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A CONTRIBUIÇÃO DA MANUTENÇÃO DA MOBILIDADE ARTICULAR NA CINTURA PÉLVICA NA REDUÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DOLOROSA DA HÉRNIA DE DISCO LOMBAR AUTORA: SIDNÉIA AP. PEREIRA DA SILVA SÃO PAULO 2004 RESUMO Esta pesquisa bibliográfica enfocou os seguintes aspectos: estrutura e características dos discos intervertebrais, compressão e hidratação dos discos intervertebrais, articulações facetárias, coluna vertebral lombar, mobilidade articular, cintura pélvica, hérnia de disco lombar, exercícios de mobilidade pélvica indicados; assim o presente estudo teve com o objetivo identificar fatores que possam causar hérnia de disco lombar e elencar os exercícios que possam auxiliar na diminuição da sintomatologia dolorosa nesta região, baseando-se nos estudos de Achour Júnior, Bienfait, Campos, Hall, Kapandji, Mercúrio, Hebert, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Thomson, Tribastone, Verderi, pôde-se constatar que, a hérnia de disco ocorre por uma combinação de fatores biomecânicos, alterações degenerativas do disco e situações que levam ao aumento de pressão sobre o mesmo. A maior incidência de hérnia de disco lombar se localiza entre L4-L5 e L5-S1, por serem estes os pontos de maior estresse e mobilidade da coluna. Observou-se que os movimentos coxofemorais, da pelve e coluna lombar estão interligados, a cintura pélvica participa de todos os movimentos do tronco. Verificou-se também que a posição em decúbito dorsal apresenta o menor grau de pressão intradiscal e quando a pressão exercida sobre os discos é eliminada eles absorvem água rapidamente. A manutenção da mobilidade articular favorece a diminuição da pressão intradiscal, facilitando a absorção de água e portanto a nutrição do disco. Pode-se concluir, portanto que os exercícios de mobilidade pélvica, em especial em decúbito dorsal por favorecer a diminuição da pressão intradiscal, contribuem para a diminuição da sintomatologia dolorosa causada pela hérnia discal. AGRADECIMENTOS

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A CONTRIBUIÇÃO DA MANUTENÇÃO DA MOBILIDADE ARTICULAR NA

CINTURA PÉLVICA NA REDUÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DOLOROSA DA

HÉRNIA DE DISCO LOMBAR

AUTORA: SIDNÉIA AP. PEREIRA DA SILVA

SÃO PAULO

2004

RESUMO

Esta pesquisa bibliográfica enfocou os seguintes aspectos: estrutura e

características dos discos intervertebrais, compressão e hidratação dos discos

intervertebrais, articulações facetárias, coluna vertebral lombar, mobilidade

articular, cintura pélvica, hérnia de disco lombar, exercícios de mobilidade

pélvica indicados; assim o presente estudo teve com o objetivo identificar

fatores que possam causar hérnia de disco lombar e elencar os exercícios que

possam auxiliar na diminuição da sintomatologia dolorosa nesta região,

baseando-se nos estudos de Achour Júnior, Bienfait, Campos, Hall, Kapandji,

Mercúrio, Hebert, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia,

Thomson, Tribastone, Verderi, pôde-se constatar que, a hérnia de disco ocorre

por uma combinação de fatores biomecânicos, alterações degenerativas do

disco e situações que levam ao aumento de pressão sobre o mesmo. A maior

incidência de hérnia de disco lombar se localiza entre L4-L5 e L5-S1, por serem

estes os pontos de maior estresse e mobilidade da coluna. Observou-se que os

movimentos coxofemorais, da pelve e coluna lombar estão interligados, a

cintura pélvica participa de todos os movimentos do tronco. Verificou-se

também que a posição em decúbito dorsal apresenta o menor grau de pressão

intradiscal e quando a pressão exercida sobre os discos é eliminada eles

absorvem água rapidamente. A manutenção da mobilidade articular favorece a

diminuição da pressão intradiscal, facilitando a absorção de água e portanto a

nutrição do disco. Pode-se concluir, portanto que os exercícios de mobilidade

pélvica, em especial em decúbito dorsal por favorecer a diminuição da pressão

intradiscal, contribuem para a diminuição da sintomatologia dolorosa causada

pela hérnia discal.

AGRADECIMENTOS

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À todos os meus amigos do curso pela amizade, carinho e aprendizado. Ao

Adriano Rossetto que sempre foi muito atencioso, prestativo e esclarecedor.

Gostaria de fazer um agradecimento muito especial à pessoa que iluminou o

caminho desta pesquisa, colaborando de maneira significativa na elaboração

deste trabalho, sempre com muita boa vontade e dedicação: Érica Verderi,

obrigada pela sua ajuda.

Sidnéia

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

Uma grande parcela da população convive com dores nas costas, resultado de

má postura, inatividade física, posições incorretas no ambiente de trabalho,

nos afazeres domésticos entre outros fatores, incluindo a execução errada de

exercícios. Ou seja, a causa não é única.

Os problemas não surgem de um dia para o outro e a nossa coluna vertebral,

assim como tem uma enorme capacidade de sustentar o peso corporal,

distribuindo e dissipando as forças, também pode armazenar por muitos anos

microtraumas (MORAES,12/10/03)

A região lombar é a mais suscetível a lesões, devido a fraqueza das estruturas

e as cargas que lhe são impostas em atividades cotidianas, bem como

atividades recreativas e esportivas ( RASCH,1998).

Segundo Manreza (13/03/04), as lesões degenerativas da coluna estão entre

as causas mais freqüentes de incapacitação profissional, sendo a dor lombar

seu principal sintoma, apresentando incidência de 70 a 80%. Estima-se que

5% da população adulta apresentem dor lombar pelo menos uma vez por ano.

De acordo com Achour Junior (1999), o problema da na coluna aumenta com a

idade, devido aos desgastes dos discos e perda das substancias hidrófilas de

amortecimento dos impactos e da compressão. Isto faz com que a capacidade

de suportar uma determinada carga diminua em aproximadamente 50%, em

relação á idade jovem.

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Achour Junior (1999), relata que o problema de coluna é o segundo na

freqüência de visitas médicas, o terceiro em hospitalização, o terceiro em

procedimentos cirúrgicos e o terceiro na categoria de doença aguda.

Dentre os distúrbios dolorosos na coluna, a hérnia de disco é uma das

patologias mais freqüente, cuja incidência anual estimada na população

ocidental varia de 0,1 a 0,5%(KELSEY E WHITE, 1980, apud Sociedade

Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 15/10/03).

