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MUNICÍPIO DA NAZARÉ – CÂMARA MUNICIPAL Inventário do Património Imóvel do Concelho da Nazaré Praia da Nazaré 1º Volume Imóveis Classificados Nazaré – 2009

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MUNICÍPIO DA NAZARÉ – CÂMARA MUNICIPAL

Inventário do Património Imóvel do Concelho da Nazaré

Praia da Nazaré

1º Volume

Imóveis Classificados

Nazaré – 2009

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Índice

1.1 - Fichas do Imóveis:

1.1.1 - Imóveis de Interesse Nacional 04

1.1.2 - Imóveis de Interesse Público 11

1.1.3 - Imóveis de Interesse Municipal 56

Bibliografia 72

3

4

1.1.1

IMÓVEIS DE INTERESSE NACIONAL

Igreja de São Gião

Freguesia de Famalicão

Concelho de Nazaré

5

6

DESIGNAÇÃO: Igreja de São Gião

LOCAL/ENDEREÇO: Quinta de São Gião

FREGUESIA: Famalicão

PROPRIETÁRIO : Ministério da Cultura.

PATRIMÓNIOCLASSIFICADO :

Interesse Nacional (nº2 do art.º 15 da Lei

107/01 de 8 de Setembro.)

CLASSIFICAÇÃO : Imóvel de Interesse

Nacional

PROTECÇÃO: MN, Dec. Nº1/86, DR, 02

de 03 de Janeiro de 1986. ZEP, Portª. N 78/97 (2ª série), DR 48 de 26 de Fevereiro de 1997. (inclui

área non - aedificandi).

BENS IMÓVEIS : Monumento

NÚMERO DO IPA : PT031011010010

FUNÇÃO DE ORIGEM : Igreja (Cultual, devocional).

FUNÇÃO ACTUAL : Encontra-se sem função alguma devido às obras de restauro previstas desde

2006, conforme o processo nº 71/2006 do Ministério da Cultura.

ENQUADRAMENTO : «Rural. Insere-se numa exploração agrícola, adossado a outro edifício mais

recente, a cerca de 600 metros do mar, numa língua de terra arável, entre o areal e uma encosta

rochosa.» MENDONÇA e MATIAS (1992;2004:1).

A “encosta rochosa” de que falam os técnicos do IHRU é a Serra da Pescaria.

Esta Igreja fica a poente do Casal Mota no sopé da Serra da Pescaria. O acesso ao imóvel é feito por

um caminho em terra batida, partindo da zona da Ponte da Barca até à Igreja de São Gião. A distância

a percorrer é de 2196.50mts. Ao lado da Igreja, para Poente, fica um conjunto de casas rurais, que

integram a chamada Quinta de São Gião.

A relação entre a Igreja de São Gião e as referidas casas rurais, ainda não está comprovada, mas pode

equacionar-se que, numa época mais tardia, por volta dos princípios do século XVIII, teria sido um

conjunto de habitação e armazéns agrícolas onde a própria Igreja terá servido de armazém de alfaias

agrícolas.

CONSERVAÇÃO: Em mau estado de conservação. Necessita de uma intervenção urgente de carácter

global.

ÉPOCA: «Século VII/X.» MENDONÇA E SILVEIRA, (1992;2004:5)

SÍNTESE ARQUITECTÓNICA : «Planta rectangular; volume simples coberto por telhado de 2

águas. Fachada principal virada a NO., com empena triangular, rasgada por porta de vão rectangular,

com lintel encimado por arco a meio ponto adintelado, rematado por fresta; na fachada oposta

7

reconhece-se o arranque de uma abóbada a berço rebaixado, contornando um arco ultrapassado cujo

vão está tapado com tábuas; na parede O. rasga-se uma fresta e um nicho, adossando-se à parte

terminal uma armação em madeira, protegendo a dupla arcada aí posta a descoberto. O interior, com

tecto em madeira com travamento à vista, é dividido por uma parede transversal que sobe até ao

telhado, em que se rasgam 3 arcos peraltados, uma porta e 2 vãos laterais assentes em muretes, a cerca

de 1m do primitivo pavimento (a iconóstase), com uma abertura quadrangular perto do telhado; nas

paredes laterais do transepto arcos duplos peraltados, apoiando-se em coluna monolítica central e

lateralmente em impostas, com relevos (quadrifólios e SS); na parede NO. Rasga-se o arco peraltado,

que dava acesso à capela-mor, quadrangular (cujos alicerces foram descobertos nas escavações)

assente em impostas, com palmas esculpidas. No chão distinguem-se restos de um pavimento em

"opus signinum". MENDONÇA E SILVEIRA, (1992;2004:1 e 2).

SÍNTESE HISTÓRICA : «A antiguidade da igreja de São Gião tinha sido destacada a primeira vez,

por Frei Bernardo de Brito, na sua obra “Monarquia Lusitana”. Nela, o cisterciense, referiu ter

descoberto várias inscrições romanas no local, que evidenciavam ter existido ali um templo dedicado a

Neptuno por Decio Junio Bruto, após a vitória que as suas tropas tinham obtido contra os habitantes de

Eurobricium.» ALÃO (2001:148)

Eduíno Borges Garcia na sua obra, “Um templo Visigótico em São Gião” baseou-se na descrição de

Brito Alão para elaborar o seu trabalho de arqueologia cujo título já acima se encontra transcrito.

«A ermida, que no final do século XVI era visitada por gente das redondezas com particular devoção

pela imagem do orago, na época de Brito Alão ainda se encontrava aberta ao culto. Viria a ser

encerrada no início do século XVIII, transformada em palheiro, e a sua imagem principal transferida

para a Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Vitória de Famalicão.» PENTEADO (1986:8).

TIPOLOGIA : «Arquitectura religiosa, visigótica, românica. Igreja com 3 naves e transepto, ábside de

planta quadrangular, coberta por abóbada de berço, iconóstase, coro-alto (Garcia, Almeida, 1966,

1978). Igreja de nave única, com iconóstase, transepto, ábside, celas monacais dos 2 lados da nave

(Schlunk, 1971). Segundo estes autores, a igreja foi construída no séc. 7, integrando-se estilisticamente

na arte visigótica, pelo tipo de decoração das impostas e frisos (que surge também em San Juan de

Baños e São Frutuoso de Montélios), pelo uso do arco ultrapassado apenas em 1/3 do raio, pelas

dimensões dos vários espaços idênticas às de outras igrejas visigóticas (São Pedro de Balsemão)

(Garcia, 1966), mostrando a iconóstase influência bizantina. Para Ferreira de Almeida a igreja integra-

se num período mais tardio, já de influências moçárabes (séc. 10): o espaço interno muito fechado,

centrado em torno do cruzeiro (distinto do espaço mais aberto da arquitectura visigótica), a existência

de tribuna elevada sobre a porta, a entrada adintelada com arco de descarga, a solução adoptada na

iconóstase, os arcos peraltados e não ultrapassados, os capitéis, o desenho e o recorte dos elementos

decorativos (palmetas e acantos), as fortes impostas de acentuada molduração e as possíveis arcadas

8

cegas da capela-mor (cujo arranque é visível junto aos alicerces) são indícios que apontam para a

época da reconquista. Para Manuel Nuñez Rodriguez, trata-se de uma igreja monástica que dispunha,

entre a nave e um suposto coro-alto, de uma porta e 2 janelas segundo disposição que vai dar à base

orientativa da tripla abertura observada futuramente na Igreja de São Julião de los Prados, nas

Astúrias. Esquema que marcaria a separação entre o espaço monástico e o ponto de acolhida aos

fiéis.» MENDONÇA E SILVEIRA. (1992;2004:3)

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES: Não existem características particulares de realce que

não tenham sido já mencionadas neste texto.

As que possam estar omissas, carecem de uma visita ao local para observação “in loco” como o

objectivo de diagnosticar alguma característica, ou facto, que seja de realce e possa complementar a

informação e o conhecimento que se tem da Igreja de São Gião.

ESTRUTURA E MATERIAIS : «Estruturas Autoportantes: Silharia e Alvenaria, telha cerâmica e

madeira.» MENDONÇA E SILVEIRA, (1992;2004:4).

DESCRIÇÕESCOMPLEMENTARES: «O estudo de Arqueologia da Arquitectura (CABALLERO,

ARCE e UTRERO, 2003), esclareceu algumas das anteriores suspeitas e acrescentou novas

evidências. A primeira - e possivelmente a mais importante para afastar a recorrente atribuição

visigótica - é o facto de os muros integrarem fragmentos escultóricos que podemos catalogar como de

época visigótica, facto que pressupõe uma construção posterior à perda de simbolismo desses

materiais. Paralelamente, as próprias características arquitectónicas do conjunto afastam-no do

universo visigótico e aproximam-no extraordinariamente do restrito número de templos asturianos,

conforme se comprova pela existência de tribuna ocidental e câmara supra-absidal. A juntar a estas

evidências, há que aprofundar o estudo estilístico dos capitéis da eikonosthasis, cujo vegetalismo e

organização em andares aponta também, ainda que com tratamento menos saliente do campo

escultórico, para os característicos capitéis vegetalistas asturianos.» IPPAR.

INTERVENÇÕES: «1965 / 1966 - 1ª campanha arqueológica, na qual participaram Eduíno Borges

Garcia e Fernando de Almeida: limpeza dos rebocos das paredes interiores da nave central (novo

motivo decorativo nas impostas é posto a descoberto); 2 novos arcos postos a descoberto, formando a

iconóstase com o já existente; desobstrução do arco maior (pondo a descoberto 3 palmas cortadas a

bisel sobre material romano, de calcário rijo); desobstrução dos 2 arcos laterais; escavações no interior

e exterior: opus signinum sob o chão do cruzeiro, abaixo de uma camada de 60cm. de entulho;

escavações na retaguarda da nave central permitiram concluir que a ábside era rectangular; escavação

na parte lateral exterior mostrou parede externa de uma nave lateral e sugestões de paredes

perpendiculares ao eixo da nave central, embora sem seguimento; nova parede mais recente que o

edifício, que parecia definir uma outra construção, posta a descoberto. IPPAR: 1990 - 1994 - trabalhos

de protecção com instalação de uma cobertura provisória; 1996 / 1997 - obras de reinstalação da

9

cobertura provisória por motivo da primeira ter sido destruída pela violência do vento; 1998 / 1999 -

instalação de vedação dos terrenos expropriados, limpeza dos terrenos e do caminho de acesso,

instalação de rede eléctrica de apoio aos trabalhos.» MENDONÇA E MATIAS, (1992;2004:4 e 5)

Relativamente ao IPPAR., a intervenção que se iniciou no ano 2000, trata da primeira fase da

Recuperação e reabilitação da Capela de São Gião, que consiste «… essencialmente num conjunto de

operações de preparação da grande operação de reabilitação do monumento. Estes trabalhos combinam

as necessidades de estudo e preservação das estruturas, nomeadamente, face ao comportamento dos

materiais e à sua protecção, através de métodos de arqueologia e estratigrafia vertical das estruturas

existentes.» IPPAR.

PERIGOS EVENTUAIS : A Igreja de São Gião, encontra-se em eminente risco de derrocada, uma

vez que a cobertura em chapa, não deixa o edifício receber circulação de ar, o que provoca aquilo que

se pode constatar e foi constatado na visita efectuada para elaboração desta ficha.

As paredes interiores estão completamente cobertas de muco, o grau de humidade é bastante grande, e

o escoramento que existe está neste momento a “empurrar” as paredes exteriores, fragilizadas pela

grande quantidade de “muco”. Neste contexto anexam-se algumas fotos para sustentar o que atrás foi

exposto.

POTENCIALIDADES : A inclusão deste imóvel num percurso turístico de âmbito Cultural é algo que

está subjacente ao novo turismo de massas que hoje começa a dar atenção à história, património

edificado e património imóvel.

Certamente que a Igreja de São Gião, o único Monumento de Interesse Nacional existente no

Concelho da Nazaré, possui uma importância estratégica na criação e divulgação do património

cultural em geral e do património religioso em particular.

Não se deverá esquecer o facto de existirem referências a vestígios de ocupação romana ainda por

descobrir, o que permite alargar o espectro de interesse na comunidade científica em particular e do

turismo cultural em geral.

10

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS:

Pormenor do “escoramento” do tecto do piso inferior da Igreja. De notar a diferença na quantidade de muco, consequência da humidade e do não arejamento do imóvel, devido à cobertura em chapa que foi instalada.

Interior da Igreja de São Gião antes da intervenção do IPPAR. Pode observar-se o estado de conservação do imóvel e os objectos que estavam guardados no mesmo.

Pormenor da enorme quantidade de “muco” na pedra. – Junho/2009

11

1.1.2.

IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Quinta do Campo

Freguesia deValado dos Frades

Concelho de Nazaré

12

13

DESIGNAÇÃO: Quinta do Campo

LOCAL/ENDEREÇO: EM-551 –

Rua Carlos O’Neil, 20

FREGUESIA: Valado dos Frades

PROPRIETÁRIO : Privada.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO :

Conjunto Edificado e zonas anexas.

