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9ª edição da #RevistaMonotipia (revista virtual que trata das artes em geral e dos quadrinhos em particular).
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Monotipia
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Menina Nanquim nº 3
Pat Duarte
Criaturasdaminhamente.blogpost.com
Menina Nanquim nº 3
Pat Duarte
Criaturasdaminhamente.blogpost.com
Um breve Blá
Serei tão breve quanto de costume.
O conteúdo desta edição, feita em
tempo recorde, indica em parte a
expansão conceitual pela qual a
Monotipia está passando e cujos
efeitos começaram a ser percebidos
nas próximas edições.
No mais, não posso deixar de dizer
que, ainda que em vão, tentei resistir
ao trocadilho no título da matéria da
página 08. estejam avisados.
Enfim, é isso.
Espero que se divirtam.
Marins de Castro,
Editor
www.monotipia.com
Blog.monotipia.com
www.facebook.com/monotipia
@monotipia
- Então Charlie Brown, o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias
ele dava carona pra uma moça.
Ele saía do carro, abria a porta pra ela,
quando ela entrava ele fechava a porta,
dava a volta pelo carro
e quando ele ia abrir a porta pra entrar,
ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas
e os dois morriam de rir. Acho que isso é amor.
[Peanuts - Charlie Schulz]
Para mim, Maria, o amor é azul e
branco. São seus dois tons, e isso
não tem nada a ver com arco-íris. A
gente pinta é do lado de dentro. É
uma coisa danada de tão travessa,
essa coisa de amor. E eu não sei,
Maria, porque a maçã do amor leva
esse nome. O amor não é sempre
doce, não. Mas pode ser vermelho,
se você quiser.
Amor é um monte de coisa, dona
moça. Você vai sentir, se já não sen-
tiu. Os joelhos frouxos, as mãos su-
ando, e todas as partezinhas batu-
cando do lado de dentro. E você vai
morrer de medo que alguém escute,
Maria. Mesmo quando tudo em você
denunciar, você ainda vai deixar cair
os olhos, fingir distração, fugir. O
amor a gente guarda é nos olhos.
Depois ele desaba para todo canto.
Sabe, ninguém nunca conseguiu
decifrar essa história. Tem tanta poe-
sia, tantos livros, tantos filmes, tanta
música, tanta falação, Maria. Não é
de hoje que as pessoas complicam a
facilidade. O amor não precisa de
nada para ser, senhorinha. Ele é.
Independe de. É indiscreto. Pousa e
voa quando bem quer. O amor é pas-
O amor, Maria?
sarinho, isso. Mas a gente não pode
nunca prender, viu? Passarinho bo-
nito é enfeitando o céu. Amor enfeita.
Ah, pequena! Quando você senta na
sala e espera o amigo chegar, assim,
com esse ventinho no sorriso, isso
também é amor. E ele chega tão bo-
nitinho, enchendo teus olhos, te
fazendo assobiar. O amor é criança,
Mariazinha. O amor é uma tarde de
sol e um algodão doce, no parque. É
roda gigante. Foliazinha. É tanto. É
tanto!
Eu já amei bonito, sim. Já morri de
amores, Maria, e você não sabe
quanto mais vida isso me trouxe. E
tem aquele moço. Não, não é amor.
Como a gente diferencia? Você só
faz pergunta difícil. Senta aqui no
meu colo, anda. O amor está dentro
de mim. E de você. E dele. Eu acho
mesmo é que ele vai saindo aos pou-
quinhos. Quando a gente vê, já
caminhou para dentro da outra pes-
soa. É um susto, Maria. O amor é um
susto! É uma surpresinha, e o em-
brulho é o coração.
Falar mais sobre o moço? Ah, esse
moço, ele faz festa em mim. Quando
eu chego, ele está sempre parad-
inho, na porta. Me enxerga feliz, com
uns olhinhos apertados, parecendo
me pedir para navegar-lhe. E eu fico
pensando, minha doce. Fico pen-
sando que me bastava ele ser um
cais, para ancorar meu barquinho.
Em época de chuva, Maria, amor é
cais, também.
Você gosta de me ouvir falar? Você é
sapeca, com essa carinha de flor. Me
mostra tuas mãozinhas, Maria. Deixa
eu escrever, aqui: AMOR. Agora es-
pia e tenta apagar. Tá vendo? Amor
é quando, mesmo tentando, a gente
não consegue apagar as letras. Não
tem borracha que sirva, sabia? Ô,
pequena, não precisa ter medo. Você
pode emendar poesia em cima,
melodiar. Uma coisa linda que
aprendi foi isso: ser formada por
amores. A gente fica maior.
Não se assuste, então, Maria,
quando um amor for embora. A ver-
dade é que ele sempre fica. Quanto
mais a gente entrega, mais a gente
tem. Essas coisas, meu bem, a gente
divide para multiplicar. Prometo a
você. E sobre aquilo de diferenciar,
não dê importância. Sinta. Chame do
que quiser. Um moço sabido já disse,
um dia: muita coisa importante falta
nome. Me dá um abraço, dá?
Maria, uma vez pensei que eu fosse
derreter num abraço. Você vai saber
como é. Não, não foi o desse moço.
Ele, ainda hoje, não coube em min-
has mãos. Tenho vontade de de-
sabotoá-lo, Maria. Cheirar os sonhos
que ele tem, nos olhos. Às vezes fico
pensando que eu podia dizer a ele
coisas muito boas, assim, baixinho.
Mas só sei me fingir de distraída. Eu
sou boba, minha Maria. O amor é
bobo.
Tá na hora de você dormir. Se eu
pudesse eu aumentava essa noite só
para que tuas asinhas alçassem voo.
Sonha, menininha. Descansa. Você
é bichinho que voa, toda purinha,
sem nem desconfiar. E é linda assim,
não terminada.
Agora, olha, Maria. Acho mesmo é que
amor, amor é acostumar.
O amor, Maria? Jaya Magalhães
Wes Samp http://www.oslevadosdabreca.com
Marco Oliveira www.overdosehomeopatica.com/
Maurício Rett www.cartunista.com.br
Otávio Tersi seisecinco.wordpress.com/
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Impressões à Bessa
nvolta em breu, talco industrial
e goma arábica, a artista plástica
Lívia Bessa abre seu portifólio
e nos mostra as litografias que
imprimiu ao longo do segundo
semestre de 2010.
Impressões à Bessa