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Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 11 de Abril de 2005 | N.º 16 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt Queres ser delegado do Mundo Universitário e fazer a ponte entre o jornal e a tua faculdade? Man- da os teus contactos e nome da tua faculdade para: [email protected] [ toma nota ] Post-Hit, a nova promessa da pop nacional. P. 15 Eye Toy: Anti- grav, há que saltar e esbra- cejar. Literal- mente. P. 6 Descobre um cinema inova- dor, no Festival Internacional de Cinema. P. 17 [ cultura ] [ jukebox ] [ play ] Naide Gomes QUINZENAL Próxima edição a 26 de Abril Onde vai parar? Onde vai parar? Voluntariado Jovem Missão: Mudar o Mundo! P. 10 e 11 P. 4 e 5

Mundo Eye Toy: Anti- Post-Hit, de experiências interculturais, de so-lidariedade para uma comunidade diferen-te». Para participar é necessário estabelecer contacto com uma associação

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Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 11 de Abril de 2005 | N.º 16 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt

Queres ser delegado do MundoUniversitário e fazer a ponte entreo jornal e a tua faculdade? Man-da os teus contactos e nome datua faculdade para:

[email protected]

[ toma nota ]Post-Hit,

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P. 15

Eye Toy: Anti-grav, há que

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P. 6

Descobre um

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Missão: Mudar o Mundo!

P. 10 e 11

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[ notícias ]2 | 11 ABRIL 2005

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AE da Universidade Nova de Lisboa vítimade furtoA Associação de Estudantes da Fa-culdade de Ciências Sociais e Huma-nas da Universidade Nova de Lisboacomunicou aos estudantes, no pas-sado dia 10 de Março, em RGA, tersido vítima de furto de um cartão decrédito. O roubo ocorreu por volta de15 de Janeiro e a quantia despendidacom o cartão ascende aos 8.289,99euros. A direcção achou pouco pru-dente comunicar o ocorrido mais ce-do aos estudantes, uma vez que a si-tuação tinha sido denunciada à PSP.Sabe-se que o processo já está noMinistério Público e que a AE decidiuinstalar um cofre-forte. Entretanto,durante o mês de Março, foram-sedemitindo vários membros da mesada RGA e da direcção da AE, levan-do à queda dos dois organismos. Nacarta de demissão que apresentou,Mafalda Serrasqueiro (ex-membro daDirecção) explicou que as «situaçõessuspeitas ao longo do mandato» cul-minaram com «o roubo do cartão,bem como desaparecimentos suces-sivos de quantias consideráveis dedinheiro». Na sua generalidade, to-dos alegam «falta de confiança»,«desmotivação e descontentamento»e «falta de condições para prosseguiro trabalho». As próximas eleições es-tão previstas para 19 de Maio.

Jornadas tecnológicas de Engenharia Química

A Faculdade de Ciência e Tecnologiada Universidade Nova de Lisboa pre-parou para os dias 11 e 12 de Abrilum conjunto de actividades que pre-tendem fomentar a inovação e acompetitividade em Engenharia. Em-

preendorismo e Indústria, Empresase Conhecimento e Inovação ao Nívelda Aplicação informática são os te-mas para o primeiro dia. A 12, logopela manhã, haverá um colóquio so-bre Inovação de base Científica e otema da tarde será a Investigaçãoem Saúde e Vida. Da lista de interve-nientes constam mais de 20 profes-sores e engenheiros representantesde diversas instituições e universida-des. A organização contava aindacom a presença do primeiro-ministro,José Sócrates, mas o MU não conse-guiu ter a confirmação antes do fe-cho desta edição.

Jornadas de Gestão de Recursos Humanos

O Auditório Agostinho da Silva, daUniversidade Lusófona de Humani-dades e Tecnologias de Lisboa, vaireceber a V Jornada de Gestão deRecursos Humanos, entre 19 e 20de Abril. Sob o tema “Os novos de-safios de Recursos Humanos no séc.XXI”, o evento tem um preço de ins-crição de 7,50 euros. Os participan-tes têm direito a um certificado depresença e a vários prémios que se-rão oferecidos durante as jornadas,mas há um limite de 213 inscrições,que já estão a decorrer. O dia 19 vaicomeçar com uma conferência sobreo Estado de Arte dos RH, seguida deuma Aval iação de Desempenho.Após o almoço, serão discutidas asnovas Ferramentas de Gestão e aFormação dos RH. E o dia 20 serádedicado aos temas de Gestão deTalentos nas Organizações e Traba-lho na Sociedade de Informação.Ainda antes do almoço serão encer-radas as Jornadas, com a presençanão confirmada do reitor da Universi-dade.

Concurso UniversitárioA PME Investimentos está a patroci-nar um concurso de Trabalhos de In-vestigação sobre “Empreendorismo eCapital de Risco”, destinado a docen-tes e estudantes universitários. A As-sociação Portuguesa de Capital deRisco e de Desenvolvimento, a Ges-venture e a Abreu Cardigos & Asso-ciados são as entidades responsá-veis pela iniciativa, cujo prazo paracandidaturas termina a 29 de Abril. O vencedor receberá 1000 euros eum estágio de um mês. O formulárioestá disponível em www.gesventu-re.pt/concuniversitariocr, mas seráretirado assim que o número de can-didaturas chegar aos 50. Os traba-lhos devem ser entregues até 14 deOutubro e serão avaliados por um jú-ri de 5 membros. A 5 de Novembrodecorre a cerimónia de entrega dosprémios. Os três primeiros classifica-dos têm direito à publicação dos tra-balhos e do CV em cada um dos si-tes dos promotores do concurso.

Carta ao Ministro do Ensino SuperiorDesta vez foi a Associação de Estu-dantes do Instituo Superior Técnicoque resolveu escrever ao ministro daCiência, Tecnologia e Ensino Superiorpara tentar obter «resposta àquelasque são as nossas maiores preocupa-ções». Do documento constam quatrograndes questões sobre as quais odiscurso do governo tem sido «vagoou mesmo inexistente»: vai ou nãoexistir financiamento efectivo ao se-gundo ciclo; para quando a implemen-tação efectiva do Processo de Bolo-nha e qual o incentivo que será dadoàs escolas para a realização desteprocesso; está ou não garantida a re-presentatividade dos estudantes eporque não se fala em paridade; equem deve ser o responsável pela fi-xação do valor das propinas? Final-mente, a AEIST pede para ser recebi-da pelo ministro e salienta que apenas9% dos portugueses entre os 25 e os64 anos completou o Ensino Superior.

Dádivas de sangue nas universidadesA Universidade do Minho e a de Lis-

boa têm em marcha uma campanhapara dádivas de sangue e recolhas desangue para análise de medula. A ac-ção é organizada pela Associação deGestores do Desporto no Ensino Supe-rior em colaboração com o InstitutoPortuguês do Sangue e os Serviços deAcção Social das Instituições de EnsinoSuperior. Na Universidade do Minho,decorre a 12 e 14 de Abril, nos Pavi-lhões desportivos de Gualtar e Azurém,respectivamente. Em Lisboa, será nosdias 14 e 15 na sala de Fitness da uni-versidade, sempre das 9hs às 18hs.

Agenda Universitária

UNIVERSIDADE DE COIMBRA20 de Abril | Act Local, Think Global – Por um mundo melhor: os 3 R’s

UNIVERSIDADE CATÓLICA BRAGA20 de Abril | Colóquio de Homenagem a AmadeuTorres: Gramática e Humanismo

COIMBRADe 23 a 25 de Abril | ENEI 2005 – EncontroNacional de Estudantes de Informática

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA23 a 25 de Abril | II Encontro Nacional deEstudantes Bioquímicos – ENeBIOQ

UNIVERSIDADE DO ALGARVE28 e 29 de Abril | Road Show Universidades

UNIVERSIDADE DE AVEIRO29 de Abril | Associações e Agências - que papelno desenvolvimento da Inovação?

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA29 de Abril | A linguagem e o cérebro: ocontributo das afasias para a representação dalinguagem no cérebro

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO – LISBOA21 de Abril a 30 de Novembro |Serões de Marketing do ISG

UNIVERSIDADE DO ALGARVE1 de Abril a 7 de Maio | Curso deEspecialização em Gestão da Performance nasOrganizações Modernas

UNIVERSIDADE LUSÓFONA DEHUMANIDADES E TECNOLOGIAS,LISBOA1 a 8 de Maio | Memos VIII

O Mundo Universitário deve-se também ao apoio e contributo das marcas apresentadas no Painel de Ouro.