CLASSIFICAÇÃO : Imóvel de

Interesse Público

PROTECÇÃO: Portaria nº

1276/2005, publicado no Diário da

República, II, n.º 243,de 21deDezembro – Despacho de homologação de 26/05/2003.

BENS IMÓVEIS : Monumento

NUMERO DO IPA : PT031011030031.

FUNÇÃO DE ORIGEM : «Arquitectura residencial: granja cisterciense. MATIAS e VAZÃO

(2005:04)

FUNÇÃO ACTUAL : Turismo de Habitação.

ENQUADRAMENTO : «Rural, isolado, destacado. Implantado nos campos do Valado, na margem

direita do rio Alcoa, fez parte integrante dos Coutos de Alcobaça. Encontra-se nas proximidades do

monte de São Brás e das antigas margem da lagoa da Pederneira, drenada pelos Monges de Cister, a

partir da Escola de Hidráulica Agrícola instalada na Granja. Parte do perímetro urbano de Valado de

Frades encontra-se actualmente localizada no que foi outrora os limites da quinta, que se encontra

demarcada por muros de alvenaria, rebocados e pintados de amarelo, com três portões de acesso, tendo

2 deles, a N. e a SE., um painel de azulejos com a inscrição QUINTA DO CAMPO; o de N. é

policromo com moldura recortada e decoração vegetalista, datado e assinado, e o de SE., também

recortado, é azul e branco. As dependências agrícolas da casa, adega, celeiros e cavalariças encontram-

se dispostas em U circundando o pátio fronteiro da casa de habitação que tem a fachada posterior

voltada para um jardim de forma triangular, contendo uma fonte e pequeno lago, que converge para

uma construção circular, funcionando como miradouro sobre a várzea.» MATIAS e VAZÃO

(2005:01)

CONSERVAÇÃO: Encontra-se em bom estado de conservação devido à sua reutilização e neste

âmbito na área do Turismo Rural.

ÉPOCA: «Século XII ou XIII.» MATIAS e VAZÃO (2005:05)

14

SÍNTESE ARQUITECTÓNICA : «Conjunto constituído por palacete e antigos anexos agrícolas.

Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo e branco; caixilhos e portas pintados a azul e branco.

Coberturas diferenciadas em telhados de 2 e 4 águas. PALACETE: planta longitudinal, simples,

regular, de dois pisos, com coberturas homogéneas em telhados de quatro águas pontuados por

chaminés e abertas por duas águas furtadas, com telhados de duas águas, uma na fachada principal

(Norte) e a outra na posterior (Sul); as fachadas contornadas por passeio com pavimento em calçada à

portuguesa, à excepção da fachada lateral direita, são delimitadas por cunhais em cantaria e pisos

marcados por friso, percorridas por embasamento em cantaria; remate em cornija e beiral. O edifício

possui fenestração regular, com vãos de moldura rectilínea. Fachada principal rasgada no 1º piso por 8

janelas e três portas tende cada uma 2 degraus de acesso ao interior, sendo a do centro ladeado por 2

candeeiros; 2º piso com 11 janelas colocadas a eixo; na fachada posterior repete-se o padrão da

principal com nove janelas no piso inferior, e 2 portas de acesso ao interior tendo a da direita uma

alpendre com cobertura em telhado de 3 águas; piso superior com onze janelas a eixo. Fachadas

laterais com 4 janelas em cada um dos pisos. INTERIOR: as várias dependências do edifício

desenvolvem-se a partir de um corredor central que atravessa longitudinalmente o imóvel. Possui

pavimento de madeira no piso térreo, 8 quartos duplos com casa de banho privativa e três amplas

salas, duas delas com fogões de sala em madeira ricamente trabalhados; a biblioteca apresenta tecto

em estuque relevado a branco tendo os cantos enrolamentos de decoração vazada com elementos

geométricos e fitomórficos; ao centro um medalhão ovalado rodeado por quatro mascarões que fazem

ligação com 4 círculos com igual decoração vazada; sala de jantar apresenta decoração em grilhagem

formando cruz em aspa e ao centro reserva tripartida com elementos vegetalistas e florão central; sala

de pequenos-almoços tem tecto em madeira decorado com elementos geométricos rectilíneos e

circulares, estes com florão ao centro. ANTIGOS ANEXOS AGRÍCOLAS: planta longitudinal,

simples e regular, disposta em U, de um e dois pisos. Coberturas diferenciadas com telhados de duas e

três águas. Possui fenestração regular com vãos de verga curva, com fecho, e outros de moldura

rectilínea e possui na fachada principal de antigo armazém, estábulo, prisão e pombal um óculo que

corresponde ao antigo pombal As Janelas, de reduzidas dimensões e visíveis exteriormente no vão do

antiga Cavalariça, marcam o espaço do antigo cárcere. Possui na fachada lateral de antigo estábulo e

palheiro (O.) um alpendre metálico e apresenta escadas pétreas, adossadas, que ligam os dois pisos nas

fachadas: lateral de antigo estábulo e palheiro (E.), lateral da adega (O.) e lateral da adega (E.). Nesta

última encontra-se adossado um alpendre de madeira e telhado de três águas. Fachada principal relógio

INTERIOR (ADEGA): os pisos são espaços amplos, com colunas metálicas, pintadas de vermelho, no

piso térreo que suportam vigamento de madeira que corresponde ao pavimento no piso superior. O

pavimento do piso térreo de lajes é interrompido por calçada. Possui dois tanques líticos de lagar, com

as respectivas pias. ANTIGAS OFICINAS: planta longitudinal, simples e regular e encontra-se

15

adossado à fachada lateral da Adega (Este) e à fachada principal do antigo lagar, actual escritório /

recepção (oeste). Possui com telhados de duas águas, beiral e vãos de verga curva, com fecho, na

fachada principal e posterior, que nesta última se articulam com janelas de moldura rectilínea. Um

vão, de lintel recto e servido por escadas, permite a ligação entre o logradouro da fachada principal e o

da posterior / parque de estacionamento. ANTIGO LAGAR: planta quadrangular, simples, adossada às

antigas oficinas e antigo armazém. Coberturas homogéneas em telhados de 2 águas. Na fachada

principal um friso ressaltado faz a demarcação dos dois pisos, com correspondência no interior. Possui

vãos de verga curva, com fecho, e de perfil rectilíneo e duas aberturas circulares nas fachadas principal

e posterior, esta última marcada por friso pétreos ressaltados. INTERIOR: no piso térreo possui quatro

divisões e escada de acesso ao piso superior. ANTIGA CASA DO FEITOR: planta longitudinal,

simples e regular, adossada a antigo armazém. Cobertura homogénea em telhados de 3 águas com

remate em beiral. Foi construída no imóvel uma cave, para aproveitamento do desnível do terreno

neste local. O edifício é marcado por vãos com lintel e peitoril ressaltado, ambos pétreos, com

correspondência ao rés-do-chão, e com moldura rectilínea e lítica correspondendo à cave. Na fachada

principal a porta de acesso ao interior é servida por um alpendre e por escadas de pedra. INTERIOR

não observado.» MATIAS e VAZÃO (2005:02;03;04)

SÍNTESE HISTÓRICA : «Séc. 12 / 13 - Foi uma das dez granjas agrícolas a ser fundada pelos

Cistercienses, durante o período de construção da Abadia de Alcobaça; 1296 - a Granja do Valado

aparece referenciada no Auto de Demarcação das Igrejas dos Coutos de Alcobaça; 1291- terá sido

criada uma escola de hidráulica agrícola a pedido do Rei D. Dinis; Séc. 14 - a granja do valado era

uma escola agrícola, uma das melhores do coutos; Séc. 18 - O abade F. Manuel de Mendonça, primo

do Marquês de Pombal, foi o principal impulsionador do enxugo dos campos do Valado; 1782 - foi

efectuada a medida e demarcação da Quinta do Campo; 1833 - abandono do Abadia de Alcobaça por

parte dos monges - neste período estavam trezentas carradas de palha vários alqueires de cereais (600

de milho, 117 de cevada - cerca de 225 moios de cereais e legumes), uma vez que foram recuperados,

após o roubo, pelo Corregedor de Alcobaça António Luís Seabra. O milho foi vendido por 440 reis;

1836, 12 de Abril - termo de arrematação da Quinta do Campo do Valado, pelo Conde de Vila Real,

feita perante a Comissão Interina da Junta de Crédito Público, esta aquisição terá sido realizada com

compensação de prejuízos de guerra no valor de 100:000$000. Nesse termo estava especificado que

este assumia a responsabilidade de abrir a Foz tantas quantas vezes o mar a assoreasse; 1840 / 1850 - a

antiga Granja do Campo foi adquirida por Manuel Iglésias, um cidadão espanhol, que posteriormente

começou a construção do actual palacete sobre as ruínas de uma antiga igreja e da casa principal que

servia de alojamento à comunidade monástica ali residente. Nesta altura estes edifícios já se

encontrariam em ruínas; 1862 - na Sessão Camarária (de Alcobaça) ficou registado o envio de um

ofício da 1ª Repartição, 1ª Secção, n.º 161 enviado para a Câmara Municipal uma cópia do termo de

16

arrematação da Quinta do Campo de Valado em 1836; 1864 - na sessão Camarária (Alcobaça) de 28

de Novembro deste ano é registado que foi feita a desobstrução da Foz do rio da Barca (um dos canais

que atravessa a quinta do campo. O Governador Civil determinou que o Administrado do Concelho,

com o acordo da Câmara, auxiliasse o Director das Obras Públicas no desempenho desta função. A

Câmara nega essa responsabilidade, uma vez que antes da extinção das ordens religiosas os

possuidores da Quinta tinham essa missão. Essa obrigação tinha sido garantida e realizada durante a

posse do Conde de Vila Real, que tinha inclusive encarregado Porfírio José Caiado, da Praia, de

conservar sempre aberta a Foz, recebendo como remuneração a exploração de uma extensa folha de

campo ali contígua. Foi referido também que esse contrato tinha sido garantido por Manuel Iglésias,

até Outubro de 1862, altura em que se deu a obstrução da Foz e a consequente inundação, motivo de

queixas para os habitantes da Praia; 1866 - na sessão Camarária de 5 de Novembro deste ano tomou-se

conhecimento da sentença do Tribunal da Relação de Lisboa, em que dispensava Manuel Iglésias e sua

Mulher, enquanto possuidores da Quinta do Campo do Valado, da responsabilidade de desobstrução

da Foz do ria da Barca; séc. 19 - os proprietários negoceiam a instalação no Valado da Estação de

Caminhos de Ferro, segundo esse acordo a estação de Alcobaça, da Linha do Oeste, que então se

encontrava em construção, seria instalada no Valado dos Frades. 1944 - foi colocada numa das

entradas o painel azulejar com a legenda quinta do campo; 1946 - construção da antiga Casa do Feitor;

1989 / 1990 - obras de conservação no palacete; 1990 - inicio da exploração como turismo de

habitação; 1993 - adaptação de antigos espaços agrícolas (antigos estábulos) em apartamentos; 1995 -

nova adaptação de antigos espaços (antigos estábulos e viteleiros) agrícolas em apartamentos; 2003 -

Despacho do Ministro da Cultura determinando a classificação como imóvel de interesse público do

conjunto da Quinta do Campo.» MATIAS e VAZÃO (2005:05;06)

TIPOLOGIA : «Arquitectura civil, residencial e agrícola. Antiga granja cisterciense cujos espaços de

apoio à actividade agrícola (adega, celeiros, cavalariças etc.), de planta em "U", mantendo, tanto

quanto possível, a traça original sem alterações significativas a nível de dimensões e implantação,

sobrevivendo com as suas características próprias às várias intervenções de que foram alvo. Palacete

construído na década de 60 do séc. 19, está implantada numa área onde anteriormente se localizavam

uma capela e a casa principal para a comunidade cisterciense ali fixada e que estariam em ruínas após

o abandono do Mosteiro de Alcobaça. O palacete de traça oitocentista regular, equilibrada, simétrica e

funcional possui coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas e dois pisos e é marcado

por fenestração regular.» MATIAS e VAZÃO (2005:06;07)

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES: «Trata-se de uma das antigas granjas cistercienses dos

Antigos Coutos do Mosteiro de Alcobaça, com construções desse período que ainda se encontram

preservadas e uma das únicas antigas granjas que se encontra aberta ao público» MATIAS e VAZÃO

(2005:07)

17

ESTRUTURA E MATERIAIS : «Paredes Autoportantes, Pedra; telha cerâmica: de telha de canudo e

aba - com excepção das antigas oficinas que têm telha marselha; ladrilho cerâmico e azulejo industrial;

vidro simples; estuque trabalhado e pintado; ferro forjado e fundido; alvenaria, tijolo, laje e madeira»

MATIAS e VAZÃO (2005:07)

DESCRIÇÕESCOMPLEMENTARES: «AZULEJO: Painel azulejar, azul e branco, que apresenta a

legenda "QUINTA DO CAMPO", moldurada por ornatos vegetalistas; Painel azulejar policromo com

as legendas "QUINTA DO CAMPO", "G.Q. STA ANNA 1944" e "LISBOA R.S.". Possui moldura de

concheados, grinaldas e motivos acantianos; ESTUQUES: o palacete possui várias salas com tectos

de estuques, vegetalistas frutíferos e geométricos FONTE: fonte curvilínea, de pedra e com

morfologia de concha, decorada com tritão que também servia de bica. MARCO : marco pétreo de

delimitação territorial da Quinta do Campo, possui forma rectangular e apresenta a inscrição "Mco qta

CPO 4"; RELÓGIO DE SOL : relógio de sol lítico que possui campo quadrangular, marcado pela

respectiva numeração e por incisões diagonais, encimado por aletas convergentes.» MATIAS e

VAZÃO (2005:04)

INTERVENÇÕES: «Proprietário: 1840 / 1850 - começou a construção do actual palacete sobre as

ruínas de uma antiga igreja e um edifício que servia de alojamento à comunidade monástica ali

residente; 1989 / 1990 - obras de conservação no palacete; 1993 - adaptação de antigos espaços

agrícolas (antigos estábulos) em apartamentos; 1995 - nova adaptação de antigos espaços (antigos

estábulos e viteleiros) agrícolas em apartamentos.» MATIAS e VAZÃO (2005:09)

PERIGOS EVENTUAIS : Não se prevê qualquer perigo a não ser que a mesma seja, por algum

motivo, desertificada, deixando ao abandono e à mercê do desgaste temporal aquela infra-estrutura de

turismo e legado da dinâmica cisterciense de importância óbvia para a história local da extinta Ordem

de Cister.

