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ANO 3 l l Nº 14 l l Goiânia, julho de 2008 MOBILIZAÇÃO PELA ÉTICA Lançamento estadual do movimento “O que você tem a ver com a corrupção?” lotou auditório do MP em Goiânia. Projeto, agora, vai para o interior. > 8 > ELEIÇÕES 2008 MP DE GOIÁS SUGERE MUDANÇA NA LEI PENAL PARCERIA CIDADÃ Durante reunião do CNPG, procurador-geral de Justiça de Goiás apresentou proposta de criação do crime de prostituição juvenil. > 7 Doze comarcas goianas ( na foto, crianças de Goianira) já estão aplicando, em experiências piloto, uma nova proposta de atuação do MP, que busca reforçar a cooperação com a sociedade. > 4 e 5 Votando pra valer MINISTÉRIO PÚBLICO LANÇA CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO ELEITORAL, VOLTADA PARA A POPULAÇÃO E PARA OS CANDIDATOS. OBJETIVO É ESTIMULAR VOTO CONSCIENTE E UM COMPROMETIMENTO POLÍTICO COM A COMUNIDADE. > > 3 3 Banner da campanha: respeito à cidadania Cartilha lança idéia do compromisso público

MP DE GOIÁS PARCERIA CIDADÃ SUGERE MUDANÇA NA LEI … · PARCERIA CIDADÃ Durante reunião do CNPG, procurador-geral de Justiça de Goiás apresentou proposta de criação do crime

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Page 1: MP DE GOIÁS PARCERIA CIDADÃ SUGERE MUDANÇA NA LEI … · PARCERIA CIDADÃ Durante reunião do CNPG, procurador-geral de Justiça de Goiás apresentou proposta de criação do crime

ANO 3 ll Nº 14 ll Goiânia, julho de 2008

MOBILIZAÇÃO PELA ÉTICALançamento estadual do movimento “O que vocêtem a ver com a corrupção?” lotou auditório do MPem Goiânia. Projeto, agora, vai para o interior. > 8

> ELEIÇÕES 2008

MP DE GOIÁSSUGERE MUDANÇANA LEI PENAL

PARCERIA CIDADÃ

Durante reunião doCNPG, procurador-geralde Justiça de Goiásapresentou proposta decriação do crime deprostituição juvenil. > 7

Doze comarcasgoianas (na foto,crianças deGoianira) já estãoaplicando, emexperiênciaspiloto, uma nova proposta de atuação do MP, quebusca reforçar a cooperação com a sociedade. > 4 e 5

Votando pra valer MINISTÉRIO PÚBLICO LANÇA CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO ELEITORAL, VOLTADA PARA A POPULAÇÃO E PARA OS CANDIDATOS. OBJETIVO É ESTIMULAR VOTO CONSCIENTE E UM COMPROMETIMENTO POLÍTICO COM A COMUNIDADE. >> 33

Banner da campanha:respeito à cidadania

Cartilha lança idéia docompromisso público

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Informativo oficial do Ministério Público do Estado de Goiás

Rua 23 esq. c/ Av. B, qd. A-6, lts. 15-24,Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100Telefone geral: (62) 3243-8000E-mail: [email protected]

Procurador-Geral de JustiçaEduardo Abdon Moura

Assessora de ImprensaAna Cristina ArrudaDRT-GO 894

CoordenaçãoMac Editora e Jornalismo Ltda.

EditorMírian Tomé DRT-GO 629

ReportagemFernando Dantas DRT-GO 4895

FotografiasJoão Sérgio AraújoCristiani Honório

DiagramaçãoNilton Oliveira

Fotolito e ImpressãoEllite Gráfica e Editora Ltda.

2 GOIÂNIA, JULHO DE 2008

Espaço do Cidadão“Vim até o Ministério Público buscar ajuda paraconseguir medicamentos para um parente. Esperoconseguir esse objetivo.”Marluce Peres, aposentada

“Não tenho o que reclamar do atendimento prestadopelo MP. Precisava de orientação sobrereconhecimento de paternidade e consegui isso, pormeio da promotoria de justiça”.Anaclécia Sousa, assistente administrativa

“Por orientação de uma amiga, estou vindo aoMinistério Público pela primeira vez. Buscoorientações sobre como devo proceder parareconhecimento de paternidade. Espero ser bematendida e conseguir resolver o meu problema.”Elza Duarte, auxiliar de serviços gerais

EXPEDIENTE

!! Fique Atento !!

Como denunciar abusos contra crianças e adolescentesCerca de 4 mil denúncias de abusos ou maus-tratos prati-

cados contra crianças e adolescentes em Goiás foram registradasem 2007, revelam dados do Centro de Apoio Operacional (CAO)da Infância e Juventude do Ministério Público de Goiás. Em umterço desses casos foram abertos procedimentos para apurar asdenúncias. Um exemplo da prática de violência doméstica contracriança é o caso da empresária Sílvia Calabresi Lima, condenadaa 14 anos de prisão por ter mantido por dois anos a menina Lucé-lia Rodrigues, de 12 anos, em cativeiro dentro do apartamento de-la, em um bairro nobre de Goiânia. A empresária foi presa em fla-grante, acusada de tortura e cárcere privado. As autoridades com-petentes só chegaram até a garotaapós a denúncia de um vizinho deSilvia Calabresi, que desconfiou doocorrido quando Lucélia apareceucom hematomas no corpo, numadas poucas vezes em que desceuaté a área social do prédio.

Agressão física, lesão corpo-ral e maus-tratos estão entre osprincipais crimes praticados contracrianças e adolescentes. “A maioriadas denúncias está relacionada amaus-tratos praticados pelos pró-prios pais ou familiares, em decor-rência da nossa cultura de educar castigando”, observa o promo-tor de justiça e coordenador do CAO da Infância e Juventude,Everaldo Sebastião de Sousa. Outro tipo de violência que ocorrecom freqüência, reforça o promotor, é a violência sexual, comoestupro e atentado violento ao pudor. “Também é praticado prin-cipalmente no ambiente familiar. Isso se deve muito à falta de es-trutura da família, o que possibilita o contato da criança com es-tranhos, como, por exemplo, o namorado ou companheiro damãe, vizinhos. Os pais saem para trabalhar e deixam as criançassozinhas. Isso facilita o acesso de pessoas estranhas”, acrescenta.

Para apurar as práticas de abusos e maus-tratos contra

menores, existem em Goiás instituições como o Ministério Públi-co, a Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adoles-cente, e, principalmente, os Conselhos Tutelares. A meta prio-ritária do CAO da Infância e Juventude para 2008 é, exata-mente, a estruturação dos Conselhos Tutelares e dos ConselhosMunicipais dos Direitos da Criança e Adolescente para melho-rar a atuação nessa área em todo o Estado.

