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Monotipia 09 setembro 2011

Monotipia09

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9ª edição da #RevistaMonotipia (revista virtual que trata das artes em geral e dos quadrinhos em particular).

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Menina Nanquim nº 3

Pat Duarte

Criaturasdaminhamente.blogpost.com

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Menina Nanquim nº 3

Pat Duarte

Criaturasdaminhamente.blogpost.com

Um breve Blá

Serei tão breve quanto de costume.

O conteúdo desta edição, feita em

tempo recorde, indica em parte a

expansão conceitual pela qual a

Monotipia está passando e cujos

efeitos começaram a ser percebidos

nas próximas edições.

No mais, não posso deixar de dizer

que, ainda que em vão, tentei resistir

ao trocadilho no título da matéria da

página 08. estejam avisados.

Enfim, é isso.

Espero que se divirtam.

Marins de Castro,

Editor

www.monotipia.com

Blog.monotipia.com

www.facebook.com/monotipia

@monotipia

[email protected]

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- Então Charlie Brown, o que é amor pra você?

- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.

- Mas o que isso tem a ver com amor?

- Bom, acontece que todos os dias

ele dava carona pra uma moça.

Ele saía do carro, abria a porta pra ela,

quando ela entrava ele fechava a porta,

dava a volta pelo carro

e quando ele ia abrir a porta pra entrar,

ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas

e os dois morriam de rir. Acho que isso é amor.

[Peanuts - Charlie Schulz]

Para mim, Maria, o amor é azul e

branco. São seus dois tons, e isso

não tem nada a ver com arco-íris. A

gente pinta é do lado de dentro. É

uma coisa danada de tão travessa,

essa coisa de amor. E eu não sei,

Maria, porque a maçã do amor leva

esse nome. O amor não é sempre

doce, não. Mas pode ser vermelho,

se você quiser.

Amor é um monte de coisa, dona

moça. Você vai sentir, se já não sen-

tiu. Os joelhos frouxos, as mãos su-

ando, e todas as partezinhas batu-

cando do lado de dentro. E você vai

morrer de medo que alguém escute,

Maria. Mesmo quando tudo em você

denunciar, você ainda vai deixar cair

os olhos, fingir distração, fugir. O

amor a gente guarda é nos olhos.

Depois ele desaba para todo canto.

Sabe, ninguém nunca conseguiu

decifrar essa história. Tem tanta poe-

sia, tantos livros, tantos filmes, tanta

música, tanta falação, Maria. Não é

de hoje que as pessoas complicam a

facilidade. O amor não precisa de

nada para ser, senhorinha. Ele é.

Independe de. É indiscreto. Pousa e

voa quando bem quer. O amor é pas-

O amor, Maria?

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sarinho, isso. Mas a gente não pode

nunca prender, viu? Passarinho bo-

nito é enfeitando o céu. Amor enfeita.

Ah, pequena! Quando você senta na

sala e espera o amigo chegar, assim,

com esse ventinho no sorriso, isso

também é amor. E ele chega tão bo-

nitinho, enchendo teus olhos, te

fazendo assobiar. O amor é criança,

Mariazinha. O amor é uma tarde de

sol e um algodão doce, no parque. É

roda gigante. Foliazinha. É tanto. É

tanto!

Eu já amei bonito, sim. Já morri de

amores, Maria, e você não sabe

quanto mais vida isso me trouxe. E

tem aquele moço. Não, não é amor.

Como a gente diferencia? Você só

faz pergunta difícil. Senta aqui no

meu colo, anda. O amor está dentro

de mim. E de você. E dele. Eu acho

mesmo é que ele vai saindo aos pou-

quinhos. Quando a gente vê, já

caminhou para dentro da outra pes-

soa. É um susto, Maria. O amor é um

susto! É uma surpresinha, e o em-

brulho é o coração.

Falar mais sobre o moço? Ah, esse

moço, ele faz festa em mim. Quando

eu chego, ele está sempre parad-

inho, na porta. Me enxerga feliz, com

uns olhinhos apertados, parecendo

me pedir para navegar-lhe. E eu fico

pensando, minha doce. Fico pen-

sando que me bastava ele ser um

cais, para ancorar meu barquinho.

Em época de chuva, Maria, amor é

cais, também.

Você gosta de me ouvir falar? Você é

sapeca, com essa carinha de flor. Me

mostra tuas mãozinhas, Maria. Deixa

eu escrever, aqui: AMOR. Agora es-

pia e tenta apagar. Tá vendo? Amor

é quando, mesmo tentando, a gente

não consegue apagar as letras. Não

tem borracha que sirva, sabia? Ô,

pequena, não precisa ter medo. Você

pode emendar poesia em cima,

melodiar. Uma coisa linda que

aprendi foi isso: ser formada por

amores. A gente fica maior.

Não se assuste, então, Maria,

quando um amor for embora. A ver-

dade é que ele sempre fica. Quanto

mais a gente entrega, mais a gente

tem. Essas coisas, meu bem, a gente

divide para multiplicar. Prometo a

você. E sobre aquilo de diferenciar,

não dê importância. Sinta. Chame do

que quiser. Um moço sabido já disse,

um dia: muita coisa importante falta

nome. Me dá um abraço, dá?

Maria, uma vez pensei que eu fosse

derreter num abraço. Você vai saber

como é. Não, não foi o desse moço.

Ele, ainda hoje, não coube em min-

has mãos. Tenho vontade de de-

sabotoá-lo, Maria. Cheirar os sonhos

que ele tem, nos olhos. Às vezes fico

pensando que eu podia dizer a ele

coisas muito boas, assim, baixinho.

Mas só sei me fingir de distraída. Eu

sou boba, minha Maria. O amor é

bobo.

Tá na hora de você dormir. Se eu

pudesse eu aumentava essa noite só

para que tuas asinhas alçassem voo.

Sonha, menininha. Descansa. Você

é bichinho que voa, toda purinha,

sem nem desconfiar. E é linda assim,

não terminada.

Agora, olha, Maria. Acho mesmo é que

amor, amor é acostumar.

O amor, Maria? Jaya Magalhães

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Impressões à Bessa

nvolta em breu, talco industrial

e goma arábica, a artista plástica

Lívia Bessa abre seu portifólio

e nos mostra as litografias que

imprimiu ao longo do segundo

semestre de 2010.

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Impressões à Bessa

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