POTENCIALIDADES : A Quinta do Campo é de relevante importância para o conhecimento da

história dos antigos coutos de Alcobaça dos quais a Pederneira era um dos seus Termos.

OBSERVAÇÕES: «Inicialmente a palacete funcionava como duas casas independentes, tipo

apartamentos, um piso para residência de Manuel Iglesias e sua família e o outro para residência de

Eng. Amável Granjer e sua família; *2 - Relógio de sol será do período dos monges; *3 - A traça do

edifício terá sido efectuada por Manuel Iglesias e terá contado com o apoio de uma técnico francês

(SOUSA e PEDRO, 1988, p. 7); *4 - Terreno primitivo e os terrenos anexos do Centro de Assistência

Social foram legados, à ordem de Nossa Senhora de Fátima, por D. Dolores e Guilhermina Iglesias

(SOUSA e PEDRO, 1988, p. 19); *5 consta na lista de Composição e Identificação dos Espaços

Culturais do Concelho da Nazaré, publicada no DR, Resolução do Conselho de Ministros n.º 7/97, de

18

16-01-1997; *6 - Em reunião do Conselho Consultivo do IPPAR foi aprovada a eventual classificação

da Quinta do Campo.» MATIAS e VAZÃO (2005:09)

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS:

Vista do Alçado Nascente da Quinta do Campo

Vista da entrada principal da Quinta do Campo

19

IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Ermida da Memória

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

20

21

DESIGNAÇÃO: Ermida da Memória/Capela

de Nossa Senhora da Nazaré/Capelinha do Sitio.

LOCAL/ENDEREÇO: Largo de Nossa

Senhora da Nazaré – Sítio da Nazaré

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO : Confraria de Nossa

Senhora da Nazaré

PATRIMÓNIOCLASSIFICADO :

Monumento

CLASSIFICAÇÃO : Imóvel de Interesse Público

PROTECÇÃO: Decreto-Lei nº 20985, de 7 de Março de 1932.

IIP, Dec. Nº 45/93, DR de 30 de Novembro 1993 (enviado à Comissão Europeia o pedido de apoio a

projecto-piloto de conservação do Património Arquitectónico Europeu, Janeiro de 1995.

BENS IMÓVEIS : Monumentos.

NUMERO DO IPA: PT031011020011.

FUNÇÃO DE ORIGEM : Ermida (Cultual, devocional).

FUNÇÃO ACTUAL : Ermida (Cultual, devocional).

ENQUADRAMENTO : Urbano. Centro Histórico do Sitio da Nazaré. Trata-se de uma Ermida

localizada junto à falésia no lugar popularmente conhecido por “Suberco”, junto ao Largo de Nossa

Senhora da Nazaré, ao lado do Padrão que testemunha a visita do navegador Vasco da Gama a este

Sitio no século XV.

No seu interior e no piso inferior encontra-se, sobre uma gruta, a imagem de Nossa Senhora da

Nazaré.

CONSERVAÇÃO: Razoável, embora necessite de intervenção no âmbito da conservação preventiva.

ÉPOCA: «Século XII/XVIII.» MENDONÇA E SILVEIRA, (1991;1997:3)

SÍNTESE ARQUITECTÓNICA : «Planta quadrada de massa simples com cobertura prismática,

revestida a azulejos de padrão polícromos, rematada por cruz no vértice. Fachada principal virada a N.,

para o largo, rasgada por porta de vão rectangular e moldura lisa, encimado por sobre porta em azulejo

azul e branco; sobre a cornija uma placa em cantaria em relevo. Nas fachadas laterais são visíveis as

molduras em cantaria de arcos de volta perfeita entaipados; na parede voltada a S. um pequeno painel

em azulejo azul e branco representando o milagre de Nossa Senhora da Nazaré. Cunhais de blocos de

cantaria e friso moldurado no lugar da cornija. Dois pisos, ficando o inferior abaixo do nível do adro e

o superior à capela. No interior a cúpula e paredes são revestidas a azulejos azuis e branco, com

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azulejos de padrão enquadrando painéis com representações emblemáticas marianas; azulejos de

padrão nas paredes, acima de um silhar com albarradas. O altar, encostado à parede S., tem frontal em

azulejo imitando brocado. Duas lápides com inscrições nas paredes laterais (Transcrição da

"Monarquia Lusitana", do texto em latim referente a Nossa Senhora da Nazaré e à origem do seu culto

nestas paragens; a da esquerda é uma tradução do texto da direita.). Uma escada conduz a uma cave,

também forrada a azulejo, com painel figurativo, com a representação do milagre, na abóbada; num

túnel rasgado sob a capela está a imagem de Nossa Senhora da Nazaré, atrás de gradeamento de ferro.»

MENDONÇA E SILVEIRA, (1991;1997:2)

SÍNTESE HISTÓRICA : «1182 - Segundo a lenda, D. Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de

Mós, mandou fazer a ermida em acção de graças pelo milagre que nesse sítio tinha tido lugar: invocara

o nome da Virgem da Nazaré e esta tinha-o salvo de cair no despenhadeiro, quando perseguia um

veado, no meio de grande nevoeiro; a imagem fora encontrada em 1179 na gruta sobre a qual a ermida

foi construída, tendo para aí sido levada em 1113, a seguir à batalha de Guadalete, pelo rei Rodrigo e

por Frei Romano, do Mosteiro de Cauliniana, junto a Mérida; fora enviada de Nazaré por São

Jerónimo a Santo Agostinho, que então se encontrava no mosteiro; juntamente com a imagem terão

levado as relíquias de São Bartolomeu e São Brás; 1370 - D. Fernando, rei de Portugal, mandou fechar

os arcos da Ermida para resguardar da acção do tempo o seu interior;» (1991;1997:3); […] «1623 -

Frei Bernardo de Brito, monge de Alcobaça, manda desentulhar a gruta sobre a qual fora construída a

ermida, sendo de sua autoria a inscrição latina aberta em mármore, aplicada na parede; terá

reconstruído a actual ermida aproveitando a estrutura românica; séc. 17 – revestimento do exterior da

cúpula; séc. 18 (1º quartel) – revestimento azulejar do interior, sobreporta e painel exterior (os

elementos figurativos e a sobreporta atribuídos a António de Oliveira Bernardes).» MENDONÇA E

SILVEIRA, (1991;1997:2)

TIPOLOGIA : «Arquitectura religiosa maneirista, barroca. Pequena ermida de planta central,

abobadada, inicialmente rasgada dos 4 lados por arcos a pleno centro, certamente com o altar ao

centro, depois transformada em caixa prismática fechada, dinamizando-se e dilatando-se visualmente o

interior com azulejos setecentistas.»MENDONÇA E SILVEIRA, (1991;1997:4)

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES: «A ermida é construída sobre uma gruta, ligada à

descoberta da imagem de Nossa Senhora da Nazaré, na vertente do promontório do Sítio.»

MENDONÇA E SILVEIRA, (1991;1997:4)

ESTRUTURA E MATERIAIS : Paredes Autoportantes, Cantaria, Alvenaria, Ferro Madeira e azulejo

policromado.

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES: «O piso inferior da ermida corresponde à primitiva gruta.

A ermida inicialmente era aberta dos 4 lados (sendo ainda visíveis as molduras de 2 dos arcos

entaipados, postas a descoberto), sendo cada uma das faces encimadas por estátuas em pedra: a

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Virgem, São Bartolomeu e São Brás, o Rei Rodrigo com a estátua da Virgem nos braços; Frei Romano

segurando uma caixa com as relíquias dos 2 mártires. *1 Enviado à Comissão Europeia o pedido de

apoio a projecto-piloto de conservação do Património Arquitectónico Europeu, em Janeiro de 1995.

[…]. Sobre a porta uma placa relevada com empena angular cogulhada, rasgado por nicho trilobado,

com um conjunto em alto-relevo, representado a Virgem com o Menino, rodeada por figuras

ajoelhadas. Inscrição na parede interior da ermida (Alão, 1628, f. 43/43v): "A Sagrada imagem da

Virgem Maria foy trazida da cidade de Nazareth para o Mosteiro de Cauliniana (que esta junto à

cidade de Mérida) no tempo dos reis godos, aonde esclareceo com muitos milagres até à destruição

geral de Hespanha no ano de 714 em o qual vindo ter àquelle mosteiro (como se conta), El-Rey Dom

Rodrigo, tomando por seu companheiro hum Monge por nome Romano, fugiu e veyo ter à ultima

parte do mundo, que he este sítio, no qual morreo o monge e El-Rey se partio deixando esta Santa

imagem escondida nesta lapa, na qual esteve por espaço de quatrocentos e sessenta e nove annos.

Depois disso, no anno de Senhor de mil cento e oitenta e dous, sendo Capitão de Porto de Mós Don

Fuas Roupinho achou esta santa imagem (como elle mesmo testemunha na doação que fez a esta

hermida) e indo correndo inconsideradamente apos hum fingido veado que lhe ia fugindo ao ultimo

deste penedo que não via como se hia despenhar com a nevoa sarrada: estando já pera cair e se fazer

pedaços, chamou rijamente pella Virgem Maria por cujo favor foy livre de ruyna e da boca da morte

tirado; e logo fez esta hermida e esta santa imagem, e depois a mudou El-Rey D. Fernando no anno de

1377 para outra casa mayor que lhe fez aonde agora está.» MENDONÇA E SILVEIRA, (1991;1997:2

e 3)

INTERVENÇÕES: «1986 - Picagem do reboco; novo reboco a cimento; caiação, limpeza e

betumagem das juntas do capeamento em pedra, substituindo peças em falta; limpeza da cantaria do

vão das portas. Consolidação da parede posterior com betão armado, com abertura de apoios na rocha.

Levantamento, limpeza e recolocação dos azulejos, incluindo a execução de 275 peças partidas na

cúpula; 1987 - fornecimento e colocação de faixa de cantaria trabalhada em remate e complemento da

cimalha da fachada posterior; emendas no restante perímetro; limpeza e picagem dos rebocos da

cúpula para caiação de caixa, com vista à aplicação de betonilha armada com malha sol;

impermeabilização da superfície; levantamento, execução, reposição e betumagem de 470 peças

partidas nas 4 faces da cúpula. Colocação de tubo para esgoto de água do interior da ermida.

Revestimento a pedra calcinada de betão armado, para consolidação da base da fundação da parede do

alçado posterior; tratamento e substituição do relevo da frontaria; anos 90 (início) – consolidação,

conservação e tratamento dos azulejos; conservação e beneficiação de paramentos, pavimentos, tectos

e vãos; beneficiação geral da instalação eléctrica; 1997 - limpeza da pedra e aplicação de hidrófugo;

limpeza e pintura das paredes; tratamento e pintura das caixilharias e gradeamentos» MENDONÇA E

SILVEIRA, (1991;1997:5)

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PERIGOS EVENTUAIS : A sua localização, sobre a falésia no Sitio da Nazaré, condiciona um

programa de restauro e manutenção mais completo, nomeadamente na sua fachada virada a Sul. A

consolidação estrutural desta fachada e a continuada erosão da falésia, obviam a que seja necessário

uma intervenção no sentido de se diagnosticar as “fundações”, da Ermida da Memória, que se encontra

implantada sobre a pedra calcária que compõe maioritariamente a geologia do promontório.

