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    O Equilbrio Dinmico Estruturalem Organizao Ofensiva noFutebol:

    A Organizao Estrutural e suas diversasFormas Ar-ti-cu-la-das pelaLinguagem Especfica da Equipa.

    Rodrigo Freire de Almeida

    Porto, 2009

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    Monografia realizada no mbito da disciplinade Seminrio do 5 ano da licenciatura emDesporto e Educao Fsica, na rea de AltoRendimento Futebol, da Faculdade deDesporto da Universidade do Porto

    O Equilbrio Dinmico Estruturalem Organizao Ofensiva no

    Futebol: A Organizao Estrutural e suas diversasFormas Ar-ti-cu-la-das pelaLinguagem Especfica da Equipa.

    Porto, 2009

    Orientador: Professor Vtor Frade

    Rodrigo Freire de Almeida

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    Almeida, R. F. (2009). O Equilbrio Dinmico Estrutural em Organizao

    Ofensiva no Futebol: A Organizao Estrutural e suas diversas Formas Ar-ti-cu-la-das pela Linguagem Especfica da Equipa. Dissertao deLicenciatura apresentada Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

    PALAVRAS CHAVE: FUTEBOL, ORGANIZAO, ORGANIZAOESTRUTURAL, ORGANIZAO OFENSIVA, DINMICA, ABORDAGEMSISTMICA, MODELO DE JOGO, PRINCPIOS DE JOGO, COMUNICAO.

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    Em criana peguei uma concha do mar e ao brincar minha me disse: Coloque-a no ouvidoque ouvir o som do mar.

    Ouvi durante longos minutos este som, estranho mas maravilhoso Passado alguns anos, j mais crescido apanhei uma nova concha, e ouvi o seu som erasemelhante ao som de outrora, porm por ser maior a sua frequncia era menos intensa.

    Ao entrar na Universidade resolvi investigar o som que mais me maravilhava: O som do Maratravs das conchas marinhas.

    Isto me intrigara nestes anos de vida: como as conchas gravavam e reproduziam o som domar? Depois de pesquisar arduamente vieram vrias respostas: No era o som do mar queouvia ao colocar as conchas do mar junto ao meu ouvido, era sim segundo cientistas, o som

    dos meus vasos sanguneos, ou da circulao do ar entre meu ouvido e a concha ou da

    captao do som ambiente, etc Fiquei decepcionado! Preferia ficar com o meu som de infncia, que despertava a minha

    imaginao, que me fazia sonhar em ser mar inheiro ou bilogo era aquele o Som da minhaVida, a melhor composio de todos os tempos, era o som Completo das minhas aventuras

    beira-mar, o rudo mais deslumbrante do mundo.Desapontado fechei os livros e zanguei-me, e esbracejei: Oh! Maldita cincia!!! Por qu tens o

    vcio e a ousadia de destruir sonhos ao explicar e reduzir tudo?Reduzindo a imensido dos meus sonhos, do Som da minha Vida, a um pequeno lago.

    Enquanto antes era profundo e explorvel como o mar e pairava equivalente a omnipotentesoceanos agora ele est to reduzido que quase no se nota as vibraes das suas

    superfcies. Assim, para a minha infelicidade, bruscamente tornei-me adulto, rigoroso, aborrecido e sem

    criatividade. Logo, morrerei para a existncia do Mundo de to rgido que me tornei (Almeida, 2008).

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    Agradecimentos

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    AGRADECIMENTOS

    Faculdade de Cincias do Desporto e Educao Fsica, vulgo FCDEF ehoje chamada FADE. E todos os meus professores desta mui nobreinstituio. Aonde eu estiver falarei de vocs com um apreo enorme emtempos passei mais tempo convosco do que em casa. Logo, vocs foram[literalmente] e sero sempre a minha famlia em Portugal .

    Ao Professor Vtor Frade por ser um grande Professor, Treinador e Amigo.Humilde, e com um descomunal carcter que sempre se preocupou em ajudar-me perante os azares da minha vida profissional e pessoal. Obrigado pelaenormidade de ateno e pacincia comigo nos finais de semana no F.C. Portoe sobretudo nos corredores da Faculdade.

    Ao Nuno Resende, Professor Jos Guilherme, Professor Botelho eProfessor Cunha, tambm responsveis por uma nova viso do Futebol e davida da Vida. E tambm ao Gabinete de Futebol, nomeadamenteProfessores Jlio Garganta, Jorge Pinto e Antnio Natal por me trataremsempre bem e estarem sempre abertos para ouvir o que eu tinha a dizer.

    Aos meus colegas estudantes, tanto no Brasil como em Portugal emespecial Rui Valente, Pedro Daniel, Tiago Moreira, Rui Gil, Isabel Osrio, Pedroboa vista , Pedro Pereira e todos do saudoso 1 F e 2 F dos respectivosanos de 2003/2004 e 2004/2005, obrigado por sempre ouvirem as minhasloucuras e histrias com as maiores das atenes.

    Tuna Musicatta Contractile, por fazer parte desta Famlia sendo irmosno melhor e no pior muito bem Jovens! Em especial Joo Carlos O

    grande por me proporcionar a primeira experincia como destreinador paraum dia ser Treinador.

    Aos meus professores da UVV no Brasil, em especial Mrcio Leite. Estefoi o primeiro a fazer-me pensar e olhar diferente o Esporte e a EducaoFsica.

    Malta do apartamento do Salgueiro (Gil, Sandro e Adalberto) e emEspecial do Covelo (Bruno Girasol, Wilson, Joana Viseu, Z Alves e Anita,

    Marcelo, Guri e Bl, Paulo PH, Samuel, ricka, Ricieri, B; Felipe Endres,

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    Agradecimentos

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    Charles, Paulo, Fred, Dandan, Renato, Charles ndio , Juliana Gacha,Stalonne, Hulk e o General do Rs do cho. Em Especial Ana Carolina porseres inesquecvel e uma grande Amiga.

    malta do restaurante Castanheira (S. C. Leixes), do NGola e Famlia e Amigos de Avana. Especialmente Zquinha e Famlia, Miguto e a FamliaValente e, Joo da rdio, Sandra, Joo e toda a sua famlia. Foram meusamigos em todos os momentos e minha companhia em MUITOS momentos desolido.

    Todos os meus Treinadores de sempre s ruas do Condomnio Almirante Cox, meu primeiro Treinador de sempre,. Lus Carlos do meu

    timinho C.R.A.C. Bloco 10 da Marinha; e o grandioso Sr. Ivan [segundosTreinadores]. Sr. Tio da Escolinha do Vasco da Gama RJ [Rio deJaneiro ]; Juquinha e Daniel [Alagoas ]; Paulinho, Cludio, Paulo, Fernando[Escolinha Camisa 10]; Nerclio Simone, Jonas, Sr. Tio [DesportivaFerroviria]; Aridelson Bianchi, Wendell Salles, Jos Bastos, Estevo Loss[Desportiva Capixaba]; ao meu pai Rogrio Pedrini [Tupy F.C.] e ao meugrande maestro Jorginho Namorador [Tupy F. C.; Linhares F.C. e; Vila

    Velhense F.C.]; Ronny Eller [Linhares F.C.]; aos meus magnficos mentoresCosme Eduardo e Rmulo Sarmento [Serra F. C.]; Paulinho Paixo e Juquinha[UVV] [Esprito Santo ]; aos meus Treinadores em Cachoeiro de Itapemirin[Esprito Santo ], no Vitria F.C. [Bahia ]; Apucarana F. C. [Paran ] e C. R.Flamengo [Rio de Janeiro] no Brasil .

    Em Portugal Carlos Carvalhal e Toz [S.C. Leixes]; Toz, Fernando,Quinito e aos grandes amigos Zquinha, Nazi Handen e conselheiro e

    apresentador de uma nova viso Nuno Resende [A.A. Avanca]; CarlosSantos, Z Manel e Oliveira; Bruno Cardoso, Rochinha e Jonathas [EsmorizF.C.]; Pedro Miguel e Fernando Espiguinha [Oliveirense F. C.], CarlosMiragaia, Z Pedro e Joo [Milheiroense F.C.]; Quinito [Nogueirense F.C.].

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    Agradecimentos

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    tudo que eu tenho, ou seja, Famlia, familiares, amigos, colegas, poiseles so a extenso do meu UNIVERSO ainda em expanso por estar serelaborado numa contnua construo

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    ndice

    VIII

    NDICE

    Agradecimentos..... ........ V

    ndice Geral.. VII

    ndice de Quadros e Figuras XIV

    Lista de Abreviaturas.. XV

    Resumo. XVI

    Abstract. XVII

    1. Introduo 01

    1.1. Pertinncia e mbito do Estudo 01

    1.2. Estrutura do Trabalho. 04

    1.3. Objectivos e Hipteses... 06

    2. Instrumentos e Mtodos. 07

    3. Reviso de Literatura .... 08

    3.1. A Origem das Organizaes no Futebol: O acto de organizar-se em Futebol partiuda Rigidez Plasticidade, em excesso nenhuma, num equilbrio as duas,existentes num sentido colectivo

    08

    3.1.1. Das Organizaes Clssicas s Contemporneas: AjustamentosNecessrios realidade Humana/Futebolstica 15

    3.1.2. A Eficcia Organizacional em Especificidade: Mediadora das adaptaesdas organizaes nas circunstncias do Jogo de Futebol 22

    3.1.3. A Adaptabilidade Organizacional: uma questo de flexibilidade adaptacional. 263.1.4. Consequncias das Tomadas [Inter]Decisionais: Quanto mais consolidados

    Princpios de Jogo menos des ar ti cu la da se torna a Organizao 30

    3.1.5. O Incio do Ajustamento Colectivo: Uma Organizao mais flexvel para aEvoluo da Estrutura da Equipa. 36

    3.1.5.1. A Estrutura em Sistema Aberto: Deshierarquias evidentes damutao da sua malha sistmica. ... 42

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    IX

    3.1.5.2. Metfora do Homem-Mquina: A Organizao Estrutural comoum crebro mecnico, um grande erro cientfico mas um marco para a mudana deparadigma! .....

    49

    3.1.5.2.1. Considerar a especificidade do Homem, do Futebol e do jogo da Equipa preciso tambm para se haver uma mudana de paradigma.

    53

    3.1.5.3. A Organizao Estrutural como um reflexo Cultural: Ela uma Biodiversidade cheia de diferentes Nichos Ecolgicos que se [eco]Auto-regulam edesenvolvido num mbito CoExistencial....

    56

    3.2. O Desejo de uma Organizao Total: a Entropia como uma possvel inimiga, mas transportadora a um jogar qualitativo num. 62

    3.2.1. Caos que tambm gera uma nova organizao suportada pelosatractores estranhos. ..... 67

    3.2.1.1. Apresentando um comportamento Fractal: os Princpios deJogo como atractor estranho revelam-se do Local aoGlobal

    75

    3.2.2. Configuraes da Estrutura: reflexos da Entropia Sistmica paramanifestar sentido colectivo. .... 78

    3.2.3. A Condio sistmica entre Espao-Tempo e Organizao Estrutural: AEstrutura sob e sobre condies Espao- Temporalmente demarcadas... 82

    3.2.3.1. O Constrangimento Espao-Temporal da Estrutura no espao-

    fsico [3D] do Jogo [4D]: Evidncia da dinmica contextual como um agente dasadaptabilidades. ..

