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462 Métodos da arquitetura militar em Portugal: manuscritos da Biblioteca Nacional de Portugal (1700-1750) Methods of military architecture in Portugal: manuscripts of the National Library of Portugal (1700-1750) Luiza Nascimento de Oliveira da Silva* Resumo No início do século XVIII, após as invasões francesas, melhores fortificações para resguardar o porto da cidade do Rio de Janeiro são solicitadas à corte portuguesa, o que implica questionarmos em quais parâmetros as Aulas de fortificação ministradas passariam a ser balizadas, no que diz respeito ao ensinado em Portugal e ministrado em solo luso-americano por figuras como os engenheiros Gregório Gomes Henrique, o primeiro mestre dessa Aula, em 1699, e José Fernandes Pinto Alpoim, já em 1738. Estariam esses homens focados em aplicar os conhecimentos para uma defesa apenas de matriz francesa, o principal inimigo? Difícil de acreditar. Por isso, a necessidade de relativizarmos tanto a ideia de que foi com Manuel de Azevedo Fortes que houve uma viragem no ensino da defesa em Portugal não estamos negando a sua importância, deixemos claro, o fato é que antes dele muitos outros foram formados, pelo próprio Luís Serrão Pimentel, e também forjaram a resignificação desse saber , quanto de problematizarmos a aplicação quase que exclusiva de uma defesa com características do método francês. O que é uma falácia que não se sustenta na própria abordagem de Fortes que apresentava em suas obras as diversas Escolas francesa, holandesa, inglesa, espanhola, italiana para que o engenheiro optasse pela melhor técnica em cada caso, a partir da possibilidade de melhor defesa do território do rei. Portanto, o objetivo de nossa proposta é esquadrinhar o discurso de defesa, a linha argumentativa de Luís Serrão Pimentel e de Manuel de Azevedo Fortes e de seus alunos por meio do cotejamento de um conjunto de manuscritos consultados na seção de reservados da Biblioteca Nacional de Portugal. Além dos argumentos teóricos que dizem respeito ao governo do soberano, bem como perceber quais concepções teóricas prevaleceram na construção defensiva da cidade do Rio de Janeiro através da observação dos pareceres que foram ou não aprovados por nomes como o próprio Fortes e Francisco Pimentel, filho de Luís Serrão. Palavras-chave: arquitetura militar; Rio de Janeiro; manuscritos; Biblioteca Nacional de Portugal; Arquivo Histórico Ultramarino Abstract At the beginning of the eighteenth century, after the French invasions, better fortifications to protect the port of the city of Rio de Janeiro are requested to the Portuguese court, which implies questioning in which parameters the classes of fortification given would be marked, with respect taught in Portugal and taught on Portuguese-American soil by figures such as engineers Gregório Gomes Henrique, the first master of this Class in 1699 and José Fernandes Pinto Alpoim, as early as 1738.

Métodos da arquitetura militar em Portugal: manuscritos da … · 2018-12-28 · 1 FILGUEIRAS, Carlos; PIVA, Teresa. "O engenheiro setecentista luso-brasileiro José Fernandes Pinto

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Métodos da arquitetura militar em Portugal: manuscritos da Biblioteca Nacional

de Portugal (1700-1750)

Methods of military architecture in Portugal: manuscripts of the National Library of

Portugal (1700-1750)

Luiza Nascimento de Oliveira da Silva*

Resumo

No início do século XVIII, após as invasões francesas, melhores fortificações para

resguardar o porto da cidade do Rio de Janeiro são solicitadas à corte portuguesa, o que

implica questionarmos em quais parâmetros as Aulas de fortificação ministradas

passariam a ser balizadas, no que diz respeito ao ensinado em Portugal e ministrado em

solo luso-americano por figuras como os engenheiros Gregório Gomes Henrique, o

primeiro mestre dessa Aula, em 1699, e José Fernandes Pinto Alpoim, já em 1738.

Estariam esses homens focados em aplicar os conhecimentos para uma defesa apenas de

matriz francesa, o principal inimigo? Difícil de acreditar. Por isso, a necessidade de

relativizarmos tanto a ideia de que foi com Manuel de Azevedo Fortes que houve uma

viragem no ensino da defesa em Portugal – não estamos negando a sua importância,

deixemos claro, o fato é que antes dele muitos outros foram formados, pelo próprio Luís

Serrão Pimentel, e também forjaram a resignificação desse saber –, quanto de

problematizarmos a aplicação quase que exclusiva de uma defesa com características do

método francês. O que é uma falácia que não se sustenta na própria abordagem de

Fortes que apresentava em suas obras as diversas Escolas – francesa, holandesa, inglesa,

espanhola, italiana – para que o engenheiro optasse pela melhor técnica em cada caso, a

partir da possibilidade de melhor defesa do território do rei.