Mercúrio (1997), menciona que um organismo oficial de Washington, EUA,

publicou um estudo, onde 24% dos dias perdidos no trabalho eram resultado

de problemas de “dores nas costas”. E dos indivíduos que se afastaram do

trabalho por mais de seis meses por problemas vertebrais, somente 50%

retornaram ao trabalho; daqueles que se afastaram por mais de doze meses

pelo mesmo problema, somente 25% retornaram ao trabalho.

Hebert et alli (1998), relata que a degeneração do disco intervertebral acarreta

mais de 200 operações anuais no Estados Unidos Portanto mais de 2% da

população adulta dos Estados Unidos e 0,6% na Suécia tem sido submetidos a

intervenção cirúrgica devido a fatores relacionados a degeneração do disco

intervertebral.

Essa degeneração pode ser amenizada com exercícios de mobilidade articular,

visto que segundo Thomson (1994), este tipo de exercício favorece a excursão

máxima dos tecidos da coluna lombar, das cartilagens articulares, e das raízes

nervosas, evitando aderências, ajudando o liquido a fluir, promovendo portanto

nutrição para as estruturas em fase de degeneração.

Portanto configura-se como problema de investigação nessa pesquisa o

seguinte: Qual a importância da manutenção da mobilidade articular na cintura

pélvica na redução da sintomatologia dolorosa em portadores de hérnia de

disco lombar

O presente estudo tem como objetivo identificar fatores que possam causar

hérnia de disco lombar e elencar os exercícios de mobilidade pélvica que

possam auxiliar na diminuição da dor nesta região.

Para que se responda essa questão básica de estudo, torna-se necessário

responder as seguintes indagações:

1. Como se caracterizam as articulações dos corpos vertebrais (disco

intervertebral)? Qual é a sua estrutura?

2. Como ocorre a compressão dos discos intervertebrais?

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3. Como ocorre a hidratação dos discos intervertebrais?

4. O que são articulações facetárias (zigapofisárias)?

5. Qual a principal função da coluna vertebral lombar?

6. Quais os movimentos da coluna vertebral lombar?

7. Quais os ligamentos da coluna vertebral lombar? E quais suas funções?

8. Para que servem as articulações?

9. O que é estabilidade articular?

10. O que é mobilidade articular?

11. Como é constituída a cintura pélvica? E quais os seus movimentos?

12. Quais os músculos que atuam na mobilidade da cintura pélvica? E quais

suas principais ações?

13. O que é hérnia de disco lombar?

14. Quais as causas da hérnia de disco lombar?

15. Qual a importância do trabalho de mobilidade articular para um(a)

herniado(a)?

16. Quais os exercícios de mobilidade pélvica mais indicados para uma pessoa

portadora de hérnia de disco lombar?

Acredita-se que essa pesquisa contribuirá para que profissionais da área de

educação física e especificamente profissionais interessados em trabalhar com

“Reestruturação Corporal Global” compreendam melhor o benefício da

mobilidade pélvica na redução da sintomatologia dolorosa e prevenção da

hérnia de disco lombar, levando assim o individuo a uma melhor qualidade de

vida.

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CAPÍTULO II - REVISÃO DE LITERATURA

1 COLUNA VERTEBRAL

Hall (2000, p.202), afirma que “a coluna vertebral é um segmento complexo e

funcionalmente significativo do corpo humano”. É ela que torna possível o

movimento nos três planos (frontal, sagital e transversal), e funciona como um

protetor ósseo da médula espinhal.

De acordo com Knoplich (2003), a coluna vertebral apresenta as seguintes

funções:

1) É o eixo de suporte do corpo.

2) Protege a médula e as raízes nervosas.

3) É o eixo de movimentação do corpo.

As duas primeiras funções por serem mais estáveis são melhores obtidas por

uma estrutura sólida, enquanto os movimentos podem ser melhores obtidos

com uma estrutura de múltiplas articulações, com vários graus de liberdade e

eixos de movimentação. Assim pode-se dizer que a função de sustentação é

realizada pelos elementos anteriores (corpo vertebral, disco, ligamentos

longitudinais anteriores e posteriores), enquanto a movimentação fica sob a

responsabilidade dos elementos posteriores dos arcos neurais e articulações. A

segunda função de proteção é desempenhada pelos elementos anteriores e

posteriores da coluna vertebral.

Ainda segundo Knoplich (2003), a coluna transfere o peso e o movimento de

flexão da cabeça e do tronco para a pélvis; permitindo o movimento entre a

cabeça, o tronco e a pélvis.

Knoplich (2003), continua relatando que, as curvas fisiológicas têm um papel

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funcional, permitindo que a coluna aumente a sua flexibilidade e a capacidade

de absorver os choques, enquanto mantém a tensão e a estabilidade das

articulações intervertebrais. As curvas da cervical e da lombar são devidas a

espessura do disco intervertebral, que é mais alto na frente do que atrás. A

cifose torácica é devida ao aumento em cunha das vértebras.

De acordo com Tribastone (2001) a coluna vertebral é composta por 33 ou 34

vértebras sobrepostas, divididas em quatro regiões:

Cervical – composta por sete vértebras cervicais.

Torácica – composta por doze vértebras dorsais.

Lombar – composta por cinco vértebras lombares.

Sacral – composta por cinco vértebras sacrais e quatro ou cinco vértebras

coccígeas.

Figura 1: Coluna vertebral

Fonte: http://www.webciencia.com/11_24coluna.gif (29/05/04)

Campos (2002), relata que uma vértebra típica consiste de duas partes

principais: uma parte anterior, denominada corpo da vértebra e uma parte

posterior, denominada arco da vértebra.

Ainda segundo Campos (2002), o corpo da vértebra é composto de osso

esponjoso, recoberto com uma camada de osso cortical, e é a porção da

vértebra que recebe maior sobrecarga. O arco da vértebra é composto por

processos articulares e não articulares, sendo os não articulares formados por

um processo espinhoso e dois processos transversos. Os articulares formam as

facetas articulares ou articulações facetárias.

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A unidade funcional da coluna conhecida como segmento móvel consiste de

duas vértebras adjacentes e tecidos moles associados. Cada segmento móvel é

formado por três articulações: na parte anterior os corpos vertebrais separados

pelo disco intervertebral e na parte posterior duas articulações facetárias (Hall,

2000).

1.1 Disco Intervertebral

Existem 24 discos intervertebrais entre as vértebras, formando de 20 a 33%

do comprimento da coluna, sendo eles responsáveis pela alternância entre a

rigidez e elasticidade da coluna (CAMPOS, 2002).

