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Engenharia Civil Mecânica dos Solos 2 Sistemas de contenção de terras em gabiões Luís Pedro Carreira Leiria, Julho de 2005

Muros de Suporte de Terras em Gabioes - Pág. 46

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Engenharia Civil Mecânica dos Solos 2

Sistemas de contenção de terrasem gabiões Luís Pedro Carreira Leiria, Julho de 2005

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Instituto Politécnico de Leiria

Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria Engenharia Civil

Sistemas de contenção de terras em gabiões

Luís Pedro Carreira Nº. 11280

[email protected] www.estg.ipleiria.pt

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1.Gabiões: Introdução: Um gabião trata-se de uma caixa de forma prismática rectangular, feita com rede de malha hexagonal, feita por sua vez em arame galvanizado reforçado. Estes gabiões enchem-se com qualquer tipo de pedra não friável (ex.: pedra de pedreira ou seixo) ou outro material adequado que esteja disponível. Os tipos de malhas hexagonais com que se fabricam os gabiões são: - Malha de 5x7 cm, com arame de diâmetro 2,00 mm; - Malha de 8x10 cm, com arame de diâmetro 2,70 mm; O arame dos gabiões, tirantes e da cozedura, deve ser de acordo com a resistência média 450 MPa, sendo a galvanização reforçada segundo as Normas DIN-1548 e BBS 443/82, contendo mínimo de zinco de 240 gr/m2 a 260 gr/m2, conforme o diâmetro. Tolerâncias: É admitida uma tolerância no diâmetro do arame galvanizado de ± 2,5% É admitida uma tolerância nas medidas do gabião de ± 3% no comprimento e largura e de ± 5% na altura. Arame para coser e tirantes: Será galvanizado reforçado com as mesmas características do arame do gabião, com diâmetro de 2,40mm. Por cada metro cúbico é necessário em média cerca de 0,5 kg.

Figura 1 – Aspecto genérico de um cesto de gabiões.

Tabela 1 – Dimensões standard dos Gabiões.

Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) 1,5 1 1 2 1 1 3 1 1 4 1 1 2 1 0,5 3 1 0,5 4 1 0,5

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Com excepção do gabião de 1,5x1x1, todos os outros têm um diafragma em cada metro. O gabião que aparece na figura anterior é de 3x1x1. Para além destes modelos, existem também modelos de maiores dimensões, onde a largura passa de 1 metro para 1,5 ou 2 metros. Estes gabiões, que continuam a ter um diafragma em cada metro ao longo do seu comprimento, são principalmente utilizados em obras de grande dimensão e por construtores experientes. Isto porque, devido às maiores dimensões, necessitam de muitos cuidados durante a fase de montagem e o seu enchimento.

Figura 2 – Dimensões e aspecto da malha.

A malha hexagonal de dupla torção é do tipo 8x10 e o diâmetro do arame de 2,7 mm. Geralmente utiliza-se para o revestimento dos gabiões uma liga zinco-alumínio que garante uma resistência à corrosão cinco vezes superior à normal galvanização. Para aplicações em ambientes poluídos ou agressivos, o arame é ulteriormente revestido em PVC. Especificações técnicas: Estas especificações têm por objectivo definir as características dos materiais constituintes dos cestos metálicos que se destinam a execução de estruturas de retenção ou revestimento. Gabião: O gabião e uma estrutura em forma de paralelepípedo recto, com tampa, fabricado com rede metálica em malha hexagonal de dupla torção e cheio com material rochoso de boa qualidade. O gabião, que pode ter dimensões variadas, deve ser dividido em células por diafragmas dispostos de metro a metro. Só o gabião com 1,5 m de comprimento pode não ter diafragma. Estes diafragmas são do mesmo material que os gabiões (rede metálica) e são ligados ao painel de base e às duas paredes opostas. A presença dos diafragmas facilita o enchimento dos gabiões, limitando as deformações dos painéis exteriores. Para além deste aspecto, contribuem para um acréscimo da resistência devido ao aumento da superfície metálica. No acabamento da rede todos os bordos devem ser reforçados por fios de diâmetro maior para aumentar a resistência. As tolerâncias admissíveis para as dimensões dos gabiões são de ± 3% no comprimento e ± 5% na largura e altura em relação às dimensões especificadas no projecto.

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Fio metálico e rede metálica: O fio metálico a empregar no fabrico da rede e na junção entre partes de um gabião e entre gabiões deve ser revestido em liga de zinco-alumínio. As quantidades mínimas do revestimento nesta liga a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82: - diâmetro do fio 2,7 mm; - quantidade de revestimento 240 g/m2; A aderência do revestimento deve ser tal que resista ao impacto durante o enchimento do gabião de forma que a superfície da camada de revestimento não apresente fissuras, brechas, esfoliações ou escamação. Após galvanização o arame pode ser revestido com PVC. Utiliza-se gabiões revestidos em PVC em condições ambientais que apresentem graves sinais de poluição ou águas salinas. Qualquer fio metálico empregue no fabrico dos gabiões e das suas uniões deve ter uma resistência à tracção que se situa entre 380 e 500 MPa de acordo com as normas Bs 1052/80. O ensaio de alongamento deve ser feito antes do fabrico da rede metálica e sobre um troço de fio metálico com pelo menos 30 cm. O alongamento pré- rotura não deve ser inferior a 12%. A malha será hexagonal de dupla torção do tipo 8x10 e o arame terá o diâmetro mínimo de 2,7 mm. Material de enchimento: O gabião é cheio com pedra britada ou rolada. É recomendável a utilização de material de enchimento duro e de peso específico elevado ou seja superior a 22 KN. Não é aceite que este material seja friável ou possa gelificar. A granulometria da pedra deve estar compreendida entre os 10 e 20 cm.. No entanto, material de maiores ou menores dimensões é tolerável desde que o seu volume não ultrapasse 10% do volume total do gabião a preencher e, no caso de menor dimensão, seja colocado no interior dos gabiões. A qualidade da pedra pode ser medida a partir dos ensaios de compressão simples e pelo ensaio de abrasão tipo Los Angeles. Não serão aceites materiais com características abaixo dos seguintes valores de ensaio : Resistência à compressão de 50 MPa; Perda de abrasão Los Angeles 35%; Para a redacção de especificações destinadas a um caderno de encargos é necessário definir se os gabiões são revestidos, ou não, em PVC. Aplicações: Uma das principais aplicações dos gabiões é em muros de contenção de terrenos, nomeadamente muros de suporte e espera. São estruturas que trabalham por gravidade e calculam-se de acordo com essas condicionantes.

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Figura 3

Figura 4

Figuras 3 e 4 – Exemplos de aplicação de muros de gabiões para contenção de taludes junto a

rodovias.

Como norma geral, desenham-se os muros partindo de uma largura e altura de 1 metro para a fiada superior de muro e aumenta-se 0,50 metros por cada metro de altura total que tenha o muro.

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Utilizando-se esta regra, resulta que a base de um muro: Onde: H – Altura do muro Calcula-se o muro com esta secção de acordo com os esforços que actuem sobre o mesmo. Caso não se cumpra com as condições de estabilidade, far-se-á ampliação de base e novas secções. Para facilitar a execução da obra deve-se deixar na face exterior da obra um degrau no mínimo de 0,15 metros, para se poderem utilizar cofragens na fase de montagem.

