Múltiplas Abordagens Da Gestão Da Informação

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    Múltiplas Abordagens da Gestão da Informação e

    do Conhecimento no Contexto Acadêmicoda Ciência da Informação

     

    UNIVERSIDADEFEDERAL DA PARAÍBA

     Reitora MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO DINIZ

      Vice-Reitor EDUARDO RAMALHO RABENHORST

      EDITORA DA UFPB

      Diretora IZABEL FRANÇA DE LIMA Supervisão de Editoração ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JÚNIOR  Supervisão de Produção JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO

    CONSELHO EDITORIAL

    Ítalo de Souza Aquino (Ciências Agrárias)

    Ilda Antonieta Salata Toscano (Ciências Exatas e da Natureza)

    Maria Regina de Vasconcelos Barbosa (Ciências Biológicas)

    Maria Patrícia Lopes Goldfard (Ciências Humanas)

    Eliana Vasconcelos da Silva Esvael (Linguística e Letras)

    Maria de Lourdes Barreto Gomes (Engenharias)

    Fabiana Sena da Silva (Multidisciplinar)

    Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira (Ciências Sociais Aplicadas)

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    Emeide Nóbrega DuarteSimone Bastos Paiva

    Alzira Karla Araújo da Silva(organizadoras)

    Múltiplas Abordagens da Gestão da Informação e

    do Conhecimento no Contexto Acadêmicoda Ciência da Informação

    Editora da UFPBJoão Pessoa

    2014

    Copyright © 2014 EDITORA UFPB

    Efetuado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional,conforme a Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004.

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À EDITORA DA UFPB

    De acordo com a Lei n. 9.610, de 19/2/1998, nenhumaparte deste livro pode ser fotocopiada, gravada,reproduzida ou armazenada num sistema de recuperaçãode informações ou transmitida sob qualquer forma oupor qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio

    consentimento do detentor dos direitos autorais.O conteúdo desta publicação é de inteira responsabilidadedos autores.

      Projeto Gráfico EDITORA DA UFPB

     Editoração Eletrônica Amanda Pontes - Marina Maracajá

      Design de Capa Marina Maracajá

     

    Catalogação na fonte:Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba

    M961 Múltiplas abordagens da gestão da informação e doconhecimento no contexto acadêmico da ciência dainformação / Emeide Nóbrega Duarte, Simone BastosPaiva, Alzira Karla Araújo da Silva, organizadoras.- JoãoPessoa: Editora da UFPB, 2014.

      337p.ISBN: 978-85-237-0869-6

      1. Gestão da informação. 2. Fluxo de informação. 3. Gestãodo conhecimento. 4. Redes sociais. 5. Capital intelectual.I.Duarte, Emeide Nóbrega. II. Paiva, Simone Bastos. III. Silva,Alzira Karla Araújo da.

     CDU: 65.012.45

    EDITORA DA UFPB Cidade Universitária, Campus I – s/n  João Pessoa – PB

    CEP 58.051-970  editora.ufpb.br  [email protected]  Fone: (83) 3216.7147

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    SUMÁRIO

     APRESENTAÇÃO ............................................................... 12Emeide Nóbrega Duarte

    PREFÁCIO ........................................................................ 16Regina de Barros Cianconi 

    PARTE I - GESTÃO DA INFORMAÇÃO

    Capítulo 1 - Fluxo de informação nos canais de comunicaçãodo serviço de atendimento móvel de urgência,regional de João Pessoa-PB .............................................. 19Bruno de Araújo Ribeiro

     Júlio Aonso Sá de Pinho Neto

    Capítulo 2 - Gestão da informação para monitoramentode resultados no novo modelo gerencial do estado .............. 34Edilene Maria da Silva

    Capítulo 3 - Gestão e uso da informaçãona produção científica ...................................................... 52Lucienne da Costa Ferreira

    Capítulo 4 - Indicadores para avaliação dos processosde gestão da informação ................................................... 70Samuel Alves MonteiroEmeide Nóbrega Duarte

    Capítulo 5 - Gestão da informação em ambientesinformacionais web de organizações públicas ..................... 90Mery Cristina Pascoal de Melo

    Capítulo 6 - Gestão da informação no ambiente acadêmico:reflexões sobre a linha de memória do PPGCI/UFPBà luz de suas dissertações ................................................ 110Cyntia Chaves de Carvalho Gomes Cardoso

    Capítulo 7 - Gestão e políticas de informação:

    aproximações teóricas e práticas ..................................... 126Fernando Augusto Alves Vieira

    PARTE II – GESTÃO DO CONHECIMENTO

    Capítulo 8 - O aspecto social das redes na construçãodo conhecimento: contribuições teóricas da disciplinaGestão da Informação e do Conhecimento ........................ 145Fellipe Sá Brasileiro

    Capítulo 9 - Modelagem de processos em gestão

    do conhecimento nas organizações .................................. 162Narjara Bárbara Xavier Silva

     Júlio Aonso Sá de Pinho Neto

    Capítulo 10 - Redes sociais e de cooperação e sua interfacecom a gestão do conhecimento, uso da informaçãoe o marketing ................................................................. 180Roberto Vilmar Satur Emeide Nóbrega Duarte

    Capítulo 11 - Gestão do conhecimento e desafios

    educacionais:proposta teórico conceitual de modelode aplicação no Projovem Urbano .................................... 206Rosilene Agapito da Silva LlarenaEmeide Nóbrega Duarte

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    PARTE III - GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

    Capítulo 12 - Gestão da Informação e do Conhecimentocomo requisito para a implementaçãode políticas de informação .............................................. 227

     João Carlos Bernardo de Lima

    Capítulo 13 - Gestão da Informação e do Conhecimento

    nas organizações: condicionantes das propriedadesgerais da informação ...................................................... 246

     Jailma Simone Gonçalves LeiteEdivânio Duarte de Souza

    Capítulo 14 - Gestão da Informação e do Conhecimentoeconômico: caminho para a inteligência competitiva ......... 262Geovanna Ádya Cordeiro DantasSimone Bastos Paiva

    Capítulo 15 - A comunicação científica e a Gestão

    da Informação e do Conhecimento: reflexões e conexõesà luz dos periódicos científicos ......................................... 276Marina Alves de Mendonça

    Capítulo 16 - Gestão da Informação e do Conhecimentopara o uso do espaço virtual das bibliotecasdas universidades brasileiras ........................................... 292Raquel do Rosário SantosEmeide Nóbrega Duarte

    Capítulo 17 - Competência em informação

    e capital intelectual: constructos complementaresà gestão organizacional .................................................. 316 Janecely Silveira de LimaSimone Bastos Paiva

    SOBRE AS ORGANIZADORAS ...................................... 330

    SOBRE OS(AS) AUTORES(AS) ..................................... 332

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     APRESENTAÇÃO

    O plano de ensino da disciplina Gestão da Inormação e doConhecimento nas Organizações visto sob a perspectiva dos pro-cessos administrativos oi desenvolvido no contexto da sala deaula do Programa da Pós-graduação em Ciência da Inormação daUniversidade Federal da Paraíba. Teve como objetivo proporcionaraprendizagem sobre as tendências da gestão das organizações naera da Inormação e do Conhecimento.

    A disciplina oi alicerçada em quatro pilares: planejamento,organização, direção e controle, tendo como objetivo, promover aprática dos processos de gestão nos parâmetros das organizaçõesda era do conhecimento, com a intenção de que os aprendentespudessem construir seu próprio conhecimento durante as leituras,

    as palestras, as apresentações dos textos, os debates e a troca deconteúdo entre os mesmos.No pilar planejamento, ao elaborar o plano de curso oi pen-

    sado um cronograma composto por 15 aulas com três horas de du-ração, perazendo um total de 45 horas. O conteúdo contempladotomou como reerencial teórico conceitual, o encadeamento dosaspectos gerais aos especíicos, tais como: teoria da inormação,teoria do conhecimento e teoria da criação do conhecimento, in-terdisciplinaridade entre administração e Ciência da Inormação,aspectos teóricos da gestão da inormação, aspectos teóricos epráticos da gestão do conhecimento e sua integração com a gestão

    da inormação. Além desse conteúdo, oram abordadas as erra-mentas que promovem a gestão da inormação e/ou conhecimen-to, tais como: redes sociais, competência em inormação, capitalintelectual, comunidades virtuais de aprendizagem, entre outros.

    Para que os conteúdos pudessem ser assimilados nos tex-tos, oi adotado como critério de distribuição dos mesmos entreos aprendentes, o interesse de pesquisa em conormidade com ostemas dos projetos.

    Como critérios de avaliação do aprendizado oram adota-dos, a apresentação de um seminário, a elaboração dos resumosde cada texto selecionado e debatido, a participação nas discus-

    sões e a elaboração de um capítulo para um livro que viesse reletiros conhecimentos assimilados, tomando como reerencial o proje-to de pesquisa individual.

    No pilar organização, os textos selecionados e distribuídosentre os aprendentes totalizaram 15, compostos por quatro livros,uma tese, uma dissertação, oito artigos de periódicos e um traba-lho publicado em anais de evento. O conteúdo da disciplina cons-tou ainda, de três palestras proeridas sobre as seguintes temáticas:“Gestão da inormação e do Conhecimento em unidade de serviçode inormação”, pela Proa. Dra. Marta Lígia Pomim Valentim; “A re-lação entre as redes sociais e a Gestão do conhecimento”, pela Pro-a. Dra. Alzira Karla Araújo da Silva e a “Relação entre o Capital inte-lectual e a Gestão do conhecimento”, pela Proa. Dra. Simone BastosPaiva. A palestra da Proa. Marta Lígia Pomim Valentim oi proeridapor meio eletrônico e transcrita por um membro participante, e emseguida, disseminada para todos os integrantes da turma.