A constante observação e análise da estrutura do templo, verificando a existência de fissuras nas

paredes ou anomalias de cariz estrutural, são também uma das medidas cautelares que devem ser

realizadas com frequência.

POTENCIALIDADES : A divulgação cultural assim como a sua historiografia “in loco” com a

aplicação de uma placa informativa, além da inclusão num percurso Histórico/Patrimonial são recursos

que devem ser equacionados numa perspectiva de divulgação patrimonial sobre o conceito de

património integrado, do qual a Ermida da Memória é um bom exemplo.

A inclusão deste imóvel num percurso turístico de Património Cultural é algo que está subjacente ao

novo turismo de massas que hoje começa a dar atenção à história, património edificado, património

imóvel e certamente que a Ermida, tendo também a componente religiosa seria, como já o é, um local

de visita, condicionada, muito solicitada.

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS

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Fachada Sul da Ermida da Memória, onde se pode observar o conjunto azulejar com a representação do Milagre.

Fachada principal e envolvente da Ermida.

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IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Capela de Nossa Senhora dos Anjos

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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DESIGNAÇÃO: Capela de Nossa Senhora dos

Anjos/Ermida de Nossa Senhora dos Anjos

LOCAL/ENDEREÇO: Rua dos Combatentes do

Ultramar

FREGUESIA: Nazaré.

PROPRIETÁRIO: Fabrica da Igreja Paroquial

de Nossa Senhora das Areias e de São Pedro da

Pederneira.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO: Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de Interesse

Público.

PROTECÇÃO: Decreto-Lei nº20.985 de 07 de Março de 1932. IIP, Dec. Nº 95/78, DR 210 de 12 de

Setembro, Dec. Nº 67/97, DR 301 de 31 de Dezembro 1997 *1 *2

BENS IMÓVEIS: Monumento

NUMERO DO IPA: PT031011020002

FUNÇÃO DE ORIGEM: Igreja (Cultual, devocional).

FUNÇÃO ACTUAL: Igreja (Cultual, devocional).

ENQUADRAMENTO: Rural. Isolada, junto à EN-8-5,Rua dos Combatentes.

CONSERVAÇÃO: Necessita de uma intervenção ao nível dos arranjos exteriores assim como se acha

pertinente uma intervenção nas escadas de acesso à Capela. Foi também alterada a solução cromática

do alçado principal, vão de portas e janelas, de castanho para azul.

ÉPOCA: Século XVI.

SINTESE ARQUITECTÓNICA: «Planta longitudinal, rectangular, orientada. A Oeste a sacristia

também rectangular. Massa simples com cobertura em telhado de duas águas. Fachada principal de

empena triangular, com alpendre adossado, coberto por telhado de madeira de duas águas, apoiado

lateralmente em dois muros, no prolongamento das paredes da nave. Interior de espaço único, coberto

por tecto em madeira, com travamento à vista; porta travessa rasgada na parede Norte, porta de

comunicação com sacristia ao altar-mor, possui ainda duas janelas de geometria rectangular, rodeando

a porta principal a Oeste; pavimento em tijoleira; nicho rasgado no alçado Este, de arco pleno apoiado

em pilastras, nichos nas paredes laterais.» MENDONÇA (1992:4)

SINTESE HISTÓRICA: A construção desta ermida remonta ao «séc. XVI, no local onde segundo a

tradição, terão aportado o Rei Rodrigo e o companheiro, Frei Romano, trazendo a estátua de Nossa

Senhora da Nazaré, do Mosteiro de Cauliniana, Mérida, que depois levaram para o lugar do Sítio. No

séc. XVIII havia uma inscrição à entrada do alpendre que referia a construção da ermida pelos devotos

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de Nossa Senhora (Figueiredo, pp-30); Em 1996 por Despacho do Ministro da Cultura de 02 de Maio

autorizando a rectificação do texto do Decreto de classificação de 1978» MENDONÇA (1992:2)

«Esta ermida e confraria dela, disse o Sacerdote, é fabricada pelos mancebos solteiros desta terra, e no

tempo em que se fez, havia muita abundância de ganhos de pescaria». ALÃO (1628:125).

«Possuía um retábulo antigo, de “excellente feitio”, [cf. Brito Alão; in Prodigiosas Histórias …,

p.216], o qual deve ter desaparecido no início da década de 1960 e, por isso, foi erradamente incluído

no decreto que classifica a ermida [cf. Património arquitectónico e arqueológico classificado. Distrito

de Leiria. Lisboa: IPPAR, 1993, p.37]» PENTEADO (2001:125)

De notar a ligação da construção da Ermida de Nossa Senhora dos Anjos com a vinda do Rei Rodrigo,

quando outros autores defendem que a mesma foi erigida no século XVI, representando um réplica da

Igreja de São Pedro da Pederneira, igreja que existiu no século XIII e que terá sido a primeira igreja

edificada no Couto Cisterciense de Alcobaça.

TIPOLOGIA: «Arquitectura Religiosa. Ermida rural simples, com cobertura em tecto de madeira,

antecedida por alpendre em madeira» MENDONÇA (1992:4)

Até à década de oitenta, altura da construção dos depósitos de armazenamento de água, que ficam a

Norte da referida Ermida, existia um cemitério anexo à ermida que foi parcialmente destruído com a

construção dos referidos depósitos.

Embora tenha acontecido esta destruição parcial do cemitério, a possibilidade de efectuar sondagens

arqueológicas no espaço restante, deveria ser equacionada para se aquilatar da verdadeira dimensão do

mesmo e eventualmente da estrutura que o sustentava que deverá ser contemporânea com a data da

construção da Ermida.

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «silhar de azulejos seiscentistas polícromos com vários

padrões misturados; nos nichos das paredes laterais 2 tábuas, reconhecendo-se ainda numa delas o anjo

da Anunciação.» MENDONÇA (1992:4)

Estas tábuas encontram-se já restauradas e estão no depósito da Confraria de Nossa Senhora da

Nazaré.

ESTRUTURA E MATERIAIS: Alvenaria e cantaria de pedra; telha cerâmica, tijoleira, azulejo e

madeira.

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES:

INTERVENÇÕES: Tinha todo o interesse que fossem efectuados trabalhos de âmbito arqueológico,

uma vez que existia um cemitério primitivo, situado a norte da Capela, que foi parcialmente destruído

aquando a construção dos dois reservatórios de água. A execução de sondagens no solo entre os

reservatório e a capela, pode dar indicações como ao longo dos tempos se acomodavam os corpos e se

os mesmos, Séculos XVI e seguintes, levavam objectos pessoais aquando o seu enterro. Atestando esta

intenção cita-se mais uma vez, Manuel Brito Alão, Antiguidade da Sagrada Imagem de Nossa Senhora

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da Nazaré, edição de Pedro Penteado, nota (99), pp. 125, Cap. XXX., onde se escreve, «A Ermida

constituía também um espaço de enterramento, cuja destruição parcial ocorreu na década de 1980, por

responsabilidade camarária.»

De realçar que em 1986 foi feita a «substituição de telhas partidas e construção de novo alpendre, pago

pela Confraria de Nossa Senhora da Nazaré» MENDONÇA (1992:4)

«Este alpendre substituiu um outro apoiado em colunas» FIGUEIREDO (30)

“*1:DOF….incluindo as duas tábuas com pinturas do séc. XVI e os restos dos azulejos do séc. XVII.

É uma construção do séc. XVI de uma só nave”:” *2: O decreto de 1997 deu nova redacção à

designação do imóvel.” MENDONÇA (1992:4)

Em Março de 2008, foi esta Ermida alvo de uma intervenção que envolveu a pintura do seu interior e

exterior.

PERIGOS EVENTUAIS: A utilização desta ermida remete-se à altura da realização da Procissão dos

Passos, que se realiza uma vez por ano.

Em património defende-se que o pior inimigo dos monumentos é a sua falta de utilização. Com a

construção da nova casa mortuária, que lhe fica adjacente prevê-se que a referida ermida possa estar

mais vezes aberta, para recolhimento de todos os que assim o desejarem.

Outro motivo de preocupação é a proximidade da ermida à encosta da Pederneira, algo que terá de ser

acompanhado e acautelado devido à erosão física permanente a que a encosta está sujeita.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural assim como a sua historiografia “in loco” com a

aplicação de uma placa informativa, além da inclusão num percurso Histórico/Patrimonial são recursos

que devem ser equacionados numa perspectiva de divulgação patrimonial sobre o conceito de

património integrado, do qual a Igreja dos Anjos é um bom exemplo.

Créditos Fotográficos:

Fachada Norte onde se podem ver os contrafortes da Capela.

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Fachada Nascente, em primeiro plano o Passo, sem a respectiva imagem, as escadas, feitas em betão, a necessitarem de um arranjo de carácter urgente, uma vez que é um elemento estruturante na leitura da Capela.

Pormenor das escadas e do patamar de chegada à zona do alpendre.

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IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Igreja da Misericórdia da Pederneira

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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DESIGNAÇÃO: Igreja da Misericórdia da

Pederneira.

LOCAL/ENDEREÇO: Largo da

Misericórdia – Pederneira

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Confraria de Nossa

Senhora da Nazaré.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse

público.

PROTECÇÃO: IIP, Dec. nº 95/78, DR 210 de 12 de Setembro se 1978 *1. [DOF... incluindo os

azulejos do séc. XVII e as pinturas, na Nazaré; Em 31 de Janeiro de 1995 foi enviado à Comissão

Europeia o Pedido de apoio a projecto-piloto de conservação do Património Arquitectónico Europeu.]

BENS IMÓVEIS: Igreja da Misericórdia

NUMERO DO IPA: PT031011020004

FUNÇÃO DE ORIGEM: Igreja (Cultual, devocional).

FUNÇÃO ACTUAL: Igreja (Cultual, devocional).

ENQUADRAMENTO: «Urbano. Situa-se no topo do Largo da Misericórdia, rodeada a Este e Sul

pelo cemitério municipal; a Oeste fica a encosta da Pederneira, dominando paisagisticamente a vila da

Nazaré e o Sítio. À direita da fachada principal, o portal de acesso ao antigo hospital e casa da

irmandade, encimado pela sineira.» SILVEIRA (1997:01)

CONSERVAÇÃO: Em bom estado geral. Apenas a abóbada necessita de ser tratada uma vez que a

madeira que a compõe começa a apresentar sinais de alguma humidade.

Paralelamente a esta situação deverá ser também observada a condição do telhado.

ÉPOCA: «Século XVII e XVIII.» SILVEIRA (1997:03)

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Planta longitudinal, rectangular, não orientada, à qual se adossa a

Sul a sacristia e a casa do despacho, de planta quadrada; volumes articulados com coberturas

diferenciadas em telhado de duas águas sobre a nave e sobre o corpo adossado. Fachada principal,

virada a Norte, com empena rematada por frontão contra curvado, marcada por pilastras e arquitrave,

urnas sobre acrotérios; portal de vão rectangular, com frontão rectilíneo, rematado por nicho ladeado

por aletas, sobrepujado pelo escudo nacional; ladeiam o portal vãos cegos em cantaria com frontões

triangulares, encimados por janelas rectangulares; na fachada Oeste ressalta o corpo da escada de 2

lanços e alpendres sobre colunas toscanas, de acesso ao 2º piso da casa da confraria, Interior de espaço

único, coberto por falsa abóbada em arco abatido de madeira; o altar-mor em talha policromo e

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dourada, inscrito em arco de cantaria sobre pilastras, vazado na zona central para uma tribuna posterior

decorada pela imagem do Senhor dos Passos, assenta em plataforma separada por degraus do corpo da

nave; tribuna lateral, aberta em alçado a Oeste, com colunas jónicas de fuste canelado, emparelhadas,

sustentando entablamento, sem qualquer acesso; outros dois vãos entaipados, em arco abatido, faziam

a comunicação com uma divisão adossada à nave deste lado, entretanto demolida. Altares laterais em

talha dourada, com nichos centrais com as imagens de Cristo morto do lado da Epístola, da Virgem do

lado do Evangelho, ladeados por colunas estriadas, rematadas por frontão com cartelas e putti, Púlpito,

do lado Este, com guarda-voz em talha dourada e base em cantaria. Sobre a porta principal, um painel

em azulejo policromo (13x11) seiscentista, representando a Virgem da Misericórdia, com as iniciais

F.M.C. SILVEIRA (1997:01 e 02)

SINTESE HISTÓRICA: A data de construção desta igreja ainda continua por investigar uma vez que

segundo alguns historiadores, a mesma terá sido erigida sobre as ruínas de uma Igreja mais antiga.

Por esse motivo a informação que se seguirá, carece de uma investigação mais profunda. Para tal seria

necessário um trabalho de pesquisa bibliográfica e arqueológica na zona envolvente da igreja.