Figura 5 - Pormenorização dos degraus entre cada fiada de muro. Deve-se evitar que as juntas dos gabiões coincidam verticalmente e aconselha-se que no desenho dos muros de suporte se disponham de forma a que se cruzem as fiadas.

( )HB +⋅= 12

1

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Figura 6 - Secções tipo de muros de contenção.

Propriedades dos gabiões: As obras em gabiões constituem uma estrutura: - Armada porque a presença da rede confere homogeneidade e torna a estrutura monolítica; - Flexível porque tem a possibilidade de absorver solicitações localizadas imprevistas e de carácter extraordinário. Esta é uma das propriedades mais relevantes dos gabiões; a estrutura, deformando-se, não diminui a sua resistência, mas impele toda a obra a trabalhar e consequentemente a adaptar-se ao movimento do terreno.

Figura 7 - Exemplo de absorção de sobrecargas localizadas a meio vão.

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- Económica porque os gabiões não requerem mão de obra especializada e são executados com o auxilio de equipamento mecânico normalmente disponível nas obras. Não requer a mistura de materiais mas sim a combinação destes. A disponibilidade da pedra britada, normalmente próxima da obra, permite economia nos transportes. Os trabalhos de manutenção são mínimos; mesmo quando por causa acidental se verifique a ruptura de qualquer fio, a simples sobreposição de um pedaço de rede, atado a rede sã, pode ser executado facilmente, sem comprometer a resistência da estrutura. As obras em gabiões podem ser também modificadas (aumentadas ou diminuídas) com o decorrer do tempo, em função das necessidades, mantendo inalteradas as características de homogeneidade e resistência da estrutura.

Figura 8 - Construção de uma fiada de muro com auxílio de cofragem. - Ecológica porque a integração no ambiente natural das estruturas em gabiões, é sempre rápida e satisfatória, pois os vazios entre as pedras são progressivamente preenchidos por terra e a vegetação recobre a estrutura. A cobertura vegetal também pode ser facilitada através da colocação de terra vegetal tanto no interior como no exterior da estrutura. Consegue-se desta forma uma mais rápida integração da obra no ambiente natural.

Figura 9 - Cobertura vegetal que cresceu alguns meses após a construção do talude em gabiões colchão.

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Figura 10 - Cobertura vegetal que cresceu alguns meses após a construção de um muro de gabiões armado, para contenção de talude (“Retail park” – Leiria).

Outras aplicações: - Obras longitudinais, protecção de pilares de pontes, revestimento das margens, espigões, açudes, revestimento de paramento de barragens, protecção de passagens hidráulicas, são as obras hidráulicas que mais requerem a utilização de gabiões; - Obras de contenção para a estabilização de taludes, protecção de encontros de pontes e viadutos, muros de contenção e espera, revestimento de taludes, muros de contenção de aterros, são as obras de defesa e consolidação das rodovias, aeroportos, áreas residenciais e comerciais que requerem a utilização de gabiões.

Figura 11 - Aplicação de gabiões colchão no revestimento do encontro de uma ponte.

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Montagem e enchimento dos gabiões: Preparação do gabião: No local próximo da sua colocação final abrir e desdobrar o gabião sobre uma superfície dura e plana. Eliminar os vincos resultantes da optimização dos fardos para transporte. Poderão usar-se réguas de madeira para realizar novos vincos para a sua forma final.

Figura 12 – Desdobramento do gabião. Levantar os painéis laterais e os diafragmas afim de obter a forma de uma caixa aberta, segurá-lo em pé através da dobragem das extremidades do fio de reforço das arestas de modo que o gabião se mantenha em pé por si mesmo. Certificar-se de que o gabião esteja nivelado

Figura 13 - Montagem dos painéis laterais. No caso de realização das ligaduras com agrafos, recomenda-se de ligar individualmente os elementos ao nível dos bordos (um agrafo á meia altura para os elementos de 1m. Montagem dos gabiões: Posicionar diversos gabiões vazios lado a lado.

Figura 14 - Colocação doa gabiões lado a lado.

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Os gabiões são unidos, utilizando agrafos ou fio metálico. O fio metálico deverá ser passado através de todas as malhas fazendo uma volta dupla em cada duas malhas.

Figura 15 - Exemplo de união de gabiões através de fio metálico. A união entre gabiões deve ser feita entre todas as arestas e é aconselhável efectuar esta operação antes do seu enchimento. Toda e qualquer camada de gabiões deverá ser ligada à camada subjacente na frente e no tardoz do muro. É essencial ligar os vários componentes conforme a descrição efectuada de forma a obter-se uma estrutura monolítica capaz de resistir a cargas e deformações severas. Pôr em tensão o conjunto de gabiões vazios a fim de ficar com o painel da frente bem esticado. Na frente e na traseira dos gabiões, colocar a cofragem, atando-a com fio de ligadura de modo que a rede esteja bem esticada e junta uniformemente com a cofragem. Esta operação é essencial para garantir um paramento plano e uniforme.

Figura 16 - Alinhamento dos gabiões e aplicação de cofragem.

Para um melhor resultado da operação de ligação é aconselhável a utilização de agrafos, colocados com uma pistola pneumática, que garantem uma perfeita ligação do conjunto. Os agrafos devem ser revestido em liga de zinco-alumínio e colocados num intervalo de 8 a 12 cm, em função da malha e dos materiais de enchimento assim como o tipo de trabalho a ser realizado. Enchimento dos gabiões: No enchimento do gabião devem ser respeitadas as seguintes ordens e regras de execução: Pedras em blocos arrumados à mão e deitadas na horizontal nas fiadas dos parâmetros visíveis de modo a assegurar um bom aspecto final. Enchimento mecânico no interior do gabião: Encher os gabiões conservando estes esticados durante toda a operação. Os gabiões de 1.00 m de altura são cheios em três camadas (de aproximadamente 33 cm) e os gabiões de 0.50 m

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em duas camadas. Manter sempre o último gabião vazio para facilitar a montagem do gabião seguinte

Figura 17 - Sequência de enchimento dos gabiões.

Figura 18 - Enchimento de gabiões colchão num canal hidráulico.

Colocação de tirantes na frente e no tardoz do muro (4/m² de parede): Estes tirantes são executados com o arame fornecido com os gabiões e ligam o paramento á vista dos gabiões, á face oposta ou contígua. Os tirantes são colocados, depois de cada camada de pedra, em 1/3 e em 2/3 da altura para gabiões de 1.00 m e a meia altura para os gabiões de 0.50 m.

Figura 19 - Pormenorização de um tirante.

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Nas extremidades da obra e em gabiões de grandes comprimentos deverão ser colocados tirantes complementares Deve ser prestada particular atenção ao enchimento dos cantos para não permitir a deformação dos painéis laterais; O gabião deve ser fechado e a tampa unida aos painéis laterais com as operações de união atrás descritas e de modo que fique bem esticada; aconselha-se de unir em primeiro lugar os dois cantos da tampa com os dois cantos da base do gabião e só depois ligar completamente a tampa à base. Para não haver folgas e para compensar o inevitável assentamento devido ás cargas transmitidas pelas fiadas sucessivamente sobrepostas, o enchimento dos gabiões deve ultrapassar a sua capacidade em altura, em pelo menos 5 cm. Uma vez o gabião cheio e antes de fechá-lo, as caixas podem ser postas de nível com pedras mais pequenas para permitir um bom assentamento do nível superior. Ferramentas: A fim de optimizar e facilitar a execução das suas estruturas, recomenda-se a utilização de agrafadoras pneumáticas. Agrafos: Estão disponíveis dois tipos de agrafos: - agrafos de liga zinco- alumínio, a utilizar com as estruturas galvanizadas na mesma liga; - inox, para estruturas em liga zinco- alumínio e revestidas a PVC.