Campos (2002), relata que o disco intervertebral aumenta em tamanho da

região cervical para a lombar. Na região cervical sua espessura é de mais ou

menos 3mm, enquanto que na região lombar é de mais ou menos 9mm.

Ainda de acordo com Campos (2002), a relação entre a espessura do disco e a

altura do corpo vertebral é maior na região lombar e cervical e menor na

torácica. E quanto maior a relação, maior a mobilidade. Isso explica porque as

regiões lombar e cervical apresentam mobilidade maior que a região torácica.

Figura 2: Seção longitudinal da coluna/Disco Intervertebral

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Fonte: Magnaspine( 10/04/04)

Segundo Tribastone (2001), o disco intervertebral é um órgão elástico,

autônomo, responsável pela absorção de cargas e impactos, e graças ao

deslocamento de líquido no seu interior, permite o jogo articular.

O disco intervertebral é constituído por 2 estruturas: um anel externo espesso

composto por cartilagem fibrosa denominado anel fibroso e uma porção central

composto por material gelatinoso denominado núcleo pulposo (HALL, 2000).

Figura 3: Corte paralelo ao longo da coluna

Fonte: Magnaspine (10/04/04)

Hall (2000), relata que o anel fibroso é formado por camadas laminadas de

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fibras colágenas entrecruzadas verticalmente, o que o torna mais sensível à

pressão rotacional que à compressão, à tensão e ao cisalhamento[1].

Segundo Campos (2002), na região lombar, as porções laterais e anterior do

anel são mais espessas que a porção posterior, por isso a porção posterior do

anel é mais vulnerável a traumatismos e alterações degenerativas.

O núcleo de um disco jovem e saudável é composto por aproximadamente

90% de água, sendo o restante formado por colágeno e proteoglicanos, que

atraem água quimicamente. Este conteúdo hídrico do núcleo o torna resistente

à compressão (HALL, 2000).

Figura 4: Corte transversal do disco intervertebral

Fonte: Magnaspine (10/04/04)

O núcleo pulposo da região lombar ocupa 30 a 50% da área total do disco e se

localiza mais posteriormente (CAMPOS, 2002).

Tribastone (2001), afirma que o disco jovem e sadio é constituído

essencialmente por tecido fibroelástico. Com o avanço da idade as fibras de

colágeno são substituídas por fibras maiores e menos elásticas, acarretando

uma diminuição na elasticidade do envoltório discal.

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Ainda, segundo Tribastone (2001), o núcleo pulposo é constituído por um gel

mucopolissacarídeo, que tem a propriedade de extrair os líquidos do exterior,

segundo suas necessidades hídricas.

A idade e o desgaste acarretam uma diminuição do componente

mucopolissacarídeo, fazendo com que o gel perca gradualmente a capacidade

de absorção dos líquidos, resultando numa progressiva desidratação e,

conseqüentemente uma diminuição da pressão intradiscal (TRIBASTONE,

2001).

1.1.1 Compressão dos Discos Intervertebrais

Segundo Campos (2002), os discos intervertebrais possuem uma grande

capacidade de absorção de sobrecargas de compressão axial. Quando ocorre

uma sobrecarga, o disco perde altura e tenta expandir-se para fora em direção

ao anel fibroso e placas terminais.

Os fluidos, tanto do núcleo pulposo, como do anel fibroso diminuem, devido ao

aumento da pressão. Cerca de 10% da água de dentro do disco pode ser

expelida. A quantidade exata de perda de fluído depende magnitude de

duração da força aplicada (CAMPOS, 2002).

Hall (2000), relata que quando um disco sofre compressão, ele tende a perder

água e absorver simultaneamente sódio e potássio até que sua concentração

eletrolítica interna seja suficiente para prevenir perda adicional de água. Uma

sobrecarga contínua por várias horas resulta em redução adicional na

hidratação do disco. Por essa razão é observada uma diminuição na altura da

coluna de quase 2 cm no transcorrer de um dia, sendo que um pouco mais da

metade dessa perda ocorre 30 minutos pela manhã, após levantar-se.

No jovem o conteúdo de proteoglicanos (substância que atrai água ) é de 65%,

diminuindo para cerca de 30% na idade avançada. Acima dos 30 anos quando

o conteúdo de proteoglicanos está alto, o núcleo pulposo é gelatinoso e sua

pressão é uniforme. Com o avanço da idade, diminui a quantidade de água do

disco diminuindo assim sua capacidade de reação à compressão (CAMPOS,

2002).

Ainda de acordo com Campos (2002), estas alterações relacionadas com a

idade, a redução de condicionamento físico, alterações dos padrões dos

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movimentos na realização das atividades da vida diária, acarretam maior

suscetibilidade a lesões.

“As lesões e o envelhecimento reduzem irreversivelmente a capacidade dos

discos absorverem água, havendo uma diminuição concomitante na capacidade

de absorção de choques” (HALL, 2000, p.207).

Knoplich (2003), afirma que as forças de compressão aumentam a dimensão

horizontal do disco, fator importante para a explicação da hérnia discal.

Ainda segundo Knoplich (2003), a força de flexão é uma das mais agressivas

ao disco. O ato de fletir o corpo faz com que as forças compressivas se

apliquem na parte côncava, com deslocamento do núcleo, conforme o peso

levantado, este ato pode produzir a herniação do núcleo pulposo. As forças que

causam mais danos para o anel fibroso são as de torção ou rotação do corpo

com peso. As forças de cisalhamento (forças de compressão que encontram a

estrutura discal na posição inclinada), atuam no disco nas diversas idades,

encontrando assim a estrutura anatômica, histoquímica e biológica do disco

com diversas alterações. Essa força aplicada por muito tempo, pode alterar a

estrutura do disco, aumentando a degeneração discal.

Knoplich (2003), continua relatando que o disco é uma estrutura visco –

elástica, que absorve energia após receber repetidas forças. Isto é denominado

de histerese. Inicialmente admitiu-se que isto fosse um fator de proteção, mas

hoje sabe-se que as forças axiais vibratórias, de pequena intensidade mas

atuando por longo tempo, podem causar hérnia de disco ou discopatia.

Hall (2000), relata que as alterações degenerativas são mais comuns em L5 e

S1, pois o disco está sujeito a um maior estresse mecânico devido a sua

posição. O conteúdo líquido de todos os discos começa a diminuir por volta dos

20 anos de idade. Um disco geriátrico tem seu conteúdo reduzido em 35%.