    90

    3.2.3.2. A Organizao no e pelo Espao depreende-se em Especificidade:para no haver acidentes ! .... 95

    4. O Jogo de Futebol e algumas caractersticas em Organizao Ofensiva . 994.1. Expresses dos Momentos do Jogo em Futebol: Uma viso de um continuum. 1004.2. A Organizao Ofensiva: Primeiras impresses do Momento. 101

    4.2.1. Posse de Bola versus Posse e Circulao de Bola com Intencionalidade:O propsito deste momento constitui um dos saber sobre o saber fazer de umaEquipa. ....

    102

    4.2.1.1. A Qualidade do Passe: Pertinncia de aces eficazes queasseguram as aces colectivas em Organizao Ofensiva.

    110

    4.2.1.2. Jogos Posicionais e Velocidade[s] de jogo: Outras perspectivaspara evidenciar a necessidade de uma boa posse e circulao, com bons passesconforme a exigncia do momento. ...

    116

    4.2.1.3. A Posse e Circulao de Bola com Intencionalidade assegura a 124

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    ndice

    X

    promulgao das Adaptabilidades dos Jogadores no Momento Ofensivo, criando novascaractersticas do nicho ecolgico no seu Habitat. .

    4.2.1.4. Perder a Bola natural, saber recuperar um constructo mais

    natura .... 130

    4.2.2. Uma das Conjunturas Basilares em Organizao Ofensiva no Jogo deFutebol: A composio de Campos Grandes 135

    4.2.1.1. E ser s Campos Grandes ? H evidncias de que existemoutros campos grandes, mdios, pequenos, etc Gran de uma prefernciamas no uma obrigao linear. ....

    139

    4.2.3. Uma das Conjunturas Basilares em Organizao Ofensiva no Futebol:Empreender posies secundrias [Subdinmicas] coesas so exigncias para se

    manter um Campo Grande e um bom jogo 142

    4.2.4. Uma das Conjunturas Basilares: A aparente desconexo dos sistemasdo Sistema suportam a malha sistmica atravs do aparecimento de novasSuperfcies de Passe zo nais. ..

    146

    4.2.4.1. Formas [Morfologias] Estruturais Inteligveis: Manifestaes dosPadres Culturais da Equipa que espelham a construo desta ComunidadeHeterognea num sentido Hologramtico. ..

    150

    4.2.6. Uma das Conjunturas Basilares: A Disponibilidade Tctica Colectiva. Omomento certo fabricado com mudanas de comportamento que contemplam apausa e o movimento adequados numa sincronia colectiva! 153

    4.2.7. Uma das Conjunturas Basilares n 4.345.567.485.001 Pensas que seesgota aqui? No acabamos e nem chegamos a metade ainda! .. 159

    4.3. A Organizao Ofensiva: Segundas impresses do Momento na elaborao daEstrutura Ofensiva. .... 162

    4.3.1. A Construir em Especificidade exige no Treino um Risco necessrio 1624.3.2. Os Marcos dos Momentos do Jogo tem difcil definio por isso

    Operacionalizar Especficamente preciso para a Ar-ti-cu-la-o Estrutural.. 166

    4.3.3. Organizao Ofensiva Equilibrada : Numa Malha Sistmica Diligente sum Equilbrio Dinmico permitido na Tempestade. .. 169

    4.3.3.1. A visar o Equilbrio Dinmico surge a Mobilidade... 174

    4.3.3.2. A Articulao de Sentido nos Momentos de Transio: umacomponente operacional que tende a reforar o Equilbrio Dinmico nas FormasEstruturais da Equipa em Jogo .

    182

    4.3.3.3. Equilbrio Dinmico nas Disposies Posicionais: uma certaflexibilidade posicional dentro dos stios Habituais.

    187

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    XI

    4.3.4. A Procura de um jogar Ar-ti-cu-la-do: Jogar bem no s atacar, defender bem tambm! preciso harmonia com os outros Momentos do Jogo ao seconstruir uma Equipa. ..

    192

    4.3.4.1. E este jogar ar -ti-cu-la-do com os outros momentos melhorainda, em zona pressionante....

    194

    4.3.4.2. Estruturar em Futebol Aculturar vrios sistemas complexos numSistema de maior magnitude adequado pelo jogar Especfico aos Momentos do Jogo. ... 199

    4.4. Referncias Sistmicas: suas caractersticas que do uma face a constituio deuma Equipa e a probabilidade delas se manifestarem como tal no Jogo. ......

    206

    4.4.1. Sistema /Estrutura: A constante Estruturao de uma face comMultiexpresses subsistmicas [subestruturais] que contemplam uma Finalidade euma infinidade fractal

    211

    4.4.1.1. Sobre esta Estrutura que apresenta Relaes harmnicas queconsolidam a Disposio Colectiva. ....

    216

    4.4.1.2. Caracterizao das Estruturas: Sistemas Tcticos nos Momentos doJogo. .... 219

    5. A Construo dos Padres de Jogo em Futebol: Ideias agregadas Filosofia de Jogodo Treinador baseadas em Princpios de Jogo que sustentam a Equipa .. 221

    5.1. Exercitar mais do que simplesmente repetir!............................................................ 2245.2. O Ser Humano: Da Prxis ao aprimoramento ajustado por Experincias e no s nascena , para se alcanar melhores nveis qualitativos 227

    5.2.1. A Manifestao de Intencionalidades e Emotividade do Corpo como armapara resolver os problemas do contexto e [Co]m ele Aprender surgindo um palavro:Emotivo-psico-motricidade!.

    232

    5.3. Aprendizagem dos jogares: Consideraes relativas [Co]Aprendizagem no Jogoque levam coeso [Aculturao Social] dos jogares [diferentes Jogadores] de umaEquipa atravs do Corpo na Aco.

    237

    5.3.1. Aprendizagem por Imitao: mais uma evidncia da CoAprendizagem e daemergncia e necessidade da emotividade no desenvolvimento do Sentido de Si daEquipa. ....

    242

    5.4. O Crebro: Uma das estruturas que prevem o ainda estranho relacionado comas suas Experincias. ...

    250

    5.4.1. Aspectos Evolutivos do Crebro face neomotricidade: A Origem de umneocrtex suscitou o surgimento de uma Comunicao Superior a Linguagem..

    250

    5.4.2. O Crebro da Infncia idade Senil: Manter-se em actividade contnua

    provoca a aprendizagem e atitudes preventivas por toda a Vida[Jogo], sempre num foco255

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    XII

    emotivo-mental e de constante Experincias. ...

    5.4.2.1. O Crebro e a sua Plasticidade: nunca se perde, assim como nuncase repete. A plasticidade cerebral nas primeiras etapas da Vida e na aprendizagem de

    uma Linguagem Especfica. ...

    256

    5.4.2.2. O Desenvolvimento Cerebral est sempre incutido num mbitoemotivo-mental que aviva as nossas Experincias anteriores. Evitar a existnciadeste factor to difcil como evitar um espirro...

    262

    5.4.2.2.1. A manifestao estrutural das emoes: A importncia darelao da amgdala cerebral e o crtex Pr-Frontal para suscitar imagens mentaisrecolhidas do Contexto. ....

    264

    5.4.2.2.2. Emoes: mais uma evidncia de que os exageros soperigosos!!!.... 270

    5.4.3. Especializao Regional e aspectos preponderantes a se considerarperante a Aco do Corpo como um Todo: o Crebro desenvolveu e a adaptaoregional agindo como um Todo ar-ti-cu-la-do com diferentes regies durante ascircunstncias da Vida/Jogo. ....

    277

    5.4.3.1. Algumas referncias sobre as estruturas cerebrais propriamenteditas.....

    281

    5.4.4. E perante o desenvolvimento cerebral, sob uma Orientao naoperacionalizao os Jogadores antecipam o ainda estranho.

    286

    5.4.5. Marcadores Somticos: Propulsores de um futuro desejvel .. 2925.4.6. Aces Tctico-Tcnicas: Frutos de uma Intencionalidade... 299

    5.5. As Formas Lingusticas: Desde do Corpo verbalizao . As interpretaes dosestmulos reconhecveis que do rosto a uma Multi-Uniformidade ou Equipa. 305

    5.5.1. E perante o exposto, as Formas Estruturais propriamente ditas quereflectem esta Linguagem Especifica da Equipa. .

    310

    5.5.2. Conceitos de Comunicao e Linguagem, mais do que evidncias umapertinncia para consolidar a Linguagem Colectiva.

    314

    5.5.2.1. Acerca da Informao..... 3165.5.2.2. Pertinncia do Feedback para haver continuidade nas

    Intenes.. 320

    5.5.2.3. Comunicao e Diferentes Perspectivas . 3235.5.3. Perspectivas Lingusticas na Organizao Estrutural: Formadas por

    Cdigos/Smbolos conferem uma linguagem especfica ao meio Futebolstico e umaLinguagem Especfica Equipa. ..

    328

    5.5.3.1 A linguagem Corporal: aspectos que fazem do Corpo um

    importante meio de Comunicao Lingustica especfica e Especfica do Futebol. 332

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    XIII

    5.6. Um Raciocnio Intencional da Mecanicidade no mecnica: ManifestaesCorporais que centrifugam Intencionalidade da Equipa sob circunstncias do Jogo .. 340

    5.7. Percepo A arte de Sentir: A Equipa em Interaco com o meio direcciona ossentimentos Sentidos pelas vivncias no Jogo, sendo a Percep[aco] uma amostradesta rvore filogentica. .. 345

    5.8. Conceito de Criatividade em Organizao Ofensiva: O desenvolvimento doEquilbrio Dinmico de forma necessria mas, presa a uma lgica comportamentalda Equipa. .......

    351

    6. A manifestao regular de comportamentos desejveis: Uma perspectivaeducacional do Sistema de Jogo... 356

    6.1. A Seriao do Modelo de Jogo: Conjectura que promove os Princpios eSubprincpios subjacentes da Equipa..

    357

    6.2. Lado estratgico e seu Paradoxo: pode fazer to mal quanto bem para a Equipa .. 3586.3. Organizao Estrutural: A metamorfose estrutural que caracteriza uma Equipa. 363

    6.3.1. Disposies Geomtricas: As composies que baseiam-se em ocupaesracionais do espao, superfcies de passe e Espaos construdos para a Equipasuperar o adversrio. ....

    365

    6.4. Equilbrio Dinmico Estrutural: Comunicaes garantidas no jogar Sentidopelos Jogadores. .... 369

    6.4.1. Mecnica Colectiva a nvel Macro: Um mecanismo no mecnico quereflecte as mudanas circunstnciais do Jogo e do jogo da Equipa .. 370

    6.4.2. Mecnica Colectiva a nvel Macro exigindo circunstncias Subdinmicas: As Formas Estruturais Ar-ti-cu-la-das!. 372

    6.4.3. Mecnica intra-sectorial microscpica: Mudana circunstancial Sentidapelos Jogadores manifesta uma certa liberdade contrapondo uma excessivaLibertinagem Tctica..

