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Registo de várias ações do movimento MSTS

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  • FIGURA 02 Foto MSTS 03/09/2003

    Fonte: Jornal A TARDE 03/09/2003

    Depois da ocupao do prdio da antiga Rede Ferroviria Federal Leste

    Brasileiro, na Praa da Inglaterra, no Comrcio, onde se instalaram

    precariamente 150 famlias, A Tarde (03/09/2003) anunciou a

    pretenso do MSTS em ocupar seis prdios pblicos, os quais no

    foram divulgados pela coordenao do movimento sob a alegao da

    necessidade do sigilo para a proteo dos integrantes do MSTS. Dentre

    os problemas enfrentados, o jornal relata a falta de gua potvel para o

    consumo, alimentos e medicamentos inclusive para combater um surto

    de tuberculose que acometia dez pessoas.

    Ainda naquele dia, ou seja, um dia aps a entrada do processo de

    solicitao da liminar de Interdito Proibitrio, o Poder Judicirio

    demonstrou sua agilidade, quando o ento juiz da 6 Vara dos Feitos

  • Cveis emitiu advertncia ao Ru (MSTS e seus coordenadores) e deu-

    lhes o prazo de 15 dias para manifestao sob pena de revelia. Ou seja,

    caso o Ru no comparecesse, a liminar j estaria julgada em favor do

    Autor, no caso, Banco Econmico.

    O Doutor Jos Marques Pedreira, Juiz de Direito da Sexta Vara Cvel, da Comarca de Salvador, Capital do Estado da Bahia, na forma da lei etc. ... Manda ao Oficial de Justia deste juzo, ao qual for o presente distribudo, que a vista do mesmo expedido dos autos da: AO DE INTERDITO PROIBITORIO PROCESSO N. 14003014934-2 PROPOSTA POR BANCO ECONMICO S.A EM LIQUIDAO EXTRA JUDICIAL. CONTRA MOVIMENTO DOS SEM TETO DE SALVADOR MSTS, PEDRO CARDOSO, ILDEMARIO PROENA E JHONES BASTOS Proceda a intimao da parte r, na pessoa dos seus representantes, Pedro Cardoso, Ildemrio Proena e Jhones Bastos, encontrados na antiga sede da companhia ferroviria Viao Leste Brasileira, Rua Miguel Calmon, Comrcio, nesta capital, para que se abstenha de ameaar a invaso do bem, objeto da ao com turbao ou esbulho. Em seguida CITE-Se a parte r, na pessoa de seus representantes, para contestar a ao, no prazo de 15 dias, sob pena de revelia. (Processo ver anexos)

    A partir do dia 10/09/2003 a Secretaria Municipal de Habitao iniciou

    procedimento de cadastramento de pessoas para que fossem includas

    num plano emergencial de moradia, na tentativa de captar recursos da

    Caixa Econmica Federal na reunio agendada entre as esferas

    municipal, estadual e federal e o MSTS.

    A nossa expectativa que possamos incluir essas pessoas num projeto emergencial que o governo federal est preparando para a construo de casas populares nas regies metropolitanas do pas. (declarao de Fernando Medrado A TARDE, 11/09/2003)

  • Na mesma reportagem pde-se observar um dos pblicos que

    compunham o MSTS: pessoas oriundas de cidades do interior da Bahia

    que vieram para Salvador com expectativa de emprego. Com suas

    expectativas frustradas, muitas engrossaram as fileiras de sem teto da

    cidade, com grande esperana, como o caso da senhora Ivonilda que

    vinda de Feira de Santana, com quatro filhos, tentou conseguir algum

    emprego em Salvador, mas, at aquele momento, nada tinha

    conseguido. Mesmo assim exps sua crena na vitria por uma

    moradia: Se Deus quiser vou conseguir, pois a esperana a ltima

    que morre. E a luta continua (A TARDE, 11/09/2003).

    No dia 14/09/2003, 100 famlias ligadas ao MSTS ocuparam um

    terreno atrs das casas construdas pelo Programa Ribeira Azul, no

    bairro do Lobato. De acordo com A Tarde (15/09/2003), foi a primeira

    ocupao do movimento na regio do subrbio ferrovirio. Segundo a

    reportagem, nas obras do Metr j existiam 200 barracos, na Estrada

    Velha 250, alm de outras 100 famlias que estavam planejadas para se

    instalar naquela semana. De acordo com Pedro Cardoso, esse ritmo se

    dava por que: O problema que essas pessoas ou moram de favor,

    debaixo dos viadutos, ou no podem pagar aluguel. (in A TARDE,

    15/09/2003. p.4)

  • FIGURA 03 Foto MSTS 17/09/2003

    Fonte: Jornal Tribuna da Bahia 17/09/2003

    Em matria da Tribuna da Bahia, de 17/09/2003, naquele momento

    eram seis terrenos ocupados. Nos bairros de Periperi, Lobato, BR-324,

    Estrada Velha do Aeroporto, Piraj e Pau da Lima j existiam 960

    famlias cadastradas, crescendo a uma mdia de 80 famlias

    cadastradas por dia.