Campos (2002), afirma que a posição do corpo afeta a pressão nos discos

intervertebrais. Para uma pessoa de 70Kg em pé a pressão no disco L3 é de

100%. Na posição em decúbito dorsal a pressão diminui para 25%. Conforme a

coluna lombar é flexionada a pressão aumenta. Na postura sentada a pressão

intradiscal é de 140%.

1.1.2 Hidratação dos Discos Intervertebrais

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Quando a pressão exercida sobre os discos é eliminada, eles reabsorvem água

rapidamente e seus volumes e alturas aumentam (HALL, 2000).

Tribastone (2001), afirma que o disco é provido de vascularização própria até

os 20 anos , depois torna-se avascular e nutre-se pela difusão da linfa, isto é

possível a partir da alternância de compressões e relaxamentos, ou seja o anel

fibroso se comporta como uma esponja.

De acordo com Hall (2000), as mudanças na postura e na posição corporal

alteram a pressão discal interna, originando uma ação de bombeamento no

disco, transportando nutrientes para dentro do disco e removendo produtos de

desgaste metabólico, desempenhando assim a função que o sistema

circulatório proporciona às estruturas vascularizadas. Portanto a manutenção

de uma mesma posição corporal por um certo período de tempo reduz essa

ação de bombeamento, podendo afetar a saúde discal.

Alguns fatores, como tabagismo e a exposição às vibrações, podem afetar

negativamente a nutrição discal, em contra-partida o exercício regular pode

aprimorar a nutrição (HALL, 2000).

1.2 Articulações Facetárias

De acordo com Campos (2002), são articulações sinoviais[2] que ocorrem

entre os processos articulares superiores direito e esquerdo de uma vértebra e

os processos articulares inferiores direito e esquerdo de uma vértebra

adjacente superior.

Hall (2000), relata que as articulações facetárias são responsáveis pela

canalização do movimento do segmento móvel e ajudam na sustentação das

cargas. Cerca de 40% da capacidade da coluna resistir à torção rotacional e ao

cisalhamento se deve às articulações facetárias. Elas sustentam ainda cerca de

30% das cargas compressivas sobre a coluna. Estudos recentes mencionam

que 15%-40% da dor lombossacra crônica origina nas articulações facetárias.

Segundo Knoplich (2003), as articulações facetárias tem muito maior número

de terminações nervosas do que o disco. A cápsula e os ligamentos são muito

inervados, podendo ser importantes fontes de dor.

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1.3 Coluna Vertebral Lombar

Hall (2000), afirma que as vértebras da região lombar são maiores e mais

espessas que as das regiões superiores da coluna, isto se deve a uma

finalidade funcional, pois quando o nosso corpo fica na posição ereta, cada

vértebra terá que sustentar o peso dos braços, cabeça, bem como o peso de

todo o tronco posicionado acima dela. A maior área das vértebras lombares

reduz o estresse ao qual elas são submetidas.

Ainda, de acordo com Hall (2000) a região lombar da coluna vertebral é de

grande interesse para médicos e pesquisadores, pois a dor nesta região é um

grande problema sócio-econômico dos tempos modernos.

Campos (2002), relata que uma das principais funções da coluna lombar é

proporcionar apoio para o peso da parte superior do tronco, seja em situações

estáticas ou dinâmicas. A sobrecarga compressiva nesta região é alterada por

mudanças na curvatura lombar ou pelas alterações na posição dos segmentos

do corpo que mudam o local do centro de gravidade e conseqüentemente,

mudam as forças atuantes na coluna lombar.

1.3.1 Movimentos da Coluna Vertebral Lombar

Segundo Hall (2000), a coluna permite a movimentação nos três planos de

movimento, bem como a circundução. Sendo a movimentação entre duas

vértebras adjacentes pequena, os movimentos vertebrais sempre envolvem um

grande número de segmentos movéis. A amplitude de movimento em cada

segmento móvel varia de uma região para outra devido às contenções

anatômicas.

Vamos nos ater aos movimentos da região lombar:

Flexão / Extensão / Flexão lateral:

Kapandji (1990, p.80), relata que durante a flexão o corpo da vértebra

suprajacente inclina-se e desliza para frente, fazendo assim diminuir a

espessura do disco na sua parte anterior a aumentar na parte posterior. O

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núcleo pulposo é “empurrado para trás”, aumentando portanto sua pressão

sobre as fibras posteriores do anel fibroso. Paralelamente, as apófises

articulares inferiores da vértebra superior deslizam para cima e tendem a se

liberar das apófises articulares superiores da vértebra inferior; a cápsula e os

ligamentos desta articulação estão, assim, sob tensão máxima, assim como

todos os ligamentos da arco posterior: ligamento amarelo, interespinhal,

supraespinhal e longitudinal posterior. Esta tensão limita, de forma definitiva o

movimento de flexão.

Ainda segundo Kapandji (1990, p.80), durante a extensão o corpo da vértebra

suprajacente inclina-se para trás e recua, fazendo com que o disco

intervertebral diminua na sua parte posterior, e aumente na sua parte anterior.

O núcleo pulposo é “empurrado” para frente, entrando assim em tensão o anel

fibroso. Simultaneamente entra em tensão o ligamento longitudinal anterior, e

o ligamento longitudinal posterior é relaxado, pode-se observar que as apófises

articulares inferiores da vértebra superior se introduzem mais profundamente

entre as apófises articulares superiores da vértebra inferior. Portanto o

movimento de extensão é limitado por saliências ósseas no nível do arco

posterior e a tensão do ligamento longitudinal anterior.

Durante a flexão lateral, o corpo da vértebra suprajacente inclina-se para o

lado da concavidade da flexão, tornando o disco mais espesso do lado da

convexidade. O núcleo pulposo desloca-se ligeiramente para o lado da

convexidade. Ocorre também uma tensão no ligamento intertransversal no

lado da convexidade, e a sua distensão no lado da concavidade. Numa vista

posterior é possível observar um deslizamento das apófises articulares. No lado

da convexidade a apófise articular da vértebra superior se eleva, e no lado da

concavidade ela se abaixa. Portanto ocorre simultaneamente uma distensão

dos ligamentos amarelos e da cápsula articular zigapofisária no lado da

concavidade, e uma tensão dos mesmos elementos no lado da convexidade

(KAPANDJI, 1990).