Portanto, o objetivo de nossa proposta é esquadrinhar o discurso de defesa, a

linha argumentativa de Luís Serrão Pimentel e de Manuel de Azevedo Fortes e de seus

alunos por meio do cotejamento de um conjunto de manuscritos consultados na seção de

reservados da Biblioteca Nacional de Portugal. Além dos argumentos teóricos que

dizem respeito ao governo do soberano, bem como perceber quais concepções teóricas

prevaleceram na construção defensiva da cidade do Rio de Janeiro através da

observação dos pareceres que foram ou não aprovados por nomes como o próprio Fortes

e Francisco Pimentel, filho de Luís Serrão.

Palavras-chave: arquitetura militar; Rio de Janeiro; manuscritos; Biblioteca Nacional

de Portugal; Arquivo Histórico Ultramarino

Abstract

At the beginning of the eighteenth century, after the French invasions, better

fortifications to protect the port of the city of Rio de Janeiro are requested to the

Portuguese court, which implies questioning in which parameters the classes of

fortification given would be marked, with respect taught in Portugal and taught on

Portuguese-American soil by figures such as engineers Gregório Gomes Henrique, the

first master of this Class in 1699 and José Fernandes Pinto Alpoim, as early as 1738.

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These men would be focused on applying the knowledge to a defense only French

matrix, the main enemy? Hard to believe. Therefore, the need to relativize so much the

idea that it was with Manuel de Azevedo Fortes that there was a turning point in defense

education in Portugal - we are not denying its importance, let's be clear, the fact is that

before him many others were formed, by Luís Serrão Pimentel himself, and also forged

the reframing of this knowledge - as well as to problematize the almost exclusive

application of a defense with characteristics of the French method. What is a fallacy that

does not support the very approach of Fortes that presented in its works the different

Schools - French, Dutch, English, Spanish, Italian - so that the engineer opts for the best

technique in each case, from the possibility of best defense of the king's territory.

Therefore, the purpose of our proposal is to review the defense discourse, the

argumentative line of Luís Serrão Pimentel and Manuel de Azevedo Fortes and his

students through the comparison of a set of manuscripts consulted in the reserved

section of the National Library of Portugal . In addition to the theoretical arguments that

concern the government of the sovereign, as well as to realize which theoretical

conceptions prevailed in the defensive construction of the city of Rio de Janeiro through

the observation of the opinions that were or not approved by names like Fortes himself

and Francisco Pimentel, son of Luís Serrão.

Keywords: military architecture; Rio de Janeiro; manuscripts; National Library of

Portugal; Historical Archive Overseas

1. Introdução

O discurso de defesa diz respeito à todo o aporte teórico-metodológico

necessário para que o engenheiro pudesse confeccionar a planta de fortificação. Estamos

falando de tratados de arquitetura militar, bem como das discussões em pareceres, cartas

e ofícios da dinâmica administrativa oriundas da documentação do Arquivo Histórico

Ultramarino, que lança mão daquela teoria para colocar em prática o governo do

território, atendendo justamente ao que estamos denominando de demandas políticas

práticas. O papel político dos engenheiros responsáveis por assinar os pareceres denota

o quanto a teoria de defesa esteve imbricada com a administração da cidade do Rio de

Janeiro e no desenvolvimento de uma cultura política de defesa.

No artigo "O engenheiro setecentista luso-brasileiro José Fernandes Pinto

Alpoim", publicado na Revista Pombalina Coimbra University Press, em 2011, os

autores Carlos Filgueiras e Teresa Piva 1 discutem a noção de iluminismo português a

* Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ). Bolsista CNPq. E-mail: [email protected].

Este trabalho é parte de um dos capítulos de minha tese de doutorado em andamento.

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partir da figura do engenheiro Manuel de Azevedo Fortes. Com o seu conteúdo

direcionado para os alunos da Academia Militar, diferente de Luís Serrão Pimentel, que

busca um modelo de fácil acesso a todos, esses autores portugueses são comparados. No

entanto, Filgueiras e Piva, juntamente com alguns historiadores 2, afirmam que Fortes

destaca a importância do método e do uso de figuras em seu ensino para a comparação

de situações e a escolha da melhor opção como uma inovação. O que é idêntico ao

movimento desenvolvido por Pimentel em seu "Método Lusitânico".