  • Tendo por base o relatrio sobre a trajetria histrica do MSTS,

    elaborado pelo prprio movimento, ainda em setembro ocorreu a

    participao na Caminhada da Primavera, que teve como principal

    organizador a CESE, Coordenadoria Ecumnica de Servios.

    Setembro/2003 - Ocupao do edifcio Lord; negociao com o ministro das Cidades na construo de 720 casas; participao na Caminhada da Primavera, organizada pela CESE. (Documento sobre a Trajetria do MSTS ver anexos)

    FIGURA 04 Foto MSTS 02/10/2003

    Fonte: Jornal A TARDE 02/10/2003

    A partir da matria de A Tarde do dia 02 de outubro de 2003, o dficit

    habitacional no Brasil era de 84% para pessoas de faixa de renda entre

  • zero e trs salrios mnimos, ou o equivalente a 6,6 milhes de pessoas

    no Brasil.

    Ainda naquela reportagem, em negociao com a CONDER e o ento

    Secretrio Nacional de Habitao, ficou acordado o recurso de 600 mil

    reais para a construo de 100 casas. As casas seriam distribudas

    para famlias das ocupaes do Lobato (15), Metr (35) e Edifcio Lorde

    (50).

    De acordo com A Tarde de 21/10/2003, com a reintegrao de posse da

    ocupao do prdio da antiga Ferrovia Leste Brasileiro, seus ocupantes

    foram para a Avenida Carlos Gomes, onde ocuparam o Edifcio Lord (no

    dia 18 de setembro). Segundo matria do jornal, essas ocupaes de

    prdios, inclusive tendo sido anunciado pelos integrantes do MSTS que

    ocorreria uma onda de ocupaes de prdios pblicos, tinham como

    objetivo servir de instrumento de presso sob a Prefeitura Municipal de

    Salvador para a agilizao da construo das casas prometidas no

    bairro de Valria.

    Aps a ocupao do prdio da Universidade Federal da Bahia, localizado

    no Largo Dois de Julho, por cerca de 40 famlias, a Universidade

    anunciou a solicitao da desocupao imediata do imvel. O que de

    acordo com declarao do coordenador do MSTS Joo Dantas, na A

    Tarde, de 22/10/2003, trata-se de uma intolerncia, completa ainda

    que a desocupao do prdio, cedido para o Centro de Estudos Afro-

  • orientais da UFBA causar um imenso constrangimento ao CEAO, pois

    aqui esto famlias pobres, maioria negra.

    De acordo ainda com a matria, j teriam aumentado para 3.500 o

    nmero de famlias cadastradas pelo MSTS. No mesmo perodo ocorreu

    a Conferncia das Cidades promovida pelo Ministrio das Cidades em

    Braslia, onde foi enviado um representante do MSTS para apresentar a

    proposta de que os prdios pblicos do governo que estavam

    abandonados fossem entregues moradia popular.

    Ainda naquela semana, aps negociaes entre a Universidade e o

    MSTS, ocorreu uma passeata dos sem-teto no intuito de aumentar a

    presso para a liberao das casas prometidas pela prefeitura. Apesar

    de posies bem definidas, de um lado, o MSTS afirmando que no

    desocuparia a UFBA at que sassem as casas; do outro, a UFBA,

    afirmando que o imvel no estava abandonado.

    De acordo com Pedro Cardoso (em declarao A Tarde de

    29/10/2003) na reunio com o prefeito do campus ele no percebeu

    um interesse da UFBA em solicitar reintegrao de posse, admitindo

    uma soluo negociada. Em outra matria do mesmo jornal, no mesmo

    dia, segundo declarao do prefeito do campus da UFBA, o senhor Luiz

    Srgio Marinho:

  • O reitor mostra-se sensvel ao problema dos sem-teto e no vai pedir reintegrao de posse. Os integrantes do MSTS tambm demonstram que vo respeitar o espao do Ceafro [ligado ao CEAO], que um outro movimento social. (A TARDE, 29/10/2003).

    De acordo com relatrio do histrico do MSTS, ainda no ms de

    novembro ocorreu a ocupao na cidade de Conceio de Feira e

    incorporao da ocupao do prdio do IPAC no bairro da Soledade, em

    Salvador.

    Novembro / 2003 Ocupao na cidade de Conceio da Feira; incorporao da ocupao do prdio Costa Azul ao MSTS; ocupao de terreno no bairro de Lobato; incorporao da ocupao do prdio do IPAC ao MSTS. (Documento sobre a Trajetria do MSTS ver anexos).

    Os sem-teto ocuparam no dia 09/12/2003 o prdio do INSS - Instituto

    Nacional de Seguridade Social com o intuito de abrigar 87 pessoas

    ligadas ao movimento. A ao no durou mais de cinco minutos, de

    acordo com A Tarde, do dia 10 de dezembro de 2003.