Painel de Ouro

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O lema da última campanha doBanco Alimentar contra a Fome (BA) dizia:«Muita gente ignora que há milhares de por-tugueses que continuam a passar fome.»Ana Branco, com 22 anos e no segundo docurso de Serviço Social, na Católica, não éuma dessas pessoas. Foi nessa campanhaque colaborou pela primeira vez com o BA,mas antes já tinha feito «voluntariado desem-abrigo durante 6 anos» e apenas nãose compromete mais porque, afirma: «nãotenho tempo.» De qualquer forma, vai voltara participar em mais uma campanha nospróximos dias 7 e 8 de Maio e acha que «osonho de toda a gente que faz voluntariadoé que o Mundo seja um bocadinho melhor».Acredita, no entanto, que aqueles que nãofazem, «estão sensibilizados, mas talvez odia-a-dia, a falta de tempo e o stress os im-peça de colaborar. Se calhar até acham quejá não há nada a fazer».Em Portugal, uma forma simples de com-bater a fome tem sido levada a cabo pelo

Banco Alimentar Contra a Fome. Simples,mas difícil. A Federação conta com 10 milvoluntários, sem os quais não conseguiriaalimentar as mais de 200 mil pessoas querecebem a preciosa ajuda. O processo con-siste em, duas vezes por ano, reunir o nú-mero de voluntários suficientes para cobrir500 estabelecimentos comerciais do país.Cada pessoa que vai às compras recebeum saco destes voluntários, onde é convi-dado a colocar bens alimentares para en-tregar à saída. Apenas um fim-de-semanafaz a diferença para as famílias pobres querecebem depois aquilo que é, muitas vezes,a sua única forma de sustento.É claro que o trabalho dos voluntários nãoacaba ali. Há a recolha, o transporte, a or-ganização nos armazéns do BA e a poste-rior entrega das toneladas de alimentos re-colhidos. A instituição funciona diariamente,entre as 9hs e as 18hs. O chefe dos voluntários, Delfim Domingos,esclarece: «só se podem inscrever para vo-luntariado, jovens com mais de 14 anos e a

faixa etária que predomina nas campanhasvai dos 18 aos 24 anos». Destes, «cerca de1500 são estudantes universitários». É queo BA «envia convites para as associaçõesde estudantes, universidades e faculdades»e a partir daí «algumas organizam-se emgrupos».

| Viajar para ajudar |O Instituto Português da Juventude (IPJ),em estreita colaboração com a União Euro-peia, são os primeiros a fomentar a partici-pação de jovens no voluntariado. O progra-ma Juventude foi criado em 1996 parapermitir que jovens entre os 18 e os 25anos, com residência na UE, prestem o seucontributo social, ao mesmo tempo que seauto-valorizam, através de uma vivênciatemporária em serviço comunitário noutropaís. É uma oportunidade sem quaisquercustos para o voluntário, já que é totalmen-te financiada pela União Europeia. De acor-do com Luís Mouta, responsável pelo aco-lhimento de jovens estrangeiros em

Portugal, «é preciso é não confundir istocom estágio, mas hoje em dia a experiênciainternacional pesa muito. Neste caso, tra-tam-se de experiências interculturais, de so-lidariedade para uma comunidade diferen-te».Para participar é necessário estabelecercontacto com uma associação com fins nãolucrativos e com o IPJ. Por isso, escolhe-sea organização de destino através de umabase de dados na Internet que está aprova-da pela Comissão Europeia, pois apenasas organizações certificadas podem rece-ber voluntários de outros países. E apre-senta-se depois o projecto ao IPJ. No fun-do, trata-se de uma relação entre duasassociações (uma nacional outra interna-cional) e um jovem, mediada pelo IPJ. Raquel Gadarês, responsável pelo envio dejovens para o estrangeiro, afirma que «hájovens com visão que tentam negociar comas universidades para fazerem a monogra-fia sobre algo do país para onde vão, mashá quem faça o voluntariado por uma op-

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“Muitas coisas pequenas, em muitoslugares pequenos, feitas por muita gente pe-

quena, podem transformar o Mundo” é o lema demuitos que fazem voluntariado. Nesse grupo con-tam-se muitos jovens universitários. Aceitaram odesafio e usam a sua liberdade para ajudar os “es-quecidos” da sociedade. Testemunhos, um emPortugal outro mais internacional, a que o MU nãoficou indiferente. | por Patrícia Salvador

Missão:Voluntariado Jovem

Mudar o Mundo!

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Sites relacionadoswww.voluntariadojovem.pthttp://juventude.gov.pthttp://youth.cec.eu.int/thei_en.asphttp://europa.eu.int/youth

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ção pessoal». Em Portugal o projecto nãoé muito divulgado, mas o número de volun-tários tem aumentado de ano para ano. Em2004 foram enviados 68 jovens para o es-trangeiro, aumentando para 300 aquelesque já usufruíram do programa. Por suavez, só no último ano, Portugal recebeu170 voluntários. «Temos barreiras cultu-rais», admite Raquel, «o jovem ainda éorientado no sentido de estudar, ir para auniversidade, arranjar emprego e casar. Éuma questão de mentalidade, mas que pa-rece estar a mudar».

| Em Barcelona por uma boa causa |Ao abrigo do programa, qualquer jovem po-de ter a oportunidade de viver noutro paísdurante 6 a 12 meses, ter aulas paraaprender outra língua, ajudar quem preci-sa, viver sem custos e ainda ter algum di-nheiro no bolso para gastos pessoais. Nãose trata de um emprego nem se recebe umordenado, mas nada paga a experiência.Que o diga Ana Luísa Sousa, de 23 anos elicenciada em Relações Internacionais, pe-la Universidade do Minho. Foi lá que teveconhecimento deste projecto: «o núcleo deestudantes de R.I. organiza colóquios paraos 4.os anos e no meu anofoi sobre ajuda humanitá-

ria. O IPJ deu-nos a sugestão e fiquei coma ideia naquilo. Tinha uma vontade imensade sair e conhecer outras coisas.»Em Junho de 2004 partiu para Barcelona,onde viveu seis meses. A sua experiênciafoi «na Barcelona Voluntária, ligada aosmedia de massas e programas de juventu-de. Eu era auxiliar em tarefas administrati-vas e fazia a divulgação do voluntariadoem geral». Agora tem o seu emprego naNós, associação portuguesa que a “enviou”e que trabalha para minorar as carênciasda região de Braga. «A Nós deixou-me àvontade», conta Ana, «e comecei a ir lámuitas vezes fazer voluntariado, ainda an-tes de ir para Barcelona». Por isso, «quan-do voltei convidaram-me para trabalharcom eles».Mas não ficou por aqui. O IPJ oferece outraacção, posterior ao voluntariado, que se in-titula “Capital Futuro”. O jovem tem a possi-bilidade de beneficiar de apoios financeirospara investir em si ou em acções de solida-riedade da sua iniciativa. Nos próximos 7meses, a Ana vai divulgar o serviço de vo-luntariado europeu, através de acções umpouco por todo o país, culminando a cam-panha de sensibilização com um colóquio

na Universidade do Minho, agenda-do lá para Novembro.

Resumo da Declaração Universal sobre o voluntariado

Os voluntários, inspirados na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 ena Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, consideram o seu compromissocomo um instrumento de desenvolvimento social, cultural, económico e do ambiente,num mundo em constante transformação. «Todas as pessoas têm direito à liberdadede reunião e associação pacífica». O Voluntariado é uma forma de participação activa do cidadão na vida das comunida-des, uma realização pessoal e solidária e uma acção organizada, no âmbito de umaassociação. Contribui para dar resposta aos principais desafios da sociedade, com vis-ta a um mundo mais justo e mais pacífico e colabora para um desenvolvimento econó-mico e social mais equilibrado. Os voluntários, reunidos em Congresso Mundial, convidam os Estados, as InstituiçõesInternacionais, as empresas e os meios de comunicação social a unirem-se a eles, co-mo parceiros, para construir um ambiente internacional favorável à promoção e apoiode um voluntariado eficaz, acessível a todos, símbolo de solidariedade entre os ho-mens e as Nações.