Já em relação ao foco principal daqueles autores, a trajetória e prática do

engenheiro que atuou no Rio de Janeiro, José Fernandes Pinto Alpoim, o texto não

avança na problemática de argumentos sobre a defesa da cidade do Rio de Janeiro nos

anos iniciais do Setecentos, apenas abarca os anos posteriores à chegada de Pinto

Alpoim, trabalhando com a ideia de que só com a Aula do Terço, em 1738, a cidade do

Rio de Janeiro pode contar com o ensino sistemático.

No entanto, não se pode menosprezar a circulação de tratados sobre a defesa, dos

desenhos de plantas de fortificação, pois o envio de engenheiros foi uma realidade antes

mesmo dessa data, e a prática de defesa engendrada merece ser melhor compreendida

para que possamos entender até que ponto os princípios de defesa estiveram atrelados às

estratégias de governo e de urbanização da cidade. Exemplo do que estamos afirmando

foi o envio dos engenheiros Diogo Soares, Gregório Gomes, Pedro Gomes Chaves e o

papel do próprio governador interino e engenheiro José da Silva Paes. Nesse sentido,

afirmativas como a que destacaremos a seguir merecem ser revistas: "O cultivo das

ciências modernas ainda estava um longo tempo por surgir no panorama do ensino

português, e só viria a ser implantado definitivamente por iniciativa do Marquês de

Pombal durante o reinado de D. José I, filho do soberano que nomeara Alpoim" 3.

O primeiro questionamento plausível é sobre o que os autores estão chamando

de ciências modernas, pois o ensino português sobre a defesa, antes mesmo do século

XVIII, estava muito bem pautado e fundamentado no que se refere ao que podemos

denominar de mundo moderno europeu na medida em que, os tratados eram frutos de

1 FILGUEIRAS, Carlos; PIVA, Teresa. "O engenheiro setecentista luso-brasileiro José Fernandes Pinto

Alpoim". Revista Pombalina Coimbra University Press. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011. 2 Por exemplo, Antônio Alberto de Andrade, Luís Manuel Bernardo e Margarida Valla. 3 FILGUEIRAS, Carlos; PIVA, Teresa. "O engenheiro setecentista luso-brasileiro José Fernandes Pinto

Alpoim". Revista Pombalina Coimbra University Press. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011, p.

125.

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aulas de engenheiros, dialogavam com o que era de mais atual na ciência da arquitetura

militar, demonstrando conhecimento com o que circulava na Europa, questionando as

matrizes teóricas vigentes. O que também insere esses homens em uma perspectiva

coetânea com as demais localidades européias. Podemos inferir que essa categorização

realizada por Carlos Filgueiras e Teresa Piva ocorreu pela lógica de associar a ausência

do moderno sem questionamentos, sem um estudo mais aprofundado dos textos do

período, no caso do século XVII e da primeira metade do século XVIII. Os autores

indicam como ponto fundamental e de distinção na obra de Pinto Alpoim o fato desse

engenheiro expressar um "espírito analítico", por ensinar em termos de perguntas e

repostas e a partir de diversos sub-itens. Elementos recorrentes nos manuscritos

pesquisados do séculos XVII e XVIII. Outra questão que passou desapercebida foi que

a formação de Pinto Alpoim aconteceu muito provavelmente com nomes como o de

Luís Serrão Pimentel ou por meio de seus escritos.

2. Dos manuscritos: breve resumo

Iara Lis Schiavinatto e Ermelinda Moutinho Pataca no artigo "Entre imagens e

textos: os manuais como práxis de saber" 4 exploram textos escritos no Iluminismo em

Portugal como manuais de saber, a partir dos sentidos das imagens e da circulação no

mundo luso. Ao identificarem a clareza dos conceitos elaborados no período, o vínculo

entre a teoria e a prática, e a relação com a política do mundo colonial, estamos nós

também na ceara de nossa pesquisa.

Nos manuscritos de arquitetura militar pesquisados, perceber quais foram os

conceitos postos em pauta para definir o significado de defesa a ser posta em prática, e a

relação destes com o cultura política do período se torna fundamental. O uso das

imagens, das plantas de fortificação e de suas figuras geométricas, diz muito sobre a

lógica iluminista:

a intensificação no uso das imagens no período porta um forte caráter

de instrução, característico do ideário iluminista. Dessa forma,

acreditamos que seria mais válido considerar o amplo quadro de

relações entre arte, ciência e técnica nos círculos letrados do período

4 SCHIAVINATTO Iara Lis; PATACA Ermelinda Moutinho. "Entre imagens e textos: os manuais como

práxis de saber". Revista Manguinhos. Imagens, 2016.

