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Directora: Laura Alves | Segunda-feira, 22 de Novembro de 2010 | N.º 174 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt PUBLICIDADE EMPREENDEDORISMO A IDEIA DE NEGÓCIO DE KARINA COSTA VENCEU O STARTUP WEEKEND. P.06 IMPRENSA ACADÉMICA AINDA EXISTE? EM QUE MOLDES? E FEITA POR QUEM? P.08 E 09 SUPER BOCK EM STOCK PREPARA-TE PARA ANDAR AOS ZIGUEZAGUES PELA AVENIDA. P.11 Foste à manif? A 17 de Novembro milhares de estudantes universitários rumaram a Lisboa para protestar contra os cortes nas bolsas e exigir a revogação do Decreto-Lei 70/2010, que redefine as condições de acesso aos apoios sociais. O MU revela alguns dos momentos da manifestação. P.04

Mundo Universitário - Edição 174

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22 Novembro 2010

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EMPREENDEDORISMOA ideiA de negócio de KArinA costA venceu o stArtup WeeKend. p.06

IMPRENSA ACADÉMICAAindA existe? em que moldes? e feitA por quem? p.08 e 09

SUPER BOCK EM STOCKprepArA-te pArA AndAr Aos ziguezAgues pelA AvenidA. p.11

Foste à manif?

A 17 de Novembro milhares de estudantes universitários

rumaram a Lisboa para protestar contra os cortes nas bolsas

e exigir a revogação do Decreto-Lei 70/2010,

que redefine as condições de acesso aos apoios sociais.

O MU revela alguns dos momentos

da manifestação. P.04

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EDIÇÃO 174 de 22 de Novembro a 5 de Dezembro de 2010

ficHa TécNica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga | Online: Graziela Costa | Colaboradores: Emanuel Amorim, João Tomé, Luís Magalhães, José Frazão Reis | Cronistas: Luís Franco-Bastos | Projecto Gráfiico: Joana Túlio | Paginação: Filipa Andrade | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial); Mariana Jesus (Account Júnior) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

vê as novidades que temos para ti na página de fãs do mu no faCeBooK

www.mundouniversitario.pt

» Editorial

Laura Alves • [email protected]

Consta que houve, há dias em Lisboa, uma ma-nifestação de estudantes universitários de todo o País – entre seis a sete mil, segundo a Associação Académica de Coimbra – a fazer o percurso entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República. Consta que empunhavam cartazes e palavras de ordem contra os cortes na acção social que vão ter reflexo directo nas bolsas de estudo. Consta ainda que Manuel Alegre, candidato presidencial, deu algumas palavras de incentivo aos estudantes e mostrou preocupação pelas consequências ne-gativas que poderá ter o novo critério de atribui-ção de bolsas definido pelo Decreto-Lei 70/2010. Consta, portanto, que os estudantes do ensino superior não estão contentes com o estado das coisas e que querem tornar público o seu descon-tentamento.

E digo ‘consta’ porque, quem no dia seguinte fez a leitura diagonal das capas dos jornais pendura-dos no quiosque ou na papelaria ao pé de casa, só abrindo as publicações ficava a saber que houve, de facto, uma manifestação. Dos cinco principais

jornais diários, nenhum deles fez capa com o as-sunto, nem tão pouco uma chamada de atenção na primeira página. Ainda que a manifestação fosse abordada no interior, certo é que, para os leitores de ocasião que apenas perscrutam ‘as gordas’ dos jornais, o acontecimento teria passa-do despercebido. Claro que as televisões fizeram reportagens sobre o assunto – e ‘se passa na te-levisão é porque deve ser verdade’... –, mas não deixa de ser estranho (e até preocupante) que os jornais de referência não peguem no tema ou que não o consideram relevante para colocar na capa. Especialmente numa altura em que um des-ses mesmos jornais publicou uma entrevista com o sociólogo Elísio Estanque, na qual o também autor de investigações sobre as lutas estudantis alerta para a possibilidade de começar a haver um novo ciclo de manifestações. Diz o sociólogo em entrevista ao Público: «(...) quando a questão económica se torna mais patente, os jovens aca-bam por participar mais. As manifestações de hoje também têm que ver com as alterações nos crité-

rios de atribuição das bolsas de estudo, portanto, mais uma vez são as questões económicas, só que agora num enquadramento de crise e num mo-mento em que a própria indiferença e o próprio individualismo e o próprio consumismo atingiram um ponto de exaustão. Daqui para a frente não se pode ir mais fundo e, como a sociedade fun-ciona por ciclos e os movimentos sociais também funcionam por ciclos, acredito que poderemos assistir nos próximos anos a um revigoramento das formas de participação juvenil em diversas di-mensões da vida pública. (...) Os jovens começam a ficar desesperados e, se não virem uma luz ao fundo do túnel, vão começar a insurgir-se.»

O Mundo Universitário não pretende deitar achas para a fogueira, mas considera importante mostrar que os estudantes estão preocupados e nada contentes com os anunciados cortes. E é essa a razão de ser da capa de hoje.

das manifestações e da sua relevância

Vai uma partida de matrecos?

não perCasa próxima

edição6 de dezemBro

O MU e a Harmony estão a organizar o Torneio Universitário Matraquilhos For Lovers. Se tens vontade de marcar golos inscreve-te e ganha prémios suculentos: fins-de-semana românticos e kits Harmony. Os torneios decorrem nos dias 23 e 24 no Instituto Superior Técnico (Lisboa) e nos dias 25 e 26 na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

É já amanhã que os estudantes de Lisboa podem defrontar-se na Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico – terça e quarta-feira das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h30. Depois é a vez de o torneio rumar à Invicta, em direcção à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde os jogadores podem mos-trar o que valem na quinta e na sexta-feira, no mesmo horário, ou seja, entre as 10h00 e as 18h30 com pausa para almoço.