Paris, 14 de Setembro de 1990Consulta http://gape.ist.utl.pt/voluntariado/declaracao.html

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[ play ]6 | 11 ABRIL 2005

Sem gravidade, a aposta da Harmonix não selimita a apresentar um conjunto de mini-jogos maisou menos tresloucados. Quebra barreiras e ultrapassa as fronteiras do queaté agora vinha sendo feito com recurso ao EyeToy.Em vez de projectar a imagem do jogador no ecrã, Antigrav prefere apro-fundar a interacção, por meio de uma prancha que levita. É uma espéciede SSX do futuro, onde o jogador é convidado a atravessar uma série deambientes urbanos num hoverboard – uma tábua de skate “à la Regressoao Futuro II”, mas com dimensões de prancha de Snowboard. Precisão e rapidez no controlo da prancha são essenciais para alcançar

os diversos artefactos com que nos vamos cruzando. E nem se dispen-sam algumas manobras tão espectaculares quanto arriscadas. Masnada disto é novo. Impressionante é o caminho para lá chegar. A cha-ve, para não variar, é puxar pela cabeça.

| O gesto é tudo |A câmara começa por tomar nota da posição da nossa face no ecrã.

Depois, regista os movimentos relativos para determinar não só a direcçãocomo a velocidade a que circulamos. Dobrar ligeiramente os joelhos paraaumentar a velocidade, e um pouco mais para activar o turbo são, por isso,movimentos essenciais aos comandos deste jogo. Tal como inclinar ligeira-mente a cabeça para a esquerda e para direita, como forma de direc-cionar a hoverboard. Em prol da melhor prestação do mundo,tudo mexe, até os bracinhos, em variadas ocasiões. Além disso, o jogo está repleto de obstáculos a evitar, sal-tando ou baixando-nos. Literalmente. O mais problemáticoserá mesmo convencer a família lá em casa de que osrepetidos laivos de esquizofrenia em frente ao televisornão passam de veementes tentativas de colocar onosso atleta no caminho das vitórias. Em últimocaso, utilize-se o argumento deque sempre é mais bara-to que o ginásio.Ou feche-se a porta doquarto à chave para evi-tar embaraçosas justifica-ções. Ainda que algumaslimitações técnicas lhe reti-rem profundidade, Antigravleva a experiência com oEyeToy a patamaresnunca antes vistos.Merece, por isso, umamenção honrosa.

Na sequência das anteriores bem suce-didas macacadas, os frenéticos símios deApe Escape acabam de conquistar o direi-to a um jogo EyeToy. A câmara da PlayS-tation2 continua a invocar a criatividade doscriadores da Sony. E, se em alguns jogosparticipa apenas como acessório (como emIsto é Futebol e Singstar), neste é periféri-co essencial. Ainda que Eye Toy MonkeyMania seja promovido como produto paracrianças, quem já teve oportunidade deexplorar as potencialidades da câmara daPS2 sabe o quanto algumas brincadeirasde miúdos também conseguem entretergraúdos. Os mais descontraídos, sem vergonha dese juntarem a um grupo de amigos parafazer algumas figuras menos sérias, comcerteza não desprezarão a oportunidade dese entregarem a estas macacadas. Nestedisco, manda a interacção dos participan-tes com os elementos que compõem aacção. A câmara projecta os movimentos,muitas vezes também a imagem dojogador no ecrã, e cada um utiliza aparte do corpo que considerar maiseficiente para levar a suaavante.

| Menu principal |Como prato prin-cipal serve-seuma espécie dejogo de tabuleirocom uma roleta afazer de dados.

Pelas casas por onde se vai passando encon-tram-se, entre outros, armadilhas, bónus elojas de itens. O segredo é ir acumulando pri-matas, que também servem de moeda detroca para comprar ratoeiras e outros utensí-lios, ao longo dos 50 mini-jogos que algumasdas casas do tabuleiro reservampara os jogadores. Guiar uma bola deneve por um desfila-deiro e participarem jam sessionscom outros maca-quinhos são tare-fas que tambémfazem parte dopacote. Surpreenden-te, interactivo e colorido,Eye Toy Monkey Mania é,antes de mais, um jogo diver-tido. Mas não é um exclusivo“para putos” ou arriscam-se aperder uma série de hilariantesmacacadas, capazes de pôr qual-quer um a fazer figura de urso.

Eye Toy Monkey Mania | PS2

Macacadas e outros gestos especialmente afectados animam o par desta quinzena. Com a câmara da128 bits da Sony em destaque, antevê-se um futuro brilhante em que são as movimentações em frenteao computador determinam o sucesso das operações. | por Miguel Aragão

VeredictoJogabilidade – 7.4Longevidade – 7.9Gráficos – 7.0Som – 7.2TOTAL – 7.0

VeredictoJogabilidade – 7.9 Longevidade – 8.0Gráficos – 7.7 Som – 7.4 TOTAL – 8.0

Eye Toy: Antigrav | PS2 |

Tiques excêntricos

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[ 5.ª dimensão ]8 | 11 ABRIL 2005

de bolsoAgora já é possível transportar no bolso todas as fotos, filmes e músicas preferidasque guardas no teu PC. O Arkimed MediaBox é um disco rígido externo, com capa-cidade de 40 ou 80GB e dimensões de 8X14,8X2,4 cm. Permite gravar até 120 fil-mes em Xvid ou DviX e armazena até 16 mil músicas em MP3. Seja para ir de fériasou apenas a casa do vizinho do lado, um telecomando é quanto basta para acede-

res a filmes, fotos emúsica em qualquertelevisão ou siste-ma Hi-Fi. Os cabos de liga-ção necessários jávêm incluídos.P.V.P. 249 ou 369euroswww.arkimed.net

Bolas para acordar, canecas com mensagens, tape-tes para rato que são bem mais do que isso... pareceque o mundo está do avesso. O que importa é seroriginal, e oferecer a alguém qualquer uma das pro-postas apresentadas pode ser um verdadeiro desa-fio. | por Patrícia salvador

Anti-ladrãoCabe num bolso ou numa qualquerbolsa de senhora. É um alarme pessoal,com uma sirene de 105 décibeis e alertaassim que alguém tenta deitar a mão àcarteira ou ao telemóvel. O som dasirene propaga-se a oito metros dedistância e pode durar uma hora. Alémdisso, o dispositivo incorpora umalâmpada que também se acende paraassustar o possível ladrão. P.V.P. 7 euroswww.alt-gifts.com

Computador

É comprarÉ comprar,,é comprar!é comprar!

Levar com a bola!

Vê lá ondepões a mão Tem relevo, mas continua a serum tapete para rato. Feitocom gel, foi desenhadopara evitar tendinites efadiga da articulação nopulso. O desenhoescolhido é um pormenorsem grande importância. Ou talveznão. É, de facto, bem mais confortáveltrabalhar assim.P.V.P. aproximadamente 15 euroswww.dmail.madinfo.pt

Caneca,para que te quero

Acordar e tomar o pequeno--almoço é essencial. Mas se, logopela manhã, a caneca do cafédisser “limpa o quarto”, não teassustes. Não estás a sonhar. Foisó alguém lá em casa que usouesta espécie de dois em um paradeixar um recado. Para isso, uti-lizou a superfície da caneca, queé feita de um material que permi-te escrever pequenas mensa-gens utilizando giz. O post-it já era!P.V.P. aproximadamente 8 euroswww.iwantoneofthose.pt

Um despertador em forma de bolaou uma bola em forma de desper-tador? A novidade é de importân-cia vital para qualquer pessoa queacorde habitualmente mal-dispos-ta. Em vez de bater em alguém logopela manhã, atira antes o desper-tador contra a parede. Convém não

exagerar na força, mas ele resisteao embate. Em forma de bola debaseball funciona a pilhas e párade tocar assim que a abanas ou ati-ras contra qualquer coisa.P.V.P. aproximadamente 13 euroswww.dmail.madinfo.pt

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Vai uma francesinha? É da praxe e háque fazê-lo mal se chega ao Porto. Depois,nada melhor do que um passeio a pé parafazer a digestão, embora os mais preguiço-sos possam apanhar o moderníssimo Me-tro de superfície, que vai a todo o lado.A Câmara Municipal é um edifício digno dese admirar. Por isso, começar por aí e ir atéao mercado do Bolhão para conhecer asgentes da cidade é uma boa opção. Se-guindo pela rua de Santa Catarina, é indis-pensável dar um salto ao Majestic para be-ber um cimbalino, ou um fino. A fantásticadecoração permanece com o toque art no-veau que caracteriza o café desde 1921.A passagem pela Praça da Liberdade é ob-rigatória. Aí, encontra-se o Palácio das Car-dosas, do séc. XVII, e vislumbra-se a Aveni-da dos Aliados e os seus edifícios do séc.XIX. Mais à frente, a Torre dos Clérigos,com mais de 75 metros que, desde 1996, éPatrimónio Mundial. Depois, descer até à estação de S. Bento éum saltinho. Volta-se a subir pela rua D.Afonso Henriques e já estamos na históricaSé, ponto central e onde toda a gente seencontra. Ao descer as suas escadinhas, é

obrigatório passar pela Rua Escura, peloBeco dos Redemoinhos (onde se diz estara casa mais antiga da cidade), e cirandarpelos bairros típicos, nomeadamente o deS. Nicolau.O Palácio da Bolsa é outro monumento derelevância, com destaque para o Salão Ára-be. Ao lado, está a igreja de S. Francisco,único elemento gótico existente na cidade.Aí, é possível apanhar o eléctrico paraapreciar a paisagem lado a lado com o rio evisitar um dos museus que ficam pelo cami-nho.