    Na dinâmica para apresentação das leituras realizadas noinício de cada aula, todos os participantes apresentavam um co-mentário sobre a leitura eita, em seguida, havia a apresentaçãodo texto em slides e inalizava com o debate. Após as apresen-tações, os slides eram encaminhados para todos os integrantes,

    de orma que o conteúdo osse compartilhado para posterior usodas inormações. O tempo das apresentações e os debates oramdevidamente cronometrados para que o plano de curso osseexecutado satisatoriamente, em direção ao objetivo propostopela disciplina.

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    Em atendimento ao pilar direção, a responsável pela discipli-na conduziu os trabalhos de orma democrática, com certa lexibili-dade, sem dispensar a ordem e a responsabilidade. Os participanteseram convidados, de orma geral, para se pronunciarem sobre osconteúdos dos textos em debate, registrando-se pouca intererênciado docente/gestor no desenvolvimento do plano acadêmico, paraoportunizar aos participantes, construírem seus conhecimentos

    sem inluência, evitando assim, adesão a pensamentos, correntesou conceitos preestabelecidos, considerando as ideias inovadorasdos conteúdos discutidos no campo da Ciência da Inormação.

    Como erramentas de controle, em relação ao cumprimen-to das atividades concernentes a participação dos aprendentesoram considerados os seguintes indicadores para o processo deavaliação: a requência, a participação nas discussões, o cumpri-mento das leituras e datas para entrega dos capítulos.

    Como demonstração da construção dos conhecimentosobtidos a partir dos projetos de pesquisa em andamento, na pers-pectiva de cada discente, considerando a ormação intelectual, asleituras individuais, as áreas de atuação e as barreiras cognitivaspara compreensão dos conteúdos abordados, apresentamos os 17capítulos que ormam esta coletânea, elencados de orma a con-templar textos que abordam a Gestão da inormação, a Gestão doconhecimento e textos que abordam a Gestão da Inormação e doConhecimento de orma integrada, compondo três partes da cole-tânea, a saber:

    1ª Parte - Capítulos sobre Gestão da Inormação: 1º Fluxo deinormação nos canais de comunicação do serviço de atendimen-to móvel de urgência, regional de João Pessoa-Pb, 2º Gestão da

    inormação para monitoramento de resultados no novo modelogerencial do estado; 3º Gestão e uso da inormação na produçãocientíica; 4º Indicadores para avaliação dos processos de gestãoda inormação; 5º Gestão da inormação em ambientes inorma-cionais web de organizações públicas; 6º Gestão da inormação no

    ambiente acadêmico: relexões sobre a linha de memória do PPG-CI/UFPB à luz de suas dissertações; 7º Gestão e políticas de inor-mação: aproximações teóricas e práticas.

    2ª Parte - Os capítulos sobre Gestão do Conhecimento: 8º Oaspecto social das redes na construção do conhecimento: contribui-ções teóricas da disciplina Gestão da Inormação e do Conhecimen-to; 9º Modelagem de processos em gestão do conhecimento nas or-

    ganizações; 10º Redes sociais e de cooperação e sua interace coma gestão do conhecimento, uso da inormação e o marketing; 11ºGestão do conhecimento e desaios educacionais: proposta teóricoconceitual de modelo de aplicação no Projovem Urbano.

    3ª Parte - Os capítulos sobre Gestão da Inormação e do Co-nhecimento intitulam-se: 12º Gestão da Inormação e do Conheci-mento como requisito para implementação de políticas de inorma-ção; 13º Gestão da Inormação e do Conhecimento nas organizações:condicionantes das propriedades gerais da inormação; 14º Gestãoda Inormação e do Conhecimento econômico: caminho para a in-teligência competitiva; 15º A comunicação cientíica e a Gestão daInormação e do Conhecimento: relexões e conexões à luz dos pe-riódicos cientíicos; 16º Gestão da Inormação e do Conhecimentopara o uso do espaço virtual das bibliotecas das universidades brasi-leiras; e 17º Competência em inormação e capital intelectual: cons-tructos complementares à gestão organizacional.

    Os capítulos que compõem esta coletânea certamente irãocontribuir para sinalizar os rumos da Gestão da Inormação e doConhecimento como corrente teórica, em expansão, no campo deCiência da Inormação. 

    Dra. Emeide Nóbrega Duarte

    Proessora do DCI/UFPB

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    PREFÁCIO

    A inormação e o conhecimento são recursos estratégicosno mundo corporativo moderno, seja em instituições públicas ou

    em organizações privadas, com ou sem ins lucrativos. Adquirir osconhecimentos necessários para a gestão eicaz da inormação edo conhecimento é imperativo para os gestores e trabalhadores doconhecimento, desde o mais alto nível de tomada de decisão até omenor nível organizacional e individual.

    A Internet, em particular as mídias e redes sociais, sem alarem tecnologias da inormação emergentes, como big data, linkeddata, web semântica trazem novas perspectivas e estão mudandoa maneira como as pessoas se comunicam, trocam ideias e expe-riências, azem pesquisa, realizam negócios, obtém e divulgam in-

    ormações e constroem conhecimento.O Programa de Pós-graduação em Ciência da Inormaçãoda Universidade Federal da Paraíba tem procurado responder aosdesaios dessas mudanças. Reconhecendo as possibilidades donovo espaço em que a inormação se insere, que exige desenvol-ver e aplicar métodos e técnicas de Gestão da Inormação e do Co-nhecimento adequados aos mais dierentes contextos, para alcan-çar vantagem competitiva, melhorar a produtividade, identiicaroportunidades e desaios para criar novos produtos e serviços deinormação, o PPGCI/UFPB reúne em livro os resultados da produ-ção de alunos do Programa de Mestrado e Doutorado.

    A presente coletânea incorpora a teoria e a prática de dis-ciplina acadêmica voltada à Gestão da Inormação e do Conheci-mento e nos oerece textos resultantes de estudos da inormação,levando em consideração aspectos diversos.

    Em relação à gestão da inormação são abordados des-de questões teóricas a respeito das políticas de inormação a indicadores para avaliar os processos de gestão da inormação,aplicação em contextos distintos, tais como produção cientíica,ambientes acadêmicos, organizações governamentais, organiza-ções privadas.

    No âmbito da gestão do conhecimento são apresentados

    textos com relexão sobre seus processos nas organizações, o pa-pel das redes sociais na construção do conhecimento, desaios daaplicação em ambiente educacional.

    E ainda são reunidos textos sobre a aplicação da gestãoda inormação e da gestão do conhecimento na comunicaçãocientíica, nas bibliotecas universitárias, na inteligência compe-titiva, e questões relacionadas à competência inormacional e aocapital intelectual.

    Sua leitura contribui para o estudo da gestão da inormaçãoe da gestão do conhecimento em uma variedade de conigurações,permitindo uma visão bastante abrangente das possibilidades deutilização dos princípios da Gestão da Inormação e do Conheci-mento pela Ciência da Inormação, campos que cada vez mais seirmam como de interesse e vêm ocupando espaço de destaque naprodução intelectual da área.

    A apresentação dos textos produzidos por discentes e do-centes do Mestrado e Doutorado em Ciência da inormação mos-tra esse potencial de reletir criticamente sobre as interrelaçõesentre a Gestão da Inormação e a do Conhecimento, utilizar a in-ormação e o conhecimento como recursos importantes na com-preensão do valor da inormação no planejamento estratégico,

    no estabelecimento de políticas de inormação, e em apoio aoprocesso de tomada de decisão nos mais dierentes ambientes.

    Dra.Regina de Barros Cianconi Proessora do DCI/UFF 

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    PARTE I - GESTÃO DA INFORMAÇÃO

    CAPÍTULO 1FLUXO DE INFORMAÇÃO NOS CANAIS DE

    COMUNICAÇÃO DO SERVIÇO DE ATENDIMENTOMÓVEL DE URGÊNCIA, REGIONAL DE JOÃO PESSOA-PB

    Bruno de Araújo Ribeiro Júlio Aonso Sá de Pinho Neto

    Resumo: Analisa os luxos de inormação nos canais de comuni-cação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, sob a óticaconceitual e metodológica da gestão da inormação, por meio dacontribuição teórica da disciplina Gestão da Inormação e do Co-nhecimento, pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Ci-ência da Inormação da Universidade Federal da Paraíba. Analisa

    os construtos conceituais e metodológicos da bibliograia discu-tida e trabalhada na disciplina, com o objetivo de ampliar o co-nhecimento necessário à consecução dos objetivos propostos aoobjeto de estudo. Como método, resgatam-se os principais pontosde discussão, que contribuíram de modo signiicativo para eviden-ciar a relevância da Gestão da Inormação e do Conhecimento noâmbito das organizações. Conclui-se que os conceitos, métodos emodelos inerentes à gestão da inormação estão diretamente rela-cionados ao objeto de estudo, sendo parte undamental da estru-tura estratégica, operacional e decisória necessária à operaciona-

    lização e uncionamento desse serviço.

    Palavras-chave: Fluxos de inormação. Canais de Comunicação.Barreiras de Comunicação.

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    Introdução

     Criado em 2003, como principal componente da PolíticaNacional de Atenção a Urgências, o Serviço de Atendimento Móvelde Urgência (SAMU) é um programa do governo ederal voltado areduzir o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais eas sequelas decorrentes da alta de socorro emergencial adequa-

    do nos municípios brasileiros.A rede nacional SAMU conta com serviços no Brasil e estápresente em todos os estados e no Distrito Federal. O serviço un-ciona 24 horas por dia com equipes de médicos, enermeiros, au-xiliares de enermagem e socorristas, que atendem as ocorrênciasde natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, ginecoobsté-trica e de saúde mental da população.