Figura 20 Figura 21

Figura 20 - Exemplo de aplicação de agrafos em gabiões.

Figura 21 – Esquema de colocação e espaçamento de agrafos.

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Tabela 2 - Elementos de cálculo e orçamentação para obras em gabiões.

Dados para calculo de muros de contenção em gabiões:

Custo por m3 de obra de gabiões:

Coeficiente de atrito entre gabiões 0,8 Valor de 1 m3 de gabião (rede). Peso especifico da pedra de enchimento 1,8 - 2,4

Tn/m3 Valor do transporte até à obra.

Percentagem de vazios 20% + 30% Valor de m3 da pedra para enchimento, colocada na obra.

Peso médio de m3 de gabião (segundo a pedra de enchimento) 1,8 Tn/m3

Valor de 3h/m de mão de obra de operário, sem auxilio de meios mecânicos.

Coeficiente de atrito entre o terreno e o gabião 0,7 Amortização e gastos indirectos.

Coeficiente de trabalho por compressão 3 kg/cm2

Quando o volume da obra e sua localização o permitem, é aconselhável o uso de meios

mecânicos, tais como retroescavadoras, pás correias transportadoras etc., a fim de se melhorar

consideravelmente o rendimento de trabalho.

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2.Gabiões tipo colchão: Introdução: Os gabiões colchão são produzidos a partir de uma rede em malha hexagonal de dupla torção. São principalmente utilizados para a execução de obras hidráulicas e revestimentos de taludes.

Figura 22 - Exemplo de aplicação de gabiões colchão em canais hidráulicos. São colchões de 0,20 e 0,30 m de espessura, cujas aplicações principais são o revestimento de margens de rios e canais, protecção de apoios a pontes, plataformas de cimentação, etc.

Figura 23 - Esquema de aplicação dos gabiões colchão.

Figura 24 - Exemplo tipo de um conjunto de gabiões colchão.

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Tabela 3 – Dimensões standard dos gabiões colchão.

O Colchão que aparece na figura anterior é de 5x2x0,23. A malha hexagonal de dupla torção é do tipo 6x8 e o diâmetro do arame de 2,2 mm.

Figura 25 - Dimensões e aspecto da malha.

O revestimento dos gabiões colchão é realizado em liga zinco- alumínio que garante uma resistência à corrosão cinco vezes superior à normal galvanização. Para aplicações em ambientes poluídos ou agressivos, o arame é ulteriormente revestido em PVC. Especificações: Estas especificações têm por objectivo definir as características dos materiais constituintes dos gabiões colchão, que se destinam à execução de estruturas de revestimento de taludes. Gabiões colchão: Os gabiões colchão são estruturas em forma de paralelepípedo recto, com tampa separada, fabricada com rede metálica em malha hexagonal de dupla torção, e cheio com material rochoso de boa qualidade. Podem ter dimensões variadas no seu comprimento, sendo a largura sempre de 2.00 m. A espessura é normalmente de 0,17, 0,23 ou 0,30 m. Possuem diafragmas de parede dupla em cada metro, com o mesmo tipo de rede da base e da tampa, que o dividem em células com dois metros quadrados. No acabamento da rede todos os bordos devem ser reforçados por fios de diâmetro maior, para aumentar a resistência dos mesmos. As tolerâncias admissíveis para as dimensões dos gabiões colchão são de mais ou menos 3% no comprimento, mais ou menos 3% na largura e mais ou menos 8% na espessura.

Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) 3 2 4 2 5 2 6 2

0,17 ou 0,23 ou 0,30

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Fios metálicos e rede metálica: O fio metálico a empregar no fabrico da rede e na junção entre partes dos gabiões colchão deve ser revestido em liga de zinco/alumínio. As quantidades mínimas do revestimento em liga zinco- alumínio a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82: - diâmetro do fio 2,2 mm; - quantidade de revestimento 220 g/m2; A aderência do revestimento deve ser tal que resista ao impacto durante o enchimento dos gabiões colchão, de forma que a superfície da camada de revestimento não apresente fissuras, brechas, esfoliações ou escamação. Após galvanização o arame pode ser revestido com PVC. Utilizam-se gabiões colchão revestidos em PVC nas condições ambientais que apresentam graves sinais de poluição ou águas salinas. Qualquer fio metálico empregue no fabrico dos gabiões colchão e das suas uniões deve ter uma resistência à tracção que se situa entre 380 e 500 MPa, de acordo com as normas Bs 1052/80. O ensaio de alongamento deve ser feito antes do fabrico da rede metálica e sobre um troço de fio metálico com pelo menos 30 cm. O alongamento pré- rotura não deve ser inferior a 12%. A malha será hexagonal de dupla torção do tipo 6x8 e o arame terá o diâmetro mínimo de 2,2 mm. Material de enchimento dos gabiões colchão: Os gabiões colchão são cheios com pedra britada ou rolada. È recomendável a utilização de material de enchimento duro e de peso específico elevado, ou seja superior a 22 KN. Não é aceite material friável ou que possa gelificar. A dimensão da pedra de enchimento deve estar compreendida entre os 8 e 15 cm para gabiões colchão de 0,17m e entre os 10 e 20 cm para gabiões colchão de 0,23 e 0,30m; no entanto, material de maiores dimensões é tolerável desde que a sua dimensão não ultrapasse a altura dos gabiões colchão e o seu volume não ultrapasse 10% do volume total a preencher. Nunca poderá ser aceite material de dimensão inferior à largura da malha da rede. A qualidade da pedra pode ser medida a partir dos ensaios de compressão simples, e pelo ensaio de abrasão tipo Los Angeles. Não serão aceites materiais que se possam considerar inferiores ao material com as seguintes características: - Resistência à compressão de 50 MPa; - Perda de Abrasão Los Angeles 35%; Para a redacção de especificações destinadas a um caderno de encargos é necessário definir se os gabiões colchão são revestidos, ou não, em PVC.

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Modo de execução de uma obra em gabiões colchão: No local próximo da sua colocação final, abrir e desdobrar os gabiões colchão sobre uma superfície dura e plana. Eliminar os vincos resultantes da optimização dos fardos para transporte. Levantar, dobrando os diafragmas e os painéis laterais. A ligação entre os painéis dos topos e os painéis laterais, assim como os diafragmas, é feita através da sobreposição dos prolongamentos de todas as redes. Nesta sobreposição devem ser dados 2-3 pontos (manuais ou mecânicos) de forma a unir as duas redes.

Figura 26 - Sequência de montagem de um conjunto de gabiões colchão. Após a montagem da base dos gabiões colchão, estes são colocados no seu local de aplicação definitivo, atados entre eles com o objectivo de evitar aberturas entre os mesmos onde possam cair pedras durante o enchimento. A colocação dos gabiões colchão no terreno deve ser feita, na medida do possível, e se o desenho de projecto o permitir, desta forma:

Figura 27 - Esquema de aplicação de um conjunto de gabiões colchão num talude. - No talude: transversalmente ao mesmo de modo que ao longo do talude os diafragmas segurem as pedras em cada metro.