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para verificar como se davam as práticas disciplinares entremeadas

por princípios técnicos comuns 5

O modo de instrução através da imagem, ou ainda, a ideia de instruir presente no

conjunto de manuscritos de arquitetura militar, já nos indica o quanto estamos falando

de uma matriz voltada para os ideais iluministas. Os princípios comuns da prática desse

saber serão analisados quando da interpretação do desenho da planta de fortificação,

momento em que poderemos explorar as diferentes teorias da arte e ciência em

perspectiva. Estamos abordando a compilação da produção de conhecimento e

necessidade de divulgação, no caso, o ensino, as aulas, que foram condensadas em

tratados. "A elaboração dos manuais se associava à formação e à atuação dos autores,

suas visões de mundo, a disponibilidade de referenciais teóricos, a atuação prática e a

formação de uma comunidade científica com expressões sociais, políticas e culturais" 6.

O que corrobora a nossa noção de cultura política de defesa na medida em que, como

será exposto, a cidade do Rio de Janeiro fora governada por meio do suporte da matriz

defensiva, pois muitos dos referências teóricos de governo eram oriundos da ciência da

arquitetura militar.

Os autores dos códices 7 consultados priorizaram uma lógica de ensino

especifica e similar entre si, qual seja, a manutenção da dinâmica imperial voltada para

a defesa do território pautada no desenvolvimento de uma defesa celestial 8 e vitruvina,

seguindo os seis termos de Vitrúvio (ordem, disposição, euritmia, simetria, decoro e

distribuição).

A matemática é apresentada como o cerne do saber em estudo, composição

voltada para a geometria e indispensável para o desenvolvimento da ciência de defesa

na medida em que, a disposição dos elementos estariam sempre voltados para que a

ordem respondesse à regra, ou máxima, dessa ciência de não haver lugar sem defesa no

espaço da fortificação.

5 SCHIAVINATTO Iara Lis; PATACA Ermelinda Moutinho. "Entre imagens e textos: os manuais como

práxis de saber". Revista Manguinhos. Imagens, 2016, p. 552. 6 SCHIAVINATTO Iara Lis; PATACA Ermelinda Moutinho. "Entre imagens e textos: os manuais como

práxis de saber". Revista Manguinhos. Imagens, 2016, p. 552. 7 Tabela no anexo I. 8 Tal temática já foi desenvolvida de um modo mais detalhado em outros trabalhos.

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De um modo geral, as guerras bíblicas ou profanas foram servindo de exemplos

para o desenvolvimento teórico da ciência da arquitetura militar. Em outra

oportunidade, os textos serão minuciosamente trabalhados. Por enquanto, basta dizer

que os autores citados, bem como suas escolas (francesa, holandesa, inglesa, espanhola)

serão por nos problematizados.

3. Teorias e métodos:

Retornemos à questão teórico-metodológica. Primeiro é importante

questionarmos se certo predomínio das técnicas dos franceses em Manuel de Azevedo

Fortes e das dos holandeses em Luís Serrão Pimentel quer mesmo dizer um atraso das

luzes nesse último. Quando o francês Pfefinger 9 cita as demais escolas em pé de

igualdade no início do Setecentos, em 1713, podemos supor que não há a menor

hierarquia de saberes realizada por esses homens a respeito de uma classificação de

métodos. Antes de definir o que seria antigo ou moderno, precisamos compreender o

que os engenheiros dos séculos XVII e XVIII compreendiam por lógica moderna, para

não cometermos anacronismos. Como dito, uma lógica que não abandona as teorias

antigas. Para tanto, importa tecermos algumas considerações acerca das concepções

teóricas de Manuel de Azevedo Fortes, bem como compreender algumas de suas visões

de mundo. Na obra sobre as Cartas Geográficas 10, para legitimar a sua escrita, Fortes

lança mão de uma argumentação comparativa a respeito da semeadura, e o fruto

produzido.

Através de uma ciência ensinada por meio da história como matriz retórica, esse

autor demonstra o caminho das diversas conquistas portuguesas. Apesar de estarmos

falando de um texto sobre Cartas Geográficas, podemos abordar o que Fortes ensinava

sobre método e sobre o governo do monarca, bem como o que esse engenheiro entendia

por moderno, ou não. Além do mais, o que unia a geografia e a arquitetura militar era a

9 BNP, Res 4556P. Johann Friedrich Pfeffinger. “Fortificaçam moderna ou recopilaçam de differentes

methodos de fortificar de que se usão na Europa os espanhoes, francezes, italianos e hollandezes”, 1713.

Traduzido por: Maia, Manuel da, 1677-1768, trad.; Deslandes, Valentim da Costa, fl. 1703-1715, impr. 10 BNP, F 7698. Tratado do Modo de Fazer as Cartas Geográficas, 1722.