Todas estas instituições estão aptas a receber denúnciase apurar, de acordo com a atuação de cada uma, a práticade crimes contra crianças e adolescentes. De acordo comEveraldo, as denúncias podem ser feitas anonimamente, por

telefone, pessoalmente ou por e-mail,mas os denunciantes precisam especi-ficar detalhes sobre os abusos para fa-cilitar o trabalho de apuração por par-te das entidades competentes. “Ocor-rem muitas denúncias de caráter vago.Então, quando é feito o deslocamentoda equipe para averiguação, não seconsegue confirmar o crime. É precisoque a pessoa especifique os detalhes,como a freqüência com que ocorre oabuso ou violência, quem ele entendeque pratica os maus-tratos, horárioaproximado, onde o fato acontece - se

é no interior de uma casa, na rua, na escola. Quanto maisdetalhes forem oferecidos, mais fácil será apurar”, pondera.

Com a denúncia detalhada, uma equipe é deslocada para aaveriguação prévia. Constatada qualquer irregularidade, o próxi-mo passo é a abertura de um procedimento visando esclarecer oscrimes ocorridos e punir os responsáveis, informa o promotor dejustiça. Ele alerta que é importante que todas as pessoas fiquematentas ao que ocorre próximo a elas, seja na casa ao lado ou nocondomínio. Mesmo havendo dúvidas, o melhor é denunciar asuspeita a um órgão responsável, para que ele verifique a veraci-dade do fato.

F a l e c o n o s c o

Telefone Geral:3243-8000

Disque-Denúncia de Nepotismo3243-8888 ou 3243-8777

Centros de Apoio Operacionais (CAOs):n CAO de Defesa do Cidadão

3243-8077

n CAO de Defesa do Consumidor3243-8038

n CAO do Meio Ambiente3243-8026

n CAO do Patrimônio Público3243-8056

n CAO da Infância e Juventude3243-8029

n CAO Controle Externo da Atividade Policial3243-8042

n CAO Criminal3243-8050

n CAO Cível3243-8077

Coordenadoria das Promotorias da Capital3243-8192Escola Superior do Ministério Público3243-8068Assessoria de Comunicação Social3243-8499

COMO DENUNCIAR>n Centro de Apoio Operacional

da Infância e Juventude: (62) 3243-8029

n Central da Polícia: 197

n Delegação de Proteção à Criança e ao Adolescente: (62) 3259-1144

n Disque-Denúncia nacional - 100

O foco das atenções do Ministério Público de Goiás nos últimos anos temsido exigir e apoiar o desenvolvimento e a execução de efetivas políti-cas públicas, que realmente atendam às demandas da sociedade, espe-

cialmente na implementação dos direitos e garantias constitucionais, por meio dadefesa do patrimônio público, do meio ambiente, da infância e juventude, doconsumidor, do cidadão, na segurança pública e repressão à criminalidade.

Mais do que exercer o papel de fiscal da ordem jurídica, o MP pretende garantir opleno regime democrático. Para tanto, busca estimular a discussão com a sociedade,visando ao surgimento de uma parceria coletiva em que a população participe efetiva-mente da construção de seus direitos e interesses sociais indisponíveis, de forma a al-cançar a melhoria de suas próprias condições de vida.

Foi neste sentido que a instituição concebeu e tem conduzido a campanha VotarPra Valer, tema da reportagem principal desta edição. O objetivo do projeto éconscientizar o cidadão sobre a sua responsabilidade em mudar o cenário político bra-sileiro, passando inclusive pela mudança do per-fil dos candidatos e eleitores. Por isso, a campan-ha foi arquitetada como um diálogo com essesdois protagonistas. Em relação a quem vota, oobjetivo é o de assegurar um voto de qualidade,fundamentado na escolha por propostas políticasem favor da coletividade. Para o candidato, o re-cado é no sentido de incentivar a construção deuma plataforma eleitoral alicerçada na soluçãodos problemas da comunidade.

Dentro da mesma perspectiva de mudançade valores, o jornal aborda o lançamento emGoiás do movimento “O que você tem a ver coma corrupção?”. A campanha de âmbito nacional é uma iniciativa de caráter educativoque investe e aposta no despertar de uma nova mentalidade ética no País e naconscientização da noção de que o que cada cidadão faz em sua vida, privada ou pú-blica, tem reflexos nos índices de corrupção de toda a nação.

Em outro texto que destaca a importância da democracia participativa, a insti-tuição apresenta uma de suas propostas mais inovadoras e de grande potencialtransformador: o programa Parceria Cidadã, com as experiências piloto regionali-zadas, e o seu projeto experimental na área do meio ambiente, o Ser Natureza. Es-truturado nas teorias sistêmicas, o programa é uma ini-ciativa que reforça aindamais a parceria e a integração entre o Ministério Público e a sociedade.

Esta edição traz ainda uma entrevista com o diretor-geral do MP sobre os benefí-cios conquistados com a inovação administrativa da instituição e uma matéria queorienta sobre os instrumentos legais existentes para denúncia de abusos contra crian-ças e adolescentes.

Mudandovalores

Editorial

“Mais do queexercer o papel

de fiscal daordem jurídica, o MP pretende

garantir o pleno regimedemocrático.”

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GOIÂNIA, JULHO DE 20083ELEIÇÕES 2008>

Campanha busca voto dequalidade e compromissopúblico de candidatosC onscientizar o eleitor sobre

o valor do voto, proteger amáquina administrativa da

má gestão e de seu uso irregular emcampanhas políticas partidárias eincentivar o candidato a assumircompromissos de respeito à cidada-nia e em benefício da coletividade.Estes são os objetivos principais dacampanha Votar pra Valer, projetoconcebido pelo Centro de ApoioOperacional (CAO) do PatrimônioPúblico do Ministério Público deGoiás e lançado no dia 26 de maio.O evento de lançamento teve a par-ticipação do procurador-geral deJustiça, Eduardo Abdon Moura, dacoordenadora do CAO do Patrimô-nio Público, Marlene Nunes FreitasBueno, e de parceiros da campanha,como o presidente do Tribunal deContas dos Municípios (TCM),

Walter Rodrigues, e o procuradorregional eleitoral, Cláudio Drewes.A campanha, que visa às eleições deoutubro deste ano, será realizadacom base em um plano de ação eservirá de modelo para que o proje-to seja estendido a outros Estadosbrasileiros.

Segundo explica MarleneNunes, a campanha é fruto de umapreocupação dos promotores de jus-tiça em relação à freqüência de irre-gularidades e problemas decorrentesde má gestão do patrimônio públicoque ocorrem nos municípios nesteperíodo de final de mandatos políti-cos. “Esses problemas estão ligados,em boa parte, ao comportamento doadministrador de empregar recursosmateriais e humanos em campanhaspolítico-partidárias”, observa. Estaavaliação, ressalta a promotora, de-

riva de situações emblemáticasocorridas em Goiás, com inúmeroscasos de suspensão do pagamentodo funcionalismo, interrupção deserviços essenciais à comunidade eausência de recursos públicos nocaixa das prefeituras, sempre emano eleitoral, com os desvios ocor-rendo para que os recursos fossemaplicados em campanhas.