    O serviço é disponibilizado a toda população e é inicia-do através de um pedido de socorro realizado gratuitamente pormeio de uma ligação para número 192. Desse modo, o solicitantetem acesso a uma equipe que identiica a emergência e transere

    a solicitação de socorro para um proissional médico, com treina-mento especíico para tal, acolhendo todos os pedidos de ajudamédica, julgando sua gravidade, priorizando o conjunto de neces-sidades que ocorrem à central e gerenciando o conjunto de recur-sos disponíveis, de orma a oerecer a melhor resposta possível acada demanda, sempre na perspectiva de garantia de acesso. Des-sa orma, por meio da coleta de dados iniciais, o Médico Regulador(MR) reúne um conjunto de inormações que serão undamentaisna comunicação com as equipes socorristas, no acionamento dasunidades móveis e no encaminhamento adequado à rede hospi-talar (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Por Médico Regulador

    entende-se o proissional responsável pelo gerenciamento, deini-ção e operacionalização dos meios disponíveis e necessários pararesponder às solicitações, utilizando-se de protocolos técnicos eda aculdade de arbitrar sobre equipamentos de saúde do sistemanecessários ao adequado atendimento do paciente.

     Nesse contexto, a organização, compreensão e o uso dainormação de maneira racionalizada são de undamental impor-tância na ormatação de objetivos estratégicos que norteiam umaorganização, na criação de signiicados, na construção de conhe-cimento e na tomada de decisões. Sendo assim, a gestão da inor-mação (GI) apresenta-se como um arcabouço de sustentação detodo um conjunto estruturado de atividades que relete a orma

    pela qual uma organização captura, entrega e utiliza a inormação.Como enatiza a autora:

    Fazer Gestão da Inormação signiica dirigir edar suporte eetivo e eiciente ao ciclo inor-macional de uma organização, desde o plane-

     jamento e desenvolvimento de sistemas parareceber as inormações à sua distribuição euso, bem como sua preservação e segurança(MIRANDA, 2010, p. 99).

     Como orma complementar, Barbosa (2008), airma que, o

    principal enômeno da GI é a inormação em si, ou o que chamamosde conhecimento explícito. Ou seja, a GI procura agir com o universode documentos, dos mais diversos tipos, os quais são produzidos,armazenados e utilizados em um contexto organizacional.

    O ciclo inormacional, cujos elementos são: captação, rece-bimento, criação e distribuição da inormação, precisa azer partede uma estrutura que objetive assegurar a eiciência e a eicácia dosprocessos inormacionais. De acordo com Miranda e Streit (2007), citados por Miranda (2010), processo é uma sequência de atividadesque transorma insumos em produtos, agregando valor. Nesse regi-me, o processo de GI compreende várias ases ou etapas, que serãoseguidas dependendo da abordagem que se deseje trabalhar. Nadeinição de Davenport (1997) citado por Miranda (2010), um pro-cesso genérico de GI é composto de quatro ases: determinação dosrequisitos ou necessidade de inormação, captura, distribuição e

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    uso da inormação. Nessa sequência são deinidas as necessidadesinormacionais, envolvendo a identiicação de objetivos e a combi-nação entre objetivos e usos da inormação, o monitoramento doambiente e a categorização da inormação em uma estrutura rele-vante, a conexão de gestores e usuários da inormação e por im, ouso da inormação, sua medição, contextualização e incorporaçãoaos meios de uso, bem como sua avaliação e resultados.

    Conciliadas, estas deinições traduzem a inormação e o lu-xo da inormação como elementos essenciais na dinâmica organi-zacional e, em particular, na eetivação do atendimento realizadopelo SAMU, auxiliando, permanentemente, o direcionamento e otranscurso de suas ações estratégicas, táticas e operacionais. Alémdisso, a inormação assume o papel estruturante de uma rede deserviços regionalizada e hierarquizada de cuidados integrais às ur-gências, de qualquer complexidade ou gravidade, desconcentran-do a atenção eetuada exclusivamente pelos prontos-socorros,motivo pela qual a GI é imprescindível para o pleno uncionamen-to desse serviço.

     Por sua atuação, o SAMU constitui-se num importante eloentre os dierentes níveis de atenção à saúde, na medida em queacolhem os pedidos de ajuda médica de cidadãos acometidos poragravos agudos à sua saúde, por meio das Centrais de RegulaçãoMédica de Urgência do SAMU/192, cuja principal atribuição é a regu-lação, com base nas inormações colhidas dos solicitantes, de todosos luxos de pacientes vítimas de agravos urgentes, do local ondeocorreram até os dierentes serviços mapeados da rede hospitalar.

     No âmbito da sociedade, evidencia-se que a prestação desseserviço é algo indispensável à população. Sua natureza propositiva,

    além de se caracterizar como um direito constituído, atua primor-dialmente na assistência emergencial à saúde e no salvaguardo àvida. Tal colocação amplia sua importância no contexto da socieda-de revelando-se um objeto de análise vasto e convidativo.

     Como objetivo, esse capítulo procura analisar as múltiplas

    abordagens da Gestão da Inormação e do Conhecimento no con-texto acadêmico de Ciência da Inormação, assim como, suas con-tribuições à construção da temática sugerida, ou seja, a análise eo mapeamento do luxo de inormação, bem como os ambientesde uso da inormação, identiicando as barreiras de comunicação,via canais ormais, do processo de atendimento aos usuários soli-citantes do SAMU/192), no município de João Pessoa - PB.

    O estudo é amparado metodologicamente em uma pesqui-sa bibliográica de caráter descritivo, tendo como principal ontede dados os registros das discussões acerca dos trabalhos, disser-tações, teses e artigos cientíicos, das análises de citações, leiturase palestras que compõem o programa da disciplina Gestão da In-ormação e do Conhecimento (GIC), que é parte da grade curriculardo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Inormação (PPGCI)da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tendo como universopesquisado o conteúdo de 15 textos cientíicos.

    Dessa orma, procuramos relacionar o conteúdo trabalhadoem sala de aula com os objetivos propostos à temática da análise

    do luxo de inormação nos canais de comunicação do SAMU/192,na perspectiva de ampliar o conteúdo teórico, conceitual e meto-dológico necessário à consecução da proposta de estudo, eviden-ciando a importância da inormação e dos modelos da GI para osprocessos estratégicos, operacionais e decisórios, que subsidiamas ações de salvaguardar a vida, desempenhadas pelo SAMU.

     Gestão da informação 

    O estudo busca contribuir com a análise do o luxo de inor-

    mação nos canais de comunicação ormais do SAMU/192, aliadoao arcabouço teórico e técnico da GI, no que tange à inormaçãocomo elemento vital dos processos operacionais e decisórios queirão subsidiar as ações para salvaguardar a vida, pois se entendeque esta atividade está intrinsecamente associada ao plano da GI

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    que deve propiciar habilidades para tratar a inormação no con-texto de necessidades especíicas. O qual pode ser descrito pelaseguinte airmação:

    Uma vez que as organizações contemporâneasse caracterizam pela contínua produção, pro-cessamento e uso da inormação pode-se con-siderar que os processos críticos da GI sejam

    a organização e o tratamento da inormação(BARBOSA, 2008, p. 16).

    As organizações modernas são entidades complexas doponto de vista inormacional, pois envolvem universos comple-tamente distintos que produzem inormação e conhecimento.De um modo geral, os ambientes organizacionais são ormados erepresentados por meio de suas estruturas, processos, luxos, co-municação, cultura organizacional e campo de atuação, que pos-tos em orma de unidade, convergem e interagem para abrigar osluxos de trabalho e produção. Os luxos de trabalho, por sua vez,

    são alimentados por meio da inormação e do conhecimento, un-cionando como base da dinâmica dos processos produtivos, poisestão direcionados às atividades e as tareas desempenhadas noambiente organizacional.

    Nesse contexto, ganha importância a questãoda competência inormacional, conceito quese pode aplicar tanto a pessoas como a organi-zações. Trata-se, no caso, de saber utilizar a in-ormação e o conhecimento de maneira eetiva(BARBOSA, 2008, p. 22).

     Os contextos ambientais são responsáveis pela variabilida-de do grau de estabilidade nas organizações, determinando o ritmoe a dinâmica na constância dos luxos inormacionais. Os usuários,atores determinantes dessa dinâmica, são inluenciados por tais

    condições, que por sua vez, também exercem inluência sob os lu-xos de inormação. Além disso, ontes e luxos de inormação são de-rivados das ações organizacionais, ou seja, estão relacionados tantoao ambiente interno, quanto ao ambiente externo. Nessa perspec-tiva, Barbosa (2008) cita Horton Júnior (1979) para airmar que umaonte de inormação é um indivíduo ou uma organização - um local- que ornece dados e inormações necessárias para usuários. Dessa

    orma, concebe-se que todas as variações ambientais inluem de al-guma maneira nos luxos inormacionais existentes.De acordo com Valentim (2010), luxos de inormação se

    constituem em algo extremamente valioso, do ponto de vista es-tratégico, tático e operacional, para qualquer tipo de organiza-ção, em qualquer área de atuação. O luxo de inormação sugerea quantidade de inormação que lui durante a execução de umdado processo organizacional, também diz respeito ao trânsito eà direção de inormações que são produzidas, distribuídas e utili-zadas em todas as eseras de uma organização, de maneira que setorna imprescindível sua apreciação sob o domínio da GI.

     Nessa perspectiva, a GI e a GC podem ser vistas comouma resposta para gerenciar inormação e conhecimento, me-lhorando os luxos inormacionais, o que pode ser complemen-tado por Choo (2003, p. 230-231):

    As organizações podem ser vistas como repo-sitórios de capacidades que resultam do atode o conhecimento dos indivíduos e grupos daorganização ter ganhado orma por meio derelacionamentos, processos e erramentas quedeinem a organização. Administrar o conheci-

    mento organizacional é, portanto, administrare omentar as capacidades da organização.