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própria ciência da matemática. O que esse autor concebia sobre aquele saber nos diz

muito sobre a sua perspectiva teórica quanto as temáticas por nos discutidas.

Outro documento que nos auxilia a dialogar em termos de uma percepção

teórico-metodológica do ensino de Manuel de Azevedo Fortes é a "Oração Acadêmica"

11, que traz para o debate uma temática que está presente no conteúdo de todos os

manuscritos cotejados, qual seja, o uso do referencial bíblico para legitimar a prática da

ciência da arquiteta militar na manutenção do governo do Príncipe. Isso que dizer que o

conhecimento bíblico funcionava como matriz política, de acesso ao poder político ao

fazer parte do discurso dos engenheiros, tanto para exaltar a Matemática, no caso dessa

Oração, quanto para ser definida como modelo de experiência defensiva, quando no

tema dos Tratados da arquitetura militar.

Sendo certo que os Céus, e os seus Astros (como diz o Profeta)

anunciam a todo o Universo a Glória do seu Criador 12 [...] O método

exato, e severo, que a Matemática inviolavelmente prescreve, obriga a

expor simplesmente a verdade, sem mais ornato, que o da luz, e da

evidência, que a acompanha.

Isto suposto; devemos primeiramente assentar, que Deus

mesmo é o principio da matemática, e o primeiro mestre que a ensinou

ao homem; porque de toda a eternidade conheceu as Ideias dos

Números, das Figuras, e dos movimentos; e quando gravou sobre o

homem a sua Imagem, lhe imprimiu na alma um raio daquela

brilhante luz, e com ela recebeu as ideias dos Números, e da

Geometria, e por estas ideias, como por degraus infinitos, se levanta o

entendimento humano para passar do tempo à eternidade: do ponto ao

infinito: do nada ao todo, e de si mesmo até o seu Autor.

O certo é que não há Ciência natural, nem tão clara, nem tão

exata, nem por conseqüência tão perfeita, como a Ciência dos

Números, e da Geometria; e assim devemos confessar, que Ciências

tão nobres, e tão perfeitas, são um dom o mais estimável, que o

homem tem recebido do seu Criador, que parece tomou na mão o

compasso para descrever todos os imensos Círculos, que as Estrelas

parecem correr cada dia, e imprimiu em todos os Astros aqueles

movimentos perpétuos, tão regulares 13.

Fortes vai além, não é apenas a arquitetura militar que possuía uma origem

celeste, mas a própria matemática também seria dotada de uma matriz cósmica, divina,

11 Oração Acadêmica que pronunciou Manoel de Azevedo Fortes, na presença de suas majestades, indo a

Academia ao Paço em 22 de Outubro de 1739. 12 Livro Bíblico. Salmo 19. 13 Oração Acadêmica que pronunciou Manoel de Azevedo Fortes, na presença de suas majestades, indo a

Academia ao Paço em 22 de Outubro de 1739, p. 8 e 9.

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isto é, oriunda de uma divindade. Mesmo que a perfeição estivesse na exatidão, a

origem da matemática estava em Deus. E, a ciência era tida como um dom do Criador.

Tais apontamentos devem ser analisados em perspectiva à temática da origem da

arquitetura militar posta no conjunto dos tratados em Adão, e a primeira cidade

defendida Enoquia, para o ensino de um modelo de defesa perfeita.

O que nos introduz no ensino de Luís Serrão Pimentel. Em termos teóricos, os

elementos ensinados, os autores citados e a matriz metodológica, estamos diante de um

mesmo aporte, tanto em Fortes, quanto em Pimentel. Podemos começar analisando as

máximas da ciência em estudo, autores e escolas citados, até a explanação em pareceres

do Arquivo Histórico Ultramarino de Fortes e dos alunos de Pimentel, como seu filho e

neto, Manuel e Francisco Pimentel, para os desenhos das plantas de fortificação.

4. A cidade do Rio de Janeiro: a defesa pelos debates administrativos

Em consulta do Conselho Ultramarino de 1712, sobre as fortalezas necessárias

para a defesa do Rio de Janeiro, há a informação do Cosmógrafo Manuel Pimentel sobre

as fortificações do Rio de Janeiro 14.

Mas como ambos os governadores (Antonio de Albuquerque Coelho e

Francisco de Castro de Moraes) com parecer dos Engenheiros

concordo que será útil este Forte (o da Lage), também eu convenho no

mesmo, com declaração que se deve acudir ao mais necessário que é

aperfeiçoar as Fortalezas de Santa Cruz e de São João da barra,

fortificar a Ilha das Cobras, e acabar o Forte de São Sebastião, que são

defensas mais importantes. Ao tocante aos mais redutos e Fortins me

parece o mesmo que ao Governador Antonio de Albuquerque Coelho,

a saber que são escusados, e que não servem mais que de divertir a

guarnição, exceto o Forte da Ilha de Vilheganhon que lá chamam

corruptamente de Virgalhão, o da Boa Viagem, e o da Praia Vermelha.