| O Vinho e o rio |Para os mais ligados à natureza há, pelomenos, uma dúzia de jardins escondidospelos recantos do Porto – atrás do Palácioda Justiça, por exemplo, o jardim das Virtu-des, numa encosta com vista para o Douro.Já a rua da Restauração passa pelo mira-douro e pelos jardins do Palácio de Cristal.Aqui, em terras de Boavista, há que apre-ciar, ao menos de fora, a Casa da Música,cuja construção polémica pretendeu home-nagear o Porto, enquanto capital europeiada cultura, em 2001. De eléctrico há que

aproveitar e passar ainda pelas praias daFoz.Na zona ribeirinha imperam o Douro e ascaves de vinho do Porto. O complicado éescolher qual delas visitar para apreciar, de-pois, um cálice de vinho. Mas atenção, asfamosas caves ficam já em Vila Nova deGaia. Falando em Douro, é obrigatóriomencionar os típicos barcos rabelos. Depequenas dimensões, à vela, sempre servi-ram a região no transporte de le-nha, azeito-

na, fruta e, mais importante, vinho. Agora, jánão vão buscar as pipas cheias a Vila Novade Gaia, mas fazem as delícias dos turistasque por ali passam.Quem vai ao Porto tem também de conhe-cer a obra que Gustave Eiffel deixou emPortugal no séc. XIX, um pouco antes deconstruir a Torre Eiffel, falamos da ponteDona Maria Pia.

[ fugas ]| 911 ABRIL 2005

Porto

Cidade invicta, ainvencível

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Portugal vive de diversidade de culturasque nem sempre se misturam, mas secompletam. Que o digam os portuensesa respeito da sua “cidade nação”. O MUprova que aos “mouros” também é pos-sível apreciar o encanto de que os “tri-peiros” tanto se orgulham. | por PatríciaSalvador

O Porto, sobretudo na zona antiga, temcafés e restaurantes em cada esquina.O difícil é escolher. O Galiza, emboraum pouco desviado do centro histórico,é bom para começar a noite. Aberto atéà 1h45, serve bifes, arroz de marisco efrancesinhas. Outra hipótese, logo ao la-do, é a Capa Negra II.Para prolongar a noite, a discoteca ViaRápida, (na direcção de Viana do Caste-lo) é uma boa hipótese. É até famosa

pelas festas do Porto Moda e do Portu-gal Fashion. Aqueles que preferem umbom bar, podem ir até à Praça da Ribei-ra, que enche completamente durante oVerão. O Meia Cave, por exemplo, estáaberto há 19 anos, com uma pista dedança que só fecha às 4hs.| Regresso a casa |Se queres sair à noite sem levar o carro,existe uma rede de 14 linhas de autocar-ros, com partidas e chegadas na Praça

da Liberdade, da 1 às 5hs da manhã.Contudo, convém informares-te bem,para não ficares apeado!Depois, é só encontrares o sítio ondeestás hospedado. Se for a Pousada daJuventude, funciona durante 24hs.O chato é que fica na Foz, um poucodesviada do centro. Os preços variam en-tre 12 euros por pessoa – para quartosmúltiplos em época baixa –, e 42 eurospor quarto duplo com WC, na época alta.

|Diversão nocturna|

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[ ídolos ]10 | 11 ABRIL 2005

Estádio Nacional. Já com o Campenato do Mundo de Aletismo de Helsínquia no pensamento, Naide Gomestreina com afinco uma das disciplinas onde tem mais dificuldade, o lançamento do dardo. Mas, mesmo depoisde duas horas a aperfeiçoar a sua técnica, tem tempo para falar com o MU. Sobre a medalha de ouro que aca-bou de trazer de Madrid e outras metas a alcançar. É que, para além de treinar para campeã, estuda para fisio-terapeuta. | por Raquel Louçã Silva | Fotos Alexandre Nobre

«Sou muito forte psicologicamente»

| B.I. |

Nasceu São Tomense e fez-se campeã

portuguesa. Tinha 12 anos quando um

professor de educação física reparou no

seu talento para o atletismo. Para incen-

tivá-la a começar a praticar a modalidade

chegou mesmo a dizer-lhe que, com as

aptidões que já demonstrava, poderia vir

a ser Campeã do Mundo. E não é que acer-

tou em cheio? O feito deu-se o ano pas-

sado, no Campeonato do Mundo de pista

coberta, em Budapeste, com a conquista

da Medalha de Ouro na prova do penta-

tlo. Aliás, em 2002, nessa mesma modali-

dade, já tinha deixado um sério aviso, ao

arrecadar a Medalha de Prata, no Cam-

peonato da Europa, em Viena.

Aos 25 anos Naide Gomes acabou de tra-

zer do Campeonato da Europa de Madrid

mais uma medalha de Ouro para Portu-

gal. Desta feita, no salto em comprimen-

to. Curiosamente, ainda em 2000, na sua

estreia nos Jogos Olímpicos, em Sydney,

representava o seu país de origem, São

Tomé e Príncipe. A viver em Portugal

desde os 11 anos de idade, acabou por

nacionalizar-se no ano seguinte.

É cá que quer viver, casar, ter filhos. Mas

na memória, que abre num sorriso largo,

está a infância vivida em liberdade, entre

o verde e o mar azul da sua ilha. Nos tem-

pos em que esta atleta de fibra jogava

futebol com os outros miúdos e se, por

exemplo, tinha fome era tudo tão simples

como ir à árvore e comer uma manga.

Mundo Universitário | Quando se é cam-peão tem-se mais motivação para treinar?Naide Gomes | O objectivo de qualqueratleta é treinar para vencer. Mas quando seé campeão e se consegue atingir o objecti-vo que traçámos há algum tempo, obvia-mente que dá ainda mais motivação paratreinar…

MU | Quantas horas treina por dia?NG | Hoje fiz lançamentos à tarde. Comeceiàs 15h15 e terminei agora (por volta das17hs). Mas também treinei duas horas e meiade manhã.

MU | Como é que os treinos estão esca-lonados?NG | De manhã treino barreiras, faço séries,salto em altura, salto em comprimento, façoos 500 e 600 metros, faço corrida com ascolegas de fundo. Os lançamentos são sem-pre à tarde.

MU | Como é a relação atleta/ treinador?NG | Temos que nos entender muito bem.Somos muito amigos. Costumo dizer que ele[professor Abreu Matos] é como se fosse umsegundo pai porque não é fácil estarmostodos os dias de manhã à tarde a ver a caraum do outro (risos). E como viajamos muitoem estágio temos mesmo que nos entenderbem.

MU | Ele é muito exigente?NG | Sim, mas eu também sou. Acho que,acima de tudo, o atleta tem que ser exigen-te com ele próprio.

MU | Há dias em que sai daqui e diz ‘estou

no bom caminho!’? NG | Normalmente é o treinador que costu-ma dizer ‘Naide hoje foi um óptimo treino’…e eu ‘não foi nada professor, não foi nada...’.Isso dá-nos garra para continuar porque seuma pessoa ouvir todos os dias que não estábem desmotiva.

| Futura Sra. Fisioterapeuta |

MU | Adisciplina da alta competição custamuito?NG | Não. Sempre fui educada com muitorigor. Tinha que definir muito bem aquilo quequeria fazer. Aminha educação foi assim, porisso não me custou tanto… Mas que temosde nos privar de muita coisa isso sem dúvi-da. E custa não poder estar mais tempo coma família. É complicado mas quando se gostado que se faz têm de se fazer opções.

MU | E as festas em adolescente a que nãopodia ir?NG | Com os meus 15, 16 anos era diferen-te mas aí podia ir porque não tinha compro-missos nenhuns, levava o atletismo comouma brincadeira. Hoje em dia, como ando tãocansada, estou durante o dia todo sempre atreinar, é impossível pensar nessas coisas.Aos domingos, às vezes, costumo ficar nosofá desde manhã até à tarde sem fazer nada(risos).