AÇÕESO plano de ação do projeto Vo-

tar pra Valer foi dividido em duasvertentes distintas. A primeira, des-tinada a proteger a máquina admi-nistrativa, é constituída pelas medi-das de fiscalização preventiva dedespesas públicas que tendem a au-mentar em ano eleitoral. Está etapajá está em fase de execução, adiantaa coordenadora do CAO do Patri-

Coordenadora do CAO do Patrimônio Público apresenta a campanha e as ações previstas

mônio Público, com o envio aospromotores nas 119 comarcas doEstado do material de orientaçãonecessário para que eles possamavaliar, de forma sistemática e pormeio da instauração de inquéritoscivis públicos, as contas públicasdas gestões municipais. Para a reali-zação desse controle, o MP terá oapoio do TCM, que disponibilizaráos dados sistematizados e atualiza-dos sobre as contas dos municípiosgoianos para os promotores. O ter-mo de cooperação entre o MP e oTCM foi firmado na data do lança-mento da campanha.

Entre as principais despesas quecrescem em ano eleitoral estão osgastos com telefone, locação deveículos, combustíveis e publicida-de. “Essas despesas, então, serãoacompanhadas de forma criteriosapelos promotores de justiça, com oauxílio do CAO do Patrimônio Pú-blico, que tem uma equipe própriapara esse controle”, detalha Marle-ne. Além dessas medidas, o MPpretende acompanhar bimestral-mente o relatório resumido de exe-cução orçamentária, conforme pre-vê a Lei de Execução Fiscal. Estedocumento vai permitir que se veri-fique se o prefeito e presidentes deCâmaras de Vereadores estão res-peitando a Lei de ResponsabilidadeFiscal (LRF), que busca o equilí-brio entre as despesas e a receita.“Dessa forma, vamos aumentarnossa oportunidade de fiscalizaçãoneste ano para evitar desgoverno,

desmando e problemas de desviode recursos dos tesouros públicos”,afirma Marlene.

A segunda vertente da campa-nha terá caráter educativo, comconfecção de material informativo,destinado principalmente à orienta-ção do eleitor e também do candida-to. Composto por cartilhas, bannerse cartazes, este material será distri-buído no início de agosto a cadamunicípio, de forma proporcional àpopulação e ao número de eleitores.Marlene informa que o conteúdodas peças - texto e ilustrações - énão só informativo, mas, principal-mente, de conscientização, buscan-do levar o eleitor a refletir sobre aforça e a eficácia do voto como ins-trumento para mudar a realidadepolítico-administrativa nos municí-pios. Para a confecção do material,o MP está buscando parcerias comórgãos como o Tribunal RegionalEleitoral (TRE) e o Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE).

Visando possibilitar que a popu-lação participe de forma mais efeti-va da campanha, com denúncias deirregularidades, o MP estuda a im-plantação de um canal exclusivo deacesso, seja via telefone ou por ser-vidor especializado, serviço esteque também deverá ser lançado noinício de agosto. “Dessa forma, oeleitor poderá fiscalizar e auxiliar ospromotores nas medidas de comba-te aos crimes e atos de improbidadepraticados em períodos de eleição”,revela Marlene.

OLHO VIVO>Saiba mais sobre o uso eleitoral da máquina administrativa:

O artigo 73 da Lei Eleitoral (Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997) estabelece ser proibida aosagentes públicos uma série de ações que caracterizam o uso da máquina administrativa e que sãocomuns no período eleitoral, principalmente quando utilizadas em troca de votos. Confira algumasdestas condutas:

n Mandar máquinas da prefeitura fazer aterros, poços, represas ou outras melhorias em terrenos privados;

n Ordenar a iluminação de propriedades particulares ou de ruas em que moram eleitores;n Distribuir remédios e tíquetes de leite;n Fornecer transporte em ambulância, assegurar internações hospitalares

e intervenções cirúrgicas em hospitais públicos;n Autorizar construções irregulares; n Devolver sem ônus materiais apreendidos

por supostas infrações;n Usar gráficas do serviço público

para imprimir material de promoção de candidatos;

n Empregar cabos eleitorais em cargos públicos para funções imprecisas de assessoria;

n Uso nas campanhas eleitoraisde funcionários públicos,além de estrutura física deórgãos públicos, comotelefone, veículos, impressos,combustível.

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4 GOIÂNIA, JULHO DE 2008

> ATUAÇÃO INSTITUCIONAL

Parceria Cidadã quer reforçarintegração entre sociedade e MPAprimorar e intensificar o diá-

logo e a integração entre Mi-nistério Público e sociedade,

em busca de uma maior efetividadedas ações institucionais. Essa é a pro-posta central do programa ParceriaCidadã, cuja diretriz foi lançada peloMP goiano em março deste ano eque, desde então, vem sendoconstruída e reformulada pela insti-tuição a partir dos projetos piloto, in-cluindo o específico para a área am-biental, o Ser Natureza (leia reporta-gem na página 5).

A idéia do programa está funda-mentada na reestruturação da coope-ração, da aliança entre MP e a comu-nidade a partir de uma visão sistêmi-ca. Isso envolve a criação, nas comar-cas, de núcleos de articulação sistê-micos, formados por representantesde organizações governamentais,não-governamentais (ONGs), lide-ranças comunitárias e das Promoto-rias de Justiça.

O projeto do Parceria Cidadã -que depois se tornou um programa -foi concebido por técnicos em assis-tência social e profissionais da áreade Psicologia do Ministério Público.Para sua implantação, tem contadoainda com a colaboração da procura-dora de justiça Maria da ConceiçãoRodrigues dos Santos e da promotorade justiça Rúbian Coutinho - articula-doras sistêmicas -, além da área decomunicação social da instituição,servidores das comarcas e equipes deinformática, responsáveis pelo apoiorelativo à utilização dos recursos tec-nológicos nas apresentações do pro-jeto e na realização de oficinas e pa-lestras de orientação.

Estruturado em quatro ciclos in-ter-relacionados, o Parceria Cidadãbusca promover a criação dos cha-mados núcleos de articulação locais,que irão compor a rede social deapoio ao MP nas comarcas. Estesgrupos serão integrados por repre-sentantes da comunidade que te-nham o perfil adequado à execuçãodos objetivos do projeto, como altograu de confiança, capacidade de li-derança, comunicabilidade, iniciati-

va, habilidade para lidar com confli-tos, além de disposição para traba-lhar em equipe.

Atividades como o mapeamentoda rede intersetorial de serviços nomunicípio (saúde, educação, assis-tência social, ONGs); a elaboração deum plano de execução em cada co-marca, de acordo com o Plano Geralde Atuação do MP e o planejamentoestratégico institucional; a articulaçãoe mobilização dos setores relaciona-dos com as ações propostas no plano;o fornecimento aos promotores desubsídios para fundamentar a execu-ção das ações, e o monitoramento eavaliação dessas medidas, em balan-ços, no mínimo, semestrais, são atri-buições dos núcleos de articulação.