E que a obra que se houver de fazer na Ilha das Cobras seja a que

aponta o Engenheiro Pedro Gomes Chaves 15.

Manuel Pimentel indica a utilidade de se edificar a fortaleza da Laje, fortificar a

Ilha das Cobras e aperfeiçoar as Fortalezas de Santa Cruz e São João. Além da

necessidade de finalizar o Forte de São Sebastião, o da Ilha de Vilheganhon, o da Boa

14 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 16, Doc. 3287. 15 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 16, Doc. 3287.

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Viagem e o da Praia Vermelha. Para esse ensaio, nos deteremos nesse último sítio.

Antes, porém, importante é destacarmos a noção de uma defesa mútua, um sistema

integrado e interligado da Baía de Guanabara com o seu entorno e montes descrito por

Pimentel.

Sobre a eleição desse sítio da Praia Vermelha e da ruína das fortificações,

Gregório Gomes afirma, em 1694, em informação ao Conselho Ultramarino:

Senhor,

O capitão engenheiro da Capitania do Rio de Janeiro Gregório Gomes

em carta de 10 de Junho [?] deste ano dá conta a Vossa Majestade em

como havendo visto pessoalmente as praças daquela Conquista as

achara com considerável ruina incapazes de impedir com suas forças a

entrada do inimigo maiormente quando que este é feito nem a

guarnição e menos a forma em que existiam podiam conseguir o fim

para que se estabeleceram estando por esta causa aquela cidade

exposta a qualquer assalto do inimigo podendo fazer sem contradição

alguma por um sítio chamado praia vermelha, que ficava próximo a

barra, que por não poder se defendido das Fortalezas dela em razão de

não ser visto das mesmas pela oposição de um monte chamado Pão de

açúcar era sem dúvida fazer o inimigo eleição deste sítio para a

conquista, oferecendo lhe o mesmo surgidouro conveniente para

qualquer armada e lançando gente em senão senhorear-se daquela

cidade sem dificuldades e nestes termos era necessário fortificar-se

aquele sítio com uma boa defensa sem lardança alguma, e reparar as

outras praças que estavam com bastantes ruinas [...]

Ao Conselho parece que pelo que escreve o Capitão Engenheiro

da Capitania do Rio de Janeiro, e pelas notícias que dão outras muitas

pessoas práticas da [?]; que convém muito que se faça a Fortaleza na

praia vermelha, por ser o sítio que não tem defensa, e em que os

inimigos poderão desembarcar, e ocuparem a cidade sem se lhe poder

fazer resistência 16.

O sítio da Praia Vermelha não tinha defesa, por isso, a urgência em executar a

obra e impedir a ocupação da cidade através de seu domínio por essa entrada lateral.

Além disso, o Conselho salienta a respeito do financiamento da obra, que o governador,

mesmo que a coroa tenha enviado o valor correspondente para o começo da obra,

observasse se a Fazenda Real possuía condições de financiá-la, do contrário devia

chamar aos oficiais da Câmara daquela mesma Capitania, ensinando

lhes como bons vassalos e como empenhados na sua própria

conservação, em que a terra em que vivem esteja com toda a

16 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 10, D. 1948.

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segurança na ocasião em que forem invadidos pelos inimigos desta

costa, queiram concorrer para esta obra que se avalia por tão

necessária e útil para a sua conservação; e no que toca ao que pede é

necessário para se dar princípio a esta Fortaleza, se lhe remete 17.

Ao serem responsabilizados por garantir a segurança da terra em que vivem

contra o inimigo comum, a conservação do território é posta como vínculo entre o bom

vassalo e a monarquia. O que fazia parte dessa manutenção territorial era o ideal de

necessidade e utilidade. Tais dimensões argumentativas também podem ser encontradas

nos discursos manuscritos de ensino da arquitetura militar, quando um dos principais

tópicos fazia parte da indicação do que chamamos da tríade necessidade, utilidade e

conveniência. O fato do Conselho recuperar essa modo, ou de observamos lógica

semelhante no ensino dos tratados nos remete para a dimensão política da prática da

arquitetura militar.