MU | Deu sempre para conciliar com osestudos?NG | Sim, tanto que entrei na universidade.Quando fiz o 12.º ano resolvi parar dois anossó para treinar. Depois ingressei na universi-dade, mas é complicado conciliar com a Alta

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Competição. Ainda por cima o meu curso émuito técnico [Fisioterapia] e para poder trei-nar de manhã e à tarde não posso ir às aulas.O primeiro semestre correu bem, este nempor isso, mas vou fazendo. Tudo em casa. É a única solução.

MU | Gostava de exercer Fisioterapia? NG | Sim, gosto muito do curso. Também estáligado ao desporto e um dia quando terminara minha carreira quero poder viajar comjovens talentos e ir aos Jogos Olímpicoscomo fisioterapeuta.

| Confusão de Ouro |

MU | Por que é que optou por competir noEuropeu de pista coberta em Madrid como salto em comprimento, em vez do pen-tatlo? NG | Porque a época passada foi extrema-mente forte. Fui Campeã do Mundo em pistacoberta [ver caixa], depois ainda me prepa-rei para os Jogos Olímpicos com váriaslesões pelo meio. Estive em risco de não par-ticipar, mas acabei por ir embora muito satu-rada psicologicamente… pensava que nãoconseguia fazer duas competições tão altasde seguida. E como tinha problemas no joe-lho, e ainda tenho, era impossível estar a sal-tar em altura. Por exemplo, só anteontem vol-tei a fazê-lo, há cinco meses que não fazia.Por isso foi uma opção minha e do meu trei-nador. Mas só treinei mesmo para o salto em

comprimento para aí 17 dias antes da com-petição.

MU | Pensa-se na vitória quando se vaicompetir tão alto? NG | Eu estava muito bem. Não gosto dedizer (nem que as pessoas digam) que voupara uma medalha, porque no desportonão se pode dizer isso, mas o meu treina-dor estava muito confiante. Dizia-memesmo, ‘Naide tu vais para uma medalha’.E eu dizia-lhe para não sonhar tão alto,mas estava muito forte psicologicamentee isso ajuda muito. Fui para a competiçãocomo vou para qualquer uma, para vencer,para dar o meu melhor e tive sorte tam-bém.

MU | Como é que se treina essa parte psi-cológica?NG | Faço esse trabalho quando treino,penso nos aspectos positivos e negativos...Por exemplo, nos Jogos de Atenas [2004]falhei na minha disciplina mais forte, o saltoem comprimento. Isso foi um pretexto parapensar que agora isso não podia voltar aacontecer, tinha que dar tudo por tudo paraultrapassar aquele mau momento. É umacoisa que vem de dentro de mim, sou muitoforte psicologicamente. Mas claro que àsvezes não acontece isso, por causa do can-saço e de estar aqui todos os dias: Satura-mo-nos um bocado. E aí entra o treinador aapoiar e a motivar.

MU | O que é que a alemã lhe disse depoisdo salto?NG | Ela teve um fair-play incrível. Eu se tives-se no lugar dela também teria tido de certe-za, porque injustiças no desporto é que não.E ela, mais do que ninguém, sentiu isso edisse-me ‘está descansada porque eu nuncairia saltar aquilo. Eu treino todos os dias e seique é difícil melhorar 33 cm num dia’. Aindame faltava fazer um salto e fiquei completa-mente desconcentrada e foi o que foi. As coi-sas acabaram bem, não tanto para ela, por-que se calhar podia ter chegado a medalhade prata e, no entanto, não lhe foi atribuídanenhuma marca. Foi uma injustiça motivadapor um erro humano... o juiz estava descon-centrado.

MU | Nos Olímpicos de Sydney, em 2000,ainda representou a selecção de SãoTomé. Como é que se sente por já terrepresentado dois países a tão alto nível?NG | Sinto-me uma sortuda. Representei omeu país de origem, que adoro e está nomeu coração. E Portugal que, como costu-mo dizer, é o país que me viu nascer parao atletismo. Sou um produto da forma detreino portuguesa. Acabei por adoptar anacionalidade portuguesa porque queroacabar o meu curso, viver cá, ter a minhacasa, casar, ter os meus filhos… é o paísque escolhi como meu. Tenho os dois paí-ses no meu coração, não posso renegarnem um nem outro.

| 1111 ABRIL 2005

[ ídolos ]

| Metas à campeão |

MU | Metas a curto prazo?NG | Melhorar ao máximo naquilo quetenho mais dificuldades e aperfeiçoarcada vez mais aquilo em que sou boa.Se conseguir estar no meu melhor nível,pode ser que me supere a mim mesmanos grandes campeonatos. Porque omeu objectivo é o Campeonato doMundo de Helsínquia [ainda este ano].

MU | Quais os aspectos em que senteque tem que melhorar mais?NG | São disciplinas nas quais não soumuito forte e nas quais tenho que tra-balhar muito para não perder muitospontos em relação às outras. É o dardoe os 200 metros. Se fosse competir nopentatlo, como não tem essas duas, eramais fácil. Mas no heptatlo as coisascomplicam-se, por isso tenho de traba-lhar mais.

MU | Já pensou em optar só por umamodalidade?NG | Não é fácil lutar para provas com-binadas. Seria mais fácil optar só poruma disciplina. Só que isso torna-semonótono. Não iria correr, não iria fazeras séries... eu gosto disso. Só quandochego aos 800 metros é que volto a pen-sar em apostar só numa. Mas vou ten-tar o meu melhor nos saltos, em alturae comprimento, se conseguir saltar6,70m num heptatlo é muito ponto ecompensa as outras disciplinas…

MU | Como é que os portuguesesreceberam a campeã Naide?NG | Receberam-me muito bem. A Medalha teve um impacto muitogrande. Fui ao Jardim Zoológico e osmiúdos pequeninos sabiam quem euera (risos). Foi fantástico. As pessoasvêm ter comigo, pedem-me autógra-fos. Nunca recebi tantos Parabéns naminha vida. Até em Espanha. Estive naSerra Nevada no fim-de-semana pas-sado e pensei ‘aqui estou óptima, nin-guém me vai conhecer!’. No entanto,estava a passar na rua e ouvi alguéma chamar-me e bater palmas, ‘És anossa campeã!’

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[ 7.ª arte ]14 | 11 ABRIL 2005

A Intérprete. Existem vários filmesque falam sobre assuntos actuais e preo-cupantes da sociedade. Mas continuam aexistir poucos que misturam política, cor-rupção e as Nações Unidas. Aliás, esta foia primeira vez que a produção de um fil-me teve a possibilidade de filmar o interiorda ONU, em Nova Iorque. Um dos maisbem guardados edifícios do mundo e on-de, mal se entra, deixa-se de estar em ter-ritório norte-americano e passa-se a ocu-par território internacional, como explicaum segurança ao agente impaciente inter-pretado por Sean Penn. É neste contexto que surge este thrillerpolítico e intenso, realizado com a inteli-gência e o rigor de Sydney Pollack – ga-lardoado com um Óscar e amigo do faleci-do Stanley Kubrick. Pollack conseguemisturar ingredientes bem saborosos: asestrelas Nicole Kidman e Sean Penn, umahistória sobre intriga internacional comtwists inesperados e uma tensão impres-sionante. Consegue mostrar um mundo

pós-moderno ensombrado por tiranos re-gionais e o terrorismo global onde apenasdois papéis se destacam.

| Ameaça perigosa |Kidman, que aparece bonita e ao mesmotempo vulnerável, é uma tradutora sul-afri-cana, diplomata e subtil, chamada SilviaBroome. A intérprete ouve inadvertida-mente uma ameaça de morte contra o di-tador de um estado ficcional africano, Ma-tobo, que envolve pessoas ao mais altonível da ONU. Silvia apercebe-se quetambém se tornou num alvo a abater etenta a todo o custo desmascarar osagressores. No outro papel fulcral do filmesurge Penn, a encarnar um agente dosserviços secretos, Tobin Keller, que possuiuma postura muito diferente de Silvia. Eleé todo instinto, acção, dureza e cinismo.Tobin será o agente responsável por in-vestigar esta ameaça, incluindo a própriaSilvia. Ela é uma mulher sem amigos esolitária, o que leva o agente a considerar

o seu envolvimento na conspiração.

| Ritmo intenso |Será Tobin capaz de a proteger? Estaráela envolvida? Todos entram nesta corridacontra o tempo emocionante, para evitarum assassinato na Assembleia Geral daONU, onde o político ameaçado irá falar.Várias provas, mortes e um ritmo assusta-dor mantêm o espectador bem atento àmedida que a relação estranha entre Sil-via e Tobin se vai desenrolando. Não setrata de uma história de amor no sentidotradicional, é mais uma história entre doisadultos que procuram motivos para con-fiarem um no outro. «A vingança é a for-ma preguiçosa da dor», diz algures Silvia,e talvez seja essa uma das respostas queo filme pretende dar ao mostrar como apaciência e o perdão também podem serfórmulas interessantes para um thriller.São 128 minutos de emoção, intriga,ameaças, perigo e surpresas com umelenco e realizador que valem a pena.