Rotação:

De acordo com Kapandji (1990, p.82), “as facetas articulares superiores das

vértebras lombares olham para trás e para dentro. Elas estão talhadas sobre a

superfície de um mesmo cilindro cujo centro está situado atrás das facetas

articulares aproximadamente na base da apófise espinhosa”. Assim quando a

vértebra superior roda sobre a vértebra inferior e o movimento de rotação se

efetua em volta deste centro, ocorrendo um deslizamento do corpo da vértebra

superior em relação ao da vértebra subjacente. O disco intervertebral não é,

assim, solicitado em torção axial, mas em “tesoura”; isso explica porque a

rotação axial na coluna lombar é muito fraca, ou seja devido à orientação das

facetas articulares.

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1.3.2 Ligamentos da Coluna Vertebral Lombar

Campos (2002), afirma que os ligamentos possuem importante função na

biomecânica da coluna lombar e sendo muitos deles enervados, podem ser

apresentados como fonte de dor.

QUADRO 1: Ligamentos da Coluna Vertebral Lombar: suas funções e regiões

que se encontram na coluna.

Ligamento Função Região da coluna

Longitudinal Anterior Limita a extensão e reforça a porção anterior do anel fibroso

Do áxis ao sacro. Bem desenvolvido na região lombar

e cervical

Longitudinal Posterior Limita a flexão e reforça a porção posterior do anel fibroso Do áxis ao sacro

Amarelo Limita a flexão, especialmente na coluna lombar Do áxis ao sacro

Supraespinhal Limita a flexão Torácica e lombar

Interespinhal Limita a flexão Lombar

Intertransversal Limita a flexão lateral Lombar

Fonte: Campos (2002,p.44)

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Hebert et alii (1998), relata que o ligamentos longitudinais anterior e

posterior,contínuos em toda coluna são pouco extensíveis, apresentando alto

teor de fibras colágenas.

Segundo Campos (2002), o ligamento longitudinal anterior na região lombar

está firmemente ligado aos discos, às margens dos corpos vertebrais e ao

sacro. Sua principal função é prevenir a separação dos corpos vertebrais

durante a extensão, participando também na estabilização da lordose lombar.

O ligamento longitudinal posterior apresenta na região lombar um aspecto

denteado. Suas fibras estão fixas aos corpos vertebrais e aos discos. É ele que

impede a separação dos corpos vertebrais.

Ainda de acordo com Campos (2002, p.45), “os ligamentos longitudinais são

viscoelásticos e por isso se retesam rapidamente quando sobrecarregados”.

O ligamento supraespinhal se insere nos processos espinhosos de toda a

coluna (HALL, 2000).

Segundo Campos (2002) os ligamentos supraespinhal e interespinhal por se

encontrarem mais afastados do eixo de flexão, precisam se alongar mais que o

longitudinal posterior para resistir à flexão.

Hall (2000), afirma que o ligamento amarelo contém alta porcentagem de

fibras elásticas que se alongam durante a flexão e se encurtam durante a

extensão da coluna. Este ligamento fica sob tensão mesmo estando a coluna

numa posição anatômica, aprimorando assim a estabilidade vertebral. Essa

tensão gera uma certa compressão constante nos discos intervertebrais

denominada pré-estresse.

Campos (2002), relata que o ligamento amarelo além de possuir uma

porcentagem muito grande de fibras elásticas, contem também muita elastina

e colágeno.

Ainda de acordo com Campos (2002), o ligamento longitudinal anterior e as

cápsulas articulares estão entre os tecidos ligamentares mais fortes do corpo.

Por outro lado os ligamentos longitudinal posterior e interespinhal estão entre

os mais fracos.

Há também o ligamento iliolombar que une os processos transversos da

vértebra L5 ao osso ilíaco e só é desenvolvido a partir dos 30 anos, antes disso

ele é muscular, representando um componente do músculo iliocostal lombar na

L5. Ele resiste ao deslizamento anterior, flexão lateral e rotação da vértebra L5

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sobre o sacro (CAMPOS, 2002).

Campos (2002), afirma que com o avanço da idade os ligamentos vão

diminuindo suas habilidades na absorção de energia.

Figura 5: Ligamentos da região lombar

Fonte: http://www.dornascostas.com.br/images/ligamentos.jpg (29/05/04)

2 BIOMECÂNICA ARTICULAR

As articulações do corpo humano apresentam as capacidades de orientar os

movimentos dos segmentos corporais. A estrutura anatômica, bem como as

direções nas quais os segmentos corporais poderão movimentar-se variam

pouco de um indivíduo para outro. Porém diferenças na firmeza ou frouxidão

dos tecidos moles resultam em amplitudes articulares de movimento diferentes

(HALL, 2000).

2.1 Estabilidade articular

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De acordo com Hall (2000, p.90), “a estabilidade de uma articulação é sua

capacidade de resistir ao deslocamento (luxação)”. Ou seja, é a capacidade de

resistir ao deslocamento anormal dos ossos articulados. Alguns fatores

influenciam a estabilidade articular.

2.1.1 Formato das Superfícies Ósseas Articuladas

Hall (2000, p.90), relata que no corpo humano as partes dos ossos que se

articulam apresentam superfícies convexas e côncavas. A maioria das

articulações possui superfícies que se encaixam, porém elas não são

simétricas, existindo uma posição de melhor ajuste onde a área de contato é

máxima, conhecida como “posição travada”, esta posição costuma apresentar

uma maior estabilidade articular. Qualquer movimento dos ossos na articulação

diferentes da posição travada, resulta em uma “posição destravada”, com área

de contato reduzida. Alguns formatos de superfícies articulares fazem com que

exista uma maior ou menor área de contato tanto na posição travada quanto

na posição destravada, e em conseqüência maior ou menor estabilidade. Por

exemplo, o acetábulo proporciona uma cavidade profunda para a cabeça do

fêmur, existindo portanto uma grande área de contato entre os dois ossos. Por

essa razão a articulação do quadril é considerada estável.

2.1.2 Organização dos Ligamentos e Músculos

Ligamentos, músculos e tendões afetam a estabilidade das articulações. Se

esses tecidos tiverem enfraquecidos por desuso ou estiramento excessivo, a

estabilidade será reduzida. Ligamentos e músculos fortes geralmente

aumentam a estabilidade articular. Porém músculos fatigados contribuem

menos para a estabilidade articular (HALL, 2000).

2.1.3 Outros Tecidos Conjuntivos

A fáscia – tecido conjuntivo fibroso e esbranquiçado envolve os músculos e os

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feixes de fibras musculares, proporcionando apoio e proteção. Assim como a

fáscia, a pele no exterior do corpo contribui para a integridade articular (HALL,

2000).