Até o momento, o programa estásendo realizado, como experiênciapiloto regionalizada, na cidade deGoiás, em Itapirapuã, Fazenda Novae Araçu. Nestes locais, o MP está rea-lizando encontros para definir possí-veis parceiros, que irão formar a redeque vai atuar em cada comarca parti-cipante, discutir formatos criativos deapresentação do projeto, além de de-bater sua implementação. Os promo-tores de cada comarca têm total liber-

dade para estabelecer seus critériosde escolha dos parceiros, explica a as-sistente social Gelva Maristane Mar-tins Costa. Os principais problemasde cada município também estão sen-do levantados nos encontros, a partirde áreas como meio ambiente, saúde,segurança, entre outros.

Segundo observa a promotora dejustiça Rúbian Coutinho, a expectati-va para este ano é a implementaçãode novos projetos que adotarão a me-todologia do programa e o surgimen-to de novos instrumentos para elabo-

ração do PGA 2009, baseados noParceria Cidadã - e que possam sub-stituir o modelo tradicional utilizadoatualmente, que é o da audiência pú-blica. Conforme ela, os servidores dainstituição também podem colaborar,participando das oficinas de forma-ção para melhor entender a metodo-logia sistêmica, tornando-se, assim,multiplicadores do processo. “Todaparticipação é válida, principalmentepela apresentação de idéias inovado-ras para que o programa seja implan-tado com maior efetividade”, avalia.

Comunidade de Itapirapuã conhece objetivos do programa Parceria Cidadã

Promotora Meire Cristini: Araçu tem um dos projetos piloto

Cooperaçãoque deu certono Sudoeste

Um exemplo positivo e efetivoem Goiás de parceria entre Ministé-rio Público e sociedade - e que repre-senta bem a inspiração do programaParceria Cidadã - ocorre em Cha-padão do Céu, município na RegiãoSudoeste de Goiás. Na cidade, a fis-calização da prestação de contas e olevantamento dos gastos do poderpúblico são ações realizadas de for-ma contínua e sistemática pelo Mo-vimento Popular pela Transparêncianas Contas Públicas Municipais. Omovimento integra a ConstelaçãoAssociação Cultural (CAC), institui-ção criada em 1998 e que trabalhacom a mesma linha de atuação doParceria Cidadã, buscando reforçar aintegração e a cooperação entre a so-ciedade e o Ministério Público.

Resultado do trabalho realizadopela entidade foi a descoberta, pormeio dessa fiscalização, de desviosde verbas na Câmara Municipal deChapadão do Céu. Segundo a presi-dente da CAC, Lucimeire Camargo,o movimento recebeu denúncias dapopulação sobre as irregularidadesna Câmara e, com isso, resolveuapurar os fatos. “Ficou constatado,por meio de documentação, o desviode recursos nas contas do Legislati-vo”, esclarece. Ela destaca que,nestes casos, todas as irregulari-dades apuradas pelo movimento fo-ram encaminhadas ao MinistérioPúblico para averiguação e adoçãodas medidas cabíveis. “Foi um tra-balho de parceria entre a população,que efetuou a denúncia, o movimen-to, que buscou verificar os fatos, e oMP, que recebeu o relatório sobre odesvio de verbas. Este foi um exem-plo de atuação em conjunto, que de-ve existir em todos os municípiosbrasileiros”, ressalta.

As ações de improbidade visan-do à responsabilização dos agentespolíticos de Chapadão do Céu fo-ram propostas pela promotora KeilaMartins Ferreira Garcia, de Jataí,comarca à qual o município estávinculado. O ex-presidente do Le-gislativo local, José Wilson Arcân-gelo, chegou a ser preso em razãodo extravio de bens - ficou dois diasna prisão. Os processos que buscamo ressarcimento dos cofres públicosainda estão em andamento.

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VIANÓPOLIS

Discussão conjunta de problemas ambientais

CALDAS NOVAS

Promotora Rúbian Corrêa incentiva participação

SILVÂNIA

Núcleos escolhidos a partir de audiências

MINEIROS

Procuradora Maria da Conceição: apoio

RUBIATABAPromotora Janaína Claudino: adesão integral

ISRAELÂNDIA

Auditório lotado: envolvimento da população

GOIANIRA

Dança dos Pares para formação de grupos

IPORÁ

Membros de núcleo recebem orientações

BELA VISTA

GOIÂNIA, JULHO DE 20085PROJETO SER NATUREZA>

Comunidade participa de dinâmica

Uma aliança pelomeio ambienteUm dos projetos em andamento do Ministério Público formulado com base na meto-

dologia do programa Parceria Cidadã é o Ser Natureza, voltado para a área do meioambiente. A proposta de implantação do pensamento sistêmico na discussão das

questões ambientais foi articulada a partir da necessidade de dar cumprimento à meta do Pla-no Geral de Atuação (PGA) do MPpara 2008 na área de defesa do meio ambiente. Aintençãofoi a de ampliar o debate dos problemas para os mais diversos segmentos da sociedade de for-ma a encontrar as soluções da forma mais participativa possível.

O Ser Natureza vem sendo desenvolvido desde abril em nove comarcas. A iniciativa doCentro de Apoio Operacional (CAO) do Meio Ambiente conta com o apoio e auxílio da pro-curadora de Justiça Maria da Conceição Rodrigues dos Santos e da equipe do Parceria Ci-dadã, programa do qual faz parte (leia reportagem na página 4). Conforme prevê a metodolo-gia, baseada na teoria sistêmica, ele é estruturado a partir da criação dos núcleos de articula-ção. Ateoria sistêmica defende que a sociedade e os representantes de entidades e instituiçõessão responsáveis, em conjunto, por avaliar seus problemas, carências, necessidades e poten-cialidades, questões que devem ser levantadas em audiências públicas.

Após a integração das sugestões são formados os núcleos de articulação, que deverãobuscar soluções e propostas de mudanças visando responder de forma efetiva às demandasapuradas. “Buscamos mostrar à população que ela pode trabalhar soluções para os problemasambientais criados pela própria comunidade”, destaca a coordenadora do CAO do Meio Am-biente, Miryam Belle Moraes da Silva.

Segundo informa, não há restrição ao número de participantes dos núcleos de articulação.“Todos os interessados podem colaborar na busca pelas soluções em relação às interferênciasnegativas no meio ambiente”, acrescenta. Aescolha dos municípios que integram o projeto, in-forma Miryam, foi feita a partir da adesão voluntária dos promotores de justiça. “Neste primei-ro momento, vamos trabalhar junto aos nove municípios, mas a tendência é que outros promo-tores nos procurem para a implantação do projeto em seus municípios”, avalia.