    381

    6.4.3.1. A Questo do Livre Arbtrio A Especificidade como atribuidora de

    melhores decises . .. 381

    6.4.3.2. Libertinagem/Criatividade como Opositora do Modelo de Jogo? Servivel? ... 385

    6.4.3.3. Espao-Tempo dita o ritmo colectivo: Uma dana dessincronizadaporm mais qualitativa..................................................................................................... 391

    7. Consideraes Finais .... 3957.1. Sobre o Universo Futebolstico um lugar especfico, o Futebol que .. 395

    7.2. Fabrica o lugar Especfico, a Equipa na. 399

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    XIV

    7.3. Emergncia de um novo paradigma: A Etnometodologia para dirigir e delegar anecessidade do Futebol.....

    401

    8. Concluses.. 406

    9. Sugestes para futuros estudos .. 414

    10. Referncias Bibliogrficas.. 415

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    XV

    ndice de Quadros e Figuras

    Quadro 1 Morfociclo Padro adaptado de Maciel (2008, p.484)...............409

    Figura 1. Tetragr ama de Morin (1977)....71

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    XVI

    Lista de Abreviaturas

    JDC Jogos Desportivo Colectivos;

    O.O. Organizao Ofensiva;

    O.D. Organizao Defensiva;

    T.D.A. Transio Defesa-Ataque;

    T.A.D. Transio Ataque-Defesa;

    DSPT Desordem do stress ps-traumtico

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    Resumo

    XVII

    RESUMOO Futebol assume-se como um fenmeno complexo. Desta forma,

    consideramos a pertinncia da abordagem sistmica ao Jogo, visando umainteligibilidade da complexidade das [inter]aces dos Jogadores a nvel local eglobal, remetendo-se influencia mtua das estruturas micro no macro, factoassegurado tambm pela fractalidade sistmica. O Treinador assume um papelfundamental ao encontrar indicadores em Operacionalizao Especfica que leva aEquipa a relacionar-se em Organizao Ofensiva ar-ti-cu-la-da-men-te. Oshfenes desta ar-ti-cu-lao representam a importncia de intervir em Treino acontemplar a relao de relaes (Castelo, 1994) da Organizao Estrutural,

    sob a interveno do Treinador e do Jogador numa construo dialctica(Marisa, 2008a). Esta interveno tambm remete-se a consideraes que sepassam a nvel de sensibilidade do Treinador pelo qual ir exigir Equipacomportamentos padres que manifestam a rigidez e plasticidade da Equipavisando uma maior adaptabilidade ao meio, sendo mais ajustado quando h umEquilbrio Dinmico nos Momentos do Jogo e nas circunstncias que exigemaces de fecho e abertura, ordem e desordem, movimentos mecnicos e nomecnicos, ou de ordem e talento (Lobo, 2007). Sob um foco Especfico conduzido velocidade de jogo prpria do Jogador e da Equipa, esta insurge-se e evoluiem condies cada vez mais complexas por proximidade das fronteiras do caos,a evidenciar a pertinncia da se entender a interaco [inter-relao] sistmicaentre o Jogador, jogar da Equipa e o Jogo de Futebol que dissipa-se porm comum certo fechamento (Castelo, 1996).

    Estas condies caosais (Cunha e Silva, 2000) sob o Modelo de Jogomanifestam-se em prl ou ao lado da natura (Maciel, 2008) de um Corpo e de

    um jogar qualitativo e harmnico, pois prope uma maior variabilidade de acesao desIntegrar as partes de um todo que por fractalidade comportamentalmantm a riqueza da Estrutura, que sob esta Linguagem Especfica da Equipadesenvolvida por Princpios de Jogo Especficos apresentam um EquilbrioDinmico debaixo de uma tempestade catica que o prprio Jogo de Futebol.PALAVRAS CHAVE: FUTEBOL, ORGANIZAO, ORGANIZAOESTRUTURAL, ORGANIZAO OFENSIVA, DINMICA, ABORDAGEMSISTMICA, MODELO DE JOGO, PRINCPIOS DE JOGO, COMUNICAO.

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    Abstract

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    ABSTRACTFootball is assumed as a complex phenomenon. Thus, we consider the

    relevance of the systemic approach to the game, aiming for intelligibility of thecomplexity of [inter] actions of the players at the local and global, referring to themutual influence of micro structures in the macro, which shall be provided bysystemic fractality. Coach has a central place to find indicators SpecificOperationalization leading the Team to relate in Organization Offensive ar-ti-cu-la-ti-on-ly. "The hyphens of ar-ti-cu-la-ti-on represent the importance of interveningin the training include the relation of relations (Castelo, 1994) of the OrganizationalStructure in the intervention of the Coach and Player in construction dialectic

    (Marisa, 2008a). This policy also refers to considerations that are at the level of'sensitivity' of the coach which will require the team patterns of behaviour thatexpress the rigidity and plasticity plasticity of the team to achieve greateradaptability to their environment, and better adjusted when there is a DynamicEquilibrium in the Moments of the Game and in the circumstances that requireaction closing and opening, order and disorder, movements or non-mechanical, ororder and talent (Lobo, 2007). Under a specific focus led to the game speedown the player and the team, this team rise and grow with ever more complexproximity of the 'border of chaos', demonstrating the relevance of understanding theinteraction [inter-relationship] between the systemic Player, Team play and Soccergame that vanishes but with some closure (Castelo, 1996).

    These chaosais conditions (Cunha e Silva, 2000) under the Model of theGame are evidently in pro or behalf of Nature (Maciel, 2008) of a body and aquality and harmonious of play, it offers a greater variability of actionsdeincorporate parties of one all, that by fractality behavioral keep the richness

    of the Structure, that under this Specific language developed by Team Principlesof Game Specific feature a Dynamic Equilibrium under a chaotic storm thatbelong to the Soccer Game.

    KEY WORDS: FOOTBALL, ORGANIZATION, STRUCTURAL ORGANIZATION,ORGANIZATION OFFENSIVE, DYNAMICS, SYSTEM APPROACH, MODEL OFTHE GAME, PRINCIPLES OF THE GAME, COMMUNICATION.

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    Introduo

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    restries rgidas da sociedade ps-revoluo industrial, desgarrando-se aospoucos desta norma que reflectia ideais das cincias clssicas (Zazzo, 1978;Guilherme Oliveira, 2005; Vouga, 2005; Dias, 2006; Lobo, 2007 e; Trechera,

    2008). Facto constatado no s pela forma como o Homem tendia a organizara Estrutura da Equipa (Guilherme Oliveira, 2005; Dias, 2006; Lobo, 2007;Pedro Sousa, 2009), mas tambm pela forma um tanto especialista pelo qualeste epifenmeno 1 (Maciel, 2008) foi tratado sofrendo com diversos cancros(Resende, 2002; Frade, 2005), de invases de outros desportos (Tani, 2005) ede indivduos com sintomas evidentes de uma patologia do saber (Morin,1990; Sobral, 1995; Resende, 2002).

    Em virtude disso, as pessoas comearam considerar uma certaflexibilidade deste Jogo, pelo facto deste epifenmeno acompanhar, coabitar ecomplementar em outros fenmenos culturais (Murad, 2006; Maciel, 2008),desraizando-se da viso mecnica pela qual o Homem foi vtima (Morin, 1977,1980; Bilhim, 2006; Vasconcelos, 2006a, Damsio, 1994, 2000a; Godinho,2000). Sendo que por isso, o Futebol como todas as instncias sociais foi alvode uma mudana de paradigma, que segundo Vasconcelos (2006a), Goleman

    (1999, 2006) e Capra (2005) ocorreu na segunda metade do sculo XX, o quecontudo no desvaloriza a importncia de aspectos formais numa estruturasistmica (Piaget, 1979; Bilhim, 2003) como uma referncia guia dos ideaiscolectivos.

    Com isso, o Futebol ganhou reforos ao ser considerado um fenmenoaberto, complexo, longe-do-equilbrio, no linear e dinmico (Carvalhal, 2002;Loreno & Ilharco, 2007; H. Silva, 2008; Machado, 2008) fugindo das amarras

    clssicas e da morte eminente dado que as organizaes estveis que no seadaptam s mudanas no duram muito tempo, tendendo a morrer (Bilhim,2006; Morin, 1977; Capra, 1996; Pamplona, 2003) sendo um contra-senso como que decorre na realidade.

    Sendo assim, a forma de operacionalizar este Jogo subiu para um novopatamar, mais qualitativo, ao ser contemplado pelo seu lado Hologramtico

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    Epifenmeno: fenmeno secundrio e acessrio que acompanha outro reputado primrio eacidental (Maciel, 2008, pp. 19).

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    Introduo

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    (Morin, 1980, 1990, 2007) considerando um Holismo (Marisa, 2008a), sendovisvel em termos histricos evolutivos do Jogo, principalmente aps a dcadade 70 (Dias, 2006; Lobo, 2007) onde surgiu um jogo mais dinmico e novas

    formas de Estruturas em ntima relao com o aparecimento de Jogadores comgrandes capacidades tcnicas (Guilherme Oliveira, 2005), sendo tambmreflexos de alteraes sociais vividas na poca (Otvio Silva, 2003).

    Inerente a isso, as Equipas passaram a buscar em Jogo e naaprendizagem deste um Equilbrio que como no esttico Dinmico(Castelo, 1996; Cunha e Silva 1999; Pozo 2002) pelo qual as suasmanifestaes comportamentais revelaram-se como fundamentais para a

    coeso da mesma, a ponto de reconhecermos n a Identidade Colectiva, acoerncia e persistncia de cada sistema que permite definir a suaidentidade (Holland, 1997; cit. por Pedro Sousa, 2009, p. 16), facto permitidopelos padres comportamentais que revelam os Princpios de Jogo doTreinador. Como forma de fortalecer estes Princpios o Treinador busca emEspecificidade a manifestao regular destes Princpios visando o jogardesejado, sendo fruto das ideias desenvolvidas atravs do Modelo de Jogo.

    Neste Jogo, as Equipas revelam que para superar o adversrio se precisa deaces que visem uma dinmica (Castelo, 1994, 1996; Arajo, 2005; Arajo &Volossovitch, 2005), exigindo dos Jogadores uma grande Cultura de jogoposicional, da mesma forma que ela se realiza com variaes ritmo, onde acorrer, travar, acelerar, parar, antecipar e esperar (Amieiro, 2005; Lobo, 2007;Maciel, 2008; Gaiteiro, 2006; Arajo 2005), e controlar o Jogo revelam-se parteintegrante do saber sobre o saber fazer dos Jogadores (Frade, 2005, 2006),

    sendo frutos de um Treino Integral Especfico (Freitas, 2004; Tamarit, 2007;Gaiteiro, 2006), Holstico (Marisa, 2008a), pelo qual uma Articulao deSentido (Amieiro, 2005) mais do que necessria para a garantia de umacoeso Estrutural no Equilbrio Dinmico que a Equipa depreende em campoque a sua dinmica ou mobilidade.

