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Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 8 Ref. Butkov, cap. 9, seção 9.5

Métodos de Física Teórica IIdarnassus.if.ufrj.br/~boschi/ensino/bacharelado/metodos/...Vamos supor que Integrando por partes uma vez, temos •A função tem zeros de ordem l em

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Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi

IF - UFRJ

1º. semestre de 2010

Aula 8

Ref. Butkov, cap. 9, seção 9.5

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Vimos, na aula passada, que a solução para o potencial na equação de Laplace , em coordenadas esféricas, pode ser escrita como

Por outro lado, sabemos que o potencial para a partícula deslocada da origem no eixo z, é

02

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Então, impomos que essas duas expressões sejam idênticas, ou seja,

onde fizemos .

A partir desta relação, conhecida como a fórmula de Poisson, vamos deduzir quem são os polinô-mios de Legendre

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Para isto, vamos fazer a identificação x = cosθ eexpandir seu lado esquerdo usando Taylor

2/1)1(1

1

aa

n

na

n

n

aa

!2

)12(531

...!2

3

4

1

2

11 2

que é bem comportada para a < 1.

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Identificando a = r ( 2x – r ), temos

válida para e r < 1.1cos x

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Agrupando os termos de mesma potência em r, temos

6

!2.25.3.1

2

15

2

!2.25.3.1

834

3

!35.3.1

233

212

232

2/1

2

1

)]2(1[

r

xr

xr

xxr

xrxr

rxr

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Assim, podemos identificar essa expansão com

)(0

xPr l

l

l

e portanto, os polinômios de Legendre são

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Fica como exercício obter a expressão de por este método, para qualquer l:

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Podemos ainda (exercício) escrever um P.L. de ordem l qualquer como

onde o símbolo [l/2] significa a parte inteira da razão l/2.

→ Esse método de obtenção dos polinômios de Legendre pode ser sistematizado (e estendido a outras funções especiais) da seguinte forma:

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Vamos definir a função geradora dos P.L. como

inspirada em nosso exemplo anterior.

A partir desta função, podemos obter os P.L.

e várias de suas propriedades, como veremos a seguir.

)(),(0

xPttxG l

l

l

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Derivando G(x,t) em relação à t, temos

Esta equação pode ser reescrita como

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Por outro lado, fazendo essa mesma operação na expansão de G(x,t) em termos dos P.L., temos

• Substituindo este resultado e a própria série na equação anterior, temos

)(.),(0

1 xPtltxGt

l

l

l

0)()()(.)21(00

12

xPtxtxPtltxt l

l

l

l

l

l

Fazendo os produtos e separando as séries, por potências de t, temos

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• Definindo l’ = l - 1

• n’ = n + 1

• p’ = p + 1, temos

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Cancelando um dos somatórios em n’ com o de p’, temos

0)(.

)()().1(

)(2)().1(

0

1

1

1

1

0

1

0

xPtx

xPtxPtn

xPmxtxPtl

q

q

q

p

p

p

n

n

n

m

m

m

l

l

l

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• Agrupando os somatórios com x, vem

0)(.)(.

)(2)().1(

0

1

1

0

1

0

xPtxxPtn

xPmxtxPtl

q

q

q

n

n

n

m

m

m

l

l

l

0)(.

)()12()().1(

1

1

0

1

0

xPtn

xPxtmxPtl

n

n

n

m

m

m

l

l

l

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Separando os termos l’ = 0 e m = 0, temos

Reunindo os três somatórios restantes, encontramos

0)(.)()12(

)().1()()(

1

11

1

1

01

xPtnxPxtm

xPtlxxPxP

n

n

n

m

m

m

l

l

l

.0)(.)()12(

)()1()()(

1

1

1

01

xPlxxPl

xPltxxPxP

ll

l

l

l

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Portanto, para obedecer esta equação cada termo que multiplica uma potência de t deve ser igualado a zero. Assim,

para l = 1, 2, 3, ... Esta relação entre os P.L. com índices l, l+1 e l-1 é chamada de relação de re-corrência pura para esses polinômios.

Note que, a partir de todos os demais P.L.estão determinados por estas relações.

)()( 01 xxPxP

)(.)()1()()12( 11 xPlxPlxxPl lll

)(0 xP

(1)

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Isto significa que estas relações determinam os P.L. a menos de uma normalização.

• Obs.: A equação anterior também vale para o índice l = 0, desde que ignoremos o termo l-1.