     Na estrutura organizacional, os luxos inormacionais exis-tentes podem ser entendidos como sendo: luxos ormais e luxos

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    inormais. Valentim (2007) classiica os luxos ormais como o meioestruturado e planejado, cuja inormação perpassa ormalmentepelas dierentes unidades de trabalho como diretorias, gerências,divisões, departamentos, setores, seções etc., já os luxos inor-mais estão relacionados às inormações geradas e comunicadasentre os indivíduos, por meio das relações humanas construídasnas dierentes unidades de trabalho.

    Nesse contexto, a estrutura organizacional exerce enormeinluência aos luxos inormacionais, na medida em que se posi-ciona, intrinsecamente, ligada aos sistemas de responsabilidade,de autoridade e de comunicação. O sistema de responsabilidadediz respeito à alocação de atividades relacionadas a um determi-nado setor, já o sistema de autoridade reere-se ao poder decisóriode azer algo e pode ocorrer tanto pelo luxo ormal, quanto peloluxo inormal, por im, tem-se o sistema de comunicação, que é oprocesso pelo qual uma determinada mensagem é remetida porum emissor e recebida por um receptor.

     Para gerenciar esses luxos inormacionais, sejam eles or-

    mais ou inormais, é indispensável à realização de ações integradascom a inalidade de prospectar, iltrar, tratar e disseminar todo oconjunto inormacional e intelectual da organização, abrangendodesde documentos, bancos e bases de dados etc., produzidos nosambientes da organização, até o conhecimento individual dos die-rentes atores organizacionais. É undamental destacar que os luxosde inormação ormais e inormais dão-se tanto no ambiente internoquanto no ambiente externo à organização e as ações integradas ci-tadas devem ocorrer nos dois ambientes. Dessa maneira, argumen-ta-se a importância da organização deinir em seu organograma

    uma unidade de trabalho especiicamente voltada a desenvolverações e atividades à gestão da inormação, gestão do conhecimentoou inteligência competitiva na organização (VALENTIM, 2010).

     No ambiente de uso da inormação e, no decorrer do luxo,a mesma inormação pode ser aproveitada para outros objetivos e,

    neste caso, ajusta-se ao luxo e agrega-se ou não outros valores queinicialmente a inormação não possuía, ou seja, a inormação é mu-tável e não estática como em outros tipos de ambientes inormacio-nais. Essa característica torna os ambientes organizacionais extrema-mente complexos quanto à geração, compartilhamento, acesso e usodas inormações. Certamente, parte-se da posição de que o usuárioda inormação é uma pessoa cognitiva e perceptiva, cuja busca e uso

    da inormação constituem um processo dinâmico que se estende notempo e no espaço, sugerindo que o contexto em que a inormação éusada determina de que maneira e em que medida ela será útil.

     Assim sendo, pode-se perceber que, em cada um dos am-bientes organizacionais e por cada um de seus respectivos níveishá produção de inormações e, portanto, luxos de inormação dis-tintos e paralelos, cuja aplicação é variável e dependerá especial-mente dos signiicados inormacionais produzidos, dos motivospelos quais oram produzidos, bem como dos objetivos de uso porparte de outros usuários e setores, ator que justiicará a importân-cia e o valor da inormação. Além disso, os luxos inormacionais,

    em cada um dos níveis da organização, possuem maior ou menorimpacto em relação a determinadas atividades. Assim como indicaa airmativa abaixo:

    O valor da inormação reside no relacionamen-to que o usuário constrói entre si mesmo e de-terminada inormação. Assim a inormação sóé útil quando o usuário inunde-lhe signiicado,e a mesma inormação objetiva pode receberdierentes signiicados subjetivos de dierentesindivíduos (CHOO, 2003, p. 70).

    Os luxos estão, portanto, diretamente relacionados à es-trutura, à cultura e à comunicação organizacional que possibilitama dinâmica necessária para o intercâmbio do todo organizacional,atuando como responsáveis pelas interações que perpassam as

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    atividades, tareas e ações individuais, como também, na condu-ção das inormações que subsidiam o processo de maior relevân-cia no cotidiano organizacional, o decisório, e por esse motivo,são necessários estruturas e canais apropriados para que elas lu-am adequadamente. A tomada de decisão, de acordo com Choo(2003), é estruturada por procedimentos e regras que especii-cam papéis, métodos e normas. A ideia é que as regras e rotinas

    esclareçam o necessário processamento de inormação diante deproblemas complexos, incorporem técnicas eicientes e coniáveisaprendidas com a experiência.

    Dessa orma, as ações que se dirigem a uma decisão presu-mem um ambiente de uso da inormação, cujos canais condutorespermitam a luidez das inormações, bem como não sejam obstru-ídas por excessos inormacionais que não estejam em conormi-dade com os objetivos decisórios das organizações. Por meio daGI é possível mapear os luxos de inormação, cuja representaçãopossibilitará analisar os produtores de inormação, os tipos docu-mentais gerados, a tramitação de documentos/inormação e as

    barreiras que ocorrem ao longo do luxo. A GI tem como objetivo amparar a gestão organizacional

    por meio de processos que sugiram maior eiciência e acesso àinormação e sua utilização em todos os âmbitos necessários, demodo que a criação do conhecimento seja avorecida. Nesse sen-tido, desenvolver modelos de GI permite que as organizações pos-suam um arcabouço inormacional vinculado ao processo decisó-rio, podendo assim selecionar a inormação relevante para apoiartodas as ases dos processos de tomada de decisão. Os processosancorados pela GI contemplam todas as áreas de uma organiza-

    ção, isso porque a inormação é elemento essencial na dinâmica ena eetivação de todas as rotinas organizacionais. 

     Análise descritiva e teórica da Gestão da Informação edo Conhecimento nas organizações

     Dentre os temas explorados em sala e com base nas análi-ses realizadas, podemos destacar três temas que apresentam con-teúdo teórico voltado à temática e que irão contribuir na elabora-ção conceitual direcionada à análise dos luxos de inormação nos

    canais de comunicação do SAMU, destacando-se Barbosa (2008),Miranda (2010) e Choo (2003).Barbosa (2008) procura evidenciar e discutir a estrutura

    conceitual e a importância da inormação e do conhecimento nocontexto empresarial, transcorrendo por meio da comparaçãoentre os dois campos de estudo e pelos aspectos relacionados àorigem e evolução destas disciplinas. Mais do que uma visão de-talhada sobre os dois campos, o autor consegue proporcionar ummelhor entendimento sobre a linha tênue que diere a GI e a GC,revelando os aspectos estruturantes de cada um dos campos e evi-denciando o caráter indissociável entre a inormação e o conheci-

    mento, ou seja, conduz a uma visão integrada da GI e GC. De modo sucinto, a GI e GC convergem para aspectos com-

    plementares de importantes enômenos organizacionais, ou seja,a GI trata da inormação - o conhecimento registrado - e a GC tra-ta do conhecimento pessoal, tácito, muitas vezes intangível, masque, para ser utilizado, necessita antes ser descoberto, trabalhadoe socializado entre os atores inormacionais.

     Ao direcionar o tema abordado ao contexto organizacio-nal, Barbosa (2008) sugere olhar a organização sob a perspectivada inormação e do conhecimento, o que, consequentemente,

    permite perceber as pessoas tanto como usuários quanto comoprodutores de inormação, de modo que, “descobrir, organizar,disseminar e utilizar esse conhecimento de maneira eetiva cons-titui o grande desaio da gestão da inormação e do conhecimen-to” (BARBOSA, 2008, p.22).

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    Assim, compreendemos que, por mais que o tema propos-to por Barbosa (2008) esteja ocalizado no contexto empresarial, oconhecimento contido em suas abordagens poderá ser transeridoao nosso contexto de estudo de análise do luxo de inormação noscanais de comunicação do serviço de atendimento móvel de ur-gência, regional de João Pessoa-PB, contribuindo dessa orma, demodo signiicativo à construção dos objetivos propostos.

     De maneira mais próxima, Miranda (2010), no artigo “A ges-tão da inormação e a modelagem de processos”, permeia grandeparte da temática proposta, no que tange à análise dos luxos deinormação nos canais de comunicação do SAMU. Por se tratar deum tema semelhante e direcionado à GI na esera pública, encon-tramos orte relação com o objeto de estudo, tendo em vista quea autora relata as dierentes abordagens dos processos de GI nosetor público e privado, oertando uma proposta de ormato paramodelar de modo descritivo os processos de GI, ancorados no ci-clo de vida da inormação que visa minimizar as dierenças exis-tentes entre organizações públicas e privadas, do que diz respeito

    aos processos e modelos de GI existentes. Do ponto de vista orgânico, percebemos a importância

    da inormação como a principal onte de ação operacional doSAMU, posto que, a inormação é utilizada para criar um con-texto ou dar signiicado a uma situação. Nesse sentido, en-contramos importante contribuição em Choo (2003), no qualevidenciamos que, no âmbito organizacional, a GI e seu pro-cessamento surgem como atores cruciais e indispensáveis, namedida em que são necessários à ormação de um diagnósticoda situação, na mediação à tomada de decisões e na escolha de

    cursos de ação apropriados que assegurem uma operação maisprevisível e coniável, ou seja, a habilidade na condução da in-ormação passa a ter uma relação direta entre a prática opera-cional do SAMU e suas ações direcionadas ao atendimento dosagravos ocorridos.

    A arena de uso da inormação na organização do conheci-mento, deinição proposta por Choo (2003), é composta pela cons-trução do conhecimento nas organizações e é conseguida quandose reconhece o relacionamento sinérgico entre o conhecimento tá-cito e o conhecimento explícito. Desse modo, é necessário estabele-cer um processo de conversão de conhecimento para construir novoconhecimento. Tal visão amplia nossa compreensão sobre os pro-

    cessos inerentes à GI e GC e permite perceber inormação e conheci-mento como enômenos indissociáveis e necessários aos processosdecisórios de qualquer organização, seja ela pública ou privada.