Por ter sido criado em função do PGA, o Ser Natureza busca, em princípio, discutir e apre-sentar propostas de solução para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos - me-ta do CAO do Meio Ambiente para 2008. Mas outros assuntos relativos ao meio ambientetambém vêm sendo discutidos e até priorizados, como coleta seletiva, arborização, áreas degra-dadas no perímetro urbano, educação ambiental, instalação de lixeiras nas ruas, entre outros.

ETAPASA primeira etapa do projeto foi concluída com a realização das audiências públicas, em

abril e maio, nos municípios de Rubiataba, Bela Vista de Goiás, Goianira, Iporá, Israelândia,Mineiros, Silvânia, Vianópolis e Caldas Novas. Os encontros tiveram a intenção de apresen-tar a metodologia do projeto à comunidade local e levantar informações sobre os principaisproblemas ambientais de cada município.

Em junho, foram realizadas as oficinas com os núcleos de articulação, no qual são re-passados, de forma lúdica e intuitiva, os princípios que norteiam o projeto. A avaliação dasdemandas de cada localidade, realização de oficinas e cursos e planejamento de açõescompõem outra etapa do projeto. Em agosto, os articuladores locais participarão de umacapacitação em Goiânia com a equipe de Belo Horizonte (MG) que dá consultoria ao pro-grama Parceria Cidadã.

No final de maio, os promotores que aderiram ao Ser Natureza participaram de uma ofi-cina, que buscou identificar o atual cenário das comarcas e compreender a organização de ca-da comunidade para o desenvolvimento de ações conjuntas. Por meio de exercícios práticos,os promotores tiveram a oportunidade de enumerar e conhecer os problemas de cada locali-dade, além de discutir possibilidades de ações conjuntas, como políticas, econômicas e so-ciais, para o desenvolvimento de propostas. “Com estes projetos pilotos, poderemos fazer umcomparativo com as cidades onde o programa não é realizado para avaliar o impacto dasações na defesa do meio ambiente”, revela Miryam.

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6 GOIÂNIA, JULHO DE 2008

ENTREVISTA ~FERNANDO VIGGIANO>Melhorias na gestão institucional racionalizam gastos

O que motivou esses projetos decontrole de gastos?

Apreocupação com a modernizaçãodo atendimento à população e ao servi-dor da instituição. A intenção é evitargastos desnecessários e, juntamente comessa economia, conseguir estruturarmelhor as promotorias e superintendên-cias, para levar um serviço de melhorqualidade à comunidade. É uma gestãoparticipativa, em que buscamos benefí-cios em termos de economia, principal-mente com a previsão de economia ver-de, com soluções que evitam a agressãoao meio ambiente.

Todos os projetos têm por objeti-vo gerar economia ao MP?

A motivação não é só financeira,mas também de melhorar o aproveita-mento do trabalho também. Um exem-plo é o Programa de DescentralizaçãoFinanceira (PDF), que conta com ummanual eletrônico. Por esta medida, feitajá em algumas comarcas, o promotor dejustiça não precisa recorrer toda hora àadministração superior para pagar pe-quenas despesas, consideradas tambémurgentes e emergenciais. Se, eventual-mente, há um defeito no encanamentona promotoria ou se é preciso consertarum carro, o promotor tem a liberdade deresolver a questão. Mas ele precisa pres-tar contas dessas ações a cada trêsmeses. Com isso, há uma economia dedinheiro e tempo, pois o promotor nãoprecisa efetuar ligações à administraçãotoda vez que ocorre um problema.

Já é possível mensurar resultadoscom esses projetos?

Sim. Realizamos neste ano o leilãode bens usados e inutilizáveis. Arrecada-

mos quase R$ 30 mil. Foram levados àpraça veículos acidentados e carcaças,com perda total. Houve também o leilãode móveis e de cartuchos de impressoraque não são mais usados. Arrecadamoscerca de R$ 8 mil com os cartuchos.Agora, com o projeto de leilões, todos osequipamentos gastos e que não têm maisserventia serão retirados do patrimônio edevidamente alienados. Isso será umaação freqüente. O dinheiro arrecadado éinvestido no Fundo de Modernização e,com isso, dá para adquirir mais equipa-mentos para o MP. O projeto que pro-move a redução nos gastos com energiaelétrica é outro exemplo. Aexpectativa éque tenhamos uma redução, somenteneste ano, de R$ 120 mil, por meio dobanco de capacitadores. Trata-se de umequipamento que armazena energia,principalmente nos horários de pico, econtribui na redução do consumo diretoda Celg.

Em alguns projetos foi precisoefetuar cortes ou reduzir despesas?

Fizemos um estudo e avaliamos

que poderíamos reduzir gastos compublicações, periódicos e revistas. Sóem 2007, economizamos R$ 250 milcom as publicações no Diário Oficial.São atos e documentos do procurador-geral, convênios assinados e outros,que antes eram feitos em um formatomaior, com fontes e espaçamentos am-plos. Verificamos que era possível re-duzir o tamanho a um limite ideal. Paraeste ano, a previsão é de uma econo-mia de R$ 350 mil. Fizemos também olevantamento de periódicos e revistas.Antes, os jornais eram assinados paradiversas áreas e promotorias, agora sódeixamos duas assinaturas. Para os ou-tros, o gasto não se justificava.Conversamos com os coordenadoresde promotorias e todos entenderam amedida, percebendo que o valor eco-nomizado poderia ser aplicado emmelhoria para a própria comarca.

Que projeto trará benefícios àsatividades diárias do MP?

Podemos citar a aquisição de bens. Acompra de computadores e multifuncio-nais para cada promotoria facilitará odia-a-dia do promotor e do servidor. Éuma forma de economizar, pois os com-putadores que estavam ficando velhostinham alto custo de manutenção. Vamosretomá-los exatamente para leiloar. Ocontrole de material e estoque é outramedida que reduz gastos e facilita o tra-

balho. Antes, todo pedido de compra demóveis era feito por ofício, ou então, di-retamente pelo promotor. Isso causavauma demorava na aquisição. Fizemosuma ligação para cada promotoria do Es-tado, pedimos o levantamento do que erapreciso comprar. Aprevisão de gasto quetínhamos era de um determinado valor;com a soma dos pedidos conseguimosreduzir em 50% o total da compra dosmóveis. A licitação agora esta em anda-mento, com a previsão de entrega dosmóveis para agosto. Além disso, teremosum estoque para pronto atendimento.Em caso de estrago de armário, porexemplo, teremos outro para repasse.

Estes projetos refletem tambémem benefícios diretos ao servidor?

Com certeza. Desde março, os ser-vidores contam com auxílios-alimen-tação, transporte e creche. A lei foi san-cionada em janeiro, concretizando umpleito antigo dos servidores. Estas no-vas ações também permitem o controleinformatizado dos pedidos de férias. Épossível saber quais promotores estãode férias, quais ainda vão sair e quemficará no lugar deles. Toda essa melho-ria na dinâmica de trabalho e os benefí-cios aos servidores são reflexos domelhor aproveitamento dos recursos eda conscientização de todos para a uti-lização correta dos materiais de traba-lho, sem desperdício.