    Sendo assim, veremos que perante vrios Futebis (Resende, 2002;Frade, 2005, 2006) vrias maneiras de se ganhar e jogar bem (Frade, 2005;

    Valdano, 1997), pelo qual em Periodizao Tctica esta Especificidade a

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    contemplar a Tctica como SupraPrincpio dos Princpios (Guilherme Oliveira,1991; Freitas, 2004; Tamarit, 2007; Maciel, 2008) a melhor forma de se jogarqualitativamente e ganhar, facto que acreditamos ser genuno da

    especificidade do Jogo. Entretanto, no h caminho certo da verdade abertoao Homem excepto a intuio evidente e a deduo necessria (Capra, s.d .),conferimos assim uma certa abertura neste ensaio pelo qual fugir do cariz dapretenso reducionista dos especialistas, no pretendendo referir que estaqui tudo sobre o Futebol , porque o conhecimento cientfico nos ofereceapenas uma janela limitada para o universo (Capra, 1996, p.150) e para issoimaginar o primeiro dever, o segundo verificar a legitimidade das suas

    imaginaes pela comparao rigorosa com o Objecto [Jogo de Futebol] emquesto (Zazzo, 1978, p.30).

    1.2. Estrutura do Trabalho

    De forma extensa este ensaio procurar evidenciar aspectos destefenmeno, presentes na literatura epistemolgica e emprica, da mesmamaneira que torn-lo-emos o mais claro possvel numa tentativa de abarcaruma leitura acessvel todos considerando a cincia no s para ser feitaem universidade para se abrir para o mundo (Nicoletis, 2008) , para alm dofacto de concluirmos a dissertao com a pertinncia dos estudosetnometodolgicos para fortalecer este ensaio. Seguindo numa interligao eintraligao coerente das seces ca racterizando a monografia ... enquantotrabalho cientifico ou seja, enquanto trabalho que se realiza atravs de umprocesso racional e lgico (Vouga, 2005, p.12).

    A diviso do trabalho em sesses contemplando a origem e histrias dasorganizaes, assim como os Momentos de Jogo, Intencionalidade Tctico-Tcnica passando desde anlise qualitativa das aces colectivas e das

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    aces motoras no sentido Tctico a revelar um Corpo no trivial 2 aocontrrio das correntes tecnicistas. Estas linhas seguidas nesta dissertao,nos levaro a depreender que o mais importante entender a [inter]relao

    entre as estruturas Micro e Macro da Organizao estrutural e a suaindissociabilidade, por isso celebramos esta investigao com o intuito defacilitar tanto a sua realizao como a sua leitura (Vouga, 2005).

    Sendo assim, veremos que sob a senda do desenvolvimento do serHumano, o Homem que desenvolveu uma forma primria e no menos eficazde comunicao que a linguagem corporal ou no verbal (Fonseca, 2001)desenvolvendo e valorizando a nfase na especificidade no Jogo de Futebol,

    no qual ressalta a urgncia da Especificidade do jogar da Equipa que ar-ti-cu-la os Indivduos e Grupos. Sendo sustentado pelo efeito local que impressionao global assim como a lgica micromacro de Cunha e Silva (1999) revelandouma grande importncia sectorial, intersectorial e individual na construo do jogar da Equipa (Pedro Sousa, 2009).

    E, para o desenvolvimento deste Corpo e do jogar, foi necessrio para osTreinadores reconhecer o Corpo na Aco (Oliveira et al., 2006) pelo qual no

    sentido Tctico e em Especificidade exerce um novo Sentido que cimentadeterminados anseios do Treinador na sua construo dialctica do Modelo deJogo.

    No desenvolvimento do jogar, o crebro actuando conjuntamente comoum Todo conectado com todo o Corpo e de forma especializada regionalmente,permitiu ao Homem antecipar determinadas aces como um factor colectivofundamental para sobressair sobre a defesa adversria, apesar de vrios

    autores mencionarem o perigo desta antecipao, dado o risco que a Equipapode experimentar, Marisa (2008a) salienta que este risco necessrio e faz

    2 A idia trivial de que somos seres fsicos deve ser transformada em idia significante(Morin, 1977, pp. 31). Por isso, Morin (ibid., pp. 114) refere que os elementos e as partes socomplementares num todo. Esta ideia trivial, inspida e falsa. A ideia no trivial : as partesesto organizadas de modo complementar na constituio dum todo. Porque nos leva ainterrogarmo-nos acerca das condies, das modalidades, dos limites e dos problemasrelativos a esta complementaridade , que contemplam, como veremos mais a frente, interacosistmica, ligaes, comunicaes informacionais, desenvolvimento da especializao,

    desenvolvimento das competncias e das autonomias das individualidades que compem umsistema.

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    parte do Jogo de Futebol desenvolver a Cultura do Risco (Maciel, 2008;Pedro Sousa, 2009).

    Sendo assim, a Linguagem Especfica da Equipa desenvolvida numcariz mais inteligvel do que a simples comunicao (Capra, 1996), facto quedesenvolve-se num dialecto particular que fortalece a ar-ti-cu-la-o dos

    sectores da Equipa, que mais ar -ti-cu-la-do e ar -ti-cu-la-do conforme desenvolve-se em Treino Especfico que d coeso a relaomicromacro da estrutura colectiva, facto preponderante para manter oshfenes entre os sec-to-res.

    1.3. Objectivos

    Consideramos pertinente tendo em conta a redundncia temtica dostrabalhos realizados em Futebol nos ltimos anos (Garganta et al ., 1996;Garganta, 1998; Vouga, 2005) voltamo-nos para pesquisas em autores e

    referncias actuais e precedentes com nfase no momento ofensivo que, porsua vez encontra-se indissocivel dos outros momentos (Pedro Sousa, 2009)tendo em vista o mbito Tctico e desprezando factores quantitativos eestatsticos. Assim, respondermos as nossas pendncias:

    A Organizao Estrutural est imbuda da necessidade de uma granderigidez posicional e comportamental?;

    A Organizao Estrutural contempla as diferentes Formas Estruturaisdurante a Organizao Ofensiva sempre em Campo Grande?

    Uma Dinmica Estrutural coesa baseia-se num equilbrio esttico daEstrutura?

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    A comunicao entre elementos de uma Equipa desenvolve-se por umalinguagem especfica prpria?

    Face ao exposto, os estudos que explicitamente formulam uma ou maishipteses [ou questes] sero tidos muito mais em considerao do queaqueles que exigem que o leitor faa uma leitura entre linhas para imaginar oque os autores pretendem (Tuckman, 2000 cit. por Vouga, 2005, p.24). neste sentido que pretendemos seguir, construindo textos elaborados paraclarificar as nossas ideias e as dos leitores, baseando-se numa abordagemqualitativa, que, como veremos na reviso de literatura, correr sob umasenda indutiva encarada numa lgica exploratria com vias de alcanar ainteligibilidade (Vouga, 2005).

    2. Instrumentos e Mtodos

    Este estudo seguiu a abordagem qualitativa (Vouga, 2005) baseando-seem referncias da literatura das cincias sociais e especfica do Futebolservindo como recolha de dados para confirmar algumas das questes aquilevantadas, porque a pesquisa qualitativa multimetodolgica quanto ofoco, envolvendo uma abordagem interpretativa e naturalstica para o seuassunto. Isto significa que os pesquisadores qualitativos estudam as coisas noseu setting natural, tentando dar sentido ou interpretar fenmenos em termosdos significados que as pessoas lhes trazem (Turato, 2000).

    Por isso, as referncias salientadas por Duarte Arajo, Nuno Resende,Bruno Oliveira, Carlos Carvalhal, Carlos Queirs, Vtor Frade, Valdano,Castelo, Lus Freitas Lobo, Guilherme Oliveira, Jlio Garganta, Jorge Pinto,Nuno Amieiro, Pep Guardiola e outros que sero associados tambm a outras

    fortes fontes literrias de carcter transversal [por isso um estudo

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    multimetodolgico] como as dissimulaes de Joo Bilhim, Antnio Damsio,Susan Greenfiel, Daniel Goleman, Fritjof Capra, Edgar Morin, Lus Loureno eFernando Ilharco, Juan Pozo, Joo Trechera e outros.

    Estas menes so constitudas por autores consagrados pelo qualrevelam a sua pertinncia a nvel terico nos permitindo assentar, qualquerafirmao aqui desenvolvida num mbito prtico [aplicvel] servindo de basepara a nossa discusso metodolgica evidenciada no captulo 7. porEvidncias Conclusivas.

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    3. Reviso da Literatura:3.1. A Origem das Organizaes no Futebol: O acto de organizar-se emFutebol partiu da Rigidez Plasticidade, em excesso nenhuma, numequilbrio as duas, existentes num sentido colectivo.

    [somos] Alrgicos a tudo quanto possa parecer uma fixidez, uma estrutura imutvel (Zazzo,1978, p.45).

    As organizaes so as unidades sociais dominantes das sociedadescomplexas, quer sejam industriais ou da informao (Bilhim, 2006), o autorainda refere esta mesma organizao como uma microsociedade dentro destasociedade, facto que nos remete a outras consideraes voltadas s Equipasde Futebol, facto salientado por Teodorescu (2003), Guilherme Oliveira (2005),Pereira, L. (2006) e Mesquita (2005) que referem que Equipa pode serconsiderada uma microsociedade por ter uma Cultura diversa no seu seio eapresentar a mesma complexidade e dinamismo de toda a Sociedade, assimcomo Zazzo (1978, p.34) ao citar Henri Wallon refere que o Homem aimagem da Sociedade, sendo unidades indivisveis, a sociedade est nanatureza do Homem, pois fora da sociedade um Homem no pode manifestaras suas virtualidades de Homem . No obstante a isso, referimos que estetermo organizao vir para reforar a nossa ideia de organizao geral. Ouseja, a organizao contempornea no sentido que a mesma evoluiu, comoveremos nos captulos seguintes de uma forma rgida plstica, afim deinfluenciar a forma como o Treinador constri o seu jogar, reflectindo na

    organizao das suas ideias e da maneira como a sua Estrutura se apresentaem campo.

    A organizao tem origem no grego organon, que significa instrumento,utenslio. Na literatura, a noo de organizao apresenta dois significados, porum lado, designa unidades e entidades sociais, conjuntos prticos. Por outro,designa certas condutas e processos sociais, o acto de organizar taisactividades, a disposio dos meios relativamente aos fins e a integrao dos

    diversos membros numa unidade coerente (Bilhim, 2006, p. 21), num s

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    Reviso da Literatura

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    sentido, reforando o carcter de uma unidade, de uma Equipa. Segundo oDicionrio da Lngua Portuguesa (2004) o acto de organizar o acto deconstituir em organismo, formar seres organizados e de pr uma ordem. O que

    vai de encontro ideia de Mourinho (2006;em Oliveiraet al., 2006) que realao funcionamento da Equipa como um organismo pensando a mesma coisa aomesmo tempo. Contudo, Pedro Sousa (2009, p.12) refere que em todos osmomentos das organizaes h o binmio ordem/desordem. Sendo doisconceitos complementares, a ordem normalmente associada segurana e adesordem ao risco .

