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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ Título: A diferença do comportamento humano conforme a percepção do Movimento Literário Realismo Disciplina: Língua Portuguesa Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva Alunos: Gabriel Alves da Silva n°7 João Vitor Gomes n°11 Luan Carvalho Silva n°17 Série: 2° ano do ensino médio D Jacareí 2014

Movimento Literário Realismo -

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ

Título: A diferença do comportamento humano conforme a percepção do Movimento

Literário Realismo

Disciplina: Língua Portuguesa

Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva

Alunos: Gabriel Alves da Silva n°7

João Vitor Gomes n°11

Luan Carvalho Silva n°17

Série: 2° ano do ensino médio D

Jacareí

2014

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Sumário 1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3

2. COMPROMISSO DO REALISMO LITERÁRIO COM O COMPORTAMENTO HUMANO ... 4

2.1. Contexto histórico do Realismo na Europa e no Brasil .................................................. 4

2.2 Características do Realismo............................................................................................. 5

2.3. Movimento Literário Realismo em Portugal .................................................................... 5

2.3. Movimento Literário Realismo no Brasil.......................................................................... 7

2.4 Além do literário ................................................................................................................ 9

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................. Error! Bookmark not defined.

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1.INTRODUÇÃO

Esta pesquisa surgiu com a necessidade de conhecer o Movimento Literário

Realismo; por isso é fundamental não só a abordagem sobre os fatos históricos de

importância social-cultural, mas também expor os pontos marcantes que

influenciaram a mudança no estilo literário que teve como maior representante, no

Brasil, o carioca Machado de Assis, cronista, romancista e poeta, com clássicos

eternizados como seus livros Dom casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas e

contos como A cartomante e Noite de Almirante.

Além de iniciar o contato com esse movimento em sala e dar continuidade

nessa pesquisa, surgiu também o interesse em conhecer suas características e seu

impacto gerado na literatura com suas críticas sobre as estruturas sociais, assim,

conhecendo de maneira mais objetiva o comportamento humano pelo o olhar do

Realismo literário.

Conhecendo o Movimento Literário Realismo surgiram dúvidas, que o grupo

espera responder esses questionamentos dentro desse artigo de divulgação

científica, como, a observação do comportamento humano durante o período do

Movimento Literário, quais foram as diferenças no modo de pensar e se expressar

no período Literário realista e quais foram os principais pensadores desse

Movimento Literário, passando por grandes autores de artigos de divulgação

científica que revolucionaram modos de pensar e abordar temas, com o surgimento

da Psicanálise até grandes escritores, poetas, cronistas e romancistas, como

Machado De Assis, (autor de grandes romances pscicológicos) o maior

representante do Movimento Literário Realismo no Brasil e Eça de Queirós o grande

representante do Movimento em Portugal escritor de clássicos como O crime do

padre Amaro e A cidades e as serras.

E adquirindo um conhecimento maior sobre o assunto e obtendo respostas

satisfatórias das dúvidas surgidas durante a pesquisa, esperamos explicar e

apresentar com êxito todas as passagens desse artigo de divulgação científica,

entretendo àqueles que terão a oportunidade de nos assistir apresentar e sanar

grande parte das dúvidas daqueles que também irão estudar o assunto.

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2. COMPROMISSO DO REALISMO LITERÁRIO COM O COMPORTAMENTO

HUMANO

2.1. Contexto histórico do Realismo na Europa e no Brasil

O Movimento Literário Realismo ocorreu em um período muito importante da

nossa história, a Segunda Revolução Industrial, ou seja, vários acontecimentos

desse período influenciaram diretamente no movimento. A Segunda Revolução

Industrial se diferencia da primeira pelo aproveitamento sistemático da ciência a

serviço das indústrias. As indústrias passaram a financiar pesquisas para modernizar

a linha de produção. A ciência química, por exemplo, foi fruto desses tais

investimentos, e fez surgir os populares comprimidos contra dor de cabeça e as

indústrias farmacêuticas.

A desigualdade social foi algo que surgiu nesse período, pois as riquezas que

as indústrias produziam eram mal distribuídas entre patrões e trabalhadores, quem

possuía mais capital tinha uma maior ascensão social e as outras eram praticamente

excluídas da sociedade. Karl Marx vendo tudo isso, criou uma doutrina chamada

''Socialismo Científico'' que pregava a extinção do capitalismo e um mundo mais

igualitário.