2.2 Mobilidade Articular

Segundo Hall (2000, p.91), “é a amplitude de movimento permitida em cada

um dos planos de movimento de uma articulação”. A mobilidade articular é

influenciada por diferentes fatores. Os formatos das superfícies ósseas e o

músculo ou tecido adiposo podem limitar a amplitude do movimento. Para a

maioria das pessoas, a mobilidade articular é uma função da flacidez e/ou

extensibilidade relativa dos tecidos colágenos e dos músculos que atravessam

a articulação. Ligamentos e músculos tensos com extensibilidade limitada

inibem a amplitude do movimento de uma determinada articulação. A

mobilidade é também influenciada pelo conteúdo hídrico dos discos

cartilaginosos presentes em algumas articulações.

3 CINTURA PÉLVICA

De acordo com Kapandji (1990), a cintura pélvica forma a base do tronco,

constituindo o suporte do abdômen e configurando a união entre membros

inferiores e tronco. É composta por três peças ósseas (dois ossos ilíacos e o

sacro – bloco vertebral constituído pela união de cinco vértebras sacrais) e três

articulações (duas articulações sacroilíacas que unem o sacro aos ossos ilíacos

e a sínfise púbica, que une os ossos ilíacos pela frente).

Figura 6: Cintura pélvica

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Fonte: http://www.webciencia.com/11_24quadril.gif (29/05/04)

Kapandji (1990), relata ainda que a cintura pélvica tem a forma de um funil,

que conecta através de uma abertura superior a cavidade abdominal com a

pelve.

3.1 Movimentos da Cintura Pélvica

Segundo Lee (2002), o movimento da cintura pélvica ocorre nos três planos:

no plano sagital – flexão/extensão durante flexão para frente e para trás, no

plano coronal – flexão lateral, e no plano transversal – rotação axial durante

rotação do tronco.

Bienfait (2000, p.52), afirma que “a cintura pélvica não é uma entidade

anatômica: os ilíacos pertencem aos membros inferiores, o sacro à coluna”.

Ainda segundo Bienfait (2000, p.52), os movimentos coxofemorais, da bacia e

coluna lombar estão interligados. Esta sinergia funcional é denominada

“segmento fêmur-tronco”. A flexão coxo-femoral é acompanhada de uma

retroversão devido à uma tensão dos músculos posteriores extensores, que

vem acompanhada de uma extensão lombar (atitude cifótica). A extensão

coxofemoral, devido à tensão dos músculos anteriores flexores vem

acompanhada de uma anterversão pélvica e uma flexão lombar (atitude

lordótica). Portanto os movimentos de flexão e extensão coxofemorais

ocasionam por tensionamento, os micromovimentos de rotações posterior e

anterior dos ilíacos em relação ao sacro.

Bienfait (2000, p.53), relata ainda que ”a cintura pélvica participa de todos os

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movimentos do tronco”. Os movimentos mais comuns do tronco e da coluna

são os movimentos de rotação e lateroflexão. As rotações são opostas entre a

bacia e a coluna.

Os movimentos das articulações sacroilíacas são evidentes, apesar de muitos

autores os negarem. Essas articulações são movimentadas por simples tensões

e não por músculos. “Existem movimentos iliossacros de um ilíaco em relação

ao sacro. São movimentos de rotação anterior e posterior do ilíaco. Existem

movimentos sacroilíacos do sacro entre os dois ilíacos. São movimentos de

flexão, extensão e torções do sacro” (BIENFAIT, 2000, p.54).

QUADRO 2 – Músculos que atuam em determinados movimentos na cintura

pélvica e lombar

MOVIMENTO MÚSCULO

Flexão de Quadril Iliopsoas, reto femural, sartório

Extensão do quadril glúteo máximo,bíceps femural, semitendinoso

Abdução do quadril tensor da fáscia lata, glúteo médio e máximo

Adução do quadril adutor longo, magno e curto, pectíneo , grácil

Rotação lateral rotadores internos, glúteo máximo

Rotação medial iliopsoas, tensor da fáscia lata

Fonte: (VERDERI, 2004)

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4 HÉRNIA DE DISCO

De acordo com Mercúrio (1997, p. 56), a hérnia de disco é um prolapso do

núcleo pulposo que “espirra” para fora do anel fibroso do disco intervertebral.

Para exemplificar, vamos imaginar um tubo de pasta de dente comum; a

embalagem que contém a pasta representa o anel fibroso; o conteúdo, ou seja,

a pasta de dente representa o núcleo pulposo. Se apertarmos o tubo sem a

tampa, a pasta sai. Este material que sai representa a hérnia de disco.

Mercúrio (1997, p. 56), relata ainda que “a hérnia pode apenas fazer uma

saliência na parede do disco ou pode sair, dando vazão a grande parte do

conteúdo nuclear”.

Ainda segundo Mercúrio (1997), a sintomatologia da hérnia discal está

relacionada com a situação do disco, com sua localização no disco e com a

pressão que o material exerce em estruturas sensíveis como por exemplo, as

raízes nervosas.

Figura 7: Hérnia de disco

Fonte: Ergum (06/10/03)

De acordo com Hall (2000), o disco propriamente dito não é inervado, e

portanto incapaz de gerar uma sensação de dor, existem porém, nervos

sensoriais que inervam os ligamentos longitudinais anterior e posterior, os

corpos vertebrais e a cartilagem articular das articulações facetárias. Se a

hérnia exerce pressão sobre uma dessas estruturas, sobre a médula espinhal

ou sobre um nervo raquidiano, pode resultar em dor ou dormência.

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Hebert et alii (1998), menciona alguns fatores relacionadas à degeneração do

disco intervertebral: diminuição no conteúdo de proteoglicanos no disco, sendo

estes os principais responsáveis pela hidratação do núcleo pulposo, dando-lhe

a propriedade de gel, que faz com que as pressões no anel sejam distribuídas

uniformemente. Com a diminuição da pressão de embebição do disco, maior

pressão é transmitida às fibras do anel, o núcleo perde suas propriedades

hidráulicas, de amortecedor das pressões e as fibras do anel tornam-se mais

predispostas à ruptura.

Ainda de acordo com Hebert et alii (1998), entre os 30 e 50 anos de idade –

fase de degeneração discal, é mais comum ocorrer a hérnia, com a distribuição

das pressões de forma desigual, após esta fase, devido à maior perda de água

no disco, o núcleo deixa de transmitir estas pressões, diminuindo assim as

chances da ocorrência de hérnia. Um outro fator causal pode ser a postura

ereta adotada pelo homem durante a evolução. Em um trabalho experimental,

ratos tiveram suas patas dianteiras amputadas, adquirindo assim a postura

ereta e passaram a apresentar alterações discais semelhantes às do homem.