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- No leito do rio: longitudinalmente ao seu curso de modo que os diafragmas segurem as pedras em cada metro, em oposição à corrente.

Figura 28 – Construção de um canal hidráulico em gabiões colchão. Terminado o enchimento dos gabiões colchão, coloca-se a tampa que é cozida ao longo de todos os bordos e diafragmas. Os pontos e a ligação são executados utilizando o fio com as características acima descritas e passando-o (quando se utiliza arame) através de todas as malhas dando uma volta dupla por cada duas malhas. A união entre os gabiões colchão deve ser feita entre todas as arestas horizontais que ligam a tampa ás paredes verticais. É aconselhável efectuar esta operação ao mesmo tempo que se cozem as tampas para que de uma só vez se faça a ligação entre as bases dos gabiões colchão e as tampas. È essencial ligar os vários componentes conforme a descrição efectuada, de forma a obter-se uma estrutura monolítica capaz de resistir a cargas e deformações severas. Para um melhor resultado da operação de ligação das tampas é aconselhável a utilização de agrafos espaçados de 8-12 cm colocados mecanicamente, que garantem uma perfeita ligação do conjunto. Os agrafos devem ser revestido em liga de zinco- alumínio. No enchimento dos gabiões colchão devem ser respeitadas as seguintes ordens e regras de execução: Enchimento dos gabiões colchão por via mecânica: Deve ser prestada particular atenção ao enchimento dos cantos (operação manual) para que o enchimento seja o mais homogéneo possível; Os gabiões colchão devem ser fechados, e a tampa unida aos bordos de todos os painéis da base com as operações de união atrás descritas; O enchimento dos gabiões colchão deve ultrapassar a sua capacidade em altura, em pelo menos 3 cm, na parte central, de modo que a tampa, uma vez fechada, fique bem esticada.

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Figura 29 – Pormenor de montagem de gabiões colchão.

Figura 30 - Enchimento de gabiões colchão no leito de um rio.

A colocação de geotextil é indispensável sob os gabiões colchão, e deverá ser feita de modo a evitar dobras e rasgamentos e sobreposto a favor do sentido do fluxo da agua, ou seja, o pano de montante sobrepõe o pano de jusante. O geotextil deve ser do tipo tecido não tecido, agulhado, em polipropileno ou poliester e com densidade entre 190 e 400 gr/m² (consoante as características do terreno e a espessura dos gabiões colchão). Fundação: A fundação é directa e o plano de apoio dos gabiões colchão deve ser regularizado com a configuração definitiva da obra, após a colocação dos gabiões colchão visto que estes se moldam ao terreno que encontrar.

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Tabela 4 - Elementos para orçamentação de obras em gabiões.

Dados para o custo do m2 de obra:

Valor de 1 m2 de gabião-colchão Valor de 0,20 kg de arame para cozeduras e tirantes

Valor do transporte até à obra Valor da pedra para enchimento colocada na obra Valor de 0,80 horas de mão de obra do operário

Amortização e gastos indirectos O rendimento indicado pode ser drasticamente reduzido em caso de uso de meios mecânicos,

cujo uso já explicamos nos gabiões rectangulares

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3.Gabiões armados: Pode-se reduzir a secção dos muros de suporte com a armação dos gabiões (gabião armado), utilizando-se faixas horizontais de rede de tripla torção, cosidas entre as diferentes fiadas de gabiões, em largura, superior ao ângulo de atrito interno do terreno, e devidamente compactadas. Considerar-se-á para esta aplicação uma tensão de 3 Ton. por metro linear. Aplicações: Os gabiões armados são utilizados em aterros reforçados (terras armadas). Os gabiões armados são produzidos a partir de uma rede em malha hexagonal de dupla torção, revestida em PVC.

Figura 31 - Aspecto genérico de um cesto de gabiões armado. São utilizados para a execução de obras de suporte de aterros, em especial, rodoviários. Sendo o seu paramento composto por pedra (o aspecto final é similar a um muro tradicional em gabiões) é possível criar a inclinação desejada; de vertical, até 26º. Contudo aconselha-se recuar, em cada metro de altura, pelo menos 8-10 cm, para poder obter uma obra satisfatória do ponto de vista estético. Isto porque durante a construção, sobretudo por efeito do aterro, qualquer pequena deslocação do paramento, seria muito mais visível com paramento 100% vertical.

Tabela 5 - Dimensões standard dos gabiões armados.

Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) De 3 a 8 2 1 De 3 a 8 2 0,5 De 3 a 8 3 1 De 3 a 8 3 0,5

A malha hexagonal de dupla torção é do tipo 8x10 e o diâmetro do arame de 2,7 mm protegido por um revestimento zinco- alumínio e PVC. Especificações: Estas especificações têm como objectivo definir as características dos materiais que se destinam a execução de muros em aterro reforçado:

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Gabiões armados: Os Gabiões armados são estruturas em forma de paralelepípedo recto, com tampa (gabião) e com o prolongamento da rede da base do gabião que serve de ancoragem no aterro; o comprimento da rede de ancoragem é variável. Os gabiões armados são fabricados com rede metálica de malha hexagonal de dupla torção, galvanizada e revestida a PVC. O gabiăo deve ser dividido em células, por diafragmas dispostos em cada metro. A presença do diafragma facilita o enchimento do gabião, limitando as deformações do painel exterior. No acabamento da rede todos os bordos devem ser reforçados por fios de diâmetro maior para aumentar a resistência. As tolerâncias admissíveis para as dimensões dos gabiões armados são de mais ou menos 3% no comprimento e 5% na largura e altura em relação ás dimensões especificadas no projecto. Fio metálico e rede metálica: O fio metálico a empregar no fabrico da rede dos gabiões armados deve ter um diâmetro mínimo de 2.7 mm e ser revestido a PVC. A espessura do revestimento em PVC deve ser superior ou igual a 0.4 mm. A malha é hexagonal de dupla torção tipo 8x10. As quantidades mínimas de zinco a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82:

Tabela 6 - Quantidades mínimas de zinco a utilizar na galvanização. A aderência do revestimento deve ser tal que resista ao impacto durante o enchimento dos gabiões armados de forma que a superfície da camada de revestimento não apresente fissuras, brechas, esfoliações ou escamação. Qualquer fio metálico empregue no fabrico dos gabiões armados, e das suas uniões deve ter uma resistência á tracção de 400 MPa, de acordo com as normas BS 1052/80. O ensaio de alongamento deve ser feito antes da execução da rede metálica e sobre um troço de fio com pelo menos 30 cm. O alongamento pré-rotura não deve ser inferior a 12%. Material de enchimento: Os gabiões armados são cheios com pedra britada ou rolada. É recomendável a utilização de material de enchimento duro e de peso específico elevado ou seja superior a 22 KN. Não é aceite que este material seja friável ou possa gelificar. A granulometria da pedra deve estar compreendida entre os 10 e 20 cm. No entanto, material de maiores dimensões é tolerável desde que o seu volume não ultrapasse 10% do volume total do gabião a preencher. A qualidade da pedra pode ser medida a partir dos ensaios de compressão simples e pelo ensaio de abrasão Los Angeles.