Esse cientificismo causou grande impacto, principalmente, com a boa parte

da intelectualidade européia da época e a igreja católica, pois boa parte dessa nova

ideologia ia contra os seus princípios. A filosofia caiu em declínio, pois eles estavam

preocupados em explicar as realidades por meio de ideias abstratas. Outro elemento

que surgiu para o aprofundamento do cientificismo foi o Positivismo, criado pelo

Auguste Comte considerado por muitos o pai da sociologia moderna, ele dizia que

nos não podemos reduzir os fenômenos naturais a um principio, ou seja, Deus.

Auguste acreditava que os seres humanos estavam caminhando para uma ''marcha

natural'' isso significa que a nossa sociedade ia cada vez mais obter o conhecimento

científico.

Esse desenvolvimento não empolgou só aos intelectuais, mas também a

pequena burguesia e o cidadão comum na época, pode-se ver isso no romance do

escritor francês Gustave Flaubert. Ele cria dois personagens Bouvard e Pécuchet,

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que decidem ir para o interior para dedicar dia e noite á busca do conhecimento,

mas não conseguem nada. Eles representavam a visão realista de Flaubert, a

pequena burguesia que tinha sonhos de obter ascensão cultural.

Inspirados por essa nova ideia, os escritores da época deixaram de lado a

imaginação e optaram pela observação da realidade, na visão de Gustavo Flaubert,

o artista tem somente a função de mostrar o que é visível para todos.

2.2 Características do Realismo

O Realismo tem como função problematizar as estruturas sociais, que tinham

ainda domínio de instituições como a Igreja Católica e a aristocracia. As obras desse

Movimento procuram expor friamente as fraquezas e problemas humanos, tentando

explorar ao máximo algo que penetre na consiência do leitor; em algumas narrativas,

a tensão psicológica chega ao extremo para conseguir fazer com que o leitor

compartilhe as emoções com as personagens. Assim, o escritor se torna uma

espécie de analista da sociedade e do homem, e a partir disso, procura entender

como os mesmos funcionam. Com isso os textos literários se tornavam uma arma

para criticar e denunciar os fatos políticos e comportamentos individuais.

Diferentemente da arte romântica, que fazia críticas sociais de forma idealista,

o Realismo mostra os problemas com um olhar pessimista, o escritor não acredita

que o problema apresentado na obra possa ser solucionado, e nem que haja uma

mudança para melhor em relação aos valores burgueses, que são sempre críticados

nas obras realistas. No Realismo também foi criado a figura do anti-herói, uma

personagem comum, não é um herói idealizado como no Romantismo, o anti-herói é

só mais um personagem ordinário, com problemas reais e personalidades

dissimuladas, como as pessoas normais.

2.3. Movimento Literário Realismo em Portugal

Por volta de 1860, um grupo de escritores intelectuais começa a reorientar a

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estética das obras literárias portuguesas, esse grupo criticava o Romantismo por sua

incapacidade de compreender as mudanças políticas da sociedade e por seu

esgotamento formal. Com isso os escritores do grupo começaram a retratar a

realidade crua em suas obras, sem idealizações, procurando mostrar ao público a

sua visão crítica da formação política de sua sociedade. Condenavam a

permanência de uma economia ruralista, a dependência do país de produtos

importados, as instituições corrupstas e a falta de um projeto para ascender a Nação

portuguesa. Eram adeptos à nova ideia, de retratar a realidade do paós, defendiam

que o mundo deveria ser visto como uma máquina que produz naturalmente uma

evolução social, e que o papel da cultura é encontrar alternativas para uma nova

política mais justa para uma nova sociedade, inclusive alguns deles contrinuiram

mais tarde para a implantação da República em Portugal, em 1910.

Durante a implantação do Realismo ainda existiam artistas que defentiam as

ideias do Romantismo e do poeta Antonio Feliciano de Castilho, que seguiam os

pretextos estéticos do chamado Ultrarromantismo, com extremo subjetivismo,

morbidez, sentimentalismo exagerado e referências ao mundo medieval. Do outro

lado havia os que se opunham a essas ideias, os adeptos da nova ideia, do

Realismo, como Eça de Queirós, Teófilo Braga e o poeta realista Antero de Quental.