Contudo a descrição da ficha do IHRU relata que a mesma remonta ao, «séc. XVII (2ª metade) -

construção da igreja, remodelada em 1721; 1721- construção da igreja e anexos, custeada por João de

Almeida Salazar, no local de antiga capela (Figueiredo, f.29v); regressado do Brasil, entrou na

Congregação de São Filipe Nery, e sua mulher no Mosteiro da Rosa, em Lisboa; obteve breve papal

para assistir aos doentes do Hospital por ele mandado construir, ao mesmo tempo que mantinha o

hábito (idem, f.30); 1877 – a igreja e hospital são anexados à Real Casa de Nossa Senhora da Nazaré,

ficando esta com a obrigação de custear o antigo Hospital, que, por não estar em boas condições, foi

transferido para o edifício do Sitio, entre o Palácio Real e a Igreja de Nossa Senhora da Nazaré. Por

altura da transferência deve ter sido destruído o anexo adossado ao alçado Oeste da Igreja.»

SILVEIRA (1997:03)

TIPOLOGIA: « Arquitectura religiosa maneirista. Igreja da Misericórdia, de espaço único e anexos,

onde funcionava a Casa do Despacho, a Sala da Irmandade, o Hospital (para homens e mulheres),

além de acomodações para viajantes, em parte destruídos. Volumetria e espacialidade maneiristas;

fachada rectilínea, animada apenas pelo recorte do frontão; interior de paredes nuas dinamizadas pelo

pequeno registo de azulejos seiscentistas e pelos altares em talha barroca.» SILVEIRA (1997:04)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «Para além da tribuna lateral e coro-alto (hoje

inexistente) uma tribuna por trás do altar-mor permitia aos mesários assistir ao culto. O painel de

azulejos figurando Nossa Senhora da Misericórdia apresenta semelhanças com o da Igreja da

Misericórdia de Pernes (PT03141614064). SILVEIRA (1997:04)

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ESTRUTURAS E MATERIAIS: « Paredes Autoportantes. Calcário: alvenaria rebocada e caleada,

com faixas em azul, cantaria; mármore, madeira, vidro e telha cerâmica. SILVEIRA (1997:04)

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES: «Na parede ao lado da porta lápides com inscrições:

"Missa instituída semanalmente pelos irmãos vivos e mortos e benfeitores da Casa da Misericórdia. 29

missas / ano pelos defuntos que deixarem os bens à Casa. Missa semanal pela capela instituída por

José Gomes de Cois – 1716; Missa diária pelas almas da capela instituída pelos homens do mar - de

cada 4 mil reis das pescarias um tostão para a capela." INSCRIÇÕES: 1. Tipo de Letra: capital

quadrada; Leitura: [OBRIGAÇÕES QUE TEM ESTA SANTA CASA UMA MISSA SEMANÁRIA PELAS

ALMAS DOS IRMÃOS VIVOS E DEFUNTOS E BENFEITORES DESTA SANTA CASA TEM MAIS

VINTE E NOVE MISSAS TODOS OS ANOS PELAS ALMAS DOS DEFUNTOS QUE DEIXARAM

SEUS BENS A ESTA SANTA CASA TEM MAIS UMA MISSA SEMANÁRIA DA CAPELA QUE

INSTITUIU O DEFUNTO JOSÉ GOMES DE GÓIS PARA O QUE DEIXOU DOIS MIL CRUZADOS

A ESTA SANTA CASA O ANO DE 1716. 2. Leitura: TEM MAIS DE OBRIGAS UMA MISSA

QUOTIDIANA PELAS ALMAS BENDITAS DA CAPELA QUE INSTITUIRAM OS HOMENS DO MAR

DESTA VILA E SÍTIO DE NOSSA SENHORA DE QUE FIZERAM E DOARAM PARA SEMPRE

ADMINISTRAÇÃO A ESTA SANTA CASA DANDO DE CADA QUATRO MIL REIS QUE DEUS LHE

DER DE SUAS PESCARIAS UM TOSTÃO PARA A DITA CAPELA DE QUE FIZERAM

IRREVOGÁVEL ESCRITURA A ESTA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA].» SILVEIRA (1997:02)

INTERVENÇÕES: «Anos 90 – Conservação e beneficiação de paramentos rebocados no interior e

exterior; recuperação e reparação de tectos em madeira; beneficiação de vãos com substituição de

caixilharia; remodelação da instalação eléctrica; 1996 - consolidação de muro de suporte do jardim;

1997 - reparação da fachada principal: limpeza da pedra e aplicação de hidrófugo; picagem, reboco e

pintura do campanário; reparação das caixilharias de madeira; reparação do sino; séc. 21 – obras de

conservação e restauro: intervenções na fachada e todas as paredes interiores; substituição e abertura

dos vãos de janela na fachada poente e reposição de caixilhos de madeira em todas as janelas;

tratamento, restauro e conservação do retábulo do altar-mor, retábulos laterais e púlpito; limpeza de

toda a cantaria; instalação na tribuna da Misericórdia de um vitral executado por um técnico da

Confraria.» SILVEIRA (1997:05)

PERIGOS EVENTUAIS: Não possui. Em termos estruturais não apresenta qualquer evidência que

possa dar origem a uma intervenção de cariz estrutural no imediato.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural, a sua historiografia através da aplicação de uma placa

informativa, inclusão do imóvel num roteiro Histórico/Patrimonial, que será um dos objectivos deste

inventário, reveste-se de primordial importância para a divulgação do património histórico e neste caso

religioso do Concelho da Nazaré.

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Créditos Fotográficos:

Vista do interior, onde se pode observar o pavimento, com espaços tumulares numerados e a abobada em madeira.

Vista da galeria de acesso à sala da irmandade. Alçado Sul.

Tribuna, hoje com vitral após intervenção. Esta tribuna comunicava com o primitivo hospital da irmandade.

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IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Igreja da Nossa Senhora da Nazaré

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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40

DESIGNAÇÃO: Igreja de Nossa Senhora da Nazaré

LOCAL/ENDEREÇO: Largo de Nossa Senhora da

Nazaré – Sítio da Nazaré

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Confraria de Nossa Senhora da

Nazaré

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse público.

PROTECÇÃO: IIP, Dec. nº 95/78, DR 210 de 12 de

Setembro se 1978 *1. [DOF: incluindo os azulejos

que a revestem. O templo foi lugar de peregrinação, desde tempos imemoráveis; do seu recheio faziam

parte inúmeras ofertas de valor que enriqueciam o tesouro de Nossa Senhora (muitas delas saqueadas

pelos invasores franceses), figurando também inúmeros ex-votos nas paredes. (Alão, f. 54 v). *2:

Enviado à Comissão Europeia o Pedido de apoio a projecto-piloto de conservação do Património

Arquitectónico Europeu, em Janeiro de 1995.] SILVEIRA (1998:07)

BENS IMÓVEIS: Igreja de Nossa Senhora da Nazaré

NUMERO DO IPA: PT031011020005

FUNÇÃO DE ORIGEM: Igreja (Cultual, devocional).

FUNÇÃO ACTUAL: Igreja (Cultual, devocional).

ENQUADRAMENTO: «Urbano. Abre-se para um vasto largo, no extremo S. da povoação, ao lado

dos Paços Reais e do Hospital da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré. A fachada principal é

antecedida por escadaria semicircular, que dá acesso ao alpendre, que se prolonga lateralmente por 2

corpos de 2 pisos.» SILVEIRA (1998:01)

CONSERVAÇÃO: Encontra-se em bom estado geral, graças às várias intervenções que tem sofrido

no decurso dos tempos. Apresenta alguns problemas de infiltração nas coberturas das galerias laterais

e na fachada principal deverá ser executada uma limpeza das espécies arbustivas invasoras.

No seu interior existem alguns problemas de consolidação da estrutura do tecto em madeira na zona da

entrada da igreja.

ÉPOCA: «Século XVII, XVIII e XIX» SILVEIRA (1998:04) – Estas datações prendem-se com as

sucessivas obras que se foram executando no monumento. Trata-se de um tempo do Século XIV e não

do século XVII, conforme consta da ficha de Inventário da ex- DGEMN, actual, IHRU.

Conforma se pode ler na cronologia da referida ficha e noutras obras de autores que estudaram o

imóvel, é um dado adquirido que a sua antiguidade remonta ao século XIV, embora se tenha

41

prolongado no tempo a sua construção, com ampliações e remodelações até se chegar àquilo que hoje

é, em termos arquitectónicos e funcionais, a Igreja de Nossa Senhora da Nazaré.

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Planta em cruz latina, não orientada, com sacristia adossada a O.,

no eixo da capela-mor, vários anexos a N. e S. da capela-mor, de planta rectangular, com alpendre

rodeando toda a nave e 2 corpos transversais, adossados à ala central do alpendre. Volumes articulados

com coberturas em cúpula nas torres da fachada e cruzeiro do transepto e telhados de 2 águas sobre a

nave e capela-mor, de 3 sobre o transepto, de 1 sobre os anexos, poligonal sobre a cúpula. Fachada

principal ladeada por 2 torres sineiras e marcada pelo corpo adossado do alpendre, que rodeia os

alçados laterais; portal axial, 2 portas travessas e 2 no transepto, abrindo para o alpendre; cúpula

octogonal sobre o cruzeiro rematada por cupulim. Interiormente uma abóbada a berço, revestida a

caixotões de madeira, cobre a nave única, os braços do transepto e a capela-mor; cúpula revestida de

apainelados e encimada por lanternim, cobre o cruzeiro. Coro-alto com 2 corpos laterais sobre a nave;

tribuna por trás do altar-mor, com acesso pela sacristia, por escada de 2 lances convergentes, em ferro.

O alpendre que rodeia a nave da igreja, em 3 alas, coberto por telhado de 2 e 1 água, abre para a

escadaria por arco central mais elevado, a pleno centro, com frontão triangular, aletas nas vertentes,

pináculos laterais e escudo nacional no tímpano, ladeado por dupla arcada abatida. As alas laterais

rasgadas por arcadas, assentes em murete, comunicam com o adro envolvente por arco mais elevado

coroado por frontão, igual ao da ala central, aberto na zona central. Uma platibanda decorada com

quadrifólios remata a ala central. Implantados transversalmente em relação ao eixo da nave, adossados

à ala E. do alpendre, 2 corpos laterais de 2 registos, marcados verticalmente por pilastras, rematadas

por bolas nos acrotérios, acima de uma platibanda de balaústres. Em cada um dos corpos, 4 janelas, de

vão rectangular e frontão rectilíneo, abrem para uma varanda corrida com gradeamento em ferro;

verga em arco abatido nos vãos do registo inferior. Um telhado de 2 águas cobre as 2 alas. Os portais

de acesso à igreja, de verga em arco curvados e lacrimais nas jambas são rematados por frontões de

lanços, com fogaréus sobre acrotérios laterais (portas travessas). O coro-alto, apoiado em colunas

estriadas e rematado por balaustrada marmoreada, prolonga-se lateralmente sobre a nave, mostrando

um órgão na parte central, semicircular. Algumas das cadeiras pertencentes ao cadeiral do Mosteiro de

Cós, que estiveram neste coro, encontram-se hoje encostadas às paredes laterais da capela-mor. 2

Púlpitos com guarda-voz em talha dourada policroma adossam-se às pilastras laterais do arco em talha

que separa a nave do cruzeiro, rematado por aletas rodeando um escudo nacional. Os arcos do cruzeiro

e a abóbada da capela-mor e transepto estão decorados com almofadas com motivos vários em estuque

relevado, dourados, enquadrados por motivos encadeados e ovalados; decoração fitomórfica, com

parras e cachos de uva, em relevo, também dourada, nas trompas em que assenta a cúpula e nas

paredes da capela-mor; sanca marmoreada encima as paredes da nave. Altar-mor em talha dourada, de

estilo nacional, com a tribuna dividida em 2 andares, mostrando no 1º uma maquineta com a imagem

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de Nossa Senhora da Nazaré, em madeira, coberta por manto e jóias (que, segundo a lenda, foi trazida

pelo Rei visigodo Rodrigo do mosteiro de Cauliniana, junto a Mérida, em 714), ladeada pelos 2 arcos

da tribuna; no 2º um painel com a representação do milagre do Sítio; em nichos laterais, sobre as

portas, esculturas figurando São Brás, São Francisco de Assis, São Domingos e Santo Amaro; sobre os

nichos laterais em que se encaixam altares de apoio 2 painéis representando cenas do milagre. Altar

em mármore rosa, com embrechados. Balaustrada, em madeira e mármore rosa, separando a capela-

mor do cruzeiro. Na nave, em 4 altares laterais, com colunas estriadas sustentando frontões

segmentares e um frontão contra-curvado ao centro, estão as imagens de Santa Ana, São Joaquim,

Santo António e São Francisco Xavier. Nos altares do transepto, em talha nacional branca e dourada,

as imagens de Cristo Rei e de Nossa Senhora de Fátima. Nas paredes N. e S. do transepto

revestimentos azulejares holandeses, em azul e branco, com passos da vida de David e José do Egipto,

assinados por Van der Kloet datados de 1709. Os painéis figurativos da sacristia, com cenas do Antigo