Como te podes inscreverCada equipa, constituída por dois elementos, poderá

inscrever-se antecipadamente junto da Associação de Estudan-tes da instituição que recebe a prova até às 12h00 da véspera do primeiro dia do torneio. Para efectuar a inscrição é pre-ciso que apresentes o teu cartão de estudante e prova de compra de um produto Harmony. Se não frequentares a instituição em que decorre o torneio não há problema, pois a iniciativa está aberta a estudantes de outras instituições de ensino superior.

PrémiosTodos os participantes recebem um kit de produtos

Harmony. Os elementos das três equipas melhor classifica-das em cada dia do torneio recebem um pack ‘Refúgio a Dois – A Vida é Bela’.

Para veres o regulamento vai a www.mundouniversitario.pt

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[22 NOV 2010]4

Estudantes saem à rua MuitOs cartazes e MegafONes a gritar: «acçãO sOcial NãO existe eM POrtugal!» e «PrOPiNas e BOlONha, é tudO uMa VergONha!». as PalaVras de OrdeM OuViraM-se duraNte a MaNifestaçãO dO PassadO dia 17 de NOVeMBrO que reuNiu eNtre 6 a 7 Mil estudaNtes de uNiVersidades e POlitécNicOs de lisBOa, MiNhO, POrtO, Braga, cOiMBra, Beja e tOMar.

Partindo da Praça Marquês de Pombal, os estudantes universi-tários marcharam até à Assembleia da República e apresentaram uma proposta de revogação dos critérios de atribuição de bolsas e apoios sociais aos grupos parlamentares.

Este protesto ficou ainda marcado pelo apoio de Manuel Alegre. O candidato presidencial encontrava-se na zona e falou com os dirigentes da Associação Académica de Coimbra (AAC) e manifestou a sua preocupação relativamente à redução das prestações sociais aos estudantes.

Andreia Arenga e Graziela Costa (fotos)

«Estudantes condenados», lia-se nos panfletos dos estudantes da Universidade do Minho

Mariano Gago, o ‘chefe’ do Ensino Superior, também esteve presente... Somente na forma de cartaz, que o ministro não se mete nestas andanças

Entre 6 a 7 mil estudantes (números da AAC) reuniram-se para alterar o Decreto-Lei 70/2010. Em causa estão os critérios de atribuição de bolsas

Durante a manifestação gritavam-se palavras de ordem por mais financiamento para o ensino superior

Os estudantes de Coimbra vestiram a camisola da luta

Miguel Portugal, presidente da AAC, diz que devido ao Decreto-Lei 70/2010 milhares de estudantes vão ficar sem acesso à bolsa

Os universitários querem mais financiamento e condições para continuar a estudar

Os estudantes também reclamaram mais apoios materiais

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a alma do negócioCuriosidade essa que tam-

bém nós tivemos, mas que Karina se apressa a despistar: «Ainda não posso divulgar a ideia. Posso dizer que os nos-sos clientes vão ser cadeias de fast-food numa primeira fase. Apesar de ser ‘business-to-business’, ou seja, ser um serviço vendido a uma em-presa, os clientes finais vão poder vê-lo.» O que é certo é que, a partir de agora, nada será como antes. «Aos 23 anos ainda não me sinto preparada para a dimensão que este ne-gócio poderá ter, mas tudo irá depender de como a socieda-de é criada e dos parceiros.» Para já, o projecto irá ser concretizado com os apoios garantidos pelo Startup We-ekend e com a ajuda do pró-prio pai de Karina, co-autor da ideia. «A empresa tem, por natureza, de atacar o mercado internacional, e por isso não é um projecto para uma pessoa só.» Contudo, a futura gestora está preparada para abraçar o desafio: «A mentalidade que está enraizada em Portugal não vai realmente ao encontro do empreendedorismo. E essa foi uma das razões pelas quais quis estudar no estrangeiro, para o meu ímpeto criativo ser compreendido e valorizado.»

Laura [email protected]

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» Prémio NacioNal iNdústrias criativasAinda vais a tempo de te candidatares ao Prémio Nacional Indústrias Criativas, uma iniciativa da Unicer Bebidas e da Fundação de Serralves, em parceria com a Agência de Inovação, ANJE, Fundação da Juventude, IAPMEI, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Porto, entre outras entidades. A ideia é promover a produção criativa e apoiar pro-jectos inovadores que contribuam para a criação de postos de trabalho. As inscrições terminam dia 12 de Dezembro. Mais informação em www.premioindustriascriativas.com.

» viNePat veNce comPetição iNterNacioNal Uma equipa de estudantes que integra o Programa COHiTEC foi distinguida com o 1.º lugar no ‘Idea to Product’, uma competição que decorreu em Austin, nos Estados Unidos. O projecto apresen-tado, o VinePat, resulta da investigação desenvolvida na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Laboratório Nacional de Energia e Geologia e na Universidade do Minho, e permite optimizar a recolha e análise de dados no sector vinícola e controlar a qualidade das uvas.

restart com aPlicação No iPHoNe

A RESTART, Instituto de Criatividade Arte e Novas Tecnologias, é a primeira escola em Portugal a introduzir uma aplicação no iPhone. Esta aplicação permite ao utilizador ter uma visão geral dos cursos e workshops que estão disponíveis no Instituto, permitindo ain-da aceder aos conteúdos programáticos e ainda entrar em contacto com os formadores, entre outras informações úteis. Este projecto surge num momento em que a Restart inicia um novo curso em Criação, Produção e Marketing New Media – uma forma-ção destinada às áreas de marketing, comunicação e publicidade e que tem como objectivo formar pessoas nas áreas da gestão de conteúdos new media, produção e criação de plataformas web, mobile e novos interfaces.

ideias de NeGÓcio. KariNa costa veNceu o start uP WeeKeNd com o Projecto GlutoNe

«o empreendedorismo também se educa»

Dar asas aos ímpetos criativos«eu pensaVa que só quando tiVesse 40 anos é que iria montar o meu próprio negócio e hoje em dia sei que não. nunca pensei que fosse tão cedo, é certo.» Karina costa, de 23 anos, Venceu o startup WeeKend lisboa, um concurso de empreendedorismo organizado este mês por estudantes da uniVersidade noVa. o prémio foi entregue durante a semana global do empreendedorismo, que decorreu na semana passada.

