6

Click here to load reader

MovimentAÇÃO #04

Embed Size (px)

DESCRIPTION

MovimentAÇÃO - Ano I - Edição 04

Citation preview

Page 1: MovimentAÇÃO #04

1

MovimentAÇÃO Periódico do Movimento Champagnat da Família Marista

Província Marista Brasil Centro-Norte Ano I – Nº 4 – Junho/2007

Movimento em Formação

Carta aos irmãos e leigos maristas ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE

OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO CONJUNTA DE IRMÃOS E LEIGOS

Caríssimos Irmãos e Leigos de todo o mundo:

"Convictos de que o Espírito da vida nos conduz por este caminho comum, nós nos comprometemos a promover processos de formação conjunta para Irmãos e Leigos". (Escolhamos a vida, 29)

Foi em resposta a esse convite do 20º Capítulo Geral que nos reunimos em Les Avellanes de 14 a 20 de maio de 2007. Somos 42 pessoas, Irmãos e Leigos vindos dos quatro cantos do mundo. Partilhamos a riqueza de nossos idiomas e culturas em uma atmosfera fraterna. Tentamos superar nossas limitações para descobrir a verdadeira face de nossos irmãos e irmãs. Em poucos dias fomos de Babel a Pentecostes! A convivência familiar e as variadas e vibrantes celebrações nos ajudaram a nos reconhecer como irmãs e irmãos da mesma família Marista.

Um dos objetivos desse encontro foi o de partilhar os ricos e diversificados processos de formação conjunta de Leigos e Irmãos em nosso Instituto.

Um segundo e mais importante objetivo foi o de discutir os elementos vitais desses programas, visando despertar, discernir e desenvolver a vocação Marista.

Cremos firmemente que a vitalidade futura da missão Marista se funda no

compromisso de abnegados Leigos e Irmãos Maristas. Cremos que o Espírito Santo age no mundo Marista convocando-nos para vocações complementares que realizarão o sonho de Marcelino de “tornar Jesus Cristo conhecido e amado” e assim construir o Reino de Deus.

Cremos que os leigos e religiosos Maristas partilham a mesma vocação de viver em comunhão. A fidelidade a Deus e aos outros é um sinal de Sua presença entre nós. Entendemos que a vocação de Leigos e Irmãos é missionária: Um Coração! Uma Missão! Cremos que o Espírito Santo nos inspira novas formas de comunidade pelas quais podemos viver nossa fé e nosso

compromisso missionário. Nos próximos meses,

vamos aprender mais sobre essa iniciativa. Podemos tornar essa visão de formação Marista uma realidade apoiando nossos programas de formação da Província e participando deles. Rezamos juntos para que o Espírito Santo nos guie rumo ao futuro da Missão Marista.

O caminho se descortina à nossa frente e cada um de nós deve estar comprometido com ele. Desejamos partilhar esse emocionante desafio com vocês. Não conhecemos o futuro, mas o estamos criando juntos. A única coisa certa é que Jesus, Maria e Champagnat caminham conosco.

Seus irmãos e irmãs participantes ao Encontro Internacional de Les Avellanes, Espanha.

Les Avellanes – Espanha 14 a 20 maio 2007

Obs.: Nesse Encontro, como representante da Província Marista Brasil Centro-Norte, esteve presente o leigo Francisco Pereira.

Page 2: MovimentAÇÃO #04

2

Movimento em Ação

Ir. Salatiel realiza todas as visitas às Fraternidades previstas para o 1º semestre

Encerrou-se no mês de maio o primeiro ciclo de visitas do Ir. Salatiel às Fraternidades do Movimento Champagnat da Província Marista Brasil Centro-Norte: um momento importante de acompanhamento da caminhada das Fraternidades, de preparação para os Retiros e de fortalecimento do espírito a partir das palavras de perseverança e luz que o Irmão sempre carrega consigo e que partilha com os irmãos e irmãs em sua peregrinação.

Neste primeiro semestre, para que não nos esqueçamos, Ir. Salatiel nos propôs a leitura orante de Jo 12, 20-26 e a reflexão sobre o texto Queremos ver Jesus: Caminho, Verdade e Vida. Ademais, nos apresentou o Plano de Formação e o Regimento Interno do MChFM.

Com a graça de Deus, nosso Ir. Assessor retomará seu roteiro de visitas no segundo semestre deste ano. Que nessa nova jornada, os leigos da Equipe de Coordenação possam ter mais oportunidades para acompanhar o Ir. Salatiel em suas visitas, a exemplo do que ocorreu em Colatina-ES, no dia três de março, quando Renata Conde e Raphael Gobbo estiveram reunidos com a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus.