    Desse modo, concebemos a inormação como um compo-nente intrínseco ao uncionamento e operacionalização do pre-sente objeto de estudo. “O uso da inormação envolve a seleção eo processamento da inormação, de modo a responder a uma per-gunta, resolver um problema, tomar uma decisão, negociar umaposição ou entender uma situação” (CHOO, 2003, p. 107).

    Todavia, diante da relevância do tema, az-se necessáriouma análise mais criteriosa e aproundada sobre os processos de

    GI e GC na esera de atendimento do SAMU junto à sociedade.

    Considerações finais 

    Nos últimos anos, é perceptível o crescimento dos estudossobre a GI no contexto organizacional e acadêmico. Devido à suacrescente importância estratégica essa disciplina vem merecendocada vez mais a atenção de gestores, proissionais e pesquisado-res, na medida em que corrobora para o desenvolvimento multi-disciplinar de várias competências em todos os tipos de organiza-

    ção e em qualquer área de atuação. De maneira singular, compreendemos que os estudospropostos aos temas, trabalhos, teses e artigos que compuse-ram o conteúdo abordado em sala na disciplina da (GIC), trou-xeram contribuição para o reconhecimento da importância

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    desses enômenos, na construção e no compartilhamento deconhecimento no contexto analisado.

    Esse estudo representa a ormatação de conceitos inter-cambiados por modelos teóricos da GI na construção de um co-nhecimento multidisciplinar, tendo como base a análise das estru-turas que inluem no modelo dos processos de comunicação e daGI, assim como, nas ações de mediação de aparato decisório e as

    complexidades inerentes aos usuários envolvidos nas práticas or-ganizacionais que demandem inormação. Compreendemos que as contribuições resultantes da ree-

    rida proposta de trabalho atendem a dierentes obrigações: aca-dêmico-cientíico, por diundir e expandir os modelos conceituais,teóricos e metodológicos existentes no campo da disciplina GIC,na medida em que agrega inormações que ajudará na constru-ção e consecução dos objetivos propostos à temática; institucio-nais, por nos permitir colaborar com as práticas organizacionaisdo SAMU; pessoais, por permitir aos pesquisadores, a absorção denovos conhecimentos e ampliação de perspectivas críticas e analí-

    ticas e por im, Sociais, por contribuir com um serviço essencial àsnecessidades humanas.

    Referências

    BARBOSA, R. R. Gestão da Inormação e do Conhecimento: origens,polêmicas e perspectivas. Informação & Informação, Londrina, v. 13,n. esp., p. 1-25, 2008.

    BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamentode Atenção Especializada. Regulação Médica das Urgências. Editora MSBrasília, 2006. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2013.

    CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizaçõesusam a inormação para criar signiicados, construir conhecimento etomar decisões. São Paulo: Senac, 2003.

    HORTON JÚNIOR, F. W. Resource management: principles and practices.Information resources management : concepts and cases. Cleveland: Association or Systems Management , 1979. p. 29-51.

    MIRANDA, S. V. A gestão da inormação e a modelagem de processos.Revista do Serviço Público, Brasília, v. 61, n. 1, p. 97-112, jan./mar.2010.

    MIRANDA, S. V.; STREIT, R. H. O processo de gestão da inormação

    em organizações públicas. In: ENCONTRO DE ADMINISTRAÇÃO DAINFORMAÇÃO - ENADI, 1., Anais... Florianópolis-SC, 2007. Disponívelem: .Acesso em: 15 out. 2013.

     VALENTIM, M. L. P. (org.). Ambientes e fluxos de informação. SãoPaulo: Cultura Acadêmica, 2010.

    ____. Informação, conhecimento e inteligência organizacional. 2.ed.Marília: FUNDEPE Editora, 2007.

    ____. Inteligência competitiva em organização: dado, inormação econhecimento. Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, 2002. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2013.

    ____; LOPES, E. C. Gestão da inormação e governança corporativa emempresas de capital aberto. In: VALENTIM, M. (org). Gestão, mediaçãoe uso da informação. São Paulo: UNESP; Cultura Acadêmica, 2010.

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    CAPÍTULO 2GESTÃO DA INFORMAÇÃO PARA MONITORAMENTO

    DE RESULTADOS NO NOVO MODELOGERENCIAL DO ESTADO

    Edilene Maria da Silva

    Resumo: Apresenta relexões sobre o modelo de gerenciamen-to do luxo inormacional implementado pelo governo de Per-nambuco no âmbito de sua políti ca de segurança pública deno-minada de “Pacto pela Vida”, objeto de estudo de uma pesquisade doutorado. Tal abordagem tem como procedimento meto-dológico o uso da análise de teorias utilizadas por dierentesautores, oriundas das bibliograias e das consequentes discus-

    sões apresentadas ao longo da disciplina Gestão da Inormaçãoe do Conhecimento. O cotejamento entre o reerencial teóricoe o projeto de pesquisa contribuiu para uma melhor compreen-são do papel precípuo das condições institucionais e cogniti-vas necessárias para a realização da gestão da inormação e dacriação do conhecimento na sociedade contemporânea.

    Palavras-chave: Ciência da Inormação. Gestão da inormação.Política pública.

    Introdução

    O tema Gestão da Inormação (GI) oi escolhido para esseestudo pela sua relevância teórica e prática. A justiicativa destapesquisa deve-se a duas razões: cientíica e pragmática. Pela cien-tíica está a contribuição da Ciência da Inormação (CI) para a com-preensão do objeto inormação e dos aspectos teórico-metodoló-

    gicos dos seus processos de gerenciamento. Depreende-se que osaspectos metodológicos da GI devem contemplar:

    a. A tomada de consciência coletiva como condição  sinequa non para o atendimento dos atributos da qualidadeda inormação;

    b. O planejamento e organização da produção da inor-mação;

    c. Relexões sobre as abordagens teóricas e metodológi-cas que subsidiam a gestão da inormação;

    d. Concentração de esorços nos processos de identiica-

    ção de gaps, organização e representação das inorma-ções produzidas.

    E pela razão pragmática a relexão e detecção de proble-mas relativos ao processo de gerenciamento da inormação e, as-sim, contribuir para acilitar as atividades operacionais e estraté-gicas de organizações públicas ou privadas. O aspecto pragmáticoe a visão utilitarista da inormação, predominante no mundo dosnegócios, contribuem para apoiar atividades operacionais e estra-tégicas e gerar conhecimento que por sua vez se transorme emvalor tangível para as organizações.

    Some-se a isso o interesse em reletir, por meio dos cons-tructos teóricos da Ciência da Inormação, os diversos problemasrelativos aos processos de coleta, análise e interpretação da in-ormação, considerando os diversos canais por onde ela é trans-portada, as redes organizacionais, a variedade de produtores e

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    consumidores envolvidos, as tecnologias empregadas e as regras(administrativas e políticas) que permeiam todo esse processo.

    A reormulação do projeto de ação governamental do Es-tado de Pernambuco com a adoção de instrumentos da admi-nistração relativos à área de planejamento e do ciclo de políticaspúblicas proporcionou aos gestores escolher metodologias de in-tervenção para atuar de orma dierenciada no contexto social e

    usar a inormação como recurso estratégico. Esse cenário se tornapropício à realização de uma pesquisa sobre a gestão inormacio-nal considerando as teorias da Ciência da Inormação como umaperspectiva para observar, descrever e analisar essa realidade.

    O crescimento econômico do Produto Interno Bruto (PIB)do estado de Pernambuco, maior do que a média nacional desde2007 é acompanhado de ações nos setores sociais para a promo-ção do desenvolvimento estadual (CONDEPE/FIDEM, 2012). Paraviabilizar essas mudanças e monitorar as ações e os investimen-tos públicos, o governo desse  estado adotou um novo modelode gestão pública denominado “Todos por Pernambuco: gestão

    democrática e regionalizada com oco em resultados”. O mode-lo está baseado em instrumentos das teorias administrativas, jáamplamente utilizados no setor privado, como o ciclo de PDCA( plan, do, check, action), balanced scorecard  e gestão por resulta-dos, associados ao ciclo de políticas públicas e ao uso de tecno-logias de inormação.

    O modelo de gestão “Todos por Pernambuco”, de acordocom inormação cedida pelo Secretário Executivo de Desenvol-vimento do Modelo de Gestão da SEPLAG (2012), estabelece osobjetivos estratégicos no Mapa da Estratégia e o monitoramento

    desses objetivos é realizado regularmente pelas secretarias dogoverno. Como resultado desse monitoramento é produzido umaquantidade volumosa de inormações que precisam ser organiza-das, representadas e disseminadas para os níveis estratégico, in-termediário e operacional do governo.

    A delimitação empírica da pesquisa compreende a GI rea-lizada pelo Núcleo de Gestão por Resultados (NGR) que subsidia aSecretaria de Deesa Social com a sistematização e organização dosdados recebidos das delegacias circunscricionais e especializadas.O NGR está vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão do Es-tado de Pernambuco (SEPLAG) e atua nos processos de veriicação,análise e interpretação de dados e inormações relativas ao moni-

    toramento dos objetivos estratégicos do setor de segurança públicapropostos no Pacto pela Vida (PPV). O PPV é um dos três objetivosestratégicos do modelo de gestão “Todos por Pernambuco”.

    O objetivo da pesquisa se constitui em analisar os aspectosteóricos e metodológicos do processo inormacional do PPV, noâmbito da política de segurança pública do estado de Pernambu-co. O estudo se coaduna com a linha de pesquisa “Ética, gestão epolítica de inormação” do Programa de Pós-graduação em Ciên-cia da Inormação (PPGCI) da Universidade Federal da Paraíba. Osestudos da reerida linha envolvem questões teóricas, conceituais,relexivas e metodológicas voltadas ao ciclo da gestão, às políticas

    de inormação, inclusão e responsabilidade ética e social, metodo-logias de Gestão da Inormação e do Conhecimento, redes sociaisorganizacionais, associadas ou não às tecnologias de suporte.