A entrega dos prémios do Startup Weekend decorreu na abertura solene da Semana Global do Empreendedorismo. a foto, Karina Costa, cuja ideia de negócio foi a grande vendedora.

Esta ex-aluna de Gestão da Universidade Católica, que já passou também uma temporada na Universidade da Coreia do Sul, vê-se como uma pessoa muito optimista e cheia de ideias, o que, na sua opinião, é meio caminho andado para se ser empreen-dedor. A ideia de participar no Startup Weekend surgiu ao ouvir falar do evento na rádio, conta-nos Karina. «Como em Portugal não há assim tantas iniciativas deste género, ‘sal-tou-me logo aos ouvidos’.»

da teoria à práticaO objectivo do Startup

Weekend era, precisa-mente, libertar o espírito empreendedor e criar um espaço de discussão de no-vas ideias de negócio, que seriam devidamente acom-panhadas e avaliadas por um painel de mentores e ‘business angels’.

O projecto Glutone, con-cebido por Karina, já estava bastante amadurecido na sua cabeça e, desta forma, surgiu com grande credi-bilidade perante os júris. «Estava obviamente à es-pera de muitas objecções,

porque em várias outras ideias de negócio que tive os meus amigos e familia-res sempre fizeram críticas (risos). Mas por acaso aqui não. Nem por parte dos in-vestidores nem por parte dos participantes. Havia era curiosidade em saber mais sobre o produto.»

A palavra ‘empreendedorismo’ assusta muita gente. O que é que pode atrair um recém-licencia-do para este mundo?

GMR: Motiva-se os jovens no sentido de serem criadores do seu próprio emprego e não estarem à espera de terem um emprego para a vida numa dada empresa. É importante que as próprias universidades lhes mostrem que há alterna-tivas quando a pessoa tem espírito de iniciativa para criar o seu próprio nicho de mercado. Tem havido uma evolução assinalável, quer nos planos de curso, quer na mentalidade dos professores no sentido de fazerem ver que, de facto, o que interessa não é só a carreira académica e a publicação de papéis que possam interessar em termos científicos. É também fazer com que esses trabalhos se possam concreti-zar na prática em negócios e ideias.

A inclinação para se ser empreendedor e ter ideias de negócio é algo inato ou aprende-se?

GMR: Diria que há um misto. Por um lado a pessoa tem de ter esse ‘bichinho’, mas por outro lado também tem de ser despertada para isso. É importante ensinar as pessoas e motivá-las, porque o empreendedorismo também se educa. O que acontece muitas vezes é que os jovens não estão mi-nimamente sensibilizados.

A taxa de desemprego nos jovens entre os 15 e 24 anos atingiu os 23,4 por cento. Sente que eles não conhecem os apoios ao empreendedorismo?

GMR: Penso que hoje em dia, com o acesso à informa-ção que existe, os jovens conseguem saber das possibi-lidades de apoio que podem ter. Chamo a atenção, por exemplo, para o trabalho de divulgação que a SEDES tem feito junto das universidades para informar sobre esta alavanca de apoio que pode ser um ‘business angel’, não só na componente do apoio financeiro, como também no apoio à gestão do projecto e criação de uma rede de con-tactos. Numa fase mais adiantada do negócio podem pas-sar para o capital de risco, que é também uma vertente de apoio disponível.

A Semana Global do Empreen-dedorismo reuniu milhares de participantes em torno deste caminho profissional alternativo que é ser empreendedor. O MU falou com Gonçalo Moreira Rato, vice-presidente da iniciativa.

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A IMPRENSA ACADÉMICA DO PASSADO

LISBOABoletim – Jornal semestral da

Faculdade de Ciências da Universi-dade de Lisboa criado em 1949. A partir de 1965 começou a tratar temas de carácter associativo, devi-do ao contexto conturbado que se começava a viver no seio estudan-til.

Quadrante – Jornal semestral criado pela Associação Académica da Universidade de Direito da Uni-versidade de Lisboa em 1963. Era uma das publicações estudantis com maior qualidade e cujos temas estavam ligados à cultura e associa-tivismo.

Esteiro – Jornal criado pela Secção Cultural da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico em 1967 e uma das melho-res publicações culturais do meio académico.

Unidade Estudantil – Criado pelas Associações de Estudantes de Lisboa em 1965 face ao período conturbado no meio universitário de Lisboa.

Lisboa-Espaço – Revista edi-tada pela Editorial Académica em 1967 cujo objectivo era preencher lacunas do jornalismo universitá-rio em Portugal. O aspecto gráfico era muito apelativo, os temas eram variados e tinha publicidade comer-cial.

COIMBRABoletim – Publicação associati-

va criada pela Associação Académi-ca de Coimbra em 1965.

Via Latina – Criado pela Asso-ciação Académica de Coimbra em 1924, mas já tinha sido publicado antes em 1889 e 1890. É uma das publicações estudantis mais impor-tantes da imprensa universitária.

Combate – Jornal do grupo de estudantes nacionalistas editado em 1962. Eminentemente político.

PORTOLetras – Revista editada por um

grupo de alunos da Faculdade de Letras do Porto em 1964 com te-mas culturais e sobre os problemas da faculdade.

ESBAP – Jornal dos alunos da Escola Superior de Belas Artes pu-blicado em 1962. É um marco na imprensa estudantil.

Perspectivas – Editado pelo Movimento Associativo do Porto em 1966. Uma das publicações es-tudantis com maior qualidade do Porto.

*Com base no trabalho do investigador Vitor Ferreira, ‘Inventário analítico da imprensa estu-dantil portuguesa em 1945-1967’

ACADEMIA. DIfEREnTES EnTRE SI, OS jORnAIS E REvISTAS DE quE TE fALAMOS nESTA EDIçãO TêM EM COMuM O fACTO DE SEREM fEITOS POR ESTuDAnTES unIvERSITáRIOS.