    Entretanto, a organizao nasce quando os demais indivduos unem

    esforos para conseguir um objectivo comum. Essncialmente, a concepo deorganizao se refere a uma Finalidade comum (Soucie, 2002; Marisa,2008a). Como explicam Blau e Scott (1976), quando a consecuo de umobjectivo exige um esforo colectivo, as pessoas criam uma organizao com ainteno de coordenar as actividades de seus membros e de atrair os outrosque talvez subscrevem os objectivos desta organizao (Soucie, 2002, p.42).Segundo o mesmo autor a organizao uma tentativa de evitar qualquer

    desordem ou confuso, apesar da desordem do Jogo 3 de Futebol(Carvalhal, 2002; Resende, 2002, Frade, 2005, 2006; Machado, 2008; Marisa,2008a, H. Silva, 2008; Maciel, 2008). Entretanto, Bilhim (2006, p.22)corroborado por Pedro Sousa (2009) refere que no existem fronteirasdistintivas do que ou no organizao, mesmo que esta mude ao longo dotempo e os seus limites no so sempre muito claros, mas permite distinguir osmembros dos no membros, facto decorrente tambm no Futebol pela

    dificuldade de distinguir onde se inicia e termina os Momentos de Jogo e a

    3 O Jogo com letra maiscula provm da ideia de um correcto entendimento do significado doJogo, que um conceito abstracto, num campo fenomenal, multiscpico. Marcado sobretudopelas suas regularidades, expulsa o carcter nico que no jogar pedra angular. O Jogo umacoisa que existe, independente da ideia que ns temos dele. O Jogo uma sucesso desequncias semelhantes entre si, e s pode ser jogado enquanto retiver alguns elementoscriativos e inesperados, se a sequncia for totalmente conhecida trata-se de um ritual (Gaiteiro,2006, p. 90). Machado (2008) tambm salienta que o Jogo um conceito abstracto, geral,representativo de tudo o quanto podero ser as formas do Futebol. Discorrendo que daquiexistem, mltiplas interpretaes sobre o Jogo e cada uma destas representa um jogar

    particular, que representa a especificidade na totalidade dos seres que lhes do Corpo. O Jogo um espao-tempo de confronto entre o jogar de cada Equipa.

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    Identidade Colectiva o que, todavia no Futebol, pelas camisolas eprincipalmente pelo jogar 4 da Equipa facilmente se distinguem, e esta distino um tanto mais clara quanto mais se refora os padres comportamentais da

    Equipa (Oliveiraet al., 2006), assegurando um certo fechamento (Castelo,1994) sitmico facto que iremos abordar mais frente.

    Amieiro (2005) revela que as nuances do Jogo no so totalmentevisveis, sendo de difcil distino tratamos a organizao como um continuum sendo extensvel em termos Concepto-Metodolgicos 5, atravs da relaocolectiva da Estrutura da Equipa em Jogo, lembrando que estes dois aspectosso por sua vez, tambm indissociveis sendo clara a relao entre concepo

    [Filosofia] e a Metodologia [Operacionalizao], pois se joga como se treina ese treina como o Treinador e os Jogadores pensam e jogam o Jogo, assimcomo revela Maciel (2008) mostra-me como jogas dir-te-ei quem s.

    Seguindo isso, Bilhim (2006) afirma que as organizaes socoordenaes racionais de actividades de um certo nmero de pessoas tendoem vista a realizao de um objectivo ou inteno explcita e comum [Princpiosde Jogo proporcionados pelo Modelo de Jogo], atravs de uma diviso do

    trabalho e funes, de uma hierarquia de autoridade [Modelo de Jogo] e de

    4 Jogar Idealizado: Para uma determinada Equipa, na medida em que resulta da convergnciade mltiplas dimenses: cultura [pas e clube], caractersticas Tctico-Tcnicas dos Jogadores,etc. Sendo reconhecido tambm como Modelo de Jogo ou projecto colectivo de jogo(Guilherme Oliveira, 2004a). definido em funo da convergncia de mltiplas dimenses,desde a cultura do clube, ideia do treinador cultura/perfil do Jogador (Pedro Sousa, 2009,p.132).5 Noo Concepto-Metodolgica importante porque, podemos dizer que somos daPeriodizao Tctica [em termos conceptuais], mas aplicamos o Treino de maneira diferente,em muitos casos bem diferente como se constata em Oliveira, B.; Amieiro, N.; Resende, N. &

    Barreto, R. (2006). Mourinho: O porqu tantas vitrias? Dado que uma coisa pensar e fazerconforme se pensa, outra dizer que pensa de uma forma e aplica de outra. Sendo importantepor isso, revelar este contra-senso, que deveria ser um a-favor-senso, dado que Maciel(2008, p.500) revela, o lado conceptual do jogar , a operacionalizao do mesmo. Nestenvel a interveno do Treinador , determinante , tendo em conta que a Organizao Colectivae individual dos Jogadores se expressa no padro de comportamentos que o Treinadorobjectiva para a Equipa (Marisa, 2008a), indo de encontro com o ttulo do brilhante trabalho deResende (2002), Periodizao Tctica. Uma concepo metodolgica que umaconsequncia trivial (da especificidade do nosso) jogo de futebol . Completamos este ttulo comEspecificidade com E maisculo do nosso jogo de Futebol. Assim como Rocha (2000)menciona no seu ttulo: Modelo(s) de Jogo/Modelo(s) de Preparao Duas Faces da mesmaMoeda : Um Imperativo Conceptometodolgico no Processo de Treino de Equipa deRendimento Superior?.

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    Reviso da Literatura

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    responsabilidades. Por isso, que a organizao a base do trabalho emEquipa. No sendo necessrio caso de extremistas, contudo a sua funo,como afirma Contant (1972) consiste em unificar uma srie de actividades

    diversas direccionadas para uma meta comum a todas e direccionada aoobjectivo que justifica a existncia da mesma [Equipa], o ponto de partida servepara informar os participantes sobre as responsabilidades individuais (Soucie,2002, p.92) perante este sentido colectivo.

    Morin (1977, 1980), Zazzo (1978), Goleman (1999, 2006), Machado(2008) e Maciel (2008) afirmam a preponderncia de se desenvolver acesindividuais no sentido colectivo, como uma forma que, segundo Goleman

    (1999) desenvolve uma inteligncia superior a Inteligncia emocional que omesmo autor em (2006) salienta ser uma Inteligncia Social, praticando aEquipa um Futebol um tanto mais qualitativo quanto mais asIntencionalidades os Jogadores estiverem voltadas para este sentido,aliado ao facto de suas aces serem evidentemente eficazes, e para almdisso, no bero da organizao h a atribuio de responsabilidades, a tomadade deciso, o agrupamento de funes, a coordenao e o controlo, sendo

    requisitos fundamentais que possibilitam a operao contnua da mesma(Soucie, 2002).

    A Estrutura organizacional , segundo o mesmo autor profundamenteinfluenciada por estes requisitos e auxilia a organizao a alcanar os seusobjectivos atravs da sua Estrutura bsica, como mecanismo de operao,conformando os comportamentos dos indivduos por meio de procedimentos,regras, rotinas de trabalho, Padres de Desempenho [Aquisio de Padres

    Comportamentais], sistemas de avaliao e recompensa, programaes esistemas de comunicao, e como mecanismo de deciso. Seguindo aatribuio de uma linha norteadora desta organizao sendo asseguradapela forma como o Treinador gere as suas ideias, e por arrasto, os Padres deDesempenho da Equipa que so adquiridos atravs da aquisio decomportamentos por Hbitos no Treinar que o Treinador desenvolve ao longoda construo Organizacional da mesma (Freitas, 2004), dado que se assegura

    nesta organizao, como veremos, um fortalecimento dos laos lingusticos do

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    jogar [Especfico], ou seja, Entrosamento que facilita o reconhecimento dosestmulos ambientais decorrentes no Jogo.

    Contudo, as organizaes so compostas por grupos e exigem acoordenao formal de aces [estabelecidas pelo Modelo de Jogo], quecaracterizam-se pela prossecuo de metas pressupondo a diferenciao defunes (Bilhim, 2006), apesar de que numa perspectiva que partilhamos, ogrupo [Equipa] no comea nem acaba nos Jogadores da sua Equipa. Todosos que fazem parte da estrutura profissional de Futebol constituem o G rupo(Loureno e Ilharco, 2007, p.29).

    A apreender e a diferenciar funes, de acordo com o Modelo de Jogo, oTreinador assegurar uma Estrutura Holstica 6, no qual os Jogadoresexercero suas funes em campo, facto que vai ao encontro com oEstruturalismo de Piaget (1979) onde na realidade social h um conjunto formalde relaes baseados em cdigos lingusticos que seguem uma relaohermenutica, dando sentido estrutura. Est assim, desenvolvida umaIdentidade Colectiva atravs desta divulgao de Princpios, os Jogadores soencaminhados para reagir conforme os mesmos Princpios que reflectem,

    perante os nveis de padres comportamentais da Equipa, regularidadesnecessrias para uma organizao a basear-se na ordem e desordem naturaldo Jogo (Maciel, 2008), e com base em comportamentos coesos que criem,desenvolvam e assegurem uma partilha de smbolos/cdigos (Morin, 1977;Capra, 1996) ou Princpios de Jogo que hierarquizados torna-se, ou melhor,passa a tornar-se uma linguagem comum Colectiva sob um ambiente catico(Garganta & Cunha e Silva, 2000).

    por essa razo que consideramos a expresso efectiva da Forma de jogar [expressa por esta Identidade Colectiva que partilha uma Linguagem

    6 necessrio clarificar este ponto, dada a pertinncia levantada por Marisa (2008a) sobre queo termo pode se basear num m interpretao, ao se considerar o Todo mas no considerar aparte integrante deste Todo, aspecto levantado por Morin (1990) sobre o PrincpioHologramtico que iremos ver mais a frente. fundamental referir que Marisa (2008) levantoua hiptese de seguir o termo pseudoholismo como uma soluo para resolver tal problema,mas podemos considerar o termo Holo que segundo Capra (2005) origina do grego "holos","totalidade", refere-se a uma compreenso da realidade em funo de totalidades integradas

    cujas propriedades no podem ser reduzidas a unidades menores, numa escala Hologramticaonde o todo e as suas partes so fundamentais, completas e complementares.

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    Comum] que o Treinador concebe uma Cultura de Jogo. Acreditarmos que umaEquipa ser tanto mais Equipa quanto mais for fiel sua Ideia de Jogo 7 (Amieiro, 2005, p.65).

    Contudo as organizaes apresentam processos necessrios continuao da sua prpria existncia [dimenso instituinte] e entidades maisaptas do que os outros grupos sociais para possurem objectivos desobrevivncia e de auto-perpetuao, dispondo de fronteiras claramentedefinidas [Ideia de Jogo], e delimitadas relativamente ao exterior quando h ode reconhecimento pela sociedade da sua existncia como uma entidade socialdistinta [Identidade Colectiva] dimenso instituda (Bilhim, 2006), esta

    demarcao de uma fronteira exercida pelo Modelo de Jogo.