    Esse capítulo é ruto de uma revisão bibliográica enseja-da na disciplina “Gestão da Inormação e do Conhecimento” doPrograma de Pós-graduação em Ciência da Inormação (PPGCI) daUFPB, e veio ao encontro das relexões teóricas do projeto de pes-quisa sobre o processo de gestão da inormação. A disciplina con-tribuiu para a compreensão dos elementos da Gestão da Inorma-ção e do Conhecimento na sociedade contemporânea, por meio

    das leituras, debates e análise da bibliograia disponibilizada. Aolongo da disciplina os debates oram aproundados em torno deconceitos e práticas existentes na GI e gestão do conhecimento(GC), o que estimulou a crítica e resultou em um novo olhar paraos projetos de pesquisa dos discentes. A junção das diversas per-

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    cepções expostas ao longo das aulas é considerada nesse capítulocomo o procedimento metodológico.

    Gestão da informação

    Essa seção apresenta as ideias de autores que contribuírampara as relexões acerca do ciclo da GI, no qual se destaca a impor-

    tância do indivíduo e das condições materiais e contextuais quelhe são ornecidas pelas organizações para a conversão de dadosem inormação, inormação em conhecimento, e por im, conheci-mento em tomada de decisão.

    Choo (2003) apresenta uma visão acerca da teoria das orga-nizações como comunidades geradoras de signiicado, empresascriadoras de conhecimento e sistemas de tomada de decisão. Oautor entende a inormação como componente intrínseco de qua-se tudo que uma organização az. Para que a inormação se trans-orme em percepção, conhecimento e ação é preciso compreenderos processos organizacionais e humanos que a perpassam.

    De acordo com esse autor, a utilização da inormação estra-tégica colabora para três objetivos organizacionais: a criação designiicado, a construção do conhecimento e a tomada de decisão.Para alcançar esses três objetivos a inormação é retida, compila-da, analisada, interpretada, partilhada e novamente reorganizadapara a geração de novos conhecimentos e tomada de decisão numprocesso contínuo.

    A contribuição de Davenport (1998) reside no ato de reco-nhecer o ser humano como ponto central do mundo inormacio-nal e da tecnologia como área periérica. O autor apresenta quatro

    atributos-chave para a ecologia da inormação: 1) integração dosdiversos tipos de inormação; 2) reconhecimento de mudançasevolutivas; 3) ênase na observação e na descrição; 4) ênase nocomportamento pessoal e inormacional. Esses atributos parecemóbvios para realizar o gerenciamento da inormação, contudo,

    muitas organizações creem que o gerenciamento resume-se ape-nas à descrição de dados ou inormações em sistemas eletrônicospara que todos que necessitem da inormação possam recuperá-lae usá-la eicientemente.

    Outra abordagem para a GI é apresentada por Oleto (2006)ao reerir-se à qualidade da inormação baseada na ideia de pro-duto, quando é possível atribuir à inormação dimensões ou atri-

    butos, tais como abrangência, acessibilidade, atualidade, conia-bilidade, objetividade, precisão e validade. Os atributos discutidosem Sordi (2008) e Paim, Nehmy e Guimarães (1996), demonstram aestreita interrelação entre eles.

    As diversas compreensões acerca do enômeno inorma-ção coexistem e a adequação deste ou daquele conceito dependedo contexto social que ora aceita a inormação como recurso oracomo bem público e ora como processo. Para esse estudo o enô-meno inormação é compreendido como recurso (construído cul-tural e socialmente) que alimenta processos, e pode provocar mu-dança no estado de conhecimentos dos gestores públicos e que

    representa poder para aqueles que têm as condições materiais,institucionais e cognitivas de analisá-las e interpretá-las. Portanto,debater os aspectos teórico-metodológicos da GI na esera de atu-ação dos serviços públicos é undamental. Todavia, é mister com-preender o contexto social onde o enômeno se constitui como ob- jeto do estudo. Isso pressupõe entender como se dá o processo dedelineamento, implantação e avaliação de uma política pública.

    Sendo assim, compreende-se política pública ( police) comoo conjunto de soluções proposto por atores governamentais paraproblemas públicos que englobam as etapas de: identiicação do

    problema, ormulação de objetivos e metas, implementação, mo-nitoramento e avaliação. A essas etapas dá-se o nome de ciclo depolíticas públicas (SECCHI, 2010).

    As políticas públicas são viabilizadas por meio de diversosinstrumentos: programas, projetos, legislação, campanhas públi-

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    cas, inovações tecnológicas e organizacionais, rotinas administra-tivas e rotinas judiciais. A GI é um dos instrumentos que contribuipara o acompanhamento de objetivos e metas e monitoramentode ações estabelecidas no ciclo de qualquer política pública.

    Interações e provocações teóricas

    O texto de Hessen (1999) sobre a teoria do conhecimentotrata da gênese e essência do conhecimento sob o ponto de vistaenomenológico. O autor apresenta as diversas correntes teóricasque explicam a origem do conhecimento, algumas que deendemo racionalismo, outras o empirismo. Quanto à essência do conhe-cimento as explicações se resumem em apresentar as soluçõespré-metaísicas (objetivismo e subjetivismo), metaísicas (realis-mo, idealismo, enomenalismo) e teológicas. Hessen (1999) apre-senta ao inal de cada capítulo uma visão crítica das explicaçõesilosóicas. Como resultado da leitura podemos compreender queas visões dualistas entre sujeito e objeto, orma e conteúdo, razão

    e experiência, matéria e espírito, essência e aparência são impor-tantes tanto para distingui-las como para perceber suas dierençase interrelacionamentos.

    Contudo, entendemos que em algum momento o privilé-gio por esta ou aquela abordagem dicotômica não proporciona acompreensão dos contraditórios como necessários à percepção darealidade, seja ela qual or, para o indivíduo que a observa. Estaleitura proporcionou inquietações que agora dividiremos com oleitor: Há outra orma de observar a realidade para além do dua-lismo? E para além da dialética? Quais as maneiras de superaçãodisso? É necessário superar?

    Nonaka e Takeuchi (1997) nos proporcionaram uma res-posta temporária ao alertarem para os problemas advindos destaorma ilosóica ocidental de observar a realidade, e dizem que arazão e a experiência se complementam, não é possível conceber a

    realidade sem a união das duas. Corroboramos com as ideias des-ses autores, principalmente quando as transpomos para o ciclo deGI e criação do conhecimento, que requer ambas as habilidades:empíricas e cognitivas.

    O livro “Criação do conhecimento na empresa” de Nonakae Takeuchi (1997) tem como objetivo apresentar um novo modelouniversal de criação de conhecimento para as organizações que se

    propõem a gerar inovação. O modelo tem como pressuposto quetanto o conhecimento tácito como o explícito são necessários paraa criação do conhecimento organizacional. E a proposta dos auto-res resume-se na orma como o conhecimento tácito é convertidoem explícito e vice-versa. Os autores demonstram quatro modosde conversão: socialização, externalização, combinação e interna-lização. Junte-se a isso a proposta de superar as dicotomias exis-tentes no Ocidente e/ou no Japão como orma de produzir uma al-ternativa que sintetiza e extrai o que há de melhor nas dicotomias.

    A superação é uma condição undamental para o modeloproposto por Nonaka e Takeuchi (1997) para a criação do conhe-

    cimento. Superação da adoção do conhecimento tácito em detri-mento do explícito e vice-versa, do modelo gerencial top-down ver-

     sus bottom-up, superação do modelo de estrutura organizacionalburocrático versus  orça-tarea.

    Os autores apresentam uma dierença básica na aborda-gem gerencial usada pelas óticas ocidental e japonesa reerenteà criação do conhecimento. Os ocidentais privilegiam o conheci-mento explícito enquanto que os orientais preerem o tácito paracriar conhecimento e inovação. Essas dicotomias também per-meiam os estudos das teorias administrativas, principalmente

    quando se trata de criação de conhecimento organizacional.No contexto do processo dicotômico da geração do conhe-cimento sob prismas dierentes das ilosoias ocidental e orien-tal, os autores Nonaka e Takeuchi (1997), na verdade não negamtotalmente a primeira e não airmam exclusivamente a segunda,

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    entendendo que ambas têm sua importância, considerando-as,portanto, complementares.

    Já Choo (2003) contribuiu para os estudos reerentes aosprocessos de criação e organização do conhecimento ao eviden-ciar um contexto teórico que avalia a inormação sob o ponto devista do comportamento humano, envolvendo as dimensões cog-nitivas, emocionais e situacionais.

     Estas três dimensões aparecem nos três objetivos estra-tégicos da utilização da inormação: a criação de signiicado, aconstrução do conhecimento e a tomada de decisões. A criaçãode signiicado implica em realizar os processos de interpretação,seleção e retenção de dados gerados pelas mudanças do ambien-te. Esses dados são convertidos em inormações dentro de umaorganização que servirá para a construção do conhecimento e, porconseguinte, a tomada de decisão.

     Esses objetivos estratégicos da inormação são permeadospor crenças, valores e experiências das pessoas que vão criandoestruturas de signiicado e resigniicado a partir de suas ações.

    Para explicar a externalização e internalização do conhecimentoque é gerado a partir da ação Choo (2003) utiliza as ideias de No-naka e Takeuchi (1997) sobre a conversão do conhecimento tácitoem explícito e vice-versa. Todavia, Choo (2003, p. 22) acrescentaoutro tipo de conhecimento, o cultural, “expresso nas crenças,normas e pressupostos usados para dar valor e importância a no-vos conhecimentos e inormações”.

    Choo (2003) expressa enaticamente a conexão entre pes-soas, experiências, emoções e contextos para explicar o modelode organização do conhecimento, pois o conhecimento organiza-cional combina o sentir, conhecer e azer em ciclos contínuos deinterpretação, inovação e ação.