Um filme muito actual sobre as Nações Unidas, que junta dois dos melhores actores do cinemacontemporâneo: Nicole Kidman e Sean Penn. Em Nova Iorque tudo pode acontecer e neste thriller inteligentee complexo o realizador Sydney Pollack mistura bons ingredientes em doses certas. | por João Tomé

| A ESTREAR | A Educação de Paul

Kevin Bacon presenteia-nos com estefilme que realizou e protagonizou, umasemana depois de ter estreado outrofilme em Portugal protagonizado peloactor: O Condenado. Desta feita, estáem jogo a história de Emily Stoll (KyraSedgwick), uma mulher brilhante, boni-ta e independente que nunca quis ummarido ou uma casa. Mas depois de tertido a possibilidade de ter uma criança,Paul, ela tenta resguardá-la do mundoexterior que considera corrupto. A cu-riosidade de Paul vai levar Emily aaperceber-se que terá de agir rapida-mente para não perder o amor da suavida. Destaque ainda para o elencocomposto também por Sandra Bullock,Matt Dillon e Marisa Tomei. | Estreia a14 de Abril

A Queda – Hitler e o fim do terceiro Reich

Um dos filmes que retrata melhor o di-tador mais conhecido e mortal da Hu-manidade, Adolf Hitler, é também umdos mais polémicos. Baseado nas me-mórias da secretária pessoal de Hitler(Traudl Junge) e na pesquisa do histo-riador Joaquim Fest – autor de umbest-seller sobre o ditador – o filmealemão faz uma autêntica reconstru-ção dos últimos 12 dias da vida doFührer. | Estreia a 21 de Abril

| DVD |Crimes em Wonderland

As interpretações convincentes de ValKilmer e Kate Bosworth dão maior va-lor a esta história baseada em factosverídicos. O filme retrata situaçõesque conduzem aos crimes de Wonder-land, em Los Angeles, em Julho de1981. Sabe-se que 4 pessoas foramassassinadas nos seus apartamentosna Avenida de Wonderland, aparente-mente devido a represálias pelo assal-to a um ilustre magnata, de um clubenocturno de L.A. Não se sabe qual arelação de Holmes, famoso actor por-nográfico, nestes crimes, mas o factoé que as suas impressões digitais fo-ram encontradas no local do crime.Será ele o responsável pelo que acon-teceu em Wonderland?

Thrillerpolítico à Século XXI

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[ jukebox ]| 1511 ABRIL 2005

Évora e Porto| PASSATEMPO

Évora...

Ganha cinco bilhetes para os concertos dos “A Naifa” de20 e 22 de Abril em Évora e no Porto, respectivamente!

» Qual o pintor português do século XX queserviu de inspiração à capa do álbum dos A

Naifa?

Procura a resposta em www.anaifa.com e envia [email protected] com a indicação do teunome e telefone, até às 16 horas do dia 18 de Abril. Os dez vencedores serão sorteados de entre as respos-tas certas e notificados por e-mail. Consulta a lista devencedores, a partir de 19 de Abril em www.mundouniversitario.pt

desafio Quinteto Tati & Dead Combo

Desafiamos-te a perguntar o que quiseres ao J. P. Simões(Quinteto Tati). As duas perguntas mais originais ga-nham uma entrada (para duas pessoas), para o dia 22,em Évora.

Envia a resposta para [email protected],com o teu nome e telefone, até às 16hs do dia 19. Os ven-cedores serão notificados por e-mail. Consulta a lista devencedores no dia 21 em www.mundouniversitario.pt

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pMundo Universitário | Comosurgiram os Post-Hit?Paulo Scavullo | Foi em No-vembro de 2002 e são com-postos por mim na voz, RuiPires nas teclas e SebastiãoTeixeira na guitarra. Conhe-cemo-nos por anúncio dejornal, o que acaba por darum toque engraçado ao pro-jecto. Em 2003, começámosa dar uma série de concer-tos que se prolongaram por2004. Entretanto entrámosem estúdio com o ArmandoTeixeira [mentor de projec-tos como os Bulllet e Balla]para gravar o nosso álbumde estreia, que se chamaprecisamente Post-Hit.

MU | E sobre o disco, o queé que nos podes dizer? PS | É composto por 10 te-mas com uma sonoridadepop, onde se sente uma ma-triz electrónica e algumas re-ferências a modelos retrodos finais dos anos 70, prin-cípios de 80. Tem uma mar-ca muito forte da produçãodo Armando e, na minha opi-nião, resultou num discobem conseguido, com umcorpo muito próprio.

MU | Quais são as vossas in-fluências?

PS | Pessoalmente ouçomuita música diferente. Gos-to, por exemplo, de pop, dacanção francesa dos anos70, algumas coisas de jazz.Enfim, as referências sãomuitas, sendo que o som dadécada de 80 nos influen-ciou particularmente e isso énotório na nossa música.

MU | Como é que vês a evo-lução na música portugue-sa? PS | Para já, fico satisfeitoem saber que, apesar de ha-ver uma crise generalizadana área da música, há coi-sas muito interessantes aaparecer. Acho que está aacontecer uma coisa que háuns anos não se passava:há uma maior liberdade deexplorar caminhos musi-cais, sem seguir formatospreestabelecidos ou modas.Por exemplo, há não muitotempo, dava-me a impres-são que havia um complexogeneralizado em Portugalem fazer pop. Neste mo-mento acho que há espaçopara fazer de tudo um pou-co.

MU | O disco sai hoje (dia11), como vão promovê-lo? PS | Já começámos esse

processo, ao fazer a festa delançamento do disco no Lux(6 de Abril). Em seguida, pre-tendemos fazer uma FNACtour e depois uma série deconcertos em espaços maisou menos pequenos como oFrágil e o Santiago Alquimis-ta, em Lisboa, o Maus Hábi-tos, no Porto. Acaba por seraquele ritual de iniciação detodas as bandas. Por alturado Verão, gostaríamos de irpara a estrada em força,aproveitar o bom tempo, teroportunidade de fazer al-guns festivais… basicamen-te dar a ouvir o disco às pes-soas.

MU | Já se pensa em interna-cionalização?PS | O facto de o disco sercantado em inglês, porquestões de sonoridade, le-va-nos a pensar na interna-cionalização. A música as-sim chegará a um maiornúmero de pessoas e isso éalgo que agrada a qualquermúsico. No entanto, as coi-sas não são assim tão fá-ceis. Há de facto uma ouduas possibilidades de tocarfora do país, nomeadamenteem Espanha e Inglaterra,mas é uma coisa a ver, a seutempo.

São tempos de fartura na música moderna portuguesa.Desta feita, a novidade são os Post-Hit. Com um álbumhomónimo de estreia a rebentar hoje mesmo naslojas, melhor data não há para conhecer uma banda,que nada mais quer fazer senão pop. Simplesmentepop.| por Diogo Torgal Ferreira

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[ jukebox/ cultura ]16 | 11 ABRIL 2005

Stand-Up comedy, streetdance, fitness, uma ban-da de garagem e Djs pe-la noite dentro. É esta areceita para transformaro Piaget de Almada empalco de uma grandefesta, no próximo dia 20de Abril. Universitáriose não universitários, es-tão todos convidados. |por Raquel Louçã Silva

À semelhança do ano passa-do, a Aula Magna do CampusUniversitário do Piaget de Al-mada volta a acolher o “FixaTripla”. Organizado pelas As-sociações de Estudantes daESE e ISETI, a segunda edi-ção do evento conta com anovidade de um concerto aovivo, a cargo da banda de co-vers, B.I.G., finalista do con-curso de bandas no HardRock Café. Mas antes, as por-tas abrem lá para as 21hs,com um espectáculo de stand

up (onde participa o conheci-do actor João Didelet) e umespectáculo de dança, comos Dance 2XS, conhecidospor já terem conquistado o tí-tulo de campeões mundiaisde Hip Hop, nos Estados Uni-dos. Depois a animação definal de noite fica por contados Djs da Mega FM.Sem tradição de organizaruma semana académica derecepção aos caloiros, San-dra Carvalho, da organiza-ção, adianta que o eventonasceu da necessidade de«colmatar essa falha e criarum dia diferente». Garanteque o “Fixa Tripla” não é diri-gido exclusivamente aos jo-vens e lança o desafio: «qual-quer pessoa do concelho deAlmada pode vir assistir aosespectáculos!». Os bilhetesestão à venda na Fnac, dãodireito a duas bebidas e aosorteio de um fim-de-semanana Serra da Estrela.