    Esta entidade social distinta, ou Equipa, como todo o Jogo consideradoum meio sistmico (Marisa, 2008a; Tamarit, 2007; H. Silva, 2008, Machado,2008; Maciel, 2008) pelo qual conserva toda a sua complexidade sendo assimironicamente distinta, singular. O que confere esta singularidade segundoCapra (1996) a capacidade deste sistema de se auto-organizar [sustentar], seauto-reproduzir, preservando a sua integridade apesar da forte CoRelao

    (Maciel, 2008) com o contexto atravs das interaces sistmicas.Vrias cincias sociais 8 tm se interessando pelo estudo das

    organizaes, estas tm estudado as organizaes luz de diferentestradies de ensino e pesquisa, por vezes salientando aspectos especficos e,no raras vezes, debruando-se sobre o mesmo Objecto e usandometodologias tcnicas de pesquisas idnticas (Bilhim, 2006), facto que d umcarcter rgido mesma, se tratando de produtos da mesma forma, como na

    verdade no so, o Homem foi includo neste contexto sendo tratado como umser recortado sobre aspectos lineares (Pedro Sousa, 2009). A OrganizaoEstrutural, ou Sistema Tctico 9 , ou Disposio Posicional ou Estrutura

    7 Quando referirmos Ideia de Jogo falamos do Modelo do Jogo do Treinador.8 Antropologia, Cincias sociais, Psicologia Social e Psicossociologia, Economia (Bilhim, 2006,p.27).9 Sistema tctico : toda a vez que surgir sistema tctico ou sistema de jogo, este ir surgir comaspas pois segundo Guilherme Oliveira (2004a) e Gaiteiro (2006) a definio de sistema

    muito mais abrangente do que a noo de sistema como estrutura, ou dispositivo de jogo ouestrutura posicional.

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    Guilherme Oliveira (2004a, 2005), Dias (2006) e Lobo (2007) salientam aevoluo histria do Jogo de Futebol e das suas Organizaes Estruturais,

    segundo os autores o Futebol passou por diferentes estruturas e foireformulando-se, conforme se nota claramente em termos temporais, emestruturas cada vez mais flexveis e afastou-se dos tempos fervorosos darevoluo industrial, apesar disso ainda pira em nossa sociedade uma lgicapatente desta poca (Vouga, 2005). Entretanto, perante esse amolecimentovemos que na histria da Humanidade, o Desporto [Futebol] ntimo daCultura Humana (Murad, 2006). Sendo assim, nos anos 70 do sc. XX o

    Futebol deu um salto qualitativo muito grande ao conhecer a laranja mecnicaholandesa, que revelou que este Jogo no s evoluiu em termos de Estruturamas como tambm a nvel de qualidade dos jogadores e da sua manifestaoa nvel colectivo. Logo, um jogo mais plstico foi revelado como fundamentalpara o Futebol que conhecemos hoje.

    O Futebol total apresentado pela Holanda resultou da necessidade deabrir a defesa do adversrio, motivo pelo qual, a sua Equipa apresentava

    muita mobilidade, com frequentes trocas posicionais entre as trs linhas :defesa, meio-campo e ataque, causando problemas ao adversrio pela grandevariabilidade de movimentos dificultando a adaptao deste ao Jogo (PedroSousa, 2009).

    Sun Tzu (2007, p.16) referiu que administrar um exrcito grande , emprincpio, igual a administrar um pequeno sendo uma questo de organizao,o que corroborado por Carvalhal, (2002) e Maciel (2008) ao evidenciar a

    condio Fractal 10 que legtima deste Sistema complexo. Dirigir um exrcitogrande igual a dirigir uma tropa pequena, o que Sun Tzu (2007) confere poruma questo de comando rgido e imparcial. Nesta rigidez e imparcialidademanifesta-se a organizao tradicional, reflexo das cincias clssicas (Zazzo,1978; Capra, 1996; Bilhim, 2006), frutos de uma herana cartesiana (Damsio,1994, 2000a; Cunha e Silva, 1997, 1999; Resende, 2002; B. Oliveira, 2004;

    10 Fractal vem do latim fractus, frangere que significa criar fragmentos irregulares, irregular,

    quebrado ou partido (Capra, 1996; Gaiteiro, 2006).

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    Guilherme Oliveira, 2004a; Gaiteiro, 2006; Maciel, 2008) e preconizada porMax Weber 11 em ensaios ps-modernos (Soucie, 2002; Trechera, 2008).

    Weber (1947), cita que a organizao burocrtica [formal/rgida] umaforma ideal e perfeitamente racional do funcionamento organizativo (Soucie,2002, p.106) emergindo da escola clssica organizacional (Loreno & Ilharco,2007). Soucie (2002) revela que estas escolas apresentam as seguintescaractersticas: especializao e diviso do trabalho, funes sobrepostashierrquicamente, sistema pessoal de regras e regulamentos, relaesimpessoais e competncia tcnica, porm num prisma exacerbado este rigorpode manifestar uma confuso, no caso de confundirmos as ordens [funes]

    hierrquicas com as redes de relaes sistmica, uma vez que nas redes,nenhuma parte mais fundamental que as restantes Lohrey (2004; cit. por Maciel, 2008) corroborado por Morin (1977, 1980, 1990), Capra (1996), Cunhae Silva (2000). Estas correntes partiam do geral para o particular determinandoa estrutura organizativa em termos de espao, tecnologia e tarefa para sdepois encaixar o indivduo que assim vinha em ltimo lugar. Esquecia-se oudesconhecia-se que a organizao um todo complexo e como tal, que ela

    desenvolve actividades cuja essncia o funcionamento grupal e no oindividual (Loreno e Ilharco, 2007).

    Porm o Futebol dinmico da laranja mecnica demonstrou umamolecimentoda rigidez estrutural evidente durante dcadas ps-revoluoindustrial, mesmo apesar do termo mecnico. Le Moigne (1994) afirma que oformalismo surgiu tambm como um sistema simblico de regras conduzidas aefeito cujo processo de transformao de experincias que so levadas a

    conhecimento, pode reforar o carcter das manifestaes comportamentaisregulares da Equipa [Padres] de uma certa mecanicidade necessria. Omesmo autor (1997) refere que o formalismo um sistema de sinais queresulta da formalizao, sendo preponderantes em tempos precedentes arealidade actual.

    Por isso, no podemos deixar de evidenciar que estas caractersticas soimportantes, pois necessrio haver uma ordem (Frade, 2005, 2006; Marisa,

    11 Famoso intelectual alemo que considerado o pai da Sociologia.

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    fenmeno, a procura por parte das organizaes de uma determinadaconsistncia interna e; a propenso para as organizaes seguir emfenmenos de moda. Mas, lembremos, estas so algumas semelhanas e

    no totais semelhanas. Porque na lgica clssica [mecanicista] no haviaHomem Humano, havia Homem Mquina (Bilhim, 2003; Cunha e Silva, 1999,Vasconcelos, 2006a) e que no estava voltada as suas caractersticas,limitaes e ainda mais, no estavam a contar com o carcter ambiental erepresentativo do contexto e sua relao aleatria. Porm no seio social quealberga o Jogo de Futebol h uma flexibilidade substancial que basilar e estinserida no seio de uma organizao mais orgnica e que para alm disso

    despe-se de qualquer deriva burocrtica (Alegre, 2006) facto corroborado porBurns e Stalker (1961; em Bilhim, 2003, p.154)as organizaes orgnicas,pelo contrrio, so descentralizadas, informais, com canais de comunicaomais laterais do que verticais, cuja diviso de trabalho est permanentementeaberta , sendo mais ajustada ao Jogo por ser mais flexvel, as organizaesdevem ser dotadas de flexibilidade e criatividade (Pedro Sousa, 2009).

    Esta flexibilidade revela-se conforme os Jogadores criam determinados

    contextos, que de modo Intencional [i.e. com os Princpios de Jogo como panode Fundo] se concentram no jogo qualitativo, sendo um processo dinmico eque apresenta uma constante construo (Marisa, 2008b) facto que constrangido espao-temporalmente. Zazzo (1978, p.143) reala este aspectoao referir que o que existe, no a durao, so coisas que duram, isto , quese desenvolvem, que se transformam , que tem um tempo lento dedesenvolvimento em envolvimento com o Modelo de Jogo do Treinador,

    permitindo uma adopo comportamental (Mund, 2008). A organizao de uma Equipa deve apresentar uma ordem, porm

    perigosa se levada ao extremismo da rigidez, pois no seio colectivo de umaEquipa o Treinador e Jogadores devem ter Normas de base 13 [Princpios deJogo] (Garganta & Pinto, 1998) bem definidos e pr-estabelecidos, para geraruma estabilidade urgente (Resende, 2002), entretanto estes mesmos Princpios

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    Normas so estabelecidas pelo que comum, regular, porque o comportamento legitimadopor um grupo como aceitvel (Loreno e Ilharco, 2007, p.117).

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    A manifestao da informalidade no seio organizacional [que se reflecteem todo o jogar colectivo] desenvolvido pelo gestor [Treinador] inevitvel(Bilhim 2003) esta informalidade, ou como refere o mesmo autor (2003) como

    um organicizao , segundo Soucie (2002) necessria porque num seionatural ela se mostra mais adequada mais flexvel, ao contrrio da rigidez dasoutras concepes. Porm perante a abordagem sistmica que conduzimoseste ensaio revelamos que, consideramos o Jogo assim, como a OrganizaoEstrutural da Equipa num conceito determinista e estocstico, ou seja ordenadoe desordenados caractersticos do Sistema (Stacey, 1995; Cunha e Silva,1999; Carvalhal, 2002; Frade, 2005, 2006; Oliveiraet al., 2006; H.Silva, 2008;

    Marisa, 2008a; Maciel, 2008; Ramos, 2009). Sendo a estabilidade perante aperturbao contextual (Stacey, 1995) urgente (Resende, 2002) surgindo asregularidades comportamentais colectivas, referida por Tiago Sousa (2007)como o Princpio da Estabilidade, onde o Padro de Jogo se manifestasob um foco de regularidades de Princpios de Jogo.

    Este Princpio da Estabilidade assegurada ao nvel da expressoregular de comportamentos que o Treinador quer que a Equipa evidencie

    (Tiago Sousa, 2007) para que se sobreponham s intenes dos adversrios,sujeitando-os reaco e inibindo a sua aco (Gaiteiro, 2006; Tiago Sousa,2007).

    Guimares (1992, p.26) cita que a regularidade representada pelasformas fixas servem como auxiliares ou suporte da memria. Mas estamemria no est alheia inevitvel transformao, oscilando entreregularidade e transformao [Aleatoriedade], sendo fortemente potencializado

    pelo Treino Especfico 15 (B. Oliveira, 2004; Freitas 2004; Amieiro, 2005;

    15 Especfico provm de Especificidade sendo a problematizao do conceito deEspecificidade levantado por Guilherme Oliveira (1991) destaca o facto de que a Especificidadeou interaco Especifica , aparecer escrita com E maisculo de modo a diferenciar, aespecificidade de esforo que a teoria e metodologia de treino convencional desenvolveu(Marisa, 2008). Sendo relativo realidade da especificidade da modalidade e relativo Especificidade relativa ao jogar de determinada Equipa. Trata-se de um conceito nuclear, parao correcto entendimento da operacionalizao do processo (Guilherme Oliveira, 2004a; Maciel,2008) Esta Especificidade no se remete apenas a configura o estrutural e funcional dosacontecimentos, havendo necessidade de contextualizao preocupado com determinados

    comportamentos, remetendo-se ao Princpio Metodolgico da Articulao Hierarquizada(Marisa, 2008).