     Já para Souza, Dias e Nassi (2011, p. 56) a Gestão da Inor-mação e do Conhecimento (GIC) implica essencialmente no “en-tendimento de como as pessoas, a inormação e o conhecimento

    se relacionam dinamicamente, em detrimento de programas e/oumodelos gestores undamentados em noções e soluções tecnoló-gicas, num movimento em direção aos processos de conhecer”.

    Lima (2010, p. 12) trouxe ao debate os processos de GIC nocontexto do serviço público. Ele apresenta os modelos e tendên-cias de reorma do Estado, culminando com a nova concepção degestão pública, a qual apregoa que o Estado deve utilizar práticas

    gerenciais modernas, sem perder de vista sua unção eminente-mente pública. Para além da necessidade do Estado se modernizare aplicar novas técnicas com oco em resultado, também “produze troca conhecimento com a sociedade e precisa ser cada vez maisdinâmico na medida em que a sociedade evolui”.

    Ao estudar sobre inormação, Estado e sociedade questõesse revelam de interesse para a CI, como transparência e acesso. Atroca de inormação entre Estado e sociedade pressupõe proces-sos claros e transparentes de produção, tratamento e dissemina-ção. A leitura de Matterlat (2002) despertou a relexão acerca da re-lação da inormação com o poder e as condições para que ambos,

    Estado e sociedade, possam usá-la para beneício comum. Dependência e influência das condiçõesde produção, disseminação e uso da informação

    As leituras e debates realizados durante a disciplina Ges-tão da Inormação e do Conhecimento possibilitaram a expansãodo entendimento sobre os elementos que envolvem a geração deinormação e criação de conhecimento. E quanto o avorecimen-to das condições materiais, institucionais e contextuais é impres-cindível para o ciclo inormacional, somando a isso as dimensõescognitivas e emocionais mencionadas por Choo (2003).

    A GI compreende um conjunto de etapas que engloba a pro-dução de dados/inormação, organização, armazenamento, recupe-ração, acesso e uso. Recorrentemente os problemas inormacionais

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    surgem em qualquer etapa do luxo e para identiicá-los é preciso en-tender o luxo inormacional, o contexto organizacional, as condiçõesde produção e uso e as necessidades de inormação do usuário.

    O contexto organizacional em que o PPV se situa é o daimplantação de um novo modelo gerencial do Estado, que privi-legia a racionalidade e otimização de recursos com a adoção demétodos administrativos modernos e tecnologias de inormaçãoe comunicação. Contudo, a opção por esse modelo está intrinse-camente relacionada ao gestor atual do Estado de Pernambuco,conorme demonstra os documentos do Modelo de Gestão. E em-bora, haja um esorço em criar as condições legais de perpetuaçãodo modelo gerencial, sabemos que no contexto político brasileirohá uma tradição de descontinuidade das políticas e dos modos degovernar (SILVA, 2009).

    Então compreender o cenário político atual e anterior ao Mo-delo de Gestão “Todos por Pernambuco” é uma questão sine qua nonpara identiicar problemas existentes nos processos de produção,tratamento, disseminação e uso da inormação reerente ao setor de

    segurança pública, bem como, para projetar soluções e prospectar u-turos problemas relativos a próxima mudança dos gestores públicos.

    Para tais entendimentos os debates proporcionados aolongo da disciplina contribuíram para ampliar a compreensão danecessidade de estudar o contexto social da produção e uso da in-ormação no PPV. Se az mister  estudar a evolução dos modelos etendências gerenciais adotadas pelo Estado e como a inormaçãoganha novo valor e ormas de tratamento para o uso operacional eestratégico, sem esquecer, sua relevância para comunicar a socie-dade os resultados dos esorços dos gestores públicos.

    Apesar da apologia às tecnologias da inormação e comu-nicação, estas são apenas meios para cumprir algum objetivo pro-posto. De ato, as pessoas são os ativos que permitem a seleção,retenção e interpretação da inormação, isso ica visível no esorçodespendido pelo grupo de analistas do NGR/SDS. A experiência

    dos indivíduos para dar signiicado aos dados brutos sobre segu-rança pública e transormá-los em inormações, que, posterior-mente, serão conhecimentos convertidos em tomadas de decisãoé um dos pontos ortes do monitoramento.

    O luxo inormacional é complexo e a disseminação da inor-mação serve para o próprio Estado, a sociedade e os órgãos ederaisde monitoramento de estatísticas de segurança pública. Isso implica

    em conhecer as diversas origens/ontes das inormações, os proce-dimentos de processamento e sistematização, os sistemas/sofwa-res utilizados, como e para quem é realizado o repasse da inorma-ção, e quais os objetivos que norteiam o processo inormacional.

    A produção e coleta dos dados utilizados para o monito-ramento iniciam-se nas delegacias circunscricionais, as quaisatendem a população, azem investigação, instauram inquéritose registram ocorrências no sistema Inopol -  sofware  utilizadopela polícia civil para registrar as ocorrências relativas a delitos,inrações e crimes -, o qual gera o Boletim de Ocorrência (BO) -documento oicial da polícia civil. Esses dados são planilhados e

    repassados para as delegacias seccionais, responsáveis pela con-erência, que depois os encaminham para: o NGR, a Gerência deAnálise Criminal e Estatística (GACE), Diretoria Integrada Metropo-litana (DIM), e demais setores de estatística da polícia civil. Essessetores são considerados de nível tático, e azem a conversão dosdados em inormação, por meio dos processos de comparação,cruzamento, análise e interpretação.

    Os dados e as inormações necessários ao monitoramen-to são determinados pelos objetivos estratégicos e indicadores deresultados do PPV. Após conversão as inormações são repassadasaos gestores de nível estratégico da polícia militar, civil, secretáriosde segurança e planejamento, ao [Poder] judiciário e Governador esão objeto da reunião de monitoramento realizada semanalmente.O luxo inormacional do nível operacional ao estratégico (Figura 1)apresenta problemas “aparentes” reerentes à coleta de dados, tec-

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    nologias, normas e regras, qualiicação e comprometimento dos in-divíduos, que ora são limitados pelas condições cognitivas ora pelascondições institucionais (SILVA; GARCIA; LOUREIRO, 2013).

    Figura 1: Fluxo do nível operacional ao estratégico

    Fonte: Silva, Garcia e Loureiro (2013)

    Quando se trata do luxo inormacional do nível estratégi-co para o operacional, visualizamos que nesse momento há inor-mação convertida em decisões (Figura 2). Contudo, a orma comoa inormação/decisão é repassada ao nível operacional tambémapresenta problemas de ordem técnica, tecnológica, administrati-va e política (SILVA; GARCIA; LOUREIRO, 2013).

    Figura 2: Fluxo inormacional do nível estratégico ao operacional

      Fonte: Silva, Garcia e Loureiro (2013)

    Para identiicar os problemas presentes na GI do PPV a pes-quisa prosseguirá aproundando o estudo para compreender oluxo inormacional, bem como as ontes de inormação, os atores

    e as instituições, a geração dos dados, a atribuição de valor e osentido dos dados, ou seja, as unidades de análises (quantitativase qualitativas) que possam gerar inormações que se apresentam,em sua expressiva maioria, interrelacionadas, condição que re-quer seleção, organização e representação adequadas para opera-rem como recurso de gestão.

    Pode-se concluir então, que a inormação e o conhecimentodependem do contexto e das condições dadas ou construídas pelaorganização para promover a interação social, o que se aproximadas ideias de Frohmann (1995, 2008) sobre as condições sociais,

    culturais e materiais que contribuem ou restringem os processosde geração, apropriação, acesso e uso da inormação. Dessa or-ma, além da capacidade cognitiva do sujeito, é preciso oertar con-dições materiais para que esses processos ocorram.

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    Considerações finais

    A análise da GI do PPV envolve as teorias administrativas quecontribuem para o entendimento de métodos e técnicas de gestão,acrescidas das relexões da CI sobre as relações de poder e inorma-ção por meio das perspectivas de política e regime de inormação. Oregime conigura e é conigurado pelas regras, instituições e relaçõessobre o que é produzido, disseminado e utilizado.

    A contribuição das ideias de Nonaka e Takeuchi (1997) podeser resumida na proposta da superação das dicotomias na criação doconhecimento. Se por um lado, esse tipo de pensamento expande amente para superar paradigmas existentes e experimentar novas or-mas de criar, armazenar e usar o conhecimento explícito e tácito. Poroutro, também valoriza o indivíduo ao entender que a inormação e oconhecimento estão relacionados à sua ação e são “indissociáveis ecomplementares da vida organizacional” (BARBOSA, 2008, p. 21). Talrelação é mediada e condicionada pelo contexto político, objetivossociais e econômicos, assimetrias entre o global e o local e a orma de

    se utilizar as tecnologias da inormação e comunicação.Contudo, é desejado que as organizações do setor público de-

    vam ater-se não somente a esses condicionantes, mas às ormas desuperar os desaios impostos pelo novo contexto político, econômicoe social da economia global, que exige cada vez mais transparênciae disponibilidade das inormações reerentes a recursos e resultadosdos programas e projetos públicos.

    Nesse contexto, a decisão estadual de se implementar umapolítica pública objetivando o desenvolvimento social e econômi-co do estado de Pernambuco, balizada num inovador modelo de GIe GC, tem sido de undamental importância para a criação de umnovo modo de gerir a coisa pública, especiicamente no caso emtela relativo à área de segurança pública, calcada num sistema deinormação eiciente que se conigure perante seus usuários prin-cipais, os cidadãos, como realmente eetiva. Eetividade gerada a

    partir de um juízo de valor da população no sentido de percebermudanças positivas em relação à segurança estadual.

    Dessa orma, a GI se conigura como um dos instrumentosundamentais que contribuem para o monitoramento de açõesestabelecidas no ciclo de qualquer política pública, bem como doacompanhamento de seus resultados.