AgendaConcertosJudas PriestPavilhão Atlântico, Lisboa | 13 de AbrilBilhetes de 25 a 30 euros

Vicious Five + d3Museu dos Transportes, Coimbra | 14 de Abril

Sérgio Godinho: «Troca por Troca»Teatro S. Luiz, Lisboa | 14, 15, 21, 22, 23 de AbrilBilhetes a 12 Euros

Programa de Abertura da Casa daMúsicaCasa da Música, Porto | de 14 a 24 de Abrilwww.casadamusica.pt | Bilhetes de 2 a 35 euros

BiggabushMaus Hábitos, Porto | 15 de Abril

Primitive ReasonHard Club, Vila Nova de Gaia | 15 de AbrilParadise Garage, Lisboa | 19 de Abril

Goldie + Marly Marl + MC Low Qui + AlifClube Lua, Lisboa | 16 de Abril

DANCE DAMage + SecrecyMuseu dos Transportes, Coimbra | 16 de Abril

Filipa PaisTeatro S. Luiz, Lisboa | 16 de Abril

Maria AliceAuditório Municipal, Lagoa | 19 de Abril

TerrakotaB.Leza, Lisboa | 20 de Abril

Quinteto Tati + Dead ComboTeatro Garcia Resende, Évora | 22 de AbrilBilhetes de 7,5 a 10 Euros

ColleenGaleria Zé dos Bois, Lisboa | 23 de Abril

Deep InsightParadise Garage, Lisboa | 23 de AbrilBilhetes a 15 Euros

Festival Galp Energia Ao Vivo’ 05Skin, Skank, Toranja e Seal Pavilhão Atlântico, Lisboa | 24 de Abril

Lisboa | Passatempo Mark LewisGanha 5 bilhetes para o Concerto do Mark Lewis and the Standards, dia 27 de Abril, na Culturgest. Basta responder acertadamente à seguinte

pergunta:» O que faz Mark Lewis para além de cantar?

Responde com a indicação do teu nome e contacto telefónico para mundo@mundouniversitário.pt, até às 16 horas do dia 20 de Abril.Os 5 vencedores serão sorteados de entre as respostas certas e posteriormente notificados por e-mail. Consulta a lista de vencedores,

a partir de 21 de Abril, em www.mundouniversitario.pt

“Fixa Tripla”. Fixaste?Piaget de Almada em festa

BLACK MASTAH | Krónicas deum MestrePrimeiro foi NBC. Agora é a vez da outra carada dupla Filhos de um Deus Menor lançar-seàs feras com um álbum a solo. Em Krónicasde um Mestre, a estreia de Black Mastah emnome próprio, prova que o hip-hop portuguêsestá no bom caminho, ganhando formas, uni-versos e sonoridades muito próprias. Com umleque de convidados bem interessante, queinclui DJ Kronic, Kacetado, Baby Killa ou Elaí-sa, o que mais salta à vista neste primeiroálbum de Black Mastah são as óptimas pro-duções que ficaram a cargo de gente do cali-bre de Bomberjack ou Sam the Kid. Aliás, cor-rendo o risco de desviar a atenção do que ver-dadeiramente interessa, não se pode deixarde sublinhar que as músicas produzidas peloputo de Chelas são as que confirmam asesperanças de todos aqueles que esperamver instituído um verdadeiro e genuíno rapmade in Portugal.

NEW ORDER | Waiting for the Sirens’CallOra aqui está um regresso que é sempre de sau-dar. Depois de Get Ready, de 2001, chega agoraeste Waiting for the Siren’s Call. Como sempreacontece com um disco novo dos New Order (eainda bem), várias são as garantias: um somabsolutamente inconfundível, um vocalista (Ber-nard Sumner) que tem tanto de despretensioso,como de inconfundível e um baixo (cortesia dePeter Hook) que continua a ser uma das gran-des maravilhas da música mundial. Tudo istoleva-nos a concluir que, apesar de não produzirum álbum realmente novo há já alguns anos, abanda de Manchester não consegue fazer ummau disco. Antes pelo contrário, continua a serum baluarte da dance/ pop feito com personali-dade e muito bom gosto. O primeiro single jároda: Krafty.

A estrear

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[ cultura ]| 1711 ABRIL 2005

Ao que parece, o IndieLisboa veiopara ficar. É que, como adianta MiguelValverde, da organização, os 12.500espectadores da edição de estreia vie-ram confirmar «que tínhamos razão, quefazia falta um festival como este, voca-cionado para um tipo de público que pro-cura coisas menos comerciais».

A marcar o ritmo, a sessão de aberturaconta com Born Into Brothels, dos fotó-grafos Zana Briski e Ross Kauffman.Recentemente distinguido com o Óscarpara melhor documentário, retrata osfilhos das prostitutas de Calcutá, paraquem a descoberta da fotografia lhesoferece a possibilidade de fintarem a

fatalidade de um destino perverso.Depois, na competição é dada preferên-cia às primeiras ou segundas obras,num impulso claro aos novos nomes docinema mundial. Razão que, como contaValverde, ajuda a explicar o facto de Por-tugal não ter nenhuma longa-metragemem competição, «normalmente começa-mos por realizar curtas». Nessa catego-ria temos quatro a concurso.Já as sessões integradas no Observa-tório, espécie de radar que vai buscar fic-ções que merecem relevo, mas nãosatisfazem os pré-requisitos obrigató-rios à competição, destaque para a longaportuguesa de Margarida Gil, Adriana.

| Da China à Argentina |A merecer todas as atenções, a secçãoHerói Independente, que homenageiauma figura ou uma entidade que traba-lha em prol do cinema inovador. Destavez os heróis são dois: o realizador chi-nês Jia Zhang-ke e a cinematografiaargentina.Relativamente a Zhang-Ke, será feitauma retrospectiva deste autor de 35anos, que se distingue por mostrar asociedade chinesa tal qual é vista e vivi-da pela própria população, especial-mente a mais jovem. Depois, a provarque nem os constrangimentos de umacrise económica travam a criação argen-tina, uma mostra de longas e curtas- -metragens de autores como Pablo Tra-pero, Lucrécia Martel ou Lisandro Alon-so. E, tal como aconteceu o ano passado,depois de Lisboa, o Indie estende-se aoutros pontos do país. Nas duas primei-ras semanas de Maio, Caldas da Rainha,Coimbra, Aveiro, Porto e Famalicão tam-bém vão estar Indie.

Neste espaço bedéfilo – que sepassa a chamar vinheta, aten-dendo ao seu formato habitual -já foram historiados os festivaisde BD que se realizam entrenós. Este mês, no Alentejo, pas-sa a haver mais um evento dogénero.Intitula-se I Festival Internacio-nal de Banda Desenhada de Be-ja – internacional por ter partici-pação de autores estrangeiros –,localiza-se na Casa da Cultura edecorre de 9 a 28 de Abril. Orga-nizado pela Câmara Municipaldaquela cidade, inclui váriospontos de interesse: exposições,presença de desenhadores, lan-çamento de álbuns, revistas efanzines, sessões de autógrafos,debates, oficinas de BD. A partir de 23, último sábado,irão analisar-se os "Festivais eSalões de BD em Portugal". Aolongo da semana, funcionarãooficinas de desenho para crian-ças. Pelo meio destes focos deagrado, haverá também, paradar som e animar a malta, umcafé-concerto onde se escutaráa composição Um Brinde à PiorBanda do Mundo, homenagem àobra de José Carlos Fernandes,e uma sessão de tangos, nestecaso como tributo à bd Nos Ba-res, de Muñoz e Sampaio.Entretanto, os primeiros dias doprograma tiveram diversos mo-mentos de agrado. A 9, sábado,às 15h, abriram-se as portas daCasa da Cultura, e entre o públi-co, uns tantos autores: JoséCarlos Fernandes, José Abran-tes, Miguel Rocha, Pedro Cava-lheiro, Pedro Leitão, Alain Cor-bel, David Rubin e Fritz, mais oselementos do Toupeira – Atelierde Banda Desenhada.Pelas 15h30, inaugurou-se a Be-deteca, com o lançamento deSplaft, caderno informativo; 18hsfoi o momento da apresentaçãodo álbum Cloudburst, com dese-nhos de Eliseu Gouveia (Zeu);18h45 saiu o n.º 1 do BDjornal,e o n.º 14 do BDpress, tendoMachado-Dias comentado aspublicações, ambas suas.No domingo, dia 10, os editoresmostraram a revista Venham + 5e o fanzine Bófias; a terminaresse dia, houve debate sobre"Prozines, Fanzines e outros Zi-nes". Foi bom, venham mais!