Diâmetro do fio (mm) 2,7 3,0 3,4 3,9

Quantidade de zinco (gr/m2) 260 275 275 290

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Não serão aceites materiais com características abaixo dos seguintes valores de ensaio : - Resistência à compressão de 50 MPa; - Perda de Abrasão Los Angeles 35%; Geotêxtil: A colocação de geotêxtil no tardoz dos gabiões armados, deverá ser feita de forma a evitar dobras e rasgamentos. O geotêxtil deve ser do tipo tecido não tecido, agulhado, em polipropileno ou poliester e com densidade entre 270 e 400 gr/m². Aterro estrutural: O terreno utilizado para a construção do aterro faz parte integrante da obra e por isto tem uma influência directa no comportamento da estrutura e razão pela qual deve ser de boa qualidade. Serão excluídos portanto os solos sensíveis a água, argilosos e com granulometria superior a 250 mm, solos degradáveis e friáveis. O máximo diâmetro dos elementos do solo deverão ser inferiores a 2/3 da espessura da camada a compactar. O comportamento no tempo dos materiais deverá ser compatível com o prazo de serviço da obra, em especial modo para os materiais evolutivos. O aterro não deverá conter terra vegetal, materiais putrescíveis ou lixo doméstico.

Figura 32 – Execução de um aterro estrutural (“Retail park” – Leiria).

Os critérios de escolha apoiam sobretudo nas performances mecânicas e em especial no ângulo de atrito interno. A curva granulometrica deverá obedecer aos critérios normalmente utilizados para este tipo de obra com o objectivo de obter um ângulo de atrito interno de pelo menos 35º. Por tudo acima descrito, o material mais indicado para o aterro no tardoz dos muros em gabiões armados é do tipo que normalmente se utiliza em aterros de estradas, pertencente aos grupos A-1, A-3, A-2 e aos subgrupos A-2-4 e A-2-5 da classificação AASHO. A granulometria pode variar entre 0.02 mm e 100 mm com uma percentagem de 10 a 15 % de passados no peneiro nº 200. Contudo, a primeira camada de aterro que estará em contacto directo com a rede de ancoragem não poderá ter uma granulometria superior a 20 mm, para evitar qualquer danificação da rede de ancoragem e das geogrelhas (quando houver). É fundamental que o aterro estrutural seja bem compactado, em camadas de 25/30 cm de espessura, com cilindros ou engenhos similares para poder suportar as cargas previstas no projecto sem excessivas deformações. O uso de cilindros vibrantes é desaconselhado, visto

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que este pode provocar deformações no paramento em gabiões, devido á vibração das pedras.

Figura 33 - Compactação de um aterro (“Retail park” – Leiria). A densidade mínima do aterro estrutural deverá ser de 19 KN/m3. A compactação, numa faixa de 1.00 m no tardoz do paramento em gabiões, será executada com placa compactadora ou pequenos cilindros estáticos, em camadas de 0.20 m de espessura. Modos de Execução: Modo de execução de um muro em gabiões armados: Preparação do terreno: O terreno natural onde apoiará o muro na sua totalidade será escavado até a cota prevista no projecto, ou mais fundo, no caso em que à cota prevista ainda se encontre terra vegetal ou imprópria para a fundação. Assim sendo, deverá ser feito um enchimento com material de boa qualidade, devidamente compactado. Para muros de alturas elevadas é aconselhável uma fundação sobre rocha ou terreno que tenha as características mínimas de resistência exigidas nos cálculos de dimensionamento.

Figura 34 - Preparação do terreno para construção de aterro (“Retail park” – Leiria). Os módulos de gabiões armados podem ser colocados directamente em contacto com o terreno natural tendo em atenção que o nível da fundação permita o perfeito alinhamento da

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primeira fiada. Qualquer desalinhamento inicial prejudicará, no seguimento da obra, as outras fiadas do muro. No entanto, pode ser executado um plano de apoio em betão de regularização com superfície rugosa e com 15 ou 20 cm de espessura, quando o terreno apresentar grandes irregularidades. Neste caso deverá ser prestada particular atenção para que o nível do betão de regularização seja perfeitamente coincidente com o nível do terreno de fundação compactado que lhe fica atrás; isto para evitar que durante a compactação da primeira camada de aterro a rede de ancoragem do Modulo se danifique naquele ponto de contacto. Drenagens: É necessário assegurar que qualquer infiltração de água a montante do muro seja adequadamente captada e drenada. No caso de infiltrações localizadas, uma drenagem pontual poderá levar as águas para a frente do muro. No caso em que as infiltrações atrás do muro sejam muitas e abundantes será necessário executar um dreno vertical ao longo do muro tanto em altura como em comprimento na traseira do aterro estrutural e outros drenos horizontais para levar as águas para a jusante do muro. No topo do muro, também é aconselhável a execução de uma drenagem superficial longitudinal junto ao paramento em gabiões Execução da primeira fiada: A execução de um muro em gabiões armados deverá ser feita com o máximo cuidado uma vez que vários elementos e factores (humanos e mecânicos) concorrem à sua boa realização.

Figura 35 - Construção da primeira fiada de muro (“Retail park” – Leiria). O paramento será cheio de pedras com as características enunciadas em parágrafos anteriores, tendo em atenção o bom acabamento externo. É conveniente para tal a utilização de cofragens que assegurem resistência dos gabiões durante o enchimento mecânico de forma a reduzir ao mínimo a deformação da rede. A utilização de cofragem é aconselhada também na parte traseira que receberá o aterro com o intuito de limitar ao máximo as deformações acima referidas. Os módulos de gabiões armados com dois metros de comprimento serão atados uns aos outros segundo as normas próprias das obras em gabiões (produtos fabricados com rede em malha hexagonal) como aqui descrito.

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No local de construção cada módulo é montado levantando-se os painéis laterais e o diafragma. São unidos, utilizando o fio de amarração fornecido e passando-o através de todas as malhas fazendo uma volta dupla por cada duas malhas. A união entre módulos deve ser feita entre todas as arestas e é aconselhável efectuar esta operação antes do seu enchimento. Toda e qualquer camada de módulos deverá ser ligada á camada subjacente na frente, no tardoz e lateralmente, segundo o especificado no parágrafo anterior. È essencial ligar os vários componentes conforme a descrição efectuada por forma a obter-se uma estrutura monolítica capaz de resistir a cargas e deformações severas.

Figura 36 - Sequência de montagem de um conjunto de gabiões armados.

No caso em que no muro se preveja a utilização de geogrelhas de reforço, estas deverão ser colocadas sempre antes dos módulos de gabiões armados. O travamento das geogrelhas é o resultado da sobreposição de um módulo com outro. Na primeira fiada a geogrelha apoia directamente sobre o terreno de fundação e o primeiro módulo sobrepõe em toda a largura um metro.

Figura 37 – Início da construção do aterro (“Retail park” – Leiria).

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No enchimento do gabião devem ser respeitadas as seguintes ordens e regras de execução: 1) Pedras em blocos arrumados á mão nas fiadas dos paramentos visíveis; 2) Enchimento do gabião por via mecânica; 3) Colocação de tirantes na frente e no tardoz ( 4 tirantes por m² de parede ); Deve ser prestada particular atenção ao enchimento dos cantos para não permitir a deformação dos painéis laterais; 4) O gabião deve ser fechado e a tampa unida aos painéis laterais com as operações de união atrás descritas;

Figura 38 - Sequência de construção de um aterro.