LongE Vão oS TEMPoS Do MAIo DE 68 E DE oUTRoS MoVIMEnToS MARCADoS PELA LUTA ESTUDAnTIL, MAS A IMPREnSA ACADÉMICA AInDA CIRCULA noS CoRREDoRES DAS FACULDADES. TEMáTICoS oU gEnERALISTAS, oS JoRnAIS E REVISTAS CRIADoS PELoS ESTUDAnTES REVELAM oUTRAS PREoCUPAçõES. nUMA ALTURA EM qUE oS JoVEnS PARECEM DAR MAIS ATEnção A oUTRAS FoRMAS DE CoMUnICAR, qUE LUgAR oCUPA A IMPREnSA ACADÉMICA? o MU FoI DESCoBRIR.

08 [22 NOV 2010]

Imprensa académica ela ainda anda por aí

OS fAZEDORES DE LETRAS – LisboaDiz que é uma espécie de jornal literário

É uma das publicações mais antigas da Universida-de de Lisboa. os Fazedores de Letras existem des-de 1993 e, actualmente, a equipa é composta por Hugo Estrela, Bernardo álvares, Rosa Medina e Jo-ana Matias. Depois de uma pausa de três anos, em Março deste ano estes estudantes resolveram res-suscitar o jornal da Faculdade de Letras. «Pegámos no projecto com uma certa humildade porque não queríamos cortar com o que já existia de raiz. Mas o fio condutor mantém-se: promover e estimular a criatividade nos estudantes e divulgar os textos deles», explica Hugo. Apesar de também abordar alguns assuntos relacionados com a Faculdade de Letras e com a Universidade de Lisboa em geral, a razão da existência do projecto é servir de rampa de lançamento para novos autores portugueses através da divulgação dos textos daqueles que ainda escrevem para a gaveta. «Há alunos que en-viam contos, mandam excertos de coisas que estão a escrever. Mas essencialmente recebemos muita poesia. Temos em mãos uma nova geração de es-critores que se vai afirmando aos poucos e acho que nós podemos ser uma rampa de lançamento para alguns», acredita Hugo. quando lhes perguntámos como vêem a imprensa académica actualmente, Hugo diz que apesar de estarem a surgir novos projectos, há poucos jor-nais académicos. «Acho que é muito complicado hoje em dia. o ensino já está tão empacotado e o tempo já é tão pouco que não há cabeça para se estar num projecto destes.»

AKADEMIA MAGAZInE - CovilhãA revista enquanto objecto de arte

nasceu como tantas outras ideias que depois se transformam em grandes projectos, ou seja, numa noite de copos. Corria o ano de 2006, Pedro Venâncio e guilherme Aragonêz, estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI), estavam no bar a folhear uma revista sobre a noite do Porto e tiveram uma ideia: porque não criar uma revista para estudantes? A partir daí, convidaram Paulo Passos, estudante de Design Multimédia, e fizeram uma proposta de parceria à Associação Académica para apoiar o projecto. O grafismo arrojado tornou-se a imagem de marca da revista. «o design é muito importante porque, quer queiramos quer não, está tudo a mudar. Temos cada vez mais formas diferentes de interagir, existe uma evolução ao nível da informação e nós querí-amos criar uma coisa interessante, mas ao mesmo tempo bonita.»Contactaram várias entidades da Covilhã com as quais estabeleceram parceria e o único custo que têm é mesmo a impressão dos 1.000 exemplares da revista. Começaram então a reunir-se todos no apartamento do guilherme, um T0 transformado em escritório. E foi aí que tudo aconteceu. As reuniões com os colaboradores, a paginação da revista, os momentos de descontração, mas também os momentos de stress. «o conceito da revista é dar a oportunidade aos estudantes de experienciarem desde a fotografia, passando pela redacção. Cada um é o que quiser em cada edição diferente. Acho que isso pode mudar os objectivos de vida dos estudantes porque podem descobrir uma área que não conheciam e que até gostam.»quanto aos conteúdos, guilherme explica que a ideia é abordar assuntos sérios de forma interes-sante sobre cada uma das matérias de estudo dos cursos da UBI. Sem criticar demasiado, mos-trando sempre o lado positivo das coisas. «não queremos abordar os assuntos de maneira muito crítica. Passamos o tempo a ouvir nos telejornais que o País está em crise e o que nós tentamos fazer é mostrar outros pontos de vista. Mostrar oportunidades e tentar ver o lado positivo das coisas em vez do lado negativo.»

Andreia [email protected]

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A IMPRENSA ACADÉMICA DO PRESENTELISBOA

Esphera – Revista da Associa-ção de Estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

Tecnológica – Revista do Insti-tuto Superior Técnico

ISEL informação – Revista do Instituto Superior de Engenharia de lisboa

NMagazine – Revista online da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

AVEIROUniverCidade – Jornal da As-

sociação Académica da Universida-de de Aveiro

PORTOJUP – Jornal online da Universida-

de do Porto

ACADEMIA. DIfEREnTES EnTRE SI, OS jORnAIS E REVISTAS DE quE TE fALAMOS nESTA EDIçãO TêM EM COMuM O fACTO DE SEREM fEITOS POR ESTuDAnTES unIVERSITáRIOS.

LoNgE vão oS TEmPoS do mAIo dE 68 E dE oUTRoS movImENToS mARCAdoS PELA LUTA ESTUdANTIL, mAS A ImPRENSA ACAdémICA AINdA CIRCULA NoS CoRREdoRES dAS FACULdAdES. TEmáTICoS oU gENERALISTAS, oS JoRNAIS E REvISTAS CRIAdoS PELoS ESTUdANTES REvELAm oUTRAS PREoCUPAçõES. NUmA ALTURA Em qUE oS JovENS PARECEm dAR mAIS ATENção A oUTRAS FoRmAS dE ComUNICAR, qUE LUgAR oCUPA A ImPRENSA ACAdémICA? o mU FoI dESCobRIR.