Partilha de experiência entre Irmãos e Leigos

No dia 02 de abril, reuniram-se na Casa Provincial em Brasília-DF: Ir. Claudino, Provincial; Ir. Pedro Herreros e Ir. Antônio Ramalho, Conselheiros Gerais; Ir. Pau Fornells, Diretor do Secretariado dos Leigos; Membros da Comissão de Evangelização; e a Equipe de Coordenação do Movimento Champagnat, juntamente com Ir. Salatiel.

A reunião, que significou o início da visita do Ir. Pau à Província Marista Brasil Centro-Norte, foi marcada por uma rica troca de experiências acerca das várias realidades dos leigos no mundo marista, em especial daqueles que participam do MChFM. Os Conselheiros Gerais, que encerravam sua visita, partilharam suas impressões sobre a presença e participação dos leigos em nossa Província.

A Equipe de Coordenação, nesta ocasião, teve a oportunidade de apresentar ao Instituto a nova estrutura de organização e animação do Movimento, seu Regimento Interno, o Plano de Formação, o MovimentAÇÃO, assim como as atividades que tem planejado e realizado, juntamente com o Ir. Assessor e a Secretaria do Movimento, para a caminhada dos leigos (as) das Fraternidades.

A Comissão de Evangelização colocou-se à disposição para auxiliar à Equipe nesse trabalho e lançou o desafio para que, juntos, possam pensar uma formação conjunta para irmãos e leigos.

Ir. Pau Fornells visita as Fraternidades de Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas/MG

Na noite do dia três de abril, Ir. Pau

Fornells, catalão de Girona (Espanha) e Diretor do Secretariado dos Leigos, esteve em Uberlândia, em visita a algumas fraternidades do Movimento Champagnat. As felizardas foram as Fraternidades Boa Mãe Maria e Champagnat, ambas de Uberlândia, Nossa Senhora da Abadia, de Uberaba e Nossa Senhora de Fátima, de Patos de Minas.

Bem atentos, nossos irmãos e irmãs ouviram Ir. Pau falar sobre o papel dos leigos e sua vocação, a Missão Marista, a presença do Espírito Santo em nossas vidas e a importância do amor pelas crianças. Segundo Pau, “no mundo Marista, os leigos e leigas

Page 3: MovimentAÇÃO #04

3

tomam consciência de sua vocação, que é tão importante quanto a dos Irmãos”.

A emoção tomou conta dos presentes, de modo especial, no momento da partilha e do depoimento das fraternidades. Já passava das 23h00 quando desfrutaram de um excelente lanche organizado pelas Fraternidades de Uberlândia. Certamente, muitas lembranças e aprendizados ficaram dessa feliz visita.

Com a PALAVRA nas mãos, na mente e no coração

Cristina Aragão Frat. Mater Dei, Rio de Janeiro/RJ

Com o tema “Maria no coração missionário da Igreja”, quatro fraternidades do Movimento Champagnat da Família Marista viveram mais um momento de formação em suas caminhadas...

Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Propriá (Sergipe) se uniram no mesmo objetivo: descobrir e refletir as dimensões da pessoa de Maria a partir da Bíblia, recuperando e reafirmando a sua relação estreita com Jesus Cristo, a Igreja e o ser humano à luz da fé. Perceberam a sua presença, “referência”, no contexto de cada evangelista.

Pe. André, um mestre por excelência... Com seu jeito simples de ser, foi capaz de nos “evangelizar com fatos” (palavras de uma irmã presente) atingindo a cada um em seu nível de compreensão, fazendo-nos crescer na fé e a entender nosso papel na Missão Marista voltada para os pobres e pequeninos, os prediletos de Champagnat: “Tornar Jesus Cristo conhecido e amado”.

Foram quatro dias de intensas orações, meditações, convivência e partilha em um ambiente de harmonia, responsabilidade e rara beleza natural.

A presença de Irmãos Maristas é sempre bem-vinda em nossos encontros. Lá, estiveram o Ir. Aquiles, o Ir. Jadir e o Ir. Nilton em uma rápida, mas significativa visita

de apoio. Tivemos também o Ir. Aírton que nos acompanhou durante todo o encontro com seu testemunho e alegria. Violão + Canto + Descontração = uma participação nota 10. Obrigada, Ir. Aírton!

Quero ressaltar, entretanto, o papel dos leigos neste encontro. Ir. Salatiel, é claro, deu as coordenadas, mas Renata, Raphael e todo o pessoal de Salvador com muito amor, carinho e trabalho prepararam, organizaram e distribuíram tarefas, enfim, realizaram um encontro que foi no mínimo gratificante, renovador. Parabéns, amigos!