Para não haver folgas e para compensar o inevitável assentamento devido ás cargas transmitidas pelas fiadas sucessivamente sobrepostas, o enchimento dos gabiões deve ultrapassar a sua capacidade em altura, em pelo menos 5 cm. Depois de cheia a primeira fiada de módulos, será colocada na sua traseira o geotêxtil previsto no projecto de modo a criar uma total separação entre os gabiões armados de pedra e o aterro que será realizado. Modo de execução do aterro: A colocação do material de aterro será feita com particular atenção para que os meios mecânicos não pisem a rede de ancoragem dos módulos e as geogrelhas de reforço e que o espalhamento permita manter esticadas as mesmas. Por isso, é aconselhável que o espalhamento seja feito progressivamente a partir do paramento e afastando-se dele.

Figura 39 - Colocação do material de aterro.

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Figura 40 - Construção de um muro em gabiões armados.

Por outro lado, a compactação, efectuada em paralelo do paramento, deverá sempre começar a montante aproximando-se do paramento, deixando a zona de 1,00m contígua ao paramento, a última a ser compactada. É proibido efectuar a compactação com engenhos que actuem perpendicularmente ao paramento. Na zona de 1.00 m contígua ao paramento, a compactação será executada através da utilização de engenhos ligeiros (cilindros pequenos ou placas vibratórias manuais) com peso por centímetro quadrado inferior a 80 N. É proibida a utilização de cilindros pesados na zona junto ao paramento. Para a restante zona de aterro a compactação pode ser executada com meios mais pesados e vibrantes. Em ambas as zonas é bastante importante que os meios utilizados não entrem em contacto com os materiais de reforço e que o terreno (especialmente quando este for de granulometria elevada) não os danifique. A empresa responsável pela execução do aterro deverá certificar-se, através de ensaios periódicos que a densidade de compactação mínima exigida é de pelo menos 95% do ensaio Proctor Normal.

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4.Gabiões armados que promovem a vegetação: São gabiões armados produzidos a partir de uma rede em malha hexagonal de dupla torção, revestida em PVC. São utilizados para a execução de obras de suporte de aterros, em especial, rodoviário, onde se quer que a vegetação desenvolva rapidamente. O seu paramento é composto por uma geomanta em fibras de coco que facilita a contenção da terra vegetal colocada no tardoz.

Figura 41 - Aspecto genérico de gabiões armados para crescimento de vegetação.

Tabela 7 - Dimensões standard dos gabiões armados. Neste sistema o paramento é sempre inclinado de 65º / 70º em relação à horizontal. A malha hexagonal de dupla torção é do tipo 8x10 e o diâmetro do arame de 2,7 mm protegido por um revestimento zinco- alumínio e PVC. Especificações: Estas especificações têm como objectivo definir as características dos materiais que se destinam a execução de muros em aterro reforçado neste sistema de gabiões. Módulos de gabiões armados que promovem a vegetação: São estruturas em forma de paralelepípedo recto aberta e com o prolongamento da rede da base que serve de ancoragem no aterro; o comprimento da rede de ancoragem é variável. São módulos fabricados com rede metálica em malha hexagonal de dupla torção, galvanizada e revestida a PVC. O paramento é por sua vez recoberto, no interior, por uma esteira em fibras de coco e possui

Comprimento (m) Largura (m) Altura (m) De 3 a 8 2 0,45 De 3 a 8 2 0,45 De 3 a 8 2 0,60 De 3 a 8 2 0,60 De 3 a 8 3 0,45 De 3 a 8 3 0,45 De 3 a 8 3 0,60 De 3 a 8 3 0,60

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dois triângulos de ferro a ele fixos. A função dos triângulos é de manter o paramento esticado e com a inclinação prevista; por isso, durante a montagem, são atados à rede de ancoragem. No acabamento da rede todos os bordos devem ser reforçados por fios de diâmetro maior para aumentar a resistência. As tolerâncias admissíveis para as dimensões dos gabiões são de mais ou menos 3% no comprimento e 5% na largura e altura em relação ás dimensões especificadas no projecto. Fio metálico e rede metálica: O fio metálico a empregar no fabrico da rede deve ter um diâmetro mínimo de 2.7 mm e ser revestido a PVC. A espessura do revestimento em PVC deve ser superior ou igual a 0.4 mm. A malha é hexagonal de dupla torção tipo 8x10. As quantidades mínimas de zinco a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82:

Tabela 8 - Quantidades mínimas de zinco a utilizar na galvanização. Qualquer fio metálico empregue no processo de fabrico e suas uniões deve ter uma resistência á tracção de 400 MPa, de acordo com as normas BS 1052/80. O ensaio de alongamento deve ser feito antes da execução da rede metálica e sobre um troço de fio com pelo menos 30 cm. O alongamento pré-rotura não deve ser inferior a 12%. Aterro estrutural: O terreno utilizado para construção do aterro faz parte integrante da obra e por isto tem uma influência directa no comportamento da estrutura e razão pela qual deve ser de boa qualidade. Serão excluídos portanto os solos sensíveis a agua, argilosos e com granulometria superior a 250 mm, solos degradáveis e friáveis. O máximo diâmetro dos elementos do solo deverá ser inferior a 2/3 da espessura da camada a compactar. O comportamento no tempo dos materiais deverá ser compatível com o prazo de serviço da obra, em especial modo para os materiais evolutivos. O aterro não deverá conter terra vegetal, materiais putrescíveis ou lixo doméstico. Os critérios de escolha apoiam sobretudo nas performance mecânicas e em especial no ângulo de atrito interno. A curva granulometrica deverá obedecer aos critérios normalmente utilizados para este tipo de obra com o objectivo de obter um ângulo de atrito interno de pelo menos 35º. Por tudo acima descrito, o material mais indicado para os aterro reforçados em gabiões que promovem a vegetação é do tipo que normalmente se utiliza em aterros de estradas, pertencente aos grupos A-1, A-3, A-2 e aos subgrupos A-2-4 e A-2-5 da classificação AASHO. A granulometria pode variar entre 0.02 mm e 100 mm com uma percentagem de 10 a 15 % de passados no peneiro nº 200. Contudo, a primeira camada de aterro que estará em contacto directo com a rede de ancoragem não poderá ter uma granulometria superior a 20 mm, para evitar qualquer danificação da rede de ancoragem e das geogrelhas (caso existam). É fundamental que o aterro estrutural seja bem compactado, em camadas de 25/30 cm de espessura, com cilindros ou engenhos similares para poder suportar as cargas previstas no