NA PONTA DO LÁPIS>Confira outros projetos implementados pela Diretoria-Geral do MP:

n Controle do gasto com combustíveis - Cada comarca terá um limite de gasto mensal com combustível e ocontrole será feito de forma eletrônica, por meio de emissão de notas. Além disso, uma empresa foi contratada, pormeio de licitação, e será obrigada a ter um posto credenciado nos municípios onde existem promotorias para que oabastecimento seja efetuado neste local.

n Controle do patrimônio - Foi realizado o cadastramento de 18 mil itens que constavam no patrimônio do MP, pormeio de um trabalho conjunto das Superintendências de Administração e Informática. Com isso, foi possível verificar oestado dos bens e onde cada um está alocado. Um laudo técnico foi emitido no exato momento do cadastramento eintegra um banco de dados da instituição.

n Contratação de estagiários - O MP realizou licitação para contratar empresa que ficará responsável pelaseleção de estagiários de áreas como jornalismo, publicidade, biblioteconomia, administração, informática,psicologia, serviço social, entre outros.

n Exoneração de servidores - A comissão processante encarregada dos processos de exoneração de servidores efetivos foireformulada e, com o apoio administrativo, aplicará as penalidades para aqueles que cometerem atos irregulares. Omesmo critério será aplicado à falta ou conduta do servidor em estágio probatório, que poderá ser exonerado.

nGestão de digitalização de arquivos - Busca criar um ato interno que oriente os servidores sobre o que deve serarquivado, o que pode ser descartado e como deve ser feito o arquivo. Medida visa reduzir a quantidade de armários epapéis e melhorar os espaços nas promotorias e comarcas.

n Atualização do cadastro de membros e servidores do MP - Criação de banco de dados com e-mailsprofissionais e pessoais dos servidores ativos e inativos. Projeto busca melhorar a comunicação e divulgação dasações do MP a este público.

A A Diretoria-Geral do Ministério Público de Goiás, por meioda Superintendência de Administração da instituição,iniciou, em março de 2007, a implantação de projetos que

visam à aplicação mais adequada dos recursos destinados a diversossetores do MP, o que resultou em significativa economia para ainstituição. Iniciativas como o leilão de bens usados e inutilizáveis, quearrecadou mais de R$ 30 mil, já estão em andamento e outrasmedidas estão em estudo. Nesta entrevista, o diretor-geral do MP,Fernando Viggiano, detalha essas medidas. Confira.

População de Caldas Novasrecebe orientações sobrecuidados com a natureza

Em busca de informar e promover aconscientização ambiental de toda a po-pulação dos municípios que compõema comarca de Caldas Novas, o Ministé-rio Público de Goiás está implementan-do e realizando ações voltadas à educa-ção ambiental na região. Entre os dias 2e 6 de junho, a 1ª Promotoria de Justiçade Caldas Novas, em parceria com aAgência Ambiental, promoveu um cir-cuito de palestras educativas nas escolasdas redes pública e privada dos municí-pios de Rio Quente, Marzagão e tam-bém na própria Caldas Novas. O even-to, em comemoração à semana domeio ambiente, trabalhou o conceito depreservação ambiental, por meio dematerial lúdico, junto às crianças e osadolescentes. A idéia foi a de torná-losagentes multiplicadores da conscientiza-ção para toda a sociedade.

Também em junho, entre os dias 5 e6, foi realizado no Centro de Conven-ções da Pousada do Ipê, em Caldas No-vas, o 1º Encontro Goiano do Meio Am-biente - Magistratura e Ministério Públi-co, que buscou levar os integrantes dasduas categorias a discussões amplassobre o assunto, principalmente identifi-cando o papel de cada um na preserva-ção ambiental.

VINHETASDentro desse amplo projeto de

consciência ambiental, o MP em Caldas,por meio do promotor Delson Leone Jú-nior, titular da 1ª Promotoria de Justiça,também idealizou e lançou a campanhaO Ministério Público em Defesa do MeioAmbiente, uma ação inovadora e criati-va de conscientização. São 21 vinhetasde áudio para rádio com temas ambien-tais distintos, escolhidos em função dademanda diária para assuntos ambien-tais na região. Produzidas com o apoioda Assessoria de Comunicação Socialdo MP e lançadas em 2007, as vinhetassão executadas todos os dias em emisso-ras de rádio AM e FM, numa ação vo-luntária dos veículos de comunicação,sem ônus ao MP. A veiculação tambémfoi ampliada, com a devida adaptaçãodo material, para a emissora de TV emCaldas Novas e para jornais impressoslocais, por meio de artes e textos que ex-ploram o conteúdo das vinhetas.

Segundo Delson Leone Júnior, aacolhida da população e imprensa àcampanha foi imediata. Resultado disso,explica, foi a conscientização da socie-dade e a redução de reclamações sobreassuntos pertinentes ao meio ambienteendereçadas ao Ministério Público. "Apopulação compreendeu que o MP estáatento, cumprindo sua função, levandoconhecimento em relação à educaçãoambiental a todas as classes sociais, eservindo de aliado à luta diária para apreservação do meio ambiente", refor-ça. Ele acrescenta que todo o materialfoi produzido a partir das legislações fe-deral e estadual ambiental em vigor, doCódigo de Posturas do Município deCaldas Novas, recomendações do MP,entre outros.

Page 7: MP DE GOIÁS PARCERIA CIDADÃ SUGERE MUDANÇA NA LEI … · PARCERIA CIDADÃ Durante reunião do CNPG, procurador-geral de Justiça de Goiás apresentou proposta de criação do crime

GOIÂNIA, JULHO DE 20087GIRO MP>

MP APRESENTA A CPI DA PEDOFILIA PROPOSTA PARACRIAÇÃO DO CRIME DE PROSTITUIÇÃO JUVENIL O procurador-geral de Justiça de Goiás, Eduardo Abdon Moura, apresentou aossenadores Magno Malta e Demóstenes Torres (DEM-GO), da CPI da Pedofilia (foto),uma proposta de alteração legislativa para criação do crime de prostituição juvenil. Asugestão foi entregue aos parlamentares durante a reunião do Conselho Nacionaldos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG),realizada em Goiânia nos dias 29 e 30 de maio. A proposta foi elaborada peloCentro de Apoio Operacional (CAO) Criminal em conjunto com o CAO da Infânciae Juventude e busca caracterizar como crime as práticas sexuais com adolescentesmaiores de 14 anos e menores de 18, mediante pagamento ou promessa dedinheiro. O senador Demóstenes Torres, relator da CPI, disse que vai apresentar aproposta como projeto de lei para inclusão do tipo penal como artigo 217-A, doCódigo Penal. O CNPG adotou a alteração na lei como sugestão da entidade. Oencontro serviu também para que os senadores da CPI sugerissem ao Conselho umtrabalho em parceria, tanto na investigação dos crimes, por meio de repasse dedados estatísticos, como na repressão a essas condutas.