Hebert et alii (1998), relata ainda que um outro dado foi comprovado por

Nachemson, em um trabalho em voluntários na Suécia, onde foi medida a

pressão intradiscal em diferentes posições, foi observada uma maior pressão

na posição sentada, menor em decúbito dorsal e quanto mais se inclina o

tronco à frente, maior é a pressão.

Gráfico 1: Pressão intradiscal em diferentes posições/Nachemson

Fonte: Tribastone (2001, p.325)

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4.1 Causas da Hérnia de Disco

De acordo com Hebert et alii (1998), a hérnia de disco é uma combinação de

fatores biomecânicos, alterações degenerativas do disco e situações que levam

a um aumento de pressão sobre o disco.

As causas das hérnias discais estão relacionadas à traumatismos, deformidades

da coluna, rigidez corporal em indivíduos sedentários, obesidade, hipotonia e

flacidez muscular. Fatores psicológicos como depressão e estresse também

contribuem para desencadear um quadro de hérnia de disco (ERGUM,

06/11/03).

Verderi (2004), afirma que os discos intervertebrais estão sujeitos a cargas

crônicas (pressão intensa ou contínua por grandes períodos de tempo),

especialmente nas inclinações e torções, durante trabalho braçal pesado como:

levantamento e carregamento de peso, uso de pás, puxões e empurrões. Essa

pressão crônica acelera a degeneração do disco.

Figura 8: Disco herniado

Fonte: Ergum (06/10/03)

4.2 Hérnia de Disco Lombar

Dentre as hérnias discais, a hérnia de disco lombar é a mais freqüente,

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podendo ocasionar quadros de lombalgia, lombocialtagia, ou mais raramente,

síndrome da cauda eqüina. É interessante lembrar que 63% da população

entre 45 e 50 anos tem ou já tiveram dor lombar e 37% tem ou já tiveram dor

irradiada para o membro inferior (HEBERT et alii, 1998).

A maior incidência de hérnia discal se localiza entre L4/L5 e L5/S1, pois esses

são os pontos de maior estresse e mobilidade da coluna vertebral. A hérnia

lombar surge devido ao excesso de carga suportado pela coluna (ERGUM,

06/11/03).

Figura 9: Hérnia de disco L5/S1

Fonte: Magnaspine (10/04/04)

É importante lembrar que depois de rompido, o disco intervertebral não tem

regeneração. Assim cada ruptura compromete a estabilidade vertebral,

agravando de forma progressiva as dores e incapacidades causadas pela

doença (ERGUM, 06/11/03).

Mercúrio (1997), menciona que pesquisas em uma cidade inglesa, revelaram

que entre homens de 55 a 64 anos, 83% apresentavam significativa

degeneração discal lombar.

O homem por ser mais forte que a mulher acaba executando atividades que

acarretam maior compressão dos discos, contribuindo para a degeneração dos

mesmos.

Kahanovitz (1991 apud VERDERI, 2004), relata ainda que a partir dos 50 anos

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é mais comum o aparecimento de hérnia de disco lombar, embora um grande

número de pacientes estejam entre 20 e 55 anos. Casos em adolescentes é

ocasional e raros na infância.

Segundo Vaccaro (2003 apud VERDERI, 2004), as hérnias podem ocorrer

anteriormente, lateralmente ou posteriormente, sendo as póstero-laterais as

mais comuns. A parte posterior do anel fibroso tende a ser mais fraca, assim a

constante contração das fibras do ligamento longitudinal posterior contribuem

para esclarecer a maior incidência dessas hérnias.

Figura 10: Hérnia de disco póstero-lateral

Fonte: http://www.bestcorpus.com.br/images/hernia%20discal.gif (29/05/04)

5 IMPORTÂNCIA DA MOBILIDADE ARTICULAR PARA UM(A) HERNIADO(A).

O trabalho de mobilidade é muito importante num quadro de lesão articular.

Segundo Almeida (1996), a lesão da articulação provoca uma restrição da

mobilidade local e uma perda da mobilidade global: perda do jogo articular

(movimentos menores de deslizamento). Portanto é fundamental do ponto de

vista mecânico, restaurar esse jogo articular. A perda de mobilidade deve ser

compensada, pois as articulações estarão sujeitas a uma hipersolicitação

geradora de processos artrósicos.

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Almeida (1996), relata ainda que a restrição da mobilidade vertebral pertuba o

movimento de plissar e desplissar (translação) da médula espinhal,

favorecendo deste modo, as agressões físicas das raízes nervosas. Elas podem

ser uma causa importante dos transtornos craniossacros: isto explica a

importância da coluna sobre a liberdade da pelve.

Toda perda de mobilidade articular de um elemento se faz em prejuízo de

outra zona, que compensará esta falta de mobilidade com um

hiperfuncionamento, ou seja uma hipermobilidade. Essa zona de

hipermobilidade pode ser supra ou subjacente à fixação articular, sendo

caracterizada por uma hipotonia muscular (ALMEIDA, 1996).

Essa zona é o local das dores espontâneas, ocasionadas pela inflamação dos

tecidos periarticulares (músculos, ligamentos, cápsulas articulares). Em geral

os sinais clínicos estão ligados à zona hipermóvel. A zona de hipomobilidade se

caracteriza por uma fixação articular, devido a um espasmo muscular e

aderências. Essa zona é assintomática, só podendo ser detectada com testes

de mobilidades comparativas (ALMEIDA, 1996).

Ainda de acordo com Almeida (1996), a hipermobilidade e a fixação podem

existir, sem no entanto, serem de um mesmo complexo articular. A marcha, no

caso de fixação sacroíliaca, pode ser a fonte de hipermobilidade reacional

lombar, provocando a degeneração discal e ciática.

Thomson (1994), afirma que os exercícios de mobilidade evitam aderências,

ajudam o liquido a flluir, favorecendo portanto, a nutrição para as estruturas

envolvidas no movimento.

6 EXERCÍCIOS DE MOBILIDADE PÉLVICA

Série solo

Posição inicial: decúbito dorsal pernas flexionadas.

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1. Retroversão

a) Executar uma retroversão da pelve com uma inspiração. Volta a posição

inicial expirando

b) Executar uma retroversão pélvica, inspirando e uma anteversão pélvica

expirando.