A poesia no período do Realismo tinha uma preocupação metafísica, para

expressar as reformas sociais, que se apegava a temas do cotidiano, tendências

que revelavam a amplitude das preocupações estéticas da época e sua escola

literária. Os poetas procuram imagens e situações que possam criar para mostrat

problemas sociais, e ao mesmo tempo criticá-los.

Um dos maiores escritores desse Movimento Literário, Eça de Queirós foi um

grande defensor das ideias realistas, para ele a literatura é um reflexo de seu tempo,

ou seja, deve se entrelaçar ao mundo que retrata, sem idealizações, tento como

base a realidade e a sociedade, ter uma visão do comportamento humano pelo olhar

da ciência, para ele, essa é a base para um texto literário. Entre suas obras, o

romance psicológico “O crime do padre Amaro” é, sem dúvidas, um dos mais

controvérsos e mais representativos das ideias realistas. O livro narra a história do

jovem padre Amaro, de uma paróquia em Leira, ele vai morar na casa da beata dona

Joeaneira, mãe da jóvem Amélia. Amaro e Amélia acabam se envolvendo, e dessa

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união proibida acontece uma gravidez. Amaro contrata uma mulher para fazer o

aborto desse seu filho, mas após complicações, Amélia padece. O choque da

narrativa acontece quando Amaro, aparentemente sem nenhum sinal de remorso

pelas mortes que causou, reaparece tratando de sua transferência para uma cidade

próxima a Lisboa.

2.4. Movimento Literário Realismo no Brasil

No século XIX, em seu último quarto, o Brasil passarra por acontecimentos

políticos e sociais que mudara a percepção da sociedade, com o fim do ímpério e

início da era republicana e à Abolição da Escravatura.

Essas mudanças políticas influenciaram mudanças também na vida da

sociedade, dentro da arte que se expressa através do que é vivido.

O Movimento Literário Realismo inicia-se como crítica à sociedade burguesa,

que omitia por meio de sua superficialidade, materialismo, seus anseios e

consternações emocionais, criando uma "máscara"envolvendo e escondendo o ser

humano de sua própria essência se transformando em um ser covarde, que

alimenta o prazer, fugindo sempre da dor, vivendo utopia da tão desejada zona de

conforto.

Desse modo que os escritores passaram a reparar nessa omissão do ser

humano, preferindo a ilusão ao invés da realidade e decidem mostrar com clareza o

reflexo do ser por ele mesmo, o que ele realmente é, não o que a sociedade

burguesa o dele o faz, rotulando e credenciando tudo. É neste período que surge a

Psicologia e Sociologia.

Dentre esses escritores, destacou-se com sua maestria e inovação Machado

de Assis, que exerceu suas obras com um olhar atento ao comportamento humano

voltado à psicologia, vindo a inaugurar o Realismo Literário no Brásil, com sua obra

de 1881 "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Com esse romance, Machado de Assis inova totalmente na forma de narrar,

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com o uso da técnica digressiva, o célebre e aplaudido livro, "Memórias Póstumas

de Brás Cubas" se eternizou como um marco da literatura, não só brasileira mas

mundial.

O romance onde o morto narra sua história quando vivo, assim existindo dois

Brás Cubas, o vivo, vazio e mesquinho, escondendo sempre sua futilidade e

amargura através do prazer. E o Brás Cubas morto que além de narrar a história, faz

obrservações frígidas e sem pudor de quando ainda era vivo, fazendo críticas aos

seus comportamentos e da sociedade burguesa que tanto idolatrava quando vivo

era. Totalmente irônico, visto que o maior dos meles já lhe atingira, a morte, portanto

não ha mais tempo a perder, pois todo tempo em vida já lhe foi gasto.

Então, oito anos se passaram, e Machado de Assis, um escrtor mais

experiente e maduro vêm com outra grata e inovadora surpresa, outro romance em

digressão, outra obra que se eternizara na literatura Realista brasileira e mundial,

"Dom Casmurro" foi de notória a evolução artística de Machado nesse Romance.

A maneira como Bentinho, Bento Santiago e Casmurro se entrelaçam

fazendo parte da mesma personagem, expondo com perfeição às fases vividas e

seus conflitos sentimentais e psicológicos, em relação a sua mãe, Escobar, Capitu e

seu filho Ezequiel mostra com perfeição a ambiguidade humana.