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Imprensa académica ela ainda anda por aí

JoRNALISmo PoRTo NET - Portoos futuros jornalistas em acção

é uma publicação online da Universidade do Porto (UP) que quer distinguir-se dos restantes jornais académicos. Nas-ceu há seis anos e foi criada para servir de laboratório de experimentação aos alunos de Ciências da Comunicação. A partir daí o jornal foi evoluindo e hoje é lido não só pelos estudantes da UP, mas sobretudo pelos portuenses. Isso acontece tanto pela linguagem utilizada como pelos temas tratados, sobretudo generalistas e centrados naquilo que se passa na cidade do Porto. «Acho que os jornais que exis-tem nas universidades não são um objecto de excelência. Normalmente a informação é enviesada, não é bem trata-da. Um estudante pega num jornal que se encontra no bar para ver o que é que o amigo disse de engraçado, ou para passar o tempo», diz Amanda Ribeiro. Segundo a editora, o JPN tem uma abordagem muito mais próxima do jorna-lismo, em que a objectividade e isenção são os principais ingredientes. «Tentamos dar relevo a projectos que nas-cem aqui na Universidade do Porto e somos académicos porque somos um projecto da Universidade do Porto. mas não servimos os princípios do academismo. Tentamos aci-ma de tudo produzir informação de acordo com as boas normas da escrita jornalística.»o projecto ganhou o Prémio de Ciberjornalismo promovi-do pelo observatório de Comunicação Social nos últimos dois anos, mas é um jornal sem fins lucrativos. O JPN vive do apoio da Reitoria da Universidade do Porto e de alguns media partners.

A CABRA - CoimbraO mais antigo dos jornais académicos

é a publicação académica mais antiga que sobreviveu até aos dias de hoje. Nasceu na Universidade de Coimbra (UC) em 1983 com outro nome. Começou por chamar-se A Cábula, e depois A gazeta Académica, e só em 1993 é que passou a ser A Cabra. «os redactores quiseram criar algo mais ambicioso. Ao longo dos anos o jornal tem evoluído, dando sempre especial atenção ao Ensino Superior e à Academia de Coimbra», explica Rafaela Carvalho, directora do jornal.Em papel e online, A Cabra é um jornal feito por estudantes de todas as áreas e a redacção está situada numa sala cedida pela Associação Académica. A publicação chega aos alunos com o apoio da Reitoria, dos Serviços de Acção Social da UC e da queima das Fitas. o objectivo é informar os estudantes sobre o que se passa na universidade. «No início A Cabra foi criado no seio de uma academia mais activa e mais interventiva. Hoje em dia, estar a fazer isso é tomar a posição de uns em detrimento de outros. Acima de tudo, o jornal é uma forma de informar os estudantes daquilo que eles acabam por não ter conhecimento por outras vias, porque estão ocupados com as aulas.»Por isso, tal como acontece com o JPN, a publicação tenta ser o mais isenta possível e está também a querer alargar o seu público. A direcção do jornal aumentou a tiragem de 4 para 5 mil exemplares e está a distribuí-los fora da universidade, nos transportes públicos da cidade. «A maioria dos leitores são pessoas da própria universidade, mas como temos distribuição nos autocarros da cidade e nas escolas secundárias, estamos a tentar alargar um pouco o leque de leitores e dar atenção também à cidade para não ser só o universo universitário a ler-nos.»

© A Cabra

© A Cabra

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Pedro Magalhã[email protected]

O mundo de Harry Potter consegue ser não apenas um dos mais mágicos, como tam-bém dos mais belos de sempre. E o universo LEGO é aquele que se encontra cheio de uma ma-gia particular à qual muitos chamam criatividade.

‘LEGO Harry Potter: Years 1-4’ é um jogo que mistura o que de melhor há em ambos os mundos, o que resulta numa

interpretação mais caricatu-rada e cheia de carisma das aventuras de Harry.

Apesar de se estruturar em vários níveis, ‘LEGO Harry Pot-ter’ concede sempre ao jogador toda a liberdade possível para que este possa levar o tempo que precisa para interagir com os ambientes LEGO do jogo, através da magia das várias personagens dos filmes.

Este é um jogo que permite aos jogadores tirarem um bom proveito da sua imaginação e experimentarem o que os ro-

deia para desvendar segredos ou até obter muita boa dispo-sição através dos seus resulta-dos.

Dito isto, quem se sentiu fora deste mundo com os li-vros ou com os filmes, sentir- -se-á mais do que em casa com ‘LEGO Harry Potter: Years 1-4’. Uma aventura em Hogwarts que deliciará os fãs da série, e que os fará ter uma perspecti-va do mundo de Harry Potter com um ponto de vista bem diferente, mas sempre muito mágico e divertido.

» Sabias que?

» LEGO Harry Potter está disponível para todas as con-solas recentes – mesmo as portáteis – e PC.

» As versões do jogo para as consolas caseiras permitem jogar com um amigo em si-multâneo.

» 5.ª Dimensão

JOGO. HARRY POTTER EM VERSÃO ALTERNATIVA

Magia em forma de LEGOCOm O nOvO fiLmE A CHEGAr às sALAs DE CinEmA, Os fãs DO jOvEm fEitiCEirO PODEm rEvisitAr As sUAs AntEriOrEs AvEntUrAs DE UmA fOrmA mUitO OriGinAL: AtrAvés DA mAGiA DO LEGO.

Antes de Harry Potter, já ‘Guerra das Estrelas’, ‘Batman’ e ‘Indiana Jones’ foram protagonistas de videojogos com o tratamento LEGO.

TEATRO. O BANdO ESTREIA A NOVA PROduçÃO ‘RuA dE dENTRO’ dIA 25 dE NOVEMBRO

Janela para o femininotrês mULHErEs DE GErAçõEs DifErEntEs PArtiLHAm As sUAs DúviDAs E CErtEzAs sObrE A viDA nUmA CAsA nA EnCOstA. O LAr nO mEiO DA sErrA é PErsCrUtADO PELO PúbLiCO qUE ObsErvA A ExistênCiA DEstAs mULHErEs DO LADO DE fOrA. ‘rUA DE DEntrO’ é A nOvA PEçA DO tEAtrO O bAnDO E é Um EsPECtáCULO sObrE A ExistênCiA nO fEmininO. O tExtO é DE AnA viCEntE E A EnCEnAçãO é DE sArA CAstrO, DUAs mULHErEs, CLArO Está!