  • FIGURA 05 Foto MSTS 15/12/2003

    Fonte: Jornal Correio da Bahia 15/12/2003

    Aps a ocupao do prdio do INSS os integrantes do MSTS receberam

    ordem de despejo emitida pela Justia Federal para reintegrao de

    posse do imvel. Ildemrio Proena, um dos coordenadores do

    movimento, questionou que a ao de reintegrao foi movida pelo

    prprio INSS, sem consultar o Ministrio da Sade e o Patrimnio da

    Unio, os responsveis legais pelo prdio compararam inclusive a falta

    de dilogo do INSS com a soluo negociada encontrada com a UFBA.

    Como os festejos natalinos se aproximavam, Ildemrio afirmou:

    Ns queremos o direito de um teto para nossas famlias nesse perodo em que centenas de pessoas arrumam suas casas para as festas de fim de ano. Caso no seja possvel ficarmos aqui at o dia 05 de janeiro [de 2004], o prazo mnimo que estamos pedindo, ento que a Justia Federal ceda outro local para ficarmos. (JORNAL A TARDE, 15/12/2003).

  • Sem teto dormem em motel de R$ 6,00, sob esse ttulo a matria de A

    Tarde do dia 18/12/2003 onde descreve o duro dia que passaram 60

    pessoas integrantes do MSTS. Aps passarem a noite no cho frio da

    quadra do Sindicato dos Bancrios, as famlias ocuparam a Praa da S

    no intuito de sensibilizar a sociedade e os rgos pblicos.

    Depois de uma negociao frustrada com a Companhia de Trens

    Urbanos para a liberao de um galpo, e de passarem o dia inteiro

    pedindo esmolas nas sinaleiras da praa, o ento Secretrio de

    Habitao, Fernando Medrado, disponibilizou de seu prprio bolso, o

    valor de cem reais. Apesar de ser um valor irrisrio, junto com o que

    tinham arrecado nas sinaleiras (R$ 140,00), os coordenadores do MSTS

    comearam a procurar hotis para que pudessem passar a noite.

    Ao se depararem com dirias entre 15 e 20 reais, encontraram no Motel

    Cupido a menor diria de R$ 6,00, onde passaram a noite. De acordo

    com matria do Correio da Bahia, do mesmo dia, as pessoas que ali

    estavam foram oriundas da desocupao do prdio do INSS.

    No dia 19 de dezembro de 2003, os sem-teto ocuparam com 50 famlias

    a antiga fbrica de tecidos e vesturios Toster S/A. localizado no

    Bonfim. De acordo com A Tarde de 20/12/2003, a vizinhana apoiou a

    ocupao, em virtude de o local ser utilizado como ponto de trfico e

    consumo de drogas e tambm por assaltantes.

  • Ainda no ms de dezembro, foi incorporada ocupao no bairro de

    Piraj s fileiras do Movimento dos Sem Teto de Salvador, de acordo

    com relatrio sobre sua trajetria, elaborado pelo movimento.

    Dezembro/2003 Ocupao do prdio do INSS; acampamento na Praa da S; incorporao das ocupaes do bairro de Piraj ao MSTS; realizao do Natal dos Sem-Teto; ocupao do prdio da fbrica de biscoitos Toster. (Documento sobre a Trajetria do MSTS ver anexos).

    QUADRO 3 Ocupaes do MSTS em 2003.2 Perodo Ocupao/Local Quantidade de

    Famlias PRDIOS:

    CEAO, Largo 2 de Julho Sem determinao Edifcio Lord, Centro Sem determinao

    IPAC, Soledade Sem determinao Rede Ferroviria, Comrcio Sem determinao

    Costa Morena (Prdio da Encol), Costa Azul Sem determinao INSS, Sete Portas Sem determinao

    Centro Educacional de Periperi Sem determinao

    Fbrica Toster, Bonfim Sem determinao

  • Sem determinao TERRENOS: Sem determinao

    EVA, Estrada Velha do Aeroporto Sem determinao Lobato Sem determinao

    Pau da Lima Sem determinao Vila Via Metr, Mata Escura Sem determinao

    Conceio de Feira Sem determinao

    2003.2

    Lauro de Freitas Sem determinao Fonte: Baseado nos dados coletados em A Tarde, Correio da Bahia e Tribuna da Bahia no perodo de agosto a dezembro de 2003.

    4.3.c A Trajetria do MSTS em 2004

    F e esperana por um teto em 2004. Com esta matria, A Tarde inicia

    no ano de 2004, sua cobertura sobre os sem-teto. Em visita ocupao

    da antiga Fbrica Toster, a reportagem relata como a vizinhana

    percebe o movimento: eles fizeram o que a prefeitura no fez, cuidaram

    da rua. (in A TARDE, 02/01/2004. P.2).