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    Oliveira et al., 2006; Tamarit, 2007; Marisa, 2007a, 2008a; H. Silva, 2008;Maciel 2008). Frade (2005) refere que estabilizar rplicas neste modelo debase permite o rendimento, no ficando indiferente a Soucie (2002, p.95) que

    refere que a organizao deve ser especfica para cada meio, pelo qual deve irde acordo com a necessidade 16 dos sujeitos neste envolvimento, opiniocorroborada por Tani (2005) sendo um quanto mais Especfica quanto mais secontempla a sua inteireza inquebrantvel (B. Oliveira, 2004), porm aquesto que se nos coloca : como reduzir um qualquer fenmenorepresentacional do Jogo [um qualquer jogar ] sem que isso cause danossignificativos totalidade do jogar !? (Pedro Sousa, 2009, p.25) sendo de

    difcil consecuo esta reduo exigindo um trabalho rduo de planeamentopara que numa possvel perda haja fundamentais ganhos comportamentais.

    Podemos dizer pegando na mesma coisa a inteireza implantada noJogo/jogar Irregular, pois no somos todos iguais, e Regular, poisformamos uma Equipa Regularmente. Por isso apresentamos uma ordemdentro de uma desordem que de facto representa uma imprevisibilidaderesultante de uma determinada o rdem que mascarada de aleatoriedade e

    tudo isso uma extenso infindvel [o Jogo] dentro de um espao finito(Frade, 2005). Com isso, o administrador [Treinador] deve adoptarEstruturas e modos de funcional, dizer, com o suficiente equilbrio eflexibilidade para que os participantes possam desempenhar eficazmente suastarefas e conseguir seus respectivos objectivos ao mesmo tempo quecaminham em direco ao objectivo geral [do Modelo de Jogo] da organizao(Soucie, 2002, p.115).

    Ou seja, confirmando a ideia anterior de que no precisa de sertotalmente organizada , em excesso nenhuma num equilbrio asduasmelhor para assim buscar a estabilidade comportamental sob a tempestade

    16 Soucie (2002, p.167) refere acerca das necessidades Humanas o trabalho mais do quereferncia do de Maslow (1943) e a sua pirmide das necessidades, que apesar de antigo ealgumas vezes criticado, ainda bastante aceite e usado como referncia para muitos estudosacerca do comportamento Humano e as teorias das relaes Humanas. Neste caso, o ser

    Humano guia-se por necessidades fisiolgicas ou de sobrevivncia; de segurana,socioafectivas, de auto estima e, de auto realizao.

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    performativa, de rendimento que no enjeita o gesto belo, porque sabe queo gesto eficaz belo (Bruant, s.d.; cit. por Cunha e Silva, 1999, p.59).

    Campos (2007, p.13) refere recentes linhas de pensamento que aportamo que Williams e Hodges (2005) pensam como uma nova abordagem, damesma importncia que ns damos aprendizagem pela riqueza do Jogo.Segundo os autores estas so prescritivas e devem-se em grande parte aodesenvolvimento de teorias alternativas baseadas na psicologia ecolgica e nateoria dos sistemas dinmicos. Estas perspectivas vem o sujeito como umsistema dinmico e complexo com o padro de comportamento observado aconstituir-se como o produto de constrangimentos impostos ao aprendiz . De

    acordo com esta viso, a coordenao do movimento atingida comoresultado da adaptao do sujeito aos constrangimentos que lhe so impostosdurante a prtica do Jogo (Lopes, 2007), e neste resultado o aprendiz escolheo que benfico tanto para ele como para a Equipa, suscitando antes destaescolha uma fundamental compreenso da importncia gestual no Jogo paradepois us-lo (Marisa, 2008a; Campos, 2007), endereando o gesto tcnicopara a importncia Tctica (Garganta, 2005) e no motora propriamente dita, o

    que de facto refora o sentido Tctico-Tcnico defendido nesta exposiosuportado por muitos autores.

    Por isso ao invs de se encontrar o gesto perfeito, deve-se valorizar aaproximao de um jogar perfeito, j que a eficcia diferente, repetindo-se equando o resultado bom a aprendizagem [o jogo] tornar-se fcil (Pozo, 2002),relevando-nos a necessidade da vivenciao de um determinado jogo, sepautar pela qualidade intrnseca a esse mesmo e tambm, para a necessidade

    de nesta vivenciao se promover o sucesso e a eficcia de Treino, para quedeste modo haja uma cartografia desse jogar, e tambm do Jogo de uma formageral, a verificar-se de forma mais efectiva (Maciel, 2008, p.399).

    A Eficincia na organizao do jogo circundada pelos aspectos daeficcia, e para alm de ser desenvolvida em Treino pode ser tambm tornadaum tanto mais eficiente quanto mais resultados forem atingidos, ou seja, paraalm da eficcia que se deseja, o Treino pode tornar eficiente a consecuo de

    comportamentos eficazes, porque Vtor Frade (2008) refere que o jogo bom, o

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    jogar bem, neste caso, tem que ter eficcia, mas uma eficcia de outro tipo. uma Eficcia expressa ou como consequncia da manifestao regular daEficincia do funcionamento dessa organizao e do bom jogar, por isso a

    Eficincia baseia-se na manifestao de um bom funcionamento colectivo . Aconsiderar que a eficincia um tanto mais Eficincia na medida em que osJogadores da Equipa conseguem obter resultados, ou seja, so Eficazes, anvel Tctico (Marisa, 2008a; Maciel, 2008) que inclui todas as valnciasfisiolgicas e proprioceptivas, que geram gestos mais coordenados. Amieiro(2005, p.61) revela, em termos colectivos que esta coordenao importanteporque aumenta a Eficcia Colectiva, mas com um Sentido, a tornar essa

    eficincia fundamentalmente em conseguir mais Eficcia , dentre vriasOrganizaes Estruturais, visando a uma melhor comunicabilidade dosJogadores para concluir-se em finalizao (Queiroz, 1986; Garganta & Pinto,1998).

    As organizaes em sua maior parte refazem-se, fundem-se,reorganizam-se, mudam (Bilhim, 2003, p.58) e tambm autoprocriam-se(Maciel, 2008) ou seja, ajustam-se. A necessitar de mais eficcia do que

    eficincia (Bilhim, 2003, 2006). Em geral, aceita-se que a Eficcia pode serencarada como a medida normativa do alcance dos resultados globais daorganizao, enquanto a eficincia considerada uma medida normativa dautilizao dos recursos (Redin, 1981; cit. por Bilhim, 2006, p.399). A eficciaprovm da Cultura Tctica construda pelo jogar da Equipa. Esta ltimapreocupa-se com os meios, os procedimentos e os mtodos utilizados, queprecisam de ser planeados e organizados a fim de concorrerem para a

    optimizao de recursos disponveis. Recorrendo outras palavras, a eficinciapreocupa-se em fazer as coisas de forma certa, enquanto a eficcia sepreocupa com fazer as coisas certas para satisfazer as necessidades daorganizao e as do seu meio envolvente (Bilhim, 2006) o que no Futebol,pode-se resumir pela carncia de se superar a Equipa adversria e seconseguir o golo sob um jogo eficaz.

    Castelo (1994, p.16) refere que os comportamentos dosJogadores s

    so compreensveis [i.e., inteligveis] considerando-os como indivduos que tm

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    que dar uma resposta Eficaz s vrias situaes momentneas de jogo . Contudo, concordamos com Damsio (2000a), Goleman (1999), Godinho(2000) quando referem que o crebro precisa de ser eficaz para que os

    processos seus correspondam aos desejos dos indivduos nos momentos emque ele evoca informaes aps interpretar estmulos ambientais, sendo queestas informaes registadas sejam expressas por meios verbais ou corporais,so as diferenas entre evocao e reconhecimento de informao. Sendorespectivamente um processo controlado pelo indivduo aquando necessitar delevantar alguma informao e o outro dependente do estmulo externo, cujoorganismo de forma automtica reconhea informaes e oferea retorno para

    que sejam teis no momento. Suscitando que as manifestaes daOrganizao Estrutural depreendem-se num cariz inteligvel, que comoveremos mais frente um tanto mais inteligvel quando sustentado emcomportamentos regulares num Treino Especifico que partilha uma LinguagemEspecfica da Equipa.

    Bilhim (2006) refere que atravs das organizaes que as pessoasencontram melhores solues para os problemas com que a envolvente os

    desafia, ideia corroborada por Morin (1977, 1980); Zazzo (1978); e Goleman(1999, 2006). A reforar a ideia, citam que as organizaes que actuam emenvolventes incertas e turbulentas precisam de obter um maior grau dediferenciao interna [apresentando padres comportamentais em elevadosnveis de complexidade], sendo um tanto mais diferenciada internamente,quanto mais diferenciada for a envolvente com que lida, e isso, conformedecorre Capra (1996) e Maciel (2008) poder elevar a Equipa a nveis de

    complexidade mais elevados, portanto um jogar a princpio mais qualitativo.Concordante com isso, Lorsh e Morse (1974; cit. por Bilhim, 2006) referem queassim maior dever ser o processo de integrao, cabendo por isso aoTreinador processar o Treinar como o Jogo em grandes nveis decomplexidade, tendo em conta alguns Princpios Metodolgicos quemencionaremos mais frente que aumentam o nvel de adaptao da Equipaem diferentes situaes onde os Jogadores como um organismo (Oliveira et al.,

    2006), ou como um Todo (H. Silva, 2008) realizaro conjuntamente aces

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    do seu jogar est subjacente a criar novos contextos, onde s a complexidadedo Jogo pode fornecer estmulos informacionais criando outros contextos aindamais complexos (Maciel, 2008). Mas, isto leva tempo, dado que os seres

    Humanos, reflectem a necessidade de adaptao lenta, sendo este processode suma importncia para que sejam consolidados comportamentos [i.e.tornados regulares] (Cunha e Silva, 1999; Ramos, 2009; Mund, 2009).Segundo Mund (2008) os organismos que se reproduzem rpidamentepodem se adaptar mas no h lugar para uma aclimatao comportamental,em concordncia com Massada (2001) que salienta a longa, lenta ecomplexa evoluo dos Homens.

    Um maior sucesso desta adaptao organizacional se desenvolve emautomatismos no mecnicos, sendo que neste mesmo Jogo/Contexto ser oportador de situaes-problema usadas para os Jogadores descodificarem,superarem e evolurem (Fonseca, 2001; Oliveira, & Arajo, 2005) sob ascircunstncias que surgem no Jogo.

    Mund (2008) refere que a diferena entre mudana da estrutura bsica emudana comportamental adaptativa que um processo intensamente

    activo [i.e., varivel], no qual pode haver dois prismas: o primeiro estabelece-se sobre uma Estrutura quase invarivel [rgida], ou por vezes reflectindo umpadro comportamental bastante rgido [dogmtico], espelhando aimpregnao 18 de Konrad Lorenz 19 mas; noutros casos [mais pertinentepara este ensaio] pode ser conduzida a um padro flexvel que a estruturacomportamental adaptativa que permite uma diferenciao ou modificao. Porexemplo, pode conduzir a um comportamento exploratrio, ou ao que, segundo

    o autor (Ibid., p.246)Pavlov 20 chamava de reflexo de Liberdade 21.

    18 Impregnao provm do termo inprinting termo que segundo Slvio Pereira (2008) no temtraduo. O imprinting a primeira e mais duradoura forma de aprendizagem. Graas a ela,o animal aprende a ser membro da sua espcie, enquanto estabelece relaes com os deoutra.19 Konrad Lorenz : foi um zologo, psiclogo animal e ornitlogo, Prmio Nobel de Medicina de1973 devido aos seus estudos na rea da etologia.