A venda de bebidas alcoólicas nosestádios de futebol de Goiás durantea realização dos jogos doCampeonato Goiano está proibidadesde o dia 1º de julho. O acordovedando a comercialização foiassinado entre o Ministério Públicode Goiás, governo do Estado(Procuradoria-Geral do Estado),Federação Goiana de Futebol (FGF),Polícia Militar (PM), Corpo deBombeiros e Município de Goiânia, por meio das Secretarias Municipais deFiscalização Urbana (Sefur) e de Desenvolvimento Econômico (Sedem). O termo deajustamento de conduta (TAC) no Estado segue as diretrizes do protocolo de intençõesfirmado nacionalmente pela CBF com o MP brasileiro para restringir ao máximo avenda de bebidas nos estádios, durante o Campeonato Brasileiro, com o intuito decoibir a violência. Com esse acordo em Goiás, já são quatro os Estados brasileirosque proíbem a venda de bebidas nos estádios. Em São Paulo e Rio Grande do Sul,houve a edição de uma lei proibindo a comercialização. Em Minas Gerais, aproibição foi estabelecida também mediante a assinatura de um TAC.

ACORDO PRETENDE MELHORAR CONDIÇÕES DESEGURANÇA EM ESTÁDIOS NO CAMPEONATO GOIANO

POPULAÇÃO DE CAÇU JÁ CONTA COM SEDE PRÓPRIAPARA PROMOTORIAA Promotoria de Caçu, município noSudoeste goiano com cerca de 10 milhabitantes, conta desde o dia 27 dejunho, com sua sede própria. Ainauguração foi realizada emsolenidade festiva, comandada pelaprocuradora-geral de Justiçasubstituta, Ana Cristina RibeiroPeternella França, e pela promotorada comarca, Sílvia Maria Apostólico Alves Reis. Do evento, participaram ainda o prefeitode Caçu, Gilmar José Freitas Guimarães - que participou do descerramento da fita (foto)-, o presidente da Associação Goiana do Ministério Público (AGMP), Lauro MachadoNogueira, o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, RobertsonAlves de Mesquita, o promotor de justiça de São Simão, Rafael Machado de Oliveira,servidores da promotoria, entre outros. Com 199,29 metros quadrados de áreaconstruída, num terreno de 1.456 m2, a nova sede do Ministério Público em Caçu foiedificada em terreno doado pela prefeitura em 2003. A obra teve início em julho de2007 e seu projeto contempla a possibilidade de instalação de mais uma promotoria dejustiça. O prédio conta com dois gabinetes para promotor, secretaria, recepção, sala dereuniões, sala de oficiais, copa, varanda, garagem e área de serviço. Pelo convêniofirmado com o município, a prefeitura cedeu a mão-de-obra para a construção,enquanto ao MP coube elaborar o projeto e custear o material.

MAIS UM MUNICÍPIO PROÍBE QUEIMA DA CANA-DE-AÇÚCARPilar de Goiás é o 13º município goiano a

proibir a queima da cana-de-açúcar, seguindoorientação do Ministério Público. No início doano, o prefeito sancionou uma lei vedando ouso de queimadas como recurso para limpar osolo, preparo do plantio e colheita da cana-de-açúcar. A coordenadora do Centro de ApoioOperacional do Meio Ambiente, Miryam Bel-le Moraes da Silva, orientou os promotores dosmunicípios goianos onde houve a expansão docultivo para que atuem no sentido de conter oavanço sem controle das plantações bem como

das técnicas danosas ao meio ambiente.Em Pilar, foi decisiva para o sucesso da

iniciativa a atuação do promotor ViníciusMarçal Vieira. Ele destaca o fato de que a leino município, além de proibir o uso de fogo,impõe multa de R$ 50 mil por hectare queima-do aos infratores. Além de Pilar de Goiás, insti-tuíram lei para regulamentar o cultivo da canaos seguintes municípios: Rio Verde, Santa Ritado Araguaia, Ceres, Uruana, Rio Quente, No-va Glória, Rianápolis, Marzagão, Portelândia,Chapadão do Céu, Mineiros e Santa Isabel.

CONVÊNIO GARANTE ESTRUTURA PARA COMBATER ALICIAMENTO DE MULHERES EM GOIÁS

O Ministério Público de Goiás e o Minis-tério da Justiça formalizaram no dia 27 de ju-nho, em Brasília, a cooperação institucionalque vai viabilizar a reativação no Estado doNúcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pes-soas. O convênio estabelecendo a parceria foifirmado entre o procurador-geral de Justiça deGoiás, Eduardo Abdon Moura, e o secretárionacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.

Aassinatura do documento também teve aparticipação do vice-governador de Goiás,Ademir Menezes, tendo em vista que o Esta-

do também assina o convênio, como interve-niente - o governo estadual também daráapoio ao núcleo. O convênio prevê o repasseanual de R$ 100 mil para o funcionamento donúcleo. A parceria foi consolidada como umadas ações do Programa Nacional de Seguran-ça Pública com Cidadania (Pronasci). Alémdeste convênio, o MP de Goiás assinou, tam-bém no dia 27, outra parceria com a SecretariaNacional de Justiça, que possibilitará à insti-tuição receber um Laboratório de Tecnologiacontra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD).

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Qual a responsabilidade de cadacidadão na construção de um Paísmais ético e justo? Qual a relação dasatitudes rotineiras, cotidianas de cadaum com a corrupção que tanto assus-ta o Brasil? Responder a essasquestões foi o desafio lançado peloMinistério Público de Goiás à popu-lação do Estado no lançamento ofi-cial do movimento “O que você tem aver com a corrupção?”. No evento,realizado em 16 de junho, no edifício-sede do MP, um auditório lotado este-ve atento à mensagem trazida pelainstituição: a conduta de cada pessoaem seu dia-a-dia tem sim uma relaçãodireta e profunda com o comporta-mento ético geral de todo o País. Porisso, para combater a corrupção emudar os rumos da nação, é precisoprimeiro enfrentar a tolerância sutilcom que se aceita atitudes considera-das como “pequenos deslizes”: furarfilas, desrespeitar sinais de trânsito,usar atestados falsos para justificarfaltas ao trabalho.

Um dos pontos altos do evento, apeça teatral Diga Não à Corrupção,apresentada por alunos do ensinomédio do Colégio Dinâmico, sob adireção da professora Mônica Serpa,destacou comportamentos padrõesde duas famílias brasileiras: uma queenriquece às custas da esperteza e daexploração alheia; a outra, de baixarenda, que tem na ética o valor cen-tral de suas atitudes. Ao final, numexercício de fé na mudança, os au-tores colocam os corruptos atrás dasgrades e sinalizam com um novo fu-turo, um novo País para quem nuncase deixou corromper.