    Sobre a dinmica de cadastro de novas famlias, havia um incio de

    diferenciao entre reunies, umas especficas para os acampados e

    outras, para os cadastrados, os ncleos. Uma nova demanda exposta

    por Pedro Cardoso, pois na Estrada Velha do Aeroporto, onde temos as

    reunies com as famlias de acampados, j temos que organizar outras

    reunies para as famlias que esto se inscrevendo. (A TARDE,

    02/01/2004. P.2).

    Em outra matria de A Tarde do mesmo dia, h o informe de incndio

    ocorrido na ocupao da Estrada Velha do Aeroporto, onde cinqenta

  • barracos foram destrudos. A precariedade das instalaes e a utilizao

    de materiais de rpida combusto na construo dos barracos, como

    madeiras e plsticos auxiliaram na propagao do fogo.

    FIGURA 06 Foto MSTS 02/01/2004

    Fonte: Jornal A TARDE 02/01/2004

    Segundo o Correio da Bahia de 04/01/2004, no dia seguinte quela

    publicao, dar-se-ia incio construo das casas prometidas pelos

    governos municipal e estadual no bairro de Valria (regio do Miolo de

    Salvador1). O jornal destaca que em apenas cinco meses de existncia o

    movimento tinha muito que comemorar:

    O MSTS j tem grandes conquistas para comemorar. Talvez a principal delas seja a liberao de recursos pelo Ministrio das Cidades para a construo de 350 casas. Amanh, eles se renem em mutiro para a construo de 25 das 350 casas. Embora o recurso j se encontre disponvel na

    1 Regio compreendida entre a BR-324, a Avenida Paralela, o Bairro do Iguatemi e o Municpio de Simes Filho.

  • Caixa Econmica Federal, por conta da burocracia para sua liberao, a SECOMP [Secretaria de Combate Pobreza] fez um acordo com o Ministrio das Cidades para emprestar o dinheiro. (JORNAL CORREIO DA BAHIA, 04/01/2004. P.3).

    O Correio da Bahia fez uma breve retrospectiva, destacando os

    principais momentos do Movimento dos Sem Teto de Salvador, desde a

    sua fundao at aquele momento:

    A principal caracterstica nas ocupaes quando se iniciou o ano de

    2004 foi a superlotao de pessoas, o que iria impulsionar a

    antecipao de novas ocupaes pela cidade do Salvador. Estamos com

    superlotao e no temos condies de abrigar mais famlias nesses

    locais.. Afirmou Pedro Cardoso em entrevista ao A Tarde, de 05 de

    janeiro de 2004.

    De acordo com dados ainda daquela matria, na Estrada Velha do

    Aeroporto, naquele ano, estavam acampadas 645 famlias e na antiga

    Fbrica Toster 250, alm de 300 inscritas para novas ocupaes.

    Existiam ainda ncleos em Lobato, Piraj, Periperi e j na Regio

    Metropolitana de Salvador, no municpio de Lauro de Freitas. De acordo

    com a matria do jornal, o acampamento reunia outras funes alm de

    abrigar os acampados.

    O acampamento funciona como espcie de central de decises do MSTS e tambm vem recebendo um nmero constante de famlias que fogem do aluguel ou moravam de favores em casa de amigos e parentes. (JORNAL A TARDE, 05/01/2004. p.3).

  • Em virtude do adensamento populacional, da precariedade das

    instalaes dos barracos, feitos, em geral, de materiais inflamveis

    como madeiras, plsticos e lonas e tambm, das pssimas condies de

    instalaes eltricas, no ano novo ocorreu um outro incndio que

    destruiu 25 barracos na Estrada Velha do Aeroporto, segundo matria

    de A Tarde de 05/01/2004.

    A promessa da construo das casas conquistadas em Valria

    movimentou o MSTS, que diante da primeira etapa, 25 casas, j havia

    mobilizado diversas pessoas e realizado cadastro com 150 profissionais

    da rea da construo civil para a construo em regime de mutiro.

    Maria das Graas Dias Val, coordenadora do MSTS, sintetiza a

    predisposio para a construo das moradias: Estamos prontos. (A

    TARDE, 05/01/2004)

    No dia 05 de janeiro o ento Secretrio Municipal de Habitao

    Fernando Medrado visitou o terreno onde seriam construdas as casas

    prometidas, juntamente com um engenheiro responsvel, como relata o

    Correio da Bahia de 06/01/2004. Para o secretrio a construo das

    350 casas se constitua enquanto um avano na soluo do problema

    do dficit habitacional da cidade.

    O censo de 2000 revelou que a capital baiana apresentava um dficit habitacional de 80 mil pessoas. Hoje esse nmero deve girar em torno de 116 mil a 118 mil. A construo das casas aqui em Valria um passo que estamos dando para a

  • resoluo do problema. (JORNAL CORREIO DA BAHIA, 06/01/2004.p.2)

    Ainda na mesma matria do jornal, Ildemrio Proena retrucou que 350

    casas no eram suficientes para resolver a problemtica habitacional.