Testamento, e os revestimentos das paredes e abóbadas do corredor que conduz à nave, com silhares

seriados de albarradas, azulejos de figura avulsa, volutas de folhagem, grinaldas e concheados

rodeando um painel figurativo central, com a Assunção da Virgem e emblemas marianos, estão

atribuídos a António de Oliveira Bernardes e datados de 1714. Nas paredes laterais da capela-mor

azulejos relevados, imitando padrões hispano-árabes, revestem 2 nichos dos lados do altar-

mor.»SILVEIRA (1998:07)

SINTESE HISTÓRICA: « 1377 - Templo mandado construir por D. Fernando, ampliado por D. João

I, em 1383 e por D. Manuel, de que nada resta; séc. 17 (inícios) - reconstrução da capela-mor, por

ordem de Filipe II, de Portugal; 1628 - reconstrução da nave (Alão, Lisboa, 1628); 1680 / 1691 -

reconstrução do templo actual com planta em cruz latina; séc. 17 (finais) - retábulo do altar-mor; 1707

- revestimento azulejar do transepto; 1714 - revestimento azulejar da sacristia e corredores; séc. 18 (2ª

metade) – portais de acesso à nave, retábulos dos altares da nave, púlpitos, coro-alto; 1835 - colocação

do órgão; 1837 - construção do zimbório sobre o cruzeiro do transepto; séc. 19 - construção da escada

em ferro de acesso à tribuna e das portas em arco quebrado neo-gótico, revestimento a azulejos neo-

árabes dos nichos da capela-mor.» SILVEIRA (1998:04)

TIPOLOGIA: « Arquitectura religiosa, maneirista, barroca. Igreja de peregrinação, de planta em cruz

latina, com alpendrada rodeando a nave e comunicando com o interior por várias portas. Volumetria e

espacialidade maneirista, dinâmica barroca no recorte dos portais e das torres sineiras.» SILVEIRA

(1998:04)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «Altar-mor rasgado por arcos, ladeando a maquineta

com a imagem do orago, que permitem a visualização do ritual a partir de uma tribuna, situada no eixo

da capela-mor.» SILVEIRA (1998:04)

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ESTRUTURAS E MATERIAIS: « Paredes Autoportantes. Calcário: alvenaria rebocada e caleada.

Cantaria; mármore, madeira, vidro, ferro, betão armado e telha cerâmica.» SILVEIRA (1998:05)

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES:

INTERVENÇÕES: «DGEMN: 1987 - Levantamento e apeamento do revestimento da cobertura em

telha lusa, com aproveitamento de materiais; levantamento da estrutura da cobertura em madeira, ripa

e guarda-pó, com aproveitamento de materiais; demolição da alvenaria em pedra no coroamento das

paredes altera, para construção de caixa para embeber cinta de travamento; betão armado em cinta de

travamento; nova cobertura em madeira, ripa e guarda-pó; acrescentos em ferro nas pontas dos

esticadores, para permitir a sua amarração à cinta de travamento; nova cobertura em telha, beirado

com telha lusa, nova cumeeira com telhões lusos; rufos em zinco; desmontagem de molduras e tábuas

pintadas a escaiola, com possível aproveitamento; desmonte da estrutura de suporte dos painéis e

molduras que compõem o tecto; execução de estruturas de suporte do tecto; reassentamento de painéis

e molduras; pintura escaiolada em peças novas e retoques nas aproveitadas; limpeza geral da nave;

1989 / 1992 - picagem de rebocos em paredes interiores, picagem da escaiola em cantarias, picagem

de massas que revestiam a cimalha; novos rebocos; execução de escaiola em revestimento de cantaria,

de acordo com a anteriormente existente; idem em cimalhas de cantaria na nave central; caiação;

instalação eléctrica; 1996 - Antiga Sacristia e Anexos: picagem, rebocos, e pintura; revisão de

caixilharias e gradeamentos; reparação das coberturas e tectos; restauro do tecto; reparação dos

pavimentos; recuperação do acesso ao Trono e à Tribuna de Nossa Senhora da Nazaré; limpeza das

cantarias e azulejaria dos corredores de acesso; renovação da instalação eléctrica; Sala da galeria

lateral direita: adaptação da sala a loja do museu; reparação das coberturas, paredes, pavimentos e

vãos; renovação da instalação eléctrica e instalação de quadros eléctricos; renovação dos guarda-

ventos do transepto e adaptação a armário da loja do museu; Museu de Arte Sacra: colocação de

pavimento flutuante; revisão da instalação eléctrica e montagem de alarmes; pintura e reparação de

paredes, caixilharias e gradeamentos; 1997 - construção das caldeiras para as palmeiras do Terreiro do

Santuário; substituição das janelas do zimbório; limpeza do altar da Sacristia antiga; coro-alto:

substituição do soalho, das caixilharias, tratamento dos gradeamentos, reparação do acesso, renovação

da instalação eléctrica; limpeza da pedra das fachadas aplicação de hidrófugo e revisão das respectivas

caixilharias; remodelação da casa do azeite; 1998 - uniformização do telhado do Museu de Arte Sacra;

limpeza dos tectos do transepto e das talhas douradas da capela-mor (1ª fase).» SILVEIRA (1997:03)

De referir ainda a grande intervenção que teve lugar entre 1999 e 2002, que teve como objectivo a

recuperação/restauro da talha; pavimentos; pinturas; escultura, todo uma intervenção que permitiu dar

um novo aspecto ao interior do Santuário de Nossa Senhora da Nazaré.

Estas obras de restauro foram da responsabilidade da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.

44

PERIGOS EVENTUAIS: Não possui.

POTENCIALIDADES: A sua importância no âmbito do conceito de obra de arte total retratado no

seu interior, a sua cronologia histórica com as diversas intervenções levadas a cabo por vários

monarcas que quiseram, cada um na sua época e ao seu estilo, deixar como testemunho da sua devoção

à Senhora da Nazaré na “fisicidade” dos elementos compostos mandados executar no imóvel.

Com o arranjo do Largo de Nossa Senhora da Nazaré o espaço de culto estendeu-se para o exterior,

dignificando o edifício e a sua função cultual e devocional.

Créditos Fotográficos:

Fotografia da Capela – Mor da Igreja de Nossa Senhora da Nazaré. (DR)

45

IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Forte de São Miguel Arcanjo

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

46

47

DESIGNAÇÃO: Forte de São Miguel

Arcanjo

LOCAL/ENDEREÇO: EN-242-5.

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Ministério da Defesa

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse

público.

PROTECÇÃO: IIP, Dec. nº 95/78, DR 210

de 12 de Setembro se 1978 .

BENS IMÓVEIS: Forte de São Miguel Arcanjo/Farol da Nazaré.

NUMERO DO IPA: PT031011020003

FUNÇÃO DE ORIGEM: Defesa Marítima (Forte Militar).

FUNÇÃO ACTUAL: Equipamento; Farol de costa.

ENQUADRAMENTO: «Marítimo. No extremo O. do promontório alcantilado, caindo a pique sobre

o mar, a 15 m. de altitude rodeado a N., O. e S. pelo mar, em frente à pedra do Guilhim (1 km. a O. do

Sítio).» MENDONÇA (1992:01)

CONSERVAÇÃO: Este imóvel encontra-se em mau estado de conservação em toda a sua estrutura

original. As fachadas viradas a Nascente, Norte e Poente encontram-se num processo bastante

acelerado de deterioração, motivado não só pela falta de preservação, mas acima de tudo pela

conjugação desse factor com a exposição aos elementos naturais a que o mesmo está exposto. Os

vários tipos de erosão física vão criando um desgaste na sustentabilidade das paredes exteriores

(fachadas) que já deram origem à queda de elementos construtivos.

No seu interior e no pátio virado a sul, as fachadas foram cobertas com cimento. A composição do

cimento não é a mais adequada, sendo completamente impossível, retirá-lo para que se possa ver

novamente a estrutura original dessa fachada e da fachada virada a Poente.

ÉPOCA: «Século XVI, XVII» MENDONÇA (1992:02)

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Planta longitudinal, irregular, adaptada ao promontório sobre o

qual assenta; muralha em talude na parte inferior, delimitada do pano superior rectilíneo por friso

boleado. Portal aberto em reentrância, no cimo de escada de 5 degraus, ao centro da cortina em V

virada a E., terminada lateralmente em baluartes de ângulos agudos: vão de verga em arco pleno,

encimado por nicho rectangular, ladeado por aletas, com imagem muito deteriorada (provavelmente

São Miguel), sobre inscrição, em que se distinguem as palavras "El'Rei D. João IV". No INTERIOR, a

praça de armas, delimitada por muro baixo, do lado S. e O., para a qual abrem, por vários arcos de

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volta perfeita, as antigas casamatas, do lado N., cobertas por abóbada de berço e rematadas

superiormente por terraço; do lado E. abre a porta de acesso ao átrio, com o qual comunicam outras

zonas cobertas, também abobadadas.» MENDONÇA (1992:01)

SINTESE HISTÓRICA: « Séc. 16, final – construção da fortaleza, aproveitando possivelmente

construção defensiva do tempo de D. Sebastião, sobre planta do Pe. João Vicente Casale, florentino

contratado por Filipe II para reparar fortalezas e propor medidas de segurança do reino (CALLIXTO);

Manuel Gomes Pereira será o seu primeiro governador; Séc. 17, meados - remodelação e ampliação

por ordem de D. João IV; 1807 - ocupação pelo exército francês, expulso no ano seguinte pelos

habitantes da Pederneira e do Sítio, que aprisionam a guarnição; 1834 - data da vandalização da

imagem de São Miguel; 1901 - instalação do farol; 2006 - elaborado projecto de drenagem pluvial na

zona envolvente pela Marinha, e enviado ao INAG, que coordenará os trabalhos a realizar.»

MENDONÇA (1992:02)

TIPOLOGIA: « Arquitectura Militar, maneirista. Fortaleza de defesa da costa, de planta angular,

irregular, grossos muros em talude.». MENDONÇA (1992:02) CARACTERISTICAS PARTICULARES: «O traçado actual, datado de 1644, foi executado sobre a

fortaleza original mandada erigir por D. Sebastião em 1577.» MENDONÇA (1992:03)

ESTRUTURAS E MATERIAIS: « Paredes Autoportantes. Alvenaria insossa, cantaria, madeira e

vidro.» MENDONÇA (1992:03)

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES: «A planta e alçado iniciais mostravam uma fortaleza

reforçada a O. por baluarte de ângulos flanqueantes, guaritas nos ângulos, canhoneiras abertas do lado

N. a fortaleza tinha uma capela dedicada a São Miguel. Em 1780 são ainda referidos revelins e óculos

ou escotilhas que mostram serem para peças.» (FIGUEIREDO, f. 37 v).

INTERVENÇÕES: «1907 - restauro das muralhas; 1941 - restauro das muralhas; CMN: 1954 -

abertura das rochas para colocação de uma escada de ferro dando acesso às camadas rochosas sobre as

quais se situa o forte; 1977 - obras de conservação do portão principal e impermeabilização do terraço;

MM: 2005 - execução do projecto de drenagem pluvial na zona envolvente ao forte (em curso).»

MENDONÇA (1992:03); 2009 – Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do

Desenvolvimento Regional, Instituto da Água, I.P., Departamento de Obras, Protecção e Segurança,

Divisão de Protecção Costeira, Projecto de Estabilização do “Forte de São Miguel Arcanjo”, esta

intervenção contemplou os seguintes aspectos:

a) Demolição do muro de alvenaria localizado a Oeste do Forte.

b) Preenchimento das infra-escavações existentes com betão e colocação de pregagens, bem como

o seu revestimento exterior com pedra da região.

c) Realce dos cunhais do Forte com preenchimento em betão e revestimento com pedra da região.

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d) Execução do sistema de drenagem constituído por meias canas com 0.4m de diâmetro, tubos

colectores com 0.3 e 0.4 m de diâmetro e caixas de dissipação e/ou recepção.

e) Desactivação dos tubos de drenagem de PVC existentes.

f) Colocação de guardas de protecção no Miradouro Poente e Miradouro Sul.

g) Beneficiação e reabilitação das escadas de acesso ao Miradouro Poente.

h) Regularização e protecção com revestimento vegetal do talude existente a Sul do Forte.

i) Execução de um pavimento de betonilha na zona de acesso ao Miradouro Sul.

j) Colocação de sinalização de aviso de perigo de acesso ao Miradouro Poente.

k) Reposição de eventuais infra-estruturas afectadas.

PERIGOS EVENTUAIS: Após a intervenção mencionada no campo anterior, parece-nos que, a

arriba onde se encontra implantado o Forte de São Miguel Arcanjo, ficará estabilizada e os perigos que

outrora representara para a estabilização da própria arriba e do Forte, não são equacionáveis após esta

operação de consolidação e de restauro, parcial, da estrutura do Forte.