Diâmetro do fio (mm) 2,7 3,0 3,4 3,9

Quantidade de zinco (gr/m2) 260 275 275 290

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projecto sem excessivas deformações. O uso de cilindros vibrantes, próximo do paramento, é desaconselhado, visto que este pode provocar deformações ao próprio paramento, A densidade mínima do aterro estrutural deverá ser de 19 KN/m3. Modo Execução: Modo de preparação de um muro em gabiões armados que promovem a vegetação: Preparação do terreno: O terreno natural onde apoiará o muro na sua totalidade será escavado até a cota prevista no projecto, ou mais fundo, no caso em que à cota prevista ainda se encontre terra vegetal ou imprópria para a fundação. Assim sendo, deverá ser feito um enchimento com material de boa qualidade, devidamente compactado, conforme indicado mais a frente. Para muros de alturas elevadas é aconselhável uma fundação sobre rocha ou terreno que tenha as características mínimas de resistência exigidas nos cálculos de dimensionamento. Os Módulos de gabiões podem ser colocados directamente em contacto com o terreno natural tendo em atenção que o nível da fundação permita o perfeito alinhamento da primeira fiada. Qualquer desalinhamento inicial prejudicará, no seguimento da obra, as outras fiadas de muro. No entanto, pode ser executado um o plano de apoio em betão de regularização com superfície rugosa e com 15 ou 20 cm de espessura, quando o terreno apresentar grandes irregularidades. Neste caso deverá ser prestada particular atenção para que o nível do betão de regularização seja perfeitamente coincidente com o nível do terreno de fundação compactado que lhe fica atrás; isto para evitar que durante a compactação da primeira camada de aterro a rede de ancoragem do módulo se danifique naquele ponto de contacto. Drenagens: É necessário assegurar que qualquer infiltração de água a montante do muro seja adequadamente captada e drenada. No caso de infiltrações localizadas, uma drenagem pontual poderá levar as águas para a frente do muro. No caso em que as infiltrações atrás do muro sejam muitas e abundantes será necessário executar um dreno vertical ao longo do muro tanto em altura como em comprimento na traseira do aterro estrutural e outros drenos horizontais para levar as águas para a jusante do muro. No topo do muro, também é aconselhável a execução de uma drenagem superficial longitudinal junto ao paramento em Gabiões

Figura 42 - Exemplo de muro de gabiões com drenagem na parte inferior (“Retail park” – Leiria).

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Execução da primeira fiada: A execução de um muro em deverá ser feita com o máximo cuidado uma vez que vários elementos e factores (humanos e mecânicos) concorrem à sua boa realização. No local de construção cada módulo é montado levantando o painel da frente (recoberto pelas fibras de coco) e de cima. São unidos, lateralmente e ao longo da rede de ancoragem, utilizando o fio de amarração fornecido e passando-o através de todas as malhas fazendo uma volta dupla por cada duas malhas.

Figura 43 - Sequência de montagem de um conjunto de gabiões armados. Só serão aceites ligações mecânicas se estas forem recomendadas pelo fabricante dos gabiões. Os triângulos de reforço são atados à rede de ancoragem de modo que o paramento externo se mantenha esticado e com a inclinação prevista.

Figura 44 - Aplicação de gabiões armados (“Retail park” – Leiria).

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No caso em que no muro se preveja a utilização de geogrelhas de reforço, estas deverão ser colocadas sempre antes do módulo. O travamento das geogrelhas é o resultado da sobreposição, na vertical, de um módulo com outro. Modo de execução do aterro: A colocação do material de aterro será feita com particular atenção para que os meios mecânicos não pisem a rede de ancoragem dos módulos e as geogrelhas de reforço e que o espalhamento permita manter esticadas as mesmas. Por isso, é aconselhável que o espalhamento seja feito progressivamente a partir do paramento e afastando-se dele. Por outro lado, a compactação, efectuada em paralelo do paramento, deverá sempre começar a montante aproximando-se do paramento, deixando a zona de 1,00m contígua ao paramento, a última a ser compactada.

Figura 45 – execução de um aterro e compactação (“Retail park” – Leiria).

Figura 46 - Sequência de construção de um aterro.

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É proibido efectuar a compactação com engenhos que actuem perpendicularmente ao paramento. Na zona de 1.00 m contígua ao paramento, a compactação será executada através da utilização de engenhos ligeiros (cilindros pequenos ou placas vibratórias manuais) com peso por centímetro quadrado inferior a 80 N. É proibida a utilização de cilindros pesados na zona junto ao paramento. Para a restante zona de aterro a compactação pode ser executada com meios mais pesados e vibrantes. Em ambas as zonas é bastante importante que os meios utilizados não entrem em contacto com os materiais de reforço e que o terreno (especialmente quando este for de granulometria elevada) não os danifique.

Figura 47

Figura 48

Figuras 47 e 48 – Muro de gabiões armado, imediatamente após a construção; com parcela superior em gabiões que promovem a vegetação (“Retail park” – Leiria).

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A medida que o aterro cresce será necessário colocar, manualmente, terra vegetal, na zona triangular encostada ao paramento, calcando-a o mais possível. A função da terra vegetal é de permitir um rápido crescimento da vegetação. Por isso é aconselhável, no fim da obra, a execução de uma hidro-sementeira.

Figura 49

Figura 50 Figuras 49 e 50 – O mesmo muro de gabiões das figuras 47 e 48, mas após alguns meses, já

com vegetação desenvolvida (“Retail park” – Leiria). A empresa responsável pela execução do aterro deverá certificar-se, através de ensaios periódicos, que seja atingida a densidade de compactação mínima exigida de pelo menos 95% do ensaio de Proctor Normal.

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5.Gabiões Saco: São gabiões produzidos a partir de uma rede em malha hexagonal de dupla torção.

Figura 51 - Aspecto genérico de gabiões saco. São principalmente utilizados para obras de emergência, de difícil acesso, diques, ou para criar uma soleira, em presença de agua, para um muro em gabiões em solos de baixa capacidade de suporte.

Figura 52 – Aplicação de gabiões saco em cais de embarcações.

Tabela 9 - Dimensões standard dos gabiões saco.

A malha hexagonal de dupla torção é do tipo 8x10 e o diâmetro do arame de 2,7 mm.

Comprimento (m) Diâmetro (m) 2 0,65 3 0,65

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Figura 53 - Dimensões e aspecto da malha. Para o revestimento dos gabiões deve-se utilizar uma liga de zinco-alumínio que garante uma resistência à corrosão cinco vezes superior à normal galvanização. Para aplicações em ambientes poluídos ou agressivos, o arame é ulteriormente revestido em PVC. Especificações: Estas especificações têm por objectivo definir as características dos gabiões saco, que se destinam a execução de obras hidráulicas. Gabião: O gabião saco é uma estrutura cilíndrica, fabricada com rede metálica em malha hexagonal de dupla torção e cheio com material rochoso de boa qualidade. Todos os bordos dos gabiões saco devem ser reforçados por fios de diâmetro maior para aumentar a resistência. Fio metálico e rede metálica: O fio metálico a empregar no fabrico da rede, e para a ligação da mesma, deve ser revestido em liga de zinco-alumínio. As quantidades mínimas do revestimento nesta liga a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82:

Tabela 10 - Quantidades mínimas de revestimento na galvanização. A aderência do revestimento deve ser tal que resista ao impacto durante o enchimento do gabião de forma que a superfície da camada de revestimento não apresente fissuras, brechas, esfoliações ou escamação. Após galvanização, o arame pode ser revestido com PVC. Utiliza-se gabiões saco revestidos em PVC em condições ambientais que apresentam graves sinais de poluição ou águas salinas. Qualquer fio metálico empregue no fabrico dos gabiões saco e das suas uniões deve ter uma resistência à tracção que se situa entre 380 e 500 MPa de acordo com as normas Bs 1052/80.