    Somente o Movimento dos Sem Teto de Salvador, que segundo Proena,

    possua 8 mil pessoas cadastradas, e um nmero estimado em 150 mil

    pessoas no contingente de sem-tetos da cidade do Salvador.

    De acordo com A Tarde de 30 de abril de 2004, no dia 28 de janeiro do

    mesmo ano, integrantes do MSTS da ocupao da Estrada Velha do

    Aeroporto interditaram a prpria avenida (Estrada Velha) em virtude do

    corte de energia realizado pela COELBA. Em comunicado emitido pela

    COELBA Companhia Baiana de Energia Eltrica no dia 29 de janeiro

    de 2004, a empresa explicou a realizao do corte de ligaes

    clandestinas de energia realizadas na Estrada Velha do Aeroporto. Alm

    da questo da legalidade das ligaes, foi argumentado que o tipo de

    condies do local colocava as pessoas em risco.

    A COELBA informa que o corte das ligaes de energia eltrica do assentamento do Movimento dos Sem Teto de Salvador (MSTS), na Estrada Velha do Aeroporto, foi motivado por questes de segurana. As ligaes clandestinas de energia foram efetuadas pelos integrantes do MSTS de forma bastante perigosa, j que o assentamento no possui a mnima infra-estrutura pela realizao do servio com segurana. Temendo a ocorrncia de acidentes, at de grandes propores e com vtimas, a COELBA decidiu realizar o desligamento. (COELBA, 29/01/2004)

  • Ainda naquele ms, foi criado o ncleo de Lauro de Freitas, ocupado o

    prdio da Mesbla Veculos na Cidade Baixa e do antigo supermercado

    da rede UNIMAR, no bairro de Amaralina.

    Em 04 de fevereiro de 2004 foi aberto o processo (nmero

    14004056673-3) pela COELBA, representada pela advogada Patrcia

    Maria Teixeira da Cruz contra o Movimento dos Sem Teto de Salvador e

    seus coordenadores Pedro Cardoso, Ildemrio Proena e Joo Dantas.

    Movido na 16 Vara Cvel, o tipo da ao foi designada como

    INONIMADA. No dia 06 de fevereiro a mesma Companhia, com mesma

    representao advocatcia, e contra os mesmos rus, solicitou mandato

    de Interdito Proibitrio (processo nmero 352334-4/2004) na mesma

    Vara Cvel da ao anterior (ver anexos).

  • FIGURA 07 Foto MSTS 20/02/2004

    Fonte: Jornal Tribuna da Bahia 20/02/2004

    No dia 19 de fevereiro de 2004 um oficial de justia enviado pela 15

    Vara Cvel fez fazer cumprir a reintegrao de posse do Antigo Prdio da

    Rede Paes Mendona de supermercados localizado no bairro de

    Amaralina. Porm, aps intensa negociao com a coordenao do

  • MSTS, na figura de Pedro Cardoso, o prazo foi postergado para o dia 27

    daquele mesmo ms.

    Em 22 de fevereiro de 2004, o Movimento dos Sem Teto de Salvador

    ocuparam as instalaes do antigo Clube Portugus. De acordo com A

    Tarde do dia seguinte, foram cerca de 1.200 famlias, oriundas da

    ocupao de um antigo supermercado no bairro de Amaralina, que

    tiveram de desocupar em virtude de um mandato de reintegrao de

    posse expedido pela justia. Apesar do aparecimento de uma viatura da

    polcia militar, o coordenador Joo Dantas conseguiu acordar com os

    policias para que no houvesse nenhuma represlia nem fosse retirado

    nada de dentro do imvel.

    No Correio da Bahia de 29 de fevereiro de 2004, foi publicada matria

    sobre as condies de sade das crianas do MSTS. De acordo com a

    reportagem, doenas de pele, diarria e desnutrio eram os males mais

    rotineiros nas crianas das ocupaes. A falta de dinheiro para comprar

    remdios e comida, em virtude do desemprego dos pais, foi a principal

    causa apontada pelos ocupantes.

    De acordo com relatrio sobre a trajetria do MSTS (ver anexos), ainda

    no ms de fevereiro foram criados quatro ncleos do MSTS no Subrbio

    Ferrovirio e incorporada a ocupao da Ilha do Rato ao MSTS.

  • No dia primeiro de maro de 2004 foi dada entrada no mandato de

    reintegrao de posse (nmero 363911-2/2004) do Clube Portugus da

    Bahia, na 8 Vara da Fazenda Pblica. O autor foi o prprio Clube,

    sendo representado pelo advogado Eladio Lasserre, de acordo com

    pesquisa feita no Frum Rui Barbosa (ver anexos).