• Isto acontecerá também para outras relações de recorrência que veremos a seguir.

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Para obter outras relações de recorrência, pode-mos, p. ex., derivar G(x,t)

)()21(),(0

2/12 xPttxttxGl

l

l

em relação à x, obtendo

)()21(0

2/32 xPdx

dttxtt

l

l

l

)()21(),(0

2 xPdx

dttxttxtG

l

l

l

o que implica em

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Usando novamente a expansão de G(x,t) em termos dos P.L., temos

• Fica como exercício verificar que agrupando as potências iguais de t, como na obtenção da re-lação de recorrência anterior, têm-se que

)()21()(0

2

0

xPdx

dttxtxPtt

l

l

l

l

l

l

)()(2)()( 11 xPxPxxPxP llll

para . 1l

(2)

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Muitas outras r.r. podem ser encontradas. Por ex., derivando a r.r. pura

em relação à x, temos

)(.)()1()()12( 11 xPlxPlxxPl lll

Usando a relação (2) para eliminar nesta relação encontra-se

)(1 xPl

)(.)()1(

)()12()()12(

11 xPlxPl

xPxlxPl

ll

ll

(3)0)()()(. 1 xPxxPxPl lll

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ou, se eliminarmos , encontramos

• Substituindo l por l-1 nesta relação

)(1 xPl

(4)0)()()()1( 1 xPxxPxPl lll

0)()()(. 11 xPxxPxPl lll

e usando este resultado para eliminar em (3), temos

)(1 xPl

)(.)(.)()1( 1

2 xPlxxPlxPx lll (5)

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conhecida como a fórmula de derivação dos P.L., válida para .

• Este resultado pode ser reescrito como

1l

)(1

)()(2

1 xPl

xxxPxP lll

)(1

1)()(

2

1 xPl

xxxPxP lll

Analogamente, pode-se mostrar que (exercício)

(7)

(6)

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Estes dois resultados são muito importan-tes pois permitem escrever e em termos de e sua derivada.

• Ou seja, conhecendo um P.L. de ordem l, po-de-se determinar os P.L. de ordem inferior l-1, ou superior l+1.

• Na álgebra de momentum angular na Mecâ-nica quântica, essas relações são associadas aos operadores abaixadores e levantadores que atuam sobre .

)(1 xPl )(1 xPl

)(xPl

)(xPl

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Naturalmente, os P.L. devem satisfazer a equação diferencial de Legendre

• Fica como exercício mostrar que a partir das eqs. (6) e (7) chega-se à

0)(2)1( 22 lll PllPxPx

que é, de fato, a ED de Legendre para os P.L..

(8)

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Fórmula de Rodrigues

• Outra equação importante sobre os P.L. é a fórmula de Rodrigues

a partir dela podemos obter várias de suas propriedades.

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Para deduzir essa equação, expande-se usando o Teorema do binomial

Derivando essa expressão l vezes, encontra-se (exercício)

que coincide com a expressão obtida por meio da função geradora.

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Vejamos alguns exemplos

l=0 1)(0 xP

l=1 xxdx

dxP )1(

2

1)( 2

1

l=2

)13(2

1

)(2

1

2).1(28

1

)1(!22

1)(

2

3

2

22

2

2

22

x

xxdx

d

xxdx

d

xdx

dxP

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Ortogonalidade dos Polinômios de Legendre

• Para mostrar que os P.L. são ortogonais, isto é

vamos usar a fórmula de Rodrigues:

Assim

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Vamos supor que Integrando por partes uma vez, temos

• A função tem zeros de ordem l em x = 1 e x = - 1. Logo, mesmo dife-renciado l – 1 vezes, o termo integrado é zero.

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Fazendo l – 1 integrações por partes chegamos a

já que os termos integrados são nulos devido aos zeros de .

Note que o resultado acima contém o fator

que é um polinômio de ordem 2m,

derivado l + m vezes. Se l > m, vemos que o integrando é nulo, ou seja

)1( 2 x

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que prova a ortogonalidade dos P.L.

• Porém, se l = m, temos que

e portanto a integral, neste caso, não é nula e leva a Normalização dos Polinômios de Legendre.

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Vejamos

e para l = m,

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A integral restante é (exercício)

de modo que (exercício)

que é a integral de normalização dos P.L.

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Em resumo, os primeiros P.L. são

Grafica-

mente