Em parecer de 14 de Novembro de 1698, os engenheiros portugueses Manuel de

Azevedo Fortes e Manoel do Couto aprovaram o quarto desenho inscrito na planta de

fortificação da Praia Vermelha, em anexo 18. Com o intuito de problematizarmos os

elementos defensivos, ou seja, as figuras geométricas escolhidas por Gregório Gomes

para esse sítio em relação aos teóricos que foram ou não por ele assimilados, poderemos

compreender a quais linhas metodológicas a estrutura defensiva mais se aproximou.

Sendo vista a planta feita pelo Engenheiro Gregório Gomes para

defensa da praia vermelha do Rio de Janeiro e considerados os quatro

modos de a fortificar descritos no desenho Pareceu que não havendo

inconveniente em largar ou ganhar sítio (o que se não mostra na

planta) se deve ocupar o que naturalmente se oferece que deve de ser

o que está chegado ao mar; porque servindo só de bateria não tem

ataques que lhe impeçam as defensas por ser obra feita sobre o mar;

mas que no caso que esta praia seja livre em que o mar entre e saia

sem impedimento parece melhor o quarto desenho porque além de ser

da arte tem a mutua correspondência das defensas, e a defesa será

menor e o desenho ficará mais robusto. Lisboa 14, de Novembro de

1698.

Manoel do Couto

Manoel de Azevedo Fortes 19.

17 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 10, D. 1948. 18 Anexo II. 19 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 16, Doc. 3287.

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No caso da obra realizada sobre o mar, as baterias seriam suficientes, mas para

uma melhor adequação ao terreno do sítio, para o sistema concomitante de defesas e

para uma proteção mais restrita, a proposta foi outra. O objetivo é mapear, seguir as

pistas da construção do desenho, o processo de confecção, de possibilidades de defesa, e

a que foi fixada na planta de fortificação e recebeu o aval de Fortes e Manuel do Couto.

Confirmando em quais teorias se basearam para a formação do quadro teórico de cada

desenho de planta de fortificação. O que nos ajuda a compreender que a política de

defesa esteve em discussão, e a formação de uma cultura política de defesa perpassou o

discurso político no ensino dessa ciência, que reverberou na prática das discussões

administrativas.

Portanto, vejamos o atestado de 1724, em que o engenheiro Tenente General

Manuel de Mello de Castro realiza algumas considerações acerca do desenho da

fortaleza para a praia vermelha.

Manoel de Mello de Castro Tenente General engenheiro desta

Capitania do Rio de Janeiro por Sua Majestade que Deus guarde [...].

Certifico que a fortificação da fortaleza da praia Vermelha de que é

Capitão Francisco Gomes Barbosa consta de uma tenalha com seus

[...] de muralha de pedra e cal, que fechava praia entre dois outeiros

por detrás do [...] fora da barra, na qual se acham quinze peças

montadas nos dois baluartes, e em uma Cortina que fica de baluarte

a baluarte se pode montar mais de outras quinze; tem seus quartéis, e

o armazém de pólvora é lugar muito principal que se deve segurar

em qualquer ocasião de inimigo, assim pela parte de terra, como do

mar, porque se o inimigo se senhorear dela se pode comunicar com

seus navios, sem ofensa das mais fortalezas, e se pode fazer senhor de

todo o distrito da lagoa, [...], e para a parte da cidade com estrada

Real e praia, donde muito a se[r] salvo poderá investir e combater a

cidade e retirar-se para seus navios com pouco detrimento e ainda

valendo-se da artilharia da mesma fortaleza, senhoreando-se dela

donde também pode fazer muito mal à fortaleza de S. João to[r]nando

a ficar senhor de toda aquela parte e da barra, o que tudo são causas

muito principais para que neste sítio e fortaleza se tenha grande

cuidado, em qualquer ocasião de guerra, porque assim a entendo em

razão do meu posto, exercício que tenho nesta praça a mais e vinte

anos e o afirmo e juro aos Santos Evangelhos e pelo Capitão da

Fortaleza Francisco Gomes Barbosa me pedir esta certidão lhe passei

e assinei em o Rio de Janeiro aos vinte de novembro de mil setecentos

e vinte e quatro.

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473

Manoel de Mello de Castro 20.

As figuras geométricas destacadas por Mello de Castro são a tenalha, o baluarte,

e a cortina, que declara por afirmação e juramento em certidão, importante destacar.