    A cinco de maro de 2004 os integrantes da ocupao do Costa

    Azul/Stiep receberam a ordem de reintegrao de posse para

    desocuparem um prdio que no terminou de ser construdo, em

    virtude da falncia da antiga construtora Encol. O edifcio Costa

    Morena, de acordo com matria de A Tarde de 6/03/2004, de seis

    andares, comeou a ser construdo entre os anos de 1993 e 1994, sendo

    prevista a entrega para seus proprietrios, que compraram o edifcio na

    planta, em 1996. Porm em 1997 a obra foi interrompida e em 1999 a

    empresa faliu, ano em que foi ocupado. Um dos ocupantes relata que

    era funcionrio da obra e que quando a empresa faliu no recebeu seus

    direitos trabalhistas:

    Nunca recebi meus tempos (direitos rescisrios), mas a Justia, que to lenta para obrigar a Encol a pagar meus direitos, foi rpida para expulsar a gente. Enquanto meu processo se arrasta h quase seis anos, o dos proprietrios levou apenas trs meses. (Jorge Santana in A TARDE, 06/03/2004.p.4)

    Esta ocupao anterior fundao do MSTS, mas passou a integrar o

    movimento naquele ano. Em acordo sobre a desocupao do prdio

    entre a coordenao do movimento (Joo Dantas) a advogada dos

  • proprietrios, o major da Polcia Militar e o deputado estadual Yulo

    Oiticica, foi definido que os ocupantes teriam um ms para desocupar o

    prdio. Porm, de acordo com a matria do jornal o clima foi tenso e os

    ocupantes a todo tempo ameaavam resistir reintegrao com seus

    filhos dentro do imvel. A indignao fica revelada na fala de Valberlice

    Silva: Ns no temos pra onde ir, j que os viadutos esto lotados. (A

    TARDE, 06/03/2004 p.4)

    O tom de ameaa por parte do Movimento dos Sem Teto tambm foi

    marcante, Joo Dantas foi enftico quanto busca por uma alternativa

    para aquelas famlias de sem teto: Vamos negociar com a Prefeitura,

    Governo Estadual e Federal. Se no houver sada, vamos invadir um

    outro prdio e colocar as famlias dentro. (A TARDE, 06/03/2004. p.4)

    No dia 06 de maro de 2004 foi realizado o primeiro curso de formao

    de novas lideranas do Movimento dos Sem Teto de Salvador.

    Organizado para um pblico de 70 pessoas, o curso foi realizado na

    chcara da Parquia Nossa Senhora de Escada, no bairro de Escada, no

    Subrbio Ferrovirio. De acordo com Joo Dantas, um dos

    coordenadores do movimento, a perspectiva era de instrumentalizar as

    lideranas para que tivessem maior conhecimento sobre seus direitos,

    alm de despertar as suas cidadanias.

    O curso est dividido em trs temas: quem somos, o que queremos e como conseguiremos nossos objetivos. Com isso a Coordenao do MSTS visa preparar melhor as lideranas naturais que surgem

  • em cada grupo de ocupao e nos ncleos do movimento. Assim, eles tero mais ferramentas para reivindicar seus direitos enquanto cidados. (CORREIO DA BAHIA, 07/03/2004. p.4)

    Participaram do curso, integrantes de vrias ocupaes, tanto de

    Salvador como dos demais municpios e locais onde o MSTS estava

    presente: Fbrica Toster, Loja Mesbla, KM-12, Costa Azul, Paripe, Alto

    da Terezinha, Lobato, Valria, Lauro de Freitas e Conceio de Feira.

    FIGURA 08 Foto MSTS 10/03/2004

    Fonte: Jornal ATARDE 10/03/2004

    Foi divulgado em 10/03/2004 o levantamento da quantidade de

    famlias que estavam residindo e cadastradas nas ocupaes do

    Movimento dos Sem Teto de Salvador em A Tarde. A estimativa total era

  • de que fazia parte do movimento naquele momento um contingente de

    12 mil pessoas.

    QUADRO 04 Ocupaes do MSTS em Maro de 2004 (A) Perodo Ocupao/Local Quantidade de

    Famlias Estrada Velha do Aeroporto 560 famlias

    Invaso Piraj 350 famlias Lobato 85 famlias Periperi 39 famlias

    Baixa do Bonfim 200 famlias Mares 200 famlias Pituba 150 famlias

    Costa Azul 34 famlias Bom Ju/BR-324 300 famlias Lapinha [Soledade] 29 famlias

    Lauro de Freitas 29 famlias

    03/2004

    Conceio de Feira 220 famlias Fonte: A TARDE, 10/03/2004

    De acordo com A Tarde, de 13/03/2004, no dia 11/03/2004, quarenta

    e cinco famlias ocuparam uma casa de dois andares no bairro

    Campinas de Brotas, onde funcionou durante algum tempo uma loja de

    revenda de rdios transmissores e antenas parablicas de nome

    Matelba. De acordo com a matria, o coordenador local Manuel Bonfim

    informou que uma pessoa dizendo-se proprietria do imvel esteve no

    local no dia 12 daquele ms para saber o estado da casa. Depois disso,

    no teria estabelecido mais contato. Para Pedro Cardoso um mandato

    de reintegrao de posse seria questo de tempo para chegar.