Vocês estão mostrando que nós, leigos, do Movimento Champagnat da Família Marista já podemos caminhar com mais autonomia...

Irmandade sem fronteiras

Imbuídos de um forte espírito de família e de solidariedade, os irmãos e irmãs da Fraternidade Mater Dei do Rio de Janeiro-RJ efetuaram a doação de uma passagem aérea Rio-Salvador/Salvador-Rio à Equipe de Coordenação do MChFM, com o intuito de contribuírem para a presença e participação dos membros da Equipe no Retiro realizado em Salvador/BA nos dias 27 de abril a 1º de maio.

A Equipe de Coordenação e o Ir. Assessor do MCh, Ir. Salatiel, agradecem imensamente a generosidade da Fraternidade Mater Dei, desejosos de que sua atitude possa servir de exemplo para todas as Fraternidades de nossa Província, no sentido de se ajudarem mutuamente.

Participe do MovimentAÇÃO! Envie-nos sugestões, críticas, fotos, artigos, notícias:

[email protected]

NÃO PERCA!!! Na próxima edição do nosso MovimentAÇÃO: notícias dos Retiros realizados no Remar/MG e em Brazlândia/DF.

Page 4: MovimentAÇÃO #04

4

Retiro do MChFM em Lagoa Seca-PB Francisco Bezerra (Chico)

Frat. N. Sra. do Carmo, Recife/PE

De 27 de abril a 1º de maio, em Lagoa Seca-PB, as fraternidades de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e os jovens da COMPAZ (Comunidade da Paz de Lagoa de Roça-PB) se encontraram para o Retiro Anual do Movimento Champagnat. Momento de ri-queza e profundidade indispensável a todos.

A partir do tema Maria no coração mis-sionário da Igreja, fomos convidados a ex-perienciar a pessoa de Maria, conhecê-la mais de perto, suas aparições, títulos, etc. Apro-fundamos nossos estudos sobre aquela que tu-do faz no Instituto Marista e que nos conduz.

Partilhamos a vida juntos, momentos de descontração, de estudo, espiritualidade, si-lêncio, um Retiro para deixar-se conduzir pelo Espírito e alargar ainda mais nossos corações.

O Retiro assessorado pelo Ir. Salatiel teve como convidada a coordenadora Provincial, Layza (carinhosamente Provinciala), e como pregador um ex-aluno do Colégio Marista Nazaré, de Belém-PA, Dr. Habib, pesquisador de grande sapiência e de uma belíssima ex-pressão cativante por um amor apaixonado pela pessoa de Jesus Cristo e pela nossa Boa Mãe, que nos conduziu para uma experiência de intimidade com Deus, nos convidou e motivou a experimentar e saborear os pequenos milagres de Deus em nossas vidas.

Dr. Habib, exímio pesquisador do Santo Sudário, não só nos fez estudar e mergulhar nos seus milagres, mas nos sentimos convidados a refletir e vivenciar o que nos era proposto. Estudamos também, orientados por Ir. Salatiel, a circular do Ir. Séan Sammom: Tornar Jesus Cristo conhecido e amado.

O Retiro encerrou-se com gosto de “quero mais”. Voltamos motivados, renovados às nossas cidades e às atividades do Movimento aguardando o próximo Retiro.

Movimento na Igreja

Dia de São Marcelino Champagnat

Presbítero da Sociedade de Maria Fundador do Instituto dos Pequenos

Irmãos de Maria Irmãos Maristas das Escolas

Marcelino Champagnat nasce a 20 de maio de 1789, em Marlhes, aldeia de montanha no Centro-Leste da França. A Revolução acaba de estourar. Ele é o nono filho de uma família cristã. Sua educação é essencialmente familiar. Sua mãe e sua tia religiosa, expulsa do convento, despertam nele fé sólida e profunda devoção a Maria.

Seu pai, agricultor e comerciante, possui instrução acima da média; aberto às idéias novas, desempenha um papel político na aldeia e na região. Transmite a Marcelino a habilidade para os trabalhos manuais, o gosto pelo trabalho, o senso das responsabilidades e a abertura às idéias novas.

Quando Marcelino está com 14 anos, um padre o visita e lhe faz descobrir que Deus o chama à vocação sacerdotal. Quando Marcelino, de quase nenhuma escolaridade, vai se meter a estudar, "porque Deus o quer!", o mestre, sabedor de suas limitações, procura dissuadi-lo. Os anos difíceis do Seminário Menor de Verrières (1805-1813) são para ele uma etapa de verdadeiro crescimento humano e espiritual.