Andreia [email protected]

Assistir a uma peça d’ O bando é muito mais do que ir ao teatro. é conversar com os amigos num ambien-te acolhedor, beber um chá quente ou um moscatel da região de Palmela e comer bolinhos caseiros de Azei-tão com marmelada aca-badinha de fazer na quinta d’O bando, no calor de uma salamandra. E depois então é assistir ao espectáculo, enrolados em sacos-cama porque lá fora faz frio e, tal como muitos outros espec-táculos da companhia de vale de barris, também nes-ta ‘rua de Dentro’ o vento gela-nos os ossos.

A ExISTêNcIA NO fEMININO

Uma rua que é a casa de três mulheres, mas que é também a rua onde todos passam, olham e criam pre-conceitos sobre elas. E é precisamente a partir des-sa reflexão que surge este espectáculo. «De um modo geral, nós não nos reconhe-cemos na forma como a mu-lher é representada na arte. Ela é sempre representada na relação com o outro, como mãe, como avó, como filha, e há sempre uma certa vitimização da mulher. no fundo, queríamos reflectir sobre as questões do femi-nino e do feminismo, pondo em causa todas estas visões da mulher», explica sara de Castro, encenadora do es-pectáculo.

dESTRuIR ESTEREóTIPOS

Por isso mesmo, as personagens da peça são todas mulheres, mas não há aqui uma referência nem à sua orientação sexual, nem à sua classe social, nem a nenhum outro estereótipo. são apenas três mulheres que se encontram e juntas descobrem o seu caminho através da partilha das suas visões sobre o mundo e sobre elas mesmas. «Esta ‘rua de Dentro’ é uma espécie de caminho interior que elas percorrem juntas. Elas transformam-se juntas. é um olhar sobre as mulheres no feminino que, além de reflectirem sobre elas, conseguem ridicularizar-se e sabem rir-se delas mesmas. E é toda essa partilha de experiências que leva a essa transformação.»

RUA DE DENTRO, pEL’O BANDO

Bilhetes: Estudantes e grupos 10 pessoas – 5 eurosPúblico em geral – De 8 a 12 euros Informações e reservas: 21 233 68 [email protected] chegar: ir até Palmela e, caso não vás de carro, é possível ligar para o teatro e pedir uma boleia até à quinta de vale dos barris.

© Pedro Soares

Page 11: Mundo Universitário - Edição 174

15[27 SET 2010]

SUPER BOCK EM STOCK. A MúSiCA ESTá dE vOlTA AO CORAçãO dE liSBOA

Prepara-te para invadir a avenidaA 3 E 4 dE dEzEmbro, o SupEr bock Em STock rEgrESSA pArA A SuA TErcEirA Edição, E nEm o friozinho quE SE fAz SEnTir por ESTES diAS vAi impEdir oS fESTivAlEiroS dE Subir E dEScEr A AvEnidA dA libErdAdE. com um cArTAz rEchEAdo dE ESTrEiAS como JAnEllE monáE, zolA JESuS, i blAmE coco ou kElE (bloc pArTy), pASSAndo por grAndES nomES dA múSicA porTuguESA como o conSAgrAdo JorgE pAlmA E TiAgo bETTEncourT, dESAfiAmoS-TE A dEScobrir ESTE fESTivAl forA do comum.

pUBLICIDADE

» CARTAZ E HORÁRIOS

3 dE dEZEmbRO

São Jorge - Sala 1: Zola Jesus [00h00]

B Fachada com Sérgio Godinho [22h15]

São Jorge - Sala 2:Lars and the Hands

of Light [23h15] The Shoes [21h15]

Teatro Tivoli: Kele [23h45]

Owen Pallett [21h45]

cabaret maxime:Adam Kesher [23h45] Pinto Ferreira [21h45]

garagem vodafone:Wavves [01h30]

The Hundred in the Hands [00h30]

bES Arte e finança :Hollywood,

Mon Amour [22h45] Tiago Bettencourt [21h00]

restaurante Terraço do hotel Tivoli:Spokes [23h30]

Adriana [22h00]

Estação de metro da Avenida:

Jorge Palma [21h00]

4 dE dEZEmbRO

São Jorge - Sala 1 ZArt House Big Band

[00h30] Junip [22h15]

São Jorge - Sala 2:Marcos Valle [23h30]

Domingo no Quarto [21h30]

Teatro Tivoli: Janelle Monáe [00h00]

Batida [22h30]

cabaret maxime:Marina Gasolina [01h15]

Nuno Prata [21h45]

garagem vodafone:Fujiya & Miyagi [02h00]

Linda Martini [00h30]

bES Arte e finança :I Blame Coco [22h45]

Vicente Palma [21h00]

restaurante Terraço do hotel Tivoli:

Jono McCleery [22h45] Lula Pena [21h15]

Estação de metro da Avenida:

Márcia [21h00]

Acabar a noite na garagemDurante duas noites ninguém vai querer parar e, por isso, depois da correria entre salas queimam-se os últimos cartuchos em con-certos que prometem encher os festivaleiros de grandes doses de adrenalina. Primeiro com o rock dos The Wavves e Linda Martini e depois com os beats dançáveis de Fujiya & Miyagi e The Hundred in the Hands que, no fim da noite, não vão deixar ninguém cair na moleza derivada do corre-corre entre salas. Um boa notícia é que este ano o festival conta outra vez com a ajuda do autocarro Super Bock que vai ser animado pelos Youthless e pelos Kumpa-nhia Algazarra.