  • Uma das famlias que ocupavam a casa em Campinas de Brotas revela

    um pouco do drama que os trabalhadores rurais passavam no interior

    da Bahia. As dificuldades de se manter no campo e a migrao para os

    centros urbanos no era um movimento encerrado nas dcadas de 1940

    e 1950, persistindo at hoje.

    Os dois se conheceram h quatro anos em Irec. Iniciado o romance, Luzinete logo engravidou e a situao ficou difcil para eles na cidade. Ento, decidiram ir para Boa Vista do Tupim, onde Roque tem uma roa. Plantavam feijo, milho e mandioca, lavoura que dava pra assegurar a comida diria e vender uma parte para a feira. No entanto, a famlia foi aumentando e, alm do primeiro filho, vieram dois outros, o ltimo com um ano e sete meses. (A TARDE, 13/03/2004 p.5)

    Em matria da Tribuna da Bahia de 19 de maro de 2004, foram

    registradas 14 ocupaes do MSTS na Bahia, sendo 12 no municpio de

    Salvador. Sendo elas:

    QUADRO 05 Ocupaes do MSTS em Maro de 2004 (B) Perodo Ocupao/Local Quantidade de

    Famlias PRDIOS:

    Toster, Cidade Baixa 200 famlias Mesbla, Cidade Baixa 200 famlias

    Clube Portugus, Pituba 152 famlias Campinas de Brotas 45 famlias

    Encol, Costa Azul 34 famlias IPAC, Soledade 29 famlias

    Centro Educacional em Periperi 49 famlias

    TERRENOS: KM-12 547 famlias Jau 112 famlias

    BR-324, Bom Ju 294 famlias Lauro de Freitas 56 famlias

    03/2004

    Conceio de Feira 220 famlias

  • Piraj 345 famlias Lobato 85 famlias

    Fonte: TRIBUNA DA BAHIA, 19/03/2004.

    Na mesma cobertura, h o relato da passeata ocorrida no dia anterior,

    tendo os integrantes do MSTS participado de uma aula de histria do

    Brasil e da Bahia com os professores de histria Franklin de Oliveira e

    Hilton Coelho, e a professora de literatura Carla Patrcia. Foram

    destacadas referncias da histria da resistncia negra, indgena e

    popular, como Canudos e o poeta Castro Alves. De acordo com matria

    de A Tarde do mesmo dia, no clculo feito pela polcia militar constava

    1.600 pessoas.

    De acordo com os dados veiculados na Tribuna da Bahia de 29 de

    maro de 2004, cerca de duas mil famlias j se encontravam

    morando em ocupaes do Movimento dos Sem Teto de Salvador.

    Ainda nessa matria h uma descrio da situao judicial de algumas

    ocupaes. A situao mais delicada era o da ocupao do Edifcio

    Costa Morena, localizada no bairro Costa Azul/Stiep, pois os ocupantes

    teriam de se retirar no dia 05 de abril. No Clube Portugus. A

    propriedade do imvel j havia passado para a Prefeitura em virtude

    das dvidas dos antigos proprietrios. Apesar de j ter contestado a

    ocupao, at aquele momento, no havia entrado com uma liminar

    para reintegrao de posse. Pedro Cardoso opinou sobre a postura da

    Prefeitura de Salvador:

    A prefeitura no se manifestou porque ela est vendo que no vai ser lucro para ela tirar essas

  • pessoas daqui agora. Estamos articulando uma campanha no bairro, com o objetivo de conscientizar empresrios para promover a revitalizao do clube e regio. (TRIBUNA DA BAHIA, 29/03/2004)

    Sobre os prdios da antiga fbrica Toster, de propriedade do Banco do

    Brasil, e o prdio da extinta loja Mesbla, no tinham sido reivindicados

    pelos seus respectivos donos at aquele momento. O terreno da Estrada

    Velha do Aeroporto (KM-12) teria passado para a propriedade da

    prefeitura, que em acordo firmado, permitiu a permanncia dos

    integrantes do MSTS at que a construo de suas casas fosse

    terminada. As ocupaes de Campinas de Brotas (Salvador), Centro

    Educacional de Periperi (Salvador), Bom Ju (BR-324 / Salvador),

    Lauro de Freitas, Conceio de Feira e Lobato (Salvador), ainda no

    tinham recebido qualquer pedido de reintegrao de posse.

    De acordo com Pedro Cardoso foi feita uma negociao com o Ministrio

    das Cidades para a construo de 720 casas, j tendo sido liberados

    naquela poca, recursos para a construo de 350. Porm 100 unidades

    deveriam ser construdas em carter emergencial e entregues at o ms

    de dezembro de 2003. Enquanto isso, j eram registrados alm dos 12

    mil integrantes do movimento na capital, outros 3.200 nas cidades do

    interior.