Um artista literário completo, com suas diversas poesias, crônicas, e

romances, dentre algumas obras as crônicas: Noite de Almirante, A cartomante e

seus romances O alienista, Memória Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borbas

entre vários cujo uma grande injustiça citar apenas alguns, de uma vasta e

aplaudida obra.

Mas independente do romance, da crônica ou poesia, entrar em contato com

as obras Machadianas é conhecer o ser humano melhor; calculista, interesseiro,

possesivo, controlador, emotivo e cheio de inseguranças, mas que ainda dentro de

todo estre reboliço existe a esperança do crescer e evoluir. Entrar em contato com

as obras de Machado De Assis é humanizar-se e cada vez mais.

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DE SOUSA. Mesquita Lívia, 2011. A alma exterior em Machado de Assis: um

olhar psicanalítico &

“A noção de alma exterior perpassa toda a obra de Machado de

Assis, indicando a importância atribuída ao olhar do outro sobre o

eu. Os temas da ascensão social, hierarquia, títulos, aparência e

status social estão relacionados a essa noção e formam um conjunto

de aspectos que reiteradamente aparecem em romances e contos

machadianos. O objetivo deste artigo é relacionar a noção de

alma exterior aos seguintes conceitos freudianos: Eu, Ideal do Eu/”

2.4 Além do literário

Com uma literatura mais realista e uma sociedade mais ciente de si, o

Realismo vem com a missão de unir arte com ciência, em outros Movimentos é algo

totalmente impossível, mas para o realismo não, compriu com grande êxito seu

objetivo.

Começou-se a estudar o homem e sua maneira de pensar, foi aí que surgiu a

psicanálise e a psicológia, com o intuito de estudar o ser humano buscando um

melhor entendimento, esse modo de pensar foi inaugurado com o pai da psicanálise

e psicologia, com o austríaco Sigmund Freud (1856-1939) que revolucionou a

meneria do que o homem entendia por mente e como ela funciona, com seu célebre

e aplaudido livro até os dias de hoje "A interpretação dos sonhos" e com suas teorias

aceitas até hoje como o processo primário, associado ao inconsciente, é aquele que

dirige ações imediatas ou reflexas, sendo associado, assim, ao prazer, ao emocional

do indivíduo e ao fenômeno de arco reflexo. Nele, a energia presente no aparelho

mental flui livremente pelas representações, do pólo do estímulo ao da resposta.

Como o processo Secundário, associado ao pré-consciente e a Teoria do

Pensamento.

Os artigos de divulgação científica acordaram a sociedade humana para

investir em conhecimentos com o objetivo pleno de conhecer o próprio ser e seus

mistérios.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos dizer que o Movimento Literário Realismo surgiu após os avanços

tecnológicos e científicos, como a Segunda Revolução Industrial, o surgimento das

ciências modernas, como a Sociologia, Biologia, Psicologia, e com isso a nova

estética se obriga a analisar o comportamento humano e criticar os problemas

sociais causados pelas diferenças da época, como os problemas causados pelo

capitalismo e pela desigualdade social.

O ser humano, retratado como um ser podre, hipócrita, dissimulado e

corrupto, representado pela nova figura de personagem criada, o anti-herói, se torna

o centro das atenções no Movimento Literário Realismo. Os autores da época,

portanto, se mostravam com forte pessimismo em relação à sociedade, como se

percebe nas obras de Eça de Queirós e Machado de Assis que se preocupavam em

criticar sempre a sociedade burguesa e o sistema capitalista, mostrando somente o

lado podre do ser humano.

Esse movimento foi, por conseguinte, a marca da mudança tanto na estética

quanto na forma de pensar, revolucionando a literatura tanto no Brasil como em

Portugal, já que nega a idealização como no Romantismo, assim, obras que eram

escritas para serem críticas, cruéis, mostram a realidade nua e crua para o publico,

levando - o à tensão psicológica, porquanto procura mostrar sempre o quanto o ser

humano é dissimulado e corrupto.

Espera – se, com essa pesquisa, não só beneficie o grupo com o

conhecimento adquirido, mas introduza o leitor ao mundo do Realismo Literário,

conhecendo um pouco sobre as principais características do movimento, e seus

principais representantes no Brasil e em Portugal, além das mudanças na forma de

escrever até a forma de pensar e ver o mundo.