POTENCIALIDADES: O facto de estar encerrado ao público limita o seu conhecimento enquanto

espaço físico, assim como a explicação e divulgação da sua história e da importância da defesa das

populações antes, durante e depois das invasões francesas.

«Este forte fazia parte de um conjunto de fortes que foram erigidos na mesma época com a função de

proteger a Norte, Poente e Sul a costa entre Peniche e a Nazaré.

Faziam parte desta muralha defensiva os Fortes de Peniche, o Forte de São João Baptista, nas

Berlengas e o próprio Forte de São Miguel Arcanjo, todos eles faziam parte de um triângulo defensivo

dos ataques por via marítima dos piratas, nomeadamente argelinos, marroquinos e normandos.

Além da protecção dos pescadores locais, protegiam também as populações dos saques e da destruição

das suas artes de pesca.

Este fenómeno de destruição e assaltos retardou o aparecimento da Praia da Nazaré que, até finais do

século XVIII, tinha apenas as cabanas com apetrechos de pesca. Os pescadores da Pederneira e do

Sítio da Nazaré durante o dia estavam na pesca e no final do dia iam para as povoações da Pederneira

e Sitio que, por ficarem em locais elevados, se encontravam mais protegidos dos assaltos. Porém isso

não evitava que os seus pequenos armazéns fossem destruídos pelos piratas de costa.» FIDALGO

(2008:05).

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Créditos Fotográficos:

Vista do Alçado Sul Vista do Alçado Poente.

Pormenor do apoio de um dos contra-fortes

(fotos do Autor)

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IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

Pelourinho da Pederneira

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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53

DESIGNAÇÃO: Pelourinho da Pederneira

LOCAL/ENDEREÇO: Largo Bastião

Fernandes - Pederneira

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Estatal. Foi afectado à

autarquia através do Dec. 23122, DG 231 de

11de Outubro de 1933.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse

público.

PROTECÇÃO: IIP, Dec. 23122, DG 231 de 11de Outubro de 1933.

BENS IMÓVEIS: Pelourinho da Pederneira.

NUMERO DO IPA: PT031011020001

FUNÇÃO DE ORIGEM: «… O tronco da Pederneira foi utilizado pelo Homem do Neolítico como

menir, ornamento com figurações lunares, integrando um conjunto de alinhamentos regionais…».

CARVALHO (2005:28)

FUNÇÃO ACTUAL: Marco Histórico-cultural. MENDOÇA (1991:01)

ENQUADRAMENTO: «Urbano. Ao centro de largo empedrado, rodeado pelas antigas casas da

Câmara e pelo alçado lateral da Igreja de Nossa Senhora das Areias.» MENDONÇA (1991:01)

CONSERVAÇÃO: Embora apresente um bom estado de conservação geral, apresenta algumas

marcas de actos de vandalismo.

ÉPOCA: «Jurássico»

SINTESE ARQUITECTÓNICA: Não aplicável.

SINTESE HISTÓRICA: « O antigo pelourinho da vila da Pederneira (Nazaré), situado na Praça

Bastião Fernandes e envolvido por um cenário arquitectónico bem preservado, possui um historial

bem mais antigo e rico do que qualquer outro dos inúmeros símbolos de autonomia e justiça

espalhados ao longo da História pelas povoações de Portugal. (…) Após 140 milhões de anos de

fossildiagénese o tronco da Pederneira terá sido progressivamente exumado do seu nível arenítico pela

acção erosiva do mar sobre a base da arriba costeira. Terá sido no final deste processo que se deu o

primeiro contacto humano do fóssil. Segundo Silva (2001), o tronco da Pederneira foi utilizado pelo

homem do Neolítico como menir, ornamentado com figurações lunares, integrando um conjunto de

alinhamentos regionais com significado mágico-religioso.(…), é bem possível que o tronco da

Pederneira tenha sido englobado, desde muito cedo, nas crenças arcaicas dos grupos humanos que

54

colonizavam a região. Segundo a tradição local, este antigo marco teria sido encontrado pelos

primeiros povoadores. CARVALHO (2005:28)

Este menir, que tem função de pelourinho, veio substituir o antigo Pelourinho Manuelino que foi

apeado e parcialmente destruído no século XIX.

Acerca deste assunto, a destruição do antigo pelourinho Manuelino, torna-se pertinente dar a conhecer

alguns actos de insensibilidade cultural, a saber:

«Em sessão de 26 de Novembro de 1866, a Câmara de Alcobaça, deliberou que a freguesia da

Pederneira abrisse um concurso público para se proceder [À arrematação em hasta pública da

demolição do Pelourinho d’essa Villa, e venda da pedra que do mesmo for extraída].» C.M.

ALCOBAÇA.

«O actual marco de pederneira substituiu o primitivo pelourinho, tendo sido para aqui transferido do

Largo do Rossio, a sul da povoação.» MENDONÇA (1992:02)

TIPOLOGIA: « Este fragmento de caule possui 1.50mts de altura visível por 0.50mts de diâmetro,

com um perímetro de 1.60mts.» CARVALHO (2005:27)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: Marco monolítico de sílex.

ESTRUTURAS E MATERIAIS: No âmbito dos materiais e segundo a descrição de Carvalho, «O

tronco fóssil silicificado provém certamente de afloramentos de arenitos do Kimmeriddgiano-

Titoniano (unidade “Grés Superiores com Vegetais e Dinossáurios”, Zbyszewsky et al. 1955).»

CARVALHO (2005:27)

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES : Não existem descrições complementares.

INTERVENÇÕES: «1876 – O actual marco de pederneira substituiu o primitivo pelourinho, tendo

sido para aqui transferido do Lg. do Rossio, a sul da povoação; 1942 – a base e outros pedaços do

pelourinho guardavam-se no Edifício do Paços do Concelho» MENDONÇA (1991:02)

O referido Edifício dos Paços do Concelho situa-se na Pederneira na mesma praça onde se encontra o

actual Pelourinho.

PERIGOS EVENTUAIS: A exposição permanente aos elementos de erosão naturais contribui para a

sua lenta mas contínua degradação. Aliado a estes factores, encontraram-se alguns sinais de

vandalismo patrimonial de origem humana.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural, a sua historiografia através da aplicação de uma placa

informativa, inclusão do Pelourinho num roteiro Histórico/Patrimonial será um dos objectivos deste

inventário, reveste-se de primordial importância para a divulgação do património histórico e geológico

do Concelho da Nazaré.

55

Créditos Fotográficos:

Pelourinho da Pederneira

56

1.1.3.

IMÓVEIS DE INTERESSE MUNICIPAL

Antiga Casa da Câmara

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

57

58

DESIGNAÇÃO: Antiga Casa da

Câmara

LOCAL/ENDEREÇO: Largo

Bastião Fernandes - Pederneira

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Câmara

Municipal da Nazaré.

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de

Interesse Municipal.

PROTECÇÃO: IIP, Dec. Nº 95/78, DR 210 de 12 de Setembro de 1978.

BENS IMÓVEIS: Antiga Casa da Câmara.

NUMERO DO IPA: PT031011020006

FUNÇÃO DE ORIGEM: «Administrativa» MENDONÇA (1992:3)

FUNÇÃO ACTUAL: Espaço de apoio à informação Turística e Espaço Internet, as restantes divisões

não têm qualquer uso permanente.

ENQUADRAMENTO: «Urbano. Situada do lado E. do largo mais importante da vila,

harmonicamente integrado no casario envolvente.» MENDONÇA (1992:2)

CONSERVAÇÃO: Encontra-se em bom estado, uma vez que foi objecto de obras de restauro e

conservação que terminaram em 2006.

ÉPOCA: «Séc. 16/18» MENDONÇA (1992:2)

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Planta rectangular, simples. Massa simples de acentuada

horizontalidade coberta por telhado de 4 águas. Fachada principal virada para o Largo, rasgada por 5

portas de vão rectangular e molduras lisas caiadas, no 1º piso (uma de rasgamento mais recente, sem

moldura e de menores dimensões) e por 2 janelas de vão quadrado e 2 de sacada, com gradeamento em

ferro, no 2º. Sobre a porta central conhece-se ainda, sob a cal, o relevo de um frontão de volutas,

coroado pelas armas nacionais; as iniciais ARP (Associação Recreativa Pederneirense) encimam o

conjunto. Paredes rebocadas e caiadas, rodapé cinzento. Implantada a meio do telhado de 4 águas, que

cobre o edifício, uma torre sineira prismática, rematada por coruchéu de base octogonal, com cunhais

e friso em cantaria, relógio e ventanas para sinos. A porta central dá entrada à escada principal de

acesso ao 1º andar; a moldura de um arco a pleno centro, subindo acima do actual sobrado, embebida

na parede, em frente à porta principal, mostra ter havido alteração na compartimentação do espaço

interior.» MENDONÇA (1992:1)

59

Após a intervenção de 2006, o edifício ganhou um novo espaço, substituindo-se um antigo quintal com

uma cobertura em chapa zincada por um corpo que remata o alçado sul.

Este corpo que se desenvolve em dois pisos, alberga a zona de informações turísticas e a sala de

internet.

No piso superior, a criação deste corpo, ampliou a ampla sala que tem várias utilizações durante o ano.

SINTESE HISTÓRICA: « As origens do actual edifício são um tanto obscuras, uma vez que se trata

de um imóvel presumivelmente construído no século XIX, que terá substituído um outro anterior, uma

vez que a torre sineira, actualmente incorporada no edifício, data do século XVIII. A tradição local

aponta para que a primitiva forma deste monumento tenha sido realizada no século XVI, embora não

restem elementos materiais dessa eventual campanha. […] Durante muito tempo, a antiga câmara foi o

local de reunião da vereação municipal, que ocupava o espaço nobre do conjunto, ao nível do segundo

piso. Algum tempo depois, também aqui se instalou o tribunal. No andar térreo, funcionou

primeiramente a cadeia e os açougues municipais, elementos essenciais ao normal funcionamento do

município.» (in Ficha do IPPAR)

TIPOLOGIA: « Arquitectura civil pública. Maneirismo. Paços Municipais com a característica

divisão funcional do espaço interno: Casa da Câmara e Tribunal no 2º piso, açougue e cadeia no 1º.

Fachada rectilínea animada pelo frontão que encima a porta principal.» MENDONÇA (1992:2)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «A implantação da torre sobre a porta principal, hoje

embebida no telhado, sugere uma diferente volumetria inicial do telhado, provavelmente dividido em 2

estruturas diferentes, com 4 águas cada um.» MENDONÇA (1992:2)

ESTRUTURAS E MATERIAIS: «Estruturas autoportantes. Cantaria e alvenaria de pedra calcária,

telha cerâmica, madeira, ferro, vidro.» MENDONÇA (1992:3)

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES :

INTERVENÇÕES: «Séc. 16 - Data provável de construção; séc. 18 - construção do frontão da porta

principal e da cúpula da torre sineira.» MENDONÇA (1992:2)

Em 25 de Janeiro de 2006, terminaram as obras de recuperação do edifício. O programa da

intervenção contemplou a criação de um espaço polivalente com capacidade para acolher actividades

culturais e recreativas. No piso inferior, existe um espaço para exposições temporárias e um posto de

informações turísticas, como foi já referido nesta ficha, um bar e no piso superior existe uma sala

polivalente.

PERIGOS EVENTUAIS: Não existe qualquer indício de perigo de ordem física, externa

exceptuando as situações de vandalismo patrimonial que não se prevêem no tempo.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural, a sua historiografia através da aplicação de uma placa

informativa, inclusão do imóvel num roteiro Histórico/Patrimonial, que será um dos objectivos deste

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inventário, reveste-se de primordial importância para a divulgação do património histórico do

Concelho da Nazaré.

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IMÓVEIS DE INTERESSE MUNICIPAL

Fonte da Antiga ou Fonte da Vila

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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DESIGNAÇÃO: Fonte Antiga ou Fonte

da Vila

LOCAL/ENDEREÇO: EN 8-5.

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Município da Nazaré

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse

Municipal.

PROTECÇÃO: VC, Dec. 95/78, DR 210

de 12 de Setembro de 1978.

BENS IMÓVEIS: Fonte da Antiga ou Fonte da Vila

NUMERO DO IPA: PT031011020007

FUNÇÃO DE ORIGEM: «Fonte». PERDIGÃO (1999:03)

FUNÇÃO ACTUAL: Devido ao facto das águas da nascente primitiva já não terem um caudal que

permita a função de fonte, está em fase de estudo a ligação à rede pública de abastecimento de água.

Por tal facto prevê-se que a mesma fique com a sua função de fonte novamente, mas agora alimentada

pela rede de abastecimento de águas.