Geraldes Lino

PORTOJantar de Idiotas – teatroA comédia que divertiu Lisboa, emmais de 100 subidas ao palco, chegaagora à Invicta. Coliseu do Porto | 20 a 24 de Abril

Os Lusíadas Rumo ao Oriente– teatroA partir de textos de Luiz Vaz deCamões.Teatro Nacional de São João | Até 23 de Abril

25 de Abril: 500 Peças

Museu Nacional da Imprensa | Até 30 de Abril

LISBOAMater – teatroEspectáculo sobre a heteronímiapessoana.A Barraca | Até 17 de Abril

12 Mulheres e uma Cadela –teatro«12 actrizes, 41 personagens, 35figurações e 1 cadela, dão vida àspalavras de Inês Pedrosa e mos-tram-nos a Mulher como centro da

Terra, matriz do nosso tempo».Teatro Taborda | Até 22 de Maio

Chorar para Rir – teatro«Um jogo que reconstitui cenica-mente a fase de crescimento emque todo o ser humano, vendo a suaimagem no espelho, se vai reconhe-cendo como indivíduo».Teatro Há-de-ver

ESTORILIII Feira de Arte Contemporâ-nea do Estoril

Exposição de Arte Ibero-Americana ede obras de referência do percursor dogestualismo em Portugal, Artur Bual (fi-gura homenageada nesta edição).Centro de Congressos do Estoril | De 14 a 18 de Abril

ALMADAEinstein – teatroA assinalar o Ano Internacional daFísica, uma peça que «é sobretudoum espectáculo que proporcionauma visão humana, simples e diver-tida de Albert Einstein».Teatro Extremo | Até 30 de Abril

A organização prometeu e cumpriu. Sete meses após a primeira edição, aí está o segundo Festival deCinema Independente de Lisboa. Com arranque marcado para o próximo dia 21, as sessões estendem--se até 1 de Maio no Fórum Lisboa e Cinemas King. | por Raquel Louçã Silva

Em Beja, o 1.º Festival deBanda Desenhada O IndieLisboa

está de volta!

Agenda CulturalAgenda Cultural

| V| Vinheta |inheta |

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Ora aí está o espectáculo da velo-cidade em duas rodas. Motorespotentes, pilotos destemidos, velo-cidades alucinantes e curvas verti-ginosas são os ingredientes de umcampeonato que, ano após ano,vai ganhando cada vez mais adep-tos um pouco por todo o mundo.As melhores marcas estão presen-tes, e cada corrida é uma autênticabatalha até à linha de meta. O Esto-ril entra na rota.| por Martimd’Araújo Jorge

As motos mais rápidas do planetaregressam ao Estoril, entre 15 a 18 deste

mês, e os melhores pilotos voltam a es-grimir argumentos, naquela que é a pro-va-rainha do motociclismo de velocidade:O Mundial de MotoGP. Esta época, con-trariamente aos anos anteriores, a provaportuguesa passa de antepenúltima eaparece em 2.º no calendário do mun-dial. A saída do Grande Prémio do Brasildo calendário, assim como a entrada denovos países e novos circuitos (como éexemplo o Grande Prémio da Turquia),obrigou a Federação Internacional a alte-rar os calendários e a colocar a provaportuguesa logo a seguir à corrida emJerez. Se o facto de estar colocado no início datemporada retira alguma da emoção no quetoca à decisão da atribuição do ceptro, aprova portuguesa ganha no calor e na emo-

ção da disputa por ser a 2.ª corrida do ano.As equipas poderão estar ainda à procuradas melhores afinações, pelo que poderãosurgir algumas surpresas.Nos últimos anos, o italiano Valentino Rossisagrou-se vencedor no Estoril, conquistan-do o título Mundial no final de cada tempo-rada. Aliás, o vencedor da corrida do Estorilfoi sempre Campeão (para além de Rossitambém o americano Kenny Roberts se sa-grou Campeão Mundial depois de vencerno Estoril). Que acontecerá desta vez?

| Ao sol e à chuva |A verdade é que cada corrida do maiorcampeonato de motociclismo de velocidadearrasta sempre milhares de pessoas aos di-versos circuitos e o Estoril não foge à regra.Em 2004, estiveram na prova portuguesa

mais de 60 mil espectadores nos três diasdo evento.Novidades, para já, só a nível do regula-mento. Assim que as gotas começavam acair do céu, a corrida era interrompida e to-dos os pilotos entravam nas boxes, proce-diam às necessárias alterações de pneus esó depois voltavam à pista. A partir destaépoca tudo muda: se a corrida começar noseco e o estado do tempo mudar, cada pilo-to é responsável por decidir entrar ou nãonas boxes. Uma tentativa de não cortar oritmo à corrida, e de manter sempre ao má-ximo a espectacularidade que caracterizaeste desporto motorizado. Deitados em ci-ma das máquinas, de lado ou a alta veloci-dade, pilotos e máquinas preparam-se paramais um ano de espectáculo e autênticasbatalhas em asfalto.

[ radical ]18 | 11 ABRIL 2005

Fórmula 1 em duas rodasMundial de MotoGP

|Categoria Rainha | Na categoria “rainha”, o MotoGP, todas as atenções estãomais uma vez centradas no Campeoníssimo ValentinoRossi. Se em 2004 as dúvidas em torno da sua prestaçãoeram muitas (pela troca da toda-poderosa Honda pela rivalYamaha), a verdade é que “Il Doctore” deu uma verdadeiralição de condução, tratando da saúde a todos os rivais.Voltou a derrotar as Hondas, as restantes Yamahas e asmáquinas da Ducati. Em 2005, mais do que nunca, Rossiserá o alvo a abater. Sete Gibernau mantém-se na HondaMovistar, e Max Biaggi chega finalmente aos comandos deuma Honda Oficial. Depois de várias épocas aos coman-dos de uma Honda de uma equipa privada, o “ImperadorRomano” tem todas as condições para provar o valor quelhe garantiu os 4 títulos em 250cc. Como figuras de segundo plano, aparecem o americanoNicky Hayden (companheiro de Biaggi na Repsol Honda),o italiano Melandri (que trocou a Yamaha pela Honda), ojaponês Makoto Tamada (revelação em 2004) e as Ducati.A marca italiana mantém como chefe de fila o pequenogrande piloto Loris Capirossi, e reforçou-se com o espa-nhol Carlos Checa, tentando assim recuperar o fulgor queatingiu na época de estreia, em 2003. O Campeonato élongo, e apenas em Novembro se verá se todo o trabalhoque as equipas desenvolveram na pré-época, foi proveito-so. Irá Rossi conseguir o sétimo título mundial e o quintona categoria “rainha”?

Depois de, em 2003, o espanhol Daniel Pedrosa seter sagrado campeão mundial aos comandos deuma 125cc, o jovem piloto surpreendeu meio mundoao sagrar-se campeão na classe 250cc no seu anode estreia (feito nem alcançado por Rossi). Este ano,o pequeno piloto que praticamente irá fazer as duasprimeiras corridas em casa (Jerez e Estoril), contacom a fortíssima oposição do argentino SebastianPorto, terminou a época passada muitíssimo forte, enesta pré-época tem sido sempre muito rápido. Noentanto, é preciso não esquecer que a luta deveráser feita a três: é que o francês Randy de Puniet temque se ser levado em conta: em 2004 foi 3.º no Mun-dial (precisamente a mesma posição que ocupou naprova portuguesa).

Classe sempre espectacular é, curiosamente, a queostenta menor potência nas máquinas. As pequenas125cc são sempre as que dão mais espectáculo e odesfecho das provas é sempre uma verdadeira in-cógnita. Basta olhar para os resultados da últimaépoca, e verificar que o segundo classificado numadada prova, terminou a época em 16.º, e o vencedorde outra corrida, ficou-se apenas pela 11.ª posição fi-nal na tabela do Mundial. Ainda assim nomes comoManuel Poggiali, Pablo Nieto e Andrea Dovizioso se-rão nomes a ouvir repetidamente.

| 250cc |

| 125cc |

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[ BD ]| 1911 ABRIL 2005

Espaço coordenado por Geraldes Lino

Futurológica

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