A viagem começa na AvenidaAssumidamente inspirado no festival norte-americano South by Southwest, o Super Bock em Stock repete a fórmula que tem sido bem-sucedida em anos anteriores. Os concertos começam ao cair da noite e a primeira paragem é mesmo o metro da Avenida, onde actuam Jorge Palma (dia 3) e Márcia (dia 4); um veterano da música nacional que se estreou nesta mesma esta-ção de metro e uma jovem promessa que editou recentemente o seu disco de estreia ‘Dá’. Depois é tempo de descoberta com Tiago Bettencourt, que apresenta o seu projecto ‘Em Fuga’ e, já que filho de peixe sabe nadar, porque não espreitar as actuações de I Blame Coco (fi-lha de Sting) e de Vicente Palma (filho de Jorge Palma)? Des-cendo a rua temos difíceis escolhas a fazer entre as estreantes Janelle Monáe e Zola Jesus ou os novos projectos de Kele (Bloc Party) e José Gonzaléz que aqui se apresenta com os seu Ju-nip. Nas duas grandes salas deste festival, o Cinema São Jorge e o Teatro Tivoli, a lotação vai de certeza esgotar porque além das grandes estreias também nomes como Owen Pallet e a amena cavaqueira de B Fachada com Sérgio Godinho preten-dem surpreender.

Entre salasComo a lotação dos concertos é limitada, já se sabe que haverá sempre pessoas a ficar à por-ta. Por isso, em vez de entrar em desespero por não se con-seguir ver uma certa banda, porque não começar já a des-cobrir o novo álbum de Nuno Prata, que apresenta pela pri-meira vez o seu novo registo em Lisboa? Ou mesmo Adam Kesher e a nova aventura de Marina Gasolina, a ex-Bonde do Rolê que passa pelo palco do Cabaret Maxime? Depois de tanta emoção é mesmo preci-so recarregar baterias e o sítio certo é sem dúvida o Restau-rante Terraço do Hotel Tivoli, que recebe artistas mais liga-dos aos ritmos da Bossa Nova como Adriana, Marcos Valle ou a portuguesa Lula Pena.

Graziela [email protected]

JUNIP Lars & The haNds of LIghT

I BLame CoCo

© Jon Bergmann

Page 12: Mundo Universitário - Edição 174

[11 OUT 2010]

REMIXED ***KUMPANIA ALGAZARRA

Pegar na música já feita, baralhar e voltar a distri-buir. Foi o que a coqueluche da música balcânica-folk-ska feita em Portugal, os Kumpania Algazarra, fez a alguns dos seus temas. O resultado é um bom álbum de dança – ‘Remixed’ – com diversas colaborações. Nes-ta nova e natural evolução são emergentes as vozes de Sam The Kid, Beat Laden ou NseKT, entre muitos mais.Projecto a ter em conta.

WORLD MASSALA **TERRAKOTA

Ao quarto disco para a mul-ticultural banda, Terrakota, sobressaem mais os ritmos africanos, bastante con-dimentados pela música indiana e também algum samba da favela. O discurso altamente ecológico domi-na o álbum ‘World Massala’ e se alguns coros e vozes estão em sintonia com o espírito do disco, vocaliza-ções há que, a cair para o hip hop, se tornam bastante inusitadas.

ALGAZARRA *TRIBRUTO

Quem ouve um disco de hip hop português ouve todos. As palavras que se repetem até à exaustão, a persegui-ção da ‘bófia’ e outras con-versas de igreja. ‘Algazar-ra’ disco de estreia para os Tribruto, nada muda nesse panorama. É apenas mais um parágrafo mal escrito, numa vertente musical que, por terras lusas é deveras maltratada.

LONGPLAY ***LINK

‘LongPlay’ é um disco que respeita as bases da soul music e da funk, captando mesmo em diversos mo-mentos as suas melhores áureas. No entanto, por ve-zes entra em conflito com o hip hop, ainda assim não o suficiente para que não seja declarado. Um bom disco e um projecto a ter em conta.

ROCK DUST LIGHT STAR ****JAMIROQUAI

Mais perto do brio de ‘The Return of the Space Cowboy’ e mais longe do enfadonho ‘Dynamite’, ‘Rock Dust Light Star’, o sétimo LP dos britâ-nicos Jamiroquai, recupera algum do glamour inicial da banda, com um Jay Kay mais orgânico, analógico e perto dos anos 70, em que a banda foi buscar as suas primeiras influências.

pUBLICIDADE

NOvOS LANçAMeNTOS. SUgeSTõeS PARA DAReS MúSiCA AOS TeUS DiAS

Novidades do mês » AO VIVO!

Terrakota 3 de DezembroOs Terrakota apresentam ‘World Massala’ no Teatro São Luiz, no âmbito do festi-val Lisboa Mistura. O concer-to promete ritmos de todo o mundo, com a energia a que a banda já nos habituou.

Kunpania Algazarra 3 de DezembroÉ no espírito do Super Bock em Stock que os Kunpania Algazarra vão dar música ao vodafone Bus, prometendo desde já animar a multidão que vai invadir a Avenida da Liberdade.

LINK 10 de DezembroOportunidade para conhe-cer as sonoridades de LiNK no Plano B, no Porto, onde será apresentado o álbum ‘Longplay’.

José Frazão [email protected]

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www.mundouniversitario.pt

Joana Gamaanimadora mega Hits – 10h às 14h

Imagina que a tua primeira ‘palavra’ do dia é «#$%/!» Pensas que depois nos transportes vais ficar ainda mais bem disposta por não teres sítio onde te sentar em hora de ponta? «Ui, que feliz que estou por ir 20 paragens de autocarro esmagada contra o vidro! Yupi!» Não me parece…

Imagina o que é teres o prazer de acordar bem disposta todos os dias e poderes transmitir esse feeling a muita gente que está esmagada contra o vidro de um autocarro em hora de ponta! Já viste o poder que tem um sorriso? OK. Se estiveres o dia inteiro com a boca esticada a mostrar os dentes, não funciona. E além disso és capaz de deslocar o maxilar.

Escolhe muito bem a tua primeira palavra do dia todos os dias! Não te esqueças que, para isso, tens de estar rodeado de pessoas que gostem de ti e que te façam feliz. Na MEGA HITS tens toda uma equipa que só quer é que sorrias, mesmo que tenhas uma dentição ‘a la emplastro’ (ou que… não tenhas uma, neste caso). Para nós, todas as

palavras que te dizemos são como se fossem ‘a primeira do dia’. A minha primeira palavra muitas vezes é para ti.

