lei n 11.313, de 28 de junho de 2006. Altera o artigo 2 da Lei n 10.259/01.

  • 50

    BRASIL, Lei n 11.343, de 23 de agosto 2006. Institui o Sistema Nacional Polticas Pblicas sobre drogas, e d outras providncias. BRASIL, Lei n 12.015, de 07 de agosto de 2009. Altera o Ttulo IV do Cdigo Penal, e o artigo 1 da Lei 8.072/90. BRASIL, Lei Complementar n 64, de 18 de maio de1990. Estabelece casos de Inelegibilidades. BRASIL, Lei Complementar n 135, de 04 de junho de 2010. Altera a Lei Complementar n 64. BRASIL, Smula 13, de 30 de outubro de 1996.Tribunal Superior Eleitoral, Braslia, DF. BRAMBILA, Marlia Gabriela Gil. Portal contedo jurdico Direito Penal. Dos crimes contra a vida. Disponvel em http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver. Acesso em 11/09/2010. BUENO E CONSTANZE. Do Crime de Tortura. Disponvel em http://buenoeconstanze.adv.br/ndex.php?. Acesso em 12/09/2010. CNDIDO, Joel Jos. Direito eleitoral brasileiro. 14 edio. Bauru, SP. Edipro. 2010. CNDIDO, Joel Jos. Inelegibilidades no direito brasileiro. 2 edio. Bauru, SP. Edipro. 2003. CASTILHO, Ela Wiecko Valkmer de. Crimes contra a sade pblica. Disponvel em http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php. Acesso em 12/09/2010. COIMBRA, Valdinei Cordeiro. Os crimes falimentares na nova Lei de Falncias. Disponvel em http://jus2.uol.com.br /.../ crimesfalimentares. Acesso em 13/09/2010.

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  • 54

    NDICE

    FOLHA DE ROSTO 2 FOLHA DE AVALIAO 3 AGRADECIMENTO 4 DEDICATRIA 5 EPGRAFE 6 RESUMO 9 METODOLOGIA 8 SUMRIO 9 INTRODUO 10 CAPTULO I ELEGIBILIDADE E INEGEBILIDADE NAS CONSTITUIES FEDERAIS DO BRASIL 11

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    1.1 Condies de elegibilidade 11 1.2 Conceituao de inelegibilidade 11 1.3 Algumas regras de elegibilidade e inelegibilidade nas Constituies Federais brasileiras anteriores atual 12 1.4 A atual Constituio Federal com suas elegibilidades e tambm inelegibilidades 18 CAPTULO II DISCUSSES SOBRE CANDIDATOS COM FICHA SUJA 24 CAPTULO III A LC 135 E SUAS IMPORTANTES ALTERAES NA LC 64 34 CONCLUSO 46 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47 NDICE 54

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    CAPTULO ICAPTULO IIDiscusses sobre candidatos com ficha sujaCAPTULO IIIA LC 135 e suas importantes alteraes na LC 64