ENQUADRAMENTO: «Rural. Junto à EN 8 – 5, isolado, entre a Nazaré e a Pederneira, com os

lavadouros municipais a N. e zona verde a E.» PERDIGÃO (1999:03)

ÉPOCA: Os aquedutos e a cisterna datam do final do séc. XVI, contemporânea da construção do

Forte de São Miguel Arcanjo (Farol). O espaldar é mais tardio, provavelmente do séc. XVIII. A

descrição existente na ficha da ex - DGEMN, actual IHRU, refere que no «séc. 18 - Data provável de

construção, aproveitando nascente existente no local onde, desde 1565, existia uma fonte, mandada

fazer pelo Cardeal-Rei, reformada em 1716 (Figueiredo, 1780, f. 33) ou no sítio da fonte construída

em 1622, 3 anos depois da 1ª procissão dos Passos, depois de uma grande estiagem, à qual se

atribuíam propriedades milagrosas, associadas à Virgem da Nazaré (Alão, 1628).» PERDIGÃO

(1999:02)

Nesta descrição o autor refere que a data provável de construção é o séc. XVIII, o que induz em erro

os que procuram saber qual a cronologia desta Fonte. Far-se-á, mais à frente, na síntese histórica, uma

descrição baseada em bibliografia consultada que sustém a tese da verdadeira antiguidade desta fonte,

nomeadamente dos aquedutos, ou o que resta deles, da cisterna e do espaldar.

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Espaldar rectilíneo, com 3 corpos delimitados lateralmente por

muretes perpendiculares, com pináculos piramidais nos ângulos; mãe de água por detrás do espaldar,

coberta por terra e vegetação. Corpo central mais elevado, marcado por pilastras laterais, rematado por

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volutas, dos 2 lados de um frontão; pilastras poligonais coroam as pilastras e o frontão; os corpos

laterais, mais baixos, são ornados na parte terminal por volutas, enrolando junto ao corpo central. A

água jorra de 3 bicas rasgadas no corpo central para um tanque e deste, por canalização subterrânea,

por uma bica, para outro tanque, situado num plano inferior, adossado a um murete paralelo ao

espaldar, de remate angular na parte central. Uma fiada de pilaretes cerca o tanque junto ao espaldar.

Panos murários rebocados e caiados, demarcando-se a amarelo volutas, cunhais e face do tanque

inferior.» PERDIGÃO (1999:01)

A cisterna, ampla no seu interior, possui um tubo de ligação ao aqueduto que está a uma cota mais

elevada. Construída em pedra e com uma camada de argamassa, possui ainda um buraco na parede,

onde terá existido um tubo ladrão que assegurava o não enchimento completo da cisterna, assim como

o encaminhamento dessa água para os lavadouros localizados a Norte da cisterna.

O aqueduto que direccionava as águas do “Rio Enxurro” tem uma configuração em “Y”, fornecendo

indicação que a água viria de duas nascentes ou da mesma, mas de direcção diferentes, e não apenas

de uma.

Este aqueduto, que terá sido construído por ordem do Cardeal Dom Henrique, Abade Geral do

Mosteiro de Alcobaça, é completamente feito em pedra e tem no seu interior, agora posto a descoberto

pelos trabalhos de escavação efectuados, uma estrutura de encaminhamento de água feita com telhas

de canudo invertidas, que direccionam as águas para uma primeira caixa decantadora e dessa as águas

são encaminhadas por um tubo em grés para uma segunda caixa que faz a decantação da água e o

encaminhamento para a cisterna, bicas e para sul por um tubo em cerâmica de dimensões maiores que

os restantes.

Durante a fase de limpeza do interior dos aquedutos, pôde constatar-se que o aqueduto mais pequeno

tem cerca de 3 metros de comprimento, encontrando-se tapado por pedra, perdendo assim a sua

continuidade e função.

O outro túnel possui 10.60mts de comprimento e encontra-se interrompido por uma camada de terra

donde ainda escorre alguma água. Por haver descontinuidade na cobertura do túnel maior e para não

pôr em causa a estabilidade do próprio aqueduto, decidiu-se parar aos 10.60mts.

SINTESE HISTÓRICA: « Séc. 18 - Data provável de construção, aproveitando nascente existente no

local onde, desde 1565, existia uma fonte, mandada fazer pelo Cardeal-Rei, reformada em 1716

(Figueiredo, 1780, f. 33) ou no sítio da fonte construída em 1622, 3 anos depois da 1ª procissão dos

Passos, depois de uma grande estiagem, à qual se atribuíam propriedades milagrosas, associadas à

Virgem da Nazaré (Alão, 1628).» PERDIGÃO (1999:02)

Outros autores referem que esta fonte foi a primeira fonte que abasteceu a Praia da Pederneira com

água própria para consumo humano.

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Dos vários relatos é de realçar a importância que esta fonte teve também no apoio aos sírios,

nomeadamente o de Santarém, a quem se atribui a construção do espaldar.

Um dos nomes que possui é a de Fonte de Santarém.

TIPOLOGIA: « Arquitectura civil pública de equipamento, popular. Fonte de espaldar com 3 bicas e

tanques ao nível do solo, de panos rectilíneos, animados por volutas, no topo superior.» PERDIGÃO

(1999:02)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «Tanques desnivelados de duplo espaldar protegidos por

balaústres e decorado com pilastras, pináculos e volutas relevadas e pintadas.» PERDIGÃO (1999:02)

ESTRUTURAS E MATERIAIS: Alvenaria de pedra, reboco, cal e madeira.

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES :

INTERVENÇÕES: Além das intervenções que têm vindo a ser feitas pelo Município na pintura do

espaldar, sempre na altura da Procissão do Passos, em Novembro de 2007 deu-se início a uma

recuperação da Fonte na sua globalidade.

Nesse sentido foi retirada toda a vegetação infestante que existia no cimo dos aquedutos e da cisterna.

Depois foi limpo o interior dos aquedutos onde se pode constatar a existência do sistema primitivo de

recolha das águas vindas da nascente.

Após esta fase foi executada uma estrutura em madeira com o objectivo de sustentar uma zona da

cobertura que apresentava riscos de ruir.

A intervenção teve continuidade com a colocação de argamassa na cobertura dos aquedutos para que a

estrutura não se desagregasse, encontrando-se hoje completamente consolidada apesar da sua

tonalidade ser mais clara em relação à pedra original, o material aplicado e o traço de areia, cal e

cimento, foram os indicados para as recuperações deste tipo de estrutura.

A sua fácil remoção faz com que a acção dos elementos naturais comecem a fazer a erosão do excesso

de argamassa fazendo aparecer a pedra já consolidada nas suas juntas.

Foi também executado um trabalho de modelação do terreno que envolve os aquedutos.

PERIGOS EVENTUAIS: Após a intervenção acima mencionada, não se prevê qualquer risco para a

Fonte da Vila, exceptuando algum acto de vandalismo patrimonial de origem humana.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural, a sua historiografia através da aplicação de uma placa

informativa, inclusão do imóvel num roteiro Histórico/Patrimonial, que será um dos objectivos deste

inventário, reveste-se de primordial importância para a divulgação do património histórico do

Concelho da Nazaré.

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Créditos Fotográficos:

Vista de uma das Galerias do aqueduto

Pormenor do sistema de escoamento das

águas vindas da nascente, onde se pode

observar a primeira caixa de decantação

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IMÓVEIS DE INTERESSE MUNICIPAL

Teatro Chaby Pinheiro

Freguesia de Nazaré

Concelho de Nazaré

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DESIGNAÇÃO: Teatro Chaby Pinheiro

LOCAL/ENDEREÇO: Rua Brito Alão.

FREGUESIA: Nazaré

PROPRIETÁRIO: Confraria de Nossa

Senhora da Nazaré

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO:

Monumento

CLASSIFICAÇÃO: Imóvel de interesse

Municipal.

PROTECÇÃO: VC, Dec. Nº 28/82, DR

47 de 26 Fevereiro 1982

BENS IMÓVEIS: Teatro Chaby Pinheiro.

NUMERO DO IPA: PT031011020008

FUNÇÃO DE ORIGEM: «Educativa, Cultural e Científica: teatro». MENDONÇA (1992:02)

FUNÇÃO ACTUAL: «Educativa, Cultural e Científica: teatro». MENDONÇA (1992:02). Relata-se

neste ponto que a sua função continua a abranger as áreas definidas pela técnica do ex-DGEMN em

1992.

ENQUADRAMENTO: «Urbano. Domina um pequeno largo, do lado N. da Igreja de Nossa Senhora

da Nazaré, em frente à sua fachada lateral, envolvida por edifícios da Confraria da igreja.»

MENDONÇA (1992:01)

ÉPOCA: Foi construído no primeiro quartel do século XX conforme atesta não só a placa aposta na

fachada principal do imóvel como a descrição do IPPAR, que se junta. «1908, 28 de Fevereiro - foi

aprovado o projecto do Teatro da Casa da Nazaré, da autoria de Ernesto Korrodi; 1923 - decoração

pictórica do interior pelo pintor Frederico Aires, aluno de Carlos Reis e também cenógrafo; 1926 -

uma inscrição no interior Chaby Pinheiro, 5-2-1926, refere-se certamente à inauguração do teatro, em

que naturalmente deve ter estado presente o homenageado.» MENDONÇA (1992:02)

SINTESE ARQUITECTÓNICA: « Planta quadrangular, composta; cobertura homogénea com

telhado de 2 águas sobre o corpo principal e laterais, de 4 águas sobre corpo anexo. Alçado principal

de 3 corpos, o central rematado por empena angular, coroada apenas na parte cimeira por balaustrada

de traçado rectilíneo, com relevo alusivo à arte dramática, centrando uma cartela: o rosto de um bobo

assente em 2instrumentos de sopro; 3 registos rasgados por 3 vãos cada um, com molduras em

cantaria: 3 portas no 1º registo, 3 janelas no 2º, sendo a central de 3 lumes, um janelão com avental

sugerindo balaústres, rodeada por 2 óculos, no 3º; uma cartela com a inscrição Theatro entre a verga

da janela tripartida e o avental do janelão; os corpos laterais, coroados pela mesma balaustrada, sem

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rasgamento, apenas com 2 cartelas, lendo-se numa Anno, na outra 19?7. Um rodapé e um friso em

cantaria, unindo as vergasdas portas corre toda a fachada. INTERIOR da sala de teatro, com as frisas,

com 449 lugares sentados, e os camarotes em madeira dispostos em ferradura, coberta por tecto em

madeira, em 3 planos, com enrolamentos de folhagem pintados à volta de uma cartela central. Uma

inscrição com os dizeres Frederico Ayres e a data de 1923. Os corpos laterais correspondem a zonas

de serviço e de lazer.» MENDONÇA (1992:01 e 02)

SINTESE HISTÓRICA: Em termos históricos o Teatro Chaby Pinheiro transmite a origem da sua

função enquanto espaço recreativo de relevância arquitectónica e de dimensão relativamente à própria

zona onde está inserido.

As artes, nomeadamente, do espectáculo misturam-se com a própria génese da praia da Nazaré.

Pela mesma altura já existia cinema na Praia da Nazaré assim como no Sítio da Nazaré.

Este espaço foi o único projectado e construído com o objectivo social da divulgação das artes da

representação.

Durante os anos a sua função tem continuado na senda da representação teatral e outras iniciativas de

cariz cultural.

TIPOLOGIA: « Arquitectura civil cultural, ecléctica. Teatro romântico tipo italiano, perpetuando um

modelo difundido na Europa durante o séc. 19, com grande diversidade funcional. Sugestões Art Deco

na fachada, misturadas com elementos decorativos historicistas.» MENDONÇA (1992:03)

CARACTERISTICAS PARTICULARES: «No seu interior podem-se admirar as pinturas da boca de

cena.» MENDONÇA (1992:03)

ESTRUTURAS E MATERIAIS: Alvenaria e cantaria de pedra calcária, telha cerâmica, madeira,

vidro e estruturas autoportantes.

DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES : «Chaby Pinheiro (1875 - 1933) foi um dos grandes mestres

do teatro do 1º terço do século, tendo-se notabilizado como intérprete, ensaiador e professor do

Conservatório de Lisboa.» MENDONÇA (1992:03)

INTERVENÇÕES: «CNSN, SEC: 1976 - obras de conservação e recuperação; 1993 - obras de

restauro e modernização nos equipamentos do teatro.» MENDONÇA (1992:03)

Além destas intervenções foram executadas entre 1995 e 2003, várias intervenções ao nível da

manutenção exterior e interior.

De realçar o tratamento que foi efectuado a toda a madeira do interior do imóvel, para precaver a

deterioração da mesma por causa do bicho da madeira.

Para tal efeito foi injectado nos poros da madeira um produto adequado para o combate do mesmo,

assegurando assim a continuidade da boa condição dos madeiramentos.

Paralelamente a esta acção existe o cuidado permanente da preservação.

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PERIGOS EVENTUAIS: Não se prevê qualquer risco.

POTENCIALIDADES: A divulgação cultural, a sua historiografia através da aplicação de uma placa

informativa, inclusão do imóvel num roteiro Histórico/Patrimonial, que será um dos objectivos deste

inventário, reveste-se de primordial importância para a divulgação do património histórico do

Concelho da Nazaré.

Créditos Fotográficos:

Vista do interior do teatro.

Pormenor da pintura sobre a boca de cena

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Junho de 2009

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