    Ainda naquele ms, segundo relatrio histrico do MSTS, registrou-se a

    participao no Congresso da ANDES (Associao Nacional de Docentes

    do Ensino Superior), na Caminhada contra a Reforma Universitria,

  • dirigida pela APUB (Sindicato dos Professores da Universidade Federal

    da Bahia), e incorporao da ocupao dos sem-teto das obras do Metr

    no bairro do Bom Ju ao movimento (ver anexos).

    As famlias que estavam ocupando o antigo Clube Portugus teriam at

    o dia 05 de abril de 2004 para sarem do imvel em virtude de ordem

    judicial manifestada na reintegrao de posse, porm no dia 04 daquele

    ms desocuparam aquelas instalaes o que foi amplamente

    questionada por coordenadores do Movimento dos Sem Teto de

    Salvador, como se pode perceber na fala de Joo Dantas, abaixo:

    Estamos cumprindo a deciso judicial, mas se o prprio Secretrio de Habitao do municpio disse na TV que o Clube Portugus estava de posse do poder pblico, por dever 11 milhes de reais para a prefeitura, no entendemos como um juiz acatou a reintegrao de posse vinda da antiga diretoria do clube. Essa histria muito estranha. (A TARDE, 05/04/2004. p.4)

    Ao sarem do Clube Portugus, os integrantes do movimento ocuparam

    o prdio do antigo Hotel Paulus, que de acordo com o jornal,

    encontrava-se abandonado h pelo menos 10 anos. O hotel localizado a

    menos de 500 metros de distncia do clube, tambm no bairro da

    Pituba, apesar da precariedade das instalaes animou uma parte dos

    ocupantes por ter uma vista privilegiada para o mar.

    O ritmo de crescimento do movimento foi destacado pela reportagem,

    pois de acordo com informaes do MSTS, s na Pituba cerca de 30 a

    40 pessoas se cadastravam por dia. Quanto quantidade total de

  • pessoas nas ocupaes (tirando as cadastradas), Joo Dantas revela ao

    jornal que seriam 2.368 pessoas, distribudas nas seguintes ocupaes:

    ... Hotel Paulus, Fbrica Toster (Baixa do Bonfim), Mesbla Veculos (Mares), um prdio em Brotas, construo da Encol (Costa Azul), terreno do KM-12, prdio no Lobato e Edifcio do IPAC (Soledade). (A TARDE, 05/04/2004. p.4)

    FIGURA 09 Foto MSTS 05/04/2004

  • Fonte: Jornal A TARDE 05/04/2004

    No dia 04 de abril de 2004, os integrantes do MSTS que ocupavam o

    antigo Clube Portugus, respeitaram a ao de reintegrao de posse e

    se encontravam em desocupao do imvel. Os antigos proprietrios

    anunciaram atravs de seu advogado, segundo declarao publicada na

    Tribuna da Bahia de 06/04/2004, a venda do antigo clube. Porm o

    Procurador Geral do Municpio rebateu que se estava entrando com

    uma ao judicial para passar a posse do imvel para a prefeitura, em

    virtude das dvidas existentes com a mesma.

    Estou aguardando a concluso do processo de desocupao do prdio para adotar as medidas judiciais cabveis e de direito do municpio. (Procurador Geral do Municpio de Salvador in TRIBUNA DA BAHIA, 06/04/2004)

    Sobre a ocupao do Edifcio Costa Morena, no bairro Stiep/Costa Azul,

    foi conseguida a suspenso da ordem de despejo em virtude da entrada

    de uma ao de usucapio. Como residiam a mais de cinco anos no

    local, se basearam na Lei Federal 10.257. Ainda de acordo com a

    Tribuna da Bahia, de 06/04/2004, alm da manifestao ocorrida com

    pneus queimados, outro elemento chamou a ateno, a no presena

    da bandeira do MSTS. A ocupao rompeu com o movimento porque,

    como disse o ocupante Joel:

    Eles queriam que as famlias cumprissem o prazo e deixassem o

    prdio, mas ns entendemos que no devemos sair daqui para sermos

    despejados. (Joel in TRIBUNA DA BAHIA, 06/04/2004).

  • Ildemrio Proena, coordenador do MSTS, retrucou alegando que os

    sem-tetos do Edifcio Costa Morena haviam sido pressionados pelo

    advogado a deixar o MSTS, para que o mesmo representasse a causa

    gratuitamente a partir de seu vnculo com o Ncleo de Prticas

    Jurdicas, da Faculdade Jorge Amado.

    Foi uma postura anti-tica do advogado. No incio do movimento quando o governo fez um cadastramento das famlias prometendo a entrega das casas, eles acreditaram e se acomodaram, ns no preferimos lutar e pressionar at conseguirmos. Ele incentivou o movimento Dois de Julho a fazer isso e exigiu que eles se separassem da gente tambm. (Ildemrio Proena in TRIBUNA DA BAHIA, 06/04/2004)

    FIGURA 10 Foto MSTS 06/04/2004

    Fonte: Tribuna da Bahia 06/04/2004

  • Fonte: A TARDE 29/10/2004