    20 Ivan Pavlov: foi um fisilogo russo. Foi premiado com o Nobel de Medicina de 1904, porsuas descobertas sobre os processos digestivos de animais.

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    expelir comportamentos que reflictam Princpios, Subprincpios e Subprincpiosdos Subprincpios subjacentes Filosofia de Jogo do Treinador onde osJogadores divulguem comportamentos com determinadas caractersticas

    (Frade, 2005). E segundo o mesmo autor, esta Intencionalidade o reflexo daAdaptabilidade que facilita o processo de execuo dos comportamentos.

    Esta Adaptabilidade pode ser referida tambm, como capacidade deResilincia (Cury, 2008) onde os Jogadores sero capazes de superartenses criadas pelas situaes-problema do Jogo revelando uma grandeplasticidade e de assumir novas formas e contornos comportamentais quesupera a agresso ambiental, autosustentando-se e autoprocriando-se (Capra,

    2005) numa CoRelao com este mesmo meio, atingindo patamares cada vezmais complexos, ntegros e qualitativos de jogo, onde aumenta a oportunidadepara aces mais eficazes. O serHumano tem a capacidade de se adaptar, deencontrar sentido e de apostar no crescimento pessoal face a experinciastraumticas (Trechera, 2008, p.222).

    Bilhim (2003) cita Pfeffer e Salancik (1978) que indicam que umaorganizao pode equilibrar as suas dependncias, passando por adaptar ou

    alterar os constrangimentos; alterar as interdependncias, atravs de fuses,diversificaes ou do crescimento. Contudo, a Organizao Estrutural daEquipa apresenta um certo fechamento (Castelo, 1996), cujo processo esta decorrer, em construo, em passagens pelos estados estranhos dosistema conferindo devido a este aspecto ruidoso um cariz de estabilidadedinmica, tendo ento a Equipa uma necessidade de se afastar completamenteda rigidez extrema, porque antes torcer que quebrar (Cunha e Silva, 1999,

    p.154), dado que o estaticismo num estado sistmico pode conduzir a morte domesmo sistema (Pamplona, 2003), ou das Equipas (Pinto, 1996), tudodependendo como refere Bilhim (2003, p.118) das tomadas de decises que seencontram no centro de tudo, ou seja, a base do Tempero dos envolvidosentre a rigidez e a plasticidade.

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    3.1.4. Consequncias das Tomadas [Inter]Decisionais: Quanto maisconsolidados Princpios de Jogo menos des ar ti cu la da 23 se torna aOrganizao.

    Os ricos nunca perdem a jogada, nunca fazem um erro. Espiam, e esperam os erros dosoutros e ganham (Alegre, 2006, p.95).

    Para Herbet Simon (cit. por Bilhim, 2003) as organizaes soequivalentes s tomadas de deciso que tomam, no obstante a isso, referimosque o nosso jogar baseia-se fortemente na construo de comportamentos queauxiliem a deciso dos Jogadores no Jogo. Seguindo isso, as decises podemser tomadas a visar alcanar os seus anseios, ser Eficaz, se potencializadas deforma correcta, suscitando o Treino em Especificidade (Freitas 2004; GuilhermeOliveira, 2004a; Amieiro, 2005; Oliveiraet al., 2006; Maciel, 2008) estaEficincia ser sinnimo de Eficcia e aces eficientes propriamente ditas.

    A tomada de deciso um esforo de resolver um problema (Soucie,2002, p.230). As decises naturalmente fazem acarretar uma nova cadeia deacontecimentos, as consequncias destas tomadas de decises, que porm

    23 Tendo em conta que o princpio da ar-ti-cu-la-o desenvolvida por Cunha e Silva (1999)est desenvolvida com hfenes, o que nos leva a interpretar como superfcies de ligao naqual, liga na Organizao Estrutural os diferentes sectores que so fortalecidos [i.e., de setornam ] confor me Treina-se em Especificidade com Qualidade, pois nem todos osTreinos Especficos so qualitativos havendo uma necessidade constante de se entender e dequerer criar um jogo conforme o reconhecimento de que se pode Treinar/jogar de vriasmaneiras consoante o momento. Contudo, este Especfico ao potencializar as Multi-expressespresentes no seio colectivo, cria uma ar -ti-cu-la-o mais robusta, evidenciando que mesmo em

    momentos menos visveis a Equipa continua a manifestar-se com regularidadescomportamentais (Loreno & Ilharco, 2007).

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    podem causar novos problemas que exigiro, por sua vez, outras decises(ibid.) de acordo com o nosso processo de seleco consciente das nossasintenes prvias (Revoy, 2006). Assim seguidamente, sendo tambm por isso

    um processo interdecisional, dado que depende fortemente do meio social(Soucie, 2002). Marisa (2008a) corrobora com isso salientando que todas asdecises dos Jogadores tm implicaes no contexto assim como todo ocontexto implica com futuras decises dos Jogadores, resultando dasinteraces dos Jogadores a tomada de deciso torna-se no abstracta porque tem repercusses no contexto que se inscreve ( ibid, p.23), no sereduzindo a si mesma, tendo influncia na dinmica das relaes com os

    seus colegas, adversrios e portanto, no contexto da dinmica colectiva ouseja, no Jogo.

    A deciso segundo Drucker (1990, p.135) envolve um problema seguinteque a contraposio entre oportunidade e risco. Partimos da oportunidadee no do risco . As decises sempre envolvem risco, entretanto as deciseseficazes requerem muito tempo e reflexo, por isso no so tomadasdesnecessriamente pelos mais competentes (ibid.). Face ao exposto,

    Damsio (2000a) salienta que diante ao sinal emocional do indivduo, perante aconsequncia das decises vivenciadas anteriormente dependendo do carizpositivo ou negativo [prazer ou dor], este pode ter a sua deciso impelidapodendo aproximar-se ou afastar-se desta. Facto salientado por Maciel (2008,p.416) sugerindo que atravs dos marcadores somticos o organismo marcaa imagem do Objecto [Jogo] protegendo o organismo de possveis prejuzosfuturos, auxiliando na preciso da tomada de deciso. Segundo Drucker (1990)

    uma deciso um compromisso da aco, todavia muitas delas no vo paraalm das intenes piedosas. Este autor refere que h um desenvolvimento daexecuo de uma deciso antes de a adoptar, opinio partilhada por muitosautores (Damsio, 1994, 2000a; Tani, 2005; Oliveira et. al. 2006; Frade, 2005,2006; Revoy, 2006; Endres, 2006; Marisa, 2008a; Maciel, 2008).

    Marisa (2008a, p.23) evidencia o entendimento da Teoria da DecisoInteractiva, segundo a autora, prmio Nobel de economia em 1995, ocorre

    como sendo uma evidncia que a tomada de deciso de um elemento

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    influncia na forma como os demais elementos antecipam os efeitos dessadeciso e a partir da, fazem as suas escolhas. A Aco interpretada eantecipada pelos demais elementos, condicionando assim o desenvolvimento

    futuro do sistema, ou seja, as interaces , s endo por isso, interdecisional,para alm do facto desta deciso estar condicionada por aspectos decausalidade e casualidade, gerando novas decises sobre acontecimentoscaosais 24 (Cunha e Silva, 2000), aspecto realado por Arajo & Volossovitch(2005, p.80) em forma de questes mas e se durante esse processamentode informao a situao mudar? Se houver variaes nicas na situao,como que a soluo ajudaria o Jogador? ., concluindo que l onge dos

    treinos estereotipados em jogadas preestabelecidas o Treino deve fornecerao Jogador situaes que ele resolva por si prprio os problemas decorrentesdo seu envolvimento do Jogo, fazendo um sistemtico apelo as suascapacidades decisionais, que envolve riscos, emoes e conflitos sociais(Drucker, 1990; Freitas, 2004; Zazzo, 1978; Damsio, 1994; 2000a, 2000b;2001; Greenfield, 2000; Goleman, 1999, 2006; Soucie, 2002; Pedro Sousa,2009) e est subjacente a Equifinalidade sistmica (Bilhim, 2003) como

    veremos mais frente.Sendo por isso, importante mencionar que a presso colectiva imersa

    neste jogar, uma forma de assegurar por partes dos seus agentes sociais[Jogadores] desta microsociedade a manuteno dos comportamentos levadossustentados pelo Entrosamento 25 em Treino/Jogo que faz que a Equipa ajasob mecanicismos no mecnicos onde a eleio do ritmo colectivo entendido colectivamente, ou seja, os Jogadores podem estar de tal forma

    Entrosados que agem como se fossem um organismo, um Todo, reduzindo apossibilidade de conflitos que desarticulem a Equipa e actuando longe-do-equilbrioganhando uma grande capacidade de adaptabilidade.

    Como vimos, para Damsio (2000a) estamos sempre a tomar decises,porm Drucker (1990) refere que as pessoas mais competentes concentram as

    24 Cunha e Silva (2000) revela-nos que a lgica caosal contempla o caos determinstico peloqual abarca o conflito de teorias recentes e clssicas acerca da ordem e desordem do sistema.

    25 Entrosamento com E maisculo provm do entrosamento concebido em Especificidade.

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    suas decises nas opes mais importantes, isso depender tambm da formacomo o gestor [Treinador] actua em relao ao grupo [Equipa] naOperacionalizao do Treino. Concebendo as suas aces de forma

    autocrticas, burocrticas, diplomticas, consultivas, democrticas oupermissivas segundo os estudos de Soucie (2002, p.142), que podem levar aoJogadores/Equipa a ter comportamentos mais selectivos, onde tomamfrequentemente decises de cariz mais discretos (Drucker, 1990). Contudo, importante referir que os ideais de Edward Lorenz 26 so pertinentes medidaque considerando o Jogo de Futebol como um ambiente catico, este est merc de pequenos acontecimentos que se tornaro em grandes

    acontecimentos, dado que um bater de uma borboleta pode originar um tufoem outro lugar distante meses depois (Rempe, 2008; Cunha e Silva, 1999;Gaiteiro, 2006; Ramos, 2009).

    Assim, as pequenas decises tambm podem interferir grandemente noJogo, ainda mais se considerarmos os ideais de Choppra (2003) onde asaces [decises] originam outras, e outras sequncias [consequncias] deaces pelo qual origina um determinado sincronismo 27, servindo de pano de

    fundo para a causalidade e remetendo-se a causa-efeito.Sendo que o equilbrio organizacional, baseia-se, tambm, nesta relao

    de causa e efeito, Croizer (1995, cit. por Bilhim, 2003, p. 69) e da manifestaoum padro comportamental como forma de aumentar a possibilidade depredio, sendo reforadas pelas afirmaes de Lorenz que consubstanciamesta possibilidade (Rempe, 2008; Capra, 1996) atravs de dadosprobabilsticos (Ramos, 2009). Este comportamento selectivo num mbito

    catico e aberto do Jogo de Futebol e a incrvel oportunidade de haver umapredio sobre esta malha sistmica, de infinitas possibilidades, sustentadatambm pelas ideias de Damsio (1994) no seu primoroso ensaio intitulado deO erro de Descartes . Onde a ideia dos Marcadores Somticos amparam apossibilidade levantada por Druker (1990) onde os bons decisores seleccionam

    26 Edward Lorenz: meteorologista pai da teoria do caos formulada nos anos 60.27 A palavra sincronismo ser referida imensas vezes ne