Tira isto a limpo amanhã e ouve-nos! Podes ouvir-me logo depois das Mega Manhãs e quiçá (palavra à Teresa Guilherme) se a minha primeira palavra do dia seja sobre ti! Também pode acontecer que a primeira seja ‘gargalo’ ou ‘gnu’. Já aconteceu. Alinhas nisto comigo? Experimenta prestar atenção à primeira palavra que dizes de manhã. Quando é a primeira vez que falas? E o que é que dizes?

Acreditas que essa primeira palavra e a forma como a dizes é determinante para a tua manhã? Então, continua a ouvir a MEGA HITS! Assim devolves-nos os sorrisos!

A primeirA do dia

DESTAQUES

CRÓNICA

LISBOA 92.4

PORTO 90.6

COIMBRA 90.0

SINTRA 88.0

AVEIRO 105.6

BRAGA 92.9

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[11 OUT 2010]

João Tomé[email protected]

O mundo de magia de Harry Potter está cada vez menos simpático e cada vez mais sombrio, com uma atmosfera negra e um tom mais maduro. Lon-ge dos tempos de ser um mágico criança e aprendiz, o sétimo e (em princípio) último livro das aventuras de Harry Potter trazem-nos mais thriller, suspen-se e até laivos de terror, tudo porque a luta contra o temível Voldemort vai-se intensificar.

A saga criada por J.K. Rowling a partir de 1997 cumpre em 2011 uma dé-cada desde que chegou ao cinema. É esse o ano em que culmina com a segun-da parte do último filme, que promete desafios as-sustadores para Harry e os amigos.

Para o final da saga, os produtores, entre os quais a própria autora, J.K. Ro-wling, decidiram manter o realizador dos dois últi-mos filmes, o inglês David Yates. O realizador desta vez quis dar uma tonalida-de escura inesquecível ao filme e, para isso, contou com o director de foto-grafia português, Eduardo Serra (ver caixa).

Busca pelos Horcruxes

À semelhança do que se viu em muitas ditaduras, o mundo dos feiticeiros tornou-se num lugar pe-

rigoso para todos os que estão contra o cada vez mais influente Voldemort. E o prémio mais procurado por todos os subordinados para dar ao mágico com na-riz de cobra (interpretado por Ralph Fiennes) é Harry Potter (Daniel Radcliffe).

O cada vez mais adul-to Harry tem como única esperança para derrubar Voldemort encontrar to-dos os chamados Horcru-xes (aquilo que dá imorta-lidade ao mágico do mal).

Mas Harry, apesar de contar com a ajuda preciosa dos amigos Ron Weasley e Hermione Gran-ger, não sabe onde é que eles estão nem como os pode destruir.

Harry Potter promete uma despedida emotiva, repleta de magia e em grande, que começa este ano e termina no próximo Verão.

15

esTreIa Da seMaNa. HarrY poTTer e os TalIsMÃs Da MorTe parTe 1

A magia negra de Harry PotterO úlTimO livrO da incrível saga de Harry POTTer, qUe já dUra nO cinema Há nOve anOs, Passa Para O cinema divididO em dOis filmes. O PrimeirO esTreOU a semana Passada e Traz-nOs Um Harry POTTer nO seU mOmenTO mais negrO na lUTa cOnTra vOldemOrT.

o aMerIcaNoDepois de ter realizado vários videoclips míticos e o filme ‘Control’, sobre a carreira de Ian Curtis, da banda Joy Division, Anton Corbijn estreia-se agora em temas bem diferentes. No thriller ‘O Americano’, que estreia esta quinta-feira, acompanhamos um assas-sino profissional interpre-tado por George Clooney. Depois de um trabalho complicado na Suécia, ele retira-se para uma cidade medieval italiana. Por lá começa um novo trabalho, o de construir uma arma para um contacto mis-terioso, desenvolve uma amizade com um padre e um romance com uma rapariga local. Mas à me-dida que se envolve mais na nova vida vai deixando pistas para ser descoberto.

MacHeTeEra apenas um trailer mira-bolante de um filme fictício na saga ‘Grindhouse’, de Robert Rodríguez e Quen-tin Tarantino, mas teve tanto sucesso que virou mesmo filme. ‘Machete’, realizador por Robert Ro-driguez e Ethan Maniquis, continua a ser um filme de série B, repleto de sangue, destruição e personagens entre o divertido e o temí-vel. O protagonista é Danny Trejo, que fez de mau em mais filmes do que ele se lembra. Trejo é Machete Cortez, um ex-agente federal, que depois de ser traído pela organização a que pertencia, inicia uma vingança impiedosa contra o seu antigo chefe. Com Robert d e Niro, Lindsay Lohan, Jessica Alba, Don Johnson, Michelle Rodri-guez e Steven Seagal.

ouTras esTreIas

A luz de Eduardo Serra

O português com as distinções mais apetecidas no mundo do cinema é director de fotografia e já foi nome-ado para os Óscares por duas vezes – em ‘As Asas do Amor’, em 1997, e ‘Rapariga com Brinco de Pérola’, de 2003. Com uma carreira passada maioritariamente em França, Serra explicou-nos na semana passada, numa passagem breve por Portugal, a «loucura» que foi a participação no final da saga de Harry Potter, uma personagem que já conhecia bem. «A quantidade de pessoas e material existente é enorme e tive de controlar muita coisa, tentando colocar a minha marca pessoal no meio da imagem da saga», disse. Já sobre as maiores dificuldades passaram pelas gravações «à noite, no exterior»: «Não gosto de cenas em contraluz, por isso tive de inventar um sistema que sendo escuro, desse luz suficiente para se perceber.» Eduardo Serra admitiu ainda que o 3D não é para ele e explicou o que faz concretamente um director de fotografia: «Tentamos transferir as ideias em imagens, através do tom, da luz e da cor, na forma mais adequada para servir a história», tudo isto numa profissão que trabalha em uníssono com realizadores, produtores e montadores.

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realizador: David Yatescom: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson género: Fantástico/AcçãoEUA/Inglaterra; 149 min.

Harry Potter e os Talismãs da Morte - Parte 1

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