    Referências

    BARBOSA, R. R. Gestão da Inormação e do Conhecimento: origens,polêmicas e perspectivas. Informação & Informação, Londrina,número especial, v.13, p.1-25, 2008.

    CHOO, C. W. A organização do conhecimento. São Paulo: SENAC, 2003.

    CONDEPE/FIDEM. Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas dePernambuco, 2012.

    DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia nãobasta para o sucesso na era da inormação. São Paulo: Futura, 1998.

    FROHMANN, B. O caráter social, material e público da inormação. In:FUJITA, M.; MARTELETO, R.; LARA, M. (org.). A dimensão epistemológicada Ciência da Informação e suas interfaces técnicas, políticas einstitucionais nos processos de produção, acesso e disseminação dainformação. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Fundepe, 2008. p.19-34.

    ____. Taking inormation policy beyond inormation science applyingthe actor network theory . In: ANNUAL CONFERENCE OF CANADIAN ASSOCIATION FOR INFORMATION SCIENCE. 23., Anais… Edmonton,Alberta, 1995. Disponível em: . Acesso em: 30 abr. 2013.

    HESSEN, J. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

    LIMA, P. C. A. Políticas públicas de Gestão do Conhecimento comoestratégia de integração com a sociedade. Dissertação (Mestrado em

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    Ciência da Inormação) - Escola de Ciência da inormação, UniversidadeFederal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

    MATTERLAT, A. História da sociedade da informação. São Paulo:Loyola, 2002.

    NONAKA, I.; TAKEUCHI, N. Criação de conhecimento na empresa. Riode Janeiro: Elsevier, 1997.

    OLETO, R. R. Percepção da qualidade da inormação. Ciência daInformação, Brasília, v. 35, n. 1, p. 57-62, jan./abr. 2006.

    PAIM, I.; NEHMY, R. M. Q.; GUIMARÃES, C. G. Problematização doconceito “qualidade” da inormação. Perspectivas em Ciência daInformação, Belo Horizonte, v. 1. n. 1, p. 111-110, jan./jun. 1996.

    SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casospráticos. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

    SILVA, E. M. A influência das políticas de informação científica etecnológica para as bibliotecas universitárias. 2009. Dissertação(Mestrado em Ciência da inormação) - Departamento Ciência da

    Inormação, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federalda Paraíba, João Pessoa, 2009.

    SILVA, E. M.; GARCIA, J. C. R.; LOUREIRO, J. M. M. Regime de inormação:uma perspectiva analítica para a gestão da inormação. In: ENCONTRONACIONAL DE PESQUISA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 14, 2013,Florianópolis. Anais... Disponível em: . Acessoem: 20 nov. 2013.

    SORDI, J. O. Administração da informação: undamentos e práticaspara uma nova gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2008.

    SOUZA, E. D.; DIAS, E. J. W.; NASSIF, M. E. A Gestão da Inormação edo Conhecimento na Ciência da Inormação: perspectivas teóricas epráticas organizacionais. Informação & Sociedade: Estudos, JoãoPessoa, v.21, n.1, p.55-70, jan./abr. 2011.

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    CAPÍTULO 3GESTÃO E USO DA INFORMAÇÃO

    NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA 

    Lucienne da Costa Ferreira

    Resumo:  O destaque do conhecimento como uma vantagemcompetitiva az aumentar a necessidade de gerir e disseminar ainormação existente nas eseras cientíicas, no intuito de gerarnovos conhecimentos e contribuir para a solidiicação da ciência.Mediante essa constatação, oi relacionada a gestão da inormaçãocom o uso apropriado da inormação, para posterior utilização naprodução cientíica no âmbito acadêmico e em sua comunicação.Para tanto, os aportes teóricos da disciplina Gestão da Inormação

    e do Conhecimento nas Organizações (GICO) estão associados coma realização das leituras no decorrer da disciplina; delimitação daabordagem temática do projeto de mestrado, relacionando-o comas experiências advindas da disciplina; levantamento bibliográico;seleção dos assuntos; e escolha das ontes bibliográicas. Combase na metodologia utilizada, o objetivo delineado oi atingido,pelo ato do alcance teórico assimilado na realização de estudosvoltados à gestão e ao uso da inormação, como estabelecimentoda produção e comunicação cientíicas no âmbito acadêmico.

    Palavras-chave:   Gestão da Inormação. Uso da Inormação.

    Comunicação. Produção Cientíica.

    Introdução

    A inormação se conigura como elemento determinantepara a realização pessoal e proissional dos indivíduos que a uti-lizam com o objetivo de exercer atividades e subsidiar processoscotidianos, baseados nas necessidades inormacionais.

    No tocante aos desaios que cercam a sociedade da inor-mação e do conhecimento, a inormação permite o desenvolvi-mento de áreas especializadas e a sobrevivência da ciência, poissem inormação não há ciência, sendo esta, responsável pelaconstrução e aprimoramento de novos conhecimentos. Sendo as-sim, a Ciência da Inormação (CI) se conigura como o campo cien-tíico responsável pela análise dos enômenos relacionados ao seuobjeto de estudo - a inormação, ao passo em que a CI:

    [...] seria aquela que estuda enômenos, pro-cessos, construções, sistemas, redes e arteatosde inormação, enquanto “inormação” or de-inida por ações de inormação, as quais reme-

    tem aos atores que as agenciam, aos contextose situações em que acontecem e aos regimes deinormação em que se inscrevem (GONZÁLEZDE GOMÉZ, 2003, p. 32).

    Estando a inormação inserida no campo cientíico da CI,az-se necessário destacar o conhecimento e a comunicação cien-tíica, como importantes campos disciplinares na esera da CI, quea partir da análise paradigmática e epistemológica torna claro oentendimento sobre as questões que envolvem a construção doconhecimento e da ciência.

    Os paradigmas permitem orientações sobre a teoria e prá-tica inerentes às comunidades cientíicas, pois, sem o aporte pa-radigmático inexistiriam as comunidades, sob o argumento que omesmo orienta e condiciona suas atividades, tornando-se a base

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    teórica da ciência/comunidade cientíica e na construção do co-nhecimento cientíico. Por outro lado, a epistemologia associa oconjunto de condicionantes que estão vinculados ao conhecimen-to cientíico, tendo na interdisciplinaridade auxílio para a conexãodos vários ramos do conhecimento.

    O papel social da ciência é visto no momento em que amesma passa de atividade privada para uma atividade social. Esseato é reletido pela contribuição da ciência para a sociedade naqual está inserida, nesse caso da CI, por meio em grande parte dasproduções cientíicas, que auxiliam o processo evolutivo do co-nhecimento. Faz-se necessário enatizar que, ciência e sociedadeazem parte de um ciclo de beneícios mútuos.

    Torna-se necessário a busca de práticas de gestão da in-ormação como auxílio à esera cientíica, no que diz respeito aosmétodos ideais de representação do conteúdo inormacional dosdocumentos, como orma de acilitar a recuperação para ins deuso. O uso que o indivíduo az da inormação permite a seleçãodaquela que irá responder ao problema ormulado anteriormente,

    para então resultar na geração de conhecimentos.É sob esse enoque, portanto, que procuramos relacionara gestão da inormação com o uso apropriado da inormação, para

     posterior utilização na produção cientíica no âmbito acadêmico eem sua comunicação. Associamos os aportes teóricos da discipli-na Gestão da Inormação e do Conhecimento nas Organizações(GICO), sob a perspectiva da Sociedade da Inormação e do Conhe-cimento; a Organização do Conhecimento; os Fluxos da Inorma-ção; e a Gestão da Inormação, como subsídio para o projeto demestrado, pertencente à linha de pesquisa Memória, Organização,Acesso e Uso da Inormação, do qual aborda o “Uso da inormaçãona construção do reerencial teórico das teses em Programas dePós-Graduação em Ciência da Inormação no Brasil”.

     A gestão da informação na geração de novosconhecimentos

    O conceito de inormação perpassa vários sentidos, proces-sos e atribuições, de maneira que Araújo (2001) demonstra suasvárias deinições a partir da origem etimológica, sendo a inor-mação uma palavra de origem latina que denota o sentido de re-presentar ou construir alguma noção ou ideia sobre determinada“coisa”. Têm-se, ainda, sentidos complementares para esta noçãode inormação, visto que, apresenta característica de processo deatribuição de sentido, ou seja, a construção de uma ação em queocorre a emissão e a recepção de inormações, por meio da codii-cação, decodiicação ou uso inormacional.

    A inormação possui alto grau de importância na cadeiaprodutiva por ser um condicionante para a valorização das com-petências do trabalho humano, as quais exigem dos indivíduos umaprendizado constante para buscar a adaptação e a renovação pe-rante os desaios que cercam a chamada sociedade da inormação

    e/ou do conhecimento. A partir desse contexto de importância dainormação, Freire (2007, p. 39), aponta o paradigma tecnoeconô-mico atual, em que:

    [...] a inormação é considerada um ator desuma importância para a cadeia produtiva, ocapital humano está se valorizando cada vezmais [...] e o momento histórico exige das pes-soas um aprendizado contínuo para lidar comas novas exigências da sociedade.

    A inormação é o insumo básico que norteia o desenvolvi-

    mento das atividades nas diversas eseras socioeconômicas, comotambém nos processos de gestão da inormação. O aumento danecessidade de organizar e disseminar a inormação existente naseseras cientíicas é advindo da ação de reconhecer o conhecimen-

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    to como uma onte de vantagem competitiva, seja nas ormas deutilização desse conhecimento ou geração de novos conhecimen-tos, para então garantir a solidiicação e permanência da ciência.O conhecimento gerado na esera cientíica é a mola propulsora dasociedade da inormação. Dentro dessa perspectiva:

    A produção, distribuição e acesso à inormaçãoestão no centro da nova economia. A mudan-

    ça te