Antes desse fato, em carta de 26 de maio de 1696, ao rei D. Pedro II 21, o

governador do Rio de Janeiro, Sebastião de Castro e Caldas destaca questões referentes

à praia Vermelha e que para se construir uma fortaleza naquele local, algumas obras

eram necessárias. Ao mencionar as cortaduras, parapeitos e revelim,

E quanto, a Praia Vermelha, havia dado [?] a Vossa Majestade; que

com uma bateria ao pé do pão de açúcar, que fica na Fortaleza de São

João, ficava bem defendida, cujo sítio descobri, depois de partida a

frota, com bastante trabalho, por dentro da mesma fortaleza, era uma

lage, com toda a capacidade, para se poder obrar, com [?] altura que

os parapeitos, por ter Eminência sobre a dita Praia, e ter pedra, com

que se poder obrar, e a terraplanície, com facilidade, com que faça

mui pouca despesa, e se fará ter capacidade, de seis peças, de

artilharia 22.

Ao falar de todas as outras edificações defensivas, o governador mostra a

dimensão do sistema como um todo, não as fortalezas sendo percebidas isoladamente.

Além disso, os governadores e engenheiros dialogavam munidos das técnicas da

arquitetura militar, o que mais uma vez corrobora a nossa perspectiva de correlacionar o

discurso político, da administração da cidade, com a defesa de seu território, até em

termos urbanísticos.

5. Considerações finais

O objetivo do presente trabalho foi relacionar o discurso de defesa presente nos

tratados manuscritos de arquitetura militar consultados no acervo da Biblioteca

Nacional de Portugal com as demandas políticas práticas, através das solicitações de

engenheiros e o papel dos que aprovavam ou não, como Manuel de Azevedo Fortes e

Manuel Pimentel, o que apontou para a formação de redes e circulação de ideias para a

20 AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 38, Doc. 8834. 21 AHU_ACL_CU_017, Cx. 6, Doc. 612. 22 AHU_ACL_CU_017, Cx. 6, Doc. 612.

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prática defensiva. Desse modo, esquadrinhar a linha argumentativa de Luis Serrão

Pimentel e de Fortes, bem como de seus alunos, e identificar ou não a sua presença nos

desenhos de plantas de fortificação constitui ponto fundamental de nossa análise.

6. Bibliografia consultada

Documentos

- BNP, Res 4556P. Johann Friedrich Pfeffinger. “Fortificaçam moderna ou recopilaçam

de differentes methodos de fortificar de que se usão na Europa os espanhoes, francezes,

italianos e hollandezes”, 1713. Traduzido por: Maia, Manuel da, 1677-1768, trad.;

Deslandes, Valentim da Costa, fl. 1703-1715, impr.

- Oração Acadêmica que pronunciou Manoel de Azevedo Fortes, na presença de suas

majestades, indo a Academia ao Paço em 22 de Outubro de 1739.

- BNP, F 7698. Tratado do Modo de Fazer as Cartas Geográficas, 1722.

AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 16, Doc. 3287.

AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 10, D. 1948.

AHU_ACL_CU_017-1, Cx. 38, Doc. 8834.

AHU_ACL_CU_017, Cx. 6, Doc. 612.

Revistas

FILGUEIRAS, Carlos; PIVA, Teresa. "O engenheiro setecentista luso-brasileiro José

Fernandes Pinto Alpoim". Revista Pombalina Coimbra University Press. Imprensa da

Universidade de Coimbra, 2011.

SCHIAVINATTO Iara Lis; PATACA Ermelinda Moutinho. "Entre imagens e textos: os

manuais como práxis de saber". Revista Manguinhos. Imagens, 2016.

7. Anexos:

I.

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Tratados Ano Autor Academia

Militar

Aula de

Esfera

Base

Bíblica

Cód. 2146 1663 Sem autoria - - Sim

Cód. 5209 1719 Estevão Luis X Sim

Cód.

5176

Idêntico ao

"Tratado de

Arquitetônica"

- ANTT,

Manuscritos

de Livraria,

1809.

1709 Manuel

Antonio de

Mattos sendo

Lente

Domingos

Vieyra

X Sim

Cód. 2144

[Discurso

Militar]

1675 Sem autoria - - Não

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Cód. 1640 d. c. 1664 Luís Serrão

Pimentel

Capitão,

Coronel João

Thomaz

Correa:

possuidor ou

copiador?

X X Sim

Cód. 13473 1661 Luís Serrão

Pimentel;

João Nunes

Tinoco

[escriba]

X X Sim

Cód. 6408 1659 Luís Serrão

Pimentel

X X Sim

Cód. 5174 1679 Luís Serrão

Pimentel;

Francisco

Pimentel

X X Sim

PBA 105//27

[pertenceu ao

Marquês de

Pombal]

1705 Manoel

Antonio de

Mattos

X Não

II.

Planta da Praia Vermelha do engenheiro Gregório Gomes [ca. 1698]

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Fonte: BN-RJ (ref. cat. 268 - AHU RJ 1058)