Diâmetro do fio (mm) 2,7

Quantidade de revestimento (gr/m2) 240

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O ensaio de alongamento deve ser feito antes do fabrico da rede metálica e sobre um troço de fio metálico com pelo menos 30 cm. O alongamento pré- rotura não deve ser inferior a 12%. A malha será hexagonal de dupla torção do tipo 8x10 e o arame terá o diâmetro mínimo de 2,7 mm. Material de enchimento: O gabião saco é cheio com pedra britada ou rolada. É recomendável a utilização de material de enchimento duro e de peso específico elevado ou seja superior a 22 KN. Não é aceite que este material seja friável ou possa gelificar. A granulometria da pedra deve estar compreendida entre os 10 e 20 cm.. No entanto, material de maiores dimensões é tolerável desde que o seu volume não ultrapasse 10% do volume total do gabião a preencher. A qualidade da pedra pode ser medida a partir dos ensaios de compressão simples e pelo ensaio de abrasão tipo Los Angeles. Não serão aceites materiais com características abaixo dos seguintes valores de ensaio : - Resistência à compressão de 50 MPa; - Perda de Abrasão Los Angeles 35%; Para a redacção de especificações destinadas a um caderno de encargos é necessário definir se os gabiões saco são revestidos, ou não, em PVC. Modo de Execução: Modo de execução de uma obra em gabiões saco: A primeira operação para a preparação de uma obra com gabiões saco é montar uma estrutura que permita o enchimento dos mesmos. Existem vários tipos de estruturas e a escolha depende principalmente da quantidade de gabiões saco que devem ser montados. Uma das soluções é de fabricar um cilindro em chapa com o mesmo diâmetro e a mesma altura dos gabiões saco. Tal cilindro deve ser constituído por duas chapas semi-circulares com dobradiças num lado e com um fecho na parte oposta. Isto permite que uma vez cheio o gabião saco possa ser facilmente retirado abrindo o cilindro.

Figura 54 – Enchimento de gabiões saco.

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Figura 55 – Construção de um dique num porto fluvial.

Os gabiões saco, fornecidos em fardos, apresentam-se como um painel de rede. Deve ser enrolado e, com o próprio arame nele presente, fechado numa extremidade e longitudinalmente. Depois de tê-lo colocado no cilindro fechado, é cheio, com uma máquina, com a pedra apropriada. No fim de cheio é fechado da mesma forma na outra extremidade e, uma vez aberto o cilindro, deixa-se cair no chão.

Figura 56 - Gabiões saco arrumados para posterior utilização. O gabião saco é assim pronto para ser levantado com uma máquina que poderá agarra-lo na própria rede e deposita-lo no local definitivo.

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6.Rede para taludes em malha hexagonal: Ficha Técnica: A rede para aplicação em taludes rochosos é produzida em rolos, a partir de uma malha hexagonal de dupla torção. É principalmente utilizada para protecção contra a queda de pedras.

Figura 57 - Aspecto genérico de rede para taludes.

Figura 58

Figura 59

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Figura 60

Figuras 58, 59 e 60 – Exemplos de aplicação de redes para taludes para protecção de rodovias.

Tabela 11 - Dimensões dos rolos e tipo e malhas:

Comprimento (m)

Largura (m) Malha/Diam. arame

25-50-100 2-3-4 6x8/2,7 25-50-100 2-3-4 ou 25-50-100 2-3-4 8x10/2,7

A colocação da rede em malha hexagonal de dupla torção tem a função de acompanhar a queda das pedras ao longo do talude de forma a impedir que as mesma caiam perigosamente no meio das vias de comunicação.

Figura 61 - Dimensões e aspecto da malha

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Para o revestimento das redes utiliza-se uma liga de zinco- alumínio que garante uma resistência à corrosão cinco vezes superior à normal galvanização. Para aplicações em ambientes poluídos ou agressivos, o arame é ulteriormente revestido em PVC. Especificações: Especificações da rede em malha hexagonal de dupla torção: Rede: A rede para aplicação em taludes rochosos é produzida em malha hexagonal de dupla torção do tipo 6x8 ou 8x10 e o arame tem o diâmetro mínimo de 2,7 mm Arame: O fio metálico a empregar na fabrico da rede (ø 2,7 mm) e na junção entre rolos (ø 2,2 mm) deve ser revestido em liga de zinco- alumínio). As quantidades mínimas do revestimento em liga zinco- alumínio a empregar no processo de galvanização devem ser as seguintes, de acordo com as normas BS 443/82:

Tabela 12 - Quantidades mínimas de revestimento na galvanização. A aderência do revestimento deve ser tal que resista ao impacto durante o manuseamento de forma que a superfície da camada de revestimento não apresente fissuras, brechas, esfoliações ou escamação. Após galvanização o arame pode ser revestido com PVC. Utiliza-se rede revestida em PVC em condições ambientais que apresentem graves sinais de poluição ou águas salinas. Qualquer fio metálico empregue no fabrico da rede e das suas uniões deve ter uma resistência à tracção que se situa entre 380 e 500 MPa de acordo com as normas BS 1052/80. O ensaio de alongamento deve ser feito antes do fabrico da rede metálica e sobre um troço de fio metálico com pelo menos 30 cm. O alongamento pré- rotura não deve ser inferior a 12%. Para a redacção de especificações destinadas a um caderno de encargos é necessário definir se a malha é do tipo 6x8 ou 8x10 e se o arame é revestido, ou não, em PVC. Modo de Execução de uma obra de protecção de um talude com rede hexagonal: Os rolos de rede são transportados para junto do local de intervenção. O desenrolamento da rede pode ser executado, dependendo das condições, a partir do topo ou do pé do talude. Em ambos os casos, a utilização de cordas facilita o trabalho e permite de operar em segurança.

Diâmetro do fio (mm) 2,2 2,7

Quantidade de revestimento (gr/m2) 210 245

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Figura 62 Figura 63

Figuras 62 e 63 - Montagem de redes para protecção de taludes. A partir da crista do talude e para montante a rede deve ser estendida com um comprimento mínimo de 1,0 m e enfiada em ancoragens preventivamente espetadas, parcialmente, no solo, e com 20-30 cm de sobra. As ancoragens são produzidas com varões de aço de 20 mm de diâmetro em forma de bengala. Colocar ao longo de todo o comprimento do talude objecto da intervenção e em correspondência dos varões, um cabo de aço com 16 mm de diâmetro.

Figura 64 Figura 65

Figuras 64 e 65 – Pormenorização de ancoragens cravadas no solo.

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A rede deste modo desenrolada ao longo do talude deverá ser atada rolo com rolo, com o arame de ligadura fornecido ou com agrafos postos por meio de um equipamento de ar comprimido. Os trabalhadores descerão ao longo do talude, procedendo a ligação da rede. Esta operação é a mais delicada pelo perigo que existe para os trabalhadores encarregues do trabalho. Para tal, deverão ser convenientemente equipados para obras deste tipo, de acordo com as normas e com o plano de segurança que estiver previsto. Os rolos de rede são unidos, utilizando o fio metálico e passando-o através de todas as malhas fazendo uma volta dupla por cada duas malhas. No caso de utilização de agrafos, deverá ser colocado um agrafo em cada 8-12 cm.

Figura 66 - Operação de ligação das redes. No pé do talude será colocado um tubo de aço galvanizado (2 polegadas) ao longo de todo o seu comprimento. Este tubo será contido numa bainha feita come descrito no ponto 2 e deverá ficar 20-30 cm acima do terreno. Deste modo será mais simples proceder a limpeza dos detritos que ao longo dos anos irão cair pelo talude abaixo. Esta limpeza será feita quando o serviço de manutenção das estradas o achar necessário, evitando que uma excessiva acumulação de detritos possa vir a criar esforços de tracção excessivos na rede.

Figura 67 – Exemplo de acumulação de rocha solta do talude na base do mesmo.