No Seminário Maior de Lião, tem por colegas João Maria Vianney, futuro cura d'Ars, e João Cláudio Colin, que será o fundador dos Padres Maristas. Junta-se a um grupo de seminaristas que projeta fundar uma Congregação que abrange padres, religiosas e uma Ordem Terceira, levando o nome de Maria - a "Sociedade de Maria" - para cristianizar a sociedade. Impressionado pelo abandono cultural e espiritual das crianças da campanha, Marcelino sente a urgência de incluir nessa Congregação Irmãos para a educação cristã da juventude: "Não posso ver uma criança sem sentir o desejo de fazer-lhe compreender quanto Jesus Cristo a amou". No dia seguinte de sua ordenação (a 22 de julho de 1816), esses neo sacerdotes vão consagrar-

Page 5: MovimentAÇÃO #04

5

se a Maria, colocando seu projeto sob sua proteção no santuário de N. Sra. de Fourvière.

Marcelino é enviado como coadjutor na paróquia de La Valla. A visita aos doentes, a catequese das crianças, o atendimento aos pobres, o acompanhamento da vida cristã das famílias, são as atividades do seu ministério. Sua pregação simples e direta, a profunda devoção a Maria e seu zelo apostólico, marcam profundamente os paroquianos. A assistência a um adolescente de 17 anos, às portas da morte e sem conhecer Deus, o perturba profundamente, impelindo-o a executar logo o seu projeto.

A dois de janeiro de 1817, apenas há seis meses de sua chegada a La Valla, Marcelino, o jovem coadjutor de 27 anos, reúne seus dois primeiros discípulos: a Congregação dos Irmãozinhos de Maria, ou Irmãos Maristas, nasce na pobreza e humildade, na total confiança em Deus, sob a proteção de Maria. Além de garantir seu ministério paroquial, forma seus Irmãos, preparando-os para a missão de mestres cristãos, de catequistas, de educadores dos jovens. Vai viver com eles.

Apaixonado pelo Reino de Deus, consciente das imensas carências da juventude e educador nato, Marcelino faz desses jovens camponeses sem cultura apóstolos generosos. Sem tardar abre escolas. As vocações vêm, e a primeira casa, apesar de aumentada pelo próprio Marcelino, torna-se logo pequena demais. As dificuldades são numerosas. O clero em geral não compreende o projeto desse jovem padre inexperiente e sem recursos. Mas, as populações rurais não cessam de pedir Irmãos para garantir a instrução cristã das crianças.

Marcelino e seus Irmãos participam na construção de sua nova casa para abrigar mais de cem pessoas e que levará o nome de "Nossa Senhora de l'Hermitage". Em 1825, livre da função de coadjutor, pode dedicar-se inteiramente à sua Congregação: à formação e acompanhamento espiritual, pedagógico e apostólico dos seus Irmãos, à visita das escolas, à fundação de novas obras.

Marcelino, homem de fé profunda, não cessa de procurar a vontade de Deus na

oração e no diálogo com as autoridades religiosas e com seus Irmãos. Bem consciente de suas limitações, conta apenas com Deus e a proteção de Maria, a "Boa Mãe", o "Recurso Habitual", a "Primeira Superiora". Sua grande humildade, seu senso profundo da presença de Deus, fazem-lhe superar, com muita paz interior, as numerosas provações. Reza amiúde o Salmo 126: "Se o Senhor não constrói a casa", convencido de que a Congregação dos Irmãos é obra de Deus, obra de Maria. "Tudo a Jesus por Maria, tudo a Maria para Jesus" é sua divisa.

"Tornar Jesus Cristo conhecido e amado" é a missão dos Irmãos. A escola é o meio privilegiado para essa missão de evangelização. Marcelino inculca a seus discípulos o respeito, o amor às crianças, a

atenção aos mais pobres, aos mais ingratos, aos mais abandonados, especialmente os órfãos. A presença prolongada entre os jovens, a simplicidade, o espírito de família, o amor ao trabalho, o agir em tudo do jeito de Maria, são os pontos essenciais de sua concepção educativa.

Em 1836, a Igreja reconhece a Sociedade de Maria e lhe confia a missão da Oceania. Marcelino pronuncia seus votos como

membro da Sociedade de Maria. Envia três Irmãos com os primeiros Padres Maristas missionários nas ilhas do Pacífico. "Todas as dioceses do mundo entram em nossos planos", escreve.