Figura 11: Retroversão pélvica

Fonte: Pessoal (2004)

2. ”Pelve fixa”: Retroversão com rotação coxo-femoral.

a) Executar uma retroversão inspirando. Eleva o quadril levemente para a

direita e para o alto sem sair do eixo, expirando. Retroversão novamente

inspirando e voltando à posição inicial expirando.

b) Idem para a esquerda.

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3. “Pelve rede”: Retroversão com obliquidade pélvica.

a) Executar uma retroversão, inspirando. Levar o quadril para a direita

expirando. Retroversão novamente, inspirando. Volta a posição inicial

expirando.

b) Idem para a esquerda.

4. “Looping”

Executar uma retroversão, inspirando. Realizar na expiração uma circundução

do quadril, sem tirar a lombar do chão.

OBS:- Os exercícios da série solo contribuem no fortalecimento do períneo,

glúteo, abdômen, mobilidade coxo-femoral, alongamento de iliopsoas e alívio

da pressão intradiscal.

Série ar

Posição inicial: decúbito dorsal, pernas flexionadas.

Esta série de exercícios será realizada com elevação de quadril e tórax,

somente os ombros permanecerão apoiados no solo.

1. “Retro” no ar

Eleva quadril, inspirando. Retroversão expirando. Inspira novamente e volta

relaxando.

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2. “Pelve fixa” no ar

Elevação de quadril e tórax .

a) Retroversão, inspirando. Na expiração executar uma rotação do quadril (

forçar iliopsoas para o alto) para a direita, sem sair do eixo. Executar

novamente a retroversão, inspirando, voltar à posição inicial expirando e

relaxando.

b) Idem para o lado esquerdo.

3. “Pelve rede com pelve fixa” no ar

a) Subir em retroversão, inspirando. Obliqüidade direita (rede), expirando.

Retroversão, inspirando. Obliqüidade esquerda (rede), expirando.

b) Retroversão, inspirando. Rotação do quadril para a direita, expirando.

Retroversão novamente, inspirando. Rotação quadril para a esquerda,

expirando. Retroversão com inspiração e volta expirando à posição inicial.

4. “Looping” no ar

a) Retroversão (com elevação toráx e quadril), inspirando. Executar uma

circundução pela direita, expirando. Volta ao centro, fazendo uma retroversão,

inspirando e desce (toráx e quadril), expirando.

b) Idem iniciando a circundução pela esquerda.

5. Unir pelve “fixa”, pelve “rede” e “looping”.

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OBS:- Os exercícios da série ar além de contribuir no fortalecimento do

períneo, glúteo, abdômen; na mobilidade coxo-femoral e alívio da pressão

intradiscal, contribuem também no aumento da resistência, devido ao

envolvimento de posteriores da coxa (semimenbranoso, semitendinoso),

quadríceps e lombares.

Mobilidade pélvica e mobilidade cervical

1. Retroversão e anteversão com mobilidade cervical.

a) Retroversão com flexão de pescoço. Anteversão com extensão de pescoço.

b) Pelve neutra – pressionando-a em direção ao solo, pressionando também a

cabeça em direção ao solo – plano de Frankfurt (paralelo ao solo). Relaxar

Figura 12: Retroversão e anteversão com mobilidade cervical

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Fonte: Pessoal (2004)

2. Pelve “rede” com latero-flexão cervical.

a) Retroversão com obliqüidade pélvica (rede) e inclinação do pescoço para a

direita.

b) Idem para a esquerda.

Figura 13: Pelve “rede” com latero-flexão cervical

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Fonte: Pessoal (2004)

3. Pelve “fixa” no ar com rotação cervical.

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a) Retroversão com rotação da pelve e rotação do pescoço para a direita.

b) Idem para a esquerda.

Figura 14: Pelve fixa com rotação cervical

Fonte: Pessoal (2004)

Tanto os exercícios da série solo, os exercícios da série ar, como os associados

com mobilidade cervical devem ser executados bem lentamente. Realizar de 4

a 6 séries de cada exercício.

--------------------------------------------------------------------------------

[1] Força que tende a fazer com que a vértebra se desloque de maneira

translatória.

[2] Livremente movéis.Compostas por cartilagem articular que cobre a

superfície dos ossos, cápsula articular - membr.que circunda a articulação e

líquido sinovial - proporciona a lubrificação da cápsula.

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CAPÍTULO III - CONCLUSÃO

Após esta pesquisa bibliográfica pode-se chegar a seguinte conclusão:

A principal função do disco intervertebral é permitir o movimento entre as

vértebras: jogo articular. Também é responsável pela absorção de cargas e

impactos.

A hérnia de disco, por ser um processo de degeneração discal, compromete

esse jogo articular, provocando uma restrição da mobilidade local. É portanto

fundamental do ponto de vista mecânico restaurar esse jogo articular.

A manutenção da mobilidade articular favorece a diminuição da pressão

intradiscal, facilitando a absorção de água, a nutrição do disco e a preservação

do movimento.

Pôde-se verificar nesta pesquisa que, os movimentos da região lombar estão

intimamente ligados aos movimentos da pelve e membros inferiores. Assim

quando se realiza um trabalho de mobilidade pélvica ocorre

concomitantemente uma mobilização da região lombar, auxiliando a

recuperação do jogo articular e a funcionalidade desta região.

Visto que a pressão intradiscal favorece a degeneração desta unidade funcional

e como foi constatado que a posição em decúbito dorsal apresenta o menor

grau de pressão intradiscal, pode-se afirmar que os exercícios de mobilidade

pélvica, em especial em decúbito dorsal, favorecem a diminuição da pressão

intradiscal, auxiliam no processo de rehidratação do disco, amenizam a

compressão das raízes nervosas, favorecem a movimentação do jogo articular,

contribuindo efetivamente para a diminuição da sintomatologia dolorosa

causada por este processo degenerativo; e desta maneira, melhorar a

qualidade de vida dos indivíduos acometidos por este mal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAMPOS, M. A. Exercícios Abdominais: uma abordagem prática e cientifica. Rio

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HALL, S. J. Biomecânica Básica. Traduzido por: Giuseppe Taranto. 3.ed. Rio de

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HEBERT, S. et alii. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e prática. 2.ed. Porto

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KAPANDJI, I. A. Fisiologia Articular: esquemas comentados de mecânica

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Filipe da Cunha. São Paulo: Manole, 1990. Tradução de: Physiologie Articulaire:

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KNOPLICH, J. Enfermidades da Coluna Vertebral. 3.ed. São Paulo: Robe

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