A apresentação teatral encerrou asolenidade informal promovida peloMP, na qual, ao longo de quase duashoras, a instituição buscou colocar al-gumas questões para reflexão, sejanos discursos - como o do procura-dor-geral de Justiça, Eduardo AbdonMoura, o do presidente da Associa-ção Goiana do MP, Lauro MachadoNogueira, e do reitor da UniversidadeCatólica de Goiás, Wolmir Amado -ou em textos lidos por artistas comoMaria Eugênia, Anderson Richards(vocalista da banda Mr. Gyn), a duplaNilton Pinto e Tom Carvalho e o jo-gador Túlio Maravilha.

A abordagem educativa do temada corrupção é um dos diferenciais

desse movimento de conscientizaçãoética, lançado nacionalmente pelo MPbrasileiro em 16 de março e que estásendo disseminado pelo País desdeentão. As ações e atividades que serãorealizadas para o movimento no Esta-do estão sendo concluídas e preten-dem estimular também denúncias decasos de corrupção. Estão previstas,inicialmente, além da apresentação dapeça de teatro, a realização de pales-tras, cursos, shows, passeatas, promo-ção de concursos, confecção de mate-rial informativo, propagandas ememissoras de TV e rádio, entre outros.

RESGATAR VALORESTendo como público-alvo crian-

ças e adolescentes, a campanha querincentivar a nova geração - sem desis-tir da atual - a praticar valores como ahonestidade, a ética e a transparênciaem suas atitudes e a não mais tolerarações corruptas. O projeto visa aindacontribuir na prevenção da ocorrênciade atos ilícitos e, por conseqüência, naredução dos processos extrajudiciais ejudiciais de improbidade administrati-

va e por crimes eleitorais.A coordenação do projeto em to-

do o Estado está a cargo do promotorde justiça Umberto Machado de Oli-veira, com apoio do procurador-geralde Justiça e do presidente da Associa-ção Goiana do Ministério Público(AGMP). Segundo explica Umberto,o lançamento oficial do movimentofoi antecedido por uma ampla mobili-zação do MP em busca de parceriasvisando garantir a execução do proje-to em todo o Estado.

Entre as instituições e entidades,públicas e privadas, que confirmaramadesão e apoio à campanha estão aAssembléia Legislativa, Tribunal deJustiça do Estado, Procuradoria Re-gional do Trabalho, Secretaria Esta-dual de Educação, Tribunal Regionaldo Trabalho, Tribunais de Contas doEstado e dos Municípios, Procurado-ria da República, Universidades Fede-ral e Católica de Goiás, OrganizaçãoJaime Câmara (OJC), Associação Co-mercial e Industrial de Goiás (Acieg),CDL e Ordem dos Advogados doBrasil - Seção de Goiás (OAB-GO).

8 GOIÃNIA, JULHO DE 2008

> O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?

MUDANDO COMPORTAMENTOS>n A campanha “O que você tem a ver com acorrupção?” foi idealizada em 2005, nomunicípio de Chapecó, em Santa Catarina, eacabou vencedora do Prêmio Innovare, doMinistério da Justiça, que premia práticasinovadoras do Poder Judiciário, do MinistérioPúblico e da Defensoria Pública que estejamcontribuindo para a modernização dos serviços decada área. O projeto foi lançado nacionalmentenuma iniciativa do Ministério Público brasileiro, pormeio da Associação Nacional dos Membros doMinistério Público (Conamp), em parceria com oConselho Nacional dos Procuradores-Gerais do MPdos Estados e da União (CNPG). A campanha tem

como apoiadores oficiais a Companhia Vale do RioDoce, Instituto Rui Barbosa, Instituto Innovare,Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB),Comab e Rede Globo.

SAIBA MAIS

nNo site www.oquevocetemavercomacorrupcao.com,é possível obter mais informações sobre a

campanha, locais onde está sendo realizada, histórico,agenda, artigos, links dos parceiros, entre outros. Pelosite também é possível saber como colaborar e efetuardenúncias dos atos de corrupção. Em Goiás, asdenúncias podem ser feitas ao Ministério Público, pormeio do site www.mp.go.gov.br.

Um movimento em favor da consciência ética

Alunos do Colégio Dinâmico: peça teatral chamou a atenção

Público veste a camiseta com o símbolo do movimento

Conheça como nasceu o movimento contra a corrupção e os seus aliados:

Parcerias viabilizamexecução do projeto

Um dos primeiros parceiros aaderir ao movimento foi a Assem-bléia Legislativa, que assinou, em 20de maio, o termo de cooperação como MP para contribuir na realização doprojeto em Goiás. O Legislativo esta-dual será parceiro na produção domaterial informativo da campanha,como cartilhas, camisetas, folders, aserem distribuídos nos municípios.“As ações não serão apenas momen-tâneas. Posso dizer que tudo isso nãoé mais uma campanha e, sim, um mo-vimento ininterrupto, que será reali-zado por diversos anos para conscien-tizar a população sobre o problema dacorrupção”, observa o coordenadorUmberto Machado.

Com a Secretaria Estadual deEducação, o MP fechou parceria paraa realização de um curso de capacita-ção de professores, de forma a quepossam atuar como multiplicadoresnas escolas. De acordo com UmbertoMachado, o curso terá como foco aconscientização dos professores da re-de pública estadual. “É importanteque os educadores possam entender aforma de abordar a temática da cor-rupção com caráter educativo, em salade aula, para que transmitam concei-tos inerentes à educação e à ética aosestudantes”, detalha.

Com o lançamento estadual domovimento, a coordenação trabalhaagora com a municipalização do pro-jeto. A idéia é realizar eventos nas co-marcas, com apoio dos promotores,

para disseminar a idéia da campanhapor todo o Estado.

SITUAÇÃO CRÍTICAO Brasil ocupa a 72ª posição no

ranking anual sobre corrupção elabo-rado pela organização não-governa-mental (ONG) Transparência Interna-cional, ficando atrás de países comoCuba (61º) e Colômbia (68º). O últi-mo levantamento foi divulgado em2007 e revela que o País figura entreos mais corruptos em todo o mundo.Este dados, segundo Umberto Ma-chado, são preocupantes e mostramque é necessária a participação efetivada população no combate aos desvioséticos. “Houve, sim, um avanço noque diz respeito à preocupação da po-pulação com os graves desvios deconduta praticados no Brasil, mas oassunto ainda é tratado com letargia.A pessoa se escandaliza, se indignacom os atos de corrupção, mas não re-flete nem toma providência”, reclama.

O promotor reforça ainda que asociedade precisa entender que a res-ponsabilidade de reduzir a corrupçãoé de cada um, que essa luta passa pe-las ações de cada indivíduo. “A pes-soa tem de ter a capacidade de saberque a sua própria conduta pode contri-buir para a formação da consciênciacoletiva. É o primeiro passo para amudança de comportamento e, assim,em médio prazo, até para uma melhorcobrança da sociedade em relação aosescândalos”, avalia.