As providências concernentes à autorização legal de sua Congregação exigem dele muito tempo, energia e espírito de fé. Não cessa de repetir: "Quando temos Deus a nosso favor, quando depositamos nele nossas esperanças, nada é impossível".

A doença prevalece sobre sua robusta constituição. Esgotado pelo trabalho, morre aos 51 anos de idade, a seis de junho de 1840, deixando aos seus Irmãos esta mensagem: "Que haja entre vocês um só coração e um só espírito! Que se possa dizer dos Irmãozinhos de Maria como dos primeiros cristãos: 'Vejam como eles se amam!'".

Fonte: Página da Santa Sé na Internet http://www.vatican.va/phome_po.htm

Page 6: MovimentAÇÃO #04

6

Movimento na Sociedade

A escola que eu sonho

A escola que eu sonho não fecharia os seus portões às 7h00, porque todos os alunos chegariam antes, ávidos por aprender. E os Trabalhadores da Educação, comprometidos com o ideal de ensinar, teriam um salário digno, sem segundo, terceiro cargo, bico, aula particular, suficiente para curtir férias longe de casa, e sem preocupação com as contas de fim de mês.

Pra começar, na escola que eu sonho, eu baniria a advertência, o castigo, a suspensão. Acabaria com qualquer forma de discriminação, humilhação. Eu faria desaparecer toda e qualquer forma de exclusão, mas principalmente, eu acabaria com a reprovação, as malfadadas progressões parciais, totais, cla-e-reclassificações. Na minha escola só haveria aprovação. Nada de repetência, de êxodo, de recuperação curta, longa, média, paralela, contínua...

A escola que eu quero começaria por banir o Inglês casto da ‘grammar’, das ‘prepositions’, dos ‘relative pronouns’. Na língua de Shakespeare, os alunos cantariam em todas as aulas, ‘All you need is love’, e o ‘teacher’ contaria a eles a bonita história dos Beatles.

A escola que eu sonho não calcularia os valores infinitesimais dos senos e cossenos, mas ensinaria as quatro operações da Matemática, somando, subtraindo, dividindo ou multiplicando todos os substantivos e adjetivos capazes de construir uma verdadeira cidadania.

Na Língua Portuguesa, os alunos e alunas aprenderiam a conjugar dois verbos regulares: Amar e Sonhar, para fazer deles a esperança da Educação.

A escola que eu sonho, teria muito pouco da História das guerras, tronos, séqüitos, tratados e de todos os descobrimentos.

Saberia pouco sobre Alexandre, aquele ‘O Grande’, pouco de Hernán Cortés, e quase nada sobre aquela ‘grande noite dos 1000 anos’. Mas saberia muito e quase de cor a história de Mahatma Ghandi, Martin Luther King Jr., Me. Teresa de Calcutá, Albert Einsten e de Jesus de Nazaré.

A escola que eu sonho teria na Biologia, não a etimologia científica de cada órgão, de cada membro ou a constituição ventricular do músculo cardíaco, mas a conseqüente certeza de provar aos seus alunos que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus.

A escola que eu sonho teria na Geografia, não a balança comercial favorável do capitalismo, comunismo, do ‘superavit’, dos ‘royalties’ do mundo globalizado, mas mostraria aos jovens que o futuro de toda a humanidade estaria em suas mãos, nas mãos que abençoariam a natureza, protegeriam a água e a biodiversidade do planeta.

A escola que eu sonho não teria na Física e na Química a composição atômica da molécula do metal ou os compostos sintéticos orgânicos, mas ensinaria que o cosmo com suas estrelas, planetas e luas escondem a esperança e o sonho transcendente da humanidade.

A escola que eu sonho faria valer o princípio do ato de ensinar de Paulo Freire: “Educação é um ato de Coragem, de Esperança e de Amor”.

E nessa ‘Coragem” estaria a marginalidade de meu projeto educacional: eu proponho uma escola sem notas, inclusiva, humanista, sem preconceito e sem nenhum conceito no ensino fundamental. A escola que quero tem aulas de Ecologia, de Música, Desenho, Dança, Teatro e Artes.

A escola que eu sonho, nela valeria o princípio da ‘Esperança’ e do ‘Amor’ do grande educador. Assim, haveria regras para amar sem medidas aos alunos e esses aos professores, serviçais e secretários. A escola que sonho, caros colegas, ela não dependeria de políticos, de pactos de Educação, de PCN’s, CBC’s, mas mediaria o saber, através da justiça, do perdão, da solidariedade e do Amor.

Walmor Júlio Silva

Diretor da E. E. Cel. José Afonso de Almeida Jornal O Estado do Triângulo Ed. 1048, 06/05/07